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IDEOLOGIA DE GÊNERO E ESCOLA SEM PARTIDO 4

Este trabalho é uma memória de meus movimentos em torno de discussões a respeito de feminismo, gênero, sexualidade... que acontecem no Brasil e no mundo nos últimos anos... A partir de meados de 2015 comecei a fazer um levantamento de filmes que aprentassem ou permitissem discussões sobre essas questões... O levantamento está em meu canal do Youtube, em meu Facebook e no academia.edu... Ao mesmo tempo, todos os dias, acessei a página inicial de portais e sites como Uol, Estadão, Ig, Agência Pública, Opera Mundi, Congresso em Foco, Outras Palavras, Jornal GGN, The Intercept Brasil, El País, BBC Brasil, Deutsche Welle... Uns com maior, outros com menor frequência... Nos portais, a página inicial às vezes remetia a sites ou áreas específicas, como as de Educação, TV, Moda... Meus movimentos, de modo geral, começaram pela página inicial... Muitas vezes acessada em vários momentos do dia... Certas matérias eram traduções ou remetiam a outras, de jornais estrangeiros, por exemplo... The New York Times, The Guardian, Le Monde... Esse trabalho também permitiu encontrar inúmeras referências de filmes, livros, obras de arte, exposições... Em 2015, também participei de um curso na Unicamp – o qual está referido em minhas anotações no YouTube... Esta memória inclui mais do que matérias e artigos de jornalismo... Há literatura, dissertações, teses, artigos acadêmicos... Tudo o que fui encontrando em meus movimentos – é interessante ler minha apresentação para a playlist sobre sexualidade e gênero que organizei no YouTube, foi escrita logo no início deste meu trabalho, embora tenha sofrido algumas modificações... Os movimentos que fiz, aquilo que acessei... será possível ver aí qualidades e limitações... Quem escreve, de onde escreve...? Por que escolhi esses...? Uma próxima ideia seria circular não mais por esses portais e sites mais conhecidos, acessados, pertencentes ou não a grandes grupos econômicos... Mas por sites e blogs “independentes”, “alternativos”, de movimentos sociais... Mas noto que por diversas vezes cheguei a estes a partir dos primeiros...

IDEOLOGIA DE GÊNERO E ESCOLA SEM PARTIDO 4 Alguns textos, filmes, obras de arte, charges... contrários à ideologia de gênero das igrejas e à censura nas escolas... Mas também as ideias do Escola Sem Partido, defendidas por seu idealizador, e os projetos de lei que seguem essas ideias e a ideologia de gênero das igrejas... Organização: Adriano Picarelli Este arquivo é a continuidade de IDEOLOGIA DE GÊNERO E ESCOLA SEM PARTIDO... que pode ser encontrado em meu Facebook e em https://www.academia.edu/ Mais sobre meu trabalho: ver meu Facebook e meu canal do YouTube... Atualização: 24 de outubro de 2018 (início do trabalho: meados de 2015) Este trabalho é uma memória de meus movimentos em torno de discussões a respeito de feminismo, gênero, sexualidade... que acontecem no Brasil e no mundo nos últimos anos... A partir de meados de 2015 comecei a fazer um levantamento de filmes que apresentassem ou permitissem discussões sobre essas questões... O levantamento está em meu canal do Youtube, em meu Facebook e no academia.edu... Ao mesmo tempo, todos os dias, acessei a página inicial de portais e sites como Uol, Estadão, Ig, Agência Pública, Opera Mundi, Congresso em Foco, Outras Palavras, Jornal GGN, The Intercept Brasil, El País, BBC Brasil, Deutsche Welle... Uns com maior, outros com menor frequência... Nos portais, a página inicial às vezes remetia a sites ou áreas específicas, como as de Educação, TV, Moda... Meus movimentos, de modo geral, começaram pela página inicial... Muitas vezes acessada em vários momentos do dia... 1 Certas matérias eram traduções ou remetiam a outras, de jornais estrangeiros, por exemplo... The New York Times, The Guardian, Le Monde... Esse trabalho também permitiu encontrar inúmeras referências de filmes, livros, obras de arte, exposições... Em 2015, também participei de um curso na Unicamp – o qual está referido em minhas anotações no YouTube... Esta memória inclui mais do que matérias e artigos de jornalismo... Há literatura, dissertações, teses, artigos acadêmicos... Tudo o que fui encontrando em meus movimentos – é interessante ler minha apresentação para a playlist sobre sexualidade e gênero que organizei no YouTube, foi escrita logo no início deste meu trabalho, embora tenha sofrido algumas modificações... Os movimentos que fiz, aquilo que acessei... será possível ver aí qualidades e limitações... Quem escreve, de onde escreve...? Por que escolhi esses...? Uma próxima ideia seria circular não mais por esses portais e sites mais conhecidos, acessados, pertencentes ou não a grandes grupos econômicos... Mas por sites e blogs “independentes”, “alternativos”, de movimentos sociais... Mas noto que por diversas vezes cheguei a estes a partir dos primeiros... [O que vem a seguir, refere-se ao primeiro arquivo IDEOLOGIA DE GÊNERO E ESCOLA SEM PARTIDO, também faz parte da introdução do índice daquele arquivo... Seria necessário fazer atualizações, o que não é possível agora... Mesmo assim, considerei importante reproduzir as observações aqui...] Nessas mais de 1000 páginas de matérias, artigos... percebo grandes ausentes, o que é confirmado pela presença de uma ou duas matérias com suas vozes... Entre eles, as escolas, seus professores e alunos... Embora o jornalismo tenha produzido muita coisa boa, realmente a favor da igualdade de direitos, base da democracia, ele também alimentou o que vi de pior neste últimos dois anos... 2 Basta que um pastor, um padre, um pastor-deputado... grite algo numa rede social, não importa quão absurdo isso seja, terá destaque nos jornais, na web... Mais ainda nos jornais do interior – acompanhei alguns... Um exemplo: o material didático antihomofobia do MEC virou kit-gay... Notícias e notícias sobre acusações de igrejas contra planos de educação, contra livros... Quantas matérias apresentando uma experiência, um trabalho com discussões sobre questões de gênero, realizado numa escola? Apenas cinco, nestas mais de 1000 páginas – salvo engano: "'Heroínas sem estátua': alunos do DF contam histórias de mulheres notáveis", Edgard Matsuki, Uol, 31 de março de 2016 271 PROFESSORA CRIA PROJETO PARA DEBATER QUESTÕES DE GÊNERO EM ESCOLA DE SP ( Ana Carla Bermudez, Uol, 27 de setembro de 2016) 240 HÁ UM ANO, "PRIMAVERA FEMINISTA" DITAVA O TOM DA 1ª ESCOLA OCUPADA EM SP (Janaína Garcia, Uol, 13 de novembro de 2016) 151 “PROFESSORA, VOCÊ É HOMEM?” A VIDA DE UMA MULHER TRANS NA SALA DE AULA (Ingrid Fagundez, BBC Brasil, 15 de agosto de 2017) 868 ESCOLA DE SC USA AULAS DE CROCHÊ PARA DEBATER CONSUMISMO E IGUALDADE SEXUAL (Aline Torres, Uol, 01 de outubro de 2017) 1171 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018) [Atualização em 31 de julho de 2018... Matéria na página 247 deste arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 4] Neste período, um vereador de São Paulo quis impedir discussões a respeito de gênero programadas pela escola Amorim Lima... Não conseguiu, num sábado a escola realizou a atividade planejada... Algum relato sobre como foi isso? Quem participou? Como foram as discussões? 3 Quando um livro sofreu acusações de religiosos, algum autor foi ouvido? Só encontrei um exemplo: ESCOLA SEM PINTO. COMO A TENTATIVA DE CENSURA A UM LIVRO DIDÁTICO NO NORTE DO PAÍS MOSTRA QUE, NO BRASIL ATUAL, A IGNORÂNCIA NÃO É APENAS UMA TRAGÉDIA NACIONAL, MAS UM INSTRUMENTO POLÍTICO USADO POR MILÍCIAS DE ÓDIO (Eliane Brum, sobre tentativa de retirada de livro de ciências de escolas públicas em Ji-Paraná, RO, 2017) 97 [Atualização: a mesma Eliane Brum, uma das mais competentes jornalistas do Brasil, foi ouvir artista da performance do MAM – SP, atacado nas redes sociais, por movimentos de direita, por padres e pastores... Ver arquivo IDEOLOGIA DE GÊNERO E ESCOLA SEM PARTIDO 2... Ver outra atualização no início do Índice deste arquivo 4] Por quê? Bem, eu poderia analisar esta memória de várias maneiras... Porém, minha intenção, aqui, é compartilhar o que fui encontrando... Outra observação... Ao longo destes dois anos, a partir do contato com matérias de jornalismo e filmes, notei que há diferença entre narrativas SOBRE os outros e narrativas dos OUTROS... O que tem a ver com o que escrevi acima sobre a ausência de narrativas de professores e alunos... de matérias que adentrem as escolas e os ouçam... de matérias que escutem autores de livros didáticos... Índice: página 1066 4 BOLSONARO E A AUTOVERDADE. COMO A VALORIZAÇÃO DO ATO DE DIZER, MAIS DO QUE O CONTEÚDO DO QUE SE DIZ, VAI IMPACTAR A ELEIÇÃO NO BRASIL Eliane Brum, El País, 16 de julho de 2018 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/16/politica/1531751001_113905.html ELITE DA INDÚSTRIA APLAUDE BOLSONARO E VAIA CIRO POR CRITICAR REFORMA TRABALHISTA. ALCKMIN DEFENDE REFORMA TRIBUTÁRIA QUE ALIVIA EMPRESÁRIOS CITANDO TRUMP. MILITAR DA RESERVA NÃO APRESENTA PROPOSTAS, MAS LEVANTA PLATEIA COM FRASES DE EFEITO CONTRA O "POLITICAMENTE CORRETO" Afonso Benites, El País, julho de 2018 Em encontro com a elite dos industriais do Brasil em Brasília, dois dos protagonistas desta eleição presidencial se depararam com tratamentos distintos. Enquanto o précandidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) foi aplaudido ao menos seis vezes ao dizer frases de efeitos - contra a "ideologia de gênero" e contra o "politicamente correto", que incluía a defesa de fazer piadas contra minorias sociais - e quase não apresentou propostas detalhadas para o setor, Ciro Gomes (PDT) acabou vaiado ao defender uma nova reforma trabalhista para substituir as regras aprovadas sob Michel Temer. A plateia era formada, em sua imensa maioria, por homens, de classe alta, brancos. Quase 2.000 pessoas. Líder nas pesquisas em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso, como concorrente do PT, Bolsonaro evitou o tempo inteiro em entrar em temas econômicos. Disse ser "humilde" por não entender do assunto e buscar o suporte de quem saiba. Por essa razão, não respondeu diretamente a nenhuma das três perguntas feitas pelos empresários que o assistiam durante evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Não aprofundou nem qual seria sua reforma da Previdência, que ele diz ser necessária. “Talvez o Paulo Guedes fosse o mais preparado para responder”, disse em dado momento do encontro. O economista Guedes é o consultor econômico do parlamentar e seu eventual ministro da Fazenda. Ainda assim, Bolsonaro não precisou mais do que superficialidades para ser aplaudido. Uma das vezes foi quando reforçou o seu discurso de que parte de seu primeiro escalão será ocupado por militares. “Vou botar generais nos ministérios, sim. Qual o problema? Os anteriores botavam terroristas e corruptos e ninguém falava nada”. Em outro momento, foi quando defendia não levar ideologia para as negociações com o 5 Congresso. “Não quero botar um busto do Che Guevara no Palácio do Planalto”. Também disse que contará com o apoio dos evangélicos, que são contra a "ideologia de gênero", e atrairá a bancada ruralista ao qualificar de "terrorista" o MST (Movimento dos Sem Terra). "Hoje estão tirando nossa alegria de viver, não podemos mais contar piadas de afrodescendentes, de cearenses, de goianos", disse Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal por injúria e incitação ao racismo. Ciro Gomes e Alckmin Já o candidato Ciro Gomes teve apupos a ele desferidos. Ocorreram no momento em que o pedetista revelou que tem um acordo com as centrais sindicais que, se eleito presidente, ele apresentará uma nova proposta de reforma trabalhista. O seu projeto seria discutido com representantes dos patrões, empregados e de universidades. “Meu compromisso com as centrais sindicais é trazer essa bola de volta ao meio de campo”. Após ser vaiado, ele disse: “É assim que vai ser. Ponto final”. Mais vaias, que provocaram uma nova reação do pré-candidato. “Se quiserem presidente fraco, escolham um desses que ficam de conversa fiada aqui com vocês”. O empresariado foi um dos grandes fiadores da reforma trabalhista apresentada pelo Governo Michel Temer e aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado. Era natural que fosse contrário a mudar a lei como foi promulgada. Ao ser questionado sobre o que achou das vaias, Ciro disse que as via com maior naturalidade e lembrou que também foi aplaudido. “Quando se é vaiado defendendo os trabalhadores, parece que é um prêmio. E nem quero fazer disso um prêmio”, afirmou aos jornalistas ao final do evento. De fato, em outras quatro ocasiões, Ciro acabou aplaudido – entre elas quando defendeu que o Judiciário e o Ministério Público têm de “voltarem para seus quadrados” e deixarem de influenciarem na política e quando prometeu manter incentivos fiscais permanentes para o setor industrial. Seja como for, o pré-candidato do PDT foi o único dos seis que passaram pelo palco da CNI que teve a reação negativa do público. O público se manifestou favoravelmente também a Geraldo Alckmin (PSDB), que propôs a criação de um imposto único (unificando IPI, ICMS, ISS e outros) além da redução do imposto de renda para pessoa jurídica (citou a reforma tributária de Donald Trump como exemplo), e para Álvaro Dias (PODE), quando ele citou que pretende intensificar as relações multilaterais do país. Quando os oradores foram Marina Silva (REDE) e Henrique Meirelles (MDB) quase nenhuma reação foi notada. Algo que os seis pré-candidatos tiveram em comum foi a de não se debruçarem sobre as propostas apresentadas pela CNI. Antes de iniciar o diálogo com os pré-candidatos, 6 a entidade elaborou um documento com 43 propostas para os concorrentes. Tudo citado muito brevemente por todos. Essa foi a segunda maratona de entrevistas das quais os presidenciáveis participaram em Brasília. Ao longo desse mês, todos deverão se dedicar às convenções partidárias, nas quais serão seladas as alianças e coligações para a disputa ao Planalto. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/04/politica/1530727099_691325.html POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR Paulo Eduardo Dias e Juliana Santoros, especial para Ponte Jornalismo, 05 de julho de 2018 Soldado Leandro Prior recebeu ameaças e se internou em clínica de repouso após a PM abrir investigação; governador Márcio França (PSB) disse que ‘farda tem que estar respeitada’ Soldado Prior estava no Metrô quando foi filmado beijando um homem | Foto: Reprodução/Facebook Leandro Prior, de 27 anos, é policial militar desde 2014. É tido como um soldado “honrado” por quem o viu em ação. Porém, um beijo fez a sua vida profissional virar de cabeça para baixo com ataques homofóbicos de outros PMs e críticas até do 7 governador de São Paulo, Márcio França (PSB). Tudo aconteceu após a imagem captada por um desconhecido viralizar na internet em que Prior aparece com a farda da tropa dando um selinho em um homem. “Acabaram com a minha vida. Hoje eu estou afastado, passei no médico. Não é só a homofobia o problema, é mais grave que isso, estou sofrendo ameaças de morte”, desabafou Prior, em entrevista ao portal G1. “Eu quero continuar a trabalhar”, disse, antes de se internar em uma clínica de repouso, temendo pelo futuro na corporação. A própria PM instaurou procedimento para analisar a postura do soldado Leandro Prior. Uma das mensagens de ódio direcionadas a Prior partiu do sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Renato Nobile em seu perfil do Facebook. “Aqui não aceitamos um policial fardado em pleno metrô beijando um homem na boca. Desgraçado. Desonra para a minha corporação. Esse tinha que morrer na pedrada! Canalha safado! Se alguém não gostar desse comentário, foda-se você também”, escreveu Nobile. Em contato com a reportagem da Ponte, o sargento da Rota negou que tenha escrito mensagens homofóbicas na internet. Segundo Nobile, que se encontra afastado dos trabalhos por decisão de seu comando, o perfil foi hackeado. “Não é a primeira vez que meu perfil é invadido. Informei ao meu comando o acontecido, a indignação é minha. Não tenho problema com nada, tenho até parente homossexual. Isto [seu afastamento e investigação+ é um absurdo”, sustenta. A Corregedoria da PM e a Polícia Civil está investigando a publicação feita nas redes sociais. O representante da tropa de elite da PM de SP não foi o único a condenar o ato do policial Leandro Pior. Governador de São Paulo e chefe máximo da PM, Márcio França criticou duramente o beijo dado enquanto ele estava fardado, ato considerado desrespeitoso. “É preciso ver que a farda é uma extensão do Estado e a farda tem que estar respeitada. Eu não vejo significado de você usar coldre, farda, e ficar fazendo gestos de amor expresso em público, seja com homem ou com mulher”, posicionou-se França, ao jornal “O Estado de S. Paulo”. As reações fizeram com que o policial protagonista do vídeo pedisse afastamento temporário da corporação devido à uma crise depressiva, que motivou a internação na clínica de repouso, com permanência até a próxima terça-feira (10/7). Uma pessoa próxima ao soldado contou que, mesmo internado, a todo instante que se lembra do caso ele só chora. A mesma fonte contou que, por medida de segurança, o local da clínica não pode ser divulgado. 8 Segundo o advogado José Beraldo, que atua na defesa de Prior, sua orientação sexual já era sabida de outros policiais. “Ele me contou que os policiais que atuam com ele já sabiam, exceto o alto comando”. O defensor contou ter sido procurado por um empresário, dono de uma casa de câmbio, que pretende testemunhar a favor do PM. Nas palavras de Beraldo, durante um assalto ao estabelecimento do empresário, que não teve o nome revelado, Prior teria salvo a vida do filho do homem e ainda recuperado US$ 5 mil. O caso teria ocorrido no ano passado. Corporação com ‘ranço homofóbico’ Especialistas ouvidos pela Ponte apontam que houve clara prática de homofobia nos ataques feitos ao policial, tanto de outros membros da tropa quanto nas declarações do governador, Márcio França. Para o advogado especialista em direito LGBT Mario Solimene Filho, a iniciativa da PM em abrir um procedimento para investigar uma possível falha nos procedimentos da corporação pois o PM deveria “estar mais atento”, é “balela”. “Para não se queimar, já que os direitos LGBTs hoje são muito fortes, eles dizem que o que houve é o descumprimento das normas por estar armado, mas na verdade, é o ranço homofóbico que está por trás disso”, diz. “Caso ele tivesse beijando uma mulher, o governador não ia precisar falar. Vejo, sim, uma conotação do ranço homofóbico que esta por trás da corporação, que é uma corporação explícita, a gente sabe que isso existe *homofobia+”, pondera Filho. Filho, analisa que a PM “não quer gay, ela não quer saber de gay”, diz. “Eu não critico a PM em si, eu critico a sociedade e a PM é parte dela. Eu não estou entrando em conflito com a PM, mas com a parte da sociedade que sabemos que não aceita gays. Como tem dentro do futebol, dentro dos bombeiros. Tudo que é equipe que tem relação de homens em conjunto estando todos no mesmo lugar eles se sentem ameaçados”, pontua. Atualmente na reserva da PM, o tenente-coronel Adilson Paes de Souza também critica a homofobia dentro da corporação. “Parece um beijo discreto. Posso afirmar que se ele estivesse dando esse mesmo beijo em uma pessoa do sexo feminino não teria repercussão nenhuma. Então, pela imagem, mostra que esse rapaz está sendo vítima de homofobia”, sustenta o coronel. “Esse escândalo todo, esse furor é só porque ele deu um beijo discreto em um homem, uma pessoa do mesmo sexo. Errou quem filmou e divulgou as imagens e deu início a essa onda toda de ofensas contra o rapaz”, continua. 9 À Ponte, Nobile disse que perfil foi hackeado | Foto: Reprodução/Facebook No entendimento do oficial, a PM precisa compreender a orientação sexual de sua tropa e deixar de tratá-la como um tabu. “Esse é um assunto que é um tabu na polícia. Ninguém conversa sobre a questão da homossexualidade na Polícia Militar. Chama a atenção por ser um fato inusitado. Eu acho que isso tem que ser admitido e acolhido e, ao você admitir e acolher esse tema você admite que existem policias que são homossexuais e que essa circunstância não o faz ser melhor ou pior do que ninguém”, completa. Adilson analisa que o pedido de afastamento por parte do soldado é compreensível já que “deve estar submetido a uma carga de estresse muito elevada”. “Eu fico imaginado ele no local de trabalho dele, no quartel, o que ele pode ter ouvido de colegas ou de outras pessoas subordinadas ou superiores”, sustenta. “Eu conheço alguns policiais que são homossexuais, embora não tenha se declarado, mas se sabe que são. Não vejo problema nenhum, a sociedade mudou. A polícia tem que saber levar isso pois faz parte da sociedade. Não há porque ela querer ser uma ilha onde determinados comportamentos não podem existir”, finaliza Souza. Advogado do PM Leandro Prior, José Beraldo disse ter pedido para a polícia acompanhar possíveis novos ataques ao soldado, e que puna exemplarmente colegas 10 de farda identificados atacando seu cliente. “A vida particular dele não pode ser confundida com a vida pública”. Apuração ‘exclusivamente sob aspecto administrativo’ A reportagem procurou a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, através de sua assessoria de imprensa terceirizada, a InPress, que apontou que a PM “tem como um de seus alicerces a dignidade da pessoa humana e não discrimina ninguém por sua orientação sexual” e explicou a investigação aberta para apurar vídeo do beijo dado por Leandro Prior. “A conduta do PM fardado no metrô é apurada única e exclusivamente sob o aspecto administrativo, pois demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta”, sustenta a pasta. Segundo a SSP, Prior procurou o serviço médico da instituição e “foi encaminhado para tratamento de saúde no Centro de Atenção Psicológica e Social da Polícia Militar”, além de a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) apurar as ameaças feitas contra o soldado. “Além da investigação, a Instituição colocou à disposição do policial militar medidas protetivas, por meio da Divisão PM Vítima, da Corregedoria. Criada em 1983, a Divisão tem como objetivo apurar crimes cometidos contra policiais militares e dar apoio às vítimas”, garante. A reportagem procurou a assessoria do governador Márcio França para saber seu posicionamento sobre o caso e se ele confirma a declaração publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Em nota, a assessoria confirmou a autoria sendo de França, mas ressaltou que o governador “repudia todo e qualquer ato discriminatório e que as ameaças mencionadas pela reportagem já estão sendo apuradas pela Corregedoria da PM” e que o Estado ofereceu apoio médico ao soldado Prior. “Em relação à frase, o governador complementou que todos têm direito a livre orientação sexual e que, independentemente disso, os servidores públicos, quando em serviço, devem cumprir sua jornada de maneira profissional, atenta e efetiva. O governador ainda destacou que a farda da PM é a extensão da bandeira de São Paulo. Por isso, quando o policial estiver fardado, não pode estar distraído ou envolvido com outras atividades que não sejam as inerentes à função militar”, posicionou-se a assessoria de imprensa de Márcio França, ainda em nota. [Matéria reproduzida pelo El País: “Por beijar um homem, PM de SP é atacado por colegas de farda e até pelo governador. Soldado Leandro Prior recebeu ameaças e se internou em clínica de repouso após a PM abrir investigação; governador Márcio 11 França (PSB) disse que ‘farda tem que estar respeitada’”, P. Eduardo e J. Santoros, El País reproduz Ponte Jornalismo, 07 de julho de 2018] https://ponte.org/por-beijar-um-homem-pm-e-atacado-por-colegas-de-farda-e-atepelo-governador/ https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/07/politica/1530915242_121103.html DESONROSO É AMEAÇAR, DIZ PM QUE FOI FILMADO BEIJANDO RAPAZ EM SP. POLICIAL VIROU ALVO DE COMENTÁRIOS DE ÓDIO, FOI AMEAÇADO E AFASTADO DO TRABALHO Marlene Bergamo Pedro Diniz, Folha/Uol, 10 de julho de 2018 Leandro Barcellos Prior, 27, é soldado do 13º Batalhão da Polícia Militar de SP. Inspirado no pai, ex-policial da turma de 1988, entrou na corporação há quatro anos e estava havia dois anos na linha de frente do programa Vizinhança Solidária, que estimula moradores a se solidarizarem uns com os outros para prevenir crimes no bairro. Em 26 de junho viu um vídeo em que aparece no metrô dando um selinho em outro homem viralizar na internet e dar origem a várias postagens de ódio em redes sociais. Conta ter sido ameaçado de apedrejamento por um policial, que nega a acusação e afirma ter tido o Facebook hackeado. Agora, foi afastado do trabalho e toma remédios para controlar os múltiplos acessos de pânico diários. Defensor de Prior, José Beraldo afirma que tomará medidas legais para tirar os comentários e publicações de ódio de circulação. Natural de São Sebastião, no litoral paulista, Prior falou à Folha sobre o vídeo, as ameaças sofridas e as consequências que ainda diz que pagará dentro da própria corporação. Em que circunstância você foi filmado? Estava no metrô com um amigo, na linha vermelha, em direção à estação Patriarca. Ia para casa, falávamos sobre nosso dia e não vi quem estava na nossa frente. Alguém ficou enojado com nossa felicidade e, acho que por volta das 22h30, gravou um selinho de despedida, que sempre dou em amigos. 12 Se reconhecer essa pessoa eu vou processá-la, porque me prejudicou completamente. Minha estabilidade emocional e profissional. Eu namoro, não tinha companheiros me ameaçando, e agora estou em pânico, um pânico de não saber quem é que vai me matar. Não percebeu a câmera? Há um momento que você parece olhar para ela. Se tivesse percebido teria tomado uma atitude. Alguns policiais chegaram a dizer que armei isso por oportunismo, porque fui candidato a vereador [em 2014] pela minha cidade. Não tenho pretensão de sair candidato. A verdade é que as pessoas não aceitam o beijo entre homens, mais ainda se ele for um militar bem resolvido. Não podem medir minha capacidade pela minha sexualidade. Seus colegas sabiam que você era gay? Sabiam, claro. Ninguém nunca falou nada. Até encontro uns em boates. Não espero que ninguém aceite, mas exijo respeito. Fala-se da abertura de um processo administrativo, porque você estava de farda e desatento. Foi aberto um procedimento, mas não houve a oitiva. Estão falando de falta de atenção. Não estava desatento, mas sim relaxado, porque o metrô é um lugar seguro. Meu posicionamento gerou uma falta de segurança? Não, porque estava acordado e minha arma tem três travas. O que aconteceu quando soube do vídeo? Ele foi gravado entre 10 e 15 de junho, não lembro a data ao certo. Circulou em grupos de WhatsApp de policiais, mas do dia 20 para o dia 21 saiu dos grupos. No dia 21 um amigo me mostrou, mas não me preocupei. Quantas vezes vi PMs se beijarem, até beijos lascivos. Na porta do CPC [Comando de Policiamento da Capital] os casais chegam de mãos dadas, dão beijos de despedida. É afeto. O que aconteceu comigo foi preconceito. Nenhum link das 77 páginas que tenho de postagens denuncia a desatenção do soldado Prior, e sim o fato de ele beijar outro rapaz. É lamentável que um ato de carinho gere tanto ódio. Sua rotina mudou? Fui para minha cidade. Hoje tenho que me preocupar aonde vou e com quem vou. Minha família só anda de carro, até para comprar um pão. Eu só recebo três pessoas do meu círculo. E quando começou a receber ameaças? No dia 21. Meu pai cortou relações comigo. Outros policiais começaram a pedir um posicionamento da corporação, e até meu comandante me chamou na sala. Minha arma foi recolhida no mesmo dia pelos 13 colegas, por bom senso e pela minha segurança. O índice de suicídio entre policiais é grande, então é uma questão de bom senso. Mas me senti desprotegido. Quando cheguei em casa me vi sem chão, desarmado, com um policial da Rota me ameaçando… Não fumo, mas teve um dia que fumei quatro maços de cigarro. Estão pedindo minha expulsão, mas, sinceramente, não sei o que fiz de errado. Não causei nada de desonroso. Desonroso é um policial que faz um juramento em defesa da vida, da integridade física e da dignidade humana, e desonra o juramento inteiro ameaçando um par. Como policial, para mim essa é a maior desonra. Posts e ameaças estão sendo investigados, diz secretaria A Secretaria da Segurança Pública disse, em nota, que “não discrimina ninguém por sua orientação sexual”. Segundo a pasta, Prior procurou o serviço médico e está afastado por motivo de saúde. O policial foi incluído no programa PM Vítima e tem à disposição medidas protetivas. A secretaria informa ainda que a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) investiga os comentários em redes sociais e apura a conduta do policial que fez uma das publicações. Por fim, a pasta destaca que analisa a conduta de Prior com base no regulamento disciplinar, “única e exclusivamente sob o aspecto administrativo, pois demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado”. [A matéria também traz imagem do beijo, presente em muitas outras...] https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/desonroso-e-ameacar-diz-pm-quefoi-filmado-beijando-rapaz-em-sp.shtml PM RELATA ROTINA DE TENSÃO APÓS AMEAÇAS POR “SELINHO”: "É COMO S EEU ESTIVESSE DE TORNOZELEIRA" Janaina Garcia, Uol, 12 de julho de 2018 14 Leandro Prior, policial militar que foi filmado no metrô dando um selinho em um amigo A Ouvidoria da Polícia Militar de São Paulo encaminhou à Corregedoria da corporação o depoimento do soldado Leandro Barcellos Prior para que o órgão, incumbido de apurar a conduta dos próprios policiais, investigue uma série de ameaças contra a vida do PM. Ao UOL, ele afirmou ver sua rotina ser modificada por causa da tensão, mas avisou que não deixará a Polícia. Nos últimos dias, a imagem de Prior passou a ser associada à circulação de um vídeo gravado em um vagão do metrô de São Paulo, sem o consentimento do PM, no qual ele aparece, de farda, dando um 'selinho' em outro rapaz. Desde então, relata, recebeu ameaças e cobranças para que pedisse baixa – ou seja, desistisse de ser um policial. Ele está em licença médica desde o último dia 29. O vídeo circulou em grupos de WhatsApp de policiais militares. Prior foi identificado mais facilmente já que, no ato de demonstração de afeto, estava fardado. Ele é assumidamente homossexual. Segundo o ouvidor da PM, o sociólogo Benedito Mariano, o depoimento do soldado foi apresentado ao chefe da Corregedoria, coronel Marcelino Fernandes, para que seja aberto procedimento em um setor do órgão especializado na apuração de casos nos quais os policiais são as vítimas. No depoimento ao ouvidor, tomado na última terça (10), Prior afirmou ter recebido ameaças via telefonemas e redes sociais. Algumas delas teriam sido feitas ao pai do soldado, que é PM da reserva. 15 Reprodução/Facebook O soldado da Polícia Militar de São Paulo, Leandro Barcellos Prior "Conversei com o coronel Marcelino [chefe da Corregedoria] e disse a ele sobre a preocupação com a segurança do policial. A Ouvidoria requereu que a Corregedoria dê uma atenção especial ao caso, por meio do setor de policiais vítimas, que tem expertise para identificar autores de ameaça", disse o ouvidor. "Chama a atenção que todas as mensagens que o soldado recebeu refletem um ódio muito grande e uma forte posição homofóbica –vindas de duas ou três pessoas diferentes", completou. Um dos supostos autores das ameaças, um policial da Rota (tropa de elite da PM), teria sugerido uma ação de apedrejamento ao soldado porque ele teria desonrado a corporação. "Queremos saber se os autores das ameaças são policiais ou não, por isso os casos têm de ser rastreados. Esse PM do Choque, por exemplo, negou ter escrito aquilo e alegou que o perfil dele no Facebook foi hackeado. Isso tudo precisa ser apurado", concluiu o ouvidor. "Quem quer que eu saia da PM, esqueça" Ao UOL, o soldado relatou que o episódio impactou não apenas no trabalho, mas na vida familiar e na rotina do dia a dia. Se vai a alguma atividade de lazer –uma balada, por exemplo --, se sente obrigado a detalhar a pessoas de seu convívio aonde vai, com quem e como vai chegar, para saberem seu paradeiro caso ele sofra alguma agressão ou algo ainda mais sério. 16 "Há um impacto diretamente na vida familiar, não só no meu dia a dia, mas no da minha mãe, do meu padrasto, da minha avó... E eu sempre fui muito ativo: gosto de ir a bares, dar risada, mas agora tenho que constantemente avisar de três a cinco pessoas próximas onde estarei e que meio estou usando, o que gera um estresse muito grande", desabafou. "É como se eu estivesse com uma tornozeleira eletrônica, mas sem ser criminoso." Prior disse que as ameaças não partem de civis e que elas não foram feitas também ao amigo em quem deu o beijo na linha vermelha do metrô. "Elas vêm de dentro, é só militar ameaçando. O problema é comigo, para que eu saia ou me exonere", contou. "O problema da ameaça nem tanto é aquela direta, mas a velada: eles 'vão fazer algo'? 'Eles' quantos? Minha relação com meu pai era ótima, ele sabia da minha condição, mas agora o vínculo quebrou –sem dizer que todos em casa ficam em alerta a todo tempo", narrou. Ele disse confiar na investigação da Corregedoria. "Acredito que haja uma lisura no processo, pelo menos é o que eu espero. Mandei isso também à Secretaria Nacional de Direitos Humanos". "Na inocência ou na presunção de impunidade, pessoas utilizam as redes sociais como se elas fossem um escudo. Esse meu caso mostrou a verdadeira cara da homofobia e do preconceito que já há, dentro da instituição, contra negros e contra mulheres, ainda que mais veladamente. Quando a máscara cai, aparecem meia dúzia de babuínos na rede social xingando e humilhando, mas eles se esquecem que dá para identificá-los, sim", alertou o soldado. Indagado sobre a PM ter se posicionado administrativamente sobre a conduta dele – que, fardado e armado, deveria estar em alerta –, e não sobre os ataques sofridos, o soldado lamentou: "É lamentável e triste que uma corporação que se propõe, por meio de juramento, à defesa da vida, não se posicione firmemente quando alguém afeta contra a sua integridade física", disse. Se pretende pedir baixa da PM, como alguns de seus agressores virtuais chegaram a sugerir? "Em momento algum farei isso. Hei de permanecer na PM e ainda prestar novos concursos internos. Quem quer que eu saia, esqueça", avisou. Em novembro, ele completa quatro anos na corporação. O UOL pediu à assessoria da PM por escrito e por telefone qual a posição da corporação sobre casos de homofobia entre os próprios policiais, sobre eventuais medidas protetivas no caso do soldado Prior e sobre o procedimento na Corregedoria – se já fora instaurada investigação e qual o prazo para finalização dos trabalhos –, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. 17 Corporação precisa repudiar homofobia, defende advogado Para o advogado e ativista de direitos humanos Ariel de Castro Alves, que acompanhou o depoimento do soldado à Ouvidoria na condição de conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana), "é importante que o Comando Geral da PM se manifeste oficialmente contra essas ameaças" para que elas possam cessar. "A PM atua com base em comandos. Se o Comando-Geral rechaçar esse tipo de ataque, diferentemente das declarações do próprio governador [Márcio França], isso tende a parar", disse Alves. Na semana passada, França (PSB) destacou que o código disciplinar da PM "tem regras gerais". "Eu acho que ninguém precisa fazer as coisas ostensivamente. Nesse caso específico, seja namorando com homem ou com uma mulher, não tem sentido um policial fardado ficar fazendo gestos dentro de qualquer lugar público, é desnecessário, parece uma certa provocação desnecessária", reagiu o governador, que disse ainda compreender "um certo constrangimento" à corporação. Conforme o conselheiro do Condepe, é comum instituições militares rechaçarem a homossexualidade. "A própria incitação ao linchamento feita pelo PM da Rota é uma forte prática homofóbica que comprova isso. Em geral, ou essas vítimas são compelidas a pedir baixa, ou essa violência a que são submetidas repercute depois na sociedade. E não só homofobia, mas isso está em treinamentos cruéis e outras situações degradantes – por isso é importante criar nos policiais a consciência de que devem denunciar isso a entidades de direitos humanos e à Ouvidoria". https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/12/e-como-se-euestive-com-tornozeleira-sem-ser-criminoso-diz-pm-ameacado-apos-selinho-nometro.htm PM AMEAÇADO APÓS BEIJAR HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE PROTEÇÃO POLICIAL Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018 A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo disponibilizou nesta sexta-feira (13) proteção policial e colete à prova de balas ao soldado Leandro Prior. Ele prestou depoimento ao órgão na tarde de hoje. Nas duas últimas semanas, o policial tem 18 recebido ameaças de morte e sofrido pressão para deixar a corporação. O motivo: um vídeo, gravado sem o conhecimento do PM, em que ele aparece fardado dando um "selinho" de despedida, em um amigo, na linha Vermelha do metrô. O vídeo circulou em grupos de WhatsApp de policiais militares. A partir daí, o soldado relata ter recebido ameaças de PMs defendendo que ele morra ou peça para deixar a corporação. Uma das mensagens --postada no Facebook e atribuída a um policial da Rota (tropa de elite da Polícia Militar) --defendia o apedrejamento do soldado. O dono do perfil alegou ter tido a conta hackeada e negou ter sido o autor do texto. Ao UOL, após depor na Corregedoria, o soldado afirmou ter aceitado as medidas de segurança propostas, uma vez que, desde a repercussão do episódio, teve de entregar a arma e se licenciou para tratamento psiquiátrico. "A Corregedoria me deu todos os meios possíveis para que eu tivesse segurança e ainda disponibilizou uma linha direta para que, precisando, eu possa entrar em contato com eles. Apresentei as provas das ameaças que recebi, algumas mensagens de ameaças que meu pai [PM aposentado] recebeu e agora aguardo que isso seja investigado com a mesma humanidade e lisura com que fui atendido", afirmou. Segundo o soldado, as ameaças foram feitas por mensagens no Facebook e no Instagram. Outras, mais recentes, chegaram pelo WhatsApp na forma de texto e áudio. Corregedoria investigará PMs envolvidos O corregedor-geral da PM, coronel Marcelino Fernandes, afirmou que Prior foi ouvido e incluído em um programa de proteção ao policial vítima. "Como ele materializou algumas ameaças recebidas, estamos juntando essas provas para instaurar inquérito contra os policiais envolvidos, se comprovado o fato", disse. Fernandes reforçou que a situação em que o soldado se colocou também implicou em "transgressões disciplinares", tendo em vista que, fardado, ele não poderia ter feito demonstrações públicas de afeto. Ao menos quatro policiais heterossexuais foram punidos com reclusão, desde 2001, em função desse tipo de comportamento. "Porque isso [carícias em público, usando a farda] diminui a capacidade de reação do policial. Mesmo estando fora de serviço [Prior, por exemplo, voltava para casa após um dia de trabalho], quando o PM entra no transporte público, ele não paga passagem porque representa ali o estado. Portanto, ele tem que estar atento e voltado à segurança", defendeu. 19 Além da Corregedoria da PM, o soldado também registrou na Polícia Civil as ameaças recebidas, uma vez que haveria agentes da instituição por trás de algumas delas. Apoio de policiais LGBTs Também hoje, o soldado disse ter sido surpreendido por manifestações de solidariedade, feitas pelas redes sociais, por parte de policiais, guardas civis e agentes penitenciários assumidamente LGBTs. Com a hashtag "#somostodosPrior" e fotos alusivas à bandeira colorida do movimento LGBT associadas a mensagens de orgulho pela orientação sexual, os agentes manifestaram apoio a Prior. A campanha foi organizada pela Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBT (Renosp LGBT), entidade fundada em 2010 e que congrega cerca de 60 mil profissionais de segurança pública assumidamente gays, lésbicas e transexuais em todo o país. Segundo o coordenador nacional da rede, o subtenente da PM do Distrito Federal Itamar Matos de Souza, 40, o grupo apoiou o soldado paulista --que é associado- - para que ele soubesse que "não está sozinho". "Fiquei surpreso porque muitas pessoas se dispuseram a me apoiar, um sinal de que as coisas estão mudando", avaliou o soldado. "Digamos que é um assunto que saiu não só do armário, mas dos quartéis", afirmou Prior. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/13/pm-ameacadoapos-beijar-homem-no-metro-de-sp-depoe-na-corregedoria-e-recebe-protecao.htm SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018 20 A hashtag "#somostodosPrior", em apoio ao soldado Leandro Prior, no Instagram Se por um lado gerou uma série de ameaças e de mensagens de conteúdo homofóbico, por outro, a cena em que um policial militar fardado beijando outro homem no metrô de São Paulo despertou também uma onda de solidariedade nas redes sociais por parte de outros militares homossexuais. O caso do soldado Leandro Prior gerou forte repercussão depois de o policial, fardado e já voltando para casa, ter sido gravado, sem seu conhecimento, dando um selinho de despedida em um amigo. O vídeo foi parar em grupos de WhatsApp de PMs, e Prior passou a ser ameaçado de morte e a ser pressionado a pedir exoneração –ele completa quatro anos na instituição em novembro. Nas redes sociais, profissionais ligados à segurança pública, entre os quais bombeiros militares, policiais federais, civis e militares, além de agentes penitenciários e guardas civis, começaram a compartilhar a hashtag "#somostodosPrior" com fotos alusivas à bandeira colorida do movimento LGBT e mensagens de orgulho pela própria orientação sexual. Prior escreveu agradecendo a vários dos autores. A campanha foi organizada pela Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBT (Renosp LGBT), entidade fundada em 2010 e que congrega cerca de 60 mil profissionais de segurança pública assumidamente gays, lésbicas e transexuais em todo o país. A dispersão do termo é feita no Instagram, no Facebook e no Twitter. "Ele não está sozinho", diz PM ativista 21 Segundo o coordenador nacional da rede, o subtenente da PM do Distrito Federal Itamar Matos de Souza, 40, o grupo viu necessidade de apoio ao soldado paulista –que é associado -- a fim de que soubesse que "ele não está sozinho". "Normalmente, as polícias não gostam de associar a farda à orientação diversa da heterossexual, por isso pedimos aos profissionais de segurança que aderissem à campanha também fardados –não só por uma forma de protesto, mas para mostrarmos que não somos poucos e somos de todas as corporações, de todas as forças", disse Souza, que se define gay. "E é um apoio ao Prior que busca dizer a ele: 'você não está sozinho'". Na avaliação do oficial, ações como a campanha de solidariedade ao soldado buscam também "acolher e incentivar" outros profissionais de segurança pública a se assumirem. "Queremos que essas pessoas entendam que elas não são invisíveis e que as barreiras podem, sim, ser vencidas", afirma. Para o coordenador da rede, o impacto de demonstrações de afeto como a de Prior foram menos pelo beijo e mais pelo destinatário do gesto. "Estou há 22 anos na PM e nunca vi um policial ser punido por, mesmo de farda, trocar um gesto de carinho com a esposa ou a namorada, por exemplo. Essa repercussão, sem dúvida alguma, veio porque ele beijou outro homem", definiu. Soldado depõe na Corregedoria da PM Prior depôs hoje Corregedoria da PM em São Paulo depois de a Ouvidoria solicitar que o órgão investigasse o caso. Ao UOL, o soldado disse hoje ter requisitado à corregedoria medidas de segurança, uma vez que, desde a publicidade do episódio, ele teve de entregar a arma e se licenciou para tratamento psiquiátrico. O advogado dele, José Beraldo, afirmou ter requerido à corporação que investigue o caso não como transgressão disciplinar praticada pelo soldado --ele foi advertido por não estar em "situação de alerta", uma vez armado e fardado, durante o ato --, mas como crime de ódio do qual, sustenta, o policial foi vítima. "Se ele estava com o coldre desabotoado, como chegaram a arguir, isso foi no máximo uma falta leve. O fato é que ele ainda está recebendo ameaças contra a vida. Se antes 22 eram por Facebook, agora ele recebe também pelo WhatsApp, e todas, de natureza homofóbica, com ódio", explicou o advogado. "Infelizmente não há ainda lei específica para punir homofobia, mas esperamos que a diversidade seja respeitada pela PM, ainda mais que se fala de um homem que sempre honrou a farda". http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/13/soldado-ameacadoapos-selinho-no-metro-de-sp-recebe-solidariedade-de-policiais-e-agentes-lgbt.htm COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018 A repercussão dos últimos dias sobre a divulgação das imagens do soldado Leandro Prior - que foi filmado sem seu consentimento - dando um selinho em um amigo no metrô de São Paulo revelou que o código disciplinar da Polícia Militar pode ver como afronta "à moral e aos bons costumes" e ao decoro da atividade gestos que facilmente poderiam soar, a qualquer civil, como simples afeto. O soldado passou a ser vítima de ameaças por telefone e redes sociais. Para especialistas em segurança ouvidos pelo UOL, entretanto, enrijecer relações pode afetar negativamente a qualidade do trabalho dos policiais nas ruas e distanciá-los do cidadão. O soldado Leandro Barcellos Prior, da PM de SP, foi filmado dando um 'selinho' em outro rapaz no metrô e passou a receber ameaças de morte 23 Segundo o corregedor-chefe da PM paulista, coronel Marcelino Fernandes, o órgão puniu, desde 2001, quatro policiais - um deles, duas vezes - envolvidos em cinco atos "ofensivos à moral e aos bons costumes". Fernandes classificou os casos como "situações similares" às do soldado, ainda que, em todas elas, embora fardados, os policiais (todos homens) se relacionassem com mulheres. Em um dos casos, de julho de 2004, um soldado foi punido com quatro dias de reclusão por ter trocado beijos e abraços "com uma ex-namorada" dentro de um ônibus. Ele foi flagrado por um oficial, que também era passageiro. Em junho do ano seguinte, outro soldado, fardado e de folga, também viajando de ônibus, foi "surpreendido por um superior hierárquico" trocando "carícias (beijos e abraços)" com uma mulher. Para a Corregedoria, essa "maneira inconveniente" de o PM se portar acabou "ferindo a imagem da corporação" e gerou uma 'transgressão grave" a ele. Em outro caso, um mesmo policial, também soldado, foi punido duas vezes: em 2004, com cinco dias de reclusão, ao ser visto, fardado, aos beijos e abraços com uma "civil branca". Em 2006, ele pegou um dia de reclusão por ter "cumprimentado com beijos no rosto algumas policiais militares femininas", o que contrariou o disposto da corporação que prevê que "não se admitem, em lugar sujeito a administração militar, ou por parte do militar fardado, qualquer que seja o local, cumprimentos constituídos de gestos de intimidade como beijos e carícias faciais". O quinto e último caso elencado pela Corregedoria, e também o mais antigo, registrado em 2001, é o de um soldado que foi visto fardado "aos beijos e abraços com uma moça" em frente ao batalhão onde ele trabalhava. Como o policial não mudou a atitude mesmo com o comandante à vista --"ofendendo, dessa forma, a moral e os bons costumes" --, foi punido com quatro dias de reclusão. "Enrijecer relações impede imagem humana da polícia" Para especialistas em segurança ouvidos pelo UOL, tanto civis quanto militares, o rigor do código de conduta da polícia sobre demonstrações de afeto a PMs fardados mais prejudica que ajuda a fortalecer a imagem da corporação perante a comunidade. "O que coloca em risco a imagem da corporação é proibir esse tipo de comportamento. As relações humanas também são feitas das mais simples demonstrações de afeto, e isso vale para qualquer pessoa –desde que consensual", observou o tenente-coronel da reserva Adilson Paes de Souza. "Se o carinho é consensual, é afeto, acolhimento, respeito –e tenho certeza que proibir isso significa enrijecer as relações interpessoais e causar um distanciamento do policial com o meio 24 em que ele vive, o que estimula, por consequência, uma frieza no trato com o outro", avaliou. Estudioso da defesa dos direitos humanos e crítico da violência policial, Souza ainda ponderou que o estímulo a um policial de trato mais impessoal "pode ser perigoso". "Porque as PMs no Brasil, em especial em São Paulo e no Rio, já possuem elevados índices de letalidade e de violação de direitos humanos", assinalou. "Talvez esse rigor excessivo seja a ponta de um iceberg que explique isso." O tenente-coronel, hoje na reserva, relatou ele próprio já ter cumprimentado outros oficiais, homens e mulheres, de forma mais próxima, com beijo no rosto ou abraço, sem que tenha sido punido por isso. Por outro lado, Souza lembrou de um episódio ocorrido na Academia do Barro Branco, onde os oficiais da PM-SP são formados, em 1983, durante a ditadura militar. Ali, relatou, um dos formandos casados pegou o filho recém-nascido no colo. "Um major que tinha a fama de ser muito rígido afirmou que 'militar não pode carregar pacote'. Aquilo gerou um mal-estar enorme na academia, a ponto de outros oficiais tentarem amenizar. O que me parece é que esse tipo de ditadura ainda não acabou, não rompemos, ainda, com esse passado. É como se eu ouvisse os ecos de 1983 cada vez que eu ouço que um ato de afeto 'ofendeu a honra e os bons costumes'", lamentou. Em que medida um PM demonstrar afeto em público afetaria a rotina funcional dele? "Na realidade, a função do policial é bastante estressante, com elevados índices de suicídio. Enrijecer relações é evitar que esse quadro mude e também impedir que a comunidade tenha uma imagem positiva e mais humana da polícia", respondeu o oficial. "Punição sempre recai sobre praças" Diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno acredita que a corporação deveria condenar ameaças como as sofridas pelo soldado em São Paulo com a mesma veemência com que ataca manifestações públicas de afeto de PMs fardados. "A atitude deveria ser condenar as ameaças, e não como esse soldado se portou. De alguma forma, é cultural o cidadão se espantar com um PM fardado demonstrando afeto, mas o anacronismo está no código disciplinar da corporação dar margem a esse tipo de crítica", afirmou. 25 Na avaliação da especialista, "brutalizar" o PM pela proibição de demonstrações – mesmo não exacerbadas – de afeto não tem o mesmo crivo disciplinar de quando um policial "é flagrado espancando alguém, por exemplo". "No fundo, esse tipo de castigo é usado por superiores que buscam desculpas para punir seus membros, em geral, não oficiais. Não se trata de ser contra a militarização, mas de entender que o código disciplinar existe em uma instituição de castas, o que é muito nocivo e dá margem a esse tipo de situação –a punição sempre recai sobre os praças", observou. "O policial é a representação do estado de manutenção da ordem, logo, entende-se que deva ser neutro, imparcial e sem demonstração de afeto. Mas e se esse soldado [Prior] estivesse dando um 'selinho' em uma mulher? A questão é o fato de ele ser homossexual, então, essa moralidade quase hipócrita é o que de fato está por trás em um caso particular como esse", disse. Corregedor diz que "preconceito é lamentável" Leandro Prior foi alvo de uma série de ataques de natureza homofóbica depois que a imagem do beijo dado em um amigo foi parar em grupos de WhatsApp de policiais. De sugestões de linchamento a pedidos para que ele deixasse a corporação, o PM precisou se licenciar e levou o caso, via Ouvidoria da PM, para investigação da Corregedoria –onde ele é aguardado para depor na tarde desta sexta-feira (13). Entre as ameaças, uma teria partido de um militar da Rota, segundo Prior. O militar nega e diz que seu celular foi hackeado. O corregedor da Polícia informou que, caso a apuração traga elementos suficientes, será instaurado um inquérito militar contra o policial da Rota. Se a Corregedoria descobrir que Prior foi ameaçado e difamado por um civil, o caso será enviado ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Questionado sobre a homofobia relatada pelo soldado, o corregedor disse que isso também está sendo apurado, uma vez que as ameaças teriam sido motivadas por sua orientação sexual. "Ele [Prior] diz que recebeu mais apoio interno do que críticas, inclusive do próprio comandante dele. A sociedade precisa melhorar a cabeça. A gente está no século 21 discutindo essas coisas, como homofobia, racismo, PMfobia, militarfobia. O preconceito é lamentável", disse o coronel Marcelino Fernandes. 26 A reportagem indagou ao corregedor sobre os casos de natureza homofóbica levados ao órgão, mas foi informada por ele que situações assim são classificadas como "injúrias" e analisadas em um volume não informado de ocorrências. Para o juiz do TJM-SP (Tribunal de Justiça Militar de São Paulo) Luiz Alberto Moro Cavalcante, a censura à homofobia nesses crimes de injúria classificados pela PM "não chega ao tribunal". No caso específico do soldado Prior, avaliou, a questão é administrativa e, portanto, não compete ao Poder Judiciário. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/13/como-a-rigidezsobre-demonstracoes-de-afeto-influencia-o-trabalho-da-pm-nas-ruas.htm A FARDA DA ALMA Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP https://www.youtube.com/watch?v=MU-pORXkkjQ https://www.youtube.com/watch?v=GeT0JZLGFTg JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" Mirthyani Bezerra, Uol, 13 de julho de 2018 Era o último mergulho antes de procurar o bar mais próximo para ver a seleção brasileira jogar nas quartas de final da Copa do Mundo. O estudante de publicidade Lucas Acacio de Souza, 23, saiu do mar na praia no bairro José Menino, em Santos (litoral paulista), pegou um cigarro e foi pedir um isqueiro a uns rapazes que estavam na orla. Lucas é gay e conta que depois de pedir o isqueiro foi agredido por pelo menos seis homens porque eles não gostaram da forma como ele falava e gesticulava. O jovem, que é do interior de São Paulo e mora na capital paulista, publicou um desabafo nas redes sociais com uma foto de como o seu rosto ficou após a agressão. À reportagem do UOL, disse que dois homens foram hostis quando ele se aproximou pedindo o isqueiro emprestado e que zombaram da maneira que ele se expressava. "Eu falei para a minha amiga o que tinha acontecido, ela não gostou e foi reclamar 27 com eles. Eles chegaram a bater nela e eu fui defendê-la. Disseram para ela 'seu namoradinho vai apanhar para parar de ser veado' e começaram a me bater", diz. Ele conta que outros quatro homens se juntaram aos dois para agredi-lo. Lucas contou ainda que ele e amiga, que mora com ele em São Paulo, chegaram a Santos na noite anterior para celebrar o encerramento do semestre na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), onde ambos estudam. "Estávamos na praia, nadando, brincando. A gente estava feliz e eles se incomodaram com o meu jeito. Tudo isso aconteceu minutos antes do jogo do Brasil, enquanto todo mundo olhava para a televisão, eu estava apanhando", diz. Na postagem, ele diz ter recebido chutes no estômago e na cabeça, socos na cara e "muita crueldade e covardia" e que chegou a ficar inconsciente por causa dos golpes que recebeu. "Lembro de levantar do chão, pegar minhas coisas e gritar para minha amiga correr dali senão eu iria morrer", desabafou. [A matéria traz link para postagem de Lucas no Facebook, que reproduzo aqui...] Lucas Acacio está em Santos. 9 de julho às 17:09 · No que você está pensando, Lucas ? Estou pensando quantas vezes mais eu vou apanhar ou sofrer qualquer tipo de agressão por uma escolha que não fiz. Antes do ultimo jogo do Brasil lembro de um grupo de pessoas mexendo comigo, me zoando pelos meus trejeitos e voz. Depois lembro de levantar do chão, pegar minhas coisas e gritar pra minha amiga correr dali 28 se não eu iria morrer. O grupo de homens aumentava e a única pessoa que se propôs a nos ajudar foi um morador de rua, que chorando, pediu para entrarmos em qualquer ônibus ali na orla em Santos e descer em qualquer lugar bem lá na frente. Tenho dores em todo o meu corpo, sinto dificuldades nas mais simples atividades. Não aconteceu o pior, só restaram hematomas e dores musculares para tratar e como fiquei inconsciente não me lembro de nada enquanto estava sendo espancado, mas foram chutes no estomago e na cabeça, socos na cara e muita crueldade e covardia de 6 homens. Não ia postar nada, nem falei isso pra ninguém na intenção de apenas esquecer tudo e aproveitar o resto das férias, mas acabei vendo um vídeo onde um pastor diz expulsar um espirito homossexual da casa de uma mãe fiel e enquanto todos na time line estavam rindo da situação, comecei a chorar. Chorar desesperadamente por saber que essa mãe acredita que seu filho tem um espirito ruim que o torna homossexual. A religião nos demoniza de uma forma bizarra e eu fico perplexo. Perplexo também por saber que hoje temos informações postas em nossas mãos e as pessoas ignoram tudo parar seguir dogmas que matam pessoas e deixam a sociedade doente. Esse é o objetivo de seu Deus ? Não foi a primeira agressão que sofri esse ano, quem dirá na vida, mas até quando ? Até quando vão nos matar por sermos do jeito que somos ? Até quando vão ignorar o problema ? Em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram mortos em crimes motivados por homofobia, o número representa uma vítima a cada 19 horas (fonte GGB). Você ai que diz que respeita mas não aceita, que apoia Bolsonaro e seu discurso, que assovia pra mulher na rua, que usa "viado" como xingamento pejorativo, que segue Silas Malafaia, vocês QUE NÃO PARAM UM SEGUNDO PRA OUVIR E SER EMPÁTICO E USAR A INTERNET PRA PESQUISAR UM ASSUNTO SÉRIO ANTES DE VIR COM UM DISCURSO SEM BASE e vocês que não moveram a bunda da cadeira pra ajudar um jovem sendo espancado por 6 caras enquanto sua amiga não podia fazer nada. TODOS VOCÊS são culpados por todas essas mortes e por cada cicatriz que ficará no meu corpo. PAREM DE NOS MATAR! [ https://www.facebook.com/lucas.acacio.902/posts/892478154271878 ] 29 Segundo ele, a única pessoa que o auxiliou foi um morador de rua que presenciou toda a ação. "A única pessoa que se propôs a nos ajudar foi um morador de rua, que chorando, pediu para entrarmos em qualquer ônibus ali na orla em Santos e descer em qualquer lugar bem lá na frente", conta. Lucas diz que, após descer do ônibus, ele e a amiga foram para o hotel onde estavam hospedados e que prestou queixa sobre o fato na terça-feira (10), primeiro dia útil após o feriado. Ele diz ter prestado queixa na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) e que fez exame de corpo de delito ontem no IML (Instituto Médico Legal). Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) afirmou que "o caso foi registrado na Decradi onde a vítima e testemunha foram ouvidas. Foi solicitado exame de corpo de delito e tanto os depoimentos como os laudos serão encaminhados para Santos, que prosseguirá com as investigações". A reitoria da universidade onde Lucas estuda, a PUC-SP, cobrou das autoridades, por meio de nota, que tomem providências sobre a agressão. No texto, a instituição informa que "lamenta profundamente o episódio de violência sofrido pelo estudante", repudia toda e qualquer forma de discriminação e se solidariza com o membro da comunidade universitária. Lucas disse que pretendia não postar sobre o que aconteceu, mas que o fez para dar visibilidade ao problema. "Não foi a primeira agressão que sofri esse ano, que dirá na vida. Mas até quando? Até quando vão nos matar por sermos do jeito que somos? Até quando vão ignorar o problema?", questiona. O estudante disse que está com medo de sair à noite porque os seus agressores ainda não foram identificados. "Eu não tenho medo de continuar me expressando do jeito que sou, mas tenho medo de sair à noite. Um rapaz trombou em mim ontem e eu já fiquei ansioso, porque não lembro o rosto de quem me agrediu", contou. Em 2017, a ONG Grupo Gay da Bahia identificou que 445 assassinatos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram motivados por homofobia, ou seja, uma morte a cada 19 horas. O número foi o maior já registrado pela entidade baiana desde que ela passou a fazer o monitoramento, há 38 anos. Em 2016, haviam sido registradas 343 casos. Dados obtidos com exclusividade pelo UOL em maio mostraram um crescimento de 127% entre 2016 e 2017 das denúncias sobre homicídios praticados contra essa 30 parcela da população feitas ao Disque 100, administrado pelo MDH (Ministério dos Direitos Humanos). https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/13/jovem-diz-que-foiagredido-em-santos-sp-para-parar-de-ser-veado.htm MINISTRO FAZ PRESSÃO POR CARGOS E ABRE GUERRA NO PALÁCIO DO PLANALTO. NOVO TITULAR DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA, PASTOR RONALDO FONSECA ARTICULA NOMEAÇÕES Marina Dias, Folha/Uol, 11 de julho de 2018 No dia 20 de junho, a advogada Eveline Martins Brito foi exonerada do cargo de ouvidora da Presidência da República para dar lugar à teóloga Ivana Araújo Carvalho Gomes, ex-assessora parlamentar e sócia da JB Radiadores, empresa que presta serviços como regulagem de motor e troca de óleo. A nomeação foi ato unilateral do novo ministro da Secretaria-Geral, o deputado licenciado e pastor da Assembleia de Deus Ronaldo Fonseca, que tem demonstrado apetite para nomear funcionários de seu antigo gabinete na Câmara — muitos ligados à igreja— para postos estratégicos no Planalto. Desde que tomou posse como ministro, em maio, Fonseca pressiona para emplacar pelo menos seis nomes na cúpula da Secretaria de Programa de Parcerias de Investimentos, a PPI, dois na Secom (Secretaria de Comunicação Social) e cinco na SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), além da Secretaria de Controle Interno. Os pedidos de Fonseca causaram mal-estar no comando dos órgãos, todos vinculados à Secretaria-Geral, que tentam resistir às demandas sob argumento de que os indicados pelo ministro não têm as qualificações necessárias para ocupar áreas técnicas. No caso de Ivana, por exemplo, o currículo elenca, além da graduação em teologia, seu trabalho como assessora parlamentar de Fonseca na Câmara e cursos de computação, etiqueta pessoal e consultoria de imagem. Inquirida sobre sua experiência como ouvidora, Ivana disse à Folha que no curso preparatório para concursos públicos em que trabalhou por nove anos havia “uma ouvidoria para ouvir as manifestações dos alunos”. 31 O secretário especial da PPI, Adalberto Santos Vasconcelos, colocou seu cargo à disposição ao saber que teria que entregar 6 dos 33 postos disponíveis aos apadrinhados do novo ministro. Alegou que a pasta, com expectativa de gerar cerca de R$ 22 bilhões em receita com concessões este ano, seria desmantelada com as trocas — Fonseca pediu para indicar os cargos mais importantes da PPI, como o de secretário-adjunto, além de outros secretários e diretores. A exemplo do chefe, os demais servidores da PPI também ameaçaram se demitir caso o novo ministro emplacasse seus apadrinhados. A reação deu certo e, por ora, nenhuma nomeação foi feita. Já na Secom, Fonseca conseguiu indicar titulares de dois cargos e, na SAE, faturou dois dos cinco que havia pedido inicialmente. As duas secretarias atendem diretamente ao presidente Temer e tentaram evitar as nomeações, justificando que os cargos estavam preenchidos por pessoas com requisitos não contemplados pelos novos ocupantes. A expectativa do ministro, que disse aos secretários ter “compromissos sociais a cumprir” com as nomeações, era emplacar aliados em cargos de direção, com salários entre R$ 13 mil e R$ 16 mil. Até agora, porém, foram cedidos postos de coordenação, chefia e assessoria, com vencimentos de R$ 9,9 mil. De acordo com assessores, Temer ouviu reclamações e pediu que Fonseca fosse repreendido, assim como seu secretário-executivo, Pablo Tatim, pastor da Assembleia de Deus que tem intermediado os desejos do ministro. Desde então, Fonseca tem tido problemas para remanejar servidores, e o andamento de projetos que dependem de seu aval administrativo tem sido dificultado. A retaliação tem causado lentidão no funcionamento da estrutura presidencial, de acordo com integrantes do Planalto. Fonseca chegou para substituir Moreira Franco, deslocado para Minas e Energia em maio. Sua posse foi articulada para aproximar o governo da bancada evangélica. 32 OUTRO LADO Fonseca afirmou em nota que, desde que tomou posse, “realizou nomeações estritamente dentro da lei e no uso regular das suas prerrogativas institucionais”. “Apenas 8 cargos de chefia e 15 de assessoria”, completou. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/ministro-faz-pressao-por-cargos-eabre-guerra-no-palacio-do-planalto.shtml MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO VAI INVESTIGAR ENCONTRO DE CRIVELLA COM PASTORES Constança Rezende, Estadão reproduzido pelo Uol, 06 de julho de 2018 O Ministério Público do Rio vai investigar o evento promovido pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura, em que ofereceu facilidades a pastores e líderes de igrejas. No evento, divulgado pelo jornal O Globo, Crivella ofereceu auxílio em cirurgias de cataratas e varizes para fiéis e assistência a pastores que tivessem problemas de IPTU em seus templos. Além disso, exaltou o pré-candidato a deputado federal pelo PRB, Rubens Teixeira. O MP informou que a coordenação das promotorias de Justiça da Cidadania vai analisar se houve "inobservância da laicidade do Estado", conferindo tratamento privilegiado aos fiéis de um determinado segmento religioso - o que é proibido pela Constituição e pode, em tese, configurar improbidade administrativa. As falas de Crivella também serão analisadas pela Coordenação de Saúde do MP, para a fiscalização da política de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). Entenda o caso O prefeito (PRB) promoveu um encontro reservado no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura, na última quarta-feira, 4, com pastores e líderes religiosos. Segundo O Globo, os organizadores chegaram a pedir que os participantes não registrassem o encontro. Além disso, solicitaram reivindicações por escrito, relações de suas igrejas e número de fiéis. Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal, discursou por mais de uma hora e exaltou o pré-candidato a deputado federal pelo PRB, Rubens Teixeira. A 33 reportagem divulgou áudios do encontro. Em um deles, Crivella diz que, se "os irmãos" tivessem alguém na igreja com problema de catarata era só procurar um de seus assessores. "É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar e, daqui a uma semana ou duas, eles estão operando", disse o prefeito no áudio gravado pelo jornal. O prefeito também ofereceu ajuda a pastores com problema no pagamento do IPTU. "Igreja não pode pagar IPTU, nem em caso de salão alugado. Mas, se você não falar com o doutor Milton, esse processo pode demorar e demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso", disse. Em nota, a Prefeitura do Rio disse que a reunião citada "teve como objetivo prestar contas e divulgar serviços importantes para a sociedade, entre eles o mutirão de cirurgias de catarata e o programa sem varizes". "Desde o início de sua gestão, o prefeito Marcelo Crivella já recebeu os mais diversos representantes da sociedade civil, para tratar dos mais variados assuntos, tanto em seu gabinete quanto no Palácio da Cidade", informou a prefeitura, por meio de nota. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/07/06/ministeriopublico-do-rio-vai-investigar-encontro-de-crivella-com-pastores.htm IMPEACHMENT DE CRIVELLA SERIA DURO GOLPE NO PROJETO DE PODER DA UNIVERSAL Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 12 de julho de 2018 A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro deve decidir, nesta quinta (12), se abre processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB). Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, ele está sendo acusado de oferecer vantagens a lideranças religiosas em reunião no Palácio da Cidade na última quarta (4). Prometeu ajuda, por exemplo, para encaminhar fieis a cirurgias (ou seja, em tese, furar a fila) e agilizar a isenção da cobrança de IPTU de templos. ''Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem'', disse o prefeito, segundo registro do jornal O Globo. 34 Crivella pode professar o credo que quiser. Mas a partir do momento em que se senta na cadeira de prefeito, deve governar para todos, sem preferências, conforme a Constituição Federal. Que em seu artigo 37o afirma que a administração pública ''obedecerá os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, eficiência e da impessoalidade''. Entenda-se por este último que é proibido privilegiar grupos específicos. Se governos caem ao privilegiar empresas, por que o tratamento seria diferente com igrejas? O principal pecado do prefeito não é fazer um governo guiado pela fé. Mas não governar para todos, frustrando a fé nele depositada pelo restante da população. Em fevereiro deste ano, um temporal atingiu o Rio de Janeiro, deixando mortos por deslizamentos de terra, ruas alagadas, casas destruídas, árvores caídas, vias interditadas, caos no transporte público e problemas no fornecimento de energia elétrica. Enquanto residências pobres das zonas Norte e Oeste afundavam na lama, Crivella estava na Europa a fim de visitar a Agência Espacial Europeia, entre outras instituições na Alemanha, Áustria e Suécia. O prefeito fugiu do Carnaval e do Sambódromo e a cidade ficou sem seu administrador. Do conforto de hotéis que provavelmente não sofrem assaltos (o Rio também passou por uma crise na segurança pública no mesmo período), nem correm o risco de inundação, Crivella mandou um recadinho solidário à população via redes sociais no apogeu do caos: ''Caros amigos, estou acompanhando a situação. O alerta de crise para a chuva intensa foi dada [sic] e a defesa civil foi colocada em prontidão para atuar prontamente em caso de acidentes graves''. O flagra da semana passada não foi a única vez em que Crivella privilegiou sua base religiosa em detrimento ao restante da população, tanto que o Ministério Público entrou com uma ação de improbidade contra ele, citando outros atos a serem investigados. Como eventos de igrejas em escolas públicas e um censo religioso na Guarda Civil. O pior é que ao colocar um credo à frente dos demais, o prefeito acaba por empoderar pessoas que cometem atos de violência contra outras, como aqueles que vitimizam adeptos de religiões de matriz africana. Durante os últimos anos, um naco ultraconservador dos congressistas religiosos formou uma espécie de bancada fundamentalista, crescente e barulhenta, bloqueando projetos de leis que efetivam direitos relacionados à saúde da mulher, educação e questões de gênero – sem contar as tentativa de retrocesso nos direitos já vigentes. 35 Mas, se por um lado, há políticos fundamentalistas cristãos que vociferam contra a dignidade humana, há outros que atuam na defesa dos direitos das minorias, mesmo nos casos em que há conflito com as interpretações hegemônicas de sua própria religião. É importante fazer essa ressalva neste momento de polarização extrema e débil, em que pessoas são julgadas politicamente por sua fé. Como já disse acima, a questão não é a fé. Mas a fé usada como instrumento de um projeto político. O sábio de barba (neste caso, Jesus de Nazaré, não Karl Marx) disse, em Mateus 22:21: ''Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus''. E não: ''César é Deus e Deus é César''. O afastamento de Crivella seria um duro golpe no neopentecostalismo televisivo, que deu um salto, com sua vitória à Prefeitura em 2016, para a implementação de um projeto de poder mais amplo e de longo prazo, visando ao comando do país. Mas talvez isso seja um sinal de que o Rio não tenha que morrer para poder ressuscitar em uma nova vida. https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/07/12/impeachment-de-crivellaseria-duro-golpe-no-projeto-de-poder-da-universal/ IMPEACHMENT NO RIO: CÂMARA REJEITA PROCESSO CONTRA MARCELO CRIVELLA – ENTENDA André Shalders, BBC Brasil, 12 de julho de 2018 A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro rejeitou, nesta quinta-feira, a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Marcello Crivella, por 29 votos a 16. A discussão sobre o possível impedimento do prefeito eleito em 2016 começou depois de uma reportagem da semana passada do jornal O Globo, na qual Marcelo Crivella (PRB) foi gravado oferecendo ajuda a líderes religiosos evangélicos para conseguir cirurgias de catarata e varizes para seus fiéis, entre outras facilidades. Na terça-feira, vereadores contrários a Crivella conseguiram as 17 assinaturas necessárias para convocar a sessão e iniciar o debate sobre o possível impeachment. Durante a sessão desta quinta-feira, houve tumulto nos arredores da Câmara entre grupos que defendiam o impeachment e apoiadores do Crivella. No plenário, faixas 36 carregadas por apoiadores do impeachment no plenário faziam alusão às falas do prefeito, ironizando a recomendação de "falar com a Márcia", uma de suas assessoras, para resolver as questões. Em nota, a prefeitura do Rio havia dito na véspera da sessão que recebia "com tranquilidade" as notícias sobre a possível análise de pedidos de impeachment. "O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, entende que protocolar pedido de impeachment faz parte do jogo político da oposição. Mas tem certeza [de] que tanto a Câmara de Vereadores quanto o Ministério Público vão saber separar o que é realidade do que é manipulação nesse caso", diz o texto. A BBC traz abaixo um guia com três perguntas para entender o que aconteceu no Rio de Janeiro nos últimos dias. O que motivou os pedidos de impeachment? Quantos são? Foram registrados na Câmara de Vereadores do Rio dois pedidos de impeachment contra o prefeito, formulados pelo Psol e pelo vereador Átila Nunes (MDB). Além disso, o Sindicato dos Servidores Públicos do Rio (Sisep) apresentou um terceiro pedido de impeachment à Justiça. Os pedidos foram motivados por uma reportagem publicada na última sexta-feira pelo jornal O Globo. A reportagem flagrou o prefeito numa reunião fora de sua agenda oficial, oferecendo ajuda a pastores e líderes de igrejas evangélicas para regularizar a isenção de IPTU em seus templos e para fazer cirurgias de catarata e remoção de varizes em fiéis - a fala do prefeito foi gravada de modo furtivo e publicada pelo jornal, além de reproduzida no texto dos repórteres Bruno Abbud e Berenice Seara. Em outro âmbito, o Ministério Público local também recebeu representações contra o prefeito, e abriu investigações. "Se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia. É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando", disse Crivella. Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), promete ainda resolver pendências tributárias das igrejas. 37 "Igreja não pode pagar IPTU, nem em caso de salão alugado. Mas se você não falar com o doutor Milton (assessor), esse processo (de isenção) pode demorar e demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem", diz ele. "Contem conosco, este palácio está aberto a vocês. Qualquer coisa, nossa equipe está aqui. Se as igrejas estiverem bem, crescendo, quantas tragédias não vamos evitar?", diz o prefeito. Além disso, Crivella estava acompanhado de ao menos um pré-candidato de seu partido, o PRB, à Câmara dos Deputados. De quais crimes o prefeito foi acusado? Para os adversários de Crivella, a reportagem mostrou que o prefeito rompeu com os princípios da imparcialidade e legalidade da administração pública, além da laicidade (separação entre governo e religião) e do crime de improbidade administrativa. No pedido assinado pelo deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) e pela presidente do Psol do Rio, Isabel Lessa, o prefeito é acusado de "praticar ato incompatível com a dignidade e o decoro do cargo". Ao comparecer ao evento acompanhado de um pré-candidato de seu partido, Crivella teria se usado da estrutura da prefeitura para favorecer o próprio grupo político, sustentam os opositores. "Marcelo Crivella se utilizou indevidamente de bens e serviços da Prefeitura, em proveito próprio e alheio e, deste modo, procedeu de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo, o que deve resultar na cassação do mandato do Prefeito", diz um trecho do pedido de impeachment de Freixo, que foi derrotado por Crivella no 2º turno das eleições de 2016. "(O prefeito) não pode oferecer vantagens pessoais para os 'irmãos da igreja' operarem, nem para os 'pastores com problemas de IPTU', muito menos mudança de ponto de ônibus para porta da igreja. Marcelo Crivella violou o princípio do estado laico e da probidade na Administração", diz outro trecho. Já Crivella argumenta que a reunião com os pastores foi apenas uma dentre várias do tipo realizadas por ele, com vários públicos. Não haveria, portanto, favorecimento. Crivella "já recebeu os mais diversos representantes da sociedade civil, para tratar dos 38 mais variados assuntos, tanto em seu gabinete quanto no Palácio da Cidade", disse a prefeitura, em nota. Como é a base de Crivella no Legislativo? Dos 19 partidos com representantes na Câmara de Vereadores, só dois fazem oposição aberta a Crivella: o PT (2 representantes) e o PSOL (6 cadeiras). E o prefeito do PRB tem se saído vitorioso até em votações de temas polêmicos e impopulares: em junho, aprovou um projeto que taxa as aposentadorias dos ex-servidores da Prefeitura. Foram 28 votos favoráveis e 20 contrários, o que sugere que este seja o tamanho atual da oposição a Crivella dentro da Câmara. À BBC News Brasil, o vereador e ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, ponderou, na véspera da sessão desta quinta-feira, que "numa votação dessas, com a opinião pública (atenta), é difícil prever (o resultado) extrapolando votações anteriores". A principal preocupação de Crivella nos últimos dias foi o MDB. O partido tem a maior bancada, com 9 representantes, e está rachado: abriga tanto o líder da situação, Dr. Jairinho, quanto o autor de um dos pedidos de impeachment, o vereador Átila Nunes. O MDB é também o partido do presidente da Casa, Jorge Felippe. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44787595 CRIVELLA ESCAPA DE IMPEACHMENT, MAS CONTINUA ALVO DE INVESTIGAÇÃO João Soares, Deutsche Welle, 13 de julho de 2018 Câmara do Rio nega abrir processo de afastamento contra prefeito, acusado de privilegiar evangélicos em seu governo. Político ainda terá que responder ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público. A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro rejeitou nesta quinta-feira (12/07), por 29 votos a 16, a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). A votação foi realizada em sessão extraordinária na Casa, que teve seu recesso interrompido. As duas representações contra Crivella, feitas pelo vereador Átila Alexandre Nunes (MDB) e pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), tinham como fato motivador uma 39 reunião secreta realizada pelo prefeito com 250 pastores e líderes de igrejas evangélicas revelada pelo jornal O Globo. No encontro, consta que ele colocou seus assessores à disposição dos líderes religiosos para que tivessem acesso privilegiado a serviços públicos. Crivella sugeriu a possibilidade de mudar o local de pontos de ônibus para mais perto das igrejas e posições melhores em filas de cirurgias na rede pública. "Nós estamos fazendo o mutirão da catarata. Contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então, se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia [assessora]. É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando", disse o prefeito na reunião. "Vamos aproveitar esse tempo que nós estamos na prefeitura para arrumar nossas igrejas. Se vocês quiserem fazer eventos no parque Madureira, está aqui o nosso líder, que é o doutor Valmir. Se vocês tiverem problema, tem o Manassés, o nosso companheiro, que cuida das pessoas com problema de vícios em drogas", acrescentou. O vereador Tarcísio Motta, líder do Psol na Câmara do Rio, defendeu a abertura de análise do impedimento de Crivella na Casa por entender que o prefeito cometeu crime de responsabilidade e improbidade administrativa. "Pouco importa se naquela reunião estavam evangélicos ou sindicalistas. Ao oferecer vantagens aos presentes, ele fere o princípio mais básico do nosso Estado de Direito, que é a igualdade entre todos os cidadãos. Nenhum cidadão, por ser aliado do prefeito, pode ter vantagens sobre os demais", afirmou. O vereador Otoni de Paula (PSC), da base de Crivella, celebrou a decisão da Câmara como a derrota do "golpe". Em sua visão, é falso o argumento de que o prefeito governa para seu grupo religioso. "Isso é história de quem perdeu na urna. Tenho muitas críticas ao Crivella, mas não posso aceitar sacanagem. Vamos passar impeachment produzido por repórter da Globo, por fitinha gravada?", contestou. "Eu era a favor de uma CPI. Agora, os que não passaram o impeachment querem uma CPI". Crivella continua alvo de investigação 40 Apesar de ter obtido vitória na Câmara Municipal, Crivella terá sua força política testada nos próximos meses. Já foram coletadas 16 assinaturas para a abertura da "CPI da Márcia", em referência à assessora citada na gravação. Também nesta quinta-feira, o Tribunal de Contas do Município (TCM) determinou que o prefeito terá 30 dias para apresentar novas informações sobre o déficit de 1,6 bilhão de reais nas contas do ano passado. O relatório do conselheiro Nestor Rocha observou que o prefeito não adotou as medidas necessárias para equilibrar o orçamento anual. Com isso, há indícios de que pode ter havido desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, o Ministério Público Estadual abriu ação de improbidade contra o prefeito na última quarta-feira. Investigações conduzidas pelo órgão desde agosto do ano passado apontam que ele vem utilizando a máquina pública do município para atender a integrantes de igrejas evangélicas. Fora a reunião com pastores no Palácio da Cidade, a promotoria do MP menciona a realização de eventos da igreja dentro de escolas públicas, o corte de patrocínio de eventos religiosos de matrizes afro-brasileiras e o uso gratuito da Cidade das Artes, um pavilhão cultural, para o Festival de Cinema Cristão. Interesse eleitoral O cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, sustenta que as denúncias contra o prefeito merecem investigação, mas avalia que a oposição aproveitou a impopularidade do prefeito para capitalizar politicamente a situação. "A oposição quis marcar posição, ainda mais com o apoio de parte da mídia. Mesmo que o impeachment não tenha sido aprovado, esse movimento ajuda a cristalizar uma imagem negativa do prefeito. O cálculo político do Psol já mira a eleição municipal de 2020 e as eleições estaduais deste ano", analisou. O vereador Tarcísio Motta nega que o movimento pelo impeachment tenha motivação eleitoral. "Não procede, porque o impeachment também favoreceria Eduardo Paes, nosso rival na disputa pelo governo estadual neste ano. Estamos endossando o trabalho de fiscalização que fazemos diariamente." 41 Motta afirmou que os parlamentares do Psol poderão solicitar um novo pedido de impeachment se forem confirmados crimes de responsabilidade no parecer final do TCM. https://www.dw.com/pt-br/crivella-escapa-de-impeachment-mas-continua-alvo-deinvestiga%C3%A7%C3%A3o/a-44655268 https://p.dw.com/p/31MsG SALVO NO RIO, CRIVELLA VOTOU POR AFASTAMENTO DE DILMA POR "GRAVE CRISE ECONÔMICA" Gustavo Maia, Uol, 13 de julho de 2018 Salvo nesta quinta-feira (12) pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro de enfrentar um processo de impeachment, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) votou pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) quando era senador, há pouco mais de dois anos, com base em "indícios de crimes de responsabilidade" e de "uma grave crise econômica, política e social". "Se, de um lado, não resta sombra de dúvida de que a presidenta é honesta e tem relevantes serviços prestados à nação, também não resta dúvida de que há indícios de crimes de responsabilidade cometidos em sua gestão e de uma grave crise econômica, política e social, em tese, advinda dela", declarou Crivella, na sessão do dia 11 de maio de 2016. Na ocasião, ele fez questão de frisar o "pesar" em votar a favor da abertura do processo para investigar supostas irregularidades praticadas na gestão da petista, apoiada pelo senador nas eleições de 2014, quando ele concorreu ao governo do Estado. Ele, inclusive, foi ministro da Pesca e Aquicultura entre 2012 e 2014. Seu partido, o PRB, integrou a base durante o primeiro e parte do segundo mandato de Dilma. Vencedor das eleições municipais de 2016, o ex-senador disse ter enfrentado no seu primeiro ano de gestão "a pior crise econômica e fiscal do Estado e da cidade do Rio de Janeiro", em artigo publicado no jornal "Folha de S.Paulo" em fevereiro passado. Com pouco mais de um ano e meio de mandato, Crivella foi alvo de pedidos de impeachment por conta de uma reunião realizada por ele com um grupo de evangélicos no Palácio da Cidade, na semana passada, quando o prefeito ofereceu 42 facilidades a pastores e líderes de igrejas. A Câmara rejeitou a admissibilidade por 26 votos contra a 19 favoráveis. Diante do resultado, o prefeito afirmou em seu perfil no Facebook que os requerimentos não tinham base jurídica. "Eu quero agradecer a Deus, quero agradecer também aos vereadores da base que com muita firmeza rejeitaram o pedido que não tinha nenhuma base jurídica, não tinha nenhuma razão", disse, em um vídeo. Diferentemente do que acontece com um presidente da República no âmbito do Senado, o prefeito não seria imediatamente afastado caso a Câmara decidisse abrir um processo de impeachment contra ele. Pedidos de impeachment A reunião foi revelada pelo jornal "O Globo" no último dia 5. No dia anterior, Crivella disse ao grupo de evangélicos presentes no encontro, intitulado "Café da Comunhão", que procurassem uma funcionária do gabinete do prefeito a fim de agilizar o agendamento de cirurgias de catarata e varizes na rede pública. Na ocasião, ele também ofereceu ajuda para resolver problemas relacionados à cobrança do IPTU nos templos. Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal, nega ter cometido qualquer irregularidade e diz ser vítima de perseguição religiosa. Dois pedidos de impeachment chegaram à Mesa Diretora, sendo um por iniciativa da bancada do PSOL, que encabeça a oposição, e outro pelas mãos do vereador Átila Alexandre Nunes (MDB) --um terceiro foi enviado por servidores ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Os requerentes alegavam que houve descumprimento decreto-lei federal de 1967, que "dispõe sobre as responsabilidades de prefeitos e vereadores". Crivella teria procedido "de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo" ao oferecer privilégios a determinado grupo de pessoas. Os pedidos de impeachment também argumentaram que Crivella teria cometido crimes de improbidade administrativa e propaganda eleitoral antecipada. Na ocasião do encontro com os evangélicos, o prefeito discursou por mais de uma hora ao lado do colega de partido Rubens Teixeira, pré-candidato a deputado federal pelo PRB. A Procuradoria Regional Eleitoral do RJ apura se houve, de fato, alguma irregularidade. 43 Como Crivella votou no afastamento de Dilma Durante o discurso em que proferiu seu voto, disse que não queria ou desejava, mas cumpria "um duro dever, diante dos fatos, a que me impõe o povo brasileiro, sobretudo a minha gente sofrida e valente, o povo fluminense". O então senador apontou ainda os "riscos do voluntarismo compulsivo dos governos, sobretudo em ano eleitoral, que consiste no exorbitante aumento do gasto público". "... ainda que em projetos sociais de inegável relevância, sobretudo num país de persistente e oprobriosa [desonrosa] desigualdade como o nosso, mas que, à frente, cobram altíssimo preço à estabilidade econômica da Nação", declarou. Crivella destacou que seu voto não era de condenação ou de afastamento definitivo, o que só ocorreu no fim de agosto daquele ano. Na ocasião, ele havia se licenciado para disputar a Prefeitura do Rio e fora substituído pelo suplente, o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ). Depois de citar "palavras imortais" do padre jesuíta Antônio Vieira (1608-1697), Crivella concluiu sua manifestação dizendo que, se o processo contra Dilma deve buscar a Justiça, "peço a Deus que sejamos justos e não justiceiros". https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/07/13/salvo-no-rio-crivellavotou-por-afastamento-de-dilma-por-grave-crise-economica.htm SEM “MÁRCIA” DE CRIVELLA, PACIENTE DO RIO FICA 8 MESES NA FILA POR CONSULTA. PREFEITO FOI GRAVADO OFERECENDO AJUDA DE ASSESSORA PARA AGENDAMENTOS DE FIÉIS Júlia Barbon e Lucas Vettorazzo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018 Enquanto o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), promete a fiéis cirurgias de catarata em “uma ou duas semanas” caso procurem sua assessora Márcia, outros pacientes na cidade aguardam bem mais: oito meses só para a primeira consulta. A estimativa média, de 239 dias de espera, é da própria prefeitura, que tem como meta até 2020 realizar 75% das consultas e exames em 90 dias. A demora é ainda mais longa quando se trata de consultas oftalmológicas pediátricas ou para glaucoma (aumento da pressão ocular) —449 dias e 463 dias, respectivamente. 44 A fila da saúde era uma das principais bandeiras de campanha de Crivella em 2016 e está no centro de uma polêmica que quase levou o prefeito à berlinda na última semana, quando vereadores de oposição se organizaram para votar um processo de impeachment. Ele foi barrado na quinta (12) por falta de votos. A articulação começou após o vazamento de áudios do prefeito durante uma reunião a portas fechadas com 250 pastores e líderes evangélicos. No evento, Crivella ofereceu ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias de catarata, tratamentos de varizes e vasectomias, além de outros benefícios. “É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando”, disse o bispo licenciado em diálogo divulgado pelo jornal O Globo. A fala gerou críticas da oposição e levantou a suspeita de que o prefeito estaria favorecendo um grupo religioso em detrimento da população —o que pode configurar improbidade administrativa. Na rede pública da cidade, há relatos de pessoas que aguardam a cirurgia de catarata, considerada simples, há dois anos. A Folha conversou com uma paciente que espera pelo procedimento desde 2016 e uma agente comunitária da favela da Maré que tenta marcar desde janeiro um exame simples para mudar o grau dos seus óculos, sem sucesso. Ambas pediram para não terem seus nomes divulgados por medo de serem prejudicadas na fila. 45 Apesar dos esforços da gestão Crivella com medidas como o mutirão da catarata —que contratou 2.571 cirurgias desde abril e pretende zerar a demanda na cidade— e o Corujão Carioca —que faz cirurgias à noite e nos fins de semana, replicando o programa do ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB)—, o problema continua distante do fim. Um total de 193 mil pessoas estava na fila para conseguir agendamento de consultas, exames e cirurgias eletivas em julho de 2017, segundo uma auditoria do TCM (Tribunal de Contas do Município) divulgada nesta semana. O clínico geral Igor Saffier, que pesquisou a fila em uma unidade de saúde em 2017, critica a estratégia de mutirões da atual gestão. “São ações válidas para tentar desafogar a fila, mas não vão resolver. É preciso investir na estrutura da saúde básica”, diz. A forma como o Sisreg (Sistema de Regulação) é gerido também está entre as principais críticas a Crivella. O sistema é usado por profissionais da saúde para marcar todos os procedimentos para a população que busca atendimento nas redes municipal, estadual e federal na cidade. A recente auditoria do TCM, porém, concluiu que dados do Sisreg não batem com os atendimentos efetivamente realizados, ou seja, parte deles é feita sem registro no sistema —o que pode indicar má gestão ou desrespeito à fila. 46 Motivados pelo relatório e pelas falas polêmicas de Crivella, vereadores querem agora abrir duas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) para apurar possíveis fraudes. Tanto o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) quanto a Defensoria Pública do estado criticam a falta de transparência da gestão com relação à fila e dizem não ter acesso ao sistema. Segundo a defensora pública Raphaela Jahara, o acesso era franqueado no governo passado. O médico Moisés Vieira Nunes, presidente da Amfac-RJ (Associação de Medicina de Família e Comunidade do RJ), reconhece que a complexidade da rede é grande, mas que alguns problemas no Sisreg contribuem para as longas esperas. “Muitas vagas de hospitais estaduais e federais não entram no sistema.” Além das falhas, existe ainda uma espécie de “fila da fila”, segundo relataram dois servidores da saúde municipal. Na cirurgia de catarata, por exemplo, que é feita na rede privada, quando o paciente consegue marcar uma consulta e é encaminhado ao local, enfrenta uma nova fila. O presidente do Cremerj, Nelson Nahon, ressalta que a falência do governo do estado e a redução de repasses a hospitais federais em 2017 aumentaram ainda mais a demanda nas unidades municipais, que também enfrentam enxugamento de recursos. Somente em 2017, primeiro ano da gestão Crivella, houve corte de R$ 543 milhões (10%), nos repasses para Saúde. A piora do quadro gera um efeito em cadeia. Segundo estudo do Cremerj, 46% dos pacientes que chegam aos hospitais para tratamento de câncer já estão em estágio avançado. “Quem trata é o governo federal, mas quem faz o diagnóstico é a atenção básica do município. Se atrasa no diagnóstico, atrasa também no tratamento”, diz Nahon. MUTIRÃO CHAMOU 65% DA FILA DE CATARATA ATÉ AGORA, DIZ PREFEITURA A gestão Marcelo Crivella afirma que chamou, em pouco mais de dois meses, 65% dos pacientes que aguardam na fila de cirurgia de catarata para realizar sua primeira consulta. Foram 8.525 pessoas convocadas de 16 de abril —início do mutirão— até 29 de junho. 47 Um quarto delas, porém, faltou ao atendimento. No total, a ação já realizou 2.571 operações, o equivalente a 20% da fila da catarata até março, de cerca de 13 mil pacientes. A respeito de pessoas que dizem esperar há mais de dois anos por uma cirurgia, a prefeitura reitera que é preciso avaliar caso a caso e pede que os usuários procurem uma unidade de atenção primária para que seu cadastro e situação clínica sejam atualizados. Também lembra que, em 2016, mais de 90 mil solicitações de serviços foram devolvidas pela central de regulação, órgão que avalia se os pedidos são apropriados ou não. Sobre as suspeitas de fraude no sistema que regula a espera, a Secretaria Municipal de Saúde rebate que não há indícios de que as filas não estejam sendo respeitadas. A gestão Crivella diz ainda que não procede a informação de falta de investimento em atenção básica, uma vez que sete novas clínicas da família foram inauguradas. Cita, enfim, a “difícil situação deixada” pela gestão anterior, de Eduardo Paes (DEM), afirmando que herdou um custo anual de R$ 422 milhões sem recursos para cobri-lo. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/sem-marcia-de-crivella-pacientedo-rio-fica-8-meses-na-fila-por-consulta.shtml MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 O papa Francisco tomou medidas para enfrentar um crescente escândalo de abuso sexual no Chile, mas não abordou um problema mais próximo de sua casa: a própria Cidade do Vaticano não tem diretrizes para proteger crianças de padres pedófilos ou exigir que suspeitos de abuso sejam denunciados à polícia. Sete anos depois de o Vaticano ordenar que todas as Conferências Episcopais do mundo desenvolvessem diretrizes escritas para evitar abusos, cuidar das vítimas, punir os infratores e manter os pedófilos fora do sacerdócio, a sede da Igreja Católica não tem essa política. 48 A lacuna na tolerância zero do pontífice em relação ao abuso é surpreendente, dado que a Santa Sé disse à ONU (Organização das Nações Unidas), há cinco anos, que estava desenvolvendo um "programa de ambiente seguro" para crianças dentro da Cidade do Vaticano. Perguntado sobre as diretrizes prometidas de proteção à criança, o secretário-geral da administração do Estado da Cidade do Vaticano, monsenhor Fernando Vergez, disse à Associated Press que não poderia responder "já que o estudo e a verificação do projeto ainda estão em andamento". Sim, o papa Francisco atualizou em 2013 o código legal da Cidade do Vaticano para criminalizar a violência sexual contra crianças e, no mês passado, o tribunal do Vaticano condenou um ex-diplomata por posse e distribuição de pornografia infantil. E pode-se argumentar que, além da nova lei, uma diretriz por escrito e um programa de ambiente seguro são desnecessários em uma cidade onde apenas um punhado de crianças vive em período integral. Mas milhares de crianças passam pelos muros do Vaticano todos os dias, visitando os museus, participando de audiências e missas papais e visitando a praça de São Pedro e a basílica. Autoridades da Cidade do Vaticano não precisariam procurar muito por ajuda na elaboração de políticas desse tipo. A Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores do papa, seu conselho consultivo de abuso sexual escolhido a dedo, tem um modelo para essas diretrizes em seu site no Vaticano. A ausência de uma diretriz clara tornou-se evidente no final do ano passado, após revelações de que um seminarista adolescente no seminário juvenil do Vaticano havia, em 2012, acusado um dos garotos mais velhos de molestar sexualmente seu colega de quarto. Não houve consequências. A polícia do Vaticano, que tem jurisdição sobre o território, não foi chamada para investigar. Uma série de bispos --incluindo o cardeal Angelo Comastri, vigário de Roma em Roma e arcipreste da Basílica de São Pedro-- disseram que investigaram, mas ninguém jamais entrevistou a suposta vítima. O estudante que apresentou a queixa, Kamil Jarzembowski, foi prontamente expulso do seminário enquanto o seminarista acusado foi ordenado sacerdote no ano passado. 49 A Associated Press descobriu que a vítima desde então apresentou uma queixa formal ao tribunal criminal do Vaticano e as autoridades da igreja italiana lançaram uma investigação canônica sobre o recém-ordenado sacerdote. Mas isso só ocorreu depois que os jornalistas italianos Gaetano Pecoraro e Gianluigi Nuzzi expuseram o escândalo no ano passado, levando o Vaticano a reabrir a investigação. Em seus relatos, a história de Jarzembowski --incluindo todas as cartas que ele enviou às autoridades da igreja, autoridades do Vaticano e o papa ao longo dos anos-- veio à tona. "Naqueles anos, quando eu estava enviando cartas, nunca houve qualquer resposta", disse Jarzembowski à AP. "Eu estava realmente sofrendo, porque o silêncio pode ser uma arma real que te machuca quando você sofre. Você faz uma denúncia e ninguém vai lidar com isso." Oficiais da igreja haviam descontado a queixa de Jarzembowski, alegando que ele só veio a público com isso porque estava rancoroso por ter sido expulso do seminário. Jarzembowski é realmente rancoroso --o estudante polonês teve de se esforçar para encontrar um lugar para morar e uma nova escola para seu último ano do ensino médio. O seminário em questão, a poucos passos do hotel no Vaticano onde o papa Francisco mora, serve como residência para cerca de uma dúzia de garotos de 12 a 18 anos e são coroinhas nas missas papais. Jarzembowski disse que seu colega de quarto foi molestado pelo seminarista mais velho quando ambos eram menores, mas que o abuso sexual continuou depois que o seminarista mais velho completou 18 anos. O status da investigação não é claro. Ligações e emails para a Diocese de Como, que é responsável pelo seminário e está conduzindo a investigação canônica, não foram respondidos. O porta-voz do Vaticano recusou vários pedidos de comentários. Mas a falta de uma investigação completa sobre as reclamações originais de Jarzembowski expôs como a ausência de uma diretriz de tratamento de denúncias de abuso pode ter repercussões. "Se a Santa Sé não pode ser incomodada para proteger o punhado de crianças em seu próprio quintal, como pode proteger os milhões de crianças em seus cuidados em todo o mundo?", perguntou Anne Barrett Doyle, do banco de dados de pesquisa online BishopAccountability.org. "É uma medida pequena, mas reveladora, da desconexão da 50 Igreja Católica quando se trata de seu problema de abuso. Faz promessas que abandona ou esquece quando a atenção do mundo se desvanece." As promessas foram feitas há cinco anos, quando o Vaticano compareceu ao Comitê dos Direitos da Criança da ONU para defender seus esforços para combater o escândalo global de abuso sexual. A Santa Sé argumentou que a convenção dos direitos da criança da ONU era de natureza "territorial" e que a Santa Sé não poderia ser responsável por implementá-la fora dos confins da Cidade do Vaticano. Dentro da cidade, no entanto, disse à ONU que estava tomando medidas extensas para proteger as crianças. Não surpreendentemente, o comitê da ONU rejeitou o argumento da Igreja e pediu que a Santa Sé não apenas cumpra com a proteção das crianças dentro do território do Vaticano, mas globalmente. "Não concordamos com o estreito entendimento da implementação, confinada ao Estado da Cidade do Vaticano", disse Kirsten Sandberg, que era presidente da comissão da ONU na época. O Vaticano deveria informar ao comitê em setembro passado sobre o progresso feito desde sua apresentação de 2013. Sandberg disse que os países estão atrasados nos prazos --a Santa Sé estava 14 anos atrasada quando finalmente apresentou suas respostas em 2013. Ela disse que esperava que a Santa Sé, em seu próximo relatório, seguisse uma recomendação básica para exigir cooperação com a polícia, em vez de manter as investigações exclusivamente internamente. "Eles devem deixar os casos para as autoridades judiciais", disse ela. Tradutor: Thiago Varella https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/07/03/cidade-dovaticano-nao-tem-diretriz-para-combater-abuso-sexual-de-padres-em-seuterritorio.htm A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA 51 Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 Há algumas semanas, o papa Francisco terminou uma de suas missas matinais em Santa Marta e, ao sair, trocou duas palavras com um conselheiro próximo. A pergunta era corriqueira. A resposta foi sincera. —Tudo bem, Santidade? —Muita pressão—, respondeu Jorge Mario Bergoglio. O pontificado do papa Francisco atravessa uma fase decisiva. Após intensos cinco anos e meio, algumas de suas grandes reformas encalharam ou se encontram decolando. A transformação econômica, a estratégia de comunicação do Vaticano, a luta contra os abusos e a transformação da cúria deram resultados díspares. A euforia inicial diminuiu, e também parte do eco midiático. Logo será preciso renovar o impulso reformista com nomeações de cargos relevantes ainda vazios na Secretaria de Estado, no Conselho de Assessores (C9) e em postos estratégicos da área econômica. Em junho teve prosseguimento a acelerada configuração de um colégio cardinalício cada vez mais ao seu gosto, onde os cardeais nomeados por ele já superam o restante. Mas as vozes críticas não param. São setores conservadores. Poucos e muito localizados, principalmente na área norte-americana, dizem fontes de seu entorno. “Lá a direita está organizada e tem dinheiro”, afirma um veterano cardeal. São vozes persistentes, agressivas e, de acordo com algumas das fontes consultadas, já pensam no substituto de Francisco. Às vezes dá a sensação de que o Papa possui mais apoio fora da Igreja do que dentro A ala radical chega com força. Considera que Bergoglio, de 81 anos, não agiu até agora como cabe a um Pontífice. O jornal conservador Il Tempo publicou em sua primeira capa na semana passada com grande destaque e entusiasmo tipográfico: “Habemus Papa”. Uma ironia surgida de um discurso em que o atual chefe da Igreja Católica comparou o aborto por razões médicas (malformações, doenças...), com as práticas nazistas para conservação da pureza da raça. No mesmo sermão, frisou também que uma família é formada somente por um homem e uma mulher, algo que tranquilizou o grupo mais exaltado da Igreja. Como se um Papa pudesse dizer o contrário. “É o chefe da Igreja Católica, não de uma organização progressista. É aberto em questões sociais, mas doutrinalmente é tão conservador ou mais do que Bento XVI. Quem pensa que ele pode aprovar o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo está muito 52 enganado. Essa, evidentemente, não será sua herança”, diz um membro da cúria que trabalha com ele. Francisco absorve a pressão e não costuma transmiti-la. Mas sempre que tem oportunidade de pronunciar um discurso à cúria (e já foram cinco) se queixa dos boatos, da falta de lealdade. Da “desequilibrada e degenerada lógica das intrigas e dos pequenos grupos”, pronunciado nesse Natal no tradicional discurso a seus funcionários. Nos últimos meses foi até mesmo acusado de herege. “Essas críticas mexem com ele. Nunca tivemos na Igreja uma revolta tão forte dos conservadores contra o Papa. Essa frente tradicionalmente é aliada do Pontífice e o que acontece com Francisco é insólito. É difícil entender que passem de adorar Bento XVI a comportar-se assim com Francisco”, diz um conselheiro. A corrente reacionária é liderada pelo cardeal Raymond Burke, e espera que esse pontificado passe à história como algo irrelevante. Mas será nos próximos tempos que ficará clara a dimensão de seu legado, dentro e também fora da Igreja. A missão política dos últimos Papas variou. O polonês Karol Woytila foi o Pontífice que ajudou a derrubar o muro entre o Leste e o Oeste. E o atual —o primeiro em 13 séculos que não vem da Europa— procura derrubar a barreira invisível entre o Sul e o Norte. Tenta fazer isso com a defesa das migrações —ponderada ultimamente quando afirma que só devem chegar os que podem ser recebidos— em atos como a missa em São Pedro de sexta-feira para comemorar o quinto aniversário da viagem a Lampedusa; a ecologia, a qual dedicou uma encíclica e a pobreza. Pode ser vista em todos os seus gestos e nas nomeações da cúpula eclesial. Um dos últimos cardeais, por exemplo, é Konrad Krajewski, chefe do escritório de esmolas. Um homem afastado da arrogância principesca que costumava outorgar o anel e o chapéu vermelho e que conhece de cor o nome de todas as pessoas sem teto que vivem ao redor do Vaticano e da estação de Termini. Tudo isso será sem dúvida parte da marca de Francisco, importante também no mundo laico, onde o impacto social de sua obra é mais apreciado. Porque às vezes dá a sensação de que possui mais apoio fora da Igreja do que dentro, onde quem espera maiores reformas se impacienta e as lutas de poder enlamearam áreas cruciais como a econômica. A corrente reacionária é liderada pelo cardeal Raymond Burke, e espera que esse pontificado passe à história como algo irrelevante As finanças e o céu sempre tiveram problemas. Mas após anos de caos, o Vaticano homologou suas regras e controles às dos outros países. “O Moneyval *o órgão europeu que lida com a lavagem de dinheiro+ certifica tal mudança”, dizem fontes da 53 Santa Sé especialistas na área. O Banco do Vaticano (IOR), que gere por volta de 5,7 bilhões de euros (26 bilhões de reais), fechou mais de 5.000 contas suspeitas desde 2013. O déficit foi reduzido e existem novos órgãos de inspeção. Os banqueiros agora expiam seus pecados nos tribunais e não enforcados. Prova disso é o julgamento por lavagem de dinheiro e desvio de verbas do ex-presidente do IOR, Angelo Caloia, realizado nessa semana. Mas auditores gerais foram demitidos em condições estranhas (espionagem, denúncias de coação e insinuações de corrupção), e cada vez que alguém é contratado para colocar ordem, acaba tosquiado. O chefe de tudo isso era o cardeal australiano George Pell. Uma espécie de superministro das finanças que está há um ano em seu país à espera de julgamento por encobrimento de abusos a menores. Ninguém o substituiu. Francisco decidiu confiar em Pell apesar das suspeitas que o acompanhavam desde Ballarat, sua pequena cidade natal, onde ocorreram centenas de abusos sexuais enquanto ele era padre. Muitos opinam que sua ausência do Vaticano nesse ano foi boa. “Existia uma guerra entre ele e o cardeal Calcagno *ex-presidente do órgão responsável pelo importante patrimônio da Santa Sé: 3.724 unidades imobiliárias no valor de 2,7 bilhões de euros – 12 bilhões de reais –]. Muitos homens lutando por seus territórios, por cada centímetro de poder e influência...”, diz um assessor. O que ninguém compreende é porque um substituto não foi nomeado. “Não é uma boa mensagem”, afirma a pessoa, cética diante da possibilidade de que Pell tenha apresentado sua renúncia ao Papa, apesar de sua negativa a fazê-lo comprometer gravemente a linha de tolerância zero com os abusos, algo crucial ao pontificado. A viagem ao Chile em janeiro, uma peregrinação supostamente tranquila, se transformou em uma embaraçosa tempestade. Uma jornalista perguntou ao Papa sobre os casos de abusos a menores de um padre chileno e o encobrimento do caso por parte do bispo Juan Barros. “Não deveriam tê-lo exposto a essa situação”, diz um funcionário do Vaticano. Francisco escutou a pergunta e respondeu irritado que eram “calúnias” e que não existiam provas. Ele decidiu. “É seu estilo. Acompanha algumas coisas muito de perto. E se perguntam, responde. Mas tem muita popularidade”, afirma um importante membro da cúria. Pouco depois, assumiu o erro, pediu desculpas, iniciou uma grande investigação e realizou uma enorme mudança de atitude que acabou com um convite às vítimas ofendidas no Chile para ir a Santa Marta, e uma histórica limpeza entre os bispos chilenos, que apresentaram sua renúncia em peso. Aquilo foi um ponto de inflexão. Em sua chegada, Francisco anunciou que continuaria com a política de tolerância zero com os abusos sexuais iniciada por Bento XVI. Criou uma comissão pontifícia para prevenir esses casos. Mas as duas vítimas incluídas no novo órgão de prevenção abandonaram a comissão intempestivamente e denunciaram o bloqueio sistemático 54 de suas propostas. Especialmente vindo da Congregação para a Doutrina da Fé dirigida à época pela cardeal Gerhard Müller, como afirmou Marie Collins, grande especialista no assunto e ex-membro da comissão do Vaticano. O cardeal alemão não continuou no cargo. “O Papa demonstrou boa disposição em assuntos concretos, mas não ocorreram mudanças estruturais determinantes que possam se manter depois dele. Quando chegar outro Pontífice, com outra atitude, poderá ocorrer um retrocesso. Essas mudanças estruturais seriam a única coisa que garantiria a segurança das crianças no futuro. Ele agiu bem no Chile, mas isso deveria se estender a toda a Igreja e que não fique restrito a casos isolados”, diz Collins pelo telefone. Após anos de caos financeiro, o Vaticano homologou suas regras e controles às dos outros países Uma vez perguntaram a João XXIII quantas pessoas trabalhavam no Vaticano. Ao que o Pontífice respondeu ironicamente: “Mais ou menos, a metade...”. A realidade é que são por volta de 4.800. Uma pesada estrutura que precisava de uma transformação. Ocorreram nomeações de mulheres, reduziu-se o número de dicastérios (ministérios do Vaticano), a estrutura é mais horizontal. E além do fato de se esperar uma nova Constituição Apostólica da cúria e a certificação de um histórico desgelo das relações diplomáticas com a China (que, segundo fontes conhecedoras do assunto, pode ocorrer em 2019) há concordância de que Francisco realizou uma reforma das formas. “É 100% jesuíta. Entende o Pontificado como uma missão, como se fosse sua diocese”, dizem fontes do Vaticano. E ocorreram mudanças tangíveis empreendidas por Francisco difíceis de se desfazer, como a mudança da residência do Papa a Santa Marta, um movimento para se afastar da clausura autoreferencial do Palácio Apostólico. Um gesto que tem seu reflexo também no empenho pela abertura ecumênica a outras religiões. Mas o que acontecer no próximo conclave determinará se outras mudanças são definitivas. Na quinta-feira 28 de junho, Francisco criou 14 novos cardeais: 11 têm menos de 80 anos e terão voz e voto para escolher o próximo Pontífice. Os cardeais eleitores nomeados por ele (59) já são maioria em relação aos que restam de João Paulo II (19) e de Bento XVI (47). Mesmo que o avanço no controle do colégio não garanta nada (Bento XVI era um dos únicos cardeais que não foram criados por João Paulo II quando o substituiu), agora o órgão de decisão —com 125 cardeais, 5 a mais do que o limite de orientação fixado por Paulo V— tem uma composição mais heterogênea e periférica. Existem cardeais de cinco continentes e 83 países e uma grande parte praticamente não se conhece entre si. Alguns, como o japonês Thomas Aquinas Manyo, nem mesmo falam um idioma, além do latim, que lhes permita se relacionar com seus colegas 55 quando chegar o momento de entrar na Capela Sistina, escrever um nome em um pedaço de papel e prendê-lo em uma corda. As dinâmicas e a influência dentro do conclave estarão mais fragmentadas de agora em diante. Os possíveis lobbies e pressões se diluirão com a multiplicidade de nacionalidades e sensibilidades. Nos corredores do Vaticano sempre existem apostas e muitos se empenham em fazer com o Papa volte a ser italiano. Mas as últimas nomeações não apontam nessa direção. “É possível que o próximo Papa seja novamente americano ou de língua espanhola”, diz um veterano de alto escalão, de modo que representaria 40% dos católicos. É mencionado até mesmo um espanhol: o cardeal Juan José Omella. “Ele trabalhou muito bem é o homem de confiança do Papa na Espanha, uma igreja que aprecia e entende”, afirma a fonte. A Espanha é o único país que contribuiu com um cardeal em cada um dos cinco Consistórios realizados por Francisco (dois no último: Luis Ladaria, prefeito da importante Congregação para a Doutrina da Fé, e o claretiano Aquilino Bocos). Mas para a realização de um conclave, a sede de Pedro deveria ficar vaga. Francisco deu a entender que seguirá os passos de Bento XVI – que renunciou em 11 de fevereiro de 2013 em meio a uma tempestade de escândalos – e se afastará quando não se sentir com forças. “Os anos não passam em vão. E tem uma saúde que não é de ferro. Mas é firme, metódico, trabalhador, se levanta cedo e muito renovado”, frisou o cardeal Bocos ao EL PAÍS um dia antes de sua nomeação. Uma renúncia a curto prazo não parece provável, dizem os especialistas. Entre outras coisas, porque se criaria a situação mais estranha da história da Igreja: três papas convivendo a poucos metros. E com dois já foi um desafio. O papa Francisco cumprimenta seu predecessor, Bento XVI, no dia 28 de junho. VATICAN MEDIA HANDOUT EFE 56 No dia em que foi realizado o consistório, correu o mundo a foto da visita de Francisco a seu predecessor para que benzesse os novos cardeais. “O Papa falso beija o anel do real”, publicou um site. A realidade é que a convivência entre ambos, um fato insólito que poderia ser incômodo, foi excepcional. Por isso o Papa Francisco, diz um interlocutor, ficou tão irritado em março quando o prefeito da Secretaria de Comunicação, monsenhor Dario Viganò, publicou uma carta privada enviada a Bergoglio por Ratzinger. Na carta defendia Francisco das críticas por uma suposta falta de preparação teológica, mas foi escondido um pequeno puxão de orelhas. O escândalo foi enorme e Viganò acabou retirado do cargo em plena reforma da área de comunicação do Vaticano. A mudança na estratégia de comunicação foi apresentada com pompas com gigantescos painéis publicitários na Pizza Navona com a foto do Papa: a melhor marca da Igreja Católica atualmente. Francisco foi a reação audaz e fulgurante da Igreja ao descomunal desprestígio que atravessou Francisco foi a reação audaz e fulgurante da Igreja ao descomunal desprestígio que ela atravessou. Aos ventos de mudança que sopravam no mundo. A Divina Providência entendeu o que estava em jogo. Tudo deveria ser novo. O primeiro Papa jesuíta, o primeiro americano, também o que inaugurou o uso desse nome e o primeiro que conviveu com outro homem que teve o mesmo cargo. A Igreja após Francisco? Um cardeal que participará do próximo conclave explica dessa maneira: “Há mudanças, uma nova atmosfera, a cúria está mais aberta. Mas não está claro o que acontecerá com um novo Papa. A questão está nas pessoas e na mentalidade. Também vimos gritos, discussões, decepções. Devemos esperar, pensar a longo prazo”. Uma medida capaz somente de estabelecer um pontificado. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/06/internacional/1530891730_410753.html GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57 Manifestação contra o endurecimento da lei do aborto na Polônia, na segunda-feira passada, em Varsóvia. CZAREK SOKOLOWSKI AP Faz um ano e meio que o histórico Centro para os Direitos das Mulheres da Polônia perdeu as subvenções do Estado. Depois de revisar o financiamento público das ONGs, o Governo ultraconservador do partido Lei e Justiça (PiS)considerou que os programas da entidade eram discriminatórios. Alegou que a organização e outro punhado de entidades similares discriminavam os homens porque só atendiam mulheres, a maioria sobreviventes de violência de gênero. O paradoxo faz Marta Lempart se contorcer de desgosto. “É mais um capítulo da perseguição do PiS aos direitos das mulheres”, afirma a conhecida ativista feminista. Desde sua chegada ao poder em 2015, o Executivo nacionalista polonês empreende o cerceamento das liberdades civis e direitos sociais, medida que golpeou com mais força as mulheres. O Governo reduziu os projetos de promoção do trabalho feminino, segundo a análise das organizações sociais. Também desde setembro enxugou os programas de atendimento e educação especial para menores incapacitados, o que obrigará muitas mulheres a ficar em casa para cuidar dos filhos. Não é por acaso que a ministra do Trabalho, Elżbieta Rafalska, costuma referir-se às mulheres como um “capital do cuidado”. E prosseguindo com o esquema adotado para o centro de mulheres, o PiS limitou as campanhas públicas contra os maus-tratos e as instituições disponíveis para acolhimento, e introduziu uma taxa para os casos de divórcio, o que é um grande 58 obstáculo para as vítimas da violência de gênero, segundo as especialistas na questão. “E com frequência algum membro do Governo fala em retirar a Polônia do Convênio de Istambul”, critica a engenheira e ativista feminista Anna Prus. O convênio do Conselho da Europa para a eliminação da violência contra a mulher transformou-se em um de seus alvos favoritos. Grupos de mulheres se manifestam contra as políticas restritivas do Governo em direitos reprodutivos, em 2 de julho, em Varsóvia. AP Todos esses elementos não fazem senão aguçar a chaga da violência machista na Polônia, onde são registradas cerca de 67.000 denúncias desse tipo por ano. Cerca de quatro milhões de mulheres polonesas com mais de 15 anos sofreram violência física ou sexual alguma vez na vida, de acordo com os dados compilados pelo instituto Europeu de Igualdade de Gênero (EIGE). “O Governo polonês não parece estar do lado das mulheres”, alerta Agnieszka Bielecka, pesquisadora da Anistia Internacional especializada em questões de gênero. “Além do mais, embora o PiS e outros grupos ultraconservadores e ultracatólicos sejam mais agressivos, a Polônia tem um problema descomunal de machismo também nos partidos de centro e de esquerda”, acrescenta a escritora feminista Krystyna Romanowska. 59 O Governo afirma o contrário, que não existe tal ataque. Vários membros do Governo do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki garantiram que as mulheres polonesas são tratadas “com muito mais respeito” que em outros países da União Europeia. Nada mais longe da realidade, segundo Lempart, iniciadora da Greve das Mulheres na Polônia, que teve repercussão internacional. “E não só pelas políticas. As rádios e televisões públicas e estações religiosas, como a Rádio Maryja, muito próxima ao PiS, emitem constantemente discursos de ódio contra mulheres e propaganda contra as organizações feministas. No domingo de Páscoa, por exemplo, seu sermão dizia que as feministas são terroristas e assassinas”, observa. Uma de suas investidas mais duras foi contra os direitos reprodutivos: os programas de educação sexual foram eliminados das escolas e substituídos por conteúdos de apoio à família. Foi limitado o acesso a métodos contraceptivos e houve um corte do financiamento público à reprodução assistida. Além disso, com o apoio do PiS o Parlamento polonês debate atualmente um projeto de lei que endurece a já draconiana lei do aborto no país, uma das mais restritivas da UE. É o terceiro projeto nessa mesma linha em três anos. “Os direitos das mulheres polonesas estão sob constante ataque e isto se deve fundamentalmente à conexão entre o Governo populista e a Igreja Católica, com a qual tem uma dívida por seu apoio nas eleições”, critica Lempart. “E estão pagando essa dívida com os corpos e as liberdades civis das mulheres”, acrescenta. 60 Manifestação da ‘segunda-feira negra’ em Varsóvia, em outubro de 2016. REUTERS O primeiro projeto, que propunha um veto total ao aborto, levou mais de 150.000 mulheres às ruas em 104 cidades de todo o país. Magdalena Ulanowaska tem na sala de sua casa de Varsóvia uma enorme fotografia desse dia: a “segunda-feira negra”, uma jornada histórica que deu a volta ao mundo. Era a primeira vez que essa arquiteta de 25 anos participava de uma manifestação. Fez isso com dezenas de milhares de mulheres de preto clamando pela liberdade de decidir sobre a maternidade perante um Governo que pretendia abolir por completo a interrupção voluntária da gravidez. No gigante do Leste, mais de 40% de seus quase 40 milhões de habitantes se define como católico. O aborto é um tema controverso que divide a sociedade há décadas. Mas os protestos da “segunda-feira negra” contaram com mulheres que, como Ulanowska, jamais se haviam mobilizado e nunca se haviam pronunciado sobre a interrupção da gravidez, e também com eleitoras do PiS. A crítica internacional ao projeto de lei foi quase unânime. Temeroso dos efeitos colaterais, e com uma atitude que não se repetiu depois com outras de suas polêmicas reformas, o Parlamento polonês —no qual o Lei e Justiça tem maioria absoluta—acabou rejeitando o projeto. Mas a mobilização atingiu um nervo. “E em um movimento de ação e reação, o Executivo ultraconservador do PiS intensificou sua campanha contra os movimentos feministas. Aumentou a repressão nas manifestações, os ataques públicos contra as ativistas e também as represálias a quem participa dos grupos. Somos identificadas em passeatas pacíficas, impõem multas, houve até pessoas demitidas de seu trabalho vinculado à Administração pública por participarem dos protestos. Nós os assustamos, por isso estão criando um clima político para nos reprimir”, afirma Prus, uma das organizadoras da Greve de Mulheres. No final do ano passado, apenas alguns dias depois de uma passeata multitudinária para comemorar a “segunda-feira negra”, a polícia revistou os escritórios do Centro de Direitos das Mulheres e da associação Baba em Varsóvia, Gdansk, Lodz e Zieolona Gora. Promotores da Justiça ordenaram um processo de auditoria econômica contra essas entidades. Os agentes levaram vários computadores e milhares de documentos de seus escritórios, incluindo os arquivos confidenciais de centenas de mulheres que ali recebiam apoio e assessoria. Uma investida que as organizações veem como mais uma manobra de perseguição para assustá-las e fazer com que deixem de participar de atividades como as manifestações contra o endurecimento da lei do aborto. 61 Mas as mulheres não desistem. Desde os inéditos protestos da “segunda-feira negra” as redes de mulheres, que antes eram escassas e pouco organizadas na Polônia, cresceram e se reorganizaram, analisa a filósofa feminista Ewa Majewska. Até mesmo em pequenas cidades polonesas onde antes isso era impensável. Protesto que alimentou outros, como o dos movimentos ambientalistas. “Somos o único movimento que conseguiu impedir uma política do PiS. Ganhamos e continuaremos lutando”, conclui a arquiteta Ulanowska. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/09/internacional/1531142513_966674.html AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018 Afastada do cargo por uma nova lei que reduziu a idade da aposentadoria compulsória, a presidente da Suprema Corte da Polônia, Malgorzata Gersdorf, compareceu nesta quarta (4) a seu gabinete, ampliando assim o confronto entre ela e o governo. Gersdorf e outros 26 juízes seriam obrigados a deixar os cargos depois que idade de aposentadoria foi reduzida de 70 para 65 anos, uma das medidas da reforma aprovada pelo partido governista, o nacionalista Lei e Justiça (PiS na sigla em polonês). Ela, porém, já tinha anunciado que não pretendia aceitar a nova regra e que iria comparecer normalmente a seu gabinete nesta quarta, quando a mudança começou a valer. A legislação também é criticada pela União Europeia. "Eu não me meto em política. Quero defender o Estado de Direito e apontar o limite entre a Constituição e a violação da Constituição", disse Gersdorf aos manifestantes reunidos diante da sede da Suprema Corte. "Espero que a ordem legal seja restabelecida na Polônia", completou. A magistrada foi aplaudida pelos manifestantes que a acompanhavam e que gritaram palavras de ordem como "Constituição", ou "Tribunais livres". A situação da Suprema Corte é confusa: o presidente Andrzej Duda informou na terçafeira (3) a Gersdorf que ela estava aposentada por completar 65 anos e seria substituída temporariamente por outro juiz da Corte, Jozef Iwulski. 62 Mas Gersdorf anunciou que ela indicava o mesmo juiz apenas como um substituto durante sua ausência, na prática demonstrando que pretende seguir no cargo. O jornal local Dziennik Gazeta Prawna resumiu a situação: "Uma Suprema Corte com dois presidentes" O conflito entre a maioria dos juízes da Suprema Corte e o Poder Executivo é mais um capítulo na polêmica entre Varsóvia e Bruxelas sobre as reformas judiciais realizadas pelo governo. A oposição diz que as mudanças nas regras são um ataque à separação dos poderes e beneficiam a sigla no poder. O projeto é criticado pela Comissão Europeia, que iniciou na segunda-feira (2) um novo procedimento de infração contra a Polônia para "proteger a independência da Suprema Corte". Esta é a primeira etapa de um processo que pode chegar à Corte de Justiça da UE e que prevê eventuais sanções financeiras ao país. O assunto foi tema ainda de um debate no Parlamento Europeu nesta quarta. O primeiro-ministro da Polônia defendeu na casa o direito de seu país de "construir seu sistema judicial de acordo com suas próprias tradições". "Unidade na diversidade. Este lema da nossa UE não é um slogan vazio", declarou Mateusz Morawiecki diante dos eurodeputados em Estrasburgo (nordeste da França), antes de defender a necessidade de se respeitar as "identidades nacionais". "Quando acontecem ataques contra o Estado de Direito, não podemos simplesmente ignorar estes fatos dizendo que são questões nacionais", respondeu o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis. Dombrovskis disse ainda que a União Europeia continua aberta ao diálogo e reafirmou sua oposição à substituição de 40% dos juízes da Suprema Corte, uma determinação da nova lei. Na terça-feira à noite, entre 4.000 e 5.000 pessoas se reuniram em Varsóvia para manifestar apoio à presidente da Suprema Corte. Gersdorf agradeceu o apoio e reafirmou que permanecerá no cargo até 2020, de acordo com seu mandato de seis anos, estabelecido pela Constituição. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/07/afastada-presidente-da-supremacorte-desafia-o-governo-da-polonia.shtml 63 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018 64 1. Entrou em vigor, nesta quarta-feira, a polêmica reforma judicial do Governo polonês que abaixa a idade de aposentadoria compulsória dos juízes do Tribunal Supremo de 70 para 65 anos. A controvertida medida (que gerou um processo na União Europeia) força, assim, a saída de 27 dos 72 magistrados do país. A presidente do Tribunal Supremo da Polônia, Malgorzata Gersdorf, de 65 anos, enfrentou o governo conservador ao apresentar-se no trabalho poucas horas depois da ativação da Lei que obriga sua aposentadoria. 65 2. Malgorzata Gersdorf em sua chegada ao Tribunal Supremo da Polônia nesta quartafeira WOJTEK RADWANSKI AFP [crédito da foto] 66 3. Centenas de pessoas manifestaram-se nas ruas de Varsóvia em apoio à presidenta do Supremo polonês. Malgorzata Gersdorf só deveria deixar seu cargo à frente do Supremo —a mais elevada instância de apelação judicial cível e penal da Polônia e também o organismo que valida as eleições nos país— em 2020. WOJTEK RADWANSKI AFP 67 4. Milhares de pessoas saíram às ruas de diferentes cidades polonesas desde a noite de terça-feira para protestar contra a lei do Governo ultraconservador de Lei e Justiça (PiS), pela qual a União Europeia iniciou um processo sancionatório na segunda-feira. Bruxelas acusa a Polônia de prejudicar a independência do Judiciário. AGENCJA GAZETA REUTERS 68 5. O conjunto de medidas, duramente criticadas por Bruxelas e por especialistas e juristas internacionais, também prevê que o presidente tem o poder de decidir, caso a caso, se ele mantém um juiz em seu cargo, se os magistrado solicitar uma permissão especial para seguir trabalhando. Pelo menos 11 juízes do Supremo negaram-se a acatar essa nova norma, argumentando que ela ofende a Constituição do país, e devem deixar seus postos nesta quarta-feira. Outros 16 magistrados tentam estender os prazos. CZAREK SOKOLOWSKI AP 69 6. Centos de pessoas manifestaram-se em apoio à presidenta do Supremo polonês, em Varosvia, o 4 de julho. CZAREK SOKOLOWSKI AP 70 7. Enquanto milhares de pessoas manifestam-se em apoio à presidenta do Tribunal Supremo, o Governo polonês nega as críticas e afirma que que os Estados têm o poder de realizar reformas como essa, argumentando que a União Europeia não pode influir em assuntos nacionais, como o judiciário. WOJTEK RADWANSKI AFP 71 8. Desde que chegaram ao poder em 2015, os ultraconservadores e nacionalistas do partido Direito e Justiça empreenderam uma série de reformas que lhes garantem cada vez mais poder dentro do Estado polonês. Com as reformas do Tribunal Constitucional, a Procuradoria Geral do Estado (agora os promotores dependem diretamente do Ministro da Justiça) e as regras que regulam os meios de comunicação públicos, eles vêm politizando o sistema. A última das reformas, a da Suprema Corte, é outro passo no controle do sistema judicial. WOJTEK RADWANSKI AFP 72 9. Com o processo aberto pela União Europeia contra a Polônia, o país poderia perder seus direitos de voto no Conselho Europeu. A Hungria, que também enfrenta críticas por não respeitar os padrões democráticos, se comprometeu a bloquear essa medida dentro da UE. WOJTEK RADWANSKI AFP 73 10. Centenas de pessoas manifestaram-se em apoio à presidenta do Supremo polonês, em Varsóvia, esta quarta-feira (04/07). CZAREK SOKOLOWSKI AP 74 11. Centenas de pessoas manifestaram-se em apoio à presidenta do Supremo polonês, em Varsóvia, esta quarta-feira (04/07). CZAREK SOKOLOWSKI AP 12. Centenas de pessoas manifestaram-se em apoio à presidenta do Supremo polonês, em Varsóvia, esta quarta-feira (04/07). 75 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/04/album/1530693954_798362.html#foto_g al_1 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018 Direito de imagem DIVULGAÇÃO/ CON MIS HIJOS NO TE METAS Grupos conservadores e religiosos protestam contra educação de gênero e sexual em escolas A disputa sobre o que deve ser ensinado nas salas de aula está quente na América Latina. Em resposta a iniciativas de diferentes governos para incluir educação sexual e questões de gênero no currículo escolar, grupos conservadores e religiosos têm se articulado para combater o que, segundo eles, seria uma intromissão do Estado na educação moral praticada em casa pelas famílias. No Brasil, o movimento Escola Sem Partido acabou emprestando seu nome a um controverso projeto de lei que está em apreciação na Câmara dos Deputado. O texto 76 estabelece regras para a conduta dos professores com objetivo de evitar supostas "doutrinações" em sala de aula e proíbe o ensino de questões de gênero. Nos vizinhos latino-americanos, a resistência conservadora ganhou um lema comum: o "Con Mis Hijos No Te Metas" - em português, "não se meta com meus filhos". O slogan começou a se espalhar pelas ruas e redes sociais do Peru em 2016, quando grupos conseguiram barrar a implementação de parte do novo Currículo Nacional para Educação Básica, e acabou inspirando articulações com o mesmo nome em países como Equador, Chile, Argentina e Paraguai. O inimigo comum é a "ideologia de gênero" - que, na visão desses grupos, seria uma forma de ensinar as crianças erroneamente que elas podem ser, sexualmente, o que quiserem. Todos repetem a mesma identidade visual, baseada nas cores azul e rosa, para marcar o que consideram a diferença natural entre homens e mulheres. Já os grupos que defendem as escolas como promotoras da igualdade de gênero e do respeito à diversidade sexual veem o mundo de forma mais "colorida" e rechaçam o termo ideologia, adotado pelos opositores. À BBC News Brasil, o advogado Miguel Nagib, coordenador do Escola Sem Partido, diz que não mantém articulação com esses grupos, mas reconheceu a semelhança. Direito de imagem DIVULGAÇÃO/ CON MIS HIJOS NO TE METAS ONU tem criticado esses movimentos e se manifestou contra a suspensão do ensino de questões de gênero no Peru 77 "Eu gosto muito dessa expressão, 'con mis hijos no te metas'. É exatamemte isso: os pais querem apenas poder educar os seus filhos. É um direito natural das famílias e estão querendo tirar para virar um Estado totalitário", disse. Os opositores da proposta, por sua vez, dizem que o autoritarismo está em impedir que os filhos aprendam outras perspectivas nas escolas. "O movimento tem uma noção de família em que os pais são proprietários dos filhos. É uma relação muito autoritária", afirma Renata Aquino, docente de história e integrante do movimento Professores contra o Escola Sem Partido. A Organização das Nações Unidas tem criticado esses movimentos e se manifestou contra a suspensão do ensino de questões de gênero no Peru. "Os valores familiares não precisam ser contrapostos pela escola, mas precisam ser colocados em perspectiva, entendendo que existe uma variedade de valores. Temos crianças e adolescentes sofrendo muito com esse apagamento da possibilidade de discutirem sua identidade de gênero", ressalta Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef (órgão da ONU para os direitos das crianças) no Brasil. 'Homem é homem, mulher é mulher' No Peru, o Con Mis Hijos No Te Metas conseguiu levar multidões às ruas em março de 2017, em diversas cidades. Poucos dias depois, o governo peruano baixou uma resolução alterando a redação de alguns trechos do currículo escolar, com objetivo de promover uma "adequação" para superar "mal-entendidos", explicou à BBC Brasil Marilú Martes, na época ministra da Educação peruana. No entanto, um tópico bastante criticado pelo movimento foi mantido: o que regula como deve se dar o enfoque de igualdade de gênero na sala de aula. Ele começa dizendo: "Todas as pessoas têm o mesmo potencial para aprender e se desenvolver plenamente. Igualdade de gênero refere-se à avaliação igualitária dos diferentes comportamentos, aspirações e necessidades de mulheres e homens". O trecho que gerou mais resistência aparece pouco depois e diz: "Embora o que consideramos feminino ou masculino seja baseado em uma diferença biológica sexual, essas são noções que construímos dia a dia, em nossas interações". 78 Direito de imagem DIVULGAÇÃO/ CON MIS HIJOS NO TE METAS 'Grupos evangélicos dizem que estamos confundindo as crianças. Não é verdade', diz ex-ministra da educação Na sequência, o documento orienta o professor a fomentar a "valorização respeitosa do corpo" como forma de "prevenir situações de abusos sexuais". Também chama atenção para a não reprodução de preconceitos como considerar que mulheres limpam melhor ou que homens não são sensíveis. Embora o tópico não aborde diretamente a diversidade de orientação sexual, o Con Mis Hijos No Te Metas considera que o texto promove o homossexualismo. O movimento conseguiu no ano passado uma decisão liminar da Justiça peruana suspendendo o enfoque de igualdade de gênero do currículo escolar. Ainda se aguarda uma manifestação definitiva da Suprema Corte. Cientes de que a vitória não é definitiva, seguem mobilizados, disse à BBC Brasil o porta-voz do movimento, Christian Rosas. "Já estamos anunciando uma nova marcha para garantir que não se volte a implementar uma abordagem que não seja a abordagem humana, isto é, a imposição de uma ideologia (teoria do gênero), independentemente de que alguns possam ou não estar de acordo. Não compete às nossas autoridades decidir, dado que a função do Estado é transmitir um ensinamento a partir da neutralidade e não da imposição ideológica", escreveu, por email. 79 Já a ex-ministra da Educação Marilú Martes, que deixou o governo após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski em março, espera que os sucessivos casos de violência doméstica sensibilizem a Suprema Corte a autorizar a volta do enfoque de gênero na sala de aula. "Grupos evangélicos dizem que estamos confundindo as crianças. Não é verdade. Você não confunde quando informa bem e é isso que faz o Ministério da Educação: informar as crianças e jovens quais são seus direitos", defendeu. "Lamentavelmente, é justamente nas famílias que mais ocorrem violações a meninas menores. Como podemos dizer então que a educação sexual deve ser apenas promovida pelos pais se justamente os pais, tampouco educados, lamentavelmente causam dano a seus próprios filhos?", questionou ainda. 'Erradicar a ideologia de gênero do mundo' Após o sucesso do movimento peruano, algumas dezenas de milhares de equatorianos foram às ruas de Guayaquil e Quito em outubro contra a inserção de artigos que previam ensino de questões de gênero em uma lei de combate à violência contra as mulheres. O texto aprovado não agradou completamente a nenhum dos lados da disputa. Também em outubro passado, após manifestações nas ruas do Paraguai, o então ministro da Educação Enrique Riera determinou a retirada de materiais didáticos, herdados da gestão anterior, que diziam que gênero é uma construção social. "A família tradicional é papai, mamãe e filhinhos. Naturalmente, nós respeitamos as opções diferentes, mas não vamos inculcar (essa percepção) nas escolas públicas", disse Riera à imprensa paraguaia na ocasião. 80 Direito de imagem DIVULGAÇÃO/ CON MIS HIJOS NO TE METAS O Con Mis Hijos No Te Metas do Chile tem marcado oposição às "tomas", movimento liderado por feministas de ocupação de universidades e escolas contra as práticas de assédios sexuais dentro dessas instituições O Con Mis Hijos No Te Metas do Chile, por sua vez, tem marcado oposição às "tomas", movimento liderado por feministas de ocupação de universidades e escolas contra as práticas de assédios sexuais dentro dessas instituições. O movimento critica a interrupção das aulas e apresentou, por meio de parlamentares aliados, um projeto de lei para proibir as ocupações. Iniciativas parecidas com outras denominações também vêm ganhando força em países como México e Costa Rica. O debate no continente, porém, não se limita aos latinos. Recém-eleito para governar a província de Ontario, no Canadá, Doug Ford cumpriu sua promessa de campanha e suspendeu nesta semana o currículo de educação sexual implementado em 2015, que havia sido alvo de protestos. O currículo estabelecia, por exemplo, o ensino sobre diferentes identidades de gênero e abordava a masturbação como algo natural "que muitas pessoas fazem e sentem prazer". Christian Rosas, porta-voz do Con Mis Hijos No Te Metas peruano, disse que tem mantido articulação frequente com esses grupos. Segundo ele, o movimento está presente em todo o continente americano e já inspirou grupos na França, Dinamarca, Japão e Austrália. No Brasil, citou a presença de uma vertente, mas suas páginas no Facebook somam poucas dezenas de seguidores. 81 "Temos reuniões mensais de forma virtual, onde compartilhamos uma agenda e acompanhamos programaticamente as iniciativas que são apresentadas nos diferentes países. Isso nos ajuda a ter uma reação mais sincronizada, compartilhando estratégias sociais, comunicacionais, políticas etc.", contou. "Nosso objetivo é erradicar a ideologia de gênero do Peru, do continente e do mundo. Nesse sentido, as conexões com o Brasil e outros países fazem parte da estratégia programática no curto, médio e longo prazo", explicou ainda. Disputa no Brasil O Escola Sem Partido, criado em 2004, não nasceu com o enfoque em questões de gênero, mas a partir da indignação de Miguel Nagib contra o que considerou uma tentativa de doutrinação do seu filho quando um professor comparou o líder comunista Che Guevara a São Francisco de Assis. As reivindicações se aproximaram, porém, depois que grupos religiosos conseguiram barrar em 2011, durante o governo Dilma Rousseff, a distribuição do material pedagógico "Escola Sem Homofobia", que acabou apelidado de "kit gay" pelos opositores. "A proposta que está no Congresso trata de aspectos políticos, partidários e ideológicos e também dessa questão relacionada à ideologia de gênero. Não acho que seja possível separar uma coisa da outra hoje", afirma Nagib. A proposta em discussão na Câmara dos Deputados prevê, entre outras determinações, que o professor "não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas". Estabelece também que o docente, "ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito". Além disso, proíbe qualquer ensino de questões de gênero. Críticos da proposta dizem que ela tolhe a liberdade de ensino garantida aos professores no artigo 206 da Constituição Federal. Dizem também que a Constituição já prevê o "pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas" nas salas de aula. Afirma, ainda, que a proposta Escola Sem Partido é na verdade uma "cortina de fumaça" para impor o conservadorismo ao ensino no Brasil. 82 Estava previsto que o deputado Flavinho (PSC-SP), relator do projeto de lei, apresentasse seu parecer final nesta semana na comissão especial que está debatendo a proposta. Após uma longa e tensa sessão de debates na quarta-feira, porém, não houve tempo para a apreciação do texto, que agora só deve ocorrer em agosto, após o recesso parlamentar de julho. [Reproduzida pelo Uol: “Como movimentos similares ao Escola sem Partido se espalham por outros países”, Mariana Schreiber, BBC Brasil reproduzida por Uol, 13 de julho de 2018] https://www.bbc.com/portuguese/geral-44787632 https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2018/07/13/como-movimentos-similaresao-escola-sem-partido-se-espalham-por-outros-paises.htm CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA Uol, 14 de julho de 2018 Escolas públicas e privadas de Campina Grande (a 130 quilômetros de João Pessoa) estão proibidas de abordar em sala de aula conteúdos que tratem da questão de gênero. A proibição veio através da lei municipal n° 6.950/2018, sancionada no início de julho pelo prefeito da cidade, Romero Rodrigues (PSDB). Segundo o texto, a fiscalização e aplicação das penalidades devem ser feitas no prazo de 60 dias. A lei destaca que é considerado material impróprio ou inadequado para crianças e adolescentes aqueles já impróprios nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que contenham imagens ou mensagens sexuais com conotação intencionalmente erótica, obscena ou pornográfica, material relacionado à ideologia de gênero ou qualquer outro que venha a ser assim considerado. O vereador Pimentel Filho (PSD), autor da lei, disse que não há motivo para polêmica. "Tentaram colocar essa discussão no plano nacional, depois no estadual e por último no municipal, e não conseguiram. O pessoal quer confundir, quer polemizar. A lei não coloca mordaça em ninguém, ela agora existe para que não se burle a grade curricular", destacou. Segundo Filho, a lei segue tratados internacionais, a Constituição Federal do Brasil e prioriza a família. 83 "O projeto foi aprovado por ignorância" "Essa lei é um retrocesso", disse Herry Charriery Santos, presidente da Comissão de Diversidade e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil de Campina Grande (OABCG). Segundo ele, até a próxima semana, a comissão vai entrar com medida judicial para derrubar a lei. "Existem várias outras ações no Brasil inteiro questionando a legalidade dessa lei. Só nos resta fazer esse enfrentamento", declarou. O presidente da comissão comentou também o fato de o projeto de lei ter sido aprovado por unanimidade na Câmara dos Vereadores de Campina Grande. "Embora seja uma lei cheia de vícios, passou porque a Câmara tem uma base de vereadores conservadores. A discussão sobre gênero acaba sendo distorcida. O projeto foi aprovado por ignorância", afirmou Santos. Por fim, ele disse que a comissão da OAB considera a lei como uma tentativa de 'amordaçar' os professores na sala de aula, uma vez que está prevista a aplicação de multa para quem descumpri-la. O alvará de funcionamento das escolas também pode ser suspenso, em caso de descumprimento, conforme o texto publicado no semanário oficial da cidade. Pelo país Na semana passada, o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu uma lei municipal de Foz do Iguaçu (PR) semelhante à que foi aprovada em Campina Grande, que proibia a veiculação de conteúdo relacionado à 'ideologia de gênero' ou à orientação sexual, e mesmo ao termo gênero. Em sua decisão, o ministro afirmou que parece equivocada a disposição, por meio de lei municipal, acerca de conteúdo curricular e orientação pedagógica da rede pública de ensino. Na quarta-feira (11), uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para tratar da Escola Sem Partido, projeto que também prevê tirar da sala de aula temas com "conteúdo de gênero" ou "orientação sexual", teve uma sessão longa e tensa, e não houve tempo para ser colocado em votação o relatório do deputado Flavinho (PSC-SP). O assunto será retomado após o fim do recesso parlamentar. 84 https://educacao.uol.com.br/noticias/2018/07/14/campina-grande-proibe-discussoessobre-genero-na-sala-de-aula-oab-protesta.htm STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 O PSOL ajuizou, no Supremo, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 522 contra leis dos municípios de Petrolina e Garanhuns, em Pernambuco, que aprovam o plano municipal de educação e vedam políticas de ensino com informações sobre gênero. Segundo o partido, as normas municipais - Leis 2.985/2017 e 4.432/2017, respectivamente -, invadem competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional, conforme estabelece o artigo 22, inciso XXIV, da Constituição Federal. As informações foram divulgadas no site do Supremo processo relacionado (ADPF 522). Ao vedar a adoção de políticas de ensino que façam referência à diversidade sexual, sustenta a legenda, as leis municipais pernambucanas "desrespeitam normas editadas pela União, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996) e o Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014), de observância obrigatória por todos os entes federados". O PSOL sustenta também que a Constituição "adotou a concepção de educação como preparação para o exercício de cidadania, respeito à diversidade e convívio em sociedade plural, com múltiplas expressões religiosas, políticas, culturais e étnicas". Assim, o banimento de determinado tema do sistema educacional pela via legislativa seria "incompatível com o direito público subjetivo ao acesso a ensino plural e democrático". Além disso, segundo o site do Supremo, a legenda sustenta que ao sonegarem dos estudantes a discussão sobre sexualidade e diversidade de gênero, as leis locais "contribuem para perpertuar a cultura de violência, tanto psicológica quanto física, contra as mulheres e a população LGBT do país, distanciando-se do objetivo constitucional de construir uma sociedade livre, justa e solidária (artigo 3.º, inciso I)". O relator, ministro Marco Aurélio, pediu informações aos prefeitos de Petrolina e Garanhuns e às Câmaras Municipais e, na sequência, a manifestação da AdvocaciaGeral da União (AGU) e o parecer da Procuradoria-Geral da República. 85 "A racionalidade própria ao Direito direciona no sentido de aguardar-se o julgamento definitivo", afirmou Marco Aurélio, em decisão monocrática. Defesas A reportagem fez contato com as prefeituras de Petrolina e Garanhuns, mas não havia recebido respostas até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação. https://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2018/07/18/stf-questionacidades-do-pe-sobre-leis-que-proibem-debate-sobre-genero.htm 86 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA - PE 87 [Ver, no link do STF, a seguir, o item 1 - Petição inicial (37879/2018) - Petição inicial] 88 Sobre o autor do projeto aprovado, Elias Passos Jardim (PHS), informações do Facebook do vereador... “Sou colono do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho. Resido no N-7. Sou membro da Assembleia de Deus em Petrolina e fui eleito como vereador em 2012 representando o Projeto Cidadania” https://pt-br.facebook.com/eliaspassos.jardim (acesso em 20 de julho de 2018) Gazeta do Povo, Eleições 2016, Guia dos Candidatos Nome completo: Elias Passos Jardim Sexo: Masculino Idade: 61 anos Data de nascimento: 12/01/1955 Ocupação: Vereador Grau de instrução: Ensino Fundamental Incompleto Situação da candidatura após eleição: Eleito por quociente partidário [Alguns dos dados apresentados pela Gazeta do Povo...] https://especiais.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2016/petrolina-pe/vereador/eliasjardim-31031/ https://doem.org.br/pe/petrolina/diarios/previsualizar/xoN82DjZ?filename=DOEpe_petrolina-ed.1812-ano.7.pdf&_cb=20171220190758 (Diário Oficial Prefeitura Municipal de Petrolina – PE, edição 1812, ano 7, 20 dez 2017, ver pp. 8-9... Lei n. 2985, de 19 de dezembro de 2017) https://pontocritico.org/wp-content/uploads/2018/01/lei-2.985.17-Genero-nasescolas-Elias-Jardim.pdf http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP rocessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=5485351 (acesso em 20 jul 2018) ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, 89 RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 https://www.psol50.org.br/wp-content/uploads/2018/06/ADPF-522_Pernambuco.pdf https://drive.google.com/file/d/1G5n1Id-AQyHUc4-K041899MFFp_1Z_S/view?usp=sharing MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 CAMPOS & PEDROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR MARCO AURÉLIO DA SUPREMA CORTE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N° 522 Arguente: PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) Arguido: MUNICÍPIO DE PETROLINA Relator: Ministro Marco Aurélio MUNICÍPIO DE PETROLINA, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº 10.358.190/0001-77, com sede administrativa na Av. Guararapes, nº 2114, Centro, Petrolina/PE, na pessoa de seu representante legal prefeito, MIGUEL DE SOUZA LEÃO COELHO, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF sob o nº 070.963.824-88, residente e domiciliado na Rua Villa Lobos, nº 08, Condomínio Portal das Águas, Município de Petrolina/PE, por meio de seus advogados, que esta subscrevem (mandato em anexo), vem perante Vossa Excelência manifestar-se quanto à presente arguição de descumprimento de preceito fundamental. 1. DO BREVE ESCORÇO FÁTICO Trata-se de arguição de descumprimento de preceito fundamental, com pedido de medida liminar, proposta pelo PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) tendo por objeto a análise da LEI Nº 2.985, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017, que em suma proíbe as atividades pedagógicas que visem a reprodução de conceito de ideologia de gênero, na grade de ensino da rede municipal e da rede privada de Petrolina. O teor do dispositivo impugnado encontra-se transcrito a seguir: 90 Art. 1º Fica proibida na grade curricular da rede municipal de ensino e da rede privada do município de Petrolina-PE, a disciplina denominada Ideologia de Gênero, bem como toda e qualquer disciplina que tente orientar a sexualidade dos alunos ou que tente extinguir o gênero masculino ou feminino como gênero humano. Art. 2º Fica proibido em todas as unidades escolares da rede de ensino público e privada do município de Petrolina PE, a utilização, elaboração, publicação, exposição e distribuição de quaisquer livros didáticos, ou não, que versem ou se refiram, direta ou indiretamente, sobre ideologia de gênero, diversidade sexual e educação sexual. Paragrafo único. Fica proibido nas bibliotecas municipais a exposição e distribuição de quaisquer livros, didáticos ou não, que versem ou se refiram, direta ou indiretamente, sobre ideologia de gênero, diversidade sexual e educação sexual. O arguente sustenta, em síntese, que os atos normativos contrariam dispositivos da Constituição Federal concernentes ao objetivo constitucional de “construir uma sociedade livre, justa e solidária” (art. 3º, I), ao direito a igualdade (art. 5º , caput), à vedação de censura em atividades culturais (art. 5º , IX), ao devido processo legal substantivo (art. 5º , LIV), à laicidade do estado (art. 19, I), à competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV), ao direito à liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II), e ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III). De início, o autor sustenta a inconstitucionalidade formal da disposição sob invectiva, a qual teria sido editada em ofensa à competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional, nos moldes do artigo 22, inciso XXIV, da Carta da República. Alega, também, que a norma hostilizada afrontaria o princípio da isonomia, previsto no artigo 5°, caput, da Carta Maior, pois, segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de natureza alguma (embora localizar as diferenças existentes seja importante para gerar a equidade). E, ainda, a violação aos arts. 205 e 206, da Constituição Federal, pois a Lex mater adota a concepção de educação como preparação para exercício de cidadania, respeito à diversidade e convívio em sociedade plural, com múltiplas expressões religiosas, políticas, culturais e étnicas. E, por fim, aduz que houve o estiolamento da laicidade, haja vista que o vereador evangélico Elias Jardim (PHS), com a bíblia sobre o púlpito, falando em “nome de Deus” e argumentando “defesa da família e das crianças de Petrolina”, aprovou o projeto de lei nº 132/2017, no dia 7 de dezembro de 2017. Após ter sido sancionado pelo prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, o projeto tornou-se a Lei nº 2.985, ora objurgada. Diante disso, o autor pede a suspensão cautelar dos efeitos do artigo 2º, caput e parágrafo único, da Lei municipal n° 2.985/2017 e, no mérito, a declaração da inconstitucionalidade do dispositivo legal mencionado. O processo foi despachado pelo Ministro Relator Marco Aurélio, que, nos termos do artigo 5°, § 2°, da Lei n° 9.882, de 03 de dezembro de 1999, solicitou informações às autoridades requeridas, bem como após a respectiva manifestação determinou a oitiva da Advogada-Geral da União e o parecer da Procuradoria-Geral da República. 91 2. DA INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR. Como visto, o arguente questiona a validade do artigo 2, caput e parágrafo único, da Lei municipal n° 2.985/2017. Há de ser mencionado que a Constituição Federal em seu art. 22, parágrafo único, oportuniza aos Estados-membros, quanto aos temas delineados no artigo mencionado, dispor sobre questões específicas, como é o presente caso. Na mesma linha, o artigo 24, inciso IX, da Carta da República estabelece a competência legislativa concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal para dispor sobre educação e ensino, cabendo ao ente central a primazia acerca da elaboração das normas gerais sobre a matéria, de modo a fixar, no interesse nacional, as diretrizes que devem ser observadas pelas demais unidades federativas. Por sua vez, aos Estados e ao Distrito Federal cabe suplementar a legislação nacional, o que significa, nas palavras de José Afonso da Silva, "o poder de formular normas que desdobrem o conteúdo de princípios ou normas gerais ou que supram a ausência ou omissão destas”.1 Nesse mesmo viés o doutrinador Diogo de Figueiredo Moreira Neto dispõe: “Normas gerais são declarações principiológicas que cabem à União editar, no uso de sua competência concorrente limitada, restrita ao estabelecimento de diretrizes nacionais sobre certos assuntos, que deverão ser respeitadas pelos Estados-Membros na feitura de suas legislações, através de normas específicas e particularizantes que as detalharão, de modo que possam ser aplicadas, direta e imediatamente, às relações e situações concretas a que se destinam, em seus respectivos âmbitos políticos”. 2 No presente caso, nota-se que o Município de Petrolina atuou de maneira a suplementar a legislação federal e, portanto, não há qualquer inconstitucionalidade formal como aponta a arguente, bem como restam ausentes os pressupostos essenciais para a concessão da tutela liminar requerida. Outrossim, é de suma importância destacar que a educação, na acepção pura da palavra, leva a muitos a acreditar que se restringe, apenas e tão somente, a sala de aula, mas percebe-se que a educação se espraia por toda a sociedade – em todos os âmbitos – a educação está presente, ou seja, do convício social, das relações interpessoais, etc. O direito à educação, hodiernamente, traz arraigado em seu conceito o enaltecimento da dignidade da pessoa humana (fundamento da Constituição Federal, insculpido no art. 1º) já que a educação se torna uma necessidade inerente ao ser humano para viver no mundo globalizado contemporâneo. Com a promulgação da Constituição de 1988 os avanços na área foram os mais variados, principalmente, na consagração da efetividade do direito a educação, entre eles destaca-se: a) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e demais dispositivos legais e normativos, como o Plano Nacional da Educação; b) O Lançamento, em 2007, pelo Ministério da Educação, do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). 92 Dirley da Cunha Júnior3 e os demais doutrinadores classificam como direito fundamental social, sendo direito e dever de todos, conforme se especificou no art. 205 da Constituição Federal: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Na preservação de tal direito os Tribunais vem ratificando tal entendimento, conforme se verifica no julgado do Tribunal de Justiça do Paraná: REEXAME NECESSÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ACESSO À EDUCAÇÃO. INOBSERVÂNCIA PELO ALUNO DO PRAZO PARA PAGAMENTO DA MATRÍCULA. FALTA DE INFORMAÇÃO. DESPROPORCIONALIDADE DE ATO QUE VEDA A MATRÍCULA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO PRIVADO. INTELIGÊNCIA DO ART. 205, CF. DEVER DE SE PROCEDER À MATRÍCULA. SENTENÇA MANTIDA. - Art. 205, CF: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (TJ-PR - REEX: 7114912 PR 0711491-2, Relator: Ângela Khury Munhoz da Rocha, Data de Julgamento: 15/02/2011, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 78) Sendo certo que, a ausência do cumprimento de tal preceito constitucional, garante ao titular do direito (todos) – valer-se de ação judicial competente para compelir o Estado4 para garantir a efetividade do preceito constitucional. A importância da educação no país traduz, também, através do dever da União destinar e assegurar a disponibilidade de recursos suficientes aos entes federativos5, que servem para a erradicação das desigualdades regionais. Como se trata de um direito fundamental – trata-se de norma constitucional de plena eficácia, segundo o doutrinador José Afonso da Silva, são aquelas normas que não necessitam de nenhuma regulamentação para que ocorra a devida efetividade da norma constitucional, isto é, a sua literalidade se perfaz por si só, sem auxílio de nenhuma outra norma superveniente para a sua concretização. Nesse desiderato, verifica-se que, o direito à educação se estende do nível inicial até o nível superior, assim, amparado pelo dever constitucional, cabe a União e aos demais entes federativos assegurar a efetividade de tal direito, portanto, cabe ao Município de Petrolina, no uso de suas atribuições legais, complementar a legislação federal, haja vista que tem competência para legislar sobre matéria de interesse local, e como todos os demais entes possui poder de autolegislação como decorrência de sua autonomia, axioma indelével republicano. 3. DA CONCLUSÃO Por todo o exposto, o Município de Petrolina manifesta-se pelo indeferimento do pedido de medida cautelar veiculado pelo arguente. São essas, Excelentíssimo Senhor Relator, as considerações que se tem a fazer em face do despacho proferido em 20 de junho de 2018, a respeito da inexistência dos pressupostos inerentes para a concessão do pedido liminar. 93 Finalmente, pede e requer EXPRESSAMENTE que todas e quaisquer publicações/intimações relativas ao presente feito sejam feitas em nome dos patronos,DELMIRO DANTAS CAMPOS NETO, OAB/PE 23.101, LUIZ OTÁVIO MONTEIRO PEDROSA, OAB/PE 17.597, MARIA STEPHANY DOS SANTOS, OAB/PE 36.379 sob pena de nulidade dos atos processuais Recife, 04 de julho de 2018 DELMIRO CAMPOS OAB/PE 23.101 LUIZ OTÁVIO PEDROSA OAB/PE 17.597 MARIA STEPHANY DOS SANTOS OAB/PE 36.379 [Notas de rodapé do original] 1 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 30" ed. São Paulo: Malheiros, 2008, p. 481. 2 MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Competência concorrente limitada: o problema da conceituação das normas gerais. Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 25, n° 100, out./dez. 1988, p. 159. 3 CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. Bahia: juspodivm. 2008. p. 703. 4 CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. Bahia: juspodivm. 2008. p. 703. 5 Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. § 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213. § 3º - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação. § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários. 94 § 5º - O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida, na forma da lei, pelas empresas, que dela poderão deduzir a aplicação realizada no ensino fundamental de seus empregados e dependentes. § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) [CAMPOS & PEDROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS é de Recife - PE] [Ver, no link do STF, a seguir, o item 11 - Petição de apresentação de manifestação (45096/2018) - Petição de apresentação de manifestação ] http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP rocessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=5485351 (acesso em 20 jul 2018) REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE Mendes e Nagib Advogados Excelentíssimo Senhor Ministro Marco Aurélio Supremo Tribunal Federal Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 522 REQUERENTE: PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL) INTERESSADOS: PREFEITO DO MUNICÍPIO DE PETROLINA, CÂMARA MUNICIPAL DE PETROLINA, PREFEITO DO MUNICÍPIO DE GARANHUNS, CÂMARA MUNICIPAL DE GARANHUNS Associação Escola sem Partido, pessoa jurídica de direito privado, com registro no 1o Ofício de Notas, Registro Civil e Protesto, Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas do Distrito Federal, sob o número 3.542 (doc. 01), com sede no SHN Quadra 01, Edifício Le Quartier, sala 1418, Brasília-DF, CEP 70701-000, CNPJ nº 23.857.417/0001-70, vem, respeitosamente, por seu advogado (doc. 02), com fundamento no artigo 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99, requerer o seu ingresso nos autos da ADPF em epígrafe, na qualidade de amicus curiae, pelos motivos que passa a expor: 95 1. O Movimento Escola sem Partido ‒ que deu origem à associação homônima, criada em 2015 ‒ surgiu em 2004 como reação a duas práticas ilícitas que se disseminaram por todo o sistema de ensino no Brasil: de um lado, a doutrinação ideológica e a propaganda política e partidária nas salas de aula e nos livros didáticos; de outro, a usurpação ‒ pelas escolas e pelos professores ‒ do direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos. 2. Iniciativa de um pequeno grupo de pais, estudantes e professores, organizados sob a liderança do advogado Miguel Nagib, presidente da associação requerente, o Escola sem Partido se transformou, ao longo desses 14 anos, na principal referência sobre o tema da instrumentalização política, ideológica e partidária do sistema educacional. Conhecido nacionalmente, o movimento congrega milhares de apoiadores em todo o país, contando com mais de 170 mil seguidores nas redes sociais (Facebook e Twitter). 3. Sua página na internet ‒ www.escolasempartido.org ‒ é a única em língua portuguesa inteiramente dedicada ao problema do abuso da liberdade de ensinar do professor, em prejuízo da liberdade de aprender e da liberdade de consciência e de crença dos estudantes, e do direito dos seus pais a que eles recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. 4. Conforme o art. 3º do seu estatuto social, a associação requerente foi criada para: I - combater a instrumentalização do ensino para fins ideológicos, políticos, partidários ou corporativos; II - defender e promover a liberdade de consciência e de crença e a liberdade de aprender dos estudantes; III – defender e promover o pluralismo de ideias e o princípio constitucional da neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado, no ambiente acadêmico; IV – defender o direito dos pais dos estudantes sobre a educação moral de seus filhos, nos termos do art. 12, IV, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 5. Em suma, o fim último da requerente e do Movimento Escola sem Partido é fazer com que a Constituição Federal e o art. 12, IV, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos ‒ segundo o qual “os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções” ‒ sejam respeitados dentro dessas diminutas frações do território nacional que são as salas de aula. 96 6. Vem daí o interesse da requerente no objeto das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental em epígrafe, onde se discute sobre a constitucionalidade de leis municipais que impedem a veiculação da chamada “ideologia de gênero”, nas escolas pertencentes aos sistemas de ensino dos municípios de Garanhuns e Petrolina. 7. Trata-se, com efeito, de conteúdo potencialmente lesivo à liberdade de consciência e de crença e à liberdade de aprender dos estudantes obrigados a frequentar as escolas dos dois municípios; ao seu direito à intimidade e ao pluralismo de ideias; e ao direito dos pais desses alunos a que eles recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. 8. Assim, considerando a relevância da matéria discutida na ADPF; a pertinência temática dessa matéria com os bens jurídicos defendidos pela requerente; e a inquestionável representatividade do Movimento Escola sem Partido, requer a Associação Escola sem Partido, com fundamento no artigo 7º, § 2º, da Lei 9.868/99, seja deferido o seu ingresso como amicus curiae na ação em epígrafe. Termos em que pede deferimento. Romulo M. Nagib OAB/DF 19.015 [ No link abaixo, site do STF, ve item 14 - Pedido de ingresso como amicus curiae (47251/2018) - Pedido de ingresso como amicus curiae ] [Sobre o significado de “amicus curiae”... “Amicus Curiae no novo CPC. Código permite ao ‘amigo da corte’ recorrer de decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas”, Rodrigo Frantz Becker, Jota, 06 de março de 2015: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/amicus-curiae-novo-cpc-06032015 ] http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP rocessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=5485351 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016 97 O debate sobre a inclusão dos temas de gênero e sexualidade nos planos de educação (nacional, estaduais e municipais) foi um dos principais fatores de ascensão do Escola Sem Partido, como admite seu fundador Miguel Nagib: “A tentativa do MEC e de grupos ativistas de introduzir a chamada ‘ideologia de gênero’ nos planos nacional, estaduais e municipais de educação ‒ o que ocorreu, principalmente, no primeiro semestre de 2014 e ao longo de 2015 ‒ acabou despertando a atenção e a preocupação de muitos pais para aquilo que está sendo ensinado nas escolas em matéria de valores morais, sobretudo no campo da sexualidade”, disse o procurador em entrevista a Pública (a reportagem pode ser lida aqui). Para quem não se lembra, a bancada evangélica, senadores, deputados estaduais e vereadores evangélicos, católicos e conservadores conseguiram, após campanha fervorosa, vetar o termo “gênero” do Plano Nacional de Educação (PNE) e, então, dos planos estaduais e municipais de educação de todo o país. Na época, era possível encontrar militantes pró-vida gritando “não ao gênero” diante de assembleias legislativas e pastores televisivos como Silas Malafaia, o deputado do PSC Marco Feliciano, o deputado do PP Jair Bolsonaro e o senador Magno Malta do PR bradando contra a “ideologia de gênero”, que traria a destruição da família e a doutrinação de crianças. A CNBB, na época, também divulgou nota afirmando que a ideologia de gênero “desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher”. Nas missas e cultos, cartilhas foram distribuídas alertando pais e mães sobre o perigo silencioso que rondava suas casas – seus filhos seriam doutrinados a virar “outra coisa” que contrariasse seu sexo biológico. Mas o curioso é que “ideologia de gênero” não aparece nenhuma vez nos planos de educação ou nos estudos de gênero, e o termo nunca foi usado pelas ciências humanas. O texto vetado colocava como meta “a superação de desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. Intrigada com isso, a professora doutora Jimena Furlani, da Universidade do Estado de Santa Catarina, que atua na formação de educadores e profissionais da saúde e segurança pública para as questões de gênero, sexualidade e direitos humanos, desenvolveu uma extensa pesquisa, que publicou em uma série de vídeos (que você pode ver aqui: https://www.youtube.com/watch?v=5ro1O10l0v8 ). Em entrevista à Pública, ela conta que se espantou ao de repente “acordar ideóloga de gênero e doutrinadora de crianças” e por isso começou essa investigação. Leia a entrevista: O que é “ideologia de gênero”, afinal? De onde ela surgiu? A ideologia de gênero é um termo que apareceu nas discussões sobre os Planos de Educação, nos últimos dois anos, e tem sido apresentado a nós como algo muito ruim, que visa destruir as famílias. Trata-se de uma narrativa criada no interior de uma parte conservadora da Igreja Católica e no movimento pró-vida e pró-família que, no Brasil, 98 parece estar centralizado num site chamado Observatório Interamericano de Biopolítica. Em 2015 especialmente, algumas pessoas se empenharam em se posicionar contra a “ideologia de gênero”, divulgando vídeos em suas redes sociais: o senador pastor Magno Malta, o deputado Jair Bolsonaro, o deputado pastor Marco Feliciano, o pastor Silas Malafaia, a pastora Damares Alves, a pastora Marisa Lobo. Meus estudos mostraram que o termo é usado em 1998, em uma Conferência Episcopal da Igreja Católica realizada no Peru, cujo tema foi “A ideologia de gênero – seus perigos e alcances”. Parece que seus criadores se baseiam em dois livros para compor essa narrativa chamada “ideologia de gênero”: primeiro, no livro de Dale O’Leary intitulado Agenda de gênero, de 1996. O’Leary é uma militante pró-vida que participou das Conferências da ONU (do Cairo em 1994 e de Pequim em 1995) como delegada. Ela faz um relato dessas conferências, descreve, sob o seu ponto de vista, a ação das feministas em apresentar o conceito gênero e como, a partir dali, a ONU assume a chamada perspectiva de gênero para as políticas públicas sobre os direitos das mulheres. O outro referencial usado na construção dessa narrativa é o livro de Jorge Scala, cuja primeira edição é intitulada Ideologia de gênero: o gênero como ferramenta de poder, de 2010, que no Brasil, curiosamente, é intitulado Ideologia de gênero – o neototalitarismo e a morte da família, de 2015. O autor é um advogado argentino, conhecido defensor de causas antiaborto e contra os direitos das mulheres, membro do movimento pró-vida, que apresenta uma série de interpretações dos estudos de gênero, extremamente problemáticas e convenientemente articuladas para desqualificar tais estudos e apresentá-los como danosos para a sociedade. Portanto, parecem ser esses os principais referenciais usados na criação da narrativa chamada “ideologia de gênero”, que nos últimos dois anos vem sendo divulgados e exaustivamente repetidos em vídeos, textos, cartilhas, documentos da CNBB, palestras etc. Uma retórica que afirma haver uma conspiração mundial entre ONU, União Europeia, governos de esquerda, movimentos feminista e LGBT para “destruir a família”, mas que, em última análise, objetiva, sim, propagar um pânico social e voltar as pessoas contra aos estudos de gênero e contra todas as políticas públicas voltadas para as mulheres e a população LGBT, sobretudo nas questões relacionadas aos chamados novos direitos humanos, por exemplo, no uso do nome social, no direito à identidade de gênero, na livre orientação sexual. E qual a diferença entre ideologia de gênero e estudos de gênero? Primeiro, entender que todos nós seres humanos possuímos um sexo e um gênero. Enquanto o “sexo” é o conjunto dos nossos atributos biológicos, anatômicos, físicos e corporais que nos definem menino/homem ou menina/mulher, o gênero é tudo aquilo que a sociedade e a cultura esperam e projetam, em matéria de comportamento, oportunidades, capacidades etc. para o menino e para a menina. O conceito gênero só 99 surgiu porque se tornou necessário mostrar que muitas das desigualdades às quais as mulheres eram e são submetidas, na vida social, são decorrentes da crença de que nossa biologia nos faz pessoas inferiores, incapazes e merecedoras de menos direitos. O conceito gênero buscou não negar o fato de que possuímos uma biologia, mas afirmar que ela não deve definir nosso destino social. Originalmente, as reflexões acerca da influência da sociedade e da cultura, no conjunto das definições que nos dizem o que é “ser homem” e o que é “ser mulher”, se iniciaram nas ciências sociais e humanas, como sociologia, história, filosofia e antropologia, mas, hoje, os estudos de gênero se constituem num campo multidisciplinar, composto por várias abordagens e presentes em todas as ciências – nas naturais, nas exatas, nas jurídicas, nas da saúde, nas da comunicação, do esporte etc. Hoje os estudos de gênero se aproximam também das discussões com outras identidades, como raça-etnia, classe social, religião, nacionalidade, condição física, orientação sexual etc., sendo, por isso, chamados de estudos de interseccionalidade. O conceito gênero permite, ainda, explicar os sujeitos LGBT, especialmente os sujeito trans, na medida em que discutem, por exemplo, a identidade de gênero e o uso do nome social. Portanto, a perspectiva de gênero está na base dos novos direitos humanos e na justificativa das políticas de amparo às mulheres que repercute nas discussões acerca do conceito de vida e das leis sobre direitos sexuais e reprodutivos, e aborto e à população LGBT. Sem dúvida, se considerarmos que o conceito gênero permite as discussões acerca da posição da mulher na sociedade, da aceitação dos novos arranjos familiares, das novas conjugalidades nos relacionamentos afetivos, ampliação da forma de ver os sujeitos da pós-modernidade e no reconhecimento da chamada diversidade sexual e de gênero, então, não há campo do conhecimento contemporâneo mais impactante e perturbador para as instituições conservadoras e tradicionais que os efeitos reflexivos dos estudos de gênero. Isso nos faz entender porque o empenho tão enfático, persistente e até, em algumas situações, antiético das instituições que criaram e divulgaram essa narrativa denominada “ideologia de gênero”. Na minha opinião, há usos distintos da chamada “ideologia de gênero”. Parece que, no âmbito da cúpula da Igreja Católica, trata-se de uma questão dogmática e relacionada aos valores da ideologia judaico-cristã, que, segundo seus representantes, estariam sendo ameaçados pelo conceito gênero por causa das mudanças no comportamento das mulheres e nas leis sobre aborto, por exemplo, da aceitação das várias famílias e do reconhecimento dos direitos da população LGBT. Outro uso vem de representantes evangélicos: embora existam aqueles católicos que se aproveitam eleitoralmente dessa narrativa, usar a “ideologia de gênero” e sua suposta “ameaça” às crianças e à família tem sido mais presente em candidatos evangélicos – vide a chamada bancada cristã, que não apenas no Congresso Nacional, mas em todos os legislativos do país, deve aumentar, nas próximas eleições, à custa de campanhas cujo foco de “convencimento” deverá ser combater a ideologia de gênero. 100 E são os evangélicos que mais combatem a ideologia de gênero no Congresso… Muitos pastores, em 2015, lançaram vídeos falando a respeito da ideologia de gênero, “explicando sua ameaça” às crianças e às famílias, com argumentos, visivelmente idênticos, em falas que não diferiam muito e confundiam e alarmavam mais do que explicavam o conceito gênero. Diziam coisas como: “Segundo a ideologia de gênero, você não vai mais poder dizer que é menina ou menino; a escola vai te doutrinar dessa forma. Tudo isso porque querem destruir sua família”. Dando continuidade à explicação, afirmavam: “Eles (os perversos ideólogos de gênero) querem negar nossa biologia”! Esse argumento da negação da biologia não é apenas absurdamente equivocado em relação aos estudos de gênero, mas constitui-se num ato deliberado de má-fé – uma desonestidade intelectual daqueles que criaram e divulgam a ideologia de gênero no Brasil. Os estudos de gênero não negam a biologia por um motivo muito simples: é preciso que ela exista para que possamos dizer que gênero é tudo o que não é biológico, ou seja, gênero difere da biologia, gênero é um conceito da sociedade e da cultura, gênero é, exatamente, o contrário. Não faz nenhum sentido dizer que os estudos de gênero negam a biologia; os estudos de gênero discordam é do determinismo biológico – quando a biologia é utilizada pra definir nosso destino social. Tenho que admitir que a construção dessa estratégia foi muito inteligente! Destaca-se o brilhantismo em construir uma narrativa, suficientemente ameaçadora para sociedade, na medida em que ela se volta para a criança e a família no seu intuito destruidor. Não há nada que mobilize mais as pessoas, principalmente pais e mães, do que alardear que “algo” ameaça suas crianças e que há um complô mundial para destruir sua família. Se a ideologia de gênero foi um projeto do PT, quer dizer que, com a saída do PT do governo, ela não existe mais? Palavras como gênero, identidade de gênero, orientação sexual e educação sexual foram excluídas dos planos nacional, estaduais e municipais de educação. O suposto pernicioso governo federal, o partido político e suas políticas de educação foram igualmente banidos do poder e do MEC. Para conter os revolucionários professores, especialmente aqueles que possuem sensibilização com o respeito às diferenças e discutem as formas de preconceito no cotidiano escolar, busca-se aprovar o projeto Escola Sem Partido – aliás, excelente aliado daqueles que criaram e divulgam a existência da ideologia de gênero. Se o governo do PT que criou a ideologia de gênero não está mais no poder, se tudo está sob controle e as políticas de educação do MEC, os livros didáticos e a formação de professores não mais conterão a perspectiva de gênero, então, por que é preciso manter vivo esse monstro? Por que pastores 101 continuam dizendo em seus vídeos, missas, cultos que irão combater a ideologia de gênero? Primeiro, para manter a assustadora narrativa ideologia de gênero. Segundo, para apresentar-se como paladino da justiça, como aquele que vai combater e defender as criancinhas e a família brasileira da ideologia de gênero. Terceiro, para assim pedir o voto e se eleger. Quarto, para, ao ser eleito, impedir ou fazer retroceder conquistas, nas leis, para mulheres, a população LGBT e o reconhecimento das religiões de matrizes africanas; e, quinto, para aprovar leis como o Estatuto da Família, alterar a Constituição Federal, instituir uma teocracia cristã no Brasil. Sim, estou bem pessimista. A ideologia de gênero se tornou um excelente cabo eleitoral, e não há nenhum interesse em mostrar para as famílias, pais e mães, que não há nenhuma ação concreta que busque a destruição da família e que ninguém na escola vai dizer que um menino não é menino ou que uma menina não é menina. E tudo vem no mesmo pacote, né? O Estatuto da Família, a proibição da discussão de gênero. O Escola Sem Partido também vem junto nesse projeto? Uma análise que podemos fazer é entender que o tempo presente reuniu, conforme a expressão de Michel Foucault, “condições de possibilidades históricas” para que esse movimento conservador tivesse tanta projeção no Brasil. O senhor Miguel Nagib cria o Escola Sem Partido no ano de 2004 e, praticamente por dez anos, não houve uma projeção nacional de seu movimento. Nos últimos anos, o descontentamento com o governo federal, somado à convergência de inúmeras críticas e análise conjunturais, em vários campos, como economia, política e educação, favoreceu o surgimento e a união de forças conservadoras e tradicionais contra as políticas de igualdade, respeito às diferenças, direitos humanos e políticas afirmativas. Penso que a questão é muito mais complexa do que parece. Poderíamos, inclusive, polarizá-la entre a discussão de distintos projetos de governo e de visões de mundo: de um lado, os de direita e, de outro lado, os de esquerda. Precisamos falar sobre isso! O que significa, na prática, tirar a discussão de gênero dos documentos oficiais? Nas discussões e aprovações dos Planos de Educação ficou evidente que combater a “ideologia de gênero” significava retirar de qualquer documento as palavras gênero, orientação sexual, diversidade sexual, nome social e educação sexual. Mesmo que as palavras, nas frases, não implicassem nenhuma ameaça objetiva, evitar que as palavras fossem visibilizadas na lei certamente dificultaria aqueles que pretendessem trabalhar esses temas na educação, e, sem muitos argumentos, as palavras foram excluídas. No entanto, é preciso lembrar que retirar essas palavras da lei não elimina os sujeitos da diversidade sexual e de gênero do interior da escola brasileira e de todas as sociedades 102 humanas. Crianças e jovens, assim como professores, pais e mães, possuem suas identidades de gênero, são sujeitos de afetos e convivem num mundo diverso. Aliás, não é a existência do conceito de gênero que “fez surgir” na humanidade pessoas homossexuais, travestis, lésbicas, transgêneros, transexuais ou bissexuais, por exemplo. Os estudos de gênero existem para estudar esses sujeitos, compreender a expressão de suas identidades, propor conceitos e teorias para sua existência e ajudar a construir um mundo onde todos/as se respeitem. Da mesma forma, não foi a existência do conceito gênero que “transformou” as mulheres em contestadoras. A condição histórica e material, de subordinação e de sofrimento existencial, das mulheres, em todas as culturas, é que as impulsionou e impulsiona a lutar pelas mudanças sociais que lhes garantam uma cidadania mais plena. O conceito de gênero pode ser banido do planeta, que mesmo assim a humanidade continuará se expressando em sua diversidade e buscando direitos humanos para todos. E nessa briga vale tudo, né? Inventar cartilhas falsas, falar que é contra “gênero” sem nem saber do que realmente se trata… As cartilhas foram apócrifas e anônimas. Eu fiz um documento-análise e no primeiro eu disse que ninguém sabia quem era, não tinha data nem gráfica. No inicio deste ano, eu descobri em um vídeo do professor Felipe Nery que a cartilha foi elaborada no Observatório Interamericano de Biopolítica. Você não tem na historia alguém que cria uma teoria e não assume essa teoria. E, pior, transfere essa teoria para os outros. Quando começou essa história de “ideologia de gênero”, eu acordei, de um dia para o outro, ideóloga de gênero, doutrinadora de crianças. Isso me motivou a iniciar pesquisas para entender de onde veio isso. Eu sempre falo que todo mundo já ouviu falar que os seres vivos se modificam ao longo do tempo num processo que se chama evolução e que transmitem isso aos mais aptos, e eu vou perguntar quem disse isso e as pessoas vão me responder Charles Darwin, e quem concorda com isso é chamado darwinista. Agora, a ideologia de gênero eles não assumiram que inventaram. A gente que tem que descobrir e contar para as pessoas que isso não existe nos estudos de gênero, que é uma interpretação propositalmente construída de forma negativa. As cartas não estão na mesa, eles não assumem que ninguém está doutrinando crianças na escola, que eles querem que não se fale de gênero na escola para que as crianças não acolham os sujeitos da diversidade, para que não aceitem que as pessoas possam ser vistas definitivamente sem preconceito. Que eles não aceitam os direitos humanos ampliados. Tem um vídeo que, ao mostrar um casal de transexuais, vem um comentário de que se trata de uma aberração humana, já que Deus criou o homem e a mulher. A gente conclui dele que eles são contra o conceito gênero porque Deus não criou travesti, transexual, transgênero, e, por isso, essas pessoas não merecem ter direitos. 103 E as pessoas são enganadas nessa confusão. É claro que eles não acham que vão estar garantidos só com a confusão teórica que fazem. Eles condenam uma série de palavras que dizem fazer parte do pacote de ideologia de gênero para doutrinação das crianças e destruição das famílias. Eles condenam as palavras diversidade, homofobia, perspectiva de gênero, identidade de gênero, tudo que a gente tem utilizado para que as pessoas entendam a discussão dos direitos e da diversidade. E aí a pergunta é: “Qual é a proposta de acolhimento de vocês pra esses sujeitos, então? Ou querem fazer como aquele candidato à Presidência da República e mandar todo mundo para uma ilha?”. Eles querem que essas pessoas sumam, mas não assumem isso. O Escola Sem Partido ajuda a manter esse discurso de proibição da discussão e de segregação e, por isso, recebeu atenção. http://apublica.org/2016/08/existe-ideologia-de-genero/ UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018 [entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch] Em entrevista ao ‘Nexo’, Boris Dittrich afirma que a implementação de leis de reconhecimento de gênero no mundo são um avanço, e que a Human Rights Watch pressiona pelo fim de cirurgias desnecessárias em bebês intersexuais O casamento civil entre homossexuais passou a ser permitido em um país apenas em 2001 ( https://internacional.estadao.com.br/blogs/radar-global/um-panorama-docasamento-gay-e-da-adocao-por-casais-do-mesmo-sexo-pelomundo/ ), quando foi liberado na Holanda por decisão do Parlamento, apesar da oposição de grupos religiosos. O movimento foi capitaneado por Boris Dittrich, o primeiro homem assumidamente homossexual a integrar o Parlamento holandês – na década de 1980, uma lésbica assumida, Evelin Eshuis, já havia sido eleita. Em 2018, 25 países permitem o casamento homossexual no mundo. Entre eles o Brasil, em que esse direito foi garantido em 2013, por decisão do Conselho Nacional de Justiça. 104 Apesar da demora, o país está à frente de nações como Alemanha, que garantiu o casamento entre pessoas do mesmo gênero apenas em 2017, assim como da grande maioria dos países da América Central, da Ásia, da Oceania e da África, em que este direito não é garantido. Atualmente, Dittrich é diretor ( https://www.hrw.org/about/people/boris-dittrich ) do programa focado em direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros da ONG internacional Human Rights Watch. A entidade se dedica à promoção dos direitos humanos no mundo. Além de questões LGBT, ela aborda também demandas de intersexuais ( https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2018/02/03/O-que-%C3%A9intersexualidade.-E-como-%C3%A9-se-descobrir-intersexual ), pessoas que possuem características sexuais ou reprodutivas que não se encaixam nas definições típicas de masculino e feminino, em geral por causas genéticas. Por exemplo: aqueles que possuem cromossomos XY, que na maior parte dos casos se traduzem em corpos masculinos, mas que têm o corpo com aparência feminina. Em 4 de julho Dittrich falará em São Paulo sobre solidão, em especial de pessoas LGBT, em um evento organizado em parceria entre a Human Rights Watch e a School of Life, uma empresa educacional fundada em Londres, que busca discutir formas de levar uma vida mais feliz. O Nexo aproveitou a oportunidade para conversar por e-mail sobre o estado global dos direitos de pessoas LGBT e intersexuais. Dittrich avalia que, idealmente, direitos LGBT devem ser garantidos por legisladores, e não pelo Judiciário, como ocorre no Brasil. Ele vê como positivas normas que reconhecem o gênero de transgêneros, e afirma que a Human Rights Watch vem pressionando médicos para que não realizem cirurgias medicamente desnecessárias em bebês com características intersexuais. Como você encara o fato de que todos os direitos LGBT no Brasil foram garantidos pela Justiça, e não pelos legisladores? BORIS DITTRICH - Se os políticos não agem, é ótimo que tenhamos um judiciário independente que possa garantir direitos sem se restringir por 105 emoções ou preferências políticas. No entanto, o melhor seria que o Parlamento, representando o povo, votasse a favor da legislação [garantindo direitos LGBT e intersexuais], porque isso confere legitimidade democrática. Em muitos países você vê primeiro juízes garantindo direitos declarando certas leis, políticas públicas ou comportamentos como inconstitucionais. Em seguida, as pessoas se acostumam à nova situação. Anos depois, políticos reformam a situação que se desenvolveu, codificando essas práticas em leis. A comunidade LGBT e intersexual é especialmente afetada pela solidão? BORIS DITTRICH - A homofobia e a transfobia são avassaladoras em todas as partes do mundo, em maior ou menor grau. Muitas pessoas LGBT, em qualquer lugar do mundo, têm ao menos um denominador em comum, que é a solidão e o medo da solidão. É o medo de serem ostracizados, discriminados, ou de que façam com que se sintam como pessoas de segunda classe, o que leva ao isolamento e, em alguns casos, a traumas graves. Em alguns aspectos, a homofobia e a transfobia diferem da discriminação racial. Ela faz com que você se destaque na sociedade por causa da cor da sua pele, porém seus pais e parentes próximos são similares a você. O mundo exterior pode ser hostil, mas você pode encontrar refúgio dentro da sua própria família. Ser gay em um ambiente heteronormativo é duro porque é provável que você seja diferente dos membros da sua família, das pessoas próximas e da maioria da sociedade. Você se sente seguro o suficiente para contar a seus pais, ou a seus irmãos e irmãs? Como eles reagiriam? A comunidade LGBT e intersexual internacional tem o poder de influenciar políticas nacionais? Isso já ocorreu? BORIS DITTRICH - Sim. Muitos governos não querem ser vistos como homofóbicos. Depois de serem criticados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, eles podem mudar suas leis ou políticas. Moçambique é um exemplo de país que repeliu sua lei criminalizando a conduta homossexual depois de ter sido avaliado pela ONU, em Genebra. 106 Foram os grupos LGBT e intersexuais nacionais e internacionais que iniciaram a campanha pela descriminalização. A Human Rights Watch e outras entidades conseguiram fazer com que a ONU embarcasse. O secretário geral anterior [Kofi Annan] pressionou para que os princípios da igualdade de direitos e da não discriminação baseassem nossas recomendações. A ONU teve influência em muitos países. Que vitórias e derrotas LGBT e intersexuais globais recentes você destacaria? BORIS DITTRICH Vitórias: a igualdade de casamento na Holanda em 2001. Agora, há 25 países com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Um bilhão de pessoas, de sete bilhões na Terra, vivem nesses países. Uma em sete! Isso foi uma grande conquista. Além disso, os direitos das pessoas transgênero estão se desenvolvendo rapidamente. Leis de reconhecimento de gênero (sem esterilização forçada ou tratamento hormonal forçado) vêm sendo criadas em países como Malta, Irlanda, Argentina etc. A ONU reconhece os direitos de pessoas LGBTI como uma questão de direitos humanos premente, com a criação [em 2016] da figura de especialista independente ( http://ap.ohchr.org/documents/dpage_e.aspx?si=A/HRC/RES/32/2 ) sobre orientação sexual e identidade de gênero [dentro da entidade]. Derrotas: a Rússia vem promovendo valores tradicionais no contexto da ONU. Essa linguagem pode ser usada contra famílias arco-íris [LGBT]. Há países como a Rússia em que pessoas LGBT não têm liberdade de expressão por causa da lei contra propaganda gay. A Rússia alega que protege crianças contra efeitos danosos da transmissão de mensagens positivas sobre homossexualidade. Essa lei está sendo replicada em alguns outros países, como a Nigéria. As demandas LGBT e intersexuais mudam com o tempo? BORIS DITTRICH - Sim, dependendo do contexto do país e do nível de aceitação de LGBTI. Por exemplo, em países europeus ocidentais em que a legislação é mais ou menos OK, os ativistas LGBTI vêm pressionando pela não discriminação no local de trabalho, em asilos, medidas antibullying em escolas etc. 107 Essas questões não eram muito proeminentes há 20 anos. Por que pouquíssimos países têm leis contra cirurgias em bebês com características intersexuais [ou seja, traços sexuais e reprodutivos que não se conformam às ideias típicas de masculino e feminino, como o sexo ambíguo]? BORIS DITTRICH - Em termos de direitos humanos, o movimento intersexual é muito novo e desconhecido. Mas eles [os intersexuais] se tornaram visíveis em comparação com 10 anos atrás. Um país como Malta adotou uma lei contra cirurgias em bebês. A Human Rights Watch publicou um relatório grande sobre intersexualidade *“‘Eu quero ser como a natureza me fez’: Cirurgias medicamente desnecessárias em crianças intersexuais nos Estados Unidos” ( https://www.hrw.org/report/2017/07/25/i-want-be-nature-mademe/medically-unnecessary-surgeries-intersex-children-us ), publicado em julho de 2017], junto com o grupo intersexual InterAct. Nós estamos pressionando médicos para que parem de realizar cirurgias medicamente desnecessárias em bebês intersexuais. https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2018/07/03/Umaavalia%C3%A7%C3%A3o-sobre-a-busca-de-direitos-LGBT-pelo-mundo BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 Há 17 anos, a Holanda se tornava o primeiro país do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, ao mesmo tempo, concedia aos casais homossexuais o direito de adotar crianças. O homem por trás dessa conquista histórica foi o juiz e, na época, parlamentar holandês Boris Dittrich (Utretch, 1955), o primeiro político abertamente gay do país, que apresentou o projeto de lei aos seus pares e fez lobby para conseguir a aprovação por 107 votos contra 33. Hoje, uma década depois de se afastar da vida política, Dittrich se converteu em ativista pelos direitos LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Queer) ao redor do mundo e dirige o 108 programa focado nessa comunidade na ONG internacional Human Rights Watch. Apesar de seu trabalho estar centrado na advocacia por políticas sociais e legislações que descriminalizem a homossexualidade ou que reconheçam as diversas identidades de gênero, ele admite que há problemas igualmente urgentes no coletivo que são menos visíveis. "Uma coisa que percebi, trabalhando com pessoas LGBT ao longo dos anos, é que todas elas enfrentam, em algum momento, um denominador comum, que é a solidão. O processo de entender a própria identidade, sair do armário, é muito solitário. Nos ambientes mais hostis, muitos encaram a dúvida de se é seguro expressar a própria sexualidade ou identidade de gênero ou se há o risco de sofrer bullying na escola, ser expulso de casa ou até morto". Para Boris, esse é um fardo pesado que, em maior ou menor medida, os LGBT carregam sozinhos, e foi sobre isso que falou durante uma conferência realizada no Brasil na semana passada pela organização The School of Life. O ativista considera que a solidão dos que fogem dos modelos de heteronormatividade é um "grave problema de saúde" que, historicamente, ficou em segundo plano na luta por direitos civis. "Mesmo em países onde as leis e as políticas públicas funcionam bem, são muitos jovens LGBT que ainda enfrentam essa solidão e, por causa disso, chegam a cometer suicídio. É o caso da Holanda. É uma luta, continua sendo. Porque você é uma minoria e tem que se redefinir perante a sociedade e se reafirmar constantemente para ser quem você é". Pergunta: De que maneira a conquista de direitos ajuda a amenizar esse sentimento? O que mudou, por exemplo, desde a primeira lei de casamento igualitário? Resposta: No início, todo mundo me dizia que era uma ideia louca, já que, naquele momento, em nenhum lugar do mundo pessoas homossexuais podiam casar. Mas, desde então, 25 países adaptaram suas leis de matrimônio para incluir os casais de mesmo sexo. Dos 7 bilhões de pessoas no planeta, um bilhão vive nesses Estados, e isso é algo muito simbólico, porque a gente passou a entender que, se eu tenho o direito de me casar como qualquer um, por que deveria ser tratado como um cidadão de segunda categoria? A conquista desse direito abriu a porta para outras reivindicações. P: Há, ou deveria haver, uma lista de prioridades dessas outras reivindicações? R: Tudo depende de cada região. Nos países onde gays e lésbicas conquistaram diversos direitos civis, as pessoas transexuais e intersexuais continuam sendo 109 negligenciadas. No panorama internacional, acredito que a prioridade são os direitos delas. Temos que aprovar mais leis de reconhecimento de gênero, que garantam a identidade social em sua plenitude. Muitos países ainda obrigam as pessoas trans a se submeter a diagnósticos psiquiátricos, tratamentos hormonais e cirurgias para poder adequar seus nomes nos documentos, por exemplo. No outro extremo, temos bons exemplos como a Argentina, onde basta dirigir-se à prefeitura para conseguir um novo registro, sem médicos ou juízes analisando e julgando a pessoa e sua trajetória de vida. P: O seu ponto de vista mudou a respeito da luta por direitos LGBT desde que deixou a carreira política e virou um ativista de atuação global? R: Entre 1994 e 2006, enquanto estava no parlamento holandês, não me importava com os direitos das pessoas trans, mal sabia que elas existiam, não conhecia nenhuma delas e, portanto, ignorava os problemas que elas enfrentam. Quando fui trabalhar com a Human Rights Watch, entendi a força e a importância da luta pelos direitos trans e das pessoas intersexuais. Aí me dei conta de que é uma luta que deveria ser uma prioridade dentro e fora do coletivo. São reivindicações com anos de história, mas que só começaram a ganhar mais relevância na última década. Outra coisa que mudou é que hoje eu entendo que, no momento em que se conquista um direito, você imediatamente tem que correr atrás de outro. No meu país, ninguém mais debate o casamento igualitário, virou um tema chato. 95% da população aprova essa medida, então passamos para novos tópicos. Até porque a cada dia reconhecemos novas identidades de gênero e expressões de sexualidade e, com isso, existem novos direitos a serem conquistados. "Enquanto estava no Parlamento, não me importava com as pessoas trans, mal sabia que elas existiam" P: Isso significa que a comunidade LGBT nunca deixará de lutar por igualdade? R: Sim. Estou convencido de que, se você é uma minoria, qualquer que seja, a emancipação nunca vai chegar, você sempre terá que mostrar um espelho para a sociedade para que eles entendam que pertencemos ao mesmo grupo e, portanto, merecemos os mesmos direitos. Sempre há uma nova geração, um novo grupo religioso, um novo contexto político que põe isso em xeque, então temos que permanecer vigilantes na luta por nosso lugar na sociedade. 110 P: Acredita que as gerações mais jovens dão por certa e acabada a conquista desses direitos? Há uma certa acomodação? R: Às vezes, sim. Em meu país, os jovens simplesmente não entendem que houve uma época em que duas pessoas que se amam não podiam se casar e ter uma família. Para eles, isso é uma coisa totalmente garantida. E, embora eu não acredite que há um risco de regressão nesse sentido, nunca se sabe. É preciso estar alerta e, principalmente, conhecer e entender a história que levou a essas conquistas. P: É preciso estar mais alerta com o que acontece no quintal da Europa, em países como Rússia, Ucrânia, Moldávia, entre outros, que criminalizam a "propaganda e conduta homossexual"? R: Não acredito que exista um risco de que essas políticas de repressão aos direitos LGBT estendam-se por outros países europeus, mas, sim, há um perigo real para os direitos humanos, em geral, com o crescimento dos partidos conservadores e ultraconservadores nesses países, que ameaçam os direitos de refugiados, por exemplo. A primeira coisa que fazem é querer fechar as fronteiras e tirar os direitos das pessoas. Esse é só o primeiro grupo sob ataque, mas é preciso lembrar que muitos partidos populistas ganham poder ao fazer as pessoas terem medo de outras, criando a ideia de um inimigo, usando grupos como bodes expiatórios. Primeiro começam com um grupo, depois outro e outro… P: As leis são a melhor maneira de combater essas políticas discriminatórias? R: As leis não são suficientes para proteger as pessoas, porque se a sociedade não acha que é necessário proteger os mais vulneráveis em suas diferenças, não vai adiantar nada. É mais importante fazer um trabalho para tocar as mentes e corações dos cidadãos e fazer com que eles se unam ao movimento para que entendam que, com ou sem lei, precisamos de sociedades mais inclusivas. Quando se tem apoio popular, é mais fácil que os interesses políticos se alinhem para aprovar essas leis. P: Acredita que esse é o principal papel de organizações como a Human Rights Watch? R: Às vezes, fazemos o rascunho de leis para países que não sabem como fazê-las, então não é apenas o trabalho de um mediador, mas de advocacy direta com governos 111 e parlamentos, fazendo pressão. A vantagem é que sabemos o que acontece em cada país. Ás vezes inclusive com mais detalhe do que os próprios governantes porque eles acabam tão focados em sua própria situação que perdem a perspectiva global. P: Qual é a posição do Brasil dentro dessa perspectiva global? R: O Brasil é um dos membros do grupo central de direitos LGBT na ONU e também é membro da Coalizão Internacional por Direitos Iguais, com políticas amigáveis à comunidade. Isso não significa, é claro, que não existam problemas. O principal deles é a violência, e ainda há muito que fazer. P: Somos um dos países que mais mata pessoas LGBT no mundo e, desde 2015, o que mais mata transexuais. Há anos se discute a possível criação de uma lei antihomofobia, para punir especificamente crimes de ódio contra o coletivo. Esse tipo de legislação é realmente eficaz para mudar as estatísticas? R: Eu diria que, mais importante que isso, é que quando uma pessoa seja agredida ou assassinada por sua orientação sexual ou identidade de gênero, a polícia e as autoridades judiciais realizem uma investigação profunda e que não haja impunidade. Esse é o primeiro passo, a essência do trabalho, que é investigar, encontrar e punir o autor do crime. Se isso não se cumpre, então, sim, deveríamos pensar em uma legislação específica, mas não acho que deveria ser uma prioridade. "Você não precisa ser LGBT para defender os direitos desses cidadãos. Precisamos de mais de quaisquer políticos que considerem direitos humanos algo importante" P: O Brasil não tem dados oficiais de crimes de ódio contra pessoas LGBTQ. O único levantamento nacional é realizado pelo Grupo Gay da Bahia, cujos relatórios mostram que muitos casos, mesmo quando chegam na delegacia, não são registrados como delitos de ódio. R: Isso também acontecia na Holanda. Quando eu ainda era juiz recebia casos de mulheres agredidas por seus maridos por terem se revelado lésbicas, e os promotores apenas trabalhavam com a denúncia por violência doméstica, sem analisar o que estava por trás daquela situação específica. Levei essa experiência jurídica para a política e propus uma medida para incluir no protocolo policial que os agentes investigassem os possíveis aspectos de delito de ódio por trás de cada crime, para que 112 entendêssemos exatamente cada caso. Quando começamos a monitorar os possíveis rastros de homofobia e transfobia, vimos que havia muito mais casos do que os inicialmente registrados. A mídia passou a observar atenciosamente esses relatórios e, agora, quando um casal gay apanha na rua por andar de mãos dadas, isso aparece na capa de todos os jornais. Antes, só víamos a ponta de um iceberg, agora vemos que há toda uma geleira. P: Atualmente, um candidato com um discurso abertamente homofóbico lidera a corrida eleitoral para a presidência da República, o que gera especial preocupação para a juventude LGBT. R: É importante que esses jovens compareçam às urnas e votem não apenas em candidatos centrados nos direitos LGBT, mas em políticos realmente comprometidos com os direitos humanos, em geral. Eles precisam saber que esses votos são importantes. E, no caso de que alguém com esse perfil [conservador] realmente se torne presidente, é fácil pensar em deixar o país, ir a outro lugar, mas às vezes é melhor ficar e tentar melhorar as coisas. Se todas as pessoas que se sentem ameaçadas, de uma maneira ou outra, por um candidato com possibilidades reais de ser eleito deixarem o país, as coisas serão bem piores. P: Esse panorama poderia ser uma boa oportunidade para que mais pessoas LGBTQ dessem o passo em direção a uma carreira política? R: Claro, mas vale lembrar que você não precisa ser LGBT para defender os direitos desses cidadãos. Precisamos de mais de quaisquer políticos que realmente considerem direitos humanos algo importante e que queiram lutar por isso. Um bom sinal é que nos Estados Unidos, por exemplo, depois da eleição de Donald Trump, a sociedade civil passou a se organizar mais, ganhando mais visibilidade nas ruas. A demonstração do poder das mulheres nas ruas, e não apenas com o movimento #MeToo, fez com que os direitos delas e os direitos da comunidade LGBT gerassem mais debate no Congresso do que durante o Governo de Obama. Como ele já surfava na onda desses direitos, havia menos necessidade de luta. Situações de opressão também criam mobilização. Espero que, se necessário for, esse seja o caso no Brasil também. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/06/actualidad/1530912488_146292.html “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113 Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 11 de julho de 2018 O procurador da República Ailton Benedito se define como uma pessoa de opiniões que são "discrepantes do lugar comum". Além de se manifestar quase diariamente pelas redes sociais, o atual chefe do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás expressa suas convicções com frequência por meio das ações movidas a partir de seu gabinete. Tornou-se, assim, uma voz polêmica entre os membros da instituição. Na visão de Benedito, "promotores públicos têm um viés de centro-esquerda". "Tenho uma visão de mundo mais conservadora", diz à BBC News Brasil. O procurador mineiro, de 48 anos, já causou controvérsia, por exemplo, ao afirmar em um postagem no Twitter que o nazismo era um regime socialista. Também já abriu uma sindicância, em outra ocasião, para investigar o suposto "recrutamento ideológico" de menores brasileiros na Venezuela, que ele dizia ver em uma iniciativa comunitária local em um bairro popular venezuelano chamado Brasil. A lista de polêmicas se estende: já quis suspender uma campanha publicitária sobre a Copa do Mundo no Brasil por discordar de que o evento traria os benefícios anunciados; pediu explicações à Universidade Federal de Goiás sobre banheiros supostamente unissex; e proibiu protestos políticos em prédios federais do Estado. Seu alvo mais recente é o Conselho Federal de Psicologia (CFP). Benedito quer derrubar o veto do órgão a qualquer atitude de profissionais da área que se refira a transexuais e travestis como se estivessem doentes, prática que, na visão do CFP, leva à "patologização" dessas pessoas. Publicado em janeiro, o documento também proíbe a participação de psicólogos em "terapias de conversão, reversão, readequação ou reorientação de identidade de gênero". Na opinião de Benedito, a proibição do CFP viola o livre exercício da profissão de psicólogo, um direito fundamental previsto na Constituição. "Não cabe ao conselho determinar o que é doença ou impor censura prévia a atuação de psicólogos em eventos de natureza científica ou de comunicação que tratem do tema", afirma. "Acredito que existe um lobby transgênero em instituições da sociedade, sobretudo voltado à formulação de políticas públicas. Para mim, é inconcebível que, pelo fato de se declarar transgênero, uma pessoa possa usufruir de direitos em condição privilegiada." 114 'Proteger a população' Benedito também argumenta que a resolução vai contra o direito dos pacientes de buscar assistência psicológica, além de impedir o desenvolvimento científico na área caso as pesquisas não sejam "do agrado de determinadas visões postas no conselho". "Uma pessoa pode ser hétero e não conviver bem com sua condição e precisar de assistência psicológica. Isso pode acontecer com qualquer ser humano, mas, como está na resolução, qualquer assistência oferecida pode ser interpretada como uma violação, mesmo que seja para que se conviva melhor com a própria condição", defende Benedito. A princípio, a ação ajuizada pelo promotor na 4ª Vara da Justiça Federal foi recusada. O mérito da questão não foi julgado – o juiz entendeu que não cabia uma ação civil pública em primeira instância para julgar uma resolução de um órgão federal. Agora, Benedito recorre ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O CFP refuta as acusações do procurador. Pedro Paulo Bicalho, diretor do conselho e professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, considera a ação movida por Benedito um "grande equívoco" e diz que a resolução reconhece a possibilidade de alguém se identificar com um gênero diferente, algo "considerado válido pela ciência". "Nossa resolução é baseada em uma série de evidências científicas, construídas ao longo dos anos, de que a transexualidade é uma identidade como qualquer outra. E que é legítimo que uma pessoa queira viver com um gênero diferente do que nasceu", afirma Bicalho. "Queremos justamente prestar atendimento a essas pessoas para que elas possam ter uma convivência social. O que a resolução impede é que psicólogos tratem essa condição como doença e apliquem terapias de reversão. Se não é doença, não há o que ser revertido." A posição está alinhada ao entendimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), que, em sua nova classificação de doenças, divulgada no mês passado, deixou de tratar a transgeneridade como um transtorno mental. "Não podemos reconhecer o charlatanismo como uma prática profissional", diz Bicalho sobre os que oferecem "reversão" ou "cura". 115 "Temos que proteger a população daqueles que, em nome da ciência, têm condutas que não são aprovadas pela própria ciência." Contra a 'ideologia de gênero' Benedito, por outro lado, argumenta que a postura do CFP torna impossível debater ou questionar a situação de transgêneros "se não for para referendar a ideia de que não se pode ter um conflito interior por sua condição". "Isso é muito comum hoje em tudo que diz respeito à ideologia de gênero que está sendo imposta nas instituições públicas", diz o procurador, usando um termo empregado por críticos a uma corrente de pensamento que defende que o gênero de uma pessoa é construído ao longo de sua vida e não está, necessariamente, vinculado ao sexo biológico. Não é a primeira vez que Benedito faz críticas ligadas a esse tema. Em uma dos suas postagens no Twitter, publicada em junho, ele diz: "Adultos que não sabem o que são nem o que desejam ser acharam a ideologia de gênero para solucionar seus problemas de identidade: usam o Estado para impor a desintegração do Ser como modelo para crianças e adolescentes". Em outra postagem, diz que "ainda se chegará ao ponto de a 'orientação sexual' dissonante da biologia ser usada como excludente penal. Por exemplo, se um homem, alegando que se sente uma 'boneca de 10 aninhos', mantiver uma relação sexual com criança de 10 anos e alegar que 'boneca' não pratica estupro". O procurador cita como exemplo de privilégios a transgêneros a permissão para que, ao serem presas, travestis e mulheres transsexuais possam ficar em alas femininas e a criação de cotas para transgêneros em cursos de pós-graduação da Universidade Federal de Cariri, no Ceará. Também já criticou a autorização de que essas pessoas possam usar em documentos um novo nome, condizente com o gênero com o qual se identificam. "É problemático que grupos sociais pouco representativos gerem obrigações para a sociedade. Uma coisa é a condição da pessoa para si mesma, outra é essa condição ser um pressuposto para exercício de direitos." Por sua vez, Bicalho afirma: "Falar que pessoas marginalizadas e estigmatizadas, que são expulsas da escola e não são absorvidas pelo mercado de trabalho e têm uma expectativa de vida de 35 anos, desfrutam de privilégios é uma piada de extremo mau 116 gosto". 'Cidadão de bem' O procurador é bastante ativo na rede social: já publicou mais de 52,2 mil tuítes em sete anos, cerca de 20 por dia. Ali, ele se apresenta aos seus 11,4 mil seguidores como um "cidadão de bem". Seu perfil é ilustrado pela imagem de uma grande cruz de madeira em meio a nuvens e raios de sol. Logo abaixo de seu nome, vem a frase: "Yahveh é meu pastor, nada me falta". Benedito diz ser um católico conservador. "No sentido antirrevolucionário da expressão", explica. "Entendo que a sociedade é uma construção baseada em uma tradição milenar e na evolução dos valores e das relações sociais. Não há como refundá-la a partir do zero, criar um homem novo a partir da cabeça de alguém." Um dos alvos mais frequentes das críticas do procurador são os "militantes esquerdistas" e "esquerdopatas", além dos "bandidólatras e democidas". É também, nas redes sociais, um defensor do projeto Escola Sem Partido, proposta de lei que busca combater a "contaminação político-ideológica das escolas brasileiras" ao vedar que professores "promovam preferências religiosas, morais e políticas" em sala de aula. "Quando critico os defensores dos direitos humanos, não nego sua existência, mas falo contra uma opção no Brasil pela defesa intransigente dos bandidos como vítimas da sociedade, enquanto as vítimas reais são esquecidas", diz o procurador, que é crítico ao Estatuto do Desarmamento. "'Nunca antes na história deste país' os bandidos conseguiram matar mais de 60 mil brasileiros/ano. Só agora sob o Estatuto do Desarmamento", disse em uma postagem. Aborto e castração química Questionado sobre suas ações como procurador serem influenciadas por seus valores e fé, Benedito diz que não pode ser "hipócrita". "Não vou dizer que não orienta, mas 117 minha atuação profissional é pautada pelo defesa à vida, liberdade, propriedade e segurança", diz. "Se esses valores e direitos fundamentais combinam com minha pauta conservadora, muito bem, mas eles estão previstos na Constituição. Enquanto estiverem lá, eu os defenderei." Entre as outras bandeiras que defende em suas postagens, Benedito diz que gostaria de ver a castração química aplicada em casos de estupro, mas que a lei não permite o uso de penas corporais para crimes. Também é contra o casamento gay, por não estar previsto na Constituição, e se opõe à criação de uma lei contra a homofobia. "Esse termo pode ser usado de forma ampla para perseguições indevidas ao sujeito que seja homofóbico", justifica. "Não se pode discriminar uma pessoa por sua condição sexual, mas uma pessoa tem o direito de ser homofóbica. A lei não pode punir preconceito, amor ou ódio, só atos e condutas que violem os direitos dos outros." https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44745964 REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS María R. Sahuquillo, El País, 03 de julho de 2018 O Reino Unido proibirá as pseudoterapias que dizem curar a homossexualidade. O Governo britânico apresentou na terça-feira um plano de ação para acabar com a discriminação da comunidade LGBT+. O projeto, com 75 medidas, foi elaborado após a análise dos dados reunidos através de entrevistas feitas pela Internet com mais de 110.000 pessoas: 2% dos entrevistados confessaram ter sido submetidos às chamadas “terapias de conversão”; outros 5% afirmaram ter recebido ofertas para recebê-las, mas as recusaram. Somente três países, Brasil, Equador e Malta têm leis que proíbem expressamente esse tipo de práticas, que quase todas as associações psiquiátricas consideram não só ineficazes como também muito prejudiciais. No caso do Brasil, o tema ainda é polêmico. Em setembro de 2017, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal de Brasília, em uma decisão liminar (provisória), abriu brecha para que 118 psicólogos oferecessem pseudoterapias de reversão sexual. Três meses depois, o juiz fez um acréscimo à sua decisão, afirmando que apesar de autorizados a prestar os atendimentos, os psicólogos não poderiam fazer propaganda sobre tratamentos de reorientação sexual e deveriam tratar somente aqueles considerados egodistônicos (que não aceitam sua condição homossexual). Não satisfeito, o Conselho Federal de Psicologia recorreu da decisão. Existem várias associações que oferecem ajuda para “sair da homossexualidade”, acampamentos para adolescentes que dizem “curá-la”, psicólogos que afirmam poder “reverter” a atração entre pessoas do mesmo sexo, grupos de apoio para “corrigir” a orientação sexual... Em outros países, como a Espanha, podem ser perseguidas por promover a homofobia. A organização Stonewall, que defende os direitos dos gays, define essas terapias como “qualquer forma de tratamento e psicoterapia que pretende reduzir e acabar com a atração por pessoas do mesmo sexo”. “Essas atividades são um erro e não estamos dispostos a permitir que continuem”, disse a primeira-ministra, Theresa May, em um artigo publicado na terça-feira, coincidindo com a semana de comemorações do Orgulho Gay. O Governo britânico elaborou um plano de 75 pontos para melhorar a vida das pessoas LGBTI após analisar as 108.000 respostas à pesquisa. Por volta de metade dos entrevistados submetidos a uma dessas terapias disse que foi dirigida por um grupo religioso; 19% por um profissional da área da saúde e 16% por um familiar ou pessoa próxima, diz a France Presse. Por isso, o Executivo está disposto a “considerar todas as opções legislativas e não legislativas para proibir a promoção, oferta e realização das terapias de conversão”. A ministra da Igualdade, Penny Mordaunt, disse ao programa Today da BBC Radio 4: “É uma terapia muito radical feita para tentar curar alguém de ser gay, mas evidentemente não se pode curar alguém de ser gay. A maneira mais radical [desses tratamentos+ pode envolver um estupro correcional”. A pesquisa também revelou que mais de dois terços dos entrevistados disseram ter evitado andar de mãos dadas com seu companheiro/a por medo de uma reação adversa. “Fiquei impressionado com a quantidade de entrevistados que disseram não poder mostrar abertamente sua orientação sexual e evitam andar de mãos dadas por medo”, disse a primeira-ministra Theresa May. “Ninguém deveria ter de esconder quem é e quem ama”, finalizou. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/03/internacional/1530611032_635812.html 119 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 Nesta terça-feira (3), o governo britânico anunciou a promoção de diversas medidas contra a LGBTfobia, dentre as quais a implantação de uma lei que proíbe terapias de conversão sexual. No mesmo dia, no Brasil, o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) protocolou um novo recurso na Justiça contra a norma do Conselho Federal de Psicologia brasileiro (CFP) que proíbe terapias semelhantes. No pronunciamento do governo da primeira ministra britânica Theresa May, foi apresentado um plano nacional de ação contra a homofobia. Em uma das medidas anunciadas, as chamadas terapias de conversão sexual, que prometem mudar a orientação sexual de qualquer pessoa (e, inclusive, o amor e a atração sexual que essas pessoas sentem), serão proibidas no Reino Unido. Essas atividades são um erro e não estamos dispostos a permitir que continuem. Escreveu o governo britânico em uma nota oficial sobre a nova lei. Iremos considerar todas as opções, legislativas e não legislativas, para proibir a promoção, oferta ou prática de terapias de conversão. Além da proibição das terapias, será inaugurado um “Fundo de Implementação LGBT” com orçamento de 4,5 milhões de libras para investimentos em ações anti-LGBTfobia. Outra medidas anunciadas no plano são: a criação de uma consultoria de saúde nacional para a comunidade LBGTI+; um programa de educação sobre gênero e sexualidade para as escolas; e melhoras no registo das denúncias de crimes de ódio contra a comunidade LBGTI+. Não é uma questão de opinião, é uma questão de pesquisa 120 As novas políticas públicas anti-LGBTfobia promulgadas no Reino Unido foram criadas a partir dos resultados da maior pesquisa realizada com as populações LBGTI+ no país. Das mais de 108 mil pessoas que participaram da pesquisa governamental, 65% dos entrevistados responderam evitar andar de mão dada com um parceiro ou parceira do mesmo sexo por medo de reações negativas. Fiquei chocada com a quantidade de inquiridos que disseram não poder ser abertos em relação à sua orientação sexual ou que evitam andar de mãos dadas. Disse a primeira-ministra britânica. Cerca de 40% dos entrevistados disseram já ter experienciado algum tipo de violência — verbal ou física — nos 12 meses anteriores à pesquisa e mais de 90% destes não reportaram a violência às autoridades por considerarem que é algo que “acontece constantemente”. Ninguém nunca deveria ter de esconder quem é ou quem ama. Acrescentou Theresa May. Este plano de ação vai concretizar passos que tornem possível uma verdadeira e duradoura mudança na sociedade. A pesquisa aponta ainda que 2% dos entrevistados admitiu já ter experimentado o convite a terapias de reconversão sexual e 5% afirmaram que, em algum momento da sua vida, esta hipótese já lhes foi oferecida. Quanto à forma como se identificam, 61% afirmaram ser gays ou lésbicas, 25% identificou-se como bissexual e 4% como pansexual. Entre os entrevistados mais novos surgiram também as definições de assexual, pansexual e outras; 13% definiram-se como transgênero e 7% como não-binários. 121 MPF/Goiás na contramão da Saúde e dos Direitos Humanos Não é só no Reino Unido que as “terapias” são proibidas. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Brasil já havia estabelecido uma norma que veda a oferta de “terapia”, “tratamento” ou “cura” para a homoafetividade e para a transexualidade dentro do campo profissional da psicologia. Com relação especificamente as pessoas trans, o Conselho também havia proibido terapias de readequação ou de reorientação de gênero após decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de retirar a transexualidade da lista de transtornos mentais. Porém, o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), na contramão dos Órgãos de Saúde especializados e das medidas do governo britânico, protocolou um novo recurso em ação civil pública ajuizada na Justiça Federal contra as normas do Conselho Federal de Psicologia na tentativa de conseguir, por decisão judicial, a liberação da “cura gay”. O recurso visa a reverter decisão da Justiça Federal em Goiás que julgou extinta a ação aberta em abril deste ano por alguns terapeutas que se dizem psicólogos e não concordam com as resoluções do Conselho. O procurador Ailton Ribeiro alega no recurso que a resolução do CFP é inconstitucional pois viola o direito fundamental de cada pessoa quanto ao livre exercício profissional. Para ele, a norma não poderia “impor aos psicólogos um modelo único de pensamento”. Caso similar tramita na Justiça Federal no Distrito Federal desde o ano passado. Em setembro de 2017, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, havia autorizado alguns psicólogos a atender pacientes que os procurassem devido ao que considerem ser “problemas causados por sua orientação sexual”. O magistrado, porém, reconheceu a validade da resolução do CFP e, três meses depois, fez um acréscimo à sua decisão na tentativa de melhor adequá-la ao entendimento do Conselho profissional da categoria, afirmando que, apesar de autorizados a prestar os atendimentos, os psicólogos não poderiam fazer propaganda sobre tratamentos de reorientação sexual e, ainda, só poderiam oferecer terapias aos pacientes considerados egodistônicos (que não aceitam sua própria orientação sexual). O Conselho Federal de Psicologia recorreu da decisão. 122 Na visão do CFP, a resolução aprovada pelos psicólogos integrantes do Conselho visa a “impedir o uso de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação”. O Conselho esclareceu que, com a resolução, os profissionais da área não devem “propor, realizar ou colaborar com eventos ou serviços que busquem terapias conversivas, reversivas, de readequação ou de reorientação de gênero”, bem como participar de “eventos ou serviços que contribuam para o desenvolvimento de culturas institucionais discriminatórias”. Com informações do Observador e da Agência Brasil. http://justificando.cartacapital.com.br/2018/07/05/cura-gay-reino-unido-proibe-nobrasil-mpf-quer-liberar/ CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data [mas é julho de 2018] Em tempos de intolerância e preconceito ainda existe muita gente que prefere colocar a opção sexual de uma pessoa à frente de sua capacidade profissional. Por isso, é importante reconhecermos as conquistas históricas, que ajudaram a transformar o mundo, de grandes nomes da ciência que faziam parte da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros). Estes nomes revolucionaram os tratamentos de saúde, desenvolveram o método científico moderno e até criaram o computador. Nascidos em épocas diferentes, eles também atuaram em áreas diversas da ciência, mas sofreram da mesma discriminação e intolerância, justamente, daquelas pessoas que ajudaram a transformar as vidas para melhor. No caso mais famoso, o cientista britânico Alan Turing, criador do primeiro computador, cometeu suicídio em virtude da perseguição que sofreu por ser homossexual. Já em outro caso muito conhecido, a enfermeira Florence Nightingale, que revolucionou o atendimento médico e era lésbica assumida, foi amplamente descriminada por sua opção sexual. 123 Florence Nightingale A enfermeira inglesa era homossexual assumida e nunca escondeu sua opção. Ao longo da vida, ela teve diversos romances com mulheres, mas não se casou. Exemplo de empoderamento feminino, Florence Nightingale viveu na Ucrânia e Reino Unido, no século XIX. Ao longo de sua atuação como enfermeira, ela foi responsável por desenvolver técnicas que salvaram milhões de vidas. Conhecida como fundadora da Enfermagem Moderna, ela foi a primeira pessoa a propor que os hospitais deveriam ser locais extremamente limpos e arejados. Na época, não havia nenhuma preocupação com a higiene, condições de saneamento e a circulação de ar em ambientes médicos, o que propiciava a proliferação de doenças infectocontagiosas. A situação era tão grave e a mortalidade altíssima, que as famílias ricas se tratavam em casa, pois entrar num hospital significava, na maioria dos casos, a morte da pessoa. Florence também inovou ao criar a representação visual de informações, facilitando a análise dos dados dos pacientes. O atual conceito de hospital com salas amplas, ventiladas e sempre primando pela limpeza foi uma criação dela. Florence faleceu em 1910, aos 90 anos, e foi reconhecida em vida pelas suas conquistas com a "Order of Merit", entregue em mãos pela Rainha Vitória. Francis Bacon Conhecido pela alcunha de "Pai da Ciência Moderna", Francis Bacon foi um dos principais nomes de sua época, atuando com sucesso nas mais diversas áreas. Infelizmente, devido ao preconceito e perseguição contra homossexuais que existia no século XVII, ele foi obrigado a esconder sua opção sexual do público. Porém, diversas cartas trocadas entre ele e seus familiares, em especial sua mãe e irmão, mostram que ele era homossexual. Ele atuou em diversos campos, chegando ao cargo de Grande Chanceler do Império Britânico, além de ter sido o pioneiro na classificação das Ciências. Bacon também foi um dos criadores do método indutivo de investigação, baseado no Empirismo. Ao longo de sua vida, ele não realizou nenhuma grande descoberta científica, mas foi pioneiro ao propor a racionalidade na ciência, separando-a da religião e superstições. Ele é considerado o responsável por conduzir o conhecimento à Era Moderna encerrando o clico científico da Idade Média. 124 Alan Turing A história de Alan Turing, que ficou escondida do grande público por 50 anos, ganhou fama com o filme "O Jogo da Imitação", de 2014. Se é o membro da lista mais famoso, Turing também teve o pior destino entre os grandes nomes da ciência que sofreram com a intolerância e preconceito por sua opção sexual. Após assumir sua homossexualidade, o "Pai da Computação" foi perseguido publicamente, condenado pela justiça inglesa à castração química e, em 1954, cometeu suicídio. Somente em 2009, 55 anos após sua morte, o governo inglês pediu perdão oficial pelos crimes cometidos contra Turing. Já era tarde e o mundo havia perdido aos 41 anos um dos maiores gênios da computação, que poderia ter contribuído muito mais com a ciência. Antes de ser perseguido, o cientista da computação desenvolveu a "Máquina de Turing" também chamada de máquina universal, por ser capaz de modelar qualquer computador digital. Sua criação desvendava diariamente os códigos secretos nazistas e encurtou a 2ª Guerra Mundial em pelo menos dois anos. Em números, calcula-se que ele tenha evitado a morte de mais de 14 milhões de pessoas ao garantir uma vitória mais rápida dos Aliados. Alan Hart Um dos mais renomados cientistas da história, Alan Hart nasceu Lucille Hart e foi um dos pioneiros na cirurgia de mudança de sexo, nos Estados Unidos. Ele se submeteu a gonadectomia (remoção do ovário) e histerectomia (remoção do útero), entre 1917 e 1918. Sua luta contra a discriminação e preconceito dos transexuais rendeu perseguições, inclusive dentro do mundo acadêmico. Num dos episódios, Hart e sua esposa foram obrigados a se mudarem após um ex-colega de faculdade dele perseguilo por sua opção sexual. Ao todo, ele viveu 44 dos seus 71 anos de vida, como Alan Hart, inclusive, assinando seus artigos científicos com o nome social. Considerado um dos maiores nomes na luta contra a tuberculose, doença que vitimava milhões de pessoas na época, ele foi pioneiro no uso do raio-X para detectá-la em estágios iniciais, o que aumentava em muito as possibilidades de cura. Também foi ideia de Hart criar programas de prevenção à doença, diminuindo as chances de contágio de novos pacientes. [A matéria traz imagens das pessoas e da máquina de Alan Turing...] 125 http://www2.uol.com.br/guiadolitoral/materias/conheca_4_cientistas_lgbt_que_revol ucionaram_o_mundo-4645-2018.shtml VIDEO “I WANT TO BE LIKE NATURE MADE ME”. MEDICALLY UNNECESSARY SURGERIES ON INTERSEX CHILDREN IN THE US Human Rights Watch, 25 de julho de 2017 Summary Reader Advisory: This report contains graphic descriptions of traumatic experiences, often affecting children. Intersex people in the United States are subjected to medical practices that can inflict irreversible physical and psychological harm on them starting in infancy, harms that can last throughout their lives. Many of these procedures are done with the stated aim of making it easier for children to grow up “normal” and integrate more easily into society by helping them conform to a particular sex assignment. The results are often catastrophic, the supposed benefits are largely unproven, and there are generally no urgent health considerations at stake. Procedures that could be delayed until intersex children are old enough to decide whether they want them are instead performed on infants who then have to live with the consequences for a lifetime. Intersex people are not rare, but they are widely misunderstood. Biology classes often oversimplify a fundamental reality. We are taught that sex is dimorphic: simply male or female. But sex, in reality, is a spectrum—with the majority of humans appearing to exist at one end or the other. In fact, as many as 1.7 percent of babies are different from what is typically called a boy or a girl. The chromosomes, gonads, internal or external genitalia in these children—intersex children—differ from social expectations. Around 1 in 2,000 babies is different enough that doctors may recommend surgical intervention to make the body appear more in line with those expectations. Until the 1960s, when intersex children were born, the people around them—parents and doctors—made their best guess and assigned the child a sex. Parents then reared them per social gender norms. Sometimes the intersex people experienced harassment and discrimination as a result of their atypical traits but many lived welladjusted lives as adults. During the 1960s, however, and based largely on the unproven recommendations of a single prominent psychologist, medical norms in the US 126 changed dramatically. Doctors began recommending surgical solutions to the supposed “problem” of intersex traits. In this report, based on interviews with intersex adults, parents of intersex children, and medical practitioners working with intersex people, interACT and Human Rights Watch document the fall-out from that medical paradigm, and the failure of the medical community to regulate itself effectively. As detailed below, there have been changes in practice in recent years, with many doctors now advising against surgery on infants and young children. But even so, surgery continues to be practiced on children with atypical sex characteristics too young to participate in the decision, when those procedures both carry a meaningful risk of harm and can be safely deferred. Some intersex traits—such as atypical external genitalia—are apparent at birth. Others—such as gonads or chromosomes that do not match the expectations of the assigned sex—manifest later in life, such as around puberty. Information about intersex traits can be overwhelming. Whether parents are alerted to their child’s intersex traits at birth, puberty, or another point in life, they can struggle with confusing information and advice. Healthcare providers are an important source of information and comfort amidst such confusion. But in recent decades, many doctors have defaulted to advising early irreversible surgery on intersex children. These operations include clitoral reduction surgeries—procedures that reduce the size of the clitoris for cosmetic reasons. Such surgery carries the risk of pain, nerve damage, and scarring. Other operations include gonadectomies, or the removal of gonads, which result in the child being forced onto lifelong hormone replacement therapy. This history of surgery was also a history of shame and stigmatization. In some cases, doctors instructed parents to conceal the diagnosis and treatment from the child, instilling feelings of shame in parents and children both. Many intersex people did not learn about their conditions until they accessed their medical files as adults— sometimes as late as in their 50s. Finding Out the Truth Ruth, now 60, spent much of her youth questioning the constant medical attention, including surgeries, she received in her early childhood in the 1960s. “Doctors always deflected my questions and stonewalled me when I asked why I had so many appointments,” she said. “I developed PTSD and dissociative states to protect myself while they treated me like a lab rat, semi-annually putting me 127 in a room full of white-coated male doctors, some of whom took photos of me when I was naked.” Ruth attended a private university, started a lucrative career, and got married to a man. Then, one night when she was 32, she hemorrhaged while having sex, so she rushed to the hospital. Ruth told Human Rights Watch: “After my vaginal repair surgery, I had my first encounter with a truly compassionate and candid doctor. He told me ‘I’m not sure what you have, but if I can see your medical records I can explain it to you.’” Ruth drove to the office of the endocrinologist who had treated her throughout her childhood and requested her records. He said no, so she waited in the parking lot until he left that night, broke in, and stole them. “I just sat in the parking lot and didn’t even read them at first—I just put them in date order,” Ruth said. “Then I took a breath and started reading and the first thing I saw on the first page was ‘Male pseudo-hermaphrodite, complete female phenotype. Patient does not know Dx (diagnosis).’” Thoughts rushed through her head: First, I thought: This is great! This is a known thing! How freaky does it make you feel when they say there’s no one else like you and no name for your condition? And the second thing was: these fucking bastards lied to me all the time, there are other people out there like me. I wish I had known there were others like me. I was totally enraged that that had been kept from me. Why would you deliberately try to make a person feel like a freak? And then I felt: This feels good. I’ve got the knowledge and they can’t hide it from me, I can protect myself now. And then I thought: I wonder how much mom knows. Did she know this and was part of a keepit-from-Ruth thing? Ruth confronted her endocrinologist the next day. He said her mother had asked him not to tell Ruth, and that he was “just following the standards of care.” Ruth said: “That was when I realized that this way I was treated was never about me— it was about my doctor and my parents and everyone feeling uncomfortable with how my body was…. But I want to be like nature made me.” Over time and with support and pressure from advocates, some medical norms have evolved. Today, intersex children and their families often consult a team of specialists, and not just a surgeon. The medical community has evolved in its approach to intersex 128 cases—which doctors often categorize as “Differences of Sex Development” or “DSD”—by establishing “DSD teams.” These teams convene multiple healthcare specialists, including mental health providers, to advise on and treat intersex patients. Disclosure of a child’s intersex traits to the child is widely recommended and commonly conducted. During this evolution in care, cosmetic surgeries on intersex children’s genitals have become highly controversial within the medical community. Most medical practitioners now acknowledge that in some cases parents may prefer to leave their child’s body intact as a way of preserving the person’s health, sexual function, fertility options, autonomy, and dignity. Consensus among specialists in intersex health has evolved to acknowledge data gaps and controversies—namely that there has never been sufficient research to show either that these surgeries benefit patients or that there is any harm from growing up with atypical genitals. A growing number of doctors are opposed to doing unnecessary early surgery under such conditions. Practitioners also increasingly recognize the suffering of intersex patients who underwent the operations without their consent. However, despite these promising developments in care for intersex people, the field remains fraught with uneven, inadequate, and piecemeal standards of care—and broad disagreements among practitioners over the human rights of their intersex patients. While there are certain surgical interventions on intersex children that are undisputedly medically necessary, some surgeons in the US continue to perform medically unnecessary, cosmetic surgeries on children, often before they are one year of age. Some practitioners believe they or their colleagues are conducting surgeries on intersex children only in extreme cases. However, they often include socio-cultural factors in that analysis, including parents’ stated desire to give the child a chance to grow up “normal.” Such analysis indicates that the paradigm remains one of unreasonable haste to embrace a surgical “solution” to a social problem, without waiting until the wishes of the patient can be the deciding factor. It also sets up the false dichotomy of child autonomy versus giving the child a “normal” life—when there is no evidence that these surgeries deliver on that promise. In a 2013 report, the United Nations special rapporteur on torture noted: Children who are born with atypical sex characteristics are often subject to irreversible sex assignment, involuntary sterilization, involuntary genital normalizing surgery, performed without their informed consent, or that of their parents, ‘in an attempt to fix their sex,’ leaving them with permanent, irreversible infertility and causing severe mental suffering. 129 In July 2017, three former US Surgeons-General, wrote that they believed “there is insufficient evidence that growing up with atypical genitalia leads to psychosocial distress,” and “while there is little evidence that cosmetic infant genitoplasty is necessary to reduce psychological damage, evidence does show that the surgery itself can cause severe and irreversible physical harm and emotional distress.” They said: “These surgeries violate an individual’s right to personal autonomy over their own future.” The three doctors concluded: [B]abies are being born who rely on adults to make decisions in their best interest, and this should mean one thing: When an individual is born with atypical genitalia that pose no physical risk, treatment should focus not on surgical intervention but on psychosocial and educational support for the family and child. Some proponents of surgery claim that techniques have improved, and they express confidence in their ability to secure better outcomes; however, they admit, evidence to support that confidence is lacking. Some adults interviewed for this report who had undergone surgery talked about traumatizing results even from “nerve-sparing” surgeries. Two common goals of these cosmetic “normalizing” surgeries on children’s genitals are to enable heterosexual penetrative intercourse, and to help the child conform to gender and sexual norms and expectations. For example, doctors cite the need for boys to be able to stand while urinating as a reason for conducting hypospadias surgery. Surgeries intended to make a body conform to rigid gender stereotypes before the individual can express their sexual orientation or gender identity greatly undermine the right to free expression as the child develops into an adult with a surgically-modified body intended to fit social norms and not the individual’s sense of self. These surgeries also undermine many intersex children’s rights to bodily integrity and health. Assigning a sex of rearing to a child never requires surgery. Genital or gonadal surgeries on intersex children too young to declare their gender identity carry the risk of surgically assigning the wrong sex. Depending on the condition, this risk can be between as high as 40percent—meaning that many children will grow up to reject the sex that has been irreversibly surgically assigned to them. This means that for conditions where it is not possible to predict gender identity outcomes with confidence, doctors are conducting sex assignment surgeries based on guesswork. But assigning the wrong sex is not the only risk. Removal of gonads can end options for fertility and will lead to lifelong need for hormone therapy. The genital surgeries done 130 on intersex children can result in loss of sexual sensation and ongoing pain. The procedures are irreversible, in that tissue or organs that are removed cannot be replaced, nerves that are severed cannot be regrown, and scar tissue can limit options for future surgery. For intersex children, their experiences with treatment interventions—including surgeries and repeat examinations—can harm them for life. Pejorative or stigmatizing language from doctors, repeated genital examinations and photography, and exposure of their bodies to multiple practitioners can be traumatizing. The impact of their negative experiences receiving medical care extends beyond the physical outcomes or desires to be socially “normal.” Intersex people interviewed for this report described the feelings of dread and horror—decades after unwanted or damaging surgeries, genital exams, insensitive disclosure of diagnosis, and other experiences—when attempting to access healthcare. For some, this has led them to avoid healthcare as adults. As documented in this report, despite evolving standards of care, the establishment of multi-disciplinary “DSD teams,” distaste for discrimination, and an increasingly visible public debate over informed consent and medical necessity, many doctors continue to misinform parents of intersex children and pressure them into choosing unnecessary cosmetic surgeries on their children. Nearly every parent interviewed for this report said they were presented with medically unnecessary surgery as an urgent need at least once during their pursuit of care for their child. Proud Parents Jackie, a mother of a 6-year-old in California, told Human Rights Watch her pregnancy was uneventful, and she was excited to have a daughter join the family. “We started saying ‘she’ even before we got pregnant,” she said. The baby was born a month early and then immediately, Jackie remembers: “They cleared the room and said, ‘we need to talk to you.’ They said the doctor who did the initial exam felt what he thought were gonads and they wanted to put her in the NICU because she might not survive the night.” The baby was taken to a regional intensive care unit by ambulance; Jackie and her husband joined a few hours later. “The endocrinologist we met there was very kind, had good bedside manner,” she said. “But immediately we started hearing stories from her about [a celebrity who is rumored to be intersex]. They asked if my husband and I were related. They said they needed to test whether our child had male or female chromosomes.” That same day, a urologist arrived 131 to consult on the case. “He asked—and this was within hours of me having given birth—whether I had told anyone that we weren’t sure if our baby was a boy or a girl.” Jackie said yes, and that she had posted it on Facebook. “Then he shrugged and rolled his eyes and said, ‘Oh great, parents these days,’” Jackie said. The doctors told Jackie and her husband that they needed to test the child for some conditions which could be life threatening, including one that could cause “salt wasting.” The tests could take up to a week, they were told, so they stayed nearby so they could see their child daily. “They gave all the other babies ‘It’s a boy,’ or ‘It’s a girl’ tags on their little cribs, and our daughter had nothing,” Jackie said. “I talked to the social worker and demanded they give us that—I needed that. I was ok with it changing and I knew we were going to get more information, but I needed that.” While they waited for test results, the urologist returned for several consultations. “Within a few days he was telling us he could do genital surgery on our kid,” Jackie said. “He would say things like ‘Well it’s easier to subtract than it is to add.’” One day he came to see the child with one of his interns. “They said they wanted to ‘take a look’ at my child,” Jackie said. “I said no. She wasn’t for their studies. He responded: ‘In that case, you may never see me again,’ so I told him goodbye.” Medical settings can be intense for anyone. Pressure to conduct surgeries on children to make them conform to socially “typical” understandings of male and female bodies can be overwhelming. Incomplete or improper counseling can leave parents illequipped for the future in which their child’s body will develop differently from their peers. Parents of young intersex children interviewed for this report recounted how medical staff pressured them to undertake irreversible procedures, including surgery, and, they said, made them feel they were being unreasonable when they resisted or asked questions. Some doctors cited surgical risk and outcome statistics that, when queried by parents, the practitioners could not substantiate with medical research literature. Other parents heard from doctors that the surgeries were “necessary” to avoid future bullying and humiliation—and, as noted above, to allow their boy children to stand to pee. Parents interviewed for this report talked about their isolation, confusion, and distress; their desire for information and support; and the comfort they found in meeting other parents of intersex children, and learning their child was healthy and would be able—with support—to live a happy and fulfilling life. 132 Parents interviewed for this report who elected cosmetic surgeries on their children expressed mixed views. Some said they felt they made the decision without complete information and under pressure from doctors to accept surgery urgently, with the strong implication—or in some cases explicit explanation—that surgery was required as part of making a sex assignment on their newborn. Others said they would have elected cosmetic surgery on their children’s genitals no matter what risk types or rates the surgeons had cited to them—they wanted their children to look “normal.” Bullying and social stigma are real concerns that are bound to cause parents worry— but the surgeries do not actually remove the possibility of those harms, and the concerns, while valid, do not justify the far greater lifelong harms that irreversible surgeries often inflict upon intersex children. And those fears are by no means certain to materialize. We interviewed parents who rejected early surgery and said their children had not faced unusual amounts of bullying or harassment because of their intersex traits. The children were able to go to school, develop friendships, and access healthcare like other children. Parents often credited the peer support and information they received from parent support groups for making this possible. “The point parents have to understand is that where [they] think the problem is over—it’s not the end,” said an intersex woman in New York. “We have to deal with it for the rest of our lives—and *parents+ shouldn’t be making decisions based on really early concerns because those are not the biggest problems.” For more than 50 years, the medical community in the United States has often defaulted to treating intersex children by conducting irreversible and unnecessary surgeries—and no clinic has firmly instituted a moratorium on such operations. Even after two decades of controversy and debate, there remains no research showing that early, medically unnecessary surgery is helpful to the intersex child. The evidence is overwhelming that these procedures carry great risk of catastrophic harm. And while increasing numbers of doctors believe it is wrong to conduct these procedures, recent medical journal articles and some data sets cited in this report demonstrate that many clinics continue to do so. International human rights bodies have recognized the practice as implicating and potentially violating a range of fundamental rights, including freedom from torture, the right to health, and autonomy and integrity. While most of the practitioners interviewed for this report said they thought medically unnecessary surgeries were becoming less common, none said their clinic had stopped doing them altogether. None of the healthcare practitioners interviewed for this report shared exact data about surgery rates during their interviews. However, the report documents the trends they observed in their clinics and in the field of treating intersex people more broadly. 133 There was considerable disagreement and divergence among practitioners, which in part reflects conflicting and inadequate standards of care. The lack of standards limiting the discretion of doctors to recommend and conduct medically unnecessary surgeries represents a failure of the government as well as medical governance bodies to live up to human rights standards. At present, too many medical practitioners advise surgery or conduct surgeries on intersex infants and young children, citing lack of data on the outcomes for children who do not undergo surgery. Human Rights Watch and interACT believe that this approach has it exactly backwards: the experience of those who have undergone the surgery and principles of medical ethics suggest that unless and until there is outcome data establishing that the medical benefits of specific surgical procedures on infants and young children outweigh the potential harms, they should not be used. Accordingly, Human Rights Watch and interACT are urging a moratorium on all surgical procedures that seek to alter the gonads, genitals, or internal sex organs of children with atypical sex characteristics too young to participate in the decision, when those procedures both carry a meaningful risk of harm and can be safely deferred. https://www.hrw.org/report/2017/07/25/i-want-be-nature-made-me/medicallyunnecessary-surgeries-intersex-children-us https://www.youtube.com/watch?time_continue=260&v=KeAVdOJOfKk (YouTube) “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 08 de junho de 2018 Depois da Copa no Brasil, o engenheiro André Almeida, de 31 anos, decidiu que também acompanharia o Mundial seguinte in loco. Prestes a embarcar para Rússia, ele está levando na mala os cinco ingressos que comprou e também uma dose de cautela. André é gay e sabe que não poderá se comportar por lá da mesma forma que age por aqui. Governos e ONGs vêm alertando torcedores lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) sobre os cuidados que devem tomar enquanto estiverem na Copa do Mundo na Rússia, um país onde há forte sentimento contrário a essas pessoas e as agressões contra elas vêm aumentando, dizem ativistas. 134 "Isso não seria um impeditivo, porque sou apaixonado por esportes, mas não vou tocar no assunto enquanto estiver por lá, falar disso com a família que vai me hospedar nem perguntar às pessoas sobre lugares gays ou ter a liberdade de conhecer alguém", diz Almeida à BBC News Brasil. "De certa forma, não vai ser uma experiência completa. É triste que, em 2018, eu tenha que tomar esse cuidado sem ter feito nada de errado." Um destes alertas partiu do governo brasileiro para os 60 mil cidadãos que, segundo estimativas oficiais, têm ingressos para jogos da competição marcada para começar na próxima quinta-feira. A cartilha para torcedores divulgada pelo Itamaraty na quinta-feira explica na seção sobre as leis locais que "não são comuns manifestações intensas de afeto em público" e recomenda expressamente que não haja "demonstrações homoafetivas", além de manifestações sobre temas delicados - entre eles, os relacionados a orientação sexual. O motivo seria uma lei de 2013, que tem o objetivo declarado de "proteger crianças de informações que advogam pela negação dos valores da família tradicional". Mais conhecida como "lei contra a propaganda gay", ela veta a distribuição de material informativo que defenda os "interesses de relações sexuais não tradicionais" para menores de 18 anos. Isso, na prática, proíbe manifestações públicas da comunidade LGBT no país. Violar a norma pode resultar em multa e deportação, alertou o Itamaraty. Questionada sobre a inclusão desse alerta na cartilha, Luíza Lopes, diretora do departamento consular e de brasileiros no exterior do Itamaraty, explicou que a intenção foi prevenir "experiências ruins". "Nossa preocupação é dar as informações necessárias para orientar brasileiros da melhor forma possível e evitar que passem por situações constrangedoras, e há uma lei específica sobre isso. Não poderia ficar de fora", disse a embaixadora na coletiva de imprensa em que apresentou a cartilha. 'Risco significativo' Uma mensagem semelhante partiu nesta sexta-feira do comitê de Relações Exteriores do Parlamento britânico, segundo o qual cidadãos LGBT correm um "risco significativo" 135 não só pela possível "violência de grupos de justiceiros", mas também por uma "falta de proteção adequada pelo Estado". "A cultura de extrema direita dos grupos de hooligans russos pode colocar torcedores LGBT sob um risco especial de serem alvo de violência", diz o relatório. A ONG Fare, dedicada a combater qualquer discriminação no futebol, vem alertando torcedores LGBT sobre o assunto desde o ano passado. A organização criou um canal especial no WhatsApp para quem deseja buscar informação e apoio ou fazer denúncias, e preparou um guia para orientar sobre esse problema no país. "Casos de homofobia e de grupos de extrema direita que 'caçam' pessoas LGBT em aplicativos e na internet para atraí-los para apartamentos e depois gravar enquanto eles são humilhados estão aumentando" na Rússia, diz o documento. A Fare também publicou recentemente um estudo mostrando que, após o veto a bandeiras com conteúdo radical nos estádios russos, houve um aumento no último ano de gritos de torcida marcados pelo preconceito a minorias nesses locais. "O aumento da homofobia é algo novo nos estádios russos. Hoje, mais do que nunca, vemos torcedores chamando adversários de 'gay'. Isso é uma prática que deriva da homofobia que parte do Estado", diz o documento. Ponta do iceberg Piara Power, diretor-executivo da Fare, diz que isso é apenas a "ponta do iceberg". "Esses são os incidentes públicos, mas há muitos outros que não vêm à tona", afirma. A homossexualidade era crime de sodomia na Rússia até 1993 e classificada como uma doença mental até 1999. Em 2012, uma decisão da Justiça do país baniu a realização da Marcha do Orgulho Gay de Moscou por 100 anos. A Rússia foi considerada em 2017 o quarto país, entre 49 Estados europeus, com mais violações de direitos e discriminação de cidadãos LGBT, segundo a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA, na sigla em inglês). 136 De acordo com o Centro Para Pesquisa Social Independente, uma ONG baseada em São Petesburgo, os crimes de ódio contra pessoas LGBT dobraram nos cinco anos desde a aprovação da lei contra "propaganda gay". E o mais recente relatório da LGBT Network, a principal organização da área na Rússia, documentou 366 casos de discriminação no período 2016-2017, dos quais 104 foram ocorrências de violência física, como assassinatos e estupros. "Os ataques são frequentes porque é um país onde a homofobia está institucionalizada na legislação. Isso manda um sinal claro para grupos homofóbicos de que não há problema em atacar gays, porque não serão investigados", diz Yulia Gorbunova, pesquisadora da ONG Human Rights Watch (HRW) na Rússia. No entanto, destaca ela, em dois dos principais eventos esportivos sediados pela Rússia - as Olimpíadas de Inverno, em 2014, e a Copa das Confederações, em 2016 -, não foi registrado nenhum incidente do tipo com torcedores. "Talvez porque os torcedores LGBT estavam cientes de que era um ambiente hostil a eles e agiram de forma mais discreta, mas o fato é que pessoas abertamente homossexuais na Rússia não estão seguras, e isso se aplica também aos estrangeiros." A BBC News Brasil procurou a embaixada da Rússia ano Brasil, que não se manifestou sobre o assunto até a publicação dessa reportagem. Combate ao preconceito A Fifa criou nos últimos anos políticas para combater o preconceito e a violação de direitos humanos em partidas de futebol, e criou um canal online para denúncias. A entidade e os organizadores da Copa da Rússia também já se manifestaram para dizer que garantirão a segurança de torcedores gays. Será usado ainda um sistema de monitoramento antidiscriminação em todas as partidas da Copa, permitindo ao árbitro "interromper, suspender ou até mesmo abandonar" um jogo se "um comportamento discriminatório não cessar". "Também trabalhamos com diversos times participantes em medidas educacionais preventivas, entre eles, é claro, os anfitriões, a Rússia", disse o diretor de diversidade e sustentabilidade da Fifa, Federico Addiechi, em um comunicado. 137 Ao mesmo tempo, diz a pesquisadora da HRW, o governo russo tomou algumas medidas para impedir que grupos radicais criem problemas durante o evento. "As autoridades russas não são estúpidas. Sabem que precisam garantir a segurança dos visitantes. Alguns dos líderes foram detidos e interrogados, e foram enviados alertas contra possíveis ataques e agressões", afirma. Ambiente tóxico Mas Gorbunova alerta que, apesar da influência do governo sobre os grupos ultranacionalistas e das ações para evitar maiores problemas durante o evento, o ambiente em geral no país é "tóxico" para cidadãos LGBT. "É uma herança da era soviética e um reflexo dos valores cristãos num país em que não há uma separação entre a Igreja e o Estado", afirma a pesquisadora. "O governo promove esses valores conservadores para contrapor os valores mais progressistas do Ocidente e, assim, reforça essa atitude hostil do povo. Isso não vai mudar na sociedade enquanto as autoridades tiverem essa posição." Power, da Fare, diz que os torcedores LGBT não devem ter medo, mas recomenda cautela. "Se um casal LGBT ficar em um hotel, haverá menos de chances de ter problemas do que se ficar em um apartamento", diz. "O mesmo se aplica a quem está em cidades maiores, como Moscou e São Petesburgo, do que em locais mais remotos, como a cidade de Samara." Ele explica que a organização não prevê ataques a pessoas LGBT na Copa, mas diz ser bom esses torcedores terem em mente que a maioria dos torcedores serão russos, "e eles podem se ofender". "A Copa será um período especial, com o mundo de olho na Rússia. A polícia vai conferir mais proteção, e população vai ser mais tolerante, porque sabe que terá muitos visitantes e quer exibir o país da melhor forma possível", diz. "A questão é quanto tempo isso vai durar e se as pessoas que agora batalham por direitos iguais enfrentarão ainda mais dificuldades." [A matéria traz algumas imagens...] 138 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44403975 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018 O regime cubano decidiu dizer adeus formalmente ao comunismo. O conceito foi eliminado no anteprojeto de reforma constitucional em andamento, segundo informaram neste sábado os veículos oficiais da ilha. Imerso num processo de liberalização controlada do modelo econômico, o Governo de Cuba inclui no novo texto o reconhecimento da propriedade privada e se desprende da referência à ideologia comunista, embora enfatize que o socialismo continue sendo política de Estado. A Constituição vigente, promulgada em 1976 e redigida à imagem e semelhança das Cartas do bloco socialista, prevê, em seu artigo 5, o objetivo do “avanço rumo à sociedade comunista”. Com a reforma constitucional, essa ideia desapareceria. Uma mudança de enorme importância histórica, que o Governo apresenta como mera adaptação da linguagem à nova fase de continuidade revolucionária. “Não quer dizer que vamos abrir mão das nossas ideias, e sim que, em nossa visão, pensamos num país socialista, soberano, independente, próspero e sustentável”, disse na sexta-feira o presidente da Assembleia Nacional, Esteban Lazo. O Parlamento unicameral cubano abriu neste sábado uma sessão que se estende até segunda-feira e na qual os deputados debaterão o texto da reforma, para que seja depois submetido a consulta popular. Ideologicamente, Cuba ficará na paradoxal situação de se apartar da ideia do comunismo em sua Constituição sem deixar de reconhecer o Partido Comunista como máximo órgão de direção do país. O anteprojeto de reforma, segundo o jornal oficial Granma, “ratifica o caráter socialista da Revolução e o papel dirigente do Partido”, além da “irrevogabilidade do modelo político e econômico”. O Governo começou a remodelar o modelo econômico – e a contenção da narrativa comunista – em 2011, com a elaboração das chamadas Diretrizes da Política Econômica e Social do VI Congresso do Partido Comunista de Cuba. Os 313 pontos do documento refletiam a ordem de Raúl Castro de iniciar uma guinada do sistema que permitisse dinamizar a raquítica economia cubana, dando maior espaço ao trabalho 139 por conta própria e abrindo o país aos investimentos estrangeiros. O raulismo marcou uma mudança rumo a um maior pragmatismo em relação à linha imposta durante décadas por Fidel Castro, muito refratário à abertura ao mercado e aferrado até sua saída do poder (por doença) à narrativa marxista-leninista. Um gabinete de continuidade Cuba caminha rumo à era pós-Castro sob a égide da continuidade. O presidente Miguel Díaz-Canel, de 58 anos, nascido depois da revolução de 1959 e a quem Raúl Castro, 87, cedeu o cargo em abril, após prepará-lo durante anos como leal sucessor, formou um Conselho de Ministros que mantém os desígnios de seu mentor. A Assembleia deu sua aprovação neste sábado ao novo Gabinete, que conserva 20 dos 34 ministros do general. Castro permanecerá até 2021 como secretário-geral do PC cubano, máxima autoridade da ilha, acima do Executivo. A principal novidade no Gabinete foi a nomeação de outro ministro da Economia, Alejandro Gil, até agora vice-ministro. Desde que assumiu o comando, em 2008, Raúl iniciou uma lenta adaptação do sistema socialista ao mercado e aos investimentos estrangeiros, que Díaz-Canel terá que acelerar se quiser tirar o país de sua perpétua situação de carestia e reverter os índices quase nulos de crescimento. Gil terá a missão de agitar o complicado coquetel de estatismo e liberação. Membro da nova geração da alta burocracia cubana, o novo ministro da Economia substitui um funcionário da velha guarda, Ricardo Cabrisas, 81, que será um dos quatro vice-presidentes do Conselho de Ministros – onde permanece Ramiro Valdés, 86, do núcleo duro histórico. Quando assumiu a presidência, em abril, Díaz-Canel – um tecnocrata com reputação pró-abertura mas que há dois anos adotou um discurso cada vez mais rígido e conservador – deixou claro que seu norte era a “continuidade”, hoje conceito-chave do status quo cubano. Em sua equipe seguirão ao seu lado pesos-pesados do sistema, como o chanceler e cérebro das relações com os Estados Unidos Bruno Rodríguez, 60; Leopoldo Cintra, 77, militar do círculo mais próximo de Raúl Castro, como ministro das Forças Armadas; e o vice-almirante Julio Césa Gandarilla, 75, responsável pelo poderoso Ministério do Interior. Os Ministérios do Comércio e Investimentos Estrangeiros e do Turismo, duas pastas de especial relevância pela necessidade urgente de Cuba de atrair capital, continuarão nas mãos de Rodrigo Malmierca e Manuel Marrero. O Gabinete, com uma média de idade de 60 anos, é formado por 26 homens e oito mulheres. Sinal verde para o casamento gay 140 O texto da nova Constituição abre a possibilidade de legalização do casamento homossexual em Cuba. Segundo afirmou na Assembleia Nacional Homero Costa, secretário do Conselho de Estado, o artigo 68 define o casamento como a união “entre duas pessoas (...) e não diz de qual sexo”. A atual Constituição, de 1976, só contempla a união matrimonial entre homem e mulher. A legalização do casamento homossexual é uma reivindicação cada vez mais imperiosa da comunidade LGBT cubana. É defendida por Mariela Castro, filha de Raúl e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba. Grupos evangélicos se manifestaram na ilha, nos últimos dias, ante a perspectiva da mudança legal. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/21/internacional/1532184105_674201.html ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 As ameaças ao policial fardado que apareceu em um vídeo gravado sem o conhecimento dele dando um selinho em outro homem, no metrô de São Paulo, estão longe de ser um caso novo e isolado de homofobia nas instituições militares brasileiras. A opinião é do ex-sargento do Exército Fernando Alcântara, licenciado da corporação há dez anos depois de assumir um relacionamento com outro sargento, Laci Marinho de Araújo. O caso deles veio à tona quando assumiram publicamente a relação e foram reportagem de capa de uma revista semanal. "Nada mudou desde então. A repressão existe e é uma determinação dos comandos para policiais e agentes homossexuais serem expurgados –com uma série de procedimentos administrativos falseados nos quais o pano de fundo, na realidade, é o preconceito", define o ex-sargento. Junto com o hoje marido, terceiro sargento da reserva, Alcântara criou em 2009 em Brasília, onde vivem, uma ONG para atender outros militares que, assim como eles, tiveram de enfrentar um périplo nas Forças Armadas ou nas polícias ao se revelarem ou serem descobertos homossexuais. No caso do soldado paulista Leandro Prior, gravado no metrô de São Paulo, as ameaças feitas em redes sociais sugeriram desde que o policial fosse linchado por 141 apedrejamento até que ele pedisse exoneração. Prior está licenciado para tratamento psiquiátrico e encaminhou as ameaças à Corregedoria da PM, que abriu investigação sobre o caso e disponibilizou colete e proteção policial ao soldado. O Código Penal Militar, um decreto-lei de 1969, não estabeleceu proibições ao alistamento de homossexuais, ainda que, em seu capítulo VII, tenha definido como "crimes sexuais", além de estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores, também a "pederastia ou outro ato de libidinagem", descrita no documento como "praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar". A pena nesse caso varia de seis meses a um ano de detenção. Em 2015, quatro anos após reconhecer a união homoafetiva, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por maioria, que continua a ser crime praticar sexo de qualquer tipo em instalações militares, mas determinou que fossem excluídos os termos "pederastia" e "homossexual" do Código Penal Militar por entender que eles possuíam caráter discriminatório. Advogados, psicólogos e psicanalistas voluntários Em entrevista ao UOL, Alcântara, que se formou em direito e atualmente advoga, contou que a ONG, denominada "Instituto Ser de Direitos Humanos e da Natureza", não tem fins lucrativos e faz atendimento jurídico, psicológico e psiquiátrico, voluntariamente, a militares que enfrentam preconceito quanto à orientação sexual. "É um trabalho feito a partir de parcerias, não recebemos doações. São advogados, psicólogos e psiquiatras que destinam um tempo para atender pessoas que indicamos a eles", contou. De acordo com o ex-soldado, a entidade recebe, em média, de três a cinco casos mensais de militares que pedem ajuda; a maioria, profissionais submetidos a procedimentos administrativos que mascarariam, na realidade, a perseguição em função da orientação sexual. Há também mulheres vítimas de assédio sexual praticado por oficiais superiores. "É difícil fazer com que as pessoas creiam que, ainda hoje, exista um modelo de investigação da vida civil dos militares fora do ambiente militar. Cada instituição tem seu setor de inteligência, e como hoje não há mais um 'inimigo externo' a combater, tal qual a ditadura fazia crer, a respeito da ideologia comunista, agora se persegue quem não comunga com a regra institucional", definiu o advogado. "Nesse sentido, ser 142 homossexual hoje nas Forças Armadas e em muitas polícias é estar passível de sofrer as mais diversas sanções, até que essa pessoa seja jogada para fora", completou. No entendimento de Alcântara, o tratamento dado dentro de quartéis a praças e oficiais também difere quando a questão é a identidade de gênero ou a orientação sexual fora do 'padrão'. "Já vi inúmeros casos em que não se dá o mesmo tratamento duro a coronéis ou generais que cometeram esses crimes sexuais ou a oficiais que assediaram sexualmente homens ou mulheres nessas corporações", destacou. "Mas é importante lembrar que instituições como o Exército agem como agem porque têm suporte de outras, como a Justiça Militar e o Ministério Público Militar. Apesar de eu ter uma perspectiva otimista sobre nossos direitos, confesso que ver pessoas públicas com discurso de ódio e de apologia a torturadores ainda me assusta". "Nunca pensamos em esmorecer" Indagado sobre como chegam os profissionais das forças de segurança ao buscarem apoio da ONG, Alcântara foi taxativo: "Muitos chegam já em uma situação prestes a cometimento de suicídio, em quadros muito graves, tanto que ficamos sem condições de enfrentamento e partimos mais para um trabalho de contenção de danos. É muita gente que chega vítima de uma perseguição desenfreada – com prejuízo não apenas ao indivíduo, mas a todo o núcleo familiar dele", relatou. Hoje, Alcântara garante que não há "a menor possibilidade de a luta retroceder". "A luta que eu e meu companheiro tivemos foi muito dura, mas nunca pensamos em esmorecer. Mas conheci familiares de gente que se suicidou porque não suportou, ou gente que foi expulsa ou pediu para sair. Gente massacrada porque estava expressando uma visão de amor. Por que as instituições não combatem suas reais mazelas?", questionou. Sobre o uso da farda em demonstrações públicas de afeto –situação que gerou a onda de ameaças ao soldado Prior e também a outros quatro praças heterossexuais, na PM paulista, desde 2001 --, o ex-soldado do Exército conclui: "Se alguém conseguiu vestir a farda, o fez porque tinha vocação para servir e combater, já que o treinamento para isso é exaustivo. Se a pessoa superou essa etapa e vestiu a farda, é digna de respeito – a expressão da afetividade dela não influencia. Para que falso moralismo?" 143 O parceiro de Alcântara pediu em 2011 a aposentadoria ao Exército, mas acabou reformado com perda de um terço do salário. Ele busca reverter a medida por meio de um recurso especial ainda não julgado no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Já Alcântara foi alvo de uma série de processos disciplinares e prisões, sob acusação de deserção –logo após a entrevista de 2008 em que o casal se assumiu publicamente –, e acabou solicitando o licenciamento das Forças Armadas. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/18/ong-atendevitimas-de-homofobia-nas-forcas-armadas-ordem-e-para-lgbts-serem-expurgados.htm EX-SARGENTO GAY RELATA PRESSÃO PARA DEIXAR EXÉRCITO: "VIADO NÃO PODE ENVERGAR O VERDE-OLIVA" Janaina Garcia, Uol, 21 de julho de 2018 Deixar o Exército no Rio de Janeiro, voltar para sua terra-natal e entrar para a Polícia Militar do Rio Grande do Norte não foram decisões simples e individuais para o cabo Graco Menezes Tasso, 40, vítima de homofobia nas Forças Armadas do Brasil. Em 2002, lembra o potiguar, ele foi incisivamente pressionado a deixar o Exército depois de a corporação descobrir que ele não apenas era gay, como tinha um relacionamento amoroso com um marujo. Tasso falou ao UOL sobre a mudança de instituição e também de perspectiva sobre a própria sexualidade –com a qual, hoje, garante, lida com "muito menos traumas". De acordo com o policial, o namorado passou a esperá-lo na porta do quartel ou a frequentar os churrascos junto com ele. "Eu nunca 'dei na cara' que era gay, mas o pessoal deduziu por esses comportamentos, e também porque, eventualmente, meu então namorado ligava para mim no quartel. Em um desses churrascos, chegou a rolar uma discussão, uma briga com outros sargentos que não aceitavam esse tipo de coisa. Para mim, sempre foi mais cômodo que tudo ficasse, de fato, mais velado –mas foi assim que acabou vindo à tona", relata. "Eu não ando com uma bandeira do movimento gay, e, na época, não queria mesmo que ninguém soubesse sobre a minha orientação. Hoje, lido com isso muito mais tranquilamente", conta. 144 Até chegar a esse estágio de aceitação sobre se afirmar gay em público, o policial lembra que a dificuldade no Exército foi muito além da discussão informal um churrasco de fim de semana. "Acho tudo isso um grade paradoxo: como um militar não pode viver a sexualidade dele, se já desde a história antiga, na Grécia, sabidamente isso ocorria? Mas é incrível: as pessoas ainda se chocam", diz. Entre "as pessoas", ele destaca superiores que, até ele se confirmar gay, elogiavam publicamente seu trabalho. "Eu trabalhava na formação dos recrutas. De repente, começaram a me perseguir veladamente –me tiraram disso e me puseram para ser instrutor da banda, mesmo eu não sendo músico", narra. "Chegou ao ponto de meu subcomandante, à época, um major, me coagir a pedir para que eu saísse da corporação usando, para isso, minha orientação sexual. Ele dizia que ou era isso, ou eu seria expulso e isso chegaria à minha família. Ele estudou meus pontos fracos e foi para cima". Com a pressão, Tasso assinou o pedido de baixa em um sábado à noite. Já no começo da semana seguinte, tentou reverter a decisão, mas o pedido não foi aceito. "O trâmite processual foi incrivelmente rápido para a minha saída, quando, na realidade, quando alguém pede baixa, isso costuma levar dias. Nunca esqueço a frase do major: 'Viado não pode envergar o verde-oliva e o camuflado' [cores tradicionais dos uniformes do Exército]. O mesmo sujeito que, tempos antes, tinha dito que eu era o melhor sargento do batalhão dele." Tasso chegou a tentar reverter a própria exoneração no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas o pedido foi indeferido. Em 2005, voltou para Natal, onde mora a família, e passou no concurso da PM potiguar. Foi chamado em 2006 e segue lá até hoje. "Pode levar o tempo que for, mas a impressão que eu tenho é isso será sempre um tabu. Hoje é mais tranquilo, mas sempre vai ter gente que fala com você com um certo sarcasmo", define. Ele se casou com outro homem, um civil. Nas redes sociais, não se poupam de postar fotos juntos em momentos íntimos e descontraídos. "Muita gente que condena um homossexual, seja ele militar ou não, não passa de gente frustrada e que deveria amar mais. Tem muito gay que não se assume, é mal amado e mal resolvido –esses são os que mais nos criticam. Uma pena. Mas eu tentei ser feliz", conclui. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/07/21/ex-sargento-doexercito-pm-gay-relata-pressao-viado-nao-pode-envergar-o-verde-oliva.htm 145 EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA Uol, 20 de julho de 2018 Um vídeo gravado em Goiânia nesta quinta-feira (19) mostra o deputado federal e précandidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) ensinando uma criança a fazer o gesto de uma arma com as mãos. As imagens causaram polêmica nas redes sociais, inclusive entre outros pré-candidatos ao Palácio do Planalto. As imagens mostram que Bolsonaro havia acabado de subir em um carro de som no aeroporto de Goiânia quando apoiadores entregam a criança a ele. O deputado federal segura a menina no colo e a auxilia a fazer o sinal com as mãos, usando os dedos polegar e indicador, de forma que se assemelham a um revólver. Em seguida, o deputado federal também faz o gesto, sorrindo. No vídeo, é possível ver que apoiadores reunidos em torno do carro de som também fazem o gesto com as mãos, copiando o deputado. A criança fica pouco mais de um minuto no colo de Bolsonaro, que logo a devolve e começa a discursar aos presentes. O UOL tentou contato com Bolsonaro por um número de celular na noite desta sexta, mas as ligações não foram atendidas. O mesmo ocorreu nas tentativas de contato com um assessor do presidenciável. A reportagem também enviou uma mensagem de WhatsApp ao pré-candidato, que foi visualizada às 22h37 de sexta. Bolsonaro, no entanto, não respondeu. Em entrevista ao jornal "O Globo" publicada neste sábado, Bolsonaro se defendeu. "Chega de frescura, quando eu era criança brincava de arma o tempo todo. Nas favelas, tem gente de fuzil por todo o lado. Um filho vê o pai policial armado todo dia. Não vejo maldade nenhuma nisso. As crianças do Brasil têm que ver as armas como algo ligado à responsabilidade e de proteção à vida." O UOL procurou ainda o deputado delegado Waldir (PSL-GO), que acompanhava Bolsonaro na agenda em Goiânia, mas as ligações caíram na caixa postal. Em entrevista ao jornal "O Globo", Waldir disse que a criança foi entregue ao précandidato pelos pais, que teriam pedido a ele para que fizessem o símbolo. Disse ainda que o gesto feito por Bolsonaro significa "coragem" para pessoas de bem, mas que "para o bandido pode ser uma arma". 146 Bolsonaro lidera as principais pesquisas de intenção de voto nos cenários em que não aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT. Revogar o estatuto do desarmamento e permitir o acesso da população a armas, com restrições, é uma das principais propostas de governo do deputado. A campanha de Bolsonaro deverá ser oficializada neste domingo, durante convenção nacional do PSL no Rio de Janeiro. Presidenciáveis criticam gesto A atitude de Bolsonaro foi criticada por outros pré-candidatos à Presidência. Marina Silva (Rede) utilizou sua conta no Facebook para dizer que "como mãe e professora, fiquei estarrecida ao ver um candidato ensinar uma criança a fazer gesto de revólver com as mãos." 147 A também pré-candidata Manuela D'Ávila (PCdoB) chamou Bolsonaro de "inominável" na publicação em que critica a atitude do deputado. No Facebook, o pré-candidato à Presidência Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que "a arma que defendemos para nossas crianças é uma boa educação!". Ele acrescentou que Jair Bolsonaro é "inimigo do Brasil". 148 *Com Estadão Conteúdo https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/07/20/em-videobolsonaro-faz-gesto-de-arma-em-mao-de-crianca.htm APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO Uol, 21 de julho de 2018 Um dia após a polêmica gerada por um vídeo em que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) aparece ensinando uma criança a fazer uma arma com as mãos, o précandidato volta a ter sua imagem associada ao gesto. Neste sábado (21), durante sua participação em um evento de formatura de paraquedistas do Exército, no Rio de Janeiro, Bolsonaro apareceu em uma foto com outra criança usando as mãos para imitar uma arma. A imagem foi publicada por um dos filhos do parlamentar, o deputado estadual Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), em suas redes sociais com a legenda: "quando o sonho da criança é ser policial!" 149 Usando uma boina do Exército, Bolsonaro ficou na primeira fileira de um palanque montado pelo evento para receber oficiais ao lado de nomes como o general Braga Netto, interventor federal na Segurança do Rio de Janeiro. Ao cumprimentar as famílias de formandos, o presidenciável desceu do palanque e foi cercado por pessoas que dedicaram palavras em apoio à sua candidatura e pediram para tirar selfies ao seu lado. A polêmica havia começado com um vídeo gravado em Goiânia na quinta-feira (19) em que uma menina faz o gesto junto a Bolsonaro. As imagens geraram críticas de concorrentes do deputado na disputa pelo Palácio do Planalto. As imagens de quinta-feira mostram que Bolsonaro havia acabado de subir em um carro de som no aeroporto de Goiânia quando apoiadores entregam a criança a ele. O deputado federal segurou a menina no colo e a auxiliou a fazer o sinal com as mãos, usando o polegar e o indicador, de forma que se assemelham a um revólver. Em seguida, o deputado federal também fez o gesto, sorrindo. No vídeo, é possível ver que apoiadores reunidos em torno do carro de som também fazem o gesto com as mãos, copiando o deputado. A criança fica pouco mais de um minuto no colo de Bolsonaro, que logo a devolve e começa a discursar aos presentes. Desde sexta-feira, o UOL tenta contato com Bolsonaro e sua equipe de comunicação para comentar o tema, sem retorno. Em entrevista ao jornal "O Globo" publicada neste sábado, Bolsonaro se defendeu. "Chega de frescura, quando eu era criança brincava de arma o tempo todo. Nas favelas, tem gente de fuzil por todo o lado. Um filho vê o pai policial armado todo dia. Não vejo maldade nenhuma nisso. As crianças do Brasil têm que ver as armas como algo ligado à responsabilidade e de proteção à vida." Bolsonaro lidera as principais pesquisas de intenção de voto nos cenários em que não aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT. Revogar o estatuto do desarmamento e permitir o acesso da população a armas, com restrições, é uma das principais propostas de governo do deputado. A campanha de Bolsonaro deverá ser oficializada neste domingo, durante convenção nacional do PSL no Rio de Janeiro. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/07/21/um-dia-apospolemica-mais-uma-crianca-faz-gesto-de-arma-com-bolsonaro.htm 150 SOLIMÕES ABENÇOA FOTOS DO FILHO AO LADO DO NAMORADO E CONQUISTA MAIS FÃS Uol, 03 de julho de 2018 Solimões tem conquistado mais fãs, não por sua música, mas pela relação carinhosa com o filho, Gabriel, de 20 anos. O cantor, dupla de Rionegro, curte e comenta praticamente todas as fotos do rapaz no Instagram, inclusive as que ele aparece com o namorado. "Deus abençoe, 'ocêis'", escreveu o sertanejo. Na verdade, o cantor sempre escreve "DEUSABENÇÔE" (assim mesmo, com as letras maiúsculas). Aliás, a frase é praticamente a mesma em todas as publicações. Os seguidores de Gabriel estão até copiando Solimões, com o intuito de homenageá-lo e parabenizá-lo pelo apoio ao filho. "O Solimões tem uma poc [gíria para gay] maravilhosa como filho e os comentários dele em capslock são tudo", comentou uma pessoa no Twitter. "Que fofo o Solimões comentando na foto do filho dele com o namorado", escreveu mais um. Solimões elogia até os looks do rapaz, sem perder o sotaque caipira. "Arrasôôô! Chique no úrtimu! Deus abençoe, 'ocêis'." Não é muito fofo? Veja mais pais famosos que tratam com amor e respeito os seus filhos! [A matéria traz imagens de rede social...] https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2018/07/03/solimoes-comenta-fotodo-filho-com-namorado-e-cai-nas-gracas-da-web.htm PELA PRIMEIRA VEZ, NAVIO-ESCOLA DA MARINHA TERÁ MULHERES EM VIAGEM DE INSTRUÇÃO. DOS 208 FUTUROS OFICIAIS DA FORÇA NAVAL A BORDO DA EMBARCAÇÃO, 12 SÃO MULHERES Mônica Bergamo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018 151 O navio-escola Brasil, da Marinha, zarpa no domingo para a 32ª viagem de instrução de guardas-marinha com novidade a bordo: dos 208 futuros oficiais da Força Naval, 12 são mulheres — as primeiras a participarem da viagem, depois de concluírem o ciclo de quatro anos da Escola Naval. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/07/pela-primeira-veznavio-escola-da-marinha-tera-mulheres-em-viagem-de-instrucao.shtml COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018 A princípio, parece encorajador para as mulheres que 30% do fundo eleitoral e da propaganda em rádio e TV sejam destinados às suas campanhas, conforme decisão do TSE. O STF já havia acordado que 30% do fundo partidáriodeverá ser empregado nas candidaturas femininas. As medidas colaboram para melhorar a subrepresentação feminina nos parlamentos, mas as dificuldades ainda são imensas. Os partidos, dentro de sua autonomia, têm suas estratégias eleitorais. Com a redução do período de propaganda para 52 dias, sendo apenas 35 de horário eleitoral gratuito, o investimento será nos nomes que possuem visibilidade, os puxadores de votos. O mesmo deve ocorrer com as candidaturas de mulheres detentoras de mandatos. A cota de gênero foi introduzida em 1995 para as eleições de vereadores, com percentual de 20%. Em 1997, a exigência foi expandida para as esferas estadual e federal, estabelecendo 25% para as eleições de 1998 e 30% para as seguintes . Segundo a previsão legal, “cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. Essa concepção universal foi utilizada para evitar questionamentos sobre a constitucionalidade da norma, que poderia ser atacada com base no tratamento diferenciado. Os partidos eram obrigados a reservar as vagas, mas o preenchimento era facultativo. Em 2009, nova legislação substituiu o termo reservar por preencher, tornando obrigatório o cumprimento da cota. 152 Assim, para cada 3 homens, é necessário 1 mulher candidata. A proporcionalidade deve ser respeitada, sob pena de indeferimento de toda a chapa. Não havendo mulheres, o partido deve reduzir o número de homens. Após 22 anos, não há muito o que se comemorar. Em 2014, apenas 51 mulheres foram eleitas para a Câmara, menos de 10% das vagas. O número não é muito superior ao de 1994, quando não havia a ação afirmativa e as mulheres eleitas representaram 6,24% dos cargos. São muitos os problemas que barram a ascensão feminina na política, reflexo da cultura da sociedade brasileira em relação à participação da mulher em atividades tidas como essencialmente masculinas. Essa situação só deve melhorar quando houver maior participação feminina nas estruturas partidárias. Das 35 siglas registradas no TSE, somente 4 têm mulheres na direção nacional. A maior parte dos partidos busca as suas candidatas para o cumprimento da cota às vésperas das convenções e não investem em suas campanhas. Segundo o TSE, 16.131 candidatos não receberam votos em 2016, sendo 90% mulheres. Considerando que somente a reserva de vagas não produz resultados, já se trilha outro caminho. Tramita no Congresso a PEC 134/2015, que prevê a reserva de cadeiras para mulheres na Câmara Federal, nas Assembleias e Câmaras municipais. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/cota-de-genero-nao-contribui-paraaumentar-a-representacao-feminina.shtml COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE Raquel Landim, Folha/Uol, 15 de julho de 2018 Quando Fábio de Salles Meirelles assumiu a presidência da Faesp (Federação da Agricultura de São Paulo), em 1975, o general Ernesto Geisel presidia o Brasil, um jovem chamado Bill Gates fundava a Microsoft e o cantor John Lennon estava em turnê pelo Reino Unido com o novo sucesso "Imagine". 153 Há 43 anos no cargo, Meirelles é o mais longevo dos líderes do patronato brasileiro, mas não o único a se eternizar no poder. Antonio José Domingues de Oliveira ocupa a presidência da CNC (Confederação Nacional do Comércio) faz 38 anos. José Arteiro da Silva, Abram Szajman e José Roberto Tadros também estão no comando das federações do comércio de Maranhão, São Paulo e Amazonas há, respectivamente, 35, 34 e 32 anos. José Zeferino Pedrozo é presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina faz 28 anos. Nas últimas duas semanas, a reportagem da Folhapesquisou as 114 confederações e federações de agricultura, indústria, comércio e transportes do Brasil. Obteve, por internet e telefone, informações de quase uma centena delas. O resultado mostra um sistema envelhecido, com baixa rotatividade e diversidade, cada vez mais político, e sobre o qual pairam suspeitas de nepotismo, desvio de recursos e corrupção. Das 99 entidades em que foi possível obter dados, 41 presidentes já ultrapassaram oito anos no cargo, o equivalente a um mandato de quatro anos e uma reeleição. Pior: 17 dirigentes estão no comando faz mais de duas décadas. Não existe hoje nenhuma mulher na cúpula do patronato — a mais importante delas foi a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que deixou a presidência da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) em 2016. O sistema sindical patronal se tornou um trampolim eleitoral, como já ocorreu com sindicatos de trabalhadores e cujo exemplo mais impactante é o ex-presidente Lula. Pelo menos dez comandantes de federações estão licenciados em todo o país para se candidatar em outubro — o mais conhecido deles é Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que concorre ao governo. O levantamento da Folha, porém, mostra apenas o topo da pirâmide. É provável que o mesmo retrato se repita pelos sindicatos patronais que compõem federações, que, por sua vez, se agrupam em confederações. Existem 5.275 sindicatos patronais —69% urbanos e 31% rurais. 154 DESINTERESSE E POLITICAGEM EXPLICAM DISTORÇÃO Pessoas que conversaram com a reportagem sob a condição de anonimato dizem que dois fenômenos distintos explicam a longevidade dos líderes. O primeiro é a falta de disposição das multinacionais, que chegaram em peso ao Brasil nos últimos anos, para o comando de entidades. Sem querer expor os executivos, deixam as entidades para empresários locais, que são cada vez mais raros. O segundo é o abuso de poder por parte do comando das federações, que se aproveitam da pouca representatividade e do baixo poder econômico de muitos sindicatos para conquistar voto com pequenos favores. Há também casos de fraude, com sindicatos que existem apenas no papel. O exemplo mais evidente é o do Amapá, onde Sesi e Senai estão sob intervenção desde 2013, quando a então presidente da Fiap (Federação das Indústrias do Amapá), Joziane Araújo Rocha, foi afastada. Ela foi acusada de forjar a existência de sindicatos para controlar a federação e de desviar recursos do sistema S. Depois de cinco anos, as eleições para a presidência da Fiap estão marcadas para julho. É comum que um mesmo grupo político permaneça no comando, mesmo quando troca o presidente. Há exemplo de dirigente que só deixa o cargo por problemas de saúde e é substituído por pessoa de confiança — e, em um caso, acabou tudo em família. Na Fetracan (Federação das Empresas de Transporte de Carga do Nordeste), o pernambucano Newton Gibson assumiu a presidência em 1989, dois anos após a fundação, e ficou até 2015, quando adoeceu. Deixou o filho, Nilson Gibson como presidente interino, que acabou eleito em 2017. Há nove anos, os representantes do sindicato do Ceará travam uma batalha judicial para assumir o comando da Fetracan, sem sucesso. 155 [A seguir, reproduzo dois gráficos apresentados na matéria...] https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/07/comando-envelhecido-fragilizaentidades-patronais-em-todo-o-pais.shtml 156 ENTREVISTA: “UMA CIÊNCIA FEMINISTA PRECISA EXPLICITAR OS CONTEXTOS NOS QUAIS O CONHECIMENTO PRODUZIDO POR ELA É CONSTRUÍDO” Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018 [entrevista com a pesquisadora Marina Nucci] http://www.generonumero.media/entrevista-uma-ciencia-feminista-precisa-explicitaros-contextos-nos-quais-o-conhecimento-produzido-por-ela-e-construido/ http://www.generonumero.media/category/edicao-n-10/ AS HISTÓRIAS DAS MULHERES QUE PRECISARAM SE PASSAR POR HOMENS PARA FAZER O QUE QUERIAM Beatriz Montesanti, Nexo Jornal, 16 de junho de 2016 [A matéria é sobre Sisa Abu Daoh, Elisa Bernerström, Shabana Basij-Rasikh, Rena Kanokogi, Malinda Blalock, Billy Lee Tpton, Margaret Ann Bulkley, Norah Vincent, Kathrine Switzer, “Marina, a monja”, Joana D’Arc, Charlotte Brontë, Murry Hall, Dorothy Lawrence, Maria Toorpakai Wazir] https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/16/As-hist%C3%B3rias-dasmulheres-que-precisaram-se-passar-por-homens-para-fazer-o-que-queriam “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 Quando a psicóloga Maria Jesus Moura, ou somente Jesus Moura como é chamada, decidiu estudar os espaços de atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica, descobriu que algo importante estava faltando. “Encontrei a subnotificação das demandas raciais, e inclusive a desconsideração dos profissionais em notificar”, conta. Ou seja, o tipo de violência de gênero, e principalmente de raça, não eram levados em conta. “Em muitos relatos estava escrito ‘agrediu a mulher com palavras’. 157 Quais palavras?”, pergunta ela. “Se você não registra o que foi dito, não tem como perceber e identificar o quanto isso é caro, doloroso e violento para essa mulher. A desconsideração do ‘o quê’ também é um tipo de violência”. Para Jesus, esse silêncio em relação às demandas dessas mulheres está na raiz do racismo vivido ainda hoje no Brasil. “Vivemos um racismo institucional. Seja nos serviços públicos, como os centros de referências de atendimento, nas delegacias, ou nas instituições privadas, não há a definição de uma pauta de especificidade”, diz. “Isso cria uma invisibilidade às demandas especificas”. O resultado está estampado no cotidiano das estatísticas brasileiras: As mulheres negras são mais assassinadas que as brancas (71% a mais, segundo o Atlas da Violência 2018), concluem em menor quantidade o ensino superior (somente 10% terminam a faculdade, enquanto 23,5% das mulheres brancas o fazem, segundo o IBGE) e estão na base da pirâmide quando o assunto é salário - ganham, em média, 40% a menos que um homem branco, enquanto a média das mulheres é de 30% a menos, segundo o IBGE. Por consequência, essas mulheres trazem para o divã demandas muito específicas. E esse é o foco do trabalho de Jesus, dentro e fora do consultório. Mestre em psicologia com foco social pela Universidade Federal de Pernambuco, ela é especialista no atendimento de mulheres negras - mas não só. Recebeu a reportagem em seu consultório, na zona norte do Recife. Pergunta. Claro que cada indivíduo tem suas particularidades. Mas é possível dizer quais são as diferenças no atendimento de uma mulher negra para uma mulher branca? Resposta. Boa parte do que as mulheres me trazem é algum sofrimento diante de relações sociais. Ou afetivas ou no trabalho, onde a autoestima é um dos elementos mais frequentes. Há uma baixa autoestima e um sentimento de inferioridade, de menos valia. O psicanalista e escritor Jurandir Freire Costa diz que o racismo tem a tendência de destruir a identidade da pessoa negra. É uma estratégia para destruir, criar pessoas controladas, sem autonomia, que não consigam ter um discernimento. P. Criar criados. R. Criar criados. Ou a escravidão psíquica. Mesmo no caso das pessoas empoderadas, que vêm da militância. Isso acontece com as feministas também. Tem uma coisa que amarra, porque ficou na história. E às vezes é o ponto cego, a pessoa não vê. Eu já atendi militantes do movimento negro e convivi com um grupo de militantes cujas fragilidades da autoestima em algum momento aparecem de forma fortíssima. 158 P. Mas existe um problema de autoestima nas mulheres de maneira geral, não? R. Existe, porque as mulheres em geral ou estão sofrendo por uma pressão social na sua constituição do machismo e ou do racismo. P. Então no caso das mulheres negras o problema de autoestima pode ser acumulativo. R. Exatamente. Machismo e racismo. E se ela for lésbica então... Tem pessoas que são extremamente empoderadas, de não deixar ninguém passar por cima, mas adoecem, têm crise do pânico, se deprimem. Não é uma coisa só de ficar com medo, se fechar e não enfrentar. Não, elas enfrentam. Mas é com sofrimento. E aí o elo de ligação é esse: essas mulheres se questionam como elas conseguiram ser chefes hoje? Como chegaram nesse lugar? Por mais que eu tenha almejado, investido, por mais que eu tenha consciência de que eu sou capaz, eu não consigo ainda assim viver nesse lugar. É um processo que vem alinhavado por dentro. "A negritude da criança não muda quando ela sai da escola. Ela leva para onde for. E os pais precisam entender isso" P. Não significa que, porque chegou a uma posição desejada, a questão está resolvida. R. Não. Esse registro na psique não sai com o conhecimento. Não é assim: “Ah, o racismo é isso? Então eu estou livre dele”. O registro é mais profundo. Por exemplo, aqui no consultório não temos recepcionista. Na semana passada, eu estava na sala da recepção e a cliente de uma colega, que atende aqui também, me perguntou se ela pagava a mim ou à psicóloga dela. Eu entendi. Disse “Olha, aqui nós não temos recepcionista. Então acho melhor você pagar diretamente à sua psicóloga”. Outra pessoa diria “por que ela perguntou a mim?”. Veja, eu não estava sentada atrás do balcão da recepção. Eu não estava em nenhum lugar específico que pudesse ser confundido com recepcionista. Mas ao mesmo tempo ela captou a minha imagem.... P. Como é o trabalho com as crianças com esse recorte de raça? R. Hoje eu não atendo mais criança, mas já atendi muitas e trabalho com orientação e supervisão. E aí o trabalho é primeiro a construção do profissional conseguir entender porque isso é importante, e depois trazer isso para a família. Mas com muito tato, porque não se sabe como as pessoas veem essa questão. Por exemplo, eu pergunto 159 “por que você acha que falam isso do teu filho na escola? Por que aquela criança não quis pegar na mão do teu filho?”. Eu não posso dizer diretamente que isso acontece porque ela é negra. Eu preciso sensibilizar esse pai ou essa mãe a entender que existe essa possibilidade. E aí explicar como isso funciona e como eles podem lidar com isso. Mas, se a demanda já chega nominada, já é mais fácil. Eu sempre oriento a não mudar de escola, porque o bullying foi criado para denominar as diversas violências que as crianças sofrem na escola, e uma delas é o racismo. Esse elemento é importante para a criança, porque ela precisa se empoderar para enfrentar o racismo na escola. Não adianta ela sair de lá. A negritude dela não muda quando ela sai da escola. Ela leva para onde for. E os pais precisam entender isso. Não adianta dizer que a escola é racista. Se é racista, o que podemos fazer? De que maneira podemos contribuir? Para qual escola você vai levar seu filho, que vai ser uma escola totalmente anti-racista, anti-homofóbica? Não existe. P. Porque a sociedade não é. R. Sim, está em todo o canto. O que a gente precisa é fazer o nosso trabalho com as pessoas para que elas possam perceber isso e entender que não é a cor da pele que faz com que elas sejam piores que os outros. As próprias crianças já estão fazendo isso. P. De que maneira? R. Muitas crianças hoje já dizem, por exemplo, que não vão desenhar a mãe com tal lápis de cor porque essa não é a cor da mãe delas. Isso é fruto de um trabalho que vem de casa. E aí a escola, de alguma forma, ou se molda, ou violenta a criança. E esse questionamento, infelizmente, vem através da militância. P. Por que infelizmente? R. Porque todas as pessoas negras deveriam ter acesso a esse entendimento. Porque no Brasil, para brigar contra o racismo, você precisa fazer um investimento intelectual. Você tem que ler, estudar, pesquisar. E aí você começa a compreender. Não é uma coisa natural, de você crescer já sabendo dessas coisas e ir se preparando cada vez mais para enfrentar isso na vida. Não, a gente cresce escondendo essas questões. Desde a maternidade, quando entram no seu quarto, olham para a sua filha e dizem assim “e esse narizinho? Como vai ser? Vai colocar um pregador?” E aí você ri, diz que vai botar um pregador, e as vezes bota mesmo. "No Brasil, para brigar contra o racismo, você precisa fazer um investimento intelectual" 160 P. Pregador? No nariz? R. Sim. Para afilar o nariz. Ou dizem para a mãe ficar fazendo assim [e coloca o polegar e o indicador no nariz, em forma de pinça e faz movimento de cima para baixo]. “Faz assim que isso vai afilando o nariz do seu bebê”. A criança acabou de nascer.... P. As pessoas já chegam com essa consciência de racismo institucionalizado aqui no seu consultório? R. Quando esse sentimento do racismo começa a ser falado conscientemente, já é um passo. Mas a maioria chega sem conseguir dizer. E inclusive sem conseguir identificar que aquele sofrimento que ela tem, tem uma relação com o racismo. Esse é o problema. Nomear o racismo não é uma coisa simples num país que sempre camuflou o racismo, sempre tentou esconder o racismo nas relações sociais. As pessoas negras foram educadas, muitas vezes por suas mães e pais negros, a repetir aquilo que eles aprenderam. Ou seja, a criar uma relação saudável no silêncio. Para essa relação ser saudável, é preciso silenciar qualquer coisa que fale da minha insatisfação, do meu tratamento pela minha cor da pele e pelo meu cabelo. Essa coisa de eu ter que alisar o meu cabelo para não ser ridicularizada... O alisamento necessariamente não é a saída de um gosto, existe uma coisa por trás que move isso. Aquele cabelo crespo não é um cabelo que é aceito com tanta naturalidade. Talvez hoje a gente viva uma cultura do empoderamento de mulheres principalmente, em relação aos seus cabelos crespos, e crianças desde já crescendo assim. Mas as crianças cresciam querendo alisar o cabelo. P. Você passou por isso? R. Eu vi recentemente no YouTube um vídeo que parecia que fazia parte de uma história minha. Quando eu entrei na adolescência, meu maior desejo era alisar o cabelo e fazer franja. Eu vivia em um grupo social branco, na escola onde eu estudava eu era a única negra. E a franja era tudo o que que queria, porque as minhas amigas tinham franja. E na primeira oportunidade que eu tive, eu alisei o cabelo e cortei a franja. Foi ridículo, foi horrível... Não aconteceu comigo o que aconteceu com a menina do YouTube, que foi fazer um tutorial de como fazer franja, e foi um desastre. Quando ela cortava, o cabelo levantava, não ficava com franja. E ela não entendia, e ia cortando, cortando, até restar quase um dedo de cabelo só. O sofrimento dela era por não entender por que não deu certo. Por que nos outros tutoriais que ela viu davam certo? O cabelo então acaba sendo uma grande marca na questão da relação social, porque como eu já disse, para você não romper o silêncio e manter as relações saudáveis você tem que negar a cor, o cabelo, as características, roupas, adereços, 161 acessórios. Chegar com turbante não é para todo mundo, porque o turbante tem uma marca religiosa. Então acaba que já fazem uma leitura da mulher negra a partir dos adereços, da vestimenta, de um conjunto de coisas. "Nomear o racismo não é uma coisa simples num país que sempre camuflou o racismo, sempre tentou esconder o racismo nas relações sociais" P. Sobre o turbante. Foi o símbolo de uma discussão no ano passado sobre apropriação cultural. O que acha disso? R. O turbante tem uma representatividade nessa luta e nessa resistência negra no nosso país. Não se usava turbante até um tempo atrás, a não ser pelas mulheres de terreiro. Quando o turbante vem embelezar um corpo, ele vem com essa carga política cultural. Essa discussão parte desse lugar. Por que quando a gente usa isso, isso passa a ser de todo mundo? Por que todo mundo pode agora? Antes, ninguém podia, porque existia uma certa resistência e proibição. Aí quando se quebra essa barreira e entra nesse aspecto de “agora eu posso”, todo mundo quer usar. Eu, particularmente, acho que é importante, como tudo na militância negra, a gente demarcar espaços. Mas eu não acho interessante esse embate que existe por alguém que não é negro estar usando turbante, porque ele não produz o que a gente tanto quer na militância, que é a preservação dos direitos e a igualdade. Para uma mulher branca usar um turbante, ela precisa saber que esse turbante tem uma representação. Não é qualquer adereço. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/06/politica/1530885070_540009.html SOMOS TODAS MC K_BELAS Yasmin Thayná, HuffPost Brasil, 27 de janeiro de 2014 [atualizado em 26 de janeiro e 2017] Apelidos como Bombril, Assolan, Biro Biro, Drogba do Chelsea, cabelo duro, cabelo ruim, creminho, e frases como "quando você vai ficar branca?", "deve ser difícil ser você!", "hey, afro!", são algumas das humilhações que diversas mulheres negras recebem no seu dia-a-dia. É muito comum no Brasil ler, todos os dias, nos jornais ou portais de notícias, casos de discriminação ligados à questão racial. Um dos momentos muito ruins é quando nós, mulheres negras, atravessamos o sinal de uma rua e ouvimos uma voz dentro de um 162 automóvel dizendo: "Ei, mulher! Vai comprar um pente", "Que cabelo horrível!", ou então sempre que passamos perto de alguém desconhecido ouvimos risadas pela nossa condição em sermos negras ou negros e também por não sermos obedientes a ponto de aceitar padrões impostos. Durante toda a vida, a começar pela escola, existiam os "zoadores" que me rendiam boas horas de choro no quarto da minha casa, na Vila Iguaçuana, em Nova Iguaçu. Eu adorava o ambiente escolar. Achava fascinante a maneira como os adultos conduziam a educação e me ensinavam coisas incríveis. Pesadelo para mim era olhar em direção a grade do CIEP em que eu estudava, localizado na esquina da minha antiga casa, e ver passando o "bonde dos zoadores" que jogavam bolinhas de papel e passavam quase todo o recreio me ofendendo com insultos do tipo "Ah, seu cabelo de Bombril. Sai daqui!". No auge da minha adolescência, nenhum garoto se apaixonou por mim. Devido ao surgimento da chapinha, todas as meninas negras usavam. Eu só alisava, e quando fazia chapinha nunca me sentia segura. E isso me deixava feia. O cineasta de "5x Favela - Agora por nós mesmos", Cadu Barcelos, de 26 anos, morador do Complexo da Maré, era um desses zoadores, não do bonde da Vila Iguaçuana. Assim como eu, existiram e ainda existem muitas outras meninas que todos os dias são humilhadas no colégio e nas ruas por não estarem nos padrões que as campanhas publicitárias e os blogs de moda elegem como bonito. O Cadu era do bonde de Ramos, no colégio Edmundo Lins, onde estudou de primeira a quarta série, mas também já foi de zoar muitos cabelos em Olaria, onde estudou de quinta a oitava série. Criado em uma família com negros e brancos, ele afirma que muitas vezes o indivíduo passa a agir e pensar em grupo, ignorando sem perceber a sua própria opinião, gerando a desvalorização de alguém para se erguer dentro de um coletivo. Ao perceber que as suas zoações geravam ferimentos, o jeito foi refletir. "Eu comecei a pensar sobre o que eu estava fazendo. As minhas relações fora da escola, com a arte e com o terceiro setor também começaram a me dar um olhar diferente sobre o mundo, a ver e admirar um padrão não 'formal' de beleza, de atitude, de vida que eu não via na TV, jornais e revistas e que eu me identifiquei muito mais. Hoje, por conta das minhas transformações, que não ocorreram na escola, enxergo além do que a mídia e a sociedade pode ver e crio meus próprios preceitos e padrões estéticos", diz. Não é nada difícil ver mulheres negras escrevendo nas redes sociais relatos de preconceitos em locais públicos e ameaças provocadas pelo incomodo que o cabelo crespo gera. Seria impossível viver diante disso sem fazer nada. Muitas meninas que gostam de usar seus cabelos naturais não têm apoio. E um bom espaço virtual de 163 encontros, afirmação e ponto de combustível para nós é a página do facebook Meninas Black Power, um espaço muito importante de diálogo que tem por objetivo transformar a visão que uma mulher negra faz de si mesma. "A construção social aponta para uma imagem degradada, negativa, e é por causa disso que nossas características são julgadas inferiores. Mesmo com a crescente divulgação de 'cabelos afro' na mídia, ainda há preconceito escondido atrás de falsos elogios. Surgimos para reinventar o conceito de beleza, provar para mulheres aprisionadas às verdades preconceituosas que bonito é ser quem somos", dizem as organizadoras da página, que hoje se dividem em mais de 65 mulheres entre grupos formados no Rio de Janeiro e Minas Gerais e três em desenvolvimento no Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul. O coletivo fala sobre cabelo natural e como cuidar dele, por dentro e por fora, em diversas plataformas digitais que oferecem diferentes formas de comunicação. "Falamos como mulheres negras e diretamente pra mulheres negras, frisando o valor que há na libertação, valorização da ancestralidade, singularidade das características hereditárias e quebra de qualquer preconceito contra nós mesmas, como somos. Além disso levamos nossa ideia para além do espaço virtual, interferindo diretamente na construção da sociedade, através da inserção em unidades educadoras, falando sobre identidade, equidade e diversidade", afirmam. Elas acreditam que não há uma "ditadura do cabelo crespo" e que qualquer movimento em apoio ao cabelo natural e valorização da beleza e cultura negra não são simplesmente modismo e ainda dispensam o rótulo de estilosas. "Dizemos incansavelmente que cabelo crespo é questão de aceitação. Não fazemos lavagem cerebral em ninguém, mas abrimos espaço pra dialogar sobre razões para não suportar a maneira como viemos ao mundo. Ditadura é passar por séculos e séculos de métodos cruéis de alisamento, produtos de diferentes tipos que atacam a saúde física e mental, dependência disso e da aprovação de terceiros pra se sentir bem com a própria imagem, perda de referências ancestrais por achar que elas são ruins, ou qualquer outro tipo de agressão que sempre tentou nos afastar de quem somos e da nossa negritude. Não usamos eufemismos para dizer que somos pretas, crespas e muito confortáveis com a imagem que vemos e por isso temos sido tomadas como 'radicais'. Bem, radicalismo pior é dizer que só há um jeito de ser aceito no mundo e que precisamos nos sacrificar para entrar dentro desse molde. Não acreditamos mais nisso e vamos estimular essa nova visão. Já passou do tempo de retomar o curso da nossa história e o coletivo Meninas Black Power existe para somar esforços nessa empreitada." A estudante de direito Maria Fernanda Anchieta, de 26 anos, é mais um exemplo de mulher que já passou pro situações desagradáveis dentro de seu ambiente profissional. Na rua, os principais impactos que o seu cabelo causa são os olhares de reprovação. "Teve uma vez que uma menina de uns 6 anos chamou meu cabelo de 164 duro e os pais ficaram rindo da situação", diz ela, que começou a alisar o seu cabelo na adolescência. "A iniciativa foi da minha mãe porque era um 'processo normal' para todas as meninas negras com cabelo crespo. Deixei de usar aos 25 anos. Hoje eu me sinto livre, liberta sem ter que cumprir com obrigações, me sinto naturalmente bonita." A área jurídica é um lugar formal e que, normalmente, os negros não estão no mesmo lugar que a classe média branca. Maria Fernanda já foi até confundida como uma autora de uma ação criminosa. "O olhar dirigido ao meu cabelo é sempre de reprovação como se ele fosse sujo e desarrumado. A maioria dos advogados e promotores são brancos e ninguém quer uma negra ocupando o mesmo espaço, muito menos com cabelo black. No juizado especial onde trabalho o serventuário sempre acha que eu sou autora da ação e não estagiária ou advogada". Diante de tantos histórias, a força de Renata Freitas, mais conhecida como Renata Codagan, prevaleceu. A arte-educadora de 41 anos teve a ideia de reverter essa situação em arte, realizando uma exposição no ano de 2011, na Escola Livre da Palavra, na Lapa, sobre o seu cabelo. A instalação foi dividida em três suportes. O primeiro com fotografia 3x4, que eram registros de penteados e cabelos que ela experimentou desde criança. O segundo era uma trança gigante, feita do mesmo cabelo que ela usa para fazer trança, onde estavam pendurados tudo que ela já havia usado no cabelo: marcel, chapinha, pente quente, baby lise, Guanidina, Henê, pentes diversos incluindo finos, largos e de piolhos, cremes diverso desde Lavanda, neutros, Yamasterol, Kolene entre outros. E o terceiro era um MP3 onde foi gravado histórias que Renata escreveu sobre o seu cabelo, divididas em três décadas: durante a a infância e adolescência, a fase que encontrou a militância e a fase madura atual, onde esse processe estético com o cabelo se tornou mais consciente. "Quem me auxiliou na curadoria foi a Beá Meira com seu olhar sensível foi me mostrando o quanto aquele material que eu tinha era estético. Iniciei a curadoria catando fotos de diversas épocas da minha vida ai percebi como havia brincado com o cabelo", diz Renata que, como arte-educadora, usa o cabelo como tema principal de suas aulas. "Esse tema é transversal das aulas que desenvolvo sobre os povos africanos e afrodescendentes. Tenho uma filha de 12 anos que está sempre me trazendo inquietações por ainda viver questões muito parecidas com as que eu vivi na idade dela. Esse tema precisa ser debatido. Precisamos nos libertar." Assim como Maria Fernanda, Renata também encarou desafios durante a vida. E continua enfrentando. Há alguns anos atrás ela enviou um projeto para uma escola de classe média alta da zona sul por meio de uma amiga que era professora na escola. A proposta, que foi muito bem aceita pelas freiras durante as negociações feitas por 165 telefone, traduziu uma outra realidade quando Renata colocou seus pés na escola para começar o trabalho. "Na época usava umas transas longas e não era moda como hoje em dia. Quando cheguei senti um tratamento estranho desde a entrada na escola. Mas determinei que iria até o fim. Estava bem treinada para isso. Sentei com uma freira que era a coordenadora pedagógica e ali foi ficando bem claro que eu não serviria para atuar na escola. Na conversa o tempo todos essa freira tentou me desqualificar para o cargo. Uma das perguntas que nunca esqueci foi a seguinte: você tem experiência em trabalhar com crianças ricas? Respondi que estava acostumada a trabalhar com crianças", contou Renata que carregou consigo uma experiência que comprova que há controvérsias a respeito da história de que o racismo diminuiu. "Lembro de risadas quando caminhava pela escola e da cara surpresa da freira me perguntando 'você é Renata Freitas?' com um olhar incrédulo olhado para o meu projeto impresso e para minha cara como se fossem coisas incompatíveis." Outra mulher que transforma o preconceito em arte é a artista de Belo Horizonte (MG) Priscila Rezende, de 26 anos. Ela realizou uma performance intitulada "Bombril" em frente ao Memorial Minas Vale. A performance critica a condição dos negros no contexto social. Durante a ação a artista ariou 40 utensílios metálicos -- entre panelas e colheres -- com o próprio cabelo. Para a artista, relaxar o cabelo, ou alisar, é só uma das opções, assim como o black power. "Eu acredito que usar um black pode ter significados diferentes. Para quem levanta uma 'bandeira' e defende a identificação e valorização do negro e suas raízes vai ser muito mais do que apenas um corte, é uma espécie de mensagem sem palavras, só na imagem. Pra mim, usar um black passou a ser não somente identificação, mas liberdade", afirma. Priscila realizou duas vezes sua performance. A primeira vez durou em média 30 minutos, e foi feita na Escola Guignard, onde estudou. "O público era em sua maioria estudantes de arte, algumas pessoas que eu já conhecia, e claro, já tinham certo conhecimento sobre arte. Claro que conhecer sobre performance não tornou óbvio sobre o que se tratava o trabalho, mas acredito que compreensível. Na verdade eu particularmente não gosto que o trabalho soe óbvio, afinal, se algo se torna uma resposta mastigada e pronta, acho que não resta muito o que pensar a partir dali. Prefiro que ainda fique um ponto de interrogação." Durante o trabalho, ela percebe que algumas pessoas ficam intrigadas e acham estranho alguém que se coloca ao chão e usa os próprios cabelos como objeto para lavar panelas e afins. "As pessoas acham estranho que eu me coloque ali, e por que? Porque eu personifico uma frase que algumas delas não se incomodam em repetir? Tipo, chamar cabelo afro de 'bombril' não tem problema, mas quando alguém torna a 166 frase visível e a imagem soa incômoda, aí não fica legal? Falar não tem problema pra alguns, mostrar na sua cara tem!" Todo o seu percurso na vida fez com que a performance "Bombril" fosse um trabalho inspirado em relatos, humilhações, espaços em que o negro está inserido. Por já ter sido professora, uma aluna pediu um pedaço do seu cabelo para varrer a casa. "Só não chamei a polícia para registrar a ocorrência pois não tive nenhum apoio por parte da escola que trabalhava, mas não deixei morrer nisso não. O pai da aluna foi chamado na escola, onde tivemos uma conversa juntamente com ela. Deixei bem claro que o que ela fez tem nome, se chama racismo, e poderia até mesmo render um processo, ir para na delegacia, etc." Priscila disse que a última vez que fez a performance foi mais interessante porque foi feita na rua, o que permitiu uma circulação maior de olhares. "A performance foi feita ao ar livre, na rua, e pôde ser vista por qualquer um, incluindo pessoas que passavam dentro dos ônibus e viam de relance, sem muito tempo para processar o que estava sendo visto. Achava isso interessante, espero que a imagem tenha gerado mais dúvidas, e questionamentos posteriores." Conversei com o Cadu Barcelos no final da apresentação de um monólogo que a atriz Veruska Thaylla e o diretor Anderson Barnabé, adaptaram do conto "Mc k_bela" que escrevi no ano passado. O Cadu, que era um desses zoadores, me contou que teve outras percepções ao ver a Mc k-bela contando e apontando o quanto essas zoações eram humilhantes para ela. "A primeira coisa que pensei foi que a adaptação deve ser vista e discutida dentro da escola, com jovens que estão se formando, que estão buscando se inserir, e, como a Mc K_Bela, se descobrir. Como sujeito, como mulher, homem, artista, descobertas sexuais, religiosas e de o que vai ser na vida. Um texto que me emocionou, que me fez refletir, com uma bela interpretação que me trouxe incomodo me tirando da zona de conforto e o melhor de tudo, me fazendo olhar pra dentro de mim. Todos somos um pouco de Mc K_Bela, seja na hora de se vestir e querendo se enquadrar em algo para ser mais aceito, seja no nosso discursos sobre o mundo ou simplesmente na hora de arrumar o cabelo", finaliza. http://www.huffpostbrasil.com/yasmin-thayna/somos-todas-mckbelas_b_4661107.html AS CIDADES MASCULINAS ERGUIDAS PELO URBANISMO DO SÉCULO 20 167 Camilo Rocha, Nexo Jornal, 29 de junho de 2018 [Sobre a jornalista Jane Jacobs, autora do livro clássico “Morte e vida de grandes cidades”] https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/06/29/As-cidades-masculinaserguidas-pelo-urbanismo-do-s%C3%A9culo-20 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 Enquanto na Arábia Saudita as mulheres só recentemente foram autorizadas a dirigir automóveis, e, no Irã, uma revolução tolheu boa parte dos direitos femininos, no Líbano, elas podem, inclusive, usar biquíni na praia. O que essas realidades têm em comum? O contraste entre a luta pelos direitos das mulheres no mundo islâmico e o papel delas dentro da religião em países em que os muçulmanos representam mais de 50% da população. Nós sempre somos vistas como oprimidas e, normalmente, essa concepção vem do fato de nos cobrirmos com a abaya [vestimenta que reveste o corpo da mulher muçulmana, dos pés à cabeça] ou usarmos o hijab [véu utilizado sobre cabelos femininos+”, diz a cineasta saudita Danya Alhamrani. A questão da vestimenta é uma das que mais chamam a atenção no Ocidente sobre os países árabes e/ou que possuem maioria muçulmana. O sheik libanês Kamal Chahin, que trabalha no Centro de Divulgação do Islã para a América Latina, observa que o uso 168 do lenço é obrigatório para mulheres muçulmanas: “Não se trata de uma questão cultural. O uso da indumentária islâmica é obrigatório desde os 15 anos”. Assim, a mulher deve cobrir o corpo todo, com exceção das mãos e do rosto, e não [a vestimenta] pode ser transparente ou apertada. Ele explica que a medida está descrita na Lei da Xaria, que dita como os muçulmanos devem se comportar. No caso da mulher, a utilização de hijabs e abayas é aplicada, segundo ele, para a sua própria proteção e é uma regra anterior à chegada do profeta Maomé [571-632]. A lei também descreve que o papel das muçulmanas é o de educar os filhos, cuidando para que se tornem cidadãos de bem no futuro. Nas palavras do sheik, para formar “médicos íntegros, engenheiros sinceros e políticos honestos é necessária a figura de uma mãe”. Ainda que essa seja a visão do mundo islâmico, ele ressalta que a Xaria não impede as mulheres de realizar outras atividades. Assim, o islamismo, ressalta, permite 169 que elas dirijam, trabalhem ou participem da política, quando necessário. “Não cabe ao rei, ou às leis determinar o que elas devem fazer. Esse papel cabe a Deus”. Assim como no Ocidente as mulheres protagonizaram verdadeiras revoluções ao conquistar o direito ao voto, à pílula anticoncepcional, à participação na política e, em episódios mais recentes, na conscientização contra o assédio e à violência de gênero, no Oriente Médio também há um clamor por mudanças nas estruturas. Arábia Saudita Na Arábia Saudita, onde às mulheres era proibido até mesmo dirigir, o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, lançou, em abril de 2016, o plano econômico “Saudi Vision 2030”, que alterou algumas leis sauditas. A proposta, de cunho econômico, visa modernizar o país e superar a dependência do petróleo. “Incentivaremos nossas principais corporações a se expandir além das fronteiras e ocupar seu lugar de direito nos mercados globais”, escreveu bin Salman, em um discurso fixado no site oficial da proposta. O professor de Relações Internacionais da Universidade Belas Artes de São Paulo Sidney Ferreira Leite observa que a garantia de direitos às mulheres entra nesse cronograma de mudanças, mas embora sejam “reformas importantes, não estão dentro de uma agenda de igualdade de gênero”. Ainda assim, Leite aponta uma aceleração do processo por conta da internet. Um dos exemplos disso é o uso da hashtag “#MeToo” (“Eu também”, em tradução livre), criada pela atriz estadunidenseAlyssa Milano em 2017 e que deu início a uma campanha contrao assédio em várias partes do mundo. Dentro do território saudita, o termo foi adaptado para “#MosqueMeToo” (“Na mesquita eu também”) e é utilizado para dar voz às mulheres que sofrem abusos durante a peregrinação para a cidade sagrada de Meca. 170 franceinfo ✔ @franceinfo #MosqueMeToo : des musulmanes dénoncent le harcèlement et les agressions sexuels lors du pèlerinage à La Mecque https://www.francetvinfo.fr/societe/harcelementsexuel/mosquemetoo-des-musulmanes-denoncent-le-harcelement-et-les-agressionssexuels-lors-du-pelerinage-a-la-mecque_2604056.html … 08:00 - 10 de fev de 2018 371 682 pessoas estão falando sobre isso [Twitter] Além disso, o professor explica que há, no país, um processo de “ocidentalização” que ocorre desde o final da Segunda Guerra Mundial. Para ele, o príncipe herdeiro adota uma medida de “aproximação” com outros países, principalmente com os EUA. Já a cineasta Danya Alhamrani considera que com ou sem aproximação, o Ocidente sempre “deixa a desejar” na hora de representar o grupo feminino árabe. Na tentativa de desmitificar a visão que ela considera equivocada, Alhamrani, junto com sua sócia, Dania Nassief, realizou o documentário “A Silent Revolution: The Journey of Woman in Saudi Arabia”, traduzido do inglês para “Uma revolução 171 silenciosa”, no qual reúnem 25 sauditas que foram pioneiras em suas áreas de atuação para discutir feminismo e seus obstáculos. Cartazes de divulgação do documentário A Silent Revolution: The Journey of Woman in Saudi Arabia | Foto: Divulgação/ Twitter “A Silent Revolution” foi premiado em Berlim pelo “Filmfestival Without Borders”, em fevereiro. O mais surpreendente para Alhamrani é que, inicialmente, o documentário focava na audiência internacional, mas o público feminino local também está tendo reações positivas, conta. “Quando as mulheres sauditas viram, elas se sentiram muito orgulhosas”, revela a cineasta. Entre as histórias contadas estão a da primeira saudita a escalar o Monte Everest, a participar das Olimpíadas em Londres e a pioneira em criar uma escola para meninas no país. “Pudemos ter um vislumbre e entender um pouco mais sobre a trajetória e os bastidores do que elas passaram para chegar onde estão”, afirmou Alhamrani. Segundo a cineasta, a nova geração de mulheres do país tem mais oportunidades que as anteriores. Ela também observa que, cada vez mais, a população feminina consegue 172 entrar em universidades e garantir seus diplomas. “A igualdade pode significar muitas coisas para pessoas diferentes” e “a nova geração de mulheres sauditas, definitivamente, está avançando para uma liberdade de escolhas”. Irã Do outro lado do Golfo Pérsico, diversas mulheres têm sido presas por protestarem contra o uso obrigatório do hijab. Isso porque após a Revolução Iraniana, em 1979, o país se tornou um Estado Islâmico, ou seja, totalmente regido pela Xaria. Com isso, ficou determinando que todas as mulheres devem cobrir suas cabeças e usar roupas modestas que ocultem, no mínimo, os braços, o colo e os joelhos. Antes disso, as mulheres tinham o direito de se vestir como quisessem. As capas de revistas femininas no período anterior à Revolução chegavam a revelar as silhuetas de seus corpos. Além disso, via-se a cor de seus cabelos, curtos, longos, encaracolados e enxergava-se a cor de seus olhos. Iranianas antes e depois da Revolução | Reprodução/ Twitter Em 2014, a jornalista iraniana , atualmente exilada nos Estados Unidos, postou uma foto em suas redes sociais com os cabelos ao vento e despertou o interesse de suas seguidoras que disseram “invejar e admirar a liberdade que ela demonstrava ter”. 173 “Então, eu disse às minhas fãs que elas poderiam ter seu próprio momento de ‘liberdade furtiva’ no Irã, longe de olhos predadores”, contou Alinejad. Para provar isso, ela tirou uma fotografia em território iraniano sem o lenço, enquanto dirigia. Esse foi o início do projeto que hoje é conhecido como “MSF” (“My Stealth Freedom”, traduzido livremente como “Minha Liberdade Furtiva”), no qual as iranianas registram seus momentos sem o véu e mandam para o site — que coleta e expõe esse pequeno protesto contra o regime político-teocrático do país. Iranianas antes e depois da Revolução | Reprodução/ Twitter Entre as hashtags mais populares do “MSF” estão a “White Wednesdays” (“Quartasfeiras Brancas”, em tradução livre), quando mulheres vestem branco para protestar contra as obrigatoriedades de vestimenta tradicional; “My Forbidden Song” (“Minha Canção Proibida”), em oposição à proibição de que um grupo feminino cante sozinho em público; e Walking Unveiled (“Andando Desvendada”), quando elas saem às ruas sem os véus, correndo o risco de serem encontradas por autoridades. Alinejad diz que não esperava que o projeto pudesse crescer tanto e tão rápido, alcançando até mesmo mídias internacionais. “A popularidade da campanha me fez perceber o quanto as iranianas precisavam que suas vozes fossem ouvidas. Elas 174 precisavam de uma plataforma, que é exatamente o que eu tenho proporcionado”, diz. A jornalista relata que a iniciativa também contribuiu para a quebra de tabus e maior conscientização, fazendo com que as pessoas encarem a utilização da indumentária muçulmana como algo importante a ser discutido. Iranianas na praia, em 1970 | Reproduão/ Twitter Ainda que o projeto de Alinejad tenha sido abraçado pelas mulheres do Irã que lutam contra a obrigatoriedade da vestimenta religiosa, a jornalista passou a receber críticas e, até mesmo, ameaças de morte. Ela conta que oficiais do governo diziam que “havia questões mais importantes a serem tratadas” do que a imposição da utilização do hijab. Todavia, segundo ela, “se mulheres não podem decidir o que colocar sobre a cabeça, elas nunca poderão escolher o que pensar”. Alinejad também explica que a relação entre países teocráticos no Oriente Médio é “inegavelmente forte”, ainda mais se eles seguem o mesmo tipo de religião. Por isso, 175 ela aponta que pequenas mudanças em um local ou outro, podem impulsionar revoluções em outros territórios e, consequentemente, mudar a realidade. “A Arábia Saudita costumava ser comparada ao Irã. Entretanto, com o ritmo veloz das reformas sociais do regime saudita, a pressão para abertura está sendo construída em território iraniano. São avanços promissores que deveriam ser seguidos com cuidado”, alertou. Segundo o professor de Relações Internacionais Sidney Leite, “é muito provável que se tivermos um movimento mais sistemático em torno de questões de uma agenda feminina e feminista, o Irã tem potencial muito grande, por conta de uma história de força, de mulheres atuando nos movimentos sociais”. Líbano Do outro lado, já no Mar Mediterrâneo, a sociedade libanesa apresenta outra realidade para as mulheres. “É quase que um consenso que países como o Líbano e a Síria são mais liberais socialmente”, explica Leite. “O Líbano, por exemplo, aceita que as mulheres usem biquíni na praia e isso já diz muito sobre o país”, acrescenta. 176 Iranianas na praia, em 1970 | Reproduão/ Twitter De acordo com o professor, a história neocolonialista do território também afeta a forma de se ver as mulheres. “O Líbano e a Síria sempre tiveram influências da cultura europeia. Na região, as trocas comerciais favoreciam também as trocas culturais”, aponta. Porém, ainda que o regime libanês seja mais “aberto” que o saudita ou o iraniano, ele ainda possui traços de desigualdade de gênero. A professora Dima Dabouss, diretora do Instituto de Estudos da Mulher no Mundo Árabe da Lebanese American University aponta as diferenças entre as mulheres e homens libaneses: “por exemplo, elas não podem passar a cidadania para o marido e os filhos estrangeiros e não têm custódia de seus filhos abaixo de uma certa idade. 177 Além disso, é muito difícil mudar efetivamente essas leis familiares, porque elas estão ligadas ao sistema político-confessional”. Entretanto, para ela, essa problemática pode ter menos a ver com o governo e mais com a sociedade. A especialista explica que alguns homens, e até mesmo mulheres, “são contra a igualdade de gênero, geralmente por questões culturais e religiosas.” “Elas acreditam que isso vai contra a natureza, Deus e a sociedade, ou a família. Eu acredito que seja porque elas não entendem que muitos conceitos sexistas têm sido difundidos na sociedade, algumas vezes usando a desculpa da crença, para preservar o patriarcado”, diz Dabouss. * Produzido para a revista Diálogos do Sul em parceria por alunos da U. P. Mackenzie. **Edição: Vanessa Martina Silva http://operamundi.uol.com.br/dialogosdosul/atos-politicos-e-manifestacoes-porigualdade-de-genero-ganham-forca-no-mundo-arabe/12072018/ BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018 Em convenção partidária neste domingo, o Partido Social Liberal (PSL) oficializou a candidatura do deputado federal Jair Messias Bolsonaro à Presidência da República sem o apoio de qualquer outro partido, confirmando o isolamento político do ultraconservador. Algo que foi minimizado ao longo do dia. “Quero agradecer ao Geraldo Alckmin por reunir a nata do que há de pior do Brasil ao seu lado”, disse o presidenciável, se referindo às alianças partidárias do tucano. No evento, no centro do Rio de Janeiro, também foi reiterado o convite para que a advogada criminalista Janaína Paschoal, coautora do pedido de impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), aceitasse ser vice na chapa do capitão reformado do Exército. A defensora estava sentada ao lado de dele e foi ovacionada em diversas ocasiões. Mas pediu mais tempo para conversar e pensar sobre a proposta. 178 Com o lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, não faltaram ao longo de toda a convenção falas contra a chamada “ideologia de gênero”, o aborto, as drogas e a violência. Durante seu discurso, Bolsonaro também questionou o acordo do clima de Paris, alertando para uma suposta perda de soberania do Brasil na região da Amazônia. Levantou, inclusive, a possibilidade de deixar o tratado, como fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na área econômica, prometeu “não apenas privatizar como extinguir” estatais, mas preservando aquelas que sejam estratégicas, além de falar em desregulamentações e garantias a propriedade privada. Mencionando o formulador de seu programa econômico, o ultraliberal economista Paulo Guedes, disse que "Deus não chama os capacitados, capacita os escolhidos" — uma referência ao fato de que não entende de economia, segundo admitiu em diversas ocasiões. Quando falava de sua trajetória, disse que sua mãe era muito religiosa e que, por isso, resolveu colocar o "Messias" em seu nome. "Mas eu não sou salvador da pátria", disse. Também pediu a união de brancos e negros, homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais — "ou trans também, não tem problema" —, nordestinos e sulistas. Falou que a ideologia é mais grave que a corrupção, e que o país não aguenta mais quatro anos de PT ou PSDB. Sinalizou que indicará um militar para o ministério da Defesa e prometeu que todas as corporações policiais do país serão reconhecidas em sua gestão, algo que levou a plateia ao delírio. As lideranças presentes no evento dirigiram seus discursos inflamados e gritos de ordem, recebidos com fortes aplausos, contra a “esquerdalha” e a “grande mídia”, mas sobretudo menosprezaram os partidos do chamado centrão — DEM, PP, SD e PR —, que se inclinam a apoiar em bloco o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), mas também flertam com Ciro Gomes (PDT). A falta de apoio partidário a Bolsonaro foi publicamente minimizada. Na semana passada, ele foi recusado por dois partidos, o PR e o PRP, o que deve fazer com que ele chegue à campanha com apenas oito segundos de tempo de televisão. “Não temos um grande partido, não temos um fundo partidário, não temos tempo de televisão, mas temos vocês”, discursou o deputado. "Eu sei do desconforto que venho causando. Eu sou o patinho feio nessa história. Mas tenho certeza que seremos bonitos navegantes". Ele garantiu, contudo, ter entrado em contato com 110 parlamentares que, sim, querem apoiá-lo, e taxou os dirigentes das siglas de “dirigentes de sindicatos”. Em outro momento, disse que 40% dos deputados do centrão “estão conosco”. Durante a coletiva de imprensa convocada após a convenção, disse estar aberto a conversar com todas aquelas legendas que "não são de esquerda", mas rejeitou a lógica do “toma lá, da cá”, falando que seus ministérios serão ocupados por pessoas com mérito e conhecimento nos temas que lhes corresponderem. “Vocês da imprensa falam que 179 sem aliança não tem governabilidade e que o país fica parado. É melhor o Brasil parado do que afundando”, disse. Visivelmente nervoso diante dos jornalistas, mexendo as mãos sem parar, não detalhou nenhum plano ou proposta de Governo. Ao ser questionado sobre o que faria com a educação, por exemplo, disse que não haveria “milagre”, já que todos os recursos vão para as chamadas “despesas obrigatórias”. Mas se disse favorável a mais investimentos no ensino fundamental. “E não pode ter ideologia de gênero, tem que ter escola sem partido”, resumiu. Ideais ultraconservadores O deputado foi recebido por um forte coro de “mito”. Cerca de 3.000 simpatizantes, segundo informações do próprio presidenciável, lotavam o auditório do centro de Convenções Sul América. Muitos estavam enrolados em bandeiras do Brasil, vestindo camisetas amarelas da CBF ou que estampavam uma foto do deputado ultraconservador. Pequenos pixulecos de um ex-presidente Lula presidiário ou bonecos infláveis do próprio Bolsonaro faziam parte do cenário. Um senhor com máscara de Donald Trump agitando uma bandeira do Brasil fazia a alegria de alguns presentes, que se aproximavam para tirar foto. Alguns rostos conhecidos circulavam e também posavam para fotos, como a jornalista Joice Hasselmann e o general da reserva Paulo Chagas, pré-candidato ao governo do Distrito Federal. Durante os discursos, buzinas e vuvuzelas ecoavam em meio a gritos e aplausos constantes. "Eu apoio o Bolsonaro porque estou cansado de gravatinha roubando o povo", disse o aposentado Tubiraci Alves dos Santos, de 71 anos. "Não era para eu estar apoiando ele. Nos anos 70, quando eu era tenente, fui acusado de ser subversivo e fui expulso do Exército. Sempre militei pela educação e por mais de 30 anos fui do PDT. Mas hoje meu voto é de revolta", acrescentou. Já Erson da Silva, de 28 anos, gosta das falas diretas do presidenciável. "Ele fala o que pensa, e tem uma ideia muito de contenção, de acabar com o que está ruim, como a violência. Nem sempre é pela força, mas também pelo ensino. Acho que quando ele assumir vai perceber isso", aposta ele, que é formado em Educação Física. Entre os que compunham a mesa do evento, os mais aplaudidos foram os filhos de Bolsonaro — Eduardo, deputado federal de São Paulo; Carlos, vereador do Rio; e Flavio, deputado estadual do Rio — o general da reserva Augusto Heleno, o senador Magno Malta (PR) e a advogada Janaína Paschoal. Os três últimos foram cotados para o posto de vice na chapa presidencial, mas acabou prevalecendo o nome da última, uma vez que nem o PR, de Malta, e o PRP, de Heleno, resolveram aderir à candidatura Bolsonaro. “Meu partido está perdendo o bonde da história”, lamentou Malta, que reafirmou sua lealdade ao capitão do Exército. Em tom inflamado, disse que a 180 população quer um presidente cristão que saiba "emparedar bandido". Também defendeu uma mudança na Constituição para colocar "mais uns 10 ministros no STF" com outros valores, mas que tenham mandatos de oito anos. Também defendeu, à exemplo do que fez Trump, mudar a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém. Por sua vez, o general Heleno discursou contra a imprensa e chamou a ex-presidenta de terrorista, em referência ao período em que lutou contra a ditadura militar (19641985). Já Paschoal relacionou o "petismo" ao totalitarismo, dizendo que durante os governos do PT não era possível discordar, sobretudo nas salas de aula, de ideias como a liberação do aborto e das drogas. "O impeachment [de Rousseff] foi o início de um processo de depuração, e agora existe uma união de varias forças para destruir o meu trabalho", disse ela. Assim, pediu a todos os presentes um pacto pela "governabilidade" que resulte em mais diálogo entre todos, e que não significa, afirmou, excluir as pessoas que discordem de um ponto ou outro das propostas de Bolsonaro. "Não vim aqui com o objetivo de aderir, mas para somar. Se não somos capazes de somar, não seremos capazes de governar", discursou ela. "Não caiam nessa armadilha, é contra o autoritarismo que estamos lutando. (...) Para unir toda a a nação, nós não precisamos de mais de sete segundos [em referência aos oito segundos que o presidenciável terá na campanha]". https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/22/politica/1532284788_918587.html DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018 Cotada nos últimos dias para concorrer como vice na candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República nas eleições 2018, a advogada Janaina Paschoal (PSL) foi a segunda pessoa mais aplaudida ao chegar à convenção nacional do PSL (Partido Social Liberal). Contudo, seu discurso desagradou a aliados do deputado e ao próprio Bolsonaro, que não escondeu a irritação quando ela falou que "as pessoas não precisavam segui-lo". A advogada disse que ainda não se decidiu se aceita o convite. A indecisão de Paschoal, a terceira opção do parlamentar fluminense para compor a chapa presidencial, reflete o isolamento político e a dificuldade de Bolsonaro de agregar apoio do mundo político à sua campanha. Janaína disse que "não é possível decidir (sobre ser vice) em dois dias. "Estamos dialogando", afirmou. 181 Janaina discursou aos partidários de Bolsonaro pedindo moderação e tolerância. Ela criticou a defesa de um pensamento único e defendeu que é necessário pensar na governabilidade. "Não se ganha a eleição com pensamento único. E não se governa uma nação com pensamento único", disse Janaína. "A minha fidelidade não é ao deputado Jair Bolsonaro. A minha fidelidade é ao meu país", completou. Segundo ela, é preciso pensar na campanha, mas também na governabilidade caso saiam vitoriosos do pleito. "Enquanto procuramos pessoas que estejam dentro da totalidade do nosso pensamento, eles estão se unindo", alertou ela. A advogada também tocou em assuntos como drogas e aborto e disse que se trata de uma discussão sobre direito. Ela também recomendou aos presentes na convenção que não era necessário sair "falando para as pessoas acreditar em Deus". A fala irritou alguns pastores evangélicos presentes ao ato. Recebido sob gritos de "Mito!" e "Eu vim de graça!", Jair Bolsonaro se emocionou com a recepção calorosa de seus partidários e chorou quando foi executado o hino brasileiro. Também foram oficializadas na ocasião as candidaturas de Flávio Bolsonaro ao Senado e demais escolhidos pelo partido para concorrer aos cargos de deputado estadual e federal pelo Rio de Janeiro. O senador Magno Malta (PR-ES), que também já teve o nome cotado para figurar como vice na chapa de Bolsonaro, discursou em apoio ao presidenciável durante a convenção do PSL. Malta preferiu se candidatar novamente ao Senado do que concorrer na chapa com o PSL. "O que o Brasil quer e o que eu quero é um homem de mãos limpas, e você tem mãos limpas. E um homem cristão, você é cristão. O Brasil quer um homem que tem sangue no olho para enfrentar vagabundo", disse Malta a Jair Bolsonaro. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/07/22/discurso-de-janaina-paschoal-surpreende-e-irrita-aliados-debolsonaro.htm CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182 Anna Virginia Balloussier Mulher com mulher é pecado? Os padres viviam dizendo a Cristiana Serra que sim. O coração dela indicava que não, mas quem ela era para bater de frente com o que lhe convenciam ser a vontade de Deus? "Só no final da adolescência pude finalmente chamar meu primeiro amor pelo nome certo. Até então, tinha sido um sofrimento inexplicável por causa da minha 'melhor amiga'." Cristiana é lésbica. Não vê isso como opção. É orientação sexual. Lésbica e ponto. É também católica praticante, do tipo que faz questão de comungar (receber a hóstia). Uma fé que, para ela, nunca esteve aberta a negociações. Só que a homossexualidade é condenada pelo Vaticano, o que faria dela uma pecadora aos olhos de Deus. Ela já acreditou nesse papo. Não mais. Hoje Cristiana, 44, não vê nada de errado em frequentar a missa e a Parada Gay. Presidente da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT, liderou em junho o segundo encontro do coletivo, numa casa franciscana em São Paulo. Da reunião saiu um manifesto para difundir a proposta "com todas as pessoas que são excluídas da Igreja e/ou da sociedade em virtude de sua identidade de gênero e/ou orientação sexual". O grupo comemora pequenos avanços, como um texto do mês passado em que o Vaticano, pela primeira vez, usa a sigla LGBT (de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Trata-se de documento preparatório para um encontro de bispos que discutirá, em outubro, "os jovens, a fé e o discernimento vocacional". Diz o texto: "Jovens LGBT desejam [...] experimentar uma atenção maior por parte da Igreja, enquanto algumas conferênci as episcopais perguntam-se sobre o que propor aos jovens que em vez de formar casais heterossexuais decidem constituir casais homossexuais e, acima de tudo, desejam estar perto da Igreja". Luís Corrêa Lima, padre jesuíta e professor de teologia da PUC-RJ, apontou o ineditismo em artigo. "Francisco é o primeiro pontífice a utilizar publicamente o termo gay, dando-lhe também conotação positiva: 'Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para a julgar'? Anos depois, ampliou a pergunta: 'Quem somos nós para julgar?' Ou seja, também os outros devem se abster de julgamento. Chamar o outro como ele (ou ela) quer ser chamado é sinal de respeito." Para Cristiana, essa "imagem progressista" do papa não é precisa. "Questionamos muito a atitude de esperar que o papa mude alguma coisa, como se tivéssemos de 183 aguardar algum tipo de autorização vinda do alto da hierarquia para podermos ser Igreja. Isso nós já somos." Mas Francisco tem o mérito de defender uma Igreja que "se dirija às periferias existenciais", diz. "Essa atitude tem mudado todo o clima da Igreja. Não à toa, de dois anos pra cá, surgiram oficialmente quatro pastorais da diversidade no país." Duas ficam em Belo Horizonte. Vigário na capital mineira, o padre Marcus Mareano, 34, afirma que a reação de conservadores foi feroz. "Esse grupos são maldosos." Um deles, Fratres in Unum, publicou um texto intitulado "a agenda gayzista promovida a todo vapor na Arquidiocese". Inter-religioso, o encontro de junho teve convidados como Lilyth Ester Grove, antropóloga judia e transgênero, que disse que em seu caso "quando era bicha ok", ao menos se comparado à "ousadia" de ser uma judia trans. O reverendo Cristiano Valério, de fé protestante, rejeitou a imagem de "um Deus homem branco, cisgênero e velho", ainda que pintado como "tão bonzinho que também aceita as bichas e os viados". Para Cristiana Serra, "não faz sentido" a Igreja excluir e ferir. "Cristo andava com os piores pecadores, os maiores párias da sociedade. Numa sociedade que acreditava que quem andasse com pessoas 'impuras' tornava-se 'impuro' também... Era com esses que Ele andava. Como será a Igreja desse Cristo? Uma que condena ou que acolhe e ama incondicionalmente?" https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/catolicos-lgbt-organizam-movimentopara-reivindicar-mais-espaco-na-igreja.shtml ABORTO, QUESTÃO-CHAVE NA INDICAÇÃO DE TRUMP PARA O SUPREMO DOS EUA. PRESIDENTE NORTE-AMERICANO PREVÊ ANUNCIAR NA NOITE DESTA SEGUNDA SEU ESCOLHIDO PARA A VAGA DE KENNEDY. NOME PODE CRIAR NOVO BALANÇO CONSERVADOR NO TRIBUNAL Joan Faus, El País, julho de 2018 A vaga na Suprema Corte se tornou a grande batalha política nos Estados Unidos. Anthony Kennedy anunciou sua aposentadoria, no dia 27 de junho, após 30 anos na mais alta instância do Judiciário do país e isso dá a Donald Trump um dos maiores poderes que um presidente tem: propor um candidato para uma posição vitalícia que, 184 se aprovado pelo Senado, pode influenciar por décadas no rumo social dos EUA. O presidente norte-americano deve anunciar seu escolhido na noite desta segunda-feira. Kennedy, 81 anos, não era apenas um juiz. Ainda que de tendência conservadora, em muitas ocasiões exercia seu voto para proteger, ao lado dos juristas progressistas, a legalidade de assuntos de enorme repercussão, como o direito ao aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por isso era considerado uma espécie de "juiz-pêndulo" dando o tom da corte. A aposentadoria de Kennedy deu vazão a sentimentos antagônicos. Círculos conservadores veem a decisão como uma oportunidade de ouro para fortalecer sua influência no Supremo. Os progressistas temem um revés monumental em questões sociais. O debate gira, acima de tudo, em torno da possibilidade de que a sentença judicial de 1973 que legalizou o aborto nos EUA possa ser afetada. Há dois senadores republicanos, da ala centrista do partido, que apoiaram no passado o direito de interromper a gravidez. Uma delas, Susan Collins, advertiu que votará contra um candidato da Suprema Corte que seja "hostil" à decisão que legalizou o aborto. Trump prepara a seleção de um candidato para a vaga de Kennedy. Na semana passada, o presidente se reuniu com quatro possíveis candidatos –ele dedicou 45 minutos a cada um deles separadamente– falou ainda com outros três, disse à imprensa o porta-voz da Casa Branca, Raj Shah. Na campanha eleitoral de 2016, quando estava em busca do voto dos religiosos, Trump prometeu nomear candidatos à Suprema Corte que fossem críticos do direito ao aborto. O republicano anunciou uma lista de 25 potenciais juristas conservadores, preparada por organizações sociais afins, para preencher a vaga deixada pela morte de Antonin Scalia em 2016. Depois de vencer a eleição, Trump nomeou Neil Gorsuch e alcançou com sucesso sua confirmação, o que garantiu a vantagem de cinco juristas conservadores contra quatro progressistas no tribunal. As quatro pessoas que o presidente entrevistou na segunda-feira são juízes federais de apelação. Três homens e uma mulher. Há dois que começam com uma vantagem, de acordo com fontes conservadoras citadas por The Washington Post, embora Trump seja imprevisível. Um deles é Brett Kavanaugh, 53 anos, que trabalhou na investigação do impeachment de Bill Clinton, para o governo de George W. Bush e como assistente na Suprema Corte. Recentemente, ele votou contra a concessão de permissão de aborto para uma imigrante sem documentos que estava em um centro de detenção. A outra é Amy Coney Barrett, 46 anos, que foi professora universitária durante anos e também trabalhou na Suprema Corte. Durante sua votação no ano passado para ser juíza de apelação, os democratas questionaram se sua fé católica poderia influenciar em suas decisões. 185 A aritmética parlamentar é fundamental. O candidato nomeado por Trump tem que ser aprovado pelo Senado. Os republicanos de Trump controlam 51 cadeiras no Senado contra 49 dos democratas. Os conservadores só podem perder um voto. Em caso de empate em 50, o vice-presidente Mike Pence, como presidente do Senado, pode desempatar a votação. Outra complicação para os republicanos é que John McCain não vai ao Senado há meses porque está lutando contra um câncer cerebral avançado e não se sabe se ele poderia estar presente. O objetivo dos conservadores é que a votação ocorra antes das eleições legislativas de novembro, nas quais correm o risco de perder sua escassa maioria no Senado. A DIFICULDADE DE MUDAR UMA FALHA HISTÓRICA A maioria dos especialistas considera muito difícil reverter rapidamente a decisão da Suprema Corte que legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973. A principal razão é a doutrina contrária, exceto em circunstâncias excepcionais, a que um tribunal se contradiga. Qualquer decisão desse tipo levaria anos. O que se considera mais viável é que uma Suprema Corte muito conservadora seja tolerante com os esforços de diferentes Estados para dificultar a interrupção da gravidez. Iowa aprovou recentemente uma lei que proíbe a maioria dos abortos após seis semanas de gestação (o Supremo permite que isso aconteça até as 22 semanas). Foi impetrado rapidamente um recurso contra a lei e o evidente objetivo de seus promotores é que o caso chegue à Suprema Corte. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/03/internacional/1530648721_018597.html DONALD TRUMP CONSOLIDA GUINADA CONSERVADORA NA SUPREMA CORTE. O PRESIDENTE REFORÇA O GIRO PARA A DIREITA DO TRIBUNAL SUPERIOR COM A NOMEAÇÃO DE BRETT KAVANAUGH, O SEGUNDO EM UM ANO E MEIO Amanda Mars, El País, 09 de julho de 2018 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nomear o juiz Brett Kavanaugh, conselheiro de George W. Bush e membro da equipe que investigou o expresidente Bill Clinton, como um candidato para a nova posição da Suprema Corte dos Estados Unidos. A nomeação acontece após a aposentadoria de outro conservador, mas mais moderado, Anthony Kennedy, no final de junho. O presidente anunciou sua escolha nesta segunda-feira, na Casa Branca. O nome de Kavanaugh agora precisa ser 186 aprovado no Senado, onde se inicia a nova luta. Se for bem-sucedido, Trump terá conseguido consolidar a virada à direita do mais alto órgão judicial do país, composto por nove membros, cinco considerados conservadores e quatro progressistas. A eleição de um juiz da Suprema Corte é uma das decisões mais importantes para um presidente dos Estados Unidos, já que seus ocupantes tomam decisões críticas para a sociedade americana. Foi a alta corte que encerrou a segregação racial das escolas públicas em 1954, que descriminalizou o aborto, em 1973, ou declarou legal o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, em 2015. A agenda social tem sido fundamental nesta eleição. O medo dos democratas e dos ativistas pró-escolha ou direitos LGBT, entre outros, é que a virada conservadora da Suprema Corte acabe com os direitos que se acreditava estarem blindados. Algumas decisões recentes, como o apoio ao veto de imigração de Trump ou à decisão de um confeiteiro, que se recusou a fazer um bolo para um casamento entre dois homens, alimentam essas dúvidas. Kavanaugh, um juiz federal de apelação em Washington DC, é um conservador respeitado por ter sido parte da equipe do promotor independente Kenneth Starr, que acusou Clinton no caso Monica Lewinsky, e por ser assistente de George W. Bush. Seu histórico de serviço também se encaixa com o republicanismo mais religioso. Em outubro passado, por exemplo, ele fez parte do grupos de juízes que vetou o aborto de uma imigrante irregular de 17 anos detida no Texas. A postura do nomeado sobre o aborto se mostrava fundamental, como demonstraram protestos a favor e contra o direito, que foram realizados fora da sede do Supremo ao mesmo tempo que Trump anunciava o candidato. O juiz conservador aposentado, Kennedy, migrou para posições mais centristas ao longo dos anos e seu voto foi decisivo em questões sociais críticas, como discriminação positiva ou casamento gay. Seu substituto, caso seja aceito pelo Senado, assume uma curva para a direita. Alguns republicanos como líder no Senado, Mitch McConnell, haviam advertido Trump que ele deveria escolher um nome que tivesse um consenso total entre os membros de seu próprio partido e não desse munição aos democratas para torpedear o processo de confirmação para garantir que ela ocorresse antes das eleições legislativas de novembro, quando a maioria conservadora do Senado está em risco. Agora, com controle mínimo (51 dos 100 senadores e um dele, John McCain, de licença) será necessário conseguir algum apoio da oposição. Se der certo, Trump terá tido a oportunidade de nomear dois membros em apenas um ano e meio de mandato. A idade dos novos eleitos, os 50 anos de Gorsuch e os 53 do recém-nomeado, 187 favorecem um mandato que durará décadas. Se outros dos membros mais velhos deixam a Corte, como os considerados progressistas, Ruth Bader Ginsburg (85) e Stephen Breyer (79), o presidente republicano poderia indicar ainda novos nomes, para fortalecer a ala conservadora do tribunal superior, o que explica o apelo de grupos progressistas para que esses juízes veteranos não deixem ainda seus cargos. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/10/internacional/1531177414_877326.html ESCOLHA DE KAVANAUGH GERA PROTESTOS EM FRENTE À SUPREMA CORTE DOS EUA Uol, 10 de julho de 2018 Dezenas de pessoas protestaram na noite desta segunda-feira (9) em frente à Suprema Corte dos Estados Unidos em Washington contra a escolha do juiz conservador Brett Kavanaugh por parte do presidente, Donald Trump, para integrar o órgão. Do protesto, que segundo alguns veículos de imprensa chegou a reunir algumas centenas de pessoas, participaram os senadores democratas Elizabeth Warren, Cory Booker, Richard Blumenthal, Kirsten Gillibrand e Jeff Merkley, além do esquerdista Bernie Sanders. Todos eles anunciaram seu voto contrário a Kavanaugh no processo de confirmação que acontecerá no Senado e que salvo alguma surpresa deve ser nas próximas semanas, graças à maioria republicana na Câmara. "Esta não é uma luta fácil, mas é uma luta que ganharemos", disse Sanders, pedindo para a confirmação ser bloqueada. O maior medo dos manifestantes era que a nova maioria do Supremo, ainda mais conservadora, invalide em algum momento a decisão que em 1973 legalizou o aborto em nível nacional. Segundo a emissora Fox, além dos contrários a Kavanaugh também foram para a frente do Tribunal alguns partidários de Trump, que com megafones gritaram palavras de ordem contrárias ao aborto. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2018/07/10/escolha-de-kavanaughgera-protestos-em-frente-a-suprema-corte-dos-eua.htm 188 BRETT KAVANAUGH, ALGOZ DO IMPEACHMENT DE CLINTON E O ESCOLHIDO POR TRUMP PARA A SUPREMA CORTE. INDICADO PARA A VAGA DE ANTHONY KENNEDY TEM ESTREITAS RELAÇÕES COM O MUNDO CONSERVADOR, MAS ALGUNS REPUBLICANOS O CONSIDERARAM MODERADO DEMAIS Joan Faus, El País, 10 de julho de 2018 Poucos conhecem melhor os mesentérios judiciais de Washington que Brett Kavanaugh, o escolhido por Donald Trump para a vaga aberta na Suprema Corte dos Estados Unidos. O jurista, de 53 anos, encarna o establishmentjudicial conservador e tem estreitas vinculações políticas. Foi assistente de Kenneth Starr, o promotor independente que investigou uma operação imobiliária de Bill Clinton que acabou levando a um processo de impeachment(destituição) contra o presidente democrata, em 1998. Também trabalhou na campanha do republicano George W. Bush no polêmico processo de apuração dos votos da Flórida nas eleições de 2000, e depois foi assessor do presidente na Casa Branca. Desde 2006, é juiz federal de recursos na capital federal. Na noite desta segunda-feira, dia 9, ao anunciar sua nomeação – que ainda deverá ser confirmada pelo Senado –, Trump elogiou as “credenciais impecáveis” de Kavanaugh e o descreveu como “uma das mentes jurídicas mais agudas do nosso tempo”. O jurista, que foi com sua mulher e duas filhas ao ato na Casa Branca, declarou-se “agradecido e lisonjeado”. Salientou que a independência judicial é a “joia da coroa” dos Estados Unidos e prometeu ter uma “mente aberta em cada caso”. Suas declarações tinham um claro destinatário: os senadores que devem decidir nas próximas semanas se aprovam sua designação para um cargo vitalício e a partir do qual poderá alterar o rumo social do país durante décadas. O perfil de Kavanaugh, por sua ligação com o mundo republicano, garante que o processo de votação será turbulento. Não era a escolha preferida do líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, porque Kavanaugh tem uma extensa bagagem política e de decisões judiciais que sem dúvida os democratas tratarão de usar contra ele. Por exemplo, quando Bush o nomeou em 2003 para a Corte de Apelações do Distrito de Columbia, os democratas se queixaram de que era um candidato com excessivo peso partidário. Kavanaugh, que estudou Direito na Universidade de Yale e também foi assessor na Suprema Corte, é um juiz de crenças conservadoras. Já fez, por exemplo, uma interpretação ampla do poder executivo de um governante, defendeu o direito de portar armas e se mostrou crítico com algumas normas de proteção ambientais. Mas não se situa num extremo ideológico. Por exemplo, alguns republicanos criticaram que 189 suas decisões em assuntos relacionados a saúde e aborto não são suficientemente conservadoras. Esse perfil pode jogar a seu favor, se atrair o voto de republicanos moderados e democratas que em novembro disputam a reeleição em Estados conquistados por Trump nas eleições de 2016. Kavanaugh nasceu em Washington, numa família de bacharéis em Direito. É filho único e estudou num colégio jesuíta. Sua mãe foi professora de um colégio público da cidade e também juíza em um condado próximo a Washington. Seu pai trabalhou numa associação comercial. Seus dois progenitores foram ao evento desta segunda-feira na Casa Branca. Kavanaugh é um apaixonado pelo esporte e atua como treinador de basquete nos times de suas filhas. Um dos temores de grupos progressistas é que um novo magistrado, mais conservador que Anthony Kennedy, que renunciou recentemente à sua vaga na Suprema Corte, se mostre contrário à sentença de 1973 que legalizou o aborto. Kavanaugh, que é católico, pode avivar esse medo. Recentemente, votou contra a decisão do tribunal de recursos de Washington de autorizar o aborto em uma imigrante indocumentada menor de idade que estava sob custódia policial. Outro assunto que pode lhe perseguir é seu papel no impeachment de Clinton. Na época, defendeu uma interpretação jurídica ampla para tentar destituir o presidente, o que poderia voltar a fazer agora caso Trump sofra um eventual processo de impeachment por causa da investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/09/internacional/1531169499_058242.html ARGENTINA: DO “NENHUMA A MENOS” À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. EM ENTREVISTA, DUAS ATIVISTAS DO MOVIMENTO DE MULHERES EXPLICAM COMO MOBILIZARAM A OPINIÃO PÚBLICA DO PAÍS VIZINHO E CONTAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA BUSCAR A APROVAÇÃO DO ABORTO SEGURO NO SENADO NO PRÓXIMO DIA 8 Andrea Dip, Agência Pública, 10 de julho de 2018 Na madrugada do dia 14 de junho, com a Praça do Congresso de Buenos Aires tomada por milhares de pessoas – em sua maioria mulheres – empunhando panos e bandeiras verdes com os escritos “educación sexual para decidir, anticonceptivos para no abortar, aborto legal para no morir”, a lei que permite o aborto até a 14a semana por 190 decisão da mulher foi aprovada na Câmara dos Deputados da Argentina por 129 a favor, 125 contra e uma abstenção. Ao todo, houve mais de 700 expositores, a favor e contra, em audiências públicas que duraram semanas e foram televisionadas. O debate principal era se a Argentina deveria aprovar o aborto seguro para evitar a morte de mulheres, como uma questão de saúde pública. A decisão poderia parecer impossível à primeira vista, com um Congresso conservador e um presidente declaradamente contra a aprovação da lei, que foi redigida em sua totalidade pelo movimento de mulheres que têm lutado há mais de dez anos em muitas frentes para conseguir o direito ao aborto legal. Em entrevistas individuais à Pública, Celeste Mac Dougall, ativista da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Seguro e Gratuito, e Agustina Frontera, escritora, jornalista e membro do movimento Ni Una Menos – que ficou mundialmente conhecido por levar milhões de pessoas às ruas em 2015 e 2016 para protestar contra o feminicídio de uma garota de 14 anos enterrada viva e grávida no quintal da casa do namorado e outra de 16 anos empalada até a morte –, contam um pouco sobre esse processo de mobilização social e política, autônomo, horizontal e inclusivo. As entrevistas, embora tenham sido feitas separadamente, foram editadas em conjunto porque se complementam. Como nasceu o movimento Ni Una Menos? Agustina: Ni Una Menos nasce em março de 2015 a partir de uma série de seminários que fizemos – jornalistas, pesquisadoras e escritoras – na Biblioteca Nacional de Buenos Aires por conta de feminicídios atrozes que se tornaram públicos nos meios de comunicação e que nós acreditamos que mereciam um discurso público, coletivo, em repúdio a essas violências, deixando bem claro que não se tratava de casos isolados, mas de um plano sistemático de violência contra as mulheres. Esses seminários se chamaram “Ni Una Menos” e nós convocamos uma mobilização para 3 de junho de 2015 que foi absolutamente massiva, colocou mais de 1 milhão de pessoas nas ruas. E os temas principais eram não apenas os feminicídios e a violência física contra as mulheres, mas também provocar as diferentes instâncias do Estado para erradicá-los. Quem faz parte do movimento? Agustina: O movimento tem uma infinidade de pessoas, movimentos, organizações, agrupações, foi apropriado por uma grande parte da população não só na Argentina, mas em muitos outros países da América Latina e do mundo. As pautas também foram evoluindo, e o que começou com uma ação contra os feminicídios acabou abraçando um monte de outras críticas ao sistema patriarcal e também ao sistema capitalista e ao 191 modelo neoliberal. Parece-me que a grande conquista de Ni Una Menos foi a possibilidade de conectar diferentes violências que culminam em uma violência mais extrema, na violência física concreta contra uma mulher ou alguém de identidade não hegemônica. O que é a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito? Quem faz parte dela e há quanto tempo existe? Celeste: A campanha nasceu em 2005 em um esforço conjunto das organizações que lutam pelo direito ao aborto, em um encontro de mulheres. São 13 anos de luta. Nasce nacional, com diversas pessoas e movimentos envolvidos, e nestes anos nós temos realizado várias ações a partir de uma diretriz integral que é “educação sexual para decidir, contraceptivos para não abortar, aborto legal para não morrer”. Nosso objetivo era o debate e a sanção de um projeto de lei pela interrupção voluntária da gravidez, que nós redigimos de maneira coletiva, apresentamos pela primeira vez em 2007 e a cada dois anos voltamos a apresentar, até que este ano começou a ser tratado no Congresso. A campanha existe há algum tempo então. Como você avalia sua evolução? Celeste: Todos esses anos nós realizamos uma multiplicidade de ações, ou seja, não é que enquanto ele não caminhava no Congresso não fazíamos nada. Realizamos um trabalho inclusive para que, no momento em que o aborto se tornasse legal, não fosse uma lei morta, mas um direito efetivo. Um trabalho com profissionais de saúde que terão que realizar a prática, os advogados para que não penalizem as mulheres, um trabalho nas escolas etc. Durante estes anos fomos lutando pelo direito ao aborto em todos os aspectos e muito mais, disputando lugar na universidade, até um semnúmero de atividades, fortalecendo também as outras cidades para que fosse uma força nacional etc. Quem são e o que pedem as mulheres que lutam pela descriminalização do aborto na Argentina? Celeste: Todo tipo de mulher, e não só as mulheres, mas também os homens, prostitutas, transexuais, meninas adolescentes muito jovens que estão se somando agora à luta até militantes históricas do feminismo, passando por mulheres que passaram por experiências de aborto, todo o tipo de mulher. O movimento é histórico, mas apenas agora vocês conseguiram avançar com o projeto no Congresso. A que atribui essa vitória? 192 Celeste: Durante estes anos nós buscamos assinaturas para o projeto com todos os parlamentares e sempre tivemos apoio de deputados e deputadas. O que acontece é que não havia primeiro uma decisão do Executivo como neste governo e houve um nível de pressão social inegável. Para nós, o que acabou forçando o debate e a sanção foi essa pressão tão grande do movimento de mulheres e feministas da Argentina que em algum ponto supera a luta pelo direito ao aborto, mas a luta pelo direito ao aborto é uma demanda urgente, um dos pontos centrais da agenda feminista. Recentemente, o projeto que pede a descriminalização do aborto na Argentina avançou na Câmara dos Deputados. Por que agora? O que você acha que contribuiu para essa vitória? Tem a ver com a mobilização social ou com a configuração do Congresso? Ou com os dois? Agustina: Eu creio que o movimento Ni Una Menos ajudou porque se pôs a pressionar politicamente, com a força das ruas e dos meios de comunicação, os políticos, o Executivo e o Legislativo para que discutissem o projeto na Câmara. Tem a ver com a mobilização social, a força e a constância da Campanha Nacional que existe há 13 anos na Argentina. Não creio que tenha a ver com a configuração do Congresso, pois é um Congresso bastante conservador que tem conseguido evitar o tema do aborto, entendido como um avanço nos direitos e liberdades das mulheres gestantes. Então, na verdade foi uma surpresa nesse sentido, no mapa político atual. Uma estratégia que se utilizou foi que a Campanha Nacional apresentou o projeto através de várias forças políticas, não só as forças políticas da esquerda – que são as que usualmente avançam com esse projeto –, mas também com forças da direita, do centro. Foi uma aliança transversal em vários espaços políticos. E que ações você considera efetivas para levar tantas pessoas para as ruas? No Brasil e em muitos países da América Latina, o aborto segue sendo um tema tabu e sua descriminalização é rechaçada por grande parte da sociedade e do Congresso conservador e religioso… Agustina: No caso de Ni Una Menos, foi muito efetivo recorrer a pessoas conhecidas, celebridades, o que em um momento foi muito conflitivo e contraditório porque algumas dessas pessoas que ajudaram a impulsionar o movimento em outros aspectos de suas vidas eram machistas, como por exemplo um apresentador muito famoso de televisão, mas isso fez com que o movimento se difundisse rapidamente em muitas frentes sociais e políticas. Ni Una Menos, no começo, era um movimento despolitizado, não estava associado a uma crítica radical da sociedade, era um grito contra violências contra as mulheres. Também foram muito importantes tanto para o Ni Una Menos quanto para a pauta da descriminalização do aborto os movimentos de secundaristas. Eles são os que andam nas ruas o tempo todo, com os panos verdes nas 193 mochilas. E essa presença da cor verde e a facilidade com que defendem a descriminalização do aborto – tanto mulheres como homens jovens – me parece que tiveram um efeito de pressão muito interessante sobre os governantes. O STF convocou audiências públicas para decidir a descriminalização do aborto no Brasil. Algo a dizer ao movimento de mulheres daqui? Celeste: É difícil emular exatamente as experiências, mas é necessário pensar nas experiências não somente do que nos uniu para lutar, que foi uma diretriz e uma necessidade, uma exigência. Que o aborto seja lei e que haja uma diretriz integral, educação para decidir, anticoncepcional para não abortar e aborto legal para não morrer. Não apenas um acordo político, mas um transitar metodológico, para mim, é fundamental. E esse método não teve nem presidente nem dirigente, tudo se fez por consenso e não por votação, onde se avança a partir dos acordos. Inclui quem não se diz feminista também, mas nasce como uma luta feminista, a federalização e abertura total à participação pessoal, política e fundamentalmente coletiva. Então, há uma questão política, mas também uma questão metodológica que tem a ver como nós, feministas, construímos. Quais são as principais pautas do movimento feminista argentino hoje? Agustina: Hoje nossas energias estão concentradas na descriminalização do aborto, mas o movimento feminista argentino também tem construído um sujeito político que inclui lésbicas, travestis, pessoas trans, gays e não inclui só as mulheres das cidades, as mulheres brancas, mas também estamos em aliança com o movimento indígena, com o movimento negro, com as mulheres migrantes. Temos consciência de que o patriarcado está em aliança com o capitalismo e o liberalismo e que nós, como oprimidas, unimos nossas lutas com as lutas de outras e outros oprimidos por diferentes motivos, porque uma pessoa não está sujeita à opressão por apenas uma condição de sua vida, como por exemplo, gênero, mas também classe, nacionalidade, etnia, cultura, idade… Qual é o próximo passo para garantir que a descriminalização do aborto aconteça na Argentina? Agustina: Estamos falando com um por um dos senadores que vão votar a aprovação da lei no dia 8 de agosto, que é a votação que define se aprova o projeto ou se vão pedir modificações. Existem muitos senadores indecisos e a sociedade conservadora é muito confusa e confunde os senadores ainda mais. O que a Campanha faz é falar com um por um através de diferentes frentes de poder público, como por exemplo os sindicatos, as organizações de jornalistas e outros espaços que funcionam como 194 aliados e aliadas e que têm interesse, assim como nós, em que a lei do aborto na Argentina seja enfim aprovada. https://apublica.org/2018/07/argentina-do-nenhuma-a-menos-a-legalizacao-doaborto/ SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS Uol Universa reproduz RFI, 02 de julho de 2018 [RFI é uma rádio francesa de notícias] A França presta uma grande homenagem à Simone Veil neste domingo (1°), grande figura política do século XX, sobrevivente do Holocausto, responsável pela lei que ... "Uma decisão de todos os franceses": assim classificou o presidente Emmanuel Macron, durante seu discurso, neste domingo, em uma grande cerimônia de homenagem à Simone Veil. Ícone feminista, seus restos mortais e de seu marido, Antoine Veil, passam a integrar o templo que abriga as maiores personalidades da França, como Voltaire, Victor Hugo, Émile Zola, Alexandre Dumas, Pierre e Marie Curie. A cerimônia foi transmitida em cadeia nacional neste domingo e acompanhada por milhares de pessoas que lotaram as ruas do 5° distrito de Paris. Cobertos com a bandeira francesa, os caixões carregando os restos mortais de Simone e Antoine Veil entraram no monumental Panteão na presença de grandes representantes políticos, dos filhos e netos do casal. Eles repousarão em uma cripta ao lado de Jean Moulin, André Malraux, René Cassin e Jean Monnet "quatro grandes personagens de nossa história", classificou Macron, "que foram, como ela, mestres da esperança". Nos últimos dois dias, os caixões de Simone e Antoine Veil puderam ser visitados na cripta do Memorial da Shoah em Paris, do qual a própria ex-ministra foi fundadora e presidente, de 2001 à 2007. Desde sua morte, em 30 de junho de 2017, as autoridades francesas se mobilizaram para prestar homenagem desta que é um símbolo incontestável para os franceses. Ruas, praças e uma estação da linha 3 do metrô de Paris, passaram a levar seu nome. 195 De imortal à eterna Eleita para a Academia Francesa em 2010, Simone Veil já era, desde então, uma "imortal". Mas com a transferência de seus restos mortais ao Panteão, ela se torna uma "eterna", como são chamadas as personalidades que repousam no local. De todos os pontos de vista, Simone Veil traçou um caminho fora do comum e exemplar para uma mulher de sua época. Sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, para onde foi deportada com toda a sua família aos 16 anos, e onde morreram os pais e o irmão, a francesa nascida em Nice, no sul do país, lutou a vida inteira contra as injustiças e pela igualdade de direitos. Essa batalha levou do Holocausto para dentro de sua própria família. Na época Simone Jacob, a jovem conheceu o marido, Antoine Veil, na prestigiosa Science Po de Paris, em fevereiro de 1946; ela com 18 anos, ele com 19. Apaixonados, eles se casaram oito meses depois, tiveram três filhos e passaram 67 anos juntos, até a morte de Antoine, em 2013. A vida conjugal, no entanto, começou a se construir em torno da carreira diplomática de Antoine Veil, nomeado para trabalhar na Alemanha, onde Simone Veil o acompanhou. Pouco favorável que a mulher trabalhasse, Antoine não aprovou que a esposa se tornasse advogada. Mas a jovem perseguiu seus ideais com determinação, levando na memória a própria do oposição de seu pai que sua mãe pudesse ter uma carreira profissional. Na Chancelaria de Paris, sua capacidade de trabalho não passou despercebida e Simone Veil se tornou, em 1970, a primeira mulher designada à secretária-geral do Conselho Superior da Magistratura. Foi onde o então primeiro-ministro Jacques Chirac a conheceu e a nomeou ao Ministério da Saúde da França. Da primeira mulher a ocupar a pasta da Saúde, Simone Veil se torna, em 1979, a primeira presidente do Parlamento Europeu, de 1979 à 182. Em 1993, torna-se a primeira francesa a ocupar o ministério do Estado. Em 2010, no final de sua vida, passa a ser a sexta mulher a ser eleita para a Academia Francesa. Legalização do aborto, a "Lei Veil" 196 Apesar da grande lista de conquistas, a maior delas foi a legalização da interrupção voluntária da gravidez na França. A lei entrou em vigor oficialmente em 19 de janeiro de 1975, durante o mandato do presidente Valéry Giscard d'Estaing, após meses de virulentos debates. A aprovação do texto foi o resultado de um esforço conjunto de vários setores da sociedade, que enfrentaram o conservadorismo, uma grande ofensiva da igreja e uma forte oposição por parte até mesmo dos integrantes do governo Giscard d'Estaing. O combate, no entanto, foi liderado por Simone Veil. Não por acaso, a lei é conhecida até hoje como "Lei Veil". A árdua batalha foi detalhada em seu livro de memórias, "Une Vie" (Uma Vida), publicado em 2007. No texto, a ex-ministra conta que, na época do debate da lei, seu prédio foi pichado com a cruz suástica, além de ter sido frequentemente insultada nas ruas e seus filhos terem sido alvo de violências. As agressões antissemitas não vieram apenas por parte de opositores do aborto nas ruas. No Parlamento francês, formado na época por 481 homens e nove mulheres, após um debate de 25 horas, no qual foi sofreu uma torrente de acusações, ouviu alguns legisladores compararem a interrupção voluntária da gravidez ao Holocausto. Outros episódios marcaram o debate, como do então deputado de direita René Feït, médico ginecologista, que veiculou para toda a Assembleia sons de batimentos cardíacos de um bebê na barriga da mãe. Ele foi o mesmo a defender que, se o projeto fosse aprovado, faria, a cada ano, "duas vezes mais vítimas que a bomba de Hiroshima. Um outro parlamentar chegou a defender sua posição contra a legalização do aborto exibindo um feto morto dentro de um vidro cheio de formol. "Nunca imaginei o ódio que eu iria desencadear", disse a ex-ministra da Saúde depois da aprovação da lei. Anos depois, Simone Veil entraria para a lista das personalidades mais admiradas pelos franceses, ocupando por anos consecutivos os dez primeiros lugares e, em 2016, a segunda colocação. Ao ser questionada pouco antes de sua morte se os ataques que sofreu a desmotivaram, respondeu: "Não, nunca perdi minha confiança e desisti. Tudo aquilo me incentivava, me dava forças para vencer. E acho que, definitivamente, esses excessos me ajudaram", reconheceu. 197 No entanto, nunca deixou de dividir sua grande conquista - que a tornou um ícone feminista - com um homem. "Me dizem frequentemente que eu encarno a causa das mulheres. Elas têm consciência do que eu fiz por elas, batalhando pela lei que autorizou a interrupção voluntária da gravidez. Mas essa lei também devemos a um homem, Valéry Giscard d’Estaing", defendeu, em uma entrevista. Na época, o presidente da República foi a pessoa que mais apoiou Simone Veil em seu combate. https://universa.uol.com.br/noticias/rfi/2018/07/02/simone-veil-icone-pro-aborto-nafranca-entra-para-o-panteao-de-paris.htm "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO Uol Universa, 06 de julho de 2018 Homens têm lugar no feminismo? A campanha australiana "Call It Out" acredita que sim e abre as portas para eles entrarem na luta contra o machismo. Propagandas veiculadas pelo governo da Austrália na TV aberta pedem que homens interessados em ajudar devem chamar atenção ("call it out", em inglês) de outros homens que fazem comentários machistas ou demonstram posturas violentas em relação às mulheres. Em um dos vídeos, um grupo de amigos está no bar e um deles começa a dar em cima da garçonete, até que um deles diz: "Irmão, não faz isso, é desrespeitoso". Em outra peça publicitária, um homem é constrangido por colegas de trabalho depois de ofender e gritar com a esposa no telefone. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=jLfchCFi7A8 https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/07/06/call-it-out-campanhaaustraliana-convida-homens-a-lutar-pelo-feminismo.htm FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198 Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018 You might be surprised where family violence starts. Sexist jokes and disrespectful comments can seem harmless enough, especially if they’re within relationships, right? The same goes for someone controlling the purse strings. That’s not your business either … Forget that. These things are at the root of family violence. They create the culture that enables it. So if we want to live in a community where women and children are safe, these things are our business. And if you don’t call them out, who will? When to call it out Bottom line? If it makes you feel uncomfortable or just doesn’t sit right with you, call it out. As long as you feel safe to. So it might be someone: - making a sexist joke - demeaning a family member or putting them down - controlling how their partner spends money - constantly insisting their partner tells them what they’re doing or where they’re going - insisting on going to the doctor with their partner - trying to stop their partner seeing friends or family - If you don’t feel confident to call it out, there are still things you can do. How to call it out Bottom line here? You don’t have to say much. Just something. Watch the videos and you’ll hear guys saying things like: “That’s not funny mate” and “That’s not okay.” - Call it out in public - Call it out at play 199 Why is it so important to call it out? Because family violence will continue affecting women, children and our communities if we don’t change the culture that fuels it. At its worst, this sees one woman murdered by her partner or former partner in Australia, every week. And if we don’t change the culture where violence against women is common, supported and excused, we won’t be able to stop this. The research shows this culture is made up of things that support gender inequality, like: - sexism - harassment - rigid gender roles - stereotypes about masculinity and femininity - men controlling women (their finances, decisions or independence) - men talking about women aggressively or disrespectfully, including within male friendship groups So, why is it so important to call these things out? Because they're where family violence starts. They create a culture where violence against women is common, is supported and excused. Where to get help If you, or someone you know, is experiencing family violence help is available. https://www.vic.gov.au/familyviolence/family-violence-support.html JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 As mulheres russas já foram vítimas de assédio sexual durante a Copa do Mundo, como os vídeos que viralizaram e percorreram o mundo mostraram. Agora, sofrem com o machismo dos próprios russos, que criticam o comportamento sexual feminino 200 em relação aos estrangeiros durante o Mundial. Um colunista de um dos maiores jornais do país, inclusive, chamou as mulheres russas de putas. O texto em questão é do jornalista Platon Besedin para o Moskovskiy Komsomolets, um dos mais tradicionais do país, e foi publicado no último dia 27. O título é "A hora das putas: as russas se envergonham e envergonham o país na Copa", em que Besedin acusa as mulheres de se venderem. "Nas cidades onde têm a Copa do Mundo, muitas russas se comportam como prostitutas na frente dos estrangeiros. As mais espertas colocaram anúncios nos sites de relacionamento. Claro que muitas mulheres procuram estrangeiros por dinheiro, outras procuram o casamento. Mas tem mulheres que estão prontas para dormir com estrangeiros de forma gratuita só porque são estrangeiros. Podemos dizer que dá vergonha. Muitas mulheres nem conhecem o sentimento de vergonha. Muitas mulheres que correm atrás dos estrangeiros não têm vergonha, moral e valores. Nós criamos uma geração de putas prontas para abrir as pernas ao escutar algum sinal de idioma estrangeiro", diz o artigo. O autor ainda diz que a Copa do Mundo tem sido importante politicamente para quebrar estereótipos da Rússia, mas um deles tem sido reforçado. Justamente o das mulheres que se vendem. Elas seriam consideradas ovelhas negras que contaminam o rebanho. "Hoje em dia, esse comportamento é cultivado e se vender não é vergonha. Vergonha é trabalhar como enfermeira simples no hospital e ganhar 9 mil rublos. As redes sociais têm muitos vídeos onde meninas jovens e não tão jovens se comportam como prostitutas com responsabilidade social baixa. O caso menos grave é o de um torcedor brasileiro que paga a uma menina num clube da cidade de Rostov por 5 minutos de esfrega-esfrega. Ou por exemplo aquele dos torcedores poloneses fazendo sexo oral em uma menina russa numa banca no centro da cidade, enquanto as pessoas que estão passando gritam 'que nojento' e outros riam. O mais horroroso nesse vídeo é o fato que a russa também está bebendo Coca-Cola e vodca". Besedin lembra o escândalo provocado por uma famosa rede de fast-food que fez um post nas redes sociais oferecendo às russas três milhões de rublos (R$ 180.000,00) e um número ilimitado de sanduíches às mulheres que ficarem grávidas dos jogadores da Copa. Ele afirma que o post gerou repercussão e foi apagado, mas reflete o verdadeiro comportamento das mulheres do país, que querem apenas arranjar um casamento com um estrangeiro. 201 Por fim, afirma que tudo é culpa do sistema de valores em que essa geração tem sido criada e que o problema é a tentativa de querer imitar o Ocidente em tudo. Ele ainda critica os homens russos por serem "fracos e irresponsáveis ao mesmo tempo." Ele tenta indicar caminhos para “solucionar o problema” e usa expressões ofensivas. "Você vai dizer que existem alternativas. Eu tenho certeza que sim. Mas quem vai nos mostrar esses caminhos? Precisamos não apenas para a Copa, mas em geral. As putas estão em todos os lugares como baratas mortas que só consomem, comem e cagam. Pensando apenas em suas necessidades. O teto, o ponto mais alto dos sonhos dessas mulheres, é ter um apartamento em seu nome e todas as contas pagas por um homem branco e nobre ". O artigo se espalhou pelas redes sociais e teve quase meio milhão de visualizações. Ele gerou a revolta de milhares de mulheres que denunciaram o autor por machismo e o preconceito. Um grupo escreveu uma petição exigindo um pedido de desculpas à publicação e reforçando que mulheres são livres para terem o comportamento sexual que quiserem. Diante da repercussão, Besedin escreveu uma continuação da coluna no dia seguinte. De acordo com ele, as russas interpretaram suas palavras de maneira equivocada. Ele disse que não se referiu a casos específicos e nem ao número de mulheres que se envolvem com estrangeiros, mas ao modelo atual de comportamento que é imposto ao público pela sociedade e pela mídia. “Eu vi muitos comentários de mulheres indignadas no meu artigo "A geração das putas". Ele supostamente degrada sua dignidade. Não, meu artigo não degrada sua dignidade, mas a imagem de uma mulher como uma prostituta, que é cultivada em nossa sociedade: de revistas de moda a talk shows populares. Pareça uma prostituta, seja sexy - venda-se para o sucesso”, escreveu ele. “Vocês insultaram a minha frase: "Nós criamos uma geração de prostitutas". Estou pronto para repeti-la novamente. Porque sim, é assim que elas foram criadas. A geração não está na idade, mas na perspectiva do mundo. Não é desde jovem que ensinamos às meninas o que chamamos timidamente de sexualidade? Nós ensinamos as garotas a parecerem sexy e dançarem sexualmente, porque elas precisarão disso na vida. As mães e os pais ensinam isso. Nós trouxemos uma geração de garotas que consideram o objetivo principal - o número máximo de inscritos no Instagram”, publicou no novo artigo. https://esporte.uol.com.br/futebol/copa-do-mundo/2018/noticias/2018/07/03/jornalchama-de-russas-de-puta-por-comportamento-sexual-na-copa.htm 202 FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA G1 Globo, 15 de julho de 2018 Uma funcionária terceirizada do Ministério dos Direitos Humanos de 30 anos foi assassinada a facadas pelo ex-marido, de 21 anos, em uma casa em Santa Maria, região administrativa do Distrito Federal. O crime ocorreu por volta das 18h deste sábado (14). Janaína Romão Lucio tinha duas filhas pequenas com Stefanno Jesus de Amorim e teria sido vítima de uma "crise de ciúmes", segundo testemunhas relataram à Polícia Civil. O enterro será realizado nesta segunda (16) no Cemitério do Gama, às 12h. A mulher foi golpeada cinco vezes, no peito e nas costas, e chegou a ser transportada pelo Samu ao Hospital Regional de Santa Maria, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com delegado-chefe da 33ª DP, Alberto Rodrigues, há informações de que Janaína "já havia registrado duas ocorrências de violência doméstica" contra o excompanheiro. O caso está sendo investigado como feminicídio. Até a última atualização desta reportagem, conhecidos da vítima afirmavam que ela havia sido morta ao buscar as filhas na casa do pai – versão que está sendo considerada pela polícia. As meninas teriam sido entregues à avó materna. Em nota de pesar publicada no site da pasta, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, afirma que "repudia com veemência a violência contra as mulheres" e que está em contato com a Secretaria de Segurança Pública do DF para "acompanhar de perto as investigações do assassinato de Janaína." Testemunhas disseram, em depoimento, que encontraram "o casal discutindo por conta de ciúmes e esse teria sido, provavelmente, o motivo do crime". Elas também alegaram ter visto o agressor fugir da casa correndo, descalço e sem camisa. A faca usada para matar Janaína foi deixada no local e apreendida pela equipe de perícia. O corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) e, segundo a Polícia Civil, deve ser liberado no fim da tarde deste domingo (15). 203 Direitos Humanos No Ministério dos Direitos Humanos, Janaína trabalhava como terceirizada na Coordenação-geral dos Direitos da População em Situação de Rua, que monitora, coordena e avalia políticas de atenção a este segmento social. Segundo funcionários da pasta, ela era "uma moça jovem, alegre e tranquila", mas circulavam boatos de que Janaína teria sido vítima de violência doméstica mais de uma vez. A última vez em que ela foi vista pelos colegas de trabalho foi na festa junina da autarquia, nesta sexta-feira (13). Na ocasião, ele levou as duas filhas. "Todo mundo ficou chocado [com o crime]", disse uma funcionária. https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/funcionaria-do-ministerio-dosdireitos-humanos-e-morta-a-facadas-por-ex-marido-no-df.ghtml FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES Isabela Palhares e Luci Ribeiro, Estadão reproduzido pelo Uol, 15 de julho de 2018 A funcionária do Ministério dos Direitos Humanos morta a facadas no início da noite deste sábado (14), em Santa Maria, no Distrito Federal, já havia denunciado à polícia o ex-marido, suspeito do crime. De acordo com a Polícia Civil, Janaína Romão Lúcio, 30, registrou dois boletins de ocorrência de violência doméstica contra o ex-companheiro, com quem tinha duas filhas. Janaína foi atingida com golpes no peito e nas costas pelo homem de 21 anos. A polícia não revelou a identidade do criminoso. Segundo a Polícia Civil, testemunhas disseram que os dois estavam discutindo na rua em frente à casa do agressor. Ela fora até o local para buscar as filhas. Após esfaquear a vítima, o criminoso saiu correndo sem camisa e descalço. Ele ainda não foi localizado. Janaína foi socorrida ao Hospital Regional de Santa Maria, mas não resistiu aos ferimentos. 204 O caso foi registrado como feminicídio no 33º Distrito Policial [Santa Maria]. O delegado Alberto Rodrigues informou que o homem tinha, além dos registros de violência doméstica, outros antecedentes criminais e "pode ser considerado perigoso". O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, distribuiu nota de pesar em que "lamenta profundamente" a morte de Janaína, colaboradora da Secretaria Nacional de Cidadania da pasta. "Em nome de todo o ministério, (o ministro) compartilha do luto e manifesta sua solidariedade aos familiares e colegas de trabalho", diz a nota. "O ministro repudia com veemência a violência contra as mulheres e reforça a gravidade desta situação. O ministério está em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para acompanhar de perto as investigações do assassinato de Janaína", acrescenta o texto. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/07/15/funcionariado-ministerio-dos-direitos-humanos-e-morta-a-facadas-pelo-ex-marido.htm SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 Centenas de mulheres abarrotam o auditório Salvador Allende, em Jalisco, México. Nos corredores, jovens amontoam-se ansiosos por escutar suas reflexões. Fora, com a esperança de pescar alguma ideia, permanecem mais alguns. Quem os convoca é Silvia Federici, que revolucionou as ideias sobre a exploração que o capitalismo fez das mulheres. Preparando-se para proferir a conferência “A guerra contra as mulheres e as novas formas de acumulação capitalista”, uma hora antes a escritora de Calibán e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva e Revolução no ponto zero: trabalho doméstico, reprodução e lutas feministas concedeu uma entrevista a este órgão de mídia. Desde quando o corpo das mulheres vem sendo considerado como objeto e símbolo de transação monetária? Gosto de falar sobre os períodos históricos que conheço, por isso posso dizer que a partir do desenvolvimento do capitalismo a mulher se converteu em mercadoria: a ser 205 vendida na rua e no casamento, de modo que na história do capitalismo foi muito difícil conceber o mesmo tipo de exploração, a das mulheres e a dos homens assalariados. As mulheres sempre precisaram garantir sua sobrevivência vendendo seu corpo. As mulheres agora trabalham, mas continuam presas ao trabalho doméstico. Não houve mudança significativa na emancipação pelo trabalho: o capitalismo ganhou essa batalha? Não acredito, não gosto de falar de uma derrota das mulheres. Posso mudar um pouco a articulação, dizendo que a premissa de grande parte do movimento feminista, de que com o trabalho fora de casa as mulheres poderiam transformar sua posição, não se verificou. Claro que uma minoria de mulheres conseguiu trabalho melhor remunerado, mais valorizado, como as mulheres que agora trabalham na universidade ou que estão no sistema de saúde. Mas a maioria foi integrada aos níveis mais baixos da organização capitalista, tanto que a maior parte não obteve autonomia econômica: devem fazer dois ou três trabalhos ao mesmo tempo e vivem endividadas. Com o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, as tensões entre homens e mulheres aumentam, assim como a violência doméstica. Qual deveria ser a estratégia do feminismo para romper essa inércia? Creio que já se conseguiu muita coisa. Hoje, apesar de tudo isso e de que a violência masculina é medo da concorrência, é preciso mudar o sentido da organização material do processo de reprodução. Duas coisas estabeleceram a relação das mulheres com os homens de forma muito negativa. Por um lado, a identificação das mulheres com um trabalho desvalorizado, como se não fizessem nada, e isso parece natural porque quem produz são os homens. Em segundo lugar, porque as mulheres foram convertidas em servas dos homens – e isso necessita ser rompido – penso que não é suficiente as mulheres trabalharem fora de casa. É importante transformar o próprio campo da reprodução, revalorizar o terreno da reprodução. Não como faz o capitalismo com o Dia das Mães, mas compreender a importância desse trabalho e que ele não pertence só à mulher. É um trabalho muito importante, porque trata-se de criar novas gerações, o novo mundo. No México as mulheres jovens e trabalhadoras são assassinadas sistematicamente. São elas as novas bruxas, as jovens que buscam independência por meio do trabalho mais abusivo do sistema, como o da fábrica? 206 A caça às bruxas tem atacado de tantas formas a vida das mulheres que, se pensamos nessa caça como perseguição, cujo objetivo é reduzir e romper o poder social das mulheres, podemos dizer que os assassinatos em Cidade Juarez são parte de uma nova caça às bruxas. Hoje o capitalismo ataca brutalmente o poder social das mulheres, e o faz por muitas razões: porque precisa reduzir o custo do trabalho, obriga as mulheres a dar muito trabalho e reprodução sem pagamento, e com pouco pagamento fora de casa. É um sistema estruturalmente fundado na desvalorização da condição das mulheres e por isso necessita tanto da violência. Essa violência manda uma mensagem: “Cuidado, não temos limites”. Com isso aterrorizam toda uma população, porque as mulheres representam a vida, representam a reprodução. Quem é a nova inquisição? Quem continua “queimando” as mulheres? A violência individual existe porque o Estado permite, a delinquência é grande entre os homens porque eles sabem que vão ficar impunes. Por exemplo, sabemos que a militarização da vida estimula a violência contra as mulheres. Uma forma de acumulação capitalista como o extrativismo impulsiona essa violência. Como eu disse antes, a organização da reprodução, que coloca em casa uma serva para o homem, porque ele tem o poder do salário, isso incentiva a violência. Por isso é que tem sido tolerada pelo Estado. É importante enxergar isso, não ver somente a violência individual, mas sobretudo a violência institucional. As mulheres em cargos de poder, casos como o de Angela Merkel, da ex-secretária de Estado Hillary Clinton ou de Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, não representam as mulheres trabalhadoras, as que lutam por mais direitos – mas o sistema hegemônico. É de se esperar que as mulheres que chegam ao poder possam reverter anos de opressão ou elas terminarão por dobrar-se aos desejos do capital? Elas atuam segundo a lógica masculina. As mulheres capitalistas não são diferentes dos homens, ao contrário. Por exemplo, hoje nos Estados Unidos, quando se trata de dar uma notícia suja, é sempre uma mulher quem dá – a mulher empresta um rosto suave e gentil a isso. Temos verificado, depois de décadas, que o acesso da mulher ao poder não muda as coisas. A ascensão da direita na Europa e na América vem revogar direitos já conquistados e pretende, novamente, legislar sobre o corpo da mulher. A via eleitoral é a mais adequada para recuperar esses direitos? Não acredito, há muitas vias e não creio que a eleitoral seja das mais importantes. Fiquei muito feliz com o que os zapatistas fizeram, porque eles têm um conceito de campanha eleitoral muito diferente do conceito dos partidos tradicionais. Eles não a 207 entendiam como tomada do poder, mas sim como forma de entrar em contato com as pessoas. E não acredito, porque temos visto muitas vezes, que os que nos prometem que serão diferentes não são. Temos o caso de Obama, para mim emblemático. As pessoas choravam quando ele foi eleito. Todos pensavam na revolução, mas depois vimos que os movimentos têm sido desmontados. Penso que o único poder é o de baixo, o sistema responde positiva ou negativamente às mensagens que chegam de baixo: se o poder está embaixo podemos buscar legislações mais amplas; se o poder não está embaixo, podemos ter todas as perguntas, todas as estratégias, as demandas e as reivindicações mais interessantes do mundo, mas se o tecido social não é fortalecido, não se irá conseguir nada. Recentemente Maria de Jesús Patrício, Marichuy, não conseguiu as assinaturas necessárias para candidatar-se à presidência do México. Em um país em que ser mulher e indígena é um sinal de exclusão e pobreza, por qual razão não acolhemos projetos que nos representem a todos? O zapatismo tem conseguido um êxito que já é legendário. Não conheço outro movimento social que, com tanta escassez de recursos e com um espaço que parece tão isolado, tenha conseguido impactar as atividades, o discurso político, a imaginação de milhões de pessoas em todas as partes do mundo. Não há movimento que tenha sido capaz de conseguir o que os zapatistas conseguiram. Você vai a Nova York, a Joanesburgo, à Grécia e todos conhecem os zapatistas. E muitos deixaram de fazer o que faziam para ir a Chiapas inspirar-se. Outra coisa que me parece fenomenal é que os zapatistas conseguiram algo que nem as Nações Unidas, com outros recursos, conseguiram: abriram as portas de suas comunidades a milhares de pessoas de todo o mundo com a “Escuelita” e o “Encontro Intergaláctico”. Quem são os aliados das bruxas da modernidade? Os novos aliados são todos os que estão se mobilizando pela defesa do meio ambiente e da natureza, das matas e da água, que são parte da reprodução da vida. Espero também, e isso é uma mensagem, que todos os companheiros se envolvam na criação de um mundo mais justo e mais solidário e apoiem a luta das mulheres, que se comprometam diretamente. Que se envolvam para mudar o comportamento dos outros homens que seguem sendo machistas, violentos. Creio que os homens não entenderam que o poder que ganharam sobre as mulheres foi pago com a dependência do capitalismo. Todas as vezes que um homem entra em greve, ele pensa: “Devo manter minha esposa e meus filhos”. O poder dos homens sobre as mulheres serviu para pacificar os homens, para dar-lhes a ilusão de ter um 208 poder que não têm. Esta mensagem merece que eles reflitam sobre isso: se continuam como serventes, eles mesmos, do capital, e mantêm sua masculinidade e dignidade às custas das mulheres; ou se preferem crescer juntos, em posição igualitária com sua companheira, numa sociedade mais justa e diferente. https://outraspalavras.net/destaques/silvia-federici-e-a-emancipacao-feminina-quenao-foi/ "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018 Cientos de mujeres abarrotan el auditorio Salvador Allende. En los pasillos se agolpan jóvenes ansiosos de escuchar sus reflexiones. Afuera, con la esperanza de pizcar alguna idea, permanecen algunos más. Quien los congrega es Silvia Federeci, una de las pensadoras más influyentes en el mundo y que revolucionó con sus ideas sobre la explotación femenina que ha hecho el capitalismo, quien dictó la conferencia “La guerra contra las mujeres y las nuevas formas de acumulación capitalista”. Una hora antes, la escritora de “Calibán y la bruja: mujeres, cuerpo y acumulación originaria” y “Revolución en punto cero: trabajo doméstico, reproducción y luchas feministas”, concedió una entrevista a este medio. -¿Desde cuándo el cuerpo de las mujeres ha sido considerado como objeto de símbolo y transacción monetaria -Me gusta hablar de los períodos históricos que conozco, por eso yo puedo decir que a partir del desarrollo del capitalismo la mujer se ha convertido en una mercancía: de venderse en la calle y en el matrimonio, así que las mujeres en la historia del capitalismo ha sido muy difícil concebir el mismo tipo de explotación que los hombres asalariados. Las mujeres siempre han debido garantizar su sobrevivencia vendiendo su cuerpo -Las mujeres ahora trabajan, pero siguen atadas a las labores domésticas, no hubo un cambio significativo con la emancipación laboral: ¿El capitalismo ganó esta batalla? 209 -Yo no creo, no me gusta hablar de una derrota de las mujeres. Puedo cambiar un poco la articulación, diciendo que la premisa de gran parte del movimiento feminista que con el trabajo fuera de la casa las mujeres podrían cambiar su posición no se ha verificado. Claro que está una minoría de mujeres que han conseguido trabajo más remunerado, más valorizado, como las mujeres que ahora trabajan en la academia, o que son del sistema de salud. Pero la mayoría ha sido integrada a los niveles más bajos de la organización capitalista, tanto que la gran parte no ha ganado una autonomía económica: deben hacer dos o tres trabajos y están endeudadas -Con la entrada de las mujeres al mercado laboral, las tensiones entre hombres y mujeres se incrementan, lo mismo la violencia dentro de los hogares, ¿cuál tendría que ser la estrategia del feminismo para romper esta inercia. -Creo que ya se ha conseguido mucho. Hoy, a pesar de todo esto y de que la violencia masculina es un miedo a la competencia, es necesario cambiar el sentido de la organización material del proceso de la reproducción, hoy la mujer está en dos cosas que ha conformado la relación de las mujeres con los hombres en forma muy negativa: por un lado, la identificación de las mujeres por un trabajo que es desvalorizado, que parece que no hacen nada, parece que es una cosa natural porque son los hombres los que producen. En segundo lugar, es que las mujeres han sido convertidas en las sirvientas de los hombres y eso se debe romper, yo creo que no basta que las mujeres trabajen fuera de la casa, es importante cambiar el terreno de la reproducción misma, revalorizar el terreno de la reproducción, y no como hace el capitalismo con el Día de la Madre, sino comprender la importancia de ese trabajo y que no pertenece a la mujer. Es un trabajo muy importante porque es el trabajo de crear las nuevas generaciones, el nuevo mundo. -En México a las mujeres jóvenes, trabajadoras de maquilas, se les asesina de manera sistemática, ¿son ellas las nuevas brujas, las jóvenes que buscan independencia laboral dentro del sistema más abusivo como es la maquila? -La caza de las brujas ha atacado tantas formas de la vida de las mujeres que, si pensamos esa caza como una persecución, el fin fue disminuir y atacar el poder social de las mujeres, podemos decir que los asesinatos en Ciudad Juárez es parte de una nueva caza de brujas. Hoy el capitalismo ataca el poder social de las mujeres muy brutalmente y lo hace por tantas razones: porque necesita bajar el costo del trabajo y obliga a las mujeres a dar un montón de trabajo y reproducción no pagado, la necesidad de las mujeres fuera de la casa. Es un sistema estructuralmente fundado sobre la desvalorización de la condición de las mujeres y por eso necesita tanta 210 violencia. Esta violencia manda un mensaje, es decir: “Cuidado, no tenemos límites”. Es aterrorizar toda una población, porque las mujeres representan la vida, representan la reproducción. -¿Quiénes son la nueva inquisición? ¿Quiénes siguen “quemando” a las mujeres? -La violencia individual está porque el Estado lo permite, porque tantos hombres delinquen es porque saben que van tener impunidad. Por ejemplo, sabemos que la militarización de la vida impulsa la violencia contra las mujeres. La forma de acumulación capitalista como el extractivismo impulsa esa violencia, y como dije antes, toda la organización de la reproducción, que pone en la casa a una sirvienta con un hombre que tiene el poder del salario, todo esto incentiva la violencia, por eso es que ha sido tolerada por el Estado. Es importante ver esto, no solamente ver la violencia individual sino sobre todo la violencia institucional. -Las mujeres en posiciones de poder, imagino casos como Angela Merkel, la misma ex secretaria Clinton o Cristine Lagarde, no representan a las mujeres trabajadoras, a las que pelean por mayores derechos, sino al sistema hegemónico, ¿es de esperarse que las mujeres que acceden al poder puedan revertir años de opresión o terminarán por plegarse a los deseos del capital? -Ellas representan una lógica masculina. Las mujeres capitalistas no son diferentes, al contrario, por ejemplo, hoy en Estados Unidos cuando se trata de dar una noticia sucia siempre es una mujer; la mujer da una cara suave y gentil. Hemos verificado después de décadas que la entrada de la mujer al poder no cambia las cosas. -El ascenso de la derecha en Europa y América viene a revocar derechos ya ganados y se pretende, nuevamente, legislar sobre el cuerpo de la mujer, ¿es la vía electoral la más adecuada para recuperar esos derechos? -Yo no lo creo, hay muchas vías y no creo que la electoral sea de las más importantes. Yo fui muy feliz con lo que los zapatistas han hecho, porque tenían un concepto de la campaña muy diferente a los partidos tradicionales. Ellos no entendían la toma del poder, sino contactarse con la gente. Y no lo creo porque lo hemos visto muchas veces, que los que nos prometen que van a ser diferentes (no lo son). Tenemos el caso de Obama para mí es emblemático, la gente lloraba cuando él fue elegido. Todos pensaban en la revolución, pero después hemos visto que ha desarmado los movimientos. Pienso que el único poder es el de abajo, el sistema responde positiva o negativamente a los mensajes que llegan de abajo: si abajo está el poder podemos buscar legislaciones mayores, si abajo no está el poder, podemos tener todas las 211 preguntas, las estrategias, las demandas y las reivindicaciones más interesantes de mundo, mas si el tejido social no es fortalecido, no vas a conseguir nada. -Recientemente María de Jesús Patricio, Marichuy, no logró las firmas necesarias para ser candidata a la presidencia de la República. En un país donde ser mujer e indígena es signo de marginación y pobreza: ¿a qué se debe que no seamos empáticos con proyectos que nos representan a todos? -El zapatismo ha conseguido un éxito que ya es legendario. Yo no conozco otro movimiento social que con tanta escasez de recursos y con un espacio que parece el más aislado, ha sido capaz de impactar las actividades, el discurso político, la imaginación de millones de personas en todas partes del mundo. No hay movimiento que ha sido capaz de conseguir lo que los zapatistas han conseguido. Tú vas a Nueva York, a Johannesburgo, a Grecia y todos conocen a los zapatistas, y muchos han dejado de hacer las cosas que hacían y han ido a Chiapas y han sido inspirados. Y otra cosa que me parece fenomenal es que los zapatistas han conseguido algo que ni las Naciones Unidas, con otros recursos: han abierto la puerta de sus comunidades a miles de personas de todo el mundo con la “Escuelita” y el “Encuentro Intergaláctico”. -¿Quiénes son las o los aliados de las brujas de la modernidad? -Los nuevos aliados son todos los que se están movilizando por la defensa del medio ambiente y la naturaleza: del bosque y el agua que son parte de la reproducción de la vida. Yo espero también, y esto es un mensaje, que todos los compañeros se involucren en la creación de un mundo más justo y más solidario y que apoyen la lucha de las mujeres y se involucren directamente, por ejemplo, ahora en el 8 de marzo; que se involucren para cambiar el comportamiento de los otros hombres que sigue siendo machistas, violentos. Creo que los hombres no han entendido que el poder que han ganado sobre la mujer, lo han pagado en la dependencia del capitalismo. Todas las veces que un hombre va a una huelga piensa: “Debo mantener a mi esposa y mis hijos”. El poder de los hombres sobre las mujeres ha servido para pacificar a los hombres, para darles una ilusión de poder que no tienen. Este mensaje es algo que tienen que reflexionar, si continuar de sirvientes ellos mismos del capital y mantener su masculinidad y dignidad al costo de las mujeres o prefieren crecer juntos en una posición igualitaria con su compañera, en una sociedad más justa y diferente. https://www.informador.mx/suplementos/El-unico-poder-es-el-de-abajo-201803030084.html 212 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018 A Assembleia Nacional de Cuba debateu neste domingo um artigo da futura reforma constitucional que abre caminho para o reconhecimento do casamento homossexual na ilha comunista. No anteprojeto, que foi aprovado no fim de semana pelos parlamentares e será submetidos nos próximos meses a consulta popular, o casamento é redefinido como a “união entre duas pessoas”. O texto atual especifica o matrimônio como a união de um homem e uma mulher. A aprovação do artigo representa um avanço importante num país que arrasta o peso de décadas de discriminação a seus cidadãos por sua orientação sexual, e que nos anos sessenta chegou a internar gays em campos de trabalhos forçados ( https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/18/internacional/1492511300_510497.html ). Roiniel Torres e Dariel Hernández conversam no Malecón de Havana. YANDER ZAMORA “Com esta proposta de regulamentação constitucional, Cuba se situa entre os países da vanguarda no reconhecimento e na garantia dos direitos humanos”, afirmou a deputada Mariela Castro, que é filha do ex-presidente Raul Castro e uma das principais 213 promotoras do reconhecimento dos direitos da comunidade LGTBI na ilha, na qualidade de diretora do Centro Nacional de Educação Sexual. A parlamentar disse que a reforma constitucional estabelecerá as bases para que futuramente se possa aprovar o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo em uma legislação específica, inclusive contemplando a adoção de crianças por casais de gays e lésbicas. “O Estado deve garantir a todas as famílias os seus direitos e as vias para alcançar estes fins”, acrescentou. O deputado Miguel Barnet, presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba, disse sentir “imenso orgulho” desse avanço. “Estamos inaugurando uma nova era. Esta é uma Constituição dialética e moderna. E, se for preciso quebrar a tradição, que se quebre. No socialismonão cabe nenhum tipo de discriminação entre seres humanos. Sou a favor do artigo 68 [sobre o casamento] da nova Constituição. Senhores, o amor não tem sexo”, afirmou. A parlamentar Yolanda Ferrer defendeu que a diversidade sexual seja “um direito, e não um estigma”, e pediu que “séculos de atrasos” sejam deixados para trás. “Quantas pessoas conhecemos que são homossexuais ou bissexuais e são pessoas dignas, e que estão a cada dia juntas de nós e muitas vezes vivem juntas, mas às quais negamos o direito de constituir família?”, questionou. A perspectiva de que Cuba autorize o casamento homossexual foi recebida com satisfação pela comunidade LGBTI na ilha, mas em comentários nas redes sociais alguns ativistas salientaram a necessidade de que o avanço nesse aspecto dos direitos sociais seja acompanhado de mais liberdades políticas e de associação. Roiniel Torres e Dariel Hernández passeiam pelo Malecón, a avenida litorânea de Havana. YANDER ZAMORA 214 O projeto de reforma constitucional não prevê nenhuma mudança no sistema político, mantém o Partido Comunista como único partido legal e, embora elimine a referência ao comunismo como modelo ideal, impõe a “irrevogabilidade do socialismo”. O texto foi aprovado unanimemente pelos 605 deputados e, com relação à Constituição vigente, de 1976, escrita sobre o molde das constituições do bloco comunista europeu, contém novidades substanciais, como o reconhecimento da propriedade privada e a instituição do cargo de primeiro-ministro. O projeto será submetido a consulta popular entre 13 de agosto e em 15 de novembro, e finalmente deverá ser aprovado em um referendo ainda sem data marcada. Falando por telefone de Havana, o ativista LGBTI Isbel Torres, de 43 anos, dizia neste domingo estar “muito contente” com a mudança constitucional sobre o casamento, que ele não esperava. “Achava que as forças mais retrógradas dentro do Governo teriam o poder de evitar, mas felizmente não foi assim”. Torres vê na decisão um passo imprescindível, mas acrescenta que ainda resta “muito trabalho por fazer”. “Cuba continua sendo um país bastante homofóbico, mais nas províncias que na capital, é verdade; mas a homofobia e sobretudo a transfobia abundam, e em nível institucional a polícia e o Exército são lugares onde a homofobia se expressa de maneira terrível. Nas escolas, além disso, o bullying homofóbico é muito comum, e não existe nenhum tipo de prevenção.” Uma das páginas mais obscuras do castrismo foi a existência, entre 1965 e 1968, das Unidades Militares de Ajuda à Produção, campos de trabalhos forçados para a “reeducação” de indivíduos que o regime do Fidel Castro considerava extraviados com relação à moral revolucionária. As tenebrosas UMAP recebiam delinquentes comuns, dissidentes políticos, religiosos e homossexuais, entre outros. Estima-se que nelas foram encerrados cerca de 30.000 cubanos, sendo 800 deles especificamente por serem gays. Um passado de torturas O historiador Abel Serra Madero, estudioso das UMAPs, conta ao EL PAÍS que os detentos chegavam a ser torturados nesses centros, e critica o fato de o Governo cubano nunca ter pedido perdão por isso, e muito menos indenizado as vítimas. “Sempre tentaram demonstrar que as UMAPs foram um erro, e Fidel Castro se isentou das responsabilidades dizendo que estava muito ocupado governando e não sabia o que acontecia ali. Mas não foram um erro isolado. As UMAPs foram um fenômeno sistêmico da revolução.” 215 A psicóloga Liliana Morenza, junto a dois homossexuais recluídos em 1967 na cidade de Camagüey. ARQUIVO DE ABEL SIERRA MADERO Emilio Izquierdo, diretor da associação UMAP Miami, que denuncia o ocorrido nos campos de trabalhos forçados, considera que eles foram “um crime contra a humanidade que deveria ser julgado como tal”. Izquierdo, de 70 anos, passou dois anos preso numa UMAP da província de Camagüey por ser dissidente político e recorda a crueldade especial com que os detentos homossexuais eram tratados. “Eram separados do resto e faziam equipes de trabalho composto só por gays, dividindo-os em grupos diferentes os ativos e os passivos e submetendo-os a todo tipo de insultos, surras e trancamento em calabouços”. BAR DE HAVANA PROÍBE CASAL GAY DE TIRAR UMA FOTO 216 A homofobia continua muito viva em Cuba. Um caso recente de discriminação é o de Brian Canelles e Arián Abreu, que em 8 de julho foram expulsos de um bar de moda no centro de Havana, o Efe, por tirar uma foto se beijando. À revista El Estornudo, editada na ilha apesar da proibição da imprensa independente, Canelles contou que um funcionário do local lhe disse que o bar não queria “expor essa imagem”. Perguntou a que imagem se referia. “O público gay não interessa para o bar. Não queremos ganhar essa fama”, foi a resposta, segundo o relato de Canelles. Já depois da meia-noite, Abreu, Canelles e sua irmã foram expulsos do local. Segundo o jovem, um segurança agarrou-o pelo braço e o levou-o até a porta. “Eu disse a ele que havia gastado muito dinheiro no bar e que não iria embora sem tirar a foto. Aí ele me retirou e simplesmente fechou a porta”, disse Canelles à revista cubana, pedindo que a empresa se desculpe pelo ocorrido. “É um negócio privado, mas não merecemos ser tratados assim”, disse. Em declarações ao Estornudo, uma fonte do bar disse que o estabelecimento não tem uma política de discriminação por orientação sexual: “Não somos contra nada. Este é um lugar aberto”, disse. Em sua página do Facebook, o bar publicou uma mensagem em que prometia “sempre erguer a bandeira contra a homofobia”. O caso teve repercussão em Cuba, e muitas vozes se levantaram para denunciá-lo. Até o Centro Nacional de Educação Sexual, dirigido por Mariela Castro, filha de Raúl Castro, emitiu nota afirmando que “está a par do ocorrido recentemente no Bar Efe da capital, e, consequentemente, está trabalhando para conhecer detalhes dos fatos, auxiliar as pessoas afetadas no processo e informar às autoridades competentes”. Dois dias depois do ocorrido com o casal, uma edição extraordinária do Diário Oficial publicou um decreto em que, entre outras medidas, prevê multa de 2.000 pesos cubanos (287 reais) e o fechamento de qualquer negócio privado que cometer 217 discriminação por gênero ou orientação sexual. O Código Penal cubano prevê até dois anos da prisão a quem discriminar a outra pessoa. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/22/internacional/1532287928_730414.html “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EXPRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA Josette Goulart, Folha/Uol, 19 de julho de 2018 Líder nas pesquisas, aplaudido por industriais, ovacionado como mito em aeroportos. A combinação destes fatores tem dado a sensação no mercado financeiro e entre grandes empresários de que Jair Bolsonaro, mesmo afeito a declarações polêmicas, parece não representar uma ameaça à economia do país. O empresário Horácio Lafer Piva, 61, é um dos que atesta que o problema de Bolsonaro não é o da condução da economia. Mas ele completa sua sentença: “O problema do Bolsonaro é civilizatório. O Brasil retrocederia neste ponto e voltaria a discutir temas como gênero, segurança… O Brasil não precisa disso”. Piva é o comandante de uma das principais indústrias de papel do país, a Klabin, e foi presidente da Fiesp. Em entrevista à Folha, o empresário disse que se espanta com o fato de o “centrão” comandar a cena política. Os partidos que compõem esse grupo —DEM, PP, PRB e Solidariedade— estão sendo hoje paparicados pelas candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin(PSDB), pela força que podem trazer às suas campanhas, principalmente em tempo de televisão. O MDB, para ele, também é outro grande centro de interesses. “Acreditar demais neste momento nos candidatos é perda de tempo”, diz Piva. “Quais são as demandas do centrão? Só vamos saber mais adiante. Me proponho a acreditar no que os candidatos estão dizendo só depois de já terem negociado.” O centrão tem tido força para barrar votações consideradas importantes pelos empresários, como aconteceu com a reforma da Previdência. E também para apoiar outras reformas consideradas ruins pelo empresário, como a política. 218 “Maior golpe que teve no Brasil foi o da reforma política, que manterá a política na mãos dos mesmos”, diz Piva, referindo-se às mudanças nas regras que na prática inviabilizam o potencial de novas candidaturas para o Legislativo. Historicamente o empresário é ligado ao tucanato, mas ele não declarar voto ou mesmo não-voto neste momento a qualquer candidato. Na sua avaliação, apenas quatro têm chances reais de se eleger: Alckmin, Bolsonaro, Ciro e Marina. De antemão, coloca dúvidas sobre uma chance real de transferência de votos de Lula a um candidato do PT, que ele acredita será Fernando Haddad. Marina, segundo Piva, tem grande potencial de se mostrar como uma alternativa ao eleitor desalentado, desde que consiga se destacar na campanha. A candidata terá apenas 10 segundos de tempo de TV. Alckmin depende das coligações para decolar e Ciro tem se colocado como uma opção de centro, mesmo que de esquerda. “Mas é muito cheio de certezas e com viés muito estatizante”. No cenário traçado nas conversas entre empresários e representantes de mercado financeiro, só há uma certeza: a de que ninguém tem certeza. “Mesmo aqueles que tentam apontar as certezas não estão tão certos quando pressionamos um pouco”, diz Piva. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/o-problema-do-bolsonaro-nao-eeconomico-e-civilizatorio-diz-ex-presidente-da-fiesp.shtml “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) Ignácio Cano e Thais Duarte (coordenadores), Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz (pesquisadoras), Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012 Aqui, reproduzo dois trechos da pesquisa, com depoimentos de pessoas que de alguma forma vivem em áreas dominadas por milícias... As questões de gênero aparecem de forma notável... Além do que é mais evidente, há outras questões, por exemplo, o que é para mulheres viver em áreas dominadas, disputadas... por homens em armas – do tráfico, das milícias, das polícias, das forças armadas? 219 “— Aí o Nadinho morre e quem assume agora é o Beto Bomba, que é o presidente da associação de moradores, que já fazia parte da milícia. E aí ele acabou sendo investigado há pouco tempo aí. Ele foi preso, entraram na casa dele, mas ele continua lá, ele que manda agora. Mas é assim, quando eu entrei lá a gente notava que o poder da milícia ele era muito maior e não só de tomar conta do transporte das vans ou do gás, da net de tudo, mas também a própria regulação moral do lugar. Eles fazem sempre no meio do ano, no fim do ano uma limpa, matam seis no meio do ano, doze no final. E sei lá já, morreu gente que era gay porque ficava gente... como diz eles... fazendo merda, desmunhecando na rua, em lugares públicos e aí esse menino foi assassinado e aí outro foi assassinado porque saiu com a mulher do miliciano. Então, assim, a gente notava que tinha uma regulamentação moral maior no início, inclusive se um aluno desse trabalho maior na escola, o diretor recorreu à milícia pra resolver o problema. [...].” (Entrevistado 9, Rio das Pedras) (p. 64) “A maior frouxidão do controle social não implica necessariamente que este se torne menos tirânico. Apenas significa que o controle passou a abranger um conjunto menor de condutas e que o recurso à violência é agora aplicado com maior parcimônia. Curiosamente, as milícias têm desenvolvido uma maior criatividade no seu sistema punitivo, incorporando novos castigos como prisão domiciliar, pintar muros, varrer ruas no caso de homens ou lavar roupa no caso de mulheres. “— Eles perguntam, como se for falar que também é muito escuro, eles pergunta também pra ver se vai responder, abordar não chega não. Se tiver errado, se tiver usando alguma coisa, aí eles abordam sim. Pega a droga, se tiver usando droga, dá umas porradas e manda de volta pra casa, deixam até de castigo. “Entrevistador: Lá tem castigo lá? “— Tem. “Entrevistador: Como é que são esses castigos? “— Ficar em casa, deixa em casa e só vai sair depois com dois meses, três meses, quatro. Aí, isso aí são regras deles lá mesmo, eles que fazem na hora. Não tem voz alta pra todo mundo ouvir e saber qual a regra deles não. 220 (Entrevistado 40, Carobinha/Campo Grande) “— No caso se for briga de homem, eles vão e batem na pessoa, quebra a pessoa todinha. Se for mulher, de repente vai ter que ficar lavando a roupa deles, eles sempre impõem um tipo de punição. (Entrevistada 28, Praia do Carbo/ Sepetiba ) “— Ele chegou lá pra comprar. Só que ele não sabia que estava falando com miliciano. Aí ele simplesmente pegou a vassoura e mandou ele varrer a rua todinha. “Entrevistador: O sujeito achou que o miliciano fosse traficante? “— É. E depois que ele varreu a rua todinha, passou o dia todinho varrendo a rua, aí mandou ele embora. E aí falou pra ele que ali não existia mais a venda de drogas. (Entrevistada 29, Morro Agudo/ Comendador Soares) “— Esse muro aqui todinho, eles pra pintar é pra não tomar um pau, botam o marido, o homem e a mulher lá pintando tudo, quando você vê alguém pintando é que fez alguma coisa na comunidade, esse é o castigo que eles dão. (Entrevistado 45, Águia de Ouro/ Pilares) “Essas ‘penas alternativas’, que parecem encaixar nos papéis de gênero tradicionalmente atribuídos a homens e mulheres, cumprem vários objetivos. As mulheres exercem atividades típicas da esfera privada e do lar, tal como lavar roupa. Já o homem realiza atividades no âmbito público, como varrer a rua, por exemplo. Todas essas sanções permitem uma ‘dosagem’ mais fina na aplicação da pena e atraem menos a atenção do sistema de justiça criminal do que dar uma surra ou matar alguém. Por outro lado, tais medidas provavelmente suscitam uma menor resistência dos moradores, devido à sua menor brutalidade. Por último, algumas delas podem ser concebidas como serviços comunitários que beneficiariam ao conjunto dos moradores. “A existência deste novo leque de opções punitivas não significa que a tradicional execução sumária tenha perdido o seu papel, longe disso. *...+.” (pp. 65-66) https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf 221 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018 No Brasil, é até possível reconhecer que exista algum tipo de discriminação, mas ela é sempre um problema do ‘outro’ Vira e mexe alguém volta ao velho e castigado tema da “nossa democracia racial”. É como se esse fosse um mantra que acompanha a história nacional brasileira, independentemente do que os dados da realidade venham a mostrar. Há pouco tempo, no dia 27 de junho de 2018, foi a vez do nosso presidenciável Jair Bolsonaro declarar de maneira categórica: “Aqui no Brasil não existe isso de racismo”. Vale a pena explorar a frase sintética e, sobretudo, o termo “isso” nela presente. A retórica de Bolsonaro dá a entender que “isso” seria algo estrangeiro e totalmente distante do nosso dia a dia. Interessante pensar como, ainda em 2018, 130 anos após a abolição formal da escravidão, voltamos sempre à exaltação da nossa “festejada mestiçagem”, da nossa “mistura racial”, como se ela fizesse parte do DNA dos brasileiros. No entanto, se existiu uma mestiçagem biológica no Brasil, é difícil exaltá-la. Em primeiro lugar, houve um claro desequilíbrio na entrada de escravizados: 70% eram homens adultos, sendo os outros 30% compostos por mulheres e crianças. Tal desproporção estava também presente na sociedade brasileira colonial como um todo, a despeito de um pouco menos pronunciada: 60% eram homens e apenas 40% mulheres. A assimetria populacional fez com que a mistura fosse resultado não de um projeto (assim chamado) humanitário, mas antes das “necessidades do corpo”. Além do mais, diante da profunda hierarquia que o sistema criava, as relações entre senhores e escravizadas eram, na imensa maioria das vezes, forçadas e não consensuais. Taxas de estupro na alcova dos proprietários escravistas eram das mais elevadas, assim como imensa a quantidade de crianças que apenas conheciam sua filiação materna, uma vez que o pai, de praxe, não oficializava a relação. Mestiçagem pode ser pensada, portanto, como “mistura”, mas também como “separação”; uma separação autoritária e hierárquica. É por isso que a frase de Bolsonaro diz muito sobre o que ela não diz. Sobre o que precisa ficar oculto. Isto é, se 222 é preciso afirmar que “não existe isso” é porque justamente existe “isso”, sim. Negar sempre foi uma forma de esconder o “isso” que existe entre nós. E para dar conta de tanta negação, e na via oposta, desenvolveu-se uma longa ladainha de um país marcado por uma suposta e imanente “democracia racial”. Foi em 1838, logo depois de nossa independência política, que foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cujo objetivo central estava inscrito nos termos do primeiro concurso organizado pelo estabelecimento. Em 1844, abriam-se as portas aos candidatos que se dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa, dessa forma proposta: “Como se deve escrever a história do Brasil”. Se fácil não fosse, mais fácil ficaria se mudássemos os termos da seguinte maneira: “como se deve inventar uma história do e para o Brasil”. Tratava-se, portanto, de dar um pontapé inicial para aquilo que chamaríamos, anos mais tarde, e com a maior naturalidade, de “História do Brasil”, como se essas narrativas nascessem prontas, a partir de um ato exclusivo de vontade ou do, assim chamado, destino. Ao contrário, momentos inaugurais como esses são bons para iluminar os artifícios da cena e seus bastidores. Nesse caso, o objetivo era criar apenas uma história, e que fosse (por suposto) nacional, imperial e de quebra carioca. O primeiro lugar ficou para um estrangeiro; o afamado cientista alemão Carl von Martius (1794-1868), que advogou a tese de que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e povos: “Devia ser ponto capital para o historiador reflexivo mostrar como no desenvolvimento sucessivo do Brasil se acham estabelecidas as condições para o aperfeiçoamento das três raças humanas que nesse país são colocadas uma ao lado da outra, de uma maneira desconhecida da história antiga, e que devem servir-se mutuamente de meio e fim”. Utilizando-se da metáfora de um caudaloso rio, correspondente à herança portuguesa, que acabaria por “absorver os pequenos confluentes das raças India e Ethiopica”, o Brasil surgia representado a partir da particularidade das suas etnias misturadas. Se era complicado destacar a imensa participação negra nesse novo país, já que ela lembrava a escravidão, nem por isso o Império abriu mão de se autorrepresentar como uma nação caracterizada por sua coloração distinta, pois, mestiçada. Segundo a metáfora do naturalista, o Brasil poderia ser definido por meio da imagem fluvial. Três grandes rios comporiam uma mesma nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas; outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas, e ainda outro, mais diminuto, composto pelos negros. Ali estavam eles, todos juntos, mas diferentes e separados. Afinal, ficava logo evidente qual era o mais central dos rios e de que maneira ele se impunha e dominava os demais. 223 De fato, essa era uma ótima forma de “inventar” uma história local: a boa cantilena das três raças, que continuaria encontrando ressonância entre nós. Tanto que vários autores repetiriam, com pequenas variações, o mesmo argumento. Silvio Romero em “Introdução à história da Literatura Brasileira” (1882), Oliveira Vianna em “Raça e assimilação (1932), Arthur Ramos em “Os horizontes místicos do negro da Bahia (1932) e assim vamos. Mas foi sobretudo Gilberto Freyre quem tratou de consolidar esse tipo de teoria, não só em seu clássico, “Casa Grande & Senzala”, (1933), como, alguns anos depois, em seus livros sobre o lusotropicalismo, como é o caso de “O mundo que o português criou” (1940). Assim, se foi Arthur Ramos que cunhou o termo “democracia racial”, e o endereçou ao Brasil, foi Freyre seu maior divulgador, exportando a expressão (e seu conteúdo) também para o exterior. A tese de Freyre teve tal repercussão, que chegou até à Unesco, a qual, no final dos anos 1940, permanecia sob o impacto do racismo e da violência praticados durante a Segunda Guerra Mundial. Foi assim que, pautada nas teses do antropólogo de Recife, e na certeza de que o Brasil representava um exemplo de harmonia racial para o mundo, a instituição financiou uma investigação com a intenção de comprovar a inexistência “disso” no Brasil. Mas o resultado foi paradoxal. Enquanto as pesquisas realizadas no Nordeste do Brasil, feitas, sobretudo, pelo pesquisador norte-americano Donald Pierson (1900-1995), comprovaram os pressupostos de Freyre, o grupo de São Paulo, liderado por Florestan Fernandes (1920-1995), concluiu justamente o contrário. O maior legado da escravidão seria a consolidação de uma profunda e entranhada desigualdade, expressa nas mais diversas áreas, e que encontrava na “questão racial” um agravante definitivo. Nas palavras do sociólogo paulista, o brasileiro “teria preconceito de ter preconceito”; preferia negar, antes de reconhecer e atuar. SE SABEMOS QUE RAÇA É UM CONCEITO QUE NÃO SE SUSTENTA CIENTIFICAMENTE (POIS SÓ HÁ UMA RAÇA, A HUMANA), CONHECEMOS O PODER DA “RAÇA SOCIAL”. AQUELA CONSTRUÍDA PELAS SOCIEDADES, E QUE TEM A CAPACIDADE DE TRANSFORMAR MERAS DIFERENÇAS FENOTÍPICAS EM DESIGUALDADES DE LARGO ALCANCE Aliás, chama atenção a persistência do fenômeno que Florestan Fernandes denominou de “o mito da democracia racial”, bem como a negação social praticada pelos brasileiros. Em 2001, realizou-se na Universidade de São Paulo um censo étnico (não obrigatório) que gerou todo tipo de reação. Muitos se recusaram a responder ao questionário, enquanto outros se saíram com respostas do tipo: “eu não tenho esse 224 problema”. Ora, quem precisa afirmar que “não tem esse problema” é porque justamente o tem. Outro exemplo: em pesquisa nacional implementada pela mesma universidade, no ano de 1988, 96% dos brasileiros disseram não serem racistas, sendo que 99% dos mesmos respondentes alegaram conhecer, sim, pessoas racistas. E, por sinal, indicaram relações bem próximas: vizinhos, parentes, namoradas e namorados, amigos... Mais uma vez a lógica é aquela do “eu não sou isso, mas você é”. Há, pois, uma imensa proximidade entre a “teoria do isso” de Bolsonaro com esse tipo de reação, quase estrutural, que faz com que a recusa do preconceito tome a forma de cegueira nacional. Ou seja, é até possível reconhecer que exista algum tipo de discriminação, mas ela é sempre um problema do “outro”. De lá para cá, como se vê, muito e pouco mudou. A cada duas semanas que sento para escrever minha coluna, novos casos de racismo aparecem, como o que acaba de ocorrer na Faculdade de Santa Cruz do Sul, onde foram encontradas, nas portas de um banheiro, pérolas do pensamento racista e uma verdadeira apologia da violência. “Morte aos negros e fim das cotas para eles”, são mensagens covardes, deixadas por valentes anônimos, escondidos nos mictórios masculinos. Também gostaria de lembrar o editorial do jornal O Globo, de 2 de julho de 2018, que defendeu o fim da política de cotas a partir de uma argumentação, aparentemente, cheia de boas intenções: “ ... é um equívoco de militantes desconhecer a formação miscigenada da sociedade brasileira, o que se reflete num convívio no país sem as tensões existentes em outras sociedades. Este é um patrimônio nacional que deixa marcas na produção cultura brasileira e precisa ser defendido, protegido. A questão das cotas raciais é inevitavelmente contaminada pela sua origem: os Estados Unidos, cuja sociedade tem uma de suas fundações assentada na ideia nada científica de ‘raça’. Muito diferente do Brasil e de sua formação”. Quase 200 anos depois, a tese vencedora de Von Martius parece ainda estar na moda. É possível ler o editorial pelo que ele diz, e, mais uma vez, pelo que não diz. Miscigenação é patrimônio, no sentido de que precisa ser tombada? Que eu saiba, esse não é um dado natural da sociedade brasileira, mas antes uma construção social, e das mais ambivalentes. E a que “miscigenação” o periódico se refere? Afinal, no Brasil combinamos, perversamente, uma certa inclusão cultural com uma irrefutável exclusão social. Por fim, como dizer que não existem tensões raciais no país, quando o Atlas da Violência de 2018 demonstra exatamente o oposto, comprovando que há uma geração de jovens negros sendo mortos neste exato momento, e várias gerações de mulheres, sobretudo negras, perdendo suas infâncias por conta da gravidez precoce e forçada? A questão tem a ver com a pobreza e a desigualdade, como afirma o editorial 225 do jornal carioca, mas basta tomar os dados mais recentes para comprovar como pobreza tem cor. Por fim, se sabemos que raça é um conceito que não se sustenta cientificamente (pois só há uma raça, a humana), conhecemos o poder da “raça social”. Aquela construída pelas sociedades, e que tem a capacidade de transformar meras diferenças fenotípicas em desigualdades de largo alcance. É só usando esse conceito que podemos entender por que essa “nação miscigenada” mantém um padrão de convivência social bastante reduzido entre brancos e negros. Quem discordar basta fazer sua própria investigação: entre em algum shopping próximo, escolha um restaurante elegante, observe o público que frequenta teatros, cinemas e clubes, verifique a cor da clientela de nossas escolas privadas. Essas e outras instituições vêm demostrando como nós brasileiros vivemos juntos e separados; juntos mas separados. É por essas e por outras que o mito da democracia racial, mesmo que desmentido pelas estatísticas oficiais, continua ativo e em boa forma. Estamos diante da eficácia simbólica, nos termos do etnólogo Claude Lévi-Strauss. Distante do senso comum, que vincula a noção de mito com a ideia mentira, o certo é que a força de um mito, sua eficácia, vem das contradições profundas que o fundam. Justamente, a certeza de que nosso passado (recente) criou uma sociedade campeã em desigualdade, mas que insiste em não se dar conta dela. Talvez o nome desse tipo de atitude seja dialética do isso, ou, então, amnésia nacional. Lilia Moritz Schwarcz é professora da USP e global scholar em Princeton. É autora, entre outros, de “O espetáculo das raças", “As barbas do imperador", “Brasil: uma biografia”, "Lima Barreto, triste visionário" e "Dicionário da escravidão e liberdade", com Flavio Gomes. Foi curadora de uma série de exposições dentre as quais: “Um olhar sobre o Brasil”, “Histórias Mestiças”, “Histórias da sexualidade” e “Histórias afroatlânticas". Atualmente é curadora adjunta do Masp. Escreve quinzenalmente às terças-feiras. https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/A-dial%C3%A9tica-do-isso.-Ou-aladainha-da-democracia-racial REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 Reprodução: Facebook/Flavio Bolsonaro “A LEGALIZAÇÃO DA pedofilia no Brasil é uma questão de tempo. Isso vai acontecer fatalmente”, alertou Olavo de Carvalho, o guru intelectual do mais obscuro conservadorismo brasileiro em vídeo gravado em 2012. De tempos em tempos, os reacionários trazem o tema ao debate político, sempre dando um jeito de associá-lo aos gays e às esquerdas, fabricando a ideia de que estes seriam tolerantes com pedófilos. A estratégia não é nova e foi importada da extrema-direita americana, que costuma recorrer à falácia e nas últimas eleições fabricou o pizzagate — um boato impulsionado por apoiadores de Trump que acusava Hillary Clinton de liderar um grupo que realizava orgias sexuais com crianças no porão de uma pizzaria em Washington. No Brasil, um caso recente se tornou emblemático dessa estratégia: MBL, Alexandre Frota e companhia reacionária fizeram um enorme escândalo em torno do Queermuseu, uma exposição de arte acusada de promover, dentre outras coisas, a pedofilia. Na esteira do episódio, a turma aproveitou para acusar Caetano Veloso de pedófilo, por ter se casado com Paula Lavigne quando ela ainda não havia alcançado a idade adulta. Eles conseguiram fazer com que o assunto #CaetanoPedófilo ficasse um bom tempo entre os assuntos mais comentados no Twitter. À medida que a eleição se aproxima, integrantes da família Bolsonaro e da sua rede de apoio parecem cada vez mais dedicados à fabricação dessas falsas polêmicas. Elas ajudam a acender o fervor maniqueísta do seu eleitorado e o mantém unido contra o inimigo comum. 227 Na semana passada, Jair Bolsonaro começou a falar sobre pedofilia, um tema incomum para um candidato à presidência da República, mas que mobiliza o eleitorado conservador. Sem nenhum motivo aparente, ele compartilhou uma reportagem de 2016 do jornal britânico Independent de forma absolutamente deturpada. As aspas do psicólogo foram divulgadas como se fosse uma posição editorial do jornal, o que contribui para a ideia de um grande complô da mídia esquerdista pervertida contra as famílias de bem. No dia seguinte, mais um expoente reacionário se encarregou de manter o monstro da pedofilia pautando o debate público. O humorista e apresentador de TV Danilo Gentili compartilhou uma notícia falsa do Daily Caller, um conhecido site de fake news fundado por conservadores que se dedicam a atacar a esquerda e a apoiar Trump. 228 No mesmo dia mais tarde, o filhote mais assustado de Bolsonaro, o Carlos, divulgou a mesma notícia falsa de Gentili, associando os gays à pedofilia, mas usando outra fonte. Mesmo alertados, os dois não apagaram as notícias falsas. Poucos dias depois, Carlos resolveu reacender a tocha do medo e ressuscitou uma reportagem da Globo News de 2017 sobre pedofilia. 229 Jogando com o imaginário reacionário que acredita piamente que a Rede Globo — e praticamente toda a grande imprensa — é um veículo de esquerda, Carlos Bolsonaro compartilhou o vídeo afirmando que a emissora estaria fazendo uma defesa da pedofilia. A reportagem registra apenas o óbvio: a pedofilia é uma doença. Não se trata de uma questão de opinião, mas de um fato atestado pela Organização Mundial da Saúde. Negar que seja uma doença é negar a ciência. É como negar o aquecimento global, que a terra é redonda ou que os agrotóxicos são nocivos à saúde humana — negações, aliás, recorrentes no mundo imaginário dessa direita lisérgica. Essa conclusão da ciência não invalida o fato de que a relação sexual praticado por adulto com crianças seja um crime, assim como adquirir e armazenar pornografia infantil. Quem quer que faça essa diferenciação entre crime e doença é automaticamente acusado de “relativizar a pedofilia” ou de “passar a mão na cabeça de pedófilo”. Há até quem invente que a “descriminalização da pedofilia” seria uma reivindicação da esquerda, como profetizou Olavo de Carvalho. 230 Apostando na ignorância que confunde o crime de abuso sexual de menores com a doença pedofilia, Bolsonaro e sua rede de reaças virtuais forjaram um não-debate. A nadadora Joanna Maranhão foi uma das vítimas das mentiras espalhadas pela família Bolsonaro. É surreal imaginar que logo ela, uma estudiosa do assunto, tenha sido acusada de relativizar a violência sexual contra menores. Joanna foi abusada sexualmente pelo seu treinador quando tinha 9 anos e hoje comanda uma ONG que atende crianças vítimas de abuso sexual. Ao tentar esclarecer a diferenças entre crime e doença no Twitter, Joanna Maranhão teve suas ideias deturpadas por Carlos Bolsonaro, que, claro, capitalizou em cima do fato dela ser filiada a um partido de esquerda. Foi o suficiente para transformar uma mulher que dedica sua vida ao combate do abuso sexual infantil em alguém que passa pano para abusadores. A turba reacionária imediatamente passou a atacá-la e ameaçá-la. Mas não são só os bolsonaros e os gentilis da vida que tentam jogam areia nos olhos da opinião pública para desvirtuar o 231 debate. Há procuradores da República que utilizam as redes sociais para vender a ideia de que a esquerda é conivente com o abuso sexual de menores. Ficou famoso nas redes conservadoras um vídeo em que o procurador Guilherme Shelb afirma que o “Guia Escolar de 2011 da presidente Dilma contempla o princípio da pedofilia” e que a “pedofilia é um instrumento da revolução”. Em seu livro “Educação Sexual para Crianças e Adolescentes — limites e desafios”, o procurador explica: “A pedofilia já é ensinada nas escolas brasileiras. O Ministério da Educação estabeleceu em seu ‘Guia Escolar’ para professores os seguintes ‘direitos sexuais’ da criança. (…) Todos estes ‘direitos’ integram a pauta de interesses do movimento pedófilo, pois em sua visão criminosa o prazer sexual é um direito da criança.” Alguns dos direitos que escandalizam o procurador e que ele acredita integrarem os objetivos sórdidos do “movimento pedófilo” são o direito à privacidade sexual, à liberdade sexual e ao prazer sexual. Esses direitos fazem parte da educação sexual para crianças e adolescentes em diversos países do mundo, e têm a ver muito mais com a sexualidade do que com a prática do sexo em si. Na cabeça dele, educar sexualmente as crianças é pavimentar caminho para o abuso sexual de menores, quando na verdade é justamente o contrário. Especialistas apontam que a educação sexual é a principal ferramenta de enfrentamento da violência sexual contra menores. Crianças não educadas sexualmente têm dificuldade em diferenciar um toque de afeto de um toque erotizado, por exemplo, o que dificulta a prevenção e a denúncia em casos de abuso. O procurador Ailton Benedito, eleito por seus pares para ser chefe da Procuradoria da República em Goiás, é outro que há muito tempo vem usando as redes para lutar contra o monstro imaginário da pedofilia esquerdista. 232 233 Com o bueiro destampado pela família Bolsonaro nessa semana, é claro que o nobre procurador não poderia deixar de se manifestar: Foi assim que os conservadores brasileiros conseguiram pautar as redes sociais durante uma semana: apostando na ignorância da população sobre o tema, distorcendo falas, fabricando mentiras e destruindo reputações. Justamente na semana em que se fez um balanço de 5 meses da intervenção militar no Rio de Janeiro, instalada com o apoio de Jair Bolsonaro e da direita conservadora, o monstro da pedofilia foi usado para incendiar a tropa e desviar a atenção de todos. Em vez de estarmos discutindo os números da fracassada intervenção, que aumentou o número de tiroteios, balas perdidas, chacinas e tem baleado crianças e adolescentes, fomos toureados pela família Bolsonaro e seus joguetes eleitorais. Falta pouco tempo para a eleição, e a tendência é piorar. Fiquemos atentos. https://theintercept.com/2018/07/22/como-os-reacionarios-conseguiram-pautar-asredes-sociais-com-uma-falsa-polemica-na-ultima-semana/ 234 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018 O Ministério Público chileno não dá trégua à Igreja Católica, assolada por uma profunda crise decorrente dos múltiplos casos de abusos sexuais protagonizados por religiosos e da forma como sua cúpula lidou com o escândalo. Logo após a realização de buscas em escritórios da instituição em diversas cidades do país e de o procurador nacional ordenar a nomeação de promotores para tratar da questão em cada região do Chile, o Ministério Público revelou na segunda-feira um inédito cadastro dos casos de abusos clericais sob investigação. O relatório, que abrange fatos entre 1960 e o presente, mas que se refere apenas a processos abertos depois da entrada em vigor de uma reforma do processo penal na década passada, indica que 158 pessoas ligadas à instituição foram investigadas, sendo 139 religiosos, 10 laicos que ocupavam cargos pastorais e outras nove próximas a alguma instituição eclesiástica, sobre as quais não há maiores detalhes. Trata-se de 144 ações penais em todas as regiões do Chile, embora a maior incidência de abusos denunciados seja na capital, Santiago, e nas regiões de Biobío (sul) e Valparaíso (centro). Entre os 139 religiosos investigados há 74 bispos, sacerdotes e diáconos sem congregação e outros 65 que pertencem a alguma (16 salesianos e 15 maristas). “Em sua grande maioria os fatos denunciados correspondem a delitos sexuais cometidos por sacerdotes, párocos ou pessoas vinculadas a estabelecimentos educacionais. Também existem cinco casos por acobertamento ou obstrução da investigação contra superiores de congregações ou bispos encarregados de uma determinada diocese”, afirma o documento do Ministério Público chileno. A Igreja Católica chilena enfrenta uma crise profunda por causa do histórico expurgo ordenado pelo Vaticano. No começo do ano, a polêmica visita do Papa ao país sulamericano terminou com uma exortação do Supremo Pontífice à renovação de uma instituição marcada pelos casos de abusos sexuais e acobertamentos. Até agora, Francisco aceitou cinco renúncias das 34 que lhe foram apresentadas em bloco em maio passado. Mas, paralelamente, continuam sendo conhecidas novas tramas e casos relevantes, como a detenção do padre chileno Oscar Muñoz, indiciado por estupro e abusos sexuais reiterados contra menores, e que até janeiro passado era o chanceler da arquidiocese de Santiago e, portanto, parte da cúpula. Nesse papel, que exerceu a 235 partir de 2011, provavelmente conhecia em primeira mão os casos de abusos sexuais que eclodiam na instituição, incluindo a trama de maior simbolismo, a do influente Fernando Karadima. O Ministério Público vem realizando ações ousadas: há alguns dias, decidiu pedir ao Vaticano que lhe envie o relatório elaborado pelos enviados especiais do papa Francisco ao Chile, Charles Scicluna e Jordi Bertomeu, a respeito dos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja chilena. “A definição do Ministério Público é investigar todas as denúncias, independentemente de os crimes estarem ou não prescrito, porque as vítimas têm o direito de serem escutadas pela Justiça”, afirmou nesta segunda-feira Luis Torres, diretor da Unidade Especializada em Direitos Humanos, Violência de Gênero e Crimes Sexuais do Ministério Público Nacional. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/23/internacional/1532375740_033049.html SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 Em uma década, o SUS gastou R$ 486 milhões com internações para tratar as complicações do aborto, sendo 75% deles provocados. De 2008 a 2017, 2,1 milhões de mulheres foram internadas. No intervalo, embora o número de internações tenha caído 7%, as despesas hospitalares subiram 12% em razão da gravidade dos casos. Em quase um terço deles, houve sérias complicações após o aborto, como hemorragias e infecções. Ao menos 4.455 mulheres morreram de 2000 a 2016. O levantamento inédito obtido pela Folha consta de relatório do Ministério da Saúde que deve subsidiar o STF (Supremo Tribunal Federal) em ação que pede a descriminalização do aborto até 12ª semana de gestação. A ministra Rosa Weber, relatora da ação, marcou para 3 e 6 de agosto audiência pública sobre o processo. Serão 44 expositores, entre grupos ligados a igrejas, ONGs, universidades, sociedades médicas e o próprio ministério. 236 A ação, da ONG Anis-Instituto de Bioética e do PSOL, argumenta que a proibição viola direitos fundamentais previstos na Constituição, como o direito à dignidade, à cidadania e à vida. Isso porque milhares de mulheres colocam suas vidas em risco ao buscar a interrupção ilegal da gravidez. Já os grupos contrários à descriminalização argumentam que a vida é inviolável em qualquer estágio. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em nota, diz defender a “integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural”. Lenise Garcia, professora da UnB e presidente do Movimento Brasil sem Aborto, afirma que muitas vezes a interrupção da gravidez não é uma opção da mulher, mas ela o faz por imposição masculina e por falta de apoio. “O que ela quer é ajuda, compreensão. A solução tem que estar na base, com mais educação e apoio da família”, diz ela, outra expositora no STF. Em nota, o Ministério da Saúde informa que não se posicionará sobre a descriminalização, mas que subsidiará o debate com dados de saúde pública. Porém, em texto enviado ao STF, alega que está vez mais difícil diminuir as mortes por aborto se não “houver renovação da política pública que considere reduzir restrições à interrupção da gestação.” “A ilegalidade [do aborto] não impede sua prática, no entanto, afeta drasticamente o acesso a um procedimento seguro, impondo maior risco de complicações e de morte materna evitável.” Estima-se que de 950 mil a 1,2 milhão de abortos sejam feitos por ano no Brasil, onde há permissão legal apenas nos casos de estupro, de risco para a vida da mulher e de anencefalia do feto — por decisão do próprio Supremo, de 2012. Rosa Weber já se manifestou a favor da descriminalização até o terceiro mês de gestação em julgamento da 1ª Turma do STF em 2016, assim como os ministros Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. 237 238 Se, por um lado, o uso do misoprostol — pílula abortiva, em grande parte, comprada no mercado paralelo — tornou o aborto uma prática menos arriscada, levando à queda do número de internações, por outro, mulheres de menor nível socioeconômico tendem a fazer uso errado ou tardio do remédio, o que torna a prática arriscada. Associado a isso, elas demoram em procurar o hospital e, quando o fazem, não relatam a prática do aborto ao médico, atrasando intervenções que poderiam reduzir as complicações e evitar a morte. “Elas sangram, adoecem, mas resistem em procurar socorro”, diz a antropóloga Debora Diniz, professora da UnB (Universidade de Brasília) e pesquisadora da Anis. E por que a demora? “Pelo medo de os profissionais de saúde as denunciarem, pelo medo do estigma do aborto. Não é o aborto que as mata, mas os efeitos da criminalização”, diz ela, que será uma das expositoras na audiência. As complicações por aborto consomem mais recursos de saúde — como medicamentos caros, bolsas de sangue, centro cirúrgico e leito de UTI. 239 Por ano, são mais de 15 mil mulheres internadas por pelo menos quatro dias, das quais 5.000 com complicações graves. Nesses casos, o custo hospitalar é 317% maior em relação aos que não complicaram. Em média, 262 mulheres morrem anualmente por essas complicações. “São mortes quase 100% evitáveis, que só ocorrem por falta de acesso a um procedimento seguro, com assistência. Acontecem no auge da vida produtiva dessa mulher que, em geral, deixa órfãos outros filhos” diz o médico Rodolfo Pacagnella, da comissão de mortalidade materna da Febrasgo (federação das sociedades de ginecologia e obstetrícia). O número de mortes, contudo, é subestimado. Estudo da Fiocruz que avaliou 770 mortes maternas por aborto registradas de 2006 a 2015 aponta que ele pode ser 31% maior. Foram identificados 195 casos de óbito cujos registros citavam o aborto no histórico, mas que não o tinham como causa principal da morte. Segundo Greice Menezes, médica epidemiologista e professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia), muitas vezes, os registros oficiais atestam que a mulher morreu de sepse (infecção generalizada) ou peritonite (inflamação no tecido do abdômen), sem citar que essas complicações estavam relacionadas a um aborto anterior. 240 https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/sus-gasta-r-500-milhoes-comcomplicacoes-por-aborto-em-uma-decada.shtml DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 Uma fez o aborto em casa e morreu. A outra procurou uma clínica particular e no dia seguinte já estava trabalhando. Se a vontade era a mesma — não ter o filho que carregavam na barriga—, as diferenças entre elas eram três: cor, renda e escolaridade. As histórias da babá Ingriane Oliveira, 31, e da jornalista Fabiana (nome fictício), 41, refletem o caráter desigual dos riscos do aborto no Brasil, maiores entre pretas, pardas e pobres que estudaram pouco, como indica relatório do Ministério da Saúde. 241 Enquanto entre mulheres brancas a taxa é de 3 óbitos causados por aborto a cada 100 mil nascidos vivos, entre as negras esse número sobe para 5. Para as que completaram até o ensino fundamental, o índice é de 8,5, quase o dobro da média geral de 4,5, segundo dados de 2016. No caso de Ingriane, que morava em uma área pobre em Petrópolis (região serrana do RJ), a agonia durou quatro dias. De calafrios e fortes dores após o aborto, ela passou para um quadro de fraqueza e dificuldade na respiração. Só então procurou um hospital, com medo de que a família a julgasse caso descobrisse o real motivo de seu estado. Não deu tempo de explicar à irmã por que estava ali. A única coisa que disse antes de apagar foi “eu vou morrer”, o que acabou acontecendo uma semana depois, em maio. A causa foi um talo de mamona. O galho da planta é ainda usado em abortos caseiros para provocar a contração uterina e a expulsão do feto. No caso de Ingriane, causou uma inflamação do endométrio (mucosa que reveste o útero) e infecção generalizada. Foi a última saída que a babá, grávida havia quatro meses, encontrou. O irmão Natanael Barbosa, 28, acredita que a falta de apoio do pai da criança foi a principal razão. “Em mensagens ela dizia que queria ter o filho, que ia comprar o enxoval, mas ele não queria”, conta o pedreiro e pastor. Ingriane não quis reviver, acha ele, os mesmos desafios pelos quais passou para criar seus outros três filhos, hoje com 9, 7 e 2 anos de idade. O pai dos dois mais velhos nunca pagou pensão, e o pai do mais novo até dá uma mensalidade, mas não é presente. Agora as crianças estão morando com a avó e o marido. A babá gastou mais do que podia para realizar o procedimento clandestino. Barbosa diz que sua conta estava no vermelho. Segundo o delegado André Prates, há discrepância no valor: a mulher que admitiu ter inserido a mamona, hoje presa preventivamente, afirmou que cobrou R$ 300. Em uma mensagem, a grávida disse ao pai do bebê que seriam R$ 2.000. Ingriane estava feliz com os filhos, a família e o novo emprego, diz o irmão. A mulher que só estudou até a sexta série e passou a trabalhar aos 18, como empregada doméstica, cozinheira e em outras funções, tinha conseguido a vaga de babá havia dois meses. “Ela era muito animada. Chegava na casa da nossa mãe e conseguia alegrar todo mundo”, conta. Ela sonhava em terminar de pagar a casa própria em dezembro e tirar 242 uma carteira de habilitação em janeiro. Mas não conseguiu. Pesquisa Nacional sobre Aborto, realizada em 2016, mostrou que no Brasil, 1 em cada 5 mulheres aos 39 anos de idade já fez aborto —67% têm filhos, 88% declaram ter religião e as maiores taxas estão entre negras e indígenas, de menor instrução, do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Segundo Greice Menezes, médica epidemiologista da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o perfil das mulheres que abortam é muito distinto daquela percepção que alimenta o senso comum, “de que só abortam as que exercem a sexualidade de forma irresponsável, que têm acesso à contracepção fácil e não usam”. A gravidez inesperada da jornalista Fabiana, aos 27 anos, por exemplo, ocorreu no momento que ela estava em tratamento de um tumor na hipófise, que tinha cessado a menstruação e, segundo os médicos, a deixado infértil. Paralelamente a isso, o casamento já caminhava para o fim. “Nunca quis ter filhos. Quando o exame de gravidez deu positivo, quase tive um troço. Comecei a chorar desesperadamente e já tomei a decisão: ‘Vou tirar’.” Mas não foi tão fácil assim. “Fui e voltei três vezes da clínica. Tinha medo de morrer durante o procedimento. Na terceira vez, até pensei em ter o bebê. Mas a atitude do meu ‘namorido’ me desencorajou e ali eu percebi que estava sozinha”, relata. No dia marcado para a interrupção da gravidez, uma sexta-feira de 2004, Fabiana chegou cedo à clínica na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Recebeu uma sedação leve. “Acordei na hora do almoço sentindo uma coliquinha. O primeiro sentimento foi de alívio de não estar mais grávida e de estar viva.” À época, pagou R$ 1.400 pelo procedimento, que incluiu retorno uma semana depois para avaliação médica. “No dia seguinte, eu estava ótima. Fiquei trabalhando em casa porque tinha faltado no trabalho no dia anterior.” Fabiana conta que nunca se arrependeu do que fez, mas que até hoje o episódio desperta fortes sentimentos. Por exemplo, fica incomodada quando as amigas mostram o ultrassom de seus bebês, porque isso remete ao exame que fez antes do aborto. “O som daquele coraçãozinho batendo está na minha cabeça até agora.” Um ano depois da interrupção da gravidez, o casamento acabou de vez e ela desenvolveu síndrome do pânico. “Não é uma experiência boa para nenhuma mulher. 243 É difícil passar por isso sem sobrar sequelas psicológicas. Mas o inaceitável é ver mulheres morrendo por não terem tido a assistência que eu tive.” A Folha obteve três relatórios médicos de mulheres que morreram por complicações de abortos provocado em 2016 e 2017. Todas eram jovens, pobres, negras e com filhos, perfil muito parecido ao da babá Ingriane Oliveira. A cabeleireira M.L.D., 26, fez aborto em uma clínica clandestina no Espírito Santo. Ao ser levada ao hospital já com infecção grave, passou por curetagem para eliminar restos da placenta. Com a piora, seu útero foi retirado. Sofreu choque séptico e falência de múltiplos órgãos, morrendo em 15 dias. Deixou quatro filhos. G.S.L., 34, de Goiás, chegou ao hospital com forte infecção e dificuldade de respirar. Um ultrassom apontou um aborto infectado de 15 semanas. Fez curetagem, teve o útero retirado. Após sofrer insuficiência respiratória e choque séptico, morreu. Tinha três filhos. V.F.S, 29, de Pernambuco, engravidou mesmo usando anticoncepcional. Com dores e sangramento intenso, foi dispensada duas vezes do hospital em greve. Na terceira, ao desmaiar, foi levada a uma maternidade, onde se constatou aborto infectado de gestação de 16 semanas. Após a curetagem, V. sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi entubada. Morreu enquanto esperava vaga de UTI em uma outra maternidade. Deixou três filhos. Segundo Greice Menezes, da UFBA, há uma série de entraves que postergam a ida dessas mulheres aos serviços de saúde. “Em geral, são muito pobres, têm outros filhos para cuidar, não podem faltar no trabalho.” Além disso, ao chegar aos serviços de saúde, sofrem uma série de violências verbais e físicas. “Elas demoram para serem atendidas, são ameaçadas de denúncias à polícia, não são informadas sobre os procedimentos médicos e algumas relatam até que profissionais de saúde lhes mostraram restos do feto, como punição”, diz Greice. Em nota, o Ministério da Saúde diz que o SUS vem ampliando a qualificação da atenção à saúde das mulheres por meio do planejamento familiar, da capacitação de profissionais de saúde e da humanização da atenção ao abortamento e redução de complicações obstétricas. [A matéria traz os mesmos gráficos e mapa da matéria imediatamente anterior: SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 244 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018)] https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/desigualdade-pela-renda-e-cor-dapele-e-exposta-em-abortos-de-riscos-no-pais.shtml TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 Levantamento do Ministério da Saúde mostrou que, de 2008 a 2017, foram provocados entre 9 e 12 milhões de abortos no Brasil. Nesse mesmo período, o SUS gastou cerca de R$ 486 milhões com internações por aborto. A legalização do procedimento para gestações de até 12 semanas está atualmente em discussão no STF, mas ainda não há data para o julgamento. Abaixo, confira perguntas e respostas sobre aborto no Brasil. Em que situações o aborto é permitido no Brasil? Em três tipos gravidez: a decorrente de estupro, a que cause risco à vida da mulher ou a de feto anencéfalo. Pode haver aborto legal sem o consentimento da mulher? É necessár io que a mulher autorize o procedimento. A única exceção é caso a continuidade da gravidez ofereça risco de vida, e a gestante esteja impossibilitada de manifestar seu consentimento. Se a gestante for menor de idade, é necessária autorização dos pais ou de representantes legais É necessário comprovar o estupro para ter acesso ao aborto em uma unidade de saúde? 245 Não. Nem é necessário apresentar boletim de ocorrência, exame do IML ou mesmo autorização judicial. Basta procurar uma unidade de saúde que realize o procedimento (em São Paulo, é o Hospital Pérola Byington). Se não houver o serviço na cidade de residência, a mulher deve ser encaminhada a outro município em que haja unidade de saúde habilitada fazer o procedimento Em caso de feto anencéfalo, é necessária autorização judicial para a realização do aborto? Não, o procedimento pode ocorrer independentemente de autorização do Estado. É necessário, para isso, apresentação de exame específico que comprove a má formação e laudo assinado por dois médicos Um médico pode se recusar a fazer um aborto legal? Norma técnica do Ministério da Saúde e o Código de Ética Médico garantem ao profissional o direito de se recusar a fazer o procedimento. Entretanto isso só pode acontecer se não houver risco à saúde da mulher e se houver outro médico disponível para fazer o procedimento Um médico que atende uma mulher que chega à unidade de saúde com complicações do aborto pode denunciá-la à polícia? Não. Isso é vetado pelo Código Penal, que considera crime "revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem". O Código de Ética Médica, por sua vez, reforça a proibição do rompimento do sigilo médico e ressalta que "na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal". O que está em discussão no STF? Uma ação proposta pelo PSOL pede a d escriminalização do aborto para gestações de até 12 semanas. Na sexta (3) e na segunda (6), haverá audiências públicas em que diferentes representantes da sociedade falarão sobre o tema. Ainda não há data para o julgamento. 246 Quais os principais argumentos para a legalização do aborto? O principal, para além da d efesa do direito de escolha da mulher, é a questão de saúde pública. Os números indicam que a proibição não faz com que mulheres deixem de abortar, apenas torna o procedimento arriscado. Isso é especialmente sensível no caso de mulheres pobres, que, por falta de recursos, recorrem a métodos extremamente perigosos, que podem levar a infecções, perda do útero e à morte. Além disso, o custo da realização do procedimento de forma segura é muito menor do que os custos com internações por complicações causadas por abortos inseguros. Em suma, os defensores da legalização afirmam que a proibição é pouco eficiente para impedir abortos, mas muito eficiente para matar mulheres. E quais os contrários? O princípio da inviolabilid ade do direito à vida. Os grupos favoráveis à proibição, muitos deles religiosos, consideram que a vida existe desde a concepção e que o direito do feto de nascer é maior do que o da mulher de decidir pela interrupção da gravidez. Muitas entidades são a favor de mais programas de apoio financeiro e psicológico às mulheres grávidas, de modo que possam ter uma gestação saudável, com acesso aos serviços de saúde para que o bebê se desenvolva. Há também a defesa de que haja mais incentivo para que as mulheres que não queiram criar seus filhos possam entregar os bebês para adoção com segurança. Vale ressaltar que nem todos os grupos favoráveis à criminalização do aborto são contrários à realização do procedimento nos casos já previstos em lei. Fontes: Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina, Supremo Tribunal Federal, Defensoria Pública de São Paulo e Código Penal https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/tire-suas-duvidas-sobre-as-regrasatuais-do-aborto-no-pais-e-o-que-pode-mudar.shtml OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247 https://tab.uol.com.br/trans-escola https://tab.uol.com.br/trans-escola/#os-muros-da-escola https://drive.google.com/file/d/1s8gZWyZMg3ip6JIAz546mmu8zSfXByC/view?usp=sharing OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018 Nos últimos dias, o Parlamento cubano debateu mudanças na Constituição. A imprensa internacional e as organizações que defendem direitos LGBT+ repercutiram a modificação que lida com o reconhecimento do casamento igualitário. Com efeito, o casamento já não se limita à união "entre um homem e uma mulher", mas "entre duas pessoas". Ao não definir o gênero das partes, o novo texto abre o conceito de casamento para a união entre dois homens ou duas mulheres. No entanto, a partir do mesmo debate, ficou claro que a nova Constituição está apenas abrindo a porta para uma legislação posterior que ainda deve implementar legalmente a possibilidade deste tipo de união. Foi também perceptível a preocupação por parte de alguns deputados sobre questões derivadas da legalização do casamento gay como base para a formação de uma família, seja através da adoção de crianças ou por meio de reprodução assistida. O fato de que os mesmos deputados que aprovaram o documento se coloquem de antemão contra os direitos dos cônjuges de fundar uma família e criar seus próprios filhos é uma indicação de preconceitos disfarçados. São os mesmos preconceitos que alimentaram a homofobia e a discriminação por causa da preferência sexual, os mesmos que levaram à perseguição e à segregação de homossexuais e seu internamento em campos de trabalho e nas infames unidades militares de apoio à produção (conhecidas pela sigla Umap). Para que um casamento igualitário seja possível em Cuba, a Carta Magna deve ser ainda ser submetida a um referendo antes de sua aprovação final. Posteriormente, toda a regulamentação jurídica deve ser estabelecida para garantir essa possibilidade real. Mas em meio ao júbilo, é necessário ter em mente a persistência dos 248 preconceitos – que já ficaram mais visíveis desde as recentes sessões do Parlamento – porque tal resistência pode atrasar ou limitar significativamente o status efetivamente igualitário dessas uniões. Mariela Castro (filha de Raúl Castro que atua como ativista LGBT) disse que a concessão de direitos a pessoas que nunca puderam contar com eles não implica na remoção desses mesmos direitos para as pessoas que já contavam com eles. Só que todos os preconceitos historicamente herdados e que foram alimentados institucionalmente até muito recentemente podem despertar ressentimento naqueles que se sentiam "protegidos" pelo não reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo. O casamento também gera implicações em relação à posse de bens móveis e imóveis e tudo relacionado à herança. E essas mesmas implicações deveriam afetar o casamento gay. Até hoje, em Cuba, a união entre duas pessoas do mesmo sexo não implica em qualquer direito. É comum no caso da morte de um membro do casal – a menos que vontade seja oficializada em cartório – que todos os bens do morto sejam repassados não para o parceiro, mas para parentes distantes, que muitas vezes tinham brigado com o falecido precisamente por causa da sua orientação sexual e que consideram o viúvo ou viúva um intruso que deve desaparecer. Este é apenas um dos possíveis problemas ligados a essa questão tão controversa. Outras questões ainda precisam ser respondidas: como vai ser o reconhecimento das uniões daqueles que se casaram com pessoas do mesmo sexo fora de Cuba, em países onde essas uniões já são legais há muitos anos? Como isso vai ser tratado no caso de um casamento entre dois cubanos? Ou entre um cubano e um estrangeiro? Quais vão ser as consequências dessas uniões do ponto de vista migratório, do direito trabalhista, do código familiar? Até que ponto vai o caráter igualitário de tais uniões? De ter e criar seus próprios filhos? Abel González Melo, nasceu em Cuba em 1980. É dramaturgo e diretor de teatro. Suas peças foram publicadas e encenadas na Espanha, Itália, França, Estados Unidos, Argentina, México, Turquia e Cuba. https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-casamento-gay-em-cuba-umad%C3%ADvida-adiada/a-44824390 https://p.dw.com/p/324s2 249 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018 Esta freira não se sente mais à vontade no confessionário, desde que um padre italiano a atacou enquanto ela estava em um dos momentos mais íntimos e delicados: ela se confessava de seus pecados em uma sala de aula na universidade há quase 20 anos. Naquela época, a freira somente contou o que aconteceu a seu superior e seu diretor espiritual e foi silenciada pela cultura de segredos da Igreja Católica, pelos votos de obediência e pelos sentimentos de medo, repulsa e vergonha. Ele abriu uma grande ferida dentro de mim. Eu fingi que não tinha acontecido Depois de décadas de silêncio, a freira é uma das muitas que tornaram pública uma questão que a Igreja Católica fingiu não ver: o abuso sexual de freiras por padres e bispos. Uma investigação da AP descobriu que casos surgiram na Europa, na África, na América do Sul e na Ásia, o que mostra que o problema é global e extenso, em grande parte devido a uma tradição em que as mulheres são vistas como pessoas de segunda categoria e à subordinação perante os homens que as chefiam. Algumas freiras deram as caras, impulsionadas pelo movimento #MeToo e o crescente reconhecimento de que os adultos podem ser vítimas de abuso sexual quando há desequilíbrio de poder em um relacionamento. As freiras tornaram públicos seus casos, em parte, devido a anos de falta de ação por oficiais da igreja, mesmo quando foram relatados estudos sobre o problema na África ao Vaticano na década de 1990. A questão ganhou destaque no contexto de escândalos envolvendo o abuso sexual de crianças e, mais recentemente, adultos, incluindo revelações de que um dos cardeais norte-americanos mais proeminentes, Theodore McCarrick, abusava sexualmente e assediava seminaristas. A extensão do abuso não está clara, pelo menos fora do Vaticano. As vítimas estão relutantes em denunciar com medo de que ninguém vá acreditar. Os líderes da 250 igreja estão relutantes em reconhecer que alguns sacerdotes e bispos simplesmente ignoram seus votos de celibato, sabendo que seus segredos não serão revelados. Nesta semana, freiras de uma pequena congregação religiosa do Chile tornaram públicas suas histórias de abuso por padres e outras freiras na televisão nacional. Elas relataram que seus superiores não fizeram nada para impedir. Recentemente, na Índia, uma freira registrou uma queixa na polícia de estupro contra um bispo, algo que há um ano era impensável. Na África, os casos surgem periodicamente. Em 2013, por exemplo, um renomado padre ugandense escreveu uma carta a seus superiores em que ele falou de "sacerdotes que têm relações amorosas com freiras". Ele foi suspenso e até fez um pedido de desculpas em maio. "Estou triste que tenha demorado tanto tempo para esses casos virem à luz, porque as queixas foram feitas há algum tempo", disse à AP Karlijn Demasure, uma das principais especialistas em abuso sexual igreja e abuso de poder. "Espero que agora sejam tomadas medidas para cuidar das vítimas e pôr fim a esses abusos." O Vaticano se recusou a comentar as medidas que tomou, se é que houve alguma. Uma autoridade disse que os líderes das igrejas locais são responsáveis por punir padres que abusam sexualmente das freiras, mas que esses crimes muitas vezes ficam impunes em tribunais civis e canônicos. O funcionário não quis se identificar porque não estava autorizado a falar sobre o assunto publicamente. O principal obstáculo enfrentado pelas freiras abusadas é a dificuldade de ser levada a sério, de acordo com Demasure, que até recentemente era diretoraexecutiva do Centro para a Proteção da Criança na Pontifícia Universidade Gregoriana, a principal organização da igreja que lida com este tema. "[Os sacerdotes] sempre dizem que 'elas que desejavam fazer'", disse Demasure. "É difícil deixar de lado a impressão de que é sempre a mulher quem seduz o homem, e não o contrário". Enquanto contava à reportagem sobre um incidente no 2000, quando foi atacada por um padre a quem se confessava, Demasure agarrava seu rosário. A freira disse que ela e o padre estavam sentados de frente um para o outro em uma sala de aula na universidade. A certa altura, o padre levantou-se e tentou violála. 251 Pequena, mas forte, ela o empurrou e o tirou de cima dela. Então a confissão continuou. Mas o incidente e um episódio em que outro padre fez insinuações sexuais um ano depois, a levou a não se confessar novamente. O local da confissão deve ser um lugar de salvação, liberdade e misericórdia. Por causa dessa experiência, a confissão tornou-se um lugar de pecado e abuso de poder. Freira abusada em Bolonha Ela afirmou que em uma ocasião um padre a quem ela contou o que aconteceu lhe ofereceu um pedido de desculpas "em nome da igreja". Mas disse que nenhuma ação foi tomada contra seu agressor, que era um proeminente professor universitário. A mulher contou sua história à AP sem saber que naquele momento o funeral do padre que tentou abusar dela 18 anos atrás estava ocorrendo. A freira disse que a morte do padre combinada com sua decisão de mostrar seu rosto tirou um grande peso de suas costas. "Eu me libero duas vezes: me livro do peso da vítima e da mentira e estupro de um padre", disse ela. "Espero que isso ajude outras freiras a se libertarem e tirarem esse peso." https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/07/30/apos-decadasde-silencio-freiras-relatam-terem-sido-abusadas-por-padres.htm O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 A jornalista e ativista paquistanesa Aisha Sarwari, 37, está fazendo uma proposta ousada para suas conterrâneas: que assumam o controle de seus direitos sexuais. A 252 definição vai além do prazer sexual: é sobre as mulheres “não serem propriedade de nenhum homem”. Sarwari é cofundadora do Women’s Advancement Hub (WHA; Centro para o Avanço das Mulheres), organização que trabalha pelos direitos da mulher em setores como mobilidade, assédio online e saúde, e cede sua plataforma na internet para que mulheres ao redor do Paquistão contem suas histórias. Segundo maior país muçulmano do mundo e dono de uma sociedade patriarcal, o Paquistão tem um sistema misto de legislação civil e islâmica. A Constituição reconhece a igualdade entre homens e mulheres, mas a lei da sharia também é válida. O “purdah”, válido em várias regiões, estabelece os preceitos de isolamento da mulher (em casa e/ou com uso de vestimentas específicas). Pela “vani”, uma criança é dada em casamento para resolver disputas entre clãs. A lei de “zina” não admite a figura do estupro marital e determina que a mulher que não conseguir provar que foi estuprada seja acusada de adultério. Para ser condenado, ou o homem tem de confessar ou quatro homens “religiosos” (muçulmanos) devem ter testemunhado o “ato de penetração” e acusá-lo. Uma tentativa de aumentar a idade legal de casamento de 16 anos para 18 anos foi barrada recentemente na Assembleia Nacional. Ativistas estimam que ocorram 1.000 assassinatos por “honra” por ano. Se você tivesse de destacar o principal desafio enfrentado por mulheres hoje no Paquistão, qual seria? O extremismo religioso. Essa visão e interpretação singulares da religião que se define por meio do controle da mulher são muito prejudiciais ao avanço das mulheres no Paquistão. Claro que esse não é o único problema; valores culturais e tradicionais enraizados no subcontinente também são muito retrógrados e definem a estrutura hierárquica quando se trata dos papéis dos gêneros, independente dos valores religiosos. Sua organização faz a declaração ousada de que as paquistanesas devem assumir o controle de seus direitos sexuais. Como você entende esses direitos e como essa mensagem tem sido recebida pela sociedade? 253 Como definimos, os direitos sexuais têm menos a ver com o acesso da mulher ao prazer sexual, por exemplo. O que queremos é que as mulheres não sejam mortas por recusar um pretendente, que se casem por escolha própria, que possam querer não ter filhos ou não ter mais filhos, que não sejam envergonhadas por quererem fazer um aborto, que possam se recusar a fazer sexo com seus maridos, que possam protestar contra a violência sexual ou que não sejam caracterizadas como sendo más mães porque procuraram emprego. Em suma, não serem propriedade de nenhum homem. Essas áreas estão ganhando espaço, mas em círculos restritos, infelizmente. O que queremos é que isso transcenda para movimentos de base, que adotem a linguagem local e falem com mulheres de todas as classes. Que elo você faz entre mobilidade e empoderamento no contexto paquistanês? Todo empoderamento da mulher vem de sua mobilidade. Falei com inúmeras mulheres, de zonas rurais e urbanas, e uma palavra no léxico delas, repetida diversas vezes, é “permissão”. Elas constantemente pedem permissão para fazer compras, trabalhar, vender um produto ou serviço, levar as crianças para a escola ou visitar a família. A sociedade paquistanesa acredita que o lugar da mulher é dentro de casa. Independentemente da classe, a mobilidade da mulher é considerada frívola e negociável. O argumento é que o espaço público é violento e antifeminino. E é. Isso é verdade. Mas o que queremos é resolver isso ao torná-lo mais seguro e inclusivo. O que não queremos é que o patriarcado prolifere porque é mais fácil confinar as mulheres do que impedir a violência contra elas. A WAH sugere “nuances” nas soluções para garantir um espaço público para as mulheres. Quais seriam elas? O primeiro princípio da nuance é o pragmatismo. Muitas vezes, na nossa tentativa de ajudar as mulheres a exercer sua liberdade, excluímos soluções que elas mesmas encontram. O véu ou a burca, por exemplo. Sentimos que eles podem ser um veículo, uma transição, que as mulheres possam usá-los como um primeiro passo para sair de casa. Acreditamos no princípio de uma liberdade completa e total para que as 254 mulheres negociem todos os caminhos para ter mais espaço —intelectual, sexual, físico e, acima de tudo, pessoal. A história de Qandeel Balooch [modelo paquistanesa morta em 2016] foi trágica. Ela usava a internet para negociar mais liberdade, para abraçar sua sexualidade e sua persona. Talvez ela pensasse que isso poderia empoderá-la de maneira financeira e dar a ela status social. Os mesmos homens de sempre ao redor do Paquistão causaram tanto trolling, assédio e ódio, que o próprio irmão dela a assassinou em nome da honra. Qualquer caminho que a mulher escolha, ela deve ser “permitida” a escolher. Num mundo ideal, defenderia que tanto a mulher que queira se cobrir quando a mulher que queira se expor forje seu empoderamento. No mundo real, vemos que as mulheres acham os dois caminhos opressivos. Nenhum garante segurança e respeito. Queremos que todas as mulheres encontrem segurança, controle e domínio sobre suas próprias vidas. Como a tecnologia pode ser usada para se obter segurança para as mulheres? É necessário uma melhora séria em três níveis para que a internet seja uma arma para o empoderamento no Paquistão: a) Agências estatais contra o assédio online precisam ter recursos, capacitação e sensibilidade de gênero; b) Organizações da sociedade civil como a WAH devem trabalhar para criar mais ativismo e “passar o microfone” para mulheres para que contem suas histórias online. c) 17 milhões de mulheres têm acesso a conteúdo mobile no Paquistão. É uma oportunidade tremenda. Mulheres conseguem acessar a informações vitais para sua segurança e bem-estar para guiar seu acesso às oportunidades e criar espaços online compartilhados entre mulheres apenas. Esses espaços podem denunciar comportamentos predatórios. Também podem dar apoio e elos para mulheres que precisam de ajuda. Você já sofreu algum tipo de assédio, ameaça ou violência devido ao seus ativismo? Sempre e todos os dias. Cite um exemplo e já terei enfrentado: ser chamada de puta e de má mãe, ameaças de estupro, ataques por hackers, fotos da minha família sendo 255 compartilhadas em massa. E o pior assédio: me fazer duvidar da autenticidade da minha própria voz. Também sou frequentemente chamada de “falsa feminista”. Você se considera feminista? Dizem que, antes de matar um demônio, você precisa dizer o seu nome. Para mim o feminismo é a palavra que permitiu que eu matasse todo o ódio direcionado ao feminino. Isso inclui o ódio pelos homens que o feminismo pode ter. Inclui partes minhas que odeiam a mulher e que internalizei e associei com ser uma vítima. O feminismo me tornou invencível, mas tive de caminhar sobre o fogo do pré-requisito de primeiro abraçar minha vitimização. De ser dona da minha impotência. E então usála como armadura. Qual sua expectativa em relação ao provável novo premiê Imran Khan? Ele tem um histórico anti-feminino que é muito improvável que mude. Mulher deposita voto em urna em Peshawar, no Paquistão Muhammad Sajjad/Associated Press [A matéria traz outras imagens...] 256 https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/07/o-feminismo-me-levou-a-serinvencivel-diz-ativista-paquistanesa.shtml https://drive.google.com/file/d/1jfgspM2G9BTklu94rttEGIrVWaY6qa1F/view?usp=shar ing FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 A CADA ANO, aproximadamente dois milhões de pessoas visitam o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, fazendo dele o segundo ponto turístico mais visitado do estado, atrás apenas do Cristo Redentor. Desde 1912, famílias viajam de todas as partes do mundo e do próprio Brasil para subir a montanha no histórico bondinho e aproveitar a vista panorâmica exuberante de uma das cidades mais bonitas do planeta. Mas agora, além da vista majestosa, os visitantes do Pão de Açúcar veem algo mais, algo que está estrategicamente posicionado em um dos espaços mais destacados do local: uma fotografia de dois homens se beijando. E nos três meses durante os quais a foto ocupou este lugar de destaque no Pão de Açúcar, ela gerou uma onda de raiva e reclamações. 257 Quando entram na área de espera para os bondinhos do Pão de Açúcar, os grupos de visitantes são fotografados em frente a uma tela verde. Depois são avisados de que podem adquirir as fotografias impressas, com uma paisagem de sua escolha ao fundo, em uma loja localizada no topo da montanha. A loja exibe vários exemplos de fotos, com cada uma das paisagens disponíveis, dispostas em filas no balcão onde as fotos são impressas e vendidas. No alto do mostruário, ocupando o lugar mais central, está a imagem de dois homens brasileiros se beijando romanticamente em frente a uma imagem icônica do Rio, com o Cristo Redentor reluzente ao fundo. A foto foi deliberadamente colocada ali por Pedro Lotti [...], o gerente de 29 anos da empresa que gere o serviço de fotografias, FTG-Fotográfica. Ao descrever as reclamações, muitas vezes tóxicas, que recebe diariamente, ele deixou claro que não tem a intenção de removê-la. “Eu fiz isso especificamente porque aqui 70% dos funcionários são gays, e passam por sérios problemas por conta disso”, disse ele. Lotti não é gay, mas contou que viu no uso da foto uma grande oportunidade de tornar a atração mais segura para o público LGBT. “A gente demorou para conseguir fazer com que gays tirassem a foto do beijo aqui, porque eles tinham medo de fazê-la”, contou ele ao Intercept Brasil. “Na entrada, eu notei que casais do mesmo sexo sempre hesitavam em se tocar, dar as mãos ou se beijar nas fotos” – como fazem os casais hétero – “entravam e saíam da área das fotos, obviamente com medo de como as pessoas poderiam reagir”. Lotti disse que ver como os casais gays tinham medo de fazer coisas que casais héteros fazem naturalmente – mostrar seu afeto em uma fotografia de férias – o tornou determinado a criar um ambiente aonde casais LGBT podiam se sentir seguros para demonstrar seu carinho. “Quando via um casal que poderia ser gay, eu perguntava: vocês são um casal? Se eles respondiam que sim, eu dizia: se vocês quiserem das as mãos ou se beijar, podem fazer isso”. Quando o casal – dois homens brasileiros de Minas Gerais que têm uma relação de longa data – fez a foto, Lotti imprimiu a fotografia e imediatamente pediu autorização para exibi-la na loja. O casal consentiu, e Lotti propositalmente escolheu o lugar de maior destaque para a foto, onde é praticamente impossível não vê-la. Desde então, Lotti e seus empregados enfrentam uma permanente onda de ódio e queixas. 258 “Infelizmente, a grande maioria reage mal. Nós recebemos reclamações todos os dias”. As pessoas em geral reclamam, especificamente, de que a foto esteja à vista das crianças, e têm raiva de que seus filhos tenham visto a imagem. Os pais muitas vezes questionam se “seria necessário que isso estivesse aqui, onde as crianças podem ver”. Lotti notou que o mostruário das fotos quase sempre exibe fotos de casais heterossexuais se beijando. Mas, diz ele, “ninguém nunca reclamou destas”. Lotti disse que, ocasionalmente, a foto gera interações inspiradoras entre pais e filhos. Algumas vezes, diz ele, as crianças perguntam aos pais sobre a foto com curiosidade, e alguns respondem: “isso é amor”. Lotti diz que “isso não acontece muito frequentemente. Não é comum. O que me deixa feliz quando isso acontece, é que quando os pais falam com abertura e tranquilidade com os filhos, eles aceitam sem nenhum problema, porque as crianças nunca têm um problema com isso no início”. “O problema”, continua Lotti, “está sempre com os pais, não com as crianças. Dependendo da resposta dos pais, você vê se o filho reage positiva ou negativamente”. São os pais, diz ele, que perpetuam nas crianças este tipo de “preconceito louco”. A EXIBIÇÃO DELIBERADA da fotografia em um dos sítios turísticos mais icônicos do país é particularmente ousada em um momento em que a igualdade LGBT se tornou tão controversa no Brasil, o país com a maior população católica do mundo e um crescente movimento político evangélico de direita. Com o líder das pesquisas para a eleição presidencial de 2018, o ex-presidente Lula da Silva, preso e na virtual iminência de ser impedido de concorrer, o primeiro lugar das estimativas fica para o Deputado Federal Jair Bolsonaro, candidato proto-fasicista da extrema direita. Ele é conhecido por seus ataques virulentos contra LGBT’s, que recentemente se transformaram em uma clara estratégia dos movimentos que o apoiam. Eles afirmam que os LGBTs tentam ativamente transformar as crianças brasileiras em gays para poderem molestá-las. Na semana passada, como reportado pelo Intercept Brasil, um dos três filhos de Bolsonaro que ocupam mandatos políticos, o Vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, foi flagrado postando imagens falsas em suas mídias sociais, que afirmavam que grupos LGBT estavam adicionando a letra P à sigla para militar pela pedofilia. Grupos de direita tiveram êxito em provocar o cancelamento de uma exposição no ano passado que, segundo eles, promovia a pedofilia. O clã Bolsonaro e seu movimento falam tão frequentemente sobre pedofilia que deixam no ar uma dúvida sobre esta obsessão. Na semana passada, em entrevista ao 259 jornal O Globo, Jair Bolsonaro foi questionado a respeito de uma entrevista concedida à revista Playboy em 2011, onde afirmava que preferia “que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”. Quando Bolsonaro explicou que sua resposta era meramente destinada a “combater a questão de ensinar sexo para criancinha a partir de seis anos de idade”, o seguinte diálogo aconteceu: O senhor acha que é possível ensinar a ser gay? Não é ensinar, mas estimular. Se você passa um filme na escola de dois meninos se beijando, o Joãozinho no intervalo pode dar uma bitoquinha no Pedrinho. O garoto, até uma certa fase, imita. Neste clima, a ousada escolha de Lotti de dar destaque a uma fotografia de dois homens se beijando, em uma tradicional atração turística frequentada por milhões de famílias e crianças, não é um gesto menor. Mas ele parece não apenas contente e sem medo de falar publicamente sobre sua escolha, mas também orgulhoso dela: “Esta forma de amor, entre dois homens ou duas mulheres, existe há milhares de anos, muito antes de este tipo de valores ignorantes que agora escutamos com tanta frequência, que são provocados por uma simples imagem de amor”. [Há outras fotos na matéria...] https://theintercept.com/2018/07/30/foto-de-casal-gay-se-beijando-gera-polemicaem-um-dos-pontos-turisticos-mais-importantes-do-brasil/ PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018 260 EVERY YEAR, CLOSE to 2 million people visit Rio de Janeiro’s Sugar Loaf Mountain, making it the city’s second-most frequented tourist site after Christ the Redeemer. Since 1912, families have traveled from all over the world, and from within Brazil, to ride the storied cable cars to the mountain’s peaks and enjoy the breathtaking panoramic views of one of the planet’s greatest and most beautiful cities. But now, beyond majestic vistas, the throngs of visitors to Sugar Loaf see something else, strategically placed in one of the site’s most prominent spaces: a photograph of two men kissing. And in the three months that the photo has occupied prime real estate at Sugar Loaf, it has generated a steady stream of complaints and anger. Upon entering the waiting area for the Sugar Loaf cable cars, groups of visitors have their photos taken in front of a green screen. They are told that they can have the pictures printed out, with their chosen background, at a counter situated on top of the mountain. That counter displays several samples of photos, with each of the available backgrounds. Those sample photos are posted in a row, on the wall in front of the booth where employees print out and sell the photographs. At the very top of that row, occupying the most central spot, is the image of the two Brazilian men kissing 261 romantically in front of an iconic shot of Rio de Janeiro, with Christ the Redeemer looming in the background. The photo was placed there, with quite deliberate intent, by Pedro Lotti *…+, the 29year-old manager of the company that manages the photo operation, Fotográfica. When describing the sometimes vitriolic complaints he receives on a daily basis, he made clear that he has no intention of removing the photo. “I did it specifically because roughly 70 percent of our employees here are gay, and they experience serious problems here because of this,” he said. Lotti himself is not gay, but said he viewed the use of the photo as an important opportunity to make the venue safe for LGBT people. “It actually took a while to be able to have a photo of a gay couples kissing because most are afraid to do it,” Lotti told The Intercept. “Always, at the entrance, I noticed that same-sex couples were cautious or scared to touch, hold hands, or kiss for their photos” — the way that straight couples naturally do — “and they would walk to the photo area, and then walk away, and return various times, obviously afraid of how people would react.” Lotti said that seeing how fearful gay couples were to do what comes naturally to heterosexual couples — show affection for a vacation photo — made him determined to create an environment where LGBT couples could feel safe to show affection. “Whenever I saw a couple I thought might be gay, I asked, ‘Are you a couple?’ If they said yes, I told them, ‘If you want to hold hands or kiss for the photo, you should.'” When the couple in the photo — two Brazilian men in a long-term relationship, visiting from Minas Gerais, a state just north of Rio de Janeiro — took their photo, Lotti printed it out and immediately asked for authorization to display it at the counter. The couple consented, and Lotti purposely chose the most conspicuous spot for the photo, where it is virtually impossible not to see it. Ever since, Lotti and his employees have navigated a constant stream of anger and grievance. “Unfortunately,” said Lotti, “the large majority of people who react to the photo do so quite poorly. We get complaints every day. They typically complain, specifically, that the photo is in the line of vision for children, and are angry that their kids specifically have seen the photo.” The parents usually object “that it’s not necessary to put a photo like this in a place where kids will see it.” Lotti noted that the store’s display of photos almost always includes heterosexual couples who are kissing. But, he said, “nobody ever complained about those.” 262 Lotti said that, occasionally, the photo has generated inspiring interactions between parents and children. Sometimes, he said, children ask their parents about the photo with curiosity, and some parents respond, “That’s love.” Lotti said that “this does not have happen often. It’s not common. But it makes me happy when I see parents speaking openly and with tranquility about it, because the kids never have a problem at first.” “The problem,” Lotti said, “is always with the parents, not the kids. Depending on how the parents respond, that determines whether the kids react positively or negatively.” It is parents, he said, who impart to their children this kind of “crazy prejudice.” THE PROMINENT, PURPOSEFUL display of the photo at one of the country’s most iconic tourist sites is particularly bold given how controversial LGBT equality has become in Brazil, the nation with the world’s largest Catholic population and a growing right-wing evangelical political movement. With the actual front-runner for Brazil’s 2018 presidential election, former President Luiz Inácio Lula da Silva, imprisoned and almost certain to be banned from running, the current poll leader is far-right, proto-fascist Congressman Jair Bolsonaro. He is notorious for his toxic attacks on LGBT people, which have recently morphed into a clearly deliberate strategy by his movement to argue that LGBT people are actively attempting to convert Brazilian children to be gay in order to molest them. Just last week, as The Intercept reported, one of Jair Bolsonaro’s three right-wing sons who hold elected office, Rio de Janeiro Councilman Carlos Bolsonaro, got caught posting fake posters on his social media accounts claiming that LGBT groups were adding “P” to their name in order to advocate for pedophilia. Right-wing groups succeeded last year in forcing the cancelation of an art exhibit that they claimed promoted pedophilia. The Bolsonaros and their movement speak with such great frequency about pedophilia that it leaves one mystified as to the source of this obsession. Last week, Jair Bolsonaro was asked in an interview with the Rio newspaper O Globo about a 2011 Playboy interview in which he said he would rather hear that his son died in a car accident than that he was gay. When Jair Bolsonarso claimed that his answer was merely designed “to combat a question about teaching sex to little kids starting at the age of 6,” the following exchange occurred: Do you believe it’s possible to teach children to be gay? 263 Not to teach, but to stimulate. If you show a film in school of two little boys kissing, then little Johnny during the break could give a peck to little Pedro. Boys, until a certain phase, imitate. In this climate, Lotti’s bold choice to prominently display a photograph of two men kissing, at a mainstream tourist attraction frequented by millions of families and children, is no small gesture. But he seems not only content with his choice and unafraid to speak publicly, but proud of it: “This kind of love, between two men or two women, has existed for thousands of years, long before the kind of ignorant bigotry that we now hear on a regular basis, provoked by a simple picture of love.” https://theintercept.com/2018/07/30/photo-of-kissing-gay-couple-sparkscontroversy-at-one-of-brazils-most-important-and-iconic-tourist-sites/ QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO Júlia Dias Carneiro, BBC News Brasil, 16 de agosto de 2018 [reproduzida pelo Uol, mesmo título e data] Remontagem de Queermuseu foi viabilizada por uma grande campanha de financiamento coletivo GABI CARRERA/DIVULGAÇÃO 264 Quando as portas das Cavalariças da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, no Rio de Janeiro, se abrirem no próximo sábado, o público carioca poderá visitar a exposição mais debatida e menos vista dos últimos tempos. Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cercada de polêmica após seu fechamento às pressas, em setembro do ano passado, pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, respondendo a fortes críticas de grupos que viram nas obras apologia a pedofilia, zoofilia e blasfêmia. Um mês depois, a Queermuseu foi vetada pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que gravou um vídeo afirmando que os planos de levar a exposição "de pedofilia e zoofilia" para o Museu de Arte do Rio (MAR) não iriam adiante. "Só se for no fundo do mar", afirmou à época. A remontagem da exposição na EAV foi possibilitada pela maior campanha de financiamento coletivo do país, que captou mais de R$ 1 milhão de quase 1,7 mil pessoas e contou com a venda de obras de arte doadas por 70 artistas e show de Caetano Veloso para levantar recursos. Foram "11 meses de tormenta", diz o curador Gaudêncio Fidelis à BBC News Brasil, até que a exposição pudesse ser de fato exposta ao público. "Isso que a gente chama de polêmica é o resultado de uma investida muito específica que começou com o MBL (Movimento Brasil Livre) e criou uma narrativa falsa para a exposição", diz o curador gaúcho. Agora, afirma, caberá à sociedade julgar o mérito artístico da Queermuseu. "Com a exposição aberta, essa discussão poderá ser reinstituída", afirma. Para Fidelis, o processo foi uma batalha em favor de liberdades individuais e contra "investidas obscurantistas". "Grandes parcelas da sociedade entenderam que é possível empreender e vencer uma luta pelos valores democráticos. Acho que esse é o principal legado que a exposição deixa hoje", diz Fidelis. Um dos líderes do MBL, Kim Kataguiri, afirma à BBC News Brasil que o grupo defende a liberdade de expressão e protestou contra a Queermuseu pelo mau uso de dinheiro público, via isenção fiscal, para algo "que não representa a maior parte dos valores da 265 sociedade" e porque crianças estavam sendo levadas para a exposição por escolas "sem a anuência dos pais". Obra do gaúcho Fernando Baril foi considerada uma ofensa ao cristianismo DIVULGAÇÃO Onda de protestos fez exposição ser fechada às pressas Originalmente aberta no dia 15 de agosto do ano passado no Santander Cultural, na capital gaúcha, a Queermuseu ficaria em cartaz até 8 de outubro. Recebera R$ 800 mil de financiamento por isenção fiscal, via Lei Rouanet. Acabou sendo fechada às pressas quase um mês antes do previsto - nas contas de Fidelis, dois dias e quatro horas depois do início da onda de protestos nas redes sociais. Com o MBL na dianteira, críticos denunciaram obras da exposição, clamando pelo seu encerramento e por um boicote ao Santander. Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva (1996), do gaúcho Fernando Baril, que retrata Jesus crucificado com os múltiplos braços da deusa do hinduísmo, foi considerada uma ofensa ao cristianismo. Travesti da lambada e deusa das águas(2013), da cearense Bia Leite, faria apologia à pedofilia. De maneira geral, muitos se posicionaram contra a presença não regulada de crianças na exposição. 266 Ao justificar o fechamento, o Santander disse entender que "algumas obras desrespeitam símbolos, crenças e pessoas", o que não estaria em linha com sua visão de mundo. Dias depois, entretanto, o Ministério Público do Rio Grande do Sul concluiu que as obras da Queermuseu não faziam "nenhuma apologia ou incentivo à pedofilia" e recomendou a reabertura da exposição pelo banco, o que não foi feito. O êxito das investidas e o encerramento precipitado geraram uma nova onda de revolta na internet, desta vez, denunciando censura e defendendo a liberdade de expressão. Kataguiri afirma à BBC News Brasil que o movimento não defendeu censura. "Foi um mero boicote. Em nenhum momento, pedimos ação do governo para censurar a exposição", afirma. "Boicotes são uma ação voluntária que existe em toda democracia saudável, e o banco atendeu por livre e espontânea vontade, para preservar sua imagem. Para o crítico de arte e professor da PUC-Rio Sérgio Bruno Martins, é sintomático que o caso tenha ocorrido em um centro cultural do setor privado, gerido pelo departamento de marketing cultural de um banco. "Se uma instituição faz a avaliação de que o seu público está pautado por valores mais conservadores, vai tentar atendê-los. Podem ter algum compromisso com a arte, mas o primeiro compromisso é com a imagem da marca", diz o professor da PUC-Rio. Obra da cearense Bia Leite foi acusada de fazer apologia à pedofilia DIVULGAÇÃO 267 Para ele, associar obras de arte a pedofilia ou zoofilia passam por uma noção ingênua e moralizante da representação, como se as obras tivessem adesão moral àquilo que representam. "Eles viram no meio da arte a chance de inflamar uma espécie de guerra cultural, jogando com um plano moral, no qual uma retórica da escandalização tem um apelo muito fácil, especialmente nesse ecossistema de redes sociais", afirma. O que é a Queermuseu A Queermuseu abrange 223 obras de 84 artistas, como Adriana Varejão, Volpi, Lygia Clark e Leonilson, datadas dos anos 1950 até os dias de hoje. É a maior exposição sob a alcunha queer no Brasil. A expressão da língua inglesa significa estranho, excêntrico, e era usada pejorativamente para se referir a homossexuais - mas foi reivindicada por movimentos LGBTI, passando a designar comportamentos que não se encaixam em padrões normativos de gênero. Segundo o curador, a exposição busca investigar, e não "ilustrar", a questão refletindo, por exemplo, sobre como a ideia do estranhamento e do fora da norma pode contribuir para pensar a arte. "Para tratar do impacto cultural conceitual, artístico e histórico da palavra queer, trago obras que não são queer. Que são formalistas, que não têm nenhuma relação com questões de gênero e sexualidade", afirma Gaudêncio Fidelis. "Tanto que a narrativa difamatória em torno da exposição foi criada a partir de cinco obras, não mais do que isso." As obras que estiveram no centro dos ataques estarão na remontagem. A polêmica fez com que o curador fosse chamado a se explicar no Senado, convocado para depor na CPI dos Maus Tratos Infantis pelo senador Magno Malta (PR). Lá, afirmou que as obras haviam sido "recortadas, editadas e descontextualizadas para criar uma narrativa falsa e contrária à sua natureza", com fins difamatórios. "A minha preocupação é que essas obras não passem por um processo difamatório pela segunda vez", diz Fidelis. 268 "É preciso restituir seu lugar na história da arte brasileira, que foi roubado com o fechamento da exposição e com a criação de uma narrativa difamatória que não tem nada a ver com a sua realidade." Recomendação de idade As Cavalariças da EAV, que pertenciam à antiga fazenda que deu origem ao Parque Lage, aos pés do Corcovado e da Floresta da Tijuca, foram reformadas com a verba do financiamento coletivo realizado para receber a Queermuseu. Mesmo na reta final da montagem, surgiram contestações. Na semana passada, o pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, pediu que o Ministério Público do Rio impusesse uma classificação indicativa para que a exposição não fosse recomendada a menores de 18 anos. Os organizadores acabaram aceitando o meio termo sugerido pelo MP. Um aviso na entrada da exposição informará que a exposição não é recomendada a menores de 14 anos desacompanhados dos pais ou responsáveis. Gaudêncio Fidelis diz acreditar que a exposição será a mais visitada no país na última década. "Não pela polêmica, mas porque as pessoas se deram conta de que algo foi roubado delas", afirma. [Há outras imagens na matéria original, mas aqui reproduzi apenas aquelas das obras...] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45191250 https://entretenimento.uol.com.br/noticias/bbc/2018/08/16/queermuseu-aexposicao-mais-debatida-e-menos-vista-dos-ultimos-tempos-reabre-no-rio.htm IGREJA DA PENSILVÂNIA ENCOBRIU MAIS DE 1.000 ABUSOS CONTRA CRIANÇAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS. CRIMES FORAM DESCOBERTOS NA MAIOR INVESTIGAÇÃO SOBRE O TEMA JÁ CONCLUÍDA NOS ESTADOS UNIDOS Antonia Laborde, El País, 15 de agosto de 2018 Um terremoto eclesiástico sacode a Pensilvânia, no leste dos Estados Unidos. Um brutal relatório do grande júri revelou nesta terça-feira, 14, que mais de 300 269 sacerdotes abusaram de crianças, meninos e meninas, nas últimas sete décadas. Esta investigação, que conseguiu identificar mais de 1.000 vítimas menores de idade, é a mais robusta que se levou a cabo nos Estados Unidos sobre abusos sexuais na Igreja Católica. O promotor geral do Estado, Josh Shapiro, revelou os escabrosos detalhes do documento, onde se conclui um "acobertamento sistemático por parte de altos servidores da igreja na Pensilvânia e no Vaticano". Sacerdotes que sabiam dos abusos decidiram proteger a igreja, não as vítimas: "O foco não era ajudar as crianças, mas evitar o escândalo", disse Shapiro em uma coletiva de imprensa. Como consequência do acobertamento, "quase todos os casos de abuso que encontramos são demasiado velhos para serem avaliados", afirma o relatório. E, embora 1.000 vítimas tenham sido identificadas, o número real - entre os casos que se perderam e os das crianças que não conseguiram fazer as acusações - seria da ordem de 'milhares'. O documento de quase 1.400 páginas publicado pela Corte Suprema de Pensilvânia descreve o comportamento de padres abusadores em seis das oito dioceses do Estado, que seriam Harrisburg, Pittsburgh, Allentown, Scranton, Erie e Greensburg. A maioria das vítimas era adolescente e pré-adolescente: "Alguns foram manipulados com álcool ou pornografia. Alguns foram obrigados a masturbar seus agressores, ou tiveram seus órgãos genitais tocados por eles. Alguns foram violados oralmente, alguns pela vagina ou pelo ânus", denuncia o texto. A investigação acusa os líderes da igreja de desencorajarem as vítimas de denunciar os crimes. "Vários administradores diocesanos, incluindo bispos, com frequência dissuadiram as vítimas de denunciar os abusos à polícia, pressionaram as forças da ordem pública para que cancelassem ou evitassem uma investigação ou eles realizaram sua própria investigação deficiente e tendenciosa sem relatar os crimes contra crianças às autoridades competentes", diz o documento. O promotor Shapiro narrou alguns detalhes dos abusos. Alguns padres entregavam cruzes de ouro às crianças abusadas para as distinguir das demais. Uma das crianças abusadas chegou a engravidar. Durante a coletiva, Shapiro leu uma nota na qual um religioso mostrava sua empatia e compaixão pelo caso. A carta foi dirigida ao violador, não à vítima. A rede de proteção entre os religiosos fica clara em uma série de histórias descritas no documento. Na diocese de Erie, por exemplo, um sacerdote confessa ao bispo ter violado ao menos 15 crianças, uma delas de sete anos de idade. O líder religioso felicita-o por ser uma pessoa "sincera" e por conseguir "avançar em seu vício". 270 O relatório foi divulgado semanas após Theodore McCarrick, um arcebispo de Washington de 88 anos, renunciar como cardeal. A destacada figura da igreja norteamericana apresentou sua demissão ao Papa Francisco após ser acusado de abusar sexualmente de crianças e adultos desde o início de sua vida religiosa, há meio século. Um dos casos de abuso sexual de maior repercussão dentro da Igreja Católica dos Estados Unidos aconteceu em Boston. Em 2002, o jornal The Boston Glovepublicou uma investigação na qual apareciam 87 sacerdotes que haviam cometido abusos nos últimos 30 anos. A reportagem, que inspirou o filme ganhador do Oscar Spotlight, também revelava como as altas esferas eclesiásticas permitiram que os abusadores voltassem a atuar após curtos períodos em centros de reabilitação. A reportagem desencadeou uma onda de casos silenciados e ignorados não só em Boston, mas em todo os Estados Unidos. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/14/internacional/1534272368_010615.html RELATÓRIO REVELA QUE 300 PADRES ABUSARAM SEXUALMENTE CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA. DOCUMENTO DO GRANDE JÚRI DA PENSILVÂNIA RELATA ABUSOS SEXUAIS PERPETRADOS POR MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA AO LONGO DE SETE DÉCADAS. HÁ PELO MENOS 1000 VÍTIMAS IDENTIFICÁVEIS Público, 14 de agosto de 2018 [Público é jornal português] Décadas de abuso sexual por membros da Igreja Católica do estado norte-americano da Pensilvânia estarão sob escrutínio público com a divulgação do relatório da investigação do grande júri liderado pelo procurador-geral do estado, Josh Shapiro. As cerca de 900 páginas do relatório compilam as conclusões de mais de dois anos de investigação e relatam casos de abusos ocorridos durante quase 70 anos, por mais de 300 padres, que a Igreja tentou encobrir. Houve quem tentasse impedir a divulgação do relatório, mas, nesta terça-feira, o documento foi tornado público — com alguns nomes removidos. Cerca de duas dezenas de pessoas mencionadas no relatório pediram ao tribunal que removesse os seus nomes. Apesar disso, várias dioceses investigadas tornaram públicos os nomes dos envolvidos e as que ainda não o fizeram prometeram fazê-lo em breve. Este é o resultado do trabalho de 23 jurados — incluindo católicos praticantes — que reuniram os testemunhos de mais de 1000 vítimas identificáveis de seis das oito 271 dioceses católicas do estado: Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton. “Tem havido outros relatórios sobre abuso sexual de crianças dentro da Igreja católica”, lê-se no relatório. “Mas nunca nesta escala. Para muitos de nós, estas primeiras histórias passaram-se noutro local, bastante longe. Agora sabemos a verdade: aconteceu em todo o lado.” Conclui-se que centenas de bispos e outros líderes da igreja católica romana da Pensilvânia perpetraram e encobriram abusos sexuais de crianças e jovens. Durante anos, persuadiram as vítimas a não denunciarem os crimes e as autoridades a não os investigarem, revela o documento. Mas para os casos relatados já é tarde demais: é muito pouco provável que as revelações conduzam a acusações penais. A legislação do estado da Pensilvânia impede que vítimas abusadas durante a infância levantem processos criminais contra a Igreja depois de as vítimas completarem 30 anos, explica o New York Times. Ainda assim, completa o Guardian, dois padres foram identificados e acusados devido ao relatório. Um deles abusou sexualmente duas crianças por vários anos, até 2010. As vítimas estão confiantes de que esta investigação trará um “debate sério” sobre a “eliminação do estatuto de limitação”: se isso não acontecer, “passa-se alguma coisa muito errada com os habitantes da Pensilvânia”, disse Shaun Dougherty ao New York Times. Dougherty, agora com 48 anos, testemunhou em tribunal sobre os abusos que sofreu quando tinha 10 anos. A Pensilvânia, onde um em cada quatro residentes é católico, é um dos Estados norteamericanos onde os abusos sexuais de crianças por membros da Igreja católica são mais investigados. Não há dados que permitam conhecer a amplitude do problema nos Estados Unidos, mas as vítimas de abuso pedem que se conduza um inquérito a nível nacional para apurar os números, à semelhança do que aconteceu na Austrália, onde durante quatro anos uma comissão real examinou casos de abuso sexual de crianças por vários grupos religiosos, entre eles a Igreja Católica. Desde que estalou o escândalo de abuso sexual de Boston, revelado pelo Boston Globe em 2002, que aumentou o número de clérigos norte-americanos investigados e acusados pelo crime. Um dos casos mais recentes é o do cardeal Theodore McCarrick, antigo arcebispo de Washington que se demitiu em Julho. 272 Do Chile e da Argentina também têm chegado ao Vaticano vários pedidos de demissão de membros da Igreja implicados em escândalos de abuso sexual. https://www.publico.pt/2018/08/14/mundo/noticia/abuso-sexual-igreja-catolicapensilvania-1841103 INVESTIGAÇÃO ACUSA 300 PADRES DE PEDOFILIA NOS EUA, COM MAIS DE MIL VÍTIMAS ABUSOS TERIAM SIDO ENCOBERTOS POR QUASE 70 ANOS, INFORMA RELATÓRIO FEITO NA PENSILVÂNIA O Globo reproduz The New York Times e AFP, 14 de agosto de 2018 Uma ampla investigação judicial nos Estados Unidos encontrou evidências confiáveis de que cerca de 300 sacerdotes da Igreja Católica cometeram abusos sexuais, com mais de mil menores de idade entre as vítimas. Bispos e outros líderes religiosos na Pensilvânia encobriram os casos durante 70 anos. As vítimas foram persuadidas a não denunciar os abusos à polícia, segundo um relatório emitido nesta terça-feira, dia 14 de agosto, pelo grande júri da Pensilvânia. O júri se reuniu por dois anos e ouviu depoimentos de vítimas e de bispos. O relatório abrange as dioceses de Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton. Duas delas — Greensburg e Harrisburg — tentaram anular a investigação no ano passado, mas depois recuaram. O documento é o mais abrangente já feito por uma agência governamental nos Estados Unidos sobre abuso sexual infantil na Igreja Católica. Ele cataloga casos terríveis, incluindo o de um padre que estuprou uma menina no hospital depois de ela ter feito uma cirurgia, além de outro sacerdote que foi autorizado a permanecer no ministério após engravidar uma menina de 17 anos, forjar uma assinatura em uma certidão de casamento e depois se divorciar da garota. “Apesar de algumas reformas institucionais, os líderes individuais da Igreja escaparam da responsabilidade pública”, escreveu o grande júri. “Sacerdotes estupravam meninos e meninas, e os homens de Deus que eram responsáveis por eles não apenas não faziam nada, como esconderam tudo. Por décadas." O grande júri acrescentou que os integrantes da Igreja mencionados no relatório foram protegidos e alguns até mesmo promovidos. 273 As vítimas se disseram aliviadas pelo fato de o procurador geral Josh Shapiro e seus agentes terem conduzido a investigação, depois que seus esforços para fazer com que as autoridades da Igreja tomassem providências não levaram a nada. "Eu tinha ido a dois bispos ao longo de cinco anos, e eles ignoraram e minimizaram minhas alegações", disse o padre James Faluszczak, que foi abusado quando criança e testemunhou perante o grande júri. "É exatamente essa gestão de segredos que tem dado cobertura aos predadores". Não houve uma avaliação abrangente do alcance total do abuso sexual infantil na Igreja Católica nos Estados Unidos. Pessoas que foram abusadas no país pressionaram por anos o governo para que uma investigação nacional fosse feita, semelhante à da Austrália, onde uma comissão passou quatro anos examinando casos. Católicos pedem investigações sobre Cardeal Os católicos pedem investigações independentes sobre os motivos que levaram o Cardeal Theodore McCarrick, ex-arcebispo de Washington, a ascender na hierarquia, apesar das advertências aos seus superiores em Roma de que ele havia molestado seminaristas e jovens padres. O Cardeal McCarrick renunciou em julho após acusações de abuso sexual contra menores, mas desde então padres da diocese de Lincoln, Nebraska, e seminaristas em Boston e em outros lugares acusaram publicamente seus superiores de fecharem os olhos à sua conduta. Um em cada quatro moradores da Pensilvânia é católico, e os procuradores têm sido particularmente receptivos às vítimas. Júris anteriores examinaram as dioceses de Filadélfia e Altoona-Johnstown. Já o novo relatório abrange o resto do estado. Ainda não se sabe se alguma das evidências descobertas pelo relatório pode levar a acusações criminais. A legislatura estadual da Pensilvânia até agora resistiu aos apelos para suspender o estatuto que impediu as vítimas na infância de abrirem processos civis contra a Igreja depois de completarem 30 anos. Para muitas delas, foram décadas até ganhar coragem para falar sobre o abuso que sofreram. A Igreja fez lobby contra qualquer mudança no estatuto, sob a liderança do bispo Ronald W. Gainer, de Harrisburg, presidente da Conferência Católica da Pensilvânia. Mas as vítimas e seus defensores dizem que, em setembro, devem iniciar uma nova campanha para pressionar os legisladores e Gainer a abandonarem sua oposição. 274 "Se isso não iniciar um debate sério sobre a eliminação do estatuto de limitação, há algo seriamente errado com meus colegas da Pensilvânia", disse Shaun Dougherty, hoje com 48 anos, que testemunhou perante o grande júri de Altoona-Johnstown sobre os abusos que sofreu dos 10 aos 13 anos de idade. Vítima que testemunhou tentou se suicidar As dioceses de Allentown, Greensburg, Pittsburgh e Scranton prometeram divulgar, depois que o relatório do grande júri foi publicado, os nomes de todos os padres de suas dioceses que são acusados de abusar sexualmente de menores. As dioceses de Erie e Harrisburg já publicaram listas em seus sites. O bispo Gainer, de Harrisburg, recentemente ordenou que os nomes dosacusados de abuso fossem retirados de todos os edifícios da Igreja na diocese. O relatório informa que uma das vítimas que testemunhou perante o grande júri tentou cometer suicídio enquanto o tribunal estava deliberando. "De sua cama no hospital, ela pediu uma coisa", diz o texto, "que terminemos nosso trabalho e digamos ao mundo o que realmente aconteceu". https://oglobo.globo.com/sociedade/investigacao-acusa-300-padres-de-pedofilia-noseua-com-mais-de-mil-vitimas-22978144 "THEY HID IT ALL”: CATHOLIC PRIESTS ABUSED 1,000 CHILDREN IN PENNSYLVANIA, REPORT SAYS Laurie Goodstein e Sharon Otterman, The New York Times, 14 de agosto de 2018 Bishops and other leaders of the Roman Catholic Church in Pennsylvania covered up child sexual abuse by more than 300 priests over a period of 70 years, persuading victims not to report the abuse and law enforcement not to investigate it, according to a searing report issued by a grand jury on Tuesday. The report, which covered six of the state’s eight Catholic dioceses and found more than 1,000 identifiable victims, is the broadest examination yet by a government agency in the United States of child sexual abuse in the Catholic Church. The report said there are likely thousands more victims whose records were lost or who were too afraid to come forward. 275 It catalogs horrific instances of abuse: a priest who raped a young girl in the hospital after she had her tonsils out; a victim tied up and whipped with leather straps by a priest; and another priest who was allowed to stay in ministry after impregnating a young girl and arranging for her to have an abortion. The sexual abuse scandal has shaken the Catholic Church for more than 15 years, ever since explosive allegations emerged out of Boston in 2002. But even after paying billions of dollars in settlements and adding new prevention programs, the church has been dogged by a scandal that is now reaching its highest ranks. The Pennsylvania report comes soon after the resignation of Cardinal Theodore E. McCarrick, the former archbishop of Washington, who is accused of sexually abusing young priests and seminarians, as well as minors. “Despite some institutional reform, individual leaders of the church have largely escaped public accountability,” the grand jury wrote. “Priests were raping little boys and girls, and the men of God who were responsible for them not only did nothing; they hid it all. For decades.” The grand jury said that while some accused priests were removed from ministry, the church officials who protected them remained in office or even got promotions. One bishop named in the report as vouching for an abusive priest was Cardinal Donald Wuerl, now the archbishop of Washington. “Until that changes, we think it is too early to close the book on the Catholic Church sex scandal,” the jury wrote. The report is unlikely to lead to new criminal charges or civil lawsuits under the current law because the statute of limitations has expired. Only two of the cases in the report so far have led to criminal charges. In statements released on Tuesday, Pennsylvania’s Catholic bishops called for prayers for victims and for the church, promised greater openness and said that measures instituted in recent years were already making the church safer. But several bishops, including Bishop David A. Zubik of Pittsburgh, rejected the idea the church had concealed abuse. “There was no cover-up going on,” Bishop Zubik said in a news conference on Tuesday. “I think that it’s important to be able to state that. We have over the course of the last 30 years, for sure, been transparent about everything that has in fact been transpiring.” 276 Church officials followed a “playbook for concealing the truth,” the grand jury said, minimizing the abuse by using words like “inappropriate contact” instead of “rape”; assigning priests untrained in sexual abuse cases to investigate their colleagues; and not informing the community of the real reasons behind removing an accused priest. “Tell his parishioners that he is on ‘sick leave,’ or suffering from ‘nervous exhaustion.’ Or say nothing at all,” the report said. Attorney General Josh Shapiro, whose office initiated the investigation, said in a news conference, “They protected their institution at all costs. As the grand jury found, the church showed a complete disdain for victims.” He said that the cover-up by senior church officials “stretched in some cases all the way up to the Vatican.” No other state has seen more grand jury investigations of abuses in the church than Pennsylvania, where about one of every four residents is Catholic and the local attorneys general have been particularly responsive to victims. Previous grand juries examined the dioceses of Philadelphia and Altoona-Johnstown; the new report covers the rest of the state. Mr. Shapiro was surrounded on Tuesday by about 20 abuse victims and their family members, who gasped and wept when he revealed that one priest had abused five sisters in the same family, including one girl beginning when she was 18 months old. Some victims said in interviews that they were relieved to finally be heard and to have their perpetrators publicly named. “I had gone to two bishops with allegations over five years, and they ignored and downplayed my allegations,” said the Rev. James Faluszczak, an Erie priest on extended leave who was abused as a child and who testified before the grand jury. “It’s that very management of secrets that has given cover to predators.” For others, it was too little, too late. Frances Samber, whose brother Michael was abused by a priest in Pittsburgh and committed suicide in 2010, said, “It’s good that the public sees this, but where is the justice? What do you do about it? Why aren’t these people in prison?” There has been no comprehensive measurement of the full scope of child sexual abuse in the Catholic Church in the United States, though somehave tried. American abuse survivors have pushed for years for the government to undertake a nationwide inquiry 277 similar to the one conducted in Australia, where a royal commission spent four years examining the sexual abuse of children by a variety of religious and civic institutions, including the Catholic Church. There have been 10 previous reports by grand juries and attorneys generalin the United States, according to the research and advocacy group BishopAccountability.org, but those examined single dioceses or counties. The Pennsylvania grand jury report lands as the sex abuse scandal in the church has reached a new stage, with calls to discipline bishops who sexually abused younger priests and seminarians, or who have covered up for abusive colleagues. Catholics are calling for independent investigations into why Cardinal McCarrick was advanced up the hierarchy despite warnings to his superiors in Rome and fellow bishops that he had molested seminarians and young priests. Cardinal McCarrick resigned in July over allegations of sexually abusing minors, but since then priests in the diocese of Lincoln, Nebraska, and seminarians in Boston and elsewhere have publicly accused their superiors of turning a blind eye to sexual misconduct. The Pennsylvania grand jury met for two years, reviewed 500,000 documents from dioceses’ secret archives, and heard testimony from dozens of victims and the bishop of Erie. The report covers the dioceses of Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh and Scranton. Two of the dioceses — Greensburg and Harrisburg — tried to quash the grand jury investigation last year, but later backed off that stance. The report lists each of the accused priests and documents how they were sent from parish to parish, and even sometimes out of state. The grand jury said that while the list is long, “we don’t think we got them all.” The report added, “We feel certain that many victims never came forward, and that the dioceses did not create written records every single time they heard something about abuse.” In the Greensburg diocese, the Rev. John Sweeney was charged by the attorney general’s office with sexually abusing a boy in the early 1990s. Father Sweeney pleaded guilty this month and awaits sentencing. In the Erie diocese, the Rev. David Poulson was arrested in May and charged with sexually assaulting a boy for eight years, starting at age 8. Father Poulson has yet to enter a plea. The Pennsylvania State Legislature has so far resisted calls to lift the statute of limitations, which has prevented childhood victims from filing civil lawsuits against the church after they turn 30. For many victims, it has taken decades to gain the courage to speak about the abuse, long past when the law would allow them to sue. 278 The grand jury and the attorney general strongly recommended that the statute of limitations be extended in civil and criminal cases. They recommended opening a temporary “window” that would permit older victims to file civil lawsuits against perpetrators, and the church. The church has lobbied against any change to the statute or to open such a window, its efforts led by Bishop Ronald W. Gainer of Harrisburg, president of the Pennsylvania Catholic Conference. But abuse survivors and advocates say that in September they plan to begin a fresh campaign to press lawmakers and Bishop Gainer to drop their opposition. “If this doesn’t start a serious debate on the elimination of the statute of limitation, there’s something seriously wrong with my fellow Pennsylvanians,” said Shaun Dougherty, now 48, who testified before the Altoona-Johnstown grand jury about being abused by a priest for three years starting at age 10. About two dozen people named in the report petitioned the court to have their names redacted from it. In the news conference, Mr. Shapiro, the attorney general, described the “intense legal battle” that played out over the last several months as some people named in the report appealed to the Pennsylvania Supreme Court to block its release. “They wanted to cover up the cover-up,” he said. Mr. Shapiro said his office would continue to fight for a full version of the report to be released with no redactions. One example of a cover-up detailed in the report concerns the Rev. Ernest Paone, a priest who was caught molesting boys and using guns with young children in Pittsburgh. A fellow pastor intervened in 1962 to stop the police from arresting him. The district attorney at the time, Robert Masters, wrote to the diocese in 1964 to say that he had halted his investigation of the case “in order to prevent unfavorable publicity” for the diocese. In testimony before the grand jury, Mr. Masters said that he had wanted the church’s support for his political career. Father Paone was relocated successively to Los Angeles, San Diego and Reno in the following years, with Pittsburgh’s bishops attesting to his fitness as a priest. Among 279 those bishops was Cardinal Wuerl, now the archbishop of Washington. He accepted Father Paone’s resignation from ministry in good standing in 2003, allowing him to collect his pension. Cardinal Wuerl released a letter to his priests on Monday, saying that while the grand jury report would be “critical of some of my actions, I believe the report also confirms that I acted with diligence, with concern for the survivors and to prevent future acts of abuse.” As of Tuesday, all six dioceses in Pennsylvania had released the names of priests with allegations against them. Bishop Gainer in Harrisburg recently ordered that the names of accused priests and of bishops who mishandled abuse cases be taken down from all church buildings in the diocese. The report says that one of the victims who had testified before the grand jury tried to commit suicide while they were deliberating. “From her hospital bed, she asked for one thing,” the grand jury wrote in the report, “that we finish our work and tell the world what really happened.” https://www.nytimes.com/2018/08/14/us/catholic-church-sex-abusepennsylvania.html?hp&action=click&pgtype=Homepage&clickSource=storyheading&module=first-column-region&region=top-news&WT.nav=top-news http://mediadownloads.pacourts.us/InterimRedactedReportandResponses.pdf?cb=42148 (relatório citado na matéria) https://drive.google.com/file/d/1jTNCDWkMoDuUEGuBBj1yjP8ceE_ojst/view?usp=sharing (relatório citado na matéria) PADRES SEGUIAM CARTILHA INFORMAL PARA SILENCIAR VÍTIMAS NA PENSILVÂNIA. DIOCESES USAVAM EUFEMISMO AO TRATAR DE ABUSOS DE CRIANÇAS PARA PROTEGER REPUTAÇÃO Danielle Brant, Folha/Uol, 15 de agosto de 2018 280 Os 300 “padres predadores” acusados de abusar sexualmente de cerca de mil crianças e adolescentes na Pensilvânia por sete décadas tinham uma espécie de código de conduta não oficial para enterrar os casos e abafar o escândalo, segundo os responsáveis pelas investigações. Na terça-feira (14), a Procuradoria Geral do estado revelou que bispos, padres e outros membros da Igreja Católica acobertaram crimes de abuso sexual contra crianças em seis das oito dioceses da Pensilvânia: Harrisburg, Pittsburgh, Allentown, Scranton, Erie e Greensburg. As duas que ficaram de fora, Filadélfia e Altoona-Johnstown, já haviam sido investigadas no passado. O relatório de quase 1.360 páginas detalha como os clérigos tinham um padrão semelhante para lidar com os casos. As práticas foram compiladas com a ajuda de especialistas em análise comportamental do FBI (polícia federal americana), que identificaram as principais estratégias usadas pelos abusadores, no que o relatório chama de “cartilha para esconder a verdade”. “O objetivo principal não era ajudar as crianças e sim evitar escândalo”, afirmam os investigadores. “Em todos os lugares, vimos o mesmo desdém perturbador para com as vítimas.” O documento compila oito estratégias. A principal delas era não avisar à polícia. “Abuso sexual contra crianças, mesmo que não tenha penetração, é e foi crime por todo período relevante. Mas não trate isso dessa forma; lide com isso como se fosse um assunto pessoal, ‘dentro de casa’.” Outra recomendação era que os padres adotassem eufemismos, em vez de expressões claras, para descrever os ataques nos documentos arquivados. Em vez de estupro, contato inapropriado. Para dar a impressão de que a diocese estava lidando com os casos, os padres deveriam ser encaminhados para “avaliação” em centros de tratamentos psiquiátricos dirigidos pela igreja. Lá, especialistas deveriam “diagnosticar” se o padre era pedófilo, baseado principalmente nos relatos do abusador, e mesmo que ele não tivesse tido contato sexual com um menor. Se a diocese decidisse remover um padre por causa do escândalo que a conduta dele poderia causar, não deveria explicar os motivos. Os paroquianos saberiam apenas que o clérigo estava em licença para cuidar da saúde ou sofrendo de “exaustão nervosa”. 281 Os investigadores identificaram casos em que, décadas atrás, agentes da lei ficaram sabendo dos ataques, apesar dos esforços das dioceses para ocultar os episódios. No entanto, decidiram deixar a igreja lidar com a situação. O documento detalha episódios em algumas dioceses. Em Allentown, por exemplo, um padre foi confrontado com uma queixa de abuso. Ele pediu ajuda por ter molestado o menino, mas a hierarquia católica concluiu que “a experiência não vai necessariamente ser um trauma horrendo” para a vítima. O clérigo continuou no ministério por muitos anos. Em Erie, um padre confessou estupro anal e oral de ao menos 15 meninos, um deles de 7 anos. O bispo mais tarde encontrou o abusador e ressaltou sua “candura e sinceridade”. Ele também elogiou “o progresso que ele fez” ao controlar seu “vício”. Anos depois, quando o padre foi excomungado, o bispo ordenou que o motivo não fosse revelado. Já na diocese de Harrisburg, um padre abusou de cinco irmãs. Além da agressão sexual, ele coletou mostras da urina, do pêlo pubiano e de sangue menstrual das meninas. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/padres-seguiam-cartilha-informalpara-silenciar-vitimas-na-pensilvania.shtml PADRES ABUSARAM DE MAIS DE MIL CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA, DIZ RELATÓRIO. INVESTIGAÇÕES APONTAM QUE CERCA DE 300 RELIGIOSOS COMETERAM ABUSOS SEXUAIS NO ESTADO AMERICANO DESDE A DÉCADA DE 1940. ALTOS MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA TERIAM ACOBERTADO OS CASOS Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018 Mais de mil crianças foram vítimas de abusos sexuais cometidos por cerca de 300 padres da Igreja Católica no Estado americano da Pensilvânia desde a década de 1940, aponta um relatório divulgado nesta terça-feira (14/08). Um dos casos envolveu o estupro de uma garota de sete anos enquanto recebia a visita de um padre no hospital após uma cirurgia de remoção de amígdalas. Outro padre forçou um menino de nove anos a fazer sexo oral, tendo limpado então a boca da criança com água-benta. 282 O relatório de cerca de 900 páginas é resultado de dois anos de investigações conduzidas por um grande júri com base em depoimentos de dezenas de testemunhas e mais de meio milhão de páginas de documentos internos da Igreja. O documento foi apresentado em coletiva de imprensa com a presença de algumas vítimas. O número real de crianças abusadas e de padres que cometeram abusos pode ser ainda maior, pois algumas vítimas nunca denunciaram as ocorrências, e alguns documentos secretos da Igreja foram perdidos. Os documentos analisados incluem relatórios de bispos para autoridades no Vaticano detalhando abusos que não foram divulgados publicamente nem encaminhados para autoridades policiais. Abusos acobertados Embora reconheça que as dioceses tenham adotado certos procedimentos e pareçam estar encaminhando queixas mais rapidamente, os autores do relatório avaliam que ainda faltam mudanças essenciais. "Apesar de algumas reformas institucionais, alguns líderes da Igreja têm escapado de assumir a responsabilidade perante o público", afirma. "Padres estavam violando pequenos meninos e meninas, e os homens de Deus que eram responsáveis por eles não somente se isentaram, eles esconderam os fatos." Os acusados de acobertar os escândalos incluem o atual arcebispo de Washington, Donald Wuerl, que teria ajudado a proteger padres quando era bispo de Pittsburgh. Segundo o relatório, bispos e líderes de dioceses usaram acordos de confidencialidade para silenciar vítimas e enviaram padres abusadores para "tratamentos", tendo permitido que centenas voltassem às suas ocupações. Além disso, policiais ou procuradores por vezes não investigaram acusações por respeito a membros da Igreja ou por alegarem que os casos estavam fora de sua jurisdição, disse o grande júri. "O padrão foi de abuso, negação e acobertamento", disse o procurador-geral da Pensilvânia, Josh Shapiro. A maioria dos casos já prescreveu, e mais de 100 padres envolvidos faleceram. Muitos outros se aposentaram, foram dispensados ou receberam licenças. 283 Apenas dois padres foram acusados formalmente, incluindo um que já havia se declarado culpado de abusar de uma criança de sete anos. O segundo padre teria abusado de dois jovens até 2010, um deles ao longo de oito anos. Seis das oito dioceses da Pensilvânia estão sob investigação, a mais ampla já conduzida por um estado americano envolvendo abusos cometidos por clérigos católicos. Juntas, as dioceses de Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton representam cerca de 1,7 milhão de católicos. A arquidiocese da Filadélfia e a diocese de Johnstown-Altoona não foram incluídas pois já foram alvo de três investigações por grandes júris anteriormente. Diante da divulgação do relatório, líderes de dioceses demonstraram pesar pelas vítimas e afirmaram que seu comportamento mudou. Também foi revelada, pela primeira vez, uma lista de padres acusados de algum tipo de má conduta sexual. Os escândalos não são exclusividade da Pensilvânia. Bispos americanos reconheceram que mais de 17 mil pessoas nos EUA fizeram denúncias em que afirmam ter sido molestadas por padres e outros membros da Igreja. No mês passado, o papa Francisco revogou o título do cardeal Theodore McCarrick, de 88 anos, em meio a acusações de que o religioso teria abusado de meninos por anos a fio e tido má conduta sexual com seminaristas adultos. https://www.dw.com/pt-br/padres-abusaram-de-mais-de-mil-crian%C3%A7as-napensilv%C3%A2nia-diz-relat%C3%B3rio/a-45093030 https://p.dw.com/p/33Ckw OPINIÃO: APÓSTOLOS SEM MORAL. A REVELAÇÃO DE OUTRO ESCÂNDALO DE ABUSO SEXUAL NOS EUA ABALA AINDA MAIS AS FUNDAÇÕES DO VATICANO. JUSTIÇA E RESSARCIMENTO PARA AS VÍTIMAS, MAS NADA DE ABSOLVIÇÃO PARA SEUS ALGOZES, OPINA ASTRID PRANGE Astrid Prange, Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018 E aí, você também sofreu abuso? No futuro, muitos católicos poderão ser confrontados com essa pergunta dolorosa. O escândalo de abuso sexual já envenena 284 toda a Igreja; desde a revelação dos primeiros incidentes nos Estados Unidos em 2002, pelo Boston Globe, os escândalos não param de se suceder. Abuso sexual por religiosos nos EUA, Austrália, Itália, Chile, Alemanha e em muitos outros países: cada vez mais vítimas tomam a palavra, cada vez mais bispos e padres são considerados culpados, cada vez mais fiéis abandonam suas igrejas. Por isso é importante sublinhar: o fato de cada vez mais casos de abuso sexual virem a público não significa que a dor das vítimas diminua. Pelo contrário: processamento, esclarecimento, justiça e ressarcimento se tornam cada vez mais importantes. É grande o perigo de que os escândalos de abuso na Igreja Católica, devido a seu grande número, sejam encarados com indiferença crescente pelo público. Mas, ao contrário dos espectadores dos noticiários, para as vítimas a vida não segue normalmente no dia depois do ato. O processamento dos casos de abuso começou em Roma e em diversas paróquias, mas ainda não está, nem de longe, concluído. O devastador relatório das investigações na Pensilvânia demonstra isso enfaticamente. O resultado dessa investigação poderia colocar em questão a Igreja Católica enquanto instituição, em sua presente forma. Pois uma instituição onde atos de violência dessa ordem ocorrem e são acobertados perde sua aceitação social, com toda razão. O Vaticano pressiona por essa dolorosa autopurificação – tarde, mas espere-se que não tarde demais. Justamente Klaus Mertes, ex-diretor do colégio católico Canisius, de Berlim, que em 2010 deu a partida para o desvendamento do escândalo de abuso sexual na Igreja Católica da Alemanha, reconhece sucessos de aprendizado em Roma: segundo ele, a comissão de proteção infantil nomeada pelo Vaticano, na qual também estão representadas vítimas de violência sexual, está fazendo um excelente trabalho. Na Alemanha, a Conferência Episcopal se autoimpôs diretrizes rigorosas sobre como lidar com o abuso sexual e sua prevenção: as vítimas têm direito a indenização, e em 2013 o prazo de prescrição para o crime foi elevado para 30 anos – ao contrário do que ainda acontece nos EUA. A Pensilvânia volta a revelar os abismos humanos, a dupla moral e a capacidade de sofrimento que até hoje vigoram dentro da Igreja Católica. Contudo, mesmo que pareça sedutor condenar a instituição como um todo, não é nada fácil traçar uma linha entre "bom" e "mau". 285 Pois não são apenas os fiéis e laicos engajados a sofrer com os abismos e contradições de "sua" Igreja. Também muitos padres e bispos que desrespeitam o celibato, ou vivem uma vida dupla por serem homossexuais, se desesperam com sua Igreja. Para não falar das mulheres, a quem é vedado o sacerdócio. Desde o Segundo Concílio Vaticano, é certo que muito mudou na Igreja, mas nem de longe o suficiente para salvá-la da paralisia. Milhões de fiéis lutam por mudanças da moral sexual católica, no confronto com os casados pela segunda vez, no celibato, no papel das mulheres. Eles merecem reconhecimento. Foram-se os tempos da infalibilidade papal e da imunidade sacerdotal. Mas até hoje Roma mantém inquestionável sua armadura moral de dogmas. Só que a série de escândalos de abuso há muito abalou os pilares desse universo masculino hierárquico. Agora ele está ameaçado de uma implosão moral. Astrid Prange é repórter e colunista da DW. [Não estou reproduzindo as imagens destes textos sobre abusos na Igreja Católica, várias delas imagens de crítica...] https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-ap%C3%B3stolos-sem-moral/a-45098957 https://p.dw.com/p/33EIX SADOMASOQUISMO E USO DE SONÍFEROS: OS DETALHES DOS ABUSOS SILENCIADOS PELA IGREJA NA PENSILVÂNIA. INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA IDENTIFICOU PELO MENOS 1.000 VÍTIMAS DE PADRES NO ESTADO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS Joan Faus, El País, 15 de agosto de 2018 As 1.356 páginas do relatório de um júri de instrução da Pensilvânia sobre os abusos sexuais de clérigos contra mais 1.000 menores de idade estão repletas de descrições horripilantes e de brutais exemplos de impunidade. A investigação revela que durante sete décadas a cúpula eclesiástica católica encobriu e tolerou muitos dos abusos perpetrados por mais de 300 sacerdotes. Na diocese de Erie, por exemplo, um padre confessou ter cometido nos anos 80 abusos sexuaisanais e orais contra pelo menos 15 crianças, uma delas de apenas sete anos. Quando se reuniu com o predador sexual, o bispo local elogiou-o por ser uma “pessoa cândida e sincera” e pelos “avanços” obtidos 286 em controlar seu “vício”. E quando finalmente o padre foi expulso, o bispo se negou a explicar os motivos. “Nada mais deve ser indicado”, escreveu. As pesquisas revelam um maquinário desumano de tolerância à pedofilia em 54 dos 67 condados da Pensilvânia. Mas em muitos casos chega tarde. A maioria dos abusos já prescreveu, ou seus autores morreram. “Apesar de algumas reformas institucionais, em geral os líderes individuais da Igreja evitaram uma prestação de contas pública. Os padres estavam estuprando meninos e meninas pequenos, e os homens de Deus que eram responsáveis por eles não só não fizeram nada como ainda ocultaram tudo”, afirma a conclusão das investigações. Abundam os exemplos escabrosos. Um padre estuprou uma menina de sete anos quando foi visitá-la no hospital depois de ser operada das amídalas. Outro deu a um menino uma bebida que o impedia de se lembrar do que ocorrera na noite anterior, quando sofreu uma violação anal. Também houve um sacerdote que acabou se demitindo após anos de acusações, mas isso não impediu que a Igreja lhe fizesse uma carta de recomendação para seu emprego seguinte: na Disney World. Também na diocese de Erie, o bispo descobriu em 1986 que um reverendo havia masturbado um adolescente várias vezes na década anterior, com o pretexto de ensinar a vítima sobre como descobrir possíveis sinais de câncer. Quando o pai de um dos meninos abusados se queixou, a resposta da arquidiocese foi lhe pedir “discrição” e que evitasse procurar mais informações, porque isso seria “daninho e desnecessário”. “É óbvio neste momento que não está pendente nem se está considerando nenhuma ação legal”, escreveu o bispo. Em Pittsburgh, a cúpula eclesiástica desprezou as queixa de abuso contra um menino de 15 anos porque o menor tinha “procurado” o sacerdote e o “seduziu” para iniciar uma relação. O padre acabou sendo detido, mas, em sua avaliação interna, a Igreja destacou que, embora o sacerdote tenha admitido atividades “sadomasoquistas” com vários menores, elas eram “suaves”. Também em Pittsburgh existiu uma rede de padres que se coordenavam para utilizar “chicotes, violência e sadismo ao estuprar suas vítimas”, conforme detalha o inquérito do júri de instrução. Os investigadores se queixaram de não ter recebido documentação recente. Ainda assim, as investigações sugerem que, apesar reformas prometidas pela cúpula eclesiástica norte-americana e pelo Vaticano, os padrões de acobertamento não desapareceram totalmente. Por exemplo, a diocese de Allentown recebeu em 2009 uma queixa sobre abusos sexuais cometidos nos anos oitenta por um sacerdote, que havia tocado os genitais de um menino de 13 anos. A diocese pediu explicações ao padre, que àquela altura já estava aposentado, e ele alegou que foi acidental. Como 287 resultado, em dezembro de 2014, o bispo de Allentown comunicou ao Vaticano que não expulsaria o padre do sacerdócio. O religioso morreu no ano seguinte. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/15/internacional/1534285596_678133.html BISPOS DOS EUA DEFENDEM INVESTIGAÇÃO DE ABUSO POR VATICANO. ORGANIZAÇÃO DIZ QUE PROBLEMA É FRUTA DE FALHAS NA SUPERVISÃO EPISCOPAL Folha/Uol, 16 de agosto de 2018 A organização que representa os bispos da Igreja Católica dos EUA defendeu nesta quinta-feira (16) que os abusos apontados no estado da Pensilvânia sejam investigados pelo próprio Vaticano, com a ajuda de investigadores leigos. O relatório, apresentado nesta terça pela Suprema Corte do estado, apontou que 300 "padres predadores"abusaram de mais de mil crianças por décadas, acobertados pela igreja. O cardeal de Washington Theodore McCarrick, que antes atuava na Pensilvânia, renunciou no mês passado diante da iminente publicação das denúncias. "Quaisquer sejam os detalhes a respeito do arcebispo McCarrick sobre os muitos abusos na Pensilvânia (ou em qualquer outro lugar), já sabemos que um dos problemas é a falha da liderança episcopal", disse o cardeal Daniel DiNardo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos Católicos dos EUA, em nota. A organização disse que vai criar novas formas para que vítimas reportem os abusos e para que as denúncias sejam investigadas sem interferência por bispos que supervisionem os acusados. Denúncias similares já emergiram na Europa, na Austrália, no Chile e nos próprios EUA, levando a processos judiciais, provocando a falência de arquidioceses e diminuindo a autoridade moral da liderança da Igreja Católica, que tem cerca de 1,2 bilhão de membros ao redor do mundo. Um grupo católico que atende vítimas de abuso expressou preocupação com o novo processo de denúncias. "Tomo tudo com um grão imenso de sal, mas essa é a declaração mais forte de que posso me lembrar envolvendo autoridades de segurança e leigos", disse Nick Ingala, porta-voz do Voice of the Faithful. 288 Para ele, seria crucial que qualquer processo seja independente da influência clerical, mas acrescentu: "Não sei como eles vão fazer isso". O Vaticano ainda não comentou publicamente sobre as denúncias na Pensilvânia. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/bispos-dos-eua-defendeminvestigacao-de-abuso-por-vaticano.shtml OS CHOCANTES CASOS DE ABUSO COMETIDOS POR “PADRES PREDADORES” CONTRA CENTENAS DE MENORES NOS EUA BBC Brasil, 15 de agosto de 2018 [reproduzida como "Os chocantes casos de abuso cometidos por ‘padres predadores’ contra centenas de menores nos EUA. Religiosos eram mantidos na função mesmo quando confessavam crime", BBC Brasil reproduzida pelo Uol, 16 de agosto de 2018] O documento começa com a seguinte declaração: "Nós, membros deste grande júri, precisamos que vocês ouçam isso. Talvez alguns de vocês tenham escutado algo parecido antes... Mas nunca nesta escala". E segue: "Para muitos de nós, esse tipo de histórias ocorreram em outro lugar, em algum lugar distante. Agora sabemos a verdade: ocorreram em todas as partes". Essas histórias são as de mais de mil menores de idade, possivelmente mais, que foram abusados sexualmente ao longo de 70 anos por cerca de 300 padres de seis dioceses do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Esses abusos ocorreram, segundo detalha o relatório divulgado pela Suprema Corte da Pensilvânia, "enquanto funcionários eclesiásticos tomavam medidas para encobri-los". Conheça a seguir detalhes de seis destes casos presentes no documento de 900 páginas do júri da Pensilvânia. 1. Um abuso disfarçado de 'exame de câncer' Um padre em Erie, Chester Gawronski, acariciava sexualmente as crianças e dizia que o fazia para "checar se tinham câncer". 289 Em 1997, depois de serem apresentadas queixas contra ele, Gawronski entregou à diocese uma lista de 41 possíveis vítimas e confirmou que havia feito o "exame de câncer" em menos 12 crianças relacionadas ali. O padre confessou voluntariamente ter cometido abusos sexuais em múltiplas ocasiões e, ainda assim, de 1997 a 2002, ele permaneceu na ativa no clero e repetidamente foi transferido para outras paróquias. 2. 'Por favor, ajude-me, abusei sexualmente de uma criança' Um dos padres, Michael Lawrence, disse ao monsenhor Anthony Muntone: "Por favor, me ajude, abusei sexualmente de uma criança". Muntone registrou a confissão em um memorando confidencial escrito à mão. E, mesmo depois do registro, a diocese afirmou: "Essa experiência não será necessariamente um trauma terrível para a vítima". O padre Lawrence permaneceu na ativa na Igreja por anos sob o comando de três diferentes bispos. 3. O padre que engravidou uma jovem de 17 anos O padre Raymond Lukac engravidou uma jovem de 17 anos, falsificou a assinatura de um pastor em uma certidão de casamento e se divorciou pouco depois de ela dar à luz. Apesar de ter feito sexo com uma menor de idade, tido um filho com ela, se casado e divorciado, foi permitido que Lukac permanecesse na Igreja enquanto a diocese buscava "um bispo benevolente em outro Estado disposto a aceitar o predador e a escondê-lo da Justiça". 4. Uma criança nua na casa do pároco O padre Joe Pease abusou repetidamente de uma criança quando ela tinha entre 13 e 15 anos. Funcionários da diocese encontraram em uma ocasião a vítima nua na casa onde o pároco vivia, mas Pease disse que era uma "brincadeira" e que "não havia ocorrido nada sexual". 290 A diocese escreveu então em um dos seus memorandos confidenciais: "Por hora, estamos em um impasse: são alegações e não admissões". O padre teve de fazer tratamentos indicados pela Igreja, e foi permitido que ele voltasse à ativa por mais sete anos. 5. Vítimas identificadas por cruzes de ouro Um grupo de ao menos "quatro padres predadores" teria estabelecido um vínculo emocional e abusado sexualmente e de forma violenta de menores. Uma das crianças teria sido forçada a ficar nua em uma cama e a posar como Cristo em uma cruz. Os padres fotografaram a vítima e incluíram essas imagens em uma coleção de pornografia infantil. Para facilitar a identificação das vítimas, eles davam presentes às suas crianças favoritas: cruzes de ouro que elas deveriam usar no pescoço - esses itens indicavam que as vítimas estavam sendo preparadas para serem abusadas. 6. O padre que providenciou um aborto para sua vítima O padre Thomas Skotek abusou de uma jovem e a engravidou. Ele mesmo providenciou depois um aborto para ela. O bispo James Timlin expressou o que sentia em uma carta: "Este é um momento muito difícil em sua vida e me dou conta de quão amargo é. Compartilho de sua dor". A carta, entretanto, não era endereçada à vítima, mas ao padre. Estes são só alguns dos muitos exemplos incluídos no documento. E, como destacou o procurador-geral do Estado, Josh Shapiro, ao apresentar o documento, os casos "demonstram claramente que houve um abuso corrupto e desmedido". "O padrão foi de abuso, negação e ocultação", afirmou Shapiro. E o pior, destacou ele, é que ainda que a lista de padres que cometeram abusos seja longa, "não acreditamos que o relatório abrange todos". 291 "Temos certeza de que muitas vítimas mais nunca se apresentaram para testemunhar", afirmou o procurador. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45191246 https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/os-chocantes-casos-de-abusocometidos-por-padres-predadores-contra-centenas-de-menores-nos-eua.shtml VATICANO CHAMA DE CRIMINOSOS OS PADRES ABUSADORES DA PENSILVÂNIA E PEDE QUE ASSUMAM RESPONSABILIDADES. IGREJA SENTE "VERGONHA E DOR" PELOS 300 CASOS DE PEDOFILIA PERPETRADOS POR SACERDOTES" El País, 16 de agosto de 2018 O Vaticano sente “vergonha e dor” depois que a Suprema Corte da Pensilvânia (EUA) publicou um relatório que documenta 300 casos de abusos sexuais perpetrados por padres. Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, a Santa Sé considera que tanto os pedófilos como os que permitiram as agressões sexuais deveriam assumir responsabilidades: “A Igreja tem de aprender duras lições de seu passado e deveriam assumir responsabilidade tanto os abusadores como os que permitiram que isso ocorresse”. A Santa Sé qualificou de “criminosos” os abusos de menores por sacerdotes. “Os abusos descritos no relatório são criminosos e moralmente reprováveis. Estes fatos traíram a confiança e roubaram a dignidade e a fé de suas vítimas”, explicou o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, Greg Burke, no texto. A nota oficial enfatiza que “a Santa Sé condena inequivocamente o abuso sexual de menores” e destaca que “as vítimas têm de saber que o Papa está a seu lado”. “Aqueles que sofreram são sua prioridade e a Igreja quer escutá-los para erradicar esse trágico horror que destrói a vida dos inocentes”, prossegue. O porta-voz do Vaticano afirmou que a maior parte do relatório tornada pública esta semana sobre os casos de pedofilia na Pensilvânia se refere a abusos cometidos antes do início dos anos 2000 e que quase não foram encontrados “casos depois de 2002”. Este fato, segundo argumenta, demonstra “como as reformas feitas pela Igreja Católica nos Estados Unidos reduziram drasticamente a incidência dos abusos cometidos pelo clero”. 292 “A Santa Sé se empenha em estar em constante reforma e vigilância em todos os níveis da Igreja Católica para garantir a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. Enfatiza também a necessidade de obedecer à legislação civil, incluindo a obrigação de denunciar os casos de abusos contra menores”, diz o comunicado. O papa Francisco, segundo afirma o comunicado, “compreende bem quanto esses crimes podem abalar a fé e o ânimo dos fiéis e reitera o chamado a fazer todos os esforços possíveis para criar um ambiente seguro para os menores e os adultos vulneráveis na Igreja e em toda a sociedade”. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/16/internacional/1534449644_563303.html https://ep00.epimg.net/descargables/2018/08/16/fa87e4d55b0e52003b0dffdb002d1 421.pdf (comunicado citado na matéria) VATICANO SABIA DOS ABUSOS SEXUAIS NA PENSILVÂNIA PELO MENOS DESDE 1963. SANTA SÉ SE MOSTROU TOLERANTE DIANTE DE ALGUNS DOS CASOS DE PEDOFILIA, MAS É IMPOSSÍVEL SABER SE TINHA CONHECIMENTO DE TODOS OS DETALHES Joan Faus e Laura Delle Femmine, El País, 17 de agosto de 2018 A investigação da Pensilvânia, que relata os abusos sexuais a mais de 1.000 menores de idade por mais de 300 religiosos durante sete décadas, revela que pelo menos desde 1963 o Vaticano conhecia alguns desses casos e se mostrou tolerante, mas é impossível saber se tinha conhecimento de todos os detalhes. Após dois dias de silêncio, a Santa Sé mostrou na quinta-feira “sua vergonha” pelos abusos “criminosos” nos Estados Unidos e afirmou que “responsabilidades deveriam ser assumidas”. A palavra Vaticano aparece 45 vezes no pavoroso relatório do grande júri da Pensilvânia, que revela uma máquina de silêncio e encobrimento diante dos excessos dos religiosos. A Congregação para a Doutrina da Fé, o órgão encarregado de defender a correta doutrina da Igreja católica, é mencionada 14 vezes e a Santa Sé, 11. A partir da leitura do documento de 1.356 páginas se infere que Roma foi informada diversas vezes tanto dos abusos sexuais como do fato de que a Igreja norte-americana estava encobrindo padres pedófilos. Ao revelar na terça-feira as descobertas da investigação, o promotor geral da Pensilvânia, Josh Shapiro, alertou que os padrões de encobrimento “se estendem em alguns casos até o Vaticano”. A primeira vez que o Vaticano é mencionado no relatório é em 1963 e a última em 2015, quando o papa Francisco já estava à frente da principal 293 instituição do catolicismo e foram prometidas reformas contra os abusos. No caso de 2015, o Vaticano deu luz verde a um pedido de afastamento de um padre acusado de crime de pornografia infantil. Um ano antes, entretanto, não se manifestou sobre a decisão da diocese de Allentown de não afastar do sacerdócio um religioso que, nos anos oitenta, tocou nos genitais de um menino de 13 anos. O primeiro caso que o Vaticano tomou conhecimento há mais de meio século se refere ao padre Raymond Lukac, da diocese de Greensburg. Em 1963, Lukac acumulava pelo menos três queixas conhecidas de abusos sexuais e várias sobre tratamento inapropriado a menores em diferentes cidades apesar de ter prometido melhorar seu comportamento. Teve uma relação com um organista de 18 anos, se casou sendo padre e teve um filho com uma jovem que ele conheceu quando ela tinha 17, além de abusar de outra menina de 11 anos. Com esses antecedentes, o bispo de Greensburg, William Connare, se comunicou com o Vaticano em outubro de 1963. Lukac trabalhava à época em um centro religioso nos subúrbios de Chicago e, por sua má conduta anterior, não podia escutar confissões. Ele pediu a Connare para que todas as suas funções fossem restauradas e Connare o fez em pessoa à Santa Sé, que deu sua aprovação. “Enquanto estava em Roma, revisei os detalhes de seu caso com o Santo Ofício e obtive essas faculdades ao padre Lukac”, disse Connare depois em uma carta, em que esclareceu que era uma permissão para pelo menos um ano. Em seu relatório, o grande júri da Pensilvânia concluiu que “os bispos que colaboraram para manter Lukac em atividade no sacerdócio o fizeram sabendo que ele significava um risco à população e foram, portanto, cúmplices com o abuso que ele cometeu”. Existem outros exemplos. O atual arcebispo de Washington, Donald Wuerl, escreveu uma carta ao Vaticano na qual informou que padres da que era à época sua diocese, a de Pittsburgh, haviam sido acusados de cometer abusos sexuais em menores. Conhecido na cúria por sua aparente tolerância zero aos abusos e criticado fora dela por encobrir padres pedófilos, Wuerl definiu a pedofilia como algo “incurável” e afirmou que os paroquianos tinham direito a mais informação. Readmissões Apesar dessa declaração ao Vaticano “sobre a natureza séria e criminosa do problema”, na prática Wuerl permitiu que um padre pedófilo, Ernest Paone, que anteriormente foi obrigado a tirar uma licença e se afastar de suas vítimas, fosse 294 transferido diversas vezes a outras dioceses. Wuerl acabou aceitando a renúncia de Paone em 2003, mas permitiu que ele recebesse a aposentadoria. Por outro lado, em 1988 Wuerl afastou outro religioso após uma vítima apresentar uma denúncia por abuso. Cinco anos depois, entretanto, o Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, maior instância vaticana, ordenou que fosse readmitido ainda que depois tenha voltado atrás na decisão. Pouco antes das revelações do relatório da Pensilvânia, o atual arcebispo de Washington afirmou que o documento seria crítico com algumas de suas ações, mas defendeu que “agiu com diligência, preocupação pelos sobreviventes e para prevenir futuros abusos”. As técnicas usadas pelos bispos da Pensilvânia para calar as vozes críticas e as denúncias de envolvidos e familiares incluíam o afastamento dos padres pedófilos, sua “secularização”, licenças e tratamentos em centros de saúde mental, entre outras coisas. De acordo com o grande júri, o Vaticano esteve em contato com vários bispos da Pensilvânia e recebeu informação sobre os casos de abusos, mas o relatório nem sempre detalha quais foram as repercussões desses comunicados. Em 1988, por exemplo, uma mulher enviou uma carta à diocese de Pittsburgh e ao Vaticano para pedir ajuda contra o abusador de seu filho, e nunca recebeu resposta. UMA “CATÁSTROFE MORAL” O presidente da conferência episcopal norte-americana, Daniel DiNardo, afirmou na quinta-feira que a Igreja sofre uma “catástrofe moral” após as revelações de abusos na diocese da Pensilvânia e a decisão do Vaticano, no final de julho, de afastar Theodore McCarrick, arcebispo emérito de Washington, acusado de cometer abusos contra menores décadas atrás sem que isso o impedisse de subir na hierarquia das instituições católicas. Em um duro comunicado, DiNardo, no cargo desde 2016, afirmou que uma das “raízes” do problema é o “fracasso da liderança episcopal” e pediu para que seja muito mais fácil denunciar abusos e que as respostas sejam mais rápidas e transparentes. Somente o Papa tem o poder de disciplinar e expulsar bispos. “O mecanismo para abordar uma queixa contra um bispo deve estar livre de ingerências”, pediu. “Não tenho ilusões sobre o alcance do dano que esses pecados e fracassos causaram na confiança nos bispos”. Em um duro comunicado, DiNardo, no cargo desde 2016, assegurou que uma das “raízes” do problema é o “fracasso na liderança episcopal” e pediu que seja bem mais 295 fácil denunciar abusos e que as respostas sejam mais rápidas e transparentes. Só o Papa tem a potestade de disciplinar ou expulsar a bispos. “O mecanismo para abordar uma queixa contra um bispo deve estar livre de interferências”, reclamou. “Não me faço ilusões sobre o alcance do dano que estes pecados e fracassos causaram na confiança nos bispos”. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/17/internacional/1534538033_258338.html ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) Nicola Pamplona, Folha/Uol, 18 de agosto de 2018 Representantes de movimentos religiosos realizaram um protesto neste sábado (18) contra a exposição Queermuseu, aberta no Rio cerca de um ano após ter sido censurada em Porto Alegre. Eles acusam a mostra de desrespeitar símbolos cristãos e de apologia à pedofilia e zoofilia. Em setembro de 2017, protestos de movimentos conservadores levaram o Santander Cultural a decidir pelo cancelamento da mostra. A montagem no Rio foi garantida após crowdfunding , que levantou mais de R$ 1 milhão, e polêmica com o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Neste sábado, o curador da Queermuseu, Gaudêncio Fidelis, disse que a reabertura da mostra é uma "vitória contra o fascismo". "Na farsa que foi criada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) em torno dessa exposição reside um movimento obscurantista", afirmou. Representantes do MBL estiveram presentes ao protesto, ao lado de movimentos intitulados Liga Cristã Mundial e Templários da Pátria. Eles tentaram abafar o discurso de Fidelis gritando o nome do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e do senador Magno Malta (PR), um dos críticos à mostra. "A blasfêmia não pode ser esconder atrás da arte", gritavam os manifestantes antes do início do evento. O grupo reuniu cerca de 30 pessoas para o protesto, que teve convocação na página do MBL no Facebook. 296 “Nós não somos contra a arte. Somos contra o escarnecimento da fé cristã”, disse Eduardo Oliveira, diretor da Liga Cristã Mundial no Rio. “Que se faça a exposição, mas não com aquelas obras que estão lá dentro”, completou. Diante do risco de manifestações, a organização da mostra reforçou a segurança do Parque Lage, que fica no Jardim Botânico, zona sul do Rio. Uma empresa privada foi contratada para fornecer 20 seguranças e outra, para implantar câmeras e fazer a vigilância online. Houve momentos de discussão entre os manifestantes e pessoas que foram acompanhar a cerimônia de abertura, mas sem incidentes de violência. Antes da abertura, foram distribuídos aos presentes adesivos com a frase “Vencemos o fascismo”. “Eles querem cercear nosso direito de ser quem a gente é, de construir nossa família do jeito que a gente quer. Falam da família tradicional brasileira, mas o que querem é impor a família tradicional cristã”, rebateu a professora Carol Quintana. "A EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage) reafirma o seu comprometimento inegociável com a liberdade de expressão", disse o diretor da escola, Fábio Szwarcwald. Antes da EAV, a mostra chegou a ser cogitada pela direção do MAR (Museu de Arte do Rio), mas a ideia foi vetada por Crivella. "Só se for no fundo do mar", disse o prefeito, em vídeo divulgado em outubro de 2017. "Não estamos em Atlântida e a mostra vai acontecer no Parque Lage", rebateu neste sábado o diretor da EAV. A organização do Queermuseu no Rio, porém, sofreu um revés na sexta (17), com decisão judicial que restringe o acesso de menores de 14 à mostra, alegando que as obras apresentam nudez e conteúdo sexual - adolescentes com 14 e 15 anos só podem ir acompanhados por responsáveis. Inicialmente, a ideia era permitir menores de 14 acompanhados. Szarcwald, que havia levado dois filhos menores de 14 ao Parque Lage, disse que vai recorrer da decisão. O pastor Silas Malafaia chegou a pedir ao Ministério Público a restrição a menores de idade, mas não obteve sucesso. Entre as obras mais controversas da exposição, está uma tela de Adriana Varejão que retrata uma gueixa transando com um escravo, um rapaz penetrando uma cabra e dois garotos brancos num ato sexual com um rapaz negro. 297 Outra tela, de Bia Leite, em que meninos sorridentes aparecem com os dizeres "criança viada", recebeu acusações de apologia à pedofilia. Uma série de representações de Jesus nos quadros de Fernando Baril foi chamada de blasfema [Observação: nunca ouvi falar dos movimentos citados, à exceção do MBL... A matéria traz a informação de 30 manifestantes... O que permite pensar a respeito da representação social dessas manifestações e movimentos... Coloco como hipótese que o que vemos são manifestações que procuram aparecer na mídia, mas com pouca representatividade... O que me leva a pensar no papel do jornalismo... A meu ver, pautas religiosas defendidas nos legislativos brasileiros também devem ser pensadas... Até que ponto não seriam pautas de hierarquias de igrejas e não – inicialmente – de fiéis, os quais estariam mais preocupados com questões de sobrevivência, como emprego, serviços do Estado, preços de produtos e serviços etc...? ] https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/08/exposicao-queermuseu-abre-norio-com-protestos-de-movimentos-religiosos.shtml EM ATRITO COM MACRI, PAPA FRANCISCO SE ENGAJA EM DEBATE SOBRE ABORTO. IGREJA ELEVA CRÍTICAS AO PROJETO DE LEI QUE DESCRIMINALIZA PRÁTICA NA ARGENTINA Sylvia Colombo, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 “No século passado, todos estavam escandalizados pelo que faziam os nazistas para cuidar da pureza da raça. Hoje se defende fazer o mesmo, mas com luvas brancas.” Depois que o papa Francisco disse isso, a Igreja Católica, que já havia se posicionado contra o aborto, elevou o nível das críticas ao projeto de lei que se vota no dia 8. O papa e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, estão em fricção política desde que este assumiu a Presidência. Francisco declarara seu apoio, na eleição de 2015, ao peronismo, representado por Daniel Scioli. Depois de eleito, Macri visitou o pontífice duas vezes, tentando estreitar relações, mas foi recebido de modo frio e distante. O estímulo do presidente para que o Congresso debatesse a Lei do Aborto afastou ambos ainda mais. Francisco já visitou vários países da América do Sul (Brasil, Equador, Paraguai, Peru, Chile, Colômbia, Bolívia e México), mas vem evitando seu país natal, muitos creem que seria para evitar um encontro com Macri que poderia ser capitalizado politicamente. 298 A igreja argentina planeja realizar, no próprio dia 8, uma “Missa pela Vida”, que ocorrerá na Catedral de Buenos Aires às 20h, justamente no momento em que os senadores estarão debatendo o projeto e estão programados atos dos ativistas pró e contra a medida. A cerimônia será presidida pelo arcebispo de Buenos Aires, cardeal Mario Poli, e estarão presentes sacerdotes de destaque de várias províncias do país. Os religiosos também vêm estimulando os fiéis a realizar atos, orações e jejuns pela campanha #ValeTodaVida. Há três semanas, na famosa Basílica de Luján, lugar de peregrinação dos católicos argentinos, o bispo Oscar Ojea disse que, se a lei for aprovada “será a primeira vez que se ditará, na Argentina, em tempos de democracia, uma lei que legitima a eliminação de um ser humano por outro ser humano”. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/em-atrito-com-macri-papa-franciscose-engaja-em-debate-sobre-aborto.shtml DEBATE SOBRE ABORTO LEGAL NA ARGENTINA ENTRA NA RETA FINAL SOB PRESSÃO DE CONSERVADORES. MOBILIZAÇÕES AUMENTAM PARA TENTAR IMPEDIR QUE EM 8 DE AGOSTO O SENADO TORNE LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA Mar Centenera, El País, 01 de agosto de 2018 299 Manifestação contra o aborto legal na Argentina em frente à residência presidencial. AFP O debate sobre a legalização do aborto na Argentina está na reta final: em 8 de agosto, o Senado votará o projeto de interrupção voluntária da gravidez aprovado pela Câmara dos Deputados em junho. Uma maioria de votos a favor tornaria a Argentina o primeiro dos grandes países latino-americanos com uma lei de aborto legal com prazos, semelhante à que já existe no vizinho Uruguai — no Brasil, o Supremo Tribunal Federal começa no final desta semana a discutir o tema. Mas os setores mais conservadores da sociedade argentina, liderados pela Igreja católica, aumentaram a pressão nas últimas semanas. Os números estão muito equilibrados. Os votos dos 72 senadores estão divididos, com uma ligeira vantagem a favor do não, o que deixa o resultado final nas mãos dos cinco parlamentares indecisos. Para que a balança se incline a seu favor, alguns defensores do aborto legal propõem a introdução de mudanças –como incluir a objeção de consciência institucional e reduzir de 14 para 12 semanas o prazo para o aborto livre– que devolveriam a iniciativa à Câmara dos Deputados para a aprovação definitiva. Outros, por outro lado, resistem a qualquer modificação. Enquanto se estabelecem alianças intraparlamentares, ambos os lados procuram conquistar as ruas. Os detratores do projeto eram muito menos numerosos do que aqueles que o defendiam nas proximidades do Congresso no dia da votação na Câmara e intensificaram os chamados à mobilização para evitar que isso se repita. A Unidad Provida, uma coalizão de organizações contrárias ao aborto, convocou uma 300 manifestação para esta segunda-feira em frente à residência presidencial em Olivos, nos arredores de Buenos Aires. “As organizações que defendem os direitos das mulheres e crianças nascidas e por nascer se concentrarão nesta tarde, a partir das 19 horas, diante da residência presidencial em Olivos, e pedirão ao presidente que se abstenha de intervir, por meio de seus ministros, no debate aberto sobre o aborto”, diz o texto que convoca a manifestação. UMA SEMANA DECISIVA Nesta quarta falarão no Senado os últimos oradores a favor e contra o aborto legal. Do lado de fora, os partidários do sim convocaram um pañuelazo(manifestação em que lenços são erguidos) e uma “terça-feira verde”, a cor que os identifica. Na quarta-feira, as comissões que discutem o texto devem elaborar os pareceres que serão votados no plenário no dia 8. Se o parecer da maioria incluir modificações à iniciativa original, sua aprovação definitiva ficará comprometida e a nova lei deverá passar pela Câmara dos Deputados. Adolfo Rubinstein, o ministro da Saúde, tornou-se um dos grandes alvos das críticas dos grupos antiaborto por sua defesa do projeto de lei que propõe legalizar a interrupção da gravidez até 14 semanas. Tais grupos tentaram, sem sucesso, impugnar sua apresentação no Senado, onde mostrou estatísticas que indicavam de uma redução do número de abortos nos países em que é legal. Rubinstein também enfatizou que a legalização dessa prática representaria uma economia importante para os cofres do Estado, que hoje fazem frente a aproximadamente 50.000 internações anuais devido a complicações derivadas de abortos inseguros. 301 A Unidad Provida critica as intervenções do ministro e rejeita que Mauricio Macri participe do debate sem tê-lo incluído de antemão em seu programa eleitoral. Muitos de seus eleitores também não veem isso com bons olhos, como ficou claro hoje com a hashtag #MacriConAbortoNoTeVoto, que se tornou trending topic no Twitter. A lei atual prevê penas de um a quatro anos de prisão para a mulher que decide interromper a gravidez, exceto se for fruto de uma violação ou se colocar sua vida em risco. Mesmo assim, na Argentina acontecem entre 350.000 e 450.000 abortos por ano, de acordo com estimativas extraoficiais endossadas pelo Ministério da Saúde, e cerca de cinquenta gestantes morrem. A Igreja chamou seus fiéis para manifestarem nas ruas sua rejeição ao projeto de lei. “Como já dissemos em outras ocasiões, apoiamos e incentivamos aqueles que desejem se manifestar publicamente como cidadãos responsáveis para testemunhar o respeito à vida”, disse a Conferência Episcopal Argentina em um comunicado divulgado no último dia 25. Hoje, os bispos convocaram uma “missa pela vida” no dia da votação, na catedral, localizada na praça de Mayo, no centro da cidade, enquanto os defensores do aborto legal farão uma vigília em frente ao Congresso no mesmo dia. Os sacerdotes villeros, com grande influência nos bairros mais pobres do país, anunciaram a criação de centros de contenção e assistência alimentar, de saúde e jurídica para mulheres sem recursos com gravidezes não planejadas. “Escolhemos nos encarregar de modo comunitário dessas situações dramáticas e não esperamos acriticamente a instalação de uma verdadeira cultura do descarte humano”, escreveram os padres em uma declaração conjunta. Sua proposta é semelhante ao polêmico projeto legislativo apresentado pelo presidente provisório do Senado, o macrista Federico Pinedo, no qual propunha a adoção como alternativa ao aborto. O jornal La Nación, cuja tiragem é uma das maiores do país, juntou-se no domingo à ofensiva antiaborto com um editorial rejeitando inclusive a interrupção da gravidez em casos de estupro, um suposto legal desde 1921, ao qual também se opõe a vicepresidenta Gabriela Michetti. “Não é um aborto o que pode apagar as tristes marcas de uma violação, apenas suprimirá o ser em gestação e adicionará o sofrimento de ter abortado”, afirmou o jornal. María Eugenia Vidal, governadora da província de Buenos Aires, advertiu hoje que se a legalização do aborto for aprovada, “será difícil de aplicar”. Dentro de dez dias se saberá se a campanha conservadora vencerá e a Argentina manterá o aborto na ilegalidade. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/30/internacional/1532964366_907805.html 302 MARTA DILLON: “UMA MULHER MORRER POR ABORTO ILEGAL É FEMINICÍDIO DE ESTADO” Olavo Barros, Ponte Jornalismo, 30 de julho de 2018 Criadora do movimento feminista ‘Ni Una Menos’ acredita na aprovação da legalização do aborto no Senado argentino e prepara-se para colher os frutos de décadas de militância Em meio ao frio inverno da capital da Argentina, floresce uma primavera feminista. O debate sobre o Projeto de Lei da IVE (sigla em castelhano para Interrupção Voluntária da Gravidez) tem esquentado o clima nas ruas, universidades, lares e, recentemente, nas casas legislativas do país. A Onda Verde, uma referência aos pequenos panos usados pelas apoiadoras e apoiadores da Campanha pelo Direito ao Aborto, atingiu como um tsunami a agenda política nacional. Em 14 de junho, foi aprovada a chamada “meia sanção” na Câmara dos Deputados – com uma estreita margem de 129 votos favoráveis, 125 contra, 1 abstenção e 1 ausência. O projeto está no Senado e será votado no próximo dia 8 de agosto. É nesse contexto de efervescência política e social que Marta Dillon, idealizadora e fundadora do mais célebre movimento feminista argentino da atualidade, o Ni Una Menos, recebe a reportagem da Ponte. Marta é mulher lésbica, esposa, mãe, avó, jornalista, escritora, ativista dos movimentos feminista, LGBT+ e de combate ao HIV, e também foi vítima da Ditadura Militar argentina. Sua mãe, Marta Taboada, foi assassinada pelo regime em 1977 e seu corpo ficou desaparecido até 2011, quando a Equipe Argentina de Antropologia Forense finalmente identificou seus restos mortais numa cova de indigentes. Usando sempre as adversidades como potência de transformação, a ativista conta que encontrou no feminismo “uma linguagem que me permite explicar minha vida inteira e entendê-la de outra maneira”. E assegura: “o feminismo me salvou a vida”. Confira a entrevista: Ponte: Vivemos num momento de avanço conservador em todo o mundo: eleição de Trump nos EUA, Brexit no Reino Unido, Impeachment de Dilma Rousseff no Brasil… 303 Marta Dillon: …Macri aqui na Argentina. [risos] Ponte: Nesse sentido, em um país tradicionalmente católico e conservador como a Argentina, a aprovação de uma legislação menos restritiva em relação ao aborto tem sido uma grande conquista dos movimentos progressistas e do movimento feminista em particular. O que aconteceu para que se construísse esse momento histórico? Marta Dillon: Conservador é uma maneira de dizer, é um país que está bem dividido. A metade do país é progressista e a outra metade é conservadora. Nós viemos de um período de ampliação de direitos, onde conseguimos o matrimônio igualitário, a lei de identidade de gênero, a lei de saúde sexual e direitos reprodutivos, toda uma agenda que vinha impulsionando o feminismo há muitos anos e o feminismo na Argentina sempre foi visto como uma presença sustentada, mas bem marginal em algum sentido. Na Argentina, há 33 anos, realizamos o Encontro Nacional de Mulheres, quando nos reunimos em diferentes cidades do país para debater todos os temas referentes às nossas vidas e ao feminismo e isso gerou, de alguma maneira, um caldo de cultivo de onde saíram muitas dessas leis. Há movimentos sociais que são fortes e no feminismo confluem: organizações políticas, movimentos sociais e feministas autônomos e, digamos, mais radicais, especificamente feministas. Em 2015, tivemos o surgimento do movimento Ni Una Menos que modificou radicalmente justamente este sistema de isolamento que estava o feminismo, que se torna muito numeroso e, como eu te disse, se auto-organiza para gerar esses encontros. A partir de Ni Una Menos foi que se pulou o muro do feminismo para começar a envolver muitos setores da população que não se viam representados nesses princípios e que passam a se reconhecer feministas. Ponte: E por que você acha que aconteceu essa identificação? Marta Dillon: Se reconhecem feministas por várias coisas, primeiro porque se simplificou a linguagem. Foram tirados do âmbito puramente teórico e se puseram ao alcance de enormes setores da população conceitos como patriarcado, que as relações de sexo e gênero são relações de opressão… A partir do reconhecimento dessa opressão, há uma politização tanto de adolescentes quanto de muitas mulheres que nunca haviam participado em política que começam a reconhecer outras opressões. E, além disso, houve um deslocamento do feminismo como sujeito político. Nós, feministas, já não demandávamos só por políticas assistenciais, mas por uma mudança completa, revolucionária no sentido de repensar relações econômicas, de repensar do que se trata a Justiça, de repensar todas as questões que têm a ver com o corpo e com a autonomia das mulheres, mas não somente isso. Ponte: E a Campanha pelo Direito ao Aborto ganha força justamente nesse contexto? 304 Marta Dillon: A Campanha pelo Direito ao Aborto é uma articulação nacional que sai dos encontros nacionais de mulheres e que têm 13 anos de desenvolvimento. Essa confluência entre o que gerou o Ni Una Menos e essa articulação que está em todo o país pôde impulsionar [a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto] de alguma maneira, mas, tem que se levar em conta que não foram somente as marchas de Ni Una Menos, mas, para além disso, foi a transformação dessas mobilizações em paralisações de mulheres, que foram tomadas como uma ferramenta que interpelou setores que antes não se consideravam feministas, como as sindicalistas, outros movimentos sociais. Há uma mobilização feminista muito forte na Argentina. É a sétima vez que se apresenta um projeto de lei na Campanha pelo Direito ao Aborto, mas, antes disso, vínhamos também demandando que se cumpra o aborto por questões que são muito óbvias na Argentina: o aborto já é legal, agora queremos que se reconheça a vontade das mulheres para abortar. Não somente ter que dizer “bom, minha saúde está em perigo”. A discussão sobre o direito ao aborto legal é central no sentido de que é o que condiciona a decisão das mulheres sobre seus corpos e isso nos coloca em uma flagrante desigualdade com os homens. Me parece que essa emancipação, essa possibilidade de falar em voz alta, de falar do aborto, de hierarquizar as vozes das mulheres que abortam, que já não falam disso como se tivessem um segredo vergonhoso. Ponte: Esse foi o quarto ano consecutivo de protestos do movimento organizado por você, o Ni Una Menos. O tema da marcha deste ano foi “Sem #AbortoLegal, não há #NiUnaMenos. Não ao pacto de Macri com o FMI”. Por que a ideia de aborto livre e Ni Una Menos são inseparáveis? Marta Dillon: Em princípio, não há Ni Una Menos se há aborto clandestino porque enquanto morrem mulheres por causas totalmente evitáveis como o acesso ao aborto, considero que são feminicídios de Estado. Há uma relação direta. Se nós geramos um movimento de emancipação das mulheres, não podemos seguir sujeitas às decisões do Estado sobre nossas maternidades ou nosso não-desejo de sermos mães. O aborto é central para isso, para nos equilibrarmos como cidadãs livres, que podemos decidir não somente sobre os nossos corpos, mas decidir sobre nossa vida futura. Uma gravidez que prospera condiciona a vida inteira. Se não podemos decidir sobre isso, estamos na metade do caminho, somos cidadãs de segunda, então não há Ni Una Menos, não podemos nos emancipar da violência machista se não recuperamos soberania sobre nossas vidas e nossos corpos. Nesse sentido, o aborto é central. Ponte: E sobre o impacto do “pacto de Macri com o FMI” para Ni Una Menos e para o movimento feminista? 305 Marta Dillon: Nós fizemos ao menos duas intervenções em relação a denunciar – antes do pacto com o FMI inclusive – o endividamento externo, porque endividamento é obediência. Tanto que agora temos o FMI inspecionando as contas do país, dizendo quantos empregados ou empregadas têm que se despedir, condicionando as tarifas de luz… Ou seja, nossas vidas estão alienadas por esses pactos, por esse endividamento externo. E alienada no sentido que fazemos essas contas todos os dias. Se você está em uma relação de violência e não tem recursos econômicos não vai poder se separar, não vai poder dizer “não” quando quiser dizer “não”. A “feminização” da pobreza é um fato: são as mulheres que estão encarregadas da reprodução da vida, do cuidado dos filhos e têm os trabalhos piores pagos, porque precisam de trabalhos de meio período, porque não se contratam as mulheres que estão em idade reprodutiva. A economia nos afeta a todas e a todos, mas às mulheres de maneira diferenciada por razões lógicas. A divisão sexual do trabalho segue existindo e nós somos encarregadas, como se fosse algo natural, das tarefas de cuidado reprodutivo que nem sequer são reconhecidas como trabalho. E, além disso, acabamos nos endividando na vida privada para poder sustentar o endividamento do país e poder chegar a pagar as contas. A “bancarização” compulsiva nos coloca num sistema em que os únicos que ganham são os bancos. Ponte: A votação na Câmara dos Deputados foi muito apertada e teve de tudo: desde deputadas totalmente alinhadas ao discurso do movimento feminista até falas como a da deputada Estela Regidor [do partido União Cívica Radical (UCR)] que comparou mulheres grávidas à cadelas prenhas. O que podemos esperar da votação no Senado? Marta Dillon: O Senado é classicamente mais conservador que a Câmara dos Deputados. Eu tenho a sensação de que vai sair, primeiro porque há muita movimentação na rua, porque é um tema que se converteu em transversal, ou seja, aqui temos apoiando o aborto tanto setores liberais como de esquerda. É um tema que escapa um pouco de nossas agendas no sentido de que abortar, abortamos todas. Agora, o que pode acontecer? Acredito que [a sanção e regulamentação da lei] vai estar bastante condicionada a decisões do Poder Executivo em relação ao disciplinamento das províncias. Eu acredito que ao Poder Executivo convém que saia o aborto e, nesse sentido, acho que vai sair. Para mim, é complicado arriscar uma definição. A mobilização social é muito forte e se esse debate continuar vai ser mais desgastante. Há muita violência por parte dos setores conservadores, quer dizer, muitíssima violência, desde ameaças de morte até golpes, ameaças de torturar as mulheres que vão aos consultórios, no sentido que [médicos contrários ao aborto legal+ dizem “bom, se *uma mulher que queira interromper a gravidez+ vem ao meu consultório, faço *o procedimento+ sem anestesia”. Médicos e médicas que trabalham nos hospitais públicos. 306 Ponte: Então você apostaria na aprovação? Marta Dillon: Creio que a única maneira para os ânimos acalmarem é que saia o aborto legal e, depois, são mudanças que são muito reativas, como o que passou com o matrimônio igualitário. A igreja de Bergoglio *Papa Francisco+ dizia que “isso é uma guerra de demônios”. Parecia que ia ser um desastre e o certo é que depois se normalizam [as mudanças] porque nós, mulheres, abortamos. As católicas, as conservadoras, as de esquerda, as progressistas… ou seja, isso é um fato. Os abortos vão seguir estáveis, não é que vai haver mais abortos, isso é ridículo. O que vai haver são abortos mais seguros, sem dúvida. Então, se sair [a aprovação do aborto] vai baixar um pouco o nível de debate permanente e isso me parece que convém a todo mundo. Ponte: O bloco de senadoras e senadores FPV-PJ [composto pelo Frente Para La Victoria, kirchnerista, e pelo Partido Justicialista, ligado ao peronismo], do qual faz parte a ex-presidenta Cristina Kirchner, tuitou em seu perfil oficial que “em sua totalidade, votará a favor da meia sanção dos deputados”. Cristina não propôs esse debate em seus mandatos. Cristina está sendo oportunista? Marta Dillon: Olha, pode até ser que ela esteja sendo oportunista, mas o que acontece é que o movimento Ni Una Menos começa só ao final do mandato de Cristina Kirchner e esse movimento com toda sua diversidade, com sua heterogeneidade, veio para fazer uma mudança profunda na subjetividade das pessoas, não digo só das mulheres. Ouvir Cristina falando de feminismo enquanto era presidenta era de cortar os pulsos [risos], porque ela dizia coisas que eram inacreditáveis. Agora, o que eu acredito que aconteceu é que muitas dessas pessoas dirigentes, pessoas do mundo dos espetáculos foram educadas por suas filhas e seus filhos. E, no caso, Cristina Kirchner tem ao seu lado sua filha que lhe educou um montão sobre feminismo. Ela mesma, sua filha Florencia, que aparece como feminista depois de Ni Una Menos e que, de alguma maneira, parece que exerce influência em sua opinião. Ponte: Mas então corre o risco de Macri acabar capitalizando essa aprovação… Marta Dillon: Ainda não dá pra saber quem vai capitalizar. Macri não tem nem discurso para capitalizá-lo, não tem com que capitalizá-lo. Até porque me parece que é o contrário: para Cristina é super importante não colocar um freio nisso [debate sobre a legalização do aborto] para voltar a rearmar o FVP [partido kirchnerista], se é que se ele se rearma em algum momento, né? Ponte: Uma vez que o projeto passe no Senado, acredita que o Presidente [Mauricio] Macri vai sancionar a lei? O que acha que pode acontecer caso ele não a sancione? 307 Marta Dillon: Isso é bom para se pensar. Não acredito que vai vetar. Se vetar, realmente me parece que vai gerar muitíssima violência. Não vejo que estejam dadas as condições para um veto, porque abrir o panorama e depois fechá-lo deste modo me parece que é, sim, um gerador de violência. A questão é a regulamentação. Precisamos ver se na regulamentação mudam coisas como a obtenção de consciência ou pode ser que no Senado haja modificações e volte aos deputados e isso seja eterno, o que seria muito ruim. Há bastante compromisso de deputadas e deputados em prol de defender firmemente a legalização do aborto, no sentido de se colocarem como liberais e pensar o aborto como um tema da propriedade privada dos corpos, que não é exatamente como nós pensamos. Não pensamos que é uma não-intervenção do Estado em nossos corpos e em nossas existências, e, sim, que é uma proteção do Estado sobre as decisões livres das mulheres, das pessoas com capacidade de gestar. E também de pensar uma sociedade que permita pensar sobre as maternidades e as paternidades de uma outra maneira, nem como uma condenação à sexualidade, nem como uma imposição, mas como uma possibilidade de projetar futuro, de projetar vínculos coletivos diferentes. O aborto legal nos convêm a todas. https://ponte.org/marta-dillon-uma-mulher-morrer-por-causa-de-um-aborto-ilegal-efeminicidio-de-estado/ ARGENTINA VOTA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO EM MEIO A MOBILIZAÇÃO EM MASSA. SENADO DECIDE SE TORNA LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS Mar Centera, El País, 09 de agosto de 2018 A Argentina estará atenta ao Senado nesta quarta-feira. Os 72 parlamentares da câmara alta votam se legalizam o aborto voluntário até a 14ª semana ou o mantêm na clandestinidade, como crime punível com prisão, exceto em caso de estupro ou risco para a saúde da mãe. É uma votação crucial para a Argentina e também para a América Latina, onde o país é referência na conquista dos direitos sociais. A iniciativa foi aprovada em junho pela Câmara dos Deputados, mas tudo indica que, se não houver surpresas de última hora, não passará no Senado. A sessão acontecerá em um recinto cercado de centenas de milhares de pessoas, a maioria mulheres, mobilizadas nas ruas a favor e contra a lei. 308 Marcha a favor do aborto legal em Buenos Aires. Em vídeo, manifestação contra o aborto. FOTO: AP | VÍDEO: ATLAS [As roupas da imagem acima são referência ao livro “O conto da Aia”, Margaret Atwood...] Até agora, 37 senadores expressaram sua intenção de votar contra a legalização do aborto, entre eles o ex-presidente Carlos Menem; 31 são a favor, incluindo a exmandatária Cristina Kirchner, mas há quem peça mudanças nesse bloco; dois permanecem indefinidos, um se absterá e um estará ausente. Se os números se confirmarem, a votação será negativa e o projeto de aborto legal ficará sepultado por pelo menos um ano. A iniciativa é muito semelhante à dos países mais desenvolvidos: livre escolha da mulher até a 14ª semana de gestação e prazos superiores se houver risco para a mãe, o feto ou se a gravidez for resultado de estupro. Para salvar a lei, seus partidários do Senado aceitaram modificações no projeto original e apresentaram uma novo texto que reduzia de 14 para 12 semanas o período para o aborto livre e incluía a objeção institucional, mas não conseguiram consenso suficiente. Hoje, tentarão novamente introduzir as mudanças durante a sessão, o que devolveria o texto à câmara de origem, a dos Deputados, para a tramitação definitiva. O debate sobre a interrupção voluntária da gravidez causou um terremoto na Argentina, o país do Papa Francisco. Deixou de ser um tema tabu na sociedade para emergir como um grave problema de saúde pública: a cada ano, quase 50.000 mulheres precisam ser hospitalizadas por complicações decorrentes de abortos na 309 Argentina. Em 2016, o último ano com números oficiais, 43 mulheres morreram por essa causa. A última, Liliana Herrera, morreu há menos de uma semana. Com 22 anos e mãe de dois filhos, ela não resistiu a uma infecção generalizada após ser submetida a um aborto clandestino. A meia aprovação da Câmara dos Deputados à legalização do aborto foi comemorada nas ruas de Buenos Aires por dezenas de milhares de mulheres com lenços verdes, abraços e gritos de “aborto legal no hospital”. Mas a vitória apertada também causou uma contra-ofensiva de setores conservadores da sociedade argentina, liderados pela Igreja Católica, pelos evangélicos e por altas autoridades do Governo Macri, incluindo mulheres importantes como a vice-presidente, Gabriela Michetti; a governadora de Buenos Aires, María Eugenia Vidal; e a deputada Elisa Carrió. A Conferência dos Bispos da Argentina mudou seu tom moderado inicial por um convite explícito à mobilização contra o aborto. No último sábado, dezenas de milhares de pessoas convocadas pelas igrejas evangélicas pediram para os senadores rejeitarem a lei e “salvarem as duas vidas”, a da mãe e a do feto. Dias antes, eles também se manifestaram na frente da quinta presidencial de Olivos. Michetti, que tem o papel de desempatar, se necessário, tem sido contra o aborto, mesmo em casos de estupro, um caso previsto na lei desde 1921. Manifestantes contra a legalização do aborto em Buenos Aires. AFP 310 Parlamentares governistas também apresentaram projetos alternativos à legalização do aborto. O mais controverso foi o do chefe provisório do Senado, Federico Pinedo, que prevê que as mulheres grávidas que não desejam se tornar mães entrem em um programa estatal que cubra todas as despesas até que deem à luz e entreguem o recém-nascido para adoção. A proposta foi comparada ao O Conto da Aia, a distopia de Margaret Atwood em que as mulheres férteis são forçadas a conceber filhos para outras mulheres. Atwood tomou o plano sistemático de roubo de bebês durante a ditadura argentina (1976-1983) como uma das fontes de inspiração para seu romance e teve uma participação ativa no debate atual. “Force partos se quiser, Argentina, mas pelo menos chame o forçado pelo que é, escravidão”, disse a escritora canadense em uma carta aberta. Susan Sarandon ✔ @SusanSarandon The criminalization of abortion does not avoid women from having an abortion; it does push them to go to unsafe and clandestine places. Senators @SenadoArgentina the world is looking at you: give women the right to choose!#AbortoLegalYa #SenadoresQueSeaLey @amnistiaar 13:35 - 7 ago. 2018 59,1 mil 38,7 mil personas están hablando de esto Información y privacidad de Twitter Ads Atwood é apenas um exemplo da internacionalização do debate, que coincide com a ascensão global das demandas feministas, mas também com o avanço dos governos conservadores na região. Na América Latina, apenas três países reconhecem o direito das mulheres de decidir a interrupção de uma gravidez indesejada nas primeiras semanas de gravidez: Cuba, Guiana e Uruguai. A Argentina tem sido historicamente um país na vanguarda na amplicação dos direitos, como voltou a demonstrar em 2010 com a aprovação do casamento gay e em 2012 com a lei de identidade de gênero, e setores favoráveis ao aborto legal receberam significativo apoio internacional. Em cidades como Barcelona, Berlim, Londres, Madri, Montevidéu, Nova York e Santiago do Chile foram convocados pañuelazos para esta quarta-feira em apoio à lei. 311 Se o Senado rejeitar o projeto, o tema só poderá ser tratado novamente em 2019, ano de eleições gerais na Argentina. Na última campanha eleitoral, apenas a esquerda incluiu em seu programa a legalização da interrupção voluntária da gravidez. Para a próxima campanha, se o aborto for mantido como crime, todos os candidatos deverão se posicionar. O NORTE ARGENTINO, NA CONTRAMÃO Quase dois terços dos votos negativos serão de senadores das províncias do norte, onde a presença da Igreja Católica é mais forte, a educação privada está majoritariamente nas mãos de instituições religiosas e as catedrais ainda são o centro da vida social. Os senadores das províncias de Jujuy, La Rioja, Salta, Santiago del Estero e San Juan votarão contra a legalização. Os que se opõem são majoritariamente homens (23 contra 14 mulheres) e maiores de 50 anos de idade. A diferença por gênero é menor entre os partidários da lei, com 18 homens e 13 mulheres a favor. Os que se opõem são maioritariamente homens (23 em frente a 14 mulheres) e maiores de 50 anos. A diferença por gêneros é menor entre os partidários da lei, com 18 homens e 13 mulheres a favor. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/07/internacional/1533659021_964914.html SENADO ARGENTINO REJEITA LEGALIZAR ABORTO; PROJETO SÓ PODERÁ SER REAPRESENTADO DAQUI UM ANO Uol reproduz Reuters, 09 de agosto de 2018 Após uma sessão que começou às 9h30 da manhã de quarta-feira (8) e se encerrou somente às 2h44 da madrugada desta quinta (9), o Senado da Argentina rejeitou projeto que propunha a legalização do aborto no país, por 38 votos a 31. Foram registradas uma ausência e duas abstenções. Para avançar, era necessário que a maioria simples, 37 dos 72 senadores, tivesse aprovado o projeto. Com a rejeição da proposta, a legislação do país segue como está: o aborto é crime e pode ser punido com até quatro anos de prisão. As exceções são gravidez 312 decorrente de estupro, ou quando a mãe corra risco de morte. Agora, o projeto só poderá ser reapresentado para apreciação dos legisladores argentinos daqui um ano. Há porém, uma alternativa diante da vitória do "não": os senadores que defendem a legalização podem pedir o debate da iniciativa da parlamentar Lucila Crexell (MPN), que despenaliza o aborto até a 12ª semana de gravidez. Lucila foi uma das senadoras que se absteve na votação desta quinta. Festa e resignação Com o resultado, os grupos denominados "pró-vida", que adotaram lenços azuis como símbolo contra o aborto, festejaram com fogos de artifício. Os grupos feministas, com lenços verdes a favor da legalização, mantiveram silêncio e resignação. Famílias e clérigos usando bandanas azuis festejaram do lado de fora do Congresso quando o resultado foi anunciado pouco antes das 3h da manhã, balançando bandeiras da Argentina em apoio ao posicionamento da Igreja Católica contra o aborto no país natal do papa Francisco. "O que essa votação mostrou é que a Argentina ainda é um país que representa valores de família", disse a ativista antiaborto Victoria Osuna, de 32 anos, à Reuters. Defensores do direito ao aborto, carregando bandanas verdes que se tornaram um símbolo do movimento, ocuparam as ruas da cidade até o fim da votação, apesar de forte vento e chuva. Muitos acamparam em frente ao Congresso desde a noite de quarta-feira."Ainda estou otimista. Não foi aprovado hoje, mas será aprovado amanhã, será aprovado no próximo dia", disse a defensora do direito ao aborto Natalia Carol, de 23 anos. "Isso não acabou". Houve protestos após a votação e confronto com a polícia. Revoltados, alguns manifestantes pró-aborto lançaram garrafas, pedras, paus e até coquetéis molotov contra o cerco policial. As tropas de segurança reagiram com jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo. Houve correria pelas ruas adjacentes ao Congresso. Projeto foi aprovado na Câmara de Deputados 313 Aprovado em 14 de junho em votação apertada na Câmara de Deputados do país, por 129 votos a favor, 125 contra e uma abstenção, o projeto ganhou resistência principalmente de setores ligados a igrejas. O papa Francisco se pronunciou publicamente contra. A proposta rejeitada hoje propunha incluir o aborto nos serviços da saúde pública argentina, oferecido de forma gratuita e sem necessidade de maiores justificativas. Como limitante, não seria permitido realizar aborto após a 14ª semana de gravidez. A campanha pelo aborto foi marcada por grande polarização na sociedade argentina. Movimentos estudantis e feministas organizaram diversas passeatas às vésperas da votação na Câmara de Deputados, em junho, e fizeram do verde um símbolo do direito de interromper a gravidez. Em resposta, setores religiosos organizaram marchas com o azul-celeste, da bandeira argentina, pedindo defesa das duas vidas - a da mãe e a da criança. Se tivesse sido aprovada, a Argentina se tornaria o terceiro país da América Latina a permitir a interrupção voluntária da gravidez, depois de Cuba e Uruguai. O aborto também é legal na Cidade do México e é permitido na maior parte dos países latino-americanos - incluindo o Brasil - em caso de risco para a vida da mulher, quando é resultado de um estupro ou quando há inviabilidade da vida extrauterina. Por outro lado, é totalmente proibido em El Salvador, Honduras e Nicarágua. Lenços azuis "pró-vida" Depois de ficarem num segundo plano durante o debate na Câmara de Deputados, em que a legalização do aborto foi aprovada por 129 deputados e rejeitada por 125, organizações civis e religiosas passaram à ofensiva durante o debate no Senado. Incentivados pela Igreja com homilias e missas, milhares de manifestantes foram às ruas. A presença dos lenços azuis contra o aborto na Praça do Congresso mais do que duplicou em comparação com o número visto durante o primeiro debate em junho. Desta vez, houve uma forte presença de ônibus do interior em sintonia com o voto negativo de senadores de províncias mais conservadoras, onde a Igreja tem forte influência. No lado esquerdo da praça, predominavam famílias e mulheres acima de 35 anos. Havia maior presença de homens e de jovens ligados a grupos religiosos. 314 "Para mim, é uma questão de vida ou de morte. Tão simples quanto isso. Para mim, existe vida a partir da concepção. Portanto, interromper uma gravidez é matar o 'bebê' que já tem vida e que vai nascer nove meses depois", diz à RFI Ezequiel López, 48 anos. Mas, e para os casos de uma gravidez não desejada ou de casos aberrantes? "É preciso acompanhar a mulher grávida. Se ela não quiser o bebê, pode ser dado em adoção, um ponto que precisa ser melhor regulado na Argentina. Muitas famílias estão dispostas a adotar", argumenta, ciente de que a vitória sobre o aborto é apenas momentânea. "É um triunfo momentâneo até que, dentro de dois anos, volte a ser tratado. As pessoas que continuam com isso na cabeça vão insistir. Talvez a discussão só termine se for rejeitado num plebiscito", aponta Ezequiel. "Acreditamos que a vida é o primeiro direito humano básico que deve ser respeitado. Todos os demais direitos subordinam-se a esse primeiro", define Sofia Venegas, 36 anos. "Um bebê, seja na semana 12, 14 ou 16 de gestação, tem o mesmo direito. A única diferença é que não pode expressá-lo", compara esta mãe de três filhos pequenos. "Ninguém aqui pensa que seja fácil para uma mulher manter uma gravidez não desejada, mas também sabemos que é uma tragédia abortar com implicações em síndromes, traumas e transtornos. A mulher sempre será mãe por mais que tenha abortado", acredita esta psicóloga. "Não podemos aceitar a falência do sistema de saúde, aprovando uma lei abortiva. Precisamos de um sistema de saúde que funcione e todos temos de trabalhar, lenços azuis e verdes, em erradicar a pobreza mais do que em legalizar o aborto", indica a professora Carolina Bonorino, 39 anos, mãe de quatro filhas pequenas. Lenços verdes pelo aborto legal, seguro e gratuito Embora a presença dos lenços verdes duplicasse a dos lenços azuis, a quantidade de manifestantes não foi superior àquela observada em junho. Uma maioria de mulheres com menos de 30 anos, simpatizantes ou militantes de grupos feministas, ocupava também as ruas adjacentes ao Congresso. "Cheguei a esta luta a favor do aborto através do feminismo. No começo, eu não era a favor. A minha causa era contra a violência de gênero. Aos poucos, no entanto, eu fui 315 entendendo", conta à RFI a joalheira e estudante de artes visuais Helena Vega, 24 anos. "O aborto é uma realidade e, por mais que não tenha sido aprovado agora, vai continuar a acontecer. Esta lei que rejeitaram só permitiria que fosse feito de forma segura e gratuita para aquelas que não podem pagar", lamenta. "Mas não é um balde d'água fria porque houve um avanço. Nunca antes chegamos a esta instância. Agora está na agenda. Temos de continuar trabalhando", confia. "A legalização é para que mais mulheres não continuem a morrer se não quiserem ser mães ou se não puderem. É para que não sejam julgadas por isso", defende a estudante Anabela Pavía, 27 anos. "Foi uma vitória ter chegado até aqui. O movimento feminista gerou consciência. Esta derrota nos dá mais força para continuar a luta. Esta é uma onda que só tende a crescer", avisa. Pelo lado masculino, o economista Federico Masri, 33 anos, vê na luta pelo aborto um aspecto da luta pela igualdade de direitos. "Tudo o que favorecer a igualdade de direitos numa sociedade desigual parece-me melhor. No caso do aborto, toda a responsabilidade e a pena da lei recaem sobre a mulher. Isso é injusto", observa. "A legalização é uma questão de tempo", aposta Federico. "Nas sociedades em que o aborto tornou-se legal, foram caminhos construídos com o tempo, como no caso do Uruguai", compara. O Uruguai, onde o aborto é legalizado, passou por uma rejeição semelhante. A legalização uruguaia foi aprovada pela Câmara de Deputados em 2002, mas rejeitada pelo Senado dois anos mais tarde. Em 2008, ela foi aprovada, mas vetada pelo presidente Tabaré Vázquez, um médico oncologista. Somente em 2011, no governo de José Mujica, o Senado deu meia sanção à legalização que se tornou completa em 2012, com a aprovação da Câmara de Deputados. (Com Reuters e RFI) https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/08/09/senadoargentino-rejeita-legalizar-aborto-projeto-so-podera-ser-reapresentado-daqui-umano.htm 316 SENADO DA ARGENTINA DIZ NÃO À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E PAÍS FICA COM LEI DE 1921. A CÂMARA ALTA SE ALINHA À IGREJA E IMPEDE QUE AS MULHERES POSSAM DECIDIR COMO E QUANDO SER MÃES Mar Centenera, El País, 09 de agosto de 2018 As convicções religiosas se impuseram ao direito das mulheres de decidir sobre seu próprio corpo na Argentina, o país do papa Francisco. O Senado argentino rejeitou, por 38 votos a 31 e já entrada a quinta-feira, o projeto de legalização do aborto até a 14ª semana de gravidez, que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados em junho. A interrupção da gravidez continua a ser um crime punido com até quatro anos de prisão, apesar do fato de que a cada minuto e meio uma mulher aborta no país. A Argentina do século XXI e integrada ao mundo anunciada por Mauricio Macricontinuará com uma dívida histórica para com as mulheres: o aborto legal. O presidente argentino autorizou pela primeira vez o debate parlamentar sobre a interrupção voluntária da gravidez, mas a coalizão que lidera, Cambiemos, foi a que deu mais votos contra a iniciativa. A lei vigente, de 1921, e que só permite o aborto em caso de violação ou risco de vida para mãe, soava avançada há 97 anos, mas não respondem às novas demandas sociais de boa parte da sociedades que organizou uma mobilização inédita. O resultado negativo emudeceu as dezenas de milhares de pessoas que enfrentaram a intempérie debaixo de guarda-chuvas e plásticos verdes, a cor que identifica os partidários da legalização, e foi aplaudido no lado azul-celeste da praça, onde os detratores do projeto estavam concentrados. Foi um balde de água fria não só para o movimento feminista argentino, mas também dos países vizinhos, que viram na movimentação no sul do continente uma esperança de levantar o debate em outras partes. Os últimos discursos da noite dos senadores derrotados tentavam manter o ânimo de uma luta de longo prazo. "Os números são sabidos. Ninguém os ignora. O Não ganha esta noite, mas o futuro não lhe pertence", disse o senador Miguel Ángel Pichetto. A vitória na Câmara dos Deputados, mas especialmente a mobilização maciça que acompanhou o Sim em 14 de junho, fizeram pensar no primeiro momento que a maré verde venceria também no Senado, uma assembleia muito mais conservadora, onde estão representados os interesses das províncias do interior do país. Mas com o passar das semanas, a pressão da Igreja Católica e dos evangélicos ganhou terreno até decidir a votação. Em seus discursos antes de definir o voto, muitos senadores se protegeram 317 atrás de suas crenças religiosas e da necessidade de salvar ambas as vidas –a da mãe e a do feto– para justificar seu voto contra. O debate começou de manhã cedo, em uma tentativa de evitar que as discussões se prolongassem além da meia-noite. Ainda assim, a sessão durou quase 16 horas e terminou por volta das 3h da manhã. Apesar do clima quente nas ruas, o tom dentro do plenário foi comedido, fiel ao protocolo do Senado. “Um aborto não será menos trágico porque é feito em uma sala de cirurgia. Não, será igualmente trágico. O objetivo é que não haja mais abortos na Argentina, isso é aspirar a mais”, disse o senador Esteban Bullrich, ex-ministro da Educação de Mauricio Macri, católico fervoroso e defensor do Não à lei. Sua apresentação resumiu a posição dos grupos antiaborto: o embrião tem direitos constitucionais a partir do momento da concepção, e embora o aborto seja um fato, não poderá ser reduzido com uma lei que o regulamente. Os porta-vozes do projeto aprovado na Câmara concentraram seus argumentos no reconhecimento de uma realidade que existe, com ou sem lei. “As mulheres estão sozinhas. O homem aborta antes, desaparecendo. Portanto, este é um problema das mulheres. Os abortos são feitos e o debate de hoje é pelo aborto legal ou ilegal”, disse a senadora peronista Norma Durango. Sua colega de Tucumán, Beatriz Mirkin, foi mais direta: “Estou aqui para legislar, e aqui na Argentina se aborta, vi isso porque trabalhei em hospitais. Vi muito mais curetagens uterinas do que os senhores podem imaginar”, disse, visivelmente exaltada. A pressão da Igreja Outros senadores favoráveis à lei denunciaram a pressão da Igreja, como Pedro Guastavino, de Entre Ríos. “Ontem, em minha conta de WhatsApp, recebi uma enorme quantidade de mensagens que, em nome de Deus, me chamavam de coisas irreproduzíveis. Fiquei agarrando e me esquivando de crucifixos”, disse. As duas posições tiveram defensores em todos os partidos políticos. Guastavino é peronista, como Rodolfo Urtubey, polêmico em seus argumentos contra o aborto, mesmo em casos de estupro da mulher, quando o aborto é legal na Argentina. “O estupro também está claramente formulado, mas deveria ser revisto. Há alguns casos em que o estupro não tem essa configuração clássica de violência contra a mulher, às vezes o estupro é um ato não voluntário”, disse. Os porta-vozes do Não estavam concentrados nos partidos governistas, mas houve exceções. A senadora Gladys González, próxima de Macri, defendeu com veemência a lei. “Não podemos propor como solução para o aborto ilegal que o sistema seja 318 fechado. Queremos salvar ambas as vidas e não estamos salvando nenhuma”, disse González, referindo-se ao slogan dos que se opõem à lei. Ela foi ouvida com atenção pela colega, a vice-presidenta e presidenta do Senado, Gabriela Michetti, contrária ao aborto mesmo em caso de estupro de uma menor. Particularidades de um debate baseado na liberdade de consciência dos legisladores. Entre os grandes partidos, apenas o kirchnerismo votou majoritariamente a favor. A ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que se recusou a tratar do projeto de lei enquanto era presidente por ser contra, explicou porque votou a favor apesar de ter negado qualquer debate sobre o aborto durante seus oito anos de Governo. Abortos com agulhas de tricô A decisão de manter o aborto como crime não impede que muitas mulheres decidam interromper uma gravidez indesejada. Segundo estimativas extraoficiais, entre 350.000 e 450.000 mulheres abortam anualmente na Argentina. Eles o fazem de forma clandestina, arriscando suas vidas, especialmente as gestantes com menos recursos, que recorrem a médicos não profissionais ou a métodos perigosos como sondas, cabides, agulhas de tricô e até talos de salsa. Enquanto os senadores debatiam, uma mulher de 35 anos e mãe de cinco filhos lutava pela vida depois de ter sido submetida a um aborto clandestino em Mendoza, no oeste do país. Há menos de uma semana, Liliana Herrera, de 22 anos, morreu de infecção generalizada pelo mesmo motivo. Todos os anos, quase 50.000 mulheres sofrem complicações decorrentes de interrupções da gravidez e cerca de cinquenta morrem. O ministro da Saúde, Adolfo Rubinstein, pediu que os legisladores colocassem fim a essas mortes evitáveis, votando a favor de uma lei que garantia às mulheres um aborto seguro. O ministro da Ciência, Lino Barañao, também defendeu a lei, sem sucesso. As pesquisas de opinião mostram uma grande divisão da sociedade argentina sobre o aborto, com uma ligeira vantagem a favor da legalização, que dispara entre os mais jovens. Os estudantes foram a grande força motriz da campanha a favor e voltaram a se manifestar maciçamente hoje com lenços verdes. O Congresso só pode voltar a tratar do assunto dentro de um ano, mas a reivindicação a favor do aborto legal, seguro e gratuito continuará nas ruas. É uma questão de tempo que as argentinas não sejam obrigadas a dar à luz, mas possam escolher como e quando ser mães. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/09/internacional/1533774575_136008.html 319 SENADO DA ARGENTINA REJEITA, POR 38 VOTOS A 31, LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; DECEPÇÃO É MAIOR AQUI, ONDE O PROCEDIMENTO INSTITUCIONAL É DESONESTO Reinaldo Azevedo, Rede TV/Uol, 09 de agosto de 2018 O projeto de legalização do aborto na Argentina, aprovado pela Câmara, não conquistou a maioria dos votos dos 72 senadores argentinos. Foi recusado nesta madrugada por 38 votos a 31, com uma ausência e duas abstenções. E difícil saber onde a decepção é maior: se nos meios ditos “progressistas” do país vizinho ou entre os nossos militantes pró-legalização ou pró-descriminação. A propósito: entre nós, fazem questão de estabelecer a diferença entre uma coisa e outra, como se a descriminação pudesse ser algo mais suave do que a legalização. Trata-se, obviamente, de uma falácia. Fosse o caso de escolher uma coisa ou outra, a legalização seria preferível porque haveria, ao menos, regras, marcos, limites. A simples descriminação pode ser a porta aberta ara o vale-tudo. Não é crime comer um hambúrguer na rua. Quem o faz pode fazê-lo à sua maneira. Interromper uma gravidez há de ser algo mais complexo do que comer um hambúrguer… Todos os que leem este blog conhecem a minha posição. Já a expressei também no rádio e na TV. Defendo a lei como está hoje — e sem aquela interferência do STF, que emendou por conta própria o Código Penal, que trata do assunto entre os Artigos 124 e 128 e só exclui o crime em caso de risco de morte da mãe ou gravidez decorrente do estupro. O tribunal acrescentou por conta própria os fetos anencéfalos. E não! Não acho que se deva submeter a questão a plebiscito porque rejeito a “plebiscitização” da democracia. Mas não vou me ater a esses aspectos agora. Quero chamar a atenção para outra coisa. Assim que a Câmara dos Deputados da Argentina votou em favor da legalização do aborto, no dia 14 de junho, houve um verdadeiro frenesi entre os militantes brasileiros em favor da causa, a começar da esmagadora maioria da imprensa, ambiente em que se opor à interrupção voluntária da gravidez pode ser mais feio do que chutar a canela da mãe. Poucos atentaram para o fato de que, naquela Casa do Legislativo, a aprovação se deu por muito pouco: 129 votos a 125, com uma abstenção. Eram necessários 128. Como se vê, a coisa estava longe de ser um consenso. Não fosse a rejeição no Senado, a Argentina se juntaria à, se me permitem, esmagadora minoria de países da América Latina em que o aborto é legal: Cuba, Guiana e Uruguai. Na Nicarágua e em El Salvador, é proibido em qualquer caso. Nos demais países, a legislação é parecida com a do Brasil. A pauta da imprensa brasileira foi imediatamente tomada pela militância pró-aborto. Tinha-se a impressão de que era uma urgência, que estava em todos cantos e todos os 320 becos. Bem, a questão é falsa como nota de R$ 3. A esmagadora maioria da população continua a ser contrária a que o aborto deixe de ser crime. Pesquisa do Datafolha de janeiro deste ano indica que 57% opõem-se à mudança da legislação. Defendem a descriminação 36%. No Congresso, a proposta não seria aprovada. E é exatamente nesse ponto que setores do Judiciário e das esquerdas, sob a liderança do ministro Roberto Barroso, tentam dar um passa-moleque na população e no Congresso. Na Argentina, ao menos, faz-se um debate institucionalmente honesto. Lá como cá, os defensores da legalização do aborto são identificados com causas progressistas, humanistas, civilizatórias, verdadeiramente iluministas. Os contrários são apontados como verdadeiros ogros do reacionarismo. Em alguma instância do pensamento definiu-se que eliminar um feto humano é uma prática que nos conduz a um mundo melhor, mais humano e mais justo. Mas volto ao ponto. Na Argentina, ainda que com todas as distorções no debate, coube ao Congresso decidir. Não ocorreu a ninguém obter a legalização do aborto no tapetão da corte suprema do país, como se tenta fazer por aqui. O STF foi transformado num verdadeiro palco da militância abortista e no que chamo de um circo da agressão à ordem legal e à independência dos Poderes. Para registro e para que se não se diga que a rejeição à legalização do aborto foi uma obra dos homens do Senado da Argentina, cumpre destacar: 30 dos 72 senadores são mulheres: 14 votaram a favor; 14 votaram contra, uma senadora se ausentou, e outra se absteve. http://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/senado-da-argentina-rejeita-por-38votos-a-31-legalizacao-do-aborto-decepcao-e-maior-aqui-onde-o-procedimentoinstitucional-e-desonesto/ SENADO DA ARGENTINA REJEITA LEGALIZAR O ABORTO. MAIORIA DOS SENADORES VOTA CONTRA PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAR INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ ATÉ A 14ª SEMANA DE GESTAÇÃO, QUE HAVIA SIDO APROVADA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DIVIDIU O PAÍS. LEI ATUAL É DE 1921 Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018 Depois de um debate de cerca de 16 horas, o Senado da Argentina rejeitou na madrugada desta quinta-feira (09/08) um projeto de lei para legalizar o aborto – tema que provocou fortes divisões entre políticos e na sociedade do país. 321 Após a proposta ter sido aprovada na Câmara dos Deputados em junho, por maioria apertada, 31 senadores votaram a favor da medida, e 38, contra. Houve duas abstenções e uma ausência. O texto previa mudar uma legislação de 1921 e estabelecer a descriminalização de qualquer aborto até a 14ª semana de gestação – e não apenas nas circunstâncias previstas atualmente por lei: se a vida ou a saúde da mulher estão em risco ou se é fruto de estupro ou abuso contra uma mulher com deficiência intelectual. Após ter sido rejeitado pelo Senado, o projeto não poderá mais ser debatido neste ano legislativo. Apesar de a proposta não ter sido aprovada, muitos dos legisladores destacaram que esta foi a primeira vez que a iniciativa de legalizar o aborto chegou tão longe. "Que ninguém se deixe levar pela cultura da derrota. Bravo, meninas, vocês elevaram a honra e a dignidade das mulheres argentinas", afirmou Fernando "Pino" Solanas, senador do Proyecto Sur. "Mais cedo ou mais tarde, num dia certamente mais brilhante que este dia cinzento e triste de chuva, as mulheres terão a resposta normativa de que precisam", afirmou o senador Miguel Ángel Pichetto, chefe da bancada do Partido Justicialista. Do lado dos contrários à legalização, a senadora Silvia Elías de Pérez – da União Cívica Radical, que integra o bloco governante Cambiemos – afirmou que o projeto de lei é "inconstitucional" por não zelar pela vida do bebê. Ela defendeu políticas públicas de educação sexual. "O aborto é sempre uma tragédia, o que faz é acrescentar à mulher uma ferida a mais. Legalizar o aborto é admitir abertamente o fracasso do Estado", disse. A proposta causou divisão não apenas entre diferentes partidos, mas também entre membros de uma mesma legenda. O senador Luis Naidenoff, também da União Cívica Radical e a favor do projeto de lei, ressaltou que se trata de um problema de saúde pública, devido à quantidade de mulheres que morrem a cada ano após abortos clandestinos e porque a via punitiva para evitar a prática fracassou. Organizações não governamentais estimam que cerca de 500 mil abortos clandestinos sejam realizados anualmente na Argentina. Cerca de 60 mil resultam em complicações e hospitalizações. Desde 1983, 3 mil mulheres teriam morrido no país em consequência da prática ilegal. 322 O projeto para legalizar o aborto já foi apresentado em outras seis ocasiões no Congresso, mas nunca chegou a ser debatido. A discussão ganhou atenção novamente com o fortalecimento do movimento feminista no país. Em março deste ano, o presidente Mauricio Macri finalmente permitiu que o Congresso debatesse o projeto, mas declarou ser contra a legalização do aborto. Ele prometeu assinar a lei caso fosse aprovada pelo Legislativo. Sociedade dividida Diante do Congresso em Buenos Aires, milhares de pessoas se concentraram durante o debate no Senado para protestar a favor – com a cor verde como bandeira – e contra a legalização do aborto – de azul. Ativistas lamentaram o resultado da aguardada votação. Ambos os blocos realizaram uma série de manifestações nos últimos meses. Feministas também saíram às ruas com capas vermelhas e tocas brancas em alusão ao romance transformado em série de televisão The Handmaid's Tale (O Conto da Aia), que tematiza a opressão da mulher. Os protestos durante a votação no Senado foram em sua maioria pacíficos, mas após a aguardada votação, pequenos grupos de manifestantes entraram em confronto com a polícia, arremessando bombas incendiárias e colocando fogo em barricadas. Policiais responderam com gás lacrimogêneo. A proposta de legalizar o aborto acirrou os ânimos no país, fortemente influenciado pela Igreja Católica. Nesta quarta-feira, enquanto milhares torciam pela aprovação do projeto de lei pelo Senado, outros participaram de uma "missa pela vida" na Catedral Metropolitana de Buenos Aires. "Não se trata de crenças religiosas, mas de uma razão humanitária", disse o cardeal Mario Poli, arcebispo de Buenos Aires, aos presentes na missa. "Proteger a vida é o primeiro direito humano e dever do Estado." Médicos também se uniram aos protestos contrários à legalização do aborto nos últimos meses, chegando a estender seus jalecos brancos no chão diante do palácio presidencial. 323 Durante o debate no Senado, a ex-presidente e atual senadora Cristina Fernández de Kirchner lamentou a falta de consenso entre legisladores. "O problema vai continuar existindo. É necessário fazer um esforço para poder dar uma resposta a ele." Se o Senado tivesse transformado a proposta em lei, a Argentina passaria a ser o terceiro país da América Latina a legalizar o aborto, após Cuba e Uruguai. Manifestações em prol da aprovação da medida foram realizadas nesta quarta-feira no Brasil, no México, no Uruguai e no Equador. [Não estou reproduzindo imagens destes artigos, são imagens sobre manifestações... Vale a pena ver as matérias originais...] https://www.dw.com/pt-br/senado-da-argentina-rejeita-legalizar-o-aborto/a45013181 https://p.dw.com/p/32rz3 SENADO ARGENTINO BARRA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; PAÍSES LATINO-AMERICANOS SÃO OS QUE MAIS RESTRINGEM PRÁTICA NO MUNDO Mariana Schreiber, BBC Brasil, 09 de agosto de 2018 Em votação que só foi decidida nas primeiras horas desta quinta-feira, o Senado argentino rejeitou por pequena margem a proposta de regularização do aborto no país. A prática permanece então proibida por lei na Argentina, refletindo a situação que prevalece na maioria do continente sul-americano. Na América Latina e no Caribe, 97% das mulheres vivem sob regras que proíbem ou restringem sensivelmente o aborto, impedindo a liberdade de escolha, calcula o Guttmacher Institute, organização americana focada em diretos sexuais e reprodutivos. São países em que o aborto é totalmente proibido ou permitido apenas em casos de estupro ou quando a gravidez representa risco à saúde da gestante. Só quatro não restringem a prática na região: Cuba, Guiana, Porto Rico e Uruguai. Mas segundo o mesmo instituto, essa situação não se reflete em níveis globais: a maioria das mulheres em idade reprodutiva no mundo (cerca de 60%) vive em países 324 onde o aborto é permitido em circunstâncias amplas ou sem restrições. Isso inclui 74 nações em que é possível interromper a gravidez sem necessidade de qualquer justificativa ou que autorizam o procedimento em uma larga gama de situações, inclusive por razões socioeconômicas. Por pouco, esses números não mudaram nesta madrugada. Após mais de 16 horas de debate e intensa mobilização nas ruas, o Senado argentino rejeitou, por pequena maioria, um projeto de lei que tornaria legal a interrupção da gravidez até a 14ª semana de gestação. A votação ficou em 38 contra e 31 a favor, enquanto 3 não votaram, prevalecendo então o entendimento de que a legislação deve proteger o embrião. Em junho, a matéria havia sido aprovada na Câmara, também em placar apertado. Hoje o aborto só é permitido às argentinas em caso de estupro ou quando a gestação ameaça sua vida. Apesar do resultado no Senado, a derrota não parece completa para as mulheres que nos últimos meses tomaram as ruas das principais cidades de lenços verdes no pescoço - símbolo do movimento pela legalização. Segundo a imprensa argentina, o presidente Mauricio Macri pretende enviar ainda esse mês uma ampla proposta de revisão do Código Penal ao Congresso. A expectativa é que o texto aumente as situações em que o aborto é permitido e elimine a possibilidade de prisão para mulheres. Uma nova proposta de total legalização só pode ser analisada pelos parlamentares a partir de março. "Esta lei não vai sair esta noite, não será este ano, será o próximo ou o seguinte", discursou a senadora e ex-presidente Cristina Kirchner, ao defender a legalização. Assim como na Argentina, o movimento feminista tem aumentado a pressão pela liberação do aborto também no Brasil, onde hoje só é permitido em casos de estupro, quando a gestação apresenta risco à vida da mãe ou se o feto for anencéfalo (sem cérebro). Mas, enquanto lá o debate aconteceu no Congresso, aqui a discussão entrou na pauta do Supremo Tribunal Federal, a partir de uma ação proposta pelo PSOL em março de 2017. O partido argumenta que a criminalização da interrupção voluntária da gravidez deve ser considerada inconstitucional por ferir os direitos da mulher à cidadania e à dignidade humana. A Corte acaba de realizar dois dias de audiência pública para ouvir opiniões contra e a favor do pedido do PSOL, que defende a liberação da interrupção até a 12ª semana de gestação. A ministra relatora do caso, Rosa Weber, agora vai reunir os argumentos dos dois lados em um relatório e preparar seu voto, para então liberar a ação para julgamento. 325 A análise de propostas para liberar o aborto pelos poderes Legislativo e Judiciário em dois dos maiores países da América Latina é uma novidade num continente que está entre as regiões mais conservadoras do planeta quando se trata desse tema, ressalta Nadine Gasman, representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil. "O debate na Argentina foi um avanço para a região. A rejeição teve uma margem muito pequena e a discussão vai ter que voltar (ao Congresso). No Brasil, o debate no Supremo também teve altíssima qualidade", afirma. A Organização das Nações Unidas tem posição pela legalização do aborto, que considera uma questão de saúde pública. Gasman argumenta que a proibição não reduz a prática, apenas a empurra para a clandestinidade, aumentando os riscos de morte para a mulher. Segundo estudo da Organização Mundial de Saúde em parceria com o Guttmacher Institute, a incidência do aborto tem recuado nos países onde a prática é majoritariamente legalizada. Enquanto entre 1990 e 1994, 39% das gestações em países desenvolvidos terminaram em aborto, esse índice caiu para 28% no período de 2010 a 2014. Já na América Latina e Caribe a taxa cresceu no mesmo intervalo de comparação, passando de 23% para 32%, reflexo da conjunção da falta de políticas de planejamento familiar e acesso a métodos contraceptivos com o aumento do desejo por famílias menores. "A legalização do aborto reduz a prática porque costuma vir acompanhada de uma maior abertura para falar de planejamento familiar e contracepção", sustenta Gasman. Por que a proibição prevalece na América Latina? Enquanto a quase totalidade dos países desenvolvidos liberalizou a prática do aborto entre os anos 50 e 80, legislações restritivas continuam prevalecendo na América Latina, África, Oriente Médio e Sudeste Asiático, destaca o Center for Reproductive Rights, organização americana que monitora as legislações sobre interrupção de gravidez. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Corte Suprema declarou inconstitucional a interferência do Estado na decisão da mulher sobre sua gestação em 1973. Na França, a legalização passou a vigorar em 1975, após aprovação do Congresso. As alemães conquistaram esse direito em 1976. Para as japonesas, já é permitido desde 1948. Na Rússia, a legalização vem da União Soviética - a primeira liberação ocorreu de 1920 a 1936 e, depois, voltou a ser permitido em 1955. 326 Para a antropóloga Debora Diniz, professora da Universidade de Brasília e cofundadora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), a América Latina não acompanhou o movimento de legalização do aborto no mundo desenvolvido porque a maioria dos países estava sob ditadura militar entre os anos 60 e 80. Ela ressalta que esses regimes, em geral, contavam com apoio de setores conservadores religiosos. "Nós estamos na região mais conservadora do mundo em termos de legislação por uma herança de uma ausência de debate público qualificado para questões democráticas e de direitos individuais. Essa é a primeira geração de mulheres (no continente) que está vivendo fora de ditaduras militares, governos em que as igrejas eram muito fortes", analisou. Já a advogada Angela Vidal Gandra Martins, da União dos Juristas Católicos de São Paulo, argumenta que a legislação sobre aborto no Brasil não deve se pautar pela lei de outros países. Ela questiona a classificação de países ricos que permitem a interrupção voluntária da gravidez como "desenvolvidos". "Não significa desenvolvimento aprovar o aborto. São países utilitaristas que venceram economicamente. Hoje a gente tem visão de que o progresso é econômico e de uma 327 moralidade pública baseada numa falsa liberdade que é utilizar o outro como meio para os próprios fins. Nem todo desenvolvimento econômico significa relações humanas profundas", defendeu. Congresso x Supremo Os grupos que se opõem à liberação do aborto no Brasil também argumentam que a questão deve ser decidida no Congresso Nacional, instituição que aprova leis, e não no STF. "O Supremo existe para fazer valer a lei que os legisladores colocaram. Se a gente quiser mudar a lei, não vai ser no Supremo, é de acordo com a representatividade político-social (no Congresso)", argumenta Gandra Martins. "Um partido (PSOL) que deveria discutir com seus iguais deslocou o debate (para o STF). Isso é um aborto jurídico, vai atingir o núcleo dos nossos valores constitucionais, que são pela inviolabilidade da vida humana", acrescentou. Os que defendem a liberdade de escolha da mulher, por sua vez, sabem que não há espaço hoje no Parlamento brasileiro para aprovar a legalização e defendem que o STF tem autoridade para analisar a constitucionalidade da proibição. A criminalização do aborto está prevista no artigos 124 e 126 do Código Penal, lei de 1940. A pena de prisão é de até três anos para a mulher que interromper a gravidez e de até quatro para quem realizar o procedimento. A ação do PSOL sustenta que esses artigos ferem a Constituição de 1988 porque comprometem a dignidade da pessoa humana, a cidadania das mulheres e o princípio da não discriminação, já que as mulheres que mais sofrem com a proibição são as negras, indígenas, pobres, de baixa escolaridade e que vivem distante de centros urbanos, onde os métodos para a realização de um aborto são mais inseguros. O partido também argumenta que a criminalização viola os direitos à saúde, à integridade física e psicológica, à vida e à segurança, "por relegar mulheres à clandestinidade de procedimentos ilegais e inseguros". "A Suprema Corte é a instância final para essa revisão de questões constitucionais. O que está em curso no Brasil é uma lei anterior à Constituição que nunca foi recepcionada pelo Supremo. A pergunta não trata de formulação de uma nova lei, mas de tirar artigos de uma lei que é anterior à Constituição de 1988", argumenta Debora Diniz. 328 A professora da UnB destacou ainda a função "contramajoritária" do Supremo de preservar direitos constitucionais de grupos que têm representação minoritária no Congresso. As mulheres, embora sejam metade da população, têm apenas 10% das cadeiras no Parlamento. Na sua visão, se o STF entender que o aborto é um direito à saúde da mulher, o procedimento poderá ser oferecido na rede pública de saúde sem que uma nova lei legalizando a prática seja aprovada no Congresso. É o que aconteceu no Canadá - a Corte Suprema derrubou todas as leis que criminalizavam o aborto em 1988 e desde então nenhuma tentativa de aprovar nova legislação prosperou. https://www.bbc.com/portuguese/geral-45126092 OPINIÃO: LEGISLAR NÃO É UM ATO DE FÉ. COM REJEIÇÃO DO SENADO AO PROJETO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, ARGENTINA PERDE OPORTUNIDADE HISTÓRICA. NO ENTANTO, PAÍS CRESCE COM LUTA DAS MULHERES POR SEUS DIREITOS Verônica Marchiaro, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018 [ reproduzido pelo Uol, na mesma data, como "Opinião: Crenças religiosas se impuseram frente a uma questão de saúde pública"] Crenças religiosas e convicções pessoais se impuseram finalmente frente a uma questão de saúde pública. Ou foi o cálculo político diante das próximas eleições, junto à pressão da Igreja no país do papa Francisco. Senadores argentinos votaram contra o aborto legal, seguro e gratuito, contra a garantia de segurança abrangente para as mulheres e seu direito de decidir. E o projeto de lei ia além da descriminalização do aborto. Incluía também o fortalecimento de políticas públicas de educação sexual e reprodutiva, num Estado laico que deve garantir a ampliação dos direitos dos cidadãos. Segundo uma pesquisa da Anistia Internacional, hoje, mais de 60% da população argentina são a favor do aborto. Mas o Senado não aceitou a exigência do cidadão. Não se legislou "em torno de realidades", como pediu o chefe da aliança governista, Luis Naidenoff, mas segundo preceitos morais. Essas realidades são os cerca de 350 mil abortos clandestinos realizados anualmente na Argentina, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde, e que representam a principal causa de morte materna entre as mulheres mais pobres e desfavorecidas do país. 329 Perdeu-se uma oportunidade histórica de se dar mais um passo à frente, após um debate público quase confirmando que "temos uma sociedade madura", como disse o presidente Mauricio Macri, quando decidiu levar a questão à apreciação parlamentar, apesar de ser abertamente contra o aborto. Uma sociedade que avançou como nenhuma outra na região em termos de direitos humanos, identidade de gênero e casamento entre pessoas do mesmo sexo. Era a chance de a Argentina se atracar à modernidade, mostrando que está à altura dos países do G20, grupo das principais economias do mundo de que faz parte. Nos últimos 11 anos, durante o governo Kirchner, o projeto foi rejeitado seis vezes no Congresso. E, agora, havia se instalado uma incontrolável "maré feminista" a favor do aborto, ocupando as ruas de lenço verde. O debate foi intenso e emotivo, como é comum na Argentina. As fileiras conservadoras de ultracatólicas demonstraram não estar à altura da discussão, com argumentos que beiravam à ignorância e ao mau gosto, enquanto registravam-se ataques violentos contra ativistas de ambos os lados. Vários anos deverão passar até que outro projeto de lei semelhante possa ser novamente apreciado no Congresso, já que ano que vem há eleições, e a renovação legislativa não vai mudar o equilíbrio de forças em torno da legalização do aborto. A Argentina poderia considerar como opção de modelo a católica Irlanda, onde um grupo de cidadãos foi escolhido por sorteio para discutir a emenda constitucional, a favor da qual os irlandeses votaram por esmagadora maioria. No todo, a Argentina deu mais um passo à frente. O debate público e parlamentar foi enriquecedor para o país. Legisladores e legisladoras de diferentes vertentes políticas se uniram pela mesma causa no Congresso. E nas ruas, as mulheres abraçaram a vitória que a história dá àqueles que ousam incorporar a mudança. Verónica Marchiaro é argentina e trabalha na redação em espanhol da DW. https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-legislar-n%C3%A3o-%C3%A9-um-ato-def%C3%A9/a-45015766 https://p.dw.com/p/32sek 330 https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/08/09/opiniaolegislar-nao-e-um-ato-de-fe.htm NINGUÉM NA ARGENTINA PODERÁ SILENCIAR O CLAMOR DE MILHÕES DE JOVENS, MÃES E AVÓS. DEPUTADA DEFENDE QUE AQUELES QUE SE OPÕEM À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO PRETENDEM, EM SUA MAIORIA, QUE SE IMPONHA O MODELO DE MULHER INCUBADORA, INCAPACITANDO-A DE TOMAR SUAS DECISÕES Victoria Donda, El País, 09 de agosto de 2018 Os 38 senadores e senadoras que acabaram de votar contra o projeto da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) não quiseram ouvir o clamor de milhões de mulheres que reivindicam liberdade na Argentina. Com sua decisão, conseguem manter o status quo. Condenam, assim, milhares de mulheres a recorrer ao aborto clandestino, a colocar suas vidas em risco. Foi um voto pela clandestinidade e pela morte. Um voto para que permaneçam ancorados ao mandato dos setores mais obscurantistas de nossa sociedade que relutam em emergir dos dogmas e posturas típicas da Idade Média. Votaram pelo passado. E assim ganhou, por enquanto, o país que não assume seus problemas, sua realidade. O país que olha para o outro lado com cinismo e irresponsabilidade. Usaram todos os tipos de armas. Pressionaram e extorquiram. Tentaram e conseguiram, em parte, desviar a verdadeira discussão. O debate sempre foi entre o aborto legalizado ou clandestino. Uma questão de saúde públicaque levaram ao campo das crenças ou pseudofilosofias, tentando impor seu pensamento além da discussão sobre o aborto. Porque, por trás desse debate, há um mais abrangente, que tem a ver com o papel das mulheres na sociedade. Aqueles que se opõem à lei pretendem, em sua maioria, que se imponha o modelo de mulher incubadora, incapacitando-a de tomar suas decisões. Negando-lhe, além disso, seu próprio prazer. A todos eles dizemos que, na realidade, ganham só aquelas que formam o movimento de mulheres. E o tempo vai provar isso. Durante meses, ouvimos em ambas as câmaras especialistas (cientistas, médicos, advogados, representantes dos diferentes cleros, artistas) que eram a favor e contra o projeto. A meia-sanção foi alcançada na Câmara dos Deputados,e as mudanças no projeto original foram aceitas para que pudesse ser lei no Senado. Tivemos disposição para o diálogo e o consenso. Os que são contra não propuseram nenhum projeto alternativo ou uma proposta séria para resolver a problemática da clandestinidade e da consequente morte das mulheres. Disseram disparates como "o profilático não serve e não deve ser usado" para considerar a síndrome de Down como uma doença. 331 Também ouvimos muitos legisladores preocupados com a implementação da lei de educação sexual em todos os estabelecimentos de ensino do país. Curiosamente, se esqueceram que esta lei já existe, a 26.150, e que quase não se aplica, também "curiosamente", devido à pressão dos mesmos setores que representam e que agora afirmam ser a favor "das duas vidas", bloqueando a promulgação desta lei. No entanto, a votação no Senado não foi o fim dessa causa, longe disso. A democracia deve a todas as mulheres, há décadas, o direito de decidir sobre seus corpos. Por isso, quando há três meses este projeto elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito era discutido na Câmara dos Deputados, sabíamos que se abria uma porta que nunca mais será fechada, pelo menos, até que este projeto seja lei. Um projeto que tenho a honra de liderar com minha assinatura e que será lei, porque essa maré verde que percorre todos os cantos do país aumenta a cada passo. E porque leva o selo e o impulso vital das novas gerações, que já têm marcada a ferro e fogo a necessidade de lutar por uma sociedade mais justa. Mais justa para as mulheres, mas também para os homens, combatendo o patriarcado, com leis e com educação. Sabemos que podemos conseguir. Como foi possível com o divórcio e com o casamento igualitário, diante da rejeição dos mesmos atores e instituições que hoje são contra essa lei. E também será possível com o Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito, para que a Argentina continue sendo o farol de toda a América Latina na conquista de novos direitos. E realmente vale a pena descrever esses dias! Trata-se de compartilhar uma vibração mobilizadora e emocionante. Mais de um milhão de pessoas, a maioria mulheres, tomaram as ruas do Congresso Nacional, exultando alegria e esperança. Vimos milhares de garotas do ensino médio lutarem por seus ideais, acompanhadas por suas amigas, mães e até mesmo avós. Todas entrelaçadas por uma história em comum: haviam abortado, conheciam outra mulher que havia feito um aborto ou acompanharam alguma mulher para abortar. Se há algo muito claro deixado por esses dias intensos e emocionantes é que ninguém pode silenciar o clamor de milhões de jovens, mães e avós. Há apenas um ano, sequer podíamos discutir essas questões no Congresso. Hoje, por poucos votos o projeto IVG não se tornou realidade. A descriminalização é um fato. Por todas que lutaram antes de nós e abriram caminho em nosso país. Por todas aquelas que morreram e morrem porque o Estado não lhes oferece condições básicas para praticar um aborto seguro. Por todas elas e pelas gerações futuras, não vamos parar até conseguirmos direitos iguais entre homens e mulheres. Já vencemos, não poderão frear a onda verde. Mais cedo ou mais tarde, conquistaremos a liberdade sobre nossos corpos. Porque a liberdade não é negociada, o aborto será legalizado. 332 Victoria Donda é ativista de direitos humanos, deputada nacional pelo Movimento Livres do Sul e líder do projeto de Interrupção Voluntária da Gravidez. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/09/internacional/1533828608_917067.html BARRADO POR MAIORIA MASCULINA, PROJETO DE LEGALIZAÇÃO DO ABORTO DEIXA LEGADO NA ARGENTINA Gênero e Número, 09 de agosto de 2018 http://www.generonumero.media/apesar-da-rejeicao-no-senado-projeto-delegalizacao-do-aborto-na-argentina-deixa-marca-no-debate-publico-no-pais/ ARGENTINA: NADA SERÁ COMO ANTES Fernanda Paixão e Antonio Ferreira, do Coletivo Passarinho, Outras Palavras, 15 de agosto de 2018 Uma semana depois, balanço da jornada que quase levou à aprovação do direito ao aborto indica: lutas feministas tornaram-se mais fortes que nunca, espalham-se pelo continente e desafiam promiscuidade entre religião e Estado Na madrugada da quinta-feira 9 de agosto, depois de mais de 17 horas de pronunciamentos, o Senado argentino vetou o projeto de lei de interrupção voluntária da gravidez (IVA). A longa jornada de mobilização nas imediações do Congresso desde as primeiras horas do dia 8 de Aborto, ou “8A”, como se intitulou a data histórica, terminava com o rechaço decidido por 24 senadores e 14 senadoras. Nas ruas, o lado dos lenços azuis “pró-vida”, à direita do edifício do Congresso, não economizou fogos de artifício e cartazes alçados com os dizeres “Cristo venceu”. O lema “Que seja lei”, difundido nos últimos meses por toda Argentina junto com a maré verde pró-aborto legal, ao final da noite deu lugar com força ao “Será lei”. Talvez não hoje, mas amanhã, como ressaltaram em seus discursos senadores que votaram pelo “sim”, como Pino Solanas e a ex-presidenta Cristina Kirchner. O projeto, que já foi apresentado ao Congresso Nacional sete vezes, agora espera o início das sessões legislativas de 2019 para ser apresentado novamente. 333 Na manhã seguinte, em contraste com um 8 de agosto coberto de chuva, abriu-se um dia estranhamente ensolarado. O aborto seguia na clandestinidade, deixando em jogo a vida, a saúde e a autonomia das mulheres de todo um país. Porém, aquela jornada épica de quase 2 milhões de pessoas que passaram todo o dia sob uma incessante chuva e sensação térmica de 2ºC, mostrou com clareza que alguma coisa estava fora da velha ordem. O país foi tomado pelos lenços verdes, símbolo da Campanha Nacional pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito. Até o mais reacionário dos senadores antidireitos e pró-aborto clandestino pôde sentir que este rio que tudo arrasta não vai parar. Foto de Vivian Ribeiro, do Coletivo Passarinho A maré verde Tanto nesse 8A quanto na vigília daquele 13 de junho, quando o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, os arredores à esquerda do Congresso se transformaram em um espaço e contexto de sororidade, onde milhares de mulheres desconhecidas encontravam algo em comum, profundamente familiar. O microcosmos da avenida Callao, entre a avenida Corrientes e a rua Sarmiento, estava repleto de tendas de diversas organizações, como o Nenhuma a Menos, a Assembleia Popular Feminista (APF) e a Não Tão Diferentes, organização de mulheres em situação de rua. O movimento de mulheres conseguiu enraizar socialmente o tema da legalização do aborto. Levou o assunto para a rua, escolas, hospitais e, sobretudo, para dentro das 334 famílias. Furou o bloqueio da mídia hegemônica e conseguiu pautar o debate. Desmantelou a separação entre o público e o privado, que sempre se prestou para reforçar o machismo, politizando a sala de jantar. Fez irromper uma identidade feminista forte, descentralizada, que alimentou as ações cotidianas com alegria e energia desmedidas. Daí a pujança do 8A e a convicção desse verso tão cantado em coro feminino: “Abaixo o patriarcado, que vai cair, que vai cair”. A luta pela legalização do aborto na Argentina é a ponta de um iceberg que tem por debaixo décadas de organização feminista. A Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal foi gestada nos Encontros Nacionais de Mulheres de Rosário e Mendoza e lançada oficialmente em 28 de maio de 2005, no Dia Internacional de Ação pela Saúde das Mulheres. De lá pra cá, o movimento foi incansável no debate científicouniversitário e nas discussões sobre políticas públicas para mulheres. Construiu um mote claro: “Educação sexual para decidir, anticoncepcionais para não abortar e aborto legal para não morrer”. Assim, a questão do aborto legal entrou na agenda dos direitos humanos e da democracia, e foi incorporada por diversas outras organizações denominadas “socorristas”, que cumprem um importante papel de dar assistência a mulheres que desejam realizar um aborto, enquanto a lei não sai. “O compartilhamento de experiências é necessário entre as mulheres que vivenciam uma gravidez indesejada. As equipes de saúde que prestam informações relevantes a quem opta por realizar um aborto são criminalizadas”, afirma Yamila, integrante da Assembleia Popular Feminista, destacando o papel do Protocolo ILE (Protocolo para a Atenção Integral das Pessoas com Direito a Interrupção Legal da Gravidez), que foi base para determinar o reconhecimento do aborto por lei no Brasil: casos de estupro, risco de vida da mãe e anencefalia do feto. 335 Foto de Nuria Alvarez, do Coletivo Passarinho Um novo cenário A grande maré verde contou com a ocupação de escolas por estudantes secundaristas para exigir a aprovação do projeto, como ocorreu na Escola Superior de Educação Artística Rogelio Yrurtia, na cidade de Buenos Aires. No colégio Católico Instituto Padre Márquez os alunos foram obrigados a colar cartazes “pró-vida” e a resposta foi uma chuva de lenços verdes. Professores encurralados ou encorajados pela audácia das jovens não tiveram como fugir do debate. O aborto teve que entrar na pauta escolar. Nas manifestações e diariamente nas ruas é comum ver meninas jovens com seu grupo de amigas, todas com os lenços – ou pañuelos – verdes, com argumentos muito claros sobre o que significa a legalização do aborto na sociedade. A linguagem inclusiva também ganhou espaços antes inimagináveis. Cresceu nos coletivos militantes, em parte do jornalismo, especialmente o contra-hegemônico, e em círculos literários. Antes com o “x”, de “xs estudantxs”, e agora com o “e”, de “es menines”, desnuda como a linguagem corrente sedimentou em sua própria estrutura concepções patriarcais, heteronormativas e binárias. Para além dos binarismos, a nova linguagem busca transpor os gêneros. Tudo isso não seria possível sem a força comunicativa da campanha. Ao contrário do Brasil, a Argentina não possui um sistema de meios de comunicação tão concentrado e unidimensional. Seja pela sua tradição mais igualitária e democrática ou por avanços da lei de meios de comunicação durante o período kirchnerista, há algum espaço para 336 o dissenso. Exemplos disso são o Página 12, jornal impresso diário com perfil de esquerda; a C5N, uma rede de televisão privada claramente contrária ao governo Macri, e diversas redes de rádios com perfil crítico. Mesmo nos canais televisivos do establishment existe uma tradição de debate aberto entre diversas correntes de pensamento. Tudo isso somado a uma pujante rede de meios de comunicação alternativos e à difusão do movimento pelas redes sociais permitiu que a questão ganhasse corpo, transformando-se em um debate público de massas. Foto de Vivian Ribeiro, do Coletivo Passarinho Mulheres contra os direitos das mulheres Com maioria de votos contrários do bloco Cambiemos, do atual governo, a lei foi rejeitada com 38 votos negativos contra 31 a favor. Como se poderia prever, as mulheres não são maioria na mesa. Contudo, o corpo do Senado argentino atualmente é conformado por 30 mulheres e 40 homens, uma relação bastante equilibrada considerando que a presença de mulheres nas cadeiras altas no âmbito político normalmente representa uma porcentagem ínfima em comparação aos homens. Enquanto na Argentina a presença de mulheres representa 41,7% do Senado, no Brasil são 14,8%. A Argentina é um dos poucos países da América Latina que contempla em maior número mulheres na política, inclusive na presidência do parlamento – neste caso, quem coloca a Argentina nesse posto é a vice-presidente Gabriela Michetti, confessamente contrária à lei do aborto. Durante os meses prévios à sessão que iria presidir, Michetti arriscou manobras para atrasar a votação do projeto e soltou frases 337 polêmicas sobre a questão do aborto mesmo em casos de estupro: “Você pode dar depois em adoção depois e fica tudo bem. Há dramas maiores na vida”. O 8A foi marcado pela prevalência final das cadeiras representadas em vermelho nos telões que transmitiam a sessão para a multidão do lado de fora, e o voto feminino no Senado se dividiu: de 28 mulheres votantes, 14 optaram pelo “sim” e 14 pelo “não”. As duas senadoras que se abstiveram foram Eugenia Caltafamo, do partido Unidad Justicialista, do estado de San Luis, que não se apresentou por estar de licençamaternidade; e a senadora Lucila Crexell, do Movimiento Popular Neuquino, de Neuquén, que mesmo presente pediu abstenção. Ela buscava a aprovação de um projeto intermediário que contemplasse a despenalização, mas não a legalização da prática. A maioria das que vetaram o projeto sustentava “argumentos” pouco fundamentados sobre o início da vida e sobre o conceito de maternidade. Entre afirmações como “não li o projeto de lei”, proferida pela senadora Cristina López Valverde, de San Juan, do partido Frente Todos, e que “uma mulher que está em uma gravidez não desejada precisa de alternativas que não ponham em risco a vida de seu filho”, da senadora de Tucumán Silvia Elías de Pérez, da Unión Cívica Radical, a postura em negativa de senadoras mulheres foi decisiva para o resultado no Senado. Com justificativas tão vazias quanto contraditórias, seus discursos só parecem levemente menos absurdos do que os de senadores homens que acreditam poder opinar sobre a gravidez e até sobre o que representa um estupro para uma mulher. Em um momento inacreditável da sessão, o senador de Salta, Rodolfo Urtubey, do partido Justicialista, deixou uma multidão chocada com sua exposição: “O estupro nem sempre representa uma violência contra a mulher. Por exemplo, nos casos de abuso intrafamiliar. Não é o estupro clássico”. Já se espalham petições denunciando o senador por apologia ao estupro. 338 Foto: Nuria Alvarez, do Coletivo Passarinho Macrismo polivalente Nem tudo são flores neste processo de ascendência do movimento feminista e de discussão sobre o aborto legal. A situação se complexifica quando se verifica que o próprio presidente Maurício Macri foi quem habilitou o debate no Congresso Nacional em seu discurso de abertura das sessões legislativas deste ano. Por ironia do destino, um projeto cujo debate legislativo foi barrado durante os mais de 10 anos de kirchnerismo foi disparado por um governo neoliberal do tipo Robin Hood às avessas, que promove um ajuste brutal sobre o povo argentino e inicia mais um ciclo de dependência descarada, com a predominância dos interesses do setor financeiro e agro-exportador. Independentemente dos objetivos íntimos do presidente (promover uma cortina de fumaça para a crise brutal pela qual passa Argentina; buscar aproximação com um setor das classes médias liberais e progressistas ou contribuir para um feito histórico equiparável ao que significou a aprovação do casamento igualitário durante o governo de Cristina), o fato concreto é que a discussão legislativa do projeto deu vazão a um processo que já deixou marcas irreversíveis na sociedade argentina. Essas marcas ultrapassam ainda os limites do país hermano, em uma repercussão expansiva de uma campanha pela legalização do aborto por toda a América Latina, que se faz notar especialmente pelo fato de que a Argentina sequer é o primeiro país a levantar o assunto: o Uruguai mesmo, ali ao lado, conquistou a aprovação da lei em 2012. 339 Macri, com seu pragmatismo neoliberal, fez questão de deixar claro que individualmente era contra a legalização do aborto. Agora, juntamente com alguns de seus correligionários do Cambiemos, busca eximir-se de responsabilidade, afastandose dos resultados da votação. Tenta ocultar que dos 25 senadores que compõem o bloco Cambiemos, 17 votaram contra o projeto. Entretanto, a forma cínica e burlesca como Gabriela Michetti conduziu os trabalhos legislativos, insultando senadores prólegalização e comemorando a rejeição do projeto, dá conta de como sob o macrismo, o liberalismo e o medievalismo da Opus Dei convivem em harmonia. Foto: Nuria Alvarez Reação e contrarreação O deputado da esquerda trotskista Nicolas Del Caño, quando da sessão que aprovou a legalização na Câmara dos Deputados disse que “em um Senado dominado diretamente por governadores feudais do Partido Justicialista, do Cambiemos e de partidos provinciais, não seria fácil a sanção da lei”. E realmente, após a aprovação parcial do projeto na Câmara, a reação foi imediata. Luciana Rosende e Werner Pertot, em minucioso artigo sobre o tema, contam como se deu essa reviravolta. Segundo as autoras, “a partir de 13 de junho os setores antidireitos redobraram a aposta. A Igreja assumiu uma posição beligerante, as ONGs religiosas ativaram seus contatos nos meios de comunicação, aumentaram sua pressão sobre o governo e sobre o bloco de oposição. E começaram a ser vistos mais lenços azuis com o lema ‘Salvemos as duas vidas’”. A concertação entre o conservadorismo das elites provinciais, as ações 340 performáticas do grupos “pró-vida” e a intelligentsia dos quadros médicos e de juristas da Universidade Católica e Universidade Austral, esta última da Opus Dei, foram imprescindíveis para garantir o “não” no Senado. Entretanto, a derrota da legalização do aborto abriu o caminho para outro debate. Colocou na ordem do dia a discussão sobre a laicidade do estado – diferente do Brasil, a Argentina sequer se declara um Estado laico. Junto aos lenços verdes surgiram os lenços laranjas da Campanha Nacional pelo Estado Laico, que diz: “Igreja e Estado Assuntos Separados”. Veio à tona a questão do financiamento estatal da Igreja Católica e do pagamento dos salários dos bispos por parte do Estado, ancorados em leis editadas durante a ditadura militar argentina, por Rafael Videla. Nora Cortiñas, uma das mães da Praça de Maio, disse sem meias palavras que “durante a ditadura a Igreja não se importava com as duas vidas, davam choques elétricos na vagina de mulheres grávidas e a Igreja abençoava os voos da morte”. Na linha discursiva dos que votaram pelo “não”, principalmente entre os senadores homens, há uma perda do que chamam de “paz social”. Ter mulheres nas ruas pedindo por seus direitos balança as estruturas, provocando receio. Sempre foi assim – um dos grandes “argumentos” contra o sufrágio feminino era que seria muito trabalhoso “ensinar às mulheres a importância do voto”, um eufemismo risível que deixa exposto em carne viva o medo da perda de controle. É que na ação coletiva as mulheres retiram o patriarcado da sua posição naturalizada e de perigosa invisibilidade. De repente, o poder masculino aparece como violência e força bruta. E certamente não é agradável tomar consciência da sua própria condição de opressor. Octavio Salazar, professor de Direito Constitucional da Universidade de Córdoba e autor do livro El hombre que (no) deberíamos ser, fala que “nós, homens, temos medo do feminismo porque nos revela coisas de nós mesmos que não gostamos de conhecer”. Talvez o grande medo que inspira a reação machista é que as mulheres empoderadas venham a fazer com os homens o que eles sempre fizeram sob a benção do patriarcado. 341 Foto: Vivian Ribeiro, do Coletivo Passarinho Não se pode parar o vento A onda verde se espalhou pela América Latina. A pauta está instalada com uma força nunca antes vista e a mensagem é clara: a campanha continua. Os lenços verdes chegaram a diversos países e vêm se espalhando pelo Brasil, onde o tema já está instalado no Supremo Tribunal Federal, apesar da imprevisibilidade do resultado do julgamento. As últimas audiências dos dias 3 e 6 de agosto, presididas pela ministra Rosa Weber, já são vistas como um grande passo. Dois dias depois da rejeição da lei, a campanha oficial publicou uma mensagem exaltando a conquista inédita e histórica de colocar em pauta a problemática das mulheres e de se fazer ouvir as vozes feministas. Enfatizou a importância de não votar nos políticos que se abstiveram ou foram contrários ao direito das mulheres a decidir. A campanha convocou aos chamados “pañuelazos” – manifestações em que todas levantam seus lenços verdes em um símbolo coletivo de demanda por uma lei do aborto seguro e gratuito –, na América Latina e no mundo; e também a que todas estejam presentes no Encontro Nacional de Mulheres, a acontecer este ano na província de Chubut, no sul do país. Ao reforçar a necessidade de um Estado laico, o comunicado joga luz sobre um assunto profundamente necessário, reforçando a importância dessa campanha, representada pelos lenços laranjas. Talvez mais ainda no Brasil, onde religião e política andam cada 342 vez mais juntas. O grito vem das ruas, e como bem se anda dizendo entre os grupos feministas nesses últimos dias: nunca nada nos foi dado de mão beijada. Fernanda Paixão é jornalista carioca e analista de redes sociais; é integrante do Coletivo Passarinho; organizadora do livro "Linguagem, cultura, reportagem: Uma abordagem sobre publicações, autoria e subjetividade no jornalismo brasileiro". Antônio Ferreira é advogado trabalhista e militante do Coletivo Passarinho. O Coletivo Passarinho surgiu em março de 2016, em Buenos Aires, para combater e denunciar o golpe de Estado em curso no Brasil. Ele abrange diferentes correntes progressistas e propõe uma luta política, poética e afetiva. https://outraspalavras.net/mundo/america-latina/argentina-nada-sera-como-antes/ ABORTO JÁ. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FARÁ BEM SE DECLARAR INCONSTITUCIONAL A PROIBIÇÃO DA PRÁTICA Hélio Schwartsman, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 Já reclamei aqui da sem-cerimônia com que ministros do Supremo vêm tomando decisões que não encontram previsão expressa nas leis nem na Carta. Tem faltado ao STF a chamada autocontenção. Ainda assim, penso que a corte máxima fará bem se declarar inconstitucional a proibição do aborto. Como explicar a aparente contradição? Como regra geral, o juiz não pode mesmo substituir o legislador. Falta-lhe, para início de conversa, o mandato popular. Mesmo que a ausência de representatividade não fosse um problema, seria temerário concentrar num único indivíduo ou num colégio restrito o poder de elaborar e, ao mesmo tempo, aplicar as leis. A democracia, que é um jogo de freios e contrapesos, repele tal arranjo. Mas a democracia tampouco pode dar-se ao luxo de ficar refém de um Poder ou da maioria dos cidadãos. Imagine-se, a título de experimento mental, que 51% dos eleitores tenham concluído que precisam de servos e elegem um Parlamento que reintroduz a escravidão no ordenamento jurídico. Absurdo? Sem dúvida. É para evitar que variações em torno desse exemplo se tornem realidade que a Carta confere à Justiça o poder de invalidar leis julgadas inconstitucionais. O fato de juízes terem essa capacidade não significa que devam usála sempre. Para o jogo democrático fluir, é necessário que os magistrados saibam conter-se, só se valendo de poderes excepcionais em situações excepcionais. 343 A meu ver, o ativismo judicial pelo STF se justifica apenas para ampliar direitos individuais já contidos em princípios enunciados na Carta, mas que o Congresso, por alguma razão, não atualiza. Um teste prático é olhar para direitos que já tenham sido consolidados em democracias mais maduras, como o aborto e a despenalização do consumo de drogas. Não dá para aceitar que, em pleno século 21, pessoas precisem da autorização de vizinhos para definir o que vão colocar ou tirar de seus próprios corpos. Hélio Schwartsman é um filósofo e jornalista brasileiro. É editorialista e colunista do jornal Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2018/08/aborto-ja.shtml ONG INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS DEFENDE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO Daniel Buarque, Blog Brasilianismo/Uol, 01 de agosto de 2018 O título do texto e vídeo publicados no site da ONG internacional Human Rights Watch é bem direto ao tratar de uma das pautas mais polêmicas no Supremo Tribunal Federal nesta semana: ''Brasil: Descriminalize o aborto'', defende a HRW, em tom de manifesto. ''A legislação brasileira sobre aborto é incompatível com as obrigações de direitos humanos do país'', diz o texto. A descriminalização do aborto volta à pauta do STF nesta semana, com audiências públicas comandadas pela ministra Rosa Weber, em processo no qual o PSOL pede que seja permitida em todo o país a realização do aborto até a 12ª semana de gravidez, por decisão da gestante e sem a necessidade de nenhum tipo de autorização legal. A HRW participará da audiência pública e anunciou que pedirá ao STF que considere as obrigações do Brasil sob o direito internacional para chegar a sua decisão. Segundo José Miguel Vivanco, diretor da divisão das Américas da HRW, ação no STF está sendo vista como uma oportunidade para oferecer às mulheres e meninas no Brasil mais escolhas reprodutivas. 344 “Nenhuma mulher ou menina deve ser forçada a escolher entre continuar uma gravidez contra sua vontade e arriscar sua saúde, vida e liberdade para fazer um aborto clandestino”, disse, no texto divulgado pela ONG. Segundo a HRW, organismos da ONU determinaram que negar o acesso de mulheres e meninas ao aborto é uma forma de discriminação que coloca em risco uma série de direitos humanos, incluindo os direitos à vida; à saúde; à liberdade de tratamento cruel, desumano e degradante; à não-discriminação e igualdade; à privacidade; à informação; e à liberdade para decidir o número e o intervalo entre crianças. Daniel Buarque vive em Londres, onde faz doutorado em relações internacionais pelo King's College London (em parceria com a USP). Jornalista e escritor, fez mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute da mesma universidade inglesa. É autor do livro “Brazil, um país do presente - A imagem internacional do ‘país do futuro’” (Alameda Editorial) e do livreto “Brazil Now” da consultoria internacional Hall and Partners, além de outros quatro livros. Escreve regularmente para o UOL e para a Folha de S.Paulo, e trabalhou repórter do G1, do "Valor Econômico" e da própria Folha, além de ter sido editor-executivo do portal Terra e chefe de reportagem da rádio CBN em São Paulo. https://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/08/01/ong-internacional-dedireitos-humanos-defende-descriminalizacao-do-aborto/ VAMOS DEIXAR O ÓDIO DE FORA NO DEBATE SOBRE O ABORTO. EM ENTREVISTA, A PESQUISADORA DEBORA DINIZ EXPLICA POR QUE A CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO É INCONSTITUCIONAL E COMENTA AS AMEAÇAS QUE A LEVARAM AO PROGRAMA DE PROTEÇÃO AOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS Andrea Dip, Agência Pública, 02 de agosto de 2018 Às vésperas das audiências públicas convocadas pelo Supremo Tribunal Federal para discutir a descriminalização do aborto, que acontecem nos próximos dias 03 e 06 de agosto, uma das figuras mais importantes sobre o tema na América Latina está sendo perseguida e ameaçada a ponto de ter sido incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos. Trata-se da antropóloga e professora da UnB Debora Diniz, que em 2016 figurou entre os cem pensadores globais de destaque na revista Foreign Policy e um ano antes foi homenageada em um evento para professores da Unesco. Ela também ganhou o 345 prêmio Jabuti por seu livro “Zika: do sertão nordestino à ameaça global” e é pesquisadora da organização Anis Instituto de Bioética, consultora do Psol na ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442, que questiona a constitucionalidade da criminalização do aborto, examinada pelo STF. Em entrevista exclusiva à Pública, Debora Diniz conta que decidiu deixar a cidade onde mora por um tempo para não precisar se deslocar permanentemente com escolta e diz que a polícia está avançando nas investigações. Mas prefere focar a conversa no que para ela é o mais importante: trazer à luz uma discussão qualificada e baseada em evidências sobre a descriminalização do aborto no país, para que mulheres deixem de morrer ou serem presas por um procedimento realizado no Brasil por uma a cada 5 mulheres até 40 anos, como aponta a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA) realizada pela Anis em 2016. Ainda segundo o trabalho, cerca de 48% das mulheres que abortaram completaram o ensino fundamental, e 26% tinham ensino superior. Do total, 67% já tinha filhos, 56% eram católicas e 25% protestantes ou evangélicas. A ADPF 442, que chegou ao STF em março de 2017, pede a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez até 12 semanas. “O código penal de 1940 manda prender mulheres que fizeram o aborto. A Constituição é de 1988 e portanto posterior a 1940. Uma leitura do Código Penal pela Constituição diz que eu não posso prender mulheres se é uma necessidade de saúde, se é uma questão de cidadania, se o aborto é parte da dignidade da vida das mulheres ao tomar essa decisão. Então uma leitura da Constituição sobre o Código Penal diz que ele é inconstitucional” explica Debora na entrevista. Para julgar a ADPF a Ministra Relatora Rosa Weber convocou essas audiências públicas. Especialistas, instituições e organizações científicas, jurídicas e da sociedade civil vão apresentar suas posições e a partir disso o STF fará o julgamento, ainda sem prazo definido. “Os melhores dados e a melhor ciência disponível sobre o tema vão ser apresentados ao Supremo. Então essa é uma possibilidade de giro do debate das multidões, do ódio, das redes sociais, para a qualificação do debate a partir do que sabemos de aborto. Esse é um momento de fazer algo que no campo jurídico e no campo científico se conhece muito, que é um argumento baseado em evidências”. Leia a entrevista: Pergunta. A imprensa tem noticiado que você saiu de Brasília e que fará parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do governo federal, por estar sofrendo ameaças inclusive pessoalmente. Pode contar o que está acontecendo? Resposta. Sim, eu estou no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos, estou fora de Brasília viajando a trabalho e também por uma escolha pessoal, para evitar me deslocar permanentemente com 346 escolta. A polícia está investigando e não houve obrigação de sair de Brasília nesse processo. São ameaças que começaram primeiro por redes sociais, no Facebook da Anis por inbox, no meu Whatsapp, até que chegou em uma situação em que eu fui falar em um evento e alguns homens estavam na porta me esperando. Eles tinham um perfil diferente dos que estavam no evento e a coordenação sugeriu que eu saísse pelos fundos para não haver nenhum encontro. As ameaças começaram de uma maneira mais forte depois da convocação das audiências públicas e em particular depois do anúncio dos participantes, e foram crescendo. A denúncia tem mais de dois meses e meio. Ela vazou para a imprensa depois, mas eu tinha decidido não falar nada até a polícia avançar na investigação. P. Seu trabalho é referência em bioética, direitos reprodutivos das mulheres e direitos humanos. Essas ameaças são algo novo ou aumentaram nos últimos tempos? R. No tempo da discussão sobre a legalização do aborto em caso de fetos com anencefalia elas existiam muito fortemente, em particular no trabalho em parceria com um promotor de justiça do DF chamado Diaulas Ribeiro. Nós fizemos um livro juntos e, nessa ocasião, ele solicitou escolta policial para o lançamento do livro. Eu passei alguns constrangimentos, inclusive dando aula, um sujeito entrou, eu fiz uma queixa crime, foi uma época em que houve uma tensão inclusive de proximidade física. Depois isso se acalmou, passaram-se alguns anos sem maiores perturbações e aí, no ano passado, com a apresentação do caso da Rebeca Mendes no Supremo, elas voltaram com alguma força. Um sujeito que se diz do jornalismo investigativo fez um vídeo bastante intimidatório e isso causou uma repercussão. Eu resolvi não me movimentar muito sobre esse vídeo e eles voltaram com mais força agora em abril e maio, inclusive fazendo páginas coletivas que tinham centenas de comentários. P. Temos visto discursos de ódio ganharem muita força recentemente. Você acha que o que está vivendo tem a ver com esse momento ou com a aproximação das audiências no STF? R. Eu acho que isso tem a ver com duas grandes coisas. O tema do aborto é muito fácil para momentos de grande crise política. O Brasil vive uma crise política permanente nos últimos anos, com uma crise de representatividade política inclusive – nós não sabemos muito bem quem são os partidos, o que eles propõem, as propostas de governo, como eles fazem coalizões, inclusive com religiões. E nesse contexto de fragilidade política, temas com forte apelo emocional e que são capazes de movimentar multidões como “sim” ou “não”, “contra” ou “a favor”, como é o caso da descriminalização do aborto, da maconha, do uso de porte de armas, movimentam rapidamente multidões e dão uma falsa sensação de participação política. Então parte 347 destes tempos sombrios surgem por causa dessa instabilidade, em que grandes questões democráticas não são discutidas como parte de um processo político. Nós estamos no Rio de Janeiro com uma intervenção militar desde fevereiro e isso não é uma pauta política permanente de reflexão séria no país. Tudo isso faz com que temas fáceis à mobilização, e uma não reflexão sobre quais são as questões postas, movimentem multidões. Esse é um pano de fundo importante. E o segundo ponto é a própria arena das mídias sociais em que a gente ainda precisa de uma cultura política e de comunicação para ocupar esses espaços. Qualquer coisa vale, de uso de identidades falsas a agressões. O aborto é um tema que provoca paixões, que exige um arsenal de informações e de cautela para o debate, caso contrário ele cai imediatamente na agressão. Então, essa dificuldade já faz parte da história do próprio tema e, quando ainda se colocam esse dois condicionantes nossos, isso se torna um tema de risco. P. Falando sobre essas audiências do STF. A Anis assina, juntamente com o Psol, a ação que será discutida. Me parece que há uma confusão sobre o que será julgado e de que forma. Pode explicar o que vai acontecer nos próximos dias? R. O código penal de 1940 manda prender mulheres que fizeram o aborto. A Constituição é de 1988 e portanto posterior a 1940. Uma leitura do Código Penal pela Constituição diz que eu não posso prender mulheres se é uma necessidade de saúde, se é uma questão de cidadania, se o aborto é parte da dignidade da vida das mulheres ao tomar essa decisão. Então uma leitura da Constituição sobre o Código Penal diz que ele é inconstitucional. Todas as leis anteriores à Constituição têm que ser revistas. Só que ninguém nunca provocou o Supremo a revisar o Código Penal, à luz da Constituição, sobre o aborto. E a Suprema Corte é um espaço legítimo para essa revisão do código penal, muito anterior à Constituição. Esse pedido foi feito pela Anis e pelo Psol em março de 2017. A ministra relatora Rosa Weber convocou audiências públicas – que ainda são momentos raros dentro do Supremo. As primeiras convocadas na história foram as da anencefalia e as primeiras realizadas foram as de célula tronco. Nessa ação, o primeiro ato da ministra, um ano depois da apresentação da ação, foi dizer “vou convocar audiências públicas, eu quero ouvir especialistas, comunidade científica, comunidades de fé e a sociedade civil para ouvir o que elas têm a dizer sobre aborto”, sobre o pedido feito na ação, que é o de não prender as mulheres. Esse é um momento muito importante, tanto politicamente quanto de qualificação do debate público, porque é um momento em que o Supremo se curva à sociedade dizendo “eu preciso ouvi-la antes da tomada de decisão”. Estes momentos, dias 3 [amanhã] e dia 6, são os das audiências públicas. E há uma novidade: Pela primeira vez a ministra disse que o que for apresentado nas audiências públicas – e por isso ela pede tanto tempo antes das apresentações – será anexado ao processo, fará parte dos documentos a serem consultados pelos outros ministros. O que pode acontecer a partir daí? Ela pode a qualquer momento convocar o julgamento. Não há 348 um calendário. Vai ser no tempo da corte. No caso da anencefalia durou 8 anos. As audiências públicas são o momento de qualificação do debate, não é o julgamento ainda. Serão 40 expositores entre cientistas, especialistas, comunidade jurídica, comunidades de fé, a sociedade civil. Os melhores dados e a melhor ciência disponível sobre o tema vão ser apresentados ao Supremo. Então essa é uma possibilidade de giro do debate, que antes nós falávamos, das multidões, do ódio, das redes sociais, para a qualificação do debate a partir do que sabemos de aborto. Esse é um momento de fazer algo que no campo jurídico e no campo científico se conhece muito, que é um argumento baseado em evidências seguras para aquilo que se sustenta sobre o aborto. Há risco de morte? Sim ou não, quais são os dados apresentados? Quem é a mulher que aborta? Qual é o perfil? Aborto tem risco para a saúde mental? Quais são os dados apresentados? Ou seja, as perguntas que são feitas para decidir o “sim” ou “não” à criminalização do aborto precisam ser respondidas na audiência. E por que é importante agora? Eu daria duas respostas. Uma nacional porque nós temos as eleições daqui a dois meses então esse é um momento em que se soubermos bem usar o que vai ser apresentado, podemos usar para qualificar o debate público. E a ministra foi muito sensível a esse tema porque poderia parecer quase que um momento inadequado, ela sendo inclusive presidente do Superior Tribunal Eleitoral. Mas eu acredito que é o momento de respeito à democracia. E há uma segunda razão, que é de uma geopolítica regional. A Argentina vota a decisão no Senado no dia 8 próximo. Então, como uma alegoria, eu poderia dizer que há uma onda verde na região, que é um momento na história. Na Irlanda recentemente também, no Chile, na Bolívia que descriminalizaram em parte a interrupção da gravidez, elas no Chile morriam, não podiam fazer aborto nem com risco de morte. Há um momento histórico do qual o Brasil faz parte. P. O que querem as mulheres que pedem a descriminalização do aborto? R. A descriminalização é a retirada desse dispositivo, dessa coisa do código penal que diz que se uma mulher fizer aborto ela vai presa. Presa! Nós nunca podemos esquecer disso! É uma a cada 5 mulheres aos 40 anos [que aborta]! Pelo menos meio milhão de mulheres a cada ano. Uma em cada 5 mulheres com até 40 anos que você conhece, eu conheço. Uma delas ao menos teria passado pela prisão. Essa é uma mulher comum, ela tem filhos, ela vai à igreja, vai ao templo, trabalha, ela não tem o perfil de uma “mulher fora da lei”, de uma mulher criminosa. É uma mulher comum que se vê diante de uma necessidade de saúde, uma necessidade de vida, e ela tem que ir à clandestinidade pra fazer um aborto, seja para comprar medicamentos, buscar uma clinica ou, se ela tem mais dinheiro, pegar um avião para um país onde o aborto é legalizado. Por que a descriminalização é tão importante? Quando você retira o crime de uma prática você pode falar dela abertamente. As instituições do Estado podem desenhar políticas para prevenir, para proteger e para cuidar. Como se previne o 349 aborto? Há estudos sistemáticos que mostram que uma mulher quando faz o aborto, alguma coisa está errada em sua vida. Seja no uso dos métodos, ou ela teve efeitos colaterais ou ela não soube usar, ou porque ela é muito jovem e sofre violência sexual dentro da própria casa, porque sofre violência do parceiro, não tem dinheiro para acessar os métodos… Há várias razões para os métodos falharem. Os companheiros não permitem que elas usem, elas não conseguem negociar o uso da camisinha… Então quando o aborto é crime essa mulher entra na situação de saúde e não fala a verdade, ela tem medo de ser denunciada. Esse médico, essa enfermeira perdem a oportunidade de saber o que esta acontecendo de errado e prevenir um segundo aborto. Se você vir por exemplo a Colômbia, que descriminaliza o aborto por uma decisão da corte há mais de 10 anos, uma mulher que faz aborto por saúde mental por exemplo, ela já sai do sistema de saúde com método de planejamento familiar, com método contraceptivo adequado à sua saúde e à sua vida. A descriminalização permite inclusive diminuir a taxa de abortos, que é o que tanto querem aqueles que querem prender as mulheres. O Brasil está na região que mais pune e que mais faz aborto do mundo. Quanto mais se pune mais aumenta a perseguição e a dificuldade de acesso à informação, e as mulheres fazem mais abortos porque algo está errado. P. O que a Pesquisa Nacional do Aborto realizada em 2016 concluiu? Quem são as mulheres que realizam aborto no país? R. É a mulher comum. Não é aquela mulher que se imagina como promíscua, como adolescente irresponsável ou como profissional do sexo. Ela é qualquer uma de nós. É claro que as mulheres mais empobrecidas, vulneráveis, dependentes do SUS para acesso a proteção de saúde são as mais vulneráveis aos efeitos da criminalização. Todas as mulheres estão sob a ameaça da criminalização, da prisão, mas só algumas correm o risco verdadeiro de serem perseguidas, punidas ou presas, que são aquelas mulheres mais dependentes do estado. Mulheres pretas e pardas, indígenas, da periferia, mulheres com menor nível de escolaridade e mulheres mais pobres. São elas que tem que se arriscar a não conhecer e não saber sobre o medicamento que fazem uso, são elas sem acesso à informação digital sobre a melhor forma de utilizar um medicamento, são elas que procuram o SUS e que são denunciadas à policia. As mulheres com mais acesso à informação, as mulheres mais urbanas, as mulheres com maior nível de escolaridade recorrem a métodos um pouco mais seguros apesar da clandestinidade. Nós estamos falando da desigualdade brasileira no perfil da mulher, que faz aborto e corre risco de ser pega pelo código penal. Todas as mulheres – as brancas, as negras, as de classe media, as mais pobres, as das elites, dos melhores bairros, das periferias – fazem aborto. Mas só aquelas mesmas que o Estado, que a polícia bota a mão, são aquelas em quem a polícia vai botar a mão quando fazem aborto. Aqui a seletividade do sistema, do racismo e da desigualdade de classe brasileira é tão perversa que a mesma lei só pega algumas, só põe algumas em maior 350 risco, só algumas morrem como foi o caso recente da mulher do interior do Rio de Janeiro. P. Na Argentina a descriminalização do aborto já passou na Câmara, depende agora da aprovação do Senado, e milhares de pessoas têm tomado as ruas pedindo que seja lei. Na sociedade brasileira, no entanto, é quase um tabu. Por que você acha que isso acontece? R. A Argentina também é um país muito conservador em que o aborto é um tabu. Nós estamos falando de diferentes mobilizações da sociedade civil e pelo momento político do país. Nós somos muito parecidos, Brasil e Argentina nesse tema, e a Argentina tem um papa argentino, teria todas as condições políticas de não ter essa mobilização. Então eu não diria que é o conservadorismo da sociedade brasileira ou da sociedade argentina. Há uma onda conservadora vindo em toda a região, no entanto, a Argentina teve um movimento como o Ni Una Menos que mobilizou o tema da violência de gênero e sobre o que representavam as estruturas do Estado contra as mulheres. E por não ter vivido uma crise política, que é imobilizadora como a do Brasil recente, houve essa enorme mobilização das mulheres, dos velhos, dos homens, das crianças pelas ruas, especialmente de Buenos Aires. P. Com as eleições se aproximando, você acha que os candidatos irão discutir esse assunto? R. Todas as eleições mostram, seja na reta final ou quando há alguma grande disputa, esse tema vem. E ele não vem na expectativa de um debate razoável e fundamentado em dados, ele vem intimidatório e coercitivo sobre aqueles que lançam posições que não sejam conservadoras. A minha expectativa é que as audiências no Supremo permitam uma qualificação do debate nas eleições, mas eu acredito que isso não virá como uma política de governo dos candidatos porque é sempre um tema intimidatório, especialmente nas comunidades religiosas, que têm muita força no país. [Entrevista reproduzida pelo El País: “Debora Diniz: ‘Todas as mulheres fazem aborto, mas só em algumas a polícia bota a mão’. Referência nos estudos sobre o tema no Brasil, ela está sendo perseguida e ameaçada. Em entrevista ela explica porque a criminalização do aborto é inconstitucional”, Andrea Dip, Agência Pública reproduzida pelo El País, 02 de agosto de 2018] https://apublica.org/2018/08/vamos-deixar-o-odio-de-fora-no-debate-sobre-oaborto/ 351 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/02/politica/1533241424_946696.html O ÓDIO QUE NOS CEGA Marina Amaral, Agência Pública, Ed. #75, 03 agosto de 2018 [um tipo de newsletter] A semana começou com a entrevista do mais bilioso dos candidatos à Presidência e se encerra com outro tema que atiça paixões: a descriminalização do aborto. É hoje a primeira audiência no STF sobre a inconstitucionalidade de leis caducas que condenam as mulheres à prisão – ou mesmo à morte - pelas práticas clandestinas da interrupção à gravidez. Quem assistiu o Roda Viva com o ex-capitão Jair Bolsonaro sabe do vão esforço que fizeram os jornalistas para obter respostas razoáveis daquele que pretende governar o país. Da falsa responsabilização das mulheres pela mortalidade infantil à culpabilização dos negros pela escravidão, quase nada foi dito pelo candidato com outro objetivo senão inflamar o ódio que assola o país. Pois a mesma onda irracional parece envolver o debate sobre o aborto, como mostram as ameaças de morte sofridas pela pesquisadora e professora da UnB, Debora Diniz, que levaram à sua inclusão no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. O motivo para tanto ódio? Apontar com dados concretos os equívocos de uma política de aborto que provoca mortes, danos à saúde e à dignidade das mulheres obrigadas a escolher entre uma gravidez indesejada e um aborto ilegal – que pode ser fatal no caso daquelas que não podem pagar pela prática clandestina nos consultórios movidos a propinas a policiais e outros agentes do Estado. Entre 2008 e 2017, mais de 2 milhões de mulheres foram internadas pelo SUS por complicações decorrentes de aborto – 75% provocados – ao custo de quase meio bilhão de reais. Em quase um terço dos casos, houve sérias complicações após o aborto como hemorragias e infecções; e ao menos 4.445 mulheres morreram de 2000 a 2016. Esses dados, obtidos pela Folha, constam de um relatório do Ministério da Saúde que vai subsidiar os debates no STF. Resta saber se os ministros deixarão o ódio do lado de fora da corte para examinar sobriamente os argumentos de relatos fundamentados sobre o assunto. Os que condenam as mulheres por não desejar uma gravidez (aliás, elas engravidaram sozinhas?) são capazes de apoiar decisões da Justiça de esterilizar uma mulher contra a sua vontade ou de arrancar filhos de mães indígenas sem outro pretexto que não a 352 pobreza a que as condenamos. Duas faces da mesma moeda: o direito da mulher ao seu próprio corpo, de escolher ser mãe – e permanecer com seus filhos - ou de não ser mãe, sem para isso ter que cometer um crime. Que atire a primeira pedra, aquele que nunca fez sexo sem proteção. Se os corações estão empedernidos, que se ouça, ao menos, a razão. Marina Amaral, codiretora da Agência Pública https://mailchi.mp/apublica/agncia-pblica-os-ministros-deixaro-o-dio-defora?e=64d9b46514 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO: QUEM SÃO OS GRUPOS QUE TENTARÃO INFLUENCIAR DECISÃO DO STF Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 03 de agosto de 2018 A decisão sobre levar ou não adiante uma gravidez é um direito fundamental da mulher? Quando começa a vida? Como evitar as milhares de mortes de mulheres por abortos inseguros no Brasil? A quem cabe decidir sobre o tema, Judiciário ou Legislativo? Essas são algumas das questões que devem ser debatidas nesta sexta (3) e na próxima segunda (6) nas audiências públicas do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação que pede a descriminalização do aborto. Cerca de 60 pessoas, entre representantes de religiões, médicos, juristas e ativistas brasileiros e estrangeiros, apresentarão suas posições aos ministros do tribunal e ao público presente. A discussão passa por definir se o aborto deve ser visto como um problema de saúde pública, se o direito de decidir sobre o próprio corpo no caso de uma gestação é garantido pela Constituição, e se tratar a interrupção da gravidez como crime é ou não uma medida eficiente para evitar a prática do aborto e, ao mesmo tempo, proteger a vida das mulheres. A audiência foi convocada pela ministra Rosa Weber, relatora da Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, apresentada pelo PSOL, com assessoria técnica do Instituto de Bioética Anis. 353 Ainda não há data marcada para o julgamento do caso. A ação argumenta que os artigos do Código Penal que proíbem o aborto afrontam preceitos fundamentais da Constituição Federal, como o direito das mulheres à vida, à dignidade, à cidadania, à não discriminação, à liberdade, à igualdade, à saúde e ao planejamento familiar, entre outros. O PSOL pede que o aborto feito até a décima segunda semana de gestação não seja considerado crime. Atualmente, o aborto só é permitido no Brasil em caso de estupro, risco de vida para a mãe e feto com anencefalia- neste último caso a autorização foi dada pelo Supremo, em julgamento de 2012. O STF recebeu mais de 180 pedidos para falar na audiência sobre o pedido de descriminalização do aborto e selecionou os palestrantes com base na representatividade, na qualificação técnica e na "pluralidade" das opiniões. A BBC News Brasil conversou com algumas dessas pessoas para saber que argumentos levarão ao debate. Os palestrantes pró-descriminalização do aborto 354 Palestrantes favoráveis à desciminalização vão apresentar dados sobre mortes de mulheres em abortos clandestinos e argumentar que a legislação atual não reduz o número de abortos AGÊNCIA BRASIL O grupo de pessoas selecionadas para falar a favor da descriminalização do aborto é composto por diferentes setores - de médicos a ONGs internacionais e grupos religiosos que defendem que as mulheres devem ter autonomia para interromper a gestação. Cada setor deve se aprofundar em uma dessas quatro linhas de argumentação identificadas pela BBC News Brasil: Morte das mulheres O primeiro dia de audiências abordará o efeito da legislação sobre aborto em diferentes aspectos da saúde - psicológico e físico, além do impacto social. Os médicos favoráveis à descriminalização devem expor a experiência de tratar mulheres com complicações decorrentes de abortos inseguros. A médica ginecologista e obstetra Melania Amorim disse à BBC News Brasil que defenderá que a descriminalização é necessária para reduzir a mortalidade materna e o número de abortos provocados. Segundo ela, interrupções da gestação feitas de forma insegura são a quarta principal causa de morte de materna no Brasil. A médica diz que, ao longo dos quase 30 anos de carreira, atendeu na rede pública dezenas de pacientes com complicações graves de abortos clandestinos. Mas a primeira experiência foi a que mais impactou. "Eu tinha 17 anos, tinha acabado de entrar na faculdade e estava estagiando num hospital. Uma menina de 13 anos chegou já desorientada, em estado grave após um aborto clandestino. Ela entrou em estado de choque séptico e morreu", conta. "Entrei na maternidade esperando ver partos lindos e bebês saudáveis e me vi sempre à frente da morte. Já me deparei várias vezes com mulheres nessa situação. Hemorragia e septicemia. As mulheres recorrem a instrumentos perfurantes ou soluções tóxicas." 355 Melania diz que também apresentará dados para sustentar a tese de que a descriminalização do aborto poderá, inclusive, diminuir as interrupções de gestações, na medida em que o tema deixará de ser "tabu". "Você evita o aborto de repetição, que é responsável por mais de 40% dos abortos provocados. Com o acolhimento das mulheres durante e após o aborto, você evita um próximo aborto. Você consegue ouvir a mulher e aconselhá-la a usar um método contraceptivo eficiente", afirma. Um estudo que deve ser mencionado, na audiência, é o da pesquisadora Gilda Sedgh, do Instituto Guttmacher, de Nova York, que aponta que, em países onde o aborto é crime, as taxas de aborto chegam a ser um pouco mais altas que as de nações onde o procedimento é legalizado. Conforme o levantamento, a taxa é de 37 abortos a cada mil mulheres em países que vetam o aborto em qualquer circunstância ou que só o permitem em caso de risco de vida para a mãe. Em nações onde a interrupção da gravidez é permitida e oferecida mediante pedido da gestante, o número de abortos é de 34 para cada mil mulheres. Desigualdade social Antropólogos e sociólogos favoráveis à descriminalização disseram à BBC News Brasil que pretendem demonstrar que a proibição do aborto têm impactos sociais, ao reforçar a desigualdade entre ricos e pobres, já que as mulheres mais pobres acabam recorrendo a métodos inseguros, enquanto as que têm dinheiro podem pagar por um aborto em uma clínica particular ou fazer em países onde isso é permitido. A pesquisadora Débora Diniz, coordenadora do Instituto de Bioética Anis, apresentará um estudo que mostra que uma em cada 5 mulheres de até 40 anos já fizeram aborto no Brasil. Mas as mais pobres, ela destaca, são as mais afetadas pela criminalização. "Sabemos que em todas as classes sociais se faz aborto, mas as mulheres mais precarizadas, negras e indígenas, do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, estão mais vulneráveis à experiência do aborto e também aos efeitos perversos da lei penal, com risco de cadeia, graves sequelas ou morte", disse ela à BBC News Brasil. Tratados internacionais 356 Já as ONGs internacionais devem focar na comparação das leis brasileiras com as de outros países, e analisar a criminalização do aborto do ponto de vista do direito internacional. A pesquisadora Margareth Wurth, do Human Rights Watch, uma das maiores instituições de defesa de direitos humanos do mundo, disse à BBC News Brasil que a ONG defenderá que o trecho do Código Penal brasileiro sobre aborto viola tratados internacionais firmados pelo Brasil. "As punições previstas na legislação penal brasileira para o aborto são incompatíveis com as obrigações do Brasil perante leis internacionais", disse Wruth. O Brasil está entre os países com legislações mais restritiva ao aborto do mundo, juntamente com a maioria das nações da América Latina, África e Oriente Médio "A criminalização do aborto coloca em risco direitos fundamentas estabelecido em tratados de direitos humanos firmados pelo Brasil, como o direito à privacidade, igualdade e à informação." 357 O Human Rights Watch também deve ressaltar que a maioria dos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e membros da União Europeia, tem legislações que permitem a interrupção da gravidez. "Há uma tendência mundial de expandir os abortos seguros. Irlanda, Argentina e Chile caminham para expandir as hipóteses legais de aborto. Essa é uma oportunidade para o Brasil se unir a essa tendência", afirma. Estado laico O grupo Mulheres Católicas pelo Direito de Decidir - ONG de proteção aos direitos das mulheres integrada por católicas - afirmará que, no catolicismo, "há incertezas sobre a questão do aborto", além de defender que, independentemente disso, o Brasil, por ser um Estado laico (com separação entre Igreja e Estado), não deve ser influenciado por "qualquer credo religioso". "Somente na segunda metade do século 19, em 1861, o aborto foi declarado um pecado, sem nunca ter se tornado objeto de dogma. A Igreja muda assim como a sociedade muda. Foi assim em relação à escravidão e foi assim em relação aos direitos humanos, e pode ser novamente quanto à questão do aborto", diz a ONG, no resumo das argumentações enviado para o STF. Para as integrantes do grupo, a descriminalização ajudaria a evitar a morte de mulheres em abortos inseguros. "A vida humana é um precioso dom a ser defendido, mas não se pode restringir essa proteção à vida do feto e seguir culpando as mulheres que abortam, condenando-as à morte, especialmente as mulheres pobres e negras, nas clínicas clandestinas, em nome de uma suposta 'defesa da vida'", completa. Os palestrantes contrários à descriminalização do aborto 358 Grupos religiosos e juristas contrários à descriminalização devem defender que que a vida começa na concepção e dizer que cabe ao Congresso debater o tema AGÊNCIA BRASIL As pessoas selecionadas para falar contra a descriminalização também vêm de diferentes setores - são juristas, religiosos e pesquisadores. O foco deles deverá ser o de que a vida começa na concepção e que, portanto, o aborto seria uma violação do artigo da Constituição que garante "o direito à vida". Outro ponto que deve ser abordado é o fato de a discussão estar sendo feita pelo Judiciário e não o Legislativo. São três os principais argumentos a serem defendidos: 'Proteger o mais vulnerável' O bispo da diocese de Rio Grande, dom Ricardo Hoepers, que falará em nome da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou à BBC News Brasil que defenderá que o aborto é "um ato contra a vida". "A vida humana tem seu início na concepção e acreditamos na integralidade da vida humana desde o início da vida. O aborto é um ato desproporcional, porque o feto é inocente, indefeso. O ser humano precisa desses nove meses de proteção. A descriminalização contraria a nossa legislação que prevê a garantia à vida", disse. 359 Medidas para ajudar mães que não querem ter filhos Para dom Ricardo Hoepers, a redução das mortes provocadas por abortos clandestinos não passa pela descriminalização, mas sim por políticas voltadas a "acolher mulheres" que não querem ter filhos. "Em vez de descriminalizar, temos que dar condições para que essas mulheres tenham as crianças, ter políticas de auxílio. Achamos estranho que o aborto seja uma conquista, uma bandeira, para ser divulgado como uma vitória. É um trauma, um sofrimento. Acreditamos que com a descriminalização estamos aumentando o sofrimento", afirma. "Descriminalizar não é a solução. É um imediatismo." Decisão do Congresso Enquanto grupos religiosos focam na definição de quando a vida começa, juristas contrários à legalização do aborto pretendem defender que não cabe ao Judiciário decidir sobre o tema. Essa vai ser, por exemplo, a linha de argumentação da advogada Angela Vidal Gandra da Silva Martins, que falará pela União dos Juristas Católicos de São Paulo. "A vida foi considerada inviolável pelos constituintes, foi colocado isso na Constituição. Se quisermos mudar algo, o espaço democrático requer representatividade popular. Se quiséssemos debater a vida, o lugar para esse debate é o Parlamento, o Legislativo", afirmou à BBC News Brasil. "Não cabe ao Supremo legislar sobre um tema de tanta relevância para a vida pública." A advogada também afirma que, como mulher, não acha que a autonomia sobre o corpo valha durante a gestação. "Se eu tivesse que falar como mulher e ser humano sobre o direito ao próprio corpo, acho que a mulher tem direito de regular suas relações sexuais. A partir do momento que ela concebeu, aquela vida depende dela, não é dela." 360 Participação da sociedade Se as posições dos diferentes atores ouvidos pela BBC News Brasil são divergentes, em um ponto eles concordam, que as audiências são uma oportunidade de incluir a sociedade civil no debate sobre um tema que têm impacto direto na vida das mulheres. "A participação da igreja faz parte da democracia do país. Queremos contribuir com a discussão, não como um ponto de vista fundamentalista", afirmou dom Ricardo Hoepers. A expectativa é que grupos favoráveis e contrários à descriminalização se reúnam para acompanhar as audiências. Grupos feministas organizaram um evento chamado "Festival pela Vida das Mulheres", com shows e palestras no Museu da República, em Brasília. Um telão foi montado lá para projetar as audiências. "A audiência tem a função de qualificar o debate público sobre o tema para além das fronteiras da Corte, com efeitos que, acredito, chegarão até o debate das eleições deste ano. A lista de expositores convidados mostrou o compromisso do STF em promover um debate sério, plural, com participação de diversas organizações da sociedade civil com experiência no tema e dados confiáveis a apresentar", disse Débora Diniz. Como o mundo tem decidido essa questão As decisões sobre aborto têm sido tomadas por diferentes instâncias pelo mundo. Na Europa, grande parte dos países descriminalizou o aborto por decisões dos Parlamentos. Já nos Estados Unidos, Canadá e alguns países da América Latina o Judiciário teve papel de destaque na discussão sobre o tema. Em 2006, a Corte Constitucional da Colômbia decidiu que o aborto deve ser permitido, em qualquer estágio da gravidez, se a saúde mental ou física da mulher estiver em risco - na prática as mulheres passaram a ter o direito de fazer o procedimento em caso de gravidez indesejada. Nos Estados Unidos, o aborto foi legalizado a partir de uma decisão histórica da Suprema Corte, em 1973, conhecida como"Roe vs Wade". Mais recentemente, em 361 2016, o tribunal derrubou uma lei do Texas que impunha restrições a procedimentos de interrupção da gravidez feitos no Estado. No Canadá, uma decisão de 1988 da Suprema Corte confirmou o direito irrestrito das mulheres do país à interrupção da gravidez. O Senado da Argentina deve votar na próxima semana um projeto de lei que descriminaliza o aborto. A Câmara dos Deputados aprovou o texto com uma margem apertada. O Brasil está entre os países com legislações mais restritiva ao aborto no mundo, juntamente com a maioria das nações da América Latina, Caribe, África e Oriente Médio. [Reproduzi apenas as imagens de manifestações e o mapa que a matéria original apresenta...] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45052975 É CONSTRANGEDOR NÃO DEFENDER ABORTO LEGAL E SEGURO EM AUDIÊNCIA NO STF Maria Carolina Trevisan, Blog de Maria Carolina Trevisan/Uol Universa, 03 de agosto de 2018 O aborto legal e seguro é uma necessidade de saúde pública. Um país que se importe com suas cidadãs não pode se abster de descriminalizar uma prática que, como é clandestina e insegura, mata pelos menos 261 mulheres a cada ano no Brasil ( http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2017/12/PesquisaPercep%C3%A7%C3%B5es-sobre-Aborto.pdf ) . São vidas que poderiam ter sido salvas. Na manhã desta sexta-feira (3), o Supremo iniciou a audiência pública para discutir os artigos 124, que criminaliza a mulher (detenção de 1 a 3 anos), e 126 do Código Penal, que criminaliza quem provocar o aborto (pena de 1 a 4 anos de reclusão), incluindo profissionais de saúde. Uma das sustentações contra a descriminalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestação se mostrou particularmente constrangedora, rendeu vergonha alheia e vaias. Seu defensor, o médico Raphael Câmara Medeiros Parente, ginecologista da UFRJ, fez manobras para desqualificar estudos relacionados às mortes e complicações de mulheres em decorrência do aborto. Tentou dizer que são as mulheres brancas que mais sofrem as consequências do aborto clandestino. "Não são as pretas", bradou o médico, que aproveitou para criticar também a vinda de profissionais cubanos ao 362 Brasil. Sim, são as mulheres negras (pretas e pardas) que mais morrem. Mas Parente tentou fazer um jogo de palavras para confundir ministros. "A audiência está amplamente favorável à descriminalização do aborto", avalia Priscila Akemi Beltrame, coordenadora do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem) no Brasil, convidado como Amicus Curiae da audiência. "A descriminalização foi subsidiada por argumentos científicos da embriologia médica, dos juramentos éticos médicos, dos dados de saúde pública e do ponto de vista jurídico." A criminalização do aborto submete mulheres a graves riscos de saúde. "O aborto é um procedimento medicamente seguro, mais seguro do que um parto quando realizado em condições adequadas. Se o Brasil decidir continuar criminalizando as cidadãs brasileiras, não poderá usar a ciência sobre o início da vida humana como um pretexto", argumentou Helena Bonciani Nader, biomédica e ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Foi amplamente aplaudida. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), são as mulheres mais vulneráveis que perdem a vida com abortos inseguros. É óbvio. A maioria é negra, pobre, solteira, jovem e com estudo até o ensino fundamental. Esse quadro faz com que seja ainda mais imprescindível o apoio do Estado. É o próprio Ministério da Saúde que demonstrou na audiência que os procedimentos inseguros causaram mais de 250 mil internações, com mais de 15 mil complicações, sendo 5 mil muito graves, entre 2008 e 2017. O aborto é a terceira principal causa de morte materna no Brasil. Aqui, morre uma mulher a cada dois dias por essa causa. Perdas evitáveis. Há, portanto, uma grave violação dos direitos das mulheres brasileiras cometida pelo Estado. Não legalizar o aborto sai também mais caro ao país. "Complicações do abortamento consomem parte significativa de recursos do SUS (leitos hospitalares, bolsas de sangue, medicações, centros cirúrgicos, anestesia e especialistas)", esclarece o Ministério da Saúde. 363 Ao proibir o aborto – e criminalizar médicos e mulheres que o fazem clandestinamente, – o Estado não vai cessar a prática. "O que está em discussão é se o aborto será legal ou clandestino", afirmou o ex-ministro da Saúde do governo Lula, José Gomes Temporão. "Não é a criminalização que vai definir a opção de uma mulher. Descriminalizar o aborto é uma prática em defesa da vida." Deixar morrer Ninguém faz aborto sem dor física e psíquica. "O aborto significa uma dor profunda, que se confunde com a culpa, com a criminalização e com a desigualdade, que se ampara na ausência do Estado", afirmou a deputada argentina Silvia Gabriela Lospennato, quando a Câmara aprovou o aborto legal e seguro ( https://mariacarolinatrevisan.blogosfera.uol.com.br/2018/06/16/aprovacao-doaborto-na-argentina-pode-pressionar-stf-em-votacao-no-brasil/ ) . "Confessamos o nosso pecado e a nossa culpa, o nosso desespero e a nossa aflição. Esperamos ser escutados como saúde pública para que a gente consiga mudar esse quadro no nosso país", disse a médica e doutora em saúde pública Monica de Almeida Neri, que defendeu a legalização do aborto seguro. A audiência pública, com participação de 26 expositores nesta sexta e outros 26 na segunda-feira (6), servirá para ajudar os 11 ministros da corte a formar convicção para analisar a ADPF 442 (Arguição de Preceito Fundamental) ajuizada pelo PSOL. Os argumentadores concordam que o aborto é uma questão de saúde pública. Portanto, não pode ser caso de polícia. É inadmissível que as mulheres brasileiras sejam presas ou mortas por praticar a interrupção da gravidez. Maria Carolina Trevisan, 40, é jornalista especializada na cobertura de direitos humanos, políticas públicas sociais e democracia. Foi repórter especial da Revista Brasileiros, colaborou para Isto É, Época, Folha de S. Paulo, Estadão, Trip e Marie Claire. Trabalhou em regiões de extrema pobreza por quase 10 anos e estuda desigualdades raciais há oito anos. Coordena a área de comunicação do projeto Memória Massacre Carandiru e é pesquisadora da Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós Graduação. É coordenadora de projetos da Andi Comunicação e Direitos. Em 2015, recebeu o diploma de Jornalista Amiga da Criança por sua trajetória com os direitos da infância. 364 https://mariacarolinatrevisan.blogosfera.uol.com.br/2018/08/03/e-constrangedornao-defender-aborto-legal-e-seguro-em-audiencia-no-stf/ JUSTIÇA MANTÉM PENA DE 20 MULHERES QUE RESPONDEM POR ABORTO EM SÃO PAULO Marcos Candido, Uol Universa, 03 de agosto de 2018 Até o ano passado, 30 mulheres respondiam processo por autoaborto na Justiça paulista. Após pedidos de habeas corpus da Defensoria Pública no fim do ano passado, apenas cinco pedidos foram atendidos pela Justiça. 23 mulheres tiveram o pedido negado pelo júri e ainda respondem criminalmente, segundo apurou a Universa. A defensoria alegou problemas na obtenção de provas para a investigação. Segundo os defensores públicos, 75% das denúncias foram feitas por médicos que socorreram mulheres com complicações em hospitais públicos. O ato, de acordo com a defesa, quebra o código de ética médica que garante sigilo entre especialista e paciente. “Apesar de antiético, há pouco reconhecimento no Judiciário da ilegalidade desse tipo de prova; mesmo com o posicionamento do Conselho Federal de Medicina sobre a questão", explicou na ocasião Ana Rita Souza Prata, coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher. A defensora pública foi selecionada pela ministra Rosa Weber para o debate sobre a descriminalização do aborto até 12º semana no Supremo Tribunal Federal, que acontece nesta sexta (3) e segunda (6). Com o habeas corpus, a intenção foi evitar que as mulheres fossem presas sob o artigo 124 do Código Penal, no qual a mulher que pratica aborto pode ser punida por um a três anos de prisão. O habeas corpus é uma garantia estabelecida na Constituição para quem está preso, ou ameaçado de prisão, com base em provas ilegais ou abuso de poder. Tribunal abriu precedente inédito, mas negou os demais pedidos Em março, o Tribunal de Justiça de São Paulo trancou o processo de uma mulher de 21 anos por autoaborto. O tribunal considerou ilegais as provas obtidas por denúncias de 365 médicos e agentes de saúde. A decisão abriu um precedente para conceder o habeas corpus a mais quatro mulheres. Estudo feito pelo Portal Catarinas aponta existência de 331 processos por autoaborto em 18 estados brasileiros. O número é pequeno se comparado às estimativas de 503 mil interrupções de gestação clandestinas ao ano, mas afeta mulheres que já foram mães e vivem em regiões periféricas, segundo pesquisadores. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/03/justica-mantem-pena-de20-mulheres-que-respondem-por-aborto-em-sao-paulo.htm “EXISTEM FUNDAMENTOS LEGAIS PARA QUE O SUPREMO LEGALIZE O ABORTO NO BRASIL” Felipe Betim entrevista advogado Sebástian Rodriguez, do Center for Reproductive Rights, El País, 03 e agosto de 2018 A partir desta sexta-feira, STF realiza audiências públicas para tratar sobre ação do PSOL que pede pela descriminalização do procedimento até o terceiro mês de gravidez em todos os casos O direito das mulheres a fazer um aborto legalmente até a 12ª semana de gravidez é um dos temas que mais divide progressistas e conversadores no Brasil — e no mundo. O Supremo Tribunal Federalse debruçará sobre o tema e realizará nesta sexta-feira, 3 de agosto, e na próxima segunda, 6, uma audiência pública com o objetivo de ouvir especialistas, instituições e organizações nacionais e internacionais envolvidos com o tema. Um dos que estarão presentes é Sebastián Rodríguez, advogado para a América Latina e o Caribe do Center for Reproductive Rights, uma ONG que atua judicialmente em cortes constitucionais e internacionais em casos envolvendo os direitos reprodutivos e das mulheres. "Existem fundamentos legais para que o Supremo legalize o aborto em todos os casos", garante ao EL PAÍS. O Supremo analisará a ação protocolada em 2017 pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pela Anis - Instituto de Bioética a partir da história de Rebeca Mendes, uma brasileira que fez um aborto legalmente na Colômbia —onde há restrições para o procedimento, que no entanto é permitido, desde 2006, caso represente um perigo para a saúde física ou mental da mulher. Pedem para que os artigos 124 e 126 do Código Penal brasileiro que criminalizam o aborto sejam considerados incompatíveis com a Constituição de 1988. A lei prevê que, caso feito ilegalmente, a mulher pode ser 366 punida com uma pena de um a três anos de prisão, enquanto o médico responsável pelo procedimento pode pegar uma pena de até quatro anos. "O Direito Internacional dos Direitos Humanos reconheceu e recomendou descriminalizar o aborto em todos os casos. Nesse sentido, nosso argumento é o de que, de acordo com o Direito Constitucional brasileiro, existe uma obrigação de incorporar vários estândares internacionais em seu ordenamento legal", explica Rodríguez. O objetivo da audiência pública desta sexta é que os ministros do Supremo escutem argumentos favoráveis e contrários a descriminalização e possam se valer de informações. "Faremos uma análise de como a jurisprudência da Corte Interamericana dos Direitos Humanos [da OEA] pode ser aplicada no ordenamento jurídico nacional, assim como a jurisprudência da Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas". Não há previsão de quando o tema será votado. Atualmente, o Brasil permite o aborto em três casos: quando a mulher sofre um estupro, quando o feto é anencéfalo ou quando a gestação representa um risco para a vida da mulher. Trata-se de uma legislação mais avançada que a de países como Nicarágua, que proíbe o aborto em qualquer caso. Ainda assim, a lei atual pouco fez para diminuir o número de procedimentos ilegais. Segundo a última Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), divulgada em 2016, cerca de 500.000 mulheres realizaram um aborto clandestino no ano anterior. Já o Ministério da Saúde fala de 9,5 milhões a 12 milhões de abortos inseguros —através de remédios, chás abortivos ou procedimentos em clínicas clandestinas— entre 2008 e 2017, os quais geraram um custo de quase 500 milhões de reais para o SUS, que não raramente tem que internar e tratar as mulheres que sofrem complicações após os procedimentos. Um levantamento da Defensoria Pública do Rio de 2005 a 2017 mostra que a maioria das mulheres que respondem na Justiça são pobres, negras e com baixa escolaridade. São elas também as que mais morrem devido em procedimentos inseguros —ao menos quatro por dia, segundo dados de 2015 e 2016 do Ministério da Saúde— já que não podem arcar com os altos custos de uma clínica abortiva em boas condições. Os países que legalizaram o procedimento atravessaram caminhos diferentes: passaram por plebiscitos e referendos (Portugal e Irlanda), por votações no Legislativo (Espanha e Alemanha) ou por decisões das cortes constitucionais (Estados Unidos e Canadá). Mesmo nos casos em que a população ou o Parlamento votaram a favor, foi preciso que os tribunais constitucionais referendassem a decisão. "O problema é quando você converte o tema em uma conversa política. Mas, ao fazer uma análise estrita do Direito, existe a jurisprudência comparada dos EUA, Canadá, Alemanha ou Portugal que dão peso aos argumentos legais e poderiam orientar os ministros do STF", argumenta Rodríguez. 367 No Brasil, o debate sobre o aborto no Congresso está engessado por uma classe política majoritariamente conservadora que, baseada em uma opinião pública também conservadora, não se atreve a levar adiante projetos de lei. Pelo contrário: em 2015, a bancada evangélica conseguiu aprovar em uma comissão da Câmara o Projeto de Lei 5069/13, de autoria do preso e condenado Eduardo Cunha (MDB), que dificulta o atendimento médico das mulheres vítimas de estupro. Os contrários a interrupção da gravidez se baseiam em questões morais e religiosas e argumentam que vida começa na concepção e que cabe protegê-la. Também dizem que a permissão poderia aumentar o número de aborto —os dados dos países que legalizaram o procedimento mostram justamente o contrário. Mas o debate vem se acirrando no Brasil, empurrado por um emergente movimento feminista no país e no mundo e pelas inúmeras manifestações, nas ruas e nos espaços de discussão, favoráveis a interrupção da gravidez. Argumentam que se trata de um tema de saúde pública e do direito da mulher a decidir sobre sua vida e seu corpo, além da evidência científica de que a vida só começa de fato após a 12ª semana de gravidez. Resta, portanto, a opção de levar o tema para o STF para que este decida. "O importante é entender que a legalização do aborto nas 12 primeiras semanas é um assunto de saúde pública. Quem deve ter a voz nesse caso é o setor médico, com argumentos científicos. Se vamos ficar discutindo sobre quando começa a vida, existem muitas posições e não vamos sair disso", argumenta Rodríguez. "Nos EUA, a Corte Suprema reconhece que não vai se chegar a um consenso precisamente por causa de diferenças políticas sobre o direito a vida, e quando começa a vida. Nesse sentido, fez uma análise estritamente legal baseada no direito à privacidade e direito à cidadania, sobre se há os direitos humanos da mulher estão sendo feridos ou não", acrescenta o advogado. Para ele, nem sempre o legislativo é o espaço mais adequado para se decidir sobre o assunto e acredita que cabe ao STF proteger os direitos das minorias. "A separação de poderes permite que o Supremo tenha o poder judicial para revisar a jurisprudência e determinar se trata-se de uma decisão política ou judicial", explica. "Quando estamos falando de uma decisão simplesmente política, não podemos falar que estamos num ambiente democrático. Porque se as pessoas a favor do aborto são uma minoria, essa minoria nunca será escutada no Legislativo. Então legalizar o aborto é uma questão de democracia, e o Supremo tem o trabalho de representar os interesses das minorias a partir de uma análise estritamente legal", acrescenta. O STF vem sendo progressista em decisões do tipo, o que anima os defensores da legalização do aborto. Foi a corte que liberou as pesquisas com células-tronco embrionárias, em 2008, permitiu as uniões civis homoafetivas, em 2011, e legalizou o 368 aborto de fetos anencéfalos, em 2012. Por sua vez, o Conselho Nacional de Justiça aprovou em 2013 uma resolução que obrigava os cartórios a realizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, com base na decisão do Supremo dois anos antes. "A jurisprudência do STF é progressista e reconhecida globalmente, o que pode gerar uma corrente que pode chegar em outros países", diz Rodríguez. Uma corrente que, aliás, já existe: a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou recentemente a legalização do aborto até a 12ª semana de gravidez —a decisão final cabe ao Senado, em 8 de agosto—, enquanto que a Irlanda liberou o procedimento em maio deste ano via referendo. Já o Chile, historicamente restritivo, igualou no ano passado sua legislação à brasileira. "Esperamos que o STF assuma sua liderança de maneira responsável, já que uma decisão negativa também pode gerar um precedente negativo em outros países", conclui o advogado. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/03/politica/1533291491_643952.html COM MAIORIA MULHER E CIENTISTAS, POUCOS MINISTROS VÃO A DEBATE SOBRE ABORTO Marcos Candido, Uol Universa, 03 de agosto de 2018 Com maioria de mulheres, a audiência sobre a descriminalização do aborto no Supremo Tribunal Federal (STF) teve, entre o maior número de expositores, representantes de áreas técnicas e científicas. Logo após, estão os grupos religiosos. Além das falas desta sexta (3), o debate continua e se encerra na segunda (6). Apesar da intenção em instruir ministros do Supremo, poucos compareceram à audiência. Apesar da presença da presidente do STF, Carmen Lúcia, em parte da sessão pela manhã, e do ministro Luís Roberto Barroso até o início da tarde, a audiência não teve participação de todos os 11 ministros convidados. Além deles, estiveram presentes a relatora da ação que discute a descriminalização do aborto, Rosa Weber, e Ricardo Lewandowski. Segundo a Global Health Strategies, que antecipou e calculou o teor das falas, 42% das arguições em defesa da liberação do aborto serão articuladas a partir de dados científicos. A estratégia de persuasão será adotada por 1,9% dos participantes, sendo mais da metade destes representantes religiosos. No total, ao menos 41 mulheres e 17 homens têm falas confirmadas (há grupos com representantes a confirmar). 369 Veja a divisão de participantes Composição da audiência por argumentos e áreas (Fonte: Global Health Strategies) Imagem: Arte/UOL No total, o STF recebeu 187 inscrições de interessados em participar da audiência, pedida pela ministra Rosa Weber, relatora da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 a pedido do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que entende que o aborto voluntário deve ser permitido até a 12ª semana de gestação. A justificativa da ministra para a realização da audiência é de que o evento consiste em "um método efetivo de discussão e de construção da resposta jurisdicional". Religiões Segundo a relatora, o tribunal destaca que buscou garantir equilíbrio entre os perfis de apoiadores da legalização do aborto e opositores. Além dos inscritos, foram convidados representantes de instituições judaicas, espíritas, muçulmanos, budistas e de religiões de matriz africana. Há representantes de religiões com opiniões contrárias e favoráveis à descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, como as Católicas pelo 370 Direito de Decidir (a favor) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (contra). Na segunda (6), está programada a participação de mais opiniões contrárias e grupos religiosos. Com a ausência da maioria dos ministros, Carmen Lúcia destacou que todos os integrantes do STF receberão o conteúdo das exposições. "Todos os ministros recebem em gravação tudo que se passa na audiência pública para que possam estudar. O aproveitamento é absoluto das exposições aqui feitas", declarou. Com poucas interferências dos presentes, apenas Barroso se pronunciou em relação a uma fala relacionada à legalização do aborto aprovada pelo Supremo em 2012. "Estou aqui mais para ouvir", explicou pela manhã. Rosa Weber se manifestou apenas para insinuar, sutilmente, que o debate sobre o tema não se restringe ao Congresso e interromper uma das falas de uns dos representantes. Primeiro dia demonstra divisão entre representantes Expositor do Instituto Liberal, o ginecologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Raphael Câmara defendeu que os estudos do Ministério da Saúde têm premissas frágeis e que o número correto de abortos clandestinos realizados no Brasil é de cerca de 98 mil, e não 1 milhão por ano, como apresentado pelo Ministério da Saúde no início da audiência. Ele questionou ainda a capacidade da rede pública de realizar abortos caso haja a descriminalização. "As maternidades já estão superlotadas. Quem vai fazer esses abortos?", questionou. A representante do ministério explicou que os dados apresentados são maiores do que os registrados oficialmente porque, na maioria dos casos de internação por aborto induzido, esse dado não é colocado no prontuário justamente por ser proibido. "Então o que fazemos é cruzar bases de dados e seguir o dinheiro repassado para procedimentos. É assim que a gente chegou no número de 1 milhão", explicou Fátima Marinho. Muito exaltado em suas posições, Câmara foi hostilizado pela plateia, o que levou a ministra Rosa Weber a interromper a fala do especialista e pedir tolerância ao público. Guerra de números 371 A batalha de estatísticas também teve como alvo dados de outros países que liberaram a prática. Enquanto entidades favoráveis ao aborto trouxeram exemplos de nações que tiveram redução das taxas de aborto após a legalização, como França e Romênia, organizações contrárias ao procedimento trouxeram números do Uruguai que mostram aumento do índice após a descriminalização. O tema não provocou polêmica só dentro do Supremo. Internautas inundaram as redes sociais com comentários contrários e favoráveis à descriminalização. No Twitter, duas hashtags relacionadas ao tema (#NemPresaNemMorta e #AbortoÉCrime) ficaram toda a manhã entre os trending topics do País. Fora da Corte, integrantes de movimentos feministas fizeram ato em apoio à descriminalização próximo ao prédio do Supremo. Próximos passos Após a realização dos dois dias de audiência pública, a ministra Rosa Weber terá um tempo para redigir seu voto em relação ao tema para, em seguida, agendar a data do julgamento no plenário do Supremo. (Com Agência Estado e Agência Brasil) https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/03/poucos-ministros-emaioria-mulher-como-foi-a-audiencia-sobre-aborto-no-stf.htm STF DÁ INÍCIO NA SEXTA A AUDIÊNCIAS SOBRE ABORTO; VEJA QUEM FALARÁ NA CORTE Felipe Amorim, Uol, 30 de julho de 2018 A descriminalização do aborto volta à pauta do STF (Supremo Tribunal Federal) no próximo mês, com audiências públicas comandadas pela ministra Rosa Weber, em processo no qual o PSOL pede que seja permitida em todo o país a realização do aborto até a 12ª semana de gravidez, por decisão da gestante e sem a necessidade de nenhum tipo de autorização legal. 372 Serão realizadas duas audiências, nesta sexta-feira (3) e na segunda-feira (6), nas quais serão ouvidas 45 exposições sobre o tema, feitas organizações das áreas de saúde, entidades religiosas, de direitos humanos e também estudiosos do tema. As audiências públicas são uma forma de o STF reunir informações técnicas e argumentos diversos sobre o tema, antes de o processo ser levado a julgamento. Os outros 10 ministros do Supremo foram convidados a participar. A PGR (Procuradoria-Geral da República) informou ao STF que só irá se manifestar sobre o processo após as audiências públicas. No Brasil, a lei só permite o aborto quando a gravidez é resultado de um estupro ou quando representa risco de vida para a mãe. Em 2012, o STF passou a autorizar também o aborto de fetos anencéfalos, tipo de má formação no sistema nervoso que impede a vida após o nascimento, com a morte da criança horas após o parto na maioria dos casos. Nos outros casos, o aborto é considerado crime, e pode ser punido com pena de um a três anos de prisão, em regime inicialmente semiaberto ou aberto. Na ação ao STF, o PSOL diz que tratar como crime o aborto por iniciativa da gestante equivale a tornar obrigatória a gravidez, o que fere o direito das mulheres à liberdade para decidir sobre a própria vida e sexualidade. "Em um contexto de descriminalização do aborto, nenhuma mulher será obrigada a realizá-lo contra sua vontade. Porém, hoje, o Estado brasileiro torna a gravidez um dever", diz o texto da ação. O partido argumenta que os artigos do Código Penal que punem o aborto criminalmente devem ser declarados parcialmente inconstitucionais, pois nos casos em que a interrupção da gravidez ocorre a partir de decisão da mulher, até a 12ª semana de gestação, a punição do aborto seria contrária a princípios jurídicos de maior importância, como os direitos das mulheres à cidadania, à dignidade e a serem tratadas de forma igualitária. "A criminalização do aborto e a consequente imposição da gravidez compulsória compromete a dignidade da pessoa humana e a cidadania das mulheres, pois não lhes reconhece a capacidade ética e política de tomar decisões reprodutivas relevantes para a realização de seu projeto de vida", afirma o PSOL no processo. Na convenção do PSOL que confirmou Guilherme Boulos como candidato do 373 partido à Presidência, Boulos defendeu a descriminalização do aborto. "Nossa campanha não vai ter medo de defender o aborto neste país, que é um tema de saúde pública, porque isso é defender a vida da mulher. As mulheres estão morrendo. Principalmente as mais pobres. Olha a vitória da Argentina. O tema tem que vir à tona", afirmou o candidato do PSOL. A descriminalização do aborto ainda encontra resistência na população. Pesquisa Datafolha de novembro do ano passado aponta que, para 57% dos brasileiros, o aborto deve ser considerado crime. Esse percentual era de 64% em dezembro de 2016. O número de brasileiros que declararam ser contrários à criminalização do aborto cresceu de 23% para 36% na última pesquisa. O STF recebeu 187 pedidos de inscrição para participar como expositor nas audiências. A decisão sobre quem participaria do debate foi da ministra Rosa Weber, relatora da ação e responsável pela decisão de realizar as audiências públicas. Weber usou como critérios para a seleção a representatividade do palestrante em sua área de conhecimento, a atuação relacionada ao tema em questão e a busca de pluralidade e equilíbrio de opiniões sobre o tema. Serão ouvidos órgãos como o Ministério da Saúde, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, a organização Católicas pelo Direito de Decidir, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, a Sociedade Brasileira de Bioética e a organização internacional de defesa dos direitos humanos Humans Right Watch. Veja os argumentos de quatro das entidades participantes das audiências, dois com posição favorável e dois contrários à descriminalização do aborto. A favor: Conselho Nacional de Direitos Humanos A presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Fabiana Severo, afirma que tratar o aborto como crime atinge especialmente mulheres que não têm dinheiro para realizar o procedimento com segurança numa clínica particular. "O Brasil está muito atrasado no reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, criminalizando indevidamente aquelas que interrompem a gravidez, o que acaba atingindo em especial as mulheres mais pobres, as mulheres negras, as mulheres que não têm condições de arcar com os cursos de clínicas particulares para um aborto seguro", afirma Fabiana Severo. 374 O Conselho aprovou a posição favorável à descriminalização por 12 votos a favor e duas abstenções, em reuniões realizadas nos dias 9 e 10 de maio. O Conselho Nacional de Direitos Humanos é um órgão criado por lei federal e formado por 22 integrantes, sendo 11 representantes do poder público e 11 da sociedade civil. Contra: Associação Nacional de Juristas Evangélicos A Associação Nacional de Juristas Evangélicos defende que decidir esse tipo de questão não é de atribuição do STF, mas do Congresso Nacional, a quem cabe aprovar mudanças nas leis. Sobre a criminalização do aborto, a Anajure afirma que a vida deve ser protegida desde a concepção, ou seja, desde o momento em que ocorre a fecundação do óvulo no corpo da mulher. "O argumento padrão da impossibilidade moral do aborto se fundamenta em duas premissas básicas. Uma premissa moral auto evidente: todas as pessoas têm direito à vida; e uma premissa antropológica: o ser humano é, desde a concepção, uma pessoa, cuja forma de manifestação no mundo é o corpo", afirma a associação. A associação defende que o direito do feto à vida deve se sobrepor ao direito da mulher de ter autonomia sobre o próprio corpo. "A autonomia do corpo próprio da mulher não pode subjugar, a não ser por um inconsequente ato de violência, a autonomia do corpo próprio do embrião. Tentar fundamentar o direito ao aborto como um direito à autonomia do corpo da mulher esconde o desejo tirânico de subjugar e destruir o mais fraco pelo poder do mais forte", diz a Anajure em manifestação entregue ao STF. A favor: Católicas pelo Direito de Decidir A associação Católicas pelo Direito de Decidir defende que a maternidade não é um dever da mulher e que a criminalização do aborto se baseia em fundamentos religiosos que perpetuam o machismo e o racismo. "Descriminalizar a interrupção da gravidez afasta a destinação da mulher à condição de reprodutora, rompendo com o processo de naturalização de assimetrias por imperativos pseudobiológicos", afirma a associação, na manifestação apresentada no processo. 375 A entidade afirma que tratar a proteção à vida como valor absoluto, como querem os defensores da criminalização do aborto, deveria levar a tornar obrigatórias a doação de sangue e de órgãos, o que não ocorre. "Não se fala em proteção à vida quando o custo é o corpo de alguém, a menos que esse alguém seja mulher, a menos que esse corpo seja negro, a menos que essa carne seja pobre", diz trecho de manifestação apresentada ao STF. Contra: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) defende a proteção à vida desde a concepção e é contra "todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil", segundo afirmou em posicionamento da entidade emitido em abril. "O aborto jamais pode ser considerado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do nascituro. A ninguém pode ser dado o direito de eliminar outra pessoa", diz o texto do comunicado oficial da CNBB. A entidade também afirma que somente o Congresso poderia alterar o que diz a legislação. "A vida do nascituro está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e compromisso ético-cristão, repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal uma função que não lhe cabe, que é legislar", defendem os bispos do Brasil. Serviço Quando: 03 e 06 de agosto de 2018 Como serão as audiências: A primeira audiência começa às 8h40 na sexta-feira (3). Serão ouvidas 23 exposições, às vezes com mais de um palestrante ou instituição representada. Está previsto que a audiência dure até as 18h50, com intervalo para almoço. Cada entidade ou especialista participante terá 20 minutos para falar. Ao final de cada bloco de exposições, pela manhã e à tarde, haverá um tempo de 30 minutos para debate, quando os ministros do STF poderão fazer perguntas aos participantes. Os palestrantes também poderão fazer perguntas aos demais expositores. Na segunda-feira (6), a audiência pública também está prevista das 8h40 às 18h50, com 22 exposições de participantes. Também haverá tempo para debate. 376 Como acompanhar: o debate será transmitido pela TV Justiça, Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube. https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/07/30/stf-da-inicio-nasexta-a-audiencias-sobre-descriminalizacao-do-aborto.htm DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DIVIDE ESPECIALISTAS EM AUDIÊNCIA NO STF Carolina Gonçalves, Agência Brasil reproduzida pelo Uol Universa, 03 de agosto de 2018 Por quase cinco horas, médicos e profissionais ligados à área de saúde de diferentes segmentos defenderam ou criticaram, durante 20 minutos cada, o pedido para que a interrupção da gravidez até a 12ª semana deixe de ser crime. Atualmente, a legislação brasileira permite o aborto em casos de estupro, risco de vida ou fetos anencéfalos. Desde março do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa uma ação que amplia este direito. Antes de decidir sobre o tema, que sempre gera polêmica, a relatora da ação no STF, ministra Rosa Weber, decidiu marcar audiência pública para ouvir especialistas de saúde, direitos humanos, pesquisadores e cientistas e religiosos sobre o assunto. Na primeira parte da audiência, 14 convidados falaram favoravelmente à descriminalização do procedimento, destacando direitos da mulher como dignidade e cidadania e alertando para casos de violência doméstica, gravidez indesejada na adolescência, entre outros relatos que levam milhares de mulheres a buscar métodos clandestinos de aborto. A principal preocupação desses especialistas são as complicações e mortes ocasionadas, de certa forma, pelas dificuldades devidas à criminalização do ato. Eles argumentam que, deixando de ser crime, o procedimento passará a ser mais seguro e poderá integrar uma política mais completa de saúde que inclua o aconselhamento anticonceptivo que poderia evitar novos casos. 377 Ingriane Barbosa, de 30 anos, que morreu há pouco mais de 10 dias, em Petrópolis (RJ), por uma infecção generalizada depois de tentar interromper a gravidez usando um talo de mamona, recebeu homenagens de parte dos especialistas. O caso é um dos mais recentes entre mortes por uso de métodos inseguros de aborto. Ingriane tinha três filhos e já tinha feito um aborto. “Foi a criminalização do aborto que matou Ingriane e deixou seus filhos órfãos”, disse a pesquisadora Debora Diniz, do Instituto Bioética. Debora lembrou que, apesar do aborto ser um evento comum entre as mulheres, a distribuição dos riscos é desigual. Isto porque, segundo a pesquisadora, o acesso a métodos mais seguros, ainda que clandestinos, é mais acessível a mulheres brancas, de maior poder aquisitivo. Ela citou um estudo de 2010, publicado em 2016, segundo o qual, no Brasil, a cada ano, meio milhão de mulheres interrompem a gravidez. “O estudo foi financiado pelo Ministério da Saúde e cobriu 83% da população do Brasil urbano. A coleta foi feita por mulheres entrevistando mulheres, usando a ténica de urna secreta. Essas mulheres recebiam cédulas com cinco perguntas. A primeira era se já tinham feito um aborto. Não trata-se de abortos espontâneos”, explicou. O resultado revelou que, aos 40 anos, uma em cada cinco mulheres já fez pelo menos um aborto na vida. “Fizeram o aborto jovens, entre 20 e 24 anos. Geralmente hoje têm filhos e sabem o significado da maternidade, mas viram-se diante de um imperativo de não serem capazes de levar adiante uma gestação. É uma mulher por minuto. São 503 mil mulheres”, lamentou. Aqueles que defendiam a descriminalização pediam que o aborto seja tratado como um procedimento de saúde pública. A professora Melania Amorim, do Instituto Paraibano de Pesquisa Joaquim Amorim Neto, afirmou que a mortalidade materna relacionada ao aborto seguro é considerada zero nos países em que aborto é descriminalizado, enquanto o Brasil tem uma morte por aborto a cada dois dias. Fazendo coro aos demais defensores da descriminalização, Melania disse que as mortes maternas por aborto ocorrem caracteristicamente entre mulheres jovens, negras, de baixa renda e de baixa escolaridade. 378 “São mulheres que não têm, em geral, conhecimento sobre métodos de aborto. Quem tem recursos pode ter acesso a métodos seguros, embora clandestinos. O principal fator impeditivo ao acesso ao aborto seguro é a criminalização, que aumenta a mortalidade sem reduzir a ocorrência de abortos induzidos". Para a professora, o aborto seguro garantiria a aproximação entre pacientes e médicos e profissionais de saúde que poderiam reforçar informações para evitar uma nova gestação indesejada. "Estimativas são chutes" O médico ginecologista Rafael Câmara, coordenador da Residência Médica e Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi o primeiro a divergir dos favoráveis à descriminalização, afirmando que “a liberação do aborto, sim, é problema de saúde pública”. Ao lançar a frase que arrancou os primeiros manifestos da plateia que acompanhava a audiência, Câmara afirmou que não é “fanático religioso”, como são frequentemente são considerados os que são contra o aborto. Em 20 minutos – tempo dado a cada um dos convidados para apresentar seus argumentos –, o médico questionou as pesquisas sobre mortes e complicações por aborto ilegal. “Não dá para estimar a porcentagem de abortos ilegais. Não há epidemia de internações por aborto. Essas estimativas são chutes. Isso é chute. Não está embasado”, afirmou Câmara. Segundo o médico, nem sequer o perfil de mulheres mais afetadas pelas complicações do aborto ilegal pode ser considerado verdadeiro. “A saúde publica é ruim para todo mundo. Sou médico da saúde pública.” Câmara afirmou ainda que o aborto legal “não é tão seguro assim” e disse que muitos médicos se recusam a executar o procedimento mesmo nos casos previstos em lei, como os de estupro. “Médicos que recebem casos como estupro ficam sem saber o que fazer. Há casos em que a equipe de enfermagem nega-se a participar. Outra coisa, se não tem dinheiro para as maternidades no país, vai ter dinheiro agora para aborto? Vai ter a fila do aborto. Quem vai fazer o aborto? Vamos cuidar das maternidades antes”, enfatizou. 379 Entre todas as exposições, a de Rafael Câmara foi a única que precisou ser interrompida pela relatora Rosa Weber, que pediu novamente tolerância. “Temos que saber escutar as manifestações, opiniões e dados com os quais não concordamos. Temos que exercer a tolerância sob pena da audiência pública não atingir seus objetivos”, disse. Uma nova série de falas favoráveis à mudança da lei reiterou números e argumentos, arrancando aplausos de uma plateia majoritariamente favorável à descriminalização do aborto, até que, pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida, a médica Lenise Garcia fez críticas à liberação da prática. A médica afirmou que um embrião já é um ser humano e, para reforçar o argumento, apresentou um vídeo que mostra o desenvolvimento de um embrião com 11 semanas. “A fertilização é o referencial inegável para todas as etapas do desenvolvimento desse novo ser humano. Nenhum ser começa com 12 semanas, como nenhum mês começa no dia 12. De onde vêm esses referenciais temporais?”, questionou Lenise. A ação em tramitação no STF, pede que a interrupção da gravidez até a 12ª semana deixe de ser crime. Segundo Lenise, a referência de semana tem como única justificativa o fato do aborto no início da gestação oferecer menos riscos à mulher do que o trabalho de parto. “Não existe nenhuma referência relativa ao desenvolvimento do embrião. É totalmente arbitrária a definição de 12 semanas. Tanto é que Portugal trabalha com 10 semanas, a Argentina com 14, o Reino Unido, com 20. Se houvesse dado científico, não teríamos essa data arbitrária”, disse a médica. “E, se o aborto é um problema, não pode ser solução”, afirmou. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/03/descriminalizacao-doaborto-divide-especialistas-em-audiencia-no-stf.htm ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL Amanda Serra, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 https://universa.uol.com.br/especiais/aborto-x-religiao/index.htm 380 ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia [A seguir, transcrevo parte do documento, com os pedidos deferidos de pessoas, organizações, instituições...] - Ministério da Saúde (Expositoras: Dra. Maria de Fátima Marinho de Souza e Dra. Mônica Almeida Neri); - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO (Expositora: Dra. Rosires Pereira de Andrade); - Academia Nacional de Medicina (Expositores: Dr. José Gomes Temporão e Dr. Jorge Rezende Filho); - Professora Dra. Melania Amorim (Instituto Paraibano de Pesquisa Joaquim Amorim Neto); - Dr. Raphael Câmara (Universidade Federal do Rio de Janeiro) (indicado pelo Instituto Liberal de São Paulo e por outros cidadãos); - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC - (Expositores: Thomaz Rafael Gollop, Olímpio Moraes Filho e Helena Bonciani Nader); - Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas – CEMICAMP (Expositor: Dr. José Henrique Rodrigues Torres); - Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ – (Expositores: Dr. Marcos Augusto Bastos Dias e Dra. Mariza Theme-Filha); - Conselho Federal de Psicologia (Expositores: Dra. Sandra Elena Sposito e Letícia Gonçalves); - Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem aborto (Expositora: Dra. Lenise Aparecida Martins Garcia); 381 - Instituto de Bioética – ANIS (Expositora: Dra. Debora Diniz); - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Expositora: Dra. Tania Di Giacomo do Lago); - International Women’s Health Coalition – IWHC – (Expositora: Françoise Girard); - Center for Reproductive Rights (Expositores: Catalina Martinez Coral, Sebastián Rodríguez Alarcón e Juliana Cesario Alvim Gomes); - Human Rights Watch (Expositoras: Dra. Verónica Undurraga e Dra. Amanda M. Klasing); - Health, Access, Rights – IPAS -(Dr. Anand Grover); - Consórcio Latino-Americano contra o Aborto Inseguro – CLACAI – (Expositor: Dr. Oscar Cabrera); - Instituto de Políticas Governamentais – IPG (Expositora: Dra. Viviane Petinelli e Silva); - Associação Brasileira de Antropologia – ABA – (Expositoras: Dra. Lia Zanotta Machado e Dra. Maria Porto); - Atuação conjunta de Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular, da Rede Feminista de Juristas – DEFEM, do Criola, do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde (CFSS), do Grupo Curumim Gestação e Parto, e do Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA, (Expositores (as) a serem indicados (as)); - Women on waves (Expositoras: Dra. Rebecca Gomperts e Leticia Zenevich); - Centro de Reestruturação para a Vida- CERVI- (Expositora: Rosemeire Santiago); - Sociedade Brasileira de Bioética – SBB - (Expositores: Dr. Dirceu Bartolomeu Greco e Dr. Sérgio Tavares de Almeida Rego) e Instituto de Biodireito e Bioética – IBIOS Expositores: Dra. Heloisa Helena Gomes Barbosa e Dr. Vitor Azevedo de Almeida Junior); - Conferência Nacional dos Bispos - CNBB- (Expositores: Dom Ricardo Hoerpers e Padre José Eduardo de Oliveira e Silva); 382 - Conselho Nacional do Laicato do Brasil na Arquidiocese de Aracaju/SE – CONAL (Expositora: Sílvia Maria de Vasconcelos Palmeira Cruz); - Convenção Batista Brasileira (Expositor: Prof. Dr. Lourenço Stelio Rega); - Convenção Geral das Assembleias de Deus (Expositor: Douglas Roberto de Almeida Baptista); - Instituto de Estudos da Religião (Expositora: Lusmarina Campos Garcia); - Associação dos Juristas Evangélicos - ANAJURE- (Expositora: Edna Vasconcelos Zilli); - A União dos Juristas Católicos de São Paulo – UJUCASP (Expositora: Dra. Angela Vidal Gandra Martins Silva); - Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família (Expositor: Prof. Hermes Rodrigues Nery); - Católicas pelo direito de decidir (Expositora: Dra. Maria José Fontelas Rosado Nunes); - A Associação de Direito da Família e das Sucessões – ADFAS - (Expositora: Dra. Regina Beatriz Tavares da Silva)e ; - Conselho Nacional de Direitos Humanos (Expositora: Fabiana Galera Severo, defensora pública federal, representante da Defensoria Pública da União no colegiado do Conselho); - CONECTAS Diretos Humanos (Expositora: Isabela Nogueira); - Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família (expositor(a) a indicar); - Instituto Brasileiro de Direito Civil (Expositoras: Dra. Ana Carla Harmatiuk Matos e Dra. Paula Moura Francesconi de Lemos Pereira); - Instituto Baresi (Expositora: Adriana Abreu Magalhães Dias); - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (Expositora: Dra. Eleonora Rangel Nacif); - Professora Dra. Janaína Conceição Paschoal, da Universidade de São Paulo; - Defensoria Pública da União (Expositora: Defensora Pública da União Charlene da Silva Borges); 383 - Defensoria Pública do Estado de São Paulo, por meio do núcleo especializado na promoção dos direitos das mulheres – NUDEM-, em parceria com a Clínica de Litígios Estratégicos da FGV Direito SP (Expositora: Ana Rita Souza Prata); - Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Expositora: Lívia Miranda Müller Drumond Casseres); Clínica UERJ de Direitos (Expositora: Dra. Cristina Telles); - Clínica de Direitos Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais (Expositora: Dra. Camila Silva Nicácio); - Núcleo de Prática Jurídica em Direitos Humanos da USP – NJP-DH USP (Expositora: Lívia Gil Guimarães); http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/audienciasPublicas/anexo/RelaoInscritosCronogra ma.pdf CITADO NO STF, ABORTO NOS EUA TEVE JULGAMENTO HISTÓRICO E REVIRAVOLTA. PROTAGONISTA MUDOU DE POSIÇÃO APÓS DECISÃO E MORREU SEM SER REVERENCIADA Angela Pinho, Folha/Uol, 05 de agosto de 2018 Iniciada na semana passada com audiências públicas, a discussão sobre aborto no STF (Supremo Tribunal Federal) evoca uma decisão de 45 anos atrás que ainda gera debates acalorados nos EUA. O caso Roe v. Wade ficou célebre ao liberar a interrupção da gravidez no país em 1973, mas teve desdobramentos inesperados, principalmente em relação a sua protagonista. O julgamento é citado 15 vezes na ação em que o PSOL pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O argumento é que as punições atuais violam direitos das mulheres, como o da liberdade, da saúde e do planejamento familiar. Atualmente, a lei brasileira só libera a interrupção da gravidez se ela resulta de estupro ou gera risco para a mãe, ou em caso de feto anencéfalo. Nos EUA da “era pré-Roe”, como é chamado o período anterior à histórica decisão de 1973, cada estado podia ter uma sua lei sobre o assunto. 384 No Texas, o aborto só era permitido para salvar a mãe. Era ali que vivia Norma McCorvey, de 25 anos. Abandonada na infância pelo pai, criada por mãe alcoólatra, abusada na infância e com passagem por reformatório juvenil, ela estava na terceira gravidez. A mãe cuidava da sua filha mais velha, e o segundo filho havia sido entregue para adoção. Norma se desesperou ao saber que não poderia fazer o aborto no Texas e acabou por conhecer duas jovens advogadas à espera de um caso para levar o tema à Suprema Corte. E assim Norma se tornou Jane Roe, seu pseudônimo no caso. Wade era Henry Wade, procurador que fez a defesa da posição do estado. Ao analisar o processo, a Suprema Corte decidiu, por sete a dois, que não cabia ao Estado interferir na decisão da mulher de abortar até o primeiro trimestre de gestação. No segundo trimestre, o procedimento poderia ser regulamentado e, a partir do terceiro, proibido, pois haveria possibilidade de o feto viver fora do útero. A decisão colocou em evidência o aborto como tema demarcador de visões políticas nos EUA. As advogadas ganharam fama e tiveram a carreira marcada pelo feito. O julgamento, porém, não serviu para Norma. O caso não foi analisado a tempo de ela suspender a gravidez, e seu bebê foi entregue à adoção. Permaneceu anônima por alguns anos até que decidiu revelar sua identidade e participar ativamente de atos de movimentos pelo direito de escolha das mulheres. Arrumou emprego em uma clínica de aborto e, ali, protagonizou uma improvável reviravolta. Após conhecer cristãos que protestavam pelas atividades que aconteciam no local, aproximou-se do grupo, em um processo que culminou com seu batismo na piscina de uma casa de Dallas. Cristã, tornou-se ativista contra o aborto, tentou anular seu caso na Suprema Corte, sem sucesso, e acusou Barack Obama de assassino de bebês. Morreu em 2017 sem grandes homenagens de nenhum dos lados. Já seu pseudônimo voltou a ser citado no atual momento em que se discute no país a nova configuração da Suprema Corte. Um eventual viés mais conservador pelas indicações de Donald Trump poderia formar uma nova maioria sobre o assunto. 385 Essa, aliás, é uma lição que se pode extrair do caso para o Brasil, diz Thomaz de Andrade Pereira, professor de direito da FGV Rio. Ele explica que, seja por outros casos, ou por questões morais e tecnológicas, a visão dos tribunais dos EUA sobre o tema já sofreu algumas mudanças depois de Roe v. Wade. A divisão entre os trimestres, por exemplo, acabou sendo revista à medida que a medicina avançou e, com aparatos, o feto se mostra viável antes do último trimestre. Enquanto não houver consenso social, não deve ser diferente com o julgamento atual no STF, afirma Pereira. A depender da decisão, mais embates devem surgir com novas ações judiciais ou com o debate de uma eventual regulação do aborto. “A jurisprudência ensina que casos como esses são só capítulos de um debate que continua.” https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/citado-no-stf-aborto-nos-eua-tevejulgamento-historico-e-reviravolta.shtml "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA Júlia Zaremba, Folha/Uol, 13 de agosto de 2018 Em janeiro de 1973, a advogada americana Sarah Weddington tinha 27 anos e venceu o maior caso de sua vida e da vida de muitas outras mulheres: o Roe versus Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos. Se alguém lhe dissesse que o assunto ainda estaria em debate no mundo 45 anos depois, ela não teria acreditado. Weddington ainda vive em Austin, no Texas, onde o caso começou. Em entrevista à Folha, ela defende que a decisão da interrupção da gravidez não cabe ao governo e que a criminalização do procedimento não é a solução. Afinal, quem decide pelo procedimento, alega, “vai encontrar uma forma de fazer um aborto” e vai se expor a condições arriscadas. Ela conta ter feito um aborto no fim da década de 1960, no México, e diz ter tido “sorte de encontrar um bom médico”. A resposta aos políticos que barrarem a legalização, como fizeram os senadores argentinos na última quinta (9), virá nas urnas, afirma. Como no Brasil, que debate o 386 tema agora no Supremo Tribunal Federal, a Argentina só permite o aborto em casos de estupro e risco de morte para a mãe (a lei brasileira prevê também em casos de anencefalia). Por outro lado, a advogada de 73 anos vê risco de retrocesso nos EUA, onde o presidente Donald Trump indicou para a Suprema Corte o juiz Brett Kavanaugh, que, se aprovado pelo Senado, consolidará no tribunal máximo uma maioria conservadora. Weddington não espera que o aborto passe a ser considerado ilegal em seu país na esfera federal, mas teme que a decisão sobre legalidade seja passada aos estados. No sul e no miolo dos EUA, a oferta do procedimento já vem sendo restrita por cortes de verbas e obstáculos burocráticos. No Brasil, o aborto é crime —a não ser em casos de estupro, feto anencéfalo ou risco à vida da mulher. Como a sra. vê a criminalização do procedimento? Quando a mulher decide que não pode levar uma gravidez adiante, e há muitas razões que podem levá-la a tomar essa decisão, ela vai encontrar uma forma de fazer um aborto. Geralmente, em condições perigosas. O hospital John Peter Smith, em Dallas, contava com uma unidade de tratamento voltada só para mulheres que haviam tentado abortar e estavam com a saúde em risco. Os médicos do estado eram a favor de mudar a lei, que só autorizava aborto em caso de risco à vida da grávida, porque perceberam que tornar o procedimento ilegal não impedia que fosse realizado. Mesmo antes do Roe vs. Wade, eu ajudei mulheres muito jovens ou muito pobres a realizar um aborto seguro. Foi assim que entrou no caso, certo? Eu havia terminado a faculdade de direito e trabalhava com um grupo de estudantes, sobretudo mulheres, da Universidade do Texas. Abrimos um centro de aconselhamento para ajudar mulheres a evitarem a gravidez. Mas muitas chegavam grávidas, pedindo indicação de onde fazer o aborto. Começamos a coletar informações sobre locais, custo e os melhores médicos. Com medo de que fôssemos consideradas cúmplices do crime de aborto e presas, as estudantes me convidaram para entrar com um processo contra o Texas para mudar a lei. Eu disse que deveriam chamar alguém mais experiente. Como foi para a sra.? Eu só tinha trabalhado com casos de divórcio, de adoção e de pessoas muito pobres. Mas aceitei. E de graça. O processo começou em uma corte federal de Dallas, em 1971. Os juízes entenderam que a proibição era inconstitucional porque a Constituição dos EUA prevê o direito à privacidade, e as mulheres deveriam poder decidir por si se 387 levariam uma gravidez adiante ou não. O caso foi para a Suprema Corte, e a decisão saiu em 1973. Como a sra. recebeu a decisão? Em janeiro daquele ano, o telefone tocou. Era uma repórter do The New York Times, que me contou que eu havia ganho por 7 votos a 2. Foi um momento muito empolgante nos Estados Unidos. Se alguém tivesse me dito há 45 anos que o aborto ainda estaria sendo discutido hoje em dia, eu nunca teria acreditado. Mas aqui estamos nós. Qual foi a sensação? Senti-me muito grata. Virei a mulher mais jovem a ter ganhado um caso na Suprema Corte. Mas não pensei: “OK, agora tudo está resolvido”. Em vez disso, comecei a trabalhar em outras causas femininas. E acho que isso vai acontecer no Brasil se o aborto for legalizado, o foco vai se voltar para outras questões, como tipos de empregos disponíveis para mulheres e paridade salarial. A criminalização do aborto foi mantida pelo Senado na Argentina nesta semana. Quais as consequências? Penso que as mulheres estão tão decididas e irão votar contra aqueles que dizem que a decisão sobre o aborto não cabe a elas. E acho que isso pode ocorrer no Brasil, se o aborto não for descriminalizado. As mulheres em todo o mundo estão muito mais ativas, tentando garantir que possam tomar suas próprias decisões. Ser mulher trouxe algum desafio durante o julgamento? Sim. Por exemplo, durante o julgamento, o procurador do Texas disse para os juízes da Suprema Corte que “argumentar contra uma mulher tão bonita é uma tarefa muito difícil”. Ninguém riu, foi um comentário extremamente inapropriado. Também não havia banheiro feminino na época na área reservada aos advogados. Tive que ir para os fundos do prédio. Como reagiu quando Norma McCorvey [a reclamante que abriu o processo sob o pseudônimo de Jane Roe] mudou de posição e passou a ser contra o aborto? Fiquei decepcionada, mas foi a decisão dela. Ela chegou a tentar reverter o Roe vs. Wade na Suprema Corte, mas os juízes negaram. 388 Roe vs. Wade pode ser revertido caso o juiz Brett Kavanaugh chegue à Suprema Corte? É possível. Mas não acho que o aborto se tornaria ilegal em todo o país. Acredito que a decisão poderia ficar a cargo de cada estado. Hoje, o aborto é legal em muitos estados, mas os legisladores tentam impedir a viabilidade do procedimento. As coisas não são perfeitas, mas podem piorar muito se a Suprema Corte votar contra Roe vs. Wade. Hoje, 43 dos 50 estados americanos impõem alguma restrição ao aborto. É possível que isso mude? Definitivamente, sim. Há processos em andamento no país para que os tribunais considerem as restrições ilegais. Mas há também outros estados tentando aprovar mais leis para dificultar o aborto. Um misto de atividades está em andamento. O que mais me surpreende é o quanto as discussões se espalharam pelo mundo. Brasil, Argentina e Chile reconsiderando leis, países na África com casos semelhantes. As mulheres não estão mais inclinadas a seguir o que o governo acha que é melhor. Agora, casais estão decidindo que a decisão cabe a eles. Ter realizado um aborto nos anos 1960 a incentivou a lutar pelos direito da mulher? Eu acreditava que se tratasse de uma escolha que cabia às mulheres desde antes da faculdade, mas certamente teve um impacto. Tive muita sorte, fiz o procedimento com um médico no México muito talentoso, indicado por um amigo de um amigo. Ele e a equipe fizeram um ótimo trabalho. Queria lembrar o nome dele para agradecê-lo. Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada em dezembro de 2017, 57% dos brasileiros são a favor da criminalização do aborto —número inferior aos 64% aferidos em 2016. O que a sra. citaria como possível motivo da queda? Bom, também vemos aqui nos Estados Unidos um aumento na quantidade de pessoas que acreditam que a escolha deve ser da mulher, não do Legislador ou dos tribunais. Acho que isso ocorre porque a maioria dos americanos conhece alguém que realizou um aborto desde 1973. E muito mais homens estão apoiando o direito de escolha. Mas ainda será uma grande questão a ser debatida nas eleições legislativas de novembro e até nas presidenciais de 2020. Acho que mais mulheres serão eleitas nos EUA, e haverá grande mudança na política. O que vale mais, o direito à vida do feto ou o direito de escolha da mulher? 389 Algumas pessoas dizem que a vida começa na concepção, mas acho que a questão não deveria ser vista dessa forma. Acredito que a situação das mulheres é mais importante, porque geralmente elas já têm filhos e se esforçam para dar a eles apoio, amor, educação e saúde. No Texas, há um debate em andamento sobre uma proposta para obrigar que um feto resultante de um aborto seja cremado ou enterrado... A descriminalização do aborto pode levar à redução da prevenção da gravidez? Eu acho que a maioria das mulheres se previne contra a gravidez, quando possível. O que ouvi de muitas mulheres é que muitos homens não se esforçam para isso. O casal precisa se prevenir junto. Acho que não é certo culpar as mulheres. O que a sra. acredita estar por trás da criminalização do aborto? Mais do que tudo, a influência da Igreja Católica. Há muita influência religiosa [no debate]. Mas há menos pessoas nos Estados Unidos e em outros países que se guiam pelo que a Igreja diz. Estão mais determinadas do que no passado. O que a sra. diria para legisladores e juízes que debatem a questão? Diria que a questão-chave é: a quem cabe decidir sobre o aborto? E a resposta deve ser “à mulher grávida”. As pessoas deveriam se concentrar nisso, não se a vida começa na 12ª, 16ª ou 24ª semana de gestação. O caso que legalizou o aborto nos EUA Grávida do terceiro filho aos 22 anos, Norma McCorvey exigiu na Justiça o direito de abortar e foi representada pelas advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee, sob o pseudônimo Jane Roe. Na época, o aborto só era liberado no Texas, onde as três viviam, em caso de risco de morte da mulher. A outra parte do processo era o promotor de Dallas Henry Wade. O caso começou em uma corte federal local em 1971, que se opôs ao aborto. O defensor do Estado recorreu e o caso foi para a Suprema Corte em 1972. Após grande mobilização popular contra e a favor, a decisão saiu em 1973, quando 7 dos 9 juízes declararam o veto inconstitucional por violar a privacidade da mulher. Norma McCorvey, no fim das contas, teve o filho. E, numa reviravolta digna de filme, virou uma ativista próvida. Também voltou atrás e disse que o terceiro filho não fora fruto de um estupro, como havia afirmado. Ela morreu em fevereiro de 2017, aos 69 anos. 390 https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/advogada-que-defendeu-direito-deinterromper-gravidez-nos-eua-teme-reves.shtml UM CANDIDATO QUE IGNORE A QUESTÃO DO ABORTO NÃO PODE SER LEVADO À SÉRIO. RECONHECER QUE O ABORTO É UM FATO DA VIDA REPRODUTIVA DAS MULHERES NÃO SIGNIFICA SER CONTRA OU A FAVOR DO ABORTO, OU CONTRA OU A FAVOR DAS RELIGIÕES Debora Diniz, El Pais, 06 de agosto de 2018 Um candidato à presidência da República que ignore a questão do aborto não pode ser levado à sério. Não é preciso ser feminista para reconhecer a gravidade dos efeitos da clandestinidade do aborto no Brasil — basta aprender dois números: meio milhão de mulheres abortam a cada ano e o aborto é a terceira causa de morte de mulheres jovens e saudáveis. Pela urgência do tema, há argumentos inaceitáveis ao debate público. Não vale apelo à religião ou ao foro íntimo do candidato, pois aborto não é questão de contra ou a favor, ou de respeito a essa ou àquela religião. Vivemos, até que se mudem as regras do jogo, em um país laico, isto é, nossos governantes devem separar crenças de fé da responsabilidade política. E só se respeita a laicidade do Estado protegendo as escolhas individuais sobre como regular a própria vida. Por isso, queremos saber como cada candidato entende a questão do aborto — se como questão de saúde pública, de direitos fundamentais ou de política criminal. Infelizmente, em período eleitoral, aborto parece ser tema para constrangimento, para intimidação ou mesmo para discurso odioso. Candidatos sérios preferem se silenciar como escudo para a intimidação religiosa. Candidatos populistas abusam do jogo passional e se lançam como defensores da família, da moral e das religiões — afirmam, com orgulho, “serem contra o aborto”. Mas desde quando políticos devem ser contra ou a favor de políticas públicas de saúde? Esperamos argumentos razoáveis e fundamentados na ciência para responder à pergunta de por que mandar as mulheres para a prisão quando abortam. Essa é uma conversa urgente para o país com a ADPF 442 em curso no Supremo Tribunal Federal que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. A corte convocou audiências públicas para instruir o processo na última sexta e nesta segunda, 6 de agosto. A expectativa é que os 40 especialistas convidados, entre cientistas, pesquisadores, juristas, comunidades de fé e movimentos sociais, apresentem suas razões para orientar a decisão da corte sobre a descriminalização do aborto. A dois meses das eleições, as audiências têm também o papel de qualificar o debate público sobre como falaremos de aborto. É essa a lição: precisamos pautar 391 aborto nas eleições, mas é preciso fazê-lo sem os cacoetes da intimidação moral ou do constrangimento religioso. Se é um tema de prisão, precisamos conhecer os argumentos dos que esperam duplicar o sistema prisional brasileiro a cada ano só com mulheres nas cadeias. Se é um tema de saúde pública, precisamos entender como a descriminalização do aborto reduziu a prática em outros países. O que não podemos aceitar é que existam “temas proibidos” ao debate eleitoral. Aborto, redução da maioridade penal, descriminalização da maconha ou casamento entre pessoas do mesmo sexo são algumas dessas questões — se postas em um debate político, a intenção é a de intimidar o oponente que não recorra a populismos de “minha fé” ou “minhas crenças íntimas”. Há um cálculo de risco feito pelos candidatos sérios que faz com que se silenciem sobre esses temas e o resultado é uma perversa manobra populista de manipulação das emoções. A sobreposição entre o silêncio de alguns e o proselitismo de muitos faz com que o aborto seja objeto de discurso de ódio nas redes sociais. Enquanto isso, uma mulher por minuto aborta no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional do Aborto de 2016, do Ministério da Saúde. Estamos na região do mundo que mais aborta e mais se pune as mulheres. As taxas de aborto clandestino na América Latina e Caribe são mais altas que na África. As mulheres abortam com medicamentos cuja procedência desconhecem, arriscam-se com talos de mamona, como foi Ingriane Barbosa, quem morreu há poucas semanas após intensa agonia. Confissão de fé pelos políticos não devolverá a vida de Ingriane, nem prevenirá que outras meninas e mulheres busquem métodos inseguros para o aborto. Reconhecer que o aborto é um fato da vida reprodutiva das mulheres não significa ser contra ou a favor do aborto, ou contra ou a favor das religiões. É ser um candidato honesto e transparente à realidade das mulheres, em particular as mais empobrecidas, como as jovens, nordestinas e negras. É ser um candidato que respeita o processo político e não se intima com a inquisição odiosa. Debora Diniz é professora da UnB e pesquisadora Anis - Instituto de Bioética. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/06/opinion/1533515579_528462.html JANAÍNA PASCHOAL: “REALIZAR O ABORTO É COMO FAZER PARTE DO TRÁFICO" Talyta Vespa, Uol Universa, 06 de agosto de 2018 392 Convidada a compor a mesa da tarde no segundo dia de audiência pública sobre a ADPF 442, a jurista Janaína Paschoal chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) logo pela manhã. Discreta, acompanhou todos os pronunciamentos sem manifestar satisfações ou a falta delas. O discurso da advogada é contrário à descriminalização do aborto no Brasil, e ela se diz bastante incomodada com a “histeria” da discussão – de ambos os lados. Uma das premissas para falar com a Universa era não abordarmos assuntos políticos na entrevista. A reportagem insistiu, mas ela disse que não responderia esse tipo de pergunta, conforme havia sido combinado. “Se a descriminalização acontecer, quem será beneficiado são os médicos e as clínicas – inclusive as clandestinas --, e, não, as mulheres. É como se pedíssemos para legalizar o tráfico de drogas só porque há pessoas que usam drogas. Quem realiza os abortos tem um papel similar ao do tráfico”, diz. Advogada não acredita em dados Segundo Janaína, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) está usando mulheres negras, indígenas e da periferia para falar em nome delas. “Eu não vejo essas mulheres clamando pela legalização do aborto. Inclusive, desconfio da veracidade dos números. Acredito que os dados sobre mulheres que morrem por aborto no Brasil estão inflacionados”, diz. Dados do Ministério da Saúde mostram que, a cada dois dias, uma brasileira pobre morre vítima do aborto inseguro. Mesmo confrontada com esse e outros dados de institutos internacionais, que mostram que o número de abortos caiu na maior parte dos países em que a prática foi legalizada, Janaína discorda: "Eu não confio nesses dados". Crítica aos especialistas que realizam a interrupção da gravidez, Janaína os considera “exploradores da desgraça alheia” e defende que, eles, sim, sejam presos. “A mulher precisa responder pelo crime, mas a punição severa deve ser a quem faz com que ele seja possível.” Mulheres criminosas, mas acolhidas Janaína nunca fez aborto, mas não garante que jamais faria. “Hoje, acredito que não conseguiria tirar um filho”, afirma. 393 Apesar de defender que a prática continue sendo crime no Brasil, a jurista quer que as mulheres que fizeram aborto sejam acolhidas. “Elas se sentem sozinhas e merecem até um perdão jurídico”, diz. Sua defesa, no entanto, mira o programa Entrega Legal. “Essas mulheres deveriam ser ovacionadas”, diz. “No programa, a mulher leva a gestação até o fim, dá à luz e entrega a criança”. Para a jurista, mesmo essa mulher sendo julgada e isolada pela sociedade, a criança estará viva e poderá ter oportunidade de ser feliz com outros pais. “Há tantos casais na fila de espera por um bebê. Essa mulher até pode ser julgada, mas eu vou respeitá-la e admirá-la”. Educação sexual sem banalizar o sexo Entre as soluções que a jurista propõe para evitar casos de aborto ilegal, está a educação sexual, “mas não essa que está sendo ensinada atualmente”, afirma, quando questionada sobre projetos conservadores que proíbem a educação sexual nas escolas. “Devemos retardar a sexualidade ao máximo. Onde já se viu falar sobre sexo com crianças de 11, 12 anos? Sexo entre crianças nessa faixa etária é estupro!”. “Pode falar sobre o corpo, sobre menstruação, mas não falar sobre sexo propriamente dito. Para introduzir o tema ‘métodos de prevenção’, é preciso esperar os adolescentes crescerem, senão, eles vão achar que está liberado fazer”, diz. A jurista critica, ainda, a forma como o movimento feminista lida com o corpo. “Esperava que o feminismo ensinasse mulheres a valorizar os próprios corpos, o mesmo com os homens. Mas, não, é o contrário, virou esse ‘libera geral todo’”. Abandono paterno Quando o assunto é o papel dos homens, a advogada acredita que a descriminalização do aborto só incentivaria os “caras folgados”. “Hoje, pelo menos há um constrangimento ao abandonar a mulher e o filho. Além disso, o cara precisa pagar pensão. Se legalizar o aborto, os homens folgados vão pedir que as mulheres abortem o tempo todo. ‘Ah, você dormiu comigo, então se vira, vai abortar, é legalizado’.” Ela se considera ponderada e ri ao dizer que foi chamada de abortista na internet. “Meus amigos até me ligaram perguntando se eu havia mudado de lado. E isso só porque eu acho que deve haver um meio-termo na discussão, nem liberar tudo, nem criminalizar tudo”, conta. “É claro que também sou xingada por ‘não me importar com 394 a vida das mulheres’. É o que acontece em uma discussão, com todo o respeito, histérica”. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/06/janaina-paschoal-realizar-oaborto-e-como-fazer-parte-do-trafico.htm AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO Eloísa Machado, Blog do Sakamoto/Uol, 06 de agosto de 2018 Mulheres fantasiadas como no seriado ''The Handmaid's Tale'' (que mostra uma sociedade ficcional (ficcional?), onde mulheres são subjugadas e reduzidas a reprodutoras), em ato pela descriminalização do aborto em frente ao STF. Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil Por Eloísa Machado, especial para o blog* O Supremo Tribunal Federal deverá analisar se o crime de aborto, previsto em uma legislação de 1940, é compatível ou não com a Constituição Federal de 1988. 395 Em dois dias de audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, grupos religiosos fundamentalistas, contrários à descriminalização do aborto, usaram o argumento de que o tribunal não deveria ser o espaço a decidir isso. Ora, em nosso desenho institucional, o Supremo é o órgão guardião da Constituição Federal. Isso significa dizer que grande parte de seu trabalho, como Corte Constitucional que é, consiste em julgar se as leis produzidas pelos legislativos federais, estaduais e municipais estão de acordo, na forma e no conteúdo, com o que diz a Constituição. Nesse papel, o Supremo também tem analisado se legislações anteriores à Constituição podem sobreviver diante de uma nova ordem jurídica. Fez isso ao julgar a inadequação da Lei de Imprensa, por exemplo. Naquele julgamento, considerou que o novo regime de liberdade de expressão criado pela Constituição de 1988 não poderia conviver com uma lei autoritária e restritiva do pensamento. Outro exemplo: grupos religiosos fundamentalistas também haviam procurado o Supremo para anular a lei que autorizou pesquisas com células tronco embrionárias aprovada, por unanimidade pelo Congresso Nacional. Portanto, a palavra e a atitude dos fundamentalistas, além de falaciosas, parecem andar de mãos dadas com o cinismo. Não há nada de espetacular, ilegal, abusivo (ou mesmo ativista) em um processo constitucional no qual o Supremo analisará a adequação de uma lei à Constituição. Pelo contrário, isso demonstra que as instituições da República ainda funcionam. Porém, esses grupos religiosos que estão atuando contra a descriminalização do aborto gostariam que o tema ficasse restrito ao Legislativo. Lá eles sabem que as bancadas fundamentalistas, que ostentam membros envolvidos até os tubos em casos de corrupção, impedirão qualquer avanço no direito de mulheres e, de quebra, irão propor projetos cruéis. Como obrigar uma mulher estuprada a levar a gestação até o final e registrar o nome do estuprador nos documentos de nascimento. O que esses grupos religiosos querem é o que tem acontecido nos últimos 30 anos: a mulher que passa por um aborto segue criminalizada e o Legislativo bloqueia qualquer debate para adequar a lei de 1940 à Constituição. 396 O resultado dessa omissão inconstitucional do Legislativo é mensurado em mortes evitáveis de mulheres que não tiveram outra escolha senão o aborto inseguro. De um lado, o Estado, por meio do Legislativo, é omisso. Por outro, é punidor. Os dados apresentados na audiência pública, que começou na última sexta (3) e continua nesta segunda, foram definitivos: criminalizar o aborto é matar mulheres, ferir seu direito à saúde, incapacitá-las. Contra esses dados, restou a esses grupos religiosos fundamentalistas colocar a ciência em dúvida. Estratégia que, convenhamos, conta com centenas de anos. Neste ano, em que comemoramos os 30 anos da Constituição Federal de 1988, devemos debater se processar e prender mulheres que interromperem voluntariamente a gestação está ou não de acordo com o direito à dignidade, à igualdade, à liberdade, à autonomia, à privacidade e à cidadania, todos garantidos constitucionalmente a todas as mulheres. Pois, neste momento, em que a inconstitucionalidade da criminalização do aborto é levada ao Supremo Tribunal Federal, não são apenas as mulheres que abortaram que estão no banco dos réus. É a sociedade brasileira, que não se importa se jovens, negras e pobres, as principais vítimas da falta de atendimento público para o aborto, sigam morrendo todos os dias, por pura hipocrisia. Essa sociedade será julgada pela História. (*) Eloísa Machado é professora da FGV Direito SP, especialista em direitos humanos e coordenadora do Centro de Pesquisa Supremo em Pauta. https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/08/06/ao-afirmar-que-stf-naodeve-discutir-aborto-religiosos-rasgam-constituicao/ EMBATE ENTRE RELIGIOSOS MARCA DEBATE SOBRE ABORTO NO STF Marcos Candido, Uol Universa, 06 de agosto de 2018 Representantes religiosos e teólogos se dividiram em relação à descriminalização do aborto até a 12ª semana, no segundo dia de debate sobre o tema no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda (6). Com palmas e também reações negativas, a ministra e relatora Rosa Weber precisou pedir para a plateia conter reações. 397 “Peço que aplausos e manifestações de desagrado sejam contidas”, orientou Weber após a fala de um representante da Federação Espírita Brasileira, contrário à descriminalização. A ministra informou que o evento também é transmitido pelo rádio e internet. “Se estiverem com muitas exclamações, podem assistir de casa, com os amigos”, recomendou. Antes mesmo do início de audiência, religiosos, contrários e favoráveis, se manifestaram em frente ao STF. Na madrugada,grupos a favor da descriminalização fizeram uma vigília formada por umbandistas, evangélicos e católicos. Pela manhã, manifestantes contrários à descriminalização rezaram na porta de entrada da sessão, causando críticas por parte da plateia favorável à ação. O segundo dia de audiência é marcado por expositores de grupos e associações religiosas do catolicismo, evangélicos, espírita e islâmicas. Convidados, os expositores da Sociedade Budista do Brasil e Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab) não compareceram. Grupos contrários Primeiro a falar, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Bras) começou a sessão chamando o evento de um “teatro armado”. “Esta audiência presta-se apenas para legitimar o ativismo da corte. Esta audiência é parcial, a própria maneira como está sendo conduzida viola a Constituição”, representada por dom Ricardo Hoerpers e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva. "[Defendemos a vida] desde a concepção até a morte". Membro da Convenção Geral das Assembleias de Deus, Douglas Roberto de Almeida Baptista também chamou de "assassinato" e alegou a existência dados "maquiados" dos grupos favoráveis. 398 Participantes do Festival Pela Vida das Mulheres caminham do Museu Nacional da República até o Supremo Tribunal Federal (STF). Em frente à Corte, as ativistas fizeram um ato em defesa da descriminalização do aborto. Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasi Mais contidos, expositores contrários à descriminalização, como a União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) e Associação dos Juristas Evangélicos (Anajure), argumentaram que o debate deve ser feito pelo Congresso Nacional. “Somente ao poder legislativo é concedido a permissão de aprovar normas e revogálas”, argumentou a advogada Edna Vasconcelos Zilli, em nome da Anajure. Argumentos sobre o início da vida também foram adotados pelo grupo contrário à ação movida pelo PSOL. “O nascituro não é coisa, não é rés, é um ente que tem direitos a serem preservados”, defendeu Federação Espírita Brasileira. Grupos a favor Do lado favorável à descriminalização, grupos argumentam em prol da laicidade do estado e dos direitos da mulher. “Muitas mulheres religiosas, ordenadas e leigas, esperam que o estado brasileiro se oriente”, disse Lusmarina Campos Garcia, do Instituto de Estudos da Religião. 399 “Não se pode restringir essa restrição ao feto e culpando as mulheres, e levando elas à morte em clínicas clandestinas; é má-fé tratar como bebê, como pessoa, o que é um feto, um zigoto ou um embrião no início da gestação”, rebateu o grupo “Católicas pelo direito de decidir”. Assim que Weber abriu para as perguntas, dois grupos questionaram expositores que tinham a mesma opinião e estendendo, assim, o tempo de fala durante a sessão. Mesmo com recomendações da Weber, aplausos e reações negativas continuaram durante toda a manhã. Na parte da tarde, grupos em prol dos direitos humanos e associações jurídicas terão as falas. O que acontece hoje Ao todo, os ministros vão ouvir 26 exposições, cada uma com um limite de 20 minutos sem interrupções. A ação é feita a pedido do PSOL, que pede uma leitura constitucional dos artigos 124 e 126 do código penal, descriminalizando o aborto voluntário até a 12º semana de gestação. Ao final de cada bloco, o microfone é aberto por 30 minutos para as perguntas feitas pelos ministros aos participantes. Os palestrantes também podem questionar os demais expositores. O debate tem uma pausa para o almoço e segue até por volta das 18h. Nada será votado. Apesar da ausência de boa parte dos ministros, o objetivo da sessão é levar argumentos aos membros do Supremo Tribunal Federal. Não há previsão para uma futura votação sobre o tema. Enquanto isso... Durante a audiência, há protestos marcados em Brasília por grupos favoráveis à descriminalização. Na sexta-feira, por exemplo, um grupo de mulheres usando figurinosimilar ao da série "The Handmaid's Tale" se reuniu em frente ao STF levantando faixas com frases em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos. 400 Em um festival chamado "Pela vida das mulheres", manifestantes também caminharam do Museu Nacional da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde fizeram ato em defesa da descriminalização do aborto. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/06/embate-entre-religiososmarca-debate-sobre-aborto-no-stf.htm STF retoma audiência sobre aborto, e CNBB acusa a corte de ativismo. Para padre, discussão é 'teatro armado' para legitimar processo Reynaldo Turollo Jr., Folha/Uol, 06 de agosto de 2018 A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) abriu nesta segunda-feira (6) o segundo dia da audiência pública realizada no STF (Supremo Tribunal Federal) para discutir a descriminalização do aborto acusando a corte de fazer do evento um “teatro armado” para legitimar o processo. “Esta audiência presta-se apenas para legitimar o ativismo desta corte. Está-se fingindo ouvir as partes, mas, na realidade, está-se apenas legitimando o ativismo que virá em seguida. Esta audiência é parcial, a própria maneira como está sendo conduzida viola a Constituição”, disse o padre José Eduardo de Oliveira, da CNBB, afirmando que houve mais convidados pró-descriminalização do que contrários. 401 Mulheres vestidas como no seriado "The Handmaid's Tale" fazem ato em frente ao STF, em Brasília; Supremo realiza audiência pública sobre descriminalização do aborto Marcelo Camargo - 03.ago.2018/Agência Brasil A audiência pública, iniciada na sexta (3), foi convocada pela ministra Rosa Weber no âmbito de uma ação ajuizada pelo PSOL que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana degravidez. O evento é parte da fase de instrução do processo. Não há data para o julgamento final pelo plenário do STF. Na sexta, a maioria dos expositores, formada por representantes de entidades médicas, foi a favor da descriminalização do aborto para a mulher que deseje fazê-lo e para as pessoas que a ajudarem. Nesta segunda, houve 13 falas a favor da mudança e 11 contra. Para o padre Oliveira, o STF está usurpando a competência do Congresso ao pretender deliberar sobre o tema. Ele afirmou que é evidente que desde 1988, quando entrou em vigor a Constituição, nunca houve controvérsia sobre os artigos do Código Penal (de 1940) agora questionados. O padre afirmou que a controvérsia foi artificialmente criada pelo STF em 2016, quando a Primeira Turma decidiu, ao analisar um pedido de habeas corpus, que aborto 402 até o terceiro mês de gravidez não é crime. A decisão só valeu para um caso específico de funcionários de uma clínica de aborto de Duque de Caixas (RJ), mas foi vista como um precedente no sentido da descriminalização. Na ocasião, votaram nesse sentido, formando maioria na Primeira Turma, os ministros Rosa Weber, Luís Roberto Barroso (que propôs a tese) e Edson Fachin. Ao final da fala do padre Oliveira, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, disse que queria registrar que o Poder Judiciário só delibera sobre um tema quando é provocado. Dom Ricardo Hoerpers, que também falou pela CNBB, afirmou que a Constituição prevê a inviolabilidade da vida e defendeu que, com 12 semanas, um embrião já é um ser humano único. “Como este Supremo Tribunal Federal vai justificar a pena capital a um ser humano indefeso? Não cabe a nenhuma autoridade pública reconhecer o direito à vida a uns e não a outros”, disse. Segundo dom Ricardo, se a questão é de saúde pública, é preciso aprimorar as políticas públicas para a saúde da mulher e a educação sexual, principalmente nas áreas mais pobres. Ele deu como exemplo de iniciativa positiva as casas pró-vida mantidas pela Igreja Católica em vários estados, que visam dar apoio às mães que decidem ter os filhos. No mesmo sentido, o pastor Douglas Roberto de Almeida Baptista, da Convenção Geral das Assembleias de Deus, falou contra mudanças na interpretação da lei. “A Convenção Geral das Assembleias de Deus é contrária a esta matéria do aborto por resultar numa licença ao direito de matar seres humanos indefesos na sacralidade do útero materno, em qualquer fase da gestação, por ser um atentado contra o direito natural da vida. A palavra de Deus diz: ‘Não matarás um inocente’”, disse. Hoje o aborto só é permitido legalmente em três tipos de gravidez: decorrente de estupro, que cause risco à vida mulher e de feto anencéfalo. A maioria da plateia nesta segunda-feira era composta por mulheres favoráveis à descriminalização do aborto. Parte usava atrás da orelha um galho de arruda, que, segundo elas, tem propriedades abortivas e, ao mesmo tempo, simboliza proteção. Sob aplausos dessas mulheres, a pastora luterana Lusmarina Campos Garcia, que defendeu a descriminalização, fez uma leitura da Bíblia à luz do referencial teórico dos estudos de gênero. “As inquisições contra as mulheres continuam, embora travestidas de outras formas”, disse, sustentando que religiões são construções históricas sob predomínio, até hoje, do patriarcado eclesiástico. 403 “O único com poder de julgar é Deus, e Deus é amor incondicional. A capacidade de gerar uma vida nova é muito mais do que cumprir uma lei da natureza, da sociedade ou da religião. Precisa ser uma decisão refletida de homens e mulheres que possuem a capacidade de escolher ter filhos e filhas amadas e desejadas”, afirmou. “O aborto não é uma escolha leviana de mulheres que decidiram não ser esse o tempo certo para gerar uma nova vida. É uma decisão difícil, desesperada muitas vezes. Não cabe a nós como sociedade, como Estado ou como gente de fé amontoar aflição sobre aflição, culpa sobre culpa, medo sobre medo, ao ameaçar com a prisão e com a categorização de assassina alguém que está em profunda situação de vulnerabilidade.” Diferentemente dos cristãos, o rabino Michel Schlesinger, que representou a Confederação Israelita do Brasil, explicou que a tradição judaica entende que não há vida completa e autônoma durante a gestação, mas apenas a possibilidade de vida. Segundo Schlesinger, sua cultura entende que só a partir do nascimento não se pode mais escolher entre a vida da mãe e a do filho. Antes disso, durante a gestação, o aborto é possível se houver risco para a mãe (físico ou mental) e também em casos de gravidez na infância, de falta de condições socioeconômicas e de malformação do feto (para vários casos além da anencefalia). REAÇÃO DE ROSA Na parte da tarde, o representante da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, senador Magno Malta (PR-ES), também declarou, como fez a CNBB, que o tema é de competência do Legislativo. Ele disse que o povo, estarrecido com o ativismo judicial, “está sem confiança no Judiciário”. “O Congresso Nacional não está omisso para que essa situação viesse parar aqui. Esse papel não lhe é devido [ao STF], esse papel é do Parlamento. As duas Casas [Câmara e Senado] não estão omissas, elas estão debatendo”, disse Malta. Para ele, cada Poder “precisa conhecer seu lugar e seu papel”. Depois da exposição do senador, Rosa tomou a palavra para ler um trecho da Constituição que trata da legitimidade da corte para julgar processos como o que está em debate. “A Constituição, no seu artigo 102, parágrafo primeiro, é que diz com todas as letras: a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, decorrente desta 404 Constituição, será apreciada por este tribunal na forma da lei”, enfatizou a ministra, num raro momento de demonstração de descontentamento. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/stf-retoma-audiencia-sobreaborto-e-cnbb-acusa-a-corte-de-ativismo.shtml NA FRENTE DO STF, PAI NOSSO PARA CALAR MANIFESTANTES PRÓ-ABORTO Amanda Audi, The Intercept Brasil, 06 de agosto de 2018 RELIGIOSOS QUE FAZIAM fila para entrar na audiência pública sobre descriminalização do aborto rezaram pais nossos e aves marias, em voz alta e em coro, para encobrir a voz de mulheres que tentavam citar dados de pesquisas e estudos sobre o assunto. A cena aconteceu nesta manhã, em frente ao STF, o Supremo Tribunal Federal. As manifestantes estavam vestidas como as aias da série The Handmaid’s Tale, que retrata um futuro distópico em que mulheres perdem os direitos sobre o próprio corpo e se tornam propriedade do Estado. Na ficção, o poder é tomado por um grupo religioso totalitário. As aias, no caso, são estupradas sistematicamente para que possam engravidar. Uma vez grávidas, são mantidas numa espécie de cativeiro para não abortar. Elas usam o capuz branco com laterais compridas para sequer poderem olhar para os lados. São animais. Uma das manifestantes, sem a fantasia, segurava um cartaz que trazia um dado da Pesquisa Nacional do Aborto, feita pela Universidade de Brasília e o Anis Instituto de Bioética em 2016: 54% das mulheres que abortam se declaram católicas. Ela tentava falar sobre isso com os religiosos, sem sucesso. “Nós estamos falando sobre dados científicos, estamos falando sobre ciência”, dizia. As rezas ficavam mais altas. “O Estado é laico”, repetiam as mulheres, já com a voz rouca. Resposta, aos gritos: “AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONVOSCO…” 405 Para mim, que estava acompanhando a cena, foi difícil segurar o aperto na garganta. O que ocorria ali, a poucos metros do plenário onde acontecia a audiência pública que pode evitar que mulheres sejam presas por abortar – porque mulheres abortam, sendo legal ou não –, se assemelhava de um jeito assustador com o mundo fictício de The Handmaid’s Tale. Na série, que se passa num presente parecido com o nosso, ninguém percebeu que direitos de mulheres estavam prestes a ser minados. Era coisa de exagerados, histéricos. 406 A reza, em si, é um ato simbólico. Quando tanto nos falta o diálogo, aqueles religiosos não estavam tentando dar argumentos, expor seus pontos de vista. Eles nem ao menos queriam OUVIR o que as mulheres estavam dizendo. Como se vai conversar com uma pessoa que está rezando fervorosamente, repetindo as mesmas palavras seguidamente, em voz alta, como uma criança que coloca os dedos no ouvido para ignorar ordens dos pais? Os religiosos que estavam sendo ouvidos na audiência foram convocados para explicar pontos de suas crenças, dar argumentos, expor por que acreditam que o aborto é, ou não, aceitável do ponto de vista espiritual ou moral. Uma das organizações mais fortes em defesa do aborto no Brasil, inclusive, são as Católicas pelo Direito de Decidir. O ato de rezar em nenhum momento se enquadra nisso. Rezar não é argumentar. Não é participar do debate. Aquelas mulheres que tentavam falar sobre aborto também têm as suas religiões. Mais cedo, no início da manhã, elas fizeram um ato ecumênico multirreligioso. Queriam dizer que é possível ter uma crença e ao mesmo tempo defender que uma mulher que interrompe uma gravidez não precisa ser encarcerada e penalizada pela lei. Enquanto a ministra Rosa Weber, relatora da ação, convocou cientistas, religiosos, defensores de direitos humanos e representantes de movimentos sociais diversos para serem ouvidos e exporem seus pontos de vista, esses religiosos do lado de fora do tribunal optaram pela surdez. https://theintercept.com/2018/08/06/religiosos-aborto-stf/ QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS NA DISPUTA SOBRE O ABORTO NO STF Nathalia Passarinho, BBC News, 06 de agosto de 2018 Foram dois dias em que mais de 60 pessoas expuseram pesquisas, experiências pessoais, opiniões e dados. Nesta segunda, o Supremo Tribual Federal (STF) encerrou o segundo e último dia de audiência pública para debater a ação apresentada pelo PSOL, com assessoria técnica do Instituto de Bioética Anis, que pede que o aborto não seja considerado crime quando feito até a décima segunda semana de gravidez. Em alguns momentos do debate houve comoção, como quando o médico Sérgio Tavares de Almeida Rego revelou, emocionado, a história pessoal da família. Ele e a esposa já tinham um filho de um ano com deficiência quando ela engravidou 407 novamente. Os dois optaram por um aborto para poderem se dedicar integralmente a Pedro, a quem chamou de "filho enterno", que precisa de cuidados também na vida adulta. Falando contra a descriminalização, Lenise Aparecida Martins Garcia, do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida - Brasil sem aborto, levou um feto de borracha à audiência para ilustrar seu ponto de vista. "É arbitrária a definição de 12 semanas (como início da vida humana). Eu não posso desconsiderar o valor de uma pessoa porque ela é pequenininha. Ela tem mãe e pai. É uma de nós." E a pesquisadora Débora Diniz, da Universidade de Brasília e do Instituto Anis, expôs dados que mostram que uma em cada cinco mulheres brasileiras de até 40 anos já fizeram um aborto. "Se todas as mulheres que fizeram aborto estivessem na prisão hoje, teríamos um contingente de 4,7 milhões de mulheres, pelo menos cinco vezes o sistema prisional, que já é o quarto do mundo. Por que tão pouca razoabilidade nessa conversa? Aborto não é matéria de prisão, é de cuidado, de proteção e prevenção", defendeu. Mas o que vai acontecer a partir de agora? Quando o caso será julgado? E quais ministros já se posicionaram publicamente sobre o pedido de descriminalização do aborto? Como será o julgamento A partir do término das audiências, um relatório com as falas de quem participou será distribuído a todos os 11 ministros da Corte, para consultarem, se quiserem, ao redigirem seus votos. A relatora da ação, ministra Rosa Weber, deverá preparar o voto e o relatório do caso um resumo das alegações do PSOL e do posicionamento dos órgãos chamados a se manifestar, como a Advocacia-Geral da União (AGU). Não há prazo para isso. No julgamento de um habeas corpus em 2016, a ministra se posicionou favoravelmente a que o aborto deixe de ser crime. Por isso, há uma expectativa de que Weber se manifeste a favor do pedido para que o aborto seja descriminalizado. Após concluir o voto, Rosa Weber deve pedir a inclusão do processo na pauta de julgamento do plenário do Supremo. 408 A decisão sobre que processos são julgados em cada mês é tomada pelo presidente do STF, após consulta aos colegas. Possivelmente, quando o voto de Rosa Weber estiver pronto, a ministra Cármen Lúcia já terá deixado a presidência do Supremo, sendo substituída por Dias Toffoli, que toma posse em setembro para um mandato de dois anos. A BBC News Brasil apurou que a expectativa dos ministros e do futuro presidente do Supremo é que o julgamento sobre aborto fique para o ano que vem, já que este ano tem eleições gerais e há outros processos prontos para julgamento no plenário. O que pede a ação sobre aborto A Ação Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 argumenta que os artigos do Código Penal que proíbem o aborto afrontam preceitos fundamentais da Constituição Federal, como o direito das mulheres à vida, à dignidade, à cidadania, à não discriminação, à liberdade, à igualdade, à saúde e ao planejamento familiar, entre outros. O PSOL pede que o aborto feito até a décima segunda semana de gestação não seja considerado crime. As advogadas que assinam a ação afirmam que a criminalização do aborto leva muitas mulheres a recorrer a práticas inseguras, provocando mortes. Atualmente o aborto é crime, com pena de até três anos para a gestante que interromper a gravidez. Só é permitido fazer um aborto em caso de estupro, risco de vida para a mãe ou feto com anencefalia - nesse último caso, a deliberação coube ao STF. Como devem votar os ministros? Três ministros do STF - Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Edison Fachin - já votaram pela descriminalização ao abordar um pedido de habeas corpus de cinco médicos e funcionários de uma clínica clandestina de aborto. A decisão, tomada pela Primeira Turma do STF em novembro de 2016, vale apenas para aquele caso concreto, mas já é um forte indicador de como pensam esses três magistrados. 409 Na ocasião, os ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, que participaram do julgamento, também concederam o habeas corpus, mas não se posicionaram sobre se o aborto, de forma geral, deveria deixar de ser crime. Ricardo Lewandowski é visto como voto certo contra a descriminalização do aborto, já que ele votou contra permitir a interrupção da gravidez até em casos de fetos que não seriam capazes de sobreviver após o parto (em julgamento de 2012 sobre fetos com anencefalia). Há dúvidas sobre o voto dos demais ministros, mas comentários já feitos por eles podem dar pistas. Qual o argumento dos ministros que já se posicionaram sobre a descriminalização Luís Roberto Barroso O primeiro voto pela descriminalização foi proferido pelo ministro Luís Roberto Barroso, ao julgar um pedido de liberdade feito por cinco pessoas envolvidas em procedimentos de aborto. Barroso argumentou que os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto violam os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, além dos direitos fundamentais à autonomia, à integridade física e psíquica, e à igualdade. "Como pode o Estado, isto é, um delegado de polícia, um promotor de justiça ou um juiz de direito, impor a uma mulher, nas semanas iniciais da gestação, que a leve a termo, como se tratasse de um útero a serviço da sociedade, e não de uma pessoa autônoma, no gozo de plena capacidade de ser, pensar e viver a própria vida?", questionou o ministro, no julgamento. Ele defendeu ainda que criminalizar o aborto não é uma política eficiente para evitar que interrupções de gestações aconteçam - apenas impede, afirma, que os abortos sejam feitos com segurança. Ou seja, a criminalização não protegeria nem a "vida do feto" nem a da mulher. "Ela constitui medida de duvidosa adequação para proteger o bem jurídico que pretende tutelar (vida do nascituro), por não produzir impacto relevante sobre o número de abortos praticados no país, apenas impedindo que sejam feitos de modo seguro", argumentou. Para embasar esse argumento, ele citou um estudo da pesquisadora Gilda Sedgh, do Instituto Guttmacher, de Nova York, que aponta que, em países onde o aborto é crime, 410 as taxas de aborto chegam a ser mais altas que as de nações onde o procedimento é legalizado. "Todos têm o direito de se expressar e de defender dogmas, valores e convicções. O que refoge à razão pública é a possibilidade de um dos lados, em um tema eticamente controvertido, criminalizar a posição do outro". Rosa Weber Ao acompanhar o voto de Barroso que considerou a criminalização do aborto inconstitucional, Rosa Weber argumentou que as mulheres devem ter o direito de interromper de forma segura uma gestação indesejada. Para embasar os argumentos, ela citou tratados internacionais de direitos humanos e decisões judiciais de cortes de outros países, como o famoso caso "Roe vs Wade" na Suprema Corte americana, que abriu o caminho para a legalização do aborto nos Estados Unidos, em 1973. "O aborto clandestino é realidade ascendente dos países que não disciplinaram juridicamente a prática da interrupção da gravidez por decisão da mulher no primeiro trimestre da gestação, que implica sérios riscos de saúde e aumento da mortalidade materna por complicações dos procedimentos clandestinos de aborto, os quais são utilizados pelas mulheres que não possuem condições econômicas de custear o tratamento particular", argumentou a ministra. Assim como Barroso, Rosa Weber citou pesquisas que apontam que os países com as legislações mais restritivas ao aborto são os que têm as maiores taxas de interrupção provocada da gravidez. "A ingerência estatal no primeiro trimestre da gestação deve militar em favor da proteção da mulher em ter condições seguras de realizar a interrupção voluntária da gestação." Edson Fachin Embora não tenha especificado os argumentos, Fachin decidiu acompanhar a posição de Barroso em vez de seguir os fundamentos de Marco Aurélio, relator do caso, para a concessão do habeas corpus às cinco pessoas presas preventivamente por fazerem 411 abortos clandestinos. O efeito dos votos de Marco Aurélio e de Barroso era o mesmo a concessão da liberdade ao grupo. A diferença é que o primeiro concedeu o habeas corpus por considerar que a prisão preventiva já não se justificava - os suspeitos não ofereceriam perigo às investigações, nem indicavam intenção de fugir. Barroso foi além e disse que o aborto, de forma geral, não pode ser considerado crime, se feito com consentimento da gestante até o terceiro mês de gravidez. Portanto, na visão do ministro, aquelas pessoas nem sequer deveriam ter sido processadas. Ao acompanhar Barroso na visão de que a criminalização do aborto é inconstitucional, Fachin lembrou, a título apenas de "comentário", que o Papa Francisco abriu a possibilidade para que sejam absolvidas, mediante confissão, mulheres e profissionais de saúde que tiverem feito abortos. A posição dos demais ministros Os demais ministros ainda não se manifestaram diretamente sobre o tema. Alguns fizeram comentários que dão indícios sobre como enxergam a criminalização do aborto. Gilmar Mendes Durante uma sessão de julgamento do dia 23 de março, Gilmar Mendes criticou Barroso por ter entrado no mérito da descriminalização do aborto no julgamento do habeas corpus do grupo que operava a clínica clandestina. Para Mendes, o tema só poderia ter sido discutido em plenário numa Ação Por Descumprimento de Prefeito Fundamental (ADPF), e não na análise de um pedido específico de liberdade. "É preciso que a gente denuncie isto, que a gente anteveja esse tipo de manobra, porque não se pode fazer isso com o Supremo Tribunal Federal: 'Ah, agora eu vou dar uma de mais esperto e vou conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma com dois, com três ministros, aí a gente faz um dois a um'". Alexandre de Moraes O ministro Alexandre de Moraes se esquivou de responder a perguntas sobre aborto quando foi sabatinado pelo Senado antes de assumir uma cadeira no Supremo. Na 412 época, ele argumentou que não poderia antecipar o voto, já que havia ações sobre o tema no STF. Ricardo Lewandowski Lewandowski votou contra a liberação do aborto em caso de feto com anencefalia (com formação incompleta do cérebro a ponto de ser inviável a vida do bebê). O placar do julgamento de 2012 foi 8 a 2, com a maioria optando por permitir a chamada "antecipação terapêutica" do parto nesses casos. Como Lewandowski foi um dos dois votos contrários, é natural esperar que ele também não seja favorável à descriminalização de forma mais ampla. Na julgamento de 2012, o ministro argumentou que qualquer decisão sobre tema deve ser tomada pelo Legislativo e que permitir o aborto no caso de fetos sem cérebro abriria caminho para interrupções de gestação de embriões com doenças genéticas. José Dias Toffoli Antes de tomar posse como ministro, Toffoli afirmou, em sabatina no Senado, que criminalizar o aborto não é uma política eficaz. "Eu sou contra o aborto. Agora, penso que a sociedade deve debater quais os mecanismos mais eficientes para diminuir o número de abortos no país. Porque criminalizar o aborto não é um meio eficaz." Luiz Fux Em entrevista à BBC News Brasil, Luiz Fux afirmou considerar que o tema deve ser debatido pelo Legislativo, não pelo Supremo. "Eu tenho a impressão de que algumas questões são judicializadas porque o Parlamento não quer pagar o preço social de tomar a decisão adequada. Mas, na verdade, o lugar próprio de decidir sobre a descriminalização do aborto é o Parlamento e não o Supremo Tribunal Federal", disse. 413 Mas, na mesma entrevista, ele também ponderou que o aborto deve ser visto como uma questão de "saúde pública", visão normalmente defendida por grupos favoráveis à descriminalização. "Entendo que é um problema de saúde pública que a sociedade tem que decidir por meio de seus representantes. Agora, o Judiciário pode vir a ser provocado sobre essa questão. E então, num momento oportuno, vou me manifestar", afirmou à BBC News Brasil. Cármen Lúcia Cármen Lúcia votou a favor da liberação do aborto em caso de feto anencéfalo e a favor de pesquisas com células tronco embrionárias, mas nunca entrou no mérito sobre se criminalizar o aborto de forma geral é ou não uma violação da Constituição. Marco Aurélio Mello Foi o relator da ação que permitiu aborto em caso de feto com anencefalia - e votou a favor de permitir o procedimento nesse caso. "O Estado não é religioso nem ateu. O Estado é simplesmente neutro. O direito não se submete à religião', disse o ministro, na ocasião. "O que está em jogo é a privacidade, a autonomia e a dignidade humana dessas mulheres. Elas têm que ser respeitadas, tanto as que optam por prosseguir com sua gravidez como as que preferem interrompê-la para pôr fim ou minimizar um estado de sofrimento." Mas ele não se manifestou publicamente sobre a possibilidade de descriminalizar o aborto de forma geral, até o terceiro mês de gestação. Celso de Mello O ministro Celso de Mello também votou a favor da chamada "antecipação terapêutica do parto" (interrupção da gravidez) em caso de anencefalia. Mas, até agora, não fez comentários públicos sobre permitir o aborto até a décima segunda semana. Nos bastidores, já comentou que a criminalização pode, eventualmente, ser vista como uma violação a tratados internacionais de direitos humanos firmados pelo Brasil. 414 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45088795 SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO Agência Brasil reproduzida pelo Uol Universa, 07 de agosto de 2018 Terminou no começo da noite desta segunda (6) a audiência públicaconvocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), para elaborar relatório do julgamento da ação que visa a declarar inconstitucionais os artigos 124 e 126 do Código Penal, que criminalizam a prática do aborto. A arguição de descumprimento de preceito fundamental (a ADPF 442), foi apresentada pelo PSOL e descriminaliza mulheres que façam a interrupção voluntária da gestação até a 12ª semana da gravidez. Caso o julgamento acolha a ação, a equipe médicaenvolvida no procedimento também não poderá ser punida. Não há prazo para Rosa Weber apresentar o seu parecer. No encerramento da audiência, a ministra declarou que o "próximo tempo é de reflexão". A ministra não costuma atender à imprensa e não respondeu perguntas sobre eventual data de julgamento. Expositores que participaram da audiência e foram ouvidos pela Agência Brasil acreditam que a equipe de Rosa Weber utilizará argumentos ouvidos hoje e na última sexta-feira para subsidiar o voto da ministra. Ao concluir o voto, ela encaminhará relatório aos demais ministros do STF. Antes disso, Rosa Weber deverá pedir manifestação da Procuradoria-Geral da República e também decidir sobre as demandas de instituições que querem se manifestar como amicus curiae (amigo da corte) associado à causa, durante o julgamento no Plenário do Supremo. Descriminalização Tanto nesta segunda-feira como na sexta-feira, participantes e expectadores da audiência avaliaram que foram ouvidas mais pessoas favoráveis à descriminalização do que contrárias. 415 A professora de Direito Janaína Paschoal, uma das autoras do impeachment da expresidente Dilma Rousseff, e que participou do debate dos juristas sobre a descriminalização do aborto, assinalou que na tarde de hoje havia mais expositores pró-ADPF, mas considerou "natural". Segundo ela, "o pessoal que defende essa causa é muito organizado e unido", disse, sem responsabilizar o STF ou criticar Rosa Weber. A Defensora Pública do Estado de São Paulo ponderou que é comum que a parte que demanda tenha mais participação em audiências, mas lembrou que "foi a ministra que escolheu a partir de inscrições". De acordo com o Supremo, foram recebidos mais de 180 pedidos para participar da audiência, foram acolhidos 52 pedidos, conforme "representatividade adequada, especialização técnica e/ou jurídica e garantia da pluralidade da composição da audiência". https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/07/sem-data-para-votacao-stfencerra-debate-sobre-descriminalizar-aborto.htm PRÓ E CONTRA: O DEBATE SOBRE O ABORTO NO STF. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL OUVIU SOCIEDADE CIVIL APÓS PEDIDO DO PSOL PARA DESCRIMINALIZAR ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. CASO AINDA NÃO TEM DATA PARA JULGAMENTO. ENTENDA ARGUMENTOS DOS DOIS LADOS Renate Krieger, Deutsche Welle, 07 de agosto de 2018 Na semana em que o Senado argentino vota a descriminalização do aborto, representantes da sociedade civil brasileira puderam apresentar argumentos pró e contra a descriminalização da interrupção da gestação em dois dias (03/08 e 06/08) de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF). Convocada pela ministra Rosa Weber, a audiência oitiva (sem debates) ouviu um total de 60 especialistas para apresentar seus argumentos, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Ao demandar que não sejam considerados constitucionais os artigos 124 e 126 do Código Penal brasileiro, de data anterior à Constituição de 1988, a legenda pede a despenalização do aborto até a 12ª semana de gravidez e a isenção de punições a profissionais de saúde que fazem o procedimento. Segundo o PSOL, a proibição do aborto viola os "direitos e princípios fundamentais" das mulheres, garantidos na Constituição. 416 Os artigos em questão determinam pena de prisão de até três anos para mulheres que abortam e de até dez anos para quem provocar abortos com autorização da gestante. Na prática, se forem considerados incompatíveis com a Constituição, os artigos continuam inseridos no Código Penal, mas não terão mais efeitos. Ainda não há data para julgar o caso. Redução da mortalidade materna Na sexta-feira (03/08), primeiro dia da audiência, a maior parte das intervenções defendeu a descriminalização. Os argumentos se concentraram na defesa dos direitos da mulher. Para Rebecca Cook, por exemplo, a criminalização do aborto é ineficaz para proteger a vida pré-natal. A professora na Faculdade de Direito da Faculdade de Medicina e do Centro Conjunto de Bioética da Universidade de Toronto, no Canadá, representou o Consórcio LatinoAmericano contra o Aborto Inseguro na audiência. Cook lembrou que diversos tribunais nacionais e comitês que monitoram tratados internacionais relacionados a direitos da mulher concluíram que a descriminalização do aborto nas primeiras semanas de gravidez facilita o alcance das medidas positivas necessárias para proteger a vida pré-natal. Por isso, explicou, o Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher tem obrigado países a proverem cuidados de saúde específicos para a mulher, incluindo a descriminalização do aborto como uma medida para reduzir a mortalidade materna. Bastante aplaudida, a representante do Instituto de Estudos da Religião, Lusmarina Campos Garcia, destacou na manhã de segunda a importância da laicidade do Estado para a "garantia da igualdade de direitos em todos os seus aspectos". "O aborto não é uma escolha leviana de mulheres que decidiram não ser esse o tempo certo para gerar uma nova vida. O aborto é uma decisão difícil, desesperada muitas vezes", esmiuçou. Pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), a teóloga apresentou um contexto histórico do aborto e disse que a Bíblia não condena a prática. "Também não há uma determinação bíblica de quando a vida começa", discursou Lusmarina, abordando um dos principais argumentos de contrários à despenalização do aborto, que defendem que a vida humana começa "desde a concepção". 417 "Belas, recatadas e do lar" Já Maria José F. Rosado Nunes, da entidade Católicas pelo Direito de Decidir, afirmou que "a decisão pelo aborto pode ser tão moralmente aceitável quanto aquela de se manter uma gravidez. Sua legalização realiza uma cultura ideológica e política fundamental no pensamento, na lógica e na prática política e social em relação a um conservadorismo moral que nos confina – a nós, mulheres – num único papel de mães e esposas 'belas, recatadas e do lar', degradando assim a maternidade porque a entende como destino biológico e não como escolha ética e de direito", discursou. "Não podemos restringir essa proteção [da vida, conforme argumentos contrários ao aborto] à vida do feto e seguir culpando as mulheres que abortam, condenando-as à morte nas clínicas clandestinas em nome de uma suposta defesa da vida. Constitui evidente má-fé tratar como bebê, como criança, como pessoa, o que é um zigoto, um embrião, ou mesmo um feto no início da gestação", continuou, sob aplausos. Mulheres protestam contra PEC 181, cujo texto-base foi aprovado por comissão da Câmara dos Deputados em Quando começa a vida? Os argumentos contra o aborto foram majoritariamente apresentados na segundafeira, quando as exposições partiram especialmente de representantes de grupos religiosos. Vários deles listaram argumentos científicos para embasar suas exposições 418 sobre o início da vida. "Onde está a inconstitucionalidade em aceitar os dados científicos que dizem que a vida começa na concepção?", questionou Dom Ricardo Hoerpers, em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele afirmou que "nenhuma autoridade pública pode reconhecer seletivamente o direito à vida" e defendeu que o assunto deve ser discutido pelo Poder Legislativo. Além disso, sugeriu a implementação e melhoria de políticas públicas que combatam as causas do aborto. Já o padre José Eduardo de Oliveira, do mesmo órgão, criticou as estatísticas citadas por grupos pró-aborto no primeiro dia da audiência, dizendo que são "inflacionados". "Os números que foram aqui apresentados são 10 ou mais vezes maiores do que a realidade. Toda esta inflação é para poder concluir que onde se legalizou a prática realizaram-se menos abortos do que no Brasil", destacou. Entre outros, ele citou o exemplo da Alemanha, dizendo que são realizados 120 mil abortos anuais no país europeu, que tem 80 mil habitantes. "Se tivesse 200 milhões, como o Brasil, ali haveria 300 mil abortos por ano, três vezes mais do que no Brasil", contou. Para Oliveira, a audiência pública da ADPF 442 no Supremo foi parcial, já que, segundo, ele, o tribunal ouviu mais palestrantes pró-despenalização do que contra. O STF recebeu 187 inscrições, das quais selecionou um grupo de 53 palestrantes. Já Angela Vidal Gandra Martins Silva, falando pela União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP), disse que a decisão pró-aborto é pautada por um "utilitarismo econômico" e que, "quando a racionalidade é rejeitada, passa-se à empreitada de justificar a qualquer custo a decisão que já se tomou. Uma coisa que me chamou a atenção foi o recurso ao planejamento familiar ou à paternidade responsável para justificar o aborto. Planos vêm antes, não depois. Incluir no Plano B o assassinato não é um planejamento", disse. Congresso ou Supremo? No último dia de audiência, vários palestrantes que argumentaram contra a descriminalização do aborto também afirmaram que o assunto não deveria ser decidido pelo Supremo, dizendo que este não pode atuar como Poder Legislativo. Os palestrantes favoráveis ao aborto, em geral, defendem a competência do tribunal de decidir sobre a matéria. 419 Porém, a relatora Rosa Weber defendeu na última sexta o direito da máxima corte de discutir o assunto, dizendo que é preciso valorizar a divergência e ter em conta o conflito entre os direitos fundamentais envolvido nesses assuntos constitucionais. No pronunciamento, ela esclareceu que se trata de uma discussão constitucional e não legislativa. "Toda questão submetida à apreciação do Judiciário merecerá uma resposta. Uma vez provocado, o Judiciário tem de se manifestar", disse Weber, lembrando que o pedido do PSOL foi feito "ao argumento de controvérsia constitucional relevante" e que o STF só se pronuncia sobre um assunto quando é apresentada uma demanda. Diferentes projetos de lei sobre o aborto estão parados no Congresso atualmente, em parte devido à forte pressão de deputados ligados a grupos religiosos que são contra a interrupção voluntária da gravidez. A legislação brasileira determina que o aborto é legal apenas em casos de estupro, risco de morte para a mãe e quando os fetos apresentam anencefalia. As duas primeiras exceções foram autorizadas pelo Congresso, enquanto a determinação sobre anencéfalos foi do Supremo, em 2012. Em novembro de 2016, a Primeira Turma do Supremo também decidiu não considerar crime a interrupção da gravidez no primeiro trimestre (12 semanas) da gravidez. Em reação a essa decisão, alguns deputados incluíram uma mudança constitucional para inviabilizar o aborto numa discussão sobre licença maternidade em caso de bebê prematuro. A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181/15 em novembro do ano passado. A proposta inclui na Constituição o conceito de proteção da vida "desde a concepção". Na prática, a mudança deve inviabilizar o aborto mesmo quando ele é considerado legal. Os deputados ainda deverão votar destaques, mas a PEC não deverá ser fundamentalmente alterada, e depois deverá ser votada no plenário da Casa. https://www.dw.com/pt-br/pr%C3%B3-e-contra-o-debate-sobre-o-aborto-no-stf/a44975614 https://p.dw.com/p/32iD8 SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO 420 CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES Philipp Lichterbeck, Deutsche Welle, 08 de agosto de 2018 Protesto contra a lei de proibição do aborto no Rio Conheço três brasileiras que fizeram aborto. Na verdade, elas deveriam ser presas por isso, já que, no Brasil, o aborto é proibido, salvo com as seguintes exceções: quando há risco de vida para a mulher, em casos de estupro e de anencefalia do feto. Essas exceções não se aplicaram a nenhuma das três. Suas gestações foram assim chamadas "acidentes". Em todos os casos, os homens também eram favoráveis à interrupção da gravidez. Mas, naturalmente, eles não correm o risco de ser penalizados por isso. A primeira das três mulheres tem pouco mais de 20 anos. Engravidou de um alemão mais velho que a ajudou a conseguir o medicamento Cytotec, cuja venda é proibida no Brasil. Na realidade, o Cytotec só deveria estar disponível em hospitais autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda assim, eles conseguiram encontrar com relativa facilidade o remédio, cujo uso é arriscado. Há grupos de Whatsapp nos quais é possível encomendá-lo. O medicamento é enviado pelo correio e é caro. 421 Antes disso, ela entrou num longo conflito consigo mesma. O fato de o parceiro não querer ter o filho a fortaleceu em sua decisão. Minha segunda conhecida viajou a Londres para fazer o aborto. O homem do qual ela havia engravidado é inglês. Ele marcou uma hora numa clínica na qual a mulher, sob supervisão médica, tomou medicamentos que interromperam a gestação. Até hoje, ela lembra do doloroso processo, tanto física quanto psicologicamente. Ela diz: "Naquela época, eu era muito nova para ter filhos. O pai não teria me apoiado." Minha terceira conhecida ficou grávida com quase 50 anos. Ela já tem dois filhos. Procurou uma clínica no bairro de Bonsucesso – a clínica opera ilegalmente, mas é bastante conhecida. Também existem clínicas parecidas na Barra da Tijuca, no Rio, e em outras cidades brasileiras. São mulheres abastadas que, aparentemente, fazem abortos com anuência das autoridades. O procedimento não é barato – dependendo da complexidade, o aborto custa 3 mil reais. Por alguns dias, o Supremo Tribunal Federal realizou uma audiência pública para ouvir argumentos pró e contra a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Não se trata, na realidade, de saber se alguém é pró ou contra o aborto, mas sim de descobrir como o Brasil lida com o fato de que, anualmente, entre 500 mil e 1,2 milhão de mulheres realizam abortos por ano. Isso acontece totalmente independente da vontade do STF, do Congresso, das igrejas e outros grupos conservadores. A maioria das mulheres que fazem abortos ilegais no Brasil é de negras, pobres e que já têm filhos. A cada dois dias, uma delas morre por não ter acesso a uma clínica. Em vez disso, recorrem a métodos inseguros. Cerca de 250 mil mulheres são internadas anualmente devido às complicações decorrentes. Ou seja, mulheres pobres morrem, mulheres ricas pagam. Essa é a realidade. E ela mostra: a Lei Penal datada de 1940 é inútil. Ela não se pauta pelo bem-estar da população, já que não leva a uma diminuição dos abortos e ao salvamento de vidas, mas sim, custa vidas e onera enormemente o sistema de saúde. Além disso, a lei praticamente nunca é aplicada. Se fosse, as prisões brasileiras estariam cheias de milhões de pecadoras do aborto, e clínicas como a de Bonsucesso seriam fechadas pelas autoridades. Igualmente, o Brasil ignora as experiências da Europa, onde o número de abortos caiu com a despenalização. Em vez disso, agarra-se ao típico ultraconservadorismo da América Latina, que mantém a região presa no atraso social. Um provável motivo para esse engessamento: 90% dos políticos brasileiros são homens – um dos números mais 422 altos do mundo. Parece que suas ações não são motivadas por racionalidade e sensatez, mas por ideologia, emoções e dinheiro. Políticos conservadores proíbem o aborto argumentando que a vida ainda por nascer precisa ser protegida. Logo, a vida nascida é menos importante para eles. Afinal, o que eles fazem pela educação das crianças cujas vidas eles fingem proteger? Ou pela saúde delas? Eles congelam as despesas para a saúde e a educação. Evidentemente, eles não se preocupam com as crianças, mas sim com o exercício de poder e de controle sobre o corpo da mulher. Para nenhuma das minhas conhecidas, a decisão de fazer um aborto foi fácil. No final das contas, elas tomaram uma decisão racional e dolorosa. Uma delas me disse: "A lei não teve nenhuma importância nas minhas reflexões". Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, ele colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para os jornais Tagesspiegel (Berlim), Wochenzeitung (Zurique) e Wiener Zeitung. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio. https://www.dw.com/pt-br/sobre-o-aborto-no-brasil/a-44995213 https://p.dw.com/p/32nJF POR QUE O DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO AVANÇA NO BRASIL? Uol Universa reproduz RFI, 08 de agosto de 2018 [A RFI é uma rádio francesa de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 14 idiomas...] A descriminalização do aborto foi tema de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) nos dias 3 e 6 de agosto. “Não é direito de ninguém matar um inocente. Se não quer ter filhos, não os faça”, diz um internauta na publicação sobre a audiência pública na página do STF no Facebook. “Mulheres, apenas fechem as pernas”, diz uma usuária em um post da revista "Marie Claire Brasil" sobre o aborto. 423 Nas redes sociais, circulam dezenas de memes comparando a vida de fetos aos de animais abatidos em touradas ou informações sobre falsas pesquisas. Uma delas diz que, se a interrupção da gravidez for legalizada, 90% dos bebês serão abortados e a população brasileira será brevemente extinta. O debate no Brasil sobre uma questão que na França é considerada intrínseca à liberdade pessoal e à saúde da mulher intriga a imprensa francesa. A revista "Marianne" avalia o debate como “crucial”, em um momento em que “o Brasil teme um endurecimento contra o aborto com uma proibição para qualquer caso”. No entanto, a matéria lembra que a possibilidade de descriminalização do aborto no país é praticamente nula, com a oposição de 64% dos brasileiros, influenciados pelo domínio da igreja católica ou pela ascensão dos movimentos evangélicos. Já o jornal "Le Figaro" lembra que, atualmente no Brasil, o aborto é autorizado apenas em gravidez ocorrida devido a estupros, que comprometa a vida da mãe ou em casos de anencefalia. “Fora desses casos, a mulher que recorre à interrupção voluntária da gestação corre o risco de ser condenada a três anos de prisão”, destaca. Para o jornal "Le Monde", a realidade do aborto no Brasil “é alarmante”. “Entre 500 mil e um milhão de interrupções de gravidez acontecem a cada ano na ilegalidade, 250 mil mulheres são hospitalizadas devido a complicações e mais de 200 morrem praticando o aborto a cada ano”, lembra o diário. Na França, a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) – foi legalizada em 1975 e vale para todos os casos. A líder da causa, Simone Veil, é uma das personalidades modernas mais admiradas pelos franceses. Falecida em 2017, seus restos mortais foram levadosneste ano ao Panteão, onde repousam dezenas das mais importantes figuras da História do país. Debate anacrônico Por que no Brasil, país ocidental, maior economia da América Latina, o debate acontece tão tarde e é crivado de preconceitos e desinformação? Para a advogada Carla Vitória, integrante da Sempreviva Organização Feminista, o conservadorismo religioso é um grande responsável pela inflexibilidade da boa parte da população sobre a questão, “que é uma das identidades do Brasil” e que, segundo a militante, vem avançando nos últimos anos. 424 “Existem diversos projetos de lei, defendidos por figuras políticas importantes no Congresso Nacional que visam restringir o aborto em casos em que ele é legal hoje como o Estatuto do Nascituro e a ‘Bolsa Estupro’ - para evitar que uma mulher interrompa uma gravidez que aconteceu porque ela foi violentada”, ressalta Carla Vitória. Outra razão apontada pela advogada é a questão econômica. “Se pegarmos o mapa do mundo, quase todos os países que chamamos de ‘sul político’ criminalizam o aborto; na América Latina, as únicas exceções são Cuba e Uruguai. Já no ‘norte político’, a situação se inverte. O controle da maternidade diz muito sobre a imposição de que as mulheres tenham mais filhos e há toda uma questão econômica atrelada a isso”, ressalta. Heloisa Righetto é mestranda de Estudos de Gênero da Universidade de Goldmisths, em Londres e co-fundadora da plataforma Conexão Feminista. Segundo ela, o conservadorismo da sociedade brasileira, aliado a um imobilismo, também impede que o debate sobre a questão evolua. “Muitos ativistas insistem que o aborto, se for legalizado, será opcional. Mas as pessoas que são contra já sabem disso. Elas simplesmente acham que interromper a gravidez é imoral e têm medo de confrontar essa ideia, porque sempre fomos ensinados que abortar é errado e elas não querem lidar com esse conflito”, avalia. O machismo da sociedade brasileira também emperra a evolução das discussões sobre uma prática que, mesmo sendo ilegal, é realizada por uma a cada cinco mulheres até o final da vida reprodutiva, aos 40 anos, segundo estudo de 2016 do Anis Instituto de Bioética. “Há a ideia de que a principal função das mulheres na sociedade é a reprodução, além da culpabilização delas por exercerem sua sexualidade livremente. A coisa mais comum nos argumentos contra a legalização do aborto é que se a mulher teve uma relação sexual consentida e engravidou, ela tem que assumir as consequências. Como se a maternidade fosse um castigo por essa mulher ter tido uma relação sexual”, diz Carla Vitória. A militante lembra que a maior parte dos defensores da manutenção da criminalização do aborto no STF foram homens. “Aqui no Brasil temos uma população de 52% de mulheres e apenas 9% delas estão no Congresso Nacional. Ou seja, os representantes políticos da sociedade são homens, da classe média, brancos. Tudo isso interfere não apenas no discurso contra a legalização do aborto, mas no direcionamento das pesquisas sobre quem são as mulheres que abortam e quais são as condições de vida 425 delas. Isso é investigado quando há mulheres na ciência e em espaços de poder”, salienta. Um machismo que não deixa de atingir e ser difundido pelas próprias mulheres. Há alguns meses, a revista "Marie Claire Brasil" vem publicando uma série de reportagens defendendo a descriminalização do aborto no Brasil. Em suas postagens, leitoras se manifestam criticando de forma controversa as próprias mulheres que interromperam ilegalmente suas gestações. “O triste é saber que mulheres querem ‘essa liberdade’ para viver na libertinagem”, diz uma internauta em uma das publicações da revista no Instagram. Para Heloisa Righetto, essas mulheres também são vítimas da própria opressão machista que vivem diariamente. “Elas perpetuam algo que para elas é normal. É uma espécie de Síndrome de Estocolmo. Conseguir identificar e se separar daquele que as oprime é difícil e doloroso, porque são os homens das vidas delas que fazem parte disso. Desta forma, é perigoso taxar as mulheres como machistas porque, com isso, cria-se mais um preconceito contra elas”, avalia. Evolução das mentalidades Apesar da lentidão para o avanço das consciências em relação aos direitos das mulheres no Brasil, o debate serve para, ao menos, sensibilizar a população sobre a questão, avaliam as duas ativistas entrevistadas pela "RFI". “É extremamente necessário discutir o aborto no Brasil. Ele é uma realidade, é um fato social. Independentemente de as pessoas serem contra ou a favor, isso acontece, principalmente entre as mulheres pobres e negras que têm que recorrer a clínicas clandestinas e a médicos que colocam em risco a saúde, integridade física e a vida delas”, salienta Carla Vitória. “Eu estou otimista. Falar é bom porque faz os pensamentos evoluírem”, afirma Heloisa Righetto. A co-fundadora do Conexão Feminista diz que se surpreendeu com mulheres religiosas defendendo a descriminalização do aborto no STF. “Vejo esse debate como muito positivo. Não lembro de uma discussão dessa dimensão ter acontecido no Brasil até hoje desta forma, tomando conta das redes e mobilizando tantas pessoas”, conclui. 426 Não há prazo para a ministra Rosa Weber, sorteada para ser a relatora da ação, apresentar seu parecer sobre a audiência pública. O relatório do debate será encaminhado por ela aos outros ministros do STF, e não tem data para votação. A decisão dos magistrados, não tem poder de decisão, mas pode ser um primeiro passo em direção de uma futura descriminalização. https://universa.uol.com.br/noticias/rfi/2018/08/08/por-que-o-debate-sobredescriminalizacao-do-aborto-nao-avanca-no-brasil.htm http://br.rfi.fr/brasil/20180807-por-que-o-debate-sobre-descriminalizacao-do-abortodemora-avancar-no-brasil A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DEVE SER PENSADA COMO POLÍTICA PÚBLICA, NÃO DISCUSSÃO RELIGIOSA Cláudio Ferraz, Nexo Jornal, 09 de agosto de 2018 Enquanto temos essas discussões, algo em torno de 240 mil admissões hospitalares acontecem anualmente no SUS como consequência de complicações advindas de abortos, gerando custos estimados na ordem de R$ 45 milhões, além, é claro, de um grande número de mortes A audiência no Supremo sobre a descriminalização do aborto gera discussões apaixonadas. De um lado “defensores da vida” acusando mulheres que praticam o aborto e seus defensores de assassinas e assassinos. Do outro lado, mulheres que pedem liberdade de escolha e autonomia sobre seus corpos. Esse é um tema que gera um enorme espaço para discussões éticas, religiosas e filosóficas. Mas enquanto temos essas discussões, algo em torno de 240 mil admissões hospitalares acontecem anualmente no SUS como consequência de complicações advindas de abortos, gerando custos estimados na ordem de R$ 45 milhões, além, é claro, de um grande número de mortes. Essas internações e mortes não são distribuídas de forma homogênea na população brasileira. Mulheres mais pobres e negras têm muito mais chance de sofrerem consequências negativas de abortos ilegais. Como disse Michelle Oberman em artigo recente no NYT sobre a América Latina: “a criminalização do aborto simplesmente cria novas formas de o Estado intensificar a miséria dos mais pobres”. O debate que está sendo feito no STF é muito bem-vindo. Tornar uma mulher uma criminosa por fazer um aborto não só não soluciona o problema de gravidezes 427 indesejadas, mas cria um mercado clandestino em que médicos e clínicas ilegais ganham rendas sem o necessário controle de qualidade. Como essas clínicas e médicos estão atuando ilegalmente, eles não podem ser responsabilizados por procedimentos equivocados, criando incentivos perversos e consequências nocivas para as pacientes, e para o país. No lugar de criminalização, precisamos pensar em políticas públicas que consigam diminuir as taxas de abortos, por meio de educação para a prevenção de gravidezes indesejadas. O foco da discussão deveria ser em políticas que empoderem as mulheres não só em relação ao direito de decidir sobre seus corpos, mas para obter informação, ter aspirações, e melhorar sua educação e renda. Um resumo de avaliações de impacto de políticas na Ásia, África e América Latina mostra que intervenções focadas em informação sobre saúde sexual e reprodutiva, programas que aumentam aspirações de meninas adolescentes e subsídios para que meninas terminem o ensino médio podem ter efeitos significativos na redução de gravidezes indesejadas. Com isso, as mulheres poderão tomar melhores decisões sobre fertilidade, que se transformarão em melhores resultados para a sociedade como um todo. Claudio Ferraz é professor da Cátedra Itaú-Unibanco do Departamento de Economia da PUC-Rio e diretor científico do JPAL (Poverty Action Lab) para a América Latina. É formado em economia pela Universidade da Costa Rica, tem mestrado pela Universidade de Boston, doutorado pela Universidade da Califórnia em Berkeley e foi professor visitante na Universidade Stanford e no MIT. Sua pesquisa inclui estudos sobre as causas e consequências da corrupção e a avaliação de impacto de políticas públicas. https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/A-descriminaliza%C3%A7%C3%A3odo-aborto-deve-ser-pensada-como-pol%C3%ADtica-p%C3%BAblica-n%C3%A3odiscuss%C3%A3o-religiosa BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 10 de agosto de 2018 428 Direito de imagem EITAN ABRAMOVICH Há oito meses, Rebeca Mendes Silva, a primeira mulher a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer um aborto no Brasil, interrompia a gestaçãolegalmente, com assistência médica e psicológica na Colômbia, para onde foi depois de ter o pedido negado pela Justiça brasileira. Saiu da clínica com o método contraceptivo que escolheu, após ser aconselhada pelos profissionais de saúde: um implante hormonal subcutâneo com duração de três anos. Assim como ela, dezenas de mulheres brasileiras que se encontram diante de uma gestação indesejada têm optado por viajar aos poucos países do continente americano onde o aborto é legalizado, segundo representantes de ONGs de proteção aos direitos das mulheres ouvidas pela BBC News Brasil. De acordo com o advogado criminalista Pierpaolo Bottini, se a mulher fizer o procedimento num país onde a prática não é considerada crime, ela não pode ser processada e punida ao retornar ao Brasil. "Nosso Código Penal diz que você só responde por crimes cometidos em território nacional. Você pode responder, excepcionalmente, por crimes praticados fora desde que seja um crime também no país onde o ato foi cometido", disse. Mas a opção de fazer uma viagem internacional só é acessível para quem tem recursos ou consegue o apoio de ONGs, como Rebeca - ela teve passagem e procedimento pagos por entidades de defesa dos direitos das mulheres. 429 Direito de imagem EITAN ABRAMOVICH Por pouco - mais precisamente, por sete votos - a Argentina não se torna uma opção a mais para quem quer interromper a gravidez de forma segura e legal fora do Brasil. Depois de ser aprovado em junho pela Câmara, um projeto de lei que legalizaria o aborto até a décima quarta semana foi rejeitado pelo Senado argentino por 38 votos a 31. Atualmente, a interrupção da gestação é crime na Argentina. O aborto só é permitido em caso de estupro e risco de vida para a mãe. Países da América onde o aborto é permitido No Caribe e América do Sul, apenas Cuba, Guiana Francesa, Guiana, Porto Rico e Uruguai permitem a interrupção da gestação amplamente, em todo o território. O Uruguai, entretanto, só oferece o procedimento de aborto a estrangeiras que estiverem morando lá há pelo menos um ano. A Colômbia admite a interrupção da gravidez desde 2006 - por decisão da Suprema Corte do país - em caso de risco à saúde física e mental da mulher, e em casos de estupro, incesto e deformidade severa do feto. 430 Na prática, isso permitiu o aborto em caso de gravidez indesejada, na medida em que se considera que obrigar a mulher a continuar com uma gestação contra a sua vontade é impor a ela sofrimento psicológico. Colombianas podem fazer o procedimento pelo sistema público de saúde, e clínicas particulares oferecem o serviço tanto para nacionais quanto para estrangeiras. Pelo menos uma mulher brasileira se dirige à Colômbia a cada mês para fazer o procedimento de aborto, segundo a antropóloga Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília e coordenadora do Instituto de Bioética Anis, voltado a pesquisas relacionadas aos direitos das mulheres. Mas os altos custos limitam o acesso a esse tipo de alternativa de interrupção da gestação. No Brasil, o aborto é crime, com pena de até três anos de prisão para a gestante. Só é possível interromper a gestação em caso de estupro, risco de vida para a mãe e feto com anencefalia - neste último caso, a decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal. 431 "Eu diria que é na ordem de uns R$ 6 mil (os custos totais para fazer um aborto na Colômbia). Ou seja, é muito dinheiro", disse Débora Diniz à BBC News Brasil. "Além do que, há uma série de documentos exigidos que não fazem parte da vida da mulher média brasileira, desde ter a vacina internacional de febre amarela a passaporte e outros documentos. Então, é uma opção muito limitada e concentrada nas mulheres mais abastadas." A argentina Giselle Carino, diretora regional da ONG de defesa dos direitos das mulheres International Planned Parenthood Federation, também diz que o principal destino de brasileiras quando querem fazer um aborto legal é a Colômbia, porque lá há mais clínicas e hospitais que fornecem o serviço. A ida de venezuelanas à Colômbia com a mesma finalidade também é frequente, segundo ela. "Por causa do arcabouço legal e da infraestrutura, as venezuelanas e brasileiras têm procurado mais a Colômbia. A Cidade do México também é procurada, mas mais frequentemente por mulheres que moram nos países vizinhos", disse ela à BBC News Brasil. No México, o aborto é permitido na capital do país até a décima segunda semana de gestação. Mais recentemente, a Bolívia flexibilizou a legislação sobre aborto, para descriminalizar a prática quando feita nas primeiras oito semanas de gestação quando a grávida for estudante ou tiver sob seus cuidados pessoas adultas com incapacidades, crianças com deficiência, ou outros "menores consanguíneos". Mas, segundo Giselle Carino, a realidade ainda é de difícil acesso ao serviço. Por isso, dificilmente a Bolívia é procurada por estrangeiras interessadas em fazer um aborto. E, assim como Débora Diniz, Carino destaca que, ainda que a procura tenha aumentado, a opção de fazer um aborto fora de seu país não é realidade para as mulheres mais pobres. "Há muitas disparidades na região. Mulheres que não têm dinheiro ou acesso à informação para pedir ajuda não conseguem fazer um aborto fora do país", diz. Aconselhamento para evitar aborto de 'repetição' 432 Luz Janeth é gerente de projetos do Profamilia, empresa privada da Colômbia que tem 30 clínicas no país destinadas a pesquisas sobre saúde sexual e atendimento de mulheres que querem interromper a gravidez. Foi numa delas que Rebeca Mendes fez o procedimento de aborto, em dezembro. Segundo Janeth, a instituição já recebeu mais de 220 estrangeiras desde 2014, para interrupção de gestação. Lá, elas recebem atendimento médico, psicológico e saem com um método contraceptivo, além de serem aconselhadas sobre todas as formas de evitar uma gestação. O objetivo é evitar que a mesma mulher engravide novamente e volte a fazer um aborto. De acordo com a médica ginecologista Melania Amorim, professora do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, em Pernambuco, os chamados "abortos de repetição" são mais de 40% dos abortos provocados. "Com o acolhimento das mulheres durante e após o aborto, você evita um próximo aborto. Você consegue ouvir a mulher e aconselhá-la a usar um método contraceptivo eficiente", afirma. Segundo estudo da Organização Mundial de Saúde em parceria com o Guttmacher Institute, de Nova York, a incidência do aborto tem recuado nos países onde a prática é majoritariamente legalizada. Enquanto entre 1990 e 1994, 39% das gestações em países desenvolvidos terminaram em aborto, esse índice caiu para 28% no período de 2010 a 2014. Já na América Latina e Caribe a taxa cresceu no mesmo intervalo de comparação, passando de 23% para 32%, reflexo da conjunção da falta de políticas de planejamento familiar e acesso a métodos contraceptivos com o aumento do desejo por famílias menores. América Latina no contexto global Na América Latina e no Caribe, 97% das mulheres vivem sob regras que proíbem ou restringem sensivelmente o aborto, impedindo a liberdade de escolha, calcula o Guttmacher Institute, organização americana focada em diretos sexuais e reprodutivos. São países em que o aborto é totalmente proibido ou permitido apenas em casos de estupro ou quando a gravidez representa risco à saúde da gestante. 433 Mas, segundo o mesmo instituto, essa situação não se reflete em níveis globais: a maioria das mulheres em idade reprodutiva no mundo (cerca de 60%) vive em países onde o aborto é permitido em circunstâncias amplas ou sem restrições. Isso inclui 74 nações em que é possível interromper a gravidez sem necessidade de qualquer justificativa ou que autorizam o procedimento em uma larga gama de situações, inclusive por razões socioeconômicas. O aborto é permitido nos Estados Unidos e Canadá, e na esmagadora maioria dos países da União Europeia. Em alguns países, o procedimento é oferecido gratuitamente aos cidadãos, pelo serviço público de saúde, como é o caso do Reino Unido. A advogada Angela Vidal Gandra Martins, da União dos Juristas Católicos de São Paulo, argumenta que a legislação sobre aborto no Brasil não deve se pautar pela lei de outros países. Ela questiona a classificação de países ricos que permitem a interrupção voluntária da gravidez como "desenvolvidos". "Não significa desenvolvimento aprovar o aborto. São países utilitaristas que venceram economicamente. Hoje a gente tem visão de que o progresso é econômico e de uma moralidade pública baseada numa falsa liberdade que é utilizar o outro como meio para os próprios fins. Nem todo desenvolvimento econômico significa relações humanas profundas", defendeu. Já a antropóloga Debora Diniz argumenta que a América Latina não acompanhou o movimento de legalização do aborto no mundo desenvolvido porque a maioria dos países estava sob ditadura militar entre os anos 60 e 80. Ela ressalta que esses regimes, em geral, contavam com apoio de setores conservadores religiosos. "Nós estamos na região mais conservadora do mundo em termos de legislação por uma herança de uma ausência de debate público qualificado para questões democráticas e de direitos individuais. Essa é a primeira geração de mulheres (no continente) que está vivendo fora de ditaduras militares, governos em que as igrejas eram muito fortes", analisou. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45135808 DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434 Giuliana Miranda, Folha/Uol, 12 de agosto de 2018 Uma década após ter aprovado a descriminalização do aborto, Portugal enfrenta tendência de queda no número de procedimentos realizados e conseguiu zerar a mortalidade materna nesses casos. O aborto chegou a ser a terceira principal causa de morte entre as mulheres portuguesas na década de 1970. Já no século atual, foram 14 mortes entre 2002 e 2007 — ano em que foi aprovada a descriminalização. Desde 2011, não houve mais nenhum óbito no país relacionado à interrupção voluntária da gravidez. O número de complicações causadas por abortos inseguros e irregulares, como perfuração do útero e hemorragias graves, passou para índices residuais em Portugal. Logo após a mudança na legislação, houve uma ligeira alta na quantidade de abortos entre 2008 e 2011. Desde então, porém, houve cinco anos consecutivos de diminuição. Os dados mais recentes indicam que, em 2016, houve 15.416 abortos a pedido da mulher. O número é 14,4% inferior ao de 2008 —primeiro ano com estatísticas completas. Estrangeiras residentes, independentemente de estarem regularizadas, também podem abortar na rede pública. Em 2016, 379 brasileiras abortaram em Portugal. Em seu último relatório, a Direção-Geral da Saúde de Portugal disse que, antes da descriminalização, a quantidade de abortos na população portuguesa chegava a 20 mil. “Ao longo dos anos, este número nunca foi ultrapassado”, afirma. O órgão diz que desde 2011 há registro de diminuição de interrupções da gravidez tanto em números absolutos como por mil nascidos vivos e que a taxa tem ficado abaixo da média europeia. Pelos últimos dados comparáveis disponíveis, de 2014, a Europa tinha 228 abortos para cada mil nascidos vivos, contra 204 em Portugal —que atualmente tem taxa de 183. 435 Entidades de saúde pública e direito reprodutivo associam os resultados à orientação sobre métodos contraceptivos de longa duração feita obrigatoriamente pelas mulheres que interrompem a gestação no país. “Em Portugal, ao contrário do que acontece em outros países da Europa, a interrupção voluntária da gravidez é também uma oportunidade de aconselhamento contraceptivo. A maioria das mulheres está motivada, verificando-se uma tendência muito superior à da população em geral para uso de métodos de contracepção de longa duração”, afirma a Sociedade Portuguesa da Contracepção. O governo português diz que, em 2016, 94,5% das mulheres que se submeteram a aborto por opção escolheram uma forma de contracepção após se submeterem ao procedimento. Dessas, 39% escolheram um método de longa duração (dispositivo intrauterino, implante contraceptivo ou laqueadura de trompas). Se quiserem, as mulheres podem sair do hospital, lo go depois do aborto, já com um DIU (Dispositivo Intrauterino) ou implante hormonal. Antes proibido e sujeito a sanções legais, o aborto foi legalizado em Portugal em um referendo em fevereiro de 2007, quando o “sim” venceu com 59% dos votos. A aprovação, no entanto, foi repleta de polêmicas. Em 1998, outro referendo havia rejeitado a legalização do aborto no país, com 50,9% dos votos. 436 Em 2007, o governo do socialista José Sócrates conseguiu convocar uma nova consulta popular. Com cerca de 90% da população declaradamente católica, a questão religiosa permeou parte do debate. Atualmente, o aborto é realizado no sistema público de saúde sem custos. Portugal, no entanto, tem uma das legislações mais restritivas da Europa em relação à idade gestacional, permitindo a interrupção da gravidez apenas até a 10ª semana. Na Holanda, por exemplo, o aborto é permitido até a 22ª semana. Na Suécia, até a 18ª semana. Cerca de 70% das interrupções de gravidez são feitas com medicamentos, sem necessidade de cirurgia. Nesses casos, as mulheres podem optar entre fazer o procedimento no hospital ou em casa. Menores de 16 anos precisam de autorização escrita de um dos responsáveis para realizarem o procedimento. 437 https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/descriminalizados-abortos-temcinco-anos-de-queda-em-portugal.shtml POR DENTRO DE UMA CLÍNICA DE ABORTO NOS EUA Valeria Perasso, Serviço Mundial da BBC reproduzido por BBC Brasil, 12 de agosto de 2018 S. OLSON / GETTY IMAGES Dez mulheres andam por um corredor lotado e iluminado com uma luz fluorescente. Nuas da cintura para baixo, elas usam enormes lençóis brancos amarrados sobre os 438 quadris, enquanto se dirigem à "sala de relaxamento", um quarto sem janela equipado com grandes sofás e uma TV. Elas aguardarão ali a sua vez de realizar um aborto. Estamos no Hope Medical Group, uma pequena clínica de aborto em Shreveport, Louisiana (sul dos EUA), que atende uma ampla região rural do Estado e dos vizinhos Texas, Arkansas e Mississippi. Trinta mulheres haviam agendado abortos no dia da visita da reportagem da BBC, e apenas uma delas faltou. "Achou lotado? Espere para ver como são os sábados", diz Kathaleen Pittman, 60 anos, administradora da clínica. Pittman conta que tem dificuldades em dormir à noite, mas não por culpa. "De jeito nenhum. É porque fico preocupada em como podemos cuidar de nossas pacientes com todas essas novas regras que estão tentando impor", diz. Clínicas como a Hope enfrentam forte oposição do governo conservador de Donald Trump. Meses atrás, a Casa Branca anunciou uma proposta de cortar o financiamento federal de organizações que ofereçam ou discutam o aborto com suas pacientes. A Planned Parenthood, uma das organizações alvejadas, afirmou que a proposta é "perigosa, ultrajante e de consequências devastadoras". Já ativistas antiaborto agradeceram Trump por "cumprir uma promessa crucial" de campanha. Quando Pittman começou a trabalhar no Hope Medical Group, nos anos 1980, o cenário era diferente da polarização atual. Havia em Louisiana 11 organizações que ajudavam mulheres que decidiam interromper a gestação; hoje, há apenas três, às quais recorrem 10 mil mulheres, estima Pittman. Pelo país inteiro, o número de clínicas caiu na última década. Sete Estados têm apenas um estabelecimento cada. E, ante regras de funcionamento cada vez mais rígidas e financiamento escasso, esses locais vivem pressão crescente. Em 2017, 19 Estados aprovaram 63 restrições à prática do aborto. Vinte e nove Estados atualmente têm restrições o bastante para serem considerados hostis a diretos reprodutivos femininos, segundo o centro de pesquisas Guttmacher Institute. 439 No âmbito federal, Trump também mudou o equilíbrio da Suprema Corte – até então com quatro juízes conservadores e quatro liberais – com a nomeação, para um lugar vago desde o governo Obama, do juiz conservador Neil Gorsuch, além de cortar verbas a grupos que orientam mulheres que querem abortar. E ativistas antiaborto também passaram a se mobilizar mais desde as eleições presidenciais de 2016. "Vou te dizer, as coisas não estão melhorando", desabafa Pittman. Lucy Lucy viajou três horas para chegar à clínica Hope. Grávida de oito semanas, ela tirou uma dia de licença do trabalho como caixa de loja em uma cidade que ela prefere não citar. Pediu a uma amiga que a levasse ali. Ela se senta com a filha de dez meses de idade. Lucy, 21 anos, não deseja mais um bebê. "Quero voltar a estudar, e não vai dar com duas crianças", diz. Ela pretende realizar o aborto, a despeito dos desejos do pai das crianças. "É o mesmo cara do meu primeiro bebê, e ele nem cuida dela, então não posso esperar que ele cuide de um segundo filho." Lucy é levada para uma sessão de aconselhamento obrigatória, segundo a lei estadual. É uma conversa com uma das conselheiras da clínica, e ambas discutem o preenchimento de um longo formulário de consentimento. Delia, a conselheira, explica em detalhes os potenciais riscos do procedimento – como infecções, coágulos, hemorragia ou perfuração da parede do útero. Lucy escuta, mas sem demonstrar hesitação. Explica que talvez precise de ajuda financeira, uma vez que o procedimento custa US$ 550 (R$ 1,7 mil), mais do que seu salário de US$ 525 (R$ 1,6 mil). Em Louisiana, o Estado só cobre os custos de abortos em casos de estupro, incesto ou risco de vida. Uma contribuição da própria clínica reduzirá os custos para US$ 400. Lucy agenda uma consulta para cinco dias depois. 440 "Terça? Tudo bem", ela diz. "Quarta-feira é meu dia de folga, então poderei descansar." Uma divisão de 45 anos O aborto é legalizado nos EUA desde um julgamento histórico da Suprema Corte em 1973, conhecido como Roe X Wade. O tema gera intensos debates desde então, com divisões ideológicas e religiosas. E. HAMBACH / GETTY IMAGES Um estudo de 2017 do Centro de Pesquisas Pew apontou que "a divisão partidária quanto ao aborto está muito mais polarizada" do que duas décadas atrás. E isso ficou evidente na mais recente eleição presidencial. Durante a campanha, Trump prometeu agir para fazer "avançar os direitos de crianças não nascidas e suas mães", mas sua escolha para vice – Mike Pence, um dos mais ativos políticos antiaborto do país – agradou simpatizantes conservadores. 441 Os resultados para o governo Trump foram ambíguos. Uma lei destinada a impedir o financiamento da Planned Parenthood, maior rede de clínicas para mulheres dos EUA, não passou no Congresso. Mas, em janeiro, Trump emitiu uma medida que, na prática, favorece os Estados que excluam clínicas do tipo do financimento estadual. Outra medida permite que agentes de saúde se recusem a realizar abortos com base em objeções "religiosas ou morais". Segurança e vigilância Na entrada da Hope, uma recepcionista abre a passagem para as pacientes através de uma porta com segurança reforçada, que ela monitora com 15 câmeras. Casos de invasão, roubos e vandalismo cresceram de modo acentuado em clínicas pelo país desde a campanha das eleições presidenciais de 2016. 442 Relatos de ameaças e intimidações a funcionários dessas clínicas também aumentaram, segundo a Federação Nacional do Aborto (NAF, na sigla em inglês), associação de médicos que compila estatísticas desde 1977. Ameaças de violência ou morte quase dobraram nas clínicas no ano passado; casos de invasões mais do que triplicaram em relação a 2016. Por conta disso, os médicos da Hope pedem anonimato à reportagem. 443 "Os inimigos do aborto têm destruído nossa capacidade de sobreviver", diz um ginecologista que trabalha ali há 36 anos. Ele realiza abortos duas vezes por semana e mantém uma clínica privada na cidade. Ativistas antiaborto deixaram panfletos em seu consultório, dizendo aos vizinhos que ele "mata bebês" e ameaçando "levá-lo a Jesus". Ele precisou pedir proteção policial em sua casa. "A pressão é tamanha que outros médicos decidiram parar de fazer abortos", conta. Mas ele não planeja seguir o mesmo caminho. "É um serviço necessário, especialmente em um Estado pobre e historicamente contrário ao direito de escolha (como Louisiana)." Ativistas "O debate sobre o aborto está mais proeminente porque não há questões mais importantes na vida do que a vida em si", diz Chris Davis, porta-voz da comunidade antiaborto de Shreveport. Ele conversa com a reportagem da BBC na entrada da Bossier Medical Suite, que fechou as portas em abril de 2017. O estacionamento da casa agora está vazio. "Antes, aqui ficava lotado de carros", conta Davis. "Rezávamos diariamente aqui fora e achamos que Deus atendeu nossas preces de forma grandiosa." Davis, pai de três filhos que se define como um "forte cristão", participa de vigílias constantes nas calçadas das clínicas. Seu grupo se chama Praying Warriors (guerreiros das orações, em tradução livre). Eles acampam fora do perímetro das clínicas e tentam chamar a atenção das pacientes a caminho do local. Leis de propriedade os impedem de entrar no terreno das clínicas. "Nosso foco não é necessariamente reverter (o resultado do julgamento) Roe X Wade da noite para o dia", diz Davis. "A cada mulher que muda de ideia depois de falar conosco ou rezar, o Roe X Wade é derrubado pelos esforços de raiz. Uma mulher, um bebê por vez." 444 Catalya Catalya evita qualquer contato com os manifestantes enquanto apressa o passo em direção à clínica. Vestida com uma calça de moletom, chinelos e uma camiseta vermelha gasta, a jovem de 22 anos dirigiu durante duas horas desde o Texas para realizar um aborto. É o seu segundo. "Eu e meu namorado concordamos que não temos como sustentar uma criança no momento. Era ou aborto, ou (entregar para) adoção... E simplesmente não consigo me imaginar entregando meu filho." O casal já tem uma criança de um ano. "Trabalho à noite, e o pai trabalha de manhã", ela diz. "Mas temos tido menos oferta de trabalho recentemente, está sendo difícil seguir em frente." Juntos, eles ganham cerca de US$ 800 (R$ 2,4 mil) em turnos de dez horas em uma empresa de processamento alimentar. "E nunca estamos juntos com o Andre (filho do casal). Isso já é ruim, então como podemos fazer mais uma criança passar por isso?" 445 Se ganhasse mais dinheiro, diz Catalya, "com certeza" prosseguiria com a gravidez. Casos como o dela são comuns na clínica. Dificuldades financeiras, dizem os administradores, são a principal razão dada pelas mulheres – em sua maioria afroamericanas, com poucas oportunidades educacionais e baixo acesso a contraceptivos – para pôr fim a suas gestações. Catalya diz que está hesitante quanto a seguir adiante com o aborto, mas não compartilha essa preocupação com sua conselheira. Ela acha que a questão é pessoal e tem de ser resolvida dentro de casa – seu namorado ainda não está convencido do aborto. O ultrassom confirma que Catalya está grávida de cinco semanas. Ela se recusa a olhar o monitor durante o exame. No fim da consulta, ela cai em prantos. "Não é culpa do bebê... Não é culpa de ninguém. Simplesmente não temos como sustentá-lo, me desculpe." Batalhas estaduais Voltar a tornar o aborto ilegal nos EUA seria algo complexo: apenas a Suprema Corte ou uma emenda constitucional teria poder de reverter Roe X Wade. 446 Então, em anos recentes, conservadores tentaram mudar as leis em âmbito estadual, em vez de buscar um veto total. Nos primeiros seis meses do governo Trump, houve 431 medidas restringindo o acesso ao aborto em Estados americanos, segundo o Guttmacher Institute. Louisiana tem uma das leis mais controversas de todas: veta o aborto após 15 semanas de gestação, em vez do limite de 20 semanas determinado pelo Senado em abril. Se a lei for promulgada, será o segundo mais rígido limite em âmbito nacional, ao lado de Mississippi e atrás apenas de Iowa. Críticos consideram essas leis inconstitucionais. "Restrições, restrições", diz Kathaleen Pittman. "Provavelmente a primeira que nos afetou dramaticamente foi o período de espera de 24 horas." Desde 1995, todas as mulheres têm de se consultar com o médico ao menos 24 horas antes de realizar um aborto, em duas consultas separadas. Louisiana quer ampliar esse período para 72 horas, mas a lei foi contestada na Justiça pelo Centro de Direitos Reprodutivos. "O sistema de duas consultas já é difícil o bastante", diz Stephannie Chaffee, que trabalha com Pittman há dez anos. "Muitas mulheres perdem dias de trabalho e salário, muitas têm de arrumar alguém para cuidar de seus filhos. E têm de fazer isso duas vezes. Elas vêm de longe, às vezes têm de pagar acomodação. Impor um período de 72 horas tornaria esse processo ainda mais custoso." Ela acha que isso tampouco vai dissuadir as mulheres de realizar o aborto. "95% das que nos procuram já pensaram longamente antes de ligar para cá", afirma Chafee. "Então a espera obrigatória de 24 horas raramente as faz mudar de ideia." Divisões Enquanto uma tempestade tropical avança com força sobre Shreveport no sábado, a clínica tem um de seus dias mais concorridos. 447 Há 50 abortos agendados, o dobro do registrado em dias de semana. As fortes chuvas não impedem as pacientes de aparecer. Lá fora, a atividade também é incessante. Um grupo de ativistas antiaborto se reúne na calçada, munido de enormes guarda-chuvas. São 32 deles, de idades variadas, peregrinando a passos lentos ao redor da clínica, rezando e segurando cruzes, bíblias e rosários. Uma van com um trailer roda por ali com um enorme cartaz colado na parede, com uma imagem de um feto e as palavras: "Você vai me proteger?" "Não estamos aqui para atacar médicos, mas sim para promover a vida bem onde ela está sendo destruída", diz Richard Sonnier, que se ajoelha e joga as mãos ao céu. Ele conta que, 40 anos atrás, pagou para sua namorada abortar e se arrepende disso desde então. "Agora é a nossa hora. Mudanças na lei vão levar ao fechamento de várias clínicas", agrega o ativista Charles, segurando um crucifixo de madeira. "Já é hora de esta cidade se livrar do aborto." 448 Embora o conservadorismo do atual governo tenha dado forças ao movimento antiaborto, também encorajou vários defensores dos diretos reprodutivos, elevando o número de voluntários nas clínicas. Vestidos em coletes fluorescentes, eles acompanham as mulheres que saem dos carros estacionados. "Elas já têm muito na cabeça; ver um rosto amigável as ajuda", diz Ron Thurston, 69 anos, que frequentemente ajuda na Hope. "Os manifestantes estão se dirigindo às pessoas erradas", agrega Christian, 23 anos. "Essa batalha diz respeito a leis. Então não entendo por que eles acham que vão conseguir o que querem gritando com mulheres já angustiadas." Dentro da clínica, todos ficam de olho nas câmeras de segurança. "Se nos sentimos intimidados? De jeito nenhum", diz Pittman, que se diz "ocupada demais para ter raiva". Há uma multidão de pacientes a serem atendidas. Após o aborto A reportagem da BBC telefonou para Lucy uma semana após ela ter realizado o aborto na Hope. Ela estava recuperada e de volta ao seu emprego como caixa. Mas nem tudo saiu conforme o planejado. "Foi muito ruim, muito dolorido, mesmo elas tendo dito que não seria", conta. Ela não voltaria a se submeter ao procedimento, e não só por causa da dor física. 449 "Eu sinto... meio que arrependimento", diz. "Falei com o pai, e em retrospecto eu teria ficado com o bebê. Não achei que fosse me arrepender, mas a verdade é que me arrependo." Catalya também seguiu adiante com o aborto, mas não mudou de opinião. Seu parceiro a levou à clínica e esperou por ela. "Claro que é uma decisão difícil, que não tomamos de modo casual", diz. "Mas foi melhor para nossa família. Estou aliviada de ter tido a oportunidade, com meus direitos como mulher, de ter tido um aborto." *Alguns nomes foram alterados para proteger a identidade dos entrevistados [Matéria reproduzida pelo Uol, com mesmo título e data... Não reproduzi todas as imagens, há outras com fotos de políticos, pessoas na clínica...] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44177607 http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/08/12/por-dentro-de-umaclinica-de-aborto-nos-eua.htm INSTITUTO DE ADVOGADOS VÊ ABORTO COMO ASSASSINATO E ENVIA CARTA AO SUPREMO. “NINGUÉM TEM LIBERDADE PARA MATAR, MESMO QUE SEJA A MÃE DO EMBRIÃO VIVO” DIZ TEXTO Folha/Uol, Rogério Gentile, 22 de agosto de 2018 A Comissão de Direitos Humanos do Instituto dos Advogados de São Paulo aprovou um documento no qual afirma que "aborto é assassinato". "Não adianta querer negar, morte é morte, diz o texto. "Ninguém tem liberdade para matar, mesmo que seja a mãe do embrião vivo." Fundado em 1874 com o propósito de promover o aprimoramento do estudo e da prática da ciência jurídica, o instituto reúne alguns dos principais advogados do país. 450 Com cerca de 900 membros, tem como associado honorário, por exemplo, Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal, e os ex-ministros Antonio Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence. O documento, aprovado no dia 13 de agosto, foi enviado para a ministra Rosa Weber, relatora da ação que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez. Grupo de mulheres pró-Aborto fazem protesto na frente do STF vestidas como na série "The Handmaid's Tale"; o tribunal teve nesta segunda (6) o segundo dia de audiência pública sobre a descriminalização do aborto Pedro Ladeira 06.ago.2018/Folhapress O processo foi ajuizado no ano passado pelo PSOL, que argumentou que as razões jurídicas que moveram a criminalização do aborto pelo Código Penal de 1940 "violam os preceitos fundamentais da dignidade da pessoa humana, da proibição de tortura ou tratamento desumano ou degradante, da saúde e do planejamento familiar de mulheres, adolescentes e meninas." No início do mês, houve uma audiência pública no STF como parte da preparação para o julgamento, ainda sem data para ser realizado. 451 Hoje o aborto só é permitido em três tipos de gravidez: decorrente de estupro, que cause risco à vida da mulher ou de feto anencéfalo. Ao convocar a discussão, a ministra disse que o assunto é um dos temas jurídicos "mais sensíveis e delicado", por envolver "razões de ordem ética, moral, religiosa, de saúde pública e tutela de direitos fundamentais individuais". Cerca de 60 pessoas participaram dos debates no STF, entre os quais profissionais da área de saúde, advogados e representantes de organizações da sociedade civil e de entidades religiosas. "O aborto configura grave violação dos direitos humanos por institucionalizar o assassinato por meio da interrupção consciente e cruel da vida do outro", escreveu Ricardo Sayeg, presidente da comissão na carta enviada à ministra. No documento, a Comissão de Direitos Humanos do instituto afirma que o direito da mulher cessa onde o direito do outro começa. "E o direito da pessoa humana começa com a concepção", diz o texto. "Como é possível se liberar, a pretexto da Justiça, o assassinato da vida que começa com a concepção?", questiona o texto. "Morte é interrupção da vida, e aborto é a interrupção do embrião vivo." O texto lembra que a lei já estabelece as hipóteses possíveis de aborto no país e que não cabe ao Poder Judiciário a tarefa de legislar. Diz que, se liberar o aborto, o STF estará cometendo uma grave violação de sua missão constitucional. "Liberar o aborto com lei expressamente criminalizando seria ideologia pura, absolutamente incompatível com a imparcialidade do Poder Judiciário." No final do documento, a comissão afirma que o parceiro é tão responsável, "inclusive criminalmente", quanto à mulher pela proteção do embrião. "Os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana surgem a partir da concepção do embrião com vida. Toda interrupção da vida, daí em diante, é assassinato." A declaração foi aprovada por 11 dos membros da comissão. Outros três participantes a avalizaram parcialmente, argumentando que cabe ao Legislativo, e não ao Judiciário, decidir o tema. Houve três votos contrários. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/instituto-de-advogados-ve-abortocomo-assassinato-e-envia-carta-ao-supremo.shtml 452 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP Marcella Lourenzetto, Jornal da Manhã - Jovem Pan/Uol, 11 de agosto de 2018 Em São Paulo, o número adolescentes grávidas caiu pela metade em vinte anos. Um balanço da Secretaria estadual de Saúde aponta que 2017 foi o ano com menos de 74 mil jovens mães, o menor número da história. Em 1998, o índice foi de pelo menos 148 mil mães com menos de 20 anos. Em 96% dos casos, a faixa etária era entre 15 e 19 anos. Outra vitória é a redução também da gravidez de meninas entre 10 e 14 anos. A coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do estado, doutora Albertina Duarte, acredita que além da distribuição de preservativos, a conversa e a conscientização coletiva foram fundamentais para o resultado. “Todos os países que só distribuíram preservativos não fizeram mudanças, como o México. O que houve de mudança foi que nós instituímos casas do adolescente em vários lugares no Estado de São Paulo, os mais vulneráveis”, diz Albertina. Atualmente existem 30 Casas do Adolescente em São Paulo. A doutora Albertina Duarte explica que além de informação e orientação, os locais também promovem projetos que buscam identificar emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre sexo seguro, insegurança na relação e afetividade. “Esses lugares começaram a ser buscados pelos adolescentes como espaços de ouvir e discutir seus problemas e emoções. Mas, paralelamente a isso, as outras unidades básicas passaram a atender os adolescentes e houve uma instalação da cultura de atendimento dos adolescentes. Não é informação que falta. Falta segurança para que os adolescentes mudem suas atitudes em relação à prevenção”, apontou a coordenadora do Programa Saúde do Adolescente. São Paulo distribui uma média de 60 milhões de camisinhas masculinas e quase três milhões de preservativos femininos por ano. Só em 2017, mais de 75 milhões foram oferecidos gratuitamente em todo o estado. As iniciativas que auxiliam na diminuição do número de meninas e jovens grávidas serão levadas à Organização Mundial da Saúde e devem servir de modelo para a América Latina. 453 https://jovempan.uol.com.br/programas/jornal-da-manha/em-sp-gravidez-naadolescencia-cai-ao-menor-nivel-em-quase-duas-decadas.html CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS Mônica Bergamo, Folha/Uol, 10 de agosto de 2018 O número de casos de gravidez na adolescência caiu 50% no estado de São Paulo em quase duas décadas, atingindo, em 2017, o menor nível da história. A Secretaria de Saúde atribui a redução à distribuição de preservativos e a iniciativas de conscientização sobre o tema. JOVENS Em 2017, 73.966 menores de 20 anos tiveram filhos no estado, o que equivale a 12,2% do total de nascidos vivos. Em 1998, o percentual foi de 20,2%. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/08/casos-de-gravidezna-adolescencia-atingem-menor-nivel-da-historia-em-sp.shtml THE WOMEN THE ABORTION WAR LEAVES OUT Michelle Oberman, The New York Times, 11 de janeiro de 2018 As a lifelong feminist from California, I have always believed in a woman’s absolute right to make choices about her own body. As a law professor, I have spent years studying the impact of restrictive abortion laws in places such as Chile and El Salvador. But eventually, I wanted to turn my attention to my own country, trying to understand the aims of the anti-abortion movement here. I went to Oklahoma, a state that has enacted so many restrictive abortion laws that it routinely tops the Americans United for Life’s annual legislative report card. I was grateful, if surprised, to be invited to spend a day at Birth Choice of Oklahoma, a so-called crisis pregnancy center. Such centers, some of which are currently the subject of Supreme Court litigation, typically are faith-based counseling offices working to persuade women not to have abortions. They are controversial. Pro-choice advocates like me accuse some of them of false and misleading practices, like intentionally 454 misinforming women seeking abortion-related information, or neglecting to mention that they don’t provide abortions or even referrals. Friends and colleagues joked about my needing a bulletproof vest for my meeting at Birth Choice. Would I pretend to be neutral, they wanted to know, or even pro-life? I was nervous, sitting in the clinic’s living room with five women who had dedicated their lives, since abortion became legal in 1973, to persuading women not to have them. When I arranged the visit, I think I said enough about why, as a law professor from California, I needed to travel to Oklahoma to better understand pro-life culture. I didn’t hide my position on legalized abortion, but still, it felt like I was undercover behind enemy lines. I listened as they began to speak with deep compassion for the “abortion-minded women,” as they called them, who come to them for care. In my mind, centers like theirs aimed to dissuade women who had decided they wanted an abortion and — perhaps mistakenly — had made their way to a crisis pregnancy center instead of a clinic. Their commitment to supporting women helped me understand the high costs of choosing to carry out an unplanned pregnancy. Birth Choice sees 300 to 400 women a month at its clinic in Oklahoma City. There, they get pregnancy tests and have their vitals checked. They help women register for SoonerCare (the state’s Medicaid program) and make referrals for prenatal care. They ask their clients about housing; some have violent partners or are living out of a car. Many have lost children to foster care. Some are mentally ill or are addicts. Seventypercent are Spanish-speaking, many of them undocumented. Some have nowhere to go. A majority of the clients need food and clothes, yet a founder of Birth Choice, Barbara Chishko, noted they don’t come to the center for resources. They come, she said, because they want to “feel worthy, cared for and trusted.” She added, “Even if they think they want an abortion, they come to be heard.” “People judge our clients,” said Ray Ann Merchant, another founder. “Especially those on welfare. ‘Why do these women keep having babies?’ they ask. The common denominator is the desire to be loved.” She added, “We all crave intimacy.” From the beginning, the founders told me, Birth Choice struggled to find support for women who feel too poor to have their babies. In 1986, a woman was referred to 455 them from an adoption agency. Her prior pregnancies had ended in abortion and in placement for adoption. She had planned to give up her current pregnancy for adoption, but it became clear that she wanted to keep this child. She needed help parenting, she needed housing, and she owed the adoption agency thousands of dollars when she withdrew from that process. Birth Choice responded by taking her in as the first resident of Rose Home, a shelter where the most vulnerable of its clients can live during and immediately after their pregnancies. At any given time, it houses five pregnant women and a maximum of 13 children. The Rose Home shelter is a rarity among crisis pregnancy centers, a large majority of which, according to Ms. Chishko, follow “rigid rules: no shelters, no clinical services, just administer pregnancy tests and give out baby clothes. Just persuade the women not to abort their babies.” And the dominant mode of persuasion, according to a congressional report on federally funded crisis pregnancy centers, involves providing either false or misleading information about the health effects of abortion. By contrast, Rose Home’s five residents get support to help them throughout pregnancy and beyond. They have weekly meetings with caseworkers to articulate goals and plan their futures. They receive counseling, drug abuse treatment and vocational training. They get help making court dates, permitting them to regain custody of their children currently in foster care. The rhetoric of “choice” and “life” encourages us to see a pregnant woman as if she’s balancing a scale, with abortion on one side and motherhood on the other. Which will she choose? Tilt her one way and she might get to finish high school or college, gaining time to plan for the child she wants. Tipped another way, she might become a mother or allow a childless couple to adopt. The women living at Rose Home reveal the shallowness of that metaphor. Women face the surprise of an unplanned pregnancy as if on train tracks, with a locomotive barreling toward them. The only variation lies in how many other trains are coming from other directions. Homelessness, violence, addiction and the biggest of all: poverty. I don’t mean to suggest money is the only factor that shapes many women’s response to an unplanned pregnancy, but let’s be clear about how much it matters. One of the largest research studies on the question of why women choose abortion surveyed 456 about 1,200 abortion patients and found 73 percent said they could not afford a baby at the time. Those women are telling us something that is hiding in plain view: Motherhood is really expensive. Rose Home has dedicated itself to offsetting the high cost of motherhood, but the costs are staggering. The system is rigged against poor women. Ms. Chishko remarked that “the bottom line encourages abortion.” She is right. The price of motherhood is set by our government’s policies. It will, at some level, always be cheaper for a woman to have an abortion than to have a baby. But if antiabortion campaigners truly want to decrease the numbers of abortions, rather than passing laws designed to drive up the costs of abortion, they would do far better to invest in the kinds of economic supports that make becoming a parent a realistic possibility for struggling women. Consider the medical needs of the women living at Rose Home: access to health care, substance-abuse and mental-health treatment, food and housing. Each has a price tag. Yet rather than offsetting the high price of motherhood, recent anti-abortion laws drive up the cost of abortion by closing clinics, forcing women to travel farther, and to wait longer before ending their pregnancies. The abortion war, with its singular focus on law, distracts us from the economic factors entwined in a woman’s decision to terminate a pregnancy. In a world of true choice, whether a woman walked into a Planned Parenthood or a crisis pregnancy center, she would learn that society cared enough to provide her with the resources she needs, regardless of her decision. The women of Birth Choice taught me how little “choice” is involved in the abortion decisions made by some of the poorest Americans. We fight over abortion in absolutist terms, deadlocked in a battle in which we hurl rhetoric about choice and life, while remaining distracted from the reality that so many women have far too little of either. Michelle Oberman is a law professor at Santa Clara University and the author of “Her Body, Our Laws: On the Front Lines of the Abortion War, From El Salvador to Oklahoma,” from which this essay is adapted. https://www.nytimes.com/2018/01/11/opinion/sunday/abortion-crisis-pregnancycenters.html 457 O QUE ESTÁ EM JOGO NA DISCUSSÃO SOBRE O ABORTO NA ARGENTINA, VOTADO PELO SENADO NESTA QUARTA BBC Brasil, 07 de agosto de 2018 [reportagem Veronica Smink, da BBC News Mundo em Buenos Aires] Direito de imagem AFP Nesta quarta, o Senado da Argentina vai votar um dos projetos de Lei que mais dividiu o país na última década: a descriminalização do aborto. Nenhum tema polarizou tanto os argentinos desde a aprovação do casamento gay em 2010. Segundo as pesquisas de opinião, a legislação que permite a interrupção voluntária da gravidez é apoiada pela maioria. Uma pesquisa de março, por exemplo, apontava que 59% dos argentinos aprovavam a descriminalização do aborto. A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudos de Estado e Sociedade (Cedes) e pela Anistia Internacional Argentina. Mas o ponto de vista oposto também é muito defendido. E ninguém permanece alheio ao tema, especialmente depois que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto em junho, depois de um debate que durou 23 horas e terminou com uma diferença de somente quatro votos a favor. É esperado que o debate no Senado seja igualmente disputado, embora os prognósticos atuais sejam de que haja uma maioria de votos contrários ao projeto de descriminalização. 458 Mas se essas previsões não se concretizarem e o projeto for aprovado, o que ele vai significar na prática? O que a legislação atual diz sobre aborto na Argentina? A interrupção voluntária da gravidez é crime na Argentina desde 1886, quando o primeiro Código Penal do país passou a vigorar. Todas as hipóteses de aborto voluntário permaneceram ilegais até 1921, quando o aborto passou a ser permitido em caso de perigo à vida ou à saúde da mulher e quando a gravidez é resultado de um estupro de uma mulher "com demência ou retardo mental". Foi preciso quase um século para que o aborto em caso de estupro passasse a ser permitido independentemente da capacidade intelectual da mulher. Isso só foi autorizado no país em 2012, por decisão da Suprema Corte argentina. Na decisão, a Suprema Corte determinou que o Estado garanta o acesso das mulheres a abortos em casos permitidos, mas nem todos os hospitais e províncias têm obedecido a decisão. Em qualquer outro caso de gravidez interrompida voluntariamente, é prevista uma pena de prisão de um a quatro anos. Desde o fim da Ditadura Militar no país, em 1983, diversos projetos sobre aborto foram apresentados no Congresso, mas nenhum chegou a ser votado até este ano. Em 2018, a pressão de profissionais da saúde, artistas, sindicatos, movimentos feministas e outros movimentos sociais, organizações políticas e grupos de defesa dos direitos humanos fez com que a proposta entrasse na pauta da Câmara dos Deputados, em uma campanha chamada " Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito". Mudanças sobre o aborto no mundo Atualmente, cerca de 60% da população mundial vive em países onde o aborto é permitido, segundo a ong Center for Reprodutive Rights. 459 Estão na lista, entre outros, os EUA, o Canadá, a África do Sul, a Austrália, a China, o Japão e praticamente todos os países da Europa, com excessão de Malta e Polônia. A maior parte da América Latina, no entanto, tem leis mais restritivas quanto ao tema. Os únicos países a permitir a prática sem restrições são o Uruguai e Cuba. Discussões sobre o assunto e mudanças estão cada vez mais frequentes no mundo. Chile, por exemplo, mudou sua legislação no ano passado. O aborto era proibido em qualquer circunstância, mas passou a ser permitido em alguns casos, como no de perigo à vida da mãe e de estupro. A Irlanda também teve mudanças em sua legislação em maio desse ano, quando 66% dos irlandeses votaram pelo fim da restriação à interrupção voluntária da gravidez. O Brasil está discutindo a questão no Supremo Tribunal Federal (STF), que teve audiências sobre o caso nesta semana. O que está sendo votado na Argentina O projeto aprovado na Câmara dos Deputados argentina em junho dá a toda mulher o direito de escolher. Se a legislação for aprovada, será possível interromper a gravidez durante as primeiras 14 semanas de gestação. A legislação prevê também que o aborto seja realizado em qualquer hospital ou clínica e obriga o Estado a cobrir o custo do procedimento, dos medicamentos e dos tratamentos de apoio necessários. Esse é um dos pontos mais polêmicos da lei. Os defensores dessa medida advogam que o tratamento precisa ser gratuito pois se trata de um problema de saúde pública. Eles citam os quase 66 mil casos de internações de mulheres por ano devido a abortos malfeitos – estatísticas oficiais do próprio governo. Mas quem se opõe a essa medida afiirma que a índice de mortes em decorrência de abortos é de cerca de 40 mulheres por ano, bem menor do que outros problemas de saúde feminina não cobertos pelo Estado. Objeção de consciência 460 Outro ponto controverso do projeto é a questão da "objeção de consciência". O projeto de Lei permite que profissionais de saúde se recusem a realizar abortos se manifestarem "objeção de consciência" previamente e por escrito e se a mulher não estiver precisando de "atenção médica imediata e inadiável". No entanto, o projeto de lei não permite que um hospital ou clínica como instituição se recuse a realizar a prática, mesmo se for uma instituição religosa. Isso fez com que um grupo de clínicas e hospitais católicos se unissem para rechaçar a proposta, dizendo que se sentem ameaçados pelo projeto de Lei. Do outro lado, quem defende o direito de escolha da mulher argumenta que, se permitida a "objeção de consciência institucional" é possível que muitas mulheres, em especial as que vivem em regiões com menos estabelecimentos de saúde, não tenham acesso à interrupção da gravidez garantido nas primeiras 14 semanas. Outro argumento é que um alto número de "objeções de consciência" é um dos motivos pelos quais muitas mulheres que foram estupradas não têm acesso a um aborto seguro, apesar da determinação da Justiça. Uma lei alternativa Um dos cenário possíveis é que o Senado aprove a lei, mas com modificações. O direito à "objeção de consciência institucional" seria um dos pontos a ser acrescentado. Outro ponto seria diminuir o prazo legal para a interrupção da gravidez para 12 semanas. A Câmara aprovou a interrupção até a 14ª semana de gestação. Se o Senado modificar esses pontos, a lei voltaria à Câmara dos Deputados, onde precisaria ser aprovada novamente com as diferenças. *com reportagem Veronica Smink, da BBC News Mundo em Buenos Aires https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45106594 461 OPINIÃO: OS DILEMAS DO ABORTO EM CUBA. EM CUBA A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ É QUASE UM MÉTODO CONTRACEPTIVO A MAIS. ESSA FACILIDADE É POSITIVA, MAS TRAZ RISCOS, ALÉM DE SER UM SINTOMA DE MUITO DO QUE ESTÁ ERRADO NA ILHA, OPINA A JORNALISTA YOANI SÁNCHEZ Yoani Sánchez, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018 Vinte anos de idade e quatro abortos: esta jovem cubana, que chamo de Aimara para evitar revelar sua identidade, não é um caso isolado. A interrupção da gravidez é tão frequente entre as mulheres da ilha caribenha, que o difícil é encontrar alguma que não tenha passado pelo processo. Nosso contexto nacional é diferente do que ocorre em outros países da região. Em alguns deles, as mulheres podem passar longos anos atrás de grades por recorrer a esse procedimento ou pela simples suspeita de que o tenham feito. Enquanto em nações como Chile e Argentina o debate inflama as ruas e os foros públicos, em Cuba, onde vivo, a discussão sobre o tema só se desenrola nas redes sociais e nos sites da imprensa independente. Para a propaganda oficial, trata-se de um "problema resolvido", mas no interior dos templos religiosos os pastores afiam sua retórica contra as que decidem abortar. Nesse ínterim, nos hospitais cubanos a prática se tornou tão rotineira quanto extrair um dente, o aborto é considerado um método contraceptivo a mais. O acesso em massa aos serviços médicos e a legalização da interrupção da gestação – apesar da deterioração material que há décadas atravessa a Saúde Pública – contribuem para salvar vidas maternas, já que as mulheres não se veem obrigadas a recorrer a curandeiros nem a clínicas improvisadas. Em 2016 realizaram-se 85.445 intervenções do tipo nos centros hospitalares cubanos, representando uma proporção de 41,9 para cada 100 grávidas, segundo cifras oficiais. Uma boa parte dessas pacientes chegou à maca de hospital movida pela precariedade econômica, mas também pela vulnerabilidade em que as deixou o pouco apoio familiar ou a indiferença do parceiro. Os papéis de gênero estritos e o machismo reinante seguem colocando sobre os ombros das mulheres aquilo que deveria ser uma responsabilidade compartilhada. Esse é o caso de Aimara que, vivendo "numa casa onde sobra gente e falta espaço" – em suas próprias palavras –, enfatiza que não quer "parir para um marido abusador, e 462 muito menos em Cuba 'como a coisa está' [um eufemismo popular para o sistema político e econômico]". Agora mesmo ela percorreu uma dezena de farmácias em Havana, e "não há preservativos", lhe respondem os empregados, com cara de resignação. Manter o consumo de pílulas anticoncepcionais também é difícil, e o último dispositivo intrauterino que a jovem se aplicou "causou mais dano do que benefício". Se, por um lado, as cubanas fazem valer a decisão sobre o que ocorre em seus ventres, por outro encontram nas interrupções de gravidez – na forma de curetagens ou de "regulações menstruais" (quando praticadas antes de seis semanas e sem anestesia) – uma saída diante do desabastecimento de métodos contraceptivos, da crônica crise econômica e dos desejos de emigrar – que se complicam se há uma criança incluída no plano de fuga. "Conseguir um visto é difícil para uma pessoa, imagine para duas", observa Aimara, com uma lógica avassaladora. Sua maneira de pensar está muito difundida. As dificuldades habitacionais, num país com déficit de mais de 800 mil moradias, e os desejos de se radicar em qualquer outra geografia são algumas das motivações mais importantes por trás de uma queda de natalidade que tem feito disparar os alarmes. Além disso, o aborto reiterado, como é tão frequente em Cuba, multiplica os perigos para a saúde, em não poucos casos provoca problemas cervicais e de infertilidade. Aimara transita agora por essa perigosa corda bamba: tem o direito legal e sanitário ao que ocorre no pequeno perímetro de seu útero, mas sua vida e seus futuros filhos ficam à mercê de forças maiores – especialmente do que decida um grupo de senhores sem ovários, num escritório climatizado, rodeado de comodidades. A cubana Yoani Sánchez é jornalista e apresenta o programa La voz de tus derechos no canal de TV da DW em espanhol. https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-os-dilemas-do-aborto-em-cuba/a45019675 https://p.dw.com/p/32tfn MAIORIA DOS BRASILEIROS SEGUE CONTRÁRIA À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, MOSTRA DATAFOLHA. MAS ÍNDICE DOS FAVORÁVEIS À MANUTENÇÃO DAS ATUAIS REGRAS RECUOU DE 67% PARA 59% 463 Folha/Uol, 22 de agosto de 2018 A maioria dos brasileiros segue contrária a mudanças na legislação sobre aborto no país. De novembro de 2015 até hoje, porém, os favoráveis à manutenção das atuais regras recuaram de 67% para 59%, segundo pesquisa Datafolha. O instituto ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios do país nesta segunda (20) e terçafeira (21). A margem de erro do levantamento, uma parceria da Folha e da TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos. O recuo de 67% para 59% no índice dos que defendem manter as regras atuais não significa necessariamente que mais brasileiros estejam a favor de mudanças na lei visando a descriminalização do aborto. Pelo levantamento, a parcela dos que defendem que a lei do aborto seja ampliada para permitir mais situações legais oscilou de 16% para 13%, enquanto aqueles que defendem a legalização da interrupção da gravidez em qualquer situação oscilou de 11% para 14%. A principal variação entre as pesquisas de novembro de 2015 e a de agora foi no índice dos que dão "outras respostas", que passou de 3% para 10%. A taxa dos que não souberam responder também oscilou, de 2% para 4%. Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos brasileiros, 58% (eram 57% em novembro do ano passado), acredita que a mulher deve ser punida e ir para a cadeia por fazer um aborto. A taxa de brasileiros contrários a qualquer punição à mulher que abortar está em 33% (eram 36% na pesquisa de 2017). A ação que pede no STF (Supremo Tribunal Federal) a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez não tem data para ser julgada no plenário. No início do mês, a relatora da ação, ministra Rosa Weber, disse, ao final da audiência pública que discutiu esse tema, que começa agora um período de amadurecimento, sem dar prazos para isso. Mais de 50 representantes de diferentes setores da sociedade foram ouvidos na audiência, que durou dois dias. As exposições foram entregues na íntegra aos 11 ministros, para auxiliá-los a formar suas convicções. O aborto hoje só é permitido em três tipos de gravidez: decorrente de estupro, que cause risco à vida da mulher ou de feto anencéfalo. 464 Representante da PGR (Procuradoria-Geral da República), o viceprocurador-geral, Luciano Mariz Maia, disse que a instituição ia manifestar seu entendimento após a audiência pública. Ele não informou datas para isso também. Além da manifestação da PGR, o processo deverá receber as contribuições por escrito dos ‘amici curiae’ (amigos da corte, em latim), entidades que foram admitidas como partes interessadas na ação. Algumas delas se apresentaram na audiência, como a União dos Juristas Católicos de São Paulo. Outras ainda pleiteiam sua admissão nesse processo no Supremo. Durante a audiência, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), contrária à legalização, acusou a corte de fazer do evento um “teatro armado” para legitimar o processo. “Esta audiência presta-se apenas para legitimar o ativismo desta corte. Estáse fingindo ouvir as partes, mas, na realidade, estáse apenas legitimando o ativismo que virá em seguida. Esta audiência é parcial, a própria maneira como está sendo conduzida viola a Constituição”, disse o padre José Eduardo de Oliveira, da CNBB, ao afirmar que houve mais convidados pródescriminalização do que contrários. A ação, ajuizada pelo PSOL em 2017, é uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), um tipo de ação que, segundo o Supremo, “visa reparar ou evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público”. No caso, o PSOL sustentou que dois artigos do Código Penal, de 1940, violam direitos fundamentais das mulheres, como o direito à vida, à liberdade, à integridade física e psicológica, à saúde e ao planejamento familiar, entre outros. Os artigos são o 124, que criminaliza a mulher (detenção de 1 a 3 anos), e o 126, que criminaliza quem provocar o aborto, incluindo profissionais de saúde (pena de 1 a 4 anos de reclusão). A ação pede que abortamentos até a 12ª semana não sejam enquadrados nesses artigos. Os prazos para julgamento de ADPFs variam muito, a depender do andamento processual. Na pauta das próximas sessões do plenário neste mês, por exemplo, há duas ações desse tipo. Uma chegou à corte em agosto de 2014, e a outra, em outubro de 2010. ARMAS 465 O Datafolha também quis saber a opinião dos brasileiros sobre posse de armas. Segundo o levantamento, 58% acham que a posse deve ser proibida, contra 40% que pedem a legalização. Os índices atuais mostram estabilidade em relação à pesquisa anterior, de novembro do ano passado. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/maioria-dos-brasileiros-seguecontraria-a-legalizacao-do-aborto-mostra-datafolha.shtml ABORTO MASCULINO: POR QUE ESSA EXPRESSÃO TEM GANHADO FORÇA NAS REDES? Camila Brandalise, Uol Universa, 23 de agosto de 2018 A comparação entre aborto e abandono paterno ganhou uma frase que pipoca nas redes sociais sempre que um dos dois temas aparece: “o aborto masculino já é legalizado”. Diz respeito, na verdade, ao grande número de homens que abandonam filhos e mães e deixam a obrigação de criar a criança sob responsabilidade apenas da mulher. No Brasil, 5,5 milhões de crianças não têm o nome do pai na identidade. Quem usa o termo afirma que é uma provocação: enquanto o tema aborto desperta paixões e discussões acaloradas, o abandono paterno não tem a mesma atenção. “Há uma quantidade muito grande de mães criando filhos sozinhas. E sobre isso nada é falado. Já sobre a escolha da mulher grávida abortar ou não o debate ganha até contornos de fanatismo”, afirma a antropóloga e pesquisadora da Anis (Instituto de Bioética), Debora Diniz, ativista pró-legalização do aborto. “Se estão mesmo preocupados com a vida e o futuro das crianças, por que não começar com essa pauta e intimar outros homens a cumprirem seu papel?”, pergunta Debora, que complementa: “Se o termo deve ser usado é outra questão. Particularmente, acredito que há outras palavras mais fortes para mostrar o silêncio dos homens e essa incoerência argumentativa, como desamparo e abandono parental.” “Abandonar é pior do que abortar” O questionamento sobre o uso do termo passa por algumas diferenças fundamentais, a começar pela legislação. “Apesar de a interrupção de gravidez fazer parte do código 466 penal, em relação ao embrião não há nenhuma exigência legal. Já sobre a criança nascida viva, há responsabilidades que pai e mãe devem cumprir”, explica a defensora pública federal Charlene Borges, coordenadora do grupo de trabalho Mulheres da Defensoria Pública da União. Interromper a gravidez, portanto, é crime, mas há também uma condenação moral, ética e religiosa. Já o abandono paterno não tem o mesmo espaço para discussão, tampouco políticas públicas para evitar que pais abandonem crianças. Atualmente, 11 milhões de brasileiras são responsáveis, sozinhas, pela criação dos filhos. Para Charlene, há um equívoco técnico no uso do termo “aborto masculino”. O correto, no direito de família, é abandono parental. Stella Avallone, do coletivo Mães Solo Feministas, concorda que o uso da expressão é perigoso, porque o abandono paterno é uma situação pior do que a da interrupção de gravidez. No coletivo, ela e outras ativistas têm entre suas pautas a descriminalização do aborto. “Ouço sempre essa comparação, pessoas dizendo que há pais que abortam. Mas não dá para comparar. Abandonar é muito pior do que abortar. No abandono, a criança está viva, pensando, sendo negligenciada e sofrendo a rejeição.” Stella tem a experiência desse trauma dentro de casa. A filha, Beatriz, de sete anos, é reconhecida e recebe pensão. Mas não significa que há divisão de tarefas na criação, segundo ela. O pai se afastou depois que Stella pediu o divórcio, ela conta. "Ele cumpre apenas com suas obrigações legais. Já aconteceu de ela chorar compulsivamente falando dele, sem entender porque o pai não ficava perto”, diz Stella. “Quando o questionei, ele disse que não era presente porque não tinha estômago para ficar perto de mim.” Origem da expressão O termo aborto masculino surgiu primeiro nos Estados Unidos, mas em outro contexto. Lá, onde a interrupção da gravidez é legalizada, grupos que se dizem ativistas pelos direitos dos homens se reuniram para exigir que o mesmo amparo legal fosse concedido a eles, o de abrirem mão da paternidade. Mas a reivindicação não recebeu suporte da legislação. No Brasil, o termo foi adaptado à nossa realidade. Como o aborto ainda é crime por aqui, tanto para quem pratica e quanto para quem dá qualquer suporte à prática, a intenção é mostrar a contradição no peso que se dá à obrigação de uma mãe em comparação à do pai. "No segundo caso, não há reprovação moral", conclui Charlene. 467 https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/23/aborto-masculino-por-quenao-falamos-sobre-abandono-paterno.htm MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018 Uma associação que prega a desfiliação à Igreja Católica argentina desde 2009, a Cael (Coalizão Argentina pelo Estado Laico), pegou carona nas manifestações a favor do projeto de lei para permitir o aborto, derrubada dia 8 passado pelo Senado, para promover sua própria causa. O ambiente de protesto nas principais cidades do país e os lenços coloridos adotados (verdes pela lei e azuis contra) deram impulso a um terceiro lenço: o laranja, criado pela Cael, cuja bandeira é a separação entre Igreja e Estado —garantida na Constituição mas nem sempre respeitada. A Cael também reivindica submeter religiosos que abusem de crianças à Justiça comuns, tirar sinais católicos de locais públicos, cobrar impostos às igrejas católicas e, agora, recolocar o projeto de lei para permitir o aborto até a 14ª semana aprovado na Câmara. Em seu site, orienta os fieis a preencher um formulário e entregá-lo à paróquia que os batizou. A Igreja, porém, lembra que o Vaticano só aceita a saída de suas filas pela excomunhão. Em resposta, a organização sugere aos pais adiar o batismo para que o indivíduo tenha chance de decidir. A Cael convocou para sábado passado (18) seu primeiro evento público. Nele, juntou centenas de pessoas em Buenos Aires, distribuiu formulários, orientou o preenchimento e ofereceu lenços laranjas (já à venda durante os protestos e votações no Congresso). Iniciou, também, uma pequena marcha com brados como "não em meu nome" e "não pedi para ser parte disso". Seus membros pedem "apostasia coletiva" em resposta à "intolerância da Igreja com relação ao tema do aborto e os abusos de padres pedófilos". 468 Para Paola Rafetta, uma dirigente da Cael, "a maioria dos argentinos é católica não praticante, e não se preocupava antes com o que significava pertencer a essa Instituição". "Houve então duas viradas, uma ao se descobrir, após a ditadura (1976-1983), que a Igreja foi cúmplice", diz. "A segunda é agora, com as garotas do movimento feminista e com a divulgação constante dos casos dos padres pedófilos em vários países da região." A Cael recolheu no sábado 1.200 assinaturas, o que levou os organizadores a prepararem eventos similares em outras cidades grandes como Córdoba, Rosário e Salta a partir deste fim de semana. A entidade recebeu apoio de algumas alas das Mães e Avós da Praça de Maio, que têm enviado petições ao Vaticano pela abertura de seus arquivos à investigação do paradeiro dos desaparecidos da ditadura e seus netos entregues a outras famílias. Apesar de a Igreja dizer que não receberá os formulários, a Cael prometem apelar à ONU, que em um de seus pactos diz que o Estado não pode impor a seus cidadãos uma religião. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/movimento-argentino-pregadesfiliacao-da-igreja-catolica.shtml JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 Tradução de Clara Allain RESUMO A filósofa norte-americana Judith Butler escreve sobre sua recente passagem pelo Brasil. Ela comenta os ataques que sofreu, explica sua teoria de gênero e procura entender o ódio dirigido a um pensamento que defende a dignidade e os direitos sexuais e que condena a violência contra mulheres e pessoas trans. Desde o começo, a oposição à minha presença no Brasil esteve envolta em uma fantasia. Um abaixo-assinado pedia ao Sesc Pompeia que cancelasse uma palestra que 469 eu nunca iria ministrar. A palestra imaginária, ao que parece, seria sobre "gênero", embora o seminário planejado fosse dedicado ao tema "Os fins da democracia" ("The ends of democracy"). Ou seja, havia desde o início uma palestra imaginada ao invés de um seminário real, e a ideia de que eu faria uma apresentação, embora eu estivesse na realidade organizando um evento internacional sobre populismo, autoritarismo e a atual preocupação de que a democracia esteja sob ataque. Não sei ao certo que poder foi conferido à palestra sobre gênero que se imaginou que eu daria. Deve ter sido uma palestra muito poderosa, já que, aparentemente, ela ameaçou a família, a moral e até mesmo a nação. Para aqueles que se opuseram à minha presença no Brasil, "Judith Butler" significava apenas a proponente de uma ideologia de gênero, a suposta fundadora desse ponto de vista absurdo e nefasto, alguém —aparentemente— que não acredita em restrições sexuais, cuja teoria destrói ensinamentos bíblicos e contesta fatos científicos. Como tudo isso aconteceu e o que isso significa? Consideremos o que eu de fato escrevi e no que de fato acredito e comparemos isso com a ficção interessante e nociva que deixou tanta gente alarmada. No final de 1989, quase 30 anos atrás, publiquei um livro intitulado "Gender Trouble" (lançado em português em 2003 como "Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade", Civilização Brasileira), no qual propus uma descrição do caráter performativo do gênero. O que isso significa? A cada um de nós é atribuído um gênero no nascimento, o que significa que somos nomeados por nossos pais ou pelas instituições sociais de certas maneiras. Às vezes, com a atribuição do gênero, um conjunto de expectativas é transmitido: esta é uma menina, então ela vai, quando crescer, assumir o papel tradicional da mulher na família e no trabalho; este é um menino, então ele assumirá uma posição previsível na sociedade como homem. No entanto, muitas pessoas sofrem dificuldades com sua atribuição —são pessoas que não querem atender aquelas expectativas, e a percepção que têm de si próprias difere da atribuição social que lhes foi dada. 470 A dúvida que surge com essa situação é a seguinte: em que medida jovens e adultos são livres para construir o significado de sua atribuição de gênero? Eles nascem na sociedade, mas também são atores sociais e podem trabalhar dentro das normas sociais para moldar suas vidas de maneira que sejam mais vivíveis. E instituições sociais, incluindo instituições religiosas, escolas e serviços sociais e psicológicos, também deveriam ter capacidade de apoiar essas pessoas em seu processo de descobrir como viver melhor com seu corpo, buscar realizar seus desejos e criar relações que lhes sejam proveitosas. Algumas pessoas vivem em paz com o gênero que lhes foi atribuído, mas outras sofrem quando são obrigadas a se conformar com normas sociais que anulam o senso mais profundo de quem são e quem desejam ser. Para essas pessoas é uma necessidade urgente criar as condições para uma vida possível de viver. Assim, em primeiro lugar e acima de tudo, "Problemas de Gênero" buscou afirmar a complexidade de nossos desejos e identificações de gênero e se juntar àqueles integrantes do movimento LGBTQ moderno que acreditavam que uma das liberdades fundamentais que precisam ser respeitadas é a liberdade de expressão de gênero. O livro negou a existência de uma diferença natural entre os sexos? De maneira nenhuma, embora destaque a existência de paradigmas científicos divergentes para determinar as diferenças entre os sexos e observe que alguns corpos possuem atributos mistos que dificultam sua classificação. Também afirmei que a sexualidade humana assume formas diferentes e que não devemos presumir que o fato de sabermos o gênero de uma pessoa nos dá qualquer pista sobre sua orientação sexual. Um homem masculino pode ser heterossexual ou gay, e o mesmo raciocínio se aplica a uma mulher masculina. Nossas ideias de masculino e feminino variam de acordo com a cultura, e esses termos não possuem significados fixos. Eles são dimensões culturais de nossas vidas que assumem formas diferentes e renovadas no decorrer da história e, como atores históricos, nós temos alguma liberdade para determinar esses significados. Mas o objetivo dessa teoria era gerar mais liberdade e aceitação para a gama ampla de identificações de gênero e desejos que constitui nossa complexidade como seres humanos. 471 Esse trabalho, e muito do que desenvolvi depois, também foi dedicado à crítica e à condenação da violação e da violência corporais. Além disso, a liberdade de buscar uma expressão de gênero ou de viver como lésbica, gay, bissexual, trans ou queer (essa lista não é exaustiva) só pode ser garantida em uma sociedade que se recusa a aceitar a violência contra mulheres e pessoas trans, que se recusa a aceitar a discriminação com base no gênero e que se recusa a transformar em doentes e aviltar as pessoas que abraçaram essas categorias no intuito de viverem uma vida mais vivível, com mais dignidade, alegria e liberdade. Meu compromisso é me opor às ofensas que diminuam as chances de alguém viver com alegria e dignidade. Assim, sou inequivocamente contra o estupro, o assédio e a violência sexual e contra todas as formas de exploração de crianças. Liberdade não é —nunca é— a liberdade de fazer o mal. Se uma ação faz mal a outra pessoa ou a priva de liberdade, essa ação não pode ser qualificada como livre —ela se torna uma ação lesiva. De fato, algo que me preocupa é a frequência com que pessoas que não se enquadram nas normas de gênero e nas expectativas heterossexuais são assediadas, agredidas e assassinadas. As estatísticas sobre feminicídio ilustram o ponto. Mulheres que não são suficientemente subservientes são obrigadas a pagar por isso com a vida. Pessoas trans e travestis que desejam apenas a liberdade de movimentar-se no mundo público como são e desejam ser sofrem frequentemente ataques físicos são mortas. Mães correm o risco de perder seus filhos se eles saírem do armário; muitas pessoas ainda perdem seus empregos e a relação com seus familiares quando saem do armário. O sofrimento social e psicológico decorrente do ostracismo e condenação social é enorme. A injustiça radical do feminicídio deveria ser universalmente condenada, e as transformações sociais profundas que possam tornar esse crime impensável precisam ser fomentadas e levadas adiante por movimentos sociais e instituições que se recusam a permitir que pessoas sejam mortas devido a seu gênero e sua sexualidade. No Brasil, uma mulher é assassinada a cada duas horas. A tortura e o assassinato recente de Dandara dos Santos, em Fortaleza, foi apenas um exemplo explícito da 472 matança generalizada de pessoas trans no Brasil, uma matança que valeu ao Brasil a fama de ser o país mais conhecido pelo assassinato de pessoas LGBT. São esses os males sociais inequívocos e atrocidades aos quais me oponho, e meu livro —bem como o movimento queer no qual ele se insere— procura promover um mundo sem sofrimento e violência desse tipo. A teoria da performatividade de gênero busca entender a formação de gênero e subsidiar a ideia de que a expressão de gênero é um direito e uma liberdade fundamentais. Não é uma "ideologia". Em geral, uma ideologia é entendida como um ponto de vista que é tanto ilusório quanto dogmático, algo que "tomou conta" do pensamento das pessoas de uma maneira acrítica. Meu ponto de vista, entretanto, é crítico, pois questiona o tipo de premissa que as pessoas adotam como certas em seu cotidiano, e as premissas que os serviços médicos e sociais adotam em relação ao que deve ser visto como uma família ou considerado uma vida patológica ou anormal. Quantos de nós ainda acreditamos que o sexo biológico determina os papéis sociais que devemos desempenhar? Quantos de nós ainda sustentamos que os significados de masculino e feminino são determinados pelas instituições da família heterossexual e da ideia de nação que impõe uma noção conjugal do casamento e da família? Famílias queers e travestis adotam outras formas de convívio íntimo, afinidade e apoio. Mães solteiras têm laços de afinidade diferentes. A mesma coisa se dá com famílias mistas, nas quais as pessoas se casam novamente ou se juntam com famílias, criando amálgamas muito diferentes daqueles vistos em estruturas familiares tradicionais. Encontramos apoio e afeto através de muitas formas sociais, incluindo a família, mas a família é também uma formação histórica: sua estrutura e seu significado mudam ao longo do tempo e do espaço. Se deixamos de afirmar isso, deixamos de afirmar a complexidade e a riqueza da existência humana. A ideia de gênero como ideologia foi introduzida por Joseph Ratzinger em 1997, antes de ele se tornar o papa Bento 16. O trabalho acadêmico de Richard Miskolci e Maximiliano Campana1 acompanha a recepção desse conceito em diversos documentos do Vaticano. 473 Em 2010, o argentino Jorge Scala lançou um livro intitulado "La Ideologia de Género", que foi traduzido ao português por uma editora católica [Katechesis]. Esse pode ter sido um ponto de virada para as recepções de "gênero" no Brasil e na América Latina. De acordo com a caricatura feita por Scala, aqueles que trabalham com gênero negam as diferenças naturais entre os sexos e pensam que a sexualidade deve ser livre de qualquer restrição. Aqueles que se desviam da norma do casamento heterossexual são considerados indivíduos que rejeitam todas as normas. Vista por essa lente, a teoria de gênero não só nega as diferenças biológicas como gera um perigo moral. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, uma das mulheres que me confrontaram começou a gritar coisas sobre pedofilia. Por que isso? É possível que ela pense que homens gays são pedófilos e que o movimento em favor dos direitos LGBTQI nada mais é do que propaganda pró-pedofilia. Então fiquei pensando: por que um movimento a favor da dignidade e dos direitos sexuais e contra a violência e a exploração sexual é acusado de defender pedofilia se, nos últimos anos, é a Igreja Católica que vem sendo exposta como abrigo de pedófilos, protegendo-os contra processos e sanções, ao mesmo tempo em que não protege suas centenas de vítimas? Será possível que a chamada ideologia de gênero tenha virado um espectro simbólico de caos e predação sexual precisamente para desviar as atenções da exploração sexual e corrupção moral no interior da Igreja Católica, uma situação que abalou profundamente sua autoridade moral? Será que precisamos compreender como funciona "projeção" para compreendermos como uma teoria de gênero pôde ser transformada em "ideologia diabólica"? Talvez aqueles que queimaram uma efígie minha como bruxa e defensora dos trans não sabiam que aquelas que eram chamadas de bruxas e queimadas vivas eram mulheres cujas crenças não se enquadravam nos dogmas aceitos pela Igreja Católica. Ao longo da história, atribuíram-se às bruxas poderes que elas jamais poderiam, de fato, ter; elas viraram bodes expiatórios cuja morte deveria, supostamente, purificar a comunidade da corrupção moral e sexual. Considerava-se que essas mulheres tinham cometido heresia, que adoravam o diabo e tinham trazido o mal à comunidade em lugares como Salem (EUA), em Baden-Baden 474 (Alemanha), nos Alpes Ocidentais (Áustria) e na Inglaterra. Com muita frequência esse "mal" era representado pela libertinagem. O fantasma dessas mulheres como o demônio ou seus representantes encontra, hoje, eco na "diabólica" ideologia de gênero. E, no entanto, a tortura e o assassinato dessas mulheres por séculos como bruxas representaram um esforço para reprimir vozes dissidentes, aquelas que questionavam certos dogmas da religião. Quem pôs fim a esse tipo de perseguição, crueldade e assassinato foram pessoas sensatas de dentro da Igreja Católica, que insistiram que a queima de bruxas não representava os verdadeiros valores cristãos. Afinal, queimar bruxas era uma forma de feminicídio executado em nome de uma moralidade e ortodoxia. Embora eu não seja estudiosa do cristianismo, entendo que uma de suas grandes contribuições tenha sido a doutrina do amor e do apreço pela preciosidade da vida — muito longe do veneno da caça às bruxas. Embora apenas minha efígie tenha sido queimada, e eu mesma tenha saído ilesa, fiquei horrorizada com a ação. Nem tanto por interesse próprio, mas em solidariedade às corajosas feministas e pessoas queer no Brasil que estão batalhando por maior liberdade e igualdade, que buscam defender e realizar uma democracia na qual os direitos sexuais sejam afirmados e a violência contra minorias sexuais e de gênero seja abominada. Aquele gesto simbólico de queimar minha imagem transmitiu uma mensagem aterrorizante e ameaçadora para todos que acreditam na igualdade das mulheres e no direito de mulheres, gays e lésbicas, pessoas trans e travestis serem protegidos contra violência e assassinato. Pessoas que acreditam no direito dos jovens exercerem a liberdade de encontrar seu desejo e viverem num mundo que se recusa a ameaçar, criminalizar, patologizar ou matar aqueles cuja identidade de gênero ou forma de amar não fere ninguém. Essa é a visão do arcebispo Justin Welby, da Inglaterra, que destacou recentemente o direito dos jovens explorarem sua identidade de gênero, apoiando uma atitude mais aberta e acolhedora em relação a papéis de gênero na sociedade. Essa abertura ética é importante para uma democracia que inclua a liberdade de expressão de gênero como uma das liberdades democráticas fundamentais, que enxergue a igualdade das mulheres como peça essencial de um compromisso 475 democrático com a igualdade e que considere a discriminação, o assédio e o assassinato como fatores que enfraquecem qualquer política que tenha aspirações democráticas. Talvez o foco em "gênero" não tenha sido, no final, um desvio da pergunta de nosso seminário: quais são os fins da democracia? Quando violência e ódio se tornam instrumentos da política e da moral religiosa, então a democracia é ameaçada por aqueles que pretendem rasgar o tecido social, punir as diferenças e sabotar os vínculos sociais necessários para sustentar nossa convivência aqui na Terra. Eu vou me lembrar do Brasil por todas as pessoas generosas e atenciosas, religiosas ou não, que agiram para bloquear os ataques e barrar o ódio. São elas que parecem saber que o "fim" da democracia é manter acesa a esperança por uma vida comum não violenta e o compromisso com a igualdade e a liberdade, um sistema no qual a intolerância não se transforma em simples tolerância, mas é superada pela afirmação corajosa de nossas diferenças. Então todos começaremos a viver, a respirar e a nos mover com mais facilidade e alegria —é esse o objetivo maior da corajosa luta democrática que tenho orgulho de integrar: nos tornarmos livres, sermos tratados como iguais e vivermos juntos sem violência. 1. MISKOLCI, Richard; CAMPANA, Maximiliano. "Direito às diferenças: notas sobre formação jurídica e as demandas de reconhecimento na sociedade brasileira contemporânea". "Hendu "" Revista Latino-Americana de Direitos Humanos", abril de 2017. JUDITH BUTLER, 61, referência nos estudos de gênero e teoria queer, é codiretora do programa de teoria crítica da Universidade da Califórnia em Berkeley. Lança o livro "Caminhos Divergentes: Judaicidade e Crítica do Sionismo" pela Boitempo. CAMILE SPROESSER, 32, é artista plástica. http://m.folha.uol.com.br/amp/ilustrissima/2017/11/1936103-judith-butler-escrevesobre-o-fantasma-do-genero-e-o-ataque-sofrido-no-brasil.shtml 476 AS FEMINISTAS E A DESTRUIÇÃO DE VALORES Lia Bock, Blog Lia Bock/Uol Universa, 17 de agosto de 2018 Dia desses dei de cara com um comentário intrigante para um texto publicado neste blog. Não costumo ler ou me abalar com os comentários ofensivos. Mas este foi diferente. Primeiro porque não era um ataque verborrágico e nem trazia aquelas ofensas da quarta série que passam por 'recalcada', 'feia' e 'mal amada'. O comentário foi quase respeitoso, apesar de ser equivocado. Mas foi a prepotência que me moveu a respondê-lo publicamente. Vulgo, mexeu com meus brios e trouxe muito do que precisamos entender sobre o que ele chama de "as feministas". Vamos ao comentário: "Um dia as feministas descobrirão que não passam de ferramenta dos que 'trabalham a destruição de valores' – todos os valores. A velha máxima de 'dividir para governar'". A forma como ele se coloca como detentor de uma verdade invisível ao olhos das ingênuas (ou seriam burras?) feministas é um exemplo translúcido de algo que costumamos ver por aí: homem tentando explicar pras gurias (feministas ou não) porque elas estão erradas. Só faltou aquele "querida, deixa eu te explicar", que geralmente vem antes desse tipo de frase. Vocês já pensaram que, talvez, as mulheres pensem aquilo que disseram mesmo? Talvez elas tenham embasamento para isso e, talvez, o fato de você discordar não signifique que ela está errada. Mas só talvez. Depois vem a parte dos valores. Querido Fulano, você tem toda razão! O que as feministas querem é justamente destruir, trucidar e esmigalhar valores construídos socialmente em um tempo onde a mulher era propriedade do homem, não tinha direito a voto e se não sangrassem na noite de núpcias eram devolvidas para o pai, dentre outras coisinhas. Os tempos mudaram e por isso precisamos "destruir" alguns valores para que floresçam outros. Mas também não precisa generalizar. Não é porque queremos autonomia sobre nossos corpos e o fim (por exemplo) do "valor" de que a 477 mulher deve ser submissa ao seu marido, que queremos também acabar com a ética (um valor) ou com o respeito à vida (outro valor). Então anota, só queremos acabar com os valores que reduzem, desrespeitam e agridem as mulheres. Tá? E hoje está muito fácil entender o que queremos e porque queremos, já que, infelizmente, temos visto exemplos nítidos do que isso significa. Quando um homem se sente no direito de matar a mulher porque ela quer o divórcio, isso fica bem claro. Quando entidades religiosas usam argumentos nada palpáveis para dizer que a vida da mulher vale menos que a do embrião, também fica claro porque a resistência é necessária. Novos valores, para novos tempos. E claro que isso incomoda. Mexer em valores é mexer em privilégios. É assumir que há do outro lado gente pensando diferente de nós e que é preciso respeitá-las. Agora, a parte em que você diz "A velha máxima de 'dividir para governar'", não ficou muito clara pra mim. A famosa tática de guerra, como definiu Maquiavel (dividir para conquistar/reinar), consiste em fragmentar os adversários para ganhar batalha. Aqui entra um ponto importante. O feminismo tem diversas correntes e lutas, mas isso não significa que há alguém plantando essa fragmentação para sufocá-lo. Ele nasceu assim. São muitos feminismos. Soa reducionista pensar que o movimento das mulheres está sendo manipulado para que perca a batalha. Seria mais honesto dizer que, talvez, se abandonassem algumas causas os movimentos poderiam ficar mais fortes. Mas, a verdade, é que no momento, nenhuma causa parece desnecessária ou menos urgente. Finalizo dizendo que seu comentário, aparentemente ético e inteligente, mostra como temos muito o que avançar. https://liabock.blogosfera.uol.com.br/2018/08/17/as-feministas-e-a-destruicao-devalores/ “TIRAVA O COLARINHO CLERICAL. ENTÃO PODIA FAZER O QUE QUERIA”. VÍTIMAS CONTAM AO EL PAÍS A CRUEZA E A IMPUNIDADE DOS CRIMES SEXUAIS DE SACERDOTES CONTRA MENORES NA PENSILVÂNIA DURANTE 70 ANOS. O HORROR VESTIA BATINA Amanda Mars, El País, 19 de agosto de 2018 478 Mary McHale, aos 17 anos, morria de amores por uma colega de classe. Gostava dela horrores, horrores quase em sentido literal, porque aquilo, em plenos anos oitenta, naquele instituto católico de Reading (Pensilvânia) em que estudava, transformou-a em uma pilha de nervos. E quando a garota em questão correspondeu e começaram a se encontrar às escondidas, já se imaginava a caminho do inferno. Se alguém poderia escutá-la, esse alguém era o padre James Gaffney, seu professor e mentor. Um dia, no confessionário, contou a ele seu segredo. E foi assim que a história da primeira namorada de Mary, que 30 anos depois se lembra perfeitamente, nunca foi a história dessa primeira namorada, mas a história do padre James, hoje totalmente atual, atual também em sentido literal. “Ele começou a usar meu segredo na hora, me disse que tínhamos de nos encontrar com frequência para trabalhar nisso”, relata McHale, hoje com 46 anos. “Então começamos a nos encontrar, primeiro no colégio e depois em sua paróquia. Costumava me falar de sexo, tocar-me sem motivo, tirava o colarinho clerical e dizia que, quando não o usava, podia fazer o que quisesse. O caso mais grave aconteceu na casa paroquial da igreja de St. Catherine. Quando a secretária saiu, fechou a porta com ferrolho. Tinha me falado que havia um programa que queria trabalhar comigo.” O “programa” do padre James estava em um envelope grande que guardava outros três menores. “O primeiro envelope pedia que contássemos nossas experiências sexuais, ele foi contando como se masturbava e outras coisas inapropriadas e eu contei as minhas. O segundo dizia: aponte partes do corpo do outro e dê um nome. E fizemos isso. Já era tarde e disse a ele que tinha de ir, mas respondeu que não podíamos, que tínhamos prometido... O terceiro envelope dizia que tínhamos de tirar a roupa e avaliar o corpo do outro. Tentei resistir mas fiz isso. Fiquei de roupa de baixo, me pediu que fosse adiante, me neguei e ele me deixou”. O relatório publicado esta semana depois de dois anos de investigação sobre abusos sexuais a pelo menos 1.000 crianças ao longo de 70 anos na Igreja da Pensilvânia revelou o colaboracionismo mudo de bispos, cardeais e pessoas dos altos escalões eclesiásticos. De Pittsburgh até Roma, de Reading até o Vaticano. Mas, para Mary, o silêncio machucou de formas mais complexas. McHale acredita que o sacerdote que assedia e agride sabe o que faz, que procura pessoas com vulnerabilidades e as usa. Na noite do exercício dos envelopes, voltou para casa e não disse nada aos pais. O padre, que tinha trinta e poucos anos, começou a chamá-la constantemente, em sua casa e no trabalho, mas ela resistia. A insistência fez seu pai desconfiar, e acabou contando a ele dos abusos, mas a família não informou a ninguém, nem à paróquia nem à polícia. A própria Mary lhes implorou 479 silêncio porque “tinha medo que revelasse o que tinha lhe confessado, morria de medo que soubessem que eu era gay”. Logo se mudou para cursar a universidade e Gaffney desapareceu, mas seu abuso a perseguiu como uma sombra. Nos piores momentos, diz, caiu no alcoolismo, mas em 2004 se recuperou. E no mesmo ano, em um dia de trabalho, deparou-se no jornal com a notícia de uma garota que tinha denunciado o padre, então ligou para o jornal e se ofereceu para ajudá-la a depor. O hoje ex-sacerdote —tirou o famoso colarinho clerical para sempre em 2015— figura no relatório que o procurador geral da Pensilvânia apresentou na terça-feira. Outras três jovens também o acusam. É impossível calcular quantas mais pode haver; quantas, como Mary, se calaram durante décadas. Ela continua morando em Reading, com sua esposa. E vive tudo que está acontecendo atualmente, conta, como um desabrochar, como um poder. Para Phil Saviano, uma das vítimas dos abusos na igreja de Boston, chamou a atenção esses dias a presença feminina no foco da história. “Fiquei feliz de ver que as mulheres agredidas estavam bem representadas na mídia, porque ainda escuto pessoas que acreditam que todo esse assunto é um problema de padres homossexuais que assediam meninos adolescentes, acho que a Igreja tenta distrair a atenção do verdadeiro problema”, explicava esta semana Saviano, a pessoa que um dia se apresentou na redação do Boston Globe com uma caixa cheia de papéis chamando os jornalistas a investigar e a partir daí estourou o grande escândalo, o que o torna um dos principais personagens do filme Spotlight. “Um predador de crianças” Se fosse feito um filme do caso da Pensilvânia, o papel de Saviano seria representado por Shaun Dougherty, origem do relatório que o grande júri elaborou durante dois anos e que deu a volta ao mundo esta semana. Há seis anos levou à promotora do distrito de Cambia sua acusação contra George Koharchik. Conheceu o sacerdote em 1980, na paróquia de Saint Clement, em Johnstown, quando tinha 10 anos. Ele era o segundo de uma família de nove filhos e Koharchik seu padre, professor de religião e treinador de basquete. As agressões ocorreram até que fez 13 anos. “Minha primeira ereção foi com o padre Koharchik. Suas mãos através da roupa, no carro, enquanto dirigia. Estou convencido de que queria saber o dia exato em que me tornei sexualmente maduro”, conta por telefone Dougherthy, de 46 anos. “Usava o esporte para abusar de mim e de outros meninos. Depois de jogar, você sabia que ia abusar de você no chuveiro. Ou no carro. Nos levava aos treinos e costumava me sentar em seu colo para me deixar dirigir. E tocava meu pênis. Se olhasse atravessado, 480 dizia ‘preste atenção na rua’, e você tinha 10 anos, e estava dirigindo enquanto ele o tocava...”. Com o passar do tempo, o padre acabou masturbando-o. Uma vez, no chuveiro, quando já tinha 13 anos, penetrou-o com um dedo. Shaun o olhou com severidade e Koharchik deve ter visto algo diferente no menino porque não voltou a agredi-lo. Jim Vansickle, em sua casa de Coraopolis (Pensilvânia), na sexta-feira. A. M. Não contou a ninguém até depois dos 20 anos. Quando lhe perguntam por que, explica como algo evidente: “Fui criado como um católico irlandês estrito. Era nosso padre, nosso professor, você é ensinado a obedecê-los. Dizem: ‘Façam o que fizerem, são homens de Deus”. Quando este e outros casos chegaram ao procurador geral, Shaun foi depor e o grande júri começou a investigar. Em agosto de 2015, a polícia revistou a sede da diocese de Johnstown e encontrou mais de 100.000 documentos arquivados cheios de denúncias. A história de Dougherthy não faz parte do relatório publicado esta semana, mas de outro levado a público em 2016, correspondente a esta diocese. Nele Koharchik é definido como um “predador de crianças”. O sacerdote continua na cidade e Dougherthy, proprietário de um restaurante em Long Island, vive entre Nova York e a Pensilvânia. Quando lhe perguntam como conseguiu seguir em frente, nega. “Esta é uma luta da vida inteira. Um dia você está bem, no outro, mal. Um dia muito bem, no outro dia, muito mal”. A luta que une muitas vítimas é a de uma mudança legislativa que acabe com a limitação temporal na hora de levar um agressor sexual aos tribunais. O congressista democrata do Estado, Mark Rozzi, vítima ele mesmo de abusos por parte de um clérigo, está liderando a iniciativa. Mary McHale e Shaun Dougherthy não podem denunciar os seus. Na Pensilvânia, as pessoas que sofreram abusos quando crianças podem entrar com uma ação civil até 12 anos depois da maioridade, ou seja, até fazerem 30 anos, enquanto que a via penal está aberta até fazerem 50. Assim, muitos afetados não podem recorrer aos tribunais por esta causa, mas servirá para que não façam novas vítimas. Como aconteceu a Mary McHale, Jim Vansickle leu o nome de seu agressor, David Paulson, muitos anos depois em uma notícia no jornal. Foi este ano, porque tinham voltado a acusá-lo. “Revivi durante uma semana esses 37 anos de silêncio e frustração e decidi que tinha de ajudar esses meninos, é o que fiz de mais difícil na vida, em março saí e contei minha história.” 481 Em sua casa em Coraopolis, a meia hora de Pittsburgh, guarda seu anuário, de 1981, e uma fotografia de um adolescente com muito cabelo que sorri inocente. Apesar dessa expressão, a foto corresponde a uma época difícil. “Minha avó tinha morrido, meu pai estava nos primeiros estágios do lúpus e, como não podia trabalhar, começamos a ter problemas financeiros. Eu era um cachorro perdido e procurava alguém que me guiasse e conheci Paulson, tinha acabado de sair do seminário, era meu professor de inglês e me tornou capitão da equipe de xadrez”, relata. Então o sacerdote se tornou seu mentor, seu amigo, seu guia, a pessoa mais próxima de sua vida, a quem confiava tudo e a quem consultava sobre tudo. Começaram então os toques desnecessários, o álcool, os abraços inoportunos. Durou três anos. Uma vez o levou para a excursão a um santuário de Fátima em Ohio e reservou quarto em um hotel. No quarto, depois de brincar de luta livre com ele sobre a cama, Paulson tentou estuprá-lo, mas Jim acabou se liberando. “Então rompi a relação com ele e foi devastador, fiquei sozinho e foi um conflito, porque estava feliz que desaparecesse, mas ao mesmo tempo gostava dele por tudo que tinha feito por mim”. Logo Jim foi para a universidade e o padre David foi muitas vezes visitá-lo, oferecendo-lhe dinheiro, sabendo de suas dificuldades. Um dia, lhe deu um carro de presente. No outro, se apresentou com um novo jovem e acabou desaparecendo de sua vida. Paulson mora na Pensilvânia e no outono o julgamento o espera. Vansikcle trabalha como tutor de jovens em sua passagem da escola para a universidade. Dedica-se a assessorá-los e guiá-los. Mas tem uma norma: “Nunca fico com a criança, sempre com um familiar adulto em casa. Não quero ficar sozinho com eles. Faço isso para protegêlos e para me proteger.” UMA INVESTIGAÇÃO DE UM MILHÃO DE DOCUMENTOS A Pensilvânia não representa o marco zero dos abusos sexuais a menores de idade no seio da igreja. Mas é o Estado que fez a maior investigação do sistema e publicou os resultados em vários relatórios. O desta semana cobre os fatos de seis das oito dioceses (Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton), já que as investigações das da Filadélfia e Johnstown tinham sido divulgadas antes. Assim, o número de 300 sacerdotes envolvidos em abusos contra pelo menos mil crianças é sem dúvida baixo. O grande júri passou dois anos investigando, repassando em torno de meio milhão de documentos, e ouvindo o relato de dezenas e dezenas de vítimas, como John Vansickle e Shaun Dougherthy. O mecanismo de acobertamento não consistia apenas em calar sobre as denúncias, mas em persuadir as vítimas de que não recorressem às 482 autoridades e em pressionar a polícia e a justiça para que também esquecessem o assunto. Segundo publicou o jornal Pittsburgh Post-Gazette, as dioceses de Greensburg e Harrisburg tentaram impedir a investigação do grande júri, mas o juiz os enfrentou. Na terça-feira, tudo se tornou público. O bispo de Pittsburgh, David Zubik, pediu perdão. O Vaticano chamou os agressores de criminosos. As vítimas querem vêlos na prisão. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/18/internacional/1534613446_165443.html “NÃO AGIMOS A TEMPO. ABANDONAMOS OS PEQUENOS”, DIZ PAPA SOBRE ABUSOS NA PENSILVÂNIA. EM CARTA, PONTÍFICE INSTA RESPONSÁVEIS ECLESIÁSTICOS A DENUNCIAREM OS POSSÍVEIS CASOS DE PEDOFILIA Lorena Pacho, El País, 20 de agosto de 2018 O papa Francisco afirmou que o que for feito “nunca será suficiente para pedir perdão e buscar reparar os danos causados” pelos abusos a menores por parte do clero. O Pontífice voltou a expressar arrependimento em uma carta aberta depois que a Suprema Corte da Pensilvânia (EUA) publicou um relatório que documenta mil casos de abusos sexuais perpetrados por padres: “Descuidamos dos pequenos e os abandonamos.” Para ele, é primordial criar “uma cultura capaz de evitar que essas situações não só não se repitam, mas que não encontrem espaços para serem encobertas e se perpetuarem”. "Com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial assumimos que não soubemos estar onde tínhamos de estar, que não agimos a tempo reconhecendo a magnitude e a gravidade do dano que estava sendo causado em tantas vidas”, assinalou. Na semana passada, foi divulgado um relatório que documenta 300 casos de "padres sexuais predadores" em seis das oito dioceses do Estado da Pensilvânia. Para o Papa, os escândalos de pedofilia no seio da Igreja Católica nos Estados Unidos, cometidos em sua maioria antes do ano 2000, são um "crime que causa profundas feridas de dor e impotência" nas vítimas, suas famílias e "em toda a comunidade, sejam crentes ou não-crentes ". "A dor dessas vítimas é um gemido que clama ao céu, que chega à alma e que por muito tempo foi ignorado, calado ou silenciado. Mas seu grito foi mais forte que todas as medidas que o tentaram silenciar ou até mesmo pretenderam solucioná-lo com decisões que aumentaram a gravidade, caindo na cumplicidade”, explicou. 483 Para que essas situações não voltem a se repetir, o Pontífice pediu aos líderes da Igreja que denunciem possíveis casos de abuso no futuro: "A solidariedade exige de nós que denunciemos todo aquele que puser em perigo a integridade de qualquer um. Solidariedade que reivindica lutar contra todos os tipos de corrupção, especialmente a espiritual.” “Olhando para o futuro, nunca será pouco o que se fizer para criar uma cultura capaz de evitar que essas situações não só não se repitam, mas não encontrem espaços para serem encobertas e perpetuadas", afirmou. O papa Francisco também explicou que em várias partes do mundo a Igreja está trabalhando para proteger a integridade de crianças e adultos e aplicar "tolerância zero" aos abusos sexuais. Embora ele reconheça que se demorou” para aplicar essas ações e sanções tão necessárias", disse acreditar "que elas ajudarão a garantir uma maior cultura de cuidado no presente e no futuro". https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/20/internacional/1534766368_337798.html PAPA FRANCISCO: “A IGREJA FRACASSOU DIANTE DESSES CRIMES REPUGNANTES”. PRIMEIRO-MINISTRO IRLANDÊS PEDE UMA RESPOSTA FIRME DO PAPA EM RELAÇÃO AOS ABUSOS SEXUAIS DE MEMBROS DO CLERO E LEMBRA QUE A IRLANDA SE MODERNIZOU E QUE A RELIGIÃO JÁ NÃO ESTÁ NO CENTRO DA SOCIEDADE Daniel Verdú, El País, 25 de agosto de 2018 O mundo mudou radicalmente na última década. Mas a Irlanda, onde o papa Francisco aterrissou na manhã deste sábado, dá a sensação de ter feito isso em uma velocidade maior. O catolicismo continua tendo influência. Mas desde 2009, quando a comissão Ryan descobriu 80 anos de abusos a menores, houve transformações estruturais que foram adiante, apesar da oposição sistemática da Igreja. Hoje o país tem um primeiroministro gay, descriminalizou o aborto e os casamentos homossexuais e sofreu uma crise econômica brutal da qual saiu mais rápido e mais forte do que qualquer parceiro da União Europeia. O catolicismo perdeu força (caiu de 95% da população para 76,1%) e autoridade moral e, durante esse tempo, a única revolução no céu foi a da empresa aérea irlandesa Ryanair. O desafio para o Papa, em um lugar onde costumava jogar em casa e que hoje reivindica uma mudança de mentalidade, é enorme. A Irlanda é hoje um lugar mais difícil para um Pontífice do que aquela que João Paulo II encontrou em 1979. Especialmente quando acaba de vir à tona outro escândalo de abusos maciços na Pensilvânia que a Igreja Católica e o Vaticano encobriram durante anos, assim como aconteceu aqui. O próprio primeiro-ministro, Leo Varadkar, lembrou a Francisco e o advertiu de que a Irlanda mudou e que a religião já não está no centro 484 da sociedade. O Papa foi direto ao assunto. “Não posso deixar de reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos a menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los. O fracasso das autoridades eclesiásticas — bispos, superiores religiosos, sacerdotes e outros— ao enfrentar adequadamente esses crimes repugnantes provocou justamente indignação e permanece como causa de sofrimento e vergonha para a comunidade católica. Eu mesmo compartilho esses sentimentos”, disse o Pontífice. O Papa, que se reunirá com um grupo de vítimas de abusos, também se referiu ao papel da proteção de menores. Mas não houve alusões claras ao mais recente escândalo descoberto na Pensilvânia, onde um relatório do grande júri revelou há duas semanas que mais de 1.000 crianças foram abusadas por cerca de 300 religiosos. E nem ao encobrimento que, de acordo com o relatório, chegou ao Vaticano. “Desejo que a gravidade dos escândalos dos abusos, que fizeram emergir as falhas de muitos, sirva para enfatizar a importância da proteção dos menores e dos adultos vulneráveis por parte de toda a sociedade”, afirmou. Pouco para aqueles que esperavam palavras mais duras ou medidas concretas como, certamente, o próprio primeiro-ministro, que se referiu à Pensilvânia e pediu mais contundência: “As feridas ainda estão abertas e há muito a fazer para trazer justiça e verdade e curar as vítimas. Santo Padre, peço-lhe que use sua posição e influência para garantir que sejam tomadas medidas na Irlanda e em todo o mundo”. O Papa, cuja última visita à Irlanda aconteceu em 1980, para aprender inglês durante três meses, também enfrenta nesta viagem o processo de ajuste de uma Igreja Católica profundamente afetada em uma sociedade na qual perdeu um importante peso específico. A aprovação do aborto, do divórcio e da lei dos casamentos homossexuais oferece uma perspectiva social muito diferente. Mas Francisco tentou reforçar os valores tradicionais da família como o casamento exclusivo entre um homem e uma mulher e a rejeição ao aborto. “Este encontro é uma oportunidade para reforçar o compromisso de respeito sagrado pelo dom divino da vida em todas as suas formas. *...+”. O aborto, de acordo com o Pontífice, está relacionado a uma “cultura do descarte materialista que nos tornou cada vez mais indiferentes aos membros mais indefesos da família, incluindo os nascituros, privados do direito à vida”. Mas em maio, a descriminalização do aborto foi aprovada por maioria esmagadora em um referendo histórico na Irlanda. O primeiro-ministro se encarregou de lembrar isso a Francisco em um discurso claro e contundente. “A Irlanda do século XXI é um lugar muito diferente e cada vez mais diverso. Há cada vez mais gente que adere a diferentes fés, ou que se sente à vontade em religiões não organizadas. Votamos em nosso parlamento um referendo para modernizar nossas leis, entendendo que os casamentos nem sempre funcionam, que as mulheres têm de tomar suas próprias 485 decisões, e que as famílias têm diferentes formas, incluindo aquelas encabeçadas por um avô, um pai solteiro, dois pais do mesmo sexo ou divorciados.” https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/25/internacional/1535190795_439663.html IRLANDA PEDE AO PAPA “JUSTIÇA” ÀS VÍTIMAS DE ABUSOS Agence France Presse (AFP) reproduzida pelo Uol, 25 de agosto de 2018 O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, pediu neste sábado (25) ao papa Francisco que se faça "justiça" às vítimas de abusos cometidos por membros do clero, enquanto o pontífice reconheceu sua "vergonha" por esses crimes. O papa chegou na manhã deste sábado em Dublin para o encerramento do Encontro Mundial das Famílias. Sua 24ª viagem ao exterior acontece em um momento muito sensível para a Igreja Católica, abalada na semana passada pelas revelações de abusos sexuais cometidos no passado nos Estados Unidos e por uma série sem precedentes de recentes renúncias de hierarcas suspeitos de fazer cumprir a lei do silêncio no Chile, na Austrália e nos Estados Unidos. Varadkar, que é abertamente homossexual e símbolo de uma nova Irlanda liberal, fez um apelo para que as "vítimas e os sobreviventes obtenham justiça, verdade e cura". "Santo Padre, peço que use sua posição e influência para conseguir este feito aqui na Irlanda e em todo o mundo", clamou ao lado do pontífice. "Devemos garantir que as palavras sejam seguidas de ações", insistiu em seu discurso no Castelo de Dublin. Desde 2002, mais de 14.500 pessoas se declararam vítimas de abusos sexuais cometidos por padres na Irlanda. "É uma história triste e vergonhosa, uma mancha em nosso Estado, nossa sociedade e na Igreja Católica", estimou Varadkar. "O papa Francisco se reuniu na noite deste sábado durante uma hora e meia com oito sobreviventes de abusos cometidos por clérigos, religiosos ou em instituições" da Igreja, explicou o porta-voz do Vaticano, Greg Kerry. 486 O encontro muito aguardado com os "sobreviventes", em parte identificados em um comunicado do Vaticano, foi celebrado ao final do primeiro dia da visita papal. Entre as oito pessoas se encontrava uma vítima, que quis permanecer anônima, do padre católico Tony Walsh, que abusou de crianças durante duas décadas antes de ser preso. O papa também recebeu a porta-voz dos "sobreviventes": Marie Collins, uma septuagenária irlandesa, que foi vítima aos 13 anos de um sacerdote quando estava em um hospital. 'Sofrimento e vergonha' Após escutar seu interlocutor, o papa Francisco reconheceu sua "vergonha" diante do fracasso da Igreja por não ter enfrentado adequadamente os "crimes ignóbeis" do clero na Irlanda. "O fracasso das autoridades eclesiásticas - bispos, religiosos superiores, sacerdotes e outros - para tratar adequadamente estes crimes repugnantes provoca indignação e continua a causar sofrimento e constrangimento à comunidade católica. Eu mesmo compartilho esses sentimentos", declarou o papa numa intervenção sobre esta questão. O pontífice direcionou um pensamento particular às "mulheres que no passado sofreram situações de particular dificuldade". "Eu não posso deixar de reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos de menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los". O papa argentino se referiu ao seu predecessor Bento XVI, que em 2010 havia escrito uma carta a todos os católicos irlandeses. "Sua intervenção franca e decisiva serve ainda hoje de incentivo aos esforços das autoridades eclesiais para remediar os erros do passado e adotar padrões rigorosos para garantir que não voltem a acontecer", disse Francisco. "A Igreja na Irlanda teve, no passado e no presente, um papel de promoção do bem que não pode ser ocultado", ressaltou em seu discurso, acrescentando: "Espero que a gravidade dos escândalos dos abusos, que revelaram as falhas de muitos, sirva para enfatizar a importância da proteção dos menores e dos adultos vulneráveis por toda a sociedade." 487 Francisco presidirá neste sábado o Encontro das Famílias no estádio Croke Park de Dublin, onde mais de 80.000 pessoas são esperadas, e vai celebrar no domingo a missa de encerramento do evento no Parque Phoenix em Dublin, onde são esperados meio milhão de fiéis. Além disso, vai se reunir discretamente com vítimas de abusos sexuais. Na semana passada, o enorme escândalo de pedofilia no estado americano da Pensilvânia, levou o papa Francisco a divulgar uma carta sem precedentes aos 1,3 bilhão de católicos do planeta. A carta reconhece que a Igreja esteve a altura e que "descuidou e abandonou as crianças" e "o que pode ser feito para pedir perdão nunca será suficiente". "Não ao papa" À margem da visita do papa, estão previstas manifestações. Milhares de internautas irlandeses pediram no Facebook um boicote em massa ao papa e à missa de Phoenix Park. Paralelamente, uma marcha acontecerá nas ruas de Dublin até o "Jardim da Recordação". Em Thuam (oeste), uma vigília será realizada em memória dos 796 bebês mortos entre 1925 e 1961 no albergue católico das Irmãs do Bom Socorro e que foram enterrados em uma vala comum. "A visita do Papa é muito dolorosa para muitos sobreviventes (de abusos). Desperta velhas emoções. Vergonha, humilhação, desespero, raiva", declarou Maeve Lewis, diretora da associação One in Four, que ajuda vítimas. "É um fim de semana de emoções mistas", resumiu o ministro da Saúde da Irlanda, Simon Harris, no Twitter. "Para muitos, o entusiasmo [por ver o papa], para outros, um sentimento de dor", escreveu ele. A Igreja perdeu influência na sociedade irlandesa nos últimos anos. A missa do papa Francisco também deve atrair três vezes menos fiéis do que durante a visita de João Paulo II em 1979, a última visita pontifícia ao país. 488 Desde então, a proporção de católicos em uma população de cerca de cinco milhões passou de mais de 90% para menos de 80%. Na frente política, a Irlanda legalizou o casamento gay em 2015, elegeu um primeiroministro gay, Leo Varadkar, em 2017, e autorizou o aborto em maio. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2018/08/25/irlanda-pede-ao-papajustica-as-vitimas-de-abusos.htm NA IRLANDA, PAPA EXPRESSA "VERGONHA” POR CASOS DE ABUSO. FRANCISCO AFIRMOU QUE AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS IRLANDESAS "FRACASSARAM” EM ENFRENTAR "CRIMES REPUGNANTES”. DESDE 2002, 14.500 PESSOAS NO PAÍS SE DECLARARAM VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR PADRES Deutsche Welle, 25 de agosto de 2018 O papa Francisco reconheceu neste sábado (25/08) em Dublin o fracasso da Igreja Católica irlandesa para enfrentar adequadamente o que chamou de "crimes repugnantes” de membros do clero local. "Não posso deixar de reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos a menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los", disse. Francisco fez tal afirmação durante um discurso às autoridades irlandesas no início de sua visita de dois dias ao país, onde vai participar do Encontro Mundial das Famílias. Esta é a primeira viagem oficial de um papa à Irlanda em 39 anos. Em seu discurso, no salão de São Patrício no Castelo de Dublin, Francisco também reconheceu que "o fracasso das autoridades eclesiásticas – bispos, superiores religiosos e sacerdotes – na hora de enfrentar adequadamente esses crimes repugnantes, suscitou justamente indignação e permanece como motivo de sofrimento e vergonha para a comunidade católica". "Eu mesmo compartilho esses sentimentos", completou ele. Desde 2002, cerca de 14.500 pessoas se declararam vítimas de abusos sexuais cometidos por padres na Irlanda. A visita do papa à Irlanda também ocorre logo após a divulgação nos Estados Unidos de um relatório que aponta ao longo de 70 anos mil 489 menores sofreram abuso sexual por parte de 300 sacerdotes. Recentemente, autoridades eclesiásticas do Chile e da Austrália também foram acusadas de acobertar abusos. Após o discurso, o papa se reuniu durante uma hora e meia com oito vítimas de abusos. O encontro, que já tinha sido anunciado pelo Vaticano às vésperas da viagem, aconteceu na nunciatura da capital irlandesa durante um momento de pausa na agenda do pontífice. A reunião foi "com oito vítimas de abusos por parte do clero, de religiosos e institucionais", informou o porta-voz do Vaticano, Greg Burke. Em comunicado da Coalizão das Famílias, Mães e Filhos da Irlanda, duas pessoas deste grupo que participaram do encontro explicaram que o Francisco condenou a corrupção e os acobertamentos e os qualificou de "sujeira". Entre eles estiveram Marie Collins, que fez parte da Pontifica Comissão para a proteção de menores criada pelo papa. Outras vítimas presentes foram os reverendos Patrick McCafferty e Joe McDonald, Damian O'Farrel, Paul Jude Redmond, Clodagh Malone e Bernadette Fathy, enquanto outra vítima, abusada pelo sacerdote Tony Walsh, preferiu ficar no anonimato. Declínio na Irlanda Durante o encontro do papa com as autoridades irlandesas, o primeiro-ministro do país, Leo Varadkar, pediu ao papa que use sua "posição e influência" para tentar fazer "justiça" às vítimas dos abusos cometidos por membros do clero no mundo inteiro. "As feridas ainda estão abertas e há muito a ser feito para que as vítimas e sobreviventes obtenham justiça, verdade e cura. Santo Padre, peço que use sua posição e influência para conseguir este feito aqui na Irlanda e em todo o mundo", declarou Leo Varadkar por ocasião da visita do pontífice à Irlanda. "Devemos garantir que as palavras sejam seguidas de ações", insistiu em seu discurso."É uma história triste e vergonhosa, uma mancha em nosso Estado, nossa sociedade e na Igreja Católica", estimou Varadkar. Nas últimas décadas, a Igreja Católica irlandesa vem perdendo influência devido aos escândalos de pedofilia e à evolução dos costumes neste país de quase cinco milhões de habitantes. 490 No censo de 1981, dois anos após a histórica visita de João Paulo 2° à Irlanda, 93% da população do país dizia ser católica. No último censo, em 2016, o número de católicos tinha caído para 78%. Francisco abordou esse declínio ao final do seu discurso desejando que a Irlanda "não se esqueça das vibrantes melodias da mensagem cristã que a sustentaram no passado e podem seguir fazendo o mesmo no futuro". Neste sábado, Francisco ainda vai liderar o Encontro das Famílias no estádio Croke Park de Dublin, onde mais de 80.000 pessoas são esperadas. No domingo (26/08), será a vez de celebrar a missa de encerramento do evento no Parque Phoenix, também na capital irlandesa, onde são esperados meio milhão de fiéis. Protestos Após a chegada do papa em Dublin, vários grupos de vítimas dos abusos organizaram protestos neste sábado na capital. Um desses atos ocorreu em frente ao Castelo de Dublin, onde o papa fez o discurso sobre a responsabilidade da Igreja. O protesto foi organizado pela irlandesa Margaret McGuckin, sobrevivente dos abusos cometidos por religiosas no internato Casa de Nazaré e impulsora de um dos órgãos estatais de investigação de casos históricos de abusos. "O papa tem agora que dar a cara e fazer algo pelas vítimas. Precisamos que sejam concedidas compensações, necessitamos que a Igreja se responsabilize", declarou McGuckin à imprensa. Esse processo deve contemplar também ações para "levar aos tribunais" os "bispos, sacerdotes, freiras e qualquer outra pessoa" envolvida com "o abuso de menores ou na ocultação dos abusos", ressaltou a ativista. Em sua opinião, as autoridades devem atuar com "tolerância zero" e impedir que a Igreja "investigue a si mesma". https://www.dw.com/pt-br/na-irlanda-papa-expressa-vergonha-por-casos-deabuso/a-45224107 https://p.dw.com/p/33kr5 491 “NOS FAZIAM COMER VÔMITO”: AS DENÚNCIAS DE ABUSOS COMETIDOS EM ORFANATO POR FREIRAS NA ESCÓCIA BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 Smyllum Park funcionou entre 1864 e 1981 como um orfanato controlado pela orden das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo O orfanato católico Smyllum Park, na Escócia, fechou em 1981, mas o que se passou ali continua a chocar quase 40 anos depois. A polícia anunciou na última quinta-feira a prisão de 12 pessoas, entre elas 11 mulheres, algumas delas freiras, e 1 homem com idades entre 62 e 85 anos, como parte de uma investigação sobre "abusos físicos e sexuais sistemáticos" de crianças que teriam sido cometidos na instituição. Outras quatro pessoas ainda devem ser denunciadas. Localizado em Lanark, uma pequena cidade da região central do país, Smyllum Park ficou conhecido como o "orfanato fantasma" após fechar as portas, depois de mais de um século comandado pela ordem das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. A polícia disse que não divulgará mais detalhes sobre as identidades dos acusados e os crimes enquanto não houver uma decisão final dos promotores à frente do caso. 492 "As investigações continuam, seria inapropriado fazer mais comentários", diz um comunicado. 'Tenho 50 anos e ainda sinto medo', diz ex-moradora do orfanato A britânica Marie Peachey viveu junto com seu irmão mais velho, Samuel, e a irmã mais nova, Brenda, no Smyllum quando era criança. Ela contou à BBC ter ficado "chocada, assustada, enjoada... e feliz" ao saber das prisões. "São todas as emoções numa só", afirmou ela, que diz que nunca se esquecerá do que viveu no orfanato. "Algo bobo pode ser o gatilho que me faz voltar para o Smyllum, a ser uma menininha assustada. Tenho 50 anos hoje, e ainda sinto medo." Os testemunhos prestados no ano passado como parte das investigações fizeram com que a irmã Ellen Flynn, que está atualmente à frente da ordem no Reino Unido, pedisse desculpas publicamente. A religiosa classificou como "horripilantes" os relatos e declarou que os fatos vão "totalmente contra" ao que a ordem representa. Mais de 11,6 mil crianças passaram pelo Smyllum Park ao longo de 117 anos 493 Segundo o jornal britânico The Scottish Daily Mail, a polícia começou a investigar também as Irmãs de Nazaré, outra ordem católica que administrava lares para crianças. Os processos ocorrem em meio à visita do papa Francisco neste fim de semana à Irlanda, onde ele se encontrou com vítimas de abusos cometidos por padres quando eram crianças. Em sua primeira passagem pelo país em 39 anos, Francisco disse ter ficado envergonhado pelo fracasso da Igreja em lidar adequadamente com "crimes repugnantes". Uma investigação no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelou que mais de 1 mil menores foram abusados por 300 padres e que os casos foram ocultados pela Igreja. Ao menos 400 crianças foram enterradas em cova clandestina Mais de 11,6 mil crianças passaram pelo Smyllum Park desde sua abertura em 1864 até ele ser fechado 117 anos depois. Algumas eram órfãs, enquanto outras vinham de famílias que não tinham condições de sustentá-los. Há anos, a Comissão de Investigação de Abuso Infantil (SCAI, na sigla em inglês) da Escócia analisa denúncias sobre os abusos que teriam sido cometidos neste local. O órgão diz que a maioria das pessoas que testemunharam garante que, enquanto viveram ali, foram agredidas frequentemente, submetidas a castigos, algumas afirmam terem sido vítimas de abusos sexuais por pessoas responsáveis por cuidar delas. Gregor Rolfe, advogado das Filhas da Caridade, reconheceu no ano passado perante a SCAI que um ex-funcionário pode ter abusado sexualmente de menores e, ainda que denúncias tenham sido feitas às freiras, elas nunca chegaram à polícia. Alguns testemunhos dão conta que um grande número de crianças teriam morrido no orfanato, mas a forma exata como essas mortes se deram e onde foram enterrados os corpos é algo que ficou desconhecido por anos. Em 2003, um dos sobreviventes do orfanato encontrou uma cova clandestina em um terreno próximo onde, segundo uma investigação da BBC, foram enterradas ao menos 400 crianças. 494 'Comi grama porque sentia fonte', disse testemunha Ainda que a maioria dos que viveram no orfanato já tenham morrido, as denúncias do processo estão sendo levadas adiante por aqueles que estão vivos. No fim de 2017, a SCAI revelou alguns dos testemunhos das pessoas que teriam sido vítimas de abusos e contaram as experiências que tiveram no Smyllum Park. Uma destas pessoas afirmou que as freiras a agrediam e a deixavam presa e que em uma ocasião chegaram a enfiar sua cabeça em uma privada. "Estava histérico, porque pensava que iria desaparecer pela privada", contou. Outra vítima, ao ser interrogada sobre a comida no orfanato, disse que sempre passava fome. "Não me lembro de comida. Lembro de ter comido grama porque tinha fome", disse. Após ser fechado, Smyllum Park ficou conhecido como o 'orfanato fantasma'. Direito de imagem GETTY IMAGES 495 Outra pessoa que diz ter vivido no local desde os 4 anos afirmou ter recebido choques elétricos. Contou que ficou amarrada a uma cama e amordaçada por horas, engasgando com um travesseiro e engolindo vômito. Theresa Tolmie-McGrane, que se apresenta como uma das vítimas, contou à BBC que chegou aos 6 anos ao orfanato e que viveu ali "mais de uma década de abuso físico, sexual e mental". "Todas as crianças foram agredidas, castigadas, trancadas em quartos escuros. Nos faziam comer nosso próprio vômito. Diria que muitos de nós tivemos a boca lavada com sabão", afirmou. Após quase três anos de investigações, a SCAI planeja divulgar um relatório preliminar sobre os abusos nas próximas semanas e uma decisão final em 2019. [A matéria traz outras imagens, de pessoas...] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45311206 POPE FRANCIS LONG KNEW OF CARDINAL’S ABUSES AND MUST RESIGN, ARCHBISHOP SAYS Jason Horowitz, The New York Times, 26 de agosto de 2018 On the final day of Pope Francis’ mission to Ireland, as he issued candid apologies for devastating clerical sex abuse scandals, a former top Vatican diplomat alleged in a letter published on Sunday that the pope himself had joined top Vatican officials in covering up the abuses and called for his resignation. The letter, a bombshell written by Carlo Maria Viganò, the former top Vatican diplomat in the United States and a staunch critic of Francis, seemed timed to do more than simply derail the pope’s uphill efforts to win back the Irish faithful, who have turned away from the church in large numbers. Its unsubstantiated allegations and personal attacks amounted to an extraordinary public declaration of war against Francis’ papacy at perhaps its most vulnerable moment, intended to unseat a pope whose predecessor, Benedict XVI, was the first to resign in nearly 600 years. 496 Mr. Viganò claimed that the Vatican hierarchy was complicit in covering up accusations that Cardinal Theodore McCarrick had sexually abused seminarians and that Pope Francis knew about the abuses by the now-disgraced American prelate years before they became public. In a news conference on the papal plane back to Rome late Sunday evening, Pope Francis was asked whether there was any truth to the accusations that Archbishop Viganò had personally informed him in 2013 of Mr. McCarrick’s history of abuse, or whether Benedict had in fact sanctioned the American, as the letter claimed. The pope did not deny it, but sidestepped the questions by insisting he would not dignify them with a response. “I will not say a single word about this,” he said. “I believe the statement speaks for itself. And you have the sufficient journalistic ability to make your conclusions. It’s an act of trust.” The 7,000-word attack on Francis’ allies in the Vatican, published early Sunday Dublin time by several conservative Catholic outlets antagonistic to Francis, represented a steep escalation in the longstanding, and increasingly caustic, rivalries within the church. Factions have battled over the direction the church has gone under Francis, with conservatives, especially some American cardinals and bishops, warning that his pastoral and inclusive approach and emphasis on social issues dilute church doctrine and pose a mortal threat to the future of the faith. Already on Sunday afternoon, the battle was being joined. Cardinal Blase J. Cupich, the archbishop of Chicago, who is aligned with Francis and was a target of Archbishop Viganò’s letter, said in a phone interview that he suspected English speakers had helped Archbishop Viganò write the letter. He called the pope “a man of integrity.” “If he makes a mistake, he admits it,” Cardinal Cupich added. “That’s why I’m convinced this is something that he is going to respond to in an appropriate way.” Cardinal Cupich also said the timing of the letter raised questions. “I’d have to leave it up to him to ask him why he timed the release of this at this moment, particularly if he considered this information so very critical and important,” the cardinal said. 497 Archbishop Charles J. Chaput of Philadelphia, a leading conservative voice in the Catholic Church, who according to the letter was disparaged by Francis, cited Archbishop Viganò’s integrity in a statement to The New York Times from his spokesman. “The Archbishop enjoyed working with Archbishop Viganò during his tenure as Apostolic Nuncio to the United States and found his service to be marked by integrity to the church,” said Ken Gavin, spokesman for the archdiocese of Philadelphia. The willingness of the pope and his allies to reach out to gay Catholics has infuriated conservatives, many of whom, like Archbishop Viganò, blame homosexuals for the sex abuse crisis. The pope has argued that the abuse is a symptom of a culture of privilege and imperviousness among priests who value the church’s traditions over its parishioners. Last month, Francis accepted the resignation of Cardinal McCarrick, the first such resignation in living memory, after The Times and other news outlets published accounts of the alleged abuse and an internal investigation by the American church deemed credible an accusation that he had sexually abused a minor. But Archbishop Viganò alleges that Benedict had already punished Cardinal McCarrick for his abuse of seminarians and priests. The archbishop writes that Benedict had banned the American cardinal from publicly celebrating Mass, from living in a seminary and from traveling to give lectures. There is no public record of such a sanction, and the allegation has not been confirmed. Cardinal Cupich said he was not aware of any restrictions that Pope Benedict put on Cardinal McCarrick as Archbishop Viganò asserts. 498 A protest in Dublin on Sunday during Francis’ visit. Credit Gonzalo Fuentes/Reuters “How can you have secret restrictions? What does that mean?” Cardinal Cupich said, adding that it would have been Archbishop Viganò’s duty as nuncio to inform the American bishops of the restrictions. “Why didn’t he tell us this? Why didn’t he enforce it?” But Archbishop Viganò accused Francis of failing to apply the sanctions on Cardinal McCarrick and instead rehabilitating and empowering him to help choose powerful American bishops, including Cardinal Cupich. Archbishop Viganò despises many of those bishops, who now wield influence and promote Francis’ pastoral approach, and he complained in the letter of being deprived of the voice typically given to a papal nuncio in choosing them. He targeted those bishops and cardinals by name, but saved his most ambitious fire for Francis. “He knew from at least June 23, 2013, that McCarrick was a serial predator,” Archbishop Viganò writes of Francis, calling for the pope to step down. “In this extremely dramatic moment for the universal Church, he must acknowledge his mistakes and, in keeping with the proclaimed principle of zero tolerance, Pope Francis must be the first to set a good example for cardinals and bishops who covered up McCarrick’s abuses and resign along with all of them.” 499 At a 2013 reception in the library of the Apostolic Palace in the Vatican shortly after Francis was elected pope, Archbishop Viganò was effusive with praise for him, saying his audience was “extremely nice, extremely warm.” But in the letter, he said he had received an icy reception from Pope Francis. And he said the pope had told him on June 23, 2013: “The bishops in the United States must not be ideologized, they must not be right-wing.” Francis then added, according to Archbishop Viganò, that they must not be left-wing, “and when I say left-wing, I mean homosexual.” It was then that Francis asked his opinion of Cardinal McCarrick, to which Archbishop Viganò said he had replied: “Holy Father, I don’t know if you know Cardinal McCarrick, but if you ask the Congregation for Bishops there is a dossier this thick about him. He corrupted generations of seminarians and priests, and Pope Benedict ordered him to withdraw to a life of prayer and penance.” Archbishop Viganò, who blames gays for the child abuse crisis that has destroyed the church’s standing in many countries, dedicates entire sections of the letter to outing cardinals who he claims belong to what he characterizes as a pernicious “homosexual current” within the Vatican. “These homosexual networks,” he wrote, “which are now widespread in many dioceses, seminaries, religious orders, etc., act under the concealment of secrecy and lies with the power of octopus tentacles, and strangle innocent victims and priestly vocations, and are strangling the entire church.” Archbishop Viganò is no stranger to stirring trouble in the Vatican. A cultural conservative born into a wealthy family in Varese, Italy, he received the title of archbishop from Pope John Paul II in 1992. He later joined the church’s diplomatic corps, one of the traditional sources of power in the Vatican, which gave him access to much of the information he alleges in the letter. In 2009, he was installed by Pope Benedict XVI as secretary of the governorate of Vatican City State, a position similar to mayor of Vatican City. Benedict wanted him to enact government overhauls, but Archbishop Viganò’s efforts in pursuit of that goal earned him powerful enemies. In early 2011, hostile anonymous articles attacking Archbishop Viganò began appearing in the Italian news media, the bulletin board of Vatican power politics. 500 Archbishop Viganò appealed to Benedict’s second in command, Cardinal Tarcisio Bertone, who instead echoed the articles’ complaints. Those appeals and protests, later leaked by the pope’s butler, became the heart of the church scandal known as VatiLeaks, which many church observers say contributed to the Benedict XVI’s resignation. Francis removed Archbishop Viganò from his job as nuncio to the United States in 2016, in part for nearly ruining the pope’s trip to the United States by giving papal face time to Kim Davis, the Kentucky clerk who refused to issue marriage licenses to samesex couples. Soon after his departure, a criminal investigation into an archbishop in Minneapolis-St. Paul revealed a memo that Archbishop Viganò had written in 2014 in an effort to suppress a church investigation into alleged homosexual activity by the Minnesota prelate, Archbishop John C. Nienstedt. Since his return to Rome, Archbishop Viganò has associated with traditionalist Catholics deeply critical of Pope Francis. Archbishop Viganò’s letter, while especially inconvenient for the pope, who spent Sunday morning praying for abuse victims at a shrine in Knock, Ireland, also goes after a broad array of current and past Vatican officials and American prelates. He names all of them. He said that his predecessors in the Vatican’s embassy in Washington, now all deceased, knew about Cardinal McCarrick’s alleged relationships with seminarians and priests and had reported it to the Vatican, but that successive secretaries of state — Angelo Sodano, Cardinal Bertone and Pietro Parolin — did nothing. Archbishop Viganò said that he had personally met with then-Cardinal McCarrick to remind him that he was under sanction during their first meeting after he arrived in the United States. “The cardinal, muttering in a barely comprehensible way, admitted that he had perhaps made the mistake of sleeping in the same bed with some seminarians at his beach house,” he writes. After bumping into Cardinal McCarrick at the pope’s residence in the Vatican, and listening to the American boast about his freedom to travel, Archbishop Viganò wrote, 501 he contacted Cardinal Parolin, the secretary of state and top adviser to Francis, in April 2014 inquiring whether the sanctions were still in force. He said that neither Cardinal Parolin nor a host of other Vatican officials had replied, but that when he had brought up the subject with Cardinal McCarrick’s replacement in Washington, Cardinal Donald Wuerl, “it was immediately clear to me that he was fully aware of it.” Ed McFadden, a spokesman for Cardinal Wuerl, disputed that account on Sunday. “In spite of what Archbishop Viganò’s memo indicates, Cardinal Wuerl did not receive any documentation or information during his time in Washington regarding any actions taken against Archbishop McCarrick,” Mr. McFadden said. Some survivors of clerical abuse called the allegations a distraction. “This is infighting between curia factions that are exploiting the abuse crisis and victims of clergy sexual abuse as leverage in the struggle for church power,” said Peter Isely, a survivor. “The sexual abuse crisis is not about whether a bishop is a liberal or a conservative. It is about protecting children.” The controversy over the allegations is expected to grow in coming days, especially as Francis has declined to deny it. Instead on Sunday’s flight, he blamed the media for promoting an “atmosphere of guilt” around suspected clerics and shared that until his visit he “had never heard” about Ireland’s notorious mother and baby homes, where children were ripped away from unwed mothers. He also sought to strike the same conciliatory tone that hundreds of thousands of faithful heard earlier in the day as he began a Mass at Phoenix Park in Dublin by explicitly asking forgiveness for the church’s sins and abuse. “Some members of the hierarchy didn’t own up to these painful situations,” he said at the Mass. “And kept silent.” Elizabeth Dias contributed reporting from Washington, and Laurie Goodstein from New York. [Há outras imagens na matéria original, do papa, de bispos…] 502 https://www.nytimes.com/2018/08/26/world/europe/pope-ireland-sexual-abuseletter-vigano.html EX-ALTO FUNCIONÁRIO DO VATICANO ACUSA O PAPA DE ENCOBRIR ABUSOS SEXUAIS. EX-NÚNCIO NOS EUA DIZ QUE FRANCISCO CONHECIA AS ACUSAÇÕES DE PEDOFILIA CONTRA O CARDEAL THEODOR MCCARRICK Daniel Verdú, enviado especial, Dublin, El País, 26 de agosto de 2018 [Imagem do vídeo que acompanha a matéria] 503 [Imagem do vídeo que acompanha a matéria] [Imagem do vídeo que acompanha a matéria] 504 [Imagem do vídeo que acompanha a matéria] O arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio em Washington entre 2011 e 2016, publicou uma carta de 11 páginas em que acusa o papa Francisco de “acobertar” e silenciar os abusos sexuais do cardeal norte-americano Theodor McCarrick e pede que o Pontífice se “demita” por isso. Viganò afirma na carta, divulgada justo quando o Papa se encontra de viagem pela Irlanda e se reuniu com vítimas de abusos cometidos por sacerdotes, que ele informou pessoalmente Francisco que o cardeal tinha sido acusado de assédio sexual a um adolescente e que Bento XVI já lhe havia imposto uma série de sanções que restringiam seus poderes. Em julho deste ano, o Papa retirou de McCarrick o posto de cardeal por essas mesmas denúncias, um fato insólito na Igreja desde 1928. A carta, uma acusação sem precedentes a um Pontífice escrita por uma autoridade em uma posição tão alta na hierarquia eclesiástica, foi publicada por diversos órgãos da mídia católica conservadora, como o The National Catholic Register, LifeSiteNews e InfoVaticana, tribunas habituais da guerra que o setor ultraconservador mantém com Francisco desde que iniciou o Pontificado. Nela, Viganò —um influente e polêmico arcebispo que ocupou altos cargos no Vaticano e que já acusou em outras ocasiões vários membros da cúria— afirma que falou pessoalmente com o papa Francisco, logo depois de sua eleição em 2013, sobre a gravidade das sombras que rodeavam McCarrick. O denunciante, que já esteve nos meandros do chamado caso Vatileaks e é 505 um ultraconservador da linha antigay, deu detalhes e expôs longamente uma série de fatos daquele dia. Ele afirma, porém, que Francisco “continuou encobrindo” e “não levou em consideração as sanções que o papa Bento havia imposto” ao cardeal quando anos atrás tomara conhecimento de uma série de abusos que o norte-americano havia cometido contra jovens seminaristas aos quais, supostamente, convidava a “dormir em sua cama” em uma casa na praia. Não só ignorou, prossegue na acusação, mas o atual papa o tornou um “conselheiro confiável”. Viganò, que foi afastado por Bento XVI e enviado a Washington, decidiu falar porque “a corrupção chegou aos níveis mais altos da Igreja”. Segundo afirma em sua carta —que o Vaticano ainda não respondeu—, no primeiro encontro que manteve com Francisco este lhe pediu sua impressão sobre McCarrick. “Eu lhe respondi com total franqueza e, se querem saber, com muita ingenuidade: ‘Santo Padre, não sei se o senhor conhece o cardeal McCarrick, mas se perguntar à Congregação para os Bispos, há um expediente deste tamanho sobre ele. Corrompeu gerações de seminaristas e sacerdotes, o papa Bento lhe obrigou a retirar-se para uma vida de oração e penitência’. O Papa não fez o mínimo comentário sobre minhas graves palavras e seu rosto não mostrou nenhuma expressão de surpresa, como se já soubesse da situação há muito tempo, e em seguida mudou de assunto”, diz no texto. A acusação, justo no momento em que o Papa se encontra na Irlanda, território dos maiores escândalos de abusos por membros do clero a menores, e quando a Igreja enfrenta um novo escândalo desse tipo na Pensilvânia, se baseia somente no depoimento de Viganò e em uma série de datas citadas para demonstrar a veracidade de seus encontros. Mas é um enorme míssil lançado dos Estados Unidos e que também aponta diretamente contra o cardeal Donald Wuerl, atual arcebispo de Washington, já acusado de encobrir os abusos da Pensilvânia. Segundo o denunciante, ele também conhecia o caso McCarrick. “Eu mesmo falei do assunto com o cardeal Wuerl em várias ocasiões, e não precisei entrar em detalhes porque ficou claro de imediato que estava plenamente ciente disso [...] Suas declarações recentes dizendo que não sabia de nada sobre esse assunto... fazem rir. Mente vergonhosamente.” A carta de Viganò está cheia de acusações ao círculo do Papa —também em questões pessoais e de orientação sexual—, entre os quais o secretário de Estado, Pietro Parolin, e seu conselheiro, o cardeal Maradiaga. O tom destila certa antipatia pessoal. Algo também leva a pensar que o momento escolhido para a publicação é parte da persistente campanha ultraconservadora vinda dos EUA contra o atual Pontífice, à qual Viganò se uniu recentemente. Ainda mais considerando que hoje é o dia em que o 506 Papa dá sua tradicional coletiva de imprensa no avião durante a viagem de volta a Roma. Mas o conteúdo das acusações vai muito além do que normalmente esses círculos apontam. "O cardeal Wuerl, ciente dos abusos cometidos pelo cardeal McCarrick e das penalidades impostas a ele por Bento XVI, passou por cima da ordem do Papa e o autorizou a residir em um seminário em Washington [nos Estados Unidos]. Fazendo isso colocou outros seminaristas em risco ", insiste na carta. McCarrick sempre negou os fatos e recentemente expressou em uma declaração sua “total” colaboração com as autoridades do Vaticano. No entanto, em 20 de junho, uma comissão de investigação em Nova York determinou que as acusações "eram bem fundamentadas e confiáveis". Em resposta, nessa mesma semana, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, ordenou que o cardeal abandonasse o serviço público, seguindo as instruções do Papa. Em 20 de julho, um homem quebrou seu silêncio depois de 40 anos e declarou ao The New York Times que o cardeal McCarrick, que se fazia chamar pelos meninos de sua paróquia de Uncle Ted (Tio Ted), abusara dele quando tinha 11 anos. O então sacerdote estava com 39 anos e continuou a cometer abusos por mais duas décadas. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/26/internacional/1535270300_057389.html PAPA EVITA RESPONDER ÀS ACUSAÇÕES DE ENCOBRIMENTO DE ABUSOS. FRANCISCO NÃO DEU UMA RESPOSTA CLARA À ACUSAÇÃO DE UM ARCEBISPO SOBRE SEU SUPOSTO SILÊNCIO A RESPEITO DAS ACUSAÇÕES AO CARDEAL MCCARRICK E PEDE AOS JORNALISTAS QUE JULGUEM POR SI MESMOS Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018 O dia se complicou logo depois de amanhecer. Em plena viagem ao epicentro dos escândalos de abusos a menores e no meio da tempestade pelo caso da Pensilvânia, o Papa Francisco almoçou em Dublin no domingo com a carta do arcebispo Carlo Maria Viganò, que o acusa de encobrir os abusos sexuais cardeal Theodor McCarrick. No meio disso houve uma viagem ao santuário de Knock, uma missa e um exercício de penitência pública na qual pediu perdão pelas diferentes variantes dos abusos da Igreja Católica. Mas no voo de volta a Roma, Francisco atendeu os jornalistas durante 44 minutos em sua tradicional entrevista coletiva, na qual evitou responder claramente à principal pergunta e pediu à imprensa que julgasse por si mesma o 507 conteúdo da acusação, procedente de um dos membros da ala ultraconservadora da Igreja. Francisco respondeu a todas as perguntas cuidadosamente. E a terceira que recebeu foi a mais direta. Reuniu-se com Viganó em 23 de outubro de 2013 e este o alertou sobre o comportamento de McCarrick? O cardeal norte-americano já havia sido punido por Bento XVI e permitiu que essas medidas fossem relaxadas? “Eu li o comunicado esta manhã. Eu o li e direi sinceramente que os senhores o devem ler com cuidado e fazer seu julgamento. Não direi uma palavra sobre isso. Acredito que o comunicado fala por si mesmo e os senhores têm capacidade jornalística suficiente para chegar às conclusões. É um ato de Fé. Quando o tempo tiver passado e os senhores tiverem as conclusões, talvez eu fale mais. Mas eu quero a sua maturidade profissional faça esse trabalho, mas de verdade”, afirmou em uma saída completamente inesperada nas fileiras da classe turística, onde a imprensa viaja. A resposta, entre outras coisas, permite que o Vaticano ganhe tempo em uma questão muito delicada que afeta diretamente a credibilidade do Papa em uma questão crucial para o seu Pontificado. A carta, de 11 páginas, é uma avalanche de lama sobre Francisco e alguns de seus colaboradores mais próximos, como o secretário de Estado, Pietro Parolin, e o cardeal Maradiaga, ambos igualmente citados no documento. O tom – muitas das acusações e a homofobiadesenfreada que destila a argumentação esgrimida na carta, pois Viganò acredita que a homossexualidade é causa dos abusos na Igreja – enfraquece enormemente grande parte do seu conteúdo. Mas dois dos principais elementos da acusação continuam sem receber esclarecimentos do Papa. Algo que, por outro lado, ele jamais fez com as acusações recebidas do setor ultraconservador. A ideia de que possa haver mais documentos e seja conveniente aguardar também paira no ambiente e sugere essa prudência. E também o fato de que Bento XVI, com quem Francisco mantém uma relação extraordinária, tenha desempenhado um papel fundamental em sanções que, supostamente, não foram publicadas e nem foram respeitadas pelo próprio McCarrick, que celebrou missas durante todo esse período. Além dessa questão, o Papa falou com os repórteres sobre alguns momentos importantes de sua viagem, que girou sempre em torno dos abusos e da mudança de mentalidade da sociedade irlandesa, algo distante do peso absoluto do catolicismo. Francisco estava muito satisfeito com o encontro que teve com as oito vítimas no sábado, quando pôde ouvir seus relatos. “Sofri muito, mas acho que era preciso ouvir essas pessoas. E do encontro saiu a proposta de pedir perdão hoje na missa sobre coisas concretas. [...] As coisas que eu disse hoje, algumas eu não sabia. Foi doloroso para mim, mas com o consolo de poder esclarecer essas coisas.” 508 Uma delas era Marie Collins, que mantém fortes divergências com o Pontífice quando se trata de abordar as reformas necessárias para evitar abusos. Tanto que abandonou a comissão do Vaticano, da qual participou durante três anos. De fato, Collins voltou a criticar o fato de não terem sido implementados tribunais especiais para julgar os abusadores, como fora aprovado na Santa Sé. O Papa rebateu isso. “Tenho grande estima por Marie Collins, nós a chamamos para dar conferências no Vaticano. Mas ela está um pouco obcecada com o escrito de Madre Amorevole que dizia que seria necessário um tribunal oficial para julgar os bispos. Mais tarde, se viu que não era viável, nem conveniente, pelas diversas culturas dos bispos que devem ser julgados. Mas a recomendação de Madre Amorevole será acatada e será feito um júri para cada bispo. Mas não pode ser o mesmo tribunal”, insistiu Francisco. Collins respondeu logo depois no Twitter e novamente mostrou seu total desacordo. Com relação aos novos casos que podem surgir entre o clero, Francisco pediu que se aja com diligência. Especialmente, afirmou, dentro das famílias, quando se tem conhecimento dos abusos. “Se houver suspeitas, provas ou meias provas, não vejo nada de errado em fazer uma investigação. Sempre que seja feita sobre o princípio jurídico fundamental de que ninguém é mau se não for provado. Muitas vezes existe a tentação de não apenas fazer a investigação, mas de publicar que a investigação foi feita, e alguns meios de comunicação começam a criar um ambiente de culpa.” A presunção de inocência sempre deve ser respeitada, enfatizou a propósito do caso acontecido em Granada conhecido como Los Romanones. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/internacional/1535323897_383769.html PAPA RECOMENDA PSIQUIATRIA PARA HOMOSSEXUALIDADE DETECTADA NA INFÂNCIA. FRANCISCO DIZ QUE PAIS DEVEM REZAR COM FILHOS; VATICANO DISSE QUE FALA FOI MAL INTERPRETADA Folha/Uol, agosto de 2018 O papa Francisco recomendou que os pais recorram à psiquiatria quando constatarem tendências homossexuais em seus filhos na infância, em uma entrevista coletiva no avião que o levou de volta a Roma após uma viagem à Irlanda. Um jornalista perguntou ao pontífice o que diria aos pais que observam orientações homossexuais em seus filhos. 509 "Eu diria, em primeiro lugar, que rezem, que não condenem, que dialoguem, que deem espaço ao filho ou filha", respondeu o papa. Também afirmou que os pais devem levar em consideração a idade da criança. "Quando é observado a partir da infância, há muito que pode ser feito por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas. É outra coisa quando se manifesta depois dos 20 anos" disse Francisco. "Nunca direi que o silêncio é um remédio. Ignorar seu filho ou filha com tendências homossexuais é uma falha da paternidade ou maternidade", declarou. Horas após a declaração, o Vaticano disse que as palavras do pontífice não tinham sido interpretadas corretamente e decidiu tirar a referência à psiquiatria da transcrição oficial da conversa "para não alterar o pensamento do papa", disse um porta-voz à agência de notícias AFP. Não é a primeira vez que o Vaticano decide mudar declarações dadas pelo papa na tradicional coletiva que ele dá ao voltar de suas viagens ao exterior. Segundo o Vaticano, Francisco não quis abordar o tema como uma doença psiquiátrica. "Quando o papa se refere à 'psiquiatria', é claro que ele faz isso como um exemplo que entra nas coisas diferentes que podem ser feitas", explicou o porta-voz. "Mas, com essa palavra, ele não tinha a intenção de dizer que se tratava de uma doença psiquiátrica, mas que talvez fosse necessário ver como são as coisas no nível psicológico", acrescentou o porta-voz. AFP https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/papa-recomenda-psiquiatria-parahomossexualidade-detectada-na-infancia.shtml PAPA MANTÉM SILÊNCIO APÓS SER ACUSADO DE ACOBERTAR ABUSOS. "LEIAM O DOCUMENTO ATENTAMENTE E FAÇAM O VOSSO PRÓPRIO JULGAMENTO", DECLARA FRANCISCO SOBRE CARTA EM QUE EX-EMBAIXADOR DO VATICANO O ACUSA DE IGNORAR HISTÓRICO DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR CARDEAL AMERICANO 510 Deutsche Welle, 27 de agosto de 2017 O papa Francisco se recusou a confirmar ou negar as alegações de um antigo núncio (embaixador) do Vaticano nos EUA, que acusou o líder da Igreja Católica de ter ignorado durante seu pontificado as ações do ex-arcebispo de Washington Theodore McCarrick, acusado publicamente em julho de abuso sexual. Em carta aberta publicada neste domingo (26/08), o arcebispo Carlo Maria Vigano acusou o papa Francisco de ter anulado sanções contra o cardeal McCarrick e de ter ignorado as descrições do seu comportamento homossexual predatório junto a jovens seminaristas e sacerdotes. "Não vou dizer uma palavra sobre isso, acho que o comunicado fala por si", disse o papa numa coletiva de imprensa no domingo, durante seu voo de retorno a Roma após visita à Irlanda. "Leiam o documento atentamente e façam o vosso próprio julgamento." O papa foi questionado sobre a veracidade das alegações de Vigano de que os dois discutiram as alegações contra McCarrick em 2013. Os jornalistas também perguntaram sobre as alegações de que McCarrick já estava sob sanção na época, mas que foi reabilitado pelo próprio Francisco. "A corrupção atingiu o topo da hierarquia da Igreja", disse o arcebispo Vigano em sua carta aberta, na qual chegou a exigir a renúncia do papa Francisco. A carta de 11 páginas foi publicada em alguns meios de comunicação de viés conservador em vários países. Nela, o arcebispo de 77 anos acusou clérigos do Vaticano de formarem um "lobby gay" e de encobrirem as acusações contra McCarrick. Vigano disse que seus dois predecessores de Francisco informaram a Santa Sé sobre as acusações contra McCarrick a partir de 2000. Vigano afirmou ter enviado ao menos dois memorandos sobre o cardeal. O papa Bento 16 chegou a decretar uma sanção perpétua contra McCarrick em 2009 ou 2010, disse. Segundo Vigano, o papa Francisco lhe perguntou sobre McCarrick em junho de 2013. "Santo Padre, se perguntar à Congregação de Bispos, há um dossiê bastante extenso sobre ele. McCarrick corrompeu gerações de seminaristas e padres", Vigano disse ter respondido na época. Pouco tempo depois, McCarrick voltou a viajar em missões em nome da Igreja. Ele foi um dos intermediários do Vaticano nas conversações entre EUA e Cuba, em 2014. 511 Vigano, no entanto, também teve problemas com acusações de acobertamento, e ele e o papa Francisco tiveram um expressivo desentendimento na visita papal aos EUA em 2015. Kim Davis, uma das principais vozes americanas contra o casamento gay, esteve entre os convidados, e trechos das reuniões foram vazados – o que enfureceu o papa. Na onda de alegações devastadoras de abuso sexual e acobertamento que vem atingido a Igreja Católica, um recente relatório judicial na Pensilvânia determinou que 300 padres abusaram de mais de mil crianças num período de mais de 70 anos em seis dioceses diferentes. O escândalo levou a pedidos por renúncias e punições e por uma investigação completa do Vaticano sobre quem sabia o que e quando sobre McCarrick. Em junho do ano passado, McCarrick, de 88 anos, foi afastado do colégio cardinalício e Francisco "ordenou a sua suspensão do exercício de qualquer ministério público, assim como a obrigação de permanecer na casa que lhe será destinada para uma vida de oração e penitência". Em julho deste ano, o papa aceitou a renúncia de McCarrick como cardeal. https://www.dw.com/pt-br/papa-mant%C3%A9m-sil%C3%AAncio-ap%C3%B3s-seracusado-de-acobertar-abusos/a-45241990 https://p.dw.com/p/33pVW OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM Alexander Görlach, Deutsche Welle, 27 de agosto de 2018 O escândalo de abusos sexuais em Boston foi imortalizado no filme Spotlight segredos revelados, em 2015. O advogado das vítimas, Mitchell Garabedian, também estava entre os personagens. Quando eu o encontrei por ocasião de um painel de discussão na faculdade de direito da Universidade de Harvard, em Cambridge, ele não se lembrava de uma entrevista que fizera com ele 14 anos antes. Desde então, o papa polonês foi sucedido por um alemão e um argentino. O pontificado de todos os sumos sacerdotes foi ofuscado por escândalos de abuso. Após as revelações em Boston, apareceram outros em Austrália, Irlanda, Alemanha, Filipinas 512 e Tanzânia. Em todo o mundo cristão. O horror, a descrença, a decepção, a dor, a raiva – essas emoções são compartilhadas pelos fiéis em todo o mundo. É um escândalo que une os fiéis, aproximando-os entre si, e os leva a se revoltar contra o clero. Ao mesmo tempo, ele leva as pessoas a deixarem, às centenas de milhares, a Igreja Católica. A prática diabólica com a qual os servos do Senhor nutriam seus jogos sexuais está além de qualquer coisa em que uma boa alma católica possa pensar. É compreensível, portanto, que alguns fiéis vejam aqui as mãos do próprio Satanás. Mas a verdade parece ser, muito mais provavelmente, que esse sistema, que considera a sexualidade vivida como algo negativo, com exceção de alguns poucos casos, e essa estrutura, em que panelinhas e grupos de homens fazem parte da natureza da coisa, tenham levado aos piores excessos. A Igreja papal celibatária está moralmente falida, ela acabou consigo própria. Estamos vivendo o maior momento de definições do destino da Igreja desde a Reforma. No momento, não dá para pensar em nada que ainda possa impedir sua total derrocada. E, agora, o próprio papa Francisco se vê no centro das acusações. O ex-embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos Carlo Maria Viganò o acusou publicamente de ter tido conhecimento, já em 2013, das acusações contra o ex-arcebispo de Washington Theodore McCarrick. Esta mensagem cai como uma bomba no dia em que Francisco termina sua viagem à Irlanda, onde se encontrou com vítimas de abuso e pediu perdão pelo sofrimento que sua Igreja causou às pessoas. A Irlanda católica abriu, por causa do escândalo, um novo capítulo em sua relação com a autoridade central romana. O recente escândalo de abusos sexuais da Pensilvânia não é o último, assim como o de Boston em 2002 não foi o primeiro. Foi apenas o primeiro a vir à luz. Antes disso, se passaram muitas décadas, séculos, em que a opinião pública crítica não conseguira lançar sua luz sobre a escuridão, a escuridão das sacristias e vicariatos. Nestes tempos, a Igreja era tão poderosa que ninguém podia se antepor à destruição das almas – cuja salvação ela alega ter como missão. Agora é o tempo da distinção sobre a qual o Senhor fala no Evangelho de Mateus: o joio deve ser arrancado sem afetar o trigo. Se isso ainda pode vingar numa Igreja na qual, diz-se, a cumplicidade vai subindo até o papa, é algo mais do que questionável. De qualquer forma, o Senhor da Igreja está do lado dos fracos e não do lado do clero. Alexander Görlach é linguista e teólogo, pesquisador da Universidade de Cambridge e articulista dos jornais New York Times e Neue Zürcher Zeitung. 513 https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-a-fal%C3%AAncia-moral-da-igreja-dopapa/a-45245081 https://p.dw.com/p/33qJN EM CARTA, ARCEBISPO ACUSA FRANCISCO DE ACOBERTAR CASOS DE ABUSO SEXUAL DESDE 2013. CARLO MARIA VIGANÒ DISSE QUE O PONTÍFICE FOI INFORMADO DE ESCÂNDALOS E DE UM DOSSIÊ SOBRE ELES Igor Gielow, Folha/Uol, 26 de agosto de 2018 Em um dos mais diretos ataques contra seu pontificado, o papa Francisco foi acusado por um arcebispo de ter acobertado acusações de abuso sexual atribuídas a um excardeal norte-americano de 2013 para cá. O autor da acusação, o italiano Carlo Maria Viganò, pediu a renúncia do pontífice. A polêmica ocorreu no último dia da visita do papa à Irlanda, país de maioria católica no qual a igreja vive uma grave crise ética por diversas acusações de abusos por parte de religiosos. No sábado (25), Francisco havia pedido perdão por crimes passados da igreja. Neste domingo (26), comandou uma missa que o Vaticano disse ter 300 mil fiéis, enquanto houve protestos contra a igreja devido a abusos e também a um caso envolvendo mortes de bebês num orfanato. No avião de volta à Itália, o papa disse que não "falaria uma palavra" sobre a acusação de Viganò, da qual tinha conhecimento. Ela "fala por si só", disse, insinuando que ela se insere num contexto de ataque de conservadores como Viganò contra seu papado dito progressista. O italiano falou por meio de uma carta de 11 páginas, divulgada neste domingo. Ele foi embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos de 2011 até atingir 75 anos e se aposentar, em 2016. No texto, ele relata que o então cardeal Theodore McCarrick havia sido denunciado por abusos nos anos 2000. O papa Bento 16 destituiu o religioso de suas funções e ordenou que ele vivesse em clausura, afirma o arcebispo, sem apresentar documentos. 514 Viganò diz então que, em 2013, conversou sobre o caso com Francisco a pedido do papa. "Santo Padre, eu não sei se você conhece o cardeal McCarrick, mas se você perguntar à Congregação dos Bispos, há um dossiê tão espantoso sobre ele. Ele corrompeu gerações de seminaristas e padres e o papa Bento ordenou que ele se retirasse para uma vida de oração e penitência." Depois da reunião, Viganò afirmou que Francisco "continuou a acobertar" McCarrick e "não apenas ignorou as sanções do papa Bento" mas também o tornou "um conselheiro próximo", responsável pela indicação de bispos nos EUA. McCarrick fez viagens em nome da igreja e participou das negociações para o restabelecimento das relações entre os EUA e Cuba, em 2014. "Ele [o papa] sabia, pelo menos desde 23 de junho de 2013, que McCarrick era um predador", escreveu. A acusação é inédita: até aqui, João Paulo 2º e Bento 16 haviam sido acusados de negligência no trato de denúncias de abuso sexual, mas não haviam sido apontados diretamente por uma autoridade eclesiástica como responsáveis por acobertar casos. A mais antiga publicação católica dos EUA, o jornal National Catholic Register, e o site LifeSiteNews publicaram a carta. Nela, Viganò também acusou de ignorar os crimes atribuídos a McCarrick dois ex-números dois do Vaticano sob João Paulo 2º e Bento 16. Segundo o arcebispo, sua consciência o ordenou a revelar o caso. "A corrupção alcançou o topo da hierarquia da igreja", escreveu. Viganò não apresenta provas. Já a culpa de McCarrick está estabelecida em pelo menos um caso de abuso sexual de menor apurado pela Arquidiocese de Nova York -há ao menos outros três episódios sendo investigados. Em junho deste ano, com o veredicto, McCarrick foi punido pelo Vaticano e proibido de celebrar missas. No dia 28 daquele mês, ele renunciou a seu posto no Colégio de Cardeais --o primeiro religioso a fazer isso desde 1927. A acusação de Viganò se insere, como Francisco insinuou em sua resposta, em uma disputa interna na maior denominação cristã do mundo, com 1,3 bilhão de fiéis. Francisco e os autodenominados progressistas enfrentam tradicionalistas contrários à sua flexibilização proposta de costumes da igreja. O arcebispo é um expoente conservador, contrário às aberturas retóricas feitas por Francisco ao público LGBT. 515 Do ponto de vista teológico, Francisco já enfrenta uma grande trincheira conservadora nos EUA, liderada pelo cardeal Raymond Burke. O religioso contesta formalmente um documento papal que permite a casais divorciados que comunguem. PROTESTOS Com os escândalos, a visita do papa Francisco à Irlanda foi marcada por protestos. Em Tuam, no oeste irlandês, centenas pessoas marcharam falando em voz alta os nomes de cerca de 800 bebês que morreram em um orfanato administrado pela Igreja Católica e que foram enterrados em uma vala comum. "Elizabeth Murphy, 4 meses; AnnieTyne, 3 meses; John Joseph Murphy, 10 meses", diziam os manifestantes ao lerem a relação de vítimas. Eles acenderam velas e colocaram centenas de pequenos sapatos em torno de um caixão infantil branco para homenagear as crianças. Na capital, Dublin, centenas de pessoas protestaram ao lado do local onde funcionava a Magdalene Laundries (abrigos da Igreja para mães solteiras pobres, onde podiam morar e trabalhar). Nesse abrigo, cerca de 10 mil mulheres e crianças foram obrigadas a fazer trabalhos forçados, sem pagamento, entre 1922 e 1996. Em torno de 220 ex-residentes que migraram para outros países se reuniram novamente pela primeira vez neste domingo (26), para lembrar os maus-tratos. ASSOCIATED PRESS e THE NEW YORK TIMES https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/em-carta-arcebispo-acusa-papafrancisco-de-saber-de-casos-de-abuso-sexual-desde-2013.shtml A GUERRA SUJA VOLTA AO VATICANO. ACUSAÇÕES CONTRA O PAPA AVIVAM O FOGO DE UMA LUTA POR PODER QUE, DISFARÇADA DE IDEOLOGIA E ORTODOXIA RELIGIOSA, BUSCA RESTAURAR A VELHA ORDEM Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018 Os corvos voam baixo, e o céu é de tempestade. A carta de 11 páginas do arcebispo Carlo Maria Viganò acusando o papa Francisco de acobertar abusos do cardeal 516 Theodore McCarrick é um sintoma da indigestão que sempre acomete o Vaticano quando há uma nova ordem. Ainda se desconhece qual será o alcance destrutivo da denúncia, sem resposta clara do Papa, enquanto ele mesmo pedia a investigação de todos os casos. Mas a calculada publicação, concepção e necessária colaboração sinalizam a reabertura de uma guerra que pode organizar definitivamente os opositores de Francisco, mais interessados no poder extraviado do que na ideologia ou nos abusos que denunciam agora e ignoraram quando puderam agir. Carlo Maria Viganò (Varese, 1941), autor desse J’Accusevaticano, sempre deu sinais de instabilidade. Caráter complicado, propenso às intrigas (esteve na origem do caso Vatileaks) e inclinações à mentira. De fato, quando Bento XVI decidiu mandá-lo para os EUA como núncio para afastá-lo do Vaticano, escreveu uma carta relatando que tinha um irmão deficiente, o que o impedia de assumir o cargo diplomático em Washington. Ocorre que o irmão vivia em Chicago fazia anos, e os dois não se falavam por causa de uma disputa econômica. O arcebispo, apesar do seu currículo, não teria por si só a capacidade de estruturar um ataque que propõe abertamente derrubar o pontificado de Francisco, muito fortalecido nos últimos tempos graças às nomeações no colégio cardinalício (59 dos 125 cardeais que hoje poderiam eleger o próximo pontífice). “Transformaram um frango em um corvo”, ironizava o historiador da Igreja Alberto Melloni. O problema, além da veracidade ou não das suas gravíssimas acusações, talvez seja que indivíduos assim tenham ocupado os cargos mais altos da hierarquia católica. Figuras como o polêmico cardeal George Pell, à espera de julgamento na Austrália por abuso de menores; o ex-secretário de Estado Tarcisio Bertone, salpicado em todos os escândalos imagináveis; o espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, uma espécie de revisor das contas do Vaticano, encarcerado por um surrealista escândalo envolvendo um relacionamento com uma mulher, ou os próprios opositores do Papa, entre os quais estão ninguém menos que o último prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, Gerhard Müller, e o ex-presidente do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi. Quando remaram a favor foram úteis; hoje, para a Santa Sé, se desacreditam com suas próprias palavras. Viganò, talvez despeitado por não ter recebido um maior reconhecimento de Francisco quando apresentou suas denúncias em 23 de junho de 2013 (se é que assim foi), tem uma longa experiência em conspirações. Esteve na origem do caso Vatileaks e acumulou toneladas de informações estratégicas em sua passagem pela Governadoria da Cidade do Vaticano e pela Secretaria de Estado, de modo que não seria estranho que surpreendesse com mais documentos. Ninguém duvida de que em seu ataque participaram diversas pessoas, especialmente do ambiente dos meios digitais ultraconservadores dos EUA, com os quais criou intimidade em seu périplo americano. 517 O Vaticano espera que as acusações se desvaneçam sozinhas. Mas o míssil estava cuidadosamente projetado para causar uma tempestade. A carta foi traduzida ao inglês, francês e espanhol por diversos colaboradores, incluindo alguns – e algumas – vinculados diretamente ao círculo tradicionalista, e a publicação ocorreu no momento em que poderia causar mais estrago. O epicentro da guerra contra o Papa procede da corrente tradicionalista da Igreja norte-americana vinculada ao Tea Party e de potentes círculos midiáticos próximos a Steve Bannon, obcecado com os movimentos populistas em Roma e com o próprio Vaticano. Um casamento de conveniência com a direita religiosa – norte-americana e europeia –, órfã de um líder espiritual forte que a defenda no Vaticano. Ou que, pelo menos, não a ataque continuamente em questões como a imigração e as desigualdades. Um coquetel alinhado com um potente caça-cliques, uma elevada dose de falsidades e investimentos em sites como LifeSite, Catholic Register e o próprio Breitbart de Bannon. Além disso, depois da abdicação de Bento XVI, a virulência dos ataques cresceu com a percepção de que elevar a pressão pode causar a demissão de um Papa. Nesta segunda-feira, 27, as primeiras reações, obviamente, partiram dos próprios líderes da revolta. O cardeal Raymond Burke, comandante dessa guerra, humilhado em anteriores confrontos com Francisco, como a grotesca briga na Ordem de Malta, foi o primeiro. “As declarações feitas por um prelado com a autoridade do arcebispo Carlo Maria Viganò devem ser levadas muito a sério pelos responsáveis pela Igreja. Cada declaração deve estar sujeita a investigação, de acordo com a lei processual aprovada pela Igreja”, afirmou Burke. Depois, veio um ex-conselheiro da nunciatura apostólica nos EUA, o francês Jean-François Lantheaume, que avalizou a veracidade da acusação em declarações à Catholic News Agency. O Papa, entretanto, preferiu guardar silêncio no domingo e pediu aos jornalistas que extraíssem suas próprias conclusões usando sua “maturidade profissional”. Uma saída pouco ortodoxa, mas provisoriamente eficaz. “Era a melhor resposta que podia dar neste momento”, observa uma pessoa que despacha frequentemente com Francisco. Mas a guerra não terminou. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/internacional/1535387427_460890.html HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE VATICANO SABIA DE ACOBERTAMENTO, DIZ PROCURADOR. AFIRMAÇÃO É REAÇÃO A CARTA DE ARCEBISPO QUE ACUSA PAPA FRANCISCO DE SABER DE ABUSOS Folha/Uol, 28 de agosto de 2018 518 Autoridades da Pensilvânia disseram nesta terçafeira (28) ter evidências de que o Vaticano sabia do acobertamento de denúncias de abuso sexual por parte de padres no estado, afirmou o procurador-geral estadual, Josh Shapiro. "Não posso falar especificamente sobre o papa Francisco", disse Shapiro à rede NBC. "Temos evidências de que o Vaticano tinha conhecimento do acobertamento." As declarações de Shapiro foram uma resposta à carta do arcebispo Carlo Vigano, exembaixador do Vaticano nos EUA, que acusou o papa de acobertar acusações de abuso sexual atribuídas a um ex-cardeal americano desde 2013. Em 14 de agosto, um relatório da Suprema Corte da Pensilvânia afirmou que 301 "padres predadores" haviam abusado de mais de mil crianças durante várias décadas no estado. Segundo o procurador, 23 investigadores se reuniram por dois anos para analisar documentos sobre as agressões. O relatório, de quase 1.360 páginas, aponta “que havia não apenas abuso sexual, estupro de crianças, mas um acobertamento sistemático que chegava até o Vaticano”. “O que foi profundamente assustador sobre isso é que líderes da Igreja mentiam para os paroquianos no domingo, mentiam para o público”, afirmou Shapiro. “Eles blindavam esses predadores contra as forças da lei, mas documentavam tudo e colocavam num arquivo secreto.” Por causa do tempo que passou entre os abusos e a investigação, muitos padres e líderes religiosos que acobertaram os casos não podem ser processados, disse o procurador. “Nós devolvemos às vítimas suas vozes, permitimos que elas tivessem suas verdades compartilhadas, e sabemos que, ao compartilharem suas verdades, outras vítimas vão aparecer e compartilhar suas verdades.” Shapiro afirmou que, desde a divulgação do relatório, uma linha especial para obter denúncias de abuso clerical recebeu mais de 733 ligações. O procurador disse que os investigadores estão em contato com cada uma dessas pessoas. O acobertamento era feito mediante uma espécie de cartilha informal. Os clérigos tinham um padrão semelhante para lidar com os casos. Eram oito estratégias, sendo a principal delas não avisar à polícia. 519 “Abuso sexual contra crianças, mesmo que não tenha penetração, é e foi crime por todo período relevante. Mas não trate isso dessa forma; lide com isso como se fosse um assunto pessoal, ‘dentro de casa’.” Além disso, para dar a impressão de que a diocese estava lidando com os casos, os padres deveriam ser encaminhados para “avaliação” em centros de tratamentos psiquiátricos dirigidos pela Igreja. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/ha-evidencias-de-que-vaticanosabia-de-acobertamento-diz-procurador.shtml PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO Clóvis Rossi, Folha/Uol, 28 de agosto de 2018 Protesto em Paris contra a sugestão do papa Francisco de que crianças gays devem ter ajuda psiquiátrica - Bertrand Guay/AFP 520 Clóvis Rossi Está em curso o que Ross Douthat, colunista de The New York Times, chama de “guerra civil católica". A salva potencialmente mais mortífera dessa guerra foi desferida pelo arcebispo Carlo Maria Viganò que, em carta, acusou o papa Francisco (e seus antecessores) de saber dos pecados do cardeal americano Theodore McCarrick (agora afastado) e, não obstante, ter pedido conselhos dele para indicar prelados. Os pecados estão relacionados a abusos sexuais praticados por religiosos e o acobertamento deles pela hierarquia da igreja —a mais recente causa de crise no catolicismo. Mas a carta de Viganò vai além da discussão sobre abusos e acobertamentos. Exige a renúncia de Francisco. Há especialistas que, em vez de “guerra civil", preferem dizer que “está em curso um putsch” (tentativa de golpe) contra o papa. É o caso de Michael Sean Winters, pesquisador visitante do Instituto para Pesquisa Política e Estudos Católicos da Universidade Católica. Os lados da “guerra civil” ou do “putsch” estão bem definidos: Viganò seria a ponta de lança dos conservadores, incomodados com certas aberturas (ainda que tímidas) do papa em questões comportamentais, como homossexualidade, aborto, divórcio e a atitude da igreja ante novo casamento de divorciados. Daniel Verdú, de El País, politiza ainda mais as cores da “guerra", a ponto de depositar Viganò no colo do Tea Party, a ala hiperconservadora hoje predominante no Partido Republicano (ele foi núncio apostólico em Washington, ou seja, embaixador do Vaticano). Escreve Verdú: “O epicentro da guerra contra o papa procede da corrente tradicionalista da igreja americana, vinculada ao Tea Party e a poderosos círculos de mídia próximos de Steve Bannon” (que foi assessor de Trump e é o ideólogo da extrema direita). A politização do conflito descarta o caso dos abusos sexuais e seu encobrimento como fonte da crise. À Folha, Winters disse que o que chama de “ataque coordenado” ao papa “não tem nada a ver com os casos de abuso sexual". O especialista lembra que já houve outra ofensiva contra Francisco, quando ele se mostrou condescendente com os homossexuais. 521 “Eles *os conservadores+ montaram um ataque teológico ao papa mas não houve avanço. Agora, estão tentando esse enfoque [acusar o papa de não agir contra um prelado acusado de abusos] para reverter a decisão dos cardeais em 2013”, o ano em que Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa, com o nome de Francisco. Juan Arias, correspondente de El País no Brasil, ex-seminarista e com anos de excelente cobertura do Vaticano em seu período como correspondente em Roma, também usa termos bélicos para se referir à crise. Disse à Folha: “O medo daqueles que temiam ser afetados pelos gestos de ruptura de Francisco fez com que se unissem para dar a batalha final". Quem ganha a “batalha final"? Responde Arias: “Não sei se os conservadores vão conseguir, mas o golpe foi quase mortal". O que complica a situação do papa é que ele não foi suficientemente ágil para atacar o problema dos abusos sexuais e, principalmente, do encobrimento. “A crise dos abusos sexuais é uma crise por causa do encobrimento, não por causa do sexo. Se os pedófilos tivessem sido rapidamente removidos de suas funções na igreja e entregues às autoridades civis para serem processados pelos crimes, não teria havido crise", diz Winters. Reforça Juan Arias: “Acho que houve certa ingenuidade em Francisco ao pensar que ele poderia resolver o problema [dos abusos/acobertamento] sem antes derrubar as estruturas da Cúria". A Cúria Romana é uma concentração de conservadores e Arias diz não saber se “o Francisco da ternura será capaz de lidar com ela". Fecha com uma frase que indica a gravidade do enfrentamento desatado por Viganò: “em Roma, já se diz que é preciso esperar que se permita ao sucessor de Francisco ser papa de verdade". O especialista Michael Sean Winters também olha com inquietação para o futuro imediato: “Se os bispos americanos não se levantarem, como um corpo único, para defender o Santo Padre, nós podemos estar deslizando para um cisma". https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/papa-enfrenta-guerra-civil-contraala-conservadora-da-igreja-catolica.shtml 522 EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA Jason Horowitz, The New York Times reproduzido pelo Uol, 28 de agosto de 2018 Desde o início de seu papado, Francisco enfureceu os conservadores católicos por defender uma igreja mais receptiva e afastá-la das questões das culturais, como o aborto ou a homossexualidade. "Quem sou eu para julgar?", disse o papa certa vez , quando perguntado sobre os padres gays. O tamanho da irritação de seus inimigos políticos e doutrinários ficou claro no último fim de semana, quando uma carta cáustica publicada pelo ex-principal diplomata do Vaticano nos EUA culpou pelos abusos sexuais uma "corrente homossexual" na hierarquia da igreja. A carta pedia a renúncia de Francisco, acusando-o de encobrir um cardeal que caiu em desgraça, Theodore McCarrick. Com a carta —divulgada durante a visita do papa à Irlanda—, uma oposição com motivação ideológica transformou em arma a crise de abusos sexuais da igreja para ameaçar não somente a agenda de Francisco, mas todo o seu papado. No mínimo, ela trouxe para o centro do debate o tema da homossexualidade na Igreja Católica, que muitos conservadores acreditam estar por trás da crise de abusos. As intrigas e lutas por poder no Vaticano não são novidade, mas geralmente ficam dentro de seus muros medievais ou voam acima das cabeças dos fiéis católicos do mundo todo. Esta batalha, porém, está sendo travada de uma maneira excepcionalmente aberta e brutal. Ela é alimentada pela mídia da era moderna, a relutância do papa em calar seus críticos e uma questão —o abuso sexual de crianças— que, talvez mais que qualquer outra, provocou deserções entre os fiéis. As acusações na carta continuam sem comprovações. Indagado no domingo à noite (26) sobre sua validade, Francisco disse que não daria a dignidade de uma resposta. 523 Mas elas são sérias, e a resposta vaga do papa só aumentou o interesse do público, particularmente na acusação principal —de que ele sabia da história de relações sexuais de McCarrick com seminaristas e não fez nada a respeito. "É um problema sério", disse Sandro Magister, um observador veterano do Vaticano na revista L'Espresso, segundo o qual o notável ataque público é um indício da enorme frustração entre os conservadores em relação a Francisco. Ele duvida de que o papa, que basicamente ignorou esses tiros no passado, conseguirá fazer o mesmo desta vez. "Com esta questão", disse Magister, "o impacto público é muito mais forte, e nesse campo ele está bastante vulnerável." A não resposta de Francisco combina com sua relutância em dar oxigênio a um grupo pequeno —embora influente e ruidoso— de prelados e escritores conservadores alinhados com o autor da carta, o arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-principal diplomata do Vaticano nos EUA. Francisco removeu do cargo ou pôs de lado adversários ideológicos na burocracia da igreja, mas também tem sido mais disposto que seus antecessores a permitir o debate aberto e até a dissidência. Muitos o desafiaram, às vezes em linguagem rude, por sua abertura a tornar algumas práticas da igreja menos rígidas, entre elas a proibição de que paroquianos divorciados ou casados de novo recebam a comunhão. Na segunda-feira (27), apoiadores de Francisco rejeitaram a carta como mais um ataque desesperado de conservadores frustrados que ainda não se habituaram a ser contrariados. Eles manifestaram confiança em que suas acusações seriam desmentidas. Alguns sobreviventes de abusos, que têm pressionado Francisco para tomar medidas concretas sobre a crise, em vez de apenas pedir desculpas, embora sentidas, afirmaram que a carta de Viganò explorou o abuso com fins políticos. A carta não demonstrou, segundo eles, especial preocupação pelas dificuldades das crianças da igreja. O escândalo de abuso sexual de crianças chamou a atenção dos católicos do mundo, mas a mudança na direção da igreja sob Francisco animou seus inimigos. Eles acreditam que a mensagem de inclusão do papa está minando antigas regras da igreja, e que está levando a confusão e talvez a um cisma. A explosão de blogs católicos conservadores —muitos deles nos EUA— em uma era em que a notícia se espalha rapidamente, assim como a divulgação em momento 524 estratégico da carta se combinaram para formar uma poderosa ação contra o pontífice de 81 anos. "Sejamos claros que elas ainda são alegações, mas como seu pastor eu as considero verossímeis", disse o bispo conservador Joseph Strickland, de Tyler, no Texas, em uma carta aberta a sua diocese. "Emprestarei minha voz no que for necessário para pedir essa investigação, e que suas conclusões exijam a responsabilização de todos os considerados culpados, mesmo nos mais altos níveis da igreja." Se Francisco pensou que o debate sobre homossexualidade na igreja era coisa passada, os acontecimentos desta semana sugerem que não. "As redes homossexuais presentes na igreja devem ser erradicadas", escreveu Viganò, afirmando que foi a causa originária do abuso. O escândalo de abusos já provocou um forte debate em revistas católicas e entre igrejas. Alguns críticos da igreja culparam os votos de celibato, afirmando que suprimir a libido humana pode levar a pedofilia e estupro. Na Conferência das Famílias Católicas, um evento conservador rival do Encontro Mundial de Famílias realizado em Dublin no fim de semana, os organizadores acharam insatisfatória a recente condenação pelo papa dos abusos, porque não destacou a homossexualidade. Esta, segundo eles, transformou os seminários em "esgotos". O cardeal Wilfrid Napier, da África do Sul, também culpou a homossexualidade pelo escândalo. E o cardeal Raymond Burke, um dos maiores conservadores do Vaticano e importante crítico do papa, denunciou o que ele considera "o grave problema de uma cultura homossexual na igreja". O problema, disse ele, não está só entre o clero, "mas até na hierarquia, que precisa ser purificada na raiz". Em 2005, o Vaticano declarou que até gays celibatários não deviam ser padres, e instruiu os líderes da igreja a rejeitar inscrições nos seminários de homens que "praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais enraizadas ou apoiam a chamada 'cultura gay'". Os críticos de Francisco acreditam que um encontro em Roma de bispos do mundo todo, em outubro, sobre o tema da juventude poderá se tornar um campo de batalha. Eles querem garantir que a oposição da igreja à homossexualidade esteja no radar se a questão do abuso sexual for levantada, o que certamente acontecerá. 525 Em maio, Francisco teria dito a bispos italianos que quando se trata de candidatos a seminaristas potencialmente gays, "se houver a mais ligeira dúvida é melhor não aceitá-los". Mesmo assim, Viganò e seus aliados afirmaram que o papa e seus apoiadores aceitam demais os gays na igreja e ignoram à vontade que a vasta maioria das vítimas de abuso sexual por padres são homens. A maioria dos especialistas recusa a combinação de homossexualidade e pedofilia como um caminho perigoso para o preconceito contra os gays. Fora da igreja, essa ideia foi amplamente desacreditada como retrógrada. Mas ela ainda tem força no Vaticano. Muitos aqui acreditam que uma investigação feita por três cardeais depois do escândalo do Vatileaks em 2012 —com base em memorandos vazados do mesmo Viganò que escreveu a carta de domingo— revelou que um lobby gay trabalhava na Santa Sé e que seu relatório contribuiu para a aposentadoria do papa Bento 16. O relatório continua mantido em segredo pelo Vaticano, mas em sua carta Viganò incluiu um naipe de nomes e aliados visados de Francisco que compartilham as opiniões do papa. Ele disse que o cardeal Blase Cupich, de Chicago, estava "cego por sua ideologia prógay". E discutiu a afirmação de Cupich, um ex-presidente do Comitê de Proteção a Crianças e Jovens, "que o principal problema na crise de abuso sexual pelo clero não é a homossexualidade, e que afirmar isso é apenas uma maneira de desviar a atenção do verdadeiro problema, que é o clericalismo". Em uma entrevista no domingo (26), Cupich disse: "Acho que é errado fazer dos gays e homossexuais bodes-expiatórios, como se houvesse maior probabilidade de os gays ofenderem crianças do que pessoas hétero. Os dados não mostram isso". A carta de Viganò também lamentou que o Vaticano tenha trazido o padre jesuíta James Martin, que escreveu um livro sobre como fazer o gays católicos se sentirem mais à vontade na igreja, como consultor da Secretaria de Comunicações. A igreja sob Francisco, escreve Viganò, "escolheu corromper os jovens que em breve se reunirão em Dublin para o Encontro Mundial de Famílias", ao convidar Martin para falar lá. 526 Em uma entrevista, Martin disse: "O motivo pelo qual parece que todos os padres gays são abusadores é que não há contraexemplos públicos de padres gays celibatários saudáveis, porque a maioria dos padres gays tem medo de se revelar nesse ambiente venenoso". THE NEW YORK TIMES Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/em-luta-por-poder-no-vaticanoconservadores-tentam-ligar-abusos-a-gays.shtml O QUE NAMORO DE BOLSONARO COM PR REVELA SOBRE ESTRATÉGIA RUMO AO PLANALTO Mariana Sanches, BBC Brasil, 04 de julho de 2018 "É um namoro sério, quase um noivado". A definição sobre a relação do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) com o PR do senador Magno Malta é feita pelo deputado federal Capitão Augusto (PR-SP). Desde dezembro do ano passado, ele tem se dedicado a uma aproximação entre a legenda e o candidato. O possível casamento entre Bolsonaro e o PR - Partido da República - não é apenas mais uma das esperadas coligações que ocorrerão entre os mais de 30 partidos brasileiros até as eleições de outubro. Para o pré-candidato do PSL, a união significaria um salto de uma campanha nanica, com 9 segundos de TV e nenhum palanque estadual, para a oportunidade de falar ao eleitor por mais 45 segundos e aproveitar a estrutura de um partido médio, com 41 deputados. O arranjo ainda desloca a candidatura Bolsonaro para um projeto mais palatável para o Centrão, conjunto de partidos composto por PP, PSD, PR e DEM, que hoje não acredita na viabilidade de Geraldo Alckmin (PSDB) para vencer a disputa nem está plenamente convencido em abraçar a candidatura Ciro Gomes (PDT). Para o PR, Bolsonaro poderia catapultar os votos da legenda a ponto de garantir ao menos 50 deputados federais, uma bancada 20% maior do que a atual. Além de 527 devolver-lhes a posição na vice-presidência, ocupada por José Alencar nos anos Lula (2003-2010), e repovoar, com suas indicações, a esplanada dos Ministérios. No plano original, parte dos dirigentes do PR pretendia filiar Bolsonaro e dar a ele legenda para disputar a presidência. "Não teve jeito porque o PR tem um partido grande, com coligações regionais com partidos de esquerda, coisa que o Bolsonaro não admite", reconhece Capitão Augusto. Em 2014, o PR apoiou candidatos petistas a governo em cinco Estados. "Mas a vice (-presidência) seria um caminho ideal pra nós", explica Capitão Augusto. O noivo: Magno Malta Nas últimas semanas, o senador Magno Malta (PR-ES) se dedicou a uma agenda incomum para alguém que pretende disputar a reeleição ao Senado pelo Espírito Santo. Fez um périplo por Estados como Tocantins e Maranhão. Nas viagens, abraçou candidatos a governo locais, visitou programas filantrópicos, alimentou com vídeos seus perfis em redes sociais. Os compromissos - cada vez mais nacionais - condizem com o possível papel de Malta nas próximas eleições: o de candidato do PR a vice de Bolsonaro. Há quase 16 anos no Senado - onde, de acordo com seus próprios assessores - passou boa parte do tempo sendo tratado como "baixo clero", Malta nunca foi tão relevante na política. "Era discriminado mesmo, ninguém botava pra comissão porque ele tem baixa formação, vem de berço negro e pobre", diz um de seus auxiliares. Adepto ao jiu-jitsu, era visto pelos pares como uma presença folclórica nas fileiras do Senado; alguns o chamavam de Paulo Cintura do Congresso - em referência ao personagem atlético da escolinha do Professor Raimundo. Em seu gabinete no Senado Federal, ele ostenta luvas de luta e camisas de futebol, orgulha-se de ter assessores que são também esportistas e não se furta de publicar vídeos que misturam esporte e política. Em um dos mais famosos, de camiseta regata, músculos à vista e um saco de areia ao fundo, ele brada: "Querem que o Lula vire presidente, envolto em um manto de impunidade, ele e seus asseclas que virarão ministros". Malta, no entanto, cresceu politicamente nos últimos três anos graças a dois fatores: tornou-se uma das principais vozes evangélicas no Congresso e apostou pesadamente em comunicação via redes sociais. No Facebook, em que não costuma passar mais do que sete horas sem fazer uma postagem, ele possui mais de 1,5 milhão de seguidores - 528 um crescimento de 161% em relação a julho de 2015, há 3 anos, quando Malta contava 575 mil seguidores. Entre seus projetos de lei mais populares estão os principais pleitos da bancada evangélica hoje: a proposta que cria o programa Escola Sem Partido, para proibir professores de expressar, em sala, opiniões sobre questões políticas, ideológicas ou de gênero, a proposta que acaba com a maioridade penal e permite que crianças e adolescentes sejam criminalmente processados como adultos e o texto de emenda constitucional que isenta nacionalmente igrejas de pagamento de IPTU. Considerado gentil e piadista, ele tem bom trânsito até mesmo com parlamentares da oposição. Durante o impeachment de Dilma Rousseff, gostava de dizer à equipe jurídica da ex-presidente que iria contratá-los para trabalhar com ele depois que o governo caísse. Hoje, não se pode dizer que Malta seja uma liderança importante para definir rumos e estratégias partidárias no Congresso, mas ele conseguiu deixar de ser manobrado pelos caciques. Um caso ilustra bem a situação: atualmente Malta preside a CPI dos maus tratos a crianças e adolescentes, cujo principal objetivo, de acordo com senadores ouvidos pela reportagem, é servir de palanque para Malta. No ano passado, no entanto, Malta levou à sessão da CPI um presidiário acusado de pedofilia, algemado e sem advogado, e passou a interrogar o homem em frente aos demais senadores. Sob pressão, o acusado acabou por confessar os crimes aos prantos. Senadores consideraram a cena constrangedora e pediram ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que encerrasse imediatamente a CPI. Malta, no entanto, conseguiu reverter o mal-estar e mantém até hoje o controle sobre a comissão, o que lhe garante visibilidade para se projetar como vice. Se seus passos sugerem um caminho para ser candidato a vice, Malta prefere fazer suspense sobre a decisão: "Realmente o PR vê com muitos bons olhos a candidatura de Bolsonaro. Eu sou cabo eleitoral de Bolsonaro, assumido, o Brasil todo sabe disso", reconhece Malta, em mensagem enviada à BBC News Brasil via assessoria. "Agora, tem muita água pra correr debaixo da ponte. Tem um mês inteiro. Sou uma pessoa que dependo de Deus. Preciso entender onde está minha importância, se seria dentro do Senado, com Bolsonaro presidente da República, o ajudando dentro das mudanças que terão de ser feitas. Eu não vou fazer nada atabalhoadamente, já me sinto muito honrado de ser escolhido por ele e por parte do Brasil que gostaria de ver uma chapa Bolsonaro/Magno Malta", pondera, sugerindo que a resposta virá apenas em agosto. 529 Para ser vice de Bolsonaro, Malta não depende apenas de Deus. Ele teria que deixar para trás uma eleição confortável ao Senado, e se arriscar a um pleito incerto. Para assegurar-se, pretendia colocar a mulher, a cantora gospel Lauriete Rodrigues, para disputar a vaga ao Senado em seu lugar. Lauriete tem alguma experiência eleitoral, já foi deputada federal, mas a disputa interna no PR do Espírito Santo se intensificou nas últimas semanas e outros nomes podem querer tomar o lugar dela, caso Malta não seja candidato ao Senado. Além disso, há quem argumente dentro da campanha de Bolsonaro que Malta não agrega tantos votos ao presidenciável porque seu eleitorado é o mesmo do presidenciável. Além disso, Malta é de um Estado pouco expressivo e, embora seja baiano, fez carreira política no Sudeste, portanto não ajudaria o candidato do PSL a vencer resistências no Nordeste, única região em que Bolsonaro perde para outros candidatos em um cenário sem Lula, segundo a última pesquisa Ibope. Um de seus assessores arrisca, no entanto, que, se fosse para descartar a candidatura a vice, ele já teria deixado clara sua posição. Há algumas semanas, circulou na imprensa a informação de que ele declinara do convite. A notícia era falsa. O assessor de imprensa de Malta deu uma série de ligações, a mando de Malta, para desmentir o boato. Ainda assim, o senador prefere se desvencilhar. "Eu penso que há uma precipitação muito grande. Os candidatos estão aí, se colocando. Ninguém pergunta quem é o vice de Ciro, Marina, Alckmin e Boulos. Essa insistência eu não entendo pra se saber com tanta antecedência o vice de Bolsonaro", diz Malta. Cortejo no varejo A conversa com o PR torna mais profissional e concreta a formação de uma rede de apoio político a Bolsonaro. Até agora, a equipe do candidato vinha realizando aproximações pontuais com parlamentares considerados de baixo clero, de partidos como PRB, PR, PP, DEM, SD e PTB. A estratégia era atraí-los para almoços ou jantares, às quartas-feiras, na casa do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), coordenador do programa do candidato. Nesses eventos, Lorenzoni e outros apoiadores de Bolsonaro apresentariam as intenções da campanha e prometeriam protagonismo inédito aos parlamentares na composição de um futuro governo do atual deputado federal. Na conta dos apoiadores e mesmo da oposição a Bolsonaro no Congresso, o cortejo no varejo já teria convertido 90 parlamentares em favor do presidenciável. 530 "Começamos com meia dúzia de gatos pingados, atraídos pelos dotes culinários do Onyx", brinca o deputado federal Major Olímpio (PSL-SP) sobre o cardápio dos encontros, que costuma incluir uma carne gaúcha, além de arroz e feijão. "E agora estamos tendo que comer de pé, com o prato na mão, de tanta gente que já apareceu", completa. O movimento não tem encontrado forte resistência entre as lideranças partidárias porque, para os partidos com integrantes que acabam cooptados pela campanha, o jogo pode ser interessante. Considerado bom puxador de votos, Bolsonaro poderia ajudar a aumentar bancadas mesmo das legendas que não estejam oficialmente coligadas a ele. A situação já se dá no próprio PR. Nas contas do deputado Capitão Augusto, Bolsonaro conta hoje com o apoio de 27 dos 41 deputados do partido. José Rocha, em um cálculo mais conservador, afirma que são 12. Independentemente dos rumos que a direção do PR determinar na campanha, os líderes da sigla sabem que esses deputados deverão se manter firmes na ideia de fazer campanha por Bolsonaro. 'Qual é o partido que não tem um problema hoje?' O PR é hoje o único partido com cuja cúpula Bolsonaro mantém algum trânsito. A aversão do deputado a legendas é conhecida. Tanto que, para se filiar ao PSL, ele exigiu controle total sobre a legenda. O mesmo não acontecerá com o PR, em caso de coligação. "Como temos alguns policiais como deputados, ele se aproximou. Para o Bolsonaro, somos importantes porque ele vai precisar de tempo de TV para se defender das porradas que vai levar", afirma o líder da bancada do PR na Câmara, deputado José Rocha. De acordo com Rocha, o casamento com Bolsonaro só não sairá se o PR puder escolher por um negócio que considera ainda melhor: o de ter Josué Gomes, filho de José Alencar e dono da Coteminas, como candidato à presidência em uma chapa composta junto ao PT. De acordo com o PR, a costura contaria com o ex-governador da Bahia Jaques Wagner no posto de vice. O cenário, no entanto, é hoje improvável já que nem chega a ser abertamente discutido dentro do PT, que não pretende lançar qualquer candidato para substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até que a candidatura do petista seja definitivamente impugnada pela Justiça. Procurado pela BBC News Brasil, Josué não comentou o assunto. A reportagem não conseguiu contato com Jaques Wagner. 531 Se a coligação com o PR tem vantagens para o presidenciável do PSL, ao mesmo tempo deve criar uma vidraça imediata para o candidato. Bolsonaro gosta de dizer que sua campanha não tem envolvidos na Lava Jato. No entanto, o PR é comandado por Valdemar Costa Neto, condenado no escândalo do Mensalão - caso de compra de votos de parlamentares pelo governo petista. Aliados de Bolsonaro temem que algo semelhante possa se repetir caso a coligação se concretize. "De graça, o PR não ajuda um cego a atravessar a rua. Esse perfil altruísta do PR, de que quer mudar o Brasil, não cola. Em 15 minutos no poder eles vão querer cobrar o deles e o pau vai quebrar", diz um dos parlamentares envolvidos na campanha. Bolsonaro sabe que Valdemar pode funcionar como âncora para suas pretensões eleitorais. Por isso, articula com o PR para que o deputado Capitão Augusto assuma a presidência da legenda em agosto. Seria uma medida cosmética para não afugentar simpatizantes. Desde a condenação a mais de sete anos de prisão, em 2013, Valdemar buscou submergir na política, sem, no entanto, perder o controle sobre a legenda. Em 2015, ele chegou a se desfiliar do PR e hoje é oficialmente funcionário da legenda, contratado como administrador. Por meio de sua assessoria, ele nega ingerência política sobre o PR. Consultado sobre quem manda na legenda, no entanto, o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha, é direto: "Valdemar! Mas qual é o partido que não tem um problema hoje? Não tem um que não tenha". https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44690878 EM CULTO, MEIRELLES RECEBE ORAÇÃO E APOIO DE PASTOR: “PAI DAS FINANÇAS”, DANIEL WETERMAN Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de agosto de 2018 Em culto com lideranças da Assembleia de Deus do Belém, na zona leste de São Paulo, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) recebeu, nesta segunda-feira (16), oração e apoio para sua pré-candidatura à Presidência da República. Convidado para um encontro de obreiros, do qual participam apenas homens com cargos na igreja, Meirelles subiu ao púlpito do templo ao lado do ministro da 532 Secretaria-Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca, que é membro da Assembleia de Deus. O presidente da igreja, pastor José Wellington Bezerra da Costa, chamou o presidenciável de "pai das finanças" e pediu aos fiéis que pensassem em votar nele nas eleições. "Irmãos, ao meu ver, ele é um candidato em potencial para ser o nosso futuro presidente da República", afirmou o pastor, dizendo acreditar que, depois do pleito de outubro, o País vai dar um "salto" de desenvolvimento. Após o apoio do pastor, o ministro Ronaldo Fonseca disse que, no meio dos evangélicos, os pastores não obrigam os fiéis a votar em ninguém, mas "orientam" sobre a melhor escolha. "Não é hora de aventura, não é hora de querer brincar com esse momento do nosso País", disse Fonseca. O ministro destacou que há outros pré-candidatos com "boas referências", mas que Meirelles é um "xerife da economia" porque foi chamado pelo ex-presidente Lula e pelo presidente Temer para cargos no Executivo. Em sua fala, Meirelles pediu oração por ele e pelo País. O pré-candidato destacou seu trabalho no Ministério da Fazenda e disse que, "com fé e determinação" foi possível tirar o País da recessão. "Esta palavra, esses princípios de retidão, honestidade, tudo na minha vida foi pautado por isso", destacou o ex-ministro. "Nunca houve uma acusação, uma palavra porque meus princípios de austeridade, de retidão são como os princípios ensinados pelo pastor José Wellington." O presidenciável recebeu uma oração por sua campanha e por um eventual mandato. A jornalistas, ele disse que foi convidado para o culto e, como cristão, segue os mesmos princípios dos evangélicos. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/07/16/em-culto-meirelles-recebe-oracao-e-apoio-de-pastor-pai-dasfinancas.htm COTADO PARA VICE DE BOLSONARO, GENERAL DIZ: "PRONTO PARA CUMPRIR A MISSÃO" Gustavo Maia e Luis Kawaguti, Uol, 17 de julho de 2018 533 "Não almejo nem pleiteio nada, mas estou pronto para cumprir a missão". Essa foi a resposta do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRP) ao ser questionado pelo UOL se cogitava ser vice na chapa do pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Ele disse, porém, que o nome do vice de Bolsonaro ainda não foi definido. Em evento de pré-campanha no interior de São Paulo na tarde desta terça-feira (17), o presidenciável afirmou que "talvez" anuncie seu companheiro de chapa nesta quarta. "Vai ser... deve ser, deve ser um general", apressando-se em trocar o verbo afirmativo por outro menos assertivo. "'Ó, o cara quer a ditadura, militarizar...'", disse Bolsonaro, mudando a própria voz para imitar um crítico hipotético. "Não, quero um cara com responsabilidade ao meu lado. Chega desses bananas que compõem para ganhar tempo de televisão e mais nada além disso, e continuar metendo a mão, afundando e roubando o nosso Brasil", respondeu. Ao UOL, o presidente do diretório paulista do PSL, deputado federal Major Olímpio, que acompanhou o presidenciável em Registro (SP), disse que ele "possivelmente" anunciará amanhã o nome de Heleno. Ainda segundo Olímpio, o senador e pastor evangélico Magno Malta (PR) não aceitou o convite de Bolsonaro para integrar a chapa com ele. O general Heleno, por sua vez, disse conhecer "muito pouco" a política e não ser político. "Não entraria como um candidato, mas posso apoiar [a candidatura de Bolsonaro]", declarou. Ele afirmou ainda que vem se reunindo ao menos semanalmente com Bolsonaro. O PSL agendou sua convenção nacional para o próximo domingo (22), no Rio de Janeiro. Heleno disse que, a princípio, não pretende comparecer --já que a questão do vice ainda não foi definida. O general afirmou também que o fato de estar vinculado a outro partido não seria um impedimento para que apoie Bolsonaro. Mesmo na reserva, Heleno é considerado uma das maiores lideranças da história recente do Exército. Seu nome, que já era destaque dentro dos quartéis, saiu da caserna e chegou ao público em geral em 2004, quando ele assumiu o cargo de Comandante das Forças de Paz da ONU no Haiti. 534 Heleno lutou contra ex-militares rebeldes e gangues de criminosos no Haiti por cerca de um ano e meio. Na ocasião, segundo vazamentos do WikiLeaks, se opôs à pressão diplomática americana que queria exercer influência sobre a condução da missão de paz e a maneira como as operações militares eram realizadas. De volta ao Brasil, fez parte do Alto Comando do Exército e, em 2008, ocupou o posto de Comandante Militar da Amazônia – quando entrou em choque direto com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Heleno disse, na ocasião, acreditar que o projeto, da forma como era tocado, poderia colocar uma parte das fronteiras do Brasil em risco. No início dos anos 2010, setores da ativa e da reserva das Forças Armadas cogitaram lançar Heleno como candidato a presidente, mas o projeto não avançou. Heleno sempre recusou a possibilidade de protagonizar uma candidatura. O UOL apurou que, no início de 2018, ele ainda descartava a possibilidade de se candidatar, mas foi cada vez mais alvo de investidas de Bolsonaro. O contato entre ambos vem se intensificando. PSL e PR não fecharam acordo O PSL vinha negociando uma possível aliança com o PR de Malta e do expresidente da sigla Valdemar Costa Neto, condenado no escândalo do mensalão. O eventual acordo poderia aumentar o tempo de campanha na TV de Bolsonaro de menos de 10 segundos para quase 50. De acordo com Major Olímpio, que acompanha o presidenciável em agenda de précampanha no interior de São Paulo nesta terça, o PR condicionou a aliança na eleição presidencial a coligações proporcionais [para deputados federais e estaduais], principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Não nos interessa fazer essa coligação. O PR, que já tem vários deputados, quer aumentar a bancada, e isso tira a possibilidade de eleger os nossos candidatos. Um comandante nunca pode abandonar o seu soldado ferido na estrada", declarou. Olímpio disse saber do "tamanho do comprometimento" que o impasse pode causar na campanha. "Se é um preço tão duro a pagar, nós não queremos. Vai fazer [a propaganda] com 8 segundos e seja o que Deus quiser." 535 A interlocução com o PR foi feita pelo presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, e outros membros da Executiva Nacional. Procurada pela reportagem, a assessoria do Partido da República informou que não vai se manifestar sobre as negociações. Nos últimos meses, Bolsonaro vinha repetindo que Magno Malta era seu "vice dos sonhos". Cumprindo o último ano do segundo mandato no Senado, o parlamentar sempre disse que era candidato à reeleição, mas deixava abertura para uma definição de última hora. No ato que marcou a entrada de Bolsonaro no PSL, em março, Malta disse, por exemplo, que o futuro estava "na mão de Deus" e que "muita água" ainda iria rolar, ao comentar a possibilidade de ser vice na chapa do deputado. A reportagem apurou que Malta já planejava, inclusive, apresentar sua mulher, a cantora gospel e ex-deputada federal Lauriete Rodrigues Malta, como candidata do PR ao Senado pelo Espírito Santo, para transferir seus votos. A interlocutores, Malta relutava trocar uma eleição considerada garantida por uma empreitada de risco rumo ao Palácio do Planalto. O senador também manifestava dúvidas quanto à viabilidade política de Bolsonaro na relação com o Congresso e atuava para apresentar nomes alinhados à ideologia conservadora e religiosa que uniu os dois. O processo eleitoral entra a partir desta sexta-feira (20) em sua fase decisiva, com o início do período em que os partidos deverão realizar convenções partidárias para formalizar a escolha de seus candidatos. O prazo se encerra no dia 5 de agosto. As legendas terão até o dia 15 do mês que vem para registrar as candidaturas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/07/17/cotado-paravice-de-bolsonaro-general-diz-pronto-para-cumprir-a-missao.htm PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA Marianna Holanda, Estadão reproduzido pelo Uol, 28 de julho de 2018 536 Duas pré-candidatas da Rede deixaram o partido e suas campanhas nesta semana sob alegação de que a direção estadual da legenda da presidenciável Marina Silva é machista e não apoia candidaturas de mulheres. A agora ex-porta-voz da Rede em Campinas e ex-candidata a deputado estadual Maíra Massei publicou, na última quinta-feira (26), um texto nas redes sociais no qual afirma ser "uma vergonha" o fato de um partido que se propõe a fazer "uma nova política" demonstrar "este tipo de falta de escrúpulo, dentro da própria executiva". O caso foi revelado ontem pelo jornal "O Globo". A Rede nega as acusações. Ex-candidata a deputado federal, Surya Guimarães, que era integrante da Executiva da Rede, disse lamentar a falta de apoio da Rede às candidaturas femininas. "Entendo o pragmatismo que tem que ter para termos uma chapa forte e conseguir fazer o coeficiente eleitoral, mas é muito difícil, porque acaba sufocando candidaturas melhores, muitas delas femininas", afirmou Surya. Tanto ela quanto Maíra faziam parte do grupo feminino da Rede, o Elo Mulheres. Em maio, por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que as campanhas de mulheres devem receber pelo menos 30% do volume de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha - o fundo eleitoral -, estimado em R$ 1,7 bilhão. Os ministros também decidiram que a propaganda no rádio e na TV deve obedecer à proporção de candidatos homens e mulheres, reservando o mínimo de 30% do tempo para candidaturas femininas. Maíra disse que em reuniões da Executiva estadual foi dito que a cota seria usada nas campanhas de Marina à Presidência e na de Heloísa Helena a deputado federal. No último dia 13, a Rede publicou a resolução que enviou ao TSE sobre a distribuição dos recursos. O texto determina que 50% do fundo eleitoral do partido, orçado em R$ 10,6 milhões, será destinado à campanha de Marina e que a distribuição dos 30% ainda será definida pela Executiva nacional. Rede diz repudiar acusações Em nota, o Elo Mulheres repudiou as acusações. "É notável que a Rede e o Elo Mulheres são compromissados com o aumento da participação das mulheres na 537 política, não apenas em período eleitoral e usando-as para preencher a determinação legal, mas como ponto essencial para termos maior representatividade e qualidade na democracia." O texto ainda diz que a cota de 30% não irá só para a campanha de Marina, mas será distribuída entre candidaturas ao Legislativo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/07/28/precandidatas-acusam-rede-de-machismo-e-deixam-sigla.htm COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 02 de agosto de 2018 Michel Temer dá posse a um ministério de homens brancos em 2016. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress Apesar do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal terem deixado claro que 30% dos recursos do fundo eleitoral, além da mesma proporção em tempo de rádio e TV, devem ser destinados a candidaturas de mulheres, ainda há dúvidas sobre a interpretação da lei que podem favorecer cúpulas partidárias contrárias a essa política afirmativa. 538 De acordo com o TSE, dos 513 deputados federais eleitos em outubro de 2014, apenas 51 eram mulheres. Esses 10% não chegam nem perto dos 51,7% de mulheres na sociedade brasileira – de acordo com a última PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua de 2017. Segundo a Justiça Eleitoral, elas perfazem 77.337.918 eleitoras aptas a votar em outubro, ou seja, 52,8% do total. O STF havia determinado, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5617, que 30% era piso e não teto. Depois, o TSE reafirmou isso, explicando que, caso o número de mulheres ultrapasse esse piso, os recursos devem aumentar na mesma proporção. A Lei das Eleições (9.504/1997) obriga a cota mínima de gênero. Pode parecer bobagem de tão lógico, mas o sistema partidário brasileiro funciona como um ''Clube do Bolinha'', dificultando a entrada de novos integrantes. Não está desconectado do tecido social do país, por certo, uma vez que a proporção de mulheres nos conselhos de grandes empresas ou entre o total de cargos executivos também é bem menor que o de homens. Apesar dos 30% de fundo eleitoral e de tempo de rádio e TV estarem pacificados, a distribuição desse montante ainda não está – e aí reside o problema. Segundo Roberta Gresta, professora de Direito Eleitoral da PUC-Minas e assessora do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, o TSE afirmou que essa cota vale para candidaturas proporcionais e majoritárias. Mas não frisou como isso deve ser calculado ou que os 30% devem ser computados separadamente. De acordo com a professora, se mulheres concorrerem em chapas majoritárias (presidente, governadoras, senadoras), por exemplo, o partido pode destinar a elas até mais de 30% do total de recursos a serem investidos em uma eleição e dizer que está cumprindo as regras. Mas isso ocorreria em prejuízo às candidaturas proporcionais (deputadas federais, estaduais e distritais), que não receberiam o mínimo de 30% para ajudar a alterar a proporção de mulheres na Câmara dos Deputados e nas Assembleias. ''Outro caso é uma candidata a Câmara dos Deputados, já conhecida e puxadora de votos, ficar com 30% dos recursos sozinha. A rigor isso atende ao TSE'', segundo Roberta Gresta. ''Mas, na leitura do Ministério Público Eleitoral, pode ser um indício de fraude, pois não estará melhorando a competitividade. A mulher bem votada vai puxar outros homens e não estará beneficiando apenas as mulheres, como pede a interpretação da lei eleitoral.'' Aumentar a participação de mulheres significa diminuir a de homens. O problema é que isso tem gerado obstáculos a candidatas, principalmente na política local. Líderes 539 partidários, na sua maioria, homens, chegam ao ponto de atuar para que mulheres conhecidas participem do pleito, para angariar votos a outras candidaturas, mas não tenham tanta exposição a ponto de serem eleitas. Contando com popularidade menor que broca de dentista, os partidos políticos estão entre as instituições menos confiáveis do país. Fizeram por merecer, claro. O que deveriam ser agremiações que reúnem pessoas para defender determinada visão de mundo, ideologia e projeto nacional acabaram sendo federações de interesses individuais e mercenários a soldo de quem pagar mais. Nem sempre, nem com todos, mas em quantidade o suficiente para jogar a política na lama da descrença. Como retirar os partidos políticos da UTI e garantir que representem não apenas as diferentes opiniões, mas a sua própria diversidade? O número de mulheres, mas também de negros, indígenas, população LGBT e trabalhadores no Congresso Nacional, por exemplo, é muito inferior do que sua fatia na sociedade. E isso tem impacto direto na formulação de políticas públicas e na defesa de determinados direitos. É impossível que uma Câmara composta de homens, brancos, héteros, cis, empresários, por mais boa vontade que tenha (e boa parte não tem) possa entender a realidade de outros grupos historicamente excluídos de sua cidadania e falar por eles. Um homem pode representar determinados interesses de uma mulher no Congresso Nacional ou nas Assembleias? Há aspectos que dizem respeito à vida e dignidade das mulheres que não temos legitimidade para discutir e decidir. Nós, homens cissexuais, não temos útero, por exemplo. Mas muitos acham que são donos dos úteros alheios. As estruturas partidárias são autoritárias e pouco democráticas, com regras internas que mudam ao sabor do vento, favorecendo quem está em seu controle. Isso faz com que se pareçam mais com feudos do que com instâncias de debate e construção coletiva. A Reforma Política discutiu, discutiu e acabou por facilitar – para o curto prazo – a reeleição de quem já está no poder. Com isso, perdemos uma boa oportunidade para melhorar nossa democracia e reduzir nosso machismo e racismo estruturais. https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/08/02/como-partidos-dehomens-podem-dificultar-a-vida-de-mulheres-candidatas/ QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE 540 Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/27/opinion/1532724186_792402.html SEM O FACEBOOK, O MBL NÃO EXISTIRIA Denis R. Burgierman, Nexo Jornal, 01 de agosto de 2018 Assim como muita gente no mundo todo, dos agentes hackers de Putin aos marqueteiros da Cambridge Analytica, o suposto movimento cresceu explorando vulnerabilidades da rede social mais influente que existe Semana passada, o Facebook deletou 196 páginas e 87 perfis de sua rede, muitos deles ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre), uma operação que foi muito influente na política brasileira nos últimos quatro anos, ajudando a derrubar uma presidente e a proteger outro, elegendo políticos, atacando artistas, jornalistas, ativistas e professores e incendiando o debate político e cultural no país. A ação da empresa americana gerou polêmica e fez com que o MBL a acusasse de censura, viés esquerdista e de perseguir o pensamento de direita. Trata-se de uma simplificação, como aliás costumam ser as polêmicas que bombam no Facebook. A verdade é que o MBL só existe por causa do Facebook. A operação, criada em 2014 pelo enrolado advogado Renan Santos para derrubar Dilma Rousseff, só pôde nascer porque se apoiou na infraestrutura em rede criada pela empresa de Mark Zuckerberg. E essa infraestrutura tinha brechas. Renan e sua turma, assim como muita gente no mundo todo, dos agentes hackers de Vladimir Putin aos marqueteiros da Cambridge Analytica, cresceram explorando vulnerabilidades da rede social mais influente que existe. A principal dessas vulnerabilidades surgiu em 2009, quando o algoritmo do Facebook passou a usar critérios sociais para decidir o que é relevante e o que não é. Se um monte de gente ao mesmo tempo compartilha algo, o Facebook conclui que aquilo deve ser importante, e aí leva esse conteúdo para mais gente ainda. O conteúdo é mais favorecido se for compartilhado por um grande número de páginas, cada uma delas com muitos seguidores: isso leva o Facebook a acreditar que um número grande de organizações influentes deram valor para aquilo. 541 Delegar a decisão sobre a importância das coisas às massas foi uma sacada genial da empresa de Zuckerberg, e graças a ela a rede social transformou-se na principal arena do debate público do mundo. Só que essa estratégia é imperfeita porque o algoritmo pode ser enganado: com dinheiro, movimentos sociais podem ser falsificados. Uma maneira de fraudar o Facebook é criar um ecossistema falso: centenas de páginas e perfis que na verdade estão todos sob um mesmo comando, e que compartilham conteúdos ao mesmo tempo, para se fingir de multidão. Isso é um jeito de ludibriar o algoritmo, fabricando a sensação de que algo interessa a muita gente. Outro jeito de dar um drible no algoritmo é mobilizar as emoções das pessoas, principalmente medo e indignação. Tudo o que nos deixa apavorados ou furiosos é lido pelo Facebook como se fosse relevante. Foi com base nesses dois truques que o MBL forjou a ilusão de que era altamente relevante: seus conteúdos, com alta carga de medo e ódio, eram rapidamente compartilhados por centenas de páginas e perfis. E uma coisa louca destes tempos é que percepções rapidamente se transformam em realidades. Como o MBL parecia relevante para o algoritmo, ele foi tornando-se relevante, porque o Facebook amplificava sua visibilidade. ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK Denis R. Burgierman, Nexo Jornal, 01 de agosto de 2018 Assim como muita gente no mundo todo, dos agentes hackers de Putin aos marqueteiros da Cambridge Analytica, o suposto movimento cresceu explorando vulnerabilidades da rede social mais influente que existe Semana passada, o Facebook deletou 196 páginas e 87 perfis de sua rede, muitos deles ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre), uma operação que foi muito influente na política brasileira nos últimos quatro anos, ajudando a derrubar uma presidente e a proteger outro, elegendo políticos, atacando artistas, jornalistas, ativistas e professores e incendiando o debate político e cultural no país. A ação da empresa americana gerou polêmica e fez com que o MBL a acusasse de censura, viés esquerdista e de perseguir o pensamento de direita. Trata-se de uma simplificação, como aliás costumam ser as polêmicas que bombam no Facebook. 542 A verdade é que o MBL só existe por causa do Facebook. A operação, criada em 2014 pelo enrolado advogado Renan Santos para derrubar Dilma Rousseff, só pôde nascer porque se apoiou na infraestrutura em rede criada pela empresa de Mark Zuckerberg. E essa infraestrutura tinha brechas. Renan e sua turma, assim como muita gente no mundo todo, dos agentes hackers de Vladimir Putin aos marqueteiros da Cambridge Analytica, cresceram explorando vulnerabilidades da rede social mais influente que existe. A principal dessas vulnerabilidades surgiu em 2009, quando o algoritmo do Facebook passou a usar critérios sociais para decidir o que é relevante e o que não é. Se um monte de gente ao mesmo tempo compartilha algo, o Facebook conclui que aquilo deve ser importante, e aí leva esse conteúdo para mais gente ainda. O conteúdo é mais favorecido se for compartilhado por um grande número de páginas, cada uma delas com muitos seguidores: isso leva o Facebook a acreditar que um número grande de organizações influentes deram valor para aquilo. Delegar a decisão sobre a importância das coisas às massas foi uma sacada genial da empresa de Zuckerberg, e graças a ela a rede social transformou-se na principal arena do debate público do mundo. Só que essa estratégia é imperfeita porque o algoritmo pode ser enganado: com dinheiro, movimentos sociais podem ser falsificados. Uma maneira de fraudar o Facebook é criar um ecossistema falso: centenas de páginas e perfis que na verdade estão todos sob um mesmo comando, e que compartilham conteúdos ao mesmo tempo, para se fingir de multidão. Isso é um jeito de ludibriar o algoritmo, fabricando a sensação de que algo interessa a muita gente. Outro jeito de dar um drible no algoritmo é mobilizar as emoções das pessoas, principalmente medo e indignação. Tudo o que nos deixa apavorados ou furiosos é lido pelo Facebook como se fosse relevante. Foi com base nesses dois truques que o MBL forjou a ilusão de que era altamente relevante: seus conteúdos, com alta carga de medo e ódio, eram rapidamente compartilhados por centenas de páginas e perfis. E uma coisa louca destes tempos é que percepções rapidamente se transformam em realidades. Como o MBL parecia relevante para o algoritmo, ele foi tornando-se relevante, porque o Facebook amplificava sua visibilidade. ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM 543 ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK Mas espera… Não é estranho que o Facebook esteja punindo apenas páginas de direita? A esquerda não trapaceia também? A resposta é sim, evidentemente. Não faltam páginas ideologicamente à esquerda trabalhando com o mesmo manual de manipulação da opinião pública usado por Renan. Talvez uma das diferenças centrais seja o fato de que os fraudadores à esquerda sejam mais mal-financiados que o MBL. Apurei que o grupo de Whatsapp “MBL - Mercado”, no qual líderes do suposto movimento planejavam ações com seus financiadores, reunia mais de 100 executivos que trabalhavam em todos os principais bancos e corretoras de valores que operam no Brasil, incluindo Itaú, Bradesco, Safra, Santander, XP, Morgan Stanley e Merrill Lynch. Não há prova de que essas empresas financeiras apóiem institucionalmente a operação do MBL, mas é óbvio que há um aparelhamento do movimento por um setor da economia, sem transparência alguma. Outra fonte de dinheiro são os políticos, que, ao que tudo indica, pagam para aparecer bem nos posts. Toda essa receita ajuda a explicar porque a operação de Renan fazia tanto barulho. Alguns meses atrás, uma tragédia jogou luz sobre as táticas de difusão do ecossistema do MBL: o assassinato de Marielle Franco. Minutos depois dos disparos que acabaram com a vida da vereadora, informações falsas começaram a ricochetear pela internet – boatos fantasiosos como o de que ela tinha envolvimento com o tráfico. Horas depois, uma autoridade acreditou nessas mentiras e, irresponsavelmente, compartilhou- as. Tratava-se de uma desembargadora de Justiça – alguém que deveria se preocupar em ver provas antes de atacar uma reputação. Até então, o que havia eram boatos, inclusive de uma pessoa sem noção, mas nada relevante. Foi quando a operação de monitoramento das redes feita permanentemente pelo MBL e por seus “parceiros” fisgou a polêmica e resolveu amplificá-la. Um site chamado Ceticismo Político, parte do ecossistema, fez uma matériade imensa visibilidade comentando sem desmentir o post da desembargadora e levando o boato a milhões que não haviam sido impactados antes. Para olhos treinados, o Ceticismo Político evidentemente é um site irrelevante. Não há lá transparência quanto a financiadores, nem expediente informando quem é a equipe, nem um “quem somos” no qual o leitor pudesse saber quem está falando. O único nome que aparecia era falso: Luciano Ayan, alguém que não existe. Mas, por conta da manipulação no algoritmo, as coisas que o site publica são interpretadas pelo Facebook como relevantes e disseminadas. 544 Em meio à polêmica sobre Marielle, revelou-se que o verdadeiro mantenedor do site é um ativista chamado Carlos Afonso, sócio de um dos líderes do MBL numa empresa de marketing político. Entrei em contato com ele por email. Carlos nega que usasse um nome falso – “Luciano Ayan é apenas um pseudônimo”, defendeu-se, talvez esquecendo-se de que “pseudônimo” vem de “pseudonymos”, “nome falso” em grego. Ele não respondeu nada que eu perguntei, apenas negou que tenha mentido (“reportei o que alguém disse”). Mês passado, Carlos foi chamado a falar no Congresso. Mas ele não foi lá para se explicar sobre sua participação na difusão de desinformação – foi na condição de especialista, dar uma palestra, a convite dos políticos. Em vez de se defender, atacou: levou consigo um bizarro relatório de mais de 300 páginas nas quais acusava 100% dos checadores de fatos do Brasil de serem esquerdistas. O relatório é uma obra-prima de humor involuntário. Usa como “prova” do esquerdismo alheio o fato de alguém criticar terapias de cura gay, compartilhar uma crônica de Antonio Prata ou citar uma frase bonita sobre educação do Paulo Freire. Quando alguém exibe abertamente sua preferência partidária, Carlos acusa de viés – quando não exibe, a acusação é de falta de transparência. Ninguém escapa: para ele, todo mundo é esquerdista. Quem estava lá conta que Carlos parecia íntimo de vários congressistas – provavelmente porque presta serviço para eles. O MBL cobra de políticos para manipular redes sociais a favor deles. Tenho em meu poder uma apresentação de PowerPoint da organização, na qual eles se orgulham de sua participação na eleição de políticos como João Doria, que fracassaria como prefeito de São Paulo, e pedem dinheiro para eleger outros – um jeito de driblar a regulamentação rígida de financiamento de campanhas eleitorais. Enfim, está claro que o sistema político brasileiro não tem condições de fiscalizar as fraudes do MBL, até porque parte dele está em conluio com eles. Como a rede é privada, só quem tem poder para coibir abusos é o próprio Facebook. Evidentemente seria um absurdo se a empresa se colocasse a censurar ideias. Mas não é isso o que eles estão fazendo: estão é tentando melhorar seus mecanismos para identificar o que é relevante e, assim, fechar as brechas de seus algoritmos. Renan Santos e Carlos Afonso têm todo o direito de postar o que for. O que não pode acontecer é que esse conteúdo, desprovido de checagem e criado com dinheiro suspeito para manipular a opinião pública, seja privilegiado, como se fosse relevante. Não é. Denis R. Burgierman é jornalista e escreveu livros como “O Fim da Guerra”, sobre políticas de drogas, e “Piratas no Fim do Mundo”, sobre a caça às baleias na Antártica. 545 Foi diretor de redação de revistas como “Superinteressante” e “Vida Simples”, comandou a curadoria do TEDxAmazônia, e fez parte do time que criou o Greg News, primeiro comedy news da TV brasileira. Escreve quinzenalmente, às quintas-feiras. https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/Sem-o-Facebook-o-MBL-n%C3%A3oexistiria REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES Renata Agostini, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018 Um dos mais midiáticos cabos eleitorais dos evangélicos, o pastor Silas Malafaia está animado com as chances de seus escolhidos nas urnas. "É a coisa mais fácil do mundo: é só usar as redes sociais. É o que vai mandar nessa eleição", diz o pastor, que ficou famoso com aparições na TV, mas hoje investe pesado na seara digital, com dois milhões de seguidores no Facebook e 1,3 milhão no Twitter. "É só você falar nos três anos anteriores o que você pensa. Eu venho fazendo isso há tempos. Aqui todo mundo já sabe quem representa o Malafaia", diz o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ele sabe do que está falando. Em 2014, Malafaia, que tem um irmão deputado estadual no Rio e um membro de sua igreja como vereador carioca, elegeu para a Câmara dos Deputados Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), fiel da Vitória em Cristo. Com o aliado, o pastor, que já era cabo eleitoral de aspirantes a político País afora, aumentou seu poder de influência e uniu-se a um grupo de líderes evangélicos com representação no Congresso por meio de membros de suas igrejas. É o caso de Edir Macedo (Universal), Manoel Ferreira (Assembleia de Deus Madureira), R.R. Soares (Internacional da Graça de Deus), Valdemiro Santiago (Mundial do Poder de Deus), José Wellington Bezerra da Costa (Assembleia de Deus Belém), Mário de Oliveira (Igreja do Evangelho Quadrangular). A seu favor neste ano, eles contam com o desgaste da classe política - a Lava Jato atingiu políticos evangélicos, mas, diferentemente de outros casos, o grupo não ficou no centro do escândalo - e com o apelo de valores conservadores em segmentos da população. Para congressistas e pesquisadores, em uma campanha de curta duração e 546 sem dinheiro de empresas, quem já tem "base eleitoral" sairá na frente - caso dos evangélicos. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral, porém, vêm tentando ampliar a vigilância. O objetivo é conter a tentativa de religiosos de usarem templos para influenciar o eleitorado. A lei não permite que candidatos recebam doação de igrejas ou façam campanha dentro delas. Mas ainda é tema controverso o chamado "abuso do poder religioso". O conceito tem sustentado decisões em tribunais a partir da interpretação de magistrados de que igrejas atuaram diretamente para eleger candidatos. Deputados eleitos sob o manto evangélico temem ainda que o sucesso dos últimos anos os prejudique em razão da proliferação de candidaturas. "Votos não se multiplicam, eles migram", diz Feliciano, questionando se a ânsia por lançar evangélicos não fará a bancada, em vez de crescer, minguar em 2019. A resposta virá em outubro. / R.A. Assembleia lidera "Elegemos a Câmara mais conservadora desde 1964", comemora Marco Feliciano (Podemos-SP), o deputado-pastor de Orlândia que ganhou projeção nacional após assumir, em 2013, no governo Dilma, a presidência da Comissão de Direitos Humanos, historicamente liderada pela esquerda. O posto resultou em protestos e rendeu ao deputado espaço no noticiário. Líder da Catedral do Avivamento, ligada à Assembleia de Deus, o pastor foi reeleito em 2014 com quase o dobro de votos - foi o quarto deputado mais votado no País. Não ascendeu sozinho. A bancada evangélica alcançou patamar inédito, indicam levantamentos. Segundo pesquisa do cientista político Fábio Lacerda, que em sua tese de doutorado na USP produziu um banco nacional de candidaturas evangélicas, o total de deputados saltou de 35 eleitos em 2006 para 67 em 2014. Para o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o número foi de 36 deputados em 2006 para 75 eleitos em 2014, um aumento de 108% - a diferença em relação aos 84 achados pelo Estadão/Broadcast explica-se pela diferença de método dos levantamentos e pela entrada de suplentes. 547 A expansão no Congresso reflete o aumento dos seguidores das igrejas evangélicas. Em 1991, eram 9% dos brasileiros. Em 2010, no censo do IBGE, representavam 22%. Pesquisa Datafolha de 2016 apontou que eles já beiram 30% da população, ou 60 milhões de pessoas. É uma das maiores populações evangélicas do mundo. O crescimento dessa base potencial de eleitores não se traduziria em votos, no entanto, não fosse a determinação de algumas igrejas, especialmente as neopentecostais, em ter voz no Congresso. "Desde 1986, a participação deles no Congresso só cresce. Em 2006, há queda pontual, em função do escândalo dos Sanguessugas, que envolve líderes evangélicos", diz Ronaldo Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Algumas das igrejas começaram a adotar a estratégia de escolher candidatos oficiais. Em outros casos, líderes se lançaram ao pleito. A denominação mais bem-sucedida é a Assembleia de Deus, que funciona como uma congregação de igrejas, com centenas de braços. Hoje 25 deputados dizem segui-la - 11 pastores. Logo após vêm a Igreja Batista, com 11, e a Igreja Universal do Reino de Deus, com dez. Os evangélicos logo se tornaram "puxadores de voto", atraindo interesse das legendas. "Quase todos os partidos passaram a desejar ter candidatos evangélicos. Isso não acontece em outros países", diz o pesquisador canadense Paul Freston. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/08/12/representantes-de-igrejas-sao-escolhidos-por-pastores.htm DEBATE DA REDETV! TEM FOCO EM ECONOMIA E "SERMÃO" DE MARINA EM BOLSONARO Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 Temáticas da área econômica, como impostos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do teto de gastos e o desemprego no Brasil foram o foco do segundo debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado pela RedeTV! na noite desta sexta-feira (17) 548 Apesar das investidas do PT na Justiça, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou do encontro. A RedeTV! informou que deixaria um púlpito vazio com o nome de Lula, mas não o fez. Em nota lida no início do encontro, a emissora informou que retirou o púlpito destinado ao ex-presidente a pedido de sete dos oito candidatos presentes. Apenas Guilherme Boulos (PSOL) foi contra. Além de Boulos, outros sete candidatos participaram do debate: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O tom entre os candidatos foi elevado durante boa parte do encontro, que teve, no total, quatro blocos. O bate-boca mais forte foi protagonizado no terceiro deles, quando Marina Silva (Rede) enfrentou o concorrente Jair Bolsonaro (PSL), dizendo que ele acredita poder resolver os problemas do Brasil, como a desigualdade salarial entre gêneros e a segurança pública, "no grito e na violência". "Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência. Nós somos mães, nós educamos os nossos filhos. A coisa que uma mãe mais quer é ver um filho sendo educado para ser um cidadão de bem. E você fica ensinando para os nossos jovens que têm de resolver as coisas na base do grito, Bolsonaro. Você é um deputado, você é pai de família. Você um dia desses pegou a mãozinha de uma criança e ensinou como é que se faz para atirar", afirmou. Ciro x Alckmin Logo em sua primeira oportunidade de confronto direto, Ciro Gomes (PDT) optou por questionar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Os dois então passaram a discutir, ao longo do debate, sobre temas específicos da área econômica. "O senhor esteve a favor dessa emenda [a PEC do teto de gastos] e eu fui contra. Nós estamos aqui, respeitosamente, nada pessoal, discutindo a concepção de país. O senhor, eleito presidente da República, revogaria ou manteria esse teto dos gastos?", perguntou Ciro. Alckmin, então, afirmou que a emenda existe porque as contas públicas "estouraram todas no período do PT". Apesar disso, ele disse que "o problema não é a PEC do teto", mas sim que é preciso "reduzir o tamanho do Estado". Na ocasião em que Alckmin pôde escolher quem confrontaria, o tucano retribuiu e escolheu Ciro: "vou voltar à questão da economia". 549 Foi quando os candidatos, mesmo que cordialmente, se desentenderam quanto à autoria de uma proposta tributária. Alckmin afirmou que, caso seja eleito, vai unificar cinco impostos em um só, o IVA (Imposto sobre o valor agregado). Ciro logo respondeu: "Corria o ano de 95, eu escrevi o livro e propus o IVA no Brasil. Acho que, na literatura, foi a primeira vez. As lideranças de São Paulo ficaram contra a vida inteira, e eu compreendo". No segundo bloco do debate, quando respondia a uma pergunta do jornalista Reinaldo Azevedo, Alckmin retomou o embate: "Olha, primeiro fazer aqui uma observação sobre a colocação do Ciro Gomes. E dizer que nós somos favoráveis ao ICMS no destino. Aliás, o somos desde a época do Mário Covas". Embates entre Boulos e Meirelles Guilherme Boulos (PSOL) e Henrique Meirelles (MDB) também protagonizaram momentos de embate intensos e trocaram até acusações pessoais. Perguntado por Boulos sobre escândalos de corrupção em seu partido e se manteria "essa prática de trocar ministério por voto no Congresso", Meirelles disse que todos os grandes partidos têm problemas graves. O ex-ministro da Fazenda do presidente Michel Temer (MDB) afirmou ainda ter nomeado um "time dos sonhos", com pessoas "de competência e de preparo técnico", quando liderou a pasta. "Esse "time dos sonhos" que você fala virou o time do pesadelo para o povo brasileiro, porque você era ministro até o mês passado, e o desemprego está em 14 milhões de pessoas", acusou Boulos. Meirelles rebateu, dizendo que sua equipe "criou milhões de emprego no Brasil", e acrescentou: "Criou milhões de empregos para quem de fato trabalha, não é? Não é para apenas para quem faz agitação e procura ocupar terra de outras pessoas que trabalharam duro, não é verdade?", em referência à militância de Boulos no MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Boulos utilizou alguns segundos de sua fala em outro momento do debate para responder Meirelles: "Quero dizer que eu não sou banqueiro, eu sou professor, escrevo, e ganho minha vida honestamente. Luto ao lado dos sem-teto com muito orgulho há 17 anos, de quem precisa de casa. Estou junto com sem-teto, com semterra, só não estou junto com sem-vergonha como alguns aqui estão". 550 Saúde, educação e segurança Apesar de serem mencionados pelos candidatos, temas como saúde, educação e segurança pública não tiveram destaque ao longo do debate. Foram poucas as propostas específicas para essas áreas trazidas por eles. O problema da nossa nação chama-se gestão. Gestão e política pública. Eu quero dizer a você que está me ouvindo, cidadão brasileiro, povo brasileiro, você tem direito à educação, a saúde, a alimentação, ao trabalho, ao transporte, ao lazer", disse Cabo Daciolo. O candidato Jair Bolsonaro voltou a dizer que irá combater o que chama de "ideologia de gênero" e "partidarização" em sala de aula e afirmou que pretende militarizar as escolas do ensino fundamental. "O dinheiro sempre vai ser apertado. No próximo governo, no outro, governar é escolher, e nós vamos priorizar a educação, educação básica, priorizar a saúde, meu dever até como médico, e a segurança pública. E trazer investimento privado para a infraestrutura do nosso país, que vai gerar muito emprego, e rapidamente", afirmou Alckmin. Já Guilherme Boulos disse que irá resolver o problema da segurança pública no Brasil investindo em inteligência e investigação. "Nós vamos fazer isso, e vamos fazer enfrentando o crime organizado de verdade. Porque vamos falar a verdade aqui para o povo brasileiro: o crime organizado, o comando dele, não está no barraco de nenhuma favela, está mais perto da praça dos Três Poderes do que da favela da Rocinha". https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/18/debate-daredetv-tem-foco-em-economia-e-sermao-de-marina-em-bolsonaro.htm MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO Jonathas Cotrim, Estadão reproduzido peloUol, 12 de agosto de 2018 A professora Duda Salabert, 36, se apresenta como a primeira mulher trans a se candidatar ao cargo de senadora no Brasil. Filiada ao PSOL de Minas Gerais, ela tem como bandeira, mais do que a luta pela igualdade de gênero, a educação. "Antes de militar como mulher trans, eu milito pela educação há mais de vinte anos", afirma 551 Salabert. Uma das propostas é o perdão da dívida do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). Salabert é presidente da Transvest, uma ONG que oferece cursos pré-vestibular e de idiomas gratuitos para travestis e transexuais. De acordo com ela, os cursos da organização recebem mais de 100 pessoas por ano. No futuro, a ONG pretende abrir um curso preparatório para profissionais do sexo, ambulantes e camelôs da região central de Belo Horizonte. Apesar de disputar a primeira eleição, a professora disse que recebeu convites para se candidatar a outros cargos no PSOL, mas preferiu o Senado como forma de "provocação". "Eu aceitei pelo caráter simbólico. Senado, na sua etimologia significa 'senhores'. Se é um espaço feito para senhores, uma mulher travesti, disputando esse espaço, é extremamente provocativo". Além de Salabert, Minas Gerais terá outras três candidatas trans nestas eleições, duas do PSOL e uma do PCB, partidos que estão na mesma coligação no Estado. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o uso do nome social pelas candidaturas de pessoas trans. "Estamos em um país que as pessoas transexuais não são consideradas humanas. É uma desvantagem. Até nos movimentos sociais reproduzem a transfobia", afirmou a candidata. "Mas faço do veneno o remédio". A professora afirmou que tem sido alvo de ataques nas redes sociais. "Se a violência ficar só no moral eu suporto, mas eu tenho muito receio de isso passar para o físico. " Em 2017, a Associação Nacional de Travestis (ANTRA) contabilizou 179 assassinatos de pessoas transexuais, o que daria um assassinato a cada 48 horas. Além disso, a expectativa de um travesti no Brasil é de 35 anos, segundo a organização. Dilma Na corrida as duas vagas para o Senado em Minas, Duda Salabert enfrentará a presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Apesar de criticar o governo da petista, a professora afirma que a candidatura de Dilma também pode alavancar a dela. "A Dilma é o principal nome ao Senado. Não só por ser uma candidatura de mulher, mas porque ela pode trazer para o Senado votos à esquerda. Possivelmente, duas pessoas da esquerda vão ser eleitas este ano." 552 https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/08/12/minas-tera-a-primeira-candidata-trans-ao-senado.htm MARINA ATACA BOLSONARO POR MULHER E ARMAS: "ACHA QUE RESOLVE TUDO NO GRITO" Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 Jair Bolsonaro (PSL) nesta sexta-feira (17) dizendo que ele acredita poder resolver os problemas do Brasil, como a desigualdade salarial entre gêneros e a segurança pública, "no grito e na violência". "Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência", retrucou Marina ao receber o direito da tréplica. "Nós somos mães, nós educamos os nossos filhos. A coisa que uma mãe mais quer é ver um filho sendo educado para ser um cidadão de bem. E você fica ensinando para os nossos jovens que têm de resolver as coisas na base do grito, Bolsonaro. Você é um deputado, você é pai de família. Você um dia desses pegou a mãozinha de uma criança e ensinou como é que se faz para atirar", afirmou. O embate entre os postulantes ao Palácio do Planalto aconteceu em debate promovido pela RedeTV! em parceria com a revista IstoÉ nesta noite. No momento, os candidatos tinham de escolher um adversário e fazer uma pergunta. Bolsonaro optou por questionar Marina Silva e saber sua opinião sobre a facilitação para a posse de armas de fogo, a qual defende para "cidadãos de bem". A candidata disse discordar da flexibilização e, então, aproveitou para criticar a postura de Bolsonaro em relação ao combate à desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. O tema havia sido discutido mais cedo entre Bolsonaro e Henrique Meirelles (MDB). Na ocasião, o candidato do PSL disse querer "o bem das mulheres", mas ser necessário somente cumprir a legislação. Ele também havia pedido que não fosse usada "essa demagogia" para dividir a população. "Não [defendo a posse de armas de fogo para a população em geral]", iniciou Marina em sua resposta. "Antes eu queria te dizer uma coisa, Bolsonaro. [...] Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida. A última a ser promovida. [...] Tem de se preocupar sim, porque, quando se é presidente da República, tem de se fazer cumprir o artigo quinto da Constituição Federal que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada. 553 Não fazer vista grossa dizendo que não precisa se preocupar. Precisa se preocupar sim. Um presidente da República está lá para combater a injustiça", afirmou a candidata da Rede. Em resposta, Bolsonaro questionou o fato de Marina Silva ser evangélica e defender plebiscitos para a descriminalização do aborto e da comercialização da maconha. "Temos aqui uma evangélica que defende o plebiscito para aborto e maconha e quer agora defender a mulher. Você não sabe o que é uma mulher, Marina, que tem um filho jogado no mundo das drogas. Você não sabe o que é isso para defender um plebiscito nesse sentido. Eu defendo a mulher e defendo inclusive a castração química para estupradores", falou. Quando Bolsonaro mencionou a castração química, Marina Silva tentou intervir, mas, no momento, a regra do debate proibia intervenções de candidatos quando outro estivesse com o tempo de fala. "Não, não, não. Você não pode interromper. A senhora não pode me interromper. A senhora não pode me interromper", argumentou o candidato do PSL. Ele continuou a fala ressaltando que mulheres devem ter posse de armas de fogo em casa para usá-las se desejarem. Foi então que Marina Silva subiu o tom contra Bolsonaro e disse que o candidato quer resolver as questões "no grito" e "na violência". Ela ainda citou um trecho da Bíblia (Provérbios 22:6) que diz "ensina a criança no caminho em que deve andar e, mesmo quando for idoso, não se desviará dele" ao questionar Bolsonaro se o ensinamento dele continuaria a ser favorável à violência, em seu ponto de vista. Ela complementou, antes que acabasse o seu tempo de tréplica: "Numa democracia, o Estado é laico". Fora do microfone, Bolsonaro falou para Marina "leia o livro de Paulo". Não é possível saber a qual livro escrito pelo apóstolo Paulo na Bíblia o candidato se referiu. Após o embate, foi possível ouvir aplausos de aliados de Marina e de Ciro Gomes na plateia. No intervalo seguinte à fala, Ciro foi até Marina cumprimentá-la pela resposta a Bolsonaro. O debate desta sexta-feira foi o segundo de nove entre presidenciáveis no primeiro turno das eleições. Oito candidatos participam do encontro nesta noite: Bolsonaro, Marina, Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Henrique Meirelles (MDB). 554 https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/18/marina-atacabolsonaro-por-mulher-e-armas-acha-que-resolve-tudo-no-grito.htm A TRISTE CONVENIÊNCIA DOS CANDIDATOS QUE QUEREM SER ELEITOS SEM ENFRENTAR SEUS ELEITORES. NA APAGADA ELEIÇÃO DE SÃO PAULO, ESTÁ DIFÍCIL CONVENCER CANDIDATO A DEBATER EM BAIRRO RICO, QUE DIRÁ NA PERIFERIA Regiane Oliveira, El País, 16 de agosto de 2018 O Tuca (Teatro da PUC São Paulo) é um desses locais da capital paulista que ficaram marcados na memória coletiva da cidade como símbolo de resistência à ditadura militar. Quando ocupadas, as 652 cadeiras do espaço, inaugurado em 1965, abrigam discussões acaloradas que fazem tremer as paredes de tijolos aparentes. Não à toa, foi escolhido pelo projeto Universidade vai às Urnas para receber um debate de candidatos ao Governo do Estado de São Paulo. O local impõe respeito. Mas nem todos compartilham dessa opinião. Há quem acredite que o TUCA é só mais um aparelho ideológico da esquerda ativista. Um clichê, é verdade, mas que não impede ninguém de ir assistir aos diversos eventos culturais que acontecem na localização privilegiada, em meio ao rico bairro de Perdizes, na zona oeste de São Paulo. Por isso, foi com um sentimento de resignação que os estudantes receberam a recusa em participar do evento do ex-prefeito de São Paulo, João Doria Junior(PSDB), e do expresidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), ambos alegando problemas de agenda. O governador Márcio França (PSB) cancelou sua participação no último minuto, sob a justificativa de que estava acompanhando uma rebelião com reféns em um presídio em Taubaté, no interior do Estado. Nos bastidores, no entanto, a sensação era de que, por ser um local que tradicionalmente recebe a juventude dos partidos políticos, esses candidatos ficaram com receio da recepção negativa que poderiam sofrer. E não há dúvidas de que eles deveriam esperar dificuldades, afinal o embate político por vezes se assemelha às discussões entre fanáticos de futebol. Mas será que isso justifica a falta? Imagine se o convite fosse de um banco, associação empresarial ou clube social. Esse fenômeno é conhecido: são candidatos que querem ganhar eleição sem ter que lidar diretamente com os eleitores, especialmente com aqueles que pensam diferente e que não representam ganho econômico e/ou político para sua campanha. Uma postura que fica ainda mais confortável nas eleições de 2018, quando o foco da cobertura de imprensa está nas eleições presidenciais. 555 O paradoxo desse posicionamento é que ele mostra um desinteresse desses candidatos em abrir novos canais de diálogo, mesmo em um cenário de desalento com as opções disponíveis. Na pesquisa Datafolha realizada em abril com sete candidatos para o Governo de São Paulo, Doria e Skaf saíram na frente na preferência do eleitorado, mas também foram os mais rejeitados. Somados, votos brancos nulos e indecisos ganhariam a eleição paulista, com 31% das intenções. E se é difícil convencer um candidato a conversar com estudantes em meio à rica Perdizes, que dirá em uma comunidade no Capão Redondo? É só perguntar para quem tentou. Em 2016, a Rede Jornalistas das Periferias, que reúne vários coletivos de comunicação, convidaram os 13 candidatos à Prefeitura de São Paulo para uma sabatina. A ideia era fazer um dia de entrevistas entre líderes de movimentos sociais de várias periferias e os candidatos. Toparam PSTU, PCO e Democracia Cristã e REDE. Dória (PSDB) e Marta (na época MDB) queriam mandar o vice ou gravar um vídeo; Russomanno (PRB) alegou outros compromissos; Erundina (PSOL) estava cansada e Haddad (PT) deu a negativa praticamente em cima da hora. O evento acabou sendo cancelado pelo que os organizadores chamaram de "problemas logísticos". Para os organizadores, ficou uma lição: nem partidos de esquerda, nem de direita parecem interessados no diálogo direto. Preferem manter o modelo, até então vencedor, de campanha por monólogo intermediado, esse que é feito nos debates nas grandes redes de televisão (onde o candidato responde o que quer, e não necessariamente o que foi perguntado, sobre temas pré-aprovados) ou as famosas carreatas eleitorais (onde o candidato come pastel de feira e dá um beijo constrangido em alguma criança para sair bem na foto). No TUCA, os candidatos Lisete Arelaro (PSOL), Luiz Marinho (PT), Marcelo Cândido (PDT) e Cláudio Aguiar (PMN) pareciam confortáveis em meio ao seu próprio público. Alinhados em grande parte das questões, pouco falaram para realmente diferenciar suas propostas das dos oponentes. À parte a intervenção de Lisete, única mulher dentre os candidatos, com seu discurso em defesa da legalização da maconha para combater a guerra às drogas, que sacudiu o TUCA, e da simpatia do público com Marcelo Cândido, único negro entre os candidatos, o destaque ficou com Rogério Chequer (NOVO). O discurso liberal do fundador do Movimento Vem Pra Rua – com sua defesa apaixonada das privatizações e do Programa Escola Sem Partido –, desagradou a grande maioria dos estudantes presentes. Ouviu vaias, foi chamado de golpista e de coxinha. Mas respondeu a todos, valorizando a oportunidade e utilizando cada minuto 556 para mostrar suas ideias. Se conseguiu convencer alguém, não é possível afirmar. Mas no final do debate, saiu pela porta da frente do teatro, aparentemente sem receio de represálias. Com tantas novas formas de estabelecer contato como eleitor, e num cenário em que a população demonstra enorme desânimo em fazer valer seu voto nas urnas, é desalentador perceber que os candidatos ainda optam por se encastelar e evitar o debate. Até então, essa estratégia era garantia de votos. Mas até quando? https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/10/opinion/1533866189_226002.html VI MULHERES BRIGANDO COM HOMENS QUE FAZEM DE BOLSONARO SUA ARMA DE FOGO Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga, The Intercept Brasil, 20 de Agosto de 2018 “VEDETES” ERA O apelido das meninas que seguiam os integrantes “bondes” nos rolezinhos no shopping ou no baile funk. Alguns meninos nos relataram, por volta de 2011, que quanto mais roupas de marcas e dinheiro eles ostentassem, mais vedetes “corriam atrás”. Na vanguarda dos “rolês” estavam os homens, cabendo a elas um papel secundário, quase alegórico. Só que as vedetes viraram o jogo. As coisas mudaram radicalmente no Brasil nos últimos cinco anos após as Jornadas de Junho de 2013 e as ocupações secundaristas de 2016, tudo isso em meio a uma primavera feminista. Não é novidade que, nas classes populares, as mulheres exercem um papel crucial tanto como chefe de família quanto como lideranças comunitárias. Mas me refiro a um processo novo, de ruptura de estruturas sociais profundas, que ainda sequer é possível mensurar. Esse processo é marcado pela emergência de uma subjetividade contestatória através da qual as meninas se apropriam do debate da grande política, ajudando a formar, por exemplo, uma faixa de contenção à candidatura de Jair Bolsonaro, que encontra grande rejeição entre mulheres. De um lado, temos uma geração de mulheres politizadas e feministas; de outro, uma forte reação adversa masculina. 557 Quando eu e minha colega Lúcia Scalco visitamos escolas públicas em 2016, esperávamos que os novos “rolezeiros” tivessem participado das ocupações. Ao contrário, o que encontramos foi um discurso conservador e alinhado com Bolsonaro, esbarrando em forte oposição das adolescentes. Essa configuração é elucidativa de uma bifurcação inédita que transcende e potencializa a tradicional liderança comunitária feminina e o antigo conservadorismo patriarcal. De um lado, temos uma geração de mulheres politizadas e feministas; de outro, uma forte reação adversa masculina. Isso ficou claro em algumas discussões em sala de aula, nas quais as meninas se sobressaiam na argumentação e eloquência diante de meninos quietos e cabisbaixos. Elas denunciavam a falta de coerência, o machismo, o racismo e a homofobia de Bolsonaro. Um deles chegou a me dizer que se sentia “oprimido” pelas colegas. Uma vez sozinhos, eles se referiam ao candidato como um símbolo, uma marca juvenil – tal como a Nike operava na época dos bondes. Um deles chegou a me dizer que se sentia “oprimido” pelas colegas. Em tempos crise da segurança pública que transformou Porto Alegre em uma das cidades mais violentas do mundo, bem como em um momento de ascensão do feminismo, a figura de Bolsonaro parece ser um totem de virilidade que representa uma arma de fogo – uma arma que se defende de bandidos, mas também de outras ameaças inomináveis. A divisão não se restringe a adolescentes de periferias. Um aspecto revelador nesse sentido é desestabilização dos afetos a partir de novos conflitos entre casais causados pela política. Muitos entrevistados são motoristas de Uber, da faixa de 25-30 anos, que sonham dirigir armados, enquanto suas parceiras temem que isso traga ainda mais perigo para as suas crianças. Presenciamos incontáveis discussões entre casais, sendo comum ouvir que política é um tema que deve ser evitado nos relacionamentos. Em uma das entrevistas, Joana, 53 anos, desatou a criticar Bolsonaro, com uma admirável capacidade argumentativa, diante de seu marido calado, que se dizia indiferente ao candidato. Horas depois, José Carlos, 64 anos, foi para o Facebook postar a famosa corrente das “42 razões para votar em Bolsonaro”. Joana relatou que, no outro dia, ele havia reclamado que ela “tinha falado demais e sido muito saliente”. 558 Como indicam os estudos publicados na Social Psychological and Personality Sciences e na Critical Sociology, nos Estados Unidos, já existe uma quantidade razoável de pesquisas que mostra que o voto a Donald Trump não se deu em função de uma classe média branca empobrecida, mas foi fundamentalmente motivado pelo preconceito e pela personalidade autoritária do candidato. No Brasil, é preciso levar em consideração o contexto. Ainda não temos esses números para poder refletir com maior precisão. A crise econômica e política no Brasil foi muito brutal (do crescimento de 7,5% em 2010 para -3,7% em 2014), somando-se ao impeachment de Dilma Rousseff. A combinação do colapso econômico e o vácuo político certamente têm peso importante na intenção de votos a Bolsonaro no Brasil. Estamos falando de penúria econômica, de falência democrática, mas também da crise do macho. Mas não podemos ignorar o componente de preconceito de gênero, de raça e sexualidade. É muito sintomática essa identificação masculina com a figura agressiva, e ao mesmo tempo profundamente vazia, de Bolsonaro. Se o candidato tem se mantido estável em segundo lugar após Lula, é preciso lembrar que esse número muda com o recorte de gênero – ele tem 27% de intenção de votos entre homens e 12% entre mulheres, segundo o DataFolha. Estamos falando de penúria econômica, de falência democrática, mas também da crise do macho. E esses fenômenos são indissociáveis. A identificação com o candidato é também uma jogada desesperada de time que se vê caindo na tabela, uma reação a tantas vozes políticas emergentes que resolveram se rebelar dentro e fora de casa nos últimos anos. Como num jogo de forças, a ordem de poder até então estabelecida tenta reverter uma transformação que parece não ter mais volta. As mulheres são a renovação política e formam um bloco de resistência contra o autoritarismo. É a revolta das vedetes. https://theintercept.com/2018/08/20/vedetes-homens-bolsonaro-bondes/ VOTO DAS MULHERES VIRA PESADELO DE BOLSONARO 559 Mário Magalhães, the Intercept Brasil, 22 de agosto de 2018 LUÍS FELIPE MANVAILER espancou Tatiane Spitzner no carro, na garagem, no elevador, até ela despencar do quarto andar do prédio onde moravam. Se foi empurrada, morta ou viva, ou pulou em desespero pouco importa: foi assassinato. Anderson da Silva contou ter asfixiado Simone da Silva na frente do filho deles, de três anos. Ao matá-la, ele sabia que ela estava grávida. A Justiça decretou a prisão de Pedro Paulo Barros Pereira, suspeito de ser o mandante da execução de Karina Garofalo, baleada diante de um menino de 11 anos, filho de ambos (“Papai mandou matar mamãe”, teria dito o garoto). Altamiro Lopes dos Santos agrediu até a morte Patrícia Mitie Koike. Rodrigo Bessa Paixão foi preso pela suspeita de ser o autor dos três disparos que tiraram a vida de Natasha Conceição Fonseca da Silva. Duas vezes Natasha prestara queixa de Rodrigo, por agressão e ameaça. Na cidade paranaense de Guarapuava, no complexo do Alemão, na Barra da Tijuca, em Nova Iguaçu e Jacarepaguá, os suspeitos, acusados ou assassinos confessos eram marido, ex-marido, namorado ou ex-namorado das mulheres mortas. O gênero das vítimas foi determinante para os crimes, todos deste ano. Por isso, a tipificação apropriada é feminicídio. De 2016 para 2017, os episódios de feminicídio subiram 22% (929 para 1.133), embora persistam resistências à aplicação da norma sancionada em 2015 por Dilma Rousseff. Os registros de violência doméstica somam anualmente 221.238, ou 606 por dia. No aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha, Brasília despertou com mais dois feminicídios. A Lei 13.104 alterou o Código Penal e introduziu o feminicídio “no rol dos crimes hediondos”. Definiu-o como delito “contra a mulher por razões da condição do sexo feminino”. Decorre de “violência doméstica e familiar”, de “menosprezo ou discriminação à condição da mulher”. A pena é dez anos maior do que a de homicídio. A taxa de feminicídio no Brasil é a quinta mais alta do mundo. “Nós temos que acabar com o mimimi, acabar com essa história de feminicídio”, declarou Jair Bolsonaro no ano passado. No começo do mês, o deputado falou: “Se uma pessoa matar o meu pai ou a minha mãe, eu vou me sentir triste de qualquer maneira”; “não tem que ter Lei do Feminicídio”. O candidato a presidente omitiu que o padrão é companheiro matar companheira, e não o contrário. 560 No jornalismo, há quem teime em chamar de “crime passional” o que é feminicídio. Paixão e amor são uma coisa. Ódio, outra. Quem ama não mata. Mentira tem pernas curtas Na sexta-feira, no debate da RedeTV!, Bolsonaro perguntou a Marina Silva sobre posse de armas de fogo – para não esquecer o tema, ele consultou uma cola anotada na palma da mão esquerda. A ex-senadora mudou o rumo da prosa. Disse que o adversário desconhece “o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida, ser a última a ser promovida”. O concorrente do PSL contra-atacou: “Temos aqui uma evangélica que defende o plebiscito para aborto e para maconha”. A candidata da Rede viveu seu momento mais glorioso na campanha até agora: “Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência”; “você um dia desses pegou a mãozinha de uma criança e ensinou como se faz para atirar”. Bolsonaro encarou Henrique Meirelles. O candidato do MDB indagou sobre desigualdade salarial entre mão de obra feminina e masculina. O deputado engrossou: “É mentira que eu defendi em qualquer época da minha vida que mulher deve ganhar menos do que homem! É mentira! Não existe um só áudio, uma só imagem minha nesse sentido”. Bastou uma visita ao YouTube para assistir ao que Bolsonaro descartara como mentira. No programa Superpop, ele se abriu: “A mulher, por ter um direito trabalhista a mais, no caso a licença gestante [maternidade+, o empregador prefere contratar homem *…+. Muitas vezes, por ser mulher, prefere dar um emprego ganhando menos”. A apresentadora Luciana Gimenez questionou: “O que você acha?” Ele respondeu: “Eu não empregaria com o mesmo salário”. O repórter José Roberto de Toledo conferiu o programa de governo de Bolsonaro e descobriu: a palavra “mulher” é mencionada uma vez. “Deus”, 82. Rogando pela morte de Dilma No Brasil que o veterano capitão pretende administrar, o desempregoentre os homens é de 11%; entre as mulheres, de 14,2%. O de pretos alcança 15%, e o de brancos permanece aquém dos 10%. A mulher negra é a mais afetada pela falta de ocupação. 561 Nem um terço das crianças até três anos têm acesso a creches, sobrecarregando muito mais as mães do que os pais. A Agência Nacional de Cinema divulgou que três em cada quatro dos 142 longasmetragens nacionais que estrearam comercialmente em 2016 foram dirigidos por homens brancos, e nenhum por cineasta negra. Em junho se soube que uma mulher pobre, Janaína Aparecida Quirino, fora submetida a laqueadura por determinação judicial. Não havia diagnóstico clínico que respaldasse a ordem. A Polícia Militar do Paraná instituiu o critério de “masculinidade” num edital para 16 vagas de cadetes. Explicou o quesito como “capacidade do indivíduo de não se impressionar com cenas violentas, não se emocionar facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”. Depois da grita, a PM reformulou o edital. De vez em quando eu, que me delicio com comédias românticas, choro vendo filmes; devo ser fraco em matéria de “masculinidade”. Para contornar a obrigação de encaminhar ao menos 30% do fundo eleitoral para as mulheres, partidos as escalam como suplentes de candidatos homens ao Senado, contabilizando o dinheiro que se destina aos postulantes titulares. No “Roda Viva”, Manuela D’Ávila foi interrompida no mínimo 40 vezes pelos entrevistadores. Ciro Gomes, oito. Guilherme Boulos, nove. A deputada vestia uma camiseta com a inscrição “Lute como uma garota”. Bolsonaro praguejou, em 2015, sobre o mandato da então presidente: “Eu espero que acabe hoje, *com ela+ infartada ou com câncer, *de+ qualquer maneira”. No passado recente, Dilma tinha pelejado contra o câncer. ‘Ideologia mata!’ As mulheres vão à luta contra a injustiça e a covardia. No campus de Belém da Universidade Federal Rural da Amazônia, estudantes protestaram contra colegas que disseminaram por WhatsApp mensagens misóginas, homofóbicas e racistas. Um dos interlocutores incitou, aparentemente em referência a uma aluna: “Bora logo meter o estupro”. Outro emendou: “Estupro não, sexo surpresa”. Na quinta-feira, secundaristas da rede carioca de colégios Pensi denunciaram no Twitter assédio sexual cometido por diretores, professores e inspetores (#AssédioÉHábitoNoPensi). Elas relataramcomentários, cantadas, carícias, abraços, 562 toques – um conjunto de abordagens não consentidas e intimidadoras, portanto abusivas. A gota d’água foi a demissão de duas professoras que as apoiavam. Anteontem, houve manifestações em várias unidades da rede e em outros colégios, com gurias e guris vestidos de vermelho. Uma garota carregou um cartaz que ensinava: “Quem cala as vítimas é cúmplice”. As manifestantes entoaram: “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim do assédio escolar!” Jornalistas esportivas lançaram em março a campanha#DeixaElaTrabalhar, contra o assédio, o machismo e a violência de que são alvo no ambiente do futebol. Exigiram respeito. “Sai daqui, puta”, uma delas ouviu de um cafajeste travestido de torcedor, antes de ser agredida por ele. Outras foram surpreendidas por quem tentou lhes agarrar enquanto trabalhavam. Na Copa da Rússia, um cretino quis beijar a repórter Julia Guimarães, que se preparava para entrar no ar. “Eu não permito que você faça isso!”, ela reagiu altiva, em inglês. “Nunca!” Mobilizadas por movimentos feministas e outras entidades, manifestantes acompanharam neste mês a audiência pública do Supremo Tribunal Federal que discutiu a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação –uma questão de saúde pública. O procedimento só é legalmente autorizado em casos de estupro, risco da mulher e anencefalia do feto. O Ministério da Saúde estima que no ano passado tenham ocorrido de 938 mil a 1,2 milhão de abortos provocados, quase todos clandestinos. Ao menos 224 mulheres morreram ao interromper a gestação, numa estimativa afetada por subnotificação. Na barca Rio-Niterói, na sexta-feira, um PM contrariou-se com um passageiro que o fotografava e sacou a arma. O sargento encrencara com a candidata a deputada federal Talíria Petrone e militantes que carregavam material de campanha. A vereadora do PSOL em Niterói, contudo, não distribuía panfletos. “Arma mata!”, advertiu Talíria. “Ideologia mata mais!”, esbravejou o sargento. O fotógrafo Bruno Kaiuca filmou a truculência, documentando a grotesca tirada filosófica do policial. Quem matou Marcos Vinícius da Silva foi um policial civil, asseguraram testemunhas. Em junho, o adolescente de 14 anos caminhava para a escola no complexo da Maré, onde morava. Sua mãe, a empregada doméstica Bruna da Silva, narrou o último diálogo com o filho. “Ele falou ‘mãe, eu sei quem atirou em mim, eu vi quem atirou em mim. Eu falei ‘meu filho, quem foi que atirou em você?’ ‘Foi o blindado, mãe. Ele não me viu com a roupa da escola’”. Carregando a camisa escolar ensanguentada do filho, Bruna participou em São Paulo de um protesto de mães. Desabafou: “Eu criei meu filho na comunidade até os 14 anos 563 sem tomar tiro do poder paralelo. Aí, o Estado, que era para proteger e servir meu filho, alveja e assassina ele. Não pode. Chega! Aquela blusa do meu filho é uma vergonha para o Estado e para o Brasil!”. Hoje faz 161 dias que Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados. O crime continua sem punição. Sufragistas Na nova pesquisa presidencial do Ibope, Bolsonaro é o único dos oito primeiros colocados que não colhe no eleitorado feminino nem metade da intenção de votos que obtém no masculino: 13% entre as mulheres e 28% entre os homens, no cenário que Lula lidera com folga. No total, o deputado atrai 18%, atrás de Lula (37%) e à frente de Marina (6%), Geraldo Alckmin e Ciro (ambos com 5%). O desempenho de Bolsonaro entre os homens é 115% melhor. Outro contraste expressivo, que contribui para o deputado minguar entre as entrevistadas, é de Marina: a ex-ministra atinge 15% entre elas – 50% a mais – e 10% entre eles. Se somente eleitoras votassem, a dianteira de Lula, com 39%, seria mais ampla (ele se limita a 35% no eleitorado masculino). A candidatura do ex-presidente está na iminência de ser cassada pelo tapetão. A vantagem de Lula sobre Bolsonaro é imensa também no universo dos brasileiros mais pobres. Entre os de renda familiar até um salário mínimo mensal, o ex-presidente ganha por 53% a 12%. Entre os com mais de cinco salários, Bolsonaro prevalece, com 32% a 17%. A esmagadora maioria das mulheres pobres recusa Bolsonaro. O problema do extremista de direita é ainda mais grave porque as mulheres compõem 52,5% do eleitorado, com 7.436.871 inscritas a mais. Elas podem fazer a diferença, sobretudo em eventual segundo turno. Bendita a hora em que as sufragistas saíram às ruas. https://theintercept.com/2018/08/22/voto-feminino-bolsonaro/ BOLSONARO FAZ ACENO TOSCO ÀS MULHERES E É NOCAUTEADO POR MARINA. PRESIDENCIÁVEL FICA NA RETRANCA EM PROGRAMA AO VIVO NA TV, E MOSTRA QUE O FOSSO QUE O SEPARA DO ELEITORADO FEMININO VAI SEGUIR EXISTINDO 564 Carla Jiménez, El País, 18 de agosto de 2018 O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) tem nas mulheres seu calcanhar de Aquiles, e depois do debate na RedeTV! na noite de sexta, a chance de superar essa fragilidade ficou menor. Ao chamar Marina Silva (Rede) para uma troca de perguntas — provavelmente por achar que era a candidata mais fraca, depois do Cabo Daciolo (Patriota) — acabou caindo numa armadilha. O militar de reserva perguntou se Marina era a favor do porte de armas e a candidata da Rede limitou-se a dizer “não”, aproveitando o tempo de resposta que lhe restava para confrontar Bolsonaro sobre suas ideias para as mulheres. “Você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa com que a gente não precisa se preocupar porque já está na CLT. Só uma pessoa que não sabe o que é ganhar um salário menor do que um homem tendo as mesmas capacidades, as mesmas competências, e ser a primeira a ser demitida é quem sabe”, disse ela. O militar ficou sem reação, para conter sua agressividade, embora tenha tentado reagir. “Temos aqui uma evangélica que defende um plebiscito sobre o aborto e a legalização das drogas”, disse ele. Mas já era tarde. Bolsonaro sugeriu que trata bem sim as mulheres, inclusive propondo que se defendam com a posse de armas. Num vídeo de sua campanha sugeriu que a posse de armas era o verdadeiro empoderamento feminino, expondo ignorância para falar com o público que até pouco representava 41% dos indecisos, em pesquisas estimuladas (quando os potenciais candidatos são apresentados a um entrevistado), contra 25% dos homens. É um problema sério para Bolsonaro, que tem 26% das preferências do eleitor masculino, mas somente 8% do feminino. Embora venha tentando modular suas falas, tem pouco espaço para fazer crer que sua preocupação seja verdadeira. Um dia antes do debate na RedeTV!, os presidenciáveis haviam sido convidados pelo grupo Mulheres do Brasil a participar de uma conversa com representantes femininas para falar sobre assuntos relativos ao universo feminino. O evento, comandado pela empresária Luiza Trajano, contou com a presença de sete presidenciáveis, incluindo Marina Silva, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Álvaro Dias e Henrique Meirelles. E Bolsonaro? Não teve agenda para atender ao convite. Em seu programa de governo de 81 páginas, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), só há menção à palavra mulher uma única vez num quadro sobre estupros, crime este citado para justificar endurecimento de penas. Ao longo do debate desta sexta à noite, o candidato do PSL negou que alguma vez tivesse dito que mulheres poderiam ganhar menos que os homens. Porém, foi num programa da mesma emissora, numa entrevista à apresentadora Luciana Gimenez, em 2016, que ele afirmou que “tem muita mulher que é competente”, numa frase que 565 deixava antever sua dificuldade de ser firme para deixar de diferenciar competência por sexo. É ainda mais forte a imagem dele xingando uma jornalista, em 2014, dizendo que ela era “até bonita”, mas “você é uma idiota”. Seu embate com a deputada Maria do Rosário (PT-RS) também formou o rótulo de machista que o acompanha e difícil de apagar, como explicou a antropóloga Rosana Pinheiro-Machado em entrevista ao EL PAÍS. Mais do que a inabilidade explícita para lidar com a questão, o encontro dos presidenciáveis na RedeTV! mostrou que Bolsonaro está assustado. Se é valente nas redes, no programa ao vivo estava mais inseguro que o Cabo Daciolo, apesar de não ter sido confrontado pelos outros candidatos competitivos, como Geraldo Alckmin ou Ciro Gomes. Quando foi ao centro do palco para inquirir Marina, não fez a menor questão de esconder que tinha uma cola anotada na mão — com as palavras “pesquisa”, “Lula” e “armas”. Também trouxe a ameaça do comunismo como uma fonte de preocupação para o eleitor em suas considerações finais. Antes, ficou perdido com a pergunta de economia feita pelo jornalista Reinaldo Azevedo. Ciro Gomes, economista, que foi chamado na ocasião para uma réplica, deixou ali de aproveitar a bola levantada para expor seu adversário. Também Alckmin, que nitidamente quer roubar eleitores do militar, evitou chamá-lo para fazer perguntas diretas. Foi a frágil Marina que fez a alegria das redes ao expor um Bolsonaro desconsertado e sem consistência para abordar o público que representa 52% do eleitorado brasileiro. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/18/opinion/1534564050_014610.html NEM FASCISTAS NEM TELEGUIADOS: OS BOLSONARISTAS DA PERIFERIA DE PORTO ALEGRE. ELES CONTRARIAM O ESTEREÓTIPO ATRIBUÍDO PELOS CRÍTICOS E FOGEM DAS “FAKE NEWS”. O EL PAÍS MERGULHOU NO FENÔMENO DE ADESÃO AO CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A PARTIR DA PESQUISA DE DUAS ANTROPÓLOGAS Naira Hofmeister, El País, 17 de agosto de 2018 Cássio Martins tem 18 anos e quer que a lei do morro onde ele vive, ditada pelos donos do tráfico, valha também para o “asfalto”. Assim, ele não vai mais precisar esconder o celular sempre que sair dos limites do Morro da Cruz, vila na periferia de Porto Alegre que tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano da capital do Rio Grande do Sul, mas onde ele se sente confortável para ouvir música e checar o Facebook no telefone sem medo de ser roubado. Essa é a justificativa principal para dar o primeiro voto de sua vida para Jair Bolsonaro (PSL), o controverso candidato à presidência da República que promete rigor com a criminalidade. 566 Também são os problemas com a segurança que levam Anriel do Prado Neves, 24, a optar pela candidatura de extrema direita do parlamentar e capitão do Exército reformado. Sua convicção é tanta que até colou um adesivo com a cara do candidato na traseira do automóvel que dirige para um aplicativo de transporte. “Sei que tem gente que dá nota ruim por isso, mas tudo bem”, se resigna. Ele já foi assaltado duas vezes quando era taxista, mas o que preocupa mesmo Anriel é o tráfico e a guerra com a polícia. “Dos meus 30 amigos de infância, só sobraram dois. Os outros todos morreram, foram executados”, lamenta. No Morro da Cruz, metade das mortes de jovens entre 15 e 29 anos é por homicídio. Para ambos, o perfil “linha dura” do militar, que promete endurecimento da legislação penal e a revisão do estatuto do desarmamento, poderia ajudar a solucionar os problemas. Os dois estão na faixa etária em que Bolsonaro se destaca nas pesquisas eleitorais: entre os 16 e os 35 anos. Mas, à exceção de serem jovens, Cássio, Anriel e vários outros entrevistados pelo EL PAÍS no Morro da Cruz pouco têm em comum com o perfil que institutos de pesquisa desenham dos possíveis eleitores do presidenciável do PSL: eles não são os mais escolarizados (chegaram ao ensino médio), nem ricos e tampouco estão no Norte e Centro-Oeste do país. Também não se enquadram no estereótipo que os críticos do candidato dizem ter seus eleitores: são gente de fala branda, que defende opiniões com serenidade e argumentação, busca informações na imprensa e é, inclusive, capaz de discordar das propostas mais radicais de Bolsonaro. Anriel, por exemplo, fica “com um pé atrás” sobre a ideia de liberar o porte de armas para a população. Ele tem medo que discussões bobas de trânsito terminem em tragédia se alguém estiver com um revólver na cintura. Por outro lado, a redução da maioridade penal não é um problema. “Aqui, gurizada de 13 anos mata sem dó”, exemplifica. Cássio, por sua vez, gosta da ideia de estar “no mesmo nível” de um potencial assaltante para sentir-se protegido e toparia ter uma arma. Mas confessa que o alerta do pai, sobre o radicalismo de Bolsonaro, o deixa intrigado: “Ele tem receio de que se não conseguir fazer o que pretende, possa dar um golpe ou coisa parecida”, revela. Anriel tem perfil mais liberal: admira o ex-prefeito e candidato a governador de São Paulo João Doria (PSDB) e faz discurso contra a burocracia para empreendedores. Mas tem consciência da profunda desigualdade brasileira e acha que ampliar oportunidades aos mais pobres é tarefa do Estado. Quando faz corridas para estudantes (ele detesta pegar passageiros das humanas na federal do Rio Grande do Sul), nota diferenças: “Se eu pego corrida na UFRGS é só Assunção, Menino Deus, 567 bairros finos. Mas se é nas faculdades privadas, o destino é Restinga, Pinheiro, só periferia”. Por isso, embora contrário a cotas raciais, ele é simpático à reserva de vagas públicas a quem tem baixa renda. A pesquisa A complexidade do pensamento desses jovens eleitores de Bolsonaro e a disponibilidade que eles têm para o debate de propostas chamou a atenção de duas antropólogas que pesquisam juventude, consumo e política no Morro da Cruz há quase uma década e que desenvolvem agora uma nova fase do trabalho que só termina depois das eleições. Foi acompanhando o trabalho de campo de Rosana Pinheiro-Machado e Lucia Mury Scalco que a reportagem do EL PAÍS esteve no local numa sexta-feira de agosto. “Eles não são fascistas, pelo contrário, tem argumentos para defender sua posição”, observa Rosana. De fato, tanto Anriel como Cássio se sentem incomodados com os rótulos costumeiramente a eles atribuídos quando revelam ser potenciais eleitores do militar da reserva. “Me dizem que sou lixo, mas isso não descreve como sou. Eu não vou discriminar outra pessoa só porque gosta da Dilma ou do Temer”, queixa-se Cássio. Anriel também se ressente das frequentes investidas de adversários: “Me chamam de racista. Justo eu, que namoro uma negra… e ela discorda da minha posição, é contra o Bolsonaro”, argumenta, confirmando, aliás, outro dos achados das pesquisadoras. Em grupos focais que vem realizando em escolas, as antropólogas Lucia e Rosana perceberam que o voto em Bolsonaro é também uma questão de gênero. “As meninas são muito articuladas na crítica ao machismo que o candidato demonstra”, assevera Rosana. A convicção delas era tanta que foi preciso criar um grupo exclusivamente masculino para que os rapazes se sentissem à vontade para declarar seu voto, o que as pesquisadoras também interpretam como uma reação ao feminismo crescente. A namorada de Cássio faz campanha abertamente contra o capitão reformado, mas para ele o candidato não parece preconceituoso e suas opiniões mais polêmicas soam mais como galhofa: “Dizem que Bolsonaro é racista, machista e homofóbico, mas acho que estão distorcendo. Uma pessoa assim não é legal e ele não parece ser alguém ruim”, analisa. Ao mesmo tempo, ele é crítico ao ataque de Bolsonaro à deputada federal Maria do Rosário (PT). Em duas ocasiões, o presidenciável do PSL disse que não estupraria sua colega na Câmara Federal porque ela “é feia” e “não merece”. Bolsonaro já foi 568 condenado no Superior Tribunal de Justiça por essa agressão, e ainda responde a outro processo, em andamento no Supremo Tribunal Federal. “Totalmente desrespeitoso”, condena Cássio. A grosseria é o ponto fraco do candidato mesmo na opinião dos mais aficcionados. No Morro da Cruz, uma dessas figuras é Cátia Cunha de Almeida Lopes, 40, que exibe num caderno uma lista com 28 motivos para votar em Bolsonaro e viaja todos os anos para o Rio de Janeiro em busca de um encontro com o ídolo. “Já entrei na casa dele, no condomínio, conheci a família… Mas ver ele mesmo, pessoalmente, foi uma vez só, e por acaso”, recorda, exibindo a caneca em que mandou imprimir a foto que registra o momento. Ela também guarda revistas elogiosas ao candidato, que ocupa o mesmo lugar da dupla Bruno e Marrone no seu panteão pessoal. Mesmo assim, para a técnica em enfermagem, na discussão com Maria do Rosário “ele pegou pesado”, embora tenha sido uma reação dita no calor dos acontecimentos —perdoável, portanto. Anriel também relativiza outra polêmica, mesmo mantendo um tom crítico: o voto de Bolsonaro contra Dilma Rousseff, quando ao lado de outros 366 parlamentares, na Câmara, abriu caminho para o impeachment que viria na sequência. Na ocasião, o candidato do PSL fez de seu voto uma homenagem ao coronel Carlos Brilhante Ustra, condenado por torturar presos políticos durante a ditadura militar. “Eu tenho pena da Dilma, aquilo não era para ter ocorrido. Passamos uma vergonha na frente de outros países. Ela tinha votos para estar lá”, lamenta. Ainda assim, entende a posição do seu candidato: “Ele estava fazendo política. Bolsonaro é um democrata”, acredita. O morro Os bairros onde o Morro da Cruz está localizado não são muito familiares ao portoalegrense médio (São José é o principal, mas também a Vila João Pessoa e Coronel Aparício Borges). Mas nem por isso a favela é desconhecida da população em geral: lá se celebra anualmente a procissão de Páscoa mais famosa da cidade, com a encenação da via sacra que termina justamente no alto da montanha, debaixo da cruz que lhe dá nome. O morro também está a meio caminho entre as duas universidades mais tradicionais da capital, a católica PUC e a federal UFRGS, e é pelo mesmo corredor onde passam os ônibus dos estudantes que se acessa a comunidade, na avenida Bento Gonçalves, uma das mais importantes artérias de Porto Alegre. Não é raro ouvir de um morador do Morro da Cruz que ele “vai pra Porto Alegre” quando precisa sair da localidade (são nove quilômetros até o centro). Lá tem de tudo: 569 supermercado, farmácia, mecânica, padaria. Placas de freteiros e de confeiteiras são muitas, penduradas nas grades de ferro das casas. Mesmo a parte alta do morro é abastecida com transporte coletivo, os postos de saúde atendem a população apesar da precariedade, as escolas estão abertas. Em uma lan house que estava cheia perto do meio-dia de uma sexta-feira, os cartazes avisam: “É proibido pornografia”. Quem não atender é punido com a “perda de todos os créditos”. Já falar palavrão ou ter um ataque histérico são falhas menos graves, custam 30 créditos a quem cometer os deslizes. À primeira vista, portanto, o Morro da Cruz não parece uma comunidade vulnerável. Anriel mora com a irmã em uma casa de concreto e rua pavimentada. Cássio ajuda a mãe na creche particular que ela mantém também em construção de alvenaria, bem defronte a uma parada de ônibus. Mas as estatísticas são claras: a região do Morro da Cruz está na posição 581 entre os 722 locais acompanhados regularmente pelo Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil. Segundo o IBGE, 5% dos domicílios da localidade são considerados indigentes - seus moradores sobrevivem com ¼ de salário mínimo por pessoa, algo em torno de 250 reais. Outros 20% estão em condição levemente melhor: são os pobres, cuja renda per capita é de meio salário mínimo. Entre 2000 e 2010, o rendimento médio dos chefes de família do Morro da Cruz caiu pela metade. E a realidade pode ser ainda pior do que mostram os dados oficiais, porque há uma imensidão de áreas irregulares no entorno do centrinho mais organizado, nos becos. Essa parte não entra nas estatísticas. Por exemplo, se os dados do IBGE contabilizam uma população de pouco mais de 16.000 pessoas, estima-se que a vila tenha entre 35 e 45 mil moradores. “São muitas ocupações, é impossível saber com precisão”, argumenta Lucia Mury Scalco, que divide seu tempo no morro entre a pesquisa de pósdoutorado em antropologia e um trabalho social que criou depois de 12 anos estudando a população do local. No mapa de vulnerabilidade do Departamento de Habitação (Demhab) de Porto Alegre, há duas enormes áreas de risco pintadas de azul sobre a região da favela, além de outras duas pequenas. A maior parte das ocorrências da Defesa Civil na comunidade se refere a desabamentos ou desmoronamentos. 570 Vista de um bairro do Morro da Cruz. T.M. Na última eleição presidencial, em 2014, 20% dos moradores do Morro da Cruz habilitados ao voto não comparecerem às urnas. Anriel não tem certeza, mas talvez tenha ajudado a engordar as estatísticas: “Acho que justifiquei, porque o candidato que eu ia votar, morreu”, diz, em referência a Eduardo Campos (PSB). Sua substituta na chapa PSB-Rede, Marina Silva, não o atraiu tanto (nem antes nem agora) e ele se absteve. Quem votou em uma das cinco zonas eleitorais do bairro São José, onde fica a maior parte do Morro da Cruz elegeu Dilma Rousseff (PT) —a candidata petista venceu Aécio Neves (PSDB) em todas as seções eleitorais da região. A sigla tem certa tradição na localidade: a população do morro sempre foi muito atuante nas assembleias do Orçamento Participativo, criado no final dos anos 80 durante a gestão de Olívio Dutra na prefeitura, figura sempre lembrada e referência no bairro. Cássio lembra que os pais e os tios falam rotineiramente que “o PT ajudou muito o povo mais pobre”, mas ele mesmo não sabe opinar sobre se a vida era melhor ou pior antes da era Lula, por exemplo —tinha dois anos quando o ex-mandatário assumiu o poder. 571 Por essas e outras razões, as antropólogas acham que o jogo no Morro da Cruz pode ter virado. “Nas últimas semanas, muitas pessoas nos abordam na rua para dizer que vão votar no Bolsonaro. Sabem que estamos pesquisando o assunto e vem nos dar suas justificativas”, revela Rosana. Dos rolezinhos a Bolsonaro Elas percebem que potencialmente os jovens estão de fato declarando voto em Bolsonaro - e isso surpreendeu a ambas, que acompanham os movimentos da juventude do lugar desde 2009. Elas haviam desenvolvido uma tese de que as excursões aos shopping centers apelidadas pelos jovens da periferia de “rolezinhos” ao mesmo tempo que eram uma atitude juvenil voltada consumo, também tinham um forte caráter reivindicatório de inclusão e de circulação no espaço público. Intimamente, as pesquisadoras concluíram que havia ali um embrião de um movimento político promissor. Quando as ocupações estudantis secundaristas explodiram em 2016 - no Rio Grande do Sul mais de uma centena escolas foram ocupadas durante meses - tudo parecia confirmar a hipótese. Mas quando foram ao Morro da Cruz perguntar aos jovens sobre as “ocupas”, a maioria ignorava ou até desprezava o movimento secundarista. “Eram os vagabundos, maconheiros”, ilustram. Foi nesse caldo surpreendente que a candidatura de Jair Bolsonaro começou a decolar, pelo menos no Morro da Cruz, em Porto Alegre. “Não há um padrão nem no perfil dos jovens eleitores de Bolsonaro nem nos argumentos que usam para defendê-lo”, dizem as pesquisadoras. Há simpatizantes do presidenciável em todos os universos possíveis: no Funk, no tráfico, na igreja ou na escola. “Cada um desses grupos juvenis se apega a uma parte do repertório que, em comum, apenas passa pela figura de um homem que oferece uma solução radical à vida como ela é”, sintetiza Rosana, que junto com Lúcia finaliza um livro sobre a pesquisa completa, que deve chamar From Hope to Hate: the rise and fall of Brazilian emergence (Da esperança ao ódio: ascensão e queda da emergência brasileira) . Mas há outros elementos em jogo. Anriel, por exemplo, se decidiu no ensino médio, “antes dos protestos” do últimos protestos. Como no Morro da Cruz não há escolas secundárias, Anriel frequentou o tradicionalíssimo colégio estadual Julio de Castilhos, na região central de Porto Alegre, um caldeirão da política local, onde estudaram Leonel Brizola e Luciana Genro, entre uma galeria de celebridades da vida pública brasileira (Caco Barcelos e o avô do atual presidente do TRF4, Carlos Eduardo Thompson Flores também foram alunos). 572 A militância estudantil é uma marca do “Julinho”, como a escola é conhecida no Rio Grande do Sul. “Vinha gente principalmente dos partidos de esquerda, como o PSOL. Eu ouvia, mas comecei a procurar o outro lado e vi que concordava mais”, recorda. O argumento usualmente desqualificado pela esquerda de que o Bolsa Família incentivava as pessoas a não procurarem trabalho fez sentido para ele - que tinha uma irmã recebendo o benefício, porque a creche da filhinha exigiu o cadastro no programa para aceitar a matrícula da menina. “Eu sei que tem gente que precisa mesmo, mas também conheço muitos que ficaram parados depois. Acho que deveria ser obrigatório, para quem recebesse, ir todos os dias no SINE para arrumar emprego”, opina. Ele também desconfiava do expediente utilizado pelos partidos tradicionais para arregimentar apoios da estudantada do Julinho. “Eles ofereciam lanche para quem ia nos protestos”, revela. Às vezes também prometiam algum benefício imediato para jovens lideranças da escola. Mas o problema prático da falta de professores, por exemplo, não era atacado. “A gente nunca teve professor fixo de história e filosofia, posso contar nos dedos as aulas que tive e era muito fácil de passar”, assegura Anriel. Acostumado a vincular militância partidária com algum tipo de “pagamento”, ele decidiu adesivar a traseira do seu automóvel no dia em que viu a recepção que o candidato teve no aeroporto de Porto Alegre. Ele estava a trabalho no local - por isso lamenta não ter podido descer do carro para chegar mais perto. “Era um fanatismo impressionante. Nunca vi ninguém receber assim um candidato sem ser pago”, explica. Informação A militância espontânea é um fator citado por muitos dos eleitores de Bolsonaro no Morro da Cruz entrevistados pela reportagem do EL PAÍS. Outro ponto repetido por vários jovens é que o candidato é visto como alguém sem papas na língua, que não tem medo de dizer o que pensa e cuja comunicação na internet - feita sobretudo por memes - fala diretamente a esse público. “Eu deslizo o meu Facebook e só aparecem as coisas dele, nada dos concorrentes”, exemplifica Juan da Paz, 19 anos. Apesar disso, os simpatizantes do presidenciável não são nem de longe pessoas desinformadas. A maioria procura informação fora das redes do candidato e alguns têm o costume de conferir postagens antes de repassar fake news. “Quando morreu a Marielle (Franco), eu quase compartilhei que ela era envolvida com o tráfico. Mas aí vi que nenhum jornal dizia isso e não fui atrás”, revela, aliviado, Anriel. 573 Eles também querem ouvir o que os outros candidatos têm a dizer e acompanham entrevistas e declarações. A participação de Bolsonaro no Roda Viva foi acompanhada por todos, mas não na TV, e sim, pelas redes sociais. Anriel, por exemplo, precisou resgatar o vídeo no YouTube na manhã seguinte, embora tenha tentado ver ao vivo: “Travou a transmissão do Twitter dele e não consegui mais assistir”. A entrevista ficou registrada na memória como uma batalha entre o candidato e os jornalistas - outro argumento repetidamente levantado a seu favor: “Estão perseguindo ele, o tempo todo tentam fazer ele cair numa pegadinha”, critica. “Ninguém perguntou sobre o que importa: educação, saúde. Só sobre tortura, essas coisas que já passaram”, argumenta o motorista - repetindo, de certa maneira, o pensamento do próprio candidato que mencionou no programa a lei da anistia: “São feridas que não devem mais ser lembradas”. Oposição Apesar de ter grande apoio, Bolsonaro não é unanimidade no Morro da Cruz —e há muitos jovens contra suas propostas. Mas mesmo quem o critica, reconhece qualidades: “Eu não gosto dele e não votaria nele, mas ele propõe coisas diferentes do que estamos acostumados”, avalia Shaiane Carolina Azevedo, de 19 anos. “As propagandas dos outros são todas iguais”, lamenta Bianca Martins, 20 anos, também contrariada. A pauta da segurança, por exemplo, é reconhecida como importante mesmo por seus detratores. “Ele tem objetivos maravilhosos, fantásticos. Quem não quer sair tranquilo, de noite, na rua? Eu tenho filhos e fico preocupada se demoram a chegar do serviço, da faculdade… Mas como ele sugere resolver, vai instigar mais a violência. O Brasil dele não é real”, contesta Fabiana Carniel Gonçalves, 42 anos. Por motivos como esses, Camila Diefenthaler Zafanelli, 19 anos, está tentando virar o voto do pai, bolsonarista convicto. “A gente conversa muito em casa, ele super apoia (o Bolsonaro), mas eu estou insistindo”. [A matéria também apresenta duas imagens de pessoas citadas, não as pesquisadoras...] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/17/politica/1534457864_835707.html CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO 574 Facebook El País, 07 de agosto de 2018 https://www.facebook.com/elpaisbrasil/videos/1934328339960440/ ALCKMIN E DORIA SE REÚNEM COM MIL LÍDERES EVANGÉLICOS PARA BÊNÇÃO EM SP Janaina Garcia, Uol, 23 de agosto de 2018 Uma reunião fechada com cerca de mil bispos, pastores e obreiros de uma igreja evangélica na capital paulista marcou nesta quinta-feira (23) a primeira agenda conjunta de campanha, após o registro oficial das candidaturas, do candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo, João Doria, ambos do PSDB. Durante pouco mais de uma hora, o ex-prefeito e o ex-governador se reuniram com lideranças da Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo pastor Valdemiro Santiago e dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus. Eles não falaram com a imprensa. Pastores que participaram do evento disseram que a reunião serviu para "abençoar a campanha de Doria e Alckmin". "Foi uma bênção às campanhas, não um culto. Político em culto não pode, né?", afirmou um participante que não quis se identificar. "Eles falaram, mas nada que me tocasse. Quem me toca é Deus", respondeu outro pastor. "Só estamos autorizados a dizer que eles receberam uma bênção para que tenham uma campanha pacífica", resumiu outro. A reunião desta quinta com os tucanos acontece um dia depois de o instituto Datafolha registrar estagnação de Alckmin nas intenções de voto à Presidência, com 9% de intenções de voto em cenários sem o ex-presidente Lula de Lula (PT). Já Doria está na liderança das intenções de voto ao governo estadual, em empate técnico com o presidente licenciado da Fiesp, Paulo Skaf (MDB). A portas fechadas a pedido da igreja, que organizou um forte esquema de segurança para impedir o acesso da imprensa, a reunião convocou religiosos da Mundial de todo o estado. Carros do interior, da capital e da Grande São Paulo entraram na sede onde os candidatos falariam com os líderes — localizada no Brás (região central de SP), onde cabem até 30 mil pessoas. Os cultos no local acontecem em quatro horários por dia, e a reunião com os políticos acabou cancelando a celebração das 9h. 575 Ontem, tanto as assessorias de Doria quanto de Alckmin haviam anunciado que a agenda seria aberta. Após consultas a líderes da Mundial, no entanto, o acesso foi restringido. Na vizinhança, jingle de Lula e "lei da mordaça" Antes da reunião, bispos e pastores disseram desconhecer o conteúdo e quais os participantes do evento. "É uma reunião de rotina à qual comparecem em geral de 2.000 a 5.000 lideranças", afirmou um deles, sem se identificar. "A gente só faz obedecer, mas nem sei quem está aí. Essa é uma reunião de rotina que costuma ser chamada conforme a conveniência da igreja", afirmou um obreiro da sede da igreja. Na calçada oposta à Mundial, uma mulher entoou jingles de campanha do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva em ao menos duas oportunidades. Minutos antes de acabar o encontro, um homem lançou ovos sobre jornalistas que tentavam registrar o evento do lado de fora. Pelo vidro da porta, foi possível observar a presença do pastor Valdemiro e gestos com as mãos indicando bênção sobre os políticos presentes. No estacionamento da igreja, com capacidade para 5 mil veículos, dezenas de carros adesivados traziam a imagem do pastor com candidatos a deputado estadual e federal pelo DEM, partido da coligação de Doria. Procurados, representantes da igreja disseram ao fim da reunião, por meio de um funcionário, que nenhum deles falaria com os jornalistas. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/23/doria-ealckmin-se-reunem-com-mil-lideres-evangelicos-para-bencao-em-sp.htm "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018 A opinião acima impressiona? Pois o psicanalista Contardo Calligaris tem mais um punhado dessas pra oferecer. Sobre sexo, política, funk e, principalmente, desejo sexual das mulheres – “A prostituição é um lugar de verdadeira autonomia e independência feminina” - que tal? 576 Calligaris se notabilizou por dissecar o tema em suas colunas no jornal Folha de S.Paulo e, mais recentemente, como diretor e roteirista da série “Psi”, do canal HBO, que estreia a quarta temporada em fevereiro. O psicanalista recebeu Universa para a seguinte entrevista: Cinco candidatos à presidência escalaram mulheres para ser suas vices. Qual é sua análise sobre essa movimentação? Patética. Colocar mulher como vice para atrair eleitoras é chamá-las de idiotas. Os candidatos pensam: “elas vão votar em mim porque coloquei uma senhora como vice”. É insultante achar que vão cair nessa. O número de mulheres na política deveria ser maior, mas a competência tem que vir antes. Vejo ainda os candidatos fazendo um esforço tremendo para se corrigir pelas besteiras que falam sobre mulheres. Dizem, por exemplo, que as respeitam porque “olha só como venero minha mãe”. Então, vamos venerar alguém que seja “virgem”, que não tenha desejo? Esse argumento é insultante. Você diz que a “negação do desejo feminino”, tema que levará para a televisão na quarta temporada de “Psi”, está na base da nossa sociedade. Qual é a dificuldade em lidar com o fato de que mulheres têm desejo? Nossa sociedade está baseada no delírio de que a mulher é tentadora e nos leva à perdição. Entende-se que a excitação masculina é incontrolável, que é a mulher que suscita esse desejo e que, portanto, não pode não correspondê-lo. Não se aceita que a mulher rejeite um homem. A solução foi negar o desejo sexual feminino. Ainda hoje, homens matam mulheres que querem se separar. Não se aceita que o desejo feminino tenha autonomia. O Ocidente se dedica há 3.000 anos, data aproximada de quando a Bíblia foi escrita, a silenciar esse desejo. Falo mais do Ocidente, mas a repressão existe no Oriente também. A prostituição feminina é vista por você como “expressão de autonomia sexual”. Mas muitos a identificam como objetificação da mulher. Afinal, é libertação ou opressão? Acredito que, ao longo dos séculos, se prostituir foi uma maneira de afirmar o feminino, dado o poder da livre expressão da sexualidade. A prostituição é um lugar de verdadeira autonomia e independência feminina. Dezenas das minhas pacientes não só têm, como vivem fantasias de prostituição. Muitas delas têm prazer indo até um lugar, com o marido, onde há profissionais do sexo, para se passarem por uma. Não vejo problema em objetificar uma mulher ou um homem. Considerar o outro como objeto é o bê-a-bá da excitação sexual. Não há fantasia em que isso não aconteça. 577 Apesar de ser muito oprimido - segundo sua tese - o desejo feminino é legitimado, evidentemente, em algumas situações, correto? Sim, mas são raras; acontece, por exemplo, com mulheres que falam e vivem suas fantasias com os parceiros. Na maior parte das vezes, o que legitima o desejo feminino é o amor. Essa é a grande “desculpa” masculina: os homens só aceitam o desejo delas se ele vier atrelado ao amor. E é também um mito que as próprias mulheres propagam. Elas dizem que só têm vontade de transar com um homem se sentirem amor por ele. Isso é mentira. Sexo é outra coisa. Síndrome do pânico e ansiedade são expressões atuais dessa repressão sexual. Acho interessante falar do funk nesse contexto. Um dos motivos pelos quais o funk é criticado é que nele há mulheres falando de sexo. As músicas assustam porque expõem desejos. Têm lá “me pega, me bate, me vira de cabeça para baixo”. Aos poucos, até nessas letras, foram colocando o amor no meio. Vai levar tempo para isso mudar. Você fala com frequência que a moral é uma desculpa para reprimirmos algum tipo de desejo com o qual não conseguimos lidar. É por isso que muita gente se incomoda em ver um casal transando, por exemplo, pela janela do prédio ou num canto da rua? Todas as posições moralistas são projeções. A pessoa se irrita quando os outros fazem o que ela deseja muito fazer mas não se permite. Isso é um ponto. O outro é que a pessoa que olha um casal fazendo sexo, em alguma medida, sabe que está envolvida na fantasia daquele casal porque, ao olhar, os excita. E aí ela pode se sentir objetificada. A “boçalidade masculina” é um tema recorrente em suas colunas. Qual o motivo? Tenho uma profunda antipatia pelo grupo masculino. Em grupo, os homens fazem coisas que, sozinhos, não fariam. São capazes de passar por cima de seus freios morais e do bom senso. Estou escrevendo um livro que vai tratar desse tema, “O Grupo é o Mal”. Falarei do nazismo e do fascismo, mas minha tese vale também para outros exemplos, como torcidas organizadas. As mulheres em grupo não agem da mesma maneira? Não são boçais da mesma forma porque, resumindo, não se acham a última bolacha do pacote. Se questionam mais, têm mais dúvidas sobre si por causa da sensação de inadequação vinda da infância. O comportamento da mãe com a filha é o de tratá-la 578 como se ela não fosse exatamente o que a mãe deseja. As mães veneram o filho homem, o tornam uma majestade. Além disso, vejo em grupos de amigas um lugar de defesa, de ajuda mútua, de proteção do feminino. Expressões corriqueiras denunciam o machismo na fala das próprias mulheres; por exemplo “meu marido me ‘ajuda’ em casa”. Em que outras situações vê sexismo introjetado na fala delas? As mulheres consideram que suas relações extraconjugais são mais graves do que as do marido. Além disso, acham que o trabalho do marido é mais importante que o delas. Elas reconhecem uma dignidade neles que não identificam em si. “O que ele tem pra fazer é extremamente importante, enquanto o meu doutorado pode esperar”, esse é o tipo de frase que escuto. Quais exigências do atual movimento feminista acredita que vão vingar? O discurso está vingando bem, mas ainda estamos muito longe de mudanças concretas. Acho que o aborto vai ser descriminalizado. Equiparação de salários e mais mulheres em cargos de chefia também vai acontecer. A sexualidade infantil causa reações horrorizadas - tema tratado por Freud, em 1905, na obra “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” - por quê? A repressão à sexualidade das crianças passa diretamente pela repressão do desejo feminino. Os meninos que se tocavam no século 19 tinham que dormir com as mãos amarradas, mas com as meninas ocorria algo ainda mais radical. A psiquiatria da época implementou a cauterização, com um ferro quente, do clitóris das meninas que se tocavam. Havia livros explicando como isso deveria ser feito. Muitos pais brincam com o tamanho do pênis do filho bebê, dizendo que ele vai ser grande. E da vagina, o que se fala? Os pediatras recebem perguntas angustiadas de mães sobre como limpar a vagina da filha; no entanto, bem menos sobre limpar o pinto do filho. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/24/colocar-mulher-como-vicepara-atrair-eleitoras-e-chama-las-de-idiotas.htm MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO João Pedro Pitombo, Folha/Uol, 24 de agosto de 2018 579 João Pedro Pitombo O MBL (Movimento Brasil Livre) foi condenado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Bahia a publicar em suas redes sociais resposta do candidato ao Senado Jaques Wagner (PT). A decisão da justiça foi motivada por um vídeo postado nas redes sociais que mostra pessoas protestando contra petistas, que faziam ato em favor do ex-presidente Lula, em um shopping da capital baiana. Em suas redes sociais, o MBL deu a entender que os protestos e críticas tinham Jaques Wagner como alvo. Wagner, no entanto, não participou do ato. Além do MBL, o candidato a deputado Kim Kataguiri (DEM) e o vereador Fernado Holiday (DEM) foram condenados na mesma ação por republicarem a postagem feita nas redes sociais. Em sua sentença, a desembargadora Gardênia Pereira justifica a decisão alegando que as informações divulgadas pelo MBL no vídeo são falsas. "A crítica amparada em fatos e opiniões reais, é parte da disputa democrática. No entanto, quando o ponto de vista ao público exposto destoa dessas balizas, compete ao Poder Judiciário, quando provocado, reparar os danos eventualmente causados às partes". Éden Valadares, coordenador da campanha de Wagner ao Senado, diz que o MBL mentiu e o TRE fez justiça: "Esperamos que eles aprendam a lição". Após a repercussão negativa, o MBL apagou o vídeo de suas redes sociais. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/mbl-condenado-por-tre-por-publicarnoticia-falsa-sobre-jaques-wagner-pt.shtml CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI Hanrrikson de Andrade e Rodrigo Mattos, Uol, 26 de agosto de 2018 O Clube Militar tem divulgado informações favoráveis à candidatura a presidente de Jair Bolsonaro (PSL) apesar de ser vetada sua atuação em campanha eleitoral pelas regras da própria entidade e pela lei eleitoral. O presidente do clube, o general da 580 reserva Hamilton Mourão, é candidato a vice na chapa do PSL. Ele nega favorecimento a qualquer partido. A associação militar é uma entidade privada financiada pelo pagamento de mensalidades de seus sócios. O Ministério da Defesa repassa cerca de R$ 270 mil mensalmente para o clube em valores descontados da folha salarial de militares que decidem se tornar sócios. No total, são 7.819 militares que têm consignado o desconto em seus contracheques. Pelo regulamento da associação em seu primeiro parágrafo, "o clube manter-seà estranho à matéria de religião, de política partidária". Questionado sobre o apoio apenas a Bolsonaro em textos, Mourão negou qualquer irregularidade. "Na realidade, não estamos defendendo nem o partido A, nem o partido B. Se expressa a opinião do clube, mas sem favorecimento", disse após evento na sede da entidade na última segunda-feira (20). Além do estatuto, a lei eleitoral também impede que uma entidade privada forneça infraestrutura para campanhas eleitorais como rede de contatos eletrônicos porque isso é considerado uma doação de serviços, segundo especialistas em direito eleitoral ouvidos pela reportagem. "A declaração ou não de serviços não importa. Entidade não pode prestar serviços nenhum", afirmou o advogado e ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Gilson Dipp. De acordo com a legislação eleitoral, o apoio de uma instituição privada a uma campanha pode configurar crime de abuso de poder econômico. A pena para este tipo crime é a cassação do registro de candidatura. Já o uso irregular de recursos pode ser punido com multas e/ou devolução de valores estimados. A análise quanto à materialidade e tipificação do crime eleitoral, no entanto, cabe ao Ministério Público Eleitoral e é feita caso a caso. A Procuradoria-Geral da República, que comanda a atuação de procuradores eleitorais e atua para avaliar supostas irregularidades no pleito, informou que não comentaria o caso. O órgão se manifesta apenas sobre ações que já se transformaram em processo, segundo sua assessoria. Após ouvir o general Mourão, o UOL enviou à entidade, na última quarta-feira (22), perguntas sobre o uso da infraestrutura do Clube Militar em campanhas. Na quinta e na sexta, a reportagem pediu novamente um posicionamento mais detalhado da 581 atuação do Clube Militar ao presidente da instituição, mas não houve resposta até a publicação da reportagem. O Ministério da Defesa também não comentou a atuação da instituição. Uso de mailing e palestra Desde julho, o Clube Militar tem divulgado textos favoráveis à candidatura de Bolsonaro em seu site e no mailing de sócios, que têm 38 mil pessoas. Também promoveu uma palestra do candidato juntamente com o Clube Naval e o Clube da Aeronáutica, que cedeu seu salão para realização do evento em julho. Esse evento foi visto por 300 mil pessoas na página do candidato no YouTube. Clubes Militar, da Marinha e da Aeronáutica promovem palestra de Bolsonaro Em 25 de julho, Mourão publicou texto no site do clube em que ataca o PT: "O ápice desse processo ocorreu ao longo dos treze anos em que a dupla Lula-Dilma ocupou a Presidência da República, pois a partir daí criaram-se as condições para que, aliados ao que existe de mais fisiológico na política nacional, fossem impulsionadas a corrupção e a ocupação de postos relevantes nos três poderes." Em 8 de agosto, o Clube Militar divulgou texto do general da reserva Augusto Heleno Pereira, que foi cotado para ser vice de Bolsonaro, em que ele afirma que o candidato do PSL "é a única opção" para receber o apoio dos sócios. Faz críticas aos outros candidatos Geraldo Alckmin, Marina Silva e Ciro Gomes. E conclui: "Jair Bolsonaro é a 582 única chance de mudar o país. Votar em qualquer um dos outros é ter certeza do erro." Artigo assinado pelo general Augusto Heleno é publicado no site do Clube Militar No mesmo dia, o general Mourão anunciou que seria candidato a vice de Bolsonaro, mas que continuaria à frente do Clube Militar. No texto, divulgado no correio eletrônico da entidade, ele afirmou que o candidato do PSL tem "plenas condições de iniciar o processo de reformas que todos almejamos para o Brasil." Esses textos foram publicados anteriormente ao período da campanha oficial -quando não é permitido fazer propaganda-- e, além disso, há o veto do estatuto à atuação partidária em qualquer tempo. O material continua disponível no site do Clube Militar durante o período eleitoral. 583 Mourão publicou nota no site do Clube Militar após aceitar convite de Bolsonaro Houve candidatos que procuraram o Clube Militar para receber apoio em suas campanhas. Em seguida, a associação mandou um pedido para sócios que apresentem candidatos e disse que vai divulgar um conjunto de diretrizes a serem seguidas. O documento será chamado "Por um Brasil melhor". "Se conhecer algum candidato que se enquadre nesse perfil, ofereça a ele a oportunidade fazer parte de nosso canal de comunicação e nos envie seguintes dados: nome completo, partido político, apelido para eleição, número de candidato e cargo para o qual está concorrendo." Postulante do PRTB, partido de Mourão, ao governo do Rio, André Monteiro disse ter expectativa de ajuda do Clube Militar em sua campanha. Ele é ex-sargento do Exército e subtenente da ativa no Bope (Batalhão de Operações Especiais), a divisão de elite da Polícia Militar fluminense. "Claro que eu conto e espero esse apoio do Clube Militar. Temos o mesmo ideal, que é resgatar o Brasil", disse. "Eu ainda não me reuni com o pessoal do Clube. Mas há um vídeo em que o Mourão apoia a nossa candidatura. Muito em breve eu devo ser convidado a participar. Estou aguardando a convocação", completou ele, referindo-se a vídeo gravado na convenção do PRTB, em 5 de agosto, e publicado em suas redes sociais. Aspectos legais 584 A atuação eleitoral do Clube Militar começou com o general Gilberto Pimentel, presidente até julho, e se acentuou com o general Mourão. Em julho, ele deu uma entrevista ao UOL ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/07/19/generalmoura o-prepara-curso-a-distancia-para-candidatos-das-forcas-armadas.htm ) dizendo que a entidade daria instrumentos teóricos e práticos a campanhas de militares, e falou em fazer propaganda. Questionado na segunda (20) sobre o uso do clube na campanha deste ano, o general recuou e disse que isso seria vetado. "Não defendo o uso do clube para candidato. Até porque o clube não pode se intrometer em política partidária. O que tenho feito é orientar os nossos candidatos sobre temas relevantes", disse Mourão. O ex-ministro do TSE Gilson Dipp declarou que o uso do mailing [cadastro de sócios e familiares] não deveria ser permitido, sendo a cessão de espaço para palestra uma questão discutível. "Entidade privada (doar serviços) a lei é clara que só pode a pessoa física. Interpretação da lei não permite doação de empresa. Supremo foi muito drástico nisso a respeito e só se fosse pessoa física." Outro ex-ministro do TSE que pediu para não se identificar teve opinião similar ao dizer que nenhuma entidade privada pode contribuir em campanha mesmo que indiretamente. Esse advogado defendeu que a doação (em forma de serviços) pode se configurar como abuso de poder econômico pela candidatura. O advogado especialista em direito eleitoral Daniel Falcão também afirma que usar a rede de contatos do Clube Militar para propaganda é irregular. "Clube Militar não poderia fazer isso. A legislação não permite que se use o site para divulgar campanha. A cessão do espaço é mais discutível. " https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/26/clube-militaratua-em-campanha-eleitoral-mesmo-proibido-por-estatuto-e-lei.htm EVANGÉLICOS PUXAM ALTA DE 11% DO NÚMERO DE CANDIDATURAS COM NOME RELIGIOSO Leandro Prazeres, Uol, 25 de agosto de 2018 As candidaturas com nomes religiosos cresceram 11% em 2018 em relação a 2014. Esse aumento é superior ao crescimento do volume de candidatos no período, que foi 585 de 7,4%. O levantamento feito pelo UOL tem como base os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e analisou as candidaturas cujo "nome de urna" continha termos associados a religiões de diversas matrizes. Esse aumento foi puxado pelas candidaturas de evangélicos e de integrantes de religiões de origem africana e pode ser ainda maior porque nem todos os candidatos indicam em seus "nomes de urna" sua identidade religiosa. Para chegar a esses dados, o UOL verificou 49.972 registros de candidaturas feitos em 2014 e em 2018 armazenados na base de dados do TSE e selecionou aqueles cujo nome de urna continham termos comumente associados a integrantes de religiões cristãs e de matriz africana: pastor (a), irmão (ã), padre, frei (a), apóstolo (a), missionário (a), pai, mãe, babalorixá, entre outros. Outra forma de verificar a evolução das candidaturas de religiosos é observar as ocupações registradas pelos candidatos ao TSE. Neste ano, 116 pessoas indicaram ter como ocupação serem membros de entidade religiosa. Em 2014, esse número foi de 115. A reportagem optou por fazer o levantamento com base no nome de urna porque é dessa forma que a maioria dos religiosos se apresenta aos eleitores. O levantamento considerou quatro dos maiores grupos religiosos brasileiros, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): católicos, evangélicos, espíritas e adeptos de religiões de origem africana. A reportagem não identificou. Maioria dos candidatos com nome religioso é evangélica 586 O levantamento constatou que, entre 2014 e 2018, o número de candidatos com nomes religiosos saiu de 511 para 568, um aumento de 11,15%. Nesse grupo, as candidaturas evangélicas são a maioria. Das 568 registradas neste ano, 524 são de evangélicos, o equivalente a 92,2% do total. Do restante, 24 são de religiões de origem africanas (umbanda e candomblé, por exemplo) e 20 são de católicos. Na comparação com as eleições de 2014, as candidaturas evangélicas tiveram um crescimento de 8,2%, saindo de 484 para 524. As candidaturas católicas tiveram uma queda de 4,7%, saindo de 21 para 20. O maior crescimento percentual foi registrado entre os candidatos de religiões de matriz africana. Elas saíram de 6, em 2014, para 24, em 2018, um crescimento de 300%. Deputado vê "crescimento natural" de evangélicos Um levantamento recente indica que a bancada evangélica no Congresso Nacional é composta por pelo menos 84 parlamentares ( 587 https://noticias.uol.com.br/ultimasnoticias/agencia-estado/2018/08/12/cultos-alertase-chamados-movem-a-bancadada-biblia-no-congresso.htm ): 82 deputados federais e dois senadores. Esse número é o equivalente a 14% dos 594 congressistas (513 deputados federais e 81 senadores). Segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), esse número é mais do que o dobro dos parlamentares evangélicos eleitos em 2006. Atualmente, a bancada evangélica é considerada uma das mais influentes e bem articuladas do Congresso Nacional. Foi graças a essa influência que, em 2015, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou o Estatuto da Família ( https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/09/24/comissao-dacamaraaprova-parecer-sobre-estatuto-da-familia.htm ), um projeto de lei que, entre outras coisas, delimitava que a família é formada a partir da união de um homem e de uma mulher, noção criticada por diversos setores da sociedade como as organizações em defesa da comunidade LGBT. O presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, Hidekazu Takayama (PSC-PR), diz que o crescimento no número de candidaturas de evangélicos neste ano acompanha o aumento no número de fiéis. "É um crescimento natural. Quanto mais aumenta o número de fiéis, mais aumenta o número de candidatos. Não há um movimento orquestrado para que a gente aumente nossa representação política", diz Takayama. O deputado, que foi um dos criadores da Frente Parlamentar Evangélica, avaliou como normal o crescimento do número de candidaturas de religiosos de origem africana. "A legislação brasileira permite esse tipo de candidatura. Acho que isso é normal. Da mesma forma como o povo evangélico se lançou na política para defender seus valores, é normal que eles também o façam", afirmou. Takayama, no entanto, negou que a bancada evangélica tenha atacado outras religiões. "De forma nenhuma. Nossa atuação não persegue ninguém. O que alguns setores têm dificuldade de entender é que, apesar de o Estado ser laico, o Brasil é um país cristão. Nossa representação, nossa atuação, também é cristã", disse o parlamentar. Identidade religiosa é capital eleitoral, diz socióloga 588 Adeptos de religiões de origem africana fazem protesto contra intolerância religiosa no Rio Para a socióloga Christina Vital, uma das principais estudiosas da relação entre religião e política no Brasil, o crescimento no número de candidatos religiosos no país tem sido uma tendência, que ocorre desde os anos 1980, chamada de confessionalização da política. "A confessionalização da política é um processo no qual os candidatos usam uma identidade religiosa para compor o seu capital eleitoral na disputa. É a forma como eles tentam se diferenciar dos demais candidatos", afirma Christina. A socióloga diz que o crescimento de candidatos que se assumem como integrantes de religiões de origem africana é uma novidade, resultado do quadro de intolerância religiosa que vem atingindo a comunidade desde os anos 1990. Uma pesquisa realizada pelo MDH (Ministério dos Direitos Humanos) indicou, que entre 2015 e 2017, o Brasil registrou uma denúncia por intolerância religiosa a cada 15 horas (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agenciaestado/2017/11/12/brasilregistra-uma-denuncia-de-intolerancia-religiosa-a-cada-15- horas.htm) e que 39% delas eram referentes a atos hostis a adeptos ou a templos de religiões de matriz africana. "Esse aumento é uma resposta à intolerância religiosa que afeta essas religiões. Há um trabalho, que começou nos anos 1990, e que começa a dar resultado agora, no sentido 589 de que religiosos da umbanda e do candomblé assumam essa identidade na disputa eleitoral para ocupar espaços de poder", afirmou Christina. A candidata a deputada federal Flávia Pinto (PDT-RJ), cujo nome de urna é "Mãe Flávia Pinto", diz que, além de uma reação aos episódios de intolerância religiosa, o aumento no número de candidatos que representam o chamado "povo de axé" é resultado da maturidade política da comunidade. "A gente percebeu que, diante da atuação de bancadas como a evangélica, a única resposta é ocupar espaços na política. Sem isso, eles continuarão livres para votar o orçamento, decidir por concessões de TV, além de outras medidas que podem prejudicar o nosso povo", afirmou. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/25/candidaturasde-religiosos-crescem-11-em-2018-evangelicos-lideram-ranking.htm EVANGÉLICOS PRESSIONAM ALCKMIN POR DISCURSO CRISTÃO EM FAVOR DA FAMÍLIA. LÍDERES QUEREM QUE TUCANO DIGA QUE VAI BARRAR CRIMINALIZAÇÃO DE DISCURSO CONTRA HOMOSSEXUALIDADE Folha/Uol, 29 de agosto de 2018 Com apenas 9% de intenção de voto no Datafolha no cenário sem Lula (PT), o exgovernador Geraldo Alckmin(PSDB-SP) tem sido pressionado por lideranças evangélicas a adotar um discurso mais ideológico e cristão na campanha presidencial. Ou, como preferem dizer, um discurso em favor “da família e da vida”. Os líderes das igrejas dizem que, sobretudo numa disputa fragmentada como a atual, o eleitor evangélico pode catapultar o tucano ao 2º turno caso passe a fazer manifestações enfáticas em relação a temas como aborto, drogas, casamento gay e homofobia. Se não for dessa forma, dizem, os evangélicos naturalmente vão acabar desaguando seus votos no deputado Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com pesquisa Datafolha realizada em 2016, 3 em cada 10 brasileiros (29%) com 16 anos ou mais são evangélicos. 590 Folha apurou que o ponto mais importante seria assumir um compromisso de, na Presidência, trabalhar contra qualquer projeto que criminalize o discurso religioso em relação à homossexualidade. Os líderes evangélicos entendem que, se houver uma alteração no Código Penal de modo a comparar a homofobia ao racismo, muitos pastores poderão ser presos. Na visão desses líderes, que citam a liberdade de expressão, eles têm o direito de dizer, por exemplo, que a Bíblia condena o comportamento homossexual sem correrem o risco de sofrer acusações judiciais por discriminação. Alckmin tem procurado se aproximar dos evangélicos. Antes de renunciar ao governo, chamou lideranças para uma pizza no Palácio dos Bandeirantes. Na última quinta-feira (23), esteve com cerca de mil pessoas, entre bispos, pastores e obreiros da Igreja Mundial do Povo de Deus, uma dissidência da Universal. Apesar disso, resiste a adotar um discurso mais conservador, pois entende que, com o horário eleitoral, que começa no sábado (1º) na TV e no rádio, tende a crescer. O tucano vai dispor de cerca de 43% (5 minutos e 32 segundos por bloco) do tempo total de propaganda, além de 434 inserções comerciais por emissora ao longo da campanha. Para efeito de comparação, Bolsonaro terá 8 segundos por bloco e 11 comerciais. Além disso, Alckmin não quer desagradar aos setores mais à esquerda do PSDB e do próprio eleitorado. Tendo o PT de um lado e Bolsonaro do outro, considera-se como o candidato do centro Recentemente, um vídeo do ex-governador defendendo a “diversidade” circulou em um grupo de WhatsApp que reúne líderes evangélicos. Segundo as palavras de quem acompanhou os comentários, o tucano foi “massacrado”. Sob condição de anonimato, um líder evangélico disse à Folha que nem Jesus conseguiu agradar a todos e encerrou a entrevista com a frase “imagine o Alckmin”. Bolsonaro, por sua vez, antes dos debates, promove orações com seus assessores e faz questão de gravar a cena e enviar as imagens para o mesmo grupo de WhatsApp. “Os evangélicos, assim como outros segmentos da sociedade, querem ver seus representantes defendendo os seus valores”, afirma Eduardo Tuma (PSDB), secretário da Casa Civil do prefeito Bruno Covas (SP) e uma das pontes de Alckmin com o setor. 591 O apóstolo César Augusto, da Igreja Fonte da Vida, afirma que “a maioria dos evangélicos está com Bolsonaro porque ele já se posicionou”. Tradicionalmente, os evangélicos não atuam como um grupo homogêneo, nem mesmo entre as neopentecostais. A força da recomendação de votos dos líderes das igrejas também tende, historicamente, a ser mais aceita pelos fiéis nas eleições parlamentares do que nas majoritárias, como a presidencial. Justamente por isso, afirma um representante do setor, os valores professados publicamente pelo candidato terão mais chance de atingir o coração do eleitor religioso. “Os evangélicos estão esperando as definições para se posicionar”, diz o bispo Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra e presidente da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab). 592 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/evangelicos-pressionam-alckmin-pordiscurso-cristao-em-favor-da-familia.shtml BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA Ricardo Della Coletta, El País, 29 de agosto de 2018 No que talvez tenha sido o momento mais tumultuado da sua entrevista no Jornal Nacional, na noite desta terça-feira, Jair Bolsonaro (PSL) mostrou às câmeras por poucos segundos um livro intitulado Aparelho sexual e cia, cuja capa traz o desenho de um menino de topete loiro olhando um tanto quanto assustado para o que tem dentro das próprias calças. Seria só mais um dos incontáveis episódios polêmicos de um candidato que tem esbravejado contra o que chama de campanha para o ensino de "ideologia de gênero" nas escolas do Brasil, não fosse um detalhe: praticamente tudo 593 o que o candidato falou quando se referiu à publicação não encontra respaldo na realidade. "Tomei conhecimento [em 2010] do que estava acontecendo lá [num corredor da Câmara dos Deputados]. Eles tinham acabado o nono Seminário LGBT Infantil", disse Bolsonaro, após ter sido perguntado pela jornalista Renata Vasconcellos sobre suas manifestações prévias de caráter homofóbico. "Estavam discutindo ali, comemorando o lançamento de um material para combater a homofobia, que passou a ser conhecido como kit gay. Entre esse material estava esse livro lá. Então, o pai que tenha filho na sala agora, retira o filho da sala, para ele não ver isso aqui. Se bem que na biblioteca das escolas públicas tem", emendou, para logo ser interrompido pelo âncora do JN William Bonner, que o lembrou que não estava permitido mostrar qualquer material gráfico durante a entrevista. Bolsonaro deu a entender na sua declaração que o livro, de autoria do suíço Philippe Chappuis (conhecido como Zep) e da francesa Hélène Bruller, formava parte do projeto Escola sem Homofobia, que recebeu a alcunha de kit gay e que criou uma forte polêmica no primeiro mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff. Basicamente, tratavase de um kit de apoio para a formação de professores em temas relacionados aos direitos LGBT, como o combate à violência e ao preconceito no ambiente escolar. A pressão de grupos conservadores, no entanto, fez com que a então presidente vetasse a proposta, e as peças de conscientização nunca saíram da gaveta. Logo no estreia da administração Dilma, a bancada evangélica dava uma clara demonstração de força. Acontece que o livro em questão nunca fez parte do projeto Escola sem Homofobia. E mais: sequer foi adquirido ou fez parte de algum programa do Ministério de Educação. "Ao contrário do que afirmou erroneamente o candidato à presidência em entrevista ao Jornal Nacional na noite de 28 de agosto, ele [o livro] nunca foi comprado pelo MEC, como tampouco fez parte de nenhum suposto kit gay", disse, em nota, a Companhia das Letras, editora que lançou Aparelho sexual e cia em 2007. O MEC confirmou a informação. O que há registrado é uma compra, por parte do Ministério da Cultura em 2011, de apenas 28 exemplares da publicação para o programa Livro Aberto. Os livros foram entregues a diferentes bibliotecas públicas do País. Segundo a pasta da Cultura, nenhum foi distribuído para escolas. Outro ponto da resposta de Bolsonaro contestado logo após o fim da entrevista foi a menção a um suposto Seminário LGBT Infantil. Trata-se do Seminário Nacional LGBT, realizado anualmente por comissões da Câmara que atuam na defesa dos direitos dessas comunidades. De acordo com o deputado Jean Wyllys (PSOL), coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, Bolsonaro está se referindo ao encontro promovido em 2012. Naquele ano, a temática escolhida para o seminário foi 594 "Sexualidade, Papéis de Gênero e Educação na Infância e na Adolescência". Havia três eixos naquele seminário: Subjetividades e papéis de gênero (É possível falar em uma infância e adolescência gay?); Educação, sexualidade e gêneros (O que os papéis de gênero têm a ver com a prática do bullying nas escolas?); e Infância, adolescência e estado de direitos (Como estender as redes de proteção da infância e da adolescência aos meninos e meninas que fogem dos papéis de gênero?). A assessoria de Wyllys pontuou que não participaram crianças ao seminário, mas sim parlamentares, acadêmicos que estudam o tema e membros da sociedade civil. Em 2018, exemplifica Wyllys, a temática do seminário foi políticas para a população LGBT da terceira idade. Companhia das Letras @cialetras O livro citado na entrevista do JN foi publicado pelo nosso selo jovem. Infelizmente está fora de catálogo, mas nos orgulhamos da publicação 22:15 - 28 ago. 2018 6.479 2.536 personas están hablando de esto 595 Reedição Lançado pelo selo juvenil da Companhia das Letras, o livro mostrado por Bolsonaro está esgotado. Na nota que lançou na tarde desta quarta, a editora disse que está em contato com os donos dos direitos da obra para avaliar a possibilidade lançá-la novamente no Brasil. A Companhia das Letras afirmou ainda que o texto original foi traduzido para dez idiomas ao redor do mundo e vendeu mais de 1,5 milhão de cópias, tendo sendo transformado em exposição que ficou em cartaz em Paris. O público alvo da publicação é formado por adolescentes: no catálogo da editora, ela era sugerida para alunos de 11 a 15 anos. A Companhia das Letras defendeu enfaticamente o título. Segundo a empresa, a publicação tem "sólida base pedagógica e rigor científico" ao abordar "todos os aspectos da sexualidade". No comunicado, a editora diz que os autores conseguem tratar de forma "leve" assuntos importantes como paixão, mudanças da puberdade, contracepção, doenças sexualmente transmissíveis, pedofilia e incesto. "O livro conta ainda com uma seção chamada 'Fique esperto', que alerta os adolescentes para situações de abuso, explica o que é pedofilia — mostrando como tal ato é crime —, o que é incesto e até fornece o contato do Disque-denúncia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos'", explica a Companhia das Letras. "O conteúdo da obra nada tem de pornográfico, uma vez que, formar e informar as crianças sobre sexualidade com responsabilidade é, inclusive, preocupação manifestada pelo próprio Estado, por meio de sua Secretaria de Cultura do Ministério da Educação que criou, dentre os Parâmetros Curriculares Nacionais, um específico à 'Orientação Sexual' para crianças, jovens e adolescentes", conclui a editora. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/29/politica/1535564207_054097.html LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL ALVO DE BOATO FOI COMPRADO PELO MINC. DEPUTADO BOLSONARO ACUSOU DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOLAS; MEC NEGOU. MINISTÉRIO DA CULTURA DIZ TER COMPRADO UNIDADES PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS G1 Globo, 21 de janeiro de 2016 O livro "Aparelho Sexual e Cia - Um guia inusitado para crianças descoladas" teve exemplares comprados pelo Ministério da Cultura (MinC) e foi destinados para bibliotecas públicas. A compra ocorreu em 2011. 596 De acordo com a pasta, 28 exemplares foram adquiridos dentro do Programa Livro Aberto, que não tem relação com bibliotecas escolares. O Ministério da Educação, em nota, já havia informado não ter qualquer relação com o título. Segundo um vídeo que circula nas redes sociais desde o início de janeiro, o MEC teria distribuído a obra em escolas. De acordo com o MEC, a acusação não procede: o livro não consta nos programas do governo de distribuição de materias didáticos. Por sua vez, o Ministério da Cultura também afirma que a compra teve como foco bibliotecas de uso geral. Lançado em 2004, o programa tinha como meta zerar o número de cidades sem bibliotecas. Um dos vídeos compartilhados nas redes mostra um discurso do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Nas imagens, ele afirma que a obra é uma "coletânea de absurdos que estimula precocemente as crianças a se interessarem por sexo. É uma porta aberta para a pedofilia". Ele cita também políticos do Partido dos Trabalhadores (PT). "É o livro do PT, livro do Lula e da Dilma Rousseff." Bolsonaro diz, na filmagem, que o governo teria comprado milhares de unidades do livro e as distribuído em escolas públicas. "É uma grana para os companheiros e fica pervertendo seu filho na sala de aula. Para que o filho de pobre, na escola pública, não aprenda nada e seja apenas um beneficiário do Bolsa Família." 597 Reprodução do Facebook mostra páginas do livro "Aparelho Sexual e Cia - Um guia inusitado para crianças descoladas". (Foto: Reprodução/Facebook) O mesmo boato já havia circulado, de acordo com o MEC, em 2013, quando foi necessário explicar que não havia recomendação do ministério sobre o livro, tampouco ele constaria no Programa Nacional do Livro Didático e no Programa Nacional Biblioteca da Escola. "Aparelho Sexual e Cia - Um guia inusitado para crianças descoladas" foi escrito por Zep, pseudônimo do autor suíço Phillipe Chappuis, e publicado em mais de 10 idiomas, com 1,5 milhão de exemplares vendidos no mundo. No Brasil, ele foi lançado em 2007 pela editora Companhia das Letras. Post de um internauta divulga vídeo gravado por Bolsonaro. Na filmagem, o deputado acusa o MEC de distribuir o livro às escolas públicas. (Foto: Reprodução/Facebook) http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/01/livro-de-educacao-sexual-alvo-deboato-foi-comprado-pelo-minc.html LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598 Uol, 30 de agosto de 2018 Ao longo desta quarta-feira (29), uma série de postagens circulou nas redes sociais relacionando o livro “Aparelho sexual e Cia.” ao que ficou conhecido pejorativamente como “kit gay”, mas que são conteúdos de combate à homofobia para serem divulgados nas escolas públicas brasileiras. O livro, porém, nunca fez parte de nenhum kit nem foi comprado pelo MEC (Ministério da Educação) para ser distribuído nas escolas públicas. A relação foi impulsionada pela entrevista do candidato à Presidência Jair Bolsonaro concedida ao Jornal Nacional na noite de terça-feira (28). O livro apresentado pelo presidenciável na televisão e nas redes sociais é a tradução do livro francês “Aparelho sexual e Cia.”, lançado no Brasil em 2007 pelo selo juvenil da editora Companhia das Letras. A obra utiliza o conhecido protagonista da série em quadrinhos “Titeuf”, de origem suíça, e seu conteúdo está destinado à orientação sexual para crianças e adolescentes. A informação de que o livro da escritora francesa Hélène Bruller seria distribuído em escolas públicas começou a ser difundida por Bolsonaro no dia 10 de janeiro de 2016 através de um vídeo que publicou no Facebook. Dois dias depois, o Ministério da Educação emitiu um comunicado em que afirma que “não produziu e nem adquiriu ou distribuiu o livro ‘Aparelho Sexual e Cia’”. A instituição também declarou que “não há qualquer vinculação entre o ministério e o livro, já que a obra tampouco consta nos programas de distribuição de materiais didáticos levados a cabo pela pasta”. A assessoria de imprensa da Companhia das Letras confirmou que o interior de um exemplar mostrado por Bolsonaro no mesmo dia da entrevista, em uma publicação no Facebook, realmente faz parte do livro. De acordo com a assessoria de imprensa da editora, o livro “nunca foi comprado pelo MEC, como tampouco fez parte de nenhum suposto ‘kit gay’. O Ministério da Cultura comprou 28 exemplares em 2011, destinados a bibliotecas públicas”. A Companhia das Letras também afirmou que o livro “conta ainda com uma seção chamada ‘Fique esperto’, que alerta os adolescentes para situações de abuso, explica o que é pedofilia — mostrando como tal ato é crime —, o que é incesto e até fornece o contato do Disque-denúncia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos”. 599 A obra foi publicada em dez línguas e vendeu mais de 1,5 milhões de exemplares, foi transformada em uma exposição apresentada por duas vezes na Cité des Sciences et de l’Industrie em Paris. O MBL (Movimento Brasil Livre) publicou no Twitter a falsa informação de que o candidato pelo PSL expôs o “Kit Gay” na entrevista organizada pela “Rede Globo”. Outros usuários disseminaram a informação de que crianças recebem a obra nas escolas. Em 2016, a revista “Nova Escola” publicou um desmentido sobre a falsa informação a respeito do livro ( https://novaescola.org.br/conteudo/9937/ainda-tem-duvidas-sobreo-caso-bolsonaro-nova-escola-esclarece ). As postagens enganosas foram verificadas agora pela “Nova Escola”, pela “AFP” e pelo jornal “O Povo”, além do UOL, todos integrantes do Projeto Comprova. O Comprova é um projeto integrado por 24 empresas brasileiras de mídia que investiga e explica rumores, conteúdo forjado e táticas de manipulação associadas às eleições presidenciais do Brasil. Envie sua pergunta ou denúncia de boato falso pelo WhatsApp 11 97795 https://noticias.uol.com.br/comprova/ultimas-noticias/2018/08/30/livro-exibido-porbolsonaro-no-jornal-nacional-nao-foi-comprado-pelo-mec.htm ERROS E ACERTOS DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL E NO JORNAL DAS 10 Chico Marés, Clara Becker, Leandro Resende, Nathália Afonso e Plínio Lopes, Revista Piauí Lupa/Uol, 28 de agosto de 2018 https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/08/28/jair-bolsonaro-tv-globo/ AUTORA DE LIVRO CRITICADO POR BOLSONARO REBATE: “NO FUNDO, ELE QUERIA TER GANHADO UM" Diego Assis, Uol, 30 de agosto de 2018 600 Nos últimos dois dias, um livro infantojuvenil fora de catálogo e pouco conhecido por aqui ganhou os holofotes - e as buscas no Google - depois que o deputado e candidato à presidência da República Jair Bolsonaro levou um exemplar à bancada do "Jornal Nacional", onde estava sendo entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcellos. Para o candidato, "Aparelho Sexual e Cia.", escrito pela francesa Hélène Bruller e ilustrado por Zep, "estimula precocemente as crianças para o sexo" e "escancara as portas da pedofilia". Bolsonaro afirma que o livro, lançado no Brasil em 2007, foi comprado pelo governo do PT na época e incluído na lista de títulos distribuídos a escolas e bibliotecas públicas. Em nota, a editora Companhia das Letras, que publicou a obra aqui, admite que a ofereceu como indicação para alunos do 6º ao 9º ano (de 11 a 15 anos), mas que o título nunca foi "comprado pelo MEC, como tampouco fez parte de nenhum suposto 'kit gay'. "O Ministério da Cultura comprou 28 exemplares em 2011, destinados a bibliotecas públicas", continua o comunicado. O imbróglio todo não é novidade para Hélène Bruller. Autora de 13 livros, publicados por grandes editoras na França, como Albin Michel, Delcourt e Glenát - que publicou originalmente "Aparelho Sexual" -, Bruller revela, em entrevista ao UOL, que recebe críticas pela obra há "pelo menos 18 anos". Ciente dos ataques recentes de Bolsonaro, a autora diz que prefere acreditar que seus "detratores" sabem que "ao falarem mal de um livro, estão fazendo propaganda dele". "Querem banir, mas inconscientemente, eles querem promover. Acho que, lá no fundo, tem um garotinho, um pequeno Jair, que teria adorado ganhar de presente de seus pais [um exemplar do livro] 'Aparelho Sexual e Cia.', em vez de ouvi-los gritar com ele, a face distorcida de raiva e baba nos lábios: 'Jair! Se você se masturbar, irá para o inferno!'", provoca. Leia a seguir, trechos da entrevista feita por e-mail com Bruller nesta quinta-feira (30). UOL - Você está a par do que está acontecendo no Brasil, envolvendo seu livro? Hélène Bruller - Obviamente! Desde esta manhã, estou recebendo muitos pedidos de entrevistas de jornalistas. Fico positivamente surpresa com essa reação. "Aparelho Sexual e Cia" foi lançado originalmente em 2001. Você enfrentou críticas semelhantes na França ou em outros países onde o livro tenha sido publicado? O livro foi banido por pelo menos 18 anos em Valais, um reduto católico na Suíça. Claro, essa medida teve o efeito imediato de fazer com que todos os jovens com 601 menos de 18 anos corressem às livrarias dos povoados vizinhos. Eu deveria provavelmente agradecer a Valais pela promoção não intencional do meu trabalho. Também devo expressar minha gratidão aos extremistas religiosos que, por duas vezes, tentaram censurar exposições [baseadas no livro] de "Aparelho Sexual" na Cidade das Ciências [em Paris] -- essa técnica de marketing muito eficiente conseguiu dobrar o número de público nas exposições. Claro, estou brincando, não tenho intenção de agradecer essas pessoas que representam o obscurantismo promovido pelo Sr. Bolsonaro em seu lindo país. Mas ainda assim estou surpresa, porque penso que esses detratores, e o Sr. Bolsonaro é um deles, não deixam de saber que ao falarem mal de um livro, eles estão fazendo propaganda dele. Eles sabem disso, pode acreditar. Querem banir, mas inconscientemente, eles querem promover. Acho que, lá no fundo, tem um garotinho, um pequeno Jair, que teria adorado ganhar de presente de seus pais [um exemplar do livro] "Aparelho Sexual e Cia.", em vez de ouvi-los gritar com ele, a face distorcida de raiva e baba nos lábios: "Jair! Se você se masturbar, irá para o inferno!" Qual foi sua intenção quando decidiu criar esse livro com [o desenhista suíço, e exmarido] Zep? Esse é o livro que eu queria ter lido quando era pequena. Não faltam respostas no mundo sobre sexualidade e, infelizmente, com a internet e o acesso livre a informação, as crianças têm acesso a pornografia. Esse livro tenta contar [a essas crianças] que a sexualidade que elas vão descobrir algum dia pode ser linda e saudável, o oposto da pornografia; que ela está intimamente ligada ao amor, e que amar o próximo é o caminho para o despertar da sexualidade; que amar o outro deve começar com amar a si mesmo, respeitar a si mesmo, para então ser respeitado. Penso que dizer às crianças que o interesse delas em assuntos sexuais é uma curiosidade saudável, responder perguntas que às vezes as assustam como "como se beija?", por exemplo, não significa lançá-las para a sexualidade mais cedo. Ao contrário, vai acalmar sua curiosidade. Que público você tinha em mente quando decidiu escrever o livro? Todas as crianças, sem idade. Penso que determinar um limite de idade para um livro como esse é perigoso. Acho que é responsabilidade dos pais decidir o que dão para suas crianças. Existem crianças de 11 anos que ainda não estão prontas para fazer 602 questionamentos sobre sexualidade, para quem esse assunto ainda não desperta interesse. Mas há outras, de 8 anos, que estão pressionando seus pais por respostas. Cada criança é diferente e eu acredito que as pessoas que as conhecem melhor são seus pais. Meu sonho é que não exista limite de idade impresso nos livros e que os vendedores se acostumem a dizer: "Folheie o livro, leia alguns trechos e veja se o seu filho tem a maturidade para consultá-lo". Que abordagem você escolheu no livro para tratar de assuntos como sexualidade, doenças venéreas e abusos sexuais contra crianças? Tive uma única regra: a sinceridade. Eu penso que você pode dizer a verdade para uma criança, mas você não pode dizer tudo. Penso que se alguém tem uma percepção serena da sexualidade, ele vai encontrar as palavras certas [para falar disso] sem sofrer. As partes a censurar vão aparecer por si só. Quanto à linguagem [usada no livro], sempre percebi que para assuntos delicados como esse, você precisa aprender a ser claro, a sacrificar o orgulho de autor, o seu estilo literário. Se leio [nas críticas nos jornais] que eu escrevo errado, o que quero é que a criança que leia encontre as respostas imediatamente. Quem deve decidir o que pode ou não ser falado para as crianças sobre sexualidade? Os pais? O estado? Os artistas? Creio que a gente deva deixar que os pais façam seu trabalho como educadores. Sim, há lugares em que o assunto de sexualidade é tabu, há lares em que a comunicação é mais solta, e isso torna o nosso mundo um espaço de diferenças culturais mais bonito. Acredito que, em primeiro lugar, a gente deva parar de confundir "sexualidade" com "falar sobre sexualidade". Falar sobre sexualidade é apenas informar, confortar para mais tarde, para o dia em que essas crianças terão se tornado adultas e estarão prontas para viver sua sexualidade. Pessoas como Jair Bolsonaro querem controlar através da ignorância. A história da humanidade nos mostra que isso não é bom. Você tem filhos? Como você lida com essas questões em casa? Eles leem os seus livros? Tenho dois filhos que, hoje, são adolescentes. Eles são livres, sempre foram, para fazer as perguntas que quiserem. E eu sempre respondo. Resultado? Eles não são precoces 603 com relação ao sexo. Sinto que eles querem dar o seu tempo, esperar para que seja bonito, para que seja com a pessoa certa. Por quê? Porque eles sabem do que a gente está falando! Quando a gente não sabe alguma coisa, por um momento, para saber mais, a gente sente a tentação de ir atrás! E é aí que eu acho que a gente se leva a situações desoladoras, como jovens meninas fazendo sexo cedo demais, com jovens que elas não gostam, por inocência, ignorância, tudo misturado a desejos para receber respostas. Esconder algo das pessoas para protegê-las produz o efeito oposto. Informe-o, dê a ele elementos para aprender a se proteger por conta própria. E todo mundo sabe disso hoje. Eu acho que querer manter as crianças numa ignorância medieval sobre sexualidade é uma maneira de retomar o controle sobre as mulheres. Mas as mulheres do mundo de hoje não vão retroceder. Elas estão aí para ficar, ainda bem. Você citaria outros exemplos de livros ou personagens infantis que tratam da sexualidade de maneira positiva? Usou algum como referência? Não. Nenhum trabalho. Nunca tive interesse em livros dos outros sobre esse assunto porque sempre os achei entediantes e hipócritas. Ensinar crianças de 10 anos os nomes dos hormônios reprodutivos, sobre os diferentes estágios de desenvolvimento fetal, sobre o nascimento de uma criança, sem nunca ter explicado como isso pode acontecer de verdade com elas? Fala sério! Pretende processar Bolsonaro pelas afirmações que ele faz sobre seu livro? Não. Acredito que ele já seja perseguido por seus próprios demônios. https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/30/autora-de-livrocriticado-por-bolsonaro-rebate-no-fundo-ele-queria-ter-ganhado-um.htm “BOLSONARO INCONSCIENTEMENTE QUERIA DIVULGAR MEU LIVRO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL”, DIZ ESCRITORA. AUTORA DE “APARELHO SEXUAL E CIA” CRITICA O PRESIDENCIÁVEL APÓS PROPAGADA NEGATIVA SOBRE SUA OBRA. "EU ACHO QUE SUAS OBSESSÕES DIZEM MUITO SOBRE O QUE ELE PRÓPRIO TEM NA CABEÇA", ARGUMENTA Ricardo Della Coletta e Sara González, El País, 31 de agosto de 2018 604 A escritora francesa Hélène Bruller não sabia que o seu livro Aparelho Sexual e Cia. (Le Guide du Zizi Sexuel, no original em francês) havia se tornado alvo no Brasil de uma verdadeira cruzada promovida por Jair Bolsonaro, candidato à presidência da República pelo PSL. Mas não se pode dizer que ela, que assina obra junto com o suíço Philippe Chappuis (conhecido como Zep), tenha ficado propriamente surpresa: “Grupos extremistas católicos já tentaram proibir o livro e a exposição que foi feita a partir dele. Como sempre, aumentaram o sucesso da obra. Talvez eu devesse agradecê-los... Mas aí já é me pedir demais”, ironiza a autora, em uma entrevista por e-mail com o EL PAÍS. Se os ataques de Bolsonaro à obra são uma espécie de reedição de algo que Bruller já viveu, a afiada ironia que ela usa para se referir às críticas de outros tempos tampouco muda quando ela é questionada sobre as declarações do capitão reformado do Exército brasileiro: “Eu acho que lá no fundo do Bolsonaro existe um pequeno garoto, o petit Jair, que teria adorado se, na sua infância, lhe tivessem dado de presente um exemplar do Aparelho Sexual e Cia", diz. O livro de Bruller foi publicado pela primeira vez em 2001 e lançado no Brasil seis anos depois, pela Companhia das Letras. A obra está esgotada na editora brasileira e, por aqui, poucas pessoas sequer sabiam da sua existência. Isso até a noite da última terçafeira, quando Bolsonaro mostrou o livro durante a tradicional rodada de entrevistas que os presidenciáveis dão ao Jornal Nacional. Ele sugeriu na ocasião que a publicação era parte do chamado kit gay— nome pejorativo dado ao Escola sem Homofobia, projeto de formação de professores para temas referentes a direitos LGBT. No horário mais nobre da televisão, Bolsonaro não se preocupou em dar dois esclarecimentos aos espectadores: o kit gay foi barrado pelo Governo Dilma Rousseff em 2011, sem nunca ter saído do papel; e o livro Aparelho Sexual e Cia. não fez parte do material produzido para o Escola sem Homofobia. Tem mais: o livro jamais figurou em algum programa do Ministério da Educação e apenas 28 exemplares foram comprados por um programa do Ministério da Cultura e distribuídos para bibliotecas públicas, nenhuma delas em escola. Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro voltou à carga, desta vez afirmando que o livro “estimula precocemente as crianças para o sexo” e “escancara as portas da pedofilia”. Com a palavra, Hélène Bruller. Pergunta. Você sabia que o seu livro, Aparelho Sexual e Cia., estava sendo criticado por um candidato à presidência no Brasil? Reposta. Acabo de descobrir e me surpreendeu muito. O senhor Bolsonaro sabe muito bem que, ao dizer coisas ruins sobre o meu livro, ele aumenta consideravelmente as vendas. Então eu me pergunto: será que o senhor Bolsonaro quer divulgar o meu 605 livro? Inconscientemente, eu até acho que sim. Eu acho que lá no fundo do Bolsonaro existe um pequeno garoto, o petit Jair, que teria adorado que, na sua infância, lhe tivessem dado de presente um exemplar do Aparelho Sexual e Cia ao invés de ficarem, com caras transtornadas, berrando e dizendo para ele: “Petit Jair, você vai para o inferno se se masturbar”. P. O livro já foi alvo de críticas pela sua temática, seja na França ou em algum outro país? R. Grupos extremistas católicos já tentaram proibir o livro e a exposição que foi feita a partir dele. Como sempre, aumentaram o sucesso da obra. Talvez eu devesse agradecê-los... Mas aí já é me pedir demais. [A exposição à qual Bruller se refere, segundo uma nota enviada ontem pela Companhia das Letras, ficou em cartaz duas vezes na Cité des Sciences et de l’Industrie, em Paris, e viajou por sete anos por diferentes países europeus+ P. A Companhia das Letras, editora que lançou o seu livro no Brasil, disse que sugeria o livro para crianças que tinham entre 11 e 15 anos de idade... R. Eu acho que a faixa etária não é um bom parâmetro. Há crianças de 12 anos que não têm a maturidade necessária para entender respostas sobre a sexualidade; enquanto que há crianças de oito anos que já pedem por essas respostas. Eu acho que é o papel dos pais olhar e folhear os livros para julgar se os seus filhos têm a maturidade necessária para lê-los. P. Por que você quis fazer que tratasse de sexualidade para as crianças? R. Quis fazer o livro que eu sonhava ter quando era uma criança. Não me importava nada as informações sobre sexualidade que, durante a minha infância, me chegavam nos livros: o nome dos hormônios, como se parece um feto na quarta semana de gravidez; ou mesmo as imagens de um parto. Aquilo tudo era sério? Eu tinha 12 anos! Naquele idade eu não tinha nenhuma vontade de parir. O que me preocupava de verdade era saber o que eu deveria fazer se um dia um menino me beijasse. Então eu decidi responder essas perguntas no livro para que outras crianças pudessem se tranquilizar. P. Como você definiria o seu livro? R. É um livro sobre o medo. Sobre o medo de virar adulto, o medo de viver a sua sexualidade — algo que muitas vezes os extremistas apresentam às crianças como algo 606 sujo. A questão do livro não é dizer às crianças que a sexualidade é algo que diz respeito a elas hoje, mas sim dizer-lhes que a sexualidade será parte da sua vida adulta; e que assimilá-la de forma serena é a melhor maneira de vivê-la como algo saudável. P. Na sua opinião, quais as consequências de simplesmente não tratar sobre sexualidade com crianças e adolescentes? R. Eu acho que é preciso informar muito bem às crianças que peçam informação sobre sexualidade porque uma pessoa bem informada saberá se proteger, enquanto que alguém que vive na ignorância se torna uma presa fácil. Todo mundo sabe disso. Eu acho que é essa justamente a técnica dos extremistas — e dos pedófilos também: usar a ignorância para melhor controlar as pessoas. P. Você disse na resposta anterior que a sexualidade não pode ser vista como algo sujo. R. Considerar a sexualidade como uma coisa suja já é um verdadeiro problema em si. Por outro lado, se a sexualidade é percebida como algo bonito e saudável, por que não falar sobre ela com as crianças? E, além do mais, é preciso deixar de confundir “viver a sexualidade” com “falar de sexualidade”. É evidente que informar, trazer respostas, tranquiliza. E com isso você ajuda o jovem a decidir o melhor momento para viver, ele mesmo, a sua própria sexualidade. E mais uma coisa: se ignoramos tudo, como podemos saber a diferença entre sexualidade e pornografia? Esse senhor, o Bolsonaro, nunca falou com mulheres sobre a experiência da sexualidade. Porque, do contrário, ele saberia que muitas jovens que foram casadas com homens sem ter qualquer informação sobre a sexualidade lamentaram essa união. Algumas se casaram com homens torpes , nunca conheceram o prazer ou sequer souberam que ele existe! Outras deixavam seus maridos realizarem certas práticas, como a sodomia, sem que elas necessariamente as desejassem. Tudo isso porque essas mulheres não sabiam que tinham o direito de dizer “não”. É essa a vida que o senhor Bolsonaro promete às jovens mulheres brasileiras? Socorro. P. O que você achou das acusações feitas por Bolsonaro de que o seu livro estimulava de forma precoce a sexualidade de crianças? R. O senhor Bolsonaro pode dizer o que bem quiser sobre o meu livro. Com isso ele não consegue mudar o conteúdo da obra e eu acho que os brasileiros são suficientemente inteligentes para formarem eles mesmos suas opiniões sobre o livro. Há, no entanto, algumas particularidades muito claras da personalidade do senhor 607 Bolsonaro: ele denigre o meu trabalho, então é uma pessoa sem qualquer respeito; e se sente no direito de usar o meu livro para sua autopromoção sem me consultar antes, então é uma pessoa desonesta. Não são as características que esperamos de um suposto representante da moralidade. Agora o mais importante é a perversidade subjacente desse senhor: ele grita para quem quer ouvir que não temos que falar muito sobre a sexualidade, mas ele só fala disso. Eu acho que as obsessões do senhor Bolsonaro dizem muito sobre o que ele próprio tem na cabeça. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/31/politica/1535670243_981377.html O QUE HÁ DE TÃO ASSOMBROSO NO LIVRO QUE BOLSONARO NÃO PÔDE MOSTRAR NO JN? Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 29 de agosto de 2018 Em um dos momentos mais tensos da entrevista de Jair Bolsonaro no Jornal Nacional de ontem, o candidato à presidência tentou mostrar um livro para as câmeras da Globo, mas foi prontamente repreendido pelos apresentadores – pelas regras, os entrevistados não podem apresentar qualquer tipo de material ou documento. Bolsonaro dizia se tratar de uma obra que seria distribuída pelo MEC junto com o "kit gay" em escolas de todo o Brasil e que descobriu isso por conta do "9º Seminário LGBT Infantil" que teria acontecido no Congresso. Pois bem, como a Agência Lupa apontou, nunca existiu um encontro do tipo. Além disso, a polêmica ao redor do livro é antiga, tanto que o próprio MEC divulgou uma nota em 2016 afirmando que nunca produziu, adquiriu ou distribuiu o título em questão, que jamais constou em seus programas de materiais didáticos. Posição semelhante já havia sido tomada pela pasta em 2013, o que comprova como essa ladainha vem se arrastando por bastante tempo. Mas, afinal, que livro é esse e o que ele tem de tão assombroso aos olhos de Jair Bolsonaro? Trata-se de "Aparelho Sexual e Cia – Um Guia Inusitado Para Crianças Descoladas", de Zep, pseudônimo da francesa Hélene Bruller, publicado no Brasil pela Companhia das Letras em 2007. O título já saiu em pelo menos 10 idiomas e vendeu mais de um milhão e meio de exemplares pelo mundo. Nele, a autora, apoiada em um personagem de histórias em quadrinhos bem famoso na Europa, explica de forma humorada e didática algumas questões que passam pela cabeça de qualquer pré- 608 adolescente: como é beijar? O que é masturbação? Como acontece o sexo? Como as mulheres engravidam? Pela inovação que trouxe ao tema, o livro virou até exposição em Paris. Bolsonaro, no entanto, deixa claro nas redes quais são os trechos que mais lhe incomodaram. São aqueles que falam especificamente sobre o ato sexual– quanto tempo dura? Qual posição ficar? O que sentimos? – e uma página lúdica na qual o leitor é incentivado a inserir o dedo no buraco para simular um pênis ereto. Me parece de fato uma maneira válida de se falar sobre sexo para quem não entende do tema – um assunto que muitos pais têm dificuldade em abordar com os filhos -, mas entendo se alguém achar uma solução de mau gosto. Em todo caso, há uma distância imensa entre achar de mau gosto e constituir uma cruzada contra a obra, ainda mais sustentada pelo falso argumento de que ela estaria sendo adotada pelo governo. Se o título se mantém na esfera privada, que cada pai compre-o ou não para seus rebentos – o que, evidentemente, não invalida a necessidade de discutirmos de maneira séria como o poder público deveria atuar na educação sexual das crianças. Sobre o assunto, o candidato à presidência também falou que gostariam de desconstruir a heteronormatividade. Ora, isso significa ensinar a todos, desde cedo, que qualquer forma de amor é válida e deve ser respeitada, não apenas entre homens e mulheres – que problema há nisso? Após a entrevista na Globo a Companhia das Letras se posicionou sobre a menção ao título no seu Twitter: "O livro citado na entrevista do JN foi publicado pelo nosso selo jovem. Infelizmente está fora de catálogo, mas nos orgulhamos da publicação". E a obra não está apenas esgotada, mas supervalorizada em sebos, onde é encontrada por preços que variam de R$109 a R$230. Pelo visto, Bolsonaro se tornou um grande divulgador e valorizador do trabalho de Zep. https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2018/08/29/o-que-ha-de-tao-assombrosono-livro-que-bolsonaro-nao-pode-mostrar-no-jn/ CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO Igor Gielow, Folha/Uol, 02 de setembro de 2018 "Isso aqui tem tudo para dar errado. Talvez por isso esteja dando certo até aqui.” 609 A frase, do candidato ao Senado Major Olímpio (PSLSP), resume talvez à perfeição a mais inusual campanha política majoritária da história: a de Jair Bolsonaro a presidente. Totalmente descentralizada, sem tesoureiro ou marqueteiro formais, a estrutura do presidenciável do PSL está coalhada de intrigas, desavenças e instâncias concorrentes de decisão. Uma confusão, como define com termo menos publicável outro membro de destaque da trupe, que pede para não se identificar. Ao fim, quem tem a palavra definitiva da campanha é Bolsonaro, que percorre há mais de dois anos o país e as redes sociais instilando sua mensagem, com sucesso revertido no primeiro lugar das campanhas sem Lula (22% no mais recente Datafolha). “O zero-um é quem decide”, diz Olímpio, presidente estadual do PSL paulista, usando a sigla policialesca para o chefe de uma unidade militar. Os zeros seguintes na estrutura são os filhos de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo (PSL-SP), o vereador carioca Carlos (PSL) e o deputado estadual Flávio (PSL-RJ). Eduardo e Flávio são estrategistas políticos e transmitem as ordens do pai. Não sem ruídos, já que o presidenciável costuma discordar deles. Só silencia quando o outro filho, Carlos, fala grosso. Chefe da estratégia digital vitoriosa até aqui do pai, ele é a mão forte invisível da empreitada ao Planalto. A mulher de Bolsonaro, Michelle, divide com ele o papel de “firewall”: controla quem tem acesso ao recesso do lar do presidenciável no Rio de Janeiro. Ela veta a presença de políticos na casa da família, num condomínio de luxo na Barra (Rio). Na terça passada (28), por exemplo, Bolsonaro preparou-se para a entrevista no Jornal Nacional da Rede Globo na casa de Carlos, que mora no mesmo condomínio. Ainda assim, para irritação de muitos aliados do polêmico candidato, o acesso a Bolsonaro tem barreiras adicionais. A primeira, fora do quartel-general familiar, é o núcleo partidário. Gustavo Bebianno, o advogado de Bolsonaro no processo em que ele é réu por ter dito que não estupraria a petista Maria do Rosário, virou presidente interino do PSL por ordem do presidenciável e assumiu o papel de cão de guarda dele. 610 Na tarde da entrevista da Globo, ele vetou a presença de aliados na casa de Carlos. A Folha procurou o candidato, mas não obteve resposta. “Não é uma campanha comum”, admite Letícia Catel, secretária-geral do PSL em São Paulo. Amiga de um curso de pós-graduação de Eduardo e, como ele, praticante de tiro, ela emergiu como eminência parda no entorno do candidato. “Falo diretamente com o Jair, mas é tudo de forma orgânica. Ajudo a coordenar a campanha em São Paulo”, afirma. A agenda de Bolsonaro, por sua vez, é tocada pela mulher de Bebianno, Renata —com supervisão de Michelle. Letícia negociou em nome do candidato participações em debate e protagonizou um bate-boca de rede social com uma jornalista, mas nega ser uma assessora. “Não existe ninguém que possa dizer que assessora o candidato. Nada é oficial, eu não ganho um centavo”, afirma. Olímpio e Luiz Antonio Nabhan Garcia, o presidente da UDR (União Democrática Ruralista) e um dos principais conselheiros de Bolsonaro, a desautorizam. “Ela não fala pelo partido, não é minha escolha no PSL-SP. Se falar, passa por cima de mim”, diz o candidato a senador. “Infelizmente, isso acontece em campanhas. Mas ela não é da coordenação”, afirma o ruralista. Ambos, contudo, elogiam Bebianno, que esteve em conflito no mês passado com o QG da família pela questão da participação ou não em debates. Houve uma pressão, coordenada por aliados mais moderados do grupo, para que o general da reserva Augusto Heleno assumisse a coordenação da campanha. Bolsonaro manteve Bebianno, negou publicamente a crise, e seus filhos ordenaram o fim da querela. As críticas acabaram focadas em Julian Lemos, vice nacional do PSL, que estava “muito aparecido”, como diz um integrante do núcleo empresarial da campanha. Com efeito, Lemos se retirou para sua campanha a deputado pelo PSL-PB. Ele e Bebianno não concederam entrevistas. Essa facção do empresariado acompanha a escalada de Bolsonaro há tempos. Seus dois primeiros apoiadores explícitos foram Fábio Wajngarten e Meyer Nigri, expoentes na comunidade judaica paulistana. O primeiro tem uma empresa de análise de mídia e auxilia nos contatos do presidenciável na área, além de ajudar na sua comunicação. 611 QG Jair Bolsonaro Candidato Eduardo Bolsonaro Filho deputado federal, candidato à reeleição pelo PSL-SP e estrategista político Carlos Bolsonaro Filho vereador (Rio), estrategista de mídia digital, o durão da família Flávio Bolsonaro 612 Filho deputado estadual, candidato a senador pelo PSL-RJ, estrategista Michelle Bolsonaro Mulher e "firewall" da família Núcleo voluntário Letícia Catel Amiga de Eduardo e assessora Abraham e Arthur Weintraub Irmãos e professores, dão palpites econômicos no programa de governo Victor Metta Advogado, apoiador antigo de Bolsonaro, é o tesoureiro do PSL-SP Núcleo empresarial Fábio Wajngarten Especialista em mídia e ajuda na comunicação Meyer Nigri Dono da construtora Tecnisa Sebastião Bomfim Dono da rede Centauro Luciano Hang e Mário Gazin Donos de redes fortes de varejo (Havan e Gazin), dão apoio Núcleo agro Nabhan Garcia Presidente da UDR, conselheiro político Frederico D´Ávila Ex-assessor de Alckmin e consultor para o setor, candidato a estadual pelo PSL Núcleo militar General Augusto Heleno Principal conselheiro fora da família, insatisfeito com os rumos da campanha General Ribeira Souto Ajuda na discussão do programa de governo General Hamilton Mourão 613 Vice (PRTB) e apologista da ditadura, está isolado Major Olímpio Presidente do PSL-SP e candidato a senador, tem como missão combater Alckmin Núcleo evangélico Magno Malta Candidato à reeleição no Senado pelo PR-ES, é consultor Silas Malafaia Líder da Assembleia de Deus, casou Michelle e Bolsonaro Núcleo partidário Gustavo Bebianno Advogado de Bolsonaro, virou presidente do PSL e é candidato a deputado pelo RJ Renata Bebianno Mulher de Gustavo, coordena a agenda de Bolsonaro Levy Fidelix Presidente do aliado PRTB, forneceu o vice e busca espaço Julian Lemos Vice nacional do PSL, candidato a federal pela PB Rodrigo Tavares Genro de Fidelix, candidato a governador pelo PRTB em SP Paulo Guedes Economista e sua equipe trabalham sozinhos Radicais livres Joice Hasselmann Jornalista colou na campanha, é candidata a federal pelo PSL-SP Janaina Paschoal Wajngarten reconhece dispersão na campanha. “Se você busca um objetivo, o planejamento é imprescindível”, afirma. Já Nigri está recluso desde que surgiu como apoiador de Bolsonaro: dono da construtora Tecnisa, ele foi fustigado por pares mais alinhados com o PSDB. 614 Outros empresários, a partir de um café da manhã de 62 deles com Bolsonaro em 10 de agosto na casa de Wajngarten, saíram do armário. “Nunca saí de um encontro com político sem que me pedissem dinheiro”, disse Sebastião Bomfim, dono da rede Centauro. Gente de varejo, como Luciano Hang (lojas Havan) e Mário Gazin, do grupo homônimo, declararam voto a Bolsonaro. “Não temos dinheiro. Sou tesoureiro estadual do PSL em São Paulo, mas na prática faço de tudo”, afirma Victor Metta, um advogado que fazia parte de um grupo de entusiastas de direita com Letícia Catel e outros, que hoje são voluntários da campanha. Metta diz que não tem tem nem o que declarar ao TSE por ora. A candidatura recebeu R$ 9,2 milhões do fundo criado para as eleições, mas ninguém sabe como o dinheiro será repartido de fato. Essa opacidade ainda pode se voltar contra Bolsonaro, que faz publicidade de sua alegada independência de financiadores tradicionais. O discurso de que “estou fazendo por amor”, ou “sou voluntário” permeia quase a totalidade das conversas com apoiadores do deputado. Restará saber se o TSE aceitará passivamente a argumentação. Na viagem de Bolsonaro pelo oeste paulista, na semana retrasada, Metta diz que “algumas coisas vieram prontas do PSL nacional, outras a gente fez, mas eu tenho de ficar pedindo para pagar tudo o que oferecem para a gente, como carros”. Essa jornada interiorana, aliás, foi fonte de um estresse razoável no PSL devido à presença da jornalista Joice Hasselmann. Candidata a deputada federal, ela se colocou de forma proeminente nos palanques e entrevistas de Bolsonaro, ganhando a alcunha maldosa de “primeira-dama” por parte de aliados. “O ser humano é assim, tem ciúme. Eu fui convidada para os eventos”, afirmou Joice. A gota-d’água ocorreu em Araçatuba, no dia 16, quando ela se apresentou como candidata ao governo do estado, sendo imediatamente desautorizada por Olímpio em redes sociais. “Isso é normal, pessoas atravessam o samba em campanhas para querer aparecer. Foi um desatino, mas o episódio está superado”, diz ele. “O lançamento foi feito por filiados de bom coração e pegou mal. Falei com o Jair, e vou ajudar como mulher forte para trazer votos na disputa”, disse ela, que manteve sua candidatura. Na mesma viagem, teve bem menos acesso a Bolsonaro Janaina Paschoal, que quase foi vice na chapa federal e agora disputa a Assembleia. 615 Para tentar dar um pouco de coesão programática, nesta semana deverão se reunir integrantes dos núcleos empresarial, de agronegócio e militar da campanha. Pelo currículo de Bolsonaro no Exército, o último é integrado por pessoas de suas estrita confiança. À frente de outros militares da reserva está o general Heleno, um respeitado quatro estrelas (topo da hierarquia). “Faço consultoria e análise, buscando mostrar o que está errado no país. O grande problema é que, com o aparelhamento do Estado ao longo dos anos, os dados não são confiáveis. Então podemos ter uma crise maior ou menor se assumirmos. A essa altura, qualquer plano de governo é farsa.” Outro general da reserva que colabora é Aléssio Ribeiro Souza. Já o general da reserva Hamilton Mourão virou vice da chapa, mas está distante do centro decisório. Dão pitacos econômicos no programa de governo os irmãos Abraham e Arthur Weintraub, professores da Universidade Estadual Paulista [há um erro da matéria aqui: são professores da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, em Osasco – SP] notórios em sua reclusão. Mas quem manda no setor é Paulo Guedes, o economista que aderiu a Bolsonaro após o global Luciano Huck dar sinais de que não iria em frente na corrida ao Planalto. Ele trabalha sozinho e sua interlocução é com o QG, trocando ideias eventuais com os núcleos empresarial e militar. Os evangélicos, usualmente associados a Bolsonaro, são acessados basicamente por meio do senador Magno Malta (PR-ES). O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, casou o presidenciável com Michelle em 2013, mas ela mudou-se para uma denominação batista e a influência do religioso diminuiu. Essa amálgama tenta colocar Bolsonaro na Presidência. Se terá sucesso, é incerto, mas é inegável que constitui fenômeno inédito em sua desorganização até aqui. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/campanha-de-jair-bolsonaro-emarcada-por-intrigas-e-improviso.shtml CRITICADO POR BOLSONARO, LIVRO "APARELHO SEXUAL E CIA." SERÁ RELANÇADO NO DIA 12 Renata Nogueira, Uol, 05 de setembro de 2018 616 O livro "Aparelho Sexual e Cia", alvo de críticas do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), será relançado no Brasil no próximo dia 12. A Companhia das Letras, editora que tem os direitos da obra infantojuvenil que estava fora de catálogo no Brasil, divulgou a novidade nesta quarta-feira (5). Faltando uma semana para o relançamento, o título escrito por Hélène Bruller e ilustrado por Zep será publicado pelo selo juvenil da Cia, a Editora Seguinte, e já está disponível em pré-venda. Jair Bolsonaro levou um exemplar de "Aparelho Sexual e Cia" ao "Jornal Nacional", na Globo, no último dia 28 de agosto. O candidato do PSL foi impedido de mostrar o conteúdo do livro em rede nacional, já que a exibição de documentos está vetada durante as entrevistas dos candidatos à presidência no telejornal. Bolsonaro afirma que o livro, lançado no Brasil em 2007, foi comprado pelo governo do PT na época e incluído na lista de títulos distribuídos a escolas e bibliotecas públicas. 617 Em nota oficial divulgada após o episódio na TV, a editora admite que ofereceu o título como indicação para alunos do 6º ao 9º ano (de 11 a 15 anos), mas que o livro nunca foi "comprado pelo MEC, como tampouco fez parte de nenhum suposto 'kit gay'. "O Ministério da Cultura comprou 28 exemplares em 2011, destinados a bibliotecas públicas", diz o comunicado. Em entrevista ao UOL, a autora francesa Hélène Bruller disse que ouve críticas ao livro "há 18 anos" e que acredita que Jair Bolsonaro sabia que, na verdade, estava promovendo sua obra ao tomar tal atitude. "Querem banir, mas inconscientemente, eles querem promover. Acho que, lá no fundo, tem um garotinho, um pequeno Jair, que teria adorado ganhar de presente de seus pais [um exemplar do livro] 'Aparelho Sexual e Cia.', em vez de ouví-los gritar com ele, a face distorcida de raiva e baba nos lábios: 'Jair! Se você se masturbar, irá para o inferno!'". "Aparelho Sexual e Cia." já saiu em pelo menos 10 idiomas e vendeu mais de um milhão e meio de exemplares pelo mundo. Nele, os autores, apoiados em um personagem de histórias em quadrinhos bem famoso na Europa (Titeuf, uma espécie de Calvin em francês), explicam de forma humorada e didática algumas questões que passam pela cabeça de qualquer pré-adolescente: como é beijar? O que é masturbação? Como acontece o sexo? Como as mulheres engravidam? https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/05/criticado-porbolsonaro-livro-aparelho-sexual-e-cia-sera-relancado-no-dia-12.htm VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 Em mensagem lida na cerimônia de comemoração do Dia do Soldado, nesta sextafeira (24), o comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, homenageou os militares mortos em operações durante a intervenção federal no Rio de Janeiro e afirmou que as autoridades do estado não se "empenharam" na missão. "Passados seis meses, apesar do trabalho intenso de seus responsáveis, da provação do povo e de estatísticas que demonstram a diminuição dos níveis de criminalidade, o componente militar é, aparentemente, o único a engajar-se na missão", afirma a mensagem do general. 618 "Exigem-se soluções de curto prazo, contudo, nenhum outro setor dos governos locais empenhou-se, com base em medidas socioeconômicas, para modificar os baixos índices de desenvolvimento humano, o que mantém o ambiente propício à proliferação da violência", conclui o texto. O governo do Rio afirmou por meio de nota que atua de forma integrada com as forças federais e tem atendido a todas as solicitações da intervenção federal. O governo de Luiz Fernando Pezão disse ainda que comprou 580 carros de polícia e quitou dívidas da segurança pública que somavam cerca de R$ 94 milhões, entre outras ações. A mensagem, assinada por Villas Bôas, foi lida por um oficial na cerimônia realizada no Quartel-General do Exército, em Brasília. O evento teve a participação do presidente Michel Temer (MDB). Villas Bôas também homenageou os três militares mortos durante uma operação das forças de segurança nos complexos de favelas do Alemão, da Penha e da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. "Vivemos tempos atípicos. Valorizamos a perda das vidas de uns em detrimento das de outros", diz o comandante do Exército. "Suas mortes tiveram repercussão restrita, que nem de longe atingiram a indignação ou a consternação condizente com os heróis que honraram seus compromissos de defender a pátria e proteger a sociedade", afirmou o general. Na mensagem, Villas Bôas afirma que o Brasil vive uma era de "conflitos e incertezas" e critica o que ele chama de uma "sociedade ideologizada". "Vivemos uma era de conflitos e incertezas, na qual os individualismos se exacerbam e o bem comum foi relegado a segundo plano", diz o general. "Perdemos a disciplina social, a noção de autoridade e o respeito às tradições e aos valores, o que nos tornou uma sociedade ideologizada, intolerante e fragmentada. Estamos nos infelicitando, diminuindo nossa autoestima e alterando nossa identidade", afirma o comandante. O cabo Fabiano de Oliveira Santos e os soldados Marcus Vinícius Viana Ribeiro e João Viktor da Silva morreram após serem baleados durante a operação. 619 Os militares mortos no Rio também foram homenageados pelo presidente Michel Temer, que teve uma mensagem lida na cerimônia. "Hoje, uma nação agradecida honra a memória dos militares que pereceram no desempenho de sua missão", disse o presidente. "Seu sacrifício não será em vão: cumpriremos a tarefa imperiosa de recompor a ordem pública do Rio de Janeiro", afirmou Temer. Colaboração A segurança pública do Rio está sob intervenção federal desde 16 de fevereiro deste ano, mas os demais setores do governo do Rio e a folha de pagamento das polícias civil e militar ainda continuam sob o controle do governador Pezão. O governo afirmou ter colaborado com a intervenção comprando carros de polícia e quitando R$ 23 milhões em parcelas atrasadas do chamado RAS (Regime Adicional de Serviço), mecanismo que permite a contratação de policiais em horário de folga para reforçar o patrulhamento de rua. O RAS foi retomado em maio com um reforço diário de 1.300 policiais militares e 200 policiais civis. Segundo o governo, foram desembolsados ainda R$ 1,8 milhão em julho para pagar 12 mil policiais que participaram do processo. Também foram pagos, segundo o governo do Rio, R$ 71 milhões em dívidas do Sistema Integrado de Metas, um sistema de gestão que distribui premiações para profissionais da segurança com base em seu desempenho. O governo do Rio disse ainda que criou um fundo de investimentos para a segurança pública com recursos de royalties do petróleo e prometeu que ele atingirá um montante de R$ 250 milhões até o fim do ano. Afirmou também ter criado uma delegacia especializada em armas. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/08/24/villas-boashomenageia-soldados-mortos-no-rio-e-diz-que-so-militares-se-engajam-namissao.htm LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓ-BOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN 620 CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO Fernanda Becker e Regiane Oliveira, El País, 02 de setembro de 2018 Jair Bolsonaro e seu cabo eleitoral, Luciano Hang, dono das lojas Havan FACEBOOK Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, não é do tipo que foge de polêmica. Mesmo sendo frequentemente citado nas páginas dos jornais por controvérsias envolvendo seu nome, decidiu abrir uma página pessoal no Facebook, em novembro de 2017, e tem utilizado o espaço para divulgar vídeos que classifica de "motivacionais", a fim de compartilhar sua vivência no dia a dia da empresa. Com 1,3 milhão de seguidores, Hang é um dos cabos eleitorais do candidato à presidência Jair Bolsonaro, conforme mostrou uma reportagem do EL PAÍS publicada na semana passada. O empresário tem usado seu canal no Facebook para divulgar seu voto e conclamar outras pessoas a se unirem ao seu movimento. Se a adesão ao discurso de Hang tem sido bem sucedida ainda não é possível saber. Mas ele não está sozinho nessa missão. Ainda que sem o ímpeto do proprietário da Havan, outros empresários já foram a público anunciar sua intenção de votar no ex-militar. São eles Meyer Nigri (Tecnisa), Bráulio Bacchi (Artefacto), Sebastião Bomfim Filho (Centauro) e Luiz Antonio Nabhan Garcia (União Democrática Ruralista). Todos participaram de encontros com o presidenciável, como um café da manhã, ocorrido em 10 de agosto, que reuniu 62 empresários. À primeira vista modesto, o número de apoiadores de Bolsonaro entre a nata empresarial do país surpreende na primeira eleição presidencial marcada pela proibição do financiamento de campanhas por empresas. Outros candidatos não têm tido, até o momento, o mesmo engajamento público. Os apoiadores de Bolsonaro têm em comum a insatisfação com os partidos de esquerda, aos quais creditam uma vocação "comunista". “Apoio quem seja contra a esquerda, Bolsonaro, Alckmin ou qualquer outro", afirmou o fundador da Tecnisa à revista Piauí.Também lhes agrada que o candidato do PSL à presidência não tenha pedido ajuda para campanha. "Em quase 40 anos em financeiro de empresas, nunca vi um candidato não pedir dinheiro", disse Bacchi, da Artefacto, à Folha. Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da UDR, realizou uma caravana no interior de São Paulo, reduto de Geraldo Alckmin, em prol do candidato. Em um evento em julho no Pará, o pecuarista aproveitou para pedir: "Quando o senhor se tornar presidente, vê o que fará com essa gente da Funai, do Ibama, do Ministério Público, que não respeita a propriedade privada”, ressaltou o jornal Estadão. 621 Para Hang, a falta de presença do empresariado na vida política do país no passado é o "que levou o país à situação atual". "Acho que a falta de entrosamento político da classe empresarial levou o país à situação em que nos encontramos hoje. Houve uma terceirização da política a pessoas de mau caráter, corruptas, comunistas, socialistas e vigaristas", lamenta. O dono da Havan não acredita que seu envolvimento explícito com um candidato político seja prejudicial aos negócios. "Quanto mais eu falo a verdade, mais eu vendo", afirma. De acordo com o empresário, a Havan cresceu 45% em vendas só no primeiro semestre deste ano e deve fechar 2018 com um faturamento de 7 bilhões de reais. "Estou do lado certo", afirma, em defesa de sua estratégia. "Nunca vi alguém de esquerda se dar bem na vida, só vai bem quem pensa logicamente. Lamentavelmente, você não vê um esquerdista, um populista, um comunista que tenha ganhado dinheiro honestamente trabalhando ou montando sua empresa", garante. O ativismo de Hang o levou a aproveitar de um ponto de difícil fiscalização da lei eleitoral para investir dinheiro para que postagens a favor de Bolsonaro chegassem a mais pessoas no Facebook. Pela lei eleitoral, a propaganda política paga na rede só pode ser feita pelos próprios candidatos, partidos e coligações, não pode ser terceirizada. "Se nós não nos posicionarmos, o Brasil vira uma Venezuela e nós teremos que largar este país (...) Fiz um vídeo abrindo meu voto, de forma nenhuma eu pedi voto para ninguém. Chega num ponto do vídeo em que falo: cada brasileiro, cada pessoa tem o direito de escolher um candidato, independentemente do meu." Depois de o EL PAÍS publicar reportagem revelando o pagamento, o TSE mandou retirar do Facebook dele o vídeo pró-Bolsonaro. Ativismo nas redes A cruzada de Hang para libertar o país daqueles a quem chama de socialistas, comunistas e esquerdistas não é recente. Ele já abriu várias frentes de disputa nas redes sociais. Em 16 de maio de 2018, antes da greve dos caminhoneiros, publicou um vídeo em frente a um posto de gasolina no qual criticava o aumento do preço dos combustíveis. No vídeo ele anunciava que os postos de combustíveis da Havan venderiam 20.000 litros de gasolina sem impostos, no valor de 2,69 reais o litro. O vídeo recebeu 1,2 milhão de visualizações. Dias depois, em 22 de maio teve início a greve, sobre a qual Hang falou diversas vezes em postagens no seu canal, sempre reivindicando a redução de impostos para empresas e a privatização da Petrobras. Após a mobilização do caminhoneiros, a Procuradoria-Geral da República solicitou uma 622 investigação contra grupos suspeitos de inflar a greve. Entre os investigados, estava Hang. O empresário havia sido identificado como uma das lideranças do movimento mesmo sem ser parte da categoria, segundo uma reportagem da CBN. Daniel Ricken, da Procuradoria da República de Itajaí, informou que a representação contra Hang chegou ao Ministério Público, mas que não foi levada adiante. O MP entendeu que pelo fato das empresas de Hang não se enquadrarem como serviços de interesse público, as ações de Hang durante a greve não eram ilícitas. Questionado sobre a ação do empresário de comercialização de gasolina a 2,69 reais por litro, o Ministério Público declarou que desconhece a informação. Hang afirma que tudo fez parte de uma fake newse que estava na Europa na época da greve. Em janeiro deste ano, Hang também já havia publicado em sua página um vídeo anunciando que no dia seguinte, às 13h, soltaria 13 minutos de fogos de artifício em comemoração à condenação do ex-presidente Lula. De fato, o empresário transmitiu ao vivo no Facebook a prometida queima de fogos ao som do hino nacional. O vídeo rendeu 960.642 visualizações, mais de 50.0000 reações (em sua ampla maioria positivas) e 10.000 compartilhamentos, mas provocou uma série de protestos em frente a lojas da Havan em diversos municípios de Santa Catarina. Faixas acusavam o empresário de sonegar impostos. Ele respondeu com um vídeo que rendeu ao seu canal oficial o maior engajamento já registrado em uma postagem da página. Publicado em 27 de janeiro, o vídeo de Hang exibia o empresário em frente a uma de suas lojas negando as denúncias dos manifestantes enquanto exibia uma cópia de seu certificado de antecedentes criminais. O vídeo obteve 2.903.900 visualizações e 64.000 compartilhamentos. Hang minimiza os protestos: "Meia dúzia de gatos pingados, não são clientes da Havan. Só boi de piranha pagos para fazer isso. Ninguém tem que ter medo de falar a verdade e ir contra o que está errado nesse país". Ele refuta as acusações de sonegação. "Minha empresa não depende de Governo ou de empréstimo para Governo para vender. Nos anos do PT, se compramos alguma coisa pelo BNDES, foram máquinas e equipamentos financiados pelo Finame [Agência Especial de Financiamento Industrial]. Quem recebe é a empresa de quem compro o equipamento, não a minha pessoa." DISPUTAS LEGAIS As controvérsias envolvendo Luciano Hang não se restringem ao seu ativismo político. Segundo o Ministério Público Federal, o problemas com a justiça envolvendo a Havan e seu proprietário começaram em 1999, quando a Procuradoria da República em Blumenau deflagrou uma operação de busca e apreensão na empresa, que resultou na 623 autuação da Havan em 117 milhões de reais pela Receita Federal e 10 milhões pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A autuação foi considerada a maior já realizada pela Receita Federal até então. A empresa recorreu a um financiamento da dívida por meio do REFIS e obteve um prazo, estimado pelo MPF à época, de 115 anos para quitar a multa. Em outro processo, que correu em segredo de Justiça, o empresário foi condenado a 13 anos, 9 meses e 12 dias de reclusão em regime fechado pelo crime de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Hang e os demais réus recorreram da decisão sucessivas vezes e conseguiram, inclusive, reduzir a pena do empresário para a 5 anos, 8 meses e 1 dia de reclusão em regime semiaberto. Em 2016, o ministro Rogerio Schietti Cruz do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em decisão monocrática afirmou que o prazo prescricional de oito anos que começa a correr após a condenação já havia vencido, de modo a punibilidade estava extinta, ou seja, os réus, mesmo condenados, não teriam mais que cumprir a pena pois o judiciário perdeu os prazos para responder aos recursos da defesa. O caso nunca transitou em julgado e por isso o certificado de antecedentes criminais de Hang permanece limpo. "Deus é o meu advogado, não tenho medo de falar a verdade. O tempo é o senhor da verdade. Quando você é acionado [na Justiça] por coisas inverídicas, no final o tempo mostra que você está certo", diz Havan. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/21/politica/1534888407_697144.html PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO Uol, 01 de setembro de 2018 A cantora Pabllo Vittar anunciou neste sábado (1º) o fim de sua parceria com a marca de sapatos Victor Vicenzza, cujos produtos vinha divulgando em trabalhos recentes. O motivo: o dono da grife, o empresário e designer catarinense Victor Vicenzza, manifestou apoio público ao candidato Jair Bolsononaro (PSL), seguindo e curtindo publicações do presidenciável nas redes sociais. O caso ganhou repercussão na internet e motivou um desabafo de Pabllo em sua conta do Instagram. "Desde o início da minha carreira, sempre soube que seria muito difícil conseguir apoio de marcas que queriam se relacionar com uma artista LGBTQIA+ drag que sou. Muitas 624 portas se fecharam, mas algumas se abriram e com isso trabalhei até então com parceiros que sou muito grata. Deixo aqui meu agradecimento de apoio até agora, mas não poderia aliar meu trabalho a um discurso que deixa claro não se importar com os diretos humanos de toda comunidade LGBTQIA+. da qual faço parte", escreveu ela. "Adianto que foram produzidos alguns trabalhos já finalizados e distribuídos digitalmente desse meu novo álbum, que contém peças de marcas que, a partir de agora, não vinculo mais a minha imagem." "Não há conflito" Acusado de oportunismo na internet, Victor Vicenzza se pronunciou neste sábado sobre o apoio ao candidato do PSL, conhecido pelo posicionamento contrário ao do movimento gay. "Acredito que Bolsonaro é o único candidato que apropriado para liderar a nação", escreveu o empresário nas redes sociais. Vale destacar que a Vicenzza é conhecida por oferecer sapatos femininos em tamanhos grandes, visando atingir justamente o público gay, e suas peças publicitárias destacam mensagens de empoderamento feminino e respeito à diversidade, incluindo o slogan "freedom, choice" (liberdade, escolha, em português). Nomes como Anitta, Cleo, Aretuza Lovie, a dupla Simaria e Ludmilla também já fizeram parcerias com a marca. Segundo o empresário, não há nenhum tipo de conflito em apoiar Bolsonaro e ter Pabllo Vittar como garota-propaganda. "Quero deixar claro minha opinião. Para que a minha, ou qualquer outra empresa, continue operando de forma sustentável, é necessário lutar contra todas as ideologias socialistas e comunistas que invadiram nosso país", continuou o empresário. 625 https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/01/pabllo-vittar-rompecom-grife-apos-empresario-manifestar-apoio-a-bolsonaro.htm ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” 626 Thais Bilenk, de Pelotas, Caxias do Sul, Porto Alegre, Folha/Uol, 01 de setembro de 2018 Até ao vocabulário feminista ele aderiu. "Vamos empoderar as mulheres", repete. "Elas são melhores do que nós, homens." Para passar ao segundo turno, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) investe no eleitorado feminino, justamente aquele que nutre alta rejeição por seu principal oponente, Jair Bolsonaro (PSL). Conta para isso com uma vice gaúcha de estilo aguerrido, que o interrompe sem constrangimentos quando quer opinar ou complementar uma declaração. Ana Amélia Lemos (PP-RS) é "a mais respeitada e querida aliada, uma senadora brilhante", elogia o tucano. Com desempenho tímido nas pesquisas de intenção de voto, o candidato intensificou o aceno às mulheres. Elas correspondem a 52% do eleitorado, estão em parte (25%) indecisas e em boa medida (43%) determinadas a não votar em Bolsonaro, segundo o Datafolha. Alckmin e Marina Silva (Rede) são rejeitados por 23% das mulheres, mas a candidata tem a maior intenção de voto (19%) em cenário sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O expresidente tem 39% do eleitorado feminino. Com ele na disputa, Alckmin fica com 7% dos votos femininos. Sem Lula, fica com 9%. Espontaneamente, 1% das mulheres elegem o tucano. Em um giro pelo Rio Grande do Sul no início desta semana, ao lado da esposa, Maria Lúcia, e de Ana Amélia, Alckmin permeou seus discursos de gestos às mulheres. Em Pelotas, sua primeira parada, na segunda-feira (27), o candidato visitou um centro de atendimento a autistas. Em uma sala lotada pela entourage (cinegrafistas, assessores, aliados), uma mãe foi convidada a relatar sua história. "Estou tão nervosa, não sou a pessoa certa", desabafou. Ana Amélia foi rápida na reação. 627 "Todas as mães são as pessoas certas." A mulher chorou ao observar que nem sempre, porém, elas têm acesso a atendimento desde a infância dos filhos diagnosticados. Ana Amélia, mais uma vez, reagiu logo e puxou aplausos. Silente, Alckmin esperou o depoimento acabar para dar um abraço que, em voz alta, disse ser carinhoso. Sua esposa não se manifestou. No mesmo dia, já em Porto Alegre, abordou um assunto caro ao eleitorado feminino. "Deveríamos ter universalizado a pré-escola, mas ainda faltam 440 mil crianças de quatro e cinco anos de idade", disse em evento promovido por uma revista local. "A primeira meta é nenhuma criança fora da pré-escola. A outra é aumentar a creche [para criança] de zero a três anos e universalizar para as famílias mais vulneráveis, que precisam mais", prometeu. Voltou à carga no dia seguinte de manhã, em Caxias do Sul. "Investir no ensino infantil é o melhor investimento que a gente pode fazer para a mamãe, para o papai, para a família, para poder a mulher trabalhar e cuidar dos pequeninos", declarou a empresários. Falando na ocasião sobre segurança pública, defendendo o encarceramento como medida para diminuir a criminalidade, Alckmin novamente acenou às eleitoras. "São Paulo tem 230 mil presos, 96% homens. Mulheres [são] 4% e esses 4% ainda é a má companhia dos homens", afirmou. "Nossa homenagem às mulheres." As menções, presentes em todos os seus discursos, têm também tiradas de humor. Por exemplo, quando falava na Santa Casa de Porto Alegre, atentou para a expectativa de vida do brasileiro, hoje de 75 anos. "Acho que já estamos chegando a 77. Com os avanços da ciência, vamos chegar a cem anos e as mulheres não morrerão mais", divertiu-se. Ana Amélia também menciona o assunto publicamente. Minimizando o ato falho de Alckmin, que, dias antes, chamou-a de Kátia Abreu (PDT-TO), vice de Ciro Gomes (PDT), a ex-jornalista criticou o noticiário político. 628 "As pessoas trabalham com intriguinha, e não vão a fundo no problema das mulheres, da violência contra a mulher", discursou, em Porto Alegre. "Trezentas mil adolescentes são violentadas por ano no Brasil e ninguém fala disso. No governo de Alckmin, terão mais mulheres para decidir e ajudar a melhorar o Brasil." Em relação às bandeiras feministas clássicas, no entanto, Ana Amélia não é tão incisiva assim. A ativista Manoela Miklos vê na escolha da vice de Alckmin "uma tentativa de dialogar com o voto feminino, mas não feminista". Colunista da Folha, Miklos considera evasivas suas posições sobre o aborto (favorável à lei vigente) e a lei do feminicídio (cobra uma mudança de comportamento social). "Ela não considera adequadamente o quanto o feminismo avançou e pauta debates para fora de sua bolha original. Por isso, acho uma tentativa desengonçada de se aproximar desse eleitorado do ponto de vista pragmático e equivocada do ponto de vista da defesa dos direitos das mulheres", conclui a ativista. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/alckmin-investe-no-voto-dasmulheres-e-adere-ao-vocabulario-das-feministas.shtml COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS Juliana Domingos de Lima, Nexo Jornal, 04 de setembro de 2018 No terceiro texto da série sobre representatividade feminina nas eleições, o economista Sergio Firpo fala ao ‘Nexo’ sobre sua pesquisa que avalia o aumento do voto em mulheres em cidades que já elegeram prefeitas 629 FOTO: CONGRESSO EM FOCO PRIMEIRA MULHER A SER ELEITA DEPUTADA FEDERAL NO BRASIL, CARLOTA PEREIRA DE QUEIRÓS ERA A ÚNICA ENTRE OS 253 ELEITOS EM 1933 As eleições de 2018, na qual estarão em disputa os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e estadual, inauguram as novas regras eleitorais estipuladas pela Reforma Política ( https://www.nexojornal.com.br/index/2017/08/22/Reformapol%C3%ADtica-o-debate-das-regras-da-democracia ), sancionada pelo presidente Michel Temer em outubro de 2017. Entre as novas regras está a destinação de pelo menos 5% do Fundo Partidário para incentivar a participação feminina na política e de, no mínimo, 30% do tempo de televisão e de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para as candidatas. A mudança complementa a determinação da Lei 9.504, de 1997, segundo a qual “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. A obrigatoriedade, no entanto, não tem sido capaz de aumentar o número de mulheres eleitas, que se mantém na cada dos 10% desde a década de 1990, fazendo crescer somente o número de candidatas. 630 “Quando se aumenta o número de candidatas, por força da lei, sem nenhum outro mecanismo para garantir que essas mulheres sejam eleitas, vai continuar sendo mais difícil para elas *se elegerem+”, disse o economista e professor do Insper, Sergio Firpo, em entrevista ao Nexo. Mulheres ocupam apenas ( https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/10/14/Quais-foram-as-chancesperdidas-pelas-mulheres-na-reforma-pol%C3%ADtica ) 9,94% dos 513 assentos na Câmara dos Deputados. No Senado Federal, o índice é de 14,81%. Entre o Legislativo de 193 países monitorados pela União Interparlamentar, a Câmara do Brasil ocupa a 153ª colocação em quantidade de mulheres. É o último colocado na América do Sul. Segundo um estudo publicado em 2017 ( http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198138212017000200203&lng=en&tlng=en ), realizado por Sérgio Firpo e os professores da Fundação Getúlio Vargas Paulo Arvate e Renan Pieri, sob determinadas condições, eleitores passam a votar em mais mulheres candidatas a deputada estadual e federal nos municípios onde uma prefeita venceu as eleições municipais anteriores. “Você consegue superar *a dificuldade de elegê-las] quando os eleitores são expostos às mulheres na política. Uma forma de fazer isso talvez seja, de maneira forçosa, criar vagas para mulheres na Câmara. As cotas universitárias não estão no número de candidatos do vestibular, mas nas vagas da universidade”, disse Firpo. Em entrevista ao Nexo, o economista detalha a relação entre a exposição de eleitores a prefeitas mulheres e o aumento do sucesso de candidatas a outros cargos eletivos em pleitos futuros e avalia, tendo em vista os resultados do estudo, o alcance das estratégias para aumentar a representatividade feminina na política brasileira. Como e quando os dados foram coletados? Qual o objetivo principal do estudo? SERGIO FIRPO Os dados são de eleições dos anos 2000, até 2012. O que a gente investiga neste trabalho é o efeito da eleição de uma mulher para a prefeitura de uma cidade relativamente pequena. Não olhamos para as cidades com mais de 200 mil eleitores. Nas cidades com menos de 200 mil, só há o primeiro turno [na eleição]. 631 Avaliamos o que acontece nessas cidades após a eleição de uma mulher para a prefeitura, com relação aos votos dados pelos eleitores daquela cidade em outras candidatas mulheres em eleições subsequentes. Não necessariamente para prefeito, mas para deputado estadual e federal que ocorrem dois ou seis anos depois da eleição dessa prefeita. Por que o recorte de cidades pequenas e médias? SERGIO FIRPO Queríamos evitar o impacto de regras eleitorais diferentes. Em uma cidade maior, a eleição tem dois turnos, e já há uma literatura que diz que as pessoas votam de maneira diferente. O voto tende a ser mais sincero e menos estratégico quando se tem dois turnos. No primeiro turno [da eleição de dois turnos], você acaba votando na pessoa que tem um alinhamento mais claro com o ponto do espectro ideológico em que você está. Enquanto na eleição que só tem um turno, já se vota no “menos pior”, acaba-se votando de maneira estratégica, o que faz com que as eleições sejam diferentes. A gente queria evitar esse tipo de coisa para homogeneizar as regras eleitorais. Existe, sim, uma relação causal na forma como eleitores votam em mulheres candidatas após a eleição de uma prefeita Outra coisa importante é que a maior parte dos municípios do Brasil são cidades com menos de 20 mil habitantes. Se a gente misturasse cidades muito grandes e tratasse do mesmo jeito, dando o mesmo peso, perderia-se um pouco a clareza da população que está sendo estudada: como o resultado dessas eleições locais afetou a forma como as pessoas votam na sequência. O que os dados mostram? SERGIO FIRPO O que a gente mostra é que existe, sim, uma relação causal na forma como eleitores votam em mulheres candidatas após a eleição de uma prefeita. A hipótese que temos é que isso se dá via mudança do estereótipo que os eleitores têm sobre o papel da mulher na política. 632 Uma vez que se é exposto a uma mulher prefeita, passa-se a desfazer ou a reconstruir a maneira como se encara a capacidade que uma mulher tem de exercer um cargo público. Os eleitores – homens e mulheres, não há distinção porque não há como analisar o voto individualmente – alteram a sua percepção sobre a capacidade e o papel da mulher na política. Conseguimos atribuir causalidade porque nosso estudo encara a eleição dessa prefeita como o resultado de um experimento aleatório. É óbvio que não é, porque não tem um grupo de controle na acepção mais estrita do que é um experimento controlado – como nos casos médicos, em que se aleatoriza quem vai receber a droga [que está sendo testada] e quem não vai, e vira um sorteio. Na eleição, não há um sorteio, mas há algo muito parecido: a gente olha para eleições em que a mulher venceu o homem por pouco. A gente olha só para eleições em que um homem e uma mulher são os dois candidatos mais votados, e é quase o resultado de uma moedinha jogada para cima: às vezes dá cara, e uma mulher ganhou, às vezes dá coroa, e um homem ganhou. A gente sabe que não é assim, mas quando você olha resultados eleitorais em que a margem de voto de vitória é muito pequena, é quase como se fosse na sorte. A gente usa isso para evitar que outros fatores possam ter um efeito direto sobre esse resultado eleitoral futuro. Municípios que são mais propensos a votar em mulheres são municípios em que a chance de uma mulher ganhar [as eleições] para prefeitura é maior e, ao mesmo tempo, são municípios que vão votar mais em mulheres nas eleições para deputado federal e estadual. Isso é uma questão de preferência, de demografia. Nos municípios onde a margem de votos é pequena não tem isso. Faz-se um teste para saber se o seu protocolo de aleatorização foi bem feito. Fizemos algo que, em ciências sociais, tem sido muito utilizado que é o que se chama de uma regressão com descontinuidade: estar o mais próximo possível de um experimento controlado, mesmo sem ter sido realizado. Com isso, a gente consegue atribuir causalidade para os resultados encontrados. 633 No estudo, vocês mencionam a questão das preferências do eleitorado com relação ao gênero dos candidatos, e você também citou isso agora, quanto ao perfil de certos municípios. SERGIO FIRPO Nosso resultado tenta isolar esse efeito. É possível estimar como se constituem e no que se baseiam essas preferências do eleitorado com relação ao gênero? SERGIO FIRPO Economistas têm muito cuidado quando falam de preferência. Preferência é o tipo da coisa que economista trata como dado. Não interpretamos como uma alteração de preferências [do eleitorado]. As preferências estão dadas. O que os eleitores têm é um conjunto de informações que podem mudar ao longo do tempo. Ele [o eleitorado] não discrimina homem e mulher por uma questão de preferência. Discriminam com base na informação de que se tem pouca mulher disputando vagas na política e se tem poucas mulheres bem sucedidas na política, e passam a construir um estereótipo da competência e da qualidade das mulheres na política. Se elejo uma mulher de maneira aleatória para prefeita numa cidade onde o número de assentos na câmara da vereadores ocupados por mulheres é maior, em média, do que no resto do país, os efeitos ali vão ser mais fortes Se foi exposto a poucas mulheres [em cargos eletivos], acaba criando esse estereótipo. E a maneira como interpretamos os resultados é que, quando você dá um choque de informação – colocar uma mulher como prefeita – [o eleitor] muda esse estereótipo com base nessa mudança de informação. Esse eleitor vai votar em mulher nas eleições subsequentes, mais do que votaria normalmente. Não estou dizendo que essas mulheres candidatas a deputada federal e estadual são eleitas. Isso é outra coisa, porque as regras eleitorais do Brasil são tais que não adianta o voto em um município para que a mulher seja eleita para deputada federal. Vai depender do que acontecer no estado. 634 Estamos olhando só para o voto dado pelos munícipes, como as pessoas desse município alteram os seus votos para deputado federal e estadual nas eleições subsequentes. [Eles] passam a votar relativamente mais em mulheres do que antes da eleição para prefeita. É preciso estar exposto há algum tempo a mulheres na política para que os eleitores possam alterar a forma de votar Se eu elejo uma mulher de maneira aleatória para prefeita numa cidade onde o número de assentos na câmara da vereadores ocupados por mulheres é maior, em média, do que no resto do país, os efeitos ali vão ser mais fortes. Uma andorinha só não faz verão. É preciso estar exposto há algum tempo a mulheres na política para que os eleitores possam alterar a forma de votar, para que os votos dados às mulheres, com relação ao número delas que que aparecem na lista de candidatos, fique mais parecido com o dos homens. Não é que os eleitores mudam a preferência. A gente não tem uma teoria para oferecer sobre preferências. Entre as condições que regem esse impacto, o estudo também menciona a questão da escolaridade da mulher eleita. Por que o nível educacional da candidata eleita tem impacto no sucesso futuro de outras candidatas? SERGIO FIRPO Ter uma mulher prefeita significa expor eleitores a prefeitos com mais alta escolaridade. As mulheres, sobretudo na política, têm escolaridade mais alta do que os homens. Ao comparar uma mulher que foi eleita com um homem que não foi eleito, para além da questão de gênero, há a questão da diferença de escolaridade, em média, entre homens e mulheres. Se a gente quebrasse a nossa amostra em alta e baixa escolaridades, e olhasse para eleições em que os candidatos têm o mesmo nível de escolaridade, isolaríamos o efeito da escolaridade, que está misturado à questão de gênero. O que a gente encontra é que os resultados positivos se dão nesse contexto em que eu comparo mulher com mais alta escolaridade com homem com mais alta escolaridade. 635 Ou seja, existe, sim, um efeito de a mulher ser eleita, mas sobretudo quando os candidatos que concorrem à eleição têm alta escolaridade. Quando a escolaridade é mais baixa, esse efeito diminui um pouco. Uma possível hipótese, que ainda estamos investigando, é a questão da forma como certas candidatas surgem, sobretudo as de baixa escolaridade. Estou só especulando, mas será que são esposas ou parentes de políticos, que estão ali num papel secundário? Dado que só se pode ter dois mandatos, não seria uma forma de burlar essa limitação, colocando por exemplo a mulher do ex-prefeito? Nesses casos, obviamente, ela não cria nenhum impacto, não altera os estereótipos das pessoas sobre o papel da mulher na política. Como você avalia as políticas que têm sido colocadas em prática para mitigar a baixa representatividade no Brasil? SERGIO FIRPO No Brasil, há a cota de 30% entre candidatos e, agora, passou a ter vínculo também com o financiamento [de campanha]. Não podem mais ter 30% [de mulheres candidatas] apenas na forma mas com um financiamento irrisório dentro do partido. Isso parece pouco ou, talvez, inadequado. Há outras políticas para lidar com isso que estipulam cotas nos assentos, no número de vagas [para mulheres], por exemplo, para a câmara de vereadores. E não no número de vagas para os candidatos. Quando se vê o número de eleitas sobre candidatas e compara com eleitos sobre candidatos, a razão “eleitas sobre candidatas” é muito menor, em torno de quatro vezes menor. Ou seja, é muito mais difícil para a mulher [se eleger]. Quando se aumenta o número de candidatas, por força da lei, sem nenhum outro mecanismo para garantir que essas mulheres sejam eleitas, vai continuar sendo mais difícil para elas. Consegue-se superar essa dificuldade expondo os eleitores [às mulheres]. Uma forma de fazer isso talvez seja, de maneira forçosa, criar vagas na câmara para mulheres. Talvez seja preciso selecionar por um sistema de cotas. 636 As cotas universitárias não estão no número de candidatos do vestibular, mas nas vagas da universidade. É como se, no caso das eleições, estivessem colocando cotas nos candidatos do vestibular. Além do impacto sobre o comportamento do eleitorado, é possível que os próprios partidos respondam à eleição de mulheres, admitindo e promovendo mais candidatas? SERGIO FIRPO Se a gente soubesse que o voto naquele local garantiria a eleição, se fosse um voto distrital, acho que os partidos alocariam mulheres candidatas mais fortemente para municípios onde houve a eleição de uma prefeita. Dominados por homens, os partidos no Brasil não parecem responder a incentivos para colocar mais mulheres candidatas a deputada nos municípios onde uma prefeita foi eleita Essa relação é fraca porque o resultado eleitoral no município não corresponde ao que vai acontecer em termos de ser eleito ou não, porque há que levar em conta o estado inteiro. Logo, a relação não é clara. Dominados por homens, os partidos aqui no Brasil não parecem responder a esses incentivos para colocar mais mulheres candidatas a deputada naqueles municípios onde uma prefeita foi eleita. As mulheres são distribuídas entre os municípios da federação, sem necessariamente haver uma concentração maior nesses lugares onde elas teriam vantagem. Na sua avaliação, quais obstáculos ainda mantêm o quadro de baixa representatividade de mulheres na política brasileira? SERGIO FIRPO Há essa questão de dentro dos partidos, que acabei de levantar. Há a questão dos estereótipos dos eleitores, que a gente aborda [no estudo]. Não sabemos o que é causa e o que é efeito, mas há o fato de que a própria participação feminina é menor. Se a mulher percebe que a chance de sucesso é menor, vai participar menos. O engajamento na política tende a ser menor. 637 Temos um outro trabalho [de pesquisa], que vai sair em breve, que tenta explorar o evento da eleição de uma prefeita sobre a decisão de adolescentes, quando o voto não é obrigatório, de se registrarem para votar. O que encontramos é que meninas tendem a aumentar o seu registo, em relação aos meninos de 16 e 17 anos, quando as mulheres ganham. É outra forma de ver se o engajamento e a participação da mulher na política é algo que tem bloqueado a existência de candidatas competitivas. Talvez o modelo exemplar de uma prefeita que foi eleita gere maior participação de jovens na política, um engajamento maior. Poderia ser um outro efeito de expor as pessoas a mulheres na política. Reservar cadeiras [para mulheres] poderia fazer com que se alterasse também a oferta de candidatos, e não só a forma como os eleitores votam. https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2018/09/04/Como-eleger-mulheresinfluencia-o-sucesso-de-futuras-candidatas EVANGÉLICOS SE ARTICULAM PARA AUMENTAR REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA Ricardo Brito, Reuters reproduzida pelo Uol, 30 de agosto de 2018 Sem as mesuras do cargo de ministro que ocupa nos dias de semana como direito a carro com motorista, o pastor Ronaldo Fonseca chegou dirigindo seu próprio automóvel à Assembleia de Deus de Taguatinga no principal dia de culto da sua igreja na manhã de um domingo de agosto. Fiéis já acompanhavam a celebração conduzida por outros religiosos num templo grande, mas simples, com capacidade para 750 lugares e praticamente lotado. O segmento evangélico registra um forte aumento no país, e essa parcela do eleitorado tem sido cada vez mais cobiçada nas eleições, com uma bancada que pretende crescer no Congresso Nacional no pleito deste ano. Fonseca estava lá para comandar o culto, mas não se furtou a falar de política. Às 10h54, o pastor assomou ao centro do altar sozinho para pedir uma bênção ao "amigo" pastor Pedro Leite e fazer uma troça: "Pedro Leite é candidato a deputado distrital. Estou tão feliz, tão feliz, porque hoje se encerra o prazo de coligação, quem vai ser candidato, e eu graças a Deus não estou nem aí", disse. 638 "Glória a Deus!", replicaram os fiéis, uníssonos. "Quero que vocês fiquem de pé e façam uma oração para ele. Ele vai ser candidato, sei que é uma luta, ser candidato não é fácil, um homem de princípios cristãos, precisa realmente estar ali representando e defendendo os ideais cristãos", disse Fonseca. Com as mãos levantadas em direção a Pedro Leite, os fiéis ouviram a súplica de outro pastor para que Deus ajudasse o pastor a cumprir o propósito de chegar à Câmara Distrital para que o governo de Brasília seja bem fiscalizado e que o homem de Deus possa realizar essa tarefa. "Amém!", replicou o público. Ronaldo Fonseca chegou ao Palácio do Planalto numa jogada do governo Michel Temer para, entre outros objetivos, tentar atrair o apoio dos evangélicos para a candidatura presidencial do ex-ministro Henrique Meirelles (MDB). Nomeado no fim de maio, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência dá expediente no 4º andar do Palácio do Planalto nos dias de semana. Aos domingos, religiosamente celebra cultos de manhã e à noite na igreja distante cerca de 27 quilômetros do centro de Brasília. Além disso, atua pelo projeto político de se manter influente com a eleição de aliados evangélicos. O ministro, deputado licenciado e pastor, é um dos principais exemplos da atuação dos evangélicos na política. Apesar de fortemente fragmentado em igrejas e diversos partidos das mais variadas matizes ideológicas, o grupo tem de modo geral uma causa em comum: a defesa de pautas conservadores, como posições contrárias à legalização do aborto e união entre pessoas do mesmo sexo. A participação do segmento no Congresso vem crescendo desde antes da Constituição de 1988, mas, apesar da agenda do grupo sempre ganhar ressonância nos meios de comunicação, está aquém da representatividade do segmento na população brasileira. O último censo demográfico do país de 2010, portanto bastante defasado, aponta que os evangélicos são 42,2 milhões de brasileiros (22,2 por cento da população), ante a forte presença dos católicos, 123,2 milhões (64,6 por cento do total). Estimativas mais atualizadas, entretanto, dão conta de que os evangélicos hoje são 30 por cento da população brasileira --pesquisa Ibope de agosto de intenção ao Palácio do Planalto apontou 27 por cento da amostra como evangélica e 57 por cento, católica. 639 Na eleição à Presidência deste ano, entre os candidatos que lideram as pesquisas, apenas a ex-senadora Marina Silva (Rede) é declaradamente evangélica. Mas, segundo a maioria das lideranças do segmento ouvidas pela Reuters, o apoio dos evangélicos está pulverizado entre vários presidenciáveis. Dados do Ibope mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) --que deve ter a candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa-- e o deputado Jair Bolsonaro (PSL), católico casado com uma evangélica, como os preferidos do segmento, e Marina, de modo geral, num terceiro lugar. Na Câmara dos Deputados, segundo o coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Takayama, do Partido Social Cristão (PSC), são cerca de 100 representantes (cerca de 20 por cento do total) --o número varia em função de afastamentos. No Senado, disse, são apenas 4 dos 81 senadores (somente 5 por cento das cadeiras). Durante o culto naquela manhã de domingo, Fonseca fez questão de registrar que qualquer candidato que fosse à igreja seria abençoado. Este foi o único momento em que se falou de política durante o culto de quase duas horas, embora após a cerimônia o pastor Pedro Leite tenha sido abordado por lideranças religiosas ligadas a Fonseca para ajudar na campanha. A Justiça Eleitoral está de olho nessa relação entre eleições e religião. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que pedir votos em evento religioso durante a campanha configura abuso do poder econômico e cassou o mandato de dois parlamentares mineiros. Aos 59 anos, Fonseca decidiu não se candidatar novamente nas eleições de outubro, após ter obtido dois mandatos de deputados federal --o último deles com 85 mil votos. Disse já ter cumprido sua "missão", mas admite trabalhar para emplacar Pedro Leite deputado distrital e o professor Marcos Pacco, que ocupou cargos no governo do Distrito Federal, na cadeira que ocupa na Câmara dos Deputados. "Nosso segmento tem a tendência de escolher o representante que leva as demandas da instituição, do que a pessoa pensa na verdade, o seu pensamento político", disse Fonseca, em uma das entrevistas à Reuters em seu gabinete no Planalto. CRESCIMENTO Apesar de evidente nos últimos anos, a participação dos evangélicos na política é relativamente recente. Anteriormente avessos ao engajamento, a atuação começou a 640 ganhar corpo pouco antes da Assembleia Nacional Constituinte, quando diferentes vertentes do segmento se organizaram para eleger parlamentares que defendessem seus valores, conforme a tese de doutorado em psicologia social pela PUC de São Paulo de Bruna Suruagy do Amaral Dantas, intitulada "Religião e Política: ideologia e ação da 'bancada evangélica' na Câmara Federal". A pauta do grupo na ocasião --praticamente a mesma dos dias atuais-- girava em torno da "manutenção da família, união conjugal monogâmica e heterossexual, a proibição do aborto e do divórcio, a moral sexual e o combate à sexualidade", segundo a tese. Após a Constituinte, o grupo continuou a trabalhar pela eleição de representantes no Congresso a fim de diminuir a hegemonia da Igreja Católica. Porém, a frente evangélica da Câmara só foi criada em 2003, no início do governo do então presidente Lula, e desde então tem sido renovada no começo de cada Legislatura. É contra o que consideram baixa representatividade desse segmento religioso que Ronaldo Fonseca, Takayama e outras lideranças evangélicas têm feito um trabalho para ampliar a presença no Congresso, influenciar ou até participar do próximo governo, independentemente de quem seja o próximo presidente da República. A estimativa de lideranças evangélicas é que haja um crescimento de 10 por cento do tamanho da bancada na Câmara dos Deputados em outubro. Apesar da atuação coesa no Congresso, não há um plano de ação conjunta entre as igrejas para maximizar o desempenho eleitoral --em alguns casos, há disputas pelo mesmo eleitorado. Ronaldo Fonseca disse que a Assembleia de Deus --a maior representante evangélica no país, com cerca de um terço do total-- pretende eleger um deputado federal em cada uma das 27 unidades da Federação. Foram 24 na eleição passada, afirmou. Na capital do país, o grupo quer eleger Pacco, do Podemos, para a Câmara dos Deputados, mas ele provavelmente terá que disputar os votos evangélicos com Julio Lopes, do PRB, o deputado distrital mais votado na eleição passada. "Ele (Ronaldo) deixou a vida parlamentar e trabalha para transferir o capital político para mim. Estamos caminhando aí para juntar esse capital político", afirmou Pacco. "O voto evangélico, cristão, será decisivo na minha eleição", atestou o candidato, que ficou na suplência na eleição passada buscando eleitores no nicho dos preparatórios para concursos públicos, e agora se intitula candidato do segmento evangélico. 641 Pacco admite estar fazendo uma série de agendas "casadas" com lideranças religiosas com Fonseca em busca de apoios. A professora Maria das Dores Campos Machado, especialista em sociologia da religião pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou que muitos dos parlamentares evangélicos detêm títulos eclesiásticos e, dessa forma, são mais comprometidos com as doutrinas, ao contrário de representantes católicos no Legislativo. "As igrejas lançam essas pessoas porque é mais fácil mantê-las sob controle do que um leigo", disse Maria das Dores. Financiamento Para as eleições de outubro não há um padrão de financiamento de candidatos evangélicos no país. Os entrevistados pela Reuters dizem que vão buscar doações de aliados e contam principalmente com recursos do chamado fundo eleitoral, recurso público criado para custear as campanhas. O PRB, legenda mais identificada com uma igreja do segmento, a Universal do Reino de Deus, terá quase 70 milhões de reais para bancar todas as disputas. Procurada pela Reuters, a Receita Federal somente divulgou a arrecadação de todas as igrejas, sem discriminar por segmento religioso. Elas arrecadaram ano passado cerca de 531 milhões de reais, ante 536 milhões de reais em 2016 e 461 milhões de reais em 2015. Ou seja, 1,5 bilhão de reais em arrecadação que envolve, principalmente, algumas retenções tributárias, como o Imposto sobre a Renda retido na fonte do trabalho dos empregados, PIS sobre folha e recolhimentos tributários daquilo que não é considerado atividade das entidades. Nessa conta não entra a receita das igrejas com dízimos, por exemplo. Ninguém diz que contará com o respaldo financeiro de integrantes da igreja, ainda mais diante da proibição do financiamento das campanhas por empresas. Pacco disse que estima gastar 300 mil reais na campanha --o teto legal de despesas para a sua campanha é de 2,5 milhões de reais. Ele espera contar com recursos do fundo eleitoral previstos para o Podemos, partido ao qual é filiado, mas que ainda não informou quanto vai disponibilizar para a disputa, e doações de pessoas próximas. 642 "Vai ser uma campanha franciscana", disse Pacco, que também fará uma vaquinha eletrônica para garantir um suporte financeiro. Segundo a professora da UFRJ, candidatos a cargos eletivos evangélicos partem de uma vantagem em relação aos demais por contarem com uma estrutura institucional de apoio, mesmo que não haja apoio financeiro às campanhas. "Essas candidaturas são trabalhadas com muita antecipação", disse a professora, citando, por exemplo, o endosso de lideranças religiosas aos candidatos e o uso de rádios para torná-los conhecidos. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/reuters/2018/08/30/evang elicos-se-articulam-para-aumentar-representatividade-politica.htm ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO Alba Santandreu, EFE reproduzida pelo Uol Universa, 27 de agosto de 2018 Mãe de dois filhos adotivos, transgênero e pastora de uma igreja protestante, Alexya Salvador considera que sua vida em si é um "ato político" e agora está disposta a conseguir uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo para "contradizer" a política dos poderosos no Brasil. Há dois anos Alexya é pastora em São Paulo da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), que se autodefine como uma congregação de direitos humanos com uma mensagem positiva e inclusiva para a comunidade LGBTI. Fundada em 1968 nos Estados Unidos, a igreja tem mais de 400 comunidades ao redor do mundo, incluindo Cuba, onde a pastora brasileira, de 37 anos, realizou no ano passado a primeira missa de transexuais na ilha. "A igreja foi um canal de liberdade para mim. Antes queria morrer, tentei me suicidar três vezes, agora quero viver", contou Alexya, candidata a deputada estadual pelo PSOL nas eleições de outubro. Na sua igreja, "radicalmente protestante" e decorada com bandeiras do arco-íris, luta pelas "causas sociais, pelo verdadeiro desejo de Jesus Cristo", e quer levar essa batalha 643 até1 o Legislativo da capital paulista para conter o "retrocesso dos direitos das minorias". Alexya, segundo a própria diz, se opõe à chamada "bancada da Bíblia", que reúne no Congresso Nacional os legisladores que defendem os interesses de igrejas evangélicas, e pretende enfrentar em nível estadual "os fundamentalistas religiosos" que estão na política. "A minha candidatura é de contradição. É um contraponto dentro da própria igreja", assegurou. De formação católica, a religião sempre esteve presente na sua vida e chegou a estudar durante quatro anos em um seminário para ser padre, mas só conseguiu resolver seus "conflitos internos" graças à ICM, situada no primeiro andar de um edifício no centro de São Paulo. "A igreja me auxiliou, me compreendeu. Me explicou que Deus me amava como era, que não era uma escolha, que Deus me fez assim", comentou a também professora de Português, mãe adotiva de Gabriel, um menino de 13 anos com necessidades especiais, e Ana Maria, uma menina de 11 anos que também é transgênero. Militante dos direitos LGBTI, Alexya considera que "o fato de ser trans no país que mais mata transexuais no mundo é o maior ato político que poderia exercer" e sua candidatura em si representa um "ato de sobrevivência" na busca por representatividade dentro da Assembleia Legislativa. No entanto, sua luta não se limita à defesa LGBTI: se conseguir uma cadeira na Câmara de São Paulo, assegura que também colocará sobre a mesa temas como adoção, educação e ajuda a pessoas com necessidades especiais. Sua militância, diz, é a favor dos direitos humanos e vai na direção oposta à do candidato presidencial Jair Bolsonaro, o segundo melhor colocado nas pesquisas de intenções de voto. O candidato de extrema-direita, cujo nome Alexya prefere não citar, acumula um longo histórico de declarações machistas, homofóbicas e racistas que, segundo muitos, incitam a violência. "É a figura do retrocesso total do Brasil. Representa tudo o que não deve ser feito. Representa tudo o que há de pior", lamentou Alexya, uma das 47 candidatas transgênero que disputarão este ano um cargo nas eleições de outubro. 644 A representatividade transgênero na corrida eleitoral aumentou nove vezes desde 2014, quando apenas cinco candidatas entraram na disputa, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). https://universa.uol.com.br/noticias/efe/2018/08/27/alexya-pastora-trans-ecandidata-disposta-a-contradizer-em-sao-paulo.htm MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS Renan Truffi e Mariana Haubert, Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de agosto de 2018 Concorrendo em quatro chapas como vice-presidente e em duas como cabeça de chapa, as mulheres não ganharam o mesmo espaço nos programas de governo dos candidatos ao Planalto. Os programas de Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, dedicam poucas ou nenhuma linha para ações voltadas ao público feminino, de acordo com os documentos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Alckmin escolheu a senadora Ana Amélia (PP-RS) como vice e vem enfatizando que ela garante representatividade às mulheres na sua equipe. O programa tucano traz, no entanto, somente uma única proposta direcionada a elas: "estabelecer um pacto nacional para a redução de violência contra idosos, mulheres e LGBTI e incentivar a criação de redes não governamentais de apoio ao atendimento de vítimas de violência racial e contra tráfico sexual e de crianças". A campanha do PSDB disse que o programa ainda é uma "versão resumida". Apesar de ter cotado a senadora Marta Suplicy (MDB-SP) como vice, Meirelles cita as mulheres apenas uma vez no programa. Ele promete "incentivar a redução da diferença salarial entre homens e mulheres, respaldado pela nova lei do trabalho". Com resistência no eleitorado feminino, Bolsonaro, que convidou a advogada Janaina Paschoal (PSL-SP) para compor chapa, tratar do tema em uma medida principal do programa: "combater o estupro de mulheres e crianças". Na outra ponta aparecem os candidatos que dedicaram espaço maior a medidas para o público feminino - Guilherme Boulos (PSOL) e Ciro Gomes (PDT). Ambos escolheram mulheres como vices e apresentam medidas para esse público nos planos de governo. 645 O PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, dedicou um tópico de seu plano para mulheres, assim como Marina Silva, da Rede. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo". https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/08/18/mulheres-sao-esquecidas-em-programas-de-governo-dospresidenciaveis.htm UNIVERSAL ATACA VEREADORES QUE APROVARAM IMPEACHMENT DE CRIVELLA. JORNAL DA IGREJA ACUSA FAVORÁVEIS DA ABERTURA DE PROCESSO CONTRA O PREFEITO DE PRECONCEITO Folha/Uol, 24 de julho de 2018 A Igreja Universal usou seu jornal para atacar os 16 vereadores que votaram a favor da abertura de processo de impeachment contra o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB). Em texto publicado no domingo (22) na Folha Universal, a igreja destaca que os evangélicos "formam uma frente coesa" e ignorar esse eleitorado é um "erro". "No momento que mais se discute a importância do voto dos evangélicos, que já se aproximam dos 40% da população, o pior erro que um político pode cometer é se aliar a quem despreza esse segmento", diz o texto publicado no jornal. Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella é acusado de oferecer ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas em reunião no Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura. O prefeito nega favorecimento e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura. A oposição tentou a abertura de um processo de impeachment, mas foi derrotada por 29 a 16. Ainda assim, o prefeito é réu num processo na Justiça por ferir a laicidade do Estado em nove oportunidades. Sob o título "Os evangélicos estão de olho neles", o texto da Folha Universal ataca as intenções dos vereadores. 646 "Será mesmo que é em defesa do Estado laico que os justiceiros da indignação seletiva lutam? Ou o problema é ter um evangélico (que não faz parte do 'esquema') na prefeitura da segunda cidade mais importante do país e uma das maiores e principais do mundo?", diz o jornal. O texto menciona ainda a absolvição do ex-prefeito César Maia (DEM), que votou contra Crivella, numa ação civil pública em que era acusado de usar dinheiro público para construir uma igreja. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) arquivou o caso. "Já imaginou se Crivella tivesse usado dinheiro da prefeitura para construir uma igreja evangélica?", apontou o texto. Um dos mencionados no texto, o vereador Fernando William afirmou que o prefeito "tenta, para justificar sua brutal incapacidade de gestão, se vitimizar da forma mais torpe". "Mais cedo ou mais tarde, mesmo a população mais pobre vai perceber o que está por trás desta igreja", disse. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/universal-ataca-vereadores-queaprovaram-impeachment-de-crivella.shtml UNIVERSAL COBRA ISENÇÃO FISCAL PARA EQUIPAMENTOS DE TV. ECONOMIA CHEGARIA A R$ 5 MI; À JUSTIÇA GOVERNO ACUSA BENEFÍCIO PARA EMISSORA Rogério Gentile, Folha/Uol, 24 de agosto de 2018 A Igreja Universal do Reino de Deus tenta obter na Justiça isenção de cerca de R$ 5 milhões em impostos para a importação de equipamentos de produção de televisão. São centenas de produtos e aparelhos com tecnologia HD, entre câmeras de estúdio, câmeras de captação externa, monitores, softwares, switchers e ilhas de edição. A Folha localizou 12 ações contra o governo de São Paulo, impetradas desde 2016, nas quais a Universal afirma, citando a Constituição, ter direito à imunidade tributária. O Estado diz que a importação dos equipamentos não se enquadra nas hipóteses previstas na lei e cita na defesa apresentada à Justiça que a entidade é proprietária de "canais de televisão". A Universal é a controladora da Record. 647 "Sob o pretexto de que é entidade religiosa, a autora está pretendendo obter uma imunidade para uma verdadeira emissora de televisão, o que nada tem a ver com as suas atividades", afirmou o governo. No documento, o Estado argumenta que os canais produzem programas com fins comerciais, e que essas atividades não podem ser consideradas ligadas às finalidades essenciais do tempo. A igreja contesta a versão do governo paulista. Diz que o objetivo principal sempre foi o de alcançar o maior número de pessoas sofridas, a fim de propagar o Evangelho. "A Universal sempre utilizou meios de comunicação social como TV, rádio e internet para ultrapassar a barreira da distância física e levar uma palavra de vida e fé a qualquer pessoa", afirmou em nota encaminhada à Folha. Disse também que os equipamentos produzirão exclusivamente conteúdo evangélico para ser exibido em quase todas as televisões, a Record inclusive, e cita a RedeTV!, a Bandeirantes, o SBT e a CNT. No texto, afirma ainda que a Universal e a Record são instituições diferentes e independentes em todas as questões. "A única relação é comercial, para uso de espaço da grade televisiva, a mesma prática mantida com as demais emissoras", declarou. Um laudo pericial anexado em um dos processos judiciais atesta que o conteúdo produzido nos estúdios da Universal tem cunho religioso. Cada processo de isenção de ICMS tem como base a compra de equipamentos para um determinada sede da Universal, presente em todos os Estados e que estima ter 7 milhões de fiéis no país. A TV HD IURD Rio de Janeiro, por exemplo, foi orçada, segundo documentos enviados ao Judiciário, em R$ 3,7 milhões, valor que considera a compra de produtos nacionais e importados. Outra compra foi realizada para a reforma do departamento de TV no Templo de Salomão, principal edifício da igreja, localizado na região do Brás, em São Paulo. 648 "A demanda inicial foi gradativamente aumentando, de uma forma que o sistema, que já não funcionava como o esperado, não suportou toda a necessidade", justificou a igreja à Justiça. Na disputa com o governo paulista, a igreja já obteve mais vitórias do que derrotas. Em relação à compra de equipamentos para a Universal do Rio, a juíza Juliana Pitelli da Guia deu razão ao Estado, considerando que "não há como afirmar que seu uso será exclusivamente para fins religiosos e não lucrativos". Já a 6ª Câmara do Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, ao analisar processo para compra destinada para a igreja de Goiânia, considerou procedente a argumentação da Universal. De acordo com a desembargadora Silvia Meirelles, ficou "devidamente comprovado que os equipamentos adquiridos serão utilizados em sua atividade essencial". Em nenhum processo houve ainda decisão definitiva. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/universal-cobra-isencao-fiscal-paraequipamentos-de-tv.shtml CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018 Eduardo Cunha, fiel da Assembleia de Deus e então presidente da Câmara dos Deputados, retardava o início dos trabalhos no plenário da Casa naquele 24 de setembro de 2015. Comprava tempo para que uma comissão especial concluísse a votação do Estatuto da Família. Apresentado por um deputado evangélico, o projeto que define a família como entidade formada pela união de um homem com uma mulher passou por 17 votos. Doze deles vieram de parlamentares evangélicos. A aprovação mostrava, logo no início da nova legislatura, que o grupo estava unido na defesa de seus interesses. Mostrava também o esforço dos deputados evangélicos de manter - e quiçá aumentar - o poder político alcançado nos quatro anos anteriores, quando ocuparam a Comissão de Direitos Humanos com o pastor Marco Feliciano 649 (Podemos-SP). Para esses deputados, Deus tem poder. A bancada evangélica precisa ter também. A quarta reportagem da série Os donos do Congresso mostra que o grupo é uma força em ascensão no Congresso Nacional. A cada legislatura, cresce em tamanho, capacidade de organização e influência. Levantamento do Estadão/Broadcast indicou que a bancada é composta por pelo menos 84 parlamentares: 82 deputados e dois senadores. É mais que o dobro do número de congressistas evangélicos que se elegeram em 2006, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o Diap. Esses parlamentares estão organizados na Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Oficialmente, há 182 integrantes em exercício em sua lista. No entanto, 105 deputados seguem outras religiões. Lá entraram com suas assinaturas somente para viabilizar a criação da frente, anabolizando a representação parlamentar evangélica. Para chegar à formação da bancada atual - com a entrada de suplentes, por exemplo -, o Estadão/Broadcast procurou cada congressista da lista original na FPE, além de parlamentares indicados pela Frente e que têm atuação próxima ao grupo. Os 84 parlamentares representam 23 Estados, 21 legendas e 19 denominações evangélicas. Uma vez no Congresso, porém, para boa parte deles as diferenças regionais e partidárias são esquecidas em prol da união em torno de pautas morais. Costumes Votações que marcaram a legislatura, como o impeachment de Dilma Rousseff ou a PEC do teto de gastos, não entraram nas conversas da bancada. Não se trata de um grupo homogêneo. O que os une é a defesa dos valores cristãos e da família. Organizam-se para aprovar projetos favoráveis a essa plataforma e, especialmente, para barrar projetos desfavoráveis a ela. Ali não persevera o debate econômico. Em torno dos temas morais, há prioridades claras: impedir a realização de abortos, o debate sobre identidade de gênero nas escolas, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a liberação dos jogos de azar, a legalização das drogas. Dentro desse roteiro, a aprovação da PEC 181 é celebrada como uma das principais vitórias dos evangélicos na atual legislatura. Originalmente, ela propunha ampliar o tempo de licença-maternidade em caso de parto prematuro. 650 No meio do caminho legislativo, foi desfigurada por um deputado evangélico e passou a incluir a ideia da "inviolabilidade do direito à vida desde a concepção", abrindo caminho para tornar ilegal todo tipo de aborto - hoje permitido em casos como de estupro e de risco para a mãe. Em 2017, a "PEC da Vida" foi aprovada na comissão, resultado celebrado aos gritos de "Vida sim! Aborto não!" pela bancada evangélica. Graças às manobras do grupo, uma proposta progressista tornou-se projeto conservador de alto impacto e com chances de prosperar na Casa. Tanto o Estatuto da Família quanto a PEC 181 aguardam votação no plenário da Câmara e, para virar lei, ainda precisam passar pelo Senado. Há, portanto, um longo caminho até lá. Mas são vitórias políticas expressivas para um grupo que, até outro dia, lograva, no máximo, impedir a vitória dos outros. Para emplacar os projetos, a atuação da bancada foi decisiva. Os evangélicos inscreveram-se em peso nas comissões - na PEC 181 chegaram a ter quase metade das vagas. "Não é no grito que vamos conseguir o que queremos, é no voto. Daí a importância de estarmos organizados. Não podemos comer mosca", diz Leonardo Quintão (MDB-MG), que é presbiteriano. Ele avalia que o grupo foi aprendendo a operar na Casa. O uso das comissões é um exemplo. Hoje, os 82 deputados evangélicos estão distribuídos em 159 das 184 comissões permanentes e temporárias da Casa, segundo levantamento do Estadão/Broadcast. A comissão da PEC 200, que pretende isentar do pagamento de IPTU templos alugados, é a com maior número de integrantes da bancada: 17 dos 21. Entre as permanentes, a de Ciência e Tecnologia e a Constituição e Justiça são as que mais concentram evangélicos. "A esquerda milita. Entendemos que precisávamos de um grupo para militar também", diz o pastor Hidekazu Takayama (PSC-PR), presidente da FPE. 'Valores cristãos' Na bancada evangélica, a ordem é clara: detectar e atuar para bloquear iniciativas que possam afrontar o ideário conservador. Nos cálculos da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), há mais de 300 projetos em tramitação hoje na Câmara que ameaçam frontalmente os valores defendidos pelos evangélicos. 651 "O segmento se organizou e agora está muito bem representado. Há uma lista com os números dos projetos que são nocivos. Temos uma torre de vigia preparada para atuar", afirma a deputada Tia Eron (PRB-BA), que chegou ao Congresso egressa dos quadros da Igreja Universal do Reino de Deus. Para garantir a articulação, os evangélicos fazem reuniões às terças na Câmara. O quórum nem sempre é alto, mas há os cultos. Realizados às quartas pela manhã num dos plenários da Casa, eles atraem um público fiel. Após o louvor, é comum que os deputados despachem sobre temas de interesse. O que funciona mesmo, porém, é o WhatsApp. É lá que, a qualquer hora de qualquer dia, surgem avisos e lembretes de votações para os quase 160 integrantes do chat "FP Evangélica". No núcleo duro da articulação, ao lado do presidente Hidekazu Takayama, estão nomes como Marco Feliciano (Podemos-SP), João Campos (PRB-GO) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Mas a FPE diz contar com mais de 70 deputados firmes na causa evangélica. Sozinhos, os ativistas evangélicos são somente 16% da Câmara. Para vencer, portanto, a bancada precisa de aliados. Há sintonia fina com as frentes "Católica Apostólica Romana" e "Em Defesa da Família e Apoio à Vida" - não por acaso é grande o número de católicos na composição oficial da FPE. Juntos, formam a "bancada da Bíblia". As lideranças das frentes estão em constante contato e há afinidade em temas centrais, como a defesa de posição contra o aborto. A atuação espraia-se pela Esplanada. Há monitoramento e intensa pressão sobre o Executivo. Em 2017, num dos mais rumorosos episódios de atuação da bancada da Bíblia, os presidentes das frentes Evangélica, Católica e da Família marcharam juntos ao Palácio do Planalto para exigir alterações na base nacional curricular. Estavam contrariados com a inclusão do conceito de respeito à identidade de gênero e orientação sexual. Pouco depois, o Ministério da Educação de Michel Temer divulgou novo texto, suprimindo qualquer menção ao tema. A articulação dos evangélicos estende-se ainda a outros grupos conservadores, como os das chamadas bancadas do boi (Frente Parlamentar Agropecuária) e da bala (Frente Parlamentar da Segurança Pública). 652 "A bancada 'BBB' - boi, bíblia e bala - funciona de verdade. A gente conversa, se protege", afirma Sóstenes Cavalcante, membro da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que em seu primeiro mandato se tornou uma das vozes mais influentes da bancada evangélica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/08/12/cultos-alertas-e-chamados-movem-a-bancada-da-biblia-nocongresso.htm VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" Uol Universa, 16 de julho de 2018 Uma creche em Palmas, no Tocantins, se tornou centro de uma polêmica só pelo fato de se chamar “Arco-Íris”. Tudo começou quando um projeto de lei sobre a criação de seis novas creches foi enviado à Câmara dos Vereadores. Entre elas, a “Creche Arco-Íris” causou irritação no vereador Filipe Martins, do PSC, que promoveu uma emenda para a mudança no nome, alegando que o original “promove o homossexualismo”. "O objetivo é homenagear uma das pioneiras de Palmas como reconhecimento pelos relevantes serviços prestados aos palmenses, além de substituir o nome Arco-Íris, que apesar de ser um símbolo do cristianismo, também é usado para promoção do homossexualismo", diz ele em um comunicado no site do próprio vereador, que traz ainda o logo: “em defesa da família”. O nome, que havia sido escolhido pela própria comunidade local, foi alterado legalmente a pedido do vereador. A creche agora se chama Romilda Budke Guarda. “A senhora Romilda, mãe de seis filhos, costureira, veio para Palmas -TO no dia 7 de janeiro de 1997, fixando seu domicilio na antiga ARSO 32, sendo a primeira moradora na referida quadra. Teve uma vida pautada na moralidade, na ética e no altruísmo. Uma líder comunitária (saudosa memória), que muito ajudou na arborização e embelezamento da desta cidade”, disse Martins. 653 Vale lembrar que o termo "homossexualismo", usado pelo vereador, é considerado ofensivo por boa parte da comunidade LGBT, caiu em desuso e foi substituído por "homossexualidade", pois o sufixo "ismo" é associado a doenças e a grupos fanáticos. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/07/16/vereador-muda-nome-decreche-arco-iris-por-promover-o-homossexualismo.htm VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018 A sessão da comissão especial que analisa o projeto da chamada "escola sem partido" teve gritaria e bate-boca entre parlamentares nesta quarta-feira (11). Um grupo de professores e alunos se posicionou na porta do local onde era realizada a comissão para protestar. Eles gritavam "mordaça não". https://www.youtube.com/watch?v=36vtTDkQEis Dentro da comissão, parlamentares se estranharam porque o presidente, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), tentou colocar para votação o parecer do relator, Flavinho (PSC-SP), sem ler o texto. O fato revoltou deputados da oposição. O vídeo é do jornalista George Marques. https://www.youtube.com/watch?v=hz3kZwYCJfg A sessão da comissão foi encerrada antes de ser concluído o voto sobre o parecer do relator porque foi convocada sessão do Congresso Nacional. O relator apresentou substitutivo prevendo que cada sala de aula terá um cartaz dos quais constarão seis deveres do professor. Entre eles: não ofertar disciplina sobre conteúdo de gênero ou orientação sexual; não cooptar alunos para correntes políticas ideológicas ou partidárias; e observar "o respeito ao direito" dos pais de que os filhos sejam educados de acordo com suas convicções. O projeto inclui na Lei de Diretrizes e Bases da Educação a ideia de que os valores de ordem familiar têm precedência sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa. 654 Thalita Essi, estagiária, produziu esta reportagem sob a supervisão da editora Amanda Audi. https://congressoemfoco.uol.com.br/legislativo/video-comissao-que-analisa-escolasem-partido-tem-protesto-e-bate-boca/ LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 O governador Márcio França promulgou uma lei do deputado estadual Celso Nascimento (PSC) que institui a classificação indicativa de exposições e mostras de artes visuais em São Paulo. A medida já causa polêmica. CATRACA Advogados afirmam que a lei é inconstitucional. Alessandra Gotti, do grupo Advogados pela Arte, diz que ela viola o artigo que diz que compete à União “exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão”. PODE, SIM A assessoria de Celso Nascimento diz que exposições não são “diversões públicas”, termo que seria “muito subjetivo”. INFORME O governo de SP afirma que a lei não conflita com a Constituição, “tem caráter apenas informativo e não estabelece qualquer tipo de censura”. TERRENO INCERTO A nova regra determina que as próprias instituições responsáveis pelos eventos façam a autoclassificação segundo os critérios determinados pelo Ministério da Justiça. A pasta, no entanto, trabalha em uma nova regulamentação para as artes visuais. NÃO COMPLICA 655 “No momento que o ministério está debatendo esse tema em audiência pública, e somado à incompetência constitucional do estado para tratar do tema, isso [a lei] pode mais confundir que ajudar no processo de harmonização entre liberdade de expressão e boa utilização do Estatuto da Criança e do Adolescente”, avalia Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. [A seguir, a coluna trata de outros assuntos... Informações sobre o deputado estadual Celso Nascimento (PSC – SP), página da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP: https://www.al.sp.gov.br/alesp/deputado/?matricula=300538 ] https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/07/lei-de-classificacaoindicativa-promulgada-por-marcio-franca-gera-polemica.shtml “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS Mariana Simões, Agência Pública, 28 de agosto de 2018 Inicialmente realizada no Santander Cultural de Porto Alegre, a exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira foi cancelada em setembro do ano passado quando membros do Movimento Brasil Livre (MBL) criticaram o seu conteúdo como imoral e ofensivo. À época, a exposição foi acusada de fazer apologia à pedofilia, pornografia e zoofilia. Nesta entrevista à Agência Pública, o curador da exposição, Gaudêncio Fidelis, avalia que os ataques à Queermuseu demonstram uma tendência no crescimento do conservadorismo e fundamentalismo no Brasil. “Eu recebi mais de cem ameaças de morte. Foi terrível. Não tinha volume dos ataques que recebi. Eu tive que andar com segurança naqueles primeiros dias”, relembra. A decisão do Santander Cultural de fechar a exposição foi criticada e gerou manifestações em prol da liberdade de expressão. Mas uma onda de apoio culminou com uma campanha de crowdfunding para remontar a Queermuseu, dessa vez no Rio de Janeiro, no Parque Lage, o que levou a um recorde nacional de financiamento coletivo com mais de R$ 1 milhão arrecadado. Segundo o seu curador, a reinauguração contou com a presença de cerca de 10 mil pessoas e se deve à importância política que 656 a exposição ganhou para além do mundo da arte. “Nunca no Brasil uma exposição permaneceu tanto tempo no debate público.” Vocês apostaram em uma exposição provocativa que tem uma mensagem política. Qual era objetivo que vocês queriam alcançar? Essa exposição não é uma ideia isolada. Ela vem de um processo e de um conjunto de exposições que venho desenvolvendo há cerca de dez anos e que foi se afunilando para algumas questões específicas que são do meu interesse. E que tem, sim, no universo da arte uma dimensão política. Por exemplo, tenho um interesse grande nas premissas que formam e constroem o cânone da história da arte. Acho importante que isso seja entendido porque existe uma equivalência na maneira como a institucionalidade constrói essa história e os nossos comportamentos sociais com a maneira como nós vivemos a nossa vida fora do universo institucional da arte. É importante considerar que sou um historiador da arte que reafirmo claramente que o cânone da arte é excludente por natureza. Ou seja, daquelas obras mais relevantes, a história da arte exclui uma enormidade de outras. É uma fatalidade inerente desse processo. Isso que acontece no âmbito da história da arte tem uma correspondência no que a gente vê dos processos de exclusão no âmbito social. Existe também uma equivalência quando digo que a obra de arte é como um espelho. Quando você ingressa em uma exposição, você projeta nesses objetos os seus preconceitos, a sua história de vida, o seu nível de tolerância ou intolerância. Quando você, por exemplo, diz “eu não gosto dessa obra” ou “ela me causa determinado sentimento”, é porque você projeta nela o olhar, mas ela demanda uma resposta. É importante, também, entender que dentro desse aspecto as suas crenças também são projetadas ali. Aquilo ali é um exercício de confronto com o outro, o objeto é esse outro. Nesse sentido, a arte é muito reveladora do nosso comportamento social, dos preconceitos que a gente projeta lá fora, muitas vezes da nossa intolerância, inclusive, do ódio que se projeta para a arte, mas que também se projeta em relação ao outro que a gente não aceita. Foi justamente esse contato do público com “o outro” que gerou toda aquela reação entre os grupos de direita. Você tinha essa expectativa de que a exposição iria gerar uma reação no público? 657 Não. Ali [na exposição] existe esse componente, mas ele se agrega a um outro que é circunstancial. Eu já estava detectando desde 2011, de uma maneira muito visível, quando fui dirigir o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que havia um acirramento dos ataques de ódio à produção artística contemporânea. Que não são novos no Brasil e ainda acontecem em várias partes do mundo, que é um certo ódio da arte contemporânea. Só que eles não tinham um caráter moral naquele momento. Depois, quando fiz a Bienal do Mercosul, nós tivemos ataques enormes à obra do Hélio Oiticica Tropicália, que estava presente na exposição. É uma obra histórica que nós remontamos na bienal, e ela tinha a inclusão de dois papagaios criados em cativeiro e tinham toda a assistência dos tratadores. E vieram ataques de certos segmentos dos defensores dos animais. Mas a gente detectou que era um ódio direcionado à produção artística. “Ah, arte contemporânea é um lixo” e essas coisas. A bienal foi em 2014 e já ali eu estava detectando que isso estava crescendo, mas ainda não havia ali, pelo menos visivelmente, um aspecto moralista por trás desses ataques. O que mudou? Quando a Queermuseu surge, o universo é completamente diferente. Acho que é preciso pôr em perspectiva as circunstâncias que nós já estamos vivendo com o crescimento desses movimentos de extrema direita e ultradireita, o fundamentalismo que vem crescendo de uma maneira rápida e avassaladora e o papel que o MBL desenvolve nos ataques à exposição. Porque são eles que atacam a exposição. Não há ataques à exposição antes deles de nenhuma forma. Não há nenhum descontentamento e a exposição é muito celebrada. Uma visitação extraordinária. Ela teve em 26 dias 32 mil visitantes. Em uma cidade como Porto Alegre, isso é muito. Então você não achava que as pessoas teriam essa reação de ódio? Não. Honestamente acho que a exposição transcorria normal. Acredito que, se a exposição tivesse permanecido mais tempo, ela teria ataques dessa natureza, mas não de uma natureza fascista e organizada como foi o caso do MBL. Conte um pouco sobre as ameaças que você sofreu. Como você se sentiu naquele momento? 658 Cinco membros do MBL, alternadamente, ingressam na exposição, na tarde do dia 6 de setembro de 2017, com cameras, fazendo vídeos e abordando e assediando os visitantes, dizendo coisas que até hoje tenho dificuldade de repetir, mas estão nos mais de 10 mil vídeos no YouTube. Tem muitos que são difamatórios. Eles continuam esses ataques na sexta e no sábado, e o Santander fecha a exposição no domingo sem consultar a mim, como curador, nem a produção. Foi uma decisão unilateral. Essas narrativas falsas que eles construíram crescem e se juntam a narrativas de grupos ligados ao Bolsonaro e outros setores ultraconservadores da sociedade. E aí nós temos um dilema até então nunca visto na história de exposições brasileiras. Como é que nós lidamos com uma exposição que está sendo atacada sistematicamente, em que há uma narrativa difamatória que só cresce, e não temos mais a exposição aberta para constatar se o que está sendo dito é verdade ou não? Mas houve uma reação muito impressionante de setores progressistas da sociedade quando mais de 3.500 pessoas se reúnem em frente ao Santander para um protesto contra o Santander e em defesa da exposição, convocado em grande parte por organizações LGBT, organizações de caráter feminista, outras de defesa de trabalhadores sexuais. E se juntam a ela também organizações sociais e sindicatos, parcelas do setor acadêmico, sociedade geral, lideranças políticas. É uma das coisas mais impressionantes que eu vi. Lembrando que depois isso resulta nesse engajamento extraordinário desses vastos setores da sociedade brasileira, e parte da sociedade internacional, inclusive com a campanha de crowdfunding, a maior campanha de financiamento coletivo do país, arrecadando mais de R$ 1,81 milhão. Apesar da reação favorável da sociedade, que acolheu a exposição, como você se sentiu quando os ataques começaram? Sempre defendi arduamente as exposições que realizei. Porque acho que essa é minha tarefa como curador. Mas a minha defesa sempre é artística e conceitual. Política também, mas no âmbito da arte. Quando a exposição fecha, se impõe para mim uma tarefa dentro da qual fui inadvertidamente colocado, a de fazer uma defesa de uma outra natureza. A defesa do mérito artístico da exposição deixei de lado e tive que migrar imediatamente para uma outra defesa, que foi a dos princípios mais elementares da democracia, do direito de acesso. Uma defesa da liberdade de expressão. Entendi que o impacto que isso teria sobre a liberdade de expressão e a liberdade de escolha era fundamental. Eu fiz uma advertência que nunca vou esquecer, quando me pediram para fazer uma fala: “Essa exposição, a partir de hoje, está entregue nas mãos da sociedade brasileira. Eu acredito que a sociedade brasileira 659 irá dar uma demonstração de força e democracia e irá reabri-la em algum momento, porque isso é fundamental para o princípio democrático”. Você recebeu ameaças pessoalmente? Eu recebi mais de cem ameaças de morte. Foi terrível. Não tinha volume dos ataques que recebi. Eu tive que andar com segurança naqueles primeiros dias. Foi uma coisa impressionante. Você tomou alguma ação judicial contra esses grupos de extrema direita? Eu fui muitas vezes questionado sobre essa questão, mas a minha decisão foi estratégica de não fazer isso. Porque entendi que acionar o MBL é irrelevante. Seria gastar uma enorme energia e um enorme dispêndio de recursos para obter um sucesso que não tem impacto em relação a eles. A minha estratégia foi promover um contra-ataque de defesa desses princípios democráticos em direção, por exemplo, a setores da classe média conservadora, vários dos quais financiavam o MBL. Direcionar para eles uma mensagem: “Olha com quem vocês estão flertando”. Porque esses setores, apesar de serem conservadores, são setores diferentes, e nós precisamos, agora, neste momento, distinguir o conservadorismo de um outro território que é o fundamentalismo, o fascismo, a ultradireita e a extrema direita. Ao direcionar essa mensagem para esses setores mais conservadores da classe média que estavam dando sustentação financeira ao MBL, nós seríamos mais efetivos. Esses setores, apesar de conservadores, não aceitam a censura em diversos termos, que obras sejam retiradas de museus, que se fechem museus. Acho que essa estratégia foi muito efetiva porque o MBL sofreu um dano muito maior do que eles esperavam. O Kim Kataguiri, em uma entrevista longa, é perguntado sistematicamente sobre a Queermuseu e ele nega que houve. É como se nunca tivesse existido. “Não, não era censura, nós não tivemos essa intenção”. Recentemente, agora na abertura da Queermuseu, um órgão de imprensa internacional o entrevistou novamente e ele disse: “Não, aquilo nunca foi censura. Nós queríamos apenas defender que a exposição não fosse financiada publicamente”. Eles desfazem a conversa. O próprio Marcelo Crivella, prefeito que em determinado momento atacou a exposição e impediu que ela viesse para o Rio, dá entrevista para as “Páginas Amarelas” da Veja, e ele desfaz completamente o assunto da Queermuseu, dizendo apenas que não gostava da exposição. Então acho que a reação que a gente 660 promoveu, a estratégia que a gente escolheu, foi acertada. Uma batalha jurídica, na minha opinião, seria difusa e ineficaz. Como você vê o papel da própria exposição em desconstruir essa imagem que esses grupos de direita tentaram propagandear sobre a exposição? A exposição agora aberta resolve aquele dilema inicial. É possível constatar que a narrativa difamatória que tinha sido criada em torno da exposição não existe, não tem correspondência na exposição. E estive lá todo o tempo desde a abertura. Eu percorri as filas e conversei com as pessoas, e foi uma experiência excepcional para mim. As pessoas estavam profundamente felizes de a exposição estar reabrindo. Acompanharam a luta em torno dela e tinham se engajado. O TJ-RJ derrubou a liminar que proibia a entrada de menores de 14 anos na exposição. Você concorda com a classificação de idade em exposições que foi adotada por vários outros lugares? Eu sou absolutamente contra a classificação indicativa para exposições de arte e já fiz várias defesas públicas sobre isso. Eu participei, por exemplo, de um debate sobre classificação indicativa em que eu conclui da seguinte forma. Primeiro, a inexistência da classificação indicativa para as artes visuais nos termos em que está colocada no Estatuto da Criança e do Adolescente: a ausência dela não foi uma distração, não foi um lobby da comunidade artística para que não houvesse classificação indicativa. O ECA é muito bem-feito e está fundamentado na ideia de que de fato não existe em nenhum lugar do mundo estudo que diga ou prove que imagens de obras de arte produzam trauma ou algum impacto psicológico em crianças e adolescentes. A minha defesa é muito categórica e eu vou persistir nela: que seja mantido o caráter pedagógico que o ECA contém, aquele de que seja destinado aos pais ou responsáveis as decisões que envolvem a maneira como eles desejam criar os seus filhos e propiciar a eles educação e conhecimento. E essa decisão, se for retirada dos pais e jogada para o Estado, estabelecerá mecanismos de censura prévia e assim por diante. Você acha que virá alguma outra reação negativa pela frente? Acho que nós vencemos essa luta em grande parte. Acho que ela continua porque essas lutas são contínuas. Tenho dito que umas das coisas para a qual o fechamento da 661 Queermuseu nos acordou foi que a gente viu de uma hora para outra que a democracia não é perene, que a gente tem que lutar por ela todos os dias. Mas é muito claro para mim que o que traz as pessoas para a exposição agora é o fato de que as elas querem participar dela e se sentem parte dela. Quando eu falei com as pessoas que estavam na fila, elas foram muito categóricas em dizer: “Eu vim porque essa exposição me diz respeito, eu me sinto parte dela, eu quero participar desse momento histórico. É importante para a democracia”. Você acha que toda essa comoção em volta da exposição acabou atraindo um público que talvez não teria ido vê-la se ela não tivesse sido censurada? Para você ter uma ideia, até este momento saíram mais de 2.800 matérias sobre a exposição no mundo inteiro. Ela tem uma repercussão. Nunca no Brasil uma exposição permaneceu tanto tempo no debate público sem cessar. Porque ela galvaniza esses setores da sociedade mais progressistas em defesa de um universo muito mais amplo que extrapola a exposição, mas para qual a ela serve de plataforma. E essa plataforma não havia sido encontrada até então, com essa possibilidade de radiação ampla. Ou seja, você consegue trazer para uma luta abrangente um universo enorme de pessoas que até então não estavam convergindo para uma defesa sistemática de determinados princípios democráticos. E nada melhor que a arte para ser um instrumento de união. Por outro lado, não deixa de ser surpreendente que uma exposição de arte, que até então sempre foi considerada uma área elitista, restrita, de pouco acesso, hermética etc., tenha sido justamente aquela que tenha propiciado essa amplitude. [Reproduzida pelo El País: “Eu recebi mais de cem ameaças de morte”, diz curador da exposição Queermuseu Gaudêncio Fidelis fala sobre os ataques à exposição de arte cancelada no ano passado em Porto Alegre e reinaugurada no Rio de Janeiro neste mês”, Mariana Simões, El País reproduz Agência Pública, 28 de agosto de 2018] https://apublica.org/2018/08/eu-recebi-mais-de-cem-ameacas-de-morte-diz-curadorda-exposicao-queermuseu/ https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/28/cultura/1535483191_606318.html 662 "NÓS, LGBT, JÁ FOMOS CRIANÇAS E ISSO INCOMODA", DIZ ARTISTA ACUSADA DE INCITAR PEDOFILIA Tiago Dias, Uol, 12 de setembro de 2017 Obras de Bia Leite no "Queermuseu": ?Um trabalho atento e delicado para se conversar sobre infância e violência", explica a artista Um novo debate sobre arte e representatividade tomou as redes sociais após o fechamento precoce da mostra "Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", em Porto Alegre, no último fim de semana. Passado um mês da abertura, uma onda ruidosa de críticas a algumas obras fizeram com que o Santander Cultural antecipasse o fim da mostra. Entre as graves acusações apontadas estavam apologia à zoofilia e profanação. No entanto, foram as obras "Travesti da Lambada e Deusa das Águas" e "Adriano Bafônica e Luiz França de She-há", da série "Criança Viada", de autoria da cearense Bia Leite, as mais contestadas. As gravuras coloridas de crianças em poses e trejeitos "não heteronormativos", como a artista define, foram apontadas como ?apologia à pedofilia?. 663 "Nós, LGBT, já fomos crianças. Esse assunto incomoda", afirmou a artista, em texto enviado ao UOL. "Sou totalmente contra pedofilia e contra abuso psicológico de crianças. O objetivo do trabalho é justamente o contrário. É que essas crianças tenham suas existências respeitadas." Mas afinal, do que trata a obra? Apesar de toda a reação, pouco se falou do contexto da obra, que ganhou prêmios e chegou a ser exposta no "XIII Seminário LGBT", na Câmara dos Deputados em Brasília, em 2016. O evento anual chegou a irritar a bancada evangélica e foi ameaçada por Eduardo Cunha, até então presidente da Câmera. Bia se baseou em fotos de um antigo tumblr chamado "Criança Viada", que recebia imagens de internautas quando crianças. A intenção, ela explica, era "celebrar esses traços, que durante toda a infância foram motivo de xingamentos e violência". "Nas telas expostas todas as crianças sorriem e o texto enaltece e empodera essas crianças desviantes -- finalmente! -- chamando-as de deusas ou nomes de superheroínas", observa. "A linguagem da pintura também nos insere na História com orgulho e força, diante de uma sociedade que nos quer invisíveis. Nós, LGBT, já fomos crianças. Esse assunto incomoda porque nós nunca viramos LGBT, nós sempre fomos. Todos nós devemos cuidar das crianças, não reprimir a identidade dela nem seu modo de ser no mundo, isso é muito grave." Para ela, a exposição "Queermuseu" tinha caráter educativo ao propor um exercício poético sobre o bullying. "Um trabalho atento e delicado para se conversar sobre infância e violência, abrindo vias de diálogo para a prevenção de futuras agressões", defende a artista. 664 “Cena de Interior II”, da celebrada artista carioca Adriana Varejão As representações das crianças nas obras são acompanhadas de legendas com gírias do mundo gay, escritas pelo jornalista Iran Giusti, criador do tumblr e hoje coordenador da Casa 1, centro de acolhimento LGBT em São Paulo. Pelo Facebook, ele lamentou a repercussão: "As frases que ilustram as obras da Bia são minhas e me doeu pra c... ver algo que eu escrevi, que foi tão lindamente entendido por anos, acabar sendo colocado como apologia à pedofilia por tanta gente inconsequente e desinformada". Outras obras Tão atacada quanto o trabalho de Bia Leite, a tela "Cena de Interior II", da celebrada artista carioca Adriana Varejão, foi enquadrada pelos críticos como uma obra que promove a zoofilia. A tela mostra cenas de sexo entre figuras femininas e masculinas e entre um homem e uma cabra. A artista já havia comentado que a compilação de práticas sexuais existentes é uma reflexão adulta sobre o tema. 665 "Cruzando Jesus Cristo com o Deus Shiva", obra de Fernando Baril Já a obra "Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva", tela de 1996 do gaúcho Fernando Bari, representa Jesus com inúmeras pernas e braços e reverbera "pela superfície da pintura, exibindo objetos de toda ordem nas mãos e pés, muitos deles relacionados à história da arte e à cultura pop", como explica o curador Gaudêncio Fidelis em texto do catálogo do "Queermuseu". No vídeo que deu origem à manifestação contrária à exposição, blogueiros do MBL (Movimento Brasil Livre) apontaram que a obra "escarneava Cristo". Entidades de defesa dos direitos LGBT criaram um ato em repúdio à decisão do banco Santander. A manifestação está marcada para esta terça-feira (12), às 16h, na Rua 7 de Setembro, onde fica localizado o Santander Cultural, que sediava a mostra. https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2017/09/12/nos-lgbt-ja-fomoscriancas-esse-assunto-incomoda-diz-artista-acusada-de-pedofilia.htm PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO Agência Brasil reproduzida pelo Uol, 22 de agosto de 2018 666 Professores, educadores e entidades da sociedade civil querem que o ensino de arte siga obrigatório nas escolas, no ensino médio. Por meio do Movimento Arte na Escola, eles propõem ainda que haja duas aulas por semana de artes nos três anos do ensino médio. As demandas fazem parte de documento que está sendo debatido hoje (22) e amanhã (23) no Conselho Nacional de Educação (CNE). Após a aprovação do novo ensino médio e da divulgação da Base Nacional Curricular (BNCC) para essa etapa, especialistas em arte educação e entidades sociais temem que a arte perca espaço no ensino médio. Em Brasília, o grupo se reúne para consolidar até amanhã um documento para ser avaliado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que poderá incluir as sugestões tanto na BNCC quanto nas Diretrizes do Novo Ensino Médio. "O mundo está indo em outra direção, está valorizando a arte educação e o Brasil precisa acompanhar essa tendência", diz o diretor executivo do Instituto Arte na Escola, Claudio Anjos. "No século 21, as principais competências para o desenvolvimento do indivíduo como um todo passam pelo ensino da arte, que é fundamental para garantir que determinadas habilidades e competências possam vir à tona", acrescenta. O Instituto Arte na Escola é uma associação civil sem fins lucrativos que oferece formação continuada em artes para professores da educação básica. O novo ensino médio, aprovado no ano passado, estabelece que as escolas passem a ensinar um conteúdo comum a todo o país, que deverá ocupar 1,8 mil horas dos três anos da etapa de ensino e que, o no tempo restante, os estudantes possam receber formações específicas em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico, escolhendo uma de preferência. A parte comum será definida pela BNCC, que atualmente está em discussão no CNE. Além da Base, o conselho discute ainda diretrizes que vão orientar as redes de ensino na implementação da nova lei. Arte integra linguagens Com a nova configuração, o ensino de arte passa a integrar, na BNCC, o eixo de linguagens. No entendimento do movimento, dentro de linguagens, a lei permite que o ensino de artes perca espaço para língua portuguesa, disciplina obrigatória. A proposta em discussão pelas entidades no CNE é que seja inserida na BNCC outra área do conhecimento e outro itinerário formativo destinado exclusivamente à arte e 667 suas linguagens. Esse itinerário incluiria artes visuais, dança, música e teatro. O audiovisual seria posteriormente incorporado também a essa área. Além disso, o movimento quer garantir o tempo para o ensino das artes. "A carga horária necessária pelo professor de arte é muito maior do que existe geralmente na escola", diz Anjos. Os especialistas reunidos no CNE vão definir uma sugestão do mínimo a ser aprendido nas artes, para que haja uma melhora na formação dos estudantes. "Hoje, o espaço da arte acaba sendo minimizado e as escolas acabam trabalhando apenas com efemérides, com datas como Páscoa, São João". A formação de professores também deverá entrar na proposta entregue ao CNE. Dados do Ministério da Educação (MEC) de 2013 mostram que apenas 6% dos professores que lecionavam arte no país tinham formação específica no componente. Próximos passos Amanhã (23) o grupo deverá consolidar propostas a serem entregues ao CNE. O vicepresidente da Câmara de Educação Básica do CNE, Ivan Siqueira, será responsável por organizar as propostas e apresentá-las aos conselheiros responsáveis pela análise da BNCC. As propostas ainda terão que ser aprovadas pelos conselheiros antes de integrarem o documento que será enfim encaminhado ao MEC e, posteriormente aplicado nas escolas. As sugestões poderão integrar tanto a BNCC quanto as diretrizes do novo ensino médio. Para Siqueira, a Base "não tem nada" de artes. "Essa proposta de Base vai servir para responder quais componentes que os alunos terão direito de aprender em qualquer parte do país. O documento coloca só arte [como um título do texto]. Mas o que de arte? O que de música, o que de teatro, o que de artes plásticas? Se não enumerar isso, isso não vai ser uma Base Comum, vai ser só um título", diz. Segundo ele, diante da ausência de especificações no documento, ele acredita que as sugestões do grupo serão aceitas pelos conselheiros. Ministério da Educação A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole, diz que as artes, assim como as demais disciplinas estão garantidas no novo ensino médio e na BNCC. "Ao contrário do 668 que vinha na parte [da BNCC] do ensino fundamental [aprovada no ano passado], as habilidades não estão previstas por componente, mas por área. As habilidades de arte estão contempladas na Base", reforça. "O desenvolvimento humano não prescinde da cultura e nem da arte. Na formação integral, na BNCC e na própria reforma [do ensino médio] está previsto o protagonismo juvenil, o projeto de vida, a formação integral da pessoa". Ela diz que o documento que será consolidado a partir das discussões no CNE irá "contribuir para o melhor posicionamento possível das habilidades de tal forma a garantir tudo que está previsto na reforma". https://educacao.uol.com.br/noticias/2018/08/22/professores-e-organizacoesquerem-arte-obrigatoria-no-ensino-medio.htm POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 Ninguém quer ser tachado de homofóbico. Nem mesmo quem expressa claramente sua intolerância aos homossexuais. Os preconceituosos tentam se disfarçar usando frases como “não concordo com a prática do homossexualismo (sic)”, ou a já clássica “tenho até amigos gays”. Existe uma variante muito em voga quando um artista famoso sai do armário. Ela está sendo usada neste exato momento contra Lulu Santos, e diz mais ou menos assim: “Nada contra o que você faz entre quatro paredes, mas sua vida privada só diz respeito a você mesmo. Poupe-nos dos detalhes”. Na segunda (23), o cantor postou em seu perfil no Instagram uma foto em que aparece ao lado de Clebson Teixeira, e deu várias pistas de que os dois estariam namorando. Depois ele mesmo confirmou tudo, em dois vídeos de agradecimento às mensagens de carinhoenviadas pelos fãs. 669 Lulu Santos e o namorado Clebson Teixeira /Reprodução/Instagram/lulusantos Os comentários favoráveis são realmente maioria em todas as reportagens online que eu pesquisei sobre o assunto. Mas claro que Lulu também é alvo da ignorância de alguns. Explícita, em uns poucos casos, ou mais discreta, fazendo a linha “mais do que queríamos saber”. “Exposição desnecessária.” “Relacionamentos íntimos devem ser realmente íntimos e discretos.” “Eu não tenho nada a ver com a vida sexual alheia. Cada um no seu quadrado!”, e assim por diante. Também há quem diga que Lulu Santos estaria apenas querendo se promover. Como se fôssemos o país mais avançado do mundo, onde se assumir gay ou lésbica trouxesse sucesso automaticamente. O curioso de tudo isso é que ninguém reclama quando uma celebridade heterossexual apresenta seu novo amor. Alguns casais chegam a postar fotos bastante íntimas, e todo mundo acha lindo. A explicação para este critério duplo é simples. Quando um famoso se desvia do padrão heteronormativo, ele ajuda a tirar o estigma da homossexualidade. Está mostrando para o mundo que é perfeitamente possível ser feliz, saudável e bem- 670 sucedido enquanto se relaciona com alguém do mesmo sexo. E dando coragem a milhares de pessoas a assumir suas preferências sexuais. Exatamente o contrário do que pregam os homofóbicos, que acham que todos os LGBT são doentes, sofredores e marginalizados. E que alguém pode até ter desejos homossexuais, mas deve reprimi-los – ou vivê-los em segredo, como se fosse um crime. Daniela Mercury, Marco Nanini, Nanda Costa, Luís Fernando Guimarães, Carol Duarte e, agora, Lulu Santos, estão espatifando esse paradigma em mil pedacinhos. Eles e outros artistas que vêm revelando seus pares homoafetivos estão prestando um enorme serviço à sociedade, espalhando uma mensagem de amor e aceitação. Menos para quem “não concorda com o homossexualismo (sic)”, é claro. Tony Goes tem 56 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. [A matéria original traz também uma imagem de Lulu Santos sozinho...] https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2018/07/por-que-lulu-santos-deveriase-esconder-no-armario.shtml GRUPOS REPUDIAM EDITAL DA PM-PR QUE EXIGE “MASCULINIDADE” DE CANDIDATOS Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018 A Aliança Nacional LGBTI e o Grupo Dignidade, que atuam na defesa dos direitos da população LGBTI, publicaram neste sábado (11) uma nota de repúdio e indignação (leia a íntegra mais abaixo) ao edital do concurso para cadete da Polícia Militar do Paraná (PM-PR). Em um dos anexos do edital, que descreve as características desejadas dos aspirantes na avaliação psicológica, o documento inclui “masculinidade” como uma dos aspectos do perfil profissiográfico. O item C31 do edital descreve a característica: “Capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”. 671 Na imagem, edital pede "masculinidade" na avaliação psicológica dos candidatos A Aliança Nacional LGBTI e o Grupo Dignidade apontam que, além de machista e sexista, a exigência desconsidera que mulheres também sejam candidatas a cadete ou quer delas tal aspecto definido como “masculinidade”, o que significa um “retrocesso discriminatório”. “Fere a Declaração Universal de Direitos Humanos e a Constituição Federal Brasileira no que diz respeito à igualdade de todas as pessoas, além de estar na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU) em relação ao alcance da igualdade entre os gêneros. Ademais, segue uma tendência demasiadamente preocupante de recrudescência de valores que beiram o fascismo e ameaçam a própria democracia no Brasil”, prossegue a nota. Os grupos pedem à governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP) e à Coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, Comandante-Geral da PM-PR, que o edital seja revogado. A nota também pede posicionamentos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos conselhos Federal de Psicologia e Regional de Psicologia do Paraná sobre o conteúdo do edital. O Ministério Público do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que publicou o edital por meio de seu Núcleo de Concursos, também são cobrados para revogar a convocação e para que o documento seja substituído por um sem o reforço das “desigualdades e injustiças presentes na sociedade atual”. Leia a íntegra da nota da Aliança Nacional LGTBI e Grupo Diversidade: O Edital nº 01-Cadete-PMPR-2019, disponível em http://portal.nc.ufpr.br/PortalNC/Concurso?concurso=CFO2019 , exige em seu Anexo II, “Perfil Profissiográfico – Avaliação Psicológica” que os candidatos demonstrem a característica de ”masculinidade”, definida pelo edital como “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor.” 672 Entendemos que a exigência, entre diversos equívocos, desconsidera a possibilidade de mulheres candidatas a cadete, ou quer que elas também tenham características de “masculinidade”, e que, portanto, é um retrocesso discriminatório e permeado por machismo, chauvinismo, patriarcalismo, sexismo, binarismo de gênero, heteronormatividade... Fere a Declaração Universal de Direitos Humanos e a Constituição Federal Brasileira no que diz respeito à igualdade de todas as pessoas, além de estar na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU) em relação ao alcance da igualdade entre os gêneros. Ademais, segue uma tendência demasiadamente preocupante de recrudescência de valores que beiram o fascismo e ameaçam a própria democracia no Brasil. Apelamos à governadora Cida Borghetti e à Comandante-Geral da Policia Militar do Paraná, a Coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, para que o Edital seja revogado imediatamente. Pedimos a atuação imediata do Ministério Público do Paraná para que o Edital seja revogado e substituído por um que esteja livre de aspectos que reforcem as desigualdades e injustiças presentes na sociedade atual. Solicitamos também que a Universidade Federal do Paraná, através do seu Núcleo de Concursos, por meio do qual se publicou o referido Edital, faça valer seu compromisso declarado publicamente de promoção da igualdade entre os gêneros e do combate à discriminação, inclusive por orientação sexual e identidade de gênero. Solicitamos outrossim ao Conselho Federal de Psicologia e ao Conselho Regional de Psicologia do Paraná, assim como a Ordem dos Advogados do Brasil e suas Comissões de Diversidade Sexual e de Genêro, que se posicionem sobre o conteúdo do Edital. Curitiba, 11 de agosto de 2018 Isabella Macedo, repórter. Graduou-se em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM-SP). Foi Foca do Curso Estado de Jornalismo, curso de extensão do jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Universidade de Navarra, em 2015. É repórter do Congresso em Foco desde maio de 2017. https://congressoemfoco.uol.com.br/direitos-humanos/grupos-repudiam-edital-dapm-que-exige-masculinidade-de-candidatos/ 673 EDITAL nº 01-CADETE PMPR-2019. CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO PREENCHIMENTO DE VAGAS NO CARGO DE CADETE POLICIAL MILITAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. ESTADO DO PARANÁ. POLÍCIA MILITAR. DIRETORIA DE PESSOAL. CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO [Ver matéria: Grupos repudiam edital da PM-PR que exige “masculinidade” de candidatos, Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018] http://portal.nc.ufpr.br/PortalNC/PublicacaoDocumento?pub=118 (acesso em 12 de agosto de 2018) https://drive.google.com/file/d/1Ur0k1UD2M9IvLuNqeKh86XK05v2uAJB/view?usp=sharing GOVERNADORA DETERMINA CORREÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO DA PM DO PARANÁ QUE PREVIA CRITÉRIO DE “MASCULINIDADE” Roger Pereira, Paraná Portal/Uol, 13 de agosto de 2018 A governadora Cida Borghetti determinou nesta segunda-feira (13/08) a urgente correção dos termos do edital aberto pela Polícia Militar do Paraná para o concurso do curso de oficiais da corporação. O concurso prevê, em seu edital o critério de “masculinidade” como um dos itens a serem avaliados na seleção. Em nota, a governadora ressaltou que “não admite qualquer postura discriminatória nos atos das instituições de Estado, e destacou o fato de ter escolhido uma mulher, a Coronel Audilene, para o comando geral da Polícia Militar”. Edital do concurso para a seleção de 16 candidatos ao curso de formação de cadetes da PM do Paraná cita que na avaliação do “Perfil Profissiográfico e Avaliação Psicológica”, a característica “Masculinidade” será levada em consideração. Como “masculinidade”, o edital descreve a “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”. A exigência levou a Aliança Nacional LGBTI e a ONG Grupo Dignidade a pedirem a revogação do edital. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Paraná também se manifestou contra a exigência. Para as entidades, a exigência “desconsidera a possibilidade de mulheres candidatas a cadete” e 674 representa “retrocesso discriminatório e permeado por machismo, chauvinismo (chovinismo) (que é patriotismo fanático, agressivo), patriarcalismo, sexismo, binarismo de gênero e heteronormatividade”. Após a polêmica Polícia Militar se pronunciou alegando que o edital foi mal interpretado. Em nota, a PM diz que o termo é utilizado pelo Conselho Federal de Psicologia e a característica “não avalia componentes de gênero (masculino e feminino), nem esse é o objetivo da avaliação”. https://paranaportal.uol.com.br/cidades/governadora-determina-correcao-de-editalde-concurso-da-pm-do-parana-que-previa-criterio-de-masculinidade/ EXIGÊNCIA DE “MASCULINIDADE" PARA PM É MONUMENTO À FRAGILIDADE DO HOMEM Matheus Pichonelli, Blog do Pichonelli/Uol, 15 de agosto de 2018 Um concurso da Polícia Militar no Paraná causou polêmica ao incluir o item "masculinidade" como um dos critérios para avaliação psicológica dos candidatos. Segundo o edital, tal critério é resumido pela "capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor". A "masculinidade", ainda de acordo com o edital, deve ser apresentada em um grau maior ou igual a "regular". No país que acaba de ultrapassar a marca dos 63 mil assassinatos ao ano, uma média de sete mortes violentas por hora, ninguém a essa altura do campeonato imagina que a capacidade de se encantar por histórias românticas e de amor seja exatamente uma arma no combater ao crime. Mas a associação automática da brutalidade como característica masculina e a fragilidade, como um dom não-masculino, diz muito sobre como chegamos até aqui. Em lugar de "masculinidade", o que se exige dos candidatos pode ser facilmente trocado por "incapacidade de sentir". Um robô talvez não se impressione com cenas violentas, suporte vulgaridades e não se emocione facilmente. 675 Humanos, homens e mulheres, podem até representar indiferença diante de tudo isso. Mas uma coisa é representar; outra, engolir sem explodir. (Entre as características exigidas dos candidatos estava também a capacidade de aceitar a sociedade como ela é, como se ser humano não fosse também ser capaz de se indignar, mudar ou querer mudar.) Essa ideia de "masculinidade" é tão frágil que se acredita preservada quando homens precisam dar entrevistas a repórteres mulheres em cima de um balde para não parecerem mais baixos; quando marcas de desodorante usam títulos como "cabra macho", "lenha" e "pegador" nos rótulos para atrair o público-alvo; quando motorista se gaba de andar sem air-bag no carro para "morrer que nem homem"; ou quando alguém precisa cortar o picolé na faca para não parecer estar fazendo outra coisa em público. É tanto esforço para não demonstrar fragilidade ou capacidade de afeto que se perde a capacidade de se abrir, falar, elaborar, chorar; perde-se, pela atrofia, o que nos faz humanos. Seria cômico, não fosse também trágico, e essa tragédia pode ser mensurada no alto índice de agressões de homens contra mulheres toda vez que sua "masculinidade" é supostamente colocada em perigo. Como, por exemplo, quando se é contrariado e é socialmente aceito usar a violência em nome da reputação. Em nome dessa honra, foram construídas todas as guerras, as domésticas e as delineadoras de fronteiras entre países. Vamos combinar que o problema do Brasil não é a ausência de brutalidade, nem de quem descumpre nem de quem deveria cuidar pela aplicação da lei. A exigência no concurso da PM não é "só" uma aberração conceitual sobre o que é masculino e o que é feminino, e como esses conceitos são construídos. É, sobretudo, uma ofensa aos policiais que, não bastasse a missão de abraçar uma profissão com alto nível de estresse e violência, não podem sequer demonstrar estresse ou sofrimento em público. Todos sabemos, ou deveríamos saber, o que acontece quando se tenta abafar esse nível de estresse e sofrimento para não demonstrar "fraqueza". Um dos maiores problemas hoje na corporação não é a capacidade de se emocionar com histórias românticas. É a depressão e o suicídio. 676 https://matheuspichonelli.blogosfera.uol.com.br/2018/08/15/exigencia-demasculinidade-para-pm-e-monumento-a-fragilidade-do-homem/ REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108 Torturas, assassinatos, violações de direitos humanos e censura à imprensa são marcas da ditadura brasileira. Entre os muitos aspectos negativos do período há um menos abordado: o impacto nas vidas de quem não tinha envolvimento com política, mas que eram perseguidos por sua orientação sexual. O professor de direito da Unifesp Renan Quinalha defendeu recentemente um doutorado sobre o tema. Integrante da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, afirma que era feita "uma associação de segurança nacional com o comportamento hetero-normativo, com a família tradicional brasileira". A letra de uma música, por exemplo, foi proibida com o argumento de que “a divulgação do homossexualismo é proibida pela Lei Censória”. Um funcionário público foi afastado da Petrobras por ser gay. O “alvo maior da atrocidade” eram os rapazes homossexuais, conta a cantora Angela Ro Ro. Segundo ela, “não se podia ver uma bichinha na rua que, pumba!, arrebentavam ela...”. Veja, abaixo, relatos de quem viveu este período e sofreu ainda mais violência por ser "diferente" do padrão sexual. E como a ditadura tornou a homofobia uma política de Estado. "São violações que você precisa esquecer" A enfermeira Thaïs Azevedo se obrigou a remexer em gavetas do passado para dar seu depoimento. Aos 70 anos de idade, não consegue conter o choro e desabafa aos dois minutos de entrevista. “Quando falo sobre isso, descubro como a gente consegue eliminar o passado. E aí descubro que ele é muito doloroso. Eu tenho medo.” 677 Dói se lembrar da adolescência e do início da juventude dela, vividos no Rio de Janeiro e em São Paulo durante a ditadura (1964–1984). Para Thaïs, essa fase “obscura” traz imagens difíceis e permeadas de muita violência. “Quando a gente diz ‘Anos de Chumbo’, a gente está falando das pessoas heterossexuais [e do que elas sofreram]. Esse universo homossexual não contava. Toda a sevícia que você sofresse era natural”, ela afirma sobre a repressão militar. Nascida no interior de Minas Gerais, Thaïs foi enviada adolescente à casa de uma tia no Rio para continuar os estudos, mas ainda não se identificava como uma menina. O ano era 1964 e ela tinha entre 15 e 16 anos de idade. “Eu era uma criança preta, em uma escola só de brancos. A gente não falava de transgeneridade. Não falava também de homossexualidade. A gente não falava, mas a gente sentia as consequências.” A primeira delas foi sofrida dentro de casa. A tia não aceitava o jeito de ser do sobrinho e dispensou a empregada para que o menino assumisse as tarefas de limpeza. “'Já que você é tão mulherzinha', ela dizia, 'vai fazer o serviço'. Ela tinha o discurso de que, se fosse para envergonhar a família, o melhor era eu sumir. Eu fugi.” Envergonhada, Thaïs não tentou voltar para Minas e passou a ficar pelas ruas, dormindo na praia. Integrante de um grupo de oito jovens, todos menores de idade e sem família, Thaïs foi presa pela primeira vez em uma feira. “A polícia era amiga dos feirantes, pegou a gente, e foi aí que começaram as violações sexuais pelos policiais. Eu era muito delicadinha, tinha um aspecto muito feminilizado naturalmente, eu era uma presa muito atraente para esse pessoal.” As apreensões dos garotos passaram a ser frequentes, e o grupo era usado pelos policiais para diversão, ela relata. O abuso sexual era cometido pelo poder Thaïs de Azevedo, enfermeira "Ninguém questiona, se você é militar. E esse militar não questiona essa criança. Eu era menor de idade, com um corpo ainda saindo da infância, uma estrutura biológica que não é constituída para, de repente, sofrer invasões de homens adultos e coisas 678 dessa natureza. São violações que você precisa esquecer para sair no outro dia e fugir, correr e continuar vivendo”, ela diz. Até chegar à idade adulta, ela se prostituiu para sobreviver. Viu os amigos de rua desaparecerem aos poucos. Conseguiu deixar a condição marginal ao se envolver com um homem mais velho, com quem teve um relacionamento estável. Só então pôde se assumir com uma imagem feminina, de cabelos longos, curvas e seios (moldados com o uso de anticoncepcional para mulheres). "Desafiavam a ditadura pelo simples fato de serem o que eram" A ditadura militar brasileira é, com frequência, associada a violações de direitos humanos, civis e políticos, mas pouco se fala da repressão aos comportamentos sexuais. Essa é a opinião do advogado Renan Quinalha, professor de direito da Unifesp, que recentemente defendeu uma tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP) que aborda histórias como a de Thaís. “Há uma tendência a reduzir a ditadura a um embate entre um governo autoritário e uma oposição. O regime autoritário também impactou outros segmentos da sociedade que não tinham envolvimento com a política, que não foram para a luta armada, para a resistência clandestina, mas que simplesmente tentavam viver seus desejos, suas identidades e que, pelo simples fato de serem do jeito que eram, já desafiavam o poder da ditadura”, ele diz. Integrante da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, o professor vasculhou documentos oficiais (do Ministério da Justiça e da Polícia Federal, por exemplo) no Arquivo Nacional e no Arquivo Público no Rio e em São Paulo, produzidos e registrados entre 1964 e 1984. Seu objetivo foi mapear e compreender como as pessoas LGBTs eram tratadas pelo aparato repressor montado durante o regime militar. Quinalha concluiu que, encarando os LGBTs como uma ameaça à segurança nacional e à estabilidade da família brasileira, a ditadura usou órgãos e servidores públicos para institucionalizar a homofobia, ou a LGBTfobia, preconceito que já estava enraizado na mentalidade brasileira, mas que piorou ao ser levado ao patamar de política de Estado. Segundo sua pesquisa, são várias as dimensões onde a ditadura aplicava o repúdio extremo aos homossexuais: nas artes, nas ações policiais cotidianas, nas investigações internas do regime e até mesmo nas repartições públicas. 679 “Desde censuras, letras de música, que não tinham nada de erótico ou pornográfico, eram simplesmente barrados porque mencionavam a sexualidade. Espetáculos de teatro que foram proibidos de serem apresentados porque citavam algo que se pensava estar associado ao comportamento homossexual, rompia com o padrão de comportamento de gênero masculino, por exemplo, com uma figura afeminada. Programas de auditório foram censurados, como o caso do programa do Chacrinha, porque insistia em mostrar certos jurados afeminados”, Quinalha exemplifica. Rita Lee e Gilberto Gil tiveram proibida a canção “De Leve”, uma versão de “Get Back”, dos Beatles. A letra insinuava que um rapaz de Pelotas (RS) se descobria gay no Rio de Janeiro, onde “muito garotão curtiu”. “De leve que é na contramão”, diz o refrão. Na justificativa para a proibição, em novembro de 1977, a censora afirma que a letra “enfoca o homossexualismo e lesbianismo de maneira vulgar” e avalia que o assunto deve ser tratado “através do ponto de vista médico-científico”. O cantor Luiz Ayrão foi mais explícito ao compor “Homossexual”, banida pela censura em abril de 1972. A letra afirmava: “A sociedade precisa entender que é possível se 680 viver sem conviver, não aplaudir, mas não crucificar, não reprimir, pois toda força reprimida em vão aumenta mais a força da explosão”. A explicação para vetar a canção foi esta: “Não aprovo, pois a divulgação do homossexualismo é proibida pela Lei Censória.” Bem recentemente, em julho de 2018, a cantora e compositora Angela Ro Ro, que completará 69 anos em dezembro, declarou na TV aberta que foi espancada “cinco vezes por homofobia” e que, por causa das surras, perdeu a visão do lado direito. “Era a nossa própria segurança pública do Rio de Janeiro que fez os cinco espancamentos. Quatro militares desde a ditadura e um pela civil, depois da ditadura”, ela afirmou ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo. A cantora, que é lésbica, conversou com o UOL sobre a revelação da violência que sofreu, mas com algumas ressalvas. “Para a minha própria segurança física, mental e existência”, disse a respeito de perguntas sobre as torturas. “Eu não quero puxar briga com essa gentinha, não.” 681 Eu tenho as vértebras 10 e 12, torácicas, esmagadas. Um dos caras me pegou pelos braços e me puxou para trás e enfiou o coturno no meio das minhas costas. Foi aquele 'créc', e eu falei: ‘Me fodi...’. Caí dura, e o cara ficou apavorado: ‘Ih, aleijei a mulher... Angela Ro Ro, cantora e compositora Angela se lembrou de alguns casos de intolerância policial, em situações variadas: desde um luau na praia do São Conrado, hoje conhecida como praia do Pepino, quando o grupo com quem estava teve de sair fugindo para não apanhar da polícia; até a morte de um amigo, que “não dava pinta”. “A pessoa mais sossegada do mundo. Ele era delicado, nem dava pinta, ele apenas era frágil, magrinho. Morava na zona sul, com a família. Ele estava chegando do cursinho de noite, ele foi abordado por policiais, isso era na década de 1970. Plantaram uma maconha nele e ele não reagiu, só falou: 'Não é meu'. Um dos caras se descontrolou e deu uma coronhada na nuca dele. Mandaram ele se levantar, mas ele tinha morrido já”, ela diz. A cantora afirma que o “alvo maior da atrocidade” eram os rapazes. “Não se podia ver uma bichinha na rua que, pumba!, arrebentavam ela...” Para a artista, ainda estamos longe do momento em que tudo isso vai ser apenas história. “Hoje em dia, a gente sai na rua e qualquer um vira Marielle Franco. Infelizmente, é a situação da segurança pública. Eu já fui acometida de diversas, você sabe, né, como eu falei no *Programa do+ Bial”, em referência aos ataques dos quais foi vítima. “Sexo não é para se ter vergonha nem é crime”. "Pederasta passivo" e afastado do cargo na Petrobras 682 Não apenas casos de artistas, a busca de documentos realizada pelo professor Quinalha também identifica situações como a de um funcionário da Petrobras que foi afastado de um cargo de chefia por conta de sua orientação sexual. Em uma correspondência sigilosa com o timbre da empresa, ele é apontado como “elemento pederasta passivo”, o que levou à sua remoção do cargo. Em outro documento, intitulado “investigação socio-funcional”, com o selo da GapreDivin (Gabinete da Presidência da Petrobras / Divisão de informações), é informado o motivo para a demissão de um funcionário do restaurante: “Por ser possuidor de trejeitos femininos, evidenciando homossexualismo passivo”. Entre os detalhes julgados “úteis” no documento, ressalta-se que já havia “outro empregado (mais antigo) com a mesma tendência pederasta”, o que poderia ocasionar “rejeição ao restaurante”. "Fazia-se uma associação de segurança nacional com o comportamento heteronormativo, com a família tradicional brasileira, os pilares do desenvolvimento do país", afirma o pesquisador. “A doutrina da segurança nacional traz o inimigo para dentro, ele é interno. E você pode colocar qualquer um que esteja tentando 'acabar com a família brasileira' nessa categoria.” “A ditadura achava que grupos de homossexuais estavam aliados a um movimento internacional comunista, para se unir e destruir o núcleo familiar.” 683 "Eles queriam 'limpar' a rua" A pesquisa expõe ainda as operações que atingiam a população LGBT mais pobre em São Paulo, formada principalmente por travestis, que se prostituíam em ruas da região central. No primeiro semestre de 1980, de 300 a 500 pessoas eram detidas por noite. “Tem relatos de muitas delas *travestis] que foram presas, torturadas, relatos de torturas específicas, como colocar um dos seios em uma gaveta e fechar. Extorsão era muito comum. No geral, elas tinham dinheiro porque tinham acabado de fazer programa, então só saía [da delegacia ou da cadeia] quem pagava, em episódios claros de corrupção e impunes”, conta o professor. A enfermeira Thaïs de Azevedo, que se mudou do Rio para São Paulo em meados da década de 1970, trabalhava como modelo e vendedora para lojas de roupas quando conheceu a cena travesti paulistana. Durante a semana, ela ficava nas lojas, e no sábado à noite, encontrava as garotas em regiões como a avenida Angélica e a rua Minas Gerais, que frequentava para se divertir. “A gente ia para o centro de São Paulo, e a polícia caía matando em cima da gente”, ela diz. “Levavam a gente para o 4º Distrito Policial, pegavam a turminha *de travestis+ das 23h, e quem tivesse a partir de 50 cruzeiros ia dando o dinheiro e ia saindo, mas já depois de ter passado a noite lá.” Para efeito de comparação, o salário de Thaïs como vendedora, na época, era de 180 cruzeiros por mês. “A gente sofria toda sorte de violência que você pode imaginar. Isso era todos os dias. Imagine jatos de água gelada e você ficar ali [presa] a noite toda, com a roupa molhada", ela afirma. Era tanta tortura que elas [as travestis] começaram a se cortar com gilete. Porque quando elas se cortavam, eles [a polícia] ficavam com medo e levavam para o hospital Thaïs de Azevedo, enfermeira De acordo com Thaïs, para se proteger das ofensivas policiais, as travestis carregavam lâminas de barbear no corpo ou na peruca e se cortavam nos antebraços para sangrar e não ficar nos “cubículos” da delegacia. 684 A enfermeira se recorda da noite em que enfrentou policiais e, em resposta ao “atrevimento”, foi mordida por um cachorro na perna, usado para ameaça-la. Também diz que era muito comum rasparem as cabeças das travestis detidas, que eram obrigadas a sempre usar perucas. “Era higienização mesmo, e não era nem disfarçada”, ela afirma. “Teve um período que, aqui em São Paulo, ficou tenebroso para as travestis, ficou impraticável. A polícia corria atrás como se você fosse bicho e te pegava, jogava no chão e destruía você, batia. E os delegados surgiam na mídia como heróis. O período dos anos 1970 foi tenebroso.” “A ditadura exterminou fisicamente a resistência no fim dos anos 1970”, afirma Quinalha. “E o que você faz com esse aparato repressivo todo? Ele começa a ser deslocado para, de alguma maneira, cuidar e gerir essa população indesejável nas regiões, por exemplo, em que o mercado imobiliário estava avançando, como a zona central de São Paulo.” Na análise do professor, a violência produziu muitos traumas e um fechamento do país num momento em que a maioria do mundo ocidental discutia as liberdades civis e sexuais. Enquanto o Maio de 1968 foi transformador para países como a França, somente dez anos mais tarde uma parte da sociedade brasileira pôde começar a reivindicar direitos de se expressar. “A gente está em um processo que começa, apesar da ditadura e contra a ditadura, e que vai se intensificando nesses anos todos, com várias lutas e algumas vitórias pontuais. Quarenta anos é pouco tempo do ponto de vista da história”, pondera Quinalha, “mas a situação hoje é muito diferente do que a gente tinha no momento da ditadura. Hoje em dia, você tem a possibilidade de homossexuais se casarem, adotarem filhos, constituírem família”. Apesar das mudanças, para Thaïs as cicatrizes estão à mostra, e a dor a acompanha. “O que ficou de legado é uma grande vergonha. O que eu, como pessoa, sou nessa sociedade?” Publicado em 12 de agosto de 2018 Reportagem: Gabriela Fujita; Edição: Pedro Cirne e Marco Britto; Fotografia: Mariana Pekin 685 https://www.uol/noticias/especiais/ditadura-brasileira-contra-os-gays.htm SUÍÇA INVESTIGA MÉDICO FRANCÊS QUE DIZ CURAR HOMOSSEXUALIDADE RFI reproduzida pelo Uol Universa, 15 de agosto de 2018 As autoridades médicas da Suíça iniciaram nesta quarta-feira (15) uma investigação sobre um médico francês que afirma poder curar a homossexualidade com um tratamento homeopático. Jean-Yves Henry, clínico geral e naturopata, trabalha desde 2004 em Genebra e Lausanne, na Suíça. Ele também criou um site com aulas pagas sobre tratamentos alternativos. Alertado pelo “buzz” criado nas redes sociais, o ministro da Saúde do cantão de Genebra, Mauro Poggia, pediu a abertura de uma investigação à comissão suíça de vigilância de profissões ligadas à saúde, informou o jornal Le Courrier, de Genebra. Mauro, citado pelo diário, estima que só o fato de o médico pensar que a homossexualidade seja uma doença a ser curada já “é um elemento concreto para se abrir uma investigação”. Em entrevista por telefone à televisão pública suíça RTS, Jean-Yves Henry, 71 anos, diplomado pela Universidade de Bordeaux, afirma não entender o tumulto provocado pelo seu artigo publicado no site em 2009. “A homossexualidade é um sintoma como outro qualquer, como uma dor de cabeça ou uma alergia. Não entendo qual é o problema”, defendeu-se o médico francês. No artigo, Henry diz que “a homossexualidade não é uma patologia, mas um sintoma particular – de uma escolha de vida respeitável – de pacientes ‘borderline’ *transtorno de personalidade limítrofe+”. Ele prossegue dizendo que a homeopatia tem remédios para tal sintoma (atração por uma pessoa do mesmo sexo), apresentando uma lista de “medicamentos” homeopáticos diferentes para homens e mulheres. Em uma nota acrescentada recentemente no rodapé do texto online, o dr. Heny explica que “o artigo, escrito há dez anos e que nunca criou polêmica a nível 686 profissional, tinha como objetivo principal estimular os estudantes a refletir sobre as relações entre os medicamentos e os sintomas comportamentais”. “O homeopata atento vai identificar um sintoma entre outros apresentados pelo paciente, com o objetivo de encontrar o remédio suscetível para tratar os motivos da consulta (dor de cabeça, problemas digestivos etc)”, acrescenta a nota. Michel Matter, presidente da Associação dos médicos de Genebra, citado pela RTS, fala de “charlatanismo”. Segundo ele, “a questao do direito de praticar a função deve ser questionada, mas só um magistrado vai poder decidir”. [A RFI é uma rádio francesa de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 14 idiomas...] https://universa.uol.com.br/noticias/rfi/2018/08/15/suica-investiga-medico-francesque-diz-curar-homossexualidade.htm PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 O Parlamento de Honduras aprovou vários artigos da nova Lei de Adoção, incluído um que "proíbe" que casais do mesmo sexo possam adotar menores no país, onde a Constituição não reconhece o casamento gay. Assim informou nesta sexta-feira a deputada hondurenha Doris Gutiérrez, que disse aos jornalistas que um dos artigos aprovados na quinta-feira "proíbe" a adoção por parte de casais do mesmo sexo em Honduras. "Esta nova lei não pode estar acima do que estabelece a Constituição da República, que nos diz que o casamento de fato e o casamento de direito é realizado entre um homem e uma mulher", ressaltou a deputada do opositor Partido Inovação e Unidade Social Democrata (Pinu-SD). O artigo 22 da Lei de Adoção diz textualmente que está "proibido dar para adoção crianças a casais ou uniões de fato conformados por pessoas do mesmo sexo". 687 Em Honduras, "o casamento gay não foi aceito, assim como a união de fato entre pessoas do mesmo sexo, então não podemos passar por cima desta disposição constitucional", afirmou a deputada hondurenha sem dar mais detalhes sobre a nova lei. Para que em Honduras fosse reconhecido o casamento homossexual, seria necessário reformar o artigo 112 da Constituição, pelo qual se requer uma maioria qualificada, 86 votos dos 128 deputados que integram o Congresso Nacional. O artigo 112 da Constituição hondurenha diz textualmente que "é reconhecido o direito do homem e da mulher a contrair matrimônio, assim como a igualdade jurídica dos cônjuges". Outro artigo aprovado diz que "ninguém pode ser adotado simultaneamente por mais de uma pessoa, salvo o caso de adoção por cônjuges ou companheiros de lar em união de fato devidamente legalizada". https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2018/08/17/parlamento-dehonduras-proibe-adocao-para-casais-homossexuais.htm “JÁ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?” A TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER Tatiana Dias, The Intercept, 24 de Agosto de 2018 O GRUPAMENTO DE MERGULHADORES de Combate é a tropa de elite da Marinha, comparada ao Bope do Rio de Janeiro e aos Navy Seals dos EUA. O Grumec, como é chamado, é conhecido pelo treinamento pesado e pelo alto nível técnico. Na semana passada, até o ator Rômulo Estrela pôde ser visto por lá fazendo um workshop para seu próximo personagem em uma novela da TV Globo. Mas nem todos são bem-vindos naquele lugar. Gays, por exemplo, não são. No formulário de admissão de novos recrutas, aplicado este ano, o Grumec perguntou explicitamente: ‘Já teve algum envolvimento com jogo, agiotagem, homossexualismo, furto?’ Quando foi convocado para servir no Grumec, Carlos Freitas* já havia passado por outros quartéis. Gay não assumido – ele tem medo do ambiente carregado de homofobia da corporação –, nunca tinha sido questionado abertamente sobre sua sexualidade. Até ver a papeleta de admissão, o formulário que deve ser preenchido pelos militares que entram no Grumec. 688 Papeleta de admissão do Grumec coloca homossexualidade ao lado de furto e agiotagem. 689 1. ‘PSO': Plano de Segurança Orgânica. 2. A pergunta feita aos militares: ‘Já teve algum envolvimento com jogo, agiotagem, homossexualismo, furto?’ 3. O documento, segundo a Marinha, é de ‘uso interno’. “Eu fiquei em choque quando vi”, me contou o militar, que pediu para não ser identificado por correr risco de punição. Indignado, ele fotografou a papeleta no momento da admissão. “Tenho certeza que quem já teve alguma relação homossexual não marcou ‘sim’, até porque está explícito como algo pejorativo.” Sim, está. Além de colocar a homossexualidade ao lado de crimes, como furto e agiotagem, o Grumec usa a palavra “homossexualismo” – o que é homofóbico, porque o sufixo “ismo” dá o sentido de doença à orientação sexual. A Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a prática uma doença em 1990. Hoje, o termo recomendado para chamar quem tem relações afetivas com o mesmo sexo é “homossexualidade”. A pergunta do Grumec aos militares não é apenas ofensiva, ela é criminosa. A discriminação por orientação sexual é inconstitucional – portanto, ilegal, mesmo em ambientes militares. Até 2015, o Código Penal Militar tinha outras preocupações: classificava como crime o “ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito à administração militar”. Naquele ano, no entanto, o Supremo Tribunal Federal decidiu retirar os termos “pederastia” e “homossexual ou não” do código. O argumento dos ministros foi que essas menções eram discriminatórias e inconstitucionais porque violavam os princípios de igualdade, dignidade, pluralidade e direito à privacidade. A Marinha nega. Depois, admite. O formulário homofóbico também está, segundo a fonte que enviou a fotografia ao Intercept, fixado no Plano de Segurança Orgânica, um conjunto de normas para proteger o quartel. Ou seja: para o Grumec, se relacionar com pessoas do mesmo sexo é um problema de segurança, no nível de furtar ou chantagear alguém. 690 Procurado, o Grumec negou a existência do formulário e me orientou a procurar o comando da Marinha, em Brasília. A corporação, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que o processo seletivo para servir em determinadas áreas tem avaliações psicológicas e físicas, mas também afirmou desconhecer o formulário e disse rejeitar “o uso de qualquer papeleta de admissão para a atividade, muito menos com questionamentos sobre opção sexual”. Com as negativas oficiais, eu decidi buscar outra fonte para confirmar a autenticidade do documento. Conversei com José Rodrigues*, que também serve no Grumec. Ele me disse que a papeleta é verdadeira. “O documento existe e é confidencial.” Entrei em contato novamente com a Marinha e a questionei mais uma vez sobre a autenticidade do papel. A corporação disse, enfim, que a cópia em posse do Intercept “é um modelo desatualizado”, utilizado, “à época”, “internamente para o credenciamento de segurança”. E argumentou que serve apenas para informação, jamais foi usado em processo seletivo. “O referido questionário não faz parte do processo seletivo para militares servirem no Grupamento de Mergulhadores de Combate, bem como não está em vigor naquela organização militar ou em qualquer outra da Marinha”, escreveu a corporação. A Marinha também não respondeu se há algum procedimento para manifestações de homofobia na corporação. O uso da expressão “utilizado à época” não batia com nossa apuração. Eu tentei argumentar que a papeleta havia sido distribuída pelo Grumec este ano, e perguntei o que exatamente era o “credenciamento de segurança”, mas a tenente responsável pelo caso afirmou que não falaria nada além do que já estava na nota enviada a mim, assinada pelo Centro de Comunicação Social da Marinha. Segundo o comunicado, o “respeito à dignidade da pessoa humana” é um dos “valores e preceitos éticos” cultuados pela corporação. “Nesse contexto, repudia-se qualquer atitude preconceituosa ou de intolerância no âmbito da Força Naval.” A corporação não respondeu, no entanto, o que aconteceria com um recruta que assinalasse “sim” para a pergunta “você já teve algum envolvimento com jogo, agiotagem, homossexualismo, furto?”. A corporação vetaria a entrada de um militar no grupo especial? Ou simplesmente deixaria sua orientação sexual assinalada, ao lado de furto e agiotagem, por motivos de “segurança”? 691 Eles também não responderam se há algum procedimento prático do comando em relação a manifestações de homofobia em seus quartéis. https://theintercept.com/2018/08/24/marinha-homofobia/ “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 "Você quer saber como é estar morto enquanto ainda está vivo? Perca um filho. É doloroso. Seu coração se parte a cada segundo, e você não sabe o que fazer. A vida deixa de ser justa." Leia Pierce descreve assim seu sentimento ao lidar com o suicídio de seu filho, Jamel Myles, de 9 anos. O menino se matou após sofrer, durante quatro dias, bullying por homofobia em sua escola em Denver, nos Estados Unidos, segundo sua mãe. "Estou acabada. Se não fosse por minha filha, não sei o que faria", disse ela à BBC. Pouco tempo antes, Jamel havia contado para Leia que era gay. O menino disse que não se importaria de compartilhar isso com outras pessoas, porque tinha "orgulho" de ser gay. "Tenho certeza de que ele contou isso para alguém (na escola) que achou que aquilo não era certo e decidiu perseguir ele. Já vi crianças perseguirem as outras por muito menos", diz Leia. "Tenho certeza que ele contou para alguém, e isso se espalhou." Em reação ao caso, a Denver Public Schools (DPS), órgão responsável pelas 207 escolas públicas da cidade e do Condado de Denver, disse que conselheiros para situações de crise estão disponíveis para os estudantes. Também que enviou cartas para as famílias da Escola Primária Joe Shoemaker, onde Jamel estudava, informando sobre esses serviços. 692 O documento dizia que a morte do menino "foi uma perda inesperada para a comunidade da escola" e alerta pais sobre sinais de que as crianças estão passando por situações de estresse. "A escola me disse que vai trabalhar pela prevenção de suicídios, mas não podemos fazer isso e nos esquecer de combater o bullying. Tenho certeza que a escola sabia que ele sofria bullying", diz Leia. Um porta-voz do DPS, Will Jones, disse à BBC que o distrito está "profundamente comprometido a garantir que todos os membros da comunidade escolar sejam tratados com dignidade e respeito, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero e status transgênero". Seu comunicado acrescenta que os responsáveis pelo sistema escolar estão tomando as medidas para "garantir que estudantes LGBTQ+ consigam estudar com dignidade". As políticas e práticas, disse Jones, incluem programas antibullying e "materiais de orientação que respeitam totalmente identidades de gênero (inclusive pelo uso de pronomes e banheiros de preferência)". 'As crianças estavam falando para ele se matar' Leia diz sentir-se responsável pela morte de Jamel justamente por não ter notado que seu filho sofria bullying. "Como sua mãe, eu deveria ter percebido sua dor, que ele estava sofrendo, e não fiz isso. Eu me sinto responsável por não ter visto a dor nos olhos do meu bebê." Jamel foi encontrado morto em sua casa na quinta-feira. Ele havia começado a quarta série há quatro dias. "Meu filho e minha filha mais velha eram muito próximos. Meu filho voltou da escola e contou para ela que as crianças estavam falando para ele se matar", diz Leia. "Ele não me procurou, e isso me machuca. Porque eu teria entendido, eu o teria defendido. Fico triste que ele tenha pensado que essa era a opção disponível." Leia conta que Jamel era um menino "mágico". "Ele entrava em um lugar e fazia qualquer pessoa se sentir amada e especial. Ele tinha esse jeito especial. Se você 693 estivesse mal, ele faria de tudo para que você ficasse bem. Ele ia se tornar algo grandioso." 'Não tem problema ser diferente' Leia diz que gostaria de passar uma mensagem para outras crianças que, como Jamel, se identificam como gays. "Diria que elas são lindas e especiais e não há nada nelas de diferente que deva fazêlas se sentirem menos amadas. Sejam gays ou não, elas deveriam sentir que, aonde forem, serão tratadas de forma igual a qualquer outra criança." A mãe de Jamel ainda gostaria de dizer algo para os pais de outras crianças. "Ensinem seus filhos a amarem. Que é tudo bem ser diferente, porque somos todos diferentes. Ninguém é igual, e se fossemos iguais esse mundo seria muito chato. Nossas diferenças nos tornam iguais. Ensinem compaixão aos seus filhos. Ensinem respeito. Ensinem a aceitarem mais uns aos outros", diz Leia. "Ensinem que, se você não gosta de algo ou alguém, que está tudo bem ficar quieto e se afastar, que não é necessário dizer sempre coisas ruins, que é bom chegar para alguém e dizer 'Ei, você é especial, você é lindo', porque todo mundo tem dor dentro de si e todo mundo precisa de palavras de apoio." Leia diz que não quer que ninguém passe pela mesma dor que ela enfrenta neste momento. "Meu filho disse que queria mudar o mundo e dar amor às pessoas. Ele não pode mais fazer isso agora, mas eu posso passar as palavras dele à frente, porque todo mundo precisa ouvir isso. Uma alma tão gentil deixou esse mundo por algo tão cruel, e quero que meu filho saiba que ele mudou o mundo para melhor por ser quem era." [A matéria traz várias imagens de Leia e Jamel...] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45348686 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX 694 Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 Cinco juízes da Suprema Corte da Índia decidiram por unanimidade despenalizar a homossexualidade entre pessoas adultas no país asiático. A histórica sentença desta quinta-feira, 6, estabelece que “as relações sexuais entre adultos homossexuais em privado não constituem um delito”, e que qualquer norma que persiga essas práticas é “discriminatória e uma violação dos princípios constitucionais”. Desta forma, a decisão judicial encerra uma deliberação iniciada no princípio de julho, embora com origens numa luta pelo reconhecimento dos direitos dos homossexuais que durou mais de uma década. O coletivo LGTBI da Índia consegue assim atualizar o marco jurídico da maior democracia do mundo, onde continuava vigente uma anacrônica lei colonial de mais de 150 anos atrás. “As relações privadas e consensuais entre adultos do mesmo sexo não constituem uma violação do artigo 377 do Código Penal”, começou dizendo o presidente da Suprema Corte da Índia, Dipak Misra, depois de deliberar com seus colegas. A sentença abole as disposições contra os homossexuais estipuladas na lei vitoriana de 1861, ainda vigente Índia, que prevê que o “acesso carnal contra naturacom um homem, mulher ou animal será apenado com a prisão perpétua, ou com a prisão limitada que poderá se estender a 10 anos e uma multa”. Às portas do tribunal, uma multidão de membros do coletivo LGTBI e seus simpatizantes aguardavam desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira para ouvir a decisão final da corte. Desde que o debate começou, há dois meses, intuía-se que a sentença seria favorável aos homossexuais da Índia, que, segundo o último censo, somam quase dois milhões de indivíduos (num total de 1,3 bilhão de pessoas), embora se estime que muitos outros nunca tenham declarado sua orientação sexual às autoridades sanitárias, justamente por causa da criminalização decorrente dessa lei sobre os 4,8 milhões de membros da comunidade LGTBI na Índia. “Não se tratava apenas de despenalizar, mas também de reconhecer nossos direitos fundamentais”, declarou Akhilesh Godi, um dos autores da ação, que já havia apontado a atitude positiva dos magistrados desde o início do processo. Desde julho, os cinco juízes da Suprema Corte vinham fazendo referência à incompatibilidade entre o artigo 377 e o direito à privacidade, em relação a uma sentença da mesma corte no ano passado, em favor de preservar a orientação sexual como elemento principal do direito constitucional à privacidade dos cidadãos. Esta resolução foi a que permitiu ao coletivo LGTBI retomar uma batalha judicial iniciada em 2001. 695 No começo deste século, a Fundação Naz, dedicada à prevenção do HIV entre grupos desfavorecidos, impugnou a constitucionalidade da lei devido ao risco que causava a um coletivo marginalizado e exposto a doenças sexualmente transmissíveis. Em 2009, o Tribunal Superior de Nova Deli declarou sua nulidade por violar os direitos fundamentais. Mas o julgamento foi anulado em 2013 por causa da pressão de grupos religiosos e indivíduos que consideravam que a decisão punha em risco a instituição do matrimônio. Por isso, dois juízes da Suprema Corte decidiram conjuntamente que a lei precisava ser submetida a consenso parlamentar, e não à decisão de um tribunal menor. Desta vez, e diferentemente da sentença de 2013, o Governo da Índia se manteve à margem, enquanto os magistrados indicaram sua intenção de declarar a nulidade da lei, independentemente da sua revogação pelo Executivo. Assim, os defensores do artigo 377 ficaram reduzidos a vários grupos cristãos que insistiram até o último momento em que não existem provas científicas que sustentem que uma pessoa pode nascer com diferentes orientações sexuais, e que a anulação da lei levaria à propagação de doenças como a AIDS. A declaração formal da Suprema Corte se refere especificamente às relações “consensuais entre adultos”, sem anular por completo a lei, que protege contra crimes sexuais em que as vítimas são homens. Na falta de uma norma específica que contemple essa situação, as previsões atuais relativas ao estupro no Código Penal indiano só se referem aos casos de agressões sexuais a mulheres, salvo a recente Lei de Prevenção dos Crimes Sexuais contra Menores, que especifica o delito sexual contra qualquer criança. Por isso, a Suprema Corte salientou a noção do consenso em sua sentença, retendo assim a parte do artigo 377 referida à vaga noção de “acesso carnal contra natura” para continuar punindo atividades sexuais contra a vontade de homens, e especialmente contra os membros das comunidades transgênero e intersexual. Segundo dados da Associação Internacional de Gays e Lésbicas (ILGA), quase 1.500 pessoas foram detidas na Índia por causa do artigo 377 em 2015. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/06/internacional/1536217018_424450.html SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA 696 "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018 Aceitação dos gays na conservadora sociedade indiana aumenta gradativamente, principalmente nas grandes cidades A Suprema Corte da Índia decidiu nesta quinta-feira (06/09) pela descriminalização das relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo no país. Os juízes revogaram uma lei do período colonial que estabelecia que atos homossexuais poderiam ser puníveis com até dez anos de prisão, numa vitória histórica para os defensores dos direitos dos membros da comunidade LGBT. O tribunal anulou uma sentença de 2013 que validava uma lei britânica de mais de 150 anos que punia os chamados "atos contra a ordem natural". Os cinco juízes que compõem a corte foram unânimes ao considerar inválido o artigo 377 do Código Penal indiano que criminalizava as relações homossexuais. Mesmo que poucas pessoas acabassem sendo presas, a lei era muitas vezes utilizada pelas autoridades como uma ferramenta para reprimir a comunidade gay do país e justificar atos discriminatórios. "O artigo 377 é arbitrário. A comunidade LGBT possui os mesmos direitos que os demais. A visão majoritária e a moralidade geral não podem 697 ditar os direitos constitucionais", afirmou o presidente da Suprema Corte do país, Dipak Misra. O advogado das cinco pessoas que entraram com recursos na Justiça pedindo a anulação do artigo argumentou que a punição prevista no Código Penal era inconstitucional porque punia pessoas em idade adulta que agem com consentimento mútuo. Em 2009, um tribunal de Nova Déli havia declarado inconstitucional o artigo 377, mas três juízes da Suprema Corte reverteram a decisão em 2013, afirmando que cabia ao Parlamento aprovar a medida. Uma vez que não houve avanços, o governo pediu em julho que a Suprema Corte mais uma vez avaliasse a questão. Na última década, a aceitação dos gays na extremamente conservadora sociedade indiana vem aumentando gradativamente, especialmente nos grandes centros urbanos. Até alguns filmes de Bollywood passaram a tratar de temas relacionados aos gays, ainda que a homossexualidade ainda seja vista como algo vergonhoso numa parte significativa do país. O diretor e produtor de cinema de Bollywood Karan Johar festejou a decisão, afirmando que a história está sendo escrita. "Descriminalizar a homossexualidade e abolir o artigo 377 é um grande sinal positivo para a humanidade e pela igualdade dos direitos", afirmou. https://www.dw.com/pt-br/suprema-corte-da-%C3%ADndia-descriminalizahomossexualidade/a-45380678 https://p.dw.com/p/34PaQ ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 Data definida em 1996 serve para marcar a luta e lembrar que ninguém – além de nós mesmas – deve ter direito sobre nossos corpos e afetos 698 Em junho deste ano, São Paulo recebeu a Marcha da Visibilidade Lésbica uma iniciativa paralela à Parada do Orgulho LGBT | Foto: Paula Rodrigues/Ponte Jornalismo Hoje, 29 de agosto, celebra-se o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data foi definida em 1996, após a realização do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE). Mas você pode perguntar: “É necessário mesmo um dia de visibilidade para as lésbicas?”. A data passou a adquirir cada vez mais importância no cenário de luta e resistência histórica, na medida em que a própria militância foi crescendo e, felizmente, aparecendo cada vez mais. Mas ainda há muito o que avançar. Mulheres lésbicas sofrem inúmeras violações diariamente. Ter um dia de visibilidade é reconhecer a existência e possibilidade de avançar na discussão das pautas lésbicas. “Ao nos reafirmamos, resistimos e fortalecemos, também, a vivência de outras em situações similares às nossas. Dar voz a uma lésbica permite que nossas demandas sejam ouvidas como reais, em meio à luta por mais direitos”, declara Bruna Svetlic, mulher cis lésbica, militante e graduada em Direito. Já para a atriz Daniela Funez, mulher translésbica, se tornar visível e ser ouvida pela sociedade é o primeiro passo para a conquista de outros direitos e avanços, pois qualquer outra exigência acaba ignorada quando nem sequer reconhecem a sua existência nos espaços. “A visibilidade é essencial neste mundo em que as mulheres 699 lésbicas e bissexuais têm suas sexualidades desprezadas, tratadas como desejos temporários, ou causados por experiências negativas. Não nos reconhecem pelo que somos, pois não conseguem admitir uma sexualidade que não tenha relação com a figura masculina”, afirma Daniela, que está em cartaz justamente com peças que discutem a questão de gênero: “Transex” e “Cabaret Trans Peripatético”, ambas no Teatro Satyros, localizado na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. O mundo vê os corpos das mulheres como disponíveis aos prazeres e outras necessidades dos homens. Nesse contexto, lésbicas e bissexuais se tornam objetos de fetiches – e até mesmo de ódio -, e não indivíduos que amam e se relacionam – e podem fazer isso muito bem, obrigada, sem a presença de um homem. Embora a intensidade da violência possa mudar a depender da cor da sua pele e da classe social, no fim das contas, a semente do preconceito vai atingir a mulher lésbica branca, negra, cis, translésbica, de classe média ou da periferia. Muito vão te chamar de “sapatona”, “caminhoneira”, “isso é falta de conhecer um homem de verdade”. Outros tantos vão querer ter direito sobre o seu corpo e sua sexualidade. Mas eles não têm esse direito, ninguém têm. Ninguém, além de você. Lesbofobia é o nome dado ao preconceito contra as mulheres lésbicas. Lutar contra a lesbofobia, é lutar contra a invisibilidade. É resistir. Pelo direito de desejar e amar outra mulher, sem ninguém, exatamente ninguém, achar que pode estabelecer direitos e padrões sobre os corpos e afetos. Um dos lamentáveis crimes cometidos contra a mulher lésbica é o estupro corretivo, que tem peculiaridades que o diferenciam do estupro praticados contra mulheres presumidamente heterossexuais. A suposta motivação dessa ação é a de “corrigir a orientação sexual da mulher”. Mas, como tantos outros crimes cometidos contra a população LGBTI, não existem dados específicos sobre números de vítimas. “Mais do que enfrentar uma existência dentro da sociedade conservadora e que dá risada, trata como piada, torce o nariz e agride quem não se encaixa no seu padrão de pessoas estereotipadas ou de relacionamentos ideais, a luta também é contra o machismo constante, presente até mesmo nos grupos que deveriam servir como apoio, incluindo até mesmo os LGBTI. É uma batalha diária para encontrar um espaço e ainda ter voz, pois de nada adianta estar presente em um lugar sem receber nenhum reconhecimento”, relata a atriz translésbica Daniela, que reforça a importância da empatia entre as mulheres lésbicas, de se enxergarem umas nas outras e verem que não estão sozinhas. 700 “Somos um grupo que exige respeito, reconhecimento e espaço, o que segue sendo negado e reprimido. É um grito para servir como uma porrada na lista de regrinhas da sociedade que ergueram para nos deixar à margem, propositalmente em um mundo paralelo”. Por tudo isso é que o dia de hoje existe para que não tenhamos nenhuma mulher a menos. O dia de hoje existe para reforçar que não pode haver espaço para o preconceito. Preconceito fruto de falta de conhecimento e de respeito. E é para isso que essas mulheres querem ser visíveis: para serem respeitadas em suas individualidades e para terem seus direitos garantidos. Flávia Silva é jornalista, trabalhou na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e atualmente trabalha na comunicação do Centro de Cidadania LGBTI Laura Vermont. https://ponte.org/artigo-visibilidade-lesbica-para-que/ MARIELLE E MÔNICA: UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA AOS 5 MESES DA MORTE DA VEREADORA, MÔNICA BENÍCIO CONTA COMO MARIELLE SE TORNOU O AMOR DA SUA VIDA E EXPLICA POR QUE DIZER QUE É SAPATÃO É UM ATO POLÍTICO Daniel Arroyo e Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzido pelo El País, 15 de agosto de 2018 Mônica Tereza Benício segura a boneca de pano Mariellinha, uma homenagem ao seu grande amor. DANIEL ARROYO PONTE JORNALISMO 701 Era uma tarde de sábado quando a arquiteta Mônica Tereza Benício, 32 anos, nos recebeu em sua casa, seis dias antes de tatuar o rosto do seu Chicão, como carinhosamente chamava Marielle, no dia em que ela completaria 39 anos, em 27 de julho. Em quase três horas de bate-papo, a arquiteta contou como foram os 14 anos da história de amor com Marielle Francisco da Silva, que só se tornou Franco há dois anos. O primeiro encontro, o momento em que a amizade se tornou paixão, o primeiro beijo, os momentos de dificuldade, a falta de aceitação —da família e delas mesmas. Um romance que poderia bem ser roteiro de filme: mesmo com tantas idas e vindas, o coração de uma pertencia a outra. “O que aconteceu com a Marielle não pode servir para perder a esperança. A gente precisa transformar o que aconteceu numa releitura, para ressignificar e recobrar essa esperança”, explica. Hoje, impulsionada pela morte de sua companheira, Mônica, que se reconheceu como sapatão por causa do amor com Marielle, aceitou ocupar um lugar importante na militância e enfatiza: “Me reconhecer e dizer que sou sapatão é um ato político”. Lugar este que, aliás, Marielle fazia questão de defender dentro da Câmara dos Vereadores do Rio, como a Ponte contou em março em reportagem sobre a relação da vereadora com as lutas LGBT. Um dos 20 projetos de lei que a vereadora tentou emplacar em seu mandato defendia a inclusão do Dia da Visibilidade Lésbica no calendário da cidade do Rio de Janeiro, comemorado em 29 de agosto, mantendo bem perto de seu mandato, ou “mandata”, como ela chamava, os movimentos de mulheres lésbicas e bissexuais. “Vamos conhecer a casa?”, disse Mônica depois de partilhar conosco lindos detalhes de uma história de amor tragicamente interrompida no 14 de março, quando a quinta vereadora mais votada do Rio foi executada em um crime que completa cinco meses ainda sem solução. Do quarto do casal ao jardim que ela construiu para Marielle, Benício nos mostrou a intimidade de seu relacionamento com Chicão. Nas portas do guarda-roupas, a concretude desse amor nos mínimos detalhes: fotos e recados deixados uma para outra durante os dias. 702 Bilhetes que as duas frequentemente trocavam: “Com você sou uma pessoa melhor”. DANIEL ARROYO PONTE JORNALISMO A prática de escrever uma para outra era muito comum. Tanto que, em determinado momento, Mônica tirou uma grande caixa do armário que continha diversas cartas trocadas pelo casal nos últimos 14 anos. Uma delas, encontrada dentro da bíblia de Marielle, relatava as lembranças vívidas na memória de Benício em relação ao primeiro encontro e os anos em que morar juntas era um sonho muito distante. Emocionada, leu a carta em voz alta: Lembro de estar sentada na porta da igreja em cima de minha mala, onde estava a minha fantasia de carnaval, quando vi a personificação de que viria, muito breve, a ser o amor da minha vida. Lembro da luz, lembro do cheiro do cabelo que logo senti ao me cumprimentar, lembro do tom esverdeado da blusa azul clara. Lembro da criança que corria a sua frente, mas, sobretudo, eu me lembro do sorriso e de como o meu estômago revirou e o meu coração disparou ao ver aquele sorriso. O tempo, paciente e sábio ditoso, retomou o que jamais podia ser separado. E ainda que o tempo se descompasse, se perca e mude novamente, não será razão para separar, nada pode dividir o indivisível. 13 anos depois, o que foi sonhado, ensaiado, desejado se concretiza. Como nada nunca foi fácil, até aqui as dificuldades são dramáticas, reais e testam diariamente a vontade do permanecer, mas o amor permanece, a paixão permanece, o desejo de caminhar juntas permanece. 703 Não poderia te amar de outra forma se não posso ser inteira sem você. Te amarei sempre para seguir amando, entendendo que nada no meu mundo é completo sem você. Não há hoje uma razão especial que justifique o meu textão, a única ocasião especial é que eu vou te entregar isso na nossa casa e que vamos dormir juntas sem preocupação e que poderemos seguir juntas pela manhã. Houve um tempo que isso era só um sonho e se hoje é real deve ser celebrado diariamente. Feliz mais um dia, meu amor, te amo. Agora a saudade é impulsionada pela vontade de mudar as coisas. O começo de tudo De uma despretensiosa viagem com as amigas de Marielle que frequentavam a Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, em fevereiro de 2004, passando por um beijo que durou toda uma madrugada, Mônica conta que parece até destino esse encontro delas. Logo de cara, Marielle tirou Mônica do sério porque atrasou mais de duas horas e chegou, como quem não quer nada, com a filha Luyara, que tinha apenas 5 anos. “Aí a Marielle veio cumprimentando as pessoas, mas eu ainda não tinha olhado pra ela, pois estava entretida brincando com a Luyara. Ela parou na minha frente e deu boa noite pra se apresentar. Eu já tava puta, pensei ‘chegou a atrasada, que maravilha’, e aí olhei para cima para cumprimentar. Lembro exatamente do primeiro momento que eu olhei Marielle, é muito nítida a imagem na minha cabeça daquele momento. E aí passou a minha raiva, e a gente começou a conversar um pouco, esperando arrumarem as malas. Ali a gente já mobilizou as pessoas e trocaram de lugar pra gente sentar juntas e ir conversando”, relembra Mônica. Durante a viagem, a identificação entre as duas foi imediata: elas passaram todo tempo possível juntas. Antes de se conhecerem, nenhuma das duas tinha tido histórico de relacionamento com outras mulheres. Depois de muita conversa, descobriram que moravam há apenas 300 metros de distância na Maré. Por conta de uma reunião de trabalho, Marielle teve que voltar mais cedo para a capital fluminense. Não demorou muito para que se encontrassem novamente. Dias depois, com um encontro marcado, Marielle foi buscar Mônica na igreja, local onde se conheceram. Nessa época, Marielle tinha muita vivência na igreja católica e convenceu Mônica a retomar o contato com a religião, que voltou a fazer o curso de crisma e passou a 704 frequentar as missas de domingo. Foi Marielle que incentivou Mônica e fazer o prévestibular da Maré. Então, as amigas passaram a conviver os sete dias da semana: de segunda a sábado se viam no cursinho, pois Marielle era secretária do local, e aos domingos na igreja. Nesse período, como tinha saído da Maré —sua mãe tinha ido morar em Jacarepaguá, cerca de duas horas de distância—, e as aulas do cursinho terminavam depois das dez horas da noite, Mônica passou a dormir na casa da amiga durante a semana. Um ano se passou e, como nenhuma das duas tinha pensado na possibilidade de ter algo mais do que amizade, ficavam juntas na mesma cama (uma bicama de solteiro), conversando até de madrugada. A primeira a dormir continuava na mesma cama, enquanto a outra mudava pra cama de baixo. Em uma dessas noites, meio sem querer, aconteceu o primeiro beijo. “Foi um susto. ‘O que a gente tá fazendo?’. Ao mesmo tempo que esse beijo aconteceu e deu muito medo, a gente ficou ‘e agora, se parar vai ter que conversar sobre isso’, e aí a gente ficou horas se beijando, até o dia clarear e a casa começar a se movimentar. Só então a gente falou ‘pronto, tá na hora de parar’. Mas daí já tinha gente acordada não tinha tempo pra uma DR”, narra Mônica. No dia seguinte, elas precisavam conversar para entender o que havia acontecido. Mas era primeiro de fevereiro, aniversário de Mônica, e Marielle havia planejado uma festa surpresa. A conversa precisou ser adiada até o fim do dia. Com um tom de negação, elas falaram sobre o tal beijo. – Você já tinha pensado sobre isso? 705 “Eu me apaixonei por ela no primeiro momento que eu vi”, diz Mônica. DANIEL ARROYO PONTE – Não. Você já tinha? – Não, a gente confundiu as coisas, não era isso. Os brincos que Marielle gostava de usar ainda estão na casa. DANIEL ARROYO PONTE 706 Depois da festa surpresa, todos foram embora e elas ficaram a sós de novo. Mais um beijo aconteceu e dessa vez com a certeza de que não era um erro. Durante os próximos 7 meses, o casal escondeu o relacionamento com medo da possível reações de seus amigos e familiares. “A gente não tinha assumido para as pessoas, mas as pessoas já tinham entendido. Tinham entendido antes da gente inclusive, mas foi um período difícil, porque a gente tinha medo e vergonha de contar, pois eram duas mulheres faveladas, que vinham de um universo que é muito machista. Então como é que ia ser isso, como a gente ia falar sobre isso? Como que as pessoas iam entender? Se as pessoas iam aceitar? Se não iam aceitar? Da família a gente já imaginava que ia ter muita resistência, então a gente demora muito para ter esse relacionamento mais público”, recorda. Sol em leão, lua em aquário Por conta da reprovação da família, e levando em consideração as dificuldades financeiras, Marielle e Mônica não conseguiam seguir juntas. Terminavam e tentavam se relacionar com outras pessoas, sobretudo homens por causa da aceitação social. Somente em 2013, o casal consegue a estabilidade para estruturar uma relação mais longa. Olhando para trás, Mônica consegue perceber que, quando rolou o primeiro beijo, já estava apaixonada por Marielle. “Eu me apaixonei por ela no primeiro momento que vi. Porque foi uma coisa muito específica, a sensação, e depois toda relação”, conta. Marielle vivia atrasada. Por causa da agenda pública, tinha muitos momentos de imprevisto. Se tinha reunião às 9h, por volta desse horário ela ia para o banho. Mas com Mônica ela não podia ser tanto. “Uma vez, marquei o cinema com ela, eu já tava puta com alguma coisa que eu nem lembro o que era, e então sei que eu falei assim ‘olha só, se você atrasar eu vou embora’. Marcamos o horário, lembro que era um horário redondo, seis ou sete. Mandei uma mensagem avisando que tinha chegado, 5 minutos antes do combinado, e ela disse que estava no caminho. Perguntei ‘onde?’, ela dizia ‘tô chegando’ e eu perguntava ‘quanto tempo?’. Falei ‘vou te esperar até seis e cinco e se até seis e cinco você não chegar, eu vou embora, falei pra você que eu não ia esperar hoje’. Ela não chegou e eu fui embora. Ela me encontrou no meio do caminho, conseguiu me achar no ponto de ônibus e tal, e eu falei ‘não vou mais ficar aturando seus atrasos, isso é um absurdo, uma falta de respeito'”, relembra. 707 A personalidade de cada uma era refletida pela paleta de cores do guarda-roupas. Do lado de Marielle, leonina, todas as cores possíveis. Roupas brancas eram raridade. Já do lado de Mônica, aquariana, é possível encontrar apenas branco, preto e cinza. Mas um dos segredos do dia a dia com Marielle estava nas inúmeras vezes que Mônica teve que brigar com a companheira para que ela controlasse os gastos: Marielle adorava fazer compras. “Eu brigava muito, porque ela gastava muito com roupas, bolsas e sapatos. Falava que ela não era centopeia, que ninguém precisa de tanto sapato. Eu tinha dois pares de sapato e achava que isso era mais do que suficiente. Eu só tenho dois pés, gente”, diverte-se. “Por que eu preciso mais do que isso? É um pra andar na chuva e um pra andar no sol. Então eram dois guarda-roupas, um no nosso quarto e um no escritório, e 99% era só de roupa dela”, lembra. Era difícil manter a companheira na linha quando o assunto era alimentação, mas Mônica não desistia. “Eu regulava a alimentação dela porque ela comia muito. Chegou num nível que eu tava pesando a comida! Comia pra caramba e saía daqui chorando falando que ia passar fome o dia inteiro. Ela falava ‘você vai me matar’, e eu respondia ‘Marielle, para de reclamar, aqui tem mais do que o suficiente de comida, e se você comer nas horas certas vai dar tudo certo, você não vai ficar com fome’. Só que ela chegava no gabinete e roubava a comida das pessoas. Depois vinham me falar ‘Mônica, você precisa deixar a Marielle comer porque ela tá roubando nossa marmita’. E ela metia mesmo a mão na comida das pessoas”, conta. 708 A ‘roxinha’, planta preferida de Marielle, é artificial. DANIEL ARROYO PONTE A mulher forte que era vista em público amolecia ao lado da mulher amada. Quando a gripe começava a chegar, Marielle era só dengo para cima de Mônica, procurando por atenção, carinho e uma boa sopa. Para Mônica, cozinhar era um ato de amor, por isso, desde que a companheira morreu, ela parou de cozinhar. “Quando ela tava muito gripada, falaram de uma receita de sopa que era muito maravilhosa e sei lá o que. Fui na rua, comprei os ingredientes da sopa e fiz pra ela. Olhava no sofá para Marielle, e ela com cino meias, 15 calças, um casaco, uma touca, repetindo ‘tô morrendo, tô com muita febre, acho que vou ter que ir no hospital’. Peguei o termômetro e 37,5º C. Olhei pra cara dela e falei ‘meu amor, você vai sobreviver, é só uma gripe, fica calma, e tudo bem. Toma sopa, toma chá’. Ela não gostava dessas coisas de tomar remédio, ela gostava mais das coisas naturais”. Entre as boas lembranças da vida ao lado de Marielle, Mônica guarda uma especial. A arquiteta tem como passatempo cuidar de muitas plantinhas. Uma noite, quando estava trabalhando de casa, recebeu a notícia inesperada que Franco iria cuidar das plantas naquele momento. Como único pedido, Marielle escutou de Mônica: “mas tem que conversar com elas, tá bom?”. Durante todo o tempo que ficou regando as plantas, Marielle falava especificamente com uma delas: a roxinha. 709 “Fiquei escutando ‘porque você é tão bonita, não sei o que e nãnãnã’, ‘ah, porque essa roxinha é minha favorita, porque você é tão bonita’. Eu, trabalhando no computador, pensei ‘eu nem tenho planta roxa!’. Aí, eu olhei e falei: ‘o que você tá falando?’ e ela ‘essa aqui, é minha favorita’. Dei um ataque de risos e falei ‘Marielle, isso é uma planta de plástico!’. Ela insistia ‘mas ela é tão bonita, minha favorita, cheguei a fazer assim nela’, e apertava a planta com a unha, e eu falei que ‘se fosse de verdade você tinha machucado ela, né meu amor, não pode fazer isso com a planta não. Que bom que eu passo horas cuidando de um jardim inteiro pra você e sua planta favorita é uma planta de plástico, fico muito lisonjeada com isso, com essa sua atenção”, relembra entre risadas. Militância como fortaleza “Assumir isso pra mim mesma é o processo que dá start nessa militância. É muito importante, diante do simbolismo que eu venho me tornando, dizer que sou sapatão, é uma questão de querer me tornar referência positiva para que outras pessoas que tiverem aquele tipo de sentimento de vergonha e dor, olhe, se identifiquem e olhem que é possível. A gente tem que lutar, a gente tem que andar de mãos dadas com a pessoa que a gente ama, mesmo sabendo que pode ter olhar feio, mesmo sabendo que pode ter piadinha, mas isso precisa ser bancado, precisamos afirmando isso na luta diária pois é um direito simples e básico de amar, isso tem que ser legítimo”, conta Mônica, que por muitos anos teve a sua militância apenas nos bastidores. Apesar de ainda ser muito complicado para Mônica se tornar a Mônica que fala publicamente em frente às câmeras, ela decidiu falar. O tamanho das lentes e o barulho dos cliques ainda a assustam. É a sua forma de pedir justiça pelo assassinato da mulher de sua vida. O primeiro discurso público foi realizado no plenário em Brasília, quando Mônica, ao lado da cunhada Anielle Franco, disse: “A Marielle se tornou uma coisa muito maior, ela se transformou em um símbolo de esperança e é por isso que a gente vai lutar e seguir lutando, porque Marielle é resistência, Marielle é força, Marielle é potência, e o mundo agora está vendo isso”. O segundo, direcionando sua fala para o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão: “Seu governador, o senhor tem sangue nas suas mãos enquanto o caso da Marielle não for solucionado”. Aos poucos, o luto foi se tornando luta e Mônica aceitou a falar em eventos, como na “Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de SP“. 710 “A Mônica que passa a falar diante das câmeras, é uma Mônica que nem eu sabia que existia. Foi uma Mônica construída nesses 129 dias por uma necessidade, por ainda ter medo desse lugar de fala, mas que acha que a causa é muito maior e que não pode ser superada. Hoje esse é o único medo que eu tenho, então é muito pouco perto do que a luta que eu resolvi travar representa, então a gente vai com câmera mesmo e é o que tem pra hoje”, afirma. Sobre a cadeira vazia deixada pela figura de Marielle, na vida de Mônica, na militância e na Câmara, a arquiteta é enfática ao dizer que “se a gente deixar essa cadeira vazia, de vida e luta, a gente vai deixar de lutar com a potência que Marielle fazia e isso não pode acontecer, a gente não pode perder potência, a gente tem que ganhar potência nesse momento pra poder fazer valer o 14 de março. E, para o que aconteceu com Marielle não seja motivo de perder a esperança, mas que a gente transforme o que aconteceu em uma releitura para ressignificar a esperança, porque a gente precisa de mais Marielles na política, não menos”. Proteção internacional No começo de agosto, por determinação da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) , da OEA (Organização dos Estados Americanos), a justiça brasileira será obrigada a tomar medidas para proteger a vida de Mônica, após ter sido escutado de homem que ela seria a próxima e seguida, por duas vezes, por um carro branco perto de sua casa. Por telefone, Mônica contou à Ponte quais os próximos passos para receber a proteção do Estado. “Eu entrei em contato com a OEA pedindo proteção como ativista, para continuar defendendo os direitos humanos. O próximo passo agora é o Brasil aceitar as medidas cautelares e me procurar para vermos a melhor forma de proteção, o que ainda não aconteceu oficialmente. Em uma primeira conversa, o Estado me ofereceu o programa de testemunhas, mas não é isso que eu quero, eu não sou testemunha de nada, o que eu quero é continuar sendo defensora dos direitos humanos. Fui na DHPP [Delegacia De Homicídios E Proteção À Pessoa], na semana passada, para falar sobre o caso da Marielle, e a Polícia Civil se colocou a disposição para eventuais acontecimentos, mas ainda falta esse contato oficial do Estado”. 711 Uma das cartas escritas por Marielle para Mônica. DANIEL ARROYO PONTE Marielle Vive Nos despedimos de Mônica, que pediu para a gente avisar quando chegasse em São Paulo, e fomos embora rumo à rodoviária. Passamos pela porta com os dizeres “Marielle presente”. Passos lentos em direção à rua. Primeiro portão, segundo portão. Quando ele finalmente fechou, eu e Daniel ficamos alguns segundos sem ação, a gente se olhou e se abraçou. A emoção tomou conta de nós. Foi real, tínhamos acabado de escutar uma das histórias de amor mais lindas que nossos ouvidos um dia vão escutar. Interrompida tragicamente. Mas não é à toa o adesivo “Marielle vive” no portão da casa de Marielle e Mônica. Marielle vive e sempre viverá enquanto essa história ecoar. Reportagem originalmente publicada no site Ponte Jornalismo. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/15/politica/1534340777_908387.html 712 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 https://tab.uol.com.br/trans-escola https://tab.uol.com.br/trans-escola/#os-muros-da-escola https://drive.google.com/file/d/1s8gZWyZMg3ip6JIAz546mmu8zSfXByC/view?usp=sharing COMO OBTER NOME DE ACORDO COM GÊNERO; ADVOGADA E ATIVISTA TRANS EXPLICAM Léo Marques, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 Pessoas transgêneras (termo que inclui transexuais e travestis) têm o direito garantido por lei de alterarem seu prenome (nome civil) e gênero (seja masculino ou feminino) no registro civil, sem a necessidade de cirurgia de redesignação de sexo ou de autorização judicial. O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a possibilidade dessas alterações em 1° de março de 2018, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4275. Essa decisão histórica contou com a participação da advogada Gisele Alessandra Schmidt e Silva, a primeira transexual brasileira a subir à tribuna da Suprema Corte do país para defender e conquistar esse direito. “Sou uma vencedora, principalmente porque fui peça fundamental para a decisão do STF, no que concerne a visibilidade para a causa”, afirma Gisele, que também é representante do Grupo Dignidade, organizado no Paraná para atuar na área da promoção da cidadania de LGBTI+. Para Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra): “O direito de poder alterar o próprio nome e gênero, além de garantir a própria identidade, evita constrangimentos em público e facilita a inclusão social”. Tanto a ativista Keila como a advogada Gisele afirmam que, antes de terem suas identidades atuais reconhecidas legalmente, passaram por diversas situações humilhantes, como, por exemplo, terem de se apresentar em ambientes públicos, como salas de atendimento coletivo, com documentos que não condiziam com o que 713 realmente são. “Isso gera um constrangimento terrível e fere sua dignidade”, diz Gisele. Entenda como funcionava antes Até a validação da ADI 4275 por parte do STF, a pessoa trans que quisesse mudar de nome a fim de adequá-lo à identidade autopercebida tinha dois caminhos: “Pela via de processo judicial era necessário a pessoa apresentar laudos psicológicos e psiquiátricos atestando que se tratava de transgênero. As vidas eram escrutinadas e o Estado decidia quem ela era. E muitas vezes, após o longo processo judicial, o juiz indeferia o pedido, ou exigia que fosse feita a cirurgia de redesignação social, ou ainda mudava o primeiro nome e mantinha o gênero, o que continuava gerando constrangimento”, explica a advogada Gisele. O outro meio, esclarece a presidente Keila, era o requerimento de nome social, que, comparado à ação judicial, significava uma solução mais rápida e econômica. “Pessoas que não queriam enfrentar um processo que poderia levar dois anos em tramitação até a retificação de prenome tinham essa opção. O nome social, ainda em vigor, é uma política de inclusão levantada por todo um movimento de pessoas trans e adotada por órgãos da administração pública para evitar situações vexatórias”, argumenta. Apesar de já estar sendo superado pelo novo direito adquirido em lei (o de fazer a retificação de prenome e gênero oficialmente em cartório), o nome social ainda pode ser solicitado e usado em cadastros, programas, serviços, fichas, formulários, prontuários e congêneres dos órgãos e das entidades da administração pública. “Carteirinhas com nome social não substituem o RG, que é o documento oficial, mas por constarem o mesmo número de identificação, dados civis, filiação e endereço da pessoa trans ajudam muito na hora de ir ao médico, à escola e até a prestar um vestibular”, comenta Keila, lembrando que, nesse caso, o nome de registro (o civil) é utilizado apenas para fins administrativos internos. Procure por um cartório de Registro Civil Atualmente, para as pessoas trans registrarem as mudanças de nome civil e sexo na certidão de nascimento, elas precisam apenas ter completado 18 anos e procurar um cartório de Registro Civil. “Preferencialmente, onde o nome de batismo foi registrado, mas pode ser em outro, só que daí demora um pouco mais e taxa é mais alta”, orienta a advogada Gisele. 714 O procedimento passou a ser feito exclusivamente nos cartórios de todo o país. No local, basta preencher pessoalmente o requerimento de alteração, apresentando RG, CPF, título de eleitor, comprovante de residência e certidões civis e criminais para saber o que consta em seu nome antigo. “Não precisa de médico, nem laudo, nem cirurgia. Depois de pagar algumas taxas, em questão de dias a pessoa recebe uma nova certidão de nascimento e a partir dela começa a mudar todos os seus documentos. Lembrando que os direitos e obrigações acompanham o novo prenome, uma vez que os números dos documentos são os mesmos”, lembra Gisele. Os sobrenomes também não mudam, pois pertencem à árvore genealógica da pessoa. O que se retifica é o prenome (primeiro nome), por exemplo: Maria Figueiredo muda para Mario Figueiredo (e vice-versa, dependendo se for mulher ou homem trans). O Figueiredo não muda. Quanto aos nomes compostos, também podem ser trocados por outros compostos ou por um nome simples e o contrário também vale. “Eu, por exemplo, me chamava Marcus Alessandro Schmidt e Silva e depois Gisele Alessandra Schmidt e Silva, mas poderia ter adotado simplesmente Gisele Schmidt e Silva”, comenta a advogada. Escolha um nome que reflita quem você é Dúvidas sobre que nome adotar são comuns, mas, de acordo com Gisele e Keila, para encontrar um a pessoa trans precisa basicamente olhar para dentro de si, buscar uma inspiração ou pessoa que gostaria muito de homenagear, e se imaginar sendo chamada em público. “Meu nome Gisele, por exemplo, é uma homenagem à modelo Gisele Bündchen, que considero ser uma grande mulher e virou meu apelido, pois sempre fui magra e alta”, revela. Já o de Keila vem desde a infância. “Keila surgiu de uma brincadeira de criança, eu e minhas amigas gostávamos de nomes femininos, e um belo dia escolhi esse, que me acompanha até hoje”, explica e conclui: “Não vivemos em guerra. Se existe uma, não fomos nós que a declaramos, então não nos cabe ter ‘nomes de guerra’. O nosso sonho é viver em paz e é por isso que levantamos essa bandeira, que ganhou força e hoje nos dá o direito legal de alterar nossos nomes e gêneros da maneira que quisermos. E isso é para a vida toda”. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/02/advogada-e-ativista-transexplicam-como-obter-nome-de-acordo-com-genero.htm 715 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 Canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017 Ver, na apresentação do vídeo (abaixo da tela) indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO BBC News Brasil reproduzida por Uol Universa, 03 de agosto de 2018 Enquanto muitos não consideram mais o gênero como um assunto estritamente binário, ainda há muito estigma ligado à transição de identidade de gênero no trabalho. A conscientização em relação ao tema aumentou, mas há muitos desafios quando se fala de questões de transgêneros no mercado de trabalho. O presidente americano, Donald Trump, recentemente assinou um decreto banindo algumas pessoas trans de servir no Exército. E, segundo uma pesquisa conduzida pela Rádio Pública Nacional (NPR, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, mais da metade dos professores trans no país enfrentam assédio ou discriminação no trabalho. No Brasil, o cenário é mais sombrio. Segundo levantamento da organização Transgender Europe, 868 pessoas foram mortas em crimes motivados por transfobia no Brasil entre 2008 e 2016, o que coloca o país no primeiro lugar entre as nações com maior número de mortes de transexuais no mundo. A cultura de violência e a discriminação contra esse grupo também resulta em uma alta taxa de evasão escolar - 82% dos transexuais não concluem seus estudos, de acordo com uma pesquisa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outra consequência da discriminação de gênero e sexualidade no Brasil é que 61% da comunidade LGBT escondem sua identidade de gênero ou sua sexualidade no trabalho, segundo dados do instituto Center for Talent Inovation. Como melhorar as condições de trabalho para a população trans? 716 Então, nesse contexto, como é sair do armário como trans no trabalho? E quais são as diretrizes para os empregadores em relação a funcionários trans? Claire Birkenshaw fez a transição de gênero quando dirigia um colégio no norte da Inglaterra. Ela relembra sua vida antes da transição. "Superficialmente, eu era bastante feliz, muito sociável, mas por dentro havia um temor interno sobre quem eu era desde a infância. Era a única coisa na minha vida sobre a qual eu não era sincera." Sua maior preocupação assim que ela tomou a decisão de mudar sua identidade de gênero foi a "rejeição de todos". "Eu tinha muito medo porque eu sabia que assim que contasse não haveria volta, era isso. Você sai do armário de vez", disse. No fim das contas, a experiência de Birkenshaw foi majoritariamente positiva, mas ela reconhece que outras pessoas precisam de tempo para se ajustar à mudança. "Como tudo na vida, algumas pessoas levarão com facilidade, mas outras terão mais dificuldades", diz ela. "Enquanto eu passo por essa transição, outras pessoas terão que passar por essa transição emocional e psicologicamente também. Mas o tratamento geral em relação a mim teve dignidade e respeito." Birkenshaw diz que precisou "cavar fundo" para encontrar a confiança ao encarar colegas e alunos, mas que "os jovens foram realmente incríveis. Um [aluno] veio até mim e disse 'bom dia, senhora', e eu respondi 'você é a primeira pessoa a me chamar de senhora'". Após sua transição, Birkenshaw recebeu apoio de pessoas inesperadas. Ela lembra de ex-alunos que entraram em contato para dizer "estamos muito, muito orgulhosos de você". Até mesmo pessoas que ela nunca havia conhecido entraram em contato. Alguém escreveu para escola dizendo que leu a história da professora no jornal local e só queria dizer "muito bem". Birkenshaw diz que sua capacidade de desempenhar seu trabalho como diretora da escola não mudou com a transição. "As principais habilidades que você tem, a forma como trabalha com as pessoas e o seu conhecimento continuam exatamente os mesmos", diz. Uma diferença que ela percebeu desde a transição, porém, é que ela se sente "um pouco mais emotiva" que antes. Mas, como explica, os motivos para isso são complicados e multifacetados. Birkenshaw não sabe "se é porque agora você tem permissão para demonstrar suas emoções, se os hormônios têm algum efeito ou se é 717 apenas a liberação de emoções reprimidas após uma vida inteiro ocultando sua identidade e permitindo que sua verdadeira identidade apareça". Do ponto de vista de Birkenshaw, as coisas mudaram para melhor nos últimos 15 anos, considerando a visibilidade de pessoas trans e a maior acessibilidade a informações sobre o assunto. Ela também menciona o impacto da internet, que permite que alguém em transição de gênero possa ver "que pessoas fazem a transição no mundo todo. E isso faz uma enorme diferença, perceber que não é só você. Não é só você com você mesmo". Como as empresas podem lidar com a questão Então, quais são as diretrizes para os empregadores que têm pessoas trans em suas equipes? E quais são as dificuldades práticas que pessoas trans podem enfrentar no trabalho? Beck Bailey, da Campanha de Direitos Humanos dos Estados Unidos (HRC, na sigla em inglês), que defende direitos LGBT, diz que houve mais progresso do que pensamos entre as grandes empresas multinacionais e americanas no apoio a funcionários trans. Bailey diz que o fato mais surpreendente é que "o mundo corporativo americano trabalhou muito para apoiar seus funcionários trans e não-binários". Em 2002, a HRC fez um índice de políticas, práticas e benefícios, acompanhando o progresso desde então. "Quando começamos nossa pesquisa em 2002, apenas 5% das empresas tinham proteções contra discriminação, e hoje 97% das empresas que participam [do índice] têm essas proteções." No Brasil, também há uma busca pela integração de pessoas trans no mundo corporativo, ainda que tímida se comparada a outros países. A plataforma Transempregos, por exemplo, foi criada para incluir pessoas trans no mercado de trabalho. Em 2014, 12 companhias queriam usar o serviço e, em 2017, houve um crescimento de quase 300% com 46 empresas cadastradas. Então, como seria uma política de recursos humanos inclusiva no mercado de trabalho moderno? "O mais fundamental e importante é colocar em prática uma política nãodiscriminatória e antiassédio", diz Bailey. "A partir daí, eles podem construir coisas como benefícios iguais." 718 Uma política de RH mais inclusiva significa, por exemplo, que uma pessoa trans possa ter acesso a terapia de hormônios pelo plano de saúde da empresa - caso contrário, essas pessoas não terão os mesmos benefícios que seus colegas cisgêneros. Houve uma mudança significativa nessa área. Entre as companhias monitoradas pela HRC, em 2002, "zero empresas tinham planos de saúde completamente inclusivos para pessoas trans, e hoje temos 79%". E também existem maneiras de uma companhia apoiar as pessoas que estão em transição no trabalho, como facilitar a mudança de nome nos documentos da empresa ou permitir que expressem seu gênero de acordo com o código de vestimenta que fizer sentido para elas. Para Bailey, educação e treinamento são fatores-chave, assim como "diálogo e conversas que abrem espaço para as pessoas entenderem colegas trans e até clientes trans". O que, no ponto de vista de Bailey, levou a essa mudança? "Os empresários americanos e os empregadores de multinacionais no mundo inteiro realmente entendem que diversidade e inclusão são bons para os negócios, para atrair [e] manter a melhor força de trabalho." Uma consequência dessa abertura dos negócios à diversidade é ter mais opções para recrutamento, mas também pode favorecer a empresa em termos de reputação no olhar de possíveis novos funcionários. "Há pessoas que não fazem parte da comunidade trans, mas veem esse tipo de política como indicador do compromisso da empresa de ser um lugar acolhedor para se trabalhar." As mulheres podem achar difícil subir na carreira considerando quão dominada por homens é a cultura corporativa, mas as pessoas trans enfrentam esse mesmo desafio. "Há muito preconceito contra as pessoas trans", diz Bailey. "Mesmo que elas passem como pessoas trans, as mulheres trans enfrentam o mesmo tipo de sexismo e misoginia que as mulheres cis". Da mesma maneira, algumas pessoas trans lidas como homens "encontram novas aberturas, especialmente se são brancos, com o privilégio masculino que não tinham antes da transição". Enquanto pode ser mais fácil realizar a transição no trabalho e o apoio a funcionários seja maior do que há 30 ou 40 anos, sem dúvidas muitos desafios persistem. 719 [ver “O que as empresas podem fazer para incluir pessoas trans no mercado de trabalho”, BBC News Brasil, 03 de agosto de 2018] https://universa.uol.com.br/noticias/bbc/2018/08/03/o-que-as-empresas-podemfazer-para-incluir-trans-no-mercado-de-trabalho.htm https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-44294681 CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT Agence France Presse reproduzida pelo Uol, 15 de agosto de 2018 14.ago.2018 - Christine Hallquist venceu nesta terça-feira a primária democrata e será a candidata do partido ao governo de Vermont - a primeira mulher transgênero Christine Hallquist venceu nesta terça-feira (15) a primária democrata e será a candidata do partido ao governo de Vermont, podendo se tornar a primeira transgênero a liderar um Estado dos EUA, informou a imprensa americana. "HISTÓRIA FEITA! @christristforvt acaba de se tornar a primeira candidata a governador trans/não binário de um partido político importante na história dos Estados Unidos", tuitou Victory Fund, organização que apoia os candidatos LGBTQ. 720 Mas Hallquist ainda enfrentará um duro caminho para chegar ao poder, já que terá como adversário o republicano Phil Scott, que governa Vermont desde 2016. Hallquist fez sua transição de gênero quando dirigia a companhia elétrica Vermont Electricity Coop, há vários anos. Em 2015, "Christine tomou a decisão (...) de se transformar em seu verdadeiro eu, uma mulher transgênero, convertendo-se na primeira líder empresarial do país a fazer a transição no cargo", revela o site da Vermont Electricity Coop. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2018/08/15/candidata-transgenerovence-primaria-democrata-para-governo-de-vermont.htm A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018 A professora de matemática transexual Natalha Claudinei Silva Nascimento deu, na última sexta-feira, uma aula inusitada: dentro de uma sala do Fórum de Justiça de 721 Brasília, falou não para alunos adolescentes, mas sim para 40 funcionários de uma pastelaria de onde ela era xingada diariamente. Na aula, em vez dos números que ensinou por mais de dez anos como professora de ensinos médio e fundamental, Natalha lecionou sobre gênero, aspectos biológicos e comportamentais dos transgêneros, direitos, violência contra os desiguais e a importância de denunciar atos discriminatórios. "Foi a ignorância que me fez sofrer por todos esses anos e quero acabar com ela com a eduçação", diz a maranhense de 35 anos. O motivo do encontro foi um processo judicial movido no final do ano passado por Natalha contra a tradicional pastelaria Viçosa, localizada na rodoviária de Brasília, um dos locais de maior movimento na capital federal. A professora alega ter sofrido agressões e xingamentos diários por parte de um grupo de funcionários do estabelecimento. "Eu não tinha outra alternativa. Para pegar o ônibus para casa, eu só podia passar em frente à pastelaria e tinha que aturar esses xingamentos", lembra. A gota d'água ocorreu em 26 de abril, quando ela decidiu conversar com os funcionários, pedindo para que parassem. Um deles se aproximou, a derrubou no chão e a agrediu violentamente. Vida com medo "Fiquei sem reação. Humilhada, só me perguntava por que aquilo acontecera comigo. Estudei, trabalhei, tentei ser o melhor que pude, mas o fato de ser uma mulher transexual me fez construir toda a minha vida em cima do medo, desde criança", desabafa. Ao acionar a Justiça, Natalha pediu R$ 20 mil reais de indenização por danos morais. Durante a conciliação judicial, porém, a professora decidiu abrir mão da quantia, pedindo em troca a chance de dar uma aula de questões de gênero à equipe da pastelaria Viçosa. "Não tem dinheiro no mundo que valha a minha dignidade e respeito. Moro na favela mais perigosa do Distrito Federal e quero transitar livremente sem ter medo de morrer ou ser assassinada por ser quem sou", diz. "Para mim, o único jeito de viver isso é pela educação, que pode transformar uma sociedade violenta, preconceituosa e corrupta." 722 A pastelaria demitiu o funcionário responsável pela agressão física. Patrícia Rosa Calmon, a proprietária, reconhece que falhou por não ter orientado seus funcionários quanto ao respeito às pessoas transgêneras, "até porque sempre entendi que todos são iguais. Mas fico contente que Natalha pôde nos ensinar algo", diz. 'Melhor indenização possível' Natalha reconhece que, enquanto esperava pelos seus novos alunos na aula especial, teve medo de cara fechada e mais rejeição. "Só que eles chegaram abrindo sorriso e me dando boa tarde. Achei estranho, esperava bate-boca mas encontrei atenção. Até brinquei com eles que, quem aprendesse a lição de que 'respeito não tem preço' já estaria aprovado. Eles riram bastante", conta Natalha. Mas dessa vez, não era um riso de zombaria, e sim de generosidade e empatia sobre o que uma professora trans tinha a dizer. "Foi a melhor indenização que eu poderia ganhar na minha vida", avalia. Marília de Avila e Silva Sampaio, a juíza do 6º Juizado Especial Cível de Brasília que conduziu o acordo, ficou surpresa com a atitude de Natalha. "Em 22 anos de magistratura, nunca vi um caso desses. Nem de uma pessoa transexual procurar a justiça por danos morais por agressão e nem de uma proposta de aula no lugar de uma reparação financeira", diz. "Natalha foi muito firme e corajosa, foi positivo ver pessoas aprendendo sobre discriminação de gênero exatamente de quem sofre a violência. Precisamos mudar, e são pequenos passos como os de Natalha que farão a mudança gigante de que este país precisa." Infância discriminada Natalha nasceu Claudinei do Nascimento, em Açailândia, cidade com cerca de 100 mil habitantes no interior do Maranhão. Somente aos 22 anos e já morando em Brasília, revelou-se transexual. "Tive que esconder a minha transgeneridade até onde pude. Caso contrário, poderia morrer", relembra. 723 Da infância passada na roça com os pais trabalhadores rurais e mais quatro irmãos, ela traz duas memórias marcantes: ser xingada e agredida física e verbalmente por ser negra e homossexual, e ouvir histórias de assassinatos brutais. "Eu tinha uns 10 anos, estava na escola, quando ouvi que haviam matado um gay. Curiosos, fomos todos ver quem era. Não era apenas um gay. Era um travesti, vestido com roupas femininas e com o órgão genital mutilado enterrado na própria boca. Ali, ainda criança, senti o peso do tamanho da punição a quem ousasse sair da regra e aprendi a conviver com o medo de mim mesma e do que poderia me acontecer por ser quem eu era", relata. "Eu nunca soube o que é ser homem. Desde criança, me sentia estranha em um corpo que não acompanhava os meus desejos femininos. Queria ser mãe, gostava de brincar de bonecas e adorava estar junto da minha mãe fazendo tudo o que ela fazia. A minha identidade sempre foi feminina", afirma. Ao se assumir, ela enfrentou a ira do pai, a crítica dos irmãos e a insistência dos próprios colegas de trabalho para que mudasse de ideia e se voltasse para a religião evangélica. "Nunca entendi o que estavam me pedindo. Não me sentia estranha e nem me via pecadora." Para ela, o episódio de transfobia que sofreu por parte dos funcionários da pastelaria e a busca por reparação na Justiça a fez entender pela primeira vez o que são direitos humanos. "Não sabia o que era um fórum, uma audiência ou reunião de conciliação, não fazia ideia de que poderia lutar pela minha dignidade humana sem estar sozinha", conta. Hoje, reconciliada com seu pai, Natalha se dedica a projetos de educação contra o preconceito em uma ONG fundada por ela mesma. "Existem pessoas de todos os gêneros, menosprezadas, mal amadas e se sentindo sem direito a viver neste mundo. Quero ajudar todas elas com a minha história. Prefiro olhar para a generosidade de todos que um dia, por ignorância, me machucaram, e que hoje, graças à educação, me respeitam. Não compensa ficar remoendo o que passou." https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45347986 PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724 Maurício Dehô, Uol, 02 de setembro de 2018 Pabllo Vittar se emocionou no Altas Horas, ao falar sobre sua infância. A cantora relembrou momentos difíceis, quando estava no primeiro dia em uma nova escola, na 5ª série, e apanhou de colegas. E se declarou à mãe, que sempre a apoiou "Na escola foi um período muito difícil para mim. Eu tinha dez anos na 5ª série, uma criança gordinha, afenimada do cabelo grande. Eu fui pra escola nesse primeiro dia muito contente, todo mundo queria chegar na 5ª série. Troquei de escola e achei que ia fazer um monte de amigos novos. No primeiro dia me bateram e foi horroroso porque eu não tinha a quem recorrer. Tinha minhas irmãs, que estudavam comigo, e os professores não faziam nada", relatou Pabllo, interrompendo sua fala em alguns momentos por conta da emoção. "Eu lembro de ter chegado em casa falando para minha mãe que não queria ir mais para à escola. Minha mãe falou: você vai sim, sua vida inteira vai ser desse jeito, se você se esconder vai ser pior", adicionou ela. Questionada por Serginho Groisman sobre a posição de sua família nisso, ela contou como a mãe sempre a apoiou. "Eu tenho muito orgulho de ter nascido na família da Dona Verônica Rodrigues, minha mãe, que sempre me aceitou e me amou. Ela me criou e as minhas duas irmãs sozinha, no interior do Pará. Eu me lembro de ajudar a minha mãe a colocar o cimento da calçada da gente", relembrou Pabllo. Pabllo ainda contou como foi sua evolução física - chegando hoje aos seus 1,87 m. "Eu fui começar a esticar, eu tinha 13 para 14 anos, era muito alta, muito magrinha. Pensava: "mas que diacho é isso, todo mundo ficando bonito e eu um curupira desse?". Mas a vida foi boa comigo, quando foi chegando os 18, 19, foi chegando o babado", riu a cantora, que cantou "Problema Seu", "Indestrutível" e "KO" no "Altas Horas". https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/02/pablo-vittar-choraao-lembrar-bullying-na-escola-no-1-dia-me-bateram.htm GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE 725 Uol Universa, 02 de setembro de 2018 Realizada como a primeira atriz trans a integrar o elenco de "Malhação", Gabriela Loran já planeja a maternidade. Em entrevista ao jornal carioca "Extra" neste domingo (2), a professora Priscila da edição "Vidas Brasileiras" da novela, falou sobre o desejo de adotar. "Tenho um vínculo muito forte com a maternidade. Assim que eu estabilizar minha carreira, quero ser mãe. A primeira coisa que vou fazer é adotar uma criança. Para onde e olho, vejo o futuro, e é disso que eu tiro forças". Ela ainda disse à publicação que sua família não colocou obstáculos à sua transição. "Nunca foi preciso que a gente sentasse e conversasse sobre nada do que estava acontecendo comigo. Eles viam que eu era diferente, mas nunca questionaram. Sou privilegiada de tê-los junto de mim". Há dois meses, Gabriela, que também é bailarina e youtuber comemorou sua nova certidão de nascimento: aos 25 anos, ela foi reconhecida como Gabriela de maneira legal. Em agosto, ela ainda posou nua para o "Pele Project", dos fotógrafos Brunno Rangel e Marcelo Feitosa. Ao compartilhar seu retrato nas redes sociais, refletiu: "A pele que transcende. Por baixo da roupa, todos nós transcendemos", escreveu a atriz. [A matéria traz duas imagens da atriz...] https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/02/gabriela-loran-1-atriz-transde-malhacao-revela-planos-de-ser-mae.htm APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 Juíza reconhece que demissão foi motivada por discriminação, exige retorno imediato da professora e indenização; Luiza Coppieters desabafa: ‘Sofri muito nos últimos três anos, mas a vitória veio’ 726 “Passei por muita coisa. Passei fome, passei frio e fui despejada. Sofri muito. Mas é preciso acreditar. A gente vai tomar muita porrada na vida, mas uma hora vem a vitória”, declarou a professora Luiza Coppieters, 39 anos, para os alunos do cursinho popular da USP Leste minutos depois de receber a notícia de que havia ganhado o processo contra o Colégio Anglo Leonardo da Vinci. Em 2015, a Ponte denunciou o caso com exclusividade. A juíza do trabalho Daiana Monteiro Santos decidiu que ficou comprovado que Luiza foi demitida motivada por discriminação pelo fato de ser trans, exigiu a reintegração imediata dela ao quadro de professores e que a instituição educacional pague a ela uma indenização de R$ 30 mil por danos morais. Na decisão, Daiana usa como argumentação o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1°, III da Constituição, combinado com o princípio da igualdade, do artigo 5° da Constituição da República. “A igualdade para ser atendida em sua plenitude e de forma justa deve considerar as diferenças submetendo-as, se necessário, a tratamento diferenciado, o que se traduz na igualdade material definida por Aristóteles, 300 anos antes de Cristo, de forma que ‘devemos tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades'”, escreveu na sentença. Luiza conta que os últimos 3 anos foram intensos. Ela viu tudo desmoronar quando foi demitida do colégio onde trabalhou por 5 anos ensinando filosofia. Além da demissão, a professora precisou lidar com uma depressão, duas tentativas de suicídio somadas a um quadro de síndrome do pânico e crises de ansiedade. Apesar de estar no momento de mais fragilidade emocional, viu muitas portas serem abertas após a demissão no Anglo, principalmente do mundo acadêmico por meio das inúmeras palestras em que foi convidada. “O reconhecimento eu nunca tive em sala de aula, tive pela sociedade. Agora é um momento de tranquilidade. É uma página virada e amassada, estou em outros capítulos da minha vida. Estou olhando muito lá na frente, depois de 3 anos sem conseguir enxergar o futuro”, desabafou a professora em entrevista à Ponte. Agora, Luiza precisa esperar o colégio se manifestar em um prazo de até 5 dias úteis a contar da data de publicação do processo, que aconteceu no dia 6/9. Para garantir um retorno sem represálias, a juíza incluiu no processo que, caso haja qualquer forma de discriminação, a reintegração será substituída por pagamento em dobro do salário. “É uma forma de recebe-la bem, publicamente eles têm que ter respeito e manter uma conduta de respeito em relação ao trabalho dela ali dentro. Isso foi bem importante 727 porque garante que ela possa voltar a retornar o trabalho de uma forma saudável”, conta Marina Tambelli, advogada de Luiza. Além dos dois processos trabalhistas contra o Anglo, um de indenização por danos morais e um pedido de reintegração por dispensa discriminatória, outras irregularidades foram denunciadas no processo. Neste trecho, a magistrada deixa claro o entendimento de que Luiza foi penalizada quando tornou pública a transição de gênero. “Atuaram de forma discriminatória com a demandante, pois quando souberam de sua decisão, a proibiram de tratar do assunto com os alunos, sob a alegação que a escola tomaria tal providência, o que nunca ocorreu. Ademais, a reclamante foi questionada acerca de tal vedação por e-mail, porém diante da inércia das reclamadas em esclarecer tal mudança aos alunos, evidentemente que a autora seria por eles indagada”, escreve. “Ela trabalhou dois anos sem registro, de 2009 a 2011, o que impactou no recolhimento de direitos trabalhistas previstos, como INSS e FGTS. O registro só aconteceu em março de 2011. Eles também não pagavam o salário corretamente, o que estava no holerite não era o que ela recebia, haviam pagamentos por fora. Sem contar que ela recebia 9 horas-aula e trabalhava 26. Além de ter outras coisas da Convenção Coletiva de Trabalho da Educação Básica que não eram pagas, como o adicional de 25% por dar aula em outro município e a PLR [Participação nos Lucros ou Resultados+”, explica Tambelli. Coppieters começou o tratamento hormonal em 2012 e avisou a coordenação do colégio dois anos depois, em março de 2014. Na época, foi acolhida pelos colegas de trabalho e a direção informou que cuidaria dos próximos passos. O que não ocorreu. Entre as provas documentais do processo há um e-mail da professora exigindo um posicionamento da escola. Luiza não conseguia mais mentir sobre quem era. Precisava contar aos alunos a verdade. Em novembro, depois de trocar o nome das redes sociais, passou a trabalhar com roupas femininas e assumiu a sua identidade como mulher transexual. Aos poucos, percebeu que as promessas do colégio haviam sido em vão. Em janeiro de 2015, viu suas aulas serem reduzidas drasticamente e seus grupos de estudos cortados. Seu salário, que era de R$ 6 mil, passou para R$ 1 mil. Foi nesse período que a sua depressão ficou mais forte e ela precisou ser afastada diversas vezes para cuidar da saúde. Todas, relembra Marina, por meio de atestados médicos. Na ocasião, Luiza entendeu que a retirada das turmas era para que outros novos alunos não a conhecessem. 728 “A demissão acontece em um momento que ela está bastante depressiva, com uma série de atestados e não se pode mandar embora um funcionário doente, o procedimento é afastamento pelo INSS. Então essa demissão é ilegal tanto do ponto de vista discriminatório quanto pelo fato dela estar doente, ela não podia ter sido demitida por conta dessas duas razões. É perceptível uma cronologia de reação da escola: a partir do momento que ela mostra a questão de gênero, começa a ser bastante reprimida”, explica Marina. O processo comprovou que a demissão não foi baseada na queda de rendimento de Luiza, como alegou o Colégio Anglo. “Ficou comprovado no processo, com prova testemunhal e documental, que a ausência nessa reunião não foi só dela, uma vez que não era uma reunião obrigatória, muitos professores faltaram e não tiveram punição. A juíza deixa muito claro que ela estava em um momento de ascensão na escola, com a aquisição de mais aulas, então o argumento do rendimento escolar caiu por terra. Tanto que ela foi escolhida como paraninfa, representante na formatura escolhida pelos alunos”, explica a advogada. Determinação inédita Para reforçar o processo, a juíza Daiana Monteiro Santos usou a Súmula 443 do Tribunal Superior do Trabalho para determinar que a demissão foi discriminatória. Originalmente, a súmula é usada para proteger trabalhadores com doenças graves, como câncer e HIV, garantindo que eles tenham estabilidade trabalhista. Confira o trecho: “Afirma a reclamante ter sofrido dispensa discriminatória em razão de sua mudança de gênero na constância do contrato de trabalho com as reclamadas, sendo que o processo de transição com tratamento hormonal iniciou-se em 2012. Alega ter informado a Coordenação Pedagógica sobre tal decisão em março de 2014 e foi muito bem acolhida pelos colegas. Em uma reunião ocorrida em julho de 2014, lhe foi dito pelos Coordenadores que os professores estavam proibidos de debater e conversar sobre questões de gênero dentro e fora da sala de aula e seu relacionamento com a direção se tornou mais difícil, sob maior pressão e rigor excessivo. Em outubro do mesmo ano, a depoente mudou seu gênero na rede social e quando os alunos descobriram, foi muito bem acolhida e apoiada. A partir de novembro de 2014 passou a trabalhar vestida de mulher, pois contava com o apoio dos professores e alunos”. No caso de Luiza, a juíza defende no processo que “diante do quadro cultural brasileiro, no qual ainda vemos numerosos atos de violência e preconceito contra homossexuais e transexuais, entendo ser plenamente aplicável seu entendimento jurisprudencial em relação a ela”. 729 Para Marina, o uso analógico dessa súmula abre um importante precedente na justiça trabalhista visando a inclusão de pessoas LGBTs em situações de descriminação em locais de trabalho. “Ao aplicar analogicamente da Súmula 443, ela mostra que a dispensa foi discriminatória por conta da transição de gênero. Essa súmula visa a proteção de pessoas em vulnerabilidade ou em uma situação de estigma relacionado às minorias, então para ela não ficar à mercê, a súmula garante que ela tem estabilidade no emprego”, explica Tambelli. A advogada conta que a questão discriminatória para pessoas trans e travestis ainda é uma questão nova no âmbito trabalhista. “Por conta disso, a gente teve muito receio durante o processo, o mais importante era provar como se deu a comunicação dela com a escola, a proibição dela falar sobre o assunto com alunos e professores. E tudo isso foi comprovado por prova testemunhal e documental. Não é um processo simples, por isso é uma grande vitória para o movimento trans e LGBT no geral, por permitir uma proteção dessa ao trabalhador enquanto população trans. A sociedade está mudando e o Judiciário tem que acompanhar essa mudança, são demandas antigas”, reforça Marina. Para Coppieters, a sua vitória é também uma vitória do movimento LGBT, principalmente em relação empregabilidade trans que ainda é muito baixa: de acordo com a ANTRA, 90% das pessoas trans ainda recorrem a prostituição e ao mercado informal para sobreviver. A Ponte mostrou no Especial Trans, publicado em janeiro, a dificuldade de inclusão de pessoas trans e travestis no mercado formal de trabalho. “Espero que as pessoas vejam o peso desse processo, o significado disso, dessa sentença dentro do judiciário que a gente tem, no momento em que estamos vivendo. Essa vitória no âmbito trabalhista é um exemplo também no campo jurídico, vai servir de respaldo para muitas pessoas trans estarem na luta. As questões psíquicas dificultam a vida de uma pessoa trans no mercado de trabalho, mas agora a gente tem um respaldo”, comemora a professora. Luiza afirma que a sensação agora é de alma lavada. “Estou muito feliz com isso, porque passei esses 3 anos com mágoa a rancor. Mas agora a sensação é de virar a página. Eu voltei a ler, estou lendo dois livros por dia, depois de ficar quase 3 anos sem conseguir ler. Isso me criava uma angústia, falar em universidades, com doutores, sem ao menos conseguir ler. Ao mesmo tempo tive um baita de um respaldo, isso é muito gratificante. Antes, eu não tinha esse reconhecimento no colégio, um professor de química e física lá tinha um salário muito mais alto do que o meu por serem valorizados no vestibular. É interessante isso, quem vai ganhar com o meu retorno? Quem vai ser a professora de renome que vai estar lá?”, salienta. 730 Além disso, a sentença cita decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em reconhecer a alteração do nome social sem cirurgia e a convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) número 111 que trata sobre discriminação em matéria de emprego e profissão: “Toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão”. “O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias considerou que as pessoas transgênero que sejam vítimas de discriminação podem ser protegidas pela proibição de discriminação em razão do sexo. O E. STF já reconheceu a possibilidade de alteração de nome e gênero no assento de registro civil independentemente de procedimento cirúrgico de redesignação de sexo (ADI 4275)”, escreve a juíza Daiana Monteiro Santos. A relação com os alunos A espera por justiça fez Luiza acreditar que nunca mais pisaria em uma sala de aula. “Eles roubaram a minha profissão” era uma frase que constantemente passava pela sua cabeça nesses anos. Ela relembra como era a relação com os alunos, que a acolheram tão bem quando ela deu a notícia da transição: “Na verdade, o tio Luiz não é tio Luiz, é tia Luiza. Sou uma mulher transexual”. “Eu tinha um perfil, Luiza Seixas, e coloquei uma foto minha de apoio a uma candidata a presidente. Aí, numa sexta, um aluno pediu pra adicionar e eu aceitei. Quando entrei de novo no domingo tinha várias solicitações de amizade e eu aceitei todas. Muitas pessoas acharam que era um protesto em defesa dos direitos das mulheres”, relembra Luiza. “Na segunda, cheguei para dar aula pra primeira turma e fiz a pergunta de sempre ‘Jovens, vocês tem algo digno de nota para compartilhar com os seus pares e comigo?’ e nada. Perguntei novamente e nada. Na terceira aula, um aluno perguntou ‘professor, o que que é aquele seu Facebook?’. E eu perguntei se ele queria mesmo saber. Foi quando eu contei a eles. Aí começaram a fazer perguntas, foi um chororô”, conta a professora. Durante uma semana, cada turma era uma nova emoção. Todos reagiram muito bem a novidade. Foram os alunos que pressionaram a escola a mudar o nome da professora no quadro de funcionários, por meio de um protesto. 731 Vida pública Se tornar uma pessoa pública em um momento que a vida pessoal está arrasada. Esse foi o maior desafio de Luiza nos últimos anos. Ao mesmo tempo que ter a vida pública a ajudou a permanecer de pé, criou muitos conflitos internos por conta das crises de ansiedade que a impediram de participar de alguns eventos. “Eu sempre esperei o pior e não aconteceu porque a sociedade me aceitou. Foi muito difícil conciliar vida pública com a privada. Cada atividade que eu participei nos últimos anos demandaram muito esforço. As pessoas veem a Luiza brigona, Luiza forte, Luiza que vai e fala, mas até chegar ali foi muito cigarro, muita ansiedade, foi muito esforço e muitas vezes eu era arrancada de casa”, desabafa Coppieters. Luiza chegou a se candidatar para vereadora nas eleições municipais de São Paulo pelo Psol em 2016, mas, há um mês, acabou se desfiliando do partido por divergências internas e optou por seguir com a própria militância em palestras e encontros. Para ela, a vida política foi impulsionada por dois momentos. Começou a dar entrevistas depois de criticar uma postagem da Prefeitura de São Paulo sobre o programa Transcidadania, do então prefeito Fernando Haddad (PT). Na ocasião de divulgação, eles usaram fotos do prefeito com drag queen (personagens criados por artistas performáticos) em vez de pessoas trans e travestis, uma vez que o programa era destinado para essas pessoas. Foi a primeira vez que a professora foi entrevistada. Logo depois, veio a demissão. “Aí, vem a demissão e eu falo com a Ponte. Na época, a causa trans nem era tão famosa, então foi um boom. Mais boom ainda por eu ser trans e lésbica. Isso tem um peso na história da causa trans que muita gente não reconhece. Nisso as pessoas começaram a ver o que eu dizia nas redes sociais e me chamavam para falar. De entrevista em entrevista, participei dos planos de educação em 2015 e dei muitas entrevistas. Cada lugar que eu falava, mais três me chamava”, relembra. [Reproduzida pelo El País: “Professora trans ganha processo contra colégio por demissão considerada discriminatória. Juíza exige retorno imediato da docente ao trabalho e uma indenização de 30 mil reais. Após a decisão, Luiza Coppieters desabafa: ‘Sofri muito nos últimos três anos, mas a vitória veio’”, Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzida pelo El País, 10 de setembro de 2018... A matéria traz fotos de Luiza Coppieters...] 732 https://ponte.org/apos-3-anos-professora-ganha-acao-judicial-contra-colegio-que-ademitiu-por-ser-trans/ https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/10/politica/1536615194_781598.html PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018 A Justiça do Trabalho determinou, na última quarta-feira (05), que a professora Luiza Pereira Coppieters seja readmitida pelo Colégio Anglo Leonardo da Vinci, que fica localizado na região metropolitana de São Paulo. Em 2015, a docente acionou judicialmente a instituição de ensino alegando ter sido desligada sem justa causa e por discriminação por ser transexual. A magistrada Daiana Monteiro Santos, da 2ª Vara do Trabalho de Barueri, julgou procedente o requerimento e determinou não apenas que Luiza seja recontratada, mas também a quitação de todos os salários e direitos trabalhistas referentes ao período em que permaneceu fora do cargo. O colégio também foi condenado a indenizar a professora em R$ 30 mil por danos morais sofridos em meses anteriores à demissão. Para embasar sua decisão, a juíza apresentou evidências de que a professora de filosofia estava sendo discriminada. Segundo a magistrada, a redução na carga de aulas de Luiza sem que as turmas tivessem deixado de existir acarretou em "drástica redução salarial" da autora da ação. De acordo com uma testemunha, que segundo a sentença trabalhava próxima à direção do colégio, o desligamento da docente já era planejado desde o final de 2014. Em nota, a instituição informa que vai cumprir a decisão da Justiça, mas alegou não ter cometido irregularidades no desligamento da profissional: "O Colégio Anglo Leonardo da Vinci esclarece que não cometeu discriminação contra Luiza Coppieters. Há mais de 40 anos, o respeito por todas as pessoas faz parte dos valores da nossa instituição. Por meios legais, o Colégio mostrou que não houve transfobia no caso de demissão". Em entrevista ao UOL, Luiza Coppieters demonstrou satisfação pela decisão: "Fiquei muito feliz pela justiça ter sido feita. É uma sentença que respeita os tratados internacionais. Mostra a importância dos trabalhadores recorrerem aos seus direitos. É 733 uma vitória não só minha, mas das pessoas transexuais, ainda mais no campo das empresas privadas, e em especial da educação". Contudo, se a docente celebrou a decisão da Justiça, o mesmo não pode ser dito do posicionamento oficial apresentado pelo colégio: "Como eles podem falar que mostraram por meios legais se o que aconteceu foi justamente o contrário? Todas as alegações foram vagas, não mostraram provas documentais e nem testemunhais que sustentassem minha demissão por faltar com obrigações profissionais. Se não estão errados, como foram condenados por danos morais? Precisam rever a posição deles, essa afirmação me deixou muito preocupada". Ainda segundo Luiza, antes da transição de gênero, quando era conhecida como professor Luiz, ela tinha autonomia para comandar grupos de estudo que abordavam temas de escolha dos estudantes sem nenhuma restrição de tema. A partir de 2014, quando decidiu comunicar o colégio de sua decisão, a situação passou a mudar. Debates em torno de questões de gênero ou sexualidade com os alunos foram vetados pela instituição e, segundo Luiza, foi solicitado que ela não contasse aos alunos sobre sua opção. "Os coordenadores me chamaram em um bar para uma reunião e me apresentaram um plano: 'Você não vai mais ter esses grupos, não pode mais falar de gênero, de sexualidade. Vamos vazar para os funcionários [sobre a transição], espera eles passarem para os alunos, e depois a gente vê o que faz'. Chegou setembro e ninguém (do colégio) falou nada. Aí, quando mudei minha identidade no Facebook, os alunos vieram perguntar e eu expliquei. Só então a escola veio dizer que eu não deveria ter falado nada (com os alunos)". Com o fim do processo, a docente ressalta que aprendeu a ter consciência de seus direitos e faz um alerta para outras pessoas que possam estar passando por situações parecidas: "Na época da reunião no bar, eu fiquei aliviada por não ter sido mandada embora, (pensei) que talvez eu estivesse errada, que estavam me aceitando, mas esse tempo longe me fez ver como foi uma violência muito grande. Acho que a classe trabalhadora não tem muita noção de que tem direitos, às vezes parece que (os empregadores) estão dando esmola, e não é assim". Segundo Luiza, uma reunião deve ocorrer entre as partes para acertar os detalhes de seu retorno às atividades profissionais, conforme determinado pela Justiça do Trabalho. "Dar essas aulas é um direito meu. Estou muito tranquila, tenho a garantia e estou amparada pela lei, e vão ter que me respeitar. Eu tive dificuldade de tratamento das outras pessoas comigo em 2014, foi muito doloroso, mas volto muito mais forte, sabendo que estou certa", concluiu. 734 https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/09/12/professora-transganha-na-justica-direito-de-voltar-a-dar-aula-apos-ser-demitida.htm MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018 No dia 3 de agosto, quando a professora Ágata Vieira Mostardeiro, 25, pegou o filho Bento no colo, pela primeira vez, ela enfrentou a tremedeira nos braços pelo medo de deixá-lo cair, e o segurou forte. “Não queria mais largar. Tão pequeno e tão lindo. Fiquei boba, sabe?”. Ter um filho com a designer de moda, Chaiane Cunha, 26, que tivesse o DNA das duas, era um sonho. Ágata, que se identifica como mulher trans há um ano e um mês, esperou a gravidez da namorada ser confirmada para começar o tratamento hormonal de transição de gênero. Assim que viu o resultado positivo, correu para retificar seus documentos a tempo de ter seu nome na certidão do filho. No dia seguinte ao nascimento, ela seguiu para fazer o registro de Bento. A animação com o que era para ser um dos momentos mais felizes da vida, porém, murchou na mesa da atendente. O cartório não aceitou seu nome como genitora biológica da criança. “Me orientaram fazer a certidão só em nome da outra mãe e eu ser registrada como mãe socioafetiva. É o que costumam fazer. Mas, eu sou mãe biológica. Bento é meu único filho e acho que será o único filho biológico possível de nós duas”, afirma. “É angustiante, estar num momento feliz e não poder registrálo, além de me mencionarem como pai, volta e meia, de uma forma não legítima”. O parto, realizado em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre (RS), não foi fácil. Primeiro, o bebê teve de enfrentar cinco dias de UTI para regular a glicose, um reflexo do diabetes gestacional da mãe, que não foi diagnosticado no pré-natal. 735 Poucos dias depois de ter alta, o bebê voltou a ser internado no hospital para tratar uma infecção urinária. Diagnosticado com infecção sanguínea, ele segue em tratamento médico. Na terça-feira (21), após semanas à espera de uma resposta da Justiça, Ágata cedeu. Na Declaração de Nascido Vivo, assinada pelo médico que fez o parto, seu nome estava como “companheira” da mãe da criança. Ela aceitou registrar o filho como mãe socioafetiva, para conseguir incluí-lo em seu plano de saúde e trocar de hospital, enquanto Chaiane assinou um documento dizendo que desistia de procurar “pelo pai biológico” da criança. Um dia antes, respondendo ao parecer do Ministério Público sobre o caso, o Fórum de Canoas condicionou o registro da criança à apresentação de atestado médico afirmando que Ágata não havia alterado seu sexo biológico na época da concepção — ou seja, que teria condições físicas de ser “pai”— e à uma declaração de Chaiane certificando o vínculo biológico do filho com a namorada. “Vendo do ponto de vista de filha sem o nome do pai no registro, sabendo que essa é uma realidade recorrente, fico indignada. O Bento é de nós duas, é geneticamente das duas. Não faz sentido que só o meu nome conste”, diz Chaiane. No final de junho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou a regulamentação para retificações de nome e sexo em cartórios de todo o país. Sobre filhos, o documento se refere apenas à mudança de documentos já existentes: em caso de retificação do nome de um dos pais, a alteração deve ter concordância do próprio filho e de outro pai. O caso de Ágata é diferente. “Se o nome já está retificado, a partir do momento da retificação, todos os atos jurídicos que essa pessoa praticar ela vai praticar com esse [novo] nome. Inclusive, o ato de registrar o filho”, explica o defensor público Mário Rheingantz. Em nota, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg) alega que o cartório “não se recusou a realizar o registro de nascimento”. “A precaução do cartório foi no intuito de evitar prejuízos à família em razão de eventual procedimento incorreto", diz o texto. Para a advogada Gabriela Souza, que representa Ágata, o caso mostra o despreparo do Judiciário para lidar com novas famílias e o preconceito da sociedade contra pessoas trans. 736 “O ato de registro civil é um ato unilateral. Se vai um homem cisgênero *que se identifica com o sexo biológico] e hétero registrar a criança, ninguém pede DNA, ninguém pede que a mãe que está no hospital mande declaração por escrito dizendo que transou com esse homem. Acredito que esse caso seja o primeiro do Brasil”, afirma. O próximo passo, diz ela, é entrar com uma ação para constar na certidão de Bento que ele tem duas mães biológicas e reconhecer Ágata como tal. A advogada também planeja entrar com uma representação na OAB, por quebra de direitos, e outra contra o próprio Judiciário. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/mae-trans-e-impedida-deregistrar-filho-biologico-em-cartorio-no-rs.shtml DADOS SOBRE ASSASSINATO DE LGBTS SÃO INCOMPLETOS. VERA LÚCIA, DO PSTU, CITOU O BRASIL COMO CAMPEÃO MUNDIAL EM HOMICÍDIOS DO TIPO, MAS ESTATÍSTICAS TÊM LACUNAS E NÃO COMPARAM TODOS OS PAÍSES Ethel Rudnitzki, Agência Pública, 29 de agosto de 2018 “Este país é também o que mais mata LGBTs no mundo. Uma vítima a cada 19 horas.” – Vera Lúcia (PSTU), no plano de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao defender a criminalização da LGBTfobia no seu plano de governo, a candidata Vera Lúcia, do PSTU, disse que o Brasil mata uma pessoa LGBT a cada 19 horas – o que coloca o país na liderança desse tipo de morte no mundo. As estatísticas sobre violência contra LGBTs no Brasil e no resto do planeta, no entanto, são incompletas. Faltam registros oficiais e a maioria dos países não informa qualquer dado sobre esse tema, o que impede a criação de um ranking mundial. Por isso, o Truco – projeto de checagem de fatos da Agência Pública – classificou a afirmação como impossível de provar. Questionada sobre a fonte usada pela candidata, a assessoria de imprensa de Vera Lúcia enviou o Relatório 2017 do Grupo Gay da Bahia, que registrou 445 mortes de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis no Brasil naquele ano. Isso significa que, a cada 19 horas e 40 minutos, uma pessoa LGBT foi morta ou se matou em 2017. 737 O grupo Gay da Bahia é realmente a principal referência nacional em registros de mortes do tipo. As estatísticas, no entanto, não são precisas. A entidade contabiliza anualmente assassinatos e suicídios de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis no Brasil por meio de postagens em redes sociais e notícias de jornal. O próprio grupo assume em seu relatório a provável subnotificação dos números e reclama da falta de levantamentos oficiais. “A falta de estatísticas oficiais, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, prova a incompetência e homofobia governamental”, diz, no documento, o antropólogo Luiz Mott, fundador do grupo. Além disso, não há estudos com abrangência necessária para fazer uma comparação internacional das mortes de LGBTs. Um relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Transexuais, Transgêneros e Interseccionais (ILGA, na sigla em inglês), de 2017, coloca o Brasil como o país com maior número de mortes de LGBTs registradas no continente americano em 2016 – 340 mortes indicadas pelo relatório do Grupo Gay da Bahia no ano. O mesmo documento reconhece a falta de estatísticas confiáveis e completas sobre a violência contra LGBTs, o que aponta como um desafio a ser enfrentado. Assim, as estatísticas são uma forma de apresentar o problema da violência, não de fazer um ranking dos países. Existe um estudo que, de fato, coloca o Brasil em primeiro lugar, mas em mortes de pessoas trans. A pesquisa foi feita pela Organização Europa Transgênero (TGEU, na sigla em inglês). O levantamento contabilizou mortes de travestis e transexuais registradas de 2008 a 2016 em apenas 66 países. O Brasil foi apontado como o que mais matou em números absolutos – foram registradas 868 ocorrências no período. Porém, apenas cinco países africanos tiveram os dados contabilizados, o que mostra que os números não são abrangentes. O relatório conclui também que os países com maior quantidade registrada de mortes de transexuais e travestis são aqueles com grande visibilidade e organização de movimentos ligados à causa de gênero. “Isso mostra algumas das limitações de um monitoramento global como esse, bem como a necessidade de uma interpretação cuidadosa dos resultados”, diz o relatório. Em se tratando apenas de transgêneros, mesmo com as limitações dos dados, o relatório da Europa Transgênero mostra que o Brasil não é o país americano que mais mata transexuais e travestis em proporção à população. De acordo com os dados do documento, Honduras foi o campeão na região, com 10,4 mortes por 1 milhão de habitantes. O Brasil ficou em quarto lugar, com 4,3 mortes por 1 milhão de habitantes. Assim, pela falta de registros oficiais a respeito da violência contra LGBTs, não é possível dizer que o país é o que mais mata essa população no mundo. Os dados nacionais e internacionais sobre o tema servem para mostrar que existe violência, mas 738 não são completos o suficiente para fazer um ranking dos países – embora mostrem que os números do Brasil são sem dúvida preocupantes. Por isso, a afirmação é impossível de provar. Ao ser comunicada sobre o selo, a assessoria de imprensa de Vera Lúcia enviou a seguinte nota: “É importante ressaltar que o dado se baseia em um levantamento de uma entidade independente pelos direitos LGBTs. De fato existe uma dificuldade em tabular esse tipo de informação, devido à subnotificação para esse tipo de crime e à própria falta de interesse do governo e autoridades em tratar o tema.” TRUCO Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail [email protected] e por WhatsApp ou Telegram: (11) 96488-5119. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. A partir do dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança. https://apublica.org/2018/08/truco-dados-sobre-assassinato-de-lgbts-saoincompletos/ CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739 Imagem: Getty Images O Congresso chileno sancionou nesta quarta-feira (12) a Lei da Identidade de Gênero que permite a mudança de nome e sexo para os maiores de 14 anos, acabando com uma batalha legislativa de cinco anos entre a comunidade LGBTI e os conservadores. A lei, considerada um marco pelos movimentos sociais, foi aprovada pela Câmara dos Deputados por 95 votos a favor e 46 contra, um resultado mais folgado do que o esperado, ao fim de um acalorado debate no Parlamento de Valparaíso. No início de setembro, o documento já havia recebido a autorização do Senado. Quando entrar em vigor, os maiores de 18 anos poderão mudar de nome e sexo com um procedimento simples no Registro Civil, e os casados em um tribunal de família. Os adolescentes entre 14 e 18 anos terão que recorrer a um tribunal de família na companhia de pelo menos um de seus representantes legais ou responsáveis. Se não contarem com isso, poderão solicitar a intervenção de um juiz para que determine se a solicitação pode prosseguir. Crianças menores de 14 anos foram deixadas de fora do projeto final em função da oposição nas fileiras conservadoras e da falta do quórum mínimo necessário. 740 O Chile se soma a vizinhos como Argentina e Peru aprovando a lei. Na América Latina, Brasil, Paraguai e a maioria dos países centro-americanos carecem de normas que regulem a mudança de registro. O ministro da Justiça, Hernán Larraín, explicou que "para os menores de 14 anos apresentamos uma ideia de acompanhamento" e entre 14 e 18 "se resguarda a situação desses menores que já têm mais capacidade de discernimento, mais maturidade". A lei deve ser sancionada pelo presidente, o conservador Sebastián Piñera, embora ainda possa enfrentar alguns obstáculos, já que legisladores conservadores contrários ao projeto anunciaram que recorrerão ao Tribunal Constitucional (TC), ente com capacidade para impugnar artigos da lei. "Estamos na presença de um evento histórico, que celebramos com muita emoção e alegria, porque vai melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas que adiaram sua dignidade e direitos apenas por preconceitos em relação à identidade de gênero", reagiu o líder trans do Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh) Álvaro Troncoso. Na mesma linha, a diretora jurídica da Fundação Iguais, Jimena Lizama, considerou a votação "um tremendo triunfo para os e as adolescentes", mas "o Estado fica em dívida com a infância trans". No caminho oposto, o ex-candidato presidencial José Antonio Kast foi um dos mais ativos no rechaço à lei que considera um "fracasso para o Chile e para nossas crianças". Efeito Hollywood Apresentado durante o primeiro governo de Piñera (2010-2014), o projeto recebeu a máxima urgência na reta final do executivo da socialista Michelle Bachelet após a repercussão mundial do filme chileno "Uma mulher fantástica", interpretada pela atriz transgênero Daniela Vega. A obra, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, mostra a discriminação e a violência que uma jovem transgênero sofre após a morte de seu parceiro, tornando visível no Chile a luta dessa comunidade. 741 Atualmente, a comunidade transgênero usa uma antiga lei de mudança de nome. Embora na maioria dos casos a mudança seja aceita pelos tribunais civis, ela requer a presença de um advogado, o que tem um custo econômico associado. Além disso, é possível que a pessoa seja submetida a exames médicos e psiquiátricos, prolongando o processo por pelo menos um ano. Com a lei aprovada, o processo fica mais rápido e confidencial. A partir de agora, o judiciário terá seis meses para regulamentar a lei e quatro meses para fazê-la entrar em vigor. A norma faz parte de uma série de leis sociais promovidas durante o segundo governo de Bachelet (2014-2018) e que incluem a lei do aborto terapêutico e o Acordo da União Civil, que reconhece oficialmente casais do mesmo sexo, embora seja pouco provável que se vá aprovar a lei sobre a união oficial desses casais, que atualmente tramita no Parlamento. https://universa.uol.com.br/noticias/afp/2018/09/13/congresso-chileno-aprova-leique-permite-mudanca-de-genero-para-maior-de-14.htm COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS Luiza Souto, Uol Universa, 19 de agosto de 2018 Nos dez anos em que o Ministério da Saúde passou a cobrir atendimento clínico e ambulatorial para transexuais, a moradora de Belford Roxo (RJ) Liah Campos, de 35 anos, não tem muito o que celebrar: ela sequer consegue entrar na fila de cirurgia de transgenitalização do único local do Rio de Janeiro que realiza o procedimento, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj. Lá, desde 2011 não é aceita uma nova inscrição para procedimentos cirúrgicos, e os que conseguiram - cerca de 60 estão esperando há cinco anos. “A ouvidoria do hospital me informou que o tempo de espera está beirando os 10 anos”, reclama Liah. Liah se assumiu transexual aos 19 anos, e há três tem atendimento especializado, incluindo psicológico e com hormônios. Afirma estar apta a realizar a cirurgia, e depois de ser expulsa de casa pela mãe e cair na prostituição, deposita nesse atendimento a esperança de sanar metade dos seus problemas. 742 “O abandono familiar e a falta de emprego são o que menos importa para mim. O mais insuportável é a questão do corpo, que me deixa isolada. Meu corpo é a minha negação. Já cortei os pulsos duas vezes”, revela ela. Há exatos dez anos, o Ministério da Saúde regulamentou o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, passou a cobrir atendimentos em pacientes transexuais. Entre eles estão a mastectomia (retirada de mama), além de terapia hormonal. As cirurgias de redesignação sexual foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1997 e antes desse movimento do Ministério alguns hospitais universitários já atuavam no ramo, com recursos próprios. Para se ter uma ideia da importância dessa cobertura, especialistas ouvidos pela Universa afirmam que uma cirurgia de transgenitalização pode custar até R$ 35 mil. Uma mastectomia, até R$ 10 mil. Na lista do Ministério, são cinco os centros habilitados para procedimentos cirúrgicos e mais cinco para os ambulatoriais. A primeira cirurgia de transgenitalização que recebeu essa cobertura do SUS foi feita em agosto de 2008, numa paciente de 32 anos, justamente no Pedro Ernesto, onde Liah espera na fila. O hospital informa que a meta é de uma cirurgia do tipo por mês, e aproximadamente 60 pessoas trans aguardam na fila. Responsável pelo processo, o urologista Eloísio Alexsandro da Silva confirma a demora: “leva-se aproximadamente 5 anos”. Ele justifica que a cirurgia de transgenitalização é realizada pelo setor de urologia reconstrutora, ou seja, em conjunto com homens com câncer, por exemplo. Questionado sobre os principais entraves para se conseguir expandir o serviço, ele é taxativo: “Pensamos que são problemas gerais sobre a saúde pública do Rio de Janeiro”. A musicista e pedagoga Kathyla Katheryne, 51, operou em 2016, após cinco anos de espera: "É a parte mais difícil de todo esse processo. Nunca pensei em desistir, mas temia um retrocesso e até mesmo o fim dessa cobertura”. Kathyla diz que pouco percebeu um aumento de serviços voltados para a população trans nesses dez anos. Ela aponta pouco interesse de cirurgiões envolvidos com a questão. 743 Agendamento até 2020 A fila também anda grande no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), em São Paulo: há pacientes marcados para até 2020. Mas diferentemente do Rio, ali a equipe médica opera pessoas trans toda segunda-feira. É importante atentar, no entanto, que alguns pacientes realizam mais de um procedimento, além de retoques e correções. A chefe do departamento de endocrinologia do HCFMUSP, Elaine Maria Frade Costa, concorda que há escassez de profissionais com “expertise adequada”. “São poucos, porque são procedimentos de grande porte. Se é uma questão de crença religiosa por parte dos médicos, não consigo falar. Há os que não querem, e eles têm o direito, mas há também falta de capacitação”, avalia ela. No ano passado foram, ao todo, 52 cirurgias incluindo genitoplastia masculinizante e feminizante e próteses mamárias. Neste ano, até agora, foram 33. A psicóloga do Espaço de Acolhimento Trans do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Suzana Livadias, vê na normatização do Ministério uma estratégia criada para atender as necessidades de parcela da população LGBT com dificuldade no acesso à saúde, mas acredita não ser o suficiente. Ali há hoje 290 pessoas no serviço ambulatorial e 320 em lista de espera para acessá-lo. “Não é porque tem um centro credenciado que tudo será resolvido. A atenção básica precisa abraçar a ideia de que todas as pessoas estão sob seu foco de atenção”. Para Keila Simpson, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), falta ampliar o serviço para atender a demanda, como no Nordeste. “Se esses serviços fossem ampliados as filas diminuiriam e as pessoas não precisariam se deslocar para outros estados". O tratamento Para fazer a adequação sexual, é necessário que a pessoa procure um centro de atendimento para acompanhamento médico e psicológico por, pelo menos, dois anos, até ele ter certeza de sua decisão. Para ambos os gêneros, a idade mínima para procedimentos ambulatoriais como hormonioterapia é de 18 anos. Para a cirurgia, a idade mínima é de 21 anos. 744 As cirurgias de transgenitalização duram, em média, três horas. O paciente fica internado por uma semana e o tempo de recuperação leva até quatro meses. Segundo o Ministério da Saúde, entre agosto de 2008 e dezembro de 2017 foram mais de 450 procedimentos hospitalares e 25,7 mil ambulatoriais. Onde tem atendimento Em São Paulo, são quatro os hospitais públicos que realizam cirurgia de redesignação sexual: o Geral de Pedreira, o Estadual de Diadema, o das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e o estadual Mário Covas. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, entre 2010 e 2017 foram feitos 508 procedimentos cirúrgicos, incluindo mamoplastias e genitoplastia masculinizante e feminizante. O Estado tem ainda o Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do CRT DST/Aids, responsável por preparar o paciente para a cirurgia. Em Minas Gerais, o Hospital das Clínicas de Uberlândia (MG) realiza procedimentos apenas ambulatoriais. No Rio de Janeiro, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE) atende a parte ambulatorial. Em 2017, foram 1,2 mil pacientes. Este ano, até junho, já foram mil. O Hospital Pedro Ernesto também oferece a parte ambulatorial como terapia hormonal, além de realizar cirurgia. Em Curitiba, o Centro Regional de Especialidades Metropolitano atualmente atende 340 usuários na parte ambulatorial. Ano passado foram mais de 800 consultas médicas. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre também atende pacientes habilitados para cirurgia. Em Vitória (ES), o Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes faz atendimento ambulatorial e cirúrgico. Atualmente há 150 pacientes em atendimento. Em Goiânia, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás também opera e atende de forma ambulatorial: foram 116 cirurgias entre 2001 e 2013. E aproximadamente 200 pessoas estão terminando o processo transexualizador. O mais recente serviço credenciado pelo SUS é o do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco: o espaço realizou a primeira cirurgia de transgenitalização em 2015, e de lá para cá foram cerca de 22. 745 https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/19/transexuais-ficam-atecinco-anos-em-fila-de-cirurgia-de-transgenitalizacao.htm COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? BBC News Mundo, 01 de setembro de 2018 Com qual idade nós descobrimos nossa orientação sexual? Será que uma criança de 9 anos tem idade suficiente para saber qual sua preferência? Nesta semana, a BBC publicou a história de Jamel Myles, um menino de 9 anos que cometeu suicídio nos Estados Unidos por sofrer bullying depois de revelar a colegas de escola que era gay. O caso ocorreu em Denver, no Colorado. Leia Rochelle Pierce, mãe do garoto, disse que ele havia contado a ela sobre sua sexualidade há algumas semanas. Segundo Pierce, o garoto estava "orgulhoso" de sua orientação. A BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, entrevistou dois psicólogos especializados em sexualidade para saber se é possível determinar com qual idade as crianças descobrem sua orientação sexual. Os entrevistados são a psicóloga Asia Eaton, doutora em psicologia social e estudos de gênero e professora da Universidade Internacional da Flórida; e Clinton W. Anderson, diretor da Oficina de Assuntos LGBT da Associação de Psicólogos dos Estados Unidos. BBC News - Com qual idade uma pessoa conhece sua orientação sexual? Há diferentes versões sobre isso ou é um tema de consenso entre especialistas? Asia Eaton - Há estudos que revelam que os adultos de minorias sexuais experimentaram sua primeira atração sexual por pessoas do mesmo sexo por volta dos 8 ou 9 anos, mas outros pesquisadores dizem que esse desejo só desperta perto dos 11 anos. Há uma variedade de pesquisas sobre qual seria a média de idade. É uma pergunta difícil, por que há uma diferença entre orientação e identidade sexual. A orientação sexual geralmente se refere ao sexo ou sexos pelo qual ou pelos quais a pessoa sente atração. Já a identidade sexual se refere à percepção de gênero sexual que a pessoa tem de si própria. 746 Ambas são dinâmicas e podem mudar ao longo do tempo de acordo com o contexto. A verdade é que a gente tem essas experiências dentro de uma ampla faixa de idade. Alguém poderia ter sua primeira experiência de atração sexual desde os seis até os 16. Ou nunca. Em média, os jovens de hoje passam a se dizer LGBTQ durante o ensino médio, o que é muito mais cedo que as gerações passadas. Isso ocorre principalmente porque hoje existem maior consciência e aceitação social das pessoas LGBTQ. Clinton W. Anderson - Esse é um assunto ainda em pesquisa, entre outras razões, porque o gênero e a sexualidade são aspectos da psicologia que refletem as interações entre biologia e contexto sociocultural. Então, à medida que mudam a cultura e a sociedade, o gênero e a sexualidade também estão sujeitos a mudanças. Certamente há indivíduos que podem experimentar atração sexual aos 9 anos ou antes, mas é pouco provável que com essa idade eles tenham capacidade cognitiva e emocional para compreender completamente o que significa orientação sexual. Não há uma idade específica em que se espera que todas as pessoas se deem conta de sua orientação ou identidade sexuais. Há algumas pessoas com sexualidade fluida e que podem descobrir no futuro uma orientação diferente. Para a maioria das pessoas, a orientação sexual - dado que se trata fundamentalmente de relações românticas e sexuais - tende a se desenvolver na adolescência. O gênero, por outro lado, se desenvolve na infância. BBC News - Até que ponto os pais - e a sociedade em geral - podem influenciar o que as crianças pensam sobre sua própria sexualidade? Asia Eaton - As pesquisas revelam que a maioria dos jovens LGBTQ dizem que, quando eram pequenos, eram chamados de "mulherzinha" ou "sapatão", de forma depreciativa. Todos os jovens que saem do armário correm o risco de sofrer preconceito, discriminação ou violência em suas escolas, locais de trabalho, comunidades religiosas e sociais. 747 Felizmente, pesquisas revelam que a família, amigos e a escola que apoiam os jovens são pontos importantes para diminuir os impactos negativos dessas experiências. Os pais têm uma oportunidade poderosa e única para apoiar o desenvolvimento saudável da identidade de seus filhos e também as experiências deles com seus companheiros. Clinton W. Anderson - A aceitação da diversidade e da identidade sexual é muito importante para a comunidade LGBTQ e para o bem-estar de seus membros. Uma pesquisa concluiu que a rejeição dos pais está altamente associada a problemas de saúde mental e comportamental. Por outro lado, a aceitação está ligada a resultados melhores nesse sentido. Essa aceitação dos pais pode proporcionar certa proteção, mas outras instituições com presença de crianças, como escolas e esportes, também podem ter efeitos muito positivos ou negativos, em caso de rechaço ao comportamento de uma criança. Garantir que essas instituições sejam ambientes seguros e propícios para todas as crianças é muito importante para o sucesso da criança na escola e o bem-estar emocional das crianças. [Reproduzida como “Com que idade descobrimos nossa orientação sexual?”, BBC News Mundo reproduzida por Uol Universa, 02 de setembro de 2018] https://www.bbc.com/portuguese/geral-45385028 https://universa.uol.com.br/noticias/bbc/2018/09/02/com-que-idade-descobrimosnossa-orientacao-sexual.htm DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO Uol, 11 de setembro de 2016, entrevista com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) Aos três anos, Shiloh, a filha de dez anos dos atores Angelina Jolie e Brad Pitt, já era fotografada com roupas tidas como masculinas. Em 2008, durante um programa da apresentadora americana Oprah Winfrey, Brad Pitt revelou que a primeira filha 748 biológica, ainda com dois anos, só queria ser chamada de John. Ou Peter, por causa do personagem Peter Pan. “É exatamente o tipo de coisa que é fofa para os pais, mas provavelmente será irritante para outras pessoas”, disse o ator, na ocasião. Anos depois, Jolie e Pitt parecem ter deixado de enxergar o comportamento como “coisa de criança” e passaram a respeitar o fato de a filha não se reconhecer como uma garota. No casamento dos atores, em 2014, Shiloh vestiu paletó e gravata, assim como os outros três irmãos. Nesta semana, a garota voltou a ser assunto nas redes sociais, porque tabloides dos Estados Unidos afirmaram que os pais estão empenhados em criar um ambiente livre de preconceitos para que Shiloh possa agir espontaneamente. Para entender como se dá a identidade de gênero em crianças e de que forma os pais podem lidar com filhos que não se reconhecem no corpo biológico, o UOL conversou com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), que também oferece atendimento específico para crianças. Com que idade a criança conhece o seu gênero? Com três ou quatro anos. Quando a criança começa a falar e a se expressar, ela já mostra qual gênero a representa. Primeiramente, ela aprende a nomear o gênero. Depois, descobre que o gênero não muda de acordo com a roupa que usa. Mas não são todas que percebem que não se identificam com o gênero de nascimento. Qual é o papel dos pais nesse processo de identificação? Os pais não influenciam na identidade de gênero da criança, mas no papel de gênero, que é a maneira como ela se expressa na sociedade. O pai pode fazer com que a criança reprima isso, mas, com três ou quatro anos, ela não tem maturidade para esconder um gênero, ela será espontânea. É mais tarde que ela vai aprender a simular um comportamento, se achar necessário. E como diferenciar uma fase de experimentação da criança, uma brincadeira, de uma crise de identidade de gênero? 749 Brincar com jogos que a sociedade atribui a determinado gênero e vestir roupas diferentes são formas de experimentação. É preciso ficar atento quando há persistência em alguns comportamentos. Se a criança passar mais de um ano e meio agindo de uma forma que parece não condizer com o gênero, por exemplo, é sinal de crise. Mas existe uma diferença da criança que diz ser do outro gênero e da criança que deseja ser. A que deseja ser talvez não tenha crise [estudo do "Journal of the American Academy of Child Adolescent", publicado em 2013, descobriu que crianças do sexo masculino que diziam "sou uma menina" tinham maior chance de serem transexuais na fase adulta do que as que diziam "quero ser uma menina". A despeito disso, tanto no primeiro quanto no segundo caso, pode-se tratar de um comportamento transitório]. Há uma idade específica em que a criança dá sinais de que não está se identificando com o gênero? Aos seis anos, a criança tende a brincar só com amigos do mesmo gênero. Então, se a menina se identifica como menino, ela vai querer brincar só com meninos. Geralmente, a criança transgênero se espelha nos personagens também. Por exemplo, um menino trans, que nasceu menina, quando brincava de boneca, assumia-se como o pai da boneca. No videogame, a criança também pode escolher um avatar do gênero com o qual se identifica. O que os pais podem fazer ao perceber que não se trata de uma experimentação? Reprimir só vai gerar problemas de autoestima no filho. Por outro lado, eles também não precisam incentivar. O melhor é deixar o filho livre para experimentar e se conhecer. A criança tem de testar a mudança e se sentir à vontade para voltar ao passo inicial quando quiser. Pode ser difícil para os pais terem paciência durante esse processo, mas é preciso aceitar a indefinição do filho. Muitas vezes, os adultos querem uma resposta rápida, mas é a criança quem vai determinar o tempo para se reconhecer. E é só o amadurecimento que dirá se uma criança é trans ou não. É mais fácil quando essa descoberta é feita ainda na infância? É muito mais fácil. Depois, na puberdade, a criança vai conseguir se adaptar melhor. Imagina como se sente uma adolescente que se reconhece como menino e, de repente, menstrua. É muito sofrimento. Já se ela tem um acompanhamento desde a infância, pode conversar com os pais sobre um procedimento hormonal. Os que 750 cometem suicídio, que têm dificuldade na escola ou sofrem de transtorno de personalidade, são os que não têm apoio em casa. E como lidar com uma criança que assumiu outra identidade de gênero, como parece ser o caso de Shiloh? É preciso assumir para a família e para a sociedade que o filho é uma criança com um gênero diferente do nascimento. Os pais têm de participar desse processo, não dá para deixar a criança sozinha. As atitudes devem ser pensadas caso a caso. Há pais que fazem uma carta para a escola, por exemplo, pedindo que o nome do filho seja mudado. Imagina essa criança ser chamada com um nome masculino e estar vestida toda de menina? É uma chateação. E se a criança tem outros irmãos, até mais novos? Como dar a notícia? As crianças entendem esse assunto com muito mais facilidade do que os adultos. Tem um caso de uma menina de nove anos que contou para um colega da escola: “Sou menina, mas nasci com um pênis. Um dia vou fazer uma cirurgia para retirar ele”. Nesse processo, sempre será necessário buscar ajuda médica? É complicado dizer “sempre”, porque os pais podem lidar bem com a situação e, nessas condições, a criança pode não sofrer. Sem sofrimento, não é preciso acompanhamento médico. Mas, se acharem necessário, um psiquiatra pode ajudar. http://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2016/09/11/descobrir-setrans-na-infancia-como-shiloh-jolie-pitt-e-menos-traumatico.htm PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018 751 Luccino (Juliano Laham) e Capitão Otávio (Pedro Henrique Müller) na novela Orgulho & Paixão Pela primeira vez em 47 anos, a Globo mostrou um beijo gay em uma novela das seis. A cena foi protagonizada pelo casal Luccino (Juliano Laham) e Capitão Otávio (Pedro Henrique Müller) na novela Orgulho e Paixão e exibida nesta quarta-feira (12). Na internet a reação foi positiva, e os fãs da trama de Marcos Bernstein comemoraram a cena romântica. Na cena, Luccino e Otávio conversavam sobre o futuro de seu relacionamento. O italiano previu dias tristes com a ausência do namorado, que está prestes a retornar ao quartel. "O que eu vou fazer quando você voltar para o quartel e a angústia apertar de novo?", perguntou o personagem de Laham. "Quando eu tiver que sair, tente pensar em coisas boas. Pense em comprar peças novas para a sua moto, pense no macarrão da sua mamma, que esse você não enjoa. Pense em dar um mergulho na cachoeira que você adora...", respondeu o militar. Luccino então interrompeu o namorado e se lembrou do dia em que Otávio o tocou pela primeira vez no braço. "Senti uma eletricidade que foi direto para o coração", desabafou. Após uma sequência de frases românticas e declarações, o personagem de Laham puxou o rosto do namorado e o beijou pela primeira vez. Otávio, no entanto, acabou se assustando com o carinho. 752 "Que loucura que eu fiz? Onde eu estava com a cabeça, Luccino? Eu deixei o Randolfo [Miguel Rômulo] sozinho com os meus soldados", disse Otávio, que saiu em disparada ao quartel, constrangido por beijar o namorado. A Globo inaugurou a faixa de "novelas das seis" em 1971, com Meu Pedacinho de Chão. Embora algumas tramas mais contemporâneas tenham apresentado personagens homossexuais, Orgulho e Paixão entra para a história por ser a primeira trama do horário a exibir um beijo entre pessoas do mesmo sexo. O tabu do "beijo gay" em novelas foi quebrado pela Globo em 2013, protagonizado por Mateus Solano e Thiago Fragoso em Amor à Vida, exibida na faixa das 21h. Depois, outras tramas do horário também apostaram em cenas semelhantes, como Em Família (2014), Império (2014), Babilônia (2015) e O Outro Lado do Paraíso (2017). Na faixa das 23h, Verdades Secretas (2015) e Liberdade, Liberdade (2016) tiveram beijo entre homossexuais, assim como Malhação - Viva a Diferença (2017). Nas redes sociais, o público comemorou o beijo dos personagens. O cantor Lulu Santos, que assumiu recentemente o namoro com Clebson Teixeira, foi um dos que festejaram a cena. Confira algumas das mensagens: 753 754 755 756 757 758 759 760 761 https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/novelas/pela-primeira-vez-globo-exibe-beijogay-em-novela-das-seis-e-publico-comemora-22305 MAIS DE 20 GRUPOS LGBT ACUSAM PREFEITO DE SP DE IGNORAR CARTA PROTOCOLADA Blog do Paulo Sampaio/Uol, 04 de agosto de 2018 762 Mais de vinte representantes de entidades LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros) enviaram ao prefeito Bruno Covas uma carta protocolada (publicada no fim deste texto), cobrando dele uma postura em relação à substituição do coordenador de Política LGBT na secretaria municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Ivan Inácio Batista, pelo ativista Marcos Freitas. Integrantes do Movimento Social Organizado, que assina a carta, afirmam que já haviam mandado a Covas mensagens por e-mail e WhatsApp, "mas o prefeito ignorou". A secretária Eloísa Arruda teria decidido afastar Batista da coordenadoria depois de receber reiteradas queixas das entidades LGBT ao trabalho dele. Situação inédita Embora Freitas esteja cumprindo expediente há cerca de um mês, ele ainda não foi formalmente nomeado — nem Batista formalmente exonerado: "É uma situação inédita, um funcionário de terceiro escalão levar tanto tempo para assumir o cargo", surpreende-se Nelson Matias Pereira, do conselho fundador da Parada LGBT. "Marcamos uma reunião de boas-vindas com o Marcos, fomos lá, nos colocamos à disposição, e uma semana depois ele ainda não tinha sido nomeado. Fica difícil saber quem, afinal, responde pelo cargo." O grupo que se opõe à decisão da secretária de pedir o cargo do coordenador acredita que a origem da confusão estaria em um desentendimento entre ela e a vereadora Adriana Ramalho, do PSDB. Adriana reclamou no plenário que não vinha sendo atendida por Eloísa. Em resposta, a secretária enviou uma "carta aberta" à presidência da Câmara, queixando-se de que recebera "ofensas morais", o que aumentou o desgaste entre as duas. Como Batista é presidente municipal da Diversidade Tucana — movimento LGBT do PSDB — e estaria mais ligado a Adriana, os opositores de Eloísa afirmam que ela dispensou o coordenador como retaliação às críticas da vereadora. À deriva Na Diversidade Tucana, há quem diga que a pressão do movimento LGBT para afastar Batista da coordenadoria tem origem em questões partidárias, uma vez que a maior parte dos militantes está ligada ao PT e ao PSOL. "Eles querem jogar a culpa na gente, mas a questão é entre eles", diz Pereira. 763 Marcos Freitas também é ligado ao PSDB, mas não teria a mesma força que Batista. Segundo fontes ligadas a Prefeitura, Bruno Covas teria dito a Batista que continuasse no cargo, desautorizando assim a secretária. Por sua vez, Eloísa não voltou atrás na decisão de nomear Marcos Freitas. Enquanto se aguarda o fim da queda de braço, o impasse na coordenadoria permanece. Outro Lado Procurados, o prefeito Bruno Covas e o coordenador Ivan Inácio Batista preferiram não se manifestar. Até o fechamento desta edição, a assessoria da secretaria de Direitos Humanos e Cidadania não respondeu à ligação do blog, assim como a vereadora Adriana Ramalho. A Carta Nós, do Movimento Social Organizado, viemos a público manifestar nosso apoio pela escolha do ativista Marcos Freitas como Coordenador de Políticas LGBTI, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e também manifestar a nossa indignação com o machismo e a falta de respeito contra uma autoridade constituída por uma mulher, Dra. Eloísa Arruda, sendo atropelada em detrimento de um grupo minoritário e sem representatividade no movimento social. Também repudiamos a forma na qual fomos ignorados pelo Sr. Prefeito Bruno Covas, não dando devolutiva ao nosso pedido, enviado para o email pessoal e institucional do Sr. Prefeito, comunicação que também foi enviada por aplicativo de mensagem e protocolada na Prefeitura de São Paulo. Somos contrários ao retorno do antigo coordenador, por acreditarmos que é primordial que os diálogos entre a Coordenação e a sociedade civil sejam constantes e, infelizmente, nos dois anos anteriores essa comunicação foi prejudicada em diversos momentos em razão da ingerência por parte do órgão público municipal durante processos de construção coletiva que caberiam à sociedade civil definir e não à Coordenadoria. Acreditamos que a escolha do novo coordenador é assertiva por ser um nome que não atua apenas nas esferas partidárias, mas também no Movimento Social. O novo coordenador passou pelo Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, sendo o 764 segundo mais votado do Estado e construiu uma militância suprapartidária em diversos espaços coletivos do Movimento LGBT. As entidades e coletivos suprapartidários e apartidários que assinam conjuntamente esta carta, solicitam ao Prefeito Bruno Covas uma audiência para tratarmos de pautas coletivas do Movimento e assim inaugurarmos um período de diálogos permanentes e não autoritários com a Prefeitura de São Paulo. ABRAFH – Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas Associação Mães pela Diversidade APOGLBT SP – Associação da Parada do Orgulho LGBT Clovis Casemiro – Coordenador da Associação Internacional de Turismo LGBT – IGLTA Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência Consulado das Famílias Diversa Cultura e Arte – DAC Família Braction Família d' Matthah Família Durell SP Família Mad Queen Família Mó chavão Família Smorffets Família Stronger GADVS – Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero GAMES (Government Affairs, Media, Entrepreneurs & Supporters) Grupo Pela Vidda São Paulo IBRAT – Instituto Brasileiro de Transmasculinidades Instituto Omindaré Ivone de Oliveira – Blog Gata de Rodas ONG Banda do Fuxico Matheus – Portal Menino Gay Pedra no Sapato Salete Campari Heitor Werneck https://paulosampaio.blogosfera.uol.com.br/2018/08/04/mais-de-20-entidades-lgbtdizem-que-prefeito-de-sp-ignora-carta-protocolada/ INDIGNADOS COM DESPREZO DE COVAS, GRUPOS LGBT LANÇAM #SAIDOGABINETEPREFEITO 765 Paulo Sampaio, Blog do Paulo Sampaio/Uol, 22 de agosto de 2018 Cerca de dez entidades e militantes de defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros se reuniram anteontem para decidir como agirão diante da decisão do prefeito Bruno Covas de manter na secretaria de Direitos Humanos e Cidadania o coordenador de políticas LGBTI+, Ivan Batista. Insatisfeitos com o trabalho de Batista, os ativistas o acusam de explorar ilegalmente trios elétricos na parada gay; de favorecer pessoas de seu relacionamento em entidades ligadas à causa e de praticar tráfico de influência na secretaria. "Mandamos e-mails para o prefeito, mensagens de WhatsApp e até uma carta protocolada, mas ele nos ignorou", queixa-se o empresário e militante Heitor Werneck. "Hoje (ontem), estamos lançando a hashtag saidogabineteprefeito', em uma página do facebook que batizamos de 'Fora Ivan'." Segundo Werneck, "a hashtag tem duplo sentido mesmo, faz alusão à expressão 'sair do armário'. O prefeito sempre nos prometeu dar atenção especial às políticas LGBTI+, acreditávamos que ele tinha simpatia pela causa." O diálogo se perdeu De acordo com Matheus Pereira da Silva, 22 anos, editor do portal "Menino Gay", "é nítido que, depois da chegada do Ivan, o diálogo com o movimento se perdeu". "Eu acompanho a coordenação de Políticas LGBTI+ desde a gestão anterior, sempre atuei em projetos voltados para jovens, e nunca o vi participando ativamente de nenhum. Nós organizamos o 'Piquenique para Deficientes LGBTI+', ele apareceu, tirou algumas fotos e foi embora." Matheus se diz "espantado com a atitude do prefeito". "Buscamos o diálogo, e não estamos sendo ouvidos. Há um tempo, publiquei no portal um post sobre o compromisso de São Paulo na luta contra a Aids, e marquei o perfil do prefeito. Ele comentou e participou. Agora, fiz o mesmo para falar sobre a pauta LGBTI+, ele nos bloqueou. O que eu me pergunto é: até quando isso vai durar? Quando o prefeito vai sair do gabinete e nos atender?" Funcionários fantasmas O ativista Elvis Justino, 32 anos, queixa-se de que o coletivo "Família Stronger", criado por ele, está sofrendo "mais do que qualquer outro" com o que considera o "abandono dos centros de cidadania LGBTI+": "A maioria de nós é pobre, preta, periférica, e precisa desses serviços funcionando. A Prefeitura dize que faze 'eventos voltados para 766 a comunidade', mas isso, para quem é carente de assistência psicológica ou legal (advogado), é quase nada." Segundo Justino, quando se procura o profissional encarregado do atendimento psicológico, por exemplo, "ele não existe". "Os centros podem até estar abertos, mas o que adianta se você só encontra lá a tiazinha da limpeza? É como hospital sem médico." Em uma investigação feita em abril do ano passado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), auditores relataram que na primeira de três visitas ao posto do Largo do Arouche (centro), não encontraram nenhum dos cinco funcionários denunciados como fantasmas: dois coordenadores, um comunicador, um advogado e um assistente. Na segunda, apenas os coordenadores. Na terceira, o contador não estava. Os fiscais consideraram a denúncia procedente. Exoneração da secretária Depois de uma apuração interna, a ex-secretária de Direitos Humanos e Cidadania Eloísa Arruda chegou a pedir a exoneração de Ivan Batista, que é presidente municipal do Diversidade Tucana (grupo LGBTI+ do PSDB). No fim, ela mesma foi demitida. Eloísa havia chamado para ocupar o cargo o militante Marcos Freitas. O prefeito jamais assinou a exoneração de Batista, nem a nomeação de Freitas, desautorizando, assim, Eloísa. O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito para apurar se houve improbidade administrativa na gestão de Ivan Batista. Ao procurador Wilson Tafner, da Promotoria do Patrimônio Público Social, Eloísa afirmou que não se deveria pagar por ingressos para ter acesso ao trio, e que esses carros deveriam ficar disponíveis aos programas e equipamentos de atendimento à população LGBTT+. Outro lado da Prefeitura Sobre a falta de atendimento nos Centros de Cidadania LGBTI (Justino afirma que o único que funciona normalmente é o da zona leste). O Edital de Chamamento para gestão dos Centros de Cidadania obedecem a um rigoroso plano de trabalho, que é acompanhado pela comissão de monitoramento e pelo gestor. Eventuais irregularidades apuradas já foram alvo de aplicação de penalidade, assim como houve a suspensão de valores utilizados indevidamente. 767 O edital – assim como o plano de trabalho – prevê a contratação de apenas um profissional da área de saúde (psicólogo), tendo tal contratação sido realizada por todos os Centros. Quaisquer outros serviços de saúde devem ser buscados nas Unidades Básicas de Saúde, espalhadas por todo o município. Quanto a "funcionários fantasmas", trata-se de investigação realizada no passado, antes da publicação do novo edital de chamamento e referente a contratos celebrados pela gestão anterior. O Centro de Cidadania da região central, que funcionava na região do Largo do Arouche, foi transferido para novo endereço (Rua Visconde de Ouro Preto, 118 – Consolação) em outubro de 2017, com suas atividades sendo realizadas regularmente e normalmente desde então. Sobre a falta de representante no Conselho Municipal LGBT, "que não convoca eleições há dois anos" (segundo Justino). "O conselho existe justamente para fazer valer os direitos da nossa comunidade; se não tem conselheiro, quem vai ver o descaso de gestores como o Ivan Batista?" O mandato dos conselheiros eleitos em 2015 e nomeados em 2016 encerrou-se no início deste ano (2018) e, desde então, diversas audiências públicas vem sendo realizadas para traçar as diretrizes das próximas eleições do Conselho Municipal LGBTI. Conforme deliberado nas audiências públicas, o último encontro será realizado no Centro de Cidadania LGBTI da Zona Sul, no dia 1 de Setembro. Após isso, os trabalhos da comissão eleitoral serão iniciados. Sobre a reclamação (de Elvis Justino) de que as bolsas oferecidas pelo Programa Transcidadania — criado pela Prefeitura para promover a reinserção social da população LGBTT em situação de vulnerabilidade — foram reduzidas em 68: O Programa Transcidadania conta atualmente com 240 bolsas do Programa Operação Trabalho (POT, gerenciado pela Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo — SMTE). Mensalmente há o desligamento de beneficiárias que já concluíram todas as etapas do projeto, bem como a inserção de novas participantes, de acordo com a lista de espera de cada Centro de Cidadania LGBTI. As etapas de inserção de beneficiárias obedecem a um fluxo rigoroso determinado entre as duas Secretarias (de Direitos Humanos e SMTE) envolvidas na gestão do programa, para avaliação da candidata, coleta e análise da documentação e sua 768 admissão formal no Transcidadania. Por isso, eventualmente, algumas vagas podem ficar ociosas durante um curto período. A SMDHC pretende aumentar em mais 60 o número de bolsas para o exercício 2019, chegando a um total de 340 vagas até o fim da gestão, em 2020. Ivan Batista não fala sobre o assunto. https://paulosampaio.blogosfera.uol.com.br/2018/08/22/indignados-com-desprezode-covas-grupos-lgbt-lancam-saidogabineteprefeito/ GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018 O governo alemão aprovou nesta quarta-feira (15/08) um projeto de lei para introduzir um terceiro gênero no registro de nascimento, levando em consideração pessoas cujo sexo não está definido no momento em que nascem, os chamados intersexuais. Assim, junto às tradicionais alternativas "masculino" e "feminino", formulários incluirão a opção "diverso", que poderá ser assinalada pelos pais da criança da qual não se pode determinar o sexo. A medida aprovada pelo gabinete federal – formado pela chanceler federal Angela Merkel e seus ministros – ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento. O porta-voz do governo, Steffen Seibert, indicou que se espera que o projeto de lei entre em vigor no início de 2019. Com a aprovação do projeto de lei, o governo de coalizão alemão liderado pela conservadora Merkel cumpre a sentença proferida no ano passado pelo Tribunal Constitucional Federal alemão, que instou o Executivo a introduzir uma terceira opção nos documentos oficiais disponíveis no país. A corte alegou que a lei discriminava pessoas que não se consideram nem homem nem mulher quando as obrigava, permanentemente, a se registrar como um dos dois gêneros. Intersexual é um termo amplo que inclui pessoas com características biológicas como órgãos genitais e cromossomos que não se encaixam completamente na noção 769 tipicamente binária de masculino e feminino. Por vezes, é aparente no momento do nascimento. Outras vezes, nota-se na puberdade. O Tribunal Constitucional argumentou em sua sentença do ano passado que, de acordo com o direito constitucional à proteção da personalidade, as pessoas que não são nem homens nem mulheres têm o direito de assinalar sua identidade de gênero de forma "positiva" no registro de nascimento. O caso chegou à Justiça alemã quando uma pessoa pediu para mudar sua descrição de gênero para "diverso" em seu registro de nascimento, onde constava que era do sexo feminino. O caso fracassou em diversas instâncias até chegar ao Tribunal Constitucional. A ministra alemã da Justiça, Katarina Barley, do Partido Social-Democrata (SPD) – membro da coalizão de governo e a quem coube a elaboração do projeto de lei – admitiu que a "modernização" do registro civil aconteceu com "atraso". "Ninguém deveria sofrer discriminação com base em sua identidade sexual", afirmou. A opção "diverso" também dará dignidade e uma identidade positiva a pessoas que não se identificam com o sexo masculino ou feminino, disse Barley. O governo alemão pretende reformar sua legislação para que esta seja mais inclusiva e moderna. Concretamente, novas leis deverão reconhecer a diversidade sexual e as diferentes identidades de gênero – entre elas, a de pessoas transsexuais. A ministra alemã da Família, a também social-democrata Franziska Giffey, destacou que a atual lei para transsexuais do país precisa ser anulada e substituída por um texto que reconheça e fortaleça a diversidade sexual. Com isso, avaliações médicas obrigatórias para determinar o gênero de uma pessoa também deverão ser proibidas no futuro. Em 2013, após reforma legal, a Alemanha foi o primeiro país europeu a permitir aos pais deixar em branco a caixa que indica o sexo de um bebê em sua certidão de nascimento, reconhecendo assim, na prática, um "terceiro gênero" – nem masculino, nem feminino. Mas para defensores dos direitos do terceiro gênero essa medida ainda não era suficiente. Na Áustria, o Tribunal Constitucional decidiu em junho deste ano que as autoridades do país devem autorizar pessoas a se registrarem como algo diferente de "masculino" ou "feminino" se assim desejarem, mas a lei austríaca não foi alterada por a corte 770 achar que o texto atual não é explícito ao especificar que o gênero das pessoas precisa ser ou masculino, ou feminino. No mês passado, depois de Dinamarca, Irlanda, Malta, Noruega e Suécia, Portugal se tornou o sexto país europeu a permitir o direito à autodeterminação da identidade transgênero. Estima-se que haja cerca de 80 mil pessoas intersexuais na Alemanha, o equivalente a um pouco menos de 1% da população. Segundo as Nações Unidas, entre 0,05% e 1,7% da população mundial é intersexual. https://www.dw.com/pt-br/governo-alem%C3%A3o-abre-caminho-para-registro-deterceiro-g%C3%AAnero/a-45097376 https://p.dw.com/p/33Dt2 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 O gabinete de governo alemão aprovou na última semana um projeto de lei que permitirá que pessoas intersexuais optem por um terceiro gênero em suas certidões de nascimento, além de feminino e masculino. A medida ainda será votada no Parlamento, mas precisa entrar em vigor até 31 de dezembro deste ano por decisão da Corte Constitucional, a maior instância em questões constitucionais na Alemanha. Indivíduos nascidos com características sexuais e biológicas não totalmente femininas ou masculinas, como variações genitais e/ou de cromossomos (homens possuem um cromossomo X e um Y, e mulheres têm dois XX), poderão ser registrados com o marcador de gênero "diverso". Desde 2013, é possível deixar essa informação em branco nesses casos na Alemanha. Segundo a ONU, cerca 1,7% dos bebês nascidos no mundo não possuem características masculinas ou femininas claras, uma proporção tão frequente quanto a da população global de ruivos. O termo intersexual abarca pessoas que nasceram com variações genéticas ou corporais (visíveis ou não) que não se encaixam exatamente na definição de masculino ou feminino. Segundo a Sociedade Intersexual dos EUA, pode ser, por exemplo, uma 771 pessoa de aparência feminina que tenha uma anatomia interna tipicamente masculina; ou uma garota que nasce sem abertura vaginal ou um garoto que nasce com saco escrotal semelhante a um lábio genital. É uma característica biológica - não diz respeito, por exemplo, à orientação sexual ou à identidade de gênero dessa pessoa. Corte força legislativo a abordar o tema O projeto de lei alemão foi criado pelo Ministério do Interior após a Corte Federal Constitucional decidir em outubro passado que a lei de status civil alemã era discriminatória contra pessoas intersexuais. Segundo o tribunal, os direitos fundamentais de um adulto intersexual registrado no nascimento como mulher foram violados quando ele/ela tentou, sem sucesso, alterar seu gênero para "inter/diverso" em seus documentos. Os juízes da Corte entenderam haver violação do direito geral à personalidade se não existir na lei a possibilidade de se registrar uma terceira "entrada positiva" de gênero para as pessoas que não podem ser assinaladas como homem ou mulher no nascimento. Não oferecer essa outra opção, eles argumentaram, seria uma intervenção injustificável e discriminatória. Logo, a Corte definiu que o Legislativo criasse uma terceira categoria ou dispensasse qualquer informação sobre gênero no registro civil. O projeto de lei do gabinete adotou o marcador "diverso", mas definiu que crianças precisam ser declaradas como intersexuais por médicos para usarem esse gênero. Um certificado de "variação de desenvolvimento sexual" também será exigido de adultos e jovens maiores de 14 anos que quiserem alterar seus marcadores de gênero no escritório de registro civil. Ativistas A exigência da participação médica no processo motivou duras críticas de associações para direitos de pessoas intersexuais e de organizações de direitos humanos, que acusam o projeto de continuar a patologização desses indivíduos. "Eles enfrentam discriminação e são tratados como doentes todos os dias. Pessoas intersexuais não são doentes, apenas possuem uma identidade de gênero não binária 772 (feminina ou masculina). Ter que ver um médico para decidir sobre a sua própria identidade de gênero os patologiza novamente", argumenta Jana Prosinger, chefe de política internacional de gênero da Fundação Heinrich Böll, ligada ao Partido Verde alemão. Há também questionamentos sobre violação de privacidade e dificuldades para conseguir certos documentos exigidos pelo projeto de lei. "Para acessar esse terceiro gênero, os interessados terão que oferecer informações pessoais detalhadas a autoridades e apresentar certificados médicos que podem ser impossíveis de obter para muitos intersexuais. É normal que eles/elas não possuam acesso completo ao seu histórico médico", explica Kitty Anderson, copresidente da Organização Intersexual Internacional Europa (OII Europe). "Isso significa que pessoas adultas que se definem como intersexuais precisariam fazer um grande número de exames, o que pode acarretar em mais traumas", completa Prosinger. Sem marcação de gêneros Apesar de reconhecer que a medida torna mais simples para crianças intersexuais e jovens adultos mudarem seus gêneros no futuro, a organização Bundesvereinigung Trans* e.V. criticou que "médicos sejam os guardiões do reconhecimento de gênero", apontando que a identidade de gênero não pode ser determinada apenas por características corporais e destacando a violência que intersexuais sofrem no sistema de saúde. Para a organização Intersexuelle Menschen e.V., o projeto não segue as demandas da Corte Constitucional Federal e desconsidera que apenas 25% das crianças intersexuais são identificadas como tal no nascimento. "Não tenho conhecimento de oposição direta à proposta, mas os grupos (ligados ao tema) compartilharam suas críticas com o Ministério (do Interior). Infelizmente, apenas o nome do gênero foi aceito de nossas sugestões e todos os demais pontos foram aparentemente ignorados", diz Stefanie Klement, presidente da organização, à BBC News Brasil. Organizações ligadas ao tema queriam que o governo alemão seguisse o conselho da Corte Constitucional e abolisse o registro de qualquer gênero das certidões de nascimento. Isso serviria para evitar discriminação contra crianças intersexuais. 773 "As crianças que não podem ser designadas a um gênero serão colocadas como 'diverso' porque não é algo opcional. Isso viola o direito de uma criança à privacidade e pode levar a uma maior discriminação, porque elas vão ser expostas quando precisarem mostrar a certidão de nascimento", afirma Anderson. Segundo Prosinger, manter um marcador de gênero nas certidões força médicos a decidirem sobre algo que seria uma escolha pessoal. "Um dos traumas que ocorrem com frequência é que as genitais de um bebê podem parecer com as de uma menina ou menino, mas seus hormônios e cromossomos, não. Então, a aparência física não significa nada." O projeto também foi criticado por excluir transexuais que não se identificam com o gênero binário. O Ministério do Interior, por outro lado, defende que o projeto de lei atende "completamente às determinações" da Corte Constitucional Federal e que o governo acatou as sugestões de várias associações para usar o termo "diverso", com objetivo de escolher uma definição "não discriminatória". De acordo com Sören Schmidt, porta-voz do Ministério do Interior alemão, como o prazo do tribunal para o Legislativo implementar as provisões era para o final deste ano, foi "necessário restringir a lei aos regulamentos relevantes e não vinculá-la a uma reforma da lei sobre transexuais". Sobre a avaliação médica para acessar o gênero "diverso", Schmidt disse que "o certificado não precisa conter um diagnóstico preciso; em vez disso, o atestado médico é suficiente para mostrar que a pessoa afetada tem uma variante do desenvolvimento sexual". Para Prosinger, o governo poderia ter sido mais "corajoso" para "de fato implementar uma lei antidiscriminatória". "Não estou certa de que a sociedade esteja preparada para (abolir o gênero da certidão de nascimento) e tenho certeza de que haveria alguma reação contra. A longo prazo, contudo, esperaria que as pessoas percebessem que isso não lhes causa nenhuma desvantagem, mas todos que tem gêneros não binários e que querem decidir sobre sua identidade de gênero não seriam estigmatizados e traumatizados." https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45292522 774 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018 Agora é oficial: na quarta-feira (15/08), o governo alemão aprovou um projeto de lei que permitirá que se opte por um terceiro gênero em documentos oficiais e de identidade. Isso significa que quem não se identifica como masculino ou feminina – ou com anatomia sexual e reprodutiva ambígua – pode optar por se identificar como "inter/diverso" ou "diverso". A decisão do gabinete federal em Berlim ainda requer aprovação do Parlamento alemão. Intersexualidade não é uma orientação sexual, refere-se especificamente às características biológicas de um ser humano. Intersexuais podem ser gays ou heterossexuais, e podem se identificar como masculinos, femininas ou não. Muitas culturas e religiões reconhecem a intersexualidade: várias comunidades das nações indígenas no Canadá, por exemplo, já aceitam há muito tempo os com "dois espíritos", termo genérico referente a quem não se encaixa nas noções ocidentais de gênero e identidade sexual, que incorporando características masculinas e femininas. Para inter- e trans-sexuais e gente que não se identifica com a representação masculina ou feminina, é de importância crucial a opção de poder se autoidentificar nos documentos pessoais de forma que reflita a própria realidade. No entanto, isso não resolve todos os problemas dos que já enfrentaram discriminação devido a seu status não binário, nem masculino nem feminino. Tanto crianças quanto adultos intersexuais enfrentam discriminação, estigmatização e são muitas vezes submetidos a cirurgias alteradoras da anatomia, a fim de se adaptarem à binariedade masculina ou feminina. Por vezes esses procedimentos são coercivos ou, no caso de bebês e crianças, realizados sem o consentimento dos afetados. A opção "terceiro gênero" alinha a Alemanha a outros países que tomaram passos para reconhecer intersexuais ou um terceiro sexo, como Áustria, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Canadá, Portugal e algumas partes dos Estados Unidos. 775 A ONU estima que entre 0,05% e 1,7% da população mundial nasça com traços intersexuais – a percentagem máxima equivale aproximadamente ao total de ruivos em todo o mundo. O passo tomado pela Alemanha tem sido considerado histórico por muitos ativistas, especialistas e legisladores, que também levantam outras questões sobre os direitos e liberdades dos intersexuais em todo o mundo. As pessoas intersexo e que não se identificam como homem ou mulher têm o direito de se identificar como quiserem e de ter a sua identidade confirmada e reconhecida pelos governos, agências médicas e instituições públicas. Mas esse reconhecimento e direito à autoidentificação não são suficientes. Ser capaz de se identificar como "diverso" num documento oficial, por exemplo, não torna mais fácil ou menos arriscado o uso de banheiros públicos para intersexuais e não conformes de gênero sem uma aparência clara masculina ou feminina: eles geralmente se deparam com olhares e atenção indesejados e até mesmo violência. Intersexuais que não se encaixam nas aparências tradicionais masculina ou feminina são frequentemente submetidos a revistas pessoais desconfortáveis quando passam pela área de segurança em aeroportos e outros postos de controle – e a documentação oficial não vai necessariamente aliviar esse desconforto. Os intersexuais também questionam se a identificação clara como "diverso" ou "intersexo" nos documentos de viagem oficiais pode colocá-los em risco ao entrar em países ou territórios que não reconhecem a designação. Mesmo quem saúda a mudança, diz tratar-se apenas de um primeiro passo, e que há muito mais trabalho a ser feito para proteger os direitos daqueles de gênero não conforme. Outros temem que a decisão não seja de libertação, e sim de mais categorização e rotulação médica. Para muitos, contudo, a medida representa um passo à frente num caminho desafiador para a liberação e aceitação. É uma compreensão de que a identidade sexual também não é um sim ou não, e que muitas vezes pode recair num espectro com muitas camadas e complexidades. Nas palavras de Sara Kelly Keenan, a primeira americana a ter incluído "intersexo" em sua certidão de nascimento, em 2016: "Há poder em saber quem se é." https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-reconhecer-intersexo-%C3%A9-apenasum-primeiro-passo/a-45119937 776 https://p.dw.com/p/33Jkv JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO LIBERA ENTRADA DE CRIANÇAS NA "QUEERMUSEU" Carolina Farias, Uol Universa, 21 de agosto de 2018 A Justiça reverteu uma decisão provisória que proibia menores de 14 anos de entrarem na "Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", no Rio. No plantão do último fim de semana, o juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, expediu liminar com a decisão e a curadoria da mostra e a EAV (Escola de Artes Visuais) do Parque Lage, que abriga a exibição, recorreram. De acordo com comunicado, a mostra seguirá a recomendação de classificação indicativa do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, com afixação de cartazes na entrada informando que a mostra "não é recomendada a menores de 14 anos desacompanhados dos pais ou responsáveis". “A instituição que dirijo tem um histórico público de resistência a que devemos todos honrar. Hoje, mais uma vez, derrubamos a censura que vem a serviço de movimentos ultraconservadores. Penso que os valores de cada família são subjetivos e quem decide se uma criança deve ou não ver determinada obra de arte são os pais. Não cabe estatizar essa decisão”, disse Fabio Szwarcwald, diretor da EAV. Em setembro do ano passado, a exibição sobre representatividade LGBT foi realizada no Santander Cultural de Porto Alegre e, um mês depois da abertura, foi cancelada após protestos de grupos conservadores que atacaram o conteúdo como imoral, ofensivo a crenças e favorável à zoofilia e pedofilia. Para chegar ao Rio, a "Queermuseu" conseguiu arrecadar R$ 1,082 milhão via financiamento coletivo. Segundo os organizadores, é o maior valor já alcançado dessa forma no Brasil. O dinheiro foi usado na montagem, produção de ciclo de debates, além da adaptação museológica das cavalariças, espaço dentro do Parque Laje onde ocorre a mostra. [A matéria traz imagens de 15 obras da Queermuseu: 1. Obra "Adriano Bafônica e Luiz França de She-há", de Bia Leite... 2. "Cruzando Jesus Cristo com Deusa Shiva", de Fernando Barril... 3. "Retrato de Rodolfo Jozetti", de Cândido Portinari... 4. Imagem da série "Beach Triptych", de Alair Gomes... 5. "Is a Feeling", obra de Cibelle Cavalli Bastos... 6. "Cena de Interior 2, 1994", da artista carioca Adriana Varejão... 7. Obra sem 777 título de Mário Röhnelt de grafite e tinta acrílica sobre papel... 8. Colagem sobre tela de Luiz Henrique Schwanke... 9. "Abusada São Paulo #15", do coletivo de artistas Avaf... 10. "Cristo, s.d", do brasileiro Guignard, em exposição "Queermuseu"... 11. "São Sebastião, s.d", grafite sobre papel de Alfredo Volpi... 12. "Tirésias Revela a Vinda de São Sebastião", de Thiago Martins de Melo... 13. Obra "Penis", colagem manual de Amorim, que está no "Queermuseu"... 14. Obra sem título de Marcos Chaves da série "Ecléticos"... 15. "Cabeça Coletiva" da brasileira Lygia Clark] https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/21/justica-do-rio-dejaneiro-libera-entrada-de-criancas-na-queermuseu.htm DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO Cristina Sánchez, Agência EFE reproduzida pelo Uol Universa, 20 de agosto de 2018 Amplamente debatido atualmente, a descriminalização do aborto na capital mexicana "foi um fracasso na política pública", na opinião de Cándido Pérez, doutorando em Políticas Estratégicas de Gestão e Desenvolvimento na Universidade de Anahuac e médico do Centro de Estudos e Formação Integral para a Mulher do México (CEFIM), pois não diminuiu o número de mortes de mulheres que procuram esse procedimento e nem a clandestinidade. Essa está no relatório "Aborto, a política de um Estado claudicante", que faz uma cronologia dos eventos mais relevantes dos últimos 25 anos sobre o aborto no México. O documento foi elaborado por um grupo multidisciplinar de mulheres e homens especialistas no assunto, com o apoio do CEFIM. "O impacto da legalização do aborto não foi o esperado. A única coisa que gerou foi privar as mulheres da autonomia da decisão, deixando somente o aborto como opção", disse ele. Conforme o relatório, pouco mais de uma década depois de ter sido liberado na Cidade do México, o aborto representa 10,7% das mortes maternas na capital, taxa que está acima da média nacional, de 9,2%. "O mais preocupante é que se desconhece em que condições são realizados nove de cada dez abortos na Cidade do México", argumentou. 778 Para ele, descriminalizar esta prática e elas aumentarem em hospitais público, não significa que as mortes não irão ocorrer. Segundo ele, nenhuma autoridade do setor da saúde sabe sobre os hospitais privados que realizam o procedimento. "É difícil dizer que (o aborto) acaba com a clandestinidade, quando se desconhece tudo o que acontece no âmbito privado. Uma das grandes deficiências é o fato de hospitais particulares não terem a obrigação de informar nenhuma autoridade pública sobre quantos abortos realizam, em que condições ou que tipo de procedimento fez", apontou. O relatório afirma que, conforme pesquisas acadêmicas, nos últimos 11 anos cerca de 1,5 milhões de abortos foram feitos na Cidade do México. O dado se choca com o número das autoridades da saúde, que indicam pouco mais de 175 mil interrupções. "Esse grande desconhecimento dos hospitais privados nos faz questionar o impacto a respeito da clandestinidade", afirmou Pérez. O estudo também destaca o grande número de mulheres que abortou mais de uma vez. "Mais de 11 mil mulheres reincidiram, chegando a dois ou mais abortos. É preocupante, porque, de acordo com a literatura, muitas vezes, a reincidência do aborto está associada a outros problemas, como a violência doméstica", defendeu. Segundo ele, isso se deve ao fato de que as autoridades realizam os abortos, mas não se preocupam em conhecer as condições e razões das mulheres para isso e não terem registros das reincidentes. "Não sabemos se determinada mulher volta a fazer porque têm uma relação violenta com o parceiro ou porque não teve acesso a mecanismos de prevenção ou por qualquer outro motivo", afirmou. O médico ressaltou as experiência de alguns países da Europa, onde existem programas e formas de dar acesso à informação, bem como acompanhamento das mulheres, o que ajudaria a entender as principais razões da escolha pelo aborto. O pesquisador lamentou que, apesar da permissão na capital mexicana, há uma ausência de preocupação real sobre alternativas para diminuir a taxa de mortalidade e a incidência. A prática é proibida em todo o resto do país. "Não se pode falar de liberdade de decisão das mulheres quando existe apenas uma alternativa. A política da interrupção legal da gravidez é a única neste sentido. Uma 779 alternativa seria as autoridades se preocuparem verdadeiramente com as mulheres para que seja possível ajudá-las com alternativas reais diante de uma gravidez não desejada", ressaltou. https://universa.uol.com.br/noticias/efe/2018/08/20/descriminalizacao-do-abortonao-deu-certo-diz-pesquisador-mexicano.htm INSTITUTO DE ADVOGADOS RETIRA DO STF DOCUMENTO QUE RELACIONAVA ABORTO A ASSASSINATO. ENTIDADE DIZ QUE PARECER ENVIADO AO STF NÃO ENCONTRA RESPALDO ENTRE MEMBROS Rogério Gentile, Folha/Uol, 30 de agosto de 2018 O Instituto dos Advogados de São Paulo vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que desconsidere o documento intitulado "Aborto é assassinato". O texto, que afirma que “ninguém tem liberdade para matar, mesmo que seja a mãe do embrião vivo”, havia sido encaminhado ao STF pela Comissão de Direitos Humanos da entidade em razão do processo que analisa a descriminalização do aborto até a 12ª semana da gravidez. O instituto considera que a Comissão dos Direitos Humanos, presidida pelo advogado Ricardo Sayeg, não poderia ter enviado o parecer ao STF sem antes submetêlo a uma discussão mais ampla na direção e no conselho da instituição. Afirma que outras comissões internas têm opiniões divergentes em relação ao aborto e que não há uma posição oficial sobre o tema. A declaração sobre o aborto havia sido aprovada por 11 membros da Comissão de Direitos Humanos. Outros três participantes a avalizaram parcialmente, argumentando que cabe ao Legislativo, e não ao Judiciário, decidir sobre o tema. Houve três votos contrários. O instituto, criado em 1874 e que reúne alguns dos principais advogados do país, deverá analisar também um pedido de afastamento do presidente da Comissão de Direitos Humanos. A solicitação foi feita pela associada Marina Pinhão Coelho Araújo, diretora de relações institucionais do Iasp, que alega que o advogado descumpriu o estatuto interno. Além de solicitar o afastamento do presidente da comissão, Mariana pede que a direção e o conselho avaliem a abertura de processo administrativo contra Sayeg. Caso 780 seja investigado e punido, de acordo com o estatuto social, Sayeg pode sofrer uma advertência, uma suspensão e até mesmo a exclusão dos quadros do Iasp. O advogado terá 15 dias para apresentar sua defesa. À Folha, Sayeg afirmou que o procedimento adotado pela Comissão de Direitos Humanos no caso do aborto foi o mesmo adotado em outras situações e que nunca houve esse tipo de estranhamento. Diz que a comissão sempre teve autonomia. “Serei punido por transgressão de opinião?”, pergunta. “Vou lutar até o fim contra o aborto e não me intimidarei diante dessas ameaças.” Em um trecho do parecer, a Comissão de Direitos Humanos afirma que o parceiro é tão responsável, “inclusive criminalmente”, quanto a mulher pela proteção do embrião. Hoje, no país, o aborto é permitido em três tipos de gravidez: decorrente de estupro, que cause risco à vida da mulher ou de feto anencéfalo. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/instituto-de-advogados-recua-deposicao-que-liga-aborto-a-assassinato.shtml COMO A POLÊMICA DO ABORTO ESTÁ LEVANDO CATÓLICOS A PEDIREM DESLIGAMENTO OFICIAL DA IGREJA NA ARGENTINA Marcia Carmo, BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 781 Batizada na Igreja Católica, a assistente de informática Silvia Mollo, de 63 anos, está entre os muitos argentinos que entraram neste mês com pedido na Arquidiocese de Buenos Aires para se desligar oficialmente da instituição religiosa. Mollo diz que passou a "duvidar" da Igreja nos últimos tempos, após o que considera uma falta de providências diante de denúncias de abusos sexuais envolvendo sacerdotes. "Além de ser batizada, fiz minha consagração há apenas quatro anos. Mas agora mudei de ideia. Não podemos mais admitir estes abusos sexuais e ver que a cúpula da Igreja não faz nada", afirma. A maioria das pessoas que deixam de ser católicas simplesmente param de frequentar a Igreja, mas um grupo de argentinos está fazendo pedidos formais para se desligar oficialmente como forma de protesto. A solicitação é para que os dados da pessoa sejam retirados dos livros da instituição. "O sistema passou a ser perverso", diz Mollo à BBC News Brasil. Mãe de três filhos, a assistente de informática diz que a posição do papa sobre a discussão sobre a legalização do aborto na Argentina "foi a gota d'água" para sua decisão. "É preciso ter misericórdia, compreensão com as mulheres que abortam porque necessitam abortar, e não porque querem", afirma. Em junho passado, após a aprovação na Câmara dos Deputados da Argentina do projeto de lei que previa a interrupção da gravidez até a 14ª semana, o pontífice, que é argentino, se referiu à suspensão da gestação durante discurso no Vaticano. E comparou a prática ao extermínio cometido pelos nazistas: "No século passado, todos se escandalizavam com o que os nazistas faziam para purificar a raça. Agora, querem fazer o mesmo com luvas brancas", disse. Suas palavras foram interpretadas como um recado aos que apoiavam a iniciativa no país – ela acabou vetada quando foi a votação no Senado neste mês. E acabou gerando o movimento de pedidos de desligamentos da Igreja, como o de Mollo e de diversas outras pessoas. Distribuição de formulários No dia da votação do aborto no Senado, a Coalizão Argentina por um Estado Laico (CAEL), fundada em 2009 por advogados, antropólogas e filósofas feministas, distribuiu mais de 1,3 mil formulários para fazer pedidos de desligamentos da Igreja na frente do Congresso. 782 Mais tarde, a distribuição chegou a provocar filas em uma das esquinas mais movimentadas de Buenos Aires, nas avenidas Callao e Corrientes, no centro da cidade. Dez dias depois, o formulário foi entregue em 24 pontos do país. O advogado Cesar Rosenstein, um dos fundadores da CAEL, disse à BBC News Brasil que a "interferência da Igreja Católica" no debate sobre a legalização da interrupção da gravidez certamente influenciou o tamanho da fila dos que querem renunciar à instituição. "Ficou muito evidente que a Igreja foi principal força que se opôs ao acesso à interrupção legal de gravidez. E o que as pessoas que preencheram o formulário querem é um Estado laico, sem a interferência da Igreja", afirmou. O casal de argentinos Emiliano Ramirez, de 41 anos, e Romina Ojagnan, de 36 anos, recebeu os formulários e também decidiu entrar com o pedido oficial de desligamento da Igreja Católica. "Há muito tempo vínhamos pensando nisso. Fomos batizados pelos nossos pais e nunca praticamos a fé católica", diz Ojagnan à BBC News Brasil. "E somos contra a postura da Igreja que se opõe ao movimento LGBT, à camisinha e que ainda fala coisas como a que disse o papa Francisco, de que os homossexuais devem ser tratados com psiquiatras. E foi a posição da Igreja contra a legalização do aborto que acelerou nossa decisão de pedir a apostasia." 783 O papa havia afirmado nesta semana que "quando (a homossexualidade) é observada a partir da infância, há muito que pode ser feito por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas. É outra coisa quando se manifesta depois dos 20 anos". Após a declaração causar polêmica, o Vaticano disse que as palavras do pontífice não tinham sido interpretadas corretamente. Ele havia dito também que pais com filhos homossexuais devem rezar, não condenar, dialogar e "dar espaço para o filho ou filha". Renúncia Na sexta-feira passada, Rosenstein e outros ativistas da CAEL entregaram as caixas com mais de 3 mil formulários preenchidos na sede Conferência Episcopal Argentina, onde foram recebidos por religiosos que são assessores na Igreja. "Juridicamente, as pessoas não podem renunciar ao batismo. Mas elas podem renunciar à instituição e podem escolher entre manter a fé ou não", diz Rosenstein. As justificativas não foram iguais em todos os formulários preenchidos. "Cada um colocou seu argumento, mas ficou claro que a questão do aborto e outros abusos da Igreja foram o detonador. E que estas pessoas não se sentem representados pela Igreja", afirmou. Rosenstein afirma que os formulários continuarão sendo distribuídos no país – para ele, a "tendência" é que mais argentinos peçam a desvinculação da Igreja. 784 As demandas do CAEL incluem o pedido de que símbolos religiosos não ocupem mais instituições públicas e o fim da educação religiosa em escolas, entre outras medidas. Nem todos os grupos que defendem o Estado Laico e a legalização do aborto são seculares, no entanto. As mulheres do grupo Católicas pelo Direito de Decidir também defendem a legalização, mas não fizeram pedidos de apostasia. "Não queremos que as instituições religiosas interfiram nas decisões individuais, e queremos que as pessoas tenham liberdade de escolha. Na votação do projeto do aborto, as igrejas católica e evangélicas se uniram contra a medida", diz a socióloga Victoria Tesoriero, das Católicas pelo Direito a Decidir. Procurada pela BBC News Brasil, a assessoria de imprensa da Arquidiocese confirmou ter recebido os formulários na sexta-feira e reconheceram um aumento, nos últimos dias, de pedidos de apostasia. Mas afirmaram que "o motivo não está claro". Segundo dados publicados na imprensa argentina, 77% dos argentinos declaram-se católicos. Este índice foi de 90% nos anos 1960. Nove em cada dez dizem acreditar em Deus e mais de 30% consideram-se católicos praticantes, de acordo com o site de checagem de informações Chequeado, que cruzou dados de pesquisas. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45325614 POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE Gustavo Maia, Janaina Garcia e Marcelo Ferraz, Uol, 27 de agosto de 2018 Caixa de som portátil tocando o jingle de campanha, manifestações de apoio, dezenas de selfies, tietagem e até um ônibus que parou e abriu as portas para a entrada de um candidato. Cenas normais de uma campanha eleitoral, mas protagonizadas por oficiais fardados da Polícia Militar de São Paulo durante os quatro dias de visita do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) a cidades do interior paulista. A reportagem do UOL acompanhou a passagem de Bolsonaro por oito municípios (Presidente Prudente, Araçatuba, Glicério, José Bonifácio, São José do Rio Preto, Jaci, Catanduva e Barretos) e flagrou a manifestação dos policiais (assista ao vídeo acima). 785 A Polícia Militar, por meio de sua assessoria de imprensa, solicitou à reportagem que fossem enviadas imagens que embasassem o relato, o que foi feito. Em nota, a PM informou que as fotos e vídeos fornecidos "serão alvo de apuração por parte do comando da região nos termos do Regulamento Disciplinar", sem apontar possíveis irregularidades ou sanções. O texto passou a valer em 2001 depois que a lei que o instituiu foi sancionada pelo então governador, Geraldo Alckmin (PSDB), que também concorre à Presidência. Um trecho do regulamento estabelece que "aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário". Especialistas ouvidos pela reportagem falam em desvio de função. "Independentemente do candidato, o policial representa o Estado, a princípio, isento, laico e sem ideologias. Nesse sentido, representa também o governo, que tem de governar para todos", afirmou o ex-chefe do Estado-Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro e antropólogo, o coronel da reserva Robson Rodrigues. "Servidores públicos, no uso de suas atribuições, durante a jornada de trabalho, fazendo campanha eleitoral, estão em desvio e em confronto com o estatuto do servidor, ou seja, fazendo uso de recursos públicos para seus fins particulares, o que significa corrupção do mandato público delegado de polícia", afirmou a antropóloga e cientista política Jacqueline Muniz, especialista em segurança pública da UFF (Universidade Federal Fluminense). "Vou mandar essa foto para o Alckmin" Bolsonaro acabara de almoçar em um restaurante no município de Jaci (SP) na última sexta-feira (24). Do outro lado da calçada, dois policiais militares aguardavam o candidato do PSL, que é capitão da reserva do Exército. Fardados e armados, eles logo abriram um sorriso quando Bolsonaro atravessou a rua para cumprimentá-los. Um dos agentes, identificado como capitão Cavalari, não tirava a mão do fuzil que levava a tiracolo. Os dois queriam ser fotografados ao lado do deputado federal. Logo, outros oito policiais se enfileiraram. Com o candidato no centro, posaram de braços cruzados --exceto o que exibia a arma. 786 Gustavo Maia/UOL Em campanha, Bolsonaro posa para foto ao lado de policiais militares em Jaci (SP) "Vou mandar essa foto para o Alckmin", comentou o presidenciável, entre risadas. A brincadeira tinha como alvo o ex-governador tucano, que comandava a Polícia Militar. Neste sábado (25), último dia do tour eleitoral, Bolsonaro participou de uma carreata em Catanduva (SP). Na recepção montada na entrada da cidade, um PM identificado como sargento Alexandre orientava o trânsito e trazia acoplada à farda uma caixa de som, envolta em estampa de camuflagem militar. O equipamento do policial executava um jingle da campanha de Bolsonaro, reproduzido via bluetooth por seu celular. O sargento desligou a música enquanto era filmado pela reportagem. Quase uma hora depois, quando o presidenciável parou na estrada no caminho para Barretos (SP) para dar uma entrevista no acostamento, o PM estava lá e aproveitou para tirar uma foto do candidato ao lado de um colega. Em seguida, a dupla voltou ao carro da corporação. "Não faz imagem não" À noite, Bolsonaro deixava o Parque do Peão de Barretos, onde foi ovacionado ao montar um cavalo na arena de rodeios, quando cruzou com um ônibus da Polícia Militar que transportava policiais para a festa. 787 Aplaudido e saudado das janelas pelos agentes como "mito", alcunha que ganhou dos apoiadores, o candidato entrou rapidamente no veículo acompanhado do deputado federal Major Olímpio, candidato do PSL ao Senado em São Paulo, que é da reserva da corporação. Ao se ver filmado pela imprensa e por sua equipe de campanha, Bolsonaro pediu: "não faz imagem não". A legislação eleitoral proíbe agentes públicos de "ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis [como ônibus, por exemplo] pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios". A única exceção vale para a realização de convenções partidárias. Ao ver que cinegrafistas ainda registravam as cenas ocorridas dentro do ônibus, onde Bolsonaro tirou fotos com alguns PMs e fez gestos simulando armas com as mãos, um dos seguranças da equipe do candidato voltou a pedir que eles não filmassem, para "preservar a identidade dos policiais". Presidente do diretório paulista do PSL, Olímpio afirmou ao UOL neste domingo (26) que vê "alguns hipócritas, alguns babacas de plantão fazendo algumas avaliações de improbidade administrativa, de descumprimento de legislação eleitoral", mas disse que "não existe nada disso". Para ele, o fato de os policiais tirarem foto não transcende as obrigações regulamentares e institucionais dos agentes, sendo "simplesmente um gesto natural do policial, que também é um cidadão". "Não estão fazendo tietagem coisa nenhuma", afirmou Olímpio, que atribuiu a iniciativa a Bolsonaro e a ele mesmo, na PM há mais de 40 anos e acompanhante frequente do presidenciável em São Paulo. Ele relatou ainda já ter pego celulares de PMs para tirar as fotografias. A ligação do presidenciável com as forças de segurança é ressaltada por ele em discursos no qual promete valorizar as polícias civil e militar além de pleitear "excludente de ilicitude" para os casos em que agentes matem alguém em serviço. Bolsonaro tem dito que quem matar "vagabundo" deve ser condecorado e não processado. Durante as viagens, a reportagem conversou informalmente com policiais durante os atos de campanha e ouviu manifestações de apoio. Para os agentes, que são favoráveis ao endurecimento de leis como a redução da maioridade penal, só o candidato poderá 788 resolver o problema da violência no país. Em discursos, o presidenciável mencionou as mortes de militares do Exército no Rio de Janeiro e de PMs no Ceará. Policiais tiraram selfies com o candidato dentro da Prefeitura de Glicério (SP) Segurança reforçada Além das manifestações de apoio, os atos de Bolsonaro no interior de São Paulo foram marcados pelo ostensivo aparato policial. Por ser candidato à Presidência, ele também é diariamente acompanhado por uma equipe da Polícia Federal há quase um mês. As carreatas e caminhadas do presidenciável alteraram a dinâmica dos municípios e atraíram milhares de pessoas, provocando engarrafamentos e bloqueios de ruas. Em nota, a Polícia Militar informou que "é de sua competência constitucional a preservação da ordem pública em eventos que há grande acúmulo e concentração de pessoas, notadamente em vias públicas, seja de que tipo de evento for, de cunho político ou não". "Assim, no caso específico, foram designadas equipes policiais militares para dar segurança às pessoas que participavam do evento. Não há qualquer policial militar designado para a segurança de qualquer candidato", explicou a corporação. Major Olímpio lembrou que a legislação eleitoral determina que o candidato, partido ou coligação faça a devida comunicação à autoridade policial em, no mínimo, 24 horas antes de sua realização do ato, para que sejam tomadas as providências necessárias. 789 "Ocorre que a esmagadora maioria da classe política hoje não consegue ter aglomeração de pessoas que possam demandar o uso de escoltas ou providências de policiamento ostensivo para os locais dos eventos que sejam significativas", comentou o parlamentar. No primeiro dia da viagem, em Presidente Prudente (SP), Bolsonaro vestiu um colete à prova de balas sob o agasalho. Questionado sobre a preocupação com a segurança, ele disse que é orientado a seguir certos ritos. "Obedeço e acima de tudo não revelo o que acontece no tocante à minha segurança, pela minha segurança", declarou. Policial representa o Estado Para especialistas em segurança pública consultados pelo UOL, a tietagem dos policiais fardados e armados à figura de políticos, independentemente de quem seja o candidato ou o partido, extrapola as atribuições do agente de segurança e configura um desvio de função de finalidade. A explicação é que, uma vez no exercício da função, o policial representa o Estado, ou seja, o interesse público coletivo, e não apenas a si próprio ou as próprias convicções. na avaliação de Muniz, o gesto dos PMs representa "conflito com os princípios da hierarquia e disciplina, uma vez que tal manifestação política no horário de trabalho corresponde à desobediência". Rodrigues afirmou ainda que o policial "precisa se livrar de ideologias e aprender a fazer isso" no curso da atividade, mas ponderou, por outro lado, que é "democrático e republicano" que se demonstrem tendências ideológicas no âmbito da vida privada. "Como profissional, o policial tem que servir a todos; esse é o contrato que ele assina, é para isso que ele recebe. Nesse sentido, tem de agir de forma republicana – mas abe aos líderes e chefes da corporação admoestar essa situação e corrigir esses desvios da função pública", afirmou. "Infelizmente, por vezes o que vemos é uma posição permissiva quanto a isso por parte dos comandos, quando o candidato em questão é do interesse do comando -- e se fosse outro candidato, como esses chefes reagiriam? Isso pode passar à sociedade a percepção de um Estado enviesado e uma mensagem equivocada", concluiu o coronel. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/27/policiaisfardados-tietam-bolsonaro-em-campanha-pm-sp-apura-irregularidade.htm 790 BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES Afonso Benites, El País, 05 de setembro de 2018 Bolsonaro chuta boneco que satiriza Lula em Brasília. JOÉDSON ALVES EFE Para os apoiadores, Jair Bolsonaro sorri e acena ou faz símbolos de coração ou de armas com as duas mãos. Para os diversos opositores que o xingam por um caminho de dez quilômetros, o ultradireitista apresenta gestos de prisão, no qual faz uma espécie de cela usando os dedos indicadores e médios das duas mãos. Assim o candidato do PSL à presidência se alterna por pouco mais de duas horas em uma carreata que reuniu 1.000 carros e motocicletas que passou pelas cidades satélites de Ceilândia e Taguatinga, no Distrito Federal, nesta quarta-feira. Após o ato público de campanha, o primeiro em Brasília, o deputado federal e militar reformado afirmou de maneira veemente que qualquer que seja o resultado das eleições, o pleito estará sob suspeição. Em seu entendimento, sem o voto impresso não é possível fazer a auditoria da apuração. Ele desconfia que as urnas eletrônicas possam ser fraudadas. A análise vale, inclusive, para o caso em de ele vencer o pleito. “Qualquer um que ganhar vai estar sob suspeita essas eleições. Com toda certeza”. 791 Apesar desse discurso do candidato, o Tribunal Superior Eleitoral já destacou que há dezenas de maneiras de auditar o processo eleitoral. Em palestra a jornalistas no último dia 3, o secretário de tecnologia da informação do tribunal, Giuseppe Janino, afirmou que, em 22 anos de utilização, nunca se detectou nenhuma fraude no sistema de votação ou apuração dos resultados. E explicou que há mais de 30 barreiras digitais que impedem o acesso aos sistemas da Justiça Eleitoral. Destacou ainda que já foram realizados quatro testes públicos de segurança com equipes de hackers vinculados à universidades e Polícia Federal nos quais ninguém conseguiu transpor todas essas barreiras. Além das auditorias frequentes, é possível checar nos boletins de urnas que são impressos por cada urna eletrônica ao final da votação se os votos ali contabilizados foram de fato registrados pelo TSE. Esse boletim é um pequeno papel que é impresso e afixado em frente as zonas eleitorais. Nele há um QR Code, que pode ser fotografada e comparada com a apuração da Corte. Ainda assim, Bolsonaro insiste em sua tese antisistema e diz que poderia ganhar a eleição em primeiro turno, caso o voto fosse impresso. O candidato ou o seu partido, contudo, jamais enviaram representantes para acompanhar os testes do TSE. “Ninguém está sentando na cadeira antes da hora. Em qualquer lugar do Brasil tem uma aceitação enorme [à minha candidatura]. Se o voto for impresso, mas o Supremo suspendeu isso, e tivermos como comprovar a lisura das eleições, a gente ganha no primeiro turno”, disse. Em junho passado, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional uma lei, de autoria de Bolsonaro, que obrigava a impressão dos votos. Os magistrados entenderam que a versão impressa viola a garantia constitucional do segredo do voto, já que seria possível identificar o eleitor. “Pode falar à vontade. Eu não acredito nessa forma de apurar votos”, disse Bolsonaro. A estratégia do ultradireitista de solapar a confiança no sistema eleitoral e martelar em fraude foi usada por Donald Trump nos EUA. Lá, Trump, sob críticas dos analistas, repetiu que as eleições poderiam ser manipuladas sem mostrar qualquer prova ou evidência. 792 Opositores de Bolsonaro em ato nesta quarta-feira. ERALDO PERES AP Ataques e provocações Se ensaiou alguma moderação nos debates da TV, nos últimos dias, o candidato deixou claro que vai apostar no ultraje e na provocação para ao menos manter sua base de apoiadores — na mais recente pesquisa do Ibope, divulgada nesta quarta, ele aparece liderando com 22%, já considerando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fora da disputa. Ora tenta intimidar jornalistas que o questionam, ora outras candidaturas. Na noite de terça-feira, atacou um repórter que é homossexual que o indagou por que Bolsonaro havia postado um vídeo em sua página no Twitter no qual um menino dizia que na escola ensinaram que garotos usavam saia, brincos e pintavam a unha. “Você pintou unha quando criança?”, rebateu o candidato ao jornalista. O jornalista disse que não e lhe disse não poderia ser tratado dessa maneira hostil. O deputado respondeu de forma rude: “Eu não posso o quê, rapaz!? Você pergunta o que quer e eu respondo o que eu quero”. No sábado passado, em viagem ao Acre, Bolsonaro disse que iria “fuzilar a petralhada do Acre”, em referência aos políticos do PT que governam o Estado há duas décadas. Disse o candidato: “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela. Vão ter que comer capim mesmo”. Nesta quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República solicitou que ele explicasse o quis dizer. O órgão analisa a possibilidade de abrir um processo pelos delitos de incitação ao crime e ameaça. 793 Na carreata desta quarta-feira, Bolsonaro continuou criticando os petistas, mas usou um tom menos duro. “Vamos varrer a cúpula desses partidos *PT e PSDB+ para a lata de lixo da história. Vamos dar um pé no traseiro do comunismo”. Quando indagado pela reportagem o que ele achava dos ataques que estava recebendo, principalmente da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta pregar nele a pecha de misógino, o candidato disse que isso faz parte da política. “*A crítica+ é política, palavras, é jogo de palavras, é o sentimento. Eu entrei em campo, não por uma obsessão. Entrei por uma missão de Deus e por uma missão patriótica de mudar o rumo do Brasil”. Desde o dia 31, quando se iniciou a campanha de rádio e TV, a coligação de Alckmin leva ao ar peças publicitárias nas quais reproduzem discussões que Bolsonaro teve com a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a quem chama de vagabunda, e a uma jornalista, que também é xingada. Enquanto isso, seu séquito de convertidos parece permanecer inalterado. Eis o que uma de suas eleitoras, a fonoaudióloga Carmen Minuzi, disse ao EL PAÍS, após acompanhar a carreata do candidato sob o sol de 32º C: “Entendo que as pessoas fazem de tudo para querer desestabilizar o Bolsonaro, mas ele é uma pessoa firme de caráter e, o que ele é, ele mostra pra gente. Não usa máscaras. Com certeza ele respeita as mulheres”. Enquanto ela concede a entrevista, uma menina que aparentava ter menos de dez anos de idade, gritava no colo do pai: “Eu sou criança e escolhi o Bolsonaro. Não quero essa porcaria da imprensa”. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/06/politica/1536190564_625684.html BOLSONARO É ESFAQUEADO EM ATO DE CAMPANHA EM JUIZ DE FORA (MG) Gustavo Maia, Luciana Amaral, Leandro Prazeres e Janaina Garcia, Uol, 06 de setembro de 2018 O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado no abdômen em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) nesta quinta-feira (6). A informação foi confirmada pela Polícia Militar mineira e pela Polícia Federal. Um homem, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante. O candidato foi levado para a Santa Casa de Juiz de Fora. Por volta das 17h30, o hospital informou que "o paciente Jair Messias Bolsonaro deu entrada no hospital por volta das 15h40 com uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen. Ele foi atendido na urgência, passou por um exame de ultrassonografia e agora está no centro cirúrgico". 794 Bolsonaro é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto ( http://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/05/pesquisaibopepresidente-59-bolsonaro-lula-haddad-marina-alckmin-ciro.htm ) para a Presidência. Segundo um de seus filhos, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o presidenciável "sofreu um atentado" com "uma estocada com faca na região do abdômen", e passa bem. De acordo com o parlamentar, o ferimento "foi apenas superficial". Em publicação no Twitter ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/06/santa-casadejuiz-de-fora-mg-confirma-lesao-e-cirurgia-em-bolsonaro.htm ), horas depois, Flávio disse que o estado do candidato "é mais grave" do que se pensava. "A perfuração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Perdeu muito sangue, chegou no hospital com pressão de 10/3, quase morto... Seu estado agora parece estabilizado", declarou Flávio. A Polícia Militar de Juiz de Fora confirmou que o esfaqueamento aconteceu na rua Halfeld, no centro da cidade. Um homem suspeito do crime foi preso em flagrante e levado para a superintendência da Polícia Federal na cidade mineira para prestar esclarecimentos. Segundo a Polícia Civil mineira, o agressor é Adélio Bispo de Oliveira. Ainda de acordo com a polícia, o suspeito ainda não prestou depoimento. Em imagens divulgadas em redes sociais, o deputado federal aparece sendo carregado por outros homens durante o ato de campanha. Depois de ser atacado, enquanto está no meio de apoiadores, Bolsonaro faz expressão de dor. O superintendente de Investigação e Polícia Judiciária da polícia Civil de Minas Gerais, Carlos Capristrano, disse que os policiais tiveram dificuldade em retirar o suspeito do crime do local porque apoiadores de Bolsonaro tentavam agredi-lo. "A informação que obtive do local é que a polícia teve dificuldades em tirar o suspeito da área porque muitos apoiadores queriam linchar o rapaz", afirmou o delegado. Mais cedo, o próprio deputado federal falou sobre o seu "aparato de segurança". "Todos que estão comigo são da Polícia Federal e são voluntários. Até vocês que não integram ou nunca integraram forças de segurança, como civis, colaboram nesse 795 momento porque os senhores querem em grande parte ver mudar o nosso Brasil", declarou, a apoiadores. Desde o fim de julho, Bolsonaro é escoltado diariamente por uma equipe da Polícia Federal, garantia concedida aos candidatos à Presidência da República. A Polícia Federal informou que está apurando a ocorrência do fato. Testemunha viu homem de casaco preto A ativista Roberta Lopes Alves, do movimento Direita Minas, estava no ato de campanha –que transcorria pelo calçadão da rua Halfeld e seguiria até a Praça da Estação, onde Bolsonaro participaria de um comício. De acordo com ela, um homem de casaco preto se aproximou e atingiu o abdome do candidato. Na sequência, relatou, ele quase foi linchado por populares. "Ele [Bolsonaro] está fora de perigo, mas ainda estamos aguardando informações completas sobre o quadro de saúde. Estava muito cheio e havia muito barulho; não deu para ouvir se a pessoa que o atacou disse algo. Quando o pessoal percebeu o que aconteceu, quase linchou o agressor, mas a Polícia Federal o levou", disse. "Estamos em choque, muito transtornados. É como se atingisse alguém da minha família – e na hora, a ficha não caiu direito. Estou imensamente triste por ele passar por isso", afirmou a ativista. Candidato já usou colete à prova de balas No seu primeiro ato público desde o início oficial da campanha, em Presidente Prudente (SP), no dia 22 do mês passado, a reportagem do UOL flagrou o candidato vestindo um colete à prova de balas, cercado de seguranças ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/23/bolsonaroabr e-campanha-em-sp-e-veste-colete-a-prova-de-balas.htm ). A peça foi utilizada por ele em outras duas viagens desde então, em Rondônia e no Acre. Presidente em exercício do PSL e um dos mais próximos aliados do deputado federal, o advogado Gustavo Bebianno disse à reportagem que, entre os candidatos, Bolsonaro "está em nível 1 [máximo] de risco". 796 No mês passado, o próprio candidato foi questionado sobre a preocupação com a segurança e disse que é orientado a seguir certos ritos. "Obedeço e acima de tudo não revelo o que acontece no tocante à minha insegurança, pela minha segurança", declarou. [A matéria traz um vídeo do momento do ataque...] https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/06/bolsonaroem-juiz-de-fora.htm BOLSONARO É ESFAQUEADO DURANTE ATO DE CAMPANHA EM JUIZ DE FORA. CANDIDATO PARTICIPAVA DE PASSEATA EM JUIZ DE FORA QUANDO FOI ATINGIDO POR HOMEM DE 40 ANOS. A FACADA CAUSOU LESÃO NO ABDÔMEN, SEGUNDO O HOSPITAL ONDE ELE É OPERADO Rodolfo Borges, Gil Alessi, Heloísa Mendonça e Afonso Benites, El País, 06 de setembro de 2018 [Vídeo do momento em que Bolsonaro foi esfaqueado...] O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi vítima de um ataque enquanto fazia campanha pela presidência da República em Juiz de Fora (MG). A Santa Casa de Juiz de Fora, para onde Bolsonaro foi levado após receber uma facada, informou que "o paciente Jair Messias Bolsonaro deu entrada no hospital por volta das 15h40 com uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen". "Ele foi atendido na urgência, passou por um exame de ultrassonografia e agora está no Centro Cirúrgico", diz a nota. O incidente ocorre no dia seguinte à publicação pesquisa que confirmava a liderança do deputado na corrida presidencial sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em meio a uma campanha tensa, que já tinha registrado gestos de agressão durante a caravana pré-eleitoral de Lula, em março. Um dos filhos de Bolsonaro, Flávio, que é candidato ao Senado, disse em seu perfil no Twitter que "Infelizmente foi mais grave que esperávamos". "A perfuração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Perdeu muito sangue, chegou no hospital com pressão de 10/3, quase morto... Seu estado agora parece estabilizado. Orem, por favor!", publicou Flávio. Apoiador de Bolsonaro, o deputado Fernando Francischini (PSL-PR) publicou uma foto do candidato à presidência na mesa de cirurgia com a mensagem "O Capitão está vivo e passará para a história!". Ao EL PAÍS, 797 Francischini disse que “está na cara que foi um crime político". "Como líder do nosso partido na Câmara, vou encaminhar um requerimento para a Polícia Federal investigar se havia mandante ou se esse militante de esquerda agiu sozinho. Ele já foi filiado ao PSOL e agiu da pior maneira possível”. Francischini não estava em Juiz de Fora nesta quinta-feira, mas está a caminho da cidade O agressor foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, e, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi filiado ao PSOL de 2007 a 2014. Segundo a Polícia Federal, "o agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município". Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato. A Polícia Federal informou ainda que que Bolsonaro "contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora/MG". [Postagem de twitter...] Logo após o incidente, vídeos circularam pelas redes sociais mostrando mais de um ângulo do ataque. Pelos registros, é possível ver o momento em que Bolsonaro, que era carregado por apoiadores, contrai o corpo ao ser atingido no abdômen. Também é possível ver uma lâmina se afastar do corpo do candidato à presidência. Na sequência, o autor da facada é identificado pelos apoiadores do deputado, que o seguram e o agridem com murros. Em sua página do Facebook, Adélio Bispo de Oliveira fazia comentários críticos a Bolsonaro e chegou a elogiar o presidente venezuelano Nicolás Maduro. “Dá nojo só de ouvir (...) dizer que a ditadura deveria ter matado pelos uns 30.000 comunistas”, escreveu Oliveira após postar um vídeo com entrevista do presidenciável do PSL realizada em data desconhecida. Bispo também usava a rede social para criticar o que chama de “direita maçônica”. “Na maçonaria a maior parte dos maçons não passam do terceiro grau, servindo de capachos para os mais graduados, e para lhes satisfazer certas vaidades e serviços exclusos”. Segundo fotos postadas em seu perfil, ele teria ido a ao menos um ato contra o presidente Michel Temer. Repercussão A notícia do ataque refletiu no mercado financeiro. A partir das 16h10, a Bolsa de Valores de São Paulo, que operava em queda durante todo o dia, começou a subir. O principal índice do mercado, Ibovespa, fechou o dia em alta de 1,76% e o dólar caiu 798 1%. Segundo analistas consultados pelo EL PAÍS, isso não significa, no entanto, que o mercado financeiro endosse Bolsonaro ou se posicione contra ele. O presidente Michel Temer criticou a intolerância que tem pautado a campanha. "A Polícia Federal e a polícia local já estão trabalhando nessa matéria, foi agora há pouco. Mas isso revela algo que devemos nos conscientizar. É intolerável num Estado democrático de direito que não haja a possibilidade de uma campanha tranquila, que uma campanha que as pessoas vão e apresentem seus projetos", disse Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota para repudiar o "ato de violência praticado contra o candidato Jair Bolsonaro". "A democracia não comporta esse tipo de situação. A realização das eleições em ambiente saudável depende da serenidade das instituições e militantes políticos. O processo eleitoral não pode ser usado para enfraquecer a democracia", diz na nota Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB. "Neste momento, cabe a reflexão a respeito do momento marcado por extremismos, por discursos de ódio e apologia à violência. Tudo isso apenas estimula mais violência, numa situação que prejudica a todos. A OAB acompanha atenta o desdobramento desse fato. É preciso que todas as forças políticas possam participar do pleito e que os eleitores tenham assegurado o direito à livre escolha", finaliza o presidente do OAB. Os outros candidatos à presidência se manifestaram sobre o incidente. “Eu repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo”, disse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). O candidato do Novo, João Amoêdo, disse que "é lamentável e inaceitável o que aconteceu há pouco com o candidato Jair Bolsonaro". "Independentemente de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência. O Brasil lutou muito para voltar à democracia e a ter eleições limpas e livres. A violência não pode colocar essas conquistas em risco. Que o agressor sofra as devidas punições. Meus votos de melhoras para o candidato", completou. Atualmente candidato a vice-presidente da chapa do PT à presidência, o ex-prefeito Fernando Haddad publicou em seu perfil no Twitter que repudia "totalmente qualquer ato de violência" e deseja "pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro". A ex-ministra Marina Silva (Rede) escreveu que "a violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inadmissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia". "Neste momento difícil que atravessa o Brasil, é preciso zelar com rigor pela defesa da vida humana e pela defesa da vida democrática e institucional do nosso País. Este atentado deve ser investigado e punido com todo rigor. A sociedade deve refutar energicamente qualquer uso da violência como manifestação política", completa Marina. 799 Colaborou Regiane Oliveira. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/06/politica/1536262864_321361.html ATAQUE REFORÇA APOIO A BOLSONARO, MAS GERA DÚVIDA SOBRE RADICALIZAÇÃO. ATENTADO INÉDITO PODE CAUSAR REFLUXO OU AUMENTAR EXTREMISMO, CRIANDO INCERTEZAS NA CAMPANHA Igor Gielow, Folha/Uol, 06 de setembro de 2018 O atentado contra Jair Bolsonaro ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/bolsonarointerrompe-ato-decampanha-apos-ser-esfaqueado.shtml ), ato inédito em campanhas presidenciais desde a redemocratização, insere um elemento de imprevisibilidade na já turbulenta disputa pelo Palácio do Planalto O presidenciável, se sobreviver às sequelas do grave ataque, tende a ser beneficiado politicamente pelo episódio. No mínimo, ficará difícil para seus adversários manterem o ritmo diário de críticas contra ele. Mas há alguns fatores concorrendo contra a expansão dessa simpatia para além de sua base de apoio, hoje cristalizada nos cerca de 15% do eleitorado que declaram voto nele ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/lula-chega-a-39-apontadatafolhasem-ele-bolsonaro-lidera.shtml )espontaneamente ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/lula-chega-a39-aponta-datafolha-semele-bolsonaro-lidera.shtml ). O primeiro diz respeito à autoria do ataque. O suspeito de ter esfaqueado o deputado foi filiado ao PSOL e, segundo relatos disponíveis, parece desequilibrado. Alguma conta política cairá para o partido de Guilherme Boulos. Não que isso vá piorar ou melhorar seu desempenho de nanico, mas poderá alimentar o impacto mais importante: na radicalização já em curso no país. A primeira reação dos bolsonaristas foi previsivelmente exacerbada, reforçada pela associação à esquerda do agressor. Membros da cúpula militar, reunidos em Brasília, avaliavam conversar com o núcleo familiar da campanha para pedir moderação. 800 O atentado é o zênite do processo de polarização extrema que toma conta do país desde os protestos de junho de 2013. Naquele momento, forças desorganizadas da sociedade explodiram em descontentamento com o rumo da gestão pública, e a franja à direita que desenvolveu-se a partir dali ganhou corpo com as manifestações de rua pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2015 e 2016. Historicamente eleitora do PSDB, essa fatia da população passou a ser fomentadora da figura de Bolsonaro. Se aqueles processos não produziram cadáveres, o extremismo do processo político literalmente feriu o líder das pesquisas eleitorais. Poderá isso gerar um refluxo, uma rejeição à defesa desses extremos associada ao processo de formação da candidatura de Bolsonaro? Ele disputa surfando uma onda de indignação contra o sistema político, independentemente de ser parte dele. Para complicar o cenário, a retórica bolsonarista invariavelmente apela a metáforas violentas. Compara o combate ao crime ideal a uma política de extermínio de bandidos. Além de sempre associar-se ao simbolismo das armas, Bolsonaro até teve de se explicar à Procuradoria-Geral da República por ter dito que gostaria de “metralhar” petistas. Nesse sentido, é inconveniente ironia que um candidato que defende armar a população para garantir a segurança pública ter sido alvejado de forma quase fatal por uma prosaica faca de cozinha. Obviamente, isso não é justificativa para violência alguma, como muitos já insinuam em redes sociais. Mas é central para ajudar a entender o caldo cultural em que a campanha eleitoral se desenrola. É possível especular se o ato extremo poderá levar a um desejo por apaziguamento de ânimos no país. Mas o exato reverso também é uma possibilidade, talvez até maior. Ou seja, a agudização do ambiente de crise, com os clamores dos aliados de Bolsonaro, mas não só. 801 Na internet, por exemplo, já circulavam teorias conspiratórias sugerindo que o ataque poderia ser uma armação visando dar um empurrão eleitoral a Bolsonaro. O fato de o deputado quase ter morrido exangue, pelo relato médico disponível, é mero detalhe para quem propaga esse tipo de informação. Esse cenário de aumento de agressividade só tem paralelo histórico recente com os enfrentamentos entre brizolistas e colloridos no primeiro turno de 1989. O problema, aqui, é que o patamar da crise é infinitamente maior de saída. As investigações sobre o caso deverão ser fundamentais para aclarar o cenário e trazer algum grau de racionalidade. País que teve seu primeiro presidente civil em 21 anos morto antes de tomar posse, o Brasil parece fadado a lances dramáticos. Em 2014, a morte de Eduardo ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/pf-descarta-motivacao-criminosa-emqueda-de-aviao-decampos.shtml ) Campos ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/pf-descarta-motivacao-criminosa-emquedade-aviao-de-campos.shtml ) (PSB) em um acidente de avião quase catapultou sua então vice, Marina Silva, à Presidência. Se analistas achavam difícil este 2018 ser superado em termos de nebulosidade eleitoral, o atentado apenas prova que no fundo de todo poço sempre reside um alçapão. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/ataque-reforca-apoio-a-bolsonaromas-gera-duvida-sobre-radicalizacao.shtml ATENTADO CONTRA BOLSONARO INAUGURA NOVA ETAPA NA VIOLÊNCIA POLÍTICA DO PAÍS Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uo, 06 de setembro de 2018 Com o atentado contra a vida do candidato mais bem colocado na última pesquisa de intenção de voto ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/05/pesquisaibope -presidente-59-bolsonaro-lula-haddad-marina-alckmin-ciro.htm ) à Presidência da República, o Brasil assume a barbárie. O ataque a Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora (MG), nesta quinta (6), durante um ato de campanha, é o retrato mais bem acabado da perda de crença nas instituições e nas 802 leis e regras que regem a vida cotidiana. É representativo da ausência de fé na arena pública como espaço para construção de saídas coletivas. E é assumir que a aniquilação do outro passa ser um instrumento político válido. O Brasil sempre matou seus pobres, suas minorias em direitos, seus sem-terra e semteto, seus trabalhadores rurais, seus ativistas, seus jornalistas, seus políticos. Mas um país que tentar assassinar um presidenciável em praça pública, à luz do dia, de forma premeditada, deixa claro que não se importa mais com a democracia, nem com nada daquilo que une sua sociedade. Quanto tempo um país que executa Marielle Franco (a quinta vereadora mais votada de nossa segunda maior cidade, voz de várias minorias historicamente subrepresentadas) e não resolve sua morte levaria para subverter as regras de civilidade política e tentar matar alguém que pode ser nosso próximo presidente? Dado a ultrapolarização de setores da direita à esquerda, não muito. A dúvida não era se, mas até quando figuras como Jair Bolsonaro ou Lula poderiam continuar andando a pé nas ruas de um país deflagrado sem que nada acontecesse com eles, seja pela ação de um grupo, seja decisão de um lobo-solitário. Em março deste ano, veio o primeiro aviso, com o ataque a tiros aos ônibus da caravana que o ex-presidente realizou na região Sul. Por pura sorte, ninguém ficou ferido. O veículo que transportava parte dos jornalistas ficou com buracos de bala. Em qualquer lugar minimamente civilizado, todas as autoridades e representantes políticos, independentemente de sua orientação ideológica, teriam repudiado o ataque e exigido investigação urgente. Porque foi um ataque a tiros contra um expresidente e, até então, pré-candidato à Presidência da República, mesmo que os agressores tenham errado o ônibus em que ele estava. Mas, por aqui, isso foi relativizado, minimizado, comemorado. Ou seja, asfaltamos o caminho para o passo seguinte. Uma coisa é protestar contra candidatos e suas propostas para o país. Ou mesmo exigir que enfrentem a Justiça e sejam punidos, conforme a lei, por eventuais crimes cometidos. Outra coisa é tentar assassinar representantes políticos e, com isso, calar aqueles que eles representam. Esse limite entre civilização e barbárie estava sendo posto à prova repetidas vezes. E, agora, voltou a se romper. Neste momento, levas de militantes anti-Bolsonaro, elaboram suas teorias da conspiração nas redes sociais, lutando para tirar a importância do que aconteceu. Chamam o atentado de fraude, tachando de falsos os boletins médicos que dão conta da operação pela qual o candidato teve que passar. Buscam formas de mostrar que ele 803 não foi atingido. Questionados, dizem que parte dos militantes bolsonaristas fizeram a mesma coisa no atentado à caravana em março – o que é verdade, mas não justifica. Pois, com o olho por olho, ficaremos todos cegos ao final. Mas quem são os ''monstros'' que fazem boa parte dessas ações? São apenas doidos perdidos na multidão? Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, preso em flagrante após esfaquear o candidato afirmou – segundo policiais federais – que estava cumprindo uma ''ordem de Deus'' ( https://piaui.folha.uol.com.br/aposesfaquear-bolsonaroagressor-dizia-cumprir-ordem-dedeus/?doing_wp_cron=1536267996.1590080261230468750000 ). Seu perfil pessoal no Facebook está repleto de conteúdo contra o candidato, contra a maçonaria, elogios ao comunismo e muitas teorias conspiratórias, um verdadeiro saco de gatos ideológico, indicando desequilíbrio. Não é possível ainda afirmar que ele conta com algum grau de insanidade, mas certamente se alimentou da ultrapolarização na qual está mergulhado o país. Em ''Eichmann em Jerusalém – Um relato sobre a banalidade do mal'', a filósofa Hanna Arendt conta a história da captura do carrasco nazista Adolf Eichmann, na Argentina, por agentes israelenses, e seu consequente julgamento. Ela, judia e alemã, chegou a ficar presa em um campo de concentração antes de conseguir fugir para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Ao contrário da descrição de um demônio que todos esperavam em seus relatos, originalmente produzidos para a revista New Yorker, o que ela viu foi um funcionário público medíocre e carreirista, que não refletia sobre suas ações e atividades e que repetia clichês. Ele não possuía história de preconceito aos judeus e não apresentava distúrbios mentais ou caráter doentio. Agia acreditando que, se cumprisse as ordens que lhe fossem dadas, ascenderia na carreira e seria reconhecido entre seus pares por isso. Cumpria ordens com eficiência, sendo um bom burocrata, sem refletir sobre o mal que elas causavam. A autora não quis com o texto, que acabou lhe rendendo ameaças, suavizar os resultados da ação de Eichmann, mas entendê-lo em um contexto maior. Ele não era o mal encarnado. Seria fácil pensar assim, aliás. Mas explicar que a maldade foi construída aos poucos, por influência de pessoas e diante da falta de crítica, ocupando espaço quando as instituições politicamente permitiram. O vazio de pensamento é o ambiente em que o ''mal'' se aconchega, abrindo espaço para a banalização da violência. Já tratei desse livro aqui, mas achei que era pertinente trazer novamente. É assustador saber que alguém visto como ''normal'' e ''comum'' no dia a dia pode ser capaz, nos 804 contextos histórico, político e institucional apropriados, tornar-se o que convencionamos chamar de monstro. Ou seja, os monstros são nossos vizinhos – aquela que empina pipa com sua filha, aquele que faz um ótimo churrasco, aquele que adora cuidar de roseiras. Ou podemos ser nós mesmos. Como sempre digo, líderes políticos, sociais ou religiosos afirmam que não incitam a violência através de suas palavras. Porém, se não são suas mãos que seguram o revólver, é a sobreposição de seus argumentos e a escolha que fazem das palavras ao longo do tempo que distorce a visão de mundo de seus seguidores e torna o ato de atirar banal. Ou, melhor dizendo, “necessário”. Suas ações e regras redefinem o que é aceitável, visão que depois será consumida e praticada por terceiros. Estes acreditarão estarem fazendo o certo, praticamente em uma missão divina. Os envolvidos nesses casos colocam em prática o que leem todos os dias na rede e absorvem em outras mídias: que seus adversários político e ideológico são a corja da sociedade e agem para corromper os valores, tornar a vida dos outros um inferno e a cidade, um lixo. Seres descartáveis, que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos do bem. Como dialogar com quem acha normal matar por ideias? O que fazer quando um ato, que pode ser de loucura, tem origem estrutural? Independentemente da estratégia, ela começa com paciência e vai demandar muita resistência. Porque a barbárie não pode prevalecer. Discordo frontalmente das ideias de Jair Bolsonaro, mas ele não deveria ser impedido de falar, afinal a liberdade de expressão não aceita censura prévia, mas prevê a responsabilização judicial posterior. Pois a partir do momento em que a política se torna proibida e é recebida à faca, a sociedade é ferida de morte. Torço por uma rápida e total recuperação do candidato e pela punição do responsável por esse crime. Mas torço também para que o país não transforme o ataque em gatilho para aprofundar a guerra que trava contra si mesmo. Porque, se assim for, não sobrará muita coisa após outubro. A discussão não é entre direita e esquerda, mas entre civilização e barbárie. E, antes que seja tarde demais, deve ser tratada de frente pela política, pela sociedade. Porque, dependendo do que aconteça, não são apenas mortos e saudades que deixaremos pelo caminho. Mas nosso futuro . 805 Leonardo Sakamoto. É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e o desrespeito aos direitos humanos no Brasil. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil e conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão. https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/09/06/atentado-contrabolsonaro-inaugura-nova-etapa-na-violencia-politica-do-pais/ O BRASIL SE AFOGA EM UM MAR DE BÍLIS. NEGOCIAÇÃO E DIÁLOGO SÃO OS ÚNICOS MEIOS PARA O PAÍS COMEÇAR A SAIR DO BURACO EM QUE CAIU Clóvis Rossi, Folha/Uol, 07 de setembro de 2018 Do jeito que vão as coisas, o Brasil vai acabar se afogando em um mar de bílis. O ataque a Jair Bolsonaro ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/bolsonaroleva-facadadurante-ato-de-campanha-em-juiz-de-fora.shtml ) é a mais recente —e talvez a mais grave evidência— de que o ódio impregnou de tal maneira partes substanciais da sociedade que qualquer hipótese de conciliação se torna perto de impossível. Não é porque Bolsonaro foi a vítima que deixa de ser também responsável por essa maré montante de ódio. Quem, como ele, sugere “metralhar” petistas está semeando a intolerância. Não estou dizendo que haja uma relação de causa e efeito entre a frase do candidato e o ataque a ele. Seria estúpido dizer que a culpa pelo atentado é da vítima. Não é isso. O que existe é um ambiente de radicalização horroroso pelo qual todos os partidos são de alguma forma responsáveis. Pode até ser que o criminoso ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/suspeito-de-esfaquearbolsonaro-foifiliado-ao-psol.shtml ) não tenha sido movido pela política (o fato de ter sido militante do PSOL entre 2007 e 2014, não quer dizer que o partido é responsável). Pode ter sido um ato insano, mas é óbvio que o ambiente de ódio de que o Brasil foi se impregnando mais e mais aplaina o caminho para insanidades. 806 O que assusta, nesse ambiente, é que se abandona a evidência de que a política não pode ser feita com o fígado, o que é de uma obviedade imensa, mas perdida no caminho. Não há outro meio para pelo menos começar a sair do buraco em que o país caiu a não ser a negociação e o diálogo. Dois fatos para demonstrar essa necessidade: primeiro, a reforma da Previdência, que a maioria considera indispensável, embora haja discordâncias sobre a maneira de fazêla. Se líderes autocráticos como Vladimir Putin e Daniel Ortega não conseguiram fazer as reformas que anunciaram, como é que a democracia brasileira a fará sem um diálogo franco, honesto e desarmado? Segundo, não há no Brasil uma maioria política capaz de impor suas posições. Basta lembrar que nem mesmo no segundo turno das eleições mais recentes (2002, 2006, 2010 e 2014) houve maioria absoluta do eleitorado a favor do presidente afinal eleito. Houve apenas maioria absoluta dos votos válidos, o que está longe de representar a maioria do eleitorado. Logo ou há diálogo e negociação entre as parcelas majoritária e minoritárias ou o mar de bílis se transformará em um tsunami. Clóvis Rossi. Repórter especial, membro do Conselho Editorial da Folha e vencedor do prêmio Maria Moors Cabot. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2018/09/o-brasil-se-afoga-em-ummar-de-bilis.shtml ATAQUE A BOLSONARO EXPÕE FACE VIOLENTA DA POLARIZAÇÃO NO BRASIL, AFIRMAM ANALISTAS Mariana Schreiber, BBC News Brasil, 07 de setembro de 2018 O ataque ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) - esfaqueado nesta quintafeira durante um ato de campanha em Minas Gerais - é reflexo de uma escalada de violência no discurso político brasileiro que tem se agravado desde a eleição de 2014, avaliam cientistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil. Eles destacam o ineditismo de uma agressão dessa gravidade a um candidato presidencial na história brasileira e lamentam que lideranças de diferentes partidos 807 tenham acirrado o discurso contra seus adversários nos últimos anos, alimentando a intolerância. Há quatro anos, a então presidente Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) no segundo turno por apertada diferença, em uma campanha marcada por agressões de ambos os lados. A polarização se acentuou após o resultado com a divisão da sociedade em torno do processo de impeachment da petista. "A campanha de 2014 já foi extremamente violenta na retórica dos candidatos. E, às vezes, essa retórica violenta ultrapassa a retórica e chega às ruas. Refletir sobre isso é indispensável", afirma o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Carvalho Teixeira. Para Rafael Cortez, cientista político da Tendências, o aumento da violência na retórica política é sintoma de um movimento mais amplo de fragilização da confiança na democracia. Ele cita como episódios que alimentaram esse processo os questionamentos sobre o resultado da eleição levantados pelo PSDB na Justiça eleitoral após a derrota de 2014, os ataques do PT ao sistema judiciário, os bate-bocas entre ministros do Supremo Tribunal Federal e o controverso processo de impeachment. "O ataque ao Bolsonaro parece ter sido realizado por um homem desequlibrado, sem uma articulação política por trás, mas não é um ato isolado. Pode ser visto como resultado de um processo longo de radicalização, alimentado pelas lideranças políticas", acredita. Carlos Melo, cientista político do Insper, também considera que a violência na eleição deste ano tem "raízes" no agravamento da polarização entre os brasileiros nos últimos quatro anos. "A gente vem num crescente de violência desde a campanha de 2014. A coisa começa com o nós contra eles, petralhas e tucanalhas, coxinhas e mortadelas, a desqualificação pessoal do adversário: um momento vai parar na rua", lamenta. "Ao que tudo indica, foi um sujeito desajustado (que atacou Bolsonaro), não foi uma briga de torcidas ainda, mas precisa ter freio esse tipo de coisa", ressalta. O professor do Insper lembrou outro ato grave acontecido em março, quando a caravana do ex-presidente Luiz Inácio da Silva foi atingida por tiros em uma estrada do Paraná e criticou o hoje candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, por não ter repudiado com veemência o ataque. 808 "Acho que eles (petistas) estão colhendo o que plantaram", disse o tucano na ocasião. Já a senadora presidente do PT, Gleisi Hoffmann, subiu o tom no início do ano ao repudiar a possibilidade de Lula ser preso após condenação em segunda instância, o que acabou ocorrendo em abril. "Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar", declarou em janeiro, dias antes do julgamento do petista no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Bolsonaro, por sua vez, tem instigado a violência contra adversários durante toda sua trajetória política, declarações que ganham novo peso agora que lidera a corrida presidencial, com pouco mais de 20% das intenções de votos. O candidato do PSL já defendeu, em 2000, que o então presidente Fernando Henrique Cardoso deveria ser fuzilado. Já no último sábado, durante campanha em Rio Branco, voltou a usar o verbo contra petistas: "Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre!". Após o atentado contra Bolsonaro nesta quinta, porém, as principais lideranças políticas foram unânimes em repudiar o ato, sinalizando para uma possível moderação da radicalização. Como fica a corrida eleitoral? O impacto do episódio sobre a já incerta corrida eleitoral deste ano não está claro. Não se sabe ainda por quanto tempo Bolsonaro ficará impedido de realizar atos de campanha e participar de debates entre os candidatos. Para Carlos Melo, do Insper, é possível que a comoção em torno do ataque favoreça Bolsonaro em um primeiro momento. Por outro lado, destaca, o eleitorado pode ficar mais crítico ao seu discurso agressivo. Na avaliação de Rafael Cortez, o episódio não deve provocar um aumento significativo nas intenções de voto no candidato do PSL, mas pode contribuir para consolidar o apoio que ele tem hoje, evitando a esperada "desidratação" do seu eleitorado com início da campanha eleitoral em rádio e televisão (em que ele tem um espaço mínimo de exposição). 809 Diante do atentado, o candidato com maior tempo de propaganda eleitoral, Geraldo Alckmin, será obrigado a rever sua estratégia de fortes ataques a Bolsonaro, ressalta. Se mantiver seu patamar atual, de 22% das intenções de voto segundo a última pesquisa Ibope, as chances de Bolsonaro chegar ao segundo turno são altas. "Esse ataque pode colocar o Bolsonaro no local de vítima, causando uma reação dos seu apoiadores parecida com a que ocorre com parte dos defensores de Lula, que vê o petista como perseguido político", analisa o cientista político da Tendências. Mesmo condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula aparecia nas pesquisas eleitorais com quase 40% de preferência do eleitorado, mas foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. A expectativa é que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seja anunciado como seu substituto pelo PT até terça-feira. Para Cortez, o atentado contra Bolsonaro pode atrapalhar a transferência de votos do ex-presidente para Haddad caso haja uma percepção de que o ataque partiu de alguém de esquerda, simpatizante do PT. As primeiras informações apuradas pela Polícia Federal, no entanto, não indicam qualquer ligação do suspeito com o partido de Lula. Adélio Bispo de Oliveira é solteiro, de 40 anos, e morador de Juiz de Fora. Ele foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Suas postagens no Facebook indicam um perfil político mais à esquerda, porém com alguns elementos contraditórios como apoio à redução da maioridade penal, tema mais frequentemente defendido pela direita, e rejeição generalizada a políticos. Ele também criticava a ex-presidente Dilma Rousseff. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45442944 BOLSONARO ESTABILIZADO. UOL, PÁGINA INICIAL, 06 SET 2018, 21H20MIN 810 Print screen de tela da página inicial do Uol... Não consegui encontrar indicação do autor da foto... É possível que não seja foto, mas imagem de vídeo... Ela reúne, num mesmo quadro, fachada da Riachuelo (de Flávio Rocha, um dos candidatos da extrema-direita à presidência), pessoas com celulares nas mãos (que remetem às redes sociais, território onde Bolsonaro e movimentos de extrema-direita cresceram, ao espalharem notícias falsas e criarem escândalos) e Bolsanaro, camisa da seleção, ao ser esfaqueado... Os celulares continuam a captura de imagens para movimentar as redes sociais... “Não há sangue...”... “Esquerdista, não agiu só, houve planejamento...”... Das imagens que vi, talvez a que mais mobilize o pensamento, ao explorar sentidos, memórias do que estamos vivendo... O adjetivo “estabilizado” também leva a pensar sobre o que é Bolsonaro em nossa sociedade... BRÉSIL : LE NAUFRAGE D’UNE NATION Editorial do Le Monde, 08 de setembro de 2018 811 Editorial. Après l’agression du candidat d’extrême droite Jair Bolsonaro, la campagne présidentielle risque de se radicaliser dans un pays qui semble avoir perdu le contrôle de son destin. A un mois de l’élection présidentielle, la tentative d’assassinat visant, jeudi 6 septembre, le candidat d’extrême droite Jair Bolsonaro fait peser une nouvelle menace sur la jeune démocratie brésilienne. Immédiatement et unanimement condamnée, cette agression commise par un personnage présenté comme déséquilibré témoigne du climat extrêmement tendu qui prévaut actuellement. Depuis la destitution (impeachment)controversée de la présidente de gauche Dilma Rousseff, en 2016, le pays semble avoir perdu le contrôle de son destin. Lire aussi : Au Brésil, une campagne électorale bouleversée par l’agression du candidat d’extrême droite Tout y contribue. Une société qui se sent abandonnée. Les balles perdues qui fauchent les enfants des quartiers populaires aux mains des gangs. Des représentants de la société civile assassinés en plein jour. Une classe politique aussi affligeante que vieillissante, minée par la corruption. Dans ce contexte délétère, l’incendie qui a ravagé le Musée national de Rio, le 2 septembre, est apparu comme le symbole de l’incurie de l’Etat. Certains parlent du suicide d’une nation. Cela en a tout l’air. Le pays était au bord de la révolte en juin 2013. Il est aujourd’hui totalement déboussolé. Les Brésiliens se cherchent un chef capable, espèrent-ils, de redonner au pays sa splendeur perdue. Les uns le voient en Jair Bolsonaro, ce militaire de réserve au discours hargneux et provocateur. Les autres continuent à s’en remettre à l’ancien président Luiz Inacio Lula da Silva, emprisonné pour corruption. Tous deux sont en tête des sondages. Aucun d’eux, désormais, ne peut faire campagne. Il est trop tôt pour évaluer les conséquences politiques de l’agression subie par le candidat d’extrême droite. Mais, à l’instar de la gauche, chérissant un Lula comparé à « un prisonnier politique », l’extrême droite a maintenant son martyr. Et, à en croire le fils de Jair Bolsonaro, Flavio, ce statut serait à même de propulser son père « plus fort que jamais » à la fonction suprême dès le premier tour de l’élection. Sortir le pays d’une crise politique, morale et institutionnelle L’hypothèse est sans doute exagérée. Mais la commotion nationale provoquée par cette attaque indigne d’une démocratie devrait porter le candidat dans les sondages. La seule force du drame occulte les débats, les échanges d’idées, les nécessaires propositions pour sortir le pays d’une crise politique, morale et institutionnelle. Un 812 séjour prolongé à l’hôpital épargnerait à Jair Bolsonaro toute confrontation télévisée et lui permettrait de contrôler son message par le biais de ses vidéos de téléphone portable et de ses publications sur les réseaux sociaux. La campagne présidentielle était déjà violente. On peut craindre qu’elle se radicalise davantage encore. Il y a six mois, la caravane de l’ancien président Lula a été criblée de balles. Après son incarcération, en avril, un militant venu le soutenir a été blessé par des tirs. Puis ce furent les mots incendiaires de Jair Bolsonaro appelant, lors d’un de ses meetings, à fusiller les « petralhas », autre nom donné aux militants du parti des travailleurs (PT, gauche) de Lula. L’agression au couteau contre le candidat d’extrême droite marque une étape supplémentaire dans cette escalade hors de contrôle et fait mentir l’image de ce « pays cordial » que serait le Brésil. Il reste à espérer que cet épisode dramatique opère comme un électrochoc. Et qu’il incite l’ensemble de la société brésilienne à trouver une solution démocratique à l’ensemble de ses maux. A ce stade, hélas ! cela semble relever du vœu pieux. https://www.lemonde.fr/idees/article/2018/09/08/bresil-le-naufrage-d-unenation_5352184_3232.html ALCKMIN DIZ QUE IDEOLOGIA DE GÊNERO É DISCUSSÃO PARA FAMÍLIA, NÃO ESCOLA Luciana Amaral, Uol, 11 de setembro de 2018 O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/candidatos/geraldo-alckmin-psdb/ ), disse nesta terça-feira (11) durante sabatina de UOL, Folha de S. Paulo e SBT que a ideologia de gênero é assunto que deve ser discutido entre a família, não necessariamente nas escolas. "Em princípio, eu acho que a questão de ideologia de gênero é a família quem deve cuidar. Agora, a biologia precisa ser dada em aula. Eu fui professor de biologia muito tempo", respondeu o candidato ao ser questionado se era a favor a discussão de gênero em sala de aula. Ele diz que biologia é uma ciência e, como tanto, os aparelhos reprodutores devem ser ensinados aos jovens nas aulas, inclusive para a prevenção à gravidez precoce. "Você precisa explicar, até para prevenir a gravidez indesejada. Não é entrar em questão de gênero, né?, gay, não é gay. Nada disso. É informação que precisa ter", ressaltou. 813 Indagado sobre o aborto, o candidato disse ser contra a descriminalização, salvo em casos já previstos pela legislação: feto anencefálico, risco de morte para a mãe e estupro. "Agora que o senhor falou da questão de gênero, então, o senhor é contra essa discussão de gênero na escola?" Ainda na saúde, o candidato afirmou que, se eleito, pretende reabrir 30 mil leitos fechados no SUS (Sistema Único de Saúde) e reduzir filas de espera para consultas. Sobre propostas para pessoas com HIV, Alckmin afirmou apostar em boas campanhas de prevenção e tratamentos eficazes. "Educação, instrução, informação e prevenção. É camisinha, é preservativo e cuidado com a questão de sangue", falou. Alckmin tem 10% das intenções de voto, diz Datafolha Geraldo Alckmin é médico, passou pelos cargos de vereador e deputado federal e assumiu o governo do Estado de São Paulo em 2001, depois da morte de Mario Covas. Em seguida, Alckmin governou o estado por três mandatos (2003 - 2006, 2010 - 2014 e 2014 - 2018). É a segunda vez que ele se candidata à Presidência da República. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na segunda-feira (10), o tucano aparece com 10% das intenções de voto. Jair Bolsonaro (PSL) lidera o levantamento com 24%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Sabatinas e debates Os presidenciáveis estão sendo entrevistados por jornalistas do UOL, Folha e SBT. Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) e Alvaro Dias (Podemos) já foram sabatinados. A ordem das próximas entrevistas previstas, definidas por sorteio, é a seguinte: 12/9 – Cabo Daciolo (Patriota) 13/9 – Henrique Meirelles (MDB) 14/9 – Jair Bolsonaro (PSL) 814 Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral. Como o PT não indicou o substituto na corrida eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a sabatina com o presidenciável petista, que estava agendada para 5 de setembro, não aconteceu. Vítima de um ataque a faca na última quinta (6), Jair Bolsonaro, que foi submetido a uma cirurgia e está internado, também não deve participar. Cabo Daciolo, que está em jejum em um monte, deixou de participar recentemente do debate da TV Gazeta. UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro. Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/11/alckmin-dizque-ideologia-de-genero-e-discussao-para-familia-nao-escola.htm SABATINA COM GERALDO ALCKMIN - UOL/FOLHA/SBT - 11/09 Transmitida ao vivo em 11 de setembro de 2018, 10h às 11h da manhã, canal do YouTube TV Uol, jornalistas Irineu Machado, do UOL, Débora Bergamasco, do SBT, e Fernando Canzian, da Folha de SP. https://www.youtube.com/watch?v=2PbDqo0IUFo PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA Eliane Brum, El País, 10 de setembro de 2018 Um trecho do artigo de Eliane Brum, que trata de mais questões, envolvendo as posturas de Bolsonaro e seu grupo sobre tortura, povos indígenas, gênero, por exemplo... 815 “Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”. A frase é do general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL). Foi dita à revista Crusoé, após o ataque à faca contra o candidato na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, em 6 de setembro. É uma frase para se prestar toda atenção. Os vices com frequência têm chegado à presidência no Brasil. Mas o mais importante é o que a declaração nos conta sobre a chapa que, sem Lula, está em primeiro lugar nas intenções de voto para a disputa presidencial das eleições de outubro. O que significa um candidato a vice-presidente se anunciar como “nós” e como “profissional da violência” num momento de tanta gravidade para o Brasil? Abalado pela brutalidade do episódio, Mourão poderia ter escolhido pelo menos duas variações que mudariam a intenção: “os profissionais da segurança” ou “os profissionais da proteção”. Palavras como segurança e proteção levariam à ideia de amparo e de defesa —e não à ideia de ataque, de retaliação e de confronto. Mas não. Mourão usou um “nós”— e usou “profissionais da violência”. Ao ser perguntado quem era o “nós”, o general disse que se referia “aos militares e ao uso da força pelo Estado”. Mourão declarou ainda: “Eu não acho, eu tenho certeza: o autor do atentado é do PT”. No mesmo dia, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo: “A guerra está declarada”. Mourão trata as Forças Armadas do Brasil como se fossem sua milícia pessoal É bastante revelador que um general da reserva, hoje político e candidato, se considere no direito de falar em nome do Estado, em plena campanha eleitoral para se tornar governo. A declaração de Mourão mostra que ele acredita falar pelos militares, como se os representasse e os comandasse. E como se os militares fossem uma força autônoma, uma espécie de milícia de Bolsonaro e de Mourão. E não o que a Constituição determina: uma instituição do Estado, paga com recursos públicos, subordinada ao presidente da República. Ao fazer essa declaração, Mourão trata as Forças Armadas como se fossem a sua gangue e o país como se fosse a sua caserna. Alguém machucou o meu amigo? Vou ali chamar a minha turma para descer o cacete. E faz isso na condição de político e de candidato, como se o processo democrático fosse apenas uma burocracia pela qual é preciso passar, mas que pode ser atropelada caso se torne inconveniente demais. 816 Mais tarde, Mourão baixaria o tom, segundo ele a pedido do próprio Jair Bolsonaro. Uma orientação curiosa para um candidato que divulgou uma foto sua na cama do hospital fazendo com as mãos o sinal de atirar. No dia seguinte à agressão, durante entrevista à Globo News, o vice de Bolsonaro afirmou que, em caso hipotético de “anarquia”, pode haver um “autogolpe” do presidente, com o apoio das Forças Armadas. Bolsonaro em foto publicada pelo filho nas redes sociais. FLAVIO BOLSONARO AP Ao comentar a convocação à violência por ele e outras pessoas da campanha, Mourão afirmou: “Realmente subiu um pouco o tom (no início), mas temos que baixar, porque não é caso de guerra”. Disse ainda que, se forem eleitos, vão “governar para todos, e não apenas para pequenos grupos”. Diante da crise, aquele que quer ser vice-presidente do Brasil bota gasolina na fogueira que deveria conter 817 As declarações do vice de Bolsonaro no primeiro momento dão pelo menos duas informações sobre ele que vale a pena registrar. Mourão decide baixar o tom depois de elevar (muito) o tom. Poderia se pensar se é esse tipo de reação passional que se espera de um general, uma pessoa numa posição de comando ocupando o posto máximo da hierarquia do Exército, cujas ordens podem afetar milhares de vidas humanas. Pela trajetória de Mourão, a dificuldade de agir com racionalidade em momentos de tensão não parece ter afetado a sua carreira. Neste momento, porém, Mourão é um político e candidato a vice-presidente. Diante da crise, representada pela agressão a Bolsonaro, aquele que quer ser vice-presidente do Brasil explode, confunde o seu lugar e o lugar das Forças Armadas, e bota gasolina na fogueira que deveria conter. E deveria conter não apenas por ser candidato, mas por responsabilidade de cidadão. É importante que Mourão tenha finalmente entendido que não se trata de uma guerra e tenha parado de encontrar inimigos entre as faces da população. Mas as declarações irresponsáveis já produziram um efeito cujas consequências são difíceis de prever. Como ele mesmo lembrou, “há um velho ditado que diz: as palavras, quando saem da boca, não voltam mais”. Como governarão, com sua lógica de guerra, na qual o inimigo não é outro exército, mas a parte da população que discorda deles? O que Mourão faria com poder real diante das tantas crises que esperam um governante? Como governará essa dupla, caso eleita, um que invoca mais violência em palavras e outro que, recém operado após sofrer uma agressão, faz sinal de atirar? Como governarão, com sua lógica de guerra, na qual o inimigo não é outro exército, mas a parte da população que discorda deles? A segunda informação que emerge das declarações é a rapidez e a leviandade com que Mourão julga e condena. De imediato ele responsabilizou o PT pela agressão à faca. Não havia —e não há— um único indício de que o autor da facada tenha qualquer ligação com o PT ou faça parte de um plano do partido. Adelio Bispo de Oliveira afirma ter agido sozinho e “a mando de Deus”. Declarar publicamente uma “fake news” ou mentira, num momento de tanta gravidade para o país, também pode ter consequências imprevisíveis. Não adianta voltar atrás depois de ter afirmado uma mentira como “certeza” justamente na hora em que os ânimos estavam mais acirrados. 818 É importante observar como esse protagonista se comporta diante da crise [...]. [...] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/10/opinion/1536582945_652291.html GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA Mário Magalhães, The Intercept Brasil, 12 de Setembro de 2018 AS MENOS DE 44 horas transcorridas entre as imagens de Jair Bolsonaro esfaqueado num calçadão e, na UTI hospitalar, encenando atirar com arma de fogo contam um drama e uma parábola. O drama é o torpe atentado contra o capitão de Artilharia, que cinco dias antes empunhara um tripé, fingira disparar e bravateara, para gozo da multidão que o ovacionava: “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre!” A parábola é a do sapo e do escorpião. A narrativa tem variações nos acabamentos, mas a alvenaria é a mesma. Um escorpião pede para atravessar um lago nas costas de um sapo. O sapo se recusa a dar corona por recear uma picada assassina. O escorpião alega não saber nadar; não envenenaria o anfíbio, porque afundaria junto com ele. O sapo coaxa: “Então, tá”. No meio da travessia, o escorpião o atraiçoa. Agonizando, o sapo pergunta sobre o motivo do gesto suicida. O escorpião esclarece, antes de se afogar: “Porque é da minha natureza”. Candidato a senador no Rio, o deputado estadual Flávio Bolsonaro tuitou na sextafeira, 7 de setembro, um dia depois de seu pai ser ferido em Juiz de Fora: “Jair Bolsonaro está mais forte do que nunca e pronto para ser eleito presidente do Brasil no primeiro turno!”. Na noite do feriado, o general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, disse em entrevista à Globonews que conversara por telefone com o cabeça da chapa. O candidato a presidente lhe recomendou “moderar o tom”, para “não exacerbar essa questão que está ocorrendo”. Sincera ou pragmática, a atitude talvez rendesse votos: a vítima apelaria por serenidade e tolerância, repeliria a violência. No sábado, a ilusão ruiu, com Flávio voltando ao Twitter para publicar uma fotografia do pai sentado numa poltrona do hospital Albert Einstein. O paciente simulou tirotear. 819 A cena colidiu com o recado transmitido por Mourão. Por que Bolsonaro reincidiu na modulação beligerante? Porque é da sua natureza. Noutras palavras, da verve de Ciro Gomes, “ele foi ferido na barriga, mas não mudou nada na cabeça”. Fator Lula A facada desferida contra Bolsonaro mereceu solidariedade e compaixão, mas não comoção em larga escala. O Datafolha ouviu 2.804 eleitores anteontem e constatou que, desde 21 de agosto, o representante da extrema direita oscilou de 22% para 24% da preferência, sem romper a margem de erro de dois pontos. Sua rejeição passou de 39% para 43%, muito além do índice de Marina Silva, que vem atrás com 29%. Há empate quádruplo no segundo lugar da intenção de votos: Ciro Gomes, 13% (cresceu 3 pontos); Marina, 11% (despencou 5); Geraldo Alckmin, 10% (oscilou 1 para cima); e Fernando Haddad, 9%, (mais 5). A morte do candidato Eduardo Campos foi sucedida em 2014 pela ascensão de sua antiga vice, Marina. Ferido, Bolsonaro patinou no Datafolha. Ele mantém eleitorado fidelíssimo, mas não o expande. Em nova evidência de que é candidato de classe, a Bolsa subiu 1,76% e o dólar caiu 0,94% no dia 6. Os investidores esperavam que o capitão, em quem confiam, disparasse nas pesquisas. Os assassinatos do governador João Pessoa, em 1930, e do major-aviador Rubens Vaz, em 1954, mudaram ou aceleraram o rumo da história. Em 2018, a agressão a Bolsonaro não teve esse poder. Contra os perseguidores mais colados, três confrontos de segundo turno indicam seu revés. O melhor desempenho é um empate com Haddad (39% a 38% para o petista). Dos cinco líderes, quem mais avançou foi o ex-prefeito, 125%. E isso que somente ontem, 11 de setembro, ele foi inscrito como candidato oficial à Presidência. Barrado pela Justiça, Lula escreveu uma carta-manifesto. Um trecho: “Nós continuamos vivos no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad”. É provável que o candidato do PT diminua em breve a distância para Bolsonaro. Terá ao lado a vice Manuela D’Ávila. A vigorosa campanha de Ciro possivelmente sofrerá com a descoberta, por muitos eleitores, de que ele não é o predileto do ex-presidente. Não prevaleceram as previsões de que os adversários de Bolsonaro promoveriam viradas em suas campanhas, escapando de polêmicas com quem convalesce. O sórdido atentado contra o deputado não mitiga a sordidez dos seus ideais. Supor o contrário, e 820 por isso tratar com indulgência o discurso obscurantista, seria contribuir para a derrota da democracia em outubro. Jogral sombrio À facada em Bolsonaro sobreveio o jogo duro de dois dos mais influentes oficiais do Exército. O general Mourão, na reserva remunerada. E o comandante da Força, general Eduardo Villas Bôas, no serviço ativo. Na Globonews, com a naturalidade de quem avisa não querer cebola na pizza de calabresa, o candidato a vice tratou como razoável o que ele reconheceu como “autogolpe” de um governante. “O presidente da República pode decidir empregar as Forças Armadas”; “é um autogolpe, você pode dizer isso”. “É uma hipótese”, adoçou, e não receita salgada para consumo imediato. Mourão não tem mais nem um pelotão para dar ordens, ao contrário de seu conterrâneo gaúcho Villas Bôas. Em entrevista a O Estado de S. Paulo, o chefe do Exército associou a tentativa de homicídio contra Bolsonaro à legitimidade do próximo governante: “O atentado confirma que estamos construindo dificuldade para que o novo governo tenha uma estabilidade, para a sua governabilidade, e podendo até mesmo ter sua legitimidade questionada. Por exemplo, com relação a Bolsonaro, ele não sendo eleito, ele pode dizer que prejudicaram a campanha dele. E, ele sendo eleito, provavelmente será dito que ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção”. Indagado pela repórter Tânia Monteiro sobre o registro da candidatura Lula, negado pelo Tribunal Superior Eleitoral, Villas Bôas tornou a abordar a legitimidade do eleito: “Preocupa que este acirramento das divisões acabe minando tanto a governabilidade quanto a legitimidade do próximo governo. Nos preocupa também que as decisões relativas a este tema sejam definidas e decididas rapidamente, de uma maneira definitiva, para que todo o processo transcorra com naturalidade”. O comandante reiterou sua obsessão, ao opinar sobre a determinação do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o ex-presidente ser opção nas urnas: “É uma tentativa de invasão da soberania nacional. Depende de nós permitir que ela se confirme ou não. Isso é algo que nos preocupa, porque pode comprometer nossa estabilidade, as condições de governabilidade e de legitimidade do próximo governo”. Não cabe ao comandante da mais poderosa das três Forças tutelar as regras eleitorais. 821 Ele assegurou que “não há hipótese de o Exército provocar uma quebra de ordem institucional”. Na contramão, como se fosse um magistrado, incursionou em campo minado, estranho às suas atribuições legais: “O pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira. A Lei da Ficha Limpa se aplica a todos”. A soberania nacional é fundamento constitucional da República. Sua “invasão” imaginada ofereceria pretexto para viradas de mesa golpistas, com ou sem estripulias armadas. Não cabe ao comandante da mais poderosa das três Forças tutelar as regras eleitorais. A 25 dias do primeiro turno, bolsonarismo e golpismo consolidam seu amálgama. Ao se pronunciar sobre a postulação de Lula e “o pior cenário”, Villas Bôas parece acenar com uma chantagem: se elegerem o petista, um correligionário dele ou outro candidato de desagrado da caserna, a escolha pode ser interditada como ilegítima. Ao contrário do que o general acredita, a divisão social se aprofunda com a violação da soberania do voto popular, e não com a submissão a ela. Com seus devaneios sobre “intervenção militar” e “autogolpe”, o general Mourão têm composto com seu camarada Villas Bôas um jogral intimidador. Viúvas da ditadura se excitam e sonham com o futuro repetindo o passado. A 25 dias do primeiro turno, bolsonarismo e golpismo consolidam seu amálgama. Todo figurão bolsonarista é golpista, embora nem todo golpista seja bolsonarista. Declaração de guerra É estultice pensar que a pregação da violência política justifica atos violentos contra o pregador. Não os autoriza, porém não apaga a história. Convencido das vantagens eleitorais de sua trêfega alusão a armas, Bolsonaro havia ensinado em julho uma menina a imitar um revólver ou uma pistola com o polegar e o indicador da mão direita. Em agosto, ele perguntou a um menino, uniformizado com réplica de farda da Polícia Militar, que segurava no colo: “Sabe dar tiro? Atira. Policial tem que atirar”. 822 Pouco depois das três e meia da tarde da quinta-feira, Bolsonaro teve a barriga penetrada por uma faca quando um apoiador o carregava nos ombros. Deu sorte, ali na esquina das ruas Halfeld e Batista de Oliveira: o agressor não portava arma de fogo, cuja posse generalizada o candidato preconiza. Logo se soube que o criminoso era um homem perturbado, de 40 anos, identificado como Adélio Bispo de Oliveira. Havia sido filiado ao PSOL de 2007 a 2014, mas dissolvera os vínculos com o partido de Guilherme Boulos. “Quem mandou foi Deus”, disse o esfaqueador, cujas broncas mais cabeludas são com a maçonaria e Bolsonaro. Para ilustres partidários do deputado, o inimigo era outro. “Agora é guerra”, declarou Gustavo Bebbiano. O presidente do PSL não informou contra quem. “Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”, atemorizou o general Mourão. Ele sentenciou, em versão falsa, que o postulante à Presidência fora “covardemente atacado por um militante do Partido dos Trabalhadores”. Bolsonaro é o único personagem da vida nacional que sugeriu publicamente o extermínio de 30 mil brasileiros. O pastor Silas Malafaia espalhou, noutra inverdade, que o aparente lobo solitário “é militante do PT e assessora a campanha de Dilma *Rousseff+ ao Senado em Minas”. O senador Magno Malta compartilhou foto fraudada digitalmente para inserir Adélio perto de Lula em uma manifestação. À falta de argumento original, o general da reserva Augusto Heleno descreveu o celerado que feriu Bolsonaro como “um radical irresponsável, fiel a seus ideais marxistas”. Tanto bolsonaristas quanto seus contendores difundiram teorias conspiratórias e cascatas caricaturais sobre o crime. Os concorrentes do capitão, contudo, repudiaram a violência e se solidarizaram com ele. Em março, o deputado afirmara que petistas haviam disparado os tiros contra a caravana de Lula. Bolsonaro é o único personagem da vida nacional que sugeriu publicamente o extermínio de 30 mil brasileiros Morte à espreita Aos 63 anos, Jair Messias Bolsonaro tangenciou a morte. Como o país assistiu em imagens em movimento, ao ser esfaqueado o candidato em campanha vestia uma camiseta amarela com a inscrição garrafal em verde “MEU PARTIDO É O BRASIL”. 823 Sangrou pouco por fora, mas a lâmina lesionou uma veia que irriga o abdômen e, em quatro cortes, o intestino. A hemorragia interna consumiu 2,5 litros de sangue, cerca de 40% do volume que circula no corpo. Derrubou sua pressão para 8 por 4. Bolsonaro chegou à Santa Casa de Misericórdia “em choque” e em “situação gravíssima”, de acordo com os médicos que o socorreram em Juiz de Fora. A cirurgia que o salvou durou duas horas. Pelo trabalho, o Sistema Único de Saúde pagará R$ 367,06 ao cirurgião vascular Paulo Gonçalves de Oliveira Junior. O doutor dividirá a remuneração com os colegas que atenderam Bolsonaro, relatou a repórter Consuelo Dieguez. Na sexta-feira, deitado em seu leito, o candidato gravou um depoimento. Agradeceu a Deus, médicos e enfermeiros. Abatido, relembrou a investida: “Parecia apenas uma pancada na boca do estômago *…+. A dor era insuportável, e parecia que tinha algo mais grave acontecendo”. Lamentou se ausentar do desfile militar do 7 de Setembro. E falou: “Nunca fiz mal a ninguém”. Na manhã de sábado o transferiram para São Paulo, onde Bolsonaro posou simulando atirar. A legenda para a foto bem poderia ser “Porque é da minha natureza”. [A matéria original apresenta imagens de pessoas citadas...] https://theintercept.com/2018/09/12/generais-exercito-eleicoes-democracia/ UM MILHÃO DE MULHERES CONTRA BOLSONARO: A REJEIÇÃO TOMA FORMA NAS REDES. GRUPO NO FACEBOOK CONSEGUE 10.000 NOVOS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO POR MINUTO DE ELEITORAS INDIGNADAS ELAS QUEREM, AGORA, LEVAR A INSATISFAÇÃO PARA AS RUAS Joana Oliveira, El País, 12 de setembro de 2018 824 Manifestação pelo direito das mulheres em dezembro de 2016. ROVENA ROSA AGÊNCIA BRASIL A rejeição do eleitorado feminino ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), refletida em todas as pesquisas e que no último Datafolha, do dia 10 de setembro, chegou a 49%, se materializou nas últimas duas semanas como um grupo massivo de debate político no Facebook. O "Mulheres unidas contra Bolsonaro" já conta mobilizou mais de um milhão e meio de usuárias da rede social e, a cada minuto, recebe 10.000 novos pedidos de participação. Para os usuários que não são membros do grupo, o número visível de participantes é menor —860 mil na última atualização desta reportagem—, porque reflete apenas o número de perfis que realmente estão ativos nos debates do mesmo (os demais estão esperando autorização para participar ou ainda não responderam o convite feito pelas demais), conforme explicou a EL PAÍS um porta-voz do Facebook. "Destinado à união das mulheres de todo o Brasil contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia e outros tipos de preconceitos representados pelo candidato Jair Bolsonaro e seus eleitores", de acordo com a descrição do Facebook, o grupo nasceu com a intenção de agregar os discursos de eleitoras indignadas com os posicionamentos do presidenciável em relação aos direitos das mulheres, explica Ludimilla Teixeira, publicitária baiana de 36 anos, uma das criadoras. "Percebia nas minhas próprias redes muitas amigas comentando e criticando essas posturas, então decidimos unir todas essas mulheres e criar um fato político para mostrar que grande parte da população não é favorável a essa candidatura", conta. 825 Isso aconteceu na quinta-feira, 30 de agosto. 24 horas depois, o grupo, exclusivamente feminino, já chegava a 600.000 participantes. O rápido crescimento já se desdobrou na convocatória de uma manifestação contra o candidato, em 29 de setembro, em São Paulo, que já conta com 40.000 confirmações de assistência. O objetivo, asseguram as administradoras do grupo, é realizar atos similares em outras cidades do país. Como reação, nesta quarta-feira, um outro grupo chamou a atenção no Facebook: "Mulheres unidas a Favor de Bolsonaro", com cerca de 38.000 participantes, mas que, curiosamente, foi criado e é administrado por um grupo de homens. Na plataforma da rede social, as postagens do grupo contra Bolsonaro criticam não apenas as propostas do candidato, como a flexibilização do acesso a armas, mas principalmente suas declarações em relação à brecha salarial de gênero —o candidato acredita que a equiparação no sistema privado não é competência política do Estado e seu gabinete, conforme adiantou o Valor Econômico, paga menos às mulheres— e seus comentários violentos contra repórteres e colegas políticas. "Um país sério de verdade jamais permitiria que esse cidadão falasse as barbaridades que falou. Cadê o Ministério Público? Cadê os órgãos de defesa das mulheres?", questiona Teixeira em relação à frase "não te estupraria porque você não merece", dita à deputada Maria do Rosário. O grupo se define como apartidário ("A única bandeira é ser anti-Bolsonaro", diz Teixeira), mas existem postagens fixas sobre os demais candidatos à presidência, nos quais as simpatizantes de cada um podem publicar informações sobre eles e suas propostas. "Acredito que muitas indecisas decidiram em quem votar com base nessas discussões online", comenta a publicitária. Com um perfil de participantes que vai desde adolescentes até senhoras que, por lei, já não precisariam mais votar, o grupo é espaço de discussão de mulheres que enfrentam familiares e amigos na tentativa de combater o voto ao que consideram "um candidato nefasto". "Meu marido é um coronel militar que vai votar nele. Já não sei mais o que fazer, só penso em rasgar o título de eleitor dele ou esconder seus documentos para que ele não possa votar", conta uma professora de 62 anos, que prefere não se identificar. 826 Reprodução de imagem postada no grupo do Facebook. As participantes definem o grupo como um "elo de ligação", um espaço de reunião onde elas pudessem debater política livremente, sem ser silenciadas. "Porque quando fazíamos postagens individuais, sempre havia mansplaining (explicação masculina), homens nos atacando com termos chulos, assédio. Há casos até de usuários que tiraram print de fotos das meninas e espalharam por aí, éramos atacadas pelos seguidores de Bolsonaro, que são bastante agressivos. Faltava esse espaço para debate", conta Teixeira. Também são muitas as postagens de usuárias que desabafam sobre violência doméstica e relações abusivas e de mulheres trans que agradecem por terem encontrado um “espaço solidário”. "Sinto que o Brasil todo está lá. É muito maior do que só um grupo contra Bolsonaro", afirma a publicitária, que destaca que as participantes "não são contra a pessoa" do presidenciável. "Ele é um ser humano que merece respeito. Inclusive, lamentamos muito o ocorrido [referindo-se ao ataque à faca sofrido por Bolsonaro no dia 6 de setembro]. Não somos favoráveis a nenhum tipo de violência ou discurso de ódio, queremos vencê-lo nas urnas". Foi justamente depois desse atentado que o candidato registrou um crescimento entre três e dois pontos percentuais na intenção de voto feminino, de acordo com as últimas pesquisas Datafolha e Ibope, respectivamente. "O esfaqueamento mobilizou parte dos eleitores indecisos, principalmente as mulheres, que se solidarizaram com o candidato", avalia a antropóloga e cientista social Rosana Pinheiro-Machado. Por outro lado, a cientista política acredita que o ataque foi também a "faísca" para que mais mulheres se mobilizassem contra Bolsonaro. "A mensagem sobre o voto feminino como faixa de contenção contra ele já vinha circulando e esse atentado 827 disparou o medo de que se gerasse mais simpatia pelo candidato e que levasse a uma vitória sua no primeiro turno". Para além das eleições Pinheiro-Machado considera que o movimento de "mulheres unidas contra Bolsonaro" pode ter o mesmo impacto no Brasil que a marcha das mulheres contra Trump nos Estados Unidos, mas matiza que, para isso, o milhão de participantes do grupo virtual tem que se traduzir nas ruas para que se possa gerar um fato político relevante. "Desde a primavera feminista, quem consegue se organizar hoje no Brasil são basicamente as mulheres", diz. E as organizadoras e participantes da plataforma na rede social não pretendem parar. Elas contam que já consideram mudar o nome do grupo depois das eleições para se tornar, de fato, um movimento que promova rodas de conversa, debates e outras ações em prol dos direitos das mulheres. "Não são só as eleições, temos uma série de pautas pelas quais lutar, como contra o Estatuto do Nascituro [PL 5069/13, que dificultará o acesso ao aborto em casos de estupro], ou a favor da criação de uma lei para criminalizar o assédio", afirma Teixeira. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/12/actualidad/1536768048_321164.html “NENHUMA NARRATIVA SUBSTITUI A REPORTAGEM COMO DOCUMENTO SOBRE A HISTÓRIA EM MOVIMENTO”. DISCURSO DE ELIANE BRUM, COLUNISTA DO EL PAÍS, LIDO DURANTE O PRÊMIO COMUNIQUE-SE, DESTACA O PAPEL IMPRESCINDÍVEL DO JORNALISMO NUM MOMENTO BRUTAL DO BRASIL. XICO SÁ TAMBÉM VENCEU PRÊMIO NA CATEGORIA CULTURA PELOS TEXTOS PUBLICADOS NESTE JORNAL Eliane Brum, El País, 12 de setembro de 2018 É preciso ter a alma aberta, um olhar sensível, e coragem para resistir e insistir no jornalismo que conta a verdadeira história de uma nação a partir das pessoas comuns, ou simplesmente anônimas, quando não, invisíveis. É pelo olhar desses personagens que se enxergam as reais cores e dores de um país como o Brasil. A colunista Eliane Brum, que escreve quinzenalmente no EL PAÍS desde o início da edição brasileira em 26 de novembro de 2013, tem sido fiel a esse princípio desde que começou na carreira no final dos anos 80. É o jornalismo que não passa pelos palácios, nem por gabinetes, nem pelas fontes do mercado financeiro, ou pelos corredores do Judiciário, como 828 destacou o jornalista Caco Barcellos, premiado pela quinta vez na categoria “Mídia Falada” no prêmio Comunique-se, na noite desta terça, dia 11. Brum também foi premiada, na categoria "Colunista". É o quarto prêmio Comuniquese da sua carreira, e mais um que se junta aos mais de 40 que esta gaúcha de Ijuí já acumula por ter se tornado um espelho da alma brasileira. Tem sangue de repórter, e todo repórter que se preze é brindado pela sorte de estar no lugar certo na hora certa. Nem sempre para escrever boas notícias. Foi assim durante o incêndio do Museu Nacional, no último dia 2. A jornalista havia sido convidada para um evento no Museu do Amanhã. “Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado. Diante de mim, o Museu Nacional do Rio queimava.”, começava o texto O Brasil queimou – e não tinha água para apagar o fogo, que ela escreveu e publicou poucas horas depois das chamas consumirem o museu. A indiferença do Brasil pelo que deveria ser a sua riqueza é a linha condutora das colunas de Eliane Brum nestes quase cinco anos no EL PAÍS Brasil. Textos que cativaram leitores inclusive no exterior, e já são publicados em espanhol tanto no portal Américas, que alcança todos os países de língua hispânica, como na Espanha, chegando aos leitores europeus. Como ela, o jornalista e escritor Xico Sá também foi premiado nesta terça na categoria Cultura por seus textos publicados no EL PAÍS. Textos que não fogem das críticas ácidas ao retrocesso que a política tem imposto ao país – “meu nome é Democracia e meus tímpanos foram estourados pelos megafones da intolerância,” escreve Xico no texto Me chamo Democracia e peço socorro no Brasil—, mas que também sabem brindar o leitor com histórias de amor, seja pelo Cariri, pela filha Irene, ou pelo exercício de escrever cartas de amor. “O cheiro do pequi espanta o raio gourmetizador a léguas de distância”, escreveu o versátil escritor em Uma viagem de volta ao Cariri. Já em Uma carta de amor vale por mil nudes, Xico escreve “Você aí, que vive um amor à distância, nada como uma carta fumegante, daquelas capazes de queimar os dedos dos carteiros”. Em seu discurso de agradecimento, Xico lembrou que o jornalismo é importante “porque luta contra a barbárie e o fascismo”. Em comum entre Eliane Brum e Xico Sá, está o acalento por um Brasil mais justo, mais humano, mais inclusivo, valores estes que o EL PAÍS Brasil também partilha. A seguir, publicamos a íntegra da carta de agradecimento de Brum, lida durante o prêmio Comunique-se, que retratam o que este jornal acredita. 829 “Infelizmente não pude estar com vocês nesta noite porque, neste momento, estou em São Francisco, na Califórnia, para a Cúpula do Clima. Mas sei que estou muito bem representada pela Carla Jimenez, diretora de redação do El País Brasil. Queria começar justamente agradecendo à Carla e ao El País pelo respeito absoluto pelo meu trabalho. Publiquei minha primeira coluna no El País no primeiro dia do El País no Brasil e, desde então, encontrei no El País o melhor espaço para exercer o jornalismo que acredito. Tenho muito orgulho de fazer parte deste projeto que, em cinco anos, marcou uma diferença de qualidade e conquistou um lugar de independência no jornalismo feito no Brasil. Quero também agradecer ao Comunique-se por todos os anos se esforçar para a realização deste prêmio, apesar das turbulências do país. E, principalmente, agradecer a todos que, com o seu voto, reconheceram o meu trabalho e me trouxeram até aqui. Este é um momento brutal para o Brasil. A imagem do Museu Nacional do Rio em chamas literaliza a profundidade da nossa crise. O Brasil queima. Estamos à beira de uma eleição em que o candidato em primeiro lugar nas pesquisas está preso e impedido pelo judiciário de disputar a eleição. E o candidato em segundo lugar levou uma facada num evento de campanha. É crescente o sentimento de que o judiciário não faz justiça, de que o voto vale cada vez menos e de que vivemos o que poderíamos chamar de democracia sem povo: a cada dia mais um direito a menos. Num momento de crise climática, a maior relevância do Brasil no cenário internacional é ter no seu território a maior porção da maior floresta tropical do mundo. Mas desde que os ruralistas se tornaram fiadores do governo, cresce o poder da grilagem na Amazônia e os desmatadores avançam justamente sobre as áreas protegidas. Em Anapu, onde a missionária Dorothy Stang foi morta em 2005, hoje a situação é muito mais explosiva. Desde 2015, 16 camponeses foram assassinados sem que nada se mova neste país. Nas comunidades do Rio, cabeças de crianças negras têm sido arrebentadas à bala, antes e depois da intervenção. O Brasil não tem guerra, o que tem é massacre. E há séculos ele destrói os mesmos corpos: o dos negros e o dos indígenas. A imprensa não é imune às contradições. E desempenhou um papel na atual crise. Este papel também precisa ser iluminado. Não são só os partidos que precisam fazer autocrítica. Mas o jornalismo e, principalmente a reportagem, são imprescindíveis. Não há nenhuma narrativa que possa substituir a reportagem como documento sobre a história em movimento. E o que se espera de nós é que sejamos capazes de resistir e fazer reportagem no momento em que, por todas as razões, é mais difícil fazer reportagem. 830 Estou na Cúpula do Clima e não aqui para, junto com um grupo de jornalistas e com o Centro Pulitzer, lançar um fundo global para financiar reportagens de profundidade na Amazônia e fortalecer o jornalismo local feito desde a Amazônia. O Brasil e o planeta só pararão de queimar quando formos capazes de voltar a imaginar um futuro onde possamos viver. Queria terminar dizendo “muito obrigada”. E, o mais importante: Marielle Presente.” https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/12/politica/1536783358_800538.html O VOTO DAS MULHERES DESAFIA A EXTREMA DIREITA BRASILEIRA. ELAS VIVEM UMBILICALMENTE LIGADAS À VIDA REAL. SÃO AS MAIORES VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DENTRO E FORA DE CASA Juan Arias, El País, 14 de setembro de 2018 Manifestação pela legalização do aborto em dezembro de 2016 ROVENA ROSA AGÊNCIA BRASIL As mulheres brasileiras são a maioria (53%) entre os eleitores nas eleições presidenciais que estão à porta. E são sempre as que mais votam. Querendo, elas podem decidir quem presidirá o país em um dos momentos mais difíceis e perigosos após a ditadura militar. A democracia, que muitos vêem ameaçada pelo ressurgimento 831 de uma extrema direita militarista e violenta, presidida pelo capitão da reserva, Bolsonaro, poderá ser salva graças às mulheres. Elas começaram a se mexer com força, como indica o movimento "Mulheres Unidas contra Bolsonaro", que já coletou mais de um milhão de assinaturas no Facebook e está conseguindo 10 mil membros por minuto. É uma aposta feminina contra o ressurgimento de uma política que visa resolver os problemas deste convulsionado continente com balas, oferecendo a violência como um talismã para a solução de todos os males. Sempre apostei em uma solução positiva para este país, mesmo quando tudo parecia ficar política e socialmente sombrio. Quando, meses atrás, soavam como luto os sinos da abstenção nas eleições, alcançando 40% do eleitorado, continuei acreditando que, no final, a sensatez triunfaria, sob pena de colocar o país diante de um abismo com sérias repercussões econômicas e morais que acabam atingindo sempre os mais frágeis. Aqueles que hoje parecem dispostos a não votar ou a anular o voto, já são cada vez em menor número e estão se aproximando das taxas normais das eleições anteriores. O senso de responsabilidade está vencendo. Uma vez terminadas as eleições, cuja aposta espero que seja naqueles que defendem os melhores valores desta sociedade que quer viver em paz, poderemos ver o peso real que o voto feminino teve contra os fantasmas da intolerância e do populismo. As mulheres, afinal, vivem umbilicalmente ligadas à vida real, à dor de cada dia. Elas são as maiores vítimas da violência dentro e fora de casa. Um movimento feminino contra o candidato que ameaça incendiar o país com a violência e com nostalgias de golpes militares é a melhor demonstração de que a mulher, desde o Homo Sapiens, continua a ser a defensora da vida que nela é gerada. Da vida e dos valores da liberdade e da religião como o motor da libertação contra a tirania dos ídolos. Gea, a primeira divindade da História, era uma mulher. Era a deusa da Terra e da fecundidade. Enquanto os homens lutavam em guerras, as mulheres cultivavam a vida. A mulher, apesar de ter sido estigmatizada com o selo da fragilidade, como se tem visto com a candidata negra Marina Silva, sempre se revelou mais forte que o homem, principalmente nas horas de dor e derrota. E isso, apesar do fato de que os homens, que provavelmente dominavam até mesmo a linguagem, tingirem de feminino todos os substantivos femininos que se referem à violência. Assim, eles fizeram a guerra feminina. Feminino são as batalhas, as armas, as balas, a bomba atômica. Até as flechas envenenadas dos nativos são femininas. E a pólvora. São femininas a pobreza, a escravidão e a derrota. 832 O arrojo, o heroísmo e o orgulho foram reservados para eles, os homens. São masculinos. E no entanto, é nos lagos do feminino que os conceitos mais nobres da Humanidade são reproduzidos, como a paz e a esperança, junto com a criatividade, a arte e a cultura. Feminina é a vida. São as mãos que curam, abraçam e nutrem. A luz é mulher, assim como a poesia. O mundo escureceu quando os homens masculinizaram os deuses que se tornaram violentos. A religião foi sempre feminina até que alguém a transformasse em um instrumento de poder e prevaricação contra os mais frágeis. A política é feminina, assim como a democracia. E no Brasil, poderão ser as mulheres que devolverão a esperança a esta sociedade amargurada e irritada. A liberdade, como a igualdade, é profundamente feminina, e as mulheres brasileiras estão lutando para que não acabem profanadas nas garras da intolerância, que é a bandeira de todos os famintos e sedentos de violência. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/14/opinion/1536933199_059245.html NOSSOS HERÓIS NÃO MATAM, GENERAL Marina Amaral , newsletter da Agência Pública, ed. #80, 14 de setembro de 2018 As seguidas instigações à violência feitas pelo general candidato a vice na chapa de Bolsonaro revelam mais do que o desrespeito à democracia, por si só lamentável. Ao dizer que “os profissionais da violência somos nós *o Exército+” e qualificar falsamente o desequilibrado autor da horrível facada contra o ex-capitão como “militante do PT”, a intenção parece ser a de semear o medo e o ódio em uma campanha que já desperta receio e perplexidade na população. Do ponto de vista subjetivo, a valorização da violência – também expressa no gesto provocativo do candidato fotografado na cama do hospital – faz mais do que incitar paixões. Despreza a força da resistência pacífica que engrandece aqueles que realmente lutam contra a violência política a que estão submetidos. Duas recentes reportagens da Pública mostram como agem heroicamente as vítimas dessa violência: a série de vídeos sobre a fome na periferia de São Paulo, e as reportagens sobre o mais recente episódio de agressão aos Guarani, no Mato Grosso do Sul. 833 Não há como ficar indiferente à força das mulheres que batalham diariamente pela sobrevivência de suas famílias, sem queixas nem acusações, apesar do abandono do Estado e da injustiça gritante de que são alvo na cidade mais rica do país. Ou deixar de se indignar diante da invasão da tropa de choque da PM-MS em Caarapó sob o pretexto de proteger jagunços que atiraram contra duas meninas indígenas que colhiam melancias plantadas por seus parentes em área já identificada pela Funai como terra Guarani-Kaiowá. Como mostra a prisão do xamã Alcebíades, alvo de cinco tiros de balas de borracha, extraídas a seco pelos policiais – que também suturaram os ferimentos do ancião na cadeia! – ninguém ameaçava de fato os jagunços que agrediram as garotas, embora não lhes faltasse motivos para apelar para a violência. A força dos indígenas – e das mulheres da periferia – está na alegria e na dignidade com que lutam para sobreviver. Dê uma olhada na cena final do vídeo feito por Joana Moncau, com reportagem de Renan Antunes de Oliveira, e veja como entre risos, eles celebram a vida, comendo melancia, sem que ninguém, nem mesmo o velho xamã recém-saído da cadeia, assuma o papel de herói. É dessa coragem que precisamos, general, para enfrentar a crueldade vigente no país, e alavancada pelos militares em seus quase 30 anos no poder. Marina Amaral, codiretora da Agência Pública https://mailchi.mp/apublica/agncia-pblicanossos-heris-no-matamgeneral?e=64d9b46514 "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA Gabriel Bonis, Deutsche Welle, 14 de setembro de 2018 Professor da Universidade de Yale (EUA) e autor de livros sobre autoritarismo, o historiador americano Timothy Snyder vê com preocupação o cenário politico no Brasil antes das eleições presidenciais. Em entrevista à DW, ele diz que que a democracia não se defende sozinha e que candidatos e eleições são apenas parte do processo democrático. 834 [Quer receber as notícias da DW no WhatsApp? Clique aqui ] "Há um tipo de fantasia bastante difundida de que, se o governo civil é corrupto, haveria alguma maneira de obter a pureza por meio dos militares", comenta o renomado historiador. Snyder recebeu diversas distinções, incluindo o Prêmio Hannah Arendt em Pensamento Político. Ele é autor do bestseller Sobre a tirania - 20 lições do século 20 para o presente, uma análise de como os EUA poderiam evitar uma guinada ao autoritarismo na atualidade, e The road to unfreedom (o caminho para a falta de liberdade, em tradução livre), no qual comenta a ascensão do autoritarismo em Rússia, Europa e Estados Unidos. DW Brasil: Jair Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de votos para presidente. Entre outras polêmicas, ele fez comentários em apoio à brutalidade policial e elogiou torturadores. O que o fato de um candidato com esse perfil ter chances de vitória significa para a democracia brasileira? Timothy D. Snyder: O início da resposta para essa pergunta é que a democracia não se defende sozinha. Só porque há eleições democráticas, não significa que candidatos e eleitores serão inclinados à democracia. Eleições democráticas fazem parte de um projeto muito maior de construção de um Estado pluralista, individualista e de Direito. Quando partes desse projeto começam a desmoronar, passamos a ver isso em candidaturas e na eleição deste tipo de indivíduos. Antes de sofrer um atentado, Bolsonaro foi criticado por dizer "vamos fuzilar a petralhada” em comício no Acre. No início deste ano, um ônibus da caravana do expresidente Lula foi alvejado por tiros. Quão preocupante são esses casos de violência política? É extremamente preocupante porque um dos propósitos fundamentais das leis é evitar a violência. E um dos propósitos básicos dos partidos políticos é canalizar o interesse das pessoas de tal maneira que elas não resolvam suas diferenças com violência. Outro problema é que a violência tem uma forma de levar a mais violência. Mesmo pequenos atos de violência podem levar a maiores atos de violência. General Mourão, candidato a vice-presidente de Bolsonaro, admitiu que as Forças Armadas poderiam apoiar um "autogolpe” na hipótese de "anarquia”. Autoridades militares de alto escalão sugeriram a um colunista do jornal "O Estado de S. Paulo" a 835 possibilidade de um golpe caso Lula fosse libertado ou se a Lei da Anistia fosse revisada. Como o senhor analisa essas declarações? As possibilidades mencionadas são bem sombrias. Sem enfatizar no contexto brasileiro, a base da ordem constitucional é que a violência é controlada pelo Estado e apenas executada de acordo com a lei. Assim que isso é questionado, entra-se em um território muito perigoso. A ideia de que as Forças Armadas deveriam decidir quem governará ou não o país é um passo em direção a um tipo diferente de sistema, porque ao se fazer isso uma vez, isso vai acontecer de novo, e de novo. Outro problema é que, uma vez que as Forças Armadas decidam que podem escolher o comandante do país, se perceberá que diferentes partes da instituição têm diferentes candidatos. Imaginar as Forças Armadas [fazendo isso] é pensar em uma situação na qual o Estado de Direito não funciona mais. É abrir caminho para um futuro em que é muito difícil recuperar esse Estado de Direito porque a história, não apenas da América Latina, mostra muito bem que golpes militares tendem a levar a mais golpes militares. Eles criam a percepção de possibilidade, que é muito difícil de se dissolver. Além de candidatos com perfil autoritário, o Brasil experimentou pedidos por intervenção militar. O que pode explicar essa busca por saídas não democráticas? Não posso explicar o porquê de os brasileiros estarem agindo desta forma, pois não estou no Brasil. Mas posso dizer que as pessoas perdem a paciência quando acreditam que há imprevisibilidade e quando acham que aqueles no topo estão representando algo além da população. E o Brasil não é o único exemplo disso. Contudo, a noção de que toda a elite política é corrupta é muito incapacitante. Porque então as pessoas começam a pensar: se todo mundo é corrupto, o sistema deve ser corrupto. E, portanto, temos que encontrar algo limpo, o que na imaginação de muitos é a polícia ou as Forças Armadas. É claro que a polícia e as Forças Armadas não são mais puros do que o resto. Eles simplesmente parecem ser porque não estão no poder. Se analisarmos pesquisas de opinião nos EUA sobre quais instituições não são corruptas, o Congresso vai muito mal, e as Forças Armadas vão muito bem. Creio que há um tipo de fantasia bastante difundida de que, se o governo civil é corrupto, haveria alguma maneira de obter a pureza por meio dos militares. Obviamente, isso não é verdade, conforme se descobre no dia seguinte a um golpe militar. Qual a melhor maneira de dialogar com apoiadores de candidatos autoritários? Há três considerações. A primeira é que se você está à esquerda ou na oposição, é muito importante não pensar "nós somos apenas a oposição”, "estamos apenas nas sombras”. É preciso pensar que se é parte do país. Esse nível de confiança é muito relevante, porque uma das maneiras pelas quais se chega ao autoritarismo de direita é 836 que a esquerda perde a confiança. O segundo ponto é fazer algo no mundo real e não pela internet. Ninguém consegue persuadir os outros pela internet. O terceiro aspecto é que, se essas conversas funcionam, não é por meio de confrontação. Mas quando se pergunta o que o outro acha que está errado e quais são as coisas com as quais ambos se preocupam. O mais importante nessas conversas é reconhecer que o outro é um ser humano. Porque do ponto de vista de um aspirante a ditador de direita, a ideia é convencer seus seguidores de que os outros não fazem parte do país, que são intrusos. A conversa é um sucesso se acontecer, mesmo que não se convença alguém a mudar o voto. O que o senhor diria aos milhares de brasileiros que estão pensando em quem não votar em vez de escolher um candidato? Às vezes, essas eleições em que os candidatos não são ideais acabam sendo as mais importantes. Há uma enorme quantidade de americanos que lamentam não terem votado em 2016 [nas eleições presidenciais]. As pessoas disseram que ambos os candidatos eram ruins, logo, não iriam votar. E agora não gostam das consequências. https://www.dw.com/pt-br/a-democracia-n%C3%A3o-se-defende-sozinha/a45478237 https://p.dw.com/p/34oxx CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018 "Eu vou ter que falar aqui um negócio, porque não dá para enfiar a cabeça embaixo da terra, que nem se fosse uma avestruz”, diz o bispo Renato Cardoso, durante um culto no Templo de Salomão, o maior da Igreja Universal do Reino de Deus, localizado no Brás, na zona leste de São Paulo. Antes de começar, no entanto, o pastor ordena a retirada de todos os menores de 16 anos do salão. "Primeiro, vou mostrar um vídeo", diz o genro de Edir Macedo aos cerca de mil fiéis que acompanham o culto em uma noite fria, já sem a presença das crianças. Nos telões, imagens aparentemente gravadas com um celular, em um pátio de uma escola, mostram diversos adolescentes se beijando na boca, em uma espécie de "beijaço". Meninos beijam meninos e meninas beijam meninas. Há beijos coletivos também. 837 "Vocês viram? Isso já está acontecendo nas nossas escolas. Ainda não é lei, mas estão tentando transformar a ideologia de gênero em lei, a menos que você impeça. A responsabilidade está na ponta dos seus dedos", afirma Cardoso, de maneira grave, após o curto vídeo, ao introduzir para os fiéis o assunto eleições deste ano. Do outro lado da Avenida Celso Garcia, em frente ao Templo de Salomão, está a sede da Assembleia de Deus -- Ministério de Madureira. Lá dentro, em uma noite chuvosa, o bispo Samuel Ferreira, líder da congregação evangélica, abençoava em uma ciranda em cima do palco os pastores Cezinha e Alex de Madureira (em referência ao ministério), respectivamente candidatos a deputado federal e deputado estadual nestas eleições, ambos pelo PSD. Entre o fim de agosto e o início deste mês, a reportagem do UOL visitou "cultoscomícios" em São Paulo, onde a pregação religiosa confunde-se por vezes com o discurso da política e das eleições nas pregações de pastores e bispos. Faltando menos de um mês para o dia dos fiéis-eleitores irem às urnas escolher seus candidatos, igrejas evangélicas e a Igreja Católica em todo o país aplicam estratégias para falar sobre as eleições com suas congregações, tentando não entrar em conflito com a Justiça Eleitoral – que tem considerado propaganda eleitoral irregular, e até crime eleitoral, pedir votos dentro de igrejas (leia mais abaixo). Metade do culto dedicado às eleições Em uma noite de terça-feira, das quase três horas de culto religioso na sede da Assembleia de Deus -- Ministério de Madureira, no Brás, zona leste de São Paulo --, uma hora e meia foi dedicada às eleições. Desde o momento em que subiu ao palco e pegou o microfone para falar, a partir da metade final do encontro religioso, o bispo Samuel Ferreira não tocou em outro assunto que não fosse o voto no mês de outubro. "A lei me impede de dizer claramente o que eu tenho de dizer, mas não podem nos calar, vamos orar", afirmou o bispo. "Ando muito preocupado, não durmo direito de noite. Não podemos virar a cabeça para o outro lado e fingir que não estamos vendo nada. Não podemos ficar quietos." “O que está acontecendo hoje no Brasil é muito grave. Temos um momento muito importante agora, que são as eleições. Tem muita coisa em jogo." Bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus 838 Antes de apresentar os dois candidatos oficiais da igreja -- o candidato a deputado federal Cezar de Madureira (PSD) e o candidato a deputado estadual Alex de Madureira (PSD) --, pedir votos para os dois e rezar com eles no meio de uma ciranda de pastores, no palco do culto, Ferreira dedicou longo tempo de seu sermão a reflexões sobre as eleições presidenciais e pautas caras à Assembleia de Deus. Sem citar nomes, torpedeou candidatos ao Palácio do Planalto. "Tem candidato por aí que se diz evangélico, mas disse que vai propor plebiscito para decidir casamento gay... plebiscito para decidir aborto", disse Ferreira, balançando a cabeça em desaprovação. "Quer dizer, está fazendo como Pilatos, que lavou as mãos. E quando Pilatos lavou as mãos, deu no que deu", acrescentou, em alusão a comentários feitos pela presidenciável Marina Silva (Rede). "Tem outro candidato por aí que está prometendo liberar arma para todo mundo. Não sei, não sei... Lá, nos Estados Unidos, um maluco subiu em um quarto de hotel em Las Vegas com mais de 40 armas em uma sacola e abriu fogo lá de cima contra as pessoas que estavam lá embaixo, vendo um show. É isso que queremos por aqui?", questionou o bispo em alusão a propostas do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). "O líder nas pesquisas para o Senado simplesmente é contra tudo o que acreditamos", disse Ferreira em outro momento, em alusão ao petista Eduardo Suplicy. "Outro candidato não foi na Marcha para Jesus a uns anos atrás, mas foi na Parada Gay, quer dizer, escolheu lado, né", disparou o bispo, em uma truncada referência ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que, quando era governador de São Paulo, não participou do evento evangélico, mas foi à parada, em 2016. A isso seguiu-se uma longa conversa sobre a injusta prisão do apóstolo Pedro, de acordo com a história contada na Bíblia. Confusos, alguns fiéis responderam com "Viva Bolsonaro!", outros (menos numerosos) com "Lula livre!" Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff participou de um culto no palco junto com o bispo Ferreira, de quem recebeu o apoio naquelas eleições. Ferreira não deixou de lado temas caros à igreja, e pregou contra candidatos que defendem o aborto, o casamento homossexual e a liberação das drogas. Disse também que a igreja não pode perder os representantes que já tem, já que estariam para conseguir a tão sonhada concessão de rádio e TV do governo federal e, sem os políticos, o objetivo não seria atingido. 839 Cezinha de Madureira é deputado estadual desde 2014, quando se elegeu para seu primeiro mandato pelo DEM. Já Alex de Madureira é um dos braços-direitos de Samuel Ferreira e tenta seu primeiro mandato como deputado estadual. Na saída do "culto-comício", os fiéis ganhavam na porta do templo santinhos eleitorais que traziam a imagem do líder da igreja junto dos dois candidatos, com a frase "bispo Samuel Ferreira vota" embaixo, acompanhada dos nomes e números dos pastores. No verso, o santinho ainda trazia uma "cola" para a urna eletrônica, com recomendação de voto em Mara Gabrilli e Tripoli para senadores, João Dória para governador e Geraldo Alckmin para presidente, todos do PSDB, partido com o qual o PSD, dos pastores, se coligou. Procurados pela reportagem, por meio de suas assessorias de imprensa, os candidatos Cezinha e Alex de Madureira e a Assembleia de Deus não responderam. Em artigo escrito para o site "Consultor Jurídico" em 2016, Cezinha defendeu a campanha eleitoral dentro de igrejas. No Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, também no Brás, a parte comício do culto é mais discreta e dura menos tempo. De cerca de uma hora e meia de culto, apenas a meia hora final foi dedicada às eleições. Depois de tirar as crianças da sala e exibir o vídeo dos adolescentes com os beijos na boca, o bispo Renato Cardoso foi claro. "Eu tenho candidato, mas não posso dizer quem é." "Tenho candidato a presidente, a governador, a senador, a deputado federal e a deputado estadual, mas por causa desse raio dessa legislação eleitoral, eu não posso dizer quem são, senão vão me multar e podem até fechar o templo por uns dias, igual aconteceu com a gente nas eleições passadas, lá no Rio de Janeiro, com o [Marcelo] Crivella [prefeito do Rio de Janeiro pelo PRB e bispo da Universal]", disse o bispo aos fiéis, ao explicar por que não vai recomendar os candidatos abertamente. "Informem-se com o pessoal da Igreja. Façam uma pesquisa sobre quem são os nossos candidatos e, depois, falem com os obreiros, conversem com o pessoal da igreja sobre quem são nossos candidatos", disse Cardoso. Depois, ele reforçou uma das pautas legislativas caras à igreja. "Um pastor me contou que a professora do filho dele, na escola pública, passou uma lição de casa. Era para fazer uma pesquisa no fim de semana sobre relacionamentos homossexuais", contou, no púlpito, o bispo. "Aí, na frente da classe, na segunda-feira, era para beijar na boca, na frente de todo mundo, um coleguinha do mesmo sexo. Se fosse menina, beijava 840 menina. Se fosse menino, beijava menino. Isso já está acontecendo nas nossas escolas. Ainda não é lei, mas querem que seja. Isso se chama ideologia de gênero. Não podemos permitir. Por isso, é importante você votar nos candidatos que defendam nossa fé." Não há indícios de que a história da lição de casa seja verdadeira. A reportagem pediu mais detalhes do caso para a Universal, por meio de sua assessoria de imprensa, que não respondeu a este questionamento. Na saída, ao contrário do que acontece na Assembleia de Deus, do outro lado da rua, não há ninguém distribuindo santinhos. Após perguntar a um obreiro na porta, porém, a reportagem do UOL consegue uma indicação de voto: os candidatos do PRB, principalmente os que são bispos e pastores da Universal. Para presidente? "Olha, nosso candidato é o Alckmin, mas o Bolsonaro também é uma boa opção, hein", diz o obreiro da igreja. Questionados pela reportagem, alguns fiéis parece concordar. "Só o Bolsonaro para ver se dá jeito nessa pouca vergonha", diz uma dona-de-casa, de 48 anos, chamada Júlia, que foi ao templo acompanhada do marido. "Falar, todo mundo fala, e chegou nesse ponto. Acho que o capitão vai dar um jeito nos corruptos, ele não tem medo de confronto e tem o Exército atrás dele para garantir", diz o marido. O PRB, partido que possui diversos candidatos a deputado estadual e federal nas eleições deste ano, é o partido "oficial" da Igreja Universal do Reino de Deus. A sigla é dirigida por membros do alto escalão da comunidade evangélica, como o bispo licenciado Marcos Pereira, presidente nacional da agremiação partidária. Pereira era ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no governo do presidente Michel Temer, até janeiro deste ano. Ele é candidato a deputado federal por São Paulo. Procurada pelo UOL, a Universal informa que "protesta e discorda veementemente da exclusão de milhares de lideranças evangélicas de todas as denominações, que representam mais de 70 milhões de pessoas em nosso país, de participarem do processo democrático que deve incluir o direito de expressar opiniões políticas". A igreja afirma que cumpre rigorosamente as leis do Brasil e dos outros 120 países onde atua. Procurado pela reportagem, o PRB não respondeu. “Tenho candidato a presidente, a governador, a senador, a deputado federal e a deputado estadual, mas por causa desse raio dessa legislação eleitoral, eu não posso dizer quem são.” 841 Renato Cardoso, Bispo da Igreja Universal Santinho na porta e oração por Bolsonaro No Renascer Hall, a sede da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, na Mooca, zona leste de São Paulo, a campanha eleitoral acontece de uma maneira mais discreta e mais direta. Ao chegar ao templo para o culto noturno, o fiel ganhava na porta um santinho com os candidatos apoiados pelos líderes da igreja evangélica, o apóstolo Estevam Hernandes (foto) e a bispa Sonia Hernandes. São os candidatos a deputado federal Marcelo Aguiar e a deputado estadual Pastor Carlos Cezar, ambos do PSB, que aparecem junto com os líderes religiosos em diversas fotos no material gráfico. Na entrada para o culto, o fiel também tem a oportunidade de inscrever-se para receber o material de campanha dos candidatos por e-mail e WhatsApp. Depois de eleger-se vereador por São Paulo, Aguiar está encerrando o segundo mandato consecutivo como deputado federal. Ligado à Renascer e cantor, é um dos organizadores da Marcha para Jesus, que acontece todos os anos em São Paulo. O pastor Carlos Cezar também está há duas legislaturas como deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. "Estou deputado, sou pastor", afirma, no material de campanha entregue na porta do culto religioso. "Faço da minha vida pública extensão do meu ministério", acrescenta o candidato. Nos santinhos, chama a atenção o fato de que, na "cola" para a urna eletrônica, no verso, não há indicações de voto para senadores, governador e presidente. Os números estão em branco. No culto em si, com cerca de duas horas de duração, o apóstolo quase ignorou as eleições, com a exceção de dois momentos nos quais pediu orações para Bolsonaro -o presidenciável do PSL havia sido vítima de um atentado e levado uma facada na barriga, durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG), naquela tarde. Em maio, Bolsonaro foi o único presidenciável ainda no pleito a participar da Marcha para Jesus, organizada pela Universal com o apoio de outras igrejas evangélicas (o então pré-candidato do PRB à Presidência, Flávio Rocha, também participou do evento. A sigla acabou retirando a candidatura e integra a coligação de Alckmin). 842 Na ocasião, Bolsonaro foi recebido no palco pelo apóstolo Hernandes e pela bispa Sônia, e discursou brevemente. Foi ovacionado, mas também ouviu vaias vindas dos fiéis. Procurados pelo UOL, a Igreja Renascer e os candidatos Marcelo Aguiar e Pastor Carlos Cezar não responderam. Desculpas por pedido de "Lula livre" em Aparecida O reitor do Santuário Nacional Aparecida, padre João Batista de Almeida, envolveu-se em uma confusão nas redes sociais e teve de pedir desculpas, após celebrar uma missa pela libertação, em maio, ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve sua candidatura ao Palácio do Planalto barrada pela Justiça. O sacerdote foi acusado por fiéis de ser comunista. O Santuário de Aparecida, localizado na cidade homônima, a 170 quilômetros de São Paulo, é o maior templo católico do Brasil e um dos maiores do mundo. Durante a celebração que causou polêmica, o clérigo pediu para que "Nossa Senhora Aparecida abençoe [o petista] e lhe dê muitas forças para que se faça a verdadeira justiça, para que o quanto antes ele possa estar entre nós, construindo com o nosso povo um projeto de país que semeie a justiça e a fraternidade". O arrependimento veio três dias depois, numa "nota de reparação" assinada pelo padre João Batista e reforçada por dom Orlando Brandes, arcebispo da Arquidiocese de Aparecida, e pelo padre José Inácio de Medeiros, superior provincial dos Missionários Redentoristas da Província de São Paulo. "Manifesto meu pesar e peço perdão a todos que se sentiram ofendidos pela maneira como conduzi a celebração da missa das 14h", disse o reitor do Santuário. Igreja não é lugar de tomar "posição político-partidária, que é contrária ao Evangelho", afirma o texto, que começa pedindo "perdão pela dor que geramos à Mãe Igreja, aos fiéis e às pessoas de boa vontade". Escaldada com a polêmica, a direção do santuário lançou para as eleições a campanha apartidária “Vamos mudar nosso país? #Eu sou o Brasil Ético”. Nela, a Igreja Católica evita falar em casos concretos, e pede para o cidadão votar consciente, em candidatos honestos. 843 Ao abrir o sermão do feriado de 7 de setembro no santuário, dom José Reginaldo Andrietta, da Diocese de Jales (também no interior de SP), falou sobre compra de votos e pediu para os católicos denunciarem os casos que presenciarem. "Indefinido e imprevisível, como talvez nunca tenha acontecido na história do nosso país, é de se perguntar: qual seria a atitude política correta?", questionou o religioso antes de introduzir o assunto. No dia 20 de setembro, a Igreja Católica promoverá em Aparecida, por meio da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um debate com os presidenciáveis, a ser transmitido por emissoras de rádio e televisão de "inspiração católica e cristã". Procurada pelo UOL para esclarecer o episódio e falar sobre as eleições, a assessoria de imprensa do santuário católico não respondeu. “Estou deputado, sou pastor. Faço da minha vida pública extensão do meu ministério.“ Carlos Cezar, Pastor da Igreja Renascer e deputado estadual em SP pelo PS Considerada normal até as eleições de 2014, quando a Justiça Eleitoral começou a ter um entendimento contrário, a campanha eleitoral dentro de igrejas e templos religiosos ainda é vista Brasil afora. Não há proibição específica sobre o tema na legislação eleitoral, mas, no julgamento de casos específicos recentes, tanto os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) têm considerado a campanha política em cultos e missas religiosas como "abuso do poder religioso". "Essa figura jurídica, o abuso de poder religioso, não existe na lei", afirma o advogado Alberto Luiz Rollo, especialista em direito eleitoral. "Mas, de duas eleições para cá, a Justiça Eleitoral tem afirmado isso, em julgamentos sobre este tipo de questão, e dizendo que o 'abuso de poder religioso' é análogo ao 'abuso de poder econômico', este, sim, um crime previsto na legislação eleitoral." De acordo com o especialista, a pregação eleitoral em meio a celebrações religiosas pode ser considerada propaganda eleitoral irregular, dependendo da maneira como for feita. "Se for algo recorrente, o religioso ficar pedindo de maneira reiterada nos 844 cultos voto para determinado candidato, pode até render uma impugnação de registro de candidatura ou cassação da diplomação, se o candidato tiver sido eleito", diz Rollo. Na maior parte das vezes, porém, a punição acaba sendo uma multa, que pode ser aplicada à igreja e ao candidato. "Isso não impede o religioso de declarar apoio e fazer campanha para alguém, o problema é usar a estrutura da igreja para tanto. Se ele for na TV, no horário eleitoral gratuito, por exemplo, pedir voto, não tem problema nenhum", observa o advogado. Maioria dos eleitores é cristã, mas influência da religião é incerta A maioria dos eleitores no Brasil é cristã. De acordo com o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2010, mais de 90% da população declara ter alguma religião -- 87% são cristãos. Ao todo, 65% da população declarava ser católica, 22% evangélica, 8% não tinha religião nenhuma e o restante, 5%, seguia outras religiões. Isso ajuda a explicar o esforço dos candidatos para se aproximar deste eleitorado. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), as candidaturas com nomes religiosos cresceram 11% em 2018, em relação a 2014. A lista é liderada por candidatos cristãos. Em primeiro lugar, ficam os pastores. São 524 candidatos evangélicos que declaram essa atividade. Padres ou outros membros da Igreja Católica perfazem 20 candidatos. Por fim, são 24 os candidatos que se declaram ligados a igrejas de matrizes religiosas africanas nas eleições deste ano. Apesar disso, a influência da religião no voto dos fiéis é incerta. Segundo pesquisa da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), feita com evangélicos durante a Marcha para Jesus (evento que reúne fiéis de igrejas evangélicas em São Paulo anualmente há 26 anos), 40% dos entrevistados não esperam que o próximo presidente seja evangélico. Quase um terço dos entrevistados, 32%, afirmou até preferir que o Executivo fique nas mãos de alguém que tenha outra ou nenhuma fé. 845 https://www.uol/eleicoes/especiais/templos-e-igrejas-na-campanha-eleitoral-de2018.htm CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018 Cruzada A centralização do embate entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) ( https://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/09/19/na-tv-alckmin-vai-tratar-cenariobolsonaro-contra-haddad-como-encruzilhada-obscurantista/ ) já no primeiro turno da eleição fez igrejas evangélicas anteciparem uma tomada de lado na disputa. A Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, que congrega as principais agremiações neopentecostais, decidiu declarar apoio ao capitão reformado. À frente da entidade e da Sara Nossa Terra, o bispo Robson Rodovalho diz que, com “a divisão entre direita e esquerda, não dá mais para ficar em cima do muro”. Cavalo de pau Rodovalho, que apoiou Haddad em 2012 para prefeito de SP, diz agora que só Bolsonaro é capaz de “colocar um freio de arrumação no Brasil”. Ele comanda cerca de 1,5 milhão de fiéis. Para convertidos O novo Datafolha reforça a tendência de polarização entre o candidato do PSL e o do PT. A pesquisa mostra que, entre os evangélicos, o deputado abre larga vantagem sobre o petista nas sondagens sobre um eventual segundo turno: 51% a 34%. Meu pastor Os conselhos regionais de pastores ligados a Rodovalho vão mapear agremiações evangélicas para identificar simpatizantes de Haddad. A ideia é que, com os dados, os líderes religiosos atuem para virar esses votos. Bom filho à casa torna Haddad, que perdeu a reeleição ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes-2016/2016/10/1819110-aposta-dealckminjoao-doria-e-eleito-prefeito-de-sao-paulo-no-1-turno.shtml ) para prefeito de São Paulo em 2016, venceria Bolsonaro na capital, indica o Datafolha. Os dois marcam empate técnico no primeiro turno, mas o petista abre 45% a 34% sobre o rival na fase seguinte. Grandes negócios Aliados de Bolsonaro esperam agora declarações enfáticas de empresários. Os donos da Riachuelo, Flávio Rocha ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/bolsonaro-faz-ofensiva-para-atrair-o- 846 pib-em-sao-paulo.shtml ), e da Centauro, Sebastião Bomfim Filho, organizam manifesto de um grupo de varejistas a favor do presidenciável. Moeda volátil Na noite desta terça (18), o publicitário Nizan Guanaes recebeu parte da elite paulista em um jantar. O voto útil antecipado em Bolsonaro foi assunto corrente. Resta saber se os entusiastas mudaram de ideia com o recente entrevero ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/09/assessoreconomico-de-bolsonaro-quer-recriar-imposto-nos-moldes-da-cpmf.shtml ) entre o presidenciável e seu guru na economia, Paulo Guedes ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/bolsonaro-votou-contra-cpmfqueguedes-quer-recriar-e-a-associou-a-cubanizacao.shtml ). Água entre os dedos Entre os endinheirados de SP que estavam no evento, o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/haddadesta-no-segundo-turno-mas-bolsonaro-vai-cair-diz-alckmin.shtml ) derreteu. Minha gente A força do lulismo no Nordeste ( https://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/09/15/em-alta-na-regiao-haddad-miranordeste-no-programaeleitoral-na-tv/ ) fica clara nas simulações de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro em Pernambuco, por exemplo. O petista alcança o dobro das intenções de votos do adversário no estado: 53% a 26%. Penetra Para não deixar Bolsonaro correr solto no empresariado, a coordenação da campanha de Haddad vai discutir um roteiro de aproximação com o setor produtivo ( https://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/09/14/haddad-deve-usar-entrevista-ao-jnparamandar-recados-ao-mercado-financeiro/ ). A ideia é que o presidente da Coteminas, Josué Alencar, seja uma das pontes. Só vendo Desidratada pelas pesquisas ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/apos-queda-marina-silva-eleva-tom-etenta-turbinar-campanha-emredes-sociais.shtml ), Marina Silva (Rede) enviou áudio a correligionários nos estados pedindo ânimo. “Se tivesse ficado impressionada com pesquisas em 1994 não teria sido eleita a senadora mais jovem do Brasil”, disse. Sem moral Integrantes da Rede de São Paulo ironizaram a mensagem. O clima é de insatisfação. Até hoje os programas dos candidatos a deputado da sigla não foram ao horário eleitoral. Justificativa: falta de verbas. Caminho do meio A campanha de Ciro Gomes (PDT)( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/nem-a-pau-juvenal-diz-ciro-sobre-japensar-emapoio-a-haddad.shtml ) profetiza que Haddad vai atingir o teto das 847 intenções de voto em breve e que haverá espaço para avançar entre os que são antiPT e anti-Bolsonaro. Azedou Desde que o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, criticou o juiz Fernando Fischer, filho de seu colega de corte Felix Fischer, o clima entre os dois não é dos melhores. Azedou 2 Na segunda (17), Noronha disse num evento em SP que a decisão do filho de Fischer de prender Beto Richa ( PSDB-PR)( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/ex-governador-beto-richa-e-preso-noparana.shtml ) causava “arrepio” e que “todo mundo quer ser *Sergio+ Moro”. Nesta quarta (19), no STJ, segundo integrantes da corte, os dois discutiram antes da sessão. TIROTEIO O que o Brasil precisa é cobrar mais impostos de quem é rico e menos da classe média e dos mais pobres De Ciro Gomes, presidenciável do PDT, sobre a proposta do economista de Jair Bolsonaro (PSL) de criar um novo imposto nos moldes da CPMF. https://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/09/20/contra-o-pt-confederacao-depastores-do-brasil-decide-apoiar-bolsonaro/ ENQUANTO PASTORES EVANGÉLICOS APOIAM BOLSONARO, CÚPULA CATÓLICA LAVA AS MÃOS. ESTARIA JESUS, NESTAS ELEIÇÕES, A FAVOR DE UM CANDIDATO QUE PREGA A VIOLÊNCIA COMO PANACEIA PARA TODOS OS MALES? Juan Arias, El País, 20 de setembro de 2018 Há momentos na história dos povos, como hoje no Brasil, onde os cristãos não podem ser omitir quando os direitos fundamentais das pessoas, como suas liberdades e defesa dos mais fracos, estão em perigo. No Brasil, 166 milhões de pessoas, cerca de 86% da população, declaram-se cristãs. Nessa parcela, 64,6% são católicas e o restante, evangélicas. Para ambos os grupos, sua constituição religiosa são os textos da Bíblia, do Antigo e do Novo Testamento. Ambas os grupos cristãos têm como lema a paz e a fraternidade, bem como a defesa dos mais humildes e esquecidos pelo poder. As igrejas evangélicas pregam, como vi escrito até em um caminhão, que "Cristo está voltando". Pergunto-me, no entanto, se os evangélicos e católicos não seriam pegos de 848 surpresa se, de fato, o inocente e pacífico Jesus de Nazaré, crucificado por defender os perseguidos e desprezados pelo poder, aparecesse nos dias de hoje entre eles. Estaria Jesus, nestas eleições, a favor de um candidato que prega a violência como panaceia para todos os males, que zomba das minorias ameaçadas pela intransigência, que ensina crianças a usar as mãos inocentes para imitar um revólver e que, vítima de um ataque injusto, como são todos os atos de violência, continua, de seu leito no hospital, fazendo gestos como se estivesse disparando uma arma? Se Cristo voltasse, ficaria, certamente, surpreso com a notícia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, de que a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil decidiu apoiar a candidatura do capitão reformado Jair Bolsonaro, sob o pretexto de frear uma possível vitória da esquerda. Os evangélicos, como todos os cidadãos, têm o direito de preferir um candidato de esquerda ou de direita. Eles são, no entanto, seguidores do profeta que morreu por defender todas as minorias perseguidas em seu tempo e que se recusou a ser defendido por seus discípulos com a espada. Não poderia, por isso, abençoar aqueles que não só pregam a violência e até mesmo o extermínio dos inimigos, mas também fazem alarde sobre isso. E, se pode nos surpreender o fato de que as igrejas evangélicas declarem, por meio de seus pastores, seu apoio ao candidato que fez das armas seu estandarte sagrado, também surpreende que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lave as mãos e não tenha a coragem de assumir uma posição clara sob a desculpa de que a Igreja "não se pronuncia sobre candidatos". O cardeal Sérgio da Rocha, que agora preside a CNBB, em uma cerimônia em Brasília no último dia 14, havia defendido que os católicos não devem apoiar candidatos "que promovam a violência", referindo-se a Bolsonaro. Em seguida, os bispos divulgaram um comunicado para esclarecer que o cardeal havia dado sua opinião pessoal, e que a CNBB "não se pronuncia sobre candidatos". Os bispos, mais uma vez, lavaram as mãos, um gesto que traz tristes lembranças, quando Pôncio Pilatos, antes de condenar Jesus à morte, também lavou as mãos. A Igreja Católica, que carrega nas costas dois mil séculos de história, já pagou caro no passado por ter feito uso da violência contra os hereges, nas fogueiras da Inquisição e nas guerras religiosas. Ainda surpreende aquele ambíguo lavar de mãos do papa Pio XII diante de Hitler e do Holocausto. E pagou caro por seus pecados de traição à sua doutrina de paz e de defesa das liberdades, assim como seu apoio às piores ditaduras. Uma coisa é que, como princípio, as igrejas cristãs proclamem sua independência em assuntos transitórios da política, e outra que, quando a política se torna um perigo nacional, se permitam lavar as mãos ou ficar do lado dos opressores dos fracos e 849 daqueles que desejam fazer da violência o centro de gravidade de um país. Para isso, não existe perdão. No cristianismo, a neutralidade quando a vida e os direitos das pessoas estão em jogo é um pecado. A Bíblia é clara. No livro do Apocalipse (3:15-16), aqueles que preferem covardemente lavar as mãos são repreendidos: "Assim, porque és morno, e nem és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”. O Deus cristão exige a coragem de saber se posicionar contra os violentos, no pelotão dos indefesos condenados ao esquecimento e principal alvo da violência. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/20/opinion/1537466622_097329.html “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA. CARTILHA DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA SERÁ DIVULGADA NESTA QUINTA-FEIRA (20) EM RIO CLARO Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, Caderno A, página sem data e sem numeração (provavelmente dia 19 ou 20 de setembro de 2018) 850 https://drive.google.com/file/d/1DuewuP7oWXQy3B_KInT68viS6BDRPFiD/view?usp=s haring A FORÇA DOS EVANGÉLICOS NA ELEIÇÃO. NA POLÍTICA BRASILEIRA, ELES AINDA ESTÃO SUB-REPRESENTADOS. MAS AGORA PODEM SER DECISIVOS PARA A ESCOLHA DO MAIS ALTO CARGO DO ESTADO. E PODEM TORNAR O BRASIL AINDA MAIS CONSERVADOR Thomas Milz, Deutsche Welle, 27 de setembro de 2018 O outrora "país mais católico do mundo" sempre teve presidentes católicos – com exceção do evangélico Ernesto Geisel. A eleição do dia 7 de outubro terá dois candidatos à Presidência com perfil evangélico: Marina Silva e Jair Bolsonaro. A primeira é evangélica convertida do catolicismo, e o segundo, católico, se deixou batizar em 2016 por um pastor evangélico no rio Jordão. As igrejas evangélicas estão há décadas ganhando cada vez mais fiéis. No censo de 2010, 42 milhões de brasileiros (22%) se declararam "evangélicos", enquanto 123 milhões eram católicos (64%). Atualmente, a parcela de evangélicos é de cerca de 30%, segundo estimativas de especialistas. Mas politicamente eles ainda estão sub-representados. Atualmente, dos 513 deputados da Câmara dos Deputados, apenas cerca de 90 pertencem à Frente Parlamentar Evangélica, fundada em 2003. No Senado, cinco dos 81 senadores são evangélicos, sendo que dois estão licenciados. Nas próximas eleições, é esperado que a bancada evangélica cresça pelo menos 10% devido ao desempenho de Bolsonaro, na opinião do cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ): "A novidade é que os evangélicos começam a ser competitivos em eleições para o Poder Executivo". Uma prova disso é a eleição em 2016, do bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Marcelo Crivella para prefeito do Rio de Janeiro. Para isso, ele contou com o poder da Igreja Universal, fundada por seu tio Edir Macedo, junto com o império de TV Rede Record. Pastores teriam pedido votos para Crivella, segundo reportagens da mídia. Não se sabe com quanto dinheiro a Igreja Universal contribuiu para a dispendiosa campanha eleitoral. 851 Nem todos os candidatos evangélicos têm o apoio de Igrejas tão grandes, influentes e poderosas financeiramente. Mas eles ganham eleitores da nova classe média baixa, onde a Igreja Católica vem perdendo influência desde os anos 70. "A população de baixa renda e de classe média baixa brasileira se afastou da chamada teologia da libertação, defendida pela Igreja Católica progressista, e aderiu ao que ficou conhecido como 'teologia da prosperidade', propagada pelas igrejas evangélicas neopentecostais", ressalta Ismael. Para o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, a ascensão dos evangélicos é resultado do êxodo rural na segunda metade do século 20. A devota população rural encontrou nas cidades grandes uma sociedade católica secularizada e liberal e foi buscar refúgio nas Igrejas Pentecostais – moralmente mais severas, conservadoras e puristas –, com suas promessas de prosperidade. "Para uma população massacrada por condições de vida extremamente difíceis, escandalizada pela perda dos valores tradicionais, solitária nas grandes cidades, essa mensagem era muito atraente", afirma Ribeiro Neto. Ela conseguiu ascender economicamente nas últimas décadas para uma nova classe média – e vota tendencialmente na direita conservadora. A pesquisa Ibope de 18 de setembro, por exemplo, aponta que os eleitores evangélicos votam menos na esquerda (6%) do que os católicos (21%). "O discurso católico tem mirado mais a questão social, dos direitos dos mais pobres", sublinha o sociólogo. "Enquanto o discurso evangélico – particularmente entre os neopentecostais – está mais centrado na questão dos valores morais." Diferentemente das classes mais pobres, que tendem a votar na esquerda, que são mais dependentes da ajuda estatal, a população da ascendente classe baixa média não depende mais de ajudas diretas do Estado. "Já os neopentecostais são hegemônicos nessas novas classes médias, e se preocupam muito com os valores morais, o combate à insegurança urbana e o fim do Estado assistencialista – que não atende mais às suas necessidades", comenta o especialista. A grande maioria dos políticos evangélicos também é contra uma agenda a favor das minorias, segundo Ismael. "A bancada evangélica tem se colocado contra uma agenda de esquerda, que quer mudanças na questão dos direitos das minorias, na possibilidade de novos formatos de famílias, nas discussões sobre gênero e no sistema 852 educacional. É cedo para dizer que ela terá êxito em impedir tais avanços. Mas tem força para provocar muitos embates e negociações." Será que o próximo presidente será evangélico? Jair Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto (27%, segundo a CNI/Ibope de quarta-feira), enquanto Marina Silva perde força (6%). Ela não restringe seu discurso a temas evangélicos, mas abraça tanto a política social quanto o ambientalismo, segundo Ismael. "O candidato Jair Bolsonaro tem um discurso que reproduz os valores da pregação evangélica, se colocando contra a agenda da esquerda na área de costumes. Dai vem sua expressiva votação entre os evangélicos", analisa. Enquanto Marina Silva, declaradamente evangélica, possui um perfil com características mais católicas, o católico Bolsonaro discursa como um evangélico, na avaliação de Ribeiro Neto. "Curiosamente, Marina é a candidata católica por excelência, vivendo essa cisão entre as questões sociais – onde tem um perfil de esquerda – e as morais – onde se aproxima da direita", afirma. Já Bolsonaro, de acordo com o especialista, é totalmente identificado com as aspirações da nova classe média. "Tanto para um evangélico quanto para um católico ultraconservador, Bolsonaro representa a alternativa populista de um líder capaz de usar a força para resolver os problemas que não estão sendo resolvidos pelo diálogo democrático", frisa o sociólogo. https://www.dw.com/pt-br/a-for%C3%A7a-dos-evang%C3%A9licos-naelei%C3%A7%C3%A3o/a-45632150 https://p.dw.com/p/35T0Q "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE Clarissa Neher, Deutsche Welle, 27 de setembro de 2018 853 As eleições deste ano marcam a expansão política da nova direita no Brasil. Seu maior representante é Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL que, no momento, lidera nas pesquisas de intenção de voto. Para o sociólogo e pesquisador alemão Georg Wink, que estuda a ascensão da direita no Brasil, ela não é um fato isolado no mundo. Mas há particularidades que tornam o caso brasileiro mais perigoso, como o poder econômico e político que esses grupos possuem e o próprio contexto do país, que enfrenta recessão e desemprego. "A nova direita não defende nada substancialmente diferente do que a velha direita. O que mudou foi a forma, a linguagem, e o potencial", afirma Wink, que é o professor na Universidade de Copenhague e pesquisa atualmente esse movimento. Em entrevista à DW Brasil, o pesquisador aponta as diferenças entre a nova direita brasileira e movimentos semelhantes em outros países, comenta a ascensão de Bolsonaro e perspectivas que um eventual governo teria. DW Brasil: Como essa nova direita difere da velha no Brasil? Georg Wink: Comecei a trabalhar com o fenômeno da nova direita com algumas ressalvas e, no início, não sabia se o conceito "nova direita” realmente seria adequado. Entretanto, já existe um trabalho substancial de pesquisadores brasileiros, embora esparso, e quanto mais fui estudando, mais fui ficando preocupado, porque na verdade só vemos a superfície, que são os discursos meio polêmicos e bizarros de alguns políticos, mas por trás disso há estruturas consolidadas com muito poder político, midiático e financeiro. É só pensar na poderosa infraestrutura internacional dos diversos institutos "liberais”, como o Millenium, o Mises e o Liberal, que estão por trás de movimentos como o MBL. Em princípio, a nova direita não defende nada substancialmente diferente do que a velha direita, como o antigo PFL, vinha defendendo, a combinação de conservadorismo moral com princípios neoliberais. O que mudou foi a forma, a linguagem, e o potencial. Ela sempre existiu, mas com muita razão agora está sendo chamada de "direita desavergonhada”, porque "ser de direita” deixou de ser um estigma em algum momento, provavelmente por volta de 2013. Passa a sair do armário e percebe que defender suas posições de forma não velada é a fórmula do sucesso, especialmente entre os mais jovens e os mais ricos. A ascensão de Jair Bolsonaro, um candidato populista com ideias radicais de direita, é fenômeno isolado ou faz parte de um contexto global? 854 Nada é isolado, é só pensar na Polônia, na Hungria, na França, na Alemanha, nos EUA, entre muitos outros países, mas cada caso é diferente. O que faz do Bolsonaro especial é que ele, como nenhum outro, reúne absolutamente 100% do repertório extremista. Quando comparamos com outros políticos de destaque da direita, eles não mostram a mesma radicalidade em todas as suas atitudes, por exemplo, não são necessariamente sempre misóginos ou homofóbicos. Bolsonaro tem tudo, é a caricatura do extremista de direita. Estou no início da pesquisa, mas a hipótese que me norteia é que o caso da nova direita no Brasil tem uma relevância especial, maior do que os EUA do Trump, por ser um fenômeno mais abrangente, mais poderoso e que se manifestou muito de repente. Revelador para o mundo inteiro, aliás. O que difere a nova direita do Brasil da dos outros países? No Brasil, a nova direita envolve um maior número de agentes políticos e sociais do que em outros países e são mais variados. Por exemplo, as principais igrejas pentencostais e neopentecostais, partes das forças repressivas, empresários que pouco se importam com programas políticos, desde que siga a doutrina neoliberal, os neointegralistas, que muitas vezes são esquecidos, mas em 2004 fizeram seu o primeiro congresso depois de anos. Temos ainda os monarquistas, que também têm poder sobre a mídia social, aliás, é justamente a dominação das mídias sociais que acontece no Brasil de forma incomparável, como uma série de estudos tem mostrado. Tem ideólogos, muitos além de Olavo de Carvalho. E a nova direita tem o apoio de uma infraestrutura internacional, os 'think tanks' que mencionei, bem abastecidos com verba de empresas conhecidas e desconhecidas. Isso tudo junto dá mais poder e substância ao movimento da nova direita. Considerando o contexto do Brasil, que é muito mais vulnerável do que no caso dos outros países que mencionei, que não passaram por um processo tão draconiano de desestabilização do consenso democrático, o tal "impeachment”, e, em consequência, também recessão e desemprego, isso é uma mistura muito explosiva. Por isso, a ascensão da direita no Brasil não é um fato isolado, mas em comparação com a situação global, concentra e acentua os fatores de tal forma que torna o caso periclitante. Jair Bolsonaro é o candidato mais à frente nas pesquisas de intenção de voto. Você acha que ele coloca em risco à democracia brasileira? Tendo a achar que sozinho ele não coloca a democracia brasileira mais em risco do que já está. Assim com o ex-presidente Fernando Collor, em 1990, se eleito, ele teria uma base pífia no Congresso e dependeria totalmente das coalizões, quase inevitavelmente com grandes partidos do centro. A não ser que o Congresso fique ainda mais 855 conservador. Quero ver ele enchendo os ministérios com generais se precisar satisfazer uma dúzia de partidos da base aliada. Mas duvido que sua eleição represente uma ameaça necessariamente maior à democracia do que agora com Michel Temer. Como Temer representa uma ameaça à democracia? Com a exclusão e precarização de milhões de pessoas por meio de políticas macroeconômicas, que impactam suas possibilidades de participação democrática, com o enfraquecimento de mecanismos e instituições da democracia, Exército na rua, manipulação do Judiciário, censura de professores universitários. A diferença do Bolsonaro seria provavelmente o tom, a retórica, o que não deixa de ter importância. Mas talvez até fique mais fácil perceber a ameaça à democracia, fazer oposição, quando um presidente Bolsonaro se manifesta de forma mais tosca e menos dissimulada do que agora ou num hipotético governo liderado por um partido de centro-direita que segue o mesmo caminho de Temer. Há aqueles que falam que uma eleição do Fernando Haddad, candidato do PT, pode também levar a uma ameaça à democracia, diante do ódio que muitos têm pelo partido no Brasil. Você acha que isso é possível? Trabalhando com a nova direita me assustei com sua firmeza estratégica. Muitas vezes eles próprios definem o seu caminho como uma "guerra cultural” para conquistar a juventude, principalmente por meio do ciberativismo. São hipsters, se apresentam como vanguarda, e parece que está funcionando. Um dos sintomas desta parcela da população é o antipetismo patológico, independente de políticas de um suposto governo do PT que poderiam beneficiá-los. Agora, tirando a nova direita, acredito que será difícil uma reconciliação com o centrão como ocorreu em 2003. Algo substancial mudou no Brasil nos quase 14 anos de governo do PT. Num determinado momento acabou a tolerância das elites econômicas com este projeto e com uma solução democrática de conflitos de interesse. Não vejo como e por que esta tolerância poderia voltar. Se Haddad ganhar, será um confronto constante dos dois lados, não será possível contornar mais uma vez o miolo do problema e fazer paliativo: a manutenção do privilégio para alguns e a brutal exploração da maioria. Agora não sei se esta nova situação seria necessariamente uma ameaça à democracia. https://www.dw.com/pt-br/bolsonaro-%C3%A9-a-caricatura-do-extremista-dedireita/a-45651684 856 https://p.dw.com/p/35Y5U EDIR MACEDO DECLARA APOIO A BOLSONARO Estadão reproduzido pelo Uol, 30 de setembro de 2018 O bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), declarou voto no sábado (29) em Jair Bolsonaro, deputado federal e candidato a presidente da República pelo PSL. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o PRB, partido ligado à Universal, já manifestou internamente predileção por Bolsonaro num segundo turno entre ele e o candidato do PT, ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, cenário mais provável segundo pesquisas de intenção de voto. O partido coligou-se ao tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno, mas prepara-se para entrar na campanha de Bolsonaro. A informação foi publicada no sábado, pelo jornal O Globo. O religioso da maior igreja neopentecostal do País e a mais influente eleitoralmente usou seu perfil oficial certificado no Facebook para responder ao questionamento de um fiel da IURD, que desejava saber quem ele apoiaria na eleição para presidente da República. O corretor de imóveis Antonio Mattos, simpatizante de Bolsonaro, comentou em um vídeo de Macedo, cujo conteúdo não tinha a ver com eleição: "Queremos saber bispo (sic) do seu posicionamento sobre a eleição pra presidente". O bispo Macedo respondeu de forma direta: "Bolsonaro". Em eleições anteriores, a Igreja Universal apoiou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), hoje candidata ao Senado em Minas Gerais. O PRB, partido ligado à igreja criado durante o governo Lula, participou das duas últimas gestões petistas, mas desembarcou do governo e apoiou o impeachment. A sigla comanda o Ministério da Indústria no governo Michel Temer. A Universal decidira ficar "neutra" na disputa presidencial, sem fazer declarações oficiais, nem indicar posição. Uma fonte com trânsito na cúpula da denominação disse que a posição poderia ser revista ao longo da semana, e outros líderes religiosos evangélicos esperavam um posicionamento do Bispo Edir Macedo. Oficialmente, a Universal disse à reportagem, na quinta-feira à noite, que "incentiva a todos os cristãos, de todas as denominações, a escolherem candidatos comprometidos com os valores da família e da fé". 857 Um dos elos entre a campanha de Bolsonaro e líderes da Universal são os integrantes da comunidade judaica que colaboram com a campanha do PSL e mantêm vínculos com religiosos graduados da igreja. A Universal adotou a simbologia judaica, e o excapitão do Exército também passou a se posicionar de acordo com bandeiras defendidas por Israel. Em 2016, viajou ao País com os filhos, e foi batizado no Rio Jordão pelo pastor Everaldo Pereira, da Assembleia de Deus Ministério Madureira. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/09/30/edir-macedo-declara-apoio-a-bolsonaro.htm LIDERANÇAS DAS BANCADAS EVANGÉLICA E DA BALA ASSUMEM APOIO A BOLSONARO Camila Turtelli e Mariana Haubert, Estadão reproduzido pelo Uol, 03 de outubro de 2018 Os líderes das bancadas evangélica e da bala assumiram o apoio ao candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro. No entanto, diferentemente da frente ruralista, os líderes não cogitam, neste momento, formalizar o posicionamento do grupo nas eleições 2018. O deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR) ( https://noticias.uol.com.br/politica/politicosbrasil/2018/deputadofederal/pr/20041948-takayama.htm ), que coordena a frente dos evangélicos na Câmara, afirmou à reportagem que o apoio do seu grupo é uma "tendência natural", já que o candidato apoia os "valores cristãos e da família". Por outro lado, Takayama afirmou que não há uma orquestração da frente para oficializar o apoio ao candidato já que a maioria dos deputados está atualmente em campanha, sem tempo para reuniões. "Com certeza, acredito que a maioria aceitaria", afirmou. Ele afirmou ainda que em uma eventual eleição de Bolsonaro, a frente provavelmente não faria oposição ao seu governo. O criador da Frente Parlamentar da Segurança e candidato ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM-DF), declarou seu apoio pessoal ao militar na noite desta terça-feira, 2, ao vivo, durante o debate realizado pela TV Globo. Ao Broadcast Político, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, Fraga disse que o sentimento da maioria dos integrantes da chamada bancada da bala é apoiar Bolsonaro. "O apoio está implícito", disse. De acordo com ele, dos 306 integrantes do grupo, cerca de 170 querem o capitão reformado no Palácio do Planalto. A bancada da bala não existe formalmente no 858 Congresso mas a Câmara reconhece as frentes parlamentares suprapartidárias, organizadas por interesses comuns. A frente da segurança agrega neste momento 299 deputados. Fraga afirmou, contudo, que o grupo não se posicionará oficialmente porque nem todos os seus integrantes foram consultados sobre a questão. "Eu gostaria (de declarar posição), mas como não consegui reunir todo mundo, não tenho como emitir essa nota. Claro que deve ter gente que não concorda com essa decisão", disse. Oficialmente, há 182 integrantes em exercício na Frente Parlamentar Evangélica (FPE). No entanto, 105 deputados pertencem a outras religiões e entraram com suas assinaturas somente para viabilizar a criação da frente. Os 84 parlamentares representam 23 estados, 21 legendas e 19 denominações evangélicas. Nessa terça, a Frente Parlamentar da Agropecuária selou seu apoio à candidatura do militar. O grupo reúne 214 deputados, sendo que 43% deles são de partidos coligados à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), incluindo 18 parlamentares tucanos. A responsável pela adesão foi a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da frente. Além de ser de um partido que integra a coligação de Alckmin, a deputada foi cotada para ser vice na sua chapa. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/10/03/liderancas-das-bancadas-evangelica-e-da-bala-assumem-apoio-abolsonaro.htm POR QUE FIGURAS FOLCLÓRICAS, MEDÍOCRES E VIOLENTAS COMO BOLSONARO ACABAM DESAFIANDO A RAZÃO E A INTELIGÊNCIA? MAIS DO QUE OS VALORES QUE DEFENDEM, ESSES PERSONAGENS INIMIGOS DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE SÃO FRUTO DOS ERROS DOS QUE OS PRECEDERAM Juan Arias, El País, 03 de outubro de 2018 O capitão reformado Jair Messias Bolsonaro, de extrema direita, com ideias fascistas, que discrimina as minorias, denigre as mulheres, exalta a tortura e defende a violência, lidera as intenções de voto nas eleições presidenciais no Brasil, uma das maiores democracias do mundo. Isso deveria obrigar os demais políticos a se fazerem algumas perguntas incômodas. 859 Precisamos nos perguntar por que o político brasileiro poderia, hoje, como no passado Hitler, Mussolini ou o caudilho Franco, chegar ao poder, até mesmo pelas urnas, apesar de serem figuras folclóricas, inexpressivas e com biografias insignificantes. Precisamos nos perguntar o que os tornou protagonistas e inimigos da democracia e da liberdade. Descobriríamos que todos eles, a começar pelo capitão brasileiro, mais do que os valores que defendem, são o fruto dos erros dos que os precederam. Por trás desses personagens, que estão mais para figuras do teatro do absurdo do que para guias mundiais e estadistas de alto nível, está a deterioração de uma classe política e de uma sociedade na qual as pessoas perderam a confiança nos valores da democracia e da liberdade. E nesses casos é forte a tentação, sobretudo dos mais desesperados, de cair nas mãos de caudilhos iluminados, messias religiosos e salvadores da pátria. Há traços comuns nesses personagens, banais, mas perigosos para a democracia, que os unem numa espécie de destino curioso e fatal. Um deles é um desejo quase psicanalítico de superar sua mediocridade com a força de um messianismo que os resgate de sua pequenez e que, levado ao paroxismo, de repente os transforme em heróis e garantidores de uma sociedade que se sente ameaçada. Não por acaso, em Bolsonaro e nos outros ditadores aparece sempre um conflito religioso que acaba sendo resolvido a serviço de sua divinização, de escolhidos pelos deuses para sua missão. Todos eles haviam tido antes uma relação conflituosa com a religião que acabaram instrumentalizando para fortalecer seu poder. Hitler foi ao mesmo tempo cristão e ateu, defensor e perseguidor da fé, conforme sua conveniência. Mussolini era filho de um socialista ateu convicto e de uma mãe religiosa, e terminou, por interesse, tornando-se católico e defendendo a Igreja e o Vaticano. O ditador Franco foi outro personagem ambivalente com a religião, que acabou usando – e abusando– para manter seu poder. Ele foi o grande abençoado pelos papas e saía em procissão sob ornamentos religiosos, acompanhado de bispos e cardeais. E hoje, no Brasil, Bolsonaro, que tem formação católica, está nas mãos das poderosas igrejas evangélicas nas quais foi batizado novamente e que o apoiam nas eleições. E seu lema é "Deus acima de tudo". E foi Deus, segundo ele, que milagrosamente o salvou do ataque sofrido durante a campanha, que o deixou à beira da morte. Todos esses personagens medíocres que acabaram surpreendendo o mundo com a força de sua violência aparecem em suas biografias como artistas malsucedidos ou militares fracassados com sede de superação para exorcizar suas fraquezas. Hitler queria, e não conseguiu, ser um grande pintor, assim como o ditador espanhol. E hoje 860 Bolsonaro, que aparece como o grande ex-militar capaz de redimir o Brasil de seus demônios do comunismo e dos destruidores da família e dos bons costumes, era um paraquedista sem brilho, demitido do Exército por sua conduta. O deificado estrategista militar Franco, que levou a Espanha a uma sangrenta guerra civil e a 40 anos de ditadura e terror policial, que estudou em uma escola religiosa, era chamado por seus colegas da Academia de Toledo – dizem seus biógrafos – de "Franquito", por ser pequeno, miúdo, fraco e ter voz afeminada. Chegou-se a pensar em lhe dar uma arma de cano curto, um mosquetão, em vez do pesado rifle do regulamento. A vingança de Franco por sua mediocridade juvenil é conhecida por seu mais de um milhão de mortos nas costas e seu hábito de anotar em uma folha de papel, enquanto tomava café, aqueles que deveriam ser fuzilados, desenhando uma flor sobre cada nome destinado à morte. Bolsonaro foi um dos políticos brasileiros mais insignificantes em 27 anos como deputado federal, durante os quais, sem conseguir aprovar sequer uma única lei importante, se distinguiu apenas por suas bravatas e insultos a mulheres e gays, e sua defesa dos valores mais retrógrados da sociedade. Na manifestação em favor de sua candidatura em São Paulo, um de seus filhos ofendeu as mulheres quando disse que as da direita são "mais bonitas e limpas" do que as da esquerda, que até "defecam na rua". Mussolini, um dos fundadores do fascismo mundial, que alardeava suas aventuras sexuais, tinha um conceito menos higienista nessa questão. Contava, sem pudor, que preferia, quando desfrutava das mulheres, que fossem "cabeludas e não muito limpas" (La Caída de Mussolini, Ed. Planet, Barcelona). Também entre ditadores costuma haver uma estranha criatividade sexual e uma alergia e até mesmo desprezo, quando não perseguição, por tudo que não for macho e fêmea em estado puro. As políticas de gênero e sua riqueza humana e sexual tendem a ser ignoradas, e até a irritar aqueles líderes e salvadores da moralidade e da religião. No entanto, permanece sem resposta, como no caso do capitão brasileiro, quem foram os verdadeiros responsáveis que lhes permitiram crescer e ganhar eleições que mais tarde desprezariam para dar lugar ao totalitarismo. Há um dito dos romanos que poderia nos ajudar a decifrar esse enigma que hoje atormenta o Brasil com Bolsonaro: "Corruptio optimi, pessima", isto é, "a pior corrupção é a dos melhores". E um mais moderno, que se escuta em alguns países da América Latina: "Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito por eles". É essa corrupção de quem deveria ter zelado pelos valores da civilização e da democracia que acaba gerando os monstros e fantasmas que hoje atormentam quem não abandonou os 861 valores da democracia. Esses valores foram o sustentáculo das grandes civilizações do passado e de todas as lutas contra a barbárie. Que o Brasil saiba escolher desta vez, com as armas da democracia e a aposta na liberdade, para não reescrever as páginas trágicas de um passado que sua maturidade democrática parecia ter sabido superar e exorcizado para sempre. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/03/opinion/1538575097_762640.html O PARADOXO DO PROGRESSO. PODE PARECER CONTRADITÓRIO, MAS A POLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE É RESULTADO DA MELHORA DOS PADRÕES DE VIDA NO BRASIL AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS, ESCREVE A COLUNISTA ASTRID PRANGE Astrid Prange, Deutsche Welle, 03 de outubro de 2018 Solidariedade em vez de polarização, diz cartaz de protesto em Hamburgo Caros Brasileiros, de onde vem a polarização que todo mundo sente? Hoje, no dia da unidade alemã (03/10), descobri uma nova explicação que eu queria compartilhar com vocês nesses tempos tensos, poucos dias antes das eleições no Brasil. A inspiração vem de um livro com o título O paradoxo da integração. O autor, Aladin El Mafaalani, é filho de imigrantes árabes, sociólogo, economista e professor de ciências 862 políticas. A atual polarização política na Alemanha para ele é o resultado de uma integração bem sucedida de imigrantes. Parece bastante contraditório, mas a conclusão de Mafaalani é: mais progresso, mais polarização. "Enquanto mulheres imigrantes faziam limpeza, ninguém ligava para o véu ou o lenço na cabeça delas", disse ele. "Mas quando elas começaram a fazer faculdade e subir na escada social, os conflitos surgiram." As estatísticas sustentam essa tese: o nível de educação da geração jovem de imigrantes na Alemanha melhorou significativamente. Em 2005, somente 14 % desse grupo conseguiu um diploma universitário. Em 2016, a taxa subiu para 26%. No mesmo período, o desemprego entre todos imigrantes na Alemanha diminuiu: caiu de 18% para 7%. Ao meu ver, a tese de Mafaalani serviria também para explicar a polarização da sociedade no Brasil. Pois nos últimos 25 anos, milhões de brasileiros humildes conseguiram ascender socialmente. Ao passo que o combate à pobreza no Brasil é reconhecido pela comunidade internacional, internamente a avaliação é divida. Enquanto a maioria festeja o progresso, uma parte da sociedade se sente até ameaçada. Isso provocou uma reação contrária: contra cotas para negros nas universidades, contra a legislação do emprego doméstico, contra o PT. E inveja também. Inveja dos novos atores na sociedade, que queriam mudar a maneira tradicional de governar o país, que queriam ser ouvidos e respeitados. Mas qual seria a resposta para esse paradoxo do progresso? Seria então melhor não lutar mais por justiça social, direitos de minorias, emancipação da mulher, integração de refugiados ou proteção ao meio ambiente? A resposta é definitivamente não. Pois é melhor conviver com o paradoxo do progresso do que com o retrocesso. E mais importante ainda: apesar dos avanços no campo da integração e inclusão social, ainda tem muito o que melhorar. O medo que os movimentos populistas continuem avançando é real. Na Alemanha, o partido de direita "Alternativa para a Alemanha" (AfD) alcançou 18 % nas últimas pesquisas eleitorais. No Brasil, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) alcançou 32% das intenções de voto. 863 A ideia de voltar para "os bons tempos de antigamente" parece sedutora. Na realidade, essa viagem é uma ilusão. Pois, afinal, qual passado teria sido melhor? O tempo da ditadura militar no Brasil? O "Estado Novo" de Getúlio Vargas? E na Alemanha, a extinta República Democrata Alemã? A ditadura do Nazismo? Em vez de glorificar um passado não definido, o desafio é desenvolver e discutir ideias para o futuro. Pois a globalização não vai ficar mais humana se for combatida com populismo, protecionismo ou nacionalismo. E a criminalidade não vai se dissolver com tanques de guerra nas favelas. E a imigração para os Estados Unidos não vai parar com o muro de Trump. Muros serão derrubados, ensina a reunificação alemã. Astrid Prange de Oliveira foi para o Rio de Janeiro solteira. De lá, escreveu por oito anos para o diário taz de Berlim e outros jornais e rádios. Voltou à Alemanha com uma família carioca e, por isso, considera o Rio sua segunda casa. Hoje ela escreve sobre o Brasil e a América Latina para a Deutsche Welle. https://www.dw.com/pt-br/o-paradoxo-do-progresso/a-45742197 https://p.dw.com/p/35vdN CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV Marina Dias, Folha/Uol, 02 de outubro de 2018 A campanha de Fernando Haddad (PT) avalia que uma onda de voto evangélico se concretizou contra o petista e que o candidato precisa reforçar o canal direto com o eleitor mais pobre caso queira revertê-la e chegar ao segundo turno. Em reunião nesta terça-feira (2), em São Paulo, integrantes da campanha do PT ao Planalto se debruçaram sobre pesquisas —inclusive as encomendadas pelo próprio partido— e identificaram um crescimento do apoio a Jair Bolsonaro (PSL), principalmente entre eleitoras mulheres, pobres e evangélicas, que ganham até dois salários mínimos. Os resultados alarmaram o QG petista, que passou a temer uma vitória do capitão reformado do Exército ainda no primeiro turno caso seu crescimento não seja estancado. 864 De acordo com o Datafolha divulgado ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/bolsonarocresce-e-atinge-32-haddadtem-21-e-ve-rejeicao-subir-no-datafolha.shtml ) nesta segunda, Bolsonaro subiu quatro pontos desde a semana passado e chegou a 32%, seguido por Haddad, que tinha 22% e agora aparece com 21%. Em um eventual segundo turno, os dois estão tecnicamente empatados: Bolsonaro cresceu de 39% para 44% e Haddad oscilou de 45% para 42%. A rejeição do petista, porém, disparou de 32% para 41%, ante 45% do candidato do PSL. Na avaliação de petistas, o último fim de semana de setembro marcou a entrada definitiva de líderes evangélicos na campanha presidencial, o que pode ter alimentado o sentimento anti-PT e as intenções de voto a favor de Bolsonaro. No domingo (30), o bispo Edir Macedo, que comanda a Igreja Universal do Reino de Deus, declarou apoio ao capitão reformado. Nesta terça (2), foi a vez do presidente emérito da Assembleia de Deus - Ministério Belém, pastor José Wellington, anunciar voto em Bolsonaro. Na opinião de auxiliares de Haddad, o movimento pode provocar um efeito cascata em outras denominações, que devem orientar o voto dos fiéis durante os cultos, por exemplo. Aliados, no entanto, afirmam que essa não é uma "batalha perdida" e que, até domingo (7) --data do primeiro turno--, Haddad precisa focar o eleitorado mais pobre, com um discurso firme sobre economia, para tentar retomar o voto que historicamente foi de apoio ao PT. O desafio até lá é o mesmo: o candidato tem que se despir de seu discurso habitualmente empolado e professoral e falar de maneira mais assertiva, diretamente para o povo, o que não funcionou no debate da Record, no domingo (30), por exemplo. O evento da Rede Globo, na quinta-feira (4), o último antes do primeiro turno, é considerado "decisivo" para Haddad. Assessores dizem que ele precisa alcançar esse eleitor mais pobre, que já votou no ex-presidente Lula mas que, desta vez, está na órbita de Bolsonaro —ou até mesmo ainda não sabe que é ele o candidato do PT. 865 A campanha petista teme que a tendência de queda entre o eleitorado mais pobre, somada ao crescente antipetismo, coloque mais combustível na sensação de que Bolsonaro pode vencer no primeiro turno, impulsionando o voto útil anti-PT. Esses eleitores poderiam sair de Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), por exemplo, que, juntos, hoje somam cerca de 20%. No campo mais à esquerda, Ciro Gomes (PDT) permanece com 11% no Datafolha e há quem acredite, dentro do PT, que pode haver na reta final um movimento de voto útil anti-Bolsonaro do ex-governador do Ceará para Haddad. Os últimos levantamentos mostravam uma estabilidade do patamar de Bolsonaro, em torno de 28%, mas ele cresceu fora da margem de erro nos últimos dias, o que preocupou a equipe de Haddad. O petista, que por sua vez vinha crescendo, estacionou com 21%. A avaliação da campanha do PT é que, além do voto da mulher pobre e evangélica, Bolsonaro avançou sobre a classe média anti-PT que antes estava declarando voto para Alckmin ou Marina. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/campanha-ve-onda-evangelicacontra-haddad-e-quer-foco-no-eleitor-mais-pobre.shtml ELEIÇÕES 2018: VOTO ANTI-PT; POR SEGURANÇA E PELA FAMÍLIA TRADICIONAL, O QUE PENSAM AS MULHERES QUE ESCOLHERAM BOLSONARO Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 04 de outubro de 2018 Para Angélica Oliveira, de 27 anos, o candidato Jair Bolsonaro significa a "defesa da família" e o "combate à ideologia de gênero". Para Lisa Gomes, de 38, que ainda não tem certeza se vai mesmo votar no militar reformado, ele seria uma aposta contra o "caos já conhecido" do governo do PT. Já Sandra Rocha, 60 anos, vê em Bolsonaro a possibilidade de melhorar a segurança pública - ela, que vota no petista Eduardo Suplicy para o Senado, não vê contradição em escolher o atual símbolo do antipetismo para presidente: "Voto na pessoa, e não no partido." 866 Até esta semana, um dos aspectos desta eleição que a diferenciava de todas as outras desde a redemocratização era a disparidade que as pesquisas de intenção de voto apontavam entre a preferência de homens e mulheres - um fato inédito no Brasil, segundo analistas. A maior parte do voto feminino rechaçava o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), enquanto a maior parcela do masculino o apoia. Essa diferença continua grande - metade das mulheres do país rejeita o militar da reserva -, mas as últimas pesquisas Ibope e Datafolha apontam que essa disparidade está diminuindo. O capitão subiu seis pontos percentuais entre elas, segundo o levantamento Datafolha divulgado na terça-feira, de 21% para 27% - Fernando Haddad tem 20% das intenções quando se olha apenas o voto feminino. No total, o deputado federal é o líder das pesquisas, aparecendo com 32% das intenções de voto. Fernando Haddad (PT) surge em 2º, com 21%. Apesar de boa parte do voto feminino rejeitar Bolsonaro e das acusações de que o candidato é misógino e machista, o que explica seu crescimento também neste público? Nos últimos dias, a BBC News Brasil ouviu mulheres que dizem preferir Bolsonaro. Também conversou com uma psicanalista e cientistas políticos para analisar o fenômeno. Em entrevistas recentes, Mauro Paulino, diretor do Datafolha, e a diretora executiva do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, disseram que esse crescimento de Bolsonaro no eleitorado feminino se deu principalmente entre mulheres de renda mais alta. Cavallari afirmou, ainda, que a mudança ocorreu principalmente na região Sudeste. No último sábado, milhares de mulheres lideraram protestos contra o candidato do PSL. O movimento #EleNão acusa Bolsonaro de machismo, homofobia, misoginia e de tratamento desrespeitoso às mulheres depois de várias declarações do candidato nesse sentido. Ele nega que seja machista ou homofóbico. Voto útil e Bolsonaro como 'mal menor' Quando a BBC perguntou à nutricionista Lisa Gomes, de 38 anos, em quem pretendia votar, ela torceu a boca e respondeu: "Ainda não estou com opinião formada. Está tão difícil, né?". 867 Aos poucos, durante uma conversa em uma esquina do Jardim Paulista (bairro nobre na zona oeste de São Paulo), contou que deve seguir o voto do marido, que trabalha no mercado financeiro. "Ele não gosta do Bolsonaro, mas acha que ele pode derrotar o PT, então pensa em votar nele por isso. Eu não entendo muito de política. Acho importante, mas não entendo, então não sei dizer." Ela reflete, e diz: "Acho que votar nele é tiro no pé, vai ser um caos". Mas, entre o "caos" que ela conhece, que seria repetir um governo do PT, e a possibilidade de algo novo (Bolsonaro), fica com a segunda opção. Outra moradora do bairro, Leci Junqueira, 52 anos, responde convicta: "Vou votar no Bolsonaro", confirmando a intenção com um movimento de "sim" com a cabeça. "Eu era João Amoêdo (Novo), mas há uns 20 dias decidi votar no Bolsonaro. Votar no Amoêdo não adianta porque ele não tem chance, é desperdício de voto. Só o Bolsonaro vai tirar o PT. Nas próximas eleições a gente trabalha pelo Amoêdo, mas agora, é ele (Bolsonaro)." A BBC perguntou o que ela acha das declarações tidas como machistas e homofóbicas do candidato. Respondeu que não as leva a sério. "Isso é só marketing". Refletiu, e acrescentou: "Não acho que vai ser um bom governo, mas é o mal menor." Leci foi eleitora do PSDB por anos, mas se desiludiu com o partido quando Aécio Neves, candidato à Presidência em 2014, foi flagrado em escândalos de corrupção. "Chega de PSDB", diz ela. Voto convicto em Bolsonaro Já a marítima Renata Karla Andrade, de 31 anos, vota no Bolsonaro por convicção. Moradora de Belém, conheceu o deputado federal em 2013, quando soube da proposta de castração química para estupradores, um dos principais projetos do militar da reserva. "Achei o projeto brilhante. O feminismo nunca conseguiu aprovar nada que fosse tão bom para as mulheres", disse. Segundo ela, não se pode apenas apontar a figura masculina como culpada pelos estupros ou por uma cultura de abusos, mas sim a impunidade, que é bastante grande no Brasil, diz. Uma punição mais severa, afirma ela, poderia diminuir o número de casos. Para Renata, porém, Bolsonaro significa mais do que uma série de projetos de lei. 868 "Acho que ele é o último suspiro de esperança de manter a democracia em pé", diz, por telefone. Falas do candidato a favor da ditadura militar e de torturadores, afirma, não refletem o pensamento dele, pois são tiradas de contexto. "Quando falam isso sobre ele é para causar pânico nas pessoas. Você não pode pegar uma frase errônea de uma pessoa para classificá-la. Por que não pegamos frases erradas do Lula também e de outros candidatos?", afirma. Nascida na periferia do Recife, Karla estudou a vida toda em escolas públicas. Passou dificuldades na infância, mas conseguiu fazer faculdade, passou em concurso e chegou a liderar a tripulação de um navio mercante. "Sempre trabalhei com homens e nunca vi essa diferença com a mulheres, mesmo quando eu era a única mulher no trabalho", diz. Sobre o movimento #EleNão, Renata se mostra desconfiada. "As pessoas têm todo direito de se manifestar contra um candidato, mas me pergunto quem elas apoiam. Para mim, os protestos foram manipulados por partidos de esquerda", diz. "Não voto no Bolsonaro porque quero ele como meu pai ou meu irmão. Voto porque acho que ele é o único candidato diferente do que está aí. Acho que ele será um presidente competente." Para a paulista Angélica Oliveira, 27, Bolsonaro significa a defesa da "família" e o combate à "ideologia de gênero". Ela acha que o modelo de família nuclear (casal heterossexual com filhos) é o ideal para o Brasil. Acredita que Bolsonaro é o candidato que defende mais claramente esses valores. Oliveira diz, ainda, que vem de família petista e votou em Lula e Dilma Rousseff, mas se decepcionou. "O país não melhorou, melhorou?", pergunta. A babá Sandra Rocha, de 60 anos, também é uma ex-eleitora do PT decepcionada com o legado do partido de Lula, tanto em relação à corrupção quanto à crise econômica. "Lula seria meu herói, mas ficou maluco, só pode ser. Virou uma vergonha para o país. Como pode um candidato na cadeia? Eu não tenho ensino, mas meus filhos têm e ganham R$ 1,2 mil." Sandra tampouco votaria no PSDB, pois viu a cidade onde vive, Taubaté, mudar durante o governo de Geraldo Alckmin. "Era uma cidade de estudantes e virou uma cidade de presidiários", diz, em referência à construção de presídios no município. 869 Ela ainda mantém um voto petista: Eduardo Suplicy, candidato do PT ao Senado. "Ele pode ter fechado os olhos (para a corrupção), mas não se sujou. É um homem bom", diz ela, acrescentando que não vê contradição entre seus votos para o Legislativo e para o Executivo. "Voto na pessoa, e não no partido." Antipetismo e conservadorismo Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil levantam hipóteses para explicar uma mudança de comportamento de parte das mulheres. Professor de Ciências Políticas da Unicamp, Oswaldo Martins Estanislau do Amaral acredita que a guinada de Bolsonaro demonstra a consolidação do antipetismo, que, segundo ele, é "fortíssimo" tanto entre homens quanto entre mulheres. "Nesse contexto, Bolsonaro seria um mal menor para esses eleitores", diz ele. Flávia Biroli, professora de Ciência Política da UnB, vai na mesma linha: Bolsonaro seria uma mistura de antipetismo com conservadorismo dos costumes. "É preciso compreender como atua essa sobreposição entre o antipetismo e a reação conservadora à agenda da igualdade de gênero. É essa a chave, me parece, para se compreender a votação de mulheres no candidato da extrema-direita, apesar de sua estridente misoginia." Já Andrea Freitas, cientista política e professora da Unicamp, acredita que esta eleição será marcada pelo "voto do medo", ou seja, boa parte do eleitorado vai escolher seu candidato não por suas propostas, mas por receio do adversário vencer. "A decisão do voto tem ocorrido mais pelo campo da psicologia do que o das ideias e propostas, em ambos os lados", diz. "É possível que muitas mulheres que iriam votar em outros candidatos, como Amoêdo ou Alckmin, tenham migrado para o Bolsonaro porque enxergam nele a única força que pode vencer o PT." O comportamento e o salvador da pátria 870 Manifestação liderada por mulheres lotou Largo da Batata, em São Paulo. Direito de imagem AFP Segundo Vera Iaconelli, psicanalista e doutora em psicologia pela USP, um dos motivos que explicam o voto feminino em Bolsonaro é a ojeriza de parte da população a mudanças de comportamento que ocorreram na sociedade brasileira nos últimos anos. "Uma parte das pessoas tem dificuldade de se adaptar e se assustaram com mudanças rápidas que aconteceram no Brasil, como o movimento LGBT, os casamentos homoafetivos, o feminismo, as discussões sobre gênero. A liberdade dá medo em muita gente. Então, as pessoas passaram a associar esse comportamento mais liberal ao PT e à esquerda", diz. "Freud já dizia em 1920 que todos nós temos um traço autoritário e o desejo de encontrar um 'salvador da pátria', uma pessoa que nos salvará das mudanças ruins. Às vezes, as pessoas encontram esse 'salvador' e se refletem nele. Quem vota no Bolsonaro acredita que ele defende a família tradicional, heterossexual, patriarcal e com filhos", diz a psicanalista. "Sempre vai existir a mulher que apoia o machista, como vão existir o negro e o pobre que apoiam racistas. Até poucos tempo atrás, nós acreditávamos que o Brasil não era racista, simplesmente porque as pessoas não se davam conta do nosso racismo", afirma Iaconelli. 871 Para Biroli, um dos eixos de construção do antipetismo é a reação ao feminismo e à agenda da igualdade de gênero. "O candidato de extrema-direita representa os temores e inseguranças diante de mudanças nas relações sociais de gênero". No entanto, cita outros fatores para o aumento da rejeição a Haddad entre as mulheres, que subiu de 29% para 36% entre as mulheres. "É preciso lembrar que, na última semana, as igrejas evangélicas entraram no jogo político contra a candidatura petista. Outro ponto é que a propaganda eleitoral de outros candidatos pode ter favorecido Bolsonaro ao mirar no PT em sua busca de eleitores e pessoas indecisas", diz. Uma indecisa é a assistente de cozinha Marcia Conceição, mas ela tende a Bolsonaro por influência do marido evangélico. Ele ouviu do pastor que Bolsonaro é contra o ensino de educação sexual nas escolas. "Tem aquela coisa lá do kit gay (material elaborado em 2011 para promover a nãodiscriminação por orientação sexual nas escolas). Tenho cinco filhos e acho que não tem necessidade de os meus filhos aprenderem sobre sexualidade tão cedo", afirma. Ela também se diz assustada com informações que recebe pelo Whatsapp sobre gênero e sexualidade. No entanto, diz ser contra o "radicalismo" do candidato em relação a pessoas homossexuais. "Tenho vários amigos homo e não tenho nada contra, então não sei o que fazer." [A matéria traz outras imagens, de mulheres que apoiam Bolsonaro...] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45714612 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018 Um ano de tramitação parlamentar e vários meses de polêmica: a lei que protege as pessoas trans (travestis, transexuais e transgênero) gerou uma resistência inesperada 872 no Uruguai, com manifestações, mensagens nas redes sociais e a coleta de assinaturas contra o projeto. O coletivo trans, que não chega a mil pessoas, tem o apoio de dezenas de entidades que acusam as igrejas evangélicas de orquestrarem uma campanha com matizes religiosos no país mais laico e com menos crentes da América Latina. O projeto de lei uruguaio, atualmente paralisado, propõe medidas de discriminação positiva para as pessoas trans, como o acesso a bolsas e postos de trabalho estatais; também contempla que a mudança de sexo possa ser feita gratuitamente na rede de saúde pública e facilita a mudança de identidade. Além disso, concede uma indenização às vítimas da repressão durante a ditadura militar (1973-1985), um grupo de 60 pessoas que receberia uma pensão de 350 dólares (1.400 reais) por mês. A filosofia global da norma é proteger um coletivo especialmente marginalizado – os trans têm uma expectativa de vida de 35 anos no Uruguai – e abrir espaços trabalhistas para que a principal opção de subsistência dessas pessoas não seja a prostituição. O capítulo mais polêmico tem a ver com a autorização da mudança de sexo (tanto hormonal quanto cirúrgica) para os menores de idade sem o consentimento de seus pais. A oposição do Partido Nacional (centro-direita) exigiu a eliminação dessas disposições. A coalizão de esquerda no poder, a Frente Ampla, promove o projeto, mas, diante dos protestos, decidiu suprimir a autorização das operações cirúrgicas de mudança de sexo para os menores sem o aval de seus pais. O argumento principal é que no Uruguai apenas 1% da população trans (tanto adulta como adolescente) se submete a esse tipo de intervenção. Entretanto, a Frente Ampla resiste a eliminar a possibilidade de que os menores recebam tratamentos hormonais sem o apoio familiar, já que a legislação internacional avaliza o conceito de “autonomia progressiva” dos adolescentes, tanto em decisões como a mudança de sexo como com relação ao aborto. Na verdade, a mudança de sexo hormonal em menores sem autorização da família é praticada há cerca de 10 anos no Uruguai, com autorização judicial prévia e como um processo médico controlado. As principais sociedades médicas apoiam isso, e nunca houve oposição dos políticos nem das organizações sociais. Por isso, a chegada de um abaixo-assinado com 40.000 adesões contra essas medidas – uma cifra considerável num país de 3,4 milhões de habitantes – causou surpresa e alvoroço político, especialmente quando se soube que pessoas próximas à igreja evangélica Missão Vida, uma das maiores do país, apresentaram a petição no Parlamento. 873 As organizações de apoio à lei contra-atacaram com uma chuva de dados mostrando que, de todos os marginalizados sociais, os trans são os mais vulneráveis do Uruguai. Assim, afirmam que as pessoas desse coletivo têm uma expectativa de vida de 35 anos, quando a média nacional é de 77 anos. Estimam que 25% saíram de casa antes dos 18 anos por serem rejeitados pela família, 87% não concluíram os estudos secundários e sofreram discriminação no âmbito educacional, e 67% tiveram que se prostituir para gerar renda, segundo dados da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da República. Além disso, durante a ditadura, os trans sofreram torturas, violência sexual e prisões injustificadas. Pelo lado parlamentar, a senadora Verónica Alonso, do Partido Nacional, lidera a oposição à norma. Alonso, que tem como aliados vários legisladores evangélicos, não se opõe apenas à mudança de sexo nos menores, rejeitando também as medidas de discriminação positiva e as reparações pelos abusos da ditadura. No entanto, a senadora é partidária de que uma lei proteja as pessoas trans e reconhece que se trata de uma população estigmatizada e vulnerável. Mas dentro do seu próprio partido há senadores que se mostram mais flexíveis e poderiam dar seu apoio à lei se ocorrerem algumas modificações. Na verdade, a Frente Ampla dispõe de uma maioria suficiente para conseguir uma aprovação, embora atualmente trabalhe em alterações para obter o maior apoio parlamentar possível e que a votação ocorra no final deste mês. [A matéria traz imagem de manifestação, mas sem indicação do que foi, onde, data...] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/03/internacional/1538575214_030690.html COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 [reproduzida por Uol Universa com mesmo título, imagens e data] 874 A advogada paranaense Gisele Alessandra Schmidt e Silva diz que os primeiros sinais de que era transgênero vieram aos 5 anos de idade Imagem: Arquivo pessoal Gisele Alessandra Schmidt e Silva, de 48 anos, foi a primeira advogada transgênero a falar diante do Supremo Tribunal Federal (STF). Em defesa de uma ação pelo direito de pessoas como ela mudarem seu nome e gênero no registro civil sem precisar fazer uma cirurgia para mudar de sexo, ela disse aos ministros: "Não somos doentes, como pretende a classificação internacional de doenças. Não sofro de transtorno de identidade sexual. Sofre a sociedade de preconceitos historicamente arraigados contra nós." Passado um ano e meio daquela sessão, a situação é bem diferente. Não só o STF reconheceu o direito pleiteado naquela ação, como Gisele e outros transgêneros como ela não são mais considerados portadores de um transtorno mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou esse entendimento em seu guia que serve de referência para estatísticas e diagnósticos médicos e enviou assim uma mensagem em sintonia com o que defendeu a advogada paranaense no STF: ser transgênero - em geral, ter uma identidade de gênero que não corresponde ao seu sexo ao nascer - não é doença. A novidade acompanha uma evolução da ciência sobre a questão, dizem especialistas ouvidos pela BBC News Brasil. 875 A nova Classificação Internacional de Doenças (CID) será apresentada na assembleia da OMS em 2019 e entrará em vigor nos países-membros, entre eles o Brasil, em 2022. "É a comprovação de tudo o que eu defendo", diz Gisele à BBC News Brasil. "Nunca me considerei doente." O que são pessoas transgênero Transgêneros são pessoas que não se identificam com seu sexo biológico. Pode ser um homem que se enxerga como mulher, uma mulher que entende como homem ou ainda alguém que acredita não se encaixar perfeitamente em nenhuma destas possibilidades. O termo foi cunhado em 1965 pelo psiquiatra americano John Oliven, da Universidade de Columbia, no livro Higiene Sexual e Patologia, e se popularizou nas décadas seguintes. Quem se identifica como transgênero não tem um problema mental, disse a OMS Imagem: Getty Images Alexandre Saadeh, coordenador do ambulatório de transtorno de identidade de gênero do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC), explica que as pessoas 876 transgênero são menos de 1% da população e estão presentes em "todas as culturas" e ao longo de toda a história. A ciência ainda não sabe explicar ao certo o que faz uma pessoa ser transgênero, mas Sadeeh diz que os estudos feitos até hoje apontam para uma "base biológica" para essa condição. "Há quem defenda que isso é apenas fruto de influências socioculturais, mas recebo pacientes de 4 ou 5 anos que afirmam que o sexo biológico não diz respeito a eles. É algo que acontece muito cedo para falar que é apenas sociocultural", diz ele. "Pesquisas mostram que existe uma base biológica na origem da transexualidade, questões genéticas e hormonais." A experiência de Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), também aponta para sinais precoces de transgeneridade. "Em muitos casos, é uma reflexão que surge desde a primeira infância. Há influências de ordem genética, mas precisamos de mais estudos para entender em que momento do desenvolvimento isso se apresenta", diz a médica. "Muitas dessas crianças descobrirão que não são trans, outras se identificarão como homossexuais e outras de fato serão transgênero. Cabe a nós ouvir o que têm a dizer, dar apoio e acompanhar." Ela explica não haver dados precisos sobre a proporção de transgêneros na população, porque muitas estimativas se baseiam em quem deseja uma cirurgia e, hoje, se entende que essa condição vai além. Há quem se identifique com o gênero oposto, mas não quer ser operado. Alguns desejam só tomar hormônios ou modificar características externas. E há quem não se identifique com nenhum gênero. "Existe hoje um leque mais amplo do que os gêneros binários, e ainda vão surgir muitas nomenclaturas para contemplar possibilidades que não eram estudadas", diz Abdo. "Não quer dizer que temos de ir para o extremo oposto e que todos devam questionar sua identidade de gênero. É algo que surge naturalmente." 877 'Uma ferida na alma que não cicatriza' A advogada Gisele Alessandra diz ter sentido que havia algo diferente em torno dos 5 anos de idade. Ela conta nunca ter se identificado com nada do universo masculino. "Eu me recusava a usar o uniforme dos meninos. Gritava e dizia que não queria ir pra escola. Sentia um grande desconforto e não entendia o que era, mas percebia que, se fizesse modificações para deixar a roupa mais feminina, me sentia melhor", diz a advogada. "Minha vida escolar foi muito difícil. Sofri muito bullying. Fui chamada de todas as palavras pejorativas: traveco, florzinha, aberração." Quando Gisele tinha 15 anos, uma prima perguntou por que pessoas a estavam ridicularizando. "Respondi que era mulher. Minha prima me falou que eu não era, que estava doente e me levou para um psiquiatra que fazia cura gay. Minha família é religiosa, e fui levada para uma sessão de exorcismo", conta Gisele. "Tudo isso criou um trauma inenarrável, uma ferida na alma que não cicatriza. Fiquei com tanto medo que apaguei a Gisele da minha vida por muitos anos." Mudança acompanha evolução da visão sobre essa condição, dizem especialistas Imagem: Getty Images 878 A advogada passou então a "representar o papel" de Marcus, seu nome de nascimento, e só deixou de fazer isso há cerca de oito anos, quando percebeu que "usar essa máscara" estava gerando problemas como ansiedade, depressão e psoríase. Foi quando começou uma transição gradual para sua nova identidade. Há cinco anos, não existe mais qualquer sinal de Marcus. Ele deu lugar de vez à advogada transgênero que hoje trabalha no Grupo Dignidade, uma ONG dedicada à defesa de direitos LGBT, e na área criminal. Ela diz ter recebido a mudança da OMS com uma "grande felicidade". "É importante esse reconhecimento de que não se trata de uma doença mental, para que não tentem nos tratar. Acompanhei o caso de uma menina trans em que a família a internou compulsoriamente em uma clínica. Isso é um perigo." Por que ser transgênero não é doença A nova definição da OMS enterra na prática uma noção que se tinha a respeito de pessoas transgênero. Ser transgênero constava até então no capítulo do sobre problemas mentais do código da organização, como "distúrbio de identidade de gênero". Agora, muda de nome, para "incongruência de gênero", e passa a integrar um novo capítulo sobre condições relacionadas à saúde sexual. A edição anterior do guia falava de "transexualismo" - o sufixo "ismo" vem do grego e atribui à condição um caráter de patologia. Tratava-se de "um desejo de viver e ser aceito como um membro do sexo oposto", normalmente acompanhado por "desconforto" com o órgão genital e vontade de se submeter a cirurgia ou tratamento hormonal para adequar o corpo à percepção pessoal. Ao deixar de ser doença, a forma de se referir a isso também mudou, como ocorreu com "homossexualismo", que deu lugar a "homossexualidade", quando a OMS tirou de seu guia de doenças a atração por pessoas do mesmo sexo. O correto é usar transexualidade ou transgeneridade. "O sufixo 'dade' se refere a uma característica. A mudança despatologiza a condição", diz Abdo. 879 O novo CID abre mão por completo desses termos e trata a transgeneridade como uma "persistente incompatibilidade na percepção de um indivíduo de seu próprio gênero e o sexo designado" ao nascer. A OMS explica que isso deve se manifestar por vários meses ao menos. O diagnóstico não pode ser feito antes da puberdade, e preferências e comportamentos que destoam do esperado para o sexo biológico não servem de base para isso. "Uma doença é algo que afeta negativamente o corpo, e a incongruência de gênero não é isso", diz Lale Say, coordenadora do departamento de pesquisa e saúde reprodutiva da OMS. Ela explica que essa condição, mesmo que não seja uma patologia, ainda consta no guia de doenças porque é algo que demanda serviços de saúde, como cirurgias, tratamento hormonal e apoio psicológico. "Mas não precisa prevenir ou curar. Não é algo que se deve lutar contra, mas que merece suporte." Mudança 'reflete a visão científica atual' A versão anterior do CID, de 1990, começou a ser revista há dez anos. Grupos analisaram a literatura científica e consultaram profissionais e pessoas interessadas em cada especialidade. "O resultado reflete a visão científica atual. Ser transgênero não é uma questão médica, é uma questão pessoal", diz Say. A OMS levou um tempo para formalizar a mudança de entendimento, diz Saadeh. "A transexualidade não é considerada uma doença mental há 15 ou 20 anos. Demanda um diagnóstico para justificar os tratamentos necessários, senão vira só intervenção estética. E não é o caso, porque a pessoa sofre com a condição", afirma. "Mas diagnóstico não é sinônimo de doença. Por exemplo, gravidez de risco é um diagnóstico, mas não é doença." O psiquiatra diz que ainda recebe muitos transgêneros em seu consultório que se consideram uma "aberração". "Chegam de todo o Brasil se achando doentes, um erro de Deus, e mostramos que não é errado ou uma escolha", diz. 880 Say diz que a mudança no código da OMS ajuda a "aprimorar o conhecimento e a compreensão de profissionais de saúde e a evitar comportamentos com um viés", influenciados por crenças pessoais. Abdo, da ABP, avalia que isso muda o alvo dos cuidados de saúde, que se voltam para o sofrimento gerado pela condição, e não para a incompatibilidade de gênero em si. "Da mesma forma que não se pode tratar um homossexual para mudar sua orientação sexual, não há por que tratar um transgênero para acabar com a incongruência entre sexo biológico e psicológico", afirma Abdo. "O acompanhamento será feito para adaptar o sexo biológico ao desejado ou percebido como próprio, um processo que é longo e demanda acompanhamento por uma equipe capacitada." 'É um primeiro passo', diz ativista Cianán Russell, da Transgender Europe, uma das principais ONGs do mundo de defesa dos direitos de transgêneros, diz que a mudança é um "bom primeiro passo". "Não é apenas simbólica, mas prática. É fantástica e deve ser celebrada. É o resultado de anos de ativismo e um sinal de que a OMS está respondendo às nossas críticas", afirma. Mas Russell faz ressalvas, por considerar a terminologia ainda "pouco clara", e diz que há um "longo caminho" a percorrer. "A forma usada hoje ainda patologiza de certa forma a condição, porque, por mais que não precise de diagnóstico psiquiátrico, ainda exige algum diagnóstico." Russell acha improvável que a transgeneridade saia por completo do CID, porque é um mecanismo que dá acesso à cobertura de serviços por planos de saúde. Mas gostaria de ver a condição em uma categoria que não demande diagnósticos atrelados à identidade de gênero. "Todos os procedimentos médicos que uma pessoa trans precisa, pessoas que não são trans também precisam. Não há nada que seja exclusivo. Mas essa mudança é passo que a OMS não parece estar pronta para dar." Russell ressalta que a OMS deve se esforçar para implementar as novas diretrizes mais rápido do que no guia anterior. "Mesmo ratificada nos anos 1990, a outra edição foi implementada nos Estados Unidos só em 2015, por exemplo. Enquanto não forem aplicadas na prática, transgêneros continuarão a serem considerados doentes", afirma. 881 Para combater o estigma A OMS afirma ainda que não classificar a transgeneridade como uma doença mental pode reduzir o preconceito. Espera-se que, com o tempo, isso ajude na aceitação social e promova um melhor acesso a serviços de saúde. "A pessoa vai se sentir mais confortável para pedir ajuda", diz Say. Abdo acredita que isso pode contribuir, mas não será de imediato. Ela cita o exemplo da homossexualidade, que saiu do guia da OMS na edição anterior e, ainda hoje, há um estigma atrelado a essa orientação sexual. "Os homossexuais se apresentam hoje de forma mais confortável na sociedade, são mais respeitados, considerados indivíduos que existem e que não devem ser submetidos a tratamentos para mudar quem são", afirma a psiquiatra. "Mas ainda existe quem tente fazer isso, fique deprimido ou tente se matar. As novas gerações serão as responsáveis pela desestigmatização da transgeneridade." Saadeh faz a mesma avaliação. "Ainda hoje há quem considere homossexualidade uma doença e que tem cura. Para muitas pessoas, ter uma identidade de gênero diferente do sexo biológico é algo maluco", afirma ele. "Conforme as pessoas se tornem menos ignorantes em relação a isso, as atitudes podem mudar, mas levará tempo." Preconceito velado Gisele Alessandra diz que declarar-se transgênero foi uma realização pessoal, mas que isso lhe custou o contato com a família. 882 Transgêneros são menos de 1% da população e estão presentes em 'todas as culturas', diz psiquiatra Imagem: Getty Images "Passei dois anos cuidando da minha mãe, que tinha câncer. Depois que ela morreu, viraram as costas para mim. Recebi uma carta em que diziam 'essa coisa em que me transformei' não significava nada para eles. Entraram com uma ação na Justiça para me obrigar a sair do apartamento dela", diz a advogada. "Em meio ao trauma de tudo que havia acontecido e à dor do luto, eu ainda por cima não tinha mais onde morar." Ao mesmo tempo, ela diz que hoje, após ter assumido uma aparência feminina, ela sente-se mais aceita socialmente, mesmo que não totalmente. "Ninguém mais me xinga no meio da rua nem sou alvo de qualquer outro ato de violência. Pelo contrário, me elogiam." Mas ela acredita que o preconceito, antes explícito, agora se manifesta de forma velada. "Talvez seja ainda pior. Posso revidar uma agressão, mas como posso reagir à falta de convites para sair ou de propostas de trabalho? Não há defesa para isso." https://www.bbc.com/portuguese/geral-44651428 https://universa.uol.com.br/noticias/bbc/2018/09/30/como-ser-transgenero-foi-deaberracao-e-doenca-a-questao-de-identidade.htm 883 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018 Ninguém esperava entrevistar Nacho Vidal no departamento de literatura infantil de um império editorial. Nem acabar falando sobre educação, um assunto, a propósito, que lhe apaixona e incentiva. Mas o ator e produtor pornô espanhol que vende vibradores feitos à imagem e semelhança de seu membro, não está aqui para falar sobre isso, e sim sobre um livro, Mi Nombre Es Violeta(Cruz Books), escrito por Santi Anaya e baseado na história de sua própria filha, que agora também se chama Violeta no registro civil, mas que recebeu outro nome quando nasceu há 11 anos com aparência de menino. A Violeta do romance tem cerca de 13 anos e começa o segundo ano do ensino médio em um novo colégio, enquanto Violeta Vidal é um pouco mais jovem e continua em sua escola de sempre em Mataró (nos arredores de Barcelona), mas compartilham uma parte importante de sua história. Para escrever o livro, o autor visitou a menina por mais de dois anos e teve longas conversas com ela. O resultado foi um livro de namoros adolescentes com uma protagonista transgênero e uma mensagem antibullying. A história completa de Violeta Vidal será conhecida em 2019, durante a estreia do documentário que a família esteve filmando nos últimos três anos. Pergunta: Por que você decidiu fazer o livro? Resposta: Vimos um documentário quando minha filha tinha 6 anos que a levou a dizer: "Eu sou assim, isso é o que acontece comigo". Se não tivéssemos visto o documentário, talvez hoje ela teria 11 anos e continuaria sendo chamada de Nacho. Foi graças a isso que pesquisamos mais e demos o passo. Esta informação é muito útil. Você vai comprar um livro na Fnac, vê "espiritualidade" e encontra muitas prateleiras cheias de livros. "Autoajuda": uma seção inteira. Agora, procura por "transexualidade", e nada. Não há informação, não há ninguém que tenha se atrevido [a abordar o assunto]. Por isso, adoraria que fosse uma leitura recomendada nas escolas, não apenas porque é uma menina transexual. Poderia ser um livro sobre uma menina com excesso de peso, sobre um menino com óculos fundo de garrafa ou sobre um garoto asiático ou negro em um mundo brancos. Tem a ver com a diferença e a empatia, a 884 diversidade e a aceitação, da dor, do amor... é uma ficção que atualmente pode ser uma realidade. Quando você lê o livro, cria empatia. Pensa: "Como essa menina está sofrendo por causa desses filhos da puta", e, então, percebe que os filhos da puta somos nós. P. Até que esse conflito chegue, toda a primeira metade do livro é muito feliz, uma história convencional de amor adolescente. Foi uma escolha consciente? Você quis dar à Violeta da ficção essa história tão comum? R. Às vezes, tendemos a traumatizar, a dramatizar com esse tema. As pessoas me dizem: "Sua filha deve sofrer muito". Na verdade, não, minha filha é líder de classe, todos votaram nela, é querida por todos. Não temos nenhum drama em casa. Por isso, saímos da associação [Chrysalis]. Muitas vezes, não concordo muito com os grupos LGTBQ. Impõem coisas demais. Não posso forçar ninguém a fazer nada. Por exemplo, no dia em que vi o ônibus da Hazte Oír [associação conservadora contra a transexualidade], fiquei furioso. Mas então relaxei e pensei: eles têm todo o direito. Se você não quer educar seu filho na diversidade, tenho que respeitar, porque é seu filho. P. Mas estão negando a realidade de sua filha e seus direitos. R. Mas é a vida deles. Meus filhos não estão nem aí. Minha filha vive sua vida. Eu sempre digo a ela: se não amarem você como é, não vale a pena. Que é uma frase que está na capa do livro. Ensino meus filhos a que entre por um ouvido e saia pelo outro. Digo a eles que não tentem agradar a todo mundo. Junte-se com quem gosta de você. Acha que todo mundo ama o Nacho Vidal? Tem muita gente que me odeia, que me critica. Eu ando com quem gosta de mim. Outro dia eu estava vendo que a ministra da Justiça [da Espanha, Dolores Delgado] chamou o outro [Fernando Grande-Malarska, ministro do Interior+ de “maricón” *homossexual+, e encheram um programa inteiro. Isto o que é? Um pátio de colégio? Por que não fazem programas de televisão sobre as crianças que estão morrendo, gente que passa fome, que não tem onde dormir? Estão falando de uma senhora que chamou o outro de bicha? Por favor! Eu vivo no mundo do não absurdo. Se eu peço respeito para minha filha, eu tenho que ter respeito pelos outros, desde que não coloquem um dedo nela. P. Um dedo ou um Whatsapp, né? O livro trata do tema do ciberbullying, que é um problema real que leva muitos menores a cogitar o suicídio. R. É preciso educá-los. Minha filha chegou um dia me dizendo que uma menina tinha dito a ela que não ia mais chamá-la de Violeta, que ia chamá-la de Nacho, e estava super triste. Eu lhe disse que estava sendo tola. Se eu chamar você de “cocô de vaca”, você responde? Pois se chamarem você de Nacho é igual, não responda. 885 R. Mas você entende que as associações fazem um trabalho? É útil procurar casos similares e lutar por objetivos legais que ainda não foram alcançados. R. Não acho correto que lhe obriguem a fazer algo em que você não acredita. Não gosto de impor nada a ninguém. Eu só entro em que não deveríamos obrigar ninguém a fazer algo que não quer. Quando você diz: “Vamos aprovar leis para que obriguem…”, nesse momento você espalha o ódio. Não quero que tenham ódio da minha filha, quero que tenham empatia. P. Violeta, a sua Violeta, deixou claro para vocês aos seis anos que era uma menina. Como foi o processo com os diferentes círculos, o colégio, a família…? R. No colégio nos disseram que já sabiam, ela sempre havia dito que é uma menina. Sempre tinha seu grupo de amiguinhas. Não houve nenhum problema, e isso que frequenta um colégio subvencionado católico. Depois tentamos mudá-la de colégio, fomos a um particular. Por quê? Pela educação, era estilo norueguês, nós gostávamos do modelo, trilíngue. Mas não a quiseram, nos disseram que não estavam preparados. Eu não posso obrigá-los a aceitá-la. Eu disse a eles: “Já vi como é a instituição de vocês, se chegasse a colocar a minha filha aqui, teria sofrido pacas, obrigado pela honestidade”. Poderia atacá-los, mas nunca disse o nome do colégio nem vou dizer, porque tenho esse respeito. Cada um é livre para fazer o que quiser. P. O resto do entorno reagiu bem? R. Os outros pais foram fantásticos. Um menino disse que ia chamá-la de Nacho, os pais falaram com ele, o menino fez uma carta pedindo-lhe desculpas. Voltará a se deparar com isso em outro colégio, nos extracurriculares… obviamente. Não podemos colocá-la numa urna de vidro e que ninguém a toque. Eu tenho uma parte da família que é da Opus Dei, e não houve nenhum problema, é uma menina que quando você a conhece se apaixona. Não houve nenhum drama, a única coisa foi que minha mulher se sentiu muito mal por tê-la vestido por tanto tempo como menino e não tê-la escutado. Era muito efeminado, gostava do rosa… pensávamos: “O menino vai ser gay”. P. Você insiste que não foi uma luta, que ninguém sofreu. R. Não tivemos nenhum tipo de drama. É preciso ver a parte positiva. Minha filha se levanta e enxerga pelos olhos, se aguenta nas próprias pernas. Sente, canta, toca música, me traz notas excelentes. Sempre foi feliz. Se você tiver isso em casa, cadê o drama? O drama está na sua cabeça. As crianças não podem levar choques elétricos 886 para que larguem de viadagem. Eu sempre pergunto: “O que aconteceria se isto acontecesse na sua família? O que você faria, sendo católico apostólico romano? Dizendo que isso acontece porque está na moda, que são meninos viciosos? Que resposta me dariam? Levariam a criança ao psicólogo, iriam lhe dar remédios, metê-la num manicômio? Eu gostaria de me sentar com alguém que seja contra isto, queria entender sua maneira de pensar. P. Violeta leu o livro? R. Ainda não, não deve lê-lo ainda. Vai se sugestionar, deixa que aconteça com ela. Mas é bonito, sim, que o leiam as crianças que não são transexuais, eu não acredito que seja um livro para crianças transexuais. P. Vocês se preocupam com o que pode acontecer quando ela chegar à puberdade? R. Ninguém está preparado, nem as crianças nem os pais. Vejo os filhos dos meus amigos que eram crianças maravilhosas, e agora seus pais querem matá-los… Ninguém está preparado para a adolescência, nem os pais nem as crianças para a adolescência das outras crianças, porque depende da educação que receberam em casa. Como pai, você vive preocupado 24 horas por dia. Ela vai ter que solucionar seus próprios problemas, o melhor é estar sempre ao seu lado e lhe fazer entender que não é tão importante. P. Para as crianças transgênero, é um momento crucial. Você disse que não considera necessários os processos de reatribuição de gênero. R. Eu disse que preferiria que qualquer pessoa se aceitasse tal como é e não tivesse que chegar ao extremo de castrar seu pênis ou sua vagina, assim como não deveria cortar um braço ou uma perna. Eu gostaria que se aceitasse tal como é. Se ela não aceitar, se achar que essa é a solução, lhe ajudarei. Neste ponto acredito que estamos bem com Violeta, porque quando era menor sempre tapava o pênis com as mãos, e hoje em dia não tapa. Antes, quando você lhe perguntava se queria fazer xixi, dizia que não mijava em árvore, que queria ir se sentar numa privada. Mas, hoje em dia, mija na árvore. Estamos percebendo que ela não tem nenhum problema com seu pênis. Para mim é maravilhoso. Ela diz: “Não sou uma menina em um corpo errado, sou uma menina com pênis”. P. Você diria que vir do mundo do pornô o ajudou a ter esta mentalidade? R. Eu produzi muito pornô com transexuais e falei muito com elas. Tenho muitas amigas transexuais. Conheço o mundo da transexual que precisou sair de casa muito 887 jovenzinha, que precisou se prostituir com 15 anos para viver e comer, porque a expulsaram de sua casa com seu próprio pai lhe dando uma surra. Depois, quando ganharam dinheiro, os pais apareceram e elas começaram a mandar quantias, comprando seu amor com dinheiro. Elas passam muito tempo trancadas sem sair, esperando o cliente, e enquanto esperam se drogam. É um mundo muito duro, e essas histórias de vida que eu conhecia me faziam ter muito medo de que isso acontecesse com a minha filha. Mas depois existe outro mundo dos transexuais, onde as crianças foram acolhidas por suas famílias, acabaram seus estudos ou empreenderam negócios. Estão no Governo, são juízes, são advogadas, são policiais. Esse é o mundo em que estamos nos movimentando. P. É preciso modificar certas mentalidades dentro do pornô? R. Como? P. Que não seja orientado para o prazer masculino. R. Você acha isso de verdade? Viu muita pornografia para poder dizer isso? R. Você pode argumentar que já mudou… R. A pornografia não é machista, é um produto, é uma fantasia. Existem mais de 60.000 filmes por ano, e são feitos há não sei quantos anos. Existem cenas em que a mulher é a dominante. Só se fala das cenas em que o homem é o dominante. [Nesse momento, Vidal saca o celular e nos mostra vários fotogramas de cenas pornográficas.] Tudo isto que você vê aqui são humilhações e maus tratos a homens por parte de mulheres que pisoteiam seus pênis, os maltratam... P. Você já tinha essa busca preparada? Vejo que a tem guardada no celular. R. Sim, trago-a sempre aqui porque me dá muita raiva. A pornografia não tem que mudar, as pessoas têm que mudar. Quando você maltrata o seu filho em casa, isso é o que vão repetir, não o que veem nos filmes. Se não, eu vejo Scarface e viro narcotraficante. Eu vi muita pornografia e nunca participei de um grupo de estupradores. P. Incomoda-o que a violência sexual seja relacionada com o consumo de pornografia? R. Incomoda-me muitíssimo, me ataca pessoalmente por um trabalho que faço há 25 anos. Pode me chamar de machista por abrir a porta a uma mulher, pode me chamar 888 de machista por esperar que uma mulher se sente, porque é minha educação. Educaram-me assim. Se for jantar contigo, eu vou lhe pagar o jantar. Se isso é ser machista, viva o machismo. Mas na vida nunca levantei a mão para uma mulher. No sexo, tive relações como todo mundo, há mulheres que me pediram sexo mais duro, e outras menos duro, mas nunca maltratei. No pornô, fazemos um produto como qualquer outro. E há coisas que não podemos fazer. Não podemos encenar um estupro. Como vêm me dizer que nós criamos os grupos de estupradores? Nunca vi nenhum estupro no pornô, porque nenhuma produtora vai comprar isso. Temos limitações que não existem no cinema convencional. Certamente você viu Irreversível, com a Monica Bellucci, e ninguém diz nada. Vê como decapitam e ninguém diz nada. Por que tanto ataque à pornografia? Por que a tratamos como machista? P. Então, se tiver que caracterizar o tipo de pornô que está fazendo atualmente… R. Eu gravo com uma câmera em cima de um tripé e faço amor com uma mulher. Nem mais nem menos. P. Estão tentando abrir caminhos novos? R. Já está tudo inventado. Agora foi feito o vídeo do festival de cinema de Barcelona [refere-se ao vídeo do Festival Erótico, com uma espécie de mea culpa]. Acho horrível, como se os estupros coletivos fossem nossa culpa. Não tenho culpa de nada. Quem estupra, estupra porque é um grande filho da puta. Quem mata a sua mulher, mata porque pirou. Não acho que sirva de nada aumentar as penas de prisão. Quem mata sua mulher sabe disso e “le vale verga” *não está nem aí+, como dizem os mexicanos. P. Voltando a Violeta, ontem se soube do caso de um menino transexual chamado Gabriel a quem foi negada a mudança de nome na certidão de nascimento. Vocês também tiveram dificuldades... R. É que exigem nomes ambíguos. Como é possível que eu mande essa documentação e um juiz me diga que sim, e um promotor que não? Vai ver a promotora acordou mal ou chegou atrasada para deixar as crianças na escola, e aí me nega, mas no ano seguinte mando a mesma documentação e me dizem que sim. Isto o que é? Uma porta de uma discoteca? Isto não é o livre-arbítrio. Aqui precisa haver uma lei que diga que sim ou que diga que não. Se for para me ferrar, me ferre, mas não precisa zoar. Tive que ir a psicólogos, a psiquiatras, falar com professores do colégio… Você não tem que ter o poder de decidir. Milha filha se chama como ela quiser, e se chama Violeta. P. Como reagiu quando ela contou a vocês? 889 R. Pois nos deu uma lição de vida, mais uma. Estávamos gravando-a para o documentário quando lhe dissemos. Achamos que ficaria muito contente, mas só disse: “Acho certo, vocês me deram o que precisavam dar, não tenho por que agradecer”. Isso é como quando a Receita Federal lhe paga a restituição do imposto. Por que você ficou contente, idiota, se o dinheiro já era seu? https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/27/cultura/1538079214_047547.html “SEM SER SUBALTERNO NEM USAR UNIFORME”: EMPRESA SÓ TEM BABÁS LGBTS Marcos Candido, Uol Universa, 15 de setembro de 2018 O empresário Biel Lima, 31, é especializado em recreação infantil e usava os conhecimentos para cuidar dos sobrinhos. A decisão em transformar o cuidado de crianças em uma fonte de renda parecia promissora, mas ele queria ir além. “Pensei: por que não criar uma empresa que empregue babás LGBTs?”, diz. Foi assim que nasceu a Babá Beau, uma empresa que emprega e inclui uma rede de babás lésbicas, gays, bissexuais e trans. “Queremos subverter a ideia de que a babá é uma profissão considerada subalterna. A ideia é trocar nossas vivências e experiências com a família”, diz o empresário, que é gay. No lugar do uniforme, roupas informais e atividades como ir a parques, museus e teatros. O universo cultural é bem familiar: Biel é músico e trabalha com babás que também são artistas. “Não é só olhar e cuidar. As crianças são estimuladas brincar com música e a dança. Nós deixamos uma sugestão cultural para os pais levarem os filhos no fim de semana”, conta. O atendimento é voltado a qualquer modelo familiar, mas a prioridade são mães solo. O empresário faz às vezes como babá, mas também há mulheres trans e lésbicas como colaboradoras fixas. “A gente pensa mais em questões sociais. Nós ficamos preocupados com a naturalização da criança em enxergar diferenças entre as pessoas. Cuidei de duas meninas que me perguntaram se eu namorava o Biel, e expliquei que eu na verdade gostava de meninas. Elas achavam errado, e eu expliquei”, conta a babá Larissa Lima, 23. Criada em junho, a empresa foi contratada e indicada por Djamila Ribeiro, filósofa e uma das principais vozes do feminismo negro no país. Depois da indicação, Biel afirma que a demanda aumentou. É verdade que a repercussão que ficam curiosas sobre qual o diferencial do atendimento. E, para isso, eles já têm a resposta. 890 “O principal diferencial é uma pessoa assumidamente LGBT, e que não esconde isso, entrar na sua casa. Apresentar a diversidade logo na primeira infância faz com que elas cresçam e entendam que somos iguais”. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/15/sem-uniforme-e-sem-sersubalterno-a-empresa-que-emprega-so-babas-lgbts.htm COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018 Juliano Laham e Pedro Henrique Müller (foto: reprodução) Atualizado em 12/09/2018. Vamos falar de homossexualidade na novela das seis. Sim, "Orgulho e Paixão", uma trama romântica, de época, em um horário, a princípio, visado. Não precisa tirar os filhos da sala para ver a novela – mas respeitemos a classificação indicativa, 12 anos. "Orgulho e Paixão" é a primeira do horário com uma trama romântica envolvendo gays. E tratando o assunto de forma que qualquer criança possa compreender – o 891 sentimento entre duas pessoas do mesmo sexo – sem apelação ou a pretensão de ser didática ou levantar bandeira. Talvez a temporada "Viva a Diferença" da Malhação (2017-2018) tenha sido a primeira da novelinha a abordar o tema abertamente e sem melindres ou didatismo. Ou pelo menos a que melhor tocou no assunto. O ápice foi o beijo entre duas garotas. A atração avançou na abordagem e abriu precedente para que outras produções fossem pelo mesmo caminho. Nunca antes os dilemas da homossexualidade foram trabalhados de maneira tão eficaz em uma novela das seis quanto agora, em "Orgulho e Paixão". Na trama, o jovem Luccino (Juliano Laham), de uma família de simples camponeses, em uma cidadezinha do interior, na década de 1910, sente-se atraído e desperta para a paixão pelo militar Otávio (Pedro Henrique Müller), que corresponde aos seus sentimentos. Sagaz, o autor Marcos Bernstein inseriu com cuidado a trama em sua novela. Primeiro ele esperou o tempo certo para o público amadurecer a ideia: depois de meses da novela no ar, já com audiência estabelecida. Segundo fez o público gostar dos personagens. Otávio, a princípio, tinha um viés cômico ou estava envolvido em situações cômicas. Era um personagem pequeno, mas agradável. Pedro Henrique Müller e Juliano Laham (foto: reprodução) 892 Já Luccino foi apresentado desde o início como um rapaz de boa índole, trabalhador, bom filho e bom irmão. Um personagem "do bem". Sua trajetória foi elaborada de modo que o público acompanhasse com ele a descoberta de seus sentimentos. Primeiro por Mário, em quem Mariana (Chandelly Braz) se travestia. Depois por Otávio. Outro acerto foi a escolha dos atores, pouco conhecidos do grande público e muito bem nos papeis. Além do texto meticuloso de Bernstein, a produção prima pelo bom gosto da direção (Fred Mayrink e equipe). Foi bonita e cuidadosa toda a sequência do beijo entre Luccino e Otávio, no capítulo desta quarta-feira, 12/09. Texto, direção e elenco na medida certa. Já critiquei a atemporalidade do texto de "Orgulho e Paixão", em que os personagens, de época, pensam com a cabeça de 2018 (leia AQUI). No caso dos gays da novela, a trama se limita a mostrar os sentimentos dos personagens e seus dramas. Eles vivem os dilemas e renúncias comuns a todos os homossexuais, de todas as épocas – ainda que alguns amigos de Luccino e Otávio aceitem tudo com uma naturalidade bastante contemporânea. O horário das 18h de novelas é o mais tradicional da TV, haja vista seu público alvo, na maioria donas de casa, crianças e adolescentes. Com bom gosto e cuidado, tateando para não ferir os mais sensíveis ao tema, a novela explica, sem ser didática, por meio de uma trama bem conduzida, romântica e atraente. Com "Orgulho e Paixão", a Globo quebra mais um tabu de sua programação e avança na discussão. Em tempo: a novela "Sete Vidas" (2015) também apresentou casais homossexuais com uma abordagem muito boa. Porém, referindo-me a "Orgulho e Paixão", trato do desenvolvimento de um personagem gay de forma didática e sutil, de fácil compreensão e alcance. https://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2018/08/30/como-explicar-os-gays-danovela-das-6-para-os-filhos-a-novela-explica/ "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018 893 Nunca uma produção da TV brasileira se aproximou tanto do que convencionou-se qualificar como "Disney", em referência ao estilo perpetuado pela famosa produtora de cinema. A novela das seis da Globo, "Orgulho e Paixão" (finalizada nesta segunda, 24/09), foi a que mais características reuniu sobre um tipo de dramaturgia e um padrão de produção que há décadas cativa plateias do mundo todo, no cinema e televisão. A fórmula é simples: fantasia e entretenimento em uma estética colorida, com doses de romance, comédia, música e aventura. O mundo é idealizado, não há compromisso com a realidade e, de repente, a vida pode virar um musical. O maniqueísmo impera: os bons são bons demais e os maus, maus demais. No final, o bem triunfa, a felicidade é potencializada, o mal paga e sempre há espaço para a redenção dos malvados. Os mocinhos são bravos e corajosos, como os príncipes de contos de fadas. As mocinhas, bem, são como as princesas, ou você nunca percebeu que cada uma das irmãs Benedito parece uma "princesa Disney"? Os vilões são caricaturas do mal, muito próximas dos vilões de desenhos animados: Susana = Dick Vigarista, Petúlia = Muttley, Xavier = Tião Gavião. O que dizer de Lady Margareth, uma perfeita bruxa de conto de fadas, com direito a gargalhada malévola. As Irmãs Benedito vs. as Princesas Disney (divulgação) Isto não é uma crítica, mas a constatação de um estilo assumido pela novela e prontamente absorvido pelo público, haja vista a repercussão da trama. "Orgulho e Paixão" fecha com uma média final de 21,5 pontos de audiência no Ibope da Grande SP, dentro do esperado no horário – ainda que inferior às duas últimas produções, "Tempo de Amar" (22,5) e "Novo Mundo" (24). 894 Apesar do convite ao escapismo, a novela tentou um diálogo com temas contemporâneos. Por não haver compromisso com a realidade, a trama de "Orgulho e Paixão", ambientada na década de 1910, teve um forte discurso atual que extrapolou os limites da época retratada. O melhor exemplo está na protagonista Elisabeta (Nathalia Dill): definida como "uma mulher à frente de seu tempo", suas falas e atitudes eram de uma moça contemporânea. Como escrevi em crítica publicada em agosto, uma mulher de 1910 "à frente de seu tempo" pensaria com a cabeça uns 30, 40 anos adiante. Mas com a cabeça mais de um século depois? Porém, assumiu-se que Elisabeta era uma personagem surrealista: ao final, foi transformada em super-heroína (quase com super poderes). Para além do discurso politicamente correto, a protagonista muitas vezes ultrapassou a linha tênue que descamba para a chatice. No início falastrona, briguenta e mal-educada, foi podada a tempo de não resvalar na mocinha chata. Outro ponto a destacar: ao mostrar a liberdade sexual da maioria das personagens femininas, o roteiro desconsiderou a moral da época retratada. São licenças poéticas permitidas neste tipo de produção, afinal, trata-se de uma fantasia (não de um documentário sobre o comportamento da mulher nos anos 1910) que assumiu um compromisso com a atualidade. A direção artística de Fred Mayrink apresentou um belíssimo trabalho de concepção e realização, com cenários, figurinos e arte de tirar o fôlego. Tanto a direção de atores como as das cenas atingiram plenamente o exigido pelo roteiro. Aliás, sensacional e bem realizada a sequência do trem nos penúltimo e último capítulos – absurda, como nos filmes de aventura e desenhos de animados, mas dentro da proposta da novela. Sororidade, feminismo, racismo, homossexualidade e preconceito social foram abordados com o olhar atual que esse tipo de discussão demanda. O primeiro beijo gay em uma produção das seis da Globo apresentou o permitido no horário, com bom gosto e sutileza. A abordagem foi além: didática na medida certa – com destaque para a interpretação dos atores Juliano Laham (Lucino) e Pedro Henrique Müller (Otávio). O drama dos personagens conquistou as redes sociais e a torcida do público (#Lutavio). Elogios às atuações irrepreensíveis de boa parte do elenco, em especial a Ary Fontoura, que há uns dez anos não tinha em mãos um personagem tão bom, o irresistível ranzinza Barão de Ouro Verde; a Gabriela Duarte, de volta às novelas com uma personagem que caiu nas graças do público; à dupla vivida por Grace Gianoukas e Alessandra Negrini – Petúlia e Susana, uma reedição dos picaretas Muttley e Dick Vigarista; a Agatha Moreira e Rodrigo Simas, talentosos atores esbanjando carisma; a 895 Vera Holtz em mais um tipo marcante; e a Christine Fernandes e Tammy Di Calafiori, no retorno à Globo em personagens bem defendidos. No entanto, um deslize que merece citação: o mau aproveitamento dos atores Tato Gabus Mendes, Murilo Rosa e Letícia Persiles, em personagens que renderam muito pouco ou aquém de suas possibilidades. O elogio maior vai a Marcos Bernstein, o autor, por ter conduzido uma trama movimentada, que em momento algum perdeu o fôlego, mantendo o público cativo a uma história que experimentou várias narrativas (comédia, aventura, ação, suspense, romance, drama, musical). Ressalto a capacidade inventiva de Bernstein, roteirista de filmes díspares como "Central do Brasil" (com João Emanuel Carneiro), "O Outro Lado da Rua" (com Melanie Dimantas), "Zuzu Angel" (com Sérgio Rezende), "Chico Xavier", "Meu Pé de Laranja Lima" (com Melanie Dimantas, o qual também dirigiu) e "Faroeste Caboclo" (com Victor Atherino), da novela de aventura "Além do Horizonte" (com Carlos Gregório, mal sucedida na audiência), da série "A Cura" (com João Emanuel Carneiro) e colaborador da novela "A Vida da Gente" (de Lícia Manzo). [A matéria original traz mais imagens...] https://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2018/09/24/orgulho-e-paixao-inaugurouum-novo-tipo-de-dramaturgia-a-novela-disney/ GOVERNADOR CONTRARIA POLÍCIA AO EXALTAR MÃE PM QUE MATOU CRIMINOSO. PARA BAIXAR LETALIDADE POLICIAL, ESTRATÉGIA DE COMANDO É CONTRA ENALTECER MORTES Guilherme Seto, Rogério Pagnan e Sílvia Haidar, Folha/Uol, 14 de maio de 2018 O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), fez uma cerimônia neste domingo (13) para enaltecer a mãe PM que matou um ladrão e adotou uma estratégia em ano eleitoral oposta à definida pela cúpula da própria polícia para reduzir os índices de letalidade da corporação. França, que tentará um novo mandato ao governo rivalizando com João Doria (PSDB), ex-prefeito de SP, fez uma homenagem à cabo Katia da Silva Sastre, 42, que, no dia anterior, reagiu a um assalto na porta de uma escola em Suzano (Grande São Paulo), acertando tiros no peito e na perna do bandido, que morreu. 896 Mãe de duas filhas, ela estava no local com a mais velha, de sete anos, para participar de festa de Dia das Mães —havia outras crianças por perto. O governador entregou flores à PM em evento no Comando de Policiamento de Área Metropolitana-4, na zona leste, para cumprimentá-la pela “destreza, técnica e coragem”. “A gente não pode deixar de enaltecer toda a técnica que você usou nesse episódio, a maneira rápida que você agiu e, ao mesmo tempo, a coragem que você teve, porque poderia simplesmente se omitir naquela situação, pois estava de folga, à paisana”, afirmou França à policial. A cabo, por sua vez, disse que agiu para “defender as mães, as crianças, a minha própria vida e a da minha filha”. “É gratificante por ter salvado vidas. A gente não sabe como seria o decorrer disso. É para isso que estamos nessa profissão, para defender as vidas, e foi o que eu fiz.” O ato do governador foi criticado por especialistas em segurança pública pelo temor de que a homenagem possa passar mensagens equivocadas à tropa e à população — mesmo que a atitude da cabo tenha sido correta diante do risco no caso específico. Uma preocupação é que seja um incentivo às pessoas reagirem a assaltos — na contramão da orientação da polícia. Outra é que a morte de ladrões seja vista pela corporação como algo incentivado pelo governo, após a escalada nos últimos anos do número de mortos pela polícia —alta de 10% em 2017, com 943 casos, recorde desde 2001. O coronel Marcelo Vieira Salles, novo comandante-geral da PM, havia manifestado preocupação nos últimos dias com a letalidade policial —apesar da queda no primeiro trimestre — e dado orientação a subcomandantes de que reduzi-la era prioridade. Salles disse aos subordinados que a estratégia era a de evitar qualquer exaltação de mortes cometidas por PMs. A Folha apurou que ele fez críticas duras na última semana à política de premiação a policiais que matam criminosos e afirmou que a sua filosofia era totalmente oposta a isso. Neste domingo, convocado para acompanhar a cerimônia, defendeu a reação da cabo ao assalto e disse não entender a homenagem como um endosso à morte de ladrões. 897 Questionado pela Folha se a exaltação à cabo não iria contra a política de desincentivo à letalidade policial, França disse que “a homenagem é feita porque é Dia das Mães”. “Ela foi a uma festa para comemorar a data e aconteceu uma situação dessas. Ela agiu tão precisamente, tão perfeitamente, que a gente resolveu homenageá-la. Claro, o rapaz morreu, não é o ideal. A gente gostaria que as pessoas não morressem”, afirmou França. Ele ressaltou em seguida que incentiva “as pessoas mais jovens que elas não se aventurem com arma na mão, porque estão sujeitas a morrer”. Minutos após a cabo ser homenageada, um episódio semelhante de reação a assalto envolvendo policial de folga ocorria em uma drogaria em Guarujá, no litoral paulista. O PM a paisana foi perseguido pelo ladrão até surpreendê-lo e atingi-lo com tiros. O assaltante morreu horas depois no hospital. Na disputa eleitoral deste ano, França tem buscado se afastar do rótulo de candidato próximo da esquerda —conforme ele tem sido tachado por Doria, seu adversário. Pesquisa Datafolha em abril mostrou que 13% dos brasileiros consideram a violência o principal problema do país, na terceira posição, empatada com desemprego. “Existe uma tendência, até pelo quadro de competição eleitoral, à disputa pela retórica da política de segurança. É o que se vê, por exemplo, também no caso do [Jair] Bolsonaro *candidato à Presidência+”, afirma André Zanetic, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. “Ele *França+ incentiva a ação policial como algo válido ou legítimo e tem como razão a disputa eleitoral, não a segurança pública”, afirma. Rafael Alcadipani, professor da FGV, considerou a homenagem feita pelo governador como “populista e irresponsável”. “Sabemos que a liderança afeta a tropa. Ao incentivar a ação, ele coloca os policiais em risco”, diz. “Com a homenagem, incentiva que policiais reajam mais. Não se deve dar flores e medalhas em ação com mortes. A PM salva vidas todos os dias e não ganha medalha por isso. É um incentivo completamente errado.” Alcadipani e outros especialistas ressalvam que a crítica não é para a reação da cabo. Apesar da presença de crianças e outras mães, ele avalia que a policial “não tinha 898 muita opção, porque podia ter sido executada caso o rapaz descobrisse que ela é policial”. A cabo explicou sua atitude após ser homenageada. “A minha preocupação, no momento, foi que a minha intervenção fosse de maneira mais próxima a ele [ladrão] para que não houvesse risco de machucar outras pessoas, porque havia crianças correndo.” Em março, um casal da PM de Santa Catarina foi baleado em uma pizzaria de Natal, durante tentativa de assalto. Houve luta corporal com o bandido, e a policial morreu. “Você não parabeniza alguém pela morte de outra pessoa, ainda mais no caso de uma tropa com muitos problemas de letalidade policial e que vem afirmando que tentará reduzi-la. Há um confronto de mensagens entre o governador e a PM”, afirma Samira Bueno, que é diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “A recomendação da polícia é sempre para não reagir. Cerca de 70% dos policiais morrem fora de serviço em situações exatamente como essa. A policial deu sorte, já que em geral o que acontece é que o policial saia ferido ou morra.” Para Zanetic, a homenagem feita pelo governador “remete à premiação por bravura que existiu no Rio, a chamada gratificação faroeste, criada no governo Marcello Alencar (PSDB) em 1995, dada ao policial que tivesse ações letais em maior volume”. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/governador-contraria-policia-aoexaltar-mae-pm-que-matou-criminoso.shtml TRE SUSPENDE PROPAGANDA QUE MOSTRAVA PM CANDIDATA MATANDO LADRÃO EM ESCOLA Leonardo Martins, Uol, 05 de setembro de 2018 899 Ex-PM reagiu a assalto na porta da escola da filha e matou homem em Suzano (SP) O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) determinou, nesta quarta-feira (5), a suspensão de uma propaganda eleitoral da candidata a deputada federal Kátia da Silva Sastre ( https://noticias.uol.com.br/politica/politicosbrasil/2018/deputadofederal/sp/04041976-policial-katia-sastre.htm?dados-cargodisputado-id=06&anoeleicao=2018&dados-uf-eleicao=SP&dados-numeropartido=22&p=katia ) (PR-SP), policial militar que ficou conhecida após matar um criminoso na frente da porta da escola de sua filha, em Suzano (SP), em maio deste ano. O pedido foi elaborado pelo PSOL e PCB e acatado pela corte. Em propaganda exibida na televisão na terça-feira (4), a campanha da candidata decidiu utilizar o vídeo em que a PM mata o assaltante. Além das imagens, houve uma dublagem do que Kátia teria dito ao ladrão no dia da morte e o barulho dos disparos do revólver. Os partidos pediram a remoção da campanha do horário eleitoral gratuito alegando que a peça contraria os artigo 6, 68 e 17 da lei eleitoral, já que, entre outros fatores, incita a violência e é transmitida em horário em que crianças e jovens assistem à televisão. Em seu despacho, o juiz Paulo Sergio Brant de Carvalho concordou e acatou a liminar dos partidos, afirmando que "a propaganda impugnada veicula cena de violência contra pessoas" e que, além da impertinência em relação à idade dos telespectadores que poderiam estar assistindo a peça, a publicidade ainda "promove o comportamento de reação individual em situações de conflito agudo", o que é vetado pela lei eleitoral. 900 O magistrado determinou multa de R$ 5 mil em caso de descumprimento da ordem. O Partido da República, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que "não comenta decisões do poder judiciário". A legenda também disse não ter nenhum contato da campanha ou da assessoria da candidata, que não foi localizada pela reportagem. Especialistas apontam "trucagem" na propaganda Especialistas em direito eleitoral consultados pelo UOL antes mesmo de a decisão ser divulgada já apontavam que havia "trucagem", isto é, algum tipo de edição, na peça publicitária da candidata, configurando uma irregularidade eleitoral. O artigo 54 do código eleitoral diz que, na propaganda, "só poderão aparecer, em gravações internas e externas, candidatos, caracteres com propostas, fotos, jingles, clipes com música ou vinhetas, inclusive de passagem, com indicação do número do candidato ou do partido, bem como seus apoiadores, (...) sendo vedadas montagens, trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais". Segundo Daniel Falcão, professor de Direito Eleitoral do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), a "trucagem", que no caso da candidata foi colocar os sons do disparo e a dublagem, contraria a legislação. "Pelo que foi exibido na televisão na época, o vídeo foi registrado por uma câmera de segurança, sem captação de áudio. Você colocar um áudio é 'maquiar' o vídeo". Fillipe Lambalot, membro da Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), afirma que o vídeo, por mostrar um ato de assassinato que pode despertar diversas emoções na opinião pública, também fere o artigo 242 do código eleitoral. Esse regimento diz que a propaganda não deve "empregar meios destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais". João Paulo Martinelli, que também é professor de Direito do IDP, endossa o apelo moral e a autopromoção que a candidata buscou com a peça. "Vejo como induzir o eleitor a acreditar em uma 'salvação' para violência. Também é uma forma de autopromoção, o fato de ela ser policial, ter treinamento policial, tem uma arma fornecida pelo Estado que foi comprada com dinheiro público, mesmo ela tendo agido dentro da lei [no ato do vídeo], ela não pode usar esse fato para se auto promover." Os três advogados afirmaram que a candidata não corre o risco de perder sua candidatura pelo ato, apenas ser obrigada a remover a propaganda e, em caso de insistência, ser multada e perder seu espaço no horário eleitoral gratuito. 901 https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/05/tre-suspendepropaganda-que-mostrava-pm-candidata-matando-ladrao-em-escola.htm CANDIDATA À CÂMARA, PM QUE MATOU LADRÃO DIZ: QUEM É DE BEM NÃO MATA A RODO Talyta Vespa, Uol Universa, 21 de setembro de 2018 A candidata à deputada federal Kátia Sastre (PR), que ficou conhecida como "Mãe PM" depois de matar um assaltante em frente à escola da filha, em maio, ganhou na Justiça o direito de exibir o vídeo que mostra a troca de tiros entre eles em sua propaganda eleitoral. As imagens haviam saído do ar depois que PSOL e PCB pediram a proibição da exibição da propaganda alegando incitação à violência e a atentados contra a vida. A candidata é a favor do armamento da população e diz que a política não aumentaria a violência. "Quem é de bem não sai matando a rodo”, diz Kátia, cujo partido faz parte da coligação que apoia a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência. A violência não vai aumentar caso o porte de armas seja liberado, como você defede? Não. Os bandidos já estão armados até os dentes, mais ainda que a Polícia Militar. Só vamos dar aos homens de bem o poder de se defenderem. Na nossa proposta, para comprar uma arma, a pessoa não poderá ter antecedentes criminais. Além disso, vai ter que passar por exames psicológicos. Muitos casos de violência doméstica são perpetrados por homens que não têm antecedentes criminais. Em tese, pela sua proposta, esses homens poderiam comprar armas. Não prevê, portanto, aumento de morte das mulheres? Não, porque quem quer matar, mata de qualquer jeito. Em toda casa tem uma faca. É só ver o exemplo do homem que jogou a mulher da varanda no Paraná. Tem também o caso do próprio Bolsonaro, que é a favor do armamento e foi atacado por uma arma branca. Se o homem que atentou contra a vida de Bolsonaro estivesse armado, ele teria morrido. Não? 902 Não. O bandido não atira, na real, nem aborda, quando acha que há outras pessoas armadas em volta. Como foi a batalha jurídica contra o PSOL e PCB que lutaram para tirar a cena de morte do seu programa eleitoral na TV? Eles alegaram que o programa faz apologia à violência e incita atentados contra a vida. Entraram com uma ação e o vídeo foi retirado do ar. O processo durou uns 15 dias, mas o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) concluiu que as acusações não procediam. Eu sabia que ganharíamos. O vídeo mostra uma ação de legítima defesa. Além disso, são imagens que viralizaram. Todo mundo já tinha visto. Expor esse vídeo, inclusive a crianças, não estimula ainda mais a onda de violência? Não. Mostro que estou me candidatando em defesa do cidadão de bem. Naquele episódio, agi de acordo com o Método Giraldi da PM. O procedimento diz que, se o bandido ameaça atirar, devemos dar dois tiros em áreas visíveis do corpo dele. Se reagir, atiramos mais uma vez, e por aí vai, até que se renda. Respondi a um processo na polícia, mas isso é padrão sempre que alguma ação culmina na morte do bandido. O vídeo não mostra apenas um ato heroico, mas a vida real de um policial. Isso acontece todos os dias. É a primeira vez que você mata uma pessoa? Eu não o matei. Atirei contra ele e eu mesma chamei o resgate para ajudá-lo. Ele chegou com vida ao hospital. Mas ele morreu. Sim, mas tentei ajudar. Já passei por várias ocorrências desse tipo porque tenho 21 anos de polícia. E nessas ocorrências, os bandidos morreram? Prefiro não responder a essa pergunta. Mostrar esse vídeo pode gerar um efeito rebote, o de aumentar a raiva dos criminosos? Não. A Polícia Militar toma todas as providências para a nossa segurança. Os bandidos já matam sem motivo; colocar ou não o vídeo não vai fazê-los repensar nem para o 903 bem nem para o mal. Ninguém fez nada para ele naquele momento, estávamos em frente à escola esperando a festa de Dia das Mães. A ficha criminal dele era gigante: respondia a processos por ocultação de cadáver, formação de quadrilha e homicídio. Se não tem efeito, para que serve o vídeo? O vídeo mostra o que a população quer ver. Concorda com a expressão "bandido bom é bandido morto"? Não. Eu não espero nem quero que o bandido morra. Bom é não ter bandido. Como se sentiu depois da morte do homem? Foi uma véspera de Dia das Mães bem triste. Passei o dia na delegacia e, quando cheguei em casa, tentei curtir minhas filhas e minha mãe. Elas me acalentaram. Converso muito com as meninas sobre a minha profissão e não foi a primeira vez que uma delas me viu atuando. Ela passou por uma avaliação psicológica e os resultados foram positivos. São crianças, claro que se assustam, mas eu explico que o papel da mamãe é proteger a população. Quais medidas de proteção tomou após o vídeo ter sido divulgado? Tive todo o apoio da Polícia Militar. Como foi esse apoio? Prefiro não falar. Por que se sente preparada para o cargo de deputada? Além de policial, sou arquiteta, urbanista e engenheira de segurança. Sei que posso fazer diferença para o Brasil porque entendo de segurança. Meu objetivo sempre foi cuidar do ir e vir das pessoas, e, se eleita, vou fazer isso de cima. Pretendo implantar o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, do Governo Federal, implantado pelas polícias militares) em todas as escolas. O salário inicial de um PM em São Paulo é R$ 3.312. Por que escolheu a polícia e não investiu na carreira de arquiteta ou engenheira? 904 Venho de família de militares. Meu bisavô, meu avô e meu pai foram policiais; nunca me vi fazendo outra coisa. Sempre quis honrar a farda que herdei de meu pai. Ele era um ótimo policial e eu também sou. https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/21/candidata-a-deputada-maepm-que-matou-assaltante-quer-dar-armas-a-civis.htm APÓS SER CONDENADO A 623 ANOS POR MASSACRE, CORONEL UBIRATAN FOI ABSOLVIDO E ASSASSINADO EM 2006 Janaina Garcia, Uol, 06 de abril de 2013 Comandante da ação que resultou na invasão de 330 policiais no pavilhão 9 do Carandiru, em outubro de 1992, o coronel da reserva Ubiratan Guimarães foi o único julgado e condenado criminalmente pelo massacre de presos ( http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/10/01/passados-20anosnao-ha-condenados-pelo-massacre-de-carandiru.htm ) ocorrido na zona norte de São Paulo em outubro de 1992. Alçado à fama gerada pelo episódio na Casa de Detenção, o coronel Ubiratan se lançou a uma vaga de deputado estadual e alcançou a suplência em 1997 – com o controverso "111" entre o número de urna, o qual negou que tivesse relação com o massacre. Em 2001, o policial foi condenado em júri popular pela morte de 102 dos 111 presos assassinados na invasão que conteria uma rebelião entre dois grupos rivais da casa de detenção. Foi condenado a 632 anos de prisão, mas com direito a recorrer da pena em liberdade. No ano seguinte, 2002, se elegeu deputado estadual com pouco mais de 50 mil votos novamente com o "111" na cédula. Beneficiado pelo foro privilegiado da condição de parlamentar, em 2006 --ano em que preparava a reeleição --acabou sendo absolvido pelo órgão especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que entendeu que o policial agiu, durante a rebelião, no "estrito cumprimento do dever legal". Meses depois, em 9 setembro de 2006, o PM foi assassinado a tiros em seu apartamento nos Jardins, área nobre de São Paulo. Acusada pelo assassinato, a namorada do coronel, a advogada Carla Cepollina, foi absolvida pelo crime em júri popular por falta de provas ( 905 http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimasnoticias/2012/11/07/cepollina-eabsolvida-de-acusacao-de-matar-o-coronelubiratan.htm ). No dia do julgamento, após a divulgação da sentença, o promotor do caso, João Carlos Calsavara, chegou a afirmar que a ré foi absolvida porque "quem foi julgado foi o coronel Ubiratan". "Quem foi julgado aqui hoje foi o coronel Ubiratan. O coronel é um homem estigmatizado, é um ícone de uma de uma década que foi julgado aqui", disse. Coronel era "muito equilibrado e não era vingativo", diz advogado Para o advogado que defendeu o coronel e conseguiu a absolvição dele no TJ, Vicente Cascione, apenas "quem opinou por razões meramente políticas" é que atribuiu ao policial a autoria de se comandar um massacre. "Todo mundo falou que foi um massacre; hoje, caberia até um processo criminal e de indenização por danos morais à família se dissessem isso, pois ele foi absolvido por um órgão especial do TJ, não por duas ou três pessoas. Mas muitos que disseram que o coronel comandou um massacre nunca leram uma página sequer do processo [sobre a morte dos 111 detentos] --havia uma tocaia dos presos para massacrar a polícia lá dentro e um cenário de rebelião", disse. Segundo Cascione, o PM "era muito equilibrado, não era vingativo, não tomou uma atitude contra ninguém que o acusou de ser autor de massacre, nem contra órgão de imprensa, jornalista, político: só queria que ficasse provada a inocência dele, e ficou", concluiu. "Quem age no estrito cumprimento do dever legal não pratica crime. Para os jurados, o coronel não agiu com dolo (ou seja, intenção) e não se podia exigir dele outra conduta que não a adotada". https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/04/06/condenado-a-623anos-por-massacre-coronel-ubiratan-foi-absolvido-e-assassinado-em-2006.htm O LIMITE DO INTOLERÁVEL: TRANSFORMAR UMA CHACINA EM UMA COMPETIÇÃO MACABRA Roberto Tardelli, Justificando/Carta Capital, 09 de janeiro de 2017 906 Qual é o limite do inaceitável? Existe um denominador comum, que uniria o mais facinoroso defensor da pena de morte e o mais radical dos abolicionistas penais? A resposta sempre foi óbvia para mim, não, claro que não. Nada há que os uma, nenhuma ponte poderia fazer isso. Ninguém. Pensava isso até ontem, quando me deparei com a mais estúpida, horrorosa, canalha, opinião sobre os massacres nos presídios do norte do país, que alimentaram as velas do ódio, que fizeram com que pessoas novamente se revelassem e exteriorizassem os mais sombrios pensamentos. Bloqueei gente de baciada e ainda estou bloqueando, quando tive minha atenção para publicação, postada na página de Major Olímpio: PLACAR DOS PRESÍDIOS MANAUS 66x 30 RORAIMA Vocês podem Fazer Melhor #euAcredito… Esse, talvez, seja o limite do intolerável. Alguma coisa que causaria náusea a qualquer pessoa, minimamente humanizada, transformar uma chacina em uma competição macabra. É alguém que se divertiu com as mortes horrendas, é alguém revelar que é uma pessoa oca de alma, de espírito, de um mínimo de sentimento de compaixão. Um condenado à pena de morte tem direito – nos países em que há esse flagelo jurídico – possui alguns direitos, no mínimo, de alguém orar por ele, de alguém, antes da hora fatal, revelar-lhe algum compadecimento. Mesmo os mais desabridos defensores da pena de morte a submetem, antes, a um processo legal, a eles, imaginase, deve horrorizar as mortes causadas nesses momentos de insanidade coletiva. Deve ser a eles, esses uns que defendem a pena de morte, obrigatório que seres humanos sejam tratados como seres humanos, ainda que privados de liberdade. Os Adoradores de Tio Sam hão de admitir que no altar das execuções, alguém tenha lido ao preso seus direitos, no momento em que foi capturado. Defender a pena de morte é ainda diferente de saciar-se com o sangue arrancado nos corredores de uma cadeia imunda e superlotada. Mesmo os defensores da pena de morte não podem acolher a manifestação do ilustre deputado, que vulgarizou as mortes, ao leva-las a um nível ético-moral rastejante e infame. 907 Major Olímpio revelou, na postagem, que não há limites para decadência dos valores morais que compõem uma sociedade, qualquer sociedade, com um mínimo ético civilizatório. Não basta termos o idioma comum, território comum, bandeira, moeda, seleção e hino, sem que tenhamos um mínimo de identidade e de solidariedade, se não aos que morreram trucidados, ao menos, em relação a seus parentes, posto que os tem, tanto quanto os tem Major Olímpio. As ovelhas cristãs, católicas, ouviram do Papa Francisco um pedido de compaixão. Custa crer que as mais de 22.000 pessoas que curtiram essa opinião não se enojassem com ela, caso os mortos fossem cães abandonados nos canos públicos. Esse homem é titular de mandato que lhe foi outorgado pelo voto popular, livre e secreto, foi candidato a prefeito de São Paulo. Tem, portanto, força no partido a que pertence, ironicamente, Solidariedade, que o aceita e o fortalece, na medida em que o apresenta como aquele que, dentro de suas hostes, melhor faria pela cidade-estado, onde perambulam milhares de miseráveis, capazes de farem despertar-lhe uma outra macabra competição, de morte aos sem-teto, aos viciados, aos sem-nada. Esse homem tem milhares de eleitores, que nele vêem alguma réstia de esperança. Não é a esperança de melhoria, mas a esperança do ressentimento e da destruição que pode provocar e está provocando, do ódio que mantém acesa a pira ensandecida do racismo, da discriminação de gênero, do atraso cultural. Talvez represente Major Olímpio o nível máximo da degradação moral que a Guerra do Ódio pode produzir e deve ser ele o alerta de que, caso nos descuidemos, passemos a nos identificar com ele, antes mesmo de abominar seu pensamento. Corremos o risco de aplaudi-lo quando deveríamos expulsá-lo de qualquer ambiente de civilidade. Major Olímpio deve ser o Gabinete da comunidade de segurança e de boa parcela das carreiras jurídicas, que no afã de defender interesses corporativistas, podem estar a se aliar com aquele que deveriam levar às barras do tribunais. Quem se compraz da forma que o fez com uma tragédia de ciclópicas dimensões não poderia ter lugar garantido no pior dos parlamentos, por ausência mínima de decoro. Minha tristeza aumenta quando me dou conta que ele, Major Olímpio, nos representa, ainda que seja no que temos de mais odioso, no que temos de mais repugnante. Talvez seja esse senhor nosso marco-zero da estupidez, de nossa capacidade pelo culto à barbárie, de nosso cinismo vil. Ele é o limite do inaceitável. Aos que o seguiram, meus pêsames pela morte espiritual de que padeceram. 908 Roberto Tardelli é Advogado Sócio da Banca Tardelli, Giacon e Conway. Procurador de Justiça do MPSP Aposentado. http://justificando.cartacapital.com.br/2017/01/09/o-limite-do-intoleraveltransformar-uma-chacina-em-uma-competicao-macabra-2/ FACEBOOK MAJOR OLÍMPIO, 07 DE JANEIRO DE 2017 SENADOR, MAJOR OLÍMPIO APOIARÁ VENDA DE RESERVAS INDÍGENAS E FIM DE TORCIDAS ORGANIZADAS. APOIADOR DE BOLSONARO EM SP, DEPUTADO TAMBÉM QUER REVOGAÇÃO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO Folha/Uol, 09 de outubro de 2018 O deputado federal Major Olímpio ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/major-olimpio-emara-gabrilli-saoeleitos-para-o-senado-por-sao-paulo.shtml ) (PSL) é um dos soldados mais antigos e fiéis do bolsonarismo. Coordenador de campanha de Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo, ele foi beneficiado pela onda de popularidade do presidenciável, ultrapassou nomes fortes (como a tucana Mara Gabrilli, eleita, e o petista Eduardo Suplicy), e foi o candidato ao Senado mais votado em São Paulo ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/majorolimpio-e-mara-gabrilli-sao-eleitos-para-o-senado-por-saopaulo.shtml ), com 28,81% dos votos válidos. 909 Ele, que diz que “a ficha ainda está caindo”, afirma que o capitão reformado do Exército não interferirá nas eleições paulistas, a despeito do flerte de João Doria (PSDB), que tem tentado fazer pegar a moda Bolsodoria. Sobre o Senado, ele define como prioridades de seu mandato a redução da maioridade penal, a revogação do estatuto do desarmamento e a retomada de projeto seu para extinguir torcidas organizadas. Ele também diz que apoiará projeto de Bolsonaro de venda de reservas indígenas ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/presidenciaveis-vao-da-omissao-apropostas-genericas-sobreindigenas.shtml ). Como o senhor entende essa onda bolsonarista que engordou as votações ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/candidatos-ligados-a-bolsonarodisparam-na-reta-final-diz-boca-deurna-do-ibope.shtml ) de diversos candidatos na reta final? Foi um recado dado pela população de que estão esgotados com a velha política. Surgiu, então, essa onda bolsonarista como resposta. É uma esperança que surgiu dessa expectativa dos eleitores. Quais são as principais metas do seu mandato? A redução da maioridade penal é questão de honra. Também vou priorizar a luta pela revogação do estatuto do desarmamento para possibilitar que o cidadão de bem se defenda. E vamos lutar pela sedimentação do Sistema Único de Segurança Pública ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/criacao-de-sistema-unico-daseguranca-publica-deixaduvidas-sobre-execucao.shtml ), que já foi aprovado mas ainda não foi implementado. O senhor já apresentou na Câmara um projeto de extinção das torcidas organizadas. Vai retomá-lo no Senado? Vou prosseguir com ele. As torcidas organizadas surgiram como grupos para apoiar os times, mas se tornaram organizações criminosas que colocaram os clubes e os torcedores como reféns. Organizadas de São Paulo fizeram até campanha para não votar em mim, porque se tornaram esses antros que geram violência. São fachadas para o crime. Como o senhor vê o segundo turno das eleições presidenciais? Faltou um “Alckminzinho” para ganharmos no primeiro turno. Vamos ter uma vitória avassaladora, com mais de 70% dos votos no segundo turno, com toda a certeza. Bolsonaro já propôs colocar as reservas indígenas nas mãos dos índios para que eles possam vender os terrenos. Como senador, o senhor será favorável a isso caso um dia o projeto chegue? Concordo. As reservas indígenas hoje se prestam a sofrer com o 910 extrativismo de minerais. Temos tantas organizações picaretas que estão defendendo o meio ambiente. Com absoluta certeza eu defenderei e vamos tentar implementar. A Janaina Paschoal (PSL), deputada estadual por São Paulo, disse que abandonará o Bolsonaro caso ele se mostre autoritário. O senhor faria o mesmo? Não existe o menor risco de acontecer. O Bolsonaro não tem o menor viés autoritário. Querem colocar esse estigma devido ao fato de ele ser militar. Janaína jamais precisará deixar o Bolsonaro. É a pessoa que conheço que mais defende a liberdade de expressão e das pessoas. A ideia de uma Constituinte já foi defendida por ambas as candidaturas, a de Fernando Haddad (PT) e a de Bolsonaro. O senhor concorda? Discordando do general Hamilton Mourão (PRTB), acredito que uma Constituinte tem que contar com os representantes do povo. Mas a ideia dele não é a do programa de governo nem a do Bolsonaro. Sou um pouco reticente com a ideia de se chamar uma Assembleia Constituinte Nacional. Acho que se faria um esforço muito grande em um primeiro momento e produziríamos muito pouco. Como o senhor vê o apoio de João Doria a Bolsonaro em São Paulo? Achei extremamente antiético da parte do pessoal de campanha dele plantar o voto Bolsodoria quando nós tínhamos um candidato, o Rodrigo Tavares (PRTB). Meu vídeo [Olímpio gravou vídeo em que acusa Doria de oportunismo] foi em relação a isso. Independente se o Doria está falando em Bolsonaro por oportunidade eleitoral ou não, conversei com Bolsonaro e [Gustavo] Bebianno [presidente do PSL] e o partido terá posição de neutralidade. O Bolsonaro vai manifestar apoio a ele ou gravar algum vídeo de agradecimento? Neutralidade. Temos um objetivo maior que é a eleição de Bolsonaro. Não vamos entrar nessa briga doméstica aqui em São Paulo. Jamais [terá vídeo de Bolsonaro para Doria]. Bolsonaro não vai tomar posição na eleição em São Paulo. E ninguém vai me ver em palanque do PSDB em São Paulo. Em seu vídeo, o senhor acusa Doria de oportunismo por apoiar o voto BolsoDoria enquanto Geraldo Alckmin ainda estava na disputa. É lógico que agora ele quer pegar uma carona na popularidade do Bolsonaro. Entendo que agora é legítimo. Lá atrás, quando tínhamos candidato a governador, foi antiético, no mínimo. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/senador-major-olimpio-apoiaravenda-de-reservas-indigenas-e-fim-de-torcidas-organizadas.shtml 911 ELEITA DEPUTADA, "MÃE PM" DEFENDE LIBERAÇÃO DAS ARMAS E APOIA BOLSONARO Bibiana Bolson, Uol, 08 de outubro de 2018 Katia Sastre foi eleita deputada federal em SP com 264.013 votos, a 7ª mais votada Conhecida nacional e internacionalmente após reagir a um assalto em frente à escola onde a filha de sete anos estuda ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/aolado-de-criancas-mae-pmreage-a-assalto-e-mata-ladrao-emsp-veja-video.shtml ) e matar o assaltante em Suzano (Grande SP, a policial militar Katia Sastre foi eleita deputada federal em São Paulo pelo Partido da República. Ela recebeu 264.013 votos (1,25% do total de votos válidos) – a sétima mais votada – e promete apoiar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da disputa à Presidência, apesar de apoiado Geraldo Alckmin no primeiro turno. Favorável à liberação das armas no Brasil e com planos direcionados principalmente para a segurança pública, ela acredita que armar o povo não aumentará a violência. "Os bandidos estão armados, só o cidadão de bem que está desarmado", diz Katia, de 42 anos, em entrevista ao UOL. "As pessoas de bem não aguentam mais essa situação de violência, então elas depositaram a confiança em mim." No entanto, apesar de ter ganhado popularidade nas redes sociais em maio deste ano, no Dia das Mães, e até ter recebido uma homenagem do governador Márcio França (PSB), ela não se considera uma heroína. À época, a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo avaliou como correta a ação e pediu o arquivamento de qualquer eventual investigação contra a policial. "Não me sinto uma heroína, me sinto reconhecida. A 912 polícia inteira e os profissionais da segurança vivem isso diariamente. É um reconhecimento", diz. Esta foi a primeira disputa eleitoral de Katia e veio justamente depois do episódio que lhe rendeu popularidade e, consequente, o interesse de mais de uma legenda. A escolha foi pelo PR, partido de onde que vêm as maiores inspirações na vida pública e política, segundo a "mãe PM". Publicamente, ela já elogiou a honestidade dos também eleitos deputados Tiririca e Capitão Augusto, também policial militar. Entretanto, apesar do resultado positivo nas urnas, a campanha foi polêmica. Katia usou os minutos que tinha na televisão para exibir o mesmo vídeo que lhe rendeu fama e recebeu críticas de especialistas por, segundo eles, violar as normas fixadas para o horário eleitoral. Para os críticos, a estratégia consistiu em manipulação e "criação artificial" de sons que confundem emocionalmente os eleitores, o que violaria o artigo 242 do Código Eleitoral. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/08/eleitadeputada-mae-pm-defende-liberacao-das-armas-e-a-apoia-bolsonaro.htm APÓS ANUNCIAR NEUTRALIDADE, FRANÇA USARÁ VICE PM PARA ATRAIR BOLSONARISTAS Guilherme Mazieiro, Uol, 10 de outubro de 2018 Com a decisão da Executiva Nacional do PSB de permitir que o diretório de São Paulo se mantenha neutro na eleição presidencial, Márcio França (PSB) ( https://noticias.uol.com.br/politica/politicosbrasil/2018/governador/sp/23061963marcio-franca.htm ) projeta uma campanha de segundo turno sem se vincular ao PT e com uso da imagem da vice Eliane Nikoluk (PR). O objetivo é atrair votos de eleitores que apoiam Jair Bolsonaro (PSL) ( http://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/candidatos/jair-bolsonaropsl/ ). O movimento de colar na ala pró-Bolsonaro em São Paulo já foi feito abertamente por João Doria (PSDB) ( https://noticias.uol.com.br/politica/politicosbrasil/2018/governador/sp/16121957joao-doria.htm?anoeleicao=2018&p=doria ), que reforça em suas postagens a hashtag #BolsoDoria. "Eu acho que a vice, que é militar da reserva, tem tudo a ver com o [perfil do eleitor do] Bolsonaro e, desde o começo, a única coisa que ela era queria era que não apoiássemos o PT em São Paulo. Estamos neutros", disse o coordenador da campanha 913 de França, Jonas Donizette (PSB). A direção do partido anunciou na terça-feira o apoio ao candidato petista Fernando Haddad ( http://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/candidatos/fernando-haddad-pt/ ). Márcio França teve 21,53% dos votos válidos e foi para disputa em segundo turno com João Doria (PSDB) ( https://noticias.uol.com.br/politica/politicosbrasil/2018/governador/sp/16121957joao-doria.htm?ano-eleicao=2018&p=doria ), que teve 31,77 %. Em São Paulo, o capitão da reserva teve 53% dos votos, enquanto Haddad teve 16,42%. Nas redes sociais, França postou sua posição contra o PT, mas destacou que cumpriu o acordo com o partido e ficará neutro na disputa nacional. Prefeito de Campinas, Donizette acredita que não é um problema para o eleitor de França o perfil militar de Eliane, que já declarou apoio pessoal a Bolsonaro. Ele entende que é uma opinião pessoal dela e que é possível atrair eleitores que optam pelo capitão da reserva apenas pelo antipetismo. 914 "Vamos mostrar muito a figura da nossa vice, até porque o eleitor tem de comparar o candidato e o vice das duas chapas. Ela é uma pessoa com identidade com essa ala que apoia o Bolsonaro. É bem aceita no meio militar", disse. O socialista representou França na reunião da Executiva, nesta terça-feira (9), em Brasília que definiu apoio político a Fernando Haddad. Ficou definido que as lideranças de São Paulo e do Distrito Federal se manterão neutras sobre a decisão. Donizette ainda destacou que o PSB não buscará apoio formal do PT, em São Paulo. "Vamos nos manter neutros. Acredito que o eleitor do PT pode ter mais simpatia com a campanha do França. Todo voto é bem-vindo. Voto, a gente não despreza", disse. Doria reforça o antipetismo que marcou sua campanha toda e tenta atrair votos dos simpatizantes de Bolsonaro. No seu dicurso após o resultado no 1º turno disse que vai derrotar "Márcio Cuba", nas eleições. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/10/neutralidadepsb-sao-paulo-franca-usa-vice-bolsonaro.htm OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE Rafael Alcadipani, Uol, 10 de outubro de 2018 915 É a primeira vez desde a redemocratização do país que os militares brasileiros, tanto das Forças Armadas quanto das PMs, estão ocupando posição de destaque na política. Além da chapa vencedora do primeiro turno das eleições ser composta por ex-oficiais das Forças Armadas, em estados como São Paulo, por exemplo, candidatos a vicegovernadores vieram das fileiras da PM (Polícia Militar) e um dos senadores eleitos é ex-oficial da instituição. No total, 72 militares foram eleitos para cargos legislativos nesta eleição ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/08/militareseleito s-2018-camara-senado-assembleia-legislativa.htm ), conforme noticiou o UOL. Além disso, durante as eleições, inúmeras imagens das PMs foram utilizadas na propaganda política dos candidatos ligados ao militarismo país a fora. Em São Paulo, inclusive, uma das representantes da PM eleita usou para sua campanha política as cenas do momento em que ela neutraliza um criminoso que veio posteriormente a entrar em óbito. Boa parte dos ex-militares e ex-policiais eleitos adotam uma visão próxima do desejo de parte da população de que "bandido bom é bandido morto". Jair Bolsonaro (PSL) ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/candidatos/jairbolsonaro-psl/ ) tem em sua equipe de campanha ex-membros das Forças Armadas e promete trazer para seu eventual governo inúmeros militares, além de defende as escolas militares como uma das soluções para os problemas educacionais do Brasil. Há inúmeras imagens de Bolsonaro junto a PMs e membros das Forças Armadas durante sua campanha eleitoral. Vale frisar que a grande maioria dos eleitos são representantes do oficialato, não das praças. "Embora as instituições de estado militares sejam neutras politicamente, a larga presença de militares dentre os políticos no atual momento faz com que um eventual novo governo de Bolsonaro seja percebido pelo cidadão comum como um governo que representa as instituições militares brasileiras. " As linhas de fronteira entre instituições militares e a política partidária nunca estiveram tão tênues na história recente do Brasil. As pessoas têm dificuldade de notar que um governo Jair Bolsonaro não é um governo das instituições militares, mas sim um governo composto por militares. Separar o militar da instituição é muito difícil para o senso comum, ainda mais quando militares da ativa, especialmente no caso de policiais, utilizam o seus perfis nas redes sociais para declarar apoio a políticos oriundos de sua instituição. 916 As Forças Armadas são, hoje, a instituição mais respeitada do Brasil, segundo o Índice de Confiança na Justiça, publicado pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. Trata-se de uma conquista que durou décadas após o término do Regime Militar e a proximidade entre militares e ex-militares e política pode trazer mais dados do que benefícios à reputação do militarismo e das instituições militares no Brasil. O país possui problemas estruturais e de grande complexidade que não serão resolvidos em um curto espaço de tempo. Com isso, caso após algum tempo da presença de militares na política não haja melhorias efetivas para a população, os militares serão também responsabilizados pelos problemas brasileiros acarretando um grande risco a sua imagem institucional e a sua reputação no longo prazo. A situação ficará ainda mais séria se militares-políticos aparecerem em escândalos de corrupção ou defendendo arbitrariedades como já aconteceu na campanha política. Há ainda a possibilidade de a população em geral sofrer com a perda de direitos durante a necessária reforma da previdência sem que nenhum direito dos militares seja retirado. Isso pode levar as pessoas a verem políticos militares como preocupados apenas com as suas demandas em detrimento das demandas do povo. Aliás, as falas do general vice de Bolsonaro contra os direitos das pessoas já produziu danos de imagem institucional aos militares brasileiros. Ademais, há muita desconfiança que um governo repleto de militares possa decidir retornar aos períodos do regime ditatorial brasileiro caso as demoradas e necessárias negociações da democracia não aconteçam como deseja o governo. "Se, por um lado, há nas Forças Armadas uma tradição de respeito às instituições, por outro, as feridas do regime militar estão ainda abertas." Além disso, hoje, muitas pessoas não percebem as Forças Armadas e as PMs como instituições ideológica e politicamente neutras, mas sim como instituições que assumiram um lado na polarização política e social brasileira. É muito danoso para o país quando instituições que possuem o monopólio da força do Estado não passam uma imagem de isenção e neutralidade. Tal quadro piora quando o grande líder dos militares na política brasileira e muitos dos políticos militares eleitos possuem inúmeras falas contra homoafetivos, mulheres, negros e demais minorias. 917 Após esta campanha eleitoral, há o potencial de cristalizar em parte da sociedade a imagem de militares como sendo figuras preconceituosas, violentas e que procuram defender a sua ideologia a todo custo. Isso é lamentável, pois trata-se de uma imagem caricata que não faz jus a realidade de boa parte dos atuais membros das Forças Armadas e das PMs brasileiras. Em geral, militares são profissionais extremamente bem treinados, qualificados e que desempenham uma função social importante em qualquer democracia. Desde a redemocratização, nossos militares têm cumprido à risca o seu papel de respeito a ordem democrática vigente. Porém, quando militares se misturam com a política partidária, os danos para as instituições no longo prazo podem ser significativos. Rafael Alcadipani é professor-adjunto da FGV-EAESP (Fundação Getulio Vargas), membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do International Visiting Fellow no Crime and Security Research Institute, na Universidade de Cardiff, no Reino Unido. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/10/artigodanoso-quando-militares-nao-passam-imagem-de-isencao-e-neutralidade.htm JANAÍNA PASCHOAL É A DEPUTADA MAIS VOTADA NA HISTÓRIA DO PAÍS. CANDIDATA DO PSL OBTEVE MAIS DE 2 MILHÕES DE VOTOS NA DISPUTA PARA O LEGISLATIVO ESTADUAL. NÚMERO SUPERA EDUARDO BOLSONARO, ATUAL RECORDISTA PARA A VAGA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS G1 Globo, 07 de outubro de 2018 A advogada e professora Janaína Paschoal (PSL) é a deputada mais votada na história do país. Na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo, a candidata recebeu 2.031.829 votos (98,25% das urnas apuradas) e superou o recorde histórico para o legislativo estadual e federal. Janaína também obteve mais votos que Eduardo Bolsonaro (PSL), deputado federal eleito por São Paulo, que atingiu 1.814.443 votos(com 98,25% das urnas apuradas). O recorde anterior de um deputado estadual era de Fernando Capez (PSDB), reeleito em 2014 com 306.268 votos. Nesta eleição, Janaína teve quase sete vezes mais votos do que o tucano conseguiu na última votação. 918 A candidata do PSL também teve mais votos do que 10 dos 13 governadores eleitos no primeiro turno. Ela conseguiu mais votos, por exemplo, do que Paulo Câmara, reeleito em Pernambuco com 1.918.219 votos. A deputada eleita também teve mais votos que os candidatos à Presidência Daciolo (Patriota), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (PSOL), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL). Por meio de sua conta no Twitter, Janaína comentou o resultado. Ela é uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Amados, são muitos votos, mais de dois milhões. Esta votação expressiva é muito importante, pois me confere mais legitimidade para trabalhar por todos nós. Agradeço a cada cidadão que confiou em mim. Deus há de me ajudar a fazer tudo que tenho em mente e mais um pouco! — October 8, 2018 O segundo candidato mais bem votado para o legislativo paulista é Arthur Mamãe Falei (DEM) que, assim como Janaína, estreia na Casa. O terceiro e quarto lugar ficaram com os veteranos Carlos Giannazi (PSOL) e Coronel Telhada (PP). Veja a lista dos mais votados para deputado estadual de SP: JANAINA PASCHOAL (PSL) - 2.031.829 votos ARTHUR MAMÃE FALEI (DEM) - 470.606 votos CARLOS GIANNAZI (PSOL) - 216.399 votos CORONEL TELHADA (PP) - 211.300 votos GIL DINIZ (PSL) - 210.439 votos DANIEL JOSÉ (NOVO) - 180.861 votos JORGE WILSON XERIFE CONSUMIDOR (PRB) - 173.378 votos DELEGADO OLIM (PP) - 159.411 votos CAIO FRANÇA (PSB) - 149.764 votos MONICA DA BANCADA ATIVISTA (PSOL) - 147.868 votos EDMIR CHEDID (DEM) - 134.116 votos MAJOR MECCA (PSL) - 129.411 votos HENI OZI CUKIER (NOVO) - 128.234 votos 919 ANDRÉ DO PRADO (PR) - 121.445 votos ALEX DE MADUREIRA (PSD) - 116.238 votos CONTE LOPES (PP) - 115.226 votos MARTA COSTA (PSD) - 114.553 votos CAMPOS MACHADO (PTB) - 113.663 votos CAUÊ MACRIS (PSDB) - 113.509 votos CARLOS CEZAR (PSB) - 113.189 votos https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2018/noticia/2018/10/07/janainapaschoal-e-a-deputada-mais-votada-da-historia-de-sp.ghtml GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 Leandro Prazeres, Uol, 28 de setembro de 2018 Os livros de história que não tragam a verdade sobre 64 precisam ser eliminados". A declaração é do general da reserva Aléssio Ribeiro Souto, um dos militares de um grupo técnico ( https://www.uol/noticias/especiais/quem-sao-osgenerais-debolsonaro.htm ) que se reúne regularmente para auxiliar a equipe do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/candidatos/jairbolsonaropsl/index.htm ) na formulação de propostas que podem vir a ser implementadas caso ele vença as eleições. Formado na Aman (Academia das Agulhas Negras) e no IME (Instituto Militar de Engenharia), Ribeiro Souto comandou o CTEX (Centro Tecnológico do Exército) entre 2006 e 2009. Sua afinidade com o tema fez com que ele fosse destacado no grupo de Bolsonaro para contribuir com diretrizes básicas para políticas de educação, ciência e tecnologia. Em aproximadamente duas horas de entrevista ao UOL, o general defendeu a revisão da grade curricular de alunos e professores brasileiros para eliminar o que classifica como "ideologização" na educação brasileira. Ao falar sobre episódios de agressão de alunos contra professores, ele disse que, se necessário, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) deveria ser extinto. "Se chegarmos à conclusão de que, com ele, é impossível (punir alunos que agridem professores), elimine-se o ECA e substitua-se por outra coisa mais viável." 920 O general também disse que os técnicos em torno de Bolsonaro estudam formas de inverter a matriz de investimento para priorizar a educação básica em relação ao ensino superior. Ribeiro Souto também falou sobre a autonomia das universidades federais. Para ele, o modelo de escolha dos reitores, baseado em uma eleição interna, precisa ser revisto. "Da maneira como o processo está, ele acaba impondo que em determinadas universidades, numa parcela expressiva, toda a grande administração seja de uma determinada corrente partidária", disse. Confira abaixo os principais trechos e temas da entrevista: Valorização dos professores e extinção do ECA UOL - A proposta mais conhecida de Jair Bolsonaro na área de educação é a criação de uma escola militar em cada estado do Brasil. O senhor acredita que só isso seja suficiente para solucionar o problema da educação no país ou há outras propostas sendo estudadas hoje? Ribeiro Souto - Começamos com o ser humano: valorização dos professores, motivação dos alunos, avaliação e cuidado com a formação dos professores, especialmente do ensino básico, já que nós temos na ordem de 2,5 milhões professores do ensino básico. É um número gigantesco para 46 milhões de alunos e para 184 mil escolas estaduais e municipais. Vamos cuidar, primeiro, do aperfeiçoamento desses professores de forma continuada e recorrente. Cuidar da formação daqueles que ingressarão no magistério é algo que consideramos fundamental. Mas o que significa valorizar o professor de maneira prática? Passa por aumentar o piso salarial básico da categoria? Nós pensamos que a criança deve ser levada a reverenciar os seus pais, em primeiro lugar. Fora os pais, as pessoas que devem ser reverenciadas são os professores. Há uma série de pontos que tratam da valorização dos professores. O quinto ou o sexto é a questão salarial. A questão salarial tem que ser muito bem equacionada. Há outras questões essenciais que vêm até antes do salário. 921 Como o seu grupo pretende transformar em política pública a reverência ao professor? Como tirar isso do plano do discurso e fazer funcionar dentro da sala de aula? As crianças têm que ter consciência de que o professor tem que ser respeitado. Deve haver providências para que todo ato que consista em desrespeito à figura do professor seja reprimido dentro dos processos democráticos e dentro dos processos legais. É absolutamente inaceitável que um professor seja agredido por palavras ou por atos físicos dentro da sala de aula. A primeira medida de valorização do professor e de se impedir que haja violência contra ele dentro da sala de aula é o exemplo dos governantes. Segunda medida: não-aceitação de qualquer tipo de violência. Não considero a menor hipótese de aceitar agressão. Para isso, é preciso que os sistemas policiais e de Justiça estejam funcionando de maneira adequada. A legislação já reprime esse tipo de ato. O que o senhor pensa em fazer concretamente? Se necessário, é preciso que se chame a polícia para agir. Quem agrediu o professor tem que imediatamente ser retirado de sala de aula e ser submetido às normas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e às normais legais cabíveis. Se for adulto, é preciso ser punido no âmbito de um processo legal. Se for menor, atualmente, tem que se buscar o ECA. Mas aí você vai dizer: "Ah!. Mas o ECA não funciona". Então, você está pedindo medida concreta. Mudar o que tenha que ser mudado no âmbito da legislação para que a repressão seja eficaz. O senhor defende uma mudança no ECA? Defendo a mudança que for necessária. Isso é fora de dúvida. Você admitir que o ECA proteja bandido... quem agride o professor é bandido. Se for para proteger bandido, eu sou contra o ECA. E a equipe é unânime em asseverar que, se você tem uma legislação que proteja bandido, é preciso eliminar essa legislação. 922 A sua equipe é unânime em defender a alteração ou a eliminação do ECA? É preciso estudar as duas coisas. Não sou jurista, não sou especialista na área de Justiça, mas, se não é possível fazer com que o ECA proteja o professor da agressão dos alunos, se chegarmos à conclusão de que, com ele, é impossível, elimine-se o ECA e substitua-se por outra coisa mais viável. Mudar formação de professores para evitar "doutrinação" Uma das principais críticas de apoiadores de Bolsonaro é o que eles chamam de ideologização do ensino. Há uma crítica de que professores estariam doutrinando seus alunos em direção a uma determinada ideologia política. O senhor defende uma mudança na formação dos professores? Com toda certeza. Os currículos têm que ser revistos. A base ideológica que prevalece na formação dos professores precisa ser alterada. O ideário de (Antonio) Gramsci (pensador italiano) tem que ser eliminado na formação dos professores. Minhas filhas estudam num dos melhores colégios de Brasília e um professor disse, em sala de aula, que a Coreia do Norte não é aquilo dito pela imprensa. Que aquilo é algo totalmente diferente. Um professor que fala isso é produto de uma mentalidade, desculpe, distorcida completamente. A escola não é para ensinar ideologia, não é para ensinar religião, não é pra ensinar a forma de se comportar sexualmente. Isso é um papel fundamental da família. Pode ser tratado na escola? Pode. Mas não da forma como nós sabemos que está sendo tratado agora. O senhor acredita que há ideologização na formação dos professores? O senhor defende mudança no currículo dos professores? Toda a base curricular e todo o processo de formação de professores precisam ser revistos para tornar o professor alguém qualificado para formar crianças, jovens nos seus respectivos estágios da vida. Mas o que o senhor pretende fazer para acabar com o que o senhor classifica como ideologização do ensino? 923 Alterar os currículos naquilo que for necessário. Dizer que a Coreia do Norte é um país ótimo e democrático, e que é a imprensa que está fazendo uma imagem ruim do país, é uma informação absurda. Desculpe, o professor que diz isso é um irresponsável, ideologizado, e o professor que disse isso é de uma ideologização doentia. Banir livros de história que não tragam "verdade" sobre 1964 A maior parte dos livros didáticos de história trata o 31 de março como um golpe. Se Bolsonaro vencer, o MEC comandado por ele terá a possibilidade de escolher um conjunto de livros, em detrimento de outros. O senhor defende uma mudança nesse conteúdo em relação a 1964? A base da democracia é a liberdade, a verdade, a coragem e a ética. Qualquer livro de história tem que falar que os militares pegaram o Brasil na 42ª economia do mundo e trouxeram para o patamar de oitava. Que a produção petrolífera saiu de 70 mil barris para 800 mil barris. Tem que falar que essa quantidade de órgãos que até hoje está atuando no Brasil, na grande gestão, foram criados no regime militar. Quando se fala em FGTS, de educação de analfabetos... isso tem que estar no livro de história. E, se o historiador não relata isso, desculpe, ele não está pegando a base fundamental da democracia. Quem declara que 1964 foi um golpe é o mesmo que declara que a Dilma (Rousseff) foi vítima de um golpe. Mas o impeachment da ex-presidente Dilma provavelmente ainda não entrou nos livros de história. Questiono especificamente em relação a 1964, porque 1964 já entrou nos livros de história. Minha dúvida é: o senhor defende uma mudança no conteúdo dos livros de história em relação a 64? Os livros de história que não trazem a verdade têm que ser eliminados das escolas brasileiras. Minha pergunta específica é: os livros de história que tratam 1964 como um golpe precisam ser eliminados? Não disse isso. Os livros de história que não tratam o regime de 64 no contexto da verdade têm que ser eliminados das escolas. 924 O que o senhor defende em relação aos livros de história que tratam 1964 como um golpe? Se não trouxerem a verdade completa... Essa é uma opinião pessoal do historiador. Ele trata como golpe um presidente que foi eleito pelo Congresso Nacional, com os votos daqueles que se colocaram na oposição. Para a enorme maioria da comunidade acadêmica, para a comunidade internacional, o que ocorreu em 1964 foi um golpe. Não se trata da opinião de um historiador em particular. Por isso é tão importante esse questionamento. Na sua avaliação, os livros de história que tratam 64 como um golpe deveriam ser eliminados? Os livros que não trazem a verdade sobre o regime de 1964 têm que ser eliminados. Investimento em Ciência e Tecnologia é meta de longo prazo Com relação a ciência e tecnologia, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) perdeu R$ 1 bilhão em recursos desde 2015. Recentemente, ela ficou quase sem recursos para as bolsas. Qual será a política de um eventual governo Bolsonaro em relação à Capes? Não respondo pelo Bolsonaro, mas pelo nosso trabalho técnico. É preciso que haja gestão adequada. Quanto à queda dos recursos para a Capes, não tenho esses dados. Mas, se você pegar 10% do que foi jogado fora na corrupção da Petrobras, 10% apenas, essa recuperação resolve o problema da cifra que você acabou de falar. O Brasil investe, em média, 1% do PIB em ciência e tecnologia. Vocês estudam ampliar esse valor? O Brasil investe 1% do PIB e há países que investem 0,5% com mais efetividade que o nosso país. Há alguma coisa incorreta nisso aí. Somente com utilização adequada do 1% que investimos em ciência e tecnologia, temos o potencial de dobrar a nossa produtividade científico-tecnológica. Evidentemente que se você pegar os países que determinam o rumo da ciência e tecnologia estão na faixa de 4% do PIB. Você passar de 1% para 4% seria o ideal. É possível? Em quanto tempo? Só no longo prazo. Não é coisa que se consiga fazer no 925 curto prazo. Vocês estudam a fusão do Ministério da Educação com Ciência e Tecnologia e Cultura? Há uma tendência de, no que diz respeito à equipe, propor um Ministério da Educação, Cultura e Esporte e um Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Cultura e esportes virariam secretarias? Seriam um módulo organizacional do Ministério da Educação. Se vai chamar secretaria ou não, não importa. O que importa é o fomento da cultura. É a cultura acessível à massa de brasileiros que normalmente não tem acesso. Escola não pode ser do PT e nem do PSL, diz general Um dos projetos que está tramitando no Congresso é o que ficou conhecido como Escola Sem Partido. Em um eventual governo Jair Bolsonaro, vocês darão novo impulso a esse projeto? Não entro no mérito da questão política de um eventual governo, se vencedor. Mas é inaceitável que a escola seja do PT, quando o PT está no poder, ou que seja do PSL, quando o PSL ganhar a eleição. E como equacionar isso? Não existe partido dentro da escola. Ponto final. Acabou. Esta é a minha visão pessoal. Essa também é a visão esposada pela equipe e isso será levado à equipe de transição. Que medidas práticas vocês estudam para, segundo vocês, despartidarizar as escolas? Professor de matemática tem que dar aula de matemática. Professor de português tem que dar aula de português. Professor de geografia tem que dar aula de geografia. Bolsonaro, como pessoa, não admite corrupção, e será um exemplo para todos os 926 professores. E o professor, pelo seu exemplo, tem que chegar em sala de aula para cumprir o que determina a escola. E não tem que ir lá defender o PT, quando está no poder, e nem o PSL, quando o PSL estiver no poder. Simplinho (sic). No âmbito do Executivo, vocês pretendem implementar algum tipo de avaliação para saber se o professor está dando aula de forma ideologizada ou não? Não respondo pelo governo. Vocês pretendem fazer uma avaliação da grade curricular e aquilo que perceberem como ideologia será eliminado? Com absoluta certeza, é uma proposta nossa [do grupo] e que não representa a campanha. Não posso falar em nome da campanha política, mas essa é a nossa proposta. Foco no ensino básico, fundamental e médio Uma das principais críticas de especialistas em educação é a de que o governo federal priorizou, nos últimos anos, o ensino superior e dedicou pouca atenção ao ensino básico, fundamental e médio. Como vocês pretendem mudar isso? Isso aí nós tratamos com ênfase. Há uma inversão da matriz. O dado de 2015 é de 67% dos investimentos para o ensino superior e 33% para o básico. Tudo indica que, em 2018, estaremos empregando 70% para educação superior e 30% para o ensino básico. Vocês pretendem alterar esse percentual? Como alterar, se 70% dos recursos empregados é pagamento de pessoal? Para fazer isso, imediatamente, como vai fazer? Mandando embora metade dos funcionários e professores do ensino superior? Não é assim que se faz. É um problema de uma complexidade tal, que é aquele cuja solução começa no médio prazo. É um problema de longo prazo. Não é problema a ser atacado [no curto prazo]. Alterar essa matriz só é possível no médio e longo prazo. Estamos desafiando as melhores cabeças no setor da educação e não conseguimos chegar a um possível início de solução. A PEC do teto de gastos está "amarrando" vocês? 927 A princípio, não. Por enquanto, estamos trabalhando com ideias básicas. Acho que a inversão da matriz é de médio e muito longo prazos e que um governo, em quatro anos, seja ele quem for, só conseguirá iniciar um processo. Não consegue resolver isso, não. Teria que mover coisas de pernas para o ar e, mesmo em um governo bemintencionado, que não aceite corrupção, isso é extremamente complexo. Grupo estuda novas formas de escolha de reitores Atualmente, as universidades públicas têm autonomia para escolher seus reitores. Vocês pretendem alterar esse mecanismo? A primeira coisa que procuramos ver em relação à escolha e designação do reitor é: em qual país do mundo é feito da mesma forma que no Brasil? Ainda não descobrimos nenhum país que escolhe e designa o reitor da universidade da maneira como o Brasil. Eu vou fazer uma afirmação que pode causar a polêmica que causar, porque é minha, pessoal. Você não pode ter um processo democrático que resulte em gestores de uma atividade fundamental que só sejam, majoritariamente, integrantes de uma corrente do pensamento político e ideológico. Mas, em tese, qualquer professor pode ser candidato ao cargo de reitor. Da maneira como o processo brasileiro está, ele acaba impondo que, em determinadas universidades, numa parcela expressiva, toda a grande administração delas seja de uma determinada corrente partidária. É o exemplo do Rio de Janeiro, onde o PSOL majoritariamente domina a grande gestão das universidades. A pergunta que eu faço, e eu espero que não coloque isso no âmbito da campanha do Bolsonaro... Se escrever, tem que escrever que é a minha posição. Eu não considero democrático que a escolha de um processo de reitores possa recair sempre em uma parcela do espectro políticoideológico. Eu acho que isso não atende aos fundamentos da democracia. Do ponto de vista prático: o seu grupo estuda alterar a autonomia da escolha dos reitores? A questão da universidade surgiu mais recentemente. Entre os dois grandes problemas ligados à universidade estão a escolha da gestão pedagógica e administrativa e a formação dos professores na universidade. 928 O senhor diz que esse tema foi discutido nas últimas duas semanas, que vocês estão procurando saber como isso funciona em outros países, e que sua opinião pessoal é que a eleição para reitor não é o melhor modelo para a escolha da gestão da universidade. É isso? Se você tem a eleição com os resultados que você tem no Brasil, eu, pessoalmente, não considero isso democrático. O processo elege o mais votado. Mas, peraí, eu posso fazer uma eleição que elege sempre o cara da minoria? É democrático? Sócrates não concordaria com isso. Na sua avaliação, esse modelo deveria ser alterado? Se sim, ele deveria ser alterado só pra evitar que candidatos de esquerda vençam? Não. Eu não disse isso. Sim. Por isso estou perguntando. O sistema deveria ser alterado para que a maioria vença. A democracia é o governo da maioria, fundado nos quatro pilares básicos. Mas quando um candidato X, qualquer que seja ele, recebe mais votos que um candidato Y, isso não é a expressão da maioria? Não. O senhor defende a indicação do governo para o comando das universidades? Não. O senhor defende o quê? 929 Eu acho que a universidade é um local que não tem nada a ver com o governo, com partido ou corrente ideológica. Tem que ter autonomia, mas que não seja um local da prática de uma determinada ideologia. Ao praticar os interesses de uma determinada corrente politico-ideológica, ligada a um determinado partido, acabou a autonomia. Então, que modelo o senhor acha melhor? Não sei. Perguntei a todos os educadores, mas nem eles conseguiram me responder. Agora, isso precisa ser estudado. Cotas não serão discutidas pelo grupo O seu grupo estuda mudanças no sistema de cotas para o ingresso no ensino superior? Existe uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e um decreto que regulamenta o assunto, e isso joga a questão para o campo político. Só tem uma saída, que é o presidente eleito assumir e tratar da questão junto às grandes lideranças nacionais. Nem adianta a equipe e seus integrantes terem um posicionamento. Eu me reservo, por uma questão de lealdade, o direito de não opinar sobre ao assunto. E o nosso grupo não pretende levar este assunto à equipe de transição. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/28/generalligado-a-bolsonaro-fala-em-banir-livros-sem-a-verdade-sobre-1964.htm O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 07 de outubro de 2018 Reflexões sobre o golpe militar de 1964 e o ‘grupo técnico’ que assessora Jair Bolsonaro “Os livros de história que não tragam a verdade sobre 1964 precisam ser eliminados”. Foi dessa maneira, peremptória, que o general da reserva, Aléssio Ribeiro Souto, um dos militares que trabalha no “grupo técnico” – espécie de equipe assessora do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, e que formula propostas de governo – definiu a “verdade” ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/28/general930 ligado-a-bolsonaro-fala-em-banir-livros-sem-a-verdadesobre-1964.htm ) sobre um dos momentos mais conturbados e violentos da nossa história. Ele se referia ao golpe militar de 1964, que foi responsável pela abertura de um processo que ceifou os direitos dos brasileiros, além de institucionalizar a tortura. Foi no mínimo assustador saber, ainda, que também o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, afirmou, na semana que passou, que prefere chamar de “movimento de 1964” e não de “golpe” a tomada do governo brasileiro, naquele ano, com tanques na rua e deposições ilegais de políticos. Fico me perguntando se perdi algo dessa conversa ou se foram eles que não viram os documentos, relatos e fotos que eu vi. O problema é que não há outra maneira de definir esse “movimento”, senão como golpe. Afinal, ele tirou do poder um governo democraticamente eleito, e que não havia praticado qualquer ato que desobedecesse ou atentasse contra a constituição então vigente. A definição de golpe de Estado não é uma invenção dos brasileiros; muito menos o resultado de uma manipulação ideológica (e de esquerda, para dizermos o termo que o militar deixa claro, mas de forma subliminar). Ele está presente em qualquer manual de ciência política. O termo é mais conhecido por sua versão francesa, “Coup d’État”, e na sua versão alemã, “Staatsstreich”. Mas seja lá o exemplo e o modelo que se queira utilizar, ele se refere, sempre, a uma ruptura institucional repentina. Trocando em miúdos: define-se como golpe de Estado a deposição de um governo legitimamente instalado e legalmente vigente. Portanto, interpretações à parte, o que não há como e por que duvidar é que o “movimento” iniciado pelos militares, em 31 de março de 1964, e que depôs o presidente João Goulart, tenha sido algo diferente de golpe. Não entendo os motivos de Toffoli, que dias depois alegou ter sido mal compreendido (o que não foi). Já no caso do general a história é outra. Aliás, a “ciência” de Ribeiro Souto é também outra. Ele, que comandou, de 2006 a 2009, o CTEx (Centro Tecnológico do Exército) e foi chamado por Bolsonaro para dar as diretrizes no que se refere a políticas públicas nas áreas de ciências, educação e tecnologia, é contrário ao que chama de a “ideologização do ensino”, marcada, ainda segundo o militar, pela influência do italiano Antonio Gramsci. IMPRESSIONA, AINDA, COMO OS LIVROS, SOBRETUDO OS DE HISTÓRIA, PARECEM AMEAÇAR ESSE TIPO DE VOZ DE COMANDO. POR ISSO, E NÃO RARO, APELA-SE PARA A CENSURA, QUANDO NÃO PARA A QUEIMA EM PRAÇA PÚBLICA 931 Coerente com o que leu, e o que não leu, Ribeiro Souto usa de sua “autoridade no tema” para condenar os livros de história que tratam 1964 como um golpe. Selecionando um verbo de estima militar – “eliminar” –, no sentido de que ele inculca uma ordem de comando, o general não só alude positivamente à ideia de censura, como, na mesma entrevista, aproveita para incluir o “pacote” todo: “não existe partido dentro da escola. Ponto final”, esbravejou ele. Vale a pena destacar a retórica do general da reserva, comum aos grupos totalitários que, quando falam sempre discursam, além de abusar de um tom afirmativo e sem titubeios, como se só existisse apenas uma verdade nesse mundo: a deles. Impressiona, ainda, como os livros, sobretudo os de história, parecem ameaçar esse tipo de voz de comando. Por isso, e não raro, apela-se para a censura, quando não para a queima em praça pública. O exemplo mais famoso é o de Adolf Hitler, que, em 1933, logo depois de sua chegada ao poder, queimou livros considerados contrários ao nazismo e que não correspondessem ao que julgava digno de narrar ao “povo ariano”. Mas foi assim, também, em muitos momentos da história. Foi assim com a dinastia Chin que por volta de 213 a.c. mandou aniquilar uma grande quantidade de livros que preservassem ideias e morais consideradas perigosas. Foi assim com o faraó Aknatón, que queimou milhares de papiros, extinguindo 75% da literatura, então, existente no seu país. Foi assim também com a maior biblioteca do mundo antigo, Alexandria, que, criada em 300 a.c., possuía mais de 9.000 manuscritos. Foi assim na época da inquisição espanhola que fez a proeza de queimar 5.000 manuscritos árabes e livros referentes a outras religiões, que não a católica. Foi assim em 1640, quando Martinho Lutero incendiou traduções da bíblia em diferentes regiões da Alemanha. Foi assim quando a Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos (sic) sumiu com obras do dramaturgo Wilhelm Reich por considerá-las perigosas. Foi assim, ainda, na União Soviética quando, a partir dos anos 1920, um número imenso de obras literárias “decadentes”, do Ocidente, foram destruídas. Foi igualmente assim durante o macartismo, na década de 1950, quando muitas bibliotecas dos Estados Unidos incineraram textos considerados contrários aos bons costumes locais. Foi assim no Chile, durante a ditadura de Pinochet, quando centenas de livros acabaram no fogo. Foi assim no Sri Lanka, em 1981, quando se aniquilou a biblioteca pública de Jaffna, que contava com 100 mil livros raros. Foi assim na Bósnia, durante os anos 1992 e 1995, época em que as forças sérvias liquidaram bibliotecas que contivessem obras muçulmanas. Foi sempre assim ... Como se vê, Ribeiro Souto não está sozinho quando afirma que gostaria de eliminar livros que professassem ideias diferentes das dele. Toda vez que um regime autoritário resolve abolir todo o conhecimento que não o reconhece como legítimo, apela para 932 uma “outra história”, que funciona como espécie de baluarte para defender os próprios interesses, logo convertidos em realidade. No caso do nosso general, ele parece acreditar que seria preciso apenas relembrar os feitos do “movimento de 1964” – o qual, segundo ele, elevou a produção da Petrobrás de 70 para 800 mil barris ou (segundo ele também) fez o Brasil passar da 42ª economia do mundo ao patamar de oitava (sic). O general tem certeza que só esses fatos já desautorizariam mencionar, em nossos livros de história, a palavra “golpe” e “ponto final”. O fato é que arrolar alguns elementos por ele considerados positivos, e que tiveram origem no contexto do regime militar, não significa esquecer do Estado falido que a ditadura nos legou (com uma inflação galopante) e, ainda mais, silenciar sobre o arbítrio e a ilegalidade do golpe (sim). Também não autoriza o general a silenciar sobre a tortura institucional vigente no país, não mencionar a Constituição imposta em 1967, ou os 17 Atos Institucionais que tolheram os direitos dos brasileiros (conforme tratei na minha coluna anterior ( https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/Os-50anos-do-AI-5.-Lembrar-para-n%C3%A3o-esquecer )). Pior, ainda, é professar que tudo que é contrário ao que pensamos deva ser eliminado sumariamente, ou imaginar que história se faz por um exercício de vontade, atribuindo-se a ela um sentido único. Essa é uma “ideologização reversa”, de lado oposto, e professada por Ribeiro Souto como se fosse a derradeira conclusão nessa área. Não é! Talvez o que nosso especialista em “tecnologia militar” não saiba é que história vem do grego e significa pesquisa; a produção de conhecimento por meio da investigação. O conceito variou muito no decorrer do tempo, mas não há quem deixe de considerar Heródoto (485 a.c.- 425 a.c) o pai da história, justamente por ele ter investigado aquilo que narrou. Foi, porém, Tucídides (460 a.c. - 400 a.c.) o primeiro a aplicar o, assim chamado, método crítico, que implicava, justamente, o cruzamento de dados e o uso de diversas fontes contrastadas. Já Cícero (106 - 43 a.c.), em sua obra “Do Orador II”, concluiu que a história é “testemunha dos tempos”. A ideia de testemunhar, no sentido de trazer a verdade de seu tempo, mas não aquela definitiva, já estava na definição desse grande político, orador e filósofo da Antiguidade. De lá pra cá o conceito variou muito, com os historiadores procurando definir essa arte de narrar com documentos primários, devidamente coligidos e rastreados. A história seria também uma ciência do e no tempo, uma vez que ela está sempre em diálogo com as novas questões e documentos que cada contexto permite apresentar. E como essa é uma disciplina sempre em disputa, não faltaram (belas) definições sobre ela. Para Johan Wolfgang von Goethe (1749-1832), por exemplo, “escrever a história é um modo de livrar-se do passado”. Até mesmo um escritor de literatura romântica, admite 933 que é preciso narrar o que ocorreu no passado, para que, de alguma maneira, possamos nos livrar dos traumas e do que, em geral, preferimos esquecer. Já Marc Bloch (1886-1944), um dos fundadores da Escola dos Annales, no seu livro “Apologia da história”, define a disciplina como “a ciência dos homens no tempo”. Fazendo coro com ele, Lucien Febvre (1878-1956) – integrante da mesma escola, mas de uma outra geração –, concebeu uma definição sintética e eficiente: “A história é filha de seu tempo”, registrou ele. Com a frase, o francês mostrava como nada do que o historiador escreve é definitivo, nem existe uma só verdade ou um “ponto final”. Por sua vez, o inglês Eric Hobsbawm, em seu livro “Era dos extremos”, definiu os historiadores como “memorialistas profissionais do que seus colegas-cidadãos desejam esquecer”. Seu colega, Peter Burke, em “Variedade de história cultural”, apela para uma definição bemhumorada, mas não menos contundente: “Houve outrora um funcionário chamado 'Lembrete'. O título na verdade era um eufemismo para o cobrador de dívidas. A tarefa oficial era lembrar às pessoas o que elas gostariam de ter esquecido. Uma das mais importantes funções do historiador é ser um lembrete”. A função do historiador é, portanto, “deixar um lembrete” daquilo que se procura esquecer. Além do mais, diferentemente do que ajuíza o membro da equipe de Bolsonaro, o passado não vive isolado num tempo remoto e intocável. Por sinal, por mais que nosso general tenha tentado eliminar o conceito, apenas corroborou com a ideia de que nosso presente anda cheio de passado. Ou melhor, os pensadores pragmáticos do presente, como Souto Ribeiro, acabam deixando à mostra a carpintaria da sua construção, buscando fazer do passado apenas uma réplica de suas intenções e desejos. Diferentemente do que professa o membro da equipe de aconselhamento do candidato do PSL, e como mostrou Políbio, historiador grego do século 2 a.C.: "Desde que um homem assume atitude de historiador, tem que esquecer todas as considerações, como o amor aos amigos e o ódio aos inimigos (...) Pois assim como os seres vivos se tornam inúteis quando privados de olhos, também a história da qual foi retirada a verdade nada mais é do que um conto sem proveito." Quem sabe faria bem a Souto Ribeiro se inspirar um pouco nos mestres da história, que deixaram claro o que faz e o que não faz um bom profissional. A atitude do general, conselheiro de Jair Bolsonaro, me fez lembrar o conto de Italo Calvino, chamado “Um general na biblioteca”. Nele, o escritor italiano narra um estranho episódio que ocorrera na Panduria, “nação ilustre, onde uma suspeita insinuou-se um dia nas mentes dos oficiais superiores: a de que os livros contivessem opiniões contrárias ao prestígio militar”. 934 Pois bem. A partir de uma série de investigações militares, percebeu-se, então, que esse hábito tão difundido, “de considerar os generais como gente que também pode se enganar e organizar desastres, e as guerras como algo às vezes diferente das radiosas cavalgadas para destinos gloriosos”, era partilhado por grande quantidade de livros, modernos e antigos, pandurianos e estrangeiros. Frente a tal constatação o Estado-Maior não teve outro remédio senão nomear uma comissão de inquérito para examinar a maior biblioteca local. Todos os estudiosos que costumavam frequentar a biblioteca foram sumariamente retirados, a não ser o senhor Crispino, um velho bibliotecário local. Todavia, como os militares não eram muito versados “em matéria bibliográfica”, tiveram que recorrer ao Crispino, enquanto procuravam desenvolver seu trabalho de censura. E se os primeiros relatórios saíram fáceis, os demais mostraram-se complicados: “A floresta de livros ao invés de ser desbastada, parecia ficar cada vez mais emaranhada”. Um livro levava a outro, os raciocínios iam tornando-se “mais históricos, filosóficos e econômicos” e daí nasciam “debates intelectuais” por horas a fio. Depois do general e dos tenentes seria a vez dos soldados serem contaminados por essa “mania leitora que assolou toda a tropa”. O resultado é que durante as longas semanas invernais os militares não emitiram qualquer documento. Por isso mesmo, quando o comando supremo – cansado de esperar – ordenou a conclusão da investigação, e a apresentação do relatório, obteve o que queria, mas não como queria. Em vez de uma lista de obras censuradas, apareceu “uma espécie de compêndio da história da humanidade, das origens aos nossos dias, no qual todas as ideias para os bem-pensantes de Pandúria eram criticadas, as classes dirigentes denunciadas (...) e o povo exaltado como vítima heroica das guerras e políticas equivocadas”. A assembleia dos generais de Pandúria empalideceu, falou-se de degradação. Depois, temendo-se escândalo maior, o general e os quatro tenentes foram mandados para a reserva, por causa de “um grave esgotamento nervoso contraído no serviço”. Fim da história, mas não tanto. Até hoje, vestidos à paisana, encapotados para não congelarem, os militares destituídos são “vistos entrando na velha biblioteca, onde esperava por eles o senhor Crispino com seus livros”. Livros guardam memórias, perturbam, excitam e revolucionam a nossa imaginação. O general da reserva, Souto Ribeiro, não há de ter o mesmo destino do que seus colegas da Pandúria. Que pena ... Agora que começou a pontificar, parece ter gostado desse lugar. Aliás, esse parece ser um estilo dos correligionários do PSL: falar grosso, discursar alto, sem pesquisar ou ponderar. 935 Prefiro ficar do lado dos grandes historiadores, dos generais da Pandúria e bem longe da “equipe técnica” do PSL, que parece um bom espelho difusor do projeto de Jair Bolsonaro para a cultura e a educação. Faz, agora, 30 anos que a censura e o cerceamento de direitos foram arduamente derrotados por nós brasileiros. Sempre há um bom provérbio para auxiliar na tarefa de finalizar uma coluna cujo tema está longe de se encontrar esgotado. Solto dois. “Antes só do que mal acompanhado”. E me permitam mais um, que se refere aos membros da equipe de Jair Bolsonaro: “diga-me com quem andas que te direi quem és!” PS.: Terminei esta coluna antes de ler os resultados do primeiro turno das eleições de 2018. Mas ela se mantém de pé. Um vento conservador percorreu o Brasil. Agora é hora de separar o joio do trigo. Se PSL e PT representam dois polos da política, no entanto, e como mostra o meu texto, não há comparação entre o compromisso com a democracia que professa Fernando Haddad e o total descompromisso de Jair Bolsonaro e os membros de sua equipe. Lilia Moritz Schwarcz é professora da USP e global scholar em Princeton. É autora, entre outros, de “O espetáculo das raças", “As barbas do imperador", “Brasil: uma biografia”, "Lima Barreto, triste visionário" e "Dicionário da escravidão e liberdade", com Flavio Gomes. Foi curadora de uma série de exposições dentre as quais: “Um olhar sobre o Brasil”, “Histórias Mestiças”, “Histórias da sexualidade” e “Histórias afroatlânticas". Atualmente é curadora adjunta do Masp. https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/O-autoritarismo-a-censura-de-livrose-o-sentido-da-hist%C3%B3ria “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 Luiz Puntel (Guaxupé, 1949) escreveu seis livros para a Série Vagalume, célebre coleção da literatura brasileira voltada para o público infantojuvenil. Um deles é Meninos Sem Pátria, inspirado na história do jornalista José Maria Rabelo, que, 936 perseguido pela ditadura militar, foi obrigado a se exilar do país com esposa e sete filhos por 16 anos. A obra está em sua 23ª edição e é uma das mais populares da série, com quase 1 milhão de exemplares vendidos – a maioria deles para uso didático em escolas. Nesta semana, um grupo de pais se revoltou com a indicação do livro para alunos do sexto ano do colégio carioca Santo Agostinho, no Leblon, por suposta “doutrinação comunista”. Depois da queixa, a direção decidiu suspender a leitura. Nesta sexta-feira, outro grupo de pais e estudantes protestou em frente ao colégio e fez um abaixo-assinado contra a censura. Mais de três décadas após o lançamento, Puntel rechaça a hipótese conspiratória atribuída a sua obra, explicando que a trama não faz juízo de valor sobre posicionamentos ideológicos ao constatar que o Brasil experimentou a ditadura militar. “É um fato histórico”, afirma o autor, que hoje dá aulas de português, redação e oratória em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Pergunta. Como recebe a notícia de que seu livro acabou vetado em um colégio do Rio de Janeiro? Resposta. Eu fiquei surpreso. Meu livro é sobre a ditadura, um fato histórico. Jamais imaginei que, em 2018, seria censurado. Meninos Sem Pátria rendeu mais de 20 edições, sempre com boa aceitação do público e, principalmente, das escolas, que o recomendam para leitura didática. Não faz sentido acusá-lo de doutrinação ou proselitismo ideológico. P. A que atribui essa acusação dos pais? R. O livro é uma obra de ficção baseada na história do José Maria Rabelo, fundador do jornal O Binômio. Ele passou por Chile e Bolívia antes de se exilar na França. No livro, não falo apenas sobre a perseguição da ditadura militar. Conto também o lado romântico, mostrando um pouco como era a dinâmica cultural de Paris dos anos 60. Uma das minhas referências para escrevê-lo foi o livro Memórias das Mulheres do Exílio, que foi lançado no começo da década de 80 e descrevia a vida das famílias que tiveram de sair do país na clandestinidade. Infelizmente, vivemos um tempo de radicalização, notícias falsas e disseminação de mentiras na internet. Isso faz com que as pessoas enxerguem viés político em tudo. P. Ficou decepcionado com a atitude do colégio, que voltou atrás depois de recomendar o livro? R. Lamento que um colégio como o Santo Agostinho, reconhecido pelo senso crítico, tenha cedido à pressão de meia dúzia de pais. Eu entendo a posição da diretoria, que 937 deve ter temido um boicote ou ameaça de tirar os alunos da escola, mas isso não é educativo nem democrático. Sem contar que o veto ao livro só piorou as coisas, aumentou a repercussão do caso. Faz lembrar o episódio do Queermuseu, quando três ou quatro imbecis fizeram uma gritaria e o Santander arrepiou, suspendendo a exposição. P. Movimentos como o “Escola sem partido” têm incentivado os pais a monitorarem o conteúdo ministrado por professores aos filhos. Acredita que esse patrulhamento pode contribuir para novos casos de censura nas escolas? R. Eu também sou contra a doutrinação. Acho que o papel do professor é dar informação e mostrar caminhos aos alunos, sem fazer julgamentos. Mas não cabe aos pais determinar o que deve ser lido, muito menos o que não deve. Fatos e história são incontestáveis. Que se leia e se discuta em sala de aula. Já perdi uma aluna, filha de juiz, por contestá-la depois que ela escreveu uma redação dizendo que tinha que armar todo mundo. Tem gente que não aceita que o professor fale sobre transexualidade, já vão logo chamando de comunista. Mas diversidade de gênero cai no vestibular. Como vamos ignorar isso? Essas reações são reflexos de posições radicais, como a que aponta o armamento como solução dos problemas de segurança. Se o Adélio tivesse conseguido comprar uma arma, o Bolsonaro poderia estar morto. O professor, sempre com bom senso, não pode fugir do debate desses temas. P. A página do Facebook que repercutiu o protesto dos pais contra o seu livro declara apoio a Jair Bolsonaro, que prega que a ditadura deveria ter matado mais gente. Recentemente, Dias Toffoli chamou o golpe militar no Brasil de “movimento de 64”. Declarações como essas ajudam a relativizar o caráter antidemocrático do regime? R. No Brasil, gostam de dizer que a ditadura não foi tão forte quanto na Argentina ou no Chile. De fato, a repressão nesses países foi pior. Mas isso não significa que não houve ditadura por aqui. Embora o Toffoli chame de “movimento”, houve golpe, perseguição a opositores, prisões arbitrárias, restrição dos direitos civis e fechamento do Congresso. Todas as características de uma ditadura. Nos comentários da página que divulgou a censura no colégio, tinha gente pedindo para queimar exemplares do livro. Isso já aconteceu no Brasil, quando queimaram Capitães de Areia, do Jorge Amado, durante o governo de Getúlio Vargas. É um retrocesso ao passado. Eu me orgulho de ter escrito Meninos Sem Pátria, que continua passando de geração em geração. O livro está aí para mostrar que a ditadura realmente existiu. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/04/cultura/1538677664_945391.html 938 VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO Hanrrikson de Andrade, Uol, 13 de setembro de 2018 Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Jair Bolsonaro (PSL) ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/candidatos/jair-bolsonaropsl/ ) na última quinta-feira (6) e disse que agiu "a mando de Deus", apegou-se com fervor à fé evangélica no fim dos anos 1990, quando se mudou para Uberaba, região do Triângulo Mineiro. Tinha pouco mais de 20 anos e sobrevivia vendendo livros. Como o dinheiro era escasso, decidiu buscar ajuda na Igreja da Fé e foi recebido pelo então líder da instituição, o pastor Romildo Cândido. Foi sob a tutela dele que o jovem iniciou a vida religiosa. Em entrevista ao UOL, Romildo contou que Adélio já demonstrava à época obsessão pela política e que aparentava ser um rapaz "idealista", porém "confuso" e "revoltado". Hoje à frente da Igreja Voz dos Mártires, com sede em Uberaba, o líder evangélico disse ter ficado surpreso com a notícia do ataque. "Ele sempre foi zeloso pela Bíblia e pelas coisas de Deus. E falar que foi Deus que mandou [cometer o crime]? Eu até comentei com a minha esposa: a cabeça dele não estava boa mesmo. Acho que ele não está bem." Dedicado, Adélio tornou-se obreiro (uma espécie de auxiliar do pastor) nos primeiros meses de 1998 e, um ano depois, viajou a São Paulo junto a Romildo para se consagrar evangelista (pessoa designada a disseminar o evangelho e fazer pregações no templo e em espaços públicos). Nos anos seguintes, relatou o ex-líder da Igreja da Fé, Adélio viajou à sua cidade natal, Montes Claros (MG), onde teria sido consagrado pastor em uma igreja missionária. A reportagem não localizou a instituição. Segundo Romildo, ao longo dos anos, Adélio passou por vários municípios e não se fixou em uma denominação evangélica. "Ele sumia. Uma hora ele estava em Santa Catarina, outra hora em Uberaba e, depois, voltava a Montes Claros", disse. A versão bate com os relatos dos familiares do agressor de Bolsonaro. À "Folha de S.Paulo", um dia após o ataque ao candidato a presidente, parentes mais próximos contaram que ele virou um andarilho aos 17 anos ( 939 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/agressor-de-bolsonaro-queriaserdeputado-diz-cunhada.shtml ), quando deixou a casa da família em Montes Claros e foi a São Paulo buscar emprego. Além de cidades em Minas, também passou por Florianópolis e Balneário Camboriú (SC). Entre idas e vindas a Uberaba, Adélio chegou a morar na casa de Romildo por "sete ou oito meses", entre 2006 e 2007. "Desde que o conheci, em 98, sempre tivemos um vínculo como amigos. Teve uma época que ele não tinha onde morar e ficou na minha casa. Eu o ajudei muito, ele era um cara idealista e que tinha uma visão política como poucos brasileiros. Só que era de esquerda", declarou o pastor. "Ele se mostrava nervoso, xingava os políticos e a maçonaria. Durante todo o tempo, ele foi muito avesso à maçonaria. Não sei se já tinha esse pensamento de fazer o que fez. Ele passou a se isolar. Debatia muito política e passou a se isolar das pessoas que tinham mais intimidade.' Romildo Cândido, sobre o período em que Adélio morou em sua casa O sonho de se lançar candidato No ambiente da igreja, Adélio era visto como uma pessoa misteriosa e que falava pouco sobre si. Não tinha namorada, costumava dizer que "não queria arrumar filho para deixar sofrendo na terra", de acordo com o relato de Romildo. Também não comentava as viagens que fazia. Seu único assunto de interesse era a política. Identificado com as bandeiras de esquerda, Adélio se filiou ao PSOL em maio de 2007. Segundo Romildo, que quatro meses depois também entrou para a agremiação, o pupilo sonhava ser candidato a deputado. O registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostra que os dois ingressaram na sigla no mesmo ano. Apesar de correligionário, o pastor afirmou reconhecer que não tinha a mesma firmeza ideológica de Adélio e chegou a recomendar que ele pleiteasse uma candidatura por partidos de direita. "Um dia eu disse para ele que, já que ele queria mesmo ser candidato, que buscasse a direita, talvez o PSDB ou o MDB. Aí ele disse: 'com esse povo, não'. O negócio dele era realmente o PSOL, o PSTU. Ele foi criando uma aversão à direita. Sempre foi da mesma forma." Além de Romildo, a cunhada de Adélio, Maria Inês Dias Fernandes, 48, disse, em entrevista à Folha, que ele havia compartilhado o desejo de se eleger deputado para 940 poder "trabalhar em várias cidades" ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/agressor-de-bolsonaro-queriaserdeputado-diz-cunhada.shtml ). Na versão do pastor, Adélio chegou a cogitar uma candidatura pelo PSOL, mas teria ficado frustrado porque a legenda supostamente decidiu lançar outro nome. Ele deixou o partido em 2014. O UOL procurou a assessoria do PSOL, que informou que não há qualquer registro de pedido de candidatura em nome do ex-filiado. O líder psolista em Uberaba, José Eustáquio dos Reis, declarou que ele pouco participava das reuniões da militância. "O contato era muito pouco com ele. Ele sempre estava trabalhando fora [do município]. A gente só o encontrava às vezes, na rua." Histórico de manifestações Romildo contou que um dos empregos de Adélio em Uberaba foi na antiga fábrica da Skala, uma empresa de cosméticos que faliu nos anos 2000 e cujo terreno ficou abandonado na cidade. "Na época, o dono deu cano em todo mundo. Fizeram movimentação, protesto, foram para a porta do fórum. E ele que era uma liderança, por isso foi muitas vezes ameaçado", relatou. Assim como o pastor, José Eustáquio dos Reis também observou que Adélio era "uma pessoa atuante em manifestações" e que tinha um perfil "corajoso". "Era um cara que falava diretamente com alguns políticos do município. A gente sabia que ele ia à Câmara para travar debates e se envolver em manifestações. Tinha o pensamento dele e uma forma de agir", destacou o psolista. Diretor do Stiquifar (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Álcool, Plásticos, Cosméticos, Fertilizantes, Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região), Alan José confirmou que, à época da falência da Skala, vários protestos foram realizados em favor dos direitos dos trabalhadores prejudicados. Ele disse, no entanto, que não se recorda de Adélio. "Tivemos uma negociação muito difícil. A empresa [Skala] quebrou literalmente. Fizeram um acordo judicial, e os trabalhadores receberam 75% do que era devido", esclareceu. A reportagem tentou localizar os atuais donos da empresa de cosméticas, mas não houve resposta. Uma funcionária da Secretaria Municipal de Finanças disse que o terreno da antiga fábrica continua abandonado. "Lobo solitário" é a principal hipótese 941 A principal linha de investigação da Polícia Federal é que Adélio agiu sozinho ao atacar o candidato Jair Bolsonaro durante atividade de campanha em Juiz de Fora ( https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/10/pf-dizqueataque-a-bolsonaro-foi-solitario-e-nega-envolvimento-de-mulher.htm ), segundo apurou o UOL. A motivação foi a discordância de posicionamento político em relação ao presidenciável. Na última sexta (7), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (PPS-PE), havia dito que outros dois suspeitos de envolvimento no crime eram investigados. Um deles seria um homem que prestou depoimento na madrugada de sexta e foi liberado. No entanto, não há por enquanto elementos suficientes que corroborem essa tese https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/13/vendedor-delivros-pastor-e-quase-candidato-o-passado-de-adelio-bispo.htm HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 “*Fernando Haddad+ criou o ‘kit gay’.” – Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à rádio Jovem Pan ( https://jovempan.uol.com.br/eleicoes2018/presidenciais/o-haddad-criou-o-kit-gay-diz-jair-bolsonaro.html ). Ao contrário do que afirmou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em entrevista à rádio Jovem Pan em 9 de outubro, seu adversário na disputa eleitoral, Fernando Haddad (PT), não criou nenhum “kit gay”. O termo pejorativo é usado por críticos para se referir ao Escola Sem Homofobia. O material – composto por um caderno e peças impressas e audiovisuais – foi encomendado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados ao Ministério da Educação (MEC) e elaborado por um grupo de ONGs especializadas, em conformidade com as diretrizes de um programa do governo federal lançado anteriormente, em 2004. Quando houve a polêmica sobre o seu conteúdo, em 2011, Haddad estava no comando do MEC. A cartilha tinha como principal objetivo promover “valores de respeito à paz e à nãodiscriminação por orientação sexual”. Não há no documento nenhuma orientação que justifique a alcunha “kit gay”. Diversos especialistas em educação já se manifestaram 942 favoravelmente ao material e entidades da sociedade civil avaliam o conteúdo como adequado para as faixas etárias indicadas. Além disso, não é possível atribuir a Fernando Haddad responsabilidade sobre a autoria do material, porque o projeto surgiu do poder Legislativo e não foi desenvolvido diretamente pelo MEC, mas por ONGs contratadas pelo ministério. Quando a cartilha foi vetada pela presidente Dilma Rousseff (PT), os materiais do kit ainda estavam sob análise da pasta. Por isso, o Truco – projeto de checagem da Agência Pública – classifica a frase de Bolsonaro como falsa. A origem do material remonta a 2004, quando Haddad ainda não era ministro da Educação. Foi naquele ano que o governo federal lançou o “Brasil sem Homofobia – Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB e Promoção da Cidadania Homossexual” ( http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_sem_homofobia.pdf ). No plano de implementação da proposta há recomendações para que sejam elaborados materiais educacionais que promovam valores de respeito à paz e à não discriminação por orientação sexual. Seguindo com atraso a recomendação do programa, o projeto Escola Sem Homofobia foi financiado pelo Ministério da Educação por meio de recursos aprovados em 2006 por emenda parlamentar da Comissão de Legislação Participativa da Câmara de Deputados. O resultado do projeto foi uma cartilha dividida em três capítulos, subdivididos em tópicos, além de dois anexos com sugestões de sequências didáticas e de como utilizar os materiais em vídeo. Dinâmicas sobre o assunto de cada tópico são propostas pelos autores para professores e alunos. Durante uma reunião da Comissão de Legislação Participativa sobre homofobia nas escolas realizada em 2010, Beto de Jesus, secretário de finanças da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), uma das entidades responsáveis pela criação do material, disse sentir falta da participação do então ministro da Educação, Fernando Haddad, no processo. “Eu sinto a ausência do ministro nas questões relacionadas a LGBTs”, afirmou. “Já conseguimos falar com os ministros, eles já estiveram em espaços nossos, mas o ministro Haddad ainda não esteve em espaços nossos; ele não foi nem na Conferência Nacional. Outros ministros foram.” Em nota oficial divulgada em 20 de janeiro de 2011, as entidades envolvidas na elaboração da cartilha garantiram que todas as etapas de planejamento e execução do projeto “foram amplamente discutidas e acompanhadas de perto pelo MEC e pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secad)”. 943 Na época, o material teve sua distribuição aprovada e recomendada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em nota, a Unesco disse que o conteúdo era adequado às faixas etárias e de desenvolvimento afetivocognitivo a que se destinam, em concordância com a Orientação Técnica Internacional sobre Educação em Sexualidade, publicada pela entidade em 2010. Além da Unesco, outros órgãos ligados à Organização das Nações Unidas (ONU), como o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Uniaids), mostraram-se favoráveis à distribuição da cartilha em 2011. O Conselho Federal de Psicologia também emitiu um parecer técnico favorável ( https://site.cfp.org.br/cfp-elabora-parecer-sobre-o-projeto-escola-sem-homofobia/ ) ao Escola Sem Homofobia. “É notório o cuidado didático-pedagógico e qualidade visual com que foi criado e desenvolvido todo o conjunto educacional apresentado no kit – vídeos, livretos, cartilhas, boletins com temas específicos e panfletos. Trata-se de uma produção densa, cuidadosa e bem articulada”, afirma o parecer. No entanto, pressões de grupos religiosos no Congresso levaram o governo federal a recuar e a presidente Dilma suspendeu a produção e distribuição do material, em maio de 2011. À época, o kit produzido pelas entidades Pathfinder do Brasil, Reprolatina e Comunicação em Sexualidade (ECOS), com apoio da ABGLT, ainda estava sendo analisado por técnicos do MEC. Em entrevista à revista Nova Escola ( https://novaescola.org.br/conteudo/1579/umaanalise-do-caderno-escola-sem-homofobia ), o pedagogo Ricardo Desidério, que avalia alguns conteúdos do material anti-homofobia em seu doutorado na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), diz que o material representaria um avanço nas escolas. “Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados em 1997) eram o único documento que tratava de sexualidade, mas o faziam de forma genérica. Já esse material faz um recorte prático do que precisa ser trabalhado na escola hoje”, disse Desidério. Outros especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo em 2011 ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2012/10/1170962-kits-de-pt-e-psdb-tem-itensincomodos-para-evangelicos.shtml ) também aprovaram o conteúdo da cartilha contra homofobia. “Não dá para dizer que há incentivo à bissexualidade, até porque *a orientação sexual+ não é algo que se resolva de repente”, disse à Folha a professora de psicologia da educação da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Ana Mercês Bock. O material é alvo de críticas de Jair Bolsonaro com frequência. A própria campanha de Haddad já desmentiu que o petista seria responsável pelo “kit gay” em uma publicação no site da coligação O Brasil Feliz de Novo. “A expressão preconceituosa vem sendo 944 utilizada com intenções políticas nefastas, inclusive distribuindo imagens falsas do material e citando livros fora de contexto”, relata o texto da página. Na mesma entrevista para a rádio Jovem Pan, Bolsonaro criticou novamente o projeto anti-homofobia falando que “não se aprende nada na escola, é filme de menino se beijando, filme de menina se acariciando”. Para o candidato, “a escola é para aprender matemática, química, física, e não sexo.” No entanto, no material do Escola Sem Homofobia não há representações de crianças mantendo relações sexuais. Bolsonaro também direcionou recentemente suas críticas ao livro Aparelho Sexual e Cia. A obra, editada pela Cia das Letras, já vendeu 1,5 milhão de exemplares em todo o mundo e foi publicada em dez idiomas. Durante uma entrevista para o Jornal Nacional, da Rede Globo ( https://globoplay.globo.com/v/6980200/ ), o candidato afirmou que a obra seria distribuída nas escolas pelo MEC, relacionando-a ao “kit gay”. No entanto, o livro também não faz ou fez parte de nenhum programa do MEC, conforme desmentido pelo próprio ministério em nota oficial publicada em 2016. TRUCO Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail [email protected] e por WhatsApp ou Telegram: (11) 96488-5119. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. A partir do dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança. [A matéria original tem mais links... Reproduzida pelo El País: “Bolsonaro mente ao dizer que Haddad criou ‘kit gay’. Jair Bolsonaro (PSL) acusa adversário de ter sido responsável pela idealização de material escolar contra homofobia, mas iniciativa surgiu do Legislativo”, Patrícia Figueiredo, Agência Pública reproduzida pelo El País, 12 de outubro de 2018 ] https://apublica.org/2018/10/truco-haddad-nao-criou-o-kit-gay/ https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/12/politica/1539356381_052616.html 945 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015 Lançado pelo governo federal em 2004, o Programa Brasil sem Homofobia previa, entre suas diretrizes, promover "valores de respeito à paz e à não-discriminação por orientação sexual". Dentre as propostas para a Educação estava a produção de materiais educativos específicos para discutir questões como orientação sexual e homofobia. Com alguns anos de atraso, em 2011, essa recomendação estava prestes a sair do papel com a elaboração do kit Escola sem Homofobia. Contudo, após pressão de setores conservadores da sociedade e do Congresso Nacional, o material foi engavetado pelo governo. NOVA ESCOLA teve acesso, com exclusividade, ao caderno que compõe o material (disponível para download aqui). A cartilha é dividida em três capítulos (subdivididos em tópicos) e dois anexos com sugestões de sequências didáticas e indicações de como utilizar os materiais em vídeo. Ao fim de cada tópico, os autores propõem dinâmicas sobre o assunto tratado, que podem ser trabalhadas em sala de aula e em horários de formação de professores. "Ter um material como esse nas escolas seria um avanço muito grande. Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados em 1997) eram o único documento que tratava de sexualidade, mas o faziam de forma genérica. Já esse material faz um recorte prático do que precisa ser trabalhado na escola hoje", afirma o pedagogo Ricardo Desidério, que avalia alguns conteúdos do kit em seu doutorado em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Desfazendo a confusão O primeiro capítulo do caderno propõe "desconstruir conceitos equivocados a respeito de identidade de gênero e orientação sexual". Para Desidério, esse é um dos objetivos principais do material. "Ele esclarece dúvidas do senso comum e traz referenciais da Ciência para introduzir a questão de gênero. Isso é importante para desfazer equívocos dos próprios professores e embasar sua prática". Para isso, os autores analisam o conceito de gênero do ponto vista biológico e sócio-histórico e mostram como as construções dos papeis sociais associados aos sexos masculino e feminino também estão presentes na escola, inclusive no modo como o ensino das disciplinas reproduz esse arranjo. Um exemplo: na aula de Educação Física, é comum que meninos joguem futebol e meninas, vôlei. Além disso, segundo a publicação, o modelo heteronormativo 946 perpassa as concepções de família presentes nas diferentes disciplinas. A reiteração desse padrão, sem considerar a multiplicidade de relações afetivas possíveis, abre caminho para homofobia. Ela se manifesta em piadas, comentários maliciosos, segregação social e chega, em muitos casos, à agressão física. Retratos da homofobia na escola Com o objetivo de apoiar a incorporação do combate à discriminação e à violência baseadas nas questões de gênero e orientação sexual, o capítulo seguinte mostra como a homofobia se manifesta no dia a dia da escola. Isso se dá por meio da construção de estereótipos e do silêncio diante de situações de preconceito. Para embasar esse diagnóstico, o material apresenta pesquisas que confirmam a "existência de uma cultura homofóbica nas escolas". Uma delas, realizada pela Unesco em 2004, traz um retrato alarmante da intolerância: 93,5% dos alunos entrevistados têm algum preconceito com relação a gênero. E mais: um quarto dos estudantes afirmou que não gostaria de ter colegas homossexuais. A publicação enfatiza a importância de problematizar e discutir tolerância para reverter esse quadro e mostra como fazer isso com uma série de exemplos. Essa é uma atitude importante pois a omissão em tratar o assunto só ajuda a reforçar o preconceito. De acordo com Desidério, ao demonstrar, com exemplos colhidos do cotidiano, que muitas manifestações de preconceito passam desapercebidas pelos professores, os temas tratados no capítulo ajudam o docente a tomar consciência desses processos. A diversidade sexual na escola O terceiro e último capítulo traz propostas de atividades para ajudar gestores a incluir o combate à homofobia na elaboração de PPPs. "A incorporação dessa discussão no PPP é o primeiro passo para estruturar esse trabalho", argumenta Desidério. Para isso, ele defende que toda a comunidade escolar seja envolvida no processo de discussão. A participação dos pais ajudaria a alertá-los sobre a importância de trabalhar o assunto e evitar mal entendidos. O material apresenta sugestões sobre como engajar a comunidade escolar e propõe um plano de ação para transformar a escola em um ambiente sem homofobia. "É um material importante para servir de subsídio ao trabalho, mas o professor tem que ter consciência de que a discussão de uma escola sem homofobia não é só importante, mas necessária", finaliza. 947 https://novaescola.org.br/conteudo/1579/uma-analise-do-caderno-escola-semhomofobia KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012 Usados agora como artilharia nos fronts tucano e petista, os kits anti-homofobia produzidos pelo Ministério da Educação na gestão Fernando Haddad (PT) e pelo governo do Estado de São Paulo no mandato de José Serra (PSDB) têm fatores de constrangimento para os dois candidatos à prefeitura paulistana. Um dos cinco vídeos que integram o pacote preparado pelo MEC em 2011, mas vetado pela presidente Dilma Rousseff após forte reação das bancadas evangélica e católica no Congresso, mostra um adolescente que se interessa por garotos e garotas. Nos instantes finais, o narrador diz que, "gostando dos dois, a probabilidade de ele encontrar alguém por quem sentisse atração era quase 50% maior; tinha duas vezes mais chances de encontrar alguém". Serra viu no filmete uma apologia à bissexualidade e falou em "doutrinação". Dois dos vídeos que compunham o material do MEC também estavam no kit distribuído em 2009 pelo governo paulista, que dedicava um capítulo à discussão da diversidade sexual e da homofobia em escolas --outros se debruçavam sobre bullying, violência urbana e drogas. Além das ferramentas audiovisuais, o conjunto montado na gestão Serra inclui uma cartilha. Em um dos trechos do texto, afirma-se que "não se cura a homossexualidade em consultórios psiquiátricos ou cultos religiosos". A candidatura tucana tem o apoio de líderes evangélicos cuja pregação inclui a suposta "libertação" do homossexualismo via religião. Ontem, durante ato de campanha, Serra se recusou a responder a pergunta sobre a política anti-homofobia que adotaria se eleito: "Não vou entrar nesse tema, senão depois os adversários dizem que fui eu que botei na pauta". ESPECIALISTAS Psicólogos e professores ouvidos pela Folha disseram que os kits são oportunos. "Quando se trata de temas fortes, tabus, é importante que a abordagem seja radical, 948 senão você abafa o problema. É preciso causar choque", sustenta a professora de psicologia da educação da PUC-SP Ana Mercês Bock. Para ela, os vídeos recomendados para uso em sala de aula não têm "grosseria ou exagero". "Não dá para dizer que há incentivo à bissexualidade, até porque [a orientação sexual] não é algo que se resolva de repente", diz ela, sobre o filmete atacado por Serra. "Num conjunto de vídeos em que também há lésbicas e travestis, é válido." O professor do departamento de psicologia da UFMG Marco Aurélio Prado critica a sazonalidade da discussão sobre os materiais didáticos. "Uma coisa é a sexualidade na escola, outra é a forma como conteúdos sobre ela são interpretados por políticos em períodos eleitorais." De acordo com Prado, que lamenta o veto da presidente Dilma ao conteúdo feito pelo MEC, "se quer ampliar a democracia, o Estado brasileiro precisa dizer algo sobre a violência causada por intolerância sexual". 949 950 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2012/10/1170962-kits-de-pt-e-psdb-tem-itensincomodos-para-evangelicos.shtml CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_sem_homofobia.pdf https://drive.google.com/file/d/1QlrbgmRD0En6VzK1kxlSFNFeAWoesdrx/view?usp=sh aring TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE “KIT GAY” NO FACEBOOK Rafael Moraes Moura, Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de outubro de 2018 O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção de seis postagens no Facebook e no YouTube em que o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, faz críticas ao livro "Aparelho Sexual e Cia." e afirma que a obra integraria material a ser distribuído a escolas públicas na época em que Fernando Haddad (PT) comandava o Ministério da Educação. No vídeo, Bolsonaro afirma que o livro é "uma coletânea de absurdos que estimula precocemente as crianças a se interessarem pelo sexo". "No meu entender, isso é uma porta aberta para a pedofilia", diz o candidato do PSL, que ainda afirma que "esse é o livro do PT". Em nota, o Ministério da Educação (MEC) já afirmou em diversas oportunidades que não produziu nem adquiriu ou distribuiu "Aparelho Sexual e Cia.", esclarecendo que o livro é uma publicação da editora Companhia das Letras publicada em 10 idiomas. "É igualmente notório o fato de que o projeto 'Escola sem Homofobia' não chegou a ser executado pelo Ministério da Educação, do que se conclui que não ensejou, de fato, a distribuição do material didático a ele relacionado. Assim, a difusão da informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo MEC gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político, o que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor", concluiu Horbach. 951 Os advogados do PT afirmam que, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 28 de agosto, Bolsonaro mentiu e difundiu a falsa ideia de que o livro seria distribuído em escolas públicas. "O candidato vem proferindo esta grave mentira há mais de dois anos. A informação de que o livro seria distribuído em escolas públicas começou a ser difundida por Bolsonaro no dia 10 de janeiro de 2016 através de um vídeo que publicou no Facebook", observa a coligação de Haddad. Em outra representação, o ministro negou um pedido do PT para remover uma entrevista de Bolsonaro concedida ao programa "Pânico", na qual o deputado federal faz referência ao material didático do projeto "Escola sem homofobia" como sendo o "kit gay", atribuindo a responsabilidade pela sua elaboração a Fernando Haddad. "É possível concluir que os representantes buscam impedir que o candidato representado chame o material didático do projeto 'Escola sem Homofobia' de 'kit gay'. Tal pretensão, caso acatada pelo Poder Judiciário, materializaria verdadeira censura contra o candidato representado, que estaria impedido de verbalizar, de acordo com suas concepções, críticas à gestão do concorrente à frente do Ministério da Educação", observou Horbach. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/10/16/tse-determina-remocao-de-videos-de-bolsonaro-sobre-kit-gay-nofacebook.htm AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO Regiane Oliveira, El País, 15 de outubro de 2018 TSE nega pedido para tirar do ar publicações com a informação falsa de que Haddad defende o incesto O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou a liminar requerida pela Coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS) contra o filósofo Olavo de Carvalho, pedindo remoção de publicações no Facebook e no Twitter que teriam conteúdo "ofensivo, difamatório e inverídico" sobre o candidato do PT, Fernando Haddad. Também foi negado o pedido de resposta. 952 A coligação alega que Olavo de Carvalho publicou que Haddad estaria defendendo o incesto em seu livro ‘Desorganizando o Consenso', de 1998, que traça estratégias para driblar o conservadorismo. "Estou lendo um livrinho do Haddad, onde ele defende a tese encantadora de que para implantar o socialismo é preciso derrubar primeiro o ‘tabu do Incesto’. Kit gay é fichinha. Haddad quer que os meninos comam suas mães", afirmou Carvalho nas redes sociais. A publicação se tornou viral e foi compartilhada por Carlos Bolsonaro, filho do candidato do PSL, mas foi retirada do ar pelo filósofo, com uma correção: "A nota que retirei de circulação dava a impressão de que isso constava do próprio livro dele, mas na verdade é uma idéia do Max Horkheimer à qual ele aderiu um tanto disfarçadamente". Em sua decisão, o ministro Luis Felipe Salomão afirmou que, embora a publicação veiculada apresente teor ofensivo ou negativo, "exterioriza o pensamento crítico (...) acerca de uma obra de autoria do candidato, de modo que a liberdade de expressão no campo político-eleitoral abrange não só manifestações, opiniões e ideias majoritárias, socialmente aceitas, elogiosas, concordantes ou neutras, mas também aquelas minoritárias, contrárias às crenças estabelecidas, discordantes, críticas e incômodas". O TSE também negou o pedido de remoção de mensagem que mostrem um vídeo, publicado por Djeison Moreira, em que são comparados os planos de governo de Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Segundo a coligação, o material distorce os reais termos e intenções de seu plano de governo, expondo projetos e intenções de forma completamente deturpada, como forma de induzir o público a erro, circunstância que ensejaria também direito de resposta. O ministro Sergio Banhos afirmou que, da análise do conteúdo (prints anexados na petição inicial, vídeo e planos de governo da coligação), é possível verificar, em juízo preliminar, que não há violação da lei. “Verifica-se que a publicação impugnada restringe-se à crítica ao plano de governo da representante em comparação com o da sua adversária", afirmou. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/15/politica/1539638509_436084.html 953 OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁ-LO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS Caetano Veloso, Folha/Uol, 14 de outubro de 2018 Caetano Veloso Olavo de Carvalho sugere em texto que, caso Bolsonaro se eleja, imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos. Ele diz que os que consideram Bolsonaro uma ameaça à democracia não estão lutando para vencer uma eleição e sim "pela sobrevivência política, social e até física". Isso é anúncio de autoritarismo matador. Bolsonaro já disse que a ditadura matou pouco, já apareceu usando tripé de câmera como fuzil a metralhar petistas, já louvou o torturador e assassino coronel Brilhante Ustra. Quando atacado a faca por um maníaco, todos os outros concorrentes à presidência condenaram veementemente o atentado e seu autor; quando um eleitor seu matou um artista baiano que declarara voto no PT, Bolsonaro disse que não tinha nada a ver com isso. Esse texto de Olavo anuncia uma escalada de ações violentas e conclama seus seguidores a perpetrá-las tão logo Bolsonaro chegue (se ele chegar) ao Alvorada. É evidente que todo cidadão brasileiro que mereça esse nome –seja ele Fernando Henrique Cardoso, Roberto Carlos, Roberto Schwartz, Suzana Vieira, Chico Buarque, Luiz Tenório de Oliveira Lima, Letícia Sabatela, Fernando Haddad, Zezé de Camargo, Miriam Leitão ou ACM Neto– deve agir contra a possibilidade de eleição de Bolsonaro. A não ser que este desautorize publicamente o texto de Olavo. Único modo, aliás, de dar credibilidade a suas tentativas de amenizar o sentido de seus antigos brados. 954 Olavo, o sub-Heidegger do nosso sub-Hitler (ou sub-Spengler do nosso subGoebels), diz que petistas, artistas, mídia, professores, jornalistas e intelectuais apelam a recursos ilícitos e imorais para obter vitória. No entanto, acabo de ler um texto em letras grandes, produzido pelos correligionários do capitão, que diz: "O PT QUEBRA IMAGENS, ESFREGA O CRUCIFIXO NOS ÓRGÃOS GENITAIS, URINAM (sic) NA BÍBLIA E AGORA QUER APOIO CATÓLICO". Deve ser a milionésima fake-news expedida pela campanha bolsonarista. Olavo é figura histórica da anti-esquerda. Catequizou gerações de jovens brasileiros a um anticomunismo delirante e ressentido. Faz décadas uma jovem conhecida minha tinha se convertido ao islamismo através dos ensinamentos de Olavo, seu carismático professor. A força dos parágrafos de Fritjof Schuon, autor que li fascinado, devem ter chegado com beleza aos ouvidos da moça, através das explanações brilhantes de Olavo. Mas desconfio de que o que o animava 955 não era a beleza do Islã, sua tradição, sua riqueza espiritual. O que o entusiasmava eram as teocracias tardias que o desfiguram. Olavo hoje posa nos EUA segurando arma pesada. Quão útil será sua cruzada para a indústria armamentista? É-se inocente útil mesmo quando se torna paranoicamente suspicaz. Para ele, o que há na aventura da modernidade é necessariamente o mal. Intelectual erudito e mente insana, nem sabe que eu só sei de um caso de artista que masturbava-se com um crucifixo (ele o declarou em entrevista na TV) –e era justamente um que hoje aparece ao seu lado. Eu nunca fui petista. Nunca fui comunista. Odeio ter ouvido de Dirceu que o caso não é de ganhar eleição mas de tomar o poder. Meu pai me ensinou a ser anti-stalinista e, vendo a discrepância entre a vida real dos trabalhadores e os planos das "vanguardas” políticas, aprendi a ser anti-leninista (diante das filas para ver a múmia de Lenin em Moscou, reafirmou-se meu desprezo: detesto o mais ínfimo resquício de culto à personalidade que ronda Lula). Mas farei o que me for possível para vencer o crescimento da desigualdade e, acima de tudo, defenderei os direitos da pessoa humana. Considero o texto de Olavo incitação à violência. Convoco meus concidadãos a repudiá-lo. Ou vamos fingir que o candidato dele já venceu a eleição e, por isso, pode mandar matar quem não votou nele? Respeitarei como presidente quem quer que se eleja. Mas exijo dele que exiba compromisso com os direitos da pessoa humana e, como os outros cidadãos, rejeite o que foi sugerido por Olavo de Carvalho. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/10/olavo-faz-incitacao-a-violenciaconvoco-meus-concidadaos-a-repudia-lo.shtml PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 17 de outubro de 2018 Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT)? Não são só mesas de bares e grupos de WhatsApp que têm se dividido sobre a eleição mais polarizada do Brasil nas últimas décadas. 956 Missas e redes sociais vêm servindo de termômetro para o cisma político dentro da Igreja Católica, com padres e até bispos tomando partido, apesar de o direito canônico desestimular posicionamentos de natureza política. Nesta quarta-feira (17), dom Orani Tempesta, bispo da Arquidiocese do Rio, se encontrará com Bolsonaro, dois dias após seu bispo auxiliar, dom Antônio Augusto Dias Duarte, passar uma hora na casa do candidato do PSL —que tratou de publicar a foto com o religioso em seu Twitter. Duas figuras populares do clero local já fizeram acenos ao capitão reformado: Jorjão e Omar Raposo (reitor do santuário sob os pés do Cristo Redentor), tidos como padres popstar e amigos de celebridades como Zeca Pagodinho e Elba Ramalho, visitaram o presidenciável esfaqueado no hospital. A foto viralizou entre bolsonaristas. A assessoria do padre Omar disse que a reunião só aconteceu pois “ele estava no hospital visitando outra pessoa e, como sempre acontece com os sacerdotes, foi chamado a abençoar outros enfermos. Entre eles, o Bolsonaro”. Monsenhor Sérgio Tani preside o tribunal eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo, que julga de processos internos da Igreja a pedidos para declarar nulo um matrimônio. No tribunal na internet o veredito do monsenhor é claro: reproduz diariamente textos contra o PT. “Bolsonaro começou com a tortura, fez o Haddad e a Manu assistirem *sic+ missa”, afirma um deles, acompanhado do emote de uma carinha chorando de tanto rir. O petista e sua vice, Manuela D’Ávila (PC do B), participaram de uma missa na Paróquia dos Santos Mártires, na periferia paulistana na sexta (12), feriado de Nossa Senhora Aparecida, e lá comungaram (receberam a hóstia). Jaime Crowe, padre que celebrou o ato litúrgico, perguntou aos fiéis “como chegamos” ao ponto em que “alguém pode dizer para nós bandido bom é bandido morto, que tem que armar todo mundo”. De Campinas, o padre Rodrigo Catini Flaibam foi no mesmo dia ao Facebook criticar a dupla. “Comungar quando não se é católico (Manuela declara-se não cristã e defende abertamente aborto) é sacrilégio. Comungou a própria condenação. E o padre que permitiu tal disparate está em pecado grave”, escreveu. 957 Em entrevista à Folha ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/11/1936692-naose-combate-o-crime-comjargao-de-internet-diz-manuela-davila.shtml ) no ano passado, Manuela declarou que sua “origem é cristã”. À reportagem ela disse nesta terça-feira (16) que “todos estão pautados pelas fake news, que mundo maluco”. Já Haddad é cristão ortodoxo, e não católico apostólico romano —alas do catolicismo com divergências teológicas. Mas não pecou, segundo o Código de Direito Canônico: “Os ministros católicos administram os sacramentos da Penitência [confissão], Eucaristia e Unção dos Enfermos licitamente aos membros das Igrejas Orientais que não têm plena comunhão com a Igreja Católica se esses os buscarem por sua própria vontade”. Padre Rodrigo chama Haddad de Calamiddade e, quando o petista abriu mão da cor do PT em sua propaganda, provocou: “Está vermelho de vergonha?”. Incluiu nome e número de Bolsonaro em sua foto no perfil do Facebook, como tantos colegas da Igreja. A defesa de Bolsonaro anda de mãos dadas com o antipetismo e nem sempre se limita à internet. “Como você cala a boca das pessoas? Ou você dá uma facada...” Padre Paulo Ricardo ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/padre-anti-pt-cita-facada-embolsonaro-ao-falar-deperseguicao-moral.shtml ) mal termina a frase, clara alusão ao atentado contra o candidato, e o público que acompanha sua fala aplaude e bradar: “Mito! Mito! Mito!”. As palmas diminuem, e ele continua: “...ou você realiza aquilo que Bento 16 chama de martírio dos tempos modernos, que é caluniar, desacreditar e inventar mentiras sobre essas pessoas”. Querido por movimentos de direita e apelidado de “Malafaia da Igreja Católica” por blogs de esquerda, o clérigo ganhou projeção em 2014, com bofetadas contínuas no PT de Dilma Rousseff —como o texto em que diz que “o governo Dilma prepara-se para implantar aborto no Brasil”. Após o vídeo viralizar, Paulo Ricardo divulgou uma “nota de esclarecimento” afirmando que apenas se valeu de um “recurso retórico, uma alusão ao atentado sofrido por Bolsonaro”. A fala teria sido descontextualizada. “As pessoas que estão usando minha imagem para fins eleitorais fazem-no sem a minha permissão.” 958 Esses são alguns dos antipetistas declarados. Mas o repúdio ao candidato do PSL também ecoa entre o clero brasileiro. No texto “Votar com Lucidez”, reproduzido no site da regional sul da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Reginaldo Andrietta, da Diocese de Jales (SP), não cita o nome de Bolsonaro. E nem precisaria, não no entendimento de eleitores do militar reformado que defenestraram o bispo que escreveu contra as “escandalosas posturas alienadas de muitos cristãos e as adesões a um candidato à Presidência que dissemina violência, ódio, racismo, homofobia e preconceito contra mulheres e pobres”. “Ele utiliza falsamente as temáticas de aborto, gênero, família e ética; faz apologia à tortura, à pena de morte e ao armamentismo; e é réu por injúria e incitação ao crime de estupro”, diz dom Reginaldo. Em maio, o reitor do Santuário Nacional Aparecida, padre João Batista de Almeida, pediu desculpas ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/reitor-de-aparecidase-desculpaapos-pedir-que-nossa-senhora-abencoe-lula.shtml ) após celebrar uma missa pela libertação do ex-presidente Lula, preso 40 dias antes, e ser chamado de comunista nas redes sociais. Aconteceu na celebração da Eucaristia, quando ele rogou a “Nossa Senhora Aparecida” para abençoar o petista e lhe dar “muitas forças para que se faça a verdadeira justiça, para que o quanto antes ele possa estar entre nós, construindo com o nosso povo um projeto de país que semeie a justiça e a fraternidade”. Na plateia, manifestantes com camisas vermelhas da CUT e enrolados em bandeiras do PT. A oratória enxameou as redes sociais com críticas a João Batista, como o tuiteiro que sugeriu “a excomunhão do padre”, que seria “o melhor que a Igreja pode fazer para se livrar dessa mácula comunista”. Igreja não é lugar de tomar “posição político-partidária, que é contrária ao Evangelho”, afirma a nota em que pede “perdão pela dor que geramos à Mãe Igreja, aos fiéis e às pessoas de boa vontade”. A cúpula da CNBB também entrou na mira de propagadores do bolsonarismo, após seu presidente, o cardeal Sérgio da Rocha, dizer em fevereiro que a entidade rejeitará “candidatos que promovam ainda mais a violência”, fala que foi interpretada como uma indireta ao presidenciável do PSL. Fake news que mexem com a fé proliferam num país onde 86% brasileiros se declaram cristãos, com 54% de católicos e 32% de evangélicos, segundo pesquisa Datafolha. 959 Uma das mais recentes simula uma notícia da Folha que nunca existiu: uma proposta de Bolsonaro para embranquecer a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, que é negra na representação tradicional. Segundo o texto falso ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/nao-everdade-que-bolsonaro-proposmudar-representacao-de-n-sra-aparecida.shtml ), a ideia teria sido discutida em reunião com o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, que apoia sua candidatura. Para Rodrigo Coppe Caldeira , historiador que pesquisa religião na PUC de Minas, “podemos dizer que há uma mobilização evidente das igrejas, principalmente por esta eleição ter um cheiro —ou mau cheiro— de guerra cultural”. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/padres-usam-missas-e-redes-sociaispara-apoiar-bolsonaro-e-haddad.shtml “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, provavelmente 19 ou 20 de setembro de 2018 (o jornal não numera e nem traz data em determinadas páginas, o que só percebi ao trabalhar com o arquivo da foto) 960 https://drive.google.com/file/d/1DuewuP7oWXQy3B_KInT68viS6BDRPFiD/view?usp=s haring TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (seleção feita em 16 de outubro de 2018) https://drive.google.com/file/d/1IXZx2qre5P4uolavYuyiUx7GBMQMuSgg/view?usp=sh aring "ESPETÁCULO" DE CORRUPÇÃO AFASTA ELEITOR DA POLÍTICA E AUMENTA ABSTENÇÃO Gabriela Fujita, Uol, 31 de outubro de 2016 961 A não participação de eleitores nas eleições municipais bateu recorde em 2016, tanto no primeiro quanto no segundo turno. As abstenções neste domingo (30) chegaram a 21,55%, batendo o índice de 2012 (19,12% do total de eleitores), que era o maior desde então. Os votos inválidos atingiram os maiores patamares desde 2000. Nulos quase dobraram em relação à última eleição, passando de 4,81% em 2012 para 8,33% no segundo turno deste ano. Brancos tiveram leve alta, indo de 2,63% para 2,88%. No primeiro turno, esses números já eram os mais altos desde 2000. Abstenções eram 17,58%, enquanto nulos eram 8,14%, e brancos, 2,87%. No primeiro turno, cerca de 25 milhões de brasileiros deixaram de votar – 17,5% do eleitorado, que é de 144 milhões de pessoas. Este é o maior índice registrado em um primeiro turno desde o ano 2000, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os números não levam em conta os votos nulos e em branco, considerados inválidos. Nas eleições de 2012, em comparação, a abstenção tinha sido de 16,41%. Não há dúvidas de que a classe política tem deixado a desejar na credibilidade, e quem acompanha o assunto mais de perto avalia que o desempenho das urnas este ano é consequência de um 'espetáculo' cada vez mais vergonhoso. "Um espetáculo político que seria justamente um escândalo", diz Roberto Romano, professor de filosofia e ética da Unicamp. "Os políticos se julgam incólumes, se julgam capazes de fazer o que quiserem sem ter uma sanção negativa. Decoro parlamentar não é só não falar palavrão e usar um terno com gravata. É todo um sistema de comportamento que faz com que o representante respeite o representado e não meta a mão no seu dinheiro, por exemplo." Na opinião do professor, o cidadão que se sente desrespeitado e se nega a votar ou a escolher um candidato pode até fazer disso uma forma de protestar, mas na prática, acaba transferindo a outros a responsabilidade de resolver sua insatisfação. "Na vida e na política, tem um ditado que é importantíssimo: não existe espaço vazio. Se o espaço não é preenchido por pessoas honestas, pessoas que tenham retidão de caráter, boas intenções e que, ao mesmo tempo, tenham capacidade mínima de 962 administração, evidentemente você vai ter o espaço preenchido por gente que não é assim", analisa Romano. Eleitor não conta Políticos afundados em casos policiais como os do mensalão e da Operação Lava Jato desencorajam o eleitorado, mas também a dificuldade em participar repele o voto, diz Vera Chaia, cientista política e professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). De uns anos para cá, ela destaca, situações que levaram muitos cidadãos a se envolver e a questionar a política brasileira, como as manifestações de rua a partir de 2013, se transformaram, logo depois, em uma prova de que eles contam pouco para os resultados. "O que o eleitor vê é que ele não interfere em nada. O processo eleitoral se dá pelos partidos. Existe uma briga política dentro das casas legislativas, seja Senado, Câmara Federal, Assembleia Legislativa ou Câmara Municipal, e as decisões são feitas em outra esfera, que não envolve o cidadão", critica a professora. "Havia uma grande esperança de uma parcela do eleitorado de que a economia iria mudar imediatamente, a corrupção iria acabar a partir do momento em que ocorresse uma mudança de governo, e o que a população viu é que nada mudou", afirma ela sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Apoliticismo Também pesa no desestímulo ao eleitor a ideia de que todo e qualquer político é "farinha do mesmo saco". A mensagem é antiga, vem de um Brasil do século 19, explica o professor Romano, quando já se relacionava políticos de carreira à incompetência ou desonestidade. "O Brasil, desde o século 19, está sendo inoculado contra a vida política, esse fantasma de que a política é uma coisa suja ou incompetente. O apoliticismo vem desde a presença dos militares positivistas na proclamação da República. Como eles eram contrários à democracia, sobretudo a democracia liberal, preferiam a administração feita por técnicos, e passaram a identificar, na propaganda, a democracia com o caos, a desordem e a corrupção", ele afirma. 963 Tanto para o professor como para a cientista política da PUC-SP, não adianta repreender o cidadão que se ausenta sem oferecer a ele um sistema político e eleitoral que dê mais chances às condutas democráticas. "Acredito que, com o voto facultativo, os partidos vão ter de fazer com que o eleitor saia de sua casa para votar porque vai valer a pena, porque vão provar que podem fazer uma mudança na política e merecem seu voto. Atualmente, o eleitor só vai votar por obrigação", defende Vera Chaia. Reforma política A reforma política que poderá, por exemplo, transformar o voto obrigatório em facultativo terá de começar com a democratização dos partidos, argumenta Romano, para quem o sistema de administração das legendas se tornou "oligárquico". "São poucos dirigentes e que permanecem no cargo por 20, 30 anos. O que quer dizer que eles conhecem a máquina do partido, os recursos financeiros, os financiadores possíveis ou não. Quando você tem esse tipo de controle desses poucos sobre a máquina inteira, não adianta só entrar gente nova. É preciso proibir um dirigente de permanecer por mais de dois anos. Porque se ele continua, ele controla tudo", contesta o professor. A representatividade, ou identificação que o eleitor sente com quem está no poder, fica comprometida nesse universo em que, de acordo com a professora Chaia, valem mais os interesses do partido do que os da maioria. "Existe o partido que representa os evangélicos, existe o partido que é mais ligado à bancada ruralista, são segmentos que até favorecem a compreensão do eleitor em relação a quem é quem nas casas públicas, mas a democracia perde com isso, a partir do momento em que esses segmentos só pensam nas suas bases eleitorais", ela conclui. [A matéria também apresenta gráficos...] http://eleicoes.uol.com.br/2016/noticias/2016/10/31/espetaculo-de-corrupcaoafasta-eleitor-da-politica-e-das-urnas.htm DE OLHO EM VOTO CATÓLICO, BOLSONARO ASSINA COMPROMISSO COM ARCEBISPO DO RIO 964 Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia, Uol, 17 de outubro de 2018 Mirando o eleitorado católico, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) visitou nesta quarta-feira (17) o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, e afirmou que o país "não pode mais flertar com o desconhecido". Segundo ele, uma vitória de sua candidatura representa a defesa de valores conservadores que ele tem em comum com a Igreja Católica, a quem fez um aceno ao assinar um compromisso formal. O documento exalta os valores conservadores e diz que, se eleito, Bolsonaro lutará pela "família", a "inocência da criança em sala de aula", além de se posicionar contra o aborto e a legalização das drogas. "Assumimos o compromisso em defesa da família, em defesa da inocência da criança, em defesa da liberdade das religiões, contrários ao aborto, contrários à legalização das drogas", disse Bolsonaro ao lado de Tempesta. "Ou seja, o compromisso que está no coração de todo brasileiro de bem." 965 Fábio Motta/Estadão Conteúdo Funcionárias da Arquidiocese posavam para fotógrafos fazendo sinais de armas de fogo com as mãos diante de uma imagem de Jesus Cristo O gesto de Bolsonaro mira um eleitorado no qual sua vantagem sobre Fernando Haddad (PT) é menor. Segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (15), Bolsonaro tem 66% da preferência de votos entre os evangélicos, contra 24% de Haddad. Já entre os católicos, a diferença é menor. O candidato do PSL tem a preferência de 48% dos eleitores, contra 42% do petista. Bolsonaro chegou à Arquidiocese do Rio às 9h e entrou no local sem falar com a imprensa. O encontro durou 20 minutos. Após a assinatura do compromisso firmado com a Igreja Católica, alguns cinegrafistas e autógrafos foram autorizados a registrar o momento, mas a maioria dos jornalistas ficou encurralada na entrada do edifício e não conseguiu entrar no elevador. O candidato não chegou a dar entrevistas, mas falou brevemente com os cinegrafistas. Uma profissional francesa perguntou o motivo pelo qual ele "não comparecia a debates e não falava com a imprensa", mas o presidenciável não respondeu. Ao fim do encontro com dom Orani, Bolsonaro deixou local por uma saída alternativa e dirigiu à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na zona portuária da cidade. 966 Procurado pela reportagem, dom Orani respondeu, via sua assessoria, que não daria entrevista sobre o assunto. Enquanto a imprensa aguardava a decisão se poderia subir ou não para registrar o encontro, funcionárias da Arquidiocese vestidas com camisas amarelas posavam para fotógrafos fazendo sinais de armas de fogo com os dedos das mãos diante de uma imagem de Jesus Cristo. Os gestos causaram desconforto entre outros funcionários, que repudiaram a manifestação. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/17/de-olho-emvoto-catolico-bolsonaro-assina-compromisso-com-arcebispo-do-rio.htm EM CULTO, MALAFAIA ATACA A FOLHA E ENSINA FIÉIS A IDENTIFICAR FAKE NEWS UMA DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS EVANGÉLICAS DO PAÍS, PASTOR É CABO ELEITORAL DE BOLSONARO Ana Luiza Albuquerque, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 "Os obreiros vão distribuir os envelopes, vocês podem ofertar com cartão de crédito ou débito, se você quiser, ok, até para quem está na internet", orientou o pastor Silas Malafaia na noite desta quinta-feira (18), em pregação na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Poderia ser um culto ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/evangelicosveem-bolsonaro-como-omais-autoritario-e-quem-mais-defende-a-democracia.shtml ) como outro qualquer, mas a presença da imprensa levou o pastor, que até então fazia piadas e divertia os fiéis, a elevar o tom contra a reportagem da Folha. Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do país ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/com-60-bolsonaro-maisque-dobravantagem-sobre-haddad-entre-evangelicos-diz-datafolha.shtml ), é cabo eleitoral do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes/2018/presidente/jair-bolsonaro280000614517.shtml ). "Pego as reportagens dos jornais, quatro, cinco matérias contra Bolsonaro. De vez em quando, uma contra Haddad [Fernando]. Que imprensa parcial é essa?", questionou Malafaia em entrevista após a pregação. 967 A reportagem respondeu citando matéria que mostra que as críticas a Bolsonaro e Haddad tiveram as mesmas proporções ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/criticas-a-bolsonaro-e-a-haddad-temas-mesmas-proporcoes-nafolha.shtml ) na Folha. "Deve ter sido em outro jornal, porque eu estou acompanhando todo dia. É desigual, desonesto, ridículo, uma imprensa esquerdopata. Aí eu fico nervoso, não é com você, é com os órgãos de imprensa, por isso que ando indignado." Quando deu início ao culto, Malafaia citou os jornais internacionais que estavam na igreja, disse que nunca havia recebido tantos jornalistas e afirmou que todos estavam livres para entrevistar os fiéis. Em seguida, orientou seus seguidores a identificar fake news. "Tudo que você ouvir nas redes sociais, na imprensa... Número um, duvidar. Número dois, criticar, analisar o que está ouvindo. Número três, determinar, não aceito nada, aceito tudo, aceito parte. Se fizer as três coisas vai parar de ficar replicando fake news de graça." Malafaia também defendeu que o pastor não é dono dos fiéis ou de seus votos, mas que pode influenciá-los. "O sindicalista influencia, o ativista político, os artistas, por que eu como pastor não posso influenciar? Eu influencio como outros influenciam também", discursou. Mais cedo, no Twitter, Malafaia criticou a Folha pela veiculação de reportagem que revelou que uma rede de empresários financia campanha ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanhacontra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml ) contra Haddad no Whatsapp, firmando contratos de até R$ 12 milhões para comprar pacotes de disparos em massa. Questionado pela Folha se não é importante que irregularidades do tipo sejam identificadas, o pastor afirmou que Bolsonaro não tem responsabilidade sobre o caso. "Os caras produzem fake news, empresários, sei lá quem, e o cara [Bolsonaro] é responsável? PT falar em fake news deve ser brincadeira." Para Malafaia, a imprensa está "doida" porque perdeu o monopólio da informação. "A Folha, o Globo, a Época, a Veja falam uma mentira e o pau canta nas redes sociais. Por isso que a imprensa quer desmoralizar as redes sociais, essa que é a verdade", disse. 968 O pastor nem sempre foi defensor ferrenho do candidato do PSL. No ano passado, quando acreditava na candidatura de João Doria (PSDB) ao Planalto, Malafaia afirmou que Bolsonaro não tinha competência administrativa e política para ser presidente. "Era minha posição naquela época. Mudou porque estou vendo o quê? PT, Haddad. Haddad representa roubalheira, o maior esquema de corrupção da história política do Brasil, tem mais de 30 processos, perdeu no primeiro turno uma eleição. Poste, fantoche de Lula. Aí eu tenho que ser Bolsonaro. Porque não tem outro. Como um cara desses quer ser presidente? Vou te contar, minha filha, até um Garotinho [Anthony, ex-governador do Rio] eu votava." À época, Malafaia atacou Bolsonaro porque ficou ressentido com o ex-capitão. Isso porque, na visão do pastor, o candidato do PSL não fez uma defesa enfática de sua inocência, quando foi indiciado na Operação Timóteo sob suspeita de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção em cobranças de royalties da exploração mineral. "Ele me defendeu, mas não me defendeu como deveria, por isso fiquei invocado. Foi por isso, eu estava com raiva, quando a gente está com raiva fala umas bobagens e eu estava indignado. Porque eu defendi ele na questão da Maria do Rosário, que chamou ele de estuprador. Na hora que chegou minha vez, deu um depoimento lá no Congresso, eu falei: é isso, cara? Tinha que meter nas redes sociais. Depois que acabou tudo, [Bolsonaro disse] vem gravar uma live, aí agora eu não quero." Questionado pela reportagem sobre a funcionária fantasma que Bolsonaro mantinha em Angra dos Reis (RJ), Malafaia respondeu que todo funcionário de deputado federal "trabalha em outras coisas". Como revelou a Folha, o parlamentar utilizava verba da Câmara para empregar uma vizinha que vendia açaí ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/01/1949719-bolsonaro-empregaservidora-fantasma-quevende-acai-em-angra.shtml ). "Funcionária fantasma que vocês inventaram. Foi apurado nada. A mulher morava em Angra, como qualquer funcionária. Noventa por cento do gabinete de um deputado está no estado. Em Brasília mantém uma secretária, um telefonista e um assessor. Todo funcionário é cargo político comissionado, trabalha em outras coisas e tem uma nomeação política. A imprensa sabe disso." Sob gritos de "mito" e câmeras de celular que filmavam a repórter, Malafaia aconselhou que "é melhor já ir se acostumando" e questionou a idoneidade da reportagem. 969 "Filha, vai me desculpar, o teu jornal, com todo o respeito, é o jornal mais esquerdopata, mais mentiroso, mais fake news. Eu estou dando entrevista aqui por uma questão sua, mas a organização Folha é uma vergonha. E é bom todo mundo gravar, vamos ver o que vão botar lá." https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/em-culto-malafaia-ataca-a-folha-eensina-fieis-a-identificar-fake-news.shtml GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO Talita Fernandes, Agora, p. A 4, 17 de outubro de 2018 [A linguagem usada é notável... Mas será que é particular dele, de seu partido? Me lembro da retórica de Aécio Neves, do PSDB... ao iniciarem e protagonizarem o golpe a partir de 2014... Mas podemos voltar à UDN... Ou... A política como lugar da destruição do outro, do que tem interesses, ideias diferentes... O adversário é alguém a ser eliminado... varrido – palavra que li inúmeras vezes nos últimos anos... Mais importante do que a derrubada de Dilma Roussef, a pedagogia dessa lógica foi tão 970 eficiente que acabou por se voltar contra aqueles que a praticaram... Tudo tem mais de um sentido... a meu ver... ] https://drive.google.com/file/d/1IFVteg2Mfb_wG7hra-Kf9DmSJ2g6U7J/view?usp=sharing A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 Renata Bragança, professora do ensino fundamental, recebeu recentemente, no WhatsApp, uma nova denúncia comprovadamente falsa. Segundo a mensagem, a “cartilha gay” estava lá, em uma escolinha no município de Ipatinga, no interior de Minas Gerais. No texto, outra professora afirmava que o material seria distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) a escolas de todo o país – um “alerta para proteger nossas crianças”, ao menos segundo a mensagem. A professora, que recebe mensagens falsas com frequência, respondeu que pagaria R$ 100 pelo kit: “Não tinha, claro. Esse material nunca nem chegou às escolas”, comenta. Renata enviou à reportagem da Pública uma série de correntes e conteúdos compartilhados em grupos de família, de amigos e da igreja evangélica que frequenta que alertam sobre a distribuição do “kit gay” nas escolas ou de outras “tentativas de doutrinação de gênero” no ensino. Todos os conteúdos estão associados ao Partido dos Trabalhadores (PT) e impulsionam a campanha política de Jair Bolsonaro (PSL), que vem reiteradamente se referindo ao kit nas suas próprias redes. Conteúdos postados pelo próprio Bolsonaro e seu filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, foram alvo de decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na segundafeira, 15 de outubro, o ministro Carlos Horbach determinou a retirada de seis vídeos que afirmaram que o livro Aparelho sexual e cia foi adotado durante a gestão de Haddad no MEC. Em agosto, Bolsonaro apresentou o livro no Jornal Nacional, da Rede Globo, e afirmou que o material foi distribuído para crianças pelo MEC na gestão de Fernando Haddad. “Além do ‘kit gay’, recebo mensagens dizendo que as meninas vão ser obrigadas a beijar outras meninas, que o Haddad vai fechar as igrejas, que vai obrigar as escolas a 971 ensinar que todos são gays. Uma, duas, três, de várias pessoas diferentes”, relata a professora. Na experiência de Renata, mensagens sobre o “kit gay” são difíceis de contestar, mesmo ela sendo professora e afirmando aos que enviam as mensagens falsas de que essa realidade está longe de ser a da sala de aula. “Todo mundo quer proteger uma criança, criança é sagrada na sociedade. Mas eles se aproveitam de uma brecha que foi descobrir que os pais não vão na escola, no máximo deixam os filhos e buscam, mas eles não sabem o que acontece lá. Qualquer mentira é difícil de desmentir”, reclama. Postagens e pesquisas por “kit gay” disparam nas redes na eleição A pedido da Pública, o Monitor do Debate Político no Meio Digital listou as dez publicações mais compartilhadas que mencionam o “kit gay” no Facebook de 15 de setembro a 15 de outubro. O monitor é um projeto do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (USP). No topo das publicações mais compartilhadas está o perfil oficial do candidato Jair Bolsonaro, que reiteradamente se refere a Haddad como o “pai do kit gay”. A publicação no Facebook, no dia 10 de outubro, que teve mais de 115 mil compartilhamentos faz ataques a Haddad e reafirma que o petista é o criador do “kit”. A segunda publicação com mais compartilhamentos foi feita pelo deputado federal pelo PT, Enio Verri. Neste caso, a postagem questiona as afirmações de Bolsonaro sobre o “kit” e traz uma entrevista de Haddad sobre o boato. A postagem teve 35 mil compartilhamentos. A terceira, quarta e quinta publicações com mais compartilhamentos são todas favoráveis à versão de Bolsonaro, feitas por páginas como Brasil com Bolsonaro, Somos Todos Bolsonaro e Movimento Brasil Livre (MBL). Juntas, elas somam 77 mil compartilhamentos. O Monitor rastreou também conteúdos antigos que voltaram a ser compartilhados no período eleitoral. No topo deles, está uma postagem do site evangélico Gospel Prime, que afirma que o “kit gay” seria reformulado e lançado até o fim do ano de 2011. A postagem faz referência a uma matéria da revista Veja na qual Haddad afirmava que o material anti-homofobia seria revisado, sem custos adicionais, após a pressão de grupos religiosos. A postagem do Gospel Prime alcançou 140 mil compartilhamentos. 972 Além desse conteúdo, uma reportagem da revista Nova Escola, que esclarece do que se tratava o material “escola sem homofobia”, também voltou a circular no Facebook. O conteúdo de 2015 alcançou 22 mil compartilhamentos. “As páginas que estão fazendo campanha para Bolsonaro claramente estão apelando para exageros como ‘protejam suas crianças!’, sugerindo que o material seria nocivo aos jovens. Do outro lado, a campanha de Haddad faz um grande esforço para desmentir o caso, mas com o ônus de ter de esclarecer as nuances do projeto original”, comenta o professor da USP e coordenador do Monitor, Márcio Moretto. Para o pesquisador, como, de fato, houve uma tentativa do PT de produzir material de conscientização sobre a homofobia, foi criada uma zona cinzenta fértil para todo tipo de abusos. Família Bolsonaro e pastor Malafaia lideram menções ao “kit gay” A Pública, através do Crowdtangle – ferramenta de monitoramento do Facebook, Twitter e Instagram –, pesquisou os conteúdos com maior número de engajamento nas três redes que mencionaram o “kit gay” na semana anterior à votação de primeiro turno e na seguinte. O resultado: Jair Bolsonaro, seu filho Carlos (PSL-RJ) e o pastor Silas Malafaia estão entre os autores que alcançaram maior engajamento citando o “kit”. O pastor Silas Malafaia também é autor de um vídeo no qual Bolsonaro afirma que Haddad é o pai do “kit gay”. Apenas essa publicação teve mais de 210 mil visualizações em cerca de 24 horas e quase 7,5 mil compartilhamentos. Malafaia é um tuiteiro contumaz sobre o kit: desde 1º de outubro, o pastor fez 15 postagens sobre o “kit gay” – média de um tuíte por dia –, todas associadas ao candidato do PT. No mesmo período, Malafaia fez apenas oito tuítes com a palavra “Deus”. Outras páginas de Facebook de conteúdo religioso também relacionaram o PT à criação do material. Frases de Fé, Paraclitus, Apocalink e O Leão de Judá estão entre as que mais geraram compartilhamentos. Páginas de apoio a Bolsonaro também disseminam o conteúdo, como a Somos Todos Bolsonaro, Chega de Corruptos – mais de uma vez no mesmo dia –, Brasil Verde e Amarelo, Exército Bolsonaro, Eu Vou Votar no Bolsonaro, Direita Opressora e Bolsonaro Sarcástico. Ao todo, essas páginas geraram quase 14 mil reações e mais de 85 mil compartilhamentos. Segundo a ferramenta de pesquisa do Google, o Trends, a quantidade de buscas na internet sobre o termo “kit gay” em setembro de 2018 foi a maior já registrada, superando até quando o assunto eclodiu pela primeira vez em 2011. Entre os assuntos 973 mais relacionados a essa busca estão “escola” e os dois candidatos à presidência: “Bolsonaro” e “Haddad”. Boatos encontram no WhatsApp terreno ideal Os responsáveis pelas iniciativas de checagem de boatos E-Farsas e Boatos.org são unânimes em concordar que o “kit gay” tem sido um argumento onipresente na campanha política deste ano. Como explica Edgard Matsuki, fundador do site Boatos.org, as buscas pelo “kit” cresceram significativamente no período de eleições, assim como as correntes que foram desmentidas pelos checadores. “Não entramos na discussão principal se Haddad é pai do “kit gay” ou não, porém tudo que é imagem que não fazia parte do projeto original, aí sim, a gente entrou”, explica. Segundo Matsuki, uma das imagens mais utilizadas é a de uma campanha do Ministério da Saúde de combate ao HIV voltada para adultos, que é apresentada como se fosse material do conteúdo desenvolvido para as escolas. “Por mais que você mostre o fato objetivo, que não é esse o material de escola, as pessoas não querem ouvir muito. Por outro lado, tem muita gente que compartilha a informação correta para tentar esclarecer. Posso te deixar claro que, sem dúvida, esse é um dos temas que mais estão sendo falados nas eleições, principalmente utilizado como argumento para voto ou não voto”, avalia. Na impressão de Gilmar Lopes, criador do E-Farsas, os boatos sobre o kit gay” circularam com força no primeiro turno, mas voltaram de forma ainda mais intensa com a definição do confronto entre Bolsonaro e Haddad. “É a mesma corrente de anos atrás, mas com uma nova roupagem. Quando desmentimos essas histórias, muita gente fica brava, nos acusam de não sermos imparciais. Há quem diga que, mesmo sendo mentira, eu não deveria desmentir para não atrapalhar a candidatura do outro lado”, relata. “De forma geral, questões identitárias, que envolvem uma série de preconceitos como homofobia, machismo etc., estão mais proeminentes neste debate atual que outros temas macro, como políticas públicas, habitação, saneamento básico e educação”, afirma o pesquisador da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Lucas Calil. O grupo vem monitorando o debate nas redes sociais desde 2013 e avaliou, no domingo das votações do 1º turno, mais de 1,7 milhão de menções com ofensas no 974 Twitter relacionadas às eleições. No levantamento, LGBTs foram o terceiro tema mais citado em postagens ofensivas — nordestinos ficaram em primeiro lugar. Em segundo, vieram discussões sobre nazismo e fascismo. Segundo Calil, os confrontos nas redes digitais sobre temas como o “kit gay” e direitos LGBT têm se dado de forma ainda mais intensa que nas eleições de 2014. Na análise do pesquisador, atualmente, fora os direitos LGBT e questões de gênero, os outros únicos temas que têm se mostrado tão capazes de engajamento nas redes são a corrupção e a segurança pública. O problema é que as redes mais facilmente rastreáveis, como Facebook e Twitter, são apenas a ponta do iceberg na disseminação de conteúdos sobre o “kit gay”. De acordo com o pesquisador do Instituto de Internet da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Caio Machado, as mensagens de WhatsApp têm apresentado mais frequentemente discursos de ódio ligado a temas como a homossexualidade que as de outras redes como o Twitter e o Facebook. “O material que circula no WhatsApp, de certa forma, não tem dono. Ele tem uma retórica própria, que pode ser falaciosa. Você nunca vai remontar quem criou ou disse aquilo. Além disso, é muito difícil você mensurar o que é disparado diretamente pelas campanhas e o que é feito por usuários”, avalia. Segundo o pesquisador, que prepara uma pesquisa sobre conteúdos no WhatsApp no contexto das eleições brasileiras, o cenário nacional tem sido diferente da eleição de Donald Trump, entre outros motivos, justamente pela predominância do aplicativo em nosso país. “O Brasil sozinho tem quase 10% dos usuários do WhatsApp do mundo. Os Estados Unidos são mais Facebook e Twitter, e isso se revelou inclusive na disseminação de notícias falsas: o que a gente detectou no Twitter no Brasil foi o menor índice de notícias falsas até agora, não tem porque alguém se expor lá se você tem essa massa de WhatsApp disponível”, avalia. Boatos do “kit gay” definem aliados e inimigos e espalham pânico social Em 2012, a coordenadora do Núcleo de Estudos da Diversidade Sexual e de Gênero do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (UnB), Tatiana Lionço, tornou-se alvo de uma campanha difamatória na internet conduzida por Bolsonaro, então deputado federal. À época, Tatiana falou sobre sexualidade na infância durante o IX Seminário LGBT na Câmara. “Bolsonaro editou a minha fala e levou a sociedade a entender que eu estaria defendendo a ‘homossexualidade infantil’, começaram a produzir conteúdos dizendo que eu estaria fazendo inclusive um estímulo à pedofilia”, relata a pesquisadora. Dois 975 anos depois, a Câmara dos Deputados publicou nota sobre o evento, com o conteúdo das palestras na íntegra. “Essa é uma das pautas que mais mobiliza ódio e repulsa social. A figura do pedófilo e do abusador sexual de crianças é uma das figuras do monstro moral contemporâneo”, afirma Tatiana. Tatiana acionou a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público pelos crimes de difamação e calúnia, mas os processos foram arquivados porque ambas as instituições entenderam que a questão deveria ser tratada no âmbito civil, como danos morais. A pesquisadora enviou ofício também à Presidência da Câmara e a resposta que obteve foi que o deputado estava protegido pela liberdade de expressão. “O Estado brasileiro foi absolutamente conivente com isso”, desabafa. Para o doutor em ciência política e pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Thiago Coacci, a pauta do “kit gay” é um gatilho utilizado para despertar o pânico moral. “Pânicos morais são um fenômeno já identificado desde a década de 1960 pelas ciências sociais. Eles ocorrem quando há um relativo consenso na sociedade ou em parte significativa dela de que um grupo de pessoas ou comportamento ameaça a ordem social. Por serem um fenômeno social de massa, são muito utilizados politicamente”, explica. Segundo o pesquisador, no atual contexto brasileiro, movimentos feministas e LGBT são associados à suposta degradação de valores, e isso não ocorre por acaso. “Pânicos morais não são fenômenos irracionais ou que ocorrem espontaneamente, frequentemente são frutos da ação coordenada e intencional de grupos organizados, como igrejas ou partidos”, afirma Coacci. De acordo com a pesquisadora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação Magali Cunha, especialista em comunicação, religião e política, embora a crítica a direitos LGBT gere um consenso entre os principais líderes evangélicos, sobretudo os pentecostais, o mesmo não ocorre com os fiéis. Na visão da pesquisadora, essas pessoas, embora não concordem necessariamente com discursos extremistas dos líderes das igrejas, acabam sem meios para contrapor essas posições. “Boa parte dos pastores midiáticos, esses que exercem maior influência, como o Malafaia, são donos de igrejas. Nesse caso, não tem nenhum questionamento, diferente de outras igrejas em que há eleições para pastores ou escolhas dentro de uma forma mais participativa. Esses líderes se sustentam porque não há nenhuma organização institucional que questione a autoridade deles”, avalia. Contudo, como aponta a pós-doutoranda em ciência política na UFMG, Viviane Gonçalves, utilizar discursos morais em campanhas políticas não é uma exclusividade 976 de 2018. “Em 1989, Fernando Collor levou a público a história – posteriormente desmentida – de que Lula teria pedido à mãe de sua filha Lurian que a abortasse. Em 2010, Dilma Rousseff e José Serra também protagonizaram acusações e explicações quanto à temática do aborto. No último pleito, em 2014, a capacidade ou competência de Rousseff para governar foi questionada num explícito alinhamento ao debate quanto ao lugar das mulheres ser no ambiente doméstico ou fora de casa, inclusive com atuação direta nas tomadas de decisões”, relembra. Apoiadores de Bolsonaro realizaram pelo menos 50 ataques em todo o país Levantamento inédito contabilizou relatos de agressões e ameaças contra pessoas em 18 estados e no DF nos últimos dez dias; 6 apoiadores do candidato do PSL também foram agredidos Polêmica sobre “kit” silencia problemas reais como abuso sexual e intolerância Se, por um lado, os boatos sobre o “kit gay” se alimentam da preocupação de pais com suas crianças, por outro, eles acabam tomando o lugar de debates de problemas reais, como assédio sexual e a violência contra jovens LGBT. “Nós deveríamos ter o direito de conversar abertamente sobre isso, inclusive porque existem muitos crimes e muitas violências relacionadas à sexualidade”, afirma Tatiana Lionço. Thiago Coacci relembra que o objetivo que levou à formulação do kit “Escola sem homofobia” para as escolas: facilitar atividades para a promoção do respeito e o fim da violência contra mulheres e a população LGBT. “Discutir gênero e sexualidade nas escolas é uma forma de concretizar direitos à liberdade, igualdade e, em última instância, até mesmo o direito à vida, que nos é negado tantas vezes por meio de assassinatos LGBTfóbicos”, argumenta. Enquanto o debate não avança, a professora Renata Bragança, que continua recebendo correntes sobre o “kit gay” nas escolas, segue precisando intervir para diminuir a violência gerada por preconceito no ambiente escolar. “É engraçado que a gente tem que ficar o tempo todo mediando homofobia na sala de aula, aluno xingando o outro de ‘viadinho’, batendo no outro, e ninguém está preocupado com isso, com o problema de fato”, lamenta. Leia a checagem que desmente que Haddad teria criado o “kit gay” – material encomendado pela Câmara nunca foi distribuído e era, na verdade, para promover tolerância e contra discriminação de homossexuais. 977 Atualização às 17h20 de 17 de outubro de 2018 Corrigimos a sigla da Universidade de Brasília (UnB) na reportagem e também o crédito da pesquisadora Viviane Gonçalves https://apublica.org/2018/10/a-eleicao-do-kit-gay/ TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK Rafael Moraes Moura, Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de outubro de 2018 O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção de seis postagens no Facebook e no YouTube em que o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, faz críticas ao livro "Aparelho Sexual e Cia." e afirma que a obra integraria material a ser distribuído a escolas públicas na época em que Fernando Haddad (PT) comandava o Ministério da Educação. No vídeo, Bolsonaro afirma que o livro é "uma coletânea de absurdos que estimula precocemente as crianças a se interessarem pelo sexo". "No meu entender, isso é uma porta aberta para a pedofilia", diz o candidato do PSL, que ainda afirma que "esse é o livro do PT". Em nota, o Ministério da Educação (MEC) já afirmou em diversas oportunidades que não produziu nem adquiriu ou distribuiu "Aparelho Sexual e Cia.", esclarecendo que o livro é uma publicação da editora Companhia das Letras publicada em 10 idiomas. "É igualmente notório o fato de que o projeto 'Escola sem Homofobia' não chegou a ser executado pelo Ministério da Educação, do que se conclui que não ensejou, de fato, a distribuição do material didático a ele relacionado. Assim, a difusão da informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo MEC gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político, o que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor", concluiu Horbach. Os advogados do PT afirmam que, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 28 de agosto, Bolsonaro mentiu e difundiu a falsa ideia de que o livro seria distribuído em escolas públicas. "O candidato vem proferindo esta grave mentira há mais de dois anos. A informação de que o livro seria distribuído em escolas públicas começou a ser difundida por 978 Bolsonaro no dia 10 de janeiro de 2016 através de um vídeo que publicou no Facebook", observa a coligação de Haddad. Em outra representação, o ministro negou um pedido do PT para remover uma entrevista de Bolsonaro concedida ao programa "Pânico", na qual o deputado federal faz referência ao material didático do projeto "Escola sem homofobia" como sendo o "kit gay", atribuindo a responsabilidade pela sua elaboração a Fernando Haddad. "É possível concluir que os representantes buscam impedir que o candidato representado chame o material didático do projeto 'Escola sem Homofobia' de 'kit gay'. Tal pretensão, caso acatada pelo Poder Judiciário, materializaria verdadeira censura contra o candidato representado, que estaria impedido de verbalizar, de acordo com suas concepções, críticas à gestão do concorrente à frente do Ministério da Educação", observou Horbach. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agenciaestado/2018/10/16/tse-determina-remocao-de-videos-de-bolsonaro-sobre-kit-gay-nofacebook.htm VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA Breiller Pires, El País, 18 de outubro de 2018 979 Bolsonaro protesta contra ’kit gay’ no plenário da Câmara. AGÊNCIA BRASIL Enxurrada de notícias falsas, campanhas baseadas em mentiras, teorias conspiratórias sem pé nem cabeça virando verdade absoluta em grupos de Whatsapp. As eleições 2018 representam uma frustração diária para que lida com informação. Mas se tem algo que enche de tristeza um jornalista neste momento é ver tanta gente aderindo à paranoia do ‘kit gay’. Há bastante tempo investigo casos de abuso sexual de crianças no futebol. Vi de perto a dor de vítimas e familiares. Me dá uma profunda agonia que o sofrimento dessas pessoas seja utilizado como moeda eleitoral, de forma distorcida e irresponsável, pelo candidato a presidente que diz defender os valores da família. A maioria dos pais de garotos abusados por treinadores, preparadores e dirigentes admite jamais ter conversado sobre sexo com os filhos. É quase unanimidade entre especialistas (psicólogos, assistentes sociais, sexólogos, médicos etc.), e eu já devo ter conversado sobre o tema com dezenas deles, de diferentes áreas, que a educação sexual na infância ajuda a prevenir abusos contra crianças e adolescentes. Por isso, há um projeto de lei no Congresso Nacional, apoiado até mesmo por parlamentares conservadores, que pretende obrigar clubes e escolinhas de futebol a adotar medidas para evitar o abuso em suas dependências. Uma delas é justamente oferecer o básico de educação sexual aos jovens atletas. O que isso significa? Explicar que tipo de toque dos adultos eles não devem permitir, os limites do contato físico 980 com técnicos e massagistas durante a prática esportiva e a quem recorrer caso sofram assédio de qualquer espécie. O tal “kit gay”, que não chegou a existir na prática, nada mais é que uma proposta de levar educação sexual às escolas. Seu objetivo nunca foi pregar que menino deve brincar de boneca e menina de carrinho, muito menos estimular incesto ou erotização precoce, mas apenas disponibilizar informação a um grupo vulnerável de pessoas que não costuma receber em casa o devido esclarecimento – por vergonha, abandono, desconhecimento, pelo tabu. E por que é necessário abordar as questões de gênero na educação sexual? Para ficar no exemplo do futebol, os casos que apurei (são mais de 120 num período de sete anos) envolvem vítimas do sexo masculino. Um dos principais motivos para os garotos resistirem em denunciar os abusos é o medo de ser tachado como homossexual. Abuso é crime. É preciso dizer a eles que o fato de terem sido assediados ou molestados não altera a orientação sexual, tampouco interfere na sexualidade. Abusadores se aproveitam do preconceito para garantir o silêncio das vítimas. Enquanto reinar o preconceito, eles agirão impunemente. Em seus 28 anos na Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro ventilou ideias na linha repressora, como castração química e aumento de penas para estupradores, em resposta à violência sexual. Porém, carece de propostas objetivas no campo da prevenção e presta um enorme desserviço à proteção dos direitos infantojuvenis ao contribuir para desqualificar a alternativa mais eficiente de se combater abusos sob o estigma de “kit gay”. Zelar pelas crianças é causa nobre. No entanto, oportunismo e desinformação são o insumo da ignorância. Converse com seus filhos, busque fontes diversas de conhecimento, assuma o compromisso de não passar para frente “notícias” de procedência duvidosa, pesquise antes de tomar uma piada como verdade e, independentemente do seu voto, preserve o mínimo de bom senso. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/18/deportes/1539895132_663874.html UOL, PÁGINA INICIAL, 18 OUT 2018 7H22MIN. EMPRESAS BANCAM CAMPANHA CONTRA PT NAS REDES SOCIAIS; PRÁTICA É ILEGAL 981 EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA Patrícia Campos Mello, Folha/Uol,, 18 de outubro de 2018 Empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp ( https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/10/como-owhatsappcombate-a-desinformacao-no-brasil.shtml ) e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/candidatos-doaram-r-158-milhoes-asproprias-campanhas.shtml ) por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. A Folha apurou que cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/donodahavan-nega-que-tenha-coagido-funcionarios-para-voto-em-bolsonaro.shtml ). Os contratos são para disparos de centenas de milhões de mensagens. As empresas apoiando o candidato Jair Bolsonaro (PSL) compram um serviço chamado "disparo em massa", usando a base de usuários do próprio candidato ou bases vendidas por agências de estratégia digital. Isso também é ilegal, pois a legislação eleitoral proíbe compra de base de terceiros, só permitindo o uso das listas de apoiadores do próprio candidato (números cedidos de forma voluntária). 982 Quando usam bases de terceiros, essas agências oferecem segmentação por região geográfica e, às vezes, por renda. Enviam ao cliente relatórios de entrega contendo data, hora e conteúdo disparado. Entre as agências prestando esse tipo de serviços estão a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market. Os preços variam de R$ 0,08 a R$ 0,12 por disparo de mensagem para a base própria do candidato e de R$ 0,30 a R$ 0,40 quando a base é fornecida pela agência. As bases de usuários muitas vezes são fornecidas ilegalmente por empresas de cobrança ou por funcionários de empresas telefônicas. Empresas investigadas pela reportagem afirmaram não poder aceitar pedidos antes do dia 28 de outubro, data da eleição, afirmando ter serviços enormes de disparos de WhatsApp na semana anterior ao segundo turno comprados por empresas privadas. Questionado se fez disparo em massa, Luciano Hang ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/quanto-mais-eu-malho-o-pt-mais-euvendo-dizdono-de-rede-que-apoia-bolsonaro.shtml ), dono da Havan ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/justicaproibe-dono-da-havan-derealizar-atos-politicos-com-funcionarios-e-compara-a-voto-de-cabresto.shtml ), disse que não sabe "o que é isso". "Não temos essa necessidade. Fiz uma 'live' aqui agora. Não está impulsionada e já deu 1,3 milhão de pessoas. Qual é a necessidade de impulsionar? Digamos que eu tenha 2.000 amigos. Mando para meus amigos e viraliza." Procurado, o sócio da QuickMobile, Peterson Rosa, afirma que a empresa não está atuando na política neste ano e que seu foco é apenas a mídia corporativa. Ele nega ter fechado contrato com empresas para disparo de conteúdo político. Richard Papadimitriou, da Yacows, afirmou que não iria se manifestar. A SMS Market não respondeu aos pedidos de entrevista. Na prestação de contas do candidato Jair Bolsonaro (PSL) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes/2018/presidente/jair-bolsonaro280000614517.shtml ), consta apenas a empresa AM4 Brasil Inteligência Digital, como tendo recebido R$ 115 mil para mídias digitais. Segundo Marcos Aurélio Carvalho, um dos donos da empresa, a AM4 tem apenas 20 pessoas trabalhando na campanha. "Quem faz a campanha são os milhares de 983 apoiadores voluntários espalhados em todo o Brasil. Os grupos são criados e nutridos organicamente", diz. Ele afirma que a AM4 mantém apenas grupos de WhatsApp para denúncias de fake news ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/presidente-do-tse-pede-abolsonaro-e-haddad-tres-medidas-contra-fake-news.shtml ), listas de transmissão e grupos estaduais chamados comitês de conteúdo. No entanto, a Folha apurou com ex-funcionários e clientes que o serviço da AM4 não se restringe a isso. Uma das ferramentas usadas pela campanha de Bolsonaro é a geração de números estrangeiros automaticamente por sites como o TextNow. Funcionários e voluntários dispõem de dezenas de números assim, que usam para administrar grupos ou participar deles. Com códigos de área de outros países, esses administradores escapam dos filtros de spam e das limitações impostas pelo WhatsApp —o máximo de 256 participantes em cada grupo e o repasse automático de uma mesma mensagem para até 20 pessoas ou grupos. Os mesmos administradores também usam algoritmos que segmentam os membros dos grupos entre apoiadores, detratores e neutros, e, desta maneira, conseguem customizar de forma mais eficiente o tipo de conteúdo que enviam. Grande parte do conteúdo não é produzida pela campanha —vem de apoiadores. Os administradores de grupos bolsonaristas também identificam "influenciadores": apoiadores muito ativos, os quais contatam para que criem mais grupos e façam mais ações a favor do candidato. A prática não é ilegal. Não há indício de que a AM4 tenha fechado contratos para disparo em massa; Carvalho nega que sua empresa faça segmentação de usuários ou ajuste de conteúdo. As estimativas de pessoas que trabalham no setor sobre o número de grupos de WhatsApp anti-PT são muito vagas —vão de 20 mil a 300 mil— pois é impossível calcular os grupos fechados. Diogo Rais ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/diogo-rais/ ), professor de direito eleitoral da Universidade Mackenzie, diz que a compra de serviços de disparo de WhatsApp por empresas para favorecer um candidato configura doação não declarada de campanha, o que é vedado. 984 Ele não comenta casos específicos, mas lembra que dessa forma pode-se incorrer no crime de abuso de poder econômico e, se julgado que a ação influenciou a eleição, levar à cassação da chapa. EM MG, ROMEU ZEMA CONTRATOU EMPRESA DE IMPULSIONAMENTO O candidato ao governo de Minas do partido Novo, Romeu ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/surpresa-na-eleicao-de-mg-zema-sediz-anti-pt-e-aguarda-partido-sobreapoio-a-bolsonaro.shtml )Zema ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/surpresa-na-eleicao-de-mg-zema-sedizanti-pt-e-aguarda-partido-sobre-apoio-a-bolsonaro.shtml ), declarou ao Tribunal Superior Eleitoral pagamento de R$ 200 mil à Croc Services por impulsionamento de conteúdos. O diretório estadual do partido em Minas gastou R$ 165 mil com a empresa. A Folha teve acesso a propostas e trocas de email da empresa com algumas campanhas oferecendo disparos em massa usando base de dados de terceiros, o que é ilegal. Indagado pela Folha, Pedro Freitas, sócio-diretor da Croc Services, afirmou: "Quem tem de saber da legislação eleitoral é o candidato, não sou eu." Depois, recuou e disse que não sabia se sua empresa prestara serviço para Zema. Posteriormente, enviou mensagem afirmando que conferiu seus registros e que vendera pacotes de disparo em massa de WhatsApp, mas só a bases do próprio candidato, filiados ao partido e apoiadores de Zema —o que é legal. Procurada, a campanha afirmou que "contratou serviço de envio de mensagem somente por WhatsApp para envio aos filiados do partido, pessoas cadastradas pelo website e ações de mobilização de apoiadores". A Folha apurou que eleitores em Minas receberam mensagens em WhatsApp vinculando o voto em Zema ao voto em Jair Bolsonaro ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/surpresa-no-2o-turno-de-mg-zemasurfaem-bolsonaro-e-ja-ameaca-deputados.shtml ) dias antes do primeiro turno. Zema, que estava em terceiro nas pesquisas, terminou em primeiro. Colaboraram Joana Cunha e Wálter Nunes 985 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanhacontra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml É HORA DE SE DEBRUÇAR SOBRE A PROPAGANDA EM REDE DE BOLSONARO. MUITOS DE NÓS ESTÃO EM BUSCA DE EXPLICAÇÕES PARA O TSUNAMI DE VOTOS EM CANDIDATURAS ANTISSISTEMA E ANTIPETISTAS NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2018 Francisco Brito Cruz e Mariana Giorgetti Valente, El País, 18 de outubro de 2018 Muitos de nós estão em busca de explicações para o tsunami de votos em candidaturas antissistema e antipetistas no 1º turno das eleições brasileiras de 2018. Como essas candidaturas com pouco tempo de televisão e menos receitas declaradas à Justiça Eleitoral puderam passar por cima de lideranças consolidadas e com amplo acesso a recursos? Grande parte das tentativas de explicação passa pela internet e pela campanha nas redes sociais. Algumas delas vêm tentando associar ao fenômeno brasileiro acontecimentos de outros processos eleitorais, ocorridos em especial nos EUA e na União Europeia. Revelações publicadas na Folha de S.Paulo, de outro lado, apontaram a participação ilegal de empresários brasileiros no envio de spam pró-Bolsonaro “em massa”, com vistas a impactar eleitores. Dois personagens simbolizam tipos de explicações sobre o que ocorreu. O primeiro é Steve Bannon, o estrategista político da campanha de Donald Trump, chefe de redação do site de extrema direita Breitbart News e colaborador da Cambridge Analytica, polêmica empresa de marketing político. O segundo é Luciano Hang, empresário brasileiro, dono da empresa Havan, e apoiador de Jair Bolsonaro. Como se relacionam essas explicações, ou, ainda, o que está acontecendo na internet brasileira? Tentativas de explicação, e uma ponta de iceberg A explicação que passa por Bannon corre há mais tempo no período eleitoral. Um retrato de um sorridente Eduardo Bolsonaro ao lado de Bannon em Manhattan, em agosto deste ano, alimentou a ideia de que a ascensão do ex-capitão brasileiro derivaria do uso das táticas utilizadas por Trump na Cambridge Analytica, empresa que foi pivô de um escândalo em abril deste ano, por ter utilizado dados não autorizados de milhões de usuários do Facebook para campanhas eleitorais. 986 Essas táticas foram reveladas por um ex-funcionário da Cambridge Analytica à imprensa. A empresa usou um “quiz de personalidade” no Facebook para coletar dados pessoais de usuários e de seus amigos e, assim, construir perfis psicométricos minuciosos sobre eles. Em seguida, o banco de perfis foi utilizado para informar as campanhas dos clientes da Cambridge Analytica, servindo para customizar a cada um dos eleitores anúncios hiperpersonalizados. Trata-se do chamado “microdirecionamento”: usar ferramentas de propaganda paga na rede torna possível catapultar aquele anúncio para o feed daquela pessoa, o que amplia muito as possibilidades de convencimento. Agregando uma imensa quantidade de informações pessoais dos eleitores, a estratégia de Steve Bannon teria inflado o campo conservador enviando a mensagem exata que o eleitor precisava ouvir e assim se comportar como queria a campanha de Donald Trump, ajudando sua eleição. A manipulação de sentimentos em favor de estratégias eleitorais e a falta de transparência do uso desses dados pessoais acabou submetendo Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, a uma longa audiência pública no Congresso Americano e levando ao fechamento da Cambridge Analytica. O encontro de Bannon com Eduardo Bolsonaro foi catalisador de uma narrativa de que os resultados eleitorais no Brasil seriam explicáveis por aquela técnica de envio de anúncios “microdirecionados”. A ideia é a de que seria possível apontar um motor centralizado de manipulação dos brasileiros, com grandes interesses estrangeiros por trás. Um texto viralizou nas redes, afirmando que o esquema explicaria o comportamento dos brasileiros neste processo eleitoral, tese que vem sendo repetida frequentemente por outras matérias, textos opinativos e vídeos compartilhados nas redes anti-Bolsonaro. Com a descoberta pela Folha de S. Paulo de que empresas apoiadoras da campanha de Bolsonaro pagaram valores de até R$ 12 milhões em contratos que visavam o disparo de mensagens de WhatsApp “em massa”, o cenário parece começar a se apresentar em sua real complexidade. Os valores não foram declarados à Justiça Eleitoral e as bases de dados telefônicos teriam sido obtidas lícita e ilicitamente. Um dos personagens que figura nesta explicação é Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e indicado pelo jornal como um dos participantes do esquema. Mas a injeção de recursos ilícitos e trabalho de comunicação profissionalizado é a ponta de um iceberg que ainda tem muito para ser explorado. A infraestrutura de propaganda em rede 987 Se Steve Bannon ofereceu mesmo alguma forma de suporte à campanha de Bolsonaro e de outros aliados não sabemos ainda. É muito possível também que, nos próximos dias, venham à tona mais descobertas sobre poder econômico e ilicitudes por trás da produção e disseminação de conteúdos pelas redes. Nas tentativas de explicação, faltam ainda boas hipóteses e formulações conceituais para compreensão da estruturação da campanha de Bolsonaro nas redes, que articulem todos os indícios disponíveis. Observando o desenvolvimento da campanha e o conjunto de evidências, parece ser possível afirmar que a campanha acontece a partir de uma infraestrutura de propaganda em rede. O conceito aproveita o diagnóstico dos pesquisadores estadunidenses Yochai Benkler, Robert Faris e Hal Roberts, da Universidade de Harvard, no recém-lançado livro “Network Propaganda”, de que campanhas políticas no ambiente digital vêm se aproveitando de dinâmicas de rede para se fortalecer. É claro, essas dinâmicas são localizadas e apoiam-se em fatores conjunturais. Não parece que tenha sido utilizada, no Brasil, uma tática de propaganda no estilo “escândalo Cambridge Analytica”, ou seja, centrada na compra de anúncios em redes sociais para envio de propaganda “microdirecionada”. Não há, pelo menos ainda, indícios de nenhuma grande campanha de anúncios pagosna internet pelos candidatos da família Bolsonaro, nem nas prestações de contas perante a Justiça Eleitoral, nem na ferramenta do Facebook que dá transparência aos anúncios pagos que tratam de política (conforme descrevemos aqui). Ainda, os candidatos do PSL, grande surpresa nas eleições legislativas, não tiveram gastos significativos com propaganda paga (segundo as mesmas fontes consultadas acima), e, quando gastaram, não demonstraram nenhuma sofisticação na compra de públicos segmentados à la Cambridge Analytica. Foram feitos anúncios pagos, porém direcionados a grandes públicos, com segmentações amplas (como por Estados) e conteúdos simples (espécies de “santinhos virtuais”). As páginas apoiadoras de Jair Bolsonaro e companhia (já mapeadas aqui), que poderiam estar impulsionando os conteúdos para públicos hipersegmentados em seu lugar, tampouco estão tendo gastos significativos no Facebook. Ao mesmo tempo, o candidato a presidente do PSL manteve-se como o mais procurado no Google e foi sobre quem mais se tuitou no período eleitoral. Candidatos ao Congresso vinculados a ele são influenciadores com números altíssimos de seguidores e compartilhamentos no Twitter e no YouTube. Enormes fanpages apoiadoras no Facebook propagam suas ideias, visibilizam suas figuras e viralizam conteúdos de campanha. 988 A ausência de investimento em anúncios em qualquer uma das redes sociais corrobora a hipótese de que a força política dessa onda capitaneada pela candidatura de Bolsonaro nas redes sociais resulta de um esforço distribuído e capilarizado, contando com um misto coordenado de esforço contratado com outro voluntário e espontâneo, visivelmente maior do que o de seus adversários. Nessa hipótese, as comunicações de campanha não chegam nos usuários a partir de hipersegmentação por interesses e dados de personalidade, mas a partir de uma infraestrutura que mistura elementos novos da comunicação digital com velhos conhecidos da propaganda política, como as listas de números de telefone. Símbolo desse tipo de esforço distribuído e uma das formas de comunicação mais utilizadas entre os brasileiros, o WhatsApp ocupa um papel importante no cenário. Sendo um aplicativo de mensagens criptografadas, o “zap” não oferece espaço para publicidade nem para direcionamento das mensagens a grupos de pessoas específicos - a mensagem realmente só se dissemina se alguém passar para frente ou se alguém furar o bloqueio de spams da empresa e disparar mensagens em massa (aí parecendo figurar o esforço de empresários como Luciano Hang). Ainda, a viralização dessas mensagens e sua conversão em voto deve depender de muitos “carteiros voluntários” em todo país, uma massa de repassadores de conteúdo que faz com que a mensagem chegue até “a última milha” (ou seja, até os grupos de família, amigos e no fluxo de mensagens entre indivíduos) e ali seja defendida. Articulada em rede, essa infraestrutura de propaganda ganha eficiência quando os administradores de grupos se coordenam, atuando como “nós” importantes da rede por concentrar muitas conexões e melhorar o fluxo. Ganha eficiência também quando militantes plugam nela não só seu tempo e rede pessoal, mas grandes recursos financeiros e ferramentas mais sofisticadas, como parece ser o caso de Hang. Assim, no WhatsApp (e possivelmente nas outras plataformas de comunicação), a gestão de tal infraestrutura parece contar com um misto de trabalho pago e voluntário, com estrutura descentralizada. Do lado pago, há os gastos declarados à Justiça Eleitoral, direcionados a esse tipo de comunicação: como foi divulgado recentemente, Jair Bolsonaro pagou R$ 115 mil a uma empresa do Rio de Janeiro para administrar e alimentar com conteúdos pelo menos 1500 grupos de WhatsApp em seu apoio. Neste lado também estão os investimentos ilícitos, muito mais difíceis de se mensurar, em ilegalidade dupla: são recursos não declarados, e oriundos de empresas, que, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal na ADI 4650, em 2015, não podem financiar campanhas. O esquema revelado aponta para pagamentos para que empresas de comunicação 989 prestem serviços de alimentação de grupos, mas também para uma espécie de “spam” - a versão online dos antigos SMS e ligações para listas de telefones. Resta muita dúvida ainda sobre a sofisticação da administração de grupos provida por empresas, pois, conforme revelou a Folha, não há clareza se elas atuam apenas em grupos públicos (acessíveis por links) ou também nos privados, mais difíceis de se investigar, e sobre como funcionam ferramentas de automatização ou mesmo de segmentação de mensagens para diferentes tipos de grupos. Entretanto, está claro que o arranjo é tanto mais eficiente quanto que consiga entregar mensagens de propaganda ao maior número de pessoas na ponta da linha do que os concorrentes. A eficiência também parece estar ligada à aderência das mensagens à conjuntura política e aos sentimentos das pessoas, ganhando assim mais chance de serem passadas adiante. Ainda, ao se constituir em rede (como a própria Web), a produção das imagens, vídeos, links e áudios que ali trafegam também não precisa ser centralizada: ela fica aberta a um outro possível exército de voluntários e militantes, que pode também se plugar àquela infraestrutura para a propaganda ser distribuída no WhatsApp e nos outros meios. Uma infraestrutura construída no tempo e à brasileira Já em maio de 2017, a BBC Brasil reportava a existência de rede de militância próBolsonaro, fomentada por ele próprio, que fazia parte de centenas de grupos apoiadores no WhatsApp e se engajou pessoalmente na comunicação com seus “fãs”. Esse e outros relatos documentam a construção dessa infraestrutura de propaganda em rede desde no mínimo 2013. Na época, tais grupos passaram a fomentar o comportamento de “soldados do mito” que transborda para outras redes como o YouTube e o Facebook, e recebe ordens, como postar as palavras “Bolsonaro 2018” ou avaliar negativamente o vídeo de alguém que o critica. A rede de propaganda política foi sendo construída ocupando cada uma das plataformas utilizadas pelos brasileiros, respeitando suas peculiaridades. Cada uma delas é uma camada a ser ocupada e que retroalimenta as demais. Se a organização da militância e a distribuição de mensagens rapidamente pode ser feita de WhatsApp, a formação política pode ser via YouTube. Ainda, a disputa por narrativas pode ocupar o Twitter e o aumento da rede visando amigos e conhecidos pode ser feito no Facebook. Tudo isso com o ritmo próprio de cada uma das plataformas e tendo como momentos destacados as performances das lideranças perante a mídia tradicional, apenas mais um de seus palcos. Essa infraestrutura em rede e em várias plataformas permite fazer 990 campanha política sem um único centro irradiador de conteúdos. Conforme apontado por analistas, a função primordial da coordenação da campanha passa a ser a de “validação” das mensagens que lhe convém, não de sua exclusiva criação. Quando, durante a campanha, trabalho profissionalizado é contratado de forma lícita ou não para alimentar essas redes, ele se acopla a uma infraestrutura que já vinha sendo erigida, e com isso tem um ganho de escala e eficiência, na medida que os conteúdos são repassados, transformados para outras plataformas e blindados de versões alternativas. Como descrevemos, essa é a peculiaridade da infraestrutura de propaganda em rede: a facilidade de atores, maliciosos ou não, acoplarem-se a qualquer ponta da infraestrutura e fomentar seu funcionamento. De fato, as recentes revelações apontam que cada em uma dessas camadas podem ter incidido práticas ilícitas; além disso, sabemos hoje com mais clareza, todas elas se apoiam na disseminação de informações falsas e divisivas, capazes de gerar comoção e ser compartilhadas adiante. O punitivismo, a cruzada moral e anticorrupção, o discurso de ódio e o antipetismo funcionaram bem para isso. Por fim, é clara a existência de um grande experimentalismo - o investimento na tentativa e erro, no “se colar colou, se não colar na próxima cola” - uma espécie de empreendedorismo político-tecnológico brasileiro. A capacidade dessa rede de mudar interpretações, manipular acontecimentos e alcançar um número imenso de pessoas ficou clara para o Brasil neste momento, mas ela vem sendo construída há anos. Sua centralidade foi até mesmo admitida por Jair Bolsonaro, que recentemente criticou a medida do WhatsApp de restringir de mais de 200 para 20 o número de contatos para quem se pode encaminhar um conteúdo de uma vez só (que respondia à episódios de violência resultantes da disseminação de rumores pelo app, em especial na Índia). Isso mostrou que a decisão da empresa deixou mais estreito o gargalo, limitando o fluxo das comunicações na rede descentralizada de propaganda de sua campanha. Um recente artigo de uma jornalista e dois pesquisadores brasileiros no The New York Times sugeriu, inclusive, que o número de compartilhamentos fosse reduzido a 5, a exemplo do que o WhatsApp fez na Índia para combater o repasse de rumores - proposta que imediatamente levantou a ira de um segmento do Twitter, com a hashtag “#CensuraPetista” ganhando o primeiro lugar nos trending topics horas depois da publicação do texto. A fotografia de Steve Bannon com Eduardo Bolsonaro talvez esconda um quadro mais complexo do que mero um tentáculo brasileiro da Cambridge Analytica, ou a existência de um ator todo-poderoso a manipular as pessoas para o fortalecimento do campo político de Jair Bolsonaro. É possível que dinheiro e poder estrangeiro estejam atuando nos nós da infraestrutura de propaganda em rede em questão. Ainda, é tão possível 991 que toda esta infraestrutura tenha sido fruto de um planejamento genial e maquiavélico, com tons de estratégia militar, quanto é também que ela seja apenas uma soma de fatores desconexos. De toda forma, é preciso reconhecer que desbaratinar o abuso de poder econômico e a utilização de recursos e técnicas para manipular a opinião pública vai ter de passar pelo reconhecimento e investigação da operação dessa infraestrutura; pelo desenvolvimento de teses jurídicas renovadas sobre a responsabilização da campanha por esses atos, e de conhecimento sobre as tecnologias e técnicas utilizadas, por parte da Justiça e das campanhas, que fazem as denúncias; e também por soluções de design tecnológico por parte das empresas, que precisam ser pensadas com cuidado para o tiro não sair pela culatra. No fim de tudo, vai ficar ainda a importante pergunta sobre por que muita gente que você conhece virou um nó nessa rede e por que a estratégia colou. Daí, talvez olhares a partir da sociologia, antropologia, ciência política, economia e psicologia possam nos ajudar mais. Francisco Brito Cruz é diretor do InternetLab e doutorando em sociologia jurídica pela Faculdade de Direito da USP. Mariana Giorgetti Valente é diretora do InternetLab, doutora em sociologia jurídica pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), onde também cursou a graduação em Direito. Atualmente, é diretora do InternetLab, centro de pesquisa independente na área de direito e tecnologia. É também pesquisadora do Núcleo Direito e Democracia do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). [Completei informações sobre Mariana Giorgetti Valente, na matéria original aparece cortada – vai até “pela” –, algum erro de edição...] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/18/opinion/1539892615_110015.html MANIPULAÇÃO DO ELEITOR POR GRUPOS DE WHATSAPP DEIXARÁ FERIDAS NA DEMOCRACIA Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 18 de outubro de 2018 O Tribunal Superior Eleitoral prometeu, ao longo deste ano, que agiria de forma contundente para prevenir que as eleições brasileiras fossem influenciadas pela 992 circulação de notícias falsas. Organizou eventos, trouxe especialistas, deu centenas de entrevistas, bateu no peito e garantiu que não haveria anormalidade. Disse até que as eleições poderiam ser canceladas se o vencedor usasse desse tipo de artifício. Depois, quando o debate público passou a ser manipulado à luz do dia, com fraudes e distorções produzidas de forma amadora, ou através de cálculos sofisticados que usam coleta de dados e inteligência artificial para produzem mensagens personalizadas que podem estimular o desejo dos indivíduos, veio o silêncio. O TSE não tem sido capaz de defender o processo eleitoral e nem a si mesmo, sofrendo sucessivos e inaceitáveis ataques de Jair Bolsonaro e amigos, que acusam a urna eletrônica e os resultados eleitorais sem provas concretas. Nesta quarta (17), o tribunal chamou uma reunião com representantes dos candidatos à Presidência da República para pedir compromisso contra as notícias falsas, a violência na campanha e em defesa das urnas. Esse tipo de encontro, em que todos concordam com tudo, tende a ser ineficiente. Melhor faria que os ministros apontassem publicamente os problemas de cada candidato e, atendendo ações, punissem com rigor. O que seria útil, inclusive, para mostrar à população a bobagem da falsa simetria – nestas eleições, nem todo mundo bate e apanha igual. Pode ser que os ministros do TSE ou do Supremo Tribunal Federal não tenham dimensão real do que está acontecendo. Nesse sentido, a reveladora reportagem de Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancamcampanhacontra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml ), sobre um esquema digital em prol da campanha do deputado do PSL, pode ser útil. Ou, tendo percebido que o monstro é maior do que eles, queiram permanecer quietos, sem a coragem necessária para enfrentá-lo. Ministros que, em condições normais, comentam até jogo de futebol da quarta divisão e penteado de Playmobil. Em artigo publicado no jornal New York Times ( https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-newyorktimes/2018/10/17/as-noticias-falsas-estao-envenenando-a-politica-brasileira-eowhatsapp-poderia-parar-isso.htm ), desta quarta (17), Cristina Tardáguila, da Agência Lupa, Fabrício Benevenuto, da UFMG, e Pablo Ortellado, da USP, trouxeram dados de um estudo realizado pelas três instituições sobre o impacto da desinformação compartilhada pelo WhatsApp nas eleições presidenciais. Com base na análise de 846.905 mensagens de 347 grupos de discussão política, verificou-se que das 50 imagens diferentes que circularam, entre 16 de agosto e 7 de outubro, apenas quatro eram verdadeiras ou não haviam sido manipuladas. Quatro. 993 Para reduzir o impacto de conteúdo com objetivo de manipular o debate público, eles sugerem que o WhatsApp reduza, no período eleitoral, a quantidade de vezes que uma mensagem pode ser replicada e também limitar o tamanho de grupos montados durante a eleição. Se o TSE tivesse gastado energia para além de discutir o que são notícias falsas, poderia ter ampliado o debate e obtido compromissos mais eficazes de vários setores da sociedade. Inclusive o de investigação policial célere e de protocolos para resposta mais rápida da Justiça Eleitoral em casos de campanhas de difamação on-line. Afinal, em menos de um dia um estrago já pode ter sido feito. A somatória de todas as checagens de boatos feitas por agências especializadas e veículos de comunicação não conseguiu acompanhar o ritmo de notícias falsas, fraudes e distorções distribuídas por aplicativos de mensagens e rede sociais. E mesmo se conseguisse, não chegaria ao público como os boatos chegaram. Os smartphones de uma parcela considerável da população contam com planos em que apenas o acesso ao Facebook ou ao WhatsApp é ilimitado, devido a parcerias. Ou seja, quando o eleitor recebe uma notícia que desconfia ser falsa, não consegue clicar e ler o texto, muito menos procurar no Google uma checagem dessa informação, porque acabou seu plano de dados e está longe de um Wi-Fi. No final, o WhatsApp foi o que avisamos que seria: não um aplicativo de mensagens, mas uma rede social anônima e, portanto, perfeita para a difusão de conteúdo com poucas chances de contestação. Ao mesmo tempo, consultorias digitais usam bancos de dados, com 80 a 100 pontos de informação sobre cada pessoa, que ajudam a definir o comportamento de eleitores, juntá-los a grupos microssegmentados, e enviar mensagens a eles, empacotando-as em uma embalagem de notícia falsa. Daí, impulsionam esse pacote, com um cartão de crédito pré-pago internacional e acessando através de uma rede privada virtual sediada em outro país, tornando mais difícil a identificação, responsabilização e remediação do ato. Essa parte invisível, que usava ''chipeiras'' com dezenas de cartões de celulares e agora opera com programas que criam números virtuais de fora do Brasil, acoplados a computadores abastecidos com megaplanilhas, atua com psicometria e inteligência artificial para manipulação em massa. Ela é muito, mas muito mais assustadora. Porque, ao produzir conteúdos para que mexam com nossos sentimentos baseados em bases de dados com informações que coletam, compram ou roubam sobre nós, acabam por induzir vontades e manipular nossa vida sem que percebamos. É a antiga mensagem subliminar da propaganda, mas extremamente mais poderosa e eficaz. 994 Uma das condições básicas da vida em sociedade é que seus membros concordam em tomar decisões racionais e coletivas baseadas em fatos. Mas quando fatos comprováveis passam a ser irrelevantes diante da emoção, abre-se a possibilidade da ascensão de quem sabe surfar sobre medos e preconceitos, elegendo um inimigo que ameaça a tudo e a todos o tempo inteiro. E, portanto, demanda mão amiga e braço forte. A dez dias do segundo turno, é possível afirmar que o debate eleitoral foi manipulado com consequências que não podem ser ainda determinadas. E que o resultado da ''festa da democracia'' de 2018 é uma sociedade em que uma parcela considerável de seus membros tornou-se incapaz de separar ficção de realidade. E uma outra parte simplesmente não se importa com isso. Post atualizado para inclusão de informações às 10h40 do dia 18/10/2018 https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/10/18/o-uso-de-noticia-falsapara-manipular-o-debate-eleitoral-deixara-cicatrizes/ GUERRA SUJA NAS REDES SOCIAIS EXPÕE O FAKE TSE Josias de Souza, Blog do Josias/Uol, 18 de outubro de 2018 Antes do início da campanha de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral trombeteou a notícia de que não toleraria o uso das redes sociais para a difusão de notícias falsas. Presidente do tribunal na época, o ministro Luiz Fux chegou a dizer que seriam expurgados do processo eleitoral candidatos que jogassem sujo na internet. Hoje, verifica-se que a ameaça do ministro era, ela própria, uma notícia falsa. A Justiça eleitoral não conseguiu coibir nem mesmo a difusão de falácias sobre supostas violações de urnas eletrônicas. O TSE e seus ministros limitaram-se a emitir declarações protocolares sobre a segurança do processo eletrônico de votação. Nem sinal de punições. O próprio Jair Bolsonaro chamou de fraude a votação que resultou no segundo turno. E ficou por isso mesmo. Sem controle, a lama escorre livremente pelos visores dos celulares e tablets na forma de desinformação, mistificação e notícias falsas. O lodo vem da esquerda e da direita. Mas Jair Bolsonaro prevalece na quantidade. Notícia da Folha de S.Paulo ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam995 campanhacontra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml ) ajuda a entender o fenômeno: Empresários compram ilegalmente pacotes de mensagens anti-PT difundidas via WhatsApp. Isso é crime. Deveria ser punido. Mas a guerra suja nas redes sociais e no WhatsApp revela a existência de um Fake TSE. https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2018/10/18/guerra-suja-nas-redessociais-expoe-o-fake-tse/ UOL, PÁGINA INICIAL, 19 OUT 2018 11H10MIN. DISPARO DE MENSAGENS CONTRA PT NO WHATSAPP CONSTRANGE TSE WHATSAPP NOTIFICA AGÊNCIAS QUE DISPARAM MENSAGENS ANTI-PT. REDE SOCIAL PEDIU QUE DISPAROS EM MASSA SEJAM INTERROMPIDOS, E CONTAS ASSOCIADAS FORAM BANIDAS Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 O WhatsApp enviou notificação extrajudicial para as agências Quickmobile, Yacows, Croc services e SMS Market determinando que parem de fazer envio de mensagens em massa e de utilizar números de celulares obtidos pela internet, que as empresas usavam para aumentar o alcance dos grupos na rede social. A empresa também baniu as contas do WhatsApp associadas a essas agências. Reportagem publicada pela Folha nesta quinta-feira (18) mostrou que empresas bancaram uma campanha ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanha996 contra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml ) de mensagens anti-PT com pacotes de disparos em massa. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/candidatos-doaram-r-158-milhoes-asproprias-campanhas.shtml ) por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. A agência AM4 e outras estão sob investigação e serão notificadas caso sejam comprovadas as irregularidades. O comportamento fere as regras do WhatsApp. O envio de mensagens em massa com conteúdo eleitoral não é ilegal, desde que use a base de usuários dos próprios candidatos, ou seja, listas com nomes e telefones celulares de apoiadores que voluntariamente os cederam. No entanto, várias agências venderam bases de usuários de terceiros, segmentadas por região e perfil de origem desconhecida —o que é ilegal “Estamos tomando medidas legais para impedir que empresas façam envio maciço de mensagens no WhatsApp e já banimos as contas associadas a estas empresas”, informou em nota o WhatsApp. A empresa também disse que usa tecnologia de ponta para detectar contas com comportamento anormal para que elas não possam ser usadas para espalhar mensagens de spam. A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a ministra Rosa Weber, convocou para esta sexta-feira (19) uma reunião com PT e aliados para discutir o caso. O partido do presidenciável Fernando Haddad entrou com ação na Justiça Eleitoral para investigar suposto financiamento ilegal de campanha por Jair Bolsonaro (PSL). Weber falará à imprensa na tarde desta sexta, acompanhada da procuradorageral da República, Raquel Dodge, e de outras autoridades. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/whatsapp-notifica-agencias-quedisparam-mensagens-anti-pt.shtml 997 UM PAÍS PRIMITIVO PRESTES A REGREDIR MAIS. BOLSONARO DEU VIA LIVRE A TODOS OS DEMÔNIOS Clóvis Rossi, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 Tenho enorme resistência a equiparar determinados grupos e líderes políticos ao fascismo e ao nazismo. Foram modelos tão horrorosos que custa a crer que os seres humanos não tenham aprendido nada com os horrores produzidos. Feita essa ressalva, não há como não pensar em Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda nazista, ao ler o texto da extraordinária repórter que é Patrícia Campos Mello sobre a máquina de ”fake news” montada por empresários ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanhacontra-o-pt-pelowhatsapp.shtml ) admiradores de Jair Bolsonaro para atacar Fernando Haddad. A Goebbels se atribui a frase ”uma mentira mil vezes repetida vira verdade". A Folha, aliás, usou essa frase em uma propaganda anos atrás para defender o jornalismo sério como antídoto contra a transformação de mentiras em verdades. Pena que as redes sociais tenham atropelado o antídoto. Os admiradores de Bolsonaro superaram Goebbels: em vez de ”uma mentira” dispararam milhares delas. Alguma surpresa? Não para mim. Se Bolsonaro já se exibiu em vídeo sugerindo metralhar os petistas, nada mais natural —e execrável— que seus seguidores metralhem o petista Haddad pelas redes sociais. É apenas o mais recente episódio do estrago que Bolsonaro já fez, seja ou não eleito. Repito: se Bolsonaro é ou não uma ameaça à democracia só se saberá mais adiante. Mas, desde já, está provado que ele despertou os demônios que habitam parte significativa do eleitorado, levando-a a votar em um candidato que faz apologia da tortura e da ditadura ( https://aovivo.folha.uol.com.br/2018/10/11/5555-5aovivo.shtml#post383182 ). Convenhamos que tortura e ditadura são irmãs siamesas. Não conheço uma, de direita ou de esquerda, que não utilize a tortura como arma de submissão de dissidentes ou de simples críticos. 998 Ao apoiarem ou, no mínimo, serem lenientes com quem elogia uma prática bárbara ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2018/10/bolsonaro-nao-e-trumpa-alma-de-sua-retoricaesta-nas-filipinas.shtml ), os eleitores de Bolsonaro estão levando o Brasil a retroceder muitos degraus em um processo civilizatório que nunca se conclui neste país. A catarata de ofensas e ameaças dirigidas contra Patrícia, após a publicação de sua reportagem, é a versão virtual da ”Kristallnacht", a noite dos cristais, o ataque aos judeus na Alemanha nazista em novembro de 1938, efetuado pelos paramilitares das sinistras SA e, atenção, também por civis alemães. Por enquanto, é uma infâmia virtual, mas demônios liberados e estimulados não voltam para a garrafa. A propósito dos demônios que Bolsonaro libertou, Brian Winter, editor-chefe da publicação Americas Quarterly, prevê um morticínio nos próximos meses e explica que essa previsão ”se deve à prioridade política número um de Bolsonaro: relaxar as leis e regras para as forças de segurança, permitindo que atirem primeiro e façam perguntas depois". Winter lembra que a licença para matar será ainda mais ampla do que é hoje, quando ”a polícia já mata 5 mil pessoas por ano". No ano passado, 63.880 brasileiros morreram de forma violenta, um recorde que coloca o Brasil nos primeiros lugares no ranking de homicídios ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/mortes-violentas-avancam-ebatem-novo-recorde-no-pais.shtml ) por 100 mil habitantes, como é arquiconhecido. Alguém acha, honestamente, que aumentar esse número já sinistro trará o país para mais perto da civilização? Desgraçadamente, há muitíssima gente que acha sim, que aceita a tese de que bandido bom é bandido morto. Até entendo a angústia de boa parte desse público, mas não se justifica abrir a porta da violência para enfrentar a violência. Basta olhar para o México, que colocou o Exército para combater a criminalidade, no governo Felipe Calderón, espalhou uma pilha impressionante de cadáveres e, não obstante, os criminosos ficaram mais fortes. O que torna ainda mais grave esse retrocesso civilizatório à vista é o fato de que o Brasil é um país primitivo. É só lembrar as humilhantes posições que ocupa em rankings mundiais dos mais diversos assuntos: é dos últimos na lista da Transparência Internacional, que mede a percepção de corrupção; é um desastre absoluto nos 999 exames Pisa, que medem a qualidade da educação; é o 72º no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, entre 140 países; é sempre uma vergonha sua colocação no Índice de Desenvolvimento Humano; é um dos dez países de desigualdade mais cruel. Parece lógico deduzir que esses fracassos contínuos há anos ou talvez séculos tenham levado a maioria a buscar uma solução supostamente mágica, na figura de um político há 27 anos no Congresso mas que se faz passar por um outsider. É como escreveu Monica de Bolle (Johns Hopkins University), que já citei aqui: da série de fatores que contribuem para o apoio a Bolsonaro e que ainda serão analisados nos próximos meses, destaca-se o fato de ”o eleitorado estar completamente farto *fed up, no texto em inglês] com o chamado establishment". Já houve pelo menos outro momento de busca por uma mágica: os brasileiros elegeram Collor como se fosse o caçador de marajás. Não passava de uma grosseira fraude. Deu no que deu. Clóvis Rossi, repórter especial, membro do Conselho Editorial da Folha e vencedor do prêmio Maria Moors Cabot. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2018/10/um-pais-primitivoprestes-a-regredir-mais.shtml DOCUMENTO CONFIRMA OFERTA ILEGAL DE MENSAGENS POR WHATSAPP NA ELEIÇÃO. PROPOSTA NÃO ACEITA PELA CAMPANHA DE ALCKMIN PEDIU R$ 8,7 MI POR DISPAROS VIA APLICATIVO Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 20 de outubro de 2018 Trocas de emails e a proposta de um contrato obtidas pela Folha confirmam a oferta de disparos em massa por WhatsApp ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanhacontra-opt-pelo-whatsapp.shtml ) a campanhas políticas, utilizando base de usuários de terceiros, em desacordo com a lei eleitoral ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/saibaquais-regras-devem-sercumpridas-no-dia-da-eleicao.shtml ). 1000 A Croc Services formalizou proposta de R$ 8,7 milhões à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/quarto-colocado-alckmintem-piordesempenho-da-historia-do-psdb.shtml ) à Presidência, usando nomes e números de celulares obtidos pela própria agência, e não pelo candidato. A oferta de contrato da empresa, com data de 30 de julho e obtida pela Folha, cita opções diversas de disparos de mensagens por WhatsApp ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanhacontra-opt-pelo-whatsapp.shtml ), com pagamento a ser feito até três dias antes da ação. Marcelo Vitorino, coordenador da área digital da campanha de Alckmin ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/quarto-colocado-alckmin-tem-piordesempenhoda-historia-do-psdb.shtml ), afirma que a campanha não comprou a opção de serviço usando base de terceiros, mas apenas com a lista de telefones de militantes e membros do PSDB e de apoiadores que forneceram dados nas redes do candidato —o que não é ilegal. Ele desembolsou R$ 495 mil pelos disparos, a R$ 0,09 cada um. Pedro Freitas, sócio-diretor da Croc, afirmou não saber que a prática era ilegal. Ele disse que só prestou serviços para a campanha de Romeu Zema (Novo) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/datafolha-mostra-que-zema-abrelarga-vantagem-sobreanastasia-em-mg.shtml ) ao governo de Minas, que gastou R$ 365 mil, e de Alckmin, com a base fornecida pelos partidos —Zema também diz que só comprou serviços com dados próprios. 1/5 Empresas oferecem serviços de disparo de mensagens por WhatsApp na eleição 1001 [5 imagens acompanham a matéria, reproduzo apenas esta] Freitas disse ter uma base própria de usuários acumulada ao longo dos anos. Ele presta serviços ao setor privado. "Se as campanhas compraram a base de alguém eu não sei, mas o fato é que me mandaram a lista de telefones." A Folha revelou na quinta-feira (18) que empresas compraram pacotes de disparos ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanhacontra-o-pt-pelowhatsapp.shtml ) em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparavam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno da eleição. Entre elas estaria a Havan, do empresário Luciano Hang ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/dono-da-havan-diz-que-naobancacampanha-anti-pt-pelo-whatsapp-e-fala-em-processar-a-folha.shtml ), que nega ter pago a agências por esses disparos e afirmou que vai processar ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/donoda-havan-quer-direito-deresposta-contra-a-folha-por-materia-sobre-whatsapp.shtml ) a Folha. A prática é considerada ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela lei, e não declarada. Além disso, a reportagem mostrou que agências ofereciam às campanhas listas de telefones de WhatsApp segmentados por região geográfica, e às vezes, por renda. 1002 Após a reportagem, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) abriu ação ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/whatsapp-bloqueia-contas-tse-e-pgrapuram-atuacao-eleitoral-deempresas.shtml ) para investigar a compra de disparos em massa e a procuradorageral da República, Raquel Dodge ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/pgrpede-inquerito-para-apurar-usode-empresas-na-disseminacao-de-fake-news.shtml ), pediu à Polícia Federal inquérito para apurar o caso —ele foi aberto neste sábado (20) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/pf-abre-inquerito-para-investigarescandalo-das-mensagens-sobrepresidenciaveis-no-whatsapp.shtml ), visando investigar mensagens em redes sociais tanto da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes/2018/presidente/jair-bolsonaro280000614517.shtml ) como de Fernando Haddad (PT) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes/2018/presidente/fernandohaddad280000629808.shtml ). Além disso, o WhatsApp baniu contas associadas às quatro agências citadas na reportagem, Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market, e enviou notificação extrajudicial ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/whatsapp-notificaagencias-quedisparam-mensagens-anti-pt.shtml ) para que elas parem de enviar textos em massa e usar números obtidos a partir de base de terceiros. O aplicativo também anunciou que baniu 100 mil usuários no Brasil nesta semana para conter desinformação, spam e notícias falsas. Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável, teve a conta suspensa ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/flaviobolsonaro-diz-que-teve-conta-do-whatsapp-banida.shtml ) — depois, recuperou o número. Conforme revelou o jornal O Globo na sexta (19), Marcelo Vitorino, da campanha de Alckmin, também já citou o nome de outra empresa, DOT Group, que, segundo ele, ofereceu a entrega de disparo de mensagens por WhatsApp para até 80 milhões de pessoas, usando cadastro de terceiros. A oferta, feita em encontro na sede do PSDB em Brasília em 11 de julho, não foi aceita, segundo ele. A DOT Group nega ter oferecido o serviço. A compra de serviços de disparo de WhatsApp por empresas para favorecer um candidato configura doação não declarada, além de vir de pessoa jurídica, o que é vedado. 1003 Com isso, pode-se também incorrer no crime de abuso de poder econômico e, caso se considere que teve influência determinante, pode levar à cassação da chapa, caso o candidato esteja ciente. Bolsonaro afirmou na quinta não ter "controle se tem gente fazendo isso" ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/bolsonaro-diz-nao-ter-controle-sobreacao-de-empresas-nowhatsapp.shtml ). Neste sábado, reafirmou não ter vínculo com as ações promovidas em disparos de WhatsApp contra o PT: “Eu não tenho nada a ver com isso”. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/presidente-do-psl-nega-acoes-deempresas-no-whatsapp-e-atacahaddad.shtml ), disse que a reportagem da Folha é "fake news". Neste sábado, afirmou ter pedido à PGR que apure o teor “até o último momento, de forma conclusiva, porque o PT tem a mania de acusar os outros daquilo que ele faz”. No caso da campanha do PSDB, as mensagens enviadas por WhatsApp, com um vídeo, diziam: "Boa noite, tudo pronto? Daqui a pouco as urnas abrem e Geraldo tem um recado importante para você! Assista e encaminhe para seus contatos! Chegou a hora! É 45 na urna com amor e tolerância no coração". "Pelo volume de mensagens geradas em favor do Bolsonaro, é possível que sua campanha tenha sido beneficiada, mesmo que ele não tenha conhecimento pleno", disse Vitorino, da campanha tucana. "Existem muitas empresas que oferecem o serviço com bases de terceiros e será muito difícil conseguir comprovar a quantidade de mensagens enviada, bem como as fontes pagadoras, dado que muitas dessas empresas são informais”, afirmou ele. Segundo Vitorino, a julgar pelo engajamento em redes sociais como Facebook e Twitter, é possível que outros candidatos tenham feito uso de ferramentas ilegais. "O envolvimento de empresários em defesa de candidatos já foi comprovado pelo TSE, que, ao receber denúncia da campanha de Alckmin sobre o impulsionamento irregular de conteúdo, multou um empresário. Como não há nenhum tipo de monitoramento ativo, por parte das autoridades, é provável que muitos outros empresários tenham também feito impulsionamentos de políticos”, disse. Ele se refere à denúncia que fez contra Luciano Hang, da Havan ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/quanto-mais-eu-malho-o-pt-mais-eu1004 vendo-dizdono-de-rede-que-apoia-bolsonaro.shtml ), que foi multado em R$ 10 mil pelo TSE por ter impulsionado publicações no Facebook que promoviam a campanha de Jair Bolsonaro ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/justica-proibedono-dahavan-de-realizar-atos-politicos-com-funcionarios-e-compara-a-voto-decabresto.shtml ). https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/documento-confirma-oferta-ilegal-demensagens-por-whatsapp-na-eleicao.shtml MINISTRO DO TSE VETA PROGRAMA DE HADDAD QUE ASSOCIA BOLSONARO À TORTURA Uol, 20 de outubro de 2018 O ministro Luis Felipe Salomão, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), decidiu neste sábado (20) suspender a exibição na TV de um programa da campanha de Fernando Haddad (PT) que relaciona Jair Bolsonaro (PSL) à tortura e a outros atos de violência ( http://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/16/empropaganda -na-tv-pt-associa-bolsonaro-a-ditadura-e-a-tortura.htm ). A determinação tem caráter liminar (temporário), e o mérito do caso ainda será julgado. A decisão de Salomão veio em resposta a um pedido da campanha de Bolsonaro alegando que o programa causa medo na população, violando a lei eleitoral, ao sugerir que o candidato do PSL vai perseguir e torturar adversários político se for eleito presidente. A candidatura de Bolsonaro também disse que seus eleitores foram apresentados como violentos e afirmou que a propaganda de Haddad acirra os ânimos da população. O programa de Haddad em questão incluiu trechos do filme "Batismo de Sangue" que reproduzem torturas aplicadas a presos durante a ditadura militar brasileira (19641985) e mostrou uma entrevista dada por Bolsonaro em 1999 na qual ele diz ser favorável à tortura. A propaganda petista apresenta o coronel Brilhante Ustra (1932-2015), reconhecido como torturador pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), como "ídolo de Bolsonaro". O voto de Bolsonaro no impeachment de Dilma Rousseff (PT), em que o deputado homenageou Ustra, também é exibido. Em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura, em julho deste ano, Bolsonaro disse que seu livro de cabeceira era "A Verdade Sufocada", no qual Ustra dá sua versão sobre a 1005 ditadura militar e enfatiza os atentados cometidos por grupos de esquerda contra o regime. O programa do PT afirma ainda que seguidores de Bolsonaro "agridem" e "matam", citando o caso do assassinato em Salvador do mestre de capoeira Moa do Katendê. A investigação policial aponta que o crime teve motivação política ( http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/2003049-inquerito-aponta-quemorte-de-moa-do-katende-foi-motivada-por-discussao-politica ). Para o ministro Salomão, a propaganda "ultrapassou os limites da razoabilidade e infringiu a legislação eleitoral". "A distopia simulada na propaganda, considerando o cenário conflituoso de polarização e extremismos observado no momento político atual, pode criar, na opinião pública, estados passionais com potencial para incitar comportamentos violentos", decidiu. Segundo Salomão, "observando a sequência das cenas e a imputação formalizada ao candidato impugnante e seus eleitores/apoiadores, percebo que a peça televisiva tem mesmo potencial para 'criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais' (artigo 242, Código Eleitoral)". Por fim, o ministro considerou que as cenas de tortura exibidas no programa violam a classificação indicativa para o horário eleitoral. "Segundo a classificação indicativa realizada pelo Ministério da Justiça, o conteúdo da mídia, diante das cenas de violência, destina-se à faixa etária acima dos 14 anos e só poderia ser veiculada, na televisão, após às 21h. Desse modo, é forçoso reconhecer a inviabilidade de sua transmissão, uma vez que o art. 49 da Lei das Eleições estabelece o início da propaganda eleitoral do bloco noturno às 20h30", afirmou. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/20/ministro-dotse-veta-programa-de-haddad-que-associa-bolsonaro-a-tortura.htm GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA 1006 Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018 Há uma semana, W.D. 34 anos, parou de andar de mãos dadas com o marido nas ruas de Porto Alegre. Ambos, que sempre se sentiram cômodos com sua homossexualidade, tomaram a decisão depois do resultado do primeiro turno das eleições, no dia 7 de outubro, que deu grande vantagem ao candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, com 46% dos votos. “Vimos que a nossa atitude em público teria que mudar, não poderíamos mais trocar carinho na rua porque sentimos uma reação muito agressiva à nossa simples existência”, conta W. D., gerente de uma empresa do ramo imobiliário. O medo é um sentimento latente entre o coletivo LGBT, negros, indígenas e outras minorias atacadas por Bolsonaro, que lidera a corrida eleitoral para o Planalto e que tem um longo histórico de declarações racistas, misóginas e homofóbicas. Sua chegada à presidência é percebida como a legitimação de comportamentos que ultrapassam o limite do aceitável. Em campanha, o candidato já negou diversas vezes que seja homofóbico ou racista. Porém, suas falas contundentes em vídeos passados não escondem o desprezo que já empregou pelo que lhe parece diferente. Giulianna Nonato, de 26 anos, sempre teve medo de sair na rua, mesmo antes de identificar-se como travesti. “Antes de me apresentar com um corpo feminino, era uma bicha, então minha vida sempre foi marcada por bullying e violência”, conta em São Paulo. Nas últimas semanas, depois dos vários casos de agressão e assassinatos motivados por questões políticas no Brasil, o medo da jovem aumentou. Em 10 dias, pelo menos duas pessoas foram assassinadas e outras 70 sofreram agressões por conta de seus posicionamentos políticos, de acordo com levantamento do Open Knowledge Brasil e Agência Pública. Os dados mostram que em seis dos casos as vítimas foram apoiadores de Bolsonaro; as demais foram agredidas por pessoas afins a ele. “Parece que há mais ultraconservadores saindo do armário do que gays. Eu já tirei todos os símbolos LGBT que podem me prejudicar”, diz G. G., de 16 anos. Bolsonaro afirmou que as agressões são “excessos” e “casos isolados” e lamentou os episódios de violência, ao mesmo tempo em que denunciou um “movimento orquestrado” de falsas denúncias para prejudicar sua campanha. “Os candidatos não podem ser responsabilizados por tudo que seus apoiadores fazem. No entanto, no mínimo, têm a obrigação de garantir que seus discursos não incitem a violência. E quando ameaças e atos de violência ocorrem, devem condená-los de maneira categórica”, defende Maria Laura Canineu, diretora para o Brasil da ONG Human Rights Watch. Bolsonaro de fato chegou a fazer uma fala mais direta. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim”, escreveu no twitter no último dia 10. Mas na sequência da mensagem, relativizou algumas acusações ao 1007 supor que parte das queixas eram calúnias. “A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar.” Mais do que as agressões físicas durante o período eleitoral, Nonato teme a “violência institucional” de um possível Governo conservador, que pode modificar ou anular direitos sociais garantidos por lei, como o Protocolo Transexualizador, que assegura atendimento no SUS aos cidadãos trans, incluindo o terapias hormonais e cirurgias. “Atualmente, já enfrentamos uma escassez de hormônios e temos que esperar meses na fila para uma simples consulta médica… isso pode piorar”, lamenta a jovem. Para a ativista Melina Kurin, bissexual de 33 anos casada com uma mulher trans, a situação é de “pânico” na comunidade LGBT. Ela traz de volta à memória um passado no Brasil de repúdio à vida dos trans nos tempos da ditadura. Naquela época, a Operação Tarântula contava com forças policiais que prendiam, torturavam e matavam travestis e transexuais. Por agora, há um temor de que esses ecos voltem a soar no país. “As pessoas que já te olhavam com ódio agora te olham como se você fosse a personificação do mal que Bolsonaro pretende combater. Ele se apresenta como o salvador da pátria, então seus inimigos se convertem em inimigos do povo”, comenta sua mulher, a socióloga Leona Wolf, de 36 anos, que compara a situação no Brasil com a campanha de Donald Trumpem 2016, quando aumentaram as agressões racistas e xenófobas nos EUA. “Sei que não vamos ter aqui campos de concentração para homossexuais, como na Chechênia, mas tenho, sim, receio de que cheguemos a uma situação como a Rússia de Putin", acrescenta. Susane Souza, de 45 anos, e Camilla Silva, de 22, ambas mulheres negras da periferia, têm sofrido crises de ansiedade nos últimos dias. “Tenho medo de ser assassinada”, resume Silva, enquanto Souza teme por seu filho adolescente: “Não quero que um filho meu seja apontado na rua, agredido simplesmente pela cor da sua pele”. Esse medo ao ódio que têm marcado as eleições não se restringe às grandes cidades. Nas aldeias indígenas, líderes políticos e religiosos expressam sua preocupação ante um possível retrocesso nas leis ambientais que protegem seus territórios. “Nosso principal temor é que ele *Bolsonaro+ libere a mineração em nossas reservas naturais”, explica Cristine Takuá, de 38 anos, coordenadora de uma comunidade guarani no interior de São Paulo. Para a ativista indígena Célia Xakriabá, de 29 anos, um dos grandes perigos de um Executivo de Bolsonaro seria a liberação do acesso às armas de fogo no campo. “Isso promoveria o genocídio dos povos nativos. Vamos sofrer um dos maiores impactos desde 1500. A proposta de armamento no campo já é muito problemática, por 1008 exemplo para a etnia Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, onde os latifundiários matam até os nossos bebês”, lamenta. Ela mesma, que sempre sai nas ruas com um vistoso cocar e pinturas corporais típicas de sua tribo, tem sido alvo de ameaças. “Duas pessoas já gritaram para mim que, se eu continuar saindo vestida desse jeito, vão mandar me matar". Apesar do medo, ambas coincidem na importância de resistir aos “tempos sombrios” e contam que as diferentes etnias indígenas do país estão organizando-se para pensar em estratégias de proteção e apoio, inclusive com os povos nativos de países vizinhos. “Ainda temos esperança. Resistimos há 518 anos, e continuaremos fazendo isso", afirma Takuá. Giulianna Nonato tem a mesma postura. "Vamos defender tudo que já conquistamos. Acredito muito na força dos movimentos sociais", diz. Ela conta geralmente conversa com outras travestis e transexuais que sofreram os anos mais duros do regime militar e que elas lhe aconselham a não deixar-se paralisar pelo medo. O psicanalista Christian Dunker, professor da Universidade de São Paulo, defende que isso é o que se deve fazer. Dunker comenta que o Brasil sempre foi violento —lidera o ranking de homicídios por arma de fogo e é o país onde mais pessoas LGBT são assassinadas no mundo— e que o que ocorre agora é uma “sensação de medo intensificada no subconsciente coletivo”. “Em momentos de tanta tensão política, é comum que nos lembremos dos maus exemplos históricos, como a ditadura, mas precisamos saber que não é a mesma coisa", diz. “As pessoas nas favelas enfrentam, infelizmente, uma violência diária e continuam vivendo. É hora de aprender desses mais vulneráveis estratégias de sobrevivência emocional, para não se render". Temor nas universidades O medo de agressões não é exclusivo de populações vulneráveis e tem repercutido mesmo entre quem sempre se sentiu protegido e confortável. É o caso do professor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Luciano Volcan Agostini. Homem, branco, internacionalmente premiado e com estabilidade garantida por concurso público, ele se arrepiou ao receber um email anônimo com ameaças à sua carreira docente: “Estou envolvido diretamente na campanha de Jair Bolsonaro e lhe informo que o mesmo está ciente do ativismo político-comunista que a UFPEL está fazendo, assim como outras. Saiba que a teta vai secar e o governo não irá mais financiar pesquisas inúteis”, dizia a missiva. 1009 Agostini, que é pesquisador, foi pró-reitor da universidade e participou da equipe que definiu o Padrão Brasileiro de TV Digital, se surpreendeu. “Não faço campanha partidária dentro da UFPEL e, muito menos, dentro da sala de aula. Minha militância política tem acontecido mais nas redes sociais e, mesmo assim, não tenho perfil público”. Ele admite que se sente intimidado, especialmente pelo anonimato da mensagem, que utilizou um email falso. “Isso quer dizer que pode ser qualquer pessoa ao meu redor que está me ameaçando”, observa ele, que já denunciou o caso à Polícia Federal. “O clima é de profunda preocupação e medo na academia. O cerceamento do livre pensamento está brotando e tomando uma forma cada vez mais assustadora”, conclui. Também profissional de uma instituição de ensino pública, a bibliotecária P.P. não é militante partidária e diz que seus “ideais são principalmente pautados pela minha espiritualidade”. Mesmo assim, mudou o comportamento recentemente por temer represálias políticas até em atitudes corriqueiras profissionais. Ela decidiu tirar um livro do teórico Karl Marx do expositor onde a biblioteca mostra os itens recém adquiridos para os frequentadores. “Foi para proteger a instituição, não me senti confortável, pensei que poderia vir alguém do MBLtentando achar alguma coisa… fiquei em dúvida pois (colocar os lançamentos no expositor) é uma coisa tão sem intenção, tão rotineira, mas pensei que até convencer, dar explicação e provar que não somos doutrinadores… não sei. Tirei e guardei na estante, junto com outros livros”, relata. Ela também tem controlado as postagens que a biblioteca faz para divulgar sua coleção. Temáticas que ganharam relevância nos últimos anos e que demandam literatura para pesquisa, como os movimentos LGBT, feminista e negro estão sendo diluídos propositalmente para evitar “falsas interpretações, para não inventarem o que não é”, assegura. O nível de ansiedade chegou ao ponto máximo depois que livros com a temática de direitos humanos foram rasgados na biblioteca da Universidade de Brasília (UnB). Foi a deixa para P.P. avisar a colegas que se o clima piorasse, ela estava disposta a levar parte do acervo que toma conta para sua casa, como medida de proteção. “Antes a gente falava em censura num tom de brincadeira, agora a gente não ri mais”. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/18/politica/1539891924_366363.html 1010 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018 O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável Jair Bolsonaro, ameaçou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caso eles decidam fazer algum tipo de questionamento à candidatura de extrema direita do PSL. "Se o STF arguir qualquer coisa... Sei lá, que recebeu uma doação ilegal de 100 reais do José da Silva... E impugna a candidatura dele... Eu não acho isso improvável, mas aí vai ter que pagar para ver. Será que eles vão ter essa força mesmo?", questiona o deputado, em vídeo que começou a circular pelas redes sociais neste domingo. "O pessoal até brinca que para fechar o STF você não manda nem um jipe, manda um soldado e um cabo. Se você prender um ministro do STF, você acha que vai ter uma manifestação popular?". O Supremo ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ameaça. Em texto publicado em seu perfil no Facebook na tarde deste domingo, o deputado esclareceu que o vídeo foi gravado há quase quatro meses e pediu desculpas. "Eu respondi a uma hipótese esdrúxula, onde Jair Bolsonaro teria sua candidatura impugnada pelo STF sem qualquer fundamento. De fato, se algo desse tipo ocorresse, o que eu acho que jamais aconteceria, demonstraria uma situação fora da normalidade democrática. Na sequência citei uma brincadeira que ouvi de alguém na rua", afirmou. Mais adiante acrescentou: "Tenho a consciência tranquila e o momento é de acalmar os ânimos, que muitas das vezes é inflado propositalmente para se criar uma atmosfera de instabilidade. Se alguém defender que o STF precisa ser fechado, de fato essa pessoa precisa de um psiquiatra. Eu jamais falei isso". O presidenciável Jair Bolsonaro já havia declarado horas antes a jornalistas que não existe a possibilidade de o Supremo ser fechado, segundo informou a Folha de S. Paulo. "Se alguém falou em fechar o STF, precisa consultar um psiquiatra", afirmou o candidato, que naquele momento garantiu desconhecer o vídeo e disse duvidar que seu filho tenha feito tal afirmação. "Alguém tirou de contexto". Já a ministra Rosa Weber, que também é presidenta do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), declarou ter conhecimento do vídeo, assim como de sua desautorização por parte de Jair Bolsonaro. "De qualquer sorte, embora não seja a presidente do STF, e sim do TSE, [quero dizer que] no Brasil as instituições estão funcionando normalmente". Ela disse ainda que os juízes no Brasil "não se deixam abalar por qualquer manifestação que eventualmente possa ser compreendida como inadequada". 1011 A ameaça ao Supremo foi feita durante uma aula na AlfaCon Concursos Públicos, que oferece cursos preparatórios para os que almejam trabalhar na Polícia Federal e outras instituições públicas. O vídeo de sua fala foi publicado em julho deste ano no canal do Youtube do curso preparatório. "Sendo eleito no primeiro turno, há possibilidade de o STF criar uma previsibilidade para agir e impedir que seu pai assuma? E, isso acontecendo, o Exército pode agir sem ser invocado, salvo engano, o artigo 1º?", perguntava um participante da aula. Eduardo Bolsonaro, que é policial federal e foi reeleito deputado federal por São Paulo neste ano com 1,8 milhão de votos, tornandose o mais votado da história, começou respondendo o seguinte: "Aí está caminhando para um estado de exceção, né. O STF vai ter que pagar para ver. E aí quando ele pagar para ver, vai ser ele contra nós. Você está indo para um pensamento que muitas pessoas falam e muito pouco pode ser dito". As declarações do dep. E Bolsonaro merecem repudio dos democratas. Prega a ação direta, ameaça o STF. Não apoio chicanas contra os vencedores, mas estas cruzaram a linha, cheiram a fascismo. Têm meu repúdio, como quaisquer outras, de qualquer partido, contra leis, a Constituição. — Fernando Henrique Cardoso (@FHC) October 21, 2018 O vídeo ascendeu novamente os temores de uma possível escalada autoritária no país. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que costuma ser cauteloso, afirmou que as declarações sobre o STF "cruzaram a linha, cheiram a fascismo". Segundo informou o jornal O Globo, Fernando Haddad, candidato a presidente do PT, disse durante uma entrevista em São Luís, no Maranhão, que "esse é pessoal é uma milícia", em referência à família de seu adversário. "Não é um candidato a presidente. É um chefe de milícia. Os filhos deles são milicianos, são capangas. É gente de quinta categoria". O EL PAÍS também telefonou para a sede da AlfaCon em Cascavel (Paraná), onde a aula foi realizada, segundo consta na descrição do vídeo. O homem que atendeu a ligação disse que um responsável só poderia falar com a reportagem a partir de segunda-feira, mas, antes de interromper bruscamente a ligação, acusou este jornal de ser "tendencioso" e "de esquerda". O TSE vai investigar se empresas bancaram ilegalmente o envio de milhares de mensagens por WhatsApp para favorecer a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), conforme publicado em reportagem da Folha de S. Paulo. O PDT, partido de Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar na eleição presidencial, também entrou com uma 1012 ação no TSE na qual pede a anulação da eleição presidencial, por abuso de poder econômico por parte de Bolsonaro. Já a campanha de Haddad protocolou uma representação na qual pede a investigação do caso e a cassação do registro de Bolsonaro. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/21/politica/1540142442_181625.html BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES Heloísa Mendonça e Naiara Galarraga Gortázar, El País, 22 de outubro de 2018 Apoiadores ouvem Bolsonaro falar em vídeo na av. Paulista. FERNANDO BIZERRA JR. (EFE) / VÍDEO: REUTERS-QUALITY Vestidos de verde e amarelo, os apoiadores do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) exibiram neste domingo na Avenida Paulista sua força e euforia a uma semana do segundo turno das eleições em que o candidato aparece com uma enorme vantagem sobre o seu concorrente, Fernando Haddad(PT), segundo as pesquisas eleitorais. O capitão retirado do Exército não compareceu à manifestação paulista que encheu vários quarteirões da avenida, mas discursou por meio de um telão. A um 1013 passo do Palácio do Planalto e contra alguns prognósticos de que a corrida do segundo modularia sua retórica, repetiu o discurso mais virulento contra os adversários do PT: "Vamos varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil", disse. “Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia”, afirmou. Bolsonaro, que descreveu a si aos seguidores como "o Brasil de verdade", agradeceu outras dezenas de manifestações pelo país. Os 19 pontos de vantagem que as pesquisas dão ao militar reformado faz com que seus seguidores se sintam cada dia mais confiantes. Enquanto isso, o candidato e seu entorno continuam enviando sinais inquietantes sobre como atuará caso seja eleito presidente. Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável e deputado eleito, sugeriu em um vídeo de julho que circulou nas redes neste domingo a possibilidade de fechar o Superior Tribunal Federal (STF), algo que para ser feito basta, afirma,"um soldado e um cabo". Horas depois, ele publicou uma nota na sua página do Facebook em que explicava suas palavras, que respondiam a uma pergunta sobre a hipótese do seu pai ter sua candidatura impugnada pelo STF sem qualquer fundamento. "Se alguém defender que o STF precisa ser fechado, de fato essa pessoa precisa de um psiquiatra", completou. Há entre seus apoiadores, no entanto, os que manifestam uma fé cega no líder do Partido Social Liberal. "Se Bolsonaro começar a falar em fechar o STF, eu vou confiar nele. Estou dando meu voto de confiança a ele. Se lá na frente o presidente nos decepcionar, voltaremos novamente aqui para a Paulista para protestar", explicava Hilston Oliveira, um artista plástico, que junto com a mulher e três filhos participava do ato a favor do capitão reformado. "Somos evangélicos e Bolsonaro defende exatamente os valores que acreditamos". Participante assídua das manifestação convocadas contra a corrupção, a advogada Ana Maria Straub diz apoiar Bolsonaro por ele ser uma pessoa íntegra "um patriota e sem os istas *racista, fascista, machista…+ que é acusado". "Ele é um candidato que defende os valores da família e é contra o aborto", diz a advogada que garante que, em sua família, conhece apenas um primo que não irá votar no capitão reformado do Exército. Outro grande protagonista ausente da mobilização foi o PT. A ameaça feita por Bolsonaro no telão retroalimentava o ódio visceral que seus votantes exibiam no chão. "Fora PT" e "Eu vim de graça", foram alguns dos gritos mais entoados por um mar de gente com camisetas de Bolsonaro. Ex-eleitora fiel do PT, a aposentada Angélica, de 54 anos, abandonou o voto ao partido após os escândalos de corrupção envolvendo o PT. "É corrupção demais, me decepcionou. O que vemos hoje é um país cheio de bandidos e tráfico de drogas. Não é que eu apenas leio sobre esses problemas, eu os vejo nas ruas. Não podemos deixar 1014 que o país vire uma Venezuela", diz a aposentada que vestia uma camiseta escrita Bolsonaro Presidente com uma foto do candidato do PSL. "Claro que o Bolsonaro não é santo, mas todas as propostas deles são boas, temos chance de mudar o país", ressalta. O goiano Leonardo Costa, de 26 anos, aproveitou uma viagem de negócios à capital paulista para participar pela primeira vez de uma manifestação. "Vim porque realmente essa vale a pena. Não podemos deixar que um partido corrupto como o PT continue no poder. A mudança é agora ou nunca", disse ao lado do amigo Guilherme que, vestido com a camisa do Brasil, também apoiava a candidatura de Bolsonaro. "Sabemos que ele não é o candidato ideal, é impossível concordar com todas as ideias defendidas por ele, mas é o único que pode vencer o PT". A exibição de força chega dias depois da Folha de S. Paulo publicar que um grupo de empresários pagava ilegalmente envios de mensagens por WhatsApp contra o PT. Desde então, os controladores da aplicação suspenderam as contas das empresas mencionadas. O caso está sendo investigado pelas autoridades eleitorais e é improvável que tenha alguma conclusão antes do segundo turno, no próximo domingo 28. Em São Paulo, tudo nos cenários, nas cores e nos personagens remetiam à campanha de rua pelo impeachment de Dilma Rousseff: bonecos infláveis do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, conviviam com cinco carros de som - dos movimentos de direita Avança Brasil, Vem pra Rua, MBL e Nas Ruas - também estavam estacionados em diferentes pontos da avenida. João Doria, candidato tucano ao governo de São Paulo que luta por se colar a Bolsonaro, também apareceu. As deputadas do PSL Janaína Paschoal e Joice Hasselmann foram ovacionadas. No sábado, a Av. Paulista acolheu outra marcha, muito menos multitudinária, a favor de Haddad. Boa parte dos simpatizantes de Bolsonaro coincidem que a prioridade agora é que o PT não regresse ao poder. Pouco importava aos presentes que o homem com mais probabilidades de ser o próximo presidente do Brasil não estivesse presente. Pelo Twitter, o candidato havia lamentado mais cedo não poder participar das manifestações, e lembrou do atentado a faca que sofreu no início de setembro. O candidato praticamente não pisou na rua desde o episódio em Minas Gerais. Prefere permanecer em seu controlado ambiente das redes sociais a participar dos debates de televisão. [A matéria traz outras fotos de participantes...] 1015 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/22/actualidad/1540162319_752998.html CONVITE PARA A PRIMEIRA SEMANA E PARADA LGBT DE RIO CLARO/SP TEMA DA PARADA: CHEGA DE OPRESSÕES, É HORA DE DAR CLOSE! Movimento LGBT Primeira Semana e Parada LGBT – Rio Claro/SP – Ano de 2018, 15 a 21 de outubro Realização Movimento LGBT INFORMAÇÕES ADICIONAIS PRIMEIRA SEMANA E PARADA LGBT DE RIO CLARO/SP VISIBILIDADE AOS DIREITOS, MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS LGBT O objetivo do projeto é fomentar a “VISIBILIDADE AOS DIREITOS, MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS LGBT” na cidade de Rio Claro/SP. O objetivo da primeira semana e parada LGBT é promover e proporcionar para a população LGBT existente no município e para a comunidade rio-clarense uma semana socioeducativa e cultural, com atividades e ações inclusivas, mobilizando a população LGBT, com intuito participativo social. [Ver no link do do Google Drive, abaixo, o documento completo... Aqui, reproduzi o início, mas o documento traz todas as atividades da Semana...] http://movimentolgbt.com.br/convite-para-a-primeira-semana-e-parada-lgbt-de-rioclaro-sp/ https://drive.google.com/file/d/13_hOsetWnLJ2O7LrWj9wa1kZy6YEnTXS/view?usp=s haring ORGANIZAÇÃO DA 1ª PARADA LGBT CONTESTA PREFEITURA 1016 Jornal Cidade de Rio Claro, primeira página, 18 de outubro de 2018 https://drive.google.com/file/d/1Dif0Q9AMA1a_WZouWLIVZ_0YldZ0trtt/view?usp=sh aring ORGANIZAÇÃO DA 1ª PARADA LGBT CONTESTA PREFEITURA Fabíola Cunha, Jornal Cidade de Rio Claro, 18 de outubro de 2018, p. B 7 1017 https://drive.google.com/file/d/1mGo2Ch0rrS5X3lhMewjD3wCxU8MnN3IV/view?usp= sharing PREFEITURA NEGA ALVARÁ PARA REALIZAÇÃO DA 1ª PARADA LGBT NESTE DOMINGO NA CIDADE Tribuna 2000, Primeira página, 19 de outubro de 2018 (Semanário de Rio Claro SP) 1018 https://drive.google.com/file/d/1acTutq4m4XUH4ZzXu5pZTt5AO13_evk_/view?usp=s haring NOTA OFICIAL INFORMATIVA MOVIMENTO LGBT Facebook, 20 de outubro de 2018 Sobre a 1ª Parada LGBT de Rio Claro, SP, realizada em 21 e outubro de 2018 1019 NOVOS PROTESTOS POLÍTICOS NESTE FIM DE SEMANA EM RC. MOVIMENTOS ACONTECEM EM PRAÇAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO NESTE SÁBADO (20) E NO DOMINGO (21) Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, Caderno A Dia a Dia, 20 de outubro de 2018, o jornal não numera páginas da esquerda (quando tirei a foto, não percebi) 1020 https://drive.google.com/file/d/1lekFYbV7hSbpLR45oUA2dl08B7ux5P9c/view?usp=sh aring LGBT Jornal Cidade de Rio Claro, Lucas Calore, Coluna Cidade Livre, 21 do outubro de 2018 Sobre a confirmação da organização da Parada, a respeito de sua realização, mesmo sem autorização da Prefeitura 1021 1022 “Apesar da negativa da Prefeitura Municipal e do indeferimento do pedido de impetração de Mandado de Segurança Coletivo contra a Prefeitura por parte do Ministério Público, a organização da 1ª Parada LGBT afirma que está mantido o evento para este domingo (21) no município de Rio Claro.” https://drive.google.com/file/d/1RjzZafry3TVkO0CqXohdXKDrOCaIz4c/view?usp=sharing JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 21 DE OUTUBRO DE 2018 1023 1024 UM RELATO DA 1ª PARADA LGBT DE RIO CLARO – SP 1a Parada LGBT de Rio Claro Comentário que postei (Adriano Picarelli) no Facebook de Leila Pizzotti... Organizadora da Parada... "Participei da Parada, pude acompanhar até a avenida 8... Parabéns, Leila e todos que lá estiveram... Leila e a Madrinha da Parada, Angel, falaram muito bem, sobre cidadania, direitos, igualdade... A grande diferença é que não é luta pelo poder de oprimir os outros, mas pelo poder de ser igual aos outros, de ter mesmos direitos e voz ouvida da mesma maneira... Leila, também gostei de como cuidou da Parada, da organização da segurança, orientando os participantes... E também concordo que PM e Guarda Civil tiveram ótima atuação, discreta, sem interferir... agiram para que tudo desse certo... Foi o que vi lá... Diversidade de cores, de pele, de cabelos, de roupas, de bandeiras, de afetos... Danças... A Parada trouxe alegria... e como precisamos disso nestes tempos... Leila, a meu ver, você acertou em manter a Parada... Quando o movimento de cidadãos é ético, pensando numa sociedade melhor, o movimento não precisa que algo externo traga ordem, o próprio movimento traz uma ordem, no caso, ordem de respeito ao espaço público, aos outros... O que vi hoje foi bela lição de cidadania... Parabéns a você, Leila, e a todos que estiveram fazendo história! Parabéns!" Comentário feito poucas horas depois da Parada... Ainda preciso acrescentar... Depois de refletir mais detidamente... Seguranças eram particulares, da Parada... Devem ser experientes, notei a discrição e tranquilidade no trabalho... Para usar uma expressão adequada aqui: ninguém tinha fez cara de “poucos amigos”... Um carro da PM passou pela concentração no Jardim Público... Outro da Guarda Civil Municipal, parou, desceram três guardas e conversaram com a organização, sem problema algum... Não posso dizer como PM e Guarda atuaram – há câmeras pelo centro... 1025 Até onde acompanhei o trajeto, não observei qualquer ação do Estado no sentido de orientar o trânsito... Em esquinas, moças da Parada, com uma faixa, interrompiam o tráfego por poucos momentos... Não ouvi reclamação de motorista algum e a Parada não sofreu qualquer constrangimento... Talvez por volta de 300 pessoas estiveram presentes... mas não sou acostumado a fazer estimativas.... Rio Claro tem por volta de 200 mil habitantes... Os vereadores eleitos, cerca de 1000, 1500 votos... Algumas memórias... Em Rio Claro há carreata no dia de São Cristóvão, padroeiro de motoristas e viajantes... Também há procissões – já vi algumas em bairro, à noite... A tocha olímpica passou por aqui... Todos os protestos pelo impeachment de Dilma Roussef marcaram presença na cidade... Há pouco tempo, houve passeata de ONG de apoio a pessoas com determinada síndrome... No período eleitoral também há carreatas... O carnaval contava com sambódromo com arquibancadas de montar, que ficavam mais de uma semana numa avenida importante que cruza a cidade... O trânsito... interrompido... não apenas nos horários de desfiles... Na última greve geral convocada no país, houve colunistas de jornais da cidade que defenderam que greves deveriam ser realizadas aos domingos (?!)... Alguns ano atrás, governo anterior, indo para o trabalho, deparei-me com um verdadeiro labirinto em toda a região central e entorno... Em cada esquina, guardas civis e rapazes o Tiro de Guerra interrompiam o tráfego, mesmo sem saber ao certo em que momento os participantes de uma corrida passariam... Ninguém tinha um mapa, muitos sabiam indicar um caminho apenas até poucas quadras adiante... Ouvi motoristas falando palavrões, mas quando já distantes do guardas... Rio Claro tem uma Floresta Estadual, com percurso para corrida, que poderia muito bem ser usado, ainda mais num caso em que a população estava completamente alheia à competição... De qualquer modo, o trânsito na região central, onde há hospital, foi interrompido... Não tenho condições de apresentar quais foram os problemas na organização da 1ª Parada LGBT de Rio Claro... Acompanhei o noticiário dos jornais, que pouco esclareceram... 1026 Em meu Facebook há dois vídeos que gravei, com falas da organizadora e da madrinha da Parada, Leila Pizzotti e Angel... CARTA CONVITE/MANIFESTO. DO MOVIMENTO VEM PRA RUA. MANIFESTAÇÕES DE 13 DE MARÇO DE 2016, PELO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEF Publicada no jornal Tribuna 2000, p. 5, 11 e 12 de março de 2016 (Tribuna é semanário publicado em Rio Claro – SP) 1027 1028 BRASIL... NÃO CABE NA GLOBO! Nilce F. Bueno, Diário do Rio Claro, 19 de outubro de 2018, p. 2 https://drive.google.com/file/d/1MoSKFOEGSQqGRqXISxTOAWRIthB6u_S/view?usp=sharing PRIMEIRA PARADA LGBT DE RIO CLARO REÚNE GRANDE PÚBLICO Jornal Cidade, 21 de outubro de 2018 A primeira Parada LGBT de Rio Claro aconteceu na tarde desta domingo (21) e reuniu grande público. A multidão se reuniu na Jardim Público por volta das 13 horas e seguiram sentido a Escola de Samba A Casamba, onde o evento segue até às 21 horas. Confira imagens da reunião, da caminhada e também do evento na A Casamba: 1029 1030 [Rua 1, diante da estação ferroviária] 1031 [A matéria traz mais imagens... ver link...] https://www.jornalcidade.net/primeira-parada-lgbt-de-rio-claro-reune-grandepublico/ 1ª PARADA LGBT DE RIO CLARO. VÍDEOS COM FALAS DA ORGANIZADORA E DA MADRINHA DA PARADA Filmagem: Adriano Picarellli Leila Pizzotti... organizadora da 1a Parada LGBT de Rio Claro 21 de outubro de 2018 https://www.facebook.com/100009193848901/videos/2125392911110483/ Angel... Madrinha da 1a Parada LGBT de Rio Claro... 21 de outubro de 2018 https://www.facebook.com/100009193848901/videos/2125386214444486/ 1032 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 23 DE OUTUBRO DE 2018 1033 https://drive.google.com/file/d/1Sw3GF22nLsL4_i4lDHMroPpPod2ORVkl/view?usp=sh aring PARADA PERCORRE CIDADE DE FORMA PACÍFICA. ORGANIZAÇÃO AGRADECE APOIADORES; PREFEITURA DIZ QUE EVENTO OCORREU SE ALVARÁ E GCM “MONITOROU” Fabíola Cunha, Jornal Cidade de Rio Claro, 23 de outubro de 2018, Caderno B, p. B1 https://drive.google.com/file/d/1iVsodvUn30jgP9XLpovu7F4u407yI3E/view?usp=sharing (página inteira) https://drive.google.com/file/d/1d8Ht8GdzBCCOUqtJ60l858NT6C27YVdb/view?usp=sh aring (meia página) 1034 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 08 DE OUTUBRO DE 2018 Um dia depois da realização do primeiro turno das eleições de 2018 1035 1036 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 11 DE OUTUBRO DE 2018 1037 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018 No palco de uma unidade da igreja evangélica Sara Nossa Terra, a empresária Sarah Alarcon lamenta para os fiéis que acompanhavam o culto: "Estamos num momento em que o povo de Deus está brigando por política. Nós temos que orar, que pedir para Deus fazer o melhor cenário e colocar as melhores pessoas. Xingar não vai mudar a realidade. Se orássemos mais teríamos um país muito mais unido. A falta de oração está fazendo nós perecermos". Minutos antes, na porta do templo, a empresária, e eleitora de Jair Bolsonaro, dizia-se farta de testemunhar brigas de evangélicos. "As pessoas têm que parar de se meter na escolha dos outros e orar mais", dizia. Segundo pesquisa Datafolha de quinta-feira, 71% dos evangélicos do país declaram voto em Jair Bolsonaro no segundo turno. Ele vence com folga em todos os subgrupos - evangélicos tradicionais, pentecostais, neopentecostais e outros setores. Outros 29% dos evangélicos escolhem Haddad. Em nível nacional, Bolsonaro lidera os levantamentos de intenção de voto com 59%, ante 41% de Haddad. Nos últimos dias, a BBC News Brasil conversou com evangélicos de diversas igrejas entender o papel da religião na opção de voto em cada um dos candidatos. Entre os apoiadores ouvidos pela reportagem, muitos associam o candidato do PSL à perspectiva de "resposta" a algumas mudanças de comportamento ocorridas nos últimos anos, como o crescimento do movimento LGBT, feminismo, discussões de identidade de gênero e novos formatos familiares, como as homoafetivas. Outro argumento recorrente é o de que Bolsonaro seria um exemplo de político "ficha limpa", sem envolvimento em casos de corrupção, em contraponto ao partido de Lula. Já os evangélicos contrários ao deputado argumentam que sua plataforma política e seus discursos estão em desacordo com valores cristãos importantes, como amor ao próximo, a pregação da paz e a igualdade entre os seres humanos. Eles alegam que o voto evangélico em Bolsonaro, político que já defendeu a tortura contra opositores, desrespeita a trajetória do principal símbolo do cristianismo, Jesus Cristo. 1038 Mesmo diante desta divisão, pastores ouvidos pela BBC News Brasil dizem que não costumam acontecer brigas nas igrejas. Eventuais discordâncias e debates só ocorrem em redes sociais, como WhatsApp. Um deles conta que, na sua igreja, onde eleitores de Bolsonaro são maioria, aqueles que não votam no capitão reformado costumam ficar em silêncio devido à pressão do grupo oposto. O que dizem os evangélicos a favor de Bolsonaro? A campanha e apoiadores de Bolsonaro conseguiram colar no candidato do PT a imagem de um governo que iria ensinar sexo na escola e estimular homossexualidade, o que nunca foi cogitado por Haddad. Para isso, informações falsas sobre o petista foram disseminadas, como o fato de ele ser ministro da Educação quando o governo propôs distribuir a professores um material contra homofobia apelidado por opositores de "kit gay" - no entanto, a cartilha nunca chegou a ser enviada aos profissionais ou escolas. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu Bolsonaro de divulgar vídeos associando Haddad ao "kit-gay". Esse boato foi citado por todos os evangélicos com quem a BBC News Brasil conversou. A empresária Sarah, da igreja Sara Nossa terra, explica seu voto com três fatores: questões comportamentais, a recente crise econômica e um desejo de "ordem" social. "Para decidir meu voto, entrei em oração e escutei a Deus. Fiquei pensando no país que quero para o meu filho de nove anos. Não quero que ele aprenda sobre sexo na escola", diz ela. Sobre declarações agressivas de Bolsonaro, que já se disse a favor da tortura e "homofóbico com muito orgulho", a empresária justifica: "A gente está elegendo um presidente. Não vou dormir com ele." Na mesma igreja, a universitária Vitória dos Santos, 19, tem críticas a declarações belicosas e preconceituosas do candidato, mas não pretende mudar sua escolha. "Tenho amigos gays e vejo o desespero deles, mas o PT não dá", diz ela, que decidiu seu voto conversando com amigos da igreja e pastores. "Aqui, na Igreja, a gente tem um trabalho de valorização da família", afirma. Do outro lado da cidade, em Itaquera (zona leste paulistana), o comerciante Agnaldo Floriz, 40, fiel da pequena igreja Palavra da Vida Eterna, cita outro argumento que pesou: uma notícia falsa que recebeu pelo WhatsApp, mas que acreditou ser 1039 verdadeira. "Você sabe que o Haddad prometeu distribuir mamadeira em formato de pênis para as crianças?". Ao lado, o vendedor Renato Rodrigues, 38, defende sua opção de voto: "Bolsonaro tem padrão cristão, de respeito à família. Ele não quer induzir o homem a ser mulher. Vou seguir meus líderes, (o pastor Silas) Malafaia e (o deputado federal) Marco Feliciano." Os líderes evangélicos que apoiam Bolsonaro O sucesso do candidato do PSL também se explica pelo apoio de líderes de grandes igrejas, como o bispo Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, e o pastor Silas Malafaia, da Vitória em Cristo. Para pedir votos ao deputado, eles também citaram o chamado "kit-gay". Os professores estão instruindo (os alunos): 'olha, você tem direito de escolher ser menina se você é menino. Ou você, menina, pode escolher ser menino'. É isso que estamos vendo nas escolas", disse Edir Macedo. Malafaia falou de corrupção, mas também repetiu o discurso conservador em defesa da família tradicional, formada por homem, mulher e filhos. "Esse cara (Bolsonaro) tem gana de melhorar o Brasil, temos que dar um basta a essa gente que roubou durante 13 anos. Bolsonaro é a favor dos valores de família, é contra essa bandidagem de erotizar criança em escola, que toda a esquerda quer." À medida que a proporção de evangélicos no país foi aumentando, também cresceu sua representação política. De acordo com dados do Datafolha, três em cada dez (29%) brasileiros com 16 anos ou mais atualmente são evangélicos. Em 2017, a Frente Parlamentar Evangélica tinha 178 integrantes, de um total de 510 deputados na Câmara. Nos últimos dias, o grupo fez uma carta declarando apoio a Bolsonaro. "A pauta do candidato coincide com a visão desta frente pró-vida. Por esta razão, e por entender que um governante de esquerda limitaria o direito de crença e liberdade religiosa, nos pronunciamos novamente em prol da candidatura de Bolsonaro. Mais que uma questão natural, é uma questão espiritual. A defesa dos valores cristãos, da vida e da família está acima de tudo!", diz o texto. Em Pinheiros, o pastor batista Celso Eranides conta que votou em Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno, mas está inclinado a Bolsonaro no segundo. Ex-aluno de letras da USP, 1040 afirma que seu círculo social é composto pelos dois lados do polo político: tem amigos acadêmicos petistas e evangélicos bolsonaristas. "O que faço? O discurso de Bolsonaro é impositivo, mas o outro lado também é. A ideologia de gênero veio com muita força", diz à BBC News Brasil. "Essa turma da esquerda não defende a gente, da família tradicional. Não quero que meu filho de nove anos aprenda sobre sexo na escola". O pastor conta ser a favor do casamento gay civil, mas tem receio de ser obrigado a realizar cerimônias religiosas desse tipo, por uma "questão espiritual". Não há no programa de governo petista qualquer menção sobre obrigar igrejas a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. "Fico conjecturando… O que é democracia para mim? É alternância de poder. As pessoas falam essa idiotice (de que Bolsonaro representa a tortura), mas o país é outro hoje. Quero acreditar que as instituições funcionam. Não existe mais isso. Odeio militar, acho o discurso deles (esquerda) é idiota. Além disso, Bolsonaro será eleito democraticamente, da mesma forma que um torneiro mecânico foi eleito (Lula). E acho que Bolsonaro não fica mais de quatro anos." Bolsonaro e os valores cristãos Para o segmento minoritário contra Jair Bolsonaro, o principal argumento é o de que a postura do candidato é oposta ao que a Bíblia prega. O escritor Miguel Del Castillo, que frequenta a igreja Comunidade de Jesus, diz que muitos evangélicos têm "fechado os olhos para o discurso de violência de Bolsonaro". Para ele, a retórica replicada pelo candidato sobre "pessoas de bem" não bate com os valores cristãos. "Partimos do pressuposto de que nenhum ser humano é intrinsecamente bom. É a doutrina do pecado universal, para o qual Jesus se apresenta como redenção. Se todos são pecadores, esse discurso de que há 'pessoas de bem' é contraditório. Jesus falava em amar inclusive os inimigos." Já o pastor Levi Araújo, da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo, afirma que o candidato do PSL "alimenta e fortalece um grupo neo-fascista que é um perigo para o Brasil". 1041 Em sua opinião, o voto evangélico em Bolsonaro contraria preceitos cristãos. "Jesus Cristo de Nazaré foi torturado. Como um cristão vota em um candidato que já disse ser a favor da tortura e da ditadura?", diz. "Bolsonaro é machista e misógino, e Jesus foi o primeiro líder religioso a reconhecer e valorizar o papel das mulheres. Bolsonaro é xenófobo; Jesus foi imigrante", afirma. Bolsonaro já fez reiteradas declarações em defesa da tortura e da ditadura, mas nega ser machista e xenófobo. Já o antropólogo Flávio Conrado, evangélico que se identifica com o campo político da esquerda, resume seus motivos para não votar em Bolsonaro: "Por causa do extremismo das posições que ele expressa em relação aos direitos humanos." Na visão dele, a polarização também está presente nas igrejas. "O risco para os evangélicos é que sejamos cada vez mais taxados como intolerantes, o que não somos." Em setembro, um grupo de teólogos e reverendos presbiterianos, batistas e de outras denominações publicou a Carta Pastoral à Nação, em que pedem para a população escolher candidatos "pelo alinhamento deles com os valores do Reino de Deus, evidenciados na defesa dos mais pobres e dos menos favorecidos". Diz ainda, entre outras coisas, que "o nome de Deus não pode ser usado em vão, ainda mais para fins políticos". Teólogo e fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa também tem exposto suas críticas ao capitão reformado nas redes sociais. Diz ser crítico ao PT há anos e não declara explicitamente voto em Haddad. Nestas eleições, no entanto, decidiu mudar seu comportamento porque, na opinião dele, Bolsonaro usa a fé cristã "para defender ideias radicalmente anti-cristãs" e que ele teve "posições antidemocráticas ao longo de sua vida." "A minha questão é teológica", diz ele, num vídeo. "Como instituição, a igreja deve respeitar a diversidade de opinião de seus membros (...) Estamos criando barreiras intransponíveis para milhões de pessoas que deveriam ser objeto da nossa preocupação". Qual é a influência dos líderes das igrejas no voto dos evangélicos? 1042 Para o cientista político Claudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas, a transferência dos votos dos fiéis para um candidato apoiado pelos líderes não é automática. "Esse eleitorado não segue bovinamente a determinação do seu líder religioso", diz. Já Amy Erica Smith, professora de ciência política da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, diz que os evangélicos criticam líderes que se posicionam politicamente. "Isso muda um pouco quando o entrevistado fala do seu pastor especificamente. Há uma tendência a perdoar mais nos casos concretos", diz ela, que há anos estuda a intersecção entre religião e política no Brasil. Dados de sua pesquisa com evangélicos nas eleições de 2014 apontam que o apoio de líderes não importou para a decisão da maioria dos ouvidos. "A transferência não é automática." Ela diz que, quanto mais conservadora a igreja, mais coeso tende a ser o perfil de voto das pessoas que a frequentam. No caso de 2018, quanto mais a pessoa frequenta sua igreja, maior a chance de ela declarar voto em Bolsonaro e não em Haddad. "É forte a correlação entre preocupação com questões sexuais e de gênero com o apoio a Bolsonaro, e não a Haddad", diz. No entanto, isso não acontece porque o pastor orienta as escolhas dos fiéis, mas porque eles, em geral, convivem muito e têm valores e formas de pensar parecidas. "A orientação do pastor faz parte, mas não é o fator mais importante." Neste ano, Smith conduziu uma pesquisa online com religiosos. Concluiu que, entre aqueles que frequentam igrejas, 29% dos católicos, 38% de evangélicos não pentecostais e 46% de pentecostais sabiam que seus líderes apoiavam algum candidato. Quase todos disseram que esse candidato era Jair Bolsonaro. "Isso indica que há muito ativismo dentro das igrejas dos apoiadores de Bolsonaro", diz. Na avaliação dela, a maior parte dos evangélicos gostaria, em tese, de votar em um cristão, mas considerações ideológicas podem pesar mais, como parece ocorrer neste ano - apesar de ter sido batizado por um pastor em Israel, Bolsonaro se declara, oficialmente, católico. 1043 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45829796 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN [Minha interpretação... Uol nunca deixou de tratar dessas questões... Infelizmente, só agora elas ganharam tal destaque, com matérias tão objetivas e esclarecedoras... Apresento as matérias dessas chamadas de página inicial a seguir..] MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018 Até as 20 horas de segunda-feira (22), somava 8,6 milhões de visualizações um vídeo de 2016 em que Jair Bolsonaro, então deputado e agora candidato do PSL à Presidência ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/prestigio-combolsonaroagrada-mas-tambem-preocupa-cupula-militar.shtml ), acusa o PT de promover a sexualização precoce de crianças ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/entenda-aspolemicas-sobreescola-sem-partido-e-genero-na-educacao.shtml ) nas escolas do país. A título de comparação, o número equivale a 18% dos votos recebidos por ele no primeiro turno da eleição ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes/2018/apuracao/1turno/brasil/ ). 1044 No vídeo, postado em sua conta pessoal no Facebook e ainda no ar, Bolsonaro denuncia a entrega para alunos do que, segundo ele, seria um kit em que se ensina a ser homossexual ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/ministro-dotsedetermina-exclusao-de-publicacoes-com-expressao-kit-gay-usadas-porbolsonaro.shtml ) e de um livro sobre sexo para crianças ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/livro-exibido-por-bolsonaro-nuncafoiadotado-pelo-mec-diz-editora.shtml ). Esses dois materiais, entretanto, jamais chegaram a escolas por vias oficiais ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/livro-exibido-por-bolsonaro-nunca-foiadotado-pelo-mec-diz-editora.shtml ). O livro apresentado por Bolsonaro no vídeo, e de novo em entrevista ao Jornal Nacional (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/livro-exibido-porbolsonaro-nunca-foi-adotadopelo-mec-diz-editora.shtml )antes do primeiro turno, nunca esteve na lista de obras compradas pelo governo. Depois do desmentido, ele voltou a gravar afirmando que as escolas receberam a obra, sim, como um brinde das editoras. Esse novo vídeo já foi visto 3,5 milhões de vezes no Youtube, em canal extraoficial. Não é possível mensurar a quantidade de compartilhamentos de conteúdos no WhatsApp. A campanha envolvendo esse tema alavancou Bolsonaro, como o próprio reconheceu. “O ‘kit gay’ ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/eleicao-na-chapa-explicapolemicado-kit-gay-durante-gestao-de-haddad-no-mec.shtml ) foi uma catapulta na minha carreira política”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo em abril de 2017. Mas essa não é uma retórica isolada ou original, circunscrita ao contexto brasileiro. Movimentos que se opõem a discussões sobre gênero nas escolas ganham força desde a década de 1990. Há iniciativas em ao menos 50 países, dos EUA à França, em consonância com agendas religiosas como a oposição ao aborto ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/maioria-dos-brasileiros-seguecontraria-a-legalizacao-do-aborto-mostradatafolha.shtml ), ao casamento homossexual ( https://m.folha.uol.com.br/folha-topicos/casamento-gay/?pg=5 ) e a um suposto risco de destruição da família. Entre os detratores pelo mundo, reforça-se o discurso de que há um ataque orquestrado por militantes da esquerda marxista ao conceito tradicional de família. 1045 No México, deputados com apoio de grupos conservadores chegaram a propor em 2016 a queima de livros didáticos que abordavam a educação sexual. No mesmo ano, uma marcha tomou as ruas na Colômbia contra a pretensão do governo de incluir essa discussão na educação. Na Itália, o chamado Jogo do Respeito foi proibido após mobilização de conservadores e religiosos. O material, com desenhos, questionava estereótipos sociais e apresentava homens passando roupa ou carregando um carrinho de bebê, além de mulheres trocando lâmpadas de casa. Segundo estudiosos, a abordagem educacional da identidade de gênero ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/04/1873735-retirada-de-identidadede-genero-do-curriculo-e-criticada-porentidades.shtml )pode colaborar com o combate a problemas como gravidez na adolescência ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/02/1862231-uma-em-cada-cincocriancas-nascidas-nopais-e-filha-de-adolescente.shtml ), violência contra mulher ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/brasil-registra-606-casos-deviolencia-domestica-e-164-estupros-pordia.shtml ) e homofobia ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/05/1884666-brasil-patina-nocombate-ahomofobia-e-vira-lider-em-assassinatos-de-lgbts.shtml ). A igualdade de gênero é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. De acordo com pesquisadores, o próprio termo “ideologia do gênero” foi gestado entre os que atacam essas discussões. Não há entre educadores, portanto, quem defenda essa ideologia. A consolidação da expressão se dá em documentos religiosos. “Ideologia de Gênero”( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/saiba-como-surgiu-o-termoideologia-de-genero.shtml ) aparece pela primeira vez em um documento eclesiástico em 1998, em nota da Conferência Episcopal do Peru intitulada “A ideologia de gênero: seus perigos e alcances” (antes, autoras antifeministas ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/congresso-antifeminista-une-cristasamiga-pessoal-de-bolsonaro-homem-mais-machista.shtml ) como as americanas Christina Sommers e Dale O’Leary haviam feito críticas similares). Em 2000, novas menções surgem em registro da própria Cúria Romana, até que, em 2003, é publicado o mais extenso documento católico sobre o tema, o Lexicon. A preocupação está presente, por exemplo, na Carta de Aparecida, resultado da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, realizada no Brasil em 2007 com presença do papa Bento 16. O texto diz que a “ideologia de gênero” 1046 colaboraria para o enfraquecimento da família e prejudicaria a dignidade do casamento. A adoção do discurso e de expressões tem sido combinada com acusações infundadas, segundo o pesquisador Rogério Junqueira, do Centro de Estudos Multidisciplinares e Avançados da UnB (Universidade de Brasília). Junqueira é autor de estudos sobre a cruzada contra as discussões de gênero, como “Ideologia de gênero”: a gênese de uma categoria política reacionária – ou: a promoção dos direitos humanos se tornou uma “ameaça à família natural?". Esse artigo identifica a escalada religiosa em torno do tema. Na publicação de Bolsonaro de 2016, consta que, para o PT, “brevemente a pedofilia deixará de ser crime”. Nunca houve iniciativas nesse sentido nos governos do PT( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/lula-e-um-grande-conselheiro-e-terapapeldestacado-em-meu-governo-afirma-haddad.shtml ). Imagens de materiais do Ministério da Saúde para o público LGBTI em campanhas contra a Aids ( https://m.folha.uol.com.br/folha-topicos/aids/?pg=3 ), por exemplo, foram disseminadas nesta eleição como se fossem conteúdo escolar. Foto de uma Parada Gay nos EUA também. A Justiça eleitoral determinou no último dia 15 a retirada do ar de publicações do capitão reformado que associam a entrega do que passou a ser chamado de “kit gay” a Fernando Haddad (PT) ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/ministro-dotse-determina-exclusao-de-publicacoes-com-expressao-kit-gayusadas-porbolsonaro.shtml ). O petista, que disputa o segundo turno, era ministro da Educação na época da polêmica sobre o material contra a homofobia, engavetado em 2011. Além de ter sido barrado, o kit era voltado a alunos de ensino médio (com 14 anos ou mais) e a professores. “Investe-se em pânico moral quando se começa a falar que as crianças estão sendo ameaçadas”, diz Junqueira. “Os acusadores colocam os acusados na defensiva a partir de um suposto comportamento inaceitável, como ensinar sexo para crianças. No Brasil, a polêmica sobre o kit foi o ruidoso início desse fenômeno, ainda em 2011. Mais tarde, em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT) ( https://m.folha.uol.com.br/folha-topicos/dilma-rousseff/ ), uma meta que buscava superar desigualdades educacionais “com ênfase na promoção da igualdade racial, 1047 regional, de gênero e de orientação sexual” foi suprimida da versão final do PNE (Plano Nacional de Educação). Nos anos seguintes qualquer menção a gênero seria retirada de planos municipais e estaduais de educação. As supressões foram lembradas no texto de um abaixo assinado feito em 2017 contra a presença no Brasil da filósofa americana Judith Butler ( https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1933437-manifestantespro-e-contra-judith-butler-protestam-no-sesc-pompeia.shtml ), referência nos estudos de gênero. A petição teve 300 mil assinaturas e a palestra, em São Paulo, foi acompanhada de manifestantes ( https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1933437manifestantes-pro-e-contra-judith-butler-protestam-no-sesc-pompeia.shtml ) com cartazes clamando por “mais família”. Uma foto de Butler era acompanhada da frase “pedofilia não”. Foi também em 2014 que os filhos políticos do capitão reformado apresentaram os primeiros projetos de lei para criar o projeto Escola Sem Partido ( https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/08/os-deveres-detalhados-da-escolasem-partido.shtml ) no Rio de Janeiro. Flavio Bolsonaro fez a proposta na Assembleia Legislativa, e Carlos Bolsonaro, na Câmara. Esses textos se posicionam contra a doutrinação partidária por parte dos professores ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/o-que-bolsonaro-e-haddadpropoem-para-osprofessores.shtml ), mas também preveem veto a conteúdos “que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos estudantes ou de seus pais”. A iniciativa da família Bolsonaro impulsionou o Escola Sem Partido, movimento criado em 2004 para combater uma suposta doutrinação de esquerda dos professores nas aulas ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/08/1798773-em-debateprojeto-de-escola-sem-partido-e-chamado-de-autoritario.shtml ), e que também atingiria livros didáticos. Educadores e professores veem uma tentativa de censura, além de um risco de limitação do papel da escola na formação de alunos críticos. No site do movimento, há minutas de modelos de projetos de lei a serem replicados pelo Brasil. Até abril, há o registro de pelo menos 91 apresentados em Câmaras Municipais e Assembleias com o mesmo teor, segundo reportagem da revista Gênero e Número. Outro projeto avança no Congresso Nacional, capitaneado pela bancada 1048 evangélica ( http://arte.folha.uol.com.br/poder/2017/500-anos-de-reformaprotestante/na-politica/ ). De acordo acordo com o professor Fernando Penna, da UFF (Universidade Federal Fluminense), os defensores do projeto perceberam que poderiam ganhar atenção embarcando no combate à “Ideologia do gênero”. Uma proibição específica à palavra “gênero” ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/saiba-como-surgiu-o-termoideologia-de-genero.shtml ) aparece pela primeira vez em texto apresentado em 2015 no Senado. “Muita gente acha que o Escola sem Partido pautou o tema, mas é o contrário. Ele cresce quando acha esse filão”, diz Penna. “A questão tem sido usada como ferramenta política de manipulação do pânico moral”. Cunhado em 1972 pelo sociólogo Stanley Cohen (1942-2013), o pânico moral, também citado por Rogério Junqueira, é um conceito que define uma reação baseada na percepção falsa de que o comportamento de um determinado grupo, em geral minorias, é perigoso e representa uma ameaça para a sociedade. O vice-presidente do Escola Sem Partido, Bráulio Matos, concorda que a absorção mais efetiva do tema conferiu ao movimento um “destaque extraordinário”. Para Matos, a “Ideologia do gênero” significaria uma erotização precoce, sem consentimento da família e promovida pelo estado. O fundo da discussão está ligada a movimentos que querem, assim como no âmbito político, usar a sala de aula para agendas específicas”, diz ele, que é professor da UnB e fundou a iniciativa ao lado do advogado Miguel Nagib. Ambos são católicos e se conheceram pouco antes de 2004 em encontros no Instituto Liberal de Brasília. Matos defende que uma lista de deveres dos professores, previstas pelo movimento para, inclusive, serem afixadas nas salas de aula, não inova em questões constitucionais. “O problema crucial que o movimento levanta é a distinção entre liberdade de expressão, fora da sala de aula, e a liberdade de ensinar”, diz. Os projetos incluem a criação de canais de denúncias de professores. Ele ainda defende que o projeto não trata de conteúdos barrados. Mas um é sempre vetado: a questão de gênero. 1049 Em março de 2017, o ministro Luís Roberto Barroso (STF) suspendeu, em decisão liminar, uma lei ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/08/1914513-ensinoreligioso-em-escola-publica-nao-deve-promover-crenca-diz-barroso.shtml ) que criava o programa em Alagoas (no estado o texto foi batizado como Escola Livre). Parecer do Ministério Público Federal de oito meses antes já classificara a iniciativa como inconstitucional por, entre outras coisas, impedir o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, negar a liberdade de cátedra e contrariar a laicidade do Estado (por permitir no espaço público da escola visões morais e religiosas particulares). 1050 Fernando Cássio, professor da Universidade Federal do ABC, em SP, ressalta que os impactos dessas discussões já vão além de eventuais mudanças legislativas. “Há outra questão que é inocular uma autocensura, um medo e sensação de extrema vigilância dentro da escola”, diz. “Os casos de intimidação já estão acontecendo”. Cassio faz parte da Rede Escola Pública e Universidade, que prepara um manual de defesa de professores. Já houve casos, por exemplo, de um professor de Campinas (SP) suspenso por usar uma saia em uma manifestação fora da escola, em 2016. No início deste mês, um docente de história em Natal foi ameaçado de morte depois que o pai de um aluno entendeu como ataque político uma explicação dele sobre a Lei Rouanet. Uma escola tradicional do Rio proibiu, no início do mês, um livro ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/renato-terra/2018/10/menos-livros-maiswhatsapp.shtml ) que foi considerado comunista por pais (a obra “Meninos sem pátria” retrata vida de família exilada na ditadura). Com reconhecido modelo pedagógico, a escola municipal Desembargador Amorim Lima, no Butantã, na zona oeste de SP, recebeu em 2016 uma notificação judicial de um vereador para que fosse cancelado um evento que discutiria questões de gênero. “Fizemos do mesmo jeito, avisamos a secretaria e escrevemos uma carta. Os pais que tinham dúvida sobre o assunto vieram nos debates e entenderam do que se tratava”, 1051 diz a diretora da escola, Ana Elisa Siqueira. “Recebemos intenso apoio imediato de muitos educadores.” O secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, quase deixou o cargo em 2017 depois que se opôs a uma blitz feita em escolas por um vereador ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre) ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2017/04/1875338-aposacao-de-holiday-onu-reage-e-critica-escola-sem-partido.shtml ). O parlamentar denunciava supostas doutrinações, e o então prefeito João Doria (PSDB), agora candidato ao governo do SP ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/hojedefensor-de-bolsonaro-doria-ja-afirmou-que-presidenciavel-seria-desastre.shtml ), se manteve alinhado ao MBL. Outro lado de pressão é nas discussões curriculares em curso no país. Após pressão, o governo Michel Temer (MDB) retirou, em abril de 2017, ao menos dez menções a gênero da versão final da Base Nacional Comum Curricular ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/07/sob-pressao-temer-mudara-basecurricular-para-o-ensino-medio.shtml ) (que prevê o que os alunos devem aprender na educação básica). A ausência da previsão dessa discussão em planos de educação e na base curricular dificultam que redes de ensino possam criar programas de formação de professores. A necessidade desse preparo, segundo docentes, é tratar na sala de aula as questões que já são levadas à escola pelos alunos. O programa de governo de Jair Bolsonaro ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/oque-bolsonaro-e-haddadpropoem-para-os-professores.shtml ) prevê o objetivo de lutar contra a sexualização precoce e defende que “um dos maiores males atuais *da educação+ é a forte doutrinação”. Ele já deu entrevistas gravadas em que afirma ser homofóbico. Procurada, a campanha não respondeu as perguntas da reportagem. https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/entenda-as-polemicas-sobreescola-sem-partido-e-genero-na-educacao.shtml ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018 1052 A discussão sobre uma suposta doutrinação ideológica nas escolas sobre questões de gênero e sexualidade, que alavancou a carreira e candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ( https://arte.folha.uol.com.br/poder/eleicoes2018/propostas-dos-candidatos-apresidencia/ ) à Presidência da República, não é uma retórica isolada ou original, circunscrita ao contexto brasileiro. Movimentos que se opõem a discussões sobre gênero ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/saiba-como-surgiu-otermo-ideologia-de-genero.shtml ) nas escolas ganham força desde a década de 1990, em mais de 50 países. Entre os detratores pelo mundo, reforça-se o discurso de que há um ataque orquestrado por militantes da esquerda marxista ao conceito tradicional de família. Por outro lado, estudiosos defendem que a abordagem educacional da identidade de gênero pode colaborar com o combate a problemas como gravidez na adolescência ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/02/1862231-uma-em-cada-cincocriancas-nascidas-no-pais-e-filha-de-adolescente.shtml ), violência contra a mulher ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/brasil-registra-606-casos-deviolencia-domestica-e-164-estupros-pordia.shtml ) e homofobia ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/05/1884666-brasil-patina-nocombate-ahomofobia-e-vira-lider-em-assassinatos-de-lgbts.shtml ). Abaixo, veja mais sobre as polêmicas que envolvem as discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas brasileiras. Por que abordar questões de gênero na escola seria importante? Segundo estudiosos do tema, a abordagem educacional da temática de identidade de gênero pode colaborar com o combate a problemas como gravidez na adolescência, violência contra mulher, machismo ( https://m.folha.uol.com.br/folhatopicos/machismo/?pg=5 ) e homofobia. Essa preocupação ainda visa fomentar uma escola plural, laica e que acolha as diferenças ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/oscarvilhenavieira/2016/08/1799589-aescola-plural-e-de-qualidade.shtml ). Quais críticas a essa abordagem? Movimentos conservadores e religiosos denunciam um suposto estímulo a uma sexualização precoce e até mesmo uma propaganda à homossexualidade. Documentos da Igreja Católica associam essa discussão ao risco de destruição da família tradicional. Para defensores do projeto Escola sem Partido ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/05/escola-sem-partido-avanca-nacamara-texto-proibe-uso-do-termo-genero.shtml ), por exemplo, a escola não poderia expor conceitos que estariam em conflito com as convicções religiosas ou morais dos estudantes ou de seus pais. 1053 O que preveem os projetos chamados de Escolas sem Partido? As propostas preveem, em geral, a “neutralidade” dos professores, limitando que os docentes exponham sua opinião nas salas de aula e também não estimulem alunos à participação política. Haveria ainda canais de reclamações para que alunos e famílias denunciem professores que estejam em desacordo com as definições da lei. Há projetos em trâmite no Congresso e em ao menos 97 Assembleias e Câmaras municipais, segundo reportagem da revista Gênero e Número. No texto do Congresso, a abordagem de questões de gênero seria vetada ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/05/escola-sem-partido-avanca-nacamara-texto-proibe-uso-do-termo-genero.shtml ). A doutrinação política é um problema nas escolas? Não há pesquisador que defenda a doutrinação partidária na sala de aula. Hoje é impossível saber se há de fato um problema de doutrinação ideológica de âmbito político nas escolas e qual seria a extensão desse problema nas mais de 186 mil escolas do país. Educadores veem no Escola sem Partido ( https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/05/equivoco-sempartido.shtml ) uma tentativa de censura, além de risco de limitação do papel da escola na formação de alunos críticos. Os livros didáticos promovem doutrinação política ou sexual? As obras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) são escolhidas por equipe do MEC e de professores de universidades públicas. Participam do edital editoras e autores de todo Brasil. A partir de uma lista ampla, os professores e secretarias definem as obras adotadas nas escolas. “Não conheço estudo, pesquisa, embasada em dados, que traga algum tipo de número sobre reclamações contra conteúdo de livros didáticos. Os livros são usados nas escolas públicas fazem parte de um programa consolidado e que vem se aperfeiçoando bastante”, diz Silvia Panazzo, presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos. Questões envolvendo gênero, como gravidez na adolescência e homofobia, são problemas na escola? A Pesquisa Nacional sobre Estudantes LGBTs e o Ambiente Escolar, de 2016, indica que 73% dos jovens entre 13 e 21 anos identificados LGBTs foram agredidos verbalmente na escola em 2015 por causa da sua orientação sexual. É o maior índice entre outros cinco países da América Latina onde a mesma pesquisa foi realizada. Já a gravidez é o principal motivo de abandono escolar das meninas. Machismo, homofobia, sexualidade e gravidez na adolescência são tratados na escola? A abordagem desses temas depende de cada escola e professor. Cerca de 60% 1054 das escolas não trabalharam em 2015 com machismo e homofobia, por exemplo, segundo questionário respondido por diretores de escolas. Por que especialistas defendem a inclusão da temática de gênero em planos de educação e na Base Nacional Comum Curricular? A ausência da previsão dessa discussão em planos de educação e na base curricular ( https://www1.folha.uol.com.br/especial/2016/base-nacional-comum-curricular/ ) dificultam que redes de ensino e escolas possam criar programas de formação de professores. A necessidade desse preparo, segundo docentes, é tratar na sala de aula das questões que já são levadas pelos alunos para as escolas. [Aqui, a matéria traz os memos gráficos da matéria imediatamente anterior neste meu arquivo: MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) ] https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/entenda-as-polemicas-sobreescola-sem-partido-e-genero-na-educacao.shtml SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018 No Brasil, o ataque às discussões de gênero, especialmente no âmbito das escolas, alavancou a carreira e a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/motores-de-bolsonaro-escolasempartido-e-ideologia-de-genero-tem-raizes-religiosas.shtml ) à Presidência da República. O movimento não é restrito ao presidenciável: mais de 50 países vivenciaram ondas de grupos conservadores que se opõem às discussões de gênero, vistas por eles como um ataque orquestrado por militantes da esquerda marxista ao conceito tradicional de família. Abaixo, veja como o termo surgiu e como o combate à "ideologia de gênero" tem pautado políticas públicas em todo o mundo, especialmente na área da educação ( 1055 https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/entenda-as-polemicas-sobreescola-sem-partido-e-genero-na-educacao.shtml ). ONU O conceito de gênero foi adotado num documento intergovernamental pela primeira vez na Conferência de População do Cairo, na Assembleia Geral da ONU de 1994 Antifeminismo Em 1997, escritora Dale O’Leary publica “Agenda de Gênero: redefinindo a igualdade”, que critica o feminismo por, segundo ela, fomentar uma ideologia que desrespeitaria diferenças biológicas Surgimento O termo “Ideologia de gênero” aparece pela primeira vez em 1998, em um documento eclesiástico, em uma nota da Conferência Episcopal do Peru, intitulada “A ideologia de gênero: seus perigos e alcances". Isso é demonstrado no artigo “Ideologia de gênero”: a gênese de uma categoria política reacionária – ou: a promoção dos direitos humanos se tornou uma “ameaça à família natural?", de Rogério Diniz Junqueira, da Unb Vaticano Em 2000, a expressão aparece em documento da Cúria Romana, com a publicação de “Família, Matrimônio e Uniões de fato”, do Conselho Pontifício para a Família Educação sexual É publicado em 2003 o mais amplo texto da Igreja católica elaborado sobre o tema: “Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas”. Em relação à educação sexual, o Lexicon se posiciona pelo primado da família e sublinha os limites da educação sexual no âmbito escolar. O feminismo é apontado como problemático. Um dos autores que tratam da ação do vaticano com relação ao tema é David Patternote, da Universidade Livre de Bruxelas 1056 Escola sem Partido Surge em 2004 no Brasil movimento Escola sem Partido para combater uma suposta doutrinação de esquerda que os professores praticariam nas escolas Papa Em 2008, já na condição de Papa Bento 16, Joseph Ratzinger descreve gênero como algo que contrariaria e desprezaria a natureza, e poderia levá-la à autodestruição. Estudiosos, como a francesa Sara Garbagnoli, observam que pronunciamentos parecem ter agido como sinal verde para eclosão de um movimento internacional antigênero Kit gay’ Em 2011, produção de um material do Projeto Escola Sem Homofobia causa polêmica e é chamado de “kit gay”( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/eleicao-nachapaexplica-polemica-do-kit-gay-durante-gestao-de-haddad-no-mec.shtml ). A política previa vídeos e material para o professor, com foco no ensino médio. Após críticas e ataques, iniciativa é engavetada. Fernando Haddad (PT) era ministro da Educação No Congresso Comissões de Direitos Humanos e de Educação da Câmara realizaram, em 2012, o Seminário LGBT no Congresso Nacional - Respeito à Diversidade se Aprende na Infância: Sexualidade, Papéis de Gênero e Educação na Infância e na Adolescência. Bolsonaro repetiu em entrevistas que o evento era denominado como “Seminário LGBT Infantil” ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/veja-erros-e-acertosde-jair-bolsonaro-no-jornal-nacional.shtml ), o que não era verdade Primeiro projeto Os filhos de Jair Bolsonaro apresentam, em 2014, o primeiro projeto de lei ligado ao movimento Escola sem Partido. Flavio Bolsonaro ingressa com projeto na Assembleia do Rio e Carlos Bolsonaro, na Câmara. Plano Nacional de Educação Meta que buscava superar desigualdades educacionais, “com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, é suprimida da versão 1057 final do PNE (Plano Nacional de Educação) em 2014. Planos estaduais e municipais também tiveram o termo suprimido ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/06/1647528-por-pressao-planos-deeducacao-de-8-estados-excluemideologia-de-genero.shtml ) Enem Enem de 2015 pede, como tema de redação, que participantes escrevam sobre “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” ( http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2126 ). A proposta trazia um texto da filósofa francesa Simone de Beauvoir, o que foi considerado uma tentativa de “doutrinação por parlamentares como Jair Bolsonaro (PSL) e Marco Feliciano (PSC) Senado Senador Magno Malta (PR-ES) apresenta no mesmo ano projeto ( http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/08/1798773-em-debate-projeto-deescola-sem-partido-e-chamado-deautoritario.shtml ) para criar o programa Escola Sem Partido e vetar a abordagem sobre as questões de gênero na escola. Alagoas A Assembleia de Alagoas aprova em 2016 projeto Escola sem Partido ( http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/05/1770390-estados-debatem-vetarideologia-em-sala-de-aula-alagoas-ja-aprova-projeto.shtml ), sob o nome de Escola Livre. STF suspendeu a lei por meio de liminar Nas redes Em 2016, Bolsonaro publica vídeo em que acusa o PT de promover sexualização precoce de crianças nas escolas do país. Tanto o projeto de combate à homofobia chamado por ele de "kit gay" ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/ministro-do-tse-determina-exclusaode-publicacoes-com-expressao-kit-gay-usadas-por-bolsonaro.shtml ) quanto o livro apresentado nas imagens ( https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/opequeno-jair-teria-adorado-aparelho-sexual-e-cia-diz-autora-de-livro-citado-porbolsonaro.shtml ) nunca chegaram às escolas por vias oficiais. Vídeo tem quase 9 milhões de visualizações no Facebook e 287 mil compartilhamentos. No mundo 1058 Em 2016, no México, deputados com apoio de grupos conservadores chegaram a propor a queima de livros didáticos que abordavam a educação sexual. No mesmo ano, marcha toma as ruas na Colômbia ( https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/na-colombia-santos-sacrificoupopularidade-por-paz-com-a-guerrilha-farc.shtml ) contra a pretensão do governo de incluir essa discussão na educação. A professora e antropóloga Mara Viveros Vigoya, da Universidade Nacional da Colômbia, tem estudado o tema. Na Itália, o chamado Jogo do Respeito foi proibido após mobilização de conservadores e religiosos. O material, com desenho, questionava alguns estereótipos sociais e apresentava homens passando roupa ou carregando um carrinho de bebê, além de mulheres trocando lâmpadas de casa Em SP Também em 2016, vereador de SP tenta suspender “Semana de Gênero” na escola municipal Amorim Lima, referência educacional ( https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2018/10/1983447-amorim-lima-e-exemplodo-ensino-sem-salas-de-aula.shtml ) Constituição Em manifestação enviada ao Congresso em 2016, a Procuradoria-Geral da República classifica de “inconstitucional” ( http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/10/1824785-para-pgr-escola-sempartido-e-inconstitucional-e-subestima-alunos.shtml ) a proposta de incluir o Programa Escola Sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional Base Após pressão da bancada evangélica ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/04/1873511-bancada-evangelicacelebra-retirada-de-questao-de-genero-de-base-curricular.shtml ) do Congresso em 2017, o governo Michel Temer retira ao menos dez menções a gênero ( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/12/1940989-governo-temer-esvaziagenero-na-base-curricular-e-mistura-tema-com-religiao.shtml ) da versão final da Base Nacional Comum Curricular (que prevê o que os alunos devem aprender na educação básica) Filosofia 1059 A participação da filósofa Judith Butler ( http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/11/1936103-judithbutler-escrevesobre-o-fantasma-do-genero-e-o-ataque-sofrido-no-brasil.shtml ) no seminário Os fins da democracia, realizado em novembro de 2017 em SP, provoca reação de conservadores. Além de abaixo-assinado contra a presença dela, com 300 mil assinaturas, houve manifestações ( http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1934406-passagem-da-filosofajudith-butler-br-por-congonhas-termina-na-delegacia.shtml ) Blitz do MBL O secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, quase deixa o cargo ( http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/04/1873834-acuado-secretariopede-demissao-mas-doria-consegue-evitar-saida.shtml ) depois de se opor a uma blitz feita em escolas por um vereador ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre) ( http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/04/1872673-secretario-de-doria-dizque-vereador-ligado-ao-mbl-intimidou-professores.shtml ) no fim de 2017. O parlamentar denunciava supostas doutrinações. O então prefeito João Doria (PSDB), agora candidato ao governo do SP, se manteve alinhado ao MBL ( http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/04/1874973-doria-diz-que-vereador-esecretario-da-educacao-exacerbaram-em-polemica.shtml ) Sem gênero Em maio deste ano, Comissão especial na Câmara Federal aprova relatório favorável ao projeto de lei Escola sem Partido, que proíbe o uso da palavra “gênero”( https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/05/escola-sem-partido-avanca-nacamara-texto-proibe-uso-do-termo-genero.shtml ) e da expressão “orientação sexual” em sala de aula, mesmo em disciplinas “complementares ou facultativas”. Projetos Até abril deste ano, 91 projetos foram apresentados em Câmaras Municipais e Assembleias do país, segundo reportagem da revista Gênero e Número Literatura Neste ano, o livro “Meninos sem Pátria”, de Luiz Puntel, é suspenso pelo Colégio Santo Agostinho (no RJ) ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/alvaro-costa-esilva/2018/10/sinais-fortes-sinais.shtml ), após pressão de um grupo de pais que 1060 entenderam a obra como marxista. Livro aborda família na ditadura e é adotado em escolas há 40 anos Ameaça No início deste mês, professor foi ameaçado de morte em Natal (RN) ( https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ilona-szabo/2018/10/perdemos-todos.shtml ) depois de explicação sobre Lei Rouanet em aula ser considerada doutrinação por pai de aluno https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/saiba-como-surgiu-o-termoideologia-de-genero.shtml DOUTRINAÇÃO E MASSIFICAÇÃO: ESCRITOR LEMBRA DA EDUCAÇÃO EM COLÉGIO MILITAR Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 24 de outubro de 2018 Indo para o almoço de Páscoa na casa da sogra, em 2010, que Carlos Eduardo Pereira sentiu seus pés formigarem. Estranhou, mas seguiu adiante. Comeu e bebeu como manda o figurino, achou que tudo estava bem. Ao longo da semana, no entanto, o amortecimento foi aumentando. Em poucos dias estava internado num hospital e precisando lidar com uma notícia drástica: Carlos possui uma doença autoimune de alguma forma ligada à esclerose múltipla, ainda que até hoje não saiba exatamente qual é o seu problema. Repentinamente, perdeu a sensibilidade do corpo do tórax para baixo e a capacidade de andar com as próprias pernas. Então com 37 anos, já saiu do hospital montado em uma cadeira de rodas. Passou o ano em busca de tratamentos, com médicos apostando na tentativa e erro para ver se encontravam alguma solução. Apenas erraram. Então, cansou-se de tentar contornar a situação e resolveu encarar de vez a nova realidade. "Quer saber? O prejuízo é esse? Vamos tocar a vida", pensou. Formado em História, Carlos passou boa parte da carreira em sala de aula, mas, quando foi acometido pela doença misteriosa, era servidor público concursado e trabalhava no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Depois de um período de licença, aposentou-se por invalidez e foi pensar em algo novo para fazer. Aí que descobriu que novas possibilidades lhe aguardavam. 1061 É fácil imaginar as dificuldades que um cadeirante enfrenta no dia a dia: a necessidade de ajuda para contornar eventuais situações, impossibilidade de praticar uma série de atividades físicas, dificuldade para se locomover por ruas acidentadas… Só que "chega uma hora que você fala: se não for pra rua, não vou fazer mais nada. Então, fui pra rua. Sempre [que saio de casa] eu acho que vai dar alguma merda, e sempre dá. Mas sempre tem lá alguém pra ajudar se precisar. Não dá pra deixar de fazer as coisas por causa disso", diz Carlos, que também mostra um lado positivo com o que lhe aconteceu: "Vão dizer que é papo de filme e novela, mas tem um monte de pontos positivos. Minha vida melhorou em muitos aspectos depois de ter virado cadeirante. Vivia com a minha mulher, mas depois disso casamos, nasceu minha filha… Antes não tinha tempo pra porra nenhuma, agora, aposentado, recebo o mesmo salário e vou atrás do que realente curto fazer. Gostava de ler e de ir ao cinema, então fui fazer oficinas e cursos de escrita. Fui descobrindo coisas que não descobriria se não fosse cadeirante". Depois que se viu sobre uma cadeira de rodas que Carlos mergulhou na escrita e pegou gosto pela produção literária. No ano passado, mais de sete anos após aquele almoço de Páscoa, lançou seu livro de estreia, o romance "Enquanto os Dentes" (Todavia), e prontamente passou a ser apontado como uma grande revelação da literatura nacional. Ver a obra entre as semifinalistas do Prêmio Oceanos e na final do Prêmio São Paulo de Literatura comprova que o autor, hoje com 45 anos, é mesmo um nome para se prestar atenção. No livro, o leitor conhece Antônio, cadeirante negro de classe média que encara perrengues para circular pelo Rio de Janeiro. O personagem, no entanto, não está num simples passeio, mas voltando para a casa da família após sua ruína financeira. Enquanto cruza a cidade, repassa diversos momentos de sua vida, como os tempos na escola militar, a descoberta da homossexualidade e a problemática relação com o pai autoritário, tratado como "Comandante", que não vê há mais de vinte anos. Dentre as diversas possibilidades de interpretação, é uma história sobre alguém que não tem outra escolha a não ser se render ao triste destino. Uma história de alguém que, literalmente e metaforicamente, perdeu a capacidade de caminhar com as próprias pernas. Não são muitos, mas há evidentes traços em comum entre autor e protagonista. Carlos conta que relutou um tanto em aceitar que a história que tinha para contar possuía inegáveis toques de sua própria biografia. "A gente fica cheio de grilo quando tá começando. Pensava que para escrever ficção precisava ser algo puro, que não tivesse absolutamente nada a ver com minha vida pessoal. Então, comecei dois outros livros assim, até que descobri que isso é uma bobagem. Uma vez, estava vendo o [escritor] 1062 Paulo Scott falar para um grupo e me dei conta que deveria ir na minha vida e cavucar algo que fosse verdadeiro. Deveria buscar os meus sentimentos verdadeiros, se não a escrita não funcionaria", conta. "Há várias imagens muito úteis num personagem cadeirante. A dificuldade de se locomover pela cidade pode ser uma metáfora para muitas coisas. Ser cadeirante só é uma dificuldade mais visível. O fodido é relativo. O outro pode não estar numa cadeira de rodas e estar mais fodido ainda", completa. Outro ponto de contato entre personagem e autor é a relação com o exército. Carlos não tem pai oficial, mas, como Antônio, também passou parte de sua vida dentro de uma escola militar. De família humilde da Ilha do Governador, subúrbio do Rio de Janeiro, via na farda uma possibilidade para ter uma profissão garantida e um futuro com alguma estabilidade financeira, mesma situação de praticamente todos os seus colegas. "Só um ou outro estava lá por talento, vocação, por vibrar mesmo", recorda. O "lá", no caso, eram as escolas da marinha e da aeronáutica, primeiro em Barbacena e depois em Angra dos Reis, onde fez o ensino médio. Vivendo o regime militar em tempo integral, percebeu que não era aquilo que queria para si, apesar de ter algumas boas lembranças da época, como as amizades que fez. Praticamente o único que costumava carregar algum livro literário consigo, o hoje escritor recorda que aquelas escolas não costumavam incentivar o contado dos alunos com elementos culturais que não fossem relacionados ao próprio meio militar. "Não tinha espaço para isso. [Nessas escolas] têm que seguir a doutrina militar", comenta. Por falar em doutrina, contrapondo o que vivenciou em sua formação com o que depois viu em sala de aula quando ele mesmo era professor, diz não ter dúvidas de onde a doutrinação impera: "Com toda certeza no ensino militar. Hierarquia e disciplina são as bases do militarismo. É justamente o que se faz lá: doutrinar a cabeça do militar para que depois ele funcione na tropa. Há uma massificação de ideias para entrar no esquema deles e, se alguém questiona, as sansões são severas. A ideia é não questionar. Se isso não é doutrinação, não sei o que é". Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5. O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos. 1063 https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2018/10/24/doutrinacao-e-massificacaoescritor-lembra-da-educacao-em-colegio-militar/ AOS INDECISOS, AOS QUE SE ANULAM, AOS QUE PREFEREM NÃO. O MAIOR DELÍRIO VIVIDO HOJE NO BRASIL É O DA “NORMALIDADE” Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2018 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/24/opinion/1540394956_656180.html “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 Folha/Uol, 24 de outubro de 2018 Tim Cook, 57, presidente-executivo da Apple, afirmou nesta quarta-feira (24) que o melhor presente que Deus lhe deu foi ser gay. "Tenho muito orgulho disso", disse à jornalista Christiane Amanpour em entrevista à CNN ( https://edition.cnn.com/2018/10/24/tech/tim-cook-gay-apple/index.html ), repetindo uma declaração que já havia dado em 2014. Há quatro anos, Tim Cook abriu sua orientação sexual, tornando-se um dos pioneiros das grandes empresas a se posicionar sobre sexualidade. "Tornei público porque comecei a receber histórias de crianças que liam na internet que eu era gay." Ele recebia cartas e emails de crianças que sofriam bullying e outros tipos de abuso devido à orientação sexual. O executivo disse que era "egoísta" de sua parte manter em silêncio aspectos íntimos quando poderia ajudar outras pessoas com sua postura. "Precisava fazer algo por elas", disse Cook. O presidente da Apple ainda se mostrou "chocado" por ter sido o primeiro CEO gay de uma empresa na Fortune 500, lista anual da revista Fortune com as empresas mais ricas dos Estados Unidos. Na entrevista, ele afirmou estar feliz por outros líderes terem falado abertamente sobre sexualidade. 1064 "Aprendi como era ser uma minoria", disse à CNN. Além de Cook, executivos da tecnologia como Peter Thiel, cofundador e presidente do PayPal, Peter Arvai, do Prezi, Joel Simkhai, do aplicativo Grindr, Jon Hall, veterano da computação do sistema Linux, e Chris Hughes, um dos cofundadores do Facebook, já manifestaram suas orientações sexuais publicamente ou se engajaram em causas de diversidade. Um pouco antes de Cook declarar sua opção em 2014, John Browne, expresidente da BP, uma das maiores petroleiras do mundo, lançou o livro The Glass Closet: Why Coming Out is Good Business ( https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/08/1497998-executivo-avalia-osriscos-de-sair-do-armario-no-trabalho.shtml ) (o armário de vidro: por que se assumir é bom negócio, na tradução para o português). Sua posição foi emblemática para o mundo dos negócios porque Browne guardou sua sexualidade em segredo por 40 anos dentro da empresa. Ele deixou o cargo depois da divulgação de um caso sobre o relacionamento que teve com um garoto de programa. "Ficar no armário era uma decisão prática de negócio", escreveu no livro, referindo-se aos negócios que precisava manter com países em que a homossexualidade era crime, como da África e do Oriente Médio. Apesar de hoje o cenário ser mais aberto em relação aos anos 1960 e 1970, início da carreira de Browne e Cook, só recentemente a Fortune 500 listou uma empresa cuja presidente mulher é abertamente homossexual. Beth Ford, que comanda a companhia de alimentos Land O'Lakes, é a primeira a aparecer na publicação, que saiu em agosto deste ano. https://www1.folha.uol.com.br/tec/2018/10/ser-gay-e-o-melhor-presente-que-deusme-deu-diz-presidente-da-apple.shtml 1065 ÍNDICE Em primeiro lugar uma atualização da introdução deste arquivo... Escrevi, lá no início deste trabalho... Quando um livro sofreu acusações de religiosos, algum autor foi ouvido? Só encontrei um exemplo: ESCOLA SEM PINTO. COMO A TENTATIVA DE CENSURA A UM LIVRO DIDÁTICO NO NORTE DO PAÍS MOSTRA QUE, NO BRASIL ATUAL, A IGNORÂNCIA NÃO É APENAS UMA TRAGÉDIA NACIONAL, MAS UM INSTRUMENTO POLÍTICO USADO POR MILÍCIAS DE ÓDIO (Eliane Brum, sobre tentativa de retirada de livro de ciências de escolas públicas em Ji-Paraná, RO, 2017) 97 (página do arquivo Ideologia de Gênero e Ecola Sem Partido) [Atualização: a mesma Eliane Brum, uma das mais competentes jornalistas do Brasil, foi ouvir artista da performance do MAM – SP (“ ‘Fui morto na internet...”), atacado nas redes sociais, por movimentos de direita, por padres e pastores... Ver arquivo IDEOLOGIA DE GÊNERO E ESCOLA SEM PARTIDO 2... Ver outra atualização logo a seguir, neste arquivo 4] Aqui, uma atualização parcial em 11 de outubro de 2018... “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que 1066 le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018 https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS (Mariana Simões, Agência Pública, 28 de agosto de 2018) 656 (esta e as próximas numerações referem-se a este arquivo, Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 4) AUTORA DE LIVRO CRITICADO POR BOLSONARO REBATE: “NO FUNDO, ELE QUERIA TER GANHADO UM" (Diego Assis, Uol, 30 de agosto de 2018) 600 “BOLSONARO INCONSCIENTEMENTE QUERIA DIVULGAR MEU LIVRO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL”, DIZ ESCRITORA. AUTORA DE “APARELHO SEXUAL E CIA” CRITICA O PRESIDENCIÁVEL APÓS PROPAGADA NEGATIVA SOBRE SUA OBRA. "EU ACHO QUE SUAS OBSESSÕES DIZEM MUITO SOBRE O QUE ELE PRÓPRIO TEM NA CABEÇA", ARGUMENTA (Ricardo Della Coletta e Sara González, El País, 31 de agosto de 2018) 604 “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL (Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 936... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: LEITURA NA ESCOLA: TERRITÓRIO EM CONFLITO. LIVROS INFANTO-JUVENIS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DA ONDA CONSERVADORA NO BRASIL (José Ruy Lozano) 262 ... O QUE SERIA DA LITERATURA NUMA "ESCOLA SEM PARTIDO"? (José Ruy Lozano, professor e autor de livros didáticos) 261 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PAIS TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA 123) 936 1067 Ver também... “Pais acusam livro de Ana Maria Machado de fazer apologia ao suicídio”, Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 07 de setembro de 2018 https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2018/09/07/pais-acusam-livro-de-anamaria-machado-de-fazer-apologia-ao-suicidio/ “Ana Maria Machado sobre acusações: tão absurdo que não sei como reagir”, Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 07 de setembro de 2018 https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2018/09/07/ana-maria-machado-sobreacusacoes-tao-absurdo-que-nao-sei-como-reagir/ Os temas são: Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos... p. 1072 Um pouco de história relacionada às questões de gênero, ao feminismo... p. 1102 2018: 100 anos da conquista do direito ao voto por mulheres inglesas... p. 1143 Carnaval 2018... p. 1143 Dia Internacional da Mulher, 08 de março de 2018... p. 1143 Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018... p. 1144 Eleições 2018... p. 1145 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... p. 1181 Cidades e gênero... p. 1183 Ciências, Biologia, Robótica... questões de gênero... sexualidade... p. 1184 1068 Cinema, filmes, televisão, web, obras de arte, fotografias, charges, quadrinhos... p. 1187 Conhecimento... verdade... p. 1192 Críticas ao feminismo, ao movimento #metoo... p. 1205 Crossdressing... p. 1205 Declarações de autoridades, políticos, jornalistas, artistas... p. 1205 Depoimentos... histórias pessoais contadas pelas pessoas que vivem essas histórias... p. 1208 Dicionário... as palavras têm sentidos políticos... têm história... p. 1212 Educação fora da escola e questões de gênero... sexualidade... p. 1214 Empresas e gênero... p. 1218 Esportes e gênero... p. 1222 Famílias... diversidade... p. 1222 Forças armadas e questões de gênero... p. 1223 Gays, lésbicas... ações políticas contra preconceito e discriminação... pessoas... p. 1233 Gays, lésbicas... preconceito, discriminação, exclusão... violência... p. 1238 Intersexuais... p. 1244 Jornalismo e questões de gênero... diversidade... p. 1245 “Ideologia de gênero” e Escola Sem Partido… matérias e textos de opinião... p. 1248 Projetos de lei, leis... baseados no Escola Sem Partido... p. 1268 Projetos de lei envolvendo questões de gênero, religião... p. 1269 1069 Igrejas, religiões e questões de gênero, desigualdades de gênero, renda, educação... p. 1271 Igrejas, religiões e sexualidade... p. 1288 Igrejas, religiões, religiosos... ideias diferentes... p. 1301 Igrejas, religiões e poder... [Ver a secção Eleições 2018... E também a próxima secção: Igrejas e impostos no Brasil... ] p. 1302 Igrejas e impostos no Brasil... p. 1320 Judiciário, Ministério Público, polícias e questões de gênero... p. 1321 Literatura... há links para download... p. 1332 Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... p. 1334 Manifestações públicas de preconceito, machismo, homofobia... p. 1337 Manifestações públicas contra preconceito, machismo, homofobia... p. 1339 Moda, publicidade e gênero... p. 1342 Mulheres e política... feminismo... p. 1342 Mulheres, trabalho, aposentadoria... questões de gênero... p. 1345 Mulheres, sexualidade, contracepção, aborto... p. 1346 Estupro... p. 1358 Assédio, violência contra as mulheres, assassinatos... p. 1358 Discriminação contra mulheres... questões de gênero... p. 1360 Mulheres e prisões no Brasil... p. 1363 Ocupações de escolas... reforma do ensino médio... matérias e textos de opinião... 1363 p. 1070 Sexualidade... afetividade... mais... p. 1364 Sites... p. 1364 Textos gerais sobre questões de gênero, identidade, sexualidade, religião... p. 1364 Transexuais, travestis... cinema... televisão... fotografia... p. 1375 Transexuais, travestis... direitos... política... trabalho... preconceitos... p. 1375 Transexuais, travestis... medicina... saúde… p. 1384 Violência contra transexuais, travestis... assassinatos... p. 1385 1071 Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos... . Ver ainda, neste arquivo, as seções Eleições 2018... e 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... Várias referências desta secção, e as quatro primeiras são exemplos claros, tratam da ideologia de gênero patriarcal, analisada e criticada pelo feminismo, pelos estudos sobre gênero... “Entrevista: ‘Uma ciência feminista precisa explicitar os contextos nos quais o conhecimento produzido por ela é construído’”, Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018 [entrevista com a pesquisadora Marina Nucci... Nessa entrevista obtive as referências dos dois trabalhos a seguir, de Londa Schiebinger e Fabíola Rohden]: http://www.generonumero.media/entrevista-uma-ciencia-feminista-precisa-explicitaros-contextos-nos-quais-o-conhecimento-produzido-por-ela-e-construido/ “O feminismo mudou a ciência?”, Londa Schiebinger, tradução de Raul Fiker, Bauru, SP, EDUSC - Editora da Universidade do Sagrado Coração, 2001. 384p. (Coleção Mulher) http://brasil.indymedia.org/media/2007/06/386937.pdf (link para download) "Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX", Fabíola Rohden, Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 8, n. 17, p. 101-125, junho de 2002. [Este artigo tem origem na tese de doutorado de Fabíola Rohden, intitulada "Uma ciência da diferença: sexo, contracepção e natalidade na medicina da mulher", apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Museu Nacional – UFRJ, em 2000] http://www.scielo.br/pdf/%0D/ha/v8n17/19078.pdf 1072 “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA (BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 692... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716 ) 692 “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 (Folha/Uol, 24 de outubro de 2018) 1064 "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris... Há uma análise histórica da discriminação, do controle sobre as mulheres 576 ... Ver ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” 626/627 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 576 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016 97... Ver também SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055 ... A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052 ) 97 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 1073 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 O BRASIL... NÃO CABE NA GLOBO! (Nilce F. Bueno, Diário do Rio Claro, 19 de outubro de 2018, p. 2... Publicado durante a Primeira Semana e Parada LGBT – Rio Claro...) 1029 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS (Caetano Veloso, Folha/Uol, 14 de outubro de 2018 954... Sobre afirmações de Olavo de Carvalho, um dos defensores das ideias de extrema-direita e de igrejas a respeito de gênero, política... ver, por exemplo, a respeito de crime organizado, narcotráfico: “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012: https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf ... MORRE AOS 96 ANOS O JURISTA HÉLIO BICUDO, UM DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS. FUNDAMENTAL NO COMBATE AO “ESQUADRÃO DA MORTE” NA DITADURA MILITAR, BICUDO FOI COFUNDADOR DO PT E AJUDOU NO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF (Arthur Stabile e Maria Teresa Cruz, Ponte Jornalismo, 31 de julho de 2018: https://ponte.org/morre-aos-96-anos-o-jurista-helio-bicudo-um-defensor-dos-direitos1074 humanos/ ... COMO A DITADURA PERSEGUIU HÉLIO BICUDO. JURISTA TEVE A VIDA ESCRUTINADA POR DENUNCIAR ATUAÇÃO DE ESQUADRÕES DA MORTE. DOCUMENTOS INÉDITOS MOSTRAM QUE A CÚPULA DO REGIME AGIU DIRETAMENTE PARA ACOBERTAR A AÇÃO DOS GRUPOS DE EXTERMÍNIO (João Soares, Deutsche Welle, 01 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/como-a-ditadura-perseguiu-h%C3%A9lio-bicudo/a44918892 ... https://p.dw.com/p/32TSG ... "DITADURA IDEALIZOU MODELO ATUAL DAS MILÍCIAS”. MILÍCIAS TIVERAM SEU EMBRIÃO NOS ESQUADRÕES DA MORTE APOIADOS PELA DITADURA, AFIRMA SOCIÓLOGO. EM ENTREVISTA, ELE REJEITA A IDEIA DE PODER PARALELO, APONTANDO QUE GRUPOS FARIAM PARTE DA “DIMENSÃO ILEGAL DO ESTADO" (João Soares, Deutsche Welle, 03 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/ditadura-idealizou-modelo-atual-das-mil%C3%ADcias/a44945335 ... https://p.dw.com/p/32aKl ... ATENTADOS DE DIREITA FOMENTARAM AI-5 CINQUENTA ANOS DEPOIS DO ATO QUE SEPULTOU AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS NO PAÍS, A PÚBLICA OBTÉM DOCUMENTOS QUE PROVAM QUE FOI A DIREITA PARAMILITAR, E NÃO A ESQUERDA, QUE DEU INÍCIO A EXPLOSÕES DE BOMBAS E ROUBOS DE ARMAS (Vasconcelo Quadros, Agência Pública reproduzida pelo El País, 02 de outubro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/politica/1538488463_222527.html ... PROGRAMA ARQUIVO N SOBRE ATENTADO NO RIOCENTRO (30 DE ABRIL DE 1981) (Roteiro e edição Luciana Savaget, Globo News, 2011: https://www.youtube.com/watch?v=QqNUttqzGMw ... https://www.youtube.com/watch?v=ZWj-YALnsl4 ... Ver também AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 954 AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO (Regiane Oliveira, El País, 15 de outubro de 2018 952... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE “KIT GAY” NO FACEBOOK 978 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ...) 952 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da 1075 Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 1076 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018) 1038 TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK (Rafael Moraes Moura, Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de outubro de 2018 978... Ver LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, Revista Piauí/Uol, edição 129, junho de 2017... E-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 978 VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA (Breiller Pires, El País, 18 de outubro de 2018 979 ... Ver também GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453... De acordo com a matéria (gravidez na adolescência), os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 454 ) 979 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE 1077 PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" (Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018) 1011 UOL, PÁGINA INICIAL, 18 OUT 2018 7H22MIN. EMPRESAS BANCAM CAMPANHA CONTRA PT NAS REDES SOCIAIS; PRÁTICA É ILEGAL 981 EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol,, 18 de outubro de 2018) 982 É HORA DE SE DEBRUÇAR SOBRE A PROPAGANDA EM REDE DE BOLSONARO. MUITOS DE NÓS ESTÃO EM BUSCA DE EXPLICAÇÕES PARA O TSUNAMI DE VOTOS EM CANDIDATURAS ANTISSISTEMA E ANTIPETISTAS NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2018 (Francisco Brito Cruz e Mariana Giorgetti Valente, El País, 18 de outubro de 2018) 986 MANIPULAÇÃO DO ELEITOR POR GRUPOS DE WHATSAPP DEIXARÁ FERIDAS NA DEMOCRACIA (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 18 de outubro de 2018) 992 GUERRA SUJA NAS REDES SOCIAIS EXPÕE O FAKE TSE (Josias de Souza, Blog do Josias/Uol, 18 de outubro de 2018... Estou trazendo textos de alguns jornalistas com 30,, 40 anos de profissão, ganhadores de prêmios nacionais e internacionais...) 995 UOL, PÁGINA INICIAL, 19 OUT 2018 11H10MIN. DISPARO DE MENSAGENS CONTRA PT NO WHATSAPP CONSTRANGE TSE 996 WHATSAPP NOTIFICA AGÊNCIAS QUE DISPARAM MENSAGENS ANTI-PT. REDE SOCIAL PEDIU QUE DISPAROS EM MASSA SEJAM INTERROMPIDOS, E CONTAS ASSOCIADAS FORAM BANIDAS (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 996 UM PAÍS PRIMITIVO PRESTES A REGREDIR MAIS. BOLSONARO DEU VIA LIVRE A TODOS OS DEMÔNIOS (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 998 1078 DOCUMENTO CONFIRMA OFERTA ILEGAL DE MENSAGENS POR WHATSAPP NA ELEIÇÃO. PROPOSTA NÃO ACEITA PELA CAMPANHA DE ALCKMIN PEDIU R$ 8,7 MI POR DISPAROS VIA APLICATIVO (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 20 de outubro de 2018) 1000 TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (Seleção feita em 16 de outubro de 2018 961 ... Ainda sobre o MBL, ver... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 961 1079 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ... Ver CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção Igrejas, religiões e poder... 1265, mais especificamente a partir da p. 1288, onde estão matérias sobre Igreja Católica no Chile... por exemplo: CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DO CHILE REFERENTE ÀS INFORMAÇÕES ENTREGUES POR D. CHARLES J. SCICLUNA (Papa Francisco, Vaticano, 08 de abril de 2018) 669 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS PEDEM DEMISSÃO POR ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. CÚPULA DA IGREJA NO PAÍS É ACUSADA PELO VATICANO DE TER NEGLIGENCIADO DENÚNCIAS (Folha/Uol reproduz Reuters e Associated Press, 18 de maio de 2018) 658 ... PAPA ANUNCIA 'MUDANÇAS E RESOLUÇÕES' EM IGREJA CHILENA APÓS CASOS DE PEDOFILIA (Kelly Velasquez, Agence France Presse AFP reproduzida por Yahoo, 17 de maio de 2018) 660 ... BISPOS CHILENOS DEMITEM-SE EM BLOCO DEVIDO A ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. PAPA REUNIU-SE ESTA SEMANA COM OS 34 BISPOS CHILENOS PARA DISCUTIR OMISSÕES E ENCOBRIMENTO DE UM ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS DE MENORES. TODOS ELES APRESENTARAM A SUA DEMISSÃO (Público, 18 de maio de 2018... Público é jornal de Portugal) 662/663 ... ESCÂNDALO SEXUAL LEVA TODOS OS BISPOS DO CHILE A PEDIREM DEMISSÃO AO PAPA (BBC Brasil, 18 de maio de 2018) 663 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS APRESENTAM RENÚNCIA AO PAPA PELOS 1080 ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA. AGORA CABE AO SUMO PONTÍFICE DECIDIR SE ACEITA TODAS AS RENÚNCIAS OU SOMENTE ALGUMAS DELAS (Lorena Pacho, El País, 18 de maio de 2018) 665 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS RENUNCIAM POR ESCÂNDALO DE ABUSOS (Deutsche Welle, 18 de maio de 2018) 667 ... EXCLUSIVO: DOCUMENTO RESERVADO DEL PAPA A OBISPOS REVELA FALLAS QUE DESCUBRIÓ EN LA IGLESIA CHILENA. EL TEXTO, DE DIEZ CARILLAS Y QUE LES ENTREGÓ EN ROMA EL MARTES, CONTIENE FUERTES CRÍTICAS AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LAS DENUNCIAS DE ABUSOS. EL PONTÍFICE HABLA DE “HECHOS DELICTIVOS”, “ESCÁNDALO” E “IR MÁS ALLÁ” DE LA REMOCIÓN DE PERSONAS PARA SOLUCIONAR LA CRISIS (Tele 13 T 13, 17 de maio de 2018) 672 ... LA TRANSCRIPCIÓN COMPLETA DEL DOCUMENTO RESERVADO QUE EL PAPA ENTREGÓ A LOS OBISPOS CHILENOS. T13 TUVO ACCESO EXCLUSIVO A LAS DURAS CRÍTICAS QUE EMITIÓ FRANCISCO AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LOS CASOS DE ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNOS SACERDOTES (Tele 13 T13, 17 de maio de 2018... ) 675 ... “NOS OBRIGAVAM A FICAR NUS NA PISCINA”: OS RELATOS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR BISPOS NO CHILE (Constanza Hola, BBC News Mundo, 16 de junho de 2018) 945 ... DIOCESE CHILENA SUSPENDE 14 SACERDOTES ENVOLVIDOS EM ESCÂNDALO SEXUAL (Uol reproduz AFP Agence France Presse, 23 de maio de 2018) 727) 739 MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA (Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018) 735 AS FEMINISTAS E A DESTRUIÇÃO DE VALORES (Lia Bock, Blog Lia Bock/Uol Universa, 17 de agosto de 2018) 477 Exemplos de atuação de grupos e instituições que têm defendido a ideologia de gênero patriarcal, defendido o Escola Sem Partido (seus projetos “copia e cola”) e atacado o feminismo e movimentos contrários a desigualdades sociais no Brasil... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM 1081 CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE 961 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 540/541 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA 1082 DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO (Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 618... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 618 GRUPOS REPUDIAM EDITAL DA PM-PR QUE EXIGE “MASCULINIDADE” DE CANDIDATOS (Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018 671... Ver na secção Forças armadas e questões de gênero... , do índice deste arquivo, as matérias relacionadas com a matéria POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07... Ver ainda, na secção Eleições 2018..., deste arquivo, as matérias relacionadas à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República... ) 671 EDITAL nº 01-CADETE PMPR-2019. CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO PREENCHIMENTO DE VAGAS NO CARGO DE CADETE POLICIAL MILITAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. ESTADO DO PARANÁ. POLÍCIA MILITAR. DIRETORIA DE PESSOAL. CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 674 GOVERNADORA DETERMINA CORREÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO DA PM DO PARANÁ QUE PREVIA CRITÉRIO DE “MASCULINIDADE” (Roger Pereira, Paraná Portal/Uol, 13 de agosto de 2018) 674 1083 EXIGÊNCIA DE “MASCULINIDADE" PARA PM É MONUMENTO À FRAGILIDADE DO HOMEM (Matheus Pichonelli, Blog do Pichonelli/Uol, 15 de agosto de 2018) 675 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698) 669 ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? (Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713) 698 VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS (Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 687... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: 1084 “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: CORTE INTERAMERICANA DETERMINA QUE 20 PAÍSES RECONHEÇAM CASAMENTO GAY 999 ) 687 FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA (G1 Globo, 15 de julho de 2018 203... Ver FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES 204 ... JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA 200 ) 203 FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES (Isabela Palhares e Luci Ribeiro, Estadão reproduzido pelo Uol, 15 de julho de 2018) 204 “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012) 219 COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS (Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018) 152 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" (Maurício Dehô, Uol, 02 de setembro de 2018 724/725... Ver OS MUROS 1085 DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 724/725 VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 “SEM SER SUBALTERNO NEM USAR UNIFORME”: EMPRESA SÓ TEM BABÁS LGBTS (Marcos Candido, Uol Universa, 15 de setembro de 2018) 890 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 COMO OBTER NOME DE ACORDO COM GÊNERO; ADVOGADA E ATIVISTA TRANS EXPLICAM (Léo Marques, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 713... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 716 ... Ver a seguinte seção do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: Transexuais, travestis... direitos... política... preconceitos... 1534 ... Lá encontram-se textos como “TRANSTORNOS” DE GÊNERO E NOME SOCIAL (Contardo Calligaris, psicanalista) 452 ... O CONGRESSO E A DESUMANIZAÇÃO (Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, mestre em Direito por Harvard) 453 ... NOME SOCIAL É CURATIVO, E TENTAM NOS TIRAR ESSE DIREITO, DIZ ALUNO TRANS 1086 453 ... (TRANS)FOBIAS (filme de Yan Teixeira, Comunicação Social/Jornalismo, Universidade Federal de São João Del Rei - MG, 2014... Também traz a questão do nome social) 571 ... EDUCAÇÃO REALIZA CAMPANHA DE INCLUSÃO DE ALUNOS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: SECRETARIA ORIENTA ESCOLAS ESTADUAIS PARA QUE OFEREÇAM A POSSIBILIDADE DA ADOÇÃO DE NOME SOCIAL AOS ESTUDANTES (2015) 453 ... CRESCE NÚMERO DE ALUNOS TRANS QUE USAM NOME SOCIAL NAS ESCOLAS DE SP (2016) 453 ... UNESP APROVA USO DE NOME SOCIAL POR PESSOAS TRANS (junho de 2017) 468 ... OAB AUTORIZA ADVOGADOS TRAVESTIS E TRANS A USAREM NOME SOCIAL EM CARTEIRA (maio de 2016) 454 ... ELA É A 1ª ADVOGADA TRANSGÊNERO A TER SEU NOME SOCIAL NA CARTEIRINHA DA OAB 454 ... ADVOGADA TRANS É A PRIMEIRA A MUDAR NOME NO REGISTRO DE NASCIMENTO E NA OAB (junho de 2017) 456 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODEM TER NOME SOCIAL EM CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO (novembro de 2016) 457 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODERÃO INCLUIR NOME SOCIAL NO CPF (julho de 2017) 469 ... PRECONCEITO E VIOLÊNCIA EXPULSAM TRANS DE REDE DE SAÚDE: "ME SENTI VIOLADO" (Marcelle Souza, Uol, 28 de setembro de 2017, matéria também fala de nome social... Ver comentário – sobre se a questão é de “costumes” ou de “desigualdade” – que coloquei junto da matéria GAYS E LÉSBICAS CONTAM POR QUE ESCONDEM A ORIENTAÇÃO SEXUAL NO TRABALHO 1155...) 1163 ... JANOT DEFENDE ALTERAÇÃO DE GÊNERO NO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAL MESMO SEM CIRURGIA 457 ... TRANSEXUAL PEDE MORTE ASSISTIDA SE NÃO PUDER MUDAR NOME E GÊNERO 466 ... UMA TRANSEXUAL NÃO ACEITA QUE SUA CONDIÇÃO SEJA VISTA COMO TRANSTORNO (Contardo Calligaris, psicanalista) 466 ... PELA PRIMEIRA VEZ, MULHER TRANS PODE MUDAR GÊNERO SEM AVALIAÇÃO MÉDICA 466 ... STJ AUTORIZA CABELEREIRA TRANS A MUDAR SEXO EM DOCUMENTOS SEM FAZER CIRURGIA (maio de 2017) 468 ... PELA PRIMEIRA VEZ, ADVOGADA TRANSGÊNERO FAZ DEFESA PERANTE O STF (junho de 2017) 458 ... NÃO SE ADVOGA POR DIREITOS SEM A ESCUTA DE SEUS TITULARES (Carolina Gerassi, advogada, Justificando/Carta Capital, 13 de junho de 2017) 460 ) 713 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 (Canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Na verdade, o título que dei ao vídeo não está correto... Seria melhor usar expressão como “alteração do registro civil”... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... Ver COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 716 MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA (Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018) 735 1087 DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO (Uol, 11 de setembro de 2016, entrevista com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Universidade de São Paulo 748... Ver COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? 746 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62 ) 748 COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? (BBC News Mundo, 01 de setembro de 2018 746... Ver DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO 748 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62) 746 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 1088 AS HISTÓRIAS DAS MULHERES QUE PRECISARAM SE PASSAR POR HOMENS PARA FAZER O QUE QUERIAM (Beatriz Montesanti, Nexo Jornal, 16 de junho de 2016) 157 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL 1089 SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS (Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data, mas é julho de 2018) 123 VIDEO “I WANT TO BE LIKE NATURE MADE ME”. MEDICALLY UNNECESSARY SURGERIES ON INTERSEX CHILDREN IN THE US (Human Rights Watch, 25 de julho de 2017) 126 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO 1090 “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 BOLSONARO E A AUTOVERDADE. COMO A VALORIZAÇÃO DO ATO DE DIZER, MAIS DO QUE O CONTEÚDO DO QUE SE DIZ, VAI IMPACTAR A ELEIÇÃO NO BRASIL (Eliane Brum, El País, 16 de julho de 2018... Eliane Brum trata - entre outras questões - de ações de igrejas e movimentos de direita contra pessoas LGBTQs e a favor da censura nas escolas, via Escola Sem Partido...) 05 ELITE DA INDÚSTRIA APLAUDE BOLSONARO E VAIA CIRO POR CRITICAR REFORMA TRABALHISTA. ALCKMIN DEFENDE REFORMA TRIBUTÁRIA QUE ALIVIA EMPRESÁRIOS CITANDO TRUMP. MILITAR DA RESERVA NÃO APRESENTA PROPOSTAS, MAS LEVANTA PLATEIA COM FRASES DE EFEITO CONTRA O "POLITICAMENTE CORRETO" (Afonso Benites, El País, julho de 2018 05... Ver também COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE 153 ... “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EXPRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA 218 ) 05 EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA (Uol, 20 de julho de 2018) 146 1091 APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO (Uol, 21 de julho de 2018 149... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também, sobre ações e falas dos dois militares citados aqui: A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222 ) 149 BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO (Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018) 181 REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA (João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 ... Ver também MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS 48 ... CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, 1092 políticos, religiosos e grupos de extrema-direita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html) 226 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS (Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018... A matéria também trata da igreja católica... 837... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690... Ver livro do filósofo francês Jacques Rancière: “O ódio à democracia”, Boitempo, 2015) 837 1093 ELEIÇÕES 2018: VOTO ANTI-PT; POR SEGURANÇA E PELA FAMÍLIA TRADICIONAL, O QUE PENSAM AS MULHERES QUE ESCOLHERAM BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 04 de outubro de 2018 866... Ver O PARADOXO DO PROGRESSO. PODE PARECER CONTRADITÓRIO, MAS A POLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE É RESULTADO DA MELHORA DOS PADRÕES DE VIDA NO BRASIL AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS, ESCREVE A COLUNISTA ASTRID PRANGE 862 ) 866 POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR (Paulo Eduardo Dias e Juliana Santoros, especial para Ponte Jornalismo, 05 de julho de 2018 07... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" (Luís Adorno, Uol, 15 de agosto de 2017) 871 ... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA (Adunifesp, 14 de agosto de 2017) 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP (Ciro Barros, Agência Pública, 15 de agosto de 2017) 875 ) 07 DESONROSO É AMEAÇAR, DIZ PM QUE FOI FILMADO BEIJANDO RAPAZ EM SP. POLICIAL VIROU ALVO DE COMENTÁRIOS DE ÓDIO, FOI AMEAÇADO E AFASTADO DO TRABALHO (Marlene Bergamo Pedro Diniz, Folha/Uol, 10 de julho de 2018) 12 PM RELATA ROTINA DE TENSÃO APÓS AMEAÇAS POR ‘SELINHO”: "É COMO S EEU ESTIVESSE DE TORNOZELEIRA" (Janaina Garcia, Uol, 12 de julho de 2018) 14 PM AMEAÇADO APÓS BEIJAR HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE PROTEÇÃO POLICIAL (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 18 SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 20 COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? (Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018) 23 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA (Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 141... Ver EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146 ... APÓS 1094 POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 141 EX-SARGENTO GAY RELATA PRESSÃO PARA DEIXAR EXÉRCITO: "VIADO NÃO PODE ENVERGAR O VERDE-OLIVA" (Janaina Garcia, Uol, 21 de julho de 2018) 144 “JÁ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?” A TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER (Tatiana Dias, The Intercept, 24 de Agosto de 2018) 688 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" (Mirthyani Bezerra, Uol, 13 de julho de 2018 27... Ver também “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA 134 ) 27 “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012) 219 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver 1095 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ) 739 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS (María R. Sahuquillo, El País, 03 de julho de 2018) 118 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR (Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 120... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114) 120 SUÍÇA INVESTIGA MÉDICO FRANCÊS QUE DIZ CURAR HOMOSSEXUALIDADE (RFI reproduzida pelo Uol Universa, 15 de agosto de 2018) 686 1096 “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 11 de julho de 2018 113/114... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 247 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS 123 ... Ver também “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR 120 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108... REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS 118) 113/114 COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE (Raquel Landim, Folha/Uol, 15 de julho de 2018) 153 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222 ) 157 1097 “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 08 de junho de 2018 134... Ver também JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" 27) 134 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 48... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extremadireita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html ) 48 1098 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE (María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57... Ver AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS 1099 INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2, ver EDUCAÇÃO SEXUAL DIVIDE SOCIEDADE POLONESA 568... #SEXEDPL NO YOUTUBE 569 ... REBELIÃO POLONESA. CRISE REVELA A IMPOTÊNCIA DA UE ANTE GUINADA AUTORITÁRIA DE UM DOS PAÍSESMEMBROS 570 ) 57 AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE (Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018) 62 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES (María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018) 64 AS CIDADES MASCULINAS ERGUIDAS PELO URBANISMO DO SÉCULO 20 (Camilo Rocha, Nexo Jornal, 29 de junho de 2018... Sobre a jornalista Jane Jacobs, autora do livro clássico “Morte e vida de grandes cidades”... Ver este livro na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... deste arquivo... ) 167/168 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 1100 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 1101 Um pouco de história relacionada às questões de gênero, ao feminismo... Ver também a seção 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA (BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 692... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716 ) 692 VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 247 1102 PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" (Maurício Dehô, Uol, 02 de setembro de 2018 724/725... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 724/725 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 COMO OBTER NOME DE ACORDO COM GÊNERO; ADVOGADA E ATIVISTA TRANS EXPLICAM (Léo Marques, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 713... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 716 ... Ver a seguinte seção do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: Transexuais, travestis... direitos... política... preconceitos... 1534 ... Lá encontram-se textos como “TRANSTORNOS” DE GÊNERO E NOME SOCIAL (Contardo Calligaris, psicanalista) 452 ... O CONGRESSO E A DESUMANIZAÇÃO (Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, mestre em Direito por Harvard) 453 ... NOME SOCIAL É CURATIVO, E TENTAM NOS TIRAR ESSE DIREITO, DIZ ALUNO TRANS 453 ... (TRANS)FOBIAS (filme de Yan Teixeira, Comunicação Social/Jornalismo, Universidade Federal de São João Del Rei - MG, 2014... Também traz a questão do nome social) 571 ... EDUCAÇÃO REALIZA CAMPANHA DE INCLUSÃO DE ALUNOS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: SECRETARIA ORIENTA ESCOLAS ESTADUAIS PARA QUE OFEREÇAM A POSSIBILIDADE DA ADOÇÃO DE NOME SOCIAL AOS ESTUDANTES (2015) 453 ... CRESCE NÚMERO DE ALUNOS TRANS QUE USAM NOME SOCIAL NAS ESCOLAS DE SP (2016) 453 ... UNESP APROVA USO DE NOME SOCIAL POR PESSOAS TRANS (junho de 2017) 468 ... OAB AUTORIZA ADVOGADOS TRAVESTIS E TRANS A USAREM NOME SOCIAL EM CARTEIRA (maio de 2016) 454 ... ELA É A 1ª ADVOGADA TRANSGÊNERO A TER SEU NOME SOCIAL NA CARTEIRINHA DA OAB 454 ... ADVOGADA TRANS É A PRIMEIRA A MUDAR NOME NO REGISTRO DE NASCIMENTO E NA OAB (junho de 2017) 456 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODEM TER NOME SOCIAL EM CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO (novembro de 2016) 457 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODERÃO INCLUIR NOME SOCIAL NO CPF (julho de 2017) 469 ... PRECONCEITO E VIOLÊNCIA EXPULSAM TRANS DE REDE DE SAÚDE: "ME SENTI VIOLADO" (Marcelle Souza, Uol, 28 de setembro de 2017, matéria também fala de nome social... Ver comentário – sobre se a questão é de “costumes” ou de “desigualdade” – que coloquei junto da matéria GAYS E LÉSBICAS CONTAM POR QUE ESCONDEM A ORIENTAÇÃO SEXUAL NO TRABALHO 1155...) 1163 ... JANOT DEFENDE ALTERAÇÃO DE GÊNERO NO 1103 REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAL MESMO SEM CIRURGIA 457 ... TRANSEXUAL PEDE MORTE ASSISTIDA SE NÃO PUDER MUDAR NOME E GÊNERO 466 ... UMA TRANSEXUAL NÃO ACEITA QUE SUA CONDIÇÃO SEJA VISTA COMO TRANSTORNO (Contardo Calligaris, psicanalista) 466 ... PELA PRIMEIRA VEZ, MULHER TRANS PODE MUDAR GÊNERO SEM AVALIAÇÃO MÉDICA 466 ... STJ AUTORIZA CABELEREIRA TRANS A MUDAR SEXO EM DOCUMENTOS SEM FAZER CIRURGIA (maio de 2017) 468 ... PELA PRIMEIRA VEZ, ADVOGADA TRANSGÊNERO FAZ DEFESA PERANTE O STF (junho de 2017) 458 ... NÃO SE ADVOGA POR DIREITOS SEM A ESCUTA DE SEUS TITULARES (Carolina Gerassi, advogada, Justificando/Carta Capital, 13 de junho de 2017) 460 ) 713 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 (Canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Na verdade, o título que dei ao vídeo não está correto... Seria melhor usar expressão como “alteração do registro civil”... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... Ver COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 716 MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA (Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018) 735 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1104 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ... Ver CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção Igrejas, religiões e poder... 1265, mais especificamente a partir da p. 1288, onde estão matérias sobre Igreja Católica no Chile... por exemplo: CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DO CHILE REFERENTE ÀS INFORMAÇÕES ENTREGUES POR D. CHARLES J. SCICLUNA (Papa Francisco, Vaticano, 08 de abril de 2018) 669 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS PEDEM DEMISSÃO POR ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. CÚPULA DA IGREJA NO PAÍS É ACUSADA PELO VATICANO DE TER NEGLIGENCIADO DENÚNCIAS (Folha/Uol reproduz Reuters e Associated Press, 18 de maio de 2018) 658 ... PAPA ANUNCIA 'MUDANÇAS E RESOLUÇÕES' EM IGREJA CHILENA APÓS CASOS DE PEDOFILIA (Kelly Velasquez, Agence France Presse AFP reproduzida por Yahoo, 17 de maio de 2018) 660 ... BISPOS CHILENOS DEMITEM-SE EM BLOCO DEVIDO A ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. PAPA REUNIU-SE ESTA SEMANA COM OS 34 BISPOS CHILENOS PARA DISCUTIR OMISSÕES E ENCOBRIMENTO DE UM ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS DE MENORES. TODOS ELES APRESENTARAM A SUA DEMISSÃO (Público, 18 de maio de 2018... Público é jornal de Portugal) 662/663 ... ESCÂNDALO SEXUAL LEVA TODOS OS BISPOS DO CHILE A PEDIREM DEMISSÃO AO PAPA (BBC Brasil, 18 de maio de 2018) 663 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS APRESENTAM RENÚNCIA AO PAPA PELOS ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA. AGORA CABE AO SUMO PONTÍFICE DECIDIR SE ACEITA TODAS AS RENÚNCIAS OU SOMENTE ALGUMAS DELAS (Lorena Pacho, El País, 18 de maio de 2018) 665 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS RENUNCIAM POR ESCÂNDALO DE ABUSOS (Deutsche Welle, 18 de maio de 2018) 667 ... EXCLUSIVO: DOCUMENTO RESERVADO DEL PAPA A OBISPOS REVELA FALLAS QUE DESCUBRIÓ EN LA IGLESIA CHILENA. EL TEXTO, DE DIEZ CARILLAS Y QUE LES ENTREGÓ EN ROMA EL MARTES, CONTIENE FUERTES CRÍTICAS AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LAS DENUNCIAS DE ABUSOS. EL PONTÍFICE HABLA DE “HECHOS DELICTIVOS”, “ESCÁNDALO” E “IR MÁS ALLÁ” DE LA REMOCIÓN DE PERSONAS PARA SOLUCIONAR LA CRISIS (Tele 13 T 13, 17 de maio de 2018) 672 ... LA TRANSCRIPCIÓN COMPLETA DEL DOCUMENTO RESERVADO QUE EL PAPA ENTREGÓ A LOS OBISPOS CHILENOS. T13 TUVO ACCESO EXCLUSIVO A LAS DURAS CRÍTICAS QUE EMITIÓ FRANCISCO AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LOS CASOS DE ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNOS SACERDOTES (Tele 13 T13, 17 de maio de 2018... ) 675 ... “NOS OBRIGAVAM A FICAR 1105 NUS NA PISCINA”: OS RELATOS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR BISPOS NO CHILE (Constanza Hola, BBC News Mundo, 16 de junho de 2018) 945 ... DIOCESE CHILENA SUSPENDE 14 SACERDOTES ENVOLVIDOS EM ESCÂNDALO SEXUAL (Uol reproduz AFP Agence France Presse, 23 de maio de 2018) 727) 739 O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO (BBC News Brasil reproduzida por Uol Universa, 03 de agosto de 2018 716... Ver APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 716 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT (Agence France Presse reproduzida pelo Uol, 15 de agosto de 2018... A candidata foi dirigente da companhia de energia de Vermont 720... Ver MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643) 720 “SEM SER SUBALTERNO NEM USAR UNIFORME”: EMPRESA SÓ TEM BABÁS LGBTS (Marcos Candido, Uol Universa, 15 de setembro de 2018) 890 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 MAIS DE 20 GRUPOS LGBT ACUSAM PREFEITO DE SP DE IGNORAR CARTA PROTOCOLADA (Blog do Paulo Sampaio/Uol, 04 de agosto de 2018... A matéria é 1106 interessante, entre outras coisas porque apresenta a “Diversidade Tucana — movimento LGBT do PSDB” ... Ver também “PP, PSC, PSDB e MDB, os partidos da ‘Escola sem Partido’”, Mariana Bastos com reportagem adicional de Carolina de Assis, Gênero e Número, 18 de abril de 2018: http://www.generonumero.media/pp-pscpsdb-e-mdb-os-partidos-da-escola-sem-partido/ ) 762 INDIGNADOS COM DESPREZO DE COVAS, GRUPOS LGBT LANÇAM #SAIDOGABINETEPREFEITO (Paulo Sampaio, Blog do Paulo Sampaio/Uol, 22 de agosto de 2018... A matéria traz informações sobre programas da Prefeitura de São Paulo, como o Transcidadania...) 765/766 VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI (Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018... Esta entrevista também tem a ver com feminismo...) 884 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698 ) 669 ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? (Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713) 698 MARIELLE E MÔNICA: UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA AOS 5 MESES DA MORTE DA VEREADORA, MÔNICA BENÍCIO CONTA COMO MARIELLE SE TORNOU O AMOR DA SUA VIDA E EXPLICA POR QUE DIZER QUE É SAPATÃO É UM ATO POLÍTICO 1107 (Daniel Arroyo e Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzido pelo El País, 15 de agosto de 2018) 701 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS (Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data, mas é julho de 2018) 123 1108 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS (Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 687... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: CORTE INTERAMERICANA DETERMINA QUE 20 PAÍSES RECONHEÇAM CASAMENTO GAY 999 ) 687 AS HISTÓRIAS DAS MULHERES QUE PRECISARAM SE PASSAR POR HOMENS PARA FAZER O QUE QUERIAM (Beatriz Montesanti, Nexo Jornal, 16 de junho de 2016) 157 ENTREVISTA: “UMA CIÊNCIA FEMINISTA PRECISA EXPLICITAR OS CONTEXTOS NOS QUAIS O CONHECIMENTO PRODUZIDO POR ELA É CONSTRUÍDO” (Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018... Entrevista com a pesquisadora Marina Nucci) 157 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, 1109 Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA [Ricardo Della Coletta, El País, 29 de agosto de 2018 593... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ] 593 LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL ALVO DE BOATO FOI COMPRADO PELO MINC. DEPUTADO BOLSONARO ACUSOU DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOLAS; MEC NEGOU. MINISTÉRIO DA CULTURA DIZ TER COMPRADO UNIDADES PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS (G1 Globo, 21 de janeiro de 2016) 596 1110 LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL 598/599... Ver também CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ) 598/599 ERROS E ACERTOS DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL E NO JORNAL DAS 10 (Chico Marés, Clara Becker, Leandro Resende, Nathália Afonso e Plínio Lopes, Revista Piauí Lupa/Uol, 28 de agosto de 2018) 600 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? 1111 EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 17 de outubro de 2018 956... Ver também OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS 954 ... AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE 1112 PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 956 “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, SP, provavelmente 19 ou 20 de setembro de 2018) 960 DE OLHO EM VOTO CATÓLICO, BOLSONARO ASSINA COMPROMISSO COM ARCEBISPO DO RIO (Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia, Uol, 17 de outubro de 2018) 964/965 EM CULTO, MALAFAIA ATACA A FOLHA E ENSINA FIÉIS A IDENTIFICAR FAKE NEWS UMA DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS EVANGÉLICAS DO PAÍS, PASTOR É CABO ELEITORAL DE BOLSONARO (Ana Luiza Albuquerque, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 967... Ver REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819 ... PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA 956 ... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO 264 ... Ver também retórica agressiva de Bebianno, presidente do PSL: GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO 970 ) 967 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018) 1038 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 1113 BOLSONARO E A AUTOVERDADE. COMO A VALORIZAÇÃO DO ATO DE DIZER, MAIS DO QUE O CONTEÚDO DO QUE SE DIZ, VAI IMPACTAR A ELEIÇÃO NO BRASIL (Eliane Brum, El País, 16 de julho de 2018... Eliane Brum trata - entre outras questões - de ações de igrejas e movimentos de direita contra pessoas LGBTQs e a favor da censura nas escolas, via Escola Sem Partido...) 05 ELITE DA INDÚSTRIA APLAUDE BOLSONARO E VAIA CIRO POR CRITICAR REFORMA TRABALHISTA. ALCKMIN DEFENDE REFORMA TRIBUTÁRIA QUE ALIVIA EMPRESÁRIOS CITANDO TRUMP. MILITAR DA RESERVA NÃO APRESENTA PROPOSTAS, MAS LEVANTA PLATEIA COM FRASES DE EFEITO CONTRA O "POLITICAMENTE CORRETO" (Afonso Benites, El País, julho de 2018 05... Ver também COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE 153 ) 05 “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EXPRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA (Josette Goulart, Folha/Uol, 19 de julho de 2018) 218 EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA (Uol, 20 de julho de 2018) 146 APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO (Uol, 21 de julho de 2018 149... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78... Ver também, sobre ações e falas dos dois militares citados aqui: A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222 ) 149 BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... REACIONÁRIOS 1114 CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO (Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018) 181 REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA (João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 ... Ver também MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS 48 ... CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extrema-direita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html) 226 1115 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO (Júlia Dias Carneiro, BBC News Brasil, 16 de agosto de 2018... Reproduzida pelo Uol, mesmo título e data 264... Ver JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL 469 ... PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO 666 ... Ver, na seção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... , deste arquivo, a referência a “Obra aberta”, Umberto Eco... Ver mais sobre Queermuseu nos arquivos Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 1, 2 e 3... Ver ainda, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 264 ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) (Nicola Pamplona, Folha/Uol, 18 de agosto de 2018... Matéria também fala de manifestantes pró-Bolsonaro e Magno Malta; protesto teve convocação na página do Facebook do MBL... Sobre o MBL, ver, por exemplo, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção do Índice Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018... p. 1170) 296 JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO LIBERA ENTRADA DE CRIANÇAS NA "QUEERMUSEU" (Carolina Farias, Uol Universa, 21 de agosto de 2018 777... Ver ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) 296... LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE [Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 655... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: MASP BUSCOU ORIENTAÇÃO JURÍDICA PARA VETO INÉDITO A MENORES DE 18 ANOS (Uol, 19 de outubro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 04 ... ADVOGADOS SE UNEM PARA TENTAR BARRAR CENSURA A MENORES EM EXPOSIÇÃO NO MASP (Leonardo Rodrigues, Uol, 26 de outubro de 2017... A questão é mais ampla, os advogados procuram estudar e propor adequação de legislação, não se trata apenas da exposição do MASP) 07 ... PROJETOS PARA CLASSIFICAR EXPOSIÇÕES DE ARTE SE ESPALHAM PELO PAÍS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 16 de dezembro de 2017... A matéria também traz informações sobre 1116 pesquisa a respeito da presença de pessoas LGBTI em comerciais...) 535 ... MPF CRITICA, E MASP LIBERA ACESSO DE MENORES À MOSTRA SOBRE SEXUALIDADE (Juliana Dal Pivar, Revista Piauí/Uol, 07 de novembro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 08 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DEPUTADOS APROVAM PROJETO QUE PREVÊ CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM EXPOSIÇÕES EM SP (Uol, 14 de junho de 2018) 870 ) 777 “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS (Mariana Simões, Agência Pública, 28 de agosto de 2018) 656 "NÓS, LGBT, JÁ FOMOS CRIANÇAS E ISSO INCOMODA", DIZ ARTISTA ACUSADA DE INCITAR PEDOFILIA (Tiago Dias, Uol, 12 de setembro de 2017) 663 PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO (Agência Brasil reproduzida pelo Uol, 22 de agosto de 2018) 666 POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR (Paulo Eduardo Dias e Juliana Santoros, especial para Ponte Jornalismo, 05 de julho de 2018 07... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" (Luís Adorno, Uol, 15 de agosto de 2017) 871 ... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA (Adunifesp, 14 de agosto de 2017) 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP (Ciro Barros, Agência Pública, 15 de agosto de 2017) 875 ) 07 DESONROSO É AMEAÇAR, DIZ PM QUE FOI FILMADO BEIJANDO RAPAZ EM SP. POLICIAL VIROU ALVO DE COMENTÁRIOS DE ÓDIO, FOI AMEAÇADO E AFASTADO DO TRABALHO (Marlene Bergamo Pedro Diniz, Folha/Uol, 10 de julho de 2018) 12 PM RELATA ROTINA DE TENSÃO APÓS AMEAÇAS POR ‘SELINHO”: "É COMO S EEU ESTIVESSE DE TORNOZELEIRA" (Janaina Garcia, Uol, 12 de julho de 2018) 14 PM AMEAÇADO APÓS BEIJAR HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE PROTEÇÃO POLICIAL (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 18 1117 SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 20 COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? (Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018) 23 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 GRUPOS REPUDIAM EDITAL DA PM-PR QUE EXIGE “MASCULINIDADE” DE CANDIDATOS (Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018 671... Ver na secção Forças armadas e questões de gênero... , do índice deste arquivo, as matérias relacionadas com a matéria POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07... Ver ainda, na secção Eleições 2018..., deste arquivo, as matérias relacionadas à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República... ) 671 EDITAL nº 01-CADETE PMPR-2019. CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO PREENCHIMENTO DE VAGAS NO CARGO DE CADETE POLICIAL MILITAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. ESTADO DO PARANÁ. POLÍCIA MILITAR. DIRETORIA DE PESSOAL. CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 674 GOVERNADORA DETERMINA CORREÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO DA PM DO PARANÁ QUE PREVIA CRITÉRIO DE “MASCULINIDADE” (Roger Pereira, Paraná Portal/Uol, 13 de agosto de 2018) 674 EXIGÊNCIA DE “MASCULINIDADE" PARA PM É MONUMENTO À FRAGILIDADE DO HOMEM (Matheus Pichonelli, Blog do Pichonelli/Uol, 15 de agosto de 2018) 675 ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA (Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 141... Ver EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146 ... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do 1118 jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 141 EX-SARGENTO GAY RELATA PRESSÃO PARA DEIXAR EXÉRCITO: "VIADO NÃO PODE ENVERGAR O VERDE-OLIVA" (Janaina Garcia, Uol, 21 de julho de 2018) 144 “JÁ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?” A TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER (Tatiana Dias, The Intercept, 24 de Agosto de 2018) 688 VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO (Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 618... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 618 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL (Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 936... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver, no 1119 arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: LEITURA NA ESCOLA: TERRITÓRIO EM CONFLITO. LIVROS INFANTO-JUVENIS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DA ONDA CONSERVADORA NO BRASIL (José Ruy Lozano) 262 ... O QUE SERIA DA LITERATURA NUMA "ESCOLA SEM PARTIDO"? (José Ruy Lozano, professor e autor de livros didáticos) 261 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PAIS TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA 123 ) 936 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" (Mirthyani Bezerra, Uol, 13 de julho de 2018 27... Ver também “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA 134 ) 27 “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012) 219 SOLIMÕES ABENÇOA FOTOS DO FILHO AO LADO DO NAMORADO E CONQUISTA MAIS FÃS (Uol, 03 de julho de 2018) 151 REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS (María R. Sahuquillo, El País, 03 de julho de 2018) 118 1120 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR (Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 120... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114) 120 SUÍÇA INVESTIGA MÉDICO FRANCÊS QUE DIZ CURAR HOMOSSEXUALIDADE (RFI reproduzida pelo Uol Universa, 15 de agosto de 2018) 686 “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 11 de julho de 2018 113/114... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 247 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS 123 ... Ver também “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR 120 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108... REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS 118) 113/114 UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO (André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018... Entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch) 104 BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS (Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 108... Ver também “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 108 1121 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 1122 COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE (Raquel Landim, Folha/Uol, 15 de julho de 2018) 153 PELA PRIMEIRA VEZ, NAVIO-ESCOLA DA MARINHA TERÁ MULHERES EM VIAGEM DE INSTRUÇÃO. DOS 208 FUTUROS OFICIAIS DA FORÇA NAVAL A BORDO DA EMBARCAÇÃO, 12 SÃO MULHERES (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 151 COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS (Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018) 152 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP (Marcella Lourenzetto, Jornal da Manhã - Jovem Pan/Uol, 11 de agosto de 2018... De acordo com a matéria, os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN" (Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016... Papa Francisco afirma posição de sua igreja, contrária a métodos contraceptivos, fevereiro de 2016) 274) 453 CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 10 de agosto de 2018) 454 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 1123 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 STF DÁ INÍCIO NA SEXTA A AUDIÊNCIAS SOBRE ABORTO; VEJA QUEM FALARÁ NA CORTE (Felipe Amorim, Uol, 30 de julho de 2018 372... Ver também ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381 ... SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO 415 ) 372 ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381 ABORTO JÁ. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FARÁ BEM SE DECLARAR INCONSTITUCIONAL A PROIBIÇÃO DA PRÁTICA (Hélio Schwartsman, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 343... Ver SENADO DA ARGENTINA REJEITA, POR 38 VOTOS A 31, LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; DECEPÇÃO É MAIOR AQUI, ONDE O PROCEDIMENTO INSTITUCIONAL É DESONESTO 320 ... AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ... ) 343 ONG INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS DEFENDE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO (Daniel Buarque, Blog Brasilianismo/Uol, 01 de agosto de 2018) 344 VAMOS DEIXAR O ÓDIO DE FORA NO DEBATE SOBRE O ABORTO. EM ENTREVISTA, A PESQUISADORA DEBORA DINIZ EXPLICA POR QUE A CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO É INCONSTITUCIONAL E COMENTA AS AMEAÇAS QUE A LEVARAM AO PROGRAMA DE PROTEÇÃO AOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS (Andrea Dip, Agência Pública, 02 de agosto de 2018... A antropóloga traz muitas informações sobre aborto no 1124 Brasil... Débora Diniz é grande defensora de que a questão seja debatida com o suporte de conhecimentos científicos, acadêmicos, de qualidade, produzidos por pesquisadores reconhecidos em suas áreas, com trabalhos submetidos a revistas, congressos... Ver sua intervenção na audiência no STF em 03 de agosto de 2018: https://www.youtube.com/watch?v=3dB5SSRCO1M ... https://www.youtube.com/watch?v=gO8TgXCKydU 345... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 345 O ÓDIO QUE NOS CEGA (Marina Amaral, Agência Pública, Ed. #75, 03 agosto de 2018, newsletter 352... Ver SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS 236 ... DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES 241 ... SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL 380 ) 352 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO: QUEM SÃO OS GRUPOS QUE TENTARÃO INFLUENCIAR DECISÃO DO STF (Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 03 de agosto de 2018... A matéria apresenta também argumentos dos grupos... 353... Ver ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL 380) 353 É CONSTRANGEDOR NÃO DEFENDER ABORTO LEGAL E SEGURO EM AUDIÊNCIA NO STF (Maria Carolina Trevisan, Blog de Maria Carolina Trevisan/Uol Universa, 03 de agosto de 2018... Texto com informações, link para pesquisa... Não fiz isso aqui, mas é interessante verificar se os números relativos a abortos, internações etc são os mesmos, de uma matéria para outra... se as fontes são citadas e quais são... 362... Ver 1125 SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778 ... BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ) 362 JUSTIÇA MANTÉM PENA DE 20 MULHERES QUE RESPONDEM POR ABORTO EM SÃO PAULO (Marcos Candido, Uol Universa, 03 de agosto de 2018 365... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, A MULHER DENUNCIADA POR MÉDICA DE PLANTÃO E PROCESSADA POR ABORTO: “FUI INTERROGADA ENQUANTO SANGRAVA" , Nathalia Passarinho, da BBC News Brasil em Londres, 08 junho 2018... matéria que traz posição do Conselho Federal de Medicina a respeito da exigência ética de sigilo médico... 895 ) 365 “EXISTEM FUNDAMENTOS LEGAIS PARA QUE O SUPREMO LEGALIZE O ABORTO NO BRASIL” (Felipe Betim entrevista advogado Sebástian Rodriguez, do Center for Reproductive Rights, El País, 03 e agosto de 2018 366... ... AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ) 366 COM MAIORIA MULHER E CIENTISTAS, POUCOS MINISTROS VÃO A DEBATE SOBRE ABORTO (Marcos Candido, Uol Universa, 03 de agosto de 2018... Informações sobre participantes da audiência, e um gráfico interessante sobre origem das argumentações pró e contra descriminalização do aborto...) 369 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DIVIDE ESPECIALISTAS EM AUDIÊNCIA NO STF (Carolina Gonçalves, Agência Brasil reproduzida pelo Uol Universa, 03 de agosto de 2018... Matéria destaca algumas das apresentações: a favor, Débora Diniz, Melania Amorim; contra, Rafael Câmara e Lenise Garcia 377... Ver também ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381) 377 ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL (Amanda Serra, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 380... Ver "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS 1126 CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA 386 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 380 CITADO NO STF, ABORTO NOS EUA TEVE JULGAMENTO HISTÓRICO E REVIRAVOLTA. PROTAGONISTA MUDOU DE POSIÇÃO APÓS DECISÃO E MORREU SEM SER REVERENCIADA (Angela Pinho, Folha/Uol, 05 de agosto de 2018 384... Ver "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA 386 ) 384 "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA (Júlia Zaremba, Folha/Uol, 13 de agosto de 2018 386... Ver POR QUE O DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO AVANÇA NO BRASIL? 423) 386 UM CANDIDATO QUE IGNORE A QUESTÃO DO ABORTO NÃO PODE SER LEVADO À SÉRIO. RECONHECER QUE O ABORTO É UM FATO DA VIDA REPRODUTIVA DAS MULHERES NÃO SIGNIFICA SER CONTRA OU A FAVOR DO ABORTO, OU CONTRA OU A FAVOR DAS RELIGIÕES (Debora Diniz, El Pais, 06 de agosto de 2018 391... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... Ver BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 391 JANAÍNA PASCHOAL: “REALIZAR O ABORTO É COMO FAZER PARTE DO TRÁFICO" (Talyta Vespa, Uol Universa, 06 de agosto de 2018... A advogada que defendeu no Congresso o impeachment de Dilma Roussef... 392... Ver DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... EM ATRITO COM MACRI, PAPA FRANCISCO SE ENGAJA EM DEBATE SOBRE ABORTO. IGREJA ELEVA CRÍTICAS AO PROJETO DE LEI QUE DESCRIMINALIZA PRÁTICA NA ARGENTINA 298... Ver SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS 195 ... Ver JANAÍNA PASCHOAL É A DEPUTADA MAIS VOTADA NA HISTÓRIA DO PAÍS. 1127 CANDIDATA DO PSL OBTEVE MAIS DE 2 MILHÕES DE VOTOS NA DISPUTA PARA O LEGISLATIVO ESTADUAL. NÚMERO SUPERA EDUARDO BOLSONARO, ATUAL RECORDISTA PARA A VAGA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS 918 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, "VIVEMOS UMA EPIDEMIA SOCIAL DE ABANDONO PATERNO", DIZ PROMOTOR 406... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA? 596) 392 AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO (Eloísa Machado, Blog do Sakamoto/Uol, 06 de agosto de 2018 395... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 395 EMBATE ENTRE RELIGIOSOS MARCA DEBATE SOBRE ABORTO NO STF (Marcos Candido, Uol Universa, 06 de agosto de 2018) 397 STF RETOMA AUDIÊNCIA SOBRE ABORTO, E CNBB ACUSA A CORTE DE ATIVISMO. PARA PADRE, DISCUSSÃO É 'TEATRO ARMADO' PARA LEGITIMAR PROCESSO (Reynaldo Turollo Jr., Folha/Uol, 06 de agosto de 2018 401... Ver AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ) 401 NA FRENTE DO STF, PAI NOSSO PARA CALAR MANIFESTANTES PRÓ-ABORTO (Amanda Audi, The Intercept Brasil, 06 de agosto de 2018) 405 QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS NA DISPUTA SOBRE O ABORTO NO STF (Nathalia Passarinho, BBC News, 06 de agosto de 2018... A matéria traz histórico da ação e apresenta posicionamentos anteriores dos ministros sobre questões relativas a aborto...) 407 SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO (Agência Brasil reproduzida pelo Uol Universa, 07 de agosto de 2018) 415 PRÓ E CONTRA: O DEBATE SOBRE O ABORTO NO STF. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL OUVIU SOCIEDADE CIVIL APÓS PEDIDO DO PSOL PARA DESCRIMINALIZAR ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. CASO AINDA NÃO TEM DATA PARA JULGAMENTO. ENTENDA ARGUMENTOS DOS DOIS LADOS (Renate Krieger, Deutsche Welle, 07 de agosto de 2018. Um apanhado geral das audiências e ainda sobre a 1128 Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181/15, que proibiria, na prática, mesmo casos de aborto considerados, hoje, legais... ) 416 SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES (Philipp Lichterbeck, Deutsche Welle, 08 de agosto de 2018 420/421... Ver DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... Ver BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 420/421 POR QUE O DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO AVANÇA NO BRASIL? (Uol Universa reproduz RFI, 08 de agosto de 2018 423... Ver "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA 386) 423 A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DEVE SER PENSADA COMO POLÍTICA PÚBLICA, NÃO DISCUSSÃO RELIGIOSA (Cláudio Ferraz, Nexo Jornal, 09 de agosto de 2018 427... Ver BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 427 BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL (Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 10 de agosto de 2018... A matéria traz informações sobre legislação na AL e também sobre estudos a respeito dos índices de aborto em países nos quais houve descriminalização... 428... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 428 DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 (Giuliana Miranda, Folha/Uol, 12 de agosto de 2018 434/435... Ver 1129 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 434/435 POR DENTRO DE UMA CLÍNICA DE ABORTO NOS EUA (Valeria Perasso, Serviço Mundial da BBC reproduzido por BBC Brasil, 12 de agosto de 2018... Informações também sobre legislação federal e de estados, sobre desigualdade social e aborto... sobre ações de grupos religiosos...) 438 INSTITUTO DE ADVOGADOS VÊ ABORTO COMO ASSASSINATO E ENVIA CARTA AO SUPREMO. “NINGUÉM TEM LIBERDADE PARA MATAR, MESMO QUE SEJA A MÃE DO EMBRIÃO VIVO” DIZ TEXTO (Folha/Uol, Rogério Gentile, 22 de agosto de 2018 450... Ver INSTITUTO DE ADVOGADOS RETIRA DO STF DOCUMENTO QUE RELACIONAVA ABORTO A ASSASSINATO. ENTIDADE DIZ QUE PARECER ENVIADO AO STF NÃO ENCONTRA RESPALDO ENTRE MEMBROS 780 ) 450 INSTITUTO DE ADVOGADOS RETIRA DO STF DOCUMENTO QUE RELACIONAVA ABORTO A ASSASSINATO. ENTIDADE DIZ QUE PARECER ENVIADO AO STF NÃO ENCONTRA RESPALDO ENTRE MEMBROS (Rogério Gentile, Folha/Uol, 30 de agosto de 2018) 780 MAIORIA DOS BRASILEIROS SEGUE CONTRÁRIA À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, MOSTRA DATAFOLHA. MAS ÍNDICE DOS FAVORÁVEIS À MANUTENÇÃO DAS ATUAIS REGRAS RECUOU DE 67% PARA 59% (Folha/Uol, 22 de agosto de 2018) 463/464 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 UM MILHÃO DE MULHERES CONTRA BOLSONARO: A REJEIÇÃO TOMA FORMA NAS REDES. GRUPO NO FACEBOOK CONSEGUE 10.000 NOVOS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO POR MINUTO DE ELEITORAS INDIGNADAS ELAS QUEREM, AGORA, LEVAR A INSATISFAÇÃO PARA AS RUAS (Joana Oliveira, El País, 12 de setembro de 2018) 824 ABORTO MASCULINO: POR QUE ESSA EXPRESSÃO TEM GANHADO FORÇA NAS REDES? (Camila Brandalise, Uol Universa, 23 de agosto de 2018 466... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: "VIVEMOS UMA EPIDEMIA SOCIAL DE ABANDONO PATERNO", DIZ PROMOTOR 406... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA? 596) 466 ABORTO, QUESTÃO-CHAVE NA INDICAÇÃO DE TRUMP PARA O SUPREMO DOS EUA. PRESIDENTE NORTE-AMERICANO PREVÊ ANUNCIAR NA NOITE DESTA SEGUNDA SEU 1130 ESCOLHIDO PARA A VAGA DE KENNEDY. NOME PODE CRIAR NOVO BALANÇO CONSERVADOR NO TRIBUNAL (Joan Faus, El País, julho de 2018) 184 DONALD TRUMP CONSOLIDA GUINADA CONSERVADORA NA SUPREMA CORTE. O PRESIDENTE REFORÇA O GIRO PARA A DIREITA DO TRIBUNAL SUPERIOR COM A NOMEAÇÃO DE BRETT KAVANAUGH, O SEGUNDO EM UM ANO E MEIO (Amanda Mars, El País, 09 de julho de 2018) 186 ESCOLHA DE KAVANAUGH GERA PROTESTOS EM FRENTE À SUPREMA CORTE DOS EUA (Uol, 10 de julho de 2018) 188 BRETT KAVANAUGH, ALGOZ DO IMPEACHMENT DE CLINTON E O ESCOLHIDO POR TRUMP PARA A SUPREMA CORTE. INDICADO PARA A VAGA DE ANTHONY KENNEDY TEM ESTREITAS RELAÇÕES COM O MUNDO CONSERVADOR, MAS ALGUNS REPUBLICANOS O CONSIDERARAM MODERADO DEMAIS (Joan Faus, El País, 10 de julho de 2018) 189 ARGENTINA: DO “NENHUMA A MENOS” À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. EM ENTREVISTA, DUAS ATIVISTAS DO MOVIMENTO DE MULHERES EXPLICAM COMO MOBILIZARAM A OPINIÃO PÚBLICA DO PAÍS VIZINHO E CONTAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA BUSCAR A APROVAÇÃO DO ABORTO SEGURO NO SENADO NO PRÓXIMO DIA 8 (Andrea Dip, Agência Pública, 10 de julho de 2018) 190 EM ATRITO COM MACRI, PAPA FRANCISCO SE ENGAJA EM DEBATE SOBRE ABORTO. IGREJA ELEVA CRÍTICAS AO PROJETO DE LEI QUE DESCRIMINALIZA PRÁTICA NA ARGENTINA (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 298... Ver SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS 195 ) 298 DEBATE SOBRE ABORTO LEGAL NA ARGENTINA ENTRA NA RETA FINAL SOB PRESSÃO DE CONSERVADORES. MOBILIZAÇÕES AUMENTAM PARA TENTAR IMPEDIR QUE EM 8 DE AGOSTO O SENADO TORNE LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA (Mar Centenera, El País, 01 de agosto de 2018) 299 MARTA DILLON: “UMA MULHER MORRER POR ABORTO ILEGAL É FEMINICÍDIO DE ESTADO” (Olavo Barros, Ponte Jornalismo, 30 de julho de 2018) 303 O QUE ESTÁ EM JOGO NA DISCUSSÃO SOBRE O ABORTO NA ARGENTINA, VOTADO PELO SENADO NESTA QUARTA (BBC Brasil, 07 de agosto de 2018, reportagem Veronica Smink, da BBC News Mundo em Buenos Aires... A matéria traz informações 1131 sobre mudanças na legislação argentina, estatísticas sobre aborto naquele país, sobre legislação em outros países...) 458 ARGENTINA VOTA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO EM MEIO A MOBILIZAÇÃO EM MASSA. SENADO DECIDE SE TORNA LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS (Mar Centera, El País, 09 de agosto de 2018) 308 SENADO ARGENTINO REJEITA LEGALIZAR ABORTO; PROJETO SÓ PODERÁ SER REAPRESENTADO DAQUI UM ANO (Uol reproduz Reuters, 09 de agosto de 2018) 312 SENADO DA ARGENTINA DIZ NÃO À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E PAÍS FICA COM LEI DE 1921. A CÂMARA ALTA SE ALINHA À IGREJA E IMPEDE QUE AS MULHERES POSSAM DECIDIR COMO E QUANDO SER MÃES (Mar Centenera, El País, 09 de agosto de 2018) 317 SENADO DA ARGENTINA REJEITA, POR 38 VOTOS A 31, LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; DECEPÇÃO É MAIOR AQUI, ONDE O PROCEDIMENTO INSTITUCIONAL É DESONESTO (Reinaldo Azevedo, Rede TV/Uol, 09 de agosto de 2018 320... Ver ABORTO JÁ. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FARÁ BEM SE DECLARAR INCONSTITUCIONAL A PROIBIÇÃO DA PRÁTICA 343... STF RETOMA AUDIÊNCIA SOBRE ABORTO, E CNBB ACUSA A CORTE DE ATIVISMO. PARA PADRE, DISCUSSÃO É 'TEATRO ARMADO' PARA LEGITIMAR PROCESSO 401... Ver AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ) 320 SENADO DA ARGENTINA REJEITA LEGALIZAR O ABORTO. MAIORIA DOS SENADORES VOTA CONTRA PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAR INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ ATÉ A 14ª SEMANA DE GESTAÇÃO, QUE HAVIA SIDO APROVADA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DIVIDIU O PAÍS. LEI ATUAL É DE 1921 (Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 321 SENADO ARGENTINO BARRA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; PAÍSES LATINOAMERICANOS SÃO OS QUE MAIS RESTRINGEM PRÁTICA NO MUNDO (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 09 de agosto de 2018) 324 OPINIÃO: LEGISLAR NÃO É UM ATO DE FÉ. COM REJEIÇÃO DO SENADO AO PROJETO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, ARGENTINA PERDE OPORTUNIDADE HISTÓRICA. NO ENTANTO, PAÍS CRESCE COM LUTA DAS MULHERES POR SEUS DIREITOS (Verônica Marchiaro, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 329 1132 NINGUÉM NA ARGENTINA PODERÁ SILENCIAR O CLAMOR DE MILHÕES DE JOVENS, MÃES E AVÓS. DEPUTADA DEFENDE QUE AQUELES QUE SE OPÕEM À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO PRETENDEM, EM SUA MAIORIA, QUE SE IMPONHA O MODELO DE MULHER INCUBADORA, INCAPACITANDO-A DE TOMAR SUAS DECISÕES (Victoria Donda, El País, 09 de agosto de 2018) 331 BARRADO POR MAIORIA MASCULINA, PROJETO DE LEGALIZAÇÃO DO ABORTO DEIXA LEGADO NA ARGENTINA (Gênero e Número, 09 de agosto de 2018) 333 ARGENTINA: NADA SERÁ COMO ANTES (Fernanda Paixão e Antonio Ferreira, do Coletivo Passarinho, Outras Palavras, 15 de agosto de 2018) 333 MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018 468... Ver COMO A POLÊMICA DO ABORTO ESTÁ LEVANDO CATÓLICOS A PEDIREM DESLIGAMENTO OFICIAL DA IGREJA NA ARGENTINA 781 ) 468 COMO A POLÊMICA DO ABORTO ESTÁ LEVANDO CATÓLICOS A PEDIREM DESLIGAMENTO OFICIAL DA IGREJA NA ARGENTINA (Marcia Carmo, BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018) 781 “MULHERES, CORPO E INSURREIÇÃO. AO RELACIONAR VIOLÊNCIA SEXUAL E DIREITOS REPRODUTIVOS COM GREVE DO TRABALHO, ARGENTINAS E POLONESAS ATINGIRAM MUITO MAIS DO QUE PARECE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2016: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/1477313842_805785.html ) SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS (Uol Universa reproduz RFI, 02 de julho de 2018 195... Ver “Morre Simone Veil, sobrevivente do holocausto e ícone da luta pelos direitos das mulheres”, Silvia Ayuso, El País, 30 de junho de 2017: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/30/internacional/1498812986_572455.html ... “Morre Simone Veil, ícone da luta pelos direitos das mulheres na Europa”, Uol, 30 de junho de 2017: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/06/30/morre-simoneveil-icone-da-luta-pelos-direitos-das-mulheres-na-europa.htm ) 195 1133 FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA (G1 Globo, 15 de julho de 2018 203... Ver FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES 204 ... JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA 200 ) 203 FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES (Isabela Palhares e Luci Ribeiro, Estadão reproduzido pelo Uol, 15 de julho de 2018) 204 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 08 de junho de 2018 134... Ver também JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" 27) 134 MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 48... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extremadireita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que 1134 fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html ) 48 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 IGREJA DA PENSILVÂNIA ENCOBRIU MAIS DE 1.000 ABUSOS CONTRA CRIANÇAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS. CRIMES FORAM DESCOBERTOS NA MAIOR INVESTIGAÇÃO SOBRE O TEMA JÁ CONCLUÍDA NOS ESTADOS UNIDOS (Antonia Laborde, El País, 15 de agosto de 2018) 269 1135 RELATÓRIO REVELA QUE 300 PADRES ABUSARAM SEXUALMENTE CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA. DOCUMENTO DO GRANDE JÚRI DA PENSILVÂNIA RELATA ABUSOS SEXUAIS PERPETRADOS POR MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA AO LONGO DE SETE DÉCADAS. HÁ PELO MENOS 1000 VÍTIMAS IDENTIFICÁVEIS (Público, 14 de agosto de 2018... Público é jornal português) 271 INVESTIGAÇÃO ACUSA 300 PADRES DE PEDOFILIA NOS EUA, COM MAIS DE MIL VÍTIMAS ABUSOS TERIAM SIDO ENCOBERTOS POR QUASE 70 ANOS, INFORMA RELATÓRIO FEITO NA PENSILVÂNIA (O Globo reproduz The New York Times e AFP, 14 de agosto de 2018) 273 "THEY HID IT ALL”: CATHOLIC PRIESTS ABUSED 1,000 CHILDREN IN PENNSYLVANIA, REPORT SAYS (Laurie Goodstein e Sharon Otterman, The New York Times, 14 de agosto de 2018) 275 PADRES SEGUIAM CARTILHA INFORMAL PARA SILENCIAR VÍTIMAS NA PENSILVÂNIA. DIOCESES USAVAM EUFEMISMO AO TRATAR DE ABUSOS DE CRIANÇAS PARA PROTEGER REPUTAÇÃO (Danielle Brant, Folha/Uol, 15 de agosto de 2018) 280 PADRES ABUSARAM DE MAIS DE MIL CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA, DIZ RELATÓRIO. INVESTIGAÇÕES APONTAM QUE CERCA DE 300 RELIGIOSOS COMETERAM ABUSOS SEXUAIS NO ESTADO AMERICANO DESDE A DÉCADA DE 1940. ALTOS MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA TERIAM ACOBERTADO OS CASOS (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 282 OPINIÃO: APÓSTOLOS SEM MORAL. A REVELAÇÃO DE OUTRO ESCÂNDALO DE ABUSO SEXUAL NOS EUA ABALA AINDA MAIS AS FUNDAÇÕES DO VATICANO. JUSTIÇA E RESSARCIMENTO PARA AS VÍTIMAS, MAS NADA DE ABSOLVIÇÃO PARA SEUS ALGOZES, OPINA ASTRID PRANGE (Astrid Prange, Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 284 SADOMASOQUISMO E USO DE SONÍFEROS: OS DETALHES DOS ABUSOS SILENCIADOS PELA IGREJA NA PENSILVÂNIA. INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA IDENTIFICOU PELO MENOS 1.000 VÍTIMAS DE PADRES NO ESTADO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS (Joan Faus, El País, 15 de agosto de 2018) 286 “TIRAVA O COLARINHO CLERICAL. ENTÃO PODIA FAZER O QUE QUERIA”. VÍTIMAS CONTAM AO EL PAÍS A CRUEZA E A IMPUNIDADE DOS CRIMES SEXUAIS DE SACERDOTES CONTRA MENORES NA PENSILVÂNIA DURANTE 70 ANOS. O HORROR VESTIA BATINA (Amanda Mars, El País, 19 de agosto de 2018) 478 1136 BISPOS DOS EUA DEFENDEM INVESTIGAÇÃO DE ABUSO POR VATICANO. ORGANIZAÇÃO DIZ QUE PROBLEMA É FRUTA DE FALHAS NA SUPERVISÃO EPISCOPAL (Folha/Uol, 16 de agosto de 2018) 288 OS CHOCANTES CASOS DE ABUSO COMETIDOS POR “PADRES PREDADORES” CONTRA CENTENAS DE MENORES NOS EUA (BBC Brasil, 15 de agosto de 2018) 289 VATICANO CHAMA DE CRIMINOSOS OS PADRES ABUSADORES DA PENSILVÂNIA E PEDE QUE ASSUMAM RESPONSABILIDADES. IGREJA SENTE "VERGONHA E DOR" PELOS 300 CASOS DE PEDOFILIA PERPETRADOS POR SACERDOTES" (El País, 16 de agosto de 2018) 292 VATICANO SABIA DOS ABUSOS SEXUAIS NA PENSILVÂNIA PELO MENOS DESDE 1963. SANTA SÉ SE MOSTROU TOLERANTE DIANTE DE ALGUNS DOS CASOS DE PEDOFILIA, MAS É IMPOSSÍVEL SABER SE TINHA CONHECIMENTO DE TODOS OS DETALHES (Joan Faus e Laura Delle Femmine, El País, 17 de agosto de 2018) 293 “NÃO AGIMOS A TEMPO. ABANDONAMOS OS PEQUENOS”, DIZ PAPA SOBRE ABUSOS NA PENSILVÂNIA. EM CARTA, PONTÍFICE INSTA RESPONSÁVEIS ECLESIÁSTICOS A DENUNCIAREM OS POSSÍVEIS CASOS DE PEDOFILIA (Lorena Pacho, El País, 20 de agosto de 2018) 483 PAPA FRANCISCO: “A IGREJA FRACASSOU DIANTE DESSES CRIMES REPUGNANTES”. PRIMEIRO-MINISTRO IRLANDÊS PEDE UMA RESPOSTA FIRME DO PAPA EM RELAÇÃO AOS ABUSOS SEXUAIS DE MEMBROS DO CLERO E LEMBRA QUE A IRLANDA SE MODERNIZOU E QUE A RELIGIÃO JÁ NÃO ESTÁ NO CENTRO DA SOCIEDADE (Daniel Verdú, El País, 25 de agosto de 2018 484 ... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 484 IRLANDA PEDE AO PAPA “JUSTIÇA” ÀS VÍTIMAS DE ABUSOS (Agence France Presse (AFP) reproduzida pelo Uol, 25 de agosto de 2018 486... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 486 NA IRLANDA, PAPA EXPRESSA "VERGONHA” POR CASOS DE ABUSO. FRANCISCO AFIRMOU QUE AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS IRLANDESAS "FRACASSARAM” EM 1137 ENFRENTAR "CRIMES REPUGNANTES”. DESDE 2002, 14.500 PESSOAS NO PAÍS SE DECLARARAM VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR PADRES (Deutsche Welle, 25 de agosto de 2018) 489 “NOS FAZIAM COMER VÔMITO”: AS DENÚNCIAS DE ABUSOS COMETIDOS EM ORFANATO POR FREIRAS NA ESCÓCIA (BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 492... Para ver semelhanças com o que aconteceu na Irlanda, livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 492 POPE FRANCIS LONG KNEW OF CARDINAL’S ABUSES AND MUST RESIGN, ARCHBISHOP SAYS (Jason Horowitz, The New York Times, 26 de agosto de 2018 496… Ao ler a matéria, me questionei se a relação entre homossexualidade e abusos sexuais é a mesma relação que há entre heterossexualidade e estupros? Nos dois casos, há alguma relação necessária: homossexualidade implica abusos, heterossexualidade leva necessariamente a estupros? Ver, artigo com interpretação original sobre o assunto: OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM 512 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 496 EX-ALTO FUNCIONÁRIO DO VATICANO ACUSA O PAPA DE ENCOBRIR ABUSOS SEXUAIS. EX-NÚNCIO NOS EUA DIZ QUE FRANCISCO CONHECIA AS ACUSAÇÕES DE PEDOFILIA CONTRA O CARDEAL THEODOR MCCARRICK (Daniel Verdú, enviado especial, Dublin, El País, 26 de agosto de 2018) 503 EM CARTA, ARCEBISPO ACUSA FRANCISCO DE ACOBERTAR CASOS DE ABUSO SEXUAL DESDE 2013. CARLO MARIA VIGANÒ DISSE QUE O PONTÍFICE FOI INFORMADO DE ESCÂNDALOS E DE UM DOSSIÊ SOBRE ELES (Igor Gielow, Folha/Uol, 26 de agosto de 2018 514... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 514 PAPA EVITA RESPONDER ÀS ACUSAÇÕES DE ENCOBRIMENTO DE ABUSOS. FRANCISCO NÃO DEU UMA RESPOSTA CLARA À ACUSAÇÃO DE UM ARCEBISPO SOBRE SEU 1138 SUPOSTO SILÊNCIO A RESPEITO DAS ACUSAÇÕES AO CARDEAL MCCARRICK E PEDE AOS JORNALISTAS QUE JULGUEM POR SI MESMOS (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018) 507 PAPA RECOMENDA PSIQUIATRIA PARA HOMOSSEXUALIDADE DETECTADA NA INFÂNCIA. FRANCISCO DIZ QUE PAIS DEVEM REZAR COM FILHOS; VATICANO DISSE QUE FALA FOI MAL INTERPRETADA (Folha/Uol, 27 de agosto de 2018 509... Ver também, matéria que traz imagem de protesto em Paris, a respeito da declaração do papa: PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ) 509 PAPA MANTÉM SILÊNCIO APÓS SER ACUSADO DE ACOBERTAR ABUSOS. "LEIAM O DOCUMENTO ATENTAMENTE E FAÇAM O VOSSO PRÓPRIO JULGAMENTO", DECLARA FRANCISCO SOBRE CARTA EM QUE EX-EMBAIXADOR DO VATICANO O ACUSA DE IGNORAR HISTÓRICO DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR CARDEAL AMERICANO (Deutsche Welle, 27 de agosto de 2017) 510/511 OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM (Alexander Görlach, Deutsche Welle, 27 de agosto de 2018 512... Ver também EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 512 A GUERRA SUJA VOLTA AO VATICANO. ACUSAÇÕES CONTRA O PAPA AVIVAM O FOGO DE UMA LUTA POR PODER QUE, DISFARÇADA DE IDEOLOGIA E ORTODOXIA RELIGIOSA, BUSCA RESTAURAR A VELHA ORDEM (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018 516... Ver também PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ... EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 516 HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE VATICANO SABIA DE ACOBERTAMENTO, DIZ PROCURADOR. AFIRMAÇÃO É REAÇÃO A CARTA DE ARCEBISPO QUE ACUSA PAPA FRANCISCO DE SABER DE ABUSOS (Folha/Uol, 28 de agosto de 2018) 518 1139 PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 28 de agosto de 2018 520... Ver EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 520 EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA (Jason Horowitz, The New York Times reproduzido pelo Uol, 28 de agosto de 2018) 523 MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018) 468 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE (María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57... Ver AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ... No arquivo Ideologia de 1140 Gênero e Escola Sem Partido 2, ver EDUCAÇÃO SEXUAL DIVIDE SOCIEDADE POLONESA 568... #SEXEDPL NO YOUTUBE 569 ... REBELIÃO POLONESA. CRISE REVELA A IMPOTÊNCIA DA UE ANTE GUINADA AUTORITÁRIA DE UM DOS PAÍSESMEMBROS 570 ) 57 AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE (Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018) 62 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES (María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018) 64 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 1141 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO VAI INVESTIGAR ENCONTRO DE CRIVELLA COM PASTORES (Constança Rezende, Estadão reproduzido pelo Uol, 06 de julho de 2018) 33 IMPEACHMENT DE CRIVELLA SERIA DURO GOLPE NO PROJETO DE PODER DA UNIVERSAL (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 12 de julho de 2018) 34 IMPEACHMENT NO RIO: CÂMARA REJEITA PROCESSO CONTRA MARCELO CRIVELLA – ENTENDA (André Shalders, BBC Brasil, 12 de julho de 2018) 36 CRIVELLA ESCAPA DE IMPEACHMENT, MAS CONTINUA ALVO DE INVESTIGAÇÃO (João Soares, Deutsche Welle, 13 de julho de 2018) 39 1142 SALVO NO RIO, CRIVELLA VOTOU POR AFASTAMENTO DE DILMA POR "GRAVE CRISE ECONÔMICA" (Gustavo Maia, Uol, 13 de julho de 2018) 42 SEM “MÁRCIA” DE CRIVELLA, PACIENTE DO RIO FICA 8 MESES NA FILA POR CONSULTA. PREFEITO FOI GRAVADO OFERECENDO AJUDA DE ASSESSORA PARA AGENDAMENTOS DE FIÉIS (Júlia Barbon e Lucas Vettorazzo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 44 UNIVERSAL ATACA VEREADORES QUE APROVARAM IMPEACHMENT DE CRIVELLA. JORNAL DA IGREJA ACUSA FAVORÁVEIS DA ABERTURA DE PROCESSO CONTRA O PREFEITO DE PRECONCEITO (Folha/Uol, 24 de julho de 2018) 646 MINISTRO FAZ PRESSÃO POR CARGOS E ABRE GUERRA NO PALÁCIO DO PLANALTO. NOVO TITULAR DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA, PASTOR RONALDO FONSECA ARTICULA NOMEAÇÕES (Marina Dias, Folha/Uol, 11 de julho de 2018 31... Ver EVANGÉLICOS SE ARTICULAM PARA AUMENTAR REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA 638 ) 31 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 2018: 100 anos da conquista do direito ao voto por mulheres inglesas... Carnaval 2018... Dia Internacional da Mulher, 08 de março de 2018... 1143 Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018... “NENHUMA NARRATIVA SUBSTITUI A REPORTAGEM COMO DOCUMENTO SOBRE A HISTÓRIA EM MOVIMENTO”. DISCURSO DE ELIANE BRUM, COLUNISTA DO EL PAÍS, LIDO DURANTE O PRÊMIO COMUNIQUE-SE, DESTACA O PAPEL IMPRESCINDÍVEL DO JORNALISMO NUM MOMENTO BRUTAL DO BRASIL. XICO SÁ TAMBÉM VENCEU PRÊMIO NA CATEGORIA CULTURA PELOS TEXTOS PUBLICADOS NESTE JORNAL (Eliane Brum, El País, 12 de setembro de 2018) 828 "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA 834 ) 815 MARIELLE E MÔNICA: UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA AOS 5 MESES DA MORTE DA VEREADORA, MÔNICA BENÍCIO CONTA COMO MARIELLE SE TORNOU O AMOR DA SUA VIDA E EXPLICA POR QUE DIZER QUE É SAPATÃO É UM ATO POLÍTICO (Daniel Arroyo e Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzido pelo El País, 15 de agosto de 2018) 701 TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (Seleção feita em 16 de outubro de 2018 961 ... Ainda sobre o MBL, ver... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Sobre o MBL, 1144 mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 961 Eleições 2018... "ESPETÁCULO" DE CORRUPÇÃO AFASTA ELEITOR DA POLÍTICA E AUMENTA ABSTENÇÃO (Gabriela Fujita, Uol, 31 de outubro de 2016 961 A meu ver, esta primeira matéria que coloco aqui, na seção Eleições 2018... merece destaque pelas análises dos pesquisadores – a política como meio de defender privilégios de grupos e não de espaço comum, definido por direitos e deveres, normas de convivência válidas para todos... Ainda a meu ver, igrejas não trouxeram mudança, mas aprofundamento dessas práticas – além de contínua ampliação de isenções de impostos, elas agora têm acesso ao fundo partidário e orçamentos de União, estados e municípios... Escrevo este texto, quando o arcebisto do Rio declarou apoio à candidatura Bolsonaro... Acrescento uma reflexão... 1145 Não podemos escolher não viver em um Estado, sob suas leis, nascemos num Estado... Mesmo que emigremos, estaremos num contexto de outro Estado... Mas podemos escolher se abraçamos ou não uma religião, se nos tornamos ou não membros de uma igreja – com as exigências que ela nos coloca... Na medida em que igrejas, com suas propostas de regulação da vida das pessoas avançam sobre o ordenamento do Estado, não resta a menor dúvida de que as liberdades democráticas, os direitos conquistados ao longo de séculos de lutas, correm imenso perigo... (Regulação baseada em textos de milhares de anos atrás, escolhidos e interpretados das mais diversas maneiras - mesmo dentro de uma tradição, como a cristã, por exemplo -, escolhidos e interpretados segundo interesses bastante terrenos, de poder, riqueza, ao ponto de, em certos casos, ainda a meu ver, ser mais adequado usarmos expressões como “empresários da fé”) A questão fica ainda mais séria quando olhamos para casos como os da Igreja Católica, a qual, por exemplo, estabelece claramente o lugar da mulher, que não é o do padre, nem o do bispo, nem o do cardeal, nem o de eleitora do papa, muito menos... Metade da humanidade está excluída dessa estrutura extremamente hierarquizada de poder, que tem pretensões de exercer influência sobre o Estado, suas escolas, legislação sobre união entre pessoas para vida em comum, adoção, legislação sobre cultura, artes... Se posso escolher não pertencer a certa religião, a determinada igreja, se posso escolher viver outros valores... essa liberdade de escolha é roubada quando o Estado passa a ser ordenado pela fé... Nestes três anos de pesquisa, não encontrei um único exemplo de movimentos sociais como o feminismo, movimentos LGBTIs, movimentos contra o racismo... que tivessem apresentado propostas de lei para diminuir direitos de religiosos de qualquer fé, que tivessem apresentado projetos impedindo pessoas heterossexuais de escolherem seus nomes, de se unirem, de usarem espaços públicos... não me deparei com exemplo algum de projeto que impeça a discussão de temas religiosos em escolas, de apresentação de pontos de vista de qualquer tradição... Mas igrejas querem impedir discussões sobre pontos de vistas diferentes daqueles que defendem (censura em escolas estatais!)... 1146 Estudos sobre gênero levados adiante por pesquisadore(a)s universitário(a)s profissionais de áreas como Sociologia, Psicologia, Filosofia... nada disso pode, para igrejas e Escola Sem Partido... Feminismo também não... Uma clara tentativa de extermínio do diferente deles, de pensamentos, corpos, práticas... Quando alguém não pode sequer ser mencionado numa escola... estamos diante do quê? Esse alguém (que pode ser uma ideia, vamos ampliar um pouco), é importante registrar aqui minha experiência nestes três anos, é rotineiramente alguém sobre quem muitos falam, alguém ordinariamente não ouvido... E sobre ele falam como uma grande ameaça: à família (não dizem “às famílias”), à civilização cristã... Ora, mulheres que lutaram pelo direito ao voto, em diversos países, ao longo do século XX, ouviram as mesmas acusações de grupos políticos e religiosos... E o mesmo se disse do divórcio... A meu ver, alguém que acusa gays, trans... de procurarem destruir a família, esse alguém não pode mais ser chamado de ingênuo, principalmente se teve e tem condições de estudar de procurar informações de qualidade... Há filmes e filmes, cito vários em meus trabalhos, entrevistas em jornais impressos, portais da web... apresentando casais de diversos tipos... E o que vemos? Que buscam constituir famílias e não destruir... "Em defesa da família", Daniella Cronemberger, Brasil, 2016 https://www.youtube.com/watch?v=L2LMRM1ZNTQ 1147 “Casal homoafetivo planejava adotar uma criança mas acaba optando por três”, Glenn Greenwald, Juliana Gonçalves e Thiago Dezan, The Intercept Brasil, no YouTube em 06 de fevereiro de 2017 https://www.youtube.com/watch?v=0Hd2VaXVI_k "Vestidas de noiva", Fábia Fuzeti e Gabi Torrezani, Brasil, 2015 https://www.youtube.com/watch?v=B5lbwvyqb_A "Regras para acelerar o processo de adoção entram em vigor", Neide Duarte, Jornal Nacional, Rede Globo, 24 de novembro de 2017 https://www.youtube.com/watch?v=WZb1_acp4-0 “'Um dia verá que o mundo não é tão bonito, mas deve perdoá-lo': a carta de um pai gay a seu filho", Tom C. Avendaño, El País, 02 de novembro de 2017 https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/02/cultura/1509612925_185888.html "Você sabe o que acontece quando gays querem adotar um filho?", Yannik D'Elboux, Uol, 03 de fevereiro de 2015 https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/03/voce-sabe-o-que-acontecequando-gays-querem-adotar-um-filho.htm https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2015/02/03/vocesabe-o-que-acontece-quando-gays-querem-adotar-um-filho.htm Se há famílias ameaçadas, ameaçadas por grupos que justificam suas ações por meio de interpretações religiosas... se há famílias ameaçadas... são exatamente famílias formadas por gays, trans... São essas famílias que querem destruir... Para muitos religiosos, Eduardo Cunha pode adotar e educar filhos... 1148 Um casal gay... não... Criar ameaças inexistentes é a forma de ação de diversos religiosos e igrejas... Controle do outro pelo medo... Comunismo e “ideologia de gênero” foram as ameaças apresentadas para unir, manipular e explorar grupos no Brasil, nos últimos anos... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 E comunismo pode ser qualquer coisa, com a qual aquele que procura causar escândalos não concorde... Um grande exemplo, ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 Ex-governadores presos ou cassados recentemente no Brasil: Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Anthony Garotinho (RJ), Rosinha Garotinho (governou o Rio pelo PMDB), Silval Barbosa (PMDB-MT), André Puccinelli (PMDB-MS), Marcelo Miranda (PMDB-TO, cassado pela Justiça Eleitoral), José Melo (PROS-AM), Beto Richa (PSDB-PR), Marconi Perillo (PSDBGO)... Eduardo Azeredo (PSDB-MG, preso depois de décadas, julgamento do chamado “Mensalão Tucano”)... E há o caso de Aécio Neves (PSDB-MG, ex-governador do estado)... Aécio Neves, Eduardo Azeredo e Sérgio Guerra foram presidentes do PSDB... O que dizer de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), grande líder religioso da Câmara dos Deputados? 1149 “Como funcionava o esquema de corrupção que desviou milhões de reais da Caixa”, Flávio Costa e Felipe Amorim, Uol, 22 de junho de 2017 https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/06/22/como-funcionava-oesquema-de-corrupcao-que-desviou-milhoes-da-caixa.htm “Cunha era 'banco de corrupção de políticos', diz Funaro; assista”, Folha/Uol, 13 de outubro de 2017 http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/10/1926815-cunha-era-banco-decorrupcao-de-politicos-diz-funaro.shtml “Filha de Cunha ganha R$ 2 milhões de fundo público e lidera doações do MDB”, Edson Sardinha e Fábio Góis, Congresso em Foco/Uol, 11 de setembro de 2018 https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/filha-de-cunha-ganha-r-2-milhoes-defundo-publico-e-lidera-doacoes-do-mdb/ Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)? Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez... Corrupção no CARF, sempre citada como envolvendo os setores mais avançados do capitalismo brasileiro e somando montantes maiores do que a corrupção apurada na Petrobrás pela Lava-Jato... Não deixo de lembrar aqui, e de acusar, a corrupção do PT, “a ameaça comunista”, mas noto que foi praticada junto com diversos dos políticos, partidos e empresas, citados acima... Observemos a situação do estado do Rio de Janeiro... https://drive.google.com/file/d/16BL_ppabqGE4QqzVFOlMmnRTybBrOduv/view?usp= sharing Olhemos para o Brasil... 1150 “Metade da população não tem acesso a coleta de esgoto. João Goulart Filho acertou dado em plano de governo; 99 milhões de pessoas utilizavam medidas alternativas para despejar dejetos em 2016”, Ethel Rudnitzki, Agência Pública, 04 de setembro de 2018 https://apublica.org/2018/09/truco-metade-da-populacao-nao-tem-acesso-a-coletade-esgoto/ ... http://www.snis.gov.br/diagnostico-agua-e-esgotos/diagnostico-ae2016 “Brasil tem maior concentração de renda do mundo entre o 1% mais rico”, Rodolfo Borges, El País, 14 de dezembro de 2017 https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/13/internacional/1513193348_895757.html “Parcela dos 10% mais ricos concentra 42%da renda do país,diz IBGE”, Uol/Valor, 17 de dezembro de 2014 https://economia.uol.com.br/noticias/valor-online/2014/12/17/parcela-dos-10-maisricos-concentra-42-da-renda-do-pais-diz-ibge.htm “Novo megatemplo ilustra disputa de igrejas em SP para 'mostrar poder'”, Felipe Souza, BBC Brasil, 29 de fevereiro de 2016 http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160226_megatemplos_saopaulo_ fs “Igreja Universal investe R$ 414 milhões em novo templo em Curitiba”, Fernando Garcel, Paraná Portal/Uol, 15 de outubro de 2016 [Igreja usufrui dos serviços da cidade sem pagar IPTU, de acordo com as leis brasileiras... Para pensar no liberalismo brasileiro... A partir das atividades da igreja é que se conseguiu capital para a compra da TV Record?. Outros empresários, para acumular o mesmo capital e disputar a compra da TV em igualdade de condições, pagariam impostos que a igreja não pagou?] 1151 http://paranaportal.uol.com.br/curitiba/igreja-universal-investe-r-414-milhoes-comnovo-templo-em-curitiba/ "’Vivemos uma epidemia social de abandono paterno’, diz promotor”, Daniela Carasco, Universa Uol, 10 de abril de 2018 https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/10/vivemos-uma-epidemiasocial-de-abandono-paterno-diz-promotor.htm “2/3 dos estupros registrados em SP são de vulneráveis; número é o maior desde 2013”, Marcos Sérgio Silva, Uol, 16 de maio de 2017 https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/05/16/23-dos-estuprosregistrados-em-sp-sao-de-vulneraveis-numero-e-o-maior-desde-2013.htm Já não se pode dizer, jocosamente, isentando pessoas de suas responsabilidades, que “ameaça comunista” é fruto de falta de conhecimento, de isolamento intelectual... Ver filme “Dr. Fantástico” (“Dr. Strangelove”), de Stanley Kubrick, 1964... Só posso concluir que é completo descompromisso com pessoas mais vulneráveis que vivem numa das sociedades mais desiguais do mundo... Onde está a “ameaça comunista”? O que ameaça, mesmo, as famílias? Quem está semeando ignorância e se enriquecendo às custas daqueles que procuram alguma esperança de vida melhor? * AOS INDECISOS, AOS QUE SE ANULAM, AOS QUE PREFEREM NÃO. O MAIOR DELÍRIO VIVIDO HOJE NO BRASIL É O DA “NORMALIDADE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2018 1064... Ver MINISTRO DO TSE VETA PROGRAMA DE HADDAD QUE ASSOCIA BOLSONARO À TORTURA (Uol, 20 de outubro de 2018 1005...) 1064 1152 OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS (Caetano Veloso, Folha/Uol, 14 de outubro de 2018 954... Sobre afirmações de Olavo de Carvalho, ver, por exemplo, a respeito de crime organizado, narcotráfico: “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012: https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf ... MORRE AOS 96 ANOS O JURISTA HÉLIO BICUDO, UM DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS. FUNDAMENTAL NO COMBATE AO “ESQUADRÃO DA MORTE” NA DITADURA MILITAR, BICUDO FOI COFUNDADOR DO PT E AJUDOU NO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF (Arthur Stabile e Maria Teresa Cruz, Ponte Jornalismo, 31 de julho de 2018: https://ponte.org/morre-aos-96-anos-o-jurista-helio-bicudo-um-defensor-dos-direitoshumanos/ ... COMO A DITADURA PERSEGUIU HÉLIO BICUDO. JURISTA TEVE A VIDA ESCRUTINADA POR DENUNCIAR ATUAÇÃO DE ESQUADRÕES DA MORTE. DOCUMENTOS INÉDITOS MOSTRAM QUE A CÚPULA DO REGIME AGIU DIRETAMENTE PARA ACOBERTAR A AÇÃO DOS GRUPOS DE EXTERMÍNIO (João Soares, Deutsche Welle, 01 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/como-a-ditadura-perseguiu-h%C3%A9lio-bicudo/a44918892 ... https://p.dw.com/p/32TSG ... "DITADURA IDEALIZOU MODELO ATUAL DAS MILÍCIAS”. MILÍCIAS TIVERAM SEU EMBRIÃO NOS ESQUADRÕES DA MORTE APOIADOS PELA DITADURA, AFIRMA SOCIÓLOGO. EM ENTREVISTA, ELE REJEITA A IDEIA DE PODER PARALELO, APONTANDO QUE GRUPOS FARIAM PARTE DA “DIMENSÃO ILEGAL DO ESTADO" (João Soares, Deutsche Welle, 03 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/ditadura-idealizou-modelo-atual-das-mil%C3%ADcias/a44945335 ... https://p.dw.com/p/32aKl ... ATENTADOS DE DIREITA FOMENTARAM AI-5 CINQUENTA ANOS DEPOIS DO ATO QUE SEPULTOU AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS NO PAÍS, A PÚBLICA OBTÉM DOCUMENTOS QUE PROVAM QUE FOI A DIREITA PARAMILITAR, E NÃO A ESQUERDA, QUE DEU INÍCIO A EXPLOSÕES DE BOMBAS E ROUBOS DE ARMAS (Vasconcelo Quadros, Agência Pública reproduzida pelo El País, 02 de outubro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/politica/1538488463_222527.html ... PROGRAMA ARQUIVO N SOBRE ATENTADO NO RIOCENTRO (30 DE ABRIL DE 1981) (Roteiro e edição Luciana Savaget, Globo News, 2011: https://www.youtube.com/watch?v=QqNUttqzGMw ... https://www.youtube.com/watch?v=ZWj-YALnsl4 ... Ver também AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e 1153 Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 954 O QUE NAMORO DE BOLSONARO COM PR REVELA SOBRE ESTRATÉGIA RUMO AO PLANALTO (Mariana Sanches, BBC Brasil, 04 de julho de 2018) 527 EM CULTO, MEIRELLES RECEBE ORAÇÃO E APOIO DE PASTOR: “PAI DAS FINANÇAS”, DANIEL WETERMAN (Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de agosto de 2018 532... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 532 COTADO PARA VICE DE BOLSONARO, GENERAL DIZ: "PRONTO PARA CUMPRIR A MISSÃO" (Gustavo Maia e Luis Kawaguti, Uol, 17 de julho de 2018... A matéria faz referência ao general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRP) e senador Magno Malta, PR - ES... 533... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580... Ver CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ) 533 PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA (Marianna Holanda, Estadão reproduzido pelo Uol, 28 de julho de 2018... A matéria também apresenta medidas do TSE para garantir participação mais igualitária de mulheres nas eleições, com mínimo de candidaturas, participação no dinheiro destinado a bancar campanhas... 536 ... Ver também COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629) 536 COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 02 de agosto de 2018 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629 ) 538 QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE 1154 (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE 961 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMADIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 540/541 ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK (Denis R. Burgierman, Nexo Jornal, 01 de agosto de 2018) 542 REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES (Renata Agostini, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018... A matéria tem o seguinte trecho: "’Desde 1986, a participação deles no Congresso só cresce. Em 2006, há queda pontual, em função do escândalo dos Sanguessugas, que envolve líderes evangélicos’, diz Ronaldo Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.” ) 546 1155 DEBATE DA REDETV! TEM FOCO EM ECONOMIA E "SERMÃO" DE MARINA EM BOLSONARO (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 548... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 548 MARINA ATACA BOLSONARO POR MULHER E ARMAS: "ACHA QUE RESOLVE TUDO NO GRITO" (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 533... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 553 BOLSONARO FAZ ACENO TOSCO ÀS MULHERES E É NOCAUTEADO POR MARINA. PRESIDENCIÁVEL FICA NA RETRANCA EM PROGRAMA AO VIVO NA TV, E MOSTRA QUE O FOSSO QUE O SEPARA DO ELEITORADO FEMININO VAI SEGUIR EXISTINDO (Carla Jiménez, El País, 18 de agosto de 2018 564/565... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 564/565 MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO (Jonathas Cotrim, Estadão reproduzido peloUol, 12 de agosto de 2018 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 551 ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO (Alba Santandreu, EFE reproduzida pelo Uol Universa, 27 de agosto de 2018 643... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: “PROFESSORA, VOCÊ É HOMEM?” A VIDA DE UMA MULHER TRANS NA SALA DE AULA (Ingrid Fagundez, BBC Brasil, 15 de agosto de 2017) 868 ) 643 A TRISTE CONVENIÊNCIA DOS CANDIDATOS QUE QUEREM SER ELEITOS SEM ENFRENTAR SEUS ELEITORES. NA APAGADA ELEIÇÃO DE SÃO PAULO, ESTÁ DIFÍCIL CONVENCER CANDIDATO A DEBATER EM BAIRRO RICO, QUE DIRÁ NA PERIFERIA (Regiane Oliveira, El País, 16 de agosto de 2018... Segundo a matéria, Rogério Chequer (NOVO), candidato ao governo do estado de São Paulo, defendeu, em debate no teatro TUCA, o Programa Escola Sem Partido...) 555 VI MULHERES BRIGANDO COM HOMENS QUE FAZEM DE BOLSONARO SUA ARMA DE FOGO (Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga, The Intercept Brasil, 20 de Agosto de 2018 557... Ver também NEM FASCISTAS NEM TELEGUIADOS: OS BOLSONARISTAS DA PERIFERIA DE PORTO ALEGRE. ELES CONTRARIAM O ESTEREÓTIPO ATRIBUÍDO PELOS CRÍTICOS E FOGEM DAS “FAKE NEWS”. O EL PAÍS MERGULHOU NO FENÔMENO DE ADESÃO AO CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A PARTIR DA PESQUISA DE DUAS 1156 ANTROPÓLOGAS 566 ... CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO 574/575 ) 557 NEM FASCISTAS NEM TELEGUIADOS: OS BOLSONARISTAS DA PERIFERIA DE PORTO ALEGRE. ELES CONTRARIAM O ESTEREÓTIPO ATRIBUÍDO PELOS CRÍTICOS E FOGEM DAS “FAKE NEWS”. O EL PAÍS MERGULHOU NO FENÔMENO DE ADESÃO AO CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A PARTIR DA PESQUISA DE DUAS ANTROPÓLOGAS (Naira Hofmeister, El País, 17 de agosto de 2018 566... Ver também VI MULHERES BRIGANDO COM HOMENS QUE FAZEM DE BOLSONARO SUA ARMA DE FOGO 557 ... CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO 574/575) 566 CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO (Facebook El País, 07 de agosto de 2018) 574/575 VOTO DAS MULHERES VIRA PESADELO DE BOLSONARO (Mário Magalhães, the Intercept Brasil, 22 de agosto de 2018) 559/560 BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA [Ricardo Della Coletta, El País, 29 de agosto de 2018 593... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ] 593 LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL ALVO DE BOATO FOI COMPRADO PELO MINC. DEPUTADO BOLSONARO ACUSOU DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOLAS; MEC NEGOU. MINISTÉRIO DA CULTURA DIZ TER COMPRADO UNIDADES PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS (G1 Globo, 21 de janeiro de 2016) 596 LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL 598/599... Ver também CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ) 598/599 1157 ERROS E ACERTOS DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL E NO JORNAL DAS 10 (Chico Marés, Clara Becker, Leandro Resende, Nathália Afonso e Plínio Lopes, Revista Piauí Lupa/Uol, 28 de agosto de 2018) 600 AUTORA DE LIVRO CRITICADO POR BOLSONARO REBATE: “NO FUNDO, ELE QUERIA TER GANHADO UM" (Diego Assis, Uol, 30 de agosto de 2018) 600 “BOLSONARO INCONSCIENTEMENTE QUERIA DIVULGAR MEU LIVRO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL”, DIZ ESCRITORA. AUTORA DE “APARELHO SEXUAL E CIA” CRITICA O PRESIDENCIÁVEL APÓS PROPAGADA NEGATIVA SOBRE SUA OBRA. "EU ACHO QUE SUAS OBSESSÕES DIZEM MUITO SOBRE O QUE ELE PRÓPRIO TEM NA CABEÇA", ARGUMENTA (Ricardo Della Coletta e Sara González, El País, 31 de agosto de 2018 604... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 604 O QUE HÁ DE TÃO ASSOMBROSO NO LIVRO QUE BOLSONARO NÃO PÔDE MOSTRAR NO JN? (Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 29 de agosto de 2018) 608 literatrua CRITICADO POR BOLSONARO, LIVRO "APARELHO SEXUAL E CIA." SERÁ RELANÇADO NO DIA 12 (Renata Nogueira, Uol, 05 de setembro de 2018) 616 CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO (Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018 846... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ) 846 GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 (Leandro Prazeres, Uol, 28 de setembro de 2018 920... Ver BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL 936 ) 920 1158 O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 07 de outubro de 2018 930... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920) 930 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO (Igor Gielow, Folha/Uol, 02 de setembro de 2018 609... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓ-BOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO 620/621 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690) 609 CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI (Hanrrikson de Andrade e Rodrigo Mattos, Uol, 26 de agosto de 2018 580... Ver 1159 BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791 ... VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO 618 ... POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE 785 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 580 POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE (Gustavo Maia, Janaina Garcia e Marcelo Ferraz, Uol, 27 de agosto de 2018 785... Ver OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE 915 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" 871... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP 875... ) 785 O LIMITE DO INTOLERÁVEL: TRANSFORMAR UMA CHACINA EM UMA COMPETIÇÃO MACABRA (Roberto Tardelli, Justificando/Carta Capital, 09 de janeiro de 2017 906... Ver FACEBOOK MAJOR OLÍMPIO, 07 DE JANEIRO DE 2017 909 ... Major Olímpio é coordenador de campanha de Jair Bolsonaro e foi eleito senador, nas eleições de 2018, antes era deputado federal...) 906 SENADOR, MAJOR OLÍMPIO APOIARÁ VENDA DE RESERVAS INDÍGENAS E FIM DE TORCIDAS ORGANIZADAS. APOIADOR DE BOLSONARO EM SP, DEPUTADO TAMBÉM QUER REVOGAÇÃO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO (Folha/Uol, 09 de outubro de 2018... Em 1978, portanto ditadura civil-militar, foi apresentada, pelo ministro do Interior, Rangel Reis, e pelo general Ismarth, a ideia de um projeto de emancipação do Índio, o qual previa inclusive a possibilidade de que índios emancipados pudessem vender suas terras... Ver, por exemplo, livro “Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura”, Rubens Valente, Companhia das Letras, 2017... Especificamente o cap. 21, “Um moinho feroz”, pp. 302-309) 909 JANAÍNA PASCHOAL É A DEPUTADA MAIS VOTADA NA HISTÓRIA DO PAÍS. CANDIDATA DO PSL OBTEVE MAIS DE 2 MILHÕES DE VOTOS NA DISPUTA PARA O 1160 LEGISLATIVO ESTADUAL. NÚMERO SUPERA EDUARDO BOLSONARO, ATUAL RECORDISTA PARA A VAGA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS (G1 Globo, 07 de outubro de 2018) 918 GOVERNADOR CONTRARIA POLÍCIA AO EXALTAR MÃE PM QUE MATOU CRIMINOSO. PARA BAIXAR LETALIDADE POLICIAL, ESTRATÉGIA DE COMANDO É CONTRA ENALTECER MORTES (Guilherme Seto, Rogério Pagnan e Sílvia Haidar, Folha/Uol, 14 de maio de 2018 896... Ver APÓS ANUNCIAR NEUTRALIDADE, FRANÇA USARÁ VICE PM PARA ATRAIR BOLSONARISTAS 913... OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE 915... POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE 785...) 896 TRE SUSPENDE PROPAGANDA QUE MOSTRAVA PM CANDIDATA MATANDO LADRÃO EM ESCOLA (Leonardo Martins, Uol, 05 de setembro de 2018) 899 CANDIDATA À CÂMARA, PM QUE MATOU LADRÃO DIZ: QUEM É DE BEM NÃO MATA A RODO (Talyta Vespa, Uol Universa, 21 de setembro de 2018) 902 APÓS SER CONDENADO A 623 ANOS POR MASSACRE, CORONEL UBIRATAN FOI ABSOLVIDO E ASSASSINADO EM 2006 (Janaina Garcia, Uol, 06 de abril de 2013) 905 ELEITA DEPUTADA, "MÃE PM" DEFENDE LIBERAÇÃO DAS ARMAS E APOIA BOLSONARO (Bibiana Bolson, Uol, 08 de outubro de 2018) 912 APÓS ANUNCIAR NEUTRALIDADE, FRANÇA USARÁ VICE PM PARA ATRAIR BOLSONARISTAS (Guilherme Mazieiro, Uol, 10 de outubro de 2018 913... Ver também "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" 576) 913 OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE (Rafael Alcadipani, Uol, 10 de outubro de 2018) 915 LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓBOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO (Fernanda Becker e Regiane Oliveira, El País, 02 de setembro de 2018 620/621... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE 1161 APOIAR BOLSONARO 846 ...Ver também PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO 624 ) 620/621 PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO (Uol, 01 de setembro de 2018 624... Ver também LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓ-BOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO 620/621) 624 BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES (Afonso Benites, El País, 05 de setembro de 2018 791... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO 618 ... Nas três matérias há coincidência notável: militares questionam várias instituições da República, menos as Forças Armadas... Urnas – Justiça Eleitoral -, dados econômicos – ministérios do governo federal -, ações de governos no Rio, durante a intervenção... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... A matéria de entrada desta chamada, ainda traz informações sobre carreata no Acre: “No sábado passado, em viagem ao Acre, Bolsonaro disse que iria ‘fuzilar a petralhada do Acre’, em referência aos políticos do PT que governam o Estado há duas décadas. Disse o candidato: ‘Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela. Vão ter que comer capim mesmo’. Nesta quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República solicitou que ele explicasse o quis dizer. O órgão analisa a possibilidade de abrir um processo pelos delitos de incitação ao crime e ameaça.” ) 791 BOLSONARO É ESFAQUEADO EM ATO DE CAMPANHA EM JUIZ DE FORA (MG) (Gustavo Maia, Luciana Amaral, Leandro Prazeres e Janaina Garcia, Uol, 06 de setembro de 2018 794... BOLSONARO ESTABILIZADO. UOL, PÁGINA INICIAL, 06 SET 2018, 21H20MIN 810) 794 BOLSONARO ESTABILIZADO. UOL, PÁGINA INICIAL, 06 SET 2018, 21H20MIN 810 BOLSONARO É ESFAQUEADO DURANTE ATO DE CAMPANHA EM JUIZ DE FORA. CANDIDATO PARTICIPAVA DE PASSEATA EM JUIZ DE FORA QUANDO FOI ATINGIDO 1162 POR HOMEM DE 40 ANOS. A FACADA CAUSOU LESÃO NO ABDÔMEN, SEGUNDO O HOSPITAL ONDE ELE É OPERADO (Rodolfo Borges, Gil Alessi, Heloísa Mendonça e Afonso Benites, El País, 06 de setembro de 2018... Já no dia do atentado, insinuações de que seria ação planejada pela esquerda... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ) 797 ATAQUE REFORÇA APOIO A BOLSONARO, MAS GERA DÚVIDA SOBRE RADICALIZAÇÃO. ATENTADO INÉDITO PODE CAUSAR REFLUXO OU AUMENTAR EXTREMISMO, CRIANDO INCERTEZAS NA CAMPANHA (Igor Gielow, Folha/Uol, 06 de setembro de 2018 800... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ) 800 ATENTADO CONTRA BOLSONARO INAUGURA NOVA ETAPA NA VIOLÊNCIA POLÍTICA DO PAÍS (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uo, 06 de setembro de 2018 802... O jornalista escreveu: “Como sempre digo, líderes políticos, sociais ou religiosos afirmam que não incitam a violência através de suas palavras. Porém, se não são suas mãos que seguram o revólver, é a sobreposição de seus argumentos e a escolha que fazem das palavras ao longo do tempo que distorce a visão de mundo de seus seguidores e torna o ato de atirar banal. Ou, melhor dizendo, ‘necessário’. Suas ações e regras redefinem o que é aceitável, visão que depois será consumida e praticada por terceiros. /”Estes acreditarão estarem fazendo o certo, praticamente em uma missão divina./”Os envolvidos nesses casos colocam em prática o que leem todos os dias na rede e absorvem em outras mídias: que seus adversários político e ideológico são a corja da sociedade e agem para corromper os valores, tornar a vida dos outros um inferno e a cidade, um lixo. Seres descartáveis, que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos do bem.”... Ver BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791... BOLSONARO É ESFAQUEADO DURANTE ATO DE CAMPANHA EM JUIZ DE FORA. CANDIDATO PARTICIPAVA DE PASSEATA EM JUIZ DE FORA QUANDO FOI ATINGIDO POR HOMEM DE 40 ANOS. A FACADA CAUSOU LESÃO NO ABDÔMEN, SEGUNDO O HOSPITAL ONDE ELE É OPERADO 797 ... BOLSONARO ESTABILIZADO. UOL, PÁGINA INICIAL, 06 SET 2018, 21H20MIN 810... O BRASIL SE AFOGA EM UM MAR DE BÍLIS. NEGOCIAÇÃO E DIÁLOGO SÃO OS ÚNICOS MEIOS PARA O PAÍS COMEÇAR A SAIR DO BURACO EM QUE CAIU 806... ATAQUE A BOLSONARO EXPÕE FACE VIOLENTA DA POLARIZAÇÃO NO BRASIL, AFIRMAM ANALISTAS 807 ... PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA 815 ... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ... BRÉSIL : LE NAUFRAGE D’UNE NATION 811 ) 802 1163 O BRASIL SE AFOGA EM UM MAR DE BÍLIS. NEGOCIAÇÃO E DIÁLOGO SÃO OS ÚNICOS MEIOS PARA O PAÍS COMEÇAR A SAIR DO BURACO EM QUE CAIU (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 07 de setembro de 2018 806... ATENTADO CONTRA BOLSONARO INAUGURA NOVA ETAPA NA VIOLÊNCIA POLÍTICA DO PAÍS 802... ATAQUE A BOLSONARO EXPÕE FACE VIOLENTA DA POLARIZAÇÃO NO BRASIL, AFIRMAM ANALISTAS 807... ATAQUE REFORÇA APOIO A BOLSONARO, MAS GERA DÚVIDA SOBRE RADICALIZAÇÃO. ATENTADO INÉDITO PODE CAUSAR REFLUXO OU AUMENTAR EXTREMISMO, CRIANDO INCERTEZAS NA CAMPANHA 800... PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA 815 ... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ... BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791 ... BRÉSIL : LE NAUFRAGE D’UNE NATION 811 ) 806 ATAQUE A BOLSONARO EXPÕE FACE VIOLENTA DA POLARIZAÇÃO NO BRASIL, AFIRMAM ANALISTAS (Mariana Schreiber, BBC News Brasil, 07 de setembro de 2018 807... Ver BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791... BOLSONARO ESTABILIZADO. UOL, PÁGINA INICIAL, 06 SET 2018, 21H20MIN 810... ATENTADO CONTRA BOLSONARO INAUGURA NOVA ETAPA NA VIOLÊNCIA POLÍTICA DO PAÍS 802... O BRASIL SE AFOGA EM UM MAR DE BÍLIS. NEGOCIAÇÃO E DIÁLOGO SÃO OS ÚNICOS MEIOS PARA O PAÍS COMEÇAR A SAIR DO BURACO EM QUE CAIU 806... PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA 815 ... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ) 807 BRÉSIL : LE NAUFRAGE D’UNE NATION (Editorial do Le Monde, 08 de setembro de 2018) 811 PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA (Eliane Brum, El País, 10 de setembro de 2018... Novamente menção a afirmações do grupo de Bolsonaro, que implicam a esquerda e especificamente o PT no atentado... A matéria reproduz uma das primeiras imagens de Bolsonaro no hospital em São Paulo, fazendo o gesto de imitar armas com as mãos... Eliane Brum também lembra do assassinato de Marielle Franco... Ver Ver VENDEDOR 1164 DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ...Ver "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA 834 ) 815 GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA (Mário Magalhães, The Intercept Brasil, 12 de Setembro de 2018... O jornalista fala de ameaças de golpe, notícias falsas espalhadas por apoiadores do candidato, acusações sem apresentação de fundamentação séria... 819... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ... Ver PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA 815... "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA 834... BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791... EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Sobre uso político de notícias falsas, por grupos de direita, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3 ) 819 VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO (Hanrrikson de Andrade, Uol, 13 de setembro de 2018) 939 UM MILHÃO DE MULHERES CONTRA BOLSONARO: A REJEIÇÃO TOMA FORMA NAS REDES. GRUPO NO FACEBOOK CONSEGUE 10.000 NOVOS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO POR MINUTO DE ELEITORAS INDIGNADAS ELAS QUEREM, AGORA, LEVAR A INSATISFAÇÃO PARA AS RUAS (Joana Oliveira, El País, 12 de setembro de 2018... Ver a continuidade desse movimento no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 5...) 824 “NENHUMA NARRATIVA SUBSTITUI A REPORTAGEM COMO DOCUMENTO SOBRE A HISTÓRIA EM MOVIMENTO”. DISCURSO DE ELIANE BRUM, COLUNISTA DO EL PAÍS, LIDO DURANTE O PRÊMIO COMUNIQUE-SE, DESTACA O PAPEL IMPRESCINDÍVEL DO JORNALISMO NUM MOMENTO BRUTAL DO BRASIL. XICO SÁ TAMBÉM VENCEU 1165 PRÊMIO NA CATEGORIA CULTURA PELOS TEXTOS PUBLICADOS NESTE JORNAL (Eliane Brum, El País, 12 de setembro de 2018) 828 O VOTO DAS MULHERES DESAFIA A EXTREMA DIREITA BRASILEIRA. ELAS VIVEM UMBILICALMENTE LIGADAS À VIDA REAL. SÃO AS MAIORES VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DENTRO E FORA DE CASA (Juan Arias, El País, 14 de setembro de 2018) 831 NOSSOS HERÓIS NÃO MATAM, GENERAL (Marina Amaral , newsletter da Agência Pública, ed. #80, 14 de setembro de 2018) 833 "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA (Gabriel Bonis, Deutsche Welle, 14 de setembro de 2018) 834 CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS (Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018 837... CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ... Ver ENQUANTO PASTORES EVANGÉLICOS APOIAM BOLSONARO, CÚPULA CATÓLICA LAVA AS MÃOS. ESTARIA JESUS, NESTAS ELEIÇÕES, A FAVOR DE UM CANDIDATO QUE PREGA A VIOLÊNCIA COMO PANACEIA PARA TODOS OS MALES? 848 ... "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690... Ver livro do filósofo francês Jacques Rancière: “O ódio à democracia”, Boitempo, 2015 ) 837 1166 CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO (Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018 846... Ver "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ... ENQUANTO PASTORES EVANGÉLICOS APOIAM BOLSONARO, CÚPULA CATÓLICA LAVA AS MÃOS. ESTARIA JESUS, NESTAS ELEIÇÕES, A FAVOR DE UM CANDIDATO QUE PREGA A VIOLÊNCIA COMO PANACEIA PARA TODOS OS MALES? 848 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA... 819 ... CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ) 846 A FORÇA DOS EVANGÉLICOS NA ELEIÇÃO. NA POLÍTICA BRASILEIRA, ELES AINDA ESTÃO SUB-REPRESENTADOS. MAS AGORA PODEM SER DECISIVOS PARA A ESCOLHA DO MAIS ALTO CARGO DO ESTADO. E PODEM TORNAR O BRASIL AINDA MAIS CONSERVADOR (Thomas Milz, Deutsche Welle, 27 de setembro de 2018 851... Ver "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ) 851 ENQUANTO PASTORES EVANGÉLICOS APOIAM BOLSONARO, CÚPULA CATÓLICA LAVA AS MÃOS. ESTARIA JESUS, NESTAS ELEIÇÕES, A FAVOR DE UM CANDIDATO QUE PREGA A VIOLÊNCIA COMO PANACEIA PARA TODOS OS MALES? (Juan Arias, El País, 20 de setembro de 2018 848... Ver “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA. CARTILHA DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA SERÁ DIVULGADA NESTA QUINTA-FEIRA (20) EM RIO CLARO 850 ... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ... "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA... 819 ... CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ) 848 "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE 1167 MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE (Clarissa Neher, Deutsche Welle, 27 de setembro de 2018 853... Ver CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ) 853 EDIR MACEDO DECLARA APOIO A BOLSONARO (Estadão reproduzido pelo Uol, 30 de setembro de 2018 857... Ver CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ) 857 LIDERANÇAS DAS BANCADAS EVANGÉLICA E DA BALA ASSUMEM APOIO A BOLSONARO (Camila Turtelli e Mariana Haubert, Estadão reproduzido pelo Uol, 03 de outubro de 2018 858... Ver CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ... A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 858 POR QUE FIGURAS FOLCLÓRICAS, MEDÍOCRES E VIOLENTAS COMO BOLSONARO ACABAM DESAFIANDO A RAZÃO E A INTELIGÊNCIA? MAIS DO QUE OS VALORES QUE DEFENDEM, ESSES PERSONAGENS INIMIGOS DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE SÃO FRUTO DOS ERROS DOS QUE OS PRECEDERAM (Juan Arias, El País, 03 de outubro de 2018) 859 O PARADOXO DO PROGRESSO. PODE PARECER CONTRADITÓRIO, MAS A POLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE É RESULTADO DA MELHORA DOS PADRÕES DE VIDA NO BRASIL AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS, ESCREVE A COLUNISTA ASTRID PRANGE (Astrid Prange, Deutsche Welle, 03 de outubro de 2018 862... Ver ELEIÇÕES 2018: VOTO ANTI-PT; POR SEGURANÇA E PELA FAMÍLIA TRADICIONAL, O QUE PENSAM AS MULHERES QUE ESCOLHERAM BOLSONARO 866 ) 862 1168 CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV (Marina Dias, Folha/Uol, 02 de outubro de 2018... A matéria traz informações sobre apoio de Edir Macedo, Igreja Universal do Reino de Deus, e de José Wellington, Assembleia de Deus, Ministério Belém) 864 ELEIÇÕES 2018: VOTO ANTI-PT; POR SEGURANÇA E PELA FAMÍLIA TRADICIONAL, O QUE PENSAM AS MULHERES QUE ESCOLHERAM BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 04 de outubro de 2018 866... Ver O PARADOXO DO PROGRESSO. PODE PARECER CONTRADITÓRIO, MAS A POLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE É RESULTADO DA MELHORA DOS PADRÕES DE VIDA NO BRASIL AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS, ESCREVE A COLUNISTA ASTRID PRANGE 862 ) 866 PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 17 de outubro de 2018 956... Ver também OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS 954 ... AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 956 “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, SP, provavelmente 19 ou 20 de setembro de 2018) 960 DE OLHO EM VOTO CATÓLICO, BOLSONARO ASSINA COMPROMISSO COM ARCEBISPO DO RIO (Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia, Uol, 17 de outubro de 2018 964/965... A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM 1169 ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 964/965 EM CULTO, MALAFAIA ATACA A FOLHA E ENSINA FIÉIS A IDENTIFICAR FAKE NEWS UMA DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS EVANGÉLICAS DO PAÍS, PASTOR É CABO ELEITORAL DE BOLSONARO (Ana Luiza Albuquerque, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 967... Ver REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819 ... PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA 956 ... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055 ... QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO 264 ... Ver também retórica agressiva de Bebianno, presidente do PSL: GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO 970 ) 967 GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO (Talita Fernandes, Agora, p. A4, 17 de outubro de 2018... A retórica do presidente do PSL é comum na política brasileira de hoje... Adversários políticos são bandidos ou idiotas a serem eliminados... A política como espaço de eliminação do outro... O que tem a ver com com tentativas de partidos se perpetuarem no poder... reeleições... O PSDB governa SP desde 1995, sem contrapeso algum na Assembleia Legislativa do Estado! Não é, portanto, entranho que Escola Sem Partido tenha destaque... Igrejas apresentam sociólogos, filósofos, artistas... feministas... como aqueles que tramam a destruição da família, da civilização cristã... por meio da “ideologia de gênero”... das discussões sobre sexualidade nas escolas... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: 1170 PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 970 TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK (Rafael Moraes Moura, Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de outubro de 2018 978... Ver LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, Revista Piauí/Uol, edição 129, junho de 2017... E-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 978 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055 ... Ver LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, Revista Piauí/Uol, edição 129, junho de 2017... Ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 971 VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE 1171 DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA (Breiller Pires, El País, 18 de outubro de 2018 979 ... Ver também GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453... De acordo com a matéria (gravidez na adolescência), os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 454 ) 979 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018) 1038 TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (Seleção feita em 16 de outubro de 2018 961 ... Ainda sobre o MBL, ver... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES 1172 CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 961 UOL, PÁGINA INICIAL, 18 OUT 2018 7H22MIN. EMPRESAS BANCAM CAMPANHA CONTRA PT NAS REDES SOCIAIS; PRÁTICA É ILEGAL 981 EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol,, 18 de outubro de 2018) 982 É HORA DE SE DEBRUÇAR SOBRE A PROPAGANDA EM REDE DE BOLSONARO. MUITOS DE NÓS ESTÃO EM BUSCA DE EXPLICAÇÕES PARA O TSUNAMI DE VOTOS EM CANDIDATURAS ANTISSISTEMA E ANTIPETISTAS NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2018 (Francisco Brito Cruz e Mariana Giorgetti Valente, El País, 18 de outubro de 2018) 986 MANIPULAÇÃO DO ELEITOR POR GRUPOS DE WHATSAPP DEIXARÁ FERIDAS NA DEMOCRACIA (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 18 de outubro de 2018) 992 GUERRA SUJA NAS REDES SOCIAIS EXPÕE O FAKE TSE (Josias de Souza, Blog do Josias/Uol, 18 de outubro de 2018... Estou trazendo textos de alguns jornalistas com 30,, 40 anos de profissão, ganhadores de prêmios nacionais e internacionais...) 995 UOL, PÁGINA INICIAL, 19 OUT 2018 11H10MIN. DISPARO DE MENSAGENS CONTRA PT NO WHATSAPP CONSTRANGE TSE 996 WHATSAPP NOTIFICA AGÊNCIAS QUE DISPARAM MENSAGENS ANTI-PT. REDE SOCIAL PEDIU QUE DISPAROS EM MASSA SEJAM INTERROMPIDOS, E CONTAS ASSOCIADAS FORAM BANIDAS (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 996 UM PAÍS PRIMITIVO PRESTES A REGREDIR MAIS. BOLSONARO DEU VIA LIVRE A TODOS OS DEMÔNIOS (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 998 DOCUMENTO CONFIRMA OFERTA ILEGAL DE MENSAGENS POR WHATSAPP NA ELEIÇÃO. PROPOSTA NÃO ACEITA PELA CAMPANHA DE ALCKMIN PEDIU R$ 8,7 MI 1173 POR DISPAROS VIA APLICATIVO (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 20 de outubro de 2018) 1000 MINISTRO DO TSE VETA PROGRAMA DE HADDAD QUE ASSOCIA BOLSONARO À TORTURA (Uol, 20 de outubro de 2018 1005... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK 978) 1005 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" (Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018) 1011 BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES (Heloísa Mendonça e Naiara Galarraga Gortázar, El País, 22 de outubro de 2018) 1013 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 1174 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 08 DE OUTUBRO DE 2018 (Um dia depois da realização do primeiro turno das eleições de 2018 1035/1036... Ver JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 11 DE OUTUBRO DE 2018 1037 ) 1035/1036 ALCKMIN E DORIA SE REÚNEM COM MIL LÍDERES EVANGÉLICOS PARA BÊNÇÃO EM SP (Janaina Garcia, Uol, 23 de agosto de 2018 575... Ver também EVANGÉLICOS PRESSIONAM ALCKMIN POR DISCURSO CRISTÃO EM FAVOR DA FAMÍLIA. LÍDERES QUEREM QUE TUCANO DIGA QUE VAI BARRAR CRIMINALIZAÇÃO DE DISCURSO CONTRA HOMOSSEXUALIDADE 590 ... EVANGÉLICOS PUXAM ALTA DE 11% DO NÚMERO DE CANDIDATURAS COM NOME RELIGIOSO 585 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819... ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” 626/627 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 575 EVANGÉLICOS PRESSIONAM ALCKMIN POR DISCURSO CRISTÃO EM FAVOR DA FAMÍLIA. LÍDERES QUEREM QUE TUCANO DIGA QUE VAI BARRAR CRIMINALIZAÇÃO DE DISCURSO CONTRA HOMOSSEXUALIDADE (Folha/Uol, 29 de agosto de 2018) 590 ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” (Thais Bilenk, de Pelotas, Caxias do Sul, Porto Alegre, Folha/Uol, 01 de setembro de 2018 626/627... Ver ALCKMIN DIZ QUE IDEOLOGIA DE GÊNERO É DISCUSSÃO PARA FAMÍLIA, NÃO ESCOLA 813... Ver SABATINA COM GERALDO ALCKMIN - UOL/FOLHA/SBT - 11/09 815... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ... "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris...) 576 ... ALCKMIN E DORIA SE REÚNEM COM MIL LÍDERES EVANGÉLICOS PARA BÊNÇÃO EM SP 575... Ver também EVANGÉLICOS PRESSIONAM ALCKMIN POR DISCURSO CRISTÃO EM FAVOR DA FAMÍLIA. LÍDERES QUEREM QUE TUCANO DIGA QUE VAI BARRAR CRIMINALIZAÇÃO DE DISCURSO CONTRA HOMOSSEXUALIDADE 590 ) 626/627 1175 ALCKMIN DIZ QUE IDEOLOGIA DE GÊNERO É DISCUSSÃO PARA FAMÍLIA, NÃO ESCOLA (Luciana Amaral, Uol, 11 de setembro de 2018 813... Ver SABATINA COM GERALDO ALCKMIN - UOL/FOLHA/SBT - 11/09 815 ... Alckmin não foi capaz de mostrar, com exemplos de seu próprio governo, a importância da educação... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ... CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 454 ... Ver também OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713 ... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA 733 ... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ... ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ... A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN", Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016 274) 813 "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris... 576 ... Ver ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E 1176 ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” 626/627 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 576 MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS (Renan Truffi e Mariana Haubert, Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de agosto de 2018) 645 COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS (Juliana Domingos de Lima, Nexo Jornal, 04 de setembro de 2018 629... Ver COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538 ... PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA 536 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 629 MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO (João Pedro Pitombo, Folha/Uol, 24 de agosto de 2018 579... Ver... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819... Sobre o MBL, que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMADIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776) 579 EVANGÉLICOS PUXAM ALTA DE 11% DO NÚMERO DE CANDIDATURAS COM NOME RELIGIOSO (Leandro Prazeres, Uol, 25 de agosto de 2018 585... Ver EVANGÉLICOS SE 1177 ARTICULAM PARA AUMENTAR REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA 638 ... MINISTRO FAZ PRESSÃO POR CARGOS E ABRE GUERRA NO PALÁCIO DO PLANALTO. NOVO TITULAR DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA, PASTOR RONALDO FONSECA ARTICULA NOMEAÇÕES 31 ... REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... Ver também ALCKMIN E DORIA SE REÚNEM COM MIL LÍDERES EVANGÉLICOS PARA BÊNÇÃO EM SP 575 ... EVANGÉLICOS PRESSIONAM ALCKMIN POR DISCURSO CRISTÃO EM FAVOR DA FAMÍLIA. LÍDERES QUEREM QUE TUCANO DIGA QUE VAI BARRAR CRIMINALIZAÇÃO DE DISCURSO CONTRA HOMOSSEXUALIDADE 590... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819...) 585 EVANGÉLICOS SE ARTICULAM PARA AUMENTAR REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA (Ricardo Brito, Reuters reproduzida pelo Uol, 30 de agosto de 2018 638... Ver MINISTRO FAZ PRESSÃO POR CARGOS E ABRE GUERRA NO PALÁCIO DO PLANALTO. NOVO TITULAR DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA, PASTOR RONALDO FONSECA ARTICULA NOMEAÇÕES 31 ... EVANGÉLICOS PUXAM ALTA DE 11% DO NÚMERO DE CANDIDATURAS COM NOME RELIGIOSO 585 ... REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819... ) 638 CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS (Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018 837... Ver "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA... 819 ... CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690... Ver livro do filósofo francês Jacques Rancière: “O ódio à democracia”, Boitempo, 2015 ) 837 1178 CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO (Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018 846... CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ... Ver "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ... ENQUANTO PASTORES EVANGÉLICOS APOIAM BOLSONARO, CÚPULA CATÓLICA LAVA AS MÃOS. ESTARIA JESUS, NESTAS ELEIÇÕES, A FAVOR DE UM CANDIDATO QUE PREGA A VIOLÊNCIA COMO PANACEIA PARA TODOS OS MALES? 848 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA... 819 ) 846 A FORÇA DOS EVANGÉLICOS NA ELEIÇÃO. NA POLÍTICA BRASILEIRA, ELES AINDA ESTÃO SUB-REPRESENTADOS. MAS AGORA PODEM SER DECISIVOS PARA A ESCOLHA DO MAIS ALTO CARGO DO ESTADO. E PODEM TORNAR O BRASIL AINDA MAIS CONSERVADOR (Thomas Milz, Deutsche Welle, 27 de setembro de 2018 851... Ver"BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ) 851 ENQUANTO PASTORES EVANGÉLICOS APOIAM BOLSONARO, CÚPULA CATÓLICA LAVA AS MÃOS. ESTARIA JESUS, NESTAS ELEIÇÕES, A FAVOR DE UM CANDIDATO QUE PREGA A VIOLÊNCIA COMO PANACEIA PARA TODOS OS MALES? (Juan Arias, El País, 20 de setembro de 2018 848... Ver “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA. CARTILHA DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA SERÁ DIVULGADA NESTA QUINTA-FEIRA (20) EM RIO CLARO 850 ... Ver "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE 853 ... CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA... 819 ... CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ) 848 1179 “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA. CARTILHA DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA SERÁ DIVULGADA NESTA QUINTA-FEIRA (20) EM RIO CLARO (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, Caderno A, página sem data e sem numeração, provavelmente dia 19 ou 20 de setembro de 2018 850... Ver CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864 ) 850 "BOLSONARO É A CARICATURA DO EXTREMISTA DE DIREITA". EM ENTREVISTA, PESQUISADOR ALEMÃO QUE ESTUDA A NOVA DIREITA BRASILEIRA DIZ QUE MOVIMENTO NO BRASIL NÃO É CASO ISOLADO NO MUNDO, MAS POSSUI PARTICULARIDADES PERIGOSAS, É MAIS PODEROSO E ABRANGENTE (Clarissa Neher, Deutsche Welle, 27 de setembro de 2018 853... Ver CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864) 853 EDIR MACEDO DECLARA APOIO A BOLSONARO (Estadão reproduzido pelo Uol, 30 de setembro de 2018) 857 LIDERANÇAS DAS BANCADAS EVANGÉLICA E DA BALA ASSUMEM APOIO A BOLSONARO (Camila Turtelli e Mariana Haubert, Estadão reproduzido pelo Uol, 03 de outubro de 2018 858... Ver CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV 864) 858 POR QUE FIGURAS FOLCLÓRICAS, MEDÍOCRES E VIOLENTAS COMO BOLSONARO ACABAM DESAFIANDO A RAZÃO E A INTELIGÊNCIA? MAIS DO QUE OS VALORES QUE DEFENDEM, ESSES PERSONAGENS INIMIGOS DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE SÃO FRUTO DOS ERROS DOS QUE OS PRECEDERAM (Juan Arias, El País, 03 de outubro de 2018) 859 CAMPANHA VÊ ONDA EVANGÉLICA CONTRA HADDAD E QUER FOCO NO ELEITOR MAIS POBRE. PARA TENTAR CHEGAR AO SEGUNDO TURNO, PETISTA DEVE ADOTAR POSTURA MAIS ASSERTIVA EM ÚLTIMO DEBATE NA TV (Marina Dias, Folha/Uol, 02 de outubro de 2018... A matéria traz informações sobre apoio de Edir Macedo, Igreja Universal do Reino de Deus, e de José Wellington, Assembleia de Deus, Ministério Belém) 864 1180 ELEIÇÕES 2018: VOTO ANTI-PT; POR SEGURANÇA E PELA FAMÍLIA TRADICIONAL, O QUE PENSAM AS MULHERES QUE ESCOLHERAM BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 04 de outubro de 2018 866... Ver O PARADOXO DO PROGRESSO. PODE PARECER CONTRADITÓRIO, MAS A POLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE É RESULTADO DA MELHORA DOS PADRÕES DE VIDA NO BRASIL AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS, ESCREVE A COLUNISTA ASTRID PRANGE 862) 866 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 08 DE OUTUBRO DE 2018 (Um dia depois da realização do primeiro turno das eleições de 2018 1035/1036... Ver JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 11 DE OUTUBRO DE 2018 1037 ) 1035/1036 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... CONVITE PARA A PRIMEIRA SEMANA E PARADA LGBT DE RIO CLARO/SP TEMA DA PARADA: CHEGA DE OPRESSÕES, É HORA DE DAR CLOSE! (Movimento LGBT, Primeira Semana e Parada LGBT – Rio Claro/SP – Ano de 2018, 15 a 21 de outubro... Programação da Semana) 1016 ORGANIZAÇÃO DA 1ª PARADA LGBT CONTESTA PREFEITURA (Jornal Cidade de Rio Claro, primeira página, 18 de outubro de 2018) 1016/1017 ORGANIZAÇÃO DA 1ª PARADA LGBT CONTESTA PREFEITURA (Fabíola Cunha, Jornal Cidade de Rio Claro, 18 de outubro de 2018, p. B 7) 1017/1018 PREFEITURA NEGA ALVARÁ PARA REALIZAÇÃO DA 1ª PARADA LGBT NESTE DOMINGO NA CIDADE (Tribuna 2000, Primeira página, 19 de outubro de 2018. Semanário de Rio Claro SP) 1018/1019 NOVOS PROTESTOS POLÍTICOS NESTE FIM DE SEMANA EM RC. MOVIMENTOS ACONTECEM EM PRAÇAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO NESTE SÁBADO (20) E NO DOMINGO (21) (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, Caderno A Dia a Dia, 20 de outubro de 2018) 1020/1021 NOTA OFICIAL INFORMATIVA MOVIMENTO LGBT (Facebook, 20 de outubro de 2018... Sobre a 1ª Parada LGBT de Rio Claro, SP, realizada em 21 e outubro de 2018) 1019/1020 1181 LGBT (Jornal Cidade de Rio Claro, Lucas Calore, Coluna Cidade Livre, 21 do outubro de 2018... Sobre a confirmação da organização da Parada, a respeito de sua realização, mesmo sem autorização da Prefeitura) 1021/1022 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 21 DE OUTUBRO DE 2018 1023/1024 PRIMEIRA PARADA LGBT DE RIO CLARO REÚNE GRANDE PÚBLICO (Jornal Cidade site, 21 de outubro de 2018) 1029 UM RELATO DA 1ª PARADA LGBT DE RIO CLARO – SP (Adriano Picarelli... Em meu Facebook há vídeos sobre a Parada 1025... Ver PARADA PERCORRE CIDADE DE FORMA PACÍFICA. ORGANIZAÇÃO AGRADECE APOIADORES; PREFEITURA DIZ QUE EVENTO OCORREU SE ALVARÁ E GCM “MONITOROU” 1034 ... NOVOS PROTESTOS POLÍTICOS NESTE FIM DE SEMANA EM RC. MOVIMENTOS ACONTECEM EM PRAÇAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO NESTE SÁBADO (20) E NO DOMINGO (21) 1020/1021 ... CARTA CONVITE/MANIFESTO. DO MOVIMENTO VEM PRA RUA. MANIFESTAÇÕES DE 13 DE MARÇO DE 2016, PELO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEF 1027/1028) 1025 1ª PARADA LGBT DE RIO CLARO. VÍDEOS COM FALAS DA ORGANIZADORA E DA MADRINHA DA PARADA (Filmagem: Adriano Picarellli. 21 de outubro de 2018) 1032 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 23 DE OUTUBRO DE 2018 1033 PARADA PERCORRE CIDADE DE FORMA PACÍFICA. ORGANIZAÇÃO AGRADECE APOIADORES; PREFEITURA DIZ QUE EVENTO OCORREU SE ALVARÁ E GCM “MONITOROU” (Fabíola Cunha, Jornal Cidade de Rio Claro, 23 de outubro de 2018, Caderno B, p. B1) 1034 CARTA CONVITE/MANIFESTO. DO MOVIMENTO VEM PRA RUA. MANIFESTAÇÕES DE 13 DE MARÇO DE 2016, PELO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEF (Publicada no jornal Tribuna 2000, p. 5, 11 e 12 de março de 2016 (Tribuna é semanário publicado em Rio Claro – SP) 1027/1028 O BRASIL... NÃO CABE NA GLOBO! (Nilce F. Bueno, Diário do Rio Claro, 19 de outubro de 2018, p. 2... Publicado durante a Primeira Semana e Parada LGBT – Rio Claro...) 1029 1182 Cidades e gênero... Ver também a seção 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 AS CIDADES MASCULINAS ERGUIDAS PELO URBANISMO DO SÉCULO 20 (Camilo Rocha, Nexo Jornal, 29 de junho de 2018... Sobre a jornalista Jane Jacobs, autora do livro clássico “Morte e vida de grandes cidades”... Ver este livro na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... deste arquivo... ) 167/168 “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012: https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf ) 219 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl 1183 in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Ciências, Biologia, Robótica... questões de gênero... sexualidade... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO (Uol, 11 de setembro de 2016, entrevista com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Universidade de São Paulo 748... Ver COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? 746 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62 ) 748 COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? (BBC News Mundo, 01 de setembro de 2018 746... Ver DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO 748 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62) 746 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 1184 “Entrevista: ‘Uma ciência feminista precisa explicitar os contextos nos quais o conhecimento produzido por ela é construído’”, Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018 [entrevista com a pesquisadora Marina Nucci... Nessa entrevista obtive as referências dos dois trabalhos a seguir, de Londa Schiebinger e Fabíola Rohden]: http://www.generonumero.media/entrevista-uma-ciencia-feminista-precisa-explicitaros-contextos-nos-quais-o-conhecimento-produzido-por-ela-e-construido/ “O feminismo mudou a ciência?”, Londa Schiebinger, tradução de Raul Fiker, Bauru, SP, EDUSC - Editora da Universidade do Sagrado Coração, 2001. 384p. (Coleção Mulher) http://brasil.indymedia.org/media/2007/06/386937.pdf (link para download) "Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX", Fabíola Rohden, Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 8, n. 17, p. 101-125, junho de 2002. [Este artigo tem origem na tese de doutorado de Fabíola Rohden, intitulada "Uma ciência da diferença: sexo, contracepção e natalidade na medicina da mulher", apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Museu Nacional – UFRJ, em 2000] http://www.scielo.br/pdf/%0D/ha/v8n17/19078.pdf "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris... Há uma análise histórica da discriminação, do controle sobre as mulheres...) 576 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL 1185 SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS (Juliana Domingos de Lima, Nexo Jornal, 04 de setembro de 2018 629... Ver COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538 ... PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA 536 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 629 CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS (Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data, mas é julho de 2018) 123 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP (Marcella Lourenzetto, Jornal da Manhã - Jovem Pan/Uol, 11 de agosto de 2018... De acordo com a matéria, os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... Ver, no arquivo 1186 Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN" (Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016... Papa Francisco afirma posição de sua igreja, contrária a métodos contraceptivos, fevereiro de 2016) 274) 453 CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 10 de agosto de 2018) 454 REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS (María R. Sahuquillo, El País, 03 de julho de 2018) 118 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR (Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 120... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114) 120 SUÍÇA INVESTIGA MÉDICO FRANCÊS QUE DIZ CURAR HOMOSSEXUALIDADE (RFI reproduzida pelo Uol Universa, 15 de agosto de 2018) 686 VIDEO “I WANT TO BE LIKE NATURE MADE ME”. MEDICALLY UNNECESSARY SURGERIES ON INTERSEX CHILDREN IN THE US (Human Rights Watch, 25 de julho de 2017) 126 Cinema, filmes, televisão, web, obras de arte, fotografias, charges, quadrinhos... “Obra aberta”, Umberto Eco, 8ed, São Paulo, Perspectiva, 1991 (Para pensar sobre ataques de movimentos como MBL, igrejas, pastores, padres... a exposições como Queermuseu... às artes... à liberdade de pensamento nas escolas...) https://teoliteraria.files.wordpress.com/2013/02/eco-umberto-obra-aberta.pdf 1187 QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO (Júlia Dias Carneiro, BBC News Brasil, 16 de agosto de 2018... Reproduzida pelo Uol, mesmo título e data 264... Ver JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL 469 ... PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO 666 ... Ver, na seção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... , deste arquivo, a referência a “Obra aberta”, Umberto Eco... Ver mais sobre Queermuseu nos arquivos Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 1, 2 e 3... Ver ainda, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 264 ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) (Nicola Pamplona, Folha/Uol, 18 de agosto de 2018... Matéria também fala de manifestantes pró-Bolsonaro e Magno Malta; protesto teve convocação na página do Facebook do MBL... Sobre o MBL, ver, por exemplo, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção do Índice Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018... p. 1170) 296 JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO LIBERA ENTRADA DE CRIANÇAS NA "QUEERMUSEU" (Carolina Farias, Uol Universa, 21 de agosto de 2018 777... Ver ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) 296... LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE [Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 655... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: MASP BUSCOU ORIENTAÇÃO JURÍDICA PARA VETO INÉDITO A MENORES DE 18 ANOS (Uol, 19 de outubro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 04 ... ADVOGADOS SE UNEM PARA TENTAR BARRAR CENSURA A MENORES EM EXPOSIÇÃO NO MASP (Leonardo Rodrigues, Uol, 26 de outubro de 2017... A questão é mais ampla, os advogados procuram estudar e propor adequação de legislação, não se trata apenas da exposição do MASP) 07 ... PROJETOS PARA CLASSIFICAR EXPOSIÇÕES DE ARTE SE ESPALHAM PELO PAÍS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 16 de dezembro de 2017... A matéria também traz informações sobre pesquisa a respeito da presença de pessoas LGBTI em comerciais...) 535 ... MPF CRITICA, E MASP LIBERA ACESSO DE MENORES À MOSTRA SOBRE SEXUALIDADE (Juliana Dal Pivar, Revista Piauí/Uol, 07 de novembro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 08 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem 1188 Partido 3: DEPUTADOS APROVAM PROJETO QUE PREVÊ CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM EXPOSIÇÕES EM SP (Uol, 14 de junho de 2018) 870 ) 777 “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS (Mariana Simões, Agência Pública, 28 de agosto de 2018) 656 "NÓS, LGBT, JÁ FOMOS CRIANÇAS E ISSO INCOMODA", DIZ ARTISTA ACUSADA DE INCITAR PEDOFILIA (Tiago Dias, Uol, 12 de setembro de 2017) 663 LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE [Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 655... Ver “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS 656 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: MASP BUSCOU ORIENTAÇÃO JURÍDICA PARA VETO INÉDITO A MENORES DE 18 ANOS (Uol, 19 de outubro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 04 ... ADVOGADOS SE UNEM PARA TENTAR BARRAR CENSURA A MENORES EM EXPOSIÇÃO NO MASP (Leonardo Rodrigues, Uol, 26 de outubro de 2017... A questão é mais ampla, os advogados procuram estudar e propor adequação de legislação, não se trata apenas da exposição do MASP) 07 ... PROJETOS PARA CLASSIFICAR EXPOSIÇÕES DE ARTE SE ESPALHAM PELO PAÍS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 16 de dezembro de 2017... A matéria também traz informações sobre pesquisa a respeito da presença de pessoas LGBTI em comerciais...) 535 ... MPF CRITICA, E MASP LIBERA ACESSO DE MENORES À MOSTRA SOBRE SEXUALIDADE (Juliana Dal Pivar, Revista Piauí/Uol, 07 de novembro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 08 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DEPUTADOS APROVAM PROJETO QUE PREVÊ CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM EXPOSIÇÕES EM SP (Uol, 14 de junho de 2018) 870 ) 655 PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO (Agência Brasil reproduzida pelo Uol, 22 de agosto de 2018) 666 “Livro analisa a representatividade feminina nas séries em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas”, Larissa Linder, Revista Trip/Tpm/Uol, 13 de setembro de 2018 [entrevista com autora do livro: "Uma série de mulheres engraçadas - As protagonistas 1189 das sitcons em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas", Fernanda Friedrich, Gramma, 2018... Autora é pesquisadora da Unversidade Federal de Santa Catarina] https://revistatrip.uol.com.br/tpm/livro-examina-a-representatividade-das-mulheresnas-series-de-tv?utm_source=uol&utm_medium=home&utm_campaign=livroexamina-a-representatividade-das-mulheres-nas-series-de-tv “As mulheres da sitcom: uma análise de representatividade das protagonistas nas telas”, Fernanda Farias Friedrich. Tese doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Area de Concentração Crítica Feminista e Estudos de Gênero. Florianópolis, 2018 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/186287/PLIT0749T.pdf?sequence=-1&isAllowed=y A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698) 669 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 1190 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 O BRASIL... NÃO CABE NA GLOBO! (Nilce F. Bueno, Diário do Rio Claro, 19 de outubro de 2018, p. 2... Publicado durante a Primeira Semana e Parada LGBT – Rio Claro...) 1029 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ) 739 "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 1191 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI (Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018... Esta entrevista também tem a ver com feminismo...) 884 SOLIMÕES ABENÇOA FOTOS DO FILHO AO LADO DO NAMORADO E CONQUISTA MAIS FÃS (Uol, 03 de julho de 2018) 151 SOMOS TODAS MC K_BELAS (Yasmin Thayná, HuffPost Brasil, 27 de janeiro de 2014, atualizado em 26 de janeiro e 2017 162... Ver “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO 157) 162 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Conhecimento... verdade... 1192 Londa Schiebinger, Fabíola Rohden e Neurogenderings vieram da leitura da entrevista com a Pesquisadora Marina Nucci... “Entrevista: ‘Uma ciência feminista precisa explicitar os contextos nos quais o conhecimento produzido por ela é construído’”, Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018 [entrevista com a pesquisadora Marina Nucci... Nessa entrevista obtive as referências dos dois trabalhos a seguir, de Londa Schiebinger e Fabíola Rohden]: http://www.generonumero.media/entrevista-uma-ciencia-feminista-precisa-explicitaros-contextos-nos-quais-o-conhecimento-produzido-por-ela-e-construido/ “O feminismo mudou a ciência?”, Londa Schiebinger, tradução de Raul Fiker, Bauru, SP, EDUSC - Editora da Universidade do Sagrado Coração, 2001. 384p. (Coleção Mulher) http://brasil.indymedia.org/media/2007/06/386937.pdf (link para download) "Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX", Fabíola Rohden, Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 8, n. 17, p. 101-125, junho de 2002. [Este artigo tem origem na tese de doutorado de Fabíola Rohden, intitulada "Uma ciência da diferença: sexo, contracepção e natalidade na medicina da mulher", apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Museu Nacional – UFRJ, em 2000] http://www.scielo.br/pdf/%0D/ha/v8n17/19078.pdf NEUROGENDERINGS https://neurogenderings.wordpress.com/ 1193 "A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso", Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo, Ação Educativa, 2016 http://acaoeducativa.org.br/wpcontent/uploads/2017/05/escolasempartido_miolo.pdf JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 1194 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 “Obra aberta”, Umberto Eco, 8ed, São Paulo, Perspectiva, 1991 (Para pensar sobre ataques de movimentos como MBL, igrejas, pastores, padres... a exposições como Queermuseu... às artes... à liberdade de pensamento nas escolas...) https://teoliteraria.files.wordpress.com/2013/02/eco-umberto-obra-aberta.pdf OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS (Caetano Veloso, Folha/Uol, 14 de outubro de 2018 954... Sobre afirmações de Olavo de Carvalho, ver, por exemplo, a respeito de crime organizado, narcotráfico: “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012: https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf ... MORRE AOS 96 ANOS O JURISTA HÉLIO BICUDO, UM DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS. FUNDAMENTAL NO COMBATE AO “ESQUADRÃO DA MORTE” NA DITADURA MILITAR, BICUDO FOI COFUNDADOR DO PT E AJUDOU NO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF (Arthur Stabile e Maria Teresa Cruz, Ponte Jornalismo, 31 de julho de 2018: https://ponte.org/morre-aos-96-anos-o-jurista-helio-bicudo-um-defensor-dos-direitoshumanos/ ... COMO A DITADURA PERSEGUIU HÉLIO BICUDO. JURISTA TEVE A VIDA ESCRUTINADA POR DENUNCIAR ATUAÇÃO DE ESQUADRÕES DA MORTE. DOCUMENTOS INÉDITOS MOSTRAM QUE A CÚPULA DO REGIME AGIU DIRETAMENTE PARA ACOBERTAR A AÇÃO DOS GRUPOS DE EXTERMÍNIO (João Soares, Deutsche Welle, 01 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/como-a-ditadura-perseguiu-h%C3%A9lio-bicudo/a44918892 ... https://p.dw.com/p/32TSG ... "DITADURA IDEALIZOU MODELO ATUAL DAS MILÍCIAS”. MILÍCIAS TIVERAM SEU EMBRIÃO NOS ESQUADRÕES DA MORTE APOIADOS PELA DITADURA, AFIRMA SOCIÓLOGO. EM ENTREVISTA, ELE REJEITA A IDEIA DE PODER PARALELO, APONTANDO QUE GRUPOS FARIAM PARTE DA “DIMENSÃO ILEGAL DO ESTADO" (João Soares, Deutsche Welle, 03 de agosto de 2018: 1195 https://www.dw.com/pt-br/ditadura-idealizou-modelo-atual-das-mil%C3%ADcias/a44945335 ... https://p.dw.com/p/32aKl ... ATENTADOS DE DIREITA FOMENTARAM AI-5 CINQUENTA ANOS DEPOIS DO ATO QUE SEPULTOU AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS NO PAÍS, A PÚBLICA OBTÉM DOCUMENTOS QUE PROVAM QUE FOI A DIREITA PARAMILITAR, E NÃO A ESQUERDA, QUE DEU INÍCIO A EXPLOSÕES DE BOMBAS E ROUBOS DE ARMAS (Vasconcelo Quadros, Agência Pública reproduzida pelo El País, 02 de outubro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/politica/1538488463_222527.html ... PROGRAMA ARQUIVO N SOBRE ATENTADO NO RIOCENTRO (30 DE ABRIL DE 1981) (Roteiro e edição Luciana Savaget, Globo News, 2011: https://www.youtube.com/watch?v=QqNUttqzGMw ... https://www.youtube.com/watch?v=ZWj-YALnsl4 ... Ver também AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 954 AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO (Regiane Oliveira, El País, 15 de outubro de 2018 952... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE “KIT GAY” NO FACEBOOK 978 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ...) 952 BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES (Heloísa Mendonça e Naiara Galarraga Gortázar, El País, 22 de outubro de 2018... Essa ideia de verdade não é apenas dos apoiadores de Bolsonaro, de igrejas... Encontrei duas matéria, há poucos dias, de pessoas que fazem jornalismo de alta qualidade... Escreveram algo como: tal político precisa conhecer a realidade, a vida real... Como assim? O que vive a família Setubal, ou a família Moreira Salles não é real? São pequenos deslizamentos de sentido que, a meu ver, têm consequências.... Para dizer que tal político precisa conhecer os bairros onde vivem pessoas que tomam ônibus às 4h30min, é melhor dizer precisamente isto... E não que alguém vive o real e outro não... É mais adequado descrever a vida de cada um... O Brasil de Bolsonaro certamente não é o de alguém 1196 que vive em Heliópolis... Mas esses brasis têm relações... “Nós somos o Brasil de verdade” indica o horizonte cultural de quem diz a frase...) 1013 MINISTRO DO TSE VETA PROGRAMA DE HADDAD QUE ASSOCIA BOLSONARO À TORTURA (Uol, 20 de outubro de 2018 1005... AOS INDECISOS, AOS QUE SE ANULAM, AOS QUE PREFEREM NÃO. O MAIOR DELÍRIO VIVIDO HOJE NO BRASIL É O DA “NORMALIDADE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2018) 1064 ... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK 978) 1005 “Livro analisa a representatividade feminina nas séries em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas”, Larissa Linder, Revista Trip/Tpm/Uol, 13 de setembro de 2018 [entrevista com autora do livro: "Uma série de mulheres engraçadas - As protagonistas das sitcons em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas", Fernanda Friedrich, Gramma, 2018... Autora é pesquisadora da Unversidade Federal de Santa Catarina] https://revistatrip.uol.com.br/tpm/livro-examina-a-representatividade-das-mulheresnas-series-de-tv?utm_source=uol&utm_medium=home&utm_campaign=livroexamina-a-representatividade-das-mulheres-nas-series-de-tv “As mulheres da sitcom: uma análise de representatividade das protagonistas nas telas”, Fernanda Farias Friedrich. Tese doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Area de Concentração Crítica Feminista e Estudos de Gênero. Florianópolis, 2018 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/186287/PLIT0749T.pdf?sequence=-1&isAllowed=y “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do 1197 Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 (Leandro Prazeres, Uol, 28 de setembro de 2018 920... Ver BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL 936 ) 920 O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 07 de outubro de 2018 930... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920) 930 “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL (Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 936... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: LEITURA NA ESCOLA: TERRITÓRIO EM CONFLITO. LIVROS INFANTO-JUVENIS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DA ONDA CONSERVADORA NO BRASIL (José Ruy Lozano) 262 ... O QUE SERIA DA LITERATURA NUMA "ESCOLA SEM PARTIDO"? (José Ruy Lozano, professor e autor de livros didáticos) 261 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PAIS 1198 TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA 123 ) 936 GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO (Talita Fernandes, Agora, p. A4, 17 de outubro de 2018... A retórica do presidente do PSL é comum na política brasileira de hoje... Adversários políticos são bandidos ou idiotas a serem eliminados... A política como espaço de eliminação do outro... O que tem a ver com com tentativas de partidos se perpetuarem no poder... reeleições... O PSDB governa SP desde 1995, sem contrapeso algum na Assembleia Legislativa do Estado! Não é, portanto, entranho que Escola Sem Partido tenha destaque... Igrejas apresentam sociólogos, filósofos, artistas... feministas... como aqueles que tramam a destruição da família, da civilização cristã... por meio da “ideologia de gênero”... das discussões sobre sexualidade nas escolas... Ver FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" 1011... BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES 1013 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 970 TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (Seleção feita em 16 de outubro de 2018 961 ... Ainda sobre o MBL, ver... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA 1199 PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 961 É HORA DE SE DEBRUÇAR SOBRE A PROPAGANDA EM REDE DE BOLSONARO. MUITOS DE NÓS ESTÃO EM BUSCA DE EXPLICAÇÕES PARA O TSUNAMI DE VOTOS EM CANDIDATURAS ANTISSISTEMA E ANTIPETISTAS NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2018 (Francisco Brito Cruz e Mariana Giorgetti Valente, El País, 18 de outubro de 2018) 986 VI MULHERES BRIGANDO COM HOMENS QUE FAZEM DE BOLSONARO SUA ARMA DE FOGO (Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga, The Intercept Brasil, 20 de Agosto de 2018 557... Ver também NEM FASCISTAS NEM TELEGUIADOS: OS BOLSONARISTAS DA PERIFERIA DE PORTO ALEGRE. ELES CONTRARIAM O ESTEREÓTIPO ATRIBUÍDO PELOS CRÍTICOS E FOGEM DAS “FAKE NEWS”. O EL PAÍS MERGULHOU NO FENÔMENO DE ADESÃO AO CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A PARTIR DA PESQUISA DE DUAS ANTROPÓLOGAS 566 ... CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO 574/575 ) 557 NEM FASCISTAS NEM TELEGUIADOS: OS BOLSONARISTAS DA PERIFERIA DE PORTO ALEGRE. ELES CONTRARIAM O ESTEREÓTIPO ATRIBUÍDO PELOS CRÍTICOS E FOGEM DAS “FAKE NEWS”. O EL PAÍS MERGULHOU NO FENÔMENO DE ADESÃO AO 1200 CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A PARTIR DA PESQUISA DE DUAS ANTROPÓLOGAS (Naira Hofmeister, El País, 17 de agosto de 2018 566... Ver também VI MULHERES BRIGANDO COM HOMENS QUE FAZEM DE BOLSONARO SUA ARMA DE FOGO 557 ... CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO 574/575) 566 CARLA JIMÉNEZ ENTREVISTA ANTROPÓLOGA ROSANA PINHEIRO-MACHADO (Facebook El País, 07 de agosto de 2018) 574/575 VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO (Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 618... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 618 VAMOS DEIXAR O ÓDIO DE FORA NO DEBATE SOBRE O ABORTO. EM ENTREVISTA, A PESQUISADORA DEBORA DINIZ EXPLICA POR QUE A CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO É INCONSTITUCIONAL E COMENTA AS AMEAÇAS QUE A LEVARAM AO PROGRAMA DE PROTEÇÃO AOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS (Andrea Dip, Agência Pública, 02 de agosto de 2018... A antropóloga traz muitas informações sobre aborto no Brasil... Débora Diniz é grande defensora de que a questão seja debatida com o suporte de conhecimentos científicos, acadêmicos, de qualidade, produzidos por pesquisadores reconhecidos em suas áreas, com trabalhos submetidos a revistas, congressos... Ver sua intervenção na audiência no STF em 03 de agosto de 2018: https://www.youtube.com/watch?v=3dB5SSRCO1M ... https://www.youtube.com/watch?v=gO8TgXCKydU 345... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 345 1201 QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE 961 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930) 540/541 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA 1202 HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS (Juliana Domingos de Lima, Nexo Jornal, 04 de setembro de 2018 629... Ver COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538 ... PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA 536 ... 1203 MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 629 "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris... Há uma análise histórica da discriminação, do controle sobre as mulheres 576 ... Ver ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” 626/627 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 576 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698) 669 DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO (Uol, 11 de setembro de 2016, entrevista com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Universidade de São Paulo 748... Ver COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? 746 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62 ) 748 COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? (BBC News Mundo, 01 de setembro de 2018 746... Ver DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO 748 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62) 746 DADOS SOBRE ASSASSINATO DE LGBTS SÃO INCOMPLETOS. VERA LÚCIA, DO PSTU, CITOU O BRASIL COMO CAMPEÃO MUNDIAL EM HOMICÍDIOS DO TIPO, MAS ESTATÍSTICAS TÊM LACUNAS E NÃO COMPARAM TODOS OS PAÍSES (Ethel Rudnitzki, Agência Pública, 29 de agosto de 2018) 737 1204 CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS (Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data, mas é julho de 2018) 123 Críticas ao feminismo, ao movimento #metoo... AS FEMINISTAS E A DESTRUIÇÃO DE VALORES (Lia Bock, Blog Lia Bock/Uol Universa, 17 de agosto de 2018) 477 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 Crossdressing... Declarações de autoridades, políticos, jornalistas, artistas... 1205 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA (João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 ... Ver também MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS 48 ... CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja 1206 Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extrema-direita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html) 226 “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 11 de julho de 2018 113/114... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 247 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS 123 ... Ver também “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR 120 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108... REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS 118) 113/114 SOLIMÕES ABENÇOA FOTOS DO FILHO AO LADO DO NAMORADO E CONQUISTA MAIS FÃS (Uol, 03 de julho de 2018) 151 1207 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698) 669 Depoimentos... histórias pessoais contadas pelas pessoas que vivem essas histórias... “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 (Folha/Uol, 24 de outubro de 2018) 1064 MARIELLE E MÔNICA: UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA AOS 5 MESES DA MORTE DA VEREADORA, MÔNICA BENÍCIO CONTA COMO MARIELLE SE TORNOU O AMOR DA SUA VIDA E EXPLICA POR QUE DIZER QUE É SAPATÃO É UM ATO POLÍTICO (Daniel Arroyo e Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzido pelo El País, 15 de agosto de 2018) 701 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 1208 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA (Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018) 735 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA (BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 692... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716 ) 692 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca 1209 Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" (Maurício Dehô, Uol, 02 de setembro de 2018 724/725... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 724/725 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 COMO OBTER NOME DE ACORDO COM GÊNERO; ADVOGADA E ATIVISTA TRANS EXPLICAM (Léo Marques, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 713... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 716 ... Ver a seguinte seção do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: Transexuais, travestis... direitos... política... preconceitos... 1534 ... Lá encontram-se textos como “TRANSTORNOS” DE GÊNERO E NOME SOCIAL (Contardo Calligaris, psicanalista) 452 ... O CONGRESSO E A DESUMANIZAÇÃO (Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, mestre em Direito por Harvard) 453 ... NOME SOCIAL É CURATIVO, E TENTAM NOS TIRAR ESSE DIREITO, DIZ ALUNO TRANS 453 ... (TRANS)FOBIAS (filme de Yan Teixeira, Comunicação Social/Jornalismo, Universidade Federal de São João Del Rei - MG, 2014... Também traz a questão do nome social) 571 ... EDUCAÇÃO REALIZA CAMPANHA DE INCLUSÃO DE ALUNOS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: SECRETARIA ORIENTA ESCOLAS ESTADUAIS PARA QUE OFEREÇAM A POSSIBILIDADE DA ADOÇÃO DE NOME SOCIAL AOS ESTUDANTES (2015) 453 ... CRESCE NÚMERO DE ALUNOS TRANS QUE USAM NOME SOCIAL NAS ESCOLAS DE SP (2016) 453 ... UNESP APROVA USO DE NOME SOCIAL POR PESSOAS TRANS (junho de 2017) 468 ... OAB AUTORIZA ADVOGADOS TRAVESTIS E TRANS A USAREM NOME SOCIAL EM CARTEIRA (maio de 2016) 454 ... ELA É A 1ª ADVOGADA TRANSGÊNERO A TER SEU NOME SOCIAL NA CARTEIRINHA DA OAB 454 ... ADVOGADA TRANS É A PRIMEIRA A MUDAR NOME NO REGISTRO DE NASCIMENTO E NA OAB (junho de 2017) 456 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODEM TER NOME SOCIAL EM 1210 CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO (novembro de 2016) 457 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODERÃO INCLUIR NOME SOCIAL NO CPF (julho de 2017) 469 ... PRECONCEITO E VIOLÊNCIA EXPULSAM TRANS DE REDE DE SAÚDE: "ME SENTI VIOLADO" (Marcelle Souza, Uol, 28 de setembro de 2017, matéria também fala de nome social... Ver comentário – sobre se a questão é de “costumes” ou de “desigualdade” – que coloquei junto da matéria GAYS E LÉSBICAS CONTAM POR QUE ESCONDEM A ORIENTAÇÃO SEXUAL NO TRABALHO 1155...) 1163 ... JANOT DEFENDE ALTERAÇÃO DE GÊNERO NO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAL MESMO SEM CIRURGIA 457 ... TRANSEXUAL PEDE MORTE ASSISTIDA SE NÃO PUDER MUDAR NOME E GÊNERO 466 ... UMA TRANSEXUAL NÃO ACEITA QUE SUA CONDIÇÃO SEJA VISTA COMO TRANSTORNO (Contardo Calligaris, psicanalista) 466 ... PELA PRIMEIRA VEZ, MULHER TRANS PODE MUDAR GÊNERO SEM AVALIAÇÃO MÉDICA 466 ... STJ AUTORIZA CABELEREIRA TRANS A MUDAR SEXO EM DOCUMENTOS SEM FAZER CIRURGIA (maio de 2017) 468 ... PELA PRIMEIRA VEZ, ADVOGADA TRANSGÊNERO FAZ DEFESA PERANTE O STF (junho de 2017) 458 ... NÃO SE ADVOGA POR DIREITOS SEM A ESCUTA DE SEUS TITULARES (Carolina Gerassi, advogada, Justificando/Carta Capital, 13 de junho de 2017) 460 ) 713 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 (Canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Na verdade, o título que dei ao vídeo não está correto... Seria melhor usar expressão como “alteração do registro civil”... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... Ver COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 716 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI (Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018) 884 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA 1211 O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 SOMOS TODAS MC K_BELAS (Yasmin Thayná, HuffPost Brasil, 27 de janeiro de 2014, atualizado em 26 de janeiro e 2017 162... Ver “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO 157) 162 “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS (Mariana Simões, Agência Pública, 28 de agosto de 2018) 656 "NÓS, LGBT, JÁ FOMOS CRIANÇAS E ISSO INCOMODA", DIZ ARTISTA ACUSADA DE INCITAR PEDOFILIA (Tiago Dias, Uol, 12 de setembro de 2017) 663 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Dicionário... as palavras têm sentidos políticos... têm história... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016 97 1212 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 ABORTO MASCULINO: POR QUE ESSA EXPRESSÃO TEM GANHADO FORÇA NAS REDES? (Camila Brandalise, Uol Universa, 23 de agosto de 2018 466... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: "VIVEMOS UMA EPIDEMIA SOCIAL DE ABANDONO PATERNO", DIZ PROMOTOR 406... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA? 596) 466 DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO (Uol, 11 de setembro de 2016, entrevista com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Universidade de São Paulo 748... Ver COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? 746 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62 ) 748 COM QUE IDADE DESCOBRIMOS NOSSA ORIENTAÇÃO SEXUAL? (BBC News Mundo, 01 de setembro de 2018 746... Ver DESCOBRIR-SE TRANS NA INFÂNCIA COMO SHILOH JOLIE PITT É MENOS TRAUMÁTICO 748 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: A DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS É PRODUTO DE CADA CULTURA OU GRUPO SOCIAL 62) 746 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO 1213 “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 Educação fora da escola e questões de gênero... sexualidade... “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 (Folha/Uol, 24 de outubro de 2018) 1064 “Livro analisa a representatividade feminina nas séries em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas”, Larissa Linder, Revista Trip/Tpm/Uol, 13 de setembro de 2018 [entrevista com autora do livro: "Uma série de mulheres engraçadas - As protagonistas das sitcons em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas", Fernanda Friedrich, Gramma, 2018... Autora é pesquisadora da Unversidade Federal de Santa Catarina] https://revistatrip.uol.com.br/tpm/livro-examina-a-representatividade-das-mulheresnas-series-de-tv?utm_source=uol&utm_medium=home&utm_campaign=livroexamina-a-representatividade-das-mulheres-nas-series-de-tv 1214 “As mulheres da sitcom: uma análise de representatividade das protagonistas nas telas”, Fernanda Farias Friedrich. Tese doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Area de Concentração Crítica Feminista e Estudos de Gênero. Florianópolis, 2018 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/186287/PLIT0749T.pdf?sequence=-1&isAllowed=y GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP (Marcella Lourenzetto, Jornal da Manhã - Jovem Pan/Uol, 11 de agosto de 2018... De acordo com a matéria, os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN" (Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016... Papa Francisco afirma posição de sua igreja, contrária a métodos contraceptivos, fevereiro de 2016) 274) 453 CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 10 de agosto de 2018) 454 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR 1215 PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO (BBC News Brasil reproduzida por Uol Universa, 03 de agosto de 2018 716... Ver APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 716 GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698) 669 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 1216 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA (Uol, 20 de julho de 2018) 146 APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO (Uol, 21 de julho de 2018 149... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78... Ver também, sobre ações e falas dos dois militares citados aqui: A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222 ) 149 TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (Seleção feita em 16 de outubro de 2018 961 ... Ainda sobre o MBL, ver... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de 1217 março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 961 "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 Empresas e gênero... “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 (Folha/Uol, 24 de outubro de 2018) 1064 ELITE DA INDÚSTRIA APLAUDE BOLSONARO E VAIA CIRO POR CRITICAR REFORMA TRABALHISTA. ALCKMIN DEFENDE REFORMA TRIBUTÁRIA QUE ALIVIA EMPRESÁRIOS CITANDO TRUMP. MILITAR DA RESERVA NÃO APRESENTA PROPOSTAS, MAS LEVANTA PLATEIA COM FRASES DE EFEITO CONTRA O "POLITICAMENTE CORRETO" (Afonso Benites, El País, julho de 2018 05... Ver também COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE 153 ) 05 1218 COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE (Raquel Landim, Folha/Uol, 15 de julho de 2018) 153 “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EXPRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA (Josette Goulart, Folha/Uol, 19 de julho de 2018) 218 LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓBOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO (Fernanda Becker e Regiane Oliveira, El País, 02 de setembro de 2018 620/621... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ...Ver também PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO 624 ) 620/621 UOL, PÁGINA INICIAL, 18 OUT 2018 7H22MIN. EMPRESAS BANCAM CAMPANHA CONTRA PT NAS REDES SOCIAIS; PRÁTICA É ILEGAL 981 EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol,, 18 de outubro de 2018) 982 É HORA DE SE DEBRUÇAR SOBRE A PROPAGANDA EM REDE DE BOLSONARO. MUITOS DE NÓS ESTÃO EM BUSCA DE EXPLICAÇÕES PARA O TSUNAMI DE VOTOS EM CANDIDATURAS ANTISSISTEMA E ANTIPETISTAS NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2018 (Francisco Brito Cruz e Mariana Giorgetti Valente, El País, 18 de outubro de 2018) 986 MANIPULAÇÃO DO ELEITOR POR GRUPOS DE WHATSAPP DEIXARÁ FERIDAS NA DEMOCRACIA (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 18 de outubro de 2018) 992 GUERRA SUJA NAS REDES SOCIAIS EXPÕE O FAKE TSE (Josias de Souza, Blog do Josias/Uol, 18 de outubro de 2018... Estou trazendo textos de alguns jornalistas com 30,, 40 anos de profissão, ganhadores de prêmios nacionais e internacionais...) 995 1219 UOL, PÁGINA INICIAL, 19 OUT 2018 11H10MIN. DISPARO DE MENSAGENS CONTRA PT NO WHATSAPP CONSTRANGE TSE 996 WHATSAPP NOTIFICA AGÊNCIAS QUE DISPARAM MENSAGENS ANTI-PT. REDE SOCIAL PEDIU QUE DISPAROS EM MASSA SEJAM INTERROMPIDOS, E CONTAS ASSOCIADAS FORAM BANIDAS (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 996 UM PAÍS PRIMITIVO PRESTES A REGREDIR MAIS. BOLSONARO DEU VIA LIVRE A TODOS OS DEMÔNIOS (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 998 DOCUMENTO CONFIRMA OFERTA ILEGAL DE MENSAGENS POR WHATSAPP NA ELEIÇÃO. PROPOSTA NÃO ACEITA PELA CAMPANHA DE ALCKMIN PEDIU R$ 8,7 MI POR DISPAROS VIA APLICATIVO (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 20 de outubro de 2018) 1000 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" (Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018) 1011 CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO (Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018... O blog também se refere a apoios de empresários 846... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ) 846 PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO (Uol, 01 de setembro de 2018 624... Ver também LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓ-BOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO 620/621) 624 A TRISTE CONVENIÊNCIA DOS CANDIDATOS QUE QUEREM SER ELEITOS SEM ENFRENTAR SEUS ELEITORES. NA APAGADA ELEIÇÃO DE SÃO PAULO, ESTÁ DIFÍCIL CONVENCER CANDIDATO A DEBATER EM BAIRRO RICO, QUE DIRÁ NA PERIFERIA (Regiane Oliveira, El País, 16 de agosto de 2018... Segundo a matéria, Rogério Chequer (NOVO), candidato ao governo do estado de São Paulo, defendeu, em debate no 1220 teatro TUCA, o Programa Escola Sem Partido... Novo é partido que representa ideias do grande capital, do capital financeiro...) 555 O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO (BBC News Brasil reproduzida por Uol Universa, 03 de agosto de 2018 716... Ver APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 716 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT (Agence France Presse reproduzida pelo Uol, 15 de agosto de 2018 720... Ver MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643) 720 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 “SEM SER SUBALTERNO NEM USAR UNIFORME”: EMPRESA SÓ TEM BABÁS LGBTS (Marcos Candido, Uol Universa, 15 de setembro de 2018) 890 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 1221 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 Esportes e gênero... “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 08 de junho de 2018 134... Ver também JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" 27) 134 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 Famílias... diversidade... A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES 1222 SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 Forças armadas e questões de gênero... Ver ainda, neste arquivo, a secção Eleições 2018... DOUTRINAÇÃO E MASSIFICAÇÃO: ESCRITOR LEMBRA DA EDUCAÇÃO EM COLÉGIO MILITAR (Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 24 de outubro de 2018 1061... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 1061 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 PELA PRIMEIRA VEZ, NAVIO-ESCOLA DA MARINHA TERÁ MULHERES EM VIAGEM DE INSTRUÇÃO. DOS 208 FUTUROS OFICIAIS DA FORÇA NAVAL A BORDO DA EMBARCAÇÃO, 12 SÃO MULHERES (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 151 1223 VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO (Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 618... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 618 OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE (Rafael Alcadipani, Uol, 10 de outubro de 2018) 915 GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO (Talita Fernandes, Agora, p. A4, 17 de outubro de 2018... A retórica do presidente do PSL é comum na política brasileira de hoje... Adversários políticos são bandidos ou idiotas a serem eliminados... A política como espaço de eliminação do outro... O que tem a ver com com tentativas de partidos se perpetuarem no poder... reeleições... O PSDB governa SP desde 1995, sem contrapeso algum na Assembleia Legislativa do Estado! Não é, portanto, entranho que Escola Sem Partido tenha destaque... Igrejas apresentam sociólogos, filósofos, artistas... feministas... como aqueles que tramam a destruição da família, da civilização cristã... por meio da “ideologia de gênero”... das discussões sobre sexualidade nas escolas... Ver FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" 1011... BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES 1013 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 970 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" (Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018) 1011 1224 EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA (Uol, 20 de julho de 2018) 146 APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO (Uol, 21 de julho de 2018 149... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver, neste arquivo 4, VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO (Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 618... Ver também, sobre ações e falas dos dois militares citados aqui: A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 149 BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ...Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO (Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018) 181 BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES (Afonso Benites, El País, 05 de setembro de 2018 791... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO 618 ... Nas três matérias há 1225 coincidência notável: militares questionam várias instituições da República, menos as Forças Armadas... Urnas – Justiça Eleitoral -, dados econômicos – ministérios do governo federal -, ações de governos no Rio, durante a intervenção... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... A matéria de entrada desta chamada, ainda traz informações sobre carreata no Acre: “No sábado passado, em viagem ao Acre, Bolsonaro disse que iria ‘fuzilar a petralhada do Acre’, em referência aos políticos do PT que governam o Estado há duas décadas. Disse o candidato: ‘Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela. Vão ter que comer capim mesmo’. Nesta quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República solicitou que ele explicasse o quis dizer. O órgão analisa a possibilidade de abrir um processo pelos delitos de incitação ao crime e ameaça.” ) 791 "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA 834 ) 815 PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA CHAPA DE EXTREMA-DIREITA (Eliane Brum, El País, 10 de setembro de 2018... Novamente menção a afirmações do grupo de Bolsonaro, que implicam a esquerda e especificamente o PT no atentado... A matéria reproduz uma das primeiras imagens de Bolsonaro no hospital em São Paulo, fazendo o gesto de imitar armas com as mãos... Eliane Brum também lembra do assassinato de Marielle Franco... Ver Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ...Ver "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA 834 ) 815 GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA (Mário Magalhães, The Intercept Brasil, 12 de Setembro de 2018... O jornalista fala de ameaças de golpe, notícias falsas espalhadas por apoiadores do candidato, acusações sem apresentação de fundamentação séria... 819... Ver VENDEDOR DE LIVROS, PASTOR E “QUASE CANDIDATO”: O PASSADO DE ADÉLIO BISPO 939 ... Ver PROFISSIONAIS DA VIOLÊNCIA. A REAÇÃO DE MOURÃO, O VICE “FACA NA CAVEIRA” DE BOLSONARO, APONTA COMO O BRASIL SERÁ GOVERNADO EM CASO DE VITÓRIA DA 1226 CHAPA DE EXTREMA-DIREITA 815... "A DEMOCRACIA NÃO SE DEFENDE SOZINHA". HISTORIADOR AMERICANO TIMOTHY SNYDER, ESPECIALISTA EM AUTORITARISMO, VÊ COM PREOCUPAÇÃO CENÁRIO NO BRASIL E DIZ QUE SÓ REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES NÃO SIGNIFICA QUE CANDIDATOS E ELEITORES SERÃO INCLINADOS À DEMOCRACIA 834... BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791... EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Sobre uso político de notícias falsas, por grupos de direita, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3 ) 819 VOTO DAS MULHERES VIRA PESADELO DE BOLSONARO (Mário Magalhães, the Intercept Brasil, 22 de agosto de 2018) 559/560 BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA [Ricardo Della Coletta, El País, 29 de agosto de 2018 593... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ] 593 LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL ALVO DE BOATO FOI COMPRADO PELO MINC. DEPUTADO BOLSONARO ACUSOU DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOLAS; MEC NEGOU. MINISTÉRIO DA CULTURA DIZ TER COMPRADO UNIDADES PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS (G1 Globo, 21 de janeiro de 2016) 596 LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL 598/599... Ver também CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ) 598/599 1227 ERROS E ACERTOS DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL E NO JORNAL DAS 10 (Chico Marés, Clara Becker, Leandro Resende, Nathália Afonso e Plínio Lopes, Revista Piauí Lupa/Uol, 28 de agosto de 2018) 600 AUTORA DE LIVRO CRITICADO POR BOLSONARO REBATE: “NO FUNDO, ELE QUERIA TER GANHADO UM" (Diego Assis, Uol, 30 de agosto de 2018) 600 “BOLSONARO INCONSCIENTEMENTE QUERIA DIVULGAR MEU LIVRO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL”, DIZ ESCRITORA. AUTORA DE “APARELHO SEXUAL E CIA” CRITICA O PRESIDENCIÁVEL APÓS PROPAGADA NEGATIVA SOBRE SUA OBRA. "EU ACHO QUE SUAS OBSESSÕES DIZEM MUITO SOBRE O QUE ELE PRÓPRIO TEM NA CABEÇA", ARGUMENTA (Ricardo Della Coletta e Sara González, El País, 31 de agosto de 2018 604... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 604 O QUE HÁ DE TÃO ASSOMBROSO NO LIVRO QUE BOLSONARO NÃO PÔDE MOSTRAR NO JN? (Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 29 de agosto de 2018) 608 CRITICADO POR BOLSONARO, LIVRO "APARELHO SEXUAL E CIA." SERÁ RELANÇADO NO DIA 12 (Renata Nogueira, Uol, 05 de setembro de 2018) 616 GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 (Leandro Prazeres, Uol, 28 de setembro de 2018 920... Ver BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL 936 ) 920 O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 07 de outubro de 2018 930... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920) 930 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA 1228 HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO (Igor Gielow, Folha/Uol, 02 de setembro de 2018 609... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... LUCIANO HANG E O PELOTÃO DE EMPRESÁRIOS ‘ANTICOMUNISTAS’ PRÓ-BOLSONARO. CABO ELEITORAL DO MILITAR REFORMADO, O DONO DA REDE DE LOJAS HAVAN CONCLAMA EMPRESÁRIOS A SE UNIREM À CAUSA. NO INÍCIO DE AGOSTO, UM CAFÉ DA MANHÃ REUNIU 62 DELES PARA OUVIR AS PROPOSTAS DO CANDIDATO 620/621 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690) 609 CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI (Hanrrikson de Andrade e Rodrigo Mattos, Uol, 26 de agosto de 2018 580... Ver BOLSONARO AMEAÇA OPONENTES E ATACA LEGITIMIDADE DA DISPUTA ELEITORAL PELO PLANALTO. EM CARREATA, CANDIDATO DO PSL FAZ SÍMBOLO DE CADEIA, QUANDO É VAIADO POR OPOSITORES 791 ... VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO 618 ... POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE 785 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. 1229 SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 580 POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE (Gustavo Maia, Janaina Garcia e Marcelo Ferraz, Uol, 27 de agosto de 2018 785... Ver OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE 915 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" 871... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP 875... ) 785 O LIMITE DO INTOLERÁVEL: TRANSFORMAR UMA CHACINA EM UMA COMPETIÇÃO MACABRA (Roberto Tardelli, Justificando/Carta Capital, 09 de janeiro de 2017 906... Ver FACEBOOK MAJOR OLÍMPIO, 07 DE JANEIRO DE 2017 909 ... Major Olímpio é coordenador de campanha de Jair Bolsonaro e foi eleito senador, nas eleições de 2018, antes era deputado federal...) 906 SENADOR, MAJOR OLÍMPIO APOIARÁ VENDA DE RESERVAS INDÍGENAS E FIM DE TORCIDAS ORGANIZADAS. APOIADOR DE BOLSONARO EM SP, DEPUTADO TAMBÉM QUER REVOGAÇÃO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO (Folha/Uol, 09 de outubro de 2018... Em 1978, portanto ditadura civil-militar, foi apresentada, pelo ministro do Interior, Rangel Reis, e pelo general Ismarth, a ideia de um projeto de emancipação do Índio, o qual previa inclusive a possibilidade de que índios emancipados pudessem vender suas terras... Ver, por exemplo, livro “Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura”, Rubens Valente, Companhia das Letras, 2017... Especificamente o cap. 21, “Um moinho feroz”, pp. 302-309) 909 JANAÍNA PASCHOAL É A DEPUTADA MAIS VOTADA NA HISTÓRIA DO PAÍS. CANDIDATA DO PSL OBTEVE MAIS DE 2 MILHÕES DE VOTOS NA DISPUTA PARA O LEGISLATIVO ESTADUAL. NÚMERO SUPERA EDUARDO BOLSONARO, ATUAL RECORDISTA PARA A VAGA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS (G1 Globo, 07 de outubro de 2018) 918 1230 GOVERNADOR CONTRARIA POLÍCIA AO EXALTAR MÃE PM QUE MATOU CRIMINOSO. PARA BAIXAR LETALIDADE POLICIAL, ESTRATÉGIA DE COMANDO É CONTRA ENALTECER MORTES (Guilherme Seto, Rogério Pagnan e Sílvia Haidar, Folha/Uol, 14 de maio de 2018 896... Ver APÓS ANUNCIAR NEUTRALIDADE, FRANÇA USARÁ VICE PM PARA ATRAIR BOLSONARISTAS 913... OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE 915... POLICIAIS FARDADOS TIETAM BOLSONARO EM CAMPANHA; PM-SP APURA IRREGULARIDADE 785...) 896 TRE SUSPENDE PROPAGANDA QUE MOSTRAVA PM CANDIDATA MATANDO LADRÃO EM ESCOLA (Leonardo Martins, Uol, 05 de setembro de 2018) 899 CANDIDATA À CÂMARA, PM QUE MATOU LADRÃO DIZ: QUEM É DE BEM NÃO MATA A RODO (Talyta Vespa, Uol Universa, 21 de setembro de 2018) 902 APÓS SER CONDENADO A 623 ANOS POR MASSACRE, CORONEL UBIRATAN FOI ABSOLVIDO E ASSASSINADO EM 2006 (Janaina Garcia, Uol, 06 de abril de 2013) 905 ELEITA DEPUTADA, "MÃE PM" DEFENDE LIBERAÇÃO DAS ARMAS E APOIA BOLSONARO (Bibiana Bolson, Uol, 08 de outubro de 2018) 912 APÓS ANUNCIAR NEUTRALIDADE, FRANÇA USARÁ VICE PM PARA ATRAIR BOLSONARISTAS (Guilherme Mazieiro, Uol, 10 de outubro de 2018 913... Ver também "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" 576) 913 OPINIÃO: É DANOSO QUANDO MILITARES NÃO PASSAM IMAGEM DE NEUTRALIDADE (Rafael Alcadipani, Uol, 10 de outubro de 2018) 915 POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR (Paulo Eduardo Dias e Juliana Santoros, especial para Ponte Jornalismo, 05 de julho de 2018 07... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" (Luís Adorno, Uol, 15 de agosto de 2017) 871 ... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA (Adunifesp, 14 de agosto de 2017) 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP (Ciro Barros, Agência Pública, 15 de agosto de 2017) 875 ) 07 1231 DESONROSO É AMEAÇAR, DIZ PM QUE FOI FILMADO BEIJANDO RAPAZ EM SP. POLICIAL VIROU ALVO DE COMENTÁRIOS DE ÓDIO, FOI AMEAÇADO E AFASTADO DO TRABALHO (Marlene Bergamo Pedro Diniz, Folha/Uol, 10 de julho de 2018) 12 PM RELATA ROTINA DE TENSÃO APÓS AMEAÇAS POR ‘SELINHO”: "É COMO S EEU ESTIVESSE DE TORNOZELEIRA" (Janaina Garcia, Uol, 12 de julho de 2018) 14 PM AMEAÇADO APÓS BEIJAR HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE PROTEÇÃO POLICIAL (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 18 SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 20 COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? (Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018) 23 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 GRUPOS REPUDIAM EDITAL DA PM-PR QUE EXIGE “MASCULINIDADE” DE CANDIDATOS (Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018 671... Ver na secção Forças armadas e questões de gênero... , do índice deste arquivo, as matérias relacionadas com a matéria POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07... Ver ainda, na secção Eleições 2018..., deste arquivo, as matérias relacionadas à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República... ) 671 EDITAL nº 01-CADETE PMPR-2019. CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO PREENCHIMENTO DE VAGAS NO CARGO DE CADETE POLICIAL MILITAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. ESTADO DO PARANÁ. POLÍCIA MILITAR. DIRETORIA DE PESSOAL. CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 674 GOVERNADORA DETERMINA CORREÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO DA PM DO PARANÁ QUE PREVIA CRITÉRIO DE “MASCULINIDADE” (Roger Pereira, Paraná Portal/Uol, 13 de agosto de 2018) 674 EXIGÊNCIA DE “MASCULINIDADE" PARA PM É MONUMENTO À FRAGILIDADE DO HOMEM (Matheus Pichonelli, Blog do Pichonelli/Uol, 15 de agosto de 2018) 675 1232 ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA (Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 141... Ver EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146 ... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 141 EX-SARGENTO GAY RELATA PRESSÃO PARA DEIXAR EXÉRCITO: "VIADO NÃO PODE ENVERGAR O VERDE-OLIVA" (Janaina Garcia, Uol, 21 de julho de 2018) 144 “JÁ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?” A TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER (Tatiana Dias, The Intercept, 24 de Agosto de 2018) 688 Gays, lésbicas... ações políticas contra preconceito e discriminação... pessoas... Ver também a seção 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 (Folha/Uol, 24 de outubro de 2018) 1064 “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA (BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 692... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716 ) 692 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando 1233 Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 MAIS DE 20 GRUPOS LGBT ACUSAM PREFEITO DE SP DE IGNORAR CARTA PROTOCOLADA (Blog do Paulo Sampaio/Uol, 04 de agosto de 2018... A matéria é interessante, entre outras coisas porque apresenta a “Diversidade Tucana — movimento LGBT do PSDB” ... Ver também “PP, PSC, PSDB e MDB, os partidos da ‘Escola sem Partido’”, Mariana Bastos com reportagem adicional de Carolina de Assis, Gênero e Número, 18 de abril de 2018: http://www.generonumero.media/pp-pscpsdb-e-mdb-os-partidos-da-escola-sem-partido/ ) 762 INDIGNADOS COM DESPREZO DE COVAS, GRUPOS LGBT LANÇAM #SAIDOGABINETEPREFEITO (Paulo Sampaio, Blog do Paulo Sampaio/Uol, 22 de agosto de 2018... A matéria traz informações sobre programas da Prefeitura de São Paulo, como o Transcidadania...) 765/766 “SEM SER SUBALTERNO NEM USAR UNIFORME”: EMPRESA SÓ TEM BABÁS LGBTS (Marcos Candido, Uol Universa, 15 de setembro de 2018) 890 SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 20 COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? (Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018) 23 1234 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 GRUPOS REPUDIAM EDITAL DA PM-PR QUE EXIGE “MASCULINIDADE” DE CANDIDATOS (Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018 671... Ver na secção Forças armadas e questões de gênero... , do índice deste arquivo, as matérias relacionadas com a matéria POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07... Ver ainda, na secção Eleições 2018..., deste arquivo, as matérias relacionadas à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República... ) 671 EDITAL nº 01-CADETE PMPR-2019. CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO PREENCHIMENTO DE VAGAS NO CARGO DE CADETE POLICIAL MILITAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. ESTADO DO PARANÁ. POLÍCIA MILITAR. DIRETORIA DE PESSOAL. CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 674 GOVERNADORA DETERMINA CORREÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO DA PM DO PARANÁ QUE PREVIA CRITÉRIO DE “MASCULINIDADE” (Roger Pereira, Paraná Portal/Uol, 13 de agosto de 2018) 674 EXIGÊNCIA DE “MASCULINIDADE" PARA PM É MONUMENTO À FRAGILIDADE DO HOMEM (Matheus Pichonelli, Blog do Pichonelli/Uol, 15 de agosto de 2018) 675 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698 ) 669 ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? (Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713) 698 MARIELLE E MÔNICA: UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA AOS 5 MESES DA MORTE DA VEREADORA, MÔNICA BENÍCIO CONTA COMO MARIELLE SE TORNOU O 1235 AMOR DA SUA VIDA E EXPLICA POR QUE DIZER QUE É SAPATÃO É UM ATO POLÍTICO (Daniel Arroyo e Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzido pelo El País, 15 de agosto de 2018) 701 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 1236 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS (María R. Sahuquillo, El País, 03 de julho de 2018) 118 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR (Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 120... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114) 120 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO (André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018... Entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch) 104 1237 BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS (Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 108... Ver também “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 108 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 Gays, lésbicas... preconceito, discriminação, exclusão... violência... “SER GAY É O MELHOR PRESENTE QUE DEUS ME DEU”, DIZ PRESIDENTE DA APPLE. TIM COOK DECLAROU SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL EM 2014 (Folha/Uol, 24 de outubro de 2018) 1064 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 1238 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA (BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 692... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716 ) 692 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 BOLSONARO E A AUTOVERDADE. COMO A VALORIZAÇÃO DO ATO DE DIZER, MAIS DO QUE O CONTEÚDO DO QUE SE DIZ, VAI IMPACTAR A ELEIÇÃO NO BRASIL (Eliane Brum, El País, 16 de julho de 2018... Eliane Brum trata - entre outras questões - de ações de igrejas e movimentos de direita contra pessoas LGBTQs e a favor da censura nas escolas, via Escola Sem Partido...) 05 1239 POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR (Paulo Eduardo Dias e Juliana Santoros, especial para Ponte Jornalismo, 05 de julho de 2018 07... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" (Luís Adorno, Uol, 15 de agosto de 2017) 871 ... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA (Adunifesp, 14 de agosto de 2017) 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP (Ciro Barros, Agência Pública, 15 de agosto de 2017) 875 ) 07 DESONROSO É AMEAÇAR, DIZ PM QUE FOI FILMADO BEIJANDO RAPAZ EM SP. POLICIAL VIROU ALVO DE COMENTÁRIOS DE ÓDIO, FOI AMEAÇADO E AFASTADO DO TRABALHO (Marlene Bergamo Pedro Diniz, Folha/Uol, 10 de julho de 2018) 12 PM RELATA ROTINA DE TENSÃO APÓS AMEAÇAS POR ‘SELINHO”: "É COMO S EEU ESTIVESSE DE TORNOZELEIRA" (Janaina Garcia, Uol, 12 de julho de 2018) 14 PM AMEAÇADO APÓS BEIJAR HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE PROTEÇÃO POLICIAL (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 18 SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 20 COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? (Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018) 23 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 GRUPOS REPUDIAM EDITAL DA PM-PR QUE EXIGE “MASCULINIDADE” DE CANDIDATOS (Isabella Macedo, Congresso em Foco/Uol, 11 de agosto de 2018 671... Ver na secção Forças armadas e questões de gênero... , do índice deste arquivo, as matérias relacionadas com a matéria POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07... Ver ainda, na secção Eleições 2018..., deste arquivo, as matérias relacionadas à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República... ) 671 EDITAL nº 01-CADETE PMPR-2019. CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO PREENCHIMENTO DE VAGAS NO CARGO DE CADETE POLICIAL MILITAR DA POLÍCIA 1240 MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. ESTADO DO PARANÁ. POLÍCIA MILITAR. DIRETORIA DE PESSOAL. CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 674 GOVERNADORA DETERMINA CORREÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO DA PM DO PARANÁ QUE PREVIA CRITÉRIO DE “MASCULINIDADE” (Roger Pereira, Paraná Portal/Uol, 13 de agosto de 2018) 674 EXIGÊNCIA DE “MASCULINIDADE" PARA PM É MONUMENTO À FRAGILIDADE DO HOMEM (Matheus Pichonelli, Blog do Pichonelli/Uol, 15 de agosto de 2018) 675 ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA (Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 141... Ver EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146 ... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 141 EX-SARGENTO GAY RELATA PRESSÃO PARA DEIXAR EXÉRCITO: "VIADO NÃO PODE ENVERGAR O VERDE-OLIVA" (Janaina Garcia, Uol, 21 de julho de 2018) 144 “JÁ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?” A TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER (Tatiana Dias, The Intercept, 24 de Agosto de 2018) 688 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698 ) 669 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 1241 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" (Mirthyani Bezerra, Uol, 13 de julho de 2018 27... Ver também “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA 134 ) 27 “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012) 219 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS 1242 QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS (María R. Sahuquillo, El País, 03 de julho de 2018) 118 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR (Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 120... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114) 120 SUÍÇA INVESTIGA MÉDICO FRANCÊS QUE DIZ CURAR HOMOSSEXUALIDADE (RFI reproduzida pelo Uol Universa, 15 de agosto de 2018) 686 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS (Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 687... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: CORTE INTERAMERICANA DETERMINA QUE 20 PAÍSES RECONHEÇAM CASAMENTO GAY 999 ) 687 1243 UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO (André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018... Entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch) 104 BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS (Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 108... Ver também “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 108 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS (Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data, mas é julho de 2018) 123 Intersexuais... 1244 VIDEO “I WANT TO BE LIKE NATURE MADE ME”. MEDICALLY UNNECESSARY SURGERIES ON INTERSEX CHILDREN IN THE US (Human Rights Watch, 25 de julho de 2017) 126 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 Jornalismo e questões de gênero... diversidade... Nesta secção estão matérias que, a meu ver, ou meramente reproduzem a ideologia de gênero de igrejas..., ou discutem criticamente o próprio jornalismo, ou, ainda, matérias e programas que, sempre a meu ver, são pontos altos do jornalismo – quer porque enfrentam questões dominadas por preconceitos, quer pela escolha de entrevistados, pela relação entre jornalistas e entrevistados... 1245 “NENHUMA NARRATIVA SUBSTITUI A REPORTAGEM COMO DOCUMENTO SOBRE A HISTÓRIA EM MOVIMENTO”. DISCURSO DE ELIANE BRUM, COLUNISTA DO EL PAÍS, LIDO DURANTE O PRÊMIO COMUNIQUE-SE, DESTACA O PAPEL IMPRESCINDÍVEL DO JORNALISMO NUM MOMENTO BRUTAL DO BRASIL. XICO SÁ TAMBÉM VENCEU PRÊMIO NA CATEGORIA CULTURA PELOS TEXTOS PUBLICADOS NESTE JORNAL (Eliane Brum, El País, 12 de setembro de 2018) 828 AOS INDECISOS, AOS QUE SE ANULAM, AOS QUE PREFEREM NÃO. O MAIOR DELÍRIO VIVIDO HOJE NO BRASIL É O DA “NORMALIDADE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2018 1064... Ver MINISTRO DO TSE VETA PROGRAMA DE HADDAD QUE ASSOCIA BOLSONARO À TORTURA (Uol, 20 de outubro de 2018 1005...) 1064 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698) 669 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR 1246 BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 DADOS SOBRE ASSASSINATO DE LGBTS SÃO INCOMPLETOS. VERA LÚCIA, DO PSTU, CITOU O BRASIL COMO CAMPEÃO MUNDIAL EM HOMICÍDIOS DO TIPO, MAS ESTATÍSTICAS TÊM LACUNAS E NÃO COMPARAM TODOS OS PAÍSES (Ethel Rudnitzki, Agência Pública, 29 de agosto de 2018) 737 QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE 961 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA1247 DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776) 540/541 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 08 DE OUTUBRO DE 2018 (Um dia depois da realização do primeiro turno das eleições de 2018 1035/1036... Ver JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 11 DE OUTUBRO DE 2018 1037 ) 1035/1036 JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, PRIMEIRA PÁGINA, 11 DE OUTUBRO DE 2018 1037 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 “Ideologia de gênero” e Escola Sem Partido… matérias e textos de opinião... Ver ainda, neste arquivo, a secção Eleições 2018... DOUTRINAÇÃO E MASSIFICAÇÃO: ESCRITOR LEMBRA DA EDUCAÇÃO EM COLÉGIO MILITAR (Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 24 de outubro de 2018 1061... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 1061 1248 OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS (Caetano Veloso, Folha/Uol, 14 de outubro de 2018 954... Sobre afirmações de Olavo de Carvalho, ver, por exemplo, a respeito de crime organizado, narcotráfico: “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012: https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf ... MORRE AOS 96 ANOS O JURISTA HÉLIO BICUDO, UM DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS. FUNDAMENTAL NO COMBATE AO “ESQUADRÃO DA MORTE” NA DITADURA MILITAR, BICUDO FOI COFUNDADOR DO PT E AJUDOU NO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF (Arthur Stabile e Maria Teresa Cruz, Ponte Jornalismo, 31 de julho de 2018: https://ponte.org/morre-aos-96-anos-o-jurista-helio-bicudo-um-defensor-dos-direitoshumanos/ ... COMO A DITADURA PERSEGUIU HÉLIO BICUDO. JURISTA TEVE A VIDA ESCRUTINADA POR DENUNCIAR ATUAÇÃO DE ESQUADRÕES DA MORTE. DOCUMENTOS INÉDITOS MOSTRAM QUE A CÚPULA DO REGIME AGIU DIRETAMENTE PARA ACOBERTAR A AÇÃO DOS GRUPOS DE EXTERMÍNIO (João Soares, Deutsche Welle, 01 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/como-a-ditadura-perseguiu-h%C3%A9lio-bicudo/a44918892 ... https://p.dw.com/p/32TSG ... "DITADURA IDEALIZOU MODELO ATUAL DAS MILÍCIAS”. MILÍCIAS TIVERAM SEU EMBRIÃO NOS ESQUADRÕES DA MORTE APOIADOS PELA DITADURA, AFIRMA SOCIÓLOGO. EM ENTREVISTA, ELE REJEITA A IDEIA DE PODER PARALELO, APONTANDO QUE GRUPOS FARIAM PARTE DA “DIMENSÃO ILEGAL DO ESTADO" (João Soares, Deutsche Welle, 03 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/ditadura-idealizou-modelo-atual-das-mil%C3%ADcias/a44945335 ... https://p.dw.com/p/32aKl ... ATENTADOS DE DIREITA FOMENTARAM AI-5 CINQUENTA ANOS DEPOIS DO ATO QUE SEPULTOU AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS NO PAÍS, A PÚBLICA OBTÉM DOCUMENTOS QUE PROVAM QUE FOI A DIREITA PARAMILITAR, E NÃO A ESQUERDA, QUE DEU INÍCIO A EXPLOSÕES DE BOMBAS E ROUBOS DE ARMAS (Vasconcelo Quadros, Agência Pública reproduzida pelo El País, 02 de outubro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/politica/1538488463_222527.html ... PROGRAMA ARQUIVO N SOBRE ATENTADO NO RIOCENTRO (30 DE ABRIL DE 1981) (Roteiro e edição Luciana Savaget, Globo News, 2011: https://www.youtube.com/watch?v=QqNUttqzGMw ... https://www.youtube.com/watch?v=ZWj-YALnsl4 ... Ver também AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 954 1249 AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO (Regiane Oliveira, El País, 15 de outubro de 2018 952... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE “KIT GAY” NO FACEBOOK 978 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ...) 952 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" (Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018) 1011 BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES (Heloísa Mendonça e Naiara Galarraga Gortázar, El País, 22 de outubro de 2018) 1013 GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO (Talita Fernandes, Agora, p. A4, 17 de outubro de 2018... A retórica do presidente do PSL é comum na política brasileira de hoje... Adversários políticos são bandidos ou idiotas a serem eliminados... A política como espaço de eliminação do outro... O que tem a ver com com tentativas de partidos se perpetuarem no poder... reeleições... O PSDB governa SP desde 1995, sem contrapeso algum na Assembleia Legislativa do Estado! Não é, portanto, entranho que Escola Sem Partido tenha destaque... Igrejas apresentam sociólogos, filósofos, artistas... feministas... como aqueles que tramam a destruição da família, da civilização cristã... por meio da “ideologia de gênero”... das discussões sobre sexualidade nas escolas... Ver FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" 1011... BOLSONARO A MILHARES EM EUFORIA: “VAMOS VARRER DO MAPA OS BANDIDOS VERMELHOS”. "NÓS SOMOS O BRASIL DE VERDADE", DIZ CANDIDATO DE EXTREMA DIREITA A UMA SEMANA DO SEGUNDO TURNO. SEUS ELEITORES DERAM DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA NAS RUAS EM DEZENAS DE CIDADES 1013 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE 1250 AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 970 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA (BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018 692... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716 ) 692 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP (Marcella Lourenzetto, Jornal da Manhã - Jovem Pan/Uol, 11 de agosto de 2018... De acordo com a matéria, os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN" (Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016... Papa Francisco afirma posição de sua igreja, contrária a métodos contraceptivos, fevereiro de 2016) 274) 453 1251 CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 10 de agosto de 2018) 454 A TRISTE CONVENIÊNCIA DOS CANDIDATOS QUE QUEREM SER ELEITOS SEM ENFRENTAR SEUS ELEITORES. NA APAGADA ELEIÇÃO DE SÃO PAULO, ESTÁ DIFÍCIL CONVENCER CANDIDATO A DEBATER EM BAIRRO RICO, QUE DIRÁ NA PERIFERIA (Regiane Oliveira, El País, 16 de agosto de 2018... Segundo a matéria, Rogério Chequer (NOVO), candidato ao governo do estado de São Paulo, defendeu, em debate no teatro TUCA, o Programa Escola Sem Partido...) 555 ALCKMIN DIZ QUE IDEOLOGIA DE GÊNERO É DISCUSSÃO PARA FAMÍLIA, NÃO ESCOLA (Luciana Amaral, Uol, 11 de setembro de 2018 813... Ver SABATINA COM GERALDO ALCKMIN - UOL/FOLHA/SBT - 11/09 815 ... Alckmin não foi capaz de mostrar, com exemplos de seu próprio governo, a importância da educação... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ... CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 454 ... Ver também OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA 733 ... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ... ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN", Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016 274) 813 1252 VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA (Breiller Pires, El País, 18 de outubro de 2018 979 ... Ver também GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453... De acordo com a matéria (gravidez na adolescência), os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 454 ) 979 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" (Maurício Dehô, Uol, 02 de setembro de 2018 724/725... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 724/725 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO 1253 MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO (BBC News Brasil reproduzida por Uol Universa, 03 de agosto de 2018 716... Ver APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 716 CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT (Agence France Presse reproduzida pelo Uol, 15 de agosto de 2018... Ela foi dirigente da companhia de energia de Vermont... 720... Ver MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643) 720 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI (Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018) 884 Como defender a ideia de que pessoas que atuam na política, defendendo seus direitos de serem iguais aos outros em termos de cidadania... como defender a ideia de que 1254 essas pessoas, que justamente agora se fizeram ouvir pelas ciências médicas e são reconhecidas como seres que não são doentes (e elas nem concordam com esse poder de outros dizerem quem elas são)... como defender que na escola seja proibido falar delas, de suas condições, de suas lutas em nossa sociedade...? Essa violência é defendida por igrejas e pelo Escola Sem Partido... que reduzem os seres humanos, em certo sentido, ao código genético, à base química... mais do que isso: usando genética, química, para justificar preconceitos, perseguições, exclusão... desigualdades sociais... MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO (Jonathas Cotrim, Estadão reproduzido peloUol, 12 de agosto de 2018 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 551 ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO (Alba Santandreu, EFE reproduzida pelo Uol Universa, 27 de agosto de 2018 643... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: “PROFESSORA, VOCÊ É HOMEM?” A VIDA DE UMA MULHER TRANS NA SALA DE AULA (Ingrid Fagundez, BBC Brasil, 15 de agosto de 2017) 868 ) 643 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 "A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso", Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo, Ação Educativa, 2016 http://acaoeducativa.org.br/wpcontent/uploads/2017/05/escolasempartido_miolo.pdf 1255 “Obra aberta”, Umberto Eco, 8ed, São Paulo, Perspectiva, 1991 (Para pensar sobre ataques de movimentos como MBL, igrejas, pastores, padres... a exposições como Queermuseu... às artes... à liberdade de pensamento nas escolas...) https://teoliteraria.files.wordpress.com/2013/02/eco-umberto-obra-aberta.pdf PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO (Agência Brasil reproduzida pelo Uol, 22 de agosto de 2018) 666 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? (Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713) 698 MARIELLE E MÔNICA: UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA AOS 5 MESES DA MORTE DA VEREADORA, MÔNICA BENÍCIO CONTA COMO MARIELLE SE TORNOU O AMOR DA SUA VIDA E EXPLICA POR QUE DIZER QUE É SAPATÃO É UM ATO POLÍTICO (Daniel Arroyo e Paloma Vasconcelos, Ponte Jornalismo reproduzido pelo El País, 15 de agosto de 2018) 701 1256 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016 97... Ver também A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 97 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 1257 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA (Breiller Pires, El País, 18 de outubro de 2018 979 ... Ver também GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453... De acordo com a matéria (gravidez na adolescência), os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 454 ) 979 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 1258 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE (Seleção feita em 16 de outubro de 2018... MBL é um dos grandes apoiadores do Escola Sem Partido 961 ... Ainda sobre o MBL, ver... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM CONLUIO COM ELES. COMO A 1259 REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 961 “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL (Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 936... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: LEITURA NA ESCOLA: TERRITÓRIO EM CONFLITO. LIVROS INFANTO-JUVENIS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DA ONDA CONSERVADORA NO BRASIL (José Ruy Lozano) 262 ... O QUE SERIA DA LITERATURA NUMA "ESCOLA SEM PARTIDO"? (José Ruy Lozano, professor e autor de livros didáticos) 261 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PAIS 1260 TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA 123 ) 936 BOLSONARO E A AUTOVERDADE. COMO A VALORIZAÇÃO DO ATO DE DIZER, MAIS DO QUE O CONTEÚDO DO QUE SE DIZ, VAI IMPACTAR A ELEIÇÃO NO BRASIL (Eliane Brum, El País, 16 de julho de 2018... Eliane Brum trata - entre outras questões - de ações de igrejas e movimentos de direita contra pessoas LGBTQs e a favor da censura nas escolas, via Escola Sem Partido...) 05 “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EXPRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA (Josette Goulart, Folha/Uol, 19 de julho de 2018) 218 BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO (Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018) 181 REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA (João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 ... Ver também MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS 48 ... CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO 235 ... 1261 Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extrema-direita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html) 226 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 O QUE NAMORO DE BOLSONARO COM PR REVELA SOBRE ESTRATÉGIA RUMO AO PLANALTO (Mariana Sanches, BBC Brasil, 04 de julho de 2018) 527 Exemplos de atuação de grupos e instituições que têm defendido a ideologia de gênero patriarcal, defendido o Escola Sem Partido (seus projetos “copia e cola”) e atacado o feminismo e movimentos contrários a desigualdades sociais no Brasil... QUEM ESPALHA DESINFORMAÇÃO? E QUEM NÃO ESPALHA? A MELHOR FORMA DE LIDAR COM UMA POTENCIAL MENTIRA É PERMITIR QUE ELA SEJA DITA, PARA QUE POSSA SER DESMENTIDA PUBLICAMENTE OU CONFRONTADA JUDICIALMENTE (Rodolfo Borges, El País, 28 de julho de 2018 540/541... Ver MBL CONDENADO POR TRE POR PUBLICAR NOTÍCIA FALSA SOBRE JAQUES WAGNER (PT). MBL DAVA A ENTENDER EM VÍDEO QUE PROTESTOS ANTI-LULA ERAM CONTRA CANDIDATO AO SENADO 579 ... ESTÁ CLARO QUE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NÃO TEM CONDIÇÕES DE FISCALIZAR AS FRAUDES DO MBL, ATÉ PORQUE PARTE DELE ESTÁ EM 1262 CONLUIO COM ELES. COMO A REDE É PRIVADA, SÓ QUEM TEM PODER PARA COIBIR ABUSOS É O PRÓPRIO FACEBOOK 542 ... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL) 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... TÍTULOS DE VÍDEOS DO CANAL DO YOUTUBE MBL – MOVIMENTO BRASIL LIVRE 961 ... Sobre o MBL, mencionado no artigo de Rodolfo Borges e que apoia o Escola Sem Partido, ver a secção Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018..., página 1170, do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, com destaque para as matérias COMO GANHOU CORPO A ONDA DE FAKE NEWS SOBRE MARIELLE FRANCO 224... ESTUDO RESPONSABILIZA SITE DE OPINIÃO POLÍTICA E MBL POR ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE MARIELLE 229... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA E PERFIS ASSOCIADOS À ONDA DE FAKE NEWS CONTRA MARIELLE. REDE SOCIAL DIZ QUE PERFIS FALSOS FEREM AS NORMAS) 230... FACEBOOK TIRA DO AR PÁGINA QUE BOMBOU NOTÍCIA FALSA SOBRE MARIELLE FRANCO 232... O EXÉRCITO DE PINÓQUIOS. COMO OPERAM DEZ DOS MAIORES SITES DE NOTÍCIAS FALSAS DO PAÍS, PAGOS ATÉ COM VERBA DE GABINETE PARA DISSEMINAR BOATOS 469... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776... DONO DE SITES CRITICADOS POR “FAKE NEWS” RECEBE DINHEIRO DE DEPUTADO 777... GRUPOS DIREITISTAS DIFUNDEM “FAKE NEWS” PARA CRITICAR COMBATE DO FACEBOOK ÀS “FAKE NEWS”. MBL E ATIVISTAS DE EXTREMA-DIREITA ATACAM AGÊNCIAS DE CHECAGEM DE INFORMAÇÕES, DIVULGAM PERFIS PESSOAIS DE JORNALISTAS E USAM DADOS FALSOS PARA DESQUALIFICAR INICIATIVA DA REDE SOCIAL 649... ASSÉDIO E ATAQUE A JORNALISTAS NO CONGRESSO 775/776 ) 540/541 BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA [Ricardo Della Coletta, El País, 29 de agosto de 2018 593... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre 1263 atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ] 593 LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL ALVO DE BOATO FOI COMPRADO PELO MINC. DEPUTADO BOLSONARO ACUSOU DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOLAS; MEC NEGOU. MINISTÉRIO DA CULTURA DIZ TER COMPRADO UNIDADES PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS (G1 Globo, 21 de janeiro de 2016) 596 LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL 598/599... Ver também CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ) 598/599 ERROS E ACERTOS DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL E NO JORNAL DAS 10 (Chico Marés, Clara Becker, Leandro Resende, Nathália Afonso e Plínio Lopes, Revista Piauí Lupa/Uol, 28 de agosto de 2018) 600 AUTORA DE LIVRO CRITICADO POR BOLSONARO REBATE: “NO FUNDO, ELE QUERIA TER GANHADO UM" (Diego Assis, Uol, 30 de agosto de 2018) 600 “BOLSONARO INCONSCIENTEMENTE QUERIA DIVULGAR MEU LIVRO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL”, DIZ ESCRITORA. AUTORA DE “APARELHO SEXUAL E CIA” CRITICA O PRESIDENCIÁVEL APÓS PROPAGADA NEGATIVA SOBRE SUA OBRA. "EU ACHO QUE SUAS OBSESSÕES DIZEM MUITO SOBRE O QUE ELE PRÓPRIO TEM NA CABEÇA", ARGUMENTA (Ricardo Della Coletta e Sara González, El País, 31 de agosto de 2018 604... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 604 O QUE HÁ DE TÃO ASSOMBROSO NO LIVRO QUE BOLSONARO NÃO PÔDE MOSTRAR NO JN? (Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 29 de agosto de 2018) 608 CRITICADO POR BOLSONARO, LIVRO "APARELHO SEXUAL E CIA." SERÁ RELANÇADO NO DIA 12 (Renata Nogueira, Uol, 05 de setembro de 2018) 616 HADDAD NÃO CRIOU O “KIT GAY”. JAIR BOLSONARO (PSL) ACUSA ADVERSÁRIO DE TER SIDO RESPONSÁVEL PELA IDEALIZAÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR CONTRA HOMOFOBIA, MAS INICIATIVA SURGIU DO LEGISLATIVO (Patrícia Figueiredo, Agência 1264 Pública, 11 de outubro de 2018 942... Ver Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ) 942 UMA ANÁLISE DO CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA. AVALIAMOS O MATERIAL DIDÁTICO QUE FICOU PEJORATIVAMENTE CONHECIDO COMO 'KIT GAY' E TEVE SUA DISTRIBUIÇÃO SUSPENSA PELO GOVERNO FEDERAL EM 2011 (Bruno Mazzoco, Revista Nova Escola, 01 de Fevereiro de 2015) 946 KITS DE PT E PSDB TÊM ITENS INCÔMODOS PARA EVANGÉLICOS (Coluna Poder, Folha/Uol, 18 de outubro de 2012) 948 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 951 POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR (Paulo Eduardo Dias e Juliana Santoros, especial para Ponte Jornalismo, 05 de julho de 2018 07... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: PROFESSORES DENUNCIAM AMEAÇA DE PMS EM AUDIÊNCIA NA UNIFESP: "DEPOIS MORRE E NÃO SABE POR QUÊ" (Luís Adorno, Uol, 15 de agosto de 2017) 871 ... NOTA DE REPÚDIO DIANTE DO OCORRIDO NO CAMPUS BAIXADA SANTISTA (Adunifesp, 14 de agosto de 2017) 874 ... “ELES NÃO ESTAVAM LÁ À TOA; ALGUÉM DETERMINOU”, DIZ ADILSON PAES SOBRE INVASÃO DE POLICIAIS À AUDIÊNCIA NA UNIFESP (Ciro Barros, Agência Pública, 15 de agosto de 2017) 875 ) 07 DESONROSO É AMEAÇAR, DIZ PM QUE FOI FILMADO BEIJANDO RAPAZ EM SP. POLICIAL VIROU ALVO DE COMENTÁRIOS DE ÓDIO, FOI AMEAÇADO E AFASTADO DO TRABALHO (Marlene Bergamo Pedro Diniz, Folha/Uol, 10 de julho de 2018) 12 PM RELATA ROTINA DE TENSÃO APÓS AMEAÇAS POR ‘SELINHO”: "É COMO S EEU ESTIVESSE DE TORNOZELEIRA" (Janaina Garcia, Uol, 12 de julho de 2018) 14 PM AMEAÇADO APÓS BEIJAR HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE PROTEÇÃO POLICIAL (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 18 SOLDADO QUE BEIJOU HOMEM NO METRÔ DE SP RECEBE SOLIDARIEDADE DE POLICIAIS LGBT (Janaina Garcia, Uol, 13 de julho de 2018) 20 1265 COMO A RIGIDEZ SOBRE DEMONSTRAÇÕES DE AFETO INFLUENCIA O TRABALHO DA PM NAS RUAS? (Janaina Garcia e Luís Adorno, Uol, 13 de julho de 2018) 23 A FARDA DA ALMA (Programa Conexão Repórter, jornalista Roberto Cabrini, SBT, 09 de julho de 2018. Com Leandro Prior, soldado da PM de SP...) 27 ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA (Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 141... Ver EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146 ... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 141 EX-SARGENTO GAY RELATA PRESSÃO PARA DEIXAR EXÉRCITO: "VIADO NÃO PODE ENVERGAR O VERDE-OLIVA" (Janaina Garcia, Uol, 21 de julho de 2018) 144 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? (Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O 1266 APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713) 698 JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" (Mirthyani Bezerra, Uol, 13 de julho de 2018 27... Ver também “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA 134 ) 27 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 ARGENTINA: DO “NENHUMA A MENOS” À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. EM ENTREVISTA, DUAS ATIVISTAS DO MOVIMENTO DE MULHERES EXPLICAM COMO MOBILIZARAM A OPINIÃO PÚBLICA DO PAÍS VIZINHO E CONTAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA BUSCAR A APROVAÇÃO DO ABORTO SEGURO NO SENADO NO PRÓXIMO DIA 8 (Andrea Dip, Agência Pública, 10 de julho de 2018) 190 SENADO DA ARGENTINA REJEITA LEGALIZAR O ABORTO. MAIORIA DOS SENADORES VOTA CONTRA PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAR INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ ATÉ A 14ª SEMANA DE GESTAÇÃO, QUE HAVIA SIDO APROVADA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DIVIDIU O PAÍS. LEI ATUAL É DE 1921 (Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 321 ARGENTINA: NADA SERÁ COMO ANTES (Fernanda Paixão e Antonio Ferreira, do Coletivo Passarinho, Outras Palavras, 15 de agosto de 2018) 333 1267 Projetos de lei, leis... baseados no Escola Sem Partido... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... 1268 Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 Projetos de lei envolvendo questões de gênero, religião... VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E 1269 VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE [Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 655... Ver “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS 656 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: MASP BUSCOU ORIENTAÇÃO JURÍDICA PARA VETO INÉDITO A MENORES DE 18 ANOS (Uol, 19 de outubro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 04 ... ADVOGADOS SE UNEM PARA TENTAR BARRAR CENSURA A MENORES EM EXPOSIÇÃO NO MASP (Leonardo Rodrigues, Uol, 26 de outubro de 2017... A questão é mais ampla, os advogados procuram estudar e propor adequação de legislação, não se trata apenas da exposição do MASP) 07 ... PROJETOS PARA CLASSIFICAR EXPOSIÇÕES DE ARTE SE ESPALHAM PELO PAÍS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 16 de dezembro de 2017... A matéria também traz informações sobre pesquisa a respeito da presença de pessoas LGBTI em comerciais...) 535 ... MPF CRITICA, E MASP LIBERA ACESSO DE MENORES À MOSTRA SOBRE SEXUALIDADE (Juliana Dal Pivar, Revista Piauí/Uol, 07 de novembro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 08 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DEPUTADOS APROVAM PROJETO QUE PREVÊ CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM EXPOSIÇÕES EM SP (Uol, 14 de junho de 2018) 870 ) 655 1270 PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS (Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 687... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: CORTE INTERAMERICANA DETERMINA QUE 20 PAÍSES RECONHEÇAM CASAMENTO GAY 999 ) 687 Igrejas, religiões e questões de gênero, desigualdades de gênero, renda, educação... Ver também a seção Eleições 2018... VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 1271 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ... Ver CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção Igrejas, religiões e poder... 1265, mais especificamente a partir da p. 1288, onde estão matérias sobre Igreja Católica no Chile... por exemplo: CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DO CHILE REFERENTE ÀS INFORMAÇÕES ENTREGUES POR D. CHARLES J. SCICLUNA (Papa Francisco, Vaticano, 08 de abril de 2018) 669 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS PEDEM DEMISSÃO POR ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. CÚPULA DA IGREJA NO PAÍS É ACUSADA PELO VATICANO DE TER NEGLIGENCIADO DENÚNCIAS (Folha/Uol reproduz Reuters e Associated Press, 18 de maio de 2018) 658 ... PAPA ANUNCIA 'MUDANÇAS E RESOLUÇÕES' EM IGREJA CHILENA APÓS CASOS DE PEDOFILIA (Kelly Velasquez, Agence France Presse AFP reproduzida por Yahoo, 17 de maio de 2018) 1272 660 ... BISPOS CHILENOS DEMITEM-SE EM BLOCO DEVIDO A ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. PAPA REUNIU-SE ESTA SEMANA COM OS 34 BISPOS CHILENOS PARA DISCUTIR OMISSÕES E ENCOBRIMENTO DE UM ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS DE MENORES. TODOS ELES APRESENTARAM A SUA DEMISSÃO (Público, 18 de maio de 2018... Público é jornal de Portugal) 662/663 ... ESCÂNDALO SEXUAL LEVA TODOS OS BISPOS DO CHILE A PEDIREM DEMISSÃO AO PAPA (BBC Brasil, 18 de maio de 2018) 663 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS APRESENTAM RENÚNCIA AO PAPA PELOS ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA. AGORA CABE AO SUMO PONTÍFICE DECIDIR SE ACEITA TODAS AS RENÚNCIAS OU SOMENTE ALGUMAS DELAS (Lorena Pacho, El País, 18 de maio de 2018) 665 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS RENUNCIAM POR ESCÂNDALO DE ABUSOS (Deutsche Welle, 18 de maio de 2018) 667 ... EXCLUSIVO: DOCUMENTO RESERVADO DEL PAPA A OBISPOS REVELA FALLAS QUE DESCUBRIÓ EN LA IGLESIA CHILENA. EL TEXTO, DE DIEZ CARILLAS Y QUE LES ENTREGÓ EN ROMA EL MARTES, CONTIENE FUERTES CRÍTICAS AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LAS DENUNCIAS DE ABUSOS. EL PONTÍFICE HABLA DE “HECHOS DELICTIVOS”, “ESCÁNDALO” E “IR MÁS ALLÁ” DE LA REMOCIÓN DE PERSONAS PARA SOLUCIONAR LA CRISIS (Tele 13 T 13, 17 de maio de 2018) 672 ... LA TRANSCRIPCIÓN COMPLETA DEL DOCUMENTO RESERVADO QUE EL PAPA ENTREGÓ A LOS OBISPOS CHILENOS. T13 TUVO ACCESO EXCLUSIVO A LAS DURAS CRÍTICAS QUE EMITIÓ FRANCISCO AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LOS CASOS DE ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNOS SACERDOTES (Tele 13 T13, 17 de maio de 2018... ) 675 ... “NOS OBRIGAVAM A FICAR NUS NA PISCINA”: OS RELATOS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR BISPOS NO CHILE (Constanza Hola, BBC News Mundo, 16 de junho de 2018) 945 ... DIOCESE CHILENA SUSPENDE 14 SACERDOTES ENVOLVIDOS EM ESCÂNDALO SEXUAL (Uol reproduz AFP Agence France Presse, 23 de maio de 2018) 727) 739 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 1273 STF DÁ INÍCIO NA SEXTA A AUDIÊNCIAS SOBRE ABORTO; VEJA QUEM FALARÁ NA CORTE (Felipe Amorim, Uol, 30 de julho de 2018 372... Ver também ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381 ... SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO 415 ... Na seção Mulheres, sexualidade, contracepção, aborto... – deste arquivo – estão notícias sobre as discussões nas audiências no STF... e a respeito das posições de igrejas...) 372 DEBATE SOBRE ABORTO LEGAL NA ARGENTINA ENTRA NA RETA FINAL SOB PRESSÃO DE CONSERVADORES. MOBILIZAÇÕES AUMENTAM PARA TENTAR IMPEDIR QUE EM 8 DE AGOSTO O SENADO TORNE LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA (Mar Centenera, El País, 01 de agosto de 2018) 299 ARGENTINA VOTA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO EM MEIO A MOBILIZAÇÃO EM MASSA. SENADO DECIDE SE TORNA LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS (Mar Centera, El País, 09 de agosto de 2018) 308 SENADO ARGENTINO REJEITA LEGALIZAR ABORTO; PROJETO SÓ PODERÁ SER REAPRESENTADO DAQUI UM ANO (Uol reproduz Reuters, 09 de agosto de 2018) 312 SENADO DA ARGENTINA DIZ NÃO À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E PAÍS FICA COM LEI DE 1921. A CÂMARA ALTA SE ALINHA À IGREJA E IMPEDE QUE AS MULHERES POSSAM DECIDIR COMO E QUANDO SER MÃES (Mar Centenera, El País, 09 de agosto de 2018) 317 SENADO DA ARGENTINA REJEITA LEGALIZAR O ABORTO. MAIORIA DOS SENADORES VOTA CONTRA PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAR INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ ATÉ A 14ª SEMANA DE GESTAÇÃO, QUE HAVIA SIDO APROVADA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DIVIDIU O PAÍS. LEI ATUAL É DE 1921 (Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 321 SENADO ARGENTINO BARRA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; PAÍSES LATINOAMERICANOS SÃO OS QUE MAIS RESTRINGEM PRÁTICA NO MUNDO (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 09 de agosto de 2018) 324 1274 OPINIÃO: LEGISLAR NÃO É UM ATO DE FÉ. COM REJEIÇÃO DO SENADO AO PROJETO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, ARGENTINA PERDE OPORTUNIDADE HISTÓRICA. NO ENTANTO, PAÍS CRESCE COM LUTA DAS MULHERES POR SEUS DIREITOS (Verônica Marchiaro, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 329 ARGENTINA: NADA SERÁ COMO ANTES (Fernanda Paixão e Antonio Ferreira, do Coletivo Passarinho, Outras Palavras, 15 de agosto de 2018) 333 “MULHERES, CORPO E INSURREIÇÃO. AO RELACIONAR VIOLÊNCIA SEXUAL E DIREITOS REPRODUTIVOS COM GREVE DO TRABALHO, ARGENTINAS E POLONESAS ATINGIRAM MUITO MAIS DO QUE PARECE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2016: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/1477313842_805785.html ) BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ...Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO (Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018) 181 CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO (Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018 846... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ) 846 1275 CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS (Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018... A matéria também trata da igreja católica... 837... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690... Ver livro do filósofo francês Jacques Rancière: “O ódio à democracia”, Boitempo, 2015) 837 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 1276 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 17 de outubro de 2018 956... Ver também OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS 954 ... AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 956 “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, SP, provavelmente 19 ou 20 de setembro de 2018) 960 DE OLHO EM VOTO CATÓLICO, BOLSONARO ASSINA COMPROMISSO COM ARCEBISPO DO RIO (Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia, Uol, 17 de outubro de 2018) 964/965 EM CULTO, MALAFAIA ATACA A FOLHA E ENSINA FIÉIS A IDENTIFICAR FAKE NEWS UMA DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS EVANGÉLICAS DO PAÍS, PASTOR É CABO ELEITORAL DE BOLSONARO (Ana Luiza Albuquerque, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 967... Ver REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819 ... PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS 1277 PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA 956 ... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO 264 ... Ver também retórica agressiva de Bebianno, presidente do PSL: GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO 970 ) 967 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018) 1038 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 48... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extremadireita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ 1278 ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html ) 48 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 IGREJA DA PENSILVÂNIA ENCOBRIU MAIS DE 1.000 ABUSOS CONTRA CRIANÇAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS. CRIMES FORAM DESCOBERTOS NA MAIOR INVESTIGAÇÃO SOBRE O TEMA JÁ CONCLUÍDA NOS ESTADOS UNIDOS (Antonia Laborde, El País, 15 de agosto de 2018) 269 1279 RELATÓRIO REVELA QUE 300 PADRES ABUSARAM SEXUALMENTE CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA. DOCUMENTO DO GRANDE JÚRI DA PENSILVÂNIA RELATA ABUSOS SEXUAIS PERPETRADOS POR MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA AO LONGO DE SETE DÉCADAS. HÁ PELO MENOS 1000 VÍTIMAS IDENTIFICÁVEIS (Público, 14 de agosto de 2018... Público é jornal português) 271 INVESTIGAÇÃO ACUSA 300 PADRES DE PEDOFILIA NOS EUA, COM MAIS DE MIL VÍTIMAS ABUSOS TERIAM SIDO ENCOBERTOS POR QUASE 70 ANOS, INFORMA RELATÓRIO FEITO NA PENSILVÂNIA (O Globo reproduz The New York Times e AFP, 14 de agosto de 2018) 273 "THEY HID IT ALL”: CATHOLIC PRIESTS ABUSED 1,000 CHILDREN IN PENNSYLVANIA, REPORT SAYS (Laurie Goodstein e Sharon Otterman, The New York Times, 14 de agosto de 2018) 275 PADRES SEGUIAM CARTILHA INFORMAL PARA SILENCIAR VÍTIMAS NA PENSILVÂNIA. DIOCESES USAVAM EUFEMISMO AO TRATAR DE ABUSOS DE CRIANÇAS PARA PROTEGER REPUTAÇÃO (Danielle Brant, Folha/Uol, 15 de agosto de 2018) 280 PADRES ABUSARAM DE MAIS DE MIL CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA, DIZ RELATÓRIO. INVESTIGAÇÕES APONTAM QUE CERCA DE 300 RELIGIOSOS COMETERAM ABUSOS SEXUAIS NO ESTADO AMERICANO DESDE A DÉCADA DE 1940. ALTOS MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA TERIAM ACOBERTADO OS CASOS (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 282 OPINIÃO: APÓSTOLOS SEM MORAL. A REVELAÇÃO DE OUTRO ESCÂNDALO DE ABUSO SEXUAL NOS EUA ABALA AINDA MAIS AS FUNDAÇÕES DO VATICANO. JUSTIÇA E RESSARCIMENTO PARA AS VÍTIMAS, MAS NADA DE ABSOLVIÇÃO PARA SEUS ALGOZES, OPINA ASTRID PRANGE (Astrid Prange, Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 284 SADOMASOQUISMO E USO DE SONÍFEROS: OS DETALHES DOS ABUSOS SILENCIADOS PELA IGREJA NA PENSILVÂNIA. INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA IDENTIFICOU PELO MENOS 1.000 VÍTIMAS DE PADRES NO ESTADO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS (Joan Faus, El País, 15 de agosto de 2018) 286 “TIRAVA O COLARINHO CLERICAL. ENTÃO PODIA FAZER O QUE QUERIA”. VÍTIMAS CONTAM AO EL PAÍS A CRUEZA E A IMPUNIDADE DOS CRIMES SEXUAIS DE SACERDOTES CONTRA MENORES NA PENSILVÂNIA DURANTE 70 ANOS. O HORROR VESTIA BATINA (Amanda Mars, El País, 19 de agosto de 2018) 478 1280 BISPOS DOS EUA DEFENDEM INVESTIGAÇÃO DE ABUSO POR VATICANO. ORGANIZAÇÃO DIZ QUE PROBLEMA É FRUTA DE FALHAS NA SUPERVISÃO EPISCOPAL (Folha/Uol, 16 de agosto de 2018) 288 OS CHOCANTES CASOS DE ABUSO COMETIDOS POR “PADRES PREDADORES” CONTRA CENTENAS DE MENORES NOS EUA (BBC Brasil, 15 de agosto de 2018) 289 VATICANO CHAMA DE CRIMINOSOS OS PADRES ABUSADORES DA PENSILVÂNIA E PEDE QUE ASSUMAM RESPONSABILIDADES. IGREJA SENTE "VERGONHA E DOR" PELOS 300 CASOS DE PEDOFILIA PERPETRADOS POR SACERDOTES" (El País, 16 de agosto de 2018) 292 VATICANO SABIA DOS ABUSOS SEXUAIS NA PENSILVÂNIA PELO MENOS DESDE 1963. SANTA SÉ SE MOSTROU TOLERANTE DIANTE DE ALGUNS DOS CASOS DE PEDOFILIA, MAS É IMPOSSÍVEL SABER SE TINHA CONHECIMENTO DE TODOS OS DETALHES (Joan Faus e Laura Delle Femmine, El País, 17 de agosto de 2018) 293 “NÃO AGIMOS A TEMPO. ABANDONAMOS OS PEQUENOS”, DIZ PAPA SOBRE ABUSOS NA PENSILVÂNIA. EM CARTA, PONTÍFICE INSTA RESPONSÁVEIS ECLESIÁSTICOS A DENUNCIAREM OS POSSÍVEIS CASOS DE PEDOFILIA (Lorena Pacho, El País, 20 de agosto de 2018) 483 PAPA FRANCISCO: “A IGREJA FRACASSOU DIANTE DESSES CRIMES REPUGNANTES”. PRIMEIRO-MINISTRO IRLANDÊS PEDE UMA RESPOSTA FIRME DO PAPA EM RELAÇÃO AOS ABUSOS SEXUAIS DE MEMBROS DO CLERO E LEMBRA QUE A IRLANDA SE MODERNIZOU E QUE A RELIGIÃO JÁ NÃO ESTÁ NO CENTRO DA SOCIEDADE (Daniel Verdú, El País, 25 de agosto de 2018 484 ... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 484 IRLANDA PEDE AO PAPA “JUSTIÇA” ÀS VÍTIMAS DE ABUSOS (Agence France Presse (AFP) reproduzida pelo Uol, 25 de agosto de 2018 486... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 486 NA IRLANDA, PAPA EXPRESSA "VERGONHA” POR CASOS DE ABUSO. FRANCISCO AFIRMOU QUE AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS IRLANDESAS "FRACASSARAM” EM 1281 ENFRENTAR "CRIMES REPUGNANTES”. DESDE 2002, 14.500 PESSOAS NO PAÍS SE DECLARARAM VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR PADRES (Deutsche Welle, 25 de agosto de 2018) 489 “NOS FAZIAM COMER VÔMITO”: AS DENÚNCIAS DE ABUSOS COMETIDOS EM ORFANATO POR FREIRAS NA ESCÓCIA (BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 492... Para ver semelhanças com o que aconteceu na Irlanda, livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 492 POPE FRANCIS LONG KNEW OF CARDINAL’S ABUSES AND MUST RESIGN, ARCHBISHOP SAYS (Jason Horowitz, The New York Times, 26 de agosto de 2018 496… Ao ler a matéria, me questionei se a relação entre homossexualidade e abusos sexuais é a mesma relação que há entre heterossexualidade e estupros? Nos dois casos, há alguma relação necessária: homossexualidade implica abusos, heterossexualidade leva necessariamente a estupros? Ver, artigo com interpretação original sobre o assunto: OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM 512 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 496 EX-ALTO FUNCIONÁRIO DO VATICANO ACUSA O PAPA DE ENCOBRIR ABUSOS SEXUAIS. EX-NÚNCIO NOS EUA DIZ QUE FRANCISCO CONHECIA AS ACUSAÇÕES DE PEDOFILIA CONTRA O CARDEAL THEODOR MCCARRICK (Daniel Verdú, enviado especial, Dublin, El País, 26 de agosto de 2018) 503 EM CARTA, ARCEBISPO ACUSA FRANCISCO DE ACOBERTAR CASOS DE ABUSO SEXUAL DESDE 2013. CARLO MARIA VIGANÒ DISSE QUE O PONTÍFICE FOI INFORMADO DE ESCÂNDALOS E DE UM DOSSIÊ SOBRE ELES (Igor Gielow, Folha/Uol, 26 de agosto de 2018 514... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 514 PAPA EVITA RESPONDER ÀS ACUSAÇÕES DE ENCOBRIMENTO DE ABUSOS. FRANCISCO NÃO DEU UMA RESPOSTA CLARA À ACUSAÇÃO DE UM ARCEBISPO SOBRE SEU 1282 SUPOSTO SILÊNCIO A RESPEITO DAS ACUSAÇÕES AO CARDEAL MCCARRICK E PEDE AOS JORNALISTAS QUE JULGUEM POR SI MESMOS (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018) 507 PAPA RECOMENDA PSIQUIATRIA PARA HOMOSSEXUALIDADE DETECTADA NA INFÂNCIA. FRANCISCO DIZ QUE PAIS DEVEM REZAR COM FILHOS; VATICANO DISSE QUE FALA FOI MAL INTERPRETADA (Folha/Uol, 27 de agosto de 2018 509... Ver também, matéria que traz imagem de protesto em Paris, a respeito da declaração do papa: PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ) 509 PAPA MANTÉM SILÊNCIO APÓS SER ACUSADO DE ACOBERTAR ABUSOS. "LEIAM O DOCUMENTO ATENTAMENTE E FAÇAM O VOSSO PRÓPRIO JULGAMENTO", DECLARA FRANCISCO SOBRE CARTA EM QUE EX-EMBAIXADOR DO VATICANO O ACUSA DE IGNORAR HISTÓRICO DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR CARDEAL AMERICANO (Deutsche Welle, 27 de agosto de 2017) 510/511 OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM (Alexander Görlach, Deutsche Welle, 27 de agosto de 2018 512... Ver também EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 512 A GUERRA SUJA VOLTA AO VATICANO. ACUSAÇÕES CONTRA O PAPA AVIVAM O FOGO DE UMA LUTA POR PODER QUE, DISFARÇADA DE IDEOLOGIA E ORTODOXIA RELIGIOSA, BUSCA RESTAURAR A VELHA ORDEM (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018 516... Ver também PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ... EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 516 HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE VATICANO SABIA DE ACOBERTAMENTO, DIZ PROCURADOR. AFIRMAÇÃO É REAÇÃO A CARTA DE ARCEBISPO QUE ACUSA PAPA FRANCISCO DE SABER DE ABUSOS (Folha/Uol, 28 de agosto de 2018) 518 1283 PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 28 de agosto de 2018 520... Ver EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 520 EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA (Jason Horowitz, The New York Times reproduzido pelo Uol, 28 de agosto de 2018) 523 MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018) 468 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE (María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57... Ver AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ... No arquivo Ideologia de 1284 Gênero e Escola Sem Partido 2, ver EDUCAÇÃO SEXUAL DIVIDE SOCIEDADE POLONESA 568... #SEXEDPL NO YOUTUBE 569 ... REBELIÃO POLONESA. CRISE REVELA A IMPOTÊNCIA DA UE ANTE GUINADA AUTORITÁRIA DE UM DOS PAÍSESMEMBROS 570 ) 57 AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE (Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018) 62 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES (María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018) 64 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 1285 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 1286 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO VAI INVESTIGAR ENCONTRO DE CRIVELLA COM PASTORES (Constança Rezende, Estadão reproduzido pelo Uol, 06 de julho de 2018) 33 IMPEACHMENT DE CRIVELLA SERIA DURO GOLPE NO PROJETO DE PODER DA UNIVERSAL (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 12 de julho de 2018) 34 IMPEACHMENT NO RIO: CÂMARA REJEITA PROCESSO CONTRA MARCELO CRIVELLA – ENTENDA (André Shalders, BBC Brasil, 12 de julho de 2018) 36 CRIVELLA ESCAPA DE IMPEACHMENT, MAS CONTINUA ALVO DE INVESTIGAÇÃO (João Soares, Deutsche Welle, 13 de julho de 2018) 39 SALVO NO RIO, CRIVELLA VOTOU POR AFASTAMENTO DE DILMA POR "GRAVE CRISE ECONÔMICA" (Gustavo Maia, Uol, 13 de julho de 2018) 42 SEM “MÁRCIA” DE CRIVELLA, PACIENTE DO RIO FICA 8 MESES NA FILA POR CONSULTA. PREFEITO FOI GRAVADO OFERECENDO AJUDA DE ASSESSORA PARA AGENDAMENTOS DE FIÉIS (Júlia Barbon e Lucas Vettorazzo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 44 UNIVERSAL ATACA VEREADORES QUE APROVARAM IMPEACHMENT DE CRIVELLA. JORNAL DA IGREJA ACUSA FAVORÁVEIS DA ABERTURA DE PROCESSO CONTRA O PREFEITO DE PRECONCEITO (Folha/Uol, 24 de julho de 2018) 646 MINISTRO FAZ PRESSÃO POR CARGOS E ABRE GUERRA NO PALÁCIO DO PLANALTO. NOVO TITULAR DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA, PASTOR RONALDO FONSECA ARTICULA NOMEAÇÕES (Marina Dias, Folha/Uol, 11 de julho de 2018 31... Ver EVANGÉLICOS SE ARTICULAM PARA AUMENTAR REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA 638) 31 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 1287 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 Igrejas, religiões e sexualidade... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016 97... Ver também A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" 971... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. 1288 MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 97 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 1289 PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 17 de outubro de 2018 956... Ver também OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS 954 ... AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 956 “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, SP, provavelmente 19 ou 20 de setembro de 2018) 960 DE OLHO EM VOTO CATÓLICO, BOLSONARO ASSINA COMPROMISSO COM ARCEBISPO DO RIO (Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia, Uol, 17 de outubro de 2018) 964/965 EM CULTO, MALAFAIA ATACA A FOLHA E ENSINA FIÉIS A IDENTIFICAR FAKE NEWS UMA DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS EVANGÉLICAS DO PAÍS, PASTOR É CABO ELEITORAL DE BOLSONARO (Ana Luiza Albuquerque, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 967... Ver REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819 ... PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA 956 ... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO 264 ... Ver também retórica agressiva de Bebianno, presidente do PSL: GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO 970 ) 967 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018) 1038 1290 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO 1291 MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E 1292 VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 48... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extremadireita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html ) 48 1293 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 IGREJA DA PENSILVÂNIA ENCOBRIU MAIS DE 1.000 ABUSOS CONTRA CRIANÇAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS. CRIMES FORAM DESCOBERTOS NA MAIOR INVESTIGAÇÃO SOBRE O TEMA JÁ CONCLUÍDA NOS ESTADOS UNIDOS (Antonia Laborde, El País, 15 de agosto de 2018) 269 RELATÓRIO REVELA QUE 300 PADRES ABUSARAM SEXUALMENTE CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA. DOCUMENTO DO GRANDE JÚRI DA PENSILVÂNIA RELATA ABUSOS SEXUAIS PERPETRADOS POR MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA AO LONGO DE SETE DÉCADAS. HÁ PELO MENOS 1000 VÍTIMAS IDENTIFICÁVEIS (Público, 14 de agosto de 2018... Público é jornal português) 271 1294 INVESTIGAÇÃO ACUSA 300 PADRES DE PEDOFILIA NOS EUA, COM MAIS DE MIL VÍTIMAS ABUSOS TERIAM SIDO ENCOBERTOS POR QUASE 70 ANOS, INFORMA RELATÓRIO FEITO NA PENSILVÂNIA (O Globo reproduz The New York Times e AFP, 14 de agosto de 2018) 273 "THEY HID IT ALL”: CATHOLIC PRIESTS ABUSED 1,000 CHILDREN IN PENNSYLVANIA, REPORT SAYS (Laurie Goodstein e Sharon Otterman, The New York Times, 14 de agosto de 2018) 275 PADRES SEGUIAM CARTILHA INFORMAL PARA SILENCIAR VÍTIMAS NA PENSILVÂNIA. DIOCESES USAVAM EUFEMISMO AO TRATAR DE ABUSOS DE CRIANÇAS PARA PROTEGER REPUTAÇÃO (Danielle Brant, Folha/Uol, 15 de agosto de 2018) 280 PADRES ABUSARAM DE MAIS DE MIL CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA, DIZ RELATÓRIO. INVESTIGAÇÕES APONTAM QUE CERCA DE 300 RELIGIOSOS COMETERAM ABUSOS SEXUAIS NO ESTADO AMERICANO DESDE A DÉCADA DE 1940. ALTOS MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA TERIAM ACOBERTADO OS CASOS (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 282 OPINIÃO: APÓSTOLOS SEM MORAL. A REVELAÇÃO DE OUTRO ESCÂNDALO DE ABUSO SEXUAL NOS EUA ABALA AINDA MAIS AS FUNDAÇÕES DO VATICANO. JUSTIÇA E RESSARCIMENTO PARA AS VÍTIMAS, MAS NADA DE ABSOLVIÇÃO PARA SEUS ALGOZES, OPINA ASTRID PRANGE (Astrid Prange, Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 284 SADOMASOQUISMO E USO DE SONÍFEROS: OS DETALHES DOS ABUSOS SILENCIADOS PELA IGREJA NA PENSILVÂNIA. INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA IDENTIFICOU PELO MENOS 1.000 VÍTIMAS DE PADRES NO ESTADO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS (Joan Faus, El País, 15 de agosto de 2018) 286 “TIRAVA O COLARINHO CLERICAL. ENTÃO PODIA FAZER O QUE QUERIA”. VÍTIMAS CONTAM AO EL PAÍS A CRUEZA E A IMPUNIDADE DOS CRIMES SEXUAIS DE SACERDOTES CONTRA MENORES NA PENSILVÂNIA DURANTE 70 ANOS. O HORROR VESTIA BATINA (Amanda Mars, El País, 19 de agosto de 2018) 478 BISPOS DOS EUA DEFENDEM INVESTIGAÇÃO DE ABUSO POR VATICANO. ORGANIZAÇÃO DIZ QUE PROBLEMA É FRUTA DE FALHAS NA SUPERVISÃO EPISCOPAL (Folha/Uol, 16 de agosto de 2018) 288 OS CHOCANTES CASOS DE ABUSO COMETIDOS POR “PADRES PREDADORES” CONTRA CENTENAS DE MENORES NOS EUA (BBC Brasil, 15 de agosto de 2018) 289 1295 VATICANO CHAMA DE CRIMINOSOS OS PADRES ABUSADORES DA PENSILVÂNIA E PEDE QUE ASSUMAM RESPONSABILIDADES. IGREJA SENTE "VERGONHA E DOR" PELOS 300 CASOS DE PEDOFILIA PERPETRADOS POR SACERDOTES" (El País, 16 de agosto de 2018) 292 VATICANO SABIA DOS ABUSOS SEXUAIS NA PENSILVÂNIA PELO MENOS DESDE 1963. SANTA SÉ SE MOSTROU TOLERANTE DIANTE DE ALGUNS DOS CASOS DE PEDOFILIA, MAS É IMPOSSÍVEL SABER SE TINHA CONHECIMENTO DE TODOS OS DETALHES (Joan Faus e Laura Delle Femmine, El País, 17 de agosto de 2018) 293 “NÃO AGIMOS A TEMPO. ABANDONAMOS OS PEQUENOS”, DIZ PAPA SOBRE ABUSOS NA PENSILVÂNIA. EM CARTA, PONTÍFICE INSTA RESPONSÁVEIS ECLESIÁSTICOS A DENUNCIAREM OS POSSÍVEIS CASOS DE PEDOFILIA (Lorena Pacho, El País, 20 de agosto de 2018) 483 PAPA FRANCISCO: “A IGREJA FRACASSOU DIANTE DESSES CRIMES REPUGNANTES”. PRIMEIRO-MINISTRO IRLANDÊS PEDE UMA RESPOSTA FIRME DO PAPA EM RELAÇÃO AOS ABUSOS SEXUAIS DE MEMBROS DO CLERO E LEMBRA QUE A IRLANDA SE MODERNIZOU E QUE A RELIGIÃO JÁ NÃO ESTÁ NO CENTRO DA SOCIEDADE (Daniel Verdú, El País, 25 de agosto de 2018 484 ... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 484 IRLANDA PEDE AO PAPA “JUSTIÇA” ÀS VÍTIMAS DE ABUSOS (Agence France Presse (AFP) reproduzida pelo Uol, 25 de agosto de 2018 486... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 486 NA IRLANDA, PAPA EXPRESSA "VERGONHA” POR CASOS DE ABUSO. FRANCISCO AFIRMOU QUE AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS IRLANDESAS "FRACASSARAM” EM ENFRENTAR "CRIMES REPUGNANTES”. DESDE 2002, 14.500 PESSOAS NO PAÍS SE DECLARARAM VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR PADRES (Deutsche Welle, 25 de agosto de 2018) 489 “NOS FAZIAM COMER VÔMITO”: AS DENÚNCIAS DE ABUSOS COMETIDOS EM ORFANATO POR FREIRAS NA ESCÓCIA (BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 492... Para ver semelhanças com o que aconteceu na Irlanda, livro “Philomena”, Martin 1296 Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 492 POPE FRANCIS LONG KNEW OF CARDINAL’S ABUSES AND MUST RESIGN, ARCHBISHOP SAYS (Jason Horowitz, The New York Times, 26 de agosto de 2018 496… Ao ler a matéria, me questionei se a relação entre homossexualidade e abusos sexuais é a mesma relação que há entre heterossexualidade e estupros? Nos dois casos, há alguma relação necessária: homossexualidade implica abusos, heterossexualidade leva necessariamente a estupros? Ver, artigo com interpretação original sobre o assunto: OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM 512 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 496 EX-ALTO FUNCIONÁRIO DO VATICANO ACUSA O PAPA DE ENCOBRIR ABUSOS SEXUAIS. EX-NÚNCIO NOS EUA DIZ QUE FRANCISCO CONHECIA AS ACUSAÇÕES DE PEDOFILIA CONTRA O CARDEAL THEODOR MCCARRICK (Daniel Verdú, enviado especial, Dublin, El País, 26 de agosto de 2018) 503 EM CARTA, ARCEBISPO ACUSA FRANCISCO DE ACOBERTAR CASOS DE ABUSO SEXUAL DESDE 2013. CARLO MARIA VIGANÒ DISSE QUE O PONTÍFICE FOI INFORMADO DE ESCÂNDALOS E DE UM DOSSIÊ SOBRE ELES (Igor Gielow, Folha/Uol, 26 de agosto de 2018 514... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 514 PAPA EVITA RESPONDER ÀS ACUSAÇÕES DE ENCOBRIMENTO DE ABUSOS. FRANCISCO NÃO DEU UMA RESPOSTA CLARA À ACUSAÇÃO DE UM ARCEBISPO SOBRE SEU SUPOSTO SILÊNCIO A RESPEITO DAS ACUSAÇÕES AO CARDEAL MCCARRICK E PEDE AOS JORNALISTAS QUE JULGUEM POR SI MESMOS (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018) 507 PAPA RECOMENDA PSIQUIATRIA PARA HOMOSSEXUALIDADE DETECTADA NA INFÂNCIA. FRANCISCO DIZ QUE PAIS DEVEM REZAR COM FILHOS; VATICANO DISSE QUE FALA FOI MAL INTERPRETADA (Folha/Uol, 27 de agosto de 2018 509... Ver 1297 também, matéria que traz imagem de protesto em Paris, a respeito da declaração do papa: PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ) 509 PAPA MANTÉM SILÊNCIO APÓS SER ACUSADO DE ACOBERTAR ABUSOS. "LEIAM O DOCUMENTO ATENTAMENTE E FAÇAM O VOSSO PRÓPRIO JULGAMENTO", DECLARA FRANCISCO SOBRE CARTA EM QUE EX-EMBAIXADOR DO VATICANO O ACUSA DE IGNORAR HISTÓRICO DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR CARDEAL AMERICANO (Deutsche Welle, 27 de agosto de 2017) 510/511 OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM (Alexander Görlach, Deutsche Welle, 27 de agosto de 2018 512... Ver também EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 512 A GUERRA SUJA VOLTA AO VATICANO. ACUSAÇÕES CONTRA O PAPA AVIVAM O FOGO DE UMA LUTA POR PODER QUE, DISFARÇADA DE IDEOLOGIA E ORTODOXIA RELIGIOSA, BUSCA RESTAURAR A VELHA ORDEM (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018 516... Ver também PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ... EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 516 HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE VATICANO SABIA DE ACOBERTAMENTO, DIZ PROCURADOR. AFIRMAÇÃO É REAÇÃO A CARTA DE ARCEBISPO QUE ACUSA PAPA FRANCISCO DE SABER DE ABUSOS (Folha/Uol, 28 de agosto de 2018) 518 PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 28 de agosto de 2018 520... Ver EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 520 1298 EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA (Jason Horowitz, The New York Times reproduzido pelo Uol, 28 de agosto de 2018) 523 MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018) 468 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE (María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57... Ver AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2, ver EDUCAÇÃO SEXUAL DIVIDE SOCIEDADE POLONESA 568... #SEXEDPL NO YOUTUBE 569 ... REBELIÃO POLONESA. CRISE REVELA A IMPOTÊNCIA DA UE ANTE GUINADA AUTORITÁRIA DE UM DOS PAÍSESMEMBROS 570 ) 57 AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E 1299 COMPARECEU A SEU GABINETE (Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018) 62 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES (María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018) 64 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS (Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018... A matéria também trata da igreja católica... 837... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690... Ver livro do filósofo francês Jacques Rancière: “O ódio à democracia”, Boitempo, 2015) 837 1300 Igrejas, religiões, religiosos... ideias diferentes... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO (Alba Santandreu, EFE reproduzida pelo Uol Universa, 27 de agosto de 2018 643... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: “PROFESSORA, VOCÊ É HOMEM?” A VIDA DE UMA MULHER TRANS NA SALA DE AULA (Ingrid Fagundez, BBC Brasil, 15 de agosto de 2017) 868 ) 643 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL (Amanda Serra, Uol Universa, 02 de agosto de 2018) 380 EMBATE ENTRE RELIGIOSOS MARCA DEBATE SOBRE ABORTO NO STF (Marcos Candido, Uol Universa, 06 de agosto de 2018) 397 PRÓ E CONTRA: O DEBATE SOBRE O ABORTO NO STF. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL OUVIU SOCIEDADE CIVIL APÓS PEDIDO DO PSOL PARA DESCRIMINALIZAR ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. CASO AINDA NÃO TEM DATA PARA JULGAMENTO. ENTENDA ARGUMENTOS DOS DOIS LADOS (Renate Krieger, Deutsche Welle, 07 de agosto de 2018. Um apanhado geral das audiências e ainda sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181/15, que proibiria, na prática, mesmo casos de aborto considerados, hoje, legais... ) 416 1301 Igrejas, religiões e poder... Ver ainda, neste arquivo, as secções Eleições 2018... e Igrejas e impostos... CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 VÍDEO: COMISSÃO QUE ANALISA “ESCOLA SEM PARTIDO” TEM PROTESTO E BATEBOCA (Thallita Essi, Congresso em Foco/Uol, 12 de julho de 2018) 654 VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 1302 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ... Ver CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção Igrejas, religiões e poder... 1265, mais especificamente a partir da p. 1288, onde estão matérias sobre Igreja Católica no Chile... por exemplo: CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DO CHILE REFERENTE ÀS INFORMAÇÕES ENTREGUES POR D. CHARLES J. SCICLUNA (Papa Francisco, Vaticano, 08 de abril de 2018) 669 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS PEDEM DEMISSÃO POR ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. CÚPULA DA IGREJA NO PAÍS É ACUSADA PELO VATICANO DE TER NEGLIGENCIADO DENÚNCIAS (Folha/Uol reproduz Reuters e Associated Press, 18 de maio de 2018) 658 ... PAPA ANUNCIA 'MUDANÇAS E RESOLUÇÕES' EM IGREJA CHILENA APÓS CASOS DE PEDOFILIA (Kelly Velasquez, Agence France Presse AFP reproduzida por Yahoo, 17 de maio de 2018) 660 ... BISPOS CHILENOS DEMITEM-SE EM BLOCO DEVIDO A ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. PAPA REUNIU-SE ESTA SEMANA COM OS 34 BISPOS CHILENOS PARA DISCUTIR OMISSÕES E ENCOBRIMENTO DE UM ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS DE MENORES. TODOS ELES APRESENTARAM A SUA DEMISSÃO (Público, 18 de maio de 2018... Público é jornal de Portugal) 662/663 ... ESCÂNDALO SEXUAL LEVA TODOS OS BISPOS DO CHILE A PEDIREM DEMISSÃO AO PAPA (BBC Brasil, 18 de maio de 2018) 663 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS APRESENTAM RENÚNCIA AO PAPA PELOS ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA. AGORA CABE AO SUMO PONTÍFICE DECIDIR SE ACEITA 1303 TODAS AS RENÚNCIAS OU SOMENTE ALGUMAS DELAS (Lorena Pacho, El País, 18 de maio de 2018) 665 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS RENUNCIAM POR ESCÂNDALO DE ABUSOS (Deutsche Welle, 18 de maio de 2018) 667 ... EXCLUSIVO: DOCUMENTO RESERVADO DEL PAPA A OBISPOS REVELA FALLAS QUE DESCUBRIÓ EN LA IGLESIA CHILENA. EL TEXTO, DE DIEZ CARILLAS Y QUE LES ENTREGÓ EN ROMA EL MARTES, CONTIENE FUERTES CRÍTICAS AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LAS DENUNCIAS DE ABUSOS. EL PONTÍFICE HABLA DE “HECHOS DELICTIVOS”, “ESCÁNDALO” E “IR MÁS ALLÁ” DE LA REMOCIÓN DE PERSONAS PARA SOLUCIONAR LA CRISIS (Tele 13 T 13, 17 de maio de 2018) 672 ... LA TRANSCRIPCIÓN COMPLETA DEL DOCUMENTO RESERVADO QUE EL PAPA ENTREGÓ A LOS OBISPOS CHILENOS. T13 TUVO ACCESO EXCLUSIVO A LAS DURAS CRÍTICAS QUE EMITIÓ FRANCISCO AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LOS CASOS DE ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNOS SACERDOTES (Tele 13 T13, 17 de maio de 2018... ) 675 ... “NOS OBRIGAVAM A FICAR NUS NA PISCINA”: OS RELATOS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR BISPOS NO CHILE (Constanza Hola, BBC News Mundo, 16 de junho de 2018) 945 ... DIOCESE CHILENA SUSPENDE 14 SACERDOTES ENVOLVIDOS EM ESCÂNDALO SEXUAL (Uol reproduz AFP Agence France Presse, 23 de maio de 2018) 727 ) 739 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 EM ATRITO COM MACRI, PAPA FRANCISCO SE ENGAJA EM DEBATE SOBRE ABORTO. IGREJA ELEVA CRÍTICAS AO PROJETO DE LEI QUE DESCRIMINALIZA PRÁTICA NA ARGENTINA (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 298... Ver SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS 195 ) 298 DEBATE SOBRE ABORTO LEGAL NA ARGENTINA ENTRA NA RETA FINAL SOB PRESSÃO DE CONSERVADORES. MOBILIZAÇÕES AUMENTAM PARA TENTAR IMPEDIR QUE EM 8 1304 DE AGOSTO O SENADO TORNE LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA (Mar Centenera, El País, 01 de agosto de 2018) 299 ARGENTINA VOTA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO EM MEIO A MOBILIZAÇÃO EM MASSA. SENADO DECIDE SE TORNA LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS (Mar Centera, El País, 09 de agosto de 2018) 308 SENADO ARGENTINO REJEITA LEGALIZAR ABORTO; PROJETO SÓ PODERÁ SER REAPRESENTADO DAQUI UM ANO (Uol reproduz Reuters, 09 de agosto de 2018) 312 SENADO DA ARGENTINA DIZ NÃO À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E PAÍS FICA COM LEI DE 1921. A CÂMARA ALTA SE ALINHA À IGREJA E IMPEDE QUE AS MULHERES POSSAM DECIDIR COMO E QUANDO SER MÃES (Mar Centenera, El País, 09 de agosto de 2018) 317 SENADO DA ARGENTINA REJEITA LEGALIZAR O ABORTO. MAIORIA DOS SENADORES VOTA CONTRA PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAR INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ ATÉ A 14ª SEMANA DE GESTAÇÃO, QUE HAVIA SIDO APROVADA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DIVIDIU O PAÍS. LEI ATUAL É DE 1921 (Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 321 SENADO ARGENTINO BARRA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; PAÍSES LATINOAMERICANOS SÃO OS QUE MAIS RESTRINGEM PRÁTICA NO MUNDO (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 09 de agosto de 2018) 324 OPINIÃO: LEGISLAR NÃO É UM ATO DE FÉ. COM REJEIÇÃO DO SENADO AO PROJETO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, ARGENTINA PERDE OPORTUNIDADE HISTÓRICA. NO ENTANTO, PAÍS CRESCE COM LUTA DAS MULHERES POR SEUS DIREITOS (Verônica Marchiaro, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 329 ARGENTINA: NADA SERÁ COMO ANTES (Fernanda Paixão e Antonio Ferreira, do Coletivo Passarinho, Outras Palavras, 15 de agosto de 2018) 333 “MULHERES, CORPO E INSURREIÇÃO. AO RELACIONAR VIOLÊNCIA SEXUAL E DIREITOS REPRODUTIVOS COM GREVE DO TRABALHO, ARGENTINAS E POLONESAS ATINGIRAM MUITO MAIS DO QUE PARECE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2016: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/1477313842_805785.html ) 1305 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 1306 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE [Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 655... Ver “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS 656 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: MASP BUSCOU ORIENTAÇÃO JURÍDICA 1307 PARA VETO INÉDITO A MENORES DE 18 ANOS (Uol, 19 de outubro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 04 ... ADVOGADOS SE UNEM PARA TENTAR BARRAR CENSURA A MENORES EM EXPOSIÇÃO NO MASP (Leonardo Rodrigues, Uol, 26 de outubro de 2017... A questão é mais ampla, os advogados procuram estudar e propor adequação de legislação, não se trata apenas da exposição do MASP) 07 ... PROJETOS PARA CLASSIFICAR EXPOSIÇÕES DE ARTE SE ESPALHAM PELO PAÍS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 16 de dezembro de 2017... A matéria também traz informações sobre pesquisa a respeito da presença de pessoas LGBTI em comerciais...) 535 ... MPF CRITICA, E MASP LIBERA ACESSO DE MENORES À MOSTRA SOBRE SEXUALIDADE (Juliana Dal Pivar, Revista Piauí/Uol, 07 de novembro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 08 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DEPUTADOS APROVAM PROJETO QUE PREVÊ CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM EXPOSIÇÕES EM SP (Uol, 14 de junho de 2018) 870 ) 655 EM CULTO, MEIRELLES RECEBE ORAÇÃO E APOIO DE PASTOR: “PAI DAS FINANÇAS”, DANIEL WETERMAN (Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de agosto de 2018 532... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 532 BOLSONARO E A AUTOVERDADE. COMO A VALORIZAÇÃO DO ATO DE DIZER, MAIS DO QUE O CONTEÚDO DO QUE SE DIZ, VAI IMPACTAR A ELEIÇÃO NO BRASIL (Eliane Brum, El País, 16 de julho de 2018... Eliane Brum trata - entre outras questões - de ações de igrejas e movimentos de direita contra pessoas LGBTQs e a favor da censura nas escolas, via Escola Sem Partido 05... Ver “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EX-PRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA 218 ) 05 BOLSONARO: “QUERO AGRADECER AO ALCKMIN POR REUNIR A NATA DO QUE HÁ DE PIOR DO BRASIL AO SEU LADO”. PRESIDENCIÁVEL DE EXTREMA-DIREITA LANÇA SUA CANDIDATURA MINIMIZANDO A FALTA DE ALIANÇAS E ATACANDO O CENTRÃO, QUE DEVE APOIAR O TUCANO. "EU SEI DO DESCONFORTO QUE VENHO CAUSANDO. EU SOU O PATINHO FEIO NESSA HISTÓRIA”, AFIRMOU (Felipe Betim, El País, 22 de julho de 2018... Ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ...Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 1308 690 ... Ver, ainda, artigo COMO FABRICAR MONSTROS PARA GARANTIR O PODER EM 2018, Eliane Brum, El País, 30 de outubro de 2017: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/opinion/1509369732_431246.html ) 178 DISCURSO DE JANAINA PASCHOAL SURPREENDE E IRRITA A LIADOS DE BOLSONARO (Daniela Amorim, Constança Rezende e Leonêncio Nossa, Estadão reproduzido pelo Uol, 22 de julho de 2018) 181 CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO (Daniela Lima, Blog Painel/Uol, 20 de setembro de 2018 846... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ) 846 CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS (Aiuri Rebello, Uol, 16 de setembro de 2018... A matéria também trata da igreja católica... 837... Ver CONTRA O PT, CONFEDERAÇÃO DE PASTORES DO BRASIL DECIDE APOIAR BOLSONARO 846 ... Ver também BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593... LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690... Ver livro do filósofo francês Jacques Rancière: “O ódio à democracia”, Boitempo, 2015) 837 A ELEIÇÃO DO “KIT GAY”. BUSCAS NA INTERNET POR “KIT GAY” NESTAS ELEIÇÕES BATERAM RECORDE DE 2011, QUANDO O ASSUNTO VEIO À TONA; BOLSONARO E MALAFAIA LIDERAM MENÇÕES AO “KIT" (Alexandre Policarpo, Bruno Fonseca, Eliziane Lara e Gabriella Hauber, Agência Pública, 17 de outubro de 2018 971 ... VALE MAIS DEFENESTRAR O ‘KIT GAY’ OU PROTEGER CRIANÇAS DO ABUSO SEXUAL? EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS PODERIA SER UMA ARMA EFICAZ CONTRA ABUSADORES, MAS A HISTERIA IDEOLÓGICA É O TIRO PELA CULATRA DE QUEM SE DIZ DEFENSOR DA FAMÍLIA 979 ... MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM 1309 PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA 1044... ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS 1052... SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO 1055) 971 UOL, PÁGINA INICIAL, 23 DE OUTUBRO DE 2018, 12H18MIN (Chamadas com destaque principal, no topo da página: “Escola Sem Partido e ideologia de gênero têm suas raízes na religião”, “Entenda as polêmicas sobre Escola Sem Partido e gênero na educação”, “Como o combate à ‘ideologia de gênero’ tem pautado políticas públicas”) 1044 MOTORES DE BOLSONARO, ESCOLA SEM PARTIDO E IDEOLOGIA DE GÊNERO TÊM RAÍZES RELIGIOSAS. MOVIMENTO CONTRA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA INCORPOROU PAUTA MUNDIAL DA IGREJA CATÓLICA (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1044 ENTENDA AS POLÊMICAS SOBRE ESCOLA SEM PARTIDO E GÊNERO NA EDUCAÇÃO. TEMAS JÁ FORAM ALVO DE PROTESTOS PELO PAÍS E TÊM RAÍZES RELIGIOSAS (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1052 SAIBA COMO SURGIU O TERMO “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. MOVIMENTO CONSERVADOR TEM ORIGEM RELIGIOSA E VÊ “AMEAÇA À FAMÍLIA” EM DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO (Paulo Saldaña, Folha/Uol, 23 de outubro de 2018) 1055 PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 17 de outubro de 2018 956... Ver também OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS 954 ... AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA 982 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 956 1310 “JC NAS ELEIÇÕES” DEBATE UNIÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA (Lucas Calore, Jornal Cidade de Rio Claro, SP, provavelmente 19 ou 20 de setembro de 2018) 960 DE OLHO EM VOTO CATÓLICO, BOLSONARO ASSINA COMPROMISSO COM ARCEBISPO DO RIO (Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia, Uol, 17 de outubro de 2018 964/965... Ver EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA 982 ) 964/965 EM CULTO, MALAFAIA ATACA A FOLHA E ENSINA FIÉIS A IDENTIFICAR FAKE NEWS UMA DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS EVANGÉLICAS DO PAÍS, PASTOR É CABO ELEITORAL DE BOLSONARO (Ana Luiza Albuquerque, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018 967... Ver REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES 546 ... CAMPANHA DE JAIR BOLSONARO É MARCADA POR INTRIGAS E IMPROVISO. SEM TESOUREIRO OU MARQUETEIRO, ESTRUTURA TEM POUCA COESÃO E MUITA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DO CANDIDATO 609 ... GENERAIS INTIMIDAM OS ELEITORES E CHANTAGEIAM A DEMOCRACIA 819 ... PADRES USAM MISSAS E REDES SOCIAIS PARA APOIAR BOLSONARO E HADDAD. POSICIONAMENTO DO CLERO CATÓLICO É PRÁTICA DESESTIMULADA PELA IGREJA 956 ... EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ... QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO 264 ... Ver também retórica agressiva de Bebianno, presidente do PSL: GOVERNO NÃO SERÁ DE MAIORIA DE MILITARES, DIS BEBIANNO 970 ) 967 OS VALORES E BOATOS QUE CONDUZEM (OU NÃO) OS EVANGÉLICOS A BOLSONARO (Leandro Machado e Luiza Franco, BBC News Brasil, 23 de outubro de 2018) 1038 UOL, PÁGINA INICIAL, 18 OUT 2018 7H22MIN. EMPRESAS BANCAM CAMPANHA CONTRA PT NAS REDES SOCIAIS; PRÁTICA É ILEGAL 981 EMPRESÁRIOS BANCAM CAMPANHA CONTRA O PT PELO WHATSAPP. COM CONTRATOS DE R$ 12 MILHÕES, PRÁTICA VIOLA A LEI POR SER DOAÇÃO NÃO DECLARADA (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol,, 18 de outubro de 2018) 982 É HORA DE SE DEBRUÇAR SOBRE A PROPAGANDA EM REDE DE BOLSONARO. MUITOS DE NÓS ESTÃO EM BUSCA DE EXPLICAÇÕES PARA O TSUNAMI DE VOTOS EM 1311 CANDIDATURAS ANTISSISTEMA E ANTIPETISTAS NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2018 (Francisco Brito Cruz e Mariana Giorgetti Valente, El País, 18 de outubro de 2018) 986 MANIPULAÇÃO DO ELEITOR POR GRUPOS DE WHATSAPP DEIXARÁ FERIDAS NA DEMOCRACIA (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 18 de outubro de 2018) 992 GUERRA SUJA NAS REDES SOCIAIS EXPÕE O FAKE TSE (Josias de Souza, Blog do Josias/Uol, 18 de outubro de 2018... Estou trazendo textos de alguns jornalistas com 30,, 40 anos de profissão, ganhadores de prêmios nacionais e internacionais...) 995 UOL, PÁGINA INICIAL, 19 OUT 2018 11H10MIN. DISPARO DE MENSAGENS CONTRA PT NO WHATSAPP CONSTRANGE TSE 996 WHATSAPP NOTIFICA AGÊNCIAS QUE DISPARAM MENSAGENS ANTI-PT. REDE SOCIAL PEDIU QUE DISPAROS EM MASSA SEJAM INTERROMPIDOS, E CONTAS ASSOCIADAS FORAM BANIDAS (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 996 UM PAÍS PRIMITIVO PRESTES A REGREDIR MAIS. BOLSONARO DEU VIA LIVRE A TODOS OS DEMÔNIOS (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 998 DOCUMENTO CONFIRMA OFERTA ILEGAL DE MENSAGENS POR WHATSAPP NA ELEIÇÃO. PROPOSTA NÃO ACEITA PELA CAMPANHA DE ALCKMIN PEDIU R$ 8,7 MI POR DISPAROS VIA APLICATIVO (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 20 de outubro de 2018) 1000 GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 48... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO 1312 ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extremadireita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html ) 48 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, 1313 APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 IGREJA DA PENSILVÂNIA ENCOBRIU MAIS DE 1.000 ABUSOS CONTRA CRIANÇAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS. CRIMES FORAM DESCOBERTOS NA MAIOR INVESTIGAÇÃO SOBRE O TEMA JÁ CONCLUÍDA NOS ESTADOS UNIDOS (Antonia Laborde, El País, 15 de agosto de 2018) 269 RELATÓRIO REVELA QUE 300 PADRES ABUSARAM SEXUALMENTE CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA. DOCUMENTO DO GRANDE JÚRI DA PENSILVÂNIA RELATA ABUSOS SEXUAIS PERPETRADOS POR MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA AO LONGO DE SETE DÉCADAS. HÁ PELO MENOS 1000 VÍTIMAS IDENTIFICÁVEIS (Público, 14 de agosto de 2018... Público é jornal português) 271 INVESTIGAÇÃO ACUSA 300 PADRES DE PEDOFILIA NOS EUA, COM MAIS DE MIL VÍTIMAS ABUSOS TERIAM SIDO ENCOBERTOS POR QUASE 70 ANOS, INFORMA RELATÓRIO FEITO NA PENSILVÂNIA (O Globo reproduz The New York Times e AFP, 14 de agosto de 2018) 273 "THEY HID IT ALL”: CATHOLIC PRIESTS ABUSED 1,000 CHILDREN IN PENNSYLVANIA, REPORT SAYS (Laurie Goodstein e Sharon Otterman, The New York Times, 14 de agosto de 2018) 275 PADRES SEGUIAM CARTILHA INFORMAL PARA SILENCIAR VÍTIMAS NA PENSILVÂNIA. DIOCESES USAVAM EUFEMISMO AO TRATAR DE ABUSOS DE CRIANÇAS PARA PROTEGER REPUTAÇÃO (Danielle Brant, Folha/Uol, 15 de agosto de 2018) 280 PADRES ABUSARAM DE MAIS DE MIL CRIANÇAS NA PENSILVÂNIA, DIZ RELATÓRIO. INVESTIGAÇÕES APONTAM QUE CERCA DE 300 RELIGIOSOS COMETERAM ABUSOS SEXUAIS NO ESTADO AMERICANO DESDE A DÉCADA DE 1940. ALTOS MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA TERIAM ACOBERTADO OS CASOS (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 282 1314 OPINIÃO: APÓSTOLOS SEM MORAL. A REVELAÇÃO DE OUTRO ESCÂNDALO DE ABUSO SEXUAL NOS EUA ABALA AINDA MAIS AS FUNDAÇÕES DO VATICANO. JUSTIÇA E RESSARCIMENTO PARA AS VÍTIMAS, MAS NADA DE ABSOLVIÇÃO PARA SEUS ALGOZES, OPINA ASTRID PRANGE (Astrid Prange, Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 284 SADOMASOQUISMO E USO DE SONÍFEROS: OS DETALHES DOS ABUSOS SILENCIADOS PELA IGREJA NA PENSILVÂNIA. INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA IDENTIFICOU PELO MENOS 1.000 VÍTIMAS DE PADRES NO ESTADO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS (Joan Faus, El País, 15 de agosto de 2018) 286 “TIRAVA O COLARINHO CLERICAL. ENTÃO PODIA FAZER O QUE QUERIA”. VÍTIMAS CONTAM AO EL PAÍS A CRUEZA E A IMPUNIDADE DOS CRIMES SEXUAIS DE SACERDOTES CONTRA MENORES NA PENSILVÂNIA DURANTE 70 ANOS. O HORROR VESTIA BATINA (Amanda Mars, El País, 19 de agosto de 2018) 478 BISPOS DOS EUA DEFENDEM INVESTIGAÇÃO DE ABUSO POR VATICANO. ORGANIZAÇÃO DIZ QUE PROBLEMA É FRUTA DE FALHAS NA SUPERVISÃO EPISCOPAL (Folha/Uol, 16 de agosto de 2018) 288 OS CHOCANTES CASOS DE ABUSO COMETIDOS POR “PADRES PREDADORES” CONTRA CENTENAS DE MENORES NOS EUA (BBC Brasil, 15 de agosto de 2018) 289 VATICANO CHAMA DE CRIMINOSOS OS PADRES ABUSADORES DA PENSILVÂNIA E PEDE QUE ASSUMAM RESPONSABILIDADES. IGREJA SENTE "VERGONHA E DOR" PELOS 300 CASOS DE PEDOFILIA PERPETRADOS POR SACERDOTES" (El País, 16 de agosto de 2018) 292 VATICANO SABIA DOS ABUSOS SEXUAIS NA PENSILVÂNIA PELO MENOS DESDE 1963. SANTA SÉ SE MOSTROU TOLERANTE DIANTE DE ALGUNS DOS CASOS DE PEDOFILIA, MAS É IMPOSSÍVEL SABER SE TINHA CONHECIMENTO DE TODOS OS DETALHES (Joan Faus e Laura Delle Femmine, El País, 17 de agosto de 2018) 293 “NÃO AGIMOS A TEMPO. ABANDONAMOS OS PEQUENOS”, DIZ PAPA SOBRE ABUSOS NA PENSILVÂNIA. EM CARTA, PONTÍFICE INSTA RESPONSÁVEIS ECLESIÁSTICOS A DENUNCIAREM OS POSSÍVEIS CASOS DE PEDOFILIA (Lorena Pacho, El País, 20 de agosto de 2018) 483 PAPA FRANCISCO: “A IGREJA FRACASSOU DIANTE DESSES CRIMES REPUGNANTES”. PRIMEIRO-MINISTRO IRLANDÊS PEDE UMA RESPOSTA FIRME DO PAPA EM RELAÇÃO AOS ABUSOS SEXUAIS DE MEMBROS DO CLERO E LEMBRA QUE A IRLANDA SE MODERNIZOU E QUE A RELIGIÃO JÁ NÃO ESTÁ NO CENTRO DA SOCIEDADE (Daniel 1315 Verdú, El País, 25 de agosto de 2018 484 ... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 484 IRLANDA PEDE AO PAPA “JUSTIÇA” ÀS VÍTIMAS DE ABUSOS (Agence France Presse (AFP) reproduzida pelo Uol, 25 de agosto de 2018 486... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52 ) 486 NA IRLANDA, PAPA EXPRESSA "VERGONHA” POR CASOS DE ABUSO. FRANCISCO AFIRMOU QUE AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS IRLANDESAS "FRACASSARAM” EM ENFRENTAR "CRIMES REPUGNANTES”. DESDE 2002, 14.500 PESSOAS NO PAÍS SE DECLARARAM VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR PADRES (Deutsche Welle, 25 de agosto de 2018) 489 “NOS FAZIAM COMER VÔMITO”: AS DENÚNCIAS DE ABUSOS COMETIDOS EM ORFANATO POR FREIRAS NA ESCÓCIA (BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 492... Para ver semelhanças com o que aconteceu na Irlanda, livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 492 POPE FRANCIS LONG KNEW OF CARDINAL’S ABUSES AND MUST RESIGN, ARCHBISHOP SAYS (Jason Horowitz, The New York Times, 26 de agosto de 2018 496… Ao ler a matéria, me questionei se a relação entre homossexualidade e abusos sexuais é a mesma relação que há entre heterossexualidade e estupros? Nos dois casos, há alguma relação necessária: homossexualidade implica abusos, heterossexualidade leva necessariamente a estupros? Ver, artigo com interpretação original sobre o assunto: OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM 512 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 496 1316 EX-ALTO FUNCIONÁRIO DO VATICANO ACUSA O PAPA DE ENCOBRIR ABUSOS SEXUAIS. EX-NÚNCIO NOS EUA DIZ QUE FRANCISCO CONHECIA AS ACUSAÇÕES DE PEDOFILIA CONTRA O CARDEAL THEODOR MCCARRICK (Daniel Verdú, enviado especial, Dublin, El País, 26 de agosto de 2018) 503 EM CARTA, ARCEBISPO ACUSA FRANCISCO DE ACOBERTAR CASOS DE ABUSO SEXUAL DESDE 2013. CARLO MARIA VIGANÒ DISSE QUE O PONTÍFICE FOI INFORMADO DE ESCÂNDALOS E DE UM DOSSIÊ SOBRE ELES (Igor Gielow, Folha/Uol, 26 de agosto de 2018 514... Ver livro “Philomena”, Martin Sixsmith ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: HISTORIADORA DENUNCIA QUE CONVENTO ENTERROU ATÉ 800 RECÉM-NASCIDOS NA IRLANDA (2014) 52 ... FOSSA COM 800 BEBÊS É ACHADA EM ORFANATO CATÓLICO NA IRLANDA (2017) 52) 514 PAPA EVITA RESPONDER ÀS ACUSAÇÕES DE ENCOBRIMENTO DE ABUSOS. FRANCISCO NÃO DEU UMA RESPOSTA CLARA À ACUSAÇÃO DE UM ARCEBISPO SOBRE SEU SUPOSTO SILÊNCIO A RESPEITO DAS ACUSAÇÕES AO CARDEAL MCCARRICK E PEDE AOS JORNALISTAS QUE JULGUEM POR SI MESMOS (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018) 507 PAPA RECOMENDA PSIQUIATRIA PARA HOMOSSEXUALIDADE DETECTADA NA INFÂNCIA. FRANCISCO DIZ QUE PAIS DEVEM REZAR COM FILHOS; VATICANO DISSE QUE FALA FOI MAL INTERPRETADA (Folha/Uol, 27 de agosto de 2018 509... Ver também, matéria que traz imagem de protesto em Paris, a respeito da declaração do papa: PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ) 509 PAPA MANTÉM SILÊNCIO APÓS SER ACUSADO DE ACOBERTAR ABUSOS. "LEIAM O DOCUMENTO ATENTAMENTE E FAÇAM O VOSSO PRÓPRIO JULGAMENTO", DECLARA FRANCISCO SOBRE CARTA EM QUE EX-EMBAIXADOR DO VATICANO O ACUSA DE IGNORAR HISTÓRICO DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR CARDEAL AMERICANO (Deutsche Welle, 27 de agosto de 2017) 510/511 OPINIÃO: A FALÊNCIA MORAL DA IGREJA DO PAPA. A VISITA DE FRANCISCO À IRLANDA É MARCADA PELO ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NA INSTITUIÇÃO QUE ELE COMANDA. NA OPINIÃO DO TEÓLOGO ALEXANDER GÖRLACH, A IGREJA CATÓLICA, EM SUA ATUAL FORMA, CHEGOU MORALMENTE AO FIM (Alexander Görlach, Deutsche Welle, 27 de agosto de 2018 512... Ver também EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 512 1317 A GUERRA SUJA VOLTA AO VATICANO. ACUSAÇÕES CONTRA O PAPA AVIVAM O FOGO DE UMA LUTA POR PODER QUE, DISFARÇADA DE IDEOLOGIA E ORTODOXIA RELIGIOSA, BUSCA RESTAURAR A VELHA ORDEM (Daniel Verdú, El País, 27 de agosto de 2018 516... Ver também PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO 520 ... EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 516 HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE VATICANO SABIA DE ACOBERTAMENTO, DIZ PROCURADOR. AFIRMAÇÃO É REAÇÃO A CARTA DE ARCEBISPO QUE ACUSA PAPA FRANCISCO DE SABER DE ABUSOS (Folha/Uol, 28 de agosto de 2018) 518 PAPA ENFRENTA GUERRA CIVIL CONTRA ALA CONSERVADORA DA IGREJA CATÓLICA. GRUPO SE POSICIONA CONTRA FRANCISCO EM TEMAS COMO HOMOSSEXUALIDADE, ABORTO E DIVÓRCIO (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 28 de agosto de 2018 520... Ver EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA 523 ) 520 EM LUTA POR PODER NO VATICANO, CONSERVADORES TENTAM LIGAR ABUSOS A GAYS. ALA CRITICA A FRANCISCO CULPA UMA “CORRENTE HOMOSSEXUAL” PELO ESCÂNDALO QUE ATINGIU A IGREJA (Jason Horowitz, The New York Times reproduzido pelo Uol, 28 de agosto de 2018) 523 MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018) 468 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. 1318 ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE (María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57... Ver AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2, ver EDUCAÇÃO SEXUAL DIVIDE SOCIEDADE POLONESA 568... #SEXEDPL NO YOUTUBE 569 ... REBELIÃO POLONESA. CRISE REVELA A IMPOTÊNCIA DA UE ANTE GUINADA AUTORITÁRIA DE UM DOS PAÍSESMEMBROS 570 ) 57 AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE (Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018) 62 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES (María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018) 64 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC 1319 Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO VAI INVESTIGAR ENCONTRO DE CRIVELLA COM PASTORES (Constança Rezende, Estadão reproduzido pelo Uol, 06 de julho de 2018) 33 IMPEACHMENT DE CRIVELLA SERIA DURO GOLPE NO PROJETO DE PODER DA UNIVERSAL (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 12 de julho de 2018) 34 IMPEACHMENT NO RIO: CÂMARA REJEITA PROCESSO CONTRA MARCELO CRIVELLA – ENTENDA (André Shalders, BBC Brasil, 12 de julho de 2018) 36 CRIVELLA ESCAPA DE IMPEACHMENT, MAS CONTINUA ALVO DE INVESTIGAÇÃO (João Soares, Deutsche Welle, 13 de julho de 2018) 39 SALVO NO RIO, CRIVELLA VOTOU POR AFASTAMENTO DE DILMA POR "GRAVE CRISE ECONÔMICA" (Gustavo Maia, Uol, 13 de julho de 2018) 42 SEM “MÁRCIA” DE CRIVELLA, PACIENTE DO RIO FICA 8 MESES NA FILA POR CONSULTA. PREFEITO FOI GRAVADO OFERECENDO AJUDA DE ASSESSORA PARA AGENDAMENTOS DE FIÉIS (Júlia Barbon e Lucas Vettorazzo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 44 UNIVERSAL ATACA VEREADORES QUE APROVARAM IMPEACHMENT DE CRIVELLA. JORNAL DA IGREJA ACUSA FAVORÁVEIS DA ABERTURA DE PROCESSO CONTRA O PREFEITO DE PRECONCEITO (Folha/Uol, 24 de julho de 2018) 646 MINISTRO FAZ PRESSÃO POR CARGOS E ABRE GUERRA NO PALÁCIO DO PLANALTO. NOVO TITULAR DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA, PASTOR RONALDO FONSECA ARTICULA NOMEAÇÕES (Marina Dias, Folha/Uol, 11 de julho de 2018 31 ... Ver EVANGÉLICOS SE ARTICULAM PARA AUMENTAR REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA 638) 31 Igrejas e impostos no Brasil... 1320 Sobre a atuação de Crivella, quando senador, em relação a impostos, ver esta mesma secção do índice no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido... MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO VAI INVESTIGAR ENCONTRO DE CRIVELLA COM PASTORES (Constança Rezende, Estadão reproduzido pelo Uol, 06 de julho de 2018) 33 IMPEACHMENT DE CRIVELLA SERIA DURO GOLPE NO PROJETO DE PODER DA UNIVERSAL (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 12 de julho de 2018) 34 IMPEACHMENT NO RIO: CÂMARA REJEITA PROCESSO CONTRA MARCELO CRIVELLA – ENTENDA (André Shalders, BBC Brasil, 12 de julho de 2018) 36 CRIVELLA ESCAPA DE IMPEACHMENT, MAS CONTINUA ALVO DE INVESTIGAÇÃO (João Soares, Deutsche Welle, 13 de julho de 2018) 39 SALVO NO RIO, CRIVELLA VOTOU POR AFASTAMENTO DE DILMA POR "GRAVE CRISE ECONÔMICA" (Gustavo Maia, Uol, 13 de julho de 2018) 42 SEM “MÁRCIA” DE CRIVELLA, PACIENTE DO RIO FICA 8 MESES NA FILA POR CONSULTA. PREFEITO FOI GRAVADO OFERECENDO AJUDA DE ASSESSORA PARA AGENDAMENTOS DE FIÉIS (Júlia Barbon e Lucas Vettorazzo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 44 UNIVERSAL ATACA VEREADORES QUE APROVARAM IMPEACHMENT DE CRIVELLA. JORNAL DA IGREJA ACUSA FAVORÁVEIS DA ABERTURA DE PROCESSO CONTRA O PREFEITO DE PRECONCEITO (Folha/Uol, 24 de julho de 2018) 646 UNIVERSAL COBRA ISENÇÃO FISCAL PARA EQUIPAMENTOS DE TV. ECONOMIA CHEGARIA A R$ 5 MI; À JUSTIÇA GOVERNO ACUSA BENEFÍCIO PARA EMISSORA (Rogério Gentile, Folha/Uol, 24 de agosto de 2018) 647 Judiciário, Ministério Público, polícias e questões de gênero... 1321 FILHO DE BOLSONARO AMEAÇA STF E DIZ QUE PARA FECHAR CORTE BASTA “UM SOLDADO E UM CABO”. DECLARAÇÕES, FEITAS EM JULHO EM UM CURSINHO, PROVOCAM REPÚDIO. FHC DIZ QUE HÁ "CHEIRO DE FASCISMO" (Ricardo Della Coletta e Felipe Betim, El País, 21 de outubro de 2018) 1011 OLAVO FAZ INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA; CONVOCO MEUS CONCIDADÃOS A REPUDIÁLO. TEXTO ANUNCIA UMA ESCALADA DE AÇÕES VIOLENTAS E CONCLAMA SEGUIDORES A PERPETRÁ-LAS (Caetano Veloso, Folha/Uol, 14 de outubro de 2018 954... Sobre afirmações de Olavo de Carvalho, ver, por exemplo, a respeito de crime organizado, narcotráfico: “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012: https://br.boell.org/sites/default/files/no_sapatinho_lav_hbs1_1.pdf ... MORRE AOS 96 ANOS O JURISTA HÉLIO BICUDO, UM DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS. FUNDAMENTAL NO COMBATE AO “ESQUADRÃO DA MORTE” NA DITADURA MILITAR, BICUDO FOI COFUNDADOR DO PT E AJUDOU NO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF (Arthur Stabile e Maria Teresa Cruz, Ponte Jornalismo, 31 de julho de 2018: https://ponte.org/morre-aos-96-anos-o-jurista-helio-bicudo-um-defensor-dos-direitoshumanos/ ... COMO A DITADURA PERSEGUIU HÉLIO BICUDO. JURISTA TEVE A VIDA ESCRUTINADA POR DENUNCIAR ATUAÇÃO DE ESQUADRÕES DA MORTE. DOCUMENTOS INÉDITOS MOSTRAM QUE A CÚPULA DO REGIME AGIU DIRETAMENTE PARA ACOBERTAR A AÇÃO DOS GRUPOS DE EXTERMÍNIO (João Soares, Deutsche Welle, 01 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/como-a-ditadura-perseguiu-h%C3%A9lio-bicudo/a44918892 ... https://p.dw.com/p/32TSG ... "DITADURA IDEALIZOU MODELO ATUAL DAS MILÍCIAS”. MILÍCIAS TIVERAM SEU EMBRIÃO NOS ESQUADRÕES DA MORTE APOIADOS PELA DITADURA, AFIRMA SOCIÓLOGO. EM ENTREVISTA, ELE REJEITA A IDEIA DE PODER PARALELO, APONTANDO QUE GRUPOS FARIAM PARTE DA “DIMENSÃO ILEGAL DO ESTADO" (João Soares, Deutsche Welle, 03 de agosto de 2018: https://www.dw.com/pt-br/ditadura-idealizou-modelo-atual-das-mil%C3%ADcias/a44945335 ... https://p.dw.com/p/32aKl ... ATENTADOS DE DIREITA FOMENTARAM AI-5 CINQUENTA ANOS DEPOIS DO ATO QUE SEPULTOU AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS NO PAÍS, A PÚBLICA OBTÉM DOCUMENTOS QUE PROVAM QUE FOI A DIREITA PARAMILITAR, E NÃO A ESQUERDA, QUE DEU INÍCIO A EXPLOSÕES DE BOMBAS E ROUBOS DE ARMAS (Vasconcelo Quadros, Agência Pública reproduzida pelo El País, 02 de outubro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/politica/1538488463_222527.html ... PROGRAMA ARQUIVO N SOBRE ATENTADO NO RIOCENTRO (30 DE ABRIL DE 1981) (Roteiro e edição Luciana Savaget, Globo News, 2011: https://www.youtube.com/watch?v=QqNUttqzGMw ... 1322 https://www.youtube.com/watch?v=ZWj-YALnsl4 ... Ver também AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO 952 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 954 AO VIVO | ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO E HADDAD NA COBERTURA EM TEMPO REAL. NESTA SEGUNDA-FEIRA, O TSE NEGOU PEDIDO DE HADDAD DE RETIRAR POST DE OLAVO DE CARVALHO SOBRE INCESTO (Regiane Oliveira, El País, 15 de outubro de 2018 952... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE “KIT GAY” NO FACEBOOK 978 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ...) 952 PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA (Marianna Holanda, Estadão reproduzido pelo Uol, 28 de julho de 2018... A matéria também apresenta medidas do TSE para garantir participação mais igualitária de mulheres nas eleições, com mínimo de candidaturas, participação no dinheiro destinado a bancar campanhas... 536 ... Ver também COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629) 536 REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES (Renata Agostini, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018... A matéria tem o seguinte trecho: "’Desde 1986, a participação deles no Congresso só cresce. Em 2006, há queda pontual, em função do escândalo dos Sanguessugas, que envolve líderes evangélicos’, diz Ronaldo Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.” ) 546 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 1323 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 STF DÁ INÍCIO NA SEXTA A AUDIÊNCIAS SOBRE ABORTO; VEJA QUEM FALARÁ NA CORTE (Felipe Amorim, Uol, 30 de julho de 2018 372... Ver também ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381 ... SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO 415 ... Na seção Mulheres, sexualidade, contracepção, aborto... – deste arquivo – estão notícias sobre as discussões nas audiências no STF...) 372 COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS (Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018) 152 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS 1324 (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK (Rafael Moraes Moura, Estadão reproduzido pelo Uol, 16 de outubro de 2018 978... Ver LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC 598/599 ... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM 593 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, Revista Piauí/Uol, edição 129, junho de 2017... E-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221) 978 MINISTRO DO TSE VETA PROGRAMA DE HADDAD QUE ASSOCIA BOLSONARO À TORTURA (Uol, 20 de outubro de 2018 1005... AOS INDECISOS, AOS QUE SE ANULAM, AOS QUE PREFEREM NÃO. O MAIOR DELÍRIO VIVIDO HOJE NO BRASIL É O DA “NORMALIDADE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2018) 1064 ... Ver TSE DETERMINA REMOÇÃO DE VÍDEOS DE BOLSONARO SOBRE "KIT GAY" NO FACEBOOK 978) 1005 1325 MANIPULAÇÃO DO ELEITOR POR GRUPOS DE WHATSAPP DEIXARÁ FERIDAS NA DEMOCRACIA (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 18 de outubro de 2018) 992 GUERRA SUJA NAS REDES SOCIAIS EXPÕE O FAKE TSE (Josias de Souza, Blog do Josias/Uol, 18 de outubro de 2018... Estou trazendo textos de alguns jornalistas com 30,, 40 anos de profissão, ganhadores de prêmios nacionais e internacionais...) 995 UOL, PÁGINA INICIAL, 19 OUT 2018 11H10MIN. DISPARO DE MENSAGENS CONTRA PT NO WHATSAPP CONSTRANGE TSE 996 WHATSAPP NOTIFICA AGÊNCIAS QUE DISPARAM MENSAGENS ANTI-PT. REDE SOCIAL PEDIU QUE DISPAROS EM MASSA SEJAM INTERROMPIDOS, E CONTAS ASSOCIADAS FORAM BANIDAS (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 996 UM PAÍS PRIMITIVO PRESTES A REGREDIR MAIS. BOLSONARO DEU VIA LIVRE A TODOS OS DEMÔNIOS (Clóvis Rossi, Folha/Uol, 19 de outubro de 2018) 998 DOCUMENTO CONFIRMA OFERTA ILEGAL DE MENSAGENS POR WHATSAPP NA ELEIÇÃO. PROPOSTA NÃO ACEITA PELA CAMPANHA DE ALCKMIN PEDIU R$ 8,7 MI POR DISPAROS VIA APLICATIVO (Patrícia Campos Mello, Folha/Uol, 20 de outubro de 2018) 1000 QUEERMUSEU, A EXPOSIÇÃO MAIS DEBATIDA E MENOS VISTA DOS ÚLTIMOS TEMPOS, REABRE NO RIO (Júlia Dias Carneiro, BBC News Brasil, 16 de agosto de 2018... Reproduzida pelo Uol, mesmo título e data 264... Ver JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL 469 ... PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO 666 ... Ver, na seção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... , deste arquivo, a referência a “Obra aberta”, Umberto Eco... Ver mais sobre Queermuseu nos arquivos Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 1, 2 e 3... Ver ainda, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 264 ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) (Nicola Pamplona, Folha/Uol, 18 de agosto de 2018... Matéria também fala de manifestantes pró-Bolsonaro e Magno Malta; protesto teve convocação na página do Facebook do MBL... Sobre o MBL, ver, por exemplo, no 1326 arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção do Índice Assassinato de Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro: 14 de março de 2018... p. 1170) 296 JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO LIBERA ENTRADA DE CRIANÇAS NA "QUEERMUSEU" (Carolina Farias, Uol Universa, 21 de agosto de 2018 777... Ver ABERTURA DA MOSTRA QUEERMUSEU, NO RIO, TEM PROTESTOS DE MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FECHADA UM ANO ATRÁS DIANTE DE CENSURA, EXPOSIÇÃO É REINAUGURADA NESTE SÁBADO (18) 296... LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA PROMULGADA POR MÁRCIO FRANÇA GERA POLÊMICA. NORMA SE APLICA A EXPOSIÇÕES E MOSTRAS DE ARTE [Mônica Bergamo, Folha/Uol, 14 de julho de 2018 655... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: MASP BUSCOU ORIENTAÇÃO JURÍDICA PARA VETO INÉDITO A MENORES DE 18 ANOS (Uol, 19 de outubro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 04 ... ADVOGADOS SE UNEM PARA TENTAR BARRAR CENSURA A MENORES EM EXPOSIÇÃO NO MASP (Leonardo Rodrigues, Uol, 26 de outubro de 2017... A questão é mais ampla, os advogados procuram estudar e propor adequação de legislação, não se trata apenas da exposição do MASP) 07 ... PROJETOS PARA CLASSIFICAR EXPOSIÇÕES DE ARTE SE ESPALHAM PELO PAÍS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 16 de dezembro de 2017... A matéria também traz informações sobre pesquisa a respeito da presença de pessoas LGBTI em comerciais...) 535 ... MPF CRITICA, E MASP LIBERA ACESSO DE MENORES À MOSTRA SOBRE SEXUALIDADE (Juliana Dal Pivar, Revista Piauí/Uol, 07 de novembro de 2017... Sobre a mostra “Histórias da sexualidade”) 08 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DEPUTADOS APROVAM PROJETO QUE PREVÊ CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM EXPOSIÇÕES EM SP (Uol, 14 de junho de 2018) 870 ) 777 “EU RECEBI MAIS DE CEM AMEAÇAS DE MORTE”, DIZ CURADOR DA EXPOSIÇÃO QUEERMUSEU. GAUDÊNCIO FIDELIS FALA SOBRE OS ATAQUES À EXPOSIÇÃO DE ARTE CANCELADA NO ANO PASSADO EM PORTO ALEGRE E REINAUGURADA NO RIO DE JANEIRO NESTE MÊS (Mariana Simões, Agência Pública, 28 de agosto de 2018) 656 "NÓS, LGBT, JÁ FOMOS CRIANÇAS E ISSO INCOMODA", DIZ ARTISTA ACUSADA DE INCITAR PEDOFILIA (Tiago Dias, Uol, 12 de setembro de 2017) 663 UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO (André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018... Entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch) 104 BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA 1327 PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS (Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 108... Ver também “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 108 “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR (Justificando/Carta Capital, 05 de julho de 2018 120... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS 118 ) 120 ÍNDIA DESPENALIZA A HOMOSSEXUALIDADE. SUPREMA CORTE REVOGA PROIBIÇÃO ESTABELECIDA POR UMA LEI VITORIANA DO SÉCULO XIX (Ángel L. Martínez Cantera, El País, 06 de setembro de 2018 694/695... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EXPARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ) 694/695 SUPREMA CORTE DA ÍNDIA DESCRIMINALIZA HOMOSSEXUALIDADE. EM DECISÃO HISTÓRICA, JUÍZES JULGAM INCONSTITUCIONAL LEI DA ERA COLONIAL QUE PUNIA "ATOS CONTRA A NATUREZA" COM ATÉ DEZ ANOS DE PRISÃO, NUMA GRANDE VITÓRIA PARA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA COMUNIDADE LGBT (Deutsche Welle, 06 de setembro de 2018) 996/997 “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 11 de julho de 2018 113/114... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 247 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS 1328 SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS 123 ... Ver também “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR 120 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108... REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS 118) 113/114 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA (Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018) 735 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 1329 COMO OBTER NOME DE ACORDO COM GÊNERO; ADVOGADA E ATIVISTA TRANS EXPLICAM (Léo Marques, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 713... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 716 ... Ver a seguinte seção do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: Transexuais, travestis... direitos... política... preconceitos... 1534 ... Lá encontram-se textos como “TRANSTORNOS” DE GÊNERO E NOME SOCIAL (Contardo Calligaris, psicanalista) 452 ... O CONGRESSO E A DESUMANIZAÇÃO (Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, mestre em Direito por Harvard) 453 ... NOME SOCIAL É CURATIVO, E TENTAM NOS TIRAR ESSE DIREITO, DIZ ALUNO TRANS 453 ... (TRANS)FOBIAS (filme de Yan Teixeira, Comunicação Social/Jornalismo, Universidade Federal de São João Del Rei - MG, 2014... Também traz a questão do nome social) 571 ... EDUCAÇÃO REALIZA CAMPANHA DE INCLUSÃO DE ALUNOS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: SECRETARIA ORIENTA ESCOLAS ESTADUAIS PARA QUE OFEREÇAM A POSSIBILIDADE DA ADOÇÃO DE NOME SOCIAL AOS ESTUDANTES (2015) 453 ... CRESCE NÚMERO DE ALUNOS TRANS QUE USAM NOME SOCIAL NAS ESCOLAS DE SP (2016) 453 ... UNESP APROVA USO DE NOME SOCIAL POR PESSOAS TRANS (junho de 2017) 468 ... OAB AUTORIZA ADVOGADOS TRAVESTIS E TRANS A USAREM NOME SOCIAL EM CARTEIRA (maio de 2016) 454 ... ELA É A 1ª ADVOGADA TRANSGÊNERO A TER SEU NOME SOCIAL NA CARTEIRINHA DA OAB 454 ... ADVOGADA TRANS É A PRIMEIRA A MUDAR NOME NO REGISTRO DE NASCIMENTO E NA OAB (junho de 2017) 456 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODEM TER NOME SOCIAL EM CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO (novembro de 2016) 457 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODERÃO INCLUIR NOME SOCIAL NO CPF (julho de 2017) 469 ... PRECONCEITO E VIOLÊNCIA EXPULSAM TRANS DE REDE DE SAÚDE: "ME SENTI VIOLADO" (Marcelle Souza, Uol, 28 de setembro de 2017, matéria também fala de nome social... Ver comentário – sobre se a questão é de “costumes” ou de “desigualdade” – que coloquei junto da matéria GAYS E LÉSBICAS CONTAM POR QUE ESCONDEM A ORIENTAÇÃO SEXUAL NO TRABALHO 1155...) 1163 ... JANOT DEFENDE ALTERAÇÃO DE GÊNERO NO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAL MESMO SEM CIRURGIA 457 ... TRANSEXUAL PEDE MORTE ASSISTIDA SE NÃO PUDER MUDAR NOME E GÊNERO 466 ... UMA TRANSEXUAL NÃO ACEITA QUE SUA CONDIÇÃO SEJA VISTA COMO TRANSTORNO (Contardo Calligaris, psicanalista) 466 ... PELA PRIMEIRA VEZ, MULHER TRANS PODE MUDAR GÊNERO SEM AVALIAÇÃO MÉDICA 466 ... STJ AUTORIZA CABELEREIRA TRANS A MUDAR SEXO EM DOCUMENTOS SEM FAZER CIRURGIA (maio de 2017) 468 ... PELA PRIMEIRA VEZ, ADVOGADA TRANSGÊNERO FAZ DEFESA PERANTE O STF (junho de 2017) 458 ... NÃO SE ADVOGA POR DIREITOS SEM A ESCUTA DE SEUS TITULARES (Carolina Gerassi, advogada, Justificando/Carta Capital, 13 de junho de 2017) 460 ) 713 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 (Canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho 1330 de 2017... Na verdade, o título que dei ao vídeo não está correto... Seria melhor usar expressão como “alteração do registro civil”... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... Ver COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 716 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 ABORTO, QUESTÃO-CHAVE NA INDICAÇÃO DE TRUMP PARA O SUPREMO DOS EUA. PRESIDENTE NORTE-AMERICANO PREVÊ ANUNCIAR NA NOITE DESTA SEGUNDA SEU ESCOLHIDO PARA A VAGA DE KENNEDY. NOME PODE CRIAR NOVO BALANÇO CONSERVADOR NO TRIBUNAL (Joan Faus, El País, julho de 2018) 184 DONALD TRUMP CONSOLIDA GUINADA CONSERVADORA NA SUPREMA CORTE. O PRESIDENTE REFORÇA O GIRO PARA A DIREITA DO TRIBUNAL SUPERIOR COM A NOMEAÇÃO DE BRETT KAVANAUGH, O SEGUNDO EM UM ANO E MEIO (Amanda Mars, El País, 09 de julho de 2018) 186 1331 ESCOLHA DE KAVANAUGH GERA PROTESTOS EM FRENTE À SUPREMA CORTE DOS EUA (Uol, 10 de julho de 2018) 188 BRETT KAVANAUGH, ALGOZ DO IMPEACHMENT DE CLINTON E O ESCOLHIDO POR TRUMP PARA A SUPREMA CORTE. INDICADO PARA A VAGA DE ANTHONY KENNEDY TEM ESTREITAS RELAÇÕES COM O MUNDO CONSERVADOR, MAS ALGUNS REPUBLICANOS O CONSIDERARAM MODERADO DEMAIS (Joan Faus, El País, 10 de julho de 2018) 189 Literatura... há links para download... BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA [Ricardo Della Coletta, El País, 29 de agosto de 2018 593... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS (Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, sobre atuação de políticos ligados a igrejas no caso do material contra homofobia, deturpado com a denominação “kit gay”) 221 ] 593 LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL ALVO DE BOATO FOI COMPRADO PELO MINC. DEPUTADO BOLSONARO ACUSOU DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOLAS; MEC NEGOU. MINISTÉRIO DA CULTURA DIZ TER COMPRADO UNIDADES PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS (G1 Globo, 21 de janeiro de 2016) 596 LIVRO EXIBIDO POR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL NÃO FOI COMPRADO PELO MEC (Uol, 30 de agosto de 2018... A matéria também cita atuação do MBL 598/599... Ver também CULTO-COMÍCIO. PASTORES CITAM CANDIDATOS DA IGREJA E MOSTRAM INCLINAÇÃO POLÍTICA NOS CULTOS 837 ... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ) 598/599 ERROS E ACERTOS DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL E NO JORNAL DAS 10 (Chico Marés, Clara Becker, Leandro Resende, Nathália Afonso e Plínio Lopes, Revista Piauí Lupa/Uol, 28 de agosto de 2018) 600 1332 AUTORA DE LIVRO CRITICADO POR BOLSONARO REBATE: “NO FUNDO, ELE QUERIA TER GANHADO UM" (Diego Assis, Uol, 30 de agosto de 2018) 600 “BOLSONARO INCONSCIENTEMENTE QUERIA DIVULGAR MEU LIVRO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL”, DIZ ESCRITORA. AUTORA DE “APARELHO SEXUAL E CIA” CRITICA O PRESIDENCIÁVEL APÓS PROPAGADA NEGATIVA SOBRE SUA OBRA. "EU ACHO QUE SUAS OBSESSÕES DIZEM MUITO SOBRE O QUE ELE PRÓPRIO TEM NA CABEÇA", ARGUMENTA (Ricardo Della Coletta e Sara González, El País, 31 de agosto de 2018 604... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, PADRE PAULO RICARDO DE AZEVEDO JR E SANCTUS ANGELE DOMINI. AÇÕES NO YOUTUBE, FACEBOOK, CONGRESSO NACIONAL 690 ) 604 O QUE HÁ DE TÃO ASSOMBROSO NO LIVRO QUE BOLSONARO NÃO PÔDE MOSTRAR NO JN? (Rodrigo Casarin, Blog Página Cinco/Uol, 29 de agosto de 2018) 608 CRITICADO POR BOLSONARO, LIVRO "APARELHO SEXUAL E CIA." SERÁ RELANÇADO NO DIA 12 (Renata Nogueira, Uol, 05 de setembro de 2018) 616 GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 (Leandro Prazeres, Uol, 28 de setembro de 2018 920... Ver BOLSONARO MENTIU AO FALAR DE LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO “JORNAL NACIONAL”. CANDIDATO DO PSL MOSTRA PUBLICAÇÃO QUE SERIA PARTE DO “KIT GAY”, MAS TÍTULO NUNCA FOI COMPRADO PELO MEC NEM FOI INCLUÍDO NO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA 593 ... O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL 936 ) 920 “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL (Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 936... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920... 1333 O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: LEITURA NA ESCOLA: TERRITÓRIO EM CONFLITO. LIVROS INFANTO-JUVENIS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DA ONDA CONSERVADORA NO BRASIL (José Ruy Lozano) 262 ... O QUE SERIA DA LITERATURA NUMA "ESCOLA SEM PARTIDO"? (José Ruy Lozano, professor e autor de livros didáticos) 261 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PAIS TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA 123 ) 936 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI (Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018) 884 Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download... “O ódio à democracia”, Jacques Rancière, Boitempo Editorial, 2015 CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_sem_homofobia.pdf https://drive.google.com/file/d/1QlrbgmRD0En6VzK1kxlSFNFeAWoesdrx/view?usp=sh aring “Entrevista: ‘Uma ciência feminista precisa explicitar os contextos nos quais o conhecimento produzido por ela é construído’”, Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018 [entrevista com a pesquisadora Marina Nucci... Nessa entrevista obtive as referências dos dois trabalhos a seguir, de Londa Schiebinger e Fabíola Rohden]: 1334 http://www.generonumero.media/entrevista-uma-ciencia-feminista-precisa-explicitaros-contextos-nos-quais-o-conhecimento-produzido-por-ela-e-construido/ “O feminismo mudou a ciência?”, Londa Schiebinger, tradução de Raul Fiker, Bauru, SP, EDUSC - Editora da Universidade do Sagrado Coração, 2001. 384p. (Coleção Mulher) http://brasil.indymedia.org/media/2007/06/386937.pdf (link para download) "Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX", Fabíola Rohden, Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 8, n. 17, p. 101-125, junho de 2002. [Este artigo tem origem na tese de doutorado de Fabíola Rohden, intitulada "Uma ciência da diferença: sexo, contracepção e natalidade na medicina da mulher", apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Museu Nacional – UFRJ, em 2000] http://www.scielo.br/pdf/%0D/ha/v8n17/19078.pdf “Pesquisa nacional de aborto 2016”, Débora Diniz, Marcelo Medeiros e Alberto Madeiro, Ciência & Saúde Coletiva, 22 (2), pp. 653 a 660, 2017 http://www.scielo.br/pdf/csc/v22n2/1413-8123-csc-22-02-0653.pdf “Percepções sobre o aborto no Brasil”, Pesquisa Locomotiva/ Instituto Patrícia Galvão, novembro de 2017 [pesquisa citada na matéria É CONSTRANGEDOR NÃO DEFENDER ABORTO LEGAL E SEGURO EM AUDIÊNCIA NO STF (Maria Carolina Trevisan, Blog de Maria Carolina Trevisan/Uol Universa, 03 de agosto de 2018) 362 ] http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2017/12/PesquisaPercep%C3%A7%C3%B5es-sobre-Aborto.pdf "Reasons U.S. Women Have Abortions: Quantitative and Qualitative Perspectives", Lawrence B. Finer, Lori F. Frohwirth, Lindsay A. Dauphinee, Susheela Singh and Ann M. 1335 Moore, Perspectives on Sexual and Reproductive Health, 37(3):110–118, september 2005 [todos os autores são do Guttmacher Institute, New York] https://www.guttmacher.org/sites/default/files/pdfs/pubs/psrh/full/3711005.pdf “Abortion Worldwide 2017: Uneven Progress and Unequal Access”, Susheela Singh, Lisa Remez, Gilda Sedgh, Lorraine Kwokand e Tsuyoshi Onda, Guttmacher Institute, março de 2018 [texto citado na seguinte matéria do Uol: ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL (Amanda Serra, Uol Universa, 02 de agosto de 2018) 380 ] https://www.guttmacher.org/report/abortion-worldwide-2017 https://www.guttmacher.org/sites/default/files/report_pdf/abortion-worldwide2017.pdf “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (19641988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php "A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso", Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo, Ação Educativa, 2016 http://acaoeducativa.org.br/wpcontent/uploads/2017/05/escolasempartido_miolo.pdf “Livro analisa a representatividade feminina nas séries em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas”, Larissa Linder, Revista Trip/Tpm/Uol, 13 de setembro de 2018 [entrevista com autora do livro: "Uma série de mulheres engraçadas - As protagonistas das sitcons em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas", Fernanda Friedrich, Gramma, 2018... Autora é pesquisadora da Unversidade Federal de Santa Catarina] 1336 https://revistatrip.uol.com.br/tpm/livro-examina-a-representatividade-das-mulheresnas-series-de-tv?utm_source=uol&utm_medium=home&utm_campaign=livroexamina-a-representatividade-das-mulheres-nas-series-de-tv “As mulheres da sitcom: uma análise de representatividade das protagonistas nas telas”, Fernanda Farias Friedrich. Tese doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Area de Concentração Crítica Feminista e Estudos de Gênero. Florianópolis, 2018 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/186287/PLIT0749T.pdf?sequence=-1&isAllowed=y “Obra aberta”, Umberto Eco, 8ed, São Paulo, Perspectiva, 1991 (Para pensar sobre ataques de movimentos como MBL, igrejas, pastores, padres... a exposições como Queermuseu... às artes... à liberdade de pensamento nas escolas...) https://teoliteraria.files.wordpress.com/2013/02/eco-umberto-obra-aberta.pdf “Morte e vida das grandes cidades”, Jane Jacobs, São Paulo, WMF Martins Fontes, 2011 (Ver AS CIDADES MASCULINAS ERGUIDAS PELO URBANISMO DO SÉCULO 20 167/168 ) https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3843818/course/section/923498/JACOBSJane-1961-Morte-e-Vida-de-Grandes-Cidades%20%281%29.pdf “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012) 219 Manifestações públicas de preconceito, machismo, homofobia... 1337 ELITE DA INDÚSTRIA APLAUDE BOLSONARO E VAIA CIRO POR CRITICAR REFORMA TRABALHISTA. ALCKMIN DEFENDE REFORMA TRIBUTÁRIA QUE ALIVIA EMPRESÁRIOS CITANDO TRUMP. MILITAR DA RESERVA NÃO APRESENTA PROPOSTAS, MAS LEVANTA PLATEIA COM FRASES DE EFEITO CONTRA O "POLITICAMENTE CORRETO" (Afonso Benites, El País, julho de 2018 05... Ver também COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE 153 ... “O PROBLEMA DO BOLSONARO NÃO É ECONÔMICO, É CIVILIZATÓRIO”, DIZ EXPRESIDENTE DA FIESP. HORÁCIO LAFER PIVA DISSE TAMBÉM QUE SE ESPANTA COM O FATO DO CENTRÃO COMANDAR A CENA POLÍTICA 218 ) 05 REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA (João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 ... Ver também MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS 48 ... CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extrema-direita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html) 226 1338 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 Manifestações públicas contra preconceito, machismo, homofobia... Ver também a seção 1ª Parada LGBT de Rio Claro – SP... 21 de outubro de 2018... UM MILHÃO DE MULHERES CONTRA BOLSONARO: A REJEIÇÃO TOMA FORMA NAS REDES. GRUPO NO FACEBOOK CONSEGUE 10.000 NOVOS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO POR MINUTO DE ELEITORAS INDIGNADAS ELAS QUEREM, AGORA, LEVAR A INSATISFAÇÃO PARA AS RUAS (Joana Oliveira, El País, 12 de setembro de 2018... Ver a continuidade desse movimento no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 5...) 824 DEBATE DA REDETV! TEM FOCO EM ECONOMIA E "SERMÃO" DE MARINA EM BOLSONARO (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 548... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 548 MARINA ATACA BOLSONARO POR MULHER E ARMAS: "ACHA QUE RESOLVE TUDO NO GRITO" (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 533... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 553 BOLSONARO FAZ ACENO TOSCO ÀS MULHERES E É NOCAUTEADO POR MARINA. PRESIDENCIÁVEL FICA NA RETRANCA EM PROGRAMA AO VIVO NA TV, E MOSTRA QUE O FOSSO QUE O SEPARA DO ELEITORADO FEMININO VAI SEGUIR EXISTINDO (Carla Jiménez, El País, 18 de agosto de 2018 564/565... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 564/565 1339 PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO (Uol, 01 de setembro de 2018 624... PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725) 624 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222 ) 157 SOMOS TODAS MC K_BELAS (Yasmin Thayná, HuffPost Brasil, 27 de janeiro de 2014, atualizado em 26 de janeiro e 2017 162... Ver “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO 157) 162 FOTO DE CASAL GAY SE BEIJANDO GERA POLÊMICA EM UM DOS PONTOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO BRASIL (Glenn Greenwald, The Intercept Brasil, 30 de Julho de 2018 257... Ver PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES 260 … Ver, junto com matérias a ela associadas, POR BEIJAR UM HOMEM, PM DE SP É ATACADO POR COLEGAS DE FARDA E ATÉ PELO GOVERNADOR 07 ) 257 1340 PHOTO OF KISSING GAY COUPLE SPARKS CONTROVERSY AT ONE OF BRAZIL’S MOST IMPORTANT AND ICONIC TOURIST SITES (Glenn Greenwald, The Intercept, July 30 2018) 260 ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? (Flávia Silva, Ponte Jornalismo, 29 de agosto de 2018 698... Comparar o artigo com a proposta do Escola Sem Partido, contrária a discussões sobre sexualidade nas escolas, censurando informações sobre a existência do que não é heterossexualidade... Ver também POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? 669 ... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692... OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713) 698 "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E 1341 RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 Moda, publicidade e gênero... "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 Mulheres e política... feminismo... Ver também, por exemplo, a seção Mulheres, sexualidade, contracepção, aborto... Ver ainda, neste arquivo, a secção Eleições 2018... AS FEMINISTAS E A DESTRUIÇÃO DE VALORES (Lia Bock, Blog Lia Bock/Uol Universa, 17 de agosto de 2018) 477 1342 COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS (Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018) 152 PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA (Marianna Holanda, Estadão reproduzido pelo Uol, 28 de julho de 2018... A matéria também apresenta medidas do TSE para garantir participação mais igualitária de mulheres nas eleições, com mínimo de candidaturas, participação no dinheiro destinado a bancar campanhas... 536 ... Ver também COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629) 536 COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 02 de agosto de 2018 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629 ) 538 REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES (Renata Agostini, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018... A matéria tem o seguinte trecho: "’Desde 1986, a participação deles no Congresso só cresce. Em 2006, há queda pontual, em função do escândalo dos Sanguessugas, que envolve líderes evangélicos’, diz Ronaldo Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.” ) 546 COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS (Juliana Domingos de Lima, Nexo Jornal, 04 de setembro de 2018 629 DEBATE DA REDETV! TEM FOCO EM ECONOMIA E "SERMÃO" DE MARINA EM BOLSONARO (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 548... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 548 MARINA ATACA BOLSONARO POR MULHER E ARMAS: "ACHA QUE RESOLVE TUDO NO GRITO" (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 533... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 553 1343 BOLSONARO FAZ ACENO TOSCO ÀS MULHERES E É NOCAUTEADO POR MARINA. PRESIDENCIÁVEL FICA NA RETRANCA EM PROGRAMA AO VIVO NA TV, E MOSTRA QUE O FOSSO QUE O SEPARA DO ELEITORADO FEMININO VAI SEGUIR EXISTINDO (Carla Jiménez, El País, 18 de agosto de 2018 564/565... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 564/565 ARGENTINA: DO “NENHUMA A MENOS” À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. EM ENTREVISTA, DUAS ATIVISTAS DO MOVIMENTO DE MULHERES EXPLICAM COMO MOBILIZARAM A OPINIÃO PÚBLICA DO PAÍS VIZINHO E CONTAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA BUSCAR A APROVAÇÃO DO ABORTO SEGURO NO SENADO NO PRÓXIMO DIA 8 (Andrea Dip, Agência Pública, 10 de julho de 2018) 190 SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS (Uol Universa reproduz RFI, 02 de julho de 2018 195... Ver “Morre Simone Veil, sobrevivente do holocausto e ícone da luta pelos direitos das mulheres”, Silvia Ayuso, El País, 30 de junho de 2017: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/30/internacional/1498812986_572455.html ... “Morre Simone Veil, ícone da luta pelos direitos das mulheres na Europa”, Uol, 30 de junho de 2017: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/06/30/morre-simoneveil-icone-da-luta-pelos-direitos-das-mulheres-na-europa.htm ) 195 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 1344 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Mulheres, trabalho, aposentadoria... questões de gênero... COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE (Raquel Landim, Folha/Uol, 15 de julho de 2018) 153 PELA PRIMEIRA VEZ, NAVIO-ESCOLA DA MARINHA TERÁ MULHERES EM VIAGEM DE INSTRUÇÃO. DOS 208 FUTUROS OFICIAIS DA FORÇA NAVAL A BORDO DA EMBARCAÇÃO, 12 SÃO MULHERES (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 151 AS HISTÓRIAS DAS MULHERES QUE PRECISARAM SE PASSAR POR HOMENS PARA FAZER O QUE QUERIAM (Beatriz Montesanti, Nexo Jornal, 16 de junho de 2016) 157 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 1345 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 Mulheres, sexualidade, contracepção, aborto... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP (Marcella Lourenzetto, Jornal da Manhã - Jovem Pan/Uol, 11 de agosto de 2018... De acordo com a matéria, os resultados foram conseguidos a partir de conhecimento, discussão, conversas com adolescentes sobre suas questões, sexualidade... Ou seja, penso eu, o oposto do que propõem igrejas e Escola Sem Partido... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: POPE FRANCIS SUGGESTS DONALD TRUMP IS "NOT A CHRISTIAN" (Jim Yardley, The New York Times, 18 de fevereiro de 2016... Papa Francisco afirma posição de sua igreja, contrária a métodos contraceptivos, fevereiro de 2016) 274) 453 CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATINGEM MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA EM SP. INCIDÊNCIA CAIU 50% NOS ÚLTIMOS 20 ANOS (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 10 de agosto de 2018) 454 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES 1346 DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL (Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 10 de agosto de 2018... A matéria traz informações sobre legislação na AL e também sobre estudos a respeito dos índices de aborto em países nos quais houve descriminalização... 428... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ) 428 religi~ies poder DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 (Giuliana Miranda, Folha/Uol, 12 de agosto de 2018) 434/435 POR DENTRO DE UMA CLÍNICA DE ABORTO NOS EUA (Valeria Perasso, Serviço Mundial da BBC reproduzido por BBC Brasil, 12 de agosto de 2018... Informações também sobre legislação federal e de estados, sobre desigualdade social e aborto... sobre ações de grupos religiosos...) 438 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 STF DÁ INÍCIO NA SEXTA A AUDIÊNCIAS SOBRE ABORTO; VEJA QUEM FALARÁ NA CORTE (Felipe Amorim, Uol, 30 de julho de 2018 372... Ver também ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381 ... SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO 415 ) 372 ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381 1347 ABORTO JÁ. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FARÁ BEM SE DECLARAR INCONSTITUCIONAL A PROIBIÇÃO DA PRÁTICA (Hélio Schwartsman, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 343... Ver SENADO DA ARGENTINA REJEITA, POR 38 VOTOS A 31, LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; DECEPÇÃO É MAIOR AQUI, ONDE O PROCEDIMENTO INSTITUCIONAL É DESONESTO 320 ... AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ... ) 343 ONG INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS DEFENDE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO (Daniel Buarque, Blog Brasilianismo/Uol, 01 de agosto de 2018) 344 VAMOS DEIXAR O ÓDIO DE FORA NO DEBATE SOBRE O ABORTO. EM ENTREVISTA, A PESQUISADORA DEBORA DINIZ EXPLICA POR QUE A CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO É INCONSTITUCIONAL E COMENTA AS AMEAÇAS QUE A LEVARAM AO PROGRAMA DE PROTEÇÃO AOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS (Andrea Dip, Agência Pública, 02 de agosto de 2018... A antropóloga traz muitas informações sobre aborto no Brasil... Débora Diniz é grande defensora de que a questão seja debatida com o suporte de conhecimentos científicos, acadêmicos, de qualidade, produzidos por pesquisadores reconhecidos em suas áreas, com trabalhos submetidos a revistas, congressos... Ver sua intervenção na audiência no STF em 03 de agosto de 2018: https://www.youtube.com/watch?v=3dB5SSRCO1M ... https://www.youtube.com/watch?v=gO8TgXCKydU 345... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 345 O ÓDIO QUE NOS CEGA (Marina Amaral, Agência Pública, Ed. #75, 03 agosto de 2018, newsletter 352... Ver SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS 236 ... DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES 241 ... SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU 1348 INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL 380 ) 352 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO: QUEM SÃO OS GRUPOS QUE TENTARÃO INFLUENCIAR DECISÃO DO STF (Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 03 de agosto de 2018... A matéria apresenta também argumentos dos grupos... 353... Ver ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL 380) 353 É CONSTRANGEDOR NÃO DEFENDER ABORTO LEGAL E SEGURO EM AUDIÊNCIA NO STF (Maria Carolina Trevisan, Blog de Maria Carolina Trevisan/Uol Universa, 03 de agosto de 2018... Texto com informações, link para pesquisa... Não fiz isso aqui, mas é interessante verificar se os números relativos a abortos, internações etc são os mesmos, de uma matéria para outra... se as fontes são citadas e quais são... 362... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778 ... BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ) 362 JUSTIÇA MANTÉM PENA DE 20 MULHERES QUE RESPONDEM POR ABORTO EM SÃO PAULO (Marcos Candido, Uol Universa, 03 de agosto de 2018 365... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, A MULHER DENUNCIADA POR MÉDICA DE PLANTÃO E PROCESSADA POR ABORTO: “FUI INTERROGADA ENQUANTO SANGRAVA" , Nathalia Passarinho, da BBC News Brasil em Londres, 08 junho 2018... matéria que traz posição do Conselho Federal de Medicina a respeito da exigência ética de sigilo médico... 895 ) 365 “EXISTEM FUNDAMENTOS LEGAIS PARA QUE O SUPREMO LEGALIZE O ABORTO NO BRASIL” (Felipe Betim entrevista advogado Sebástian Rodriguez, do Center for Reproductive Rights, El País, 03 e agosto de 2018 366... ... AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ) 366 COM MAIORIA MULHER E CIENTISTAS, POUCOS MINISTROS VÃO A DEBATE SOBRE ABORTO (Marcos Candido, Uol Universa, 03 de agosto de 2018... Informações sobre 1349 participantes da audiência, e um gráfico interessante sobre origem das argumentações pró e contra descriminalização do aborto...) 369 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DIVIDE ESPECIALISTAS EM AUDIÊNCIA NO STF (Carolina Gonçalves, Agência Brasil reproduzida pelo Uol Universa, 03 de agosto de 2018... Matéria destaca algumas das apresentações: a favor, Débora Diniz, Melania Amorim; contra, Rafael Câmara e Lenise Garcia 377... Ver também ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442 DISTRITO FEDERAL. RELATORA : MIN. ROSA WEBER. REQTE.(S) :PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (P-SOL). Audiência Pública Convocada para Discutir Aspectos Interpretativos dos arts. 124 e 126 do Decreto-lei nº 2.848/1940 (Código Penal). Decisão com a Relação dos Inscritos Habilitados, Data, Ordem dos Trabalhos e Metodologia 381) 377 ABORTO E RELIGIÃO. CONHEÇA OS FIÉIS QUE DEFENDEM O DIREITO DA MULHER INTERROMPER UMA GRAVIDEZ NO BRASIL (Amanda Serra, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 380... Ver "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA 386 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 380 CITADO NO STF, ABORTO NOS EUA TEVE JULGAMENTO HISTÓRICO E REVIRAVOLTA. PROTAGONISTA MUDOU DE POSIÇÃO APÓS DECISÃO E MORREU SEM SER REVERENCIADA (Angela Pinho, Folha/Uol, 05 de agosto de 2018 384... Ver "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA 386 ) 384 "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA (Júlia Zaremba, Folha/Uol, 13 de agosto de 2018 386... Ver POR QUE O DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO AVANÇA NO BRASIL? 423) 386 UM CANDIDATO QUE IGNORE A QUESTÃO DO ABORTO NÃO PODE SER LEVADO À SÉRIO. RECONHECER QUE O ABORTO É UM FATO DA VIDA REPRODUTIVA DAS MULHERES NÃO SIGNIFICA SER CONTRA OU A FAVOR DO ABORTO, OU CONTRA OU A FAVOR DAS RELIGIÕES (Debora Diniz, El Pais, 06 de agosto de 2018 391... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI 1350 PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... Ver BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 391 JANAÍNA PASCHOAL: “REALIZAR O ABORTO É COMO FAZER PARTE DO TRÁFICO" (Talyta Vespa, Uol Universa, 06 de agosto de 2018... A advogada que defendeu no Congresso o impeachment de Dilma Roussef... 392... Ver DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... EM ATRITO COM MACRI, PAPA FRANCISCO SE ENGAJA EM DEBATE SOBRE ABORTO. IGREJA ELEVA CRÍTICAS AO PROJETO DE LEI QUE DESCRIMINALIZA PRÁTICA NA ARGENTINA 298... Ver SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS 195 ... Ver JANAÍNA PASCHOAL É A DEPUTADA MAIS VOTADA NA HISTÓRIA DO PAÍS. CANDIDATA DO PSL OBTEVE MAIS DE 2 MILHÕES DE VOTOS NA DISPUTA PARA O LEGISLATIVO ESTADUAL. NÚMERO SUPERA EDUARDO BOLSONARO, ATUAL RECORDISTA PARA A VAGA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS 918 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, "VIVEMOS UMA EPIDEMIA SOCIAL DE ABANDONO PATERNO", DIZ PROMOTOR 406... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA? 596) 392 AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO (Eloísa Machado, Blog do Sakamoto/Uol, 06 de agosto de 2018 395... Ver SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES 420/421 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 395 EMBATE ENTRE RELIGIOSOS MARCA DEBATE SOBRE ABORTO NO STF (Marcos Candido, Uol Universa, 06 de agosto de 2018) 397 STF RETOMA AUDIÊNCIA SOBRE ABORTO, E CNBB ACUSA A CORTE DE ATIVISMO. PARA PADRE, DISCUSSÃO É 'TEATRO ARMADO' PARA LEGITIMAR PROCESSO (Reynaldo Turollo Jr., Folha/Uol, 06 de agosto de 2018 401... Ver AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ) 401 1351 NA FRENTE DO STF, PAI NOSSO PARA CALAR MANIFESTANTES PRÓ-ABORTO (Amanda Audi, The Intercept Brasil, 06 de agosto de 2018) 405 QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS NA DISPUTA SOBRE O ABORTO NO STF (Nathalia Passarinho, BBC News, 06 de agosto de 2018... A matéria traz histórico da ação e apresenta posicionamentos anteriores dos ministros sobre questões relativas a aborto...) 407 SEM DATA PARA VOTAÇÃO, STF ENCERRA DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAR ABORTO (Agência Brasil reproduzida pelo Uol Universa, 07 de agosto de 2018) 415 PRÓ E CONTRA: O DEBATE SOBRE O ABORTO NO STF. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL OUVIU SOCIEDADE CIVIL APÓS PEDIDO DO PSOL PARA DESCRIMINALIZAR ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. CASO AINDA NÃO TEM DATA PARA JULGAMENTO. ENTENDA ARGUMENTOS DOS DOIS LADOS (Renate Krieger, Deutsche Welle, 07 de agosto de 2018. Um apanhado geral das audiências e ainda sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181/15, que proibiria, na prática, mesmo casos de aborto considerados, hoje, legais... ) 416 SOBRE O ABORTO NO BRASIL. O BRASIL IGNORA AS EXPERIÊNCIAS DA EUROPA, ONDE O NÚMERO DE ABORTOS CAIU COM A DESPENALIZAÇÃO. AGARRA-SE AO CONSERVADORISMO DA AMÉRICA LATINA, QUE MANTÉM A REGIÃO ATRASADA. A LEI PUNE, QUASE SEMPRE, AS MAIS POBRES (Philipp Lichterbeck, Deutsche Welle, 08 de agosto de 2018 420/421... Ver DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... Ver BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 420/421 POR QUE O DEBATE SOBRE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO AVANÇA NO BRASIL? (Uol Universa reproduz RFI, 08 de agosto de 2018 423... Ver "JAMAIS ACHEI QUE DEBATERÍAMOS ABORTO 45 ANOS APÓS CONQUISTA” , DIZ ADVOGADA. SARAH WEDDINGTON DEFENDEU DIREITO DE INTERROMPER GRAVIDEZ EM CASO QUE LEGALIZOU ABORTO NOS EUA 386) 423 A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DEVE SER PENSADA COMO POLÍTICA PÚBLICA, NÃO DISCUSSÃO RELIGIOSA (Cláudio Ferraz, Nexo Jornal, 09 de agosto de 2018 427... Ver BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL 428 ... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, 1352 LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ... DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 427 BRASILEIRAS PROCURAM ABORTOS SEGUROS NOS POUCOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA ONDE PRÁTICA É LEGAL (Nathalia Passarinho, BBC News Brasil, 10 de agosto de 2018... A matéria traz informações sobre legislação na AL e também sobre estudos a respeito dos índices de aborto em países nos quais houve descriminalização... 428... DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 434/435 ... GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CAI AO MENOR NÍVEL EM QUASE DUAS DÉCADAS EM SP 453 ) 428 DESCRIMINALIZADOS, ABORTOS TÊM CINCO ANOS DE QUEDA EM PORTUGAL PAÍS, ONDE 379 BRASILEIRAS ABORTARAM EM 2016, LEGALIZOU INTERRUPÇÃO EM 2007 (Giuliana Miranda, Folha/Uol, 12 de agosto de 2018 434/435... Ver DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778) 434/435 POR DENTRO DE UMA CLÍNICA DE ABORTO NOS EUA (Valeria Perasso, Serviço Mundial da BBC reproduzido por BBC Brasil, 12 de agosto de 2018... Informações também sobre legislação federal e de estados, sobre desigualdade social e aborto... sobre ações de grupos religiosos...) 438 INSTITUTO DE ADVOGADOS VÊ ABORTO COMO ASSASSINATO E ENVIA CARTA AO SUPREMO. “NINGUÉM TEM LIBERDADE PARA MATAR, MESMO QUE SEJA A MÃE DO EMBRIÃO VIVO” DIZ TEXTO (Folha/Uol, Rogério Gentile, 22 de agosto de 2018 450... Ver INSTITUTO DE ADVOGADOS RETIRA DO STF DOCUMENTO QUE RELACIONAVA ABORTO A ASSASSINATO. ENTIDADE DIZ QUE PARECER ENVIADO AO STF NÃO ENCONTRA RESPALDO ENTRE MEMBROS 780 ) 450 INSTITUTO DE ADVOGADOS RETIRA DO STF DOCUMENTO QUE RELACIONAVA ABORTO A ASSASSINATO. ENTIDADE DIZ QUE PARECER ENVIADO AO STF NÃO ENCONTRA RESPALDO ENTRE MEMBROS (Rogério Gentile, Folha/Uol, 30 de agosto de 2018) 780 MAIORIA DOS BRASILEIROS SEGUE CONTRÁRIA À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, MOSTRA DATAFOLHA. MAS ÍNDICE DOS FAVORÁVEIS À MANUTENÇÃO DAS ATUAIS REGRAS RECUOU DE 67% PARA 59% (Folha/Uol, 22 de agosto de 2018) 463/464 1353 CULTOS, ALERTAS E CHAMADOS MOVEM A “BANCADA DA BÍBLIA” NO CONGRESSO (Renata Agostini, Paulo Oliveira, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018) 649 UM MILHÃO DE MULHERES CONTRA BOLSONARO: A REJEIÇÃO TOMA FORMA NAS REDES. GRUPO NO FACEBOOK CONSEGUE 10.000 NOVOS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO POR MINUTO DE ELEITORAS INDIGNADAS ELAS QUEREM, AGORA, LEVAR A INSATISFAÇÃO PARA AS RUAS (Joana Oliveira, El País, 12 de setembro de 2018) 824 ABORTO MASCULINO: POR QUE ESSA EXPRESSÃO TEM GANHADO FORÇA NAS REDES? (Camila Brandalise, Uol Universa, 23 de agosto de 2018 466... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: "VIVEMOS UMA EPIDEMIA SOCIAL DE ABANDONO PATERNO", DIZ PROMOTOR 406... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA? 596) 466 ABORTO, QUESTÃO-CHAVE NA INDICAÇÃO DE TRUMP PARA O SUPREMO DOS EUA. PRESIDENTE NORTE-AMERICANO PREVÊ ANUNCIAR NA NOITE DESTA SEGUNDA SEU ESCOLHIDO PARA A VAGA DE KENNEDY. NOME PODE CRIAR NOVO BALANÇO CONSERVADOR NO TRIBUNAL (Joan Faus, El País, julho de 2018) 184 DONALD TRUMP CONSOLIDA GUINADA CONSERVADORA NA SUPREMA CORTE. O PRESIDENTE REFORÇA O GIRO PARA A DIREITA DO TRIBUNAL SUPERIOR COM A NOMEAÇÃO DE BRETT KAVANAUGH, O SEGUNDO EM UM ANO E MEIO (Amanda Mars, El País, 09 de julho de 2018) 186 ESCOLHA DE KAVANAUGH GERA PROTESTOS EM FRENTE À SUPREMA CORTE DOS EUA (Uol, 10 de julho de 2018) 188 BRETT KAVANAUGH, ALGOZ DO IMPEACHMENT DE CLINTON E O ESCOLHIDO POR TRUMP PARA A SUPREMA CORTE. INDICADO PARA A VAGA DE ANTHONY KENNEDY TEM ESTREITAS RELAÇÕES COM O MUNDO CONSERVADOR, MAS ALGUNS REPUBLICANOS O CONSIDERARAM MODERADO DEMAIS (Joan Faus, El País, 10 de julho de 2018) 189 POR DENTRO DE UMA CLÍNICA DE ABORTO NOS EUA (Valeria Perasso, Serviço Mundial da BBC reproduzido por BBC Brasil, 12 de agosto de 2018... Informações também sobre legislação federal e de estados, sobre desigualdade social e aborto... sobre ações de grupos religiosos...) 438 1354 THE WOMEN THE ABORTION WAR LEAVES OUT (Michelle Oberman, The New York Times, 11 de janeiro de 2018… A autora, professora de Direito, feminista, foi conhecer centro dedicado a convencer mulheres desistir do aborto... Para ela, a “guerra do aborto”, retóricas de escolha e vida, nos desvia das questões enfrentadas pelas mulheres que procuram o aborto: violência doméstica, dependência de drogas, pobreza... Essa é interpretação da autora... 454... Ver DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO 778 ) 454 OPINIÃO: OS DILEMAS DO ABORTO EM CUBA. EM CUBA A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ É QUASE UM MÉTODO CONTRACEPTIVO A MAIS. ESSA FACILIDADE É POSITIVA, MAS TRAZ RISCOS, ALÉM DE SER UM SINTOMA DE MUITO DO QUE ESTÁ ERRADO NA ILHA, OPINA A JORNALISTA YOANI SÁNCHEZ (Yoani Sánchez, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 462 DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NÃO DEU CERTO, DIZ PESQUISADOR MEXICANO (Cristina Sánchez, Agência EFE reproduzida pelo Uol Universa, 20 de agosto de 2018) 778 ARGENTINA: DO “NENHUMA A MENOS” À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. EM ENTREVISTA, DUAS ATIVISTAS DO MOVIMENTO DE MULHERES EXPLICAM COMO MOBILIZARAM A OPINIÃO PÚBLICA DO PAÍS VIZINHO E CONTAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA BUSCAR A APROVAÇÃO DO ABORTO SEGURO NO SENADO NO PRÓXIMO DIA 8 (Andrea Dip, Agência Pública, 10 de julho de 2018) 190 EM ATRITO COM MACRI, PAPA FRANCISCO SE ENGAJA EM DEBATE SOBRE ABORTO. IGREJA ELEVA CRÍTICAS AO PROJETO DE LEI QUE DESCRIMINALIZA PRÁTICA NA ARGENTINA (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 01 de agosto de 2018 298... Ver SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS 195 ) 298 DEBATE SOBRE ABORTO LEGAL NA ARGENTINA ENTRA NA RETA FINAL SOB PRESSÃO DE CONSERVADORES. MOBILIZAÇÕES AUMENTAM PARA TENTAR IMPEDIR QUE EM 8 DE AGOSTO O SENADO TORNE LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA (Mar Centenera, El País, 01 de agosto de 2018) 299 MARTA DILLON: “UMA MULHER MORRER POR ABORTO ILEGAL É FEMINICÍDIO DE ESTADO” (Olavo Barros, Ponte Jornalismo, 30 de julho de 2018) 303 1355 O QUE ESTÁ EM JOGO NA DISCUSSÃO SOBRE O ABORTO NA ARGENTINA, VOTADO PELO SENADO NESTA QUARTA (BBC Brasil, 07 de agosto de 2018, reportagem Veronica Smink, da BBC News Mundo em Buenos Aires... A matéria traz informações sobre mudanças na legislação argentina, estatísticas sobre aborto naquele país, sobre legislação em outros países...) 458 ARGENTINA VOTA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO EM MEIO A MOBILIZAÇÃO EM MASSA. SENADO DECIDE SE TORNA LEI O PROJETO DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ APROVADO PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS (Mar Centera, El País, 09 de agosto de 2018) 308 SENADO ARGENTINO REJEITA LEGALIZAR ABORTO; PROJETO SÓ PODERÁ SER REAPRESENTADO DAQUI UM ANO (Uol reproduz Reuters, 09 de agosto de 2018) 312 SENADO DA ARGENTINA DIZ NÃO À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E PAÍS FICA COM LEI DE 1921. A CÂMARA ALTA SE ALINHA À IGREJA E IMPEDE QUE AS MULHERES POSSAM DECIDIR COMO E QUANDO SER MÃES (Mar Centenera, El País, 09 de agosto de 2018) 317 SENADO DA ARGENTINA REJEITA, POR 38 VOTOS A 31, LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; DECEPÇÃO É MAIOR AQUI, ONDE O PROCEDIMENTO INSTITUCIONAL É DESONESTO (Reinaldo Azevedo, Rede TV/Uol, 09 de agosto de 2018 320... Ver ABORTO JÁ. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FARÁ BEM SE DECLARAR INCONSTITUCIONAL A PROIBIÇÃO DA PRÁTICA 343... STF RETOMA AUDIÊNCIA SOBRE ABORTO, E CNBB ACUSA A CORTE DE ATIVISMO. PARA PADRE, DISCUSSÃO É 'TEATRO ARMADO' PARA LEGITIMAR PROCESSO 401... Ver AO AFIRMAR QUE STF NÃO DEVE DISCUTIR ABORTO, RELIGIOSOS RASGAM CONSTITUIÇÃO 395 ) 320 SENADO DA ARGENTINA REJEITA LEGALIZAR O ABORTO. MAIORIA DOS SENADORES VOTA CONTRA PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAR INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ ATÉ A 14ª SEMANA DE GESTAÇÃO, QUE HAVIA SIDO APROVADA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DIVIDIU O PAÍS. LEI ATUAL É DE 1921 (Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 321 SENADO ARGENTINO BARRA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO; PAÍSES LATINOAMERICANOS SÃO OS QUE MAIS RESTRINGEM PRÁTICA NO MUNDO (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 09 de agosto de 2018) 324 OPINIÃO: LEGISLAR NÃO É UM ATO DE FÉ. COM REJEIÇÃO DO SENADO AO PROJETO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, ARGENTINA PERDE OPORTUNIDADE 1356 HISTÓRICA. NO ENTANTO, PAÍS CRESCE COM LUTA DAS MULHERES POR SEUS DIREITOS (Verônica Marchiaro, Deutsche Welle, 09 de agosto de 2018) 329 NINGUÉM NA ARGENTINA PODERÁ SILENCIAR O CLAMOR DE MILHÕES DE JOVENS, MÃES E AVÓS. DEPUTADA DEFENDE QUE AQUELES QUE SE OPÕEM À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO PRETENDEM, EM SUA MAIORIA, QUE SE IMPONHA O MODELO DE MULHER INCUBADORA, INCAPACITANDO-A DE TOMAR SUAS DECISÕES (Victoria Donda, El País, 09 de agosto de 2018) 331 BARRADO POR MAIORIA MASCULINA, PROJETO DE LEGALIZAÇÃO DO ABORTO DEIXA LEGADO NA ARGENTINA (Gênero e Número, 09 de agosto de 2018) 333 ARGENTINA: NADA SERÁ COMO ANTES (Fernanda Paixão e Antonio Ferreira, do Coletivo Passarinho, Outras Palavras, 15 de agosto de 2018) 333 MOVIMENTO ARGENTINO PREGA DESFILIAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. COALIZÃO PELO ESTADO LAICO GANHA ATENÇÃO APÓS VOTAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO (Sylvia Colombo, Folha/Uol, 23 de agosto de 2018 468... Ver COMO A POLÊMICA DO ABORTO ESTÁ LEVANDO CATÓLICOS A PEDIREM DESLIGAMENTO OFICIAL DA IGREJA NA ARGENTINA 781 ) 468 COMO A POLÊMICA DO ABORTO ESTÁ LEVANDO CATÓLICOS A PEDIREM DESLIGAMENTO OFICIAL DA IGREJA NA ARGENTINA (Marcia Carmo, BBC News Brasil, 29 de agosto de 2018) 781 “MULHERES, CORPO E INSURREIÇÃO. AO RELACIONAR VIOLÊNCIA SEXUAL E DIREITOS REPRODUTIVOS COM GREVE DO TRABALHO, ARGENTINAS E POLONESAS ATINGIRAM MUITO MAIS DO QUE PARECE” (Eliane Brum, El País, 24 de outubro de 2016: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/1477313842_805785.html ) SIMONE VEIL, ÍCONE PRÓ-ABORTO NA FRANÇA, ENTRA PARA O PANTEÃO DE PARIS (Uol Universa reproduz RFI, 02 de julho de 2018 195... Ver “Morre Simone Veil, sobrevivente do holocausto e ícone da luta pelos direitos das mulheres”, Silvia Ayuso, El País, 30 de junho de 2017: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/30/internacional/1498812986_572455.html ... “Morre Simone Veil, ícone da luta pelos direitos das mulheres na Europa”, Uol, 30 de junho de 2017: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/06/30/morre-simoneveil-icone-da-luta-pelos-direitos-das-mulheres-na-europa.htm ) 195 1357 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Estupro... A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Assédio, violência contra as mulheres, assassinatos... APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 1358 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA (G1 Globo, 15 de julho de 2018 203... Ver FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES 204 ... JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA 200 ) 203 FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES (Isabela Palhares e Luci Ribeiro, Estadão reproduzido pelo Uol, 15 de julho de 2018) 204 ORDEM NAS FORÇAS ARMADAS É EXPURGAR LGBTS, DIZ CRIADOR DE ONG QUE ATENDE VÍTIMAS DE HOMOFOBIA (Janaina Garcia, Uol, 18 de julho de 2018 141... Ver EM VÍDEO, BOLSONARO FAZ GESTO DE ARMA EM MÃO DE CRIANÇA 146 ... APÓS POLÊMICA, MAIS UMA CRIANÇA FAZ GESTO DE ARMA COM BOLSONARO 149 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do 1359 jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 141 "CALL IT OUT": CAMPANHA AUSTRALIANA CONVIDA HOMENS A LUTAR PELO FEMINISMO (Uol Universa, 06 de julho de 2018 198... Ver FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT 198/199 ) 198 FAMILY VIOLENCE SUPPORT. CALL IT OUT (Family Violence Reform, State Government of Victoria, Austrália, 2018) 198/199 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Discriminação contra mulheres... questões de gênero... Ver ainda, neste arquivo, a secção Eleições 2018... APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 AS HISTÓRIAS DAS MULHERES QUE PRECISARAM SE PASSAR POR HOMENS PARA FAZER O QUE QUERIAM (Beatriz Montesanti, Nexo Jornal, 16 de junho de 2016) 157 ENTREVISTA: “UMA CIÊNCIA FEMINISTA PRECISA EXPLICITAR OS CONTEXTOS NOS QUAIS O CONHECIMENTO PRODUZIDO POR ELA É CONSTRUÍDO” (Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018... Entrevista com a pesquisadora Marina Nucci) 157 1360 SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS (Entrevista a Gerardo Esparza, Outras Palavras reproduz Informador, tradução de Inês Castilho, 03 de julho de 2018 205... Ver original "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS 209 ) 205 "EL ÚNICO PODER ES EL DE ABAJO". LA FILÓSOFA Y FEMINISTA SILVIA FEDERICI ESTUVO EN LA CIUDAD PARA IMPARTIR UNA CÁTEDRA MAGISTRAL SOBRE EL CAPITALISMO Y LA FORMA EN QUE HA EXPLOTADO A LAS MUJERES DURANTE DECENAS DE AÑOS (Gerardo Esparza, Informador.Mx, 04 de março de 2018) 209 COMANDO ENVELHECIDO FRAGILIZA ENTIDADES PATRONAIS EM TODO O PAÍS. LEVANTAMENTO DA FOLHA MOSTRA UM SISTEMA MARCADO POR BAIXA ROTATIVIDADE E FALTA DE DIVERSIDADE (Raquel Landim, Folha/Uol, 15 de julho de 2018 153... Ver também SILVIA FEDERICI E A “EMANCIPAÇÃO” QUE NÃO FOI. AGORA NO MÉXICO, TEÓRICA DO FEMINISMO ANTICAPITALISTA SUSTENTA: TRABALHAR FORA NÃO LIBERTOU A MULHER DE NADA; É PRECISO EXIGIR REMUNERAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO E DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRODUTIVAS 205) 153 COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS (Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018) 152 PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA (Marianna Holanda, Estadão reproduzido pelo Uol, 28 de julho de 2018... A matéria também apresenta medidas do TSE para garantir participação mais igualitária de mulheres nas eleições, com mínimo de candidaturas, participação no dinheiro destinado a bancar campanhas... 536 ... Ver também COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629) 536 COMO PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? (Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto/Uol, 02 de agosto de 2018 1361 538... Ver COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS 629 ) 538 REPRESENTANTES DE IGREJAS SÃO ESCOLHIDOS POR PASTORES (Renata Agostini, Estadão reproduzido pelo Uol, 12 de agosto de 2018... A matéria tem o seguinte trecho: "’Desde 1986, a participação deles no Congresso só cresce. Em 2006, há queda pontual, em função do escândalo dos Sanguessugas, que envolve líderes evangélicos’, diz Ronaldo Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.” ) 546 DEBATE DA REDETV! TEM FOCO EM ECONOMIA E "SERMÃO" DE MARINA EM BOLSONARO (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 548... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 548 MARINA ATACA BOLSONARO POR MULHER E ARMAS: "ACHA QUE RESOLVE TUDO NO GRITO" (Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral, Uol, 18 de agosto de 2018 533... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 553 BOLSONARO FAZ ACENO TOSCO ÀS MULHERES E É NOCAUTEADO POR MARINA. PRESIDENCIÁVEL FICA NA RETRANCA EM PROGRAMA AO VIVO NA TV, E MOSTRA QUE O FOSSO QUE O SEPARA DO ELEITORADO FEMININO VAI SEGUIR EXISTINDO (Carla Jiménez, El País, 18 de agosto de 2018 564/565... Ver MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 564/565 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 1362 SOMOS TODAS MC K_BELAS (Yasmin Thayná, HuffPost Brasil, 27 de janeiro de 2014, atualizado em 26 de janeiro e 2017 162... Ver “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO 157) 162 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 Mulheres e prisões no Brasil... Ocupações de escolas... reforma do ensino médio... matérias e textos de opinião... 1363 Sexualidade... afetividade... mais... A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 Sites... HUMAN RIGHTS WATCH https://www.hrw.org/pt https://www.hrw.org/ NEUROGENDERINGS https://neurogenderings.wordpress.com/ Textos gerais sobre questões de gênero, identidade, sexualidade, religião... VEREADOR MUDA NOME DE CRECHE ARCO-ÍRIS POR "PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO" (Uol Universa, 16 de julho de 2018) 653 POR QUE LULU SANTOS DEVERIA SE ESCONDER NO ARMÁRIO? (Tony Goes, F5 Folha/ Uol, 25 de julho de 2018 669... Ver ARTIGO. VISIBILIDADE LÉSBICA PARA QUE? 698 ) 669 COMO EXPLICAR O BEIJO GAY DA NOVELA DAS 6 PARA OS FILHOS? A NOVELA EXPLICA! (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 30 de agosto de 2018) 891 1364 PELA PRIMEIRA VEZ, GLOBO EXIBE BEIJO GAY EM NOVELA DAS SEIS E PÚBLICO COMEMORA (Notícias da TV/Uol, Daniel de Castro, por Gabriel Perline (redator desta notícia), 12 de setembro de 2018) 751 "ORGULHO E PAIXÃO" INAUGUROU UM NOVO TIPO DE DRAMATURGIA: A "NOVELA DISNEY" (Nilson Xavier, Blog do Nilson Xavier/Uol, 24 de setembro de 2018) 893 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 AS FEMINISTAS E A DESTRUIÇÃO DE VALORES (Lia Bock, Blog Lia Bock/Uol Universa, 17 de agosto de 2018) 477 JUDITH BUTLER ESCREVE SOBRE SUA TEORIA DE GÊNERO E O ATAQUE SOFRIDO NO BRASIL (Judith Butler, Folha de S. Paulo, 19 de novembro de 2017 469... Ver também EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 469 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O 1365 ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris... Há uma análise histórica da discriminação, do controle sobre as mulheres...) 576 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 VILLAS BÔAS HOMENAGEIA SOLDADOS MORTOS NO RIO E CRITICA FALTA DE "EMPENHO" DO GOVERNO (Felipe Amorim, Uol, 24 de agosto de 2018 618... Ver CLUBE MILITAR ATUA EM CAMPANHA ELEITORAL MESMO PROIBIDO POR ESTATUTO E LEI 580 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78) 618 “MEU LIVRO É SOBRE A DITADURA. JAMAIS PENSEI QUE SERIA CENSURADO”, DIZ AUTOR DE “MENINOS SEM PÁTRIA”. COLÉGIO PARTICULAR DO RIO VETOU OBRA APÓS PAIS RECLAMAREM DE DOUTRINAÇÃO COMUNISTA. “PAPEL DO PROFESSOR É MOSTRAR CAMINHOS AOS ALUNOS, SEM FAZER JULGAMENTOS. NÃO CABE AOS PAIS DETERMINAR O QUE DEVE SER LIDO. FATOS E HISTÓRIA SÃO INCONTESTÁVEIS”, DIZ LUIZ PUNTEL (Breiller Pires, El País, 05 de outubro de 2018 936... Ver GENERAL LIGADO A BOLSONARO FALA EM BANIR LIVROS SEM "A VERDADE" SOBRE 1964 920... 1366 O AUTORITARISMO, A CENSURA DE LIVROS E O SENTIDO DA HISTÓRIA 930 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: LEITURA NA ESCOLA: TERRITÓRIO EM CONFLITO. LIVROS INFANTO-JUVENIS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DA ONDA CONSERVADORA NO BRASIL (José Ruy Lozano) 262 ... O QUE SERIA DA LITERATURA NUMA "ESCOLA SEM PARTIDO"? (José Ruy Lozano, professor e autor de livros didáticos) 261 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: PAIS TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA 123 ) 936 ATOS POLÍTICOS E MANIFESTAÇÕES POR IGUALDADE DE GÊNERO GANHAM FORÇA NO ORIENTE MÉDIO (Aline Yumi, Beatriz Lia e Natália Vitória*, Opera Mundi/Uol, 12 de julho de 2018 168... Ver filme "Ladies first", Mona El-Naggar, EUA, 2016, geralmente está no YouTube… Ver também, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, PARA EXAMINAR DUAS RETÓRICAS DE PODER (Berenice Bento, socióloga da UFRN) 649 ) 168 O FEMINISMO ME LEVOU A SER INVENCÍVEL, DIZ ATIVISTA PAQUISTANESA. AISHA SARWARI LUTA PARA QUE MULHERES DE SEU PAÍS NÃO SEJAM PROPRIEDADE DE HOMENS (Carolina Vila-Nova, Folha/Uol, 29 de julho de 2018 252... Ver filmes "Saving face", Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2012... "A girl in the river: the price of forgiveness", Sharmeen Obaid-Chinoy, EUA/Paquistão, 2015…) 252 A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL (Lilia Schwarcz, Nexo Jornal, 16 de julho de 2018) 222 PELA PRIMEIRA VEZ, NAVIO-ESCOLA DA MARINHA TERÁ MULHERES EM VIAGEM DE INSTRUÇÃO. DOS 208 FUTUROS OFICIAIS DA FORÇA NAVAL A BORDO DA EMBARCAÇÃO, 12 SÃO MULHERES (Mônica Bergamo, Folha/Uol, 17 de julho de 2018) 151 COTA DE GÊNERO NÃO CONTRIBUI PARA AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA. OS PARTIDOS, DENTRO DE SUA AUTONOMIA, TÊM SUAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS (Eliana Passarelli, Folha/Uol, 16 de julho de 2018) 152 COMO ELEGER MULHERES INFLUENCIA O SUCESSO DE FUTURAS CANDIDATAS (Juliana Domingos de Lima, Nexo Jornal, 04 de setembro de 2018 629... Ver COMO 1367 PARTIDOS (DE HOMENS) PODEM DIFICULTAR A VIDA DE MULHERES CANDIDATAS? 538 ... PRÉ-CANDIDATAS ACUSAM REDE DE MACHISMO E DEIXAM SIGLA 536 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 629 "COLOCAR MULHER COMO VICE PARA ATRAIR ELEITORAS É CHAMÁ-LAS DE IDIOTAS" (Uol Universa, Camila Brandalise, 24 de agosto de 2018... Entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris... 576 ... Ver ALCKMIN INVESTE NO VOTO DAS MULHERES E ADERE AO VOCABULÁRIO DAS FEMINISTAS. TUCANO FALA EM “EMPODERAMENTO” E PROMETE AMPLIAR ENSINO INFANTIL PARA BENEFICIAR “MAMÃES” 626/627 ... MULHERES SÃO "ESQUECIDAS" EM PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRESIDENCIÁVEIS 645 ) 576 SUS GASTA R$ 500 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES POR ABORTO EM UMA DÉCADA. DE 2008 A 2017, SUS GASTOU R$ 486 MI COM INTERNAÇÕES PARA ESSES TRATAMENTOS (Cláudia Collucci e Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 236 DESIGUALDADE PELA RENDA E COR DA PELE É EXPOSTA EM ABORTOS DE RISCOS NO PAÍS. TÉCNICAS CASEIRAS E PERIGOSAS SÃO USADAS EM ESPECIAL POR PRETAS, PARDAS E POBRES (Cláudia Collucci e Júlia Barbon, Folha/Uol, 29 de julho de 2018) 241 TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE AS REGRAS ATUAIS DO ABORTO NO PAÍS E O QUE PODE MUDAR. SUPREMO AVALIARÁ A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PARA GESTAÇÕES DE ATÉ 12 SEMANAS (Flávia Faria, Folha/Uol, 29 de julho de 2018... O Supremo Tribunal Federal é composto, em julho de 2018, por 9 homens e 2 mulheres...) 245 UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO (André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018... Entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch) 104 BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS (Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 108... Ver também “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 108 1368 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS (Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 687... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: CORTE INTERAMERICANA DETERMINA QUE 20 PAÍSES RECONHEÇAM CASAMENTO GAY 999 ) 687 “NO SAPATINHO”: A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011) (Ignácio Cano e Thais Duarte, coordenadores, Kryssia Ettel e Fernanda Novaes Cruz, pesquisadoras, Rio de Janeiro, Fundação Heinrich Böll, 2012) 219 SOLIMÕES ABENÇOA FOTOS DO FILHO AO LADO DO NAMORADO E CONQUISTA MAIS FÃS (Uol, 03 de julho de 2018) 151 COMO MOVIMENTOS SIMILARES AO ESCOLA SEM PARTIDO SE ESPALHAM POR OUTROS PAÍSES (Mariana Schreiber, BBC Brasil, 13 de julho de 2018) 76 1369 REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA (João Filho, The Intercept Brasil, 22 de Julho de 2018 226 ... Ver também MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS 48 ... CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extrema-direita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html) 226 CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 ENTREVISTA: “UMA CIÊNCIA FEMINISTA PRECISA EXPLICITAR OS CONTEXTOS NOS QUAIS O CONHECIMENTO PRODUZIDO POR ELA É CONSTRUÍDO” (Vitória Régia da Silva, Ciência e Educação, edição 10, Gênero e Número, 20 de junho de 2018... Entrevista com a pesquisadora Marina Nucci) 157 JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA (Luiza Oliveira, Uol Esporte, 03 de julho de 2018 200... Ver FUNCIONÁRIA DO 1370 MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA) 203 ) 200 FUNCIONÁRIA DO MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS É MORTA A FACADAS POR EX-MARIDO NO DF. JANAÍNA ROMÃO, DE 30 ANOS, FOI GOLPEADA CINCO VEZES PELO AGRESSOR, COM QUEM TINHA DUAS FILHAS; HOMEM É PROCURADO PELA POLÍCIA CIVIL. ENTERRO SERÁ NO CEMITÉRIO DO GAMA (G1 Globo, 15 de julho de 2018 203... Ver FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES 204 ... JORNAL CHAMA RUSSAS DE “PUTAS” POR COMPORTAMENTO SEXUAL NA COPA 200 ) 203 FUNCIONÁRIA DE MINISTÉRIO ASSASSINADA NO DF HAVIA DENUNCIADO EX-MARIDO DUAS VEZES (Isabela Palhares e Luci Ribeiro, Estadão reproduzido pelo Uol, 15 de julho de 2018) 204 “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO (Marina Rossi, El País, 13 de julho de 2018 157... Ver SOMOS TODAS MC K_BELAS 162 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: MAL-ESTAR NA CASERNA. INTERVENÇÃO NO RIO EXPÕE DIVERGÊNCIAS ENTRE GENERAIS E EMPURRA O EXÉRCITO PARA O CENTRO DO PROCESSO ELEITORAL (Fábio Victor, Revista Piaui/Uol, edição 138, março de 2018... Longa entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, realizada em fins de novembro de 2017, segundo o texto do jornalista... 78 ... Ver também A DIALÉTICA DO ISSO. OU A LADAINHA DA DEMOCRACIA RACIAL 222) 157 SOMOS TODAS MC K_BELAS (Yasmin Thayná, HuffPost Brasil, 27 de janeiro de 2014, atualizado em 26 de janeiro e 2017 162... Ver “PARA VOCÊ NÃO ROMPER O SILÊNCIO E MANTER AS RELAÇÕES SAUDÁVEIS, VOCÊ TEM QUE NEGAR A SUA COR”. ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO DE MULHERES NEGRAS, PSICÓLOGA MARIA JESUS MOURA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE LEVAR EM CONTA O RACISMO SOFRIDO POR SUAS PACIENTES E NÃO NEGÁ-LO 157) 162 1371 MESMO APÓS ANOS DE DENÚNCIAS, VATICANO VIVE SEM DIRETRIZ PARA COMBATER ABUSOS SEXUAIS (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 03 de junho de 2018 48... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, secção do índice denominada Sobre a ideia de “ideologia de gênero”: criadores, usos..., a partir da página 1112, mais matérias sobre o tema... Enquanto casos de pedofilia na Igreja Católica são divulgados nos EUA, no México, na Austrália, Argentina..., no Brasil, políticos, religiosos e grupos de extremadireita procuram difamar filósofos, artistas, intelectuais, com acusações de pedofilia – ver arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2... Especificamente matérias sobre a exposição Queermuseu e a performance do artista Wagner Schwartz, no MAM-SP... E especialmente o artigo “ ‘Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead’. Em entrevista exclusiva, Wagner Schwartz, o artista que fez a performance ‘La Bête’, no MAM de São Paulo, fala pela primeira vez sobre os ataques que sofreu, nos quais foi chamado de ‘pedófilo’ ”, Eliane Brum, El País, 12 de fevereiro de 2018: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html ... “ ‘Me mataron en Internet como si fuera un zombi de la serie ‘The Walking Dead’. Wagner Schwartz, el artista que realizó la 'performance' 'La Bête' en el Museo de Arte Moderno de São Paulo, habla por primera vez sobre los ataques que sufrió, en los que le llamaron ‘pedófilo’”, Eliane Brum, traducción: Meritxell Almarza, El País, 14 de fevereiro e 2018: https://elpais.com/internacional/2018/02/14/actualidad/1518623775_287430.html ) 48 APÓS DÉCADAS DE SILÊNCIO, FREIRAS ENFRENTAM TABU E RELATAM ABUSOS DE PADRES (Nicole Winfield, Associated Press reproduzida pelo Uol, 30 de julho de 2018) 250 A HORA DO PAPA FRANCISCO TRANSFORMAÇÃO EMPREENDIDA PELO PONTÍFICE, RUMO AOS SEUS 82 ANOS, SE ENCONTRA EM UM MOMENTO DECISIVO QUE DETERMINARÁ O SUCESSO DE SEU PAPADO E A HERANÇA QUE DEIXA (Daniel Verdú, El País, 07 de julho de 2018 51/52... Ver também GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE 57 ... AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA 1372 POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ) 51/52 GOVERNO ULTRACONSERVADOR POLONÊS FECHA CERCO SOBRE O MOVIMENTO FEMINISTA. EXECUTIVO DO PIS CORTA DIREITOS DAS MULHERES E SUBVENÇÕES. ORGANIZAÇÕES DENUNCIAM ATAQUE DO EXECUTIVO ÀS ENTIDADES QUE LUTAM PELA IGUALDADE (María R. Sahuquillo, El País, 10 de julho de 2018 57... Ver AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE 62 ... A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES 64 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido, há mais sobre a Polônia, por exemplo, a respeito de aborto e de sua representação no Parlamento Europeu, eurodeputado... EURODEPUTADO POLONÊS É PUNIDO POR DECLARAÇÕES SEXISTAS. ULTRACONSERVADOR JANUSZ KORWIN-MIKKE É MULTADO EM MAIS DE 9 MIL EUROS E SUSPENSO DO PARLAMENTO EUROPEU POR DIZER QUE MULHERES SÃO "MAIS FRACAS" E "MENOS INTELIGENTES" DO QUE OS HOMENS (2017) 42 e 612 ... No arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2, ver EDUCAÇÃO SEXUAL DIVIDE SOCIEDADE POLONESA 568... #SEXEDPL NO YOUTUBE 569 ... REBELIÃO POLONESA. CRISE REVELA A IMPOTÊNCIA DA UE ANTE GUINADA AUTORITÁRIA DE UM DOS PAÍSESMEMBROS 570 ) 57 AFASTADA, PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DESAFIA O GOVERNO DA POLÔNIA. APOIADA POR ATOS, MALGORZATA GERSDORF SE NEGOU A DEIXAR O CARGO E COMPARECEU A SEU GABINETE (Folha/Uol reproduz Agence France Presse, 04 de julho de 2018) 62 A MAGISTRADA QUE DESAFIA O GOVERNO ULTRACONSERVADOR DA POLÔNIA. A PRESIDENTA DO TRIBUNAL SUPREMO, MALGORZATA GERSDORF, APRESENTOU-SE PARA TRABALHAR NESTA QUARTA-FEIRA, POUCAS HORAS DEPOIS DA ATIVAÇÃO DA 1373 POLÊMICA LEI QUE OBRIGA SUA APOSENTADORIA E DE OUTROS 27 JUÍZES (María R. Sahuquillo, El País, 04 de julho de 2018) 64 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 1374 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 PROFESSORES E ORGANIZAÇÕES QUEREM ARTE OBRIGATÓRIA NO ENSINO MÉDIO (Agência Brasil reproduzida pelo Uol, 22 de agosto de 2018) 666 Transexuais, travestis... cinema... televisão... fotografia... GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 Transexuais, travestis... direitos... política... trabalho... preconceitos... GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725 ... “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874) 247 1375 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 CONGRESSO CHILENO APROVA LEI QUE PERMITE MUDANÇA DE GÊNERO PARA MAIOR DE 14 (Agence France Presse reproduzida pelo Uol Universa, 13 de setembro de 2018 739... Ver COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS 742 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANS QUE COLOCOU HOLLYWOOD A SEUS PÉS 1258 ... Ver no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: DANIELA VEGA, A ATRIZ TRANSEXUAL QUE FEZ HISTÓRIA NO OSCAR. ATRIZ DE ‘UMA MULHER FANTÁSTICA’, GANHADOR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, TEM UMA BIOGRAFIA SOFRIDA 519 ... CHEFE DA IGREJA CHILENA SOBRE TRANSEXUAIS: “SE UM GATO TIVER NOME DE CACHORRO, NÃO PASSARÁ A SER UM CACHORRO”. A ATRIZ TRANSEXUAL DANIELA VEGA RESPONDE RICARDO EZZATI: “VENHA CONVERSAR COMIGO. VOCÊ SE ATREVE?” ELA ESTRELOU O FILME GANHADOR DO OSCAR “UMA MULHER FANTÁSTICA” 521 ... Ver CHILE INVESTIGA 139 RELIGIOSOS POR ABUSOS SEXUAIS. RELATÓRIO INÉDITO INFORMA QUE 66% DAS VÍTIMAS ERAM MENORES DE IDADE E QUE HÁ 34 INVESTIGAÇÕES EM CURSO (Rocío Montes, El País, 24 de julho de 2018) 235 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3, a seção Igrejas, religiões e poder... 1265, mais especificamente a partir da p. 1288, onde estão matérias sobre Igreja Católica no Chile... por exemplo: CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DO CHILE REFERENTE ÀS INFORMAÇÕES ENTREGUES POR D. CHARLES J. SCICLUNA (Papa Francisco, Vaticano, 08 de abril de 2018) 669 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS PEDEM DEMISSÃO POR ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. CÚPULA DA IGREJA NO PAÍS É ACUSADA PELO VATICANO DE TER NEGLIGENCIADO DENÚNCIAS (Folha/Uol reproduz Reuters e Associated Press, 18 de maio de 2018) 658 ... PAPA ANUNCIA 'MUDANÇAS E RESOLUÇÕES' EM IGREJA CHILENA APÓS CASOS DE PEDOFILIA (Kelly Velasquez, Agence France Presse AFP reproduzida por Yahoo, 17 de maio de 2018) 660 ... BISPOS CHILENOS DEMITEM-SE EM BLOCO DEVIDO A ESCÂNDALO DE PEDOFILIA. PAPA REUNIU-SE ESTA SEMANA COM OS 34 BISPOS CHILENOS PARA 1376 DISCUTIR OMISSÕES E ENCOBRIMENTO DE UM ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS DE MENORES. TODOS ELES APRESENTARAM A SUA DEMISSÃO (Público, 18 de maio de 2018... Público é jornal de Portugal) 662/663 ... ESCÂNDALO SEXUAL LEVA TODOS OS BISPOS DO CHILE A PEDIREM DEMISSÃO AO PAPA (BBC Brasil, 18 de maio de 2018) 663 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS APRESENTAM RENÚNCIA AO PAPA PELOS ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA. AGORA CABE AO SUMO PONTÍFICE DECIDIR SE ACEITA TODAS AS RENÚNCIAS OU SOMENTE ALGUMAS DELAS (Lorena Pacho, El País, 18 de maio de 2018) 665 ... TODOS OS BISPOS CHILENOS RENUNCIAM POR ESCÂNDALO DE ABUSOS (Deutsche Welle, 18 de maio de 2018) 667 ... EXCLUSIVO: DOCUMENTO RESERVADO DEL PAPA A OBISPOS REVELA FALLAS QUE DESCUBRIÓ EN LA IGLESIA CHILENA. EL TEXTO, DE DIEZ CARILLAS Y QUE LES ENTREGÓ EN ROMA EL MARTES, CONTIENE FUERTES CRÍTICAS AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LAS DENUNCIAS DE ABUSOS. EL PONTÍFICE HABLA DE “HECHOS DELICTIVOS”, “ESCÁNDALO” E “IR MÁS ALLÁ” DE LA REMOCIÓN DE PERSONAS PARA SOLUCIONAR LA CRISIS (Tele 13 T 13, 17 de maio de 2018) 672 ... LA TRANSCRIPCIÓN COMPLETA DEL DOCUMENTO RESERVADO QUE EL PAPA ENTREGÓ A LOS OBISPOS CHILENOS. T13 TUVO ACCESO EXCLUSIVO A LAS DURAS CRÍTICAS QUE EMITIÓ FRANCISCO AL ACTUAR DE LA IGLESIA CHILENA FRENTE A LOS CASOS DE ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNOS SACERDOTES (Tele 13 T13, 17 de maio de 2018... ) 675 ... “NOS OBRIGAVAM A FICAR NUS NA PISCINA”: OS RELATOS DE ABUSOS SEXUAIS COMETIDOS POR BISPOS NO CHILE (Constanza Hola, BBC News Mundo, 16 de junho de 2018) 945 ... DIOCESE CHILENA SUSPENDE 14 SACERDOTES ENVOLVIDOS EM ESCÂNDALO SEXUAL (Uol reproduz AFP Agence France Presse, 23 de maio de 2018) 727) 739 MÃE TRANS É IMPEDIDA DE REGISTRAR FILHO BIOLÓGICO EM CARTÓRIO NO RS. ÁGATA FEZ TRANSIÇÃO APÓS A CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ DA NAMORADA (Fernanda Canofre, Folha/Uol, 27 de agosto de 2018) 735 “MINHA FILHA NÃO ESTÁ NO CORPO ERRADO, É UMA MENINA COM PÊNIS”. O ATOR ESPANHOL NACHO VIDAL APRESENTA A HISTÓRIA DE SUA FILHA TRANSEXUAL, DE 11 ANOS, NO LIVRO PARA PRÉ-ADOLESCENTES MI NOMBRE ES VIOLETA. NESTA ENTREVISTA, AFIRMA QUE O MACHISMO “NÃO TEM NADA A VER COM O PORNÔ” E QUE DESCONFIA DO MOVIMENTO LGTBQI (Begoña Gômez Urzaiz, El País, 28 de setembro de 2018) 884 COMO OBTER NOME DE ACORDO COM GÊNERO; ADVOGADA E ATIVISTA TRANS EXPLICAM (Léo Marques, Uol Universa, 02 de agosto de 2018 713... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 1377 DE JUNHO DE 2017 716 ... Ver a seguinte seção do arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: Transexuais, travestis... direitos... política... preconceitos... 1534 ... Lá encontram-se textos como “TRANSTORNOS” DE GÊNERO E NOME SOCIAL (Contardo Calligaris, psicanalista) 452 ... O CONGRESSO E A DESUMANIZAÇÃO (Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, mestre em Direito por Harvard) 453 ... NOME SOCIAL É CURATIVO, E TENTAM NOS TIRAR ESSE DIREITO, DIZ ALUNO TRANS 453 ... (TRANS)FOBIAS (filme de Yan Teixeira, Comunicação Social/Jornalismo, Universidade Federal de São João Del Rei - MG, 2014... Também traz a questão do nome social) 571 ... EDUCAÇÃO REALIZA CAMPANHA DE INCLUSÃO DE ALUNOS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: SECRETARIA ORIENTA ESCOLAS ESTADUAIS PARA QUE OFEREÇAM A POSSIBILIDADE DA ADOÇÃO DE NOME SOCIAL AOS ESTUDANTES (2015) 453 ... CRESCE NÚMERO DE ALUNOS TRANS QUE USAM NOME SOCIAL NAS ESCOLAS DE SP (2016) 453 ... UNESP APROVA USO DE NOME SOCIAL POR PESSOAS TRANS (junho de 2017) 468 ... OAB AUTORIZA ADVOGADOS TRAVESTIS E TRANS A USAREM NOME SOCIAL EM CARTEIRA (maio de 2016) 454 ... ELA É A 1ª ADVOGADA TRANSGÊNERO A TER SEU NOME SOCIAL NA CARTEIRINHA DA OAB 454 ... ADVOGADA TRANS É A PRIMEIRA A MUDAR NOME NO REGISTRO DE NASCIMENTO E NA OAB (junho de 2017) 456 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODEM TER NOME SOCIAL EM CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO (novembro de 2016) 457 ... TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PODERÃO INCLUIR NOME SOCIAL NO CPF (julho de 2017) 469 ... PRECONCEITO E VIOLÊNCIA EXPULSAM TRANS DE REDE DE SAÚDE: "ME SENTI VIOLADO" (Marcelle Souza, Uol, 28 de setembro de 2017, matéria também fala de nome social... Ver comentário – sobre se a questão é de “costumes” ou de “desigualdade” – que coloquei junto da matéria GAYS E LÉSBICAS CONTAM POR QUE ESCONDEM A ORIENTAÇÃO SEXUAL NO TRABALHO 1155...) 1163 ... JANOT DEFENDE ALTERAÇÃO DE GÊNERO NO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAL MESMO SEM CIRURGIA 457 ... TRANSEXUAL PEDE MORTE ASSISTIDA SE NÃO PUDER MUDAR NOME E GÊNERO 466 ... UMA TRANSEXUAL NÃO ACEITA QUE SUA CONDIÇÃO SEJA VISTA COMO TRANSTORNO (Contardo Calligaris, psicanalista) 466 ... PELA PRIMEIRA VEZ, MULHER TRANS PODE MUDAR GÊNERO SEM AVALIAÇÃO MÉDICA 466 ... STJ AUTORIZA CABELEREIRA TRANS A MUDAR SEXO EM DOCUMENTOS SEM FAZER CIRURGIA (maio de 2017) 468 ... PELA PRIMEIRA VEZ, ADVOGADA TRANSGÊNERO FAZ DEFESA PERANTE O STF (junho de 2017) 458 ... NÃO SE ADVOGA POR DIREITOS SEM A ESCUTA DE SEUS TITULARES (Carolina Gerassi, advogada, Justificando/Carta Capital, 13 de junho de 2017) 460 ) 713 GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017 (Canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Na verdade, o título que dei ao vídeo não está correto... Seria melhor usar expressão como “alteração do registro civil”... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo 1378 da tela - indicações de textos e filmes... Ver COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 716 COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS (Luiza Souto, Uol Universa, 19 de agosto de 2018... A matéria trata de questões médicas, legais e indica onde as pessoas são atendidas...) 742 MAIS DE 20 GRUPOS LGBT ACUSAM PREFEITO DE SP DE IGNORAR CARTA PROTOCOLADA (Blog do Paulo Sampaio/Uol, 04 de agosto de 2018... A matéria é interessante, entre outras coisas porque apresenta a “Diversidade Tucana — movimento LGBT do PSDB” ... Ver também “PP, PSC, PSDB e MDB, os partidos da ‘Escola sem Partido’”, Mariana Bastos com reportagem adicional de Carolina de Assis, Gênero e Número, 18 de abril de 2018: http://www.generonumero.media/pp-pscpsdb-e-mdb-os-partidos-da-escola-sem-partido/ ) 762 INDIGNADOS COM DESPREZO DE COVAS, GRUPOS LGBT LANÇAM #SAIDOGABINETEPREFEITO (Paulo Sampaio, Blog do Paulo Sampaio/Uol, 22 de agosto de 2018... A matéria traz informações sobre programas da Prefeitura de São Paulo, como o Transcidadania...) 765/766 ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO (Alba Santandreu, EFE reproduzida pelo Uol Universa, 27 de agosto de 2018 643... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido: “PROFESSORA, VOCÊ É HOMEM?” A VIDA DE UMA MULHER TRANS NA SALA DE AULA (Ingrid Fagundez, BBC Brasil, 15 de agosto de 2017) 868 ) 643 MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO (Jonathas Cotrim, Estadão reproduzido peloUol, 12 de agosto de 2018 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 551 PABLLO VITTAR ROMPE COM GRIFE APÓS EMPRESÁRIO MANIFESTAR APOIO A BOLSONARO (Uol, 01 de setembro de 2018 624... PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" 724/725) 624 1379 O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO (BBC News Brasil reproduzida por Uol Universa, 03 de agosto de 2018 716... Ver APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS 726... CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 716 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 CANDIDATA TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT (Agence France Presse reproduzida pelo Uol, 15 de agosto de 2018 720... Ver MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643) 720 “SEM SER SUBALTERNO NEM USAR UNIFORME”: EMPRESA SÓ TEM BABÁS LGBTS (Marcos Candido, Uol Universa, 15 de setembro de 2018) 890 A PROFESSORA TRANSEXUAL QUE TROCOU INDENIZAÇÃO DE R$ 20 MIL PELA CHANCE DE DAR AULA A SEUS AGRESSORES (Noemia Colonna, BBC News Brasil, 31 de agosto de 2018) 721 GABRIELA LORAN, 1ª ATRIZ TRANS DE "MALHAÇÃO", REVELA PLANOS DE SER MÃE (Uol Universa, 02 de setembro de 2018) 725/726 APÓS 3 ANOS, PROFESSORA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA COLÉGIO QUE A DEMITIU POR SER TRANS (Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos, 09 de setembro de 2018 726... Ver O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER PARA INCLUIR TRANS NO MERCADO DE TRABALHO 716... “ENSINEM SEUS FILHOS A AMAR’: O APELO DA MÃE DO MENINO DE 9 ANOS QUE SE MATOU APÓS BULLYING POR HOMOFOBIA 692 ) 726 PROFESSORA TRANS GANHA NA JUSTIÇA DIREITO DE VOLTAR A DAR AULA APÓS SER DEMITIDA (Fernando Molina,, Uol, 12 de setembro de 2018) 733 1380 CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS (Thiago L., Uol Guia do Litoral, s/data, mas é julho de 2018) 123 “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 11 de julho de 2018 113/114... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 247 ... REACIONÁRIOS CONSEGUIRAM PAUTAR AS REDES SOCIAIS COM UMA FALSA POLÊMICA NA ÚLTIMA SEMANA 226 ... Ver CONHEÇA 4 CIENTISTAS LGBT QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO. O QUE NOMES COMO ALAN TURING, FLORENCE NIGHTINGALE, ALAN HART E FRANCIS BACON TÊM EM COMUM? TODOS REVOLUCIONARAM A CIÊNCIA MUNDIAL, SALVARAM MILHÕES DE VIDAS, MAS SOFRERAM COM A INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO POR SUAS OPÇÕES SEXUAIS 123 ... Ver também “CURA GAY”: REINO UNIDO PROÍBE; NO BRASIL, MPF QUER LIBERAR 120 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108... REINO UNIDO PROIBIRÁ AS PSEUDOTERAPIAS QUE AFIRMAM “CURAR” A HOMOSSEXUALIDADE. SOMENTE TRÊS PAÍSES, BRASIL, EQUADOR E MALTA, TÊM LEIS QUE PROÍBEM EXPRESSAMENTE ESTE TIPO DE PRÁTICAS 118) 113/114 CAMPINA GRANDE PROÍBE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO NA SALA DE AULA; OAB PROTESTA (Uol, 14 de julho de 2018) 83 STF QUESTIONA CIDADES DE PE SOBRE LEIS QUE PROÍBEM DEBATE SOBRE GÊNERO (Estadão reproduzido pelo Uol, 18 de julho de 2018 85... Ver LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 ... ) 85 LEI 2985 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE PETROLINA – PE 87 1381 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, CONTRA AS LEIS Nº 2.985/2017 E Nº 4.432/2017, RESPECTIVAMENTE, DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PE) DE PETROLINA E GARANHUNS, QUE APROVAM O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E VEDAM POLÍTICA DE ENSINO COM INFORMAÇÕES SOBRE GÊNERO NOS MUNICÍPIOS (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, Brasília/DF, 06 de Junho de 2018 89/90... Sobre a pesquisadora Jimena Furlani, citada no documento, ver EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO 97 ) 89/90 MANIFESTAÇÃO DA PREFEITURA DE PETROLINA, NO STF, SOBRE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL PROPOSTA PELO PSOL. DATADA DE 04 DE JULHO DE 2018 90 REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO ESCOLA SEM PARTIDO PARA INGRESSO NOS AUTOS DA ADPF 522 NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE 95 EXISTE “IDEOLOGIA DE GÊNERO”? EM ENTREVISTA À PÚBLICA, A DOUTORA EM EDUCAÇÃO JIMENA FURLANI, QUE DESENVOLVEU EXTENSA PESQUISA SOBRE O ASSUNTO, EXPLICA OS EQUÍVOCOS DO CONCEITO (Andrea Dip, Agência Pública, 30 de agosto de 2016) 97 CATÓLICOS LGBT ORGANIZAM MOVIMENTO PARA REIVINDICAR MAIS ESPAÇO NA IGREJA. GRUPO COMEMORA PEQUENOS AVANÇOS, COMO UM TEXTO EM QUE O VATICANO USA PELA PRIMEIRA VEZ A SIGLA (Anna Virginia Balloussier, Folha/Uol, 23.de julho e 2018 182... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: VATICANO USA TERMO "LGBT" PELA PRIMEIRA VEZ EM DOCUMENTO OFICIAL ["INSTRUMENTUM LABORIS" DELLA XV ASSEMBLEA GENERALE ORDINARIA DEL SINODO DEI VESCOVI, OFICINA DE PRENSA DE LA SANTA SEDE, 19 JUN 2018] (Uol Universa, 21 de junho de 2018) 1001... ENTENDA O QUE SIGNIFICA A IGREJA CATÓLICA USAR O TERMO LGBT OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ (Edison Veiga, BBC Brasil, 26 de junho de 2018) 1080/1081 ... JÁ SÃO 86 PESSOAS TRANS ASSASSINADAS APENAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018 1086 ) 182 UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO (André Cabette Fábio, Nexo Jornal 03 de julho de 2018... Entrevista com Boris Dittrich, da Human Rights Watch) 104 1382 BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS (Joana Oliveira , El País, 18 de julho de 2018 108... Ver também “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 108 CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” NO ANTEPROJETO DE REFORMA CONSTITUCIONAL O NOVO TEXTO SÓ MENCIONA O “SOCIALISMO” E SUPRIME O OBJETIVO DO “AVANÇO RUMO À SOCIEDADE COMUNISTA”, QUE FIGURA NA ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Pablo de Llano, El País, 21 de julho de 2018) 139 CUBA REFORMA CONSTITUIÇÃO PARA REVERTER DÉCADAS DE HOMOFOBIA. PROJETO DE REFORMA APROVADO NA ASSEMBLEIA NACIONAL REDEFINE O CASAMENTO COMO A “UNIÃO ENTRE DUAS PESSOAS” (Pablo de LLano, El País, 23 de julho de 2018) 213 OPINIÃO: CASAMENTO GAY EM CUBA, UMA DÍVIDA ADIADA. OS PRECONCEITOS QUE ALIMENTARAM POR DÉCADAS A HOMOFOBIA NA ILHA SEGUEM VIVOS E PODEM ATRASAR A APROVAÇÃO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, OPINA O DRAMATURGO ABEL GONZÁLEZ (Abel González Melo, Deutsche Welle, 26 de julho de 2018) 248 GOVERNO ALEMÃO ABRE CAMINHO PARA REGISTRO DE TERCEIRO GÊNERO PROJETO DE LEI PREVÊ QUE PAIS DE CRIANÇAS INTERSEXUAIS POSSAM ASSINALAR A OPÇÃO “DIVERSO”, ALÉM DE MASCULINO E FEMININO, AO REGISTRAR NASCIMENTO. PROPOSTA SEGUE DETERMINAÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (Deutsche Welle, 15 de agosto de 2018) 769 OPINIÃO: RECONHECER "INTERSEXO" É APENAS UM PRIMEIRO PASSO. ALÉM DE "MASCULINO" OU "FEMININO", DOCUMENTOS ALEMÃES INCLUEM AGORA O GÊNERO "DIVERSO". UM AVANÇO, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER PELA PROTEÇÃO E RECONHECIMENTO DOS INTERSEXUAIS, OPINA JORNALISTA PACINTHE MATTAR (Pacinthe Mattar, Deutsche Welle, 17 de agosto de 2018) 775 O QUE MUDA NA ALEMANHA COM A LEI QUE CRIA O “TERCEIRO GÊNERO”, PARA PROTEGER PESSOAS INTERSEXUAIS [Gabriel Bonis, BBC News Brasil, 25 de agosto de 2018 771... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: SOU 1383 INTERSEXUAL, NÃO HERMAFRODITA. AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NA ATRIBUIÇÃO TRADICIONAL DO SEXO PEDEM MAIOR VISIBILIDADE, SEM CLICHÊS OU DESINFORMAÇÃO (Barbara Ayuso, El País, 17 de setembro de 2016) 851/852 ... HOLANDA INCLUI GÊNERO NEUTRO NO REGISTRO CIVIL. UMA PESSOA INTERSEXUAL REGISTRADA COMO HOMEM, QUE DEPOIS SE IDENTIFICOU COMO MULHER, SOLICITOU A CRIAÇÃO DE UMA TERCEIRA OPÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO OFICIAL (Isabel Ferrer, El País, 28 de maio de 2018) 831 ] 771 PARLAMENTO DE HONDURAS PROÍBE ADOÇÃO PARA CASAIS HOMOSSEXUAIS (Agência EFE reproduzida pelovUol, 17 de agosto de 2018 687... Ver UMA AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DE DIREITOS LGBT PELO MUNDO 104 ... BORIS DITTRICH: “OPRESSÃO TAMBÉM CRIA MOBILIZAÇÃO. ESPERO QUE, SE NECESSÁRIO, ESSE SEJA O CASO NO BRASIL”. EX-PARLAMENTAR RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA LEI DE CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO MUNDO AFIRMA QUE A COMUNIDADE LGBT NUNCA DEIXARÁ DE LUTAR POR NOVOS DIREITOS 108 ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 3: CORTE INTERAMERICANA DETERMINA QUE 20 PAÍSES RECONHEÇAM CASAMENTO GAY 999 ) 687 Transexuais, travestis... medicina... saúde… OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL (Reportagem Bianca Borges. Uol TAB, 30 de julho de 2018 247... Ver “HÁ LOBBY PARA DAR PRIVILÉGIOS A TRANSGÊNEROS”, DIZ PROCURADOR QUE CONTRARIA O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 113/114 ) 247 COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 30 de setembro de 2018 874... Ver GISELE SCHIMIDT: SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF, DIREITO DO NOME SOCIAL SEM CIRURGIA, 07 DE JUNHO DE 2017, canal do YouTube de Adriano Picarelli, 09 de junho de 2017... Ver, na apresentação do vídeo - abaixo da tela - indicações de textos e filmes... https://www.youtube.com/watch?v=FC9AkK50NC4 ) 874 1384 COBERTAS PELO SUS, CIRURGIAS DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL DEMORAM ATÉ CINCO ANOS (Luiza Souto, Uol Universa, 19 de agosto de 2018... A matéria trata de questões médicas, legais e indica onde as pessoas são atendidas...) 742 GRUPOS EVANGÉLICOS BARRAM LEI FAVORÁVEL À POPULAÇÃO TRANS NO URUGUAI. PROJETO PREVÊ MUDANÇA DE SEXO GRATUITA, FACILITAÇÃO À MUDANÇA DE IDENTIDADE E INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DA REPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR (Magdalena Martínez, El País, 04 de outubro de 2018... Uma informação apresentada pela matéria: expectativa de vida de pessoa trans no Uruguai é de 35 anos...) 872 Violência contra transexuais, travestis... assassinatos... GAYS, NEGROS E INDÍGENAS JÁ SENTEM NAS RUAS O MEDO DE UM GOVERNO BOLSONARO. EPISÓDIOS DE INTIMIDAÇÃO AUMENTAM ANSIEDADE ENTRE GRUPOS QUE SE SENTEM VULNERÁVEIS POR DISCURSOS FEITOS NO PASSADO, E HOJE NEGADOS, PELO CANDIDATO. DEBATE SOBRE ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO CRESCE PARA “RESISTIR EM TEMPOS SOMBRIOS”, DIZ ATIVISTA (Joana Oliveira e Naira Hofmeister, El País, 20 de outubro de 2018) 1006 REPRESSÃO ALÉM DA POLÍTICA. A DITADURA CONTRA OS GAYS: SER “DIFERENTE” ERA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL (Gabriela Fujita, Uol, 12 de agosto de 2108... Ver livro “Ditadura e Homossexualidades – Repressão, Resistência e a Busca da Verdade”, Renan Quinalha James N. Green (organizadores), EdUFSCar, 2014... Ver, na secção Livros e trabalhos acadêmicos sobre questões de gênero... há links para download, deste arquivo: “Contra a moral e os bons costumes: a política sexual da ditadura brasileira (1964-1988)”, Renan Honorio Quinalha, nstituto de Relações Internacionais, USP, 2017. Orientadora: Rossana Rocha Reis. Tese de doutorado: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-20062017-182552/ptbr.php ... Ver, no arquivo Ideologia de Gênero e Escola Sem Partido 2: “SOBREVIVI”, DIZ VÍTIMA DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA DE CAÇA A TRAVESTIS HÁ 31 ANOS 746 ) 677 MINAS TERÁ A PRIMEIRA CANDIDATA TRANS AO SENADO (Jonathas Cotrim, Estadão reproduzido peloUol, 12 de agosto de 2018 551... ALEXYA, PASTORA TRANS E CANDIDATA DISPOSTA A "CONTRADIZER" EM SÃO PAULO 643... CANDIDATA 1385 TRANSGÊNERO VENCE PRIMÁRIA DEMOCRATA PARA GOVERNO DE VERMONT 720 ) 551 PABLLO VITTAR CHORA AO LEMBRAR BULLYING NA ESCOLA: "NO 1º DIA, ME BATERAM" (Maurício Dehô, Uol, 02 de setembro de 2018 724/725... Ver OS MUROS DA ESCOLA. OS DESAFIOS DE JOVENS TRANSGÊNEROS PARA SOBREVIVEREM AOS PÁTIOS E SALAS DE AULA NO BRASIL 713 ... COMO SER TRANSGÊNERO FOI DE "ABERRAÇÃO" E "DOENÇA" A QUESTÃO DE IDENTIDADE 874 ) 724/725 JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" (Mirthyani Bezerra, Uol, 13 de julho de 2018 27... Ver também “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA 134 ) 27 “É TRISTE QUE EU TENHA QUE TOMAR ESSE CUIDADO”, DIZ TORCEDOR GAY QUE VAI À COPA DA RÚSSIA SOBRE ALERTAS DE HOMOFOBIA (Rafael Barifouse, BBC News Brasil, 08 de junho de 2018 134... Ver também JOVEM DIZ QUE FOI AGREDIDO EM SANTOS (SP) PARA "PARAR DE SER VEADO" 27) 134 DADOS SOBRE ASSASSINATO DE LGBTS SÃO INCOMPLETOS. VERA LÚCIA, DO PSTU, CITOU O BRASIL COMO CAMPEÃO MUNDIAL EM HOMICÍDIOS DO TIPO, MAS ESTATÍSTICAS TÊM LACUNAS E NÃO COMPARAM TODOS OS PAÍSES (Ethel Rudnitzki, Agência Pública, 29 de agosto de 2018) 737 1386