SEDUC-AL
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros
textuais. ................................................................................................................................................... 1
3 Domínio da ortografia oficial. ............................................................................................................ 6
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação,
substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. ..................... 20
4.2 Emprego de tempos e modos verbais. 5 Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1
Emprego das classes de palavras. ........................................................................................................ 35
5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Relações de subordinação
entre orações e entre termos da oração. ............................................................................................. 117
5.4 Emprego dos sinais de pontuação. ........................................................................................... 146
5.5 Concordância verbal e nominal. ................................................................................................ 154
5.6 Regência verbal e nominal. ....................................................................................................... 176
5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. ....................................................................................... 189
5.8 Colocação dos pronomes átonos. ............................................................................................. 197
6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. ................................................................................... 205
6.1 Significação das palavras. ......................................................................................................... 218
6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. ...................................................................... 225
6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. ............................................... 238
6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.. ......................................... 239
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relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
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em contato, informe:
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professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!
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1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail:
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Gêneros Textuais
O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de
comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É importante lembrar que um
texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há apenas um que se sobressai.
Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação,
possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o
texto se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando,
para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo,
instrucional, etc.).
Distinguindo
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas
classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado
totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual:
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os literários, diferente do gênero textual,
que abrange todo tipo de texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser
do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc.
Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo,
argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de
acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito.
Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutura.
Desta forma fica mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e poder classifica-los de
acordo com suas características.
Exemplos de gêneros textuais1
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico,
geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo:
“Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros
presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário.
Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para
as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.”
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.
1
Fonte: http://www.portuguesxconcursos.com.br/p/tipologia-textual-tipos-generos.html
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/
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Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou
pessoa com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se
tenha intimidade. Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo
ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o
corpo da carta e para finalizar a despedida.
Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros.
Suas principais características são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da
propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo.
Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e
descritiva e o objetivo desse texto é informar algo que aconteceu.
Gêneros literários
Gênero Narrativo:
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o
dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes:
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem
elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o
que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um
tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de
Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida
por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal
vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de
narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e
A Metamorfose, de Kafka.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo
de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na
tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de
aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos
(conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e
objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um
mistério.
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo
de jornal, revistas e programas da TV...
Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos
descritivos.
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Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como
documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância,
de John Locke.
Gênero Dramático:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis
das personagens nas cenas.
Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles
afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de
Shakespeare.
Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.
Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente,
significava a mistura do real com o imaginário.
Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
Gênero Lírico:
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.
Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto
máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare.
Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos),
às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com
acompanhamento musical;
Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza,
às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de
desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem,
espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);
Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.
Acalanto: ou canção de ninar;
Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;
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Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;
Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;
Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso
5 sílabas;
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas,
portanto.
Questões
1. (UFSC – Assistente em – UFSC/2016) A respeito do gênero do Texto 3, é CORRETO afirmar que
se trata de:
a) uma poesia, pois faz uso das funções enfática e expressiva da linguagem para homenagear as
mães em virtude da passagem do Dia das Mães.
b) um anúncio publicitário, caracterizado pelo uso da função conativa da linguagem. Tem como
finalidade seduzir o leitor para convencê-lo a comprar um determinado produto.
c) uma reportagem, caracterizada por ser publicada em periódico, ter a função básica de aprofundar
as informações acerca de um tema relevante, apresentar ao leitor fatos e considerações e utilizar uma
linguagem referencial, preferencialmente objetiva.
d) uma notícia, uma vez que se caracteriza por ser publicada em jornal, relatar um fato recente,
explicitando os envolvidos e as circunstâncias em que se deu um fato, e por ser de relevância social para
um grande público, apontando causas e consequências.
e) um editorial, caracterizado por emitir a posição de um jornal ou revista acerca de um produto, embora
sem indicação de autoria, utilizando uma linguagem subjetiva e expressiva.
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2. (IF SUL – MG – Técnico de Tecnologia da Informação – IF SUL – MG/2016)
Leia o texto a seguir para responder a esta questão.
O artigo objetiva contribuir para as análises referentes ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (PRONATEC) proposto pelo MEC em 2011 e pertencente à Política de Educação
Profissional Técnica de nível médio. (I) Problematiza um dos pressupostos do Programa: o de que a
qualificação pretendida implica na melhoria da qualidade do Ensino Médio Público. (II) Apresenta, como
bases de análise, o contexto do Decreto nº 5154/04, a atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Profissional e as do Ensino Médio e referencial teórico baseado nos conceitos de Estado
ampliado e de capitalismo dependente. (III) O PRONATEC ao priorizar a qualificação profissional
concomitante ao Ensino Médio Público, mediante parcerias público/privado fragmenta os insuficientes
recursos públicos, e promove a descontinuidade em relação à concepção progressista de integração entre
Ensino Médio e Educação Profissional. (IV) Paraliza o processo de travessia para a escola unitária e não
enfrenta a problemática complexa da qualidade na escola pública.
(Fragmento adaptado) Disponível em:<www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/view/1713/141>. Acesso em: 02
maio2016.
O fragmento em questão é o resumo de um artigo científico. Considerando que, nesse gênero, o uso
da língua padrão é necessário, verifica-se que, nos trechos em destaque no próprio texto, houve
observância desse uso no trecho:
a) IV.
b) III.
c) II.
d) I.
3. (UFRPE – Assistente em Administração – SUGEP – UFRPE / 2016)
A Linguagem verbal e os textos
As diferenças que podem ser observadas entre os textos dizem respeito à sua situação de produção
e de circulação, inclusive a finalidade a que se destinam. São os chamados gêneros de texto. Por
exemplo: se o locutor quer instruir seu interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para a
obtenção de um bom resultado, como ocorre numa receita de bolo. Se quer persuadir alguém a consumir
um produto, ele argumenta, como faz em um anúncio de chocolate. Se quer contar fatos reais, ele pode
escrever uma notícia. Se quer contar uma história ficcional, ele pode produzir um conto. Se quer transmitir
conhecimentos, ele deve construir um texto em que exponha com clareza os saberes relacionados ao
objeto em foco.
Ou seja, quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja ela oral ou escrita,
produzimos certos textos que, com poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no tipo de
linguagem e de estrutura. Esses textos constituem os chamados ‘gêneros textuais’ e foram historicamente
criados pelas pessoas a fim de atender a determinadas necessidades de interação social. De acordo com
o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem desaparecer gêneros de pouco uso ou, ainda,
um gênero pode sofrer mudanças.
Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes
elementos que fazem o contexto, tais como: quem está falando ou escrevendo; para quem; com que
finalidade; em que momento histórico etc. Os gêneros estão ligados a esferas de circulação da linguagem.
Assim, por exemplo, na esfera jornalística, são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais,
entrevistas; na esfera da divulgação científica, são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de
enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência etc.
Desse modo, os gêneros de texto que circulam na sociedade têm uma grande vinculação com o
momento histórico-cultural de cada contexto.
(William Cereja; Thereza Cochar; Ciley Cleto. Interpretação de textos. São Paulo: Editora Atual, 2009, p. 29. Adaptado)
Interprete o seguinte trecho do Texto 1: “Esses textos constituem os chamados gêneros textuais e
foram historicamente criados pelas pessoas”. Assinale a alternativa em que o sentido global desse trecho
está mantido.
a) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente criados
pelas pessoas.
b) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados pelas
pessoas.
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c) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente criados
pelas pessoas.
d) Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram historicamente
criados pelas pessoas.
e) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente criados pelas
pessoas.
Respostas
1. (B)
A função conativa é o mesmo que apelativa; centrada no receptor, no destinatário. Exemplo:
Propagandas.
2. (C)
A questão pede o uso da norma padrão da língua, os erros dos trechos são:
I) O verbo implicar no sentido de "acarretar", "ocasionar" é transitivo DIRETO.
http://portugues.uol.com.br/gramatica/verbo-implicar.html
II) Correta -> letra c
III) Uso da vírgula errado, a primeira vírgula está separando sujeito do verbo.
IV) Escreve-se paraliSa e não paraliZa
3. (D)
Qual o sentido global que apresenta o texto? De adição, note ali a conjunção aditiva "e". Para que
mantenhamos o trecho com seu sentido global, temos que substituir a conjunção aditiva por outra
conjunção aditiva.
a) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente
criados pelas pessoas.
Aqui temos uma conjunção CAUSAL.
b) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados
pelas pessoas.
Conjunção COMPARARTIVA.
c) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente
criados pelas pessoas.
Conjunção CONFORMATIVA
d) Gabarito. Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram
historicamente criados pelas pessoas.
GABARITO. Não só... Mas também - Conjunção aditiva
e) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente
criados pelas pessoas.
Conjunção ADVERSATIVA
3 Domínio da ortografia oficial.
Ortografia
A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita
correta das palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos
(ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados).
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a memorização da grafia correta.
Deve-se também criar o hábito de consultar constantemente um dicionário.
Alfabeto
O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e “y” não eram consideradas
integrantes do alfabeto (agora são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes próprios,
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palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka,
kafkiano.
Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z.
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
Observações:
A letra “Y” possui o mesmo som que a letra “I”, portanto, ela é classificada como vogal.
A letra “K” possui o mesmo som que o “C” e o “QU” nas palavras, assim, é considerada consoante.
Exemplo: Kuait / Kiwi.
Já a letra “W” pode ser considerada vogal ou consoante, dependendo da palavra em questão, veja os
exemplos:
No nome próprio Wagner o “W” possui o som de “V”, logo, é classificado como consoante.
Já no vocábulo “web” o “W” possui o som de “U”, classificando-se, portanto, como vogal.
Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo,
por força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do
latim hodie.
Emprega-se o H:
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha, companhia, etc.
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério,
heliporto, hematoma, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus;
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião, baianada, etc.
Não se usa H:
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras
que entraram na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do
latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro,
herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.
Emprego das letras E, I, O e U
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É
principalmente desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular,
mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.
Escreve-se com a letra E:
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar,
antediluviano, antevéspera, etc.
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira,
Desperdício, Destilar, Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico,
Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.
Emprega-se a letra I:
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- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui,
retribui, sai, etc.
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar,
cimento, crânio, criar, criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe,
frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina,
pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio.
Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça,
concorrência, costume, engolir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa,
óbolo, ocorrência, rebotalho, Romênia, tribo.
Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume,
cutucar, entupir, íngua, jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, tonitruante,
trégua, urtiga.
Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/
e /u/. Fixemos a grafia e o significado dos seguintes:
área = superfície
ária = melodia, cantiga
comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão
cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
dilatar = distender, aumentar
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrar = sair do país
imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer
soar = emitir som, ecoar, repercutir
suar = expelir suor pelos poros, transpirar
sortir = abastecer
surtir = produzir (efeito ou resultado)
sortido = abastecido, bem provido, variado
surtido = produzido, causado
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio
Emprego das letras G e J
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo
arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim
jactu) e jipe (do inglês jeep).
Escrevem-se com G:
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- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem,
vertigem, ferrugem, lanugem. Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio,
relógio, refúgio.
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de
vertigem), ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de
selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete,
ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.
Escrevem-se com J:
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja
(granjeiro, granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja
(cerejeira).
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar
(despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso,
enjeitar, projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo,
jequitibá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias,
Jericó, Jerônimo, jérsei, jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento,
rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
- Atenção: Moji, palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. Por tradição algumas cidades de
São Paulo adotam a grafia com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.
Representação do fonema /S/
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:
- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, dançar, contorção, exceção,
endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança,
pinça, Suíça, suíço, vicissitude.
- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão,
farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão,
escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário,
obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, profissional, ressurreição, sessenta, sossegar,
sossego, submissão, sucessivo.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, descer, desço,
desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina,
ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera.
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso,
excessivo, exceto, excitar, etc.
Homônimos
acento = inflexão da voz, sinal gráfico
assento = lugar para sentar-se
acético = referente ao ácido acético (vinagre)
ascético = referente ao ascetismo, místico
cesta = utensílio de vime ou outro material
sexta = ordinal referente a seis
círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria
cismo = pensão
sismo = terremoto
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empoçar = formar poça
empossar = dar posse a
incipiente = principiante
insipiente = ignorante
intercessão = ato de interceder
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
ruço = pardacento
russo = natural da Rússia
Emprego de S com valor de Z
- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa,
etc.
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses,
camponês, camponesa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc.
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa),
atrasar (de atrás), extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis,
quiseram, etc.
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel,
Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases, através, avisar, besouro,
colisão, convés, cortês, cortesia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase,
freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obséquio, obus,
paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, represa,
requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo,
visita.
Emprego da letra Z
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha,
cãozito, avezita, etc.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar
(de vazio), etc.
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização,
etc.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar,
chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez.
Sufixo –ÊS e –EZ
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos
concretos: montês (de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês
(de França), chinês (de China), etc.
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez
(de ácido), rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de
pálido) lucidez (de lúcido), etc.
Sufixo –ESA e –EZA
Usa-se –esa (com s):
- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender: defesa (defender), presa
(prender), despesa (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender), etc.
- Nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa,
marquesa, princesa, consulesa, prioresa, etc.
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- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: burguesa (de burguês), francesa (de
francês), camponesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa,
toesa, turquesa, etc.
Usa-se –eza (com z):
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidade, estado,
condição: beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc.
Verbos terminados em –ISAR e -IZAR
Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical
não terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso +
ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar
(pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar),
civilizar (civil + izar), canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar
(vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar
(deslize + izar), matizar (matiz + izar).
Emprego do X
- Esta letra representa os seguintes fonemas:
Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
Z – exame, exílio, êxodo, etc.
SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.
- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico,
excessivo, excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado,
extrair, fênix, texto, etc.
- Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol,
seixo, etc. Excetuam-se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem. Geralmente,
depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxergar, enxerto,
enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar (de charco),
encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez
que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulos de origem indígena ou africana:
abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar,
faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim,
xícara, xale, xingar, xampu.
Emprego do dígrafo CH
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena,
chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
Homônimos
Bucho = estômago
Buxo = espécie de arbusto
Cocha = recipiente de madeira
Coxa = capenga, manco
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e chata, caldeira
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
Cheque = ordem de pagamento
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária
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Consoantes dobradas
- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S.
- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, occipital,
cocção, fricção, friccionar, facção, sucção, etc.
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/
sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando a um elemento de composição
terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado,
correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc.
CÊ - cedilha
É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som de /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença,
eleição, exceção, força, frustração, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça.
Nos substantivos derivados dos verbos: ter e torcer e seus derivados: ater, atenção; abster, abstenção;
reter, retenção; torcer, torção; contorcer, contorção; distorcer, distorção.
O Ç só é usado antes de A, O, U.
Emprego das iniciais maiúsculas
- A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: “A agulha veste os outros e vive
nua”. No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula.
- Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos,
astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, ViaLáctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
- Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença,
Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
- Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc.
- Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc.
- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc: Rua do
Ouvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista,
etc.
- Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e
revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, O Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
Manhã, Manchete, etc.
- Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor
Diretor, etc.
- Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
- Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas),
etc.
Emprego das iniciais minúsculas
- Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns:
maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc.
- Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi
o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
- Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o
pico da Neblina, etc.
- Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: “Qual deles: o hortelão ou o
advogado?”; “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra”.
- No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com, de, em, sem, grafam-se com inicial
minúscula.
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificuldades colocando em maus lençóis quem
pretende falar ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar seu
desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras certas em situações apropriadas.
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A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos à Europa.
Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses.
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca de uma solução melhor.
Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de dias resolvemos este caso.
Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude vai ao encontro da verdade.
De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas opiniões vão de encontro às suas.
A fim de: locução prepositiva que indica (finalidade): Vou a fim de visitá-la.
Afim: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante): Somos almas afins.
Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de falar começou a chorar (oposição).
Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acompanhar-me, ficou só.
Faça você a sua parte, ao invés de ficar me cobrando!
Quantas vezes usamos “ao invés de” quando queremos dizer “no lugar de”!
Contudo, esse emprego é equivocado, uma vez que “invés” significa “contrário”, “inverso”. Não que
seja absurdamente errado escrever “ao invés de” em frases que expressam sentido de “em lugar de”,
mas é preferível optar por “em vez de”.
Observe: Em vez de conversar, preferiu gritar para a escola inteira ouvir! (em lugar de)
Ele pediu que fosse embora ao invés de ficar e discutir o caso. (ao contrário de)
Use “ao invés de” quando quiser o significado de “ao contrário de”, “em oposição a”, “avesso”,
“inverso”.
Use “em vez de” quando quiser um sentido de “no lugar de” ou “em lugar de”. No entanto, pode
assumir o significado de “ao invés de”, sem problemas. Porém, o que ocorre é justamente o contrário,
coloca-se “ao invés de” onde não poderia.
A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a par das boas notícias.
Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência entre valores financeiros – câmbio): O dólar e o
euro estão ao par.
Aprender: tomar conhecimento de: O menino aprendeu a lição.
Apreender: prender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a (inutilmente, sem razão): Andava à toa pela rua.
À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale a (inútil, desprezível). Foi uma atitude à toa
e precipitada. (até 01/01/2009 era grafada: à-toa)
Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam como sujeito: Baixaram os preços
(sujeito) nos supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos (sujeito) de combustível abaixaram os
preços (objeto direto) da gasolina.
Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor de vinho.
Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro está funcionando bem.
Bem-Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem.
Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe.
Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente): Vivia na boêmia/boemia.
Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um botijão/bujão de gás.
Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem os vereadores, deputados: Ficaram todos
reunidos na Câmara Municipal.
Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma câmera japonesa.
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Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/champanhe está bem gelado.
Cessão: equivale ao ato de doar, doação: Foi confirmada a cessão do terreno.
Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: A sessão do filme durou duas horas.
Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje a seção de esportes.
Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece intensificando verbos, adjetivos ou o
próprio advérbio. Vocês falam demais, caras!
Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo, equivale a os outros. Chamaram mais dez
candidatos, os demais devem aguardar.
De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se sempre a um substantivo ou a um
pronome: Não vejo nada de mais em sua decisão.
Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que faz ou acontece todo dia. Meu dia a dia é
cheio de surpresas. (até 01/01/2009, era grafado dia-a-dia)
Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente. O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?
Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime). O réu foi descriminado; pra sorte dele.
Discriminar: equivale a (diferençar, distinguir, separar). Era impossível discriminar os caracteres do
documento. Cumpre discriminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são discriminados.
Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o jogador foi perfeita.
Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reservado: Você foi muito discreto.
Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega em domicílio.
Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou as compras a domicílio.
As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a domicílio” são muito recorrentes em restaurantes,
na propaganda televisa, no outdoor, no folder, no panfleto, no catálogo, na fala. Convivem juntas sem
problemas maiores porque são entendidas da mesma forma, com um mesmo sentido. No entanto, quando
falamos de gramática normativa, temos que ter cuidado, pois “a domicílio” não é aceita. Por quê? A
regra estabelece que esta última locução adverbial deve ser usada nos casos de verbos que indicam
movimento, como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se.
Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está correto. Já a locução adverbial “em domicílio”
é usada com os verbos sem noção de movimento: entregar, dar, cortar, fazer.
A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria movimento? De acordo com a gramática purista
não, uma vez que quem entrega, entrega algo em algum lugar.
Porém, há aqueles que afirmam que este verbo indica sim movimento, pois quem entrega se desloca
de um lugar para outro.
Contudo, obedecendo às normas gramaticais, devemos usar “entrega em domicílio”, nos atentando ao
fato de que a finalidade é que vale: a entrega será feita no (em+o) domicílio de uma pessoa.
Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores se fartaram da apresentação.
Expectador: é aquele que está na expectativa, que espera alguma coisa: O expectador aguardava o
momento da chamada.
Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A estada dela aqui foi gratificante.
Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios ou veículos: A estadia do carro foi
prolongada por mais algumas semanas.
Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no escuro: Este material é fosforescente.
Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico, refere-se a um determinado tipo de
luminosidade: A luz branca do carro era fluorescente.
Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido.
Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos.
Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do singular.
Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª pessoa do singular.
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Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto de bem: Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo,
prejudicial, enfermidade; pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A comida fez mal para mim.
Seu mal é crer em tudo. Conjunção subordinativa temporal, equivale a assim que, logo que: Mal chegou
começou a chorar desesperadamente.
Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus; feminino=má. Você é um mau exemplo
(bom). Substantivo: Os maus nunca vencem.
Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a porém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas
ela não atendeu.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos: Há mais flores perfumadas no campo.
Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra “um” expressa quantidade: Nem um filho
de Deus apareceu para ajudá-la.
Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número; vem antes de um substantivo, é oposto de
algum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso.
Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu mesma, eu própria.
Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eu mesmo, eu próprio.
Onde: indica o lugar em que se está; refere-se a verbos que exprimem estado, permanência: Onde fica
a farmácia mais próxima?
Aonde: ideia de movimento; equivale (para onde) somente com verbo de movimento desde que indique
deslocamento, ou seja, a+onde. Aonde vão com tanta pressa?
Por ora: equivale a “por este momento”, “por enquanto”: Por ora chega de trabalhar.
Por hora: locução equivale a “cada sessenta minutos”: Você deve cobrar por hora.
Emprego do Porquê
Por Que
Orações Interrogativas
(pode ser substituído
por: por qual motivo, por
qual razão)
Equivalendo a “pelo
qual”
Por Quê
Porque
Porquê
Final de frases e
seguidos de pontuação
Conjunção que indica
explicação ou causa
Conjunção de
Finalidade – equivale a
“para que”, “a fim de que”.
Função de substantivo
– vem acompanhado de
artigo ou pronome
Exemplo:
Por que devemos nos preocupar com o meio
ambiente?
Exemplo:
Os motivos por que não respondeu são
desconhecidos.
Exemplos:
Você ainda tem coragem de perguntar por quê?
Você não vai? Por quê?
Não sei por quê!
Exemplos:
A situação agravou-se porque ninguém reclamou.
Ninguém mais o espera, porque ele sempre se atrasa.
Exemplos:
Não julgues porque não te julguem.
Exemplos:
Não é fácil encontrar o porquê de toda confusão.
Dê-me um porquê de sua saída.
1. Por que (pergunta)
2. Porque (resposta)
3. Por quê (fim de frase: motivo)
4. O Porquê (substantivo)
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Emprego de outras palavras
Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coisa nenhuma senão criticar.
Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais condicionais: Se não houver homens
honestos, o país não sairá desta situação crítica.
Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não compareceu, tampouco apresentou qualquer
justificativa.
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão pouco esta semana.
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios.
Traz - do verbo trazer.
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está vultuosa e deformada.
Questões
1. (TCM-RJ – Técnico de Controle Externo – IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo
Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo conjugado no passado) para diferenciá-la de
'pode' (o verbo conjugado no presente).
( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá a mesma grafia de 'por' (preposição),
diferenciando-se pelo contexto de uso.
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos crer, dar, ler, ter, vir e seus derivados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V F F
b) F V F
c) F F V
d) F V V
2. (FIOCRUZ – Assistente Técnico de Gestão em Saúde – FIOCRUZ/2016)
O FUTURO NO PASSADO
1 Poucas previsões para o futuro feitas no passado se realizaram. O mundo se mudava do campo para
as cidades, e era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade perfeita. Mas o helicóptero não
substituiu o automóvel particular e só recentemente começou-se a experimentar carros que andam sobre
faixas magnéticas nas ruas, liberando seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de trás.
As cidades não se transformaram em laboratórios de convívio civilizado, como previam, e sim na maior
prova da impossibilidade da coexistência de desiguais.
2 A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão
cirúrgica que não poupam civis, mas não trouxe a democratização da prosperidade antevista. Mágicas
novas como o cinema prometiam ultrapassar os limites da imaginação. Ultrapassaram, mas para o
território da banalidade espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída, mas a revolução da
informática não foi nem sonhada. As revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a prevenção do
câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se
bem que a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço, como previam os roteiristas do
“Flash Gordon”, está atrasada. Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso terreno baldio.
E os profetas da felicidade universal não contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão.
Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos.
Eles certamente falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe espanhola. A ciência e a
técnica ainda nos surpreenderão. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão nuclear fria.
4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto
mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas
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no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados,
mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)
“e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em
destaque no trecho acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma de emprego do sufixo–
izar.
Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está INCORRETAMENTE grafado por não se
enquadrar nessa norma é:
a) alcoolizado / barbarizar / burocratizar.
b) catalizar / abalizado / amenizar.
c) catequizar / cauterizado / climatizar.
d) contemporizado / corporizar / cretinizar
e) esterilizar / estigmatizado / estilizar.
3. (Pref. De Biguaçu-SC – Professor III – Inglês/2016) De acordo com a Língua Portuguesa culta,
assinale a alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia:
a) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para o final da tarde.
b) O trabalho voluntário continua sendo feito prazerosamente pelos alunos.
c) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos professores em greve.
d) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os produtos em falta.
e) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um juiz federal.
4. (PC-PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016)
Texto para responder à questão.
Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia-Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com
100% de certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas a leituras diversas, a depender
do observador e do observado. Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é 100% de
certeza e não está sujeito a interpretação ou a dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E
revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em outras palavras, mostra características
comportamentais indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato, em matéria de PsicologiaPsiquiatria, que não admite variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como fotografias
exatas e em cores do comportamento do indivíduo. E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir,
por conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e sempre, elementos objetivos da mente
de quem os praticou.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de golpes, com ferocidade na execução, não
houve ocultação de cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre-se que esses dados já
aconteceram. Portanto, são insimuláveis, 100% objetivos. Basta juntar essas características
comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o praticou. Nesse caso específico, infere-se
que a pessoa é explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de algum transtorno ligado à
disritmia psicocerebral, algum estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o pensamento
e determinou a conduta.
Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só golpe, premeditado, com ocultação de
cadáver, concurso de cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do criminoso comum, que
entendia o que fazia.
Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime, saber-se tudo do diagnóstico do criminoso.
Mas, por outro lado, é na maneira como o delito foi praticado que se encontram características 100%
seguras da mente de quem o praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica revela-nos
exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento em que foi registrada. Em suma, a forma como as
coisas foram feitas revela muito da pessoa que as fez.
PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.
Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”, grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as
palavras arroladas em:
a) apreenção do menor - sanção legal.
b) detenção do infrator ascenção ao posto.
c) presunção de culpa coerção penal.
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d) interceção do juiz - contenção do distúrbio.
e) submição à lei indução ao crime.
5. (UFAM – Auxiliar em Administração – COMVEST-UFAM/2016)
Leia o texto a seguir:
Foi na minha última viagem ao Perú que entrei em uma baiúca muito agradável. Apesar de simples,
era bem frequentada. Isso podia ser constatado pelas assinaturas (ou simples rúbricas) dispostas em
quadros afixados nas paredes do estabelecimento, algumas delas de pessoas famosas. Insisti com o
garçom para também colocar a minha assinatura, registrando ali a minha presença. No final, o ônus foi
pesado: a conta veio muito salgada. Tudo seria perfeito se o tempo ali passado, por algum milagre, tivesse
sido gratuíto.
Assinale a alternativa que apresenta palavra em que a acentuação está CORRETA, de acordo com a
Reforma Ortográfica em vigor:
a) gratuíto
b) Perú
c) ônus
d) rúbricas
e) baiúca
6. (CRQ 18ª Região-PI – Advogado – Quadrix/2016)
A palavra "gás" aparece corretamente acentuada no texto. Dentre as palavras abaixo, aquela cuja
regra de acentuação mais se aproxima daquela que justifica o acento em "gás" é:
a) ácido.
b) âmbito.
c) estágio.
d) público.
e) crê.
7. (Pref. De Quixadá-CE – Agente de Combate às Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em
que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”:
a) pesqui__a, ga__olina, ali__erce.
b) e__ótico, talve__, ala__ão.
c) atrá__, preten__ão, atra__o.
d) bati__ar, bu__ina, pra__o.
e) valori__ar, avestru__, Mastru__.
8. (UFMS – Assistente em Administração - COPEVE-UFMS/2016) Analise as sequências
de palavras apresentadas nos itens a seguir:
I. intervem, infra-hepático, antiaéreo, magoo, auto-instrução.
II. autoeducação, cossecante, inter-resistente, supra-auricular.
III. bio-organismo, alcaloide, intervém, entrerregiões, reidratar.
IV. macro-sistema, saúdo, hübneriano, semi-herbáceo.
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NÃO há desvio gramatical nas palavras contidas:
a) Apenas nos itens II e IV.
b) Apenas nos itens II e III.
c) Apenas nos itens II, III e IV.
d) Apenas nos itens I e III.
e) Nos itens I, II, III e IV.
9. (Câmara Municipal de Araraquara-SP – Assistente de Tradução e Interpretação – IBFC/2016)
Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não apresenta erro ortográfico.
a) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
b) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
c) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
d) Procrastinar - idiossincrasia - abduzir
10. (CONFERE – Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDADES/2016) Assim como
“redução” e “emissão”, grafam-se, correta e respectivamente, com Ç e SS, as palavras:
a) Aparição e omissão.
b) Retenção e excessão.
c) Opreção e permissão.
d) Pretenção e impressão.
Respostas
1. (A)
Permanecem os acentos diferenciais pode/pôde; por/pôr; tem/têm; vem/vêm. Então o primeiro item
está certo e o segundo, errado. Creem, deem, leem, de fato, não são mais acentuados. Porém,
permanece o acento diferencial de terceira pessoa do plural em tem/têm; vem/vêm.
Assim, temos V, F, F.
2. (B)
A palavra grafada incorretamente é catalizar, pois seu radical possui a letra s: catálise, assim, o correto
seria catalisar.
Observação:
A grafia correta do vocábulo da alternativa (C) é catequizar, com z. A confusão acontece porque o
substantivo catequese é escrito com s, portanto, seria lógico que as palavras dele derivadas
preservassem o s. Seguindo esse raciocínio, muitos acabam errando na hora de escrever, pois fatores
etimológicos acabam sendo desconsiderados, visto que nem todos conhecem a história e a origem de
determinados termos.
Embora a palavra catequese seja escrita com s, o verbo catequizar não é derivado desse substantivo,
já que tem sua origem no latim catechizare e na palavra grega katekhízein. Sendo assim, todas as
palavras derivadas do verbo catequizar devem ser escritas com z, preservando sua etimologia. Observe
os exemplos:
Pedro é um ótimo catequizador.
A catequização das crianças é realizada no salão da paróquia.
A literatura catequizante tem no Padre José de Anchieta um de seus principais representantes.
A principal missão dos jesuítas era catequizar os nativos brasileiros.
3. (B)
a) eletricista
b) correta
c) Reivindicações
d) discriminar
e) despercebido
4. (C)
Palavras derivadas de verbos que possuem no radical “ced”, “met”, “cut”, “gred”, e “prim” (cedercessão; prometer-promessa; agredir-agressão; imprimir-impressão; discutir-discussão) invento
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5. (C)
Gra – tui – to - Paroxítona – Não acentua paroxítona em O.
Pe – ru - Oxítona – Não acentua oxítona terminada em U.
ô – nus – Paroxítona – Acentua paroxítona terminada em u, us, um, uns, on, ons.
Ru – bri – ca – Paroxítona – Não acentua paroxítona terminada em A.
Bai – u – ca – Não acentua hiato ( U ) em paroxítonas precedidas de ditongo.
6. (E)
A questão pede a mesma regra de acentuação da palavra "GÁS" - MONOSSÍLABO TÔNICO
a)Proparoxítona
b)Proparoxítona
c)Paroxítona
d)Proparoxítona
e)MONOSSÍLABO TÔNICO = CORRETA
7. (C)
A) pesquisa, gasolina, alicerce.
B) exótico, talvez, alazão.
C) atrás, pretensão, atraso.
D) batizar, buzina, prazo.
E) valorizar, avestruz, Mastruz.
8. (B)
Os erros são:
I. intervém ou intervêm, autoinstrução
IV. macrossistema
9. (D)
Procrastinar: transferir para outro dia ou deixar para depois; adiar, delongar, postergar, protrair.
Idiossincrasia: característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa.
Abduzir: afastar, desviar de um ponto, de um alvo, de uma referência; arredar. Tirar ou levar (algo ou
alguém) com violência; arrebatar, raptar.
10. (A)
a) Aparição e Omissão
b) Retenção e Exceção
c) Opressão e Permissão.
d) Pretensão e Impressão
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de
referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de
sequenciação textual.
Coesão
Uma das propriedades que distinguem um texto de um amontoado de frases é a relação existente
entre os elementos que os constituem. A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre palavras,
expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que servem para estabelecer
vínculos entre os componentes do texto. Observe:
“O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de anotações, que segurava na mão.”
Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece conexão entre as duas orações. O iraquiano leu
sua declaração num bloquinho comum de anotações e segurava na mão, retomando na segunda um dos
termos da primeira: bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a conexão entre as duas
orações, um fenômeno de coesão. Leia o texto que segue:
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Arroz-doce da infância
Ingredientes
1 litro de leite desnatado
150g de arroz cru lavado
1 pitada de sal
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sobremesa) de canela em pó
Preparo
Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de sal e mexa sem parar até cozinhar o
arroz. Adicione o açúcar e deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente, polvilhe a
canela. Sirva.
Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4. São Paulo, InCor, agosto de 1999, p. 42.
Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingredientes e modo de preparar. As informações
apresentadas na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os nomes mencionados pela primeira vez
na lista de ingredientes vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre outras funções, a de
indicar que o termo determinado por ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já fizera
menção.
No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona o açúcar, o artigo citado na primeira parte.
Se dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar, pois se trataria de outro açúcar, diverso daquele
citado no rol dos ingredientes.
Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: retomada ou antecipação de palavras, expressões
ou frases e encadeamento de segmentos.
Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra gramatical - (pronome, verbos ou
advérbios)
“No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há total igualdade entre homens e mulheres: estas
ainda ganham menos do que aqueles em cargos equivalentes.”
Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” retoma o termo mulheres, enquanto “aqueles”
recupera a palavra homens.
Os termos que servem para retomar outros são denominados anafóricos; os que servem para anunciar,
para antecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a seguir, desta antecipa abandonar a
faculdade no último ano:
“Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no último ano?”
São anafóricos ou catafóricos os pronomes demonstrativos, os pronomes relativos, certos advérbios
ou locuções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer, o artigo definido, os pronomes pessoais
de 3ª pessoa (ele, o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos:
“Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na cátedra de Sociologia na Universidade de
São Paulo.”
O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre.
“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como um descrente do amor e da amizade.”
O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; o pronome pessoal “o” retoma o nome
Machado de Assis.
“Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos trajando roupa escura.”
O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens.
“Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desanimado com a fila.”
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O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema.
“O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos funcionários do palácio, e o fará para
demonstrar seu apreço aos servidores.”
A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai inaugurar e seu complemento.
- Em princípio, o termo a que “o” anafórico se refere deve estar presente no texto, senão a coesão fica
comprometida, como neste exemplo:
“André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há vários meses.”
A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um anafórico, pois não está retomando nenhuma
das palavras citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica totalmente prejudicado: não há
possibilidade de se depreender o sentido desse pronome.
Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refira a nenhuma palavra citada anteriormente no
interior do texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos típicos da cultura em que se inscreve
o texto. É o caso de um exemplo como este:
“O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava desesperado, porque eram 21 horas e ela não
havia comparecido.”
Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome “ela” é um anafórico que só pode estar-se
referindo à palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo, o desespero só pode ser pelo atraso
da noiva (representada por “ela” no exemplo citado).
- O artigo indefinido serve geralmente para introduzir informações novas ao texto. Quando elas forem
retomadas, deverão ser precedidas do artigo definido, pois este é que tem a função de indicar que o termo
por ele determinado é idêntico, em termos de valor referencial, a um termo já mencionado.
“O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira
tinha muito dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.”
- Quando, em dado contexto, o anafórico pode referir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de
coesão, porque ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o texto seja escrito de tal forma que o
leitor possa determinar exatamente qual é a palavra retomada pelo anafórico.
“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por causa da sua arrogância.”
O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à palavra ator quanto a diretor.
“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que trabalha na mesma firma.”
Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao termo amiga ou a ex-namorado. Permutando o
anafórico “que” por “o qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria desfeita.
Retomada por palavra lexical - (substantivo, adjetivo ou verbo)
Uma palavra pode ser retomada, que por uma repetição, quer por uma substituição por sinônimo,
hiperônimo, hipônimo ou antonomásia.
Sinônimo é o nome que se dá a uma palavra que possui o mesmo sentido que outra, ou sentido
bastante aproximado: injúria e afronta, alegre e contente.
Hiperônimo é um termo que mantém com outro uma relação do tipo contém/está contido;
Hipônimo é uma palavra que mantém com outra uma relação do tipo está contido/contém. O
significado do termo rosa está contido no de flor e o de flor contém o de rosa, pois toda rosa é uma flor,
mas nem toda flor é uma rosa. Flor é, pois, hiperônimo de rosa, e esta palavra é hipônimo daquela.
Antonomásia é a substituição de um nome próprio por um nome comum ou de um comum por um
próprio. Ela ocorre, principalmente, quando uma pessoa célebre é designada por uma característica
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notória ou quando o nome próprio de uma personagem famosa é usado para designar outras pessoas
que possuam a mesma característica que a distingue:
“O rei do futebol (=Pelé) só podia ser um brasileiro.”
“O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado numa recente minissérie de tevê.”
Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver lutado pela liberdade na Europa e na América.
“Ele é um Hércules.” (=um homem muito forte).
Referência à força física que caracteriza o herói grego Hércules.
“Um presidente da República tem uma agenda de trabalho extremamente carregada. Deve receber
ministros, embaixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a todo o momento tomar graves
decisões que afetam a vida de muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que acontece no Brasil e
no mundo. Um presidente deve começar a trabalhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da
noite.”
A repetição do termo presidente estabelece a coesão entre o último período e o que vem antes dele.
“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os astros sempre o atraíram.”
Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo astros, que recupera os hipônimos estrelas,
planetas, satélites.
“Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do homem era regido por humores (fluidos
orgânicos) que percorriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensidade em nosso corpo. Eram
quatro os humores: o sangue, a fleuma (secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra. E eram
também estes quatro fluidos ligados aos quatro elementos fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido),
ao Fogo (quente) e à Terra (frio), respectivamente.”
Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18.
Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro períodos se faz pela repetição da palavra humores;
entre o terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo fluidos.
É preciso manejar com muito cuidado a repetição de palavras, pois, se ela não for usada para criar um
efeito de sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo. No trecho transcrito a seguir, por
exemplo, fica claro o uso da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes, vicejam, viciem),
com a evidente intenção de ridicularizar a condição secundária que um provável flamenguista atribui ao
Vasco e ao seu Vice-presidente:
“Recebi por esses dias um e-mail com uma série de piadas sobre o pouco simpático Eurico Miranda.
Faltam-me provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um flamenguista.”
Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice-presidente do clube, vice-campeão carioca e bivice-campeão mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal, no Carioca de basquete, no
Brasileiro de basquete e na Taça Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que não viciem.
José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo, 08/03/2000, p. 4-7.
A elipse é o apagamento de um segmento de frase que pode ser facilmente recuperado pelo contexto.
Também constitui um expediente de coesão, pois é o apagamento de um termo que seria repetido, e o
preenchimento do vazio deixado pelo termo apagado (=elíptico) exige, necessariamente, que se faça
correlação com outros termos presentes no contexto, ou referidos na situação em que se desenrola a
fala.
Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de Machado de Assis:
(...)
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
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Claridade imorta, que toda a luz resume!”
Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, v.III, p. 151.
Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes daquilo que disse a lua, isto é, antes das aspas,
fica subentendido, é omitido por ser facilmente presumível.
Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja que, no exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que
vem elidido (ou apagado) antes de sentiu e parou:
“Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada no peito e parou.”
Pode ocorrer também elipse por antecipação. No exemplo que segue, aquela promoção é
complemento tanto de querer quanto de desejar, no entanto aparece apenas depois do segundo verbo:
“Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preterido. Afinal, queria muito, desejava ardentemente
aquela promoção.”
Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos que têm regência diferente, a coesão é
rompida. Por exemplo, não se deve dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois o verbo conhecer rege
complemento não introduzido por preposição, e a elipse retoma o complemento inteiro, portanto teríamos
uma preposição indevida: “Conheço (deste livro) e gosto deste livro”. Em “Implico e dispenso sem dó os
estranhos palpiteiros”, diferentemente, no complemento em elipse faltaria a preposição “com” exigida pelo
verbo implicar.
Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendável é colocar o complemento junto ao primeiro
verbo, respeitando sua regência, e retomá-lo após o segundo por um anafórico, acrescentando a
preposição devida (Conheço este livro e gosto dele) ou eliminando a indevida (Implico com estranhos
palpiteiros e os dispenso sem dó).
Coesão por Conexão
Há na língua uma série de palavras ou locuções que são responsáveis pela concatenação ou relação
entre segmentos do texto. Esses elementos denominam-se conectores ou operadores discursivos. Por
exemplo: visto que, até, ora, no entanto, contudo, ou seja.
Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do texto: estabelecem entre elas relações semânticas
de diversos tipos, como contrariedade, causa, consequência, condição, conclusão, etc. Essas relações
exercem função argumentativa no texto, por isso os operadores discursivos não podem ser usados
indiscriminadamente.
Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não alcançou a vitória”, por exemplo, o conector
“mas” está adequadamente usado, pois ele liga dois segmentos com orientação argumentativa contrária.
Se fosse utilizado, nesse caso, o conector “portanto”, o resultado seria um paradoxo semântico, pois esse
operador discursivo liga dois segmentos com a mesma orientação argumentativa, sendo o segmento
introduzido por ele a conclusão do anterior.
- Gradação: há operadores que marcam uma gradação numa série de argumentos orientados para
uma mesma conclusão. Dividem-se eles, em dois subtipos: os que indicam o argumento mais forte de
uma série: até, mesmo, até mesmo, inclusive, e os que subentendem uma escala com argumentos mais
fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito.
“Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem articulado, conhece bem o assunto de que
fala e é até sedutor.”
Toda a série de qualidades está orientada no sentido de comprovar que ele é bom conferencista;
dentro dessa série, ser sedutor é considerado o argumento mais forte.
“Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Chegará a ser pelo menos diretor da
empresa.”
Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ser ambicioso e ter grande
capacidade de trabalho; por outro lado, subentende que há argumentos mais fortes para comprovar que
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ele tem as qualidades requeridas dos que vão longe (por exemplo, ser presidente da empresa) e que se
está usando o menos forte; ao menos, pelo menos e no mínimo ligam argumentos de valor positivo.
“Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segundo grau.”
No máximo introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ter muita dificuldade de aprender;
supõe que há uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) e que se está usando o
argumento menos forte da escala no sentido de provar a afirmação anterior; no máximo e quando muito
estabelecem ligação entre argumentos de valor depreciativo.
- Conjunção Argumentativa: há operadores que assinalam uma conjunção argumentativa, ou seja,
ligam um conjunto de argumentos orientados em favor de uma dada conclusão: e, também, ainda, nem,
não só... mas também, tanto... como, além de, a par de.
“Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o diretor da escola, é muito respeitado pelos
funcionários e também é muito querido pelos alunos.”
Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o interlocutor quem pode tomar uma dada decisão.
O último deles é introduzido por “e também”, que indica um argumento final na mesma direção
argumentativa dos precedentes.
Esses operadores introduzem novos argumentos; não significam, em hipótese nenhuma, a repetição
do que já foi dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores de conjunção segmentos que
representam uma progressão discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e
continuou seu discurso”, porque o segundo segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não teria
cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o
assaltaram e escondeu o choro que tomou conta dele”.
- Disjunção Argumentativa: há também operadores que indicam uma disjunção argumentativa, ou
seja, fazem uma conexão entre segmentos que levam a conclusões opostas, que têm orientação
argumentativa diferente: ou, ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário.
“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar a briga, para que ele não apanhasse.”
O argumento introduzido por ao contrário é diametralmente oposto àquele de que o falante teria
agredido alguém.
- Conclusão: existem operadores que marcam uma conclusão em relação ao que foi dito em dois ou
mais enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmações de que decorre a conclusão fica implícita,
por manifestar uma voz geral, uma verdade universalmente aceita): logo, portanto, por conseguinte, pois
(o pois é conclusivo quando não encabeça a oração).
“Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao controle dos fluxos mundiais de petróleo. Por
conseguinte, não é moralmente defensável.”
Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à afirmação exposta no primeiro período.
- Comparação: outros importantes operadores discursivos são os que estabelecem uma comparação
de igualdade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos, com vistas a uma conclusão contrária
ou favorável a certa ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que.
“Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves quanto maior for a corrupção entre os
agentes penitenciários.”
O comparativo de igualdade tem no texto uma função argumentativa: mostrar que o problema da fuga
de presos cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agentes penitenciários; por isso, os
segmentos podem até ser permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do ponto de vista
argumentativo, pois não há igualdade argumentativa proposta, “Tanto maior será a corrupção entre os
agentes penitenciários quanto mais grave for o problema da fuga de presos”.
Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a conclusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o
seguinte diálogo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de futebol:
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1403233 E-book gerado especialmente para PRISCILA ALVES DE SOUSA
“__Precisamos promover atletas das divisões de base para reforçar nosso time.
__Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quanto os do time principal.”
Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da promoção, pois ele declara que qualquer atleta das
divisões de base tem, pelo menos, o mesmo nível dos do time principal, o que significa que estes não
primam exatamente pela excelência em relação aos outros.
Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os segmentos na sua fala:
“__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto os das divisões de base.”
Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade da promoção, pois ele estaria declarando que
os atletas do time principal são tão bons quanto os das divisões de base.
- Explicação ou Justificativa: há operadores que introduzem uma explicação ou uma justificativa em
relação ao que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois.
“Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem autorização da ONU, devem arcar sozinhos com
os custos da guerra.”
Já que inicia um argumento que dá uma justificativa para a tese de que os Estados Unidos devam
arcar sozinhos com o custo da guerra contra o Iraque.
- Contrajunção: os operadores discursivos que assinalam uma relação de contrajunção, isto é, que
ligam enunciados com orientação argumentativa contrária, são as conjunções adversativas (mas,
contudo, todavia, no entanto, entretanto, porém) e as concessivas (embora, apesar de, apesar de que,
conquanto, ainda que, posto que, se bem que).
Qual é a diferença entre as adversativas e as concessivas, se tanto umas como outras ligam
enunciados com orientação argumentativa contrária?
Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento introduzido pela conjunção.
“O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levanta mais decidido a vencer.”
Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclusão negativa sobre um processo ocorrido com o
atleta, enquanto a começada pela conjunção “mas” leva a uma conclusão positiva. Essa segunda
orientação é a mais forte.
Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”.
No primeiro caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplantada pela falta de beleza; no segundo,
que a falta de beleza perde relevância diante da simpatia. Quando se usam as conjunções adversativas,
introduz-se um argumento com vistas à determinada conclusão, para, em seguida, apresentar um
argumento decisivo para uma conclusão contrária.
Com as conjunções concessivas, a orientação argumentativa que predomina é a do segmento não
introduzido pela conjunção.
“Embora haja conexão entre saber escrever e saber gramática, trata-se de capacidades diferentes.”
A oração iniciada por “embora” apresenta uma orientação argumentativa no sentido de que saber
escrever e saber gramática são duas coisas interligadas; a oração principal conduz à direção
argumentativa contrária.
Quando se utilizam conjunções concessivas, a estratégia argumentativa é a de introduzir no texto um
argumento que, embora tido como verdadeiro, será anulado por outro mais forte com orientação contrária.
A diferença entre as adversativas e as concessivas, portanto, é de estratégia argumentativa. Compare
os seguintes períodos:
“Por mais que o exército tivesse planejado a operação (argumento mais fraco), a realidade mostrouse mais complexa (argumento mais forte).”
“O exército planejou minuciosamente a operação (argumento mais fraco), mas a realidade mostrouse mais complexa (argumento mais forte).”
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- Argumento Decisivo: há operadores discursivos que introduzem um argumento decisivo para
derrubar a argumentação contrária, mas apresentando-o como se fosse um acréscimo, como se fosse
apenas algo mais numa série argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso, ademais.
“Ele está num período muito bom da vida: começou a namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido
na empresa, recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo e, além disso, ganhou uma bolada
na loteria.”
O operador discursivo introduz o que se considera a prova mais forte de que “Ele está num período
muito bom da vida”; no entanto, essa prova é apresentada como se fosse apenas mais uma.
- Generalização ou Amplificação: existem operadores que assinalam uma generalização ou uma
amplificação do que foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, também, é verdade que.
“O problema da erradicação da pobreza passa pela geração de empregos. De fato, só o crescimento
econômico leva ao aumento de renda da população.”
O conector introduz uma amplificação do que foi dito antes.
“Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os que atualmente militam no nosso futebol.
O conector introduz uma generalização ao que foi afirmado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso
futebol são retranqueiros.
- Especificação ou Exemplificação: também há operadores que marcam uma especificação ou uma
exemplificação do que foi afirmado anteriormente: por exemplo, como.
“A violência não é um fenômeno que está disseminado apenas entre as camadas mais pobres da
população. Por exemplo, é crescente o número de jovens da classe média que estão envolvidos em toda
sorte de delitos, dos menos aos mais graves.”
Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica, exemplifica a afirmação de que a violência
não é um fenômeno adstrito aos membros das “camadas mais pobres da população”.
- Retificação ou Correção: há ainda os que indicam uma retificação, uma correção do que foi afirmado
antes: ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras.
Exemplo:
“Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou passar a viver junto com minha namorada.”
O conector inicia um segmento que retifica o que foi dito antes.
Esses operadores servem também para marcar um esclarecimento, um desenvolvimento, uma
redefinição do conteúdo enunciado anteriormente. Exemplo:
“A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros nas corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato,
os interesses dos fabricantes mais uma vez prevaleceram sobre os da saúde.”
O conector introduz um esclarecimento sobre o que foi dito antes.
Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um reforço do conteúdo de verdade de um enunciado.
Exemplo:
“Quando a atual oposição estava no comando do país, não fez o que exige hoje que o governo faça.
Ao contrário, suas políticas iam na direção contrária do que prega atualmente.
O conector introduz um argumento que reforça o que foi dito antes.
- Explicação: há operadores que desencadeiam uma explicação, uma confirmação, uma ilustração do
que foi afirmado antes: assim, desse modo, dessa maneira.
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1403233 E-book gerado especialmente para PRISCILA ALVES DE SOUSA
“O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto se processavam as negociações, atacou de
surpresa.”
O operador introduz uma confirmação do que foi afirmado antes.
Coesão por Justaposição
É a coesão que se estabelece com base na sequência dos enunciados, marcada ou não com
sequenciadores. Examinemos os principais sequenciadores.
- Sequenciadores Temporais: são os indicadores de anterioridade, concomitância ou posterioridade:
dois meses depois, uma semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são utilizados predominantemente
nas narrações).
“Uma semana antes de ser internado gravemente doente, ele esteve conosco. Estava alegre e cheio
de planos para o futuro.”
- Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de posição relativa no espaço: à esquerda, à direita,
junto de, etc. (são usados principalmente nas descrições).
“A um lado, duas estatuetas de bronze dourado, representando o amor e a castidade, sustentam uma
cúpula oval de forma ligeira, donde se desdobram até o pavimento bambolins de cassa finíssima. (...) Do
outro lado, há uma lareira, não de fogo, que o dispensa nosso ameno clima fluminense, ainda na maior
força do inverno.”
José de Alencar. Senhora. São Paulo, FTD, 1992, p. 77.
- Sequenciadores de Ordem: são os que assinalam a ordem dos assuntos numa exposição:
primeiramente, em segunda, a seguir, finalmente, etc.
“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicialmente, das agruras por que passam as populações
civis; em seguida, discorrerei sobre a vida dos soldados na frente de batalha; finalmente, exporei suas
consequências para a economia mundial e, portanto, para a vida cotidiana de todos os habitantes do
planeta.”
- Sequenciadores para Introdução: são os que, na conversação principalmente, servem para
introduzir um tema ou mudar de assunto: a propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, fazendo
um parêntese, etc.
“Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas pessoas. A propósito, era um homem que sabia
agradar às mulheres.”
- Operadores discursivos não explicitados: se o texto for construído sem marcadores de
sequenciação, o leitor deverá inferir, a partir da ordem dos enunciados, os operadores discursivos não
explicitados na superfície textual. Nesses casos, os lugares dos diferentes conectores estarão indicados,
na escrita, pelos sinais de pontuação: ponto-final, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos.
“A reforma política é indispensável. Sem a existência da fidelidade partidária, cada parlamentar vota
segundo seus interesses e não de acordo com um programa partidário. Assim, não há bases
governamentais sólidas.”
Esse texto contém três períodos. O segundo indica a causa de a reforma política ser indispensável.
Portanto o ponto-final do primeiro período está no lugar de um porque.
A língua tem um grande número de conectores e sequenciadores. Apresentamos os principais e
explicamos sua função. É preciso ficar atento aos fenômenos de coesão. Mostramos que o uso
inadequado dos conectores e a utilização inapropriada dos anafóricos ou catafóricos geram rupturas na
coesão, o que leva o texto a não ter sentido ou, pelo menos, a não ter o sentido desejado. Outra falha
comum no que tange a coesão é a falta de partes indispensáveis da oração ou do período. Analisemos
este exemplo:
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“As empresas que anunciaram que apoiariam a campanha de combate à fome que foi lançada pelo
governo federal.”
O período compõe-se de:
- As empresas
- que anunciaram (oração subordinada adjetiva restritiva da primeira oração)
- que apoiariam a campanha de combate à fome (oração subordinada substantiva objetiva direta da
segunda oração)
- que foi lançada pelo governo federal (oração subordinada adjetiva restritiva da terceira oração).
Observe-se que falta o predicado da primeira oração. Quem escreveu o período começou a encadear
orações subordinadas e “esqueceu-se” de terminar a principal.
Quebras de coesão desse tipo são mais comuns em períodos longos. No entanto, mesmo quando se
elaboram períodos curtos é preciso cuidar para que sejam sintaticamente completos e para que suas
partes estejam bem conectadas entre si.
Para que um conjunto de frases constitua um texto, não basta que elas estejam coesas: se não tiverem
unidade de sentido, mesmo que aparentemente organizadas, elas não passarão de um amontoado
injustificado. Exemplo:
“Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem excelentes restaurantes. Ela tem bairros muito
pobres. Também o Rio de Janeiro tem favelas.”
Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade retoma o substantivo São Paulo, estabelecendo
uma relação entre o segundo e o primeiro períodos. O pronome “ela” recupera a palavra cidade,
vinculando o terceiro ao segundo período. O operador também realiza uma conjunção argumentativa,
relacionando o quarto período ao terceiro. No entanto, esse conjunto não é um texto, pois não apresenta
unidade de sentido, isto é, não tem coerência. A coesão, portanto, é condição necessária, mas não
suficiente, para produzir um texto.
Questões
1. (Pref. De Teresina-PI – Professor – Português – NUCEPE/2016)
O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias.
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma
a) coesão referencial.
b) coerência argumentativa.
c) coesão sequencial.
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d) coerência narrativa.
e) contiguidade.
2. (Pref. De Teresina-PI – Professor – Português – NUCEPE/2016) A coerência e a coesão são
mecanismo da textualidade que se estabelecem no texto a partir da:
a) conectividade.
b) intencionalidade.
c) aceitabilidade.
d) intertextualidade.
e) informatividade.
3. (TRE-PI – Analista Judiciário – Taquigrafia – CESPE/2016)
Na história em quadrinhos, a coesão e a coerência textuais são estabelecidas por meio
a) da retomada do termo “informação”, no último quadrinho.
b) da explicitação das formas existentes no mundo que, em tese, poderiam equivaler a vida.
c) do questionamento acerca do que vem a ser vida.
d) da resposta ao próprio questionamento do indivíduo do primeiro quadrinho.
e) das formas alfabéticas do segundo quadrinho.
4. (UFMS – Assistente em Administração – COPEVE-UFMS/2016)
Concurso marca 400 anos da morte de Shakespeare
Vídeos que melhor mostrarem a atualidade da obra do dramaturgo inglês serão premiados com
viagem ao Reino Unido e vale-presente
REDAÇÃO 5 de maio de 2016
Passados 400 anos da sua morte, por que William Shakespeare continua atual? É essa a pergunta
que embala o concurso cultural Shakespeare Hoje, promovido pelo British Council e parte da
programação “Shakespeare Lives”, que vem celebrando por meio de uma série de eventos, que se
estenderão ao longo do ano, os quatro séculos da morte do dramaturgo inglês.
Destinado a professores e alunos de escolas públicas e particulares de todo o Brasil, o concurso pede
para que os participantes produzam um vídeo que mostre a importância e atualidade da obra
shakespeariana.
As produções devem ter, no máximo, quatro minutos e podem ser feitas em grupos de até cinco alunos
que estejam cursando o Ensino Fundamental II ou Médio e com a coordenação de um professor.
O material deve abordar textos e personagens de Shakespeare e pode conter excertos de peças,
adaptações ou conteúdos autorais que sejam inspirados pela obra do autor.
Os melhores vídeos serão premiados com uma viagem para o Reino Unido e vales-presentes no valor
de 1 mil reais. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 28 de outubro.
(Disponível www.cartaeducacao.com.br/agenda/concurso-marca-400-anos-da-morte-de-shakespeare, em 06/05/2016)
Assinale a alternativa INCORRETA no que se refere à coesão e/ou à coerência do texto lido.
a) No estabelecimento de coesão lexical no texto, os nomes “vídeos”, “produções” e “material” são
empregados em relação de sinonímia.
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b) No trecho “É essa a pergunta que embala o concurso cultural Shakespeare Hoje[...]” (1º parágrafo),
o pronome demonstrativo “essa” estabelece referência catafórica por se referir ao substantivo “pergunta”.
c) Em “Passados 400 anos da sua morte, por que William Shakespeare continua atual?” (1º parágrafo),
a sequência formada pela preposição “por” e pelo pronome interrogativo “que” pode ser substituída, sem
prejuízo de sentido, pela expressão “por qual motivo”.
d) Entre as marcas de coesão referencial do texto, está o uso dos pronomes “sua” em “Passados 400
anos da sua morte” e “essa” em “É essa a pergunta que embala o concurso”. (1º parágrafo)
e) Entre as marcas de coesão lexical do texto, está o uso de “autor” (penúltimo parágrafo) e
“dramaturgo inglês” (primeiro parágrafo) em referência a “William Shakespeare”. (1º parágrafo).
5. (Pref. De Natal-RN – Psicólogo – IDECAN/2016)
Conheça Aris, que se divide entre socorrer e fotografar náufragos
Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o sofrimento dos refugiados deixou-o mais
rígido com as próprias filhas.
O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da
Primavera Árabe. Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados na Europa. Ele
conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na
Grécia, onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de 700.000
refugiados e imigrantes clandestinos já desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades locais
estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de
suspender o país do Acordo Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os Estadosmembros.
Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem
no rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda
mais emocional. E muito mais doloroso”, diz Messinis. Numa guerra, o fotógrafo também corre perigo,
então, de certa forma, está em pé de igualdade com as pessoas que protagonizam as cenas que ele
documenta. Em Lesbos, não é assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas que chegam estão
lutando por suas vidas. Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar em terra
firme, por falta de atendimento médico.
Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas
vezes Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se impressiona e se preocupa muito
com os bebês que chegam nos botes. Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da
travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais
rígido com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando vê o que acontece
com as crianças que chegam nos botes, Messinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas,
de terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não têm do que reclamar.
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-aris-que-sedivide-entresocorrer-e-fotografar-naufragos/.)
Na construção do texto, a coerência e a coesão são de fundamental importância para que sua
compreensão não seja comprometida. Alguns elementos são empregados de forma efetiva e explícita
com tal propósito. Nos trechos a seguir foram destacados alguns elementos cuja função anafórica
contribui para a coesão textual, com EXCEÇÃO de:
a) “[...] pessoas que trazem no rosto o sofrimento da guerra.” (2º§)
b) “Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos [...]” (1º§)
c) “O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento [...]” (4º§)
d) “[...] onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu.” (1º§)
6. (Pref. De Niterói-RJ – Administrador – COSEAC/2016)
O Brasil é minha morada
1 Permita-me que lhes confesse que o Brasil é a minha morada. O meu teto quente, a minha sopa
fumegante. É casa da minha carne e do meu espírito. O alojamento provisório dos meus mortos. A caixa
mágica e inexplicável onde se abrigam e se consomem os dias essenciais da minha vida.
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2 É a terra onde nascem as bananas da minha infância e as palavras do meu sempre precário
vocabulário. Neste país conheci emoções revestidas de opulenta carnalidade que nem sempre
transportavam no pescoço o sinete da advertência, justificativa lógica para sua existência.
3 Sem dúvida, o Brasil é o paraíso essencial da minha memória. O que a vida ali fez brotar com
abundância, excedeu ao que eu sabia. Pois cada lembrança brasileira corresponde à memória do mundo,
onde esteja o universo resguardado. Portanto, ao apresentar-me aqui como brasileira, automaticamente
sou romana, sou egípcia, sou hebraica. Sou todas as civilizações que aportaram neste acampamento
brasileiro.
4 Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a sordidez, a banalidade, também afloram a
alegria, a ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos alimentados pelo feijão bem temperado, o
arroz soltinho, o bolo de milho, o bife acebolado, e tantos outros anjos feitos com gema de ovo, que deita
raízes no mundo árabe, no mundo luso.
5 Deste país surgiram inesgotáveis sagas, narradores astutos, alegres mentirosos. Seres anônimos,
heróis de si mesmos, poetas dos sonhos e do sarcasmo, senhores de máscaras venezianas, africanas,
ora carnavalescas, ora mortuárias. Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes do seu tempo,
acomodam-se esplêndidas à sombra da mangueira só pelo prazer de dedilhar as cordas da guitarra e do
coração.
6 Neste litoral, que foi berço de heróis, de marinheiros, onde os saveiros da imaginação cruzavam as
águas dos mares bravios em busca de peixes, de sereias e da proteção de Iemanjá, ali se instalaram
civilizações feitas das sobras de outras tantas culturas. Cada qual fincando hábitos, expressões, loucas
demências nos nossos peitos.
7 Este Brasil que critico, examino, amo, do qual nasceu Machado de Assis, cujo determinismo falhou
ao não prever a própria grandeza. Mas como poderia este mulato, este negro, este branco, esta alma
miscigenada, sempre pessimista e feroz, acatar uma existência que contrariava regras, previsões,
fatalidades? Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e
revivê-lo ao mesmo tempo?
8 Fomos portugueses, espanhóis e holandeses, até sermos brasileiros. Uma grei de etnias ávidas e
belas, atraída pelas aventuras terrestres e marítimas. Inventora, cada qual, de uma nação foragida da
realidade mesquinha, uma espécie de ficção compatível com uma fábula que nos habilite a frequentar
com desenvoltura o teatro da história.
(PIÑON, Nélida. Aprendiz de Homero. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008, p. 241-243, fragmento.)
A leitura correta do texto indica que o elemento de coesão textual destacado em cada fragmento abaixo
está ERRONEAMENTE informado na opção:
a) “justificativa lógica para SUA existência.” (2º §) / “emoções revestidas de opulenta carnalidade”.
b) “O que a vida ALI fez brotar com abundância, excedeu ao que eu sabia.” (3º §) / “o Brasil é o paraíso
essencial da minha memória.”
c) “Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes do SEU tempo, acomodam-se esplêndidas
à sombra da mangueira”. (5º §) / “Criaturas”.
d) “CUJO determinismo falhou ao não prever a própria grandeza.” (7º §) / “Este Brasil”.
e) “Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e revivê-LO
ao mesmo tempo?” (7º §) / “o Brasil”.
7. (COMPESA – Analista de Gestão – Administrador de Banco de Dados – FGV/2016) As opções
a seguir apresentam pensamentos em que os pronomes sublinhados estabelecem coesão com
elementos anteriores.
Assinale a frase em que esse referente anterior é uma oração.
a) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”.
b) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca”.
c) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são pessoas desinteressadas”.
d) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se despetalar”.
e) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”.
8. (SEE-PE – Professor de Matemática – FGV/2016)
“O único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da minha morte é o mesmo que se sente
quando o barco está em perigo: encontramo-nos todos na mesma situação.”
(Tolstói)
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Alguns elementos do pensamento de Tolstói se referem a termos anteriores, o que dá coesão ao
texto. Assinale a opção em que o termo cujo referente anterior está indicado incorretamente.
a) “que sinto” / consolo.
b) “o mesmo” / consolo.
c) “que se sente” / consolo.
d) “todos” / nos.
e) “na mesma situação” / inevitabilidade da morte.
9. (Prefeitura de Maceió-AL – Assistente – Secretário Escolar – COPEVE-UFAL/2016)
O RISO POR ESCRITO - Grafias que expressam risos e gargalhadas na internet vão parar em
dicionário. Embora a comunicação virtual tenha evoluído muito nos últimos anos, agregando recursos de
áudio e vídeo, as formas verbais ainda predominam na internet. Até então, o registro verbal de risadas,
como “hahaha” ou “hihihi”, restringia-se às histórias em quadrinhos, que se valiam de onomatopeias e
grafismos para dar cor e som às gargalhadas. Mas com a linguagem informal cada vez mais recorrente
em chats e e-mails, o que se viu foi uma explosão de risos por escrito nos ambientes virtuais. A ponto de
o dicionário britânico Oxford incluir algumas dessas siglas em seu léxico. [...]
Revista Língua Portuguesa n. 68. Mural – Curiosidades da linguagem. SP: Segmento, 2011, p. 61 (fragmento).
Nas construções restringia-se e se valiam, destacadas no texto, as ocorrências do pronome oblíquo
átono estabelecem a coesão textual, uma vez que se constituem referências, respectivamente, dos
seguintes termos:
a) “Até então” e “para dar cor e som”.
b) “Até então” e “histórias em quadrinhos”.
c) “hahaha” ou “hihihi” e “onomatopeias e grafismos”.
d) “registro verbal de risadas” e “histórias em quadrinhos”.
e) “registro verbal de risadas” e “cor e som às gargalhadas”.
10. (COMPESA – Analista de Gestão – FGV/2016) Em todas as frases a seguir há um pronome
pessoal sublinhado em função anafórica, ou seja, estabelecendo uma relação de coesão com um
referente anterior.
Assinale a opção que indica a frase em que a identificação do referente foi feita adequadamente.
a) “Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente faz de conta que é, para ver como seria se ela fosse”.
/ coisa
b) “A última função da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam”. /
infinidade
c) “Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne”. / uma pessoa inteligente
d) “Fatos são o ar dos cientistas. Sem eles o cientista nunca poderia voar”. / o ar
e) “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”.
/ problemas
Respostas
1. (C)
Coesão Sequencial é aquela que se estabelece por meio de conectivos, cuja função é,
basicamente, ligar as frases e estabelecer uma relação de sentido entre elas.
2. (A)
A coerência ou conectividade conceitual é a relação que se estabelece entre as partes de um
texto, criando uma unidade de sentido.
A coesão, ou conectividade sequencial, é a ligação, o nexo que se estabelece entre as partes de
um texto, mesmo que não seja aparente.
3. (A)
A Senhora no quadrinho dá continuidade a "Tudo é apenas informação", e não responde "O que é a
'vida'?"
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4. (B)
A) CORRETA: todos esses nomes se referem aos vídeos produzidos por professores e alunos de
escolas públicas e particulares sobre William Shakespeare (ver o 2° parágrafo).
B) ERRADA: “[...] por que William Shakespeare continua atual? É essa a pergunta que embala o
concurso cultural Shakespeare Hoje [...]” . “Essa” estabelece referência anafórica com a pergunta
destacada.
C) CORRETA.
D) CORRETA: “Passados 400 anos da sua morte, por que William Shakespeare continua atual? [...]”
(referência catafórica); “[...] por que William Shakespeare continua atual? É essa a pergunta que embala
o concurso cultural Shakespeare Hoje [...]” (referência anafórica).
E) CORRETA.
5. (C)
Pronomes relativos - são anafóricos;
Conjunções - termos que ligam orações ou palavras do mesmo gênero - Jamais farão papel de
termos anafóricos.
6. (D)
Expressão referencial: cujo
Referente: Machado de Assis
Processo de Articulação: anáfora
7. (E)
a) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”. (ERRADO) o "QUE"
é Pronome Relativo (o qual) e refere-se a "sujeito".
b) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca”. (ERRADO) o LHE faz
referência a "a minha vontade", sendo objeto indireto.
c) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são pessoas desinteressadas”. (ERRADO) o
"que" não faz referência a nenhum termo da oração anterior.
d) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se despetalar”. (ERRADO) Assim como na letra
A, o "QUE" é Pronome Relativo (a qual), referindo-se a "margarida"
e) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”. (CERTO) o ISSO faz referência a oração
anterior. ISSO é uma falha...isso o que? você pensar que não tem falhas.
8. (E)
Sinto que o único consolo é o mesmo que se sente.
Na mesma situação refere-se a barco em perigo.
9. (D)
Restringia-se refere-se ao "registro verbal de risadas" (você faz a pergunta: o que restringia-se?
resposta: o registro verbal de risadas.) e se valiam refere-se à "histórias em quadrinhos" (você faz a
pergunta: o que se valiam? resposta: histórias em quadrinhos.)
10. (E)
-> Referente: objeto de discurso que é ativado, mencionado ou reativado pela expressão referencial.
Toda expressão referencial vai ter obrigatoriamente um referente.
-> Expressão Referencial: expressão que faz referência a um termo, com o objetivo de não repetir
palavras no texto. Não é obrigatório ser um pronome, mas é a forma mais comum que aparece.
Cada item apresenta uma palavra ou expressão após a respectiva frase como sendo o referente a
que o pronome se refere, devemos julgar então se esse referente apontado no fim da frase foi indicado
corretamente pela alternativa.
a) Expressão referencial: ela
Referente: hipótese
Processo de Articulação: anáfora
b) Expressão referencial: a
Referente: razão
Processo de Articulação: anáfora
c) Expressão referencial: o
Referente: problema
.
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Processo de Articulação: anáfora
d) Expressão referencial: eles
Referente: fatos
Processo de Articulação: anáfora
e) GABARITO
Expressão referencial: los
Referente: problemas
Processo de Articulação: anáfora
4.2 Emprego de tempos e modos verbais. 5 Domínio da estrutura
morfossintática do período. 5.1 Emprego das classes de palavras.
Classes de Palavras
As Classes de Palavras possuem vários outros nomes... por exemplo: Classes Gramaticais, Classes
Morfológicas e Morfossintaxe. Porém, o que todas estudam são as dez classes que existem. São elas:
substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.
Estudaremos a seguir, o emprego de cada uma. Vamos lá!?
Artigo
Artigo é a palavra que acompanha o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número, determinando-o
ou generalizando-o. Os artigos podem ser:
Definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de um ser já conhecido; denota familiaridade:
“A grande reforma do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do médio.” (Veja – maio de
2005)
Indefinidos: um, uma, uns, umas; estes; trata-se de um ser desconhecido, dá ao substantivo valor
vago: “...foi chegando um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima)
Usa-se o artigo definido:
- com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados foram punidos.
- com nomes próprios geográficos de estado, pais, oceano, montanha, rio, lago: o Brasil, o rio
Amazonas, a Argentina, o oceano Pacífico, a Suíça, o Pará, a Bahia. / Conheço o Canadá mas não
conheço Brasília.
- com nome de cidade se vier qualificada: Fomos à histórica Ouro Preto.
- depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos os vinte atletas participarão do
campeonato.
- com toda a/todo o, a expressão que vale como totalidade, inteira. Toda cidade será enfeitada para
as comemorações de aniversário. Sem o artigo, o pronome todo/toda vale como qualquer. Toda cidade
será enfeitada para as comemorações de aniversário. (Qualquer cidade)
- com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lindas flores da floricultura.
- com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro
é atlético e simpático.
- antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da primavera vem o verão.
- com expressões de peso e medida: O álcool custa um real o litro. (=cada litro)
Não se usa o artigo definido:
- antes de pronomes de tratamento iniciados por possessivos:
Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Majestade, Vossa Alteza.
Vossa Alteza estará presente ao debate?
“Nosso Senhor tinha o olhar em pranto / Chorava Nossa Senhora.”
.
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- antes de nomes de meses:
O campeonato aconteceu em maio de 2002. Mas: O campeonato aconteceu no inesquecível maio de
2002.
- alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra, Itália podem ser construídos sem o
artigo, principalmente quando regidos de preposição.
“Viveu muito tempo em Espanha.” / “Pelas estradas líricas de França.” Mas: Sônia Salim, minha amiga,
visitou a bela Veneza.
- antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro, amigos de João Luís e Laurinha. Mas:
Todos os três irmãos eu vi nascer. (O substantivo está claro)
- antes de palavras que designam matéria de estudo, empregadas com os verbos: aprender,
estudar, cursar, ensinar: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.
O uso do artigo é facultativo:
- antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência é irritante.
- antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana / a Luciana?
- “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (Para a frente: exige a preposição)
Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao / de + o, a = do, da / em + o, a = no, na /
por + o, a = pelo, pela.
Usa-se o artigo indefinido:
- para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns oito anos / Não o vejo há uns meses.
- antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares: Usava umas calças largas e umas
botas longas.
- em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é uma meiguice só.
- para comparar alguém com um personagem célebre: Luís August é um Rui Barbosa.
O artigo indefinido não é usado:
- em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente, quantidade: Reservou para todos boa
parte do lucro.
- com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente: Não há suficiente espaço para todos.
- com substantivo que denota espécie: Cão que ladra não morde.
Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e em + um, uma = num, numa, dum, duma.
O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra transforma-a em substantivo. O ato literário é
o conjunto do ler e do escrever.
Questões
01. (Pref. do Rio de Janeiro/RJ – Assistente Administrativo – Pref. do Rio de Janeiro/2016)
Crônica
Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as
recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma
das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família
nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme,
mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja
alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não
compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no
supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre,
deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o
.
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nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes
grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora
modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as
crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não
sabem selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete,
todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do
Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros
e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne
constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha,
peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E
dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer
mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no
Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à
Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal
seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente.
CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42.
A construção “... todas as crianças do mundo gostam de sorvete.” segue a norma padrão da língua
quanto ao emprego do artigo definido após os pronomes indefinidos todos e todas. De acordo com a
norma padrão, NÃO cabe o artigo definido na seguinte frase:
(A) Todos ___ dias a mesma família está ali na calçada.
(B) Essas pessoas são todas ___ inconsequentes.
(C) Com os ensinamentos do especialista, todos ___ seus problemas se acabam.
(D) Todas ___ segundas-feiras ele inicia uma nova dieta.
02. (IF-AP – Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016).
No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a substantivo, pronome, artigo e advérbio:
(A) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
(B) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
(C) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
(D) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
(E) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.
03. (Ceron/RO - Direito – EXATUS/2016)
A lição do fogo
1º Um membro de determinado grupo, ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso,
deixou de participar de suas atividades.
2º Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder
encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante ______ lareira, onde ardia um fogo brilhante e
acolhedor.
3º Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma cadeira
perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas
não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno
.
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das achas da lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram.
Cuidadosamente, selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a ______ lado.
Voltou, então, a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo,
fascinado e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho
momentâneo e seu fogo se apagou de vez.
4º Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz agora não passava de um negro, frio e
morto pedaço de carvão recoberto _____ uma espessa camada de fuligem acinzentada. Nenhuma
palavra tinha sido dita antes desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes
de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta ao meio do
fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões
ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
5º – Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo.
RANGEL, Alexandre (org.). As mais belas parábolas de todos os tempos –Vol. II.Belo Horizonte: Leitura, 2004.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto:
(A) a – ao – por.
(B) da – para o – de.
(C) à – no – a.
(D) a – de – em.
04. (ANAC - Analista Administrativo – ESAF/2016)
Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma que o torne coeso, coerente e
gramaticalmente correto.
O transporte internacional passou _1_ ser utilizado em larga escala depois da II Guerra Mundial, por
aviões cada vez maiores e mais velozes. A introdução dos motores _2_ jato, usados pela primeira vez
em aviões comerciais (Comet), em 1952, pela BOAC (empresa de aviação comercial inglesa), deu maior
impulso _3_ aviação como meio de transporte. No final da década de 1950, começaram _4_ ser usados
os Caravelle, de fabricação francesa (Marcel Daussaud/ Sud Aviation). Nos Estados Unidos, entravam
em serviço em 1960 os jatos Boeing 720 e 707 e dois anos depois o Douglas DC-8 e o Convair 880. Em
seguida apareceram os aviões turbo hélices, mais econômicos e de grande potência. Soviéticos, ingleses,
franceses e norte-americanos passaram _5_ estudar a construção de aviões comerciais cada vez
maiores, para centenas de passageiros, e _6_ dos chamados "supersônicos", _7_ velocidades duas ou
três vezes maiores que a do som. Nesse item dos supersônicos, _8_ estrelas internacionais foram o
Concorde (franco-britânico) e o Tupolev (russo), que transportavam 144 passageiros e voaram até os
anos 90, mas, devido aos elevados custos de manutenção, passagens e combustíveis, eles acabaram
por ter as suas produções suspensas.
< http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. (com adaptações).
(A) 1 - a / 2 - à / 3 - a / 4 - a 5 - a / 6 - a / 7- à / 8 - às
(B) 1 - a / 2 - a / 3 - a / 4 - à / 5 - à / 6 - a / 7- a / 8 - as
(C) 1 - à / 2 - a / 3 - à / 4 - à / 5 - a / 6 - à / 7- à / 8 - às
(D) 1 - a / 2 - à / 3 - à / 4 - a / 5- à / 6 - a / 7- à / 8 - às
(E) 1 - a / 2 - a / 3 - à / 4 - a / 5- a / 6 - a / 7- a / 8 - as
Respostas
01. Resposta B
a) Todos ___ dias a mesma família está ali na calçada. OS (Artigo definido)
b) Essas pessoas são todas ___ inconsequentes. UMAS (Pronome indefinido, pois está substituindo
a palavra "pessoas") Caberia no máximo um pronome indefinido. Mas não um artigo.
c) Com os ensinamentos do especialista, todos ___ seus problemas se acabam. OS (Artigo definido)
d) Todas ___ segundas-feiras ele inicia uma nova dieta. AS (Artigo definido)
02. Resposta E
Substantivo: Sempre PODE vir antecedido de artigo. "A GUERRA..."
Pronome Relativo: Função coesiva, sempre anafórico (retomada de uma informação), referem-se a
um substantivo ou pronome substantivo. " E QUANDO..."
.
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Artigo: é uma palavra que se antepõe ao substantivo, serve para determiná-lo. É variável em gênero e
número.
- Artigo definido: o, a, os, as, esses determinam o substantivo com precisão.
Advérbio: Invariável, refere-se a verbo exprimindo uma circunstância ou modifica o adjetivo ou outro
advérbio. "...NÃO SEI..."
03. Resposta B
[...]sentado diante da lareira[...];
[...]empurrando-a para o lado;
[...]pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada[...];
04. Resposta E
1- "O transporte passou A ser considerado..." Este A é apenas PREPOSIÇÃO; 2- 'A introdução dos
motores A JATO "- Jato é palavra masculina, por isso não há crase. 3-" ...deu maior impulso (A) _À__
(A) aviação. “4-”. Começaram A ser usados...”. Este A é apenas preposição. 5-”. Passaram A estudar…”.
Este A é apenas preposição. 6- .." A dos chamados " supersônicos"..". Este A é apenas preposição...7-"
A velocidades duas ou três vezes maiores que..." Este A também é apenas preposição, além disso está
diante de uma palavra no plural: VELOCIDADES= crase.
Substantivo
Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes de pessoas, de lugares, coisas,
entes de natureza espiritual ou mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, passarinho, abraço,
quadro, universidade, saudade, amor, respeito, criança.
Os substantivos exercem, na frase, as funções de: sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo.
Os substantivos classificam-se em:
- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie: menina, piano, estrela, rio, animal, árvore.
- Próprios: referem-se a um ser em particular: Brasil, América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia.
- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são independentes; reais ou imaginários: mãe,
mar, água, anjo, mulher, alma, Deus, vento, DVD, fada, criança, saci.
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende sempre de um ser para existir: é
necessário alguém ser ou estar triste para a tristeza manifestar-se; é necessário alguém beijar ou abraçar
para que ocorra um beijo ou um abraço; designam qualidades, sentimentos, ações, estados dos seres:
dor, doença, amor, fé, beijo, abraço, juventude, covardia, coragem, justiça. Os substantivos abstratos
podem ser concretizados dependendo do seu significado: Levamos a caça para a cabana. (Caça = ato
de caçar, substantivo abstrato; a caça, neste caso, refere-se ao animal, portanto, concreto).
- Simples: como o nome diz, são aqueles formados por apenas um radical: chuva, tempo, sol, guarda,
pão, raio, água, ló, terra, flor, mar, raio, cabeça.
- Compostos: são os que são formados por mais de dois radicais: guarda-chuva, girassol, água-decolônia, pão-de-ló, para-raio, sem-terra, mula-sem-cabeça.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras; vieram primeiro, deram origem a outras
palavras: ferro, Pedro, mês, queijo, chave, chuva, pão, trovão, casa.
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; vieram depois: ferradura, pedreiro, mesada,
requeijão, chaveiro, chuveiro, padeiro, trovoada, casarão, casebre.
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no singular, designam um conjunto de seres de uma
mesma espécie: bando, povo, frota, batalhão, biblioteca, constelação.
Eis alguns substantivos coletivos:
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Álbum
de fotografias
Colmeia
de abelhas
Alcateia
de lobos
Concílio
de bispos em assembleia
Antologia
de textos escolhidos
Conclave
de cardeais
Arquipélago
ilhas
Cordilheira
de montanhas
Assembleia
pessoas, professores
Cortejo
acompanhantes em comitiva
Atlas
cartas geográficas
Hemeroteca
de jornais, revistas
Bando
de aves, de crianças
Iconoteca
de imagens
Baixela
utensílios de mesa
Miríade
de muitas estrelas, insetos
Banca
de examinadores
Nuvem
de gafanhotos
Biênio
dois anos
Panapaná
de borboletas em bando
Bimestre
dois meses
Penca
de frutas
Cacho
de uva
Pinacoteca
de quadros
Cáfila
camelos
Piquete
de grevistas
Caravana
viajantes
Plêiade
de pessoas notáveis, sábios
Cambada
de vadios, malvados
Resma
de quinhentas folhas de papel
Cancioneiro
de canções
Sextilha
de seis versos
Cardume
de peixes
Tropilhas
de trabalhadores, alunos
Código
de leis
Xiloteca
de amostras de tipos de madeiras
Flexão do Substantivo
“Na feira livre do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor
O melhor divertimento para crianças!
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
Fitando com olhos muito redondos os grandes
Balõezinhos muito redondos.” (Manoel Bandeira)
Observe que o poema apresenta vários substantivos e apresentam variações ou flexões de gênero
(masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau (aumentativo/diminutivo).
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca
de o por a, ou o acréscimo da vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.
Formação do Feminino
O feminino se realiza de três modos:
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre, mestra / leão, leoa;
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa
/ cônsul, consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca /
carneiro, ovelha / cavalo, égua.
Observe como são formados os femininos:
parente, parenta
hóspede, hospeda
monge, monja
presidente, presidenta
gigante, giganta
guardião, guardiã
escrivão, escrivã
papa, papisa
imperador, imperatriz
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profeta, profetisa
abade, abadessa
perdigão, perdiz
ateu, ateia
réu, ré
frade, freira
cavalheiro, dama
zangão, abelha
Substantivos Uniformes
Os substantivos uniformes apresentam uma única forma para ambos os gêneros: dentista, vítima. Os
substantivos uniformes dividem-se em:
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea. –
jacaré macho ou fêmea / a cobra macho ou fêmea / a formiga macho ou fêmea.
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam indivíduos dos dois sexos. São
masculinos ou femininos. A indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou feminino: o, a
intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a personagem / o, a cliente / o, a fã / o, a motorista / o, a estudante
/ o, a artista / o, a repórter / o, a manequim / o, a gerente / o, a imigrante / o, a pianista / o, a rival / o a
jornalista.
- Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para homem ou a mulher: a criança (menino,
menina) / a testemunha (homem, mulher) / a pessoa (homem, mulher) / o cônjuge (marido, mulher) / o
guia (homem, mulher) / o ídolo (homem, mulher).
Substantivos que mudam de sentido, quando se troca o gênero:
o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
o cabeça (chefe, líder)
- a cabeça (parte do corpo);
o guia (acompanhante) - a guia (documentação);
o moral (ânimo) - a moral (ética);
o grama (peso) - a grama (relva);
o caixa
(atendente) - a caixa (objeto);
o rádio (aparelho) - a rádio (emissora);
o crisma (óleo salgado) - a crisma (sacramento);
o coma (perda dos sentidos) - a coma (cabeleira);
o cura (vigário) - a cura; (ato de curar);
o lente (prof. Universitário) - a lente (vidro de aumento);
o língua (intérprete) - a língua (órgão, idioma);
o voga (o remador) - a voga (moda).
Alguns substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero. São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue
(manha), o champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete, o Hosana, o espécime, o
guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa, o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o formicida,
o herpes, o sósia, o telefonema, o saca-rolha, o plasma, o estigma.
São geralmente masculinos os substantivos de origem grega terminados em – ma: o dilema, o
teorema, o emblema, o trema, o eczema, o edema, o enfisema, o fonema, o anátema, o tracoma, o
hematoma, o glaucoma, o aneurisma, o telefonema, o estratagema.
São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe,
a cólera (doença), a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês, a sentinela, a sucuri,
a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama, a Xerox, a aguardente.
Plural dos Substantivos
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Há várias maneiras de se formar o plural dos substantivos: Acrescentam-se:
- S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo: povo, povos / feira, feiras / série, séries.
- S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens / abdômen, abdomens / hífen, hífens.
Também: líquenes, abdômenes, hífenes.
- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns
terminados em R mudam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracteres / sênior,
seniores.
- IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal, jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles,
méis. Exceções: mal, males / cônsul, cônsules / real, réis (antiga moeda portuguesa).
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S: cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão,
mãos.
Trocam-se:
ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões / mamão, mamões
ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães / cão, cães
il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis / pernil, pernis, e por EIS (Paroxítonas): fóssil,
fósseis / réptil, répteis / projétil, projéteis
m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs / atum, atuns
zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão, balões;
2º elimina-se o S + zinhos
Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos;
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos;
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos
Alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix,
os ônix / a fênix, as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.
Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma no plural:
aldeão, aldeões, aldeãos;
verão, verões, verãos;
anão, anões, anãos;
guardião, guardiões, guardiães;
corrimão, corrimãos, corrimões;
ancião, anciões, anciães, anciãos;
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos.
A tendência é utilizar a forma em ÕES
Há substantivos que mudam o timbre da vogal tônica, no plural. Chama-se metafonia. Apresentam
o “o” tônica fechado no singular e aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), impostos (ó) /
forno (ô), fornos (ó) / miolo (ô), miolos (ó) / poço (ô), poços (ó) / olho (ô), olhos (ó) / povo (ô), povos (ó) /
corvo (ô), corvos (ó). Também são abertos no plural (ó): fogos, ovos, ossos, portos, porcos, postos,
reforços. Tijolos, destroços.
Há substantivos que mudam de sentido quando usados no plural: Fez bem a todos (alegria); Houve
separação de bens. (Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram maravilhosas.
(Descanso); Sua honra foi exaltada. (Dignidade); Recebeu honras na solenidade. (Homenagens); Outros:
bem = virtude, benefício / bens = valores / costa = litoral / costas = dorso / féria = renda diária / férias =
descanso / vencimento = fim / vencimento = salário / letra = símbolo gráfico / letras = literatura.
Substantivos empregados somente no plural: Arredores, belas-artes, bodas (ô), condolências,
cócegas, costas, exéquias, férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, viveres, idos,
afazeres, algemas.
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A forma singular das palavras ciúme e saudade são também usadas no plural, embora a forma singular
seja preferencial, já que a maioria dos substantivos abstratos não se pluralizam. Aceita-se os ciúmes,
nunca o ciúmes.
“Quando você me deixou,
meu bem,
me disse pra eu ser feliz
e passar bem
Quis morrer de ciúme,
quase enlouqueci
mas depois, como era
de costume, obedeci”
(gravado por Maria Bethânia)
“Às vezes passo dias inteiros
imaginando e pensando em você
e eu fico com tanta saudade
que até parece que eu posso morrer.
Pode creditar em mim.
Você me olha, eu digo sim...”
(Fernanda Abreu)
Termos no singular com valor de plural:
Muito negro ainda sofre com o preconceito social.
Tem morrido muito pobre de fome.
Plural dos Substantivos Compostos
Não é muito fácil a formação do plural dos substantivos compostos.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural
- Palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol = girassóis / autopeça = autopeças.
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas
/ guarda-roupa = guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição = vale-refeições.
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixoassinados / recém-nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-escola = auto-escolas.
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico = os tico-ticos / o corre-corre = os correcorres.
- substantivo composto de três ou mais elementos não ligados por preposição: o bem-me-quer
= os bem-me-queres / o bem-te-vi = os bem-te-vis.
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: grão-duque = grão-duques / grã-cruz =
grã-cruzes / bel-prazer = bel-prazeres.
Somente o primeiro elemento vai para o plural
- substantivo + preposição + substantivo: água de colônia = águas-de-colônia / mula-sem-cabeça
= mulas-sem-cabeça / pão-de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz.
- quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá ideia de tipo, finalidade: samba-enredo =
sambas-enredo / pombo-correio = pombos-correio / salário-família = salários-família / banana-maçã =
bananas-maçã / vale-refeição = vales-refeição ou vales-refeições (vale = ter valor de,
substantivo+especificador). Com o substantivo “vale” são aceitas as duas formas.
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A tendência na língua portuguesa atual é pluralizar os dois elementos: bananas-maçãs / couves-flores
/ peixes-bois / saias-balões.
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o cola-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os
bota-fora
- os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai = os entra-e-sai / o leva-e-traz = os levae-traz / o vai-e-volta = os vai-e-volta.
Os dois elementos, vão para o plural
- substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / abelha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó
= tias-avós / tenente-coronel = tenentes-coronéis / redator-chefe = redatores-chefes. Coloque entre dois
elementos a conjunção e, observe se é possível a pessoa ser o redator e chefe ao mesmo tempo /
cirurgião e dentista / tia e avó / decreto e lei / abelha e mestra.
- substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-perfeitos / capitão-mor = capitães-mores / carroforte = carros-fortes / obra-prima = obras-primas / cachorro-quente = cachorros-quentes.
- adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-metragem = curtas-metragens / má-língua =
más-línguas /
- numeral ordinal + substantivo: segunda-feira = segundas-feiras / quinta-feira = quintas-feiras.
Composto com a palavra guarda só vai para o plural se for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos
/ guarda-florestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis / guarda-marinha = guardas-marinha.
Plural das palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo (substantivadas), são
flexionadas como substantivos: Gritavam vivas e morras; Fiz a prova dos noves; Pesei bem os prós e
contras.
Numerais substantivos terminados em s ou z não variam no plural. Este semestre tirei alguns seis e apenas
um dez.
Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os
Kennedys / os Silvas.
Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs / DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.
Grau do Substantivo
Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir intensidade, exagero ou diminuição. A essas
modificações é que damos o nome de grau do substantivo. São dois os graus dos substantivos:
aumentativo e diminutivo.
Os graus aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:
- Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou diminutivo: peixe – peixão (aumentativo
sintético); peixe-peixinho (diminutivo sintético); sufixo inho ou isinho.
- Analítico: formado com palavras de aumento: grande, enorme, imensa, gigantesca:
obra imensa
/ lucro enorme / carro grande / prédio gigantesco; e formado com as palavras de diminuição: diminuto,
pequeno, minúscula, casa pequena, peça minúscula / saia diminuta.
- Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos exprimem também desprezo, crítica,
indiferença em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha, coisinha,
povinho, livreco.
- Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho, Toninho, mãezinha.
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns substantivos no grau diminutivo e aumentativo
adquiriram um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha (calendário).
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- As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica
recebem o sufixo zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão (sílaba nasal) = irmãozinho;
herói (ditongo) = heroizinho; baú (hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
- As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas consoantes seguidas de vogal recebem o
sufixo inho: país = paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha.
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado,
minicalculadora.
Substantivo caracterizador de adjetivo: os adjetivos referentes a cores podem ser modificados por
um substantivo: verde piscina, azul petróleo, amarelo ouro, roxo batata, verde garrafa.
Questões
01. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
(A) vulcão, abaixo-assinado;
(B) irmão, salário-família;
(C) questão, manga-rosa;
(D) bênção, papel-moeda;
(E) razão, guarda-chuva.
02. Assinale a alternativa em que está correta a formação do plural:
(A) cadáver – cadáveis;
(B) gavião – gaviães;
(C) fuzil – fuzíveis;
(D) mal – maus;
(E) atlas – os atlas.
03. A palavra livro é um substantivo
(A) próprio, concreto, primitivo e simples.
(B) comum, abstrato, derivado e composto.
(C) comum, abstrato, primitivo e simples.
(D) comum, concreto, primitivo e simples.
04. Assinale a alternativa em que todos os substantivos são masculinos:
(A) enigma – idioma – cal;
(B) pianista – presidente – planta;
(C) champanha – dó(pena) – telefonema;
(D) estudante – cal – alface;
(E) edema – diabete – alface.
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm um significado; e no feminino têm outro,
diferente. Marque a alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao seu significado:
(A) O capital = dinheiro;
A capital = cidade principal;
(B) O grama = unidade de medida;
A grama = vegetação rasteira;
(C) O rádio = aparelho transmissor;
A rádio = estação geradora;
(D) O cabeça = o chefe;
A cabeça = parte do corpo;
(E) A cura = o médico.
O cura = ato de curar.
06. (Pref. de Rio de Janeiro/RJ – Enfermeiro – Pref. do Rio de Janeiro/2016)
O surpreendente “sucesso” dos sobreviventes
Muitos anos após o Holocausto, o governo israelense realizou um extenso levantamento para
determinar quantos sobreviventes ainda estavam vivos. O estudo, de 1977, concluiu que entre 834 mil e
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960 mil sobreviventes ainda viviam em todo o mundo. O maior número – entre 360 mil e 380 mil – residia
em Israel. Entre 140 mil e 160 mil viviam nos Estados Unidos; entre 184 mil e 220 mil estavam espalhados
pela antiga União Soviética; e entre 130 mil e 180 mil estavam dispersos pela Europa. Como foi que esses
homens e mulheres lidaram com a vida após o genocídio? De acordo com a crença popular, muitos
sofriam da chamada Síndrome do Sobrevivente ao Campo de Concentração. Ficaram terrivelmente
traumatizados e sofriam de sérios problemas psicológicos, como depressão e ansiedade.
Em 1992, um sociólogo nova-iorquino chamado William Helmreich virou essa crença popular de
cabeça para baixo. Professor da Universidade da Cidade de Nova York, Helmreich viajou pelos Estados
Unidos de avião e automóvel para estudar 170 sobreviventes. Esperava encontrar homens e mulheres
com depressão, ansiedade e medo crônicos. Para sua surpresa, descobriu que a maioria dos
sobreviventes se adaptara a suas novas vidas com muito mais sucesso do que jamais se imaginaria. Por
exemplo, apesar de não terem educação superior, os sobreviventes saíram-se muito bem
financeiramente. Em torno de 34 por cento informaram ganhar mais de 50 mil dólares anualmente. Os
fatores-chave, concluiu Helmreich, foram “trabalho duro e determinação, habilidade e inteligência, sorte
e uma disposição para correr riscos.” Ele descobriu também que seus casamentos eram mais bemsucedidos e estáveis. Aproximadamente 83 por cento dos sobreviventes eram casados, comparado a 61
por cento dos judeus americanos de idade similar. Apenas 11 por cento dos sobreviventes eram
divorciados, comparado com 18 por cento dos judeus americanos. Em termos de saúde mental e bemestar emocional, Helmreich descobriu que os sobreviventes faziam menos visitas a psicoterapeutas do
que os judeus americanos.
“Para pessoas que sofreram nos campos, apenas ser capaz de levantar e ir trabalhar de manhã já
seria um feito significativo”, escreveu ele em seu livro Against All Odds (Contra Todas as Probabilidades).
“O fato de terem se saído bem nas profissões e atividades que escolheram é ainda mais impressionante.
Os valores de perseverança, ambição e otimismo que caracterizavam tantos sobreviventes estavam
claramente arraigados neles antes do início da guerra. O que é interessante é quanto esses valores
permaneceram parte de sua visão do mundo após o término do conflito.” Helmreich acredita que algumas
das características que os ajudaram a sobreviver ao Holocausto – como flexibilidade, coragem e
inteligência – podem ter contribuído para seu sucesso posterior. “O fato de terem sobrevivido para contar
a história foi, para a maioria, uma questão de sorte”, escreve ele. “O fato de terem sido bem-sucedidos
em reconstruir suas vidas em solo americano, não. ”
A tese de Helmreich gerou controvérsia e ele foi atacado por diminuir ou descontar o profundo dano
psicológico do Holocausto. Mas ele rebate essas críticas, observando que “os sobreviventes estão
permanentemente marcados por suas experiências, profundamente. Pesadelos e constante ansiedade
são a norma de suas vidas. E é precisamente por isso que sua capacidade de levar vidas normais –
levantar de manhã, trabalhar, criar famílias, tirar férias e assim por diante – faz com que descrevê-los
como ‘bem-sucedidos’ seja totalmente justificado”.
Em suas entrevistas individuais e seus levantamentos aleatórios em larga escala de sobreviventes ao
Holocausto, Helmreich identificou dez características que justificavam seu sucesso na vida: flexibilidade,
assertividade, tenacidade, otimismo, inteligência, capacidade de distanciamento, consciência de grupo,
capacidade de assimilar o conhecimento de sua sobrevivência, capacidade de encontrar sentido na vida
e coragem. Todos os sobreviventes do Holocausto compartilhavam algumas dessas qualidades, me conta
Helmreich. Apenas alguns dos sobreviventes possuíam todas elas.
Adaptado de: SHERWOOD, Ben. Clube dos sobreviventes: Segredos de quem escapou de situações-limite e como eles
podem salvar a sua vida. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 160-161.
Em “... apenas ser capaz de levantar e ir trabalhar de manhã já seria um feito significativo”, o adjetivo
posposto ao substantivo poderia também precedê-lo sem prejuízo do sentido. O mesmo se observa na
seguinte frase:
(A) Mesmo sem educação superior, foram bem-sucedidos.
(B) Muitos ficaram sofrendo de problemas psicológicos.
(C) Algumas dessas características foram cruciais para seu sucesso posterior.
(D) Por casamento entendemos também a união estável.
07. (CODEBA - Guarda Portuário – FGV/2016)
Texto I
Lixo
A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga
escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a
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diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos
descartáveis, em que a maior parte dos produtos – desde guardanapos de papel e latas de refrigerantes,
até computadores – é utilizada e jogada fora com enorme rapidez.
Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das modernas metrópoles fez com que as áreas
disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a
poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo,
especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos
recolhidos nas grandes cidades é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes
nas áreas periféricas.
A questão é: o que fazer com tanto lixo?
(Adaptado. Internet.)
O texto traz muitos pares de substantivo + adjetivo (ou vice-versa). O par em que a troca de posição
do adjetivo faz com que seja possível a mudança de sentido é
(A) modernas metrópoles.
(B) novas embalagens.
(C) enorme rapidez.
(D) crescimento acelerado.
(E) grandes cidades.
08. (Emdec - Assistente Administrativo Jr – IBFC/2016)
Aprendendo a pensar
(Frei Beto)
Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é considerar criança
ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida aprendemos as
coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se, distinguir olfatos, cores,
fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que
é importante para fazer de nós seres humanos, aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman
considera “a idade do gênio”.
Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de neurônios em nosso
cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira acelerada nos primeiros anos da vida.
Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de cérebro sadio.
Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música, computação etc. São pessoas felizes,
com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um professor que adotou o método dele, foi recebido por
uma orquestra de crianças; todas tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender um instrumento
musical ou se auto alfabetizar sem curso específico de alfabetização. Isso foi testado na minha família e
deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e,
em seguida, fazia fichas de palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a
escola.
[...]
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes. Dhp?artld=5069. Adaptado)
Considerando o contexto em que se encontra, assinale a única opção em que o vocábulo destacado
NÃO corresponde a um exemplo de substantivo.
(A) “Nosso olhar está impregnado de preconceitos” (1°§)
(B) “Uma das miopias que carregamos é considerar criança ignorante”. (1°§)
(C) “Nascemos com 86 bilhões de neurônios em nosso cérebro.” (4°§)
(D) “Hoje são adultos que falam diversos idiomas” (5°§)
09. Marque a alternativa que apresenta os femininos de “Monge”, “Duque”, “Papa” e “Profeta”:
(A) monja – duqueza – papisa – profetisa;
(B) freira – duqueza – papiza – profetisa;
(C) freira – duquesa – papisa – profetisa;
(D) monja – duquesa – papiza – profetiza;
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(E) monja – duquesa – papisa – profetisa.
10. (MPE/SP - Oficial de Promotoria I – VUNESP/2016)
Japão irá auxiliar Minas Gerais com a experiência no enfrentamento de tragédias
Acostumados a lidar com tragédias naturais, os japoneses costumam se reerguer em tempo recorde
depois de catástrofes. Minas irá buscar experiência e tecnologias para superar a tragédia em Mariana
A partir de janeiro, Minas Gerais irá se espelhar na experiência de enfrentamento de catástrofes e
tragédias do Japão, para tentar superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. Bombeiros
mineiros deverão receber treinamento por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica),
a exemplo da troca de experiências que já acontece no Estado com a polícia comunitária, espelhada no
modelo japonês Koban.
O terremoto seguido de um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão em 2011 deixando
milhares de mortos e desaparecidos, e prejuízos que quase chegaram a US$ 200 bilhões, foi uma das
muitas tragédias naturais que o país enfrentou nos últimos anos. Menos de um ano depois da catástrofe,
no entanto, o Japão já voltava à rotina. É esse tipo de experiência que o Brasil vai buscar para lidar com
a tragédia ocorrida em Mariana.
(Juliana Baeta, http://www.otempo.com.br, 10.12.2015. Adaptado)
No trecho – Bombeiros mineiros deverão receber treinamento... – (1o parágrafo), a expressão em
destaque é formada por substantivo + adjetivo, nessa ordem. Essa relação também se verifica na
expressão destacada em:
(A) A imprudente atitude do advogado trouxe-me danos.
(B) Entrou silenciosamente, com um espanto indisfarçável.
(C) Alguma pessoa teve acesso aos documentos da reunião?
(D) Trata-se de um lutador bastante forte e preparado.
(E) Estiveram presentes à festa meus estimados padrinhos.
Respostas
01. Resposta C
A palavra “balão” tem seu plural em “ões”.
O plural do vocábulo “caneta-tinteiro” é “canetas-tinteiro”, em que se é pluralizado apenas o primeiro
elemento, já que o segundo determina, indicando a funcionalidade, do primeiro.
Alternativa A: vulcão-vulcões / abaixo-assinado-abaixo-assinados
Alternativa B: irmão irmãos / salário-família salários-família
Alternativa C (correta): questão questões / manga-rosa mangas-rosa
Alternativa D: bênção bênçãos / papel-moeda papéis-moeda
Alternativa E: razão razões / guarda-chuva guarda-chuvas
02. Resposta E
Alternativa A: cadáver – cadáveres
Alternativa B: gavião - gaviões
Alternativa C: fuzil - fuzis
Alternativa D: mal – males
Alternativa E: correta
03. Resposta D
04. Resposta C
Alternativa A: A cal
Alternativa B: O/A presidente
Alternativa C: correta
Alternativa D: O/A estudante – A cal
Alternativa E: A alface
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05. Resposta E
O cura = sacerdote
06. Resposta C
A questão sugere a modificação da ordem - substantivo depois adjetivo - e o entendimento da frase.
Assim:
a) Mesmo sem educação superior, foram bem-sucedidos. (ERRADO: Superior educação? não tem
sentido.)
b) Muitos ficaram sofrendo de problemas psicológicos. (ERRADO: Psicológicos problemas? não
tem sentido)
c) Algumas dessas características foram cruciais para seu sucesso posterior. (CERTO: Posterior
sucesso. Tem sentido.)
d) Por casamento entendemos também a união estável. (ERRADO: Estável união? não tem sentido)
07. Resposta B
O adjetivo novo é um clássico exemplo de mudança de posição com mudança de sentido.
Nova embalagem é um tipo novo.
Embalagem nova é aquela que não foi usada ainda.
Outro exemplo:
Novo homem: renovado, mudei minhas atitudes minhas aparências.
Homem novo: não sou velho
08 Resposta B
Poderia ser reescrita, sem prejuízo, por: Uma das miopias que carregamos é considerar a criança
sendo ignorante"
Ou seja, ignorante no caso refere-se à criança, adjetivando, qualificando o substantivo criança.
Em todas as demais opções são facilmente identificados os substantivos.
09. Resposta E
10. Resposta B
Imprudente, indisfarçável, forte, estimados = adjetivos
Atitude, espanto, pessoa, padrinhos = substantivos
Alguma = pronome
Bastante = advérbio
Agora é só pôr na ordem substantivo + adjetivo
Adjetivo
Não digas: “o mundo é belo.”
Quando foi que viste o mundo?
Não digas: “o amor é triste.”
Que é que tu conheces do amor?
Não digas: “a vida é rápida.”
Com foi que mediste a vida? (Cecília Meireles)
Os adjetivos belo, triste e rápida expressa uma qualidade dos sujeitos: o mundo, o amor, a vida.
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que modifica um substantivo, atribuindo-lhe
uma qualidade, estado, ou modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo; cavalo baio; comida
saudável; político honesto; professor competente; funcionário consciente; pais responsáveis. Os adjetivos
classificam-se em:
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra em sua estrutura: alegre, medroso,
simpático, covarde, jovem, exuberante, teimoso;
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas palavras em sua estrutura: estrelas azulclaras; sapatos marrom-escuros; garoto surdo-mudo2.
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O termo surdo-mudo é uma expressão em desuso. Atualmente, usa-se apenas surdo para denominar esta deficiência, devido ao fato de pessoas surdas
nascerem também com cordas vocais, e não terem a habilidade de falar pela dificuldade de desenvolver a fala sem ter a escuta. Casos raros são os que a pessoa
também tenha a deficiência da fala junto com a surdez.
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- primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a outras palavras: atual, livre, triste, amarelo,
brando, amável, confortável.
- derivados: são aqueles formados por derivação, vieram depois dos primitivos: amarelado, ilegal,
infeliz, desconfortável, entristecido, atualizado.
- pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem-se a cidades, estados, países.
Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor de um adjetivo. A locução adjetiva é formada
por preposição + um substantivo. Vejamos algumas locuções adjetivas:
Angelical
Abdominal
Apícola
Aquilino
Argente
Áureo
Auricular
Bucal
Bélico
Cervical
Cutâneo
Discente
Docente
Estelar
de anjo
de abdômen
de abelha
de águia
de prata
de ouro
da orelha
da boca
de guerra
do pescoço
de pele
de aluno
de professor
de estrela
Etário
Fabril
Filatélico
Urbano
Gástrica
Hepático
Matutino
Vespertino
Inodoro
Insípido
Pluvial
Humano
Umbilical
Têxtil
de idade
de fábrica
de selos
da cidade
do estômago
do fígado
da manhã
da tarde
sem cheiro
sem gosto
da chuva
do homem
do umbigo
de tecido
Algumas locuções adjetivas não possuem adjetivos correspondentes: lata de lixo, sacola de papel,
parede de tijolo, folha de papel, e outros.
Cidade, Estado, País e Adjetivo Pátrio:
Amapá: amapaense;
Amazonas: amazonense ou baré;
Anápolis: anapolino;
Angra dos Reis: angrense;
Aracajú: aracajuano ou aracajuense;
Bahia: baiano;
Bélgica: belga;
Belo Horizonte: belo-horizontino;
Brasil: brasileiro;
Brasília: brasiliense;
Buenos Aires: buenairense ou portenho ou bonairense ou bonarense;
Cairo: cairota;
Cabo Frio: cabo-friense;
Campo Grande: campo-grandense;
Ceará: cearense;
Curitiba: curitibano;
Distrito Federal: candango ou brasiliense;
Espírito Santo: espírito-santense ou capixaba;
Estados Unidos: estadunidense ou norte americano;
Florianópolis: florianopolitano;
Florença: florentino;
Fortaleza: fortalezense;
Goiânia: goianiense; Goiás: goiano;
Japão: japonês ou nipônico;
João Pessoa: pessoense;
Londres: londrino;
Maceió: maceioense;
Manaus: manauense ou manauara;
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Maranhão: maranhense;
Mato Grosso: mato-grossense;
Mato Grosso do Sul: mato-grossense-do-sul;
Minas Gerais: mineiro;
Natal: natalense ou papa-jerimum;
Nova Iorque: nova-iorquino;
Niterói: niteroiense;
Novo Hamburgo: hamburguense;
Palmas: palmense;
Pará: paraense;
Paraíba: paraibano;
Paraná: paranaense;
Pernambuco: pernambucano;
Petrópolis: petropolitano;
Piauí: piauiense;
Porto Alegre: porto-alegrense;
Porto Velho: porto-velhense;
Recife: recifense;
Rio Branco: rio-branquense;
Rio de Janeiro: carioca/ fluminense (estado);
Rio Grande do Norte: rio-grandense-do-norte ou potiguar;
Rio Grande do Sul: rio-grandense ou gaúcho;
Rondônia: rondoniano;
Roraima: roraimense;
Salvador: soteropolitano;
Santa Catarina: catarinense ou barriga-verde;
São Paulo: paulista/paulistano (cidade);
São Luís: são-luisense ou ludovicense;
Sergipe: sergipano;
Teresina: teresinense;
Tocantins: tocantinense;
Três Corações: tricordiano;
Três Rios: trirriense;
Vitória: vitoriano.
- pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: afro-brasileiro; Anglo-americano, francoitaliano, sino-japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; nipo-argentina (Japão e
Argentina); teuto-argentinos (alemão).
- “O professor fez uma simples observação”. O adjetivo, simples, colocado antes do substantivo
observação, equivale à banal.
- “O professor fez uma observação simples”. O adjetivo simples colocado depois do substantivo
observação, equivale à fácil.
Flexões do Adjetivo: O adjetivo, como palavra variável, sofre flexões de: gênero, número e grau.
Gênero do Adjetivo: Quanto ao gênero os adjetivos classificam-se em:
- uniformes: têm forma única para o masculino e o feminino. Funcionário incompetente = funcionária
incompetente.
- biformes: troca-se a vogal o pela vogal a ou com o acréscimo da vogal a no final da palavra: ator
famoso = atriz famosa / jogador brasileiro = jogadora brasileira.
Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas no segundo elemento: sociedade lusobrasileira / festa cívico-religiosa / saia verde-escura. Vejamos alguns adjetivos biformes que apresentam
uma flexão especial: ateu – ateia / europeu – europeia / glutão – glutona / hebreu – hebreia / Judeu –
judia / mau – má / plebeu – plebeia / são – sã / vão – vã.
Atenção:
- às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos ou como advérbios: Agia como um
ingênuo. (Adjetivo como substantivo: acompanha um artigo).
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- A cerveja que desce redondo. (Adjetivo como advérbio: redondamente).
- substantivos que funcionam como adjetivos, num processo de derivação imprópria, isto é, palavra
que tem o valor de outra classe gramatical, que não seja a sua: Alguns brasileiros recebem um saláriofamília. (Substantivo com valor de adjetivo).
- substituto do adjetivo: palavras / expressões de outra classe gramatical podem caracterizar o
substantivo, ficando a ele subordinadas na frase.
Semântica e sintaticamente falando, valem por adjetivos.
Vale associar ao substantivo principal outro substantivo em forma de aposto.
O rio Tietê atravessa o estado de São Paulo.
Plural do Adjetivo: o plural dos adjetivos simples flexionam de acordo com o substantivo a que se
referem: menino chorão = meninos chorões / garota sensível = garotas sensíveis / vitamina eficaz =
vitaminas eficazes / exemplo útil = exemplos úteis.
- quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o segundo vai para o plural: questões políticopartidárias, olhos castanho-claros, senadores democrata-cristãos
- Composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se a cores, o adjetivo cor e o substantivo
permanecem invariáveis, não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-petróleo (adjetivo azul,
substantivo petróleo); saia amarelo-canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo; substantivo
canário).
- As locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo, ficam invariáveis: papel cor-de-rosa =
papéis cor-de-rosa / olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel.
- São invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias sem-par, piadas sem-sal.
Grau do Adjetivo
Grau comparativo de: igualdade, superioridade (Analítico e Sintético) e Inferioridade;
Grau superlativo: absoluto (analítico e sintético) ou relativo (superioridade e inferioridade).
O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres. O adjetivo apresenta duas
variações de grau: comparativo e superlativo.
O grau comparativo é usado para comparar uma qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou
mais qualidades de um mesmo ser. O comparativo pode ser:
- de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou tão alto quão / quanto / como você. (As
duas pessoas têm a mesma altura)
- de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que uma é mais do que a outra: Minha amiga
Manu é mais elegante do que / que eu. (Das duas, a Manu é mais)
O grau comparativo de superioridade possui duas formas:
Analítica: mais bom / mais mau / mais grande / mais pequeno: O salário é mais pequeno do que / que
justo (salário pequeno e justo). Quando comparamos duas qualidades de um mesmo ser, podemos usar
as formas: mais grande, mais mau, mais bom, mais pequeno.
Sintética: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que
aquela.
- de inferioridade: um elemento é menor do que outro: Somos menos passivos do que / que
tolerantes.
O grau superlativo: a característica do adjetivo se apresenta intensificada: O superlativo pode ser
absoluto ou relativo.
- Superlativo Absoluto: atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode ser:
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, bastante, extremamente, excepcionalmente +
adjetivo: Nicola é extremamente simpático.
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo: Minha comadre Mariinha é agradabilíssima.
- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer
(magro) = macérrimo;
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo: pobríssimo;
.
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- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = amabilíssimo;
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo.
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em iíssimo: sério = seriíssimo / necessário =
necessariíssimo / frio = friíssimo.
Algumas formas do superlativo absoluto sintético erudito (culto):
ágil = agílimo;
agradável = agradabilíssimo;
agudo = acutíssimo;
amargo = amaríssimo;
amigo = amicíssimo;
antigo = antiquíssimo;
áspero = aspérrimo;
atroz = atrocíssimo;
benévolo = benevolentíssimo;
bom = boníssimo, ótimo;
capaz = capacíssimo;
célebre = celebérrimo;
cruel = crudelíssimo;
difícil = dificílimo;
doce = dulcíssimo;
eficaz = eficacíssimo;
fácil = facílimo;
feliz = felicíssimo;
fiel = fidelíssimo;
frágil = fragílimo;
frio = frigidíssimo, friíssimo;
geral = generalíssimo;
humilde = humílimo;
incrível = incredibilíssimo;
inimigo = inimicíssimo;
jovem = juvenilíssimo;
livre = libérrimo;
magnífico = magnificentíssimo;
magro = macérrimo, magérrimo;
mau = péssimo;
miserável = miserabilíssimo;
negro = nigérrimo, negríssimo;
nobre = nobilíssimo;
pessoal = personalíssimo;
pobre = paupérrimo, pobríssimo;
sábio = sapientíssimo;
sagrado = sacratíssimo;
simpático = simpaticíssimo;
simples = simplíssimo;
tenro = tenríssimo;
terrível = terribilíssimo;
veloz = velocíssimo.
Usa-se também, no superlativo:
- prefixos: maxinflação / hipermercado / ultrassonografia / supersimpática.
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem sola / podre de rico / linda de morrer /
magro de dar pena.
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / linda, linda (=lindíssima).
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / grandalhão / gostosão / bonitão.
- linguagem informa, sufixo érrimo, em vez de íssimo: chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo.
.
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- Superlativo Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, com a mesma qualidade. Pode
ser:
Superlativo Relativo de Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as suas amigas. (Ela é a
mais de todas)
Superlativo Relativo de Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos.
Emprego Adverbial do Adjetivo
O menino dorme tranquilo. / As meninas dormem tranquilas. Em ambas as frases o adjetivo concorda
em gênero e número com o sujeito.
O menino dorme tranquilamente. / As meninas dormem tranquilamente. O adjetivo assume um valor
adverbial, com o acréscimo do sufixo mente, sendo, portanto, invariável, não vai para o plural.
Sorriu amarelo e saiu. / Ficou meio chateada e calou-se. O adjetivo amarelo modificou um verbo,
portanto, assume a função de advérbio; o adjetivo meio + chateada (adjetivo) assume, também, a função
de advérbio.
Questões
01. (COMPESA - Analista de Gestão – Advogado – FGV/2016)
A substituição da oração adjetiva por um adjetivo de valor equivalente está feita de forma inadequada
em:
(A) “Quando você elimina o impossível, o que sobra, por mais improvável que pareça, só pode ser a
verdade”. / restante
(B) “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”. / consciente dos limites da própria
ignorância.
(C) “A única coisa que vem sem esforço é a idade”. / indiferente
(D) “Adoro a humanidade. O que não suporto são as pessoas”. / insuportável
(E) “Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas pelos que se foram: vamos ficando sozinhos
uns dos outros”. / falecidos
02. (IF Sul/MG - Técnico de Tecnologia da Informação – IFSul-MG/2016)
Como prevenir a cárie?
A cárie é uma das doenças mais comuns no Brasil, mas muitas pessoas nem imaginam que sofrem
deste mal. Ela é uma deterioração do dente que está diretamente relacionada ao estilo de vida do
indivíduo, ou seja, ao que come, como cuida dos dentes e se tem acesso à água fluoretada.
Para a Professora Doutora Titular da Disciplina de Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia da
USP (FOUSP), Maria Ercília de Araújo, a higiene bucal correta é uma das melhores maneiras de prevenir
a doença. “Atualmente, o consumo elevado de açúcar é preocupante, pois ele está presente em bolachas,
refrigerantes, doces, balas, chicletes, sorvetes, etc. Por isso, é imprescindível escovar corretamente os
dentes após as refeições, massageando a gengiva com creme dental que contenha flúor em sua
composição e usar fio dental, que remove os restos de alimentos e a placa bacteriana nos locais aonde
a escova não chega”, explica Ercília.
Além disso, visitar o dentista periodicamente é uma maneira de evitar diversos problemas bucais. Isto
porque muitos adultos pensam que apenas as crianças estão suscetíveis à cárie e não dão a devida
atenção à importância de se manter uma boa higiene bucal ao longo de toda a vida. “À medida que
ficamos mais velhos, a cárie em volta das restaurações e na raiz dos dentes se tornam mais comuns,
podendo agravar outras doenças, como diabetes e problemas cardíacos”, explica a professora.
Preocupada com a evolução da doença, a ACFF, Aliança para um Futuro Livre de Cárie, reúne
especialistas em saúde pública e bucal de todo o mundo para que a cárie seja encarada como problema
de saúde pública, além de definir metas e promover ações integradas com outras especialidades para o
seu combate efetivo. O principal objetivo do projeto é que toda criança nascida a partir de 2026 seja livre
de cárie durante toda a vida.
Disponível em:< http://goo.gl/0RRLeh>. (Com adaptações).
As palavras destacadas dos trechos “acesso à água fluoretada”, “higiene bucal correta” e “consumo
elevado de açúcar” pertencem a uma categoria de palavras da língua que têm por função:
(A) Estabelecer conexão entre orações num mesmo enunciado.
.
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(B) Antecipar as novas informações constantes no parágrafo seguinte.
(C) Sinalizar as relações causais existentes entre blocos de informações.
(D) Atribuir característica a outras palavras a fim de especificá-las ou especializá-las.
03. (MGS – Advogado – IBFC/2016)
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o
passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada,
ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os
lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de
bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho, a
gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgiram no canto
da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua conversam
de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que Dario sentouse na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede. Mas não se vê
guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da esquina.
Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam chamar a
ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola
na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é no fim
do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe
cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo,
gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados
sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira é de
outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas: era
a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario, pisoteado
dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-lo — os bolsos vazios. Resta na mão esquerda
a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A polícia decide
chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas
horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de um
defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não
consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se
espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os
cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há
muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça
agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da
chuva, que volta a cair.
No primeiro parágrafo, a oração “Dario vem apressado. Guarda-chuva no braço esquerdo.” Revela,
por meio do adjetivo em destaque, uma característica:
(A) típica de Dario ao longo do texto
(B) comum a todos os demais passantes
(C) exclusiva de pessoas que passam mal
(D) circunstancial, momentânea de Dario
.
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04. (Prefeitura de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo – IDHTEC/2016)
- Anjo e demônio, o Homem vive a epopeia de uma cultura assombrosa. Faz poesia, música,
monumentos, máquinas, computadores, veículos espaciais. Descobre o âmago da matéria, explode o
átomo, formula teorias, códigos e religiões. Multiplica-se agora até os quatro bilhões e meio. Ocupa
ansiosamente toda a Terra. Um Anjo, então? .
- Anjo e demônio, feliz e desgraçado, rico e paupérrimo, o Homem ameaça hoje a estabilidade de seu
planeta, põe em risco sua própria sobrevivência. Por milênios, ele tem ignorado as condições de
manutenção da vida em seu mundo. Embora lute duramente pela liberdade, ainda não soube construir
uma sociedade realmente livre. Edifica uma portentosa civilização, mas corre o risco de destruí-la em
alguns minutos. Ou em alguns decênios, pela impiedosa devastação da Natureza. Contudo, qual é a
verdadeira face do Homem?
- Animal contraditório, o Homem pesquisa vacinas durante anos e depois fabrica armas que matam
milhões num segundo. Média entre São Francisco e Hitler, ele cria um inferno para cada milagre de sua
inteligência. É capaz de amar ardentemente tanto quanto odiar até o extermínio de raças e povos irmãos.
No ápice de uma evolução de bilhões de anos, ele age como se não dependesse mais da Natureza. Mas
o Homem é feliz?
- No coração e na mente do Homem, Deus se torna abstrato e distante, separado do mundo real,
refúgio desesperado de sua desgraça. Mas, afinal, esse é o Homem?
- Esse é o Homem que habita essa esfera azul que gira lentamente sob nossos olhos. Veja: é um frágil
planeta. Mas, ao mesmo tempo, maravilhoso, não acha? É uma pena que todos os Homens não possam
ver sua Terra daqui. E pensar na sinfonia grandiosa que já existe, no mar, nas florestas, nas montanhas,
nos campos, numa pequena lagoa, no voo de um pássaro, no canto da baleia, nas cores de uma
borboleta, na interdependência de milhões de espécies de seres microscópicos e gigantes. Na sinfonia
da ecosfera, tão complexa quão delicada. Talvez, então os Homens pudessem descobrir que têm uma
Terra somente.
(Ethevaldo Siqueira. Em O Estado de São Paulo. 23/12/73)
Assinale a alternativa correta:
(A) “religiões” está no grau aumentativo do substantivo.
(B) “paupérrimo” é o superlativo de “pobre”.
(C) “microscópicos” está no diminutivo plural.
(D) Em “pequena lagoa” o emprego do substantivo deixa o adjetivo no grau diminutivo.
(E) “gigantes” está no grau aumentativo devido ao acréscimo de um sufixo.
05. (Pref. de Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo – FGV/2016)
“O povo, ingênuo e sem fé das verdades, quer ao menos crer na fábula, e pouco apreço dá às
demonstrações científicas.” (Machado de Assis)
No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados possuem, respectivamente, os valores de
(A) qualidade e estado.
(B) estado e relação.
(C) relação e característica.
(D) característica e qualidade.
(E) qualidade e relação.
06. (Pref. de Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo – FGV/2016)
Entre as frases de Machado de Assis a seguir, assinale a aquela em que a locução adjetiva
sublinhada mostra uma substituição inadequada.
(A) “A fantasia é um vidro de cor, porém mentiroso.” / colorido
(B) “Sem ter passado por provas da experiência, é muito raro dizer coisa com coisa.” / experientes
(C) “Admiremos os diplomatas que sabem guardar consigo os segredos dos governos.” /
governamentais
(D) “Amor ou eleições, não falta matéria às discórdias dos homens.” / humanas
(E) “A tática do parlamento de tomar tempo com discursos até o fim das sessões não é nova.” /
parlamentar
07. (Pref. de São Gonçalo/RJ - Analista de Contabilidade – BIO-RIO/2016)
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TEXTO
ÉDIPO-REI
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus.
(Édipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013)
Numa descrição, os adjetivos indicam estados, qualidades, características e relações dos substantivos
por eles determinados. O adjetivo abaixo que indica uma qualidade do substantivo é:
(A) ramo murcho.
(B) cena interessante.
(C) palavras sacerdotais.
(D) palácio amarelo.
(E) crianças alvoroçadas.
08. (MPE/RJ - Técnico do Ministério Público – Administrativa – FGV/2016)
TEXTO 2 - Manual de princípios éticos para sites de medicina e saúde na internet
A veiculação de informações, a oferta de serviços e a venda de produtos médicos na Internet têm o
potencial de promover a saúde mas também podem causar danos aos internautas, usuários e
consumidores.
O CREMESP define a seguir princípios éticos norteadores de uma política de autorregulamentação e
critérios de conduta dos sites de saúde e medicina na Internet.
1) TRANSPARÊNCIA
Deve ser transparente e pública toda informação que possa interferir na compreensão das mensagens
veiculadas ou no consumo dos serviços e produtos oferecidos pelos sites com conteúdo de saúde e
medicina. Deve estar claro o propósito do site: se é apenas educativo ou se tem fins comerciais na venda
de espaço publicitário, produtos, serviços, atenção médica personalizada, assessoria ou
aconselhamento. É obrigatória a apresentação dos nomes do responsável, mantenedor e patrocinadores
diretos ou indiretos do site.
2) HONESTIDADE
Muitos sites de saúde estão a serviço exclusivamente dos patrocinadores, geralmente empresas de
produtos e equipamentos médicos, além da indústria farmacêutica que, em alguns casos, interferem no
conteúdo e na linha editorial, pois estão interessados em vender seus produtos.
A verdade deve ser apresentada sem que haja interesses ocultos. Deve estar claro quando o conteúdo
educativo ou científico divulgado (afirmações sobre a eficácia, efeitos, impactos ou benefícios de produtos
ou serviços de saúde) tiver o objetivo de publicidade, promoção e venda, conforme Resolução CFM N º
1.595/2000.
3) QUALIDADE
A informação de saúde apresentada na Internet deve ser exata, atualizada, de fácil entendimento, em
linguagem objetiva e cientificamente fundamentada. Da mesma forma produtos e serviços devem ser
apresentados e descritos com exatidão e clareza. Dicas e aconselhamentos em saúde devem ser
prestados por profissionais qualificados, com base em estudos, pesquisas, protocolos, consensos e
prática clínica.
Os sites com objetivo educativo ou científico devem garantir a autonomia e independência de sua
política editorial e de suas práticas, sem vínculo ou interferência de eventuais patrocinadores.
Deve estar visível a data da publicação ou da revisão da informação, para que o usuário tenha certeza
da atualidade do site. Os sites devem citar todas as fontes utilizadas para as informações, critério de
seleção de conteúdo e política editorial do site, com destaque para nome e contato com os responsáveis.
Segundo o gramático Celso Cunha, os adjetivos em língua portuguesa expressam qualificações,
características, estados e relações; o adjetivo abaixo que expressa relação é:
(A) fácil entendimento;
(B) linguagem objetiva;
(C) profissionais qualificados;
(D) prática clínica;
(E) informação transparente.
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09. (CISMEPAR/PR - Técnico Administrativo – FAUEL/2016)
Leia o texto e responda as questões abaixo:
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Todo indivíduo tem direito à
vida, à liberdade e à segurança pessoal. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho,
a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego”.
De acordo com a gramática da língua portuguesa, adjetivo é a palavra que qualifica um substantivo.
Aponte a afirmativa que contenha somente adjetivos retirados do texto.
(A) livres, iguais, equitativas, satisfatórias.
(B) todos, dever, fraternidade, liberdade.
(C) trabalho, ter, direito, desemprego.
(D) espírito, seres, nascer, livre.
10. (Consurge/MG - Técnico Administrativo – Gestão Concurso/2016)
Tomate é fruta?
Sim, ele é. Não só o tomate é fruta, como a berinjela, a abobrinha, o pepino, o pimentão e outros
alimentos que nós chamamos de legumes também são. Fruta é o ovário amadurecido de uma planta,
onde ficam as sementes. A confusão acontece porque nós somos acostumados a chamar as frutas
salgadas de legumes. Se você acha que sua vida foi uma mentira até agora, saiba que também existem
alimentos que nós chamamos de fruta, mas não são. Trata-se dos pseudofrutos – estruturas suculentas
que têm cara e jeito de fruto, mas não se desenvolvem a partir do ovário da planta, como as frutas reais.
É o caso do morango, do caju, da maçã, da pera e do abacaxi, entre outros.
HAICK, Sabrina. Tomate é fruta? Mundo Estranho. Ed. 177. Disponível em: <http://zip.net/bys0Dt>. (Adaptado).
Assinale a alternativa cuja palavra destacada não desempenha uma função adjetival.
(A) “Fruta é o ovário amadurecido de uma planta [...].”
(B) “[...] não se desenvolvem a partir do ovário da planta, como as frutas reais.”
(C) “[...] nós somos acostumados a chamar as frutas salgadas de legumes.”
(D) “[...] estruturas suculentas que têm cara e jeito de fruto [...].”
Respostas
01. Resposta C
"A única coisa que vem sem esforço é a idade”. / indiferente
Que vem sem esforço = fácil
02. Resposta D
Adjetivo é toda palavra que se refere a um substantivo indicando-lhe um atributo. Flexionam-se em
gênero, número e/ou grau. Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação
aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios.
03. Resposta D
Apressado é um modo que Dario está numa situação - Circunstância - por isso é um momento
passageiro de Dario.
04. Resposta B
Significado de Paupérrimo
adj. Característica de algo ou alguém extremamente pobre, sem recursos financeiros, sem dinheiro ou
bens materiais: morava num barraco paupérrimo; era um sujeito paupérrimo.
05. Resposta E
Qualidade - necessita que se faça uma análise subjetiva da questão, não é uma característica física
por exemplo;
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Relação - Um adjetivo de relação (ou relacional) é aquele que é derivado de um substantivo por
derivação sufixal e não varia em grau. - de Ciências ficou científicas;
06. Resposta B
De experiência - o correto seria experimentais;
07. Resposta B
a) ramo murcho = característica
b) cena interessante = qualidade
c) palavras sacerdotais = relação
d) palácio amarelo = característica
e) crianças alvoroçadas = estado
08. Resposta D
Identificar adjetivo que expressa relação:
1) adjetivo sem juízo de valor, objetivo
2) após o substantivo
3) deriva de um substantivo
4) não varia o grau (ex.: fácil - facílimo)
Exemplo: Presidente americano --- observem que é um adjetivo absoluto, não estou fazendo juízo
(como faria em "menina bonita"); está posposto ao substantivo; deriva de América e, por fim, não varia o
grau (presidente americaníssimo? Não!).
09. Resposta A
A) Gabarito - Livres(adjetivo); iguais (adjetivo); equitativas(adjetivo); Satisfatórias(adjetivo)
B) Errado. Todos (pronome indefinido); dever(verbo); Fraternidade(substantivo); liberdade
(substantivo
C) Errado. Trabalho(substantivo); ter(verbo); direito(substantivo); desemprego(substantivo)
D) Errado. Espírito(substantivo); Seres(substantivo); Nascer(verbo); livre(adjetivo)
10. Resposta C
Pois dentre as alternativas a única que não caracteriza os substantivos é a C. Legume é um
substantivo.
Numeral
Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série, multiplicação e divisão.
classificação, respectivamente, em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.
- Cardinal: indica número, quantidade: um, dois, três, oito, vinte, cem, mil;
- Ordinal: indica ordem ou posição: primeiro, segundo, terceiro, sétimo, centésimo;
- Fracionário: indica uma fração ou divisão: meio, terço, quarto, quinto, um doze avos;
- Multiplicativo: indica a multiplicação de um número: duplo, dobro, triplo, quíntuplo.
Os numerais que indicam conjunto de elementos de quantidade exata são os coletivos:
BIMESTRE: período de dois meses
CENTENÁRIO: período de cem anos
DECÁLOGO: conjunto de dez leis
DECÚRIA: período de dez anos
DEZENA: conjunto de dez coisas
DÍSTICO: dois versos
DÚZIA: conjunto de doze coisas
GROSA: conjunto de doze dúzias
LUSTRO: período de cinco anos
MILÊNIO: período de mil anos
MILHAR: conjunto de mil coisas
NOVENA: período de nove dias
QUARENTENA: período de quarenta dias
QUINQUÊNIO: período de cinco anos
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Daí a sua
RESMA: quinhentas folhas de papel
SEMESTRE: período de seis meses
SEPTÊNIO: período de sete anos
SEXÊNIO: período de seis anos
TERNO: conjunto de três coisas
TREZENA: período de treze dias
TRIÊNIO: período de três anos
TRINCA: conjunto de três coisas
Algarismos: Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II, 3-III, 4-IV, 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX,
10-X, 11-XI, 12-XII, 13-XIII, 14-XIV, 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX, 20-XX, 30-XXX, 40-XL, 50L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-XC, 100-C, 200-CC, 300-CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-DCC, 800DCCC, 900-CM, 1.000-M.
Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze,
catorze ou quatorze, quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte..., trinta..., quarenta...,
cinquenta..., sessenta..., setenta..., oitenta..., noventa..., cem..., duzentos..., trezentos..., quatrocentos...,
quinhentos..., seiscentos..., setecentos..., oitocentos..., novecentos..., mil.
Numerais Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo,
décimo primeiro, décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto, décimo sexto, décimo
sétimo, décimo oitavo, décimo nono, vigésimo..., trigésimo..., quadragésimo..., quinquagésimo...,
sexagésimo..., septuagésimo..., octogésimo..., nonagésimo..., centésimo..., ducentésimo...,
trecentésimo...,
quadringentésimo...,
quingentésimo...,
sexcentésimo...,
septingentésimo...,
octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.
Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo,
décuplo, undécuplo, duodécuplo, cêntuplo.
Numerais Fracionários: meia, metade, terço, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, onze
avos, doze avos, treze avos, catorze avos, quinze avos, dezesseis avos, dezessete avos, dezoito avos,
dezenove avos, vinte avos..., trinta avos..., quarenta avos..., cinquenta avos..., sessenta avos..., setenta
avos..., oitenta avos..., noventa avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., quadringentésimo...,
quingentésimo..., sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.
Flexão dos Numerais
Gênero
- os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de duzentos apresentam flexão de gênero:
Um menino e uma menina foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de presunto e duzentas
rosquinhas.
- os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a nona colocada no vestibular.
- os numerais multiplicativos, quando usados com o valor de substantivos, são variáveis: A minha nota
é o triplo da sua. (Triplo – valor de substantivo)
- quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão de gênero: Eu fiz duas apostas triplas na
loto fácil. (Triplas valor de adjetivo)
- os numerais fracionários concordam com os cardinais que indicam o número das partes: Dois terços
dos alunos foram contemplados.
- o fracionário meio concorda em gênero e número com o substantivo no qual se refere: O início do
concurso será meio-dia e meia. (Hora) / Usou apenas meias palavras.
Número
- os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros, variam em número: Venderam um milhão de
ingressos para a festa do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.
- os numerais ordinais variam em número: As segundas colocadas disputarão o campeonato.
- os numerais multiplicativos são invariáveis quando usados com valor de substantivo: Minha dívida é
o dobro da sua. (Valor de substantivo – invariável)
- os numerais multiplicativos variam quando usados como adjetivos: Fizemos duas apostas triplas.
(Valor de adjetivo – variável)
.
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- os numerais fracionários variam em número, concordando com os cardinais que indicam números
das partes.
- Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos equivalem a 750 ml.
Grau
Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele
quarentão é um “gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola.
Emprego dos Numerais
- para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na poesia épica), empregam-se: os ordinais até
décimo: João Paulo II (segundo). Canto X (décimo) / Luís IV (nono); os cardinais para os demais: Papa
Bento XVI (dezesseis); Século XXI (vinte e um).
- se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal. O XX século foi de descobertas científicas.
(Vigésimo século)
- com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral ordinal: O pagamento do pessoal será
sempre no dia primeiro.
- na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares, portarias e outros textos oficiais, emprega-se o
numeral ordinal até o nono: O diretor leu pausadamente a portaria 8ª. (portaria oitava)
- emprega-se o numeral cardinal, a partir de dez: O artigo 16 não foi justificado. (Artigo dezesseis)
- enumeração de casa, páginas, folhas, textos, apartamentos, quartos, poltronas, emprega-se o
numeral cardinal: Reservei a poltrona vinte e oito. / O texto quatro está na página sessenta e cinco.
- se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o ordinal. Paulo César é adepto da 7ª Arte.
(Sétima)
- não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos reais é muito para mim.
- o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão, milhar e bilhão, devem concordar no masculino:
- Quando o sujeito da oração é milhões + substantivo feminino plural, o particípio ou adjetivo podem
concordar, no masculino, com milhões, ou com o substantivo, no feminino. Dois milhões de notas falsas
serão resgatados ou serão resgatadas (milhões resgatados / notas resgatadas)
- os numerais multiplicativos quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo e óctuplo valem como substantivos para
designar pessoas nascidas do mesmo parto: Os sêxtuplos, nascidos em Lucélia, estão reagindo bem.
- emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada unidade após o numeral que a indica, sem
espaço ou ponto: 10h20min – dez horas, vinte minutos.
- não se emprega a conjunção e entre os milhares e as centenas: mil oitocentos e noventa e seis. Mas
1.200 – mil e duzentos (o número termina numa centena com dois zeros)
Questões
01. Marque o emprego incorreto do numeral:
(A) século III (três)
(B) página 102 (cento e dois)
(C) 80º (octogésimo)
(D) capítulo XI (onze)
(E) X tomo (décimo)
02. Indique o item em que os numerais estão corretamente empregados:
(A) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro.
(B) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez.
(C) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro.
(D) antes do artigo décimo vem o artigo nono.
(E) o artigo vigésimo segundo foi revogado.
03. (Pref. de Chapecó/SC - Procurador Municipal – IOBV/2016)
Quanto à classificação dos numerais, os que indicam o aumento proporcional de quantidade, podendo
ter valor de adjetivo ou substantivo são os numerais:
(A) Multiplicativos.
(B) Ordinais.
(C) Cardinais.
(D) Fracionários.
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04. (Prefeitura de Barra de Guabiraba/PE - Nível Fundamental Completo – IDHTEC/2016)
Assinale a alternativa em que o numeral está escrito por extenso corretamente, de acordo com a sua
aplicação na frase:
(A) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), temem que suas casas desabem após uma
cratera se abrir na Avenida Papa Pio X. (DÉCIMA)
(B) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 (QUATROCENTAS E UMA)
(C) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve a sua página Classitêxtil reformulada.
(VIGÉSIMA SEGUNDA)
(D) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil. (CENTÉSIMO SETÉSIMO PRIMEIRO)
(E) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do século XX. (SÉCULO DUCENTÉSIMO)
05. (MPE/SP - Oficial de Promotoria I – VUNESP/2016)
O SBT fará uma homenagem digna da história de seu proprietário e principal apresentador: no próximo
dia 12 [12.12.2015] colocará no ar um especial com 2h30 de duração em homenagem a Silvio Santos. É
o dia de seu aniversário de 85 anos.
(http://tvefamosos.uol.com.br/noticias)
As informações textuais permitem afirmar que, em 12.12.2015, Sílvio Santos completou seu
(A) octogenário quinquagésimo aniversário.
(B) octogésimo quinto aniversário.
(C) octingentésimo quinto aniversário.
(D) otogésimo quinto aniversário.
(E) oitavo quinto aniversário.
Respostas
01. Resposta A
O numeral quando for usado para designar Papas, reis, séculos, capítulos etc., usam-se: Os ordinais
de 1 a 10; Os cardinais de 11 em diante.
Logo, a letra A está incorreta por estar grafado século três, quando o correto é século terceiro.
02. Resposta B
Está corretamente grafado parágrafo nono e parágrafo dez na alternativa B, pois os numerais ordinais
são de 1 a 09. De 10 em diante usamos os cardinais.
03. Resposta A
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas:
Por exemplo:
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número:
Por exemplo:
Teve de tomar doses triplas do medicamento.
04. Resposta C
Sempre que um numeral preceder um substantivo, usa-se como ordinal.
Exemplo:
XX Festa do Morango (Vigésima).
No caso de designação de reis, papas, capítulos de obras, os ordinais são usados de 1 até 10. A partir
de então, são usados os cardinais.
Exemplos:
João Paulo II (segundo);
João XXIII (vinte e Três).
.
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05. Resposta B
Alguns exemplos:
30.º – trigésimo;
40.º – quadragésimo;
50.º – quinquagésimo;
60.º – sexagésimo;
70.º – septuagésimo ou setuagésimo;
80.º – octogésimo;
90.º – nonagésimo;
100.º – centésimo;
200.º – ducentésimo;
300.º - trecentésimo ou tricentésimo.
Pronome
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionando-o a uma das três pessoas do discurso.
As três pessoas do discurso são:
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou emissor;
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala ou receptor;
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de quem se fala ou referente.
Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome, o pronome é, respectivamente: pronome
substantivo ou pronome adjetivo.
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
interrogativos e relativos.
Pronomes Pessoais: Os pronomes pessoais dividem-se em:
- retos - exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós, vós, eles:
- oblíquos - exercem a função de complemento do verbo (objeto direto / objeto indireto) ou as, lhes. Ela não vai conosco. (ela-pronome reto / vai-verbo / conosco complemento nominal. São: tônicos com
preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo, conosco, convosco; átonos sem preposição: me, te,
se, o, a, lhe, nos, vos, os,-pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela. (eu-pronome reto / dou-verbo /
atenção-nome / ela-pronome oblíquo)
Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais
- Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa, apresentam sempre a forma: o, a,
os, as: Eu os vi saindo do teatro.
- As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os pronomes pessoais do caso reto: - Eu vi só ele
ontem.
- Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa apresentam as formas:
o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral: Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo,
consequentemente, as terminações R, S, Z. Preciso pagar ao verdureiro. = pagá-lo; Fiz os exercícios a
lápis. = Fi-los a lápis.
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos - Eis a prova do suborno. = Ei-la; O tempo nos dirá.
= no-lo dirá. (eis, nos, vos perdem o S)
no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos
sobre a mesa.
lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, terminado em S não modificado: Nós
entregamoS-lhe a cópia do contrato. (o S permanece)
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural, perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café
rápido.
me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo,
equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a esperança. (sua, dele, dela
possessivo)
as formas conosco e convosco são substituídas por: com + nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos,
próprios, mesmos, outros, numeral: Marianne garantiu que viajaria com nós três.
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o pronome oblíquo funciona como sujeito com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir e
ver+verbo no infinitivo. Deixe-me sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me-- sujeito do
verbo deixar - Mandei-o calar. (= Mandei que ele calasse), o= sujeito do verbo mandar.
os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome de pronomes recíprocos quando
expressam uma ação mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco, nós
mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei. / Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
- Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por mim e ti após prepõsição: O segredo
ficará somente entre mim e ti.
- É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, quando funcionarem como Sujeito: Todos
pediram para eu relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo). Lembre-se de que
mim não fala, não escreve, não compra, não anda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: mim
gosta / mim tem / mim faz. / mim quer.
- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos
diretos ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos transitivos
indiretos: Dona Cecília, querida amiga, chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa
comadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo indireto,VTI)
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a gente, substituindo o pronome pessoal
nós: A gente deve fazer caridade com os mais necessitados.
- Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós serão pronomes pessoais oblíquos quando
empregados como complementos de um verbo e vierem precedidos de preposição. O conserto da
televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo)
- Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair com as preposições de e em: Não vejo
graça nele./ Já frequentei a casa dela.
- Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem funcionando como sujeito, e houver
uma preposição antes deles, não poderá haver uma contração: Está na hora de ela decidir seu caminho.
(ela -sujeito de decidir; sempre com verbo no infinitivo)
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes pessoais que se referem ao sujeito: Eu me
feri com o canivete. (eu - 1ª pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo)
- Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser empregados somente como pronomes
pessoais reflexivos e funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito é também
da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com elegância e levou consigo (com ela própria) todos os olhares.
(Nicole-sujeito, 3ª pessoa/ levantou -verbo 3ª pessoa / se- complemento 3ª pessoa / levou- verbo- 3ª
pessoa / consigo - complemento 3ª pessoa)
- O pronome pessoal oblíquo não funciona como reflexivo se não se referir ao sujeito: Ela me protegeu
do acidente. (ela - sujeito 3ª pessoa me complemento 1ª pessoa)
- Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você é a pessoa a quem se fala e, portanto,
da 2ª pessoa. Por outro lado, você, como os demais pronomes de tratamento - senhor, senhora,
senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª.
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de objeto indireto, 0I) juntam-se a o, a, os,
as (formas de objeto direto), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: - Recebi a carta e agradeci
aojovem, que ma trouxe. nos +o: no-lo / + a: no-la / + os: no-los / +as: no-las: -Venderíamos a casa, se
no-la exigissem. te+ o: to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: -Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos. lhe+ o: lho/+
a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: -Ofereci -lhe flores. Ofereci-lhas. vos+ o: vo-lo/+ a: vo-la/+ os: vo-los/+ as:
vo-las: - Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo.
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, lho, nolo, vo-lo), são usadas somente em
escritores mais sofisticados.
Pronomes de Tratamento: São usados no trato com as pessoas. Dependendo da pessoa a quem
nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa Alteza-V.A.príncipes, duques; Vossa Eminência-V.Ema-cardeais; Vossa Excelência-V.Ex.a-altas autoridades,
presidente, oficiais; Vossa Magnificência-V.Mag.a-reitores de universidades; Vossa Majestade-V.M.-reis,
imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa; Vossa Senhoria-V.Sa-tratamento cerimonioso.
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a senhorita, dona, você.
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Nas comunicações oficiais devem ser
utilizados somente dois fechos:
- Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para o presidente da República.
- Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.
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- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando se fala com a própria pessoa: Vossa
Senhoria não compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa)
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o
cardeal, viajouparaum Congresso. (falando a respeito do cardeal)
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, Excelência, Eminência, Majestade),
embora indiquem a 2ª pessoa (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o verbo sejam usados
na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que seus ministros o apoiarão.
Pronomes Possessivos: São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas da fala.
Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa: teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus,
sua, suas;
Plural: 1ª pessoa: nosso/os nossa/as, 2ª pessoa: vosso/os vossa/as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas.
Emprego dos Pronomes Possessivos
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, às vezes, a ambiguidade da frase. João
Luís disse que Laurinha estava trabalhando em seu consultório.
- O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir - se tanto ao consultório de João Luís
como ao de Laurinha. No caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo
devem ter seus trinta anos.
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ricardo, pode entrar!, não tem valor
possessivo, pois é uma alteração fonética da palavra senhor
- Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê lembranças a todos os seus.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
livros e anotações.
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos.
Vou seguir-lhe os passos. (os seus passos)
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do
teu aniversário, apresso-me em apresentar-te os meus sinceros parabéns; Peço a Deus pela tua
felicidade; Abraça-te o teu amigo que te preza.”
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se trata de parte do corpo. Veja: “Um
cavaleiro todo vestido de negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua, mão”.
(usa-se: no ombro; na mão)
Pronomes Demonstrativos: Indicam a posição dos seres designados em relação às pessoas do
discurso, situando-os no espaço ou no tempo. Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.
- Em relação ao espaço:
Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está próximo da pessoa que fala. Exemplo: Este
é o meu primeiro celular, amigos.
Esse (s), essa (s), isso: designam a pessoa ou a coisa próxima daquela com quem falamos ou para
quem escrevemos. Exemplo: Senhor, quanto custa esse pacote de milho?
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está longe de quem fala e da pessoa de
quem se fala (3ª pessoa). Exemplo: Você pode me emprestar aquele livro de matemática?
Observação:
Os pronomes “Aquele(s)”, “Aquela(s)” também podem indicar afastamento temporal. Exemplos:
Aqueles belos tempos que não voltam mais.
Naquela época eram todas unidas.
- Em relação ao tempo:
Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação ao momento em que se fala. Exemplo:
Este mês termina o prazo das inscrições para o vestibular da FAL.
Esse (s), essa (s), isso: designam tempo no passado ou no futuro. Exemplos: Onde você esteve essa
semana toda? / Sei que serei aprovado e, quando chegar esse momento, serei feliz!
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Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em relação ao momento em que se fala.
Exemplo: Bons tempos aqueles em que brincávamos descalços na rua...
- dependendo do contexto, também são considerados pronomes demonstrativos o, a, os, as, mesmo,
próprio, semelhante, tal, equivalendo a aquele, aquela, aquilo. O próprio homem destrói a natureza;
Depois de muito procurar, achei o que queria; O professor fez a mesma observação; Estranhei
semelhante coincidência; Tal atitude é inexplicável.
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e variações) para o elemento que foi referido
em 1º Iugar e este (e variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães vieram à festa de
encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas, elegantes e risonhas.
- dependendo do contexto os demonstrativos também servem como palavras de função intensificadora
ou depreciativa. Júlia fez o exercício com aquela calma! (=expressão intensificadora). Não se preocupe;
aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então ou nesse momento. A festa estava
desanimada; nisso, a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança.
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um elemento anteriormente expresso.
Ninguém ligou para o incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.
Pronomes Indefinidos: São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo vago indefinido,
impreciso: Alguém disse que Paulo César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis em
gênero e número; outros são invariáveis.
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, um, bastante,
qualquer.
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, nada, cada, mais, menos, demais.
Emprego dos Pronomes Indefinidos
Não sei de pessoa alguma capaz de convencê-lo. (alguma, equivale a nenhum)
- Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) equivale ao pronome indefinido um: Fiquei
sabendo que ele não é nenhum ignorante.
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um substantivo ou numeral, nunca sozinho:
Ganharam cem dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.)
- Colocados depois do substantivo, os pronomes algum/alguma ganham sentido negativo. Este ano,
funcionário público algum terá aumento digno.
- Colocados antes do substantivo, os pronomes algum/alguma ganham sentido positivo. Devemos
sempre ter alguma esperança.
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos quando colocados antes do substantivo e
adjetivos, quando colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da situação. (antes do
substantivo= indefinido); Eles voltarão no dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a qualquer: Todo ser nasce chorando.
(=qualquer ser; indetermina, generaliza).
- Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios.
Locuções Pronominais Indefinidas: São locuções pronominais indefinidas duas ou mais palavras
que equiva em ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem for / qualquer
um / todo aquele que / um ou outro / tal qual (=certo) / tal e, ou qual /
Pronomes Relativos: São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma palavra que já
apareceu na oração anterior. Essa palavra da oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro
que é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o pronome relativo que, substitui na
2ª oração, o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por o, a, os, as,
qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos;
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
Emprego dos Pronomes Relativos
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- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo universal. Ele pode ser empregado com
referência à pessoa ou coisa, no plural ou no singular: Este é o CD novo que acabei de comprar; João
Adolfo é o cara que pedi a Deus.
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome demonstrativo o, a, os, as: Não entendi o
que você quis dizer. (o que = aquilo que).
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido de preposição: Marco Aurélio é o
advogado a quem eu me referi.
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem e estabelecem relação de posse
entre o antecedente e o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explícito; é classificado, portanto, como relativo
indefinido, e não vem precedido de preposição: Quem casa quer casa; Feliz o homem cujo objetivo é a
honestidade; Estas são as pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferente do antecedente: O escritor cujo livro te
falei é paulista.
- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si.
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em que, no qual: Desconheço o lugar onde
vende tudo mais barato. (= lugar em que)
- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados depois de tudo, todos, tanto: Naquele
momento, a querida comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
Pronomes Interrogativos: São os pronomes em frases ínterrogativas diretas ou indiretas. Os
principais interrogativos são: que, quem, qual, quanto:
- Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa direta, com o ponto de interrogação)
- Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (interrogativa indireta, sem a interrogação)
Questões
01. (IF Sul – MG - Assistente em Administração – IF Sul-MG/2016)
Vício em internet: quando o acesso à web se torna uma doença
Acredite ou não: o conceito de dependência em internet começou como uma piada. Em 1995, o
psiquiatra norte-americano Ivan Goldberg publicou um artigo satírico em seu site pessoal no qual ele
descrevia um problema recém-descoberto e batizado como IAD (sigla para Internet Addiction Disorder,
ou Desordem do Vício em Internet).
O que Goldberg não imaginava era que a imprensa e a comunidade científica passariam a tratar o IAD
como um problema real, usando como gancho os rápidos avanços tecnológicos ocorridos na década de
90. Com o advento dos navegadores, buscadores e computadores pessoais, era natural que tal assunto
chamasse atenção até mesmo dos leigos.
Ainda que não seja mencionado na versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5, datado de 2013), os profissionais de psiquiatria e psicologia do mundo
inteiro são unânimes: o vício em internet existe e é uma doença bastante perigosa. Hoje em dia temos
milhares de casos em todo o planeta, incluindo no Brasil, onde ainda é bastante difícil encontrar
tratamento especializado para quem sofre desse mal.
Assim como outros transtornos psicológicos, a dependência em internet pode afetar qualquer pessoa,
mas alguns indivíduos possuem maior predisposição a desenvolverem a doença. De acordo com a
psicóloga Daniela Faertes, especialista em mudança de comportamento, pessoas introvertidas e que têm
dificuldades em manter relações interpessoais são as que possuem maior tendência a se tornarem
viciadas.
Os fanáticos pela internet geralmente são afetados por problemas pessoais ou familiares, incluindo
bullying, exclusão social, frustrações profissionais, conturbações no casamento e até mesmo dificuldades
financeiras. Tendo isso em mente, o acesso frenético à internet pode ser entendido como uma válvula de
escape desse indivíduo – um local confortável que acaba tomando o lugar do mundo real.
Para Daniela Faertes, é necessário que haja um autocontrole dos horários em que se acessa a internet
e utiliza o telefone celular. “Uma das grandes questões é que, mesmo não sendo dependente, a internet
provoca uma percepção distorcida da passagem do tempo e, como a gama de assuntos que pode ser
acessada por ela é infinita, é necessário colocar um limite pessoal”, observa.
Disponível em: <http://goo.gl/hFSm5J>. (Com adaptações).
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As expressões destacadas dos trechos “no qual ele descrevia um problema” e “para quem sofre desse
mal” pertencem a uma categoria de palavras da língua que têm por função:
(A) Indicar a retomada de informações introduzidas previamente em outras passagens do texto.
(B) Sinalizar as relações (temporais, causais, adversativas, por exemplo) existentes entre blocos de
informações.
(C) Apresentar um cenário em cujo interior informações subsequentes devem ser interpretadas.
(D) Sintetizar as novas informações constantes no parágrafo seguinte.
02. (IF-PA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016)
O emprego do pronome relativo está de acordo com as normas da língua-padrão em:
(A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto por ele.
(B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho direito.
(C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator apresentou ontem.
(D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros nos orgulhamos.
(E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram muita sordidez.
03. (ELETROBRAS-ELETROSUL - Técnico de Segurança do Trabalho – FCC/2016)
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. Sessenta e três graus ou até mais no
verão. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores
usinas de energia solar do mundo.
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas renováveis. Não vão substituir o petróleo,
que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e poluir menos.
Uma aposta no futuro.
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de Masdar. Dez
por cento do planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. Lá só
se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a direção dos ventos foi estudada
para criar corredores de brisa.
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar”. Disponível
em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)
Considere as seguintes passagens do texto:
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas
de energia solar do mundo. (1º parágrafo)
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º parágrafo)
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I, II e IV.
(D) I e IV.
(E) III e IV.
04. (Pref. de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo – IDHTEC/2016)
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O emprego do pronome “aquela” na charge:
(A) Dá uma conotação irônica à frase.
(B) Representa uma forma indireta de se dirigir ao casal.
(C) Permite situar no espaço aquilo a que se refere.
(D) Indica posse do falante.
(E) Evita a repetição do verbo.
05. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)
Analise a frase abaixo:
“O professor discutiu............mesmos a respeito da desavença entre .........e ........ .
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.
(A) com nós • eu • ti
(B) conosco • eu • tu
(C) conosco • mim • ti
(D) conosco • mim • tu
(E) com nós • mim • ti
06. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016)
Das opções abaixo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome.
(A) Esqueci de te contar que vi ele na rua.
(B) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se
(C) Esta situação se-refere a assuntos empresariais.
(D) Precisa-se de bons funcionários.
07. (MPE-RS - Agente Administrativo – MPE-RS/2016)
Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas dos enunciados abaixo.
1. Quanto ao pedido do Senhor Secretário, a secretaria deverá ________ que ainda não há
disponibilidade de recursos.
2. Apesar de o regimento não exigir uma sindicância neste tipo de situação, a gravidade da ocorrência
________, sem dúvida.
3. Embora os novos artigos limitem o alcance da lei, eles não ________.
(A) informar-lhe – a justificaria – revogam-na
(B) informar-lhe – justificá-la-ia – a revogam
(C) informá-lo – justificar-lhe-ia – a revogam
(D) informá-lo – a justificaria – lhe revogam
(E) informar-lhe – justificá-la-ia – revogam-na
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08. (MPE-SC - Promotor de Justiça – Vespertina – MPE-SC/2016)
“As emoções não são um privilégio humano. Os bichos também sentem tristeza, alegria, raiva, amor.
Para compreender ainda mais o comportamento deles, os zoólogos tentam decifrar esses estados
emocionais, estudando as suas expressões corporais.
Os elefantes são considerados excelentes modelos para o estudo dos sentimentos animais, pois
parecem estar sempre com a emoção à flor da pele. Quando um deles morre, os outros fazem verdadeiros
rituais fúnebres, formando um círculo em torno do cadáver, sobre o qual depositam folhas e galhos,
enquanto choram copiosamente.”
(http:/super.abril.com.br/ciência/sentimento-animal)
Em “Para compreender ainda mais o comportamento deles" a expressão sublinhada equivale a “o seu
comportamento”.
( ) Certo
( ) Errado
09. (Prefeitura de Trindade/GO - Professor P − III (Pedagogo) - FUNRIO/2016)
NÃO É A PEÇA, É O QUE ELA REPRESENTA
O abaixo-assinado Vai ter shortinho sim, feito por alunas de um colégio tradicional, em Porto Alegre,
fez verão na mídia do sul durante toda a última semana. No manifesto que acompanha a petição − que
já conta com mais de 20 mil apoiadores − as gurias exigem que algumas regras do vestuário sejam
alteradas pela escola. No comovente manifesto, meninas entre 13 e 18 anos exigem que a escola se
ocupe de ensinar respeito em vez de ditar o que elas podem ou não vestir, explicam que regulações
acerca da indumentária feminina reforçam a ideia de que assediar é da natureza do homem, e pedem
que a escola abandone a mentalidade de que cabe às mulheres a prevenção da violência sexual. “Ao
invés de humilhar meninas pelos seus corpos, ensinem os meninos que elas não são objetos sexuais”,
diz o manifesto. O argumento aqui é simples: abaixo o controle dos corpos das mulheres − controle que,
historicamente, se manifesta com força na seara das modas. Em O Segundo Sexo (1949), Simone de
Beauvoir relata como as roupas podem ser ferramentas da opressão das mulheres, mas é bom lembrar
que o foco da crítica feminista é o machismo, more ele na diferença salarial, na pouca representatividade
política, em alguma vestimenta específica... ou em sua proibição. E a proibição, que é exclusiva para as
meninas, só existe por causa de uma suposta falta de controle da sexualidade masculina. O manifesto
não é pelo direito de usar uma roupa X, mas pelo direito de usar essa roupa sabendo que a
responsabilidade pelo que ela supostamente provocaria nos rapazes é dos rapazes. A confusão acerca
dessa petição tem origem na falta de entendimento a respeito do argumento central do feminismo, que é
a erradicação da opressão das mulheres em todas as suas formas − o que, necessariamente, exige que
os homens tomem responsabilidade por suas ações ao invés de culpar as mulheres quando eles “perdem
o controle”. Raramente as objeções que fazemos dizem respeito apenas aos objetos que aparecem como
foco das nossas demandas. Assim, a campanha #vaitershortinhosim não é apenas sobre o direito de usar
ou não shortinho na escola, mas também serve para promover a autonomia corporal de todas nós, e para
que os homens sejam educados a respeitá-la.
Adaptado de Joanna Burigo - Revista Carta Capital, 02/03/2016.
Na oração “ao invés de culpar as mulheres”, a substituição do elemento destacado pelo pronome
oblíquo correspondente está correta em:
(A) ao invés de culpá-las
(B) ao invés de culpar-lhe
(C) ao invés de culpar-nas
(D) ao invés de lhes culpar
(E) ao invés de culpar-lhes
10. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016)
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Texto – A eficácia das palavras certas
Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito
com giz branco gritava: “Por favor, ajude-me. Sou cego”. Um publicitário da área de criação, que passava
em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e com o
giz escreveu outro conceito. Colocou o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.
Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Seu boné, agora,
estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pegadas do publicitário e perguntou se havia
sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito.
O publicitário respondeu: “Nada que não esteja de acordo com o conceito original, mas com outras
palavras”. E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo
cartaz dizia: “Hoje é primavera em Paris e eu não posso vê-la”.
(Produção de Texto, Maria Luíza M. Abaurre e Maria Bernadete M. Abaurre)
A frase abaixo em que o emprego do demonstrativo sublinhado está inadequado é:
(A) “As capas deste livro que você leva são muito separadas”. (Ambrose Bierce);
(B) “Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro”. (Mário
Quintana);
(C) “Claro que a vida é bizarra. O único modo de encarar isso é fazer pipoca e desfrutar o show”.
(David Gerrold);
(D) “Não há nenhum lugar nessa Terra tão distante quanto ontem”. (Robert Nathan);
(E) “Escritor original não é aquele que não imita ninguém, é aquele que ninguém pode imitar”.
(Chateaubriand).
Respostas
01. Resposta A
O pronome ele, de acordo com o comando da questão, está retomando um termo anterior - Anáfora,
assim como a palavra desse.
02. Resposta C
a) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto por ele.
Quem luta, luta por algo.
Forma correta: Finalmente aprovaram o decreto pelo qual lutamos tanto.
b) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho direito.
Tem direito a algo.
Forma correta: Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo a que tenho direito.
c) (GABARITO) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator apresentou ontem.
Apresentar: VTD.
d) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros nos orgulhamos.
Orgulhar de algo ou de alguém.
Forma correta: Existe um escritor brasileiro do qual todos os brasileiros nos orgulhamos.
e) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram muita sordidez.
Onde é usado para substituir termos que contenham a noção de lugar. Nesse caso não deveria ser
usado onde e sim as quais, concordando com traições.
Forma correta: Na política, às vezes acontecem traições as quais mostram muita sordidez.
03. Resposta B
QUE = o qual(s) a qual(s), é pronome relativo.
I. E foi justamente por causa da temperatura O QUAL foi construída... (errado, a temperatura A qual)
II. Não vão substituir o petróleo, O QUAL eles têm de sobra... (certo, o petróleo tem de sobra, o qual)
III. Um traçado urbanístico ousado, O QUAL deixa os carros... (certo, o traçado deixa os carros, o qual)
IV. As ruas são bem estreitas para ISSO.... (Conjunção integrante).
04. Resposta C
“O pronome demonstrativo é utilizado em três situações. Pode se referir a espaço, ideias ou
elementos”.
Exemplos de pronomes demonstrativos:
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Primeira pessoa: este, estes, estas (variáveis); isto (invariável).
Segunda pessoa: esse, essa, esses, essas (variáveis); isso (invariável).
Terceira pessoa: aquele, aquela, aquelas (variáveis); aquilo (invariável).
05. Resposta E
Os pronomes conosco e convosco devem ser substituídos por com nós e com vós,
respectivamente, quando aparecem seguidos de palavras enfáticas como mesmos, próprios, todos,
outros, ambos, ou de numeral:
O diretor implicou com nós dois.
Senhores deputados, quero falar com vós mesmos.
O pronome regido pela preposição entre deve aparecer na forma oblíqua. Assim, é correto dizer entre
mim e ele, entre ela e ti, entre mim e ti. Os pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam
como complementos: Isso não convém a mim, Foram embora sem ti, Olhou para mim. Os pronomes
pessoais do caso reto exercem a função de sujeito na oração. Dessa forma, os pronomes eu e tu estão
empregados corretamente nos seguintes casos: Pediu que eu fizesse as compras, Saberão só quando tu
partires, Trouxeram o documento para eu assinar.
06. Resposta D
a) Esqueci - me de te contar que vi ele na rua. - Estaria CORRETO
b) Nunca SE pode falar mal de quem não conhece-se. Estaria CORRETO
c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais. ERRADO!
c) Esta situação REFERE-SE a assuntos empresariais. Estaria CORRETO!
d) Precisa-se de bons funcionários. A colocação do pronome está correta de acordo com a regra.
07. Resposta B
1. Quanto ao pedido do Senhor Secretário, a secretaria deverá INFORMAR-LHE que ainda não há
disponibilidade de recursos. O pronome LHE caracteriza um objeto indireto, que no caso é o Senhor
Secretário; o objeto direto é:"que ainda não há disponibilidade de recursos".
2. Apesar de o regimento não exigir uma sindicância neste tipo de situação, a gravidade
da ocorrência JUSTIFICÁ-LA-IA, sem dúvida. Se o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do
pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa Ex: “a gravidade da ocorrência NÃO
A justificaria".
3. Embora os novos artigos limitem o alcance da lei, eles não A revogam. O advérbio de
negação NÃO atrai o pronome oblíquo A causando uma próclise.
08. Certo
Questão de interpretação: O comportamento é um só.
O que são deles? O comportamento. O seu comportamento....
09. Resposta A
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando
o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
terminação verbal é suprimida.
Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
10. Resposta A
a) “As capas desse livro que você leva são muito separadas”. (Ambrose Bierce);
Este - próximo do falante / esse - próximo do ouvinte / aquele - longe do ouvinte e do falante.
b) “Quando alguém pergunta a um autor o que este (aqui está implícito autor) quis dizer, é porque um
dos dois é burro”. (Mário Quintana);
c) “Claro que a vida é bizarra. O único modo de encarar isso (refere-se a vida) é fazer pipoca e
desfrutar o show”. (David Gerrold);
d) “Não há nenhum lugar nessa (refere-se a lugar) terra tão distante quanto ontem”. (Robert Nathan);
e) “Escritor original não é aquele (termo distante de quem fala e com quem eu falo) que não imita
ninguém, é aquele (termo distante de quem fala e com quem eu falo) que ninguém pode imitar”.
(Chateaubriand).
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Verbo
Verbo é a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da natureza, estado, mudança de estado.
Flexiona-se em número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indicativo,
subjuntivo e imperativo, formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio), tempo (presente, passado e
futuro) e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva). De acordo com a vogal temática, os verbos estão
agrupados em três conjugações:
1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor, compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido
à sua origem latina poer.
Elementos Estruturais do Verbo: As formas verbais apresentam três elementos em sua estrutura:
Radical, Vogal Temática e Tema.
Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o significado essencial do verbo. Observe as
formas verbais da 1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos, nota-se que há uma
parte que não muda, e que nela está o significado real do verbo.
cont é o radical do verbo contar;
esper é o radical do verbo esperar;
brinc é o radical do verbo brincar.
Se tiramos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos verbos, teremos o radical desses verbos. Também
podemos antepor prefixos ao radical: des nutr ir / re conduz ir.
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual conjugação pertence o verbo. Há três vogais
temáticas: 1ª conjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i.
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal temática: contar: -cont (radical) + a (vogal
temática) = tema. Se não houver a vogal temática, o tema será apenas o radical: contei = cont ei.
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou ao tema, para indicar as flexões de modo e
tempo, desinências modo temporais e desinências número pessoais.
Contávamos
Cont = radical
a = vogal temática
va = desinência modo temporal
mos = desinência número pessoal
Flexões Verbais: Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar o número e a pessoa.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular;
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural;
- tu estudas – 2ª pessoa do singular;
- vós estudais – 2ª pessoa do plural;
- ele estuda – 3ª pessoa do singular;
- eles estudam – 3ª pessoa do plural.
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma diferente da fala culta, exigida pela gramática
oficial, ou seja, tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O pronome vós aparece
somente em textos literários ou bíblicos. Os pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é
o mais usado no Brasil.
- Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado
momento; pode estar em plena ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades básicas,
mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro.
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O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao fato que enuncia. São três os modos:
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão: o fato é ou foi uma realidade; Apresenta
presente, pretérito perfeito, imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de dúvida, exprime uma possibilidade; O
subjuntivo expressa uma incerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente, pretérito
imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes; Se tivesse dinheiro compraria um carro zero; Quando
o vir, dê lembranças minhas.
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um desejo, uma vontade, uma solicitação. Indica
uma ordem, um pedido, uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo negativo
Emprego dos Tempos do Indicativo
- Presente do Indicativo: Para enunciar um fato momentâneo. Ex: Estou feliz hoje. Para expressar
um fato que ocorre com frequência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. Na indicação de
ações ou estados permanentes, verdades universais. Ex: A água é incolor, inodora, insípida.
- Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, não concluído. Ex: Nós comíamos pastel na
feira; Eu cantava muito bem.
- Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passado concluído. Ex: Cantei, dancei, pulei,
chorei, dormi...
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: Expressa um fato passado anterior a outro acontecimento passado.
Ex: Nós cantáramos no congresso de música.
- Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado num instante posterior ao que se fala. Ex:
Cantarei domingo no coro da igreja matriz.
- Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado.
Ex: Compraria um carro se tivesse dinheiro
1ª Conjugação: -AR
Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam.
Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dançastes, dançaram.
Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançávamos, dançáveis, dançavam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras, dançara, dançáramos, dançáreis, dançaram.
Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará, dançaremos, dançareis, dançarão.
Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaríamos, dançaríeis, dançariam.
2ª Conjugação: -ER
Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, comestes, comeram.
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, comíeis, comiam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera, comêramos, comêreis, comeram.
Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá, comeremos, comereis, comerão.
Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria, comeríamos, comeríeis, comeriam.
3ª Conjugação: -IR
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, partíeis, partiam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram.
Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão.
Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, partiríeis, partiriam.
Emprego dos Tempos do Subjuntivo
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Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à
suposição: Duvido de que apurem os fatos; Que surjam novos e honestos políticos.
Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condição ou hipótese: Se recebesse o prêmio,
voltaria à universidade.
Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode ou não acontecer. Quando/Se você fizer o
trabalho, será generosamente gratificado.
1ª Conjugação –AR
Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem.
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele dançasse, se nós dançássemos, se vós
dançásseis, se eles dançassem.
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele dançar, quando nós dançarmos, quando vós
dançardes, quando eles dançarem.
2ª Conjugação -ER
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós comamos, que vós comais, que eles comam.
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis,
se eles comessem.
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele comer, quando nós comermos, quando vós
comerdes, quando eles comerem.
3ª conjugação – IR
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós partamos, que vós partais, que eles partam.
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se
eles partissem.
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes,
quando eles partirem.
Emprego do Imperativo
Imperativo Afirmativo:
- Não apresenta a primeira pessoa do singular.
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do subjuntivo.
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”.
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo.
Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam.
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis,
que eles amem.
Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós, amai vós, amem vocês.
Imperativo Negativo:
- É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira pessoa do singular.
- Não retira os “s” do tu e do vós.
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis,
que eles amem.
Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não amemos nós, não ameis vós, não amem
vocês.
Além dos três modos citados, os verbos apresentam ainda as formas nominais: infinitivo – impessoal
e pessoal, gerúndio e particípio.
Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a corrupção.
(= combate à)
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O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma
composta). Por exemplo: É preciso ler este livro; Era preciso ter lido este livro.
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido
genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considerase apenas o processo verbal. Por exemplo: Amar é sofrer; O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta
desinências de número e pessoa.
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são iguais
às do infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será
esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por exemplo: Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª
pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)
As regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são todas
perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais
preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for necessário dar à frase maior
clareza ou ênfase.
O Infinitivo Impessoal é usado:
- Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado; Por exemplo:
Querer é poder; Fumar prejudica a saúde; É proibido colar cartazes neste muro.
- Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados, marchar! (= Marchai!)
- Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo
da oração anterior; Por exemplo: Eles não têm o direito de gritar assim; As meninas foram impedidas de
participar do jogo; Eu os convenci a aceitar.
No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar” e “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo
auxiliar) deve ser flexionado. Por exemplo: Eram pessoas difíceis de serem contentadas; Aqueles
remédios são ruins de serem tomados; Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem
ouvidos.
Nas locuções verbais; Por exemplo:
- Queremos acordar bem cedo amanhã.
- Eles não podiam reclamar do colégio.
- Vamos pensar no seu caso.
Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior; Por exemplo:
- Eles foram condenados a pagar pesadas multas.
- Devemos sorrir ao invés de chorar.
- Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.
Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal
(verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito
(agente) da ação verbal. Por exemplo:
- Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
- Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
- Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
- Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.
Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus sinônimos que não formam locução
verbal com o infinitivo que os segue; Por exemplo: Deixei-os sair cedo hoje.
Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem
flexão. Por exemplo: Vi-os entrar atrasados; Ouvi-as dizer que não iriam à festa.
É inadequado o emprego da preposição “para” antes dos objetos diretos de verbos como “pedir”,
“dizer”, “falar” e sinônimos;
- Pediu para Carlos entrar (errado),
- Pediu para que Carlos entrasse (errado).
- Pediu que Carlos entrasse (correto).
Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo, como na oração “Este trabalho é para eu fazer”,
pede-se o emprego do pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito. Outros exemplos:
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1403233 E-book gerado especialmente para PRISCILA ALVES DE SOUSA
- Aquele exercício era para eu corrigir.
- Esta salada é para eu comer?
- Ela me deu um relógio para eu consertar.
Em orações como “Esta carta é para mim!”, a preposição está ligada somente ao pronome, que deve
se apresentar oblíquo tônico.
Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do
singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se
da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES. Ex.: teres (tu)
1ª pessoa do plural: Radical + mos. Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + dês. Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + em. Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao
processo verbal, flexionando-se.
O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:
- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por exemplo: Se tu não perceberes isto...;
Convém vocês irem primeiro; O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito
implícito = nós).
- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; Por exemplo: O professor deu um prazo
de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova; Perdoo-te por me traíres; O hotel
preparou tudo para os turistas ficarem à vontade; O guarda fez sinal para os motoristas pararem.
- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural); Por exemplo: Faço
isso para não me acharem inútil; Temos de agir assim para nos promoverem; Ela não sai sozinha à
noite a fim de não falarem mal da sua conduta.
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação; Por exemplo: Vi os alunos abraçaremse alegremente; Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza; Mandei as meninas
olharem-se no espelho.
Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o
agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.
- Se o infinitivo de um verbo for escrito com “j”, esse “j” aparecerá em todas as outras formas. Por
exemplo:
Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre-se, contudo,
que o substantivo ferrugem é grafado com “g”.).
Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o
substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc.
- Quando o verbo tem o infinitivo com “g”, como em “dirigir” e “agir” este “g” deverá ser trocado por um
“j” apenas na primeira pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu dirijo/ eu ajo
- O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo. Quando “parecer”
é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir. Elas parece mentirem. Neste exemplo ocorre,
na verdade, um período composto. “Parece” é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo “elas mentirem”. Como desdobramento dessa
reduzida, podemos ter a oração “Parece que elas mentem.”
Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Saindo de casa,
encontrei alguns amigos. (Função de advérbio); Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (Função
adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída.
Por exemplo: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o valor do
dinheiro.
.
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1403233 E-book gerado especialmente para PRISCILA ALVES DE SOUSA
Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica
geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo:
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
1ª Conjugação –AR
Infinitivo Impessoal: dançar.
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles.
Gerúndio: dançando.
Particípio: dançado.
2ª Conjugação –ER
Infinitivo Impessoal: comer.
Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele, comermos nós, comerdes vós, comerem eles.
Gerúndio: comendo.
Particípio: comido.
3ª Conjugação –IR
Infinitivo Impessoal: partir.
Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, partirmos nós, partirdes vós, partirem eles.
Gerúndio: partindo.
Particípio: partido.
VERBOS AUXILIARES: SER, ESTAR, TER, HAVER
SER
Modo Indicativo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Presente
Pretérito
Imperfeito
sou
és
é
somos
sois
são
era
eras
era
éramos
éreis
eram
Pret. Mais
que Perfeito
Simples
fora
foras
fora
fôramos
fôreis
foram
Pret. Mais
que Perfeito
Composto
tinha sido
tinhas sido
tinha sido
tínhamos
sido
tínheis sido
tinham sido
Pretérito
Perfeito
Simples
fui
foste
foi
fomos
fostes
foram
Futuro do
Pretérito
Simples
seria
serias
seria
seríamos
seríeis
seriam
Futuro do
Pretérito
Composto
terei sido
terias sido
teria sido
teríamos
sido
teríeis sido
teriam sido
Pretérito
Perf.
Composto
tenho sido
tens sido
tem sido
temos sido
tendes sido
têm sido
Futuro
do
Presente
serei
serás
será
seremos
sereis
serão
Modo Subjuntivo
Presente
Pretérito
Imperfeito
.
Pretérito
Mais que
78
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Futuro
Simples
Futuro
Composto
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Que eu
seja
Que tu
sejas
Que ele
seja
Que nós
sejamos
Se eu fosse
Se tu
fosses
Se ele
fosse
Se nós
fôssemos
Que vós
sejais
Que eles
sejam
Se vós
fôsseis
Se eles
fossem
Perfeito
Composto
Se eu
tivesse sido
Se tu
tivesses sido
Ser ele
tivesse sido
Se nós
tivéssemos
sido
Se vós
tivésseis sido
Se eles
tivessem sido
Quando
eu for
Quando
tu fores
Quando
ele for
Quando
nós formos
Quando eu
tiver sido
Quando tu
tiveres sido
Quando ele
tiver sido
Quando nós
tivermos sido
Quando
vós fordes
Quando
eles forem
Quando vós
tiverdes sido
Quando eles
tiverem sido
Modo Imperativo
Imperativo
Afirmativo
-----Sê tu
Seja ele
Sejamos nós
Sedes vós
Sejam eles
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Imperativo
Negativo
-----Não sejas tu
Não sejas ele
Não sejamos nós
Não sejais vós
Não sejam eles
Infinitivo
Pessoal
Por ser eu
Por seres tu
Por ser ele
Por sermos nós
Por serdes vós
Por serem eles
Formas Nominais
Infinitivo: ser
Gerúndio: sendo
Particípio: sido
ESTAR
Modo Indicativo
Presente
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
estou
estás
está
estamos
estais
estão
Pret. Mais que
Perfeito Simples
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
estivera
estiveras
estivera
estivéramos
estivéreis
estiveram
Pretérito
Imperfeito
estava
estavas
estava
estávamos
estáveis
estavam
Pretérito Perf.
Simples
estive
estiveste
esteve
estivemos
estivestes
estiveram
Pretérito Perf.
Composto
tenho estado
tens estado
tem estado
temos estado
tendes estado
têm estado
Pret. Mais que
Perfeito
Composto
tinha estado
tinhas estado
tinha estado
tínhamos
estado
tínheis estado
tinham estado
Futuro do
Presente
Simples
estarei
estarás
estará
estaremos
Futuro do
Presente
Composto
terei estado
terás estado
terá estado
teremos estado
estareis
estarão
tereis estado
terão estado
.
79
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Futuro do Pret. Simples
estaria
estarias
estaria
estaríamos
estaríeis
estariam
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Futuro do Pret. Composto
teria estado
terias estado
teria estado
teríamos estado
teríeis estado
teriam estado
Modo Subjuntivo
Pretérito
Imperfeito
Presente
Pretérito
Mais que
Perfeito
Composto
Se eu tivesse
estado
Se tu tivesses
estado
Ser ele
tivesse estado
Se nós
tivéssemos
estado
Que eu
esteja
Que tu
estejas
Que ele
esteja
Se eu
estivesse
Se tu
estivesses
Se ele
estivesse
NÓS
Que nós
estejamos
Se nós
estivéssemos
VÓS
Que vós
estejais
Se vós
estivésseis
Se vós
tivésseis estado
ELES
Que eles
estejam
Se eles
estivessem
Se eles
tivessem estado
EU
TU
ELE
Futuro
Simples
Futuro
Composto
Quando
Quando eu
eu estiver
tiver estado
Quando tu
Quando tu
estiveres
tiveres estado
Quando
Quando ele
ele estiver
tiver estado
Quando
Quando nós
nós
tivermos
estivermos
estado
Quando
Quando vós
vós
tiverdes estado
estiverdes
Quando
Quando
eles
eles tiverem
estiverem
estado
Modo Imperativo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Imperativo
Afirmativo
----está tu
esteja ele
estejamos nós
estai vós
estejam eles
Imperativo
Negativo
-----Não estejas tu
Não esteja ele
Não estejamos nós
Não estejais vós
Não estejam eles
Infinitivo
Pessoal
Por estar eu
Por estares tu
Por estar ele
Por estarmos nós
Por estardes vós
Por estarem eles
Formas Nominais
Infinitivo: estar
Gerúndio: estando
Particípio: estado
TER
Modo Indicativo
Presente
Pretérito
.
80
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Pretérito
Pretérito
Imperfeito
tenho
tens
tem
temos
tendes
têm
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
tinha
tinhas
tinha
tínhamos
tínheis
tinham
Pret. Mais que
Perfeito Simples
tivera
tiveras
tivera
tivéramos
tivéreis
tiveram
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Perfeito
Simples
tive
tiveste
teve
tivemos
tivestes
tiveram
Pret. Mais que
Perfeito Composto
tinha tido
tinhas tido
tinha tido
tínhamos tido
tínheis tido
tinham tido
Futuro do Pret. Simples
teria
terias
teria
teríamos
teríeis
teriam
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Perf.
Composto
tenho tido
tens tido
tem tido
temos tido
tendes tido
têm tido
Futuro do
Presente Simples
terei
terás
terá
teremos
tereis
terão
Futuro do Pret. Composto
teria tido
terias tido
teria tido
teríamos tido
teríeis tido
teriam tido
Modo Subjuntivo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Presente
Pretérito
Imperfeito
Que eu
tenha
Que tu
tenhas
Que ele
tenha
Se eu
tivesse
Se tu
tivesses
Se ele
tivesse
Que nós
tenhamos
Se nós
tivéssemos
Que vós
tenhais
Que eles
tenham
Se vós
tivésseis
Se eles
tivessem
Pretérito
Mais que
Perfeito
Composto
Se eu
tivesse tido
Se tu
tivesses tido
Ser ele
tivesse tido
Se nós
tivéssemos
tido
Se vós
tivésseis tido
Se eles
tivessem tido
Futuro
Simples
Futuro
Composto
Quando
eu tiver
Quando
tu tiveres
Quando
ele tiver
Quando eu
tiver tido
Quando tu
tiveres tido
Quando ele
tiver tido
Quando
nós tivermos
Quando nós
tivermos tido
Quando
vós tiverdes
Quando
eles tiverem
Quando vós
tiverdes tido
Quando eles
tiverem tido
Modo Imperativo
Imperativo
Afirmativo
.
Imperativo
Negativo
81
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Infinitivo
Pessoal
----tem tu
tenha ele
tenhamos nós
tende vós
tenham eles
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
-----Não tenhas tu
Não tenha ele
Não tenhamos nós
Não tenhais vós
Não tenham eles
Por ter eu
Por teres tu
Por ter ele
Por termos nós
Por terdes vós
Por terem eles
Formas Nominais
Infinitivo: ter
Gerúndio: tendo
Particípio: tido
HAVER
Modo Indicativo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Presente
Pretérito
Imperfeito
hei
hás
há
havemos
haveis
hão
havia
havias
havia
havíamos
havíeis
haviam
Pret. Mais que
Perfeito Simples
houvera
houveras
houvera
houvéramos
EU
TU
ELE
NÓS
houvéreis
houveram
VÓS
ELES
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Pret. Mais
que Perfeito
Composto
tinha havido
tinhas havido
tinha havido
tínhamos
havido
tínheis havido
tinham havido
Pretérito
Perfeito
Simples
houve
houveste
houve
houvemos
houvestes
houveram
Futuro do
Presente Simples
Futuro do Pret. Simples
haveria
haverias
haveria
haveríamos
haveríeis
haveriam
haverei
haverás
haverá
haveremos
havereis
haverão
Pretérito
Perf.
Composto
tenho havido
tens havido
tem havido
temos havido
tendes havido
têm havido
Futuro do
Presente
Composto
terei havido
terás havido
terá havido
teremos
havido
tereis havido
terão havido
Futuro do Pret. Composto
teria havido
terias havido
teria havido
teríamos havido
teríeis havido
teriam havido
Modo Subjuntivo
Presente
Pretérito
Imperfeito
.
Pretérito
Mais que
82
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Futuro
Simples
Futuro
Composto
EU
Que eu
haja
Se eu
houvesse
TU
Que tu
hajas
Se tu
houvesses
ELE
Que ele
haja
Se ele
houvesse
NÓS
Que nós
hajamos
Se nós
houvéssemos
VÓS
Que vós
hajais
Se vós
houvésseis
ELES
Que eles
hajam
Se eles
houvessem
Perfeito
Composto
Se eu
tivesse havido
Se tu
tivesses
havido
Ser ele
tivesse havido
Se nós
tivéssemos
havido
Se vós
tivésseis
havido
Se eles
tivessem
havido
Quando eu
houver
Quando eu
tiver havido
Quando tu
houveres
Quando tu
tiveres havido
Quando
ele houver
Quando
nós
houvermos
Quando
vós
houverdes
Quando
eles
houverem
Quando ele
tiver havido
Quando nós
tivermos
havido
Quando vós
tiverdes havido
Quando eles
tiverem havido
Modo Imperativo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Imperativo
Afirmativo
----há tu
haja ele
hajamos nós
havei vós
hajam eles
Imperativo
Negativo
-----Não hajas tu
Não haja ele
Não hajamos nós
Não hajais vós
Não hajam eles
Infinitivo
Pessoal
Por haver eu
Por haveres tu
Por haver ele
Por havermos nós
Por haverdes vós
Por haverem eles
Formas Nominais
Infinitivo: haver
Gerúndio: havendo
Particípio: havido
VERBOS REGULARES:
Não sofrem modificação no radical durante toda conjugação (em todos os modos) e as desinências
seguem as do verbo paradigma (verbo modelo)
AMAR: (radical: am) Amo, Amei, Amava, Amara, Amarei, Amaria, Ame, Amasse, Amar.
COMER: (radical: com) Como, Comi, Comia, Comera, Comerei, Comeria, Coma, Comesse, Comer.
PARTIR: (radical: part) Parto, Parti, Partia, Partira, Partirei, Partiria, Parta, Partisse, Partir.
VERBOS IRREGULARES:
São os verbos que sofrem modificações no radical ou em suas desinências.
DAR: dou, dava, dei, dera, darei, daria, dê, desse, der
CABER: caibo, cabia, coube, coubera, caberei, caberia, caiba, coubesse, couber.
AGREDIR: agrido, agredia, agredi, agredira, agredirei, agrediria, agrida, agredisse, agredir.
.
83
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ANÔMALOS:
São aqueles que têm uma anomalia no radical.
Ser, Ir
IR
Modo Indicativo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Presente
Pretérito
Imperfeito
Pretérito
Perfeito
vou
vais
vai
vamos
ides
vão
ia
ias
ia
íamos
íeis
iam
fui
foste
foi
fomos
fostes
foram
Futuro do Presente
irei
irás
irá
iremos
ireis
irão
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Pretérito
Mais que
Perfeito
fora
foras
fora
fôramos
fôreis
foram
Futuro do Pretérito
iria
irias
iria
iríamos
iríeis
iriam
Modo Subjuntivo
Pretérito
Imperfeito
Se eu fosse
Se tu fosses
Se ele fosse
Se nós fôssemos
Se vós fôsseis
Se eles fossem
Presente
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Que eu vá
Que tu vás
Que ele vá
Que nós vamos
Que vós vades
Que eles vão
Futuro
Quando eu for
Quando tu fores
Quando ele for
Quando nós formos
Quando vós fordes
Quando eles forem
Modo Imperativo
EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES
Imperativo
Afirmativo
----vai tu
vá ele
vamos nós
ide vós
vão eles
Imperativo
Negativo
-----Não vás tu
Não vá ele
Não vamos nós
Não vades vós
Não vão eles
Formas Nominais:
Infinitivo: ir
Gerúndio: indo
Particípio: ido
.
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Infinitivo
Pessoal
Para ir eu
Para ires tu
Para ir ele
Para irmos nós
para irdes vós
para irem eles
VERBOS DEFECTIVOS:
São aqueles que possuem um defeito. Não têm todos os modos, tempos ou pessoas.
Verbo Pronominal: É aquele que é conjugado com o pronome oblíquo. Ex: Eu me despedi de mamãe
e parti sem olhar para o passado.
Verbos Abundantes: “São os verbos que têm duas ou mais formas equivalentes, geralmente de
particípio.” (Sacconi)
Infinitivo: Aceitar, Anexar, Acender, Desenvolver, Emergir, Expelir.
Particípio Regular: Aceitado, Anexado, Acendido, Desenvolvido, Emergido, Expelido.
Particípio Irregular: Aceito, Anexo, Aceso, Desenvolto, Emerso, Expulso.
Tempos Compostos: São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e
haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles:
- Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou
haver no Presente do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência
ultimamente. Por exemplo: Eu tenho estudado demais ultimamente.
- Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou
haver no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha
ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.
- Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o
auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo
valor que o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo simples. Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi,
quando conheci Magali.
- Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o
auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo
valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não
me tivesse mudado de cidade. Perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o
passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado,
teria aprendido.
- Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou
haver no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor
que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já
terei partido.
- Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou
haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor
que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me
tivesse mudado de cidade.
- Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no
Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do
Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6
Km. Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
.
85
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Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso,
esperarei “você” praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a
minha. Por isso o uso do advérbio “já”. Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir:
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.
- Infinitivo Pessoal Composto: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no
Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento
da fala. Por exemplo: Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro
Questões
01. (Copergás/PE - Analista Administrador – FCC/2016)
A música relativa
Parece existir uma série enorme de mal-entendidos em torno do lugar-comum que afirma ser a música
uma linguagem universal, passível de ser compreendida por todos. “Fenômeno universal” − está claro
que sim; mas “linguagem universal” − até que ponto?
Ao que tudo indica, todos os povos do planeta desenvolvem manifestações sonoras. Falo tanto dos
povos que ainda se encontram em estágio dito “primitivo” − entre os quais ela continua a fazer parte da
magia − como das civilizações tecnicamente desenvolvidas, nas quais a música chega até mesmo a
possuir valor de mercadoria, a propiciar lucro, a se propagar em escala industrial, transformando-se em
um novo fetiche.
Contudo, se essa tendência a expressar-se através de sons dá mostras de ser algo inerente ao ser
humano, ela se concretiza de maneira tão diferente em cada comunidade, dá-se de forma tão particular
em cada cultura que é muito difícil acreditar que cada uma de suas manifestações possua um sentido
universal. Talvez seja melhor dizer que a linguagem musical só existe concretizada por meio de “línguas”
particulares ou de “falas” determinadas; e que essas manifestações podem até, em parte, ser
compreendidas, mas nunca vivenciadas em alguns de seus elementos de base por aqueles que não
pertençam à cultura que as gerou.
(Adaptado de: MORAES, J. Jota de. O que é música. São Paulo: Brasiliense, 2001, p.12-14)
Está plenamente adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
(A) Não seria de se esperar que todas as músicas alcançaram igual repercussão onde quer que se
produzissem.
(B) Se todos os povos frequentassem a mesma linguagem musical, a universalidade de sentido terá
sido indiscutível.
(C) A cada vez que se propaga em escala industrial, a música poderia se transformar num fetiche do
mercado.
(D) Dado que as culturas são muito diferentes, é de se esperar que as linguagens da música também
o sejam.
(E) As diferentes manifestações musicais trariam consigo linguagens que se marcarão como
particulares.
02. (Ceron/RO - Direito – EXATUS/2016)
A lição do fogo
1º Um membro de determinado grupo, ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso,
deixou de participar de suas atividades.
2º Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder
encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante ______ lareira, onde ardia um fogo brilhante e
acolhedor.
3º Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma cadeira
perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas
não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno
das achas da lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram.
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Cuidadosamente, selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a ______ lado.
Voltou, então, a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo,
fascinado e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho
momentâneo e seu fogo se apagou de vez.
4º Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz agora não passava de um negro, frio e
morto pedaço de carvão recoberto _____ uma espessa camada de fuligem acinzentada. Nenhuma
palavra tinha sido dita antes desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes
de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta ao meio do
fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões
ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
5º – Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo.
RANGEL, Alexandre (org.). As mais belas parábolas de todos os tempos –Vol. II.Belo Horizonte: Leitura, 2004.
Assinale a alternativa em que o verbo está flexionado no mesmo tempo e modo que o grifado em “onde
ardia um fogo” (2º parágrafo):
(A) mas não disse nada (3º parágrafo).
(B) que se formara (3º parágrafo).
(C) prestava atenção a tudo (3º parágrafo).
(D) houve um brilho (3º parágrafo).
03. (ELETROBRAS-ELETROSUL – Direito – FCC/2016)
Inquilinos
Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para
acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno de seu próprio eixo na velocidade
apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio
bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico −
e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao
desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se – coroando o mais
delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para
remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de
galáxia, conforme as conveniências do mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas,
fraudes e falência.
É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos
seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao
que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A
infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos.
(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 19)
Há adequada correlação entre os tempos e os modos verbais presentes na seguinte frase:
(A) A responsabilidade pelos defeitos do mundo só seria nossa caso já não estivessem prontos os
elementos que constituem essa imensa infraestrutura, à qual todos estamos submetidos.
(B) Nenhum de nós terá qualquer responsabilidade na injusta distribuição dos males e benefícios do
mundo, a menos que a algum de nós caberia a tomada de todas as decisões.
(C) Provavelmente o mundo natural apresentaria ainda mais falhas, se viermos a tomar as decisões
que implicassem uma profunda alteração na ordem dos fenômenos.
(D) Quem ousará remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, se tais poderes estivessem à
disposição dos nossos interesses e caprichos?
(E) Na opinião do autor do texto, o síndico ideal seria aquele cujos serviços sequer se notem, pois ele
manterá com discrição sua eficiência e sua dedicação ao trabalho.
04. (Pref. de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo – IDHTEC/2016)
Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi não __________culpa pelo acidente. Em entrevista,
Philippe Bianchi afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os pilotos __________ medo de falar.
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"Um piloto não vai dizer nada se existir uma câmera, mas quando não existem câmeras, todos
__________ até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com seu carro em um trator durante um GP,
aquaplanou e não conseguiu __________para evitar o choque.
(http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilotos-da-f-1-temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-de-bianchi)
Complete com a sequência de verbos que está no tempo, modo e pessoa corretos:
(A) Tem – tem – vem - freiar
(B) Tem – tiveram – vieram - frear
(C) Teve – tinham – vinham – frenar
(D) Teve – tem – veem – freiar
(E) Teve – têm – vêm – frear
05. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala – FEPESE/2016) Assinale a alternativa em
que está correta a correlação entre os tempos e os modos verbais nas frases abaixo.
(A) A entonação correta ao falarmos colabora com o entendimento que o outro tem do assunto tratado
e reforçaria a nossa persuasão.
(B) Para falar bem em público, organize as ideias de acordo com o tempo que você terá e, antes de
falar, ensaie sua apresentação.
(C) A capacidade de os adolescentes virem a falar em público, teria dependido dos bons ensinamentos
da escola.
(D) Quem vier a comparar a fala dos jovens de hoje com os da geração passada, haveria de concluir
que os jovens de hoje leem muito menos.
(E) O contato visual também é importante ao falar em público. Passa empatia e envolveria o outro.
06. (Pref. de Caucaia/CE - Agente de Suporte a Fiscalização – CETREDE/2016) Em “Conheço uma
moça... Se alguém contasse sua história, fariam como o senhor...” há verbos empregados
respectivamente no presente do indicativo, no
(A) pretérito imperfeito do subjuntivo, no futuro do pretérito do indicativo.
(B) pretérito imperfeito do indicativo, no futuro do pretérito do indicativo.
(C) futuro do pretérito do indicativo, no pretérito imperfeito do subjuntivo.
(D) futuro do pretérito do indicativo, no pretérito imperfeito do indicativo.
(E) futuro do pretérito do subjuntivo, no pretérito imperfeito do subjuntivo.
07. (Pref. de Goiânia/GO - Agente de Apoio Educacional – CS-UFG/2016)
Lanche infeliz
"É hora do lanche!". Essa frase, que era dita quase aos gritos pelas crianças quando soava o sinal na
escola anunciando o intervalo, costumava ser uma alegria. [...]
O lanche na escola faz mais do que alimentar a criança ou matar sua fome. É ao fazer aquela refeição
que o aluno relaxa e se lembra, nem sempre de modo consciente, da segurança de sua casa e da
presença e do afeto dos pais. E é isso que refaz a energia da criança e permite que ela retome o seu
período de trabalho escolar com mais coragem e mais confiança.
Eu tenho observado o tipo de lanche que os alunos tomam atualmente nas escolas.
Bem, primeiramente temos de lembrar que hoje há dois tipos de escola: aquelas que ainda preservam
a tradição de a criança levar seu alimento de casa e aquelas que já oferecem o lanche para os seus
alunos.
Por que tantas escolas privadas assumiram mais esse encargo em seu trabalho? Bem, pelo que sei,
por dois motivos bem diferentes.
Algumas poucas dessas instituições se preocuparam com a qualidade da alimentação das crianças e
assumiram a responsabilidade de educar seus alunos também nesse quesito.
Essas escolas, que atendem principalmente os menores de seis anos, preparam o lanche em seus
próprios espaços e não se preocupam apenas com a refeição balanceada e/ou com a oferta de alimentos
saudáveis para as crianças. Elas incentivam os alunos, ensinam a experimentação e oferecem uma
merenda saborosa, bonita e com um aroma que dá água na boca de qualquer adulto! E as crianças se
deliciam nessa hora. Dá para perceber a alegria delas na hora do lanche.
Há outras escolas que decidiram oferecer o lanche por solicitação dos pais. Elas contrataram
nutricionistas ou empresas que levam os lanches para a escola e, sinto informar: as opções que conheci
não pareciam muito apetitosas, não. Tampouco saudáveis do jeito que se fala.
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Certamente há nutricionistas por trás desses lanches, mas pode ser que esses profissionais se
preocupem mais com o aspecto nutricional dos alimentos do que com as crianças e com sua educação.
[...] De vez em quando, consigo ver alguns alunos comendo frutas ou um bolo caseiro no intervalo. Mas
essa cena tem sido cada vez mais rara, tanto quanto a alegria das crianças no momento de comer o
lanche.
Preparar o lanche de um filho é um ato amoroso. Nestes tempos em que os pais declaram tantas vezes
seu amor pelos filhos, por que é que as lancheiras que vão de casa para a escola têm sido assim tão
pouco amorosas?
Não vale justificar o problema com a falta de tempo dos pais. [...] Afinal, preparar qualquer refeição
para os filhos exige isso: disponibilidade e amorosidade. E dá trabalho.
Mas ter filhos pressupõe mesmo muito trabalho. Inclusive na hora de preparar o lanche que ele irá
comer longe de casa [...].
SAYÃO, Rosely. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/1270512-lanche-infeliz.shtml>. [Adaptado].
Na passagem “Essa frase, que era dita quase aos gritos pelas crianças quando soava o sinal na escola
anunciando o intervalo, costumava ser uma alegria.”, a referência ao passado é evidenciada
(A) pela caracterização da cena narrada.
(B) pelo uso do pronome “essa”.
(C) pelo emprego do tempo verbal.
(D) pela escolha dos substantivos.
08. (MPE-SC - Promotor de Justiça – Vespertina – MPE-SC/2016)
“Desde as primeiras viagens ao Atlântico Sul, os navegadores europeus reconheceram a importância
dos portos de São Francisco, Ilha de Santa Catarina e Laguna, para as “estações da aguada” de suas
embarcações. À época, os navios eram impulsionados a vela, com pequeno calado e autonomia de
navegação limitada. Assim, esses portos eram de grande importância, especialmente para os
navegadores que se dirigiam para o Rio da Prata ou para o Pacífico, através do Estreito de Magalhães.”
(Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.)
Em “os navegadores europeus reconheceram” a forma verbal encontra-se no pretérito perfeito do
indicativo, tempo que indica ação ocorrida e concluída em determinado momento do passado.
( ) Certo
( ) Errado
09. (Pref. de Goiânia/GO - Agente de Apoio Educacional – CS-UFG/2016)
Na fala da professora, a forma verbal “conjugue” expressa uma
(A) vontade.
(B) dúvida.
(C) possibilidade.
(D) ordem.
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10. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016).
Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos
Brasil escola
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por
moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes,
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto,
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-decorrentes-urbanização.htm.
Os verbos de estado indicam: estado permanente, estado transitório, mudança de estado, aparência
de estado e continuidade de estado. A frase do texto 1 que mostra um verbo de estado com valor de
mudança de estado é:
(A) “áreas que antes eram baratas e de fácil acesso”;
(B) “tornam-se mais caras”;
(C) “habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com baixos salários”;
(D) “Além disso, à medida que as cidades crescem”;
(E) “a grande maioria da população pobre busque por moradias em regiões ainda mais distantes”
Respostas
01. Resposta D
Nesse tipo de questão é necessário fazer a concordância entre o tempo verbal dos verbos presentes
na frase.
a) Não seria de se esperar que todas as músicas ALCANÇASSEM igual repercussão onde quer que
se produzissem. (alcançassem - produzissem)
b) Se todos os povos frequentassem a mesma linguagem musical, a universalidade de
sentido SERIA indiscutível. (frequentassem - seria)
c) A cada vez que se propaga em escala industrial, a música PODE se transformar num fetiche do
mercado. (propaga - pode)
e) As diferentes manifestações musicais trariam consigo linguagens que se MARCARIAM como
particulares. (trariam - marcariam)
02. Resposta C
Pretérito imperfeito; arder: eu ardia, tu ardias, ele/ela ardia; prestar: eu prestava, tu prestavas, ele/ela
prestava; prestava atenção a tudo;
03. Resposta A
a) A responsabilidade pelos defeitos do mundo só seria nossa caso já não estivessem prontos os
elementos que constituem essa imensa infraestrutura, à qual todos estamos submetidos.
b) Nenhum de nós terá qualquer responsabilidade na injusta distribuição dos males e benefícios do
mundo, a menos que a algum de nós COUBER a tomada de todas as decisões.
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c) Provavelmente o mundo natural APRESENTARÁ ainda mais falhas, se viermos a tomar as decisões
que IMPLIQUEM uma profunda alteração na ordem dos fenômenos.
d) Quem OUSARIA remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, se tais poderes estivessem à
disposição dos nossos interesses e caprichos?
e) Na opinião do autor do texto, o síndico ideal seria aquele cujos serviços sequer se notem, pois
ele MANTERIA com discrição sua eficiência e sua dedicação ao trabalho.
04. Resposta E
Teve - Pretérito perfeito do indicativo
Têm - Presente do Indicativo
Vêm - ( verbo vir) – Presente do Indicativo
Frear - Infinitivo
05. Resposta B
a) A entonação correta ao falarmos colabora com o entendimento que o outro tem do assunto tratado
e REFORÇA a nossa persuasão. Errada.
b) Para falar bem em público, organize as ideias de acordo com o tempo que você terá e, antes de
falar, ensaie sua apresentação. Gabarito
c) A capacidade de os adolescentes virem a falar em público, TEM dependido dos bons ensinamentos
da escola. Errado.
d) Quem vier a comparar a fala dos jovens de hoje com os da geração passada, HAVERÁ de concluir
que os jovens de hoje leem muito menos. Errada.
e) O contato visual também é importante ao falar em público. Passa empatia e ENVOLVE o
outro. Errada.
06. Resposta A
contasse - indica modo pretérito imperfeito do subjuntivo
fariam - indica modo futuro do pretérito do indicativo.
07. Resposta C
“Essa frase, que era dita quase aos gritos pelas crianças quando soava o sinal na escola anunciando
o intervalo, costumava ser uma alegria.”
08. Certo
O pretérito perfeito consiste num processo verbal que exprime um fato passado não habitual; ao passo
que o imperfeito exprime um fato habitual, rotineiro. A título de ilustração, analisemos:
Sempre que a encontrava revivia os bons tempos. (pretérito imperfeito)
Sempre que a encontrei revivi os bons tempos. (pretérito perfeito)
O pretérito perfeito, diferenciando-se do imperfeito, indica a ação momentânea, determinada no tempo.
Já o imperfeito expressa uma ação durativa, não limitada no tempo.
Assim, no intento de constatarmos tais diferenças, atentemo-nos aos exemplos que seguem:
Colocava em prática todo o aprendizado que adquiria mediante as aulas a que assistia. (pretérito
imperfeito)
Colocou em prática todo o aprendizado que adquiriu mediante as aulas a que assistiu. (pretérito
perfeito)
09. Resposta D
Conjugue está no imperativo, que expressa ordem ou instrução.
10. Resposta B
Os verbos de ligação exprimem características distintas em relação ao sujeito:
Estado permanente: verbos ser, viver
Estado transitório: verbos estar, andar, achar-se, encontrar-se
Estado mutatório: verbos ficar, virar, tornar-se, fazer-se
Estado de continuidade: verbos continuar, permanecer
Estado aparente: verbo parecer
Advérbio
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Advérbio é a palavra invariável que modifica um verbo (Chegou cedo), um outro advérbio (Falou muito
bem), um adjetivo (Estava muito bonita). De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode
ser de:
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde (=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo,
diariamente, depois, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, novamente, outrora.
Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além, algures (=em algum lugar), aquém, alhures
(= em outro lugar), aquém,dentro, defronte, fora, longe, perto.
Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ), devagar, mal, melhor pior, e a maior parte dos
advérbios que termina em mente: calmamente, suavemente, rapidamente, tristemente.
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente, realmente, sim, seguramente.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito nenhum, nem, não, tampouco (=também não).
Intensidade: apenas, assaz bastante bastante, bem, demais,mais, meio, menos, muito, quase,
quanto, tão, tanto, pouco.
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá, possivelmente, talvez.
Advérbios Interrogativos: São empregados em orações interrogativas diretas ou indiretas. Podem
exprimir: lugar, tempo, modo, ou causa.
- Onde fica o Clube das Acácias ? (direta)
- Preciso saber onde fica o Clube das Acássias.
(indireta)
- Quando minha amiga Delma chegará de Campinas? (direta)
- Gostaria de saber quando minha amiga Delma chegará de Campinas. (indireta)
Locuçoes Adverbiais: São duas ou mais palavras que têm o valor de advérbio: às cegas, às claras,
às toa, às pressas, às escondidas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de chofre, de cor, de
improviso, de propósito, de viva voz, de medo, com certeza, por perto, por um triz, de vez em quando,
sem dúvida, de forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à direta, a pé, a esmo, por ali, a distância.
- De repente o dia se fez noite.
- Por um triz eu não me denunciei.
- Sem dúvida você é o melhor.
Graus dos Advérbios: o advérbio não vai para o plural, são palavras invariáveis, mas alguns admitem
a flexão de grau: comparativo e superlativo.
Comparativo de:
Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz quanto / como você.
Superioridade - Analítico: mais do que: Raquel é mais elegante do que eu.
- Sintético: melhor, pior que: Amanhã será melhor do que hoje.
Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia.
Superlativo Absoluto:
Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato defendeu-se muito mal.
Sintético - íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo.
Palavras e Locuções Denotativas: São palavras semelhantes a advérbios e que não possuem
classificação especial. Não se enquadram em nenhuma das dez classes de palavras. São chamadas de
denotativas e exprimem:
Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem: Ainda bem que você veio.
Designação, Indicação: eis: Eis aqui o herói da turma.
Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, sequer: Não me disse sequer uma palavra de
amor.
Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, de mais a mais: Também há flores no
céu.
Limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é perfeito.
Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo: Sei lá o que ele quis dizer!
Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Irei à Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo
mês.
Explicação: por exemplo, a saber: Você, por exemplo, tem bom caráter.
Emprego do Advérbio
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- Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do sufixo diminutivo dando aos advérbios o
valor de superlativo sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressinha, rapidinho (bem
rápido): Rapidinho chegou a casa; Moro pertinho da universidade.
- Frequenternente empregamos adjetivos com valor de advérbio: A cerveja que desce redondo.
(redondamente)
- Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai para o plural; equivale a muito / a: Aquelas
jovens são bastante simpáticas e gentis.
- Bastante, antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai para o plural, equivale a muitos / as: Contei
bastantes estrelas no céu.
- Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a
casa, encontrei- a de mau humor.
- Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal: Ficamos mais bem informados depois do
noticiário notumo.
- Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se fazem professores como antigamente.
(=não se fazem mais)
- Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o particípio permanece no masculino plural: Minha
irmã Zuleide emagrecia a olhos vistos.
- Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no último permanece mente: Educada e
pacientemente, falei a todos.
- A repetição de um mesmo advérbio assume o valor superlativo: Levantei cedo, cedo.
Questões
01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
(A) Só quero meio quilo.
(B) Achei-o meio triste.
(C) Descobri o meio de acertar.
(D) Parou no meio da rua.
(E) Comprou um metro e meio.
02. Só não há advérbio em:
(A) Não o quero.
(B) Ali está o material.
(C) Tudo está correto.
(D) Talvez ele fale.
(E) Já cheguei.
03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo?
(A) Realmente ela errou.
(B) Antigamente era mais pacato o mundo.
(C) Lá está teu primo.
(D) Ela fala bem.
(E) Estava bem cansado.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em "Machucou-se com a lâmina".
(A) modo
(B) instrumento
(C) causa
(D) concessão
(E) fim
05. (UFCG - Administrador – UFCG/2016)
Os zigue-zagues do conforto
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Hoje, a ideologia do conforto varreu nossa sociedade. É um grande motor da publicidade e do
consumismo. Contudo, o avanço não é linear, havendo atrasos técnicos e retrocessos. Em três áreas
enguiçadas, o conforto e desconforto se embaralham.
A primeira é o conforto acústico. Raras salas de aula oferecem um mínimo de condições. Padecem os
professores, pois só berrando podem ser ouvidos. Uma conversa tranquila é impossível na maioria dos
restaurantes. Em muitos, não pode haver conversa de espécie alguma. O bê-á-bá do tratamento acústico
é trivial. Por que temos de ser torturados por tantos decibéis malvados?
A segunda é o conforto térmico. Quem gosta de sentir frio ou calor? Na verdade, não se trata de gostar,
mas de ser atropelado por imperativos culturais. Por não precisarem se impor pela vestimenta, oficiais
britânicos usavam bermudas e camisas de mangas curtas nos trópicos. Mas no Rio de Janeiro, a
aristocracia do Segundo Império não saía de casa sem terno, colete e sobrecasaca, todos de espessa
casimira inglesa. E mais: gravata, camisa de peito duro, cartola e luvas. E se assim fazia a nobreza, o
povaréu tentava imitar. Até o meio século passado, as elegantes usavam casaco de pele na capital. Hoje,
a moda deu cambalhota, o chique é sentir frio. Quanto mais importante, mais gélido será o gabinete da
autoridade. Mas a maneira de conquistar esse conforto térmico tende a ser equivocada.
Estive em um hotel do Nordeste amplamente servido pela agradável brisa do mar e cuja propaganda
é ser “ecológico”. No entanto, é ar condicionado dia e noite, pois a arquitetura não permite a circulação
natural do ar. Pior, como na maioria das nossas edificações, o isolamento é péssimo. Um minuto
desligado, e quase sufocamos de calor. Uma parede comum de alvenaria tem um décimo da resistência
térmica recomendada pela Comunidade Europeia. E do excesso de vidros, nem falar!
A terceira é uma birra pessoal, já que minha profissão me leva a falar em público. Os arquitetos não
descobriram que o PowerPoint requer uma sala que escureça e uma iluminação que não vaze na tela.
Sem isso, ou a projeção fica esmaecida ou, se é apagada a luz, do professor só se vê o vulto. A solução
é ridiculamente simples: um spot no conferencista.
E assim vamos, aos encontrões com o desconforto, em recorrente zigue-zague.
(CASTRO, Cláudio de Moura. Veja, 11/02/2015,p.18,fragmento)
Qual o advérbio ou expressão adverbial que marca a apreciação do autor sobre o conteúdo da oração?
(A) Até o meio século passado (3º§).
(B) Hoje (3º§).
(C) Assim (6º§).
(D) Ridiculamente (5º§).
(E) Em muitos (2º§).
06. (MPE-SC - Promotor de Justiça – Vespertina – MPE-SC/2016)
“A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao ponto mais distante da Expedição
Oriente, a cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é a primeira vez
que os Schürmann aportam em solo chinês. A negociação para ter a autorização do país começou há
mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também é a primeira vez
que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades
do país.”
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pela-primeira-vez-na-antartica.html)
Em “Essa também é a primeira vez” há ideia de inclusão.
( ) Certo
( ) Errado
07. (Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ - Assistente Administrativo – Pref. do Rio de Janeiro/2016)
Crônica
Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as
recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma
das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família
nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme,
mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja
alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não
compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no
supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre,
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deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o
nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes
grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora
modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as
crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não
sabem selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete,
todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do
Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros
e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne
constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha,
peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E
dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer
mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no
Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à
Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal
seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente.
CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42.
A palavra mal tem valor semântico de intensidade na seguinte frase:
(A) Mal entrou em casa, foi preparando um sanduíche.
(B) Se você se alimenta mal, está exposto a doenças.
(C) Quando estou estressado, mal me alimento.
(D) O mal está em você substituir almoço por lanche
08. (Pref. de Cascavel/PR - Agente Comunitário de Saúde – CONSULPLAN/2016)
A AIDS na adolescência
A adolescência é um período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que
se manifesta por transformações físicas, psicológicas e sociais. Ela representa um período de crise, na
qual o adolescente tenta se integrar a uma sociedade que também está passando por intensas
modificações e que exige muito dele. Dessa forma, o jovem se vê frente a um enorme leque de
possibilidades e opções e, por sua vez, quer explorar e experimentar tudo a sua volta. Algumas dessas
transformações e dificuldades que a juventude enfrenta, principalmente relacionadas à sexualidade, bem
como ao abuso de drogas ilícitas, aumentam as chances dos adolescentes de adquirirem a infecção por
HIV, fazendo-se necessária a realização de programas de prevenção e controle da AIDS na adolescência.
Estudos de vários países têm demonstrado a crescente ocorrência de AIDS entre os adolescentes,
sendo que, atualmente, as taxas de novas infecções são maiores entre a população jovem. Quase metade
dos novos casos de AIDS ocorre entre os jovens com idade entre 15 e 24 anos. Considerando que a
maioria dos doentes está na faixa dos 20 anos, conclui-se que a grande parte das infecções aconteceu
no período da adolescência, uma vez que a doença pode ficar por longo tempo assintomática.
Existem algumas características comportamentais, socioeconômicas e biológicas que fazem com que
os jovens sejam um grupo propenso à infecção pelo HIV. Dentre as características comportamentais,
destaca-se a sexualidade entre os adolescentes. Muitas vezes, a não utilização dos preservativos está
relacionada ao abuso de álcool e outras drogas, os quais favorecem a prática do sexo inseguro. Outras
vezes os jovens não usam o preservativo quando em relacionamentos estáveis, justificando que seu uso
pode gerar desconfiança em relação à fidelidade do casal, apesar de que, no mundo, hoje, o uso de
preservativo nas relações poderia significar uma prova de amor e proteção para com o outro. Observase, também, que muitas jovens abrem mão do preservativo por medo de serem abandonadas ou
maltratadas por seus parceiros. Por outro lado, o fato de estar apaixonado faz com que o jovem crie uma
imagem falsa de segurança, negando os riscos inerentes ao não uso do preservativo.
Outro fator importante a ser levado em consideração é o grande apelo erótico emitido pelos meios de
comunicação, frequentemente direcionado ao adolescente. A televisão informa e forma opiniões,
unificando padrões de comportamento, independente da tradição cultural, colocando o jovem frente a
uma educação sexual informal que propaga o sexo como algo não planejado e comum, dizendo que “todo
mundo faz sexo, mas poucos adoecem”.
(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3867/-1/a-aids-na-adolescencia.html. Adaptado.)
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No trecho “Outro fator importante a ser levado em consideração é o grande apelo erótico emitido pelos
meios de comunicação, frequentemente direcionado ao adolescente.” (4º§), a expressão destacada
exprime ideia de
(A) modo.
(B) ordem.
(C) dúvida.
(D) escolha.
(E) inclusão.
09. (Consurge - MGProva: Psicólogo – Gestão Concurso/2016)
O lugar mais frio da Terra
Bem-vindo à minúscula aldeia da República de Sakha,
na Rússia, que ocupa um lugar inquestionável nos livros de recordes
Para a maioria, a cidadezinha de Oimiakon não estaria no alto da lista de destinos turísticos. É a região
com povoamento permanente mais fria da Terra, localizada a algumas centenas de quilômetros do Círculo
Polar Ártico, na tundra russa. Mas, para o fotógrafo neozelandês Amos Chapple, foi uma oportunidade
que ele não podia recusar.
Chapple trabalhava como professor de inglês na Rússia para financiar suas fotografias de viagens, e
a ida a Oimiakon seria a oportunidade de embarcar num projeto fotográfico inigualável. Para chegar à
aldeia que, em 1933, bateu o recorde de lugar mais frio da Terra, com a temperatura de –67,7 ºC, Chapple
teria primeiro de ir a Iakutsk, capital da região, a seis fusos horários de Moscou.
Em Iakutsk, a temperatura em janeiro cai a cerca de –40 ºC, mas a cidade é um lugar com economia
vibrante, povoada principalmente graças à abundância de recursos naturais: há diamantes, petróleo e
gás. Oimiakon fica a 927 quilômetros de Iakutsk. Para chegar lá, Chapple teve de viajar dois dias, com
uma combinação de caronas e vans.
Em certo momento, ele se viu perdido num posto de gasolina. “Passei dois dias comendo carne de
rena”, diz Chapple, recordando a pequena casa de chá, ironicamente chamada Café Cuba, que nesse
período só servia essa única opção de prato. “Rena é a carne mais comum da tundra.”
Os habitantes da região mais fria da Terra não comem só rena, mas sua dieta inclui muita carne.
Chapple também comeu um prato de macarrão e nacos congelados de sangue de cavalo, além de uma
especialidade de Iakutsk: peixe congelado raspado em lascas finíssimas. “Lembra sashimi congelado e
é divino”, diz ele. “A textura do peixe congelado com as pontinhas quentes é muito especial e deliciosa.”
Quando chegou a Oimiakon, cuja população oscila em torno de 500 habitantes permanentes, Chapple
se espantou ao ver que a cidade estava vazia. “Simplesmente não havia ninguém nas ruas. Eu esperava
que tivessem se acostumado com o frio e que houvesse uma vida cotidiana em andamento, mas em vez
disso todo mundo tratava o frio com muita cautela”, diz ele. “Parecia extremamente desolado. Não era,
mas tudo acontecia em ambiente fechado, e eu não era bem-vindo nos ambientes fechados.”
Nas horas que Chapple passou perambulando pelas ruas da aldeia, seus principais companheiros
foram os cachorros de rua ou os bêbados (o alcoolismo é excessivo em Oimiakon). Ainda assim, a vida
na aldeia continua. As escolas só fecham quando a temperatura cai abaixo de –50 ºC. Os fazendeiros
levam suas vacas ao bebedouro da aldeia – uma fonte “térmica” que fica pouco acima do ponto de
congelamento – e depois voltam com elas para os estábulos protegidos.
A fonte térmica é o coração da aldeia, sua razão de existir: os criadores de renas visitavam a fonte
para hidratar os animais, e retornaram várias vezes até que a aldeia se tornou um povoado permanente
(o nome Oimiakon significa, literalmente, “água descongelada”).
Mas morar no lugar habitado mais frio da Terra tem algumas desvantagens específicas. Em geral, os
banheiros ficam fora de casa, porque encanamentos são problemáticos em caso de congelamento. Os
moradores têm carro, mas precisam deixá-los ligados ao ar livre, às vezes a noite inteira, para que as
partes mecânicas não congelem. Mesmo assim, às vezes medidas mais extremas são necessárias.
“Um sujeito com o qual viajei deixou o caminhão ligado a noite toda, mas, mesmo assim, pela manhã
o eixo de transmissão estava totalmente congelado. Sem nenhuma cerimônia, ele pegou um maçarico,
entrou debaixo do veículo e começou a lamber tudo com o fogo”, diz Chapple. “O maçarico faz parte da
caixa de ferramentas [de quem mora em Oimiakon]”.
GEILING, Natasha. O lugar mais frio da Terra. Seleções. 29 jan. 2016. Disponível em: <http://zip.net/bhs0B9> . (Adaptação).
Assinale a alternativa em que a palavra ou trecho destacado não desempenha uma função adverbial
na afirmativa.
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(A) “[...] mas a cidade é um lugar com economia vibrante, povoada principalmente graças à
abundância de recursos naturais [...].”
(B) “[...] peixe congelado raspado em lascas finíssimas.”
(C) “Nas horas que Chapple passou perambulando pelas ruas da aldeia, seus principais
companheiros foram os cachorros de rua ou os bêbados [...]”
(D) “[...] Sem nenhuma cerimônia, ele pegou um maçarico, entrou debaixo do veículo e começou a
lamber tudo com o fogo [...].
10. (UNIFESP - Técnico em Segurança do Trabalho – VUNESP/2016)
É permitido sonhar
Os bastidores do vestibular são cheios de histórias – curiosas, estranhas, comoventes. O jovem que
chega atrasado por alguns segundos, por exemplo, é uma figura clássica, e patética. Mas existem outras
figuras capazes de chamar a atenção.
Takeshi Nojima é um caso. Ele fez vestibular para a Faculdade de Medicina da Universidade do
Paraná. Veio do Japão aos 11 anos, trabalhou em várias coisas, e agora quer começar uma carreira
médica.
Nada surpreendente, não fosse a idade do Takeshi: ele tem 80 anos. Isto mesmo, 80. Numa fase em
que outros já passaram até da aposentadoria compulsória, ele se prepara para iniciar nova vida. E o faz
tranquilo: “Cuidei de meus pais, cuidei dos meus filhos. Agora posso realizar um sonho que trago da
infância”.
Não faltará quem critique Takeshi Nojima: ele está tirando o lugar de jovens, dirá algum darwinista
social. Eu ponderaria que nem tudo na vida se regula pelo critério cronológico. Há pais que passam muito
pouco tempo com os filhos e nem por isso são maus pais; o que interessa é a qualidade do tempo, não a
quantidade. Talvez a expectativa de vida não permita ao vestibulando Nojima uma longa carreira na
profissão médica. Mas os anos, ou meses, ou mesmo os dias que dedicar a seus pacientes terão em si
a carga afetiva de uma existência inteira.
Não sei se Takeshi Nojima passou no vestibular; a notícia que li não esclarecia a respeito. Mas ele
mesmo disse que isto não teria importância: se fosse reprovado, começaria tudo de novo. E aí de novo
ele dá um exemplo. Os resultados do difícil exame trazem desilusão para muitos jovens, e não são poucos
os que pensam em desistir por causa de um fracasso. A estes eu digo: antes de abandonar a luta, pensem
em Takeshi Nojima, pensem na força de seu sonho. Sonhar não é proibido. É um dever.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Observe as passagens:
– … e agora quer começar uma carreira médica. (2° parágrafo);
– … ele tem 80 anos. Isto mesmo, 80. (3° parágrafo);
– Talvez a expectativa de vida não permita… (4° parágrafo).
As expressões destacadas expressam, respectivamente, sentido de
(A) lugar, modo e causa.
(B) tempo, afirmação e dúvida.
(C) afirmação, afirmação e dúvida.
(D) tempo, modo e afirmação.
(E) modo, dúvida e intensidade.
Respostas
01. Resposta B
Alternativa A: meio quilo = quantidade
Alternativa B (correta): meio triste = advérbio de intensidade
Alternativa C: descobri o meio = jeito, maneira
Alternativa D: meio da rua = metade
Alternativa E: um metro e meio = quantidade
02. Reposta C
Alternativa A: Não – advérbio de negação
Alternativa B: Ali – advérbio de lugar
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Alternativa D:Talvez – advérvio de dúvida
Alternativa E: Já – advérbio de tempo
03. Resposta D
Alternativa A: Realmente – advérbio de afirmação
Alternativa B: Antigamente – advérbio de tempo
Alternativa C: Lá – advérbio de lugar
Alternativa D (correta): Bem – advérbio de modo / modifica a maneiro com que ela fala.
Alternativa E: Bem- advérbio de intensidade
04. Resposta B
“Com a lâmina” = instrumento
05. Resposta D
Sufixo "MENTE" ,em sua maioria, é advérbio de modo.
06. Certo
Palavras e Locuções Denotativas.
Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc.
07. Resposta C
a) Mal entrou em casa, foi preparando um sanduíche. Está indicando tempo (advérbio de tempo).
Pode ser substituído por "quando".
b) Se você se alimenta mal, está exposto a doenças. Está indicando modo (advérbio de modo). Se
você se alimenta de maneira errada ou péssima.
c) Quando estou estressado, mal me alimento. Está indicando intensidade (advérbio de intensidade),
podendo ser substituído por "pouco".
d) O mal está em você substituir almoço por lanche. Foi substantivado. A principal indicação desse
fenômeno é o uso de artigo antes da palavra.
08. Resposta A
Dica: A "maioria" que termina com o sufixo mente é advérbio de MODO !
09. Resposta B
"lascas finíssimas" - função adjetiva.
10. Resposta B
Agora = tempo
Isto mesmo = afirmação
Talvez = dúvida
Preposição
É a palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma relação
entre ambos. As preposições podem ser: essenciais ou acidentais. As preposições essenciais atuam
exclusivamente como preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exemplos: Não dê atençâo a fofocas; Perante todos disse, sim.
As preposições acidentais são palavras de outras classes que atuam eventualmente como
preposições. São: como (=na qualidade de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto, mediante,
salvo, visto, segundo, senão, tirante: Agia conforme sua vontade. (= de acordo com)
- O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um substantivo, é flexionado: a casa, as casas,
a árvore, as árvores, a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e não estabelece
concordância com o substantivo. Exemplo: Fiz todo o percurso a pé. (não há concordância com o
substantivo masculino pé)
- As preposições essenciais são sempre seguidas dos pronomes pessoais oblíquos: Despediu-se de
mim rapidamente. Não vá sem mim.
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Locuções Prepositivas: É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição.
A última palavra é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de,
a respeito de, de acordo com, dentro de, embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a,
junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás de, a fim de, além de, antes de, a par de,
a partir de, apesar de, através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de, (=no lugar de), ao
invés de (=ao contrário de), para com, até a.
- Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. Na locução adverbial, nunca há uma
preposição no final, e sim no começo: Vimos de perto o fenômeno do "tsunami". (locução adverbial); O
acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução prepositiva)
- Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com outra preposição: Abola passou por entre as
pernas do goleiro. Mas é inadequado dizer: Proibido para menores de até 18 anos; Financiamento em
até 24 meses.
Combinações e Contrações
Combinação: ocorre combinação quando não há perda de fonemas: a+o,os= ao, aos / a+onde =
aonde.
Contração: ocorre contração quando a preposição perde fonemas: de+a, o, as, os, esta, este, isto
=da, do, das, dos, desta, deste, disto.
- em+ um, uma, uns, umas,isto, isso, aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas = num, numa, nuns,
numas, nisto, nisso, naquilo, naquele, naquela, naqueles.
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, daquela, daquilo.
- para+ a = pra.
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo
recebe o nome de crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: à, às, àquele, àquela,
àquilo.
Valores das Preposições
A (movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os Anos Dourados. modo: Partiu às pressas.
tempo: Iremos nos ver ao entardecer. Apreposição a indica deslocamento rápido: Vanios à praia. (ideia
de passear)
Ante (diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a emoção. tempo (substituída por antes
de): Preciso chegarao encontro antes das quatro horas.
Após (depois de): Após alguns momentos desabou num choro arrependido.
Até (aproximação): Correu até mim. tempo: Certamente teremos o resultado do exame até a semana
que vem. Atenção: Se a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusão e não preposição.
Os sonhadores amam até quem os despreza. (inclusive)
Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade; deve-se rir com alguém. causa: A cidade foi
destruída com o temporal. instrumento: Feriu-se com as próprias armas. modo: Marfinha, minha
comadre, veste-se sempre com elegância.
Contra (oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do tribunal. direção a um limite: Bateu
contra o muro e caiu.
De (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos. lugar: Os corruptos vieram da capital. causa:
O bebé chorava de fome. posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu. assunto: Falávamos do casamento
da Mariele. matéria: Era uma casa de sapé. A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que
precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos estudarem. (e não: dos alunos estudarem)
Desde (afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina vem desde São Paulo. tempo: Desde o
ano passado quero mudar de casa.
Em (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos. matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia
moram em Curitiba. especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras. tempo: Tudo aconteceu
em doze horas.
Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro entre dois suportes.
Para direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa. tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da
semana. finalidade: Lute sempre para viver com dignidade. Apreposição para indica de permanência
definitiva. Vou para o litoral. (ideia de morar)
Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante todos.
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Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas desconhecidas. causa: Por ser muito caro, não
compramos um DVD novo. espaço: Por cima dela havia um raio de luz.
Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.
Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar. Viveu, sob pressão dos pais.
Sobre (em cima de, com contato): Colocou ás taças de cristal sobre a toalha rendada. assunto:
Conversávamos sobre política financeira.
Trás (situação posterior; é preposição fora de uso. É substituída por atrás de, depois de): Por trás
desta carinha vê-se muita falsidade.
Curiosidade: O símbolo @ (arroba) significa AT em Inglês, que em Português significa em. Portanto,
o nome está at, em algum provedor.
Questões
01. (Ceron/RO - Direito – EXATUS/2016)
A lição do fogo
1º Um membro de determinado grupo, ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso,
deixou de participar de suas atividades.
2º Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder
encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante ______ lareira, onde ardia um fogo brilhante e
acolhedor.
3º Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma cadeira
perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas
não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno
das achas da lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram.
Cuidadosamente, selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a ______ lado.
Voltou, então, a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo,
fascinado e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho
momentâneo e seu fogo se apagou de vez.
4º Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz agora não passava de um negro, frio e
morto pedaço de carvão recoberto _____ uma espessa camada de fuligem acinzentada. Nenhuma
palavra tinha sido dita antes desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes
de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta ao meio do
fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões
ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
5º – Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo.
RANGEL, Alexandre (org.). As mais belas parábolas de todos os tempos –Vol. II.Belo Horizonte: Leitura, 2004.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto:
(A) a – ao – por.
(B) da – para o – de.
(C) à – no – a.
(D) a – de – em.
02. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor que
realizou assalto ao trem com confederados. O uso da preposição com permite diferentes interpretações
da frase acima.
(A) Reescreva-a de duas maneiras diversas, de modo que haja um sentido diferente em cada uma.
(B) Indique, para cada uma das reações, a noção expressa da preposição com.
03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016)
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)
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Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo
também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando o dia da humanidade.
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
Em qual das alternativas o acento grave foi mal empregado, pois não houve crase?
(A) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da escola de samba Império Serrano, na Zona
Norte do Rio.”
(B) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos direitos à moradia, a um trabalho digno, à
integridade cultural, a vida e ao território."
(C) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte do Moa no dia 11 de maio.”
(D) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às custas da entidade.”
(E) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a chegada de Edgardo Bauza no fim do ano
passado.”
04. (MPE/RJ - Técnico do Ministério Público – Administrativa – FGV/2016)
TEXTO 1 – O futuro da medicina
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas
e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até
aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo
agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos
para os pacientes.
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já
disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por
exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais
precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige
medidas adicionais.
Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de
análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível,
adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite
fazer diagnósticos ainda mais sofisticados.
Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem
mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via
eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o
paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina.
Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas acho que, como todo entusiasta da
tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para
uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura
para os interessados nas transformações da medicina.
Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman – 17/01/2016.
é:
O segmento de texto abaixo em que a preposição para tem seu valor semântico corretamente indicado
(A) “Para Topol, o futuro está nos smartphones” / opinião;
(B) “Está para chegar ao mercado um apetrecho” / direção;
(C) “os hospitais caminhem para uma rápida extinção” / tempo;
(D) “Dando algum desconto para as previsões, "The Patient” / concessão;
(E) “...é uma excelente leitura para os interessados nas transformações da medicina” / causa.
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05. Assinale a alternativa em que a preposição destacada estabeleça o mesmo tipo de relação que na
frase matriz: Criaram-se a pão e água.
(A) Desejo todo o bem a você.
(B) A julgar por esses dados, tudo está perdido.
(C) Feriram-me a pauladas.
(D) Andou a colher alguns frutos do mar.
(E) Ao entardecer, estarei aí.
06. (UNIFESP - Técnico em Segurança do Trabalho – VUNESP/2016)
É permitido sonhar
Os bastidores do vestibular são cheios de histórias – curiosas, estranhas, comoventes. O jovem que
chega atrasado por alguns segundos, por exemplo, é uma figura clássica, e patética. Mas existem outras
figuras capazes de chamar a atenção.
Takeshi Nojima é um caso. Ele fez vestibular para a Faculdade de Medicina da Universidade do
Paraná. Veio do Japão aos 11 anos, trabalhou em várias coisas, e agora quer começar uma carreira
médica.
Nada surpreendente, não fosse a idade do Takeshi: ele tem 80 anos. Isto mesmo, 80. Numa fase em
que outros já passaram até da aposentadoria compulsória, ele se prepara para iniciar nova vida. E o faz
tranquilo: “Cuidei de meus pais, cuidei dos meus filhos. Agora posso realizar um sonho que trago da
infância”.
Não faltará quem critique Takeshi Nojima: ele está tirando o lugar de jovens, dirá algum darwinista
social. Eu ponderaria que nem tudo na vida se regula pelo critério cronológico. Há pais que passam muito
pouco tempo com os filhos e nem por isso são maus pais; o que interessa é a qualidade do tempo, não a
quantidade. Talvez a expectativa de vida não permita ao vestibulando Nojima uma longa carreira na
profissão médica. Mas os anos, ou meses, ou mesmo os dias que dedicar a seus pacientes terão em si
a carga afetiva de uma existência inteira.
Não sei se Takeshi Nojima passou no vestibular; a notícia que li não esclarecia a respeito. Mas ele
mesmo disse que isto não teria importância: se fosse reprovado, começaria tudo de novo. E aí de novo
ele dá um exemplo. Os resultados do difícil exame trazem desilusão para muitos jovens, e não são poucos
os que pensam em desistir por causa de um fracasso. A estes eu digo: antes de abandonar a luta, pensem
em Takeshi Nojima, pensem na força de seu sonho. Sonhar não é proibido. É um dever.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a preposição “de” expressa sentido de origem.
(A) Mas existem outras figuras capazes de chamar a atenção.
(B) “Agora posso realizar um sonho que trago da infância”.
(C) Nada surpreendente, não fosse a idade do Takeshi...
(D) ... pensam em desistir por causa de um fracasso.
(E) E aí de novo ele dá um exemplo.
07. Assinale a alternativa que indique a definição correta de preposição:
(A) Preposição é a palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas
determinadas relações de sentido e de dependência.
(B) Preposição é a palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em
uma oração.
(C) Preposição é a palavra ou conjunto de palavras que exprimem sentimentos, emoções e reações
psicológicas.
(D) Preposição é a palavra cuja função principal é indicar o posicionamento, o lugar de um ser,
relativamente à posição ocupada por uma das três pessoas gramaticais.
(E) Preposição é a palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas
etc.), ou a posição que um ser ocupa em determinada sequência.
08. Assinale a alternativa que indica corretamente o valor semântico das preposições em destaque
nas frases:
I. Ele sempre cuidou da família com muita dedicação.
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II. Com a doença do pai, ela voltou para a cidade natal.
III. Desde pequenos, os príncipes eram preparados para a liderança.
IV. A pequena casa de madeira foi destruída a machado.
(A) modo – companhia – modo – modo
(B) causa – modo – finalidade – instrumento
(C) modo – modo – causa – causa
(D) modo – causa – finalidade – instrumento
(E) companhia – causa – semelhança – modo
09. Assinale a alternativa em que ocorre combinação de uma preposição com um pronome
demonstrativo:
(A) Estou na mesma situação.
(B) Neste momento, encerramos nossas transmissões.
(C) Daqui não saio.
(D) Ando só pela vida.
(E) Acordei num lugar estranho.
10. Classifique a palavra como nas construções seguintes, numerando, convenientemente, os
parênteses. A seguir, assinale a alternativa correta:
1) Preposição
2) Conjunção Subordinativa Causal
3) Conjunção Subordinativa Conformativa
4) Conjunção Coordenativa Aditiva
5) Advérbio Interrogativo de Modo
(
(
(
(
(
) Perguntamos como chegaste aqui.
) Percorrera as salas como eu mandara.
) Tinha-o como amigo.
) Como estivesse muito frio, fiquei em casa.
) Tanto ele como o irmão são meus amigos.
(A) 2 - 4 - 5 - 3 – 1
(B) 4 -5 - 3 - 1 – 2
(C) 5 - 3 - 1 - 2 – 4
(D) 3 - 1 - 2 - 4 – 5
(E) 1 - 2 - 4 - 5 - 3
Respostas
01. Resposta B
[...]sentado diante da lareira[...];
[...]empurrando-a para o lado;
[...]pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada[...];
02 - a)
1. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor que
realizou assalto ao trem que levava confederados.
2. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor, que,
com confederados, realizou assalto a trem.
b) Na frase 1, com indica a relação continente-conteúdo, (trem-soldados), como em copo com água.
Na frase 2, com indica “em companhia de”. Em 1, com introduz um adjunto adnominal (de trem); em 2,
introduz um adjunto adverbial de companhia.
03. Resposta E
Às vezes / As vezes
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Ocorrerá a crase somente quando “às vezes” for uma locução adverbial de tempo (= de vez em
quando, em algumas vezes). Quando a expressão “as vezes” não trouxer o significado citado não
acontecerá crase.
04. Resposta A
a) "Para Topol, o futuro está nos smartphones” / ARGUMENTO (Citação).
05. Resposta C
Na frase matriz, a preposição “a” estabelece a ideia de instrumento, ou seja, daquilo que foi usado
para que se praticasse uma ação.
Na alternativa C, a preposição “a” estabelece o mesmo tipo de relação.
06. Resposta B
A - "..capazes de QUE? - Chamar a atenção
B- "...sonho que trago da infância." - De onde? Qual lugar?
C-"...DO" posse de informação de quem é a idade..
D-"...por causa de um fracasso"... locução prepositiva de causa, motivo, razão
E-"... de novo" Novamente, outra vez"
07. Resposta A
A preposição é chamada de palavra invariável por não apresentar formas variadas e por ser desprovida
de independência, isto é, não aparece sozinha no discurso.
08. Resposta D
09. Resposta B
10. Resposta C
Interjeição
É a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito ou apelos: As interjeições
são como que frases resumidas: Ué ! =Eu não esperava essa! São proferidas com entonação especial,
que se representa, na escrita, com o ponto de exclamação(!)
Locução Interjetiva: É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma interjeição: Muito bem!
Que pena! Quem me dera! Puxa, que legal!
Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas
As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas,'de acordo com o sentido que elas
expressam em determinado contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir emoções
variadas.
Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu Deus!, Céus!
Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!, Olha lá!
Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem!
Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!
Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!
Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, Chega!, Basta!
Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me dera!
Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes são formadas por palavras de outras
classes gramaticais: Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).
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Questões
01. Assinale o par de frases em que as palavras destacadas são substantivo e pronome,
respectivamente:
(A) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão praticar o bem.
(B) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia muito movimento na praça.
(C) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de drogas é condenável.
(D) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. / Pesca-se muito em Angra dos Reis.
(E) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. / Não entendi o que você disse.
02. Assinale o item que só contenha preposições:
(A) durante, entre, sobre
(B) com, sob, depois
(C) para, atrás, por
(D) em, caso, após
(E) após, sobre, acima
03. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: “Encaminhamos a V. Senhoria cópia autêntica
do Edital nº 19/82.” Elas são, respectivamente:
(A) verbo, substantivo, substantivo
(B) verbo, substantivo, advérbio
(C) verbo, substantivo, adjetivo
(D) pronome, adjetivo, substantivo
(E) pronome, adjetivo, adjetivo
04. Assinale a opção em que a locução grifada tem valor adjetivo:
(A) “Comprei móveis e objetos diversos que entrei a utilizar com receio.”
(B) “Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos.”
(C) “Pediu-me com voz baixa cinquenta mil réis.”
(D) “Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras...”
(E) “Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem escrúpulos não se apoderassem do que era delas.”
05. O "que" está com função de preposição na alternativa:
(A) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga!
(B) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem és.
(C) João não estudou mais que José, mas entrou na Faculdade.
(D) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro.
(E) Não chore que eu já volto.
06. “Saberão que nos tempos do passado o doce amor era julgado um crime.”
(A) 1 preposição
(B) 3 adjetivos
(C) 4 verbos
(D) 7 palavras átonas
(E) 4 substantivos
07. As expressões em negrito correspondem a um adjetivo, exceto em:
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
(C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim.
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
08. Em “__ como se tivéssemos vivido sempre juntos”, a forma verbal está no:
(A) imperfeito do subjuntivo;
(B) futuro do presente composto;
(C) mais-que-perfeito composto do indicativo;
(D) mais-que-perfeito composto do subjuntivo;
(E) futuro composto do subjuntivo.
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09. Assinale a alternativa que completa adequadamente a frase: “___ em ti, mas nem sempre ___ dos
outros”.
(A) creias - duvides;
(B) crê - duvidas;
(C) creais - duvidas;
(D) creia - duvide;
(E) crê - duvides.
10. Quando ele ____ (ver) o nosso trabalho _____ (fazer) um elogio.
(A) ver – fará;
(B) visse – fará;
(C) ver – fazerá;
(D) vir – fará;
(E) vir – faria.
Respostas
01. (E) / 02. (A) / 03. (C) / 04. (E) / 05. (D) / 06. (E) / 07. (B) / 08. (D) / 09. (E) / 10. (D)
Conjunções
As Conjunções exercem a função de conectar as palavras dentro de uma oração. Desta forma, elas
estabelecem uma relação de coordenação ou subordinação e são classificadas em: Conjunções
Coordenativas e Conjunções Subordinativas.
Locução Conjuntiva é o conjunto de uma ou mais palavras com valor de conjunção na frase.
São elas:
Contanto que, apesar de, à medida que, a fim de que, à proporção que, quanto mais, uma vez que, de
maneira que.
Conjunções Coordenativas
1. Aditivas (Adição)
E
Nem
Não só... Mas também
Mas ainda
Senão
Exemplos:
Viajamos e descansamos.
Essa tarefa não ate nem desta.
Eu não só estudo, mas também trabalho.
2. Adversativas (Posição Contrária)
Mas
Porém
Todavia
Entretanto
No entanto
Exemplos:
Ela era explorada, mas não se queixava.
Os alunos estudaram, no entanto não conseguiram as notas necessárias.
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3. Alternativas (Alternância)
Ou, ou
Ora, ora
Quer,
quer
Já, já
Exemplos:
Ou você vem agora, ou não haverá mais ingressos.
Ora chovia, ora fazia sol.
4. Conclusivas (Conclusão)
Logo
Portanto
Por conseguinte
Pois (após o verbo)
Exemplos:
O caminho é perigoso; vá, pois, com cuidado!
Estamos nos esforçando, logo seremos recompensados.
5. Explicativas (Explicação)
Que
Porque
Porquanto
Pois (antes do verbo)
Exemplos:
Não leia no escuro, que faz mal à vista.
Compre estas mercadorias, pois já estamos ficando sem.
Conjunções Subordinativas
Ligam uma oração principal a uma oração subordinativa, com verbo flexionado.
1. Integrantes: iniciam a oração subordinada substantiva – Que / Se / Como
Exemplos:
Todos perceberam que você estava atrasado.
Aposto como você estava nervosa.
2. Temporais (Tempo) – Quando / Enquanto / Logo que / Assim que / Desde que
Exemplos:
Logo que chegaram, a festa acabou.
Quando eu disse a verdade, ninguém acreditou.
3. Finais (Finalidade) – Para que / A fim de que
Exemplo:
Foi embora logo, a fim de que ninguém o perturbasse.
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4. Proporcionais (Proporcionalidade) – À proporção que / À medida que / Quanto mais ... mais /
Quanto menos... menos
Exemplos:
À medida que se vive, mais se aprende.
Quanto mais se preocupa, mais se aborrece.
5. Causais (Causa) – Porque / Como / Visto que / Uma vez que
Exemplo: Como estivesse doente, não pôde sair.
6. Condicionais (Condição) – Se / Caso / Desde que
Exemplos:
Comprarei o livro, desde que esteja disponível.
Se chover, não poderemos ir.
7. Comparativas (Comparação) – Como / Que / Do que / Quanto / Que nem
Exemplos:
Os filhos comeram como leões.
A luz é mais veloz do que o som.
8. Conformativas (Conformidade) – Como / Conforme / Segundo
Exemplos:
As coisas não são como parecem.
Farei tudo, conforme foi pedido.
9. Consecutivas (Consequência) – Que (precedido dos termos: tal, tão, tanto...) / De forma que
Exemplos:
A menina chorou tanto, que não conseguiu ir para a escola.
Ontem estive viajando, de forma que não consegui participar da reunião.
10. Concessivas (Concessão) – Embora / Conquanto / Ainda que / Mesmo que / Por mais que
Exemplos:
Todos gostaram, embora estivesse mal feito.
Por mais que gritasse, ninguém o socorreu.
Questões
01. (Prefeitura de Niterói/RJ - Administrador – COSEAC/2016)
O Brasil é minha morada
1 Permita-me que lhes confesse que o Brasil é a minha morada. O meu teto quente, a minha sopa
fumegante. É casa da minha carne e do meu espírito. O alojamento provisório dos meus mortos. A caixa
mágica e inexplicável onde se abrigam e se consomem os dias essenciais da minha vida.
2 É a terra onde nascem as bananas da minha infância e as palavras do meu sempre precário
vocabulário. Neste país conheci emoções revestidas de opulenta carnalidade que nem sempre
transportavam no pescoço o sinete da advertência, justificativa lógica para sua existência.
3 Sem dúvida, o Brasil é o paraíso essencial da minha memória. O que a vida ali fez brotar com
abundância, excedeu ao que eu sabia. Pois cada lembrança brasileira corresponde à memória do mundo,
onde esteja o universo resguardado. Portanto, ao apresentar-me aqui como brasileira, automaticamente
sou romana, sou egípcia, sou hebraica. Sou todas as civilizações que aportaram neste acampamento
brasileiro.
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4 Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a sordidez, a banalidade, também afloram a
alegria, a ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos alimentados pelo feijão bem temperado, o
arroz soltinho, o bolo de milho, o bife acebolado, e tantos outros anjos feitos com gema de ovo, que deita
raízes no mundo árabe, no mundo luso.
5 Deste país surgiram inesgotáveis sagas, narradores astutos, alegres mentirosos. Seres anônimos,
heróis de si mesmos, poetas dos sonhos e do sarcasmo, senhores de máscaras venezianas, africanas,
ora carnavalescas, ora mortuárias. Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes do seu tempo,
acomodam-se esplêndidas à sombra da mangueira só pelo prazer de dedilhar as cordas da guitarra e do
coração.
6 Neste litoral, que foi berço de heróis, de marinheiros, onde os saveiros da imaginação cruzavam as
águas dos mares bravios em busca de peixes, de sereias e da proteção de Iemanjá, ali se instalaram
civilizações feitas das sobras de outras tantas culturas. Cada qual fincando hábitos, expressões, loucas
demências nos nossos peitos.
7 Este Brasil que critico, examino, amo, do qual nasceu Machado de Assis, cujo determinismo falhou
ao não prever a própria grandeza. Mas como poderia este mulato, este negro, este branco, esta alma
miscigenada, sempre pessimista e feroz, acatar uma existência que contrariava regras, previsões,
fatalidades? Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e
revivê-lo ao mesmo tempo?
8 Fomos portugueses, espanhóis e holandeses, até sermos brasileiros. Uma grei de etnias ávidas e
belas, atraída pelas aventuras terrestres e marítimas. Inventora, cada qual, de uma nação foragida da
realidade mesquinha, uma espécie de ficção compatível com uma fábula que nos habilite a frequentar
com desenvoltura o teatro da história.
(PIÑON, Nélida. Aprendiz de Homero. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008, p. 241-243, fragmento.)
Dos fragmentos abaixo, aquele em que a conjunção coordenativa E, em destaque, está empregada
em sentido distinto das demais é:
(A) “É casa da minha carne E do meu espírito.” (1º §)
(B) É a terra onde nascem as bananas da minha infância E as palavras do meu sempre precário
vocabulário.” (2º §)
(C) “poetas dos sonhos E do sarcasmo”. (5º §)
(D) “as cordas da guitarra E do coração.” (5º §)
(E) “soçobrar com ele E revivê-lo ao mesmo tempo?” (7º §)
02. (Prefeitura de Trindade/GO - Auxiliar Administrativo – FUNRIO/2016)
Texto I
OMS recomenda ingerir menos de cinco gramas de sal por dia
Se você tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a comida com umas pitadas de sal, é melhor
pensar duas vezes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta quinta-feira que um adulto
consuma por dia menos de dois gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para reduzir
os níveis de pressão arterial e as doenças cardiovasculares.
Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para as crianças com mais de dois anos de
idade, para que as doenças relacionadas com a alimentação não se tornem crônicas na idade adulta.
Neste caso, a OMS diz que os valores devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio,
devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e as necessidades energéticas.
Teresa Firmino Adaptado de publico.pt/ciencia
Em para reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças cardiovasculares, a palavra para expressa
o seguinte significado:
(A) oposição
(B) finalidade
(C) causalidade
(D) comparação
(E) temporalidade
03. (IBGE - Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas – FGV/2016)
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TEXTO 4 - Analfabetismo cai, mas ainda reflete desigualdade regional
De pouco em pouco, a taxa de analfabetismo continua a cair no Brasil, e passou de 8,5% em 2013
para 8,1% no ano passado. A queda vem sendo quase constante de 2001 para cá, embora tenha
permanecido no mesmo patamar entre 2011 e 2013 (quando oscilou entre 8,4% e 8,5%).
A diferença entre as regiões, porém, permanece gritante neste quesito. Enquanto no Sul e Sudeste a
taxa de analfabetos é de 4,4% e 4,6%, respectivamente, no Nordeste a percentagem é de 16,6%, de
longe a pior situação no país.
A medição é feita entre pessoas de 15 anos de idade ou mais, e, quanto mais velho o grupo, maior o
índice. Entretanto, o analfabetismo ainda assola as novas gerações, afetando 0,9% de jovens na faixa de
15 a 19 anos e 1,4% na de 20 a 24 anos.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab
TEXTO 6 - Aumento brusco de 'desocupados'
O aumento dos índices de desemprego se refletiu nos resultados da PNAD já em 2014. O número de
pessoas desocupadas aumentou 9,3% de 2013 para 2014, afetando um total de 7,3 milhões de brasileiros
(o aumento equivale a 617 mil pessoas a mais nesta condição).
Isso ocorreu no país todo, e em especial no Sudeste, onde o aumento foi de 15,8%. O IBGE classifica
como "desocupadas" pessoas que não estão empregadas, mas estão buscando trabalho.
A pesquisa indica dificuldades especialmente para jovens de 18 a 24 anos e pessoas que estão
buscando o primeiro emprego, respectivamente 34,3% e 28,3% dos desocupados.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab
TEXTO 8 - Computadores em casa têm primeira queda
Depois de anos de aumento vertiginoso, o número de residências com computador teve a primeira
leve queda em 2014, de 49,5% para 49,2%.
O índice ainda é impressionante quando se considera o patamar de 2001 – quando 12,6% dos
domicílios tinham computadores.
Mas a interrupção na tendência de crescimento é vista como um reflexo do aumento de uso da internet
no celular. A posse de aparelhos de telefonia móvel segue em franca ascensão: hoje, 136,6 milhões de
brasileiros (ou 77,9% das pessoas acima de 10 anos) têm telefone celular, um crescimento de 4,9% em
relação a 2013.
Outro reflexo dessa expansão é a redução de telefones fixos em casa. Entre 2001 e 2014, a proporção
de domicílios com linha fixa caiu 25,5 pontos percentuais.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab
TEXTO 10 - Desigualdade social continua em redução gradual
Os dois extremos da sociedade brasileira – os 10% mais pobres e os 10% mais ricos em termos de
renda mensal – ganharam em média R$ 256 por mês, no grupo de menores salários, contra R$ 7.154, na
fatia de maiores ganhos, em 2014.
O valor recebido pelo primeiro grupo representa apenas 1,4% de todos os rendimentos gerados por
trabalho no país, enquanto os 10% mais ricos concentraram 40,3% do total de rendimento.
A renda por gênero continua a apresentar grande disparidade: no ano passado, as mulheres
receberam em média 74,5% dos salários dos homens – índice pouco melhor que em 2013, quando essa
proporção era de 73,5%.
De uma forma geral, porém, a desigualdade no país continua apresentando uma melhora gradual – o
índice de Gini, que mede a distribuição de renda, continua sua trajetória de queda, e passou de 0,495
para 0,490 (quanto mais próximo de zero, melhor).
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab
Entre os conectivos destacados abaixo, aquele que tem seu valor semântico corretamente indicado é:
(A) “O valor recebido pelo primeiro grupo representa apenas 1,4% de todos os rendimentos gerados
por trabalho no país, enquanto os 10% mais ricos concentraram 40,3% do total de rendimento” (Texto 10)
/ adversidade;
(B) “De uma forma geral, porém, a desigualdade no país continua apresentando uma melhora gradual”
(Texto 10) / explicação;
(C) “Depois de anos de aumento vertiginoso, o número de residências com computador teve a primeira
leve queda” (Texto 8) / lugar;
(D) “O IBGE classifica como "desocupadas" pessoas que não estão empregadas” (Texto 6) /
comparação;
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(E) “A queda vem sendo quase constante de 2001 para cá, embora tenha permanecido no mesmo
patamar entre 2011 e 2013” (Texto 4) / concessão.
04. (IF-PE - Técnico em Enfermagem – IF-PE/2016)
TEXTO 04
Crônica da cidade do Rio de Janeiro
No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Cristo Redentor estende os braços. Debaixo
desses braços os netos dos escravos encontram amparo.
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando seu fulgor, diz, muito tristemente:
- Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar Ele daí.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se preocupe: Ele volta.
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade violenta soam tiros e também
tambores: os atabaques, ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho
não basta.
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009.)
Na construção “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia”, a conjunção em destaque
estabelece, entre as orações,
(A) uma relação de adição.
(B) uma relação de oposição.
(C) uma relação de conclusão.
(D) uma relação de explicação.
(E) uma relação de consequência.
05. (TRF - 3ª Região - Analista Judiciário – Biblioteconomia – FCC/2016)
Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas e níveis de instrução têm emoções,
cultivam passatempos que manipulam as emoções, atentam para as emoções dos outros, e em grande
medida governam suas vidas buscando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções
desagradáveis. À primeira vista, não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois
numerosas criaturas não humanas têm emoções em abundância; entretanto, existe algo acentuadamente
característico no modo como as emoções vincularam-se a ideias, valores, princípios e juízos complexos
que só os seres humanos podem ter. De fato, a emoção humana é desencadeada até mesmo por uma
música e por filmes banais cujo poder não devemos subestimar.
Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada
indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações
emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos
biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conseguiu
catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e
é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que
as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma
emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a
diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
As emoções podem ser induzidas indiretamente, e o indutor pode bloquear o progresso de uma
emoção que já estava presente. O efeito purificador (catártico) que toda boa tragédia deve produzir,
segundo Aristóteles, tem por base a suspensão de um estado sistematicamente induzido de medo e
compaixão.
Não precisamos ter consciência de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de
controlar intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade
e ainda assim não ter ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação
cuidadosa pode revelar causas possíveis, porém frequentemente não se consegue ter certeza. O
acionamento inconsciente de emoções também explica por que não é fácil imitá-las voluntariamente. O
sorriso nascido de um prazer genuíno é produto de estruturas cerebrais localizadas em uma região
profunda do tronco cerebral. A imitação voluntária feita por quem não é um ator exímio é facilmente
detectada como fingimento – alguma coisa sempre falha, quer na configuração dos músculos faciais, quer
no tom de voz.
(Adaptado de: DAMÁSIO, Antônio. O mistério da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo, Cia das letras, 2015, 2.ed, p. 39-49)
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No texto, identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, entre:
(A) processos evolutivos de adaptação que remontam a épocas distantes e grande parte das reações
emocionais.
(B) a suscitação de uma emoção imprevista e a estratégia por trás de uma obra de arte vulgar feita
para agradar ao público em geral.
(C) o fato de Darwin ter sido bem-sucedido ao catalogar as expressões emocionais de diversas
espécies e a existência de emoções inerentes à regulação dos organismos.
(D) nossa incapacidade de dissimular as emoções e o fato de que não precisamos ter consciência de
uma emoção para que ela aconteça.
(E) a capacidade da arte de cruzar fronteiras culturais e o fato das reações emocionais serem moldadas
por uma composição complexa única e exclusiva a cada indivíduo.
06. (EMSERH - Assistente Social – FUNCAB/2016)
O embondeiro que sonhava pássaros
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte
matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. O remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
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Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71. (Fragmento).
A conjunção destacada em “À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos QUE faziam mexer
as janelas.” inicia uma oração e, contextualmente, atribui-lhe valor:
(A) concessivo.
(B) proporcional.
(C) nominalizador.
(D) consecutivo.
(E) causal.
07. (IF-PE - Auxiliar em Administração – IF-PE/2016)
TEXTO 02
A fome/2
Um sistema de desvinculo: Boi sozinho se lambe melhor... O próximo, o outro, não é seu irmão, nem
seu amante. O outro é um competidor, um inimigo, um obstáculo a ser vencido ou uma coisa a ser usada.
O sistema, que não dá de comer, tampouco dá de amar: condena muitos à fome de pão e muitos mais à
fome de abraços.
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009, p. 81.)
No trecho “O sistema, que não dá de comer, tampouco dá de amar”, a conjunção destacada
estabelece, entre as orações, a relação de
(A) conclusão.
(B) adversidade.
(C) adição.
(D) explicação.
(E) alternância.
08. (IF-PE - Enfermeiro - Clínica Geral – IF-PE/2016)
TEXTO 03
DRONES
Já contei que, morando na Califórnia na época da Segunda Guerra Mundial, com 7 anos de idade e
influenciado pelo noticiário e pelo clima de guerra, comecei a matar alemães e japoneses imaginários nos
meus jogos solitários com tanta fúria que meu pai se preocupou. Fui levado a um médico, que me contou
que as tropas aliadas estavam fazendo um bom trabalho matando inimigo e não precisavam da minha
ajuda, pelo menos não tão entusiasmada. Embora não tenha parado com os massacres, o resultado do
episódio foi que me tornei um pacifista para o resto da vida. Mas meu maior problema então, aos 7 anos,
era a qualidade do armamento com que contava para minhas missões no Norte da África e nas selvas do
Pacífico. Minha metralhadora era uma réplica perfeita de uma metralhadora de verdade, mas não
disparava balas, só fazia barulho. Meu capacete era igual aos capacetes do exército americano, mas para
criança. Minha pistola 45 só serviria para assustar o inimigo – também não disparava balas reais. Ah, se
eu tivesse um lança-chamas que lançasse chamas. Uma bazuca. Um tanque. Um avião! Os alemães e
os japoneses teriam se rendido muito mais cedo.
Tenho visto anúncios de “drones” que podem ser comprados por qualquer um. Imagino que sejam
iguais aos que estão sendo usados no Oriente Médio, para escolher alvos e guiar mísseis. Há tempo que
qualquer um pode comprar armas de guerra reais, mas esta é a primeira vez que uma arma com a
sofisticação letal do “drone” – a arma do futuro, da guerra teleguiada, do combate por painéis de controle,
o máximo de estragos com o mínimo de risco – é oferecido ao público como um 45 de plástico.
Claro que “drone” não é só para guerra. Serve para espiar o quintal do vizinho, até para entrar pela
janela e assustar a vizinha no banho. Pode-se pensar – por exemplo – numa versão atualizada
de Romeu e Julieta: Julieta na sua sacada no vigésimo andar recebe a visita do “drone” controlado por
Romeu a quilômetros de distância. Nada poético, é verdade. Mas o que sobrou de poético hoje em dia?
O fato é que, com um “drone” em casa, você está equipado como um exército moderno. Ah, eu com
um “drone” nos meus 7 anos...
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,drones,1821053.)
Observe os trechos, retirados do 1° parágrafo, abaixo.
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Trecho 1: Minha metralhadora [...], mas não disparava balas, só fazia barulho.
Trecho 2: Meu capacete [...], mas para criança.
Trecho 3: Minha pistola 45 [...] – também não disparava balas reais.
Trecho 4: Embora não tenha parado com os massacres.
Analise as proposições acerca dos trechos acima.
I. No trecho 1, a conjunção destacada desempenha uma função de oposição, diferente daquela
destacada no trecho 2.
II. Se, no trecho 4, substituíssemos “embora” por “considerando que”, não haveria mudança de sentido
no texto.
III. Em todos os trechos, todas as expressões destacadas desempenham a mesma função de
oposição.
IV. No trecho 3, se substituíssemos a expressão destacada por “contudo”, não haveria mudança de
sentido.
V. No trecho 3, a expressão em destaque desempenha uma função de adição e poderia ser substituído
por “nem” sem alteração de sentido.
A alternativa que contém apenas as proposições CORRETAS é
(A) I e II.
(B) II e IV.
(C) II e III.
(D) IV e V.
(E) II e V.
09. (TJ-MT - Técnico Judiciário – UFMT/2016)
Data show
Sempre que vou falar em algum lugar, o pessoal técnico me pergunta, com antecedência, se vou
usar data show. Se você não sabe, data show é uma expressão americana. Falar inglês é mais adequado
tecnologicamente. Show quer dizer mostrar. E data quer dizer dados. Trata-se de um artifício para mostrar
dados, que são projetados em uma tela numa sala escura. Acho que o data show pode ser útil para
mostrar dados. Mas o uso que dele se faz é horrível: os palestrantes o usam para projetar na tela o esboço
da sua fala, eliminando dela qualquer surpresa, pois é claro que os ouvintes, de saída, leem o esboço até
o fim. É como contar o fim da piada no início... Apagam-se as luzes, o palestrante e os ouvintes olham
todos para a tela, e ele vai falando. Ninguém presta atenção. Mas todos acham que usar data show é
prova de ser avançado, tecnologicamente. Quem não usa é atrasado. Quem leva suas notas num
caderninho é como alguém que anda de carro de boi num mundo de Fórmula Um. Assim vão os
palestrantes, todos com seus laptops, para a sessão de cineminha sem graça. Falando sobre isso, uma
mulher que trabalha numa firma promotora de eventos contou-me qual a maior vantagem dos data show,
uma coisa em que eu não havia pensado: com as luzes apagadas, longe do olhar do palestrante, os
ouvintes podem dormir à vontade. Contou-me de uma ocasião em que um homem dormiu e roncou tão
alto que chegou a perturbar palestrante e ouvintes. Todo mundo se pôs a rir. Barulho de ronco é muito
divertido... Mas ela foi obrigada a tomar providências. E o que ela fez, sádica e humoristicamente, foi
colocar um microfone perto da boca do roncador. Aí ele acordou-se a si mesmo.
(Ostra feliz não faz pérolas. São Paulo: Planeta, 2008.)
No trecho É como contar o fim da piada no início, a palavra como contribui para estabelecer sentido
de comparação. Assinale a afirmativa em que essa palavra NÃO apresenta esse sentido.
(A) O governante que despreza as leis do país é como o assaltante que não respeita a propriedade
alheia.
(B) Como as ondas do mar, fogem meus sonhos de menina sem deixar vestígios no tempo.
(C) A busca da vitória na vida profissional exige competência e trabalho, como qualquer outra busca.
(D) O fato, como o candidato esbravejou em seu discurso, não passa de intriga de campanha eleitoral.
10. (UFPB - Auxiliar em Administração – IDECAN/2016)
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Meu filho e seus ídolos
Todas as épocas têm os seus ídolos juvenis. Principalmente depois do fenômeno da comunicação de
massa, pessoas como James Dean ou Elvis Presley, para falar de astros de outros tempos, ou
como Sandy e Junior e os Backstreet Boys, fenômenos mais recentes, arrastam multidões de jovens aos
seus shows. E não só isso. Além de frequentarem os shows, os jovens são capazes de atitudes muito
mais drásticas, como passar dias em uma fila para comprar ingresso, fazer plantão na frente do hotel ou
da casa do cantor simplesmente para dar uma olhadinha a distância. Em casa, as paredes do quarto são
forradas de pôsteres, revistas são consumidas aos milhares, álbuns são confeccionados com devoção e
programas de TV são ansiosamente esperados apenas para assistir a uma rápida aparição do ídolo.
Muitos pais se perguntam: o que essas pessoas têm de tão especial para atrair a atenção de tantos
jovens? A primeira e mais óbvia resposta é que todos esses astros, mais do que qualquer outro mortal,
detêm objetos de desejo de nossa cultura ocidental, como fama, sucesso, beleza, dinheiro etc. Isso,
porém, não justificaria as atitudes que os adolescentes são capazes de tomar em relação a cantores,
atores ou jogadores de futebol. Se a tietagem se justificasse apenas pela admiração de certas
características dos artistas (como a beleza, por exemplo), esse comportamento de fã não pareceria tão
restrito à juventude. Isso pode nos indicar que esse fenômeno tem a ver com a própria adolescência.
A adolescência traz desafios importantes para o jovem. Além de ser uma fase em que deixamos de
ser criança e nos preparamos para a vida adulta, a convivência social tem um grande peso. Por vezes,
aos olhos dos pais, os filhos dão mais importância aos amigos e suas opiniões do que à própria família.
Não é incomum ouvir pais de adolescentes reclamando que os filhos só ouvem, vestem, assistem e
gostam daquilo que os amigos ouvem, vestem, assistem e gostam. O que os pais têm dificuldade de
entender são as transformações típicas que se operam nessa fase. O preparo para a vida adulta envolve
uma espécie de libertação das opiniões familiares. É como se o jovem tivesse uma necessidade de se
desligar daquela dependência infantil e encontrar sua própria identidade. Onde encontrar essa
identidade? Primeiro, no grupo social mais próximo, ou seja, nos amigos. Depois, em outras pessoas. E
é aí que entram os ídolos da juventude.
Essas pessoas famosas representam uma série de características valorizadas pelos adolescentes: às
vezes a rebeldia ou a aparente independência; às vezes a beleza ou a fama. Além de representarem
esses valores, os ídolos parecem, aos olhos do fã, pessoas que conseguem materializar seus sonhos,
que conseguem tudo o que querem. Por isso esse interesse fora do comum por tudo que se passa com
eles.
Sob esse ponto de vista, ter ídolos é algo absolutamente normal. Torna-se preocupante, no entanto,
quando esse interesse passa a ser o foco central do adolescente, quando a sua vida gira completamente
em torno do seu ídolo e ser fã passa a ser a sua principal e única ocupação. Nesses casos, é importante
que os pais estejam atentos para impedir que a admiração do filho vire uma obsessão e ajudá-lo a lidar
de forma mais saudável com a admiração que sente por alguma pessoa famosa.
Porém, quando esse interesse não interfere na vida do adolescente, não há por que se preocupar.
Pode ser até uma oportunidade para que os pais conheçam melhor seus filhos. Discutir sobre os gostos,
os desejos, enfim, as preferências dos adolescentes nessa fase pode ser uma experiência muito rica para
os pais. Até porque quem de nós nunca teve seu ídolo?
(DELY, Paula. Meu filho e seus ídolos. Disponível em: http://www.aprendebrasil.com.br/falecom/psicologa_artigo027.asp. Adaptado.)
No trecho “Essas pessoas famosas representam uma série de características valorizadas pelos
adolescentes: às vezes a rebeldia ou a aparente independência; às vezes a beleza ou a fama.” (4º§), as
expressões “às vezes” e “ou” conferem ao período ideia de, respectivamente:
(A) Tempo e alternância.
(B) Somatório de ideias e escolha.
(C) Alternância de tempo e espaço.
(D) Consequência e oposição de ideias no espaço.
Respostas
01. Resposta E
As alternativas A,B,C e D expressam ideia de adição. Só a E expressa ideia de oposição.
02. Resposta B
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta quinta-feira que um adulto consuma por
dia menos de dois gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para reduzir os níveis de
pressão arterial e as doenças cardiovasculares.
É recomendado diminuir a ingestão de sal...
... a fim de reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças cardiovasculares.
... com a finalidade de reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças cardiovasculares.
03. Resposta E
o conectivo "como" pode ter três classificações.
como= conforme/ de acordo - terá uma ideia conformativa
como= assim como - terá uma ideia comparativa
como= já que/ porque/ visto que - terá uma ideia de causa
No item d aparece "O IBGE classifica como "desocupadas" pessoas que não estão empregadas”
(Texto 6) / comparação;
Contudo, o sentido é de conformidade e não de comparação.
04. Resposta B
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia.
A polícia mata muitos, se bem que a economia ainda mata mais. (Conjunção concessiva / oposição)
05. Resposta A
Grande parte das reações emocionais surgiram por consequência do processo evolutivo de
adaptação que remontam épocas distantes.
06. Resposta D
“À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos QUE faziam mexer as janelas.”
Que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho).
Oração subordinada Adverbial Consecutiva.
07. Resposta C
Tampouco é uma conjunção coordenada aditiva com o sentido de "nem".
08. Resposta B
I- (diferente daquela destacada no texto 2) o erro está aqui, pois as duas são negações.
II- correta, (embora) é concessão, podendo ser substituída por (considerando que)
lll- errado, nem todas são oposição.
lV- correta, (também) com sentido de oposição, podendo ser substituído por (contudo).
V- errado, só de eliminar a palavra (também) e inserir a palavra (nem) já dava pra perceber que ia
ficar juntas duas palavras de negação no trecho, nem e não.
09. Resposta D
O termo "como" utilizado na letra "D" expressa maneira, ou seja, o modo. Nas demais alternativas o
emprego do termo expressa comparação como no exemplo dado pelo enunciado da questão.
10. Resposta A
Advérbio de tempo: às vezes.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda,
antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Conectivo OU: ALTERNATIVAS (alternância): ou. Também as locuções ou...ou, ora...ora, já...já,
quer...quer...
Lembrando que: conectivos são conjunções que ligam as orações, estabelecem a conexão entre as
orações nos períodos compostos e também as preposições, que ligam um vocábulo a outro.
O período composto é formado de duas ou mais orações. Quando essas orações são independentes
umas das outras, chamamos de período composto por coordenação. Essas orações podem estar
justapostas (sem conectivos) ou ligadas por conjunções (= conectivos).
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5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3
Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.
Análise Sintática
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o constituem e
reconhece a função sintática dos termos de cada oração.
Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo, função sintática e núcleo de um termo
da oração.
As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são reunidas e ordenadas em frases. Pela frase
é que se alcança o objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a comunicação com o ouvinte
ou o leitor.
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo
compõe-se de uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas em parágrafos
minuciosamente construídos.
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos
ou sentimos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período mais
complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases:
Socorro!
Muito obrigado!
Que horror!
Sentinela, alerta!
Cada um por si e Deus por todos.
Grande nau, grande tormenta.
Por que agridem a natureza?
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” (Adonias Filho)
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus aliados brancos de além mar, tinham sido
levadas em helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se havia sumido
por completo.” (Érico Veríssimo)
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, indicadas na escrita pelos sinais de
pontuação. Muitas frases, principalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, só podem
ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem
o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.
Quanto ao sentido, as frases podem ser:
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, de forma afirmativa ou negativa. Encerram a
declaração ou enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:
Paulo parece inteligente. (afirmativa)
A retificação da velha estrada é uma obra inadiável. (afirmativa)
Nunca te esquecerei. (negativa)
Neli não quis montar o cavalo velho, de pelo ruço. (negativa)
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta (com ponto de interrogação) ou indiretamente
(sem ponto de interrogação). São uma pergunta, uma interrogação:
Por que chegaste tão tarde?
Gostaria de saber que horas são.
“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)
“Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de Assis)
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Imperativas: aquela através da qual expressamos uma ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa
ou negativa. Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
“Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
Não cometa imprudências. (negativa)
“Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa)
“Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
“Não me leves para o mar.” (negativa)
Exclamativas: aquela através da qual externamos uma admiração. Traduzem admiração, surpresa,
arrependimento, etc.:
Como eles são audaciosos!
Não voltaram mais!
“Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (Graciliano Ramos)
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:
Bons ventos o levem!
Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
“E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet)
“Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano Ramos)
Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição):
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo Branco)
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” (Domingos Carvalho da Silva)
Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase podem encerrar uma afirmação ou uma
negação. No primeiro caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza e distingue
esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora ascendente ora descendente.
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos
para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a
ironia. Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu
carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.
A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de
expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação,
dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc.
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o tom com que a proferimos. Observe:
Olavo esteve aqui.
Olavo esteve aqui?
Olavo esteve aqui?!
Olavo esteve aqui!
Frases Fragmentadas
Quando você pontua uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase
completa, a argumentação fica comprometida pela quebra da linha de pensamento.
Ora, se a oração é subordinada, deve estar atrelada a uma principal, sem a qual o leitor terá rompida
a visualização do encadeamento das ideias.
Exemplo: Eu estava perdida em São Paulo. (oração principal) Mesmo consultando o mapa da
cidade. (oração subordinada fragmentada) Quando você me telefonou. (outra oração subordinada
fragmentada)
Correção: Eu estava perdida em São Paulo, mesmo consultando o mapa da cidade, (oração
subordinada adverbial concessiva) quando você me telefonou. (oração subordinada adverbial
temporal)
Questões
01. Marque apenas as frases nominais:
(A) Que voz estranha!
(B) A lanterna produzia boa claridade.
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(C) As risadas não eram normais.
(D) Luisinho, não!
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, exclamativa, optativa ou imperativa.
(A) Você está bem?
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
(C) Que alívio!
(D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
(E) Você se machucou?
(F) A luz jorrou na caverna.
(G) Agora suma, seu monstro!
(H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o modelo:
Luisinho ficou pra trás. (declarativa)
Lusinho, fique para trás. (imperativa)
(A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.
(B) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
(C) Os meninos olharam à sua volta.
04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos. Assinale, pois, as frases verbais:
(A) Deus te guarde!
(B) As risadas não eram normais.
(C) Que ideia absurda!
(D) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
(E) Tão preta como o túnel!
(F) Quem bom!
(G) As ovelhas são mansas e pacientes.
(H) Que espírito irônico e livre!
05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa, interrogativa, imperativa e exclamativa:
(A) Que flores tão aromáticas!
(B) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?
(C) Devemos manter a nossa escola limpa.
(D) Respeitem os limites de velocidade.
(E) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
(F) Atravessem a rua com cuidado.
(G) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!
(H) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor da bandeira.
(I) Não te quero ver mais aqui!
(J) Hoje saímos mais cedo.
Respostas
01. “a” e “d”
02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g)
imperativa; h) declarativa
03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, procure os fósforos no bolso!; c) Meninos,
olhem à sua volta!
04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são
05. a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) imperativa; e) interrogativa; f) imperativa; g)
exclamativa; h) declarativa; i) imperativa; j) declarativa
.
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Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do
verbo. A oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, completando
um pensamento e concluindo o enunciado através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes elípticos). Não têm estrutura sintática,
portanto não são orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
Socorro!
Com licença!
Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas
formam os termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha uma função
sintática. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcionalmente, só o
predicado. Exemplo:
A menina banhou-se na cachoeira.
A menina – sujeito
banhou-se na cachoeira – predicado
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o "ser
de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".
O predicado é a parte da oração que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele
se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração
referente à "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno".
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que
concorda em número e pessoa com o verbo "jogam". O predicado é "jogam futebol".
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo), que encerra
a essência de sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiu são o núcleo do
sujeito e do predicado, respectivamente:
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para desembarcar.” (Aníbal Machado)
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados em três grandes níveis:
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Complementos Verbais (Objeto Direto,
Objeto indireto e Agente da Passiva).
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito
e predicado. Exemplos:
Sujeito
Pobreza
Os sertanistas
Um vento áspero
Predicado
não é vileza.
capturavam os índios.
sacudia as árvores.
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do
qual se diz alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito
(agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido
de uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele
.
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que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome. Então têm por
características básicas:
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado;
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
Exemplos:
A padaria está fechada hoje.
está fechada hoje: predicado nominal
fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
a padaria: sujeito
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
Nós mentimos sobre nossa idade para você.
mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal
mentimos: verbo = núcleo do predicado
nós: sujeito
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o predicado é o termo
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido com o
fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem
predicado.
Exemplos:
As formigas invadiram minha casa.
as formigas: sujeito = termo determinante
invadiram minha casa: predicado = termo determinado
Há formigas na minha casa.
há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
sujeito: inexistente
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome.
Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por um
pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer
conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Eu acompanho você até o guichê.
eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
Vocês disseram alguma coisa?
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio
Ninguém entra na sala agora.
ninguém: sujeito = pronome substantivo
O andar deve ser uma atividade diária.
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração
recebe o nome de oração substantiva subjetiva:
É difícil optar por esse ou aquele doce...
É difícil: oração principal
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
.
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O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por uma palavra ou expressão
substantivada. Exemplos:
O sino era grande.
Ela tem uma educação fina.
Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
Isto não me agrada.
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um substantivo ou pronome. Em torno do núcleo
podem aparecer palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José
de Alencar)
O sujeito pode ser:
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; “Um bando de galinhas-d’angola
atravessa a rua em fila indiana.”
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.”
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei amanhã.
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando não está expresso, mas se deduz do
contexto: Viajarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado saltou para
a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está expresso na primeira oração e elíptico na segunda:
e (ele) aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: vocês)
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo fertiliza o Egito.
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo passivo: O criminoso é
atormentado pelo remorso; Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se açudes. (=
Açudes foram construídos.)
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo
sofre ou recebe os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina trancou-se no
quarto.
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal: Atropelaram uma senhora na esquina.
(Quem atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se bem naquele
restaurante.
Observações:
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o
caminho. Ninguém lhe telefonou.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a
qualquer agente já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com admiração; “Bateram
palmas no portãozinho da frente.”; “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado
do pronome se. O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. Pode ser omitido junto
de infinitivos.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o verbo no infinitivo impessoal: Era penoso
carregar aqueles fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a posposição do sujeito ao verbo é fato
corriqueiro em nossa língua.
Exemplos:
É fácil este problema!
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.” (José de Alencar)
“Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ramalho Ortigão)
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“Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo Branco)
Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado; o conteúdo
verbal não é atribuído a nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do
singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se, decorrer),
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer,
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.
Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um segmento extraído da estrutura interna das
orações ou das frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o predicado é
sintaticamente o segmento linguístico que estabelece concordância com outro termo essencial da oração,
o sujeito, sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo determinado (ou
principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado como "aquilo que se diz do sujeito" como fazem
certas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da
concordância entre esses dois termos essenciais da oração. Então têm por características básicas:
apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um atributo ou acrescentar
nova informação ao sujeito.
Exemplos:
Carolina conhece os índios da Amazônia.
sujeito: Carolina = termo determinante
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo determinado
Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.
sujeito: todos nós = termo determinante
predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termo determinado
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é estabelecida entre algumas poucas
palavras dos dois termos essenciais. No primeiro exemplo, entre "Carolina" e "conhece"; no segundo
exemplo, entre "nós" e "fazemos". Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras que são
núcleos, isto é, que são responsáveis pela principal informação naquele segmento. No predicado o núcleo
pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, ou um
verbo (ou locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação) e no segundo um
predicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou termos acessórios).
Quando, num mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo
do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo
e um nome). Exemplos:
Minha empregada é desastrada.
predicado: é desastrada
núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
tipo de predicado: nominal
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do sujeito, porque atribui ao sujeito uma
qualidade ou característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) funcionam como um elo
entre o sujeito e o predicado.
A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
predicado: demoliu nosso antigo prédio
núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o sujeito
tipo de predicado: verbal
Os manifestantes desciam a rua desesperados.
predicado: desciam a rua desesperados
núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o sujeito; desesperados = atributo do sujeito
tipo de predicado: verbo-nominal
.
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Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsável também por definir os tipos de
elementos que aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o
predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessário um complemento que, juntamente com o
verbo, constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo
não interferem na tipologia do predicado.
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, quando este puder ser facilmente
subentendido, em geral por estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está
subentendido o verbo é depois de algozes)
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da Silva) (Subentende-se o verbo está depois
de peixe)
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia
mais contente)
Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo forma o predicado.
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo, por si mesmos, constituir o predicado:
são os verbos de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo:
As flores murcharam.
Os animais correm.
As folhas caem.
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos)
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem o predicado necessitam de outros termos: são
os verbos de predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos:
João puxou a rede.
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara Resende)
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” (Camilo Castelo Branco)
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam
informações completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê?
Os verbos de predicação completa denominam-se intransitivos e os de predicação incompleta,
transitivos. Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indiretos e
transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram uma noção definida, um conteúdo
significativo, existem os de ligação, verbos que entram na formação do predicado nominal, relacionando
o predicativo com o sujeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, pois têm sentido completo.
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” (Marquês de Maricá)
Observações: Os verbos intransitivos podem vir acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de
um predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei
em casa aborrecido. As orações formadas com verbos intransitivos não podem “transitar” (= passar)
para a voz passiva. Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando construídos com
o objeto direto ou indireto.
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que já morreu...” (Ciro dos Anjos)
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir,
tremer, brincar, chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
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Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto é, um complemento sem preposição.
Pertencem a esse grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, declarar,
adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
Comprei um terreno e construí a casa.
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de Maricá)
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.” (Guedes de Amorim)
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os que formam o predicado verbo nominal e
se constrói com o complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
Consideramos o caso extraordinário.
Inês trazia as mãos sempre limpas.
O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem ser usados também na voz passiva;
Outra característica desses verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, as:
convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os verbos transitivos diretos podem ser construídos
acidentalmente com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da espada; puxar
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos:
abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar,
elogiar, entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter, unir,
ver, etc.
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um complemento regido de preposição, chamado objeto
indireto. Exemplos:
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e neutros.” (Érico Veríssimo)
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José Américo)
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.” (José Geraldo Vieira)
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os que se constroem com os
pronomes objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, agradeçolhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos
importa distinguir os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construindo-se
com os pronomes retos precedidos de preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam a forma passiva. Excetuam-se pagar,
perdoar, obedecer, e pouco mais, usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa, obedece)
o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como atirar,
investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem mudança de sentido. Outros
mudam de sentido com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc.,
variam de significação conforme sejam usados como transitivos diretos ou indiretos.
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com dois objetos: um direto, outro indireto,
concomitantemente. Exemplos:
No inverno, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Oferecemos flores à noiva.
Ceda o lugar aos mais velhos.
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou expressão chamada predicativo. Esses verbos,
entram na formação do predicado nominal. Exemplos:
A Terra é móvel.
A água está fria.
O moço anda (=está) triste.
Mário encontra-se doente.
A Lua parecia um disco.
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Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de anexo, mas exprimem ainda os diversos
aspectos sob os quais se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo, traduz
aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório: Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está
doente. (aspecto transitório). Muitos desses verbos passam à categoria dos intransitivos em frases como:
Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.;
Parece que vai chover.
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação fixa, imutável. Conforme a regência e o
sentido que apresentam na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos:
O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação)
O cego não vê. (intransitivo)
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
Deram 12 horas. (intransitivo)
A terra dá bons frutos. (transitivo direto)
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto)
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto.
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao
qual se prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
A bandeira é o símbolo da Pátria.
A mesa era de mármore.
O mar estava agitado.
A ilha parecia um monstro.
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na constituição do predicado verbo-nominal.
Exemplos:
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.)
O menino abriu a porta ansioso.
Todos partiram alegres.
Marta entrou séria.
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está preposicionado; Pode o predicativo preceder o
sujeito e até mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; Completamente
feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, os
retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Onde está a criança que fui?
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo. Exemplos:
O juiz declarou o réu inocente.
O povo elegeu-o deputado.
As paixões tornam os homens cegos.
Nós julgamos o fato milagroso.
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos exemplos acima, às vezes vem regido de
preposição. Esta, em certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente se refere ao objeto
direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta;
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutíveis os direitos da
herdeira.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a
seus pés uma planta rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque
com o mundo me causara.”
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Termos Integrantes da Oração
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam a significação transitiva dos verbos e
nomes. Integram (inteiram, completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à compreensão
do enunciado. São os seguintes:
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
- Complemento Nominal;
- Agente da Passiva.
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação incompleta, não regido, normalmente, de
preposição. Exemplos:
As plantas purificaram o ar.
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro)
Procurei o livro, mas não o encontrei.
Ninguém me visitou.
O objeto direto tem as seguintes características:
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
- Normalmente, não vem regido de preposição;
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um verbo ativo: Caim matou Abel.
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto por Caim.
O objeto direto pode ser constituído:
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao
agradável.
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.;
Sílvia olhou-se ao espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a tempo.; Procuram-na em
toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; “Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar quieta.”;
“Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na loja.; A árvore que plantei floresceu. (que:
objeto direto de plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do livro, ela o faz com
cuidado.; “Que teria o homem percebido nos meus escritos?”
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-se-lhes por objeto direto uma palavra
cognata ou da mesma esfera semântica:
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.” (Vivaldo Coaraci)
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal Machado)
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado de Assis)
Em tais construções é de rigor que o objeto venha acompanhado de um adjunto.
Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto direto, isto é, o complemento de verbos
transitivos diretos, vem precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre principalmente:
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico: Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona
Carolina amava mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto hostilizava antes a mim
do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”;
“Abraçou a todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento das suas graças.”;
“Agora sabia que podia manobrar com ele, com aquele homem a quem na realidade também temia, como
todos ali”.
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando que o objeto direto seja tomado como
sujeito, impedindo construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; “Vence o mal ao
remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçamse uns aos outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de duas criaturas
que só tinham uma à outra”.
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, principalmente na expressão dos sentimentos
ou por amor da eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre todas as coisas.
“Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
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- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto direto para dar-lhe realce: A você é que
não enganam!; Ao médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade conheço desde os
seus mais tenros anos”.
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que
os matava a ambos...”.
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a pessoas: Se todos são teus irmãos, por
que amas a uns e odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos outros.; A
quantos a vida ilude!.
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com
o dever, atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”; “Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”;
“Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a preposição é de rigor, nos cinco outros,
facultativa; A substituição do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono, quando possível,
se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencêlo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com verbo transitivo direto; Podem resumir-se em
três as razões ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado: a clareza da frase; a harmonia
da frase; a ênfase ou a força da expressão.
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque ou ênfase à ideia contida no objeto
direto, colocamo-lo no início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome oblíquo.
A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de preposição necessária e sem valor circunstancial.
Representa, ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: “Nunca desobedeci a meu
pai”. O objeto indireto completa a significação dos verbos:
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma
vida calma.
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos
mais velhos; Dedicou sua vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao
moço.)
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras categorias, os quais, no caso, são
considerados acidentalmente transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; Sobram-lhe
qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe convém; A proposta pareceu-lhe aceitável.
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois objetos indiretos, regidos de preposições
diferentes: Rogue a Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para ti a meu senhor um
rico presente; Não confundir o objeto direto com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial;
Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é impossível”, os pronomes em destaque
podem ser considerados adjuntos adverbiais.
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa ou implícita. A preposição está implícita nos
pronomes objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos: Obedece-me. (=Obedece
a mim.); Isto te pertence. (=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço-vos isto.
(=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é expressa, como característica do objeto indireto:
Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.;
Falou contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao público.;
Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a
conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As pessoas com quem conto são poucas.
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Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é representado pelos substantivos (ou expressões
substantivas) ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a, com, contra, de, em, para
e por.
Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto, o objeto indireto pode vir repetido ou
reforçado, por ênfase. Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o destino de
uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado pela significação transitiva, incompleta,
de certos substantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. Exemplos: A defesa da
pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”;
“Ah, não fosse ele surdo à minha voz!”
Observações: O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração
expressa por um nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de assaltos, a remessa de
cartas, útil ao homem, compositor de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no
objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes
(substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que requerem complemento nominal
correspondem, geralmente, a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo; perdão das
injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à
pátria; etc.
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a
ação expressa pelo verbo passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos frequentemente
pela preposição de: Alfredo é estimado pelos colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano;
“Era conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou pelos pronomes:
As flores são umedecidas pelo orvalho.
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
Muitos já estavam dominados por ele.
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz ativa:
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
Tu o acompanharás. (voz ativa)
Observações: Frase de forma passiva analítica sem complemento agente expresso, ao passar para a
ativa, terá sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
(Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas. (Devastam as florestas.); Na passiva
pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos pedestres. (errado);
Nas ruas eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele
nas ruas. (certo)
Termos Acessórios da Oração
Termos acessórios são os que desempenham na oração uma função secundária, qual seja a de
caracterizar um ser, determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os termos
acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.
Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina os substantivos. Exemplo: Meu irmão
veste roupas vistosas. (Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas
caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto adnominal).
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: água fresca, terras férteis, animal feroz;
Pelos artigos: o mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal,
muitas rãs, país cuja história conheço, que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto;
Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra
especificação:
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- presente de rei (=régio): qualidade
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem
- fio de aço, casa de madeira: matéria
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
- homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade
- criança com febre (=febril): característica
- aviso do diretor: agente
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado por locução adjetiva com complemento
nominal. Este representa o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do presidente, aviso
de perigo, declaração de guerra, empréstimo de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo,
destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O adjunto adnominal formado por
locução adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém ou de alguma
coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa
do fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em
outras palavras, que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas numa
tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.;
Ande devagar.; Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala bem, fala
corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões
adverbiais: Às vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu pai.; Júlio reside em
Niterói.; Errei por distração.; Escureceu de repente.
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes de adjuntos adverbiais de tempo e modo:
Aquela noite, não dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No domingo...); Ouvidos
atentos, aproximei-me da porta. (=De ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial de lugar, modo, tempo, intensidade,
causa, companhia, meio, assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto adverbial de
adjunto adnominal, de objeto indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar
(adj.adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da
oração. Exemplos:
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” (Carlos Drummond de Andrade)
“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontramos a felicidade.” (Camilo Castelo Branco)
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente.” (Mário de Andrade)
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome substantivo:
Foram os dois, ele e ela.
Só não tenho um retrato: o de minha irmã.
O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar em casa.
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases seguintes, por exemplo, não há aposto, mas
predicativo do sujeito:
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de cores.
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na escrita, por vírgulas, dois pontos ou
travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos:
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tróia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz;
o Colégio Tiradentes, etc.
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (Graciliano Ramos)
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às vezes, está elíptico. Exemplos:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da alma humana.
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“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os rochedos ásperos.” (Cabral do Nascimento)
(refere-se ao sujeito oculto eu).
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de tempestade iminente.
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir sua companhia.
Um aposto pode referir-se a outro aposto:
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do velho coronel Tavares, senhor de
engenho.” (Ledo Ivo)
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto é, a saber, ou da preposição acidental
como:
Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, não são banhados pelo mar.
Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial vem precedido de
preposição:
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das coisas.” (Raquel Jardim)
De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar
a pessoa, o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos:
“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria de Lourdes Teixeira)
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de Assis)
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
“Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s).
No exemplo inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e prolongado. O
vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real
ou entidade abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
“Tem compaixão de nós, ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!” (Graciliano Ramos)
“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo Castelo Branco)
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da oração, por isso não se anexa ao sujeito
nem ao predicado.
Questões
01. (Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização – CETREDE/2016)
TEXTO II
Dos rituais
No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu!
É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos perdoam.
Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até.
Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado: eles são tão primitivos!
Mário Quintana
Em relação à oração “eles são tão primitivos!”, assinale o item INCORRETO.
a) Refere-se a grã-finos.
b) O sujeito é indeterminado.
c) O predicado é nominal.
d) Tem verbo de ligação
e) Apresenta predicativo do sujeito.
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02. (CISMEPAR/PR – Advogado – FAUEL/2016).
O assassino era o escriba
Paulo Leminsky
Meu professor de análise sintática era o tipo do
sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
Na frase “Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial”, o autor faz referência à oração
subordinada. Assinale a alternativa que NÃO corresponde corretamente à compreensão da relação entre
orações:
a) Oração subordinada é o nome que se dá ao tipo de oração que é indispensável para a compreensão
da oração principal.
b) Diferentemente da coordenada, a oração subordinada é a que complementa o sentido da oração
principal, não sendo possível compreender individualmente nenhuma das orações, pois há uma relação
de dependência do sentido.
c) Subordinação refere-se a “estar ordenado sob”, sendo indiferente a classificação de uma oração
coordenada ou subordinada, pois as duas têm a mesma validade.
d) A oração principal é aquela rege a oração subordinada, não sendo possível seu entendimento sem
o complemento.
03. (EMSERH – Auxiliar Operacional de Serviços Gerais – FUNCAB/2016)
A carta de amor
No momento em que Malvina ia pôr a frigideira no fogo, entrou a cozinheira com um envelope na mão.
Isso bastou para que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôs-se a bater precipitadamente e seu rosto
se afogueou. Abriu-o com gesto decisivo e extraiu um papel verde-mar, sobre o qual se liam, em
caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você será amada...”.
Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo dessa carta verde-mar, que recebia todos os
dias, havia já uma semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por um papel verde-mar,
por três palavras e três pontos de reticências: “Você será amada...”. Há uma semana que vivia como
ébria.
Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se cruzasse com o seu, lhe fazia palpitar
tumultuosamente o coração. Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fosse “ele”. Se
não conhecesse a causa desse transtorno, por certo Malvina já teria ido consultar um médico de doenças
nervosas. Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em todas as papelarias à procura
desse papel verde-mar e, inconscientemente, fora até o correio ver se descobria o remetente no ato de
atirar o envelope na caixa.
Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter-se incógnito. Malvina teria feito tudo quanto ele
quisesse. Nenhum empecilho para com o desconhecido. Mas para que ela pudesse realizar o seu sonho,
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era preciso que ele se tornasse homem de carne e osso. Malvina imaginava-o alto, moreno, com grandes
olhos negros, forte e espadaúdo.
O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. Seria pobre? Não podia ser. Seria um
grande industrial? Quem sabe?
As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de Malvina como o dilúvio, transformando-lhe o
cérebro.
Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi uma coisa tão dramática, tão original, tão
crível, que Malvina não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de cólera. Ficou apenas
petrificada.
“Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido
em todas as farmácias e drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia.
Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos caracteres masculinos.
Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até o telefone:
-Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar-me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que
pergunta! Pode vir.
A voz de Jorge estava rouca de felicidade!
E nunca soube a que devia tanta sorte!
André Sinoldi
Se a oração escrita na carta estivesse completa, como em “Você será amada POR MIM”, o termo
destacado funcionaria como:
a) complemento nominal.
b) objeto direto.
c) agente da passiva.
d) objeto indireto.
e) adjunto nominal.
04. (EMSERH – Enfermeiro – FUNCAB/2016)
Assinale a alternativa correspondente ao período onde há predicativo do sujeito:
O embondeiro que sonhava pássaros
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte
matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
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- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contos/ Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
(Fragmento).
Sobre os elementos destacados do fragmento “Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país
não era a vida.”, leia as afirmativas.
I. A expressão EM VERDADE pode ser substituída, sem alteração de sentido por COM EFEITO.
II. ERA O SOL formam o predicado verbal da primeira oração.
III. NEM, no contexto, é uma conjunção coordenativa.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I e III.
b) III.
c) I e II.
d) I.
e) II e III.
05. (EMSERH – Auxiliar Administrativo – FUNCAB/2016)
Como seremos amanhã?
Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio
entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo
de confusões ou ridículo.
Sempre me fascinaram as mudanças - às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam
incrivelmente rápidas, atingindo usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas
e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no
mesmo ritmo; então, de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo
atrás: “Nossa! Como tudo mudou!”
Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas
pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas. [...]
Na saúde, acho que melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os
cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para
aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu préadolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico
sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
Em breve estaremos menos doentes: célula-tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os
males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido... [...]
Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em
igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos
menos violentos.
[...]
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As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações
e possibilidades. Mas as emoções humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão
continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por
mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não podemos esquecer. Ou não valerá a pena
nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça!
Lya Luft, Veja. São Paulo, 2 de março, 2011, p.24
A conjunção destacada em: “Quem sabe nos mataremos menos, SE as drogas forem controladas e a
miséria extinta.” introduz uma oração que expressa ideia de:
a) causa.
b) comparação.
c) condição.
d) conformidade
e) consequência.
Respostas
01. Reposta B
A - C=> Refere-se a grã-finos
B - E => O sujeito é grã finos
C - O predicado está ligado ao nome.
D - Verbos de ligação: Ser, estar, parecer...
E - Primitivos caracteriza o sujeito.
02. Resposta C
Como a própria resposta diz, Subordinação refere-se a “estar ordenado sob”.
03. Resposta: C
Vamos lá:
- O agente da passiva é um termo preposicionado (por, pelo, de).
- Só ocorre na voz passiva; em caso de dúvida é só transformar na voz ativa.
- Se relaciona com o particípio (tanto o regular, quanto o irregular).
Voz ativa: Eu amarei você.
Voz passiva: Você será amada (particípio) por mim (agente da passiva. Note que está
preposicionado)
04. Resposta A
1) A locução "Em verdade" tem sentido equivalente a expressão "Com efeito", ambas significam 'De
modo efetivo'. Vejam como faz sentido:
De modo efetivo, seu astro não era o Sol (...)". Logo concluímos que a substituição de uma pela
outra está correta.
2) O termo "nem", no contexto em que está inserido, é sem dúvida uma conjunção coordenativa,
pois, lembremos, as orações coordenadas, cada uma, separadamente, possuem sentido completo,
assim determina a gramática normativa de LP. Vejamos o desmembramento delas, nesse caso:
- "seu astro não era o Sol" (Oração 1)
- "seu país não era a vida" (Oração 2)
Notem que ambas, quando separadas, continuam possuindo um sentido (significado) completo.
Trazem informações inteligíveis para que as leem.
O que não acontece com as orações SUBORDINADAS que, como o próprio nome prenuncia, tem
seu prejudicado caso seja separada.
Aquilo que é subordinado não "sobrevive" separadamente, lembrem-se disso.
As coordenadas sim, elas apenas estão interligadas para comporem juntas um sentido maior.
05. Resposta C
“Quem sabe nos mataremos menos, SE as drogas forem controladas e a miséria extinta.”
“Quem sabe nos mataremos menos, CASO as drogas forem controladas e a miséria extinta.”
se (caso) a troca dê certo = condicional
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Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, que se encerra com ponto de
exclamação, ponto de interrogação ou com reticências.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada absoluta; o período é composto quando
traz mais de uma oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.); Quero
que você aprenda. (Período composto.)
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há num período: é contar os verbos ou locuções
verbais. Num período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele
existentes. Exemplos:
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma oração)
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções verbais, duas orações)
Há três tipos de período composto: por coordenação, por subordinação e por coordenação e
subordinação ao mesmo tempo (também chamada de misto).
Período Composto por Coordenação – Orações Coordenadas
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos de infância.
1ª oração: Passeamos pela praia
2ª oração: brincamos
3ª oração: recordamos os tempos de infância
As três orações que compõem esse período têm sentido próprio e não mantêm entre si nenhuma
dependência sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de sentido, mas, como
já dissemos, uma não depende da outra sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas de orações coordenadas (OC), e o período
formado só de orações coordenadas é chamado de período composto por coordenação.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e sindéticas.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando não vêm introduzidas por conjunção.
Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
OCA
OCA
OCA
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” (Antônio Olavo Pereira)
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” (Coelho Neto)
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm introduzidas por conjunção
coordenativa. Exemplo:
O homem saiu do carro / e entrou na casa.
OCA
OCS
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com o sentido expresso pelas
conjunções coordenativas que as introduzem. Pode ser:
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... mas ainda.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
OCA
OCS Aditiva
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa ideia de acréscimo ou
adição com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
A doença vem a cavalo e volta a pé.
As pessoas não se mexiam nem falavam.
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“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até nenhum ressentimento ficou dos atos que
ele praticara.” (Machado de Assis)
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no
entanto.
Estudei bastante / mas não passei no teste.
OCA
OCS Adversativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa ideia de oposição à oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa adversativa.
A espada vence, mas não convence.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
Tens razão, contudo não te exaltes.
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por isso, pois, logo.
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
OCA
OCS Conclusiva
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa ideia de conclusão de um
fato enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
OCA
OCS Alternativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabelece uma relação de
alternância ou escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
alternativa.
Venha agora ou perderá a vez.
“Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de Assis)
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.” (Luís Jardim)
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, pois, porquanto.
Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
OCA
OCS Explicativa
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa ideia de explicação, de
justificativa em relação à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico Veríssimo)
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te abençoo.” (Fernando Sabino)
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
Período Composto por Subordinação
Observe os termos destacados em cada uma destas orações:
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
Todos querem sua participação. (objeto direto)
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de causa)
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Veja, agora, como podemos transformar esses termos em orações com a mesma função sintática:
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada com função de adjunto adnominal)
Todos querem / que você participe. (oração subordinada com função de objeto direto)
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração subordinada com função de adjunto adverbial de
causa)
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma certa função sintática em relação à primeira,
sendo, portanto, subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo menos um conjunto de
duas orações em que uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele é
classificado como período composto por subordinação. As orações subordinadas são classificadas de
acordo com a função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas que exercem a função de adjunto adverbial
da oração principal (OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa que as introduz:
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como
(= porque), pois que, visto que.
Não fui à escola / porque fiquei doente.
OP
OSA Causal
O tambor soa porque é oco.
Como não me atendessem, repreendi-os severamente.
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de Sousa)
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocorrência do que foi enunciado na principal.
Conjunções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
Irei à sua casa / se não chover.
OP
OSA Condicional
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos ofensores.
Se o conhecesses, não o condenarias.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de Andrade)
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência tenha êxito.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração principal, sem, no entanto, impedir
sua realização. Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que.
Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
OP
OSA Concessiva
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ou se bem que) não o conhecesse
pessoalmente.
Embora não possuísse informações seguras, ainda assim arriscou uma opinião.
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando ou ainda quando ou mesmo que) todos
nos critiquem.
Por mais que gritasse, não me ouviram.
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com outro. Conjunções: conforme, como
(=conforme), segundo.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
OP
OSA Conformativa
O homem age conforme pensa.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
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- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que foi expresso na oração principal.
Conjunções: quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
OP
OSA Temporal
Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês de Maricá)
Enquanto foi rico, todos o procuravam.
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enunciado na oração principal. Conjunções:
para que, a fim de que, porque (=para que), que.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
OP
OSA Final
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” (Marquês de Maricá)
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = para que)
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as recepções da mulher.” (Machado de Assis)
(não deixasse = para que não deixasse)
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enunciado na oração principal. Conjunções:
porque, que, como (= porque), pois que, visto que.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP
OSA Consecutiva
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José J. Veiga)
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolongar minha viagem.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referência à oração principal. Conjunções:
como, assim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou mais).
Ela é bonita / como a mãe.
OP
OSA Comparativa
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.” (Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz daquele olhar.
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam claramente o verbo, como no exemplo acima,
em que está subentendido o verbo ser (como a mãe é).
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona proporcionalmente ao que foi enunciado na
principal. Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
OSA Proporcional
OP
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai diminuindo.
Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas que, num período, exercem funções
sintáticas próprias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se.
Elas podem ser:
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- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela que exerce a função de objeto direto
do verbo da oração principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
O grupo quer / que você ajude.
OP
OSS Objetiva Direta
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O mestre exigia a presença de todos.)
Mariana esperou que o marido voltasse.
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela que exerce a função de objeto
indireto do verbo da oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
Necessito / de que você me ajude.
OP
OSS Objetiva Indireta
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua viagem.)
Aconselha-o a que trabalhe mais.
Daremos o prêmio a quem o merecer.
Lembre-se de que a vida é breve.
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que exerce a função de sujeito do verbo da
oração principal. Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
É importante / que você colabore.
OP
OSS Subjetiva
A oração subjetiva geralmente vem:
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções do tipo é bom, é útil, é certo, é
conveniente, etc. Ex.: É certo que ele voltará amanhã.
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu
da cidade.
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do
singular e seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem da reunião.
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é necessária.)
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa.
Importa que saibas isso bem.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É aquela que exerce a função de
complemento nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua inocência.
(complemento nominal)
Estou convencido / de que ele é inocente.
OP
OSS Completiva Nominal
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão dele.)
Estava ansioso por que voltasses.
Sê grato a quem te ensina.
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” (Graciliano Ramos)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que exerce a função de predicativo do
sujeito da oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua felicidade.
(predicativo)
O importante é / que você seja feliz.
OP
OSS Predicativa
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Minha esperança era que ele desistisse.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
Não sou quem você pensa.
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- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que exerce a função de aposto de um termo
da oração principal. Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício do país. (aposto)
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do país.
OP
OSS Apositiva
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma coisa: a sua felicidade)
Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo oculto?” (Machado de Assis)
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas,
intercaladas à oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a saúde, tornou-se
realidade.
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as orações substantivas podem ser
introduzidas por outros conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
Não sei quando ele chegou.
Diga-me como resolver esse problema.
Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a função de adjunto adnominal de algum termo
da oração principal. Observe como podemos transformar um adjunto adnominal em oração subordinada
adjetiva:
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada adjetiva)
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo,
quem, etc.) e podem ser classificadas em:
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando restringem ou especificam o sentido
da palavra a que se referem. Exemplo:
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
OP
OSA Restritiva
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica o sentido do substantivo cantor, indicando
que o público não aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
Pedra que rola não cria limo.
Os animais que se alimentam de carne chamam-se carnívoros.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas escreveram.
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário Mariano)
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quando apenas acrescentam uma
qualidade à palavra a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou
especificá-lo. Exemplo:
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um novo livro.
OP
OSA Explicativa
OP
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
Orações Reduzidas
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As orações reduzidas são caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerúndio, particípio
ou infinitivo. Ao contrário das demais orações subordinadas, as orações reduzidas não são ligadas
através dos conectivos
Há três tipos de orações reduzidas:
- Orações reduzidas de infinitivo
- Orações reduzidas de gerúndio
- Orações reduzidas de particípio
Orações Reduzidas de Infinitivo:
Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
Reduzida: É preciso comer frutas e legumes.
Desenvolvida: É preciso que se coma frutas e legumes. (Oração Subordinada Substantiva Subjetiva)
Reduzida: Meu desejo era ganhar uma viagem.
Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse uma viagem. (Oração Subordinada Substantiva
Predicativa)
Orações Reduzidas de Particípio:
Particípio: terminações –ado, -ido.
Reduzida: Temos apenas um filho, criado com muito amor.
Desenvolvida: Temos apenas um filho, que criamos com muito amor. (Oração Subordinada Adjetiva
Explicativa)
Reduzida: A criança sequestrada foi resgatada.
Desenvolvida: A criança que sequestraram foi resgatada. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva)
Orações Reduzidas de Gerúndio:
Gerúndio: terminação –ndo.
Reduzida: Não enviando o relatório a tempo, perdeu a bolsa de estudos.
Desenvolvida: Porque não enviou o relatório a tempo, perdeu a bolsa de estudos. (Oração
Subordinada Adverbial Causal)
Reduzida: Respeitando as normas, não terão problemas.
Desenvolvida: Desde que respeitem as normas, não terão problemas. (Oração Subordinada Adverbial
Condicional)
O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma
locução verbal.
Exemplos:
Preciso terminar este exercício.
Ele está jantando na sala.
Questões
01. (TRF – 3ª Região – Analista Judiciário – Área Administrativa - FCC/2016)
Depois que se tinha fartado de ouro, o mundo teve fome de açúcar, mas o açúcar consumia escravos.
O esgotamento das minas − que de resto foi precedido pelo das florestas que forneciam o combustível
para os fornos −, a abolição da escravatura e, finalmente, uma procura mundial crescente, orientam São
Paulo e o seu porto de Santos para o café. De amarelo, passando pelo branco, o ouro tornou-se negro.
Mas, apesar de terem ocorrido essas transformações que tornaram Santos num dos centros do
comércio internacional, o local conserva uma beleza secreta; à medida que o barco penetra lentamente
por entre as ilhas, experimento aqui o primeiro sobressalto dos trópicos. Estamos encerrados num canal
verdejante. Quase podíamos, só com estender a mão, agarrar essas plantas que o Rio ainda mantinha à
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distância nas suas estufas empoleiradas lá no alto. Aqui se estabelece, num palco mais modesto, o
contato com a paisagem.
O arrabalde de Santos, uma planície inundada, crivada de lagoas e pântanos, entrecortada por riachos
estreitos e canais, cujos contornos são perpetuamente esbatidos por uma bruma nacarada, assemelhase à própria Terra, emergindo no começo da criação. As plantações de bananeiras que a cobrem são do
verde mais jovem e terno que se possa imaginar: mais agudo que o ouro verde dos campos de juta no
delta do Bramaputra, com o qual gosto de o associar na minha recordação; mas é que a própria fragilidade
do matiz, a sua gracilidade inquieta, comparada com a suntuosidade tranquila da outra, contribuem para
criar uma atmosfera primordial.
Durante cerca de meia hora, rolamos por entre bananeiras, mais plantas mastodontes do que árvores
anãs, com troncos plenos de seiva que terminam numa girândola de folhas elásticas por sobre uma mão
de 100 dedos que sai de um enorme lótus castanho e rosado. A seguir, a estrada eleva-se até os 800
metros de altitude, o cume da serra. Como acontece em toda parte nessa costa, escarpas abruptas
protegeram dos ataques do homem essa floresta virgem tão rica que para encontrarmos igual a ela
teríamos de percorrer vários milhares de quilômetros para norte, junto da bacia amazônica.
Enquanto o carro geme em curvas que já nem poderíamos qualificar como “cabeças de alfinete”, de
tal modo se sucedem em espiral, por entre um nevoeiro que imita a alta montanha de outros climas, posso
examinar à vontade as árvores e as plantas estendendo-se perante o meu olhar como espécimes de
museu.
(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. Coimbra, Edições 70, 1979, p. 82-3)
No primeiro período do segundo parágrafo, as duas orações que não se subordinam a nenhuma outra
contêm os seguintes verbos:
a) conserva − experimento
b) terem ocorrido − conserva
c) tornaram − penetra
d) tornaram − experimento
e) conserva − penetra
02. (TRF – 3ª Região – Analista Judiciário – Área Administrativa - FCC/2016)
O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele
se encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas
obras antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências
dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito
crítico: elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne
todas essas manifestações de sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume
partilhado por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são
apagadas. A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim
desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das imagens extingue-se na pacificação dos
museus.
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde
então, dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por
excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas
sujeições. Para o segundo, e pela mesma razão, é um "depósito de despojos". Por um lado, o museu
facilita o acesso das obras a um status estético que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente
estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico.
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do
simbólico, e a musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos.
Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do "escândalo". Para que haja escândalo, é necessário que
tenha havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria
interessante desvendar que valor foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade
absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade do Contexto original? Estranha inversão
de perspectiva. Porque, simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apresenta-o como sendo,
ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente "o lugar
simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais violento e mais ultrajante". Porém, esse
trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do tempo, conjugada
com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada.
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Paulo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)
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Na frase “Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que
valor foi previamente sacralizado” (3°parágrafo), a oração sublinhada complementa o sentido de
a) um substantivo, e pode ser considerada como interrogativa indireta.
b) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa direta.
c) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa indireta.
d) um substantivo, e pode ser considerada como interrogativa direta.
e) um advérbio, e pode ser considerada como interrogativa indireta.
03. (ANAC – Analista Administrativo – ESAF/2016)
Assinale a opção que apresenta explicação correta para a inserção de "que é" antes do segmento
grifado no texto.
A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República divulgou recentemente a pesquisa O Brasil
que voa – Perfil dos Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, o mais completo levantamento sobre
transporte aéreo de passageiros do País. Mais de 150 mil passageiros, ouvidos durante 2014 nos 65
aeroportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do País, revelaram um perfil inédito do setor.
<http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=1957&slCD_ ORIGEM=29>. (com adaptações).
a) Prejudica a correção gramatical do período, pois provoca truncamento sintático.
b) Transforma o aposto em oração subordinada adjetiva explicativa.
c) Altera a oração subordinada explicativa para oração restritiva.
d) Transforma o segmento grifado em oração principal do período.
e) Corrige erro de estrutura sintática inserido no período.
04. (TRE/RR - Técnico Judiciário - Operação de Computadores - FCC/2015)
É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente do futebol é dos mais intensos do ponto de
vista psicológico. Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de incessante dialética entre
o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real. O que varia conforme o indivíduo considerado é a passagem
de uma condição a outra. Passagem rápida no caso do torcedor, cuja regressão psíquica do lúdico dura
algumas horas e funciona como escape para as pressões do cotidiano. Passagem lenta no caso do
futebolista profissional, que vive quinze ou vinte anos em ambiente de fantasia, que geralmente torna
difícil a inserção na realidade global quando termina a carreira. A solução para muitos é a reconversão
em técnico, que os mantém sob holofote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de partidas em Copas
do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or de 1990, tornou-se técnico porque “na verdade, para mim,
o futebol é mais importante do que a família”. [...]
Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, porém
calcadas, pelo menos em parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo, como a vida
social, porém num e noutra a atuação de um só indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer
sociedade, na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio precário entre o indivíduo e o grupo. O
jogador busca o sucesso pessoal, para o qual depende em grande parte dos companheiros; há um
sentimento de equipe, que depende das qualidades pessoais de seus membros. O torcedor lúcido busca
o prazer do jogo preservando sua individualidade; todavia, a própria condição de torcedor acaba por diluílo na massa.
(JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade.
São Paulo: Companhia das letras, 2007, p. 303-304, com adaptações)
*Ballon d’Or 1990 - prêmio de melhor jogador do ano
O jogador busca o sucesso pessoal ...
A mesma relação sintática entre verbo e complemento, sublinhados acima, está em:
(A) É indiscutível que no mundo contemporâneo...
(B) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas ...
(C) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano.
(D) A solução para muitos é a reconversão em técnico ...
(E) ... que depende das qualidades pessoais de seus membros.
05. (MPE/PB - Técnico ministerial - diligências e apoio administrativo - FCC/2015)
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
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O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(Alberto Caeiro)
E o Tejo entra no mar em Portugal
O elemento que exerce a mesma função sintática que o sublinhado acima encontra-se em
(A) a fortuna. (4a estrofe)
(B) A memória das naus. (2a estrofe)
(C) grandes navios. (2a estrofe)
(D) menos gente. (3a estrofe)
(E) a América. (4a estrofe)
Respostas
01. Resposta A
No primeiro período do segundo parágrafo, as duas orações que não se subordinam (são orações
principais, ou seja, não possuem conjunção, nem pronome relativo) a nenhuma outra contêm os
seguintes verbos:
Mas, apesar de terem ocorrido essas transformações (oração subordinada) / que (pronome relativooração subordinada adjetiva) tornaram Santos num dos centros do comércio internacional, o
local conserva uma beleza secreta (oração principal);
à medida que o barco penetra lentamente por entre as ilhas (oração subordinada), experimento aqui
o primeiro sobressalto dos trópicos (oração principal).
02. Resposta C
A oração sublinhada realmente é uma Oração Sub. Substantiva Subjetiva (pois tem função de
sujeito), porém ela completa o sentido do verbo "desvendar" e é uma interrogativa indireta, pois não há
interrogação.
03. Resposta B
Do modo como está, trata-se de um aposto explicativo, aquele que explica ou esclarece algo; no
caso explicando o que é a pesquisa O Brasil que voa.
Se colocarmos um QUE É antes, ficaria assim: A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da
República divulgou recentemente a pesquisa O Brasil que voa – Perfil dos Passageiros, Aeroportos e
Rotas do Brasil, que é o mais completo levantamento sobre transporte aéreo de passageiros do
País.
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Logo, a oração em destaque é uma oração subordinada adjetiva EXPLICATIVA, que é aquela
isolada por vírgula e que tem valor de adjetivo.
Outro exemplo: Meu irmão, que sempre aprontou, casou-se.
04. Resposta B
O jogador busca o sucesso pessoal ... SUJEITO - VERBO TRANSITIVO DIRETO - OBJETO DIRETO
a) É indiscutível que no mundo contemporâneo... VERBO DE LIGAÇÃO - PREDICATIVO DO SUJEITO
- SUJEITO ORACIONAL.
-->b) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas ... SUJEITO - VERBO
TRANST. DIRETO - OBJETO DIRETO.
c) e funciona como escape para as pressões do cotidiano. SUJEITO - VERBO TRANS. INDIRETO OBJETO INDIRETO
d) A solução para muitos é a reconversão em técnico ... SUJEITO - VERBO DE LIGAÇÃO e) que depende das qualidades pessoais de seus membros. SUJEITO - VERBO TRANS. INDIRETO OBJ. INDIRETO
05. Resposta B
"O fragmento O TEJO TEM GRANDES NAVIOS E NAVEGA NELE AINDA, PARA AQUELES QUE
VEEM EM TUDO O QUE LÁ NÃO ESTÁ, A MEMÓRIA DAS NAUS está em ordem indireta. Ao inserir A
MEMÓRIA DAS NAUS entre a conjunção E e o verbo NAVEGA, tem-se: O TEJO TEM GRANDES
NAVIOS E A MEMÓRIA DAS NAUS NAVEGA NELE AINDA. Constrói-se, pois, a função sintática de
sujeito."
5.4 Emprego dos sinais de pontuação.
Pontuação
Para a elaboração de um texto escrito deve-se considerar o uso adequado dos sinais gráficos como:
espaços, pontos, vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas e etc.
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a compreensão
e entendimento do texto.
Vírgula
1. Aplicação da Vírgula
A vírgula marca uma breve pausa e é obrigatória nos seguintes casos:
1° Inversão de Termos
Exemplo: Ontem, à medida que eles corrigiam as questões, eu me preocupava com o resultado da
prova.
2° Intercalações de Termos
Exemplo: A distância, que tudo apaga, há de me fazer esquecê-lo.
3° Inspeção de Simples Juízo
Exemplo: “Esse homem é suspeito”, dizia a vizinhança.
4° Enumerações
- sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos.3
- com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da despedida.4
5° Vocativos, Apostos
- vocativos: Queridos ouvintes, nossa programação passará por pequenas mudanças.
3
4
Retirado de: SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.
Retirado de: SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.
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- apostos: É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.
6° Omissões de Termos
- elipse: A praça deserta, ninguém àquela hora na rua. (Omitiu-se o verbo “estava” após o vocábulo
“ninguém”, ou seja, ocorreu elipse do verbo estava)
- zeugma: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) relapsos. (Supressão do verbo
“são” antes do vocábulo “relapsos”)
7° Termos Repetidos
Exemplo: Nada, nada há de me derrotar.
8° Sequência de Adjuntos Adverbiais
Exemplo: Saíram do museu, ontem, por voltas das 17h.
2. Vírgula Proibida
Não se separa por vírgula:
- sujeito de predicado;
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).
Dois Pontos
Usos dos Dois Pontos
- Antes de enumerações.
Exemplo: Compre três frutas hoje: maçã, uva e laranja.
- Iniciando citações.
Exemplo: “Segundo o folclórico Vicente Mateus: ‘Quem está na chuva é para se queimar’”5.
- Antes de orações que explicam o enunciado anterior
Exemplo: Não foi explicado o que deveríamos fazer: o que nos deixa insatisfeitos.
- Depois de verbos que introduzem a fala.
Exemplo: “(...) e disse: aqui não podemos ficar!”
Ponto e Vírgula
Usos do Ponto e Vírgula
Este sinal gráfico é utilizado para anunciar pausas mais fortes, para separar orações adversativas
(enfatizando o contraste de ideias) e para separar os itens de enunciados.
Exemplos:
Os dois rapazes estavam desesperados por dinheiro; Ernesto não tinha dinheiro nem crédito. (pausa
longa)
Sonhava em comprar todos os sapatos da loja; comprei, porém, apenas um par. (separação da oração
adversativa na qual a conjunção - porém - aparece no meio da oração)
Enumeração com explicitação - Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para o concurso;
um romance, para me distrair nas horas vagas; e um dicionário, para enriquecer meu vocabulário.
5
Retirado de: SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.
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Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para marcar distribuição - Comprei os produtos no
supermercado: farinha para um bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.
Parênteses
Usos dos Parênteses
- Isolar datas.
Exemplo: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
- Isolar siglas.
Exemplo: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população economicamente ativa (PEA)...
- Isolar explicações ou retificações
Exemplo: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha preocupação.
Reticências
Aplicação das Reticências
- Indicam a interrupção de uma frase, deixando-a com sentido incompleto.
Exemplo: Não consegui falar com a Laura... Quem sabe se eu ligar mais tarde...
- Sugerem prolongamento de ideias.
Exemplo: “Sua tez, alva e pura como um floco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-derosa...” (José de Alencar)
- Indicam dúvida ou hesitação.
Exemplo: Não sei... Acho que... Não quero ir hoje.
- Indicam omissão de palavras ou frases no período.
Exemplo: “Se o lindo semblante não se impregnasse constantemente, (...) ninguém veria nela a
verdadeira fisionomia de Aurélia, e sim a máscara de alguma profunda decepção.” (José de Alencar)
Travessão
Usos do Travessão
- Nos diálogos, para marcar a fala das personagens.
Exemplo: As meninas gritaram: - Venham nos buscar!
- No meio de sentenças, para dar ênfase em informações.
Exemplo: O garçom - creio que já lhe falei - está muito bem no novo serviço - é o que ouvi dizer.
Ponto de Exclamação
Usos do Ponto de Exclamação
- Após vocativos.
Exemplo: Vem, Fabiano!
- Após imperativos.
Exemplo: Corram!
- Após interjeição.
Exemplos: Ai! / Ufa!
- Após expressões ou frases de caráter emocional.
Exemplo: Quantas pessoas!
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Aspas
Aplicação das Aspas
- Isolam termos distantes da norma culta, como gírias, neologismos, arcaísmos, expressões populares
entre outros.
Exemplo: Eles tocaram “flashback”, “tipo assim” anos 70 e 80. Foi um verdadeiro “show”.
- Delimitam transcrições ou citações textuais
Exemplo: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”
- Isolam estrangeirismos.
Exemplo: Os restaurantes “fast food” têm reinado na cidade.
Ponto final
- indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem dele.
- separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª
Ponto de Interrogação
- Em perguntas diretas: Como você se chama?
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem ganhou na loteria? Você. Eu?!
Parágrafo
O parágrafo inicia-se um pouco à frente da margem esquerda da folha, ponto onde começam as
restantes linhas do parágrafo. A divisão do texto em parágrafos é feita segundo critérios semânticos, ou
seja, termina-se um parágrafo sempre que se termina um grupo de ideias e se passa para outro centro
de interesse.
O ponto no final indica o fim de um parágrafo, indicando também a necessidade de mudança de linha
para o início de um novo parágrafo.
Colchetes
Aplicação dos colchetes
- Nos acréscimos - quando houver acréscimos do autor (comentários ou palavras) em meio à citação
que está sendo feita, para melhor entendimento, esses acréscimos ou devem aparecer entre
colchetes, no início, meio ou final da citação. Exemplo:
O operador não sai desses comandos aqui, [ele] cumpre rotinas, talvez faça uma coisa assim [faz um
gesto circular].
- Nas omissões em citações – quando, em meio à citação, suprimem-se trechos do texto citado
(permitidas quando não alteram o sentido da frase ou do texto), esta omissão deve ser indicada através
de reticências entre colchetes (ou parênteses): [...]. Podem ser utilizadas no início da citação, no interior,
no final ou entre um parágrafo e outro, quando se suprime um parágrafo inteiro. Neste último caso as
reticências ficam numa linha sozinha. O corte final de cada citação fica, sempre, a critério de quem está
citando:
“[...] O processo de desenvolvimento é cada vez mais marcado pela capacidade de se produzir
conhecimento próprio [...]. Pesquisa é a função inspiradora de tudo que se faz na universidade [...].
Pesquisa é compreendida.”
Asterisco
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
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Barra
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
Hífen
Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos. Exemplo:
guarda-roupa
Questões
1. (IF-TO – Auditor – IFTO/2016) Marque a alternativa em que a ausência de vírgula não altera o
sentido do enunciado.
a) O professor espera um, sim.
b) Recebo, obrigada.
c) Não, vá ao estacionamento do campus.
d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho.
e) Hoje, podem ser adquiridas as impressoras licitadas.
2. (MPE-GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2016) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da
pontuação.
a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade.
b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as principais causas da ira de trânsito.
c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você está junto; com os outros motoristas
cujos comportamentos, são desconhecidos.
e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para que a
raiva seja aliviada.
3. (SEGEP-MA – Analista Ambiental – Pedagogo – FCC/2016)
A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um estudo sugere
que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um padrão de vida
razoável.
Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que metade das
pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três quartos vão comemorar seus 75
anos.
Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85 anos. Foi quando
os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade, a expectativa de vida nos países
desenvolvidos sobe linearmente desde 1840, indicando que ainda não atingimos um limite para o tempo
de vida máximo para um ser humano.
No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram um aumento
na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da Segunda Guerra Mundial, os
avanços da medicina no tratamento das enfermidades cardiovasculares e do câncer promoveram um
ganho para os adultos. Em 1950, a chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 10%;
atualmente excede os 50%.
O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a mudança de hábitos.
A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa expectativa de vida. Porém, em 1980 havia
despencado para a 20a posição, devido ao tabagismo.
O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool, além de atividade
física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de vida. A própria qualidade de vida,
medida por anos de saúde plena, deve mudar para melhor nas próximas décadas.
O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de vida: estamos
nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. Precisamos guardar 10% do salário
anual e nos aposentar aos 80 anos para que a independência econômica acompanhe a independência
física na aposentadoria.
Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os sexagenários
mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem a mirar uma promoção.
(Adaptado de: TUMA, Rogério. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/911/o-contribuinte-secular)
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Atente para as afirmações abaixo.
I. Sem prejuízo para a correção, o sinal de dois-pontos pode ser substituído por “visto que”, precedido
de vírgula, em: O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de
vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. (7o parágrafo)
II. No segmento A própria qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para
melhor..., as vírgulas podem ser corretamente substituídas por travessões. (6o parágrafo)
III. Haverá prejuízo para a correção caso uma vírgula seja colocada imediatamente após “alongada”
no segmento: Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os
sexagenários mudem seu raciocínio... (último parágrafo)
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II.
e) I.
4. (EBSERH – Técnico em Enfermagem (HUAP-UFF) – IBFC/2016)
Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a
considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de
certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença
crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto
à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas
flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à
cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de
quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler,
ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma
nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo
todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os
eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras
e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com
a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou
recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa
acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza” ” (3º§)
permitem a leitura de uma crítica à ideia de que:
a) cada idade tem sua beleza própria
b) a beleza só está associada à juventude
c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior
d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo
e) trabalhando a mente, o corpo fica belo
5. (MPE-GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2016) O período abaixo foi escrito por Machado de
Assis em seu Conto de Escola. A alternativa que apresenta a pontuação de acordo com a norma culta é:
a) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria
a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
b) Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria
a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.
c) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo não o tendo aprendido, recorria a
um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
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d) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que, o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria;
a um meio que, lhe pareceu útil, para escapar ao castigo do pai.
e) Compreende-se que: o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria;
a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
6. (MPE-GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2016)
TEXTO I
Das vantagens de ser bobo
— O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.
— O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não
faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
— Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio
da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
— O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.
— Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos,
e estes os veem como simples pessoas humanas.
— O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver
— O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoievski.
— Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido
para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente
sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo
sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava
tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
— Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar
tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
— O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
— Aviso: não confundir bobos com burros.
— Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. E uma das tristezas que o
bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?"
— Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
— Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
_ Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
— O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos
— Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é dificilão, é difícil. Por isso é que os espertos
não conseguem passar por bobos.
— Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
— Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que
saibam que eles sabem.
— Piá lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo,
com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
— Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
— E quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. E que só o bobo é capaz de
excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
(Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.)
“O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.” A assertiva que
apresenta análise correta em relação ao parágrafo transcrito é:
a) Há três adjetivos em função predicativa.
b) Fazer foi usado como verbo impessoal.
c) O verbo haver está na terceira pessoa do singular porque é impessoal.
d) A forma verbal fazem concorda com o pronome relativo que.
e) A oração que se fazem passar por bobos deveria estar precedida de vírgula porque explica o termo
espertos.
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7. (IFN-MG – Psicólogo - FUNDEP (Gestão de Concursos) /2016)
A importância da família estruturada
Um levantamento do Ministério Público de São Paulo traz um dado revelador: dois terços dos jovens
infratores da capital paulista fazem parte de famílias que não têm um pai dentro de casa. Além de não
viverem com o pai, 42% não têm contato algum com ele e 37% têm parentes com antecedentes criminais.
Ajudam a engrossar essas estatísticas os garotos Waldik Gabriel, de 11 anos, morto em Cidade
Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, depois de fugir da Guarda Civil Metropolitana, e Italo, de 10 anos,
envolvido em três ocorrências de roubo só em 2016, morto pela Polícia Militar no início de junho, depois
de furtar um carro na Zona Sul da cidade. O pai de Waldik é caminhoneiro e não vivia com a mãe. O de
Italo está preso por tráfico. A mãe já cumpriu pena por furto e roubo.
É certo que um pai presente e próximo ao filho faz diferença. Mas, mais que a figura masculina
propriamente dita, faz falta uma família estruturada, independentemente da configuração, que dê atenção,
carinho, apoio, noções de continência e limite, elementos que protegem os jovens em fase de
desenvolvimento.
A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar
cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura. Muitas vezes,
não têm tempo, energia, dinheiro e voz para lidar com esses garotos e garotas que crescem na rua, longe
da escola, em bairros sem equipamentos de esporte e cultura, próximos de amigos e parentes que podem
estar envolvidos com o crime.
A criança precisa ter muita autoestima e persistência para buscar nesse horizonte nebuloso um projeto
de vida. Sem apoio emocional, sem uma escola que estimule seu potencial, sem ter o que fazer com seu
tempo livre, sem enxergar uma luz no fim do túnel, ela fica muito mais perto da droga, do tráfico, do delito,
da violência e da gestação na adolescência. É nessa mesma família, sem pai à vista, de baixa renda,
longe da sala de aula, nas periferias, que pipocam os quase 15% das jovens que são mães na
adolescência, taxa alarmante que resiste a baixar nas regiões mais carentes.
E o que acontece com essa menina que engravida porque enxerga na maternidade um papel social,
uma forma de justificar sua existência no mundo? Iludidas com a perspectiva de estabilizar um
relacionamento (a família estruturada que não têm?), elas ficam, usualmente, sozinhas, ainda mais
distantes da escola e de seu projeto de vida. O pai da criança some no mundo, e são elas que arcam com
o ônus do filho, sobrecarregando um lar que já vivia no limite. Segue-se um ciclo que parece não ter fim.
Sem políticas públicas que foquem nessa família mais vulnerável, no apoio emocional e social para
esses jovens, em uma escola mais atraente, em projetos de vida, em alternativas de lazer, a realidade
diária na vida desses jovens continuará a ser a gravidez na adolescência, a violência e a criminalidade.
BOUER, Jairo. A importância da família estruturada. 11 jul. 2016. Época. Disponível em: Acesso em: 19 jul. 2016 (Adapt.)
Releia o trecho a seguir.
A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar
cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura.
Em relação ao uso das aspas nesse trecho, assinale a alternativa CORRETA.
a) Relativizam um conceito.
b) Marcam uma transcrição.
c) Sinalizam ironia por parte do autor.
d) Destacam uma pausa no texto.
Respostas
1. (E)
a) O professor espera um, sim. O PROF. ESTA ESPERANDO UM ALGO, QUANDO TIRO A VIRGULA
ELE FICA ''ESPERANDO UM SIM''.
b) Recebo, obrigada. A PESSOA RECEBE E DIZ OBRIGADO, QUANDO TIRO A VIRGULA ELE
PASSA A RECEBER É UM OBRIGADO.
c) Não, vá ao estacionamento do campus. ''VÁ AO ESTACIONAMENTO'', QUANDO TIRO A VIRGULA
PASSA A ''NÃO VÁ AO ESTACIONAME...''
d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho. EU QUERO ABANDONAR, QUANDO TIRO A
VIRGULA FICA NEGADO ''NÃO QUERO...''
Todas mudaram de sentido, menos a última.
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2. (E)
Conferindo as demais:
a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade.
NÃO SE SEPARA SUJEITO DO PREDICADO POR VÍRGULA.
b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as principais causas da ira de trânsito.
NÃO SE SEPARA SUJEITO DO PREDICADO POR VÍRGULA.
c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
NÃO SE SEPARA POR VÍRGULA VERBO DE SEU COMPLEMENTO (no caso 'ocasionar' sendo
VTD e acidentes OD)
d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você está junto; com os outros motoristas
cujos comportamentos, são desconhecidos.
** NÃO SE SEPARA POR VÍRGULA VERBO DE SEU COMPLEMENTO
e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para
que a raiva seja aliviada. (Correta)
3. (A)
I. Correto. O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de
vida, visto que estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente.
II. Correto. No segmento A própria qualidade de vida - medida por anos de saúde plena - deve
mudar para melhor...
III. NÃO Haverá prejuízo para a correção. Os pesquisadores (sujeito) propõem que a idade de
aposentadoria seja alongada, e que os sexagenários (sujeito) mudem seu raciocínio...
4. (B)
Esta é a ideia a qual a autora se mostra contrária, a de que não há beleza ou felicidade depois da
juventude.
5. (B)
A alternativa A tem dois pontos que não deveriam aparecer na oração.
6. (C)
a) Errada. Há apenas um adjetivo em função de predicativo do sujeito, que é o termo "simpático".
Repare que está qualificando o sujeito "Bobo" e se relacionam através de um verbo de ligação.
"O bobo (sujeito) é (verbo de ligação) sempre tão simpático (predicativo do sujeito)
b) Errada. O verbo não foi usado de forma impessoal pois é possível achar seu agente. Quem se faz
passar por bobos? Os espertos.
c) Gabarito. Sem comentários. Perfeita. Está no presente do indicativo na terceira pessoa do singular.
d) Errada. A forma verbal "fazem" concorda com "espertos".
e) Errada. A frase está perfeita, em ordem direta e não caberia vírgula nesse trecho.
7. (A)
O palavra "atropelar" foi colocada entre aspas para que o interlocutor conceitue de forma conotativa,
ou seja, um conceito diferente. Nesse caso, o termo "atropelar" foi usado no sentido de não conseguirem
por causa da rotina dura.
Exemplo: Levei um "bolo" no encontro com aquela mulher - Aqui o termo "bolo" não está no seu sentido
denotativo, está com conceito diferente, de que não cumpriram com o compromisso.
5.5 Concordância verbal e nominal.
Concordância Nominal e Verbal
A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às outras
harmonicamente na construção frasal. É o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se
harmonizam, nas suas flexões, com as palavras de que dependem.
“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto verbal, os
elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros.
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Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramatical ou lógica (segue os padrões
gramaticais vigentes); atrativa ou ideológica (dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor
estilístico).
Concordância Nominal: adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem (artigo,
pronome, adjetivo).
Concordância Verbal: variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do sujeito.
Concordância Nominal
Concordância do adjetivo adjunto adnominal: a concordância do adjetivo, com a função de adjunto
adnominal, efetua-se de acordo com as seguintes regras gerais:
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Exemplo: O alto ipê
cobre-se de flores amarelas.
O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de gênero ou número diferentes, quando posposto,
poderá concordar no masculino plural (concordância mais aconselhada), ou com o substantivo mais
próximo. Exemplo:
- No masculino plural:
“Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os vestidos decotados.” (Machado de Assis)
“Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.” (Herman Lima)
“Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marcados.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“...grande número de camareiros e camareiras nativos.” (Érico Veríssimo)
- Com o substantivo mais próximo:
A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.
Músicos e bailarinas ciganas animavam a festa.
“...toda ela (a casa) cheirando ainda a cal, a tinta e a barro fresco.” (Humberto de Campos)
“Meu primo estava saudoso dos tempos da infância e falava dos irmãos e irmãs falecidas.” (Luís
Henrique Tavares)
- Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, com o mais próximo:
“Escolhestes mau lugar e hora...” (Alexandre Herculano)
“...acerca do possível ladrão ou ladrões.” (Antônio Calado)
Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras.
Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras.
Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e profissão.; Seus planos e tentativas.;
Aqueles vícios e ambições.; Por que tanto ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e filhos”. Muitas vezes é
facultativa a escolha desta ou daquela concordância, mas em todos os casos deve subordinar-se às
exigências da eufonia, da clareza e do bom gosto.
- Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo determinado pelo artigo,
ocorrem dois tipos de construção, um e outro legítimos. Exemplos:
Estudo as línguas inglesa e francesa.
Estudo a língua inglesa e a francesa.
Os dedos indicador e médio estavam feridos.
O dedo indicador e o médio estavam feridos.
- Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a pronomes neutros indefinidos (nada,
muito, algo, tanto, que, etc.), normalmente ficam no masculino singular:
Sua vida nada tem de misterioso.
Seus olhos têm algo de sedutor.
Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o substantivo (ou pronome) sujeito:
“Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas)
Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a concordância do adjetivo predicativo com o
sujeito realiza-se consoante as seguintes normas:
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- O predicativo concorda em gênero e número com o sujeito simples:
A ciência sem consciência é desastrosa.
Os campos estavam floridos, as colheitas seriam fartas.
É proibida a caça nesta reserva.
- Quando o sujeito é composto e constituído por substantivos do mesmo gênero, o predicativo
deve concordar no plural e no gênero deles:
O mar e o céu estavam serenos.
A ciência e a virtude são necessárias.
“Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens sem disciplina,” (Alexandre Herculano)
- Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos de gêneros diversos, o predicativo
concordará no masculino plural:
O vale e a montanha são frescos.
“O céu e as árvores ficariam assombrados.” (Machado de Assis)
Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro.
“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto)
- Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a concordância se efetua com o
sexo da pessoa a quem nos referimos:
Vossa Senhoria ficará satisfeito, eu lhe garanto.
“Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano Suassuna)
Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de nossa confiança.
Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe)
O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singular nas estereotipadas locuções é bom, é
necessário, é preciso, etc., embora o sujeito seja substantivo feminino ou plural:
Bebida alcoólica não é bom para o fígado.
“Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis)
“É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Castelo Branco)
“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado)
Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado pelo artigo e a concordância se faz não
com a forma gramatical da palavra, mas com o fato que se tem em mente:
Tomar hormônios às refeições não é mau.
É necessário ter muita fé.
Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o predicativo, efetua-se a concordância
normalmente:
É necessária a tua presença aqui. (= indispensável)
“Se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente.” (Eça de Queirós)
“Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado)
“São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos de Laet)
Concordância do predicativo com o objeto: A concordância do adjetivo predicativo com o objeto
direto ou indireto subordina-se às seguintes regras gerais:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o objeto quando este é simples:
Vi ancorados na baía os navios petrolíferos.
“Olhou para suas terras e viu-as incultas e maninhas.” (Carlos de Laet)
O tribunal qualificou de ilegais as nomeações do ex-prefeito.
A noite torna visíveis os astros no céu límpido.
- Quando o objeto é composto e constituído por elementos do mesmo gênero, o adjetivo se
flexiona no plural e no gênero dos elementos:
A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares.
Deixe bem fechadas a porta e as janelas.
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- Sendo o objeto composto e formado de elementos de gênero diversos, o adjetivo predicativo
concordará no masculino plural:
Tomei emprestados a régua e o compasso.
Achei muito simpáticos o príncipe e sua filha.
“Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias)
Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas.
- Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso, concordar com o núcleo mais
próximo:
É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins.
Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos substantivos variáveis em gênero e número:
Temiam que as tomassem por malfeitoras; Considero autores do crime o comerciante e sua empregada.
Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o particípio concorda em gênero e número
com o sujeito, como os adjetivos:
Foi escolhida a rainha da festa.
Foi feita a entrega dos convites.
Os jogadores tinham sido convocados.
O governo avisa que não serão permitidas invasões de propriedades.
Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, um coletivo numérico, pode-se, em geral,
efetuar a concordância com o substantivo que o acompanha: Centenas de rapazes foram vistos
pedalando nas ruas; Dezenas de soldados foram feridos em combate.
Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferentes, o particípio concordará no masculino
plural: Atingidos por mísseis, a corveta e o navio foram a pique; “Mas achei natural que o clube e suas
ilusões fossem leiloados.” (Carlos Drummond de Andrade)
Concordância do pronome com o nome:
- O pronome, quando se flexiona, concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:
“Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e deitou-o no jazido de sua esposa”. (José de
Alencar)
“O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de Alencar)
- O pronome que se refere a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, flexiona-se no masculino
plural:
“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Oliveira)
“A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em toda a sua sublimidade.” (Alexandre
Herculano)
Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os quais fiz boas amizades.
“Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio familiarmente, como se os tivesse visto.”
(Graciliano Ramos)
Os substantivos sendo sinônimos, o pronome concorda com o mais próximo: “Ó mortais, que cegueira
e desatino é o nosso!” (Manuel Bernardes)
- Os pronomes um... outro, quando se referem a substantivos de gênero diferentes, concordam no
masculino:
Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se um ao outro.
“Repousavam bem perto um do outro a matéria e o espírito.” (Alexandre Herculano)
Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por interesse.
A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferentes, permanece também no masculino: “A
mulher do colchoeiro escovou-lhe o chapéu; e, quando ele [Rubião] saiu, um e outro agradeceram-lhe
muito o benefício da salvação do filho.” (Machado de Assis)
O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem outro fica no singular. Exemplos: Um e
outro livro me agradaram; Nem um nem outro livro me agradaram.
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Outros casos de concordância nominal: Registramos aqui alguns casos especiais de concordância
nominal:
- Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com o substantivo em gênero e número:
Anexa à presente, vai a relação das mercadorias.
Vão anexos os pareceres das comissões técnicas.
Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato.
Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo.
Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.
Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria.
Observação: Evite a locução em anexo.
- A olhos vistos. Locução adverbial invariável. Significa visivelmente.
“Lúcia emagrecia a olhos vistos”. (Coelho Neto)
“Zito envelhecia a olhos vistos.” (Autren Dourado)
- Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em número com o substantivo. Como palavra
denotativa de limitação, equivalente de apenas, somente, é invariável.
Eles estavam sós, na sala iluminada.
Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre.
Elas só passeiam de carro.
Só eles estavam na sala.
Forma a locução a sós [=sem mais companhia, sozinho]: Estávamos a sós. Jesus despediu a multidão
e subiu ao monte para orar a sós.
- Possível. Usado em expressões superlativas, este adjetivo ora aparece invariável, ora flexionado:
“A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos mais requintados possível.” (Maria Helena
Cardoso)
“Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis)
“A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais grotescos possíveis.” (ledo Ivo)
“... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimentos os mais espontâneos possíveis.”
(Ronaldo Miranda)
Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no português de hoje, para se usar, neste caso,
o adjetivo possível no plural. O singular é de rigor quando a expressão superlativa inicia com a partícula
o (o mais, o menos, o maior, o menor, etc.)
Os prédios devem ficar o mais afastados possível.
Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível.
O médico atendeu o maior número de pacientes possível.
- Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério, claro, caro, barato, alto, raro, etc., quando
usados com a função de advérbios terminados em – mente, ficam invariáveis:
Vamos falar sério. [sério = seriamente]
Penso que falei bem claro, disse a secretária.
Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato]
Estas aves voam alto. [ou baixo]
Junto e direto ora funcionam como adjetivos, ora como advérbios:
“Jorge e Dante saltaram juntos do carro.” (José Louzeiro)
“Era como se tivessem estado juntos na véspera.” (Autram Dourado).
“Elas moram junto há algum tempo.” (José Gualda Dantas)
“Foram direto ao galpão do engenheiro-chefe.” (Josué Guimarães)
- Todo. No sentido de inteiramente, completamente, costuma-se flexionar, embora seja advérbio:
Esses índios andam todos nus.
Geou durante a noite e a planície ficou toda (ou todo) branca.
As meninas iam todas de branco.
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A casinha ficava sob duas mangueiras, que a cobriam toda.
Mas admite-se também a forma invariável:
Fiquei com os cabelos todo sujos de terá.
Suas mãos estavam todo ensanguentadas.
- Alerta. Pela sua origem, alerta (=atentamente, de prontidão, em estado de vigilância) é advérbio e,
portanto, invariável:
Estamos alerta.
Os soldados ficaram alerta.
“Todos os sentidos alerta funcionam.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Os brasileiros não podem deixar de estar sempre alerta.” (Martins de Aguiar)
Contudo, esta palavra é, atualmente, sentida antes como adjetivo, sendo, por isso, flexionada no plural:
Nossos chefes estão alertas. (=vigilantes)
Papa diz aos cristãos que se mantenham alertas.
“Uma sentinela de guarda, olhos abertos e sentidos alertas, esperando pelo desconhecido...” (Assis
Brasil, Os Crocodilos, p. 25)
- Meio. Usada como advérbio, no sentido de um pouco, esta palavra é invariável. Exemplos:
A porta estava meio aberta.
As meninas ficaram meio nervosas.
Os sapatos eram meio velhos, mas serviam.
- Bastante. Varia quando adjetivo, sinônimo de suficiente:
Não havia provas bastantes para condenar o réu.
Duas malas não eram bastantes para as roupas da atriz.
Fica invariável quando advérbio, caso em que modifica um adjetivo:
As cordas eram bastante fortes para sustentar o peso.
Os emissários voltaram bastante otimistas.
“Levi está inquieto com a economia do Brasil. Vê que se aproximam dias bastante escuros.”
(Austregésilo de Ataíde)
- Menos. É palavra invariável:
Gaste menos água.
À noite, há menos pessoas na praça.
Questões
01. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)
Marque a alternativa em que a concordância nominal esteja CORRETA:
a) Desde que comprovadas as faltas, sofrerá punições as instituições que não respeitarem a lei
vigente.
b) Novas taxas de juro, segundo os economistas internacionais, será anunciado na próxima semana.
c) Foi inaugurada ontem, depois de vários cancelamentos, novas obras da administração local.
d) Prossegue implacável as denúncias contra governantes e empreiteiros do nosso país.
e) Não estão previstas, até o momento, novas datas para a realização das provas.
02. (SAAEB – Engenheiro de Segurança do Trabalho – FAFIPA/2016)
Indique a alternativa que NÃO apresenta erro de concordância nominal.
a) O acontecimento derrubou a bolsa brasileira, argentina e a espanhola.
b) Naquele lugar ainda vivia uma pseuda-aristocracia.
c) Como não tinham outra companhia, os irmãos viajaram só.
d) Simpáticos malabaristas e dançarinos animavam a festa.
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03. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO AOCP/2016)
“Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças!
Estímulos Demais... Concentração de Menos"
31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos
Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás parece ficar
mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 50 anos a cada 5. E o
mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se educa (ou brinca, alimenta, veste,
entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) crianças como antigamente!
O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de crianças. Em
muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil – naqueles canais cujo
volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – mesmo quando elas estão comendo com o
iPad à mesa.
Muitas e muitas crianças têm atividades extracurriculares pelo menos três vezes por semana, algumas
somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, esportes e reforços escolares.
Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e pessoas
disponíveis o tempo todo para garantir que a criança “aprenda coisas" e não “morra de tédio". As préescolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-vestibulares.
Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, potencializar,
otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às nossas crianças uma preparação
praticamente militar, visando seu “sucesso". O ar nas casas onde essa preocupação é latente chega a
ser denso, tamanha a pressão que as crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém,
o excesso de estímulos sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus
pensamentos e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se
misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou fazer.
Além disso, aptidões que devem ser estimuladas estão sendo deixadas de lado: Crianças não sabem
conversar. Não olham nos olhos de seus interlocutores. Não conseguem focar em uma brincadeira ou
atividade de cada vez (na verdade a maioria sequer sabe brincar sem a orientação de um adulto!). Não
conseguem ler um livro, por menor que seja. Não aceitam regras. Não sabem o que é autoridade. Pior e
principalmente: não sabem esperar.
Todas essas qualidades são fundamentais na construção de um ser humano íntegro, independente e
pleno, e devem ser aprendidas em casa, em suas rotinas.
Precisamos pausar. Parar e olhar em volta. Colocar a mão na consciência, tirá-la um pouco da carteira,
do telefone e do volante: estamos enlouquecendo nossas crianças, e as estamos impedindo de entender
e saber lidar com seus tempos, seus desejos, suas qualidades e talentos. Estamos roubando o tempo
precioso que nossos filhos tanto precisam para processar a quantidade enorme de informações e
estímulos que nós e o mundo estamos lhes dando.
Calma, gente. Muita calma. Não corramos para cima da criança com um iPad na mão a cada vez que
ela reclama ou achamos que ela está sofrendo de “tédio". Não obriguemos a babá a ter um repertório
mágico, que nem mesmo palhaços profissionais têm, para manter a criança entretida o tempo todo. O
“tédio" nada mais é que a oportunidade de estarmos em contato conosco, de estimular o pensamento, a
fantasia e a concentração.
Sugiro que leiamos todos, pais ou não, “O Ócio Criativo" de Domenico di Masi, para que entendamos
a importância do uso consciente do nosso tempo.
E já que resvalamos o assunto para a leitura: nossas crianças não leem mais. Muitos livros infantis
estão disponíveis para tablets e iPads, cuja resposta é imediata ao menor estímulo e descaracteriza a
principal função do livro: parar para ler, para fazer a mente respirar, aprender a juntar uma palavra com
outra, paulatinamente formando frases e sentenças, e, finalmente, concluir um raciocínio ou uma estória.
Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por amor. Deixem que se esparramem em
almofadas e façam sua imaginação voar!
(Fonte: http://www.saudecuriosa.com.br/estamos-enlouquecendo-nossas-criancas-estimulos-demais-concentracao-de-menos/)
No sintagma “uma boa competitividade", a concordância nominal se dá porque
a) temos uma preposição seguida de dois substantivos femininos singulares.
b) temos uma preposição, um advérbio e um substantivo masculino singular.
c) temos um artigo definido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo masculino
singular.
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d) temos um artigo definido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo feminino
singular.
e) temos um artigo indefinido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo
feminino singular.
04. (CISMEPAR/PR – Advogado – FAUEL/2016)
A respeito de concordância verbal e nominal, assinale a alternativa cuja frase NÃO realiza a
concordância de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa:
a) Meias verdades são como mentiras inteiras: uma pessoa meia honesta é pior que uma mentirosa
inteira.
b) Sonhar, plantar e colher: eis o segredo para alcançar seus objetivos.
c) Para o sucesso, não há outro caminho: quanto mais distante o alvo, maior a dedicação.
d) Não é com apenas uma tentativa que se alcança o que se quer.
Respostas
01. Resposta E
a) Desde que comprovadas as faltas, sofrerá (sofrerão) punições as instituições que não respeitarem
a lei vigente.
b) Novas taxas de juro, segundo os economistas internacionais, será (serão)anunciadas na próxima
semana.
c) Foi (foram)inaugurada ontem, depois de vários cancelamentos, novas obras da administração
local.
d) Prossegue (Prosseguem implacáveis) implacável as denúncias contra governantes e
empreiteiros do nosso país.
e) Não estão previstas, até o momento, novas datas para a realização das provas.
02. Resposta D
a) Errado - A bolsa brasileira, A argentina e A espanhola
b) Errado - Pseuda-aristocracia, deveria ser Pseudo
c) Errado - Os irmãos viajaram Sós.
d) Correta - A concordância deste adjetivo poderá ser com mais próximo ou com os dois
03. Resposta E
UMA - Artigo Indefinido feminino singular
BOA - Adjetivo feminino singular
COMPETITIVIDADE - Substantivo feminino singular
04. Resposta A
''Meias verdades'' está correto, pois a palavra ''meia'' está concordando com o substantivo
''verdades''. Porém, no trecho ''pessoa meia honesta'' está incorreto o emprego, posto que a
palavra ''meia'' é invariável diante de um adjetivo. O correto, portanto, seria:
''Meias verdades são como mentiras inteiras: uma pessoa meio honesta é pior que uma mentirosa
inteira.'''
Concordância Verbal
O verbo concorda com o sujeito, em harmonia com as seguintes regras gerais:
- O sujeito é simples: O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa.
Exemplos:
Verbo depois do sujeito:
“As saúvas eram uma praga.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Tu não és inimiga dele, não? (Camilo Castelo Branco)
“Vós fostes chamados à liberdade, irmãos.” (São Paulo)
Verbo antes do sujeito:
Acontecem tantas desgraças neste planeta!
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Não faltarão pessoas que nos queiram ajudar.
A quem pertencem essas terras?
- O sujeito é composto e da 3ª pessoa
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva geralmente este para o plural. Exemplos:
“A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar)
“Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar)
“Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma fonte perene.” (Machado de Assis)
É licito (mas não obrigatório) deixar o verbo no singular:
- Quando o núcleo dos sujeitos são sinônimos:
“A decência e honestidade ainda reinava.” (Mário Barreto)
“A coragem e afoiteza com que lhe respondi, perturbou-o...” (Camilo Castelo Branco)
“Que barulho, que revolução será capaz de perturbar esta serenidade?” (Graciliano Ramos)
- Quando os núcleos do sujeito formam sequência gradativa:
Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina começou a me apertar à alma.
Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este poderá concordar no plural ou com o substantivo
mais próximo:
“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Elisa?” (Jorge Amado)
“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.” (Ricardo Ramos)
“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina Cavalcânti)
... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seus ministros.” (Carlos de Laet)
Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no plural.
- O sujeito é composto e de pessoas diferentes
Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo se flexiona no plural e na pessoa que tiver
prevalência. (A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª prevalece sobre a 3ª):
“Foi o que fizemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela e eu = nós)
“Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós)
Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês)
Muitas vezes os escritores quebram a rigidez dessa regra:
- Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais próximo, quando este se pospõe ao verbo:
“O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo Castelo Branco)
“Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teus filhos.” (Machado de Assis)
- Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu + ele = vocês em vez de tu + ele = vós):
“...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett)
“Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto)
As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor relativo, porquanto a escolha desta ou
daquela concordância depende, frequentemente, do contexto, da situação e do clima emocional que
envolvem o falante ou o escrevente.
- Núcleos do sujeito unidos por ou
Há duas situações a considerar:
- Se a conjunção ou indicar exclusão ou retificação, o verbo concordará com o núcleo do sujeito mais
próximo:
Paulo ou Antônio será o presidente.
O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio.
Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime.
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- O verbo irá para o plural se a ideia por ele expressa se referir ou puder ser atribuída a todos os
núcleos do sujeito:
“Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada forte a atravessavam de ponta a ponta.”
(Aníbal Machado) (Tanto um grito, como uma gargalhada, atravessavam a cidade.)
“Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir-lhe.” (Camilo Castelo Branco)
Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de verbo no singular:
“A glória ou a vergonha da estirpe provinha de atos individuais.” (Vivaldo Coaraci)
“Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique.” (Machado
de Assis)
“Um príncipe ou uma princesa não casa sem um vultoso dote.” (Viriato Correia)
- Núcleos do sujeito unidos pela preposição com: Usa-se mais frequentemente o verbo no plural
quando se atribui a mesma importância, no processo verbal, aos elementos do sujeito unidos pela
preposição com. Exemplos:
Manuel com seu compadre construíram o barracão.
“Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo Castelo Branco)
“Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo Castelo Branco)
Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar relevância ao primeiro elemento do sujeito e
também quando o verbo vier antes deste. Exemplos:
O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa.
O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde.
“Já num sublime e público teatro se assenta o rei inglês com toda a corte.” (Luís de Camões)
- Núcleos do sujeito unidos por nem: Quando o sujeito é formado por núcleos no singular unidos
pela conjunção nem, usa-se, comumente, o verbo no plural. Exemplos:
Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos.
Nem eu nem ele o convidamos.
“Nem o mundo, nem Deus teriam força para me constranger a tanto.” (Alexandre Herculano)
“Nem a Bíblia nem a respeitabilidade lhe permitem praguejar alto.” (Eça de Queirós)
É preferível a concordância no singular:
- Quando o verbo precede o sujeito:
“Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a pompa das folhas verdes...”
(Machado de Assis)
Não o convidei eu nem minha esposa.
“Na fazenda, atualmente, não se recusa trabalho, nem dinheiro, nem nada a ninguém.” (Guimarães
Rosa)
- Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser atribuído a um dos elementos do sujeito:
Nem Berlim nem Moscou sediará a próxima Olimpíada. (Só uma cidade pode sediar a Olimpíada.)
Nem Paulo nem João será eleito governador do Acre. (Só um candidato pode ser eleito governador.)
- Núcleos do sujeito correlacionados: O verbo vai para o plural quando os elementos do sujeito
composto estão ligados por uma das expressões correlativas não só... mas também, não só como
também, tanto...como, etc. Exemplos:
Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” (Alexandre Herculano)
“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” (Alexandre Herculano)
“Tanto Noêmia como Reinaldo só mantinham relações de amizade com um grupo muito reduzido de
pessoas.” (José Condé)
“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não o demovem do seu objetivo.” (Cassiano
Ricardo)
- Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém: Quando o sujeito composto vem resumido por um
dos pronomes, tudo, nada, ninguém, etc. o verbo concorda, no singular, com o pronome resumidor.
Exemplos:
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Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê-lo.
“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, estouvado, tudo isso me levou a fazer uma
coisa única.” (Machado de Assis)
Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo.
- Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa: O verbo concorda no singular quando
os núcleos do sujeito designam a mesma pessoa ou o mesmo ser. Exemplos:
“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João-ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!”
(Carlos Drummond Andrade)
“Embora sabendo que tudo vai continuar como está, fica o registro, o protesto, em nome dos
telespectadores.” (Valério Andrade)
Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta.
- Núcleos do sujeito são infinitivos: O verbo concordará no plural se os infinitivos forem
determinados pelo artigo ou exprimirem ideias opostas; caso contrário, tanto é lícito usar o verbo no
singular como no plural. Exemplos:
O comer e o beber são necessários.
Rir e chorar fazem parte da vida
Montar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o menino.
“Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava trabalho.” (Carlos Povina Cavalcânti) (ou davam)
- Sujeito oracional: Concorda no singular o verbo cujo sujeito é uma oração:
Ainda falta / comprar os cartões.
Predicado Sujeito Oracional
Estas são realidades que não adianta esconder.
Sujeito de adianta: esconder que (as realidades)
- Sujeito Coletivo: O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo no singular. Exemplos:
A multidão vociferava ameaças.
O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália.
Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro.
Um bloco de foliões animava o centro da cidade.
Se o coletivo vier seguido de substantivo plural que o especifique e anteceder ao verbo, este poderá ir
para o plural, quando se quer salientar não a ação do conjunto, mas a dos indivíduos, efetuando-se uma
concordância não gramatical, mas ideológica:
“Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulheres penetraram na caverna...” (Alexandre
Herculano)
“Uma grande vara de porcos que se afogaram de escantilhão no mar....” (Camilo Castelo Branco)
“Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam no ar.” (Machado de Assis)
“Havia na União um grupo de meninos que praticavam esse divertimento com uma pertinácia
admirável.” (Carlos Povina Cavalcânti)
- A maior parte de, grande número de, etc.: Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a
maior parte de, parte de, a maioria de, grande número de, etc., seguida de substantivo ou pronome no
plural, o verbo, quando posposto ao sujeito, pode ir para o singular ou para o plural, conforme se queira
efetuar uma concordância estritamente gramatical (com o coletivo singular) ou uma concordância
enfática, expressiva, com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito. Exemplos:
A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gilberto Freire)
“A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito juízo.” (Machado de Assis)
“A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato de carne e um prato de legumes.” (Ramalho
Ortigão)
“A maior parte dos nomes podem ser empregados em sentido definido ou em sentido indefinido.”
(Mário Barreto)
Quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimos exemplos, a concordância se efetua no
singular. Como se vê dos exemplos supracitados, as duas concordâncias são igualmente legítimas,
porque têm tradição na língua. Cabe a quem fala ou escreve escolher a que julgar mais adequada à
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situação. Pode-se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no plural, efetuando a concordância não com
a forma gramatical das palavras, mas com a ideia de pluralidade que elas encerram e sugerem à nossa
mente. Essa concordância ideológica é bem mais expressiva que a gramatical, como se pode perceber
relendo as frases citadas de Machado de Assis, Ramalho Ortigão, Ondina Ferreira e Aurélio Buarque de
Holanda, e cotejando-as com as dos autores que usaram o verbo no singular.
- Um e outro, nem um nem outro: O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concorda, de
preferência, no plural. Exemplos:
“Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...” (Hernâni Cidade)
“Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.” (Machado de Assis)
Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio.
“Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diálogo.” (Fernando Namora)
- Um ou outro: O verbo concorda no singular com o sujeito um ou outro:
“Respondi-lhe que um ou outro colar lhe ficava bem.” (Machado de Assis)
“Uma ou outra pode dar lugar a dissentimentos.” (Machado de Assis)
“Sempre tem um ou outro que vai dando um vintém.” (Raquel de Queirós)
- Um dos que, uma das que: Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome que vem
antecedido de um dos ou expressão análoga, o verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural:
“O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.” (Alexandre Herculano)
“A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós.” (Machado de Assis)
“Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos que viviam em Roma.” (Moacyr Scliar)
Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana.
Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelos escritores modernos. Todavia, não é prática
condenável fugir ao rigor da lógica gramatical e usar o verbo da oração adjetiva no singular (fazendo-o
concordar com a palavra um), quando se deseja destacar o indivíduo do grupo, dando-se a entender que
ele sobressaiu ou sobressai aos demais:
Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros.
“Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a originalidade e importância da literatura
brasileira.” (João Ribeiro)
Há gramáticas que condenam tal concordância. Por coerência, deveriam condenar também a
comumente aceita em construções anormais do tipo: Quais de vós sois isentos de culpa? Quantos de
nós somos completamente felizes? O verbo fica obrigatoriamente no singular quando se aplica apenas
ao indivíduo de que se fala, como no exemplo:
Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é o único empregado que não sabe ler.)
Ressalte-se, porém, que nesse caso é preferível construir a frase de outro modo:
Jairo é um empregado meu que não sabe ler.
Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler.
Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões em foco, o mais acertado é usar no plural o
verbo da oração adjetiva:
O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia.
Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz.
O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as secas.
Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar a crise.
Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que, nas orações adjetivas explicativas, nas quais o
pronome que é separado de seu antecedente por pausa e vírgula, a concordância é determinada pelo
sentido da frase:
Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi chamar o pai. (Só um menino estava
sentado.)
Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefatos, soltou um grito de protesto. (Todos os
cinco homens assistiam à cena.)
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- Mais de um: O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será de rigor se o verbo exprimir
reciprocidade, ou se o numeral for superior a um. Exemplos:
Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha.
Mais de um dos circunstantes se entreolharam com espanto.
Devem ter fugido mais de vinte presos.
- Quais de vós? Alguns de nós: Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos quais? quantos?
Ou um dos indefinidos alguns, muitos, poucos, etc., seguidos dos pronomes nós ou vós, o verbo
concordará, por atração, com estes últimos, ou, o que é mais lógico, na 3ª pessoa do plural:
“Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César Cerqueira)
“Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre Herculano)
“...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o passado?” (José de Alencar)
Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe.
Estando o pronome no singular (3ª pessoa) ficará o verbo:
Qual de vós testemunhou o fato?
Nenhuma de nós a conhece.
Nenhum de vós a viu?
Qual de nós falará primeiro?
- Pronomes quem, que, como sujeitos: O verbo concordará, em regra, na 3ª pessoa, com os
pronomes quem e que, em frases como estas:
Sou eu quem responde pelos meus atos.
Somos nós quem leva o prejuízo.
Eram elas quem fazia a limpeza da casa.
“Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins)
Todavia, a linguagem enfática justifica a concordância com o sujeito da oração principal:
“Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias)
“Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo Ramos)
“És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias)
“Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo Castelo Branco)
A concordância do verbo precedido do pronome relativo que far-se-á obrigatoriamente com o sujeito
do verbo (ser) da oração principal, em frases do tipo:
Sou eu que pago.
És tu que vens conosco?
Somos nós que cozinhamos.
Eram eles que mais reclamavam.
Em construções desse tipo, é lícito considerar o verbo ser e a palavra que como elementos expletivos
ou enfatizantes, portanto não necessários ao enunciado. Assim:
Sou eu que pago. (=Eu pago)
Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos)
Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a salvaram.)
Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste caso, tanto o verbo ser como o outro
devem concordar com o pronome ou substantivo que precede a palavra que.
- Concordância com os pronomes de tratamento: Os pronomes de tratamento exigem o verbo na
3ª pessoa, embora se refira à 2ª pessoa do discurso:
Vossa Excelência agiu com moderação.
Vossas Excelências não ficarão surdos à voz do povo.
“Espero que V.S.ª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco)
“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem o tempo e os vassalos.” (Rebelo da
Silva)
- Concordância com certos substantivos próprios no plural: Certos substantivos próprios de forma
plural, como Estados Unidos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural quando se
usam com o artigo; caso contrário, o verbo concorda no singular.
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“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (Eduardo Prado)
Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo.
“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões.
Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes.
Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo no singular, sobretudo com o verbo ser
seguido de predicativo no singular:
“As Férias de El-Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva)
“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por detrás do mago.” (Paulo Coelho)
“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso Luft)
A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica, porque se efetua não com a palavra
(Valkírias, Sertões, Férias de El-Rei), mas com a ideia por ela sugerida (obra ou livro). Ressalte-se, porém,
que é também correto usar o verbo no plural:
As Valkírias mostram claramente o homem...
“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e de protesto.” (Alfredo Bosi)
- Concordância do verbo passivo: Quando apassivado pelo pronome apassivador se, o verbo
concordará normalmente com o sujeito:
Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos.
Gastaram-se milhões, sem que se vissem resultados concretos.
“Correram-se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva)
“Aperfeiçoavam-se as aspas, cravavam-se pregos necessários à segurança dos postes...” (Camilo
Castelo Branco)
Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que não devem ser seguidos:
“Vendia-se seiscentos convites e aquilo ficava cheio.” (Ricardo Ramos)
“Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Braga)
Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder e dever, na voz passiva sintética, o
verbo auxiliar concordará com o sujeito. Exemplos:
Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locução verbal: podem cortar)
Devem-se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros) (sujeito: livros; locução verbal: devem-se ler)
“Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas memoráveis como a do fabuloso Aleixo Garcia.”
(Sérgio Buarque de Holanda)
“Em Santarém há poucas casas particulares que se possam dizer verdadeiramente antigas.” (Almeida
Garrett)
Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal a oração iniciada pelo infinitivo e, nesse caso,
não há locução verbal e o verbo auxiliar concordará no singular. Assim:
Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvores; predicado: não se pode)
Deve-se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado: deve-se)
Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher, tanto é lícito usar o verbo auxiliar no
singular como no plural. Portanto:
Não se podem (ou pode) cortar essas árvores.
Devem-se (ou deve-se) ler bons livros.
“Quando se joga, deve-se aceitar as regras.” (Ledo Ivo)
“Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de Assis)
- Verbos impessoais: Os verbos haver, fazer (na indicação do tempo), passar de (na indicação de
horas), chover e outros que exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como impessoais,
ficam na 3ª pessoa do singular:
“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato)
“Havia já dois anos que nós não nos víamos.” (Machado de Assis)
“Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco)
“Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal malvado...” (Camilo Castelo Branco)
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- Também fica invariável na 3ª pessoa do singular o verbo que forma locução com os verbos
impessoais haver ou fazer:
Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio.
Vai haver grandes festas.
Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não aceitar o cargo.
Começou a haver abusos na nova administração.
- O verbo chover, no sentido figurado (= cair ou sobrevir em grande quantidade), deixa de ser
impessoal e, portanto concordará com o sujeito:
Choviam pétalas de flores.
“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e diatribes.” (Carlos de Laet)
“Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de Andrade)
“E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.” (Raquel de Queirós)
- Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter, impessoal, por haver, existir. Nem faltam
exemplos em escritores modernos:
“No centro do pátio tem uma figueira velhíssima, com um banco embaixo.” (José Geraldo Vieira)
“Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Drummond de Andrade)
- Existir não é verbo impessoal. Portanto:
Nesta cidade existem (e não existe) bons médicos.
Não deviam (e não devia) existir crianças abandonadas.
- Concordância do verbo ser: O verbo de ligação ser concorda com o predicativo nos seguintes
casos:
- Quando o sujeito é um dos pronomes tudo, o, isto, isso, ou aquilo:
“Tudo eram hipóteses.” (Ledo Ivo)
“Tudo isto eram sintomas graves.” (Machado de Assis)
Na mocidade tudo são esperanças.
“Não, nem tudo são dessemelhanças e contrastes entre Brasil e Estados Unidos.” (Viana Moog)
A concordância com o sujeito, embora menos comum, é também lícita:
“Tudo é flores no presente.” (Gonçalves Dias)
“O que de mim posso oferecer-lhe é espinhos da minha coroa.” (Camilo Castelo Branco)
O verbo ser fica no singular quando o predicativo é formado de dois núcleos no singular:
“Tudo o mais é soledade e silêncio.” (Ferreira de Castro)
- Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o predicativo um substantivo plural:
“A cama são umas palhas.” (Camilo Castelo Branco)
“A causa eram os seus projetos.” (Machado de Assis)
“Vida de craque não são rosas.” (Raquel de Queirós)
Sua salvação foram aquelas ervas.
O sujeito sendo nome de pessoa, com ele concordará o verbo ser:
Emília é os encantos de sua avó.
Abílio era só problemas.
Dá-se também a concordância no singular com o sujeito que:
“Ergo-me hoje para escrever mais uma página neste Diário que breve será cinzas como eu.” (Camilo
Castelo Branco)
- Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido coletivo ou partitivo, e o predicativo um
substantivo no plural:
“A maioria eram rapazes.” (Aníbal Machado)
A maior parte eram famílias pobres.
O resto (ou o mais) são trastes velhos.
“A maior parte dessa multidão são mendigos.” (Eça de Queirós)
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- Quando o predicativo é um pronome pessoal ou um substantivo, e o sujeito não é pronome pessoal
reto:
“O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)
“Nas minhas terras o rei sou eu.” (Alexandre Herculano)
“O dono da fazenda serás tu.” (Said Ali)
“...mas a minha riqueza eras tu.” (Camilo Castelo Branco)
Mas: Eu não sou ele. Vós não sois eles. Tu não és ele.
- Quando o predicativo é o pronome demonstrativo o ou a palavra coisa:
Divertimentos é o que não lhe falta.
“Os bastidores é só o que me toca.” (Correia Garção)
“Mentiras, era o que me pediam, sempre mentiras.” (Fernando Namora)
“Os responsórios e os sinos é coisa importuna em Tibães.” (Camilo Castelo Branco)
- Nas locuções é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é mais que (ou do que), é menos que (ou do
que), etc., cujo sujeito exprime quantidade, preço, medida, etc.:
“Seis anos era muito.” (Camilo Castelo Branco)
Dois mil dólares é pouco.
Cinco mil dólares era quanto bastava para a viagem.
Doze metros de fio é demais.
- Na indicação das horas, datas e distância o verbo ser é impessoal (não tem sujeito) e concordará
com a expressão designativa de hora, data ou distância:
Era uma hora da tarde.
“Era hora e meia, foi pôr o chapéu.” (Eça de Queirós)
“Seriam seis e meia da tarde.” (Raquel de Queirós)
“Eram duas horas da tarde.” (Machado de Assis)
OBSERVAÇÕES:
- Pode-se, entretanto na linguagem espontânea, deixar o verbo no singular, concordando com a
ideia implícita de “dia”:
“Hoje é seis de março.” (J. Matoso Câmara Jr.) (Hoje é dia seis de março.)
“Hoje é dez de janeiro.” (Celso Luft)
- Estando a expressão que designa horas precedida da locução perto de, hesitam os escritores entre
o plural e o singular:
“Eram perto de oito horas.” (Machado de Assis)
“Era perto de duas horas quando saiu da janela.” (Machado de Assis)
“...era perto das cinco quando saí.” (Eça de Queirós)
- O verbo passar, referente a horas, fica na 3ª pessoa do singular, em frases como: Quando o trem
chegou, passava das sete horas.
- Locução de realce é que: O verbo ser permanece invariável na expressão expletiva ou de realce é
que:
Eu é que mantenho a ordem aqui. (= Sou eu que mantenho a ordem aqui.)
Nós é que trabalhávamos. (= Éramos nós que trabalhávamos)
As mães é que devem educá-los. (= São as mães que devem educá-los.)
Os astros é que os guiavam. (= Eram os astros que os guiavam.)
Da mesma forma se diz, com ênfase:
“Vocês são muito é atrevidos.” (Raquel de Queirós)
“Sentia era vontade de ir também sentar-me numa cadeira junto do palco.” (Graciliano Ramos)
“Por que era que ele usava chapéu sem aba?” (Graciliano Ramos)
Observação: O verbo ser é impessoal e invariável em construções enfáticas como:
Era aqui onde se açoitavam os escravos. (= Aqui se açoitavam os escravos.)
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Foi então que os dois se desentenderam. (= Então os dois se desentenderam.)
- Era uma vez: Por tradição, mantém-se invariável a expressão inicial de histórias era uma vez, ainda
quando seguida de substantivo plural: Era uma vez dois cavaleiros andantes.
- A não ser: É geralmente considerada locução invariável, equivalente a exceto, salvo, senão.
Exemplos:
Nada restou do edifício, a não ser escombros.
A não ser alguns pescadores, ninguém conhecia aquela praia.
“Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não ser bonecos sem pescoço...” (Carlos
Drummond de Andrade)
Mas não constitui erro usar o verbo ser no plural, fazendo-o concordar com o substantivo seguinte,
convertido em sujeito da oração infinitiva. Exemplos:
“As dissipações não produzem nada, a não serem dívidas e desgostos.” (Machado de Assis)
“A não serem os antigos companheiros de mocidade, ninguém o tratava pelo nome próprio.” (Álvaro
Lins)
“A não serem os críticos e eruditos, pouca gente manuseia hoje... aquela obra.” (Latino Coelho)
- Haja vista: A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Pode ser construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam-se)
Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)
Haja vista aos livros desse autor. (= olhe-se para, atente-se para os livros)
A primeira construção (que é a mais lógica) analisa-se deste modo.
Sujeito: os livros; verbo hajam (=tenham); objeto direto: vista.
A situação é preocupante; hajam vista os incidentes de sábado.
Seguida de substantivo (ou pronome) singular, a expressão, evidentemente, permanece invariável: A
situação é preocupante; haja vista o incidente de sábado.
- Bem haja. Mal haja: Bem haja e mal haja usam-se em frases optativas e imprecativas,
respectivamente. O verbo concordará normalmente com o sujeito, que vem sempre posposto:
“Bem haja Sua Majestade!” (Camilo Castelo Branco)
Bem hajam os promovedores dessa campanha!
“Mal hajam as desgraças da minha vida...” (Camilo Castelo Branco)
- Concordância dos verbos bater, dar e soar: Referindo-se às horas, os três verbos acima
concordam regularmente com o sujeito, que pode ser hora, horas (claro ou oculto), badaladas ou relógio:
“Nisto, deu três horas o relógio da botica.” (Camilo Castelo Branco)
“Bateram quatro da manhã em três torres há um tempo...” (Mário Barreto)
“Tinham batido quatro horas no cartório do tabelião Vaz Nunes.” (Machado de Assis)
“Deu uma e meia.” (Said Ali)
Passar, com referência à horas, no sentido de ser mais de, é verbo impessoal, por isso fica na 3ª
pessoa do singular: Quando chegamos ao aeroporto, passava das 16 horas; Vamos, já passa das oito
horas – disse ela ao filho.
- Concordância do verbo parecer: Em construções com o verbo parecer seguido de infinitivo, podese flexionar o verbo parecer ou o infinitivo que o acompanha:
As paredes pareciam estremecer. (construção corrente)
As paredes parecia estremecerem. (construção literária)
Análise da construção dois: parecia: oração principal; as paredes estremeceram: oração subordinada
substantiva subjetiva.
Outros exemplos:
“Nervos... que pareciam estourar no minuto seguinte.” (Fernando Namora)
“Referiu-me circunstâncias que parece justificarem o procedimento do soberano.” (Latino Coelho)
“As lágrimas e os soluços parecia não a deixarem prosseguir.” (Alexandre Herculano)
“...quando as estrelas, em ritmo moroso, parecia caminharem no céu.” (Graça Aranha)
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Usando-se a oração desenvolvida, parecer concordará no singular:
“Mesmo os doentes parece que são mais felizes.” (Cecília Meireles)
“Outros, de aparência acabadiça, parecia que não podiam com a enxada.” (José Américo)
“As notícias parece que têm asas.” (Oto Lara Resende) (Isto é: Parece que as notícias têm asas.)
Essa dualidade de sintaxe verifica-se também com o verbo ver na voz passiva: “Viam-se entrar
mulheres e crianças.” Ou “Via-se entrarem mulheres e crianças.”
- Concordância com o sujeito oracional: O verbo cujo sujeito é uma oração concorda
obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular:
Parecia / que os dois homens estavam bêbedos.
Verbo
sujeito (oração subjetiva)
Faltava / dar os últimos retoques.
Verbo
sujeito (oração subjetiva)
Outros exemplos, com o sujeito oracional em destaque:
Não me interessa ouvir essas parlendas.
Anotei os livros que faltava adquirir. (faltava adquirir os livros)
Esses fatos, importa (ou convém) não esquecê-los.
São viáveis as reformas que se intenta implantar?
- Concordância com sujeito indeterminado: O pronome se pode funcionar como índice de
indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular.
Exemplos;
Em casa, fica-se mais à vontade.
Detesta-se (e não detestam-se) aos indivíduos falsos.
Acabe-se de vez com esses abusos!
Para ir de São Paulo a Curitiba, levava-se doze horas.
- Concordância com os numerais milhão, bilhão e trilhão: Estes substantivos numéricos, quando
seguidos de substantivo no plural, levam, de preferência, o verbo ao plural. Exemplos:
Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão.
São gastos ainda um milhão de dólares por ano para a manutenção de cada Ciep.
Meio milhão de refugiados se aproximam da fronteira do Irã.
Meio milhão de pessoas foram às ruas para reverenciar os mártires da resistência.
Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos. Por isso, devem concordar no masculino os
artigos, numerais e pronomes que os precedem: os dois milhões de pessoas; os três milhares de
plantas; alguns milhares de telhas; esses bilhões de criaturas, etc.
Se o sujeito da oração for milhões, o particípio ou o adjetivo podem concordar, no masculino, com
milhões, ou, por atração, no feminino, com o substantivo feminino plural: Dois milhões de sacas de soja
estão ali armazenados (ou armazenadas) no próximo ano. Foram colhidos três milhões de sacas de
trigo. Os dois milhões de árvores plantadas estão altas e bonitas.
- Concordância com numerais fracionários: De regra, a concordância do verbo efetua-se com o
numerador. Exemplos:
“Mais ou menos um terço dos guerrilheiros ficou atocaiado perto...” (Autran Dourado)
“Um quinto dos bens cabe ao menino.” (José Gualda Dantas)
Dois terços da população vivem da agricultura.
Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural, quando o número fracionário, seguido de
substantivo no plural, tem o numerador 1, como nos exemplos:
Um terço das mortes violentas no campo acontecem no sul do Pará.
Um quinto dos homens eram de cor escura.
- Concordância com percentuais: O verbo deve concordar com o número expresso na porcentagem:
Só 1% dos eleitores se absteve de votar.
Só 2% dos eleitores se abstiveram de votar.
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Foram destruídos 20% da mata.
“Cerca de 40% do território ficam abaixo de 200 metros.” (Antônio Hauaiss)
Em casos como o da última frase, a concordância efetua-se, pela lógica, no feminino (oitenta e duas
entre cem mulheres), ou, seguindo o uso geral, no masculino, por se considerar a porcentagem um
conjunto numérico invariável em gênero.
- Concordância com o pronome nós subentendido: O verbo concorda com o pronome
subentendido nós em frases do tipo:
Todos estávamos preocupados. (= Todos nós estávamos preocupados.)
Os dois vivíamos felizes. (=Nós dois vivíamos felizes.)
“Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos Drummond de Andrade)
- Não restam senão ruínas: Em frases negativas em que senão equivale a mais que, a não ser, e
vem seguido de substantivo no plural, costuma-se usar o verbo no plural, fazendo-o concordar com o
sujeito oculto outras coisas. Exemplos:
Do antigo templo grego não restam senão ruínas. (Isto é: não restam outras coisas senão ruínas.)
Da velha casa não sobraram senão escombros.
“Para os lados do sul e poente, não se viam senão edifícios queimados.” (Alexandre Herculano)
“Por toda a parte não se ouviam senão gemidos ou clamores.” (Rebelo da Silva)
Segundo alguns autores, pode-se, em tais frases, efetuar a concordância do verbo no singular com o
sujeito subentendido nada:
Do antigo templo grego não resta senão ruínas. (Ou seja: não resta nada, senão ruínas.)
Ali não se via senão (ou mais que) escombros.
As duas interpretações são boas, mas só a primeira tem tradição na língua.
- Concordância com formas gramaticais: Palavras no plural com sentido gramatical e função de
sujeito exigem o verbo no singular:
“Elas” é um pronome pessoal. (= A palavra elas é um pronome pessoal.)
Na placa estava “veiculos”, sem acento.
“Contudo, mercadores não tem a força de vendilhões.” (Machado de Assis)
- Mais de, menos de: O verbo concorda com o substantivo que se segue a essas expressões:
Mais de cem pessoas perderam suas casas, na enchente.
Sobrou mais de uma cesta de pães.
Gastaram-se menos de dois galões de tinta.
Menos de dez homens fariam a colheita das uvas.
Questões
01. (TRF – 3ª Região – Analista Judiciário-Área Administrativa – FCC/2016) A respeito da
concordância verbal, é correto afirmar:
a) Em "A aquisição de novas obras devem trazer benefícios a todos os frequentadores", a concordância
está correta por se tratar de expressão partitiva.
b) Em "Existe atualmente, no Brasil, cerca de 60 museus", a concordância está correta, uma vez que
o núcleo do sujeito é "cerca".
c) Na frase "Hão de se garantir as condições necessárias à conservação das obras de arte", o verbo
"haver" deveria estar no singular, uma vez que é impessoal.
d) Em "Acredita-se que 25% da população frequentem ambientes culturais", a concordância está
correta, uma vez que a porcentagem é o núcleo do segmento nominal.
e) Na frase "A maioria das pessoas não frequentam o museu", o verbo encontra-se no plural por
concordar com "pessoas", ainda que pudesse, no singular, concordar com "maioria".
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02. (TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal –
FCC/2016)
Revolução
Notícias de homens processados nos Estados Unidos por assédio sexual quando só o que fizeram foi
uma gracinha ou um gesto são vistas aqui como muito escândalo por pouca coisa e mais uma prova da
hipocrisia americana em matéria de sexo. A hipocrisia existe, mas o aparente exagero tem a ver com a
luta da mulher americana para mudar um quadro de pressupostos e tabus tão machistas lá quanto em
qualquer país latino, e que só nos parece exagerada porque ainda não chegou aqui com a mesma força.
As mulheres americanas não estão mais para brincadeira, em nenhum sentido.
A definição de estupro é a grande questão atual. Discute-se, por exemplo, o que chamam de date rape,
que não é o ataque sexual de um estranho ou sexo à força, mas o programa entre namorados ou
conhecidos que acaba em sexo com o consentimento relutante da mulher. Ou seja, sedução também
pode ser estupro. Isso não é apenas uma novidade, é uma revolução. O homem que se criou convencido
de que a mulher resiste apenas para não parecer “fácil" não está preparado para aceitar que a insistência,
a promessa e a chantagem sentimental ou profissional são etapas numa escalada em que o uso da força,
se tudo o mais falhar, está implícito. E que muitas vezes ele está estuprando quem pensava estar
convencionalmente conquistando. No dia em que o homem brasileiro aceitar isso, a revolução estará feita
e só teremos de dar graças a Deus por ela não ser retroativa.
A verdadeira questão para as mulheres americanas é que o homem pode recorrer a tudo na sociedade
− desde a moral dominante até as estruturas corporativas e de poder − para seduzi-las, que toda essa
civilização é no fundo um álibi montado para o estupro, e que elas só contam com um “não" desacreditado
para se defender. Estão certas.
(VERISSIMO, Luis Fernando. Sexo na cabeça. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 143)
As exigências quanto à concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:
a) A muitos poderá parecer um excesso as lutas travadas pelas mulheres americanas contra a prática
de graves atitudes machistas.
b) Acaba por se constituir numa grande hipocrisia as atitudes de quem se diz reger por determinada
moral e pratica outra, inteiramente diversa.
c) É comum que aos homens ocorra estar no exercício de um direito quando, em suas práticas
amorosas, impõem às mulheres o que as humilha e as desonra.
d) Couberam às mulheres americanas, cansadas de se submeterem aos machistas, travar duras lutas
contra o assédio sexual e outras práticas que as vitimam.
e) A maioria dos homens não costuma levar a sério o “não” que, saindo das bocas das namoradas,
ressoam como se fosse tão somente uma fingida evasiva.
03. (MPE-SP – Oficial de Promotoria I – VUNESP/2016)
Fora do jogo
Quando a economia muda de direção, há variáveis que logo se alteram, como o tamanho das jornadas
de trabalho e o pagamento de horas extras, e outras que respondem de forma mais lenta, como o
emprego e o mercado de crédito. Tendências negativas nesses últimos indicadores, por isso mesmo,
costumam ser duradouras.
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito,
que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Segundo a entidade, havia, em outubro, 59 milhões de consumidores impedidos de obter novos
créditos por não estarem em dia com suas obrigações. Trata-se de alta de 1,8 milhão em dois meses.
Causa consternação conhecer a principal razão citada pelos consumidores para deixar de pagar as
dívidas: a perda de emprego, que tem forte correlação com a capacidade de pagamento das famílias.
Até há pouco, as empresas evitavam demitir, pois tendem a perder investimentos em treinamento e
incorrer em custos trabalhistas. Dado o colapso da atividade econômica, porém, jogaram a toalha.
O impacto negativo da disponibilidade de crédito é imediato. O indivíduo não só perde a capacidade
de pagamento mas também enfrenta grande dificuldade para obter novos recursos, pois não possui
carteira de trabalho assinada.
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Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão, que se soma às muitas evidências de reversão de
padrões positivos da última década – o aumento da informalidade, o retorno de jovens ao mercado de
trabalho e a alta do desemprego.
(Folha de S.Paulo, 08.12.2015. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.
a) A mudança de direção da economia fazem com que se altere o tamanho das jornadas de trabalho,
por exemplo.
b) Existe indivíduos que, sem carteira de trabalho assinada, enfrentam grande dificuldade para obter
novos recursos.
c) Os investimentos realizados e os custos trabalhistas fizeram com que muitas empresas optassem
por manter seus funcionários.
d) São as dívidas que faz com que grande número dos consumidores não estejam em dia com suas
obrigações.
e) Dados recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito mostra que 59 milhões de
consumidores não pode obter novos créditos.
04. (CONFERE – Assistente Administrativo VII – INSTITUTO CIDADES/2016)
AQUECIMENTO GLOBAL (com adaptações)
Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as
mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e
com efeitos devastadores como tem ocorrido nos últimos anos.
A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil
(principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam
mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode
ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os
cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes
acontecimentos.
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do
aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis
(gasolina, diesel, etc.), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e
monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito
estufa. Este fenômeno ocorre, pois estes gases absorvem grande parte da radiação infravermelha emitida
pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios
do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão
do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais
evidente nas grandes cidades, já se verificam suas consequências em nível global.
(...)
O protocolo de Kioto é um acordo internacional que visa à redução da emissão dos poluentes que
aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que
ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que
mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o
desenvolvimento industrial do país.
(...)
(http://www.suapesquisa.com/geografia/aquecimento_global.htm)
Marque a opção em que há total observância às regras de concordância verbal:
a) “Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função”
b) “Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores”
c) “O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo”
d) “Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo”
05. (COPEL – Contador Júnior - NC-UFPR/2016) Assinale a alternativa em que os verbos
sublinhados estão corretamente flexionados quanto à concordância verbal
a) A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou recentemente a nova edição do relatório Smokefree movies (Filmes sem cigarro), em que recomenda que os filmes que exibem imagens de pessoas
fumando deveria receber classificação indicativa para adultos.
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b) Pesquisas mostram que os filmes produzidos em seis países europeus, que alcançaram bilheterias
elevadas (incluindo alemães, ingleses e italianos), continha cenas de pessoas fumando em filmes
classificados para menores de 18 anos.
c) Para ela, a indústria do tabaco está usando a “telona” como uma espécie de última fronteira para
anúncios, mensagens subliminares e patrocínios, já que uma série de medidas em diversos países
passou a restringir a publicidade do tabaco.
d) E 90% dos filmes argentinos também exibiu imagens de fumo em filmes para jovens.
e) Os especialistas da organização citam estudos que mostram que quatro em cada dez crianças
começa a fumar depois de ver atores famosos dando suas “pitadas” nos filmes.
Respostas
01. Resposta E
Aqui temos um caso de coletivo partitivo, ou seja, quando o sujeito é um coletivo ou
partitivo (exército, alcateia, rebanho, a maior parte de, a maioria dos etc.) seguido de complemento
plural, a concordância verbal pode ser feita com o verbo no singular (concordando com o núcleo do
coletivo partitivo) ou no plural (concordando com o complemento). ex: A maioria dos viciados não
consegue/conseguem libertar-se da dependência.
02. Resposta C
A (INCORRETO): A muitos poderá (PODERÃO) parecer um excesso as lutas travadas pelas
mulheres americanas contra a prática de graves atitudes machistas.
B (INCORRETO): Acaba (ACABAM) por se constituir numa grande hipocrisia as atitudes de quem
se diz reger por determinada moral e pratica outra, inteiramente diversa.
C (GABARITO): É comum que aos homens ocorra estar no exercício de um direito quando, em
suas práticas amorosas, impõem às mulheres o que as humilha e as desonra.
D (INCORRETA): Couberam (COUBE) às mulheres americanas, cansadas de se submeterem aos
machistas, travar duras lutas contra o assédio sexual e outras práticas que as vitimam.
E (INCORRETA): A maioria dos homens não costuma levar a sério o “não” que, saindo das bocas
das namoradas, ressoam (RESSOA) como se fosse tão somente uma fingida evasiva.
03. Resposta C
A) A mudança de direção da economia FAZ com que se altere o tamanho das jornadas de trabalho,
por exemplo.
B) EXISTEM indivíduos que, sem carteira de trabalho assinada, enfrentam grande dificuldade para
obter novos recursos.
D) São as dívidas que FAZEM com que grande número dos consumidores não estejam em dia com
suas obrigações.
E) Dados recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito MOSTRAM que 59 milhões de
consumidores não pode obter novos créditos.
04. Resposta A
b) “Nunca se VIRAM mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores” (Mudanças são vistas)
c) “O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colaboram para este processo”
d) “Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não ACEITARAM o
acordo” (OS ESTADOS UNIDOS).
Com artigo no singular ou SEM ARTIGO > SINGULAR.
EX: Minas Gerais é um lindo estado!
Com artigo plural, o verbo fica no plural:
EX: Os Estados Unidos aceitaram o acordo.
05. Resposta C
a) A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou recentemente a nova edição do relatório Smokefree movies (Filmes sem cigarro), em que recomenda que os filmes que exibem imagens de pessoas
fumando deveriam receber classificação indicativa para adultos.
b) Pesquisas mostram que os filmes produzidos em seis países europeus, que alcançaram
bilheterias elevadas (incluindo alemães, ingleses e italianos), continham cenas de pessoas fumando em
filmes classificados para menores de 18 anos.
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c) Para ela, a indústria do tabaco está usando a “telona” como uma espécie de última fronteira para
anúncios, mensagens subliminares e patrocínios, já que uma série de medidas em diversos
países passou a restringir a publicidade do tabaco.
d) E 90% dos filmes argentinos também exibiram imagens de fumo em filmes para jovens.
e) Os especialistas da organização citam estudos que mostram que quatro em cada dez
crianças começam a fumar depois de ver atores famosos dando suas “pitadas” nos filmes.
5.6 Regência verbal e nominal.
Regência Nominal e Verbal
Regência Nominal
Regência nominal é a relação de dependência que se estabelece entre o nome (substantivo, adjetivo
ou advérbio) e o termo por ele regido. Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência. Na
regência nominal o principal papel é desempenhado pela preposição.
No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos,
conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela
preposição "a".
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem.
Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo
cuja regência você conhece.
Acessível
Acesso
Acostumado
Adaptado
Afável
Aflito
Agradável
Alheio
Aliado
Alusão
Amor
Antipatia
Apto
Aversão
A
A
PARA
A
COM
A
COM
PARA COM
COM
POR
A
DE
A
DE
A
COM
A
A
POR
A
POR
A
PARA
A
POR
.
Este cargo não é acessível a todos
O acesso para a região ficou impossível
Todos estavam acostumados a ouví-lo
Foi difícil adaptar-me a esse clima
Tinha um jeito afável para com os turistas
Ficaram aflitos com o resultado do teste
Sua saída não foi agradável à equipe
Estavam alheios às críticas
O rústico aliado com o moderno
O professor fez alusão à prova final
Ele demonstrava grande amor à namorada
Sentia antipatia por ela
Estava apto para ocupar o cargo
Sempre tive aversão à política
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Certeza
DE
EM
A certeza de encontrá-lo novamente a animou
Coerente
COM
O projeto está coerente com a proposta
Compatível
COM
Essa nova versão é compatível com meu aparelho
Equivalente
A
Um quilo equivale a mil gramas
Favorável
A
Sou favorável à sua candidatura
Gosto
DE
EM
Tenho muito gosto em participar desta brincadeira
Grato
A
Grata a todos que me ensinaram a ensinar
Horror
Necessárío
A
DE
A
PARA
Tinha horror a quiabo refogado
A medida foi necessária para acabar com tanta dúvida
Passível
DE
As regras são passíveis de mudanças
Preferível
A
Tudo era preferível à sua queixa
Próximo
A
DE
Os vencedores estavam próximos dos fãs
Residente
EM
Eles residem em minha cidade
Respeito
Satisfeito
A
COM
DE
ENTRE
PARA COM
POR
COM
DE
EM
POR
É necessário o respeito às leis
Ficaram satisfeitos com o desempenho do jogador
Semelhante
A
Essa questão é semelhante à outra
Sensível
A
Pessoas que sofrem com insônia podem ser mais
sensíveis à dor
Situado
EM
Minha casa está situada na Avenida Internacional
Suspeito
DE
O suspeito do furto foi preso
Útil
A
PARA
Esse livro é útil para os estudos
Vazio
DE
Minha vida está vazia de sonhos
Questões
01. (CODEBA – Analista Portuário – Administrador – FGV/2016)
Texto II
Relatórios
Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de perfil bem específico. Os relatórios de
inquérito, por exemplo, são lidos pelas pessoas diretamente envolvidas na investigação de que tratam.
Um relatório de inquérito criminal terá como leitores preferenciais delegados, advogados, juízes e
promotores.
Autores de relatórios que têm leitores definidos podem pressupor que compartilham com seus leitores
um conhecimento geral sobre a questão abordada. Nesse sentido, podem fazer um texto que focalize
aspectos específicos sem terem a necessidade de apresentar informações prévias.
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Isso não acontece com relatórios de circulação mais ampla. Nesse caso, os autores do relatório devem
levar em consideração o fato de terem como interlocutores pessoas que se interessam pelo assunto
abordado, mas não têm qualquer conhecimento sobre ele. No momento de elaborar o relatório, será
preciso levar esse fato em consideração e introduzir, no texto, todas as informações necessárias para
garantir que os leitores possam acompanhar os dados apresentados, a análise feita e a conclusão
decorrente dessa análise.
“Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de perfil bem específico".
No caso desse segmento do texto, a preposição a é de uso gramatical, pois é exigida pela regência
do verbo dirigir.
Assinale a opção que indica a frase em que a preposição “a" introduz um adjunto e não um
complemento.
a) O Brasil dá Deus a quem não tem nozes, dentes etc.
b) É preciso passar o Brasil a limpo.
c) Um memorando serve não para informar a quem o lê, mas para proteger quem o escreve.
d) Quem é burro pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue.
e) O desenvolvimento é uma receita dos economistas para promover os miseráveis a pobres – e, às
vezes, vice-versa.
02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......simpatia.
(A) a, por, menos
(B) do que, por, menos
(C) a, para, menos
(D) do que, com, menos
(E) do que, para, menos
03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser seguidos pela mesma preposição:
(A) ávido, bom, inconsequente
(B) indigno, odioso, perito
(C) leal, limpo, oneroso
(D) orgulhoso, rico, sedento
(E) oposto, pálido, sábio
04. "As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir Aracaju,........coração bate de noite, no
silêncio". A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:
(A) as quais, de cujo
(B) a que, no qual
(C) de que, o qual
(D) às quais, cujo
(E) que, em cujo
05. (Prefeitura de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala - FEPESE/2016)
A linguagem poética
Em relação à prosa comum, o poema se define de certas restrições e de certas liberdades.
Frequentemente se confunde a poesia com o verso. Na sua origem, o verso tem uma função
mneumotécnica (= técnica de memorizar); os textos narrativos, líricos e mesmo históricos e didáticos
eram comunicados oralmente, e os versos – repetição de um mesmo número de sílabas ou de um número
fixo de acentos tônicos e eventualmente repetição de uma mesma sonoridade (rima) – facilitavam a
memorização. Mais tarde o verso se tornou um meio de enfeitar o discurso, meio que se desvalorizou
pouco a pouco: a poesia contemporânea é rimada, mas raramente versificada. Na verdade o valor poético
do verso decorre de suas relações com o ritmo, com a sintaxe, com as sonoridades, com o sentido das
palavras. O poema é um todo.
(…)
Os poetas enfraquecem a sintaxe, fazendo-a ajustar-se às exigências do verso e da expressão poética.
Sem se permitir verdadeiras incorreções gramaticais, eles se permitem “licenças poéticas".
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Além disso, eles trabalham o sentido das palavras em direções contrárias: seja dando a certos termos
uma extensão ou uma indeterminação inusitadas; seja utilizando sentidos raros, em desuso ou novos;
seja criando novas palavras.
Tais liberdades aparecem mais particularmente na utilização de imagens. Assim, Jean Cohen, ao
estudar o processo de fabricação das comparações poéticas, observa que a linguagem corrente faz
espontaneamente apelo a comparações “razoáveis" (pertinentes) do tipo “a terra é redonda como uma
laranja" (a redondeza é efetivamente uma qualidade comum à terra e a uma laranja), ao passo que a
linguagem poética fabrica comparações inusitadas tais como: “Belo como a coisa nova/Na prateleira até
então vazia" (João Cabral de Melo Neto). Ou, então estranhas como: “A terra é azul como uma laranja"
(Paul Éluard).
Francis Vanoye
Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal.
a) Chamaram Jean de poeta.
b) “Não obedeço a rima das estrofes”, disse o poeta.
c) Todos os escritores preferem o elogio do que a crítica
d) Passou no cinema o filme sobre aquele poeta que gosto muito.
e) Eu me lembrei os dias da leitura de poesia na escola.
06. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas.
I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família.
II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro.
III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde.
IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou.
(A) II, III, IV
(B) I, II, III
(C) I, III, IV
(D) I, III
(E) I, II
07. Assinale o item em que há erro quanto à regência:
(A) São essas as atitudes de que discordo.
(B) Há muito já lhe perdoei.
(C) Ele foi acusadso por roubar aquela maleta.
(D) Costumo obedecer a preceitos éticos.
(E) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.
08. Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência nominal correta. Assinale-a:
(A) Ele não é digno a ser seu amigo.
(B) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.
(C) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição.
(D) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.
(E) A equipe foi favorável por sua candidatura.
Respostas
01. Resposta B
a) O Brasil dá Deus a quem não tem nozes, dentes etc. COMPLMENTA O VERO
b) É preciso passar o Brasil a limpo. NÃO COMPLEMENTA O VERBO . É O GABARITO.
c) Um memorando serve não para informar a quem o lê, mas para proteger quem o
escreve.COMPLEMENTA
O
VERBO
d) Quem é burro pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue.COMPLEMENTA O VERBO
e) O desenvolvimento é uma receita dos economistas para promover os miseráveis a pobres – e, às
vezes, vice-versa. COMPLEMENTA O VERBO
02. Resposta A
O verbo preferir é acompanhado pela preposição “A”.
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03. Resposta D
Orgulhoso por
Rico por
Sedento por
04. Resposta D
“Às quais” retoma o termo “as mulheres”.
“Cujo” – pronome utilizado no sentido de posse, fazendo referência ao termo antecedente e ao
substantivo subsequente.
05. Resposta A
a) Chamaram Jean de poeta. Correto.
b) "Não obedeço a rima das estrofes”, disse o poeta. Não obedeço à rima.
c) Todos os escritores preferem o elogio do que a crítica. Preferem o elogio à crítica.
d) Passou no cinema o filme sobre aquele poeta que gosto muito. Poeta de que gosto muito.
e) Eu me lembrei os dias da leitura de poesia na escola. Eu me lembrei dos dias OU eu lembrei os
dias.
06. Resposta A
Frase incorreta: I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda
uma família.
Correção: I. Visando apenas Aos seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma
família.
07. Resposta C
Correção: Ele foi acusado de roubar aquela maleta.
08. Resposta C
Alternativa A: digno DE
Alternativa B: baseado EM/SOBRE
Alternativa D: especialista EM
Alternativa E: favorável A
Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da
regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada
de uma preposição.
A mãe agrada o filho. (agradar significa acariciar, contentar)
A mãe agrada ao filho. (agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer)
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da
regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido
do que se está sendo dito.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim
utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui,
no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência
coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
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Abdicar: renunciar ao poder, a um cargo, título desistir. Pode ser intransitivo (VI - não exige
complemento) / transitivo direto (TD) ou transitivo indireto (TI + preposição): D. Pedro abdicou em 1831.
(VI); A vencedora abdicou o seu direto de rainha. (VTD); Nunca abdicarei de meus direitos. (VTI)
Abraçar: emprega-se sem preposição no sentido de apertar nos braços: A mãe abraçou-a com
ternura. (VTD); Abraçou-se a mim, chorando. (VTI)
Agradar: emprega-se com preposição no sentido de contentar, satisfazer.(VTI): A banda Legião
Urbana agrada aos jovens. (VTI); Emprega-se sem preposição no sentido de acariciar, mimar: Márcio
agradou a esposa com um lindo presente. (VTD)
Ajudar: emprega-se sem preposição; objeto direto de pessoa: Eu ajudava-a no serviço de casa. (VTD)
Aludir: (=fazer alusão, referir-se a alguém), emprega-se com preposição: Na conversa aludiu
vagamente ao seu novo projeto. (VTI)
Ansiar: emprega-se sem preposição no sentido de causar mal-estar, angustiar: A emoção
ansiava-me. (VTD); Emprega-se com preposição no sentido de desejar ardentemente por: Ansiava por
vê-lo novamente. (VTI)
Aspirar: emprega-se sem preposição no sentido de respirar, cheirar: Aspiramos um ar excelente, no
campo. (VTD) Emprega-se com preposição no sentido de querer muito, ter por objetivo: Gincizinho
aspira ao cargo de diretor da Penitenciária. (VTI)
Assistir: emprega-se com preposição no sentido de ver, presenciar: Todos assistíamos à novela
Almas Gêmeas. (VTI) Nesse caso, o verbo não aceita o pronome lhe, mas apenas os pronomes pessoais
retos + preposição: O filme é ótimo. Todos querem assistir a ele. (VTI). Emprega-se sem / com preposição
no sentido de socorrer, ajudar: A professora sempre assiste os alunos com carinho. (VTD); A professora
sempre assiste aos alunos com carinho. (VTI). Emprega-se com preposição no sentido de caber, ter
direito ou razão: O direito de se defender assiste a todos. (VTI). No sentido de morar, residir é intransitivo
e exige a preposição em: Assiste em Manaus por muito tempo. (VI).
Atender: empregado sem preposição no sentido de receber alguém com atenção: O médico atendeu
o cliente pacientemente. (VTD). No sentido de ouvir, conceder: Deus atendeu minhas preces. (VTD);
Atenderemos quaisquer pedido via internet. Emprega-se com preposição no sentido de dar atenção a
alguém: Lamento não poder atender à solicitação de recursos. (VTI). Emprega-se com preposição no
sentido de ouvir com atenção o que alguém diz: Atenda ao telefone, por favor; Atenda o telefone.
(preferência brasileira).
Avisar: avisar alguém de alguma coisa: O chefe avisou os funcionários de que os documentos
estavam prontos. (VTD); Avisaremos os clientes da mudança de endereço. (VTD). Já tem tradição na
língua o uso de avisar como OI de pessoa e OD de coisa; Avisamos aos clientes que vamos atendê-los
em novo endereço.
Bater: emprega-se com preposição no sentido de dar pancadas em alguém: Os irmãos batiam nele
(ou batiam-lhe) à toa; Nervoso, entrou em casa e bateu a porta; (fechou com força); Foi logo batendo à
porta; (bater junto à porta, para alguém abrir); Para que ele pudesse ouvir, era preciso bater na porta de
seu quarto; (dar pancadas).
Casar: Marina casou cedo e pobre. (VI não exige complemento). Você é realmente digno de casar
com minha filha. (VTI com preposição). Ela casou antes dos vinte anos. (VTD sem preposição). O verbo
casar pode vir acompanhado de pronome reflexivo: Ela casou com o seu grande amor; ou Ela casou-se
com seu grande amor.
Chamar: emprega-se sem preposição no sentido de convocar; O juiz chamou o réu à sua presença.
(VTD). Emprega-se com ou sem preposição no sentido de denominar, apelidar, construido com objeto
+ predicativo: Chamou-o covarde. (VTD) / Chamou-o de covarde. (VID); Chamou-lhe covarde. (VTI) /
Chamou-lhe de covarde. (VTI); Chamava por Deus nos momentos dificeis. (VTI).
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Chegar: o verbo chegar exige a preposição a quando indica lugar: Chegou ao aeroporto meio
apressada. Como transitivo direto (VTD) e intransitivo (VI) no sentido de aproximar; Cheguei-me a ele.
Contentar-se: emprega-se com as preposições com, de, em: Contentam-se com migalhas. (VTI);
Contento-me em aplaudir daqui.
Custar: é transitivo direto no sentido de ter valor de, ser caro. Este computador custa muito caro.
(VTD). No sentido de ser difícil é TI. É conjugado como verbo reflexivo, na 3ª pessoa do singular, e seu
sujeito é uma oração reduzida de infinitivo: Custou-me pegar um táxi; O carro custou-me todas as
economias. É transitivo direto e indireto (TDI) no sentido de acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas
amargas. (VTDI).
Ensinar: é intransitivo no sentido de doutrinar, pregar: Minha mãe ensina na FAI. (VTI). É transitivo
direto no sentido de educar: Nem todos ensinam as crianças. (VTD). É transitivo direto e indireto no
sentido de dar ínstrução sobre: Ensino os exercícios mais dificeis aos meus alunos. (VTDI).
Entreter: empregado como divertir-se exige as preposições: a, com, em: Entretínhamo-nos em
recordar o passado.
Esquecer / Lembrar: estes verbos admitem as construções: Esqueci o endereço dele; Lembrei um
caso interessante; Esqueci-me do endereço dele; Lembrei-me de um caso interessante. Esqueceu- me
seu endereço; Lembra-me um caso interessante. Você pode observar que no 1º exemplo tanto o verbo
esquecer como lembrar, não são pronominais, isto é, não exigem os pronomes me, se, lhe, são transitivos
diretos (TD). Nos outros exemplos, ambos os verbos, esquecer e lembrar, exigem o pronome e a
preposição de; são transitivos indiretos e pronominais. No exemplo o verbo esquecer está empregado
no sentido de apagar da memória e o verbo lembrar está empregado no sentido de vir à memória. Na
língua culta, os verbos esquecer e lembrar quando usados com a preposição de, exigem os pronomes.
Implicar: emprega-se com preposição no sentido de ter implicância com alguém: Nunca implico
com meus alunos. (VTI). Emprega-se sem preposição no sentido de acarretar, envolver: A queda do
dólar implica corrida ao over. (VTD); O desestímulo ao álcool combustível implica uma volta ao passado.
(VTD). Emprega-se sem preposição no sentido de embaraçar, comprometer: O vizinho implicou-o
naquele caso de estupro. (VTD). É inadequada a regência do verbo implicar em: - Implicou em confusão.
Informar: o verbo informar possui duas construções, VTD e VTI: Informei-o que sua aposentaria saiu.
(VTD); Informei-lhe que sua aposentaria saiu. (VTI); Informou-se das mudanças logo cedo. (inteirar-se,
verbo pronominal)
Investir: emprega-se com preposição (com ou contra) no sentido de atacar, é TI: O touro Bandido
investiu contra Tião. Empregado como verbo transitivo direto e índireto, no sentido de dar posse: O
prefeito investiu Renata no cargo de assessora. (VTDI). Emprega-se sem preposição no sentido também
de empregar dinheiro, é TD: Nós investimos parte dos lucros em pesquisas científicas. (VTD).
Morar: antes de substantivo rua, avenida, usa-se morar com a preposição em: D. Marina Falcão mora
na Rua Dorival de Barros.
Namorar: a regência correta deste verbo é namorar alguém e NÃO namorar com alguém: Meu filho,
Paulo César, namora Cristiane. Marcelo namora Raquel.
Necessitar: emprega-se com verbo transitivo direto ou indireto, no sentido de precisar:
Necessitávamos o seu apoio; Necessitávamos de seu apoio. (VTDI).
Obedecer / Desobedecer: emprega-se com verbo transitivo direto e indireto no sentido de cumprir
ordens: Obedecia às irmãs e irmãos; Não desobedecia às leis de trânsito.
Pagar: emprega-se sem preposição no sentido de saldar coisa, é VTI: Cida pagou o pão; Paguei a
costura. Emprega-se com preposição no sentido de remunerar pessoa, é VTI: Cida pagou ao padeiro;
Paguei à costureira. Emprega-se como verbo transitivo direto e indireto, pagar alguma coisa a alguém:
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Cida pagou a carne ao açougueiro. Por alguma coisa: Quanto pagou pelo carro? Sem complemento:
Assistiu aos jogos sem pagar.
Pedir: somente se usa pedir para, quando, entre pedir e o para, puder colocar a palavra licença.
Caso contrário, díz-se pedir que; A secretária pediu para sair mais cedo. (pediu licença); A direção pediu
que todos os funcionários comparecessem à reunião.
Perdoar: emprega-se sem preposição no sentido de perdoar coisa, é TD: Devemos perdoar as
ofensas. (VTD). Emprega-se com preposição no sentido de conceder o perdão à pessoa, é TI: Perdoemos
aos nossos inimigos. (VTI). Emprega-se como verbo transitivo direto e indireto no sentido de ter
necessidade: A mãe perdoou ao filho a mentira. (VTDI). Admite voz passiva: Todos serão perdoados
pelos pais.
Permitir: empregado com preposição, exige objeto indireto de pessoa: O médico permitiu ao paciente
que falasse. (VTI). Constrói-se com o pronome lhe e não o: O assistente permitiu-lhe que entrasse. Não
se usa a preposição de antes de oração infinitiva: Os pais não lhe permite ir sozinha à festa do Peão. (e
não de ir sozinha).
Pisar: é verbo transitivo direto VTD: Tinha pisado o continente brasileiro. (não exige a preposição no).
Precisar: emprega-se com preposição no sentido de ter necessidade, é VTI: As crianças carentes
precisam de melhor atendimento médico. (VTI). Quando o verbo precisar vier acompanhado de
infinítivo, pode-se usar a preposição de; a língua moderna tende a dispensá-la: Você é rico, não precisa
trabalhar muito. Usa-se, às vezes na voz passiva, com sujeito indeterminado: Precisa-se de funcionários
competentes. (sujeito indeterminado). Emprega-se sem preposição no sentido de indicar com exatidão:
Perdeu muito dinheiro no jogo, mas não sabe precisar a quantia. (VTD).
Preferir: emprega-se sem preposição no sentido de ter preferência. (sem escolha): Prefiro dias mais
quentes. (VTD). Preferir - VTDI, no sentido de ter preferência, exige a preposição a: Prefiro dançar a
nadar; Prefiro chocolate a doce de leite. Na linguagem formal, culta, é inadequado usar este verbo
reforçado pelas palavras ou expressões: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, do que.
Presidir: emprega-se com objeto direto ou objeto indireto, com a preposição a: O reitor presidiu à
sessão; O reitor presidiu a sessão.
Prevenir: admite as construções: - A paciência previne dissabores; Preveni minha turma; Quero
preveni-los; Prevenimo-nos para o exame final.
Proceder: emprega-se como verbo intransitivo no sentido de ter fundamento: Sua tese não procede.
(VI). Emprega-se com a preposição de no sentido de originar-se, vir de: Muitos males da humanidade
procedem da falta de respeito ao próximo. Emprega-se como transitivo indireto com a preposição a, no
sentido de dar início: Procederemos a uma investigação rigorosa. (VTI)
Querer: emprega-se sem preposição no sentido de desejar: Quero vê-lo ainda hoje. (VTD).
Emprega-se com preposição no sentido de gostar, ter afeto, amar: Quero muito bem às minhas
cunhadas Vera e Ceiça.
Residir: como o verbo morar, o verbo responder, constrói-se com a preposição em: Residimos em
Lucélia, na Avenida Internacional. Residente e residência têm a mesma regencia de residir em.
Responder: emprega-se no sentido de responder alguma coisa a alguém: O senador respondeu ao
jornalista que o projeto do rio São Francisco estava no final. (VTDI). Emprega-se no sentido de responder
a uma carta, a uma pergunta: Enrolou, enrolou e não respondeu à pergunta do professor.
Reverter: emprega-se no sentido de regressar, voltar ao estado primitivo: Depois de aposentar-se
reverteu à ativa. Emprega-se no sentido de voltar para a posse de alguém: As jóias reverterão ao seu
verdadeiro dono. Emprega-se no sentido de destinar-se: A renda da festa será revertida em beneficio da
Casa da Sopa.
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Simpatizar / Antipatizar: empregam-se com a preposição com: Sempre simpatizei com pessoas
negras; Antipatizei com ela desde o primeiro momento. Estes verbos não são pronominais, isto é, não
exigem os pronomes me, se, nos, etc: Simpatizei-me com você. (inadequado); Simpatizei com você.
(adequado)
Subir: Subiu ao céu; Subir à cabeça; Subir ao trono; Subir ao poder. Essas expressões exigem a
preposição a.
Suceder: emprega-se com a preposição a no sentido de substituir, vir depois: O descanso sucede
ao trabalho.
Tocar: emprega-se no sentido de pôr a mão, tocar alguém, tocar em alguém: Não deixava tocar o
/ no gato doente. Emprega-se no sentido de comover, sensibilizar, usa-se com OD: O nascimento do
filho tocou-o profundamente. Emprega-se no sentido de caber por sorte, herança, é OI: Tocou-lhe, por
herança, uma linda fazenda. Emprega-se no sentido de ser da competência de, caber: Ao prefeito é
que toca deferir ou indeferir o projeto.
Visar: emprega-se sem preposição, como VTD, no sentido de apontar ou pôr visto: O garoto visou
o inocente passarinho; O gerente visou a correspondência. Emprega-se com preposição, como VTI, no
sentido de desejar, pretender: Todos visam ao reconhecimento de seus esforços.
Casos Especiais
Dar-se ao trabalho ou dar-se o trabalho? Ambas as construções são corretas. A primeira é mais aceita:
Dava-se ao trabalho de responder tudo em Inglês. O mesmo se dá com: dar-se ao / o incômodo; pouparse ao /o trabalho; dar-se ao /o luxo.
Propor-se alguma coisa ou propor-se a alguma coisa? Propor-se, no sentido de ter em vista,
dispor-se a, pode vir com ou sem a preposição a: Ela se propôs levá-lo/ a levá-lo ao circo.
Passar revista a ou passar em revista? Ambas estão corretas, porém a segunda construção é mais
frequente: O presidente passou a tropa em revista.
Em que pese a - expressão concessiva equivalendo a ainda que custe a, apesar de, não obstante:
“Em que pese aos inimigos do paraense, sinceramente confesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)
Observações Finais
Os verbos transitivos indiretos (exceção ao verbo obedecer), não admitem voz passiva. Os exemplos
citados abaixo são considerados inadequados.
O filme foi assistido pelos estudantes; O cargo era visado por todos; Os estudantes assistiram ao
filme; Todos visavam ao cargo.
Não se deve dar o mesmo complemento a verbos de regências diferentes, como: Entrou e saiu de
casa; Assisti e gostei da peça. Corrija-se para: Entrou na casa e saiu dela; Assisti à peça e gostei
dela.
As formas oblíquas o, a, os, as funcionam como complemento de verbos transitivos diretos, enquanto
as formas lhe, lhes funcionam como transitivos indiretos que exigem a preposição a. Convidei as amigas.
Convidei-as; Obedeço ao mestre. Obedeço- lhe.
Questões
01. (TRE-SP - Analista Judiciário - Área Judiciária – FCC/2017)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Amizade
A amizade é um exercício de limites afetivos em permanente desejo de expansão. Por mais completa
que pareça ser uma relação de amizade, ela vive também do que lhe falta e da esperança de que um dia
nada venha a faltar. Com o tempo, aprendemos a esperar menos e a nos satisfazer com a finitude dos
sentimentos nossos e alheios, embora no fundo de nós ainda esperemos a súbita novidade que o amigo
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saberá revelar. Sendo um exercício bem-sucedido de tolerância e paciência – amplamente
recompensadas, diga-se – a amizade é também a ansiedade e a expectativa de descobrirmos em nós,
por intermédio do amigo, uma dimensão desconhecida do nosso ser.
Há quem julgue que cabe ao amigo reconhecer e estimular nossas melhores qualidades. Mas por que
não esperar que o valor maior da amizade está em ser ela um necessário e fiel espelho de nossos
defeitos? Não é preciso contar com o amigo para conhecermos melhor nossas mais agudas
imperfeições? Não cabe ao amigo a sinceridade de quem aponta nossa falha, pela esperança de que
venhamos a corrigi-la? Se o nosso adversário aponta nossas faltas no tom destrutivo de uma acusação,
o amigo as identifica com lealdade, para que nos compreendamos melhor.
Quando um amigo verdadeiro, por contingência da vida ou imposição da morte, é afastado de nós,
ficam dele, em nossa consciência, seus valores, seus juízos, suas percepções. Perguntas como “O que
diria ele sobre isso?” ou “O que faria ele com isso?” passam a nos ocorrer: são perspectivas dele que se
fixaram e continuam a agir como um parâmetro vivo e importante. As marcas da amizade não
desaparecem com a ausência do amigo, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser
referências para o que fazemos e pensamos.
(CALÓGERAS, Bruno, inédito)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Sendo falíveis, somos também sujeitos à toda sorte de imperfeições, inclusive a própria amizade
não se furta aquela verdade.
(B) O autor do texto considera que, por maior e mais leal que seja, uma amizade tem de contar com
os limites da afetividade humana.
(C) A prática das grandes amizade supõem que os amigos interajam através de sentimentos leais, de
cujo valor não é fácil discernir.
(D) Não se devem imaginar que os nossos defeitos escapem na observação do amigo, por onde, aliás,
devemos ter boas expectativas.
(E) Requer muita paciência e muita compreensão os momentos em que nosso amigo surpreende-nos
os defeitos que imaginávamos ocultos.
02. Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o mesmo sentido que
apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
(A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
(B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
(D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
(E) mandou chamar o médico com urgência.
03. (Prefeitura de São José do Cerrito – SC - Técnico em Enfermagem – IESES/2017)
Ler e escrever no papel faz bem para o cérebro, diz estudo
23 fev 2015 Adaptado de: http://www.soportugues.com.br/secoes/artigo.php?indice=116 Acesso em: 17 janeiro 2015
Há óbvias vantagens em ler um livro num smartphone, tablet ou e-reader em vez de lê-lo no papel. No
livro digital, é fácil buscar uma palavra qualquer ou consultar seu significado num dicionário, por exemplo.
Um e-reader que pesa apenas 200 gramas pode conter milhares de livros digitais que seriam pesados
e volumosos se fossem de papel. Além disso, um e-book é geralmente mais barato que seu equivalente
impresso.
Mas a linguista americana Naomi Baron descobriu que ler e escrever no papel é quase sempre melhor
para o cérebro. Naomi estudou os hábitos de leitura de 300 estudantes universitários em quatro países –
Estados Unidos, Alemanha, Japão e Eslováquia. Ela reuniu seus achados no livro “Words Onscreen: The
Fate of Reading in a Digital World” (“Palavras na Tela: O Destino da Leitura num Mundo Digital” – ainda
sem edição em português). 92% desses estudantes dizem que é mais fácil se concentrar na leitura ao
manusear um livro de papel do que ao ler um livro digital. Naomi detalha, numa entrevista ao site New
Republic, o que os estudantes disseram sobre a leitura em dispositivos digitais: “A primeira coisa que
dizem é que se distraem mais facilmente, eles são levados a outras coisas. A segunda é que há cansaço
visual, dor de cabeça e desconforto físico.”
Esta última reclamação parece se referir principalmente à leitura em tablets e smartphones, já que os
e-readers são geralmente mais amigáveis aos olhos.
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Segundo Naomi, embora a sensação subjetiva dos estudantes seja de que aprendem menos em livros
digitais, testes não confirmam isso: “Se você aplica testes padronizados de compreensão de passagens
no texto, os resultados são mais ou menos os mesmos na tela ou na página impressa”, disse ela ao New
Republic.
Mas há benefícios observáveis da leitura no papel. Quem lê um livro impresso, diz ela, tende a se
dedicar à leitura de forma mais contínua e por mais tempo. Além disso, tem mais chances de reler o texto
depois de tê-lo concluído.
Uma descoberta um pouco mais surpreendente é que escrever no papel – um hábito cada vez menos
comum – também traz benefícios. Naomi cita um estudo feito em 2012 na Universidade de Indiana com
crianças em fase de alfabetização. Os pesquisadores de Indiana descobriram que crianças que escrevem
as letras no papel têm seus cérebros ativados de forma mais intensa do que aquelas que digitam letras
num computador usando um teclado. Como consequência, o aprendizado é mais rápido para aquelas
que escrevem no papel.
Assinale a alternativa em que há ERRO na regência verbal.
(A) O livro a que me referia é este da vitrine.
(B) Nunca aspirou ao cargo de gerência.
(C) A pasta que te falei está vazia.
(D) Desobedeceu às leis e foi multado.
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com regência certa, exceto em:
(A) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
(B) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
(C) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
(D) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico;
(E) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.
05. (TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017)
Uma frase escrita em conformidade com a norma-padrão da língua é:
(A) O pai alegou em que tinha sobrevivido dois anos com sua própria comida.
(B) O pai tentou persuadir o filho de que era capaz de cozinhar.
(C) O pai não conseguiu convencer o filho que estava apto com cozinhar.
(D) O pai acabou revelando de que não estava preparado de cozinhar.
(E) O pai aludiu da época que tinha sobrevivido com sua própria comida.
06. A regência verbal está correta em:
(A) A funcionária aspirava ao cargo de chefia.
(B) Custo a crer que ela ainda volte.
(C) Sua atitude implicará em demissão
(D) Prefiro mais trabalhar que estudar.
07. (Prefeitura de Piraúba – MG – Enfermeiro – MS Concursos/2017)
Quanto à regência verbal, assinale a alternativa correta:
(A) Resido na Rua Monte Castelo.
(B) Ele sempre aspirou o cargo de diretor executivo.
(C) A peça não agradou os críticos.
(D) Adoro aspirar ao perfume das flores.
08. (IF-PE – Revisor de textos – IF-PE/2017)
Leia o TEXTO para responder à questão.
Cuidado com os revizores
Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais
importante na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A
inclusão ou omissão de uma letra ou vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido
ou não, admirado ou ridicularizado, consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois autores:
quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca
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nas mãos do revisor, esperando que seu parceiro não falhe. Não há escritor que não empregue palavras
como, por exemplo: “ônus” ou “carvalho” e depois fique metaforicamente de malas feitas, pronto para fugir
do país se as palavras não saírem impressas como no original, por um lapso do revisor. Ou por
sabotagem.
Sim, porque a paranoia autoral não tem limites. Muitos autores acreditam firmemente que existe uma
conspiração de revisores contra eles. Quando os revisores não deixam passar erros de composição (hoje
em dia, de digitação), fazem pior: não corrigem os erros ortográficos e gramaticais do próprio autor,
deixando-o entregue às consequências dos seus próprios pecados de concordância, das suas crases
indevidas e pronomes fora do lugar. O que é uma ignomínia. Ou será ignomia? Enfim, não se faz.
Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para a
nossa civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que
têm. Eles desestabilizariam qualquer regime com acentos indevidos e pontuações maliciosas, além de
decretos oficiais ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias,
exércitos inteiros seriam imobilizados por manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de
estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. E os
efeitos de uma revisão subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar.
Existe um exemplo histórico do que a revisão desatenta – ou mal-intencionada – pode fazer. Uma das
edições da Versão Autorizada da Bíblia publicada na Inglaterra por iniciativa do rei James I, no século
XVII, ficou conhecida como a “Bíblia Má”, porque a injunção “Não cometerás adultério” saiu, por um erro
de impressão, sem o “não”. Ninguém sabe se o volume de adultérios entre os cristãos de fala inglesa
aumentou em decorrência dessa inesperada sanção bíblica até descobrirem o erro, ou se o impressor e
o revisor foram atirados numa fogueira juntos, mas o fato prova que nem a palavra de Deus está livre do
poder dos revisores.
A mesma bíblia do rei James serve como um alerta (ou como o incentivo, dependendo de como se
entender a história) para a possibilidade que o revisor tem de interferir no texto. O objetivo de James I era
fazer uma versão definitiva da Bíblia em inglês, com aprovação real, para substituir todas as outras
traduções da época, principalmente as que mostravam uma certa simpatia republicana nas entrelinhas
como a Bíblia de Genebra, feita por calvinistas e adotada pelos puritanos ingleses, e que é a única Bíblia
da História em que Adão e Eva vestem calções. Para isso, James reuniu um time dividido entre os que
cuidariam do Velho e do Novo Testamento, das partes proféticas e das partes poéticas, etc. Especula-se
que as traduções dos trechos poéticos teriam sido distribuídas entre os poetas praticantes da época, para
revisarem e, se fosse o caso, melhorarem, desde que não traíssem o original. Entre os poetas em
atividade na Inglaterra de James I estava William Shakespeare. O que explicaria o fato de o nome de
Shakespeare aparecer no Salmo 46 – “shake” é a 46ª palavra do salmo a contar do começo, “speare” a
46ª a contar do fim. Na tarefa de revisor, e incerto sobre a sua permanência na História como sonetista
ou dramaturgo, Shakespeare teria inserido seu nome clandestina e disfarçadamente numa obra que sem
dúvida sobreviveria aos séculos. (Infelizmente, diz Anthony Burgess, em cujo livro “A mouthful of air” a
encontrei, há pouca probabilidade de esta história ser verdadeira. De qualquer maneira, vale para ilustrar
a tentação que todo revisor deve sentir de deixar sua marca, como grafite, na criação alheia.)
Não posso me queixar dos revisores. Fora a vontade de reuni-los em algum lugar, fechar a porta e
dizer “Vamos resolver de uma vez por todas a questão da colocação das vírgulas, mesmo que haja
mortos”, acho que me têm tratado bem. Até me protegem. Costumo atirar os pronomes numa frase e
deixá-los ficar onde caíram, certo de que o revisor os colocará no lugar adequado. Sempre deixo a crase
ao arbítrio deles, que a usem se acharem que devem. E jamais uso a palavra “medra”, para livrá-los da
tentação.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Cuidado com os revizores. VIP Exame, mar. 1995, p. 36-37.
Em “Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do revisor,
esperando que seu parceiro não falhe. Não há escritor que não empregue palavras como, por exemplo:
“ônus” ou “carvalho” e depois fique metaforicamente de malas feitas, pronto para fugir do país se as
palavras não saírem impressas como no original, por um lapso do revisor. Ou por sabotagem.” (1º
parágrafo), o “lapso” ou “sabotagem” do revisor se daria por:
(A) coesão malfeita, oriunda de um problema de colocação pronominal.
(B) imprecisão vocabular, que redundaria em erro de concordância nominal.
(C) erro de regência verbal, implicando dificuldade na interpretação.
(D) uma confusão ortográfica, que provocaria modificação semântica no texto.
(E) utilização de palavras eruditas, dando um caráter demasiadamente culto ao texto.
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Respostas
01. Resposta B
A - ERRADA. Sendo falíveis, somos também sujeitos à toda sorte de imperfeições, inclusive a
própria amizade não se furta aquela verdade. [a / aquela]
B - CORRETA. O autor do texto considera que, por maior e mais leal que seja, uma amizade tem
de contar com os limites da afetividade humana.
C - ERRADA. A prática das grandes amizade supõem que os amigos interajam através de
sentimentos leais, de cujo valor não é fácil discernir. [amizades / supõe]
D - ERRADA. Não se devem imaginar que os nossos defeitos escapem na observação do amigo,
por onde, aliás, devemos ter boas expectativas. [deve]
E - ERRADA. Requer muita paciência e muita compreensão os momentos em que nosso amigo
surpreende-nos os defeitos que imaginávamos ocultos. [requerem]
02. Resposta A
Tanto no enunciado, quanto na alternativa “A”, o verbo chamar foi empregado no sentido de “nomear”.
03. Resposta C
a) Quem se refere , refere-se a (VTD) = Correto
b) Aspirar no sentido de desejar é VTI ,regendo a preposição a = Correto.
c) O verbo falar admite várias transitividades :
Ex 1 : Pedro falou com os amigos. Nesse caso é VTI.
Essa é a situação acima, Ele Falou SOBRE (Preposição) a pasta. Ele te falou da ( de + a) [Preposição
+ artigo] pasta.
Logo Essa foi a pasta que te falei está ERRADO, deveria ser : Essa foi a pasta de que te falei. Da qual
falei.
Ex 2 : Pedro falou bobagens. Pedro falou (Algo) ; Nesse caso é VTD e bobagens (OD).
Ex 3: Pedro falou bobagens ao professor (VTDI); falou algo a alguém.
D) Desobedecer ( VTI) ; Desobedece a.
04. Resposta B
O verbo “aspirar” é utilizado no sentido de “querer / ter por objetivo”, assim, ele precisa ser procedido
pela preposição “A”.
05. Resposta B
a) O pai alegou em que tinha sobrevivido dois anos com sua própria comida.
quem alega, alega algo - VTD - (o pai alegou que)
b) O pai tentou persuadir o filho de que era capaz de cozinhar.
quem persuade , persuade alguém de algo - VTDI - (CORRETA)
c) O pai não conseguiu convencer o filho que estava apto com cozinhar.
quem convence, convence alguém de algo - VTDI - (convencer o filho de que estava)
d) O pai acabou revelando de que não estava preparado de cozinhar.
quem revela, revela algo - VTD - (o pai acabou revelando que)
e) O pai aludiu da época que tinha sobrevivido com sua própria comida.
quem faz alusão, faz alusão a - VI - (o pai aludiu à epoca)
06. Resposta A
O verbo “aspirar” com o sentido de almejar é transitivo indireto e pede a preposição “A”.
Correções:
Custa-me crer; implicará demissão; prefiro trabalhar a estudar.
07. Resposta A
a) Resido na Rua Monte Castelo. (CORRETO )
b) Ele sempre aspirou Ao cargo de diretor executivo. (ERRADO)
c) A peça não agradou Aos críticos. (ERRADO)
d) Adoro aspirar (a)o perfume das flores. (ERRADO)
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08. Resposta D
A questão deve ser lida 2 vezes para ir "destrinchando" o que o examinador pede.
A banca utiliza de um texto meio truncado para pedir algo simples que é a ideia de:
Quando um escritor faz um texto, o que ele escreve passa pelo trabalho de um revisor de texto (este
corrige as palavras, os erros etc).
Tudo que o autor mais deseja é que o revisor não se engane e troque o certo pelo errado. Ou por um
LAPSO (algum "branco") ou por SABOTAGEM (Má-fé). Isto prejudicaria o autor principal.
Então, imaginem um revisor tendo um LAPSO ou SABOTAGEM nas palavras meniconadas "Ônus" e
"Carvalho".
Ponham um A no O de Ônus" e tirem o V de Carvalho. Vejam o que este Lapso ou Sabotagem
resultariam...uma confusão ortográfica, que provocaria modificação semântica(sentido) no texto.
5.7 Emprego do sinal indicativo de crase.
Crase
Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição “a” e o artigo a(s), podendo ser também
a preposição “a” e o pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos pronomes
demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa superposição é marcada por um acento grave (`).
Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que
compraste” ou “eles deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois “a” e indicar
esse fato com um acento grave: “Entregamos a mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que
compraste”. “Eles deveriam ter comparecido àquela festa.”
O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico que
indica ter havido a união de dois “a” (crase).
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, que é um problema de regência. Por
isso, quanto mais conhecer a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o domínio
sobre a crase.
Não existe Crase
- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se a prazo.
- Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter alucinações.
- Antes de artigo indefinido: Levamos a mercadoria a uma firma; Refiro-me a uma pessoa educada.
- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pronomes possessivos Vossa ou Sua ou
ainda da expressão Você, forma reduzida de Vossa Mercê: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria;
Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz; Eles queriam oferecer flores a você.
- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não me refiro a esta carta; Os críticos não
deram importância a essa obra.
- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia.
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Direi isso a qualquer pessoa; A entrada
é vedada a toda pessoa estranha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às
vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam colocadas umas às outras (no masculino, ficaria
“os cartões estavam colocados uns aos outros”).
- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural: Falei a vendedoras desta
firma; Refiro-me a pessoas curiosas.
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- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu perante a direção da empresa; Os
papéis estavam sob a mesa. Exceção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inundou a
rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se não houvesse o sinal da crase, o sentido
ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa). Quando até
significa “perto de”, é preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão.
- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara.
- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: O doente foi submetido a dieta leve (no
masc. = foi submetido a repouso, a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc.
= prefiro terninho a vestido).
- Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A que artista te referes?
- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois
o “a” é artigo definido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena...
A Crase é Facultativa
- Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegrama à Marisa; Enviamos um telegrama a
Marisa. Em português, antes de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“A Marisa é
uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por isso, mesmo que a preposição esteja presente,
a crase é facultativa.
Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de uma expressão que o determine, haverá crase
porque o artigo definido estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Quevedo. [A (artigo)
Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.]
- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informações à minha secretária;
Pediu informações a minha secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome adjetivo
possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secretária é exigente.” Ou: “A minha secretária é
exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.
Casos Especiais
- Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que admitem artigo antes de si e as que não o
admitem. Por aí se deduz que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição,
pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se saber se o nome de uma localidade aceita artigo,
deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação “na” com o verbo
estar ou “da” com o verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não
haverá crase: Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Paraíba); O avião dirigiase a Santa Catarina (estou em Santa Catarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na
Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo passarão a admiti-lo, quando
vierem determinados. Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou em
Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará
a admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto Alegre);
Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das touradas para ficar três dias.
- Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante
desses demonstrativos, devemos sobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos e indicar
o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A solução não
se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a + aquilo). A simples
interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto,
para maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: Substituir os demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, antes destes últimos,
surgir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomes
aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase. Enviei
cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa; A solução não se relaciona àqueles problemas./
A solução não se relaciona a estes problemas; Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto; A solução
era aquela apresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem.
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- Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de
adjetivo ou locução adjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do escritório, dirigiuse a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução
adjetiva, então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à casa das máquinas; Iremos à
encantadora casa de campo da família Sousa.
- Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os
marinheiros ficaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra na hora prevista.
Há crase, quando a palavra significa “solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou
à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; Viriam à Terra os marcianos?
- Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra distância, a menos que se trate de distância
determinada: Via-se um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos à distância de
dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o acidente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro;
Olhava-nos a distância.
- Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um substantivo (expresso ou implícito) como
antecedente. Para saber se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se substituir esse
antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se transforma em “ao”, há crase diante do relativo.
Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: é preposição pura ou
pronome demonstrativo: A fábrica a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro
precisa de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é
almejado por muitos.). Na passagem do antecedente para o masculino, o pronome relativo não pode ser
substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compareci estava linda (no masculino = o baile
a que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que
não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.).
A Crase é Obrigatória
- Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções conjuntivas
que tenham como núcleo um substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, à noite,
às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às pressas, à custa de, à vontade (de), à moda
de, às mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir a locução
adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo
definido puro: Ele se aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quando o maestro falta
ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= o violinista substitui o maestro).
- Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às treze horas e
trinta minutos; Chegamos à uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão uma hora:
Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São Paulo (= faltam 60 minutos para o
telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os seus
planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos
que ele saiu).
- Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver subentendida: Nesse caso,
mesmo que a palavra subsequente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à
Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que tinham olhos à Alain Delon.
- Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiuse à Marechal Floriano (= dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à loja Renner);
Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba).
- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião é semelhante à dos hindus (= à religião
dos hindus).
- Com o pronome substantivo possessivo feminino no singular ou plural, o uso de acento
indicativo de crase não é facultativo (conforme o caso será proibido ou obrigatório): A minha cidade é
melhor que a tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino, ficaria assim: O meu sítio
é melhor que o teu (não há preposição, apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O
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acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: Este quadro é semelhante
ao nosso (presença de preposição + artigo definido).
- Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira expressão pede preposição “a”, havendo
crase antes de palavra feminina determinada pelo artigo definido. Devido à discussão de ontem, houve
um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de ontem, houve...); A segunda expressão não aceita
preposição “a” (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase): Dada a questão primordial
envolvendo tal fato (= dado o problema primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (=
dados os resultados...).
Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos anteriores, devemos substituir a palavra
feminina por outra masculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase no
“a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. O problema,
para muitos, consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”,
“morte”, etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha
qualquer relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática: Fomos
à cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos são
insensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório); O perfume cheira
a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna. (o aluno).
Questões
01. (Pref. De Itaquitinga/PE – Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016)
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo
também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando o dia da humanidade.
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
Em qual das alternativas o acento grave foi mal empregado, pois não deveria haver crase?
a) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da escola de samba Império Serrano, na Zona Norte
do Rio.”
b) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos direitos à moradia, a um trabalho digno, à
integridade cultural, a vida e ao território."
c) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte do Moa no dia 11 de maio.”
d) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às custas da entidade.”
e) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a chegada de Edgardo Bauza no fim do ano
passado.”
02. (Pref. De Itaquitinga/PE – Assistente Administrativo – IDHTEC/2016) Em qual dos trechos
abaixo o emprego do acento grave foi omitido quando houve ocorrência de crase?
a) “O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco decidiu suspender a paralisação que faria a partir das
16h desta quarta-feira.”
b) “Pela manhã, em nota, a categoria informou que cruzaria os braços só retornando às atividades
normais as 5h desta quinta-feira.”
c) “Nesta quarta-feira, às 21h, acontece o "clássico das multidões" entre Sport e Santa Cruz, no Estádio
do Arruda.”
d) “Após a ameaça de greve, o sindicato foi procurado pela CBTU e pela PM que prometeram um
reforço no esquema de segurança.”
e) “A categoria se queixa de casos de agressões, vandalismo e depredações e da falta de segurança
nas estações.”
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03. (COMLURB – Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016)
Que é Segurança do Trabalho?
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações,
Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à
Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de
Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar
composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do
Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da
empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do
Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016
Leia o texto abaixo e identifique qual das alternativas apresenta correta aplicação de crase, seguindo
a mesma lógica do texto.
“A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações...”
a) O curso de português discute assuntos associados à gramática, à literatura e à produção de textos.
b) O professor fez correções à respeito dos erros de ortografia presentes no texto.
c) O referido texto apresenta informações de grande importância à alunos de Engenharia.
d) A literatura sobre Segurança do Trabalho presente na faculdade apresenta informações
importantes à seus alunos.
04. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016) Em relação ao emprego do sinal de crase,
estão corretas as frases:
a) Solicito a Vossa Excelência o exame do presente documento.
b) A redação do contrato compete à Diretoria de Orçamento e Finanças.
(
) Certo (
) Errado
05. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016)
“O americano Jackson Katz, 55, é um homem feminista – definição que lhe agrada. Dedica
praticamente todo o seu tempo a combater a violência contra a mulher e a promover a igualdade entre os
gêneros. (...) Em 1997, idealizou o primeiro projeto de prevenção à violência de gênero na história dos
marines americanos. Katz – casado e pai de um filho – já prestou consultoria à Organização Mundial de
Saúde e ao Exército americano.”
(In: Veja, Rio de Janeiro: Abril, ano 49, n.2, p. 13, jan. 2016.)
No texto acima, o sinal indicativo de crase foi empregado corretamente, em todas as situações. Poderia
ter ocorrido também diante dos verbos combater e promover, uma vez que o emprego desse acento é
facultativo antes de verbos.
( ) Certo ( ) Errado
06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público – FGV/2016)
Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos
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Brasil escola
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por
moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes,
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto,
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociaisdecorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 2016.
No texto 1, há quatro ocorrências do acento grave indicativo da crase: “vise à promoção de políticas
de controle” (1), “tornando-os inacessíveis à grande massa populacional” (2), “Além disso, à medida que
as cidades crescem” (3) e “que às vezes não contam com saneamento básico” (4).
Os casos de crase que correspondem à união de preposição + artigo definido são:
a) 1 e 2;
b) 1 e 4;
c) 2 e 3;
d) 3 e 4;
e) todos eles.
07. (Pref. De São Paulo/SP – Analista Fiscal de Serviços – VUNESP/2016)
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugiados. Tratase de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca
de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio,
mas que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma
das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o
multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se
manifestar de forma aberta e hostil.
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da
sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do
momento crítico da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e praticada por
jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles
manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transformações sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado)
Nas universidades, as iniciativas de solidariedade visam oferecer apoio_____ precisa, com
respeito___ diferenças, entendendo-se que não se deve negar_____ um refugiado______esperança por
uma vida melhor.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchidas, respectivamente, com:
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a) aquele que … à … a … à
b) àquele que … às … a … a
c) à quem … às … à … à
d) a quem … as … à … a
e) àquele que … as … a … à
08. (TRF-3ª Região – Técnico Judiciário – Informática – FCC/2016) O sinal indicativo de crase está
empregado corretamente em:
a) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à uma brisa de contentamento.
b) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de abraçar uma árvore gigante.
c) Antes do fim da manhã, dediquei-me à escrever tudo o que me propusera para o dia.
d) A paineira sobreviverá a todas às 18 milhões de pessoas que hoje vivem em São Paulo.
e) Acho importante esclarecer que não sou afeito à essa tradição de se abraçar árvore.
09. (TRF-3ª Região – Analista Judiciário - Biblioteconomia – FCC/2016)
Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas e níveis de instrução têm emoções,
cultivam passatempos que manipulam as emoções, atentam para as emoções dos outros, e em grande
medida governam suas vidas buscando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções
desagradáveis. À primeira vista, não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois
numerosas criaturas não humanas têm emoções em abundância; entretanto, existe algo acentuadamente
característico no modo como as emoções vincularam-se a ideias, valores, princípios e juízos complexos
que só os seres humanos podem ter. De fato, a emoção humana é desencadeada até mesmo por uma
música e por filmes banais cujo poder não devemos subestimar.
Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada
indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações
emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos
biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conseguiu
catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e
é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que
as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma
emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a
diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
As emoções podem ser induzidas indiretamente, e o indutor pode bloquear o progresso de uma
emoção que já estava presente. O efeito purificador (catártico) que toda boa tragédia deve produzir,
segundo Aristóteles, tem por base a suspensão de um estado sistematicamente induzido de medo e
compaixão.
Não precisamos ter consciência de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de
controlar intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade
e ainda assim não ter ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação
cuidadosa pode revelar causas possíveis, porém frequentemente não se consegue ter certeza. O
acionamento inconsciente de emoções também explica por que não é fácil imitá-las voluntariamente. O
sorriso nascido de um prazer genuíno é produto de estruturas cerebrais localizadas em uma região
profunda do tronco cerebral. A imitação voluntária feita por quem não é um ator exímio é facilmente
detectada como fingimento – alguma coisa sempre falha, quer na configuração dos músculos faciais, quer
no tom de voz.
(Adaptado de: DAMÁSIO, Antonio. O mistério da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo, Cia das letras, 2015, 2.ed, p. 39-49)
Ao se reescrever um segmento do texto, o sinal indicativo de crase foi empregado de modo correto
em:
a) Frequentemente não temos consciência de uma emoção, pois somos incapazes de à controlar
propositadamente.
b) Essa é, à propósito, a semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
c) Por sinal, à essa semelhança imputa-se a causa da arte ser capaz de cruzar fronteiras.
d) A partir dessa semelhança, permite-se à arte cruzar fronteiras.
e) À uma região profunda do tronco cerebral atribui-se o ponto de partida de reações como um sorriso
nascido de um prazer genuíno.
10. (Pref. De Criciúma/SC – Engenheiro Civil – FEPESE/2016)
Analise as frases quanto ao uso correto da crase.
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1. O seu talento só era comparável à sua bondade.
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura.
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas.
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta.
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem.
a) São corretas apenas as frases 1 e 4.
b) São corretas apenas as frases 3 e 4.
c) São corretas apenas as frases 1, 2 e 3.
d) São corretas apenas as frases 2, 3 e 4.
e) São corretas apenas as frases 2, 4 e 5.
Respostas
01. Resposta E
Às vezes / As vezes
Ocorrerá a crase somente quando “às vezes” for uma locução adverbial de tempo (= de vez em
quando, em algumas vezes). Quando a expressão “as vezes” não trouxer o significado citado não
acontecerá crase.
02. Resposta B
Indicação de horas especificadas ocorre crase:
Chegaremos às sete horas
Saímos às dez horas
03. Resposta A
Letra B - Errado antes de masculino não usa-se crase - O RESPEITO
Letra C - Errado antes de masculino não usa-se crase - ALUNOS
Letra D - Antes de possessivo a crase é facultativa - isso se - o antecedente exigir a preposição a como
no caso de "importantes".
Associados requer a preposição A
04. Certo
Em relação ás assertivas:
a) Não se emprega o sinal da crase antes de pronomes de tratamento, salvo: senhora, senhorita e
dona.
b) A redação do contrado compete á diretoria de orçamentos e finanças.
Ao trocar-mos o substantivo feminino: diretoria pelo substantivo masculino Diretor:
Compete ao diretor de orçamentos e finaças. ( a=preposição + o=artigo)
05. Errado
NÃO se usa crase antes de verbo!
06. Resposta A
O acento grave empregado nas locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas não provém de uma
relação regencial, mas sim do fato de essas locuções virem precedidas de preposições que, comumente,
possuem algum valor semântico. Desta feita diferencia-se através do acento grave os significados dos
dois períodos abaixo:
A noite chegou a nossa fazenda. ("a noite" é sujeito)
À noite ele chegou a nossa fazenda. ("à noite" é locução adverbial de tempo)
07. Resposta B
Segundo Saconni - Nossa Gramatica Completa e Segundo Luft - Dicionário de Regência Nominal
Apoio requer a preposição a + aquele = àquele que
Respeito requer a preposição a + as diferenças= às
Negar requer a preposição a, todavia antes de artigo indefinido não se usa a crase
Refugiado requer a preposição contra, em - logo o a não é craseado- Luft
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08. Resposta B
a) Não ocorre crase antes do artigo indefinido "uma"
b) CORRETA (crase obrigatória diante de pronomes demonstrativos "aquela, aquela, aquilo")
c) Não ocorre crase antes de verbo no infinitivo
d) Não ocorre crase antes de numerais
e) Não ocorre crase antes de pronomes demonstrativos
09. Resposta D
a) Não utiliza-se crase antes de verbo. (Controlar).
b) Não utiliza-se crase em expressões no masculino. (Propósito é uma palavra masculina - O
propósito).
c) Não utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos. (Essa).
d) Alternativa CORRETA. Regência do verbo (quem permite, permite algo A alguém) + se une com
o A da palavra arte (A arte - palavra feminina).
e) Não utiliza-se crase antes de artigo indefinido.
10. Resposta C
1. O seu talento só era comparável à sua bondade.
Nos casos de pronome possessivo, a crase é FACULTATIVA.
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura.
Não há o que discutir: quem comparece, comparece a algo. Logo, VTI, exige crase.
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas.
O mesmo caso do item anterior, VTI. Quem recorre, recorre a algo ou a alguém.
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta.
Uso incorreto da crase, pois quem vence, vence algo e não a algo. Logo, é VTD, não exigindo
crase.
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem.
Não confundir com exemplos como "às 13 horas", semelhante a "ao meio dia". Neste caso,
usando-se o bizu da substituição fica: "daqui a 10 minutos". Vê-se que a crase é desnecessária.
5.8 Colocação dos pronomes átonos.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos
Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à colocação dos pronomes oblíquos átonos. Tais
pronomes situam-se em três posições:
- Antes do verbo (próclise): Não te conheço.
- No meio do verbo (mesóclise): Avisar-te-ei.
- Depois do verbo (ênclise): Sente-se, por favor.
Próclise
Por atração: usa-se a próclise quando o verbo vem precedido das seguintes partículas atrativas:
- Palavras ou expressões negativas: Não te afastes de mim.
- Advérbios: Agora se negam a depor. Se houver pausa (na escrita, vírgula) entre o advérbio e o verbo,
usa-se a ênclise: Agora, negam-se a depor.
- Pronomes Relativos: Apresentaram-se duas pessoas que se identificaram com rapidez.
- Pronomes Indefinidos: Poucos se negaram ao trabalho.
- Conjunções subordinativas: Soube que me dariam a autorização solicitada.
Com certas frases: há casos em que a próclise é motivada pelo próprio tipo de frase em que se
localiza o pronome.
- Frases Interrogativas: Quem se atreveria a isso?
- Frases Exclamativas: Quanto te arriscas com esse procedimento!
- Frases Optativas (exprimem desejo): Deus nos proteja. Se, nas frases optativas, o sujeito vem depois
do verbo, usa-se a ênclise: Proteja-nos Deus.
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Com certos verbos: a próclise pode ser motivada também pela forma verbal a que se prende o
pronome.
- Com o gerúndio precedido de preposição ou de negação: Em se ausentando, complicou-se; Não se
satisfazendo com os resultados, mudou de método.
- Com o infinito pessoal precedido de preposição: Por se acharem infalíveis, caíram no ridículo.
Mesóclise
Usa-se a mesóclise tão somente com duas formas verbais, o futuro do presente e o futuro do pretérito,
assim quando não vierem precedidos de palavras atrativas. Exemplos:
Confrontar-se-ão os resultados.
Confrontar-se-iam os resultados.
Mas:
Não se confrontarão os resultados.
Não se confrontariam os resultados.
Não se usa a ênclise com o futuro do presente ou com o futuro do pretérito sob hipótese alguma. Será
contrária à norma culta escrita, portanto, uma colocação do tipo:
Diria-se que as coisas melhoraram. (Errado)
Dir-se-ia que as coisas melhoraram. (Correto)
Ênclise
Usa-se a ênclise nos seguintes casos:
- Imperativo Afirmativo: Prezado amigo, informe-se de seus compromissos.
- Gerúndio não precedido da preposição “em” ou de partícula negativa: Falando-se de comércio
exterior, progredimos muito.
Mas
Em se plantando no Brasil, tudo dá.
Não se falando em futebol, ninguém briga.
Ninguém me provocando, fico em paz.
- Infinitivo Impessoal: Não era minha intenção magoar-te. Se o infinitivo vier precedido de palavra
atrativa, ocorre tanto a próclise quanto a ênclise.
Espero com isto não te magoar.
Espero com isto não magoar-te.
- No início de frases ou depois de pausa: Vão-se os anéis, ficam os dedos. Decorre daí a afirmação
de que, na variante culta escrita, não se inicia frase com pronome oblíquo átono. Causou-me surpresa a
tua reação.
O Pronome Oblíquo Átono nas Locuções Verbais
- Com palavras atrativas: quando a locução vem precedida de palavra atrativa, o pronome se coloca
antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplo: Nunca te posso negar isso; Nunca posso
negar-te isso. É possível, nesses casos, o uso da próclise antes do verbo principal. Nesse caso, o
pronome não se liga por hífen ao verbo auxiliar: Nunca posso te negar isso.
- No início da oração ou depois de pausa: quando a locução se situa no início da oração, não se
usa o pronome antes do verbo auxiliar. Exemplo: Posso-lhe dar garantia total; Posso dar-lhe garantia
total. A mesma norma é válida para os casos em que a locução verbal vem precedida de pausa. Exemplo:
Em dias de lua cheia, pode-se ver a estrada mesmo com faróis apagados; Em dias de lua cheia, pode
ver-se a estrada mesmo com os faróis apagados.
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- Sem atração nem pausa: quando a locução verbal não vem precedida de palavra atrativa nem de
pausa, admite-se qualquer colocação do pronome.
Exemplos:
A vida lhe pode trazer surpresas.
A vida pode-lhe trazer surpresas.
A vida pode trazer-lhe surpresas.
Observações
- Quando o verbo auxiliar de uma locução verbal estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito,
o pronome pode vir em mesóclise em relação a ele: Ter-nos-ia aconselhado a partir.
- Nas locuções verbais, jamais se usa pronome oblíquo átono depois do particípio. Não o haviam
convidado. (Correto); Não haviam convidado-o. (errado).
- Há uma colocação pronominal, restrita a contextos literários, que deve ser conhecida: Há males que
se não curam com remédios. Quando há duas partículas atraindo o pronome oblíquo átono, este pode
vir entre elas. Poderíamos dizer também: Há males que não se curam com remédios.
- Os pronomes oblíquos átonos combinam-se entre si em casos como estes:
me + o/a = mo/ma
te + o/a = to/ta
lhe + o/a = lho/lha
nos + o/a = no-lo/no-la
vos + o/a = vo-lo/vo-la
Tais combinações podem vir:
- Proclítica: Eu não vo-lo disse?
- Mesoclítica: Dir-vo-lo-ei já.
- Enclítica: A correspondência, entregaram-lha há muito tempo.
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. Isso tem origem em
Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais frequente, por
apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será
ênclise, usando próclise em situações excepcionais, que são:
- Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o pronome. Por “palavras
invariáveis”, entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como
o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso,
aquilo, isto. Exemplos: “Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do
advérbio de negação. “Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória
por força da conjunção;
- Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadas de optativas (“Que
Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória.
- Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o pensador político” – uma oração
subordinada causal, como a da questão, exige a próclise.).
Emprego Proibido:
- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água; Permita-me fazer uma
observação.);
- Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas formas verbais,
usa-se a próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a
mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise. Exemplos: “Concedida a mim a
licença, pude começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem
“me concedida” – iniciar período com pronome é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não
poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).
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Questões
01. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)
“A tragédia que iniciou com o rompimento da barragem de rejeitos de minérios em Mariana-MG e se
estendeu até o Leste do Espírito Santo, mar adentro, nos faz refletir quais ações poderiam ter sido
executadas para evitar esse desastre.
A maioria dos especialistas afirma que rompimentos de barragens são eventos muito lentos, que sinais
já haviam sido detectados sobre o problema em Mariana. Todos dizem que houve negligência e
consequentemente o desastre; agora, a maioria das informações sobre o que realmente aconteceu não
foram ainda disponibilizadas, mesmo após tantos dias.
Ao olharmos para o estado da Bahia, temos vinte e quatro barragens de rejeitos semelhantes à
Barragem do Fundão. E com informações de que quatro delas apresentam dano potencial elevado, sendo
duas localizadas no município de Jacobina e duas em Santa Luz, estando todas sob constante vigilância
da Departamento Nacional de Produção Mineral.”
(http://www.tribunafeirense.com.br/noticias/11162/por-pedroamerico-lopes-e-preciso-aprender-com-os-desastres.html)
Em qual das alternativas houve erro na colocação pronominal
(A) “Desconhecido pela maioria dos turistas, um impressionante caldeirão de chamas amarelo brilhante
e sem fumaça nunca se apaga.”
(B) “Delicadeza é aquilo que nos alcança sem nos tocar. É a melodia que nos embala mesmo em
silêncio. É quando a boca empresta um sorriso aos olhos sem que nenhuma cobrança seja feita.”
(C) “Concentre-se naquilo que você é bom, delegue todo o resto.”
(D) “Ao final, se chegou ao livro digital, com textos e dezenas de imagens coloridas.”
(E) “Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se
for o caso, que o adolescente restitua a coisa”
02. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)
Analise a frase abaixo:
“O professor discutiu............mesmos a respeito da desavença entre .........e ........ .
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.
(A) com nós • eu • ti
(B) conosco • eu • tu
(C) conosco • mim • ti
(D) conosco • mim • tu
(E) com nós • mim • ti
03. (Transpetro – Auditor Júnior – CESGRANRIO/2016)
A função da arte
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram
para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar
estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou
mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre:L&PM, 2002. P.12.
No que se refere à colocação pronominal, respeita-se a norma-padrão em:
(A) Queria que admira-me-ssem na velhice.
(B) Me seduziria poder ser jovem a vida toda.
(C) A aposentadoria, esperarei-a com ansiedade.
(D) Nunca senti-me tão velho como hoje.
(E) Ninguém o observava com a mesma atenção que eu.
04. (Pref. de Caucaia/CE – Agente de Suporte a Fiscalização – CETREDE/2016)
Marque a opção em que ocorre ênclise.
(A) Disseram-me a verdade.
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(B) Não nos comunicaram o fato.
(C) Dir-se-ia que tal construção não é correta.
(D) A moça se penteou.
(E) Contar-me-ão a verdade?
05. (MPE/RS – Agente Administrativo – MPE-RS/2016)
Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas dos enunciados abaixo.
1. Quanto ao pedido do Senhor Secretário, a secretaria deverá ________ que ainda não há
disponibilidade de recursos.
2. Apesar de o regimento não exigir uma sindicância neste tipo de situação, a gravidade da ocorrência
________, sem dúvida.
3. Embora os novos artigos limitem o alcance da lei, eles não ________.
(A) informar-lhe – a justificaria – revogam-na
(B) informar-lhe – justificá-la-ia – a revogam
(C) informá-lo – justificar-lhe-ia – a revogam
(D) informá-lo – a justificaria – lhe revogam
(E) informar-lhe – justificá-la-ia – revogam-na
06. (Pref. de São Paulo/SP – Analista Fiscal de Serviços VUNESP/2016)
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugiados. Tratase de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca
de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio,
mas que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma
das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o
multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se
manifestar de forma aberta e hostil.
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da
sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do
momento crítico da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e praticada por
jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles
manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transformações sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, conforme a norma-padrão.
(A) Quando dão-se conta da situação dos refugiados, as pessoas já põem-se a acolhê-los sem
discriminação.
(B) No Brasil, vê-se que o número de refugiados não é tão grande. Aceita-os, sem restrição, boa parte
da população.
(C) Se veem imagens dramáticas dos refugiados na TV. Não trata-se de ficção: é a pura realidade.
(D) Têm visto-se turbilhões de refugiados. O mundo os vê se deslocarem em busca de uma vida
melhor.
(E) Os refugiados buscam uma vida melhor. Discriminaria-os aqueles que desconhecem a
solidariedade.
07. (Câmara de Marília/SP – Procurador Jurídico – VUNESP/2016)
Uma noite no mar Cáspio
Na semana passada, uma aluna da Sorbonne foi encarregada de fazer um estudo sobre a literatura
latino-americana, mal informada de tudo, inclusive sobre a América Latina. Veio entrevistar algumas
pessoas e, não sei por que, pediu-me que a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil
com apenas um título que serviria de roteiro para o trabalho que deveria apresentar.
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Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Aleguei minha incompetência
para titular qualquer coisa.
Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Garruchas e punhais” –
era o nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os meninos da rua Lins de Vasconcelos.
Morei nas duas e era considerado um espião a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade,
considerava idiotas os dois lados.
A moça riu mas não gostou. Todos os países têm garruchas e punhais. Dei outra sugestão: “O mosteiro
de tijolos de feltro”. Ela não gostou – nem eu. Parti então para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida.
Pensou um pouco, inicialmente recusou. Olhou bem para mim e aprovou: “Uma noite no mar Cáspio”.
Para meu espanto, ela aceitou.
Acredito que os professores da Sorbonne também gostarão. E eu nem sei onde fica o mar Cáspio,
embora também não saiba onde fica o Brasil.
(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 26.01.2016. Adaptado)
________ uma aluna da Sorbonne que a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil
com apenas um título que _____ de roteiro para o trabalho que deveria apresentar. Já me pediram coisas
extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Mas não _________.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchidas, respectivamente,
com:
(A) Pediu-me … serviria-lhe … lhe quis decepcionar
(B) Me pediu … servir-lhe-ia … quis decepcioná-la
(C) Pediu-me … lhe serviria … a quis decepcionar
(D) Me pediu … o serviria … quis decepcionar-lhe
(E) Pediu-me … serviria-o … quis decepcioná-la
08. (IPSMI – Procurador – VUNESP/2016) Assinale a alternativa em que a colocação pronominal e a
conjugação dos verbos estão de acordo com a norma-padrão.
(A) Eles se disporão a colaborar comigo, se verem que não prejudicarei-os nos negócios.
(B) Propusemo-nos ajudá-lo, desde que se mantivesse calado.
(C) Tendo avisado-as do perigo que corriam, esperava que elas se contessem ao dirigir na estrada.
(D) Todos ali se predisporam a ajudar-nos, para que nos sentíssemos à vontade.
(E) Os que nunca enganaram-se são poucos, mas gostam de que se alardeiem seus méritos.
09. (BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Administração e Psicologia –
IESES/2016) Assinale a opção em que a colocação dos pronomes átonos está INCORRETA:
(A) Não considero-me uma pessoa de sorte; me considero uma pessoa que trabalha para se sustentar
e esforça-se para se colocar bem na vida.
(B) Pagar-lhes-ei tudo o que lhes devo, mas no devido tempo e na devida forma.
(C) A situação não é melhor na Rússia, onde os antigos servos tornaram-se mujiques famintos, nem
nos países mediterrâneos, onde os campos sobrecarregados de homens são incapazes de alimentá-los.
(D) Deus me livre desse maldito mosquito! Nem me falem nessas doenças que ele transmite!
(E) Pede a Deus que te proteja e dê muita vida e saúde a teus pais.
10. (TRT – 14ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa – FCC/2016)
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No que se refere ao emprego do acento indicativo de crase e à colocação do pronome, a alternativa
que completa corretamente a frase O palestrante deu um conselho... é:
(A) à alguns jovens que escutavam-no.
(B) à estes jovens que o escutavam.
(C) àqueles jovens que o escutavam
(D) à juventude que escutava-o.
(E) à uma porção de jovens que o escutava.
Respostas
01. Resposta D
O correto seria: “Ao final, chegou-se ao livro digital, com textos e dezenas de imagens coloridas.”
02. Resposta E
O pronome regido pela preposição entre deve aparecer na forma oblíqua. Assim, é correto dizer entre
mim e ele, entre ela e ti, entre mim e ti. Os pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam
como complementos: Isso não convém a mim, Foram embora sem ti, Olhou para mim. Os pronomes
pessoais do caso reto exercem a função de sujeito na oração. Dessa forma, os pronomes eu e tu estão
empregados corretamente nos seguintes casos: Pediu que eu fizesse as compras, Saberão só quando tu
partires, Trouxeram o documento para eu assinar.
03. Resposta E
PA- palavra atrativa (invariável) - atrai o pronome
a) Queria que (PA) ME admirassem na velhice.
b) seduzir - ME - ia poder ser jovem a vida toda. Não se inicia a frase com pronome obliquo, e no futuro
deve se usar a mesóclise
c) A aposentadoria, esperar -LA-ei com ansiedade. No futuro deve se usar a mesóclise
d) Nunca (PA) ME senti tão velho como hoje.
e) Ninguém (PA) o observava com a mesma atenção que eu. CERTO
04. Resposta A
Não se usa ênclise com verbos: no particípio e com verbos nos futuros do presente e do pretérito.
LEMBRANDO
Próclise: antes
Mesóclise: no meio
Ênclise: na frente
05. Resposta B
1. Quanto ao pedido do Senhor Secretário, a secretaria deverá INFORMAR-LHE que ainda não há
disponibilidade de recursos. O pronome LHE caracteriza um objeto indireto, que no caso é o Senhor
Secretário; o objeto direto é:"que ainda não há disponibilidade de recursos".
2. Apesar de o regimento não exigir uma sindicância neste tipo de situação, a gravidade da ocorrência
JUSTIFICÁ-LA-IA, sem dúvida. Se o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá
a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa Ex:"a gravidade da ocorrência NÃO A justificaria".
3. Embora os novos artigos limitem o alcance da lei, eles não A revogam. O advérbio de negação NÃO
atrai o pronome oblíquo A causando uma próclise.
06. Resposta B
A) Quando dão-se conta da situação dos refugiados, as pessoas já põem-se a acolhê-los sem
discriminação.
ERRADA: Conjunções subordinativas (quando) e advérbios (já) são palavras atrativas que
obrigam a próclise.
B) No Brasil, vê-se que o número de refugiados não é tão grande. Aceita-os, sem restrição, boa
parte da população.
CORRETA
C) Se veem imagens dramáticas dos refugiados na TV. Não trata-se de ficção: é a pura realidade.
ERRADA: Não se usa pronome oblíquo átono no início de frase (SE) e palavras de sentido
negativo (não) obrigam a próclise.
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D) Têm visto-se turbilhões de refugiados. O mundo os vê se deslocarem em busca de uma vida
melhor.
ERRADA: Não se usa ênclise com verbos no particípio (visto).
E) Os refugiados buscam uma vida melhor. Discriminaria-os aqueles que desconhecem a
solidariedade.
ERRADA: Não se usa ênclise com verbos no futuro do pretérito (discriminaria).
07. Resposta C
____1____ uma aluna da Sorbonne que a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil
com apenas um título que ___2__ de roteiro para o trabalho que deveria apresentar. Já me pediram
coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Mas não ____3_____.
1. não se inicia frase com pronome oblíquo átono - erradas letra b e d.
2. o "que" atrai o pronome oblíquo, ou seja, a próclise irá prevalecer mesmo que o verbo esteja no
futuro. Errada letra a.
3. o "não" é palavra atrativa assim cabe próclise obrigatória. Diante de palavra atrativa não caberá
ênclise. Errada letra e.
a) Pediu-me … serviria-lhe (errado) … lhe quis decepcionar
b) Me pediu(errado) … servir-lhe-ia (errado)… quis decepcioná-la
c) Pediu-me … lhe serviria … a quis decepcionar - CERTA
d) Me pediu (errado) … o serviria … quis decepcionar-lhe
e) Pediu-me … serviria-o … quis decepcioná-la (errada)
08. Resposta B
a) Eles se DISPUSERAM a colaborar comigo, se VIREM que não (PALAVRA ATRATIVA) OS
prejudicarei nos negócios.
b) Propusemo-nos ajudá-lo, desde que se mantivesse calado. (CORRETO)
c) Tendo AS avisado (proibido após particípio) do perigo que corriam, esperava que elas
se CONTIVESSEM ao dirigir na estrada.
d) Todos ali se PREDISPUSERAM a ajudar-nos, para que nos sentíssemos à vontade.
e) Os que nunca (palavra atrativa) SE enganaram são poucos, mas gostam de que se alardeiem
seus méritos.
09. Resposta A
Usamos a regra da próclise, pois não é uma palavra atrativa.
10. Resposta C
A) Errado:
Crase - apresenta erro, pois não há ocorrência de crase antes de pronomes indefinidos; Coloc.
Pronominal - apresenta erro, pois o pronome relativo "QUE" atrai o pronome oblíquo.
B) Errado:
Crase - apresenta erro, pois não há ocorrência de crase antes de pronomes demonstrativos; Coloc.
Pronominal - correto.
C) Correto:
Crase - correto - o termo regente exige preposição (A) e o termo regido (AQUELES) é um pronome
demonstrativo admite crase.
Coloc. Pronominal - correto - o pronome relativo "QUE" atrai o pronome oblíquo.
D) Errado:
Crase - correto; Coloc. Pronominal - apresenta erro, pois o pronome relativo "QUE" atrai o pronome
oblíquo.
E) Errado:
Crase - apresenta erro, pois não há crase antes de artigo indefinido; Coloc. Pronominal - correto.
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6 Reescrita de frases e parágrafos do texto.
Norma Culta
Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar
o conjunto de variedades linguísticas produzidas pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e
criados em zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma culta define o uso correto
da Língua Portuguesa com base no que está escrito nos livros de gramática.
Aquisição da Linguagem e o Propósito da Língua
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para
uma criança. A criança imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da
língua. Um jovem falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou seja, a língua, os lábios, os
dentes, os maxilares, as cordas vocais para produzir sons que se transformam, mais tarde, em palavras,
frases e textos.
Um falante ao entrar em contato com outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a
escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que falam de forma
diferente por pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou
classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
A língua é um poderoso instrumento de ação social, ela possibilita transmitir nossas ideias e transmitir
um conjunto de informações sobre nós mesmos. Desta forma, ela pode tanto facilitar quanto dificultar o
nosso relacionamento com as pessoas e com a sociedade no que diz respeito a nossa capacidade de
uso e articulação da língua.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou
seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes,
até nossos valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
insegurança.
Variedades Linguísticas
A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e transformações ao pasar do tempo. Tais
variações decorrem das diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais dos falantes.
Tomemos como exemplo a transformação ortográfica do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com
“ph”, assim, a palavra era escrita “pharmácia”.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que cumpram com eficiência o papel
fundamental da língua, o de permitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, há
uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma culta ou norma padrã.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros,
registros escritos, nas mídias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a
linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou profissões (policiais, jogadores de
futebol, advogados, surfistas).
O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos
em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos nos diferentes
contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mesma utilizada
em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais
diferentes situações sociais de que participamos.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma
linguagem mais cuidada; o coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples; o informal,
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que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de
comunicação; com o modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia
entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de
um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).
ATITUDES NÃO RECOMENDADAS
EXPRESSÕES CONDENÁVEIS
A nível de / Ao nível
Face a / Frente a
Onde (Quando não exprime lugar)
Sob um ponto de vista
Sob um prisma
Em função de
USO RECOMENDADO
Em nível, No nível
Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante
Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais
De um ponto de vista
Por (ou através de) um prisma
Em virtude de, Por causa de, Em consequência de, Por,
Em razão de
Expressões não recomendadas
- a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
- através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...
- devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- dito.
Opção: citado, mencionado.
- enquanto.
Opção: ao passo que.
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
- no sentido de, com vistas a.
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
- pois (no início da oração).
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
- principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
Expressões que demandam atenção
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito
- acendido, aceso (formas similares) – idem
- à custa de – e não às custas de
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
- a meu ver – e não ao meu ver
- a ponto de – e não ao ponto de
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- a posteriori, a priori – não tem valor temporal
- em termos de – modismo; evitar
- enquanto que – o que é redundância
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em)
- ir de encontro a – chocar-se com
- ir ao encontro de – concordar com
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto
- todo mundo – todos
- todo o mundo – o mundo inteiro
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar
e a que se está tratando)
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo
passado próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
Erros Comuns
- "Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar”.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que
antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz relação absurda.
- "Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de
mel. "Tudo começou naquele baile de quinze anos", "... é aos dezoito anos que se começa a procurar o
caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada da vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem
erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas
pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos
humanos sobre Deus e a vida? "Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os
homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca a todo
instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Antes de começar o texto leia atentamente
todos os elementos que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba se não há falta de
correspondência entre o tema proposto e o texto criado.
- "Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar
a ambiguidade, deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está correta.
- "Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança”.
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de
ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo "mas" no fragmento acima produz uma
ideia absurda.
- "Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo
suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas
carnalmente”.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação e fazem parecer que o autor
não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.
- "Todos os deputados são corruptos”.
Evite pensamentos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas.
- "Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar
com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito não deve apresentar marcas de oralidade.
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- "Mal cheiro", "mau-humorado".
Mal opõe-se à bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).
Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- "Fazem" cinco anos.
Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- "Houveram" muitos acidentes.
Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve
haver muitos casos iguais.
- Para "mim" fazer.
Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- Entre "eu" e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
- "Há" dez anos "atrás".
Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
- "Entrar dentro".
Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais,
ganhar grátis, viúva do falecido.
- Vai assistir "o" jogo hoje.
Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram
(desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. /
Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
- Preferia ir "do que" ficar.
Prefere-se sempre uma coisa à outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível
lutar a morrer sem glória.
- Não há regra sem "excessão".
O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente"
(beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar"
(zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo),
"ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
- Comprei "ele" para você.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixeos sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
- "Aluga-se" casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam
acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
- Chegou "em" São Paulo.
Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os
filhos ao circo.
- Todos somos "cidadões".
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães,
tabeliães, gângsteres.
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- A última "seção" de cinema.
Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral,
Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
- Vendeu "uma" grama de ouro.
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas.
- "Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de
- Não viu "qualquer" risco.
Deve-se usar “nenhum”, e não "qualquer.
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
- A feira "inicia" amanhã.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
- O peixe tem muito "espinho".
Peixe tem espinha.
Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo"
(círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
- Não sabiam "aonde" ele estava.
O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
- "Obrigado", disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito
obrigados por tudo.
- Ela era "meia" louca.
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
- "Fica" você comigo.
Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra
Caixa você também. / Chegue aqui.
- A questão não tem nada "haver" com você.
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com
você.
- Vou "emprestar" dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o
livro (ceder) ao meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
- Ele foi um dos que "chegou" antes.
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram
antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
- "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com
números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
- Tinha "chego" atrasado.
"Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
- Queria namorar "com" o colega.
O com não existe: Queria namorar o colega.
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- O processo deu entrada "junto ao" STF.
Processo dá entrada no STF
- As pessoas "esperavam-o".
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas:
As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- Vocês "fariam-lhe" um favor?
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do
pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se
imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um
presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
- Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos.
Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser
substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador
estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
- Estávamos "em" quatro à mesa.
O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
- Sentou "na" mesa para comer.
Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou
ao piano, à máquina, ao computador.
- Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu.
A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
- O time empatou "em" 2 a 2.
A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma
forma: empate por.
- Não queria que "receiassem" a sua companhia.
O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam,
ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias,
enfeiam).
- Eles "tem" razão.
No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e
põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
- Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos políticopartidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.
- Andou por "todo" país.
Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a
tripulação inteira) foi demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer
nação) tem inimigos.
- "Todos" amigos o elogiavam.
No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do
texto.
- Ela "mesmo" arrumou a sala.
“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
- Chamei-o e "o mesmo" não atendeu.
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Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. /
Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não
"dos mesmos").
- Vou sair "essa" noite.
É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em
que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
- A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero
hora.
- Comeu frango "ao invés de" peixe.
Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
- Se eu "ver" você por aí...
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser
(de pôr); se ele fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer).
- Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode,
explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda",
- Disse o que "quiz".
Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos;
pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
- O homem "possue" muitos bens.
O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui.
Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
- A tese "onde".
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam.
Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em
que ele canta... / Na entrevista em que...
- Já "foi comunicado" da decisão.
Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado
(cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da
decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada
aos empregados.
- A modelo "pousou" o dia todo.
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc.
- Espero que "viagem" hoje.
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar).
Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar.
Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
- O pai "sequer" foi avisado.
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Partiu sem sequer nos avisar.
- O fato passou "desapercebido".
Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
- "Haja visto" seu empenho...
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista
suas críticas.
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- A moça "que ele gosta".
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta
- É hora "dele" chegar.
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo:
É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos terem ocorrido.
- A festa começa às 8 "hrs.".
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."),
5 m, 10 kg.
- "Dado" os índices das pesquisas...
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas
ideias...
- Ficou "sobre" a mira do assaltante.
Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.
Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E
lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa
e alguém vai para trás.
- "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Questões
01. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)
Assinale a alternativa que apresenta incorreção na regência verbal de acordo com a norma culta:
a) Quero a Pedro.
b) Custou-lhe aceitar a verdade
c) Eles se referiram sobre o outro governo.
d) Esta é a cidade com a qual sonhamos.
e) Assisti à conferência e não gostei.
02. (EMSERH – Fisioterapeuta – FUNCAB/2016)
O embondeiro que sonhava pássaros
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte
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matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
(Fragmento).
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de
colocação foi:
a) " Os brancos se inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavam-se com aquela
desobediência.
b) " O remédio, enfim, se haveria de pensar." = O remédio, enfim, haver-se-ia de pensar.
c) " Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualam-se aos bichos silvestres,
concluíam.
d) "O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulava-se.
e) "Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.
03. (SEGEP/MA – Agente Penitenciário – FUNCAB/2016)
A Repartição dos Pães
Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais
de sábado para gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca
do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos
obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não queria a ninguém. Quanto a meu
sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-la na
mão dura, onde eu o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia nosso olhar sem
umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o sábado, ia pouco
a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto,
cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se
impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como
pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem - menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear
o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos.
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a bênção da fome. E foi quando surpreendidos
deparamos com a mesa. Não podia ser para nós...
.
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Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o conviva realmente esperado e que não
viera? Mas éramos nós mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a quem? E lavava
contente os pés do primeiro estrangeiro. Constrangidos, olhávamos.
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a toalha branca amontoavam-se espigas de
trigo. E maçãs vermelhas, enormes cenouras amarelas [...]. Os tomates eram redondos para ninguém:
para o ar, para o redondo ar. Sábado era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem primeiro
chegasse.
Junto do prato de cada mal convidado, a mulher que lavava pés de estranhos pusera - mesmo sem
nos eleger, mesmo sem nos amar - um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes ardentes ou uma talhada
vermelha de melancia com seus alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava
nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos
penhascos. Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de barro. Tudo diante de nós.
Tudo limpo do retorcido desejo humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim
como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os
ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós
pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível.
Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa.
Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido quanto nós queríamos comê-lo. Nada
guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Era um viver
que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto
da comida. Porque agora estávamos com fome, fome inteira que abrigava o todo e as migalhas. [...]
E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos
avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos
fortes e nós comemos.
Pão é amor entre estranhos.
LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição/mudança que poderia ser feita, sem alteração
de valor semântico e linguístico, seria:
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com quem não queríamos.
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
04. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016)
O texto do cartaz apresenta numerosos erros segundo a norma culta da Língua Portuguesa.
Assinale a opção em que o segmento retirado do texto está correto.
a) “O lixo eletrônico contém".
b) “material radioativo que causam danos".
c) “causam danos a saúde".
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d) “a saúde e ao meio ambiemte".
e) “esse material fique jogado por ai".
05. (SEDU/ES – Professor - Língua Portuguesa – FCC/2016)
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...] A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador, que visou e visa uma relativa
estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse
processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua padrão.
(FARACO, 2002, p.40)
Depreende-se da leitura do texto que a
a) norma culta é a língua falada pelos que, detendo maior prestígio social, buscam impô-la aos menos
favorecidos.
b) norma culta e a norma–padrão são expressões sinônimas, pois ambas neutralizam as variedades
incultas e populares.
c) norma-padrão é escrita e refratária à variação linguística, pois busca estabilizar a língua,
normatizando-a.
d) norma-padrão restringe-se às situações comunicativas sociais em que o falante tem reconhecido
poder social.
e) norma-padrão é aquela falada pela maioria da população em situações que exijam formalidade
discursiva.
06. (Pref. de Itupeva/SP – Procurador Municipal – FUNRIO/2016)
TEXTO
DENGUE E VISTORIA
As equipes de combate ao Aedes aegypti já vistoriaram 18,6 milhões de imóveis em todo país. O
balanço é do segundo ciclo de campanha de caça ao mosquito, iniciado este mês. Mas nem todo mundo
atendeu ao chamado dos agentes de saúde: muitos imóveis visitados estavam fechados ou os moradores
não abriram suas portas. Até agora, a vistoria só aconteceu de fato em 33,4% do total de 67 milhões de
residências que deveriam ser monitoradas.
Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde. A abrangência das visitas
também foi divulgada. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.438 já registraram as visitas no Sistema
Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR), segundo o novo balanço,
concluído no dia 24. Os agentes de saúde encontraram focos de larvas de Aedes aegypti em 3,2% dos
locais visitados.
“Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde”. As formas demonstrativas
“nesse” e “desses”:
a) obedecem a uma mesma regra de estruturação textual.
b) referem-se a termos afastados temporalmente.
c) estão ligados a termos espacialmente próximos.
d) comprovam um emprego contrário à norma culta.
e) demonstram um uso coloquial na língua portuguesa.
07. (CFP – Analista Técnico – Suporte em TI – Quadrix/2016)
Com açúcar, com afeto
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário, sai em busca do salário
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Pra poder me sustentar, qual o quê
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer, qual o quê
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você
Chico Buarque
Releia esta passagem do texto:
“Diz pra eu não ficar sentida".
Essa é uma construção típica da oralidade, característica da linguagem brasileira de uso corrente, no
entanto, segundo a Norma Culta da Língua Portuguesa, o período acima configura alguns desvios em
relação ao padrão normativo gramatical escrito. Se fôssemos adequá-lo à Norma, em sua totalidade,
como deveríamos reescrevê-lo?
a) Diz-me que não fique sentida.
b) Diz a mim para não ficar sentida.
c) Diz-me não ficar sentida.
d) Diz a mim para que não fique sentida.
e) Diz para eu não ficar sentida.
08. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)
Assinale o período em que a concordância verbal NÃO é aceita pela gramática culta da Língua
Portuguesa:
a) Promovem-se muitas festas beneficentes nesta instituição de ensino.
b) Os Estados Unidos comemora novas eleições.
c) Fala-se de crises políticas, corrupção e propina.
d) Deve haver orientações para as famílias prejudicadas pelas enchentes.
e) Segundo a reportagem, fazia anos que estavam afastados dos pais.
Respostas
01. Resposta C
Eles se referiram ao outro governo. - Correto
Eles se referiram sobre o outro governo. Errado
02. Resposta E
Em regra não se aplica pronome obliquo átono no início de uma oração.
"Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.
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03. Resposta C
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
Aqui existe o uso da próclise. A próclise antecede pronomes indefinidos, relativos, interrogativos,
advérbios que não peçam pausa, conjunções subordinativas e quando há gerúndio precedido pela
preposição EM. Neste caso o "que" é um pronome relativo, por isso não pode ser usado a ênclise, pois
pronome relativo atrai a próclise.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
Temos outro caso de pronome relativo. Por isso deve ser usada a próclise, pois o pronome que retoma
a palavra acidez espanhola.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com que não queríamos.
Neste caso temos a próclise facultativa quando usada com conjunções coordenativas. Alternativa
correta
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite. O "lhe" é usado apenas
para objeto indireto.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
Na alternativa "e" temos um caso de regência. O verbo preferir é transitivo direto e indireto com a
preposição A. Ou seja, necessita de um objeto direto e um indireto. Quem prefere, prefere isso a aquilo.
A opção dada pela alternativa é o modo coloquial.
Ex: Prefiro a natação ao futebol.
04. Resposta A
a) “O lixo eletrônico contém". Verbo conter no ele contém, eles contêm _ correto
b) “material radioativo que (pronome relativo) causam danos". O pronome relativo "que" é o sujeito do
verbo causar, porém ele se refere ao termo que o antecede (material radioativo) e por isso deverá o verbo
concordar com o termo que antecede o pronome relativo - material radioativo que CAUSA danos
c) “causam danos À saúde". (CRASE)
d) “à saúde e ao meio ambiemte". (Tinha que haver paralelismo, ou seja, como "meio ambiente" estão
antecedido por ao, saúde tem que vir com crase)
e) “esse material fique jogado por AÍ" (ORTOGRAFIA)
05. Resposta C
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...]
A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo
fortemente unificador, que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a
variação e controlar a mudança.
Ao resultado desse processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão
ou língua padrão.
06. Resposta A
Pertencem a mesma classe de "PRONOMES DEMONSTRATIVOS"
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação
a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.
07. Resposta A
Quem diz, diz alguma coisa a alguém. Logo, DIZER é VTDI:
Diz-me (objeto indireto) que não fique sentida (objeto direto)
08. Resposta B
Por conta do artigo " OS" o correto é a concordância no plural: Os Estados Unidos comemoram novas
eleições
.
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6.1 Significação das palavras.
Significação das Palavras
Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:
Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado. Exemplo:
- Alfabeto, abecedário.
- Brado, grito, clamor.
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo outro. Embora irmanados pelo sentido
comum, os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significação e certas
propriedades que o escritor não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles,
mais restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar, outros, ao
invés, pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e tribuno, oculista e
oftalmologista, cinzento e cinéreo).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em nossa língua, de numerosos pares de
sinônimos. Exemplos:
- Adversário e antagonista.
- Translúcido e diáfano.
- Semicírculo e hemiciclo.
- Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética.
- Colóquio e diálogo.
- Transformação e metamorfose.
- Oposição e antítese.
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, palavra que também designa o emprego
de sinônimos.
Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:
- Ordem e anarquia.
- Soberba e humildade.
- Louvar e censurar.
- Mal e bem.
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo. Exemplos:
bendizer/maldizer, simpático/antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/implícito,
ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pósnupcial.
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia, mas significação
diferente. Exemplos:
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo).
Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. A homonímia pode ser causa de
ambiguidade, por isso é considerada uma deficiência dos idiomas.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem
divididos em:
1. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das vogais.
- Rego (substantivo) e rego (verbo).
- Colher (verbo) e colher (substantivo).
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- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
- Para (verbo parar) e para (preposição).
- Providência (substantivo) e providencia (verbo).
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de per+o).
2. Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de consertar).
- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
- Censo (recenseamento) e senso (juízo).
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Paço (palácio) e passo (andar).
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = anular).
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão (tempo de uma reunião ou espetáculo).
3. Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia.
- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Cedo (verbo), cedo (advérbio).
- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pronúncia:
coro e couro,
cesta e sesta,
eminente e iminente,
degradar e degredar,
cético e séptico,
prescrever e proscrever,
descrição e discrição,
infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
comprimento e cumprimento,
deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar),
ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),
vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação. A esse fato linguístico dá-se o nome de
polissemia. Exemplos:
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera;
grande curral de gado.
- Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó.
- Velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; relativo ao véu do palato.
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e
ponto, que têm dezenas de acepções.
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no
sentido figurado. Exemplos:
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado).
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).
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Denotação e Conotação: Observe as palavras em destaque nos seguintes exemplos:
- Comprei uma correntinha de ouro.
- Fulano nadava em ouro.
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso,
tem sentido próprio, real, denotativo.
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, glória, luxo, ostentação; tem o sentido
conotativo, possui várias conotações (ideias associadas, sentimentos, evocações que irradiam da
palavra).
Questões
01. (MPE/SP – Biólogo – VUNESP/2016)
McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente
harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida
dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser
das informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o risco de
fim da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento
da comunidade de que escolhemos participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas páginas
e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto virtualmente
infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os
usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair informações
relevantes de um conjunto finito de observações e reconhecer a organização geral da rede de que
participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante. Um
dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses dispositivos é a
“nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando acaba a bateria do
dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação, como toda nova droga,
ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para
o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)
As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão –
têm sinônimos adequados respectivamente em:
a) procurar / gostar de / ilustrar
b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
c) interferir / propor / embrutecer
d) intrometer-se / prezar / esclarecer
e) contrapor-se / consolidar / iluminar
02. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)
A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos.
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório,
uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e
sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente
apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passandolhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de
campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas
e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos
braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros homens,
enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.
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(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)
Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinônimos?
a) Armistício – destruição
b) Claudicante – manco
c) Reveses – infortúnios
d) Fealdade – feiura
e) Opilados – desnutridos
03. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)
Atento ao emprego dos Homônimos, analise as palavras sublinhadas e identifique a alternativa
CORRETA:
a) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é crime!
b) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente.
c) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão agora expiar seus crimes.
d) Em todos os momentos, para agir corretamente, é preciso o bom censo.
e) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de tomate.
04. (Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico e Mecânico – Instituto Excelência/2016)
Assinale a alternativa em que as palavras podem servir de exemplos de parônimos:
a) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil).
b) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo).
c) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se senta).
d) Nenhuma das alternativas.
05. (TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis – UFMT/2016)
Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no modo de falar ou no de escrever. A
palavra sessão, por exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada uma apresenta
sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferentes, denomina-se homônimo heterográfico.
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso.
a) taxa, cesta, assento
b) conserto, pleito, ótico
c) cheque, descrição, manga
d) serrar, ratificar, emergir
06. (TJ/MT – Analista Judiciário – Direito – UFMT/2016 )
A fuga dos rinocerontes
Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da maneira mais radical possível – pelo céu.
Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados da África, pois sua espécie é uma das
preferidas pelo turismo de caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda restam na
natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma solução extrema: transportar os rinocerontes de
helicóptero. A ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes – com 1,4 toneladas cada
um – de seu habitat original, na província de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transferi-los
para a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500 quilômetros de distância, onde viverão longe dos
caçadores. Como o trajeto tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes tiveram de voar por 24
quilômetros. Sedados e de olhos vendados (para evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram
içados pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio brutal? Os responsáveis pela
operação dizem que, além de mais eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o
procedimento é mais gentil.
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. Superinteressante, nº 229, 2011.)
A palavra radical pode ser empregada com várias acepções, por isso denomina-se polissêmica.
Assinale o sentido dicionarizado que é mais adequado no contexto acima.
a) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
b) Brusco; violento; difícil.
c) Que não é tradicional, comum ou usual.
d) Que exige destreza, perícia ou coragem.
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07. (UNESP – Assistente Administrativo I – VUNESP/2016)
O gavião
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto
satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e comovente
– o gavião malvado, que mata pombas.
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e
há o partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor
que “columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade
come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance magnífico em que
o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do
gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado)
homem.
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no texto – … pode lhe suceder que ele encontre
seu gavião em outro homem. –, é empregado com sentido
a) próprio, equivalendo a inspiração.
b) próprio, equivalendo a conquistador.
c) figurado, equivalendo a ave de rapina.
d) figurado, equivalendo a alimento.
e) figurado, equivalendo a predador.
08. (IPSMI – Procurador – VUNESP/2016)
CONTRATEMPOS
Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem mais horas do que coisas para se fazer
com elas. Sempre faltou tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou dia para tanto sol,
faltou domingo para tanta praia, faltou noite para tanto filme, faltou ano para tanta vida.
Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa que tempo e as pessoas com mais tempo
que coisas para fazer com o tempo.
As pessoas com menos tempo que coisa são as que buzinam assim que o sinal fica verde, e ficam
em pé no avião esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras para entrar primeiro no
vagão do trem, e leem livros que enumeram os “livros que você tem que ler antes de morrer” ao invés de
ler diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer.
Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando onde é a festa, e chega à festa querendo
saber onde é a próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e chega à outra percebendo
que era melhor ter ficado na primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o trabalho.
Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre teve tempo de sobra, por isso sempre
leu romances longos, e passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda temporada de “Grey’s
Anatomy” mas, por ter tempo demais, acabava sobrando tempo demais para se preocupar com uma
hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas que nem sabiam que estavam brigadas
com ela, ou escrever cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou culpar o sol
ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo quando na
verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto tempo não teria nem tempo para
falar do tempo.
Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava correr atrás do tempo porque o tempo
sempre vai correr mais rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar menos, e pensar
menos é uma maneira de ser feliz, e ambos perceberam que a felicidade é uma questão de tempo.
Questão de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante para perceber que essa felicidade
não faz o menor sentido.
(Gregório Duvivier. Folha de S. Paulo, 30.11.2015. Adaptado)
É correto afirmar que o título do texto tem sentido
a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem encontra quando depara com o tempo.
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b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às atitudes das personagens.
c) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco importando as consequências de subestimá-lo.
d) figurado, indicando o contraste na maneira como as personagens se relacionam com o tempo.
e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a “ela”, pois se trata do tempo real.
09. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)
A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos.
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório,
uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e
sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente
apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passandolhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de
campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas
e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos
braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros homens,
enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)
Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão em sentido conotativo?
a) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora”
b) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante...”
c) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates...”
d) “...os arcabouços esmirrados e sujos...”
e) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante”
10. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)
O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre
em:
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra.
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos.
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!
Respostas
01. Resposta B
Imiscuir: tomar parte em, dar opinião sobre (algo) que não lhe diz respeito; intrometer-se, interferir
Embotar: tirar ou perder o vigor; enfraquecer(-se).
02. Resposta A
Armistício é um acordo formal, segundo o qual, partes envolvidas em conflito armado concordam em
parar de lutar. Não necessariamente é o fim da guerra, uma vez que pode ser apenas um cessar-fogo
enquanto tenta-se realizar um tratado de paz.
03. Resposta C
a) Discriminação é um substantivo feminino que significa distinguir ou diferenciar.
b) Eminente é o que se destaca por sua qualidade ou importância; excelente, superior. Iminente é o
que está prestes a acontecer.
c) Correta
d) Bom senso é um conceito usado na argumentação que está estritamente ligado às noções de
sabedoria e de razoabilidade.
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e) Estrato se refere a uma camada, uma faixa. Extrato se refere, principalmente, a alguma coisa que
foi retirada de outra, ou seja, extraída de outra.
04. Resposta A
a) CORRETA. Paronímia “é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem
significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos”.
Exemplos: Cavaleiro – cavalheiro
Absolver – absorver
Comprimento – cumprimento.
b) INCORRETA. Tais palavras são homófonas e homógrafas, ou seja, possuem grafia e pronúncia
iguais.
Outro exemplo é: Cura (verbo) e Cura (substantivo).
c) INCORRETA. Tais palavras são homófonas, ou seja, apesar de possuírem a mesma pronúncia,
são diferentes na escrita.
Outro exemplo é: cela (substantivo) e sela (verbo)
05. Resposta A
a) taxa, cesta, assento
TAXA/TACHA(verbo) - homônimo homófono
CESTA/SEXTA = homônimo homófono
ASSENTO/ACENTO = homônimo homófono
b) conserto, pleito, ótico
CONCERTO/CONSERTO = homônimo homófono
PLEITO/PREITO = parônimos (parecidas)
ÓTICO/OPTICO = Ótico: relativo aos ouvidos/Óptico: relativo aos olhos = parônimos
c) cheque, descrição, manga
CHEQUE/XEQUE = homônimos homófonos
DESCRIÇÃO/DISCRIÇÃO=parônimos
MANGA (roupa)/MANGA(fruta) = homônimos perfeitos
d) serrar, ratificar, emergir
CERRAR/SERRAR = homônimos homófonos
RATIFICAR/RETIFICAR = parônimos
EMERGIR/IMERGIR = parônimos
06. Resposta C
Polissemia: “Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do contexto,
terá uma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,
dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!). “A Gramática para
concursos públicos, 2º edição, 2015, p. 81)
Os rinocerontes fugiram de helicóptero, concordam que é uma maneira incomum? Não é algo que se
ver diariamente, por isso a alternativa que se encaixa melhor no contexto é a letra "c".
07. Resposta E
"Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem."
O trecho indica que na ausência de um outro predador para o homem (alguém que lhe mate - ideia
substituída no texto pela associação com o gavião, em sentido figurado), pode acontecer de ser outro
homem o responsável por tal ato.
08. Resposta D
O contexto é determinante para que atribuamos este ou aquele sentido a uma palavra.
09. Resposta E
"face túmidas e mortas" dá o sentido figurado.
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10. Resposta D
CONOTATIVO- SENTIDO FIGURADO
DENOTATIVO - sentido real (dicionário)
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra. FIGURADO
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. FIGURADO
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
DENOTATIVO
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! FIGURADO
6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto.
Norma Culta
Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar
o conjunto de variedades linguísticas produzidas pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e
criados em zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma culta define o uso correto
da Língua Portuguesa com base no que está escrito nos livros de gramática.
Aquisição da Linguagem e o Propósito da Língua
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para
uma criança. A criança imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da
língua. Um jovem falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou seja, a língua, os lábios, os
dentes, os maxilares, as cordas vocais para produzir sons que se transformam, mais tarde, em palavras,
frases e textos.
Um falante ao entrar em contato com outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a
escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que falam de forma
diferente por pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou
classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
A língua é um poderoso instrumento de ação social, ela possibilita transmitir nossas ideias e transmitir
um conjunto de informações sobre nós mesmos. Desta forma, ela pode tanto facilitar quanto dificultar o
nosso relacionamento com as pessoas e com a sociedade no que diz respeito a nossa capacidade de
uso e articulação da língua.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou
seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes,
até nossos valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
insegurança.
Variedades Linguísticas
A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e transformações ao pasar do tempo. Tais
variações decorrem das diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais dos falantes.
Tomemos como exemplo a transformação ortográfica do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com
“ph”, assim, a palavra era escrita “pharmácia”.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que cumpram com eficiência o papel
fundamental da língua, o de permitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, há
uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma culta ou norma padrã.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros,
registros escritos, nas mídias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a
linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou profissões (policiais, jogadores de
futebol, advogados, surfistas).
O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos
em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos nos diferentes
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contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mesma utilizada
em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais
diferentes situações sociais de que participamos.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma
linguagem mais cuidada; o coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples; o informal,
que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de
comunicação; com o modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia
entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de
um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).
ATITUDES NÃO RECOMENDADAS
EXPRESSÕES CONDENÁVEIS
A nível de / Ao nível
Face a / Frente a
USO RECOMENDADO
Em nível, No nível
Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante
Onde (Quando não exprime lugar)
Sob um ponto de vista
Sob um prisma
Em função de
Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais
De um ponto de vista
Por (ou através de) um prisma
Em virtude de, Por causa de, Em consequência de, Por,
Em razão de
Expressões não recomendadas
- a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
- através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...
- devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- dito.
Opção: citado, mencionado.
- enquanto.
Opção: ao passo que.
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
- no sentido de, com vistas a.
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
- pois (no início da oração).
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
- principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
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Expressões que demandam atenção
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito
- acendido, aceso (formas similares) – idem
- à custa de – e não às custas de
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
- a meu ver – e não ao meu ver
- a ponto de – e não ao ponto de
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal
- em termos de – modismo; evitar
- enquanto que – o que é redundância
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em)
- ir de encontro a – chocar-se com
- ir ao encontro de – concordar com
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto
- todo mundo – todos
- todo o mundo – o mundo inteiro
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar
e a que se está tratando)
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo
passado próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
Erros Comuns
- "Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar”.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que
antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz relação absurda.
- "Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de
mel. "Tudo começou naquele baile de quinze anos", "... é aos dezoito anos que se começa a procurar o
caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada da vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem
erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas
pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos
humanos sobre Deus e a vida? "Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os
homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca a todo
instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Antes de começar o texto leia atentamente
todos os elementos que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba se não há falta de
correspondência entre o tema proposto e o texto criado.
- "Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar
a ambiguidade, deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está correta.
- "Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança”.
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de
ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo "mas" no fragmento acima produz uma
ideia absurda.
- "Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo
suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas
carnalmente”.
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Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação e fazem parecer que o autor
não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.
- "Todos os deputados são corruptos”.
Evite pensamentos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas.
- "Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar
com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito não deve apresentar marcas de oralidade.
- "Mal cheiro", "mau-humorado".
Mal opõe-se à bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).
Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- "Fazem" cinco anos.
Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- "Houveram" muitos acidentes.
Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve
haver muitos casos iguais.
- Para "mim" fazer.
Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- Entre "eu" e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
- "Há" dez anos "atrás".
Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
- "Entrar dentro".
Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais,
ganhar grátis, viúva do falecido.
- Vai assistir "o" jogo hoje.
Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram
(desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. /
Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
- Preferia ir "do que" ficar.
Prefere-se sempre uma coisa à outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível
lutar a morrer sem glória.
- Não há regra sem "excessão".
O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente"
(beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar"
(zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo),
"ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
- Comprei "ele" para você.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixeos sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
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- "Aluga-se" casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam
acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
- Chegou "em" São Paulo.
Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os
filhos ao circo.
- Todos somos "cidadões".
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães,
tabeliães, gângsteres.
- A última "seção" de cinema.
Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral,
Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
- Vendeu "uma" grama de ouro.
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas.
- "Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de
- Não viu "qualquer" risco.
Deve-se usar “nenhum”, e não "qualquer.
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
- A feira "inicia" amanhã.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
- O peixe tem muito "espinho".
Peixe tem espinha.
Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo"
(círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
- Não sabiam "aonde" ele estava.
O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
- "Obrigado", disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito
obrigados por tudo.
- Ela era "meia" louca.
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
- "Fica" você comigo.
Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra
Caixa você também. / Chegue aqui.
- A questão não tem nada "haver" com você.
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com
você.
- Vou "emprestar" dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o
livro (ceder) ao meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
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- Ele foi um dos que "chegou" antes.
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram
antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
- "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com
números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
- Tinha "chego" atrasado.
"Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
- Queria namorar "com" o colega.
O com não existe: Queria namorar o colega.
- O processo deu entrada "junto ao" STF.
Processo dá entrada no STF
- As pessoas "esperavam-o".
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas:
As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- Vocês "fariam-lhe" um favor?
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do
pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se
imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um
presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
- Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos.
Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser
substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador
estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
- Estávamos "em" quatro à mesa.
O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
- Sentou "na" mesa para comer.
Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou
ao piano, à máquina, ao computador.
- Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu.
A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
- O time empatou "em" 2 a 2.
A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma
forma: empate por.
- Não queria que "receiassem" a sua companhia.
O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam,
ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias,
enfeiam).
- Eles "tem" razão.
No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e
põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
- Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos políticopartidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.
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- Andou por "todo" país.
Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a
tripulação inteira) foi demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer
nação) tem inimigos.
- "Todos" amigos o elogiavam.
No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do
texto.
- Ela "mesmo" arrumou a sala.
“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
- Chamei-o e "o mesmo" não atendeu.
Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. /
Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não
"dos mesmos").
- Vou sair "essa" noite.
É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em
que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
- A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero
hora.
- Comeu frango "ao invés de" peixe.
Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
- Se eu "ver" você por aí...
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser
(de pôr); se ele fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer).
- Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode,
explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda",
- Disse o que "quiz".
Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos;
pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
- O homem "possue" muitos bens.
O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui.
Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
- A tese "onde".
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam.
Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em
que ele canta... / Na entrevista em que...
- Já "foi comunicado" da decisão.
Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado
(cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da
decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada
aos empregados.
- A modelo "pousou" o dia todo.
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc.
- Espero que "viagem" hoje.
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Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar).
Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar.
Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
- O pai "sequer" foi avisado.
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Partiu sem sequer nos avisar.
- O fato passou "desapercebido".
Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
- "Haja visto" seu empenho...
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista
suas críticas.
- A moça "que ele gosta".
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta
- É hora "dele" chegar.
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo:
É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos terem ocorrido.
- A festa começa às 8 "hrs.".
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."),
5 m, 10 kg.
- "Dado" os índices das pesquisas...
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas
ideias...
- Ficou "sobre" a mira do assaltante.
Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.
Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E
lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa
e alguém vai para trás.
- "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Questões
09. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)
Assinale a alternativa que apresenta incorreção na regência verbal de acordo com a norma culta:
a) Quero a Pedro.
b) Custou-lhe aceitar a verdade
c) Eles se referiram sobre o outro governo.
d) Esta é a cidade com a qual sonhamos.
e) Assisti à conferência e não gostei.
10. (EMSERH – Fisioterapeuta – FUNCAB/2016)
O embondeiro que sonhava pássaros
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
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- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte
matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
(Fragmento).
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de
colocação foi:
a) " Os brancos se inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavam-se com aquela
desobediência.
b) " O remédio, enfim, se haveria de pensar." = O remédio, enfim, haver-se-ia de pensar.
c) " Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualam-se aos bichos silvestres,
concluíam.
d) "O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulava-se.
e) "Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.
11. (SEGEP/MA – Agente Penitenciário – FUNCAB/2016)
A Repartição dos Pães
Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais
de sábado para gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca
do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos
obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não queria a ninguém. Quanto a meu
sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-la na
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mão dura, onde eu o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia nosso olhar sem
umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o sábado, ia pouco
a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto,
cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se
impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como
pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem - menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear
o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos.
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a bênção da fome. E foi quando surpreendidos
deparamos com a mesa. Não podia ser para nós...
Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o conviva realmente esperado e que não
viera? Mas éramos nós mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a quem? E lavava
contente os pés do primeiro estrangeiro. Constrangidos, olhávamos.
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a toalha branca amontoavam-se espigas de
trigo. E maçãs vermelhas, enormes cenouras amarelas [...]. Os tomates eram redondos para ninguém:
para o ar, para o redondo ar. Sábado era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem primeiro
chegasse.
Junto do prato de cada mal convidado, a mulher que lavava pés de estranhos pusera - mesmo sem
nos eleger, mesmo sem nos amar - um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes ardentes ou uma talhada
vermelha de melancia com seus alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava
nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos
penhascos. Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de barro. Tudo diante de nós.
Tudo limpo do retorcido desejo humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim
como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os
ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós
pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível.
Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa.
Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido quanto nós queríamos comê-lo. Nada
guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Era um viver
que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto
da comida. Porque agora estávamos com fome, fome inteira que abrigava o todo e as migalhas. [...]
E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos
avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos
fortes e nós comemos.
Pão é amor entre estranhos.
LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição/mudança que poderia ser feita, sem alteração
de valor semântico e linguístico, seria:
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com quem não queríamos.
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
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12. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016)
O texto do cartaz apresenta numerosos erros segundo a norma culta da Língua Portuguesa.
Assinale a opção em que o segmento retirado do texto está correto.
a) “O lixo eletrônico contém".
b) “material radioativo que causam danos".
c) “causam danos a saúde".
d) “a saúde e ao meio ambiemte".
e) “esse material fique jogado por ai".
13. (SEDU/ES – Professor - Língua Portuguesa – FCC/2016)
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...] A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador, que visou e visa uma relativa
estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse
processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua padrão.
(FARACO, 2002, p.40)
Depreende-se da leitura do texto que a
a) norma culta é a língua falada pelos que, detendo maior prestígio social, buscam impô-la aos menos
favorecidos.
b) norma culta e a norma–padrão são expressões sinônimas, pois ambas neutralizam as variedades
incultas e populares.
c) norma-padrão é escrita e refratária à variação linguística, pois busca estabilizar a língua,
normatizando-a.
d) norma-padrão restringe-se às situações comunicativas sociais em que o falante tem reconhecido
poder social.
e) norma-padrão é aquela falada pela maioria da população em situações que exijam formalidade
discursiva.
14. (Pref. de Itupeva/SP – Procurador Municipal – FUNRIO/2016)
TEXTO
DENGUE E VISTORIA
As equipes de combate ao Aedes aegypti já vistoriaram 18,6 milhões de imóveis em todo país. O
balanço é do segundo ciclo de campanha de caça ao mosquito, iniciado este mês. Mas nem todo mundo
atendeu ao chamado dos agentes de saúde: muitos imóveis visitados estavam fechados ou os moradores
não abriram suas portas. Até agora, a vistoria só aconteceu de fato em 33,4% do total de 67 milhões de
residências que deveriam ser monitoradas.
Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde. A abrangência das visitas
também foi divulgada. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.438 já registraram as visitas no Sistema
Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR), segundo o novo balanço,
concluído no dia 24. Os agentes de saúde encontraram focos de larvas de Aedes aegypti em 3,2% dos
locais visitados.
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“Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde”. As formas demonstrativas
“nesse” e “desses”:
a) obedecem a uma mesma regra de estruturação textual.
b) referem-se a termos afastados temporalmente.
c) estão ligados a termos espacialmente próximos.
d) comprovam um emprego contrário à norma culta.
e) demonstram um uso coloquial na língua portuguesa.
15. (CFP – Analista Técnico – Suporte em TI – Quadrix/2016)
Com açúcar, com afeto
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer, qual o quê
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você
Chico Buarque
Releia esta passagem do texto:
“Diz pra eu não ficar sentida".
Essa é uma construção típica da oralidade, característica da linguagem brasileira de uso corrente, no
entanto, segundo a Norma Culta da Língua Portuguesa, o período acima configura alguns desvios em
relação ao padrão normativo gramatical escrito. Se fôssemos adequá-lo à Norma, em sua totalidade,
como deveríamos reescrevê-lo?
a) Diz-me que não fique sentida.
b) Diz a mim para não ficar sentida.
c) Diz-me não ficar sentida.
d) Diz a mim para que não fique sentida.
e) Diz para eu não ficar sentida.
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16. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)
Assinale o período em que a concordância verbal NÃO é aceita pela gramática culta da Língua
Portuguesa:
a) Promovem-se muitas festas beneficentes nesta instituição de ensino.
b) Os Estados Unidos comemora novas eleições.
c) Fala-se de crises políticas, corrupção e propina.
d) Deve haver orientações para as famílias prejudicadas pelas enchentes.
e) Segundo a reportagem, fazia anos que estavam afastados dos pais.
Respostas
09. Resposta C
Eles se referiram ao outro governo. - Correto
Eles se referiram sobre o outro governo. Errado
10. Resposta E
Em regra não se aplica pronome obliquo átono no início de uma oração.
"Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.
11. Resposta C
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
Aqui existe o uso da próclise. A próclise antecede pronomes indefinidos, relativos, interrogativos,
advérbios que não peçam pausa, conjunções subordinativas e quando há gerúndio precedido pela
preposição EM. Neste caso o "que" é um pronome relativo, por isso não pode ser usado a ênclise, pois
pronome relativo atrai a próclise.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
Temos outro caso de pronome relativo. Por isso deve ser usada a próclise, pois o pronome que retoma
a palavra acidez espanhola.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com que não queríamos.
Neste caso temos a próclise facultativa quando usada com conjunções coordenativas. Alternativa
correta
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite. O "lhe" é usado apenas
para objeto indireto.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
Na alternativa "e" temos um caso de regência. O verbo preferir é transitivo direto e indireto com a
preposição A. Ou seja, necessita de um objeto direto e um indireto. Quem prefere, prefere isso a aquilo.
A opção dada pela alternativa é o modo coloquial.
Ex: Prefiro a natação ao futebol.
12. Resposta A
a) “O lixo eletrônico contém". Verbo conter no ele contém, eles contêm _ correto
b) “material radioativo que (pronome relativo) causam danos". O pronome relativo "que" é o sujeito do
verbo causar, porém ele se refere ao termo que o antecede (material radioativo) e por isso deverá o verbo
concordar com o termo que antecede o pronome relativo - material radioativo que CAUSA danos
c) “causam danos À saúde". (CRASE)
d) “à saúde e ao meio ambiemte". (Tinha que haver paralelismo, ou seja, como "meio ambiente" estão
antecedido por ao, saúde tem que vir com crase)
e) “esse material fique jogado por AÍ" (ORTOGRAFIA)
13. Resposta C
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
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mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...]
A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo
fortemente unificador, que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a
variação e controlar a mudança.
Ao resultado desse processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão
ou língua padrão.
14. Resposta A
Pertencem a mesma classe de "PRONOMES DEMONSTRATIVOS"
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação
a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.
15. Resposta A
Quem diz, diz alguma coisa a alguém. Logo, DIZER é VTDI:
Diz-me (objeto indireto) que não fique sentida (objeto direto)
16. Resposta B
Por conta do artigo " OS" o correto é a concordância no plural: Os Estados Unidos comemoram novas
eleições
6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto.
Estruturação dos Textos e Parágrafos
Os elementos essenciais para a composição de um texto são: introdução, desenvolvimento e
conclusão6.
Analisemos cada uma das partes separadamente:
Introdução
Apresentação direta e objetiva da ideia central do texto.
Caracteriza-se por ser o parágrafo inicial.
Desenvolvimento
Estruturalmente, é a maior parte contida no texto.
O desenvolvimento estabelece uma relação entre a introdução e a conclusão, pois é nesta etapa que
as ideias, argumentos e posicionamento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com o intuito de
dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e capazes de fazer com que o leitor anteceda
a conclusão.
Os três principais erros cometidos durante a elaboração do desenvolvimento são:
1. Distanciamento do texto em relação à discussão inicial.
2. Concentrar-se em apenas um tópico do tema e esquecer os demais.
3. Tecer muitas ideias ou informações e não conseguir organizá-las ou relacioná-las, dificultando,
assim, a linha de entendimento do leitor.
Conclusão
É o ponto de chegada de todas as argumentações elencadas no desenvolvimento, ou seja, é o
fechamento do texto e dos questionamentos propostos pelo autor.
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Fonte: https://www.algosobre.com.br/redacao/a-unidade-basica-do-texto-estrutura-do-paragrafo.html
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Na elaboração da conclusão deve-se evitar as construções padrões como: “Portanto, como já
dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”.
Parágrafo
Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da
folha; conceitualmente, o parágrafo completo deve dispor de introdução, desenvolvimento e conclusão.
* Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal,
feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor...
* Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias,
com vistas a reforçar e conferir credibilidade na discussão.
* Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos
mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e conclusão):
(Ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente nas capitais do país é um problema relevante,
para cuja solução é necessária uma ação conjunta de toda a sociedade.
(Ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua legislação de proteção ao meio ambiente,
ou fazer valer as leis em vigor; o empresário pode dar sua contribuição, instalando filtro de controle dos
gases e líquidos expelidos, e a população, utilizando menos o transporte individual e aderindo aos
programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já ocorre em São Paulo.
(Conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um desses três setores da sociedade tendem a
ser inócuas no combate à poluição e apenas onerar as contas públicas.
6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
Caro estudante, para realizar a reescritura de textos de diferentes gêneros é necessário conhecer a
estrutura dos mesmos, estrutura essa que foi estudada no primeiro tópico “1 Compreensão e
interpretação de textos de gêneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.”
Norma Culta
Norma Culta e Língua-Padrão
De acordo com M. T. Piacentini, mesmo que não se mencione terminologia específica, é evidente que
se lida no dia-a-dia com níveis diferentes de fala e escrita. É também verdade que as pessoas querem
“falar e escrever melhor”, querem dominar a língua dita culta, a correta, a ideal, não importa o nome que
se lhe dê.
O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é aquele convencionalmente utilizado nas
instâncias públicas de uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais, textos científicos e
publicações oficiais; em suma, é a que circula nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas esferas
de pesquisa e trabalhos acadêmicos.
Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua circulante que é correta mas diferente da
língua ideal e imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da gramática. Eles fazem, pois, uma
distinção entre o real e o ideal: a língua concreta com todas suas variedades de um lado, e de outro um
padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e “correto”, o que conformaria, no seu entender, uma língua
artificial, situada num nível hipotético.
Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há dois estratos diferenciados: um praticamente
intangível, representado nas normas preconizadas pela gramática tradicional, que comporta as
irregularidades e excrescências da língua, e outro concreto, o utilizado pelos falantes cultos, qual seja, a
“linguagem concretamente empregada pelos cidadãos que pertencem aos segmentos mais favorecidos
da nossa população”, segundo Marcos Bagno (“ A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira
”. SP: Parábola Edit. 2003).
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Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística somente a pessoa que tiver formação
universitária completa será caracterizada como falante culto(urbano).
Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos que produzem os jornais, a documentação
oficial, os trabalhos científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a língua que tais pessoas
falam e os textos que produzem nem sempre se coadunem com as regras rígidas impostas pela gramática
normativa, divulgada na escola e em outras instâncias (de repressão linguística) como o vestibular.
Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele fazer a distinção entre as duas modalidades
e os dois termos que as descrevem?
Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas e convenções agregadas num corpo
chamado de gramática tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de correção para toda e
qualquer forma de expressão linguística.
Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de acordo com padrões gramaticais rígidos é
esquecer-se que não pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta uma heterogeneidade
de comportamentos linguísticos, todos igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a
culto).
Em suma: há uma realidade heterogênea que, por abrigar diferenças de uso que refletem a dinâmica
social, exclui a possibilidade de imposição ou adoção como única de uma língua-modelo baseada na
gramática tradicional, a qual, por sua vez, está ancorada nos grandes escritores da língua, sobretudo os
clássicos, sendo pois conservadora. E justamente por se valer de escritores é que as prescrições
gramaticais se impõem mais na escrita do que na fala.
“A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo
fortemente unificador (que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas), que visou e visa uma
relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado
desse processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua-padrão”
(Faraco, Carlos Alberto, “Norma-padrão brasileira”. In Bagno, M. (org.). Linguística da norma. SP: Loyola,
2002).
Aryon Rodrigues (in Bagno 2002) entra na discussão: “Frequentemente o padrão ideal é uma regra de
comportamento para a qual tendem os membros da sociedade, mas que nem todos cumprem, ou não
cumprem integralmente”. Mais adiante, ao se referir à escola, ele professa que nem mesmo os
professores de Língua Portuguesa escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo professor
que ensina essa gramática não consegue observá-la em sua própria fala nem mesmo na comunicação
dentro de seu grupo profissional”.
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há brasileiro – nem mesmo professores de
português – que não fale assim:
– Me conta como foi o fim de semana…
– Te enganaram, com certeza!
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi mandado embora?
Ou mesmo assim:
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem machucados.
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina.
– Acho que já lhe conheço, rapaz.
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso às regras padronizadas, incutidas no
processo de escolarização, se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas propugnadas
pela gramática tradicional e que provavelmente só se encontrariam na escrita (conta-me como foi
/enganaram-te / explica-me uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos / acho que já o conheço)
configuram a norma-padrão ou língua-padrão.
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma polarização entre a norma-padrão (também
denominada “norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das variedades existentes no Brasil, aí
incluída a norma culta, no senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os leigos, a
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população em geral, toda forma elevada de linguagem, que se aproxime dos padrões de prestígio social,
configura a norma culta.
Norma culta, norma padrão e norma popular
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao dialeto social praticado pela classe de
prestígio, representando a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A normatização não
existe por razões apenas linguísticas, mas também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na
língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de classes, poder, acesso à educação escrita, e
não da qualidade da forma da língua. Há um conceito amplo e um conceito estreito de Norma. No primeiro
caso, ela é entendida como um fator de coesão social. No segundo, corresponde concretamente aos usos
e aspirações da classe social de prestígio. Num sentido amplo, a norma corresponde à necessidade que
um grupo social experimenta de defender seu veículo de comunicação das alterações que poderiam advir
no momento do seu aprendizado. Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e atitudes de
determinado seguimento da sociedade, precisamente aquele que desfruta de prestígio dentro da Nação,
em virtude de razões políticas, econômicas e culturais. Segundo Lucchesi (1994, 2001), considera-se que
a realidade linguística brasileira deve ser entendida como um contínuo de normas, dentro do quadro de
bipolarização do Português do Brasil.
A existência da civilização dá-se com o surgimento da escrita. Suas regras são pautadas a partir da
Norma Culta. Sendo esta importante nos documentos formais que exigem a correta expressão do
Português para que não haja mal entendido algum. Ela nada mais é do que a modalidade linguística
escolhida pela elite de uma sociedade como modelo de comunicação escrita e verbal.
A Norma Culta é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar o conjunto de
variantes linguísticas efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos, sendo assim
classificando os cidadãos nascidos e criados em zonas urbanas e com grau de instrução superior
completo. “Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em
cuja linguagem a classe ilustrada põe o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso
idiomático e consagrou”. (ROCHA LIMA, 1989).
Dentre as características que são pertinentes à Norma Culta podemos citar que é: a variante de maior
prestígio social na comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos membros do grupo social
de padrão cultural mais elevado; cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada pela
escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que há maior formalidade aproximando-a dos
padrões da prescrição da gramática tradicional; a mais empregada na literatura e também pelas pessoas
cultas em diferentes situações de formalidade; indicada precisamente nas marcas de gênero, número e
pessoa; usada em todas as pessoas verbais, com exceção, talvez, da 2ª do plural, sendo utilizada
principalmente na linguagem dos sermões; empregada em todos os modos verbais em relação verbal de
tempos e modos; possuindo uma enorme riqueza de construção sintática, além de uma maior utilização
da voz passiva; grande o emprego de preposições nas regências aproveitando a organização gramatical
cuidada da frase.
De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa formal, buscará seguir as regras da norma
explícita de sua língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico, um repertório que, se não
for erudito, também não será vulgar. Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma Padrão
está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições representadas na gramática, mas é marcada
pela língua produzida em certo momento da história e em uma determinada sociedade. Como a língua
está em constante mudança, diferentes formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua idealizada prescrito pelas gramáticas
normativas, como sendo uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e raramente utiliza
na escrita. Sendo também uma referência para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal
a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido de língua. Assim, as gramáticas tradicionais
descrevem a Norma Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do Português no Brasil.
Marcos Bagno propõe, como alternativa, uma triangulação: onde a Norma Popular teria menos
prestígio opondo-se à Norma Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas anteriores
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servindo como um ideal imaginário e inatingível. A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e Coloquial.
A Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, que segue rigidamente as regras gramaticais.
Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante tem mais tempo para se pronunciar de forma
refletida como porque é supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o que está escrito. Já a
Padrão Coloquial é a versão oral da língua culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais
de liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais. Entretanto, a margem de afastamento
dessas regras é estreita e, embora exista, a permissividade com relação às transgressões é pequena.
Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes traumas, construções como: ainda não vi ele;
me passe o arroz e não te falei que você iria conseguir? Inadmissíveis na língua escrita. O falante culto,
de modo geral, tem consciência dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente as
construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita. Contudo, como se disse, não são muitos os
desvios admitidos e muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas mesmo na linguagem
oral. A Norma Popular é aquela linguagem que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a
linguagem popular, falada no cotidiano.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização linguística em termos lexicais, fonéticos,
sintáticos e semânticos. Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da natural economia
linguística. É utilizado em contextos informais.
Dentre as características da Norma Popular podemos destacar: economia nas marcas de gênero,
número e pessoa; redução das pessoas gramaticais do verbo; mistura da 2ª com a 3ª pessoa do singular;
uso intenso da expressão a gente em lugar de eu e nós; redução dos tempos da conjugação verbal e de
certas pessoas, como a perda quase total do futuro do presente e do pretérito-mais-que-perfeito no
indicativo; do presente do subjuntivo; do infinitivo pessoal; falta de correlação verbal entre os tempos;
redução do processo subordinativo em benefício da frase simples e da coordenação; maior emprego da
voz ativa em lugar da passiva; predomínio das regências verbais diretas; simplificação gramatical da
frase; emprego dos pronomes pessoais retos como objetos.
Na visão de Preti (1999), os falantes cultos “até em situação de gravação consciente revelaram uma
linguagem que, em geral, também pertence a falantes comuns”. Sendo mais espontânea e criativa, a
Norma Popular se afigura mais expressiva e dinâmica. Temos, assim, alguns exemplos: estou
preocupado (Norma Culta); to preocupado (Norma Popular); to grilado (gíria, limite da Norma Popular).
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe
a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade para viver, necessitando conhecer a língua culta
para conviver.
Fonte:https://centraldefavoritos.wordpress.com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-padrao/(Adaptado)
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