DOSSIÊ
PERSPECTIVAS DE GÊNERO NOS MUNDOS DO
TRABALHO
5
APRESENTAÇÃO
Os artigos reunidos neste dossiê trilham diferentes caminhos frente ao desafio
comum de articular perspectivas de gênero num exercício de história social. A categoria
analítica de gênero é neles empregada para rever e ampliar os limites do mundo do trabalho
e seus sujeitos. As e os protagonistas das histórias contadas nos artigos que se seguem nem
sempre cerraram fileiras em partidos políticos ou em sindicatos, e muitos deles não
realizaram greves nem motins. Suas experiências sociais são aqui tomadas para
problematizar os limites e a abrangência do conceito de classe trabalhadora, que não se
expressa e não se esgota apenas em sua organização institucional.
As autoras deste dossiê escolheram enfocar primordialmente a complexidade da
composição e do relacionamento de diversos grupos de trabalhadores, levando em conta as
múltiplas noções identitárias que permeiam suas experiências.
As disputas sociais em torno das quais se desenrolam os processos de formação da
classe em diferentes momentos e lugares pressupõem diferenças internas. Dentre as mais
significativas dessas diferenças estão as de gênero, dimensão que é com frequência
silênciada no âmbito da história do trabalho. Por isso, nosso principal objetivo com a escolha
dos artigos aqui apresentados é mostrar que, imprescindível na análise das dinâmicas que
envolvem as classes trabalhadoras, o gênero pode ser utilizado para complexificar e
enriquecer as questões propostas pelos estudos sobre os mundos do trabalho.
Na escolha dos artigos para o dossiê, optamos por enfatizar duas dimensões
específicas: buscamos dar um formato transnacional a este diálogo historiográfico, reunindo
trabalhos em curso de historiadoras brasileiras e argentinas, com a participação especial de
uma historiadora indiana. De certo modo, estes trabalhos refletem os diferentes percursos
profissionais e os diálogos que deram forma ao campo dos estudos históricos e dos estudos
feministas no Brasil e na Argentina. Ao mesmo tempo, optamos por selecionar artigos que
exploram experiências sociais relacionadas a diferentes formas de trabalho informal, muitas
vezes quando a própria idéia de trabalho está em questão para os sujeitos e grupos
estudados. Finalmente, todos os artigos dedicam-se a dimensões morais que compõem a
6
própria definição de trabalho em disputa em vários contextos. Assim, as autoras se dedicam
a
apea os li ites do t a alho ho ado ,
i tuoso , ho esto e dig o , e ide ia do
neste processo as profundas conotações de gênero que operam na delimitação destes
conceitos.
Consideramos que ambas as perspectivas – o debate transnacional e a escolha de
sujeitos e períodos pouco usuais para a história social do trabalho - contribuem para o
exercício de desnaturalizar recortes temporais identificados com a questão social e o
trabalho livre, respectivamente, na Argentina e no Brasil. Nesse sentido, os artigos aqui
reunidos têm em comum o mérito de trazer à tona, em sólidas pesquisas com fontes
primárias, orais ou escritas, as experiências de mulheres e homens pertencentes às classes
trabalhadoras, mas que raramente são tratados pela historiografia do trabalho.1 Além disso,
alguns deles trazem para o campo de perguntas da história social do trabalho certos temas e
recortes temporais que não entram na periodização mais estabelecida neste campo de
estudos.2
Os trabalhos selecionados nutrem-se de trajetórias específicas dos mundos
acadêmicos brasileiro e argentino nas últimas décadas, embora com significativos pontos de
encontro. Com isto esperamos que este exercício seja útil para avançar no propósito,
comum às perspectivas de trabalho e gênero aqui brevemente apresentadas, de
desnaturalizar e refletir sobre alguns aspectos das historiografias nacionais a partir dos
debates historiográficos locais.
1
Utilizamo-nos assim, de pressupostos que há tempos vêm sendo levantados por Marcel van der Linden em
favor do alargamento da concepção de classe trabalhadora em diálogos transnacionais ou em perspectivas
o pa ati as. Cf. Ma el VAN DE‘ LINDEN, Ma el, Glo aliza do a Histo iog afia das Classes T a alhado as e
dos Mo i e tos Ope á ios: Algu s pe sa e tos P eli i a es , Trajetos – Revista de História da UFC,
Fo taleza, ol. , . ,
. E out o te to o es o auto o se a ue: a lasse t a alhado a i lui todos
aqueles que realizam algum trabalho dependente sob o capitalismo, o que inclui escravos, assalariados,
indentured servents, e outros t a alhado es. Nossa i te p etação ode a , de ue a lasse t a alhado a
constitui-se ape as de t a alhado es li es , u p oduto da ep essão histó i a. Cf. VAN DER LINDEN,
Ma el, La ou as the Histo of Multitudes – Reviewing: Peter LINEBAUGH, Peter and REDIKER, Marcus, The
Many-Headed Hydra: The Hidden History of the Revolutionary Atlantic. Boston: Bacon Press, 2000, p.7.
2 No caso brasileiro, esta periodização tendeu a excluir a experiência dos trabalhadores libertos e escravos,
como já demonst ou “il ia La a. Cf. LA‘A, “il ia Hu old, Blo i i the i d: E.P.Tho pso e a e pe i ia
eg a o B asil , P ojeto Histó ia, “P: out.
5 e LA‘A, “il ia Hu old, Es a idão, idada ia e histó ia do
t a alho o B asil , P ojeto Histó ia, “P. Fe .
. No caso da Argentina, a periodização clássica da história
so ial do t a alho to a o o a o o su gi e to da ha ada uestão so ial a fi s do s ulo XIX,
oi ide te o a i ig ação assi a. Co fe i , po e e plo, “U‘IANO, Jua , I t odu ió : u a ap o imación
a la defi i ió de la uestió so ial e A ge ti a , “U‘IANO, Jua o g. , La uestió so ial e A ge ti a,
1943, Buenos Aires: Ed. La Colmena, 2000. Para o caso indiano conferir CHANDAVA‘KA‘, ‘aj a a a ; The
aki g of the Wo ki g Class : E.P.Tho pso a d I dia Histo , Histo Wo kshop Jou al, sp i g
.
7
Terminamos com uma última e breve observação sobre o uso da categoria de gênero.
Nos textos aqui reunidos, o gênero é primordialmente uma ferramenta que permite
empreender uma análise da articulação de identidades coletivas, em especial aquelas em
relação de antagonismo com outros grupos sociais. Na produção historiográfica
latinoamericana, os estudos de gênero e de história social tiveram e continuam tendo um
diálogo complexo e frutífero,3 embora a categoria analítica de gênero tenha sido
reiteradamente identificada com a proposta de conotações pós-estruturalistas da
historiadora norte americana Joan Scott.4 Como ressaltam as historiadoras norte-americanas
Heidi Tinsman e Sueann Caulfield, a resistência por parte de historiadores latinoamericanos
em adotar o termo gênero em suas análises expressa, não uma incompreensão, e sim
leituras peculiares de tal categoria por parte de historiografias nacionais que já estavam
previamente envolvidas em debates politizados em torno à agência histórica de diferentes
grupos sociais de mulheres no passado.5 Em outras palavras, em diferentes contextos
historiográficos latinoamericanos, uma variedade de tópicos relativos ao gênero são – e já
vinham sendo – tratados sem as ferramentas analíticas do gênero, na linha de tradições
como as mentalidades e a história social do trabalho inglesa.6.
3
Talvez a melhor sistematização e agenda de trabalho a partir deste diálogo seja a de Daniel James e John
French na introdução da coletânea The Gendered World of Latin American Women Workers: From the
Household and the Factory to the Union and the Ballot Box, Durham: Duke Univ. Press, 1997.
4
Antes de seu ensaio fundacional sobre o gênero como uma categoria histórica de análise, Joan Scott era uma
conhecida historiadora do movimento cartista e das trabahadoras francesas no século XIX. Seu ensaio marcou
sua adesão à perspectivas identificadas com correntes pós-estruturalistas, que privilegiavam dimensões
discursivas em detrimento da agência histórica das mulheres, e por isso foi muito resistida entre historiadoras
sociais do trabalho. Ve “COTT, Joa , Ge de : a useful atego fo histo i al a al sis , i Joa “ ott Gender
and the Politics of History New York: Columbia University Press, 1988. Sobre o debate com as historiadoras
sociais, ver o dossiê reunido em Cadernos Pagu, n.3, 1994.
5
As duas autoras fazem proficuas discussões sobre os usos da categoria de gênero nos estudos
latinoamericanos. Tinsman em relação a como Joan Scott foi lida e suas apropriações, e Sueann Caulfield
através de um amplo e completo panorama da bibliografia recente. TIN“MAN, Heidi, A Pa adig of ou o :
Joa “ ott i Lati A e i a Histo , The American Historical Review, n.113, Dezembro de 2008, e CAUFIELD,
“uea , The histo of ge de i the histo iog aph of Lati A e i a , Hispa i A e i a Histo i al ‘e ie ,
vol.81, ns.3-4, agosto-novembro 2001.
6
Isso ajuda a entender a insistência de muitas historiadoras, argentinas e brasileiras, na necessidade de uma
história das mulheres. No caso da Argentina, ver a introdução da coleção coordenada por Valeria Pita, Gabriela
Ini e Fernanda Gil Lozano, Historia de las mujeres en la Argentina Buenos Aires: Ed.Taurus, 2000. No caso do
B asil, esta pe spe ti a ela o ada po Ma del P io i, Histó ia das ulhe es: as ozes do sil io , F‘EITA“,
Marcos Cezar de, (org.), Historiografia brasileira em perspectiva São Paulo: Ed. Contexto, 2000. A desconfiança,
do ponto de vista da história social, às possibilidades da adoção da categoria de gênero por parte das
historiado as asilei as, ela o ada e CUNHA, Ma ia Cle e ti a Pe ei a, De histo iado as, asilei as e
escandinavas: loucuras, folias e relações de gênero no Brasil (séculos XIX e XX), Tempo. Revista do
Departamento de História da Universidade Federal Fluminense, 5, 1998.
8
Seguindo esta trilha encaminhamos aqui a proposta de utilização desta ferramenta
para a compreensão de questões que fazem parte dos desafios atuais da história social do
trabalho. Entre elas, o gênero cumpre um papel fundamental, tanto na articulação de
identidades sociais que conformam a experiência de trabalhadores em diferentes momentos
e lugares, como também na busca da conexão entre essas identidades e problemas
históricos mais gerais.
Os textos que se seguem articulam pesquisas substanciais em diversos tipos de
fontes, procurando analisar as relações de poder entre homens e mulheres de diferentes
grupos sociais, e também entre os homens e entre as mulheres. Os artigos propõem leituras
sobre a articulação de solidariedades e de noções do justo, do legítimo, e do que estava
dentro das possibilidades de ação desses sujeitos. Em suma, as autoras mostram que, ainda
que sob determinadas condições de opressão, homens e mulheres conseguem articular
formas de vida e trabalho que envolvem concepções próprias e alternativas, mesmo
imbricadas nas relações de dependência a que estão sujeitas em cada caso específico.7 As
relações desiguais entre homens e mulheres, como nos mostram Lerice Garzoni e Andrea
Andújar, entre homens, como nos mostra Silvana Palermo, ou ainda entre as próprias
mulheres, como nos mostram Valeria Pita e Daniela Sbravati, tornam-se aqui lugares
centrais dos conflitos sociais em torno a desigualdades sociais, raciais e políticas e também
em torno às definições mesmas de trabalho em cada contexto e interlocução social.
A partir de experiências concretas de pesquisa, estes artigos avançam na trilha aberta
pelos estudos que apontam certas dimensões da experiência de trabalho e da exploração
feminina que terminaram apagadas pelas temáticas predominantes na historiografia do
trabalho. Assim, por um lado, estes trabalhos denunciam o conteúdo e as conotações
masculinas de relatos supostamente neutros. É o que faz Silvana Palermo ao evidenciar a
composição de gênero dos discursos e práticas dos trabalhadores ferroviários na Argentina e
também Lerice Garzoni, quando aborda a figura contraventora da vagabunda, numa
cuidadosa análise de processos criminais de vagabundagem produzidos no Rio de Janeiro em
busca de experiências femininas de trabalho urbano. Garzoni mostra que, em meio a uma
7
Para uma inspiradora análise das potencialidades de rompimento dos limites estabelecidos na relação entre
dominantes e dominados a partir das brechas abertas pela resistência cotidiana ver SCOTT, James C.,
Domination and the Arts of Resistance – Hidden Transcripts, Press New Haven and London: Yale University,
1990.
9
classe trabalhadora marcada por relações instáveis de trabalho e moradia, as acusadas de
vagabundagem tinham concepções próprias sobre sua inserção no mundo do trabalho. Estas
concepções contrastavam ou coadunavam com as que estavam sendo discutidas no meio
judicial, e escapavam a toda tentativa de juristas (para não dizer de historiadores) de
estabelecer limites rígidos entre trabalho e não trabalho.
Distanciando-se da pe iodização lássi a da
u do suspeito te
o
uestão so ial , Vale ia Pita le a ta o
a idade pa a des e da os o ple os e o t os ultu ais e t e
senhoras da Sociedade de beneficência argentina e uma diversidade de trabalhadoras que às
vezes entravam, e às vezes não, na categoria de tuteladas. A dicotomia entre caridade e
direitos já serviu a outros autores para discutir a separação entre trabalhadores respeitáveis
e os out os . A a álise de Pita a plia os li ites da pe iodização convencionalmente
estabelecida para a história do trabalho, além de também iluminar a experiência de grupos
de mulheres e trabalhadores informais argentinas que, como em outros casos, foram
invisibilizados por uma historiografia que privilegiava os direitos dos trabalhadores
masculinos, organizados e produtivos.8
A ressignificação de situações de controle por parte dos dominados também é o foco
de Daniela Sbravati que, como resultado de densa pesquisa em cartas de alforrias e
contratos de trabalho, atenta para a surpreendente quantidade de mulheres proprietárias
de escravos em Desterro (Florianópolis) na segunda metade do século XIX. Sbravati revela a
agência dessas mulheres e sua posição de dependência intermediária entre, de um lado, os
homens influentes com quem estabeleciam relações que lhes possibilitavam algumas
facilidades no mundo jurídico e social e, de outro, seus escravos e escravas, com quem
tinham que negociar frequentemente e aos quais sua pópria sobrevivência estava atada. A
dimensão de gênero aqui se mostra novamente importante pois, embora o tema da
escravidão através das alforrias venha sendo bastante trabalhado pela historiografia,
costuma-se referir ao mundo dos senhores de escravos como eminentemente patriarcal.
Para um período mais recente, e ampliando o diálogo para incluir o caso indiano,
Andrea Andújar e Chitra Joshi abordam complexos contextos de desindustrialização. Andújar
se pergunta como as mulheres que participaram da organização de movimentos de
8
Pensamos especificamente no argumento de Karin Rosemblatt em sua discussão sobre os governos de
f e te popula o Chile de eados do s ulo XX e
Cha it , ights, a d E titlement: gender, labor, and
welfare in Early-T e tieht Ce tu Chile , Hispanic American Historical Review, vol. 81, ns. 3-4, 2001, p. 585.
10
desempregados na Argentina atribuíram outros significados às suas vidas e às suas
experiências de trabalho doméstico à luz da mobilização política nos anos 90. Ao reconstruir
o mundo das mulheres que participaram da formação do movimento piqueteiro em Salta e
em Neuquén, em plena crise dos anos 90, a autora encontra um contexto em que as
experiências do compromisso político e da precariedade laboral só podem ser entendidas a
partir de suas conotações de gênero, e nas transformações de noções estabelecidas a partir
do trânsito dessas mulheres pelo âmbito público.
A identidade de piqueteira, suplantando a de desempregado, é resultado de um
processo no qual as mulheres tiveram participação decisiva, como costuma ocorrer em
situações de crise econômica e social. Assim, tanto Silvana Palermo como Andrea Andújar
sugerem que o enfoque da masculinidade é fundamental para entender certas reações da
classe trabalhadora em contextos de crise econômica, quando, com frequência, o que está
em questão para muitos homens é o seu fracasso como chefes de família e trabalhadores
ho ados . Neste se tido, a uidadosa leitu a ue “il a a Pale
o e p ee de das e sões
de masculinidade mobilizadas no periódico sindical dos ferroviários argentinos no começo
do século XX, constitui uma excelente solução para o desafio de integrar uma perspectiva de
gênero às perguntas que caracterizam a história social do trabalho. Em seu artigo, a
perspectiva de gênero, ou seja, a pergunta sobre a identidade sexuada dos trabalhadores
ferroviários, fortalece e renova sua mirada e sua pergunta fundamental sobre a experiência
daqueles trabalhadores enquanto enfrentavam a crise da primeira guerra mundial em suas
vidas. Sua análise sobre as tensões de classe expressas no julgamento moral dos
trabalhadores a seus chefes é destacável, demonstrando que o campo das identificações e
tensões masculinas é um campo de embates e enfrentamentos de classe, neste caso, em
que exercem também um papel crucial as diferenças nacionais, tal como entendidas pelos
trabalhadores.
Para complementar e ressaltar esta intenção primordial, decidimos concluir nossa
seleção com a tradução de um instigante balanço historiográfico realizado pela historiadora
indiana Chitra Joshi sobre os percursos mais recentes da historiografia em seu país. Seu
trabalho chama a atenção pelo efeito de distância e familiaridade simultâneos que nos
provoca. A professora Joshi é, ela mesma, exemplo desta vontade de diálogo transnacional,
uma vez que realizou conferências em diferentes cidades brasileiras e argentinas em 2008,
ocasião em que apresentou uma versão prévia deste balanço. Neste sentido, a presente
11
tradução e publicação de seu ensaio reflete nosso interesse em manter e ampliar este
diálogo. Em certos momentos de sua apresentação na Argentina, o contato com diferentes
historiadoras e estudantes parecia prescindir do trabalho da tradutora, já que seu relato
sobre os dilemas de toda uma geração de estudiosas feministas em tratar de superar
conceitualizações como o patricarcado, em favor de enfocar experiências históricas
particulares, ou as dificuldades e desafios de cruzar categorias de classe e gênero, ou ainda a
tensões entre os enfoques centrados na experiências das mulheres e aqueles que jogavam
na dimensão relacional, soavam muito familiares às historiadoras locais. Por sua vez, e
significativamente, a passagem de Chitra pelas universidades brasileiras esteve muito mais
marcada pela prática e pelo debate em torno da profícua história social local.
Esperamos que o leitor e a leitora curiosa que se animarem a percorrer as páginas
seguintes possam ver que a história do trabalho só tem a ganhar em complexidade e rigor a
partir de dois movimentos: primeiramente o de submeter-se a um olhar que privilegia as
condições materiais de existência e a experiência social particular dentro de processos
históricos mais gerais; em segundo lugar o de abrir-se para uma variedade de temas que nos
permitem expandir a abrangência de categorias centrais ao campo – como trabalho,
trabalhadores, trabalhadoras – e de periodizações consagradas da história social do
trabalho. Neste sentido, esperamos que este conjunto de artigos tenha a função de
alimentar o debate e a discussão entre as e os colegas com os quais compartilhamos as
preocupações desses Mundos do Trabalho.
Fabiane Popinigis
Cristiana Schettini
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