Academia.eduAcademia.edu

Clculo vetorial e geometria anlitica

nsm

1 Cálculo Vetorial e Geometria Analítica Prof. José Carlos Morilla Santos 2009 Prof. José Carlos Morilla 2 1 CÁLCULO VETORIAL .................................................................................................. 4 1.1 Segmentos Orientados ........................................................................................... 4 1.2 Vetores ................................................................................................................... 4 1.2.1 Soma de um ponto com um vetor .................................................................... 5 1.2.2 Adição de vetores ............................................................................................ 5 1.2.3 Diferença de vetores ........................................................................................ 6 1.2.4 Módulo, Direção e Sentido ............................................................................... 6 1.2.5 Produto de um número real por um vetor. ....................................................... 6 1.2.6 Espaço vetorial. ............................................................................................... 7 1.2.7 Exercícios. ....................................................................................................... 7 1.3 1.3.1 Definições ........................................................................................................ 8 1.3.2 Exercícios. ....................................................................................................... 9 1.4 Base ....................................................................................................................... 9 1.4.1 Adição entre vetores ...................................................................................... 10 1.4.2 Multiplicação por um escalar.......................................................................... 11 1.4.3 Exercícios ...................................................................................................... 11 1.4.4 Ortogonalidade. ............................................................................................. 12 1.4.5 Exercícios. ..................................................................................................... 13 1.5 2 Dependência e Independência Linear. ................................................................... 8 Mudança de Base................................................................................................. 13 1.5.1 Mudança de Base Ortornormal. ..................................................................... 14 1.5.2 Exercícios. ..................................................................................................... 14 PRODUTOS ENTRE VETORES E ESCALARES ...................................................... 15 2.1 Ângulo entre dois vetores. .................................................................................... 15 2.2 Produto Escalar. ................................................................................................... 16 2.2.1 Cossenos diretores ........................................................................................ 16 2.2.2 Projeção de um vetor ..................................................................................... 17 2.2.3 Propriedades do Produto Escalar. ................................................................. 17 2.2.4 Exercícios. ..................................................................................................... 18 2.3 Orientação no espaço V3. ..................................................................................... 19 2.4 Produto Vetorial .................................................................................................... 19 2.4.1 Vetores Canônicos......................................................................................... 21 2.4.2 Exercícios ...................................................................................................... 23 2.5 Produto Misto ....................................................................................................... 23 2.5.1 Propriedades do Produto Misto...................................................................... 24 Prof. José Carlos Morilla 3 2.5.2 2.6 Duplo produto vetorial. ......................................................................................... 26 2.6.1 3 Exercícios ...................................................................................................... 25 Exercícios ...................................................................................................... 26 GEOMETRIA ANALÍTICA .......................................................................................... 27 3.1 Sistemas de Coordenadas Cartesianas ............................................................... 27 3.1.1 3.2 Retas e Planos ..................................................................................................... 28 3.2.1 Estudo da Reta. ............................................................................................. 28 3.2.1.1 Equações Paramétricas da Reta. ............................................................ 28 3.2.1.2 Exercícios ................................................................................................ 29 3.2.2 3.3 Exercícios ...................................................................................................... 27 Equações do Plano ........................................................................................ 29 3.2.2.1 Equações Paramétricas do Plano ........................................................... 32 3.2.2.2 Exercícios ................................................................................................ 34 Posição relativa de retas e planos ........................................................................ 35 3.3.1 Posição relativa entre duas retas. .................................................................. 35 3.3.2 Exercícios ...................................................................................................... 36 3.4 Posição relativa entre uma reta e um plano. ........................................................ 37 3.4.1 Exercícios ...................................................................................................... 39 3.4.2 Posição relativa entre planos. ........................................................................ 40 3.4.3 Exercícios ...................................................................................................... 41 Prof. José Carlos Morilla 4 1 CÁLCULO VETORIAL 1.1 Segmentos Orientados Chamamos de segmento orientado a um segmento de reta que possui sua origem em um ponto e sua extremidade em outro. Tome-se, por exemplo, o segmento mostrado na figura 1. Figura 3- Segmentos Opostos Dizemos que dois segmentos são equipolentes quando eles possuem o mesmo comprimento, a mesma direção e o mesmo sentido. Figura 4 - Segmentos Equipolentes Figura 1- Segmento de reta orientado Na figura 1 o segmento de reta representado tem sua origem no ponto A e sua extremidade no ponto B. Dizemos que um seguimento é nulo quando sua origem coincide com sua extremidade (A≡B). 1.2 Vetores Chama-se de vetor ao segmento de reta orientado que possui sua origem em um ponto e extremidade em outro. Na figura 5, o segmento AB é chamado de vetor AB e indicado por AB. Dado um segmento AB, diz-se que o segmento BA é o seu oposto. Figura 5- Vetor AB Figura 2- Segmentos Opostos Dados dois segmentos orientados AB e CD, como os mostrados na figura 3, dizemos que eles têm a mesma direção quando os segmentos AB e CD são paralelos ou coincidentes. Com relação ao seu sentido, dizemos que dois segmentos possuem o mesmo sentido quando, além de terem a mesma direção possuem a mesma orientação. Quando a orientação é oposta, dizemos que os segmentos são opostos. Prof. José Carlos Morilla Sempre que designarmos um vetor este terá em sua designação uma seta, orientada para a direita, sobre o símbolo de sua designação. Dois vetores AB e CD são iguais se e somente se, os dois segmentos orientados que os representam forem equipolentes. Figura 6- Vetores iguais (AB = CD) 5 Dado um vetor v = AB, o vetor BA é chamado de oposto de AB e se indica por -AB ou por - v . Figura 7- Vetores Opostos Figura 8– Soma de vetores 1.2.1 Soma de um ponto com um vetor Dado um ponto A e um vetor v , existe um único ponto B tal que B-A=v. O ponto B é chamado de soma do ponto A com o vetor v e se indica por A+ v . As propriedades imediatas: • • • • • abaixo Podemos dizer, então que o vetor w é soma do vetor u com o vetor v . Podemos escrever então que: u+v=w Graficamente, podemos usar a regra do paralelogramo: são A+0=A (A-v)+v=A Se A+ v =B+v então A=B Se A+ u =A+v então u=v A+(B-A)=B Figura 9– Regra do Paralelogramo 1.2.2 Adição de vetores Consideremos dois vetores u e v e um ponto qualquer A. Quando se toma o ponto A, e a ele se soma o vetor u obtemos um segundo ponto, que aqui vamos chamar de B. Quando se soma ao ponto B o vetor v , encontramos um terceiro ponto, que chamaremos de C. Podemos dizer que existe um terceiro vetor w que ao ser somado ao ponto A encontramos o ponto C. Na figura 10, o vetor AD representa a soma entre os vetores u; v e w. C B D A Figura 10– Soma entre vetores Prof. José Carlos Morilla 6 1.2.3 Diferença de vetores Consideremos dois vetores u e v , como os mostrados na figura 11, o vetor k u+ -v é chamado de diferença entre u ev. Na figura 11, quando se toma o ponto A e a ele se soma o vetor u , obtemos o ponto B. Quando se soma ao ponto A o vetor v , encontramos um terceiro ponto, que chamaremos de D. Dizemos que um vetor é unitário quando seu módulo for igual a um. |u|=1 De maneira análoga, a direção e o sentido do vetor u são, por definição, a direção e o sentido de qualquer dos representantes de u . Chama-se versor de um vetor não nulo v , o vetor unitário de mesmo sentido v. Dois vetores são ditos paralelos quando estes possuem a mesma direção. Figura 11– Diferença entre vetores Observa-se, então, que existe um vetor k que somado ao vetor v fornece o vetor u . Podemos, então, escrever v+k=u k=u-v 1.2.5 Produto de um número real por um vetor. Chamamos de produto de um número real, diferente de zero, por vetor 0, ao vetor s tal que: v • • Assim, podemos dizer que o vetor k é a diferença entre o vetor u e o vetor v. • • OBS:- A diferença entre o vetor v e o vetor u , será igual a -k. • |s |=|a|×|v| A direção s é paralela à de v Se a>0, o sentido de s é mesmo de v Se a<0, o sentido de s é oposto ao de v Se a = 0 ou v for nulo, o resultado é um vetor nulo. v - u = -k 1.2.4 Módulo, Direção e Sentido Dado um vetor u , todos os seus representantes têm o mesmo comprimento; assim, o comprimento de qualquer representante de u é chamado de módulo do vetor u e é indicado por |u|. O módulo de um vetor depende da unidade de comprimento utilizada. O módulo de um vetor, também, é chamado de Norma do vetor. Prof. José Carlos Morilla O produto de a por vse indica por av . O produto (1/a) v se indica simplesmente por v/a. Figura 12– Produto de um número real por um vetor 7 1.2.6 Espaço vetorial. Chama-se espaço vetorial ao conjunto de vetores munidos de pelo menos duas operações que respeitam as propriedades da adição e do produto de um número real por um vetor. Os espaços vetoriais são estudados na Álgebra Linear. 3. Dados os vetores u e v , conforme a figura 15, determine o vetor x tal que u+v+x=0. Figura 15 OBS:- É comum se usar o termo escalar para designar um número real, em contraposição a um vetor. Assim, quando se multiplica um vetor por um número real é comum ser dito que este vetor será multiplicado por um escalar. Não se deve confundir este produto com Produto Escalar que será visto mais à frente. 4. Determine a soma dos vetores indicados na figura 16. D C (a) A B D 1.2.7 Exercícios. 1. Para a figura 13, onde DC = 2AD, exprimir D – B em função de A – B e C – B. C (b) A B E B D F A D C (c) C A Figura 13 B 2. Para a figura 14, AD é a bissetriz do ângulo A. Exprimir D – A em função de B – A e C – A. A B D Figura 14 Prof. José Carlos Morilla C (d) Figura 16 8 5. Dados os vetores u e v , da figura 17, determinar: O vetor resultante da soma entre u ev; O vetor resultante da diferença entre u e v ; O vetor resultante do produto de u por um escalar igual a -5/3. 1.3 Dependência e Independência Linear. Sejam n vetores v1 , v2 ,......., vn (n≥1) e a1,a2,........,an números reais. Chama-se combinação linear dos vetores v1 , v2 ,......., vn ao vetor: a1 v1 +a2 v2 +…+an vn = u Se u é combinação linear dos vetores v 1 , v 2 ,......., v n , diz-se, também, que u é gerado por estes vetores. Figura 17 6. Se (A, B) é representante de 0 e (C, D) um representante u de v 0, prove que se AB // CD, existe um número real λ tal que v·. u Dados n vetores v 1 , v 2 ,......., v n (n≥1), dizemos que eles são linearmente dependentes (LD) se existem escalares a1,a2,........,an, não todos nulos, tais que: n ai vi =0 i=1 ou seja, a1 v1 7. Determine x 2x 3u=10 x+v 8. No sistema a seguir, resolva o sistema nas incógnitas x e y x+2y=u 3x y=2u+v 9. Seja v 0. Mostre que vetor unitário (versor de v) v |v| é um a v2 an vn 0 Quando os vetores v1 , v2 ,......., vn não são linearmente dependentes, dizemos que eles são linearmente independentes (LI). Pode-se, então, verificar que os vetores v1 , v2 ,......., vn , são linearmente dependentes quando o vetor resultante de sua combinação linear for nulo. Pode-se dizer, ainda que; dados os vetores v1 , v2 ,......., vn , se um deles é combinação linear dos outros, então eles são linearmente dependentes. 1.3.1 Definições I. Um único vetor v é linearmente dependente se v 0. II. Prof. José Carlos Morilla Dois vetores u e v são linearmente dependentes se eles forem paralelos a uma mesma reta. 9 Se u e v são linearmente dependentes, então, existe escalares a e b tais que: au+bv= 0 u= - b a 1.3.2 Exercícios. 10. Prove que se o conjunto de vetores u, v, w é linearmente independente, então o conjunto também é u+ v+ w, u-v,3v linearmente independente. v Desta forma, os dois vetores possuem a mesma direção, ou seja, eles são paralelos. III. 11. Prove que se o conjunto de vetores u,v é LI, então u v, u - v também é LI. Três vetores u; v e w são linearmente dependentes se eles forem paralelos a um mesmo plano. 12. Prove que se o conjunto de vetores u, v , w é LI, então o conjunto u + v , u + w , v+ w também é LI. Se u; v e w são linearmente dependentes, então, existe escalares a; b e c tais que: au + bv+cw = 0 Os u= vetores - b a b v+ a ve - c a w c w a são coplanares com v e w, portanto, u também é coplanar com eles. Devemos lembrar que o vetor resultante da soma entre dois vetores é coplanar com eles. Isto pode ser observado na figura 18. R 1.4 Base Uma base no espaço é uma terna e1 , e2 , e3 formada por três vetores linearmente independentes. Veja a figura 19. e1 e2 e3 u Figura 19 v Figura 18 IV. Qualquer sequência de elementos com quatro, ou mais, vetores é linearmente dependente. Prof. José Carlos Morilla Para todo vetor v, gerado a partir existem escalares de e1 , e2 , e3 , a1 ,a2 ,a3 tais que: a1 e1 + a2 e2 + a3 e3 = v Ou seja, o vetor v é combinação linear dos vetores e1 , e2 , e3 . 10 Podemos então escrever o vetor v como sendo: ou seja: u+v = a1 +b1 ,a2 +b2 ,a3 +b3 3 ai ei = v i=1 são Os escalares a1 ,a2 ,a3 chamadas de componentes, ou coordenadas, de v em relação à base e1 , e2 , e3 . Reciprocamente, a uma terna a1 ,a2 ,a3 de números reais, existe um único vetor cujas coordenadas são a1 ,a2 e a3. Fixada uma base e1 , e2 , e3 , é costume se representar o vetor v por meio da terna a1 ,a2 ,a3 ou ainda, por meio da matriz coluna: a1 a2 a3 Quando se usa a matricial, podemos escrever: u notação a1 b1 a1 +b1 v = a2 +!b2 "=!a2 +b2 " a3 b3 a3 +b3 OBS:- Quando se tem um vetor v em um plano, suas componentes podem ser definidas como as coordenadas (v1; v2) de um sistema de coordenadas retangulares ou cartesianas. Assim, o vetor v será representado simplesmente por v = v1 ,v2 A figura 20 mostra o vetor v e suas componentes. Escrevemos, então: v = a1 ,a2 ,a3 a1 a ou v = 2 a3 Deste ponto em diante, o uso de coordenadas será muito freqüente; é conveniente, então, que as operações entre vetores sejam feitas diretamente em coordenadas, assim, faremos o estudo de algumas destas operações: 1.4.1 Adição entre vetores Se u = a1 ,a2 ,a3 e v = b1 ,b2 ,b3 então: u+v = a1 +b1 ,a2 +b2 ,a3 +b3 De fato, se u=a1 e1 +a2 e2 +a3 e3 e v=b1 e1 +b2 e2 +b3 e3 , então: u+v= a1 +b1 e1 + a2 +b2 e2 + a3 +b3 e3 Prof. José Carlos Morilla Figura 20 Quando é feita a soma entre dois vetores no plano, o vetor resultante tem componentes iguais à soma entre as componentes em cada direção. A figura 21 mostra a soma entre dois vetores v e w. 11 linearmente independe dentes se e somente se: 1.4.3 Exercícios 13. Determine o vet etor X, tal que 3X-2V = 15(X - U). 14. Determine os vvetores X e Y tais que: Figura 21 1.4.2 Multiplicação por um escalar. e Se um vetor = e multiplicado por um escalar λ,, então: é = De fato, se produto fica: o 16. Quais são as coordenadas do ponto P’, simét étrico do ponto P = (1;0;3) em relaç lação ao ponto M = (1;2;-1)? (Suges gestão: o ponto P’ é tal que o vetor ) Quando se usa a matricial, podemos escrever: notação Com estes conceitoss é possível reexaminar o conceito de depe ependência e independência linear. e vetores = = são lilinearmente dependentes se e somente se s . forem proporcionais a Os = vetores e = Prof. José Carlos Morilla 17. Verifique se o vetor U combinação line inear de V e W: é V = (9,-1 12,-6) W = (-1, 1,7,1) U = (-4, 4,-6,2) = Os 15. Determine ass coordenadas da extremidade do segmento orientado que representa re o vetor V =(3;0;-3), sabe bendo-se que sua origem está no op ponto P = (2;3;-5). = , são 18. Verifique se o vetor U combinação line inear de V e W: V = (5,4 5,4,-3) W = (2,1,1) (2, U = (-3, 3,-4,1) 19. Quais dos segui guintes vetores são paralelos? W = (15,-10,5) U = (6,-4,-2) V = (--9,6,3) é 12 1.4.4 Ortogonalidade. O conceito de ortogonalidade de vetor, com retas e planos se define de modo natural, usando os mesmos conceitos para os segmentos orientados que representam o vetor. Desta forma é possível definir: Fica: 2 x1 +x2 2 + y1 +y2 =x21 +y21 +x22 +y22 Ao se efetuar o produto notável no lado esquerdo da igualdade e fazendo-se as simplificações possíveis, encontramos: Um vetor u 0 é ortogonal à reta r (ao plano π) se existe um representante (A,B) de u tal que o segmento AB é ortogonal a r ( a π). I. II. III. Os vetores u e v são ortogonais se um deles é nulo, ou caso contrário, admitirem representantes perpendiculares. Os vetores u e v são ortogonais se e somente se: |u + v|2 =|u|2 + |v|2 x1 x2 + y1 y2 = 0 Da mesma forma que foi feito no plano, para dois vetores no espaço R3, podemos escrever: x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 =0 V. |u + v|2 =|u|2 + |v|2 é Uma base E = e1 , e2 , e3 ortonormal se os vetores e1 , e2 , e3 são unitários e dois a dois ortogonais. Para provar esta proposição basta lembrar o teorema de Pitágoras. Tomando um ponto O qualquer, u e v são ortogonais se e somente se os pontos O; O+u e O+u+v, são vértices de um triângulo retângulo. Isto pode ser observado na figura 22. O+u+v u+v v Figura 23 O+u u O Figura 22 IV. Outra forma de mostrar a ortogonalidade é lembrando que, no plano, os vetores u e v podem ser escritos: u=x1 i+y1 j v=x2 i+y2 j Assim a expressão: Prof. José Carlos Morilla VI. Se E = e1 , e2 , e3 é base ortonormal e u=xe1 +ye2 +ze3, então: |u|=#x2 +y2 +z2 13 1.4.5 Exercícios. Mostre que f 1 , f2 , f 3 é LI e portanto base de V3. 20. Para a base E = e1 , e2 , e3 , verifique se os vetores u e v são LI ou LD. a. u= 1,2,3 , v= 2,1,1 b. u= 1,7,1 , v= 26. Calcule as coordenadas do vetor v= 1,1,1 da base E na base F do exercício anterior. 1 7 1 , , 2 2 2 1.5 21. Para a base E = e1 , e2 , e3 , verifique se os vetores u ; v e w são LI ou LD. u= 1,-1,2 v= 0,1,3 w= 4,-3,11 , 22. Para uma mesma base E, sendo u= 1,-1,3 v= 2,1,3 w= -1,-1,4 , Ache as coordenadas de: a. u+v b. u-v c. u+2v-3w 23. Com os dados do exercício é anterior, verifique se u combinação linear de v e w. 24. Escreva t= 4,0,13 , como combinação linear dos vetores u; v e w do exercício 22. 25. Sejam: Mudança de Base A escolha de uma base conveniente pode, muitas vezes, ajudar a resolver um problema qualquer. Consideremos, então, duas bases: E = e1 , e2 , e3 F = f 1 , f2 , f 3 De tal sorte que os vetores f 1 , f2 , f 3 possam ser combinações lineares de e1 , e2 , e3 , ou seja; f1 =a11 e1 +a21 e2 +a31 e3 f2 =a12 e1 +a22 e2 +a32 e3 f3 =a13 e1 +a23 e2 +a33 e3 Com os escalares aij é possível construir a matriz M: a11 a12 a13 M= a21 a22 a23 a31 a32 a33 A esta matriz, dá-se o nome de Matriz Mudança da Base E para base F. Para provar isto, vamos tomar um vetor, que na base E é escrito como : v = x1 e1 +x2 e2 +x3 e3 . Seja, agora, o mesmo vetor escrito na base F como v = y1 f1 +y2 f2 +y3 f3. f1= 2e1 - e2 f2= e1 - e2 + 2 e3 f3= e1 + 2 e3 Prof. José Carlos Morilla Como F pode ser escrita como sendo combinação linear de E, podemos, então, escrever: 14 v = y1 a11 e1 +a21 e2 +a31 e3 +y2 a12 e1 +a22 e2 +a32 e3 +y3 a13 e1 +a23 e2 +a33 e3 . O vetor v pode então ser escrito como: v= y1 a11 +y2 a12 +y3 a13 e1 + y1 a21 +y2 a22 +y3 a23 e2 + y1 a31 +y2 a32 +y3 a33 e3 Assim, as coordenadas x1; x2 e x3 podem ser escritas como: x1=y1 a11 +y2 a12 +y3 a13 x2=y1 a21 +y2 a22 +y3 a23 x3=y1 a31 +y2 a32 +y3 a33 As três expressões acima, podem ser escritas na forma matricial que é: x1 x2 x3 y1 a11 a12 a13 a21 a22 a23 $ y2 y3 a31 a32 a33 Note-se, então que a matriz dos coeficientes aij é a matriz que relaciona as coordenadas do vetor v na base E com as coordenadas deste mesmo vetor, na base F. Assim sendo, esta matriz é chamada de Matriz Mudança de Base. Quando as bases são ortonormais, a matriz transposta é igual à matriz inversa, ou seja: -1 t M =M M×Mt =I À matriz que respeita a condição onde M-1 = Mt , dá-se o nome de Matriz Ortogonal. Assim, se E é uma base ortonormal, para que F, também, seja ortonormal é necessário e suficiente que a matriz de mudança de E para F seja ortogonal. Como o determinante de uma matriz é igual ao determinante de sua matriz transposta, podemos escrever: det%M&=det'Mt ( det%M&'Mt (=det%M&×det'Mt ( det%M&'M (=det%M&2 =1 t det%M&=±1 Para que duas bases sejam ortonormais, a matriz mudança de base entre elas deve ser ortogonal e o determinante desta matriz pode ser igual a 1 ou -1. 1.5.2 Exercícios. De uma maneira geral, podemos escrever: %X&=%M&×%Y& 1.5.1 Mudança de Base Ortornormal. Sejam E e F duas bases ortonormais e seja a matriz M a matriz mudança de base de E para F. 27. Dadas as bases E; F e G, onde: e1 = 2f1 + f3 g1 = e1 - e2 e 2 = f1 - f 2 g2 = e2 - e3 e 3 = f1 + f 3 g3 = e3 + e1 Determinar as matrizes mudanças de base entre elas. Prof. José Carlos Morilla 15 28. Dada a base E e sejam: f1= e1 - e2 -e3 f2= e1 + 2 e2 - e3 f3= 2e1 + e2 + 4e3 a. Verificar se f1 , f2 , f3 é uma 2 PRODUTOS ENTRE VETORES E ESCALARES 2.1 Ângulo entre dois vetores. Consideremos dois vetores, não nulos u e v, com origem em O e extremidades em P e Q, respectivamente, como os mostrados na figura 24. base. b. Achar a matriz mudança de base entre elas. c. Sendo, na base E, o vetor v= 3,-5,4 , achar as coordenadas deste vetor na base F. 29. Dadas as base E e F tais que: f1= e1 - 3e2 f 2 = e2 + e3 f 3 = e1 - 2 e2 Sendo o vetor v= 3,4,-1 , na base E, achar as coordenadas deste vetor na base F. 30. Sendo %X&=%M&×%Y&, provar que P θ u e de F para G é 1 1 0 1 0 1 v O Figura 24 Nesta figura, θ é a medida em radianos (ou graus) do ângulo POQ que é o ângulo entre os vetores u e v. Vamos procurar uma expressão que nos forneça θ em função de u e v. Para isto, vamos fixar uma base ortonormal i;j;k , e sejam os vetores u e v dados por suas coordenadas %Y&=%M&-1 ×%X& 31. Sabendo-se que a matriz mudança de base de F para E é: 2 1 1 1 1 0 0 0 1 Q u= x1 ;y1 ;z1 v= x2 ;y2 ;z2 Aplicando-se a lei dos cossenos ao triângulo POQ, resulta )QP) =|u|2 +|v|2 2|u||v| cos θ 2 Sabemos que: 1 0 1 )QP) = )OP OQ) =|u v|2 2 2 )QP) =* x1 x2 ,y1 y2 ,z1 z2 * 2 determinar as coordenadas do vetor v= 4g1 + 2g2 + g3 em relação à base E e a base F. Prof. José Carlos Morilla 2 )QP) = x1 x2 2 + y1 y2 + z1 z2 2 2 2 16 )QP) =x21 +y21 +z21 +x22 +y22 +z22 2 x1 x2 +y1 y2 +z1 z2 2 Lembrando que: x21 +y21 +z21 +x22 +y22 +z22 =|u|2 +|v|2 desde que estas coordenadas se refiram a uma base ortonormal. Podemos, então, ângulo θ por meio de: Podemos escrever: |u||v| cos θ x1 x2 +y1 y2 +z1 z2 Esta expressão calcular cos θ, pois |u|=#x21 +y21 +z21 e nos permite |v|=#x22 +y22 +z22 Assim, podemos calcular cos θ por: cos θ cos θ cos θ o u$v |u||v| x1 x2 +y1 y2 +z1 z2 #x21 +y21 +z21 · #x22 +y22 +z22 Por ser um produto, podemos escrever: cos θ x1 x2 +y1 y2 +z1 z2 #x21 +y21 +z21 · #x22 +y22 +z22 determinar u v $ |u| |v| 2.2.1 Cossenos diretores Fixada uma base ortonormal i;j;k , chama-se de cossenos diretores 2.2 Produto Escalar. Vamos definir um produto entre dois vetores cujo resultado é um escalar. Por isso ele é chamado de Produto Escalar. do vetor v os cossenos dos ângulos que v forma com os vetores da base. Chamando se α; β e γ os ângulos que v forma i; j e k, respectivamente, e Chama-se produto escalar dos vetores u e v ao número u · v (também pode ser escrito como u $ v) tal que: • • • u×v=0 se u ou v forem iguais a zero, ou u×v=|u||v| cos θ se u e v forem diferentes de zero e θ o ângulo entre u e v. u×v=0 quando u e v forem diferentes de zero e ortogonais. Como|u||v| cos θ x1 x2 +y1 y2 +z1 z2 , podemos escrever: u $ v = x1 x2 +y1 y2 +z1 z2 Prof. José Carlos Morilla sendo v=xi+yj+zk, temos imediatamente: cos α cos β cos γ x #x2 +y2 +z2 y #x2 +y2 +z2 z #x2 +y2 +z2 Os cossenos diretores são as coordenadas do versor de v. Temos, então: cos2 α+ cos2 β+ cos2 γ=1 17 Como x1 i #x21 +y21 +z21 v×u = λu×u = λ|u|2 = λ x1 i+y1 j+z1 k u |u| u |u| Multiplicando escalarmente por u e sabendo que v2 ×u=0, encontramos: #x21 +y21 +z21 y1 j #x21 +y21 +z21 + + z1 k #x21 +y21 +z21 Podemos então escrever que: cos α i + cos β j + cos γ k u |u| Sejam E e F duas bases ortonormais e M a matriz mudança de base de E para F. Na matriz M cada coluna j é formada pelos cossenos diretores de Fj em relação à base E; isto é: cos 23 cos 53 cos 63 / cos 2 cos 5 cos 6 cos 24 cos 54 cos 64 2.2.2 Projeção de um vetor Seja u um vetor unitário e v um vetor qualquer, com mostra a figura 25. O vetor v pode ser expresso na forma v=v1 +v2 onde v1 é paralelo e v2 ortogonal a u. v2 Assim, escrever: finalmente, v1 é possível v×u u Quando o vetor u não é unitário encontramos: v×u = λu×u = λ|u|2 λ= Assim, escrever: v×u |u|2 finalmente, v1 = é possível v×u u |u|2 2.2.3 Propriedades do Produto Escalar. As propriedades do produto entre números se aplicam no produto escalar: a. u× v+w = u×v + u×w b. u× λv = λu×v = λ u×v c. u×v = v×u d. u×u=0 ↔ u=0 v v1 O u Figura 25 Sendo v1 paralelo a u podemos escrever v1 λu e portanto v=λu +v2 . Prof. José Carlos Morilla OBS:- convém observar que u×v ≠ u×w. Assim, não é possível cancelar u e escrever v = w. 18 2.2.4 Exercícios. 40. Determine u com módulo igual a 32. Determinar a medida, em radianos, do ângulo entre os vetores u= 2,0,-3 e v= 1,1,1 . 33. Determinar a medida, em radianos, do ângulo entre os vetores u= 1,10,200 e v= -10,1,0 . 34. Determinar a medida, em radianos, do ângulo entre os vetores u= 3,3,0 e v= 2,1,-2 . 35. Determinar a medida, em radianos, do ângulo entre os u= vetores v= √3 1 2 √3 1 2 , ,0 2 e , ,√3 . 2 36. Para as situações mostradas; determine o valor de 9 para que u : v. d. u= 9,0,3 e v= 1,9,3 . e. u= 9, 9,4 e v= 4,9,1 . f. u= 9,-1,4 e v= 9,-3,1 . 37. Mostrar que: g. |u + v|2 =|u|2 +2 u×v + |v|2 h. u×v= 2 |u + v|2 -|u|2 -|v|2 1 38. Se e1 , e2 , e3 é uma base 3 ortonormal e u ; V , mostre que: u = u×e1 e1 + u×e2 e2 + u×e3 e3 39. Prove que as diagonais de um quadrado são perpendiculares entre si. Prof. José Carlos Morilla 3√3, ortogonal a v= 2,3,-1 e a w= 2,-4,6 . 41. Dos vetores encontrados, no exercício anterior, qual aquele que forma ângulo agudo com o vetor 1,0,0 ? 42. Determine os cossenos diretores de v= 1,3,√6 43. Sabendo-se que w= 1,-1,2 e v= 3,-1,1 , determine a projeção de w na direção de v. e 44. Sabendo-se que w= 1,3,5 v= -3,1,0 , determine a projeção de w na direção de v. 45. Mostre que as diagonais de um paralelogramo têm a mesma medida se e somente se o paralelogramo é um retângulo. 46. Mostre que se um triângulo é isóscele, os ângulos da base são congruentes (possuem a mesma medida). 47. Mostre que as bissetrizes de ângulos adjacentes suplementares são perpendiculares entre si. 48. Mostre que |u + v| < |u|+ |v| 49. |u $ v| < |u|$ |v| 50. Das matrizes a seguir verifique quais são ortogonais. 1 0 1 i. 2 1 0 0 1 -1 19 2.4 j. 1 0 0 k. 6/7 3 2/7 6 3/7 -2 l. Produto Vetorial Vamos definir um produto entre dois vetores, cujo resultado é um vetor. A este produto damos o nome de Produto Vetorial. 0 1 2 1 1 1 2 3 6 1/3 2/3 2/3 !2/3 -2/3 1/3 " 2/3 1/3 -2/3 51. Determine as matrizes inversas das matrizes ortogonais do exercício 50. 52. Seja E= i; j; k uma v= 1 √2 j+k e w= 1 √3 1 ortonormal. Sendo u= √6 base i+j-k ; 2i - j + k , provar que F= u; v; w é uma base ortonormal e calcule as coordenadas do vetor a= 3i - 2j - k em relação à base F. Orientação no espaço V3. Deste ponto em diante, consideraremos o espaço orientado de tal maneira que a base seja composta Este produto tem aplicação, por exemplo, na Física: a força exercida sobre uma partícula com carga unitária mergulhada num campo magnético uniforme é o produto vetorial do vetor velocidade da partícula, pelo vetor campo magnético. Outro exemplo é possível obter da Mecânica: uma força provoca um movimento de rotação em um corpo através do produto vetorial entre a força e o vetor de posição do ponto de aplicação, tomado como referência o eixo de rotação do corpo. Sejam V e W dois vetores no espaço. Definimos o produto vetorial, v = w, como sendo o vetor com as seguintes características: a. Tem comprimento dado numéricamente por: |v=w|=|v||w| sen θ ou seja, a norma de v = w é numéricamente igual à área do paralelogramo determinado por v e w, mostrado na figura 27. s h=|w| 2.3 w |w| enθ v por três vetores ortonormais i,j,k . O θ |v | Figura 27 b. Tem direção perpendicular à v e w Figura 26 Prof. José Carlos Morilla c. Tem o sentido dado pela regra da mão direita (Figura 28): Se o ângulo entre v e w é θ, giramos o vetor v de um ângulo θ até que 20 coincida com w e acom ompanhamos este movimento com os dedos da mão direita, então o polegar p vai apontar no sentido de v w. VΛW mostram esta inversã rsão de sinal. Além disto, é possível observ ervar que, quando se faz o produto entre tre o vetor e a quantidade d, que “pr “promove a rotação” desta quantidade, tend ndo como centro de rotação a extremidad ade do vetor , o sentido desta rotação ão é o inverso do encontrado no produto uto v w. Isto pode ser observado na figura ura 30. d=|v|s enθ w V |w| W Figura 28 v Isto pode ser entend ndido como sendo o produto entre o vetor e a quantidade h, que “promove e a rotação” desta quantidade, tendo como mo centro de rotação a extremidade do vetor tor . Observe-se, aqui, que e o produto w v fornece um vetor com co sentido oposto ao produto v w.. O Observe a figura 29. V W O θ |v | Figura ra 30 b. v w = 0 se, e somente se, para qualque uer λ, v = λw ou w = λv. (se os o veores forem paralelos θ=n =nπ) Esta propriedade é fácil de observar quando se toma a definição de de produto vetorial: Assim o produ duto vetorial é nulo quando um de seuss vetores é nulo ou quando senθ é nulo lo. O seno de um ângulo é nulo quando do ele é igual a nπ, para qualquer n. Nest sta situação os dois vetores possuem a me esma direção. WΛV c. (v w) x v = (v w) x w = 0. Figura 29 Para os vetores e sendo ? um escalar, são válidas as seguintes propriedades: a. v w = - (w v) (anticomutatividade). e). Esta propriedade é fá fácil de ser observada quando se toma a definição de produto vetorial. As figura ras 28 e 29 Prof. José Carlos Morilla d. λ(v w) = (λvv) e. v (w + u)) = v w=v w+v (λw). u u = v u + w u f. (v + w) (Distributivida idade em relação à soma de veto etores). 21 Estas propriedades são facilmente entendidas e serão demonstradas na forma de exercícios. Com estas observações o produto de dois v=v1 i+v2 j+v3 k vetores w=w1 i+w2 j+w3 k , fica: v=w = v1 i+v2 j+v3 k = w1 i+w2 j+w3 k 2.4.1 Vetores Canônicos São vetores unitários, paralelos aos eixos coordenados (x,y,z). Estes vetores são indicados como: v2 v=w = det @w v3 w3 A i 2 v1 det @w i= 1,0,0 v3 w3 A j + 1 v1 det @w j= 0,1,0 v2 w2 A k 1 k= 0,0,1 Paralelos aos respectivamente. eixos x,y,z , Desta maneira, qualquer vetor v=v1 ,v2 ,v3 , pode ser escrito como sendo combinação linear de i,j,k : v=v1 ,v2 ,v3 = v1 ,0,0 + 0,v2 ,0 + 0,0,v3 e v2 v=w = det @w 2 v3 v1 w3 A ,-det @w1 v3 v1 w3 A ,det @w1 v2 w2 A Uma maneira simples de montar os determinantes que constituem as componentes do vetor resultante do produto vetorial, é montar a seguinte matriz: vetores da base B i componentes de v B ! v1 componentes de w B w1 v=v1 1,0,0 +v2 0,1,0 +v3 0,0,1 v=v1 i+v2 j+v3 k j v2 w2 k v3 " w3 Note que a componente i do vetor resultante é dada pelo determinante da matriz dos cofatores de i. i ! v1 w1 Pela definição e propriedades do produto vetorial, podemos facilmente encontrar: j = j= 0 j = i= -k k = j= -i i = j= k Prof. José Carlos Morilla j = k= i k v3 " w3 Da mesma forma a componente j do vetor resultante é dada pelo negativo do determinante da matriz dos cofatores de Figura 31 i = i= 0 j v2 w2 k = k= 0 k = i= j i = k= -j j. i ! v1 w1 Completando, j v2 w2 k v3 " w3 a componente componente k do vetor resultante é dada 22 pelo determinante da matriz dos 6 cofatores de k. 5 4 i ! v1 w1 j v2 w2 k v3 " w3 3 k R 1 1 Façamos o seguinte exemplo: Sejam dois vetores v e w, dados por: v=i+2j-2k e w=3i+k. Determinar o produto vetrorial v=w. Para resolver o problema, vamos montar a matriz com os vetores da base e as componentes dos vetores. vetores da base B i componentes de v B !1 componentes de w B 3 j 2 0 k 2" 1 As componentes do vetor resultante são dadas por: 2 det @ 0 det @ det @ 2 1 Q 2 j 1 i 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 P 5 Figura 32 Podemos definir, então, dois vetores v = RP= (3-1; 2-0; 0-2) = (2; 2; -2) w = RQ=(0-1; 4- 0; 3-2) = (-1; 4; 1) Lembrando que o produto vetorial é igual à área do paralelogramo cujos lados são v e w; a área do triângulo PQR é a metade da área do paralelogramo com lados determinados por v e w. 2 Ai = 2 1 6 5 1 Aj = 7 3 4 3 Q 2 1 2 Ak = 6 3 0 k R 1 1 i j 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 P 5 Assim, o vetor resultante fica: v=w = 2i-7j-6k Figura 33 Com estas componentes, o módulo do vetor resultante fica: |v=w|=#22 + 7 2 + 6 |v=w|=C89 2 Vamos agora, determinar a área do triângulo P, Q, R, onde P = (3; 2; 0); Q = (0; 4; 3) e R = (1; 0; 2). Veja a figura 32. Assim, para determinar o módulo |v=w|, faremos: vetores da base B i componentes de v B ! 2 componentes de w B 1 k 2" 1 As componentes do vetor resultante são dadas por: det @ 2 4 det @ Prof. José Carlos Morilla j 2 4 2 1 2 A i = 10 1 2 Aj = 0 1 23 det @ 2 1 a. |v=w| 2 A k = 10 4 b. | v = w| Assim, o vetor resultante fica: v=w = 10i+10k 1 3 3 4 58. Determine a área do paralelogramo ABCD sendo: Com estas componentes, o módulo do vetor resultante fica: AC=-i+j e AB=j+3k |v=w|=#102 + 10 2 =10√2 59. Resolva o sistema: E Com este valor, a área do triângulo (A), fica: 1 A = |v=w| = 5√2 2 60. Determine o vetor x tal que: x=(i+k)=-2i 2k e |x| 2.4.2 Exercícios 53. Dados vetores v=2i-3j+2k w=4i-j+2k, determinar: a. v=w b. O seno do ângulo entre vew 62. Calcule a distância do ponto C à reta R que passa por dois pontos distintos A e B. 54. Sendo os vetores v=2i+j-3k e e w=2i-j+3k, 55. Sendo v=i+j determinar determinar a área do triângulo ABC onde B = A + v e C = A + w. 56. Calcule o momento em relação ao 2.5 Produto Misto O produto misto é um escalar obtido pelo produto escalar entre um vetor u e o vetor resultante de um produto vetorial (v=w), ou seja: R=(v=w) × u Para três vetores, dados por suas coordenadas: v=v1 i+v2 j+v3 k ponto O da força f=-1i+3j+4k, aplicada ao ponto P tal que w=w1 i+w2 j+w3 k OP=i+j+k. (o momento é o produto vetorial entre o vetor posição e a força) u=u1 i+u2 j+u3 k 57. A medida do ângulo, em radianos, π entre vew é . Sendo |v|=1 e |w|=7, determinar 6 Prof. José Carlos Morilla √6 61. Prove que |v=w|=|v|$|w| se e somente se v:w. e w=4i+j-3k, determinar uma base orotonormal e1 , e2 , e3 tal que e1 //v e e2 coplanar com v e w. x=(2j+3k)=2i x@(3i+2j)=6 O produto misto, usando as componentes dos vetores, é dado por: (v=w) ×u= v2 u1 i;u2 j;u3 k × det @w 2 v3 v1 w3 A i det @w1 v3 v1 w3 A j+det @w1 v2 w2 A k 24 |u|senθ 2 v3 v1 w3 A u2 det @w1 v1 w (v=w) ×u= det 1 u1 v3 v1 w3 A +u3 det @w1 v2 w2 u2 v2 w2 A v3 w3 u3 θ |u|cosθ v2 =u1 ×det @w v w u w v Para entendermos o produto misto, vamos fazer o seguinte exemplo: Determinar o produto misto entre os vetores: u=2i j+3k v= i+4j+k w=5i+j-2k O produto misto R=(v=w) ×u, fica: -1 R=(v=w) ×u = det F 5 2 4 1 -1 R=(v=w) ×u =-84 1 -2G 3 OBS:também é possível encontrar o produto misto indicado por: Hv,w,uI. 2.5.1 Propriedades do Produto Misto. Uma propriedade importante do produto misto é o fato de que; dados três vetores u; v e w, o produto misto (v=w) ×u é numéricamente igual ao volume do paralelepipedo formado por u; v e w. Isto pode ser observado na figura 34 Figura 34 O volume do paralelepípedo, determinado por u, v e w é igual ao produto da área da base pela altura. Sabendo-se que pela definição do produto vetorial a área da base é igual a |v=w|, o volume é dado por: Volume = |v=w|×h Mas, como vemos na figura 34, a altura é: h = |u| cosθ, o que implica: Volume =|v=w|×|u| cosθ Que é o produto escalar entre u e vJw. Assim, o volume do paralelepípedo pode ser escrito como sendo: Volume = (v=w)×u Exemplo: Sejam v = 4i, w = 2i + 5j e O volume do U = 3i + 3j + 4k. paralelepípedo com um vértice na origem e arestas determinadas por u; v e w é dado por: 4 0 Vol.=(v=w)×u=Kdet 2 5 3 3 0 0 K=|80|= 80 4 Por esta propriedade, é possível saber se três vetores pertencem ao mesmo plano. Estes vetores pertencem ao mesmo plano quando o volume calculado pelo produto misto for igual a zero; ou seja, dados três vetores u; v e w, eles estarão no mesmo plano quando: Prof. José Carlos Morilla 25 (v=w) ×u=0 v1 (v=w) ×u= det w1 u1 v2 w2 u2 2.5.2 Exercícios v3 w3 = 0 u3 Exemplo: Verificar se os pontos P=(0;1;1), Q=(1;0;2), R=(1;-2;0) e S=(-2;2;-2) são coplanares. 63. Calcule o volume do paralelepípedo da figura 35, quando na base i,j,k as componentes dos vetores são: AB= 1, 0, 1 , BE= 1,1,1 e AD= 0, 3, 3 Com estes pontos podemos construir os vetores: PQ= 1 0, 0 1, 2 1 = 1, 1,1 PR= 1 0, 2 1, 0 1 = 1, 3, 1 Figura 35 PS= 2 0, 2 1, 2 1 = 2,1, 3 Para que os pontos sejam coplanares, é necessário que os vetores traçados, sejam coplanares, ou seja: (PQ = PR) × PS=0 1 (PQ=PR)×PS = det 1 2 1 3 1 1 1 =0 3 Com este resultado podemos afirmar que os três pontos estão no mesmo plano. Ainda é possível escrever as seguintes propriedades do produto misto: a. Quando Hv,w,uI=0, os vetores são linearmente dependentes. b. Hv,w,uI = Hw,u,vI = Hu,v,wI c. Hv,w,vI = Hw,v,vI = Hv,v,wI = 0 d. Hv,w,uI = - Hw,v,uI e. Hv1 +v2 ,w,uI= Hv1 ,w,uI + Hv2 ,w,uI Todas estas propriedades resultam das propriedades dos determinantes. Prof. José Carlos Morilla 64. Determine Hu,v,wI quando, em uma base ortonormal, u= 1, 3, 1 , v= 1,0,1 e w= 2, 1, 1 65. Calcule o volume de um paralelepípedo definido pelos vetores: u= 2, 2, 0 , v= 0,1,0 e w= 2, 1, 1 66. Calcule o volume do tetraedro ABCD dados: AB= 1, 1, 0 , AC= 0,1,1 e AD= 4, 0, 0 67. A medida do ângulo, em radianos, π entre u e v é e w é ortogonal a u e a v. Sendo |u|=1, |v|=1 |w|=4, determinar Hu,v,wI. 6 e 68. Ache a distância de um ponto D a um plano π, que passa pelos pontos, não alinhados, ABC quando se conhece AB, AC e AD. 26 2.6 Duplo produto vetorial. Chama-se de duplo produto vetorial dos vetores u; v e w, ao vetor (v=w) = u. Como o produto vetorial não é associativo, em geral, (v=w) = u ≠ v = (w=u) Como v=w é ortogonal a v e a w e (v=w) = u é ortogonal a u e a v, resulta que o vetor resultante (v=w) = u e os vetores v e w são paralelos a um mesmo plano, isto é, são linearmente dependentes. Plano de v, w e (v w) u v w w u (v w) u v Figura 36 2.6.1 Exercícios 69. Determine u=(v=w) e (u=v) = w quando u= 1,3/2,1/2 , v= 6, 2, 4 e w= 1/7,2/7,3/7 70. Determine u=(w=v) e (u=w) = v quando u= 1,3,1 , v= 6, 2, 4 e w= 7,‐2,‐3 71. Prove que u=(v=w) = (u$w)v - (v$w)u 72. Usando a relação do exercício anterior, determine os produtos Prof. José Carlos Morilla (u=v) = w; (u=w) = v e (v=w)=u para u= 2,0,0 , v= 1,1,1 e w= 3,2,-1 27 3 GEOMETRIA ANALÍTICA 3.1 Sistemas de Coordenadas Cartesianas Um sistema de coordenadas cartesianas no espaço é um conjunto formado por um ponto 0 e por uma base e1 , e2 , e3 . Indica-se o sistema por 0,e1 , e2 , e3 onde 0 é a origem do sistema e as retas orientadas que passam pela origem têm os sentidos dos vetores e1 , e2 , e3 e denominam-se, respectivamente: eixo das abscissas; eixo das ordenadas e eixo das cotas. Fixando-se um sistema de coordenadas 0,e1 , e2 , e3 , denominamse coordenadas de um ponto P em relação a esse sistema, as coordenadas do vetor 0P e1 , e2 , e3 . Na em situação relação à base descrita, as coordenadas do vetor 0P são: Figura 37 Algumas propriedades são fáceis de serem verificadas: a. Se P= x1 ,y1 ,z1 e Q= x2 ,y2 ,z2 , então: P Q= x1 x2 ,y1 y2 ,z1 z2 b. Se P= x1 ,y1 ,z1 então: e v= a,b,c , P+v= x+a,y+b,z+c 0P xe1 + y e2 + z e3 Desta forma, x; y e z são as coordenadas do ponto P. Assim, a cada ponto P do espaço corresponde um único terno ordenado (x, y, z) de números reais que são denominados, respectivamente a abscissa a ordenada e a cota de P. Normalmente, os sistemas de coordenadas considerados são ortogonais em que a base é ortonormal. A base utilizada é aquela formada pelos vetores canônicos i, j, k (veja item 2.4.1) que formam o sistema 0,i, j, k . 3.1.1 Exercícios 73. Para P= 1,3,-3 ; v= -1,4,0 , coordenadas: Q= 0,1,-4 determine e em c. QP; d. P+v; e. Q+2QP 74. Determine as coordenadas do ponto médio M do segmento de extremidade P= -1,4,7 e Q= 0,1,1 . 75. Mostre que em sistema ortonormal, os pontos A= 1,0,1 , Prof. José Carlos Morilla 28 B= -1,0,2 e C= 1,1,1 são vértices de um triângulo retângulo. A figura 38 mostra uma reta, paralela ao plano formado eixos x e z. 76. Mostre que em sistema ortonormal, os pontos A= 1,2,-1 , B= 0,1,1 e C= 2,0,0 são vértices de um triângulo equilátero. 77. Como se reconhece por meio de suas coordenadas um ponto do eixo das abscissas; um ponto do eixo das ordenadas e um ponto do eixo das cotas? Como se reconhecem pontos de cada um dos planos ordenados (x,y); (x,z) e (y,z). 3.2 Figura 38 A figura 39 mostra uma reta qualquer e sua equação. Retas e Planos 3.2.1 Estudo da Reta. Seja uma reta r que passa pelo ponto A e que tem a direção de um vetor não nulo v. Para que um ponto P qualquer do espaço pertença á reta r é necessário e suficiente que os vetores PA e v sejam linearmente dependentes; isto é que exista um número real tal que: Figura 39 PA=λv Para cada ponto P de r temos um valor para λ, assim é possível escrever: P-A=λv P=A+λv que é conhecida como equação vetorial da reta. Se a reta for conhecida por dois pontos distintos A e B, a direção de r será dada pela direção do vetor B-A (BA). Nesta situação a equação da reta fica: P=A+λ B A Prof. José Carlos Morilla 3.2.1.1 Equações Paramétricas da Reta. Sejam, 0,i, j, k um sistema de coordenadas, um ponto genérico P= x,y,z , pertencente a uma reta r; um ponto A= x0 ,y0 ,z0 , que sabidamente pertence a r e um vetor v= a,b,c , não nulo, de direção paralela a r. Da equação vetorial da reta r, podemos escrever: P=A+λ B A x,y,z = x0 ,y0 ,z0 +λ a,b,c 29 x=x0 +λa Ly=y0 +λb z=z0 +λc 83. Dar a equação da reta No caso da geometria do plano, o 0,i, j , as coordenadas dos pontos e do vetor ficam, respectivamente, P= x,y , e v= a,b ; as equações A= x0 ,y0 paramétricas podem ser escritas como: x=x0 +λa y=y0 +λb 3.2.1.2 Exercícios =y -z na 84. Faça um esboço das retas dadas a seguir: a. (x; y; z) = (-3 + 3t; 3/2 -1/2 t; 4 - 2t) b. (x; y; z) = (2t; t; 3/2 t) c. (x; y; z) = (1 + t; 2; 3 + 2t) d. (x; y; z) = (1; 2 + 2t; 5/2 + 3/2 t) 3.2.2 Equações do Plano Sabemos que no plano a equação geral de uma reta é ax+by+c=0 e para conhecê-la é necessário conhecer um de seus pontos e sua inclinação. Lembra-se, aqui, que a reta também pode ser conhecida se conhecermos dois de seus pontos. y inclinação 78. Determinar as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A= 1,1,1 e tem a direção do vetor v= 2,3,4 . Ponto 79. Dar as equações paramétricas da reta que passa pelos pontos A= 1,1,1 e B= 2,3,5 . 80. Escrever as equações das retas que contêm a diagonal do paralelogramo de vértices A= 1,-1,2 , B= 2,3,-4 , C= 2,1,-1 e D= 1,1,-1 . 81. Dar a equação vetorial da reta que passa pelo ponto P= 1,1,1 e é paralela ao vetor v= 3,1,-1 82. Fornecer as equações paramétricas e equações vetoriais dos eixos coordenados. Prof. José Carlos Morilla 2 forma vetorial. que são as equações paramétricas de uma reta. sistema de referência fica x-1 x Figura 40 No espaço um plano é o conjunto dos pontos P=(x;y;z) que satisfazem a equação ax+by+cz+d=0; para a; b; c ; R; que é chamada equação geral do plano. Existe uma analogia entre uma reta no plano e um plano no espaço. No plano, a equação de uma reta é determinada se forem dados sua inclinação e um de seus pontos. No espaço, a inclinação de um plano é caracterizada por um vetor perpendicular a ele, chamado vetor normal ao plano. Desta forma, a equação de um plano é determinada se 30 são dados um vetor que lhe é normal e um de seus pontos. Na figura 41, o plano indicado, pelos pontos P; Q; R e S, pode ser fornecido pelo vetor u e um dos pontos pertencentes a este plano. Note-se que, qualquer segmento de reta, pertencente a este plano, que una um de seus pontos ao ponto do vetor, (ponto este pertencente a este plano), é ortogonal a este vetor. 4 u 3 Q k 1 1 i j 1 2 3 4 Demonstração: Um ponto P, de coordenadas P = (x; y; z), pertence ao plano π se, e somente se, o vetor P0 P for perpendicular ao vetor N (normal ao plano π), ou seja, se o produto escalar entre o vetor P0 P e o vetor N for nulo. N $ P0 P=0 Como, P0 P= (x-x0 ; y-y0 ; z-z0 ), o produto escalar entre P0 P e N pode ser reescrito como: (a; b; c)$ (x-x0 ; y-y0 ; z-z0 )=0 2 R onde d = -(ax0 + by0 + cz0) e x; y e z são coordenadas de um ponto P pertencente a este plano. S 5 6 a x x0 + b y y0 + c z z0 =0 2 3 ou seja, P ax + by + cz - (ax0 + by0 + cz0) = 0 Figura 41 Podemos lembrar, também, que o produto vetorial entre dois vetores fornece um terceiro vetor ortogonal aos dois primeiros. Podemos, dizer, então que este terceiro vetor é normal ao plano que contém os dois primeiros. Isto pode ser observado na figura 42. v w - normal ao plano P Plano P de v, w w v Figura 42 A equação geral de um plano π que passa por um ponto P0 = (x0; y0; z0) e tem vetor normal N = (a; b; c) é: ax + by + cz + d = 0 Prof. José Carlos Morilla o que fornece: d = - (ax0 + by0 + cz0) Como exemplo, vamos encontrar a equação do plano π que passa pelo ponto P0 = (1; -2; -2) e é perpendicular ao vetor N = (2; -1; 2) A equação do plano π é dada por: ax + by + cz + d = 0 onde a; b e c são as coordenadas do vetor normal N. Assim é possível escrever: 2x - y + 2z + d = 0 Para que P0, pertença ao plano π, é necessário que seja satisfeita a equação ax+by+cz+d=0 que, substituindo d por -(ax0 + by0 + cz0), temos: ax + by + cz + [-(ax0 + by0 + cz0)] = 0 31 Sabendo-se que a; b e c são as coordenadas do vetor N e substituindo-as na equação, temos: 2x-y+2z + [-(2@1+ -1 @ -2 + 2@ -2 )] = 0 2x-y+2z + -2+2-4 = 0 2x - y + 2z = 0 que é a equação do plano π. Como foi dito no início deste capítulo, uma reta é conhecida a partir do conhecimento de dois de seus pontos. De forma análoga, um plano é determinado se forem conhecidos três de seus pontos que não são colineares. Assim, dados três pontos P1, P2 e P3, é possível construir os vetores P1 P2 e P1 P3 . Com estes vetores é possível, por meio do produto vetorial, encontrar o vetor normal ao plano (N . Sejam, por exemplo, os pontos P1=(1/2,0,0); P2=(0,1/2,0) e P3=(0, -1/2,1/2). Com estes pontos construímos os vetores: 1 1 0,0 0 P1 P2 = 0 , 2 2 P1 P2 = P1 P3 = 0 1 1 , ,0 2 2 1 1 1 , 0, 0 2 2 2 vetores da base → i componentes de P1 P2 → ! 1/2 componentes de P1 P3 → 1/2 As componentes do resultante são dadas por: det @ det @ det @ j k 1/2 0 " 1/2 1/2 vetor N 1/2 0 A i = 1/4 1/2 1/2 0 1/2 1/2 1/2 1/2 A j = 1/4 1/2 1/2 A k = 1/2 1/2 Sabendo-se que o vetor N é normal ao plano que contem os vetores P1 P2 e P1 P3 , a equação do plano é dada por: ax + by + cz + d = 0 onde a = ¼; b = ¼ e c = ½. Assim, a equação do plano fica: ¼x + ¼y + ½z + d = 0 Para determinar o coeficiente d, vamos usar o fato de que P1=(1/2,0,0) pertence ao plano π se suas coordenadas satisfazem a equação de π; isto é: ax + by + cz + [-(ax1 + by1 + cz1)] = 0 ¼x + ¼y + ½z + [-(¼ N½ + ¼N0 + ½N0)] = 0 ¼x + ¼y + ½z -1/8 = 0 P1 P3 = 1 1 1 , , 2 2 2 O vetor N obtido pelo produto vetorial entre P1 P2 e P1 P3 é: N = P1 P2 = P1 P3 N= 1 1 , ,0 = 2 2 Prof. José Carlos Morilla 1 1 1 , , 2 2 2 que multiplicando por 8, fornece a equação do plano π: 2x + 2y + 4z -1 = 0 Outra maneira de encontrar a equação do plano π é lembrar que o produto misto de três vetores que estão no mesmo plano é igual a zero. Desta forma, considerando um ponto P de coordenadas (x, y, z) pertencente ao mesmo plano dos vetores P1 P2 e P1 P3, 32 x=x0 +tNv1 +sNw1 Ly=y0 +tNv2 +sNw2 z=z0 +tNv3 +sNw3 podemos definir um terceiro vetor P1 P, cujas coordenadas são: P1 P= x 1 , y 0,z 0 2 1 , y,z 2 O produto misto entre P1 P,P1 P2 e P1 P3, é dado por: P1 P= x x 1/2 (P1 P=P1 P2 ) ×P1 P3 = det 1/2 1/2 y z 1/2 0 =0 1/2 1/2 ¼x + ¼y + ½z -1/8 = 0 que multiplicando por 8, fornece a equação do plano π: 2x + 2y + 4z -1 = 0 3.2.2.1 Equações Paramétricas do Plano Da mesma forma que foi feito com a reta, além da equação geral do plano podemos também caracterizar os pontos de um plano da seguinte forma: Considere um plano π, um ponto P0 = (x0; y0; z0) pertencente a π e dois vetores v = (v1; v2; v3) e w = (w1;w2;w3), não colineares, paralelos a π. Um ponto P = (x; y; z) pertencerá ao plano π se, e somente se, o vetor P0 P= (x-x0; y-y0; z-z0) for uma combinação linear de v e w, ou seja, se existem escalares t e s tais que: P0 P= tv + sw. Escrevendo em termos de componentes esta expressão pode ser escrita como: (x-x0;y-y0;z-z0)=t·(v1;v2;v3)+ s·(w1;w2;w3) (x-x0;y-y0;z-z0)=t@v1 +s@w1 +t@v2 +s@w2 +t@v3 +s@w3 Prof. José Carlos Morilla estas equações são chamadas equações paramétricas do plano π. de De uma forma geral, a construção das equações paramétricas é feita da seguinte maneira: x=x0 +tNv1 +sNw1 Ly=y0 +tNv2 +sNw2 z=z0 +tNv3 +sNw3 Coordenadas de um ponto Coordenadas do vetor v Coordenadas do vetor w Para melhor entender o que foi colocado, vamos fazer o seguinte exemplo: Vamos obter as equações paramétricas de um plano usando o fato de que ele passa pelo ponto P1 = ( 1⁄2; 0;0) e é paralelo aos vetores P1 P2 = (- 1⁄2 ; 1⁄2 ;0) e P1 P3 = (- 1⁄2 ; -1⁄2 ; 1⁄2 ). Assim: x=1/2 1/2 N t 1/2 N s Q y = 0 + 1/2 N t 1/2 N s z = 0 0 N t 1/2 N s x = 1/2 1/2 N t 1/2 N s Q y = 1/2 N t 1/2 N s z = 1/2 N s Como outro exemplo, vamos esboçar o plano π que tem por equações paramétricas: x=t Qy = s z=1 As equações paramétricas foram determinadas a partir de: x= 0+1Nt+0Ns Qy = 0 + 0 N t + 1 N s z= 1 + 0Nt+0Ns 33 Com esta montagem vemos que o plano π contém o ponto P0 = (0; 0; 1) e é paralelo aos vetores v=(1; 0; 0) e w=(0; 1; 0). Para uma base ortonormal i, j, k , o plano π, fica: vetores da base → i componentes de v → ! 1 componentes de w → 1 j 7 14 As componentes do resultante são dadas por: det @ 7 14 det @ 1 1 det @ 5 2 k 5" 2 vetor N 5 A i = 56 2 1 Aj = 3 1 7 Ak = 7 14 Sabendo-se que o vetor N é normal ao plano que contem os vetores P1 P2 e P1 P3 , a equação do plano é dada por: ax + by + cz + d = 0 Figura 43 A partir das equações para métricas, é possível fornecer a equação vetorial do plano π. Vamos tomar, por exemplo, o plano π que tem as seguintes equações paramétricas: x= 6 + t s Qy = 1 + 7t 14s z = 4 5t + 2s Uma maneira de fornecer a equação vetorial do plano π é lembrar que o plano passa pelo ponto P1 = (-6;-1;4) e é paralelo aos vetores v=(1; 7; -5) e w=(-1; -14; 2). Com isto podemos escrever: X =(-6;-1;4) + t(1; 7; -5) + s(-1; -14; 2) Ainda, com essas equações paramétricas e sabendo que o plano passa pelo ponto P1 = (-6;-1;4) e é paralelo aos vetores v=(1; 7; -5) e w=(-1; -14; 2), podemos fazer o produto vetorial v = w: Prof. José Carlos Morilla onde a = -56; b = 3 e c = -7. Assim, a equação do plano fica: -56x + 3y - 7z + d = 0 Para determinar o coeficiente d, vamos usar o fato de que P1=(-6,-1,4) pertence ao plano π se suas coordenadas satisfazem a equação de π; isto é: ax + by + cz + [-(ax1 + by1 + cz1)] = 0 -56x + 3y - 7z + [-(-56 N -6 + 3N(-1) - 7N4)] = 0 -56x + 3y - 7z -305 = 0 Lembrando que outra maneira de encontrar a equação do plano π é lembrar que o produto misto de três vetores que estão no mesmo plano é igual a zero e considerando um ponto P1 = (-6;-1;4) pertencente ao mesmo plano dos vetores v = (1; 7; -5) e w = (-1; -14; 2), podemos definir um terceiro vetor t, cujas coordenadas são: t= x+6, y+1,z 4 34 O produto misto entre v ,w e t, é dado por: (v =w ) ×t= det x+6 y+1 z 4 1 7 5 =0 1 14 2 -56x + 3y - 7z -305 = 0 3.2.2.2 Exercícios 85. Escreva a equação vetorial e as equações paramétricas para o plano π que passa pelos pontos A = (1, 1, 0) e B = (1, -1, -1) e é paralelo ao vetor v = (2; 1; 0). 86. Escreva a equação vetorial e as equações paramétricas para o plano π que passa pelos pontos A = (1, 0, 1) e B = (0, 1, -1) e é paralelo ao segmento CD onde C = (1; 2; 1) e D = (0, 1, 0). 87. Para os dois planos π1 e π2, verifique (e explique por que), se π1 = π2, quando: π1 : X= 1, 2, 1 + µ 1, 1, 2 + ν 1 2 , , 1 2 3 π2 : X= 1, 2, 1 + α 1, 1, 2 + β 3, 4, 6 88. Para os dois planos π1 e π2, verifique (e explique por que), se π1 = π2, quando: π1 : X= 1, 1, 1 + µ 2, 3, 1 + ν 1, 1, 1 π2 : X= 1, 6, 2 + α 1, 1, 1 + β 2, 3, U1 89. Decomponha o vetor v = (1; 2; 4) em duas parcelas sendo que, uma delas seja paralela ao plano Prof. José Carlos Morilla π = 1, 0, 0 + α 1, 0, 1 + β 0, 1, -1 e outra paralela à reta x = 0, 0, 0 + γ 2, 1, 0 90. Escrevas as equações paramétricas para os três planos coordenados. 91. Escreva as equações vetoriais para os planos bissetores dos diedros determinados pelos planos coordenados (são seis planos bissetores). 92. Faça um esboço dos seguintes planos: a. 2x + 3y + 5z - 1 = 0 b. x - 2y + 4z = 0 c. 3y + 2z - 1 = 0 d. 2x + 3z - 1 = 0 93. Ache a equação do plano paralelo ao plano 2x-y+5z-3 = 0 e que passa por P = (1;-2; 1). 94. Ache a equação do plano paralelo ao plano x-y+2z+1=0 e que passa por P = (1;1; 2). 95. Encontre a equação do plano que passa pelo ponto P = (2; 1; 0) e é perpendicular aos planos π1 : x + 2y - 3z + 2 = 0 e π2 : 2x - y + 4z - 1 = 0. 96. Encontrar a equação do plano que passa pelos pontos P = (1; 0; 0) e Q = (1; 0; 1) e é perpendicular ao plano y = z. 97. Determine a interseção da reta que passa pela origem e tem vetor diretor v = i + 2j +k, com o plano 2x + y + z = 5 98. Verifique se as retas r : (x; y; z) = (9t; 1 + 6t;-2 + 3t) e s : (x; y; z) = (1 + 2t; 3 + t; 1) se interceptam. Em 35 caso afirmativo, determine a interseção. (Sugestão: a questão é se as trajetórias se cortam e não se partículas se chocam, ou seja, elas não precisam estar num mesmo ponto num mesmo instante). 99. Dados os planos π1: x - y + z + 1=0 e π2 : x + y - z - 1 = 0, determine a reta que é obtida na interseção entre os planos. 100. Determine, para o exemplo anterior, o plano que contém π1∩ π2 e é ortogonal ao vetor (-1; 1;-1). 101. Quais dos seguintes pares de planos se cortam segundo uma reta? a. x + 2y - 3z - 4 = 0 e x - 4y + 2z + 1 = 0; b. 2x - y + 4z + 3 = 0 e 4x - 2y + 8z = 0; c. x - y = 0 e x + z = 0. r2 =x+1= 3.3 y 1 z+2 = 2 3 Posição relativa de retas e planos 3.3.1 Posição relativa entre duas retas. Neste parágrafo iremos determinar a posição relativa entre duas retas, isto é, determinar se elas são paralelas, concorrentes ou reversas. Para isto; dadas duas retas r e s, vamos designar dois vetores r= a, b, c e s= m, n, p pertencentes às retas r e s, respectivamente. Vamos fixar, também, um ponto A= x1 ,y1 ,z1 qualquer, que pertence r, e um ponto B= x2 ,y2 ,z2 qualquer pertencente a s. Podemos observar, então, que: a. As retas r e s são reversas 102. Encontre as equações da reta que passa pelo ponto Q = (1; 2; 1) e é perpendicular ao plano x - y + 2z -1=0 103. Determinar as equações da reta que intercepta as retas r1 e r2 e é perpendicular a ambas x=‐1+2t r1 : Q y=t z=0 r2 =x 2= se r, s e AB são linearmente independentes. (LI), ou seja: a m det! x2 -x1 A figura reversas. b n y2 -y1 44 mostra y4 e z=3 2 104. Determinar as equações da reta que intercepta as retas r1 e r2 e é perpendicular a ambas x=1+t r1 : Qy=2+3t z=4t Prof. José Carlos Morilla c p "≠ 0 z2 -z1 Figura 44 duas retas 36 se e somente se existe λV R, tal que r= λs b. As retas r e s são paralelas A figura paralelas. 45 mostra duas retas A partir destas considerações podemos estabelecer o seguinte roteiro para determinar a posição relativa entre duas retas: • Escolher um vetor r paralelo a r e um vetor s paralelo a s. • Verificar se estes vetores são LI ou LD. • Se forem LI, escolher um ponto A pertencente a r e um ponto B pertencente a s e verificar se o determinante r, s e AB é nulo. o Se o determinante não for nulo, então as retas são reversas. o Se o determinante for nulo, então as retas são concorrentes. Figura 45 c. As retas r e s são concorrentes se e somente se r e s são coplanares e não paralelas, ou seja: a det! m x2 -x1 A figura concorrentes. b n y2 -y1 46 c p "= 0 z2 -z1 mostra duas • Se r e s forem LD, então elas são paralelas. Para verificar se r e s são coincidentes, basta tomar um ponto P qualquer pertence a r e verificar se ele pertence a s. o Caso positivo r = s. o Caso negativo r e s são paralelas distintas. retas 3.3.2 Exercícios 105. Estude a posição relativa das retas r e s. r: X = (1, 2, 3) + λ(0, 1, 3) s: X = (0, 1, 0) + φ(1, 1, 1) 106. Estude a posição relativa das retas r e s. r: X = (1, 2, 3) + λ(0, 1, 3) Figura 46 Prof. José Carlos Morilla s: X = (1, 3, 6) + µ(0, 2, 6) 37 107. Determine a posição relativa das retas r e s. r: X = (1, 1, 1) + λ(2, 2, 1) s: X = (0, 0, 0) + t(1, 1, 0) 108. Sejam r1: X = (1; 0; 2) + (2λ; λ; 3λ) e r2: X = (0; 1;-1) + (t; mt; 2mt) duas retas. Determinar: d. O valor de m para que as retas sejam coplanares (não sejam reversas). e. Para o valor de m encontrado, determine a posição relativa entre r1 e r2. paralela ou se é concorrente a um plano π(intercepta o plano em um único ponto). Para resolver o problema devemos estudar a intersecção entre a reta e o plano. Sejam a reta r: (x; y; z) = OP = OPX +λv e o plano π: ax + by + cz + d = 0. Se o vetor v, diretor da reta r, e o vetor normal do plano π, NY = (a; b; c), são ortogonais (v $ NY = 0), então a reta e o plano são paralelos ou, a reta está contida no plano. A figura 47 mostra uma reta paralela a um plano. 109. Estude a posição relativa das retas r e s. r: X = (1, -1, 1) + λ(-2, 1, -1) s: y+z=3 x+y-z=6 110. Estude a posição relativa das retas r e s. x-y-z=2 r:E x+y-z=0 s: y+z=3 x+y-z=6 111. Determine α e β para que as retas r e s sejam coplanares. Figura 47 – Reta paralela ao plano Se além dos vetores v e N serem ortogonais, um ponto qualquer da reta pertence ao plano, por exemplo, se P0 pertence a π (P0 satisfaz a equação de π), então a reta está contida no plano. r: X = (1, α, 0) + λ(1, 2, 1) s:E x=z-2 y=βz-1 Figura 48 – reta pertencente ao plano 3.4 Posição relativa entre uma reta e um plano. O problema a ser resolvido é determinar se uma reta r está contida; é Prof. José Carlos Morilla Se o vetor diretor da reta r, v, e o vetor normal do plano π, N= (a; b; c), não são ortogonais (v · N ≠ 0) então a reta é concorrente ao plano. 38 A figura 49 mostra uma reta e um plano concorrentes. r: X = (1, 1, 1) + α(3, 2, 1) π: X = (1, 1, 3) + λ(1, -1, 1) + µ(0, 1, 3) Vamos observar os três vetores: v=(3, 2, 1) diretor de r e os vetores u=(1, -1, 1) e w=(0, 1, 3), diretores de π. Figura 49 – Reta concorrente a um plano Podemos, então, estabelecer o seguinte roteiro para determinar a posição relativa entre uma reta e um plano: • Achar um vetor v = (m, n, p) paralelo à reta r e uma equação geral do plano π: ax + by + cz + d = 0 • • Se am + bn + cp ≠ 0 (produto escalar v $ N); a reta é transversal ao plano e para obter o ponto comum entre eles , basta resolver o sistema formado por suas equações. Se am + bn + cp = 0 (v $ N=0); podemos ter a reta contida no plano ou paralela ao plano. Para resolver o problema, basta escolher um ponto A qualquer de r e verificar se ele pertence a π. o Se A pertence a π, então r pertence a π. o Se A não pertence a π, então r é paralelo a π. Vamos, por exemplo, dados o plano π e a reta r, determinar a posição relativa entre eles: Prof. José Carlos Morilla Se estes três vetores forem LI, então o vetor v é concorrente ao plano π. Para verificar se eles são LI, vamos fazer o produto misto entre v,u e w e para tal, construir a matriz com os vetores v,u e w e encontrar seu determinante. 3 2 1 (u =w ) ×v= det 1 -1 1 = -17 ≠ 0 0 1 3 Como o determinante foi diferente de zero; então, os vetores são LI e o vetor v não pertence ao plano de u e w. Outra forma de resolver o problema é encontrar a equação geral do plano π. Para tal, usando o ponto P0=(1, 1, 3), podemos estabelecer um vetor P-P0 =(x-1, y-1, z-3) e fazer o produto misto P-P0 ,u e w que deve ser igual a zero pois estes vetores pertencem ao mesmo plano e são LD. Podemos então, montar o seguinte produto: x1 y1 z3 (u =w ) ×P P0 = det 1 1 1 =0 0 1 3 O que fornece a equação de π: 4x + 3y – z - 4=0 Sendo v=(3, 2, 1) um diretor de r quando substituímos as coordenadas deste vetor na equação geral do plano π, temos: 4·3 + 3·2 – 1 =-17 ≠ 0 39 Com isto vemos que a reta não pertence ao plano sendo, portanto concorrente a ele. Outro exemplo pode ser feito quando temos uma reta paralela ao plano. r: X = (2, 2, 1) + α(3, 3, 0) π: X = (1, 0, 1) + λ(1, 1, 1) + µ(0, 0, 3) Tomemos, por exemplo, o vetor v=(3, 3, 0) paralelo a r e os vetores u=(1, 1, 1) e w=(0, 0, 3), paralelos a π. Da mesma forma que no exemplo anterior, vamos fazer o produto misto entre os vetores 3 3 0 (u =w ) ×v= det 1 1 1 = 0 0 0 3 Como os vetores são LD, ou eles pertencem ao mesmo plano ou o vetor v é paralelo ao plano π. Para fazer esta verificação, vamos tomar um ponto qualquer de r e observar se ele pertence ou não a π. Fazendo α = 0, na equação vetorial de r, obtemos o ponto P = (2, 2, 1). Substituindo este ponto na equação de π, temos: (2, 2, 1) = (1, 0, 1) + λ(1, 1, 1) + µ(0, 0, 3) Ou seja: 2=1+λ Q 2=λ 1=1++3µ O sistema montado é incompatível (λ não pode ter dois valores), logo, a reta é paralela ao plano e não pertencente a ele. Prof. José Carlos Morilla Para o terceiro exemplo, vamos tomar: x=1+λ r:Q y=1-λ z=λ π: x + y – 2 = 0 Vemos, pelas equações, que o vetor v=(1, -1, 1) é um vetor diretor de r. Quando substituímos as coordenadas deste vetor na equação geral do plano π, temos: 1 + (-1) = 0 Por este resultado a reta é paralela ou pode estar contida no plano. Para verificar isto, vamos tomar um ponto de r qualquer P = (1, 1, 0) que substituindo na equação de π, temos: 1+1–2=0 O que indica que a reta está contida no plano. 3.4.1 Exercícios 112. Estude a posição relativa entre a reta r e o plano π. r: X = (1, 1, 0) + λ(0, 1, 1) π: x – y – z = 2 113. Estude a posição relativa entre a reta r e o plano π. r:E 1 x-y+z=0 2x+y-z-1=0 1 π: X = (0, 2, 0) + λ(1, - 2, 0) + µ(0, 0, 1) 40 114. Determine o valor de m e n para que a reta r: X = (n, 2, 0) + λ(2, m, m) esteja contida no plano π: x – 3y + z = 1. 115. Dados o plano π e a reta r e sabendo que a reta é concorrente ao plano, determinar a posição em que r encontra o plano π. r: X = (1, 1, 1) + α(3, 2, 1) π: X = (1, 1, 3) + λ(1, -1, 1) + µ(0, 1, 3) 116. Determine o ponto de interseção entre a reta r e o plano π. r: X = (1, 1, 0) + λ(0, 1, 1) Figura 50 Quando os vetores normais N1 e N2 dos planos π1 e π2, respectivamente, são paralelos, isto é N2 =αN1, então os planos são paralelos ou coincidentes. A figura 51 mostra dois planos paralelos. π: x – y – z = 2 3.4.2 Posição relativa entre planos. O problema que é colocado neste ponto é: conhecidos dois planos π1 e π2, verificar se eles são paralelos distintos; se eles são coincidentes; os se eles são concorrentes. Sejam, então, os planos π1: a1x + b1y + c1z + d1 = 0 e π2: a1x + b2y + c2z + d2 =0. Quando os vetores normais N1 e N2 dos planos π1 e π2, respectivamente, não são paralelos, então os planos são concorrentes. A figura 50 mostra dois planos concorrentes. Note que quando os planos são concorrentes, a interseção entre eles é uma linha reta. Prof. José Carlos Morilla Figura 51 Os planos serão coincidentes se, e somente se, todo ponto que satisfaz a equação de π1, satisfaz também a equação de π2. Assim: a2x+b2y+c2z+d2 = α a1x+ α b1y+ α c1z+d2 = α (a1x+b1y+c1z)+d2 = α (-d1)+d2 = 0. Portanto, d2 = αd1 as equações de π1 e π2 são proporcionais. 41 Reciprocamente, se as equações de π1 e π2 são proporcionas, então claramente os dois planos são coincidentes. Portanto, dois planos são coincidentes se, e somente se, além dos vetores normais serem paralelos, as suas equações são proporcionais. Tomemos como seguintes planos: exemplo os π1: X = (1, 0, 1) + λ(1, 1, 1) + µ(0, 1, 0) π2: X = (0, 0, 0) + α(1, 0, 1) + β(-1, 0, 3) Vamos estudar a posição relativa entre eles. Vamos, inicialmente, determinar a equação geral de cada plano que são: π1: x – z = 0 π2: y = 0 Ou seja: π1: 1x + 0y +(–1) z = 0 π2: 0x + 1y + 0z = 0 Como (1, 0, -1) não é proporcional a (0, 1, 0), temos que os planos são concorrentes e se interceptam em uma reta. Se quisermos encontrar as equações paramétricas para esta reta, basta fazer: r: x-z=0 y=0 e fazendo z =λ, temos: x=λ r:Qy=0 z=λ Vamos fazer outro exemplo, estudando a posição relativa entre os planos: π1: 2x - y + z – 1 = 0 Prof. José Carlos Morilla 1 1 π2: x - 2y + 2z – 9 = 0 Notemos que cada coeficiente na equação de π1 é o dobro de seu correspondente na equação de π2, exceto seu termo independente. Logo os planos π1 e π2 são paralelos e distintos. Caso o termo independente, também, mantivesse a relação dos coeficientes, então os planos seriam coincidentes. 3.4.3 Exercícios 117. Estude a posição relativa entre os planos π1 e π2. π1: X = (1, 1, 1) + λ(0, 1, 1) + µ(-1, 2, 1) π2: X = (1, 0, 0) + λ(1, -1, 0) + µ(-1, -1, -2) 118. Estude a posição relativa entre os planos π1 e π2. π1: 2x – y + 2z -1 = 0 π2: 4x – 2y +4z = 0 119. Estude a posição relativa entre os planos π1 e π2. π1: x – y + 2z – 2 = 0 π2: X = (0, 0, 1) + λ(1, 0, 3) + µ(-1, 1, 1) 120. Determine o valor de m para que os planos π1 e π2 sejam paralelos e distintos quando n = -5 e quando n = 1. π1: X = (1, 1, 0) + λ(m, 1, 1) + µ(1, 1, m) π2: 2x + 3y + 2z + n = 0 42 121. Determine a posição relativa entre os planos π1, π2 e π3 dados pelas equações: π1: 2x + y + z = 1 π2: x + 3y + z = 2 π3: x + y + 4z = 3 122. Determine a posição relativa entre os planos π1, π2 e π3 dados pelas equações: π1: x - 2y + z = 0 π2: 2x - 4y + 2z = 1 π3: x + y = 0 123. Determine a posição relativa entre os planos π1, π2 e π3 dados pelas equações: π1: 2x - y + z = 3 π2: 3x - 2y - z = -1 π3: 2x - y + 3z = 7 Prof. José Carlos Morilla