Anderson Lopes • Edgard Antônio Lemos Alves
Noções de Administração Geral/Pública
2013
© 2013 Vestcon Editora Ltda.
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da obra, bem como às suas características gráficas.
Título da obra: Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região – Módulo 1
Analista Judiciário – Área Judiciária
Analista Judiciário – Área Judiciária – Especialidade: Oficial de Justiça Avaliador Federal
Conhecimentos Gerais e Específicos – Nível Superior
Atualizada até 9-2013 (A1-AT571)
(Conforme Edital de Abertura de Inscrições, publicado no Diário Oficial da União, de 2/10/2013 – FCC)
Noções de Administração Geral/Pública
Autores:
Anderson Lopes • Edgard Antônio Lemos Alves
DIRETORIA EXECUTIVA
Norma Suely A. P. Pimentel
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Jaqueline Câmara
PRODUÇÃO EDITORIAL
Dinalva Fernandes
Maria Neves
Reina Terra Amaral
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Adenilton da Silva Cabral
Carlos Alessandro de Oliveira Faria
Diogo Alves
Marcos Aurélio Pereira
EDIÇÃO DE TEXTO
Cláudia Freires
Paulo Henrique Ferreira
CAPA/ILUSTRAÇÃO
Anderson Lopes de Moraes
REVISÃO
Ana Paula Oliveira Pagy
Érida Cassiano
Giselle Bertho
Micheline Cardoso Ferreira
Raysten Balbino Noleto
PROJETO GRÁFICO
Clicktime Design
ASSISTENTE EDITORIAL
Gabriela Tayná Moura de Abreu
SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DF
SAC: (61) 4062 0614 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399
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TRT 15ª REGIÃO
SUMÁRIO
Noções de Administração Geral/Pública*
Processo organizacional:
planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação ....................................................................................5
Gestão Estratégica:
Excelência nos serviços públicos............................................................................................................................12
Gestão estratégica do Poder Judiciário brasileiro: ferramentas de análise para gestão e planejamento
estratégico, tá co e operacional............................................................................................................................13
Balanced scorecard, estratégias, indicadores de gestão, gestão de projetos, gestão por competências ..............20
Gestão pública eficiente, eficaz e efe va
PDCA, monitoramento e avaliação .................................................................................................................. 59/61
Estrutura organizacional, cultura, liderança e clima organizacional, controle do patrimônio público ..................66
Gestão pública: é ca no serviço, gestão de pessoas e gestão de processos, simplificação de ro na de trabalho.... 89
Príncipios da administração pública, princípios gerais da administração ......................................................... 94/127
* Somente para os cargos: Analista Judiciário – Área Judiciária – Especialidade Oficial de Jus ça Avaliador Federal, Analista Judiciário – Área Judiciária, Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Arquivologia, Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Biblioteconomia, Analista Judiciário
– Área Administra va – Especialidade Contabilidade, Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Engenharia (Civil), Analista Judiciário – Área
Apoio Especializado – Especialidade Psicologia, Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Serviço Social, Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Tecnologia da Informação, Técnico Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Tecnologia da Informação, Técnico Judiciário – Área
Administra va – Especialidade Segurança.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Anderson Lopes/Edgard Antônio Lemos Alves
PROCESSOS ORGANIZACIONAIS
A Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar seus obje vos.
Estes são os elementos da Administração que cons tuem o chamado processo administra vo.
Planejamento
Em linhas gerais, planejamento é decidir de forma antecipada o que deverá ser feito para a ngir um determinado
obje vo ou meta.
Quando tratamos de planejamentos administra vos,
podemos destacar dois pos principais:
• Planejamento geral – U lizado, em geral, de forma
permanente;
• Planejamento especial – É do po que, ao se a ngir
o obje vo, não é mais u lizado.
O Processo de Planejamento tem por obje vo prever
fatos que provavelmente ocorrerão de forma a criar um fuPlanejamento
Estratégico
Tá co
Operacional
Conteúdo
Genérico, sinté co,
abrangente
Menos genérico e mais
detalhado.
Detalhado, específico e
analí co.
turo desejável coordenando os fatos entre si. Conquistando
esses obje vos os bene cios conquistados estarão entre
a permanência das decisões acertadas com um equilíbrio
almejando um maior desempenho futuro.
O resultado final do processo de planejamento é a elaboração de planos. Esse processo pode ser resumido em:
• Avaliação do ambiente;
• Definição de Obje vos a serem a ngidos – Nesta etapa
são definidos os resultados finais desejados;
• Definição da forma de execução – Nesta etapa são
definidos os meios e recursos a serem u lizados;
• Definição das formas de controle.
Extensão de Tempo
Longo Prazo
Médio Prazo.
Curto Prazo.
Amplitude
Macroorientado. Aborda a empresa
como uma totalidade.
Aborda cada unidade da empresa
separadamente.
Microorientado. Aborda cada tarefa
ou operação apenas.
Fonte: Chiavenato (2000, p. 86)
Organização
Organização é o processo administra vo que visa à estruturação da empresa, reunindo pessoas e os equipamentos,
de acordo com o planejamento efetuado.
Para Chiavenato (2000), organizar consiste em:
• determinar as a vidades específicas necessárias ao
alcance dos obje vos planejados (especialização).
• agrupar as a vidades.em uma estrutura lógica (departamentalização) .
• designar as a vidades às específicas posições e pessoas (cargos e tarefas).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Ciclo das Funções Administra vas
5
A organização pode ser estruturada em três níveis diferentes:
Abrangência
Nível Ins tucional
Tipo de Desenho
Desenho Organizacional
Nível Intermediário
Desenho Departamental
Nível Operacional
Desenho de Cargos e Tarefas
Conteúdo
Resultante
A empresa como uma
Tipos de Organização.
totalidade.
Cada Departamento
Tipos de Departamentalização
Isoladamente.
Cada Tarefa ou operação. Análise e Descrição de Cargos.
Fonte: Chiavenato (2000, p. 53)
Direção
Direção é o processo administra vo de condução e coordenação das execuções de tarefas que foram planejadas
anteriormente.
Os principais meios de direção empresarial são:
1. Ordens ou Instruções;
2. Mo vação;
3. Comunicação;
4. Liderança;
5. Processo Decisório.
Ordens ou Instruções
Ordens ou instruções são os atos de transmi r decisões
aos subordinados que deverão cumprir o que lhes foi determinado.
As ordens podem receber as seguintes classificações:
• Quanto à amplitude:
– ordens gerais – obrigação de todos os colaboradores da organização;
– ordens específicas – competência de um ou de
poucos colaboradores da empresa.
• Quanto à forma:
– ordens verbais – ordens dadas por meio de viva
voz aos executores;
– ordens escritas – ordens entregues por escrito aos
executores.
Elementos da Comunicação: Emissor e Receptor, Canais
de Comunicação, Mensagens, Códigos e Interpretação,
Obstáculos à Comunicação, a Voz e suas Funções
Segundo Philip Kotler, o processo de comunicação possui
nove variáveis, conforme ilustrado no quadro seguinte:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Feedback
6
O emissor e o receptor representam as partes envolvidas
na comunicação (quem emite e quem recebe a mensagem).
A mensagem e o meio representam as principais ferramentas de comunicação: o que se diz e de que forma o
receptor tem acesso à informação.
A Codificação, a decodificação, a resposta e o feedback
(retorno) são os elementos que dizem respeito ao processo de
comunicação em si. E o ruído corresponde a todos os fatores
que possam interferir na mensagem que se pretende transmi r.
Emissor/Receptor
O emissor é a pessoa que quer comunicar algo, ou seja,
quem emite a mensagem.
O receptor é aquele que recebe a mensagem e efetua
um retorno.
Lembre-se, não existe comunicação sem retorno!
Codificação/Decodificação
Parte da informação que será recebida pelo receptor
está relacionada à forma como o texto é redigido, às fotos e
figuras u lizadas na comunicação, à música usada em uma
propaganda e a outros códigos.
A escolha dos “códigos” mais adequados para cada público e para cada reação que se deseja gerar é de fundamental
importância para o sucesso da comunicação.
Segundo Philip Kotler, para que uma mensagem seja
efe va, o processo de decodificação (entendimento dos
códigos u lizados) precisa ser coerente com as experiências
passadas do receptor e com suas expecta vas.
O nível de interesse que o receptor tem pelo assunto, obviamente, irá afetar a sua percepção e a retenção da mensagem.
Mensagem
É o que efe vamente se diz às pessoas.
A forma como é codificada a mensagem pode influir no
resultado da comunicação (resposta e feedback). A compreensão da mensagem pode ficar prejudicada se ela não levar
em conta todo o sistema de crenças e valores do receptor.
Os receptores vão ouvir apenas o que se ajusta às suas
expectativas e às suas crenças. Eles podem “alterar” a
mensagem durante o processo de decodificação, ignorando
informações importantes que não estão de acordo com seu
sistema de crenças e/ou “acrescentar” informações que
possuem de outras fontes e que também alteram o conteúdo
da mensagem que queríamos transmi r.
Quanto mais simples, clara e direta for a mensagem,
maior a probabilidade de que o receptor a compreenda
corretamente, sem distorcer a informação recebida.
Mídia
Os meios de comunicação devem ser escolhidos de acordo com as caracterís cas do receptor que se deseja a ngir.
Além disso, cada meio de comunicação tem caracterís cas
próprias, desempenhando um papel diferente no processo
de comunicação.
Ruído – Barreiras nas Comunicações
• Egocentrismo – Incapacidade de enxergar o ponto de
vista de quem fala, além de compelir a rebater tudo
o que o outro disse, sem ao menos ouvir o que ele
disse realmente.
• Preconceitos e estereó pos que as pessoas têm em
relação a outros também são fatores que influenciam
a comunicação.
Tipos de Comunicação
• Verbais – cons tuídas pela palavra (oral e escrita).
• Não Verbais – emi mos também mensagens não
verbais que podem acontecer por meio do olhar,
mímicas, posturas do corpo, gestos.
A comunicação verbal é tão importante quanto a não
verbal.
personalidade de cada um, do estado de espírito, das
emoções, dos valores etc.
• barreiras administra vas/burocrá cas – Decorrem das
formas como as organizações atuam e processam suas
informações.
• excesso de informações – O excesso de informações
é outra barreira bastante presente na atualidade.
A sobrecarga de informações de toda ordem e nas
mais variadas formas, a proliferação de papéis administra vos e ins tucionais, reuniões desnecessárias
e inúteis etc. A falta de seleção e de prioridades acabam confundindo o público em vez de propiciar uma
comunicação eficaz.
• comunicações incompletas – As comunicações incompletas e parciais também cons tuem mais uma
barreira na comunicação organizacional. São encontradas nas informações fragmentadas, distorcidas ou
sujeitas a dúvidas, nas informações não transmi das
ou sonegadas etc.
Redes Formal e Informal
O sistema de comunicação das organizações flui basicamente por meio de duas redes: a formal e a informal.
A rede formal pode ser conceituada como o conjunto
de canais e meios de comunicação estabelecidos de forma
consciente e deliberados.
A rede informal surge no decorrer do tempo quando o
próprio sistema formal é suplementado. Ela se baseia nas
relações sociais intraorganiza vas e é uma forma mais rápida
de atender a demandas mais urgentes e instáveis.
Barreiras na Comunicação Organizacional
São os problemas que interferem na comunicação e a
dificultam. São os ruídos.
As barreiras gerais podem ser de natureza mecânica,
fisiológica, semân ca ou psicológica.
• Barreiras mecânicas ou sicas – Aparelho de transmissão,
como o barulho, ambiente e equipamentos inadequados. A comunicação é bloqueada por fatores sicos;
• Barreiras fisiológicas – Dizem respeito aos problemas
gené cos ou de malformação dos órgãos vitais da fala;
• Barreiras semân cas – São as que decorrem do uso
inadequado de uma linguagem não comum ao receptor ou a grupos visados; e
• Barreiras psicológicas – São os preconceitos e estereó pos que fazem com que a comunicação fique
prejudicada.
Levando em consideração as organizações, existem 4
classes de barreiras:
• barreiras pessoais – As pessoas podem facilitar ou
dificultar as comunicações. Tudo irá depender da
Os fluxos mais comumente estudados são:
• Fluxo descendente ou ver cal – É o processo de informações da cúpula dire va da organização para os
subalternos, isto é, a comunicação de cima para baixo.
• Fluxo ascendente – É o processo contrário. São as
pessoas situadas na posição inferior da estrutura
organizacional que enviam à cúpula suas informações.
• Fluxo horizontal ou lateral – É a comunicação que
ocorre no mesmo nível. É a comunicação entre os
pares e as pessoas situadas em posição hierárquicas
semelhantes.
• Fluxo transversal ou longitudinal – Ocorre em todas as
direções, fazendo-se presente nos fluxos descendente,
ascendente e horizontal nas mais variadas posições
das estruturas ou da arquitetura organizacional. Esse
po de fluxo acontece nas organizações orgânicas e
flexíveis que permitem uma gestão mais par cipa va
e integrada, criam condições para que as pessoas
passem a intervir em diferentes áreas e com elas
interagir; e
• Fluxo circular – Abrange todos os níveis sem se ajustar
às direções tradicionais. Surge e se desenvolve muito
mais nas organizações informais e favorece a efe vidade no trabalho.
Os Três Níveis da Direção
Níveis de Organização
Ins tucional
Intermediário
Níveis de Direção
Direção
Gerência
Operacional
Supervisão
Cargos Envolvidos
Diretores e altos execu vos
Gerentes e pessoal do meio
do campo
Supervisores e Encarregados
Abrangência
A empresa ou áreas da empresa
Cada departamento ou unidade da
empresa
Cada grupo de pessoas ou tarefas
Fonte: Chiavenato (2000, p. 69)
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Fluxos Comunica vos
Redes, Níveis, Direções e Barreiras na
Comunicação Organizacional
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Controle
Controle é o processo administra vo que realiza a verificação se tudo está sendo realizado conforme o que foi
planejado e ordenado.
As principais caracterís cas do controle administra vo
são:
• maleabilidade: possibilitam a introdução de mudanças decorrentes de alterações nos planos e nas
ordens;
• instantaneidade: apontam as faltas e os erros verificados;
• correção: permitem a reparação das faltas e dos erros,
evitando-se a sua repe ção.
Além dessas caracterís cas de um controle eficiente,
temos ainda algumas classificações do controle:
a) Primeira fase do controle de um serviço administra vo:
• quando do planejamento;
• quando da execução;
• quando da apuração dos resultados.
b) Classificação do controle quanto ao tempo:
• controle antecedente (antes do serviço);
• controle concomitante (durante o serviço);
• controle subseqüente (depois do serviço).
c) Classificação do controle quanto à duração do controle:
• controle permanente (execução constante);
• controle temporário (execução variável).
d) Classificação do controle quanto ao processo:
• estabelecimento de padrões (critérios ou normas de
serviços);
• avaliação de desempenho (comparar, medir ou verificar os resultados com o padrão);
• correção dos desvios (corrigir os planos, modificar
obje vos e mudar o pessoal).
Fases do Controle
Controle
Estratégico
Conteúdo
Genérico, sinté co e abrangente
Extensão de Tempo
Longo Prazo
Tá co
Menos genérico e mais detalhado
Médio Prazo
Operacional
Detalhado, específico e analí co
Curto Prazo
Amplitude
Macroorientado. Aborda a empresa
como uma totalidade.
Aborda Ca unidade da empresa separadamente.
Microorientado. Aborda cada tarefa
ou operação apenas.
Fonte: Chiavenato (2000, p. 86)
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Coordenação
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Segundo Fayol, “a coordenação tem por fim ligar, unir e
harmonizar todos os atos e esforços.” A coordenação deve
estar presente em todas as fases da administração, isto é,
quando se planeja, organiza, dirige e controla uma empresa.
O Processo administra vo
Trata-se de uma ferramenta u lizada pelas organizações em geral para determinar suas relações com o futuro.
Colocando-se em outros termos, o planejamento envolve
o processo de tomada de decisões com relação ao futuro,
tentando de alguma forma, influenciá-lo.
Podemos definir o ato de planejar de várias maneiras:
• Planejar é definir obje vos para organização, determinando que resultados devem ser alcançados, e quando
isto deve ocorrer.
• Planejar é também dimensionar os meios necessários
à obtenção dos resultados pretendidos.
• Planejar é intervir na realidade, de forma a produzir
mudanças na organização de acordo com uma situação desejada no futuro, superior à situação vivida no
presente.
• Planejar é tomar decisões de forma antecipada, no presente, para reduzir as incertezas inerentes ao futuro.
Faz parte do trabalho do administrador o processo de
tomar decisões de planejamento. A própria criação da organização se dá com a tomada de decisões básicas sobre
o seu funcionamento e sobre sua relação com o ambiente
organizacional.
Assim, diz-se que o Planejamento é uma das aplicações
do Processo Decisório, ou seja, do processo de tomada de
decisões dentro da organização, que envolve diversas etapas tais como: conhecimento da situação atual, coleta de
informações internas e externas à organização, valoração das
informações mais relevantes, análise de alterna vas, análise
de impactos de decisões prováveis etc.
pos principais: Planos Estratégicos, Funcionais e Operacionais. Vejamos em que se cons tuem:
Planos Estratégicos
São os planos que definem os obje vos para toda a organização, bem como sua relação pretendida com o ambiente.
O plano estratégico de uma organização estabelece quais
são os produtos e serviços que a organização pretende oferecer. Determina também em que mercado pretende atuar,
e a que clientes ela almeja atender.
Assim, a preocupação deste po de plano é posicionar a
empresa no mundo. Para isto são u lizados alguns conceitos
fundamentais, os quais iremos estudar a seguir, tais como a
Missão da Organização, sua Visão de Futuro e os seus Valores.
A responsabilidade pela definição do plano estratégico é
da alta administração. A ferramenta empregada para produzi-lo é chamada de Planejamento Estratégico. Se a organização
resolve adotar o planejamento estratégico em bases consistentes, de forma a torná-lo parte de seus processos normais,
estará pra cando uma Gestão Estratégica.
Muitas empresas promovem o envolvimento de funcionários de níveis hierárquicos inferiores durante a realização
do planejamento estratégico. Trata-se de um dos aspectos
da Administração Par cipa va, na qual se busca um processo mais democrá co de tomada de decisão. Em outras
empresas, existem setores inteiros executando funções estratégicas, como aqueles voltados para o desenvolvimento
de novos produtos e prospecção de tecnologias emergentes.
a) Planos Funcionais
Estes são também chamados de planos administra vos,
departamentais ou tá cos. São elaborados para possibilitar
a realização dos obje vos traçados nos planos estratégicos.
Os planos funcionais recebem esta denominação porque
abrangem áreas de a vidades especializadas da empresa, por
exemplo: marke ng, finanças, recursos humanos, produção,
tecnologia etc.
São, portanto, de responsabilidade dos administradores
dessas áreas. Representam um desdobramento dos planos
estratégicos, preocupando-se com os aspectos que cabem
a cada uma das áreas funcionais da empresa.
b) Planos Operacionais
Preocupam-se com o nível da execução, para alcançar obje vos específicos de uma determinada a vidade ou tarefa. O
planejamento operacional envolve a definição de a vidades
a serem realizadas e recursos a serem mobilizados, diante de
um produto ou obje vo concreto. Estão ligados, portanto, à
base da estrutura organizacional, em que se desempenham
as mais variadas operações. Resultam, assim, de desdobramentos de planos funcionais, colaborando para a consecução
dos obje vos fixados nestes.
O quadro a seguir mostra um exemplo do encadeamento que
existe entre os planos estratégicos, funcionais e operacionais:
Departamento
Presidência
Diretoria de
Marke ng
Gerência de
Pesquisa de
Mercado
Obje vo
Tipo de
Plano
Aumentar a par cipação da
empresa no mercado, nos
Estratégico
próximos dois anos, de 20%
para 40% das vendas totais.
Desenvolver novo produto
voltado para os consumido- Funcional
res na faixa de 20 a 30 anos.
Realizar pesquisa de mercado para detectar prefeOperacional
rências dos consumidores
na faixa de 20 a 30 anos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
A própria sobrevivência das organizações depende de sua
capacidade de administrar, de forma dinâmica, seus recursos internos (humanos, materiais, tecnológicos etc.) e suas
relações com o ambiente externo.
As organizações apresentam diferentes “capacidades de
respostas” aos desafios colocados pelas mudanças no ambiente externo e no meio interno. Algumas têm mais sucesso
do que as outras na aplicação do processo de planejamento.
Uma das explicações para o sucesso ou insucesso das
organizações no que tange à u lização do planejamento
como ferramenta eficaz de gestão é a própria a tude dos
administradores em relação ao futuro.
Os estudiosos da Administração apontam basicamente
dois pos de a tude dos administradores em relação ao futuro: a a tude pode ser proa va ou rea va. Dependendo da
a tude predominante dos administradores, a organização
será mais ou menos afetada pelos eventos e mais ou menos
eficaz ao lidar com os mesmos.
As informações (internas e externas) captadas pelos
administradores podem representar pontos posi vos ou
nega vos, que podem ou não desencadear um processo de
mudanças. Quando a organização altera de forma dinâmica
seus sistemas internos e suas relações com o ambiente, em
função das informações que a mesma obtém, estamos diante
de uma a tude proa va.
Desse modo, a a tude proa va se manifesta por meio de
forças que desejam mudanças nos obje vos e na mobilização
dos recursos organizações, e as impulsionam. É a a tude
dos administradores que processam, de maneira posi va,
as informações que vêm do ambiente externo e de dentro
da própria organização.
Portanto, a a tude proa va faz com que a organização
possa rapidamente antecipar as mudanças e adotar os procedimentos necessários nos períodos de transição. O “tempo de
resposta” às mudanças ambientais é curto. Se houver demora
na tomada de decisões, o tempo disponível para implementar
mudanças diminui; a administração torna-se rea va.
A a tude rea va é representada, portanto, pelas forças
que desejam a estabilidade, a manutenção do status quo;
desse modo, são forças de preservação da situação atual. É
uma a tude adotada pelos administradores que processam
nega vamente o feedback que recebem, tanto do ambiente
externo quanto de dentro da própria organização.
Nesse contexto, as informações recebidas não são capazes de provocar qualquer mudança, seja na forma como
a organização u liza seus recursos, quanto na maneira pela
qual a mesma se relaciona com o ambiente externo.
Em qualquer organização os dois pos de forças estão
presentes. Ambas são igualmente necessárias. A a tude
proa va é importante para promover o crescimento da organização e a mudança nos seus processos, sistemas, ro nas,
enfim, em tudo aquilo que possa melhorar o seu desempenho. A a tude rea va é importante para manter o equilíbrio
interno, e para impedir mudanças abruptas, desnecessárias
e que possam comprometer o desempenho da organização.
Mas, enfim, qual é o resultado do próprio processo de
planejamento?
A resposta é simples: o planejamento resulta na elaboração de planos.
Planejar é o processo; os resultados são os planos. Um
plano contém obje vos, que precisam estar adequadamente
iden ficados, bem como as formas pelas quais a organização pode alcançá-los. Assim, podemos dizer que os planos
envolvem metas e métodos.
As metas representam a quan ficação dos obje vos, e a
data em que os mesmos devem ser a ngidos. Os métodos
significam o caminho que a organização deve percorrer para
cumprir suas metas.
Numa organização iremos encontrar uma grande variedade de planos que, a depender da abrangência e do impacto
que têm sobre a mesma, podem ser classificados em três
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Organização
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realização de obje vos
pretendidos. O processo administra vo da organização tem
como resultado o ordenamento das partes de um todo, ou
a divisão de um todo em partes ordenadas, segundo algum
critério ou princípio de classificação. Um conjunto organizado
segundo algum po de critério é uma estrutura.
Sendo assim, dizemos que uma empresa é organizada
quando possui uma estrutura organizacional que iden fique
basicamente três elementos: as responsabilidades, a autoridade e a comunicação entre as pessoas que nela trabalham.
O processo de organização é um processo de tomada de
decisões sobre como dispor responsabilidade, autoridade
e linhas de comunicação. Os dados de entrada do processo
decisório da organização se originam no próprio processo
de planejamento.
Por sua vez, o resultado do processo de organização é
uma determinada estrutura organizacional. A escolha da estrutura organizacional é uma das principais decisões a serem
tomadas pelo administrador.
A estrutura organizacional define a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos e como integrantes de grupos, sendo representada por um gráfico denominado organograma. Observa-se em qualquer organograma
os seguintes aspectos:
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• Divisão do trabalho: os retângulos representam unidades de trabalho (departamentos) e indicam como
as responsabilidades estão divididas dentro da organização.
• Autoridade e Hierarquia: a quan dade de níveis vercais em que os retângulos estão agrupados mostra
como a autoridade está distribuída, do gerente que
tem mais autoridade, no topo da estrutura, até o que
tem menos autoridade, na base da estrutura.
• Comunicação: as linhas que ligam os retângulos mostram a interdependência das unidades de trabalho.
As linhas de comunicação nascem das decisões sobre
divisão do trabalho e autoridade e hierarquia.
Divisão do Trabalho
É o processo por meio do qual uma determinada a vidade é dividida em tarefas menores, cada uma das quais
atribuídas a uma pessoa ou equipe.
A divisão do trabalho permite às organizações realizar
tarefas complexas, como a montagem de veículos, a construção de prédios, navios etc. A divisão do trabalho permite
ganhos de produ vidade que viabiliza a produção em massa
de determinados bens, pois conduz à especialização dentro
da empresa.
A responsabilidade pela execução de cada tarefa pode ser
atribuída a indivíduos ou a grupos (equipes de trabalho). O
conjunto de tarefas atribuídas a uma pessoa chama-se cargo.
Um cargo é a menor unidade de trabalho da estrutura
organizacional. Um cargo consiste de um conjunto de tarefas
ou responsabilidades específicas que uma pessoa (ocupante do cargo) deve desempenhar. Uma das providências que
devem ser tomadas no processo de definição da estrutura
organizacional é justamente descrever os cargos que exis rão nessa estrutura e as correspondentes atribuições. Desse
modo, o ocupante do cargo deverá responder perante seus
superiores pela execução das a vidades inerentes a ele.
Um departamento, por sua vez, é um agregado de cargos,
e tem também responsabilidade em relação a uma determinada função na organização (produção, marke ng, finanças
etc.). Geralmente os departamentos são iden ficados pelo
tulo da função sob sua responsabilidade (ex.: Diretoria de
Produção, Gerência de Marke ng, Superintendência de Finanças etc.).
Direção e Controle
O processo de Direção consiste na realização das a vidades planejadas, cuja natureza depende do po de organização, dos obje vos fixados, das estratégias escolhidas,
bem como das competências pessoais, da disponibilidade
de recursos materiais e de outros fatores diversos.
Também chamado de Processo de Execução, a Direção
envolve a supervisão, o acompanhamento, a mo vação, o
exercício da autoridade e da liderança, além de outros fatores que efe vamente farão a organização navegar rumo
aos obje vos traçados.
Os dados de entrada do processo de Direção/Execução
são os processos de planejamento e de organização. Os resultados da execução, conforme a figura a seguir, são os próprios
produtos e serviços:
Muitas vezes, planejamento e direção podem se sobrepor. Os planos evoluem na medida em que a execução avança; eles são detalhados e modificados, para incorporar novas
decisões e para que sejam implementadas ações corre vas,
se for o caso.
Autoridade
Estamos aqui tratando da autoridade formal, ou seja, do
direito legal que os chefes ou gerentes têm de influenciar o
comportamento de seus subordinados, bem como de u lizar
ou comprometer os recursos organizacionais.
Em outras palavras, a autoridade envolve o direito formalmente cons tuído (com base em lei, regulamentos, re-
dispor de informações adequadas sobre as próprias metas e
sobre as a vidades que procuram concre zá-las – ou seja, sobre os métodos a serem empregados na busca destas metas.
O processo de controle pode ser visualizado através de
um exemplo muito simples: imagine o capitão de um navio,
que necessita chegar a um determinado porto. Durante toda
a viagem, desde a par da, o capitão estará comparando sua
posição geográfica, sua velocidade, o trajeto percorrido etc.,
com o seu plano de viagem. Várias informações são monitoradas constantemente, para que o capitão tenha, a qualquer
momento, uma ideia precisa sobre duas coisas:
• Estamos realmente indo para o porto de destino,
conforme traçado em nosso plano de viagem?
• Chegaremos na data prevista?
Assim, a qualquer tempo o capitão poderá tomar medidas corre vas, caso seja necessário, ou seja, se ele verificar
que eventualmente a meta (chegar no porto na data prevista)
não seja cumprida. O capitão realizará o processo de Direção
para fazer a correções devidas (por exemplo, aumentar a
velocidade, virar dois graus a es bordo etc.).
Nesse caso, como em qualquer outro, o processo de
controle produz e usa informações para tomar decisões.
As informações e decisões de controle permitem manter
qualquer sistema orientado para o seu obje vo primordial.
Resumindo, portanto, o processo de controle:
• Informa ao gerente sobre que obje vos devem ser
a ngidos e quando.
• Informa ao gerente sobre o desempenho atual da organização em comparação com os obje vos traçados.
• Informa ao gerente que variáveis estão atrapalhando
ou auxiliando no cumprimento das metas es puladas.
Controlar, em essência, é um processo de tomar decisões
que têm por finalidade manter um sistema na direção de
um obje vo, com base em informações con nuas sobre as
a vidades do próprio sistema e sobre o obje vo.
Note que o próprio obje vo se torna o critério ou padrão
de avaliação do desempenho da organização, ou seja, torna-se o padrão de controle.
As etapas do processo de controle são:
a) Definição dos padrões de controle: permitem avaliar o
desempenho da organização, com base nos obje vos fixados
no planejamento, e tomar decisões corretas.
b) Coleta de informações: conhecer e acompanhar a execução das a vidades, por meio da obtenção de informações
sobre a realização das mesmas.
c) Comparação com os padrões e ação corre va: a informação sobre o desempenho real é comparada com os
padrões desejados. Com base nessa comparação, pode-se
iniciar uma ação para corrigir ou reforçar as a vidades ou
o desempenho.
d) Recomeço do ciclo de planejamento: as informações
produzidas pelo processo de controle permitem tomar decisões sobre novos obje vos e novos padrões de controle.
Finalmente, cabe destacar que o controle é exercido em
diferentes níveis hierárquicos da empresa:
Observe que estamos falando da autoridade formal, que
surge em função das normas internas da empresa. No entanto, existe o conceito de liderança (conforme vimos nos
conceitos sobre liderança), que envolvem aspectos informais
existentes na organização.
O Processo de Controle
O processo de controle está ligado ao alcance dos objevos. Para realizar as metas pretendidas, a empresa precisa
a) Controle Estratégico
Tem por finalidade acompanhar e avaliar o desempenho
da organização na realização de suas missões e acompanhar
os fatores externos e internos que a influenciam.
É o controle estratégico que produz informações da
análise interna – pontos fortes e fracos – e externa – ameaças e oportunidades. Com base nessas informações a alta
administração define a relação desejada com o ambiente, ou
o desempenho desejado dentro de um ambiente definido,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
gimentos ou outro instrumento de caráter norma vo) que
tem o chefe de exigir o cumprimento de determinadas tarefas
por parte do subordinando, sendo facultado ao superior a
possibilidade de algum po de sanção caso a ordem não seja
cumprida. Autoridade envolve também o poder de decisão
sobre a u lização dos recursos disponíveis pela organização
no cumprimento de certas a vidades.
A autoridade é o mecanismo que garante a coordenação
e a execução das tarefas especializadas, pois envolve poder.
Assim, no desenho da estrutura organizacional, é necessário
saber como distribuir de forma adequada este poder dentro
da empresa. Além disso, há pos diferentes de autoridade
formal, que pode ser vistos a seguir:
• Autoridade de linha: é inerente à cadeia de comando
e define as relações entre chefes e subordinados. O
mecanismo da autoridade formal de linha es pula que
os chefes têm o direito de emi r ordens e de esperar a
obediência ou adesão daquelas pessoas que trabalham
para eles, ou em suas equipes.
• Autoridade de assessoria (ou de staff): baseia-se no
desempenho de atividades de aconselhamento. É
caracterís ca das funções de apoio para orientar os
gerentes de linha. Exemplos: são a assessoria jurídica,
assessoria econômica etc. Algumas funções de linha
podem também ter autoridade de assessoria, como
por exemplo, a administração de recursos humanos e
administração da qualidade.
• Autoridade funcional: sua caracterís ca principal é o
poder para determinar o que os outros devem fazer,
independente das relações entre chefes e subordinados. As mesmas funções, em certos assuntos, exercem autoridade de linha e autoridade funcional. Por
exemplo, a gerência de qualidade pode determinar
quais critérios devem ser obedecidos na contratação
de fornecedores; a gerência de recursos humanos
pode determinar que todos os candidatos a emprego
passem por certo processo de seleção.
11
par ndo para a seleção das estratégias mais adequadas ao
contexto.
b) Controles administra vos
Estes se ocupam das áreas funcionais, correspondentes
aos departamentos de produção, marke ng, finanças, recursos humanos etc. Produzem informações especializadas,
possibilitando a tomada de decisão em cada área da organização. A síntese das informações geradas pelos controles
administra vos cons tui-se num insumo para o controle de
nível estratégico.
c) Controle Operacional
Tem como foco as a vidades e o consumo de recursos
em qualquer área funcional, no nível das tarefas realizadas.
Cronogramas e orçamentos são as principais ferramentas de
planejamento operacional e, simultaneamente, de controle
operacional.
No caso das organizações públicas, o desempenho costuma ser medido por meio de indicadores de desempenho
específico, que focalizam os obje vos específicos deste po
de organização.
GESTÃO ESTRATÉGICA
Excelência nos Serviços Públicos. Gestão por
Resultados na Produção de Serviços Públicos.
Gestão de Desempenho
A razão de ser da existência de um Estado, qualquer que
seja o seu modelo, se ditatorial ou democrá co, se federal
ou unitário ou em qualquer outra classificação que se deseje
u lizar, é a prestação de serviços públicos aos seus cidadãos,
como forma de aumentar o bem-estar de sua população.
Unindo-se a própria razão da existência do Estado ao conceito estratégico de qualidade, chega-se ao que modernamente se entende como a excelência em serviços públicos. Longe
de ser algo acabado, a excelência na prestação de serviços
públicos é um valor a ser buscado, con nuamente buscado.
Não há, portanto, uma excelência em serviços públicos,
o que há é uma con nua busca por essa excelência.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Excelência nos Serviços Públicos
12
O conceito de excelência insere-se no atual cenário
mundial, com a globalização dos mercados e das telecomunicações, com administração com o foco no cliente e a
reengenharia nas estruturas organizacionais.
É definido como o estágio final dos programas de qualidade total, isto é, o momento no qual todas as funções básicas
da organização ou como a produção de serviços públicos, que
é o caso do setor público, que é ofertante de serviços públicos, funciona com o máximo de produ vidade e qualidade.
Antes uma prerroga va para as empresas que queriam
sobreviver em contexto compe vo, os serviços públicos
encaixam-se também no conceito de excelência, pois dirigentes e mesmo órgãos ou empresas governamentais também
sofrem alguma espécie de compe ção e devem provar a
sua u lidade ou o seu potencial de agregação de valor para
a sociedade.
Com o aprimoramento de técnicas de medição de resultados, com a adoção de parâmetros de responsabilização
pelas organizações públicas e com a tendência de maior
transparência e possibilidades de controle social e de controle externo da administração, a busca por excelência no
serviço público deixa de ser apenas uma espécie de carta de
intenções ou de slogan e passa a ser determinante para a
con nuação das a vidades de dirigentes e de organizações.
Os valores chaves de um produto ou serviço de excelência
são, pois, uma projeção da qualidade desses produtos ou
serviços, levando em conta a percepção do usuário, que, no
caso do serviço público, nunca é demais repe r, também é
dono do negócio e tem “direito”, via cidadania, a ser tratado
de forma adequada.
Qualidade Centrada no Cliente
A qualidade é julgada pelo cliente. Todos os atributos de
produtos e serviços que têm valor para o cliente elevam sua
sa sfação, determinam sua preferência e devem cons tuir
o fundamento do sistema da qualidade da organização. No
caso público, o cliente não tem “escolha”. Mas a democracia
impõe o controle eleitoral. Valor, sa sfação e preferência
podem ser influenciados por muitos fatores por meio das
experiências globais vividas pelos clientes na compra ou no
uso dos produtos e serviços.
Esses fatores incluem o relacionamento da organização
com o usuário do serviço, que conduz à confiança, fidelidade
e preferência.
Liderança
A alta direção da organização pública deve adotar uma
polí ca orientada para os clientes, criando valores claros e
elevando as expecta vas quanto à qualidade.
O reforço dos valores e das expecta vas requer um substancial engajamento e envolvimento pessoal.
Os valores básicos e o engajamento da alta direção
devem incluir áreas de responsabilidade pública e espírito
comunitário da empresa, consubstanciados na criação de
estratégias, sistemas e métodos para alcançar a excelência.
Melhoria Con nua
A ngir os mais altos níveis de qualidade e compe vidade requer um enfoque bem definido e bem executado
para a melhoria con nua. A expressão “melhoria con nua”
refere-se tanto a melhorias incrementais quanto a melhorias
“revolucionárias”.
A focalização na melhoria deve fazer parte de todas as
operações e de todos os setores da empresa.
Par cipação e Desenvolvimento dos Funcionários
O êxito é alcançado por uma organização por meio da
realização de seus obje vos quanto à qualidade e ao envolvimento da força de trabalho.
O vínculo estreito entre a sa sfação dos servidores e a
sa sfação dos clientes ou usuários cria uma relação de corresponsabilidade entre a empresa e os funcionários.
Em função disso, a medida da sa sfação dos funcionários proporciona um importante indicador dos esforços da
empresa no sen do de melhorar a sa sfação dos clientes e
o desempenho operacional.
Essa caracterís ca é aquela sobre a qual as organizações
públicas brasileiras talvez mais tenham com que se preocupar. A situação dos servidores públicos que interagem
diretamente com a população é, na maioria das vezes, muito
precária, seja em termos de treinamento ou preparação para
a função, seja em termos de remuneração.
Resposta Rápida
O sucesso em qualquer a vidade requer sempre ciclos
cada vez menores de introdução de novos produtos e ser-
Qualidade no Projeto e Prevenção de Problemas
A excelência certamente está ligada a um bom desenho
da produção de um serviço ou da definição de uma polí ca
pública. Um bom desenho leva a um bom processo, facilita
a aferição de resultados e possibilita correções rápidas.
Por isso, os sistemas da qualidade devem dar maior ênfase à qualidade do projeto, isto é, à prevenção de problemas e
desperdício mediante o embu mento da qualidade nos produtos e serviços e nos processos pelos quais são produzidos.
Em geral, os custos da prevenção de problemas no estágio de projeto são muito mais baixos que os custos ligados
à correção de problemas que ocorrem no estágio final de
produção e entrega. A qualidade introduzida no projeto inclui
a criação de processos e produtos robustos em termos de
capacidade de tolerar falhas.
Perspec vas de Longo Prazo
Conquistar o reconhecimento dos usuários com relação
à qualidade requer da organização pública uma orientação
voltada para o futuro e a disposição de assumir compromissos de longo prazo com os funcionários, fornecedores e a
comunidade usuária dos serviços.
O planejamento deve determinar ou antecipar muitos
pos de mudança, inclusive fatores que possam afetar as
expecta vas dos usuários e mudanças nas exigências regulamentares e nas expecta vas da comunidade/sociedade.
É necessário que os planos, estratégias e alocações de recursos reflitam esses compromissos e mudanças. Parte relevante
de tal compromisso a longo prazo refere-se ao desenvolvimento
de servidores e fornecedores, ao cumprimento de responsabilidades públicas e ao fortalecimento do papel da organização
como modelo na promoção do espírito comunitário.
Gestão Baseada em Fatos
A realização das metas de melhoria da qualidade e do desempenho de uma organização requer que a gestão de processos seja baseada em dados, informações e análises confiáveis.
Os fatos e dados necessários à avaliação e melhoria da
qualidade são de muitos pos, podendo incluir os relacionados ao cliente, ao desempenho de produtos e serviços,
às operações, ao mercado, às comparações de compe vidade, aos fornecedores, aos funcionários e aos aspectos
financeiros e de custo.
Fatos, dados e análise servem de base a uma variedade
de propósitos da organização, como planejamento, análise
crí ca de seu desempenho, melhorias das operações e comparações do desempenho quanto à qualidade em relação aos
referenciais de excelência (Benchmarking).
Desenvolvimento de Parcerias
As organizações devem procurar desenvolver parcerias
internas e externas que melhor atendam à realização de
suas metas globais. As parcerias internas poderiam incluir
esquemas que promovam a cooperação entre a direção e
os funcionários, tais como acordos com sindicatos, gerenciamento e par cipação em redes de administração, com
compar lhamento de recursos. Tais acordos poderão prever
o desenvolvimento dos funcionários, treinamento interfuncional ou novas organizações de trabalho, tais como equipes
de trabalho de alto desempenho.
Exemplos de parcerias externas incluem ligações estreitas
com clientes e fornecedores e com outras organizações.
Um po de parceria externa cada vez mais importante é
a parceria ou aliança estratégica. Essas parcerias oferecem
a uma empresa o ingresso em novos produtos ou serviços
ou mesmo mercados.
Responsabilidade Pública e Espírito Comunitário
Os obje vos do sistema da qualidade de uma organização
devem considerar a responsabilidade pública e o espírito
comunitário que lhe competem.
A responsabilidade pública refere-se às expecta vas
básicas da organização: é ca de negócios, segurança, saúde
pública e proteção ambiental.
Planejamento Estratégico no Judiciário Brasileiro:
Resolução nº 70/2009 do Conselho Nacional de
Jus ça
O planejamento estratégico do Judiciário Brasileiro foi
determinado pela resolução nº 70, de 18 de março de 2009.
Para entender sobre este planejamento em específico,
vamos primeiramente entender o que é Planejamento
Estratégico.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Fundamentos de Estratégia: o que é Estratégia;
quais as Condições Necessárias para se
Desenvolver a Estratégia; quais são as QuestõesChave em Estratégia
A palavra estratégia é muito u lizada no ambiente empresarial, mas o que ela significa?
Sun Tzu foi um profundo conhecedor das manobras militares e escreveu, há mais de 2500 anos, o livro in tulado
A Arte da Guerra, no qual ensinava estratégias de combate
e tá cas de guerra. Atualmente essas tá cas ganharam um
contexto empresarial e são bastante u lizadas.
Vários autores definem estratégia como sendo o caminho a se seguir para posicionar, favoravelmente, a ins tuição em relação à conjuntura e/ou cenário.
Analisando apenas o significado da palavra em si, a palavra vem do grego an go stratègós (de stratos, “exército”,
e “ago”, “liderança” ou “comando”), que significava “a arte
do general” e designava o comandante militar, à época de
democracia ateniense.
O dicionário Aurélio define Estratégia como “Arte de planejar operações de guerra.”, ou “Arte de combinar a ação das
forças militares, polí cas, morais, econômicas, implicadas na
condução de uma guerra ou na preparação da defesa de um
Estado” ou ainda “Arte de dirigir um conjunto de disposições:
estratégia polí ca”.
No ambiente empresarial, cabe a definição do autor
Edson Gil de Ma os Júnior em seu livro “A Nova Gerência”:
“Estratégia é a arte de alcançar resultados”.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
viços no mercado. O advento da TI e do Governo Eletrônico
confirmam e possibilitam essa tendência.
Além disso, uma resposta mais rápida e flexível no atendimento aos clientes cons tui hoje um requisito crucial da
gestão.
Melhorias relevantes no tempo de resposta frequentemente exigem que as organizações, os processos e as
etapas de trabalho sejam simplificados e encurtados. Daí
a importância de se trabalhar com revisão de processos,
casos da qualidade total ou mesmo do enfoque mais radical
da reengenharia e do benchmarking, com a absorção de
competências de outras organizações.
13
Estratégia sob a visão de Michael Porter
Michael Porter é consultor e professor da Harvard
Business School. Ele, que é considerado uma autoridade
mundial em estratégia compe va, definiu os fundamentos
da compe ção e da estratégia compe va e é conhecido por
estabelecer a ponte entre a teoria econômica da gestão e
a sua prá ca, conseguindo transmi r a verdadeira essência
da compe ção.
Com vários livros publicados na área, Michael Porter
acompanhou a evolução da estratégia. Seu úl mo livro foi
publicado em 2001 e se chama “Strategy and the Internet” –
“A Estratégia e a Internet”.
Porter iniciou a sua análise ao nível de uma indústria
singular, dissecando as fórmulas de negócio para diversificadas empresas.
A estrutura, a evolução e os meios pelos quais as empresas ganham e mantêm a sua vantagem compe va são
pontos fundamentais da compe ção, sendo que a diversificação deve interligar a compe ção nos negócios individuais.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
A Função do Planejamento Estratégico
14
O planejamento estratégico cons tui uma das mais importantes funções administra vas, pois nele o gestor e sua
equipe estabelecem os caminhos para a organização da empresa, a condução da liderança e o controle das a vidades.
Mas o que é planejamento estratégico?
É um processo gerencial que permite a uma organização
estabelecer um direcionamento a ser seguido e também
permite instrumentalizar a resposta que a organização
precisa apresentar ao seu ambiente diante de um contexto
de mudanças.
O obje vo do planejamento é fornecer aos gestores e
suas equipes uma ferramenta de informações para a tomada de decisão, ajudando-os a atuar de forma a antecipar as
mudanças que ocorrem no mercado.
Michael Porter diz que uma empresa sem planejamento
pode se transformar em uma folha seca, que se move ao
capricho dos ventos da concorrência. De fato, o administrador que não exerce a sua função de planejador acaba por
se concentrar no planejamento operacional, agindo como
um bombeiro que vive apagando incêndios, sem enxergar
a causa do fogo.
Mas como evitar a armadilha do imedia smo na administração? Como garan r um tempo, no corre-corre do dia
a dia, para planejamento dentro da empresa? Como definir
um planejamento realista diante das mudanças que ocorrem
numa velocidade tão grande?
As respostas para essas perguntas não são simples e
pode-se afirmar que o crescimento das organizações está
cheio de acidentes e eventos imprevisíveis. É inegável que
as empresas que crescem e conseguem compe r no mercado possuem algo mais do que sorte e o que determina
seu sucesso é a capacidade de se adaptar às mudanças do
ambiente, antecipando-se aos seus concorrentes.
Saber u lizar os instrumentos do planejamento de
forma coerente, adaptando-os à realidade da empresa e
às suas necessidades, pode ser uma excelente arma compe va, mas é importante que os gestores conheçam os
elementos do planejamento, suas funções, as mudanças
que estão ocorrendo no contexto compe vo e as que
influenciam na prá ca do planejamento, lançando alguns
desafios para a gestão nas empresas.
Segundo Hax e Majluf (1984), o sistema de planejamento
estratégico representa uma postura, cuja essência é organizar, de maneira disciplinada, as maiores tarefas da empresa e
encaminhá-las, visando a manter a eficiência operacional
nos seus negócios e a guiar a organização para um futuro
melhor e inovador.
Em um planejamento estratégico é fundamental estabelecer, antecipadamente, as diretrizes a serem seguidas,
pois, assim, o alcance daquilo que foi almejado torna-se
uma tarefa mais fácil de ser alcançada.
Além do compromisso de conquista e retenção de
clientes sa sfeitos, as organizações bem-sucedidas devem
estar sempre prontas a se adaptar a mercados em mudança
con nua. O planejamento estratégico orientado ao mercado
cumpre exatamente essa função, pois busca manter uma
flexibilidade viável de seus obje vos, habilidades e recursos
enquanto mantém um compromisso com o lucro, o crescimento e sua missão organizacional.
O estabelecimento de um planejamento estratégico
orientado ao mercado envolve uma metodologia com sete
a vidades:
1. projetar uma visão de futuro;
2. definir o negócio;
3. definir a missão ins tucional;
4. definir os princípios;
5. analisar os ambientes interno e externo;
6. definir a visão;
7. definir a missão operacional.
1. Projetar uma visão de futuro: significa iden ficar uma
resposta para a pergunta: que necessidades humanas, expecta vas ou desejos a organização está apta ou tem vontade
de sa sfazer ou resolver em sua área de a vidade e até,
quem sabe, da sociedade brasileira? A visão da Petrobras,
por exemplo, é: A Petrobras será uma empresa integrada de
energia com forte presença internacional e líder na América
La na, atuando com foco na rentabilidade e na responsabilidade social e ambiental até o ano de 2015.
2. Definir o negócio: é determinar o que a organização é
e o que faz para mobilizar-se na construção do futuro. Para
fazer isso é necessário iden ficar em que “áreas de negócio”
deseja atuar e quais “unidades de negócio” irão compor cada
área. Uma área de negócio é entendida pela demanda que
atende e pela infraestrutura, tecnologia ou competência
que u liza, no caso de serviços. Já uma unidade de negócio
caracteriza-se por um produto ofertado e iden ficação do
público-alvo e dos concorrentes desse produto.
Definidas as áreas de negócio e as respec vas unidades
de negócio, pode-se definir o negócio respondendo a 4
perguntas:
a) A que necessidades, desejos e expecta vas a organização irá atender? Ou que problema humano se propõe a
resolver?
b) Atender às necessidades de quem? Qual a sua demanda?
c) Com que áreas de negócio?
d) Por quais canais e em que regiões?
3. Definir a missão ins tucional: é a razão de existência
da organização. Em outras palavras, a organização existe
para fazer o quê? É o obje vo maior da organização, que
é conseguido por meio do entendimento e da prá ca dos
princípios da organização. A missão da empresa Petrobras,
por exemplo, é: Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas a vidades da indústria
de óleo, gás e energia, nos mercado nacional e internacional,
fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades
dos seus clientes e contribuindo para o desenvolvimento do
Brasil e dos países onde atua.
4. Definir os princípios: é traçar quais são os valores,
as crenças e as condutas esperadas de todos, na busca in-
Indicadores de Desempenho – Formulação e
Sistema zação
A formulação e sistema zação de indicadores é uma
a vidade inerente não apenas às a vidades de controle e
avaliação de desempenho das organizações, mas também à
função de planejamento, da qual depende as duas anteriores.
São justamente os indicadores que dão sen do e possibilitam os processos posteriores de controle e avaliação.
Ao mesmo tempo, são eles que estabelecem a ligação entre
esses processos e a função de planejamento.
Aqui, pretende-se frisar mais especificamente a própria
natureza desses indicadores e os fundamentos gerais que
os orientam.
Como já se disse, a formulação e sistema zação de indicadores tem por obje vo a aferição futura do desempenho
organizacional, sob duas perspec vas:
1. quanto à produção efe va dos resultados que a organização se propõe a a ngir;
2. quanto à observância de padrões, de parâmetros
estabelecidos pela organização para a realização de seus
programas, projetos, processos e a vidades.
Vale dizer: os indicadores podem se referir a fins ou a
meios.
Os fins almejados pela organização correspondem aos
resultados que ela pretende obter, às transformações que
ela visa a produzir na realidade, ou seja, aos seus obje vos.
Os indicadores de tais obje vos são as metas, que têm um
caráter preferencialmente quan ta vo, mensurável, e são
definidas com o propósito específico de indicar, de “traduzir”
obje vamente para gerentes, supervisores e funcionários
os resultados que devem ser perseguidos pela organização
e por cada um de seus membros.
É preciso aqui chamar a atenção para um cuidado fundamental que deve ser observado em relação às metas:
Sua idoneidade em relação ao obje vo, ou seja, sua capacidade de efe vamente refle r a realização de um obje vo,
de modo que, alcançando-a, seja possível considerar que o
obje vo foi cumprido.
No caso de não haver essa idoneidade, corre-se o risco
(muito comum, aliás) de “bater a meta” e no entanto permanecer a léguas do obje vo visado. É necessário, portanto,
que haja não apenas a avaliação de desempenho (ex post),
mas também um processo de avaliação ex ante, que se dirija
ao próprio planejamento organizacional, especialmente no
que diz respeito à definição de obje vos e metas.
Já em relação aos meios, a formulação e sistema zação
de indicadores consiste, na definição de padrões, de parâmetros e procedimentos que devem ser observados nas diferentes a vidades e ações por meio das quais a organização
perseguirá seus obje vos, isto é, na realização de programas,
projetos e processos de trabalho.
Tal parametrização pode ser observada picamente nos
processos de gestão de qualidade (especialmente no setor
de produção de bens), dos quais a definição de padrões
procedimentais é uma das principais caracterís cas.
FERRAMENTAS DE ANÁLISE: INTERNA E
EXTERNA
Vimos que a avaliação do ambiente da empresa é um dos
fatores mais importantes para a definição de sua estratégia.
Para essa avaliação, podem ser u lizadas algumas ferramentas. Dentre elas estão:
• Análise SWOT;
• Balanced Scorecard (BSC).
Análise Swot
A Análise Swot é uma ferramenta criada nas décadas
de 1960 e 1970 por Albert Humphrey, na Universidade de
Stanford, u lizada para criar análises de cenário e também
como base para a gestão e o planejamento estratégico de
uma organização. Por ser uma ferramenta muito simples,
pode ser u lizada para qualquer po de análise de cenário,
desde uma gestão de uma mul nacional até a confecção de
uma loja virtual.
Auxilia no posicionamento e na verificação da posição
estratégica da empresa no ambiente analisado.
O termo SWOT é um acrônimo, proveniente do idioma
inglês, de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
Oportunidades (Opportuni es) e Ameaças (Threats).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
cessante de concre zar a missão ins tucional. Porém, não
basta iden ficar e escrever esses princípios. É necessário
estabelecer que comportamentos observáveis e mensurados
serão alvo de cada princípio.
5. Analisar os ambientes interno e externo: só conhecendo a atual e real conjuntura é que se tem condições de
estabelecer uma visão clara, obje va e fac vel do que se
quer. Essa análise é conhecida como Análise Swot.
Na análise do ambiente interno devem-se iden ficar os
pontos fortes e fracos de toda a estrutura sica/material,
humana e financeira e do mix de marke ng (produto – preço – praça – promo on).
Na análise do ambiente externo devem-se iden ficar
as oportunidades e ameaças das variáveis não controláveis
(concorrentes, percepção de consumo e de trocas, fatores
ambientais).
Realizada essa análise, a organização passa a ter seu
verdadeiro diagnós co.
6. Definir a visão: é a projeção do queremos ser, com bases reais no diagnós co realizado na análise dos ambientes.
7. Definir a missão operacional: é fazer a projeção
numérica, quan ficável e mensurável do que a organização
pretende realizar. Essa missão projetada deve ser desmembrada em obje vos e metas, que, para serem conseguidos,
terão de passar pela iden ficação das estratégias e tá cas a
serem adotadas em cada obje vo a ser realizado.
Elaborado o planejamento estratégico, ele deve ser
divulgado e implementado, controlando e avaliando permanentemente a organização.
Muitas organizações não conseguem colocar em prá ca
seu planejamento estratégico porque não possuem, em seu
processo decisório, pessoas com cultura de pensamento estratégico, preparadas, instruídas e principalmente educadas
para perceber ocorrências e projetar tendências. É apenas
com essas pessoas que a organização conseguirá concre zar
a sua missão ins tucional e a sua missão operacional.
15
Essa análise de cenário se divide em ambiente interno
(forças e fraquezas) e ambiente externo (oportunidades e
ameaças).
As forças e fraquezas são determinadas pela posição
atual da empresa e se relacionam, quase sempre, a fatores
internos. Já as oportunidades e ameaças são antecipações
do futuro e estão relacionadas a fatores externos.
O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes
da empresa, uma vez que ele é resultado das estratégias de
atuação definidas pelos próprios membros da organização.
Durante a análise, quando for percebido um ponto forte,
ele deve ser ressaltado ao máximo; e quando for percebido
um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou,
pelo menos, minimizar seu efeito.
Já o ambiente externo está totalmente fora do controle
da organização. Mas, apesar de não poder controlá-lo,
a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência,
de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças.
Evitar ameaças nem sempre é possível, no entanto, pode-se
fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus
efeitos. A Matriz Swot deve ser u lizada entre o diagnós co
e a formulação estratégica propriamente dita.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Balanced Scorecard (BSC)
16
O Balanced Businness Scorecard (ou BSC – não há uma
tradução precisa em português, significando painel ou placar
de resultados balanceados ou combinados) é uma das novas
formas de gerenciamento que são usadas pelas empresas
para enfrentar o atual ambiente globalizado de alta compevidade e acirrada concorrência.
É uma das ferramentas que procuram fornecer a visão
de conjunto dos fatores crí cos de sucesso. É u lizado por
empresas que pretendem obter êxito com suas estratégias
de curto, médio e longo prazo, melhorando assim, sua situação no futuro, revelando-se como uma ferramenta capaz de
atender às novas exigências de gerenciamento dentro dos
cenários econômicos em constante mutação.
O Balanced Scorecard reúne medições baseadas em indicadores financeiros a outros três componentes (chamados de
“perspec vas”): clientes, processos internos e aprendizado
e crescimento. À medida que foi sendo u lizado, evoluiu de
um sistema de medição aperfeiçoado para se transformar
em um sistema gerencial essencial. O sistema de informação
gerencial deve contribuir como suporte às estratégias adotadas para que elas possam ser acompanhadas e venham a
produzir retornos posi vos para a empresa.
Os sistemas tradicionais de avaliação e controle dos
resultados da organização têm a tendência de enfa zar o
resultado financeiro final. O que conta nos sistemas tradicionais é o demonstra vo de resultados financeiros, que
mostra lucro ou prejuízo.
Quando o resultado é posi vo, a administração tradicional considera favorável a situação da empresa. No entanto,
há casos de empresas que nham bo om line (úl ma linha)
posi vo num período e ficaram em situação desfavorável no
período seguinte. Os sistemas tradicionais de avaliação do
desempenho da empresa não têm a capacidade de mostrar
problemas que podem comprometer a organização no futuro.
As deficiências dos sistemas tradicionais e os desafios
que as organizações passaram a enfrentar na passagem para
o século XXI criaram a necessidade de sistemas de controle
que pudessem dar uma visão de conjunto das diferentes
dimensões do desempenho. Essa visão de conjunto deve
mostrar não apenas os resultados finais, mas também,
os fatores que os produzem, integrando medidas financeiras
e não financeiras de desempenho.
Na década de 1990, era uma preocupação dos Estados
Unidos medirem o desempenho das organizações, pois os
métodos existentes para avaliação do desempenho empresarial, que era apoiado nos indicadores contábeis e financeiros,
estavam se tornando obsoletos. Acadêmicos e execu vos
estudaram, pesquisaram e desenvolveram um novo modelo
que considera os obje vos em curto e longo prazos, medidas
financeiras e não financeiras, indicadores de performance e as
perspec vas interna e externa do desempenho empresarial.
O Balanced Scorecard (BSC) surgiu da inicia va dos Drs.
Robert Kaplan e David Norton, da Harvard Business School,
de criar um novo modelo de medição de desempenho, já
que, na opinião dos autores, os modelos de avaliação de
desempenho, até então existentes, baseavam-se muito em
indicadores contábeis e financeiros.
O obje vo era mostrar as desvantagens de usar apenas
medidas financeiras para julgar o desempenho empresarial,
incen vando as empresas a medir também, fatores como
qualidade e sa sfação do cliente.
Nessa nova forma de gerenciamento, destaca-se como
instrumento da maior importância a construção de uma estrutura de indicadores estratégicos que possua abrangência
e coerência compa vel com a nova era do conhecimento e
que permite, sobretudo, considerar a importância crescente
dos valores intangíveis diante dos tradicionais valores sicos.
É mais do que um sistema de medidas, devendo também,
traduzir a visão e a estratégia de uma unidade de negócios
em obje vos e medidas tangíveis, que representam o equilíbrio entre indicadores externos voltados para acionistas e
clientes, e medidas internas dos processos crí cos, de inovação, aprendizado e crescimento. O importante é o equilíbrio
entre as medidas de resultado, as consequências dos esforços
do passado, e os vetores de desempenho futuro.
BSC – Perspec vas e Indicadores Essenciais
a) Como atendemos aos interesses dos acionistas?
1. Perspec va Financeira
• retorno sobre inves mento / valor econômico agregado;
• lucra vidade;
• aumento / mix de receita;
• redução de custos / aumento de produ vidade.
Na perspec va financeira, as medidas financeiras indicam
se a empresa está obtendo êxito com as estratégias definidas.
Em geral, esse êxito é medido pela sua lucra vidade, pelo
seu crescimento e pelo incremento do valor para o acionista
(Shareholder Value). Se os indicadores financeiros não mostram o esperado, pode haver problemas na execução, na
implementação, ou até mesmo na definição das estratégias.
b) Como o cliente nos enxerga?
2. Perspec va dos Clientes
• par cipação no mercado;
• aquisição e retenção de clientes;
• lucra vidade com os clientes;
• sa sfação dos clientes.
A perspec va do cliente deve visar os seguintes pontos-chave: par cipação de mercado, retenção, captação,
sa sfação e lucra vidade dos clientes.
c) Em que processos precisamos ser eficientes?
3. Processos Internos:
• desenvolvimento de novos produtos;
• eficiência dos processos operacionais;
• eficiência dos serviços pós-venda.
As medidas de processo interno devem ser voltadas para
aqueles que terão maior impacto na sa sfação do cliente e
na consecução dos obje vos financeiros da empresa.
d) Como melhorar e criar valor agregado?
4. Aprendizado e Crescimento:
• sa sfação dos funcionários;
• retenção de funcionários;
• lucra vidade por funcionário.
O aprendizado e o crescimento da organização vêm de
três principais fontes: as pessoas, os sistemas e os procedimentos organizacionais.
Com o Balanced Scorecard (BSC) no centro do sistema
gerencial, a empresa monitora os resultados de curto prazo
corretamente e avalia a estratégia de médio e longo prazo à
luz do desempenho recente.
Cria condições para que as empresas modifiquem a estratégia em função do aprendizado em tempo real. É mais do
que um sistema de medidas tá cas ou operacionais.
O BSC não estabelece o valor de um negócio apenas
sob a perspec va financeira, como os tradicionais balanços
contábeis.
Porém, inclui valores baseados nos clientes, nos processos internos e no aprendizado e crescimento da organização,
além de considerar também o valor financeiro.
Resolução nº 70/2009 do Conselho Nacional de
Jus ça
Agora que já sabemos o que é o planejamento estratégico, vamos desmembrar o planejamento estratégico do
Judiciário Brasileiro.
Como já estudamos, o planejamento estratégico do Judiciário Brasileiro é definido pela Resolução nº 70 de 19 de
março de 2009, criada pelo Conselho Nacional de Jus ça.
Em seu planejamento estratégico, no capítulo I o CNJ
definiu os seguintes pontos:
• Missão: Realizar Jus ça.
• Visão: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento efe vo de jus ça, equidade e paz social.
• Atributos de Valor para a Sociedade:
– credibilidade;
– acessibilidade;
– celeridade;
– é ca;
– imparcialidade;
– modernidade;
– probidade:
– responsabilidade Social e Ambiental;
– transparência.
Além da missão, visão e valores, foram definidos 15
(quinze) obje vos estratégicos divididos em 8 (oito) temas:
OBJETIVOS
Eficiência Operacional
• Obje vo 1. Garan r a agilidade nos trâmites judiciais e administra vos.
• Obje vo 2. Buscar a excelência na gestão de custos operacionais.
Acesso ao Sistema de Jus ça
• Obje vo 3. Facilitar o acesso à Jus ça.
• Obje vo 4. Promover a efe vidade no cumprimento das decisões.
Responsabilidade Social
• Obje vo 5. Promover a cidadania.
Alinhamento e Integração
• Obje vo 6. Garan r o alinhamento estratégico em todas as unidades do Judiciário.
• Obje vo 7. Fomentar a interação e a troca de experiências entre Tribunais nos planos
nacional e internacional.
Atuação Ins tucional
• Obje vo 8. Fortalecer e harmonizar as relações entre os Poderes, setores e ins tuições.
• Obje vo 9. Disseminar valores é cos e morais por meio de atuação ins tucional efe va.
• Obje vo 10. Aprimorar a comunicação com públicos externos.
Gestão de Pessoas
• Obje vo 11. Desenvolver conhecimentos, habilidades e a tudes dos magistrados e
servidores.
• Obje vo 12. Mo var e comprometer magistrados e servidores com a execução da
Estratégia.
Infraestrutura e Tecnologia
• Obje vo 13. Garan r a infraestrutura apropriada às a vidades administra vas e judiciais.
• Obje vo 14. Garan r a disponibilidade de sistemas essenciais de tecnologia de informação.
Orçamento
• Obje vo 15. Assegurar recursos orçamentários necessários à execução da estratégia.
O capítulo II trata sobre os prazos e formas de implantação. Com um prazo de 5 (cinco) anos e as principais diretrizes
para implantação do Planejamento Estratégico.
O capítulo III trata sobre os Bancos de boas prá cas de
Gestão do Poder Judiciário, para que mantenha-se con nua-
mente atualizado, com o obje vo de promover a divulgação
e o compar lhamento de projetos.
O capítulo IV trata sobre o acompanhamento de resultados, no qual definiu-se que o acompanhamento deve ser
trimestral por meio de reuniões de análise da estratégia.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
TEMA
17
O capítulo V apresenta os indicadores de desempenho,
metas e projetos nacionais.
São as metas:
1. Desenvolver e/ou alinhar planejamento estratégico plurianual (mínimo de 5 anos) aos obje vos estratégicos do Poder
Judiciário, com aprovação no Tribunal Pleno ou Órgão Especial;
2. Iden ficar e julgar todos os processos judiciais distribuídos (em 1º, 2º graus ou tribunais superiores) até 31/12/2005;
3. Informa zar todas as unidades judiciárias e interligá-las
ao respec vo tribunal e à rede mundial de computadores
(Internet);
4. Informa zar e automa zar a distribuição de todos os
processos e recursos;
5. Implantar sistema de gestão eletrônica da execução
penal e mecanismo de acompanhamento eletrônico das
prisões provisórias;
6. Capacitar o administrador de cada unidade judiciária
em gestão de pessoas e de processos de trabalho, para imediata implantação de métodos de gerenciamento de ro nas;
7. Tornar acessíveis as informações processuais nos
portais da rede mundial de computadores (Internet), com
andamento atualizado e conteúdo das decisões de todos os
processos, respeitado o segredo de jus ça;
8. Cadastrar todos os magistrados nos sistemas eletrônicos de acesso a informações sobre pessoas e bens e de comunicação de ordens judiciais (Bacenjud, Infojud, Renajud);
9. Implantar núcleo de controle interno;
10. Implantar o processo eletrônico em parcela de suas
unidades judiciárias.
O capítulo VI trata sobre as disposições finais, definindo
as competências para a coordenação das a vidades de planejamento e estratégia do poder judiciário.
Abaixo a integra da Resolução:
Resolução nº 70, de 18 de Março de 2009*1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Dispõe sobre o Planejamento
e a Gestão Estratégica no âmbito
do Poder Judiciário e dá outras
providências.
18
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA,
no uso de suas atribuições cons tucionais e regimentais, e
Considerando compe r ao Conselho Nacional de Jus ça,
como órgão de controle da atuação administra va e financeira dos tribunais, a atribuição de coordenar o planejamento e
a gestão estratégica do Poder Judiciário; CONSIDERANDO a
unicidade do Poder Judiciário, a exigir a implementação de
diretrizes nacionais para nortear a atuação ins tucional de
todos os seus órgãos;
Considerando que os Presidentes dos tribunais brasileiros, reunidos no I Encontro Nacional do Judiciário, deliberaram pela elaboração de Planejamento Estratégico Nacional,
a fim de aperfeiçoar e modernizar os serviços judiciais;
Considerando o trabalho realizado nos 12 (doze) Encontros Regionais, consolidado no Plano Estratégico apresentado
e validado no II Encontro Nacional do Judiciário, realizado em
16 de fevereiro de 2009, na cidade de Belo Horizonte - MG;
Considerando a aprovação, no II Encontro Nacional do
Judiciário, de 10 Metas Nacionais de Nivelamento para o
ano de 2009;
Considerando a necessidade de se conferir maior con nuidade administra va aos tribunais, independentemente
das alternâncias de seus gestores;
1
Texto consolidado conforme deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de 2010, no julgamento do
processo Ato Norma vo nº 0001480-91.2010.2.00.0000.
Considerando determinar a Resolução CNJ nº 49, de 18
de dezembro de 2007, a criação de Núcleo de Esta s ca e
Gestão Estratégica, unidade administra va competente para
elaborar, implementar e gerir o planejamento estratégico de
cada órgão da Jus ça. Resolve:
CAPÍTULO I
Do Planejamento e da Gestão Estratégica
Disposições Gerais
Art. 1º Fica ins tuído o Planejamento Estratégico do
Poder Judiciário, consolidado no Plano Estratégico Nacional
consoante do Anexo I desta Resolução, sinte zado nos seguintes componentes:
I – Missão: realizar jus ça.
II – Visão: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento efe vo de jus ça, equidade e paz social.
III – Atributos de Valor Judiciário para a Sociedade:
a) credibilidade;
b) acessibilidade;
c) celeridade;
d) é ca;
e) imparcialidade;
f) modernidade;
g) probidade;
h) responsabilidade Social e Ambiental;
i) transparência.
IV – 15 (quinze) obje vos estratégicos, distribuídos em
8 (oito) temas:
a) Eficiência Operacional:
Obje vo 1. Garan r a agilidade nos trâmites judiciais e
administra vos;
Obje vo 2. Buscar a excelência na gestão de custos operacionais;
b) Acesso ao Sistema de Jus ça:
Obje vo 3. Facilitar o acesso à Jus ça;
Obje vo 4. Promover a efe vidade no cumprimento das
decisões;
c) Responsabilidade Social:
Obje vo 5. Promover a cidadania;
d) Alinhamento e Integração:
Obje vo 6. Garan r o alinhamento estratégico em todas
as unidades do Judiciário;
Obje vo 7. Fomentar a interação e a troca de experiências entre Tribunais nos planos nacional e internacional;
e) Atuação Ins tucional:
Obje vo 8. Fortalecer e harmonizar as relações entre os
Poderes, setores e ins tuições;
Obje vo 9. Disseminar valores é cos e morais por meio
de atuação ins tucional efe va;
Obje vo 10. Aprimorar a comunicação com públicos
externos;
f) Gestão de Pessoas:
Obje vo 11. Desenvolver conhecimentos, habilidades e
a tudes dos magistrados e servidores;
Obje vo 12. Mo var e comprometer magistrados e servidores com a execução da Estratégia;
g) Infraestrutura e Tecnologia:
Obje vo 13. Garan r a infraestrutura apropriada às a vidades administra vas e judiciais;
Obje vo 14. Garan r a disponibilidade de sistemas essenciais de tecnologia de informação;
h) Orçamento:
Obje vo 15. Assegurar recursos orçamentários necessários à execução da estratégia;
CAPÍTULO II
Do Prazo e da Forma de Implantação
CAPÍTULO IV
Do Acompanhamento dos Resultados
Art. 2º O Conselho Nacional de Jus ça e os tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Cons tuição Federal
elaborarão os seus respec vos planejamentos estratégicos,
alinhados ao Plano Estratégico Nacional, com abrangência
mínima de 5 (cinco) anos, bem como os aprovarão nos seus
órgãos plenários ou especiais até 31 de dezembro de 2009.
§ 1º Os planejamentos estratégicos de que trata o caput
conterão:
I – pelo menos um indicador de resultado para cada obje vo estratégico;
II – metas de curto, médio e longo prazos, associadas aos
indicadores de resultado;
III – projetos e ações julgados suficientes e necessários
para o a ngimento das metas fixadas.
§ 2º Os Tribunais que já disponham de planejamento
estratégicos deverão adequá-los ao Plano Estratégico Nacional, observadas as disposições e requisitos do caput e
do §1º deste ar go.
§ 3º As propostas orçamentárias dos tribunais devem ser
alinhadas aos seus respec vos planejamentos estratégicos,
de forma a garan r os recursos necessários à sua execução.
§ 4º Os tribunais garan rão a par cipação efe va de
serventuários e de magistrados de primeiro e segundo
graus, indicados pelas respec vas en dades de classe, na
elaboração e na execução de suas propostas orçamentárias
e planejamentos estratégicos.
§ 5º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos
tribunais superiores, sem prejuízo da par cipação efe va
de ministros e serventuários na elaboração e na execução
de suas estratégias.
§ 6º O Conselho Nacional de Jus ça adotará as providências necessárias para fornecer auxílio técnico-cien fico aos
tribunais na elaboração e na gestão da estratégia.
Art. 3º O Núcleo de Gestão Estratégica dos tribunais ou
unidade análoga coordenará ou assessorará a elaboração,
implementação e gestão do planejamento estratégico, como
também atuará nas áreas de gerenciamento de projetos,
o mização de processos de trabalho e acompanhamento
de dados esta s cos para gestão da informação.
§ 1º Os tribunais deverão priorizar, inclusive nas suas propostas orçamentárias, a estruturação de Núcleos de Gestão
Estratégica ou unidade análoga.
§ 2º O Conselho Nacional de Jus ça encaminhará aos
tribunais, por intermédio do Departamento de Gestão Estratégica, sugestão de estruturação das a vidades dos Núcleos
de Gestão Estratégica.
Art. 5º Os tribunais promoverão Reuniões de Análise da
Estratégia – RAE trimestrais para acompanhamento dos resultados das metas fixadas, oportunidade em que poderão
promover ajustes e outras medidas necessárias à melhoria
do desempenho.
Do Poder Judiciário
Art. 4º O Conselho Nacional de Jus ça manterá disponível no seu Portal na Rede Mundial de Computadores (Internet) o Banco de Boas Prá cas de Gestão do Poder Judiciário,
a ser con nuamente atualizado, com o intuito de promover
a divulgação e o compar lhamento de projetos e ações desenvolvidas pelos tribunais.
§ 1º Os projetos e ações do Banco de Boas Prá cas de
Gestão do Poder Judiciário serão subdivididos de acordo com
os temas da Estratégia Nacional, a fim de facilitar a iden ficação pelos tribunais interessados na sua u lização.
§ 2º Os projetos e prá cas a serem incluídos no Banco de
Boas Prá cas de Gestão do Poder Judiciário devem ser encaminhados ao Departamento de Gestão Estratégica do Conselho
Nacional de Jus ça, órgão responsável pela sua gestão.
Art. 6º Sem prejuízo do planejamento estratégico dos
órgãos do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Jus ça
coordenará a ins tuição de indicadores de resultados, metas, projetos e ações de âmbito nacional, comuns a todos
os tribunais.
Parágrafo Único. As metas nacionais de nivelamento para
o ano de 2009 estão descritas no Anexo II desta Resolução.
Art. 6º-A (1) O Conselho Nacional de Jus ça coordenará a
realização de Encontros Anuais do Poder Judiciário, preferencialmente no mês de fevereiro, com os seguintes obje vos,
entre outros:
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
I – (1) avaliar a Estratégia Nacional;
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
II – (1) divulgar o desempenho dos tribunais no cumprimento das ações, projetos e metas nacionais no ano findo;
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
III – (1) definir as novas ações, projetos e metas nacionais
prioritárias.
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
§ 1º (1) Os Encontros Anuais do Poder Judiciário contarão com a par cipação dos presidentes e corregedores dos
tribunais e dos conselhos, como também das associações
nacionais de magistrados, facultado o convite a outras en dades e autoridades.
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
§ 2º (1) O Encontro Anual poderá ser precedido de reuniões preparatórias com representantes dos tribunais e com
as associações nacionais de magistrados.
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
§ 3º (1) As deliberações dos Encontros Anuais, mormente
as ações, projetos e metas prioritárias estabelecidas, serão
comunicadas ao Plenário do CNJ e publicadas como Anexo
desta Resolução.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
CAPÍTULO III
Do Banco e de Boas Prá cas de Gestão
CAPÍTULO V
Dos Indicadores, Metas e Projetos Nacionais
19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
§ 4º (1) Caberá ao Conselho Nacional de Jus ça a escolha
da sede do Encontro Anual, observadas as candidaturas dos
tribunais interessados, privilegiando-se a alternância entre
as unidades federa vas.
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional
de Jus ça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de
2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 000148091.2010.2.00.0000.
§ 5º (1) A organização dos Encontros Anuais dar-se-á em parceria entre o Conselho Nacional de Jus ça e os tribunais-sede.
(1) Redação dada pelo Plenário do Conselho Nacional de Jusça, na 100ª Sessão Ordinária, de 9 de março de 2010, no julgamento do processo Ato Norma vo 0001480-91.2010.2.00.0000.
20
BALANCED SCORECARD, ESTRATÉGIAS,
INDICADORES DE GESTÃO, GESTÃO DE
PROJETOS, GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
As formas tradicionais de planejamento estratégico e de
mensuração de resultados e desempenho apontavam em uma
mesma direção: medir os indicadores financeiros e operacionais das organizações. Até então nenhuma outra perspec va
era abordada ou valorizada. Estes indicadores financeiros funcionaram bem durante o período industrial, mas estão fora de
sintonia com as habilidades, competências e posicionamento
que as empresas precisam abordar atualmente.
O Balanced Business Scorecard (ou BSC – não há uma
tradução precisa em português, significando painel ou placar
de resultados balanceados ou combinados), uma das novas
formas de gerenciamento, é usado pelas empresas para enfrentar o atual ambiente globalizado de alta compe vidade
e acirrada concorrência.
CAPÍTULO VI
Das Disposições Finais
Art. 7º Compete à Presidência do Conselho Nacional de
Jus ça, em conjunto com a Comissão de Esta s ca e Gestão
Estratégica, assessorados pelo Departamento de Gestão Estratégica, coordenar as a vidades de planejamento e gestão
estratégica do Poder Judiciário.
Parágrafo Único. A Presidência do Conselho Nacional de
Jus ça ins tuirá e regulamentará Comitê Gestor Nacional
para auxiliar as a vidades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário, a ser coordenado pelo Presidente
da Comissão de Esta s ca e Gestão Estratégica.
Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação.
Ministro Gilmar Mendes
É uma das ferramentas que procura fornecer a visão de
conjunto dos fatores crí cos de sucesso. É u lizado por empresas que pretendem obter êxito com suas estratégias de
curto, médio e longo prazo, melhorando assim sua situação
no futuro, revelando-se como uma ferramenta capaz de
atender às novas exigências de gerenciamento dentro dos
cenários econômicos em constante mutação.
O Balanced Scorecard reúne medições baseadas em indicadores financeiros a outros três componentes (chamados de
“perspec vas”): clientes, processos internos e aprendizado
e crescimento. À medida que foi sendo u lizado, evoluiu de
um sistema de medição aperfeiçoado para se transformar
em um sistema gerencial essencial. O sistema de informação
gerencial deve contribuir como suporte às estratégias adotadas para que elas possam ser acompanhadas e venham a
produzir retornos posi vos para a empresa.
Os sistemas tradicionais de avaliação e controle dos
resultados da organização têm a tendência de enfa zar o
resultado financeiro final. O que conta nos sistemas tradicio-
tram o esperado, pode haver problemas na execução, na
implementação ou até mesmo na definição das estratégias.
Como o cliente nos enxerga?
2. Perspec va dos Clientes
• Par cipação no mercado
• Aquisição e retenção de clientes
• Lucra vidade com os clientes
• Sa sfação dos clientes
A perspec va do cliente deve visar os seguintes pontos-chave: par cipação de mercado, retenção, captação, sa sfação e lucra vidade dos clientes.
Em que processos precisamos ser eficientes?
3. Processos Internos
• Desenvolvimento de novos produtos
• Eficiência dos processos operacionais
• Eficiência dos serviços pós-venda
As medidas de processo interno devem ser voltadas para
aqueles que terão maior impacto na sa sfação do cliente e
na consecução dos obje vos financeiros da empresa.
Como melhorar e criar valor agregado?
4. Aprendizado e Crescimento
• Sa sfação dos funcionários
• Retenção de funcionários
• Lucra vidade por funcionário
O aprendizado e o crescimento da organização vêm de
três principais fontes: as pessoas, os sistemas e os procedimentos organizacionais.
Com o Balanced Scorecard (BSC) no centro do sistema
gerencial, a empresa monitora os resultados de curto prazo
corretamente e avalia a estratégia de médio e longo prazo à
luz do desempenho recente.
Cria condições para que as empresas modifiquem a estratégia em função do aprendizado em tempo real. É mais do
que um sistema de medidas tá cas ou operacionais.
O BSC não estabelece o valor de um negócio apenas
sob a perspec va financeira, como os tradicionais balanços
contábeis.
Porém inclui valores baseados nos clientes, nos processos
internos e no aprendizado e crescimento da organização,
além de considerar também o valor financeiro.
Uso do Balanced Scorecard no planejamento de
Recursos Humanos
BSC – Perspec vas e indicadores essenciais
Como atendemos aos interesses dos acionistas?
1. Perspec va Financeira
• Retorno sobre inves mento / valor econômico agregado
• Lucra vidade
• Aumento / mix de receita
• Redução de custos / aumento de produ vidade
Na perspec va financeira, as medidas financeiras indicam
se a empresa está obtendo êxito com as estratégias definidas.
Em geral, esse êxito é medido pela sua lucra vidade, pelo
seu crescimento e pelo incremento do valor para o acionista
(Shareholder Value). Se os indicadores financeiros não mos-
As prá cas de Recursos Humanos estão sendo cada vez
mais influenciadas pelo uso do BSC, como modelo de gestão.
É muito importante para as organizações atenderem a uma
demanda social e econômica que se reflete também na forma
de como a empresa fará sua gestão de pessoas. Nos dias de
hoje muitas empresas estão focadas em projetos internos de
responsabilidade social, mostrando que estas ações devem
começar “dentro de casa”. Estas passam por polí cas de recrutamento & seleção e remuneração é cas, sem preconceitos
com cor, idade e sexo, além da criação de oportunidade de
carreira e desenvolvimento para todos os funcionários.
O modelo de gestão do BSC ressalta que o setor de Recursos Humanos deve ser parceiro estratégico na gestão de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
nais é o demonstra vo de resultados financeiros, que mostra
lucro ou prejuízo.
Quando o resultado é posi vo, a administração tradicional considera favorável a situação da empresa. No entanto,
há casos de empresas que nham bo om line (úl ma linha)
posi vo em um período e ficaram em situação desfavorável
no período seguinte. Os sistemas tradicionais de avaliação do
desempenho da empresa não têm a capacidade de mostrar
problemas que podem comprometer a organização no futuro.
As deficiências dos sistemas tradicionais e os desafios
que as organizações passaram a enfrentar na passagem para
o século XXI criaram a necessidade de sistemas de controle
que pudessem dar uma visão de conjunto das diferentes
dimensões do desempenho. Essa visão de conjunto deve
mostrar não apenas os resultados finais, mas também os
fatores que os produzem, integrando medidas financeiras e
não financeiras de desempenho.
Na década de 1990, era uma preocupação dos Estados
Unidos medirem o desempenho das organizações, pois os
métodos existentes para avaliação do desempenho empresarial, que era apoiado nos indicadores contábeis e financeiros, estavam se tornando obsoletos. Acadêmicos e execu vos
estudaram, pesquisaram e desenvolveram um novo modelo
que considera os obje vos em curto e longo prazos, medidas
financeiras e não financeiras, indicadores de performance e as
perspec vas interna e externa do desempenho empresarial.
O Balanced Scorecard (BSC) surgiu da inicia va dos Drs.
Robert Kaplan e David Norton, da Harvard Business School,
de criar um novo modelo de medição de desempenho, já
que, na opinião dos autores, os modelos de avaliação de
desempenho, até então existentes, baseavam-se muito em
indicadores contábeis e financeiros.
O obje vo era mostrar as desvantagens de usar apenas
medidas financeiras para julgar o desempenho empresarial,
incen vando as empresas a medir também fatores como
qualidade e sa sfação do cliente.
Nessa nova forma de gerenciamento, destaca-se como
instrumento da maior importância a construção de uma estrutura de indicadores estratégicos que possua abrangência
e coerência compa vel com a nova era do conhecimento e
que permite, sobretudo, considerar a importância crescente
dos valores intangíveis diante dos tradicionais valores sicos.
É mais do que um sistema de medidas, devendo também
traduzir a visão e a estratégia de uma unidade de negócios
em obje vos e medidas tangíveis, que representam o equilíbrio entre indicadores externos voltados para acionistas e
clientes, e medidas internas dos processos crí cos, de inovação, aprendizado e crescimento. O importante é o equilíbrio
entre as medidas de resultado, as consequências dos esforços
do passado, e os vetores de desempenho futuro.
21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
pessoas, pois ele dá conta dos principais a vos intangíveis
da organização: as pessoas, seu capital intelectual, sua movação, capacidade cria va, capacidade produ va e sua sasfação. Se em uma das quatro perspec vas do BSC trata da
aprendizagem e crescimento organizacional, os Recursos Humanos é a principal área responsável pelo desenvolvimento
desta cultura, atuando como catalisador de mudanças e es mulador de programas que geram inovação e conhecimento.
As prá cas dos profissionais de Recursos Humanos passam, então, a atender às demandas dos novos modelos de
gestão estratégica. São desafios da gestão de Recursos Humanos (Neto et al., 2005, p. 80):
• aplicar planos estratégicos com constante observação
da distância entre a formulação da estratégia e sua
efe va aplicação;
• dar suporte à compe vidade empresarial criando polí cas e instrumentos para que o desempenho das pessoas cons tua um verdadeiro diferencial compe vo;
• enfrentar o novo mundo do trabalho com estratégias
adequadas, trabalhando em ambiente de constantes
mudanças em relação aos novos pos de emprego ou
cargos;
• preparar-se para a gestão do trabalhador do conhecimento es mulando ferramentas como cria vidade,
inovação, flexibilidade e ap dão para atuar de forma
interdependente, interdisciplinar e mul funcional;
• criar clima propício à negociação;
• assegurar maior visibilidade e transparência;
• desenvolver a capacidade de pesquisa na área da gestão de pessoas, elaborando polí cas estratégicas de
acordo com a realidade da própria empresa, tendo um
cuidado para não adaptar modelos prontos, tendo uma
expecta va de que serão completamente adequados
à sua cultura organizacional.
22
Para que estes desafios sejam alcançados e se tornem
uma prá ca na ro na empresarial, a área de Recursos Humanos deve acompanhar de perto o desenvolvimento e
comunicação da estratégia, seguindo uma sequência de
passos para operacionalização do alinhamento estratégico,
conforme sequência abaixo2:
1. Definição da missão da Gestão Estratégica de Pessoas
2. Definição da Visão
3. Análise do ambiente externo e interno
4. Iden ficação de ameaças e oportunidades
5. Construção de cenários
6. Formulação de obje vos estratégicos
7. Formulação de estratégias
8. Implementação estratégica
9. Auditoria estratégica
Algumas organizações já começam a perceber a importância de u lizar um modelo com o BSC avaliando o quanto
este pode contribuir como uma vantagem compe va, que
pode gerar um resultado significante para qualquer po de
negócio.
Indicadores de Desempenho
A formulação e sistema zação de indicadores são a vidades inerentes não apenas às a vidades de controle e avalia2
NETO, Carlos Pinheiro dos Santos Bastos et al. Gestão estratégica de pessoas.
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. p.88.
ção de desempenho das organizações, mas também à função
de planejamento, da qual dependem as duas anteriores.
São justamente os indicadores que dão sen do e possibilitam os processos posteriores de controle e avaliação.
Ao mesmo tempo, são eles que estabelecem a ligação entre
esses processos e a função de planejamento.
Aqui, pretende-se frisar mais especificamente a própria
natureza desses indicadores e os fundamentos gerais que
os orientam.
Como mencionado, a formulação e sistema zação de indicadores têm por obje vo a aferição futura do desempenho
organizacional, sob duas perspec vas:
• quanto à produção efe va dos resultados que a organização se propõe a a ngir;
• quanto à observância de padrões, de parâmetros
estabelecidos pela organização para a realização de
seus programas, projetos, processos e a vidades.
Vale dizer que os indicadores podem se referir a fins
ou a meios.
Os fins almejados pela organização correspondem aos
resultados que ela pretende obter, às transformações que
ela visa a produzir na realidade, ou seja, aos seus obje vos.
Os indicadores de tais obje vos são as metas, que têm um
caráter preferencialmente quan ta vo, mensurável, e são
definidas com o propósito específico de indicar, de “traduzir”
obje vamente para gerentes, supervisores e funcionários
os resultados que devem ser perseguidos pela organização
e por cada um de seus membros.
A seleção de indicadores mul funcionais que orientem
as unidades organizacionais para resultados compar lhados
e integrados é a tônica desta aplicação.
As medidas dos processos são grandezas associadas aos
indicadores de desempenho.
Só se pode gerenciar aquilo que é medido.
Cons tuir uma relação entre as variáveis mensuráveis
e o seu resultado deve estar associado a um obje vo de
desempenho preestabelecido (meta a ser alcançada) para
se ter clareza do que vamos medir e onde queremos chegar.
Caracterís cas Essenciais dos Indicadores dos
Processos
Caracterís cas Finalidade
Eficácia ou sele - Ser relacionado com a caracterís cavidade
-chave de sa sfação do cliente do processo subsequente ou final.
Eficiência
Custo de implementação compa vel
com o esperado.
Oportunidade
Obtenção dos resultados de apuração
no tempo compa vel às decisões.
Rastreabilidade
Permite o registro e a recuperação das
informações.
Simplicidade
Permite interpretação clara e simples.
Generalidade
Permite aplicação abrangente e genérica.
Comparabilidade Permite comparações com referências
adequadas.
Sistema zação
Permite coleta de dados e processamento primário sistemá co e, se possível,
automa zado.
O que é um Projeto?
Em um sen do amplo da palavra “projeto”, podemos ter
os seguintes significados:
• definição do dicionário: o que se tem a intenção de
fazer; plano de realizar qualquer coisa.
• definição administra va: reunião de esforços para se
a ngir obje vos pré-determinados com compromemento de prazos e recursos pré-estabelecidos.
• do la m: Ação de lançar = ProjicereÆ ProjetarÆ Projeto.
Detalhando mais o conceito de projeto, para obter uma
maior exa dão em sua abrangência, temos essas duas definições, das quais podemos par r para melhor defini-lo:
Para Casaro o
define-se projeto como um conjunto de a vidades
interdisciplinares, interdependentes, finitas e não
repe vas. Elas visam a um obje vo com cronograma
e orçamento pré-estabelecido.
Para Valeriano projeto é entendido como um conjunto de
ações, executadas de forma coordenada por uma organização transitória, ao qual são alocados os insumos necessários
para, em um dado prazo, alcançar um obje vo determinado.
Desta forma, por definição, um projeto é um conjunto
de a vidades inter-relacionadas, des nadas a a ngir um
obje vo (escopo), com determinada qualidade, através da
u lização de pessoas, equipamentos ou materiais (recursos),
com datas de início e fim bem definidas (tempo).
Um Projeto é:
• escopo;
• recursos;
• determinação de Tempo.
No contexto de um projeto, o fim é mais importante que
o seu início ou seu desenvolvimento, pois nele se encontra a
meta. O grande problema enfrentado por projetos é o tempo.
Atrasos ou aumento de custos momentâneos ou localizados
durante o andamento do projeto não são crí cos, desde que
as metas finais sejam man das. A qualidade do projeto é,
normalmente, avaliada pelo resultado final, tanto de eficácia e qualidade quanto de pontualidade de prazos, e este
resultado devem ser man dos. Um cronograma, portanto,
deve ser traçado.
Um projeto pode ser dividido em quatro fases bem
definidas:
• estabelecimento do obje vo do projeto;
• criação do plano do projeto (a par r deste ponto,
começa o trabalho a par r do plano de projeto);
• controle e gerenciamento de projeto;
• finalização do projeto.
O que é Gerenciamento?
Segundo Dinsmore, (apud Paul Campbell, 1992), a Gerência de Projetos é o estudo da coordenação de pessoas,
materiais, equipamentos e técnicas indispensáveis para o
alcance do êxito de empreendimentos que possuam início
e obje vos definidos, sempre que possível aliando os parâmetros mensuráveis de custo, tempo, risco e qualidade.
Necessidade do Gerenciamento de Projetos
A maioria dos projetos envolve várias pessoas e empresas, assim como, as mais diversas tecnologias; por isso,
uma única pessoa não pode possuir todo conhecimento
necessário para viabilizar um projeto. A função do Gerente
de Projetos é justamente coordenar o trabalho das diversas
partes envolvidas no processo.
Caso não exis r a figura do gerente de projetos para fazer
o planejamento e a administração dos possíveis conflitos,
a tendência é que a organização envolvida no processo perca
sua harmonia, ficando sem coordenação. Devido à complexidade dos projetos, à interdependência entre par cipantes
e as margens em geral cada vez mais reduzidas devido à
concorrência, é necessário ter a visão do projeto como um
todo e coordenar esforços interdisciplinares, para administrar
dirigindo para um fim, que é o obje vo do projeto.
Projetos têm magnitude muito variável, possuindo desde
curtos prazos e uma dezena de tarefas, até projetos detalhados, complexos e extensos, que envolvam muitos materiais
e pessoas. O obje vo do projeto, em qualquer dos casos,
é traçar o caminho ideal para perfazê-lo.
Gerenciamento de Projetos nas Organizações
Segundo Kronmeyer (2003, p. 22)
A estratégia de mudança e inovação das organizações
é implementada através de projetos, a capacidade
de implementar projetos com taxa de sucesso maior
que seus concorrentes pode ser considerada uma
competência essencial de uma organização como
definido por Hamel & Prahalad (1994).
Competência essencial, segundo Prahalad (1997), é o que
as empresas sabem fazer de melhor e aproveitá-las ao máximo. Isto ocorre quando a organização possui um conjunto
“único e exclusivo” de habilidades e encontram-se presentes
em toda a empresa; os concorrentes têm dificuldades de imitar tais habilidades ou processos, que estão sendo u lizados
para geração de novos serviços ou agregação de valor ao que
a empresa faz. Como exemplo, Kronmeyer (2003, p.22), diz
As competências essenciais situam-se nos mais
diversos campos empresariais, podendo estar no
marke ng, na capacidade de inovação, na entrega
rápida, e também, na capacidade de gerenciar e
implementar projetos com sucesso, os quais correspondem aos planos de ação das melhorias propostas
nos demais campos empresariais.
Os projetos são dependentes dos processos, e os
processos dependem dos projetos. Devido a esta
dependência congênita entre o gerenciamento de
processos e de projetos, à medida que os processos
proliferam, o mesmo acontece com a necessidade
de gerenciar projetos relacionados a esses processos
(DINSMORE, 1999, p. 8).
O uso de metodologias de gerenciamento, com suas
prá cas e ferramentas relacionadas, pode determinar o
sucesso ou fracasso de um projeto.
Existem duas escolas de ensino de gerência de projetos: a
primeira e mais an ga baseia-se no conceito de ciclo de vida
do projeto e parte de uma premissa “temporal”, dividindo o
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Gestão de Projetos
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
projeto em fases como concepção, planejamento, execução
e fechamento. A segunda escola, chamada de Universo de
Conhecimento da Gerência de Projetos, bastante u lizada e
testada é a metodologia do PMI – Project Management Ins tue, que vem ganhando espaço desde o inicio dos anos 90 e
parte do pressuposto que existe uma série de disciplinas que
precisam ser aplicadas em projetos para garan r seu sucesso.
Estas disciplinas, fixadas no PMBOK (2000) (A Guide to the
Project Management Body of Knowledge), são as seguintes:
• gerenciar prazo, gerenciar custo, gerenciar qualidade, gerenciar escopo, gerenciar risco, gerenciar
comunicação, gerenciar recursos humanos, gerenciar
suprimentos/contratação, assim como, gerenciar integração (que inclui planejamento, acompanhamento e
controle de mudanças).
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Na prá ca, as duas escolas são complementares. A abordagem moderna leva em conta tanto o aspecto de ciclo de
vida do projeto quanto às disciplinas. Devido às mudanças
aceleradas no mundo dos negócios, as corporações se deparam com o gerenciamento de um por ólio de projetos
em vez da simples operação de uma hierarquia corpora va.
A gestão por projetos nas empresas mostra como a ngir
metas aplicando as técnicas de gerenciamento de projetos
não apenas a projetos isolados, mas também, no nível empresarial. Projetos exigem Gestão de Projetos.
O gerenciamento do projeto, segundo Dinsmore (1999,
p.22), pergunta: “Como podemos tornar o negócio mais
adaptável, sensível e lucra vo em um ambiente de múlplos projetos, que muda rapidamente?” Ao passo que a
gerência de projeto tradicional visa a responder a pergunta
“Como podemos conseguir que este projeto seja feito eficaz
e eficientemente?”.
Ambos os conceitos são complementares, trabalham
em conjunto para aumentar a produ vidade e a eficácia da
empresa. A gestão por projetos é compa vel com as filosofias
gerenciais existentes, como o gerenciamento com foco no
cliente, os movimentos da qualidade, a modernização dos
processos do negócio e mesmo o gerenciamento dos processos. A aplicação do gerenciamento de projetos em uma base
mais ampla dentro da organização aumenta a velocidade e
produ vidade dos processos existentes. Portanto, segundo
Dinsmore (1999), os obje vos da gestão por projetos, que
são baseados nos princípios sagrados do gerenciamento de
projetos – prazo, custo, qualidade e sa sfação dos stakeholders – também são coerentes com os obje vos globais das
empresas.
Em gerenciamento de projetos, a inves da inicial recaiu
em como gerenciar eficazmente um único projeto. Ul mamente, vem havendo mais preocupação com o gerenciamento de múl plos projetos. E o futuro aponta na direção
de uma visão mais holís ca (Dinsmore, 1999, p.244), como
a gestão empresarial por projetos.
Essa versão atualizada do gerenciamento de projetos
permite que as organizações se vejam como organismos
dinâmicos, compostos de inúmeros projetos cuja realização
é gerenciada simultaneamente, a ngem necessidades estratégicas corpora vas, ao invés de simplesmente realizar
projetos específicos e isolados.
Gerir projetos complexos, que envolvam dezenas de
profissionais, equipes mul disciplinares e heterogêneas, com
alto impacto em diversas áreas ou departamentos de uma
empresa é um grande desafio. A gestão de projetos, segundo
Verzuh (2000, p.35-36), independe da área de aplicação – a
teoria funciona em todas as áreas; os gerentes de projetos
não – eles precisam ter boa qualificação técnica em sua área.
Para gerenciar projetos temporários e únicos, os gerentes de
projetos, precisam ter qualificações em três áreas: gestão de
projeto, gestão de negócio e técnica. O ambiente do projeto
dita as qualificações exigidas dos gerentes de projeto, suas
competências podem variar de acordo com a área em que
o projeto está sendo desenvolvido.
O gerente de projetos deve ter conhecimento das nove
áreas descritas no PMBOK Guide – PMI, conforme visto
anteriormente, e nas as três dimensões de competência.
Somente a competência do gerente do projeto não garante
o sucesso do projeto. O resultado do projeto não depende
unicamente do gerente do projeto, depende também, da
maturidade organizacional.
A maturidade da organização com respeito a sistemas de
gerência de projeto, cultura, es lo, estrutura organizacional e
escritório de gerência de projetos podem também influenciar
o projeto. (PMBOK, 2000, p.18).
O PMI tem como missão promover o desenvolvimento do
profissionalismo na carreira de gerenciamento de projetos,
definindo e divulgando as melhores prá cas de gestão. Ele
desenvolve padrões e cer fica as pessoas que comprovam
conhecimento e competência na aplicação destes padrões.
O gerente de projeto atua como um catalisador – é aquele que inicia e coloca em movimento o projeto, e seu desafio
é cumprir as metas de custos, cronograma e qualidade do
projeto sem causar danos às pessoas. Significa terminar o
projeto com a moral da equipe em alta,clientes sa sfeitos
e que a equipe do projeto esteja querendo já um próximo
projeto com ele (VERZUH, 2000).
Controlar projetos exige uma metodologia, organização
e disciplina muito grande. Nas empresas existem muitos
projetos com diferentes níveis de complexidade. O gerente
de projetos é responsável por conhecer e administrar de
forma geral cada um destes projetos. Esta não é uma a vidade simples e também exige muita organização. Para suprir
esta demanda, as empresas estão u lizando cada vez mais
o conceito de Project Office – PO ou Project Management
Office – PMO.
O Project Office é a área da empresa que possui uma
visão de todos os projetos. Conhecendo-os, ele tem como
obje vos: a melhoria da eficiência no planejamento e condução dos mesmos, a informação rápida sobre os projetos
existentes, a situação atual de cada um, auxílio nas decisões
a serem tomadas sobre o futuro de cada projeto e suporte
aos gerentes de projeto na forma de treinamento, so ware,
padrões etc. (PMBOK, 2000, p. 21).
Como o Project Office pode contribuir na Gerência
de Projetos? Existem cinco a vidades principais que são
desempenhadas pelo PO, de acordo com o Gartner Group,
que muito contribuem para o gerenciamento de projetos.
• Padronização de uma Metodologia para a empresa:
esta a vidade se resume a definir uma ferramenta
e métodos (padrões) de controle e acompanhamento dos projetos, assim como, manter esta(s)
ferramenta(s) e métodos atualizados e adaptados às
necessidades da empresa. Além disso, o Project Office
deve programar treinamentos para os funcionários e
mantê-los atualizados na metodologia e ferramenta.
• Avaliação dos recursos de projetos: são analisados
todos os recursos do projeto: humano, financeiro,
tempo, material. Esta avaliação é muito importante
para a análise de desempenho dos projetos e priorização dos mesmos.
• Planejamento de Projetos: este planejamento é
centralizado e coordenado no PO. Esta a vidade tem
como obje vo manter organizado, priorizado, distri-
O escritório de projetos, segundo Prado (2000), atua nas
empresas como um centro de excelência em gerenciamento
de projetos e sua equipe passa a ser vista e respeitada como
formada por especialistas de alto nível. O relacionamento
direto com a diretoria e com as metas da empresa passa a
ser ro neiro. Logo após sua criação, a dedicação do PMO
se prende mais a a vidades de assessoria e treinamento
na metodologia e no uso do so ware, mas, com o tempo,
estas tarefas tendem a diminuir conforme a empresa vai se
tornando autossuficiente. Outras funções começam a se
consolidar: assessoramento à alta diretoria e auditoria nos
projetos. Após pouco tempo de existência do PMO, os resultados aparecem. O sucesso dos projetos passa a ter ín ma
ligação com a atuação deste órgão. A organização se beneficia dele, por um permanente amadurecimento conjunto em
gerenciamento de projetos, podendo a ngir um patamar de
excelência. É comum ser reconhecido, pela diretoria, como
um dos “pontos fortes” da empresa.
O planejamento é uma necessidade, assim como uma
liderança sintonizada no ambiente que a organização se situa.
Para sobrevivência, as empresas necessitam de estratégias
flexíveis, agilidade operacional, sistemas de informação
altamente eficientes e processos internos eficazes. É fundamental para o sucesso da implantação da estratégia que a
visão e obje vos corpora vos contaminem e influenciem os
obje vos individuais e departamentais, de modo que, todo
movimento destas células contribua para o movimento global
da empresa, na direção certa.
Se desejarmos tornar as empresas mais prósperas, temos
que entender que a prosperidade depende de se agregar
valor ao negócio e que o valor é agregado implementando-se,
sistema camente, novos projetos. Quanto melhor gerenciados forem esses projetos, mais próspera será a empresa.
Os projetos necessitam de um foco cada vez mais estratégico, para garan r que estejam alinhados com a direção
estratégica da empresa.
Essa responsabilidade é compar lhada pelos gerentes de
projeto, que devem ter consciência das estratégias, e pelo
alto escalão da empresa, que deve, cada vez mais, pensar e
respirar projetos.
O Contexto da Gerência de Projetos
Tanto os projetos, quanto a gerência de projetos se
inserem num ambiente bem mais amplo do que o Projeto
propriamente dito. A equipe de gerência do projeto deve
compreender este contexto mais amplo – a gerência das a vidades diárias do projeto é necessária, mas não é suficiente
para o seu sucesso.
Fases do Projeto e o Ciclo de Vida do Projeto
Os projetos possuem um caráter único, e, a eles está
associado certo grau de incerteza. As organizações que desenvolvem projetos usualmente os dividem em várias fases
visando um melhor controle gerencial e uma ligação mais
adequada de cada projeto aos seus processos operacionais
con nuos.
O ciclo de vida do projeto é conhecido como o conjunto
das fases de um projeto.
Caracterís cas das Fases de um Projeto
Cada fase do projeto é marcada pela conclusão de um
ou mais produtos da fase. Um subproduto é um resultado
do trabalho, tangível e verificável, tal como um estudo de
viabilidade, um design detalhado ou um protó po.
Os subprodutos do projeto e também as fases, compõem
uma sequência lógica, criada para assegurar uma adequada
definição do produto do projeto. A conclusão de uma fase é
geralmente marcada pela revisão dos principais subprodutos
e pela avaliação do desempenho do projeto tendo em vista
determinar se o projeto deve con nuar na sua próxima fase e
detectar e corrigir erros a um custo aceitável. Essas revisões
de fim de fase são comumente denominadas saídas de fase
(phase exits), passagens de estágio (stage gates) ou pontos
de término (kill points).
Cada fase inclui um conjunto de resultados de trabalho
específicos, projetados com o obje vo de estabelecer um
controle gerencial desejado. A maioria destes itens estão
relacionados com o principal subproduto da fase. As fases,
picamente, adotam nomes provenientes destes itens: levantamento de necessidades, desenho ou especificação (design),
implementação ou construção, documentação, implantação
ou inauguração, manutenção, e outros.
Caracterís cas do Ciclo de Vida do Projeto
O ciclo de vida do projeto serve para definir o início e o
fim de um projeto. Quando uma organização iden fica uma
oportunidade dentro de sua linha de atuação, normalmente
ela solicita um estudo de viabilidade para decidir se deve
criar um projeto. O ciclo de vida do projeto determina se o
estudo de viabilidade cons tuirá a primeira fase do projeto
ou se deve ser tratado como um projeto à parte.
A definição do ciclo de vida do projeto também determina os procedimentos de transição para o ambiente de operação que serão incluídos ao final do projeto, dis nguindo-os
dos que não serão. Desta forma, o ciclo de vida do projeto
pode ser usado para ligar o projeto aos processos operacionais con nuos da organização executora.
A sequência de fases, definida pela maioria dos ciclos
de vida de projeto, tais como “solicitações” para “design”,
“construção para operações” ou “especificação” para “manufatura”, geralmente envolve alguma forma de transferência
de tecnologia. Os subprodutos oriundos de uma fase devem
ser aprovados antes do início da próxima fase. Entretanto,
quando os riscos são considerados aceitáveis, a fase subsequente pode iniciar antes da aprovação dos subprodutos
da fase precedente. Essa prá ca de sobreposição de fases é
usualmente chamada de fast tracking.
Os ciclos de vida dos projetos definem:
• o trabalho técnico que deve ser realizado em cada
fase;
• quem deve estar envolvido em cada fase.
As descrições do ciclo de vida de projeto podem ser genéricas ou detalhadas. Descrições muito detalhadas contêm
uma série de formulários, diagramas e checklists para prover
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
buído em áreas e devidamente documentado cada
projeto. Através do Project Office é possível se obter
também dados históricos que auxiliam a elaboração
de novos planos.
• Gerenciamento de Projetos: o Project Office é responsável por prestar a consultoria durante todo o ciclo do
projeto e definir melhores prá cas de trabalho para
facilitar o gerenciamento e conduzir este gerenciamento dentro das prá cas.
• Revisão e Análise de Projetos: constante revisão das
a vidades, custo e prazo do projeto e impactos no
desempenho do mesmo. É necessário que a empresa
conheça se os obje vos do projeto estão sendo a ngidos e se há desvios para que sejam tomadas decisões
preven vas e não corre vas.
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estrutura e consistência. Essas abordagens detalhadas são
chamadas de metodologias de gerência de projeto.
A grande maioria das descrições do ciclo de vida de
projeto apresentam algumas caracterís cas em comum:
• o custo e a quan dade de pessoas integrantes da equipe são baixos no início do projeto, sofre incrementos
no decorrer do mesmo e se reduzem dras camente
quando seu término é vislumbrado;
• no início do projeto, a probabilidade de terminá-lo
com sucesso é baixa e, portanto, o risco e a incerteza
são altos. Normalmente a probabilidade de sucesso
vai aumentando à medida que o projeto caminha em
direção ao seu término;
• a capacidade das partes envolvidas de influenciar as
caracterís cas finais do produto do projeto e o seu
custo final é alta no início e vai se reduzindo com o
andamento do projeto. Isto acontece, principalmente,
porque o custo de mudanças e correção de erros,
geralmente aumenta à medida que o projeto se desenvolve.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Deve-se tomar cuidado para dis nguir ciclo de vida de
projeto de ciclo de vida do produto.
Ainda que muitos ciclos de vida de projeto apresentem
nomes de fases similares com resultados de trabalho similares, poucos são idên cos. Embora a maioria tenha quatro ou
cinco fases, alguns chegam a ter nove ou mais. Mesmo numa
mesma área de aplicação, temos variações significa vas –
numa organização, o ciclo de vida para desenvolvimento de
so ware pode ter uma única fase de design, enquanto em
outra, pode apresentar duas fases, uma para especificação
funcional e outra para design detalhado.
Subprojetos, dentro dos projetos, podem ter ciclos de
vida separados. Por exemplo, uma empresa de arquitetura
contratada para projetar um novo prédio de escritórios
estará inicialmente envolvida com a fase de definições do
contratante, quando da elaboração do projeto, e com a fase
de implementação, quando fornecendo suporte à construção. O projeto de desenho arquitetônico, no entanto, terá
sua própria série de fases desde a especificação conceitual,
passando pela definição e implementação, até o encerramento. O arquiteto pode, ainda, tratar o design do prédio e
o suporte à construção como projetos separados com suas
próprias fases.
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As Partes Envolvidas do Projeto
As partes envolvidas são indivíduos e organizações diretamente envolvidas no projeto, ou aqueles cujos interesses
podem ser afetados, de forma posi va ou nega va, no decorrer do projeto ou mesmo após sua conclusão. A equipe
de gerência do projeto deve iden ficar as partes envolvidas,
conhecer suas necessidades e expecta vas e, então, gerenciar e influenciar estas expecta vas de forma a garan r o
sucesso do projeto. A iden ficação das partes envolvidas
geralmente é tarefa di cil. Por exemplo, um trabalhador da
linha de montagem, cujo emprego depende do resultado
de um projeto de design de um novo produto, seria uma
parte envolvida?
Em todo projeto existem alguns partes envolvidas principais:
• gerente do projeto: indivíduo responsável pela gerência do projeto;
• cliente: indivíduo ou organização que fará uso do produto do projeto. Podem exis r múl plas camadas de
clientes. Por exemplo, os clientes de um novo produto
farmacêu co incluem os médicos que o prescrevem,
os pacientes que o tomam e as companhias de seguro
que pagam por ele;
• organização executora: empresa cujos funcionários
estão mais diretamente envolvidos na execução do
projeto;
• patrocinador: indivíduo ou grupo, dentro da organização executora, que provê os recursos financeiros,
em dinheiro ou espécie, para o projeto.
Existem diferentes nomes e categorias de partes envolvidas do projeto – interno e externo, proprietários e
acionistas, fornecedores e empreiteiros, membros da equipe
do projeto e seus familiares, agências do governo, agências
de publicidade, cidadãos, intermediadores permanentes ou
temporários e a sociedade em geral.
O ato de se dar nome, ou de se agrupar as partes envolvidas, é um excelente auxílio para se iden ficar que po
de indivíduos ou organizações se autodefinem como partes
envolvidas. Os papéis e responsabilidades das partes envolvidas podem se sobrepor como no caso de uma firma de
engenharia que financia, ao mesmo tempo, que desenvolve
o projeto de uma fábrica.
Gerenciar as expecta vas das partes envolvidas pode
ser uma tarefa di cil porque, frequentemente, as partes
envolvidas possuem obje vos diferentes que podem entrar
em conflito.
De acordo com o PMBOK, o gerenciamento de projetos
é realizado pela aplicação e integração apropriadas dos 42
processos agrupados logicamente e abrangendo os 5 grupos.
Os 5 grupos de processos são:
1. Iniciação;
2. Planejamento;
3. Execução;
4. Monitoramento e controle; e
5. Encerramento.
Gerenciar um projeto inclui:
• Iden ficação dos requisitos;
• Adaptação às diferentes necessidades, preocupações
e expecta vas das partes interessadas à medida que
o projeto é planejado e realizado;
• Balanceamento das restrições conflitantes do projeto
que incluem, mas não se limitam a:
• Escopo;
• Qualidade;
• Cronograma;
• Orçamento;
• Recursos; e
• Risco.
A Estrutura do Guia PMBOK
O Guia PMBOK (Project Management Body of Knowlodge –
Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos) foi
desenvolvido pelo PMI e é um guia em que se descreve a
somatória de conhecimento e as melhores prá cas dentro
da área de gerência de projetos.
Todo o conhecimento reunido neste guia é comprovado
e não se restringe somente a prá cas tradicionais, mas também às inovadoras e avançadas. Ele é um material genérico
que serve para todas as áreas de conhecimento, ou seja,
tanto para construção de edi cio ou processo de fabricação
industrial como para a produção de so ware. Outro objevo do PMBOK é a padronização de termos u lizados em
gerência de projetos.
O guia PMBOK descreve os processos, ferramentas e
técnicas de gerenciamento de projetos usados até a obtenção
de um resultado bem sucedido.
• Capítulo 6 – Gerenciamento de tempo do projeto:
descreve os processos necessários para garan r que
o projeto seja implementado no tempo previsto. Este
capítulo inclui:
– Definir a vidades;
– Sequenciar a vidades;
– Es mar recursos da a vidade;
– Es mar duração da a vidade;
– Desenvolver o cronograma;
– Controlar o cronograma.
• Capítulo 7 – Gerenciamento dos Custos dos Projetos:
Descreve os processos necessários para assegurar
que o projeto seja concluído dentro do orçamento
aprovado. Este capítulo inclui:
– Es mar custos;
– Determinar o orçamento;
– Controlar custos.
• Capítulo 8 – Gerenciamento da Qualidade do Projeto:
inclui todas as a vidades da organização executora
que determinam as responsabilidades, obje vos e as
polí cas de qualidade, de forma que o projeta atenda
as necessidades que mo varam a sua realização. Este
capítulo inclui:
– Planejar a qualidade;
– Realizar a garan a da qualidade;
– Realizar o controle da qualidade.
• Capítulo 9 – Gerenciamento de Recursos Humanos do
Projeto: inclui os processos que organizam e gerenciam
a equipe do projeto. A equipe é composta por pessoas
com funções e responsabilidades atribuídas até o
término do projeto.
– Desenvolver o plano de recursos humanos;
– Contratar ou mobilizar a equipe do projeto;
– Desenvolver a equipe do projeto;
– Gerenciar a equipe do projeto.
• Capítulo 10 – Gerenciamento das comunicações do
projeto: iden fica os processos rela vos à geração,
coleta, disseminação, armazenamento e des nação
final das informações do projeto de forma oportuna
e apropriada. Este capítulo inclui:
– Planejar as comunicações;
– Distribuir informações;
– Gerenciar as expecta vas das partes interessadas.
• Capítulo 11 – Gerenciamento de riscos do projeto:
descreve os processos envolvidos em iden ficação,
análise e controle dos riscos do projeto. Este capítulo
inclui:
– Planejar o gerenciamento de riscos;
– Realizar análise qualita va de riscos;
– Realizar análise quan ta va de riscos;
– Planejar respostas aos riscos.
• Capítulo 12 – Gerenciamento de aquisições do projeto: descreve os processos envolvidos na compra ou
aquisição de produtos, serviços ou resultados para o
projeto. Este capítulo inclui:
– Planejar aquisições;
– Administrar aquisições;
– Encerrar aquisições.
Áreas de Especialização
As áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos
descrevem as áreas de conhecimento em gerenciamento de
projetos; lista os processos de gerenciamento de projetos e
definem as entradas, as ferramentas e técnicas e as saídas
de cada área.
• Gerenciamento de Integração;
• Gerenciamento de Escopo;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Os dois primeiros capítulos do Guia PMBOK são uma
introdução aos principais conceitos no campo de gerenciamento de projetos. O Capítulo 3 é o padrão para o gerenciamento de projetos. Como tal, ele resume os processos,
entradas e saídas que são consideradas boas prá cas na
maioria dos projetos, a maior parte das vezes. Os Capítulos
de 4 a 12 são o guia para o conjunto de conhecimentos em
gerenciamento de projetos. Eles ampliam as informações
do padrão descrevendo as entradas e saídas, bem como as
ferramentas e técnicas usadas no gerenciamento de projetos.
O Guia PMBOK fornece diretrizes para o gerenciamento
de projetos individuais. Ele define o gerenciamento e os
conceitos relacionados e descreve o ciclo de vida do gerenciamento de projetos e os processos relacionados.
O guia PMBOK é organizado em três seções:
• A seção 1 – A estrutura do gerenciamento de projetos:
oferece uma base à compreensão do gerenciamento
de projetos. Há dois capítulos nesta seção.
– Capítulo 1 – Introdução: apresenta uma base e o
obje vo da norma. Ele define em que consiste um
projeto e discute o gerenciamento de projetos e a
relação entre gerenciamento de projetos, de programas e de por ólios. O papel do gerente de projetos
também é discu do.
– Capítulo 2 – Ciclo de vida e organização do projeto:
fornece uma visão geral do ciclo de vida do projeto
e de sua relação com o ciclo de vida do produto. Ele
descreve as fases e a relação não só entre elas, mas
com o próprio projeto. Também inclui uma visão geral da estrutura organizacional que pode influenciar
o projeto e a maneira como este é gerenciado.
• A seção 2 – A norma de gerenciamento de projetos:
define os processos de gerenciamento de projetos,
bem como as entradas e saídas de cada processo.
– Capítulo 3 – Processos de Gerenciamento de
projetos e um projeto, define os cinco grupos de
processos: Iniciação, Planejamento, Execução,
Monitoramento e Controle e Encerramento. Este
capítulo mapeia as áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos para os grupos específicos
de processos de gerenciamento.
• A seção 3 – As áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos: descreve as áreas de conhecimento
em gerenciamento de projetos; lista os processos
de gerenciamento de projetos e define as entradas,
as ferramentas e técnicas e as saídas de cada área. Cada
um dos nove capítulos concentra-se em uma Área de
conhecimento específica.
• Capítulo 4 – Gerenciamento de integração do projeto:
define os processos e as a vidades que integram os
diversos elementos do gerenciamento de projetos.
Este capítulo inclui:
– Desenvolver o termo de abertura do projeto;
– Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto;
– Orientar e gerenciar a execução do projeto;
– Monitorar e controlar o trabalho do projeto;
– Realizar o controle integrado de mudanças;
– Encerrar o projeto ou fase.
• Capítulo 5 – Gerenciamento do escopo do projeto:
descreve os processos rela vos à garan a de que o
projeto inclua todo o trabalho necessário, e apenas o
necessário, para que seja terminado com sucesso. Este
capítulo inclui:
– Coletar requisitos;
– Definir o escopo;
– Criar EAP;
– Verificar o escopo;
– Controlar o escopo.
27
•
•
•
•
•
•
•
Gerenciamento de Tempo;
Gerenciamento de Custo;
Gerenciamento de Qualidade;
Gerenciamento de Recursos Humanos;
Gerenciamento de Comunicação;
Gerenciamento de Risco; e
Gerenciamento de Contratos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
•
28
As partes interessadas em projetos incluem:
• Clientes/usuários – Pessoas ou organizações que
usarão o produto, serviço ou resultado do projeto.
Os clientes/usuários podem ser internos e/ou externos
em relação à organização executora. Podem exis r
também várias camadas de clientes. Por exemplo,
os clientes de um novo produto farmacêu co podem
incluir os médicos que o receitam, os pacientes que o
u lizam e as empresas de saúde que pagam por ele.
Em algumas áreas de aplicação, os termos clientes e
usuários são sinônimos; enquanto em outras, clientes
se referem à en dade que adquire o produto do projeto e usuários são os que o u lizarão diretamente.
Patrocinador – A pessoa ou o grupo que fornece os
recursos financeiros, em dinheiro ou em espécie,
para o projeto. Quando um projeto é concebido pela
primeira vez, o patrocinador o defende. Isso inclui
servir de porta-voz para os níveis gerenciais mais elevados buscando obter o apoio de toda a organização
e promover os bene cios que o projeto trará. O patrocinador conduz o projeto por meio do processo de
comprome mento ou seleção até a autorização formal
e desempenha um papel significa vo no desenvolvimento do escopo inicial e do termo de abertura.
Nas questões que estão além do controle do gerente
de projetos, o patrocinador pode encaminhá-las para
níveis hierárquicos superiores. O patrocinador também
pode se envolver em outras questões importantes,
como a autorização de mudanças no escopo, análises
de final de fase e decisões de con nuação/cancelamento quando os riscos são par cularmente altos.
• Gerentes de por ólios/comitê de análise de por ólios – Os gerentes de por ólios são responsáveis pela
governança de alto nível de um conjunto de projetos
ou programas, que podem ou não ser interdependentes. Os comitês de análise de por ólios são geralmente
cons tuídos por execu vos da organização que atuam
como um painel de seleção de projetos. Eles analisam
cada projeto de acordo com o retorno sobre o inves mento, o seu valor, os riscos associados à adoção do
projeto e outros atributos do mesmo.
• Gerentes de programas – São responsáveis pelo
gerenciamento de projetos relacionados de forma
coordenada visando obter bene cios e controle não
disponíveis no gerenciamento individual. Os gerentes
de programas interagem com cada gerente de projetos
para oferecer apoio e orientação em projetos individuais.
• Escritório de projetos – Um escritório de projetos
(Project Management Office, PMO) é um corpo ou
en dade organizacional à qual são atribuídas várias
responsabilidades relacionadas ao gerenciamento centralizado e coordenado dos projetos sob seu domínio.
As responsabilidades de um PMO podem variar desde
o fornecimento de funções de apoio ao gerenciamento
de projetos até a responsabilidade real pelo gerenciamento direto de um projeto. O PMO pode ser uma
parte interessada se ele ver responsabilidade direta
ou indireta pelo resultado do projeto.
• Gerentes de projetos – Os gerentes de projetos são
designados pela organização executora para a ngir
os obje vos do projeto. Este é um papel conspícuo
•
•
•
com grandes desafios, de grande responsabilidade
e com prioridades mutáveis. Ela requer flexibilidade,
bom senso, liderança forte e habilidades de negociação, além de um conhecimento sólido das prá cas de
gerenciamento de projetos. Um gerente de projetos
precisa ser capaz de entender os detalhes do projeto,
mas gerenciá-lo com uma perspec va global.
Equipe do projeto – Uma equipe de projeto é composta
pelo gerente do projeto, pela equipe de gerenciamento do projeto e por outros membros da equipe que
executam o trabalho, mas não estão necessariamente
envolvidos com o gerenciamento do projeto. Essa
equipe é composta de pessoas de grupos diferentes,
com conhecimento de um assunto específico ou com
um conjunto específico de habilidades e que executam
o trabalho do projeto.
Gerentes funcionais – Gerentes funcionais são pessoas-chave que desempenham uma função gerencial
dentro de uma área administra va ou funcional do
negócio, como recursos humanos, finanças, contabilidade ou aquisição. Eles têm o seu próprio pessoal
permanente para executar o trabalho con nuo e têm
uma dire va clara para gerenciar todas as tarefas
dentro de sua área de responsabilidade funcional.
O gerente funcional pode fornecer consultoria sobre
determinado assunto ou serviços ao projeto.
Gerenciamento de operações – Os gerentes de operações são indivíduos que têm uma função gerencial
em uma área de negócio principal, como pesquisa e
desenvolvimento, design, fabricação, aprovisionamento, teste ou manutenção. Diferentemente dos
gerentes funcionais, este gerentes lidam diretamente
com a produção e manutenção dos produtos ou serviços vendíveis da empresa. Dependendo do po de
projeto, uma entrega formal acontece no seu término
para passar a documentação técnica e outros registros
permanentes do mesmo para as mãos do grupo de
gerenciamento de operações apropriado. O gerenciamento de operações incorpora então o projeto
entregue nas operações normais e fornece o suporte
de longo prazo.
Fornecedores/parceiros comerciais – Vendedores,
fornecedores, ou contratadas, são empresas externas
que assinam um contrato para fornecimento de componentes ou serviços necessários ao projeto. Parceiros
comerciais são também empresas externas, mas têm
uma relação especial com a empresa, às vezes ob da
por um processo de cer ficação. Os parceiros comerciais fornecem consultoria especializada ou preenchem
um papel específico, como instalação, personalização,
treinamento ou suporte.
Influência da Estrutura Organizacional nos
Projetos
Os projetos fazem parte de uma organização maior –
corporações, agências do governo, ins tuições de saúde,
organismos internacionais, associações profissionais e
outros. Mesmo que o projeto seja a organização, ainda
é influenciado pela organização ou organizações que o
estabeleceu.
Sistemas da Organização
Organizações orientadas a projeto são aquelas cujas
operações consistem, basicamente, de projetos. Estas
organizações se enquadram em duas categorias:
• organizações cujas receitas se originam primariamente do desenvolvimento de projetos para terceiros –
empresas de arquitetura, empresas de engenharia,
consultores, empreiteiros etc.;
• organizações que adotaram o modelo de gerência
por projeto.
Essas organizações tendem a ter sistemas de gerenciamento voltados para a gerência de projetos. Por exemplo,
seus sistemas financeiros são, frequentemente, projetados
especificamente para contabilizar, acompanhar e relatar
múl plos projetos.
Organizações não orientadas a projeto – empresas de
fabricação, empresas de serviços financeiros etc, raramente
têm sistemas de gerenciamento projetados para suportar
as necessidades dos projetos de forma efe va e eficiente.
A ausência de sistemas orientados a projetos normalmente
dificulta a tarefa de gerenciamento de cada projeto. Em
alguns casos, as organizações não orientadas a projeto
têm departamentos, ou outras unidades administra vas,
operando por projetos com sistemas de suporte adequados.
A equipe de gerência do projeto deve estar bastante
consciente da forma como os sistemas da organização afetam o projeto. Por exemplo, se a organização recompensa
seus gerentes funcionais pelas horas de sua equipe alocadas
a projeto, as equipes do projeto podem precisar implementar controles que assegurem que as pessoas alocadas
ao projeto estão, efe vamente, trabalhando no projeto.
Es lo e Cultura da Organização
A maioria das organizações desenvolveu cultura única e
própria. Essa cultura é refle da nos seus valores, normas,
crenças e expecta vas; nas suas polí cas e procedimentos;
na sua visão das relações de autoridade; e em diversos
outros fatores. A cultura da organização, frequentemente,
tem influência direta no projeto. Por exemplo: uma equipe
que propõe uma abordagem não usual ou de alto risco tem
mais chance de aprovação numa organização empreendedora ou agressiva.
Estrutura da Organização
A estrutura da organização executora restringe a
disponibilidade ou as condições sob as quais os recursos
se tornam disponíveis para o projeto. As estruturas das
organizações podem apresentar um amplo espectro de
estruturas, da funcional à proje zada, com uma variedade
de combinação entre elas.
A clássica organização com estrutura funcional é uma
hierarquia onde cada funcionário tem um superior bem
definido. As pessoas são agrupadas por especialidade, tais
como produção, marke ng, engenharia e contabilidade,
num primeiro nível, com a engenharia ainda subdividida
em mecânica e elétrica. As organizações com estrutura
funcional também têm projetos, mas o escopo percebido
do projeto está limitado às fronteiras da função: o departamento de engenharia numa organização com estrutura
funcional executa seu trabalho independente do departamento de manufatura ou marke ng.
Tipo de estrutura, na qual, o gerente do projeto tem
plena autoridade quanto à definição de prioridades e à administração das pessoas alocadas para trabalhar no projeto.
Quando o desenvolvimento de um novo produto é
empreendido em uma organização com estrutura funcional
pura, a fase de design é normalmente chamada de “projeto
de design” e inclui somente o pessoal do departamento
de engenharia. Se questões sobre a manufatura vêem à
tona, elas sobem na estrutura hierárquica até a chefia do
departamento que consulta a chefia do departamento
de manufatura. A chefia do departamento de engenharia
então transmite as respostas descendo na estrutura hierárquica até o gerente de projeto de engenharia.
Na maioria das organizações modernas existem todos
estes pos de estrutura, em diferentes níveis. Mesmo em
uma organização com estrutura fundamentalmente funcional, pode ser necessário criar uma equipe especial de
projetos para empreender um projeto de caráter crí co.
Essa equipe pode ter muitas caracterís cas de um projeto
numa organização proje zada: ela pode incluir pessoal em
tempo integral proveniente de diferentes departamentos
funcionais, pode desenvolver seu próprio conjunto de
procedimentos operacionais e pode ainda trabalhar fora
do padrão hierárquico estabelecido.
Principais Habilidades da Administração Geral
A administração geral é um tema amplo que trata de
vários aspectos da gerência de processos con nuados de
uma empresa. Inclui:
• contabilidade e finanças, marke ng e vendas, pesquisa e desenvolvimento, fabricação e distribuição;
• planejamento estratégico, planejamento tá co e
planejamento operacional;
• estruturas organizacionais, comportamento organizacional, administração de pessoal, compensação,
bene cios, e planos de carreira;
• gerência das relações de trabalho por meio de movação, delegação, supervisão, desenvolvimento de
equipes, gerência de conflitos e outras técnicas;
• autogerenciamento por meio da gerência do tempo
pessoal, gerência de stress e outras técnicas.
As habilidades da gerência de projetos se fundamentam
em muitos dos conceitos da administração geral. Essas
habilidades gerais são frequentemente essenciais para o
gerente de projeto. Em um dado projeto, ter habilidades
em algumas áreas da administração geral pode ser um
requisito.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
INFLUÊNCIAS ORGANIZACIONAIS
29
Existem também algumas habilidades da administração
geral que são relevantes apenas em determinados projetos
ou em certas áreas de aplicação. Por exemplo, a segurança
para os membros da equipe é crí ca, em pra camente
todos os projetos de construção civil, mas é pouco relevante para a maioria dos projetos de desenvolvimento de
so ware.
Liderança
Kotler dis ngue liderança e gerência, embora enfa ze a
necessidade de ambas: uma sem a outra tende a produzir
resultados ruins. Ele afirma que a gerência se preocupa,
antes de mais nada, em “produzir resultados que atendam,
de forma consistente, as principais expecta vas das partes
envolvidas,” enquanto liderança envolve:
• estabelecer direção: desenvolver ao mesmo tempo
uma visão de futuro e as estratégias de mudanças
para a ngir esta visão;
• alinhar pessoas: comunicar esta visão, por meio de
palavras e ações, às pessoas cuja cooperação possa
ser necessária para a ngir a visão;
• mo vação e inspiração: ajudar as pessoas a adquirirem energia para superar resistências a mudanças
que podem ser de caráter polí co, burocrá co e
relacionadas a recursos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Em um projeto, especialmente em um grande projeto,
espera-se do gerente do projeto que ele seja também o
líder. A liderança, contudo, não é limitada ao gerente do
projeto: ela pode ser manifestada por diferentes indivíduos,
em diferentes situações do projeto. A liderança necessita
ser demonstrada em todos os níveis do projeto (liderança
do projeto, liderança técnica, liderança de equipe).
30
Comunicação
Comunicar envolve troca de informação. O emissor é
responsável por tornar a informação clara, coerente e completa, permi ndo que o receptor a receba corretamente.
O receptor é responsável por garan r que a informação
foi recebida de forma integral e entendida corretamente.
A comunicação tem diversas dimensões:
• oral e escrita, falada e ouvida;
• interna (dentro do projeto) e externa (ao cliente,
à mídia, ao público etc);
• formal (relatórios, resumos etc) e informal (memorandos, conversas diretas etc.);
• ver cal (para cima e para baixo na organização) e
horizontal (entre pares).
A habilidade de comunicação, descrita na administração
geral, está relacionada com a Gerência de Comunicações do
Projeto, mas não é exatamente o mesmo. A comunicação
é um tema abrangente e requer um corpo de conhecimento substancial não exclusivo ao contexto de projeto,
por exemplo:
• modelos emissor-receptor: ciclos de feedback, barreiras à comunicação etc;
• escolha de meio: quando comunicar por escrito,
quando comunicar de forma oral, quando escrever
um memorando informal, quando escrever um relatório formal etc·
• es los de redação: voz passiva ou voz a va, estrutura
da frase, escolha das palavras etc;
• técnicas de apresentação: linguagem da corporação,
desenho dos visuais de suporte etc;
• técnicas de reuniões: preparação de agenda, tratamento de conflitos etc.
A Gerência de Comunicações do Projeto é a aplicação
destes conceitos abrangentes às necessidades específicas
do projeto; por exemplo, decidir como, quando, de que
forma e a quem reportar o desempenho do projeto.
Negociação
Negociar significa discu r com outros com o obje vo de
se chegar a um acordo. Os acordos podem ser negociados
diretamente ou com auxílio de uma terceira parte; mediação e arbitragem são dois pos possíveis da negociação
assis da.
Negociações ocorrem em torno de diversas questões,
em diversos momentos e em vários níveis do projeto.
Durante o andamento de um projeto pico, a equipe do
projeto tende a negociar por algumas ou todas as questões
seguintes:
• obje vos de escopo, custo e cronograma;
• mudanças de escopo, custo e cronograma;
• termos e condições contratuais;
• designações;
• recursos.
Solução de Problemas
Solucionar problemas envolve uma combinação entre
definição do problema e tomada de decisão. Preocupa-se
com problemas que já ocorreram (ao contrário da gerência
de risco que trata de problemas potenciais).
A definição do problema requer diferenciação entre
sintomas e causas. Os problemas podem ser internos (um
funcionário chave foi designado para outro projeto) ou
externos (uma solicitação para início do trabalho não é
respondida). Podem ser de natureza técnica (diferenças de
opiniões sobre a melhor forma de especificar o produto),
gerencial (um grupo funcional não está produzindo de
acordo com o plano) ou interpessoal (confronto de es los
e personalidades).
A tomada de decisão consiste em analisar o problema
para iden ficar possíveis soluções e, então, fazer a escolha
dentre as mesmas. Pode-se tomar decisões por conta própria ou obtê-las de outra parte (do cliente, da equipe, do
gerente funcional). Uma vez definidas, as decisões devem
ser implementadas. Decisões também têm relação com a
variável tempo – a decisão “certa” pode não ser a “melhor”
se for tomada muito cedo ou muito tarde.
Influência na Organização
Influenciar a organização envolve a habilidade de “conseguir que as coisas sejam feitas”.
Isso exige o entendimento das estruturas formais e
informais de todas as organizações envolvidas – a organização executora, o cliente, empreiteiros e muitos outros.
Influenciar a organização também exige entendimento dos
mecanismos de polí ca e poder.
Influências Socioeconômicas
Como a administração geral, as influências socioeconômicas incluem uma ampla gama de assuntos e questões.
A equipe de gerência do projeto necessita estar atenta,
uma vez que as condições e tendências atuais nesta área
podem ter um grande efeito nos seus projetos: uma pequena alteração socioeconômica, pode se traduzir, usualmente com uma defasagem de tempo, numa verdadeira
revolução dentro do projeto. Dentre as diversas influências
socioeconômicas potenciais, algumas categorias principais,
que frequentemente afetam os projetos, são descritas de
forma breve a seguir.
Regulamentos e Padrões
A Interna onal Organiza on for Standardiza on (ISO)
diferencia regulamentos e padrões da seguinte forma:
• um padrão é um “documento aprovado por um organismo reconhecido que provê, pelo uso comum
e repe vo, regras, diretrizes ou caracterís cas de
produtos, processos ou serviços cuja obediência
não é obrigatória.” Existem inúmeros padrões em
uso, cobrindo todas as áreas, desde a estabilidade
térmica dos fluidos hidráulicos até o tamanho dos
disquetes de computador;
• um regulamento é um “documento que estabelece
caracterís cas de produtos, processos e serviços,
incluindo condições administra vas aplicáveis, cuja
obediência é obrigatória.” Códigos de obras são
exemplos de regulamentos.
Deve-se tomar cuidado ao se discu r regulamentos
e padrões visto que há uma extensa área nebulosa entre
ambos, por exemplo:
• padrões frequentemente iniciam como diretrizes,
que descrevem uma abordagem preferencial, e mais
tarde, com a adoção generalizada, se transformam
num regulamento de fato (por exemplo, o uso do
Método do Caminho Crí co para definir o cronograma dos principais projetos de construção civil);
• a obediência pode ser mandatória em diversos níveis
(por exemplo, por uma agência governamental, pela
gerência da organização executora ou pela equipe de
gerência do projeto).
Para muitos projetos, regulamentos e padrões (por qualquer definição) são bem conhecidos e os planos de projeto
podem refle r seus efeitos. Em outros casos, a influência é
desconhecida e incerta e deve ser considerada na Gerência
de Riscos do Projeto.
Internacionalização
À medida que mais e mais organizações se engajam em
trabalhos que ultrapassam as fronteiras nacionais, o mesmo
acontece com os seus projetos. Adicionalmente aos conceitos tradicionais de escopo, custo, tempo e qualidade,
a equipe do projeto deve considerar as diferenças de fuso
horário, feriados nacionais e regionais, solicitações de viagem para reuniões face a face, logís ca de teleconferência
e as inconstantes diferenças polí cas.
Influências Culturais
Cultura é a “totalidade dos padrões de comportamento
transmi dos socialmente, artes, crenças, costumes e outros
produtos do trabalho e pensamento humano”. Todo projeto
deve funcionar dentro do contexto de uma ou mais normas
culturais. Essa área de influência inclui prá cas polí cas,
econômicas, demográficas, educacionais, é cas, étnicas, religiosas, e outras áreas de costumes, crenças e a tudes que
afetam a forma como as pessoas e organizações interagem.
Gerência da Integração do Projeto
A Gerência da Integração do Projeto inclui os processos requeridos para assegurar que os diversos elementos
do projeto estão adequadamente coordenados. Ela envolve fazer compensações entre obje vos e alterna vas
eventualmente concorrentes, a fim de a ngir ou superar as
necessidades e expecta vas. Enquanto todos os processos
de gerência de projetos são de alguma maneira integrada.
Os processos, ferramentas, e técnicas usadas para integrar os processos de gerência de projetos são o foco deste
assunto. Por exemplo, a gerência de integração do projeto
começa quando uma es ma va de custo é necessária para
um plano de con ngência ou quando os riscos associados
com várias alterna vas de recursos humanos precisam ser
definidos. Entretanto, para um projeto ser completado
com sucesso, a integração, da mesma forma, deve também
ocorrer em diversas outras áreas:
• o trabalho do projeto deve ser integrado com as
operações con nuadas da organização executora;
• o escopo do produto e o escopo do projeto devem
ser integrados;
• os subprodutos de diferentes especialidades funcionais (tais como desenhos de projetos de engenharia
civil, elétrica, e mecânica) devem ser integrados.
Processos de Gerenciamento de Projetos
O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às a vidades
do projeto a fim de cumprir seus requisitos. Esta aplicação
de conhecimentos requer o gerenciamento eficaz de processos apropriados.
Um processo é um conjunto de ações e a vidades
inter-relacionadas que são executadas para alcançar um
produto, resultado ou serviço predefinido. Cada processo
é caracterizado por suas entradas, as ferramentas e as
técnicas que podem ser aplicadas e as saídas resultantes.
O gerente de projetos deve considerar os a vos de processos organizacionais e os fatores ambientais da empresa.
Devem ser considerados para todos os processos, mesmo
que não estejam explicitamente listados como entradas na
especificação do processo. Os a vos de processos organizacionais fornecem diretrizes e critérios para adaptação dos
processos da organização às necessidades específicas do
projeto. Os fatores ambientais da empresa podem restringir
as opções de gerenciamento do projeto.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Polí ca e poder são usados aqui no sen do posi vo.
Poder pode ser definido como “a capacidade potencial
de influenciar comportamento, de modificar o curso dos
acontecimentos, de vencer resistências, e conseguir que
as pessoas façam coisas que de outra forma não fariam”.
31
Para que um projeto seja bem-sucedido, a equipe do
projeto deve:
• selecionar os processos apropriados necessários para
cumprir os obje vos do projeto;
• usar uma abordagem definida que possa ser adotada
para atender aos requisitos;
• cumprir os requisitos para atender às necessidades
e expecta vas das partes interessadas; e
• obter um equilíbrio entre as demandas concorrentes
de escopo, tempo, custo, qualidade, recursos e riscos, para gerar o produto, o serviço ou o resultado
especificado.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às a vidades
do projeto a fim de cumprir seus requisitos. Esta aplicação
de conhecimentos requer o gerenciamento eficaz de processos apropriados.
Os processos do projeto também são executados pela
equipe do projeto e, em geral, podem ser classificados em
uma de duas categorias principais:
1. Os processos de gerenciamento de projetos garantem o fluxo eficaz do projeto ao longo de sua existência. Esses processos abrangem as ferramentas e
as técnicas envolvidas na aplicação de habilidades e
capacidades descritas nas Áreas de Conhecimento.
2. Os processos orientados a produtos especificam e
criam o produto do projeto. Em geral, são definidos
pelo ciclo de vida do projeto e variam de acordo
com a área de aplicação. O escopo do projeto não
pode ser definido sem algum entendimento básico
de como criar o produto especificado. Por exemplo, diversas técnicas e ferramentas de construção
devem ser consideradas ao determinar a complexidade geral da casa que será construída.
32
Este padrão descreve apenas os processos de gerenciamento de projetos. Embora os processos orientados a
produtos estejam fora do escopo deste padrão, não devem
ser ignorados pelo gerente de projetos. Os processos de
gerenciamento de projetos e os processos orientados a
produtos sobrepõem-se e interagem ao longo da vida de
um projeto. Os processos de gerenciamento de projetos
são aplicados globalmente e nos mais variados setores e
indústrias. “Boa prá ca” significa que existe um acordo geral
de que a aplicação dos processos de gerenciamento de projetos pode aumentar as chances de sucesso em uma ampla
série de projetos. Isso não significa que os conhecimentos,
as habilidades e os processos descritos sempre devem ser
aplicados de forma uniforme em todos os projetos. Para
qualquer projeto específico, o gerente de projetos, em colaboração com a equipe de projetos, sempre é responsável
por determinar quais processos são apropriados e o grau
de rigor apropriado para cada um.
Os gerentes de projetos e suas equipes devem abordar
com cuidado cada processo e as entradas e saídas que o
cons tuem. Este capítulo deve ser usado como um guia para
os processos que devem ser considerados ao gerenciar o
projeto, este esforço é conhecido como adequação.
O gerenciamento de projetos é um empreendimento
integrado, e requer que cada processo de projeto ou produto seja alinhado e conectado de forma apropriada com
os outros processos para facilitar a coordenação. As ações
adotadas durante um processo em geral afetam esse e
outros processos relacionados. Por exemplo, uma mudança
no escopo costuma afetar o custo do projeto, mas talvez não
afete o plano de comunicações ou a qualidade do produto.
Com frequência essas interações entre processos requerem
compensações entre os requisitos e os obje vos do projeto
e as compensações de desempenho específicas vão variar
de um projeto para outro e de uma organização para outra.
Grupos de Processos de Gerenciamento de Projetos
Os processos de gerenciamento de projetos são agrupados em cinco categorias, conhecidas como grupos de
processos de gerenciamento de projetos (ou grupos de
processos):
1. Grupo de processos de iniciação – São os processos
realizados para definir um novo projeto ou uma nova
fase de um projeto existente por meio da obtenção
de autorização para iniciar o projeto ou a fase.
2. Grupo de processos de planejamento – Os processos
realizados para definir o escopo do projeto, refinar os
obje vos e desenvolver o curso de ação necessário
para alcançar os obje vos para os quais o projeto foi
criado.
3. Grupo de processos de execução – Os processos
realizados para executar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para sa sfazer as
especificações do mesmo.
4. Grupo de processos de monitoramento e controle –
Os processos necessários para acompanhar, revisar
e regular o progresso e o desempenho do projeto,
iden ficar todas as áreas nas quais serão necessárias
mudanças no plano e iniciar as mudanças correspondentes.
5. Grupo de processos de encerramento – Os processos
executados para finalizar todas as a vidades de todos
os grupos de processos, visando encerrar formalmente o projeto ou a fase.
Esses grupos têm dependências claras e, em geral, são
executados na mesma sequência em qualquer projeto. Eles
independem de áreas de aplicação ou setores. Os grupos
de processos individuais e os processos cons tuintes individuais com frequência são iterados antes da conclusão do
projeto. Os processos cons tuintes podem ter interações
dentro de um grupo e entre os grupos de processos. A
natureza dessas interações varia de um projeto para outro
e podem ou não ser executadas em uma ordem específica.
Um grupo de processos inclui os processos de gerenciamento de projetos que o cons tuem e que estão vinculados
pelas respec vas entradas e saídas, em que o resultado
de um processo torna-se a entrada de outro. Os grupos
de processos não são fases do projeto. Quando projetos
complexos ou de grande porte são separados em fases ou
subprojetos dis ntos tal como estudo de viabilidade, desenvolvimento de conceito, design, protó po, construção,
teste etc., todos os grupos de processos normalmente
seriam repe dos para cada fase ou subprojeto.
A tabela a seguir reflete o mapeamento dos 42 processos nos cinco Grupos de Processos de Gerenciamento de
Projetos e nas nove Áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos. Os processos são mostrados no grupo
em que a maior parte das a vidades ocorre. Por exemplo,
quando um processo que normalmente ocorre no grupo
de planejamento é atualizado no grupo de execução, não
é considerado um novo processo.
Processos de área
de conhecimento
Integração do
gerenciamento de
projetos
Grupo
de processos
de iniciação
Desenvolver o termo
de abertura
do projeto
Grupos de processos de gerenciamento de projetos
Grupo
Grupo
Grupo
de processos
de processos
de processos
de monitoramento
de execução
de planejamento
e controle
Desenvolver o plano
de gerenciamento do
projeto
Orientar e gerenciar
a execução
do projeto
Desenvolver a
declaração do escopo
preliminar do projeto
Gerenciamento do
escopo do projeto
Monitorar e
controlar o trabalho
do projeto
Grupo
de processos
de encerramento
Encerrar o projeto
Controle integrado
de mudanças
Planejamento
do escopo
Verificação
do escopo
Definição do escopo
Controle do escopo
Criar EAP
Gerenciamento de
tempo do projeto
Definição da
a vidade
Controle do
cronograma
Sequenciamento
de a vidades
Es ma va
de recursos
da a vidade
Es ma va
de duração
da a vidade
Desenvolvimento
do cronograma
Gerenciamento de
custos do projeto
Es ma va
de custos
Controle de custos
Orçamentação
Gerenciamento da
qualidade
do projeto
Gerenciamento de
recursos humanos do
projeto
Planejamento
da qualidade
Realizar a garan a
da qualidade
Realizar o controle
da qualidade
Planejamento
de recursos
humanos
Contratar ou
mobilizar
a equipe do projeto
Gerenciar a equipe
do projeto
Desenvolver a
equipe
do projeto
Gerenciamento das
comunicações do
projeto
Planejamento das
comunicações
Distribuição das
informações
Relatório de
desempenho
Gerenciamento de riscos
do projeto
Planejamento
do gerenciamento
de riscos
Monitoramento
e controle
de riscos
Iden ficação
de riscos
Análise qualita va
de riscos
Análise quan ta va
de riscos
Planejamento
de respostas
a riscos
Gerenciamento de
aquisições
do projeto
Planejar compras
e aquisições
Solicitar respostas
de fornecedores
Planejar
contratações
Selecionar
fornecedores
Administração
de contrato
Encerramento
do contrato
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Gerenciar as partes
interessadas
33
Interações entre Processos. Mapeamento do Processo
de Gerenciamento de Projetos
Os processos de gerenciamento de projetos são apresentados como elementos dis ntos com interfaces bem
definidas. Porém, na prá ca se sobrepõem e interagem de
forma não detalhada integralmente. Os profissionais de gerenciamento de projetos mais experientes reconhecem que
há mais de uma forma de gerenciar um projeto. Os grupos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Além disso, como o gerenciamento de um projeto é um
esforço finito, o grupo de processos de iniciação começa o
projeto e o grupo de processos de encerramento o termina.
Os grupos de processos de gerenciamento de projetos são
vinculados pelas saídas que produzem. Raramente os grupos
de processos são eventos dis ntos ou que ocorrem uma
única vez; são a vidades sobrepostas que ocorrem ao longo
de todo o projeto. A saída de um processo em geral torna-se
uma entrada em outro processo ou é uma entrega do projeto.
34
de processos necessários e os processos que os cons tuem
são guias para a aplicação de conhecimentos e habilidades
de gerenciamento de projetos apropriados durante o projeto.
A aplicação dos processos de gerenciamento de projetos é
itera va e muitos deles são repe dos durante o projeto.
A natureza integra va do gerenciamento de projetos
requer que o grupo de processos de monitoramento e controle interaja com os outros grupos de processos, conforme
mostra a figura abaixo.
O grupo de processos de planejamento fornece ao grupo
de processos de execução o plano de gerenciamento e os
documentos do projeto à medida que o projeto avança, com
frequência envolve atualizações no plano de gerenciamento
e documentos do projeto. A figura seguinte ilustra como os
grupos de processos interagem e mostra o nível de sobreposição em diversas ocasiões. Se o projeto es ver dividido em
fases, os grupos de processos interagem dentro de cada fase.
Um exemplo disso seria a saída de uma fase de concepção, que requer a aceitação do cliente para o documento de
concepção. Quando es ver disponível, o documento de
concepção fornece a descrição do produto para os grupos
Fluxogramas de Processo. Principais Documentos do
de processos de planejamento e execução em uma ou mais
Projeto
fases posteriores. Quando um projeto é dividido em fases, os
grupos de processos são usados conforme apropriado para
O fluxograma é uma representação gráfica de um processo
orientar o projeto com eficácia em direção à conclusão de que mostra as relações entre as etapas do processo. Existem
forma controlada. Em projetos com várias fases, os proces- muitos es los, mas todos os fluxogramas de processos mostram
sos são repe dos em cada fase até que os critérios para a as a vidades, os pontos de decisão e a ordem de processamento.
Durante o planejamento da qualidade, a elaboração de fluxograconclusão das fases sejam cumpridos.
GERENCIAMENTO DO ESCOPO DO
PROJETO
Planejamento do Escopo. Definição do Escopo.
Criar EAP. Verificação do Escopo. Controle do
Escopo (Coletar os Requisitos, Definir o Escopo,
Criar EAP, Verificar o Escopo, Controlar o Escopo)
O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclui todo o
trabalho necessário, e apenas o necessário, para terminar o
projeto com sucesso. Esse gerenciamento está relacionado
principalmente com a definição e controle do que está e do
que não está incluso no projeto. O gerenciamento do escopo
do projeto inclui o seguinte:
• Coletar os requisitos – O processo de definição e documentação das necessidades das partes interessadas
para alcançar os obje vos do projeto.
zações resultantes de mudanças aprovadas durante o projeto
podem ter um impacto significa vo sobre partes do plano de
gerenciamento e dos documentos do projeto.As atualizações
nesses documentos fornecem maior precisão em relação ao
cronograma, custos e requisitos de recursos para cumprir o
escopo definido para o projeto.
• Definir o escopo – O processo de desenvolvimento de
uma descrição detalhada do projeto e do produto.
• Criar a EAP – O processo de subdivisão das entregas e
do trabalho do projeto em componentes menores e
mais facilmente gerenciáveis.
• Verificar o escopo – O processo de formalização da
aceitação das entregas terminadas do projeto.
• Controlar o escopo – O processo de monitoramento do
progresso do escopo do projeto e escopo do produto
e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base
do escopo.
Esses processos interagem entre si e com os de outras
áreas de conhecimento. Podem envolver esforços de uma ou
mais pessoas, com base nas necessidades do projeto. Cada
processo ocorre pelo menos uma vez em todo projeto e em
uma ou mais fases do mesmo, se este for assim dividido.
Visão geral do gerenciamento do escopo do projeto:
Entradas, Ferramentas e Técnicas e Saídas.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
mas pode ajudar a equipe do projeto a prever os problemas de
qualidade que podem ocorrer. Estar ciente sobre os problemas
em potencial pode resultar no desenvolvimento de procedimentos de teste ou abordagens para lidar com eles.
O plano de gerenciamento e os documentos do projeto
desenvolvidos como saídas do grupo de processos de planejamento explorarão todos os aspectos de escopo, tempo,
custos, qualidade, comunicação, risco e aquisições. As atuali-
35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
36
No contexto do projeto, o termo escopo pode se referir ao:
• Escopo do produto. As caracterís cas e funções que
descrevem um produto, serviço ou resultado; e/ou
• Escopo do projeto. O trabalho que precisa ser realizado
para entregar um produto, serviço ou resultado com
as caracterís cas e funções especificadas. Os processos usados para gerenciar o escopo, assim como as
ferramentas e técnicas de suporte, variam de acordo
com a área de aplicação e normalmente são definidos
como parte do ciclo de vida do projeto. A declaração
detalhada aprovada do escopo do projeto e suas respec vas EAP e dicionário da EAP são a linha de base
para o escopo do projeto. A linha de base do escopo
é então monitorada, verificada e controlada no ciclo
de vida do projeto.
Embora não seja mostrado como um processo
dis nto, o trabalho envolvido na execução dos
cinco processos de gerenciamento do escopo
do projeto é precedido por um esforço de planejamento feito pela equipe de gerenciamento
do projeto. Esse esforço é parte do processo
Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto, que produz um plano de gerenciamento
do escopo fornecendo diretrizes sobre como o
escopo do projeto será definido, documentado,
verificado, gerenciado e controlado. O plano
de gerenciamento do escopo pode ser formal
ou informal, altamente detalhado ou conciso,
dependendo das necessidades do projeto.
A conclusão do escopo do projeto é comparada ao
plano de gerenciamento do projeto. A conclusão do escopo do produto é comparada aos requisitos do produto.
Os processos de gerenciamento do escopo do projeto precisam estar bem integrados aos das outras áreas de conhecimento para que o trabalho resulte na entrega do escopo
do produto especificado.
Coletar os Requisitos
Processo de definir e documentar as funções e funcionalidades do projeto e do produto necessárias para
atender às necessidades e expectativas das partes interessadas. O sucesso do projeto é diretamente influenciado
pela atenção na captura e gerenciamento dos requisitos
do projeto e do produto. Os requisitos incluem as necessidades quan ficadas e documentadas, e as expecta vas
do patrocinador, cliente e outras partes interessadas. Estes
requisitos precisam ser ob dos, analisados e registrados
com detalhes suficientes para serem medidos uma vez que
a execução do projeto se inicie. Coletar os requisitos é definir
e gerenciar as expecta vas do cliente. Estes requisitos se
transformam na fundação da EAP. O planejamento do custo,
cronograma e da qualidade são todos construídos com base
nesses requisitos. O desenvolvimento dos requisitos começa
com uma análise da informação con da no termo de abertura do projeto e no registro das partes interessadas. Muitas
organizações os categorizam em requisitos do projeto e requisitos do produto. Os requisitos do projeto podem incluir
os de negócios, de gerenciamento do projeto, de entrega etc.
Os requisitos do produto podem incluir informações sobre
os requisitos técnicos, de segurança, de desempenho etc.
Definir o Escopo
Definir o escopo é processo de desenvolvimento de uma
descrição detalhada do projeto e do produto. A preparação
detalhada da declaração do escopo é crí ca para o sucesso
e baseia-se nas entregas principais, premissas e restrições
que são documentadas durante a iniciação do projeto. Durante o planejamento, o escopo é definido e descrito com
maior especificidade conforme as informações a respeito
do projeto são conhecidas. Os riscos existentes, premissas
e restrições são analisados para verificar sua integridade;
riscos adicionais, premissas e restrições são adicionados
conforme necessário.
Criar a EAP
Criar a EAP é o processo de subdivisão das entregas e do
trabalho do projeto em componentes menores e de gerenciamento mais fácil. A estrutura analí ca do projeto (EAP) é uma
decomposição hierárquica orientada às entregas do trabalho a
ser executado pela equipe para a ngir os obje vos do projeto
e criar as entregas requisitadas, sendo que cada nível descendente da EAP representa uma definição gradualmente mais
detalhada da definição do trabalho do projeto. A EAP organiza
e define o escopo total e representa o trabalho especificado na
atual declaração do escopo do projeto aprovada. O trabalho
planejado é con do dentro dos componentes de nível mais
baixo da EAP, que são chamados de pacotes de trabalho. Um
pacote de trabalho pode ser agendado, ter seu custo es mado,
monitorado e controlado. No contexto da EAP, o trabalho se
refere a produtos de trabalho ou entregas que são o resultado
do esforço e não o próprio esforço.
Exemplo de EAP – Estrutura Analí ca do Projeto:
Verificar o escopo é o processo de formalização da aceitação das entregas concluídas do projeto. Inclui a revisão das
entregas com o cliente ou patrocinador para assegurar que
foram concluídas sa sfatoriamente e obter deles a aceitação
formal das mesmas. A verificação do escopo difere do controle de qualidade, pois está interessada principalmente na
aceitação das entregas, enquanto que o segundo se interessa
com a precisão das mesmas e o alcance dos requisitos de
qualidade especificados para elas. O controle de qualidade
é normalmente feito antes da verificação do escopo, mas os
dois processos podem ser executados paralelamente.
Controlar o Escopo
É o processo de monitoramento do andamento do escopo do projeto e do produto e gerenciamento das mudanças
feitas na linha de base do escopo. O controle do escopo do
projeto assegura que todas as mudanças solicitadas e ações
corre vas ou preven vas são processadas por meio do processo Realizar o controle integrado de mudanças. O controle
do escopo do projeto é usado também para gerenciar as
mudanças reais quando essas ocorrerem e é integrado aos
outros processos de controle. As mudanças não controladas
são frequentemente chamadas de scope creep. A mudança
é inevitável, exigindo, portanto, algum po de processo de
controle de mudanças.
GERENCIAMENTO DO TEMPO DO PROJETO
Definição da A vidade. Sequenciamento
de A vidades. Es ma va de Recursos da
A vidade. Es ma va de Duração da A vidade.
Desenvolvimento do Cronograma. Controle
do Cronograma. Definição do Tema do Projeto
Prá co e Individual (Definir as a vidades,
Sequenciar as a vidades, Es mar os recursos
da a vidade, Es mar as durações da a vidade,
Desenvolver o cronograma, Controlar o
cronograma)
O Gerenciamento do tempo do projeto inclui os processos necessários para gerenciar o término pontual do projeto.
Os processos de gerenciamento do tempo do projeto são:
• Definir as a vidades – O processo de iden ficação das
ações específicas a serem realizadas para produzir as
entregas do projeto.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Verificar o Escopo
37
• Sequenciar as a vidades – O processo de iden ficação
e documentação dos relacionamentos entre as a vidades do projeto.
• Es mar os recursos da a vidade – O processo de es ma va dos pos e quan dades de material, pessoas,
equipamentos ou suprimentos que serão necessários
para realizar cada a vidade.
• Es mar as durações da a vidade – O processo de es ma va do número de períodos de trabalho que serão
necessários para terminar a vidades específicas com
os recursos es mados.
• Desenvolver o cronograma – O processo de análise
das sequências das a vidades, suas durações, recursos
necessários e restrições do cronograma visando criar
o cronograma do projeto.
• Controlar o cronograma – O processo de monitoramento do andamento do projeto para atualização do
seu progresso e gerenciamento das mudanças feitas
na linha de base do cronograma.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Embora não seja aqui mostrado como um processo disnto, o trabalho envolvido na execução dos seis processos
de gerenciamento do tempo do projeto é precedido por um
trabalho de planejamento pela equipe de gerenciamento.
Esse planejamento faz parte do processo Desenvolver o
plano de gerenciamento do projeto, que produz um sistema
38
de gerenciamento do cronograma que seleciona uma metodologia e uma ferramenta de elaboração de cronograma,
assim como estabelece os critérios para o desenvolvimento
e controle do cronograma. Uma metodologia de elaboração do cronograma define as regras e abordagens para o
seu processo. Algumas das metodologias mais conhecidas
incluem o método do caminho crí co (CPM) e o método da
cadeia crí ca.
Os processos de gerenciamento do tempo do projeto e
suas ferramentas e técnicas associadas são documentados no
plano de gerenciamento do cronograma. O mesmo é con do
no plano de gerenciamento do projeto ou é um plano auxiliar,
podendo ser formal ou informal, altamente detalhado ou
generalizado, baseado nas necessidades do projeto e deve
incluir os limites de controle apropriados.
O desenvolvimento do cronograma usa as saídas dos
processos de definição das a vidades, o sequenciamento e
es ma va dos recursos e durações das mesmas em combinação com a ferramenta de elaboração de cronograma que
o produz. O cronograma finalizado e aprovado é a linha de
base que será usada no processo Controlar o cronograma.
Conforme as a vidades do projeto estão sendo desenvolvidas, a maioria do esforço na área de conhecimento de
gerenciamento do tempo do projeto ocorrerá no processo
Controlar o cronograma, visando assegurar o término pontual do trabalho do projeto.
Definir as a vidades é o processo de iden ficação das
ações específicas a serem realizadas para produzir as entregas do projeto. O processo Criar a EAP iden fica as entregas
no nível mais baixo da estrutura analí ca do projeto (EAP), o
pacote de trabalho. Esses pacotes são picamente decompostos em componentes menores chamados a vidades que
representam o trabalho necessário para completar o pacote
de trabalho. As a vidades proporcionam uma base para a
es ma va, desenvolvimento do cronograma, execução e
monitoramento e controle do trabalho do projeto. Implícitos neste processo estão a definição e o planejamento das
a vidades de desenvolvimento do cronograma de tal modo
que os obje vos do projeto sejam alcançados.
Sequenciar as A vidades
Sequenciar as a vidades é processo de iden ficação e
documentação dos relacionamentos entre as a vidades do
projeto. Essas são sequenciadas usando relações lógicas.
Cada a vidade e marco, com exceção do primeiro e do
úl mo, são conectados a pelo menos um predecessor e um
sucessor. O uso de tempo de antecipação ou de espera pode
ser necessário entre as a vidades para dar suporte a um cronograma de projeto realista e executável. O sequenciamento
pode ser executado pelo uso de so ware de gerenciamento
de projetos ou do uso de técnicas manuais ou automa zadas.
Es mar os Recursos da A vidade
Es mar os recursos da a vidade é o processo de es mava dos pos e quan dades de materiais, pessoas, equipamentos ou suprimentos que serão necessários para realizar
cada a vidade. O processo Es mar os recursos da a vidade
é estreitamente coordenado junto com o processo Es mar
os custos. Por exemplo:
• Uma equipe de um projeto de construção precisará
estar familiarizada com as legislações de construção
locais. Geralmente, tal conhecimento está facilmente
disponível em fornecedores locais. Contudo, se o serviço de mão de obra local carece de experiência em
técnicas de construção incomuns ou especializadas, o
custo adicional de um consultor pode ser a maneira
mais efe va de assegurar o conhecimento das legislações de construção locais.
• Uma equipe de planejamento automo vo precisará
estar familiarizada com as mais recentes técnicas de
montagem automa zada. O conhecimento necessário
pode ser ob do pela contratação de um consultor, do
envio de um proje sta a um seminário de robó ca, ou
da inclusão de alguém da produção como um membro
da equipe do projeto.
Es mar as Durações da A vidade
Es mar as durações da a vidade é o processo de es mava do número de períodos de trabalho que serão necessários para terminar as a vidades específicas com os recursos
es mados. A es ma va das durações das a vidades u liza
informações sobre as a vidades do escopo do projeto, pos
de recursos necessários, quan dades es madas de recursos
e calendários de recursos. As entradas para as es ma vas
de duração da a vidade se originam da pessoa ou grupo na
equipe do projeto que está mais familiarizado com a natureza
do trabalho na a vidade específica. A es ma va da duração
é elaborada progressivamente e o processo considera a
qualidade e a disponibilidade dos dados de entrada. Por
exemplo, conforme o trabalho de engenharia e planejamento do projeto se desenvolve, dados mais detalhados e
precisos se tornam disponíveis e a precisão das es ma vas
de duração melhora. Portanto, a es ma va da duração pode
ser assumida como sendo progressivamente mais precisa e
de melhor qualidade.
Esse processo requer que a quan dade do esforço de
trabalho necessário e que a quan dade de recursos a ser
aplicada para completar a a vidade sejam es mados; esses são usados para aproximar o número de períodos de
trabalho (duração da a vidade) necessários para o término
da a vidade. Todos os dados e premissas que suportam a
es ma va são documentados para cada es ma va de duração de a vidade.
A maior parte dos softwares de gerenciamento de
projetos para elaboração de cronogramas manipulará essa
situação pelo uso de um calendário do projeto e calendários
alterna vos de recursos de trabalho-período que são normalmente iden ficados pelos recursos que requerem períodos
de trabalho específicos. Além da lógica de sequenciamento,
as a vidades serão executadas de acordo com o calendário
do projeto e os calendários de recurso apropriados.
Desenvolver o Cronograma
Desenvolver o cronograma é o processo de análise de
sequências das a vidades, suas durações, recursos necessários e restrições do cronograma visando criar o cronograma
do projeto. A entrada das a vidades, durações e recursos na
ferramenta de elaboração de cronograma gera um cronograma com datas planejadas para completar as a vidades do
projeto. O desenvolvimento de um cronograma de projeto
aceitável é frequentemente um processo itera vo que determinam as datas planejadas de início e de término para
as a vidades e marcos do projeto, como também, requerer
a análise e revisão das es ma vas de duração e de recursos
para criar um cronograma aprovado do projeto que pode
servir como linha de base para acompanhar o seu progresso.
A revisão e a manutenção de um cronograma realista con nuam sendo executadas durante todo o projeto à medida que
o trabalho progride, o plano de gerenciamento do projeto
muda e a natureza dos eventos de riscos evolui.
Controlar o Cronograma
Controlar o cronograma é o processo de monitoramento do
andamento do projeto para atualização do seu progresso
e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do
cronograma. O controle do cronograma está relacionado a:
• determinação da situação atual do cronograma do
projeto;
• influência nos fatores que criam mudanças no cronograma;
• determinação de que o cronograma do projeto mudou; e
• gerenciamento das mudanças reais conforme ocorrem.
O Controle do Cronograma é um componente do processo
Realizar o controle integrado de mudanças.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Definir as A vidades
39
GERENCIAMENTO DO CUSTO DO PROJETO
Es ma va de Custos. Orçamentação. Controle
de Custos (Es mar os custos, Determinar o
Orçamento, Controlar os Custos)
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O gerenciamento dos custos do projeto inclui os processos envolvidos em es ma vas, orçamentos e controle dos
custos, de modo que o projeto possa ser terminado dentro
do orçamento aprovado. Os processos de gerenciamento
dos custos do projeto incluem o seguinte:
• Es mar os custos – O processo de desenvolvimento
de uma es ma va de custos dos recursos monetários
necessários para terminar as a vidades do projeto.
• Determinar o orçamento – O processo de agregação
dos custos es mados de a vidades individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base
autorizada dos custos.
• Controlar os custos – O processo de monitoramento
do andamento do projeto para atualização do seu
orçamento e gerenciamento das mudanças feitas na
linha de base dos custos.
40
Em alguns projetos, especialmente aqueles com menor
escopo, a es ma va e orçamento de custos são interligados
tão firmemente que são vistos como um processo único que
pode ser realizado por uma pessoa num período de tempo
rela vamente curto. Esses processos são aqui representados
como dis ntos pois as ferramentas e técnicas para cada um
são diferentes. A habilidade de influenciar o custo é maior
nos estágios iniciais do projeto, tornando crí ca a definição
inicial do escopo.
O trabalho envolvido na execução dos três processos
do gerenciamento dos custos do projeto é precedido por
um esforço de planejamento da equipe de gerenciamento.
Esse esforço é parte do processo Desenvolver o plano de
gerenciamento do projeto, que produz um plano de gerenciamento dos custos que delimita o formato e estabelece
o critério para o planejamento, estruturação, es ma va,
orçamento e controle dos custos do projeto. Os processos
de gerenciamento dos custos e suas ferramentas e técnicas
associadas são normalmente selecionadas durante a definição do ciclo de vida do projeto e são documentadas no
plano de gerenciamento dos custos. Por exemplo, o plano
de gerenciamento dos custos pode estabelecer o seguinte:
• Nível de exa dão. As es ma vas de custo das a vidades aderirão a um arredondamento dos dados numa
precisão prescrita (por exemplo R$100, R$1.000), baseada
no escopo das a vidades e magnitude do projeto e
podem incluir uma quan a para con ngências.
• Unidades de medida. Cada unidade usada em medições (como horas e dias de pessoal, semanas ou preço
global) é definida para cada um dos recursos.
• Associações com procedimentos organizacionais. A
estrutura analí ca do projeto (EAP) fornece a estrutura
para o plano de gerenciamento dos custos, gerando
consistência com as es ma vas, orçamentos e controle
de custos. O componente da EAP usado para a contabilidade de custos do projeto é chamado de conta de
controle (CC). Cada conta de controle recebe um código
único ou número(s) de conta que se conecta(m) diretamente ao sistema de contabilidade da organização
executora.
• Limites de controle. Limites de variação para monitoramento do desempenho de custo podem ser especificados para indicar uma quan dade de variação
combinada a ser permi da antes que alguma ação seja
necessária. Tipicamente os limites são expressos como
porcentagem de desvio da linha de base do plano.
• Regras para medição do desempenho. As regras para
medição do desempenho do gerenciamento do valor
agregado (GVA, EVM em Inglês) são estabelecidas.
Por exemplo, o plano de gerenciamento dos custos
poderia:
• Definir a EAP e os pontos onde medições das contras
de controle serão feitos.
• Estabelecer as técnicas de medição do valor agregado
(por exemplo, marcos ponderados, fórmula fixa, porcentagem completa etc.) a serem empregadas; e
• Especificar as equações de cálculo do gerenciamento do valor agregado para determinar as previsões
projetadas da es ma va no término (ENT) e outras
metodologias de rastreamento.
• Formatos de relatórios. Os formatos e frequências para
vários relatórios de custos são definidos.
• Descrições dos processos. Descrições de cada um
dos três processos de gerenciamento dos custos são
documentadas.
Todas essas informações são incluídas no plano de
gerenciamento dos custos, um componente do plano de
gerenciamento do projeto, ou como texto no corpo do plano
ou como apêndices. Esse plano de gerenciamento dos custos
pode ser formal ou informal, altamente detalhado ou conciso, dependendo das necessidades do projeto.
O gerenciamento dos custos do projeto deve considerar
os requisitos das partes interessadas para captura de custos. As diferentes partes interessadas medirão os custos do
projeto de maneiras diferentes em tempos diferentes. Por
exemplo, o custo de um item adquirido pode ser medido
quando a decisão de aquisição é tomada ou comprome da, o
pedido é feito, o item é entregue, ou o custo real é incorrido
ou registrado para os propósitos de contabilidade do projeto.
O gerenciamento dos custos do projeto preocupa-se
principalmente com o custo dos recursos necessários para
completar as a vidades do projeto. Esse deve considerar
também o efeito das decisões de projeto no custo recorrente
subsequente do uso, manutenção e suporte do produto, serviço ou resultado do projeto. Por exemplo, limitar o número
de revisões do design pode reduzir o custo do projeto mas
poderia assim aumentar os custos operacionais do cliente.
Em muitas organizações, o prognós co e a análise do
desempenho financeiro em perspec va do produto do projeto é feito fora do mesmo. Em outras, como o projeto de
instalações fundamentais, o gerenciamento dos custos do
projeto pode incluir esse trabalho. Quando esses prognós cos e análises são incluídos, o gerenciamento dos custos do
projeto pode recorrer a processos adicionais e a inúmeras
técnicas gerais de gerenciamento como retorno do inves mento, fluxo de caixa descontado e análise da recuperação do
inves mento. O esforço de planejamento do gerenciamento
dos custos ocorre nas fases iniciais do planejamento do
projeto e fornece a estrutura para cada processo do gerenciamento dos custos para que o desempenho dos mesmos
seja eficiente e coordenado.
Es mar os custos é o processo de desenvolvimento de
uma es ma va dos recursos monetários necessários para
executar as a vidades do projeto. As es ma vas de custo
são um prognós co baseado na informação conhecida num
determinado momento.
Incluem a iden ficação e a consideração das alterna vas
de custo para iniciar e terminar o projeto. Compensações de
custos e riscos devem ser consideradas, como fazer versus
comprar, comprar versus alugar e o compar lhamento de
recursos para alcançar custos o mizados para o projeto.
Estimativas de custos são geralmente expressas em
unidades de alguma moeda (por exemplo, dólar, euro, iene
etc.), embora em alguns casos outras unidades de medida,
como horas ou dias de pessoal, sejam usadas para facilitar
as comparações através da eliminação dos efeitos das flutuações das moedas.
As es ma vas de custos devem ser refinadas durante
o curso do projeto para refle r detalhes adicionais que se
tornarem disponíveis. A precisão da es ma va de um projeto
aumentará conforme o mesmo progride no seu ciclo de vida.
Portanto, a es ma va de custos é um processo itera vo
de fase para fase. Por exemplo, um projeto na fase inicial
poderia ter uma ordem de grandeza (ROM sigla do inglês)
es mada na faixa média de 50%. Mais tarde, conforme mais
informações são conhecidas, as es ma vas podem estreitar
para uma faixa média de 10%. Em algumas organizações,
existem diretrizes para quando tais refinamentos podem ser
feitos e o grau de exa dão esperado.
Fontes de entradas de informações são derivadas das
saídas dos processos do projeto em outras áreas de conhecimento. Após serem recebidas, todas essas informações
ficarão disponíveis como entradas para os três processos de
gerenciamento dos custos.
Os custos são es mados para todos os recursos que serão
cobrados do projeto. Isso inclui, mas não se limita a mão de
obra, materiais, equipamentos, serviços e instalações, assim
como categorias especiais como provisão para inflação ou
custos de con ngências. Uma es ma va de custo é uma
avaliação quan ta va dos custos prováveis dos recursos
necessários para completar a a vidade.
Determinar o Orçamento
Determinar o orçamento é o processo de agregação
dos custos es mados de a vidades individuais ou pacotes
de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos
autorizada. Essa linha de base inclui todos os orçamentos
autorizados, mas exclui as reservas de gerenciamento.
Controlar os Custos
Controlar os custos é o processo de monitoramento do
progresso do projeto para atualização do seu orçamento e
gerenciamento das mudanças feitas na linha de base dos
custos. A atualização do orçamento envolve o registro de
custos reais gastos até a data.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Es mar os Custos
41
Qualquer aumento do orçamento autorizado somente
pode ser aprovado através do processo de Controle integrado
de mudanças. Monitorar os gastos dos recursos financeiros
sem se considerar o valor do trabalho sendo realizado para
tais gastos tem pequeno valor para o projeto, a não ser
permi r que a equipe fique dentro dos limites dos recursos
financeiros autorizados. Consequentemente, muito do esforço desprendido no controle de custos envolve a análise da
relação entre o consumo dos fundos do projeto e o trabalho
sico sendo realizado para tais gastos. A chave para o controle eficaz de custos é o gerenciamento da linha de base do
desempenho de custos aprovada e as mudanças na mesma.
O controle de custos do projeto inclui:
• influenciar os fatores que criam mudanças na linha de
base de custos autorizada;
• assegurar que todas as solicitações de mudanças sejam
feitas de maneira oportuna;
• gerenciar as mudanças reais conforme ocorrem;
• assegurar que os gastos de custos não excedam os
recursos financeiros autorizados, por período e total
do projeto;
• monitorar o desempenho de custos para isolar e entender as variações a par r da linha de base de custos;
• monitorar o desempenho do trabalho em relação aos
recursos financeiros gastos;
• Prevenir que mudanças não aprovadas sejam incluídas
no relato do custo ou do uso de recursos;
• informar as partes interessadas apropriadas a respeito
de mudanças aprovadas e custos associados; e
• agir para manter os excessos de custos não previstos
dentro de limites aceitáveis.
O controle de custos do projeto procura pelas causas
de variações nega vas e posi vas e é parte do processo de
Controle integrado de mudanças.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO
PROJETO
42
Planejamento da Qualidade. Realizar a Garan a
da Qualidade. Realizar o Controle da Qualidade.
Desdobramento da Função de Qualidade,
Controle de Qualidade, Garan a de Qualidade
(Planejar a qualidade, Realizar a garan a da
qualidade, Realizar o controle da qualidade)
O gerenciamento da qualidade do projeto inclui os
processos e as a vidades da organização executora que determinam as polí cas de qualidade, os obje vos e as responsabilidades, de modo que o projeto sa sfaça às necessidades
para as quais foi empreendido. Implementa o sistema de
gerenciamento da qualidade por meio de polí cas e procedimentos com a vidades de melhoria con nua de processos
realizadas durante todo o projeto, conforme apropriado.
• Planejar a qualidade – O processo de iden ficar os
requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e
do produto, bem como documentar de que modo o
projeto demonstrará a conformidade.
• Realizar a garan a da qualidade – O processo de auditoria dos requisitos de qualidade e dos resultados das
medições de controle de qualidade para garan r que
sejam usados os padrões de qualidade e as definições
operacionais apropriadas.
• Realizar o controle da qualidade – O processo de monitoramento e registro dos resultados da execução das
a vidades de qualidade para avaliar o desempenho e
recomendar as mudanças necessárias.
O gerenciamento da qualidade do projeto engloba o
gerenciamento do projeto e o produto do projeto, e se
aplica a todos os projetos, independentemente da natureza
do produto. As medidas e técnicas de qualidade do produto
são específicas do po de produto resultante do projeto.
Enquanto o gerenciamento da qualidade de produtos de
so ware u liza abordagens e medidas diferentes de uma
construção de uma usina nuclear, as abordagens do gerenciamento da qualidade do projeto se aplicam aos dois pos.
Nos dois casos, deixar de cumprir os requisitos de qualidade
do produto ou do projeto pode ter consequências nega vas
graves para uma ou todas as partes interessadas do projeto.
Por exemplo:
• Cumprir os requisitos do cliente sobrecarregando a
equipe do projeto pode resultar em aumento de atritos
entre os funcionários, erros ou retrabalho.
• Cumprir os obje vos do cronograma do projeto apressando as inspeções de qualidade planejadas pode
resultar em erros não detectados.
Qualidade e grau não são a mesma coisa. Qualidade é
“o grau com que um conjunto de caracterís cas inerentes
atende aos requisitos”. Grau é uma categoria atribuída aos
produtos ou serviços que têm a mesma u lidade funcional,
mas diferentes caracterís cas técnica. Embora um nível de
qualidade que não cumpra os requisitos de qualidade seja
sempre um problema, um grau baixo pode não ser. Por
exemplo, um produto de so ware pode ter alta qualidade
(sem defeitos óbvios, manual de fácil leitura) e um grau baixo
(número limitado de funcionalidades), ou ter baixa qualidade
(muitos defeitos, documentação do usuário mal organizada)
e um grau alto (várias funcionalidades). O gerente do projeto
e a equipe de gerenciamento do projeto são responsáveis
por gerenciar as compensações envolvidas para entregar os
níveis necessários de qualidade e grau.
Precisão e exa dão não são equivalentes. Precisão significa que os valores de medições repe das estão agrupados e
têm pouca dispersão. Exa dão significa que o valor medido
está bem próximo do valor correto. Medidas precisas não são
necessariamente exatas. Uma medida muito exata não é necessariamente precisa. A equipe de gerenciamento do projeto
deve determinar níveis adequados de exa dão e precisão.
A abordagem básica do gerenciamento da qualidade
descrita nesta seção pretende ser compa vel com os padrões
ISO (Interna onal Organiza on for Standardiza on). Isso é
compa vel com as abordagens proprietárias de gerenciamento da qualidade, como as recomendadas por Deming,
Juran, Crosby e outros, e as abordagens não proprietárias,
como gerenciamento da qualidade total (GQT), Seis Sigma,
Análise de modos e efeitos de falha (do inglês Failure Mode
and Effect Analysis – FMEA), revisões de projeto, voz do
cliente (do inglês Voice Of the Customer – VOC), custo da
qualidade (CDQ) e melhoria con nua.
do gerenciamento do projeto e também a qualidade
do produto do projeto. Os modelos de melhoria de
processos incluem Malcolm Baldrige, Modelo organizacional de maturidade em gerenciamento de projetos
(Organiza onal Project Management Maturity Model,
OPM3®) e Modelo integrado de maturidade da capacidade (Capability Maturity Model Integrated, CMMI®).
• Responsabilidade da gerência. O sucesso exige a parcipação de todos os membros da equipe do projeto,
mas con nua sendo a responsabilidade da gerência
fornecer os recursos necessários ao êxito.
O custo da qualidade (CDQ) refere-se ao custo total de
todos os esforços rela vos à qualidade durante todo o ciclo
de vida do produto. As decisões do projeto podem impactar os custos operacionais da qualidade como resultado de
devoluções de produtos, reclamações de garan a e campanhas de recall. Portanto, devido à natureza temporária do
projeto, a organização patrocinadora pode optar por inves r
na melhoria da qualidade dos produtos, principalmente
na avaliação e prevenção de defeitos para reduzir o custo
externo da qualidade.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O gerenciamento moderno da qualidade complementa o
gerenciamento de projetos. As duas disciplinas reconhecem
a importância da:
• Satisfação do cliente. Entender, avaliar, definir e
gerenciar as expecta vas para que os requisitos do
cliente sejam atendidos. Para isso, é necessária uma
combinação de conformidade com os requisitos (para
garan r que o projeto produza o que ele foi criado para
produzir) e adequação ao uso (o produto ou serviço
devem sa sfazer às necessidades reais).
• Prevenção ao invés de inspeção. Um dos princípios
fundamentais do moderno gerenciamento da qualidade
determina que a qualidade deve ser planejada, projetada
e incorporada – em vez de inspecionada. O custo de prevenir os erros geralmente é muito menor do que o custo
de corrigi-los quando são encontrados pela inspeção.
• Melhoria contínua. O ciclo PDCA (planejar-fazer-verificar-agir) é a base para a melhoria da qualidade
conforme definida por Shewhart e modificada por
Deming. Além disso, as inicia vas de melhoria da qualidade empreendidas pela organização executora, tais
como GQT e Seis Sigma devem aprimorar a qualidade
43
Planejar a Qualidade
Planejar a qualidade é o processo de iden ficação dos
requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e do produto, além da documentação de como o projeto demonstrará a
conformidade. O planejamento da qualidade deve ser realizado em paralelo com os outros processos de planejamento
do projeto. Por exemplo, modificações propostas no produto
para atender aos padrões de qualidade iden ficados podem
exigir custos ou ajustes nos cronogramas e uma análise de
riscos detalhada dos seus impactos nos planos. As técnicas
de planejamento da qualidade aqui analisadas são as usadas
com maior frequência nos projetos. Existem muitas outras
que podem ser úteis em determinados projetos ou em algumas áreas de aplicação.
Realizar a Garan a da Qualidade
Realizar a garan a da qualidade é o processo de auditoria
dos requisitos de qualidade e dos resultados das medições
de controle da qualidade para garan r que sejam usados os
padrões de qualidade e definições operacionais apropriados.
Realizar a garan a da qualidade é um processo de execução
que usa dados criados durante o processo Realizar o controle
da qualidade. O departamento de garan a da qualidade, ou
organização similar, em geral supervisiona as a vidades de
garan a da qualidade. O suporte da garan a da qualidade,
independentemente do tulo da unidade, pode ser fornecido
à equipe do projeto, à gerência da organização executora,
ao cliente ou ao patrocinador, bem como a outras partes
interessadas que não estejam envolvidas a vamente no
trabalho do projeto.
O processo Realizar a garan a da qualidade também
inclui a melhoria con nua do processo, que é um meio
itera vo de melhorar a qualidade de todos os processos.
A melhoria con nua de processos reduz o desperdício e
elimina as a vidades que não agregam valor, permi ndo
que os processos sejam operados com níveis mais altos de
eficiência e eficácia.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Realizar o Controle da Qualidade
44
Realizar o controle da qualidade é o processo de monitoramento e registro dos resultados da execução das a vidades
de qualidade para avaliar o desempenho e recomendar as
mudanças necessárias. O controle da qualidade é realizado
durante todo o projeto. Os padrões de qualidade incluem os
processos do projeto e as metas do produto. Os resultados
do projeto incluem as entregas e os resultados do gerenciamento do projeto, tais como desempenho de custos e de
prazos. O controle da qualidade em geral é realizado por um
departamento de controle de qualidade ou uma unidade da
organização com nome semelhante. As a vidades de controle da qualidade iden ficam as causas da baixa qualidade
do processo ou produto e recomendam e/ou executam as
ações para eliminá-las.
A equipe de gerenciamento do projeto deve ter um
conhecimento prá co de controle esta s co da qualidade,
principalmente de amostragem e probabilidade, para ajudar
a avaliar as saídas do controle da qualidade. Entre outros assuntos, é recomendável que a equipe conheça as diferenças
entre os seguintes pares de termos:
• Prevenção (manter os erros fora do processo) e inspeção (manter os erros fora do alcance do cliente).
• Amostragem de atributos (o resultado está em conformidade ou não está em conformidade) e amostragem
de variáveis (o resultado é classificado em uma escala
con nua que mede o grau de conformidade).
• Tolerâncias (intervalo especificado de resultados aceitáveis) e limites de controle (limites que podem indicar
se o processo está fora de controle).
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS
HUMANOS DO PROJETO
Planejamento de Recursos Humanos. Contratar
ou Mobilizar a Equipe do Projeto. Desenvolver a
Equipe do Projeto. Gerenciar a Equipe do Projeto.
(Desenvolver o plano de recursos humanos,
Mobilizar a equipe do projeto, Desenvolver a
equipe do projeto, Gerenciar a equipe do projeto)
O gerenciamento dos recursos humanos do projeto inclui
os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto.
A equipe do projeto consiste nas pessoas com papéis e responsabilidades designadas para a conclusão do projeto. O
po e o número de membros da equipe do projeto podem
mudar com frequência ao longo do projeto. Os membros da
equipe do projeto também podem ser referidos como pessoal
do projeto. Embora os papéis e responsabilidades específicas
para os membros da equipe do projeto sejam designadas, o
envolvimento de todos os membros da equipe no planejamento do projeto e na tomada de decisões pode ser benéfico. O
envolvimento e a par cipação dos membros da equipe desde
o início agrega seus conhecimentos durante o processo de
planejamento e fortalece o compromisso com o projeto.
Os processos de gerenciamento dos recursos humanos
do projeto são:
• Desenvolver o plano de recursos humanos – O processo de iden ficação e documentação de funções,
responsabilidades, habilidades necessárias e relações
hierárquicas do projeto, além da criação de um plano
de gerenciamento do pessoal.
• Mobilizar a equipe do projeto – O processo de confirmação da disponibilidade dos recursos humanos
e obtenção da equipe necessária para concluir as
designações do projeto.
• Desenvolver a equipe do projeto – O processo de
melhoria de competências, interação da equipe e ambiente global da equipe para aprimorar o desempenho
do projeto.
• Gerenciar a equipe do projeto – O processo de acompanhar o desempenho de membros da equipe, fornecer
feedback, resolver questões e gerenciar mudanças para
o mizar o desempenho do projeto.
A equipe de gerenciamento de projetos é um subconjunto da equipe do projeto e é responsável pelas a vidades de
gerenciamento do projeto e liderança, como iniciação, planejamento, execução, monitoramento, controle e encerramento
das várias fases do projeto. Este grupo também pode ser
chamado de equipe principal, equipe execu va, ou equipe
de liderança. Para projetos menores, as responsabilidades
de gerenciamento do projeto podem ser compar lhadas
por toda a equipe ou administradas exclusivamente pelo
gerente de projetos. O patrocinador do projeto trabalha com
a equipe de gerenciamento de projetos, em geral com apoio
em questões como financiamento do projeto, esclarecimento
do escopo e monitoramento do progresso, e influenciando
outras pessoas para beneficiar o projeto.
Gerenciar e liderar a equipe do projeto também inclui,
entre outras a vidades:
• Influenciar a equipe do projeto. Conhecer, e influenciar quando possível, os fatores de recursos humanos
que podem impactar o projeto. Isso inclui o ambiente
da equipe, localizações geográficas dos membros da
equipe, comunicações entre as partes interessadas,
questões polí cas internas e externas, questões cul-
Os processos de gerenciamento de projetos em geral
são apresentados como processos dis ntos com interfaces
definidas; porém, na prá ca, eles se sobrepõem e interagem
de forma que não podem ser completamente detalhadas no
Guia PMBOK. Exemplos de interações que exigem planejamento adicional incluem as seguintes situações:
Desenvolver o Plano de Recursos Humanos
Desenvolver o plano de recursos humanos é o processo
de iden ficar e documentar papéis, responsabilidades, habilidades necessárias e relações hierárquicas do projeto, e
criar um plano de gerenciamento de pessoal. O planejamento
de recursos humanos é usado para determinar e iden ficar
recursos humanos com as habilidades necessárias para o
êxito do projeto. O plano de recursos humanos documenta
papéis e responsabilidades do projeto, organogramas do
projeto e o plano de gerenciamento de pessoal, incluindo
o cronograma para mobilização e liberação de pessoal.
Também pode incluir identificação de necessidades de
treinamento, estratégias para construção da equipe, planos para programas de reconhecimento e recompensas,
• Depois que os membros da equipe inicial criam uma
estrutura analí ca do projeto, pode ser necessário
contratar ou mobilizar pessoal adicional.
• Quando membros adicionais são incluídos na equipe,
seus níveis de experiência (ou inexperiência) podem
aumentar ou reduzir o risco do projeto, criando a
necessidade de atualizações complementares no planejamento de riscos.
• Quando as durações das a vidades são es madas,
orçadas, delimitadas ou planejadas antes da iden ficação de todos os membros da equipe do projeto e seus
níveis de competências, as durações das a vidades
estarão sujeitas a alterações.
considerações sobre conformidade, questões de segurança
e o impacto do plano de gerenciamento de pessoal sobre a
organização. É importante considerar a disponibilidade de
recursos humanos escassos ou limitados, ou a concorrência
por eles. Os papéis do projeto podem ser designados para
pessoas ou grupos.
As pessoas ou os grupos podem ser internos ou externos
à organização executora do projeto.
Outros projetos podem estar concorrendo por recursos
com as mesmas competências ou conjuntos de habilidades.
Considerando esses fatores, os custos do projeto, cronogramas, riscos, qualidade e outras áreas podem ser significa vamente afetadas. Um planejamento de recursos humanos
eficaz deve considerar e planejar esses fatores, e desenvolver
opções de recursos humanos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
turais, singularidade organizacional e outros fatores de
pessoal que podem alterar o desempenho do projeto.
• Comportamento profissional e ético. A equipe de
gerenciamento de projetos deve estar ciente, assumir
o compromisso e garan r que todos os membros da
equipe tenham um comportamento é co.
45
Mobilizar a Equipe do Projeto
Mobilizar a equipe do projeto é o processo de confirmação da disponibilidade dos recursos humanos e obtenção da
equipe necessária para concluir as designações do projeto.
A equipe de gerenciamento do projeto pode ou não ter controle direto sobre a seleção dos membros da equipe devido
a acordos de negociação cole va, uso de pessoal subcontratado, ambiente de projeto em estrutura matricial, relações
hierárquicas internas ou externas, ou diversos outros mo vos.
É importante que os seguintes fatores sejam considerados
durante o processo de mobilização da equipe do projeto:
• O gerente de projetos ou a equipe de gerenciamento
de projetos deve negociar com eficácia e influenciar
outras pessoas que estejam em uma posição de fornecer os recursos humanos necessários para o projeto.
• Deixar de mobilizar os recursos humanos necessários
para o projeto pode afetar os cronogramas e orçamentos, a sa sfação do cliente, a qualidade e os riscos.
Pode reduzir a probabilidade de êxito e, em úl ma
instância, resultar em cancelamento do projeto.
• Se os recursos humanos não es verem disponíveis
devido a restrições, fatores econômicos ou designações
anteriores para outros projetos, o gerente de projetos
ou a equipe do projeto pode precisar designar recursos
alterna vos, talvez com menos competências, desde
que não ocorra infração de requisitos jurídicos, regulatórios, obrigatórios ou outros critérios específicos.
Esses fatores devem ser considerados e planejados nas
etapas de planejamento do projeto. O gerente de projetos
ou a equipe de gerenciamento de projetos deverá refle r o
impacto de qualquer indisponibilidade de recursos humanos
necessários no cronograma, no orçamento, nos riscos, na
qualidade, nos planos de treinamento e nos outros planos
de gerenciamento do projeto, conforme necessário.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Desenvolver a Equipe do Projeto
46
Desenvolver a equipe do projeto é o processo de melhoria de competências, interação e ambiente global da equipe
para aprimorar o desempenho do projeto. Os gerentes
de projetos devem adquirir habilidades para iden ficar,
construir, manter, mo var, liderar e inspirar as equipes de
projetos a alcançar um alto desempenho da equipe e cumprir
os obje vos do projeto. O trabalho em equipe é um fator
essencial para o êxito do projeto, e desenvolver equipes de
projetos eficazes é uma das responsabilidades primárias do
gerente de projetos. Os gerentes de projetos devem criar um
ambiente que facilite o trabalho em equipe. Os gerentes de
projetos devem mo var a equipe con nuamente fornecendo desafios e oportunidades, oferecendo feedback e apoio
conforme necessário e reconhecendo e recompensando o
bom desempenho. Uma equipe de alto desempenho pode
ser alcançada usando comunicações abertas e eficazes,
desenvolvendo a confiança entre os membros da equipe,
administrando conflitos de forma constru va e es mulando soluções de problemas e tomadas de decisão de forma
colabora va. O gerente de projetos deve solicitar o apoio
da administração e/ou influenciar as partes interessadas
apropriadas para mobilizar os recursos necessários para
desenvolver equipes de projeto eficazes.
Os gerentes de projetos atuais operam em um ambiente
global e trabalham em projetos caracterizados por diversidade cultural. Com frequência, os membros da equipe têm
experiência em setores diversos, vários idiomas e, às vezes,
operam na “linguagem da equipe”, adotando uma linguagem
ou uma norma que não é a sua na va. A equipe de gerenciamento de projetos deve aproveitar as diferenças culturais,
concentrar-se em desenvolver e apoiar a equipe do projeto
ao longo do ciclo de vida do mesmo, e promover o trabalho
de forma interdependente, em um clima de confiança mútua.
Desenvolver a equipe do projeto melhora as habilidades das
pessoas, as competências técnicas, o ambiente global da
equipe e o desempenho do projeto. Requer comunicação
clara, oportuna, eficaz e eficiente entre os membros da equipe ao longo da vida do projeto. Os obje vos de desenvolver
uma equipe de projeto incluem, entre outros:
• aprimorar os conhecimentos e as habilidades dos
membros da equipe para aumentar sua capacidade
de concluir as entregas do projeto, reduzir os custos,
reduzir os cronogramas e melhorar a qualidade;
• aprimorar os sen mentos de confiança e consenso entre os membros da equipe para melhorar a mo vação,
reduzir os conflitos e aumentar o trabalho em equipe e
• criar uma cultura de equipe dinâmica e coesa para aumentar a produ vidade individual e da equipe, o espírito de equipe e a cooperação, e habilitar o treinamento
e mentoria entre os próprios membros da equipe para
compar lhar conhecimentos e experiências.
Gerenciar a Equipe do Projeto
Gerenciar a equipe do projeto é o processo de acompanhar o desempenho de membros da equipe, fornecer
feedback, resolver questões e gerenciar mudanças para o mizar o desempenho do projeto. A equipe de gerenciamento
do projeto observa o comportamento da equipe, gerencia os
conflitos, resolve questões e avalia o desempenho dos membros da equipe. Como resultado do gerenciamento da equipe
do projeto, as solicitações de mudanças são encaminhadas,
o plano de recursos humanos é atualizado, as questões são
resolvidas, são fornecidos comentários para as avaliações
de desempenho e as lições aprendidas são acrescentadas
ao banco de dados da organização.
Gerenciar a equipe do projeto requer diversas habilidades de gerenciamento para es mular o trabalho em equipe
e integrar os esforços dos membros da equipe para criar
equipes de alto desempenho. O gerenciamento da equipe envolve uma combinação de habilidades, com ênfase especial
em comunicação, gerenciamento de conflitos, negociação e
liderança. Os gerentes de projetos devem fornecer tarefas
desafiadoras para os membros da equipe e reconhecimento
pelo alto desempenho.
GERENCIAMENTO DAS COMUNICAÇÕES
DO PROJETO
Planejamento das Comunicações. Distribuição
das Informações. Relatório de Desempenho.
Gerenciar as Partes Interessadas (Iden ficar as
partes interessadas, Planejar as comunicações,
Distribuir informações, Gerenciar as expecta vas
das partes interessadas, Reportar o desempenho)
O gerenciamento das comunicações do projeto inclui os
processos necessários para assegurar que as informações do
projeto sejam geradas, coletadas, distribuídas, armazenadas,
recuperadas e organizadas de maneira oportuna e apropriada. Os gerentes de projetos gastam a maior parte do seu
tempo se comunicando com os membros da equipe e outras
partes interessadas do projeto, quer sejam internas (em
todos os níveis da organização) ou externas à organização.
Uma comunicação eficaz cria uma ponte entre as diversas
partes interessadas envolvidas no projeto, conectando vários ambientes culturais e organizacionais, diferentes níveis
de conhecimento, e diversas perspec vas e interesses na
execução ou nos resultados do projeto. Os processos de
gerenciamento das comunicações do projeto, que inclui os
seguintes itens:
Esses processos interagem entre si e com os processos
das outras áreas de conhecimento. Cada processo ocorre
pelo menos uma vez em todos os projetos e, caso o projeto
seja dividido em fases, pode ocorrer em uma ou mais das
fases do projeto. Embora os processos sejam apresentados
como elementos dis ntos com interfaces bem definidas, na
prá ca eles podem se sobrepor e interagir de formas não
detalhadas.
A a vidade de comunicação tem muitas dimensões em
potencial, incluindo:
• interna (dentro do projeto) e externa (cliente, outros
projetos, os meios de comunicação, o público);
• formal (relatórios, memorandos, instruções) e informal
(e-mails, discussões ad hoc);
• ver cal (nos níveis superiores e inferiores da organização) e horizontal (com colegas);
• oficial (bole ns informa vos, relatório anual) e não
oficial (comunicações confidenciais);
• escrita e oral; e
• verbal e não verbal (inflexões da voz, linguagem corporal).
A maioria das habilidades de comunicação é comum
para o gerenciamento geral e o gerenciamento do projeto.
Alguns exemplos:
• ouvir a vamente e de modo eficaz;
• perguntar, inves gando ideias e situações para garan r
um melhor entendimento;
• educar a fim de aumentar o conhecimento da equipe
para que ela seja mais eficaz;
• levantar fatos para iden ficar ou confirmar as informações;
• definir e administrar as expecta vas;
• persuadir uma pessoa ou empresa a executar uma ação;
• negociar para conseguir acordos mutuamente aceitáveis entre as partes;
• solucionar conflitos para evitar impactos nega vos; e
• resumir, recapitular e iden ficar as etapas seguintes.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
• Identificar as partes interessadas – O processo de
iden ficação de todas as pessoas ou organizações que
podem ser afetadas pelo projeto e de documentação
das informações relevantes relacionadas aos seus interesses, envolvimento e impacto no sucesso do projeto.
• Planejar as comunicações – O processo de determinação das necessidades de informação das partes
interessadas no projeto e definição de uma abordagem
de comunicação.
• Distribuir informações – O processo de colocar as
informações necessárias à disposição das partes interessadas no projeto, conforme planejado.
• Gerenciar as expecta vas das partes interessadas – O
processo de comunicação e interação com as partes
interessadas para atender às suas necessidades e
solucionar as questões à medida que ocorrerem.
• Reportar o desempenho – O processo de coleta e distribuição de informações sobre o desempenho, incluindo
relatórios de andamento, medições do progresso e
previsões.
47
Iden ficar as Partes Interessadas
É o processo de iden ficar todas as pessoas ou organizações que podem ser afetadas pelo projeto e de documentar
as informações relevantes relacionadas aos seus interesses,
envolvimento e impacto no sucesso do projeto. As partes
interessadas são pessoas e organizações, tais como clientes,
patrocinadores, a organização executora e o público, que
estão a vamente envolvidas no projeto ou cujos interesses
podem ser posi va ou nega vamente afetados pela execução
ou pelo término do projeto. Também podem exercer influência sobre o projeto e suas entregas. As partes interessadas
podem estar em diversos níveis da organização e ter diferentes níveis de autoridade, ou ser externas à organização
executora do projeto.
É fundamental para o sucesso do projeto iden ficar as
partes interessadas desde o início e analisar seus níveis de
interesse, expecta vas, importância e influência. Em seguida,
é possível desenvolver uma estratégia para abordar cada
parte interessada e determinar o nível e a oportunidade para
o envolvimento das partes interessadas visando maximizar
as influências posi vas e mi gar os impactos nega vos potenciais. A avaliação e a estratégia correspondente devem
ser revistas periodicamente durante a execução do projeto,
para ajuste de acordo com as mudanças em potencial.
A maioria dos projetos tem um grande número de partes interessadas. Como o tempo do gerente de projetos é limitado
e precisa ser usado com a maior eficiência possível, essas
partes interessadas devem ser classificadas de acordo com
o interesse, a influência e o envolvimento no projeto. Isso
permite que o gerente de projetos se concentre nos relacionamentos necessários para garan r o sucesso do projeto.
para garan r a aplicabilidade con nua. O processo Planejar
as comunicações está estreitamente vinculado aos fatores
ambientais da empresa, já que a estrutura da organização
terá um efeito importante nos requisitos de comunicações
do projeto.
Distribuir Informações
É o processo de colocar as informações necessárias à
disposição das partes interessadas no projeto, conforme
planejado. Consulte as Figuras 10-9 e 10-10. Este processo
é executado durante todo o ciclo de vida do projeto e em
todos os processos de gerenciamento. O foco aqui é principalmente no processo de execução, que inclui a implementação do plano de gerenciamento das comunicações, bem
como a resposta a solicitações inesperadas de informações.
A distribuição eficaz de informações inclui diversas técnicas,
tais como:
• Modelos de emissor-receptor. Realimentações de
feedback e barreiras à comunicação.
• Escolha dos meios de comunicação. Situações específicas de quando comunicar por escrito ou oralmente,
quando escrever um memorando informal ou um
relatório formal e quando comunicar pessoalmente
ou por e-mail.
• Es lo de redação. Voz a va ou passiva, estrutura das
frases e escolha de palavras.
• Técnicas de gerenciamento de reuniões. Preparação
de uma agenda e tratamento de conflitos.
• Técnicas de apresentação. Linguagem corporal e planejamento de apoios visuais.
• Técnicas de facilitação. Obtenção de consenso e superação de obstáculos.
Planejar as Comunicações
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Gerenciar as Expecta vas das Partes Interessadas
48
Planejar as comunicações é o processo de determinar
as necessidades de informação das partes interessadas no
projeto e definir uma abordagem de comunicação.
O processo Planejar as comunicações responde às necessidades de informações e comunicação das partes interessadas; por exemplo, quem precisa de quais informações,
quando elas serão necessárias, como serão fornecidas e por
quem. Embora todos os projetos compar lhem a necessidade de comunicar as informações, as necessidades em si
e os métodos de distribuição variam muito. A iden ficação
das necessidades de informações das partes interessadas e
a determinação dos meios adequados para atender a essas
necessidades são fatores importantes para o sucesso do
projeto.
O planejamento inadequado das comunicações poderá
causar problemas, tais como atraso na entrega de mensagens, comunicação de informações confidenciais para o
público incorreto ou falta de comunicação para algumas das
partes interessadas necessárias. O plano de comunicações
permite que o gerente de projetos documente a abordagem
para uma comunicação mais eficiente e eficaz com as partes
interessadas. Comunicação eficaz significa que as informações são fornecidas no formato correto, no tempo adequado
e com o impacto necessário. Comunicação eficiente significa
fornecer somente as informações que são necessárias. Na
maioria dos projetos, o planejamento das comunicações é
feito bem no início; por exemplo, durante o desenvolvimento
do plano de gerenciamento do projeto. Isso permite que os
recursos adequados, tais como tempo e orçamento, sejam
alocados às a vidades de comunicação. Os resultados desse
processo de planejamento devem ser revistos periodicamente durante todo o projeto e revisados conforme necessário
Gerenciar as expecta vas das partes interessadas é o
processo de comunicação e interação com as partes interessadas para atender às suas necessidades e solucionar
as questões à medida que ocorrerem. Consulte O processo
Gerenciar as expecta vas das partes interessadas envolve as
a vidades de comunicação dirigidas às partes interessadas
para influenciar suas expecta vas, abordar as preocupações
e solucionar as questões, tais como:
• Gerenciar a vamente as expecta vas das partes interessadas para aumentar a probabilidade de aceitação
do projeto, negociando e influenciando seus desejos
para alcançar e manter as metas do projeto.
• Abordar as preocupações que ainda não se tornaram
questões, geralmente relacionadas com a prevenção
de futuros problemas. Essas preocupações precisam
ser reveladas e analisadas e os riscos precisam ser
avaliados.
• Esclarecer e solucionar as questões que foram iden ficadas. A solução pode resultar em uma solicitação de
mudança ou pode ser tratada fora do projeto como,
por exemplo, ser adiada para outro projeto ou fase,
ou transferida para outra en dade organizacional.
O gerenciamento das expecta vas ajuda aumentar a
probabilidade de sucesso do projeto, garan ndo que as
partes interessadas entendam os bene cios e os riscos do
projeto. Isso permite que elas apoiem a vamente o projeto
e ajudem na avaliação de riscos das escolhas do projeto.
Com a previsão da reação das pessoas ao projeto, é possível
adotar ações preven vas para obter seu apoio ou minimizar
os impactos nega vos em potencial. O gerente de projetos é
Reportar o Desempenho
Reportar o desempenho é o processo de coleta e distribuição de informações sobre o desempenho, inclusive
relatórios de andamento, medições do progresso e previsões.
O processo Reportar o desempenho envolve a coleta e a
análise periódica da linha de base em relação aos dados reais
para entender e comunicar o andamento e o desempenho
do projeto, bem como para prever os resultados do projeto.
Os relatórios de desempenho precisam fornecer informações
no nível adequado para cada público. O formato pode variar
desde um simples relatório de andamento até relatórios
mais elaborados. Um relatório de andamento simples pode
mostrar informações do desempenho, como o percentual
completo, ou painéis de indicadores da situação de cada
área (ou seja, escopo, cronograma, custo e qualidade). Os
relatórios mais elaborados podem incluir:
• análise do desempenho anterior;
• situação atual dos riscos e questões;
• trabalho concluído durante o período;
• trabalho a ser concluído no próximo período;
• resumo das mudanças aprovadas no período; e
• outras informações relevantes que devem ser revistas
e analisadas.
Um relatório completo também deve fornecer o término previsto do projeto (incluindo tempo e custo). Esses
relatórios podem ser elaborados periodicamente ou com
base em exceções.
GERENCIAMENTO DE RISCOS DO PROJETO
Planejamento do gerenciamento de riscos.
Iden ficação de riscos; Análise Qualita va
de Riscos. Análise Quan ta va de Riscos;
Planejamento de Respostas a Riscos.
Monitoramento e Controle de Riscos (Planejar o
gerenciamento dos riscos, Iden ficar os riscos,
Realizar a análise qualita va dos riscos, Realizar a
análise quan ta va dos riscos, Planejar as respostas
aos riscos, Monitorar e controlar os riscos)
O gerenciamento dos riscos do projeto inclui os processos
de planejamento, iden ficação, análise, planejamento de respostas, monitoramento e controle de riscos de um projeto.
Os obje vos do gerenciamento dos riscos são aumentar a
probabilidade e o impacto dos eventos posi vos e reduzir a
probabilidade e o impacto dos eventos nega vos no projeto.
Os processos de gerenciamento dos riscos do projeto são:
• Planejar o gerenciamento dos riscos – O processo de
definição de como conduzir as a vidades de gerenciamento dos riscos de um projeto.
• Iden ficar os riscos – O processo de determinação dos
riscos que podem afetar o projeto e de documentação
de suas caracterís cas.
• Realizar a análise qualita va dos riscos – O processo
de priorização dos riscos para análise ou ação adicional
através da avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto.
• Realizar a análise quan ta va dos riscos – O processo
de analisar numericamente o efeito dos riscos iden ficados, nos obje vos gerais do projeto.
• Planejar as respostas aos riscos – O processo de desenvolvimento de opções e ações para aumentar as
oportunidades e reduzir as ameaças aos obje vos do
projeto.
• Monitorar e controlar os riscos – O processo de implementação de planos de respostas aos riscos, acompanhamento dos riscos iden ficados, monitoramento
dos riscos residuais, iden ficação de novos riscos e
avaliação da eficácia dos processos de tratamento dos
riscos durante todo o projeto.
O risco do projeto é sempre futuro. O risco é um evento
ou uma condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito em
pelo menos um obje vo do projeto. Os obje vos podem
incluir escopo, cronograma, custo e qualidade. Um risco
pode ter uma ou mais causas e, se ocorrer, pode ter um ou
mais impactos. A causa pode ser um requisito, uma premissa,
uma restrição ou uma condição que crie a possibilidade de
resultados nega vos ou posi vos. Por exemplo, as causas
podem incluir o requisito de uma autorização ambiental para
o trabalho ou limitações de pessoal designado para planejar
o projeto. O evento de risco é que a agência responsável pela
autorização pode demorar mais do que o planejado para
conceder a autorização ou, no caso de uma oportunidade,
o pessoal de planejamento disponível e designado, embora
seja uma equipe reduzida, possa conseguir terminar o serviço
no prazo, realizando o trabalho com menor u lização de
recursos. Se um desses eventos incertos ocorrer, pode haver
um impacto no custo, no cronograma ou no desempenho
do projeto. As condições de risco podem incluir aspectos
do ambiente da organização ou do projeto que podem contribuir para o risco do projeto, como prá cas imaturas de
gerenciamento de projetos, falta de sistemas integrados de
gerenciamento, vários projetos simultâneos ou dependência
de par cipantes externos que não podem ser controlados.
O risco do projeto tem origem na incerteza existente
em todos os projetos. Os riscos conhecidos são aqueles que
foram iden ficados e analisados, possibilitando o planejamento de respostas. Determinados riscos não podem ser
gerenciados de forma proa va, o que sugere que a equipe
do projeto deveria criar um plano de con ngência. Um risco
do projeto que já ocorreu também pode ser considerado
um problema.
As organizações percebem o risco como o efeito da
incerteza nos obje vos organizacionais e do projeto. As
organizações e as partes interessadas estão dispostas a aceitar vários graus de riscos, o que é chamado de tolerância a
riscos. Os riscos que ameaçam o projeto podem ser aceitos
se es verem dentro das tolerâncias e em equilíbrio com as
recompensas que podem ser ob das ao assumir os riscos.
Por exemplo, a adoção de um cronograma com paralelismo
é um risco assumido para alcançar a recompensa criada por
uma data de término antecipada. As pessoas e os grupos
adotam a tudes em relação ao risco que influenciam o
modo como respondem. Essas a tudes em relação ao risco
são orientadas pela percepção, por tolerâncias e outras
tendenciosidades, que devem ser explicitadas sempre que
for possível. Deve-se desenvolver uma abordagem aos riscos
que seja consistente para cada projeto, e a comunicação
sobre os riscos e como lidar com eles devem ser abertas e
sinceras. As respostas aos riscos refletem o equilíbrio da organização entre correr riscos e evitar riscos. Para ter sucesso, a
organização deve estar comprome da com uma abordagem
proa va e consistente do gerenciamento dos riscos durante
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
responsável pelo gerenciamento das expecta vas das partes
interessadas. O gerenciamento a vo das expecta vas das
partes interessadas diminui o risco de que o projeto deixe de
cumprir suas metas e seus obje vos devido a questões não
solucionadas das partes interessadas e limita os transtornos
durante o projeto.
49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
todo o projeto. É preciso fazer uma escolha consciente em
todos os níveis da organização para iden ficar a vamente
e buscar o gerenciamento eficaz dos riscos durante o ciclo
de vida do projeto. O risco existe a par r do momento em
50
Planejar o Gerenciamento dos Riscos
Planejar o gerenciamento dos riscos é o processo de definição de como conduzir as a vidades de gerenciamento dos
riscos de um projeto. O planejamento cuidadoso e explícito
aumenta a probabilidade de sucesso para os outros cinco
processos de gerenciamento dos riscos. O planejamento dos
processos de gerenciamento dos riscos é importante para
garan r que o grau, o po e a visibilidade do gerenciamento dos riscos sejam proporcionais tanto aos riscos como à
importância do projeto para a organização. O planejamento
também é importante para fornecer tempo e recursos suficientes para as a vidades de gerenciamento dos riscos e
que o projeto é concebido. Avançar no projeto sem um foco
proa vo no gerenciamento dos riscos aumenta o impacto
que um risco realizado pode ter sobre o projeto e pode levar
ao fracasso do projeto.
para estabelecer uma base acordada para a avaliação dos
riscos. O processo de Planejar o gerenciamento dos riscos
deve começar na concepção do projeto e ser concluído nas
fases iniciais do planejamento do projeto.
Iden ficar os Riscos
Iden ficar os riscos é o processo de determinação dos
riscos que podem afetar o projeto e de documentação de
suas características. Os participantes das atividades de
iden ficação de riscos podem incluir os seguintes: gerente
do projeto, membros da equipe do projeto, equipe de gerenciamento dos riscos (se for designada), clientes, especialistas
no assunto externos à equipe do projeto, usuários finais,
Realizar a Análise Qualita va de Riscos
Realizar a análise qualita va de riscos é o processo de
priorização de riscos para análise ou ação adicional pela
avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência
e impacto. As organizações podem aumentar o desempenho
do projeto se concentrando nos riscos de alta prioridade. O
processo de Realizar a análise qualita va dos riscos avalia
a prioridade dos riscos iden ficados usando a sua rela va
probabilidade ou plausibilidade de ocorrência, o impacto
correspondente nos obje vos do projeto se os riscos ocorrerem, bem como outros fatores, como o intervalo de tempo
para resposta e a tolerância a riscos da organização associada
com as restrições de custo, cronograma, escopo e qualidade
do projeto. Essas avaliações refletem a a tude da equipe
do projeto e de outras partes interessadas em relação ao
risco. Portanto, uma avaliação eficaz requer a iden ficação
explícita e o gerenciamento das a tudes em relação ao risco
dos principais par cipantes no processo de Realizar a análise
qualita va de riscos. Caso essas a tudes em relação ao risco
gerem parcialidade na avaliação dos riscos iden ficados,
deve-se avaliá-las e corrigi-las com atenção.
O estabelecimento de definições dos níveis de probabilidade e impacto pode reduzir a influência de parcialidade.
A cri calidade do tempo das ações rela vas aos riscos pode
aumentar a importância do risco. Uma avaliação da qualidade das informações disponíveis sobre os riscos do projeto
também ajuda a elucidar a avaliação da importância do risco
para o projeto.
A realização da análise qualita va de riscos normalmente
é um meio rápido e econômico de estabelecer as prioridades
do processo de Planejar as respostas aos riscos e define a
base para a realização da análise quan ta va dos riscos, se
necessária. O processo de Realizar a análise qualita va dos
riscos deve ser revisto durante o ciclo de vida do projeto para
ficar em dia com as mudanças nos riscos do projeto. Esse processo pode resultar na realização da análise quan ta va dos
riscos ou diretamente no planejamento de respostas a riscos.
Realizar a Análise Quan ta va de Riscos
Realizar a análise quan ta va de riscos é o processo de
analisar numericamente o efeito dos riscos iden ficados nos
obje vos gerais do projeto. A análise quan ta va é realizada
nos riscos que foram priorizados pela análise qualita va de
riscos como tendo impacto potencial e substancial nas demandas concorrentes do projeto. O processo de realizar a
análise quan ta va de riscos analisa o efeito desses eventos
de riscos e pode ser usado para atribuir uma classificação
numérica a esses riscos individualmente ou para avaliar o
efeito agregado de todos os riscos que afetam o projeto.
Também apresenta uma abordagem quan ta va para a
tomada de decisões na presença de incertezas.
O processo de realizar a análise quan ta va de riscos
geralmente segue o da análise qualita va de riscos. Em
alguns casos, realizar a análise quan ta va pode não ser
necessária para desenvolver respostas eficazes a riscos. A
disponibilidade de tempo e orçamento e a necessidade de
declarações qualita vas ou quan ta vas sobre os riscos e
impactos, vão determinar o(s) método(s) a ser(em) usado(s)
em qualquer projeto específico. O processo de
Realizar a análise quan ta va de riscos deve ser repe do
depois de Planejar as respostas aos riscos e também como
parte do processo de Monitorar e controlar os riscos, para
determinar se o risco geral do projeto diminuiu sa sfatoriamente. As tendências podem indicar a necessidade de mais
ou menos ações de gerenciamento dos riscos.
Planejar as Respostas aos Riscos
Planejar as respostas aos riscos é o processo de desenvolvimento de opções e ações para aumentar as oportunidades
e reduzir as ameaças aos obje vos do projeto. É posterior
aos processos de realizar a análise qualita va de riscos e
realizar a análise quan ta va de riscos (se for u lizado) e
engloba a iden ficação e a designação de uma pessoa (o
“responsável pela(s) resposta(s) ao risco”) para assumir a
responsabilidade por cada resposta ao risco acordada e financiada. O processo de planejamento das respostas aborda
os riscos pela prioridade, inserindo recursos e a vidades no
orçamento, no cronograma e no plano de gerenciamento do
projeto, conforme necessário.
As respostas planejadas devem ser adequadas à relevância do risco, ter eficácia de custos para atender ao desafio,
ser realistas dentro do contexto do projeto, acordadas por
todas as partes envolvidas e ter um responsável designado.
Também devem ser oportunas. Em geral é necessário selecionar a melhor resposta ao risco entre as diversas opções
possíveis. A seção Planejar as respostas aos riscos apresenta
as abordagens mais usadas para o planejamento de respostas
a riscos. Os riscos englobam as ameaças e as oportunidades
que podem afetar o sucesso do projeto e são analisadas
respostas para cada um deles.
Monitorar e Controlar os Riscos
Monitorar e controlar os riscos é o processo de implementação dos planos de respostas a riscos, acompanhamento dos riscos iden ficados, monitoramento dos riscos
residuais, iden ficação de novos riscos e avaliação da eficácia
do processo de riscos durante todo o projeto.
As respostas planejadas a riscos que são incluídas no
plano de gerenciamento do projeto são executadas durante
o ciclo de vida do projeto, mas o trabalho do projeto deve
ser con nuamente monitorado em busca de riscos novos,
modificados e desatualizados. O processo de Monitorar e
controlar os riscos u liza técnicas, como análises de variações e tendências, que requerem o uso das informações de
desempenho geradas durante a execução do projeto. Outras
finalidades do processo de monitorar e controlar os riscos
determinam:
• as premissas do projeto ainda são válidas;
• a análise mostra um risco avaliado que foi modificado
ou que pode ser desa vado;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
outros gerentes de projetos, partes interessadas e especialistas em gerenciamento de riscos. Embora essas pessoas
em geral sejam os principais par cipantes da iden ficação
dos riscos, todo o pessoal do projeto deve ser es mulado a
iden ficar riscos.
Identificar os riscos é um processo iterativo porque
novos riscos podem surgir ou se tornar conhecidos durante
o ciclo de vida do projeto. A frequência da interação e os
par cipantes de cada ciclo variam de acordo com a situação.
O formato das declarações de riscos deve ser consistente
para garan r a capacidade de comparar o efeito rela vo de
um evento de risco com outros no projeto. O processo deve
envolver a equipe do projeto de modo que possa desenvolver
e manter um sen do de propriedade e responsabilidade
pelos riscos e pelas ações associadas de resposta a riscos.
As partes interessadas externas à equipe do projeto podem
fornecer informações obje vas adicionais.
51
• as polí cas e os procedimentos de gerenciamento dos
riscos estão sendo seguidos; e
• as reservas para con ngências de custo ou cronograma
devem ser modificadas de acordo com a avaliação atual
dos riscos.
O monitoramento e o controle dos riscos podem envolver
a escolha de estratégias alterna vas, a execução de um plano
alterna vo ou de con ngência, a adoção de ações corre vas
e a modificação do plano de gerenciamento do projeto. O
responsável pela resposta ao risco informa periodicamente
ao gerente de projetos sobre a eficácia do plano, os efeitos
imprevistos e qualquer correção necessária para tratar o
risco de forma adequada. O processo de Monitorar e controlar os riscos também engloba a atualização dos a vos de
processos organizacionais, incluindo os bancos de dados de
lições aprendidas e os modelos de gerenciamento dos riscos
do projeto, para bene cio de futuros projetos.
GERENCIAMENTO DAS AQUISIÇÕES DO
PROJETO
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Planejar Compras e Aquisições. Planejar
Contratações. Solicitar Respostas de
Fornecedores. Selecionar Fornecedores.
Administração de Contrato. Encerramento de
Contrato (Planejar as aquisições, Realizar as
aquisições, Administrar as aquisições, Encerrar as
aquisições)
52
O gerenciamento das aquisições do projeto inclui os
processos necessários para comprar ou adquirir produtos,
serviços ou resultados externos à equipe do projeto. A
organização pode ser tanto o comprador como o vendedor
dos produtos, serviços ou resultados de um projeto. O gerenciamento das aquisições do projeto abrange os processos
de gerenciamento de contratos e controle de mudanças que
são necessários para desenvolver e administrar contratos
ou pedidos de compra emi dos por membros autorizados
da equipe do projeto. O gerenciamento das aquisições do
projeto também abrange a administração de todos os contratos emi dos por uma organização externa (o comprador)
que está adquirindo o projeto da organização executora (o
fornecedor) e a administração das obrigações contratuais
atribuídas à equipe do projeto pelo contrato.
Os processos de gerenciamento das aquisições do projeto são:
• Planejar as aquisições – O processo de documentação
das decisões de compras do projeto, especificando a
abordagem e iden ficando fornecedores em potencial.
• Realizar as aquisições – O processo de obtenção de
respostas de fornecedores, seleção de um fornecedor
e adjudicação de um contrato.
• Administrar as aquisições – O processo de gerenciamento das relações de aquisição, monitorando o
desempenho do contrato e realização de mudanças e
correções conforme necessário.
• Encerrar as aquisições – O processo de finalizar todas
as aquisições do projeto.
Os processos de gerenciamento das aquisições do projeto envolvem contratos que são documentos legais entre
um comprador e um fornecedor. O contrato representa um
acordo mútuo que gera obrigações entre as partes e que
obriga o fornecedor a oferecer os produtos, serviços ou
resultados especificados e obriga o comprador a fornecer
uma contraprestação monetária ou de outro po. O acordo
pode ser simples ou complexo e pode refle r a simplicidade ou complexidade das entregas e do esforço necessário.
Um contrato de aquisição inclui termos e condições e pode
incorporar outros itens especificados pelo comprador para
estabelecer o que o fornecedor deve realizar ou fornecer.
É responsabilidade da equipe de gerenciamento do projeto assegurar que todas as aquisições atendam às necessidades específicas do projeto e, ao mesmo tempo, cumpram
as polí cas de aquisição da organização. Dependendo da
área de aplicação, o contrato também pode ser chamado
de acordo, combinação, subcontrato ou pedido de compra.
A maioria das organizações tem polí cas e procedimentos
documentados que definem especificamente as regras de
aquisição e determinam quem tem autorização para assinar
e administrar esses acordos em nome da organização.
Embora todos os documentos do projeto estejam sujeitos
a algum po de revisão e aprovação, a natureza de obrigação
legal do contrato geralmente significa que ele será subme do
a um processo de aprovação mais abrangente. Em todos os
casos, o foco principal do processo de revisão e aprovação
é garan r que as disposições do contrato descrevam os
produtos, serviços ou resultados que atenderão à necessidade iden ficada do projeto. A equipe de gerenciamento do
projeto pode buscar desde o início o apoio de especialistas
em contratos, compras, aspectos jurídicos e disciplinas técnicas. Esse envolvimento pode ser exigido pelas polí cas
organizacionais.
As diversas a vidades envolvidas nos processos de gerenciamento das aquisições do projeto compõem o ciclo de vida
do contrato. Com o gerenciamento a vo do ciclo de vida do
contrato e uma redação cuidadosa dos termos e condições
das aquisições, alguns riscos iden ficáveis do projeto podem
ser evitados, mi gados ou transferidos para um fornecedor.
Celebrar um contrato de produtos ou serviços é um método
para alocar a responsabilidade pelo gerenciamento ou compar lhar riscos potenciais.
Um projeto complexo pode envolver o gerenciamento
de múl plos contratos ou subcontratos simultaneamente
ou em sequência. Nesses casos, o ciclo de vida de cada contrato pode terminar durante qualquer fase do ciclo de vida
do projeto. O gerenciamento das aquisições do projeto é
analisado sob a perspec va do relacionamento comprador-fornecedor. Esse relacionamento pode exis r em vários
níveis em qualquer projeto e entre organizações internas
e externas à organização adquirente. Dependendo da área
de aplicação, o fornecedor pode ser chamado de contratada, subcontratada, vendedor, prestador de serviços ou
fornecedor. Dependendo da posição do comprador no ciclo
de aquisição do projeto, ele pode ser chamado de cliente,
contratada principal, contratada, organização compradora,
órgão governamental, solicitante do serviço ou comprador. O
fornecedor pode ser visto durante o ciclo de vida do contrato
primeiro como um licitante, depois como a fonte selecionada
e, finalmente, como o fornecedor ou vendedor contratado.
Se a aquisição não for somente de materiais de prateleira,
mercadorias ou produtos comuns, o fornecedor em geral vai
gerenciar o trabalho como um projeto. Nesses casos:
• O comprador torna-se o cliente e, portanto, é uma parte interessada principal do projeto para o fornecedor.
• A equipe de gerenciamento de projetos do fornecedor
está envolvida em todos os processos de gerenciamento de projetos e não somente com os rela vos a essa
área de conhecimento.
Planejar as Aquisições
Planejar as aquisições é o processo de documentação das
decisões de compras do projeto, especificando a abordagem
e iden ficando fornecedores em potencial. Iden fica também as necessidades do projeto que podem, ou devem, ser
melhor atendidas com a aquisição de produtos, serviços ou
resultados fora da organização do projeto, em comparação
com as necessidades do projeto que podem ser efetuadas
pela equipe do projeto.
Esse processo envolve determinar se será contratado
apoio externo e, em caso afirma vo, o que e como será
contratado, o quanto é necessário e quando deverá ser
realizado. Quando o projeto obtém os produtos, serviços
e resultados necessários ao seu desempenho fora da organização executora, os processos desde o planejamento das
aquisições até o encerramento das aquisições são realizados
de custos) ou pode limitar as opções da equipe do
projeto (por exemplo, a aprovação do comprador
para decisões referentes a preenchimento de
vagas muitas vezes é necessária em projetos de
concepção).
para cada item a ser adquirido. O processo de planejamento
das aquisições também engloba a consideração de fornecedores potenciais, principalmente se o comprador deseja
exercer algum grau de influência ou controle sobre as decisões de aquisição. Também é necessário considerar quem
é responsável por obter ou controlar todas as autorizações
relevantes e licenças profissionais que podem ser exigidas
por leis, regulamentação ou polí cas organizacionais na
execução do projeto.
Os requisitos do cronograma do projeto podem influenciar significa vamente a estratégia durante o processo de
planejamento das aquisições. As decisões tomadas no desenvolvimento do plano de gerenciamento das aquisições
também podem influenciar o cronograma do projeto e
estão integradas com os processos de desenvolvimento do
cronograma, es ma va dos recursos das a vidades e com
as decisões de fazer ou comprar.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
• Os termos e as condições do contrato se tornam
entradas principais para muitos dos processos de
gerenciamento do fornecedor. O contrato pode
realmente conter as entradas (por exemplo, entregas mais importantes, marcos principais, objetivos
53
O processo de planejamento das aquisições inclui as
considerações dos riscos envolvidos em cada decisão de fazer
ou comprar. Engloba também a revisão do po de contrato
planejado para ser usado em relação à mi gação dos riscos,
às vezes com a transferência de riscos para o fornecedor.
Realizar as Aquisições
Realizar as aquisições é o processo de obtenção de respostas de fornecedores, seleção de um fornecedor e adjudicação de um contrato. Nesse processo, a equipe receberá
licitações ou propostas e aplicará critérios de seleção previamente definidos para escolher um ou mais fornecedores
que sejam qualificados para realizar o trabalho e aceitáveis
como fornecedor.
Nos itens de aquisições mais importantes, o processo
geral de solicitação de respostas dos fornecedores e avaliação dessas respostas pode ser repe do. É possível gerar
uma lista resumida de fornecedores qualificados com base
em uma proposta preliminar. Uma avaliação mais detalhada
poderá então ser realizada de acordo com um documento
de requisitos mais específicos e abrangentes solicitado aos
fornecedores da lista resumida. Além disso, as ferramentas
e técnicas descritas aqui podem ser usadas sozinhas ou em
combinação para selecionar os fornecedores. Por exemplo,
é possível usar um sistema de ponderação para:
• selecionar um único fornecedor que será solicitado a
assinar um contrato padrão; e
• estabelecer uma sequência de negociação classificando todas as propostas pelas pontuações da avaliação
ponderada atribuídas a cada proposta.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Administrar as Aquisições
54
Administrar as aquisições é o processo de gerenciar as
relações de aquisição, monitorar o desempenho do contrato
e fazer mudanças e correções conforme necessário. Tanto
o comprador como o fornecedor administram o contrato
de aquisição para obje vos semelhantes. Cada um precisa
assegurar que as duas partes cumpram suas obrigações
contratuais e que seus próprios direitos legais sejam protegidos. O processo de administração das aquisições garante
que o desempenho do fornecedor cumpra os requisitos da
aquisição e que o comprador cumpra os termos do contrato
legal. A natureza legal da relação contratual torna impera vo
que a equipe de gerenciamento do projeto esteja ciente das
implicações legais de ações adotadas na administração de
qualquer aquisição. Em projetos maiores com vários fornecedores, um aspecto fundamental da administração de contratos é gerenciar as interfaces entre os diversos fornecedores.
Devido às variadas estruturas organizacionais, muitas
organizações tratam a administração de contratos como uma
função administra va separada da organização do projeto.
Embora possa haver um administrador de aquisições na
equipe do projeto, esse indivíduo em geral se reporta a um
supervisor de outro departamento. Isso ocorre principalmente se a organização executora também for o fornecedor do
projeto para um cliente externo.
A administração das aquisições engloba a aplicação dos
processos apropriados de gerenciamento de projetos às relações contratuais e a integração das saídas desses processos
no gerenciamento geral do projeto. Essa integração muitas
vezes ocorre em vários níveis quando existem vários fornecedores e quando há o envolvimento de vários produtos,
serviços ou resultados. Os processos de gerenciamento de
projetos que se aplicam podem incluir, entre outros:
• orientar e gerenciar a execução do projeto para autorizar o trabalho do fornecedor na ocasião apropriada;
• reportar o desempenho para monitorar o escopo do
contrato, os custos, o cronograma e o desempenho
técnico;
• realizar o controle da qualidade para inspecionar e
verificar a adequação do produto do fornecedor;
• realizar o controle integrado de mudanças para garan r
que as mudanças sejam aprovadas de forma adequada
e que todas as pessoas envolvidas estejam cientes
dessas mudanças; e
• monitorar e controlar os riscos para garan r a mi gação dos riscos.
A administração das aquisições também tem um componente de gerenciamento financeiro que envolve o monitoramento dos pagamentos ao fornecedor. Isso garante
que os termos de pagamento definidos no contrato sejam
cumpridos e que a remuneração do fornecedor fique vinculada ao seu progresso, conforme definido no contrato.
Uma das principais preocupações ao fazer o pagamento
dos fornecedores é que exista uma relação rigorosa entre
os pagamentos feitos e o trabalho realizado.
O processo de administração das aquisições analisa e
documenta como o fornecedor está se desempenhando ou
se desempenhou com base no contrato e estabelece ações
corre vas quando necessário. Essa revisão do desempenho pode ser usada como uma medida da competência do
fornecedor para realizar trabalhos similares em projetos
futuros. Avaliações semelhantes também são realizadas
quando é necessário confirmar que um fornecedor não está
cumprindo as obrigações contratuais e quando o comprador
precisa considerar ações corre vas. A administração das
aquisições engloba o gerenciamento de qualquer cancelamento do trabalho contratado (por justa causa, conveniência
ou inadimplemento) de acordo com a cláusula de rescisão
do contrato.
Os contratos podem ser re ficados a qualquer momento
antes do encerramento por consen mento mútuo, de acordo com os termos de controle de mudanças do contrato.
Essas alterações nem sempre beneficiam igualmente o
fornecedor e o comprador.
Encerrar as Aquisições
Encerrar as aquisições é o processo de finalização de
cada aquisição do projeto. Como envolve verificar se todo
o trabalho e as entregas são aceitáveis, serve de apoio ao
processo de encerramento do projeto ou a fase. O processo
de encerramento das aquisições também envolve a vidades administra vas como finalização das reivindicações em
aberto, atualização dos registros para refle r os resultados
finais e arquivamento dessas informações para uso futuro. O
encerramento das aquisições aborda cada contrato aplicável
ao projeto ou a uma fase do projeto. Em projetos com várias
fases, a vigência de um contrato pode se aplicar somente a
uma determinada fase do projeto. Nesses casos, o processo de encerramento de aquisições encerra as aquisições
aplicáveis àquela fase do projeto. As reivindicações não
resolvidas podem estar sujeitas a um processo judicial após
o encerramento. Os termos e condições do contrato podem
recomendar procedimentos específicos para encerramento
do contrato.
GERENCIAMENTO DA INTEGRAÇÃO DO
PROJETO
Desenvolver o Termo de Abertura do
Projeto. Desenvolver a Declaração do Escopo
Preliminar do Projeto. Desenvolver o Plano de
Gerenciamento do Projeto. Orientar e Gerenciar
a Execução do Projeto. Monitorar e Controlar
o Trabalho do Projeto. Controle Integrado de
Mudanças. Encerrar o Projeto (Desenvolver o
termo de abertura do projeto, Desenvolver o
plano de gerenciamento do projeto, Orientar
e gerenciar a execução do projeto, Monitorar
e controlar o trabalho do projeto, Realizar o
controle integrado de mudanças, Encerrar o
projeto ou fase)
O Gerenciamento da integração do projeto inclui os
processos e as a vidades necessárias para iden ficar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e
a vidades dos grupos de processos de gerenciamento. No
contexto de gerenciamento de projetos, integração inclui
caracterís cas de unificação, consolidação, ar culação e
ações integradoras que são essenciais para o término do
projeto, para gerenciar com sucesso as expecta vas das partes interessadas e atender aos requisitos. O gerenciamento
da integração do projeto requer que sejam feitas escolhas
sobre alocação de recursos, concessões entre obje vos e
alterna vas conflitantes e gerenciamento de dependências
mútuas entre as áreas de conhecimento. Os processos de
gerenciamento de projetos são geralmente introduzidos
como dis ntos e com fronteiras comuns definidas, enquanto
na prá ca, os mesmos sobrepõem-se e interagem de maneiras que não podem ser completamente detalhadas no Guia
PMBOK. Os processos de gerenciamento da integração de
projetos são:
• Desenvolver o termo de abertura do projeto – O
processo de desenvolvimento de um documento que
formalmente autoriza um projeto ou uma fase e a
documentação dos requisitos iniciais que sa sfaçam
as necessidades e expecta vas das partes interessadas.
• Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto – O
processo de documentação das ações necessárias para
definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos
auxiliares.
• Orientar e gerenciar a execução do projeto – O processo de realização do trabalho definido no plano de
gerenciamento do projeto para a ngir os obje vos do
projeto.
• Monitorar e controlar o trabalho do projeto – O processo de acompanhamento, revisão e regulação do
progresso para atender aos obje vos de desempenho
definidos no plano de gerenciamento do projeto.
• Realizar o controle integrado de mudanças – O processo de revisão de todas as solicitações de mudança,
aprovação de mudanças e gerenciamento de mudanças nas entregas, a vos de processos organizacionais,
documentos de projeto e plano de gerenciamento do
projeto.
• Encerrar o projeto ou fase – O processo de finalização
de todas as a vidades de todos os grupos de processos
de gerenciamento do projeto para terminar formalmente o projeto ou a fase.
A necessidade do Gerenciamento da integração do projeto fica evidente em situações em que processos dis ntos
interagem. Por exemplo, uma es ma va de custos necessária
para um plano de con ngência envolve a integração dos
processos nas áreas de conhecimentos de custos, tempo e
riscos. Quando riscos adicionais associados às várias alterna vas de preenchimento de vagas são iden ficados, então
um ou mais desses processos podem ser reconsiderados. As
entregas do projeto também podem precisar ser integradas
às operações em progresso da organização executora ou
da organização do cliente, ou ao planejamento estratégico
de longo prazo que considera problemas ou oportunidades
futuras. O Gerenciamento da integração do projeto também
inclui as a vidades necessárias para gerenciar documentos
e assegurar consistência no plano de gerenciamento do
projeto e entregas.
A maioria dos pra cantes de gerenciamento de projetos
sabe que não há uma única maneira de se gerenciar um
projeto. Eles aplicam conhecimentos em gerenciamento,
habilidades e processos necessários com ordens e rigor diferentes para atender o desejado desempenho do projeto. No
entanto, a ideia de que um processo dis nto não é exigido,
não significa que este não deva ser discu do. O gerente e
a equipe devem sempre discu r todos os processos para
determinar o nível de execução de cada processo para cada
projeto. Se há mais do que uma fase, o mesmo nível de rigor
deve ser usado nos processos dentro de cada fase.
A natureza integra va de projetos e gerenciamento pode
ser entendida considerando-se outros pos de a vidades realizadas durante a execução de um projeto. São exemplos de
algumas a vidades realizadas pela equipe de gerenciamento:
• Analisar e entender o escopo. Isto inclui os requisitos
do projeto e produto, critérios, premissas, restrições e
outras influências relacionadas ao projeto, e como cada
um será gerenciado ou discu do dentro do mesmo.
• Entender como capturar a informação iden ficada
e transformá-la em um plano de gerenciamento do
projeto usando uma abordagem estruturada como
descrita no Guia PMBOK® (PMBOK® Guide).
• Realizar a vidades para produzir as entregas do projeto.
• Medir e monitorar todos os aspectos do progresso do
projeto e tomar as medidas necessárias para atender
os obje vos do mesmo.
Entre os processos dos grupos de processos de gerenciamento do projeto as ligações são frequentemente realimentadas. O grupo de processos de planejamento fornece ao
grupo de processos de execução, um plano de gerenciamento
do projeto documentado no início do projeto, facilitando
as atualizações ao plano de gerenciamento, se mudanças
ocorrerem durante o progresso do mesmo.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O cancelamento de um contrato é um caso especial
de encerramento das aquisições que pode resultar de um
acordo mútuo entre as partes, do inadimplemento de uma
das partes ou por conveniência do comprador, se es ver
estabelecido no contrato. Os direitos e responsabilidades
das partes no evento de um cancelamento estão con dos na
cláusula de rescisão do contrato. De acordo com os termos e
condições dessas aquisições, o comprador pode ter o direito
de cancelar todo o contrato ou uma parte dele a qualquer
momento por justa causa ou por conveniência. Contudo, com
base nos termos e condições desses contratos, o comprador
pode ter que ressarcir o fornecedor pelas preparações e por
qualquer trabalho concluído e aceito relacionado à parte
cancelada do contrato.
55
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto
56
Desenvolver o termo de abertura do projeto é o processo
de desenvolvimento de um documento que formalmente
autoriza um projeto ou uma fase e a documentação dos requisitos iniciais que sa sfaçam as necessidades e expecta vas
das partes interessadas. Estabelece uma parceria entre a
organização executora e a organização solicitante (ou cliente,
no caso de projetos externos). O termo de abertura do projeto
formalmente o inicia. Um gerente de projetos é iden ficado,
selecionado e designado o mais cedo possível, preferivelmente
enquanto o termo de abertura está sendo desenvolvido e
sempre antes do início do planejamento. É recomendado que o
gerente de projetos par cipe do desenvolvimento do termo de
abertura, uma vez que este supre o gerente com a autoridade
para usar recursos nas a vidades do projeto.
Projetos são autorizados por alguém externo ao mesmo,
tais como um patrocinador, um escritório de projetos ou
um comitê dire vo de por ólio. O iniciador do projeto, ou
patrocinador, deve estar num nível que seja apropriado para
financiá-lo. Eles criam o termo de abertura ou transmitem
esta tarefa ao gerente de projetos. A assinatura do iniciador
no termo de abertura autoriza o projeto. Projetos são autorizados devido a necessidades dos negócios internos ou
a influências externas, normalmente provoca a criação de
uma análise de necessidades, business case, ou descrição da
situação que o projeto tratará. A abertura do mesmo conecta-o à estratégia e ao trabalho em progresso da organização.
Desenvolver o Plano de Gerenciamento do Projeto
Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto é
o processo de documentação das ações necessárias para
definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares. O plano de gerenciamento do projeto define como o
mesmo é executado, monitorado e controlado e encerrado. O
conteúdo do plano de gerenciamento do projeto variará dependendo da área de aplicação e complexidade do mesmo.
O plano de gerenciamento é desenvolvido através de uma
série de processos integrados até o encerramento do projeto.
Esse processo resulta em um plano de gerenciamento do
projeto que é progressivamente elaborado por atualizações,
controladas e aprovadas pelo processo Realizar o controle
integrado de mudanças.
Orientar e Gerenciar a Execução do Projeto
Orientar e gerenciar a execução do projeto é o processo
de realização do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para a ngir os obje vos. Essas a vidades
incluem, mas não estão limitadas a:
• executar as a vidades para realizar os obje vos do
projeto;
• criar as entregas do projeto;
• formar, treinar e gerenciar os membros da equipe
designados para o projeto;
• obter, gerenciar e usar recursos, inclusive materiais,
ferramentas, equipamentos e instalações;
O gerente de projetos, juntamente com a equipe do
projeto, orienta o desempenho das a vidades planejadas e
gerencia as diversas interfaces técnicas e organizacionais que
existem dentro do projeto. O processo Orientar e gerenciar
a execução do projeto é diretamente afetado pela área de
aplicação do projeto. Entregas são produzidas como saídas
de processos realizados para completar o trabalho planejado e agendado no plano de gerenciamento do projeto. As
informações sobre o desempenho do trabalho e a situação
atual de finalização das entregas e o que já foi alcançado,
são coletadas como parte da execução do projeto e são
alimentadas no processo de relatório de desempenho. As
informações sobre o desempenho do trabalho serão u lizadas também como entrada no grupo de processos de
monitoramento e controle.
Orientar e gerenciar a execução do projeto também
requer a implementação de mudanças aprovadas, incluindo:
• Ação corre va – Orientação documentada para que o
trabalho do projeto seja executado de modo que seu
desempenho futuro esperado fique de acordo com o
plano de gerenciamento.
• Ação preven va – Uma orientação documentada para
a realização de uma a vidade que pode reduzir a probabilidade de consequências nega vas associadas aos
riscos do projeto.
• Reparo de defeito – A identificação documentada
formalmente de um defeito em um componente do
projeto com a recomendação para reparar o defeito
ou subs tuir completamente o componente.
Monitorar e Controlar o Trabalho do Projeto
Monitorar e controlar o trabalho do projeto é o processo
de acompanhamento, revisão e ajuste do progresso para
atender aos obje vos de desempenho definidos no plano
de gerenciamento.
O monitoramento é um aspecto do gerenciamento executado do início ao término do projeto, que inclui a coleta,
medição e distribuição das informações de desempenho e a
avaliação das medições e tendências para efetuar melhorias
no processo. O monitoramento con nuo fornece à equipe de
gerenciamento uma compreensão clara da saúde do projeto,
iden ficando quaisquer áreas que possam requerer atenção
especial. O controle inclui a determinação de ações corre vas
ou preven vas ou o replanejamento e acompanhamento dos
planos de ação para definir se as ações tomadas resolveram
a questão de desempenho. O processo Monitorar e controlar
o trabalho do projeto concerne à(ao):
• comparação do desempenho real do projeto com o
plano de gerenciamento do projeto;
• avaliação do desempenho para determinar se quaisquer ações corre vas ou preven vas são indicadas e
então recomendá-las se necessário;
• iden ficação, análise e acompanhamento de novos riscos e o monitoramento de riscos existentes, garan ndo
que sejam iden ficados, que o seu acompanhamento
seja reportado e que os planos apropriados de resposta
a riscos sejam implementados;
• manutenção de uma base de informações precisas e
oportunas a respeito do produto(s) do projeto e suas
rela vas documentações do início ao término do projeto;
• fornecimento de informações para dar suporte ao relatório de andamento, medição de progresso e previsão;
• fornecimento de previsões para a atualização do custo
e informações do cronograma atuais; e
• monitoramento da execução das mudanças aprovadas
conforme ocorrem.
Realizar o Controle Integrado de Mudanças
Realizar o controle integrado de mudanças é o processo
de revisão de todas as solicitações, aprovação e gerenciamento de mudanças em entregas, a vos de processos organizacionais, documentos de projeto e plano de gerenciamento
do projeto. O processo Realizar o controle integrado de
mudanças é conduzido do início ao término do projeto. O
plano de gerenciamento do projeto, a declaração do escopo
e outras entregas são man das por meio do gerenciamento
cuidadoso e con nuo das mudanças, ou pela rejeição ou da
aprovação das mesmas, assegurando assim que somente
as mudanças aprovadas são incorporadas à linha de base
revisada.
O processo Realizar o controle integrado de mudanças
inclui as seguintes a vidades de gerenciamento de mudanças
em níveis diferentes de detalhes, com base no progresso do
projeto de execução:
• influenciar os fatores que tentam evitar o controle integrado de mudanças para que somente as mudanças
aprovadas sejam implementadas;
• revisar, analisar e aprovar as solicitações de mudança
imediatamente, que é essencial já que uma decisão
lenta pode afetar nega vamente o tempo, custo ou
viabilidade de uma mudança;
• gerenciar as mudanças aprovadas;
• manter a integridade das linhas de base liberando
somente as mudanças aprovadas para serem incorporadas ao plano de gerenciamento do projeto e aos
documentos do projeto;
• revisar, aprovar ou rejeitar todas as ações corre vas e
preven vas recomendadas;
• coordenar as mudanças por meio de todo o projeto
(por exemplo, uma mudança proposta no cronograma
frequentemente afetará o custo, o risco, a qualidade e
a equipe); e
• documentar o impacto completo das solicitações de
mudança.
As mudanças podem ser solicitadas por qualquer parte
interessada envolvida no projeto. Embora possam ser iniciadas verbalmente, devem ser sempre registradas de maneira
escrita e introduzidas no gerenciamento de mudanças e/
ou no sistema de gerenciamento de configurações. As solicitações de mudança estão condicionadas ao processo
especificado no controle de mudança e sistemas de controle
de configuração. Esses processos de solicitação podem precisar de informações a respeito dos impactos es mados no
tempo e custos.
Toda solicitação documentada de mudança deve ser
aprovada ou rejeitada por alguma autoridade dentro da
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
• implementar os padrões e os métodos planejados;
• estabelecer e gerenciar os canais de comunicação do
projeto, tanto externos como internos à equipe do
projeto;
• gerar dados do projeto, tais como custo, cronograma,
progresso técnico e da qualidade e informações sobre
o andamento do projeto para facilitar previsões;
• emi r solicitações de mudanças e adaptar mudanças
aprovadas no escopo do projeto, planos, e ambiente;
• gerenciar riscos e implementar a vidades de resposta
a riscos;
• gerenciar vendedores e fornecedores; e
• coletar e documentar lições aprendidas e implementar
as a vidades de melhorias nos processos aprovados.
57
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
58
equipe de gerenciamento do projeto ou organização externa. Em muitos projetos, o gerente recebe autoridade
para aprovar certos pos de solicitações de mudança como
definido nas documentações de papéis e responsabilidades
do projeto. Sempre que necessário, o processo Realizar o
controle integrado de mudanças inclui um comitê de controle
de mudança (CCM) responsável pela aprovação ou rejeição
das solicitações. Os papéis e responsabilidades desses comitês são claramente definidos dentro dos procedimentos
de controle de configuração e mudanças e são aceitos pelas
partes interessadas apropriadas. Muitas organizações de
grande porte possuem uma estrutura de comitês em vários
níveis, dividindo as responsabilidades entre os mesmos. Se
o projeto es ver sendo fornecido por meio de um contrato,
então algumas mudanças propostas podem precisar ser
aprovadas pelo cliente de acordo com o contrato.
Solicitações de mudança aprovadas podem requerer
novas ou revisadas es ma vas de custos, sequências de
a vidades, datas de cronograma, requisitos de recursos e
análise de alterna vas de resposta aos riscos. Essas mudanças podem requerer ajustes ao plano de gerenciamento do
projeto ou a outros planos/documentos de gerenciamento
do projeto. O nível de controle de mudança aplicado depende
da área de aplicação, complexidade do projeto específico,
requisitos contratuais e o contexto e ambiente no qual o
projeto é executado.
Um sistema de gerenciamento de configuração com
controle integrado de mudanças fornece uma maneira
padronizada, efe va e eficiente de gerenciar, de maneira
centralizada, as mudanças e linhas de base aprovadas dentro
de um projeto. O controle de configuração é focado na especificação das entregas e dos processos, enquanto o controle
de mudanças é focado na iden ficação, documentação e
controle de mudanças e as linhas de base do produto. A
aplicação do sistema de gerenciamento em todo o projeto,
incluindo processos de controle de mudanças, alcança três
obje vos principais:
• estabelece um método evolu vo para consistentemente iden ficar e solicitar mudanças nas linhas de base
estabelecidas e avaliar o valor e efe vidade dessas
mudanças;
• proporciona oportunidades de validar e aprimorar o
projeto con nuamente considerando o impacto de
cada mudança;
• fornece à equipe de gerenciamento do projeto o mecanismo para que se comunique, consistentemente,
todas as mudanças aprovadas e rejeitadas às partes
interessadas. Algumas das a vidades do gerenciamento de configuração inclusas no processo integrado de
controle de mudanças são as seguintes:
– Iden ficação da configuração. A seleção e iden ficação de um item de configuração fornece a base
pela qual a configuração de um produto é definida
e verificada, produtos e documentos são rotulados,
mudanças são gerenciadas e a responsabilidade é
man da.
– Registro da situação da configuração. Informações
são registradas e reportadas indicando quando os
dados apropriados, a respeito do item de configuração, devem ser fornecidos. Essas informações
incluem uma lista de iden ficação de configurações
aprovadas, andamento das propostas de mudanças
na configuração e andamento da execução das
mudanças aprovadas.
– Verificação e auditoria da configuração. A verificação e auditorias da configuração garantem que
a composição dos itens de configuração de um
projeto está correta e que as mudanças correspondentes foram registradas, avaliadas, acompanhadas
e corretamente efetuadas. Isso assegura que os
requisitos funcionais, definidos na documentação
da configuração, foram atendidos.
Encerrar o Projeto ou Fase
Encerrar o projeto ou fase é o processo de finalização
de todas as a vidades, de todos os grupos de processos de
gerenciamento do projeto, para encerrar formalmente o
projeto ou a fase.
Durante o encerramento do projeto, o gerente revisará
todas as informações prévias dos encerramentos de fases
anteriores, assegurando que todo o trabalho do projeto
está completo e que o mesmo alcançou seus obje vos. Já
que o escopo é medido em comparação com o plano de gerenciamento, o gerente revisará o documento para garan r
a conclusão antes do encerramento do projeto. O processo
Encerrar o projeto ou fase determina os procedimentos para
inves gar ou documentar os mo vos de ações realizadas se
o mesmo é encerrado antes da sua conclusão.
Isso inclui todas as a vidades necessárias para administrar o encerramento do projeto ou de uma fase, inclusive
metodologias passo a passo que tratam das:
• ações e a vidades necessárias para sa sfazer a conclusão ou critérios de saída para a fase ou o projeto;
• ações e a vidades necessárias para transferir os produtos, serviços ou resultados do projeto para a próxima
fase ou produção e/ou operações e
• a vidades necessárias para coletar registros do projeto
ou da fase, auditar o sucesso ou fracasso do projeto,
coletar lições aprendidas e arquivar informações do
projeto para o uso futuro da organização.
Avaliação por Competências
A premissa básica é a de que o funcionário sabe ou
pode aprender a iden ficar suas próprias competências,
necessidades, pontos fortes, pontos fracos e metas. Assim,
ele é a pessoa mais capaz de determinar o que é melhor
para si. O papel dos superiores e da área de RH passa a ser
o de ajudar o funcionário a relacionar seu desempenho às
necessidades e à realidade da organização.
Esse novo modelo desperta dúvidas e uma delas é sobre
a conceituação do que são competências. Por ser um termo
amplamente u lizado e com diversas conotações, escolhemos a definição de Leboyer (1997, p. 35):
Competências são repertórios de comportamentos
que algumas pessoas e/ou organizações dominam,
o que as faz destacar de outras em contextos específicos.
É importante ressaltar que o conceito destaca a excelência, o que torna necessário estabelecer um processo
sistema zado, com metodologias específicas, passível de
mensuração e comparação de performances entre os vários
colaboradores de uma ins tuição, quando se deseja iden ficar pessoas dentro do perfil desejado.
Gramignia (2002) alega ser possível pensar na avaliação
de desempenho por competências como um poderoso meio
de iden ficar os potenciais dos funcionários, melhorar o
desempenho da equipe e a qualidade das relações dos
funcionários e superiores, assim como es mular os funcionários a assumirem a responsabilidade pela excelência dos
resultados pessoais e empresariais.
GESTÃO PÚBLICA EFICIENTE, EFICAZ E
EFETIVA
Eficiência e Eficácia
Entre o fim da Guerra Civil e o começo do século XX, nos
Estados Unidos, a indústria expandiu-se aceleradamente. Sem
dúvida, essa foi a era das grandes invenções e do surgimento
das empresas que viriam a se tornar os grandes conglomerados atuais. A expansão da indústria es mulou o debate
sobre o aumento da eficiência e da produ vidade, temas que
desde o início da Revolução Industrial sempre foram objetos
de interesse. Adam Smith, no século XVIII, já havia chamado
a atenção para os ganhos de produ vidade decorrentes da
divisão do trabalho, em comparação com os métodos artesanais que até então dominavam as a vidades produ vas.
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o criador do
movimento da Administração Cien fica, transformou esse
debate em um conjunto de princípios e técnicas. No início de
sua carreira como engenheiro, Taylor ocupou-se da eficiência
das operações fabris, especialmente na indústria siderúrgica.
Taylor entendia os mecanismos da eficiência como auxiliares da Administração Cien fica ou, sistema camente,
como formas de colocar em prá ca os princípios da Administração Cien fica. Para ele, esses mecanismos consis riam de
uma revolução mental, uma revolução na maneira de encarar
o trabalho e as responsabilidades em relação à empresa e
aos companheiros de trabalho.
De 1911 em diante, o público tomou conhecimento
dessas ideias. Taylor teve o mérito de elaborar, sistema zar e disseminar um conjunto de princípios que vinham ao
encontro de uma necessidade e, por isso, foram recebidos
com grande entusiasmo. Estudos de tempos e movimentos,
descrições de cargos, organização e métodos, engenharia de
eficiência e racionalização do trabalho, foram algumas das
ideias que a ação de Taylor colocou na ordem do dia e até
hoje estão em pauta.
Frank B. Gilbreth (1868-1924) foi um engenheiro norte-americano contemporâneo de Taylor. Acompanhou Taylor
em seu interesse pelo esforço humano como meio de aumentar a produ vidade. Concluiu que todo trabalho manual
poderia ser reduzido a movimentos elementares – os quais
denominou therblig (Gilbreth de trás para frente) –, para a
realização de qualquer tarefa.
O conceito de eficiência é fundamental para a Administração Cien fica. A análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos buscava a melhor maneira de executar
uma tarefa e elevar a eficiência do operário. A eficiência (E)
significa a correta u lização dos recursos (meios de produção) disponíveis. Pode ser definida pela equação:
E = P/R,
onde P são os produtos resultantes e o R os recursos
u lizados.
A eficiência preocupa-se com os meios e métodos que
precisam ser planejados a fim de assegurar a o mização dos
recursos disponíveis. Para Emerson (1913), “a eficiência é a
relação entre o que é conseguido e o que pode ser conseguido. A consequência direta da eficiência é a produ vidade”.
Harrington Emerson (1853-1931) foi também contemporâneo de Taylor, engenheiro que simplificou os métodos
de trabalho. Popularizou a Administração Cien fica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre a seleção e treinamento
de empregados.
Emerson listou os doze princípios da eficiência em livro
de tulo homólogo, no qual sistema zou a procura da eficiência nas indústrias da época. Os princípios são:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
A gestão por competências é sistema gerencial que busca
impulsionar os funcionários na competência profissional,
acrescentando capacidades e aumentando as já existentes.
Competências são aqui entendidas como as capacidades,
os conhecimentos e as caracterís cas pessoais que dis nguem os profissionais de alto desempenho daqueles de
desempenho regular em determinada função.
O gerenciamento baseado em competências ou Gestão
por Competências é uma ferramenta que iden fica as competências essenciais, as habilidades e os conhecimentos determinantes da eficácia profissional e também as lacunas de
qualificação do funcionário para tarefas específicas e fornece
recursos para aperfeiçoar suas capacidades. O resultado é um
quadro de funcionários mais talentosos e mais produ vos.
Prahalad (1997) afirma que, na maior parte das vezes,
é a percepção do gerente sobre o funcionário que define a
competência deste. Se for uma percepção correta é ponto a
favor do funcionário. Geralmente, contudo, a percepção do
gerente é incompleta. Ou, então, não compreendida pelos
funcionários. Ou, ainda, as percepções dos outros podem
ser diferentes. Isso pode tornar confuso e traiçoeiro o progresso de um funcionário pelo labirinto do desenvolvimento
profissional, que é por si mesmo repleto de obstáculos.
Também existem outras dificuldades, por exemplo, como os
funcionários aprendem o que é necessário para ser eficaz?
Muitos por meio de tenta va e erro, outros de suposições e
até por boatos e lendas. O resultado é que cada funcionário
possui uma visão diferente e só parcialmente correta sobre
o que é preciso para ser eficaz no trabalho.
O gerenciamento baseado nas competências representa
uma mudança cultural em direção a um maior senso de
responsabilidade e autogestão dos funcionários. É também
uma maneira simples de melhorar o desempenho.
O primeiro passo é definir as competências técnicas,
as conceituais e as interpessoais, dentro de cada função.
É importante salientar que definir competência não é definir
tudo aquilo que o funcionário faz, mas determinar quais capacitações devem ser fomentadas, protegidas ou diminuídas.
Para pensarmos em implantar um modelo de avaliação
que toma por base as competências pessoais, é imprescindível que tenhamos consciência da agilidade, mobilidade e
inovação que as organizações precisam para lidar com as mudanças constantes, ameaças e oportunidades emergentes.
São essas mudanças que levam a própria empresa a rever
muitas de suas estratégias organizacionais e também a levam
a pensar em quais são as competências necessárias ou desejáveis aos profissionais que integram seus quadros no momento
presente e também no futuro. As pessoas e seus conhecimentos e competências passam a ser a base principal da empresa.
Assim, as pessoas deixam de ser recursos e passam a ser
tratadas como seres dotados de habilidades, conhecimentos,
a tudes, sen mentos, emoções, aspirações etc.
No modelo de Gestão por Competência, a avaliação é
apenas uma ferramenta que auxilia o funcionário a esclarecer, para si mesmo e para a organização, quais as competências que possui e quais deverão buscar desenvolver ou
incrementar. Esse processo deverá sempre estar alinhado às
competências essenciais da própria organização.
A avaliação inicia-se pelo mapeamento, que irá permi r
colher dados rela vos às competências necessárias para o
bom desempenho das a vidades e ao perfil do funcionário
quanto a essas competências, categorizando-as em três
blocos, que são: Competências conceituais (conhecimento
e domínio de conceitos e teorias que embasam as técnicas);
Competências técnicas (domínio de métodos e ferramentas
específicas para determinada área de trabalho) e Competências interpessoais (permi r que as pessoas se comuniquem
e interajam de forma eficaz. A tudes e valores pessoais).
59
1. traçar plano bem definido, de acordo com os obje vos;
2. estabelecer o predomínio do bom senso;
3. oferecer orientação e supervisão competentes;
4. manter disciplina;
5. impor hones dade nos acordos, ou seja, jus ça social
no trabalho;
6. manter registros precisos, imediatos e adequados;
7. oferecer remuneração proporcional ao trabalho;
8. fixar normas padronizadas para as condições de
trabalho;
9. fixar normas padronizadas para o trabalho em si;
10. fixar normas padronizadas para as operações;
11. estabelecer instruções precisas;
12. oferecer incen vos ao maior rendimento e à eficiência.
Imagine uma par da de futebol em que o resultado da
par da seja 5 x 4. Poderíamos dizer que o ataque da equipe
derrotada foi ineficiente? A resposta é não. Mesmo perdendo a par da, o ataque do me derrotado foi eficiente porque
marcou quatro gols; muito embora o me como um todo
tenha sido ineficaz por perder a par da. Da mesma forma,
poderíamos dizer que a defesa da equipe vencedora foi eficiente? A resposta também é não. Mesmo mostrando eficácia no resultado da par da, sua defesa amargou quatro gols.
Assim, temos em mente que o me vencedor, mesmo
tendo sido eficaz como um todo e tendo contemplado um
ataque eficiente, ainda carece de eficiência na defesa.
Por definição, eficiência é a ação, a força de produzir
um efeito adequado. Eficácia, por sua vez, é a qualidade ou
propriedade de produzir o efeito desejado, ou seja, “fazer
as coisas certas, do modo certo, no tempo certo”.
Em uma organização, todo e qualquer movimento que
se faz deveria ser, sempre, des nado a alcançar um obje vo
ou resultado desejado. Aquilo que é feito está relacionado
com a eficiência (a ação) e aquilo que é alcançado refere-se
à eficácia (o resultado).
A eficiência refere-se à relação entre as “entradas” e
“saídas”. Em um processo, seria a medida da u lização
dos recursos quando se produz alguma coisa. Quanto mais
saídas são ob das com as mesmas entradas, maior o grau
de eficiência alcançada. Dessa forma, eficiência é fazer a
operação funcionar de modo que os recursos sejam mais
adequadamente u lizados. E eficácia é a comparação entre
o que se pretendia fazer e o que efe vamente se conseguiu.
de vida de uma população é a principal medida de
sucesso que podemos u lizar para um outro po de
organização: o Governo. (JURAN, J. M.)
Genericamente, o sucesso ou a eficácia é uma condição
definida pela solução de um problema, o atendimento de
uma necessidade ou a realização de um obje vo qualquer.
Dessa forma, a eficácia é conquistada em função do atendimento à necessidade ou do problema que a organização
se propõe a resolver.
A eficácia varia com o tempo, porque os tempos não são
está cos. Por exemplo, a empresa que é capaz de fabricar
um produto compe vo ou de resolver um problema no
presente poderá não ter a mesma capacidade no futuro.
“Ser eficaz no presente e preparar-se para ser eficaz no
futuro são coisas diferentes”. A sobrevivência de uma organização é uma medida de eficácia quando se consideram
longos períodos, significando que suas missões encontram
recep vidade no ambiente ao longo do tempo.
Normalmente, a eficácia é consequência da eficiência, ou
seja, quanto mais eficientemente o processo for realizado,
maior a chance de a eficácia ser alcançada, embora, muitas
vezes, um excelente nível de eficiência não signifique eficácia
ou que não se possa a ngir a eficácia sem eficiência.
Por exemplo, pode-se vencer uma batalha, porém, u lizar tantos recursos que levem à perda da guerra, ou seja,
ser momentaneamente eficiente, mas não eficaz ao final
do processo. Por outro lado, é possível sacrificar, em algum
momento, a eficiência visando obje vamente ao resultado
final, ganhar a guerra, a eficácia. De certa forma, isso significa
trabalhar um velho e conhecido postulado maquiavélico: “os
fins jus ficam os meios”.
O ideal para qualquer tipo de empresa é conseguir
desenvolver suas tarefas e procedimentos com eficiência e
eficácia, pois, assim, estará no caminho certo para o sucesso.
A eficiência está relacionada com o desenvolvimento
correto de algo, e a eficácia com o final vitorioso. Espera-se,
assim, a ngir a eficiência e a eficácia de um produto ou serviço.
Em tese, a eficácia é um dos elementos fundamentais
para a sobrevivência da empresa ao longo do tempo, sendo
a eficiência um dos principais instrumentos para se a ngir
tal obje vo.
Efe vidade
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
E = OR/RP,
60
onde OR são os obje vos realizados e o RP os resultados
pretendidos.
Eficácia = Resultados (obje vos realizados)/Obje vos
(resultados pretendidos).
Para se avaliar o grau de eficácia de um sistema, é necessário saber quais são os obje vos propostos e quais os
resultados alcançados. É preciso, também, esclarecer a quem
pertencem os obje vos.
As empresas têm uma natureza compe va, elas concorrem entre si, disputando a preferência dos mesmos clientes
e consumidores. O sucesso de uma empresa pode significar
o fracasso de outra. Muitas organizações, no entanto, competem unicamente com o seu próprio obje vo. Neste caso,
seu sucesso é medido exclusivamente pela capacidade de
resolver o problema para o qual foram criadas. Uma organização desse po tem uma missão muito específica.
Por exemplo, um governo é bem sucedido quando
a população de seu país desfruta de boas condições
de vida – quando não há doenças, analfabe smo, má
distribuição de renda ou uso inadequado de recursos
naturais. Assim, pode-se pensar que a qualidade
A necessidade de mudar o enfoque da administração para
atender às necessidades dos clientes trouxe à tona o conceito
de efe vidade, ou seja, a sa sfação das necessidades do cliente (ou a junção da eficácia com a eficiência ao mesmo tempo).
Ou seja, com eficácia a ngem-se os obje vos, com eficiência
determina-se o “como” a ngir os obje vos, e a efe vidade
está relacionada ao impacto deste cumprimento.
Em resumo:
• Eficiência: refere-se ao esforço holís co da organização
no que se refere ao emprego e o mização dos recursos,
comparando-os com os resultados ob dos.
• Eficácia: esforços das ações governamentais ou de uma
organização para ofertar adequadamente os bens e
serviços esperados, previamente definidos em seus
obje vos e metas. Nesse sen do, o que importa é
conseguir que os efeitos de uma ação correspondam
ao desejado.
• Efe vidade: é soma da eficiência com a eficácia. Ocorre
quando os bens e serviços resultantes de determinadas
ações alcançam os resultados mais benéficos para a
sociedade (impacto social desejado).
PDCA, monitoramento e avaliação
Ciclo PDCA
O método PDCA, também conhecido como ciclo de
Deming: “Planejar, Fazer, Verificar e Agir” ou “Plan, Act, Do
and Check” em inglês, de controle de processos é um dos
principais métodos da Administração pela Qualidade Total
nas organizações. Foi desenvolvido na década de 1930 pelo
norte-americano Walter Andrew Shewhart, mas foi com
Willian Edwards Deming que o método foi mais divulgado.
Tornou-se mundialmente conhecido ao aplicá-lo nos conceitos de qualidade no Japão.
O PDCA é uma ferramenta que não é aplicada apenas
uma vez durante o processo, mas sim, sucessivas vezes, de
forma con nuada, para que a mudança seja concre zada e
possa levar a novas melhorias, para a ngir o próximo momento. No plano pessoal, trabalha talentos e habilidades.
As medições e análises dos processos sempre são relevantes para a manutenção e melhoria dos mesmos, contemplando o planejamento, a padronização e a documentação
destes. Vale ressaltar que o ciclo deve sempre começar com
a definição de uma meta a ser a ngida.
Etapas do Ciclo PDCA:
a) Plan (Planejar) – Nesse passo são traçados os planos
com base nos problemas da organização:
1. definir de forma clara e obje va os problemas existentes;
2. estabelecer os obje vos sobre os itens definidos;
3. decidir os métodos a serem u lizados a fim de a ngir
o resultado desejado;
4. u lizar os “5 porques” para definir a causa do problema.
b) Do (Fazer) – Nesse passo são executadas as tarefas
previstas nos planos:
1. treinar o método a ser empregado;
2. executar o método;
3. realizar as mudanças necessárias, caso não fique bom,
con nuar alterando até que esteja melhor;
4. ao invés de esperar por uma solução perfeita, tente fazer pequenas coisas que possam ser feitas com mais rapidez;
5. coletar dados para verificação do processo.
c) Check (Verificar) – Nesse passo são verificados o processo e avaliados os resultados ob dos:
1. verificar se o trabalho está sendo executado conforme
o padrão estabelecido;
2. refle r cuidadosamente sobre o que funcionou e o que
não funcionou com os métodos empregados;
3. em cada caso, perguntar “Por quê?” até que haja uma
clara compreensão do que foi eficaz e o que não foi;
4. treinar o método a ser empregado.
d) Act (Agir) – Nesse passo são tomadas ações baseadas
no passo da verificação:
1. caso as contramedidas tenham sido eficazes, manter
o novo método de trabalho, de forma que possam ser controlados;
2. caso o trabalho desvie do padrão estabelecido, tomar
ações para prevenir e corrigi-lo;
3. melhorar o sistema de trabalho e o método;
4. u lizar um método que tenha dado um resultado
sa sfatório para solucionar problemas semelhantes;
5. caso as contramedidas estabelecidas não tenham sido
eficazes, reiniciar o ciclo pela fase de planejamento.
Depois de concluída a úl ma fase do processo, é interessante planejar ações futuras para “girar” novamente o
PDCA. Um PDCA poderá iniciar outro, imediatamente, de
forma que a úl ma etapa (Agir) de um ciclo vai dar origem
à primeira etapa (Planejar) de um novo PDCA, garan ndo a
manutenção da qualidade ao longo do tempo.
Por vezes, pode acontecer que a lógica PDCA não seja
aplicada sistema camente, concentrando-se demais numa
série de “tenta vas” da fase “agir” sem ter analisado suficientemente a situação em fase “planejar”, com um consequente “salto às conclusões” e surgimento de uma espécie
de “curto circuito”.
O PDCA – PLANEJAR, FAZER, VERIFICAR E AGIR – é um modelo mental muito simples, mas seu ciclo completo exige muita
fundamentação, análise de cenários, diagnós cos, treinamento
e desenvolvimento, execução de tarefas com registros de dados
e fatos, medição para obter controle, análise e ações corre vas,
padronização e reconhecimento de trabalhos bem feitos. Girá-lo
de fato, significa construir uma gestão baseada em etapas que
caracterizam inicia va e ação do gestor.
De acordo com Maximiano (2004), Liderança é a palavra
que tem conotação de certa imponência, evocando personagens da História, com qualidades sobrenaturais.
No entanto, as pessoas que tem liderança são comuns em
muitas situações, nas organizações e na vida social. A capacidade
de liderar é importante não apenas em estadistas, fundadores
de nações ou dirigentes de religiões, mas também em treinadores de equipes espor vas, comandantes militares, regentes
de orquestras, professores e todos os pos de administradores
de organizações. Cada uma dessas figuras tem obje vos próprios, cuja realização depende de outros. Em grande parte, é
sua capacidade de liderança que está em foco quando se avalia
o sucesso e fracasso dos outros, na realização desses obje vos.
Desempenhando papel tão importante nas organizações
de todos os pos, a liderança recebe grande atenção dentro
do enfoque comportamental da administração.
Mas... O que é liderança?
A palavra Liderar vem do la m laden que significa ir ou
viajar junto.
Se pegarmos algum dicionário, veremos que liderança
é definida como:
• Liderança = Função de líder.
• Liderança = Rela vo a líder.
• Liderança = Comando, direção, hegemonia.
E líder, por sua vez, é definido como:
• Líder = Chefe, guia.
• Líder = Tipo representa vo de um grupo.
• Líder = Chefe de um par do polí co.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
A necessidade de mudar o enfoque da administração para
atender às necessidades do cidadão-cliente trouxe à tona o
conceito de efe vidade, ou seja, a sa sfação das necessidades do cliente (ou a junção da eficácia com a eficiência
num mesmo tempo). Temos como conceito de eficácia, o
cumprimento dos obje vos previamente estabelecidos, enquanto que a eficiência se encontra relacionada com o como
fazer (a quan dade de recursos que foram empregados e se
foram ou não u lizados de maneira inteligente). Em suma,
para sermos efe vos, precisamos ser eficazes e eficientes,
atendendo às necessidades de nossos clientes.
61
A verdade é que encontramos uma série de definições
para liderança.
Para Maximiano (2004):
Liderança é o processo de conduzir as ações ou
influenciar o comportamento e a mentalidade de
outras pessoas. Proximidade sica ou temporal não
é importante no processo. Um cien sta pode ser
influenciado por um colega de profissão que nunca
viu ou mesmo que viveu em outra época. Líderes
religiosos são capazes de influenciar adeptos que
estão muito longe e que tem pouquíssima chance
de vê-los pessoalmente.
Outra definição:
Liderança é a realização de metas por meio da direção de colaboradores. A pessoa que comanda com
sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades
específicas é líder. Um grande líder tem essa capacidade dia após dia, ano após ano, em uma grande
variedade de situações.
Palavras como influência, adeptos, colaboradores e outras semelhantes implicam uma importante condição para a
liderança: consen mento. Consen mento é diferente do po
de obediência produzido pela autoridade formal.
Liderança é “o comportamento de um indivíduo
quando está dirigindo as a vidades de um grupo em
direção a um obje vo comum” (Hemphill & Coons,
1957, p.7).
Liderança é ‘um po especial de relacionamento de
poder caracterizado pela percepção dos membros do
grupo no sen do de que outro membro do grupo tem
o direto de prescrever padrões de comportamento
na posição daquele que dirige, no que diz respeito
à sua a vidade na qualidade de membro do grupo’
(Janda, 1960, p.35).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Liderança é ‘uma influência pessoal, exercida em uma
situação e dirigida através do processo de comunicação, no sen do do a ngimento de um obje vo
específico ou obje vos’ (Tannenbaum, Weschler &
Massarik, 1961, p. 24).
62
Liderança é ‘uma interação entre pessoas na qual
uma apresenta informação de um po e de tal maneira que os outros se tornam convencidos de que seus
resultados serão melhorados caso se comporte da
maneira sugerida ou desejada’ (Jacobs, 1970, p.232).
Liderança é ‘o início e a manutenção da estrutura
em termos de expectativa e interação’ (Stogdill,
1974, p.411).
Liderança é ‘o incremento da influência sobre e acima de uma submissão mecânica com as diretrizes
ro neiras da organização’(Katz & Kahn, 1978, p. 528).
Liderança é ‘o processo de influenciar as a vidades
de um grupo organizado na direção da realização de
um obje vo (Rouch & Behling, 1984 p.46).
Liderança ‘é o processo de persuasão, ou de exemplo, através do qual um indivíduo (ou equipes de
liderança) induz um grupo a dedicar-se a obje vos
defendidos pelo líder, ou par lhados pelo líder e seus
seguidores.’ (John Garner)
Liderança ‘é a influência interpessoal exercida numa
situação e dirigida através do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos
obje vos específicos’. (Chiavena o)
Dois elementos parecem ser comuns a todas essas definições. Em primeiro lugar, elas conservam o denominador
comum de que a liderança esteja ligada a um fenômeno
grupal, isto é, envolva duas ou mais pessoas. Em segundo
lugar, fica evidente tratar-se de um processo de influenciação
exercido de forma intencional por parte de líder sobre seus
seguidores.
Uma definição para líder que é de uma valia extrema é a
de um grande guru da administração, Peter Drucker, que diz:
A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas pessoas são pensadoras. Outras,
profetas. Os dois papéis são importantes e muito
necessários. Mas, sem seguidores, não podem exis r
líderes.
O líder eficaz não é alguém amado e admirado. É
alguém cujos seguidores fazem as coisas certas. Popularidade não é liderança. Resultados sim!
A liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com
as pessoas que trabalham com ele. Para ele a liderança é
definida como uma influência interpessoal exercida numa
dada situação e dirigida por meio do processo de comunicação humana.
Liderança não é sinônimo de administração. O administrador é responsável pelos recursos organizacionais e por
funções como planejar, organizar, dirigir e controlar a ação
organizacional no sen do de alcançar obje vos. Isso inclui
muita coisa. A rigor, o administrador deveria ser também um
líder, para lidar adequadamente com as pessoas que com
ele trabalham. O líder, por seu lado, pode atuar em grupos
formais e informais e nem sempre é um administrador. O
administrador pode apoiar-se totalmente na autoridade
do seu cargo ou pode adotar um es lo de comportamento
mais par cipa vo que envolva decisão conjunta com seus
subordinados. Em resumo, o administrador pode adotar um
es lo autocrá co e imposi vo ou democrá co e par cipa vo
para fazer com que as coisas sejam feitas pelas pessoas. Dois
conceitos emergem dessa situação: O poder e a sua aceitação
por parte dos liderados.
A liderança é, de uma certa forma, um po de poder
pessoal. Por meio da liderança uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes. A
influência é uma transação interpessoal na qual uma pessoa
age no sen do de modificar ou provocar o comportamento
de uma outra, de maneira intencional. Assim, sempre se encontra um líder aquele que influencia e os liderados aqueles
que são influenciados. A influência é um conceito ligado ao
conceito de poder e de autoridade.
Teorias
A Liderança tem sido tema de pesquisas nos mais diversos
campos do conhecimento humano desde a década de 30.
Embora houvesse muitos livros e ar gos ilustrando a
“boa” liderança antes deste período, tais obras eram, principalmente, teorias filosóficas ou sugestões com poucos dados
e informações consistentes que sustentassem seus pontos
de vista. Com o passar do tempo, a pesquisa e a literatura
sobre Liderança evoluíram de teorias que descreviam traços e
Teoria dos Traços de Personalidade
Essa teoria vê a liderança como resultado de uma combinação de traços, enfa zando especialmente as qualidades
pessoais do líder, onde o mesmo deveria possuir certas caracterís cas de personalidade especiais que seriam facilitadoras
no desempenho da liderança.
Nesta teoria são enfa zadas qualidades intrínsecas da
pessoa.
Esta teoria permite concluir que os líderes já nascem
como tal, não havendo a probabilidade de ‘fazê-los’ posteriormente por meio do uso de técnicas de desenvolvimento
pessoal.
As mais an gas teorias sobre liderança se preocupava em
iden ficar os traços de personalidade capazes de caracterizar os líderes. O pressuposto era que se poderia encontrar
um número finito de caracterís cas pessoais, intelectuais,
emocionais e sicas que iden ficassem um líder de sucesso.
Exemplos:
• habilidade de interpretar obje vos e missões;
• habilidade de estabelecer prioridades;
• habilidade de planejar e organizar trabalhos de equipes;
• facilidade de solucionar problemas e conflitos;
• facilidade em supervisionar e orientar pessoas;
• habilidade de delegar responsabilidade aos outros.
Crí cas à teoria:
• caracterís cas de personalidade são medidas de maneira pouco precisas;
• não considera a situação dentro da qual existe e funciona a liderança.
Um líder de empresa pode ser o úl mo a falar em casa.
Muitas vezes, é a situação que define o líder.
Quando a situação sofre mudanças, a liderança passa
para outras mãos com diferentes caracterís cas.
A Teoria do Comportamento – Es los de Liderança
Após muitos estudos realizados, acerca dos traços e suas
comparações, em que não ficou comprovado que os líderes
eficazes não apresentavam nenhuma relação entre traços, ou
caracterís cas que o fizessem desta forma, os pesquisadores
procuraram enfa zar os comportamentos que diferenciavam
os líderes eficazes.
TEORIA COMPORTAMENTAL
Estudos de Ohio
Estrutura
Consideração
Estudos de Michigan
Centrado no trabalho
Centrado no funcionário
Em outras palavras, em vez de tentar descobrir o que os
líderes eficazes eram, os pesquisadores procuraram determinar o que eles faziam.
Esta teoria, diferentemente dos traços, defende que os
comportamentos podem ser aprendidos e, portanto, as pessoas treinadas nos comportamentos de liderança apropriados, poderiam liderar eficazmente. Estes comportamentos
de liderança poderiam ser apropriados em determinada situação e, em outra, defini vamente não seria o aconselhado,
considerando os diversos fatores.
Foram os estudos baseados nas tenta vas de comparação
das caracterís cas dos líderes eficazes e ineficazes, que também não conseguiram comprovar cien ficamente os traços
associados à boa liderança. Quase todos os demais estudos
desta área também constataram que a liderança eficaz dependia não de um determinado conjunto de traços, mas até
de que ponto os traços do líder estavam de acordo com as
exigências da situação em que ele estava.
As teorias sobre es los de liderança prescrevem um es lo
par cular de conduta do líder que provoca resultados finais
do po alta produção e sa sfação das pessoas. Os es los ou
abordagens sobre liderança mais divulgadas são:
• os três es los de liderança;
• a liderança orientada para tarefas ou pessoas; e
• a grade gerencial.
1. Os Três Es los de White e Lippi
O famoso estudo pioneiro sobre liderança, de White e
Lippi , procura verificar a influência causada por três diferentes es los de liderança nos resultados de desempenho e
no comportamento das pessoas. Os autores abordaram três
es los básicos de liderança: a autocrá ca, a liberal (laissez-faire) e a democrá ca.
Liderança
Autocrá ca
O líder centraliza totalmente a autoridade e
as decisões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder autocrá co é
dominador, emite ordens e espera obediência plena e cega dos subordinados. Os grupos
subme dos à liderança autocrá ca apresentaram o maior volume de trabalho produzido,
com evidentes sinais de tensão, frustração e
agressividade. O líder é temido pelo grupo,
que só trabalha quando ele está presente. A
liderança autocrá ca enfa za somente o líder.
Liderança
O líder permite total liberdade para a toLiberal
mada de decisões individuais ou grupais,
par cipando delas apenas quando solicitado pelo grupo. O comportamento do
líder é evasivo e sem firmeza. Os grupos
subme dos à liderança liberal não se saíram
bem, nem quanto à quan dade nem quanto
à qualidade do trabalho, com fortes sinais
de individualismo, desagregação do grupo,
insa sfação, agressividade e pouco respeito
ao líder. O líder é ignorado pelo grupo. A
liderança liberal enfa za somente o grupo.
Liderança
O líder é extremamente comunica vo, encoDemocrá ca raja a par cipação das pessoas e se preocupa
igualmente com o trabalho e com o grupo. O
líder atua como um facilitador para orientar
o grupo, ajudando-o na definição dos problemas e nas soluções, coordenando as a vidades e sugerindo ideias. Os grupos subme dos
à liderança democrá ca apresentaram boa
quan dade de trabalho e qualidade surpreendentemente melhor, acompanhados de um
clima de sa sfação, integração grupal, responsabilidade e comprome mento das pessoas.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
caracterís cas pessoais dos líderes eficazes, passando por
uma abordagem funcional básica que esboçava o que líderes
eficazes deveriam fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou con ngencial, que propõe um es lo mais flexível,
adapta vo para a liderança eficaz.
Segundo Chiavenato (2000), existem 3 (três) teorias de
liderança:
• Teoria de traços de personalidade – Caracterís cas
marcantes de personalidade possuídas pelo líder.
• Teorias sobre es los de liderança (comportamento) –
Maneiras e es los de se comportar adotadas por líder.
• Teorias situacionais sobre liderança – Adequação do
comportamento do líder às circunstâncias da situação.
63
Aspectos
Tomadas de Decisões
Autocrá ca
Apenas o líder decide e fixa as
diretrizes, sem qualquer par cipação do grupo.
Programação dos Traba- O líder dá a ordem e determina
lhos
providências para a execução
de tarefas sem explicá-las ao
grupo.
Divisão do Trabalho
O líder determina a tarefa a
cada um e qual o seu companheiro de trabalho.
Comportamento do Líder O líder é dominador e pessoal nos elogios e nas crí cas ao
grupo.
Podemos resumir como:
Líder
Autocrá co – Chefão (Manda, impõe, exige, coage)
Liberal – mero colega (Ausenta-se, omite-se, ignora,
deixa ficar)
Democrá co – impulsionador (Orienta, es mula, ensina, ajuda)
Liberal
Total liberdade ao grupo para
tomar decisões, com mínima
intervenção do líder.
Par cipação limitada do líder;
informações e orientações são
dadas desde que solicitadas
pelo grupo.
Democrá ca
As diretrizes são deba das e
decididas pelo grupo, que é esmulado e orientado pelo líder.
O líder aconselha e dá orientações para que o grupo esboce
obje vos e ações; as tarefas
ganham perspec vas com os
debates.
A divisão das tarefas e escolha O grupo decide sobre a divisão
dos colegas são do grupo.
das tarefas e cada membro
tem liberdade para escolher
os colegas.
O líder assume papel de mem- O líder é obje vo e limita-se
bro do grupo e atua somente aos fatos nos elogios ou crí quando é solicitado.
cas; trabalha como orientador
da equipe.
Subordinado
Obedece, aceita cegamente, desconhece.
Faz o que quer e quando quer.
Colabora, par cipa, sugere, decide, ajuda, coopera.
2. A Liderança Orientada para as Tarefas ou para as Pessoas
Segundo esta abordagem existem dois pos de liderança:
Liderança centrada na tarefa
Liderança centrada nas pessoas
É um es lo de liderança preocupado estritamente com a execução da tarefa e com
os seus resultados imediatos. É pica de organizações ou unidades que costumam
concentrar as pessoas em cargos isolados e individualizados, superespecializados,
com procedimentos ro neiros e padronizados, seguindo regras e regulamentos. É a
liderança preocupada exclusivamente com o trabalho e em conseguir que as tarefas
sejam feitas de acordo com os métodos preestabelecidos e os recursos disponíveis.
Lembra a teoria X.
É um es lo de liderança preocupado com os aspectos humanos dos subordinados e
que procura manter uma equipe de trabalho atuante, com maior par cipação nas
decisões. Dá mais ênfase as pessoas do que ao trabalho em si, procurando compreender e ajudar os subordinados e preocupando-se mais com as metas do que com os
métodos, mais com os obje vos, sem descurar-se do nível de desempenho desejado.
Lembra a teoria Y.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Diferenças entre a orientação para as tarefas e a orientação para as pessoas:
64
Líder Orientado para as Tarefas
Líder Orientado para as Pessoas
– Comportamento orientado para a finalização do trabalho. – Comportamento orientado para apoiar e suportar as pessoas no trabalho.
– Planeja e estabelece como o trabalho será feito.
– Atua como apoio e retaguarda aos subordinados.
– Atribui responsabilidade pelas tarefas a cada subordinado. – Desenvolve relações sociais com os subordinados.
– Define claramente os padrões de trabalho.
– Respeita os sen mentos das pessoas.
– Procura completar o trabalho.
– É sensível quanto às necessidades.
– Monitora os resultados do desempenho.
– Mostra segurança nos seguidores.
– Preocupa-se com o trabalho, os métodos, os proces- – Preocupa-se com as pessoas, seus sen mentos, aspirasos, as regras e os regulamentos.
ções, necessidades e emoções.
Não existe um modelo padrão, uma receita já pronta para
a liderança eficaz, onde podemos dizer que em tal circunstância, a liderança x, y ou z seria a mais adequada. Na prá ca,
o que vemos, é uma mescla dos três es los de acordo com
a situação, com as pessoas e a tarefa a ser executada, após
inúmeros estudos na área.
Ao aceitar que a liderança é um processo em que os
diferentes es los se completam, significa dizer que o perfil
do líder é composto a par r de um quadro bidimensional
circunscrito pelos limites das dimensões. Em outras palavras,
o comportamento do líder é um combinado dos dois es los,
seja tarefa/autoritário, seja pessoas/democrá co. Para as
3. A Grade Gerencial
A Grade Gerencial baseia-se na suposição de que, na
mente da maioria dos líderes, existe uma falsa dicotomia
entre a preocupação com a produção e a preocupação com
as pessoas. Blake e Mouton criaram uma grade gerencial
para mostrar que a preocupação com a produção e a preocupação com as pessoas são aspectos complementares e não
mutuamente excludentes. Para os autores, os líderes devem
unir essas duas preocupações a fim de conseguir resultados
eficazes das pessoas.
A grade gerencial é formada por dois eixos: o eixo horizontal se refere à preocupação com a produção, isto é, com
o trabalho a ser realizado, enquanto o eixo ver cal se refere
à preocupação com as pessoas, isto é, com sua mo vação,
liderança, sa sfação, comunicação etc. Cada eixo está subdividido em nove graduações. A graduação mínima é 1 e significa pouquíssima preocupação por parte do administrador;
a graduação máxima é 9 e significa a máxima preocupação
possível.
Na grade gerencial, existe uma incrível variedade de eslos administra vos. Tomamos como referência os cantos e
o centro da grade para melhor explicá-los.
O administrador deve avaliar o seu es lo de liderança
e verificar onde está situado na grade gerencial. O obje vo
é tentar grada vamente movê-lo para a ngir o es lo 9.9,
que cons tui o es lo da excelência gerencial: a ênfase na
produção e nos resultados, simultaneamente com a ênfase
nas pessoas e nas suas a tudes e comportamentos.
A Teoria Con ngencial ou Situacional
Esta teoria procura iden ficar qual dos fatores situacionais é mais importante e prever o es lo de liderança que será
mais eficaz em determinada circunstância. Os teóricos da
con ngência defendem a noção de que não existem es los
de liderança universalmente adequados.
Determinados es los têm necessariamente impactos
sobre vários resultados em algumas situações, porém não
em outras, onde aumentaram as variáveis a serem estudadas. Eles começaram a valorizar a ação do liderado, o aspecto mo vacional e o ambiente em si, como elementos
cruciais dentro do processo todo da liderança. Nas teorias
mais modernas sobre a liderança, tenta-se, a par r de esquemas pré-estabelecidos, encaixar es los, baseando-se na
observação real das caracterís cas da personalidade ou no
comportamento do dia a dia.
O princípio fundamental das teorias situacionais de liderança é que a eficácia do líder reside na sua capacidade de
responder ou ajustar-se a determinada situação.
As teorias situacionais de liderança procuram incluir a
liderança no contexto ambiental em que ela ocorre, levando em conta o líder, os liderados, a tarefa, a situação, os
obje vos etc. Cons tuem um avanço em relação às teorias
baseadas exclusivamente no es lo de liderança. As principais
teorias situacionais são: a escolha dos padrões de liderança
e o modelo con ngencial.
A Escolha dos Padrões de Liderança
Tannenbaum e Schmidt consideram que o líder deve escolher os padrões de liderança mais adequados para cada
situação em que se encontra. Para os autores, a liderança é
um fenômeno situacional, pois se baseia em três aspectos:
• Forças no gerente: ou seja, a mo vação interna do líder
e outras forças que agem sobre ele.
• Forças nos subordinados: ou seja, a mo vação externa
fornecida pelo líder e outras forças que agem sobre os
subordinados.
• Forças na situação: ou seja, as condições dentro das
quais a liderança é exercida.
Diante dessas três forças, o líder pode escolher um padrão de liderança adequado para cada situação de modo a
ajustar suas forças pessoais com as forças dos subordinados
e as forças da situação. Trata-se de encontrar a sintonia certa
entra essas três forças intera vas.
O Modelo Con ngencial de Fiedler
Fiedler desenvolveu um modelo con ngencial de liderança eficaz a par r da ideia de que não existe um es lo único
e melhor de liderança, que seja válido para toda e qualquer
situação. Pelo contrário, os es los eficazes de liderança são
situacionais: cada situação requer um es lo diferente de liderança. O modelo con ngencial se baseia em três fatores
situacionais:
• Poder de posição do líder: refere-se à influência inerente à posição ocupada pelo líder, isto é, ao volume
de autoridade formal atribuído ao líder, independentemente de seu poder pessoal.
• Estrutura da tarefa: refere-se ao grau de estruturação
das tarefas, ou seja, ao grau em que o trabalho dos
subordinados é ro neiro e programado ou é vago e
indefinível. A eficácia da liderança depende do grau em
que a tarefa dos subordinados é ro neira ou variada.
Algumas tarefas são fáceis de definir, desempenhar,
medir e avaliar obje vamente. Outras, como a vidades
cria vas ou cargos de assessoria, são mais di ceis de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
empresas o resultado prá co deste es lo de liderança – combinado ou bidimensional – entre a tarefa desempenhada e a
sa sfação do liderado no trabalho, será determinante para
se discu r a eficácia do líder frente à situação vivenciada.
A liderança bidimensional parte do pressuposto de que
tarefas e pessoas não são polos opostos inseridas em uma
mesma dimensão, mas circunscritas de forma a permi r que
o líder combine os dois es los de comportamento simultaneamente.
Não há um es lo que seja melhor que os outros, qualquer
que seja a situação, diziam os crí cos. Esta crí ca coloca a
“situação” como a responsável pela eficácia do líder visto seu
comportamento ter que, necessariamente, se ajustar para
garan r-lhe o sucesso perante seu grupo. As teorias situacionais explicam a liderança dentro de um contexto mais amplo
e partem do princípio de que não existe um único es lo de
liderança válido para toda e qualquer situação. A recíproca é
verdadeira: cada situação requer um po de liderança para
alcançar eficácia dos subordinados.
65
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
definir, e seus resultados são mais di ceis de medir. A
estrutura da tarefa é um fator importante no es lo de
liderança.
• Relação entre líder e membros: refere-se ao relacionamento que existe entre o líder e os membros do
grupo. O relacionamento interpessoal pode envolver
sen mentos de aceitação mútuos, confiança e lealdade
que os membros depositam no líder ou sen mentos de
desconfiança, reprovação, falta de lealdade e amizade
entre as partes.
66
Outras teorias
Existem ainda outras teorias de liderança:
• A Teoria da Liderança Transacional – Na liderança
transacional, existe uma troca (seja polí ca, econômica, psicológica) entre o líder e o seguidor, enquanto
ambos acreditarem que isso irá beneficiá-los. É uma
transação, pura e simples.
• A Teoria da Liderança Transformacional – Já na liderança transformacional, uma ou mais pessoas engajam-se
com outras a fim de que tanto líderes ou seguidores
elevem um ao outro a níveis mais altos de mo vação
e moral. Há uma suposição de que os líderes eficazes
possuam uma grande sensibilidade a respeito das
necessidades dos liderados, onde os mesmos conheçam as suas próprias a ponto de não projetá-las nos
seguidores.
• A Teoria da Atribuição – O rótulo de líder parte do
princípio de que existe uma pessoa, um grupo ou
mesmo uma nação como condição para que lhe possa
ser atribuída tal caracterís ca. Não é um processo
unilateral de autodeterminação da liderança; há um
resgate na questão de que o reconhecimento da figura do líder passa pelo consen mento do grupo. O
consen mento do grupo será o resultado de um sem
número de opiniões individuais contemporizadas para
que determinado indivíduo seja rotulado como líder.
A manifestação destas opiniões individuais ocorre
a par r da percepção de um processo pelo qual os
indivíduos organizam e interpretam suas impressões
sensoriais, a fim de dar sen do ao seu ambiente.
• A Teoria da Liderança Carismá ca – E, por úl mo, podemos citar ainda a liderança carismá ca, que também
está ligada ao processo dinâmico de atendimento das
necessidades dos liderados. Na virada do século XX
ressurge um es lo de liderança muito próximo da mo vação e dos estudos comportamentais do ser humano,
em detrimento dos modelos focados no paradigma
democracia-autocracia, ou equipe de colaboradores
versus execução da tarefa.
Neste sen do, não como forma de dominação, mas como
um processo de influenciar pessoas, surge o líder carismá co,
que é aquele que promove revoluções, renova paradigmas,
evoca sonhos e é visto como um agente de mudanças porque
conduz seus seguidores a transcender interesses pessoais na
realização de determinada ação em prol do sucesso do grupo.
• Liderança Situacional – Baseia-se no fato de que cada
situação requer um po de liderança diferente, para se
alcançar o melhor dos liderados. Um líder situacional
deve ser versá l e flexível, sabendo adequar seus es lo,
de acordo com a pessoa com quem trabalha e com
a situação. Este líder u liza o que há de melhor nas
lideranças AUTOCRÁTICA, LIBERAL e DEMOCRÁTICA
e aplica, dependendo do grupo que tem à mão e da
circunstância.
O líder situacional pode escolher entre quatro pos de
ação:
a) Direção – Dá instruções específicas e supervisiona
rigorosamente o cumprimento das tarefas. Esta ação é usada, principalmente, com pessoas inexperientes, mas de bom
potencial para aprender.
b) Treinamento – O líder também dirige e supervisiona a
realização das tarefas, mas solicita sugestões e explica suas
decisões. Esta ação é u lizada com pessoas inexperientes,
mas que perderam seu interesse inicial. Elas alcançaram algum desenvolvimento, mas precisam ter desafios de novas
perspec vas. Seus progressos devem ser elogiados.
c) Apoio – O Líder ajuda e apoia os esforços dos liderados
para cumprirem as tarefas, dividindo com eles as decisões.
Esta ação é para ser u lizada com pessoas inexperientes, mas
que apreciam um es lo mais par cipa vo. Pessoas que gostam de serem ouvidas e apoiadas, mas que têm dificuldades
em tomar decisões, necessitando, assim, do suporte do líder.
d) Delegação – O líder passa as responsabilidades de
decisão aos liderados. Esta ação é apropriada para pessoas
experientes, que sabem como se portar diante de crises e
problemas, achando, por si mesmas, as soluções cria vas.
Nas situações de liderança, o líder pode assumir diferentes padrões de liderança de acordo com a situação e para
cada um dos membros da sua equipe. Para Lacombe os líderes influenciam as pessoas graças ao seu poder, que pode
ser o poder legí mo, ob do com o exercício de um cargo,
poder de referência, em função das qualidades e do carisma
do líder e poder do saber, exercido graças a conhecimentos
que o líder detém.
• House e Dessler propõem quatro pos específicos de
liderança:
– Líder apoiador: é o líder que se preocupa com os
assuntos, bem-estar e necessidades das pessoas. O
comportamento do líder é aberto, e ele cria um clima
de equipe e trata os subordinados como iguais.
– Líder dire vo: é o líder que comunica aos subordinados exatamente o que precisa fazer. O comportamento do líder inclui planejamento, programação
de atividades, estabelecimento de objetivos de
desempenho e padrões de comportamento.
– Líder par cipa vo: é o líder que consulta os subordinados a respeito das decisões. Ele valoriza as
opiniões e sugestões, a par cipação na tomada de
decisões e encoraja as discussões em grupos e as
sugestões escritas e u liza as ideias dos subordinados nas decisões.
– Líder orientado para metas ou resultados: é o líder
que formula obje vos claros e desafiadores aos
subordinados. O comportamento de líder enfa za
o desempenho de alta qualidade e as melhorias
sobre o desempenho atual. Demonstra confiança
aos subordinados e ajuda-os na aprendizagem de
como alcançar obje vos elevados para melhorar
con nuamente o desempenho.
Esses quatro pos de liderança podem ser pra cados
pelo mesmo líder, em várias situações.
Estrutura organizacional, cultura e clima
organizacional
Organização
Organização da Empresa é definida como a ordenação e
agrupamento de a vidades e recursos, visando ao alcance
dos obje vos e resultados estabelecidos.
A Estrutura Formal
É aquela oficialmente definida na empresa com todas as
formalidades e padrões vigentes quanto à forma de preparação e divulgação de normas a respeito. Será encontrada em
simples comunicados, em instruções, em manuais de procedimentos ou organização, em formas gráficas (organogramas
empresariais), em forma descri va (descrição de cargos).
Embora necessária e tantas vezes desejada, a estrutura
formal poderá não ser adequada em determinadas empresas, e mesmo sendo adequada terá que conviver com a
Estrutura Informal.
– medidas de desempenho que sejam compa veis
com os obje vos e metas empresariais;
– motivação para desempenhar tão bem quanto
possível.
Alguns estudiosos da Teoria das Relações Humanas
verificam, com a Experiência de Hawthorne, desenvolvida
por Elton Mayo, que o comportamento dos indivíduos no
trabalho não poderia ser perfeitamente compreendido sem
que as organizações informais fossem consideradas.
O comportamento e os pos de relações que os funcionários mantêm dentro de uma empresa, infelizmente, não
aparecem no organograma, como amizades ou inimizades,
grupos que se iden ficam ou não, e é justamente essa variedade de comportamento que é denominada de organização
informal. Agora surge a pergunta:
Qual a função dessa organização em uma empresa? A
resposta é simples, todo indivíduo necessita de um mínimo
de interação com outros indivíduos nesse sistema informal de
relacionamentos. Caso não exis ssem os grupos informais,
certamente algumas pessoas se sen riam desmo vadas a
ir trabalhar.
É importante observar que a organização informal possui
alguns componentes que se entrelaçam. No quadro abaixo,
tais componentes estão listados para que possamos visualizar
de maneira clara e precisa.
Grupos
informais
Normas de conduta
Cultura
organizacional
Estrutura Informal
Os funcionários das empresas pertencem automaticamente e inevitavelmente à vida informal das mesmas.
Desse relacionamento do co diano, surgem entendimentos
extraestruturais, conceitos alheios às normas e também
desentendimentos.
Delineamento da estrutura é a a vidade que tem por
obje vo criar uma estrutura para uma empresa ou então
aprimorar a existente. Naturalmente, a estrutura organizacional não é está ca, o que poderia ser deduzido a par r
de um estudo simples de sua representação gráfica: o organograma. A estrutura organizacional é bastante dinâmica,
principalmente quando são considerados os seus aspectos
informais provenientes da caracterização das pessoas que
fazem parte de seu esquema.
A estrutura organizacional deve ser delineada, considerando as funções de administração como um instrumento
para facilitar o alcance dos obje vos estabelecidos.
De acordo com o autor Ackoff, o planejamento organizacional deveria estar voltado para os seguintes obje vos:
• Iden ficar as tarefas sicas e mentais que precisam
ser desempenhadas.
• Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem
desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a
pessoas ou grupos, isso é, organizar funções e responsabilidades.
• Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
– informação e outros recursos necessários para
trabalhar de maneira tão eficaz quanto possível,
incluindo o retorno sobre o seu desempenho real;
Clima
organizacional
Grupos criados por inicia va de seus
próprios membros, para defender
seus interesses ou atender às necessidades de convivência social.
Regras implícitas ou explícitas, criadas
por grupos, que determinam o comportamento dos indivíduos.
Crenças, valores, preconceitos, cerimônias, rituais e símbolos adotados
ou valorizados pela organização.
Sen mentos posi vos, nega vos ou
de indiferença, produzidos pela organização sobre seus integrantes.
Fonte: Maximiano, 2000, p. 253.
Normas de Conduta
As normas de conduta regularmente conflitam com o
regulamento interno da organização, podendo acarretar
problemas.
Essas normas surgem de opiniões e entendimentos implícitos ou explícitos entre os funcionários da organização.
Imaginemos a seguinte situação. O expediente tem início
às 8h, só que você começa a trabalhar sempre às 8h30min,
pois esses 30 minutos são dedicados àquela boa conversa
informal com seus colegas de trabalho. Ao se comportar
dessa maneira, uma norma de conduta foi estabelecida no
departamento ou sala na qual trabalha e, por meios implícitos, os colegas que mantêm essa conversa com você terão
a mesma conduta.
À medida que as normas de conduta ganham força nos
grupos organizacionais, as regras burocrá cas perdem sua
credibilidade entre esses funcionários.
Cultura Organizacional
Pode-se dizer que as normas de conduta estão entre
os elementos mais significa vos da cultura organizacional.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Estrutura Organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das
unidades organizacionais de uma empresa.
A estrutura organizacional estabelece como as tarefas
de trabalho são formalmente divididas, agrupadas e coordenadas. Esses quesitos cons tuem a organização formal
de uma empresa. Em contraposição à organização formal,
cuja estrutura organizacional é composta de órgãos, cargos,
relações funcionais, níveis hierárquicos etc, a organização
informal é formada por um conjunto de interações e de
relacionamentos que são criados entre os funcionários de
uma organização e prega a importância do relacionamento
interpessoal dentro e fora das organizações.
O termo “Organização” frequentemente tem sido empregado como sinônimo de arrumação, ordenação, eficiência,
porém, em nosso obje vo, organização deve ser entendida
não apenas como o quadro estrutural de cargos definidos por
respec vos tulos, atribuições básicas, responsabilidades,
relações formais, nível de autoridade e aspectos culturais.
Nesses termos, podemos definir como função básica de
organização, o estudo cuidadoso da estrutura organizacional
da empresa para que essa seja bem definida e possa atender
as necessidades reais e os obje vos estabelecidos de forma
integrada com a organização informal e as estratégias estabelecidas na empresa.
67
Cultura organizacional significa um modo de vida,
um sistema de crenças, expecta vas e valores, uma
forma de interação e relacionamento típicos de
determinada organização. Cada organização é um
sistema complexo e humano, com caracterís cas
próprias, com a sua própria cultura e com um sistema
de valores (CHIAVENATO, 2000, p.531).
Além das normas de conduta, a cultura organizacional
abrange outros elementos que veremos em breve. Abaixo
constam alguns indicadores que iden ficam e analisam a
cultura das organizações.
INDICADOR
SIGNIFICADO
Iden dade
Grau de iden ficação das pessoas com a
organização como um todo, mais do que
um grupo imediato ou colegas de profissão.
Tolerância
ao risco e à
inovação
Medida da capacidade de organização de
adaptar-se a situações novas, em contraposição a seu interesse em permanecer mantendo as tradições e as estruturas vigentes.
Crença em que o indivíduo deve cuidar de
Individualismo si próprio e de sua família; crença em que
o indivíduo é dono de seu próprio des no.
Cole vismo
Crença em que os membros do grupo
(parentes, organização, sociedade) preocupam-se com o bem-estar comum.
Par cipação
Nível de participação das pessoas no
processo de administrar a organização.
Adaptação
Nível de preocupação da administração
com os clientes, acionistas e empregados,
em contraposição à preocupação consigo
mesma.
Fonte: Maximiano, 2000, p. 256.
Como as normas de conduta já mencionadas, os outros
componentes da cultura organizacional serão citados conforme dito. São eles:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Fonte: Maximiano, 200, p. 257.
68
Não precisamos de muitos ar cios para a compreensão
desses componentes. Vejamos alguns exemplos de crenças,
valores e preconceitos que ocorrem no nosso dia a dia.
• Funcionário ocupado é sinônimo de pessoa produ va.
• A empresa é uma grande família, com direito a desavenças e o chefe representa o pai.
• A distinção dos funcionários de uma organização
por meio dos elevadores. Elevador social para funcionários
administra vos e o elevador de serviço para os funcionários
da manutenção e limpeza.
Crenças, valores e preconceitos estão na base das
normas de conduta, influenciando a maneira como os
chefes tratam seus funcionários e, de forma geral, como
as pessoas se relacionam (MAXIMIANO, 2000, p. 258).
Por fim, os símbolos. Esse elemento é formado por palavras, objetos, ações ou eventos que significam algo para
as pessoas e grupos da organização. Exemplos de símbolos:
uniformes, logo pos, decoração das instalações etc. Naturalmente, os símbolos são facilmente modificados em uma
cultura organizacional.
Clima Organizacional
Clima organizacional, o úl mo componente a ser analisado da organização informal, possui um importante papel
dentro de uma empresa.
Como os níveis de sa sfação ou insa sfação são apreciados no seu trabalho? Por meio de ques onários, reuniões
ou não se fala no assunto?
É necessário que os sen mentos em relação à realidade
obje va da organização formal sejam mensurados.
Ques onários devem ser aplicados dentro da empresa
com perguntas obje vas, para que os funcionários assinalem
apenas uma alterna va, facilitando a mensuração da qualidade percebida por cada funcionário.
Todos os elementos que compõem a organização formal
afetam os sen mentos dos funcionários, desde a localização
sica até os obje vos organizacionais, não esquecendo-se
dos salários, limpeza e integração com os colegas.
Cada funcionário terá uma realidade percebida, o que
produzirá sen mentos individuais, por isso há a necessidade de aplicar ques onários dentro da empresa com todos.
Contudo, os funcionários que assim desejarem não precisam
se iden ficar. Porém, é importante que par cipem, pois, por
meio dos resultados ob dos, algumas mudanças podem ser
trabalhadas de maneira direcionada ao foco.
Caracterís cas da Organização Informal
a) Relação de coesão ou de antagonismo: são as relações
criadas entre pessoas de diferentes níveis, podendo ser relações pessoais de simpa a ou de an pa a. A intensidade e duração desses relacionamentos são extremamente variáveis.
b) Status: os indivíduos se sentem mais pres giados pela
sua importância em uma organização informal do que propriamente pela sua posição na organização formal. Quando
um indivíduo é solicitado em uma reunião de trabalho, ele
sabe que o desejado no momento é simplesmente seus
serviços e conhecimentos. Porém, quando é chamado para
comparecer a uma reunião informal em um bar, certamente
esse funcionário se sen rá querido pelo grupo.
c) Colaboração espontânea: em uma organização informal o nível de colaboração espontânea é infinitamente
superior ao da organização formal. O porquê disso? O prazer
e a sa sfação existentes na organização informal.
d) A possibilidade da oposição à organização formal:
quando a organização informal é manipulada de forma inadequada pode ocorrer uma oposição à organização formal,
o que resulta desarmonia com os obje vos da empresa.
e) Padrões de relações e a tudes: existem pessoas que
desenvolvem espontaneamente padrões de relações e de
a tudes e que são aceitos e assimilados pelos seus componentes, pois exprimem os interesses do grupo.
f) Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: os grupos informais tendem a se modificar com as
alterações realizadas na organização formal. Por exemplo,
um funcionário sofreu um remanejamento e foi lotado em
outro departamento, consequentemente, ele fará parte de
outro grupo informal.
g) A organização informal transcende a organização formal: a organização formal está presa a horários e normas.
Já a organização informal escapa a essas limitações, estando
“presa” apenas às vontades que cada indivíduo tem.
As organizações informais são, simplesmente, os relacionamentos criados dentro de uma organização formal. Esses
relacionamentos ao mesmo tempo em que podem ser úteis
à empresa, podem trazer male cios.
A organização informal tem sua origem na necessidade
que cada pessoa possui em conviver com os demais seres
humanos. Certamente, quando você começou a trabalhar
na empresa/ins tuição na qual está, um dos seus desejos
era estabelecer relações sa sfatórias informais com seus
companheiros. Pois, quando uma relação agradável não é
estabelecida, pode afetar o ambiente formal da empresa
acarretando insa sfação pessoal. Ou seja, a necessidade de
exis r uma organização informal dentro de uma empresa é
imprescindível.
Elementos da Estrutura Organizacional
Com vistas no delineamento da Estrutura Organizacional,
Eduardo P. G. Vasconcelos apresenta os Elementos:
• Componentes da estrutura Organizacional.
• Condicionantes para a formação e adaptação.
• Níveis de Influência existentes na estrutura.
Tipos de Organização
Uma organização começa quase sempre quando
uma pessoa necessita de mais alguém para fazer alguma coisa, ou seja, quando estabelecida, a organização é
feita de pessoas que se relacionam e cooperam para fazer algo em comum. Com essas observações em mente,
podemos buscar uma definição de organização que incorpore
os elementos enunciados. As organizações, segundo Hall
(1984), são en dades complexas que contêm uma série de
elementos e são afetadas por fatores diversificados.
Autores clássicos da Administração, como por exemplo, Fayol (1841-1925), nos deixaram alguns princípios de
organização do trabalho que são aplicados universalmente
até os dias de hoje: divisão do trabalho, especialização,
hierarquia, amplitude administra va e o racionalismo da
organização formal.
Para atender a essas características que mudam de
acordo com o ambiente ins tucional, a organização formal
pode ser estruturada por meio de três pos de organização:
linear, funcional e linha-staff.
Seguindo os princípios gerais clássicos da Administração,
as organizações podem ser estruturadas de acordo com a
natureza do trabalho e de interesses ou necessidades específicas dos administradores em determinadas situações.
Mais adiante aparece o organograma de uma organização de estrutura linear. O organograma é um instrumento
gráfico que representa a estrutura organizacional da empresa
(COLENGHI, 1997).
Possui muitas u lidades, sendo a principal delas a de
servir de meio de comunicação discreta e inconteste
para mostrar às pessoas como se posicionam na empresa, a quem estão subordinadas e quais são os fluxos
de mando e responsabilidade (RICHERS, 1986, p. 77).
A seguir estudaremos cada po de organização:
Organização Linear
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 216.
A organização linear é o po de organização mais an ga
e simples, sendo indicada para pequenas empresas. Baseada
no princípio da unidade de comando, dentro da organização linear existem linhas diretas e únicas de autoridade e
responsabilidade entre o superior e seus subordinados,
caracterizada da seguinte forma:
• autoridade única com base na hierarquia do superior
para seus subordinados, tornando-se pica das organizações militares e eclesiás cas;
• linhas formais de comunicação, as quais são feitas
unicamente por meio das linhas existentes no organograma;
• centralização de comando, em uma autoridade máxima;
• controle da organização e seu aspecto piramidal, em
decorrência da centralização da autoridade no topo
da organização.
Consequentemente, à medida em que evolui a escala
hierárquica, diminui o número de cargos ou órgãos.
Entre suas vantagens, destacamos sua estrutura simples e
de fácil compreensão para o subordinado, que só se relaciona
hierarquicamente com seu superior. Há uma clara fixação de
limites das responsabilidades de cada órgão ou cargo, não
havendo intervenção em área alheia, conferindo a esse po
de organização facilidade em sua implantação, funcionamento, controle e disciplina.
Como desvantagem, ressaltamos que a estabilidade e a
constância das relações formais podem levar à rigidez e à
inflexibilidade, que dificultam a inovação e a adaptação às
novas situações. A autoridade linear de comando único e
direto pode tornar-se autocrá ca e vir a prejudicar a cooperação e a inicia va das pessoas, assim como a sobrecarga na
função de chefia. A figura do chefe generalista, que tudo sabe
e faz (monopólio das comunicações), inibe a especialização,
conges ona as linhas formais de comunicação, tornando-as
demoradas.
Organização Funcional
A organização funcional é baseada no princípio funcional,
na especialização, ou seja, os subordinados recebem ordens
de vários chefes, porém, sobre o seu campo específico. A autoridade (especializada) será aquela que melhor dominar o
assunto em questão e dará a voz de comando.
A organização funcional apresenta as seguintes caracterís cas:
• a autoridade por conhecimento: cada subordinado
reporta-se a muitos superiores;
• nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
h) Padrões de desempenho nos grupos informais: nem
sempre esses padrões correspondem aos estabelecidos
pela administração. Podem ser maiores ou menores, bem
como podem estar em harmonia ou não com a organização.
A responsável pelos padrões de desempenho é a mo vação
individual com relação aos obje vos da empresa.
69
• as comunicações são diretas e mais rápidas;
• as decisões são descentralizadas;
As vantagens residem em:
• proporcionar o máximo de especialização nos diversos órgãos, permi ndo a cada órgão ou cargo
concentrar-se total e unicamente sobre seu trabalho
e sua função;
• permi r a melhor supervisão técnica possível, pois
cada órgão ou cargo reporta-se a experts em seu
campo de especialização;
• desenvolver comunicações diretas, sem intermediação, mais rápidas e menos sujeitas a distorções de
transmissão;
• separar funções de planejamento e de controle das
funções de execução.
As desvantagens consistem em:
• diminuição da concentração de autoridade e consequente perda de comando, dificultando assim,
o controle e o funcionamento dos órgãos ou cargos
superiores;
• subordinação múl pla, em que nem sempre as pessoas sabem a quem recorrer para resolver determinados
assuntos, levando à perda de tempo e a confusões
imprevisíveis;
• perda da visão de conjunto da organização e a uma
tendência de defender o seu ponto de vista em detrimento dos pontos de vista dos outros especialistas;
• confusão quanto aos obje vos e à existência de tensões e de conflitos dentro da organização.
Assim, a organização funcional é indicada quando a organização é pequena ou quando se pode delegar temporariamente autoridade funcional a alguns órgãos para implantar
algo ou avaliar alguma a vidade.
Organização Linha-Staff
Principais caracterís cas:
• fusão da estrutura linear com a estrutura funcional,
permi ndo a coexistência da hierarquia de comando
e da especialização técnica. Ou seja, cada órgão se
reporta a um e apenas um órgão superior, situação
pica da organização linear. Porém, cada órgão recebe também assessoria e serviços especializados de
diversos órgãos de staff;
• existência das linhas formais de comunicação entre
superiores e subordinados e que representam a hierarquia de autoridade. Existem também linhas diretas
de comunicação que ligam os órgãos e o staff e que
representam a oferta de assessoria;
• manutenção do princípio da hierarquia (cadeia escalar). A hierarquia (linha) assegura o comando e a
disciplina, enquanto a especialização (staff) fornece
os serviços de consultoria e de assessoria.
Suas vantagens estão na oferta interna de assessoria
especializada e inovadora, com a manutenção do princípio da
unidade de comando e a vidade conjunta, fator importante
na especialização e compe ção.
Dentre suas desvantagens podemos destacar a possibilidade de conflitos entre a operação (linha) e a assessoria
(staff) e dificuldade no equilíbrio dinâmico entre o poder de
linha e o poder de staff. Em suma, é di cil alcançar e manter
uma situação de equilíbrio dinâmico e perfeita sincronização
entre linha e staff, de modo que ambos tenham um comportamento coopera vo e integra vo.
Esse po de estrutura é o mais u lizado nas empresas
de grande porte.
A seguir, veja as diferenças entre as três estruturas
apresentadas:
Estrutura Linear
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 216.
70
O po de organização linha-staff é o resultado da combinação dos pos de organização linear e funcional, maximizando as vantagens de ambas e reduzindo as suas desvantagens,
mas com a predominância das caracterís cas lineares.
Normalmente são u lizadas em um po de organização
mais completa e complexa, para preservar a unidade de
comando, sem desprezar a especialização.
A estrutura staff, ou simplesmente assessoria, é cons tuída por pessoas com conhecimento e domínio de assuntos
específicos, que complementam e reforçam os dirigentes de
uma organização. As pessoas não são inves das de autoridade formal e, por essa razão, não dão ordens, apenas recomendam, aconselham, emitem pareceres ou, simplesmente,
informam os dirigentes para que estes tomem as decisões
que julgarem convenientes. Na organização linha-staff coexistem órgãos de linha (órgãos de execução, caracterizados
pela autoridade linear e princípio escalar) e de assessoria
(órgãos de apoio, consultoria e serviços especializados).
Predominância da Autoridade Linear
Estrutura Funcional
Predomínio da Autoridade Funcional
Estrutura Linha-Staff
Combinação da Autoridade Linear
Autoridade Funcional
Cada po de departamentalização apresenta caracterís cas, vantagens e limitações que influirão nas decisões.
A departamentalização funcional é modelo de grande
parte das estruturas organizacionais e é u lizada para organizar a vidades empresariais, ajustando-se bem ao princípio
da especialização e favorecendo o controle exercido pela alta
direção da empresa. Formada pelo somatório das a vidades
semelhantes, e de acordo com os obje vos da organização,
suas vantagens consistem em adequar-se às a vidades connuadas, ro neiras, estabelecidas no longo prazo e na maior
u lização de pessoas especializadas e recursos.
Como desvantagem pode-se destacar que a departamentalização funcional é contraindicada para circunstâncias de
cooperação interdepartamental muito pequena e ambientais
imprevisíveis e mutáveis.
Fonte: Chiavenato (2000) p. 234.
Comissões
Departamentalização
Enquanto os estudiosos da Administração Científica
preocupavam-se com a especialização do trabalho e os
clássicos com a estrutura organizacional, a Teoria Neoclássica
complementava essas duas teorias com abordagens sobre
departamentalização.
Para os autores clássicos, a especialização pode dar-se
em dois sen dos: ver cal e horizontal. Assim, a especialização ver cal caracteriza-se sempre pelos níveis de controle
(chefia), impostos na cadeia escalar. Já a horizontal, também
denominada funcional, é mais conhecida por departamentalização, pela tendência de criar departamentos especializados no mesmo nível hierárquico, cada qual em sua
tarefa. A conjunção de ambas as diferenciações dá o perfil
da estrutura organizacional.
Na medida em que ocorre a especialização do trabalho,
a organização passa a necessitar de coordenação para essas
diferentes a vidades e as funções devem ser designadas às
unidades organizacionais na base da homogeneidade, com o
obje vo de alcançar operações mais eficientes e econômicas.
A departamentalização é uma característica das
grandes organizações. As pequenas empresas não requerem
diferenciação ou especialização para dis nguir o trabalho de
uma pessoa ou unidade dos demais; mas na proporção em
que as empresas crescem e envolvem a vidades mais diversificadas, elas necessitam dividir as tarefas e transformá-las
em responsabilidades departamentais.
A departamentalização pode ser: funcional, por produtos
e serviços, por base territorial, por clientela, por processo
e por projeto.
Fonte: Chiavenato (2000) p. 248.
A departamentalização por produto é própria de empresas que fabricam ou comercializam diversos ar gos. Suas
vantagens são: facilitar a análise dos resultados diferenciados
por produtos, possibilitar o melhor conhecimento do produto, suas falhas e pontos fortes, favorecer a diversificação
da produção e o estabelecimento da Administração por
Obje vos, facilitando a avaliação dos resultados, ser ideal
para circunstâncias mutáveis e possuir a melhor coordenação
interdepartamental.
Sua principal desvantagem é a dificuldade para exercer
um controle eficaz sobre o conjunto da empresa.
A departamentalização geográfica, também conhecida
como territorial ou regional, requer diferenciação e agrupamento das a vidades de acordo com o local de realização
do trabalho ou com a área de mercado a ser atendida pela
empresa.
A estratégia é a de que a eficiência pode ser melhorada
se todas as a vidades relacionadas com um produto forem
agrupadas em uma área geográfica específica. Assim, as funções e os produtos/serviços, similares ou não, deverão ser
agrupados com base nos interesses geográficos.
A departamentalização por base territorial é geralmente
u lizada por empresas que abrangem grandes áreas geográficas e cujos mercados são extensos. É especialmente
atra va para empresas de larga escala, com a vidades sica
ou geograficamente dispersas.
A departamentalização geográfica pode apresentar as seguintes vantagens: fixa responsabilidade por local ou região,
facilitando a avaliação; possibilita maior ajuste às condições
locais ou regionais; e costuma ser ideal para firmas de varejo.
Como desvantagem pode-se destacar o enfraquecimento da
especialização, bem como todo o planejamento, a execução
e o controle da organização.
A departamentalização por clientela possui a estrutura
totalmente centrada na sa sfação do cliente. É comum em
lojas de departamentos que visam um público determinado.
Uma desvantagem é estar mais voltada para o cliente do que
para si mesma, pois, assim, as outras a vidades da empresa
se tornam secundárias e sacrificam outros obje vos, como
lucro e produ vidade. As vantagens consistem na predisposição que a organização tem para atender os clientes e
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
As comissões surgem para resolver os assuntos de maior
importância e são cons tuídas por conselhos, comitês ou
grupos de trabalho, que analisam, aprovam e avaliam os resultados gerais alcançados pela organização. Por cons tuírem
um órgão da estrutura organizacional, podem assumir uma
variedade de formas e exis r em períodos variados.
Vantagens: proporcionar um processo de decisão e de
julgamento em grupo, envolvimento e coordenação de
pessoas e a vidades diferenciadas, facilitando a transmissão
rápida de informações.
Desvantagens: perda de tempo na tomada de decisão na
medida em que seu tamanho aumenta; o custo de tempo e
de dinheiro das pessoas envolvidas; divisão da responsabilidade e necessidade de um coordenador eficiente.
71
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
72
por permi r concentrar conhecimentos sobre as diferentes
exigências dos canais mercadológicos.
A departamentalização por processo, muito u lizada em
indústrias, é a quebra do produto em partes sequenciais, de
que se vão ocupar as pessoas encarregadas de sua manutenção e montagem. Como fator posi vo, procura extrair
vantagens econômicas oferecidas pelo processo, sendo importante ressaltar que sua estrutura organizacional é muito
influenciada pelos avanços tecnológicos.
Com a ênfase nos processos surgiu a reengenharia, que
procura reinventar as organizações por meio do total redesenho dos processos empresariais e costuma ser ideal quando
a tecnologia e os produtos são estáveis e permanentes.
A desvantagem relevante refere-se à falta de flexibilidade e
adaptação a mudanças.
A úl ma a ser destacada é a departamentalização por
projetos, que implica u lização de pessoal de alta qualificação técnica em virtude das exigentes demandas de cada
projeto.
Essa estratégia de organização adapta a estrutura da
empresa aos projetos que ela se propõe a construir e, portanto, requer estrutura organizacional flexível. Sua principal
vantagem é a enorme concentração de diferentes recursos
em uma a vidade complexa e que exige prazos de início e
término bem determinados, além de ser ideal para produtos
altamente complexos.
A departamentalização por projetos é contraindicada
quando a tecnologia é muito mutável. Além disso, quando
finaliza um projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar
o pessoal se não ver outro projeto em vista, provocando
forte ansiedade e angús a nas pessoas pela imprevisibilidade
de emprego.
Podemos verificar quatro princípios de departamentalização. Porém, apesar de não serem absolutos e apresentarem alguns conflitos, permitem resolver o problema de
departamentalização.
1. Princípio de Maior Uso: a unidade que mais faz uso
de determinada a vidade deve ter a responsabilidade por
essa a vidade.
2. Princípio de Maior Interesse: toda a vidade deve ser
supervisionada pelo departamento mais interessado por
essa a vidade.
3. Princípio de Separação do Controle: as a vidades de
controle devem estar dissociadas das a vidades (semelhantes) a serem controladas. O agrupamento de a vidade
deve ser feito mediante a adoção de todas as técnicas de
departamentalização ou estruturação.
4. Princípio da Supressão da Concorrência: eliminação da
concorrência entre departamentos, agrupando a vidades
diversas em um só departamento.
A aplicação de uma técnica de departamentalização na
organização concorrente não significa, necessariamente,
que a mesma técnica deverá ser aplicada na sua organização. Há detalhes e peculiaridades que fazem com que as
soluções não tenham, muitas vezes, o mesmo valor para
todas as organizações.
É importante ressaltar que o processo decisório é que
vai apontar a melhor técnica para as a vidades em análise.
A aplicação de uma só técnica de departamentalização
nem sempre é suficiente, podendo exis r uma aplicação
mista das várias técnicas aqui apresentadas. O que diferencia e qualifica o gerente que realiza algum po de
estruturação é a capacidade que este tem de saber usar
adequadamente o disposi vo disponível. A técnica nada
mais é do que a facilitação do ato de pensar na organização
em termos estruturais.
Fonte: Chiavenato (2000) p. 266.
A departamentalização se refere à reunião das diversas
a vidades da empresa em seções, departamentos, setores
etc. Esse agrupamento pode obedecer a diferentes critérios,
dos quais o mais comum é o do agrupamento por funções.
Mas também é possível adotar uma departamentalização
mista que obedeça de forma simultânea a diversos critérios.
ADMINISTRAÇÃO GERAL
Teoria Geral da Administração
Atualmente, a Administração tornou-se uma das mais
importantes áreas da a vidade humana. Sua tarefa básica
é conseguir fazer as coisas por meio de pessoas e de forma
eficiente e eficaz. Não importa a área de a vidade, seja na
área industrial, comércio, serviços públicos, hospitais, universidades ou em qualquer outra forma de empreendimento humano, a eficiência e a eficácia com que as pessoas trabalham
para conseguir obje vos comuns depende diretamente da
capacidade daqueles que exercem a função administra va.
A Administração está sendo considerada a principal chave
para a solução dos mais graves problemas que atualmente
ocorrem nas organizações.
Para Peter Drucker, não existem países desenvolvidos e
subdesenvolvidos, mas sim países que sabem administrar
a tecnologia e seus recursos disponíveis e países que ainda
não o sabem. Em outras palavras, existem países administrados e países subadministrados. O mesmo ocorre com as
organizações.
Foi a par r do momento em que as organizações passaram a a ngir um maior grau de complexidades e expandiram
que a sua administração começou a apresentar dificuldades
e desafios até então intransponíveis ou impensáveis para
seus dirigentes. Nesse momento surgiu a necessidade de
uma Teoria da Administração. Essa teoria deveria oferecer
aos dirigentes das organizações os modelos e estratégias
que fossem adequados para a solução de seus problemas
empresariais.
Mas, o que significa Administração?
A palavra administração é proveniente do la m ad (que
significa direção, tendência para) e minister (que significa
subordinação ou obediência). Significa “aquele que realiza
uma função sob o comando de outro, ou seja, aquele que
presta um serviço a outro.”
Entretanto, a palavra administração sofreu mudanças radicais em seu significado original ao longo do tempo. Para Chiavenato, a principal tarefa da Administração é a de interpretar
os obje vos propostos pela organização e transformá-los em
ação organizacional por meio do planejamento, organização,
direção e controle de todos os esforços realizados em todas as
As cinco variáveis básicas na Teoria
Geral da Administração
adaptar às mudanças e incertezas que surgem no decorrer
do tempo, mas sempre agindo em prol da organização.
Principais Influências que Contribuíram para a
Administração
Influência dos Filósofos
Várias influências contribuíram para o desenvolvimento
da história da Administração. A influência de filósofos como
o grego Sócrates que analisou a Administração como a
habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da
experiência; o seu discípulo Platão, que expôs os problemas
polí cos e sociais decorrentes do desenvolvimento cultural e
social dos gregos; e Aristóteles, discípulo de Platão, que abriu
a perspec va do conhecimento humano, dando o impulso
inicial à filosofia, cosmologia, nosologia, meta sica, ciências
naturais e lógica.
Com a filosofia moderna, surge o filósofo inglês Francis
Bacon, fundador da lógica moderna baseada em separar
experimentalmente o que é essencial do que é acidental
ou acessório, e René Descartes, filósofo francês que criou
as coordenadas cartesianas e deu impulso à matemá ca e
à geometria da época, viabilizando a implementação dos
princípios da divisão do trabalho, da ordem e do controle.
Influência da Organização da Igreja Católica
A organização eclesiás ca serviu de modelo administra vo para as organizações, inexperientes à época. Nesse
momento, apenas a igreja possuía um modelo estruturado
por uma hierarquia de autoridade (um Estado maior e uma
coordenação funcional para a integração).
Influência da Organização Militar
A organização militar influenciou a Administração por
intermédio do conceito de hierarquia e também do princípio
de direção, que preceitua que todo soldado precisa saber
perfeitamente aquilo que deve fazer e o que se espera dele.
Influência da Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, surgiu
uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando
profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, polí ca
e social.
Quais os fatores que impulsionaram essas mudanças?
Podemos citar a ruptura das estruturas corpora vas da Idade Média, o avanço tecnológico, a aplicação dos progressos
cien ficos à produção, a descoberta de novas formas de
energia, a enorme ampliação de mercados e a subs tuição
do po artesanal por um po industrial de produção.
Influência dos Economistas Liberais
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 42.
É importante ressaltar que, para con nuarem sempre
úteis e aplicáveis, as teorias administra vas precisam se
A partir do século XVIII, economistas liberais, como
Adam Smith, reforçaram a importância do planejamento e
da organização dentro das funções organizacionais, e proporcionaram razoável suporte para o aparecimento de alguns
princípios de Administração. Tais princípios influenciaram, inclusive, economistas não liberais, como Karl Marx e Friedrich
Engels, que, a par r do início do século XIX, promoveram o
surgimento do socialismo e do sindicalismo, impulsionando
as empresas capitalistas a implantarem métodos e processos
de racionalização do trabalho e remuneração adequada.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar
tais obje vos da maneira mais adequada à situação.
Dessa forma, a Administração é o processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar seus obje vos.
Ao longo dos anos foram criadas várias teorias administra vas, cada uma com um enfoque diferente como resposta
aos problemas organizacionais relevantes de sua época, embora cada qual valorize uma ou algumas das cinco variáveis
básicas: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia e ambiente.
Por intermédio da Administração Cien fica de Taylor,
a Teoria Geral da Administração teve como primeira e principal finalidade alcançar a eficiência industrial, elevando a
racionalização do trabalho com ênfase nas tarefas.
Em seguida, já com ênfase na estrutura organizacional,
a Teoria Clássica de Fayol, que definiu os princípios gerais da
Administração e as funções do administrador e a Teoria da
Burocracia de Weber buscaram a racionalização do trabalho.
No mesmo foco, a Teoria Estruturalista promoveu a análise
dentro das organizações e do ambiente organizacional.
Mediante a Teoria das Relações Humanas, a ênfase nas
tarefas e na estrutura é subs tuída pela ênfase nas pessoas,
mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental, baseada na psicologia organizacional e, posteriormente, pela
Teoria do Desenvolvimento Organizacional.
Podemos verificar que a ênfase no ambiente surgiu com
a Teoria dos Sistemas, que veio a ser complementada com
a Teoria das Con ngências, que parte do princípio de que
a Administração depende das circunstâncias ambientais e
tecnológicas da organização.
A TGA estuda a Administração das organizações e empresas do ponto de vista da interação e interdependência
entre as cinco variáveis principais: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia e ambiente. Elas cons tuem os principais
componentes no estudo da Administração das organizações
e empresas. O comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: cada um influencia e é influenciado pelos
outros. Modificações em um provocam modificações em
maior ou menor grau nos demais. O comportamento final
de seu conjunto é diferente da soma dos comportamentos
de cada componente considerado isoladamente. Na verdade, a adequação e a integração entre essas cinco variáveis
cons tuem o desafio da Administração.
73
Influência dos Pioneiros e Empreendedores
Antes de 1850, poucas empresas nham uma estrutura
administra va que exigisse os serviços de um administrador
em tempo integral, pois as empresas industriais eram pequenas e, geralmente, gerenciadas pela própria família. Na virada
do século XX, grandes empresas passaram a entender que
não era apenas uma questão de habilidade pessoal dirigir
uma empresa, e sim algo mais complexo. Foi nesse momento
que os capitães da indústria (pioneiros e empreendedores)
cederam seu lugar para os organizadores.
Enfim, as condições para o aparecimento da teoria administra va estavam se consolidando, porém quais fatores
podem ser relevantes para o seu surgimento? Segundo
Chiavenato (2000), estes fatores podem ser classificados em:
• desenvolvimento tecnológico: que proporcionou um
crescente número de empresas e nações concorrendo
nos mercados mundiais;
• livre comércio;
• mudança dos mercados vendedores para mercados
compradores;
• aumento da capacidade de inves mento de capital e
elevação dos níveis de ponto de equilíbrio;
• rapidez do ritmo de mudança tecnológica: que torna
obsoleto um produto ou reduz dras camente seus
custos de produção;
• crescimento dos negócios das empresas.
Administração Cien fica
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
As ideias de dois engenheiros cons tuem as bases da
Abordagem Clássica da Administração. Dividida em duas
orientações bem dis ntas: a de Frederick Taylor (norte-americano), que desenvolveu a escola da Administração Cien fica
com ênfase nas tarefas, e a de Henry Fayol (francês), que
foi o precursor da Teoria Clássica com a preocupação básica
de aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e
disposição dos órgãos componentes da organização e suas
relações estruturais. Daí a ênfase na estrutura e na fisiologia.
Os principais métodos cien ficos aplicáveis aos problemas da Administração são a observação e a mensuração.
74
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 75.
O principal obje vo da Administração é assegurar o
máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo,
ao empregado. Dessa forma, é importante o interesse comum entre empregados e empregadores.
Frederick W. Taylor, engenheiro, norte-americano, foi o
precursor da Administração Cien fica.
A escola da Administração Cien fica, criada por Taylor
no início do século XX, nha a preocupação de eliminar o
desperdício e elevar a produ vidade mediante a aplicação
de técnicas da engenharia industrial.
No primeiro estágio de sua obra, Taylor, preocupado com
a necessidade de criar melhores condições para remunerar
os operários, apesar de considerá-los irresponsáveis, vadios
e negligentes, voltou-se para a racionalização do trabalho
dos operários que mais produzissem, prá ca não vigente à
época, quando vigorava o sistema de pagamento por peças
produzidas ou tarefas. Determinava-se um padrão médio de
produ vidade e os operários que produzissem além da cota
média eram melhor remunerados. O sistema ficou conhecido
como “mais-valia”.
Para Taylor, os operários não possuem capacidade para
analisar e estabelecer racionalmente o processo mais eficiente. Com a Administração Cien fica ocorre a divisão de
responsabilidades: a Administração fica com o planejamento
e a supervisão, enquanto o trabalhador executa a tarefa.
Já na segunda etapa, Taylor preocupou-se em definir os
princípios de Administração.
Estudo dos Tempos e Movimentos e Análise do
Trabalho
O instrumento básico para a racionalização do método
de trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos, ou seja, determinar o tempo médio que um operário
comum levaria para execução da tarefa, permi ndo, assim,
a fixação dos tempos padrões para execução das tarefas;
eliminar movimentos inúteis; distribuir uniformemente cada
tarefa; melhorar o rendimento e a eficiência do operário e
oferecer uma base uniforme de salários, segundo a produvidade desses operários.
Os obje vos desse processo são o treinamento dos operários, o estabelecimento de normas de execução, a adaptação do operário à própria tarefa e a maior especialização
das a vidades.
Fragmentação das Tarefas e Especialização do
Operário
Outra finalidade do estudo dos tempos e movimentos era
elevar sua produ vidade e, consequentemente, a limitação
de cada operário à execução de uma única tarefa de maneira
repe va e padronizada, resultando na linha de montagem
como sua principal aplicação. A ideia básica era que a eficiência aumentava com a especialização.
Taylor, em sua Administração Cien fica, buscou organizar
e descrever os cargos e as tarefas para a racionalização do
trabalho operário. Tarefa é toda a vidade executada por uma
pessoa dentro da organização, enquanto que cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira ro neira e específica.
Uma vez analisada, racionalizada e padronizada, a tarefa e seu
tempo de execução são atribuídos ao operário que, selecionado e treinado, estará pronto para colaborar com a empresa,
trabalhando dentro dos padrões de tempo previstos.
Com essa finalidade, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incen vos salariais e de prêmios por produção
com base no tempo padrão e na convicção de que salário
cons tui a única fonte de mo vação. Em outras palavras,
o homem procurava o trabalho não porque gostava de trabalhar, mas pela necessidade de sobreviver. Esse conceito
deu origem ao termo homo economicus.
Na Administração cien fica verificou-se que a eficiência
não depende somente do incen vo salarial e do método de
trabalho, mas também das condições sicas do ambiente de
trabalho (ven lação, ruídos, iluminação etc.).
Observou-se, também, que não adiantava racionalizar o
trabalho do operário se os supervisores con nuavam a trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior. Para envolver
os escalões mais elevados, os engenheiros da Administração
Cien fica passaram a se preocupar com os princípios de
Administração capazes de vulgarizar o comportamento dos
gerentes e chefes.
A organização funcional é a estrutura organizacional
que aplica o princípio funcional ou da especialização das
funções. Taylor foi um dos defensores da organização funcional e acreditava que a especialização do operário deveria
ser acompanhada pela especialização dos supervisores e da
gerência, por meio da estrutura funcional.
Princípios da Administração Cien fica de Taylor
• Princípio de Planejamento: subs tuir a improvisação
pela ciência, por meio do planejamento do método
de trabalho.
• Princípio de Preparo: selecionar cien ficamente os
trabalhadores prepará-los e treiná-los, de acordo com
suas ap dões.
• Princípio do Controle: controlar o trabalho para se
cer ficar de que este está sendo executado de acordo
com métodos estabelecidos.
• Princípio da Execução: distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução da tarefa seja
organizada.
Embora Ford não tenha inventado o automóvel, nem
mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do
trabalho, estabelecendo o salário mínimo de cinco dólares
por dia e a jornada diária de oito horas, enquanto, na época,
a jornada variava entre dez e doze horas.
Por meio da racionalização da produção, idealizou a linha
de montagem, que permi u a produção em série e em massa.
Para tanto, Ford adotou três princípios básicos:
• Princípio da Intensificação (diminuir o tempo de produção);
• Princípio da Economicidade (estoque mínimo e alta
velocidade de vendas);
• Princípio da Produ vidade.
Crí cas à Administração Cien fica
A maior crítica relativa à influência negativa que os
conceitos de Taylor veram na gestão de empresas – mais
especificamente nas indústrias – pode ser claramente observada no filme de Charles Chaplin, “Tempos Modernos”.
O filme é uma crí ca muito bem humorada sobre a força da
supervisão no controle das tarefas dos operários.
As teorias desenvolvidas por Taylor sofreram crí cas por
serem mecanicistas e, até mesmo, mo vadas no sen do da
exploração do trabalhador como se fosse uma máquina,
principalmente a par r da contribuição de psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary Parker Follet, e o
surgimento da Escola de Relações Humanas.
A par r daí, os estudos de Taylor são vistos como distorcidos, do ponto de vista do trabalhador. Vejamos, a seguir,
as principais crí cas a estes estudos:
• a visão do operário como uma simples peça no processo de produção;
• a submissão do operário a uma supervisão rigorosa e
opressiva;
• a superespecialização que robo za o operário;
• a visão microscópica do homem, isolado como um
apêndice da máquina industrial;
• a ausência de qualquer comprovação cien fica de
suas afirmações e princípios;
• a abordagem incompleta, envolvendo apenas a organização formal;
• a limitação do campo de aplicação à fábrica, omi ndo
o restante da vida da empresa;
• a abordagem prescri va, norma va e pica de sistema
fechado.
O mecanicismo de sua teoria é o que impõe tarefas
repe vas aos operários em prol de uma maior produção e
não se preocupa se o trabalhador possui outros interesses
e mo vações, senão os representados pela recompensa
financeira (homo economicus).
A Administração Cien fica pode ser considerada para
alguns como eficaz por focar na racionalização do método
de trabalho dos operários, por determinar o tempo médio
de cada operário para executar uma determinada tarefa,
por eliminar movimentos inúteis, dentre outros elementos.
Porém, outras pessoas acreditam que essa escola é
incapaz de ver o operário como ser humano, e sim como
uma máquina. A par r daí, a escola peca por não analisar
as necessidades e mo vos que levam o homem a trabalhar
com mais entusiasmo.
Apesar de várias crí cas, Taylor recebe o tulo de “Pai da
Administração Cien fica”, sendo o primeiro a dimensionar
tempos e movimentos nas a vidades produ vas.
Taylor foi duramente cri cado por considerar o trabalhador como sendo preguiçoso e dedicado tão somente aos
ganhos materiais. Entretanto, foi o primeiro a expressar sua
mentalidade pragmá ca por meio do estudo de tempos e
movimentos de tarefas, proporcionando o início de um rigor
um pouco mais cien fico nos locais de trabalho, até então
apenas observado empiricamente.
Por isso, a Administração Cien fica inaugura as teorias administra vas e baliza as demais por seu foco nas tarefas, pelo
predomínio da organização formal e pelos níveis de mensuração
da produção nunca antes experimentado pelas indústrias.
Teoria Clássica
Assim como Taylor, Fayol dedicou sua vida à introdução do método cien fico na administração das empresas.
Entretanto, enquanto nos Estados Unidos Taylor realizava
seus estudos par ndo das funções do operário chegando às
atribuições da gerência, na França, Fayol, em 1916, realizava
suas pesquisas no sen do inverso, seguindo uma hierarquia
do topo para a base da pirâmide.
Henry Fayol foi o responsável pela fundação da Teoria
Clássica, nasceu em Constan nopla e, aos 19 anos, formou-se
em Engenharia de Minas, indo trabalhar em uma indústria
metalúrgica e de mineração de carvão – Compagni Comenantry Four Chambault et Decazeville, onde começou como
engenheiro e chegou ao cargo de diretor (1888 a 1918). Fayol
desenvolveu um conjunto de “princípios de administração
geral” que considerava ú l para toda situação administra va
em qualquer po de empresa.
A par r da Primeira Guerra Mundial, o Fayolismo adquiriu
impulso e popularidade, tornando-se conhecido como “uma
escola de chefes”.
Funções Básicas da Empresa
Para Fayol, toda empresa deveria ter seis funções básicas:
• administra vas
• técnicas
• comerciais
• financeiras
• segurança
• contábeis
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Organização Funcional
75
Os autores clássicos u lizam o conceito de elementos da
Administração ou funções do administrador para formar o
processo administra vo.
Os Princípios Gerais da Administração
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 104.
As funções técnicas estavam relacionadas com a produção de bens ou serviços da empresa. Já as funções comerciais
referenciavam-se a compra e venda de bens. Enquanto que
as funções financeiras correspondiam ao gerenciamento
de capitais, as funções de segurança eram responsáveis por
zelar pelos bens e pelas pessoas. As funções contábeis eram
relacionadas aos registros, balanços, esta s cas e custos da
empresa. E, por fim, como responsável pela integração dessas funções, temos as funções administra vas. Atualmente,
essa visão de Fayol está totalmente ultrapassada, tendo as
funções sido subs tuídas por áreas.
Abaixo temos uma visão de como a maioria das organizações do século XX se dividem:
VISÃO FAYOL
Função Administra va
Função Técnica
Função Comercial
Função de Segurança
VISÃO ATUAL
Área da Administração Geral
Área de Produção
Área de Vendas / Marke ng
Área de Recursos Humanos
Funções do Administrador
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
A Teoria Clássica é caracterizada por definir as funções
do administrador e como esse deve agir no trabalho. Fayol
definiu que a função administra va é distribuída, proporcionalmente, entre todos os níveis hierárquicos de uma
organização e não importa se é o diretor, o gerente, o chefe
ou o supervisor, pois todos são administradores, logo todos
desempenham a vidades de previsão,organização, comando, controle e coordenação.
O gráfico a seguir mostra claramente a proporcionalidade
da função administra va nos diferentes níveis hierárquicos
da empresa e quanto mais se sobe na escala, mais aumenta
a extensão e o volume das funções administra vas.
76
Não Administrativas
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 116.
Diferença entre Administração e Organização
Segundo Fayol, tais princípios são universais, maleáveis e
podem ser aplicados em qualquer circunstância, tempo ou lugar.
Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados
de forma complementar aos de Taylor.
1. Divisão do trabalho: especialização dos funcionários
desde o chefe até os operários da fábrica, favorecendo, dessa forma, a eficiência da produção e
aumentando a produ vidade.
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito
dos superiores de atribuírem ações aos seus subordinados que terão a responsabilidade de cumpri-las.
3. Unidade de comando: um funcionário deve receber
ordens de apenas um chefe, evitando o ditado popular: “tem muito cacique e pouco índio”.
4. Unidade de direção: uma cabeça e um plano centralizados possibilitam agrupar a vidades com os
mesmos obje vos.
5. Disciplina: regras de conduta e de trabalho válidas
para todos os funcionários. A ausência de disciplina
gera o caos na organização.
6. Prevalência dos interesses gerais: os interesses gerais
da organização devem prevalecer sobre os interesses
individuais.
7. Remuneração: deve ser suficiente para garan r a
sa sfação dos funcionários e da própria organização.
8. Centralização: as a vidades vitais da organização e
sua autoridade devem ser centralizadas.
9. Hierarquia: defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
10. Ordem: um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu
lugar.
11. Equidade: a jus ça deve prevalecer, jus ficando a
lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa.
12. Estabilidade dos funcionários: uma rota vidade alta
é nega va ao desempenho da empresa e o moral
dos funcionários.
13. Inicia va: capacidade de estabelecer um plano e
cumpri-lo.
14. Espírito de corpo: o trabalho deve ser conjunto,
facilitado pela comunicação na equipe.
Os autores da Teoria Clássica, por meio de um ensino
organizado, com métodos pré-estabelecidos e com a finalidade de formar administradores a par r de suas ap dões
e qualidades pessoais, subs tuíram o empirismo e a improvisação por técnicas cien ficas. Nessa época, esta ideia era
vista como novidade.
A Teoria Clássica pouco evoluiu em termos de teoria da
organização, não tendo se desligado, nesse aspecto, do passado. Enquanto Taylor defendia o controle de um operário
por diversos supervisores, cada um especializado em um
aspecto da tarefa do operário. Fayol defendia o conceito de
unidade de comando, segundo o qual um operário deve ter
apenas um chefe.
Para a Teoria Clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (da direção para a execução) e do
todo para as partes (da síntese para a análise).
Divisão do Trabalho
Algumas pessoas podem reconhecer Administração
como sinônimo de organização. Para Fayol, Administração
é um todo, e a organização uma de suas partes, abrangendo
somente o estabelecimento da estrutura.
A ideia básica era a de que as organizações com maior
divisão de trabalho seriam mais eficientes do que aquelas
com pouca divisão do trabalho.
É importante ressaltar que a divisão do trabalho no sendo horizontal é chamada de departamentalização. Naquela
época, quanto mais departamentalizada a organização, mais
eficiente ela seria.
Organização Linear
Os autores clássicos consideravam a estrutura organizacional baseada na autoridade linear (decorrente do princípio
da unidade de comando), ou seja, cada superior nha autoridade única, absoluta e direta sobre seus subordinados.
Isso é o oposto da supervisão funcional.
Conceitos de Linha e Staff
Para Fayol, a Organização Linear era mais simples e seus
princípios eram:
1. unidade de comando: cada pessoa tem um único
chefe.
2. unidade de direção: planos para conduzir os obje vos
da organização.
3. centralização da autoridade: no topo deve estar a
autoridade máxima.
4. cadeia escalar: autoridade de comando.
Elementos da Administração
Fayol acreditava que quanto maior a organização e a
divisão do trabalho, maiores seriam as necessidades de
coordenação para assegurar a eficiência da organização.
Os cinco elementos que compõem a Administração:
previsão, organização, comando, coordenação e controle
cons tuem as chamadas funções do administrador, mas os
seguidores de Fayol não aceitaram tais elementos. Cada autor
clássico define, a seu modo, os elementos da Administração,
mas não se afastam muito da concepção Fayloriana.
Veja, a seguir, os elementos da Administração, ou seja,
as funções do administrador para Urwick e Gulick:
URWICK
Inves gação
Previsão
Planejamento
Organização
Coordenação
Comando
Controle
GULICK
Planejamento
Organização
Assessoria
Direção
Coordenação
Informação
Orçamento
Princípios de Urwick
• Princípio da Especialização: cada pessoa deve exercer
uma função.
• Princípio da Autoridade: deve haver uma linha de
autoridade claramente definida.
• Princípio da Amplitude Administra va: cada superior
deve ter um número determinado de subordinados.
• Princípio da Definição: os deveres, autoridade e responsabilidade de cada cargo deverão ser considerados
por escrito e comunicado a todos.
Crí cas à Administração Clássica
Várias crí cas foram atribuídas à Teoria Clássica. Dentre
elas, podemos destacar a abordagem simplificada da organização formal, com esquemas pré-estabelecidos de como o
administrador deve proceder e os princípios da Teoria Clássica (divisão do trabalho, especialização, unidade de comando
e amplitude de controle), que deveriam ser seguidos para a
máxima eficiência, deixando de lado a organização informal.
Os autores clássicos fundamentam seus conceitos apenas
em observações, deixando implícito a ausência de trabalhos
experimentais para dar base cien fica a suas afirmações e
princípios. Em suma, falta comprovação cien fica para as
afirmações dos autores clássicos.
O comportamento deste período fez com que a Teoria
Clássica recebesse o nome de teoria da máquina por causa
do comportamento mecânico da organização.
Outra crí ca pode ser observada. Segundo Sco (1967,
p. 86),
a teoria da organização formal não ignorava os problemas humanos da organização, porém não conseguia dar um tratamento sistemá co à interação entre
as pessoas e os grupos informais nem aos conflitos
intraorganizacionais nem ao processo decisorial.
Em outros termos, a abordagem está incompleta, pois
não considera o comportamento humano na organização.
A Teoria Clássica teve uma consideração muito relevante
para o administrador.
Para essa teoria, os administradores são as pessoas que
estão em posição de destaque na organização, seja diretor
ou supervisor, recebem as funções de administrar.
Fayol dividiu em cinco níveis as funções administra vas,
o famoso POC3 – Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar
e Controlar. Apesar de algumas crí cas, Fayol abordou um assunto muito importante e o mesmo perdura até os dias atuais.
Teoria Humanís ca
A Abordagem Humanís ca faz com que a preocupação
com a máquina, o método de trabalho, a organização formal
e os princípios da Administração cedam prioridade para a
preocupação com as pessoas e grupos sociais.
Escola das Relações Humanas
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência imediata das conclusões ob das na
Experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo
e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de
reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração.
A Teoria Humanís ca surgiu com a necessidade de humanizar e democra zar a Administração, libertando-a dos
conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. Essa
teoria foi criada graças ao desenvolvimento das chamadas
Ciências Humanas, principalmente a Psicologia e a Sociologia.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho é essencial
para a razão da organização. Enquanto a Administração
Cien fica preocupava-se com a divisão do trabalho no nível
operário, a Teoria Clássica preocupava-se com a divisão dos
departamentos, divisões, seções etc., no nível gerencial.
Em qualquer organização é impossível definir a vidades
sem enquadrá-las em duas direções:
• ver calmente: quando a hierarquia define a graduação das responsabilidades (níveis de controle);
• horizontalmente: em um mesmo nível hierárquico,
cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma a vidade específica e própria (níveis de
especialização).
77
Os estudos de Elton George Mayo (1880-1949), em
Hawthorne, mostraram que a Western Eletric era uma
companhia norte-americana que fabricava equipamentos
para empresas telefônicas e sempre se caracterizou pela
preocupação com o bem-estar de seus funcionários, o que
lhe rendeu um clima organizacional sadio.
Durante mais de 20 anos não se constatou nenhuma
greve ou manifestação, e um diagnós co preliminar nos
diria que a moral da companhia era alto e os funcionários
confiavam na competência de seus administradores.
Os estudos básicos efetuados por Mayo e seu grupo
veram quatro fases:
• Primeira fase – buscou-se estabelecer a existência de
uma relação entre uma maior iluminação no local de
trabalho e um aumento na produ vidade. Entretanto,
o resultado da pesquisa mostrou que, ao se reduzir
a iluminação, a produção do grupo que estava sendo
analisado também aumentava. Os pesquisadores verificaram que a eficiência dos operários era afetada por
condições de natureza psicológica. Tentaram eliminar
ou neutralizar o fator psicológico, até então estranho
e imper nente.
• Segunda fase – a sala de provas de montagem de relés, com a finalidade de realizar um estudo da fadiga
no trabalho e dos efeitos gerados por mudanças de
horários ou introdução de intervalos de descanso no
período de trabalho.
• Terceira fase – o programa de entrevistas, em que anualmente seriam entrevistados todos os funcionários
da empresa, nha por obje vo desvendar os mo vos
que levavam os funcionários a adotarem posturas
tão diferentes nos seus departamentos e na sala de
provas. A par r dessa fase, as pesquisas passaram a
ter um enfoque nas relações humanas e não mais na
parte cien fica.
• Quarta fase – a sala de observações da montagem de
terminais, que visava analisar a organização informal
dos operários.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Algumas Conclusões da Experiência de Hawthorne
78
A experiência em Hawthorne permi u o delineamento
dos princípios básicos da Escola das Relações Humanas, que
veio a se estabelecer logo em seguida.
As principais conclusões foram:
• o nível de produção é resultante da integração social,
das normas sociais e expecta vas que envolvem o
empregado, e não de sua capacidade sica ou fisiológica (como afirmava a Teoria Clássica). É a capacidade
social do trabalhador que estabelece seu nível de
competência e de eficiência;
• o comportamento social dos empregados se apóia
totalmente no grupo;
• os trabalhadores não reagem isoladamente, mas
como membros de grupos informais, que compõem
a organização como um conjunto desses grupos, que
são os definidores das quotas de produção e das punições aos indivíduos que saem das normas grupais
(teoria de organização informal).
As Relações Humanas são as ações e a tudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos. Os indivíduos dentro da organização par cipam de grupos sociais
e mantêm-se em uma constante interação social. Relações
Humanas são as ações e a tudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos.
Cada indivíduo é uma personalidade diferenciada que
influi no comportamento e a tudes dos outros com quem
mantém contatos. É exatamente a compreensão da natureza dessas relações humanas que permite ao administrador
melhores resultados de seus subordinados.
A importância do conteúdo do cargo: a maior especialização e, portanto, a maior fragmentação do trabalho não é a
forma mais eficiente do trabalho.
Mayo e seus colaboradores verificaram que a extrema
especialização defendida pela Teoria Clássica não cria necessariamente a organização mais eficiente.
Os aspectos emocionais, não planejados e mesmo irracionais do comportamento humano, passam a merecer
atenção especial por parte de quase todas as grandes figuras
da Teoria das Relações Humanas.
Da civilização industrializada e do homem dentro da
abordagem humanís ca surge uma grande incompa bilidade
entre os obje vos organizacionais da empresa e os obje vos
individuais do empregado. Assim, todos os métodos convergem para a eficiência e não para a cooperação e obje vos
humanos. Daí a necessidade de um tratamento preven vo
do conflito industrial por meio de uma Administração humanizada. Imagine que a empresa em que você trabalha obtém
excelentes resultados financeiros, porém o clima pesado da
empresa não o deixa à vontade. O que fazer para melhorar
esta situação?
Funções Básicas da Organização Industrial
Como podemos ver, alguns dos novos conceitos sobre
Administração surgiram por intermédio da experiência de
Hawthorne, cujos relatores – Roethlisberg e Dickson – descreveram que toda organização industrial deve buscar duas
formas para manter equilíbrio interno na organização:
• a função econômica: visa produzir bens ou serviços
por meio de equilíbrio externo, preocupação fundamental da Teoria Clássica;
• a função social: é responsável por proporcionar equilíbrio interno, gerando sa sfação a seus par cipantes.
Essas duas funções são subsistemas interdependentes.
Assim, é fundamental que permaneçam em estado de equilíbrio para que não haja reação contrária de uma das partes.
Figura adaptada de Chiavenato, 2000, p. 147.
O quadro a seguir mostra claramente uma comparação
entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas:
TEORIA DAS RELAÇÕES
HUMANAS
Trata a organização como
uma máquina
Trata a organização como
um grupo de pessoas
Enfa za as tarefas ou a
tecnologia
Enfa za as pessoas
Inspira-se em sistema de
engenharia
Inspira-se em sistemas
de psicologia
Autoridade centralizada
Delegação plena de
autoridade
Linhas claras de
autoridade
Autonomia do empregado
Especialização e
competência técnica
Confiança e abertura
Acentuada divisão do
trabalho
Ênfase nas relações
humanas
Confiança nas regras e nos
regulamentos
Confiança nas pessoas
Clara separação entre
linha e staff
Dinâmica grupal e
interpessoal
Fonte: Chiavenato, 2000. p. 119.
Crí cas à Abordagem da Teoria das Relações
Humanas
Assim como na Administração Cien fica e na Teoria
Clássica, a abordagem humanís ca foi alvo de muitas crí cas,
dentre as quais pode-se destacar:
• os fatores considerados importantes para a Teoria Clássica era rigidamente comba do pela Teoria das Relações
Humanas, e, portanto, mal focalizados. As variáveis que
uma escola considerava importantes eram ignoradas
pela outra, perdendo, muitas vezes, o senso crí co;
• em seguida, as restrições decorrentes da disponibilidade de poucas variáveis a serem analisadas e a
limitação destas apenas às fábricas resultou numa
impossibilidade de generalização de resultados;
• além disso, a Teoria Humanís ca nha visão idealizada em relação ao operário feliz e integrado no
ambiente de trabalho. A produ vidade do operário
não pode estar condicionada a sua felicidade e, consequentemente, não são diretamente proporcionais
(funcionários infelizes podem ser produ vos). Exis a
uma supervalorização do fator “Integração Grupal”
com relação à produ vidade. Tal fator representa
apenas uma caracterís ca capaz de influenciar na
produ vidade;
• outra crí ca que deve ser abordada é o fato de que os
funcionários, naquela época, eram iludidos a par cipar de decisões em reuniões enquanto, na verdade,
suas ideias e insa sfações estavam sendo espionadas;
• e, por fim, a Teoria Humanís ca não forneceu critérios
de gestão, não esclareceu o que pode ou não pode
ser feito para obtenção de melhores resultados. Além
disso, não apresentou nenhuma visão socioeconômica
realista das relações empresa-funcionário.
A Escola das Relações Humanas preocupou-se com aquilo
que as outras demais nem sequer comentaram: o homem.
Essa escola viu a necessidade de humanizar e democrazar a Administração, porém, acredita-se que ela exagerou
e esqueceu assuntos também importantes no quesito administrar.
A crí ca de “operários felizes, porém improdu vos” foi
perpetuada pelos estudiosos no assunto.
Teoria da Burocracia
A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administração a par r da década de 1940, quando surgiram as
crí cas à Teoria Clássica e à Teoria das Relações Humanas.
Nessa época, as empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais definidos em relação ao crescente tamanho
e complexidade das empresas. As duas teorias revelam dois
pontos de vista extremamente opostos e incompletos sobre
a organização, gerando a necessidade de um enfoque mais
amplo e completo, tanto da estrutura como dos par cipantes
da organização.
Assim, tornou-se necessário um modelo de organização
racional capaz de caracterizar todas as formas de organização humana e, principalmente, as empresas. Max Weber,
sociólogo alemão, propôs um modelo in tulado de Teoria
da Burocracia em Administração, segundo a qual
a burocracia é uma forma de organização humana
que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação
dos meios aos obje vos (fins) pretendidos, a fim
de garan r a máxima eficiência possível no alcance
desses obje vos
Origens da Burocracia
A origem da burocracia ocorreu devido às mudanças
religiosas ocorridas após o Renascimento. Para Max Weber,
o moderno sistema de produção, racional e capitalista
não se originou das mudanças tecnológicas nem das
relações de propriedade, como afirmava Karl Marx,
mas de um novo conjunto de normas sociais morais,
às quais denominou é ca protestante.
O capitalismo, a ciência moderna e a organização burocrá ca são cons tuídas de três formas de racionalidade
que surgiram com essas mudanças religiosas. Tais mudanças
ocorreram inicialmente em países protestantes e não em
países católicos. Existem diversas semelhanças entre o protestan smo e o comportamento capitalista.
Tipos de Sociedade
Weber dis nguiu três pos de sociedade:
• Sociedade Tradicional: possui caracterís cas patriarcais de cunho patrimonialista, que detém a posse e o
domínio de um patrimônio. Como exemplos pode-se
destacar a família, os clãs e os feudos medievais.
• Sociedade Carismá ca: podemos caracterizá-la como
par dos polí cos e grupos religiosos, ou seja, é um
po de sociedade na qual há uma forte conotação
mís ca/arbitrária ou dogmá ca/ideológica.
• Sociedade Legal, Racional ou Burocrá ca: é cons tuída de uma sociedade na qual predominam normas
e regras impessoais que se sobrepõem à vontade
individuais, ao arbítrio e às emoções. São sociedades
onde a racionalidade é empregada como meio de se
alcançar os obje vos dessa sociedade. Como exemplo
podemos citar as empresas, os exércitos e até mesmo
os Estados Modernos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
TEORIA CLÁSSICA
79
Tipos de Autoridades
Pare e pense no significado da palavra autoridade. Para
Weber “autoridade significa a probabilidade de que um
comando ou ordem específica seja obedecido”.
Naquela época, para cada po de sociedade deveria exis r
um po de autoridade correspondente. Vejamos quais são:
• Autoridade Tradicional acontece quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores e concordam
com um conjunto de regras e regulamentos legais
previamente estabelecidos. Na verdade, trata-se de
um conjunto de normas consideradas legí mas e das
quais deriva o comando. O governante é visto como
uma pessoa que alcançou tal posição exclusivamente
Tipos de
autoridade
Caracterís cas
Legi mação
Aparato
Administra vo
Tradicional
Não é racional.
Poder herdado ou
delegado. Baseado
no Senhor.
Tradições, hábitos,
usos e costumes.
Não é racional.
Poder herdado ou
delegado. Baseado
no Senhor.
Grupos revolucionário, pardos polí cos,
nações em
Revolução.
Carismá ca
Não é racional,
nem herdada, nem
delegável. Baseada
no Carisma.
Inconstante e
Caracterís cas pesInstável. Escolhido
soais carismá cas
conforme lealdade
do líder. (Heroíse devoção ao líder
mo, Magia, Poder
e não por qualificaMental)
ções técnicas.
Estados moRacionalidade
Legal,
dernos, granracional ou dos meios e dos
des empresas,
obje vos.
burocrá ca.
exércitos.
Legal,
racional ou
burocrá ca.
Legal, racional
impessoal, formal.
Burocrá ca.
Jus ça da lei.
Promulgação e
regulamentação de
normas legais previamente definidas.
Tipos de
Sociedade
Caracterís cas
Exemplos
Tradicional.
Patriarcal e
Patrimonialista.
Conservadora.
Clã, tribo, família, sociedade medieval.
Carismá ca.
Personalista,
mís ca e arbitrária. Revolucionária.
Desenvolvimento da Burocracia
Weber iden ficou três fatores principais que favorecem
o desenvolvimento da moderna burocracia: o primeiro é a
racionalização de transações econômicas, que, por meio de
uma economia monetária, a moeda passa a assumir o lugar
da remuneração em espécie para os funcionários, permi ndo
a centralização da autoridade e o fortalecimento da administração burocrá ca. Outro fator é o crescimento quan ta vo
e qualita vo das tarefas administra vas do Estado Moderno
e, por úl mo, a superioridade técnica sobre qualquer outra
forma de organização em termos de eficiência.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Caracterís cas da Burocracia
80
por procedimentos legais (como nomeação, eleições, concursos etc.) e é em virtude de sua posição
alcançada que ele exerce o poder dentro dos limites
fixados pelas regras e regulamentos sancionados
legalmente.
• Autoridade Carismá ca é o po do poder que adquire
facilmente características revolucionárias, sendo,
portanto, instável e sem base racional. Normalmente
ocorre quando os subordinados se iden ficam com o
superior e atendem suas ordens com grande facilidade.
• Autoridade Legal, Racional ou Burocrá ca acontece
quando os subordinados concordam com as normas
e leis previamente estabelecidas e racionalmente
definidas. Costuma ter fundamento legal.
Para Max Weber a burocracia é a organização eficiente
por excelência, e, para conseguir essa eficiência, a burocracia
especifica, antecipa e detalha, como as coisas deverão ser
feitas. Segundo Max Weber, a burocracia tem as seguintes
caracterís cas principais:
• caráter legal das normas e regulamentos: a burocracia é uma organização definida por regulamentos
e normas previamente estabelecidas, por escrito,
para assegurar uma interpretação ordenada e única
do estatuto da empresa (privada), com capacidade
de regular tudo que ocorre dentro da organização,
possibilitando a padronização das a vidades da organização burocrá ca e conferindo aos chefes poder de
repressão sobre os empregados, com meios capazes
de corrigir e impor disciplina;
• caráter formal das comunicações: as regras da burocracia, as decisões e ações administra vas são formuladas, registradas e comunicadas por escrito, com o
Burocracia
obje vo de proporcionar comprovação e documentação adequadas. Logo, elas devem ser detalhadas,
para serem interpretadas univocamente por todos
os membros da organização;
• caráter racional e divisão do trabalho: a burocracia
é uma organização que se caracteriza por uma sistemá ca divisão do trabalho para atender a uma
racionalidade, isto é, ela é adequada aos obje vos a
serem a ngidos: a eficiência da organização. Cada empregado deve saber qual a sua tarefa, sua capacidade
de comando sobre os outros e, sobretudo, quais são
seus limites de direitos e poderes, para não interferir
na competência alheia nem prejudicar a estrutura
existente. Assim, as tarefas administra vas são altamente diferenciadas e especializadas, e as a vidades
são distribuídas de acordo com os obje vos a serem
a ngidos;
• impessoalidade nas relações: a administração da burocracia não considera as pessoas como tal, mas como
ocupantes de cargos e de funções. Assim, o poder de
cada pessoa é impessoal e deriva do cargo que ocupa,
assim como a obediência prestada pelo subordinado
ao superior é impessoal. Ele obedece ao superior, não
em consideração à sua pessoa, mas ao cargo que o
superior ocupa. A burocracia precisa garan r a sua
con nuidade ao longo do tempo: as pessoas vêm e
vão, os cargos e funções permanecem;
• hierarquia da autoridade: cada cargo inferior deve estar
sob o controle e supervisão de um posto superior, daí a
necessidade da hierarquia da autoridade fixar as chefias
nos diversos escalões de autoridade para proporcionar
a estrutura hierárquica da organização, determinando
privilégios e obrigações, estreitamente definidos por
•
•
•
•
A organização informal aparece como um fator de imprevisibilidade das burocracias, pois o sistema social racional
puro de Weber pressupõe que as reações e o comportamento
humano sejam perfeitamente previsíveis, uma vez que tudo
estará sob o controle de normas racionais, escritas e legais.
A organização informal surge como uma derivação direta do
sistema burocrá co, como uma consequência da impossibilidade prá ca de se bitolar e padronizar completamente o
comportamento humano nas organizações.
Vantagens da Burocracia
•
•
•
•
•
•
•
•
previsibilidade do funcionamento;
univocidade de interpretação;
padronização de ro nas e procedimentos;
redução de conflitos;
subordinação natural aos mais an gos;
confiabilidade nas regras do negócio;
hierarquia formalizada;
precisão na definição de cargos e operações.
Racionalidade Burocrá ca
O fato de uma organização ser racional não implica necessariamente que seus membros ajam racionalmente no que
se refere às suas próprias metas e aspirações. Assim, Weber
usa o termo burocra zação referindo-se também às formas
de agir e de pensar, que existem não somente no contexto
organizacional, mas que permeiam toda a vida social. Embora considerasse a burocracia como a mais eficiente forma
de organização criada pelo homem, Weber temia que essa
grande eficiência, cujos resultados, advinham da crescente
burocra zação do mundo moderno, fosse uma enorme
ameaça à liberdade individual e às ins tuições democrá cas
das sociedades ocidentais.
Dilemas da Burocracia
• internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos;
• normas e Regulamentos são absolutos e prioritários;
• excesso de formalismo e de papelório;
• resistência às mudanças;
• despersonalização dos relacionamentos;
• categorização como base do processo decisorial;
• superconformidade às ro nas e procedimentos;
• exibição de sinais de autoridade;
• dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com
o público.
Disfunções da Burocracia
Ao estudar todas as consequências previstas ou desejadas da burocracia que a levam à máxima eficiência, Weber
também notou as consequências imprevistas (ou indesejadas). Às consequências imprevistas, deu-se o nome de
disfunções da burocracia.
São as principais Disfunções da Burocracia:
1. internalização das regras e apego ao regulamento que
passa a ser obje vo e não meio;
2. excesso de formalismo e de papelório pelo excesso
de documentação;
3. resistência a mudanças em face do acomodamento
pela ro na constante;
4. despersonalização do relacionamento onde pessoas
são somente os ocupantes dos cargos;
5. categorização e estereo pia como base do processo
decisorial – “quem decide é quem ocupa a posição
hierárquica mais alta ou quem tem mais conhecimento?”;
6. superconformidade às ro nas e procedimentos do
“trabalha-se” em função dos regulamentos e ro nas
e não em função dos obje vos organizacionais;
7. exibição dos sinais de autoridade: uniformes, localização da sala, po de mobiliário, estacionamento;
8. dificuldade no atendimento a clientes e conflitos
com o público em face do não enquadramento das
demandas ante os regulamentos e normas.
A burocracia surgiu para organizar e impor regras às
empresas e aos funcionários. Possui um caráter racional com
um enfoque extremamente hierárquico. Weber acreditava na
excelência da burocracia e suas ro nas, pois assim, o controle
das a vidades se tornava mais fácil.
Podemos ver inúmeras empresas burocrá cas, com seus
procedimentos e regras imutáveis. Dependendo do po de
empresa, poderá tender a entropia, pois as mudanças globais
pedem que as empresas as sigam a fim de permanecerem
compe vas no mercado.
Em suma, as causas das disfunções da burocracia residem
basicamente no fato de que a burocracia não leva em conta
a chamada organização informal que existe, fatalmente, em
qualquer po de organização, e nem se preocupa com a variabilidade humana (diferenças individuais entre as pessoas)
que, necessariamente, introduz variações no desempenho
das a vidades organizacionais.
Teoria dos Sistemas
Segundo Maximiano, a essência da visão sistêmica é a
ideia de elementos que interagem e se influenciam para realizar obje vos. É uma ideia simples, mas poderosa, de grande
u lidade na formação intelectual do dirigente moderno.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
•
meio de regras limitadas e específicas. Nesse contexto,
o termo autoridade serve para reduzir ao mínimo o
atrito entre chefe e empregado; o subordinado está
protegido da ação arbitrária do seu superior, dado
que as ações de ambos se processam dentro de um
conjunto mutuamente reconhecido de regras;
ro nas e procedimentos estandardizados: o ocupante
de um cargo não pode fazer o que quiser, mas, sim,
o que a burocracia impõe que ele faça. Assim, as regras e normas técnicas regulam a conduta do ocupante
de cada cargo, cujas a vidades devem ser executadas
de acordo com ro nas e procedimentos previamente
fixados;
competência técnica e meritocracia: a admissão,
a promoção dos funcionários e sua transferência
são baseadas no mérito e na competência técnica e
não em preferências pessoais. Daí a necessidade de
exames, concursos, testes e tulos para admissão e
promoção dos funcionários;
especialização da Administração: o dirigente não é
necessariamente o dono do negócio, mas um profissional especializado na sua administração, assim como
o funcionário não pode vender, comprar ou herdar
sua posição ou seu cargo;
profissionalização dos par cipantes: cada funcionário
da burocracia é um profissional;
completa previsibilidade do funcionamento: tudo
na burocracia é estabelecido no sen do de prever
as ocorrências e ro nizar sua execução, para que a
eficiência do sistema seja máxima.
81
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
82
A visão sistêmica completa a linha de raciocínio, que começa na visão técnica de Taylor e Ford e con nua até a visão
comportamental.
Formou-se a par r de linhas de pensamentos independentes, sendo que, algumas delas ligadas à an ga noção de
que os fenômenos devem ser analisados sob a ó ca de várias
abordagens ao mesmo tempo.
A teoria da forma (Gestalt), desenvolvida por psicólogos alemães em 1924, por si só, remete à visão sistêmica,
porque sua ideia de que a finalidade do conjunto define a
natureza de suas partes conduz a um raciocínio integra vo,
que considera qualquer fenômeno (objeto, evento, sistema)
do ponto de vista dos múl plos fatores que o provocam e
afetam, e também dos inúmeros efeitos que cada elemento
causa no conjunto.
No final dos anos 1930, Ludwig Von Bertalanffy, um
biólogo alemão, conduziu seus estudos de sistemas gerais
pensando no metabolismo, crescimento e sistemas abertos,
por meio de conceitos encontrados na química- sica, cinemá ca e termodinâmica. Isto é, uma abordagem que passa
a correlacionar as organizações industriais e comerciais com
os organismos biológicos. Dessa forma, a Teoria Geral dos
Sistemas (TGS) começa a se desenvolver. A aplicação da TGS
às organizações é denominada Teoria de Sistemas.
De acordo com Bertalanffy, a Teoria de Sistemas é a
“reorientação do pensamento e da visão do mundo a parr da introdução dos sistemas como um novo paradigma
cien fico”. Ou seja, os sistemas devem ser analisados como
en dades e não como ajuntamento de partes.
Após a II Guerra Mundial, cada uma das disciplinas
cien ficas desenvolvidas apresentava uma visão atomís ca,
mecanizada, com a introdução de novos conceitos. Estava
começando uma mudança de concepção dos aspectos organizacionais, par ndo-se da visão atomís ca para a visão
holís ca.
Segundo Silva, a concepção atomís ca estabelece que o
mundo ou o que importa para o entendimento de qualquer
en dade pode ser explicado pela compreensão das suas
partes. Desse modo, as pessoas pensam em dividir o todo
em partes, analisar os conteúdos e experiências das partes
“indivisíveis”, tais como átomos, elementos químicos, ins ntos, percepções elementares e assim por diante.
Sob a concepção de sistemas, a organização deve ser
estudada como um todo, que não pode ser separado em
partes sem haver perdas das suas caracterís cas essenciais.
Os especialistas em sistemas procuram explicar as partes
em termos do todo em lugar de explicar o todo em termos
das partes. Modernamente, a par r da úl ma metade do
século XX, surge a possibilidade de uma percepção mais
global ou interdisciplinar das organizações, ou seja, uma visão
holís ca, que é, em resumo, uma tendência de unificação
das disciplinas ou das ciências.
Sistemas
Um sistema é um conjunto de elementos ou componentes interdependentes que interagem e produzem um
ou mais resultados.
Usando a visão sistêmica, a organização mostra-se como
dois sistemas que se influenciam mutuamente. Um dos sistemas é o “técnico”, do qual fazem parte os componentes
não humanos e que independem das pessoas, por exemplo:
recursos, burocracia, tecnologia, coordenação, divisão do
trabalho e propósitos. O outro sistema é o “sistema social”,
do qual fazem parte todas as manifestações de comportamento dos indivíduos e dos grupos; em resumo: pessoas e
comportamento.
Esses sistemas não são independentes um do outro.
Qualquer alteração em um componente de qualquer dos
sistemas provocará alterações nos demais. É um resultado
importante no uso da visão sistêmica, pois aprendemos que
há uma cadeia de causas e efeitos dentro da qual as ocorrências ou eventos numa parte do sistema provocam efeitos e
consequências nas outras. Portanto, o comportamento e o
desempenho do sistema sempre resultam da interação de
todos os seus elementos.
A u lidade principal da visão sistêmica é considerar as
interações, interdependências e cadeias de efeitos, não somente do ponto de vista acadêmico, mas da possibilidade
prá ca da sua aplicabilidade ao mundo real.
Dos proponentes de sistemas, C. West Churchman talvez
tenha dado uma das mais lógicas explanações. Churchman
destaca cinco considerações básicas rela vas ao pensamento
de sistemas:
1. Obje vos: significa aquelas metas ou fins em direção
aos quais o sistema tende. O estabelecimento de
metas é uma caracterís ca dos sistemas. No entanto,
os obje vos devem ser operacionalizados, ou seja,
definidos em termos de operações iden ficáveis e
fac veis de repe ção. Somente dessa forma será
possível medir o desempenho do sistema como um
todo.
2. Ambiente: cons tui tudo o que está do “lado de fora”
do sistema. Dois elementos caracterizam o ambiente:
o controle dos fatores internos do sistema e a determinação de como o sistema deve funcionar. Ambos
os elementos devem atuar simultaneamente.
3. Recursos: são todos os meios disponíveis para a realização das a vidades necessárias no alcance da meta.
São fatores internos ao sistema, que incluem tudo
que o sistema pode mudar e usar para sua própria
vantagem, tais como pessoas, dinheiro, equipamentos
e outros.
4. Componentes: são todas as a vidades que contribuem
para a realização dos obje vos do sistema. As organizações são tradicionalmente departamentalizadas,
o que é rejeitado por Churchman por causa da natureza transcendental das funções de cada departamento. Ou seja, muitas vezes, para alcançar sua meta
específica, o departamento tende a se afastar da meta
global.
5. Administração: na administração do sistema, Churchman deseja incluir funções básicas que são: o
planejamento e o controle do sistema. Os administradores devem estar certos de que os planos devem ser
executados como concebidos; senão, é fundamental
verificar o que ocorreu, o que cons tui a função de
controle no seu sen do mais primário.
Em qualquer sistema con nuo, mudanças são inevitáveis,
o que implica necessidade de revisões periódicas e reavaliações dos planos.
Associada com as funções de planejamento e controle
do sistema está a noção de fluxo de informações sobre os
desempenhos do sistema (feedback).
Hierarquia dos Sistemas
O economista Kenneth Boulding, em 1956, escreveu um
ar go em que descreve a natureza geral, o propósito e as
necessidades para uma abordagem de sistemas de todos os
fenômenos cien ficos. Boulding destacou cuidadosamente
que o propósito da TGS não era estabelecer uma simples
teoria geral sobre pra camente todas as coisas que pudesse
Caracterís cas dos Sistemas Abertos
Podem ser identificadas diversas características das
organizações como sistemas abertos.
Aqui serão abordadas cinco das principais caracterís cas:
1. O ciclo de eventos: toda a organização se envolve em
um ciclo de eventos que implica entradas, transformação e saídas de energia. O termo energia reflete a influência da TGS como concebida nas ciências biológicas
e está relacionado com a organização das coisas vivas.
Para uma empresa de negócios, a energia toma forma
de insumos, recursos humanos, recursos financeiros,
materiais, equipamentos e produtos/serviços.
2. A entropia nega va: caracterís ca das organizações
como sistemas abertos – que possuem mais “entradas” de energia do que “saídas”, porque um sistema
aberto, para sobreviver ou crescer, deve absorver mais
energia do que liberar. Isso pode ser entendido nas
organizações quando se analisa a lucra vidade em
longo prazo.
3. O processamento da informação: é essa caracterís ca
que processa quais informações serão permi das dentro do sistema, para a armazenagem e interpretação
das informações e para decidir sobre as respostas para
as informações analisadas. Pelo fato da capacidade de
processamento de informação de qualquer sistema
ser limitada, os sistemas devem ter processos de
codificação que selecionam as informações entrantes.
4. O crescimento e a manutenção: essa caracterís ca
apresenta ambas as tendências de “crescimento” e
“manutenção”, isto é, há forças nos sistemas que favorecem a estabilidade e resistem à mudança, mas também há forças nos sistemas abertos que favorecem
a mudança e procuram oportunidade para inovação,
renovação e crescimento. O sistema aberto está em
con nua interação com o seu ambiente e alcança um
“estado estável” ou “equilíbrio dinâmico”, enquanto
mantém a capacidade de trabalho ou a energia de
transformação atuante.
5. Equifinalidade: define que um sistema aberto pode
alcançar o mesmo estado final a par r de diferentes
condições iniciais e por meio de uma variedade de
caminhos; destaca a flexibilidade na seleção dos meios
que serão u lizados para alcançar os fins, além de criar
uma relação das metas com os métodos.
A visão sistêmica acredita que o desempenho de uma
organização é produto da interação mais do que da soma
de suas partes; assim, é possível pela ação de duas ou mais
partes, alcançar o efeito que qualquer das partes sozinhas
não seria capaz. Isso poderia ser denominado de Sinergia.
Portanto, a soma dos bene cios das operações combinadas
de uma organização é maior do que se as operações fossem
realizadas separadamente.
A Teoria de Sistemas nas Organizações
Bertalanffy deu ênfase, em parte, da TGS que denominou
sistemas abertos. A base do seu conceito é que um organismo
vivo não é um conglomerado de elementos separados, mas
um sistema definido, possuindo organização e totalidade.
As organizações de negócios são sistemas construídos
pelos indivíduos em interação com o ambiente; por exemplo,
consumidores, cliente, concorrente, organizações de mão de
obra, fornecedores, governo e outras en dades. Além do
mais, as organizações de negócios são sistemas de partes
inter-relacionadas que trabalham em união para alcançar
um determinado número de metas, tanto na organização
como dos indivíduos delas par cipantes.
A Teoria dos Sistemas nas organizações tem a intenção
de desenvolver um ambiente obje vo e compreensível para
a tomada de decisão. Por exemplo, se o sistema dentro do
qual os administradores tomam decisões pode ser provido de
uma estrutura de trabalho clara e obje va, então as decisões
podem ser tomadas de maneira mais fácil.
Enfim, a Teoria dos Sistemas fornece ferramentas para
que se possa analisar e avaliar organizações. Entender que as
mudanças em uma parte do sistema resultam, normalmente,
em mudanças em outras partes do sistema. É fundamental
para os agentes de transformação tomarem decisões estratégicas dentro das organizações.
Teoria Con gencial
Uma con ngência é um evento futuro provável, mas
não certo, que pode afetar seriamente o trabalho de uma
empresa, como greve, guerra, mudanças de preços ou da
polí ca governamental. É algo que pode ser tanto incerto
quanto eventual, podendo suceder ou não, dependendo
das circunstâncias.
A Teoria da Con ngência surgiu a par r de várias pesquisas
feitas para verificar os modelos de estruturas organizacionais
mais eficazes em determinados pos de empresas. É a mais
recente das teorias administra vas e marca um passo além
da Teoria dos Sistemas. Suas origens remontam às pesquisas
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
subs tuir as teorias específicas de disciplinas par culares.
Mais do que isso, seu propósito era estabelecer um meio
adequado e justo entre “o específico, que não tem significação, e o geral, que não tem conteúdo”.
Boulding passou a descrever uma hierarquia de sistemas,
indo do mais simples ao mais complexo, classificados em
nove níveis de sistemas, a seguir:
1. sistemas de estrutura estática: os de níveis mais
básicos, também chamados de níveis de armação
(estruturação), como a anatomia do universo;
2. sistemas dinâmicos simples: aqueles que já incorporam necessariamente movimentos predeterminados
(como os mecanismos de relógios);
3. sistemas ciberné cos: os que se caracterizam por
mecanismos automá cos de controle de feedback
(como os termostatos);
4. sistemas abertos: que são estruturas “auto-man das”,
nível em que começa a diferenciação entre vida e não
vida (como as células orgânicas);
5. sistemas gené co-sociais: aqueles pificados pelas
plantas, que apresentam divisão de trabalho entre
as partes, células etc.;
6. sistemas animais: caracterizados pelo aumento, mobilidade, comportamento teleológico e autoconsciência;
7. sistemas humanos: os indivíduos considerados como
sistemas, com autoconsciência e a habilidade para
usar a linguagem e os simbolismos no seu processo
de comunicação;
8. sistemas sociais: também chamados de sistemas
de organizações humanas, com a consideração do
conteúdo e significado das mensagens, a natureza e
dimensões dos sistemas de valores, a transcrição de
imagens em registros históricos, as simbolizações da
arte, música e poesia, e a complexa gama de emoções
humanas;
9. sistemas transcendentais: aqueles úl mos, absolutos,
inevitáveis e irreconhecíveis, que também apresentam
estrutura e relacionamento sistemá cos.
83
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
84
de Chandler, Burns e Stalker, Woodward, Lawrence e Lorsch
a respeito das organizações e seus ambientes. Essas pesquisas revelaram que a teoria administra va disponível era
insuficiente para explicar os mecanismos de ajustamento
das organizações aos seus ambientes de maneira proa va
e dinâmica.
Os resultados das pesquisas conduziram a uma nova
concepção de organização: a estrutura da organização e o
seu funcionamento são dependentes da interface com o
ambiente externo. Verificaram que não há um único e melhor
jeito de organizar. A estrutura depende do ambiente no qual
a organização opera.
Verificou-se que as caracterís cas das organizações são
decorrentes do que existe fora delas: seu ambiente. O conhecimento do ambiente passou a ser vital para a compreensão
dos mecanismos organizacionais.
A Teoria Contingencial é eclética e interativa, mas,
ao mesmo tempo, rela vista e situacional, o que significa
que um administrador pode fazer uso das técnicas gerenciais
de outras abordagens da Administração quando a aplicação
dessas várias técnicas, ou uma combinação entre elas, é a
melhor solução para o problema específico. Ela se dis ngue
por ser uma metodologia de solução de problemas que começa com uma análise e termina com a criação, avaliação
e recomendação de uma solução potencial para resolver o
problema gerencial.
Joan Woodward, inglesa, socióloga industrial, dirigiu
um estudo de pesquisa que provou ser uma das mais significa vas rupturas, dentro da teoria das organizações. Até
então, a maioria dos teóricos organizacionais nha ignorado
o papel da tecnologia. A organização formal era vista como
uma estrutura e possivelmente um grupo de processos.
A tecnologia era reconhecida somente como um conjunto
de condições limitantes.
Ela considerou a tecnologia como responsável por um
papel tão ou mais importante do que aquele da estrutura e
dos processos na organização interna.
O estudo de Woodward contemplou cerca de 100 empresas britânicas com, no mínimo, 100 empregados. As empresas foram classificadas de acordo com três pos dis ntos
de sistemas de produção:
1) Unitário e de pequenos lotes – A produção era baseada
nos pedidos da empresa, tendo somente o marke ng como
primeira a vidade. Uma tensão maior era colocada sobre
os especialistas técnicos e sobre a qualidade e eficiência do
produto. A pesquisa e o desenvolvimento eram a segunda a vidade mais crí ca. Por causa da necessidade de flexibilidade,
eram também necessários uma integração mais próxima e
contatos pessoais frequentes, isto é, uma estrutura orgânica.
2) Grande quan dade e produção em massa – Os programas de produção não eram diretamente dependentes
dos pedidos da empresa. A primeira fase da fabricação era
o desenvolvimento do produto, seguida da produção, a qual
era a função mais importante, e, depois, pelo marke ng.
3) Processo con nuo – A importância de manter um
mercado significava que o marke ng era a a vidade central
e crí ca. Os produtos eram impossíveis ou di ceis de estocar
ou a capacidade de estocagem era muito limitada. O fluxo
de produção era diretamente determinado pela situação do
mercado. A ênfase no conhecimento técnico estava voltada
para o modo como os produtos poderiam ser usados do que
como eles poderiam ser feitos.
A teoria de Woodward, também chamada de determinismo tecnológico, representa interpretações posteriores à
pesquisa, que, embora importante, não pode ser considerada
uma validação da teoria tecnológica.
A hipótese básica da teoria de Woodward é que as empresas que mais se aproximam da estrutura adequada para
suas tecnologias deveriam ser as de maior sucesso. O sucesso
é função de uma adequada adaptação entre tecnologia e
estrutura, que pode ser conscientemente planejada para
tornar a produção de grande quan dade e em massa, o que
pode ocorrer de modo espontâneo em muitos casos.
O sucesso nos processos de produção intermediários
da tecnologia está associado com um sistema mecanís co.
Charles Perrow, um teórico de organizações, com treinamento em sociologia, expandiu os estudos de Woodward,
chamando a atenção para duas dimensões importantes da
tecnologia:
• a extensão para qual a tarefa do trabalho é previsível
ou variável;
• a extensão para a qual a tecnologia pode ser analisada.
A variabilidade se refere ao número de casos excepcionais ou imprevisíveis e à extensão em que os problemas são
conhecidos.
A análise da tecnologia se refere à medida que as a vidades são desmembradas, bem como à extensão em que os
problemas podem ser resolvidos de maneira conhecida ou
pelo uso de procedimentos de ro na.
A combinação das duas dimensões propicia um con nuum de tecnologia ro neira e não ro neira.
Com tecnologia não ro neira existe grande número de
casos excepcionais envolvendo dificuldades e variada solução
de problemas. A classificação de cada po de tecnologia se
refere a uma estrutura par cular de organização. Perrow sugere que a classificação das organizações pela sua tecnologia
e previsibilidade das tarefas do trabalho conduzirá a uma
predição da forma de estrutura mais eficaz e conveniente.
Na organização de tipo rotineiro há um mínimo de
critério tanto nos níveis tecnológicos quanto nos níveis supervisionais, mas o poder do nível gerencial médio é alto.
A coordenação é baseada em planejamento e é provável
haver pouca interdependência entre os dois grupos. Essa
configuração aborda uma estrutura burocrá ca.
Numa organização de po não-ro neiro existe alto nível
de discrição e o poder está distribuído entre os níveis tecnológicos e supervisionais. A coordenação é realizada por meio
do feedback e existe alta interdependência do grupo. Esse
modelo se parece com uma estrutura orgânica.
Para Tom Burns, sociólogo, e George M. Stalker, psicólogo, ambos ingleses, as empresas seguem dois pos básicos
de procedimentos organizacionais, resultando ou em um
sistema mecânico, ou em um sistema orgânico.
Sistema mecânico: é aquele no qual as especialidades
funcionais têm uma classificação rígida, assim como as
obrigações, as diversas responsabilidades e o poder. A hierarquia de comando é bem definida, sustentando um fluxo
de comunicação que transmite informações de baixo para
cima e ordens de cima para baixo.
Sistema orgânico: apresenta maior flexibilidade, sendo
as atribuições de obrigações, responsabilidades e poderes
mais adaptáveis. A comunicação tende a ser um fluxo de
mão dupla, transmi ndo consultas de cima para baixo e de
baixo para cima.
Como as empresas estão sujeitas às mudanças ambientais, devem estar preparadas para se adaptar a elas. Uma
organização, com sistema mecânico, pode ser adequada
a situações ambientais estáveis. Já uma organização com
sistema orgânico se mostra mais flexível a novas situações
ambientais. Na prá ca, as organizações costumam adotar
sistemas que se situam em algum ponto da escala formada
por ambos.
Orgânica
Cargos amplamente
definidos
Poucas regras e
procedimentos
Responsabilidades ambíguas
Sistemas subje vos de
recompensas
Critérios subje vos de
seleção
Informal e pessoal
Tarefas e metas vagas
Tarefas indivisíveis
Desempenho por medidas
subje vas
Empregados mo vados por
necessidades complexas
Autoridade desafiada
Alfred Chandler publicou, em 1962, os resultados de uma
pesquisa sobre inovação organizacional, realizada em quatro
empresas americanas: DuPont, General Motors, Standard
Oil Company de New York e Sears Roebuck and Company,
buscando dados que permi ssem generalizações.
Segundo os resultados dessa pesquisa, “a tese deduzida
das várias proposições é que a estrutura segue a estratégia
e que o mais complexo po de estrutura é o resultado da
concatenação de várias estratégias básicas”.
Para Chandler, estrutura pode ser definida como o desenho da organização por meio do qual o empreendimento é
administrado. Esse desenho tem dois aspectos: o primeiro
são as linhas de autoridades e comunicação; o segundo,
o fluxo de dados e informações por meio das linhas de
autoridade e comunicações. A estratégia envolve ações em
resposta às demandas e fontes de suprimentos variáveis,
condições econômicas flutuantes, novos desenvolvimentos
tecnológicos e ação dos compe dores. Assim, é a estrutura
do negócio que se adapta para atender à estratégia que é
determinada pelas demandas de mercado.
Paul Lawrence e Jay Lorsch, professores da Harvard Business School, pesquisaram a relação entre as caracterís cas
estruturais das organizações complexas e as condições do
ambiente que essas organizações enfrentam, comparando
dez empresas de três diferentes setores industriais. A questão básica do estudo foi: “o que a organização faz para lidar
com as diversas condições econômicas e de mercado?” Essa
questão era muito diferente dos estudos empresariais da
época, que focalizavam a melhor maneira de organizar as
empresas sem levar em conta o ambiente e as condições
externas.
Os autores concluíram que os problemas básicos dos
administradores são a diferenciação e a integração, processos
essencialmente antagônicos, que serão determinados de
acordo com as exigências de seu respec vo ambiente. Para
eles, na medida em que os sistemas crescem de tamanho,
diferenciam-se em partes e o funcionamento dessas partes
separadas tem de ser integrado para que o sistema inteiro
seja viável. Segundo a pesquisa, as indústrias com elevado
desempenho apresentam melhor ajustamento às necessi-
dades do ambiente, que, por sua vez, definirá o grau requerido de diferenciação nos departamentos e de integração
interdepartamental.
Baseado nesses resultados, os autores criaram a Teoria
da Con ngência na empresa, que, em lugar de propor um
único e melhor modo de organizar-se em quaisquer condições, propõe que a empresa deve se concentrar na análise
sistemá ca dos requisitos do ambiente e relacioná-los com
as caracterís cas exigidas da organização. Com isso os administradores terão maior probabilidade de manter a viabilidade de suas empresas frente à constante transformação
da tecnologia e do mercado.
Alguns crí cos argumentam que a visão con ngencial
nem incorpora todos os aspectos da Teoria de Sistemas, nem
se desenvolveu a ponto de poder ser considerada uma nova
teoria. Argumentam que, de fato, não há novidade na visão
con ngencial, visto que até Fayol já previa que os princípios
deveriam ser aplicados com flexibilidade. Já os defensores
da visão con ngencial defendem justamente que o alerta
de Fayol e outros foram ignorados: buscou-se estabelecer
princípios universais que pudessem ser aplicados sem a
dimensão situacional e que, portanto, não necessariamente
levariam aos resultados almejados.
Segundo Ferreira, a Teoria Con ngencial é vista como
eclé ca, integrando conceitos de várias teorias administravas e podendo ser considerada mais como uma visão de
mundo do que como um modelo em si. Ao invés de teorias
antagônicas, a visão con ngencial mostra que, na verdade,
existe um con nuum entre teorias aparentemente posicionadas em extremos opostos. Sua mensagem básica é que
nada é absoluto.
A Teoria Con ngencial age conforme as necessidades ambientais. As decisões tomadas são previamente confrontadas
com as mudanças ocorridas no ambiente no qual a empresa
encontra-se inserida.
Analisando a par r de uma visão con ngencial, o ambiente é de extrema importância para a compreensão dos
mecanismos organizacionais.
Acredita-se, apesar das crí cas, que é uma teoria eclé ca
e bastante intera va, ao contrário de muitas outras, que
possuem a estagnação como caracterís ca.
Teoria Neoclássica de Administração
Segundo Chiavenato (2010), em meados de 1957, a Teoria Neoclássica veio redimensionar e atualizar os velhos
conceitos clássicos de administração. É também denominada Escola do Processo Administra vo pela sua ênfase nas
funções administra vas. Enquanto Fayol se preocupava em
prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, cada
autor neoclássico nha uma posição própria a respeito das
funções administra vas que cons tuem o processo administra vo. A Teoria Neoclássica é eminentemente eclé ca,
aproveitando todas as contribuições das demais teorias
anteriores, principalmente a clássica e a humanista. Aborda
temas importantes como o tamanho organizacional, o dilema
centralização/descentralização, os pos de organizações,
a departamentalização, tendo sempre por base o processo
administra vo. A principal novidade da abordagem neoclássica foi a focalização em resultados, a chamada administração
por obje vos (APO), para melhorar a eficácia das organizações. Peter Drucker foi o maior expoente neoclássico;
Koontz e O’Donnell, os maiores divulgadores dos princípios
neoclássicos de administração.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Estruturas
Caracterís cas
Mecânica
Cargos estreitos em
conteúdo
Muitas regras e
procedimentos
Claras responsabilidades
Sistemas obje vos de
recompensas
Critérios obje vos de
seleção
Oficial e impessoal
Hierarquia
Condições
Tarefas e metas
conhecidas
Tarefas divisíveis
Desempenho por medidas
obje vas
Empregados responsivos e
recompensas monetárias
Autoridade aceita como
legí ma
85
Teoria Estruturalista
Segundo Chiavenato (2010), as severas crí cas à rigidez
do modelo burocrá co provocaram o aparecimento da Teoria
Estruturalista, ao redor de 1950, como uma reação para eliminar suas distorções e limitações e incluir outros aspectos
importantes no desenho estrutural. O estruturalismo foi a
mais forte influência da sociologia (principalmente da sociologia organizacional na teoria administra va) e preocupou-se
com o estudo da organização formal (aquela que é deliberada
e oficialmente estabelecida pela organização, principalmente
por meio de organogramas e manuais de organização), mas
também incorporou a organização informal (decorrência
do comportamento dos grupos sociais informais dentro da
organização formal), buscando compa bilizar ideias da Teoria
Clássica e da Teoria das Relações Humanas, consideradas, até
então, totalmente opostas e contraditórias. O estruturalismo
incluiu, também, o estudo da tecnologia das relações de uma
determinada organização com outras, que cons tuem o ambiente externo. No fundo, o estruturalismo abriu novas portas e dimensões para a teoria administra va, principalmente
por meio da influência da sociologia organizacional. A teoria
estruturalista é uma teoria de transição que apresenta fortes
crí cas, principalmente em relação à Teoria Clássica.
Teoria Comportamental
Teoria X e Teoria Y
McGrecor, um dos mais famosos autores behavioristas
da Administração, preocupou-se em comparar dois es los
opostos e antagônicos de administração: de um lado, um
es lo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmá ca (a que deu nome de Teoria X) e, de outro,
um es lo baseado nas concepções modernas a respeito do
comportamento humano (a que denominamos Teoria Y).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Teoria X
86
É a concepção tradicional de administração e se baseia
em convicções errôneas e incorretas sobre o comportamento humano, como, por exemplo: o homem é indolente
e preguiçoso por natureza, ele evita o trabalho. Falta-lhe
ambição, não gosta de assumir responsabilidades. O homem
é egocêntrico. A sua própria natureza o leva a resis r às mudanças. A sua dependência o torna incapaz de autocontrole
e autodisciplina.
Em função dessas concepções e premissas a respeito da
natureza humana, a Teoria X reflete um es lo de administração duro, rígido e autocrá co e que se limita a fazer as
pessoas trabalharem dentro de certos esquemas e padrões
previamente planejados.
Toda vez que um administrador imponha arbitrariamente
e de cima para baixo um esquema de trabalho e passe a
controlar externamente o comportamento de trabalho de
seus subordinados, ele estará fazendo Teoria X. O fato de
ele impor autocra camente ou impor suavemente não faz
diferença segundo McGrecor.
A teoria X se fundamenta em uma série de pressuposições errôneas acerca do comportamento humano e
apregoa um es lo de administração em que a fiscalização
e o controle externo rígido cons tuem mecanismos para
neutralizar a desconfiança da empresa quanto às pessoas
que nela trabalham.
Segundo esta teoria, o único es mulo para o trabalho
é somente pelo salário, se o es mulo salarial não vem,
o trabalho não sai.
Teoria Y
É a moderna concepção de administração, de acordo
com a teoria comportamental. A teoria Y se baseia em concepções e premissas atuais e sem preconceitos a respeito
da natureza humana.
A Teoria Y desenvolve um es lo de administração muito
aberto e dinâmico, extremamente democrá co, por meio
do qual administrar é um processo de criar oportunidades,
liberar potencialidades, remover obstáculos, encorajar o
crescimento individual e proporcionar orientação quanto a
obje vos. Está totalmente oposta à teoria X.
Pressuposições da Teoria X Pressuposições da Teoria Y
• As pessoas são preguiço- • As pessoas são esforçadas
sas e indolentes.
e gostam de ter o que fazer.
• As pessoas evitam o traba- • O trabalho é uma ativilho.
dade tão natural como
brincar ou descansar.
• As pessoas evitam a res- • As pessoas procuram e
ponsabilidade, a fim de se aceitam responsabilidades
sen rem mais seguras.
e desafios.
• As pessoas precisam ser • As pessoas podem ser aucontroladas e dirigidas.
tomo vas e autodirigidas.
• As pessoas são ingênuas e • As pessoas são cria vas e
sem inicia va.
competentes.
Teoria Z
A teoria administra va tem sido permeada de modismos
nas úl mas décadas: APO, CCQ, Teoria X e Y, enriquecimento
de cargos, Desenvolvimento Organizacional etc., cons tuíram
novidades que ficaram na moda muito tempo. No início da
década de 1980, surgiu outra novidade em alta moda: a
Teoria Z, que se fundamenta nos seguintes princípios:
• Emprego estável para as pessoas, mesmo em época
de dificuldades para a organização.
• Pouca especialização das pessoas que passam a ser desenvolvidas por meio de uma filosofia de treinamento
nos seus cargos.
• Avaliação do desempenho constante e promoção lenta.
• Igualitarismo no tratamento das pessoas, não importando o seu nível hierárquico. Todas as pessoas passam
a ter igual tratamento, iguais condições de trabalho,
iguais bene cios etc.
• Democracia e par cipação: todas as pessoas par cipam em equipe e nenhuma decisão é tomada sem o
consenso do grupo.
• Valorização das pessoas, a tal ponto que o maior patrimônio das empresas japonesas são as pessoas que
nela trabalham.
A Teoria Z proporciona a base para todo programa de
administração orientado para os recursos humanos da empresa: todas as decisões organizacionais devem ser tomadas
por meio do consenso, com ampla par cipação das pessoas
e orientadas para longo prazo.
A Teoria Z é um modelo de administração par cipa va.
Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO)
Desenvolvimento Organizacional (DO) é o esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, no sen do de melhorar
os processos de resolução de problemas e de renovação
organizacional com a u lização da teoria e tecnologia das
ciências do comportamento.
Técnicas de DO
1. Treinamento da sensi vidade: cons tui a técnica mais
an ga e ampla de DO. Consiste em reunir grupos
chamados T-groups (grupos de treinamento) que
são orientados por um líder treinado para aumentar
a sua sensibilidade quanto às suas habilidades e dificuldades de relacionamento interpessoal. O resultado
consiste em maior cria vidade (menos temor dos
outros e menos posição de defesa), menor hos lidade
quanto aos outros (devido à melhor compreensão dos
outros), e maior sensi vidade às influências sociais
e psicológicas sobre o comportamento no trabalho.
Isso favorece a flexibilidade do comportamento das
pessoas em relação aos outros. Geralmente é aplicado
de cima para baixo, começando na cúpula da organização e descendo até os níveis mais baixos.
2. Análise transacional (AT): é uma técnica que visa ao
autodiagnós co das relações interpessoais. As relações interpessoais ocorrem por meio de transações.
Uma transação significa qualquer forma de comunicação, mensagem ou relação com os demais. A AT é
uma técnica des nada a indivíduos, e não a grupos,
pois se concentra nos es los e conteúdos das comunicações entre a pessoas. Ela ensina as pessoas
a enviar mensagens que sejam claras e ágeis e a dar
respostas que sejam naturais e razoáveis. O obje vo
é reduzir os hábitos destru vos de comunicação – os
chamados “jogos” – em que a intenção ou o significado das comunicações fica obscuro ou distorcido.
A AT assemelha-se a uma terapia psicológica para
melhorar o relacionamento interpessoal, permi ndo
a cada indivíduo autodiagnos car sua inter-relação
com os outros para modificá-la e melhorá-la gradavamente.
3. Desenvolvimento de equipes: é uma técnica de alteração comportamental em que várias pessoas de
vários níveis e áreas da organização se reúnem sob a
coordenação de um consultor ou líder e cri cam-se
mutuamente, procurando um ponto de encontro em
que a colaboração seja mais fru fera e eliminando as
barreiras interpessoais de comunicação pelo esclarecimento e compreensão de suas causas. Ao final,
a equipe autoavalia o seu comportamento por meio
de determinadas variáveis. A ideia básica é construir
equipes por meio da abertura de mentalidade e de
ação das pessoas. No trabalho em equipe, são eliminadas as diferenças hierárquicas e os interesses
específicos de cada departamento ou especialidade,
o que proporciona uma predisposição sadia para a
interação e, consequentemente, para a cria vidade
e inovação.
Técnicas de DO
Treinamento da sensi vidade
Análise transacional
Desenvolvimento de equipes
Consultoria de procedimentos
Reunião de confrontação
Retroação de dados
4. Consultoria de procedimentos: é uma técnica em que
cada equipe é coordenada por um consultor, cuja
atuação varia enormemente. A coordenação permite
certas intervenções para tornar a equipe mais sensível
aos seus processos internos de estabelecimento de
metas e obje vos, de par cipação, de sen mentos,
de liderança, de tomada de decisões, de confiança e
cria vidade. O consultor trabalha com os membros
da equipe para ajudá-los a compreender a dinâmica
de suas relações de trabalho em situações de grupo
e a desenvolver o diagnós co de barreiras e as habilidades de solução de problemas para fortalecer o
senso de unidade entre seus membros, incrementar
as relações interpessoais, melhorar o cumprimento
das tarefas e aumentar a sua eficácia.
5. Reunião de Confrontação: é uma técnica de alteração comportamental com a ajuda de um consultor
interno ou externo (denominado terceira parte).
Dois grupos antagônicos em conflito (desconfiança
recíproca, discordância, antagonismo, hostilidade
etc.) podem ser tratados por meio de uma reunião
de confrontação que dura um dia, em que cada grupo
se autoavalia, bem como avalia o comportamento do
outro, como se fosse colocado diante de um espelho.
Nessa reunião, cada grupo apresenta ao outro os resultados dessas avaliações e é interrogado no que se
refere às suas percepções. Segue-se uma discussão,
inicialmente acalorada, tendendo a uma posição de
compreensão e de entendimento recíprocos quanto
ao comportamento das partes envolvidas. O consultor
facilita a confrontação, com total isenção de animo,
ponderando as críticas, moderando os trabalhos,
orientando a discussão para a solução constru va
do conflito e eliminando as barreiras intergrupais.
A reunião de confrontação é uma técnica de enfoque
socioterapêu co para melhorar a saúde da organização, incrementando as comunicações e relações entre
diferentes departamentos ou equipes, e planejar
ações corre vas ou profilá cas.
6. Retroação de dados (feedback): é uma técnica de
mudança de comportamento que parte do princípio
de que quanto mais dados cogni vos o indivíduo recebe, maior será a sua possibilidade de organizá-los e
agir cria vamente. A retroação de dados proporciona
aprendizagem de novos dados a respeito de si mesmo,
dos outros, dos processos grupais ou da dinâmica
de toda a organização – dados que nem sempre são
levados em consideração. A retroação refere-se às
a vidades e processos que refletem e espelham a
maneira como uma pessoa é percebida ou visualizada
pelas demais pessoas. Requer intensa comunicação
e um fluxo adequado de informações para atualizar
os membros e permi r que eles próprios possam
conscien zar-se das mudanças e explorar as oportunidades que geralmente se encontram encobertas
dentro da organização.
Níveis de intervenção
Intrapessoal
Intrapessoal
Intragrupal
Intragrupal
Intraorganizacional
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O DO é uma abordagem de mudança planejada cujo foco
principal está em mudar as pessoas e a natureza e qualidade
de suas relações de trabalho. O DO enfa za a mudança cultural como base para a mudança organizacional.
87
O Processo de DO
As técnicas de DO são geralmente aplicadas em uma
sequência definida conforme a figura abaixo. O ponto de parda é melhorar inicialmente a sensibilidade intrapessoal das
pessoas para posteriormente melhorar e incen var os seus
relacionamentos interpessoais. A seguir, inicia-se a formação
e desenvolvimento de equipes com técnicas intragrupais,
às quais se seguem as técnicas intergrupais necessárias
para integrar as diferentes equipes entre si e, mais adiante,
as técnicas intraorganizacionais para definir os obje vos
organizacionais a serem alcançados mediante o trabalho
conjunto e coordenado das diferentes equipes envolvidas.
As evidências mostram que as mudanças que enfa zam as
pessoas e a organização como um todo são mais profundas e
eficazes. No fundo, o DO representa um verdadeiro mu rão
de esforços conjuntos para mudar a organização por meio
da mudança de a tudes e comportamentos das pessoas que
nela trabalham – uma verdadeira mudança de mentalidade
como o meio mais eficaz de mudar a organização inteira.
Contudo, as principais limitações da maioria dos programas de DO são:
• A eficácia do programa de DO é di cil de ser avaliada.
• Os programas de DO demandam muito tempo.
• Os obje vos de DO são geralmente muito vagos.
• Os custos totais de um programa de DO são di ceis de
avaliar.
• Os programas de DO são geralmente muito caros.
Essas limitações, contudo, não significam que se deve
eliminar os esforços de DO, apenas indicam as áreas nas
quais o programa deve ser aperfeiçoado. Para melhorar a
qualidade dos esforços de DO, os administradores podem:
• ajustar sistema camente os programas de DO às necessidades específicas da organização;
• demonstrar como as pessoas podem mudar seu comportamento como parte do programa;
• modificar os sistemas de recompensas da organização
par a premiar os membros que mudam se comportamento de acordo com o programa.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
EXERCÍCIOS
88
1.
(Cespe/TCE-PE/Auditor das Contas Públicas/2004)
Quanto à administração pública e à reforma do Estado
contemporâneo, julgue os itens seguintes.
Pelo proposto no Plano Diretor da Reforma do Aparelho
do Estado, órgãos com atribuição de fiscalização seriam
considerados executores de a vidades exclusivas de
Estado e deveriam ser transformados em organizações
sociais.
a) Certo
b) Errado
2.
(Cespe/TCE-PE/Auditor das Contas Públicas/2004)
Quanto à administração pública e à reforma do Estado
contemporâneo, julgue os itens seguintes.
a) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado
priorizava o planejamento estratégico das organizações públicas em vez da reestruturação organizacional.
b) Uma das principais diferenças entre a administração
pública burocrá ca e a administração pública gerencial reside nos mecanismos de controle. No primeiro
caso a ênfase é no controle de procedimentos enquanto no segundo controlam-se os resultados.
c) É correto afirmar que as agências reguladoras enquadram-se, pelas suas atribuições e caracterís cas,
no setor implementador de “a vidades exclusivas de
Estado”, como um po de agência execu va.
d) O termo publicização refere-se à estruturação de
en dades prestadoras de serviços não-exclusivos
de Estado em organizações de natureza pública
não-estatal, como as organizações sociais.
3.
(FCC/PMSPA/Auditor Fiscal/2007) O Plano Diretor
da Reforma do Estado elaborado pelo Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado (MARE),
implementado nos anos 90, teve, entre seus principais
obje vos e diretrizes.
a) Propiciar a reforma do Aparelho do Estado, estabelecendo condições para que o Governo possa
aumentar sua governança, fortalecendo as funções
de coordenação e regulação.
b) Aumentar a eficiência da gestão pública, privilegiando e fortalecendo os sistemas de controle a priori
da a vidade administra va.
c) A profissionalização dos setores estratégicos da
administração e a ampliação da par cipação direta
do Estado nos diversos setores da sociedade e da
economia
d) A reforma do estado, mediante a subs tuição do
modelo burocrá co pela administração gerencial,
com foco no cidadão, prescindindo, assim, de sistemas de controle a priori e a posteriori.
e) O fortalecimento do núcleo estratégico do Estado,
com a modernização das estruturas organizacionais,
ampliando e fortalecendo os sistemas centralizados
de controle de processos.
4.
(Esaf/Administrador/Enap/2006) Assinale a opção que
apresenta corretamente idéias con das no documento
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de 1995.
a) No Aparelho do Estado din nguem-se os seguintes
setores: núcleo estratégico, de a vidades exclusivas
e de propriedade privada.
b) O núcleo estratégico do Estado tem de atentar para a
qualidade e custo dos serviços prestados ao cidadão.
c) Um dos obje vos da reforma no que diz respeito às
a vidades exclusivas é aumentar a sua efe vidade
e modernizar a administração burocrá ca.
d) A publicização visa a transferir a vidades exclusivas
do Estado para o setor público não-estatal.
e) Os serviços não-exclusivos do Estado deverão ser
executados por organizações sociais – en dades de
direito privado sem fins lucra vos.
(Esaf/CGU/AFC/2006) O Programa de Qualidade e Parcipação da Administração Pública ins tuído no âmbito
da Reforma do Estado de 1995, tem como princípios :
I – Avaliação e premiação das melhores prá cas.
II – Gestão par cipa va dos funcionários.
III – Gestão par cipa va dos clientes.
IV – Gerência por processos.
V – Iden ficação dos clientes.
VI – Descentralização das açes.
Selecione a opção que indica corretamente princípios
desse Programa.
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) V e VI.
e) II e IV.
Esaf/MPOG/Especialista em Polí cas Públicas e Gestão
Governamental/Prova 2/2009
6.
7.
Em nosso país, o processo que permeia a formação do
Estado nacional e da administração pública se revela
pelas seguintes constatações, exceto:
a) a administração colonial se caracterizou pela centralização, formalismo e morosidade, decorrentes,
em grande parte, do vazio de autoridade no imenso
território.
b) a par r da administração pombalina, pouco a pouco,
o empirismo paternalista do absolu smo tradicional
foi sendo subs tuído pelo racionalismo pico do
despo smo esclarecido.
c) a transferência da corte portuguesa, em 1808, e a
consequente elevação do Brasil a parte integrante
do Reino Unido de Portugal cons tuíram as bases
do Estado nacional, com todo o aparato necessário
à afirmação da soberania e ao funcionamento do
autogoverno.
d) a par r da Revolução de 1930, o Brasil passou a empreender um con nuado processo de modernização
das estruturas e processos do aparelho do Estado.
e) a República Velha, ao promover grandes alterações
na estrutura do governo, lançou a economia rumo
à industrialização e a administração pública rumo à
burocracia weberiana.
Considerando a evolução da administração pública em
nosso país, bem como as suas experiências de reforma,
é correto afirmar que:
a) ao privilegiar o usuário do serviço público, o Programa Nacional de Desburocra zação marcou pelo
inedi smo, já que nenhum outro antes dele fora
dotado de caráter social e polí co.
b) a reforma administra va de 1967 reduziu o fosso que
separava as burocracias instaladas nas administrações direta e indireta, garan ndo a profissionalização
do serviço público em toda a sua extensão.
c) a reforma dos anos 1990 visava, como um de seus
obje vos, fortalecer o Estado de modo a torná-lo
responsável direto pelo desenvolvimento econômico
e social.
d) a reforma burocrá ca de 1936 apoiou-se, conceitualmente, em três dimensões: formas de propriedade,
8.
(Esaf/CGU/Analista de Finanças e Controle/Comum a
todos/Prova 1/2004) Considerando as reformas administra vas da era Vargas (década de 40), do Governo
Militar (final dos anos 60) e do governo Fernando
Henrique (reforma de 1995), assinale a opção correta.
a) Na reforma do final dos anos 60, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira,
estabelecendo diferentes regimes de contratação
para ingresso no serviço público. Também se criaram
estruturas organizacionais autônomas como sociedades limitadas e organizações não governamentais.
b) Na reforma dos anos 40, buscava-se profissionalizar
a administração pública brasileira, estabelecendo
o estatuto do funcionalismo público e com este o
princípio do mérito para ingresso no serviço público.
Também se criaram estruturas organizacionais para
cuidar de pessoal, orçamento e material.
c) Na reforma de 1995, prevalece o estatuto do funcionalismo público e com este o princípio de promoção
por an guidade. Também se criam estruturas organizacionais autônomas como autarquias, fundações
de direito público e empresas estatais.
d) Na reforma dos anos 40, prevalece o clientelismo,
estabelecendo diferentes regimes de contratação
para ingresso no serviço público. Também se criam
estruturas organizacionais na administração pública
direta como sociedades anônimas, de economia
mista e empresas públicas.
e) Na reforma de 1995, buscava-se profissionalizar a
administração pública brasileira, estabelecendo regras de ingresso no funcionalismo público e sistema
de promoção por an guidade. Também se criaram
estruturas organizacionais autônomas para cuidar
de pessoal, orçamento e material.
GABARITO
1. b
2. E, C, E, C
3. a
4. e
5. e
6. e
7. a
8. b
GESTÃO PÚBLICA: ÉTICA NO SERVIÇO,
GESTÃO DE PESSOAS E GESTÃO DE
PROCESSOS, SIMPLIFICAÇÃO DE ROTINA
DE TRABALHO, PRINCÍPIOS GERAIS DA
ADMINISTRAÇÃO
É ca no Serviço
Conceitos Básicos
Conceitualmente, é ca é um conjunto de princípios e
normas que devem direcionar a boa conduta dos seres humanos. Para Valls é ca pode ser o estudo das ações ou dos
costumes, e pode ser a própria realização de um po de
conhecimento.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
5.
pos de administração pública e níveis de atuação
do Estado.
e) com a República Velha, deu-se a primeira experiência
radical de reforma administra va, em resposta às
mudanças econômicas e sociais que levavam o país
rumo à industrialização.
89
A palavra É ca vem do grego ethos, que por sua vez significa modo de ser ou costume e caráter.
Para Vásquez, a é ca é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
Moral, que vem do grego mores é um conjunto de regras a serem seguidas no co diano, ou seja, hábitos que são
bem-vistos pela sociedade em geral. Pode ser considerado
o mesmo que é ca, mas com a diferença de que a é ca
acrescenta o estudo e a reflexão con nuado sobre aquilo
que se faz ou o que se deveria fazer.
Senso é juízo, é a capacidade do ser humano de julgar ou
cri car um determinado assunto ou situação. É a capacidade
de discernimento entre o certo e o errado.
A virtude é uma qualidade do ser humano que habilita o
que é considerado desejável e correto, seja do ponto de vista
da moral, da religião, do comportamento social ou do dever.
Caráter é o aspecto da personalidade humana que é
responsável pela forma habitual e constante de agir inerente a cada indivíduo. É algo pessoal e intransferível, pois é
rela vo a traços par culares, seu modo de ser, sua índole,
suas qualidades boas ou más que determinam sua conduta
e concepção morais.
A palavra autonomia vem do grego autos que significa,
por si só, em conjunto com o termo nomós que significa lei,
território. O termo é usado para indicar a concessão de poder,
seja profissionalmente ou em relação ao poder público, em
que os poderes não são plenos.
Para se tratar de autonomia, deve-se tratar também de
responsabilidade. Responsabilidade é a obrigação de responder pelas próprias ações, considerando como base que estas
ações foram baseadas em mo vos e razões.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
É ca e Vida Pública
Com o cenário polí co brasileiro atual são cada vez mais
visíveis as questões é cas, não só por conta dos escândalos
de corrupção, mas, principalmente por conta da reação da
sociedade frente a esses escândalos. É necessário discernir
entre a é ca na vida pessoal e a é ca na vida pública. Se
alguém é an é co em um, invariavelmente será no outro.
A crí ca que a sociedade de forma em geral tem feito ao
serviço público, seja ela por conta de demoras em atendimentos, seja por conta de filas que se mostram intermináveis,
muitas vezes tem fundamento.
É impossível tratar do assunto é ca no serviço público
sem levar em consideração a questão financeira. Em qualquer setor do governo existem denúncias sobre desvio de
verbas públicas, envolvendo administradores públicos e polí cos em geral.
O ponto de referência da é ca é a responsabilidade na
conduta das pessoas. E a importância da escolha de um polí co com esse caráter é o mo vo para diminuir o mau uso
da máquina pública e impedir que u lizem deste disposi vo
para ganhos e vantagens pessoais.
As orientações morais apenas fornecem o norte a ser
seguido, cabendo ao polí co determinar quais são suas limitações dentro de suas responsabilidades auferidas. É esse
ato de pensamento moral que faz com que o senso é co das
ações humanas sejam entendidos como o compromisso que
contribui para o estabelecimento das relações de um ser humano com outro, a fim de impedir que assumam vantagens
desleais e prá cas que prejudiquem a sociedade em geral.
Frente a estes conceitos de necessidade de um comportamento correto sempre é necessário realizar uma inves gação
sobre a opinião da população em geral em relação à é ca.
“A é ca é daquelas coisas que todo mundo sabe o que
são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém
pergunta”.
(VALLS, Álvaro L.M. O que é é ca.)
90
As leis sobre esse assunto trazem em seu conteúdo, penalidades de advertência, repreensão, suspensão e reclusão
ao servidor público que infringir disposi vos previstos na
legislação vigente. Na atualidade uma das leis mais comentadas é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esta lei estabelece
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal.
Os códigos de é ca apresentam o conjunto de normas
que devem ser seguidas e as penalidades que cabem ser
aplicadas no caso de descumprimento das mesmas. Em geral
os códigos mostram aos servidores a forma como eles devem agir, levando em consideração zelo, eficácia e dignidade.
Todos esses aspectos devem ser levados em consideração
para preservar a honra do serviço público, quer seja na esfera
federal quer seja na esfera estadual. É enfa zada a forma
de atendimento aos usuários do serviço público em geral.
O código apresenta como dever dos servidores públicos a
necessidade de um atendimento rápido, leal, correto e justo. Como obrigação maior, está a prestação de serviço com
qualidade à população.
Os códigos são bem específicos em relação às questões
que envolvem interesses par culares dos servidores públicos. Dentre as proibições indicadas, está o uso do cargo para
obter favores, receber presentes, prejudicar alguém por meio
de perseguições por qualquer que seja o mo vo, a u lização
de informações sigilosas em proveito próprio e a rasura e
alteração de documentos e processos. Todas elas evocam
os princípios fundamentais da administração pública: legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade – estando
este úl mo princípio in mamente ligado à é ca no serviço
público. Além desses, pode-se destacar ainda os princípios
da igualdade e da probidade.
Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a
Comissão de É ca Pública entende que o aperfeiçoamento
da conduta é ca decorreria da explicitação de regras claras
de comportamento e do desenvolvimento de uma estratégia
específica para a sua implementação. Na formulação dessa
estratégia, a Comissão considera que é imprescindível levar
em conta, como pressuposto, que a base do funcionalismo
é estruturalmente sólida, pois deriva de valores tradicionais
da classe média, em que ele é recrutado. Portanto, qualquer
inicia va que parta do diagnós co de que se está diante de
um problema de corrupção generalizada será inevitavelmente equivocada e injusta, afinal, não se poderia responsabilizar
nem cobrar algo de alguém que não teve a oportunidade de
conhecer o código de é ca.
Para a Comissão de É ca Pública, a repressão, na prá ca,
é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, por meio
de iden ficação e de tratamento específico, das áreas da
administração pública em que ocorressem, com maior frequência, condutas incompa veis com o padrão é co almejado
para o serviço público.
Levando em consideração que um dos maiores problemas de nossas sociedades con nua sendo a corrupção pública e privada, na medida em que as Ins tuições Públicas
não podem processar o progresso social e o desenvolvimento econômico, enquanto alguns funcionários e autoridades
atuem arbitrariamente, muitas vezes com a única finalidade
de se enriquecerem. Também não é possível uma correta
a vidade empresarial em um contexto de falta de respeito
à é ca que aumentam a conduta desviada dos funcionários.
Cargo público
De acordo com o art. 3º da Lei nº 8.112 de 1990: “Cargo
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades pre-
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos polí cos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício
do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – ap dão sica e mental.
Dentre as responsabilidades de ocupadores de cargos
públicos, sejam eleitos ou não, está a necessidade da prestação de contas, também conhecida como accountability.
Esta prestação de contas faz-se necessário para jus ficar
eventuais más condutas e possíveis punições.
O controle interno na Administração Pública deve, sobretudo, possibilitar ao cidadão informações que confiram transparência à gestão da coisa pública. Desta forma, o sistema
integrado de controle interno deve servir como agência de
accountability, agência de transparência, de responsabilidade e prestação de contas de recursos públicos.
Para Nakagawa, a responsabilidade (accountability),
como se vê, corresponde sempre à obrigação de executar
algo, que decorre da autoridade delegada e ela só quita com a
prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados
pela Contabilidade.
A accountability ver cal é, principalmente, embora de
forma não exclusiva, a dimensão eleitoral, o que significa
premiar ou punir um governante nas eleições. Essa dimensão
sugere a existência de liberdade de opinião, de associação e
de imprensa, assim como de diversos mecanismos que permitam tanto reivindicar demandas diversas como denunciar
certos atos das autoridades públicas. Já a accountability horizontal implica a existência de agências e ins tuições estatais
possuidoras de poder legal e de fato para realizar ações que
vão desde a supervisão de ro na até sanções legais contra
atos delituosos de seus congêneres do Estado.
Tratando-se apenas dos mecanismos de controle horizontais, pois são considerados mecanismos essenciais de transparência e promoção da é ca na gestão pública, podemos
classificar em quatro pos principais:
a) os controles administra vos, que são um autocontrole, pois exercidos pelos próprios poderes sobre seus atos e
agentes;
b) os controles legisla vos, que são representados pelo
apoio ou rejeição às inicia vas do poder execu vo nos legisla vos (trata-se aqui de um controle polí co);
c) os controles de contas, que são essencialmente técnicos, pois têm a função de controlar as contas públicas,
subsidiando os legisla vos; e
d) os controles judiciários, que obje vam coibir abusos
do patrimônio público e do exercício do poder por parte
das autoridades.
Os controles administra vos são denominados genericamente de controles internos. Fazem parte da estrutura
administra va de cada poder, tendo por função acompanhar
a execução dos seus atos, indicando, em caráter opina vo,
preven vo ou corre vo, ações a serem desempenhadas com
vistas ao atendimento da legislação. Já em relação ao poder
execu vo, os poderes que o controlam são os controles legisla vos e de contas, denominados controles externos, ou
seja, são órgãos independentes da administração, não par cipando, portanto, dos atos por ela pra cados, pois cabe a eles
exercer a fiscalização. Esse conjunto de controles horizontais,
internos e externos, é formalmente ins tucionalizado por
uma rede de órgãos autônomos.
Ao percorrer todos os setores administra vos de uma endade, a controladoria, além de conhecer o funcionamento, o
custo-bene cio e a performance de cada setor e seus aspectos
legais, poderá oferecer alterna vas de melhoria de desempenho do setor e da Administração Pública como um todo.
A controladoria propicia elementos para a busca da modernidade, da qualidade, da transparência e da probidade
administra va.
O sistema de accountability não se detém somente na
preocupação com a probidade dos gestores públicos. Um
sistema de accountability que estabeleça e reforce a confiança pública no desempenho governamental, além de outras
formas para envolver os cidadãos, uma vez que são estes
que necessitam de um melhor desempenho de seu governo.
A visão de Administração Pública, em accountability, está
diretamente ligada à descentralização de responsabilidades,
atribuindo poder à base da administração, à sociedade organizada em empresas sem fins lucra vos, tais como associações, coopera vas, organizações não governamentais, e
a sociedade civil organizada em busca da cidadania.
Para Peixe “...essa mudança só pode ocorrer por meio da
obrigação muito reforçada de prestar contas dos resultados, a
não ser que se lance mão da entropia, ou explosão, ou da corrupção no serviço público. A obrigação de prestar contas é para
o serviço público uma espécie de subs tuto do mercado. Ela é
também o corolário normal de um sistema democrá co em que
os funcionários devem dar conta de suas ações às autoridades.”
A transparência se impõe como fundamental para substuir controles burocrá cos por controles sociais. Se a Administração Pública se torna acessível, faz-se necessário dar
maior publicidade às suas ações para poder controlar o bom
uso dos recursos u lizados, além de es mular a concorrência entre os fornecedores e a par cipação da sociedade no
processo decisório, dando mais legi midade à ação estatal.
A accountability requer o acesso do cidadão à informação
e à documentação rela vas aos atos públicos, as formas pelas
quais seus governantes estão decidindo em seu nome ou gastando o dinheiro que lhes foi entregue sob forma de tributos,
portanto, a qualidade da democracia pra cada na sociedade
depende o grau de transparência das ações governamentais
Cargos de Carreira
A valorização da é ca como instrumento de gestão pública insere-se, por inteiro, no esforço de revitalização e
modernização da administração federal. Com efeito, esta é
a dimensão que falta para torná-la não só eficiente quanto
aos resultados, mas também democrá ca no que se refere
ao modo pelo qual esses resultados são alcançados.
Desse ponto de vista, a definição e explicitação de regras
de conduta têm duplo obje vo. De um lado, busca reverter o
crescente ce cismo da sociedade a respeito da moralidade
da administração pública; de outro, resgata e atualiza a noção
de serviço público, o que significa dar-lhe o sen do original
efe vo de servir ao público.
E servir ao público abrange inclusive o dever de prestar
contas do conteúdo é co do desempenho dos servidores,
em par cular os que têm responsabilidade de decisão.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
vistas na estrutura organizacional que devem ser come das a
um servidor”. Ele existe tanto na Administração direta quanto
na administração indireta dos 3 (três) Poderes existentes no
Brasil. O cargo público terá de ser criado, ex nto ou modificado por lei ou por solução. Difere do emprego público, pois
aquele regulamentado pela CLT, possuindo vínculo contratual, enquanto esse é regulado pelo Estatuto dos Funcionários
Públicos (lei já citada anteriormente).
De acordo com o art. 5º são requisitos básicos para inves dura em cargo público:
91
Em 21 de agosto de 2000, o Código de Conduta da Alta
Administração Federal foi aprovado pelo Presidente da República, tendo sido estabelecido prazo para a adesão das
autoridades a ele subme das. Nas novas nomeações, consta
do ato de posse termo expresso de adesão às normas do
Código. As autoridades subme das são: Ministros de Estado;
Secretários-Execu vos; cargos especiais; diretores de autarquias, agências reguladoras e empresas estatais; demais autoridades de nível equivalente. No total, 760 pessoas.
A Comissão de É ca é responsável pela implementação
do Código. Uma Secretaria Execu va, vinculada à Casa Civil,
presta apoio técnico e administra vo à Comissão.
O obje vo da Comissão é essencialmente preven vo
e educa vo. A aplicação de penalidade tem, no entanto,
evidente efeito dissuasório. Quando se trata de violação
de norma legal, a Comissão encaminha a matéria ao órgão
competente para apurá-la.
Como o universo abrangido pelo Código de Conduta é
limitado, a metodologia de trabalho da Comissão consiste
em manter linha direta de comunicação com cada autoridade
individualmente, por meio de carta, comunicação telefônica
e e-mail. Os atos norma vos e interpreta vos são transmi dos a todas as autoridades e incluídos no sí o da Comissão
(www.planalto.gov.br/e ca).
Diante dessas reflexões, a é ca deveria ser considerada
como um caminho no qual os indivíduos vessem condições
de escolha livre e, nesse par cular, é de grande importância
a formação e as informações recebidas por cada cidadão ao
longo da vida.
LEGISLAÇÃO ÉTICA DOS SERVIDORES
PÚBLICOS EM GERAL
Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994
Aprova o Código de É ca Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Execu vo Federal.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que
lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o
disposto no art. 37 da Cons tuição, bem como nos arts. 116
e 117 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts.
10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, decreta:
92
Art. 1º Fica aprovado o Código de É ca Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Execu vo Federal, que com
este baixa.
Art. 2º Os órgãos e en dades da Administração Pública
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as
providências necessárias à plena vigência do Código de É ca,
inclusive mediante a Cons tuição da respec va Comissão de
É ca, integrada por três servidores ou empregados tulares
de cargo efe vo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A cons tuição da Comissão de É ca
será comunicada à Secretaria da Administração Federal da
Presidência da República, com a indicação dos respec vos
membros tulares e suplentes.
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência e
106º da República.
ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim
ANEXO
Código de É ca Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Execu vo Federal
CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas
I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência
dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função,
ou fora dele, já que refle rá o exercício da vocação do próprio
poder estatal. Seus atos, comportamentos e a tudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos
serviços públicos.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento é co de sua conduta. Assim, não terá que decidir
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante
às regras con das no art. 37, caput, e § 4º, da Cons tuição
Federal.
III – A moralidade da Administração Pública não se limita
à dis nção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da
ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre
a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é
que poderá consolidar a moralidade do ato administra vo.
IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele
próprio, e por isso se exige, como contrapar da, que a moralidade administra va se integre no Direito, como elemento
indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo
ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado
como seu maior patrimônio.
VI – A função pública deve ser da como exercício profissional e, portanto, se integra na vida par cular de cada
servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta
do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir
o seu bom conceito na vida funcional.
VII – Salvo os casos de segurança nacional, inves gações
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração
Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer
ato administra vo cons tui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprome mento é co contra
o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não
pode omi -la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública.
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder
corrup vo do hábito do erro, da opressão ou da men ra, que
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto
mais a de uma Nação.
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da
mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má
vontade, não cons tui apenas uma ofensa ao equipamento
e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
esperanças e seus esforços para construí-los.
X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de
solução que compete ao setor em que exerça suas funções,
permi ndo a formação de longas filas, ou qualquer outra espé-
Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV – São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função
ou emprego público de que seja tular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver
situações procras natórias, principalmente diante de filas
ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos
serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o
fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando es ver
diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o
bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da
cole vidade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios é cos que se materializam na adequada prestação
dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de
preconceito ou dis nção de raça, sexo, nacionalidade, cor,
idade, religião, cunho polí co e posição social, abstendo-se,
dessa forma, de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor
de representar contra qualquer comprome mento indevido
da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resis r a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aé cas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
específicas da defesa da vida e da segurança cole va;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refle ndo
nega vamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo
as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e
distribuição;
o) par cipar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por
escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com ves mentas adequadas
ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas
de serviço e a legislação per nentes ao órgão onde exerce
suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto
quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo
tudo sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por
quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerroga vas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legí mos interesses dos usuários do serviço
público e dos jurisdicionados administra vos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse
público, mesmo que observando as formalidades legais e
não cometendo qualquer violação expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe
sobre a existência deste Código de É ca, es mulando o seu
integral cumprimento.
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
XV – E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento,
para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de É ca ou ao
Código de É ca de sua profissão;
d) usar de ar cios para procras nar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe
dano moral ou material;
e) deixar de u lizar os avanços técnicos e cien ficos ao
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do
seu mister;
f) permi r que perseguições, simpa as, an pa as, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no
trato com o público, com os jurisdicionados administra vos
ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
po de ajuda financeira, gra ficação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares
ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou
para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse
par cular;
l) re rar da repar ção pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao
patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas ob das no
âmbito interno de seu serviço, em bene cio próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer ins tuição que atente contra a moral, a hones dade ou a dignidade da pessoa
humana;
p) exercer a vidade profissional aé ca ou ligar o seu
nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
cie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas
a tude contra a é ca ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI – 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu
cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os
repe dos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, di ceis de corrigir e caracterizam até mesmo
imprudência no desempenho da função pública.
XII – Toda ausência injus ficada do servidor de seu local
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o
que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois
sua a vidade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
93
CAPÍTULO II
Das Comissões de É ca
XVI – Em todos os órgãos e en dades da Administração
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou
em qualquer órgão ou en dade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão
de É ca, encarregada de orientar e aconselhar sobre a é ca
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o
patrimônio público, compe ndo-lhe conhecer concretamente
de imputação ou de procedimento suscep vel de censura.
XVII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII – À Comissão de É ca incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos
servidores, os registros sobre sua conduta é ca, para o efeito
de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais
procedimentos próprios da carreira do servidor público.
XIX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão
de É ca é a de censura e sua fundamentação constará do
respec vo parecer, assinado por todos os seus integrantes,
com ciência do faltoso.
XXIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV – Para fins de apuração do comprome mento é co,
entende-se por servidor público todo aquele que, por força
de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços
de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda
que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as
autarquias, as fundações públicas, as en dades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
XXV – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conceito de princípios
São regras que servem de interpretação das demais
normas jurídicas, apontando os caminhos que devem ser
seguidos pelos aplicadores da lei. Os princípios procuram
eliminar lacunas, oferecendo coerência e harmonia para o
ordenamento jurídico.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Princípios da Administração Pública
94
Alguns princípios encontram-se no art. 37 da Cons tuição
Federal de 1988, mas não esgotam a matéria. Exemplo de
princípios que não estão no rol do art. 37 da Cons tuição:
o Princípio da isonomia, o Princípio da supremacia do interesse público, o Princípio da proporcionalidade, o Princípio
da finalidade, o Princípio da mo vação.
Tendo em vista que o rol do art. 37 da Cons tuição Federal é exemplifica vo, os Estados podem criar outros quando da elaboração da sua Cons tuição (poder cons tuinte
derivado), mas observando aqueles previstos na Cons tuição
Federal (art. 25 da CF). O art. 111 da Cons tuição do Estado
de São Paulo determina que a Administração Pública direta,
indireta e fundacional de qualquer dos poderes do Estado
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, mo vação
e interesse público.
Princípios da Administração Pública Previstos no art. 37
da Cons tuição Federal
Como regra geral, a Administração direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios. Assim, as Autarquias, Fundações Públicas,
Agências reguladoras e execu vas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista também estão subme das a
esses princípios.
Princípios previstos no art. 37 da Cons tuição Federal
L
I
M
P
E
egalidade
mpessoalidade
oralidade
ublicidade
ficiência
Princípio da Legalidade
O Princípio da legalidade é fundamento do Estado democrá co de direito, tendo por fim combater o poder arbitrário
do Estado. Os conflitos devem ser resolvidos pela lei e não
mais por meio da força.
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II da CF).
O Princípio da legalidade aparece, simultaneamente,
como um limite e como uma garan a, pois ao mesmo tempo
em que é um limite a atuação do Poder Público, visto que
este só poderá atuar com base na lei, também é uma garana a nós administrados, visto que só deveremos cumprir as
exigências do Estado se es verem previstas na lei. Se as exigências não es verem de acordo com a lei serão inválidas e,
portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder Judiciário.
Segundo o princípio da legalidade, o administrador não
pode fazer o que bem entender na busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a lei, só podendo fazer
aquilo que a lei expressamente autoriza e no silêncio da lei
está proibido de agir. Já o administrado pode fazer tudo aquilo que a lei não o proíbe e o silencia a respeito. Portanto, tem
uma maior liberdade do que o administrador.
Assim, se diz que no campo do direito público, a a vidade
administra va deve estar baseada numa relação de subordinação com a lei “Administrar é a aplicar a lei de o cio”, “É
aplicar a lei sempre” e no campo do direito privado a a vidade desenvolvida pelos par culares deve estar baseada na
não contradição com a lei.
Princípio da Impessoalidade
A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos administrados, ficando proibida de
estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer discriminações que se jus fiquem em razão do interesse cole vo,
pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio de
finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade.
Impessoalidade para ingressar na O administrador não pode contratar quem quiser, mas somente quem passar no conAdministração Pública
curso público, respeitando a ordem de classificação. O concurso pode trazer discriminações, mas não gratuitas, devendo assim estar relacionada à natureza do cargo.
Impessoalidade na contratação O administrador só poderá contratar por meio de licitação. O edital de licitação pode
de serviços ou aquisição de bens trazer discriminações, mas não gratuitas.
Impessoalidade na liquidação de A Administração tem que respeitar a ordem cronológica de apresentação dos precatóseus débitos
rios para evitar privilégios. Se for quebrada a ordem pode gerar sequestro de verbas
públicas, crime de responsabilidade e intervenção federal.
Princípio da Moralidade
A Administração deve atuar com moralidade, isto é de
acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio integra
o conceito de legalidade, decorre a conclusão de que ato
imoral é ato ilegal, ato incons tucional e, portanto, o ato administra vo estará sujeito a um controle do Poder Judiciário.
Instrumento para se combater a imoralidade dos atos
administra vos
• Ação Civil Pública: só pode ser promovida por pessoa
jurídica. Ex.: Ministério Público, Associação de Classe
e etc.
• Ação Popular: só pode ser promovida por pessoa sica
que esteja no pleno exercício dos direitos polí cos.
Qualquer cidadão é parte legí ma para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou en dade de que o Estado par cipe, à
moralidade administra va, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má fé, isento de custas judiciais e ônus
de sucumbência (art. 5º, LXXIII da CF).
Tendo em vista que só se anula o que é ilegal, confirma-se
a ideia de que ato imoral é ato ilegal.
Pessoa jurídica não tem legi midade para propor
ação popular (Súmula 365 do STF).
O prazo prescricional para propositura da ação de
improbidade administra va é de 5 (cinco) anos a
contar do término do exercício do mandato, cargo
em comissão ou função de confiança (art. 23, I, da
Lei nº 8.429/1992).
Hipóteses exemplifica vas de imoralidade administrava
• Atos de improbidade administra va que importem em
enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei nº 8.429/1992).
Ex.: U lização em obra ou serviço par cular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos.
• Atos de improbidade administra va que importem em
prejuízo ao erário (art. 10 da Lei nº 8.429/1992). Ex.:
Aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por
preço superior ao do mercado.
• Atos de improbidade administrativa que atentem
contra os princípios da Administração (art. 11 da Lei
nº 8.429/1992). Ex.: Fraude à licitude de concurso
público.
É crime de responsabilidade o ato do Presidente da República que atente contra a Cons tuição Federal, especialmente
contra probidade administra va (art. 85, V da CF).
Princípio da Publicidade
A Administração tem o dever de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em seus bancos
de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses
que ela representa quando atua.
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse par cular, ou de interesse
cole vo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII da CF). O prazo para
que as informações sejam prestadas é de 15 (quinze)
dias (Lei nº 9.051/1995).
A lei disciplinará as formas de par cipação do usuário na Administração direta e indireta, regulando
especialmente o acesso dos usuários a registros administra vos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII (art. 37,
§ 3º, II da CF).
Exceções ao princípio da publicidade
Tendo em vista que algumas informações deverão permanecer em sigilo, podemos concluir que o princípio da
publicidade não é absoluto.
• Informações que comprometam o direito a in midade
das pessoas (art. 37, §3º, II da CF): “São invioláveis a
in midade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação” (art. 5º,
X da CF).
• Informações de interesse par cular ou cole vo quando
imprescindíveis para a segurança da sociedade ou do
Estado (art. 5º, XXXIII da CF).
Princípio da Eficiência
A Administração Pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas.
Binômio: qualidade nos serviços + racionalidade de gastos.
É relevante lembrar que mesmo antes da inclusão deste princípio na Cons tuição com a emenda cons tucional nº
19/1998, a Administração já nha a obrigação de ser eficiente na
prestação de serviços. Ex.: Lei nº 8.078/1990; Lei nº 8.987/1995.
Princípio da eficiência na Cons tuição
• “A inves dura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia em concurso público de provas
ou provas e tulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração”
(art. 37, II da CF). Também presente no princípio da
impessoalidade.
• “A União, os Estados, e o Distrito Federal manterão
escolas de governo para formação e aperfeiçoamento
dos servidores públicos, cons tuindo-se a par cipação nos cursos como um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
de convênios ou contratos entre os entes federados”
(art. 39, § 2º da CF).
• O servidor nomeado para cargo de provimento efe vo
em virtude de concurso público submete-se a um estágio probatório de 3 (três) anos, em que o administrador
irá apurar a eficiência na prá ca (art. 41 da CF). Ex.: O
administrador verificará a frequência, o rendimento do
trabalho, o cumprimento de ordens emi das pelo superior.
• “Como condição à aquisição de estabilidade, o servidor
está subme do à avaliação de desempenho por uma
comissão cons tuída para essa finalidade” (art. 41, §4º
da CF): Trata-se de uma norma de eficácia limitada, pois
está na inteira dependência de uma lei que dirá quem
vai integrar a comissão, quais serão os critérios, quais
matéria serão avaliadas e etc.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
À exceção dos créditos de natureza alimentar, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal,
em virtude de sentença judiciária far-se-ão exclusivamente
na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e
à conta dos créditos respec vos, proibida a designação de
casos ou pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim (art. 100 da CF).
95
• O servidor público estável poderá perder o cargo em
razão de insuficiência de desempenho, mediante
procedimento de avaliação periódica de desempenho,
na forma da lei complementar, assegurada a ampla
defesa e contraditório (art. 41, III da CF): Trata-se de
uma norma de eficácia limitada, pois está na inteira
dependência da lei.
• “A despesa com pessoal a vo e ina vo da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
poderá exceder aos limites estabelecidos em lei complementar” (art. 169 da CF).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
A Lei Complementar nº 101/20000 estabeleceu que a
União não pode gastar com seu pessoal mais de 50% do que
arrecada. Já os Municípios e os Estados não podem gastar
mais de 60% do que arrecadam. Para cumprimento destes
limites acima o Poder Público pode tomar algumas medidas
(art. 169, §3º da CF):
• Redução de pelo menos 20% as despesas com servidores que tularizem cargo em comissão e função de
confiança (art. 169, § 3º, I da CF).
• Exoneração dos servidores não estáveis (art. 169, § 3º,
II da CF).
• Se as medidas acima não forem suficientes, dispensarão servidores estáveis, desde que o ato norma vo
especifique a a vidade funcional, o órgão ou unidade
administra va objeto de redução de pessoal (art. 169,
§ 4º da CF). O Poder Público deve demonstrar porque a
escolha recaiu em determinado servidor, tendo em vista
que os critérios não são livres, isto é, que deve considerar o tempo de serviço, a remuneração percebida o
número de dependentes, a idade do servidor e etc.
96
Assim, o servidor público pode perder o cargo por excesso de quadro ou despesa, quando o Poder Público es ver
gastando mais do que lhe for permi do, sendo assegurado
o contraditório e ampla defesa.
• “A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
órgãos e en dades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
para órgão ou en dade, cabendo à lei dispor sobre: o
prazo de duração do contrato; os controles e critérios
de avaliação de desempenho, direitos, obrigações
e responsabilidade dos dirigentes, a remuneração
do pessoal” (art. 37, §8º, I, II e III da CF): Trata-se do
contrato de gestão por meio do qual se oferece maior
autonomia às Autarquias e Fundações em troca do
a ngimento, durante prazo certo e determinado de
novas metas de desempenho (Agências execu vas).
• “Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
decorrentes de cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produ vidade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
prêmio de produ vidade” (art. 39, §7º da CF).
Princípios da Administração Pública Não Previstos no
Art. 37 da Cons tuição Federal
Princípio da isonomia ou igualdade formal
Aristóteles afirmava que a lei nha que dar tratamento
desigual às pessoas que são desiguais e igual aos iguais. A
igualdade não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da par cularidade da situação.
A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de
descriminação u lizado no caso concreto es ver relacionado
com o obje vo da norma, pois caso contrário ofenderá o
princípio da isonomia. Ex.: A idade máxima de 60 anos para o
cargo de es vador está relacionado com o obje vo da norma.
A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se
a dis nção entre elas jus ficar tal tratamento, senão seria
incons tucional. Assim, trata diferentemente para alcançar
uma igualdade real (material, substancial) e não uma igualdade formal.
Princípio da isonomia na Cons tuição
• “Cons tuem obje vos fundamentais da República
Federa va do Brasil: promover o bem de todos sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 3º, IV da
Cons tuição Federal).
• “Todos são iguais perante a lei, sem dis nção de qualquer natureza...” (art. 5º da Cons tuição Federal).
• “São direitos dos trabalhadores: Proibição de diferença
de salário, de exercício de funções e de critério de admissão por mo vo de sexo, idade, cor ou estado civil”
(art. 7º, XXX da Cons tuição Federal).
Princípio da Mo vação
A Administração está obrigada a mo var todos os atos
que edita, pois quando atua representa interesses da colevidade. É preciso dar mo vação dos atos ao povo, pois ele
é o tular da “res publica” (coisa pública).
O administrador deve mo var até mesmo os atos discricionários (aqueles que envolvem juízo de conveniência e
oportunidade), pois só com ela o cidadão terá condições de
saber se o Estado esta agindo de acordo com a lei.
Há quem afirme que quando o ato não for pra cado de
forma escrita (Ex.: Sinal, comando verbal) ou quando a lei especificar de tal forma o mo vo do ato que deixe induvidoso,
inclusive quanto aos seus aspectos temporais e espaciais, o
único fato que pode se caracterizar como mo vo do ato (Ex.:
aposentadoria compulsória) não será obrigatória a mo vação. Assim, a mo vação só será pressuposto de validade do
ato administra vo, quando obrigatória.
Mo vação segundo o Estatuto do servidor público da
União (Lei nº 8.112/1990)
Segundo o art. 140 da Lei nº 8.112/1990, mo var tem
duplo significado. Assim, o ato de imposição de penalidade
sempre mencionará o fundamento legal (disposi vos em
que o administrador baseou sua decisão) e causa da sanção
disciplinar (fatos que levarão o administrador a aplicar o disposi vo legal para àquela situação concreta).
A lei, quando é editada é genérica, abstrata e impessoal,
portanto é preciso que o administrador demonstre os fatos
que o levaram a aplicar aquele disposi vo legal para o caso
concreto. Só por meio dos fatos que se pode apurar se houve
razoabilidade (correspondência) entre o que a lei abstratamente prevê e os fatos concretos levados ao administrador.
Princípio da Autotutela
A Administração Pública tem possibilidade de revisar
(rever) seus próprios atos, devendo anulá-los por razões de
ilegalidade (quando nulos) e podendo revogá-los por razões
de conveniência ou oportunidade (quando inoportunos ou
inconvenientes).
• Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário
podem anular um ato administra vo. A anulação gera
A Administração pode declarar a nulidade dos seus
próprios atos (Súmula nº 346 STF).
• Revogação: Somente a Administração pode fazê-la.
Caso o Judiciário pudesse rever os atos por razões
de conveniência ou oportunidade estaria ofendendo
a separação dos poderes. A revogação gera efeitos
ex nunc, pois até o momento da revogação o ato era
válido.
Anulação
Revogação
Fundamento Por razões de ilega- Por razões de conlidade.
veniência e oportunidade.
Competência Administração e Ju- Administração.
diciário.
Efeitos
Gera efeitos ex tunc. Gera efeitos ex nunc.
Alegação de direito adquirido contra ato anulado e revogado
Em relação a um ato anulado não se pode invocar direito
adquirido, pois desde o início o ato não era legal. Já em relação a um ato revogado pode se invocar direito adquirido,
pois o ato era válido.
A Administração pode anular seus próprios atos
quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por mo vos de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos e ressalvados em
todos os casos, a apreciação judicial (2a parte da
súmula nº 473 do STF).
Princípio da Con nuidade da Prestação do Serviço Público
A execução de um serviço público não pode vir a ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode
implicar em paralisação total da a vidade, caso contrário
será incons tucional (art. 37, VII, da CF).
Não será descon nuidade do serviço público
• Serviço público interrompido por situação emergencial
(art. 6º, §3º da Lei nº 8.987/1995): Interrupção resultante de uma imprevisibilidade. A situação emergencial
deve ser mo vada, pois resulta de ato administra vo.
Se a situação emergencial decorrer de negligência do
fornecedor, o serviço público não poderá ser interrompido.
• Serviço público interrompido, após aviso prévio, por
razões de ordem técnica ou de segurança das instalações (art. 6º, § 3º, I, da Lei nº 8.987/1995).
• Serviço público interrompido, após aviso prévio,
no caso de inadimplência do usuário, considerado
o interesse da cole vidade (art. 6º, § 3º, II, da Lei
nº 8.987/1995): Cabe ao fornecedor provar que avisou
e não ao usuário, por força do Código de Defesa do
Consumidor. Se não houver comunicação, o corte será
ilegal e o usuário poderá invocar todos os direitos do
consumidor, pois o serviço público é uma relação de
consumo, já que não deixa de ser serviço só porque
é público.
Princípio da Razoabilidade
O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, a
mostrar a per nência (correspondência) em relação à previsão abstrata em lei e os fatos em concreto que foram trazidos
à sua apreciação. Este princípio tem relação com o princípio
da mo vação.
Se não houver correspondência entre a lei o fato, o ato
não será proporcional. Ex.: Servidor chegou atrasado ao serviço. Embora nunca tenha faltado, o administrador, por não
gostar dele, o demi u. Há previsão legal para a demissão,
mas falta correspondência para com a única falta apresentada ao administrador.
GESTÃO DE PESSOAS ADMINISTRAÇÃO
DE RECURSOS HUMANOS
A administração de recursos humanos é definida como a
função organizacional des nada a prover, treinar, desenvolver,
mo var e manter os recursos humanos. Um de seus principais
papéis consiste em buscar o equilíbrio entre os obje vos organizacionais e as necessidades dos empregados, a fim de obter
baixos índices de rota vidade (conhecida como turn-over).
A importância dos recursos humanos tem sido justamente
reconhecida nos úl mos anos. Estes recursos hoje são considerados como o a vo mais valioso das empresas. Por outro
lado, é hoje unanimemente aceito que o potencial econômico
e tecnológico das empresas será subaproveitado se a sua exploração não for acompanhada por uma polí ca de formação
e de desenvolvimento do potencial humano da empresa.
Obje vos
Tanto os indivíduos como as organizações possuem
obje vos. Os obje vos organizacionais são voltados para
as empresas, enquanto os obje vos pessoais são voltados
para os empregados.
As organizações recrutam e selecionam seus recursos
humanos para, com eles e por meio deles, alcançarem obje vos organizacionais.
Entretanto, os indivíduos também têm obje vos pessoais
que lutam para a ngir e, muitas vezes, servem-se da organização para consegui-los.
O modelo mais adequado para evitar possíveis conflitos
de interesses é a empresa procurar manter ambos os objevos paralelos um ou outro.
Quando ocorrem divergências entre estes obje vos a
consequência direta é o fim do elo entre a empresa e o
funcionário.
O quadro abaixo demonstra este conflito de obje vos.
OBJETIVOS
ORGANIZACIONAIS
Sobrevivência
Crescimento Sustentado
Lucra vidade
Produ vidade
Qualidade nos Produtos/
Serviços
Redução de Custos
Par cipação no Mercado
Novos Mercados
Novos Clientes
Compe vidade
Imagem no Mercado
OBJETIVOS
INDIVIDUAIS
Melhores Salários
Melhores Bene cios
Estabilidade no Emprego
Segurança no Trabalho
Qualidade de Vida no
Trabalho
Sa sfação no Trabalho
Consideração e Respeito
Oportunidades de Crescimento
Liberdade para Trabalhar
Liderança Liberal
Orgulho da Organização
Em relação ao seu quadro de empregados, os principais
obje vos de uma organização são:
proporcionar a empresa os recursos humanos mais
adequados ao seu funcionamento e as suas operações.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
efeitos ex tunc, isto é, retroage até o momento em que
o ato foi editado, com a finalidade de eliminar todos
os seus efeitos até então.
97
proporcionar boas condições de trabalho e remuneração.
proporcionar mo vação para permanência dos empregados.
proporcionar ajustamento entre os obje vos da empresa e os obje vos pessoais dos empregados.
A administração de recursos humanos tem assumido papel estratégico e vital porque as organizações estão tentando
transformar seus recursos humanos em fonte de vantagem
compe va. Isto quer dizer que ela não cuida somente da
remuneração, da avaliação ou do treinamento das pessoas,
mas do seu desenvolvimento como um todo. Encarrega-se,
especificamente de promover a integração do trabalhador
à organização, por meio da coordenação de interesses entre
a empresa e a mão de obra disponível.
Um bom desempenho das organizações está diretamente
ligado às pessoas que nela trabalham.
Pessoas
Vamos agora estudar sobre as pessoas nas organizações.
Para realizar esse estudo, temos duas alterna vas:
Pessoal
Experiência,
Isso porque cada pessoa possui o que chamamos de
filtros mentais, ou seja, seus valores individuais alcançados
ao longo do tempo e seus relacionamentos. Esses filtros
podem ser englobados nas diversas áreas da vida pessoal
de um ser humano:
Agora que também já entendemos sobre as par cularidades das pessoas, podemos, enfim, trabalhar com o conceito das pessoas nas organizações. Os conhecimentos e o
desempenho dos empregados e administradores devem ser
con nuamente aperfeiçoados. A sa sfação dessa exigência envolve a vidades de treinamento e desenvolvimento e também
avaliações de desempenho para propósitos de feedback, a fim
de mo var as pessoas para o melhor desempenho possível.
Dentre os principais fatores que envolvem este tema,
temos cinco que são de importância máxima para um bom
clima organizacional: divisão do trabalho, controle e avaliação, mo vação, liderança e comunicação.
Relação com os outros Sistemas de Organização
Uma das caracterís cas mais importantes da administração sistêmica reside no fato de as organizações serem vistas
como sistemas dentro de sistemas. Uma empresa pode ser
vista como um sistema envolvida por um macrossistema,
que é o sistema social. Por outro lado, pode ser entendida
como um conjunto de microssistemas: sistema de produção,
sistema de comercialização, sistema de recursos humanos e
outros. Quaisquer desses sistemas podem ser vistos como
um conjunto de sistemas menores. O sistema de RH, por
exemplo, abrange os sistemas de seleção, desenvolvimento,
manutenção de pessoal e outros. A determinação dos sistemas é arbitraria. As fronteiras que se estabelecem entre eles
apresentam sempre alguma permeabilidade, o que faz com
que eventualmente determinado elemento de um sistema
possa ser também classificado como integrante de outro.
Recrutamento e Seleção. Desenvolvimento de RH
e Treinamento
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Planejamento de Recursos Humanos
98
As pessoas cons tuem simplesmente o início e o fim da
administração de recursos humanos. Cada pessoa pode ser
considerada como um fenômeno mul dimensional, sujeito
a influências de uma enorme variedade de variáveis.
São os fatores internos:
• personalidade;
• aprendizagem;
• mo vação;
• percepção;
• valores.
E os fatores externos:
• ambiente;
• organizacional;
• regras e regulamentos;
• cultura;
• polí ca;
• métodos e processos;
• recompensas;
• punições;
• grau de confiança.
Processo pelo qual a administração assegura que dispõe
de quan dade e po de pessoal correto nos lugares corretos
e nos momentos corretos, capazes de concluir com eficácia
e eficiência as tarefas que ajudarão a organização a alcançar
seus obje vos globais.
O planejamento de recursos humanos pode ser condensado em três etapas: (1) avaliação dos recursos humanos
correntes, (2) avaliação das necessidades futuras de recursos
humanos, e (3) desenvolvimento de um programa para sa sfazer necessidades futuras de recursos humanos.
A administração geralmente começa por realizar uma
análise de cargos, processo que visa definir os cargos no
interior da organização e os comportamentos necessários
para desempenhá-los. A coleta de informações por meio
da análise de cargos permite à administração redigir tanto
uma descrição do cargo como uma especificação do cargo.
A descrição é uma declaração escrita do que o ocupante
do cargo faz como o seu trabalho é feito e por que é feito.
A especificação do cargo é o mínimo de qualificações que se
deve ter para desempenhar o cargo com sucesso.
As necessidades futuras de recursos humanos são determinadas pelos obje vos e estratégias da organização.
A demanda de recursos humanos é resultado da demanda
pelos produtos ou serviços e níveis de produ vidade da
organização. Com base nisso, a administração pode tentar
estabelecer o número e a combinação de recursos humanos
necessários para alcançar seus obje vos.
Grande parte dos cortes recentes de pessoal empreendidos por grandes organizações decorreu de novas tecnologias
adotadas. Equipamentos automa zados, informa zação,
Desenvolvendo um Programa para o Futuro
Após serem avaliadas tanto as capacidades correntes
como as necessidades futuras, a administração pode es mar
as carências – de número e de po – e destacar áreas para
as quais terá de alocar mais pessoal.
Pode-se desenvolver um programa que harmonize essas
es ma vas com previsões de suprimento futuro de mão
de obra.
Assim, o planejamento de RH não só fornece informações
para orientar o atendimento de necessidades atuais de pessoal, mas também fornece projeções de futuras necessidades
e disponibilidades de pessoal.
Recrutamento
Se uma Organização descobre que está com escassez de
pessoal, precisa começar a procurar candidatos capacitados
para preencher as vagas. O Recrutamento é o processo de
localizar, iden ficar e atrair candidatos qualificados.
Fundamentos da Seleção
A seleção é um exercício de previsão. Ela busca prever
quais candidatos serão bem-sucedidos se contratados. O sucesso, nesse caso, significa desempenhar bem, segundo os
critérios que a administração u liza para avaliar seu pessoal.
Toda forma de seleção deve ser válida e confiável.
Validade – Todo disposi vo de seleção que um gerente
u liza, tais como testes ou entrevistas. Deve demonstrar
validade, ou seja, deve haver uma relação comprovada entre
o disposi vo de seleção e algum critério relevante. Ou seja,
não se faz seleção no “chute”.
Confiabilidade – Além de ser válido, um disposi vo de
seleção deve demonstrar também confiabilidade, ou seja,
indicar se o disposi vo mede constantemente a mesma coisa.
Se um teste é confiável, por exemplo, a nota de um indivíduo
isolado deve permanecer posi vamente estável no curso do
tempo, supondo-se que as caracterís cas que o teste está
mensurando sejam também estáveis.
No serviço público brasileiro há basicamente duas formas
de seleção:
os concursos públicos, que medem conhecimento, habilidades, mas não medem a adequação do indivíduo
ao trabalho;
as indicações polí cas, usadas para ocupar os cargos
de DAS, que possuem critérios absolutamente obscuros de seleção.
Aqui se usa muito pouco a análise de currículos e entrevistas para o preenchimento de vagas na administração
pública. Nas Agências Reguladoras, esse critério teve algum
uso, posteriormente subs tuídos por concursos públicos,
depois que o STF entendeu que as Agências Reguladoras
possuíam natureza jurídica de autarquia e que seu pessoal
desempenhava função pica de Estado, o que obrigou as
Agências a realizarem concursos.
Em muitos países, o preenchimento de vagas no Serviço
Público é feito mediante análise de currículo. EUA, Inglaterra
e Argen na são exemplos disso. Em outros, como a França,
Portugal, Espanha, Alemanha e Brasil, o acesso ao Serviço
Público se dá por concurso público.
A entrevista pode levar a erros de seleção muito graves,
muito embora seja um meio de seleção bastante popular.
Seus resultados tendem a exercer uma influência despro-
porcional na decisão de contratação. O candidato que tem
um mau desempenho na entrevista tende a ser cortado do
cadastro de candidatos, não obstante sua experiência, notas
nos testes ou cartas de recomendação. Inversamente, quase
sempre a pessoa mais tarimbada nas técnicas de preenchimento de cargos, par cularmente aquelas u lizadas no
processo de entrevista, é a contratada, mesmo que ela possa
não ser a melhor candidata para a posição.
Recrutamento e Seleção
Atrair ou ir à procura de pessoas que possuam as qualificações para o preenchimento de vagas. Con nuidade e
consistência de recrutamento favorecem a imagem pública
da empresa.
O recrutamento pode ser interno ou externo à organização.
Recrutamento Interno
Existe ainda a figura de Recrutamento Interno, através
do remanejamento de empregados, como transferências,
promoções, transferências, promoções, transferência com
promoção, programas de desenvolvimento pessoal e plano
de carreiras de pessoal.
As principais vantagens do recrutamento interno são:
economia para a empresa;
rapidez no recrutamento;
maior índice de validade e de segurança;
fonte poderosa de mo vação para os empregados;
aproveita os inves mentos da empresa;
desenvolve um sadio espírito de compe ção.
Em contrapar da, as principais desvantagens são:
conflito de interesses entre os empregados;
exige potencial de desenvolvimento.
Recrutamento Externo
Existem diversas Técnicas de Recrutamento Externo,
entre elas: anúncios, jornais, agências de emprego, escolas
profissionalizantes e universidades, indicações de funcionários da empresa.
As principais vantagens do recrutamento externo são:
possibilita trazer “sangue novo” para a empresa.
renova e enriquece o ambiente.
aproveitamento de pessoal preparado de outras empresas.
As principais desvantagens são:
demora até a admissão.
é mais caro.
é menos seguro.
gera problemas com o pessoal interno (despres gio).
Polí cas e Sistemas de Remuneração
O empresário que exerce a a vidade da remuneração das
pessoas é e deve ser sempre o responsável pela mo vação
destas. Por isso, cabe às organizações possuir uma visão da
remuneração como fator de aperfeiçoamento da empresa,
e não como fator de custo. Qualquer organização é responsável e impulsionadora de processos de melhoria e aumento
da compe vidade de sua empresa, por meio de formas
de recompensas que se complementam e buscam alinhar
a tudes e comportamentos com os obje vos individuais
(dos colaboradores) e da empresa.
Essa responsabilidade pressupõe a necessidade de conhecer profundamente cada a vidade da empresa e quais
cargos são os responsáveis por essas a vidades para que
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
reengenharia e reformulação de processos possibilitaram
às empresas públicas e privadas gerar maior produção com
menos mão de obra.
99
possa estabelecer um valor para cada cargo. Conhecer profundamente é, no mínimo, saber os requisitos necessários
para a realização de um trabalho com eficiência, com segurança, para se estabelecer ou dar um valor rela vo que se
traduza em valor absoluto justo, compa vel com a estrutura
de cargos da empresa, sua disponibilidade financeira e a
realidade do mercado de trabalho, o que já foi comentado
anteriormente.
Composição da Remuneração
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Remuneração é um conjunto de vantagens que uma
pessoa recebe pela prestação de um serviço. Dentro desse
conjunto de vantagens está o salário. O salário pode ser:
salário nominal (ou bruto): é o salário que consta na
ficha de registro, na carteira profissional e em todos
os documentos legais. Esse salário pode ser expresso
em hora, dia, semana, mês, ou outros, de acordo com
o po de contratação existente ou de acordo com o
órgão representa vo da classe de cada colaborador.
salário efe vo (ou líquido): é o salário bruto descontadas as obrigações legais, tais como contribuição
previdenciária (INSS), imposto de renda e outras, de
acordo com o po de contratação.
100
Podem-se definir também os ganhos como remuneração
total, que é a soma dos ganhos diretos e indiretos. Remuneração direta é a formação dos ganhos básicos (salários) mais
a remuneração variável (par cipação nos lucros, prêmios,
abonos, complementações diversas etc.). Já a indireta é a
cons tuição dos bene cios sociais (planos de saúde, odontológicos, descontos de farmácias, supermercados). Para
definir o salário ou o plano de salário empresa é importante
observar que diversos são os fatores que incidem nesse
resultado. Um dos fatores mais importantes é o equilíbrio
interno e externo, que é essencial.
O equilíbrio dos fatores internos consiste na preocupação da empresa em manter a correta avaliação dos cargos
de forma a manter a hierarquia. Com base nesta avaliação,
os colaboradores julgam a equidade de suas remunerações,
comparando-as com as dos demais cargos da mesma posição.
Quando não são visíveis as diferenças entre os cargos nos
fatores de responsabilidade, produ vidade, conhecimento
e capacidade, as divergências e insa sfações ocorrem com
mais frequência dentro da empresa. E isso é possível de sanar
com a elaboração da descrição de cada cargo.
Já o equilíbrio dos fatores externos advém da adequação
salarial da empresa ao mercado de trabalho. É importante
que as empresas acompanhem o salário do mercado local
ou os mais próximos de seu ambiente. É preciso conhecer o
salário pago nos cargos similares pelos concorrentes, pelas
outras empresas da localidade, visando a justa valorização
do profissional. É necessário também acompanhar a polí ca
de salário implantada pelo governo, observar os acordos
cole vos dos órgãos de classe e os aspectos da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
Existem ainda outros critérios que ajudam a estabelecer
a equidade interna.
Os critérios definidos devem traduzir a contribuição de
cada pessoa para a empresa. Sabe-se que é uma tarefa dicil, mas é importante para a empresa e para o empresário
que o colaborador conheça sua contribuição para a empresa.
O empresário necessitará de muita habilidade para repassar
e reconhecer essas contribuições.
Os critérios devem ser aceitos por todos como justos e
adequados.
Essa determinação retém talentos na empresa. Hoje um
grande fator que onera e traz transtorno às empresas é o alto
índice de entrada e saída de pessoal (turn over), que pode
ser evitado com a clareza dos critérios do plano de salário e
treinamentos adequados.
Os critérios devem ser mensuráveis (medidos, comparados,
percebidos) pela empresa e pela própria pessoa. Cada colaborador deve poder perceber sua contribuição para a empresa e
reconhecer que o valor recebido pelo seu esforço profissional
está adequado e é equita vo interna e externamente.
Os critérios devem ser coerentes e conscientes no tempo,
ou seja, devem ter perenidade, mesmo em um ambiente
turbulento e instável.
É necessário estar atentos a fatos que interferem ou
modificam a polí ca de remuneração.
Os critérios devem ser simples e transparentes para que
todas as pessoas possam compreendê-los e ter acesso a eles.
É necessário que todos os colaboradores, órgãos representa vos, empresários e outros, se for o caso, tenham
conhecimento dos critérios.
Desenho de Cargo. Análise e Descrição de Cargo
Descrição de cargos é uma definição escrita do que o
ocupante do cargo faz, como faz e em que condições o cargo
é desempenhado. Essa definição é u lizada para definir as
especificações do cargo, a qual relaciona os conhecimentos,
habilidades e capacidades necessárias ao desempenho
sa sfatório do cargo. O formato comum de uma descrição
de cargo inclui o tulo do cargo, o sumário das a vidades a
serem desempenhadas e as principais responsabilidades do
cargo. Muitas vezes, inclui também as relações de comunicação do cargo com os outros cargos.
Análise de Cargos significa detalhar o que o cargo exige
do seu ocupante em termos de conhecimentos, habilidades e
capacidades para que possa desempenhá-lo adequadamente. A análise é feita a par r da descrição do cargo. Para que
a análise do cargo tenha uma base concreta de comparação
ela precisa fundamentar-se em fatores de especificações:
requisitos mentais, requisitos sicos, responsabilidades por
e condições de trabalho.
Os obje vos da análise e descrição de cargos são os
seguintes:
1 – subsídios ao recrutamento;
2 – subsídios à seleção de pessoas;
3 – material para treinamento;
4 – base para avaliação e classificação de cargos;
5 – avaliação do desempenho;
6 – base para programas de higiene e segurança;
7 – guia para o gerente.
O processo de descrição de cargos é uma oportunidade
para que todos na empresa, Diretores, Gerentes e todas as
pessoas envolvidas nessa tarefa possam repensar a organização e redefinir as responsabilidades de cada cargo, com
o obje vo de facilitar e melhorar o desempenho da pessoa
que está no cargo ou que venha a ocupá-lo.
Todas as empresas desejam uma estrutura de cargos
enxuta. O segredo de uma estrutura enxuta está em uma
combinação da definição das atribuições dos cargos de cada
área com a alocação da pessoa certa para cada cargo.
A avaliação de cargos é uma técnica de “medição” da
importância rela va de cada cargo. O resultado dessa medição será u lizado para definir o salário ou a faixa salarial
para cada cargo na empresa.
Durante o processo de avaliação de cargos, os tomadores
de decisão da empresa têm a oportunidade de discu r e rever as responsabilidades de cada cargo. É comum Diretores
de determinada área ter uma ideia diferente das a vidades
que um gerente de outra área deveria fazer.
Na conclusão do processo de desenvolvimento do Plano
de Cargos e Salários, a empresa terá:
• estrutura de cargos bem definida, permi ndo melhorar organograma e a funcionalidade de todas as áreas
da empresa.
• faixa salarial para cada cargo, permi ndo administrar
o salário de cada funcionário conforme o seu desenvolvimento técnico e desempenho no cargo.
• regras claras sobre o funcionamento do Plano de
Cargos e Salários, facilitando a aceitação, por parte
dos funcionários, das Polí cas da empresa nessa área.
Avaliação de Desempenho
Gestão de Desempenho e Gestão de Competências
Para Chiavenato (1981), avaliação de desempenho,
muitas vezes, pode servir de base às polí cas de promoção
das organizações. O processo é efetuado periodicamente,
normalmente, com caráter anual, e consiste na análise objeva do comportado do avaliado no seu trabalho, e posterior
na comunicação dos resultados. Tradicionalmente compete
aos superiores avaliarem os seus subordinados, estando à
avaliação sujeita a correções posteriores para que os resultados finais sejam compa veis com a polí ca de promoções.
Alguns dos métodos tradicionalmente u lizados para
avaliar desempenho:
• Método da Escala Gráfica: é o método de Avaliação
de desempenho mais u lizado, divulgado e simples.
Exige muitos cuidados, a fim de neutralizar a subjevidade e o pré-julgamento do avaliador para evitar
interferências. Trata-se de um método que avalia o
desempenho das pessoas por meio de fatores de
avaliação previamente definidos e graduados. U liza
um formulário de dupla entrada, no qual as linhas em
sen do horizontal representam os fatores de avaliação
de desempenho; enquanto as colunas em sen do
ver cal, representam os graus de variação daqueles
fatores. Os fatores são previamente selecionados
para definir em cada empregado as qualidades que
se pretende avaliar.
• Método da Escolha Forçada: consiste em avaliar o
desempenho dos indivíduos por intermédio e frases
descri vas de determinadas alterna vas de pos de
desempenho individual. Em cada bloco, ou conjunto
composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador
deve escolher, forçosamente, apenas uma ou duas
alterna vas, que mais se aplicam ao desempenho do
empregado avaliado.
As frases podem variar, porém basicamente existem duas
formas de composição:
– Os blocos são formados por duas frases de significado
posi vo e de duas de significado nega vo. O supervisor ou avaliador, ao julgar o empregado, escolhe a
frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao
desempenho do avaliado.
– Os blocos são formados apenas por quatro frases
com significado posi vo. O supervisor ou avaliador,
ao julgar o empregado, escolhe as frases que mais se
aplicam ao desempenho do avaliado.
• Método de Pesquisa de Campo: é feito pelo chefe,
com assessoria de um especialista (staff) em Avaliação de Desempenho. O especialista vai a cada sessão
para entrevistar a chefia sobre o desempenho de
seus respec vos subordinados. Embora a Avaliação
seja responsabilidade de cada chefe, há uma ênfase
na função de staff em assessorar da maneira mais
completa.
• Métodos dos Incidentes Crí cos: baseiam-se no fato
de que no comportamento humano existem certas
caracterís cas extremas, capazes de levar a resultados
posi vos. Uma técnica sistemá ca, por meio da qual
o supervisor imediato observa e registra os fatos excepcionalmente posi vos e os fatos excepcionalmente
nega vos a respeito do desempenho dos seus subordinados. Focaliza tanto as exceções posi vas como as
nega vas no desempenho das pessoas.
• Método de Comparação aos Pares: consiste em comparar dois a dois empregados de cada vez, e se anota
na coluna da direita, aquele que é considerado melhor,
quanto ao desempenho. Pode-se ainda, u lizar fatores
de avaliação. Assim, cada folha do formulário seria
ocupada por um fator de avaliação de desempenho.
• Método de Frases Descri vas: é um método que não
exige obrigatoriedade na escolha de frases. O avaliador assimila apenas as frases que caracterizam
o desempenho do subordinado (sinal (+) ou (s)) e
aquelas que realmente demonstram o oposto de seu
desempenho (sinal (-) ou (n)).
• Método da Autoavaliação: é o método por meio do
qual o próprio empregado é solicitado a fazer uma
sincera análise de suas próprias caracterís cas de
desempenho. Podem-se u lizar sistemá cas variáveis, inclusive formulários baseados nos esquemas
apresentados nos diversos métodos de avaliação do
desempenho já descritos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
No processo de avaliação de cargos são analisadas oportunidades para melhorar o desenho dos cargos e uniformizar
o entendimento de Diretores, Gerentes e Supervisores em
relação à estrutura de cargos de todas as áreas da empresa.
Outro bene cio importante desse processo é que todos
têm uma visão clara da natureza das tarefas de cada cargo.
Essa percepção será valiosa quandose for definir o perfil
do cargo para propósitos como recrutamento e seleção,
promoção, treinamento etc.
O sistema de avaliação de cargos não decide sobre os
salários das pessoas da sua empresa. Quem decide é você
ou as pessoas que têm a responsabilidade por gestão na empresa. O sistema não toma decisões, apenas facilita, orienta
e fundamenta a tomada de decisões.
O sistema de avaliação de cargos não revoga a lei da
oferta e da procura no mercado de salários. Exatamente
ao contrário, a avaliação de cargos existe para que se possa
conhecer que salário o mercado paga para determinado
cargo, considerando o nível de competência e desempenho
da pessoa que está no cargo na empresa.
As faixas salariais resultantes do processo de avaliação de
cargos não são uma camisa de força. São apenas um “guia”
para movimentar os salários das pessoas, com muita flexibilidade. Não é bom ter limites? Mesmo dentro de limites
pode-se ser flexível e cria vo.
Para orientar as decisões das pessoas que têm a atribuição de definir ou alterar salários dentro da empresa,
é recomendável a definição de algumas regras básicas sobre
o funcionamento do Plano de Cargos e Salários.
As Normas e Procedimentos do Plano de Cargos e Salários devem ser obje vos e definir claramente os critérios e
passos para:
• salários de admissão;
• alterações de salários;
• promoções;
• transferências;
• reajustes de mercado;
• outros tópicos relacionados.
101
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
• Método de Avaliação por Resultados: liga-se aos programas de Administração por Obje vos. Este método
baseia-se numa comprovação periódica entre os resultados fixados (ou separados) para cada funcionário e
os resultados efe vamente alcançados. As conclusões
a respeito dos resultados permitem a iden ficação
dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como
as providências necessárias para o próximo período.
É considerado um método prá co, embora seu funcionamento dependa sobremaneira das a tudes e dos
pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação
do desempenho.
102
Chiavenato (1981) propõe a Avaliação por obje vos:
Neste método de avaliação, o gestor e o colaborador
negociem os obje vos a alcançar durante um período de
tempo. Os obje vos devem ser específicos, mensuráveis e estar alinhados aos obje vos da organização. Periodicamente,
o gestor e o colaborador devem se reunir e discu r o nível de
desempenho, podendo ser renegociados os obje vos. O colaborador precisa estar mo vado para apresentar planos,
propor correções e sugerir novas ideias. Em contrapar da,
o gestor deve comunicar o seu agrado (ou desagrado) perante os resultados alcançados e propor também correções.
A avaliação vai assim tomando forma através da análise do
desempenho do colaborador. O desempenho deve estar,
contudo, limitado aos obje vos negociados. O gestor nunca
deve ter em conta aspectos que não estavam previstos nos
obje vos, ou que não vessem sido comunicados ao colaborador. Deve ser permi do ao colaborador apresentar a sua
autoavaliação e discu -la com o gestor.
Quando chega o momento do gestor comunicar a avaliação dos seus colaboradores, tanto um como o outro, têm
consciência dos resultados que foram alcançados e se foram
sa sfeitos, ou não, os obje vos. Desta forma, o colaborador
sabe de antemão o que se espera dele, e sabe se a avaliação
que lhe foi atribuída é justa ou não, pois já recebeu previamente o feedback do seu gestor. Por outro lado, não poderá
pôr em causa a avaliação dos colegas, pois os obje vos são
negociados individualmente.
A polí ca de progressão de carreiras, ou de aumentos salariais, também pode estar incluída neste processo, podendo
os colaboradores e o gestor negociar mediante o alcance dos
resultados esperados. Em todo e qualquer passo da Avaliação
de Desempenho, é fundamental que as informações sejam
corretas e reais, para que se possa, ao final, obter resultados
reais sobre os empregados.
Métodos Mistos: é muito comum organizações que se
caracterizam pela complexidade de seus cargos, recorrerem
a uma mistura de métodos na composição do modelo de
Avaliação de Desempenho.
Como se pode ver, existem diversos métodos de Avaliação de Desempenho, tanto nos aspectos relacionados com a
própria avaliação e com as prioridades envolvidas, quanto na
sua mecânica de funcionamento, pois há uma tendência de
cada organização ajustar os métodos às suas peculiaridades
e necessidades.
Observa-se que o leque de desvantagens é grande e pode
comprometer os efeitos que se pretende com a avaliação
de desempenho.
Avaliação
Uma das responsabilidades mais importantes de um
gerente é avaliar o desempenho de seus funcionários. Por
que a avaliação de desempenho é tão importante? Porque
ela atende a diversos obje vos cruciais.
As avaliações são u lizadas para tomar decisões fundamentais rela vas às pessoas, tais como promoções, transferências e rescisões; para iden ficar necessidades de treinamento;
para dar feedback aos funcionários sobre como a organização
encara o seu desempenho e, frequentemente, como base
para reajustes salariais. Na administração pública, a avaliação
de desempenho está se tornando uma obsessão, conquanto
poucas vezes tenha alguma valia como instrumento gerencial.
Uma pergunta muito interessante em relação à avaliação
diz respeito a quem deveria fazer a avaliação? Quem deveria
avaliar o desempenho de um funcionário? A resposta óbvia
aparentemente seria: seu superior imediato!
Por tradição, a autoridade de um gerente normalmente
incluía a avaliação do desempenho dos subordinados. A lógica por trás dessa tradição parece ser a de que os gerentes
são considerados responsáveis pelo desempenho de seus
subordinados; logo, é natural que esses gerentes avaliem tal
desempenho. Mas essa lógica pode ser errônea.
Na verdade, outras pessoas podem ser capazes de realizar essa tarefa melhor, ou pelo menos contribuir para ela.
Superior Imediato – Muitos chefes não se sentem confortáveis ou preparados para avaliarem seus subordinados.
A avaliação causa problemas e tende a tornar tenso o ambiente de trabalho.
Colegas – Avaliações de colegas são uma das fontes mais
confiáveis de dados de avaliação. Por quê? Primeiro, porque
estão próximos da ação. Segundo, porque a u lização de
colegas como avaliadores resulta em diversos julgamentos
independentes, ao passo que um chefe apenas pode oferecer uma única avaliação. Do lado nega vo, essas avaliações
podem sofrer da indisposição de colegas de trabalho em se
avaliarem reciprocamente e de desvios oriundos de amizade,
má vontade ou rivalidade.
Autoavaliações – Fazer com que os funcionários avaliem
seu próprio desempenho é condizente com valores como
autogestão e par cipação na decisão. No entanto, como se
pode imaginar, sofrem de uma pontuação excessivamente
inflada e do viés da autopromoção.
Com o intuito de contornar esses problemas, muitas
organizações, no setor público, empresas estatais como a
Caixa e Petrobras, estão adotando Avaliações de 360 Graus:
Uma Abordagem Abrangente, que propicia o feedback de
desempenho a par r do círculo pleno de contatos co dianos
passíveis de serem man dos por um funcionário, desde o
pessoal da expedição até os clientes, chefes e colegas.
Feedback de Desempenho
Para muitos gerentes, poucas a vidades são mais desagradáveis do que a de fornecer feedback de desempenho
aos funcionários. De fato, a menos que pressionados por
polí cas e controles organizacionais, os gerentes tendem
a ignorar essa responsabilidade. Por que a relutância em
fornecer feedback? Parece haver pelo menos três mo vos.
O primeiro é que os gerentes muitas vezes não se sentem
à vontade para discu r deficiências de desempenho com os
funcionários. O segundo mo vo é que muitos funcionários
tendem a ficar na defensiva quando suas deficiências são
apontadas, em vez de aceitarem o feedback como construvo e como base para melhorar o desempenho. Finalmente,
os funcionários tendem a fazer uma imagem inflada de seu
próprio desempenho.
Desenvolver Pessoas
Treinamento
O treinamento pode ser muito importante no resultado
financeiro e operacional de uma organização. O dinheiro
Também é muito importante que se determine o melhor
local para o treinamento.
Treinamento no Trabalho. Entre os métodos populares de treinamento no trabalho, conhecidos também
por treinamento on-the-job, encontra-se o rodízio de
cargos e a orientação. O rodízio de cargos envolve
transferências laterais, que capacitam os funcionários
a trabalharem em funções diferentes. Os funcionários
conseguem aprender uma ampla variedade de cargos
e ganham uma percepção maior da interdependência
dos cargos e uma perspec va mais ampla das a vidades da organização.
Treinamento Fora do Trabalho. Há uma série de métodos de treinamento fora do trabalho que os gerentes
podem desejar tornar acessíveis aos funcionários.
Os mais populares são palestras, vídeos e exercícios
de simulação. Palestras em salas de aula são bem
adequadas para transmi r informações específicas,
sendo bastante eficazes no desenvolvimento de ap dões para solução de problemas. Os vídeos podem ser
u lizados para demonstrar explicitamente as ap dões
técnicas que não são facilmente apresentadas por
outros métodos.
Manter Pessoas
Cultura Organizacional
Pode-se dizer que as normas de conduta estão entre
os elementos mais significa vos da cultura organizacional.
Cultura organizacional significa um modo de vida,
um sistema de crenças, expecta vas e valores, uma
forma de interação e relacionamento típicos de
determinada organização. Cada organização é um
sistema complexo e humano, com caracterís cas
próprias, com a sua própria cultura e com um sistema
de valores (CHIAVENATO, 2000, p.531).
Além das normas de conduta, a cultura organizacional
abrange outros elementos que veremos em breve. Abaixo
constam alguns indicadores que iden ficam e analisam a
cultura das organizações.
INDICADOR
SIGNIFICADO
Iden dade
Grau de iden ficação das pessoas com a
organização como um todo, mais do que
um grupo imediato ou colegas de profissão.
Tolerância
ao risco e à
inovação
Medida da capacidade de organização de
adaptar-se a situações novas, em contraposição a seu interesse em permanecer mantendo as tradições e as estruturas vigentes.
Crença em que o indivíduo deve cuidar de
Individualismo si próprio e de sua família; crença em que
o indivíduo é dono de seu próprio des no.
Cole vismo
Crença em que os membros do grupo
(parentes, organização, sociedade) preocupam-se com o bem-estar comum.
Par cipação
Nível de participação das pessoas no
processo de administrar a organização.
Adaptação
Nível de preocupação da administração
com os clientes, acionistas e empregados,
em contraposição à preocupação consigo
mesma.
Fonte: Maximiano, 2000, p. 256.
Como as normas de conduta já mencionadas, os outros
componentes da cultura organizacional serão citados conforme dito. São eles:
Fonte: Maximiano, 200, p. 257.
Não precisamos de muitos ar cios para a compreensão
desses componentes. Vejamos alguns exemplos de crenças,
valores e preconceitos que ocorrem no nosso dia a dia.
• Funcionário ocupado é sinônimo de pessoa produ va.
• A empresa é uma grande família, com direito a desavenças e o chefe representa o pai.
• A distinção dos funcionários de uma organização
por meio dos elevadores. Elevador social para funcionários
administra vos e o elevador de serviço para os funcionários
da manutenção e limpeza.
Crenças, valores e preconceitos estão na base das
normas de conduta, influenciando a maneira como os
chefes tratam seus funcionários e, de forma geral, como
as pessoas se relacionam (MAXIMIANO, 2000, p. 258).
Por fim, os símbolos. Esse elemento é formado por palavras, objetos, ações ou eventos que significam algo para
as pessoas e grupos da organização. Exemplos de símbolos:
uniformes, logo pos, decoração das instalações etc. Naturalmente, os símbolos são facilmente modificados em uma
cultura organizacional.
Clima Organizacional
Clima organizacional, o úl mo componente a ser analisado da organização informal, possui um importante papel
dentro de uma empresa.
Como os níveis de sa sfação ou insa sfação são apreciados no seu trabalho? Por meio de ques onários, reuniões
ou não se fala no assunto?
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
gasto em treinamento pode propiciar grandes retornos para
a administração. Isso pode ser ainda mais verdadeiro hoje em
dia. A compe ção intensificada, as mudanças tecnológicas
e a busca de aumento da produ vidade estão aumentando
as demandas de qualificação dos funcionários.
Em matéria de treinamento, é muito importante a correta avaliação de suas reais necessidades. O ideal seria que
funcionários e gerentes fossem treinados constantemente
para manter suas ap dões em dia. Na realidade, poucas
organizações têm assumido um compromisso em fornecer
formação con nua a seu quadro de pessoal. Os funcionários
também não assumem voluntariamente a inicia va de buscar
oportunidades de treinamento. Ambos não percebem sinais
como, por exemplo:
• a introdução de novos equipamentos ou processos
que possam afetar o cargo de um funcionário;
• a mudança nas responsabilidades do cargo;
• a queda na produ vidade de um funcionário ou na
qualidade de seus resultados;
• o aumento nas violações das normas de segurança ou
nos acidentes;
• o crescimento do número de perguntas que os funcionários fazem a você ou a colegas de trabalho;
• o aumento das reclamações dos clientes ou colegas
de trabalho.
103
É necessário que os sen mentos em relação à realidade
obje va da organização formal sejam mensurados.
Ques onários devem ser aplicados dentro da empresa
com perguntas obje vas, para que os funcionários assinalem
apenas uma alterna va, facilitando a mensuração da qualidade percebida por cada funcionário.
Todos os elementos que compõem a organização formal
afetam os sen mentos dos funcionários, desde a localização
sica até os obje vos organizacionais, não esquecendo-se
dos salários, limpeza e integração com os colegas.
Cada funcionário terá uma realidade percebida, o que
produzirá sen mentos individuais, por isso há a necessidade de aplicar ques onários dentro da empresa com todos.
Contudo, os funcionários que assim desejarem não precisam
se iden ficar. Porém, é importante que par cipem, pois, por
meio dos resultados ob dos, algumas mudanças podem ser
trabalhadas de maneira direcionada ao foco.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Caracterís cas da Organização Informal
104
a) Relação de coesão ou de antagonismo: são as relações
criadas entre pessoas de diferentes níveis, podendo ser relações pessoais de simpa a ou de an pa a. A intensidade e duração desses relacionamentos são extremamente variáveis.
b) Status: os indivíduos se sentem mais pres giados pela
sua importância em uma organização informal do que propriamente pela sua posição na organização formal. Quando
um indivíduo é solicitado em uma reunião de trabalho, ele
sabe que o desejado no momento é simplesmente seus
serviços e conhecimentos. Porém, quando é chamado para
comparecer a uma reunião informal em um bar, certamente
esse funcionário se sen rá querido pelo grupo.
c) Colaboração espontânea: em uma organização informal o nível de colaboração espontânea é infinitamente
superior ao da organização formal. O porquê disso? O prazer
e a sa sfação existentes na organização informal.
d) A possibilidade da oposição à organização formal:
quando a organização informal é manipulada de forma inadequada pode ocorrer uma oposição à organização formal,
o que resulta desarmonia com os obje vos da empresa.
e) Padrões de relações e a tudes: existem pessoas que
desenvolvem espontaneamente padrões de relações e de
a tudes e que são aceitos e assimilados pelos seus componentes, pois exprimem os interesses do grupo.
f) Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: os grupos informais tendem a se modificar com as
alterações realizadas na organização formal. Por exemplo,
um funcionário sofreu um remanejamento e foi lotado em
outro departamento, consequentemente, ele fará parte de
outro grupo informal.
g) A organização informal transcende a organização formal: a organização formal está presa a horários e normas.
Já a organização informal escapa a essas limitações, estando
“presa” apenas às vontades que cada indivíduo tem.
h) Padrões de desempenho nos grupos informais: nem
sempre esses padrões correspondem aos estabelecidos
pela administração. Podem ser maiores ou menores, bem
como podem estar em harmonia ou não com a organização.
A responsável pelos padrões de desempenho é a mo vação
individual com relação aos obje vos da empresa.
As organizações informais são, simplesmente, os relacionamentos criados dentro de uma organização formal. Esses
relacionamentos ao mesmo tempo em que podem ser úteis
à empresa, podem trazer male cios.
A organização informal tem sua origem na necessidade
que cada pessoa possui em conviver com os demais seres
humanos. Certamente, quando você começou a trabalhar
na empresa/ins tuição na qual está, um dos seus desejos
era estabelecer relações sa sfatórias informais com seus
companheiros. Pois, quando uma relação agradável não é
estabelecida, pode afetar o ambiente formal da empresa
acarretando insa sfação pessoal. Ou seja, a necessidade de
exis r uma organização informal dentro de uma empresa é
imprescindível.
O clima organizacional afeta a mo vação, o desempenho
e a sa sfação no trabalho.
Ele cria certos pos de expecta vas cujas consequências
se seguem em decorrência de diferentes ações. As pessoas
esperam certas recompensas, sa sfações e frustrações na
base de suas percepções do clima organizacional. O clima
organizacional é o conjunto de fatores que interferem na
sa sfação ou descontentamento no trabalho. É o conjunto
de variáveis que busca iden ficar os aspectos que precisam
ser melhorados, em busca da sa sfação e bem-estar dos
colaboradores.
A pesquisa de clima organizacional de uma empresa
é uma ferramenta u lizada para medir e apurar o grau de
sa sfação dos colaboradores diretos da empresa perante
determinadas variáveis. A direção da empresa determina
um padrão que deve ser u lizado para medir esse clima
organizacional que entre outros pontos estão aspirações
pessoais, mo vação, ambições funcionais, adequação da remuneração, horário de trabalho, relacionamento hierárquico,
relacionamento profissional, interação social, dentre outros.
Conforme os resultados apurados por essa pesquisa a
empresa tem condições de corrigir alguns pontos que possam
estar enfrentando algum problema ou se antecipar algum
problema futuro que seja de relacionamento hierárquico
ou até mesmo com os clientes externos e fornecedores
pelo modo que a empresa se relaciona com esses clientes
porem a pesquisa deve ser feita de uma maneira clara e
honesta não rando de seu escopo os itens problemá cos
com a finalidade de mostrar aos colaboradores que o clima
organizacional é agradável.
Mo vação
Segundo Chiavenato (2000), seria pra camente impossível compreender os relacionamentos existentes entre as
pessoas sem um mínimo conhecimento da mo vação de
seu comportamento.
O que seria mo vação? Definir exatamente o conceito de
mo vação é algo complexo. De modo geral, mo vo é tudo
aquilo que es mula a pessoa a agir de determinada forma.
Esse impulso à ação é provocado tanto por um es mulo
externo, advindo do ambiente, como também pode ser
gerado internamente nos processos mentais do indivíduo.
Nesse caso, a mo vação está relacionada com o sistema de
cognição de cada pessoa. Ou seja, nossos atos são conduzidos pela cognição – pelo que pensamos, acreditamos e
prevemos. Porém, quando alguém nos pergunta o mo vo
pelo qual agimos de certa maneira, é baseado na mo vação
que iremos responder.
Você reage da mesma forma que seu colega de trabalho
ao ser mo vado(a)? É provável que não. As pessoas são diferentes no que tange à mo vação. As necessidades variam
de pessoa para pessoa e também de situação para situação,
acarretando diversos padrões de comportamento e valores
sociais variados.
Vale lembrar que as capacidades para a ngir os obje vos
são totalmente diferentes. Para dificultar ainda mais, as necessidades, os valores sociais e as capacidades variam, em
cada um de nós, conforme a situação.
A mo vação tem um caráter con nuo, ou seja, teremos
sempre à nossa frente algo a mo var-nos. Algo intrínseco,
que possa ter um valor infinitamente superior ao que teria
para outra pessoa.
Apesar de os padrões de comportamento serem variados,
o processo do qual eles resultam é, pra camente, o mesmo
para todas as pessoas. Neste caso, há três premissas que
jus ficam o comportamento humano.
O comportamento é um efeito. O comportamento é
causado por es mulos internos ou externos. Tanto o meio
no qual o indivíduo está inserido como a própria hereditariedade são fatores que influenciam no comportamento de
cada pessoa.
O comportamento é mo vado. O comportamento não
é fortuito nem aleatório, porém sempre direcionado para
uma finalidade.
O comportamento é orientado para obje vos. Para um
comportamento de a tude tomada, existe um impulso, uma
necessidade, uma incitação.
Analisando as suposições acima, concluímos que o comportamento não é espontâneo e nem isento de finalidade.
Haverá sempre algum obje vo implícito ou explícito para
esclarecê-lo.
Podemos observar esta afirma va no modelo básico de
mo vação ilustrado por Chiavenato (2000).
Necessidades de Segurança: no momento em que as
necessidades humanas estão rela vamente sa sfeitas, há
o desejo de segurança. A busca de proteção contra ameaça
e a busca de estabilidade em um mundo previsível são manifestações picas dessas necessidades.
Necessidades Sociais: é o convívio que você tem com outras pessoas. São as necessidades que todos desejam possuir
como a de aceitação por parte dos colegas, a troca de amizade,
de afeto e amor, dentro ou fora do ambiente organizacional.
Caso tais necessidades não es verem sa sfeitas, pode
acarretar a solidão ou a falta de adaptação social para o
indivíduo. Essa necessidade é fundamental em uma empresa, pois é considerada por Maslow como a vadora do
comportamento humano.
Necessidades de Es ma: são as necessidades relacionadas com a forma pela qual você se analisa e se vê perante a
sociedade, ou seja, uma autoavaliação e autoes ma. Com
essas necessidades sa sfeitas, você tem condições de possuir
autoconfiança, sen mentos de valor, força, poder, dentre
outros. Caso contrário, surgem sen mentos de inferioridade,
fraqueza, desamparo, podendo levar-lhe ao desânimo.
Necessidades de Autorrealização: essas são as mais elevadas e situam-se no topo da pirâmide hierárquica.
São as necessidades que levam cada pessoa a tentar
realizar seu próprio potencial e se desenvolver connuamente como criatura humana ao longo de toda
vida... Tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo o
que pode ser (CHIAVENATO, 2000, p. 85).
Portanto, mesmo que todas as necessidades sejam
alcançadas, a pessoa sempre desejará mais e dificilmente
a ngirá a sa sfação plena e absoluta.
Fonte: Chiavenato (2000) p. 81.
A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg, Segundo
Chiavenato (2000)
Herzberg difere de Maslow ao fundamentar, em sua
teoria, os fatores externos e o trabalho do indivíduo como
mo vadores do comportamento humano.
São dois os fatores mo vacionais de Herzberg:
1. Fatores higiênicos: referem-se às condições sicas
e ambientais de trabalho. Cons tuem os fatores que são,
comumente, u lizados pelas organizações. Por exemplo: o
salário, bene cios sociais, polí cas da empresa etc.
Contudo, tais fatores não têm uma forte influência no
comportamento dos empregados.
A expressão higiene serve exatamente para refle r
seu caráter preven vo e profilá co e para mostrar
que se des nam simplesmente a evitar fontes de
insa sfação do meio ambiente ou ameaças potenciais
ao seu equilíbrio (CHIAVENATO, 2000, p. 87).
Quando esses fatores estão em perfeita harmonia entre
os funcionários, simplesmente evitam a insa sfação, tornando o ambiente de trabalho agradável. Porém, quando
precários, provocam insa sfação.
2. Fatores mo vacionais: estão diretamente relacionados
ao conteúdo do cargo em si. Os fatores tornam-se atra vos
no momento em que a vidades es mulantes são agregadas
ao cargo.
Necessidades Fisiológicas: é o nível mais baixo da pirâmide hierárquica. São as necessidades básicas de todo
indivíduo, como de alimentação (fome e sede), de repouso
e descanso, de abrigo e reprodução da espécie. Tais necessidades são denominadas necessidades biológicas.
O Modelo Con ngencial de Mo vação de Vroom,
Segundo Chiavenato (2000)
Victor H. Vroom desenvolveu uma teoria da motivação que rejeita noções preconcebidas e que
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
O modelo será o mesmo para todas as pessoas? Sim, mas
o resultado poderá variar de forma indefinida, pois depende
da percepção do es mulo (que modifica de pessoa para
pessoa e na mesma pessoa, conforme o tempo).
Abraham Maslow, psicólogo americano, tendo como parâmetro a questão das necessidades humanas, desenvolveu
uma teoria, que a nomeou de Hierarquia das Necessidades
Humanas. Para Maslow, tais necessidades estão organizadas
hierarquicamente e a busca pela sa sfação de algumas ou
todas elas é o que nos mo va a tomar alguma direção.
Maslow distribuiu as necessidades humanas em forma
de pirâmide, cuja base contém as necessidades primárias,
ou seja, as necessidades mais baixas e recorrentes. Já da
metade da pirâmide para o seu ápice estão as necessidades
secundárias, as mais sofis cadas e intelectualizadas. Observe
a figura a seguir.
105
reconhece essas diferenças individuais. Sua teoria se
restringe exclusivamente à mo vação para produzir
(CHIAVENATO, 2000, p. 90).
Para Vroom, três fatores são determinantes em cada
indivíduo. São eles:
Obje vos pessoais do indivíduo: podem ser considerados como as necessidades básicas de cada ser
humano, por exemplo, dinheiro, segurança no cargo,
reconhecimento, aceitação social e até mesmo ter um
trabalho mais interessante.
Relação percebida entre sa sfação dos obje vos e
alta produ vidade: nesse caso, vai depender daquilo
que você considerar como prioridade na sua vida
pessoal. Se você tem como obje vo obter um salário
maior, consequentemente, terá uma forte mo vação
para produzir mais. Isso se o salário for baseado na
produção. Porém, se você ver uma necessidade de
aceitação muito elevada pelos membros do grupo,
provavelmente irá produzir abaixo do nível médio de
produção. Pois produzir um número que destoa da
média poderá gerar a rejeição do grupo.
Percepção de sua capacidade de influenciar sua produvidade: um funcionário pode acreditar que seu poder
influencia seu próprio nível produ vo. Contudo, se ele
acreditar que o esforço despendido em um serviço
teve pouco efeito no resultado, automa camente irá
se esforçar menos.
Os seres humanos sempre foram movidos a recompensas, mesmo há 2.500 anos, como pode ser visto na citação
acima de Sun Tzu.
O que pode ser considerado importante para mo var funcionários? É preciso que o superior lhes passe pessoalmente
algo inspirador e, se necessário, use recursos que ajudem a
desenvolver a tudes posi vas na organização. Alguns recursos pra cados na gestão de pessoas são folgas, bonificação
em função de desempenho, festas, jantares, dentre outros.
Porém, mesmo fazendo isso para mo var os empregados,
é fundamental permanecer sempre atento às suas ações.
Por fim,
[...] para você ter sucesso é necessário desenvolver a
capacidade de perceber mais além do que eles estão
As pessoas baseadas em princípios têm uma aparência alegre, agradável e feliz. Sua a tude é o mista,
Sempre se encontram descontentes e pessoas com
desejo de inovar, que poderão abrir-te caminho para
dentro do estado e facilitar a tua vitória. (MAQUIA
VEL, 2001, p. 19).
No tratamento com os funcionários, é necessário dar-lhes
oportunidade e espaço para concre zar suas ambições. Caso
contrário, podem trazer problemas à organização.
Ainda com relação ao trato entre chefia e subordinado,
Sun Tzu afirma:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Liderança
Liderar é liberar a capacidade cria va existente nas pessoas, porém isso demanda comprome mento entre líder e
liderado, o que exige confiança tanto do líder para com os
liderados, como dos liderados para com o líder.
Uma das muitas fontes de confusão sobre liderança foi a
introdução da idéia dos assim chamados ‘es los’: a liderança
autocrá ca, democrá ca e laissez-faire (ou ‘faça o que quiser’)”. O primeiro es lo era considerado ‘mau’ e o segundo,
‘bom’. Vale ressaltar que o es lo autoritário não tem relação
com um es lo ‘mau’ e sim firme.
Não existe um ‘estilo’ certo na escala da liderança.
Ao observarmos um líder, poderemos verificar que irá tomar
variadas decisões no decurso de sua função.
Observando as constantes mudanças no dia-a-dia, é notório o valor de um líder servindo de bússola, indicando
a direção a ser seguida, garan ndo o sucesso e a eficácia
organizacionais. A liderança sugere que a pessoa aceita pelo
grupo tenha o poder de dirigi-lo. Isto é, o poder de mando
existe, mas é legi mado pelo grupo e não, necessariamente,
pela hierarquia.
Logo, liderança é uma técnica que pode ser assimilada,
aperfeiçoada e adaptada por todos que assim desejarem.
O líder é aquele indivíduo que todos querem seguir, e os
indivíduos iden ficam no líder a sapiência de saber ouvi-los.
Vários líderes atuais originaram-se de uma sociedade
cujas empresas seguiam o modelo patriarcal de liderança,
nas quais eles apenas eram os intermediários – nomeados
pelas organizações – que faziam as ordens serem cumpridas.
A postura atual do líder deve ser empreendedora, criava, para a obtenção de resultados sa sfatórios. Espera-se
que os líderes que provêm do modelo patriarcal estejam
preparados para atuar no cenário do novo milênio, de forma
diferenciada.
Todavia, dentro de uma mesma organização, o que pode
dar certo em um grupo pode não funcionar em outro. Isso
decorre pelo fato de o grupo ser formado por seres humanos,
que possuem personalidade, aparência e caráter dis ntos.
Porém, mesmo com todas essas diferenças, existem pontos
em comum entre indivíduos. A fome no momento em que
acordamos é um exemplo de necessidade comum a todos.
Sendo assim, veremos a seguir três áreas principais existentes
nos grupos de trabalho.
Os três componentes básicos para a ngir as metas são:
Liderança, Conhecimento Gerencial e Conhecimento Técnico.
Veremos, a seguir, algumas caracterís cas de líderes,
baseadas em 8 princípios, conforme Covey (1994):
1) Os líderes estão continuamente aprendendo: há
uma busca constante de conhecimento na vida desse po
de indivíduo; procuram treinamento, leitura especializada,
escutam os outros, assistem a aulas, aprendem com os olhos
e ouvidos bem abertos. São extremamente curiosos e estão
sempre fazendo perguntas, desenvolvendo sempre novas
habilidades e interesses. Quanto mais sabem, descobrem
que nada sabem, ou seja, um eterno aprendizado.
2) Os líderes estão voltados para o serviço: podemos
dizer que os líderes encaram a vida como uma missão e não
como uma carreira.
3) Os líderes irradiam energia posi va:
Diante disso, cada indivíduo escolhe o grau com que deseja ser mo vado. Uns se contentam com pouco, outros estão
em uma eterna busca. Porém, todos precisam ser mo vados.
Pode-se verificar, na frase de Maquiavel (2001), que
pessoas precisam ser mo vadas e, se assim o fizerem, trarão
somente bene cios àquele que o mo vou.
106
fazendo: o porque estão fazendo. Muitos impérios e
líderes tombaram devido às ações de funcionários
que pareciam leais. (GRIFFIN, 1994, p. 105).
Comanda seus soldados com autoridade, mantém-nos juntos pela boa fé e os torna serviçais com
recompensas. Se a fé diminuir, haverá separação; se
as recompensas forem deficientes, as ordens não
serão respeitadas. (SUN TZU, 2002, p. 102).
Qual a sua reação ao se deparar com energias nega vas?
Esses líderes tendem a neutralizar essas energias e, com
sabedoria, conseguem lidar com elas.
4) Os líderes acreditam nas outras pessoas: tais indivíduos
não se sentem superiores ou engrandecidos pelo simples fato
de se defrontarem com as fraquezas dos outros. Acreditam,
realmente, no potencial subjacente de todas as pessoas.
Vamos fazer uma analogia com Maquiavel, pois ao mesmo tempo em que Maquiavel dava conselhos ao príncipe,
dava também ao povo. Acreditava que era possível a chegada
deles ao poder, se assim desejassem e vessem condições e
virtude para tal façanha.
5) Suas vidas são equilibradas: os líderes mantêm-se
sempre atualizados em relação aos assuntos e eventos mais
recentes. Possuem vários amigos, porém poucos confidentes.
São capazes de reconhecer seu próprio valor, que se
manifesta através de sua coragem e de sua integridade e através da falta de necessidade de gabar-se...
São abertas na maneira simples, direta e não manipuladora com que se comunicam (COVEY, 1994, p. 10).
Os líderes vivem de maneira sensata o presente. Planejam cuidadosamente o futuro e adaptam-se com flexibilidade
às circunstâncias mutáveis.
6) Os líderes encaram a vida como uma aventura: pessoas
assim fazem da vida uma verdadeira dádiva e resistem ao
máximo tornarem-se discípulos de qualquer pessoa. Não
gostam de serem de das e são capazes de se adaptarem
virtualmente a qualquer situação.
7) Os líderes são pessoas sinérgicas: “Sinergia é o estado
em que o todo é mais do que a soma das partes” (COVEY,
1994, p. 12). Ou seja, pessoas sinérgicas são aquelas que se
adaptam e aceitam facilmente uma mudança, além de serem
bastante produ vas e cria vas.
8) Os líderes exercitam-se pela autorrenovação: é fundamental cuidar das quatro dimensões da personalidade humana, são elas: a sica, a mental, a emocional e a espiritual.
“Esses princípios da autorrenovação gradualmente
produzem um caráter forte e saudável com uma força de
vontade poderosamente disciplinada, voltada para o serviço”
(COVEY, 1994, p. 14).
Depois de discorrer sobre alguns assuntos importantes
dentro dos es los de liderança, podemos adentrar nesse
assunto, propriamente dito.
De acordo com uma revisão das teorias de liderança
realizada por Robbins (1999), verificou-se que são quatro
as abordagens mais recentes. São elas: teoria de atribuição
de liderança, liderança carismá ca, liderança transacional
versus transformacional e liderança visionária.
A teoria de atribuição de liderança é u lizada como ajuda
para explicar a percepção de liderança. Esta teoria lida com
pessoas tentando fazer uma ligação entre causa e efeito.
Quando algo acontece, deve ser atribuído a algum fator.
O mesmo ocorre com os líderes, pois “a teoria da atribuição
diz que liderança é meramente uma atribuição que as pessoas fazem a outros indivíduos” (ROBBINS, 1999, p. 232).
Os líderes dessa teoria possuem alguns traços marcantes
de personalidade. São considerados possuidores de fortes
habilidades verbais, agressivos, compreensivos e dispostos
para o trabalho.
A teoria da liderança carismá ca é considerada como a
extensão da atribuição de liderança. Porém, os líderes carismá cos têm três caracterís cas marcantes que os diferem de
um líder não carismá co. São elas: confiança extremamente
alta, domínio e fortes convicções em suas crenças.
Qual o comportamento desse po de líder? O carismáco, normalmente, influencia seus seguidores por meio de
processos atraentes, ar culados por eles próprios. Com isso,
uma expecta va é criada nos seguidores fazendo com que
surja uma ligação entre o presente e um melhor futuro para
a organização. O líder expõe expecta vas altas de desempenho e demonstra, a seus seguidores, confiança de que eles
conseguem alcançá-las. Além de estar sempre mostrando a
eles que, se for necessário, faz auto-sacri cios para a ngir
o desejado. Será que no seu trabalho existe algum líder
carismá co?
Já dizia Maquiavel: “Nada torna um príncipe tão es mado
quanto realizar grandes empreendimentos e dar de si raros
exemplos.” (MAQUIAVEL, 2001, p. 105). Porém, ainda que
alguns autores afirmem que carisma não pode ser aprendido, a maioria dos especialistas acredita que os indivíduos
podem receber treinamento com o obje vo de demonstrar
comportamentos carismá cos.
A liderança carismá ca é mais indicada quando existe
um propósito ideológico, por isso se torna mais comum a
aparição de um líder carismá co na polí ca ou na guerra,
ou então quando uma empresa está introduzindo algo radicalmente novo ou passando por uma crise.
Podemos verificar um propósito ideológico na frase de
Sun Tzu.
O general que avança sem desejar fama e recua sem
temer o descrédito, cujo único pensamento é proteger seu país e prestar um bom serviço ao soberano,
é a joia do reino. (SUN TZU, 2002, p. 73).
O líder tem uma visão voltada para o bem da organização
e a sa sfação pessoal de a ngir as metas estabelecidas. A liderança transacional versus transformacional: na liderança
transacional, os líderes guiam ou mo vam seus seguidores na
direção de metas estabelecidas, explicando a eles quais são
as exigências do papel e da tarefa em troca de recompensas
pelos esforços realizados.
Os líderes transformacionais inspiram seus seguidores
a ultrapassarem seus interesses próprios para o bem da
empresa e também prestam atenção nas necessidades individuais de seus seguidores, além de fazerem com que os
mesmos vejam velhos problemas de maneiras novas e os
es mulem e inspirem a darem mais de si para alcançarem
as metas es puladas. A liderança transformacional possui
uma ligação estreita com a carismá ca.
A liderança transformacional está mais fortemente
correlacionada do que a liderança transacional a
taxas de rota vidade mais baixas, produ vidade mais
alta e sa sfação de empregado mais alta (ROBBINS,
1999, p. 235).
Qual o mo vo desta forte correlação? Será pelo fato de
os líderes prestarem atenção nas necessidades individuais
de seus seguidores?
Observando esta pergunta, pode ser feito um paralelo à
mo vação, a qual afirma que cada indivíduo possui diversas
formas de a ngir a sa sfação profissional. Sendo assim,
podemos dizer que o indivíduo carece de uma atenção um
pouco mais direcionada às suas necessidades individuais.
Por fim, a liderança visionária é aquela que possui a
capacidade de criar e ar cular uma visão realista do futuro
para o ambiente organizacional, a par r de acontecimentos
presentes e passados.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
posi va, para cima, e seu espírito é entusiasta, esperançoso e cheio de fé. (COVEY, 1994, p. 9).
107
Maquiavel, em seu livro O Príncipe, é um exemplo de
líder visionário. Pode-se verificar no seguinte trecho
Quanto aos exercícios da mente, deve o príncipe
ler as histórias e refle r sobre as ações dos homens
excelentes, ver como se comportaram nas guerras,
e examinar as causas das vitórias e derrotas a fim de
poder escapar destas e imitar aquelas. Mas, sobretudo, deve agir como antes agiram alguns homens
excelentes que se espelharam no exemplo de outros
que, antes deles, haviam sido louvados e glorificados,
e cujos gestos e ações procuraram ter sempre em
mente... (MAQUIAVEL, 2001, p. 71).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Não basta o líder possuir apenas a visão, ele deve explicar
a visão aos outros, e para isso é necessário que tenha comunicação oral e escrita claras. Além disso, ele deve demonstrar
tal visão por meio de comportamentos e estendê-la para a
organização como um todo, onde todas as áreas tenham
conhecimento do que se passa.
O Es lo de Liderança pode ser classificado em cinco
versões.
Os perfis são os seguintes: destruidor, procras nador,
paralisador, planejador e realizador.
Destruidor: são líderes completamente egocêntricos
e vêem o mundo a par r de suas próprias convicções.
Não possuem consideração para com os outros e ram
vantagem daqueles que agem conforme o solicitado.
Procras nador: são indivíduos absolutamente nervosos e relutantes. Tendem a adiar as tarefas que
necessitam execução ou se afastam delas.
Paralisador: esses pos de líderes ficam parados no
tempo. Pra camente vivem de algum passado glorioso e tentam de forma repe da revivê-lo.
Planejador: o es lo de liderança dos líderes planejadores envolve lidar com o mundo real, em tempo real.
Eles se interessam com o ambiente externo e também
com o que podem aprender com você. O obje vo dos
líderes planejadores é expandir os conhecimentos.
Além de inquiridores e presta vos, são de fácil convivência, mas têm princípios firmes e imutáveis.
Realizador: os líderes realizadores são considerados
indivíduos vibrantes e coerentes. Suas negociações
são bem sucedidas, seus empreendimentos sempre
são concluídos, suas estratégias são bem planejadas
e comunicadas. Seus liderados demonstram orgulho
de ter um líder realizador.
108
Chegamos à conclusão que não há es los de liderança
pré-estabelecidos. O es lo irá depender das caracterís cas
que o suposto líder apresentará. As denominações de es los
são variadas. Há diversas nomenclaturas, porém a essência é
pra camente a mesma: líderes carismá cos ou autoritários.
Com a finalidade de agregar um pouco mais de conhecimento a respeito dos líderes, veremos algumas diferenças
entre eles e os chefes.
Nem todo chefe é líder. Porém, o chefe pode se transformar em um líder, dependendo do modo como agir.
Quais as diferenças existentes entre os chefes e os líderes? O bom chefe traz ordem e segurança ao se projetar
planos formais, planejar estruturas organizacionais rígidas
e observar os resultados dos planos. Já o líder trata com
a mudança. Além de trazer ordem e segurança, os líderes
estabelecem direção desenvolvendo uma visão do futuro;
então, eles incluem as pessoas comunicando a elas essa
visão e mo vando-as a vencer obstáculos.
Até mesmo nos dias atuais não seria possível iden ficar
um conjunto de traços de personalidade comum a todos os
líderes. Alguns indivíduos possuem os mesmos traços, porém
não necessariamente todos são líderes.
Podemos concluir que a existência da figura de um líder
em uma organização é imprescindível para o bom andamento
das tarefas. Porém, não existe um es lo de liderança modelo
ou desejado. Os es los vistos aqui podem ser usados por uma
mesma pessoa em situações diferentes. Por exemplo: um
líder carismá co pode ser autoritário em algumas situações.
E o autoritário, também, pode ser carismá co.
O importante é a postura de um líder. Essa postura deve
ser empreendedora e cria va, pois em um mercado compe vo como o nosso, devemos estar sempre buscando
resultados sa sfatórios e posi vos.
A liderança u lizada dependerá do ambiente no qual
a ins tuição estará inserida. Verificamos que a liderança
carismá ca é mais indicada quando exis r um propósito
ideológico. No entanto, se a situação for de combate, a liderança autoritária não soaria mal, ao contrário, talvez fosse
a melhor solução.
A tudes de Liderança
Para a correta aplicação da ação gerencial é preciso
conhecer o subordinado, a fim de poder u lizar a liderança
adequadamente. Assim, vejamos os diferentes perfis de
liderados:
• Ser autocrá co:
– A pessoa hos l. Encara a autoridade com ressenmento. A hos lidade necessita de defrontar-se
com demonstrações de autoridade. O método
autocrá co canaliza sua agressividade, orientando
suas energias para fins constru vos.
– A pessoa dependente. Esse po sente necessidade
de uma autoridade de pulso firme. Seu senso de
dependência lhe dá uma sensação de insegurança, de estar solto no ar. Uma orientação firme lhe
inspira confiança.
• Ser democrá co:
– A pessoa que colabora. Naturalmente, o desejo
de colaborar não é, por si só, um traço dis nto
de personalidade. Quando você encontra essa
qualidade em um subordinado, ele geralmente
trabalha melhor quando orientado pelo método
democrá co.
– O indivíduo que se adapta aos grupos com facilidade. A pessoa que gosta de fazer parte de
grupos provavelmente trabalhará melhor sob a
orientação do método democrá co. Tem menos
necessidade de direção, pois encara seu trabalho
essencialmente como um trabalho de grupo e se
sente plenamente sa sfeito.
• Método permissivo:
– O individualista. Gosta de permanecer sozinho.
É geralmente muito produ vo quando está sob
a liderança permissiva. Mesmo que goste de se
exibir “bancando o importante”, deixe-o agir da
maneira que preferir, a menos que comprometa
o bem-estar do grupo ou cause ressen mentos a
outros indivíduos.
– O retraído da sociedade. Pessoa que tem aversão
a contatos pessoais. Isso pode ser uma hos lidade latente. Esse indivíduo tende a trabalhar mais
adequadamente quando sozinho. A atmosfera
permissiva contribui para a sua paz de espírito e
para que o seu esforço se torne mais eficiente e
natural.
ções diante de situações que lhes são impostas.
Os testes de mensuração da sensibilidade interpessoal também podem, e devem, ser estendidos
aos traços de personalidade dos subordinados;
Devem-se ainda considerar os seguintes aspectos:
Idade – quando se trata de pessoa madura, o método livre (permissivo) funciona melhor, ao passo que
para uma pessoa jovem o mais indicado é o método
autocrá co.
Sexo – as pessoas exibicionistas preferem o método
autocrá co, já o democrá co estaria bem para as
outras.
Prá ca – quanto mais o subordinado es ver familiarizado com o trabalho, mais inclinação a subs tuir o
método autocrá co pelo democrá co haverá.
• ouvir – “Ouvir é ouro, falar é prata”, porque, ao ouvir,
você pode aprender ou perceber algo novo, enquanto
o ato de falar limita a pessoa ao processamento de
ideias já formadas. Ao ouvir alguém, o líder:
– deve se colocar de frente para o interlocutor e olhar
para ele, enquanto ouve. Isso facilita a comunicação;
– ouvir sem interromper, mesmo quando es ver
em desacordo. Dar ao outro a oportunidade de
expressar-se até o fim;
– não deve ter a vidades paralelas. Evitar distrair-se
com sons ou acontecimentos do ambiente. Concentrar-se totalmente em ouvir;
– manifestar desejo de saber como os outros pensam;
– não deve preparar a resposta enquanto o outro
fala. Agindo assim, compreenderá em parte ou
simplesmente não compreenderá o que o outro
tem a dizer. Consequentemente, a resposta pode
não ser adequada ao que o outro disse. É daí que
surgem os desentendimentos, as discussões inúteis, os diálogos surdos;
Para se a ngir o sucesso em qualquer um dos pos de
liderança é necessário realizar ações gerenciais, como:
• respeitar as diferenças individuais – são as várias
formas em que os indivíduos se dis nguem uns dos
outros, seja nos aspectos físicos, psíquicos, intelectuais, emocionais ou sociais. São divididas em:
– diferenças inatas: o indivíduo já nasce com elas
(sexo, raça, cons tuição sica, temperamento etc.);
– diferenças adquiridas: por influência do meio
ambiente (meio sico: clima e região; meio social:
família, escola, religião e situação econômica);
• ser atencioso – Quando um líder é atencioso, ele trata
os seus subordinados com consideração e respeito,
sen mentos adquiridos ao longo de sua experiência
na liderança, juntamente com:
– sensibilidade de grupo: um líder eficiente deverá
ser bem aceito por todos. É importante que ele
conheça o que os seus membros pensam a seu
respeito, sobre sua liderança, sobre eles mesmos
e sobre assuntos rela vos ao trabalho. A falta de
conhecimento do seu próprio grupo prejudica a
eficiência do líder tanto no trato com a equipe
como também com os indivíduos que a compõe.
É provável que ele passe a julgar um indivíduo pelo
todo.
– sensibilidade interpessoal: o bom líder deve ter
a capacidade de entender os indivíduos com os
quais está trabalhando. Medir essa capacidade não
é fácil. Existem testes u lizados para a verificação
de es los de liderança do gerente, o que poderá
ajudar bastante, uma vez que revela as suas rea-
• u lizar feedback – Feedback, no processo de comunicação, é um canal para resposta do receptor, pois
possibilita, através do retorno da informação recebida,
que o emissor possa verificar se a mensagem foi entendida perfeitamente. No que diz respeito ao relacionamento humano, deve ser pra cado de uma forma
que possa melhorar a convivência entre as pessoas,
baseando-se na busca pela verdade de fatos que em
algum momento, consciente ou inconscientemente,
possam ter gerado algum desentendimento entre os
indivíduos, comprometendo o desempenho grupal,
caso não seja solucionado. Por outro lado, é importante que o feedback seja dado em uma ocasião propícia,
pois pode ocorrer de, em função da forma como for
transmi do ou do momento inadequado, gerar um
impacto nega vo por parte do receptor.
• mo var subordinados – Existem muitas teorias voltadas à mo vação. Como já vimos anteriormente na
teoria de Maslow, a única maneira de mo var uma
pessoa é oferecer-lhe um trabalho que se cons tua
em um desafio e pelo qual ela se responsabilize.
MONITORAR PESSOAS
Processo Decisório
De uma forma geral, todas as a vidades de planejamento
envolvem a tomada de decisão de uma forma mais estruturada ou de uma maneira mais pragmá ca. As decisões
em ambientes organizacionais podem abranger coleta de
dados, iden ficação de alterna vas, negociações e avaliação
de alterna vas de ação, entre outros. Ao longo de cada um
desses processos o gestor defronta-se com decisões.
O tomador de decisões, que esteja mo vado pela necessidade de prever ou controlar, geralmente enfrenta um
complexo sistema de componentes correlacionados, como
recursos, resultados ou obje vos desejados, pessoas ou
grupos de pessoas. Ele está interessado na análise desse
sistema. Presumivelmente, quanto melhor ele entender essa
complexidade, melhor será sua decisão.
De acordo com Pereira e Fonseca (1997), a decisão é um
processo sistêmico, paradoxal e contextual, não podendo
ser analisada separadamente das circunstâncias que a en-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Em relação ao líder podemos destacar as seguintes
personalidades:
Personalidade autoritária – A pessoa com personalidade autoritária tem uma maneira limitada de ver as
coisas, tende a ser conservadora, vivendo de acordo
com hábitos e costumes. Assim, as pessoas que infringem tais preceitos são suspeitas. Na opinião desse po
de pessoa, a liderança tem que ser forte e não pode
ser transgredida.
Personalidade democrá ca – A pessoa com personalidade democrá ca tende a ser liberal a respeito
de muitas coisas. Acredita que as pessoas devem ser
julgadas mais pelos seus méritos que pelo seu padrão
de comportamento. Não gosta de ser coagida, nem de
ver os outros sofrerem pressões. Para ela, os debates,
as reuniões de grupo, o senso geral são métodos
dignos de elogio.
109
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
110
volvem. O conhecimento das caracterís cas, dos paradoxos
e desafios da sociedade é essencial à compreensão dos
processos decisórios.
Podemos salientar que a decisão é um julgamento, uma
escolha feita entre alterna vas, incluindo todos os “o que”,
“quando”, “quem”, “porquê” e “como”, que aparecem nos
processos de decisão. Com o intuito de evitar problemas
futuros, os administradores devem se basear em decisões
cuidadosamente formuladas.
Assim, tomar decisões faz parte do co diano da vida e
está presente em todos os seus aspectos, indo desde tópicos
pessoais até decisões mais abrangentes, como no planejamento de grandes projetos que envolvem as organizações
privadas e públicas.
As decisões têm frequentemente um impacto muito além
do resultado imediato. Na realidade, as decisões tomadas
hoje se direcionam muito mais ao futuro, que é fruto das
idealizações nas quais as decisões são baseadas.
O estudo do Processo Decisório tem evoluído desde os
anos 1940. Isso se deve, principalmente, ao crescente conhecimento dos problemas aplicados, ao desenvolvimento de
novas técnicas administra vas, informacionais e à absorção
de novos procedimentos quantitativos provenientes da
Matemá ca e da Pesquisa Operacional.
A Teoria das Decisões nasceu de Herbert Simon, que a
u lizou para explicar o comportamento humano nas organizações. O autor, no seu livro O Comportamento Administra vo (1970), diz que a Teoria Comportamental concebe a
organização como um sistema de decisões. Neste sistema,
cada pessoa par cipa racional e conscientemente, tomando
decisões individuais a respeito de alterna vas racionais de
comportamento. Assim, a organização está permeada de
decisões e de ações.
De acordo com Gomes e Almeida (2002), os modelos de
apoio à tomada de decisão, em resposta à escassez dos recursos financeiros e ao ônus crescente desses recursos, fazem
com que as decisões sejam tomadas com base em critérios
racionais que garantam a o mização dos retornos ob dos.
A introdução do risco e da incerteza nos modelos trouxe uma
nova gama de informações que permi u o aperfeiçoamento
do processo decisório.
O desenvolvimento de novas técnicas se fez necessário
para que os modelos fossem mais bem interpretados, com
maior precisão em relação aos novos problemas e questões
do mundo globalizado. Essas novas técnicas de tomada de
decisão estão em crescente e rápida evolução nos úl mos
anos.
Alguns teóricos da Administração acreditam que as decisões devem ser tomadas segundo um plano sequencial.
Outros defendem uma abordagem menos estruturada,
porém igualmente disciplinada, que exige a manutenção de
um debate e reavaliação do contexto das decisões.
Conforme diversos autores da área, o processo de tomada de decisão, na maioria das decisões nas organizações,
envolve os seguintes passos:
• formular o problema;
• estruturar o problema a fim de relacionar suas partes
na forma de um modelo;
• proceder a uma montagem técnica do modelo;
• testar/simular o modelo e as suas possíveis soluções;
• estabelecer controles sobre a situação e a sua delimitação;
• implementar a solução na organização.
É importante ressaltar que inúmeras pesquisas vêm
enriquecendo a experiência dos estudiosos sobre Processo
Decisório, bem como a literatura sobre o referido assunto.
Novas visões vêm sendo dadas ao tema e as mais modernas
são resultados das contribuições da Psicologia, Sociologia,
Antropologia e Gestão do Conhecimento.
Os estudiosos em Administração Koontz e O’Donnell
(1972) iden ficam a tomada de decisão como o planejamento administra vo. Já Herbert Simon (1963) entende como
um processo administra vo.
A tomada de decisão é tarefa mais caracterís ca do administrador. Porém, os gestores não são os únicos a decidir,
pois o trabalho do execu vo consiste não apenas em tomar
decisões próprias, mas também em providenciar para que
toda a organização que dirige, ou parte dela, tome-as também de maneira efe va.
Segundo Simon (1963), a decisão é um processo de
análise e escolha, entre várias alterna vas disponíveis, do
curso de ação que se deverá seguir. Ele aponta seis elementos
clássicos na tomada de decisão:
• tomador de decisão: é a pessoa que faz uma escolha
ou opção entre várias alterna vas de ação;
• obje vos: que o tomador de decisão pretende alcançar com suas ações;
• preferências: critérios que o tomador de decisão usa
para fazer sua escolha;
• estratégia: o curso da ação que o tomador de decisão
escolhe para a ngir os obje vos, dependendo dos
recursos de que venha a dispor;
• situação: aspectos do ambiente que envolvem o
tomador de decisão, muitos dos quais se encontram
fora de seu controle, de seu conhecimento ou de sua
compreensão e que afetam sua escolha;
• resultado: é a consequência ou resultante de uma
dada estratégia de decisão.
Tendo como premissa que processos administra vos
são processos decisórios, Ansoff (1977) afirma que todo
execu vo experiente sabe que grande parte de seu trabalho
é ocupado por um processo diário de tomada de decisões e,
portanto, deve ser potencializado por parte das empresas,
através dos recursos básicos: sicos, financeiros e humanos.
Os principais mecanismos (instrumentos) que orientam
o processo decisório e a tomada de decisão, seguindo um
modelo genérico, são compostos de quatro etapas:
• Etapa 1 – Decisão de decidir: assumir um comportamento que leve a uma decisão qualquer é uma
decisão;
• Etapa 2 – Uma vez decidido iniciar o processo decisório, a etapa seguinte é a definição do que se vai
decidir. Há ocasiões em que se trabalha na solução de
problemas que não se definem, mas, esta s camente,
o seu número é menos significa vo;
• Etapa 3 – Formulação de alterna vas. As diversas
soluções possíveis para resolver o problema ou crise
ou as alterna vas que vão permi r aproveitar as
oportunidades;
• Etapa 4 – Escolha de alterna vas que se julgam mais
adequadas. É a tomada de decisão.
TRABALHO EM EQUIPE
Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado, porque a va a cria vidade e quase sempre produz melhores
resultados do que o trabalho individual. As equipes têm
mais fontes de informação e são mais cria vas; o trabalho
em equipe incrementa a aprendizagem e a sa sfação das
pessoas. Quando par cipam de um processo de decisão,
os membros da equipe aprendem mais sobre si próprios.
Como desvantagens do trabalho em equipe, podem ser
citadas a pressão que o indivíduo recebe, a dominação de
um membro na discussão e a sobrecarga de tarefas.
Atualmente vemos que muitas empresas deixam de lado
o aspecto comportamental das pessoas em equipe, em função da maior importância conferida a seus conhecimentos
e habilidades técnicas.
Competências Emocionais de uma Equipe
• Empa a e compreensão interpessoal.
• Cooperação e esforço unificado.
• Comunicação aberta estabelecendo normas e expecta vas explícitas.
• Ímpeto para melhorar, de modo que a equipe dê
atenção a comentários crí cos e procure aprender
para poder atuar melhor.
• Autopercepção, sob a forma de avaliar os pontos
fortes e fracos enquanto equipe.
• Percepção organizacional, em termos tanto de avaliar
a necessidade de outras equipes da empresa como
saber usar com imaginação o que a empresa pode
oferecer.
• Formação de vínculos com outras equipes.
Fatores que Interferem no Trabalho em Equipe
• Compe vidade e individualismo.
• Sobreposição de ações.
• Indefinição de atribuições.
• Líder autocrá co.
• Falta de tolerância e cortesia.
• Ausência de comunicação e de liderança.
• Não saber ouvir e falar na hora certa.
• Arrogância e soberba.
• Falta de disciplina.
Equipes de Alto Desempenho
• Pessoas com bastante autoconhecimento para saberem desenvolver todas as suas funções.
• Membros que possuem diversidade de es los e de
personalidades para analisar os problemas por vários
ângulos diferentes.
• Pessoas que atuam em tarefas adequadas ao seu perfil
pológico.
• Ausência de liderança centralizada e presença de uma
liderança flexível.
• Existência de limites precisos.
• Definição clara dos obje vos a serem alcançados.
• Autonomia para que tomem decisões consensuais.
• Existência de responsabilidade cole va.
• Alto nível de confiança mútua.
• Realização de feedbacks constantes entre seus membros.
O relacionamento interpessoal envolve o conhecimento
de aspectos internos do próprio ser como o conhecimento
dos próprios sen mentos, a gama de respostas emocionais,
o processo de pensamento, a autorreflexão, ou seja, sair de
dentro de si e olhar-se como um observador distante
Mahatma Ghandi celebrizou-se pelo pacifismo com que
conduziu a independência de seu país, Índia, diante da Inglaterra. Em geral, pessoas dotadas de habilidade nos relacionamentos interpessoais, conseguem galgar posições hierárquicas
de destaque dentro das grandes organizações. A habilidade
de lidar com pessoas e de ser reconhecida como líder, faz do
indivíduo dotado de inteligência interpessoal um vencedor.
Para se analisar o relacionamento interpessoal de qualquer empresa, deve-se iden ficar a cultura da organização.
Usualmente observa-se que é muito mais interessante para
a empresa, admi r um funcionário que melhor se enquadre
dentro dos perfis organizacionais, do que um outro que
venha necessitar de algum treinamento específico, vindo
então a passar por um processo sele vo.
Segundo MOSCOVI (2002, p. 145),
As pessoas diferem na maneira de perceber, pensar,
sen r e agir. As diferenças individuais são, portanto,
inevitáveis com suas consequentes influências na
dinâmica interpessoal. Vistas por um prisma mais
abrangente as diferenças individuais podem ser
consideradas intrinsecamente desejáveis e valiosas,
pois propiciam riquezas de possibilidades, de opções
para melhores maneiras de reagir a qualquer situação
de problema.
Empa a
Empa a é um conceito-chave no desenvolvimento de
relacionamentos. O termo empa a foi u lizado pela primeira
vez pelo psicólogo E.B. Titchener. Origina-se do termo grego
empátheia, que significa “entrar no sen mento”.
Ela pode ser definida como a habilidade de iden ficar e
reconhecer a condição de outra pessoa, seus sen mentos e
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Uma verdadeira equipe de trabalho precisa de tempo
para que seus membros possam, por exemplo, ajustar suas
diferenças individuais (de percepção, de forma de trabalhar,
de relações...). Este é o primeiro passo para o caminho em
direção à produ vidade da equipe. Quando uma equipe
amadurece, estas diferenças são colocadas a serviço do cole vo. Além deste aspecto, o verdadeiro trabalho em equipe
implica em uma organização interna de papéis, recursos e
dinâmica de funcionamento, acertos de convivência, grau de
autonomia decisória e relações com o líder. Esses detalhes
precisam aparecer e ser tratados rapidamente pela equipe,
sob pena de adiar seus melhores níveis de produ vidade e
de sucesso. Sabemos que isto não é fácil de conseguir, nem
tampouco rápido de se consolidar, pois em meio ao trabalho
co diano de muita pressão, principalmente por resultados,
as soluções, nem sempre são fáceis de se implementar.
No entanto, para chegar ao estado de produ vidade
ideal, é importante que a equipe separe periodicamente um
espaço e um tempo para realizar alinhamentos: das expecta vas, das relações, dos conflitos, das individualidades em
direção aos obje vos e aos resultados. Desta forma, é mais
adequada a construção daquilo que se denomina “pactos de
convivência” entre os membros da equipe. São condições, expecta vas e percepções individuais explicitadas e negociadas
em relação à situação em que a equipe se encontra, ou deseja
chegar. Construir um pacto deste po implica, portanto, em
resolver essas questões com certa periodicidade.
De fato, é uma metodologia que propõe uma solução
negociada de conviver mais focada, do que um treinamento
genérico. Este po de intervenção tem se mostrado muito
eficaz para equipes que precisam promover ajustes internos,
no sen do de construir-se, ou de alavancar seus resultados e
trazer saúde relacional à sua convivência co diana.
Um grupo passa a ser uma equipe quando existe:
• definição de obje vos e metas;
• divisão de papéis e funções;
• ajustes interpessoais;
• resolução de conflitos;
• definição da organização do trabalho e dos níveis de
autonomia; e
• relações efe vas entre si e com o líder.
111
mo vos. É a capacidade de reconhecer as preocupações e
interesses que outras pessoas possuem. O Dicionário Aurélio
define empa a como “tendência para sen r o que sen ria,
caso es vesse na situação e circunstâncias experimentadas
por outra pessoa.” Mas segundo o senso comum, empa a
é simplesmente a habilidade de “colocar-se no lugar dos
outros” ou “entrar em sintonia”.
Há muitos estudos que estabelecem relação entre empa a e bons resultados nos negócios: aumento nas vendas
e melhoria no desempenho de equipes em geral.
Algumas pessoas são naturalmente empá cas – fazem
com que outros se sintam a vontade para falar e expressar
suas ideias e sen mentos. Mas mesmo aqueles que possuem
dificuldade em “conectar-se” com outras pessoas podem
desenvolver suas habilidades para a empa a.
Conflitos
Conflitos no ambiente de trabalho podem exis r sem que
sejam necessariamente nega vos. Se forem solucionados,
eles levam ao crescimento pessoal e profissional. Segundo
especialistas, quando resolvemos os conflitos com sucesso,
alcançamos alguns bene cios importantes como:
• aumento da compreensão: a discussão necessária
para resolver o conflito expande a compreensão das
pessoas sobre a situação que estão vivendo a par r
do conhecimento de outros pontos de vista.
• aumento da coesão do grupo: quando um conflito é
bem resolvido, os membros de uma equipe tendem
a desenvolver um forte respeito mútuo, além de uma
confiança renovada na sua capacidade de trabalharem
juntos.
• aumento do autoconhecimento: conflitos nos fazem
examinar obje vos pessoais com mais cuidado e a
focar naquilo que é realmente importante para nós.
No entanto, quando não são bem resolvidos, os conflitos
podem ser muito danosos. O surgimento de emoções nega vas como raiva, ressen mento, culpa ou desejo de vingança
irá deteriorar os relacionamentos e o desempenho do grupo.
A confiança se esvai. O talento e a energia das pessoas se
perdem em implicâncias, fofocas, conspirações e preocupações que em nada contribuem para a melhoria do ambiente.
RECOMPENSAR PESSOAS
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Polí cas e Sistemas de Remuneração
112
O empresário que exerce a a vidade da remuneração das
pessoas é e deve ser sempre o responsável pela mo vação
destas. Por isso, cabe às organizações possuir uma visão da
remuneração como fator de aperfeiçoamento da empresa,
e não como fator de custo. Qualquer organização é responsável e impulsionadora de processos de melhoria e aumento
da compe vidade de sua empresa, por meio de formas
de recompensas que se complementam e buscam alinhar
a tudes e comportamentos com os obje vos individuais
(dos colaboradores) e da empresa.
Essa responsabilidade pressupõe a necessidade de conhecer profundamente cada a vidade da empresa e quais
cargos são os responsáveis por essas a vidades para que
possa estabelecer um valor para cada cargo. Conhecer profundamente é, no mínimo, saber os requisitos necessários para
a realização de um trabalho com eficiência, com segurança,
para se estabelecer ou dar um valor rela vo que se traduza
em valor absoluto justo, compa vel com a estrutura de cargos
da empresa, sua disponibilidade financeira e a realidade do
mercado de trabalho, o que já foi comentado anteriormente.
Composição da Remuneração
Remuneração é um conjunto de vantagens que uma
pessoa recebe pela prestação de um serviço. Dentro desse
conjunto de vantagens está o salário. O salário pode ser:
salário nominal (ou bruto): é o salário que consta na
ficha de registro, na carteira profissional e em todos
os documentos legais. Esse salário pode ser expresso
em hora, dia, semana, mês, ou outros, de acordo com
o po de contratação existente ou de acordo com o
órgão representa vo da classe de cada colaborador.
salário efe vo (ou líquido): é o salário bruto descontadas as obrigações legais, tais como contribuição
previdenciária (INSS), imposto de renda e outras, de
acordo com o po de contratação.
Podem-se definir também os ganhos como remuneração
total, que é a soma dos ganhos diretos e indiretos. Remuneração direta é a formação dos ganhos básicos (salários) mais
a remuneração variável (par cipação nos lucros, prêmios,
abonos, complementações diversas etc.). Já a indireta é a
cons tuição dos bene cios sociais (planos de saúde, odontológicos, descontos de farmácias, supermercados). Para
definir o salário ou o plano de salário empresa é importante
observar que diversos são os fatores que incidem nesse
resultado. Um dos fatores mais importantes é o equilíbrio
interno e externo, que é essencial.
O equilíbrio dos fatores internos consiste na preocupação da empresa em manter a correta avaliação dos cargos
de forma a manter a hierarquia. Com base nesta avaliação,
os colaboradores julgam a equidade de suas remunerações,
comparando-as com as dos demais cargos da mesma posição.
Quando não são visíveis as diferenças entre os cargos nos
fatores de responsabilidade, produ vidade, conhecimento
e capacidade, as divergências e insa sfações ocorrem com
mais frequência dentro da empresa. E isso é possível de sanar
com a elaboração da descrição de cada cargo.
Já o equilíbrio dos fatores externos advém da adequação
salarial da empresa ao mercado de trabalho. É importante
que as empresas acompanhem o salário do mercado local
ou os mais próximos de seu ambiente. É preciso conhecer o
salário pago nos cargos similares pelos concorrentes, pelas
outras empresas da localidade, visando a justa valorização
do profissional. É necessário também acompanhar a polí ca
de salário implantada pelo governo, observar os acordos
cole vos dos órgãos de classe e os aspectos da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
Existem ainda outros critérios que ajudam a estabelecer
a equidade interna.
Os critérios definidos devem traduzir a contribuição de
cada pessoa para a empresa. Sabe-se que é uma tarefa di cil,
mas é importante para a empresa e para o empresário que
o colaborador conheça sua contribuição para a empresa.
O empresário necessitará de muita habilidade para repassar
e reconhecer essas contribuições.
Os critérios devem ser aceitos por todos como justos e
adequados.
Essa determinação retém talentos na empresa. Hoje um
grande fator que onera e traz transtorno às empresas é o alto
índice de entrada e saída de pessoal (turn over), que pode
ser evitado com a clareza dos critérios do plano de salário e
treinamentos adequados.
Os critérios devem ser mensuráveis (medidos, comparados, percebidos) pela empresa e pela própria pessoa.
Cada colaborador deve poder perceber sua contribuição
para a empresa e reconhecer que o valor recebido pelo seu
esforço profissional está adequado e é equita vo interna e
externamente.
Bene cios
Toda organização busca criar polí cas de remuneração
que estejam alinhadas com seus obje vos e estratégias,
sempre norteados pelas melhores prá cas do mercado. Na
maioria das organizações, a remuneração é um dos custos
fixos mais significa vos e, ao mesmo tempo, é uma das
formas mais fortes de comunicar valores da organização,
pois quanto maior a quan dade de funcionários significa um
maior poder de pagamento de remuneração.
Normalmente a remuneração é um pacote, que não
inclui apenas o salário, mas também bene cios atra vos e
compe vos.
Os bene cios podem ser divididos em:
Bene cios Sociais – São todas as facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, no sen do de melhorar
sua qualidade de vida (Planos de Saúde, Seguros de
Vida, Planos Odontológicos).
Bene cios Legais – São aqueles estabelecidos pela
legislação trabalhista ou ainda por convenção coleva de trabalho entre os sindicatos patronais e dos
empregados (Vales Refeição e Alimentação, Vales
Transportes).
Bene cios Obrigatórios – São aqueles estabelecidos
pela legislação trabalhista (13º Salário, Férias e Abono
de férias, Auxílio natalidade, Salário família para o
trabalhador de baixa renda, Adicionais por trabalho
noturno e ou extraordinário, Seguro de acidente
de trabalho, Auxílio doença, Fundo de Garan a por
Tempo de Serviço.
Bene cios Espontâneos – São aqueles concedidos
pela livre inicia va da empresa, podendo, a qualquer
momento, ser cessado ou modificado (transporte
gratuito de funcionários, refeitório, cesta básica).
Gestão por Competências
A premissa básica é a de que o funcionário sabe ou
pode aprender a iden ficar suas próprias competências,
necessidades, pontos fortes, pontos fracos e metas. Assim,
ele é a pessoa mais capaz de determinar o que é melhor
para si. O papel dos superiores e da área de RH passa a ser
o de ajudar o funcionário a relacionar seu desempenho às
necessidades e à realidade da organização.
Esse novo modelo desperta dúvidas e uma delas é sobre
a conceituação do que são competências. Por ser um termo
amplamente u lizado e com diversas conotações, escolhemos a definição de Leboyer (1997, p. 35):
Competências são repertórios de comportamentos
que algumas pessoas e/ou organizações dominam,
o que as faz destacar de outras em contextos específicos.
É importante ressaltar que o conceito destaca a excelência, o que torna necessário estabelecer um processo
sistema zado, com metodologias específicas, passível de
mensuração e comparação de performances entre os vários
colaboradores de uma ins tuição, quando se deseja iden ficar pessoas dentro do perfil desejado.
Gramignia (2002) alega ser possível pensar na avaliação
de desempenho por competências como um poderoso meio
de iden ficar os potenciais dos funcionários, melhorar o
desempenho da equipe e a qualidade das relações dos
funcionários e superiores, assim como es mular os funcionários a assumirem a responsabilidade pela excelência dos
resultados pessoais e empresariais.
A gestão por competências é sistema gerencial que busca
impulsionar os funcionários na competência profissional,
acrescentando capacidades e aumentando as já existentes.
Competências são aqui entendidas como as capacidades,
os conhecimentos e as caracterís cas pessoais que dis nguem os profissionais de alto desempenho daqueles de
desempenho regular em determinada função.
O gerenciamento baseado em competências ou Gestão
por Competências é uma ferramenta que iden fica as competências essenciais, as habilidades e os conhecimentos determinantes da eficácia profissional e também as lacunas de
qualificação do funcionário para tarefas específicas e fornece
recursos para aperfeiçoar suas capacidades. O resultado é um
quadro de funcionários mais talentosos e mais produ vos.
Prahalad (1997) afirma que, na maior parte das vezes,
é a percepção do gerente sobre o funcionário que define a
competência deste. Se for uma percepção correta é ponto a
favor do funcionário. Geralmente, contudo, a percepção do
gerente é incompleta. Ou, então, não compreendida pelos
funcionários. Ou, ainda, as percepções dos outros podem
ser diferentes. Isso pode tornar confuso e traiçoeiro o progresso de um funcionário pelo labirinto do desenvolvimento
profissional, que é por si mesmo repleto de obstáculos.
Também existem outras dificuldades, por exemplo, como os
funcionários aprendem o que é necessário para ser eficaz?
Muitos por meio de tenta va e erro, outros de suposições e
até por boatos e lendas. O resultado é que cada funcionário
possui uma visão diferente e só parcialmente correta sobre
o que é preciso para ser eficaz no trabalho.
O gerenciamento baseado nas competências representa
uma mudança cultural em direção a um maior senso de
responsabilidade e autogestão dos funcionários. É também
uma maneira simples de melhorar o desempenho.
O primeiro passo é definir as competências técnicas,
as conceituais e as interpessoais, dentro de cada função.
É importante salientar que definir competência não é definir
tudo aquilo que o funcionário faz, mas determinar quais capacitações devem ser fomentadas, protegidas ou diminuídas.
Para pensarmos em implantar um modelo de avaliação
que toma por base as competências pessoais, é imprescindível que tenhamos consciência da agilidade, mobilidade e
inovação que as organizações precisam para lidar com as mudanças constantes, ameaças e oportunidades emergentes.
São essas mudanças que levam a própria empresa a
rever muitas de suas estratégias organizacionais e também
a levam a pensar em quais são as competências necessárias
ou desejáveis aos profissionais que integram seus quadros
no momento presente e também no futuro. As pessoas e
seus conhecimentos e competências passam a ser a base
principal da empresa. Assim, as pessoas deixam de ser
recursos e passam a ser tratadas como seres dotados de
habilidades, conhecimentos, a tudes, sen mentos, emoções, aspirações etc.
No modelo de Gestão por Competência, a avaliação é
apenas uma ferramenta que auxilia o funcionário a escla-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Os critérios devem ser coerentes e conscientes no tempo,
ou seja, devem ter perenidade, mesmo em um ambiente
turbulento e instável.
É necessário estar atentos a fatos que interferem ou
modificam a polí ca de remuneração.
Os critérios devem ser simples e transparentes para que
todas as pessoas possam compreendê-los e ter acesso a eles.
É necessário que todos os colaboradores, órgãos representa vos, empresários e outros, se for o caso, tenham
conhecimento dos critérios.
113
recer, para si mesmo e para a organização, quais as competências que possui e quais deverão buscar desenvolver ou
incrementar. Esse processo deverá sempre estar alinhado às
competências essenciais da própria organização.
A avaliação inicia-se pelo mapeamento, que irá permi r
colher dados rela vos às competências necessárias para o
bom desempenho das a vidades e ao perfil do funcionário
quanto a essas competências, categorizando-as em três
blocos, que são: Competências conceituais (conhecimento
e domínio de conceitos e teorias que embasam as técnicas);
Competências técnicas (domínio de métodos e ferramentas
específicas para determinada área de trabalho) e Competências interpessoais (permi r que as pessoas se comuniquem
e interajam de forma eficaz. A tudes e valores pessoais).
3.
O uso adequado da avaliação de desempenho inclui
o fornecimento de feedback ao funcionário, de forma
a destacar os aspectos posi vos de seu desempenho
e mo var o seu desenvolvimento em áreas em que
melhorias sejam necessárias.
a) Certo.
b) Errado.
4.
A realização de entrevistas tem por obje vo iden ficar
caracterís cas ín mas do funcionário que possam influenciar em seu desempenho na organização.
a) Certo.
b) Errado.
5.
No processo de avaliação de cargos, a variável que indica se um fator tem ou não a propriedade de atribuir
valores diferenciados ao universo de cargos, por meio
dos seus graus de intensidade, é a variável da
a) discriminação.
b) aplicabilidade.
c) habilidade manual.
d) da pressão emocional.
e) concentração.
6.
Na avaliação de desempenho humano nas organizações, concentrar-se na determinação dos grandes
pontos fortes e fracos de quem está sendo avaliado,
apontando comportamentos extremos e sem analisar
especificamente traços de personalidade, refere-se ao
método
a) compara vo.
b) de escalas gráficas.
c) de incidentes crí cos.
d) escolha forçada.
e) 360 graus.
7.
De acordo com o modelo de Hamblin de níveis de
avaliação no treinamento, quando o treinando, após
par cipar de um processo de treinamento que gostou e
demonstra ter aprendido, embora con nue a executar
a tarefa sob sua responsabilidade pelo mesmo método
u lizado antes do treinamento, retrata o nível de avaliação de
a) avaliação de resultados finais.
b) aprendizado.
c) avaliação de valores.
d) reação.
e) comportamento.
8.
Quanto à avaliação de desempenho
I – é uma a vidade co diana de gerência.
II – é bem-sucedida nas organizações, se adotada
formalmente.
III – tem maiores chances de efe vidade quando é
baseada em comportamentos.
IV – tem maiores chances de sucesso quando considera
caracterís cas pessoais do avaliado.
V – deve ser concebida como um instrumento de
gestão.
VI – é uma ferramenta de RH para promover aumentos
salariais.
EXERCÍCIOS
1.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
2.
114
Buscar o equilíbrio entre os obje vos organizacionais
e as necessidades dos empregados e obter baixos índices de rota vidade são papéis da administração de
recursos humanos. Quanto à administração de recursos
humanos, assinale a opção incorreta.
a) O recrutamento interno é o mais adequado quando
a organização tem como obje vos manter a cultura
organizacional existente, aumentar a mo vação dos
empregados e incen var seu desenvolvimento.
b) O método dos incidentes crí cos para avaliação do
desempenho baseia-se nas caracterís cas relacionadas aos desempenhos altamente posi vos dos
empregados.
c) O estabelecimento de critérios relevantes para se
avaliar o desempenho dos empregados, como, por
exemplo, comportamentos e atitudes definidos
e considerados essenciais para a empresa, é uma
caracterís cas do método das escalas gráficas.
d) Na seleção de pessoas, as organizações devem privilegiar a u lização dos métodos mais complexos,
independentemente do cargo a ser provido.
Os conhecimentos e o desempenho dos empregados e
administradores devem ser con nuamente aperfeiçoados. A sa sfação dessa exigência envolve a vidades de
treinamento e desenvolvimento e também avaliações
de desempenho para propósitos de feedback a fim de
mo var as pessoas para o melhor desempenho possível. Idem, ibidem, p. 286 (com adaptações). A respeito
do tema do texto acima, assinale a opção correta.
a) Diferentemente do desenvolvimento, o treinamento
tem como foco ensinar aos empregados habilidades
e competências mais amplas para o desempenho de
funções futuras.
b) A busca de consenso entre empregados e seus supervisores acerca das metas organizacionais é uma
caracterís ca da moderna avaliação de desempenho.
c) Na avaliação de desempenho, deve-se evitar a parcipação dos subordinados, por serem eles mais
propensos a fornecer informações influenciadas
por insa sfações resultantes da relação com seus
superiores.
d) A avaliação de desempenho deve ter como foco
o desempenho técnico do empregado no cargo
ocupado, evitando-se analisar o comportamento
do indivíduo no ambiente de trabalho, tarefa esta
que é de competência do responsável pelo regime
disciplinar.
É correto o que se afirma apenas em:
a) I, III e V.
d) II, III e V.
b) III, IV e V.
e) IV, V e VI.
c) II, IV e VI.
9.
A administração de recursos humanos é definida como
a função organizacional des nada a prover, treinar,
desenvolver, mo var e manter os recursos humanos.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
c) II e IV.
b) I e III.
d) III e IV.
10. Acerca da administração de recursos humanos, assinale
a opção incorreta.
a) A rotação de cargos obje va proporcionar ao empregado novos conhecimentos e habilidades de mesmo
nível de dificuldade daquelas já desempenhadas por
ele ou de maior dificuldade, para que possa lidar
com situações mais complexas, mas que requeiram
os mesmos conhecimentos.
b) O dirigente que responde pelo papel de coaching
deve, entre outras atribuições, orientar e guiar
pessoas na sua carreira profissional.
c) A inserção do empregado na busca de soluções para
um desempenho insa sfatório resultante de sua
avaliação é um dos obje vos do feedback.
d) A acomodação de necessidades familiares e de
trabalho e a implantação de formas alterna vas de
trabalho são exemplos de fraquezas da moderna
gestão de pessoas.
11. A administração de recursos humanos, historicamente
conhecida como administração de pessoal, lida com
sistemas formais para administrar pessoas dentro da
organização. A administração de recursos humanos
tem assumido papel estratégico e vital porque as organizações estão tentando transformar seus recursos
humanos em fonte de vantagem compe va.
Thomas S. Bateman. e Sco A. Snell. Administração:
construindo vantagem compe va. São Paulo: Atlas,
1998 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os
itens a seguir.
I – Os direcionamentos estratégicos da organização,
os negócios em que pretende par cipar, em que mercados têm intenção de atuar e o crescimento esperado
para o futuro são insumos para o planejamento de
recursos humanos.
II – Quando várias pessoas avaliam um mesmo candidato e ram conclusões muito diferentes entre si, diz-se
que os instrumentos de seleção u lizados apresentam
indícios de problemas de confiabilidade.
III – A composição do quadro de pessoal depende do
recrutamento, que pode ser interno ou externo. Na
busca por novos mercados ou novas formas de atuação,
o recrutamento interno deve ser priorizado pela área de
recursos humanos por apresentar mais vantagens para
a organização que o recrutamento externo.
V – A análise de cargos se divide em descrição de cargo
e especificação de cargo. A enumeração dos talentos,
conhecimentos e habilidades necessárias ao desempenho dos cargos é chamada de descrição de cargo.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
c) III e IV.
b) I e III.
d) II e IV.
12. O uso da tecnologia da informação possibilita não
apenas a automação de a vidades básicas da gestão
de recursos humanos, como folha de pagamentos,
mas também o armazenamento e a análise de dados
u lizados no planejamento e na tomada de decisão em
recursos humanos.
a) Certo.
b) Errado.
13. A realização de entrevistas tem por obje vo iden ficar
caracterís cas ín mas do funcionário que possam influenciar em seu desempenho na organização.
a) Certo.
b) Errado.
14. O treinamento autodirigido é aquele em que os
recém-chegados à organização são introduzidos à cultura, às normas, aos padrões e às metas da empresa
por observação do comportamento dos colaboradores
mais experientes da empresa.
a) Certo.
b) Errado.
15. As políticas de manutenção de Recursos Humanos
abrangem os seguintes aspectos:
a) administração de salários, plano de benefícios
sociais, higiene e segurança do trabalho e relações
trabalhistas.
b) análise e descrição de cargos, plano de carreiras,
avaliação de desempenho.
c) pesquisa de Mercado, recrutamento, seleção e
integração.
d) treinamento, desenvolvimento de recursos humanos
e desenvolvimento organizacional.
16. O Desenvolvimento de Pessoal representa um conjunto de a vidades que obje va explorar o potencial de
aprendizagem e a capacidade produ va das pessoas,
visando mudanças de comportamentos e a tudes e a
aquisição de novas habilidades e conhecimentos. Nesse
contexto, é incorreto afirmar:
a) o desenvolvimento tem como meta maximizar o
desempenho profissional e mo vacional do ser humano, melhorar os resultados e, consequentemente,
gerar um bom clima organizacional.
b) o treinamento é um dos recursos do Desenvolvimento de Pessoal. Visa o aperfeiçoamento de desempenhos, aumento da produ vidade e das relações
interpessoais.
c) ao profissional de Recursos Humanos, o único feedback que interessa na avaliação de treinamento é
o custo financeiro incorrido pela organização.
d) as etapas de elaboração de treinamento são: diagnós co das necessidades de treinamento, programação do treinamento, aplicação, execução e avaliação
dos resultados ob dos.
e) o diagnós co das necessidades de treinamento pode
ser feito a par r da análise da organização, das operações e tarefas e, por úl mo, da análise individual
e cole va.
17. O controle visa informar sobre determinada situação
dando indicações se os obje vos estão sendo alcançados ou não, alimentando o processo decisório. Dessa
forma um determinado sistema pode ser avaliado e
mantido dentro de um padrão de comportamento
desejado. Escolha a opção que iden fica corretamente
aspectos relacionados ao processo de controle.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Com relação a esse assunto, julgue os itens abaixo.
I – O enriquecimento vertical de cargo possibilita
mo var empregados que apresentem altos padrões
de desempenho profissional nos cargos que ocupam.
II – O es lo de liderança mais adequado em uma unidade onde os empregados têm baixo nível de maturidade
é a delegação, por atribuir maiores níveis de responsabilidade aos empregados.
III – A administração de recursos humanos tem como
finalidade alcançar o equilíbrio entre os obje vos da organização e as necessidades dos empregados e manter
baixos índices de rota vidade.
IV – Recrutamento é o conjunto de a vidades responsável pela comparação entre requisitos exigidos por um
cargo e as caracterís cas dos candidatos a esse cargo.
115
a) O controle pode ocorrer em diferentes níveis hierárquicos: estratégico, administra vo/gerencial e
operacional.
b) Uma das formas de apresentar informações é por
meio de relatórios verbais ou escritos, gráficos e
mapas, telas de computador, escalas.
c) As principais caracterís cas de um sistema de controle eficaz são: foco estratégico, aceitação, precisão,
rapidez, obje vidade, ênfase na exceção.
d) Os componentes ou etapas do controle são: definição de padrões de controle, obtenção de informações, comparação e ação corre va, e revisão do
planejamento.
e) A função de finanças pode usar como informação
para o controle de índices rela vos a lucro, retorno
do investimento, margem operacional bruta, liquidez.
18. Uma das funções da administração está relacionada
à liderança e à mo vação. Indique se as afirma vas a
seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A teoria sobre mo vação de Maslow pressupõe a
existência de fatores higiênicos que, quando presentes, evitam insa sfação, mas não são suficientes
para mo var.
( ) A par r do estudo de diferentes dimensões do
modelo organizacional, Likert iden fica quatro
sistemas de organizações: autoritário coerci vo,
autoritário benevolente, consul vo e par cipa vo.
( ) A liderança voltada para a tarefa tem como preocupação o alcance dos objetivos individuais,
enquanto a liderança voltada para as pessoas
estabelece metas.
( ) Uma das formas de enriquecimento do trabalho é
através de rodízio de cargos, autocontrole, treinamento, par cipação em grupos de aprimoramento.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
a) V, F, V, F.
b) F, V, F, V.
c) V, V, F, F.
116
d) F, F, V, V.
e) F, V, F, F.
19. O processo de planejamento é uma aplicação do processo decisório e cons tui uma ferramenta u lizada
pela organização e pelas pessoas para administrar sua
relação com o futuro. Iden fique a opção que expressa
corretamente uma a tude proa va da organização.
a) Numa organização que tem uma a tude proa va,
o processo de planejamento lhe permite elevar o
grau de controle sobre o futuro dos sistemas internos e das relações com o ambiente. Isso significa
que ela necessita interferir no curso dos acontecimentos, criar o futuro, enfrentar eventos futuros
conhecidos ou previsíveis, bem como coordenar
recursos entre si.
b) Numa organização que tem uma a tude proa va,
o processo de planejamento lhe permite estabelecer e analisar séries históricas, realizar estudo
de relações causais. Isso significa que ela necessita
interferir nas forças internas e externas, criar o futuro, explicitar obje vos principais e específicos, bem
como estabelecer meios de controle de eventos e
recursos.
c) Numa organização que tem uma a tude proa va,
o processo de planejamento lhe permite definir obje vos, meios de execução, polí cas, procedimentos
e meios de controle. Isso significa que ela necessita
interferir no curso dos acontecimentos, criar o futuro,
enfrentar eventos futuros conhecidos ou previsíveis,
bem como coordenar recursos entre si.
d) Numa organização que tem uma a tude proa va,
o processo de planejamento lhe permite elevar o
grau de controle sobre o futuro dos sistemas internos
e das relações com o ambiente. Isso significa que ela
necessita interferir nas forças internas e externas,
criar o futuro, explicitar obje vos principais e específicos, bem como estabelecer meios de controle de
eventos e recursos.
e) Numa organização que tem uma a tude proa va,
o processo de planejamento lhe permite estabelecer
e analisar séries históricas, realizar estudo de relações causais. Isso significa que ela necessita interferir
no mercado de clientes e fornecedores, estabelecer
planos estratégicos e operacionais de longo prazo,
bem como inves r em processos informa zados.
20. O processo de tomada de decisões é um elemento
inerente à tarefa de administrar que tem sido amplamente estudado, bem como é parte da seleção e do
treinamento de candidatos a ocupar cargos gerenciais.
Indique a opção que apresenta corretamente aspectos
do processo decisório.
a) Decisões são escolhas que as pessoas fazem para
enfrentar problemas e/ou aproveitar oportunidades.
Requerem identificação e análise do problema/
oportunidade; planejamento e implementação de
alterna vas; bem como ações corre vas.
b) Para estabelecer quanta energia deve ser gasta na
solução de um problema/oportunidade, as decisões
foram classificadas segundo diferentes critérios em
decisões programadas e não programadas; decisões
estratégicas, administra vas/tá cas e operacionais;
e em decisões individuais e cole vas.
c) Há dois modelos básicos que explicam o processo
decisório: o racional e o intui vo. O primeiro toma
como base entender a situação e pressupõe a disponibilidade de informações. Já o processo intui vo
toma como base a sensibilidade e a percepção;
pressupõe uma ordem lógica e coerente.
d) As decisões são afetadas por diferentes fatores tais
como percepção, tempo e competência. A percepção do problema depende da disponibilidade de
caixa. O tempo determina a adoção de um processo
mais intui vo. A experiência profissional permite
determinar se as decisões serão unilaterais ou parcipa vas.
e) O princípio de Pareto e o diagrama de Ishikawa são
algumas das técnicas des nadas a auxiliar os gerentes a analisar problemas de forma sistemá ca, gerar
e analisar alterna vas. O primeiro iden fica causas
e efeitos e o segundo, prioridades.
21. Assinale a opção que indica corretamente as principais
funções do processo administra vo.
a) Planejamento, organização, direção e controle.
b) Planejamento, verificação, execução e ação.
c) Comunicação, ação, correção e fiscalização.
d) Execução, organização, direção e verificação.
e) Fiscalização, comunicação, correção e controle.
22. O processo administra vo compõe-se de quatro funções básicas. Indique a opção correta.
a) A função organização refere-se ao sistema de definição de obje vos, alocação de recursos e os meios
para alcançá-los. A de direção ao agrupamento das
a vidades em órgãos e cargos, definindo níveis de
autoridade e responsabilidade.
23. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2008) Um trabalho em equipe será tanto menos
produ vo quanto mais o chefe do serviço definir os
obje vos e metas, porque essa conduta reduz a cria vidade do grupo.
a) Certo.
b) Errado.
24. (Esaf/ANA/Analista Administra vo/2009) Reconhecido
como um poderoso instrumento para o ganho de performance nas organizações, devido à interação entre
múl plas habilidades e competências, o trabalho em
equipe apresenta inúmeras vantagens quando comparado ao trabalho individual. Entre tais vantagens
compara vas, não se inclui:
a) as equipes possuem mais fontes de informação.
b) as equipes são mais cria vas.
c) os membros da equipe aprendem mais sobre si
próprios.
d) o trabalho em equipe incrementa a aprendizagem.
e) o trabalho em equipe demanda mais tempo.
25. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/Medicina –
Prova 1/2009) Na cons tuição de uma equipe mul disciplinar, a afinidade entre os membros é o principal
parâmetro a ser u lizado para avaliar a adequação do
trabalho em equipe.
a) Certo.
b) Errado.
26. (Cespe/TRE-AL/Técnico Judiciário/Telefonia/2004) A
eficácia e a eficiência do trabalho em equipe são igualmente resultantes do empenho individual e cole vo.
a) Certo.
b) Errado.
GABARITO
1. d
2. b
3. a
4. b
5. a
6. c
7. e
8. a
9. b
10. d
11. a
12. C
13. E
14. E
15. a
16. c
17. d
18. b
19. a
20. b
21. a
22. d
23. b
24. e
25. b
26. a
GESTÃO DE PROCESSOS
Conceitos Básicos
Um Processo de Negócio é uma a vidade, ou um conjunto de a vidades, realizada em uma empresa para criar
ou adicionar alguma espécie de valor para seus clientes. Um
processo tem pontos de início e fim bem definidos, cada um
dos quais associados com um cliente.
Um cliente, no sen do aqui empregado, pode ser tanto
um cliente externo da empresa como uma área funcional
interna.
Pode ser ú l visualizar os processos de negócio como
uma estrutura hierárquica, com os principais processos
no topo, cada um formado por subprocessos, e assim por
diante. Um negócio (empresa) pode ter entre cinco, nove ou
mais processos de negócios principais, e esses podem atuar
através das divisões, departamentos ou áreas funcionais da
organização. Este número depende muito do enfoque das
pessoas que iden ficam os processos de negócios.
Qualquer coisa que se faz na organização pode ser visualizada como um processo de negócio. Como exemplo,
uma empresa pode ter definido como um processo principal
“prover suprimentos para as a vidades da empresa”. Neste
caso, alguns dos subprocessos podem ser: “efetuar compras”,
“administrar estoques” e “receber materiais comprados”.
Cada um destes subprocessos pode ser subdivido, e assim
por diante.
Pensar em termos de Processos de Negócio permite criar
modelos que ajudam a entender o que acontece atualmente
na empresa. Com este entendimento, é mais fácil propor melhoramentos aos processos, ou mesmo desenhar processos
totalmente novos.
Todo trabalho desenvolvido nas empresas faz parte de
algum processo importante. Esses processos são responsáveis pela execução das tarefas pretendidas, envolvendo as
pessoas que executam determinados procedimentos e u lizam tecnologias adequadas à sua realização. Na verdade, um
processo empresarial pode ser entendido como a maneira
que as coisas são feitas para se chegar a um determinado fim
na forma de um produto ou serviço oferecido ao mercado.
Para Davenport (1994), um processo seria uma ordenação específica das a vidades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, entradas e saídas claramente
iden ficadas, enfim, uma estrutura para ação.
Já Harrington (1993), o define como sendo um grupo de
tarefas interligadas logicamente, que u lizam os recursos da
organização para gerar os resultados definidos, de forma a
apoiar os seus obje vos.
Para Johansson et al. (1995), processo é o conjunto de
a vidades ligadas que tomam um insumo (entradas) e o
transformam para criar um resultado (saídas). Teoricamente,
a transformação que nele ocorre deve adicionar valor e criar
um resultado que seja mais ú l e eficaz ao recebedor acima
ou abaixo da cadeia produ va.
Rummler e Brache (1994) afirmam ser uma série de etapas criadas para produzir um produto ou serviço, incluindo
várias funções e abrangendo o “espaço em branco” entre os
quadros do organograma, sendo visto como uma “cadeia de
agregação de valores”.
Mapear os processos empresariais é importante porque
permite conhecer e desenvolver os caminhos percorridos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
b) A função planejamento possibilita o monitoramento
do desempenho organizacional e a tomada de ações
corre vas. A de organização a divisão do trabalho e
designação de processos e a vidades.
c) A função controle permite a execução de a vidades
e alocação de recursos para a ngir os obje vos. A
de direção o exercício da liderança e coordenação
de esforços.
d) A função planejamento possibilita a definição da
missão organizacional e a programação de a vidades. A de direção a orientação da mão de obra e a
coordenação de esforços.
e) A função controle permite desenhar o trabalho a ser
executado e coordenar a vidades. A de organização
o exercício da comunicação, liderança e mo vação.
117
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
118
no desenvolvimento do trabalho, até chegar ao resultado
pretendido, o mizando o tempo e minimizando os gargalos
que atrapalham o dia a dia. Muitas vezes as pessoas realizam
a vidades, mas não conseguem enxergar o processo global
do qual o seu trabalho faz parte. E é importante ter a visão do
todo para poder chegar ao padrão desejado para o trabalho.
É necessário que todo gestor conheça, pelo menos,
os macroprocessos da sua empresa para gerenciar melhor
e de forma sistêmica as a vidades desenvolvidas. Assim ele
poderá estruturá-las de modo ordenado e numa lógica que
favoreça a busca con nua da eficiência na produção de um
serviço ou produto oferecido aos clientes. Mapeando e aperfeiçoando de forma adequada os seus processos, a empresa
poderá alcançar:
1. Aumento da compe vidade: com a busca con nua
por o mizar o tempo no trabalho e oferecer um produto ou
serviço de maior qualidade, a empresa estará muito mais
preparada para compe r no mercado.
2. Maior entendimento dos procedimentos: entender
os processos é ordenar os procedimentos, dando-lhes um
encadeamento lógico no trabalho. Quem gerencia por
resultados busca entender de forma global o processo no
qual está inserido.
3. Maior rapidez nas soluções: se a empresa conhece todos os seus processos, com os procedimentos bem definidos,
ela estará apta a iden ficar e solucionar os seus problemas
mais rapidamente.
4. Aumento nos resultados da empresa: quem conhece
bem o seu negócio consegue alcançar melhores resultados.
Mas não basta apenas conhecer, é preciso também cuidar
de como alcançar esses resultados. E é, justamente, nesse
“como” que os processos estão inseridos.
Mapear e aperfeiçoar os processos nas empresas é, pensando estrategicamente, uma ação con nua e indispensável
para que os produtos e serviços sejam oferecidos ao mercado
de acordo com as exigências sempre mutantes do cliente.
Uma questão de sobrevivência, portanto.
Um processo empresarial é entendido como a maneira
pela qual as coisas são feitas, com procedimentos bem definidos e acompanhados, para se chegar a um determinado
fim na forma de um produto ou serviço oferecido ao mercado. Quando a empresa mapeia os seus processos, entende
melhor as suas a vidades e percebe que elas obedecem a
um encadeamento lógico, dentro dos setores e entre eles.
Isso torna mais eficiente a realização das tarefas e a busca
dos resultados pretendidos.
Quando se faz um trabalho de mapeamento e mudanças
nos procedimentos de trabalho, nem sempre esses processos são seguidos como deveriam ser, mesmo estando bem
definidos. As pessoas, muitas vezes, não fazem o que está
estabelecido. A pergunta que os gestores se fazem, uma
vez que já está tudo determinado para o trabalho ser bem
executado, é: “Por que isso acontece?”.
Pode haver muitas razões para isso: (1) as pessoas não
estão bem treinadas para os novos procedimentos adotados;
(2) os recursos con nuam inadequados para o desempenho
do trabalho; (3) os funcionários “não querem” desempenhar
a nova função por ser mais trabalhosa ou por discordarem
de determinadas atribuições; (4) o nível de relacionamento
dentro dos setores e entre eles (correlacionados com a
a vidade-fim) não proporciona uma melhoria na qualidade
do serviço a ser feito; (5) as pessoas resistem, naturalmente,
aos novos processos de mudança adotados; entre várias
outras.
Isso pode acontecer no dia a dia de muitas organizações
e se transformar numa dificuldade da gestão. Para evitar
esse risco, os gestores não devem embarcar nas diversas
reações da equipe, e sim focar no resultado do trabalho.
É importante trabalhar sua equipe e entender melhor suas
reações, para iden ficar os mecanismos de solução ou, até
mesmo, reformular o processo.
Muitas vezes, as decisões são responsabilidade da própria
organização, como a falta de um treinamento adequado
para as pessoas executarem os novos processos. Nesse caso,
deve-se ter um cuidado especial por parte dos gestores para
treinar a equipe com os novos procedimentos, visando produzir os resultados mais adequados à necessidade da organização. Ou então, inves r mais para disponibilizar melhores
recursos para o desempenho do trabalho.
Em outros casos, é importante que o gestor dê um
tratamento especial à equipe, caso contrário, os problemas
internos aumentarão cada vez mais.
Caso a equipe aponte “dificuldades” para fazer o trabalho, é preciso que o gestor crie as melhores formas de solução. Se o “não querer” não ver jus fica vas mais concretas,
será preciso ques onar a necessidade de, ra ficada a não
adaptação aos novos processos, subs tuir a pessoa (ou as
pessoas) por outras que atendam às condições propostas.
Se houver discordância dos novos procedimentos,
o gestor deverá rever o trabalho. Talvez a mudança não
tenha sido feita de uma forma par cipa va o suficiente
para que os envolvidos pudessem apresentar alterna vas
mais sa sfatórias. Nesse caso, é possível fazer os devidos
ajustes no processo.
Quando a resistência ocorre por causa do relacionamento
interno, é importante desenvolver, urgentemente, mecanismos de melhoria. Esse é um grande problema que tem efeitos
muito danosos para a organização. Boicote de informações,
caça a culpados, execução malfeita de a vidades e desmovação no trabalho são algumas consequências possíveis se
não for feito um trabalho voltado para a melhoria do clima
interno da organização.
Mas como o gestor pode fazer um trabalho como esse?
Será preciso, de início, ouvir a equipe e fazer uma pesquisa
para sen r o clima interno. Com essas informações coletadas,
deve-se então analisar, discu r e definir os mecanismos de
melhoria.
A resistência à mudança pode se encaixar em todos esses
exemplos. Quando há algo novo, as pessoas resistem em
mudar, para não sair da “zona de conforto”, para não deixar
de fazer o que já sabem e estão acostumadas. O gestor,
como um agente de mudança, deve ser o responsável por
trabalhar a equipe, monitorando, fazendo reuniões de avaliação, observando o andamento do trabalho, ques onando
as melhores formas de fazer acontecer determinada função,
até chegar a um processo mais adequado.
Observando as diversas reações da equipe e definindo
formas colegiadas de aperfeiçoamento, os gestores estarão
trabalhando para assegurar os resultados pretendidos pela
organização.
Iden ficar e mapear os processos internos são a tudes
que ajudam a empresa a se tornar mais compe va – o mizando o tempo e alcançando melhores resultados. Trata-se
de uma ferramenta simples, que pode ser adotada por
Bene cios do Mapeamento do Processo
• Fornecer uma experiência de aprendizado para a
equipe.
• Fornecer uma exibição visual do processo atual.
• Facilitar o projeto de um novo processo.
• Demonstrar papéis e relações entre as etapas e departamentos envolvidos em um processo.
• Ajudar a explicar um processo a outras pessoas.
• Indicar áreas problemá cas, ciclos desnecessários,
complexidade e aqueles pontos onde o processo pode
ser simplificado.
• Ajudar a iden ficar o lugar para coletar dados e onde
uma inves gação mais detalhada pode ser necessária.
• Ajudar a iden ficar quais elementos de um processo
podem ter um impacto sobre o desempenho.
• Documentar e padronizar o processo.
As etapas para uma boa gestão por processos são:
1. Mapeamento;
2. Análise;
3. Propostas de Melhoria;
4. Redesenho;
5. Implantação;
6. Gerenciamento do Processo (Melhoria Con nua).
ELEMENTOS DO PROCESSO. O PAPEL DE
PROCESSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO
DA ESTRATÉGIA. ELEMENTOS DOS
PROCESSOS. MODELO DE GESTÃO DE
PROCESSOS. FERRAMENTAS E MÉTODOS
DE ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSOS:
FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS E
FERRAMENTAS NÃO ESTATÍSTICAS. CICLO
PDCA NA MELHORIA DE PROCESSOS.
DESENHO E REDESENHO DE PROCESSOS
Iden ficação e Delimitação
de Processos de Negócio
O processo de iden ficação de processos está dentro da
etapa de mapeamento. Nesta etapa, é necessário iden ficar
os seguintes pontos:
• Quem é o cliente do processo?
• Quem é o fornecedor do processo?
• Quais as a vidades do processo?
• Qual a missão do processo, para que ele existe?
• Existe interface, fronteiras com outros processos/
áreas?
• Qual é a entrada do processo? Como ele inicia?
• Qual a saída do processo? A que ele se des na?
• O processo é automa zado?
• Quais são seus itens de controle?
• Existem a vidades crí cas?
Para exemplificar, vamos imaginar um processo de contas
a pagar em uma empresa.
Em uma empresa de materiais de construção (vamos
chamá-la de XYZ), o setor de compras realizou um pedido
de telhas, recebeu estes produtos e a nota fiscal. Essa nota
fiscal foi encaminhada ao setor financeiro, que conferiu seus
dados, lançou no sistema de gestão da empresa e armazenou
até a data do seu vencimento. No dia do seu vencimento, realizou o pagamento ao fornecedor e encaminhou a nota fiscal
com o comprovante de pagamento ao setor de contabilidade.
Nesta situação, temos:
• Cliente: Empresa de Materiais de Construção XYZ;
• Fornecedor: Setor de Compras;
• A vidades do Processo: Recebimento da Nota Fiscal,
Lançamento no Sistema de Gestão, Armazenamento
da Nota Fiscal, Pagamento ao Fornecedor, Envio da
Nota Fiscal à Contabilidade;
• Missão do Processo: O processo existe para realizar
todos os pagamentos da organização;
• Fronteiras com Outros Processos: Existem duas
fronteiras neste caso. A primeira, com o processo de
compras; a segunda, com o processo de Lançamentos
Contábeis;
• Entrada do Processo: O processo se inicia com o
recebimento da Nota Fiscal;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
organizações de qualquer porte ou área de atuação, com
inúmeros ganhos.
É importante para as empresas mapearem os seus
processos porque, ao mapeá-los, elas entendem que suas
a vidades devem obedecer a um encadeamento lógico,
entre os setores e dentro deles, e conseguem se tornar mais
eficientes na realização das tarefas e nos resultados.
Para realizar esse mapeamento, o gerente da área
normalmente fica à frente do trabalho, junto a um especialista em mapeamento de processos. O primeiro passo
é o diagnós co da situação atual. É preciso conversar com
toda a equipe para descrever como realmente são feitas as
a vidades, iden ficar as facilidades e dificuldades encontradas e as formas de alcançar melhor eficácia no trabalho.
Após o mapeamento e a definição de como serão feitas as
a vidades na área, é importante que o gerente repasse as
informações para sua equipe, faça um treinamento para as
novas a vidades exigidas e monitore e negocie o tempo para
obter resultados com as mudanças.
Idealmente, todas as áreas devem ter procedimentos
bem definidos e bem trabalhados, sempre focando no resultado que se quer obter com a a vidade-fim. A definição
do que deve ou não ser mapeado se dá quando, no dia a dia,
são percebidas dificuldades que atrapalham o processo. Por
exemplo: atrasos na folha de pagamento, documentos não
entregues na data determinada etc. Quando se percebe que
algo não está andando corretamente, fique certo, é preciso
rever o processo.
O gerente deve ser o responsável por monitorar o processo por intermédio de reuniões com a equipe ou observando
o andamento dos trabalhos no dia a dia. O importante é que
as a vidades definidas sejam cumpridas. Mas, como todo
trabalho, este deve ser feito de modo flexível, aberto a novos
ajustes, caso haja necessidade.
O importante é que o trabalho seja feito de modo compar lhado, justamente para evitar que isso aconteça e, como
já foi dito, estar sempre aberto a ajustes, de acordo com a
necessidade do trabalho. Na realidade, o gestor deve unir
o conhecimento, a cria vidade e a inicia va de todos ao
trabalho para, com isso, tornar a empresa mais ágil e mais
compe va no mercado.
119
• Saída do Processo: O processo se encerra com a
entrega da Nota Fiscal ao setor contábil;
• Nível de Automa zação do Processo: No nosso exemplo, a automa zação está dentro de um Sistema de
Gestão Empresarial, nas etapas de lançamento;
• Itens de Controle: Recebimento da Nota Fiscal, Armazenamento da Nota Fiscal, Entrega da Nota Fiscal
à Contabilidade;
• A vidades Crí cas: A Nota Fiscal não pode conter
nenhum erro tributário.
Todos estes pontos devem ser levantados em cada setor
da organização para que se possa iden ficar quais são os
processos existentes.
Além de iden ficar os processos é preciso delimitá-los,
ou seja, definir onde cada processo começa e onde termina.
Muitas vezes, o término de um processo é o início de outro.
Para a realização das entrevistas de iden ficação dos
processos, o ideal é a u lização de formulários, conforme
o modelo abaixo:
Mapeamento de Processos
LOGOMARCA DA EMPRESA
Finalizado em: __/__/__
Por: _________________
Aprovado em: __/__/__
Por: __________________
Responsável: NOME DO RESPONSÁVEL
Departamento:
Data:__/__/____
Cargo:
Atualizado em: __/__/____
A vidades
Quem solicita?
A Quem se des na?
Nome da A vidade 1
Nome do Solicitante –
Fornecedor do processo
Nome para quem se des na o
processo – Cliente do processo
1.
2.
3.
1º Passo
2º Passo
3º Passo
Nome da A vidade 2
Nome do Solicitante –
Fornecedor do processo
Nome para quem se des na o
processo – Cliente do processo
1.
2.
3.
1º Passo
2º Passo
3º Passo
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
TÉCNICAS DE MAPEAMENTO
DE PROCESSOS MODELOS AS IS
120
O modelo de mapeamento de processos conhecido
como As Is (Como está) consiste em desenhar os processos
atuais da empresa. É a fotografia do momento atual dos
processos.
Neste mapeamento são realizadas as entrevistas, u lizando o modelo conforme o modelo mostrado na etapa de
iden ficação, procurando chegar ao menor nível de detalhe.
A técnica de mapeamento de processo fornece uma representação gráfica das operações sob análise, evidenciando a
sequência de a vidades, os agentes envolvidos, os prazos e o fluxo
de documentos em uma organização ou área. Isso permite idenficar mais facilmente oportunidades para a racionalização e o
aperfeiçoamento dos processos de trabalho em uma organização.
Existem algumas técnicas de mapeamento com diferentes
enfoques. A correta interpretação destas técnicas torna-se
fundamental no processo de mapeamento. Algumas técnicas
são citadas a seguir:
• Fluxograma: é uma técnica de mapeamento que
permite o registro de ações de algum po e pontos de
tomada de decisão que ocorrem no fluxo real.
• Mapa de Processo: técnica para se registrar um processo de maneira compacta, através de alguns símbolos
padronizados.
• IDEF3: diagramas que representam a rede de “comportamentos” do cliente.
O que Faz?
• UML: fluxograma que dá ênfase à a vidade que ocorre
ao longo do tempo.
• DFD: fluxo de informações entre diferentes processos
em um sistema.
Fluxograma
É uma das formas mais simples e poderosas de conhecer
os processos.
Permite:
• visão do conjunto e detalhes do processo;
• iden ficação do fluxo do processo;
• iden ficação dos pontos de controles potenciais;
• iden ficação das inconsistências e pontos frágeis.
É feito com símbolos padronizados e textos, devidamente
arrumados para mostrar a sequência lógica dos passos de
realização dos processos ou das a vidades.
usinagens, montagens, até que ela se torne ou um produto
acabado, ou parte de um subconjunto. Evidentemente,
o mapa de processo pode registrar o andamento do processo
através de um ou mais departamentos.
O estudo minucioso desse mapa, fornecendo a representação gráfica de cada passo do processo, certamente
sugerirá melhorias. Após a análise do mapa de processo,
é comum concluir que certas operações podem ser inteiramente, ou em parte, eliminadas. Além disso, operações
podem ser combinadas, máquinas mais econômicas podem ser empregadas e esperas entre operações podem
ser eliminadas. Em suma, outros melhoramentos podem
ser feitos, contribuindo para a produção de um produto
melhor a um custo mais baixo. O mapa de processo ajuda
a demonstrar que efeitos as mudanças, em uma parte do
processo, terão em outras fases ou elementos. Além disso, o mapa de processo poderá auxiliar na descoberta de
operações par culares do processo produ vo que devam
ser subme das a uma análise mais cuidadosa.
Para documentar todas as a vidades realizadas por uma
pessoa, por uma máquina, numa estação de trabalho, com o
consumidor, ou em materiais, padronizou-se agrupar essas
a vidades em cinco categorias, descritas no quadro ao lado:
Operação
Transporte
Inspeção
Espera
Armazenamento
O mapa de processo é uma técnica para se registrar um
processo de maneira compacta, a fim de tornar possível sua
melhor compreensão e posterior melhoria. O mapa representa os diversos passos ou eventos que ocorrem durante a
execução de uma tarefa específica ou durante uma série de
ações. O diagrama, usualmente, tem início com a entrada da
matéria-prima na fábrica, e se segue em cada um dos seus
passos, tais como transportes e armazenamentos, inspeções,
A figura a seguir apresenta a u lização de um mapa de
processo seguido por um material em uma a vidade de armazenamento. Primeiramente re ra-se a caixa do caminhão.
Logo depois esta é transportada para o desempacotamento.
Lá, ela fica aguardando desempacotamento até que um
operador abra a caixa e confira seu conteúdo. A caixa permanecerá muitas vezes em espera durante as a vidades.
Alternadamente com essas esperas, a caixa passa pelas seguintes a vidades: transporte até a bancada de inspeção, inspeção
dimensional, transporte para bancada de registro, registro do
produto, transporte para prateleiras e, ao fim, estocagem.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
MAPA DE PROCESSO
121
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
IDEF3
122
O IDEF (Integra on Defini on) é baseado na Técnica de
Análise e Projetos Estruturados (Structured Analysis and
Design Technique – SADT), que é uma abordagem gráfica
para a descrição de um sistema. A família integrada IDEF
de métodos para modelagem baseada em representações
de diagramas inclui uma grande variedade de técnicas, que
focam não somente os processos, mas também todo o ciclo
de vida de desenvolvimento de um sistema. Em um primeiro
momento, esta técnica permite modelar os processos “como
são” para, após uma análise, serem modelados “como deveriam ser”. Isto faz com que estes mecanismos formais sejam
essenciais para melhorar o fluxo de informações dentro de
uma empresa.
Os métodos IDEF mostram um excelente poder de comunicação, além de oferecer grande visibilidade aos processos
de negócios, através de uma notação simples que pode ser
dominada tanto pelo escalão execu vo quanto pelo grupo
desenvolvedor de so ware. Os resultados são visões do negócio como um todo, possibilitando diversas abstrações de
complexidade. Desta forma, pode-se tanto construir visões
macro de integração entre as a vidades que compõem o
negócio como chegar ao detalhamento de cada a vidade
específica sem alterar a notação base. Isso permite aos usuários a compreensão do funcionamento e integração entre
as diversas a vidades realizadas pelos diversos setores da
empresa – e, portanto, sua crí ca, visando à melhoria dos
processos.
O método de descrição IDEF3 fornece um mecanismo
para coleta e documentação de processos. Este captura
relações de procedência e de casualidade entre situações
e eventos em um formulário natural aos peritos do domínio,
fornecendo um método estruturado para expressar o conhecimento sobre um sistema ou um processo de organização.
O método captura os aspectos de um sistema existente
ou proposto. O conhecimento do processo capturado é estruturado dentro do contexto de um cenário, fazendo desse
um disposi vo intui vo de aquisição de conhecimento para
descrever um sistema. Este captura todas as informações
temporais, incluindo os relacionamentos de precedência e
de casualidade associados com os processos da empresa.
A descrição do fluxo de processo IDEF3 captura a descrição de um processo e da rede de relações que existem
entre os processos dentro do contexto do cenário total em
que ocorrem. A intenção desta descrição é mostrar como
as coisas trabalham em uma organização par cular, sendo
vistas como parte de uma situação, resolvendo um problema
par cular. O método de desenvolvimento de uma descrição
do fluxo de processo consiste em expressar os fatos, coletados dos peritos do domínio, nos termos de cinco blocos de
construção descri vas básicas.
TÉCNICAS DE ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE
PROCESSOS
A sequência de a vidades para a análise e a solução
dos problemas deve ter um método, capaz de organizar o
planejamento e a solução desses problemas.
Depois de iden ficadas as a vidades da empresa e mapeados os processos com a sua situação atual, a próxima etapa
é realizar a análise dos processos e, na sequência, simulá-los.
Na etapa de análise e simulação de processos, o obje vo
é responder às seguintes questões:
• O processo/a vidade é necessário? Agrega valor à
empresa?
• Qual o seu impacto para a empresa? Como está seu
desempenho?
• Poderia ser melhor? Existem gargalos? As responsabilidades estão definidas?
• Quais são as expecta vas dos clientes internos?
• Que ferramentas são utilizadas? A estrutura está
adequada?
Para responder a todas estas questões, é essencial simular como está o funcionamento dos processos. Uma simulação de processos possibilita definir atributos como duração
de a vidades, custos, u lização de recursos, executores,
tempos de ciclo e outras variáveis dentro dos cenários propostos. É possível ainda realizar uma análise mais concreta
do desempenho dos processos, em tempo real.
A análise de um processo é fundamental para entender
e comparar seu relacionamento com outros processos.
Ferramentas de Análise e Melhoria de Processos
Como suporte para a análise dos processos existem diversas ferramentas computacionais que podem ser u lizadas
com este fim. Dentre as principais estão:
5w2h
O método 5w2h atua como uma ferramenta auxiliar na
u lização do PDCA, principalmente na fase “planejar”.
O mais an go registro encontrado na u lização desse
método “Tratado sobre Oratória” escrito por Marcus Fabius
Quin lianus (entre os anos 30 e 100 d.C.). Esse tratado se
refere a textos para discursos. Quin lianus observava que,
para se obter a compreensão do público sobre qualquer
tema era necessária a u lização do hexágono de perguntas
(e respostas) con do em seu tratado. As seis perguntas básicas a serem respondidas para o êxito da comunicação eram:
o que, quem, quando, onde, por quê e como.
• What (O Quê?) – Que ação será executada?
• Who (Quem?) – Quem irá executar/participar da
ação?
• Where (Onde?) – Onde será executada a ação?
• When (Quando?) – Quando a ação será executada?
• Why (Por Quê?) – Por que a ação será executada?
• How (Como?) – Como será executada a ação?
• How much (Quanto custa?) – Quanto custa para executa a ação?
O método 5W2H é uma ferramenta simples, porém,
poderosa para auxiliar a análise e o conhecimento sobre
determinado processo, problema ou ação a serem efe vados.
Brainstorming
Brainstorming (“tempestade cerebral”) é uma técnica
de cria vidade em grupo, na qual ele busca a geração de
ideias que, isoladamente ou associadas, es mulem novas
ideias e subsídios direcionados à solução parcial ou total de
um problema.
Pode e deve ser documentado, por meio de Diagramas
de Causa e Efeito e Pareto.
TIPO DE
BRAINSTORMING
FINALIDADE
VANTAGEM
DESVANTAGEM
Reunião de 2 a 8 pessoas, com um facilitador que tem a tarefa Riqueza de inteDesorganização
de conectar e documentar as ideias.
rações
Reunião de um grupo onde as ideias são escritas sem comentários oral (6 pessoas – 3 ideias – 5 passadas entre as pessoas). Organização
Lento / fa gante
ABERTO
ESCRITO
COM RECUPERAÇÃO
É interrompido quando o grupo se sente cansado. A sessão é
Perda da “pegaAprofundamento
retomada após o amadurecimento das ideias.
da”
Matriz GUT
Quando não se têm dados quan ficáveis para priorizar ações u liza-se o Método GUT.
G – Gravidade – custo – quanto se perderia pelo fato de não se tomar uma ação para solucionar um problema.
U – Urgência – prazo em que é necessário agir para evitar o dano.
T – Tendência – propensão que o problema poderá assumir se a ação não for tomada.
Deve-se atribuir pesos de 1 a 5 para as variáveis G/U/T, aplicadas a cada uma das ações listadas. É um trabalho em grupo.
5
4
3
2
1
Os prejuízos ou dificuldades são
extremamente graves.
Muito grave.
Grave.
Pouco grave.
Sem gravidade.
É necessária uma ação imediata.
Com alguma urgência.
O mais cedo possível.
Pode esperar um pouco.
Não tem pressa.
Diagrama de causa e efeito
Esse arranjo foi criado por Kaoru Ishikawa. São conhecidos, também, pelos nomes de Diagramas de Espinhas de
Peixe ou Diagramas de Ishikawa.
O diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar a relação entre o “efeito” e todas as possibilidades
de “causa” que podem contribuir para esse efeito.
É desenhado para ilustrar claramente as várias causas que
afetam um processo, por classificação e relação das causas.
Para cada efeito existem seguramente, inúmeras causas
dentro de categorias como as 6 M’s: método, mão de obra,
matéria-prima máquinas, mensuração e meio ambiente. Nas
T
Tendência
Se nada for feito, o agravamento da
situação será imediato.
Vai piorar a curto prazo.
Vai piorar a médio prazo.
Vai piorar a longo prazo.
Não vai piorar ou pode até melhorar.
áreas de serviços e processos transacionais u lizam-se como
categorias básicas: procedimentos, pessoas, ponto, polí cas,
medição e meio ambiente.
Um diagrama de causa e efeito bem detalhado tomará
a forma de um a espinha de peixe, daí o nome alterna vo
de diagrama espinha de peixe. A par r de uma definida lista
de possíveis causas, as mais prováveis são iden ficadas e
selecionadas para urna melhor análise. Quando examinar
cada causa, observe fatos que mudaram, como por exemplo,
desvios de norma ou dos padrões. Lembre-se de eliminar a
causa e não o sintoma do problema. Inves gue a causa e
seus contribuidores tão fundo quando possível.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Pontos
Processo de Planejamento e Implementação de Melhorias
Fatores de avaliação da matriz GUT
G
U
Gravidade
Urgência
123
Pareto
Pareto foi um economista e sociólogo italiano que estabeleceu o “princípio” ou Regra 80-20. A regra diz que:
• 80% das causas triviais respondem por cerca de apenas 20% dos resultados mais significa vos.
• 20% das causas essenciais respondem por 80% dos
resultados mais importantes.
CONSTRUÇÃO E MENSURAÇÃO DE
INDICADORES DE PROCESSOS
Depois de finalizar as entrevistas e o mapeamento dos
processos atuais, serão necessárias análises crí cas dos
processos, buscando encontrar falhas ou pontos crí cos.
Após a análise, o próximo passo é realizar o redesenho dos
processos de negócio da empresa, corrigindo as falhas e
pontos crí cos dos processos.
A par r dos processos modelados, é possível iden ficar eventos que disparam e encerram a mensuração de
indicadores de desempenho da organização. A u lização de
aplica vos para monitoração permite o acompanhamento
automá co do desempenho dos processos.
Ao explicitar a forma como trabalho é executado, a Modelagem de Processos facilita a iden ficação dos indicadores de
desempenho. Esta iden ficação, devido ao corte transversal
dos processos, permite que sejam selecionados indicadores
globais. Não serão iden ficados somente indicadores locais
que levam a desempenhos pontualmente desbalanceados e
a resultados globais, possivelmente, insa sfatórios. A seleção
de indicadores mul funcionais que orientem as unidades
organizacionais para resultados compar lhados e integrados
é a tônica desta aplicação.
Após a modelagem, iden ficação e seleção dos indicadores, segue a etapa de monitoração dos mesmos para fins de
apoio à tomada de decisão nas organizações. Habitualmente,
esta tarefa é considerada pelo nível operacional como uma
forma de controle e, por vezes, punição.
As medidas dos processos são grandezas associadas aos
indicadores de desempenho.
Só se pode gerenciar aquilo que é medido.
Cons tuir uma relação entre as variáveis mensuráveis
e o seu resultado deve estar associado a um obje vo de
desempenho preestabelecido (meta a ser alcançada) para
se ter clareza do que vamos medir e onde queremos chegar.
Caracterís cas Essenciais dos Indicadores dos Processos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
CARACTERÍSTICAS
124
Eficácia ou sele vidade
Eficiência
Oportunidade
Rastreabilidade
Simplicidade
Generalidade
Comparabilidade
Sistema zação
FINALIDADE
Ser relacionado com a caracterís ca-chave de satisfação do cliente do
processo subsequente ou final.
Custo de implementação compa vel
com o esperado.
Obtenção dos resultados de apuração
no tempo compa vel às decisões.
Permite o registro e a recuperação das
informações.
Permite interpretação clara e simples.
Permite aplicação abrangente e genérica.
Permite comparações com referências
adequadas.
Permite coleta de dados e processamento primário sistemá co e, se
possível, automa zado.
TÉCNICAS DE MODELAGEM DE
PROCESSOS MODELOS TO BE
O próximo passo, já com os processos atuais modelados
(Modelos As Is) e analisados, é propor melhorias para indicar
como o trabalho passará a ser realizado (Modelos To Be).
A proposta de melhorias visa a eliminar:
• Processos duplicados/repe dos/similares;
• Retrabalho;
• Transferência de informações entre áreas muito elevadas;
• Gargalos/alto estoque ou muitas horas extras.
As mesmas técnicas de modelação podem ser u lizadas
em diferentes fases. Nos métodos apresentados, os modelos
As Is e os modelos To Be, respec vamente os modelos dos
processos existentes e os modelos dos processos redefinidos,
são representados com a mesma técnica de modelação.
É natural que assim seja, pois entre as várias vantagens em
manter a mesma linguagem de comunicação, destaca-se ainda a possibilidade de se efetuarem comparações quanto aos
ganhos a se obter antes da implementação dos processos.
O obje vo é a busca e planejamento das mudanças necessárias para alcançar melhorias na forma como o trabalho
passará a ser realizado.
É provável, que durante o desenho da solução futura, surjam necessidades de melhorias nos sistemas de informação da
empresa ou a construção de um novo sistema de informação
para que se possa implantar a solução de processo proposta.
De posse do mapeamento dos processos atuais e do
desenho de solução futura, será necessário submeter o
trabalho à aprovação dos dirigentes da empresa. Para isto,
deve-se estar bem preparado, com possíveis custos e ganhos
também mapeados. O apoio e o comprome mento dos
dirigentes da empresa são de extrema importância para
a implantação do redesenho de qualquer processo, pois,
sem seu comprome mento, será muito di cil trabalhar as
mudanças com os funcionários da empresa, principalmente
os que realizam trabalhos operacionais.
Nesta fase também são u lizadas técnicas como a 5W2H
para aperfeiçoar a forma que o trabalho é realizado nas organizações. Este aperfeiçoamento pode ser acompanhado
de estudos tanto de tempos para a iden ficação de gargalos
quanto de redundâncias de trabalho.
Outros importantes estudos dos processos são as análises
de paralelismo, simultaneidade, sequenciamento e alocação
de recursos às a vidades, inclusive pessoas.
O passo seguinte é par r para a implantação dos processos no modelo To Be.
Esta fase compreende a implantação efe va das mudanças
(melhorias) planejadas, com a preparação da documentação
que dará suporte ao trabalho e a divulgação do novo processo
e a realização de seu treinamento para todos os envolvidos.
A úl ma etapa também é uma etapa constante, permanente, que é o gerenciamento do Processo. Esta etapa corresponde ao acompanhamento, controle e aperfeiçoamento
con nuo do novo processo.
Noções de Estatística Aplicada ao Controle e à
Melhoria de Processos
A esta s ca é fundamental, por ser a ciência que fornece o instrumental para organizar e tratar dados. A disponibilidade do conhecimento esta s co é, sem dúvida, muito
importante quando a organização possui um nível de gestão
sofis cado.
Quando a organização necessita inserção em mercados
mais compe vos e técnicos as decisões têm que ser mais
bem planejadas e estruturadas. Nesse caso, as análises
quan ta vas dos resultados dos processos (indicadores de
Pra camente em todos os ramos de negócio a previsibilidade e a regularidade – que andam juntas – são requisitos
evidentes de qualquer a vidade econômica em um mundo
globalizado.
Assim é que as boas organizações têm uma es ma va
muito precisa do tempo de clico dos seus processos. E, para
que isso aconteça, os processos têm que ter regularidade,
ou, mais precisamente, regularidade esta s ca.
Melhorando Esta s camente um Processo
Para melhorar os processos teremos de melhorar sua
média (aumentar ou reduzir o valor da média, conforme cada
caso específico) e sempre reduzir a sua variabilidade.
Passo 1: a média nos informa o valor da posição média,
o valor esperado, o valor mais comum ou mais provável do
processo. Para melhorar os seus processos, a organização
deve inicialmente melhorar a média dos processos. A média pode ser feita em dois sen dos, conforme o interesse
específico (quanto maior melhor ou quanto menor melhor):
• Aumentar o valor da média dos processos, quando
o valor agregado pelo processo crescer direta e proporcionalmente ao valor do indicador. Por exemplo:
indicador de tempo de vida de pilhas ou de baterias
elétricas. Quanto maior for a média do tempo de vida
das pilhas ou de baterias elétricas. Quanto maior for
a média do tempo de vida das pilhas ou das baterias,
maior será o valor agregado no seu processo de fabricação.
• Reduzir a média do processo, quando o valor agregado
pelo processo crescer inversa e proporcionalmente ao
valor do indicador. Por exemplo: indicador de tempo de
espera na fila de um banco. Quando menor o tempo
médio de espera na fila, melhor será o processo de
atendimento ao cliente.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
desempenho) adquirem relevância cada vez maior, exigindo
profissionais que saibam como organizar e tratar a massa de
dados disponíveis e saber interpretar o que os números dizem.
O conhecimento de esta s ca tem naturalmente a sua significância organizacional reduzida à medida que a gestão pra cada
se torna mais simples, aproximando-se do nível “sobrevivência”,
no qual as prioridades tornam-se primárias e, por decorrência, predominantemente intui vas. Para essas organizações,
quando as decisões necessitaram de bases numéricas, muito
provavelmente não haverá a consistência racional requerida,
aumentando consideravelmente o risco de insucesso.
Mesmo para os processos de prestação de serviços, nos
quais as especificações não são tão precisas nem justas, o
mercado faz exigências cada vez mais fortes de regularidade
de resultados. Vamos a alguns exemplos:
• Uma companhia aérea não pontual será, muito provavelmente, rejeitada pelos clientes (e, para ser pontual,
os processos devem ser regulares).
• Nas sociedades organizadas, os transportes ferroviários
são rigorosamente pontuais.
• Quem se resignaria se lhe fosse informado pela concessionária de serviços que a entrega do seu automóvel,
em reparos, não terá um prazo definido?
• Quem, de bom grado, aceitaria ouvir de um garçom a
alegação de que não pode dar uma previsão de tempo
para servir um determinado prato?
125
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Passo 2: é de pouco valor termos um processo de excelente média, mas de alta variabilidade. Particularizando
para os dois exemplos anteriores, os clientes desprezariam
um fabricante de pilhas ou de baterias que fizesse um
lote de produção de pilha de alta durabilidade e outro de
durabilidade significativamente menor, uma verdadeira
loteria. Similarmente, os clientes não ficariam satisfeitos
se em algumas situações o atendimento na fila do banco
fosse extremamente rápido e muito demorado em outras
situações.
126
Visualizando com um exemplo prá co:
1. Analisar a média do processo
• Medida: determinar a média da demora na fila de
pagamento.
• Suposição: o tempo médio de espera na fila do caixa
do nosso supermercado é de quinze minutos.
• Ação: melhorar o atual nível de desempenho da
média do processo.
– Exemplo: reduzir o tempo médio de espera na fila
para doze minutos.
2. Analisar a variabilidade do processo
• Medida: determinar a variabilidade do processo.
• Suposição: a diferença entre o menor e o maior
tempo de espera na fila é de doze minutos.
• Ação: reduzir a atual variabilidade do processo.
– Exemplo: reduzir a diferença máxima de tempo de
espera na fila para nove minutos.
Além de melhorar a média, adicionalmente é necessário
reduzir a variabilidade dos processos, que é o mesmo que
reduzir o desvio-padrão, tornar o processo menos variado,
mais regular, mais previsível ou mais preciso.
Melhorar a média é uma questão natural e facilmente compreensível para a agregação de valor do produto resultante de
processo. Reduzir a variabilidade é, sobretudo, uma questão de
economia de custos, seja porque produziremos menos produtos
fora das especificações, seja porque é muito mais fácil e barato
entregar ao cliente produtos de qualidade regular e inques onável.
2.
Prazos (dias)
4
6
10
12
15
(Cesgranrio/IBGE/Analista de Planejamento/Engenharia
de Produção/2010) Qual área de gerenciamento definida pelo PMBOK inclui a Estrutura Analí ca do Projeto
EAP e qual sua função?
a) De tempo – permite gerar o gráfico de Gan .
b) De custos – define o consumo financeiro ao longo
de tempo.
c) Da qualidade – determina o acompanhamento do
desempenho das a vidades executadas.
d) De recursos humanos – especifica as habilidades
necessárias para as tarefas do projeto.
e) Do escopo – define a hierarquia das tarefas e subtarefas do projeto.
Probabilidade
0,05
0,05
0,1
0,6
0,2
Considerando o valor esperado de uma variável aleatória, qual é o prazo esperado, em dias, para a execução
da tarefa?
a) 8,7.
c) 11,2.
e) 12,0.
b) 10,0.
d) 11,7.
3.
(Cesgranrio/BNDES/Arquiteto/2010) Os processos de
gerenciamento de projetos se desdobram em várias
áreas de conhecimento, interligadas e interdependentes, tendo, cada uma, um plano, sendo sua execução
controlada para que a nja os obje vos. Como os planos
são separados, é importante uma gestão específica de
integração para coordenar o trabalho. Dentre as atribuições abaixo, qual é a da Gestão de Integração?
a) Iden ficar riscos.
b) Definir a vidades.
c) Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto.
d) Buscar recursos financeiros para viabilizar o projeto.
e) Planejar recursos humanos.
4.
(Cesgranrio/BNDES/Arquiteto/2010) A temporalidade e a
elaboração progressiva dos projetos exigem a adoção de
um ciclo de vida, que pode ser definido como o espaço
EXERCÍCIOS
1.
(Cesgranrio/IBGE/Analista de Planejamento/Engenharia
de Produção/2010) Um gerente de projetos fez es ma vas para a execução de uma a vidade do projeto,
conforme a tabela abaixo.
5.
6.
(Cesgranrio/BNDES/Arquiteto/2010) Gerenciamento de
projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades,
ferramentas e técnicas nas a vidades a serem realizadas
para atender às necessidades e expecta vas do projeto.
Tendo em vista a definição acima de gerenciamento de
projetos, afirma-se que o (a)
a) fluxo de trabalho e a coordenação devem ser administrados ver calmente.
b) excesso de regras e regulamentos facilita as a vidades da equipe técnica.
c) modelo de gerenciamento de projetos precisa ser
constantemente aperfeiçoado e adaptado às necessidades par culares de cada empresa.
d) gestão de projetos é realizada por meio de um único
processo definido como uma série de ações para
obtenção dos resultados desejados.
e) melhoria do gerenciamento de projetos se dá a parr da gestão do conhecimento organizacional e da
concentração de informações.
(Cesgranrio/BNDES/Arquiteto/2010) Além do aspecto organizacional, é relevante salientar o papel das
diferentes etapas no gerenciamento de projetos. Procedimentos, processos, polí cas e ferramentas mais
formalizadas são vitais para o planejamento e o gerenciamento. Formas de gerenciamento que adotaram
o modelo sistêmico ou por processo consideram que
eles devem ser organizados a par r de uma série de
ações para obtenção dos resultados desejados. O gerencimento de projetos é realizado pela execução de
etapas processuais que podem ser definidas como:
I – Planejamento
II – Execução
III – Monitoramento
IV – Controle
V – Encerramento
São etapas de gerenciamento de projetos aquelas indicadas em
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
GABARITO
1. e
2. d
3. c
4. e
5. c
6. e
Edgard Antônio Lemos Alves
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Noções Gerais
Conforme ensina Diógenes Gasparini, princípios são
proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe
garantem a validade. Geralmente não estão hierarquizados
nem posi vados, mas devem ser observados em toda atuação administra va.
Corroborando o entendimento do ilustre doutrinador,
tem-se a jurisprudência de Pretório Excelso, que assim
acentuou:
Os princípios podem estar ou não explicitados em
normas. Normalmente sequer constam de texto
regrado. Defluem no todo do ordenamento jurídico.
Encontram-se ínsitos, implícitos no sistema, permeando as diversas normas regedoras de determinada
matéria. O só fato de um princípio não figurar no
texto cons tucional não significa que nunca teve
relevância de princípio (RE nº 160.381/SP).
Princípios Cons tucionais Explícitos que Regem a
Administração Pública – art. 37, caput
L
I
M
P
E
EGALIDADE
MPESSOALIDADE
ORALIDADE
UBLICIDADE
FICIÊNCIA
Princípios Informa vos ou Implícitos
Supremacia do Interesse Público sobre o Privado
Indisponibilidade do Interesse Público
Con nuidade do Serviço Público
Finalidade
Autotutela
Razoabilidade
Proporcionalidade
Mo vação
Segurança Jurídica
Princípios Cons tucionais da Administração
Pública
Legalidade (art. 37, caput, da CF; art. 5º, II, da CF)
É princípio básico de todo Estado de Direito e também
de toda Administração Pública na execução de suas a vidades. A atuação administra va deve estar pautada na lei.
A doutrina costuma usar a seguinte expressão: enquanto
na a vidade par cular tudo o que não está proibido é permi do, na Administração Pública é o inverso, ela só pode
fazer o que a lei permite, desse modo tudo o que não está
permi do é proibido.
Se “ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”, o agente público
atuando de acordo com ela estará cumprindo sua finalidade.
Caso contrário, desviando-se de sua finalidade cometerá
ato ilícito, expondo-se à responsabilização administra va,
civil e criminal, conforme o caso.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
finito de tempo no qual as a vidades dos projetos estão
circunscritas. O ciclo de vida é geralmente dividido em
fases. De acordo com as etapas do projeto, afirma-se que
a) o nível de a vidade, a quan dade de pessoas envolvidas e os custos são altos no início, diminuem
grada vamente durante a execução e caem rapidamente quando o projeto se aproxima do final.
b) o produto ou resultado final do projeto pode ser
mudado mais facilmente no final.
c) o custo e o prazo, quando se trabalha com consultores externos, serão função indireta do tempo esmado para a execução do projeto.
d) a previsibilidade do projeto é rela vamente alta no
início e diminui com o desenrolar das a vidades e
o equacionamento dos riscos.
e) as mudanças vão ficando cada vez mais di ceis e
custosas conforme o projeto avança, já que o resultado é construído progressivamente.
127
Impessoalidade (art. 5º, caput, da CF; art. 37, § 1º,
da CF)
Significa que o administrador deve orientar-se por critérios obje vos, não devendo fazer dis nções fundamentadas
em critérios pessoais. Todos são iguais perante a lei. É em decorrência desse princípio que se criou o concurso e a licitação.
Cabe ressaltar também que os agentes públicos, no
exercício de suas funções, não pra cam atos em seu próprio
nome, mas no da Administração, por esse mo vo se faz
presente a restrição cons tucional à publicidade dos atos
oficiais que caracterizem promoção pessoal.
Moralidade (art. 37, § 1º, da CF)
O administrador deve atuar com é ca e moralidade,
isto é, de acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio
integra o conceito de legalidade, decorre a conclusão de
que ato imoral é ato ilegal, e, portanto, sujeito ao controle
do Poder Judiciário.
A moralidade veio para dar coerência ao nosso ordenamento jurídico. Foi consagrada não só pela Cons tuição Federal, mas também pela doutrina e jurisprudência, estando
in mamente ligada à probidade administra va – “ao agente
público não basta ser honesto e probo, tem que mostrar que
possui tal qualidade”. O que se exige (indisponibilidade do
interesse público) no presente Estado Democrá co de Direito
é a legalidade moral e é ca, ou seja, a legalidade legí ma da
conduta administra va, visando ao atendimento do interesse
público e não à sa sfação pessoal do agente.
Ademais, a CF confere aos par culares o poder de exigir, por meio da ação popular, que a administração pública
respeite o princípio da moralidade3.
Publicidade (art. 5º, XXXIII, da CF; art. 37, § 3º, II, da
CF; art. 11, IV, da Lei nº 8.429/1992)
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
É requisito de eficácia e moralidade dos atos administravos. Entretanto, não é requisito de forma, pois o ato para
estar formado basta ser legal, impessoal, moral e eficiente,
para ser eficaz é que se faz necessária a sua publicação4.
Propicia ao Administrador a transparência em suas atuações
e possibilita aos administrados a defesa de seus direitos.
Cons tui ato de improbidade administra va que atenta
contra os Princípios da Administração Pública negar publicidade aos atos oficiais.
128
Exceções ao princípio da publicidade:
São invioláveis a in midade, a vida privada, a honra
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação (Art. 5º, X da CF).
É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional (Art.5º, XIV).
Informações de interesse par cular ou cole vo quando imprescindíveis para a segurança da sociedade ou
do Estado (Art. 5º, XXXIII da CF).
Garan as contra a nega va injus ficada:
3
4
Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo – AUFC/2010/Questão 52.
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/
Questão 55.
Habeas data (art. 5º, LXXII): tem cabimento quando
a informação negada injus ficadamente é personalíssima.
Mandado de segurança (art. 5º, LXIX): não sendo
prestada por meio de habeas data, é possível impetrar
mandado de segurança, para obter o direito líquido e certo
à informação negada.
Eficiência (art. 37, caput, da CF; art. 41, § 1º, III, da CF)
Impõe ao agente público que realize suas atribuições com
perfeição, presteza e rendimento funcional.
A eficiência é a capacidade de obtenção dos obje vos
fixados em razão dos meios disponíveis. A eficiência está
vinculada aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade, nunca acima deles; ela veio para
somar. A violação a qualquer um desses princípios implica
violação à eficiência, uma vez que será eficiente a Administração Pública que cumprir com excelência a lei e a moral, de
forma impessoal e pública. A eficiência também configura
meio de controle da própria Administração Pública, quando
exige avaliação periódica de desempenho funcional dos seus
servidores (art. 41, § 1º, III, da CF).
Igualdade ou Isonomia
O princípio da igualdade é, também, um dos princípios
das Ciências Jurídicas em geral, mas que para o Direito
Público e em especial para o Direito Administra vo adquire coloração especial, dada a par cular subordinação da
Administração ao princípio da legalidade estrita, segundo
a qual só é dado fazer somente o que a lei determina ou
expressamente permite.
A igualdade perante a lei costuma ser chamada de
isonomia. Sempre foi, desde a an guidade, associada à democracia, como uma de suas caracterís cas fundamentais,
bem como princípio interpreta vo e limitação ao legislador.
Mas a diferenciação de tratamento às pessoas, em condições diferentes, ou seja, o tratamento desigual dos casos
desiguais, na medida em que se desigualam, é exigência da
própria conceituação de Jus ça. Isto se dá porque o princípio
da igualdade, previsto da Cons tuição Federal, significa que,
na verdade, todos são iguais, mas mesmas condições, pois
não de pode, a tulo de isonomia, ser-lhe dada abrangência
com o fim de que se promova o nivelamento de desiguais.
Ora se todos são iguais perante a lei, nas mesmas condições,
todos são iguais em idên ca situação, perante a Administração, executora da lei. Com efeito, todos têm o direito
de, nas mesmas condições, ter as mesmas oportunidades
e o mesmo tratamento pela Administração. Resultam deste
princípio, por exemplo, a obrigatoriedade de realização de
concurso público para ingresso em cargo público efe vo, de
licitação para as contratações administra vas, da isonomia
fiscal, da responsabilidade obje va do Estado por ato de seus
agentes, entre outras.
Princípios Informa vos da Administração Pública
Supremacia do Interesse Público
É a essência do regime jurídico administra vo. O poder
é dado para que a Administração o exerça, buscando finalidades de interesses gerais, por isso há de haver sempre a
sua prevalência. Pelo princípio da supremacia do interesse
público, temos que os atos administra vos são presumidos
legí mos e, em regra, impera vos e autoexecutáveis.
É por meio dele que houve uma ampliação das a vidades
assumidas pelo Estado para atender às necessidades cole vas, com a consequente ampliação do próprio conceito de
A capacidade da Administração Pública de poder sanar
os seus atos irregulares ou de reexaminá-los à luz da conveniência e oportunidade, reconhecida nas Súmulas nº 346
e 473 do Supremo Tribunal Federal, está em consonância
direta com o princípio da autotutela5.
Súmula nº 346, 1963/STF: A Administração Pública
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula nº 473, 1969/STF: A administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por mo vo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial6.
Indisponibilidade do Interesse Público
Conforme visto no princípio da supremacia do interesse
público, o poder é dado ao Administrador para que ele o
exerça. Portanto, não é lícito dispor desse interesse ou fazer
prevalecer interesse próprio, uma vez que não possui sua
tularidade, só mera guarda.
É justamente por não poder dispor desses interesses, cuja
guarda lhe é atribuída por lei, que não poderá renunciá-los
nem total, nem parcialmente, sob pena de responder pela
omissão. Cons tuem-se em poder-dever de agir. Assim,
a autoridade não pode deixar de punir, quando constatada
a prá ca de ilícito administra vo; não pode deixar de exercer
o poder de polícia para coibir o exercício dos direitos individuais que estejam em conflito com o interesse cole vo; não
pode deixar de exercer os poderes decorrentes da hierarquia.
Atualmente, esse princípio é citado no art. 2º, caput, da
Lei nº 9.784/1999 e especificado no parágrafo único, com a
seguinte exigência: “Atendimento a fins de interesse geral,
vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.”
Con nuidade dos Serviços Públicos
Este princípio está diretamente ligado ao serviço público
e des na-se a atender necessidades sociais; portanto, não
pode parar. Era com fundamento nesse princípio que nos
contratos administra vos não se permi a a invocação pelo
par cular da exceção do contrato não cumprido. Hoje,
a legislação já permite que o par cular a invoque no caso de
suspensão de sua execução, por ordem escrita da administração, por mais de 120 dias ou atraso superior a 90 dias dos
pagamentos devidos (art. 78, XIV e XV, da Lei nº 8.666/1993).
Razoabilidade
Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse
cole vo, sem excessos, ou seja, adequação entre os fins e
os meios (art. 2º, VI, da Lei nº 9.784/1999).
A razoabilidade é um dos principais limites à discricionariedade, uma vez que o agente público deve pautar sua
conduta em critérios racionais, sensatos e coerentes, fundamentados sempre no atendimento ao interesse público.
O princípio da razoabilidade também foi preconizado
pela EC nº 45/2004, que acrescentou novo inciso no art. 5º
da Cons tuição Federal, assegurando a todos, no âmbito
judicial e administra vo, a razoável duração do processo.
Proporcionalidade
É um desdobramento da razoabilidade. Adotando a
medida necessária para a ngir o interesse público almejado,
o Administrador age com proporcionalidade, sendo vedada
a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
do interesse público7.
Art. 2º, VI, da Lei nº 9.784/1999: Adequação entre
meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.
Finalidade
Toda atuação do administrador des na-se a atender o
interesse público. É a Lei que vai indicar qual o interesse a
ser a ngido pela Administração Pública. Daí se falar que o
princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade.
Se o administrador se desvia de tal finalidade, pra cando
ato diverso do previsto na regra de competência, comete ato
ilícito, o que em Direito Administra vo chamamos de abuso
de poder, podendo sofrer o controle popular, exercido por
meio de ação popular, além da correspondente ação civil
pública.
Autotutela
A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e
eficiência dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece
à Administração o poder/dever de declarar a nulidade dos
seus próprios atos, pra cados em desacordo com a Lei. É, ainda, em consequência da Autotutela que existe a possibilidade
de a Administração revogar os atos administra vos que não
mais atendam às finalidades públicas (sejam inoportunos ou
inconvenientes), embora legais.
Mo vação
É a exposição ou a indicação por escrito dos fatos e
fundamentos jurídicos que ensejaram a prática do ato.
A regra geral é a mo vação, para que a atuação é ca do
administrador fique demonstrada, na exposição dos mo vos,
e o administrado tenha garan da a ampla defesa e o contraditório. Somente ficaria desobrigada nos casos em que a
lei a dispensasse ou a natureza do ato pra cado fosse, com
ela, incompa vel.
A Lei nº 9.784/1999 determina, em seu art. 2º, parágrafo
único, VII, que: “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, ao princípio da mo vação [...] com a indicação
dos pressupostos de fato e de direito que determinarem
a decisão”. Já no art. 50, estabelece a obrigatoriedade de
mo vação, com indicação dos fatos e fundamentos, quando:
• neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
5
6
7
FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defensor Público/2010/Questão 13.
Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo – AUFC/2010/Questão 53.
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Administra va/2010/Questão 54.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
serviço público. Ocorreu o mesmo com o poder de polícia
do Estado, que deixou de impor apenas obrigações nega vas
(de não fazer), visando resguardar a ordem pública, e passou
a impor obrigações posi vas, uma vez que ampliou o seu
campo de atuação (além da ordem pública agora também
a ordem econômica e social – arts. 173, § 4º, e 182 da CF),
condicionando o uso da propriedade ao bem-estar social,
regulando e fiscalizando as a vidades de forma a reprimir o
abuso do poder econômico.
129
• decidam processos administra vos de concurso ou
seleção pública;
• dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
licitatório;
• decidam recursos administra vos; decorram de reexame de o cio;
• deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
e relatórios oficiais;
• importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administra vo.
Conforme o disposto acima, a mo vação, em regra, se faz
obrigatória quando os atos afetam direitos ou interesses individuais. A lei se preocupa mais com os administrados do que
com a própria Administração. Todavia, as hipóteses previstas
não necessariamente cons tuem rol taxa vo, uma vez que
podem surgir outras em que a mo vação será obrigatória,
para fins de controle da legalidade. Como exemplo, temos
no art. 64-A, do mesmo diploma, a exigência de que o órgão
competente para decidir recurso administra vo explicite as
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade de súmula vinculante, quando o recorrente alegar a sua violação.
Art. 64-A da Lei nº 9.784/1999: Se o recorrente alegar
violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso.
Mo vação nas Decisões Proferidas pelo Poder Judiciário
Art. 93, IX, da CF: Todos os julgamentos dos órgãos
do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a
lei, se o interesse público o exigir, limitar em determinados atos às próprias partes e seus advogados,
ou somente a estes.
Art. 93, X, da CF: As decisões administra vas dos tribunais serão mo vadas, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
Segurança Jurídica
130
É um dos alicerces do Estado de Direito, está relacionada
com a previsibilidade e a estabilidade das relações jurídicas,
de forma a garan r que a norma não retroagirá em situações
já cons tuídas (art. 5º, XXXVI, da CF), sendo considerada
válida somente a par r do momento em que foi adotada.
Se o administrado teve reconhecido determinado direito
com base em interpretação adotada uniformemente para todos, torna-se claro que houve boa-fé e esta deve ser respeitada, inclusive quanto a seus efeitos que devem ser preservados.
Entretanto, recomenda-se cautela em sua aplicação para não
impedir que a Administração anule seus atos ilegais.
No Direito Administra vo, esse princípio foi inserido
na Lei nº 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, XIII, que diz:
Nos processos administrados, serão observados,
entre outros, o critério de: interpretação da norma
administra va da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, sendo vedada
a aplicação retroa va de nova interpretação.
Hierarquia
Em consonância com o princípio da hierarquia, os órgãos
da Administração Pública são estruturados de tal forma que
se cria uma relação de coordenação e subordinação entre
uns e outros, cada qual com suas atribuições definidas na
lei. (DI PIETRO,Maria Sylvia Zanella. Direito Administra vo.
22. ed. São Paulo: Atlas, p. 70).
Especialidade
O princípio da especialidade está ligado diretamente
à ideia de descentralização administra va. Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas administra vas – as
autarquias, por exemplo – como forma de descentralizar a
prestação de serviços públicos, com vistas à especialização
de função, a lei cria a en dade, estabelece com precisão as
finalidades que lhe incube, de tal modo que não cabe aos
seus administradores afastar-se dos obje vos definidos na
lei. (DI PIETRO,Maria Sylvia. Direito Administra vo. 22. ed.
São Paulo: Atlas, p. 68)
Controle ou tutela
Para assegurar que as en dades da Administração Indireta observem o Princípio da Especialidade, elaborou-se o
Princípio do Controle ou Tutela, em consonância com o qual
a Administração Pública Direta fiscaliza as a vidades dos
referidos entes, com o obje vo de garan r a observância de
suas finalidades ins tucionais.
Probidade Administra va
A probidade administra va está diretamente atrelada
ao princípio da legalidade e da moralidade administra va.
Pelo princípio da legalidade, o administrador deve atuar
em conformidade com a lei. Pelo princípio da moralidade, o
administrador deve atuar com é ca e moralidade. Já a probidade administra va exige do administrador que atue, não
só de acordo com a legalidade, a é ca e a moral, mas com
a hones dade.
A probidade administra va recebeu tratamento cons tucional em vários disposi vos, tais como o art. 37, § 4º e
o art. 85, V, bem como em legislações infracons tucionais.
Regulamentando o art. 37, § 4º, temos a Lei nº 8.429,
de 2 de junho de 1992, também conhecida como Lei de Improbidade Administra va. Essa lei dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento
ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na Administração Pública.
A Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, disciplina os crimes
de responsabilidade do Presidente da República. De acordo
com a norma, são crimes de responsabilidade do Presidente
da República atos que atentarem contra a Cons tuição Federal,
e, especialmente, contra a probidade na Administração.
Convém, entretanto, ressaltar que os atos eivados de
vícios de improbidade poderão sofrer invalidação pela
própria Administração, exercitando o poder de autotutela
como através do Poder Judiciário, quando devidamente
provocado.
EXERCÍCIOS
1.
(FCC/TRE-SP/Analista Judiciário – Área Administra va/2012) De acordo com a Cons tuição Federal, constuem princípios aplicáveis à Administração Pública os
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência. Tais princípios aplicam-se às en dades
a) de direito público, excluídas as empresas públicas e
sociedades de economia mista que atuam em regime
de compe ção no mercado.
2.
3.
4.
5.
(FCC/TRE-SP/Analista Judiciário – Área Administra va/2012) Para atender ao princípio cons tucional básico
da eficiência o agente público deve
a) reduzir ao máximo os custos dos serviços públicos,
independentemente da qualidade.
b) sempre u lizar a tecnologia mais avançada, independentemente do seu custo.
c) alcançar o melhor resultado possível no menor tempo e ao menor custo.
d) atender a todos de forma idên ca, independente
das demandas individuais dos cidadãos.
e) prestar conta das a vidades realizadas com clareza
e presteza aos órgãos de controle.
(FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Área Administra va/2012) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello
apresenta o seguinte conceito:
Este princípio enuncia a ideia de que as competências
administra vas só podem ser validamente exercidas na
extensão e intensidade correspondentes ao que seja
realmente demandado para cumprimento da finalidade
de interesse público a que estão atreladas. Trata-se do
princípio da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) proporcionalidade.
d) impessoalidade.
e) legalidade.
(FCC/TCE-AP/Analista de Controle Externo – Área
Controle Externo - Especialidade: Orçamento e Finanças/2011) De acordo com a Cons tuição Federal, os
princípios da Administração Pública aplicam-se
a) às en dades integrantes da Administração direta e
indireta de qualquer dos Poderes.
b) à Administração direta, autárquica e fundacional,
exclusivamente.
c) às en dades da Administração direta e indireta, exceto às sociedades de economia mista exploradoras
de a vidade econômica.
d) à Administração direta, integralmente, e à indireta
de todos os poderes e às en dades privadas que
recebem recursos públicos, parcialmente.
e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando-se as en dades da Administração indireta ao controle externo exercido pelo Tribunal de Contas.
(FCC/TRF 1ª Região/Analista Judiciário – Área Administra va/2011) Carlos, auditor fiscal do tesouro nacional,
ao preencher incorretamente documento de arrecadação do tesouro, causou prejuízo ao fisco na ordem
de trinta reais. Tal fato acarretou sua demissão do serviço público. Em razão disso, postulou no Judiciário a
anulação da pena, o que foi acolhido pelos seguintes
6.
(FCC/TRE-RN/Analista Judiciário – Área Administra va/2011) O princípio segundo o qual a Administração
Pública Direta fiscaliza as a vidades dos entes da Administração Indireta denomina-se
a) finalidade.
b) controle.
c) autotutela.
d) supremacia do interesse público.
e) legalidade
7.
(FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário – Área Administra va/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello
apresenta o seguinte conceito para um dos princípios
básicos da Administração Pública: de acordo com ele,
a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios é cos. (...) Compreendem-se
em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da
a) mo vação.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) razoabilidade.
e) moralidade.
8.
(FCC/Sefaz-SP/Analista em Planejamento, Orçamento e
Finanças Públicas/2010) A respeito dos princípios que
regem a Administração pública, é correto afirmar que
o princípio da
a) supremacia do interesse público sobre o privado autoriza a Administração a impor restrições aos direitos
dos par culares, independentemente de lei.
b) eficiência autoriza as sociedades de economia mista
que atuam no domínio econômico a contratarem
seus empregados mediante processo sele vo simplificado, observados os parâmetros de mercado.
c) publicidade obriga as en dades integrantes da Administração direta e indireta a publicarem extrato
dos contratos celebrados.
d) legalidade determina que todos os atos pra cados
pela Administração devem contar com autorização
legal específica.
e) moralidade é subsidiário ao princípio da legalidade,
de forma que uma vez atendido este úl mo considera-se atendido também o primeiro.
9.
(FCC/TRT 8ª Região/Analista Judiciário – Área Administra va/2010) Agente público que, sendo competente
e adotando regular processo disciplinar com direito
ao contraditório e ampla defesa, aplica sanção administra va de demissão a servidor que se ausentou do
serviço durante o expediente, sem autorização do chefe
imediato, infringe, dentre outros, o princípio da
a) razoabilidade.
b) supremacia do interesse público.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
fundamentos: o servidor procurou regularizar o erro,
buscando recolher aos cofres públicos a quan a inferior
recolhida; sua ficha funcional é boa e não desabona sua
atuação; a quan a inferior recolhida é irrisória; a pena
de demissão é ato extremo que deve ser efe vado apenas em casos gravíssimos. O exemplo citado refere-se
ao restabelecimento dos princípios, que devem sempre
nortear a atuação da Administração Pública:
a) moralidade e impessoalidade.
b) eficiência e mo vação.
c) mo vação e moralidade.
d) razoabilidade e proporcionalidade.
e) probidade e eficiência.
b) de direito público e privado, exceto o princípio da
eficiência que é dirigido às en dades da Administração indireta que atuam em regime de compe ção
no mercado.
c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às en dades privadas que recebam recursos
ou subvenção pública.
d) integrantes da Administração Pública direta e indireta, independentemente da natureza pública ou
privada da en dade.
e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público,
ainda que não integrantes da Administração Pública.
131
c) mo vação.
d) impessoalidade.
e) eficiência.
10. (FCC/TRT 8ª Região/Analista Judiciário – Área Administra va/2010) O princípio, que determina que o administrador público seja um mero executor do ato, é o da
a) legalidade.
b) moralidade.
c) publicidade.
d) eficiência.
e) impessoalidade.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL/PÚBLICA
11. (FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público do Estado
de Sergipe – Área: Direito/2010) Sobre o princípio da
publicidade, é correto afirmar:
a) A veiculação de no cias de atos da Administração
pela imprensa falada, escrita e televisivada atende
ao princípio da publicidade.
b) Se a lei não exigir a publicação em órgão oficial, a
publicidade terá sido alcançada com a simples afixação do ato em quadro de editais, colocado em local
de fácil acesso do órgão expedidor.
c) As edições eletrônicas do Diário Oficial da União são
meramente informa vas, não produzindo, em nenhuma hipótese, os mesmos efeitos que as edições
impressas.
d) A publicação de atos, contratos e outros instrumentos jurídicos, inclusive os norma vos, pode ser resumida.
e) A publicidade é elemento forma vo do administra vo.
132
12. (FCC/ALESP/Agente Técnico Legisla vo/2010) A respeito
dos princípios da administração pública é correto afirmar que
a) se aplicam também às en dades integrantes da Administração indireta, exceto àquelas subme das ao
regime jurídico de direito privado.
b) possuem uma ordem de prevalência, situando-se
em primeiro lugar os princípios da legalidade e da
supremacia do interesse público sobre o privado.
c) o princípio da eficiência com o advento da Emenda
Cons tucional nº 19/1998 ganhou acento cons tucional, passando a sobrepor-se aos demais princípios
gerais aplicáveis à Administração.
d) se aplicam, em igual medida e de acordo com as
ponderações determinadas pela situação concreta,
a todas as en dades integrantes da Administração
direta e indireta.
e) o princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a ele se subordinam o princípio da
legalidade e o da eficiência.
13. (FCC/DPE-SP/Agente de Defensoria – Administrador/
2010) O mais recente princípio da Administração Pública Brasileira é o
a) da Impessoalidade.
b) da Improbidade.
c) do Planejamento.
d) da Coordenação.
e) da Eficiência.
GABARITO
1. d
2. c
3. c
4. a
5. d
6. b
7. e
8. a
9. a
10. e
11. b
12. d
13. e