GESTÃO POR PROCESSOS NO TERCEIRO SETOR
Nome:
Guilherme Dantas Nogueira1
Instituição:
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
E-mail:
[email protected]
Nome:
Thalvaner Moreira Dolabella2
Instituição:
IBM
E-mail:
[email protected]
Nome:
Ana Catarina Lima Silva3
Instituição:
PUC Minas
E-mail:
[email protected]
With the chaotic growth of the globalized world and subsequent governmental difficulties in
addressing the needs of an each day more segregated society, the non-profit sector
experiences an increase in its importance as staff to attend human needs. However its social –
not for profit – character, the search for accountability and results demonstration by the
organizations of the sector, besides managerial effectiveness, has been growing in equal
proportion to its responsibilities. Through the usage of managerial instruments that have basis
in the best management practices, a solution to that challenge was proposed in this paper
work, by means of Porter’s Value Chain (1989) and Kaplan and Norton’s Balanced Scorecard
(1997). It was the goal of the research to create and to present a method for planning support
to the organizations of the sector, which at the same time helps them to demonstrate to their
stakeholders the value they offer, as well as the steps they are taking towards achieving their
missions. The achieved results were sufficient to put together a reference model to the
combined use of the researched instruments, by these organizations.
O Terceiro Setor, com o crescimento desordenado do mundo globalizado, e conseqüente
dificuldade da esfera governamental em atender às necessidades de uma sociedade cada vez
mais segregada, vê crescer sua importância enquanto staff às necessidades humanas. Apesar
de seu caráter social e não-lucrativo, a busca pela transparência e demonstração de resultados,
1
Especialista, Consultor em Gestão de Projetos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
2
Especialista, Analista da Qualidade da IBM.
3
Mestre, Professora da PUC Minas.
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além de efetividade na administração, tem crescido em igual proporção às suas
responsabilidades. Utilizando-se de instrumentos gerenciais que têm como premissa as
melhores práticas de gestão, foi proposta neste trabalho uma solução para tal desafio,
sustentada nos instrumentos Cadeia de Valor de Porter (1989), e Balanced Scorecard de
Kaplan e Norton (1997). Procurou-se, com isso, criar e apresentar um método para suporte ao
planejamento das organizações deste setor, que, concomitantemente, auxilie-as a demonstrar a
seus stakeholders o valor que lhes oferecem, bem como os passos que estão dando rumo ao
cumprimento de suas missões. Os resultados alcançados com a pesquisa permitiram compilar
um modelo de referência teórico para uso, de forma combinada, por essas organizações.
Keywords: Business Process Management, Non-profit Sector, Value Chain, Balanced
Scorecard.
Palavras-chaves: Gestão por Processos de Negócio, Terceiro Setor, Cadeia de Valor,
Balanced Scorecard.
Área temática: Gestão de Processos e Terceiro Setor.
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GESTÃO POR PROCESSOS NO TERCEIRO SETOR
RESUMO
O Terceiro Setor, com o crescimento desordenado do mundo globalizado, e conseqüente
dificuldade da esfera governamental em atender às necessidades de uma sociedade cada vez
mais segregada, vê crescer sua importância enquanto staff às necessidades humanas. Apesar
de seu caráter social e não-lucrativo, a busca pela transparência e demonstração de resultados,
além de efetividade na administração, tem crescido em igual proporção às suas
responsabilidades. Utilizando-se de instrumentos gerenciais que têm como premissa as
melhores práticas de gestão, foi proposta neste trabalho uma solução para tal desafio,
sustentada nos instrumentos Cadeia de Valor de Porter (1989), e Balanced Scorecard de
Kaplan e Norton (1997). Procurou-se, com isso, criar e apresentar um método para suporte ao
planejamento das organizações deste setor, que, concomitantemente, auxilie-as a demonstrar a
seus stakeholders o valor que lhes oferecem, bem como os passos que estão dando rumo ao
cumprimento de suas missões. Os resultados alcançados com a pesquisa permitiram compilar
um modelo de referência teórico para uso, de forma combinada, por essas organizações.
1 INTRODUÇÃO
As organizações, que são várias e de diversos tipos, devido às suas particularidades, estruturas
e razões de existência, buscam agregar valor a seus insumos, gerando, com isso, resultados de
interesse de seus clientes.
Do ponto de vista de seu papel social, podem ser classificadas por setores: o governamental,
que compreende as atividades do Estado; o privado, que abrange as atividades das empresas
privadas, com fins lucrativos; e o Terceiro Setor, que reúne as organizações de caráter social,
que trabalham em prol de benefícios públicos, sem fins lucrativos, partindo, para tanto, da
iniciativa privada (HECKERT, 2001).
O Terceiro Setor, como aponta Heckert (2001), vem ganhando mais notoriedade e
importância em anos recentes. Em 1945, é referenciado pela então recém criada Organização
das Nações Unidas (ONU). Na década de 1970, devido às crises econômicas ocasionadas pelo
desequilíbrio na distribuição e consumo mundiais de petróleo, os Estados passam a investir
mais em esferas produtivas da Economia, abrindo espaço para que a sociedade civil
organizada assuma um papel chave no endereçamento das questões sociais.
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Como aponta Falconer (1999), não obstante seja composto de organizações privadas, tal como
o setor privado, o Terceiro Setor possui desafios próprios, que carecem do endereçamento de
sistemas gerenciais próprios. Além disso, como demonstram Myers e Ruth (2003), estas
organizações podem aprender a interpretar e utilizar ferramentas do setor privado, embora
tenham sido criadas a partir de pressupostos distintos, característicos da cultura e composição
do mesmo. Neste sentido, sua transposição literal gera dificuldades e potencializa falhas.
Há dois caminhos lógicos para a produção de ferramentas gerenciais que possam ser
utilizadas pelo Terceiro Setor: (1) a criação de ferramentas próprias, originadas dentro das
organizações e/ou por meio da pesquisa e produção científica; (2) a adaptação de ferramentas
oriundas dos setores privado e/ou governamental. Cabe às escolas de gestão estudar os
paradigmas do setor, seus objetivos e constituição, bem como suas ferramentas, propondo
soluções para as demandas encontradas. É este o esforço endereçado, também, neste trabalho.
A criação de ferramentas próprias ao Terceiro Setor deve perpassar todas as áreas das ciências
gerenciais, dentre elas, a gestão por processos de negócio, que pode ser vista como uma
metodologia de auxílio à administração de organizações. No seio desta, processos são
entendidos como um conjunto de atividades correlacionadas, seqüenciais ou não, por meio
das quais insumos são transformados em produtos (KEEN, 1997, CRUZ, 2005, e
DAVENPORT 1994). Assim sendo, existem dentro de qualquer organização, embora seja
ainda escassa a gama de trabalhos que lhes contextualizem ao Terceiro Setor.
Este trabalho se situa, portanto, como um esforço exploratório neste sentido. Mais adiante, no
campo da estratégia organizacional, podem ser representados os processos de uma
organização, seguindo-se, assim, sua administração. Tal abordagem caracteriza e delineia os
modelos de gestão, centrais na busca por eficiência, eficácia e efetividade organizacionais.
Neste sentido, coloca-se o seguinte problema de pesquisa: Como a gestão estratégica por
processos de negócio pode auxiliar a administração de organizações do Terceiro Setor?
Explora-se aqui o uso dos instrumentos gerenciais Cadeia de Valor de Porter (1989) e
Balanced Scorecard de Kaplan e Norton (1997), conduzindo sua releitura a partir dos
pressupostos do Terceiro Setor e princípios da Gestão por Processos. Sua utilização é
oportuna no Terceiro Setor, pois auxilia no desenvolvimento e implementação da missão, dos
valores e da visão das organizações.
Optou-se como metodologia, por explorar a problemática por meio da experimentação dos
instrumentos pesquisados. Um modelo de estruturação dos processos das organizações do
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Terceiro Setor foi construído a partir de uma Cadeia de Valor genérica. Os processos
representados, por sua vez, serviram de entrada para o quadro do Balanced Scorecard, de
modo que se pôde esboçar sua construção, em um formato adequado àqueles processos.
2 MARCO TEÓRICO
2.1 O Terceiro Setor
O Terceiro Setor é aquele que pode ser definido pelo trocadilho, público com iniciativa
privada, ou privado com fins públicos. Ou seja, trata-se do setor da economia (daí a utilização
da palavra setor) que reúne as organizações e iniciativas não governamentais, que se focam,
todavia, em resultados de caráter público, sem fins lucrativos (TEODÓSIO, 2001).
Essa definição pode trazer à mente de um observador um sem número de organizações e
iniciativas. Salamon & Anheier (1997), citados por Heckert (2001), norteiam tais observações
elencando cinco características essenciais a qualquer organização ou iniciativa do Terceiro
Setor, sendo, segundo Heckert (2001), sua definição a mais aceita internacionalmente:
“Organizadas: ainda que não sejam legalmente formalizadas, precisam ter um
sentido de permanência em suas atividades, possuir conselhos e realizar
reuniões periódicas;
Privadas;
Não distribuir lucros: ainda que as receitas sejam maiores que as despesas,
todo o ‘lucro’ deve ser revertido para a própria organização;
Autogovernáveis: existência independente do Estado ou de empresas;
Voluntárias: devem apresentar algum grau de voluntariado, tanto no trabalho
quanto no financiamento (doações)” (HECKERT, 2001, p. 19).
Pode-se perceber que as características acima restringem a abrangência do termo Terceiro
Setor às suas organizações, excluindo do mesmo, outras iniciativas.
Os benefícios das ações desenvolvidas no Terceiro Setor são amplos. Atingem, por seus fins
públicos, a toda uma coletividade de pessoas que não participa de sua execução. Surtem
efeitos também nas pessoas que participam de maneira voluntária, visto que, como explica
Teodósio (2001), o trabalho voluntário gera recompensas pessoais para seu praticante que não
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podem ser mensuradas por outrem. No limite, beneficiam a toda uma sociedade, tal como se
pode dizer do serviço prestado pelo Governo. Por isso, a noção de cliente do Terceiro Setor
não é a mesma do setor privado, em que o público-alvo é aquele que compra os serviços (e os
produtos) que deseja. O público-alvo do Terceiro Setor se interessa por seus serviços, tal
como toda a sociedade. Neste sentido, Heckert (2001) destaca ser mais bem aplicável o
conceito de públicos interessados, ou, como comumente referido, stakeholders.
Atualmente, como aponta Fisher (2003), organizações do Terceiro Setor assumem um papel
ainda mais importante na sociedade, por auxiliarem o Estado como parceiras, na governança
de regiões em que o mesmo tem mais difícil acesso e/ou proporciona respostas ineficientes
face aos contextos apresentados. Organizações do Terceiro Setor, além de autônomas, são
mais dinâmicas, flexíveis e eficientes, por serem menores do que o Governo. Podem, ainda,
organizar-se em rede, alcançando, com isto, grandes áreas de abrangência e poder de atuação.
Possuem, finalmente, maior foco no endereçamento das questões que mais assolam a
sociedade civil, o que lhes confere vantagem na solução das mesmas.
2.2 A gestão estratégica por processos de negócio
Ao longo dos anos, diferentes técnicas foram criadas tanto pela comunidade acadêmica
quanto pelo meio organizacional, visando-se gerenciar uma organização. A gestão por
processos de negócio é mais uma dessas, diferindo-se da gestão por funções – modelo mais
comum – em pelo menos três pontos: trabalha com objetivos externos; os recursos capitais e
humanos são reunidos para produzir um trabalho completo; e a informação necessária segue
diretamente para seu destino, sem ser filtrada pela hierarquia da organização (STEWART,
1992).
Para o BPMI (2006), a gestão por processos de negócio (tradução livre do termo Business
Process Management – BPM) envolve a demanda, a criação e a implementação dos processos
de uma organização, bem como seus controles executivos, administrativos e de supervisão.
Por sua vez, tais atividades são organizadas e executadas por etapas.
Para Hammer, (1996, apud GONÇALVES, 2000) a organização orientada por processos está
surgindo como o arranjo organizacional predominante do século XXI. Deixando para trás a
estrutura funcional, predominante no século XX, as organizações estão organizando seus
recursos e atividades ao longo de seus processos.
Passando o foco àquele da responsabilidade social e da governança corporativa, hoje em voga
no setor privado, o crescimento das exigências por transparência nas atividades
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organizacionais é um elemento que potencializa o atual interesse pela gestão por processos.
Os títulos e ações das empresas que são submetidas a iniciativas de Gestão de Risco são mais
valorizados no mercado financeiro, bem como aqueles das organizações que se submetem às
leis estadunidenses conhecidas como SOX, Basel II, COSO1, dentre outras. Tal condição foi a
causa principal para a execução de um número grande de projetos de BPM – que facilita a
adequação a essas normas (BALDAM et al., 2007).
Segundo Gonçalves (2000), a visão de uma organização por processos é a maneira mais eficaz
para se escapar da abordagem funcional. Nesta, as organizações se estruturam como conjuntos
de unidades verticais, que são isoladas umas das outras, trabalhando de maneira paralela, com
pouca interligação. Neste modelo, os processos precisam passar pelas fronteiras criadas pelas
divisões, o que leva a perda de tempo, qualidade e capacidade de atendimento.
Gonçalves (2000) afirma que não são todos os processos de uma organização que possuem a
mesma importância desta, seja a partir do ponto de vista dos resultados gerados ou dos
recursos envolvidos. Faz-se necessária uma avaliação de sua relativa importância (saliência) e
do valor econômico que ele gera, para que tal definição seja dada. De um ponto de vista
analítico, pode-se perceber que esta idéia é consoante com o conceito de estratégia
apresentado por Porter (2002), que explica que agir de forma estratégica envolve fazer
escolhas e priorizações. Para este autor, a priorização deve ser feita tomando-se como ponto
de partida a Cadeia de Valor da organização (PORTER, 1985). A partir de tal esforço, o
modelo gerencial poderá ser referido como gestão estratégica por processos.
Segundo Baldam et al. (2007), a definição da priorização dos processos-chave para a
estratégia é um tópico comum da literatura de estratégia organizacional. Por meio de
metodologias divulgadas, como a Cadeia de Valor e o Balanced Scorecard, pode-se perceber,
indica o autor, quais os processos em que a organização é mais forte, em que precisa
melhorar, quais ameaças são encontradas no mercado, quais as oportunidades que se
apresentam no mesmo, quais os indicadores de desempenho que serão usados nos processos, e
quais são as metas para esses indicadores.
Aprofundando-se na análise das organizações gerenciadas por processos, Gonçalves (2000)
afirma que a gestão por processos não é necessariamente a única, tampouco a melhor solução
para todos os contextos. Pelo contrário, a opção por uma estruturação por processos deve ser
feita após análises tanto externas quanto internas à organização que pretende adotá-la.
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Trata-se de regras que devem ser seguidas por empresas que negociem ações nas bolsas
estadunidenses, e que sugerem que essas devem ser gerenciadas por processos.
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2.3 Instrumentos gerenciais
2.3.1 A Cadeia de Valor
A Cadeia de Valor é um instrumento que possibilita desagregar uma organização em
conjuntos de processos, destacando aqueles que possuem maior importância do ponto de vista
estratégico. Isso possibilita a compreensão do comportamento dos custos e de suas fontes,
além dos possíveis arranjos que levam à diferenciação em um mercado (PORTER, 1989).
O instrumento é divido em duas grandes partes: atividades primárias e atividades de apoio.
Porter (1989) explica que as atividades primárias são as que perpassam a formação do produto
da organização, ou seja, a agregação de valor aos seus insumos, contando, ainda, com a
conseqüente entrega do mesmo aos clientes e subseqüentes acompanhamentos pós-vendas. Já
as atividades de apoio são as que dão suporte a tudo que se faz na organização. Em uma
Cadeia de Valor genérica, o autor aponta para a existência das seguintes atividades:
Atividades primárias: logística interna, operações, logística externa, marketing e
vendas, e serviço.
Atividades de apoio: aquisição, desenvolvimento de tecnologia, gerência de recursos
humanos e infra-estrutura da empresa.
Porter (1989) explica que, necessariamente, todas as organizações possuem estas atividades
genéricas, mas que as mesmas poderão ganhar diferentes pesos internamente, de acordo com
o tipo de negócio e mercado. Por exemplo, a logística interna pode ser crucial a um
restaurante self-service, enquanto sua logística externa poderá ser quase nula, visto este
realizar poucas atividades fora de suas instalações físicas. Neste sentido, o correto esboço da
Cadeia de Valor de uma organização requer ponderações acerca do negócio em questão.
Portanto, a Cadeia de Valor pode ser vista como um instrumento de análise de negócios.
Outro elemento importante considerado na Cadeia de Valor é a margem. Por sua vez, esta
apresenta a diferença entre o custo total da execução de todas as atividades da organização e
seu valor total. Apresenta, assim, a rentabilidade da organização (PORTER, 1989).
A Cadeia de Valor, como se descreve, foi pensada por Porter (1989) como um instrumento
relevante para empresas com fins lucrativos, visto que o que se busca com seu uso, em última
análise, é a compreensão das vantagens competitivas de uma organização, que conseguem
identificar melhor seu posicionamento face à sua concorrência, sendo esta a base do trabalho
do autor. Entende-se, todavia, sua releitura sob o paradigma do Terceiro Setor, como
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instrumento para a compreensão e esboço da estrutura organizacional, beneficiando-o sem
graves perdas conceituais.
Porter (1989) explica que o instrumento pode “desempenhar um papel valioso no projeto da
estrutura organizacional” (Porter, 1989, p.53). Esta agrupa diferentes processos, como aqueles
voltados às operações, gestão financeira, gestão de pessoas. A utilidade da Cadeia de Valor é,
neste sentido, a de agrupar as atividades em seus devidos conjuntos, o que permite a
visualização de todos os processos, independentemente da obtenção de lucros.
2.3.2 O Balanced Scorecard
O Balanced Scorecad (BSC) é um instrumento gerencial que foi concebido a partir de uma
necessidade identificada de se endereçar duas questões financeiras: a efetiva medição do
desempenho organizacional e a implementação bem-sucedida da estratégia. Como uma
solução para tanto, o BSC foi desenvolvido como uma metodologia proposta para endereçar
esses assuntos (KAPLAN e NORTON, 1997).
A medição financeira, de acordo com Niven (2005), foi a grande preocupação das empresas
no século XX. À medida que o século XXI avança, questionamentos são feitos quanto à
confiança exclusiva nas métricas financeiras de desempenho. Questiona-se ser possível que
estas sejam mais úteis como um meio para relatar a administração do capital organizacional
do que para se determinar os rumos para os quais se encaminha a organização.
Analiticamente, pode-se dizer que tampouco fazem sentido para as organizações do Terceiro
Setor, que não visam à obtenção de lucros financeiros.
Niven (2005) explica que a criação da estratégia é fator imprescindível de sucesso no contexto
organizacional atual, bastante competitivo. Só que não é simples implementar uma boa
estratégia, sendo este o trabalhado almejado com o uso do BSC.
O BSC se fundamenta em quatro perspectivas (KAPLAN e NORTON, 1997), a saber:
Perspectiva do Cliente: Avalia a maneira como a organização deve ser vista pelos
clientes, para que a visão seja alcançada (KAPLAN e NORTON, 1997);
Perspectiva Financeira: Avalia a maneira como a organização deve ser vista pelos
acionistas, para obter o sucesso financeiro (KAPLAN e NORTON, 1997);
Perspectiva dos Processos Internos: Avalia os processos em que a organização precisa
alcançar a excelência, para que clientes e acionistas sejam satisfeitos (KAPLAN e
NORTON, 1997);
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Perspectiva do Aprendizado e Crescimento: Indica como as capacidades de mudar e
melhorar devem ser mantidas, para que a organização alcance sua visão (KAPLAN e
NORTON, 1997).
Para que possa ser utilizado, explica Niven (2005), todo o ciclo de vida da empresa deve ser
monitorado, para oferecer os melhores serviços para os stakeholders. Isto é feito utilizando-se
das ferramentas disponíveis, que facilitam essa atividade.
Finalmente, o uso do BSC fornece alternativas para se quebrar as seguintes barreiras à
execução da estratégia, conforme expõe Niven (2005):
Barreira da Visão: A grande maioria dos funcionários não entende a
estratégia da organização;
Barreira Humana: Aquilo que se pode medir pode ser realizado.
Barreira Gerencial: O enforque na estratégia exige que os executivos passem
seu tempo juntos analisando os erros até a profunda compreensão dos
mecanismos subliminares geradores de valor ou mecanismos destrutivos
existentes na organização;
Barreira dos Recursos: A maioria das organizações possui processos
separados para o planejamento do orçamento e da estratégia (NIVEN, 2005,
p.13).
2.3.3 O Balanced Scorecard aplicado ao Terceiro Setor
De acordo com Niven (2005), embora tenha nascido para atender às demandas do setor
privado, e, durante vários anos, tenha sido utilizado apenas por ele, a literatura de gestão já
apresenta, atualmente, casos de sucesso em que o BSC é utilizado tanto pelo Governo quanto
pelo Terceiro Setor. O autor explica que a inserção de algumas modificações na estrutura do
instrumento lhe torna útil para essas organizações. Estas estarão, assim, aptas a, por meio do
BSC, demonstrar a seus stakeholders o valor que oferecem, bem como os passos que estão
dando rumo ao cumprimento de suas missões.
A utilização de tecnologias de medição de desempenho possibilita aos gestores dos setores de
serviços público-sociais, apresentarem à sociedade de uma maneira geral, e a seus órgãos
reguladores, o valor aportado por suas ações. Isto passa, necessariamente, pela adoção e
exposição de indicadores que estejam à altura das ações e da demanda (NIVEN, 2005).
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A estratégia organizacional continua a nortear o sistema do BSC. Todavia, as organizações do
Terceiro Setor apresentam dificuldades em manter uma estratégia clara e objetiva. Estas
organizações têm a necessidade de combinar os objetivos da estratégia com aqueles que
norteiam a sua existência. Estes, por sua vez, são objetivos de alto nível. Mais adiante,
precisam relacionar todos os objetivos ao propósito que esperam atingir, ou seja, descrever
sua missão, que fornece a motivação para a sua ação. A missão deve ser colocada no topo do
BSC dessas organizações, para orientar a elaboração de medidas de desempenho que levem
ao seu cumprimento. Apresentada assim, a missão comunica aos stakeholders a razão de ser
da organização, bem como o propósito de alto nível que ela busca alcançar (NIVEN, 2005).
A principal diferença do BSC utilizado no setor privado para aquele utilizado no Terceiro
Setor é a apresentação da missão no topo do instrumento. A missão comunica o interesse de
alto nível dos stakeholders e não a ânsia por lucros dos acionistas. Assim, o alcance da missão
não indica que a organização atuou com responsabilidade fiscal e direção, como se espera do
setor privado, mas que prestou um serviço à sociedade, por meio da satisfação de suas
demandas (Niven, 2005).
Ainda conforme Niven (2005), o BSC do Governo e o do Terceiro Setor são semelhantes.
Nenhuma de suas organizações apresenta objetivos financeiros como sua razão de existir;
pelo contrario, elas procuram suprir as demandas dos stakeholders por meio de uma
perspectiva humana e eficiente. É isto que faz com que a missão figure como o alvo do
esforço de medição. A seguir, expõe o autor, vêm as perspectivas do cliente, acompanhadas
daquelas dos processos internos, financeiros e da aprendizagem e o crescimento do
funcionário. Algumas organizações colocam os objetivos financeiros na base do instrumento.
Nas organizações do Terceiro Setor os recursos advêm de doadores, que financiam os
serviços, enquanto outro grupo, o dos beneficiários, recebe o serviço. Com base nisto, são
definidos no Terceiro Setor objetivos estratégicos diferentes para tipos de stakeholders,
também diferentes (NIVEN, 2005).
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Embora privadas e organizadas, as organizações do Terceiro Setor não se movem pelos
princípios da diferenciação de sua concorrência e pela performance financeira, tal como
ocorre com as empresas privadas com fins lucrativos. Sendo assim, tampouco seus processos
devem ser equiparados aos do segundo setor. Ainda que os mesmos possam ser estruturados
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por meio da Cadeia de Valor e do BSC, considerações acerca do uso dessas ferramentas
devem ser tecidas.
Como apresentado na revisão teórica, a Cadeia de Valor foi desenvolvida como um
instrumento de organização da estrutura de custos de uma empresa com fins lucrativos,
permitindo-lhe, assim, beneficiar-se de uma margem de diferenciação face às suas
concorrentes. Tal diferenciação não é almejada pelo Terceiro Setor, e sim a estruturação dos
custos e das atividades internas. Sendo assim, propõe-se aqui uma alteração ao instrumento,
como meio de adequá-lo ao Terceiro Setor: a retirada de sua menção à margem. Com isso,
propõe-se que a Cadeia de Valor passe a ser um instrumento apenas de organização dos
processos, oferecendo uma visão de alto nível dos mesmos.
Mais adiante, há na Cadeia de Valor Genérica uma menção aos processos de “marketing” e
“vendas”, que possuem um caráter distinto no Terceiro Setor, por não haver ênfase na
obtenção de lucros. Neste, as relações com os diversos clientes, cobertas pelo processo de
marketing, devem ser trabalhadas. Já o processo de vendas, por questões ideológicas, deixa de
fazer sentido.
Todo o conceito de cliente deve ser revisto, pois não há, como no setor privado, a figura do
comprador e consumidor de um serviço. Há, por outro lado, as figuras do (1) doador e
mantenedor, que se motiva ao dispêndio financeiro por razões diferentes daquelas de um
consumidor; e (2) do consumidor beneficiário, que não paga pelo serviço recebido. Ambas as
figuras devem ser contempladas em um esforço de marketing da organização, que objetivará a
criação, implementação, manutenção e prestação de serviços. Não há, portanto, um esforço
clássico de vendas, mas sim de relacionamento com os stakeholders, esforço este que é chave
para o sucesso dessas organizações e que deve ser contemplado em sua Cadeia de Valor. Vale
ressaltar que, como exposto na teoria, doadores e beneficiários não são os únicos
stakeholders. Na prática, os esforços de marketing devem ser dirigidos também aos demais
públicos, sejam estes quais forem. Propõe-se, portanto, a substituição dos processos
“marketing” e “vendas” pelo processo de marketing junto à stakeholders. Este processo
abarcará, ainda, o processo de serviços, observado nas organizações privadas, que abrange
outras atividades junto a seus clientes, como as de pós-vendas.
Esta substituição cria a necessidade da estruturação de um novo processo, que garanta o
financiamento das atividades. Tendo em vista a não obtenção de receitas por meio de vendas,
alternativas devem ser criadas pelas organizações do Terceiro Setor para que possam se
manter autogovernáveis. A revisão teórica mostra que essas organizações devem obter
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recursos por meio de doações, se não para a cobertura de toda a sua necessidade financeira,
para grande parte desta. Faz sentido, assim, que processos ligados à captação de recursos
sejam estruturados e implementados. Portanto, propõe-se a criação e estruturação, na Cadeia
de Valor, do processo de captação e gestão de recursos financeiros.
Do mesmo modo que os processos de vendas, os processos relativos ao relacionamento com
os colaboradores devem também ser revisados. No setor privado com fins lucrativos,
colaboradores são, via de regra, remunerados por seu trabalho. Porém, as práticas laborais do
Terceiro Setor são, se não com exclusividade em suas organizações, mescladas com o
trabalho voluntário. Isto implica no estabelecimento e manutenção de contratos de trabalho de
naturezas distintas, bem como de um esforço gerencial diferenciado para os mesmos.
As organizações do Terceiro Setor dependem de seus voluntários para se manter em operação,
portanto, devem contar em sua Cadeia de Valor com processos específicos para tanto. Neste
sentido, propõe-se que o processo de “gerenciamento de recursos humanos”, apresentado na
Cadeia de Valor Genérica, seja renomeado como processo de gestão de colaboradores e
voluntários.
Ao passo que os processos que envolvem a obtenção de receitas, relacionamento com os
clientes e gestão de pessoas são distintos entre o Terceiro Setor e o setor privado, outros,
como aqueles destinados à compra de insumos e logística, serão semelhantes. Fornecedores e
prestadores de serviços devem ser remunerados, e as relações entre as organizações serão
aquelas reguladas pelas leis e regras que concernem às empresas privadas, com ou sem fins
lucrativos. Isto, pois, no limite, conforme exposto, as organizações do Terceiro Setor são,
também, empresas privadas – embora não almejem a obtenção de lucros financeiros.
Partindo-se do modelo genérico revisado na teoria e das alterações aqui propostas, bem como
da classificação entre processos primários e secundários propostos por Cruz (2005), entendese que a Cadeia de Valor do Terceiro Setor deve esboçar, de uma forma genérica, os seguintes
processos:
a) Processos primários (atividades primárias):
a. Marketing junto à stakeholders – compreende os processos ligados ao
relacionamento com todos os stakeholders da organização, sejam os
beneficiários ou os doadores de recursos, ou ainda os representantes de outras
esferas da sociedade, que, de alguma maneira, se relacionem com a
organização;
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b. Captação e gestão de recursos financeiros – compreende os processos ligados à
obtenção de financiamento para todas as atividades da organização, bem como
à gestão dos recursos financeiros;
c. Logística interna – abrange todos os processos ligados à logística, realizados
dentro da organização, tal como ocorre no setor privado com fins lucrativos;
d. Logística externa – abrange todos os processos ligados à logística, realizados
fora da organização, tal como ocorre no setor privado com fins lucrativos;
e. Operações – abrange todos os processos de prestação de serviços executados
pela organização.
b) Processos secundários (atividades de apoio):
a. Gestão de colaboradores e voluntários – compreende todos os processos
ligados à gestão de recursos humanos, sejam de pessoas empregadas de forma
remunerada (o que deverá ocorrer com os profissionais chave e/ou com
dedicação exclusiva à organização) ou voluntária (o que deverá ocorrer com
todos os demais profissionais);
b. Infra-estrutura – abrange todos os processos realizados para a utilização e
manutenção da infra-estrutura da organização, tal como ocorre no setor privado
com fins lucrativos;
c. Desenvolvimento de tecnologia – compreende todos os processos ligados ao
desenvolvimento e utilização de tecnologias da informação pela organização,
tal como ocorre no setor privado com fins lucrativos;
d. Aquisição – compreende todos os processos ligados à compra de insumos
necessários para a execução de todas as atividades da organização, tal como
ocorre no setor privado com fins lucrativos.
Entende-se que esta estrutura de processos genérica abarca os conjuntos de atividades que, de
uma maneira geral, deverão existir nas organizações do Terceiro Setor, para que estas sejam
tanto eficientes e eficazes do ponto de vista gerencial, quanto efetivas em suas ações sociais.
Por fim, no que diz respeito à classificação desses processos, é importante salientar que a
Cadeia de Valor foi utilizada como instrumento gerencial para classificá-los, conforme
proposto nos objetivos desta pesquisa. Vale também ressaltar que a classificação é inerente ao
Terceiro Setor, e não à metodologia. Ainda que a Cadeia de Valor não seja adotada como
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instrumento pela gestão de uma organização, a relação de processos proposta segue sendo
válida e seu uso é recomendado como referência para a estruturação desses processos no
contexto do Terceiro Setor.
Seguindo-se a apresentação de resultados desta pesquisa, resta expor, do ponto de vista
teórico, a ligação trabalhada entre a Cadeia de Valor Genérica do Terceiro Setor e o BSC do
Terceiro Setor. Analisando-se conjuntamente os dois instrumentos, é possível perceber que
ambos apresentam informações distintas acerca da estratégia da organização. A Cadeia de
Valor apresenta os conjuntos de atividades existentes, ou seja, os processos. O BSC também
apresenta uma perspectiva de processos (processos internos), todavia, com um recorte
diferente. Apresenta ainda, outras três perspectivas não contempladas pela Cadeia de Valor:
perspectiva financeira, do cliente e de aprendizagem e crescimento dos funcionários. De um
ponto de vista analítico, pode-se dizer que o BSC vai além da Cadeia de Valor. Por outro
lado, o BSC não apresenta os nomes dos processos, tal como a Cadeia de Valor, mas sim,
informações relevantes acerca dos mesmos.
Não obstante, entende-se que os dois instrumentos possam ser utilizados de maneira
complementar, o que, todavia, carece de ordem. Durante a formulação da estratégia da
organização, o que passa pelo desenvolvimento da missão, valores, visão e outros elementos
que os gestores julguem pertinentes e necessários, a Cadeia de Valor deverá ser delineada em
um dado momento, de modo que apresente seus processos. Em seguida, passa-se ao
desenvolvimento do BSC. Suas perspectivas deverão, por sua vez, refletir um planejamento
passível de ser alcançado por meio dos processos da Cadeia de Valor.
De uma maneira geral, pode-se afirmar que tal procedimento será semelhante para todos os
três setores (Governo, empresas privadas com fins lucrativos e Terceiro Setor), caso suas
organizações optem por utilizar de maneira combinada estes dois instrumentos. No caso do
Terceiro Setor, propõe-se (1) que sejam utilizados em conjunto, (2) que seja respeitada a
seqüência de uso aqui descrita (desenvolvimento, em ordem, dos elementos iniciais da
estratégia, como missão e visão, seguido da Cadeia de Valor e, por fim, do BSC), (3) que o
BSC contemple os mesmos processos trabalhados na Cadeia de Valor e, finalmente, embora
não menos importante, (4) que sejam utilizados a Cadeia de Valor Genérica do Terceiro Setor
– aqui desenvolvida – e o modelo de BSC adaptado ao Terceiro Setor, exposto na revisão
teórica. Com isso, os processos da organização estarão estruturados e a mesma poderá ser
gerenciada por meio deles.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Organizações do Terceiro Setor são movidas por missões e objetivos altruístas de melhoria da
sociedade de uma maneira geral, sem almejar, com isso, a obtenção de lucros financeiros.
Trabalham baseadas em princípios e pressupostos distintos daqueles do Governo e das
empresas do segundo setor. Todavia, organizam-se como empresas privadas e, como tal,
possuem responsabilidade e necessidades gerenciais, que devem ser endereçadas por meio de
instrumentos e técnicas pensados para tal fim.
Buscou-se nesta pesquisa demonstrar que os instrumentos e técnicas trabalhadas pela escola
de Gestão por Processos podem auxiliar ao Terceiro Setor, em suas necessidades de gestão.
Para tanto, buscou-se traduzir os pressupostos de suas organizações em uma estrutura
genérica de processos, que pudesse ser organizada e desenvolvida por meio dos instrumentos
Cadeia de Valor e Balanced Scorecard. Como resultado, foram desenvolvidos um modelo
genérico e recomendações para seu uso.
O modelo genérico não foi testado em uma aplicação prática, por limitações de recurso e
tempo para pesquisa. Entende-se, contudo, que a aplicação prática dos instrumentos pode darse em dois contextos: (1) como auxílio à estruturação de uma nova organização do Terceiro
Setor; (2) como auxílio à reestruturação de processos de uma organização já existente. No
primeiro contexto, o modelo genérico pode ser implementado livremente, de acordo com as
necessidades da gestão. Esta deverá seguir o planejamento e o desenvolvimento das práticas
organizacionais com base no modelo. No segundo dos contextos, previamente ao uso do
modelo genérico, os processos da organização devem ser analisados e reestruturados por meio
de metodologia própria para tanto.
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