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Grécia na antiguidade clássica

Índice Introdução 2 GRÉCIA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 3 Surgimento ou Formação de Cidades-Estados 3 Fundação de Esparta 4 Organização Socioeconómico de Esparta 4 Educação Espartana 5 Sociedade Política espartana 6 Conclusão 7 Bibliografia 8 Introdução O presente trabalho versa fundamentalmente sobre a Cidade de Esparta na Antiguidade Clássica no que tange ao modo de vida desta época e suas principais características políticas, culturais e socioeconómicas. Porém, para fácil compreensão do leitor, o grupo achou pertinente primeiro fazer uma breve contextualização do surgimento das Cidades-Estados, que ocorreu deste modo dos anos 800 à 500 a.C., tendo sido formadas uma média de 160 Cidades-Estados caracterizadas por uma autonomia na sua soberania. No entanto, foi neste contexto em que a Cidade de Esparta surge tendo sido fundada pelos invasores “dórios” vindos da Ásia por meio de domínio militar. Assim, uma das principais características da sociedade espartanas foi o desenvolvimento do militarismo, na medida em que a própria educação não visava formar o homem no sentido intelectual, mas tinha como fim último a formação de um bom guerreiro para a defesa do Estado. Quanto a política, na esparta predominava a Oligarquia e que por sua vez encontrava-se subdividida em várias estratificações. Portanto, esparta foi uma cidade que de certa forma detinha um total domínio das artes de guerra visto que os fundadores da mesma eram também guerreiros. GRÉCIA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA Surgimento ou Formação de Cidades-Estados O período Arcaico da história grega que decorreu de 800 à 500 a. C, caracterizou-se fundamentalmente pelas transformações político-sociais e também pela formação, desenvolvimento das cidades-estados e substituição da Monarquia pela Oligarquia. Aproximadamente em 800 a. C, as comunidades de aldeias em dos tempos Homéricos baseados em clãs começavam a dar lugar a unidades politicas maiores e com o alargamento destas unidades, acrescia-se também a necessidade de defesa. Assim para sua defesa era construída uma acrópole ou cidadela em local elevado e crescia em torno dela uma cidade como sede de governo para todo o estado. Surgiam deste modo as cidades-estados todas as partes da Grécia, foram se formando aproximadamente uma média de 160 cidades-estados das quais mais destacam-se: Esparta e Corinto, no Peloponeso; Atenas, Tabas e Mégara, no Continente; Miloto, na costa de Ásia Menor; e Mitileni e Calsis, na ilha de Egeu. A característica principal destas cidades-estados é a autonomia na soberania de cada uma delas, isto é, cada cidade possuía seu governo e suas próprias leis. Grande parte destas cidades com elementos étnicos semelhantes: Jônios, Aqueus e Eólios. Passemos asseguir a tratar de forma detalhada a Esparta. Fundação de Esparta A Esparta situava-se na região da Lacônia na Península do Peloponeso, numa planície fértil. Esta planície apresentava-se isolada de outras regiões por altas montanhas que esta possui. Foi fundada nos anos 800 a.C. pelos invasores dórios que eram primitivos aqueus. Os dórios eram povos vindouros da Ásia, traziam consigo armas de ferro e grande preparo militar, o que lhes garantiu o domínio aos nativos. No entanto, esparta não conseguiu progredir no sentido de uma ordem democrática e também cultural devido a sua localização geográfica, visto que encontrava-se isolada e cercada de montanhas à nordeste e a oeste e sem bons portos, tendo deste modo poucas oportunidades de usufruir dos progressos do mundo exterior. Os Espartanos chegaram a Peloponeso oriental como um exército invasor. Lutaram de modo a subjugar os povos indígenas Micenenses que ai encontravam-se, e somente no início do século IX é que foi possível dominar toda a Lacônia e conquistando também planície fértil da Messénia, assassinaram e expulsaram seus chefes e proprietários e forcaram as massas à escravidão (os hilotas) mas, não aceitaram essa humilhação tendo assim revoltando-se, o que os dórios vivessem em estado de guerra constante. Com a conquista da Messénia, o estado espartano completou sua organização, transformando-se num verdadeiro “acampamento militar”. Organização Socioeconómico de Esparta A população espartana era um pouco mais de 400.000 pessoas, e subdividia-se em três principais classes: 1ª Esparciatas ou espartanos; era a classe dominante, e era composta pelos descendentes dórios (primeiros conquistadores das terras) e eram proprietários de melhores terras. Era a classe privilegiada que somente dedicava-se ao militarismo e a política e eram detentores de escravos. 2ª Periecos ou Metecos; eram pessoas livres, estas moravam ao redor dos espartanos e era composto de estrangeiras que aliava-se ou que haviam se submetido voluntariamente ao seu domínio. Estes não possuíam direitos políticos, eram permitidos desenvolver atividades como o artesanato e comércio e deviam também pagar tributos ao estado. Serviam também de intermediários entre a classe dominante e os servos. 3ª Hilotas; era a classe mais baixa, a dominada e pertencia ao estado, eram cedidos aos espartanos de modo a trabalharem em suas terras. Composta pela maioria da população, neste caso, os servos que eram prisioneiros de guerra, estes não possuíam nenhum direito. Segundo Eduard Burns, as condições econômicas dos hilotas não eram de absoluta miséria porque podiam guardar para si boa parte do que produziam nas terras dos espartanos. Porém, tinham um tratamento vergonhoso que fazia com que constantemente sentissem-se infelizes e revoltados “Em certos casos eram obrigados a fazer exibições de bebedeira e danças lascivas para demonstrar à mocidade espartana os efeitos da tal prática”. (BURNS,2003:198) Portanto não havia deste modo a valorização e respeito da classe dominante para com os hilotas. A organização económica espartana visava garantir a eficiência militar e a supremacia da classe dos cidadãos. A propriedade em Esparta era estatal, a terra dividida em lotes era doada aos espartanos e trabalhadas pelos hilotas, eram forcados a contribuir com uma parte do que produziam para prover a subsistência à classe dominante. Por sua vez, os hilotas eram proibidos de vender os produtos fora da cidade de Esparta. O comércio e a manufatura eram exclusivamente reservados aos periecos. Educação Espartana A educação espartana tinha como fim último fazer de cada indivíduo um soldado, isto é, limitava-se exclusivamente aos exercícios militares e em regime de castigos corporais com açoites com vista a torna-los rijos para os deveres de guerra. Na esparta predominava o infanticídio, na medida em que o estado local ordenava tirar a vida de todo o recém-nascido que apresentasse alguma deficiência para a vida militar e todas as crianças pertenciam ao estado. Quando os meninos completavam 07 (sete) anos de idade, eram integradas a uma pequena tropa, tornando-se recruta e praticavam diariamente exercícios atléticos e ginástica. Aos 18 (dezoito) aos de idade, eram submetidos a uma prova de nome “criptia”, da qual deveriam passar alguns dias na floresta sem direito a uma refeição, sobrevivendo de coletas e caças. Aos 20 (vinte) anos de idade, o jovem ingressava no exército e aos 30 (trinta) anos de idade, tinha de casar-se visto que era obrigatório mas, este não devia ter uma vida familiar uma vez que eram obrigados a viver em barracas sob severa vigilância e podendo escapar quem conseguisse durante à noite e em segredo para visitar sua esposa e também, …não era permitido ciúme entre a mulher e o marido e no caso de maridos que apresentassem problemas de saúde, tinham que passar suas esposas a homens mais robustos do que eles para assegurar o máximo de descendentes vigorosos para o exército. (BURNS, 2003:199) Portanto, o facto da educação espartana estar centrada no militarismo, fez a cultura intelectual não se desenvolvesse significativamente limitando-se no ensino de poesias sagradas, cantos de guerra e uma eloquência particular que consistia em expressar muitas coisas em poucas palavras. Sociedade Política espartana Conforme vimos num dos pontos supracitado, a sociedade espartana era politicamente baseada na Oligarquia (regime político fundado no exercício do poder por parte de um grupo reduzido de pessoas pertencentes a mesma família ou grupo), e seguia a seguinte estrutura: Diarquia: formada por dois reis com autoridade religiosa e militar; Gerúsia: Também conhecida como conselho de anciãos, era composto por 28 (vinte e oito) esparciatas com mais de 60 anos de idade. Suas tarefas eram de fiscalizar a administração e decidiam sobre a maior parte do governo; Ápela: era a assembleia popular formada pelos cidadãos com mais de trinta anos de idade. Tinham como principal tarefa a eleição de éforos, e por fim encontramos os próprios éforos. Eforado: composto por 5 (cinco) éforos, com o mandato de um ano. Eram os administradores da cidade e tinham como principais tarefas: fiscalizar os reis, controlavam o sistema educacional e distribuíam propriedades de terras aos esparciatas. Conclusão Em forma de considerações finais, importa realçar que uma vez que a cidade Espartana foi fundada por exércitos invasores, a consequência disso foi do seu modo de vida também limitar-se maioritariamente na prática da atividade, o que certa forma contribuiu fortemente para o não progresso intelectual e também na governação. Entretanto, a crítica que o grupo faz à sociedade Espartana na Antiguidade é exatamente o que diz respeito ao total enfoque dos espartanos ao militarismo. Pensamos nós como grupo que o desenvolvimento de um determinado, Estado depende não somente na prática do militarismo, mas que esta deve também estar acompanhada das intelectuais que possam contribuir para o crescimento político, socioeconómico e cultural, o que não se verificou na Esparta. Portanto, a educação intelectual desempenha um papel extremamente importante na medida em que contribui para o crescimento e fortalecimento do estado. Bibliografia BURNS, Edward Mcnall. História da Civilização Ocidental: Do Homem das Cavernas Até a Bomba Atómica, 2ª Edição, Volume I, São Paulo, 2003 7