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PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS ACOMETIDAS NA INFÂNCIA – ISSN 1678-0817 Qualis B2
ISSN 1678-0817 Qualis B2
Revista Cientí ca de Alto Impacto.
PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS ACOMETIDAS NA
INFÂNCIA
Ciências da Saúde, Edição 124 JUL/23 SUMÁRIO / 05/07/2023
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8118256
Ânari Pereira Pieczarka1
Bruno Gabriel Testoni2
Camila de Liz Gonzaga dos Santos3
Laís Magnabosco Toresan4
Lanna Pagno Campagnaro5
Nicole Alves Pereira6
Rodrigo Esteves Lagares7
Victória Catarina Consoli Webber8
Maria Aparecida Marques Habermann9
Lincon Bordignon Somesi10
Liga Acadêmica de Pediatria – LAPED – UNIARP11
Resumo: Durante a infância ocorre uma maior susceptibilidade a vários tipos de
doenças infecciosas, entre elas as principais são: sarampo, caxumba e
poliomielite. São infecções de etiologia viral e transmitidas por via respiratória ou
contato fecal-oral, no caso do poliovírus, a sintomatologia é baseada em um
quadro viral que se inicia com febre, e se diferenciando na evolução pois o
sarampo cursa seus sintomas com manchas avermelhadas pelo corpo, a
caxumba por linfonodomegalia e a poliomielite atinge o sistema nervoso,
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causando paralisia. Dessa maneira, foi realizada uma revisão bibliográ ca, na qual
se buscou descrever as principais características e mudanças nos tratamentos
dessas doenças. Essa revisão tem o propósito de levantar as informações atuais
sobre o vírus e a doença, tal como a siopatologia, as manifestações clínicas,
ressaltando a importância do diagnóstico correto e de sua pro laxia. Concluiu-se
que todas elas têm como principal prevenção a vacinação realizada durante a
primeira infância, ainda, com toda a evolução da medicina, não houve a
descoberta de um tratamento especí co para elas, as quais têm sua terapêutica
baseada no uso de sintomáticos, até o vírus completar o seu ciclo.
Palavras-chave: Pediatria. Poliomielite. Caxumba. Sarampo.
MAIN INFECTIOUS DISEASES AFFECTED IN CHILDHOOD
Abstract: During childhood there is a greater susceptibility to various types of
infectious diseases, among which the main ones are: measles, mumps and
poliomyelitis. They are infections of viral etiology and transmitted by respiratory
route or fecal-oral contact, in the case of poliovirus, the symptomatology is based
on a viral condition that begins with fever, and differs in evolution because
measles develops its symptoms with reddish spots through the body, mumps by
lymph node enlargement and polio affects the nervous system, causing paralysis.
In this way, a bibliographic review was carried out, in which we sought to
describe the main characteristics and changes in the treatments of these
diseases. This review aims to raise current information about the virus and the
disease, such as pathophysiology, clinical manifestations, emphasizing the
importance of correct diagnosis and its prophylaxis. It was concluded that all of
them have as main prevention the vaccination carried out during early
childhood, yet, with all the evolution of medicine, there was no discovery of a
speci c treatment for them, which have their therapy based on the use of
symptomatics, until the virus completes its cycle.
Keywords: Pediatrics. Polio. Mumps. Measles.
INTRODUÇÃO
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As doenças infecciosas continuam sendo a principal causa mundial de
mortalidade de 20% a 30% em crianças na primeira infância. Nas Américas esse
dado pode chegar em até 50% das mortes de crianças menores de cinco anos
(PARANHOS, 2011).
O Ministério da Saúde possui um Programa Nacional de Imunização (PNI) desde
a década de 1970, elogiado mundialmente por ser um dos melhores programas
de imunização. Assim, o Brasil tem uma excelência no desempenho da
prevenção, no combate, controle e erradicação de doenças. As principais vacinas
são distribuídas gratuitamente para toda a população, somadas a mais de 300
milhões de doses anuais. Com 96% da produção em território nacional, o país
conseguiu alcançar a erradicação da poliomielite e da varíola. Ainda, a eliminação
do vírus do sarampo e da rubéola. Como também o controle dos surtos de
caxumba (MACHADO, 2020).
O sarampo, principalmente nos países subdesenvolvidos, constitui uma das
principais causas de morte em crianças menores de 5 anos pelo fato de a maior
letalidade estar relacionada com condições socioeconômicas desfavoráveis. O
vírus tem altas taxas de contaminação e se alastra facilmente em altas
densidades populacionais, sem predomínio de sexo ou idade. O alto índice de
contaminação tem o perigo da ocorrência de endemias e pandemias, o que está
correlacionado com a existência de pessoas não imunizadas. Contudo, isso só se
torna um agravo em populações em que o grau de imunidade é baixo, visto que
onde a cobertura vacinal está acima de 95% não ocorrem endemias (PETRAGLIA,
2020).
A caxumba também é prevenida por vacina, a qual é ofertada em três tipos:
monovalente, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetraviral (sarampo,
caxumba, rubéola e varicela), tendo um nível de imunidade igual se administrada
na forma isolada ou combinada. Os estudos mostram que uma dose da vacina
apresenta 95% de efetividade e as taxas de soroconversão variam de 80% a 100%
(PETRAGLIA, 2020).
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No Brasil, em 1989, foi con rmado o último caso de poliomielite, doença
erradicada das Américas nos anos 1990. A vacina para poliomielite e para outras
doenças atingiram no país uma cobertura de quase 100%, entre os anos de 2010
e 2015. Contudo, após 2015 houve uma queda nas coberturas vacinais, sendo
realizado um esforço para recuperação das porcentagens máximas, que foi
atingido em 2018. Em 2019 houve uma diminuição da porcentagem de cobertura
vacinal, agravando-se em 2020 com a pandemia da COVID-19, mas não de forma
homogênea, pois atingiu mais as regiões Norte e Nordeste (KERR, 2023).
Objetiva-se neste estudo, realizar um levantamento de dados acerca das
doenças infecciosas pediátricas e as suas atualizações, relacionando com a forma
de prevenção – vacinação.
METODOLOGIA
Esse estudo constitui uma revisão de literatura de caráter analítico e narrativo a
respeito das principais doenças infecciosas acometidas na infância, suas
atualidades e as principais mudanças na conduta terapêutica As pesquisas
foram realizadas durante o mês de outubro de 2022 e fevereiro de 2023,
utilizando-se as bases de dados Scienti c Eletronic Library Online (SCIELO),
National Library of Medicine (PubMed), Google Acadêmico, sites de organizações
mundiais de saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e FioCruz.
Foram selecionados artigos originais e disponíveis na íntegra, publicados entre
2011 e 2023, escritos em português e inglês. Optou-se pela busca por termos
livres, sem o uso de vocabulário controlado (descritores), excluindo-se aqueles
textos que não continham informações pertinentes para este estudo.
RESULTADOS E ANÁLISE
O sarampo é uma doença que tem como fator etiológico o vírus Morbili Vírus
Paramyxovirus, que apresenta altas taxas de transmissão, podendo um único
doente transmitir para 12 a 18 pessoas, num período entre seis dias antes e quatro
dias depois do surgimento dos sintomas. O vírus do sarampo possui oito classes
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(A-H), que podem ser divididas em 24 genótipos, cada genótipo de manifesta de
acordo com a distribuição geográ ca (XAVIER, 2019).
Antes da década de 1970, quando ainda não havia o controle com vacina, o
sarampo infectava cerca de 90% das crianças e causava 2 milhões de mortes por
ano (XU, 2021). Atualmente a vacina do sarampo, feita com vírus atenuado, após
as duas doses apresenta uma cobertura extremamente alta, com 94% de e cácia
(NASCIMENTO, 2020). Em 2016 o Brasil recebeu um certi cado de livre do
sarampo, com menos de um caso por milhão em cerca de um ano
(MAKARENKO, 2022). A partir de 2018, o Brasil perdeu tal certi cado por conta de
surtos que vem ocorrendo pela queda da imunização (MEDEIROS, 2020).
Ao ser infectado pelo vírus do sarampo através de gotículas de aerossol, o
hospedeiro é atingido inicialmente no trato respiratório, onde se espalha para
pele, conjuntiva e outros órgãos. A doença evolui em três fases: incubação,
pródromos e exantemas (XAVIER, 2019). O período de incubação apresenta uma
duração entre 10 e 14 dias (RABAAN, 2022), daí surgem os principais sintomas
como febre, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo, de
aparecimento súbito e distribuição craniocaudal. As lesões de Koplik são
manchas de 2 a 3mm com base eritematosa e centro branco que surgem na
mucosa oral e desaparecem em até 48h, são os primeiros indícios da doença
(MEDEIROS, 2020). O sarampo tem como principais complicações otite média,
pneumonia e encefalite aguda (XU, 2021), raramente pode causar ainda
panencefalite esclerosante subaguda, quando o vírus afeta o encéfalo
(MEDEIROS, 2020).
O sarampo é diagnosticado pela sua clínica, anamnese e exame físico, tendo
como principais diagnósticos diferenciais dengue, rubéola, herpes vírus 6 e
parvovírus B19 (RABAAN, 2022). O tratamento é realizado com a prescrição de
sintomáticos e medidas de suporte como hidratação, antitérmicos e
administração de vitamina A (DE CARVALHO, 2020).
A caxumba, também conhecida como parotidite infecciosa, é uma doença viral
aguda de alta morbidade e baixa letalidade, causada pelo vírus RNA da família
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Paramixoviridae. A doença, usualmente apresentada em períodos de surto, afeta
mais frequentemente as glândulas parótidas, responsáveis pela produção de
saliva, podendo também atingir as submandibulares e sublinguais. Compreende,
na maioria dos casos, crianças no período escolar, mas não é impedida de afetar
adolescentes e adultos, tornando-se, nesses casos, mais grave. Apesar da sua
primeira descrição ter se dado entre 370 a.C., por Hipócrates, como doença das
glândulas salivares, apenas em 1945, Habel e Ender conseguiram isolar o vírus,
possibilitando mais tarde a pesquisa para a vacina contra a caxumba, que só foi
introduzida no calendário vacinal em 2004 (GERVÁSIO, 2019).
Os únicos hospedeiros naturais do vírus da caxumba são os seres humanos e sua
forma de transmissão por meio de gotículas respiratórias gera uma alta taxa de
disseminação. Desde o século XVIII, documentos mostram as epidemias de
caxumba que ocorreram em todo o mundo, e foram mais frequentes em
ambientes fechados, onde há intensa aglomeração de pessoas, incluindo
orfanatos, prisões, internatos, quartel militar e com picos de incidência
tipicamente do nal do inverno ao início da primavera. Antes da vacina, ou seja,
na era pré-vacina, a caxumba era uma doença infecciosa comum com alta
incidência anual, geralmente >100 por 100.000 habitantes, com base na
vigilância. Incidências também mostram que 6.000 casos a cada 100.000 foram
relatados em populações militares. No entanto, com a descoberta da vacina em
1967 e sua utilização no Brasil desde 1992, no qual foi combinada com outras para
melhor prevenção das doenças, surgiu a vacina tríplice viral. No primeiro
momento da introdução da vacina, houve um avanço na redução da taxa de
caxumba, porém nos últimos anos, foi noti cado surtos em lugares sugestivos
para a transmissão, mas isso de fato acontece porque as duas doses da vacina
tríplice viral protege muito bem para o sarampo e rubéola, mas têm uma e cácia
mais baixa para caxumba – cerca de 60% com uma única dose e 80% com duas
doses. E essa e cácia se perde com o decorrer dos anos, dessa maneira cando
mais suscetível ao vírus, disse à BBC News Brasil a pediatra Isabela Ballalai,
presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), (HVIID, 2008).
O vírus da caxumba tem um período de incubação em média de 16 a 18 dias,
com um intervalo de cerca de 2 a 4 semanas. A infecção pelo vírus é
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assintomática em um terço dos casos, como também pode apresentar sintomas
prodrômicos inespecí cos que incluem febre baixa, anorexia, mal-estar e cefaleia,
no qual o vírus tem a nidade pelo epitélio da glândula parótida, podendo levar a
uma in amação e causar uma parotidite aguda leve. Por meio da viremia, pode
infectar outras regiões glandulares como os testículos, ovários e pâncreas, e em
alguns casos o vírus pode atingir os rins e o sistema nervoso. A tríade clássica da
caxumba é caracterizada pelo aumento das glândulas parótidas e demais
glândulas salivares, sendo que três quartos dos casos de caxumba são bilaterais.
Apenas 10% dos casos atingem demais glândulas espalhadas pelo corpo
(GERVÁSIO, 2019). Apesar de sua principal característica ser o aumento das
glândulas salivares, ela apresenta outros sintomas como febre, mialgia, cefaleia,
hiporexia e por conta do aumento das glândulas sublinguais o paciente
apresenta dor à mastigação e a ingestão de líquidos ácidos. Ademais, em
crianças menores de cinco anos, é comum a presença de sintomas nas vias
respiratórias, podendo também desenvolver uma queda nos estímulos
neurossensoriais da audição (GUERREIRO, 2015).
Contudo, a evolução da infecção ocorre de maneira oligossintomática, pois
acomete principalmente glândula parótica e causa uma parotidite aguda
benigna, que, pela alta viremia, pode rapidamente atingir outras regiões
glandulares, causando, por exemplo, orquiepididimite, que é uma in amação
aguda ou crônica do(s) testículo(s) e epidídimo (uni ou bilateral), se não tratada a
tempo, ou de forma certa, pode levar à impotência ou à esterilidade. Entretanto,
quando esse vírus atinge o sistema nervoso central, causa a meningite Asséptica,
que na maioria das vezes, se tratada corretamente, não deixa sequelas, mas, se
não identi cada e medicada corretamente pode causar, por exemplo, encefalite.
Portanto, durante o diagnóstico, deve-se levar em conta diversos fatores que
podem mudar o manejo com o paciente (BRASIL, 2015).
A poliomielite é uma doença viral infecciosa causada pelo poliovírus e pode
acometer pessoas de qualquer idade, principalmente crianças de zero a quatro
anos. É responsável por atingir o sistema nervoso, podendo causar infecção na
medula e no cérebro, além de paralisia e espasmos musculares, quadro
conceituado como paralisia ácida aguda. Ademais, devido ao trabalho de
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promoção à saúde infantil, a região das Américas foi a primeira do mundo a ser
considerada livre da poliomielite, em 1994, pela Comissão Global Independente
para a Certi cação da Erradicação da Poliomielite (LIRA, 2021).
No Brasil, os primeiros relatos de poliomielite foram no início de 1911, em São
Paulo, de casos esporádicos. Porém, o primeiro surto no país foi descrito,
também, em 1911 pelo pediatra carioca Fernandes Figueira. O controle da
poliomielite teve início em 1960 com ações das vacinas antipoliomielíticas. Em
1973, se iniciou uma nova era para controle das doenças preveníveis por
vacinação, no Brasil, com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), após um
surto de proporção signi cativa, houve implantação de ações mais efetivas de
controle (VERANI, 2020). Segundo o Calendário Nacional de Vacinação para a
poliomielite, devem ser aplicadas três doses sendo, aos dois, quatro e seis meses
de vida, além das duas doses de reforço, porém, o PNI identi cou diminuição na
cobertura vacinal da poliomielite nas últimas décadas, ao analisar a populaçãoalvo imunizada de 2006 a 2016, observa-se no último ano a menor cobertura do
período, apresentando apenas 91% do grupo-alvo vacinados, além disso, segundo
o Ministério da Saúde, 312 municípios brasileiros têm cobertura vacinal inferior a
50%. Ademais, por intermédio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no
artigo 14, parágrafo 1, é informado sobre a obrigação da vacinação nos casos
recomendados pelas autoridades sanitárias como é a vacina para poliomielite
(ARROYO, 2020).
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, causada por três
tipos (I, II e III) do poliovírus, em que a transmissão ocorre de pessoa-a-pessoa,
por secreções nasofaríngeas ou por objetos contaminados. Quando o indivíduo
suscetível à doença é exposto, grande parte desenvolve infecção inaparente ou
apresenta sintomas leves, como febre, mal-estar, náusea, vômito, constipação
dor abdominal e podendo evoluir para casos graves, como meningite asséptica,
formas paralíticas e óbito. Tendo em vista o impacto dos casos de poliomielite na
população, dentre as ações adotadas para controle, destaca-se a organização de
Dias Nacionais de Vacinação (DNV), em 1980, que se constitui na vacinação em
massa e simultânea de crianças menores de cinco anos, com a VOP trivalente a
nível nacional, sendo duas vezes ao ano com intervalo de dois meses. Como
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resultado, a ocorrência dos casos teve uma redução de 90%, em 1981. A VOP foi
utilizada como escolha e adotada como estratégia para erradicar a transmissão
do vírus nas Américas, sendo capaz de interromper a transmissão por conter
vírus vivos atenuados que são excretados em abundância após a vacinação
(VERANI, 2020).
Embora a poliomielite tenha sido erradicada no Brasil, os sobreviventes da
mesma enfrentam suas sequelas, incluindo a Síndrome Pós-Poliomielite (SPP)
que acomete entre 25% a 40% dos mesmos, após anos de estabilidade clínica e
funcional, podendo desenvolver nova fraqueza muscular, fadiga e atro a
muscular, dores musculares e articulares, distúrbios do sono. Para mais, outras
complicações da pólio são a escoliose, distúrbios respiratórios, hipertensão,
disfagia e a saúde mental dos pacientes que adquiriram a doença. Em relação ao
diagnóstico, é necessária uma abordagem clínica para exclusão de outras
doenças neurológicas, ortopédicas, transtornos psiquiátricos ou mesmo do
processo de envelhecimento. Por isso, é de extrema importância considerar a
equipe multipro ssional para resultados signi cativos e que não inter ram nas
atividades cotidianas do indivíduo (LIRA, 2021).
Como no Brasil o último grande surto de poliomielite ocorreu em 1984 e o último
caso noti cado, da mesma, foi em 1989, deve-se considerar a necessidade de
programas de reabilitação e manejo de pessoas acometidas com a poliomielite.
Além disso, segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que cerca de 18
milhões de pessoas no mundo foram afetadas pela poliomielite paralítica,
portanto, é de suma importância que os pro ssionais de saúde possuam
conhecimento sobre a doença, para que, os mesmos, consigam tratar a doença e
atualmente suas complicações como a SPP, e por consequência, deve-se manter
ações permanentes sobre a doença, garantindo a vigilância e os níveis de
imunização para a proteção imunológica da população (DONOSO, 2020).
A poliomielite é uma doença grave que pode deixar sequelas permanentes nos
indivíduos, afetando sua vida cotidiana e, em razão de ser infectocontagiosa e de
acometer principalmente crianças, é de extrema importância que além de
pro ssionais de saúde, a população também tenha conhecimento, de uma
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forma geral, sobre a doença. Visto que as políticas de erradicação, à nível global,
garantam e cácia na eliminação da doença em diversos países, entretanto, ainda
há alguns países em que a situação da poliomielite é endêmica, se fazendo
necessário, assim, mais estudos que avaliem a situação global e nacional da
doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As crianças estão susceptíveis a infecção por sarampo, caxumba e poliomielite
desde que não recebam as vacinas para tais doenças. Os dados obtidos
evidenciam que se deve realizar novamente um esforço multinacional para evitar
que os casos dessas doenças reapareçam, além disso, é de suma importância
que o Brasil reforce suas campanhas de vacinação e o controle epidemiológico
durante a infância, visto que a maioria desses programas estão estagnados
desde o início da pandemia de COVID-19. Ressalta-se que ainda não é possível
a rmar que a falta de controle, nos últimos, anos, não possa ter sido su ciente
para causar a volta dessas e de outras doenças que estavam estagnadas, tendo
em vista que será necessário um esforço incalculável para reverter o atraso
acumulado nos números de crianças imunizadas para poliomielite, sarampo e
caxumba.
A conduta terapêutica para essas doenças manteve-se igual, visto que não há
um antirretroviral disponível especi camente para elas, apenas medicamentos
sintomáticos são usados no seu tratamento.
Portanto, pro ssionais da saúde devem sempre estar atentos aos casos com
sintomas clínicos dessas doenças, pois exames sorológicos podem apresentar
falso negativo. Deve-se sempre levar em consideração a avaliação clínica do
paciente e investigar, e investigar se ele tem o calendário vacinal em dia, para
somente assim descartar a doença.
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