Papers by Marilia X . Cury
Cadernos do CEOM, Jun 16, 2021
Políticas públicas museais e a promoção de programas de educação em museus: os públicos no plural... more Políticas públicas museais e a promoção de programas de educação em museus: os públicos no plural Museum public policies and the promotion of education programs in museums: the public in the plural Marília Xavier Cury* Palavras chave: Políticas públicas museais Educador de museus Pandemia de coronavírus Resumo: O artigo contribui com o debate sobre programas de educação em museus, sua organização e seus públicos, em face da Política Nacional de Museus. A discussão parte da pesquisa intitulada "Análise de narrativas educativas em museus", realizada com equipes de educação (2014-2016) no momento da formulação da Política Nacional de Educação Museal. A pesquisa qualitativa e exploratória a rma a pro ssionalização das equipes interdisciplinares de educadores para atender à pluralidade de públicos e garantir a equidade de acesso, sua capacidade criadora e habilidade articuladora com outros setores museais, públicos e organizações diversas. A análise no viés da comunicação museológica gera pontos que convergem para a crítica sobre educação museal, que esperamos ser considerada nas políticas museais pós-pandemia de coronavírus.
A Pesquisa Academica de Recepcao de Publico em Museus no Brasil tem como objetivo central reunir ... more A Pesquisa Academica de Recepcao de Publico em Museus no Brasil tem como objetivo central reunir a producao referente a esse enfoque, para a construcao do estado da “arte” desse recorte investigativo. Os fundamentos seguidos sao: Quadro Referencial da Museologia, Estudo de Recepcao, Avaliacao em Museu, Comunicacao Museologica e Publico de Museu. A pesquisa partiu de levantamento anterior concluido em 2004. O levantamento realizado na 1a fase do projeto de pesquisa (2012-2014) conseguiu dados anteriores a 2014, localizando pesquisas realizadas em contextos de pos-graduacao e concursos para Livre docencia. Entao, atualizou o levantamento preliminar concluido em 2004 e acrescentou dados entre 2004 e 2014. Foram levantadas, por meio da internet e acompanhando as producoes docentes, 44 pesquisas categorizadas por areas: Antropologia, Arqueologia, Ciencias da Informacao, Ciencias Sociais, Ciencia da Comunicacao, Educacao, Memoria Social, Museologia e Psicologia. As categorias informam a amplitude de como o tema pode e vem sendo tratado, mas revelam que a novidade do recorte e ainda pouco conhecido ou desconhecido por grupos de pesquisa e orientadores de pos-graduacao. Apesar dessa constatacao, podemos perceber que ha um exercicio metodologico em realizacao, fundamentalmente em construcao pela museografia, em particular pela Avaliacao em Museus como ramo da gestao museal. Dessa forma, a aproximacao entre Pesquisa de Recepcao e Avaliacao em Museus torna-se necessaria ao serem interdependente. O levantamento nao se pretende como conclusivo, mas aponta para pontos de aprofundamento, a saber: Estudo de Recepcao como parte do objeto de estudo da Museologia (relacao homem e realidade) e Avaliacao de Museu como museografia (conjunto de tecnicas de observacao e descricao), Vertentes de pesquisa para a recepcao, Concepcoes de publico, Metodologias aplicadas em Estudos de Recepcao, Terminologia adotada.
Universidad Autónoma de Madrid eBooks, 2012
Resumo: A ditadura de 1964 a 1985 é um período traumático da história recente do Brasil com sua m... more Resumo: A ditadura de 1964 a 1985 é um período traumático da história recente do Brasil com sua memória marcada por silêncios e esquecimentos, como as graves violações aos direitos humanos cometidas pelo governo militar. Hoje começam a ser reconhecidos como patrimônios, os locais onde ocorreram essas violações-campus universitários, presídios, delegacias e valas para sepultamentos clandestinos. A pesquisa analisa como são musealizados esses lugares, reconhecendo, preservando e colocando em diálogo com a sociedade, vozes silenciadas durante décadas. O Memorial da Resistência é o primeiro centro de tortura da ditadura a se tornar um museu no Brasil e, apesar de ter sido inaugurado em 2009, já é um dos mais visitados da cidade de São Paulo, o que demonstra um interesse da sociedade pela memória do período. Quais são os atores e patrimônios envolvidos, o que comunicam, como são mediados e interpretados pelo público-visitante, em especial estudantes adolescentes, são as questões que serão discutidas.
Revista Museologia & Interdisciplinaridade, Nov 3, 2015
Este artigo é resultado da pesquisa de mestrado conduzida com o objetivo de refletir sobre as pot... more Este artigo é resultado da pesquisa de mestrado conduzida com o objetivo de refletir sobre as potencialidades da reformatação da expografia por meio da pesquisa-ação participativa, usando o plano museológico como ferramenta, com base em um estudo de caso. O lócus da pesquisa é o Museu de Geociências do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo e os sujeitos foram os seus três funcionários, cujas formações não contemplavam a museologia. O processo adotado levou em consideração o processo de elaboração e montagem de exposições de Cury (1999) e como o desenvolvimento de exposição pode ser conduzido de forma participativa de acordo com McKenna-Cress e Kamien (2013), que requer um ambiente em que papeis e recursos sejam claramente definidos. O plano museológico foi incorporado nesse processo para criar esse ambiente. O resultado, no estudo de caso, foi positivo, a metodologia de pesquisa-ação participativa foi capaz de formar uma equipe com autonomia para tomar decisões sobre a expografia e o plano museológico, que, neste caso, estão altamente alinhados. O processo pode ser adotado por outra instituição mas a pesquisa aponta que isso pode significar uma grande mudança na sua cultura organizacional, pois requer que os indivíduos tenham habilidades equivalentes para expressar suas ideias e ouvir e entender os outros.
O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo – MAE-USP – apresenta essa obra c... more O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo – MAE-USP – apresenta essa obra como o resultado parcial de um projeto expográfico com os grupos Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena, presentes no Centro-Oeste de São Paulo. O projeto se originou da preocupação do MAE-USP em informar esses grupos indígenas sobre os objetos de seus ancestrais coletados entre o fim do século 19 e 1947 naquela região paulista. A publicação prioriza os grupos indígenas, proporcionando espaço para que falem de si mesmos, projetando uma imagem na atualidade. Os conteúdos, as fotos, a capa e a arte desse trabalho foram pesquisados e elaborados pelos grupos envolvidos. A publicação contribui para romper com alguns estereótipos que envolvem as culturas indígenas e indica contatos para que os interessados possam agendar visitas às Terras Indígenas.
Resumo O museu e a Museologia têm acertos com os indígenas no Brasil. Por mais de um século os in... more Resumo O museu e a Museologia têm acertos com os indígenas no Brasil. Por mais de um século os indígenas são representados nas instituições museais sob a tutela colonialista, posição a ser alterada emergencialmente, a responder às demandas dos povos indígenas do Brasil quanto à autonomia e soberania indígenas para a construção de suas histórias, memórias e relações sociais. O museu vem se instrumentalizando com ações colaborativas para a indigenização da instituição, descolonizando-a. Isso alcança tanto o modelo clássico de museu quanto o museu indígena, mesmo que de formas distintas, mas complementares. O artigo argumenta nessa direção, pauta-se em questões para observação e reflexões, apresentando alguns museus nacionais, estaduais, universitários e indígenas, como convite à visitação crítica de exposições museais. Palavras-chave: Descolonização do museu, Museus indígenas, Representação em museus, Autonarrativas em museus, Trabalho colaborativo. 1 INTRODUÇÃO A temática indígena ainda está por ser valorizada e fortalecida no Brasil nos mais diversos setores da nossa sociedade e os museus não fogem a essa regra. O ensino formal ainda busca subsídios, formas de aprofundamento ou, até, informações e estratégias elementares que possibilitem o professor a trabalhar a questão em sala de aula. A obra A temática indígena na escola-novos subsídios para professores de 1º e 2º graus, organização de Aracy L. da Silva e Luís Donisete B. Grupioni, lançado em 1995, estabeleceu um marco, como foi de grande contribuição o livro A temática indígena na escolasubsídios para os professores de Pedro Paulo Funari e Ana Piñón e tantas outras publicações que são hoje acessíveis pela internet. Apesar de certa disponibilidade de informações, ainda perdura na nossa sociedade o
Revista CPC, Dec 21, 2020
Museums are imbued with a colonialist heritage that is analyzed via theoretical and methodologica... more Museums are imbued with a colonialist heritage that is analyzed via theoretical and methodological models of social sciences and humanities. This paper thus discusses how university museums can propose new parameters through collaborative action. The discussion focuses on collection management, the "space" where institutional policies meet, dealing with the curatorship of the exhibition "Resistência já! Fortalecimento e união das culturas indígenas-Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena" (Resistance now! Strengthening and uniting indigenous cultures-Kaingang, Guarani Nhandewa and Terena), which promoted indigenous understanding about the university museum, self-representation and the intent of donating contemporary objects. The chosen environment is the Museum of Archeology and Ethnology (USP) and the actors are the Kaingang, Guarani Nhandewa and Terena from the Indigenous Lands Araribá, Icatu and Vanuíre, in São Paulo. We present indigenous expectations in musealization in order to reflect on the role of the university museum in the production of preservationist meanings and the motivations for donation, placing heritage and legacy side by side. Likewise, we verify how the museum sees representation and self-representation, and how it incorporates new processes in the face of policies and procedures to be restructured. The debate continues on the anthropological and museological aspects that structure new thoughts and possibilities on the praxis for museums.
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Papers by Marilia X . Cury
The Program was created as a form of intervention to potentialize indigenous voices already present in the exhibition, and was conducted in a way that cut across other educative programs and involved students, lecturers, museum staff, the elderly, and children living in favelas. Throughout the Program, the indigenous participants, who included shamans and spiritual leaders, teachers, elders, chiefs and political leaders, mediated the work according to their specific visions and demands. We thereby contributed to promote intercultural exchanges while working to decolonize thought and practice in museums.