Luiz Rohden
He holds a degree in Philosophy from FAJE in agreement with the Federal University of Minas Gerais (1990), a Master's degree in Philosophy from the Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul (1994) and a PhD in Philosophy from the Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul (2000) with a PhD in Sandwich in Heidelberg (Germany) under the guidance of Prof. Reiner Wiehl. Post-doctorate at Boston College, USA, with William Richardson, in 2006. Post-doctorate at Penn State University, USA, with Dennis Schmidt, in 2015. Fellow at CNPQ. He is currently a full professor at the University of Vale do Rio dos Sinos. Coordinator of the Post-Graduate Program in Philosophy. Coordinator of DInter and Minter with FACC/MT. The main philosophical specialty revolves around the hermeneutic tradition. He has experience in the area of Philosophy, with emphasis on Philosophy of Language Theory of Etical Knowledge Hermeneutics, acting mainly on the following themes: phenomenology, language, philosophical hermeneutics, hermeneutics as ethics
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Books by Luiz Rohden
"Mau hermeneuta é aquele que crê que pode ou deve possuir a última palavra."(GADAMER, 1977, p. 673).
Quando Ivan, o mineiro, em seu livro, Filosofia no Brasil, fala do ideal do "filósofo cosmopolita globalizado, o polímata, o homo universalis, ou o pensador de largos horizontes - figura especulativa e sondagem dofuturo" (JÚNIOR, 2018, p. 633-634), compreendo que sugere sua corporificação filo- sófica brasileira ao estilo da nossa Clarice, passando pelonosso Machado até o nossomístico-metafísico-poéticoGuimarães Rosa (ROHDEN, 2007). N aes- teira dessa hermenêutica, proporei que esse filósofo, homo universalis nativo, cultive av i r t u d e da humildade. E, para isso, lembro que, de modo geral, em âmbitocoloquial, o termohumildade provoca a impressão de fraqueza, inefi- cácia, desimportância e até de inutilidade. No terreno filosófico, causa estranheza desvendar sua identidade, destacar sua atualidade e suas vantagens, visto que o filósofo tem a pretensão, nada modesta, de compreender e traçar os fundamentos do real e de ainda apontar modos de agir com o mesmo diapasão. O jogo dasvaidades e as práticas depetulância' que perambulam pela academia levou Pascal, com toda a razão, "a criticar a soberba dos filósofos"
(COMTE-SPONVILLE, 1995, p. 153). Além de raramente ser abordada, ela
não parecer ter o status de importância de virtudes como a justiça, a coragem ou a prudência.
No ensejo da merecida homenagem ao filósofo da ilha proponho uma hermenêutica do uso do poder em vista de uma gestão filosófica à esteira de Platão. Usualmente atribui-se à filosofia a tarefa exclusiva de elevar o real ao conceito sem se dar atenção devida à afinidade existente entre o filosofar e a gestão do poder. Basta, porém, um rápido olhar sobre a gê- nese da filosofia para perceber a unidade interna entre o filosofar e a arte de governar como vemos em Platão na República, Carta Sétima, Alcibíades, Górgias. Além disso, como todos estamos, de uma forma ou de outra, im- plicados no uso que se faz do poder, considero pertinente tecer algumas reflexões em torno do que considero ser uma gestão filosófica. Inspirado pela hermenêutica gadameriana, tecerei este texto com a perspectiva pla- tônica segundo a qual “o filósofo é uma amálgama de todas as qualidadesboas: companheiro da verdade, da justiça, do valor e do autodomínio, do- tado de boa memória, rápido em aprender, digno e amável”
"Mau hermeneuta é aquele que crê que pode ou deve possuir a última palavra."(GADAMER, 1977, p. 673).
Quando Ivan, o mineiro, em seu livro, Filosofia no Brasil, fala do ideal do "filósofo cosmopolita globalizado, o polímata, o homo universalis, ou o pensador de largos horizontes - figura especulativa e sondagem dofuturo" (JÚNIOR, 2018, p. 633-634), compreendo que sugere sua corporificação filo- sófica brasileira ao estilo da nossa Clarice, passando pelonosso Machado até o nossomístico-metafísico-poéticoGuimarães Rosa (ROHDEN, 2007). N aes- teira dessa hermenêutica, proporei que esse filósofo, homo universalis nativo, cultive av i r t u d e da humildade. E, para isso, lembro que, de modo geral, em âmbitocoloquial, o termohumildade provoca a impressão de fraqueza, inefi- cácia, desimportância e até de inutilidade. No terreno filosófico, causa estranheza desvendar sua identidade, destacar sua atualidade e suas vantagens, visto que o filósofo tem a pretensão, nada modesta, de compreender e traçar os fundamentos do real e de ainda apontar modos de agir com o mesmo diapasão. O jogo dasvaidades e as práticas depetulância' que perambulam pela academia levou Pascal, com toda a razão, "a criticar a soberba dos filósofos"
(COMTE-SPONVILLE, 1995, p. 153). Além de raramente ser abordada, ela
não parecer ter o status de importância de virtudes como a justiça, a coragem ou a prudência.
No ensejo da merecida homenagem ao filósofo da ilha proponho uma hermenêutica do uso do poder em vista de uma gestão filosófica à esteira de Platão. Usualmente atribui-se à filosofia a tarefa exclusiva de elevar o real ao conceito sem se dar atenção devida à afinidade existente entre o filosofar e a gestão do poder. Basta, porém, um rápido olhar sobre a gê- nese da filosofia para perceber a unidade interna entre o filosofar e a arte de governar como vemos em Platão na República, Carta Sétima, Alcibíades, Górgias. Além disso, como todos estamos, de uma forma ou de outra, im- plicados no uso que se faz do poder, considero pertinente tecer algumas reflexões em torno do que considero ser uma gestão filosófica. Inspirado pela hermenêutica gadameriana, tecerei este texto com a perspectiva pla- tônica segundo a qual “o filósofo é uma amálgama de todas as qualidadesboas: companheiro da verdade, da justiça, do valor e do autodomínio, do- tado de boa memória, rápido em aprender, digno e amável”
RESUMO Hans-Georg Gadamer retomou e elevou a atividade hermenêutica ao status de filosofia. Uma das suas idiossincrasias consiste em entrelaçar, no seu discurso, experiências de ordem ética, política, metafísica e estética. A hermenêutica filosófica pauta-se pela prática do diálogo sobre questões relativas ao pensar e à conduta humana. O presente artigo tem por meta realizar um exercício dialógico entre o projeto filosófico de Gadamer e o pensamento oriental-mais especificamente, o budismo zen da tradição da escola de Kyoto, representada pelo pensamento de Nishida Kitarō. Nossa reflexão será articulada sobre quatro momentos distintos, mas que devem ser tomados dialeticamente: inicialmente, apresentaremos um quadro geral, indicando o estado da questão da hermenêutica gadameriana relativo ao pensamento oriental; a seguir, sustentaremos as semelhanças sobre o
Palavras-chave: cinema,filosofia,Gadamer,hermenêutica,imagem Abstract
Throughout the history of philosophy, the image has usually played a secondary and lateral role for being linked to the idea of appearance, falsehood and copy of the real. However, philosophy, in its own speech, cannot be sustained only through logical propositions, but with help of metaphors, allegories, exemplifications, and so, it is built imagetically. On the other hand, the cinema is a way to deal with images and arrange them in a moving language. That allows us to affirm that image in movement is also a kind of philosophical discourse. With that said, we propose to (a) revisit the concept of image and explain how an image read from the negative point of view, lacking in philosophical content, can be seen as part of the process of dialectic knowledge, provided with ontological valence, since Plato’s dialogues, and (b) show how cinema, as image in movement, help us rethink hegemonic conception, concept maker, of philosophy in considering image just like an accessory and expendable, relocating image as a decisive factor in understanding and expression of being, as philosophical-imagetic discourse.
Keywords: cinema,Gadamer,hermeneutics,image,philosophy
Resumo: Nossa leitura da Carta Sétima parte do pressuposto segundo o qual o filosofar instaura-se sobre um exercício dialético incessante entre fenomenologia e hermenêutica do real. Objetivamos aqui, por um lado, justificar a atualidade e a pertinência da hermenêutica filosófica bem como sua apropriada aplicação aos textos filosóficos e, por outro, elucidar o que julgamos ser o cerne da carta em questão, ou seja, indicar traços fundamentais da verdadeira filosofia e, portanto, dos verdadeiros filósofos segundo nossa leitura do escrito de Platão.
Abstract: Following Plato's Seventh Letter we justify the philosophy plotted between the phenomenological and hermeneutical exercise under auspices of the 'compliments for true philosophy'. We will develop that this philosophy is accomplished dialectically according to descendent movement [formed by the whole letter; it is the dialogical and practical aspects-ethics, politics] and ascending movement [described in the tour of the letter; it is the theoretical and intelligible face-metaphysics]. We will grant a special attention to the five moments [name, definition, image, science and 'the thing itself'] of the ascending route. Finally we will show that the method of the dialectic method is also dialectic and is accomplished in these two movements and in its internal moments which leads to the establishment of an ascending spiral circularity or a virtuous circle.
Resumo: Refletiremos neste artigo sobre temas e questões filosóficas relativas à concepção de hermenêutica da facticidade cunhada por Heidegger e de hermenêutica filosófica desenvolvida por Gadamer. Além de explorar alguns fios comuns que tecem o projeto filosófico de ambos, propusemo-nos aprofundar as idiossincrasias da hermenêutica filosófica com o escopo de assinalar algumas rupturas relativas à filosofia heideggeriana. Contudo, como objetivo último, visamos fundamentar a tese de que a hermenêutica se alimenta e se justifica plenamente do tensionamento dialético-dialógico entre as duas perspectivas abordadas, segundo o pressuposto de que uma possui como horizonte de fundo a metafísica e a outra a filosofia prática nos moldes propostos pelo estagirita.
Abstract: This text articulates a reflection of methodological point of view between philosophy and Cine. We know that it is middling to produce criticism and analysis of remarkably technical by this reason we propose to justify a philosophical methodology to comprehend films. To actualize this scope, we will describe features of passive and active postures involving the notion of game while method appropriate to watching films. This is what we conventionally call a dialectic aesthetic to film reception where the spectator tries to comprehend himself in an out and back onto himself game when he watching a film.
Palavras-chave: Retórica, racionalidade retórica, persuasão, Aristóteles.
Abstract: The investigation starts considering the attempt to reduce philosophy nowadays to a logical and mathematical reasoning. In order to demonstrat new dimensions of the problem of reasontng lhe author presents first the idea of rhetoric prior to Aristotle, and second, research a in Arislotle's work On Rhetoric. Based on these studies lhe idea of rational rhetoric we will be explicited in conjunction with logic, ethics, and politics. The conclusion deals wíth the limitations of Arislotelian philosophy in relation to a larger concept of philosophy.