Papers by Maria Priscilla Kreitlon
Este ensaio é proposto como uma reflexão eminentemente teórica e possui três objetivos principais... more Este ensaio é proposto como uma reflexão eminentemente teórica e possui três objetivos principais. Primeiramente, discutir a produção de discursos sobre responsabilidade social empresarial (RSE) sob uma perspectiva crítica, entendendo tais discursos como um campo de embate político onde, em nome de uma causa aparentemente convergente, atores e poderes antagônicos enfrentam-se e lutam por projetos bastante diferentes, quando não opostos. Em seguida, analisar o estado atual do ensino e da pesquisa sobre RSE no Brasil, tanto em termos das principais abordagens adotadas como das referências e métodos que aí predominam, de modo a verificar quão questionadoras ou reprodutoras do status quo são essas práticas. Por fim, no intuito de ilustrar o tipo de enfoque sistêmico que se revela geralmente ausente desse campo de estudos, são abordadas três características estruturais e estruturantes das sociedades capitalistas avançadas: a tendência à hiper-racionalização, que tudo rotiniza e desumaniza; a proliferação de microcomunidades relativamente fechadas de comunicação e ação; e a exacerbação do individualismo e do desenraizamento social. Argumenta-se que estes fenômenos contemporâneosassim como outros tantos, da mesma natureza -inevitavelmente influenciam qualquer possibilidade concreta ou eventual resultado no que diz respeito à chamada responsabilidade social empresarial.
São muitos os agradecimentos. E muito variados.
O objetivo deste artigo é apresentar e discutir a evolução das principais correntes teóricas empe... more O objetivo deste artigo é apresentar e discutir a evolução das principais correntes teóricas empenhadas em justificar o conceito de responsabilidade social empresarial (RSE). Embora no Brasil fale-se cada vez mais a respeito de ética nos negócios e de responsabilidade social das empresas, muitas vezes os argumentos escolhidos para justificar a RSE são essencialmente contraditórios, e misturam pressupostos derivados de orientações teóricas simplesmente incompatíveis entre si. Desde que a problemática relativa às relações entre ética, empresas e sociedade emergiu no início dos anos 60, a produção acadêmica nesse campo cindiu-se em três tipos de abordagens, ou escolas de pensamento, bastante distintas: a Business Ethics, matriz e precursora de todas elas, identificável por sua natureza normativa; a Business & Society, de orientação sociopolítica e contratual; e a Social Issues Management, abordagem de cunho instrumental, voltada para a gestão estratégica das questões éticas e sociais. Após um rápido esboço do contexto histórico dentro do qual surgiu o conceito de RSE, o texto apresenta algumas das principais características de cada uma das três abordagens, sublinhando aquilo que as distingue. Por fim, avança-se a hipótese que, ainda que partam de princípios bastante diferentes e até opostos, as três correntes teóricas acabam por reforçar-se mutuamente e promovem, em última instância, a mesma ideologia: ou seja, a apropriação de diversas questões de interesse público e político pela iniciativa privada.
Books by Maria Priscilla Kreitlon
Conference Presentations by Maria Priscilla Kreitlon
The political struggles and controversies involved in producing the scientific knowledge that com... more The political struggles and controversies involved in producing the scientific knowledge that comes to define environmental problems and solutions financed by foreign aid constitute a complex process usually not called into question by the donor institutions themselves. When disbursing 'green aid', multilateral and bilateral agencies act as supposedly neutral organisms operating solely on the basis of international conventions and agreements. One important outcome of this modus operandi is that while the actual interplay between science and politics remains hidden under apparent neutrality, local debates about the way environmental solutions are presented frequently highlight dissatisfaction, mistrust or lack of commitment among aid recipients. Studies have shown that disparities in both power and national capacities to produce the knowledge used in environmental debates end up affecting the general receptivity to agendas, diagnoses and programs associated with multi or bilateral donors. In order to explore these claims, this paper has been structured in three parts: first, a brief overview of the predominant discourse on foreign aid and its recent evolution is presented. The second part discusses why the very definition of environmental problems is inevitably fraught with uncertainty and dissenting views, how science and technology are routinely called upon to legitimize actors' interests, and how North-South asymmetry in terms of political and economic power often determines the way global environmental issues are framed and dealt with.
Uploads
Papers by Maria Priscilla Kreitlon
Books by Maria Priscilla Kreitlon
Conference Presentations by Maria Priscilla Kreitlon