Henyo T Barretto Filho
I am a 56-year-old Social Anthropologist born in Pará, one of the Amazonian states of Brazil. I have a Doctoral Degree in Social Anthropology from the State University of São Paulo (2001) and more than 20 years of university teaching experience, advising students (both undergraduate, and graduate), and conducting research on ethnology, interethnic relations and environmental issues at the Department of Social Sciences of the University of Amazonas-Ufam (1990-1994) and at the Department of Anthropology of the University of Brasília-UnB (1994-2006). My research on the Northeast semi-arid region of Brazil and the Amazon provided me first-hand knowledge of social and environmental trends and problems in both regions. I acted as member of the Commission of Indigenous Affairs (1992-1994; 1998-2002, 2017-2018), and Secretary elect (2002-2004) of the Brazilian Association of Anthropology (ABA), as well as several other professional societies, non-governmental organizations, foundations and government boards, such as the FUNAI’s Indigenist Council and IBAMA’s National Council of Conservation Units. From 2005 to 2016 I was Academic Director and Program Manager at IEB, a Brasília based NGO, responsible for managing its grants/scholarships and courses under the Gordon and Betty Moore Foundation Andes-Amazon Initiative for five years. At IEB I also coordinated a series of capacity-building initiatives targeted at indigenous peoples’ organizations on themes such as project management, advocacy, public policies, territorial management and participatory mapping under several individual and collective projects with various partners. During this period, I aldo joined the faculty - as a collaborator - of the Professional Masters in Sustainability Alongise Traditional Peoples and Lands of the Center for Sustainable Development of UnB. In August 2016, through a public contest, I returned to the Department of Anthropology of UnB, where I now regularly perform teaching, research and extension activities. I have experience in the areas of Anthropology and Environmental Sciences, with emphasis on interethnic relations, political ecology, environmental and indigenist public policies, and intercultural perspectives in education, working mainly in the following subjects: indigenous peoples, indigenist and environmental policies, protected areas, territorial and environmental management.
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Papers by Henyo T Barretto Filho
Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores
"Também peço aos índios daqui que façam desenhos a lápis...Uma folha mostra todas as montanhas e cumes ao redor do Roraima com sua forma característica. Dois desenhos são especialmente interessantes e comprovam um excelente talento e uma visão notavelmente perspicaz para as condições topográficas de uma grande região. São dois mapas detalhados dos sistemas fluviais do Kukenáng e do Yuruaní com as serras a eles pertencentes. Dois ou três amigos ficam constantemente sentados à volta do desenhista e o ajudam por meio de indicações explicativas, ou, às vezes, eles próprios também desenham em seu lugar com o lápis. Diferenças de opinião são decididas por meio de longa deliberação antes de o desenhista traçar com firmeza a próxima linha (Koch- Grunberg, 1924).
Cem anos depois, o “etnomapeamento” continua sendo ferramenta importante de diálogo intercultural, não somente sobre o conhecimento étnico das paisagens, mas também sobre o uso cultural, distribuição dos recursos naturais, impactos ambientais, entre outras informações.
ambiental no Brasil. Baseio a reconstituição histórica e a descrição etnográfica em fontes documentais e na observação direta de processos sociais em curso. O estudo de duas categorias de manejo de unidades de conservação distintas, situadas em uma mesma bacia hidrográfica - o rio Negro, com as características comuns de um sistema de águas pretas -, abarcando cerca de 60% da área do município de Novo Airão-AM - o que justifica uma análise do efeito da sua criação ao nível local -, criadas à mesma época e geridas sucessivamente por distintas agências do governo federal - o IBDF, a SEMA e o IBAMA -, permitirá: (a) interpelar etnograficamente a relação entre diferentes agências e instituições, locais, regionais, nacionais e internacionais, na criação e gestão de unidades de conservação de proteção integral na Amazônia brasileira; e (b) identificar os recursos sociais, políticos, econômicos, normativos, institucionais e técnicos, que permitiram avanços e retrocessos na implantação destas unidades, enquanto instrumentos da política ambiental. O estudo de caso comparado é empregado como um procedimento recursivo cujo propósito final é construir uma compreensão propriamente antropológica das unidades de conservação de proteção integral - definidas hoje como instrumentos de política ambiental. Faço-o explorando o conceito antropológico de artefato cultural, enfatizando o caráter de construto socionatural histórico instável e indeterminado das unidades de conservação - dimensão dissimulada pelas formulações anacrônicas e ahistóricas hegemônicas nas análises normativas sobre a matéria.