Papers by Maria da Gloria de Oliveira
Antropoceno: perspectivas historiográficas, 2024
Permanecer con los espectros ____________________________________________________________________... more Permanecer con los espectros ____________________________________________________________________________________________________________ 471/504 RESUMEN En esta réplica, retomo cuestiones del artículo "Espectros de la colonialidad-racialidad y los tiempos plurales de lo mismo", en diálogo con los comentarios
In this reply, I return to questions from the article "Specters of coloniality-raciality and the ... more In this reply, I return to questions from the article "Specters of coloniality-raciality and the plural times of the same", in dialogue with the comments of María Inés Mudrovcic,
Ficar com os espectros __________________________________________________________________________... more Ficar com os espectros ____________________________________________________________________________________________________________ 443/504 RESUMO Esta réplica consiste em uma retomada de questões do artigo "Espectros da colonialidaderacialidade e os tempos plurais do mesmo", em diálogo com os comentários
The article proposes a discussion on historiography as a practice of encoding "other" pasts, of s... more The article proposes a discussion on historiography as a practice of encoding "other" pasts, of synchronizing subaltern subjects and plural temporalities, forged as one of the arsenals of representation managed for social struggles for recognition, justice, and historical reparation. Despite their contextual variations, the collective demands for inclusion and visibility emerge as permanent challenges that highlight the excluding and hierarchical effects of the temporalization policies of disciplined history, signaling a litigious coexistence in the present of "unpayable debts" from the past. The central argument I intend to explore is that, in these cases, the spectrum of coloniality-raciality remains a vector of hierarchization, subalternization and temporal (dis)synchronization, to the same extent that it shuffles historical discontinuity or any rigorous temporal distance. between the past and the present. KEYWORDS Historiography. Coloniality. Raciality. RESUMO O artigo propõe uma discussão sobre a historiografia como prática de codificação de passados "outros", de sincronização de sujeitos subalternos e temporalidades plurais, forjada como um dos arsenais de representação mobilizados nas lutas sociais por reconhecimento, justiça e reparação histórica. A despeito de suas variações contextuais, as demandas coletivas por inclusão e visibilidade despontam como desafios permanentes que evidenciam os efeitos excludentes e hierarquizantes das políticas de temporalização da história disciplinada, assinalando uma coexistência litigiosa no presente de "dívidas impagáveis" do passado. O argumento central que pretendo explorar é o de que, nesses casos, o espectro da colonialidade-racialidade se mantém como vetor de hierarquização, subalternização e (des)sincronização temporal, na mesma medida em que embaralha a descontinuidade histórica ou qualquer distância temporal rigorosa entre o passado e o presente.
Espectros de la colonialidad-racialidad y los tiempos plurales de lo mismo ______________________... more Espectros de la colonialidad-racialidad y los tiempos plurales de lo mismo ____________________________________________________________________________________________________________ 343/504 RESUMEN El artículo propone una discusión sobre la historiografía como práctica codificación de pasados "otros", de sincronización de sujetos subalternos y temporalidades plurales, forjada como uno de los arsenales de representación movilizados en las luchas sociales por reconocimiento, justicia y reparación histórica. A despecho de sus variaciones contextuales, las demandas colectivas por inclusión y por visibilidad despuntan como desafíos permanentes que evidencian los efectos excluyentes y jerarquizadores de las políticas de temporalización de la historia disciplinada, señalando, muchas veces, una coexistencia litigiosa en el presente de "deudas impagables" del pasado. El argumento central que pretendo explorar es el de que, en esos casos, el espectro de la colonialidad-racialidad se mantiene como vector de jerarquización, subalternización y (des)sincronización temporal, en la misma medida en que baraja la discontinuidad histórica o cualquier distancia temporal rigurosa entre pasado y presente. PALAVRAS CLAVE Historiografía. Colonialidad. Racialidad.
Espectros da colonialidade-racialidade e os tempos plurais do mesmo _____________________________... more Espectros da colonialidade-racialidade e os tempos plurais do mesmo ____________________________________________________________________________________________________________ 311/504 RESUMO O artigo propõe uma discussão sobre a historiografia como prática de codificação de passados "outros", de sincronização de sujeitos subalternos e temporalidades plurais, forjada como um dos arsenais de representação mobilizados nas lutas sociais por reconhecimento, justiça e reparação histórica. A despeito de suas variações contextuais, as demandas coletivas por inclusão e visibilidade despontam como desafios permanentes que evidenciam os efeitos excludentes e hierarquizantes das políticas de temporalização da história disciplinada, assinalando uma coexistência litigiosa no presente de "dívidas impagáveis" do passado. O argumento central que pretendo explorar é o de que, nesses casos, o espectro da colonialidade-racialidade se mantém como vetor de hierarquização, subalternização e (des)sincronização temporal, na mesma medida em que embaralha a descontinuidade histórica ou qualquer distância temporal rigorosa entre o passado e o presente. PALAVRAS-CHAVES Historiografia. Colonialidade. Racialidade.
Em defesa do Ensino de História: a democracia como valor, 2022
As lutas por reconhecimento das identidades coletivas sempre produziram tensões no trabalho de hi... more As lutas por reconhecimento das identidades coletivas sempre produziram tensões no trabalho de historiadores, sinalizando as implicações éticas e políticas do pensamento histórico, o caráter situado das premissas epistemológicas das práticas acadêmicas e a condição social marcada nos sujeitos que fazem e escrevem história. Os artigos deste dossiê abordam, a partir de perspectivas diversas, as marcas de corporeidade implicadas na operação historiográfica, considerando a noção de corpo não apenas como condição da experiência e da escrita da história, mas como o traço mais tangível das diferenças e da situacionalidade temporal e espacial dos sujeitos epistêmicos e de suas possibilidades de negociação e pertencimento. O objetivo é a ampliação do debate numa abordagem cruzada e interseccional, de forma a contribuir para a problematização dos corpos, tempos e lugares da operação historiográfica e, mais amplamente, do campo disciplinar da história. Palavras-chave Epistemologia. Identidade. Teoria da história.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Apr 7, 2016
Neste ensaio, propomos um balanço, mais panorâmico do que exaustivo, dos estudos de história da h... more Neste ensaio, propomos um balanço, mais panorâmico do que exaustivo, dos estudos de história da historiografia no Brasil, de modo a destacar as questões e temas mais frequentes, bem como as possibilidades e perspectivas de investigação que contribuíram para a configuração dessa sub-área de pesquisa. Na primeira parte da exposição, procuramos mapear a emergência de uma reflexão historiográfica, que se evidencia com os trabalhos desenvolvidos até a década de 1970 e, na segunda, mapeamos alguns modelos de pesquisa historiográfica surgidos a partir da década de 1980, que se constituirão em referências balizadoras para as pesquisas produzidas nas décadas seguintes.
Anos 90, 2015
O artigo discute as relações entre escrita biográfica e historiografia, analisando a noção de exe... more O artigo discute as relações entre escrita biográfica e historiografia, analisando a noção de exemplaridade subjacente às narrativas das vidas dos brasileiros ilustres, publicadas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no século XIX. No contexto letrado do Brasil imperial, é possível identificar duas modulações significativas nas formas da biografia, a primeira orientada por um sentido moralizante, encomiástico e memorialístico explícito e a segunda, dotada da ambição de fornecer chaves heurísticas de acesso à apreensão e representação dos quadros gerais do passado. O argumento central é o de que as aproximações entre biografia e história não se estabeleceram por uma única via, mas foram marcadas por tais modulações e submetidas às demandas gerais de configurações da experiência do tempo.
Historein, 2018
This article presents an overview of historiography in Brazil from the 1840s to the 1950s and del... more This article presents an overview of historiography in Brazil from the 1840s to the 1950s and delimits the impasses, tensions and disputes in relation to two concomitant processes: the nationalisation of the past and the institutionalisation of historical research in the country. Our central reasoning is that, over the course of this period, the writing of history demanded multifaceted narrative and interpretative reconfigurations regarding the colonial past in order to portray the nation with its multiple temporalities and contrasts. These were perceived as structural traits of the present and explicative causes of Brazil’s alleged “backwardness” vis-à-vis the ideals of civilisation, contributing to a continuous postponement of future expectations regarding the full attainment of modernity. Not by chance, in the early decades of the twentieth century, the use of the formation concept emerged as a fundamental notion in the analysis and understanding of Brazilian history. Not only di...
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2018
O artigo propõe uma reflexão acerca dainvisibilidade das produções de autoria femininana históri... more O artigo propõe uma reflexão acerca dainvisibilidade das produções de autoria femininana história intelectual, tendo por horizonte alguns desafios postos pela perspectiva feminista decolonial. Como ponto de partida, abordo a separação paradigmática que se manifesta nas variadas formas de silenciamento acerca das contribuições intelectuais das mulheres, por conta da persistência de um modelo de pesquisa com foco predominante no estudo dos repertórios canônicos de obras de autoria masculina, branca e europeia. O argumento a ser explorado é o de que a produção de autoria feminina não se configurou como tema privilegiado e frequente da história da historiografia, mantendo-se, em larga medida, como o “outro” silenciado, marginal e periférico nos cânones historiográficos e na memória disciplinar. Por fim, defendo a efetividade da categoria de gênero como aparato conceitual crítico dos fundamentos epistêmicos da disciplina e da escrita da História, tais como a “irrelevância” dos marcadore...
Topoi (Rio de Janeiro), 2017
RESUMO As críticas dirigidas à biografia, desde a denúncia do “ídolo do individual” de uma recém-... more RESUMO As críticas dirigidas à biografia, desde a denúncia do “ídolo do individual” de uma recém-fundada ciência sociológica, bem como a desqualificação do seu potencial cognitivo sob o argumento da “ilusão biográfica”, sempre tiveram por efeito perpetuar tanto uma noção esvaziada e empobrecida de narrativa, quanto da dimensão temporal constitutiva da identidade de um indivíduo. As reflexões que proponho neste artigo desenvolvem-se em dois momentos. No primeiro, faço um retorno ao conhecido argumento de desqualificação da credibilidade do biográfico que, em última instância, consistiu na atribuição do estatuto ilusório e fictício às construções identitárias, implícitas nas histórias de vida. Em seguida, aponto para uma problematização dessas interdições, com base nas perspectivas abertas pela noção de identidade narrativa formulada por Paul Ricoeur, cujo ganho crucial estaria em confrontar o indivíduo com a experiência do tempo.
Varia Historia, 2010
O artigo analisa a escrita de biografias como tarefa integrante do projeto historiográfico do Ins... more O artigo analisa a escrita de biografias como tarefa integrante do projeto historiográfico do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro ao longo do século XIX, com base nos discursos de Joaquim Manoel de Macedo e nos estudos biográficos de Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro. Para os sócios da agremiação, a biografia deveria cumprir os propósitos de fixação da memória dos brasileiros ilustres, compartilhando com a escrita histórica das ambições de verdade e imparcialidade na representação do passado. Por outro lado, a evocação reiterada de um "tribunal da…
Caminhos da História
O artigo explora o conceito de colonialidade, com o objetivo de demarcar seus aportes possíveis p... more O artigo explora o conceito de colonialidade, com o objetivo de demarcar seus aportes possíveis para o problema das políticas do tempo que orientam os modos de elaboração das experiências históricas sob as mais variadas formas de historiografia, bem como as demandas por reconhecimento e reparação histórica. A discussão vincula-se aos impasses entre universalismos e particularismos, deixados em aberto pela crítica aos fundamentos eurocêntricos de construção do conhecimento histórico, alinhando-se à ideia de que uma guinada decolonial não se efetua sem a crítica aos usos da temporalidade e aos silenciamentos, provocados pela perspectiva historicista que estabelece uma relação de distância irreversível com o passado. O argumento central é o de que a colonialidade, como lógica latente e incômoda que organiza as condições do presente, ao sinalizar uma dívida irreparável do passado, poderia funcionar também como categoria operatória de politização do tempo na ultrapassagem das determinaçõ...
Não é fácil enfrentar o monstro, sobretudo quando se descobre que você é parte dele.
Resumo: O artigo explora o conceito de colonialidade, com o objetivo de demarcar seus aportes pos... more Resumo: O artigo explora o conceito de colonialidade, com o objetivo de demarcar seus aportes possíveis para o problema das políticas do tempo que orientam os modos de elaboração das experiências históricas sob as mais variadas formas de historiografia, bem como as demandas por reconhecimento e reparação histórica. A discussão vincula-se aos impasses entre universalismos e particularismos, deixados em aberto pela crítica aos fundamentos eurocêntricos de construção do conhecimento histórico, alinhando-se à ideia de que uma guinada decolonial não se efetua sem a crítica aos usos da temporalidade e aos silenciamentos, provocados pela perspectiva historicista que estabelece uma relação de distância irreversível com o passado. O argumento central é o de que a colonialidade, como lógica latente e incômoda que organiza as condições do presente, ao sinalizar uma dívida irreparável do passado, poderia funcionar também como categoria operatória de politização do tempo na ultrapassagem das determinações da história. Palavras-chave: colonialidade; reparação histórica; políticas do tempo; historiografia; teoria da história.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography
O artigo pretende discutir os impasses entre as operações de pesquisa e escrita que marcaram os e... more O artigo pretende discutir os impasses entre as operações de pesquisa e escrita que marcaram os escritos de Capistrano de Abreu, com base em seu trabalho de anotação crítica da História Geral do Brasil, de Francisco Adolfo de Varnhagen, e as relações com a elaboração dos Capítulos de História Colonial.
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Papers by Maria da Gloria de Oliveira
Horário: quintas-feiras – 14hs-16hs – plataforma Zoom
Conteúdo programático: o foco do Seminário será o estudo de conceitos, noções e categorias que fundamentam as práticas de pesquisa, elaboração e ensino do conhecimento histórico, com ênfase nos debates e questões contemporâneas da teoria da História, do pensamento pós-colonial, do giro decolonial, dos feminismos subalternos e dos estudos críticos da branquidade, postas às professoras e professores de História, aos historiadores e à historiografia. Através da leitura e discussão da bibliografia básica, serão abordados os seguintes temas: (a) relações de poder, saberes locais, saberes sujeitados; (b) violência e alteridades epistêmicas; (c) classificação social, colonialidade, raça e gênero e (d) tempo como política e políticas da temporalidade.
Como convite à reflexão, a proposta do dossiê é a de acolher artigos que abordem e/ou problematizem as marcas de corporeidade implicadas na operação historiográfica, considerando a noção de corpo não apenas como condição da experiência e da escrita da história, mas como o traço mais tangível das diferenças e da situacionalidade temporal e espacial dos sujeitos epistêmicos e de suas possibilidades de negociação e pertencimento.
Mais do que discutir o “lugar social” da produção historiográfica, ou de pensar essa relação em termos de “objetos” e “representações", propomos uma reflexão acerca dos marcadores sociais de corporeidade dos sujeitos das práticas epistêmicas e discursivas.
Neste sentido, marcadores de gênero, raça, classe, etnia, sexualidade e territorialidade, mais que identidades contingentes, expressam interpelações epistêmicas e éticas axs historiadorxs como, por exemplo, nas demandas por reconhecimento e reparação.
A expectativa é a de ampliarmos o debate em uma abordagem cruzada e interseccional que, na perspetiva da teoria da história, da história intelectual e da história da historiografia, contribua para problematizar os corpos, tempos e lugares da operação historiográfica e, mais amplamente, do campo disciplinar da história.