Papers by Fabiana Bruce Silva
Anais do 6° Seminário Internacional Museografia e Arquitetura de Museus, Pesquisa e Patrimônio, 2019
Este artigo tem por objetivo pontuar a participação de Pernambuco nas Semanas Nacionais de Fotogr... more Este artigo tem por objetivo pontuar a participação de Pernambuco nas Semanas Nacionais de Fotografia (1982 – 1989), do INFoto FUNARTE/RJ. Como instituição de Pernambuco, foi a FUNDAJ - lugar de referência quando se pensa na documentação fotográfica em Recife e na formação de uma paisagem sóciovisual do Nordeste - que respondeu à convocatória da FUNARTE. A importância em explicitar e compreender esse encontro procura evidenciar, além da prática de fotógrafos, o lugar da fotografia nestas instituições, a preservação da documentação fotográfica patrimonial e o olhar a fotografia objeto de pesquisa em História. Se as possibilidades expressivas e de leitura da fotografia abrem-se no sentido de uma Teoria da fotografia, com os Estudos de imagem e Cultura visual, a compreensão das práticas patrimoniais e memoriais no seu entorno torna-se, também, uma forma de acessar a sociedade que as produziu e que, problematizadas, adquirem visibilidade e importância cultural.
Revendo, durante o período pandêmico em que estivemos em casa, uma publicação de 2011, comecei a ... more Revendo, durante o período pandêmico em que estivemos em casa, uma publicação de 2011, comecei a pensar nos trabalhos de produção de um livro de fotografia e, principalmente, naquilo que ficou como resto-que estava na boneca do livro e que não fez parte da sua edição. Foi, todavia, esse resto, composto de entrevistas realizadas com quatro fotógrafos, hoje não mais vivos, que fizeram a obra: uma sequência de fotografias que mostram percursos pela cidade do Recife de um outro fotógrafo, mais antigo e que, de alguma forma, os inspirara a fotografar o lugar, como imagem recorrente. A ideia inicial para minha comunicação era a de apresentar os relatos destes fotógrafos que atuaram no passado, entre 1950 e c. 2000 e acabei contando simplesmente a história da montagem da obra.
Caderno de Ciências Sociais Fundaj, 2006
Tendo em vista a especificidade desabe- res acadêmicos e de saberes escolares e a relação existen... more Tendo em vista a especificidade desabe- res acadêmicos e de saberes escolares e a relação existente entre eles, pensamos em atribuir novas possibilidades de experiência que considerem a percepção, nos domínios escolares, de que a história não é apenas um estudo do passado. A história como estudo do passado é uma articulação discursiva ela- borada há muito tempo nas nossas salas de aula e está permeada por visões de história (CUNHA: 2004), cujo modelo pode ser visto em construção, no Brasil a partir do século XIX, com o projeto de história nacional do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Fabiana BRUCE SILVA, 2009
O uso de imagens no campo de estudos da História, à luz da Nova História Cultural, ancora-se n... more O uso de imagens no campo de estudos da História, à luz da Nova História Cultural, ancora-se na ideia de que o domínio do historiador não consiste mais em buscar a reprodução do passado, mas em considerá-lo no seu potencial de problematização, na sua construção e relação com o presente. Como perceber, por exemplo, entre conteúdos e expressões, os saberes (discursos de verdade) em torno da imagem fotográfica? Neste sentido procuramos explicitar algumas práticas acerca da produção e do uso de imagens em sala de aula para, além de entendê-las em seus contextos, sermos capazes de criticá- las e reinventá-las.
Revista Observatório, 2017
Experiências anteriores com arquivos e coleções fotográficas datadas de meados do século XX, me l... more Experiências anteriores com arquivos e coleções fotográficas datadas de meados do século XX, me levaram a pensar nas imagens que os sujeitos, as instituições e as épocas compartilham em suas falas cotidianas. Elas podem ser acessadas não somente em acervos, também na internet, em exposições, no cinema, na sala de aula e em outros espaços de convivência, vistos de uma plataforma como a História pública. Através das perguntas que lhes fazemos é possível distinguir como elas ficam presentes em nosso cotidiano. É possível reconstituir percursos e perscrutar, no presente, ecos daqueles valores que aparecem visualmente. Com isso, o objetivo deste ensaio é expor fragmentos que fazem parte da cultura visual no Recife. Como plataforma reflexiva, os argumentos identificam e relatam alguns desses fragmentos. PALAVRAS-CHAVE: Arquivos e coleções fotográficas, História pública, comunicação, ensino. ABSTRACT Previous experiences with photographic archives and collections dating from the mid-tw...
Anais do XVI encontro regional de Historia da Anpuh - Rio, saberes e praticas cientificas, 2014
Anais Eletrônicos do VII Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História. Uberlândia - MG: EDUFU - Editora da Universidade Federal de Uberlândia - MG, 2009
O uso de imagens no campo de estudos da História, à luz da Nova História Cultural, ancora-se na i... more O uso de imagens no campo de estudos da História, à luz da Nova História Cultural, ancora-se na ideia de que o domínio do historiador não consiste mais em buscar a reprodução do passado, mas em considerá-lo no seu potencial de problematização, na sua construção e relação com o presente. Como perceber, por exemplo, entre conteúdos e expressões, os saberes (discursos de verdade) em torno da imagem fotográfica? Neste sentido procuramos explicitar algumas práticas acerca da produção e do uso de imagens em sala de aula para, além de entendê-las em seus contextos, sermos capazes de criticá-las e reinventá-las. Nesse artigo, cujas possíveis conclusões ainda são provisórias, a questão do como fazer e de como transformar conhecimento histórico em aula (transposição didática), questão que envolve práticas interdisciplinares, escolha das abordagens teóricas a fazer dialogar, tornam-se prementes implicando, pelo menos, a percepção de dois problemas que chegam da sala de aula e que envolvem o uso da imagem visual, fotográfica e cinematográfica¹: 1. o das possibilidades de alfabetização em relação aos códigos visuais (uma educação do olhar) e 2. o de que o aluno muitas vezes parece não estar disposto a ler o que não sejam letrinhas, propondo-se a se aventurar somente por onde não exista nenhum barulho de fabricação. Esta última questão impõe à prática com a documentação visual um estigma (ainda um?) que ao entender as imagens visuais como passíveis de fabricação (manipulação) menosprezam e banalizam estas fontes visto que os verdadeiros dados de história devem ser fiéis à realidade (o testemunho, a prova) e, por isso, pouco afeitos à qualquer engenho humano que não seja o de transcrever o ocorrido, como dizia Marc Ferro (FERRO, 1976). Apesar dos Analles, esta visão parece se manter viva desde o século XIX, na pesquisa e no ensino de história, mostrando que boa parte dos
Anais do XXII Simpósio Nacional de História da ANPUH - João Pessoa, PB, 2003
Fabiana de Fátima Bruce da Silva-doutoranda em História, UFPE Imagens permitem à narrativa encont... more Fabiana de Fátima Bruce da Silva-doutoranda em História, UFPE Imagens permitem à narrativa encontrar instituintes que balizam os atos fotográficos, mas que nem sempre podem elucida-los, por isso é imprescindível o diálogo entre a documentação visual e verbal i. Fotografias como síntese visual de uma cultura histórica que possui suas próprias acomodações e rupturas-tradições recompostas e novidades discursivas integradoras-, permitem compor uma teia imaginária que caracteriza seus produtores, o que pode levar a pensar também que, por isso, estas práticas (fotográficas), chegam a traçar uma história própria 2. É importante acentuar que as profundas transformações políticas e culturais que ocorrem entre 1950 e 1960-muitas delas em decorrência dos projetos de tecnologia avançada da guerra fria, do pequeno período de redemocratização, do desenvolvimentismo e do estado de segurança nacional de pós-1964-não apagaram da memória coletiva o antigo imaginário do Estado Novo para o Recife, que considerava a cidade um corpo doente que precisava ser saneado; cidade na qual proliferam o lixo e os mangues com seus mocambos fotografados nos jornais; Recife é apresentada como cidade que tem dificuldades em acompanhar o progresso que se pretende imprimir ao país. Essas fotografias, num sentido geral-sentido este que não se encontra apartado do saber-fazer de outras instituições, de fotógrafos a ela vinculados, e em outras cidades do Brasil-apresentam a intervenção urbana e cultural, cuja mediação quem podia fazer era o Estado, na medida em que, até, propunha uma outra, e algumas vezes nova, paisagem 3. É bem mais complexa a teia imaginária fotografada do Recife; implica numa composição de imagens de instituições estatais com as de outros atos fotográficos, que produzem outras relações permitindo emergir daquele mesmo Recife, outros ângulos, de outros lugares sociais 4. Fotografias mostram Recifes que se repetem e que, vitoriosos, insistem em dominar outros Recifes, escondidos, esquecidos, mas não menos fotografados. É essa relação de diálogo e limiar, que o fotógrafo constrói e apresenta (representa) em cada foto que faz. Então, na preocupação de delimitar o estudo persiste o interesse de apresentar uma outra visão do Recife, contemporânea à visão institucional, do Estado; tendo como foco de análise o registro do cotidiano que aproxima documento e arte. Neste sentido é que, no atual estágio da pesquisa documental, procuro pensar quais imagens podem representar um cotidiano do Recife fotografado, entre a tradição e a modernidade; interessando saber que Recife é este, quem fotografa a cidade e por quê? (A favor de quem? Contra quem?).
Caminhando entre fronteiras: reflexão sobre alguns problemas de metodologia na pesquisa e no ensi... more Caminhando entre fronteiras: reflexão sobre alguns problemas de metodologia na pesquisa e no ensino de história com imagens visuais1 Fabiana Bruce da Silva2 O uso de imagens no campo de estudos da História, à luz da Nova História Cultural, ancora-se na idéia de que o domínio do historiador não consiste mais em buscar a reprodução do passado, mas em considerá-lo no seu potencial de problematização, na sua construção e relação com o presente, de onde a história parte. Como perceber, por exemplo, entre conteúdos e expressões, os saberes (discursos de verdade) em torno da imagem fotográfica? Neste sentido, este artigo procura explicitar algumas práticas acerca da produção de imagens para, além de entendê-las em seus contextos e sentidos, sermos capazes do rigor crítico indispensável à escrita da história procurando rever o mundo e reinventar as imagens, desnaturalizando-as. Palavras-chave: metodologia, pesquisa ensino de história, imagem visual, fotografia. O problema O problema da fotografia como documento para o historiador nos é sugerido desde os estudos de Jacques Le Goff e Pierre Nora, "História: novas abordagens, novos objetos, novos problemas", de 1973 (LE GOFF e NORA, 1976). Nesses textos os autores fazem algumas reflexões importantes sobre o cerne do trabalho do historiador: o que considerar como escrita? Cabe ao historiador explicar ou explicitar? Quais relações enigmáticas estabelecemos com a sociedade presente e com a morte? O que o historiador fabrica quando sai dos arquivos, em seus estudos monumentais? É o que questiona também Michel de Certeau quando chama atenção para o fato de que no mundo atual os temas e as escritas se multiplicam e o historiador precisa estar disposto a executar certas operações, certas práticas sobre um espaço da sociedade e do devir, indo buscar organizar e conceituar, junto com outras disciplinas, certos procedimentos disciplinares, determinados códigos de decifração, que também os envolve em seus 1 Texto datado, apresentado no VII Semana de História da UFRPE, Navegando entre as fronteiras da História: Ensino, Pesquisa e Extensão. Simpósio Temático Imagem e História: práticas e cultura visual. 2009. (Simpósio). Acrescento esta nota e revisão na escrita, sem retirar o sentido do texto.
Museografia e arquitetura de Museus. Fotografia e memória., 2016
Fotografia e arquitetura, cultura e cidades, memória e história têm pelo menos uma questão em com... more Fotografia e arquitetura, cultura e cidades, memória e história têm pelo menos uma questão em comum: a duração. Duração é tempo de espera, em construção, que revive e esquece, reinventa o mundo engendrando resultados. Não duramos do mesmo jeito, muito menos os coletivos, nem as sociedades históricas. Se há uma mecânica no tempo, o que dura é agenciado e se apresenta como um lugar instituído social e culturalmente. A fotografia de Benício Dias faz o Recife aparecer quando muito da cidade estava em processo de demolição, quando havia uma emergência de fundar o novo, o " moderno ". A modernidade no fotógrafo excede o motivo que retrata. Ele circula entre ruínas procurando uma posição de observação inusitada. Fecha os olhos e se afasta, volta no outro dia. Persegue o sabor do instantâneo, mas espera a boa luz enviesada que contribui para escurecer o beco. Com Benicio nos perguntamos: o que ficou? O presente artigo parte do pressuposto que fotografia e arquitetura, cultura e cidades, memória e história têm pelo menos uma questão em comum: a duração. E duração é tempo. Espaço de tempo. Tempo de espera, em construção, que revive e esquece, reinventa o mundo engendrando sentidos, resultados. Não duramos do mesmo jeito, muito menos os coletivos, nem as sociedades históricas. Se há uma mecânica no tempo, o que dura é agenciado e se apresenta como um lugar instituído social, cultural e institucionalmente, corroborando o que dizem Walter Benjamim e Maurício Lissovsky. Este é o debate do texto, muito mais um ensaio escrito em vinte dias, com o objetivo de homenagear Benício Dias, fotógrafo pernambucano.
O presente texto pretende discutir e abordar novas formas do fazer historiográfico como possibili... more O presente texto pretende discutir e abordar novas formas do fazer historiográfico como possibilidade para se estabelecer a compreensão de diferentes formas de pensar o ensino de história. Ao pensar o ensino de história é importante refletir sobre qual história se quer ensinar e faz-se necessário situar as discussões em torno do conceito de história bem como abordar algumas mudanças, tendências e tensões em torno do debate historiográfico.
O texto tem como objetivo discutir uma experiência com arquivos de fotografia da Vaucluse, em 201... more O texto tem como objetivo discutir uma experiência com arquivos de fotografia da Vaucluse, em 2010. Como prática cultural, considera e compara as transformações da fotografia no período estudado, a década de 1940, entre Brasil e França. Relaciona as temporalidades da fotografia (técnica, expressão) praticada em meados do século XX; promove uma "descrição densa" dos aspectos fotografados (conteúdos) que fazem parte de uma agenda cultural local. Mas, como trabalho de documentação, relaciona acervos e temas selecionados, abordando o material fotografado à luz da teoria da fotografia e da história cultural.
Resumo Este trabalho, cuja documentação elementar são fotografias da Coleção Alexandre Berzin/Fot... more Resumo Este trabalho, cuja documentação elementar são fotografias da Coleção Alexandre Berzin/Foto Cine Clube do Recife-da Fundação Joaquim Nabuco-, tem por motivação compreender as especificidades da fotografia praticada nesta cidade, na década de cinqüenta. São fotografias que não pretendem apenas registrar e reproduzir o que é dado, mas que se propõem a ressaltar diversidades, fragmentando o universo fotografado e multiplicando sensações no observador. Abstract The elementary document of this work are photos concerning a Collection of Alexandre Berzin/Photo Cine Club Recife: a teacher and a school of the photography art. This documentation belongs to Foundation Joaquim Nabuco, in Recife – Pernambuco. Our motivation is to understand the specificity of this case in 1950's decade. This photographers, pioners of straight photography in Recife, don't only claim register and reproduce the real things, but their photos show new visions, fragments of the world and the diversity of images and sensations that dream up in modern times. 2 Uma das formas que podemos utilizar para discutir as fotografias artísticas do Foto Cine Clube do Recife (FCCR) é a de fazer uma aproximação entre algumas imagens desta
Experiências anteriores com arquivos e coleções fotográficas datadas de meados do século XX, me l... more Experiências anteriores com arquivos e coleções fotográficas datadas de meados do século XX, me levaram a pensar nas imagens que os sujeitos, as instituições e as épocas compartilham em suas falas cotidianas. Elas podem ser acessadas não somente em acervos, também na internet, em exposições, no cinema, na sala de aula e em outros espaços de convivência, vistos de uma plataforma como a História pública. Através das perguntas que lhes fazemos e possível distinguir como elas ficam presentes em nosso cotidiano. É possível reconstituir percursos e perscrutar, no presente, ecos daqueles valores que aparecem visualmente. Com isso, o objetivo deste ensaio é expor fragmentos que fazem parte da cultura visual no Recife. Como plataforma reflexiva, os argumentos identificam e relatam alguns desses fragmentos.
Considerada por Walter Benjamin (1931) « o São João Batista da fotografia », a litografia, uma té... more Considerada por Walter Benjamin (1931) « o São João Batista da fotografia », a litografia, uma técnica de impressão que antecede e é contemporânea à fotografia, teria encontrado melhor aceitação no meio das « belas artes » do que a sua sucessora. Partimos do pressuposto que compreender essa aceitação - que indica também o lugar da litografia junto a fotografia -, pode ser um caminho para melhor entender o lugar da fotografia no panteão das artes.
Books by Fabiana Bruce Silva
Desde su creación, el Centro de Estudios Brasileños de la Universidad de Salamanca apuesta por la... more Desde su creación, el Centro de Estudios Brasileños de la Universidad de Salamanca apuesta por la fotografía como lenguaje y soporte en la divulgación del conocimiento sobre Brasil. Coordinada por los profesores Pablo Rey-García (Universidad Pontificia de Salamanca) y Charles Monteiro (Pontifícia Universidade Católica, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil), la obra reúne 13 artículos que repasan temáticas actuales y relevantes para comprender la fotografía brasileña, desde su presencia en colecciones internacionales, el fotoperiodismo y la fotografía documental, hasta la influencia de las innovaciones tecnológicas en el acto de fotografiar.
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