Papers by Monica Fagundes
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Dec 1, 2009
Do tempo ahistorico do mito a era tecnologica dos telescopios de longo alcance, o ceu estrelado t... more Do tempo ahistorico do mito a era tecnologica dos telescopios de longo alcance, o ceu estrelado tem sido visto e representado de modos diversos, e a ele tem sido atribuidos multiplos sentidos. Para os artistas modernos aqui estudados, porem, a sua imagem e mais do que um mero topico pictorico ou literario: ela se torna uma alegoria de seu esforco de capturar o mundo e seu significado em imagens e palavras, e um simbolo da arte como utopia do real.
Convergência Lusíada, Jun 23, 2021
Sena & Sophia: centenários é um livro de encontros: esta é sua razão e seu mote, sua performance ... more Sena & Sophia: centenários é um livro de encontros: esta é sua razão e seu mote, sua performance e sua conquista, sua memória e seu porvir. Organizado por Gilda Santos, Luci Ruas e Teresa Cristina Cerdeira, e editado pela Bazar do Tempo, de Ana Cecília Impellizieri Martins, o volume celebra encontros-na dupla acepção de festejar e oficiar-que são figurados em seu cuidadoso e inspirado projeto gráfico, e na organização saborosa do volume (idealizado por Gilda Santos), e consumados nos ensaios que o compõem, debruçados sobre as escrituras que o motivam. Um grande "S" negro sobre fundo branco é a insígnia que sela já na capa a parceria primeira de que aí se trata: os escritores (Jorge de) Sena e Sophia (de Melo Breyner Andresen), companheiros de letras, no plural das coincidências felizes. Esse "S" se abstrai numa fita de Sena & Sophia: centenários.
Metamorfoses, Jun 28, 2018
Metamorfoses - Revista de Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros, 2019
Diadorim, Jun 11, 2018
A poesia de Fiama Hasse Pais Brandão revela um curioso interesse pela pintura de naturezamorta. A... more A poesia de Fiama Hasse Pais Brandão revela um curioso interesse pela pintura de naturezamorta. A expressão é citada em alguns de seus poemas, e outros tantos dialogam com esse gênero pictórico caracterizado pela representação de objetos inanimados, em que a figura humana é, o mais das vezes, elidida. Neste ensaio, buscamos investigar como a poesia de Fiama se apropria da arte da natureza-morta e a ressignifica, valendo-se dela como forma de apreender e transformar o real e sua relação com o sujeito; e, igualmente, como forma de pensar o próprio fazer poético.
Scripta, 2007
Ana Cristina Cesar criou dez poemas, reunidos em seu Ineditos e dispersos (1998), que giram em to... more Ana Cristina Cesar criou dez poemas, reunidos em seu Ineditos e dispersos (1998), que giram em tomo da figura do gato e do que seria uma "gatografla", neologismo cunhado pela propria Ana C. para definir seu trabalho poetico. Em busca dos mecanismos e do sentido desse fazer criativo, nosso ensaio propoe uma analise de um dos poemas que compoem a serie das "gatografias": "Arte-manhas de um gasto gato", exercicio ludico-poetico em que se pratica - e reflete-se sobre - a tao felina artimanha de furtar, que se faz correspondente a tao moderna arte de citar. Exemplo de uma escrita como "ladroagem" (termo caro a Ana C.), o poema funda-se numa poetica da releitura, fazendo-se espaco de encontro e dialogo de diferentes vozes da tradicao literaria moderna (Baudelaire, T. S. Eliot, Drummond, entre outros), de que Ana C. gatunamente se apropria, transformando-as criativamente.
ContraCorrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, May 22, 2017
Alea-estudos Neolatinos, Aug 1, 2022
da UFRJ. É investigadora na área de estudos interartes, dedicando-se especialmente às relações en... more da UFRJ. É investigadora na área de estudos interartes, dedicando-se especialmente às relações entre texto e imagem na literatura portuguesa moderna e contemporânea.
Metamorfoses, Dec 30, 2017
Mônica Genelhu Fagundes (UFRJ) Se um leitor interromper momentaneamente a leitura de O Fotógrafo ... more Mônica Genelhu Fagundes (UFRJ) Se um leitor interromper momentaneamente a leitura de O Fotógrafo e a Rapariga e pousar o livro aberto sobre a mesa, verá, lado a lado, uma fotografia de Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll, e um retrato de Alice Liddell tirado por ele. Na quarta capa do volume, o professor de Matemática, que gostava de fotografar as filhas dos seus amigos e de lhes contar histórias, e ganharia fama como o criador das aventuras de Alice no País das Maravilhas, aparece sentado numa poltrona de couro, o rosto curvado apoiado à mão direita, os olhos semicerrados, o olhar perdido, melancólico, como a desejar, sabendo que não poderia tê-la, a menina cuja imagem ilustra a capa do livro. Uma Alice de cinco ou seis anos, retratada como mendiga, vestida de farrapos que cobrem e descobrem o seu corpo, com
Metamorfoses, Jun 10, 2015
Os objetos do título dão a pista, mas vou já esclarecer, para os que o não adivinharam, que os do... more Os objetos do título dão a pista, mas vou já esclarecer, para os que o não adivinharam, que os dois romances a que faço referência são Amadeo e Gêmeos. Muito já vai dito sobre um e outro, isoladamente ou em par. Prestam-se belamente às comparações. São ambos histórias de composição de biografias, assim mesmo, em planos superpostos, a deixar feia minha frase de explicação. A história (ficcionalizada, fique sabido desde já) da vida de dois pintores-Amadeo de Souza Cardoso e Francisco de Goya y Lucientes-constitui um deles. Em outro, intercalado ao primeiro em blocos de texto, vai-se acompanhando o processo difícil de elaboração destas biografias por seus autores. Em Amadeo, há ainda um terceiro plano, mais externo à narrativa, que, de certo modo, ajuda a ordenar os seus fragmentos, mais soltos em Gêmeos. Mesmo breves, estas explicações já apontam uma série de paralelos temáticos e estruturais entre os romances, matéria para muito propósito comparatista. O que me ocupa aqui é mais uma destas coincidências: a presença, em cada um dos livros, de um objeto específico que, enquanto elemento referencial, mas investido de carga simbólica, vai-se disseminando pelo discurso romanesco, operando a articulação de seus planos e contribuindo para a configuração de seu sentido. Em Amadeo, este objeto será o viravento; em Gêmeos, o leque. São as chaves de leitura que elejo.
Abril, Nov 19, 2010
RESUMO Um poema lê uma fotografia que fixa um passo de dança: assim Jorge de Sena compõe "O dança... more RESUMO Um poema lê uma fotografia que fixa um passo de dança: assim Jorge de Sena compõe "O dançarino de Brunei", de. Retomando este entrelaçamento de linguagens-poesia, fotografia, dança-proposto pelo poeta, pretendemos, a partir da análise do poema e da fotografia com a qual dialoga diretamente, e explorando os núcleos de sentido que nesta relação se destacam (corpo, gesto, imagem, tempo, história), pensar o que seria o trabalho da forma-a metamorfose-segundo Jorge de Sena, buscando apreender sua motivação dialeticamente articulada de intervenção estética e investimento ético sobre o real.
Este artigo realiza uma leitura cerrada do poema “arpejos”, de Ana Cristina Cesar, como releitura... more Este artigo realiza uma leitura cerrada do poema “arpejos”, de Ana Cristina Cesar, como releitura parodica de uma cantiga de amigo de D. Dinis. A partir de procedimentos e imagens do poema, e do dialogo ironico que estabelece com a cantiga, extrapola potencialidades criticas da parodia, como concebida por Linda Hutcheon. Palavras-chave: Ana Cristina Cesar; Lirica Medieval Galego-Portuguesa; Parodia
Este trabalho se detem sobre os objetos plasticos – caricaturas, fotografias, pinturas reais ou a... more Este trabalho se detem sobre os objetos plasticos – caricaturas, fotografias, pinturas reais ou apenas imaginadas – que se disseminam pelo romance Na tua face , de Vergilio Ferreira. Estas imagens se constituem a partir de operacoes de violencia (ou violacao) visual, relacionadas as multiplas experiencias de perda relatadas pelo narrador-protagonista num exercicio de rememoracao. Atuam, assim, em paralelo ao texto do romance, como chaves de sentido para a reflexao sobre a ausencia e o vazio que Vergilio Ferreira empreende por meio da ficcao.
O romance O fotografo e a rapariga , publicado por Mario Claudio em 2015, recria ficcionalmente a... more O romance O fotografo e a rapariga , publicado por Mario Claudio em 2015, recria ficcionalmente a relacao entre o professor de Matematica, escritor e fotografo amador Charles Lutwige Dodgson, mais conhecido pelo pseudonimo Lewis Carroll, e Alice Liddell, a menina que inspirou a criacao de Alice no Pais das Maravilhas e Alice atraves do espelho , alem de ter posado como modelo para uma serie de fotografias de Dodgson. A intimidade que surgiu entre eles, assombrada pelo signo da pedofilia, e representada no romance como um amor impossivel que a um tempo se consuma e se sublima nas imagens da literatura maravilhosa. Para investi-las desse sentido, Mario Claudio vai recuperar (ou reinventar) o seu processo de construcao, valendo-se, para tanto, de sua propria tradicao: as cantigas de amigo do trovadorismo galego-portugues.
Revista Diadorim, 2009
Este trabalho propõe uma análise do “móbile”, de Eucanaã Ferraz, em diálogo com “O elefante”, de ... more Este trabalho propõe uma análise do “móbile”, de Eucanaã Ferraz, em diálogo com “O elefante”, de Carlos Drummond de Andrade. A leitura dos poemas se articula em torno de algumas das questões nucleares da lírica moderna e contemporânea: a subjetividade forjada no espaço urbano, identidade e mascaramento, e a problemática do exílio e do convívio.
Abril – NEPA / UFF
Tendo partido da proposta de observar a representação de Lisboa na poesia de Fiama Hasse Pais Bra... more Tendo partido da proposta de observar a representação de Lisboa na poesia de Fiama Hasse Pais Brandão, este artigo se desvia do objeto referencial para os modos de sua percepção, e se detém sobre uma coleção de instrumentos de que a poeta se vale para inscrever a paisagem da cidade em poesia. Unidos pelo aspecto da agudeza e por propriedades perfuro-cortantes, estes objetos materializam poeticamente o estilo (forma particular de expressão, mas também haste pontiaguda que servia à escrita dos antigos) de uma escritura esporeante, que Derrida reconheceu como um atributo do feminino: capaz de desestabilizar saberes, a um tempo rasgando e defendendo os véus de uma verdade que só se desvela à distância e como distância.
Abril – NEPA / UFF, 2017
Para além do círculo estrito da crítica de arte, a fase tardia da pintura de Goya, que correspond... more Para além do círculo estrito da crítica de arte, a fase tardia da pintura de Goya, que corresponde aos últimos anos de vida do pintor, já despertou o interesse de biógrafos, romancistas e cineastas. Em flagrante contraste com os retratos de nobres, festas galantes e amenos motivos de tapeçaria que produziu ao longo de sua carreira, a sua obra incorporaria, na velhice, a fantasmagoria, o grotesco, o insólito. Recolhido à Quinta del Sordo, o pintor cobriria as paredes de casa com figuras monstruosas, demônios e bruxas, projetando no espaço familiar uma autêntica iconografia do horror. A partir dessas imagens e em torno delas, Mário Cláudio recria em ficção o final da vida de Goya, transfigurado em D. Francisco no romance Gémeos, de 2004. Por intermédio de uma personagem nossa contemporânea, um estudioso da arte de Goya por ela afetado de modo inesperado, vai-se revelando aí o drama íntimo de um homem em seu enfrentamento com o tempo e a finitude, encenado sobretudo na relação ambígua ...
Gragoatá, 2018
Estrelas são imagens recorrentes na poesia de Carlos de Oliveira, constituindo uma chave de leitu... more Estrelas são imagens recorrentes na poesia de Carlos de Oliveira, constituindo uma chave de leitura para o seu projeto poético e político: são contraponto, resistência, construto utópico que se impõe diante (ou dentro) da “noite” salazarista: símile da própria escritura. Aprofundando esta reflexão e relacionando as estrelas-signo do poeta português aos igualmente obsedantes astros do universo poético de Mallarmé, aos céus da pintura de Magritte e às reflexões de Jean-Luc Nancy, Maurice Blanchot e Jacques Rancière, buscamos reconhecer as representações do céu estrelado como imagens conceituais, autorreflexivas, alegorias da imagem poética: céu decaído, dessacralizado, inscrito ao rés-da-página – des-astre. Nesta perspectiva, a imagem poética e a superfície da página do poema se revelam, por sua construção mesma, atos políticos de desafio a todo determinismo de forma e significação, a classificações e hierarquizações, à submissão a modelos e poderes soberanos.
Revista Diadorim, 2017
Ao abordar a arte, especifcamente a poesia, como meio (espaço e ato) de resistência, este ensaiop... more Ao abordar a arte, especifcamente a poesia, como meio (espaço e ato) de resistência, este ensaioparte de duas constatações e de uma confssão. As constatações: (1) para além de todo poder deordem histórica, de todo instrumento de coerção, seja político, econômico, ideológico, moralou cultural a que o homem esteja submetido e deva resistir, está a certeza da fnitude -- a sua ea daqueles que ama. Também (sobretudo, talvez) diante da consciência dessa condição mortalque limita, oprime e fere o humano, cabe resistir. O luto, como modo de lidar com a morte, é,portanto, ato de resistência; (2) Se a resistência se organiza no campo da arte, ela deve se valerdas armas próprias dessa linguagem, pelo que aqui importa, tanto quanto a temática abordadana poesia elegíaca de Camões, a forma poética como elaboração de um trabalho de luto. A confssão: este texto é em si mesmo um trabalho de luto, que se vale do exercício de pensamentopróprio do ensaio como forma para elaborar a perda que motiva sua ...
Metamorfoses - Revista de Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros, 2011
O primeiro desenho que eu aprendi foi uma gota d'água, depois uma pêra, uma folha… Eu pensava: um... more O primeiro desenho que eu aprendi foi uma gota d'água, depois uma pêra, uma folha… Eu pensava: um dia eu vou aprender isso por dentro.
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