
Reinaldo Cardenuto
Professor Adjunto do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Reinaldo Cardenuto é graduado em jornalismo (PUC-SP) e em Ciências Sociais (FFLCH-USP). Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, defendeu em 2014 a tese “O cinema político de Leon Hirszman (1976-1981): engajamento e resistência durante o regime militar brasileiro”.
Com pesquisas voltadas principalmente para as áreas de História do Cinema e Dramaturgia, nos últimos anos publicou artigos como “Dramaturgia de avaliação: o teatro político dos anos 1970” (2012, revista Estudos avançados), “L’écriture de l’histoire dans le cinéma de Leon Hirszman” (2013, Cinémas d’Amérique Latine), “Mais humor, menos política: uma certa tendência no drama contemporâneo brasileiro” (2016, revista Varia história) e “Ser cineasta, ser historiador: Patricio Guzmán entre as memórias e a nostalgia da luz” (2017, catálogo Paixão de memória).
Em 2016, dirigiu o seu terceiro documentário, Entre imagens (intervalos). No mesmo ano, foi curador da exposição Antonio Benetazzo, permanências do sensível, que resultou na publicação de um livro homônimo sobre esse artista plástico e militante político assassinado durante o regime militar brasileiro.
Foi integrante do corpo editorial da revista Significação e professor da Fundação Armando Alvares Penteado, além de docente temporário na ECA-USP.
Com pesquisas voltadas principalmente para as áreas de História do Cinema e Dramaturgia, nos últimos anos publicou artigos como “Dramaturgia de avaliação: o teatro político dos anos 1970” (2012, revista Estudos avançados), “L’écriture de l’histoire dans le cinéma de Leon Hirszman” (2013, Cinémas d’Amérique Latine), “Mais humor, menos política: uma certa tendência no drama contemporâneo brasileiro” (2016, revista Varia história) e “Ser cineasta, ser historiador: Patricio Guzmán entre as memórias e a nostalgia da luz” (2017, catálogo Paixão de memória).
Em 2016, dirigiu o seu terceiro documentário, Entre imagens (intervalos). No mesmo ano, foi curador da exposição Antonio Benetazzo, permanências do sensível, que resultou na publicação de um livro homônimo sobre esse artista plástico e militante político assassinado durante o regime militar brasileiro.
Foi integrante do corpo editorial da revista Significação e professor da Fundação Armando Alvares Penteado, além de docente temporário na ECA-USP.
less
Related Authors
Berilo L D Nosella
Universidade Federal de São João del Rei
Beatriz Dias
Universidade de Brasília - UnB
Betina Leme
Universidade de São Paulo
Mariana Rosell
University of Sao Paulo
Juliana Caldas
Universidade de São Paulo
Luisa Destri
Universidade de São Paulo
Felipe Gabriel Oliveira
Universidade de São Paulo
Andréa Sannazzaro
Universidade Federal de Ouro Preto
InterestsView All (19)
Uploads
Livros by Reinaldo Cardenuto
Tese de doutorado by Reinaldo Cardenuto
Artigos by Reinaldo Cardenuto
"Seeing Sérgio Ricardo's films allows us to get in touch with a cinema that never gave up its utopian desire, even though it inscribed (and evidenced) the tragedy present in daily life in Brazil. His work was constituted from the encounter between an artist of Marxist heritage and the popular class, his militancy was consolidated alongside the oppressed, and he bet on a pact that attempted to bring about real transformations in the world. For Sérgio Ricardo, from the beginning to the end of his trajectory, the belief that such transformations were possible became the foundation of his process of artistic creation. In this process, he found not only the paths of his cinema, but a humanist philosophy that mobilized his entire existence. There is no possibility for life, the artist would say, without a tireless desire for resistance".
Nos anos 1970, diante da repressão militar e do colapso do projeto político da esquerda tradicional, autores teatrais como Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Paulo Pontes e João das Neves realizaram uma revisão em seus escritos com a finalidade de retomar a tradição de uma dramaturgia engajada capaz de refletir sobre a crise da sociedade brasileira. Renegando o idealismo revolucionário de anos anteriores, buscaram um novo exercício dialético ficcional capaz de manter o compromisso ideológico na chave do nacional-popular e oferecer, pela emoção dramática, um caminho para a conscientização política dos espectadores.
palavras-chave:
Dramaturgia de avaliação, Brasil dos anos 1970, Nacional-popular, Teatro político, Marxismo nas artes.
abstract:
In the 1970’s, front of military repression and the collapse of the political project of the traditional left, playwrights like Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Paulo Pontes e João das Neves conducted a review in their writings in order to retake the tradition of an engaged drama capable to think about the crisis of the Brazilian society. Denying the revolutionary idealism of earlier years, sought a new dialectical and fictional exercise able to maintain ideological commitment with national-popular and able to use the dramatic emotion as a way for the political awareness of spectators.
keywords:
Dramaturgy of evaluation, Brazil of the 1970’s, National-popular, Political theater, Arts and marxism.
Between 1962 and 1963, anticommunist documentaries were produced by Institu- to de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), a pressure group constituted by business- men with social influences, partners of foreign capital and antagonists of the president João Goulart. Mainly directed by Jean Manzon, these movies celebrated liberalism as political option for brazilian development and promoted an offensive discourse in favor of a coup d’etat against the government democratically elected. The objective of the article is to recover the production process of this cinematography, to analyze it as ideological propaganda and, using the documents found in diverse archives, to demonstrate how its national circulation happened in movie theaters and television.
"Seeing Sérgio Ricardo's films allows us to get in touch with a cinema that never gave up its utopian desire, even though it inscribed (and evidenced) the tragedy present in daily life in Brazil. His work was constituted from the encounter between an artist of Marxist heritage and the popular class, his militancy was consolidated alongside the oppressed, and he bet on a pact that attempted to bring about real transformations in the world. For Sérgio Ricardo, from the beginning to the end of his trajectory, the belief that such transformations were possible became the foundation of his process of artistic creation. In this process, he found not only the paths of his cinema, but a humanist philosophy that mobilized his entire existence. There is no possibility for life, the artist would say, without a tireless desire for resistance".
Nos anos 1970, diante da repressão militar e do colapso do projeto político da esquerda tradicional, autores teatrais como Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Paulo Pontes e João das Neves realizaram uma revisão em seus escritos com a finalidade de retomar a tradição de uma dramaturgia engajada capaz de refletir sobre a crise da sociedade brasileira. Renegando o idealismo revolucionário de anos anteriores, buscaram um novo exercício dialético ficcional capaz de manter o compromisso ideológico na chave do nacional-popular e oferecer, pela emoção dramática, um caminho para a conscientização política dos espectadores.
palavras-chave:
Dramaturgia de avaliação, Brasil dos anos 1970, Nacional-popular, Teatro político, Marxismo nas artes.
abstract:
In the 1970’s, front of military repression and the collapse of the political project of the traditional left, playwrights like Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Paulo Pontes e João das Neves conducted a review in their writings in order to retake the tradition of an engaged drama capable to think about the crisis of the Brazilian society. Denying the revolutionary idealism of earlier years, sought a new dialectical and fictional exercise able to maintain ideological commitment with national-popular and able to use the dramatic emotion as a way for the political awareness of spectators.
keywords:
Dramaturgy of evaluation, Brazil of the 1970’s, National-popular, Political theater, Arts and marxism.
Between 1962 and 1963, anticommunist documentaries were produced by Institu- to de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), a pressure group constituted by business- men with social influences, partners of foreign capital and antagonists of the president João Goulart. Mainly directed by Jean Manzon, these movies celebrated liberalism as political option for brazilian development and promoted an offensive discourse in favor of a coup d’etat against the government democratically elected. The objective of the article is to recover the production process of this cinematography, to analyze it as ideological propaganda and, using the documents found in diverse archives, to demonstrate how its national circulation happened in movie theaters and television.
The present dissertation aims the investigation of the political propaganda film industry production between 1961 and 1964 by two ideological character associations: the Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais – Ipês (Research and Social Studies Institute), managed especially by liberal and anticommunist rich businessmen; and the Centro Popular de Cultura – CPC da UNE (Culture Popular Center), constituted of young artists influenced by marxist ideas. And to do so, I tried to join information provided by the intrinsic analysis of their films and the historic context in which they were produced and released and, especially, the information taken from the documentation I had access to, with the purpose of understanding the cinematographic models to which these films attached. By studying how ipesianos (term used to refer to the members of Ipês) and cepecistas (term used to refer to the members of CPC) were opponents in the instable Brazil near the 1964 coup d’etat, it was possible to observe how both groups financed their cinematographic activity, expecting to exercise some influence on the country cultural and socioeconomic course, by producing conflicting projects intended to, on the one hand, strengthen the power elite by supporting liberal based capitalism, and on the other hand, bring the capitalist power structures to an end. Nevertheless, even showing divergences, this research makes evident how both groups made use of analogue methodology on their filmographies, full of similarities, expressed in their identical techniques and languages, which can be seen in their didactical esthetic experiences and representations of the people with the purpose of concretize an ideological program for the nation. Therefore, the main goal of this master’s degree is to support the hypothesis that, even being politically opposite, Ipês and CPC made use of very similar cinematographic referential.
Em setembro de 1983, no âmbito da mostra “O operário no cinema alemão e brasileiro”, Leon Hirszman e Gianfrancesco Guarnieri participaram de um debate sobre o filme Eles Não Usam Black-tie. Dois anos após a circulação comercial do longa-metragem no Brasil, o cineasta e o dramaturgo se encontraram no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP) para responder às perguntas de um público interessado em conhecer o processo de criação que ambos desenvolveram entre os anos de 1978 e 1981. Em um contexto histórico atravessado por grandes inquietações, fosse em relação ao futuro do movimento operário ou ao processo de redemocratização da sociedade brasileira, os espectadores dividiram-se entre elogios e críticas à obra cinematográfica, provocando questionamentos acerca da visão política que os dois procuraram incluir na versão fílmica de Black-tie.
A conversa no MIS-SP, material nunca antes publicado, existente em duas fitas cassete armazenadas na midiateca do museu, torna-se uma rara oportunidade para entrar em contato com os intensos debates que foram travados, na primeira metade da década de 1980, em torno desse longa-metragem vencedor de vários prêmios internacionais. A partir da leitura do documento, levando-se em consideração que Hirszman nunca escreveu textos sobre seu próprio cinema, é possível obter novas informações acerca da realização do filme e das decisões que foram tomadas para a adaptação fílmica de uma peça escrita originalmente em 1956. Para além das reflexões em torno da arte política, o cineasta e o dramaturgo detalham suas visões de mundo, expondo inquietações relacionadas à condição de um país que ainda se encontrava submetido aos desmandos do regime militar.
Devido a problemas técnicos existentes na gravação original, em que parte das questões do público é inaudível, optei durante a edição por acrescentar algumas perguntas, formuladas a partir das respostas oferecidas pelos artistas. Também incluí um pequeno conjunto de notas de rodapé, informações extras para a melhor compreensão do conteúdo presente no debate. Com a recente descoberta de novos documentos, cavoucados em acervos públicos e privados, redefinem-se as possíveis leituras sobre o lugar ocupado por Hirszman na história do cinema.
In 2007, as part of my research for the master’s degree, I conducted an interview with director Maurice Capovilla focusing on his political and cinematographic process from 1960 to 1964. Revised and updated in 2013 by the filmmaker, the testimony casts a critical glance over a historical period of intense ideological polarization, when a large number of Brazilian artists turned to an artistic creation intensely committed to social intervention. In the following interview, Capovilla revisits his intellectual trajectory, debating its passage through the Centro Popular de Cultura of São Paulo and the critiques he wrote for the Revista Brasiliense, proposing an analysis of his old beliefs on filmmaking as a political weapon.