Guilherme Maia
Guilherme Maia tem graduação e mestrado em Música pela Unirio e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia, Brasil (UFBA). É professor da Faculdade de Comunicação da do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA. É coordenador do Laboratório de Análise Fílmica, grupo de pesquisa CNPq, e membro da Comisión de Estudios Audiovisuales Brasileños da Asociación Argentina de Estudios sobre Cine y Audiovisual (AsAECA). Como compositor, tem canções gravadas por Ney Matogrosso, Alcione e Elba Ramalho, entre outros. Seu trabalho mais recente na área foram composições para os curtas de animação Mãe d’Água (Lamonier Angelo, 2014) e Orum Ayê (Jamile Coelho e Cinthia Maria, 2015), e a direção musical do longa-metragem Café Com Canela (Ary Roza e Glenda Nicácio, 2017). No âmbito da pesquisa, trabalha como foco em questões relacionadas aos aspectos sonoros e musicais de obras audiovisuais, atualmente com ênfases na canção popular e no cinema latino-americano. Entre suas publicações estão o livro Elementos para uma poética da música dos filmes (Appris, 2015) e as coletâneas Ouvir o documentário: vozes, música e ruídos (Edufba, 2015) e O cinema musical na América Latina: aproximações contemporâneas (Edufba, 2018)
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Address: Rua Carmem Miranda 76 apt 302 Pituba, Salvador, Bahia, Brasil, 41801-670
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Papers by Guilherme Maia
À luz de estudos recentes sobre o modo como canções populares operam no cinema de ficção, este artigo examina o papel das canções nos filmes Soleil Ô (1969), de Med Hondo e Touki Bouki (1973), de Djibril Diop Mambéty, levando em conta o complexo cenário de produção envolvido nos filmes realizados por cineastas de África e suas diásporas, especialmente nos primeiros anos após a descolonização. Partindo do pressuposto de que canções populares pré-existentes tendem a afetar o público pela via do acionamento de memórias, afetos e processos de identificação, a investigação observa o modo como as canções dominantes nesses dois filmes se articulam com a narrativa como discurso crítico e como marcas do racismo e da xenofobia em um contexto pós-colonial.
PALAVRAS-CHAVE: Artes; Cinema; Música popular; Cinemas africanos; Pós-colonial
ABSTRACT
Under the light of recent studies on how popular songs operate in fiction cinema, this paper examines the role of songs in the films Soleil Ô (1969) by Med Hondo and Touki Bouki (1973) by Djibril Diop Mambéty, taking into account the complex production scenario involved in films made by filmmakers from Africa and its diasporas, especially in the first years after decolonization. Starting from the assumption that pre-existing popular songs tend to affect the audience by triggering memories, affections, and identification processes, the research observes how the dominant songs in these two films articulate with the narrative as critical discourse and as marks of racism and xenophobia in a post-colonial context.
KEYWORDS: Arts; Popular music; African cinemas; Post-colonial
À luz de estudos recentes sobre o modo como canções populares operam no cinema de ficção, este artigo examina o papel das canções nos filmes Soleil Ô (1969), de Med Hondo e Touki Bouki (1973), de Djibril Diop Mambéty, levando em conta o complexo cenário de produção envolvido nos filmes realizados por cineastas de África e suas diásporas, especialmente nos primeiros anos após a descolonização. Partindo do pressuposto de que canções populares pré-existentes tendem a afetar o público pela via do acionamento de memórias, afetos e processos de identificação, a investigação observa o modo como as canções dominantes nesses dois filmes se articulam com a narrativa como discurso crítico e como marcas do racismo e da xenofobia em um contexto pós-colonial.
PALAVRAS-CHAVE: Artes; Cinema; Música popular; Cinemas africanos; Pós-colonial
ABSTRACT
Under the light of recent studies on how popular songs operate in fiction cinema, this paper examines the role of songs in the films Soleil Ô (1969) by Med Hondo and Touki Bouki (1973) by Djibril Diop Mambéty, taking into account the complex production scenario involved in films made by filmmakers from Africa and its diasporas, especially in the first years after decolonization. Starting from the assumption that pre-existing popular songs tend to affect the audience by triggering memories, affections, and identification processes, the research observes how the dominant songs in these two films articulate with the narrative as critical discourse and as marks of racism and xenophobia in a post-colonial context.
KEYWORDS: Arts; Popular music; African cinemas; Post-colonial
Esta dissertação investiga, sob uma perspectiva functional, as operações da música extradiegética em filmes do cinema brasileiro comercial contemporâneo. No primeiro capítulo são abordados estudos de alguns autores sobre as funções da música no cinema. As estratégias de uso de música no cinema clássico hollywoodiano, a partir do estudo realizado por Claudia Gorbman no livro Unheard Melodies (1987), constituem o paradigma principal desta investigação. Para a autora, o modo de fazer música, no contexto do cinema clássico, é dominante no cinema desde a gênese do filme sonoro e tem forte influência no cinema comercial contemporâneo de vários países. Com o objetivo de iluminar por outros ângulos o tema central desta pesquisa, foi considerado relevante levar em conta alguns aspectos das perspectivas práticas e teóricas de pesquisadores, cineastas e compositores como Michel Chion, Sergei Eisenstein, Philip Tagg e Adorno & Eisler. As abordagens destes autores complementam o enfoque de Gorbman e discutem algumas propostas anti-hollywoodianas de uso de música no cinema.No segundo capítulo são apontados exemplos de estratégias clássicas em filmes das companhias cinematográficas Cinédia, Atlântida e Vera Cruz, e de procedimentos heterodoxos em filmes dos movimentos conhecidos como Cinema Novo e Cinema Marginal. No terceiro e último capítulo o foco dirige-se ao cinema brasileiro comercial contemporâneo e é realizado um estudo comparativo entre as funções da música extradiegética nos filmes O Quatrilho, O Que É Isso Companheiro? e Central do Brasil.