Papers by Alícia Duhá Lose
LaborHistórico, Dec 29, 2023
LaborHistórico, Mar 15, 2024
A Cor das Letras, 2024
A partir de dois documentos manuscritos em 1689 pelo homem negro forro Jorge Luiz Soares,
integra... more A partir de dois documentos manuscritos em 1689 pelo homem negro forro Jorge Luiz Soares,
integrante de uma das grandes corporações coloniais, os Terços de Homens Pretos e Pardos, surgidos ao longo
da Insurreição Pernambucana de 1654, este artigo apresenta uma análise paleográfica da mão do scriptor, com o
propósito de atestar a sua autoria nos documentos estudados e conferir veracidade à escrita e a futuros estudos,
linguísticos ou não, possibilitados pelo corpus analisado. Assim, com base em Acioli (1994); Saez e Castillo
(1996); Petrucci (2003) e Jesus (2021), foi definida a noção de Paleografia e, então, construído o material de
análise: um quadro escriptográfico com base na caligrafia do scriptor. O resultado atesta que os documentos são
autógrafos e abrem margem para questionar como um homem negro dos seiscentos dominou as letras. É
importante destacar que os dois manuscritos analisados, certidões, são parte de um corpus maior, o Acervo dos
Terços de Homens Pretos e Pardos (ATHPP), organizado e editado semidiplomaticamente.
Revista LaborHistórico, 2023
As línguas, inevitavelmente, refletem as influências dos elementos sócio--históricos, geográficos... more As línguas, inevitavelmente, refletem as influências dos elementos sócio--históricos, geográficos e culturais que estão relacionados à história dos seus falantes. O léxico, portanto, é o lugar onde são percebidas essas influências e marcadas as definições identitárias, como é o caso do Brasil e principalmente do português brasileiro (doravante PB), nascido do contato entre europeus, indígenas e africanos. Nesse sentido, podemos notar, ainda hoje, os empréstimos lexicais advindos das línguas indígenas e africanas, além da língua dos imigrantes, e que enriqueceram a língua portuguesa em solo brasileiro. Assim, neste artigo, com base nos prin-cípios da Lexicologia e no corpus retirado da edição semidiplomática do documento Plano Sobre a Civilização dos Índios do Brasil, buscou-se fazer o levantamento das lexias indígenas utilizadas pelo militar Domingos Muniz Barreto, de forma a ilustrar a influência indígena no português brasileiro do século XVIII e tentativa de uma instauração de uma ortografia portuguesa para palavras indígenas. A metodologia baseou-se em Queiroz 2012). Concluiu-se que o repertório lexical de Domingos e o uso do vocabulário de origem indígena revelam as pistas para uma “gramaticização” das línguas indígenas, através da grafia em língua portuguesa, e que isso demonstra já uma incorporação destas no próprio PB.
PontodeAcesso, Dec 29, 2022
Resumo: A partir de estudo feito na Biblioteca do Monsenhor Manoel Aquino Barbosa, o artigo apres... more Resumo: A partir de estudo feito na Biblioteca do Monsenhor Manoel Aquino Barbosa, o artigo apresenta uma discussão teórica acerca das marcas de proveniência e contexto das marcas de posse e circulação. Esta visa a expor algumas propostas epistemológicas sobre esses conceitos por vezes tratados de forma difusa. Nesse contexto, expõe as potencialidades de pesquisa que vão além do conteúdo das obras-o que coloca em julgamento a perigosa ideia de obsolescência meramente baseada no texto dos livros. Para tal, pelo método da observação e coleta de amostragem, usa como exemplo as etiquetas de duas livrarias/editoras que existiram e tiveram grande circulação na cidade de Salvador. O resultado aponta para algo que teóricos da área de Bibliografia Material mencionaram há décadas, o livro como objeto é muito mais que texto, o caráter informacional dele é muito superior ao que se supõem. Por essa razão, nas considerações finais não poder-se-ia deixar de questionar o que tem sido perdido em bibliotecas que ainda jazem silentes, ou pior, foram destruídas pelo apagamento criminoso do descarte maciço, sem critério plausível.
Gonçalves 125 [...] sob análise cuidadosa, o acervo documental [...] nos ajuda a contar essa hist... more Gonçalves 125 [...] sob análise cuidadosa, o acervo documental [...] nos ajuda a contar essa história, cujos fatos apresentamos sistematicamente a seguir: 1549em 29 de março, chegou à Bahia de Todos os Santos, Tomé de Souza, para exercer a função de primeiro Governador-Geral, tendo a incumbência de fundar a Cidade do Salvador. Na sua frota, o Navio Capitânea era a Náo Nossa Senhora da Conceição. Em 10 de abril, conforme determinação real, é iniciada a construção de uma pequena igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição, cujo primeiro pregador foi Padre Manoel da Nóbrega. 1551em 25 de fevereiro, o Papa Júlio III criou o Bispado de São Salvador da Bahia no Brasil, elevando a povoação à Cidade, e nomeou como primeiro Bispo Dom Pedro (Pero) Fernandes Sardinha, que só chegou à Cidade em 22 de junho do mesmo ano e foi recebido por Tomé de Souza, Padre Manoel da Nóbrega, entre outras autoridades. 1553no dia 13 de julho chega à Bahia José de Anchieta e visita a ermida. Em 15 de julho, Tomé de Souza se despede do Brasil, dando início ao novo governo de Dom Duarte da Costa. 1556em 16 de junho, Dom Pero, em viagem à Corte, naufraga nas costas do Rio São Miguel (em Alagoas) e é sacrificado pelos índios caetés. 1570em 18 de outubro, falece no Rio de Janeiro o Padre Manoel da Nóbrega. 1616-O Papa Paulo V declara que em cada igreja poderia ser ereta uma Confraria do Santíssimo Sacramento.
En este articulo, nos proponemos presentar una vision general de la traduccion en Brasil desde el... more En este articulo, nos proponemos presentar una vision general de la traduccion en Brasil desde el siglo XVI hasta el siglo XVIII, destacando su papel en la formacion de la identidad brasilena. Hay una brecha muy grande en Brasil acerca de la historia de la traduccion, pocos son, de hecho, los trabajos de investigacion para la reconstitucion de la funcion de los traductores y de la traduccion en la constitucion del pais y sobre todo hay poco sobre la traduccion monastica desde la llegada de los jesuitas hasta el final del Imperio de Brasil en 1889. En el articulo se trazan las lineas del proyecto "Estudio comparado de la labor filologica, traductora y cientifica de las ordenes monasticas en la construccion de la identidad americana: el caso de Colombia y Brasil" [i] desarrollado partiendo de los manuscritos existentes en el monasterio benedictino de Bahia (Sao Bento), donde se encuentra la mayor coleccion de manuscritos de los siglos XVI al XIX, para revisar la literatura sobre el tema y de la historia de Brasil haciendo referencia a la investigacion fundamental de Lia Wyler y finalmente presentar las biografias de monjes y traductores insertando esta historia en el contexto mas amplio de la traduccion monastica en America del Sur. [i] El proyecto se inscribe en las actividades del grupo de investigacion "Politica editorial e traducao no Brasil contemporâneo" del CNPq.
Espacio, Tiempo y Forma. Serie IV, Historia Moderna, Nov 15, 2022
En 1798 aparecieron en la capital bahiana manuscritos que llamaban a la población a una «revoluci... more En 1798 aparecieron en la capital bahiana manuscritos que llamaban a la población a una «revolución» que implantaría la «República Bahiense». El gobernador ordenó iniciar un proceso durante el cual dos hombres fueron arrestados y sus bienes incautados por sospecharse que eran autores de «papeles sediciosos». Papeles, plumas, tintas y documentos de los investigados fueron analizados y comparados por expertos, para cursar una acusación contra Luís Gonzaga das Virgens. Este estudio se propone arrojar luz sobre las dificultades a las que enfrentan los investigadores de fuentes primarias: la falta de conocimientos básicos sobre el material documental y sobre Diplomática y Paleografía por parte de los que trabajan o investigan en los archivos es una de las razones de los errores. A partir del caso de los pasquines sediciosos de la Revolución de los Sastres, buscamos mostrar cómo el sistema de clasificación de documentos y la falta de acceso físico a los originales pueden inducir la interpretación del investigador.
ABRALIN, Apr 26, 2017
Trabalhar com documentos históricos é um privilégio para poucos. Documentos que permanecem fora d... more Trabalhar com documentos históricos é um privilégio para poucos. Documentos que permanecem fora do alcance dos olhos e das mãos da maioria das pessoas por décadas ou séculos são objeto de curiosidade e podem preencher lacunas da história e mudar a forma como vemos determinados fatos. Este artigo apresenta algumas ponderações sobre o trabalho de edição de documentos históricos, em especial sobre os aspectos metodológicos que impactam na abrangência do acesso ao conteúdo desses documentos.
PontodeAcesso, Dec 29, 2022
Resumo: O artigo apresenta uma abordagem inovadora ao demonstrar que manuscritos também são passí... more Resumo: O artigo apresenta uma abordagem inovadora ao demonstrar que manuscritos também são passíveis de servir como objeto de estudo a depreensão de marcas de proveniência. Procedeu-se a bibliografia material de dois manuscritos pertencentes ao Acervo do Mosteiro de São Bento da Bahia: a) Um exemplar seiscentista da obra Fusce iudicia Duns Scotus, de autoria do Frei Nicolau de Orbellis, apresenta ex libris manuscrito do frei Benedicti de Jesu; b) A obra Don Severini Boethii viri illvstris de consolatione philosophiae libri quinque, luculentissimis Iohannis Murmelii, de Rodolphi Agricolae, foi ao prelo em Colônia, na oficina de Eucharii Ceruicorni. A publicação traz a data de 1535, e o exemplar apresenta, pelo menos, seis potenciais indicações de posse lançadas na parte interna da capa, na página de rosto e na guarda posterior. Contatou-se em ambos manuscritos analisados a presença de marginálias e ex-libris, no entanto o segundo manuscrito apresentou o diferencial de conter carimbo de propriedade. Conclui-se que a interface entre Paleografia e Biblioteconomia, por serem disciplinas que investigam a escrita, o texto e o livro mostraram-se necessárias à compreensão da história de um exemplar e de uma obra analisada. É possível contar parte da história de como uma obra circulou em diversas épocas e de como um exemplar foi lido por diversas mãos, por meio de que estratégias de grifo, de registro de posse, de gestos materiais de apropriação que tornam complexa a história da leitura e da escrita no contexto observado.
Revista Letras, Dec 31, 2002
Arthur de Salles: o homem e o poeta S oteropolitano, Arthur de Salles, que viveu entre 1879 e 195... more Arthur de Salles: o homem e o poeta S oteropolitano, Arthur de Salles, que viveu entre 1879 e 1952, escreveu tanto em prosa quanto em verso, transitou entre o Parnasianismo e o Simbolismo e pode ser considerado um dos representantes da fase de transição pré-modernista. Membro da Academia de Letras da Bahia, Arthur de Salles ocupava a cadeira de n° 3.
Línguas & letras, 2010
Até o início do século XX somente os textos escritos documentavam a língua. A partir da análise d... more Até o início do século XX somente os textos escritos documentavam a língua. A partir da análise de documentos não literários dos séculos XVII a XX, pretende-se mostrar como a escrita reflete fatos de fala. Duas séries de fenômenos serão especialmente enfocadas: a representação gráfica das vogais átonas e aquela das fricativas sibilantes (palatais e não palatais). Tem-se como finalidade alertar para os problemas relativos à interferência da fala na escrita, traçando um paralelo entre a escrita do falante comum, de mão inábil, contaminada pela sua fala e a escrita padrão. PALAVRAS-CHAVE: Textos não literários, Escrita de mãos inábeis, Interferência fala/escrita.
EDUFBA eBooks, 2009
No original, Ao está riscado (anulado) e o <d> minúsculo de depois está sobrescrito para um <D> m... more No original, Ao está riscado (anulado) e o <d> minúsculo de depois está sobrescrito para um <D> maiúsculo. (APFL) 9 No original, vê-se a correção sobrescrita, alterando o <c> minúsculo para um <C> maiúsculo. (APFL) 10 No original, Rm o encontra-se riscada (anulada), e, na entrelinha superior, foi acrescida a abreviatura de Santíssimo (SS). (APFL) 11 No original, ao encontra-se (riscado) anulado. (APFL) 12 Sobrescrito ao <a> encontra-se um <o>. (APFL) 13 Sobre o último número 5, do ano de 1575 é sobrescrito o número 8., e na margem esquerda encontra-se a data de 1875, estando o último dígito sublinhado (APFL). 14 Depois de Rmº, é escrita na entrelinha superior a palavra Geral. (APFL) 15 Sobre o zero, de 1580, está sobrescrito o número 1. (APFL) [fº12rº] 12 O Duodécimo foi o P. Fr. Manoel de Mesquita nascido nesta Cid. e , professo neste Monsteiro. Seus virtuosos Pays o mandaraõ a prender solfa, na qual ajudado deuma perfeita voz tanto se adiantou em pouco tp. o , que p. r esta, e outras [↑prendas] de que era dotado, foi admitido ao santo habito com grande satisfaçaõ do Religiozos. Viveu como perfeito Monge, exercendo ordinariam. te o emprego de cantor-mor, excuzando-se de outra q. l q. r occupaçaõ que o pudesse divertir deste santo, e louvável exercicio. Ja adiantado em annos padecia algumas moléstias habituais, porem estas nunca oprivaraõ da frequencia do Coro, e mais actos conventuais em quanto viveu. Occupado nos santos exercicios do seu estado, ao dep. s de recebidos os ultimos Sacram. tos , poz termo a sua exemplar vida em 17 de dezembro de 1639 sendo D. Abb. e o m. to R. P. Fr. Fram. co da Aprezentaçaõ. 13 O Décimo terceiro foi o Irmaõ Corista Fr. Felis da Cruz natural de Pernambuco, professo nesta caza. No pouco tempo, que os Monges logravaõ sua estimavel companhia, deu a conhecer sua virtude, p. r q' no exercicio della gastava-21
Manuscrítica, Dec 18, 2020
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Papers by Alícia Duhá Lose
integrante de uma das grandes corporações coloniais, os Terços de Homens Pretos e Pardos, surgidos ao longo
da Insurreição Pernambucana de 1654, este artigo apresenta uma análise paleográfica da mão do scriptor, com o
propósito de atestar a sua autoria nos documentos estudados e conferir veracidade à escrita e a futuros estudos,
linguísticos ou não, possibilitados pelo corpus analisado. Assim, com base em Acioli (1994); Saez e Castillo
(1996); Petrucci (2003) e Jesus (2021), foi definida a noção de Paleografia e, então, construído o material de
análise: um quadro escriptográfico com base na caligrafia do scriptor. O resultado atesta que os documentos são
autógrafos e abrem margem para questionar como um homem negro dos seiscentos dominou as letras. É
importante destacar que os dois manuscritos analisados, certidões, são parte de um corpus maior, o Acervo dos
Terços de Homens Pretos e Pardos (ATHPP), organizado e editado semidiplomaticamente.
integrante de uma das grandes corporações coloniais, os Terços de Homens Pretos e Pardos, surgidos ao longo
da Insurreição Pernambucana de 1654, este artigo apresenta uma análise paleográfica da mão do scriptor, com o
propósito de atestar a sua autoria nos documentos estudados e conferir veracidade à escrita e a futuros estudos,
linguísticos ou não, possibilitados pelo corpus analisado. Assim, com base em Acioli (1994); Saez e Castillo
(1996); Petrucci (2003) e Jesus (2021), foi definida a noção de Paleografia e, então, construído o material de
análise: um quadro escriptográfico com base na caligrafia do scriptor. O resultado atesta que os documentos são
autógrafos e abrem margem para questionar como um homem negro dos seiscentos dominou as letras. É
importante destacar que os dois manuscritos analisados, certidões, são parte de um corpus maior, o Acervo dos
Terços de Homens Pretos e Pardos (ATHPP), organizado e editado semidiplomaticamente.
títulos impressos entre 1526 e 1700 que integram o acervo de
obras raras da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
Os títulos relacionados nas páginas seguintes encontram-se
organizados em ordem cronológica e suas descrições se baseiam
nos exemplares preservados na Universidade de Brasília. Nesse
sentido, apresentam-se as particularidades bibliográficas dos
exemplares do acervo brasiliense, em detrimento da descrição
material de uma cópia ideal. No processo de edição do catálogo
foram adotados os critérios editoriais explicitados a seguir.
De autoria de Alícia Duhá Lose e Letícia Oliveira de Araújo são os verbetes dos exemplares das obras:
RIMAS// DE LVIS DE CAMÕES◄// PRIMEIRA PARTE.// Acrescentadas
nesta quinta impressão.// DIRIGIDAS A D. GONC,ALO COVTINHO.//
[vinheta]// EM LISBOA. Com todas as licenças necessarias.// Por Vicente
Aluarez. Anno 1614.// A custa de Domingos Fernandez mercador de
liuros.// Com Priuilegio Real.// [fio]// Tayxadas a 160. reis em papel.//
e
ARMAS// DA// CASTIDADE:// Tratado espiritual ,// EM QUE POR
MODO PRATICO SE// ensinão os meyos, & diligencias convenientes//
para adquirir, conservar, & defender esta// Angelica Virtude: //
OFFERECIDO, E DEDICADO// à Soberana Virgem das Virgens//
MARIA// SANTISSIMA SENHORA NOSSA// PELO PADRE// MANOEL
BERNARDEZ,// Da Congregação do Oratorio.// [vinheta]// LISBOA,//
Na Officina de MIGUEL DESLANDES,// Impressor de Sua Magestade.//
Com todas as licenças necessarias, & Privilegio Real, Anno [de 1]699.//
Depois de remontado, restaurado e transcrito, o referido manuscrito
foi editado semidiplomaticamente e publicado sob o título “O manuscrito
fundador do Gabinete Português de Leitura da Bahia: atas 1863-1875”. Nele, é possível encontrar as atas de reuniões de diretoria da instituição desde a sua fundação, em 1863, até o ano de 1875.
Esta série de livros resulta das atividades realizadas no âmbito de um
projeto maior que tem a pretensão de se constituir como obra de referência para compreensão do papel do Gabinete Português de Leitura da Bahia na manutenção da cultura lusa na Província da Bahia. Para tal, tem sido necessário dialogar com variadas áreas e temáticas como a história da literatura e da leitura, a história do livro e das bibliotecas, a história do Brasil no período imperial, a formação do público leitor, os estudos culturais e de patrimônio.
As atividades do projeto iniciaram pela leitura de todos os fólios do volume de atas – referido por nós como manuscrito-base – a partir da transcrição já preparada e publicada (LOSE et al., 2021) para fazer o levantamento, em cada uma das atas de reuniões, de todas as obras compradas pelas sucessivas diretorias do Gabinete ou doadas a ele por seus sócios ou pelos respectivos autores, situando-as, na medida do possível, na historiografia da literatura do momento. Identificar os livreiros (portugueses e brasileiros) fornecedores da instituição, levantando as formas de seleção e aquisição das obras, as logísticas de remessa e transporte e os valores equivalentes às remessas e às obras individualmente também foi foco deste levantamento.
Em outra frente, a leitura das atas possibilitou a identificação dos
funcionários (bibliotecário e ajudante) que trabalharam na instituição,
as formas de contratação, os ordenados recebidos e as atividades por eles desempenhadas. Também puderam ser identificadas as ações empreendidas pela instituição para manutenção e conservação do acervo.
Por fim, a leitura das atas possibilitou a compreensão das formas de ingresso e participação dos sócios (e sócias) efetivos, subscritores e
honorários, que foram identificados e catalogados, e as sucessivas mesas
diretoras da primeira década de existência do Gabinete baiano.
No entanto, nem todos as informações que gostaríamos de trazer puderam ser recuperadas, em especial pelas perdas de suporte do manuscrito-base, ou porque a redação de algumas das atas trazia apenas informações genéricas ou superficiais. Mas estamos certos de que o panorama geral e as análises aqui apresentadas serão de grande valia para que o nosso objetivo final seja atingido.
da Faculdade de Medicina da Bahia, instituição detentora do documento, para que o mesmo pudesse ser recuperado.
Este Livro de Theses da Faculdade de Medicina da Bahia apresenta-se em formato dos antigos códices, é costurado em cadernos de papel pautado, de linhas coloridas, nas cores vermelho e azul. Ou seja, a instituição mandou fazer, de forma personalizada, um “livro branco”, fabricado para receber informações institucionais. É importante salientar que o Livro aqui trabalhado não é o original, do qual não se tem notícias. Tratase de uma cópia trasladada, mas nem por isso deixa de ser importante, pois, ao que
se sabe, este é o único registro do período (século XIX) e traz uma parte signicativa da memória institucional.
Muitas suposições foram levantadasacercadaquestãodaoriginalidadedomanuscrito, que chegou a ser considerado como sendo o original e que teria sido produzido a partir
de uma “ajuntada” de documentos com registros individuais das teses. Essa hipótese, no entanto, não parece ter fundamento. O documento aqui recuperado encontra-se em ordem cronológica de apresentação, datação, nome dos alunos, com número de apresentação e informações das defesas, estrutura também encontrada em livros de teses de outras instituições. O mais provável e possível de ter acontecido é ter havido
no início do século XX alguém com sensibilidade o bastante para olhar para um livro manuscrito com tão relevantes informações, perceber a
sua avançada degradaçãomaterial e notar que sua perda deixaria uma enorme lacuna para a história da Faculdade de Medicina da Bahia, principalmente por se tratar de registro da passagem de alunos ilustres na instituição, alunos que mais tarde se tornariam referências na área de Medicina no Brasil do século XIX. Se foi este o caso, de uma cópia feita para preservar as informações de um original que estava se perdendo, o original pode ter sido descartado ou teve destino incerto. Existe a possibilidade desse livro ainda ser encontrado? Sim, porém somente a instituição pode afirmar com segurança se já houve buscas por ele no seu enorme acervo. O que sabemos e podemos assegurar é que este livro recuperado por nós é sim uma cópia trasladada de algum outro ou outros
documentos contendo todas as informações aqui citadas.
De fato, é um registro de teses da Faculdade de Medicina da Bahia no século XIX e merecia este livro dedicado a ela e ter sua história revelada pela primeira vez no século XXI.
Este projeto, juntamente com atividades anteriores, constitui um trabalho de prospecção, recuperação e divulgação de documentos pertencentes ao acervo da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, e vem à luz na data em que a história da igreja completa seus 400 anos.
O livro apresenta, em edição semidiplomática, documentos da construção da Basílica de N. Sra. da Conceição da Praia (cartas de remessa de pedras de Lisboa para Salvador; folhas de pagamento do canteiro de obras; e listas de despesas com as obras). Traz também documentos jurídico-administrativos das irmandades que ajudaram a construir a igreja; e documentos referentes ao Padre Manuel Dende Bus, um dos párocos mais polêmicos da Basílica da Conceição da Praia.
Todos esses documentos, para chegarem agora ao acesso do público, passam por processos de higienização, restauração, descrição, digitalização, trascrição e edição e estarão disponíveis no site do Memoria e Arte https://www.memoriaarte.com.br/
Na Bahia, existem sob a guarda do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB), unidade da Fundação Pedro Calmon (FPC), documentos textuais manuscritos, originais, produzidos e acumulados há 224 anos, no contexto da Revolta dos Búzios, que integram o fundo documental - Tribunal da Relação do Estado do Brasil e da Bahia.
O valor histórico, informativo e probatório destes documentos motivou o recolhimento ao APEB em 1890, no ato de criação do Arquivo Público. Entre eles encontram-se os boletins, manuscritos, qualificados como "papéis sediciosos", identificados em pontos estratégicos da cidade do Salvador, na manhã do dia 12 de agosto de 1798. Representados por dez "Avisos ao Povo da Bahia. Além de dois bilhetes, um enviado "[...] ao prior dos Carmelitas Descalços na Bahia e o outro ao governador", apresentados no dia 22 de agosto daquele ano de 1798 (TAVARES, 2008, p. 180). Os ditos boletins e bilhetes foram apensados às devassas ordenadas pelo Governador da Capitania Dom Fernando José de Portugal, presidida pelos Desembargadores do Tribunal da Relação na Bahia, Manoel de Magalhães Pinto Avellar de Barbedo e Francisco Sabino Álvares da Costa Pinto (ANAIS DO ARQUIVO PÚBLICO DA BAHIA, 1961, p. 283).
Avelar de Barbedo ordena a averiguação autores dos "papéis sediciosos" de 12 de agosto de 1798. Costa Pinto investiga a sedição e o levantamento intentados na Bahia, no final do século XVIII.
No ano de 2008, o Arquivo do Tribunal da Relação do Estado do Brasil e da Bahia (1652-1822), foi reconhecido e nominado pelo Comitê Nacional do Brasil no Registro do Programa Memória do Mundo da Unesco. A nominação confirma o valor excepcional e o interesse nacional de um acervo documental que deve ser protegido para benefício da humanidade. Os documentos da Revolta dos Búzios integram o referindo fundo, portanto, reconhecidos e inscritos pela Unesco no Programa Memória do Mundo.
A reivindicação e a defesa dessa memória histórica pelos movimentos sociais contemporâneos resultaram na promulgação da Lei Federal nº 12.391, de 4 de março de 2011 que inscreve no Livro dos Heróis da Pátria os nomes dos heróis da Revolta dos Búzios João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga que acreditavam na materialização das ideias republicanas, inspiradas nos ideais da Revolução Francesa de Liberdade, de Igualdade e de Fraternidade e na conquista de direitos iguais para todo(a)s.
Em 2018, a Diretoria do APEB foi designada pelo Diretor-geral da FPC Edvaldo Mendes Araújo (Zulu Araújo) para coordenar a execução da meta 1 - Edição Comemorativa 220 Anos da Revolta dos Búzios, estruturada a partir de fontes documentais originais, custodiadas pelo APEB/FPC, objeto do Convênio Federal nº 875016/2018, firmado com o Ministério do Turismo do Brasil.
Essa Edição Comemorativa se constitui em uma edição semidiplomática, conservando a grafia original do texto, de todos os documentos produzidos e apreendidos no âmbito das investigações e custodiados pelo APEB.
A parte da obra dispersa de Elvira Foeppel, ora publicada, veio à luz no período de vinte e dois anos, compreendido entre março de 1950 e 1972, em quatro periódicos de divulgação e amenidades: Carioca (de 02 de março a 14 de novembro de 1950), O Cruzeiro (de 04 de novembro de 1950 a 05 de janeiro de 1952), A Leitura (fevereiro de 1960 a janeiro de 1963) e Importante (de 1972).
A partir da seleção de textos resultante do trabalho de Vanilda Salignac Mazzoni, Alícia Duhá Lose, procedendo apenas à correção das gralhas tipográficas, mantém o texto original de Elvira Foeppel, trazendo para os leitores contemporâneos o discurso característico da pena da escritora grapiúna. Desse modo, são conservadas as formas lexicais pertinentes ao vocabulário e sobretudo os usos sintáticos que marcam o estilo de Elvira Foeppel.
Esse trabalho cuidadoso de preservação do texto autoral, em uma edição modernizada, mostra o critério filológico que permite ao leitor de nossos dias conhecer a obra de Elvira Foeppel sem interferências da mão do editor. Os contos agora publicados mantêm o estilo de Elvira Foeppel sem retoques, tal como foram elaborados no momento da sua primeira publicação.
Este livro é mais um resultado da parceria entre os estudos culturais e os estudos filológicos, solidificado pelo trabalho de pesquisa em parceria desenvolvido pelas organizadoras.
Pensando nessa preservação e objetivando comemorar em 2010 o centenário da revista, iniciou-se a digitalização do periódico, pois se sabe das vantagens da aplicação de novas tecnologias aos acervos. A escolha pelo processo digital deu-se pela manutenção do documento evitando a manipulação manual, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso ao público, pois não se compromete o suporte (o papel). Seguido à digitalização, fez-se o inventário, levantando os textos (sejam escritos por homens ou mulheres), as datas, o gênero, a autoria e a página em que se encontram. Na construção do inventário foram utilizados alguns termos que valem a pena serem explicados para melhor compreensão do texto: denomina-se aqui editorial o texto que abria a revista; o termo artigo é utilizado genericamente para designar texto, seja ele não literário ou científico e conto para textos literários quando não havia especificações de que eram trechos de um romance.
O projeto esteve sob minha coordenação e teve como membros participantes os pesquisadores Profa. Dra. Alícia Duhá Lose, Prof. Dr. Jorge Augusto Alves da Silva; como consultora de tema, a professora Aline Paim Oliveira, e as alunas voluntárias Milena Farias de Sousa e Juliana Pereira Sant'Ana Santos, ambas do curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Renata Carvalho e Silvana Amorim, do curso de Letras da Faculdade São Bento, bolsistas deste projeto através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).
Cabe aos pesquisadores treinarem o olhar, capacitarem-se para ver além, munindo-se de práticas e teorias embasadas em inúmeras áreas de estudo, o que requer conhecer, em absoluto, os acervos pesquisados. Melhor ainda seria conhecer os mais diversos acervos, como se constituíram, quais suas preciosidades e que pesquisas são – ou foram – desenvolvidas neles – ou a partir deles.
Dentro dessa perspectiva, o que deveria ser apenas uma disciplina ptativa do Programa de PósGraduação em Língua e Cultura (PPGLINC) do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (ILUFBA), transformou-se em um ciclo de aulas-abertas ao público, com pesquisadores de diversas áreas, que tinham em comum a experiência de anos de pesquisa em acervos especiais. Os textos-base dessas palestras foram transformados em capítulos que, agora, compõem este livro.
A proposta inicial da disciplina Acervos Documentais, ofertada pela Profa. Dra. Alícia Duhá Lose, no semestre 2019.1, era discutir teoricamente a importância dos acervos (documentais) para pesquisas em Língua e Cultura e pensar como se desenvolviam pesquisas com os mais diversos acervos. No segundo momento, seriam feitas visitas-guiadas a acervos variados da capital baiana.
Decorrida a parte inicial da disciplina, a primeira visita realizada com a turma foi ao Lugares de Memória da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que ocupa o segundo andar da Biblioteca Universitária Reitor Macedo Costa e engloba dois setores: Estudos Baianos e Memória da UFBA. A riqueza do acervo encanta qualquer pesquisador e, além disso, a equipe multidisciplinar do setor demonstra profunda dedicação e empenho na salvaguarda do conjunto documental. Durante essa visita, os rumos da disciplina mudaram: ao comentar com os profissionais do Lugares de Memória o cronograma de atividades pensado para os alunos da disciplina, ponderou-se a ideia de usar o espaço da Biblioteca para
convidar a comunidade externa a viver a experiência de, junto com a turma, analisar a importância dos acervos e, assim nasceu o Pesquisando Acervos: um ciclo de aulas-abertas ao público, ministradas por um rol seleto de convidados (na verdade, colegas e amigos, pesquisadores das áreas de Letras, História, Arquivologia, Biblioteconomia, Música, Conservação e Restauro com os quais falamos de acervos de memória literária, universitária, editorial, teatral, histórica, musical e de dança) para um público – que foi eclético, variado e assíduo. Juntos embarcamos nessa viagem, que agora, se materializa neste livro, resultado das experiências compartilhadas nos agradáveis encontros semanais das sextas-feiras pela manhã.
O primeiro texto, da Profa. Dra. Alícia Duhá Lose, apresenta um acervo de memória literária. O texto intitula-se “Revisitando o meu acervo: um retorno (ou uma releitura) sobre a pesquisa no acervo do poeta baiano Arthur de Salles”. Este acervo foi estudado durante o mestrado e o doutorado da pesquisadora, ambos realizados no então Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da UFBA, e o cruzamento de informações extraídas de diversos materiais do acervo possibilitaram um novo olhar sobre o escritor, sua obra e sua época. Mais de 15 anos passados, essas pesquisas foram revisitadas sob o prisma da maturidade e da experiência.
O segundo texto, do Prof. Dr. Fabiano Cataldo de Azevedo, trata de um acervo de memória editorial. O texto, intitulado o “Paradigma indiciário e a Hemeroteca Brasileira como método e instrumento de pesquisa”, revelou o processo de construção da sua tese de doutorado dedicada à história
da editora Zahar e de seus fundadores a partir de informações extraídas de diversos acervos e fontes. Seu trabalho, por meio do paradigma indiciário, possibilitou reconstruir um importante capítulo da produção
de livros acadêmicos no Brasil.
O terceiro texto, da Profa. Dra. Risonete Batista de Souza, versa sobre um acervo de memória universitária. O texto, intitulado “Construindo Pesquisa em acervos acadêmicos”, traz as primeiras notícias de um projeto que começa a ser executado. Com anos de experiência docente e de gestão
universitária e, portanto, conhecedora da história do Instituto de Letras da UFBA, a pesquisadora teve a sensibilidade de identificar a importância dos documentos que integram o seu arquivo. O projeto tem por objetivo reunir um acervo ainda muito disperso e construir, a partir dele, um espaço de memória que preserve os documentos que possibilitam conhecer o Instituto de Letras, seus membros e sua história. A pesquisadora, consciente da ação de preservar os documentos do passado e do presente, compartilha os desafios e riquezas que se conservam na documentação universitária.
O quarto texto, da bibliotecária Maria Alice Ribeiro e do historiador Thiago Sarmento, aborda também acervos de memória universitária como Lugar de Memória. Capazes de compreender a importância dos acervos reunidos sob este conceito, dedicam-se à preservação e ao acesso a eles como uma forma de defesa da identidade institucional, regional e nacional. Mais do que uma reunião de acervos, o espaço é um local de fomento ao conhecimento e à formação cultural.
O quinto texto, da Profa. Dra. Mabel Mota e da Profa. Ms. Ivana Severino, intitula-se “Acervos teatrais e acervos de dança: a visão do arquivista e a visão do pesquisador”. Nele, as pesquisadoras e arquivistas compartilham as suas experiências com acervo de memória teatral e acervo de memória
de dança. O texto explicita as particularidades que envolvem os estudos de acervos tão singulares, destacando sua importância na constituição social, política e histórica do país.
O sexto texto, da Profa. historiadora Libânia da Silva Santos, apresenta suas experiências de pesquisa e gestão em um acervo histórico. No texto intitulado “O Arquivo Público do Estado da Bahia: pesquisando a história”, compartilha sua experiência de historiadora que atuou em diversas atividades e funções na instituição, mas, em especial, apresenta o Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) como um espaço riquíssimo de pesquisa para história da Bahia e do Brasil. Assim, por meio do seu olhar, é possível reconhecer a grandeza da documentação custodiada pelo APEB, bem como compreender a sua organização, tanto dos documentos privados – a exemplo das coleções pessoais de personalidades baianas
–, quanto dos públicos, em especial, dos que integram os setores do Legislativo e Alfandegário, assim como da Seção de Arquivos Colonial/Provincial.
O sétimo texto é da Profa. Dra. Vanilda Salignac Mazzoni. Pesquisadora de acervos especiais e restauradora, dedica-se ao estudo e à preservação de acervos documentais e librários. Em seu texto, intitulado “Estudo e pesquisa em acervos documentais: quando o acervo não está instituído e quando não está inventariado – dificuldades e facilidades”, compartilha diversas experiências de pesquisa, levantamento, estudo e recuperação de acervos de memória literária, histórica, eclesiástica, institucional, alertando para a necessidade da preservação do patrimônio em papel.
O oitavo texto é da Profa. Dra. Maria Helena Flexor, historiadora e paleógrafa. Nele, a pesquisadora nos empresta um pouco da sua experiência em “Fazer História usando manuscritos” para alertar sobre a importância do uso das fontes primárias e das pesquisas em acervos históricos. O texto, que tem o subtítulo “as vilas pombalinas do século XVIII”, apresenta o percurso do levantamento de fontes documentais para uma leitura histórica da formação e evolução das vilas pombalinas no Brasil.
O nono e último texto é da Profa. Dra. Lívia Borges Souza Magalhães que se dedicou, desde a graduação, a pensar o “Uso da tecnologia no desenvolvimento de pesquisas em acervo”, tanto no processo de informatização da gestão documental e digitalização dos documentos quanto no desenvolvimento de edições digitais. A partir da sua trajetória apresentada no texto, é possível visualizar o uso de tecnologias computacionais na preservação digital, em especial de acervos situados na Cidade do Salvador. Assim, na perspectiva das Humanidades digitais, a pesquisadora ilustra a importância de traçar estratégias dentro dos estudos filológicos direcionados para acervos documentais.
Este livro é, portanto, um convite que fazemos aos estudiosos de acervos especiais, aos interessados em estudos de Patrimônio e de Memória e aos demais interessandos para conhecer as experiências desses pesquisadores e os acervos aqui apresentados, ampliando, ainda mais, o alcance deste conhecimento. Assim, convidamos a você, leitor, a viajar conosco pesquisando acervos...
clara e objetiva as normas técnicas vigentes para a elaboração e apresentação de
trabalhos científicos e pesquisa estabelecidas pelaABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas).
O livro das autoras Henriette Ferreira Gomes e Alícia Duhá Lose chega, assim,
às mãos dos discentes, docentes e pesquisadores das Academias brasileiras
e apresenta-se como uma obra séria e rigorosamente atualizada, tendo como
objetivo principal, no que concerne à Metodologia do Trabalho Científico e
da Pesquisa, revelar a importância da correta aplicação das normas técnicas
no cotidiano das atividades acadêmicas, apresentando-as de forma simples
e sem complicações; esclarecer as dúvidas de professores e alunos quanto à
aplicação correta das normas; evitar que certos mitos e preconceitos relativos
à Metodologia do Trabalho Científico e da Pesquisa sejam reproduzidos e
perpetuados nas Academias.
No decorrer do período de produção desta obra, acompanhamos o
desenvolvimento dos trabalhos, sendo possível conhecer todas as problemáticas
e preocupações que se fizeram presentes nas mentes das autoras, resultante do
acúmulo de experiência docente como professoras da disciplina Metodologia do
trabalho Científico e da Pesquisa em diversas Academias da Bahia em Cursos
de Graduação e Pós-Graduação. O livro nasceu, pois, desta experiência, somada
às constantes dúvidas e dificuldades apresentadas pelos colegas docentes de
outras áreas do saber referentes à aplicação correta desse conhecimento, o que
revela, de certa forma, a necessidade de constante atualização dos docentes e
pesquisadores.
Acrescente-se ao que acabamos de afirmar, o fato de que as autoras, de maneira
sistemática e criteriosa, realizaram a pesquisa e análise de um considerável
número de publicações disponíveis no mercado editorial brasileiro, na área de
Metodologia do Trabalho Científico, e constataram a necessidade de se elaborar
e apresentar uma nova publicação que contribuísse no sentido de eliminar
equívocos e distorções no que tange à aplicação mais e fiel às normas técnicas.
A obra produzida pelas professoras Henriette Ferreira Gomes e Alícia Duhá
Lose, por sua qualidade e seriedade no trato da produção e apresentação de
trabalhos científicos, constitui-se, pois, numa importante fonte de consulta
e pesquisa para discentes, docentes e pesquisadores, nas diversas academias
brasileiras.
Felicitamos as ilustres autoras e a Direção da Faculdade São Bento da Bahia,
fazendo votos de que, oportunamente, o público possa ser agraciado com o
advento de novas publicações.
qualquer atividade de cuidados especializados para a sua proteção. Desta forma, ficamos atentas aos editais culturais públicos dos quais pudéssemos participar a fim de conseguirmos o financiamento necessário para tal intento.
Em 2014, o Governo do Estado da Bahia, junto à Secretaria de Cultura e Fundo de Cultura do Estado, abriu editais para diversas áreas de cultura, entre elas o Edital Restauração e Digitalização de Acervos Arquivísticos Privados, tendo como unidade executora a Fundação Pedro Calmon, referência no apoio à preservação de documentos arquivísticos. Não perdemos a oportunidade de participar. O projeto que submetemos foi aprovado, obtendo, assim, o financiamento pleiteado.
Recebemos, inicialmente, mais de 200 documentos, todos manuscritos, datados entre 1792 e 1940. No entanto, devido ao tempo disponível para execução do projeto e os ajustes financeiros para adequação às exigências do edital, foi necessário abrir mão de alguns documentos e selecionar, naquele momento, entre eles, os mais relevantes e mais
necessitados de cuidados urgentes. Desse modo, foram inseridos no projeto intitulado Recolhimento dos Humildes – Organização e Recuperação do Acervo Documental apenas 104 documentos, todos manuscritos, originais e autógrafos (assinados ou com autoria conhecida), testemunhos únicos da história e fontes primárias que poderão subsidiar diversos estudos.
Os documentos, em sua maioria, estão escritos em tinta
ferrogálica, apresentando papel com marca d’água, filigrana,
e muitos apresentam o selo da Congregação, carimbos ou selos de impostos, ajudando a comprovar autenticidade, antiguidade e raridade.
Essa riqueza documental representa a tradição e a história que, juntas, ressignificam o patrimônio arquivístico nacional e a cultura de um povo. Objetivando a preservação desse passado e buscando evitar que a documentação se deteriorasse ainda mais, ou pior, desaparecesse por completo, algumas ações foram urgentes, como a higienização manual dos documentos; a inventariação; a restauração.
O estado de conservação do acervo do Recolhimento dos Humildes não era diferente da maioria dos arquivos documentais brasileiros, que, de maneira geral, é de ruína e total destruição, um verdadeiro cemitério de papel no qual se perde a história de uma nação.
Assim, após a higienização e recuperação dos documentos, fizemos uma descrição individualizada dos textos, utilizando a estrutura sugerida pela Norma Brasileira de Descrição Arquivística/NOBRADE – objetivando, com isso, organização e identificação dos documentos para futuras pesquisas. O passo seguinte foi a digitalização dos documentos, fólio a fólio, utilizando-se as recomendações do Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ – de 2010. Seguiu-se a elaboração de uma ficha mesclando os metadados técnicos e os metadados de preservação, após isso, foi feito o acondicionamento adequado de cada documento. Todas estas ações foram necessárias porque tínhamos em vista a salvaguarda do acervo.
Visando à disseminação, socialização e modelo dos resultados do projeto para que outros pesquisadores se sentissem incentivados a proteger o acervo de suas cidades e de suas instituições, optamos por realizar uma edição semidiplomática de todos os documentos selecionados. Com isso, facilitamos a leitura por parte dos pesquisadores de diversas áreas que possam se interessar pela riqueza informacional dos documentos aqui tratados.
Essas etapas, descritas separadamente, foram importantes devido ao estado de fragilidade em que se encontravam os documentos, com manchas de umidade, ação de insetos, perda de suporte, rasgos, entre outras degradações.
Por fim, além da publicação dessa edição impressa, foi criado um site onde se encontram, disponibilizadas para consulta pública, as transcrições e os fac-símiles de todos os documentos trabalhados, evitando, com isso, a necessidade do acesso físico e manuseio dos documentos originais e ampliando a possibilidade de acesso remoto ao conteúdo dos documentos aos pesquisadores de qualquer lugar do mundo.
Para evitar que mais um espólio documental histórico desaparecesse, consideramos a execução deste projeto muito importante. Todas as ações de análise, higienização, pequenos reparos, restauro, digitalização, transcrição e acondicionamento foram feitas no Ateliê de Conservação e Restauração Memória & Arte através de uma parceria de confiança e cooperação com a Congregação de Nossa Senhora dos Humildes.
O conjunto de manuscritos editados abarca o período de 1552 a 1913 e são relativos às Capitanias de Pernambuco, da Bahia, de Alagoas, de Sergipe, dos Ilhéus, do Rio de Janeiro, de São Vicente e, com isso, fatos relacionados ao início da história do país.
A Coleção dos Livros de Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia é composta de seis livros. A exceção do primeiro volume, todos os demais estão em excelente estado de conservação. Neles encontram-se transladados (com os devidos termos de abertura e encerramento, numeração, rubrica e fé pública) documentos de teor notarial. São cartas de doações, sesmarias, codicilos, etc. referentes ao patrimônio amealhado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia ao longo dos séculos. Tais características os fazem constituírem-se em documentos diplomáticos de grande valor para os estudos históricos, em especial, sem excluir as demais áreas do conhecimento.
A coleção é formada pelo Livro Velho do Tombo (registrado no Arquivo da instituição como Lº 01), pelo Livro I do Tombo (registrado como Lº 02), pelo Livro II do Tombo (registrado como Lº 03), pelo Livro III do Tombo (registrado como Lº 04), pelo Livro IV do Tombo (registrado como Lº 05), e pelo Livro V do Tombo (registrado como Lº 297). Tais códigos do registro não correspondem às designações que os Livros do Tombo, em especial o Livro Velho do Tombo, têm recebido comumente, ou aparecem nas remissões internas nos demais livros. Do mesmo modo, pelas características extrínsecas dos livros, a seriação que lhes foi atribuída parece não corresponder à ordem de feitura deles, como se verá mais adiante.
Tomou-se como ponto de partida para a designação dos seis Livros do Tombo, a informação contida na lombada dos e registrada no momento da encadernação: julho de 1924, segundo o que foi registrado, a lápis, no Livro I do Tombo e no Livro III do Tombo.
Em consequência dessas informações fornecidas pelos Livros do Tombo, eles estão sendo editados com as seguintes designações: Livro Velho do Tombo (LVT), Livro I do Tombo (L1T), Livro II do Tombo (L2T), Livro III do Tombo (L3T), Livro IV do Tombo (L4T) e Livro V do Tombo (L5T ), conforme o registro feito nas lombadas da encadernação de 1924. Ressalte-se que a ordem cronológica, de acordo com as datas dos Termos de Encerramento, mostra quatro séries cronológicas: a primeira, representada pelo Livro Velho do Tombo, com data de 17 de janeiro de 1705; e a segunda, representada pelo Livro I do Tombo e pelo Livro III do Tombo, datados, ambos, de 14 de julho de 1803. O Livro II do Tombo traz na comissão do Juiz de Fora, Domingos José Cardoso, a data de 4 de outubro de 1803; o Livro IV do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 25 de fevereiro de 1858; o Livro V do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 24 de setembro de 1934.
As características singulares de cada um dos livros apontam para outra organização, como se pôde depreender dos registros relativos ao pedido do Dom Abade, de 1705 a 1934. O Abade Dom Emiliano da Madre de Deus exprimiu, em 1705, o seu desejo, transcrito pelo tabelião, em letra cursiva de início do século XVIII.
O conjunto de manuscritos editados abarca o período de 1552 a 1913 e são relativos às Capitanias de Pernambuco, da Bahia, de Alagoas, de Sergipe, dos Ilhéus, do Rio de Janeiro, de São Vicente e, com isso, fatos relacionados ao início da história do país.
A Coleção dos Livros de Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia é composta de seis livros. A exceção do primeiro volume, todos os demais estão em excelente estado de conservação. Neles encontram-se transladados (com os devidos termos de abertura e encerramento, numeração, rubrica e fé pública) documentos de teor notarial. São cartas de doações, sesmarias, codicilos, etc. referentes ao patrimônio amealhado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia ao longo dos séculos. Tais características os fazem constituírem-se em documentos diplomáticos de grande valor para os estudos históricos, em especial, sem excluir as demais áreas do conhecimento.
A coleção é formada pelo Livro Velho do Tombo (registrado no Arquivo da instituição como Lº 01), pelo Livro I do Tombo (registrado como Lº 02), pelo Livro II do Tombo (registrado como Lº 03), pelo Livro III do Tombo (registrado como Lº 04), pelo Livro IV do Tombo (registrado como Lº 05), e pelo Livro V do Tombo (registrado como Lº 297). Tais códigos do registro não correspondem às designações que os Livros do Tombo, em especial o Livro Velho do Tombo, têm recebido comumente, ou aparecem nas remissões internas nos demais livros. Do mesmo modo, pelas características extrínsecas dos livros, a seriação que lhes foi atribuída parece não corresponder à ordem de feitura deles, como se verá mais adiante.
Tomou-se como ponto de partida para a designação dos seis Livros do Tombo, a informação contida na lombada dos e registrada no momento da encadernação: julho de 1924, segundo o que foi registrado, a lápis, no Livro I do Tombo e no Livro III do Tombo.
Em consequência dessas informações fornecidas pelos Livros do Tombo, eles estão sendo editados com as seguintes designações: Livro Velho do Tombo (LVT), Livro I do Tombo (L1T), Livro II do Tombo (L2T), Livro III do Tombo (L3T), Livro IV do Tombo (L4T) e Livro V do Tombo (L5T ), conforme o registro feito nas lombadas da encadernação de 1924. Ressalte-se que a ordem cronológica, de acordo com as datas dos Termos de Encerramento, mostra quatro séries cronológicas: a primeira, representada pelo Livro Velho do Tombo, com data de 17 de janeiro de 1705; e a segunda, representada pelo Livro I do Tombo e pelo Livro III do Tombo, datados, ambos, de 14 de julho de 1803. O Livro II do Tombo traz na comissão do Juiz de Fora, Domingos José Cardoso, a data de 4 de outubro de 1803; o Livro IV do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 25 de fevereiro de 1858; o Livro V do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 24 de setembro de 1934.
As características singulares de cada um dos livros apontam para outra organização, como se pôde depreender dos registros relativos ao pedido do Dom Abade, de 1705 a 1934. O Abade Dom Emiliano da Madre de Deus exprimiu, em 1705, o seu desejo, transcrito pelo tabelião, em letra cursiva de início do século XVIII.
O conjunto de manuscritos editados abarca o período de 1552 a 1913 e são relativos às Capitanias de Pernambuco, da Bahia, de Alagoas, de Sergipe, dos Ilhéus, do Rio de Janeiro, de São Vicente e, com isso, fatos relacionados ao início da história do país.
A Coleção dos Livros de Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia é composta de seis livros. A exceção do primeiro volume, todos os demais estão em excelente estado de conservação. Neles encontram-se transladados (com os devidos termos de abertura e encerramento, numeração, rubrica e fé pública) documentos de teor notarial. São cartas de doações, sesmarias, codicilos, etc. referentes ao patrimônio amealhado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia ao longo dos séculos. Tais características os fazem constituírem-se em documentos diplomáticos de grande valor para os estudos históricos, em especial, sem excluir as demais áreas do conhecimento.
A coleção é formada pelo Livro Velho do Tombo (registrado no Arquivo da instituição como Lº 01), pelo Livro I do Tombo (registrado como Lº 02), pelo Livro II do Tombo (registrado como Lº 03), pelo Livro III do Tombo (registrado como Lº 04), pelo Livro IV do Tombo (registrado como Lº 05), e pelo Livro V do Tombo (registrado como Lº 297). Tais códigos do registro não correspondem às designações que os Livros do Tombo, em especial o Livro Velho do Tombo, têm recebido comumente, ou aparecem nas remissões internas nos demais livros. Do mesmo modo, pelas características extrínsecas dos livros, a seriação que lhes foi atribuída parece não corresponder à ordem de feitura deles, como se verá mais adiante.
Tomou-se como ponto de partida para a designação dos seis Livros do Tombo, a informação contida na lombada dos e registrada no momento da encadernação: julho de 1924, segundo o que foi registrado, a lápis, no Livro I do Tombo e no Livro III do Tombo.
Em consequência dessas informações fornecidas pelos Livros do Tombo, eles estão sendo editados com as seguintes designações: Livro Velho do Tombo (LVT), Livro I do Tombo (L1T), Livro II do Tombo (L2T), Livro III do Tombo (L3T), Livro IV do Tombo (L4T) e Livro V do Tombo (L5T ), conforme o registro feito nas lombadas da encadernação de 1924. Ressalte-se que a ordem cronológica, de acordo com as datas dos Termos de Encerramento, mostra quatro séries cronológicas: a primeira, representada pelo Livro Velho do Tombo, com data de 17 de janeiro de 1705; e a segunda, representada pelo Livro I do Tombo e pelo Livro III do Tombo, datados, ambos, de 14 de julho de 1803. O Livro II do Tombo traz na comissão do Juiz de Fora, Domingos José Cardoso, a data de 4 de outubro de 1803; o Livro IV do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 25 de fevereiro de 1858; o Livro V do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 24 de setembro de 1934.
As características singulares de cada um dos livros apontam para outra organização, como se pôde depreender dos registros relativos ao pedido do Dom Abade, de 1705 a 1934. O Abade Dom Emiliano da Madre de Deus exprimiu, em 1705, o seu desejo, transcrito pelo tabelião, em letra cursiva de início do século XVIII.
O conjunto de manuscritos editados abarca o período de 1552 a 1913 e são relativos às Capitanias de Pernambuco, da Bahia, de Alagoas, de Sergipe, dos Ilhéus, do Rio de Janeiro, de São Vicente e, com isso, fatos relacionados ao início da história do país.
A Coleção dos Livros de Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia é composta de seis livros. A exceção do primeiro volume, todos os demais estão em excelente estado de conservação. Neles encontram-se transladados (com os devidos termos de abertura e encerramento, numeração, rubrica e fé pública) documentos de teor notarial. São cartas de doações, sesmarias, codicilos, etc. referentes ao patrimônio amealhado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia ao longo dos séculos. Tais características os fazem constituírem-se em documentos diplomáticos de grande valor para os estudos históricos, em especial, sem excluir as demais áreas do conhecimento.
A coleção é formada pelo Livro Velho do Tombo (registrado no Arquivo da instituição como Lº 01), pelo Livro I do Tombo (registrado como Lº 02), pelo Livro II do Tombo (registrado como Lº 03), pelo Livro III do Tombo (registrado como Lº 04), pelo Livro IV do Tombo (registrado como Lº 05), e pelo Livro V do Tombo (registrado como Lº 297). Tais códigos do registro não correspondem às designações que os Livros do Tombo, em especial o Livro Velho do Tombo, têm recebido comumente, ou aparecem nas remissões internas nos demais livros. Do mesmo modo, pelas características extrínsecas dos livros, a seriação que lhes foi atribuída parece não corresponder à ordem de feitura deles, como se verá mais adiante.
Tomou-se como ponto de partida para a designação dos seis Livros do Tombo, a informação contida na lombada dos e registrada no momento da encadernação: julho de 1924, segundo o que foi registrado, a lápis, no Livro I do Tombo e no Livro III do Tombo.
Em consequência dessas informações fornecidas pelos Livros do Tombo, eles estão sendo editados com as seguintes designações: Livro Velho do Tombo (LVT), Livro I do Tombo (L1T), Livro II do Tombo (L2T), Livro III do Tombo (L3T), Livro IV do Tombo (L4T) e Livro V do Tombo (L5T ), conforme o registro feito nas lombadas da encadernação de 1924. Ressalte-se que a ordem cronológica, de acordo com as datas dos Termos de Encerramento, mostra quatro séries cronológicas: a primeira, representada pelo Livro Velho do Tombo, com data de 17 de janeiro de 1705; e a segunda, representada pelo Livro I do Tombo e pelo Livro III do Tombo, datados, ambos, de 14 de julho de 1803. O Livro II do Tombo traz na comissão do Juiz de Fora, Domingos José Cardoso, a data de 4 de outubro de 1803; o Livro IV do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 25 de fevereiro de 1858; o Livro V do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 24 de setembro de 1934.
As características singulares de cada um dos livros apontam para outra organização, como se pôde depreender dos registros relativos ao pedido do Dom Abade, de 1705 a 1934. O Abade Dom Emiliano da Madre de Deus exprimiu, em 1705, o seu desejo, transcrito pelo tabelião, em letra cursiva de início do século XVIII.
O conjunto de manuscritos editados abarca o período de 1552 a 1913 e são relativos às Capitanias de Pernambuco, da Bahia, de Alagoas, de Sergipe, dos Ilhéus, do Rio de Janeiro, de São Vicente e, com isso, fatos relacionados ao início da história do país.
A Coleção dos Livros de Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia é composta de seis livros. A exceção do primeiro volume, todos os demais estão em excelente estado de conservação. Neles encontram-se transladados (com os devidos termos de abertura e encerramento, numeração, rubrica e fé pública) documentos de teor notarial. São cartas de doações, sesmarias, codicilos, etc. referentes ao patrimônio amealhado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia ao longo dos séculos. Tais características os fazem constituírem-se em documentos diplomáticos de grande valor para os estudos históricos, em especial, sem excluir as demais áreas do conhecimento.
A coleção é formada pelo Livro Velho do Tombo (registrado no Arquivo da instituição como Lº 01), pelo Livro I do Tombo (registrado como Lº 02), pelo Livro II do Tombo (registrado como Lº 03), pelo Livro III do Tombo (registrado como Lº 04), pelo Livro IV do Tombo (registrado como Lº 05), e pelo Livro V do Tombo (registrado como Lº 297). Tais códigos do registro não correspondem às designações que os Livros do Tombo, em especial o Livro Velho do Tombo, têm recebido comumente, ou aparecem nas remissões internas nos demais livros. Do mesmo modo, pelas características extrínsecas dos livros, a seriação que lhes foi atribuída parece não corresponder à ordem de feitura deles, como se verá mais adiante.
Tomou-se como ponto de partida para a designação dos seis Livros do Tombo, a informação contida na lombada dos e registrada no momento da encadernação: julho de 1924, segundo o que foi registrado, a lápis, no Livro I do Tombo e no Livro III do Tombo.
Em consequência dessas informações fornecidas pelos Livros do Tombo, eles estão sendo editados com as seguintes designações: Livro Velho do Tombo (LVT), Livro I do Tombo (L1T), Livro II do Tombo (L2T), Livro III do Tombo (L3T), Livro IV do Tombo (L4T) e Livro V do Tombo (L5T ), conforme o registro feito nas lombadas da encadernação de 1924. Ressalte-se que a ordem cronológica, de acordo com as datas dos Termos de Encerramento, mostra quatro séries cronológicas: a primeira, representada pelo Livro Velho do Tombo, com data de 17 de janeiro de 1705; e a segunda, representada pelo Livro I do Tombo e pelo Livro III do Tombo, datados, ambos, de 14 de julho de 1803. O Livro II do Tombo traz na comissão do Juiz de Fora, Domingos José Cardoso, a data de 4 de outubro de 1803; o Livro IV do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 25 de fevereiro de 1858; o Livro V do Tombo traz, no Termo de Encerramento, a data de 24 de setembro de 1934.
As características singulares de cada um dos livros apontam para outra organização, como se pôde depreender dos registros relativos ao pedido do Dom Abade, de 1705 a 1934. O Abade Dom Emiliano da Madre de Deus exprimiu, em 1705, o seu desejo, transcrito pelo tabelião, em letra cursiva de início do século XVIII.
apenas para a história da instituição religiosa baiana proprietária do acervo, mas também para a compreensão da história social do Brasil Colonial, Imperial e Republicano, pois nesses documentos aqui editados se vislumbram informações como a descrição dos custos para a manutenção de uma Capitania; vimos as dificuldades para realizar a construção de um grande prédio no além-mar, contando apenas com o abastecimento de material vindo de navios do outro lado do oceano; encontramos informações sobre os prédios existentes nas cercanias da Igreja da Conceição da Praia; obtivemos dados acerca da população local; tivemos indicação de quem decidia pela Coroa Portuguesa aqui no Brasil e quais eram os trâmites legais para as documentações oficiais; percebemos a relevância da construção de uma nova matriz para a Cidade; sabemos quem eram os Bispos e párocos envolvidos com as
Irmandades e quais as muitas Irmandades cristãs que dividiam espaço dentro do mesmo templo e como todas elas se relacionavam; vimos, ainda, como se deu a fascinante montagem de uma igreja pré-moldada com pedras trazidas esculpidas e numeradas da Europa em uma obra que durou quase um século; sabemos quem foram os profissionais envolvidos na sua construção ao longo dos muitos anos que ela durou, vimos mulheres trabalhando lado a lado com os homens no canteiro de obras;
tomamos consciência dos inacreditáveis custos dessa grandiosa obra e as dificuldades enfrentadas para arcar com ela. E, em boa parte dos documentos, vimos uma relação muito próxima e nem sempre amistosa entre as duas maiores Irmandades reunidas hoje sob um único compromisso: as Irmandades do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Conceição da Praia.
Agora, finalizado o trabalho de recuperação dos documentos, optamos por apresentar ao nosso leitor não apenas os 50 documentos inicialmente selecionados, mas também os 13 que incluímos posteriormente, em um total de 63. Iniciamos a edição dos manuscritos por um documento que, através de uma pista encontrada no Arquivo Público da Bahia, buscamos no acervo da Biblioteca Nacional sob a identificação de “Memória e mais papéis pertencentes às Irmandades do SSmo Sacramento e de Nossa
Senhora da Conceição da Praia (1º volume), por João José Lopes
Braga” Bahia: [s.n.], 20 de out. D1852, sob o código II-33,26,013.
Esse documento é de autoria de José Dias Chaves e erroneamente foi nomeado João José Lopes Braga como o autor que, para defender o ponto de vista da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição em contraponto à “Memória Histórica” (este sim, publicado por João José Lopes Braga, que colocava o mérito da construção da Matriz da Nossa Senhora da Conceição da Praia exclusivamente na Irmandade do Santíssimo Sacramento), apresenta, em uma outra “Memória”, uma compilação de mais de 30 documentos do arquivo de ambas as Irmandades, trazendo cálculos da dívida da Irmandade do Santíssimo contraída com a Irmandade da Conceição e dessa, por sua vez, com a Santa Casa de parâmetros específicos de temas, assunto ou tipos documentais.
Para a Casa Legislativa, a divulgação desses dados geográficos, econômicos e sociais, registrados no século XVIII, impõe-se como um dever de fazer do passado um documento vivo para que não se
percam os rumos do presente e do futuro.
Além de atuar como guardiã das leis municipais, a Câmara também exerce o papel de protagonista na preservação da cultura e da história de Salvador e do Brasil. Neste sentido, a reedição da obra rara de José Antônio Caldas significa dizer que estamos construindo dias melhores com a disseminação de conhecimentos que estavam esquecidos.
Com a leitura dessas páginas descortinam-se, com riqueza de descrição, dados do cotidiano da cidade, trazendo-nos a ideia de como se instituía o poder nos primórdios, concernente à administração local e a relação com o reino português.
Aos quatrocentos e sessenta e sete anos da fundação de Salvador, a Câmara Municipal presenteia a cidade com a reedição desta obra magnífica e de inequívoco valor, para que a nossa história possa ser
revisitada pelos historiadores e estudiosos e, sobretudo, que possa ser apresentada às novas gerações.
que contou com o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia através da Fundação Pedro Calmon e com o apoio técnico da Memória & Arte e Ateliê de Conservação e Restauro em Papel e do Laboratório de Restauração em Papel do Mosteiro de São Bento da Bahia. O referido projeto, intitulado “Restauração e Digitalização do Acervo de Manuscritos da Biblioteca Manoel de Aquino Barbosa: Coleção dos Livros de Atas da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia”, teve como proposta restaurar e digitalizar uma parte relevante do acervo de documentos arquivísticos de uma das mais importantes
Irmandades religiosas da Bahia, e, posteriormente, disponibilizá-lo ao público interessado no tema. E assim foi feito.
Universidade Federal da Bahia, o I Seminário Nacional de Paleografia. Desde essa primeira edição, o evento tem como diferencial colocar a Paleografia no centro de uma discussão inter e multidisciplinar. Em 2017, o evento contou com a participação de 24 convidados, de diversas áreas do conhecimento que dialogavam em suas pesquisas com a Paleografia de forma primordial. Foram 147 participantes de 13 instituições diferentes do Brasil, de Portugal e da Espanha.
Dois anos depois, em novembro de 2019, foi realizada a segunda edição do Seminário, tendo como subtítulo e tema central permanente, a Paleografia e suas Interfaces. Essa nova edição foi composta de conferências, palestras, mesas-redondas, comunicações e minicursos. Entre convidados e inscritos, circularam pelo evento, aproximadamente, 200 participantes.
As duas edições do Seminário Nacional de Paleografia (e suas interfaces) tornam cada vez mais evidente “a importância do intercâmbio entre as diversas áreas que dialogam de perto com os objetivos, as funções e as metodologias da paleografia, dando a ela novas roupagens ou seguindo de perto a tradição do trabalho paleográfico” (LOSE; SACRAMENTO, 2018).
Com objetivo de ampliar os conhecimentos e as pesquisas apresentadas durante os três dias do evento, foi organizado este livro que traz os textos dos professores, que, atendendo ao nosso convite, fizeram deste segundo Seminário, mais uma vez, um grande sucesso!
Na presente publicação, os textos estão dispostos pelas variadas temáticas abordadas ao longo do evento. Assim, iniciamos historiando a antiga parceria entre a Paleografia e a Filologia na Universidade Federal da Bahia, resultado da emocionante conferência proferida por Célia Marques Telles (UFBA). Ainda no âmbito historiográfico, Vanessa Monte (USP) mostra a atualidade e a vitalidade da Paleografia, que durante os seus séculos de existência, foi vista como ciência e como arte. Maria Helena Flexor (UFBA) aborda o ensino das letras na história da colonização do Brasil.
Joana Balsa de Pinho (Universidade de Lisboa), Sandro Marengo (UFS), Edna Matos Antônio (UFS), Rafael Magalhães (UFBA) e Alícia Duhá Lose (UFBA) lançaram olhares variados sobre a produção autógrafa do Marquês de Pombal. Vanilda Mazzoni (Memória e Arte); Fabiano Cataldo (UNIRIO), Libânia Santos (SEEB), Jan Van Holthe (UNIFACS), Aline Krüger (UFSC) e Glaucia da Silva (UFSC) abordaram pontos relevantes sobre patrimônio documental.
Lívia Magalhães (UFBA), Lúcia Xavier (Projeto Resgate Barão de Rio Branco) Isabela de Almeida (UFBA), Fabiana Léo (Oficina de Paleografia da UFMG) e Expedido Ximenes (UEC) dialogaram no âmbito das novas tecnologias e das Humanidades Digitais.
André Moreno (UNEB) trouxe o diálogo com a História da Cultura Escrita. Risonete Batista (UFBA) e Fabiana Prudente (UFBA) situaram suas pesquisas no âmbito da produção escrita do medievo. Débora de Souza (UFBA) mostrou como a Paleografia e a Filologia dialogam para o estudo de textos teatrais. Eliana Brandão Gonçalves (UFBA) se debruça sobre textos referentes à escravidão. Rosinês Duarte (UFBA) aborda textos literários produzidos por mulheres negras; Celina Abbade (UNEB) faz considerações paleográficas em manuscritos baianos de crime de curandeirismo; Pablo Magalhães (UFOB) e Pablo Sotuyo Blanco (UFBA) se dedicam à história e a produção musical de Antonio da Cunha Brochado; e Arivaldo Sacramento de Souza (UFBA) nos leva por uma passeio entre a memória, a religiosidade e a cultura por meio do estudo de um manuscrito pessoal da trezena de Santo Antônio.
Portanto, entre as mais quinhentas páginas deste livro podemos ver a Paleografia nas interfaces com a História, a Filologia, a Linguística, a Literatura, a História da Cultura Escrita, a Conservação e o Restauro, a Biblioteconomia, a Arquivologia, a Musicografia, as Humanidades Digitais e a Arquitetura, deixando claro que a Paleografia está cada vez mais viva, presente e produtiva nos quatro cantos do país.