Papers by Vanessa Ferreira
A toxina diarréica ácido ocadaico (AO) pode ser produzida por algumas espécies de dinoflagelados ... more A toxina diarréica ácido ocadaico (AO) pode ser produzida por algumas espécies de dinoflagelados pertencentes aos gêneros Prorocentrum e Dinophysis. Mexilhões são moluscos filtradores que se alimentam principalmente de fitoplâncton. Quando microalgas toxígenas encontram-se presentes no fitoplâncton os mexilhões podem acumular em sua carne, principalmente na glândula digestiva (hepatopâncreas), ficotoxinas em concentrações suficientes para desencadear no ser humano a síndrome do envenenamento diarréico por moluscos (EDM). A ficotoxina AO é o principal responsável pela síndrome EDM, que é caracterizada por náuseas, dores abdominais, vômitos e diarréia, se forem consumidos moluscos contaminados com concentrações a partir de 48µg AO.g -1 de hepatopâncreas de molusco. A ficotoxina AO foi detectada em mexilhões cultivados na fazenda de maricultura localizada na enseada de Maciéis, baía de Ilha Grande, RJ. As microalgas foram coletadas com rede de plâncton (malha de 20µm). A identificação dos dinoflagelados foi realizada em microscópio invertido. Hepatopâncreas dos mexilhões coletados foram homogeneizados para extração e detecção de AO. As amostras foram analisadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção Fluorimétrica (CLAE-DF). Os resultados cromatográficos indicaram a presença da toxina AO, em baixa concentração (~ 2ng AO.g -1 hepatopâncreas de molusco), em apenas uma das amostras da primeira coleta (março/2004) e sua ausência nas coletas posteriores (abril e maio/2004).Tal fato aponta para ocorrência de depuração natural nos moluscos. O dinoflagelado Dinophysis acuminata é relatado como potencialmente produtor de AO e foi encontrado em densidade muito baixa na área de cultivo, só detectada em amostras concentradas de rede.
Microalgas constituem o principal alimento para moluscos bivalvos. Porém no fitoplâncton podem se... more Microalgas constituem o principal alimento para moluscos bivalvos. Porém no fitoplâncton podem ser encontradas microalgas nocivas como Dinophysis, implicadas na produção da toxina ácido okadaico (AO). A baía de Sepetiba, RJ, apresenta áreas adequadas à malacocultura, principalmente na região da ilha Guaíba. Nessa região localiza-se um dos maiores bancos naturais do mexilhão Perna perna neste estado, que fornece sementes para cultivos nas baías de Sepetiba e Ilha Grande. O AO, principal causador do Envenenamento Diarréico por Moluscos, apresenta como efeito agudo sintomatologia gastrintestinal. Como efeito crônico relata-se a promoção de tumores (estômago e intestinos). Este estudo objetivou detectar o AO e identificar Dinophysis spp. na região estudada. Coletaram-se mexilhões em bancos naturais (ilhas Guaíba e Madeira), para a detecção do AO e amostras de fitoplâncton para a identificação das microalgas durante a primavera/verão 2003/2004. A análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência detectou o AO, em baixas concentrações, em todas as amostras. Identificaram-se cinco espécies de Dinophysis, das quais D. acuminata apresentou a maior abundância relativa para o gênero no período analisado. Os resultados sugerem um perfil toxígeno de baixo potencial, porém constante. Nessa circunstância, consumidores regulares de moluscos poderiam estar expostos ao perigo representado pelos efeitos crônicos desta ficotoxina.
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