segunda-feira, 18 de julho de 2011
os paulistas nos negócios
Tenho saído de todas as reuniões verdadeiramente entusiasmado com o nível do top management brasileiro aqui em São Paulo. São bons, mesmo bons. As capacidades de comunicação são fenomenais, são simpáticos, acessíveis, informais, straight to the point, forma de estar americana (a melhor), positivos e curiosos. Notem que pelo menos aqui em S.Paulo não é aquela simpatia espalhafatosa, o trato é fino e educado e têm muito humor. É preciso dizer que isto contrasta bastante com a forma de estar portuguesa no top management em que há uma formalidade e uma distanciação pesada, às vezes sorumbática e inibidora, mesmo nos bons administradores e gestores, que os há. A diferença é essencialmente cultural.
Isto vê-se em todas as áreas portuguesas, basta pensar nos políticos que são, regra geral e passe a expressão, uns enconados, desculpem o termo, sendo Cavaco Silva a expressão máxima desse enconanço e que, como ganha eleições, tal significa que o português não é avesso a uma forma de estar mais frígida e impessoal que um frigorífico.
O que muitos me têm avisado é que essa proximidade e entusiasmo que os brasileiros suscitam também é por vezes inconsequente. Eu não sei avaliar isso por experiência pessoal ainda e não tenho motivo para acreditar que assim é. Contudo, pessoas que cá estão a trabalhar há mais de um ano referem esse aspecto unanimemente e que é preciso "dar desconto" e não "ficar demasiado entusiasmado" por tudo parecer que vai correr bem e que se fizeram emotional bonds rapidamente. E que tanto se aplica aos negócios como nas relações pessoais.
Um amigo que cá vive dizia-me que acha que eles não fazem por mal (até porque não têm nada a ganhar), que são mesmo assim simpáticos e positivos e querem que naquele momento uma pessoa fique contente e que tudo decorra no melhor espírito possível. Então entusiasmam-se genuinamente com a pessoa com quem estão a falar. Assim, despedem-se com um "a gente combina!" que normalmente significa que nunca mais nos vão ligar. Notem que em Portugal muitas reuniões também não dão em nada, provavelmente na mesma proporção que aqui, no entanto, não se sai de lá com a sensação que todos os problemas da nossa vida foram resolvidos numa hora e a assobiar.
Depois de algumas desilusões, o português aqui vai afinando e calibrando as suas reacções. O que é certo é que é agradável trabalhar com gente assim, mais vale a mais do que a menos.
Nas amizades e nos amores, não possuo elementos para firmar uma opinião, é uma área em que a informação em 2ª mão me diz pouco, pelo que tenho de recolher informação empírica e prática no terreno.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Kitteh!
blá blá blá
Kitteh!
blá blá blá
Kitteh!
O teu post é super hiper mega interessante. Explica-me só o que estão ali a fazer os gatos cutxi cutxi...
Ordens do departamento de marketing, eu próprio tentei discordar mas os accionistas do blogue exigem que este atinja o break even ainda este ano.
Tolan, tenho um documento sobre diferenças culturais na forma de fazer negocios "ocidental" e brasileira. Se quiseres posso-to enviar.
beijinhos
Catarina
Força, envia:
[email protected]
As paulistas(Portuguesas, lol) são pouco interesseiras, são?!
Em síntese, os paulistas (melhor paulistanos) falam a linguagem dos negócios e estão habituados a metas e foco nos resultados, p/ além de que têm a noção que ganham reconhecimento dos "outsiders" graças a saberem trabalhar em rede e administrar a diversidade humana, tão comum no Brasil. Força aí! ;)
Lara
estás aí até qdo? já voltaste? 3a feira vou para aí...
Enviar um comentário