quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

TERCEIRA DEMÊNCIA (excerto) - JOÃO DORDIO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Saibam do autor neste link
Conheçam a In-Finita neste link

Há um bengaleiro que certas pessoas insistem em gabar e respirar.
Outras em vestir-se lá dentro. Não percebo como é que se vestem
naquilo que, à partida, já não tem futuro.
Ignorei o bengaleiro onde deixei tudo o que não me servia e que
já não me vestia. A rua onde moro não tem aquele teatro. O pano
desceu e o palco deixou certos atores a falarem sozinhos. O bengaleiro
foi ficando vazio porque a minha alma se foi enchendo de ti.

Trouxeste vida ao meu coração!
Deixei a sobrevivência naquele teatro e a sua rua acabou por ir
ficando distante!

Havia dois livros naquele teatro. O das reclamações e o que me
fazia a mim, a quem chamam de Poeta.. respirar. Quando o teatro
fechou, o vento trouxe os momentos e as experiências. Pelo meio
da ventania, o corpo foi seguir a alma e juntaram-se noutra rua.
Esta noite quero apenas vestir-me dela! Com ela! Por ela! No
fim, bato palmas e saio, mas levo o meu corpo, a minha alma, os
ecos e as sombras... tudo colado a ela! Cola-paixão! Muito complicado
e difícil de despegar! Impossível, ouvi sussurrar os deuses,
os anjos e os demónios! Confirmei no beijo. E fiquei-me.

EM - A PAIXÃO - ESCRITOS E DEMÊNCIAS - JOÃO DORDIO - IN-FINITA

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

IN-FINITA APRESENTA... PALMIRA HEINE


Palmira Heine é escritora, professora universitária, poetisa. Além de uma vasta obra acadêmica, é autora de diversos livros infantis e de poesia. Possui textos, poemas e contos publicados em diversas antologias nacionais e internacionais, sendo também organizadora da Antologia Contos de Fadas Contemporâneos e Gotas Poéticas, da Darda Editora. É membro da Confraria Poética Feminina, do Coletivo de autoras de literatura infantil e infanto-juvenil da Bahia. 

Seus livros podem ser encontrados neste link
Podem conhecer as obras da autora neste link 





DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... MARLUCE PERSIL


Agradecemos à autora MARLUCE PERSIL a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – Como você vê o papel da mulher na literatura atual?
  
O papel da mulher na literatura é de imensurável importância para a visibilidade do intelecto feminino que ficava “aprisionado”, regido sob a sombra de uma figura masculina, para traduzi-las em linhas, desmistificando um estereótipo no qual ela, ainda hoje, possui determinados lugares estipulados socialmente. Atualmente, mulheres que se debruçam na área literária tornam-se cada vez mais referencias. É disso que precisamos! Que mais mulheres se identifiquem com outras mulheres.

2 – Em que medida o universo feminino influencia na hora de escrever?
 
Permitindo-me criar uma linha de escrita bem pessoal, quando estou escrevendo, consigo ao mesmo tempo em que fixada na linha da realidade, transpor esse ponto e ir ao imaginário onde tudo acontece, exponho assim não só meu grito, mas de todas as mulheres. Por muitos anos permanecemos caladas, hoje temos muito a dizer.

3 – Em que corrente literária acha que a sua escrita se enquadra?
   
Acredito que contemporânea! Faço diversos recortes utilizando as correntes que mais me encaixo, como: romantismo, realismo, modernismo...

4 - Que importância dá aos movimentos de integração da mulher?
  
Os movimentos que integram as mulheres são dignos de aplausos incansáveis, já que estes, fortalecem , unem, dão voz e vida aos seus projetos. 

5 – O que acredita ser essencial para divulgar a literatura?
   
Parcerias e incentivo a leitura, cultura, investimento na educação, acessibilidade para todos usufruírem o direito de ocupar os espaços de conhecimento e aos recursos físicos com: livros, peças teatrais e saraus.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
   
Pontos negativos: pouco incentivo, visibilidade, retorno financeiro.
Pontos positivos: perpetuamento de maneira física das impressões do autor.

7 – O que pretende alcançar enquanto autora?
  
A única coisa que peço como autora é que minhas poesias consigam traspor todas as barreiras e que as pessoas identifiquem-se, sentindo que não estão sozinhas nas lágrimas, tão pouco nos largos sorrisos ou nas insatisfações sócias. Que os meus leitores sintam acolhimento em minhas palavras e que eu consiga contribuir para o processo reflexivo e crítico do ser humano de alguma maneira.

8 – Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.
 
Em curto prazo, penso em lançar um livro com poemas mais atuais e em longo prazo, meu desejo é percorrer por bairros carentes de diferentes locais do Brasil, fazendo distribuição de livros e levando a poesia para todos.

9 - Sugira uma autora e um livro (contemporâneos).
   
Cora Coralina-estórias da casa velha da ponte.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Quem lhe apoiou em sua trajetória como poetisa?
Ninguém! Infelizmente não possui uma boa base familiar. Aprendi o que era amor justamente por não tê-lo recebido de quem mais precisava e assim... me fiz poeta.


Sobre a autora:
Marluce Persil 
A poetisa, atriz, modelo e graduanda em história, Marluce Persil, inicia sua jornada literária a partir dos 14 anos de idade, participando de algumas coletânea e revistas, tais como: Cogito volume.1; Antologia internacional cogito vol.3; Antologia poética Focus vol.1, 2 e 4; Revista literal livre vol..6; Doce Poesia Doce; Mulher poesia vol.2; Antologia poética Mundo; Antologia poética Liberdade; Coletânea Deusas ( Darda editora); Poesia de Botão( Projeto do arte todo dia  da fundação Gregório de Matos); Sarau da Onça, concurso literário,vol.3; Coletânea Grande prêmio Giuliano Ottaviani (edição Artexpo VII,  Bienal Spoleto/Itália ) ,Eclética Word Itália / Brasil.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

IN-FINITA APRESENTA... MARCELO PEREIRA RODRIGUES


Marcelo Pereira Rodrigues (MPR), 44 anos, é escritor (cronista, romancista e biógrafo), filósofo e palestrante, consolidando uma carreira literária e universalizando seus temas, dialogando com os maiores nomes da literatura universal através de ficções bem afiadas. Publicou há pouco, em Portugal, o aclamado “Corda Sobre o Abismo, o Elogio da Desesperança”. É editor-chefe da Revista Conhece-te, periódico mensal que persiste de forma ininterrupta por 18 anos. Escreveu os seguintes livros: “Muito Humano Demais” (crônicas, 2002); “Nós” (crônicas, 2003); “23 Horas: 59 Minutos: Reminiscências do Que Está Por Vir” (romance, 2004); “Um Café com Sartre” (romance, 2006); “Pimenta, Sal & Alho” (crônicas, 2007); “Minhas Mulheres” (romance, 2009); “O Filósofo Idiota: O Livro Proibido Na UFSJ” (romance, 2011); “Acústico MPR: Os Piores Sucessos & Os Melhores Fracassos de Marcelo Pereira Rodrigues” (ensaios, artigos e biografia, 2012). “Corda Sobre o Abismo” (romance, 2013), “Corda Sobre o Abismo ou O Elogio da Desesperança” (romance, 2015, lançado também em Portugal, Angola e Cabo Verde). “Perfume de Mulher” (crônicas, artigos e ensaios, 2015), “A Coffe With Sartre” (lançado na AMAZON), “A Queda” (romance, 2017) e “Fernando, O Lusitano Brasileiro” (biografia, 2018). Seu último romance, “A Queda”, está sendo traduzido para o inglês e o espanhol. Rosimeire Silvano, sua agente literária na Costa Rica, tem trabalhado o livro naquele país e intenta divulgá-lo em toda a América Latina e Espanha.

ASSESSORIA LITERÁRIA IN-FINITA

DEZ PERGUNTAS A... JOÃO BARNABE


Agradecemos ao autor JOÃO BARNABE pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?

Uma necessidade

2 - Em que género literário se sente mais confortável?

Poesia

3 - O que escreve é inspiração ou trabalho?

Inspiração

4 - O que pretende transmitir com a sua escrita?

Sensações e formas diferentes de ver o mundo

5 - Qual o seu público alvo?

Os “loucos”

6 - Em que corrente literária acha que a sua escrita pode ser incluída?

Não sei bem

7 - Quais as suas referências literárias?

Amália Rodrigues, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Natalia Correia, Manuel Teixeira Gomes, Maria Antonieta, Manuela Baptista, Agostinho da Silva

8 - O que costuma fazer para divulgar o que escreve?

Através dos amigos e de tertúlias

9 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?

Expressão

10 - Que pergunta gostaria que lhe fizessem e como responderia?

Em que se baseia a tua escrita? Baseia-se numa espontaneidade e numa falta de lógica que permite captar a verdade e a ingenuidade que existe dentro de mim

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

TERCEIRO ESCRITO (excerto) - JOÃO DORDIO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Como é que as letras se ouvem assim?
Como é que as letras se vão ouvir assim nas pautas?

Tormentos de pautas, abraços invisíveis, beijos que se transformaram
e ficaram como borboletas e flores de jardim! Lindos, eu sei
que lindos! Eu sei que... saborosos!
Sei que vêm pelos ouvidos já sem letras, já por notas em pautas
empurradas pela paixão!

Eu sei! Eu sei que sim!

Eu também sei que te adoro, mas continuo sem saber como é
que as letras se tocam assim sem chegarem a ti ou como é que as
letras vão gritar pelos silêncios daqui, dali, por todo o lado onde
aterrarem as borboletas e os cheiros das flores!

Posso saber se a tua barriga tem borboletas e cheiro a flores?

Como é que o coração não salta para fora do meu corpo? Tu acabaste
de chegar apesar de já estares aqui! Tu acabaste de trazer mil
borboletas e mil flores para o meu redor! Diz-me! Confessa-te e
confessa-me! Como é que o coração não salta para cima da mesa?
Depois observei melhor e estava de letras... de letras e mais letras!
Se encostares o ouvido às minhas folhas ouves o meu coração!
Tens dúvidas? Por agora escuta apenas e não faças barulho! Vou
aqui dizer-te em silêncio disfarçado de letras como é que sinto tudo
aquilo que, sem saberes, me faz viver!

EM - A PAIXÃO - ESCRITOS E DEMÊNCIAS - JOÃO DORDIO - IN-FINITA

domingo, 24 de fevereiro de 2019

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... LITAS RICARDO


Agradecemos à autora LITAS RICARDO a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – Como você vê o papel da mulher na literatura atual?

Esta questão é interessante, visto que me obrigou a pesquisar sobre o assunto, já que, confesso, ainda não me tinha questionado sobre tal. Claro que tenho a noção das diferenças criadas, mas acabo de perceber que de facto, hoje o papel da mulher na literatura, é bem mais amplo que outrora. Também a sua forma de escrever a coloca numa situação bem mais confortável, visto que a própria sociedade evoluiu. Apesar de reconhecer que ainda é o homem que domina os prémios na literatura, reconheço que nós mulheres, estamos no bom caminho no sentido de deitar abaixo ideias preconcebidas bem como costumes obsoletos.

2 – Em que medida o universo feminino influencia na hora de escrever?

Para melhor resposta, transcrevo um texto de Virgia Woolf: “(…) quando se põe a escrever um romance, uma mulher constata que está querendo incessantemente alterar os valores estabelecidos – querendo tornar sério o que parece insignificante a um homem, e banal o que para ele é importante. Por isso, é claro, ela será criticada; porque o crítico do sexo oposto ficará surpreso e intrigado de verdade com uma tentativa de alterar a atual escala de valores, vendo nisso não só uma diferença de visão, mas também uma visão que é fraca, ou banal, ou sentimental, por não ser igual à dele”. Para mim, este texto retrata bem a influência do feminino, pela diferença entre a escrita no masculino que é mais racional, enquanto a do feminino, é mais emocional.

3 – Em que corrente literária acha que a sua escrita se enquadra?

Escrevo ficção, poema e poesia.

4 - Que importância dá aos movimentos de integração da mulher?

Todos os movimentos foram e são importantes. Todavia, na atualidade, acredito que o alcance que pretendemos ter na nossa vida, em muito depende de cada um de nós, e isso, é uma conquista diária...

5 – O que acredita ser essencial para divulgar a literatura?

Para mim o essencial para divulgar a literatura, entre a honestidade e o trabalho de quem o faz, o conhecimento das ferramentas em função de cada público tem igualmente uma influência considerável. No meu ponto de vista, a literatura está bem divulgada. Considero que este mercado está espelhado em todo lado, está bem explorado. Existem imensos eventos literários divulgados nas diversas redes sociais, um mundo a cada esquina, num hipermercado ou até nas estradas... Hoje dou por mim a escolher qual o evento em que estarão mais amigos, pois todos os fins de semana há eventos literários. Ora se eu tomo conhecimento, creio que todos tomam da mesma forma.
A respeito da literatura, pessoalmente, considero que o que falha mesmo, e muito se tem discutido quando falo com outros autores, é a presença do leitor.  Mas isso, não depende da divulgação, mas das consciências e vontades de cada um.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Começo por esclarecer que o que vou descrever, faço-o de forma individual e pelo que observo ao longo do tempo e da minha presença em eventos literários, cujos diálogos vêm muitas vezes ao encontro desta questão.
Primeiramente realço três pontos que considero negativos: os custos para o autor, a distribuição do seu livro e a sua influência no mundo. Para mim, os custos para publicação são elevados. No meu caso, só consegui lançar os meus livros com recurso a uma plataforma de crowdfuding. No que concerne à distribuição, este é mais uma complexidade no mundo literário. Desde as editoras até às livrarias, eis um misto complicado que condiciona a distribuição dos livros. Contudo, se o autor vai à televisão, ou se tem posição social, está lançado. O seu livro tem as portas abertas na editora, porque os leitores compram quem conhecem, independentemente de ser ou não uma boa escrita, e as livrarias até estendem a passadeira vermelha, colocando as suas faces destacadas na entrada. Mas, se pelo contrário, um autor está fora destes meios, então é um “nobre desconhecido” e o leitor não se desperta, nem se interessa em o conhecer. Existem muitos estigmas em relação aos autores, e isto, é algo que tenho vindo a observar e a viver nos eventos que tenho estado presente. A visibilidade pública do autor e a sua escolaridade, são dois pontos-chave para se negar conhecer um autor. Um dia questionei uma Senhora que visitou a feira do livro onde eu estava presente, pelo facto de ela ter negado conhecer-me enquanto pessoa e autora, após questionar a minha escolaridade, ou seja, por eu ter somente o 12º ano: Se a Senhora não me conhece de lugar nenhum, porque afirma que não gosta do que escrevo?
Quanto ao ponto positivo: a cor da vida. Desde 2014, com a publicação do primeiro livro, que sou muito mais feliz, pois este mundo transportou-me para vivências as quais valorizo imenso: desde os convívios que me permitem conhecer pessoas e as suas histórias de vida, conhecer lugares diferentes, até à partilha de realidades e viveres. E é nesta imensidão de sentires, que evoluo enquanto pessoa e escritora. Aprendi a apreciar e a analisar cada pormenor que me rodeia. Ou seja, pessoalmente, e só posso dar a minha opinião pessoal, hoje vejo-me em lugares que não pensava antes de frequentar, vejo-me com pessoas que acreditava serem inalcançáveis, valorizo muito mais os encontros com outras pessoas, até porque a minha inspiração, advém do contacto com as pessoas, com as suas e as minhas vivências.

7 – O que pretende alcançar enquanto autora?

Quero continuar a escrever, publicar o que me for possível, e o que advier daí, é bem recebido.

8 – Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

Publicar o primeiro livro de poesia da minha autoria, assim como o romance que está preparado; e a longo prazo, escrever um livro com referência ao Síndrome de Down, o qual desejo muito fazer e ceder os direitos de autor a uma associação.

9 - Sugira uma autora e um livro (contemporâneos).

O livro “Anjos Negros” de Laura Alho

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Considera-se uma mulher feliz? Sim, sou uma mulher muito feliz, tanto na pele de autora como na pele da mulher por detrás da autora, pois amo viver.


Sobre a autora:
Autora: Litas Ricardo
Poemas: Adjetivo de Mulher e Saudade Revolta
Cidade: Santarém, Portugal
BIOGRAFIA  LITERÁRIA:
Autora dos livros “Era uma vez… a minha Vida!” e “O valor da vida”, tem no momento participação em dez antologias publicadas, tanto com textos poéticos, como com um conto.
Escrever é respirar; respirar é viver; viver é agradecer cada dia com a consciência que o coração é o melhor guia.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... TÂNIA DINIZ


Agradecemos à autora TÂNIA DINIZ a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – Como você vê o papel da mulher na literatura atual?

Vejo a mulher com grande domínio na literatura atual. Há uma imensa produção, em todos os níveis e a divulgação, apoiada nas redes sociais, se  faz  imediata e abrangente. 

2 – Em que medida o universo feminino influencia na hora de escrever?

Sendo o meu universo, se faz presente todo o tempo. Meu olhar feminino é para qualquer circunstância. 

3 – Em que corrente literária acha que a sua escrita se enquadra?

Nem sei dizer sobre isso. Sempre me considerei lírica, romântica, um tantinho erótica e apaixonada pelo realismo mágico...  e faço poemas, contos e haicais.

4 - Que importância dá aos movimentos de integração da mulher?

São importantíssimos para cada vez maior conscientização de si, de sua condição de mulher, e  melhor atuação como indivíduo na sociedade.

5 – O que acredita ser essencial para divulgar a literatura?

Acho essencial ter um bom trabalho a mostrar e estar sempre na "vitrine". Porque percebo, hoje em dia,  como recebemos uma avalanche de informações o tempo todo, se as pessoas não são lembradas de você, a maioria das notícias se perde, até pela falta de tempo de checá-las todas. Não acho coisa fácil de ser feita mas, como autoras, temos que buscar fazê-lo.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Positivo é você passar suas ideias e emoções para as pessoas, atingir o leitor, levando-o a se divertir e refletir sobre um tema, sobre a vida, ampliar sua percepção de mundo. De negativo, talvez, às vezes, uma certa exposição do autor, sujeita a críticas desnecessárias e más interpretações.

7 – O que pretende alcançar enquanto autora?

Gostaria de alcançar justamente isso. Emocionar e  levar o leitor à reflexão e, assim, levá-lo a novos entendimentos, ampliar sua percepção para o Belo e para o novo. Como editora-idealizadora do Mulheres Emergentes, já me tornei fonte de pesquisa e levo a Poesia pelo mundo, encontro autores novos... pura alegria e realização.

8 – Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

Meu curto prazo é imediato mesmo, rsrs. Como meu mural poético Mulheres Emergentes, o sensual em cartaz, está completando 30 anos - fato inédito e histórico para uma publicação alternativa - quero um ano pleno de comemorações, publicações, festas, exposições, palestras, tudo o que for possível para celebrar. (www.mulheresemergentes.com) .
Mais a longo prazo quero publicar alguns livros que já quase mofam lá na gaveta.

9 - Sugira uma autora e um livro (contemporâneos).

Os dois últimos lançamentos de Sílvia Simone Anspach, A última esquina do tempo, contos e Melocromática, poemas de tinta, sons, sangue e pó. 

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Não tenho nada em especial. Qualquer que seja feita responderei sinceramente e com alegria.


Sobre a autora:
Tânia Diniz - Belo Horizonte, capital de MG.  Brasil. Graduada em Letras pela UFMG. Poeta, editora, contista, haicaísta, professora, editora-idealizadora do mural poético Mulheres Emergentes, o sensual em cartaz, há 30 anos. Publicação pioneira, já considerada histórica, tornou-se fonte de pesquisa, enfatiza o feminino e traz autores novos junto aos já conhecidos; de circulação internacional. A autora tem vários livros publicados, participa de inúmeras antologias e é citada em diversos Dicionários de Escritore(a)s. Trabalhos publicados, impressos e virtuais, no país e exterior.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... ISABEL FURINI


Agradecemos à autora ISABEL FURINI a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – Como você vê o papel da mulher na literatura atual?


A mulher continua conquistando espaços, porém ainda é preciso percorrer um longo caminho. Ainda existe o preconceito quando se trata de literatura feita por mulheres, quando se afirma que seus escritos são de pouca profundidade.

2 – Em que medida o universo feminino influencia na hora de escrever?

Como dizia a filósofa francesa Simone de Beauvoir, o ser humano não nasce assexuado. Desde o momento do nascimento muitas experiências vão construindo o universo feminino, e esse universo interior é expresso em seus textos.

3 – Em que corrente literária acha que a sua escrita se enquadra?

A professora Fátima Gonçalves apresentou sua tese baseada no livro de minha autoria “Os Relógios de Dalí”, no curso de pós-graduação em Literatura e Ensino no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Concluiu que as poesias do livro mostram a perspectiva de dueto envolvendo traços do passado e do presente. Ela afirma que o livro mostra literatura de características mescláveis ou ecleticismo (mistura de tendências estéticas). Estou de acordo com essa análise, porque nunca submeti minha poesia a formas fixas. Minha poesia é elaborada a partir de sentimentos e de pensamentos.

4 - Que importância dá aos movimentos de integração da mulher?

Penso que são espaços importantes. A sociedade tem tendência a colocar a mulher em lugares inferiores.

5 – O que acredita ser essencial para divulgar a literatura?

Neste momento penso que é importante conhecer e usar as ferramentas oferecidas pelas redes sociais. A internet mudou o mundo, e é preciso acompanhar essas mudanças.
Outro aspecto fundamental é deixar a mesquinharia de lado. Por exemplo: há alguns anos participei de uma antologia e quando solicitei a uma das escritoras que divulgasse o trabalho das outras participantes em seu blog, respondeu-me que não poderia, pois estava dedicada a divulgar a própria obra. Esse pobre ser não sabia que a vida é feita de trocas, de diálogo, de gentilezas. Se em um grupo um ajudar o outro, todos chegarão mais longe.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

O universo da escrita permite expressar pensamentos, sentimentos, emoções, afetos e desafetos. É uma forma de catarse.
O ponto negativo é que o escritor precisa agradar (e encontrar) seu público, pois escreve para ser lido. A literatura apreciada por um universitário é muito diferente da literatura aplaudida pelo povo. É muito difícil um autor conseguir ser aceito pelos dois tipos de leitores. Raramente um leitor de Harry Potter lê a Metamorfose de Kafka, e vice-versa.

7 – O que pretende alcançar enquanto autora?

Tocar com meus poemas as cordas da alma do leitor. Escrevemos para comover e cativar.

8 – Cite um projeto em curto prazo e outro em longo prazo.

Espero terminar um livro de poemas para crianças no primeiro semestre. Nos próximos anos gostaria de publicar meu livro de poemas “Os Corvos de Van Gogh” em outras línguas.

9 - Sugira uma autora e um livro (contemporâneos).

Amo os poemas de Neide Archanjo. Considero que os versos da Neide têm profundidade oceânica.
Indico o belo livro Infinita Sinfonia de Helena Kolody, editora Insight.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Como divulga seus poemas?
Divulgo os poemas no blog Literatura de Isabel Furini: http://isabelfurini.blogspot.com/



Biografia:
Isabel Furini é escritora, poeta, palestrante e educadora,  coeditora da Revista Virtual Carlos Zemek de Arte e Poesia; seus poemas receberam  prêmios  no Brasil, Espanha e Portugal; é autora dos livros de poemas “Os Corvos de Van Gogh” e “,,, e outros silêncios”; é presidente da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia (AVIPAF), membro da Academia de Letras do Brasil/ PR; Foi nomeada Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2015;  recebeu Comenda Ordem de Figueiró. Realizou recitais poéticos na 36a. Semana Literária do SESC & XV Feira do livro da UFPR, em 2017, e um Recital Poético bilingue (espanhol/inglês) na Biblioteca Pública de Burlingame, Califórnia, USA, em 2018.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... GILVÂNIA MACHADO


Agradecemos à autora GILVÂNIA MACHADO a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – Como você vê o papel da mulher na literatura atual?
   
A mulher está lutando por um espaço que lhe é de direito, mas que há muitos séculos lhe foi negado, a ponto de muitas, no passado, para poder publicar seus escritos tinham que esconder a sua identidade por meio do uso de  pseudônimos, pois só assim conseguiam transitar no mundo da literatura dominada  pelos homens. Na atualidade, ainda há muito que se conquistar. Não é à atoa os movimentos feministas, como a criação dos coletivos como o Mulherio das Letras, que se caracteriza como um movimento democrático, inclusivo, de empoderamento da escrita feminina, da mulher buscar seu protagonismo no  universo literário, ter visibilidade, voz. Em síntese, posso dizer que o papel da mulher na literatura é, sobretudo de luta, de engajamento para se firmar num espaço mais dominado pelos homens escritores, poder competir no  mercado editorial, de ter seu talento reconhecido e alcançar visibilidade.

2 – Em que medida o universo feminino influencia na hora de escrever?

A sensibilidade aguçada, o olhar humano sobre o mundo, uma delicadeza poética sem ser frágil, ao contrário, a mulher tem muita força. Certo tom confessional que fala de si e da existência humana.  Diria que essa força e delicadeza coexistem e influencia o fazer literário tão singular.

3 – Em que corrente literária acha que a sua escrita se enquadra?

Contemporânea, na maior parte dos poemas, prefiro o estilo minimalista. Dizer o máximo com o mínimo seja na forma de haicai, poetrix ou poemas de seis, oito versos. Não gosto de poemas prolixos.

4 - Que importância dá aos movimentos de integração da mulher?

A importância é o fortalecimento, esse sentimento de sororidade , uma segurando na mão da outra, contribuindo para o empoderamento feminino , e não uma competição acirrada. Penso que as mulheres tomaram consciência da importância dessa integração. Isso se reflete nas criações dos coletivos femininos, em projetos como “Leiam mulheres”, etc.

5 – O que acredita ser essencial para divulgar a literatura?

As redes sociais têm contribuído muito para difundir a literatura, cito também os festivais literários, bienais do livro, intercâmbios entre os países como  exemplo, o que ocorre agora com o Mulherio de Portugal  e a oportunidade de participar das antologias. Isso é maravilhoso!

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Os pontos positivos é que a escrita é um ato libertador, restaurador. A literatura celebra as alegrias da vida e nos ajuda a suportar os infortúnios. De negativo, eu vejo que há nesse universo, infelizmente, a vaidade humana, a arrogância. É preciso saber lidar com esse narcisismo que faz parte do ser humano.

7 – O que pretende alcançar enquanto autora?

Entre tantos ecos, encontrar a minha própria voz. Ter o reconhecimento. Conectar-me comigo, com a natureza, com universo. A escrita exige que sejamos observadores.  Enfim contribuir para um mundo mais humano.

8 – Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

Em curto prazo, lançar mais um livro solo de poesia. E em longo prazo, com  aposentaria, dedicar-me mais à literatura, viajar, participar de festivais literários.  Investir numa editora cartonera, ou numa cafeteria literária (risos)

9 - Sugira uma autora e um livro (contemporâneos).

A nossa musa do Mulherio no Brasil: Maria Valeria Resende. O livro “Quarenta dias”, de sua autoria.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Como você lida com essa sociedade líquida? E eu responderia: através da literatura busco valores permanentes, relações pautadas na ética, no respeito e no amor.


Biografia
Gilvânia Machado, natural de Natal (RN). Mestre em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professora, poeta e escritora. Membro e Diretora do Conselho Consultivo da União Brasileira de Escritores (UBE-RN); Membro da Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares (ALAMP). Participou de várias coletâneas de poesia e contos. Publicou também em diversos jornais e revistas. Em 2014, lançou seu livro solo de poetrix Rendas & Fendas, na Bienal do Livro, em São Paulo.