... ou de como se chora por pouco, quando se podia e devia chorar por muito !
Odete Santos denuncia ataques às liberdades de Abril é o título dado pelo PUBLICO.PT à intervenção (muito aplaudida) de Odete Santos no XVIII Congresso do PCP a decorrer em Lisboa e em que a ex-deputada citou vários casos que aqui se reproduzem seguindo a lição da fonte.
À cabeça é referida "a lei dos partidos políticos aprovada em
2003, que impõe regras que os comunistas consideram uma interferência na liberdade de organização partidária, nomeadamente ao impor o voto secreto nas eleições internas, quando o PCP votava tradicionalmente por braço no ar". (Uma restrição e pêras, digo eu, tanto mais que a regra visa precisamente assegurar a genuinidade do voto, como é evidente para qualquer espírito sem preconceitos).
De seguida é referido o "caso recente de dois jovens militantes do partido que foram condenados ao pagamento de 350 euros de multa por terem pintado, num viaduto em Viseu o lema da JCP “Transformar o sonho em liberdade”, sem autorização camarária". (Pagar uma multa prevista na lei é mesmo uma grande limitação da liberdade, mas só para a Drª Odete Santos para quem, pelos vistos, a lei não é igual para todos, pois a alma da senhora até "cai ao chão e chora", quando "há tribunais que aplicam uma justiça de classe").
Finalmente (segundo a fonte) a ex-deputada denunciou "as invasões de sindicatos pelas forças da ordem”, como tal qualificando as visitas feitas pela polícia a alguns sindicatos, na véspera duma manifestação de professores, (se não estou em erro), para fazerem algumas perguntas sobre a organização das deslocações, como se as sedes dos sindicatos gozassem de alguma imunidade especial ou de algum privilégio de extraterritorialidade.
Perante tais "atropelos" às liberdades, talvez fosse oportuno recomendar à ex-deputada, para esta aprender o que é a liberdade (ou antes, a falta dela), uma visita a países que as Teses do Congresso proclamam como exemplos de construção duma sociedade socialista, a saber: Cuba (onde vigoram as mais amplas liberdades, incluindo a de ser preso por simples delito de opinião que ela e os seus camaradas exercem em Portugal, sem qualquer restrição - felizmente, acrescento eu, que prezo tanto a minha liberdade quanto a dos outros); China que a toda a hora é acusada de violações gravíssimas dos direitos humanos e que não hesita em matar os opositores do regime (que me abstenho de qualificar como comunista por respeito que tenho pelo verdadeiro); ou Coreia do Norte que mais não é que um imenso presídio colectivo. Para já não falar do Vietname e do Laos, (bons exemplos para o PCP) países que, como é sabido, também não deixam os seus créditos por mãos alheias nesta matéria de falta de respeito pela liberdade.
25 de Abril, sempre! Digo eu.
Actualização: Entretanto, lê-se
aqui que o Comité Central do PCP é hoje eleito, por voto secreto, pelos cerca de 1500 delegados ao congresso
numa reunião à porta fechada. Isto significa o quê ? Transparência ? Será ?
(Imagem daqui) (Reeditada)