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terça-feira, 29 de abril de 2008

DESAFIO MUSICAL (3º tema): DEPECHE MODE - "Enjoy The Silence"

Por breves instantes, os desenhos gravaram com mais intensidade o papel, em detrimento das letras. Blocos e blocos de folhas, curvadas sob o peso intenso de desenhos, a carvão, a cores, de diversos temas e a qualquer instante. Descarregava as sombras do imaginário através de traços infinitos que queriam traduzir o meu mundo…de dentro para fora. Na escola onde estava, alguns desses desenhos chegaram a fazer parte de umas quantas exposições. Um dia, num dos corredores de um pavilhão, à saída de uma aula, um professor vem falar comigo, pedindo para ver alguns dos desenhos que eu trazia na pasta da disciplina de Desenho. Após tê-los observado, perguntou-me onde é que eu me inspirava para fazer “aquilo”. Se realmente gostava de fazê-los…passo a explicar, tinha uma série de três desenhos em folhas A3, subordinada ao tema da morte, na sua perspectiva mais gótica; desenhos concretizados a carvão e exímios ao pormenor. Hoje em dia olho para trás, e percebo a atitude daquele professor que nem era de Desenho…tentando perceber os mecanismos que se escondiam por detrás daquela susana, aparentemente calma (que só foi uma vez para a rua por ter tentado atirar com um cadeira à sua melhor amiga da altura…e porque foi a meio de uma aula de História. Não, não me lembro do que é que essa minha “amiga” me terá dito para ter reagido assim!) e aplicada q.b. nos assuntos de escola e no trato para com os seus professores. Fechada, é certo…muito negro a povoar os seus artefactos, as suas vestes, as suas coisas…mas muito nova para aquele mundo…ao menos começava a ser de dentro para fora.
Os livros eram a minha paixão constante…com eles podia estar e chegar mais alto.
Noutro local qualquer, ser outra pessoa diferente. O que quisesse. Não havia limites para o pensamento. Outro dos meus companheiros regulares era a música, como não podia deixar de ser. Tudo fazia lógica, tudo parecia certo e tão mais coerente do que aquelas pessoas com quem lidava no dia-a-dia. Tinha ainda amigas que brincavam com Barbies (ou seriam as Tuchas?!) e convidavam-me para tal!!!!!!
Gostava de me deitar na relva, em bancos de jardim, na areia da praia, no meio da estrada quente, ao final da tarde, na aldeia pacata de onde era o meu pai
…apreciava a passagem das nuvens e tentava adivinhar-lhes as formas: um sapo, um castelo, uma gaivota, um monstro…
Perdia tempo sem fim entre o prazer do silêncio e executava já, sem o saber, uma espécie de meditação em que me livrava de todos os pensamentos. E quando chegava à beira de um pedaço de papel…descarregava tudo! Muito zen…muito vazio.
Passava horas a fio com o meu Cubo Mágico sem fazer batota.
As “coisas” perdiam facilmente a piada quando sabia que se podia dar assim a volta…sem mais nem menos.
Acreditava que conseguia passar totalmente desapercebida (quem sabe invisível?!), simplesmente pelo facto de suster a respiração, pelo tempo que fosse. Prática que exercitava “n” de tempo debaixo de água…a água…o silêncio “marejante” e “marulhante” da água, do mar…passava outras tantas horas a fio na praia, na água, entre ela e entre mim os pensamentos fluídos e as coisas à minha volta, que observava em SILÊNCIO.
Estou no terceiro tema que pertence ao DESAFIO MUSICAL. Relembrando:
Pink Floyd – Another Brick in the Wall;
Mike Oldfield – Moonlight Shadow,
Depeche Mode – Enjoy the Silence.

Ainda hoje, Depeche Mode é uma das minhas bandas de eleição. Sempre à frente no tempo.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

WHY WAS EVE EXPELED FROM EDEN?

Six Word Memoir Meme Rules:

1) Write your own six word memoir.

2) Post it on your blog and include a visual illustration if you’d like.

3) Link to the person that tagged you in your post, and to the original post if possible so we can track it as it travels across the blogosphere.

4) Tag at least five more blogs with links.

5) Don’t forget to leave a comment on the tagged blogs with an invitation to play.

6) Have fun.


Trouxe este DESAFIO do /t. do blog: mo`po - code poetry. Seis palavras, soltas ou em jeito de frase, que de algum modo estejam relacionadas connosco. Deixo um dos meus pseudo-espantos existenciais em jeito de pergunta e estendo o desafio, em particular, a:







...e no geral, a todos os que quiserem levá-lo, também, daqui!
P.S. Sugestão musical: A NAIFA - "3 Minutos Antes De A Maré Encher"

domingo, 20 de abril de 2008

PARA TI

Ela levantou-se das sombras deixadas ao ocaso
O cabelo solto pendurando as estrelas fatigadas
Mais uma noite que passou
Fechou a porta sobre si mesma
Se chovia lá fora não o sentia assim
As lágrimas eram suas
Cada uma delas um prego a mais do passado
Construindo a sua muralha contra o presente
Pregos e pedras e tábuas e espinhos
Todo o Amor morria na cruz
Fosse Homem ou Mulher
E quando caísse dessa cruz
As asas não levantariam mais voo
Novos tapetes à entrada da sua vida
Prendendo o coração a cada passo no chão
Uma pedra de cada vez
E era ela quem as atirava
Partindo o reflexo da sua alma no espelho
7 anos de azar, 7 vidas sem amar, 7 palavras sem terminar
As superstições mais velhas do mundo
Deixa-me segurar os teus cabelos contra o vento
E que as estrelas sejam as luzes que partem dos teus olhos
Como as promessas que espero aos meus desejos
Deixa-me elevar as tuas asas e com elas
Superar essa muralha onde te prendes
Serei cavaleiro e dragão enquanto te esconderes
Serei o fogo e serei a
Que secarão todas as tuas lágrimas
E quando te olhares nesse espelho encontrarás uma alma maior
Porque não será apenas a tua reflectida
Seremos apenas dois para lá do dia e da noite
Para lá da forma como o tempo quiser medir-se a si mesmo
E sendo Homem e Mulher cairemos apenas nos braços mútuos
Ignorando todas as cruzes do mundo que queiram condenar o Amor
Porque este não se sacrifica
Glorifica-se quando se dá
Deixa-me sentar ao teu lado
E crescer com o mundo lá fora
Não te dou a minha mão
Toma o meu corpo e a minha alma
Agora sei quantas voltas se dão ao labirinto
E sei que já não me consigo perder

Sei que és a chave e a porta
Que me liberta de mim mesma
Sei que ultrapasso as próprias horas
E faço batota com o Tempo
Para chegar primeiro a ti
Sei que as muralhas caíram aos teus pés
E eu subi ao teu corpo
Abandonei a minha própria solidão nas pegadas do passado
Agora que caminhas ao meu lado
O meu mundo renasceu.


(p.s.: poema inacabado...falta a ponta solta e resposta)
A ponta solta-se e ao mesmo tempo a resposta inicia-se...



Se um instante contém o principio da vida em si mesmo,
E a essência de todo o potencial do universo,
O valor do teu instante em mim,
É um presente de amor,
A vida
E a oportunidade de ser teu neste instante,
Sua máxima expressão,
És sempre tu o mais importante.
Se não estivesses aqui, não existiria o instante,
Dia, noite, estrelas…eternidade.
Para o universo e a vida tudo é possibilidade,
Quando te unes a mim num instante,
O convertes em nós,
Sim, desfrutar esse nós,
Onde…
Fazemos a soma da tua oportunidade com a minha,
Fazemos a soma do teu instante com o meu,
Fazemos a soma da tua alma com a minha,
Fazemos a soma do teu universo com o meu.
Todas as nossas somas,
Nos fazem crescer,
Para ganhar,
A vida,
Que te pergunta suave e docemente,
Como pode o sol brilhar, se não fosse para nós?
Como pode a lua reflectir a sua luz, se não fosse para nós?
Como pode o universo transformar-se, se não fosse para nós?
Como pode o espírito vibrar, se não fosse para nós?
Então em uníssono perguntamos.
Vida!!! Quem somos nós????
Ela responde com um sorriso do céu…
A soma do presente de um instante de amor
Tu e eu
Vida
Eternamente
Obrigado pela existência…eu em ti e tu em mim.



Poema por Su e Taliesin

sábado, 19 de abril de 2008

CAMPO DE PALAVRAS

Enquanto deito o corpo aqui mesmo sobre o texto.
Não encontro as dobras da noite entre os sonhos.
Acordada.

Conto as estrelas estilhaçadas contra o meu sono.
Pedra. Sonho. Voz. Pedra.
Estico os braços como raízes ao contrário
E piso o céu pontapeando as nuvens
Blocos de almas foragidas entre as frinchas do corpo mal fechado.

Nunca houve chave.
Toque e fuga.
Eras tu agora sou eu.

Um, dois, três
Macaquinho do Chinês.
Não sou mais do que palavras.

Repetidas palavras em vórtices de exaustões.
Contextos lavrados por séculos de autorizações.
Pode-se falar sem se falar.
Não se diz nada.
Não se quer ouvir.
Pedra. Pesadelo. Grito. Pedra.
Enterro os dedos nos cabelos de areia.
Enfeites de estrelas do mar.
Sou mar e sou terra desfeita no mar.

Inicio onde acabo
E do corpo recomeço a lição.

Suave e decorada...
Um Li
Perdi todas as palavras.


Ganhei uma mão cheia de nada.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

DE UM LADO CANTAVA O SOL

De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol!

Ó montanha da saudade
a que por acaso vim:
outrora, foste um jardim,
e és, agora, eternidade!
De longe, recordo a cor
da grande manhã perdida.
Morrem nos mares da vida
todos os rios do amor?

Ai! celebro-te em meu peito,
em meu coração de sal,
Ó flor sobrenatural,
grande girassol perfeito!

Acabou-se-me o jardim!
Só me resta, do passado,
este relógio dourado
que ainda esperava por mim . . .
Cecília Meireles

...o que espera do outro lado de cada um?!...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

ROLA A CHUVA


"O frio arrepia
a moça arredia.



Arre

que arrelia!




Na rua rola a roda...

Arreda!



A rola arrulha na torre.




A chuva sussurra.




Rola a chuva

rega a terra

rega o rio

rega a rua.




E na rua a roda rola."



Cecília de Meireles, Ou Isto Ou Aquilo, 15ª ed., Ed. Nova Fronteira, 1990.

...neste momento, o que é que ROLA/ RODA em cada um de vocês?!...

domingo, 13 de abril de 2008

TOP 5 OBJECTO KITSCH

“O kitsch é um termo de origem alemã (verkitschen) que é usado para categorizar objectos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia existente. São frequentemente associados à predilecção do gosto mediano e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, tomar para si valores de uma tradição cultural privilegiada. Eventualmente objectos considerados kitsch são também apelidados de “brega” no Brasil.” (in Wikipédia) A propósito de um comentário que há uns tempos deixei no blog da Teté, lembrei-me de um objecto de decoração de dúbio gosto, que há uns anos atrás era frequente ser avistado na parte traseira dos automóveis…e esse mesmo objecto (que irei integrar no meu TOP 5) deu-me ideia para fazer um TOP 5 KITSCH. O Kitsch segue alguns princípios como o da inadequação (coisas despropositadas em relação ao espaço, à função, tamanho…); o da acumulação (independentemente do seu uso e do seu valor, subjugado ao valor sentimental, criam-se autênticos depósitos de objectos!); o da sinestesia (a profusão e mistura de todos os sentidos nos diversos objectos, apelando ao gosto, ao tacto, à visão, ao olfacto e audição); o da mediocridade (quando os objectos em questão fogem do discreto e atingem graus do exagero, passando pelo vulgar) e o princípio do conforto (o que não incomoda e causa um determinado prazer é facilmente aceite).
O kitsch traduz na sua essência, e neste caso em particular, objectos de gosto bastante discutível que, contudo, não deixa de ser integrado, hoje em dia, como uma forma de arte moderna, um “novo barroco”.
Assim, apresento-vos o meu TOP 5 de OBJECTOS KITSCH:
1º: CÃO DE LOIÇA (lembram-se daqueles grandes cães de loiça, geralmente dálmatas, que se encontravam à porta de casa, no corredor e no hall da entrada?!)
2º: CÃO QUE ABANA A CABEÇA NA PARTE TRASEIRA DO CARRO (havia assim uns cães, que tinham uma cabeça que abanavam com o movimento do carro…aquilo parecia quase retirado do filme do Exorcista!)
3º: NOSSA SENHORA DE FÁTIMA QUE BRILHA NO ESCURO (assim com uma luz verde, meio fosforescente, que atingia o seu máximo esplendor no escuro)
4º: GALO DE BARCELOS EM CIMA DO FRIGORÍFICO (os típicos galos de Barcelos…mas tinham de estar mesmo em cima do frigorífico, entre outros bibelôts!)
5º: FLORES E CORTINAS DE PLÁSTICO (mas mesmo de plástico, daquele que não o disfarça; de uma consistência rija, com pó à mistura e de diversas cores garridas!).

E há muitos mais…e em várias outras temáticas, que depois voltarei a apresentar aqui na Teia (penso eu!). Então, vou transformar este post num desafio: DESAFIO KITSCH que vou passar a algumas vítimas, sendo que a regra é apenas fazer o seu TOP e passar a quem quiser: teté, Alice, carmenzita, Kátia, littledragonblue, lenita, matchbox31, paulinha, som do silêncio, gerlane, muguet, carteiro, tons de azul, borboleta, nelinha, liz, papoila, ana scorpio, butterfly, taliesin, azer mantessa, /t., un_dress, bono_poetry, ruela, impulsos, bia, Sandra Daniela, Reflexos… e quem mais por aqui passar e quiser levar o DESAFIO KITSCH!
NOTA: Oiçam bem esta grandiosa letra do ROUXINOL FADUNCHO, do tema “Cães de Loiça”! Temos fadista! E já agora, vejam bem o clip…


sexta-feira, 11 de abril de 2008

DESAFIO MUSICAL - 2ºtema: MIKE OLDFIELD com "Moonlight Shadow"

Fechada no mundo mais estranho aos olhos dos outros. Calada e em guarda. Expectativa desafiadora e desafiada. Assim seguia a vida. Assim a vida me seguia. Como num compasso de espera em que sabia que podia vir muito mais. Despertava para o mundo do esotérico. Buscava apaziguar a inquietação da alma. Existia alma?! E o remédio para ela, Senhor Doutor?! É que a partir do momento em que a descobri começou a doer! Aqui dentro de mim…não sei bem onde.
Há mais coisas por descobrir no nosso mundo inteiro…mas os anos talvez não cheguem para tal…por isso, deixa-me ir ver o “Verão Azul” e assobiar despreocupadamente à vida lá fora, de bicicleta empunhada e o vento como companhia.
O doce dos sonhos coloria as componentes da vida. Continuava a gostar da “Candy Candy” sem perceber porque é que a tinham proibido na televisão.
No segundo ciclo da escola, o meu grande amigo Dinis declarou-se-me, apaixonado…corri atrás dele não para o abraçar…levava na mão uma pedra da calçada! E à saída da aula de português, o Dinis fugiu de mim apavorado. No meu mundo ninguém entrava.
Procurava os livros, as páginas, o som do vinil e da cassete…neles encontrava o mundo que me descansava. Encantadora magia que me acalmava. E me elevava. Para além do tal real e aparente, descobria que podia haver muito mais, rico e criativo, pronto a florescer dentro de nós!
De noite com a Lua conversava, enquanto na igreja ajoelhava, sem entender as homilias do padre. Sabia que queria saber. Perceber melhor o que guiava a fé dos adultos. E o que me faltava a mim para conseguir acreditar em alguma coisa. Apenas sentia que o pequeno quadro na parede, por cima da minha cama, era muito poderoso. Tão pequeno como um ex-voto; representando uma linda e admirável história: a de S. Jorge e o Dragão. Um dia eu conto-vos. Na realidade, mais tarde vim a descobrir que é o meu guia espiritual…o equivalente a um Ógum, no Candomblé. “Armas de fogo meu corpo não alcançarão/ Facas e espadas se quebrem sem o meu corpo tocar./ Cordas e correntes arrebentem sem o meu corpo amarrar./ Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge/ Jorge é de Capadócia/ Salve Jorge! Salve Jorge!" (Jorge da Capadócia - Jorge Benjor)
De noite, os ecos do passado batiam nas paredes e os pesadelos, espíritos e fantasmas assaltavam-me. A primeira dose de consciência e de inconsciência fazia-se anunciar.
De dia brincava. Estudava. Escrevia histórias com finais felizes que terminasse as inquietações das personagens que inventava. Dizia que havia de ser professora, ou pintora, ou estilista…mas queria inventar e criar qualquer coisa. Inventei? Não sei.
Sei que o meu mundo interior crescia e desenvolvia-se ao som das minhas músicas. Aquelas que eu escolhia e me ajudava a conhecer para além do que estava aparentemente à minha volta. Cassetes e walkman, fones nos ouvidos...alienava-me de tudo.
Queria um cão ou um gato. Não mo deixavam ter. Sujariam tudo lá em casa.
Tinha mais irmãos nos meus vizinhos da casa ao lado. Até caímos das varandas abaixo, o equivalente a um primeiro andar alto, por tanto nos debruçarmos em conversas em fio…sorte nossa: por debaixo estavam umas tábuas de construções (sem pregos nem perigos) que nos acolheu a queda.
Mas nós não tínhamos medo de cair. Nem de magoar os joelhos, nem do aspecto das feridas, nem nos fechávamos em casa ao computador, nem tínhamos medo da rua nem das pessoas que andavam nela. Confiávamos no nosso poder de existirmos simplesmente no mundo.

“Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.”

Este post resulta ainda do DESAFIO MUSICAL que aceitei responder. Os meus desafiados, pelo que ando a ver, conseguem, na sua maioria colocar logo a lista dos seis temas musicais que se destacaram ao longo das suas vidas. Estou em dúvida se conseguirei cumprir para com esta lista…afinal, este ainda é o segundo tema. Para relembrar, o primeiro tema foi PINK FLOYD, com “Another Brick In The Wall”. Escolhi este tema de Mike Oldfield (apesar de ser o mais “comercial” ou conhecido) porque na altura foi realmente o que comecei a ouvir. E transportava-me para um ambiente inexplicavelmente e familiarmente antigo, de outras eras que não aquela em que eu vivia… mas pessoalmente, sou mais fã dos temas instrumentais deste artista (que aconselho a ouvir!).
Até à próxima (que espero que seja mais em breve!).

terça-feira, 8 de abril de 2008

...TODAS AS PALAVRAS...

As tuas palavras
São como luzes de estrela-guia,
Atravessando os tempos perdidos.
As tuas palavras
São como fios de água
Formando rios em desenhos esquecidos.
As tuas palavras são como amigos
Juntando carinho em corações adormecidos.
As tuas palavras
São como sementes
Em cantinhos antigos.
As tuas palavras são como o arco-íris
Desfazendo lágrimas de pesadelos inimigos.
As tuas palavras...
Pelas tuas palavras
encontro sempre o caminho
Onde mora a felicidade.
Ainda queres abrir-me a porta?
A porta que está aberta a todos os que desejarem entrar;
Se existem palavras que nos mostram os caminhos da felicidade,
Isso é porque essas palavras são, na verdade, as nossas palavras.
As lágrimas e os pesadelos não passam
De felicidade adiada, porém, por isso
Amplificada.
As palavras que são sementes
Tocam-nos e para sempre se tornam nossas
E encaixam na nossa alma
Como num qualquer puzzle divinamente arquitectado.
As palavras que são nossas são amigos,
Velhos conhecidos que ficamos felizes em rever.
As palavras que são nossas despertam em nós
Desenhos esquecidos
Renovam e trazem de novo à vida
Ideias, sentimentos e sensações tão antigos
Que já não pertencem a esta vida
Por maior esforço que façamos,
A nossa memória e a nossa razão
Não nos revelarão o momento em que foram aprendidas
Simplesmente o nosso coração
Dir-nos-á que são antigas
E nossas.
As palavras que iluminam
Iluminam apenas o que existe
E o que existe existe mesmo sem luz.
As palavras que são nossas
São intemporais
Atravessam tempos perdidos
Mas regressam sempre a nós
Por mais vidas que passemos
Perdidos
Das nossas palavras.

...desta vez as duas vozes tomaram forma através de um poema meu (a amarelo-mostarda), retirado do livro Riscos que ficaram no Tempo/ Jogo de Espelhos, de Susana Júlio & Carmen Ferreira, e a sábia continuação pelas palavras da Lenita do blog Impressionantes Impressões, (a azul). Há palavras que se podem entrelaçar e, entre os extremos dos sentidos, viajar entre todos os seus significados possíveis, nunca deixando de serem válidas para quem as lê e para quem as sente...sempre como suas.

Adorei Lenita. Um verdadeiro privilégio juntares a alma das tuas palavras às minhas. : )

E fica, já agora, como sugestão, o novo e tão esperado álbum (há anos!) dos Bauhaus: "Go Away White".

sábado, 5 de abril de 2008

AFINAL QUAL É A RAÇA PERIGOSA?!

O meu Sky foi atacado por um pastor alemão. Não foi este o atacante! Este é apenas o REX, o arraçado de pastor alemão de uns tios meus, que é um "menino grande"!

Como se não bastasse, era daqueles pastores alemães maiores do que o comum na raça...e não estava virado para fazer grandes mossas por isso, "apenas" feriu, com alguma gravidade, de um lado do focinho, perto da vista e, do outro lado, perto da mandíbula. "No meio deste azar todo, ele até teve sorte", disse várias vezes o veterinário que o tem acompanhado. Por milímetros poderia ter afectado a mandíbula, sem reparo, ou até mesmo cegado. Seja como for, o estrago foi o suficiente. Teve de ser operado. Todos os dias leva uma injecção de antibióticos e para a semana já deve tirar os pontos. Para não estragar nada, tem de andar com o "candeeiro" (como eu lhe chamo!) de modo a não romper os pontos com as patinhas.
O pastor alemão, há uns anos, pelos vistos já atacou o cão da minha vizinha, que teve de ser operado, ficou internado e por aí fora. Deve já ter uma lista de encontros imediatos de primeiro grau, com cães de porte menor. Os donos não alteram a sua atitude: ou seja, fazem passear a sua mascote sem trela nem açaime, à solta pelo jardim e pelas ruas. O inevitável só pode acontecer, não é?! É uma questão de atitude, de consciência, de educação e de respeito pelos outros.
Esta lei que o Governo quer levar a cabo, das 7 raças potencialmente perigosas (a saber: Cão de Fila Brasileiro, Dogue Argentino, Pit Bull Terrier, Rottweiler, Staffordshire Terrier Americano, Staffordshire Bull Terrier e Tosa Inu) vai no sentido de ser proibida a importação, reprodução e criação destas raças de cães em Portugal. Adicionalmente vão ser esterilizados os cães existentes. O resultado é obviamente o extermínio dessas raças em território nacional nesta geração. Quem declara estar em posse destes animais terá de cumprir a lei e proceder à castração...quem não o fizer, geralmente os donos de cães que os usam para jogos de guerra, conflitos de bairros e por aí fora, provavelmente não terão esse cuidado e o problema continuará.
Para além de que, continuo a defender que o problema não está nestes cães nem nos seus genes, mas sim nas pessoas que os têm, criam e educam. Tenho um familiar que faz criação de Pit Bulls Terriers. São as cadelas mais doces e meigas que podem existir. O ambiente familiar dos seus donos é extremamente saudável e responsável.
Este aqui é o Casper (um Dogue Argentino), no seu momento de "espreguicite"!

Tenho outro exemplo do Casper, o cão da minha grande amiga Lu. É um Dogue Argentino. Quem o vê fica quase paralisado...na realidade, é outro doce de cão que só quer brincadeira e companhia. Já andou na brincadeira com o Sky, na praia, e foi mordido por este último, portanto, estão a ver o seu grau de ferocidade, não?!
Olhando para este infeliz caso que, lamentavelmente, sucedeu com o Sky, a minha revolta vai toda para os donos daquele pastor alemão, que não o souberam educar ou conviver correctamente com ele. Para além de que, não são nada o exemplo de civismo, pois mesmo sabendo do perigo que o seu cão pode representar para outros, continuam a dar os seus passeios nocturnos, com o cão completamente à solta, como se nada fosse com eles.
Esta lei de extermínio devia poder ser aplicada a pessoas como estas que não sabem, afinal, viver em sociedade.

Entretanto, o meu Sky vai sofrendo aqui em casa as suas dores e recuperando, aos poucos e poucos, com todos os mimos a que tem direito e muitas atenções... nossas e também da Átia! Até ela quer perceber o que é que se passou, afinal!
Valeu para o susto e para os nervos! Consegui ver a vida andar toda para trás...para quem não compreende...o Sky é um grande amigo meu já há quase 10 anos!

Em nome do Sky, dedico este excelente tema de grande letra, "PETS" dos Porno For Pyros, para todos os humanos com este género de atitudes irresponsáveis, mas que, contudo, se afirmam muito "racionais"!

"HASTA LA VISTA!"