Os livros eram a minha paixão constante…com eles podia estar e chegar mais alto. Noutro local qualquer, ser outra pessoa diferente. O que quisesse. Não havia limites para o pensamento. Outro dos meus companheiros regulares era a música, como não podia deixar de ser. Tudo fazia lógica, tudo parecia certo e tão mais coerente do que aquelas pessoas com quem lidava no dia-a-dia. Tinha ainda amigas que brincavam com Barbies (ou seriam as Tuchas?!) e convidavam-me para tal!!!!!!
Gostava de me deitar na relva, em bancos de jardim, na areia da praia, no meio da estrada quente, ao final da tarde, na aldeia pacata de onde era o meu pai…apreciava a passagem das nuvens e tentava adivinhar-lhes as formas: um sapo, um castelo, uma gaivota, um monstro…
Perdia tempo sem fim entre o prazer do silêncio e executava já, sem o saber, uma espécie de meditação em que me livrava de todos os pensamentos. E quando chegava à beira de um pedaço de papel…descarregava tudo! Muito zen…muito vazio.
Passava horas a fio com o meu Cubo Mágico sem fazer batota. As “coisas” perdiam facilmente a piada quando sabia que se podia dar assim a volta…sem mais nem menos.
Acreditava que conseguia passar totalmente desapercebida (quem sabe invisível?!), simplesmente pelo facto de suster a respiração, pelo tempo que fosse. Prática que exercitava “n” de tempo debaixo de água…a água…o silêncio “marejante” e “marulhante” da água, do mar…passava outras tantas horas a fio na praia, na água, entre ela e entre mim os pensamentos fluídos e as coisas à minha volta, que observava em SILÊNCIO.Estou no terceiro tema que pertence ao DESAFIO MUSICAL. Relembrando:
1º Pink Floyd – Another Brick in the Wall;
2º Mike Oldfield – Moonlight Shadow,
3º Depeche Mode – Enjoy the Silence.
Ainda hoje, Depeche Mode é uma das minhas bandas de eleição. Sempre à frente no tempo.