Os papeis atirados no chão da sala.
O sol vertendo seu sangue lá fora;
Gotas de suor jorrando da testa,
molhavam os pedaços da vida.
Vida! Sem idade para esperanças, olhava o passado atirado no chão.
mas houve um tempo de acreditar:
tempo de cartas e roteiros de viagem,
olhos navegando no passado,
como se fosse o ante(ontem) latejante.
Todas aquelas palavras contavam de lugares, falavam de pessoas,
uma melancolia de verões (ou)tonos do passado.
Visitava sons, aromas e sabores.
Ao voltar, atirava no lixo a vida que fluía de cada pedaço de papel.
Outras estações sucediam, e o suor,
- que o sol impunha ao verão –
borrava a visão e talvez fossem lágrimas de um verão de transição, de mudanças,
que há anos lhe espreitavam a existência,
sorrateiramente disseminando a necessidade de intervir.
Outros papeis e outras viagens
rolavam atiçados pelo sopro quente
e a urgência em tomar a vida de volta,
deixar para trás as angústias de sempre
O sol ... queimava sua alma.
Mesmo estando à sombra sentia
o sangue do sol gotejando pela testa.
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30-31/01/2011