Pelos filhos, fazem-se loucuras,
mata-se ou morre-se, passa-se fome,
sucumbe-se a travessuras,
muda-se até de nome...
Pelo amor aos filhos,
troca-se a aventura pela segurança,
a liberdade pelos trilhos,
a programação pela esperança...
Para ver os filhos crescerem,
renuncia-se a um grande amor,
chora-se até as lágrimas se perderem,
entrega-se aos leões sem medo da dor...
Pela felicidade dos filhos,
abdica-se da individualidade,
esquece-se a própria mortalidade,
vive-se como se não mudasse de idade.
Vivendo para os filhos eternamente,
corre-se o risco de se anular,
de desaprender a ser gente,
de nunca mais voltar a sonhar...
Mas, mesmo assim,
é uma opção consciente em cena...
um investimento sem retorno ou fim...
um sacrifício que vale a pena...
Praia do Forte, 26 de dezembro de 2010.
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