sábado, fevereiro 01, 2025

FRÉMITO



Fremente esvoaçar da pele em murmúrio

(Quase) mudo. Levíssimo sopro de teus braços

A envolver o arfar do peito em círculo fechado

Tão íntimo que nem sequer o rubor fala

E tão discreto como se fora suave acaso e

Nenhum mistério…


E, no entanto, sem palavras (proibidas)

Ambos nos sabemos, mais do que somos:

Tu és argúcia e capricho. E a chama que 

Reclama. E o poeta a tentação e o corpo exposto.

E a obscura configuração do Desejo – 

Como se tu foras meu pasto.


Manuel Veiga


3 comentários:

Olinda Melo disse...

Momentos de foro intimista em que o Poeta,
com a sua arte poética, faz chegar até nós
toda a magia de um amor sentido e vivido.
Parabéns, Manuel Veiga.
Abraço
Olinda

lis disse...

Ruídos surdos, mVeiga
e o 'fremente esvoaçar da pele'.
Lindo ! abraço meu.

Jaime Portela disse...

Por vezes o poeta é como que a luz que atrai insetos...
Excelente poema, os meus aplausos.
Boa semana.
Um abraço.

FRÉMITO

Fremente esvoaçar da pele em murmúrio (Quase) mudo. Levíssimo sopro de teus braços A envolver o arfar do peito em círculo fechado Tão íntimo...