28.6.13

Luigi Pirandello (28-06-1867/10-12-1936)




«Podemos destacar, nesta selecção, um punhado de obras-primas.» [Pedro Mexia, Atual, 10-11-2012]
De Luigi Pirandello, a Relógio D’Água publicou Contos, O Falecido Mattia Pascal, A Bilha e Henrique IV e Seis Personagens em busca de Um Autor.

Sobre O Mistério do Coelho Pensante, de Clarice Lispector





«Joãozinho, o coelho deste belíssimo conto, era um coelho tão especial como todos os outros coelhos do mundo: pensava com o nariz, franzindo-o e desfranzindo-o. Certo dia teve a ideia de fugir, cada vez que faltasse comida na gaiola. Tomou-lhe o gosto e passou a fugir mesmo com a barriga cheia. Como é que ele escapava por entre as grades? Mistério. Segundo a autora, a grande escritora brasileira Clarice Lispector, a história deste mistério é “muito mais extensa que o seu aparente número de páginas. Na verdade só acaba quando a criança descobre outros mistérios”.»

[Sobre O Mistério do Coelho Pensante, de Clarice Lispector, no sítio da Agenda Cultural de Lisboa]

The Counselor, de Cormac McCarthy, filmado por Ridley Scott







The Counselor, o filme realizado por Ridley Scott, com um guião original de Cormac McCarthy, está em fase de pós-produção. O filme é sobre um advogado (representado pelo actor Michael Fassbender) que se vê envolvido numa rede de tráfico de droga. Do elenco fazem também parte Brad Pitt, Cameron Diaz, Penélope Cruz e Javier Bardem (que recebeu o Oscar de Melhor Actor Secundário por Este País não É para Velhos, baseado numa obra de McCarthy).
The Counselor é a quinta obra de McCarthy levada ao grande ecrã, depois da peça Sunset Limited, em 2006, e das adaptações cinematográficas dos romances Belos Cavalos, Este País não É para Velhos e A Estrada (publicados pela Relógio D’Água).
O livro O Conselheiro será publicado pela Relógio D’Água em Novembro próximo com tradução de Paulo Faria.
O filme tem estreia prevista em Portugal a 5 de Dezembro e as primeiras imagens podem ser vistas aqui.

26.6.13

Sobre O Lago, de Ana Teresa Pereira




 
«Como explicar porque se gosta dos livros de Ana Teresa Pereira a quem nunca os leu ou, tendo lido, acha que é uma escritora repetitiva, de recursos narratológicos pouco complicados, com um português demasiado próximo da língua inglesa?
A cada novo livro se renova a surpresa de ser preciso tão pouco para convocar um universo. (…) leitores e autora ficam com as personagens e aquilo que é importante para elas: serem quem são, fazendo o que lhes interessa.»

[Recensão de Alda Rodrigues na revista Forma de Vida. Texto completo aqui.]

 

Excerto de O Doutor Glas, de Hjalmar Söderberg





«Querer é ser capaz de escolher. Oh, mas escolher é tão difícil!
E poder escolher é poder renunciar. Oh, dizer que o renunciar é tão difícil!
Um príncipe ainda menino estava para sair a passear, e perguntaram-lhe:
— Vossa Alteza, prefere ir a cavalo ou de barco?
— Quero ir a cavalo e de barco — foi a resposta do príncipe.
Queremos ter tudo, queremos ser tudo. Queremos gozar de toda a felicidade e ir até ao mais fundo do sofrimento. Queremos o patético da acção e a paz da contemplação. Queremos ao mesmo tempo a tranquilidade do deserto e o tumulto da praça. Queremos ser simultaneamente a ideia do solitário e o grito da massa, a melodia e o acorde. Ao mesmo tempo. Mas como poderia ser isso possível?
“Quero ir a cavalo e de barco.”»

[Excerto de O Doutor Glas, de Hjalmar Söderberg, no blogue Malone Meurt]

Do mesmo autor, a Relógio D'Água editou também O Jogo Sério:

Sobre Willa Cather





«Cather não era exactamente neglicenciada na Grã-Bretanha dos anos 80, mas como muitas notáveis escritoras americanas do séxulo XX (Eudora Welty, Flannery O’Connor, Ellen Glasgow, Jean Stafford) não tinha o reconhecimento que merecia. Escrevi o meu livro na expectativa de levar mais leitores britânicos à sua obra.» [Hermione Lee, The New York Review of Books]

25.6.13

Sobre Alucinações, de Oliver Sacks





No programa Livro do Dia de 25 de Junho de 2013, na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre Alucinações, de Oliver Sacks.
O programa pode ser ouvido aqui.

Sobre Hannah Arendt





Em 2012, Margarethe von Trotta realizou Hannah Arendt, um filme sobre a filósofa que assinou artigos da The New Yorker sobre o julgamento de Adolf Eichmann por crimes de guerra.
O filme foi exibido na Judaica – 1.ª Mostra de Cinema e Cultura um certame de temática judaica que se realizou em Lisboa, no Cinema São Jorge, de 22 a 25 de Maio de 2013, com ênfase na exibição de estreias absolutas e com uma série de actividades culturais paralelas, entre as quais debates em torno de Hannah Arendt e o seu Eichmann em Jerusalém, e Freud e Anti-Freud.
No blogue Jugular, Irene Pimentel escreveu sobre o filme: «penso estar bem retratado no filme (…) que a liberdade de pensar, a capacidade de julgamento, em tempos sombrios, em distinguir o bem do mal, sem se agarrar a ideologias, como se fossem uma bengala, é muito difícil, é um acto de profunda solidão, mas vitalmente necessário.» [http://jugular.blogs.sapo.pt/3544452.html]
De Hannah Arendt, a Relógio D’Água publicou Homens em Tempos Sombrios, A Condição Humana, Compreensão e Política e Outros Ensaios, Sobre a Revolução, Entre o Passado e o Futuro e A Promessa da Política.

24.6.13

Ernesto Sabato (24-06-1911/30-04-2011)








«Numa altura em que o existencialismo dominava a cena literária e, em particular, os autores de formação marxista como Sabato (não esquecer que O Ser e o Nada, de Sartre, saiu em 1943), não surpreende que o narrador tire todas as consequências do assassinato de María Iribarne. (…) Faz todo o sentido que seja sob o pano de fundo do Peronismo, numa Buenos Aires em brasa, que o tema da incomunicabilidade encontre o cenário ideal. Albert Camus, que traduziu o livro para francês, Graham Greene e Thomas Mann, não regatearam elogios. (…) Em escassas 135 páginas, Sabato deixou à posteridade um romance que se lê hoje com o mesmo prazer de há 60 anos.» [Eduardo Pitta, ípsilon, 25-9-2009]

Alice Munro vence Trillium Book Award 2013




fotografia de Peter Morrison
 

O Trillium Book Award é maior prémio literário de Ontário atribuído a obras escritas em inglês e francês.
É a terceira vez que Alice Munro recebe o prémio, este ano pela obra Amada Vida (em 1999 venceu com O Amor de Uma Boa Mulher, também publicado pela Relógio D’Água).
A escritora afirmou que receber o prémio é algo ainda mais especial, porque provavelmente Amada Vida terá sido o seu último livro e «é bom sair em grande».
Amada Vida reúne contos cuja acção decorre em pequenas vilas e cidades em redor do Lago Huron e nos mostram que — nas partidas, nos novos começos, nos acidentes, nos perigos e nos regressos, tanto imaginários como reais — o quotidiano da nossa vida pode ser tão estranho e arriscado como belo.

21.6.13

Machado de Assis (21/06/1839 – 29/09/1908)





«O maior escritor da América Latina.» [Susan Sontag]



Memórias Póstumas de Brás Cubas e o Quincas Borba são dois dos principais romances de Machado de Assis unidos por uma personagem comum. Nesta fase, a prosa de Machado de Assis (1839-1908) distingue-se pela ironia, o modo como interpela os leitores e por evitar o realismo «implacável e lógico» que ele criticou em O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.
Ao cepticismo distanciado de Memórias Póstumas de Brás Cubas segue-se, seis anos depois, em Quincas Borba, a credulidade romântica de Rubião, humilde professor tornado rico por herança de filósofo e perdido no Rio de Janeiro e na Corte em busca de emoções. Rubião é fascinado por Sofia e enganado pelo marido desta, Cristiano Palha, que transforma a mulher em instrumento da sua ascensão burguesa. Mas Sofia não tem a audácia de uma Bovary, nem sequer a desenvoltura da Luísa de O Primo Basílio e Rubião naufraga nas esperanças perdidas.
Se Memórias Póstumas de Brás Cubas deixa um rasto de lúcida diversão que evita a tragédia, Quincas Borba mergulha na irreversível loucura do seu personagem. Rubião parece destinado a ilustrar a teoria do filósofo Quincas Borba, resumida na frase ao vencedor, as batatas. Neste romance cuja acção decorre entre 1867 e 1870 são visíveis os reflexos dos acontecimentos da época, desde a guerra do Brasil com o Paraguai ao esplendor e queda de Napoleão III, com quem Rubião se identificaria.


 

Dom Casmurro foi publicado em 1899. A subtileza dos seus protagonistas e o seu carácter contraditório é tal que ainda hoje os críticos brasileiros discutem se Capitu «traiu» ou não o marido.
A este livro aplica-se o que escreveu Afredo Bosi, que considerava que Machado de Assis dissolvia «paixões e entusiasmos no ácido de uma ironia e um humor que nada poupam: indivíduos e sociedade são aí “delicadamente” desmascarados em seu egoísmo e alienação».
Esaú e Jacó, publicado em 1904, é o penúltimo livro de Machado de Assis e distingue-se por uma maior organicidade narrativa, sem abandono das intenções modernistas do autor que o levaram a subverter a forma tradicional do romance. Um dos seus principais personagens é o conselheiro Aires que irá ressurgir em Memorial de Aires. Também em Esaú e Jacó a narrativa é subvertida, o fundo histórico está presente e os homens e as mulheres não são feitos de uma matéria única embora abundem as referências míticas. Como escreve Júlio Castanõn Guimarães: «o humor irónico quase constantemente se vincula a uma reflexão sobre a narrativa, quando esta, voltando-se sobre si, desmonta sua própria estruturação. Surge aí a oportunidade do discurso de aparência reticente, que avança por retrocesso, faz-se, desfaz-se e refaz-se. Enquanto isso, aqui e ali, o romance se pontua com referências a factos históricos. Assinalados astuciosamente como que em pano de fundo, surgem a lei Rio Branco, a abolição, a questão militar, o baile da ilha Fiscal, a proclamação da República, o encilhamento, numa verdadeira marcação temporal externa. Internamente ao romance, no entanto, esses factos em nada ou quase nada alteram a vida dos personagens, ao nível das acções pelo menos, assim se ressaltando, estrategicamente, sua alienação, dentro da mesma perspectiva irónica que desvenda o percurso da narrativa.»

Sobre Breves Notas, de Gonçalo M. Tavares





«Em Breves Notas vamos encontrar várias definições ou propostas de definições, que vão desde a definição de coleccionador à noção de movimento. Se nas breves notas sobre ciência critica ferozmente o Ser e a sua situação, nas breves notas sobre o medo aprofunda conceitos, e finda com um diálogo nas breves notas sobre as ligações, com um confronto de leituras (esse confronto é fulcral para qualquer leitura crítica). (…) Breves Notas é talvez o livro mais assumidamente filosófico do autor.» [P. Fialho Serra no sítio Orgia Literária. O texto completo pode ser lido aqui.]

Sobre Amada Vida, de Alice Munro





Na Sábado de 20 de Junho, Eduardo Pitta escreve sobre Amada Vida, de Alice Munro. No blogue Da Literatura pode ler-se:

«Os catorze contos aqui reunidos são puro vintage. Todos têm quota autobiográfica, como a autora reconheceu em entrevista dada à New Yorker. Convém aliás fazer uma precisão: os quatro textos finais «não são propriamente contos. [...] são as primeiras e últimas — e mais íntimas — coisas que tenho a dizer sobre a minha vida.» O livro fala de um mundo particular e de uma época que hoje parece remota. Sem saudosismo, Alice Munro desenterra o modo de vida das pessoas comuns durante os anos que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial. Não me ocorre nenhum outro autor com uma escrita tão terra-a-terra como a de Alice Munro, capaz de nos meter dentro da vida das personagens com uma economia narrativa admirável. (…) Como sempre, tradução excelente de José Miguel Silva.»

Fluir, de Mihaly Csikszentmihalyi




Durante mais de vinte anos, Mihaly Csikszentmihalyi estudou estados de «experiência óptima», os estados em que uma pessoa desfruta verdadeiramente de alguma coisa ou em que se concentra activamente numa tarefa. O autor chamou estados de «fluxo» a estes estados de satisfação profunda. Fluir explica como o fluxo pode ser controlado, provocado e como podemos recorrer à sua energia para enfrentar os desafios concretos da vida.


«Fluir é importante… o caminho para a felicidade não está no hedonismo desenfreado, mas em aceitar conscientemente um desafio.» [New York Times Book Review]

«Um livro intrigante sobre o eterno problema da procura da felicidade.» [Library Journal]

 

20.6.13

Sobre Tojo, de Miguel-Manso




 
No programa Livro do Dia de 20 de Junho de 2013, na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre Tojo, de Miguel-Manso.

O programa pode ser ouvido aqui.

Paulo Trigo Pereira venceu a primeira edição do Prémio Melhor Livro de Economia e Gestão de 2012





 

Portugal, Dívida Pública e Défice Democrático, de Paulo Trigo Pereira, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e pela Relógio D’Água, venceu a primeira edição do Prémio Melhor Livro de Economia e Gestão de 2012 do Diário Económico.

O ensaio tem um argumento central: os problemas das finanças públicas derivam da fraca qualidade da democracia, e o seu principal objectivo é dar resposta a duas questões que condensam as suas duas partes. Primeiro, porque chegamos ao ponto a que chegámos de insustentabilidade das finanças públicas e de necessidade de impor sacrifícios acrescidos aos portugueses com cortes de salários e de pensões e subidas de impostos, além da necessidade de vender, esperemos que não ao desbarato, parte significativa do património do Estado? Segundo, porque tendem as democracias a produzir défices e que reformas de natureza institucional são necessárias para um renascimento da democracia que sustente o desenvolvimento económico e em que a soberania politica volte, duradouramente, a pertencer aos portugueses.

O Prémio é uma iniciativa do Diário Económico, em parceria com o BES e a fundação Manuel Violante e com o apoio institucional do centro NOVAFRICA e do Grémio Literário. O Júri é presidido por António Costa, director do Diário Económico, e constituído por sete especialistas de três áreas: economia, gestão e edição: Francisco Murteira Nabo, Francisco Veloso, Guilhermina Gomes, José Ferreira Machado, José Silva Lopes, Pedro Mendonça e Rui Leão.


18.6.13

De Amada Vida, de Alice Munro






«Quem é capaz de dizer a um poeta a coisa perfeita acerca da sua poesia? E sem uma palavra a mais ou a menos, apenas o suficiente.» [Alice Munro, «Dolly», in Amada Vida]

Pedro Eiras destaca Raduan Nassar





Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, é um dos livros destacados por Pedro Eiras na secção «Escolhas» no suplemento Atual do Expresso de 15 de Junho.

 

De Pedro Eiras a Relógio D’Água publicou Os Três Desejos de Octávio C., que conta já com uma edição no Brasil (Oficina Raquel).

Florbela Espanca no Rivoli



 

Está em cena de 21 a 23 de Junho, no Pequeno Auditório do Rivoli Teatro Municipal, a peça Florbela Espanca – Eu não sou de ninguém, sobre a poeta de Vila Viçosa, uma produção que trata da dualidade entre a mulher e a escritora. A peça tem encenação de Roberto Merino.

14.6.13

De A Descoberta do Mundo, de Clarice Lispector





«O que eu quero contar é tão delicado quanto a própria vida. E eu quereria poder usar a delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva. (…)
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. (…) As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância. (…) Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia antes fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da vida. (…)
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.»

 

Por acordo com a editora Relógio D’Água, o Ípsilon publicou nove crónicas de Clarice Lispector, ou seja, uma por semana durante a Exposição que lhe é dedicada na Fundação Calouste Gulbenkian. Os textos são extraídos de A Descoberta do Mundo.
Hoje, 14 de Junho, foi publicada a última, intitulada «A Descoberta do Mundo», de que acima se reproduz um excerto.

Aniversário de Dalton Trevisan comemorado em Curitiba com exposição de fotografia e exibição de filmes


 

 
Por ocasião do 88.º aniversário de Dalton Trevisan, que recebeu o Prémio Camões em 2012, a Biblioteca Pública do Paraná recebe até 27 de Julho a exposição A Eterna Solidão do Vampiro, com fotografias de Nego Miranda alusivas aos cenários da obra do escritor curitibano.
Também em Curitiba, no Museu da Imagem e do Som, entre 28 e 20 de Junho, serão exibidos filmes que adaptam várias obras de Dalton Trevisan.


A Relógio D’Água, depois de, em 1984, ter publicado Cemitério de Elefantes, já publicou vários volumes de contos (O Vampiro de Curitiba, Novelas nada Exemplares, Guerra Conjugal e A Trombeta do Anjo Vingador) e o único romance do autor, A Polaquinha.




«Eu não sou assunto, o autor nunca é assunto. Notícia é sua obra, ela pode ser discutida, interpretada, contestada. Não tenho nada a dizer fora dos meus livros. O autor não vale o personagem. O conto é sempre melhor do que o contista.» [Dalton Trevisan, “Suplemento Literário” do jornal O Estado de S. Paulo, 1972]

A chegar às livrarias: Uma Antologia Improvável, org. de Vanda Anastácio





Será possível escrever uma História da Literatura Portuguesa anterior a 1900 que inclua as mulheres? Ou, dito de outro modo: será possível falar de escritoras antes da contemporaneidade?
Estas perguntas têm sido feitas insistentemente por todos aqueles que se vêem confrontados com a escassez de dados sobre as relações estabelecidas pelas mulheres do passado com a escrita e com a leitura. Numa época marcada pela revalorização das contribuições femininas para a sociedade e para o saber, na qual se questionam os motivos da exclusão das mulheres do discurso historiográfico, o silêncio dos historiadores sobre as escritoras portuguesas parecia impossível de romper.
Esta antologia resulta do esforço de pesquisa em busca da realidade improvável que parecia ser a existência de um número significativo de mulheres com papel activo no campo literário português dos séculos xv a xix.

13.6.13

Fernando Pessoa (13-06-1888/30-11-1935)




 

De Fernando Pessoa, a Relógio D’Água publicou Quadras e Outros Cantares, Um Jantar Muito Original, O Banqueiro Anarquista, Livro do Desassossego e Fausto — Tragédia Subjectiva e uma tradução de O Corvo, de Edgar Allan Poe.

12.6.13

Djuna Barnes (12-06-1892/18-06-1982)





«Gostaria de preparar o leitor para encontrar aqui um grande feito de estilo, a beleza da expressão, o brilho do espírito e da caracterização de personagens e um género de horror e fatalidade de muito perto aparentado com a tragédia isabelina.» [do Prefácio de T. S. Eliot]

11.6.13

Sobre Tojo, de Miguel-Manso





«Poucas vezes descobrimos novidade num novo poeta, mesmo num bom poeta. Mas os livrinhos de poemas que Miguel-Manso publicou nos últimos cinco anos (Contra a Manhã Burra, Quando Escreve Descalça-Se, Santo Subito, Ensinar o Caminho ao Diabo, Um Lugar a Menos e Aqui Podia Viver Gente) passaram de mão em mão também pelas suas qualidades de invenção, surpresa, rasgo, novidade.
Depois dessas edições de circulação restrita, surge Tojo, antologia publicada numa colecção prestigiada, e que decerto fará chegar Manso (n. 1979) a mais leitores.» [Pedro Mexia, Atual, Expresso, 8 de Junho de 2013]

Sobre O Mistério do Coelho Pensante, de Clarice Lispector





«Tal como na sua escrita “para adultos”, Clarice prefere não esclarecer as motivações do coelho que pensa quando franze o nariz e mantém o enigma da fuga até ao fim, encerrando em registo de obra aberta: “Se você quiser adivinhar o mistério, Paulinho, experimente você mesmo franzir o nariz para ver se dá certo.”» [Carla Maia de Almeida, Ler, Junho de 2013]

7.6.13

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 10 de Junho de 2013





Da Democracia na América, de Alexis de Tocqueville

Moby Dick, de Herman Melville

A Paixão segundo G. H., de Clarice Lispector

Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski

As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain

Autógrafos na Feira do Livro de Lisboa





Sábado, 8 de Junho, às 18h, António Barreto estará na Feira do Livro de Lisboa, no pavilhão A83 da Relógio D’Água, para autografar Fotografias, Anos Difíceis e outras obras.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 9 de Junho de 2013



 

A Viagem do Beagle, de Charles Darwin

Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa

Contos, de Clarice Lispector

Anna Karénina, de Lev Tolstoi (ed. cartonada)

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (ed. brochada)

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 8 de Junho de 2013



 

Musicofilia, de Oliver Sacks

Contos de Tchékhov, vol. I

Laços de Família, de Clarice Lispector

Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoievski

Contos, de Andersen

Obra Poética, de Federico García Lorca





Obra Poética, de Federico García Lorca, com tradução de José Bento, foi o livro sugerido no Jornal da Noite da Sic no dia 5 de Junho. O vídeo pode ser visto aqui.

 

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 7 de Junho de 2013



 

Em Busca da Identidade, de José Gil

Obra Poética, de Federico García Lorca

A Espuma dos Dias, Boris Vian

O Romance do Genji, de Murasaki Shikibu

A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia, de Selma Lagerlöf

6.6.13

Sobre A Trombeta do Anjo Vingador, de Dalton Trevisan






«De achamento em achamento, Dalton não descobre a língua portuguesa: abre, sim, caminho para um dos usos mais rigorosos e concisos de que ela é capaz – “o padre, narigão purpurino do abuso do vinho” (p.62). Os atalhos que toma nada têm de aprazível: cozem ao sol de um Brasil de tons carregados, ou gelam no volte-face do clima curitibano; oscilam como um trilho prestes a resvalar; são duros como a picada cravada de minas. Mas o ponto de chegada é uma luminosa fórmula de exactidão. Com a grandiosidade austera do que dantes se gravava sobre pedra – “Todo grande crime é por motivo fútil” (p. 40).» [Hugo Pinto Santos, Time Out, 05-06-2013]

Peça sobre Clarice Lispector vista por 700 mil espectadores brasileiros





Simplesmente Eu, Clarice Lispector é uma representação teatral que tem como protagonista Beth Goulart e já foi vista no Brasil por 700 mil espectadores desde a sua estreia em 2009.
O monólogo, escrito pela própria actriz, baseia-se em personagens de várias obras da escritora, como Joana, de Perto do Coração Selvagem, ou Lóri, de Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.
A peça tem sido representada em todo o Brasil, recebendo inúmeros prémios de crítica e de público, e levou Beth Goulart à capa da revista Veja.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 6 de Junho de 2013






Violência, de Slavoj Zizek

As Flores do Mal, de Charles Baudelaire

Mrs Dalloway, de Virginia Woolf

O Vermelho e o Negro, de Stendhal

O Desejo de Ser Inútil, de Hugo Pratt

Violência, de Slavoj Zizek





Em Violência, Slavoj Žižek conduz os seus leitores por uma viagem intelectual e artística – desde a Guernica de Picasso, aos filmes de Alfred Hitchcock e M. Night Shyamalan, aos romances de Michel Houellebecq e a uma análise kantiana do furacão Katrina –, para mostrar como as sociedades compreendem, obscurecem ou negam as fontes de violência. Argumenta que a violência talvez possa ser definida com mais rigor pelos espectadores do que pelos criminosos ou as vítimas. Žižek enumera as variedades da violência, mostrando até que ponto ela se tornou inerente à linguagem, economia e religião.

Mrs Dalloway, de Virginia Woolf




«Mrs Dalloway, o grande romance de Virginia Woolf, foi o primeiro livro importante que li.» [Michael Cunningham]

5.6.13

Bad Seed, A Biografia de Nick Cave, de Ian Johnston





Nick Cave é um dos mais influentes cantores e compositores de letras da era do pós-punk. Como vocalista de grupos, The Birthday Party e, desde 1983, The Bad Seeds, Nick Cave conseguiu criar visões obsessivas e líricas à margem dos gostos ou modas dominantes. Trabalhando com um grupo de músicos altamente inovadores, Cave esforçou-se cons-tantemente por criar músicas de expressão livre numa indústria preocupada com a conformidade. Mas Nick Cave nunca se quis restringir aos limites da música popular. As suas outras criações incluiram o romance — And the Ass saw the Angel — e colaborações com realizadores como Wim Wenders e John Hillcoat. Em Bad Seed, Ian Johnston oferece-nos uma visão do percurso de Nick Cave. Com entrevistas exclusivas e extensas dos seus companheiros músicos, amigos e colegas, entre eles Blixa Bargeld (Einstürzende Neubauten), Lydia Lunch e Shane MacGowan (The Pogues), Johnston dá-nos um retrato de um artista errante cujas canções, segundo a Rolling Stone, possuem a «autoridade da mais primordial espécie de mito».

Rimas de Berço, de Paula Rego




Aos dez anos, Paula Rego entrou para o Colégio Inglês, onde recitou estes versos pela primeira vez. Agora, já com netos, redescobriu-os para executar uma série de gravuras, que poderiam ter sido feitas por uma criança, espontaneamente, desenhando directamente na tela, sem qualquer estudo prévio. Propositadamente, não se distanciou da ilustração, por querer recuperar uma categoria artística normalmente considerada humilde e homenagear artistas vitorianos como John Tenniel, que criou Alice, o pintor demoníaco Arthur Rackham, e Beatrix Potter, que também amava os animais e os defendeu – contra os jardineiros. Como todos eles, Paula Rego trata o fantástico de um modo real, veste animais com roupa de gente e apresenta deslocações de escala, como se se tratasse de um sonho. Estas rimas atraíram-na também porque é uma especialista a usar o humor como meio para confrontar o terror: «Eu pinto para dar um rosto ao medo», disse ela.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 5 de Junho de 2013



 

A Condição Humana, de Hannah Arendt

Fausto, de Goethe

Laços de Família, de Clarice Lispector

Jane Eyre, de Charlotte Brontë

Rimas de Berço, de Paula Rego

4.6.13

Novidade: O Jogo Sério, de Hjalmar Söderberg





É durante um Verão que Arvid, um educado e ambicioso jovem, se apaixona por Lydia, filha de um pintor de paisagens. Arvid tem no entanto receio de se tornar prisioneiro das suas emoções, tanto mais que Lydia tem outros pretendentes.
Anos mais tarde, aprisionados por casamentos de conveniência, lutam por reacender a promessa que o seu romance em tempos criara.
Tendo como pano de fundo os movimentados cafés, óperas, redacções de jornal, parques e hotéis da capital sueca no virar do último século, O Jogo Sério é uma obra de extraordinária capacidade de introspecção e suave ironia.

Durante o centenário da publicação do livro, Henning Mankell descreveu a «fantástica habilidade de Söderberg para descrever as reacções psicológicas que as pessoas experimentam quando decidem fazer parte “do jogo sério”».

«O Jogo Sério é uma história de amor que não envelhece. Mantém-se tocante, evocativa e vívida.” [Henning Mankell]
 


De Hjalmar Söderberg, a Relógio D’Água publicou também O Doutor Glas, que Margaret Atwood descreveu como «(...) um desses livros prodigiosos que parecem tão vivos e frescos como no dia em que foram publicados (...). Aparece na passagem do século XIX para o século XX, mas abre portas que o romance tem vindo a franquear desde então».