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terça-feira, 27 de março de 2012

Não se ponham a pau...

Algo que fica após o Benfica-Chelsea:
- O Jota-Jota, com esta equipa do Chelsea (mesmo na fila da Previdência para meter os papéis da reforma), era campeão de Inglaterra. Até porque, quando chegasse a Janeiro e os onze melhores já estivessem pendurados pelos tomates, tinha mais cinco ou seis iguais no banco para meter lá dentro;

- Até ao dia em que o Abramovich decidir meter-se no iate e ir comprar uma equipa de críquete no Paquistão o Benfica não volta a ter uma oportunidade tão boa de eliminar o Chelsea. Ver jogar esta equipa é espectáculo lamentável, não tanto pelo que joga (pouco), mas pelo que podia jogar. Perante uma equipa pouco mais que acima da média, como é esta do Benfica, qualquer boa equipa inglesa a jogar futebol, em vez de algo parecido, como foi o caso deste Chelsea, teria ganho em Lisboa por dois ou três golos de diferença.

- Além de ser paneleiro, o treinador do Chelsea tem outro problema: não é treinador de coisa nenhuma. Ter o Emerson a defesa-esquerdo e o Jardel a central-esquerdo e não aproveitar esse filão está ao nível de um técnico de hóquei em patins. O Ramires, nos poucos minutos em que conseguiu realmente jogar a extremo-direito, parecia o Robben. Neste ponto, convém dizer o seguinte: não tenho nada contra o Emerson, é um jogador que tenta, dá o seu melhor, mas o Luís Martins, neste momento, é um risco menor para a equipa que o Emerson. Qualquer pessoa que ache que o pobre do Emerson pode continuar a jogar no Benfica para o ano que vem está na última fase da negação.

- Hoje conseguimos vender o Gaitán. Não é que tenha feito nada de extraordinário, mas o Ferguson estava no estábulo a ver o jogo enquanto dava cenouras aos cavalos e pensou para os seus botões: «Acho que consigo fazer deste tipo um jogador de futebol.» Quanto mais não seja para isso já valeu a pena jogar esta eliminatória. Já com o Cardozo não temos a mesma sorte. Por falar nisso…

-Aquela jogada aos 52 minutos em que o Cardozo sai ao sprint e passa a correr pelo defesa do Chelsea que fica com a bola, sem sequer começar a travar, devia ser mostrado a todos os futebolistas iniciados do Mundo, com a seguinte legenda: «jogador calão a fingir que se defende. Não fazer.»

- O penálti do John Terry é uma das coisas mais assombrosas que já vi num campo de futebol. Mas na Europa os portugueses são os pretos de África, e isso é uma verdade tão inegável como a de, em Portugal, os clubes pequenos serem os pretos de África.

- Aos 70 minutos o Benfica morreu. Aos 74 o Ramires ainda tinha mais gás do que os onze jogadores do outro lado.

- Ao contrário do que se possa pensar, a eliminatória não está fechada. Com esta equipa do Chelsea e com esta equipa do Benfica, 1-0 é um resultado insuficiente. Não é que uma não seja melhor que a outra (que é) mas um Chelsea dar o flanco em Stamford Bridge, demasiado convencido da sua superioridade e de que o Benfica entregou os pontos, arrisca-se mesmo a sofrer dois golos do Benfica, e aí tudo se torna possível. Até porque o Jesus não vai poupar ninguém em Inglaterra (e que se lixe o campeonato, obviamente…). Este Benfica é uma equipa imprevisível. Tanto pode levar 4 como pode ganhar em Inglaterra, sobretudo contra uma equipa disfuncional como é este Chelsea. Como clube, já fez coisas bem mais difíceis. Para mim é igual ao litro, esclareça-se. Eu ia com os juniores mais o Aimar, que não pode jogar nem com o Braga nem com o Sporting, e aos 10 minutos mandava cinco, com facas e marretas, atrás do Drogba, para serem expulsos, no caso de ainda ser preciso algum para treinar antes do jogo de Alvalade.

- o Benfica mostrou, no palco principal, o que tem e o que não tem. Tem boa capacidade técnica em alguns jogadores, vocação ofensiva, alguma vontade (alguma, não muita) e força nas bolas paradas. Não tem sentido colectivo (a não ser no fora-de-jogo, a nível defensivo, o que o vai safando), fio de jogo fluente, soluções de desbloqueio (excepto em transição, o que até o Gil Vicente é capaz de fazer), capacidade física para aguentar um jogo a ritmo elevado e capacidade de defender no meio-campo adversário, apesar de tentar (o que a leva, depois, a não conseguir defender no seu meio-campo, devido ao desposicionamento do meio-campo). Quantificando, é um 6,5 em 10, a nível europeu, a tentar jogar como um 8,5 em 10. Sem o conseguir, obviamente. O simples facto de pensar em grande, contudo, leva-o a ganhar mais vezes do que o que a sua capacidade real levaria a supor. Tanto na Europa como em Portugal.