Papers by Fabiana Heinrich
Este artigo propõe uma investigação no Campo do Design a partir de um estudo da disciplina da Est... more Este artigo propõe uma investigação no Campo do Design a partir de um estudo da disciplina da Estética e sua capacidade de mediação na construção de artefatos culturais, com vistas à definição de um estatuto epistemológico para o Campo em questão. Ao tomar os escritos de Eagleton (A ideologia da Estética, 1993), Wolff (A produção social da Arte, 1982) e Harvey (Condição pós-moderna, 2010), problematizamos a noção hegemônica de que elementos estéticos podem ser compreendidos por si mesmos, e apontamos para a presença de um caráter ideológico que orienta a sua construção, uso e reprodução. Com efeito, buscamos compreender, no Campo do Design, como a Estética reproduz e materializa valores econômicos, políticos e sociais, e como tal reprodução deve ser considerada no estudo e na configuração de produtos do supracitado Campo.
Este artigo pretende discutir criticamente a formação histórica do gosto no campo do Design, espe... more Este artigo pretende discutir criticamente a formação histórica do gosto no campo do Design, especialmente a partir de determinantes sociais – mais particularmente, a instância da educação formal, ou seja, o ensino em escolas de Arte e Design. Considerando o gosto como arbitrário cultural, como algo construído socialmente, com diretrizes definidas e institucionalizadas por instâncias legitimadoras da sociedade, tomamos os escritos de Lebreton e de Manuel de Araújo Porto Alegre acerca da criação da primeira escola de Artes no Brasil, Ethel Leon, sobre o IAC, e Alberto Cipiniuk, sobre o campo do Design, para problematizarmos a noção de gosto, discutirmos sua definição como produto social e sua operação enquanto arbitrário cultural.
Buscamos definir como o gosto, algo imposto por um processo de inculcação e imposição – assimilação e repetição –, acaba por se caracterizar como mera expressão de valores sociais, e não
algo em si, algo que se justifica e se encerra em sua singularidade. Consideramos a aplicação desse viés de investigação para estudos do campo do Design, pois, do contrário, podemos nos encontrar diante de percepções superficiais e alienadas das dinâmicas culturais e sociais que nele imperam.
Este ensaio propõe algumas reflexões a respeito da noção de metodologia projetual no Campo do Des... more Este ensaio propõe algumas reflexões a respeito da noção de metodologia projetual no Campo do Design sob o crivo da noção de responsabilidade para Jacques Derrida. Considerada frequentemente como a raison d’être do Campo em questão, isto é, um dos pressupostos para a formação da prática social intitulada Design, a metodologia projetual, um modus operandi, é antes de tudo uma noção construída. Conforme Derrida, toda noção é construída e apresenta implicações de entendimento e uso da ordem da responsabilidade que perpassam suas relações internas e externas imanentes às práticas sociais, à estrutura do Campo e seu espaço simbólico – e é isto o que aqui buscamos escrutinar na noção de metodologia projetual no Campo do Design.
Anais do 11º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, 2014
This paper shows some links between Janet Wolff’s aesthetic mediation notion and the notion of pr... more This paper shows some links between Janet Wolff’s aesthetic mediation notion and the notion of project methodology in the Design field. These are different ways of recognizing ideological manifestations through distinct sources, such as material and social conditions, as well as aesthetic conventions; which help identifying ideologies in the practical-symbolic understandings and usages of project methodology in the mentioned field. Grounded in social criticism, this explanation becomes relevant as the Design field still lacks a clear explanation of its original instances; which can only be achieved with approaches that aim to demystify idealistic assumptions as theoretical underpinnings.
Thesis Chapters by Fabiana Heinrich
This study aims a critical examination of the notion of project methodology in the Design field. ... more This study aims a critical examination of the notion of project methodology in the Design field. Considering the iterant conception in which project methodology determines the north of the field, to be precise, that it corresponds to its definition as an area of knowledge and professional practice; it becomes necessary an analysis of the aforementioned notion and its surroundings, specially the epistemological and political ones. Therefore, the study starts with the development of a socio-philosophical corpus, with aims of building the critical apparatus. After that, the study continues with a historiography of the project methodology notion in the Design field, from its earliest conception up to contemporary times, both in international and national spheres, aiming a better understanding and contextualization of the studied situation. Next, in order to investigate and confirm the already mentioned points, concrete situations are analyzed: the project methodology notions found in pa...
Crítica da experiência como mercadoria no Campo do Design, 2018
Nesta tese examinamos a experiência como mercadoria no Campo do Design. Argumentamos que a noção ... more Nesta tese examinamos a experiência como mercadoria no Campo do Design. Argumentamos que a noção de experiência adotada é acrítica e equivocada, posto que evoca um determinismo tecnológico quando deveria reconhecê-la como uma construção social, isto é, algo constituído historicamente, que evidencia a ideologia do contexto e as idiossincrasias daquele que experiencia. Logo, investigando a questão pelo viés da Crítica Social, principiamos o estudo pela definição de experiência no Campo do Design através de duas vertentes identificadas — a vertente teórica humanista e a vertente orientada pelo mercado. A seguir, ampliamos este entendimento com conceitos do Campo da Filosofia. Em seguida, partimos para a definição de mercadoria e sua condição no capitalismo tardio. Esclarecemos sua forma elementar — que persiste contemporaneamente —, bem como as implicações da expansão do capitalismo, que provocou mudanças nas esferas da produção e da circulação, as quais influenciaram e influenciam o Campo do Design. Por fim, discutimos se a experiência no Campo do Design pode, de fato, carregar este nome, e se ela é uma mercadoria. Nesta discussão, postulamos que o Campo não projeta a/para a experiência, tendo em vista que não reconhece os limites de sua práxis — ele ainda projeta objetos e seus modos de uso, e não experiências — nem as idiossincrasias de quem experiencia. Consequentemente, uma experiência não pode ser uma mercadoria, pois não é projetada, e também porque não se encaixa na forma elementar. Assim, propomos que o que o Campo comercializa consiste apenas de promessas — promessas de um uso ou experiência que pode ou não se cumprir — ou apenas um valor simbólico.
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Papers by Fabiana Heinrich
Buscamos definir como o gosto, algo imposto por um processo de inculcação e imposição – assimilação e repetição –, acaba por se caracterizar como mera expressão de valores sociais, e não
algo em si, algo que se justifica e se encerra em sua singularidade. Consideramos a aplicação desse viés de investigação para estudos do campo do Design, pois, do contrário, podemos nos encontrar diante de percepções superficiais e alienadas das dinâmicas culturais e sociais que nele imperam.
Thesis Chapters by Fabiana Heinrich
Buscamos definir como o gosto, algo imposto por um processo de inculcação e imposição – assimilação e repetição –, acaba por se caracterizar como mera expressão de valores sociais, e não
algo em si, algo que se justifica e se encerra em sua singularidade. Consideramos a aplicação desse viés de investigação para estudos do campo do Design, pois, do contrário, podemos nos encontrar diante de percepções superficiais e alienadas das dinâmicas culturais e sociais que nele imperam.