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Buxido

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Samurai Japonês na sua armadura, anos 1860. fotografia de Felice Beato

Buxido[1] (em japonês: 武士道; romaniz.: Bushido) literalmente, "caminho do guerreiro", é um código de conduta e modo de vida para os samurais (a classe guerreira do Japão feudal ou buxi), vagamente semelhante ao conceito de cavalheirismo que define os parâmetros para os Samurais viverem e morrerem com honra.

É originário do código moral dos samurais e salienta a frugalidade, fidelidade, artes marciais, mestria e honra e até a morte. Nascido de duas principais influências, a existência violenta do samurai é atenuada pela sabedoria e pela serenidade do Confucionismo e do Budismo. O Buxido foi desenvolvido entre os séculos IX e XII e inúmeros documentos traduzidos a partir dos séculos XII e XVI demonstraram a sua grande influência em todo o Japão,[2] embora alguns estudiosos tenham mencionado que o "termo Buxido em si é raramente mencionado na literatura pré-moderna".[3]

Durante o período da ditadura militar feudal do Xogunato Tocugaua estabelecida no Japão em 1603 por Tocugaua Ieiasu, os aspectos do Buxido ficaram formalizados no Direito Feudal japonês[4]

Influências

O Buxido foi formado e influenciado pelos conceitos do Budismo, Xintoísmo e Confucionismo.[5]

Doutrinas

Em um excerto do seu livro sobre Samurai: "The World of the Warrior",[6] o historiador Stephen Turnbull descreve o papel do seppuku no Japão feudal:

O Buxido foi amplamente praticado, variando pouco ao longo do tempo e em toda a área ancestral geográfica e sócio-económica dos samurais que em determinada altura representou até 10% da população japonesa.[7] O primeiro censo da era Meiji, no final do século XIX contou 1 282 000 membros da "casta alta samurai", autorizados a montar a cavalo e 492 mil membros da "casta baixa samurai", autorizados a usar duas espadas, mas não a montar a cavalo, em um país com cerca de 25 milhões de habitantes.[8]

Citações de obras clássicas japonesas influenciadas pelo Buxido

Resumindo, buxi é aquele que segue o caminho do guerreiro. Miyamoto Musashi dizia: -

As 7 Virtudes do Buxido

  • GI (?) - Justiça e Moralidade, Atitude direta, razão correta, decidir sem hesitar;
  • YUU (?) - Coragem, Bravura heroica;
  • JIN (?) - Compaixão, Benevolência;
  • REI (?) - Polidez e Cortesia, Amabilidade;
  • MAKOTO (?) - Sinceridade, Veracidade total;
  • MEIYO (?) - Honra, Glória;
  • CHUU (?) - Dever e Lealdade.

Origem

Confúcio ao ser indagado a respeito do amor pelo seu discípulo número um Gankai, respondeu: "Ao permanecer com respeito após vencer a si próprio considere amor."

Gankai perguntou novamente: "Qual seria o método pratico?"

Então Confúcio respondeu: "Se carecer respeito, não veja! Se carecer respeito, não ouça! Se carecer respeito, não fale! Se carecer respeito, não se mova!"

Este pensamento do amor de Confúcio foi ampliado na sua interpretação pelo discípulo Zisi como sendo imparcialidade.

O seu seguidor Mōshi é famoso pela teoria de sei-zen-setu, que considera o ser humano originalmente fruto de bem e que possui de nascença o:

Sentimento misericordioso. Sentimento de envergonhar-se da falta do bem e desgostar o mal. Sentimento de humildade e oferecer oportunidade aos outros. Sentimento que aceita o bem e nega o mal.

Com isto quis provar que o ser humano é originalmente de bem. Concluiu ainda que:

Saku-in-no-kokoro era o Jin, amor misericordioso. Shuu-o-no-kokoro era o Gui, retidão do caráter. Jijyou-no-kokoro era o Rhei, respeito. Zehi-no-kokoro era o tchi, conhecimento.

Assim originaram as quatro virtudes do ser humano, que foi acrescido de Shin (confiança, fé) na Era Kan da China (202–220 d.C.). Completando assim as cinco virtudes do ser humano simbolizado até nas cinco dobras que existe na parte dianteira do hakama que se usa na prática de artes marciais. A dobra da parte de trás dizem ser isshin (um objetivo, caráter puro).[9]

Referências

  1. Nascentes 1966, p. 119.
  2. Wilson, 1982
  3. "The Zen of Japanese Nationalism", de Robert H. Sharf, em Curators of the Buddha, editado por Donald Lopez, pg 111
  4. Leis Feudais Japonesas por John Carey Hall, The Tokugawa Legislation, (Yokohama, 1910), pg. 286-319
  5. «Bushido - O caminho do guerreiro samurai» (html). Instituto Niten. Consultado em 27 de fevereiro de 2008 
  6. Excerto do livro "The World of the Warrior" de Stephen Turnbull
  7. Cleary, Thomas Training the Samurai Mind: A Bushido Sourcebook Shambhala (May, 2008) ISBN 1-59030-572-8
  8. "Japan. A historical survey" Mikiso Hane
  9. Okawa, Ryuho (1 de junho de 2001). As Leis Douradas (em japonês). [S.l.]: Pensamento  Verifique data em: |ano= (ajuda)

Bibliografia

  • Nascentes, Antenor (1966). Dicionário etimológico resumido. Brasília: Instituto Nacional do Livro, Ministério da Educação e Cultura 

Ligações externas