4-Cirurgia Cranio-Maxilo-Facial
4-Cirurgia Cranio-Maxilo-Facial
4-Cirurgia Cranio-Maxilo-Facial
Pupila de Marcus Gunn: Ocorre na lesão parcial do nervo óptico com dilatação paradoxal (deveria
ser constricção) no lado lesado na aplicação de luz balançada.
Anestesia em região infra-orbitária: Indica fratura do assoalho da órbita ou do zigoma, não sendo
sinal prognóstico ou indicação de intervenção cirúrgica. O nervo infra-orbitário pode ser comprimido pelo
foco da fratura. Lesões de outros ramos geram os seguintes achados: parestesia do lábio superior, nariz
ipsilateral e pele da bochecha medial.
Exoftalmo: Ocorre pela constricção da cavidade orbitária, mais comumente produzido pela fratura
do zigoma que desloca medialmente podendo causar exoftalmo. Pode ocorrer também devido ao edema
local, hemorragia ou enfisema retrobulbar. Podendo durar a 1 a 3 semanas.
Enoftalmo: Quando a fratura leva a uma expansão do volume orbitário o globo ocular é deslocado
posterior e medialmente, este deslocamento posterior do globo é denominado enoftalmo e é geralmente
encontrado em fraturas do zigoma, assoalho da órbita ou órbita medial. (desproporção
conteúdo/continente)
Distopia Ocular: É o deslocamento inferior do globo ocular, ocasionado pela expansão do assoalho,
da parede medial e em alguns casos do zigoma. Encontrado na fratura orbitária dessas regiões.
Mordida aberta com incapacidade de fechar a boca: Pode ser indicativo de subluxação da cabeça do
côndilo anterior a fossa glenoidea. A mandíbula é “trancada” aberta. A articulação é anestesiada e um
pressão digital é feita em direção posterior para colocação do côndilo de volta. A abertura oral limitada e
indicação cirúrgica em casos de recorrências.
Anestesia do lábio inferior: Encontrado em fratura mandibular com acometimento do nervo
alveolar inferior que entra na mandíbula no ramo superior e corre através da região do angulo da
mandíbula até alcançar o forame mentoniano. As fraturas da região do angulo e corpo podem ocasionar
parestesia ou anestesia nessa região.
A fenda esfeno-orbital (fissura orbital sup.) é o limite póstero-lateral da região e dá passagem, de lateral
para medial e de cima para baixo, aos nervos: frontal, lacrimal, troclear, ramo sup. do oculomotor e
abducente e, por ultimo, às veias oftalmicas superior e inferior. O Nervo Oculomotor (III) e Troclear (IV)
têm intima relação com a borda superior da fenda esfenoidal são os que mais frequentemente estão
comprometidos nos acidentes que envolvem esta região.
Pelo canal óptico, medial à fenda esfenoidal, atravessam o Nervo óptico (II) e as artérias oftálmicas. Entre
as órbitas, separados pelas Crista Galli, estão os bulbos olfativos no teto da cavidade nasal, que
frequentemente são lesados nos traumas basilares, levando a alterações do olfato e às fistulas liquoricas.
Com o objetivo de proporcionar uma avaliação adequada dos traumas craniofaciais, STURLA (1980),
desenvolveu um estudo experimental no qual apresentou o esqueleto fixo da face como de estrutura
reticular, formado por pilares superficiais e profundos, anéis axiais e cruzes craniofaciais, responsáveis pela
sustentação desse esqueleto e passíveis de transmitir forças de impacto superficiais para regiões profundas,
sendo, de nosso particular interesse, a órbita. O zigoma, por sua posição projetada na face, é sede freqüente
de traumatismos, sendo depois do nariz a estrutura óssea facial mais sujeita a fraturas.
A junção dos anéis e pilares, chamados de “nós”, representam as regiões de maior resistência óssea
craniofacial. A reconstrução dessas estruturas é primordial para a recuperação anatomofisiológica das
fraturas craniofaciais.
6-13% de todos os traumas craniocerebrais têm associados, fraturas da base da fossa cerebral anterior.
Destas 50% apresentam fistulas liquóricas, freqüentemente associadas às fraturas do 1/3 médio.
O pico de idade está na 2 e 3ª década de vida e aproximadamente 45% dos casos são decorrentes de lesões
causadas por acidentes de trânsito. Em segundo lugar, as agressões são a causa mais observada.
Assim nessas áreas podem estar comprometidos os seios frontais, as selas etmoidais, as orbitas, as laminas
cribiformes, o seio esfenoidal, a base craniana ântero-lateral e a base do crânio Antero-medial, isolada ou
concomitantemente.
Fraturas Frontobasais
Fraturas com deslocamento tanto frontais como fronto-etmoido-esfenoidais na base do crânio, os
diagnósticos clinico e de imagem são primordiais para programação do ato cirúrgico. 60 a 80% são causadas
por acidentes automobilísticos e 20 a 30% causado pelas agressões físicas e o restante pela queda da
própria altura. Geralmente estão associadas a outras lesões maxilofaciais devido a grande energia
necessária para fraturar esta região.
Seio frontal: Inicia como um película etmoidal no nascimento e inicia a expansão pneumática ao
redor dos 7 anos, o desenvolvimento esta completo na idade de 18 a 20 anos. O seio pequeno ou
inexistente em crianças e no jovem adolescente torna o osso frontal menos provável a envolvimento de
fratura.
Diagnóstico:
Sinais definitivos como rinorréia devido a fistula liquorica, defeitos ósseos com afundamento e ou perdas de
substância, prolapso de tecido cerebral herniado, dificuldade ou impossibilidade de movimentação ocular
são chamativos.
Radiografias:
Incidências: Water, Caldwell, Rirtz e perfil, associadas à TC em cortes coronais e axiais finos.
A presença de pneumoencéfalo é um sinal definitivo da
presença de fistula, mesmo sem a presença de liquorreia, da Manobra de Queck : Colocar o paciente debruçado para
frente e comprimir a veia Jugular, também podem detectar
mesma forma que a presença de corpos estranhos uma fistula liquórica de maior débito.
intracerebrais. A presença de liquor nas fossas nasais é sinal
inconteste de fratura.
Descompressão do Nervo Ótico – Fraturas etmóidoesfenoidais. A cirurgia tem como objetivo a remoção de
patê do canal óptico, com liberação do nervo. É operação de emergência que deve ser realizada nas
primeiras 4 horas após o acidente.
Acessos: Coronal transcraniano intradural neurocirúrgico ou pela incisão de Killian, com
etmoidectomia transorbital e retirada das paredes anterior e lateral do seio esfenoidal e conseqüente
liberação do nervo, ou ainda acesso transnasal. O acesso coronal é usado com descolamento subperioteal e
exposição cuidadosa dos fragmentos, sempre tentando não os descolar mais do que já estão para que se
possa fazer a sua fixação com miniplascas e parafusos antes da retirada da placa óssea frontal para
craniotomia. Dessa forma a placa óssea frontal já sai montada, para que suas reposição ao fim da operação
seja facilitada. O descolamento do retalho cutâneofrontal deve ultrapassar as suturas frontozigomáticas, de
modo que o descolamento subperiosteal das órbitas permita visualização ampla e adequada do conteúdo
orbital e das paredes superiores, mediais, e laterais. Na região mediana a sutura frontonasal também deve
estar bem exposta. Com a retirada da placa frontal o cérebro é afastado e a fossa cerebral anterior é
reconstituída, com o fechamento das fistulas etmoidais e ou esfenoidais existentes, usando-se, para tal fim,
a rotação de retalhos galeiais ou periósteo-galeais de pedículos inferiores ou laterais. O uso de dura-mater
liofilizada também é indicado com freqüência. Os enxertos ósseos de calota ou mandíbula também são
usados. Nas lesões dos bulbos olfativos, estes serão eliminados e a lâmina crivosa é isolada com enxertos de
músculo temporal e com a sobreposição do retalho periósteo-galeal. A barra fronto-orbital é então
reconstituída, dentro das suas necessidades preferencialmente fixada nas usas fraturas com microplascas de
múltiplos furos e parafusos de titânio.
Forame Óptico: está localizado medialmente a fissura orbitaria superior dentro da substancia da asa menor
do esfenoide. Contém o nervo óptico e artéria oftálmica vindos de uma posição intracraniana.
Fissura orbitária superior: Separa as asas maior e menor do esfenoide e corre entre o forma óptico e o
forame redondo e contém 3 nervos motores para os músculo extra-oculares: oculomotor (III), troclear (IV) e
abduscente (VI). A divisão oftálmica do trigêmeo também entra na órbita através dessa fissura.
Fissura orbitária inferior: Separa a porção da asa maior do esfenoide que forma a parede lateral do
assoalho contém: divisão oftálmica do trigêmeo (V2 – nervo infra-orbitário), artéria infra-orbitária , ramos
do gânglio esfenopalatino e ramos da veia oftálmica inferior.
Trauma ocular é frequentemente associado às fraturas do 1/3 médio da face, de maneira direta ou
indireta. Presença de corpos estranhos,
traumatismos perfurantes oculares, São sinais clinicos de hematoma retrobulbar: (emergência oftalmológica)
sangramentos intra-oculares e 1) Dor
2) Proptose ocular
descolamento de retina podem estar 3) Diminuição da acuidade visual
presentes e portanto é mandatório a
avaliação oftalmológica nestes casos.
Avaliação da órbita:
Alterações de acuidade e campo visual ou diplopia
Exame fisico: Enoftalmia, proptose, ptose palpebral
Irregularidades e creptações no contorno das margens orbitárias
Quadro clinico: edema e equimose peripalpebral,
sangramentos conjuntivais, enfisemas subcutâneos, Teste da ducção forçada : Avalia a mobilidade ocular.
ferimentos corto-contusos. Fraturas com acometimento de
assoalho cursam com presença de falhas ósseas e represamento muscular que podem acarretar em
enoftalmo, diplopia e encurtamento da palpebra inferior.
Fratura do assoalho orbitário apresentará ao exame clinico com hipomobilidade ocular, desnivelamento do
globo ocular, hemossinus e enoftalmo. A fratura da órbita pode lesionar o IV par craniano (Troclear) que é
responsável pela inervação motora do músculo obliquo superior. Fratura orbitaria da parede medial da
órbita e do assoalho orbitário se apresenta com restrição a abdução ocular e retração do globo nos
movimentos horizontais.
Mecanismo fisiopatologico: Fraturas orbitarias por impacto direto, acarreta na exploração das paredes
ósseas, frequentemente a parede medial e o assoalho, podendo causar um desbalanço entre conteúdo e
contigente, levando ao enofaltalmia, nas fraturas tipo blowout.
Fraturas tipo blow out: Resultam da transmissão de força traumática para a borda da órbita ou para
o tecidos de partes moles da órbita
Tipos principais:
1) blow-out puro: a borda da órbita esta intacta, caracterizado por fratura do assoalho e parede
medial. As áreas mais frequentemente acometidas são assoalho orbitário (medial para o sulco orbital) e
parede orbital média. Essas áreas são as de menor espessura óssea na órbita.
2) blow-out não puro: são a combinação de fratura do assoalho associado a fratura do ossos faciais
adjacentes (borda orbital inferior).
3) Blow-in: Acontecimento excepcional, ocorrendo redução volumétrica da orbita. Com
apresentação clinica de proptose. Também em fraturas do teto da orbita, com a queda dos fragmentos em
direção à orbita, a redução do volume orbitário é observada.
Tratamento
Fraturas do teto a via coronal é a mais ampla, com cicatriz bem dissimulada, permitindo excelente
visualização do osso frontal, cujas fraturas se associam às do teto e rebordo orbitário superior sendo a
osteossintese feita de maneira bem facilitada. As via de acesso por meio do supercilio pode ser utilizada nas
fraturas do teto orbitário, mas a exposição do foco é mais dificultosa, bem como maior risco de lesão dos
nervos supra-orbitario e supra-troclear. É bem indicada nos pequenos traços de fratura e em pacientes
calvos.
Fraturas de parede lateral com acometimento da região frontozigomática, os acessos no canto lateral do
supercilio ou na porção lateral do sulco palpebral superior são os preferidos, por permitirem adequada
visualização e bom posicionamento da cicatriz.
Fraturas do assoalho e do rebordo inferior podem ser tratadas por 3 vias: transconjuntival, infraciliar e
infra-palpebral.
Materiais usados para reconstruir a órbita: Enxertos autógenos: Implantes de cartilagem auricular ou
enxertos ósseos de calota craniana, crista ilíaca, costelas, tabua externa da mandíbula
Materiais aloplásticos: malha de titânio, medpor, silastic. Os enxertos nas paredes ou no teto orbital podem
ser simplesmente sobreposicionados aos bordos da fratura ou fixados com cola biológica ou com fios de aço
ou microparafusos.
Fratura nasal
Trauma frontal direto sobre o osso nasal pode resultar em fratura da metade inferior dos ossos nasais (onde
os ossos são mais amplos e finos), separação da sutura nasofrontal e na extensão da fratura para o interior
do processo frontal da maxila. O par de ossos nasais articulam-se entre si na linha media, são suportados
lateralmente pelo processo frontal da maxila e suportados superiormente pelo processo nasal do osso
frontal. Os ossos nasais proximais são mais espessos e relativamente mais rígidos à fratura. Se o traço de
fratura envolver o seio piriforme extensão para o processo frontal da maxila pode ocorrer.
Ossos que compões o nariz:
Hematoma septal: podem se organizar e fibrosar formando um
1) Maxila: Processo frontal da maxila
espessamento das cartilagens e obstruir a via aérea nasal, ou podem
2) Frontal: Processo nasal do osso frontal exercer uma pressão positiva e resultar em necrose do septo com
3) Ossos nasais consequente perfuração e deformidade em nariz em sela.
4) Vômer: contribui para o septo
5) Etmóide: placa perpendicular do etmoide
Inervação: Nervo trigêmeo (V)
V1: Divisão oftálmica:
Nervo infratroclear: pele da ponte e área lateral superior
Nervo etomoidal anterior: ramos nasais interno e externo
V2: Divisão maxilar:
Nervo infra-orbitário: pele da metade lateral inferior
Nervo nasopalatino: septo nasal e palato duro anterior
No exame físico é obrigatória a avaliação do septo nasal na investigação de um possível hematoma septal;
um hematoma não drenado pode resultar em necrose e erosão do septo. Paciente vitima de queda da
própria altura e consequente trauma nasal que apresenta edema no nariz, equimose periorbital e epistaxe
sugere fratura nasal.
Diagnostico: As radiografias tem um valor limitado no tratamento das fraturas nasais. Um estudo na
incidência occipto-mento a 45º (Waters) e uma técnica de baixa densidade dos tecidos moles, demonstra
fraturas nasais se presentes. A presença de uma fratura em uma radiografia não é uma indicação cirúrgica. A
TC devem ser usadas somente para descartar lesões suspeitas da região orbitoetmoidal. O exame físico
determina se a intervenção cirúrgica esta indicada.
Tratamento: Tem indicação de redução cirúrgica cruenta ou não em 10 dias. O edema imediato após o
trauma dificulta a mensuração precisa de desvios nasais, o que nos leva a aguardar +- 3 dias para indicar o
tratamento. Em pacientes pediátricos devem ser realizadas em poucos dias devido a rápida cicatrização dos
ossos da face da criança. A maioria das fraturas pode ser tratada com redução fechada (instrumentação
endo-nasal) e imobilização com gesso incluindo o tamponamento intra-nasal (controle sangramentos,
imobiliza o septo, previne sinéquias, trata fraturas nasais comunitivas e fornece sustentação interna para
fragmentos ósseos). Estes pacientes devem receber ATB no pós-operatório pois o tamponamento nasal esta
relacionado à síndrome do choque tóxico. No hematoma de septo nasal ocorre hiposmia, obstrução nasal e
rinorréia persistente. Na trombose do seio cavernoso há edema palpebral, exoftalmia e dor retro-ocular.
Complicações:
Épifora: Os segmentos ósseos fraturados em lesões mais graves podem ser drenados pelo sistema
nasolacrimal em vários níveis, resultando em obstrução produzindo épifora permanente.
Alargamento da distancia interorbital: Contusões violentas podem resultar em cominução dos ossos
nasais, o deslocamento desses fragmentos e das aderências dos ligamentos cantais mediais resultam em
ampliação e alargamento do dorso com aumento da distancia interorbital.
Nariz em sela: Geralmente resulta da perda da sustentação do dorso, compostas por lesões que
envolvem ossos e cartilagem, levando as mesas a caírem dentro da abertura piriforme. Tais lesões incluem
engavetamento de fraturas septais superiores e fraturas a nível do rínion que deslocam as cartilagens
laterais superiores. Os hematomas septais também podem criar uma deformidade em sela por causar
necrose no septo e subsequente perda de sustentação do dorso.
Deformidades tardias: O tratamento é realizado através de rinoplastia formal, esta indicado em
casos de problemas funcionais e estéticos. Essas deformidades incluem: Giba nasal ou desvio, perda da
altura nasal, desvio de septo, obstrução nasal.
Fraturas do Zigoma
O zigoma é um osso piramidal da face média, sua convexidade anterior proporciona a proeminência á
eminencia malar das bochechas e sua convexidade posterior ajuda a formar a fossa temporal. Apresenta um
corpo robusto e quatro processos: temporal, orbital, maxilar e frontal. Tais processos constituem-se nos
pontos de fragilidade do zigoma. As fraturas que acometem o arco zigomático, a sutura frontozigomática, o
assoalho orbitário e o pilar lateral da maxila são conhecidos como fraturas em quadripé, ao passo que,
quando preservam o arco zigomático, são denominadas fratura em tripé.
A inserção da fáscia do músculo temporal no arco zigomático e no zigoma propriamente dito exerce uma
força na mesma direção, porém em sentido oposto, que neutraliza a tração exercida pelo músculo
masseter. Raramente as fraturas de zigoma ocorrem isoladamente. Com exceção das fraturas exclusivas do
arco zigomático, as demais se associam às fraturas orbitarias e maxilares.
Os nervos podem ser seccionados ou comprimidos por fragmentos ósseos fraturados, entretanto o mais
provável é que o edema e sangramento dentro do cone muscular da órbita, entre a membrana
intermuscular e a cápsula de Tenon, causem a compressão dos nervos oculares na margem da fissura.
Diagnóstico: O diagnóstico dessa patologia é clínico, devendo ser solicitado TC do crânio e órbita para que
seja possível surpreender fraturas em ápice orbitário ou outros sinais evidentes de compressão do mesmo.
O RX da fissura orbital superior é classicamente feita com uma inclinação de 20-25% tirando dessa maneira a
porção petrosa do osso temporal detrás da órbita. Uma avaliação oftalmológica seqüencial deve ser
instituída, uma vez que fenômenos vasculares podem ser instalar progressivamente.
Tratamento para a SFOS em caso de trauma é na maioria das vezes conservador, podendo-se fazer uso de
esteróides com melhora clínica em período variável de tempo (3 semanas a 4 meses). Em situações de
maior raridade, procede-se à descompressão da órbita por via endocraniana ou transfacial.
Área cantal medial e Sistema lacrimal
O entendimento e familiaridade com a anatomia normal do sistema lacrimal e região cantal medial tem o
intuito de identificar injurias potenciais associadas com fraturas faciais e além de auxiliar na compreensão da
disfunção e deformidade tardias. O músculo orbicular é arbritariamente dividido em 3 porções: pré-tarsal,
pré-septal e orbital.
A porção pré-tarsal divide-se em cabeça superficial e profunda medialmente. A cabeça superficial
junta-se a uma estrutura análoga da pálpebra superior para formar o tendão do ligamento cantal medial. O
tendão cantal medial é formado por fibras do músculo orbicular pré-tarsal. As fibras profundas unem-se e
se estendem posteriormente atrás do saco lacrimal para levar sua origem atrás da crista lacrimal posterior.
A cabeça profunda do músculo pré-tarsal orbicular é conhecido como músculo de Horner. As fibras do
orbicular pré-septal originam-se do diafragma lacrimal e da crista lacrimal posterior próximo e acima das
fibras profundas da cabeça profunda do músculo pré-tarsal.
O mecanismo de bomba lacrimal consiste no movimento medial da pálpebra com o fechamento
ocular, esvaziando a ampola, e encurtando o canalículo resultando no puxo forçado do fluido para o saco
lacrimal. Em adição o músculo pré-septal unido ao diafragma lacrimal produzem uma pressão negativa no
saco lacrimal com o fechamento palpebral, puxando fluido para dentro do saco. Quando as pálpebras estão
abertas o diafragma lacrimal relaxa exercendo um pressão positiva no saco lacrimal que esvazia fluido no
ducto nasolacrimal. Lacerações comumente acompanham o trauma do esqueleto facial, incluído as fraturas
nasoetmoido-orbitais. Se a laceração do ducto lacrimal estiver associada à laceração da pálpebra, este deve
ser reparado. Lesões no saco lacrimal ou ducto nasolacrimal são dificies de identificar e tratar e
permanecem com tratamento controverso. A incidência de lesão e obstrução do ducto nasolacrimal
permanece em torno de 17-20%. A incidência de obstrução nasolacrimal em fraturas nasoetmoido-orbitais
é de +- 20%. A redução fechada parecem estar associadas a uma maior incidência de obstrução do ducto
nasolacrimal, provavelmente por compressão do sistema por fraturas reduzidas incompletamente. A
redução aberta e a fixação interna são então recomendadas para minimizar a deformidade e disfunção
tardia do ducto nasolacrimal. Devido à baixa incidência da disfunção nasolacrimal mesmo em fraturas
nasorbito-etmoidais graves e à dificuldade envolvendo à exploração do sistema nasolacrimal por causa do
edema e deslocamento ósseo , é recomendado que na ausência de lesão clinica aparente o sistema
nasolacrimal não deve ser explorado no mesmo tempo do manejo da fratura. A obstrução tardia do ducto
nasolacrimal devido à fratura de face é melhor tratada com a Dacriocistorrinostomia. A identificação do
nível da lesão no sistema lacrimal é necessária para a decisão do tratamento mais adequado.
Estenoses puntuais podem ser tratadas com procedimento de “three-snip”.Estenose canalicular
pode ser aliviada por um tubo de silicone somente ou se isso falhar o proximo passo seria a
Dacriocistorrinostomia (Tubo de Jones). O decrescimento na função de bomba lacrimal, visto como um
ectrópio paralítico ou flacidez da pálpebra inferior pode algumas vezes se melhorado com o encurtamento
horizontal da pálpebra usando o procedimento de Bick. A aspiração percutânea de abscesso é adequada p/
tratamentos agudos mas o tratamento definitivo requer uma Dacriocistorrinostomia, a qual cria uma fistula
interna entre o saco lacrimal e a mucosa nasal.
Fraturas de maxila
A maxila apresenta pilares estruturais responsáveis pela resistência e Sinais Clínicos:
Depressão malar
sustentação da face e das zonas de menor resistência que compõe as Equimose peri-orbitária e subconjuntival
paredes dos seios maxilares. O seio maxilar se torna maduro apos a Diplopia
Distopia do globo ocular
erupção da dentição maxilar permanente por volta dos 12 a 16 anos. O Prega antimongolóide
corpo da maxila propriamente dita situa-se em sua porção basal. A maxila Trisma
Deformidade em degrau
se relaciona com diversos ossos faciais, pelos pilares de sustentação Anestesia ao longo da borda infra-orbitária
verticais e horizontais da face. Identificam-se os processos frontal da
maxila, zigomático, palatino e alveolar. A dificuldade para deglutição e
má oclusão dentária são sinais patognomônicos de fratura de maxila.
Classificam-se em (René Le Fort - 1905):
Le fort 1 = Fraturas transmaxilar ou fraturas de Guerin. Iniciam-se ao nível da margem
inferior da abertura piriforme, dirigindo-se lateralmente e em sentido transverso por
meio dos pilares mediais, parede anterior e posterior do seio maxilar e processos pterigo-
palatinos.
Hoje essas lesões são mais comuns do tipo combinadas pelo modificação do
mecanismo de trauma.
São elas: Base do crânio, Sutura zigomatico frontal, Zigomas e Complexo nasoorbitoetmoidal
Se estende através das orbitas, continuando-se pela base do nariz e região etmóide, até os arcos
zigomáticos. Os pacientes apresentam aspecto facial tipo "dish face" ou "face de prato", devido ao
aplainamento da face e deslocamento posterior da maxila. Há completa separação de todas as estruturas do
esqueleto facial médio e de seus ligamentos. A face se separa do crânio, e por isso este tipo de fratura é
denominado disjunção craniofacial. A fratura tipo Le Fort II e III podem estar associadas a rinorréia
cerebroespinhal. Isto decorre da lesão da dura-máter na região da lâmia cribriforme do osso etmóide.
Outras fraturas da maxila:
Fratura mediana da maxila (Lannelongue)
Fratura de Walthers (Em 4 fragmentos)
Fratura de Richet (Linha de fratura mediana, que se estende
unilateralmente como um traço de fratura baixa)
Fratura de borda alveolar
Manifestações:
Edema nas regiões geniana e infra-orbital
Parestesia na região do nervo infra-orbitario
Dor à movimentação da boca e disoclusãoFraturas maxilares com impactação geralmente cursam com
Epistaxe estão associados às lesões do pilar medial.
mordidas abertas. No entanto mordidas abertas por toque precoce
dos molares pode ocorrer por encurtamento dos ramos mandibulares
nas fraturas condilares; retrognatia, está relacionada a fraturas mandibulares bilaterais, do corpo, do ramo
ou dos côndilos. Avaliações da sensibilidade e da motricidade facial são importantes no sentido de
diagnosticar lesões nervosas. Inervação sensitiva, as regiões malar e labial superior devem ser investigadas
para verificar lesões do nervo infra-orbitario.
Diagnóstico radiológico: Sempre que possível uma radiografia panorâmica deve ser obtida em pacientes
com suspeita de fraturas da arcadas, fornecendo informações sobre os dentes e dos ossos adjacentes. A
radiografia simples com incidência de Waters é a melhor para visualização das fraturas do zigoma. Essa
incidência evidência fraturas na borda infraorbital, no arco zigomático e na parede lateral do seio maxilar. A
incidência de Caldwell é a única que mostra com acurácia satisfatória o deslocamento da sutura
frontozigomática. A incidência submentovertex irá delinear fraturas do arco zigomático (particularmente a
quantidade de depressão) assim como a projeção anterior do zigoma.
A TC é mais precisa. (Cortes axiais: avaliação da toda arcada dentaria superior, do processo alveolar, do
corpo maxilar, do palato, das paredes do seio maxilar e da região pterigóidea; Cortes coronais: verifica as
relações da maxila com a orbita, região nasal e zigomática, facilitando a visualização dos pilares de
sustentação)
Observação: Osteotomia de Le fort: Na osteotomia, diferente da fratura Le fort, tenta-se preservar a placa
pterigoide pela separação através da junção pterigomaxilar.
Tratamento: Implica em estabilidade do foco de fratura. Reduções instáveis podem causar alterações
oclusionais, perda da relação vertical da maxila e consolidações incompletas e pseudoartrose. A redução a
céu aberto + fixação é mais indicada excetuando a faixa pediátrica onde o tratamento é conservador. Via de
acesso é intra-oral (Cadwell-Luc) e as osteossinteses são realizadas por meio de miniplacas e parafusos. Nas
grandes cominussões maxilares, há opção das suspensões maxilares, realizadas com fios de aço, mantendo-
se a redução das fraturas por meio de suspensões maxilares fixas à 1ª região cranialmente estável,
freqüentemente o zigoma ou a parede lateral da órbita ao nível da região fronto-zigomática. Ainda, nas
grandes perdas ósseas, recomenda-se a enxertia óssea autógena (tabúa externa craniana extraída da área
perietoccipital não-dominante e osso ilíaco) para substituição dos pilares de sustentação maxilar.
Classificação:
As fraturas de mandíbula são classificadas de acordo com a localização, condição da dentição, direção do
traço de fratura, presença de lesão de partes moles e complexidade.
Quanto a localização:
1) sínfise ou parassinfise: quando ocorrem entre os forames mentuais, geralmente verticais ou obliquas
2) corpo: entre forames mentuais até o ângulo mandibular
3) ângulo: fraturas na posição de dente 3º molar, podendo ser área de fragilidade
4) ramo ascendente
Processo coronoide: baixa incidência de fraturas em decorrência da proteção pela musculatura
temporal e arco zigomático.
Processo condilar ou côndilo mandibular: área de maior incidência de fratura de mandíbula por ser
uma região delicada composta por estreito osso e por servir como zona de transmissão de forças nas
fraturas parassinfisarias.
Favorável: quando o traço de fratura apresenta-se de tal forma que a ação
Condição da dentição (Converse e Kazanjian): muscular exercida faz com que os fragmentos sejam aproximados e
1) Classe I: presença de dentes nas 2 hemimandibulas estabilizados.
Não-favorável: quando a ação muscular tende a afastar os fragmentos
2) Classe II: presença de dentes em uma hemimandibula ósseos.
3) Classe III: ausência total de dentes (edentado)
Quanto a gravidade ela pode ser:
1) Simples: não existe lesão de partes moles associada ou não existe solução de continuidade com o meio
externo
2) Compostas: quando existe lesão de pele ou mucosa, contato do foco de fratura com o meio externo e,
conseqüentemente potencial contaminação local.
As fraturas da face podem ainda ser classificadas como: em galho verde (incompleta decontinuidae óssea,
não havendo desalinhamento dos fragmentos), simples (fratura linear, não exposta), composta (quando
existe comunicação com meio externo) e complexa (cominutiva, acometimento de articulação ou dentes),
Quadro clinico:
Muitas vezes o exame radiológico não condiz com a sintomatologia. Os principais sintomas são:
Dor
Diagnóstico: Discoclusão
Historia do trauma, intensidade do impacto, direção (frontal, Parestesia/anestesia
Edema e equimose
lateral). No exame físico a manipulação bimanual da mandíbula, Dificuldade e/ou impossibilidade de abertura oral
má-oclusão, creptação ou mobilidade anormal ao palparmos Creptação
Odor fétido
bidigitalmente a região pré-conduto auditivo (suspeita de fratura
subcondilar), desvio de linha média.
Equimose no assoalho da boca em fratura de mandíbula, ocorre porque o sangramento causado pela
fratura é aprisionado pela aderência do músculo milohioide.
Vias de acesso:
Intra-oral (Caldwell Luc): para o tratamento de fraturas de sínfise, parassinfise, corpo, ângulo e ramo
ascendente
Submandibular (Risdon): acesso externo para tratamento das fraturas de corpo, ângulo e ramo ascendente
Pré-auricular: acesso externo para tratamento das fraturas de côndilo mandibular geralmente associada a
uma incisão intra-oral ou Risdon.
Acesso video cirúrgico: também é uma opção principalmente para o tratamento de fraturas condilares.
Na fratura de mandibula a fixação rigida permite recuperação O tratamento cruento está formalmente indicado nas
seguintes situações:
precoce do osso fraturado por não ser necessária imobilização a) Fratura do ângulo mandibular.
de função, ou seja, bloqueio maxilomandibular. A remoção de b) Fratura com desvio na região de sínfise e parassínfise.
c) Fratura em edentados.
dentes envolvidos nas linhas de fratura da mandíbula está d) Fratura com cominução dos fragmentos e instabilidade.
indicada na frouxidão grave dos dentes com doença periodontal e) Fratura associada produzindo desvio significativo.
f) Fratura com interposição mecânica à redução como
crônica. encarceramento muscular ou dente.
g) Fratura associada a disjunções do terço médio da face.
h) Fratura patológica ou associada a dente decíduo.
1) Fraturas de Côndilo mandibular (Local mais comum de g) Nos casos em que o tratamento incruento não conseguiu
fratura – 26% dos casos) adequado alinhamento ósseo ou manutenção desta situação.
Subdivisão da classificação:
1) Fratura sem deslocamento
2) Fratura deslocada: cabeça do côndilo encontra-se completamente fora da cápsula articular. Pode ser
deslocamento médio ou lateral
3) Fratura por telescopagem anterior ou posterior
4) Fratura com perda de contato ósseo
Indicação Cirúrgica:
A indicação cirúrgica no tratamento das fraturas de côndilo de mandíbula é controversa. Alguns autores não
encontram diferenças entre o tratamento conservador e o cirúrgico. É preconizado o tratamento cirúrgico
quando: houver :
a) desvio maior que 30 graus e 35 graus,
b) deslocamento maior que 4 ou 5 mm e perda de contato ósseo.
c) deslocamento do côndilo para a fossa cranial média,
d) deslocamento extra capsular lateral do côndilo Indicações absolutas para tratamento cirúrgico:
e) falha do bloqueio intermaxilar Luxação condilar com deslocamento da fossa craniana media
f) presença de corpo estranho intracapsular. Impossibilidade de obtenção de oclusão por redução fechada
Deslocamento lateral extracapsular do côndilo
Presença de corpo estranho intra-articular.
Tipos de tratamento Conservador:
1) bloqueio intermaxilar: barra de Erich fixada com
fios de aço de 0,4 mm na linha proeminente dos dentes, e bloqueio é mantido por 4-6 semanas, em caso de
outras fraturas associadas.
2) passagem de fios de aço intramedulares pela mandíbula: usados em casos em que há fraturas
associadas, em que o reposicionamento e a redução não são satisfatórios com uso do bloqueio intermaxilar.
3) redução aberta (cruenta) e fixação interna: realizada abordagem por incisão pré-auricular,
identificação dos focos de fratura e fixação com miniplacas de titânio 1,5 ou 2 mm.
O uso de fixação interna não requer
Vantagens do titânio seriam:
bloqueio intermaxilar concomitante, permitindo Material inerte
mobilixação pecoce e prevenção da anquilose. Técnica habitual e familiar
Placas e parafusos com perfil baixo
Durante as dissecções cirúrgicas encontra-se o Boa maleabilidade, placas rígidas ou semi-rigidas e parafusos autoperfurantes.
ramo marginal do nervo facial em 35% dos
casos.
Indicações relativas: fraturas bilaterais em pacientes endetados, cujo bloqueio intermaxilar não é
recomendado, fraturas bilaterais associadas a outras fraturas complexas da face e fraturas bilaterais
associadas a outros problemas ortognáticos.
Vias de acesso: associação de vias extra-orais, como acessos pré-auriculares e submandibulares, e os acesso
intra-orais posteriores. Acessos videoassistidos tem sido opção alternativa nas fraturas de colo do côndilo,
evitando riscos de lesões nervosas.
As complicações decorrentes do tratamento das fraturas de côndilo são: Critérios para avaliação PO:
A) Abertura oral máxima: = ou > 40 mm
diminuição da abertura oral (10% dos casos), má-oclusão (2% dos casos), B) Desvio: 5 mm ou mais durante abertura
hipomotilidade mandibular, desvios (10% dos casos), alterações na ATM, C) Má-oclusão
D) Análise radiográfica
alterações patológicas do côndilo. A fratura intracapsular do côndilo
mandibular pode apresentar como complicação tardia a anquilose
temporomandibular (complicação + importante das fraturas
Fatores que contribuem na formação da anquilose são:
condilares), sendo o resultado final é a limitação da 1) Idade (< 10 anos)
movimentação mandibular, interferindo na fala, na higiene bucal 2) Tempo da lesão
3) Local da fratura (Intracapsular)
e na mastigação. 4) Tipo de fratura
Crianças menores que 10 anos possuem grande propensão ao 5) Tempo de imobilização
6) Danos ao disco articular
desenvolvimento deste tipo de complicação.
Osteotomia Le Fort I segmentada: Pode ser segmentada em 2 , 3 ou ate 4 segmentos. Quanto mais
segmenta-se a maxila aumenta-se o risco de necrose com pedículo central. Pode fazer um osteotomia mais
alta chegando ao corpo do zigoma.
Osteotomia Le Fort II e III: A Le fort II utiliza-se com pouca freqüência e a Le Fort III é utilizada para correção
de alterações faciais sindrômicas.
Osteotomia Mandibular
3) L”invertido (trauner)
Utiliza-se em casos específicos por acesso extraoral. Vantagem com segmento único que mantem côndilo e
coronoide juntos. No recuo de mandíbula ela evita o contato prematuro do processo coronoide com a
eminência articular. Pode ser realizado fixação rígida e necessita de bloqueio intermaxilar.
4)Subapical
Evita-se osteotomia no corpo da mandíbula por passar o nervo alveolar inferior, porem existem osteotomia
mandibular do corpo mantendo a continuidade toda da basilar /mandibular , fazendo corte somente do
segmento dentário.
5)Mentoplastias
Osteotomias anteriores da mandíbula
Osteotomia Basilar do Mento: Abaixo da emergência do nervo mentoniano. Podendo avançar ou recuar o
mento, deslocar para baixo ou acima. Em casos de assimetria pode-se fazer movimentos laterais.
Utiliza-se placas de Paulus (placa de avanço)
Incisão de Risdon: Incisão submandibular para acesso às fraturas de côndilo, ramo e ãngulo de mandíbula.
Fissuras Craniofaciais
Incidência: Não é possível determinar uma incidência exata. Estimativas apontam uma incidência entre 9,5 e
35 fissuras craniofaciais para cada 1000 casos de fissura labiopalatina. (Kawamoto,1990)
Etiologia: Os principais fatores são ambientais (radiações ionizantes, infecções- Toxoplasmose – Influenza A
– Vírus H1), alterações metabólicas da mãe (Fenilcetonúria), drogas e produto químicos. Pode estar
relacionada com a Síndrome de Trecher-Collins e Goldenhar
Drogas: Talidomida (Tranqüilizante) A síndrome de Treacher-Collins-Frances pode
Tretinoína (Tratamento da acne) ser classificada como uma combinação das
fissuras raras de face de número: 06,07 e 8
Fenitoína ou Defenilidantoína: anticonvulsivante
Esteróides, aspirina, vasopressores e vitamina A
Desenvolvimento da face:
Ocorre durante a 4ª e 8ª semanas de gestação com o desenvolvimento das proeminências:
Mandibular (2), Maxilares (2) e Frontonasal (1).
*Proeminência Maxilar (2): derivados do 1º arco branquial (mandibular) com formação do lábio superior
(com processo nasal medial), bochecha, maxila e palato secundário.
*Proeminência Mandibular (2): formação do lábio inferior, mandíbula e porção anterior da língua.
* Processo Frontonasal (1): origina a formação da ponte e raiz nasais.
Placódios nasais: Divisão em processo nasal medial e lateral
Processo nasal medial: Fundem entre si na linha média e formam a pré-maxila, filtro, columela,
ponta nasal, septo nasal cartilaginoso e palato primário.
Processo nasal lateral: Formação das alares Orelha:
1º arco: tragus, cruz da Hélice , bigorna e martelo
2º arco: demais estruturas e estepédio
Classificação: Observação: Retina, cristalino, epitélio e músculos estriados são os
únicos órgãos faciais não derivados das células da crista neural.
1962- Harkin: foi abandonada por não incluir fissuras da
região medial da face
1970- Boo-Chai: Subdividiu as fissuras oro-oculares em dois grupos.
1990- Van der Meulen: bastante detalhadas e induz a alguma confusão
1973 – Paul Tessier: Leva em conta a posição da fissura em relação ao esqueleto facial
Classificação de Tessier:
Utiliza um sistema numérico que vai de 0 a 14. Cada número
se relaciona a um eixo onde se localiza a fissura. As orbitas
são ponto de referencia neste classificação. As fissuras
posicionadas acima das orbitas são principalmente cranianas
e as abaixo faciais. Ha uma tendência de associação de
fissuras que cruzam as orbitas. Importante observar que essas
fissuras não seguem necessariamente regiões definidas como
de fusão de processos embrionários ou suprimento vascular, o que torna a compreensão bastante difícil. Em
alguns casos as fissuras podem se apresentar de forma incompleta como uma depressão cutânea.
Associações mais freqüentes: 0-14; 1-13; 2-12; 3-11; 4-10.
Fissura 1: Inicia no arco do cupido como uma fissura labial e se estende para linha
sagital que passa pelo domus da cartilagem alar, medialmente a orbita e
frequentemente continua como fissura 13 em direção ao crânio. O hiperteleorbitismo e
encefalocele podem estar presente.
Fissura 2: Fissura rara. Quando há fissura no lábio, ele se situa na posição usual destas
fissuras, mas se prolongar cranialmente, ela divide a cartilagem alar entre o domus e a
implantação da asa. Não há envolvimento das pálpebras nesta fissura.
Fissura 5 de Tessier: localiza no canto externo da boca, em direção ao ângulo lateral palpebral, diminuindo a distância oro-palpebral.
Fissura 7: É mais comum das fissuras faciais. Nas formas mais frustas pode
haver apenas uma cicatriz ou malformação mínima do ouvido externo. Já nos casos mais
complexos pode haver ausência do ouvido externo, malformação do ouvido interno,
malformação do ramo e côndilo mandibular entre outros.
Fissura 12: É a projeção cranial da fissura 2. Costuma haver alterações na sombrancelha na região mediana
e o hiperteleorbitismo é freqüente. O envolvimento do etmóide produz o hiperteleorbitismo.
Fissura 14: Pode ser produzida por agenesia ou hiperplasia de determinadas estruturas.
Agenesia: a manifestação clinica é o hipoteleorbitismo. (observado no holoprosencefalia)
Hiperplasia: manifestação clinica de hiperteleorbitismo como se observa nas encefaloceles de linha
média.
Anomalias Craniofaciais:
1)Microssomia Hemifacial: A mais comum, com malformação do ramo mandibular associado a paralisia
facial.
*Achado patognomônico: Anormalidade condilar (malformação mandibular)
* Está incluída no denominado espectro óculo-auriculo-vertebral, sendo antigamente denominada
de síndrome do 1º e 2º arcos branquiais
* Pode ser classificada como combinação das fissuras raras de face de número: 06 e 07.
* Pode cursar com bilateralidade em menos de 10% dos casos
* Tem na síndrome de Goldenhar uma variante que caracteriza expressão fenotípica grave
* Excetuando-se as fissuras de lábio e palato é a malformação congênita estatisticamente mais
comum na face.
Tratamento da Microssomia Hemicraniofacial:
1º ano: Macrostomia e fissura lateral (se presente)
3ª ano: Deformidade orbital e frontal
Até 6 anos: alongamento do ramo mandibular (enxerto ósseo)
Apos 7 anos: reconstrução da fossa glenóide, côndilo e complexo zigomatico
Após 12 anos: deficiências residuais
Classificação de Pruzansky:
Classificas as hipoplasias mandibulares na microssomia craniofacial:
Tipo I: Leve hipoplasia do ramo e corpo mandibular
Tipo II: Ramo e côndilos são pequenos. A cabeça do côndilo flutua. Não apesenta fossa glenóidea.
Tipo III: O ramo esta reduzido a uma final camada de osso ou esta ausente. Sem evidencias de articulação
temporo-mandibular.
Características Obrigatórias:
*Fissura palpebral anti-mongolóide
*Coloboma de pálpebra inferior (1/3 lateral)
* Ausência de cílios na porção medial da pálpebra inferior
*Defeitos malares, mandibulares
*Deslocamento do cabelo pré-auricular
*Nó antigonial do ramo
* Micrognatia
*Aparência facial “fishlike”
Síndrome de Galdenhar: Fissura 7 + dermóide epibulbar + anomalias vertebrais.
Síndrome de Von Rencklinghausen: Também conhecida como Displasia Fribrosa Óssea, caraterizada por
tumores craniofaciais frequentes sendo responsável por 2% dos tumores ósseos. Não tem predileção por
raça ou sexo. As manifestações iniciais da doença são mais comuns em pessoas com idade entre 15 e 30
anos, podendo se manifestar com dor ou fratura patológica. É dadicamente dividida em 2 formas:
Monostótica: quando acomete apenas 1 osso. (70-80% dos casos – costela mais frequente)
Poliostótica: quando acomete mais de 1 osso.
Craniossinostoses
Fusão prematura das áreas de suturas. Istima-se incidência de 0,34 a 0,48 : 1000 nascidos vivos. Sendo
encontrada em brancos, negros e asiáticos. Os centros de ossificação da calota craniana se originam do
desmocrânio que envolve o cérebro fetal. Estes se interligam através de suturas que são finas camadas de
tecidos fibrosos capazes de responder a expansão cerebral com a osteogênese. O neurocranio possui 6
suturas maiores e algumas menores:
A fusão prematura das suturas provoca restrição do crescimento cerebral, o esforço compensatório
aumenta a pressão cerebral. Esta pressão é compensada pelo crescimento das suturas perpendiculares. Na
vigência da hipertensão cerebral apresenta alguns sintomas como: cefaléia, irritabilidade, agitação e vômitos
Nas tomografias a hipertensão intracraniana se traduz por:
1)Diminuição dos ventrículos com perda de liquor no tecido cerebral.
2)Espaço aracnóide diminuído
3)Face interna da calota irregular (devido a absorção provocada pela pressão das circunvoluções cerebrais.)
Ao exame de radiografia este é um sinal muito característico, sendo chamado de impressões digitiformes
ou sinal da prata batida.
Descrita por Pfeiffer em 1964, caracteriza-se por craniofaciestenose acompanhada por dedos e artelhos
alargados com clinodactilia (desvio ou encurvamento, em qualquer sentido, dos dedos dos pés ou das
mãos) Tem transmissão autossômica dominante.
Mutações nos genes FGFR1 e FGFR2 são encontradas. A ponta nasal é baixa. Hipertelorismo, rotação
inferior da fissura palpebral, proptose ocular e estrabismo são comuns. São dividias em 3 subtipos clínicos:
Tipo 1: Clássica – mais compatível com a vida e inteligência normais ou próximas ao nornal.
Tipo 2: Crânio em forma de trevo – há proptose ocular grave, hidrocefalia, anquilose e sinostose do
cotovelo, dedos polegares e hálux largos.
Tipo 3: Crânio sem forma de trevo – semelhante ao tipo 2, porem não apresenta o crânio em forma de
trevo.