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Psicanálise
Jung e a Psicologia Analítica
Biografia de Jung Nasceu em 26 de julho de 1875 na Suíça. Formado em Psiquiatria. Fundou a Psicologia Analítica e desenvolveu o conceito de personalidade extrovertida e introvertida, arquétipo e inconsciente coletivo, popularizando estes conceitos. Primeiro contato com Freud foi em 1907, por cerca de 13 horas. Esta parceria durou até 1912. Em 1910, por indicação de Freud, Jung assumiu a Presidência da Associação Psicanalítica Internacional. Freud o via como seu sucessor na condução dos estudos da psicanálise. Em 1912 escreveu Metamorfoses e Símbolos da Libido que o separou definitivamente de Freud, pois colocava a ideia de que a libido era uma energia psíquica generalizada. Desenvolveu a partir de então as teorias da sua Psicologia Analítica, rompendo de vez com o grupo psicanalítico. Jung e Freud • Jung identificou-se com grande parte de suas ideias e logo quis conhecê-lo. • Em 1907, Jung conheceu Freud em Viena, Áustria, e a admiração foi mútua, pois Freud rapidamente recebeu o jovem como seu colaborador e um dos defensores de suas ideias. • Trabalharam juntos por seis anos, e em 1911, fundaram a Associação Psicanalítica Internacional, da qual Jung foi o primeiro presidente. • Freud enfrentava grande resistência do mundo científico às suas ideias e, em contrapartida, Jung já tinha reconhecimento no mundo acadêmico pelos seus estudos com associações de palavras que deram origem ao polígrafo e foram a base teórica experimental para a comprovação dos complexos. • A parceria durou pouco, pois Jung mostrava-se insatisfeito com algumas das posições de Freud, especialmente a teoria da libido e sua relação com os traumas. • Em 1912, a Psicologia do Inconsciente de Jung (Wandlungen und Symbole der Libido) foi publicada (reeditada como Símbolos da Transformação em 1952) (C.W. Vol. 5). • As ideias inovadoras da obra contribuíram para uma nova base em psicologia, bem como para o fim da amizade entre Jung e Freud em 1913. Psicologia Analítica de Jung • Enfatiza a importância da psique, do inconsciente, dos arquétipos e do processo de individuação. • Distingue-se da psicanálise, iniciada por Freud, e da psicologia de Adler e seus contemporâneos, por uma noção diferenciada e abrangente da libido, a conceituação do inconsciente coletivo e o surgimento da função transcendente Conceitos • O Ego – percepções, memórias, pensamentos e sentimentos conscientes. Senso de identidade e continuidade. • O inconsciente pessoal – experiências conscientes que foram esquecidas, suprimidas, ignoradas, e que podem ser acessíveis à consciência. • Complexos – constelações de sentimentos, percepções, pensamentos e memórias que existem no ics pessoal. Exemplo: complexo materno. Conceitos • O inconsciente coletivo – reservatório de traços de memória racial latente herdado do passado ancestral, resíduo do desenvolvimento evolutivo, universal. Predisposições projetadas que nos fazem reagir ao meio. • Arquétipos – (imagos, imagens mitológicas) são formas universais de pensamentos (idéias) dotados de grande emoção. Origina-se de experiências repetidas através das gerações. Conceitos A persona – papel atribuído pela sociedade, máscara desenvolvida para atendera às demandas sociais, personalidade pública.
A anima e o animus – arquétipo feminino no homem e arquétipo
masculino na mulher. Imagens coletivas que permitem a compreensão do outro sexo. A sombra – lado animal do ser humano, responsável por nossa concepção de pecado original; quando projetado, se torna o diabo, o inimigo. Conceitos • O self – ponto central da personalidade em torno do qual os sistemas estão constelados. É a meta da vida, a busca da integralidade, só se realiza na meia idade, quando os sistemas estão mais desenvolvidos e conscientes. • As atitudes – de introversão (para o mundo interno) e de extroversão (para o mundo externo). Uma delas é dominante e consciente e a outra é subordinada e inconsciente. Funções • Pensamento: ideacional, intelectual. • Sentimento: avaliação subjetiva, valor das coisas. • Sensação: percepção do mundo. • Intuição: processos inconscientes e subliminares. • Uma função é predominante, superior, e uma é inferior. A síntese equilibrada das 4 funções é a meta ideal da personalidade. O desenvolvimento da personalidade • A meta do desenvolvimento é a auto-realização. • Causalidade versus teleologia – o presente é determinado pelo passado (causalidade) e pelo futuro (teleologia). Uma atitude causal produz resignação, e uma atitude finalista leva à esperança. • Sincronicidade: se aplica a eventos que ocorrem juntos, mas um não é a causa do outro. Ex.: pensamos em uma pessoa e ela aparece. Suas teorias • O princípio da equivalência: princípio da conservação da energia. Se um valor diminui, outro sobe. Se a energia for removida de um sistema, aparecerá em outro. Há troca entre a psique e o mundo externo, pois o sistema é apenas parcialmente fechado. • O princípio da entropia: a energia busca o equilíbrio. Distribuir a energia regularmente entre todos os sistemas é a meta do self. • O uso da energia: parte da energia é gasta na manutenção da vida e propagação da espécie (funções inatas, instintivas, biológicas). A parte que ‘sobra’, é voltada para atividades culturais e espirituais. • Conforme a pessoa se torna mais eficiente em satisfazer suas necessidades e quanto mais envelhece, mais energia fica disponível para atividades psíquicas. • Hereditariedade: responsável pelos instintos biológicos, impulso interno para agir de certa maneira em certas situações. • Estágios do desenvolvimento • Infância: atividades instintuais e influência parental. • Idade adulta jovem: o adolescente se diferencia dos pais e tem a extroversão como atitude primária. A consciência domina a vida mental com a escolha da profissão e constituição da família. • Meia-idade: busca do significado, regida pela introversão. Valores sublimados em símbolos sociais, religiosos, filosóficos e cívicos. • Progressão e regressão: na progressão normal, forças opostas se unem harmoniosamente. O ego consegue satisfação e ajuste ao meio. Quando frustrações impedem esse movimento, a libido faz uma regressão para o inconsciente. Isso pode ser reversível. • O processo de individuação: se os sistemas não forem igualmente desenvolvidos, as partes negligenciadas formarão resistências e a pessoa se tornará neurótica. O processo de desenvolvimento dos sistemas se chama individuação. • A função transcendente: integração harmoniosa dos diferentes sistemas. É a ‘revelação da pessoa essencial em todos os seus aspectos’. • Sublimação e repressão: quando o deslocamento de energia é regido pela individuação, temos a sublimação. Quando a descarga de energia tanto dos canais instintuais quanto sublimados é bloqueada, chamamos de repressão. A energia reprimida ‘carrega’ o inconsciente, e a pessoa se torna irracional e impulsiva. • Simbolização: para Jung, o símbolo tem duas funções, a de tentar satisfazer um impulso instintual frustrado e a de corporificar material arquetípico. São representações da psique e fazem parte do desenvolvimento da personalidade. Ex.: a dança como forma de sublimar energia sexual. Pode ser mais ou menos satisfatório, e pode levar a outros símbolos. Referências Bibliográficas • Hillman, J. Psicologia Arquetípica. Cultrix: São Paulo, 1983. • Jaffé, A. O Mito do Significado na Obra de C.G.Jung. São Paulo: Cultrix, 1995. • SILVEIRA, Nise da. (1971). Jung: Vida e Obra. Rio de Janeiro: José Álvaro Editor.