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Disciplina: Processos de Fabricação II

Professor: Leonardo Guimarães Garcia

AULA 4
TREFILAÇÃO Objetiva apontar as idéias e os cálculos de dimensionamento
mais adequados aos processos de trefilação e extrusão
E EXTRUSÃO

1. Trefilação de barras de seção transversal circular


2. Extrusão de metais
TREFILAÇÃO E EXTRUSÃO
1. Trefilação de barras de seção transversal circular:
Trefilação, também chamado estiramento, é o processo de fabricação que
consiste na conformação do material por sua passagem por uma ferramenta
chamada fieira ou matriz, mediante aplicação de uma tensão de tração.

A figura abaixo mostra o equipamento de trefilação (ou banco de trefilação). A barra a ser
trefilada (também conhecida como fio-máquina) deve ser apontada, inserida através da fieira e
presa por garras de tração do outro lado, que são movidas normalmente por sistemas de corrente
sem-fim. Esquemas desse tipo permitem trefilar até 100m/min de barra, com cargas da ordem de
100 toneladas de tração e velocidades que variam de 9 a 1.500 m/min.
TREFILAÇÃO
* Algumas caracterísitcas do processo de trefilação: E EXTRUSÃO

• Pode-se trefilar aços, cobre, alumínio e outras ligas na forma de fios e outros perfis;
•O fio-máquina é decapado antes de ser trefilado;
• Para fios de aço, o passo seguinte à decapagem é revestir o fio com cal (que neutraliza resíduos
de ácido e absorve o lubrificante – graxa ou sabão em pó – no processo a seco);
• Para trefilação a úmido, pode-se utilizar solução alcalina de sabão como lubrificante e, sendo o
fio de aço, é comum haver o recobrimento prévio do fio com cobre ou estanho;
• Fios de aço pode ter trefilados à quente.

As fieiras são feitas de metal duro (carbeto de tungstênio sinterizado), alguns aço-liga tratados e
até diamante sintético, e são caracterizadas por seu diâmetro de entrada (que pode superar 4"),
diâmetro de saída e ângulo de trefilação. A zona de entrada possui um ângulo maior que a de
trefilação, para facilitar a lubrificação. Na saída há uma zona cilíndrica, por razões de fabricação
e manutenção da matriz, e para diminuir o desgaste da saída da matriz.
TREFILAÇÃO
E EXTRUSÃO

Além de barras e arames, há fieiras


próprias para a trefilação de tubos e perfis
(figura ao lado). Para esse processo, é
necessária a utilização de um mandril fixo
ou de punções e barras cilíndricas em
movimento no interior da matriz.

Parâmetro Prático:
Pode-se aplicar reduções de raio em
torno dos 30% para passes
regulares, e de 10% para passes de
acabamento!
TREFILAÇÃO
* Dimensionamento da tensão de trefilação (fios de seção circular):
E EXTRUSÃO
1. Pelo Método de Deformação Homogênea:

f = Ym.ln(Ai/Af) = 2Ym.ln(Di/Df)
onde:
f é a tensão de trefilação;
Ym é a tensão de escoamento média do material;
Ai é área da seção transversal da barra na entrada do processo, quando possui diâmetro Di
Afé área da seção transversal da barra na saída do processo, quando possui diâmetro Df

2. Pelo Método dos Blocos:

f = (2/√3).Ym.[(1+B)/B].[1-(Df/Di)2B
onde:
/tg é uma constante;
 é o coeficiente de atrito entre a matriz e a barra;
 é o ângulo de trefilação.
TREFILAÇÃO
3. Pelo Método do Limite Superior: E EXTRUSÃO

2Y  α 1 m L
σ f  2Yf(  ).ln(R i /R f )   2
  ln(R i /R f )  m 
3 sen α tgα tgα Rf 

onde:
L é a distância mostrada na figura ao lado;
Ri é o raio inicial da barra;
Rf é o raio final da barra;
m é um coeficiente ligado ao atrito existente entre a
barra e a matriz;
f()é uma função ligada à geometria da matriz, dada
pela seguinte equação:

 11 
1
1  11 1 12

f ( )  1  cos  1  sen  
2
ln 
sen  
2
12 11 x12 11 11 2 
 cos   1  sen 
12 12 
TREFILAÇÃO
Como depende apenas da geometria da fieira, a função f()foi calculada para E EXTRUSÃO
a faixa de ângulos de trefilação mais usados na prática, e dispostos na tabela
abaixo:
TREFILAÇÃO
Se tomarmos a equação de cálculo da tensão de trefilação dada por esse método,
E EXTRUSÃO
podemos reconhecer os gastos de energia com a deformação homogênea
interna, com o atrito e com o trabalho redundante. Essas parcelas variam de
acordo com a variação do ângulo de trefilação, conforme mostra a figura abaixo:

A curva (a) da figura mostra a soma das três parcelas citadas acima. Nota-se que essa curva possui
um mínimo, significando haver um ângulo de trefilação para o qual a energia demandada para a
realização do processo é mínima. Esse ângulo é denominado ângulo ótimo de trefilação, e pode
ser estimado pela equação:

3 R 
 ótimo  m. ln i 
2  Rf 
TREFILAÇÃO
2. Extrusão de Metais: E EXTRUSÃO

Extrusão é o processo de fabricação que consiste em forçar a passagem de metal (a


quente ou a frio) por um orifício, através da aplicação de pressões elevadas.

O processo de extrusão pode produzir barras ou


tubos, de perfis simples ou complexos,
dependendo da temperatura e do material a ser
processado.
A figura mostra de maneira esquemática o
processo de extrusão, na forma direta e inversa.
Na extrusão direta o metal flui através da matriz
na mesma direção do movimento do pistão.
Na extrusão inversa o produto extrudado flui na
direção inversa ao movimento do pistão. Sua
vantagem é o menor atrito (e consequente menor
gasto de energia no processo).
A extrusão é normalmente realizada por prensas
hidráulicas de até 5000 toneladas, e permite
alcançar reduções excepcionais de diâmetro (até
99% de redução!).
TREFILAÇÃO
E EXTRUSÃO
A figura abaixo mostra com mais detalhes o processo de extrusão.

Em contato direto com o pistão existe um bloco de aço (falso pistão), cuja finalidade é proteger
o pistão da temperatura e da abrasão existente no cilindro. Entre este bloco e o metal a ser
extrudado, comumente se interpõe um pedaço de material suplementar (geralmente grafite) para
forçar a passagem de todo o tarugo através da matriz.
TREFILAÇÃO
E EXTRUSÃO
* Dimensionamento da pressão de extrusão (seção circular):
Devido à semelhança entre os processos de extrusão e trefilação, as equações da trefilação são as
mesmas da extrusão.
1. Método de Deformação Homogênea:

pe = Ym.ln(Ai/Af) = Ym.ln(Re)
onde:
pe é a pressão de extrusão;
Re = Ai/Af é relação de extrusão.

2. Método dos Blocos:

pe = (2/√3).Ym.[(1+B)/B].[(Re)B – 1]
onde:
/tg é uma constante;
 é o coeficiente de atrito entre a matriz e a barra.
TREFILAÇÃO
E EXTRUSÃO
3. Método do Limite Superior:

2Y  α 1 m L
p e  2Yf(  ).ln(R i /R f )   2
  ln(R i /R f )  m 
3  sen α tgα tgα Rf 

Alguns autores formularam equações semi-empíricas a partir desse modelo, do tipo:

p e  A  B. ln R e
onde:
 e são constantes empíricas, que dependem do
tipo de material a ser extrudado e das condições de
processo (atrito, ângulo da matriz, etc.).
EXERCÍCIO RESOLVIDO:
1. Uma barra de alumínio de 0,64cm de diâmetro é trefilada até um arame de 0,57cm de
diâmetro. O ângulo  vale 10º . Calcular a tensão de trefilação para os seguintes casos:
a) Ym = 30,2x102 Kg/cm2;  = 0 (calcular pelo método da deformação homogênea);
b) Ym = 30,2x102 Kg/cm2;  = 0,04 (calcular pelo método dos blocos);
c) Ym = 30,2x102 Kg/cm2; m = 0,1 (calcular pelo método do limite superior);

a) Utilizando a equação do método da deformação homogênea, temos que:


f = 2Ym.ln(Di/Df) = 2x30,2x102x(9,81/1x10-4)xln(0,0064/0,0057) = 68,63MPa

b) Pelo método dos blocos, temos que:


f = (2/√3).Ym.[(1+B)/B].[1-(Df/Di)2B = (2/√3)x30,2x102x(9,81/1x10-4). .
[(1+0,2269)/0,2269].[1-0,9488] = 94,7MPa

c) Pelo método do limite superior:


f() = 1,00064; L = (Df/2)/tg10 = 3,23cm

2Y  α 1 m L
σ f  2Yf(  ).ln(R i /R f )   2
  ln(R i /R f )  m  = 518,83MPa
3  sen α tgα tgα Rf 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1. Qual o ângulo ótimo para trefilar arames com 30% de redução de área com m = 0,04?

2. Qual a força necessária para trefilar uma barra de cobre (Ym = 50N/mm2) com uma redução de
área de área de 45%, utilizando matriz com ângulo de 30º ? Supor  = 0,07

3. Calcular a pressão de extrusão média necessária para extrudar uma barra de alumínio com
10,9cm de diâmetro para 3,8cm. Considerar  = 0,15, o ângulo de matriz 45º e Ym = 28,1x102
kg/cm2.
BIBLIOGRAFIA:

1. CETLIN, P. R.; HELMAN, H. Fundamentos da conformação mecânica dos


metais. 2.ed. São Paulo: Artliber Editora, 2005.

2. CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia mecânica: processos de fabricação e


tratamento. 2.ed. Vol.II. São Paulo: Makron Books. 1986.

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