Apostila Capitulo 03 - Pecas Tracionadas R00
Apostila Capitulo 03 - Pecas Tracionadas R00
Apostila Capitulo 03 - Pecas Tracionadas R00
3. Peças tracionadas
3.1. Generalidades
- cabos de aço,
Barras redondas são usadas como reforço de terças de telhado, como barras
tracionais de treliças de madeira ou concreto armado, como contraventamentos e
tirantes de arcos.
44
e se supõe que toda seção esteja solicitada por tensões iguais. Despreza-se a influência
de furos. Chama-se de resistência nominal de escoamento ou de plastificação ao valor
do esforço teórico aplicado neste instante (também chamado de resistência da seção)
dado por:
Nn= Ag . fy (3.1)
Onde:
45
Onde:
Daí por diante considera-se que as tensões sejam uniformes na área líquida e
aumentam até a ruptura ou estado limite de ruína. Como a ruptura deve ocorrer na
seção mais frágil da peça, neste estágio, os furos têm que ser levados em conta.
46
A ruptura de uma placa de aço com vários furos, quando submetida a tração,
pode ser difícil de ser determinada teoricamente. Há várias maneiras de se resolver o
problema, mas deve-se ter em mente que um processo para ser empregado no
trabalho de escritório deve ser simples e confiável. Processos complicados tornam o
projeto caro, enquanto que processos simples podem reduzir a resultados poucos
confiáveis. A NBR- 8800 adota a fórmula de Cochrane para cálculo da área líquida, para
a seção em zig-zag (ver figura 3.2):
2
S
b n=b−Σdf + Σ (3.3)
4g
Onde:
47
df = d + p + f (3.4)
onde:
d = diâmetro do parafuso;
Caso o furo seja feito com broca, pode-se adotar p = 0 e, para parafusos e furos
ajustados, isto é, parafusos usinados e furos feitos por brocas, pode-se reduzir a folga
entre o furo e o fuste do conector.
Exemplo 3.1.
Figura 3.3
48
Solução:
Diâmetro efetivo:
df = 16 + 2 + 2 = 20 mm
ABCD
bn = 165 – 2 x 20 = 125 mm
ABECD
2 2
60 60
bn = 165 – 3 x 20 + + =145 mm
4 x 55 4 x 45
ABEF
602
bn = 165 – 2 x 20 + =141 mm
4 x 55
ABEGH
2 2
60 20
bn = 165 – 3 x 20 + + =124 mm
4 x 55 4 x 45
Sendo então, bn = 12,4 cm, a área líquida vale: Na = 12,4 x 0,6 = 7,44 cm².
No Caso de perfis laminados, o cálculo da área líquida deve der feito a partir da
área da seção reta do perfilado (área bruta), que se encontra tabelada nos catálogos
dos fabricantes, pois a forma da seção é usualmente complexa, com várias curvas de
concordância. Para cantoneiras de abas de mesma espessura a NBR-8800 permite que
a área bruta seja determinada considerando-se que a seção transversal seja composta
de dois retângulos, de acordo com a figura 3.4. A área bruta pode ser calculada por:
Ag = (b1 + b2 – t) x t (3.5)
49
Exemplo 3.2
Solução:
A largura bruta pode ser calculada pela parte entre parêntesis da equação (3.5):
E a área bruta é:
50
Figura 3.6
g = 70 + 63 – 15 = 118 mm
Duas superfícies de ruptura possíveis são obtidas, ABCD e EFGHI, pois qualquer
outra recai em uma das anteriores.
Larguras líquidas:
ABCD:
EFGHI
2 2
5,0 5,0
Bn = 28,5 – 3 x 2,4 + + =22,52 cm
4 x 9,0 4 x 11,8
51
Como já foi exposto, nem sempre a superfície de ruptura por tração é plana. A causa
disso é um complexo fluxo de tensões que ocorre na região de transferência de
esforços (furos, soldas, etc.). Assim, em alguns casos uma peça sem furos (área bruta
igual à área líquida) ao ser tracionada rompe-se com tensões médias inferiores à
tensão de ruptura (fu) do aço que a compõe. Uma cantoneira tracionada, cuja ligação
se faz apenas por uma de suas abas
Figura 3.7 – Efeito de tensões localizadas. Fluxo de tensões e superfície de ruptura nas abas
de uma cantoneira na zona de ligação
(figura 3.7), pode se romper por uma superfície tal que sua resistência seja inferior à
resistência teórica da área líquida transversal ao eixo do esforço. Para calcular a
resistência de ruptura da barra a NBR-8800 determina a adoção de uma área efetiva.
A área efetiva é considerada igual à área líquida quando uma barra tracionada é
solicitada na ligação em todos seus elementos (alma e mesas), de tal forma que as
tensões de tração sejam introduzidas uniformemente por toda a seção, em outras
palavras, quando não houver regiões da seção transversal com tensões mais elevadas
52
do que em outras. Deve-se ter em conta que parafusos induzem esforços de forma
concentrada e a forma como estão distribuídos na ligação é importante.
Ae = Ct . An (3.6)
Onde:
a – Perfis I ou H cujas mesas tenham uma largura maior do que 2/3 da altura do perfil e
perfis T cortados desses perfis; com ligações nas mesas, tendo um mínimo de 3
parafusos por linha na direção do esforço para o caso de ligação aparafusada: C t = 0,90
(ver figura 3.10);
b – Perfis definidos acima que não atendam os requisitos anteriores e todos os demais
perfis, incluindo barras compostas, tendo um mínimo de 3 parafusos por linha na
direção da solicitação: Ct = 0,85;
c – Em todas as barras com ligações parafusadas, tendo somente dois parafusos por
linha na direção do esforço: Ct = 0,75 (ver figura 3.8).
53
Figura 3.10 – Perfis I, H ou T com um mínimo de 3 parafusos por linha na direção do esforço
ligados somente pelas mesas.
NR = ɸt . Nn = ɸt . Ag . fy (3.7)
Sendo ɸt = 0,90
54
Nn = Ae . fu (3.8)
Sendo:
NR = ɸt . fu = ɸt . Ae . fu (3.9)
Exemplo 3.3
Solução:
55
Exemplo 3.4
Solução:
56
Relação
N Rplast A g x 225.000
=
N Rruína Ae x 300.000
Ae
NRruína = NRplast x 1,33
Ag
Isso significa que a resistência a ruína só será determinante em peças em que A g ≥ 1,33
Ae.
Exemplo 3.5
P = 40 kN – sobrecarga;
Q = 8 kN – vento.
Solução:
57
Devidas a P:
tgα=
1,5
0,8
→ α =arctg ( )
1,5
0,8
=61,93 °
Do equilíbrio do nó A:
FAB x cos α = P/2
FAB = 1,06 P
Devidas a Q:
Reação vertical
0,8. Q
V= =0,27.Q
3
Do equilíbrio do nó A:
V = FAB . cosα
0,28.Q
F AB= =0,57. Q
cosα
58
Sd = 1,4 x (1,06 x 30) + 1,5 x (1,06 x 40) + 1,4 x 0,6 x (0,57 x 8) = 111,95 KN
111,95
n= =3,75 Adota-se 4 parafusos.
29,81
NR 111,95 ( KN )
Ag≥ = =4,98 cm ²
( )
ɸt . f y KN
0,9 x 25
c m2
Na tabela de cantoneira, escolhe-se uma cantoneira L63,5 x 4,8 mm, que tem,
conforme a tabela do fabricante, Ag = 5,94 cm².
Tem-se:
3,52
Linha II: b n=12,22−2 x 2,3+ =8,09 cm
4 x 6,52
59
O caminho crítico deve ser o mesmo. Então, a largura líquida é calculada por:
2
3,5
b n=12,06−2 x 2,3+ =7,94 c m
4 x 6,36
60
barra L63,5x4,8mm atende o ELP, mas não atende o ELR. Assim, A e = 3,88 cm². Neste
caso, a resistência de cálculo no ELR será:
3.4. Esbeltez
l
λ= (3.10)
r
Onde:
r=
√ I
A
= raio de giração da seção, sendo:
I = momento de inércia;
Exemplo 3.6
Determinar qual o comprimento máximo que pode ter uma barra de treliça
tracionada (principal) executada com uma cantoneira L 88,9 x 88,9 x 9,5 mm.
Solução:
Raio de giração mínimo rz = 1,94 cm, obtido na tabela de cantoneiras de abas iguais.
Então:
61
62