Tabagismo
Tabagismo
Tabagismo
Raquel Saito
https://www.youtube.com/watch?v=Qe84xvkNiIU
É a abordagem indicada para todos os fumantes das Unidades de Saúde da Família, inclusive para o caso em
questão.
Componentes das duas primeiras técnicas de abordagem
Perguntar e avaliar (PA) As perguntas sugeridas como
suficientes para avaliar o fumante quanto à sua dependência
de nicotina e ao seu grau de motivação para deixar de fumar
são:
a) Você fuma?
B) Há quanto tempo? (diferencia a experimentação do uso
regular; por exemplo, se o fumante diz fumar 5 cigarros por
dia e ter começado a fumar há 15 dias, de acordo com a
OMS ele ainda não é um fumante regular e encontra-se em
fase de experimentação).
b) Quantos cigarros fuma por dia? (pacientes que fumam 20 ou
mais cigarros por dia provavelmente terão uma maior chance de
desenvolver fortes sintomas de síndrome de abstinência na cessação
de fumar).
c) Quanto tempo após acordar acende o primeiro cigarro?
(pacientes que fumam nos primeiros 30 minutos após acordar
provavelmente terão uma maior chance de desenvolver fortes
sintomas de síndrome de abstinência na cessação de fumar).
d) O que você acha de marcar uma data para deixar de fumar?
(permite avaliar se o fumante está pronto para iniciar o processo de
cessação de fumar). Em caso de resposta afirmativa, perguntar:
Quando?
e) Já tentou parar? Se a resposta for afirmativa, fazer a pergunta “f
”.
f) O que aconteceu? (permite identificar o que ajudou e o que
atrapalhou a deixar de fumar, para que esses dados sejam
trabalhados na próxima tentativa)
Aconselhar e preparar (AP) Com base nas respostas às perguntas
acima, recomenda-se aconselhar o fumante a parar de fumar,
adaptando as mensagens ao perfil dele, levando em consideração
sexo, idade, existência de doenças associadas ao tabagismo etc. A
conduta deve estar de acordo com o interesse do fumante em deixar
de fumar, ou não, no momento da consulta. Os fumantes que não
estiverem dispostos a parar nos próximos 30 dias devem ser
estimulados a pensar sobre o assunto e ser abordados no próximo
contato. É importante que o profissional se mostre disposto a apoiá-
los nesse processo.
Acompanhar (A) O ideal é que todos os fumantes que estão em
processo de cessação de fumar sejam acompanhados com consultas
de retorno para garantir um apoio na fase inicial da abstinência, na
qual os riscos de recaída são maiores. O paciente precisa se
conscientizar de que o tabagismo é uma doença crônica, e que ele
não deve acender um cigarro ou dar uma tragada, pois poderá voltar
a fumar.
3. Abordagem específica/intensiva: abordagem em ambulatório
específico para atender os fumantes que querem deixar de fumar.
Pode ser feita individualmente ou em grupo e é indicada para
fumantes que foram identificados como motivados, durante as
abordagens anteriores, tentaram deixar de fumar, mas não
obtiveram sucesso, ou para aqueles que procuraram diretamente os
profissionais para esse tipo de apoio
Cronograma de acompanhamento após as 4 primeiras sessões,
tanto em grupo como individual, sugerem-se retornos de:
15 dias, 30 dias, 60 dias, 90 dias, 180 dias e 12 meses.
Nos grupos de cessação do tabagismo são dadas informações
sobre efeitos nocivos do tabagismo, crenças e receios
relacionados ao processo de cessação (engordar, ficar nervoso),
entendimento dos sintomas relacionados à síndrome de
abstinência, entendimento de situações que levam o fumante a
fumar (café, estresse etc.), estímulo de vida saudável (prática de
atividades físicas, dieta equilibrada), como agir no momento da
fissura, evitar situações que levaram anteriormente a recaídas,
relato de experiências e reforço positivo para as tentativas de
cessação, entre outros.
4. Abordagem dos fumantes que tiveram lapso ou recaíram
após uma abordagem básica/mínima: esses fumantes devem
ser abordados sem críticas, analisando-se as circunstâncias
de recaída, retornando ao processo da abordagem cognitivo-
comportamental (PAAPA) e estimulando-o a tentar
novamente. Muitos fumantes param definitivamente após
múltiplas tentativas
5. Abordagem para o fumante que não demonstra desejo de
parar de fumar: vários podem ser os motivos pelos quais
alguns fumantes não demonstram desejo de parar de fumar:
a) Falta de informação sobre os efeitos nocivos do
tabagismo; b) Falta de recursos financeiros; c) Crenças e
receios relacionados ao processo de cessação; d) Insegurança
devido a tentativas anteriores sem sucesso ou mesmo
recaídas; e) Não desejam realmente.
6. Suporte social e familiar:
apoio social consiste em reforçar as motivações para parar,
fortalecer as vantagens da cessação, aumentar a autoeficácia,
combater crenças e racionalizações em torno do consumo,
prevenir problemas residuais da cessação (aumento ponderal,
irritabilidade, humor negativo) e apoiar o fumante a resolver
a ambivalência se a motivação declinar.
O suporte social de amigos e familiares é fundamental na
resistência ao tabaco. Os ambientes livres de tabaco no
trabalho e em casa e o estímulo para que outros fumantes
busquem ajuda para a cessação contribuem positivamente
para fortalecer a recuperação.
Os pacientes que precisam de medicamento para cessar o
tabagismo são aqueles que apresentam maior pontuação (>5)
no teste de Fargestrom, tentativas prévias de parar sem
medicamento malsucedidas, síndrome de abstinência intensa,
início do tabagismo antes dos 17 anos, convívio com outros
fumantes, sexo feminino, doenças psiquiátricas (depressão
ou euforia), alcoolismo ou abuso de outras drogas e ausência
de contraindicações para utilização de medicamento para
auxiliar a parar de fumar.
Quanto às medicações disponíveis (Material complementar),
os CAPS AD ou centros credenciados pelo INCA fornecem
gratuitamente, em associação à intervenção cognitiva
comportamental.
A nortriptilina faz parte das medicações disponíveis no
programa Dose Certa do governo do Estado de São Paulo e
pode ser usada pelas equipes para indicar àquelas pessoas
que não têm acesso aos centros especializados e não têm
condições financeiras para adquirir os demais medicamentos.
Abordar a questão do tabagismo na gestação?
• Orientações: aconselhamento breve para cessação e
treinamento de habilidades para prevenir a recaída como
parte da rotina do pré-natal (grau/nível A).
• Informações: de forma clara, exata e específica, o mais
precocemente possível, sobre os riscos para o feto e para a
gestante, com orientações para deixar de fumar (grau/nível
A);
• Intervenções: preferir as intervenções intensivas com
profissionais treinados sempre que possível (grau/ nível A);
• Farmacoterapia: a farmacoterapia para cessação de fumar
pode trazer riscos para o feto. Portanto, apenas em casos de
fumantes pesadas em que a abordagem cognitivo-
comportamental não tenha tido sucesso pode ser
recomendada a associação da abordagem cognitivo-
comportamental com terapia de reposição de nicotina, dando
preferência à modalidade em dose intermitente com goma ou
pastilha.
Acompanhamento: as intervenções devem ser oferecidas em
todo o curso da gestação em razão dos benefícios que podem
advir da abstinência para o binômio gestante-feto em
qualquer fase da gestação (grau/ nível B).
http://videos.bol.uol.com.br/video/tabagismo-sus-disponibiliza-trata
mento-de-prevencao-0402CD993670C4895326
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Organização Pan-Americana da Saúde. Pesquisa especial
de tabagismo – PETab: Relatório Brasil / Organização Pan-Americana da Saúde. Rio de Janeiro: INCA, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva. Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz). O controle do tabaco no Brasil: uma trajetória. Rio de Janeiro: INCA, 2012.
Referencias CAVALCANTE, T. M. O controle do Tabagismo no Brasil: avanços e desafios. Revista de Psiquiatria Clínica. 32(5);
283-300, 2005.
Ribeiro Sandra Aparecida UNASUS/UNIFESP Tabagismo/Asma. Caso Complexo Maria do Socorro. 2015