Aula 1 Psicopatologia

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Fundamentos da

Psicopatologia
AULA 1

Psicopatologia

2
PSICOPATOLOGIA

Psico = psychê → psique, psíquico, alma.

Pathos = paixão excesso, sofrimento, patológico.

Logos = logica, discurso, narrativa, conhecimento.

Discurso, saber (logos), sobre a paixão, sofrimento (pathos) da mente, da


alma (psiquê).

Discurso sobre o padecer psíquico; discurso sobre o sofrimento psíquico.


Grécia pré-socrática = sofrimento psíquico era um castigo
dos deuses irritados com os homens.

Hipócrates = perda da razão ou do controle emocional, ou


HISTÓRIA seja, um desarranjo na natureza orgânica do homem. A
etiologia deveria ser buscada nas disfunções humorais.
Desta forma, a concepção se afasta da influencia divina na
loucura → visão organicista dos distúrbios mentais.

Visão medieval = associada à possessão demoníaca.


Século XIX (1801) = Pinel publica seu Tratado Médico
Filosófico sobre Alienação Mental → modifica radicalmente a
visão da loucura e inaugura uma nova especialidade médica =
psiquiatria.

HISTÓRIA O aparecimento da PSICOPATOLOGIA como disciplina se deu


com a publicação de Psicopatologia Geral de Karl Jaspers, no
século XX. O objetivo era descrever e classificar, de forma
minuciosa e sistemática, os transtornos mentais.

Ruptura epistemológica = Freud. Postulava que o sujeito – louco


ou não – sempre que falava, fala do, e a partir de seu pathos, que
aqui se confunde com a trama discursiva que o constitui. É esta
trama, inicialmente encarnada pelo Outro, que possibilita que o
pathos, como passividade, alienação, transforme-se, na situação
terapêutica, em percepção, em experiencia.
HISTÓRIA

• DENTRE AS INÚMERAS TENTATIVAS DE SUPERAR OS IMPASSES CRIADOS PELA


PLURALIDADE DE LEITURAS DO PATHOS, O EXPOENTE MÁXIMO, SEM DUVIDA, É
O DSM-5 (MANUAL DE DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DOS TRANSTORNOS
MENTAIS DA ASSOCIAÇÃO PSIQUIATRIA AMERICANA: APA) E A CID - 11
(CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE {0MS}) = NOMENCLATURA ÚNICA QUE FORNEÇA UMA LINGUAGEM
COMUM ENTRE PESQUISADORES E CLÍNICOS DE DIFERENTES ORIENTAÇÕES
TEÓRICAS, OU SEJA, UM SISTEMA ATEÓRICO.
• A psicopatologia é um ramo da
ciência que trata da natureza
essencial do transtorno mental,
PSICOPATOLO suas causas, as mudanças
estruturais e suas formas de
GIA manifestação. Ela pode ser
DEFINIÇÃO definida, em uma acepção mais
ampla, como o conjunto de
conhecimentos referentes ao
adoecimento mental do ser
humano.

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A Psicopatologia inclui diferentes abordagens, entre
elas a descritiva, a psicodinâmica e a integrada.

A abordagem Descritiva vai se preocupar com as formas das


alterações psíquicas e a recorrência dos sintomas, mais ou menos,
típicos em cada transtorno psicológico. A Psicopatologia
Descritiva vai depender de um levantamento e análise das
alterações apresentadas, que em conjunto, vão constituir os

Psicopatologi quadros sindrômicos.

a A Psicopatologia Dinâmica está centrada no conteúdo


da vivência particular do indivíduo que adoece, e não
necessariamente. na classificação dos sintomas .

Já a abordagem multidimensional e integrada da psicopatologia,


levará em conta influências biológicas, sociais, emocionais e
cognitivas e comportamentais, atuando em uma perspectiva
sistêmica e não linear – o que é de extrema importância na prática
psicológica atual.

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 Quando se estuda os sintomas
CONTEÚDO DOS psicopatológicos, costuma-se enfocar
dois aspectos básicos: a forma do
sintoma, isto é, sua estrutura básica,
SINTOMAS
relativamente semelhante nos
FORMA E

diversos pacientes (alucinação,


delírio, etc.) e seu conteúdo , ou seja,
aquilo que preenche a alteração
estrutural (conteúdo de culpa,
religioso, de perseguição, etc.).

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 O conteúdo geralmente é
mais pessoal e depende da
história de vida do paciente.
CONTEÚDO De um modo geral, os
DOS conteúdos dos sintomas estão
SINTOMAS relacionados aos temas
centrais da existência humana,
como a sobrevivência,
segurança e a sexualidade.

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 O conceito de
normalidade em
psicopatologia é uma
CONCEITO DE questão de grandes
NORMALIDAD controvérsias, pois a
E normalidade pode variar, e
muito, com a cultura, a
ideologia e a vivência de
cada indivíduo.

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 Quando se trata de casos extremos,
NORMALIDADE
CONCEIRO DE
onde as alterações comportamentais e
mentais são de intensidade acentuada e
de longa duração, o delineamento das
fronteiras entre o normal e o patológico
não é tão problemático.

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 Há muitos casos nos quais a
delimitação entre o normal e o patológico
é bastante difícil. Pode-se dizer, de uma
maneira geral, que há vários critérios de
CONCEITO DE normalidade e anormalidade em

NORMALIDAD psicopatologia, e a adoção de um ou de


outro depende, entre muitas coisas, das
E opções filosóficas, ideológicas e
pragmáticas do profissional, além de
variarem consideravelmente em função
dos fenômenos específicos com os quais
trabalhamos.

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• Quando se trata de casos extremos,
Comportamento cujas alterações comportamentais e
mentais são de intensidade acentuada e
Normal de longa duração, o delineamento das
fronteiras entre o normal e o patológico
e não é tão problemático. Entretanto, há

Comportamento muitos casos limítrofes, nos quais a


delimitação entre comportamentos e
Anormal formas de sentir normais e patológicas é
bastante difícil.

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• É também de suma importância a compreensão da
dificuldade de se definir o que é “anormal” e
“normal”. A definição mais amplamente aceita é
utilizada no DSM-5-TR e descreve como “anormais”
disfunções comportamentais, psicológicas ou
biológicas que são inesperadas em seu contexto
cultural e associadas à presença de sofrimento e
Anormal

prejuízo no funcionamento ou aumento de risco de


Normal

sofrimento, dor ou prejuízo. Dessa forma, deve-se


atentar as diferenças culturais e também ao que
acaba sendo “funcional” ou “disfuncional”.
e

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O indivíduo
tem o seguinte
pensamento: Porém,
normalidade x “com a existem
patologia ausência de doenças
doença, não silenciosas,
critérios de tenho dor, não
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normalidade como o câncer,
sinto nada, por exemplo.
logo, não estou
doente”.

Conceito de Normalidade
 Normalidade Ideal
 Normalidade Estatística
 Normalidade como Bem-estar
CONCEITO DE  Normalidade Funcional
NORMALIDAD  Normalidade como Processo
E  Normalidade Subjetiva
 Normalidade como Liberdade
 Normalidade Operacional

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 Norma ideal
arbitrariamente instituída
 Ex: Hitler massacra 6
milhões de judeus
baseado na situação de
Normalidade normalidade ideal.
Hoje: modelos
Ideal

magérrimas, anorexia e
bulimia.
 Depende de critérios
socioculturais e
ideológicos, muitas vezes,
dogmáticos e doutrinários.
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 Identifica norma e
frequência

Normalidade  Aplicabilidade para


Estatística fenômenos quantitativos

 Curvas estatísticas como


padrão de normalidade

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 OMS em 1958: “a saúde é
Normalidade
definida como o bem-estar
como
bem-estar físico, mental e social e não
apenas como a ausência de
sintomas”

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 Tal conceito baseia-se em
aspectos funcionais e não
necessariamente quantitativos.

Normalidade  O fenômeno é considerado


patológico a partir do
Funcional momento em que é
disfuncional e produz
sofrimento para o próprio
indivíduo ou para seu grupo
social.

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• Consideram-se os aspectos dinâmicos
do desenvolvimento psicossocial, das
Normalidade desestruturações e das
reestruturações ao longo do tempo,
como de crises, de mudanças
Processo próprias a certos períodos etários.
Esse conceito é particularmente útil
na chamada psicopatologia do
desenvolvimento relacionada a
psiquiatria e psicologia clínica de
crianças, adolescentes e idosos.
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É dada maior ênfase à percepção
subjetiva do próprio indivíduo em
relação a seu estado de saúde, às
suas vivências subjetivas. O ponto
Normalidade falho desse critério é que muitas
Subjetiva pessoas que se sentem bem,
“muito saudáveis e felizes”, como no
caso de sujeitos em fase maníaca
no transtorno bipolar, apresentam, de
fato, um transtorno mental grave.

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 Alguns autores de
orientação fenomenológica
e existencial propõem
conceituar a doença mental
Normalidade como perda daliberdade
como existencial. Dessa forma, a
saúde mental se vincularia
Liberdade às possibilidades de
transitar com graus distintos
de liberdade sobre o mundo
e sobre o próprio destino.

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 Trata-se de um critério
assumidamente arbitrário, com
finalidades pragmáticas
explícitas. Define-se, a priori, o
Normalidade que é normal e o que é
Operacional patológico e busca-se
trabalhar operacionalmente
com esses conceitos,
aceitando as consequências
de tal definição prévia.

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 Portanto, de modo geral, pode-se
concluir que os critérios de normalidade
Normalidade e de doença em psicopatologia
é… variam consideravelmente em função
dos fenômenos específicos com os quais
se trabalha e, também, de acordo com
as opções filosóficas do profissional ou
da instituição.
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 Além disso, em alguns casos, pode-se
utilizar a associação de vários critérios
Normalidade de normalidade ou doença/transtorno, de
é… acordo com o objetivo que se temem
mente. De toda forma, essa é uma
área da psicopatologia que exige
postura permanentemente crítica e
reflexiva dos profissionais.
27
REFERÊNCIAS

28
Obrigada!

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