Aula 5 - 14112023

Histó ria da
Educaçã o de
Surdos
Formação Língua Gestual Portuguesa - Paulo Domingues 2023/2024

Os surdos no
Egipto
No Egipto, os surdos eram adorados como deuses. Os
Egípcios acreditavam que estes transmitiam mensagens
secretas dos deuses ao Faraó , que por sua vez as
transmitia ao povo.
Assim, os surdos serviam de mediadores entre os

deuses e os Faraó s.
Era uma forma dos faraó s imporem o seu poder ao

povo, legitimando por pessoas especiais que tinham
ligaçã o aos deuses.

Em 1000 a.C. surgem as principais referências aos surdos na Histó ria judicial, com a Lei Hebraica,
(Talmude), as quais os categorizavam conforme os direitos e restriçõ es, limitaçõ es relacionadas
com a posse de propriedades e o casamento:
- Surdos e Mudos;
- Surdos (apenas);
- Mudos (apenas);

Surdos na
Grécia
Para os gregos, os surdos não eram
seres competentes, pois defendiam
que o pensamento só se desenvolvia
com a linguagem.
Em 355 a.C., Aristóteles dizia, "A

linguagem é a ferramenta que nos
permite compartilhar não apenas
palavras, mas pensamentos e ideias,
unindo as mentes humanas numa
rede de compreensão.“ A isto, o
filósofo defendeu que aqueles que
nasciam surdos, por não terem
linguagem eram incapazes de
raciocinar.
Surdos na Roma
Nos séculos V e VI a.C. iniciada a república, Roma

lançou-se na conquista da Península Itálica (altura de
quando a Toscânia dos povos Etruscos foi absorvida
nos séculos IV e III a.C.), unificando o território no
século III a.C.
Os romanos foram muito influenciados pelos gregos,

por isso, a sua posição em relação aos surdos era
idêntica, também viam o surdo como um ser imperfeito
e indigno de pertencer à sociedade.

Surdos na Idade Média
Após a queda do Império Romano, surgiu a decadência
da vida urbana, com o abandono das cidades, O
Feudalismo afirmou-se e desenvolveu-se o
Monaquismo, (dedicação à vida santificada, igreja), ou a
vida monástica.
Aqui, Santo Agostinho, filósofo e bispo cristão,

acreditava que aqueles que tinham filhos surdos
estavam a pagar pelos seus pecados. Porém, tem-se o
primeiro indício positivo dos Surdos, também dizia que
a sua forma de comunicação seria por gestos.

Em 700 d.C., em York, um arcebispo inglês,
John de Beverley, ensinou um surdo a falar,
uns dos primeiros documentos acerca da
tentativa de ensinar uma pessoa surda a falar,
contrariando as ideias de Aristó teles que
defendia que os surdos nã o podiam ser
educados:
Um rapaz que não ouvia nem falava

interrompeu o Arcebispo de York, enquanto este
rezava. O Arcebispo interessou-se logo, pois o
rapaz pareceu-lhe muito esperto. Começou de
imediato a ensiná-lo a ler e escrever, em
segredo.

Idade Moderna:
a época do Ensino
Surdo
No séc. XVI, fez-se pela primeira vez distinçã o
entre surdez e mutismo, no Livro De Inventionne
Dialéctica do educador alemã o Rodolfo Agrícola
em 1528. Este autor afirma ter conhecido um
surdo congênito que tinha aprendido a ler e a
escrever como se tivesse o dom da palavra.

Considerado o primeiro professor de surdos, que se
inicia a verdadeira educação dos surdos a nível mundial.
Viveu num mosteiro em Oña, Espanha, e o seu trabalho
serviu de base a vários educadores de surdos.
Fundou uma escola para surdos em San Salvador

Monasterio, em Madrid. Dedicou a maior parte da sua
vida a educar surdos, filhos de nobres.
Ensinava-os a falar, ler, escrever, rezar e a conhecer as

doutrinas do cristianismo. Alguns conseguiram
aprender latim.
Pedro Ponce de Leó n

Em 1620, Bonet publicou um livro em que se apresentava
como o inventor da arte de ensinar o surdo a falar, com o
título Redução das Letras e Arte para Ensinar a falar com os
Mudos, o primeiro tratado, a nível mundial sobre fonética
espanhola e geral, uma ciência até entã o desconhecida.
O seu método explicava que seria mais fá cil para o surdo

aprender a ler, se cada som fosse representado por uma
forma visível invariável, o alfabeto manual, (datilologia).
Juan Pablo Bonet

Médico inglês que, ao observar dois homens surdos a
argumentarem em língua gestual, passou a acreditar
que deveria existir um lugar para a língua gestual na
educaçã o dos surdos.
Bulwer publicou algumas obras importantes que

marcaram o início da educaçã o dos surdos e dos
estudos sobre a sua linguagem, das quais se destacou
Chirologia, ou Linguagem Natural da Mão de 1644, a
qual aborda os movimentos da fala e dos gestos
usados nos discursos.

Começou a ensinar surdos por razõ es religiosas. Para
muitos autores, foi o “criador” da Língua Gestual,
contudo, sabemos que já existia língua gestual antes
deles.
O grande mérito foi ter reconhecido que esta língua

existia, se desenvolvia e servia de base comunicativa
essencial entre os surdos. Desta forma, permitia que os
surdos tivessem acesso à palavra de Deus.
Através dos gestos que os surdos já conheciam, L’Epée

explicava conceitos abstratos. Utiliza a língua gestual
para ensinar a escrita, considerava uma língua com
gramá tica.
Escreveu o livro Instrução dos Surdos-Mudos pela

Abade L’Epée
Via dos Sinais Metódicos, em 1776.

L’Epée contruiu um sistema em que usava a língua gestual na ordem gramatical do francês, que sabemos nã o ser
igual e que incluía gestos inventados para palavras francesas, que nã o eram representadas na língua gestual.
Desta forma, ensinava a gramá tica do Francês através da Língua Gestual, os alunos conseguiam ler e escrever
qualquer texto em francês gramaticalmente correto, quando ditado em língua gestual.
Gestos Metódicos

Principais contributos para a educação dos surdos:
- Criação do Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris, primeira escola com vertente

educacional exclusiva a alunos surdos;
- Atribuição aos surdos do estatuto de humanos, ao reconhecer a existência da sua língua;
- Passagem da educação individual para a educação coletiva;
- Constatação de que o tempo que se perdia a ensinar o surdo a falar, devia ser aproveitado para
educá-lo;
- Demonstrações de surdos a se comunicar com outras entidades por língua gestual e a responder
por escrita;

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Nos séculos V e VI a.C. iniciada a república, Roma

Os romanos foram muito influenciados pelos gregos,

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Aqui, Santo Agostinho, filósofo e bispo cristão,

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Um rapaz que não ouvia nem falava

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Fundou uma escola para surdos em San Salvador

Ensinava-os a falar, ler, escrever, rezar e a conhecer as

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O seu método explicava que seria mais fá cil para o surdo

Juan Pablo Bonet

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Bulwer publicou algumas obras importantes que

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O grande mérito foi ter reconhecido que esta língua

Através dos gestos que os surdos já conheciam, L’Epée

Escreveu o livro Instrução dos Surdos-Mudos pela

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- Criação do Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris, primeira escola com vertente

- Atribuição aos surdos do estatuto de humanos, ao reconhecer a existência da sua língua;

- Passagem da educação individual para a educação coletiva;

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