Este documento discute a interação social e a linguagem de acordo com vários sociólogos. Aborda como a interação social é essencial para a identidade e como as expectativas mútuas influenciam o comportamento entre as pessoas. Também explora como os papéis sociais, a cultura compartilhada e as expectativas compatíveis facilitam a comunicação entre os indivíduos.
Este documento discute a interação social e a linguagem de acordo com vários sociólogos. Aborda como a interação social é essencial para a identidade e como as expectativas mútuas influenciam o comportamento entre as pessoas. Também explora como os papéis sociais, a cultura compartilhada e as expectativas compatíveis facilitam a comunicação entre os indivíduos.
Este documento discute a interação social e a linguagem de acordo com vários sociólogos. Aborda como a interação social é essencial para a identidade e como as expectativas mútuas influenciam o comportamento entre as pessoas. Também explora como os papéis sociais, a cultura compartilhada e as expectativas compatíveis facilitam a comunicação entre os indivíduos.
Este documento discute a interação social e a linguagem de acordo com vários sociólogos. Aborda como a interação social é essencial para a identidade e como as expectativas mútuas influenciam o comportamento entre as pessoas. Também explora como os papéis sociais, a cultura compartilhada e as expectativas compatíveis facilitam a comunicação entre os indivíduos.
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Interacção social e linguagem:
De acordo com Anthony Giddens (no livro Sociologia,
5ª Edição, Gulbenkian, 2007, pág. 695), é o "encontro social entre indivíduos. A maior parte das nossas vidas são povoadas por interacções de um tipo ou de outro. A interacção social refere-se a situações formais e informais nas quais as pessoas travam conhecimento umas com as outras. Uma sala de aula constitui uma ilustração de uma situação formal de interacção social; o encontro de duas pessoas numa festa ou numa rua é um exemplo de interacção informal." Interacção social e linguagem:
“É interessante notar (…) que a simples presença de outra
pessoa modifica qualquer ‘situação social’. Ninguém se comporta, quando há pelo menos um outro ser humano presente, da mesma maneira que se comportaria se estivesse inteiramente só” (Donald Pierse) Interacção social e linguagem: 1º - Dois jovens que mutuamente se olham. 2º - Fila numa paragem de autocarro. 3º - Jovens enviam mensagens por telemóvel
Formas de interacção social, ou seja, dos mecanismos
que os agentes sociais utilizam para comunicarem entre si, num determinado tempo e espaço.
1º Interacção focada e comunicação não
verbal. 2º Interacção não focada e comunicação não verbal. 3º Interacção à distância e comunicação verbal escrita Não há vida social sem interacção, isto é, comunicação. Ora, através da comunicação – e da linguagem, conjunto de regras e de símbolos reconhecíveis numa dada sociedade e num dado quadro cultural – que me reconheço como eu próprio, diferente dos demais, mas em estreito contacto com eles.
Só existe identidade através da troca comunicacional, do
contacto contínuo entre os agentes sociais.
Anthony Giddens: “As nossas rotinas diárias e as
interacções nas quais elas nos envolvem com os outros estruturam e formam aquilo que fazemos.” Eu não sou sem o outro. Normalmente precisamos sempre de um espelho para nos conhecermos melhor. A linguagem torna objectivo aquilo que é íntimo e subjectivo. "O Homem é um ser social. O ser capaz de viver isoladamente ou é um Deus ou é uma besta, mas não um ser humano." - Aristóteles
Erving Goffman (1922-1982), foi um dos sociólogos que
mais estudou as formas e contextos da interacção, tornando-se o co-fundador da corrente designada por interaccionismo simbólico. Goffman elegeu a vida quotidiana e as suas rotinas como objecto fundamental da análise sociológica.
O cerne da sua análise situa-se no estudo dos papéis sociais,
enquanto quadros de normas e regras de comportamento no interior dos quais se exprimem e individualizam as personalidades dos actores sociais, bem como as expectativas que criam a respeito uns dos outros. Papel social refere-se ao conjunto de normas comportamentos e direitos definidos social e culturalmente que se esperam que uma pessoa (actor social) cumpra ou exerça de acordo o seu estatuto social adquirido ou atribuído. Em todo o grupo há membros de diversos estatutos, uns de faixa superior e outros de faixa inferior e à cada estatuto corresponde um papel, isto é, um determinado comportamento em presença de outros. Nas sociedades contemporâneas, a origem regional, a pertença a uma classe social, evidenciam ritualizações que distinguem indivíduos e grupos, tomando por exemplo pequenos aspectos, como as formas de vestir ou de se apresentar publicamente. No contexto descrito, Goffman considera a interacção como um processo fundamental de identificação e de diferenciação dos indivíduos e grupos; de resto, os mesmos, isoladamente, não existem; só existem e procuram uma posição de diferença pela afirmação, na medida em que, justamente, são "valorizados" por outros. O actor de Goffman é definido pela interacção na qual está empenhado; todavia, ele não tem em vista nem as normas nem os valores derradeiros da sociedade, mas simplesmente o sucesso que lhe permite ser reconhecido por outrem. O sucesso assenta, não em critérios objectivos globais, mas na capacidade de manter a interacção e de fazer com que seja nela aceite com proveito seu. É, por outro lado, esta necessidade de manter a própria interacção que reclama estratégias de evitação e de civilidade. O problema maior do actor é, pois, o da «face», da encenação de si no seio de uma vida quotidiana que funciona ela própria como uma encenação. Mead (1953), com a sua obra, propunha, que a individualidade é formada por meio da sucessiva adopção dos papéis das diferentes pessoas que a rodeiam durante seu crescimento e existência. Especialmente durante a infância, até a total interiorização do sistema de relações sociais em que se situa. A transformação do indivíduo biológico em organismo ou pessoa dotada de espírito(1), ocorre por meio da intervenção da linguagem(2), que, por sua vez, pressupõe a existência de certa espécie de sociedade e certas capacidades fisiológicas. O desenvolvimento do indivíduo humano em uma pessoa, em sentido mais amplo, não se basearia simplesmente na adopção das atitudes de outros indivíduos para com ele e entre si, mas compreenderia as amplas actividades do todo social ou sociedade organizada (o outro generalizado). Somente quando o indivíduo adopte as atitudes do grupo social organizado a que pertence, no sentido de actividade social e cooperativa, se tornará pessoa completa. Pessoa é personalidade, porque pertence à comunidade, porque incorpora as instituições da comunidade, fundada na natureza cognitiva da consciência de si. Mead, evidencia o poder constitutivo do outro generalizado, face ao qual os indivíduos formam as suas identidades e incorporam os seus papéis. O outro generalizado é, assim, algo imaginado, uma representação social traduzida por uma espécie de sensação de que toda a sociedade, ou certos agentes e grupos, nos observam e controlam. Em função do limite criado por essas expectativas generalizadas que sobre nós recaem através da mediação da nossa classe social de pertença, género, etnia, papel social, etc., acabamos por moldar os nossos comportamentos e construir a nossa identidade. Existem três entidades fundamentais no estudo do tipo ideal de interacção: os actores, em presença da audiência ou público e a apresentação pública, cabendo à audiência o papel de sancionar ou consagrar essa representação. A projecção de uma dada impressão e a interpretação dessa impressão constituem dois momentos fundamentais no processo de interacção. O actor mesmo em situação de silêncio, não deixa de transmitir uma impressão. Goffman defende: “ Os actores podem deixar de se expressar, mas não podem impedir-se de exprimir alguma coisa”. No entanto, segundo Goffman, o espaço da interação é crucial, existindo uma “regionalização dos encontros”. Para ele existem as seguintes regiões: as fachadas – visíveis, permeáveis ao controlo social, apertadas por regras de educação e modelos mais os menos rígidos de apresentação e comportamento; os bastidores – onde os comportamentos relaxam, o controlo social é muito menos apertado. O espaço não é neutro. Pelo contrário circunscreve e modela as interacções, permitindo um maior ou menor número de opções para a acção. Fala-se de interacção social para descrever as relações entre duas ou mais pessoas, relações essas marcadas pela mútua influência. Numa situação de interacção social aquilo que uma pessoa X diz ou faz afecta o comportamento da pessoa Y. A simples presença dessa pessoa, mesmo que não diga nem faça nada, afecta o comportamento alheio. Por sua vez, o comportamento da pessoa X também é afectado pela presença da pessoa Y e por aquilo que ela diz ou faz. Por exemplo: se a pessoa X estiver presente a pessoa Y pode ficar embaraçada ao arrotar; se a pessoa X manifestar por palavras e gestos a sua incomodidade com o fumo do tabaco, a pessoa Y possivelmente apagará o cigarro ou irá fumar para outro lado. O comportamento de cada uma dessas pessoas será também afectado pelas expectativas mútuas. Assim, o comportamento do Ivo é afectado por aquilo que ele espera da Vera e por aquilo que ele acha que a Vera espera dele. E naturalmente também se verifica a situação inversa: o comportamento da Vera é afectado por aquilo que ela espera do Ivo e por aquilo que ela acha que o Ivo espera dela. Vejamos um exemplo. Se o Ivo e a Vera forem portugueses e estiverem apaixonados, passar-se-á provavelmente algo deste género: a Vera esperará que o Ivo se declare e achará que o Ivo espera dela um sinal de interesse e encorajamento. Por outro lado: o Ivo espera que a Vera lhe dê um sinal de interesse e encorajamento e acha que a Vera espera que ele se declare. O Ivo e a Vera são portugueses, ambos cresceram e foram educados em Portugal na mesma época. Por isso, foram alvo de processos de socialização bastante semelhantes. Adquiriram ideias semelhantes acerca dos papéis sociais de homem e de mulher e conhecem os costumes ligados ao namoro. Devido a essa socialização comum, os comportamentos que esperam um do outro são compatíveis e complementares. É preciso ainda referir que as expectativas que entram em jogo nas interacções sociais não dependem apenas dos papéis sociais, mas também da personalidade das pessoas envolvidas. Por exemplo: se o Ivo for uma pessoa muito tímida a Vera poder-se-á ver obrigada a tomar a iniciativa. A compatibilidade nem sempre existe nas interacções sociais. Por vezes, as pessoas esperam coisas bastante diferentes umas das outras, havendo então desencontros, confusões e conflitos. Isso pode suceder quando as pessoas que tentam interagir pertencem a sociedades diferentes e têm culturas diferentes – tal como é ilustrado nos exemplos dados por Paul Watzlawick nos textos a seguir apresentados. Mas pode também suceder quando as pessoas, apesar de pertencerem à mesma sociedade e de partilharem fundamentalmente a mesma cultura, têm experiências de vida bastante diversas e eventualmente algumas crenças e costumes diferentes. No livro de Phillipson e Lee Laing, Interpersonal Perception, podemos encontrar um exemplo dramático desta situação: Após oito anos de casados, marido e mulher descreveram uma das suas primeiras discussões. Esta ocorreu na segunda noite da lua-de-mel. Estavam ambos sentados no bar do hotel quando a mulher começou a conversar com um casal sentado perto deles. Para seu grande espanto, o marido recusou-se a tomar parte na conversa, manteve-se amuado, tristonho e contrariado, tanto em relação a ela como em relação ao casal. Ao aperceber-se da sua disposição ela zangou-se com ele por ter provocado uma situação social muito desagradável e por a ter feito sentir desamparada. Ambos se descontrolaram e acabaram por ter uma amarga discussão na qual cada um acusou o outro de falta de consideração. Agora, oito anos depois, descobriram que tinham abordado a situação “lua-de-mel” com duas interpretações muito diferentes, partindo ingenuamente do princípio que “obviamente” a situação tinha o mesmo significado na “língua” do outro. Para a mulher, a lua-de-mel era a primeira oportunidade que tinha de praticar a sua recém-adquirida posição social: “Nunca tinha tido uma conversa com outro casal como esposa. Era sempre a ‘namorada’, a ‘noiva’, a ‘filha’ ou a ‘irmã’”. A interpretação do marido acerca de “lua- de-mel” era, no entanto, de um período de convívio exclusivo, uma “oportunidade de ouro para ignorar o resto do mundo e simplesmente nos explorarmos um ao outro”. Para ele, a conversa da mulher com outro casal significava que ele era insuficiente para preencher as suas necessidades. E, mais uma vez, não havia um intérprete que se pudesse aperceber do “erro de tradução” de ambos. (…) Durante os últimos anos da Segunda Guerra Mundial e nos primeiros anos do pós-guerra, centenas de milhares de soldados americanos estiveram colocados na Grã- Bretanha, ou passaram por lá, o que facultou uma oportunidade única de estudar os efeitos de uma penetração em larga escala de uma cultura por outra. Um dos aspectos interessantes foi uma comparação entre os padrões do namoro. Tanto os soldados americanos como as raparigas britânicas se acusaram mutuamente de serem sexualmente atrevidos. Investigações acerca desta curiosa dupla acusação revelaram um problema interessante (…). Em ambas as culturas o comportamento do namoro desde a primeira troca de olhares até à consumação final consistia em cerca de 30 etapas, mas a sequência dessas etapas era diferente. Por exemplo, o beijo é uma das primeiras etapas no padrão norte-americano (ocupa, digamos, o quinto lugar) mas é uma das últimas do padrão britânico (podemos dizer que era a vigésima quinta etapa) no qual é considerado um comportamento altamente erótico. Por isso, quando um soldado americano achava que era a altura de dar um beijo inocente, a rapariga não só achava que ele tinha saltado 20 etapas daquilo que ela considerava uma relação como deve ser, como sentia que tinha de tomar uma decisão rápida: ou acabava com tudo e fugia, ou preparava-se para ter relações sexuais [pois gostava dele e não o queria perder, achando que era isso que ele queria]. Se escolhia a segunda hipótese o soldado via-se confrontado com um comportamento que, de acordo com as suas regras culturais, só podia ser considerado como desavergonhado num estádio tão inicial da relação.” Paul Watzlawick, A Realidade é Real?, Relógio D’Água, Lisboa, 1991, pp. 16-17 e 62-63. Papéis e estatutos sociais
O estatuto social é a posição que um indivíduo ocupa na
sociedade ou num grupo social específico, à qual estão associados diversos direitos. Dito por outras palavras: pelo facto de ocupar essa posição, o indivíduo pode legitimamente esperar certos comportamentos por parte das outras pessoas. Há estatutos muito bem definidos e socialmente regulamentados, como por exemplo os estatutos profissionais. Mas há também estatutos mais vagos e menos determinados socialmente, como por exemplo o estatuto de pessoa de meia- idade ou de amigo. O estatuto de doente pertence sem dúvida ao grupo dos estatutos vagos. Além de um pequeno núcleo de direitos óbvios, como ter tratamentos médicos adequados, não é muito claro o que deve um doente esperar das outras pessoas. Papéis e estatutos sociais
Papel social refere-se ao conjunto de normas
comportamentos e direitos definidos social e culturalmente que se esperam que uma pessoa (actor social) cumpra ou exerça de acordo o seu estatuto social adquirido ou atribuído. Em todo o grupo há membros de diversos estatutos, uns de faixa superior e outros de faixa inferior e à cada estatuto corresponde um papel, isto é, um determinado comportamento em presença de outros. No entanto, importa relacionar o papel com o lugar que os indivíduos ocupam na estrutura social e com a própria diferenciação e desigualdade social. Papéis e estatutos sociais Ora, conforme os recursos económicos, sociais, culturais e simbólicos que detém cada actor social e de acordo com a valoração positiva ou negativa que fazem dos rótulos que lhes estão intimamente associados, fazem escolhas dos seus papéis sociais diferenciadas.
O estatuto social resulta precisamente da avaliação que se faz
de um determinado papel social, em função de variáveis ligadas à estrutura mais profunda da sociedades, como o rendimento, a escolaridade, a ascendência, a idade, género, etnia, a religião, etc. De acordo com as épocas e os lugares, muda a importância relativa de cada uma destas varáveis estruturais. Papéis e estatutos sociais Os estatutos sociais podem ainda classificar-se em duas categorias:
Estatutos de atribuição ou inatos: o indivíduo não os
controla, já que nasceram com ele (ascendência, género, etnia…);
Estatutos de realização os adquiridos: resultam das
aquisições do indivíduo (escolaridade, profissão, modo de vida), condicionadas pelos recursos de que dispõe. Expectativas sociais Os papéis sociais são essenciais para a codificação de normas e condutas que orientam o jogo das expectativas da situação de interacção, conferindo-lhe alguma previsibilidade: eu sei o que posso esperar e exigir dos outros, os outros sabem o que podem esperar e exigir de mim…O papel social estipula, pois, limites à liberdade humana, conduzimo-nos para determinadas condutas, posturas e linguagens e influenciando as nossas aspirações. No entanto, os agentes sociais não interiorizam automaticamente as regras, normas e modelos de comportamentos associados a um determinado papel social. Existe uma margem variável de criatividade e de autonomia, a que acrescentamos um determinado estilo, “marca” ou “desempenho” do papel social. Na sociedades complexas é inevitável a multiplicidade e o conflito de papéis sociais, já que o actor social tem de desempenhar personagens diferentes. Grupo social Um grupo social é constituído por um conjunto de indivíduos que têm interesses comuns, uma situação e sentimentos de pertença a esse grupo e que possuem relações recíprocas.
Poderemos estar na presença de grupos sociais, quando a
interacção social entre sujeitos adquire uma certa sistematicidade e ganha uma determinada estrutura, orientação e enquadramento formal ou mesmo ritual. Para Gurvitch os grupos são “unidades colectivas reais, contínuas e activas”. Tal significa que constituem bem mais do que meros agregados sociais (conjunto de pessoas que se encontram num mesmo espaço físico). A interacção que se gera entre os membros de um grupo tem em vista, antes de mais, a prossecução de um ou vários objectivos comuns. Em suma, O GRUPO SOCIAL apresenta as seguintes características: -É distinto e distintivo – tanto pode ser identificado pelos seus membros como por elementos exteriores; - É estruturado – cada elemento ocupa uma posição específica relativamente aos demais, através da distribuição dos papéis sociais; - Promove interesses, objectivos e valores comuns; -Equaciona a relação entre meios e fins; - Exerce um maior ou menor controlo social sobre os seus membros, tendendo para a coesão.
Assim, os grupos têm um já um certo nível de consciência colectiva, isto
é de pertença a um Nós, por oposição a um Outro. Por isso mesmo, também, são fonte de identidades sociais. Um sujeito sente-se membro de um grupo de integração (partilha de objectivos, símbolos, rituais) mas, igualmente por diferenciação (existem barreiras físicas ou simbólicas, face aos restantes grupos). Grupo social
Grupos de pertença são aqueles em que estamos inseridos e
mais ou menos integrados, devido à classe e contexto social onde nascemos e vivemos, à família que temos e aos papéis sociais que desempenhamos.
Os grupos de referência são aqueles que o indivíduo, de um
modo geral não pertence, mas gostaria de pertencer, por constituírem referências por si valorizadas. Estes grupos exercem ascendência sobre os indivíduos, incentivando o seu desejo de identificação e pertença. É o caso do “jet set” que representa um “grupo” ao qual certo tipo de pessoas gostaria de pertencer, levando-as a imitar os seus modelos de comportamento. Grupo social
O conflito entre o grupo de pertença e o grupo de
referência revela-se, entre outros, nas experiências de mobilidade social, onde o indivíduo, enquanto mantém relações com o grupo de pertença, aceita, simultânea e voluntariamente, as normas e os valores do grupo de referência (muitas vezes em relativa oposição com os do grupo de pertença), adoptando-os como seus através de um processo de socialização antecipada. De salientar que a selecção de grupo de referência exige um conhecimento, entre outros, das normas e da posição do mesmo por parte do indivíduo, cuja identificação, por ser percebida, pode ser confusa ou errónea. A mobilidade social está sempre presente nas atitudes e realização de um indivíduo ou grupo. - A mobilidade social é viável pois os estratos são abertos, existindo entre eles canais de acesso, nomeadamente a instrução e, sendo permitida a competição.
A ascensão social depende mais do mérito e talento individuais do
que da ascendência social...
Não sendo uma situação muito vulgar, pode acontecer que o
indivíduo não consiga manter a posição em que nasceu, por não aproveitar as oportunidades oferecidas à partida pelos pais.
- Para que o indivíduo seja realmente aceite pelos membros do
estrato a que ele pretende ascender, é preciso que o indivíduo em mobilidade adquira os elementos culturais do novo estrato, de forma a agir de acordo com os padrões de comportamento respectivos – Socialização por antecipação. Ordem social e controlo social
Todas as sociedades, elaboram representações de ideais
colectivos, que dão origem a uma certa visão do mundo, em termos religiosos, políticos e económicos.
Na medida em que são partilhados pela grande maioria
dos membros da sociedade, esses valores tornam-se essenciais para manter a ordem social, suscitando sentimentos de solidariedade e união e desencorajando os conflitos entre os indivíduos e os grupos. O que se entende por ordem social? Trata-se de um conjunto interligado e relativamente estável no tempo de estruturas, instituições e práticas sociais que conservam e reforçam formas “normais”, ou socialmente aceitáveis de comportamento. Ordem social e controlo social
Guy Rocher, “ as maneiras de agir, de pensar e de sentir
exercem o seu constrangimento… porque se nos apresentam sob a forma de regras, normas, modelos, em que nos devemos inspirar para guiar e orientar a nossa acção, se quisermos que ela seja aceitável na sociedade em que vivemos”.
Aqui, está explicitado o princípio de orientação normativa
da acção social, ou os comportamentos regulados por normas colectivas, já referido por Durkheim sob a forma do “poder coercivo” que se impõe aos indivíduos a partir do seu exterior. Ordem social e controlo social
As normas são assim, “as regras de comportamento que
reflectem ou incorporam os valores de uma cultura”. CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS: -sociais, resultam da vivência em sociedade; -anteriores e exteriores aos indivíduos e deles independentes; -coercivas, pois o seu não cumprimento pode ser sancionado; -Não universais; -proporcionam a coesão social.
As normas têm como “função” determinar as atitudes e
comportamentos das pessoas e corporizam valores. Ordem social e controlo social
As normas podem assumir naturezas distintas:
Normas formais, que se traduzem nas leis aplicadas pelos estados e pelas organizações religiosas, económicas e outras.
Normas informais, expressa por via dos hábitos, costumes e
convenções implicitamente aceites pela sociedade.
O comportamento social é o produto da interiorização das normas
e dos valores aceites pela sociedade global por parte dos indivíduos e dos grupos, que ente si partilham tais normas e valores. Os comportamentos “normais” são os praticados pela maioria dos membros da comunidade, a qual dispõe de mecanismos para preservar esta normalidade e censurar os comportamentos desviantes, aplicando sanções. As sanções e o desvio
As normas sociais são acompanhadas de sanções que promovem
o conformismo. O controlo social adopta um conjunto de mecanismos que a sociedade encontra para que os indivíduos não se afastem das normas, dos valores e dos padrões de comportamento estabelecidos – tem por objectivo diminuir ou atenuar os comportamentos desviantes. Sanções - sistema de recompensas e punições que a sociedade desenvolve a fim de estimular os seus membros a aceitarem as normas existentes, podem ser: Positivas – implicam uma recompensa ou aprovação (elogio, boas notas, carícia…) Negativas – implicam uma pena ou desaprovação, isto é, são as sanções repressivas, correctivas ou punitivas (processo disciplinar, falta disciplinar, crítica…) Controlo social informal
Controlo social informal – aquele que se exerce através de
sanções informais ou não escritas – é em geral mais utilizado e eficaz, uma vez que é interiorizado pelo indivíduos através da socialização.
No entanto, nenhuma sociedade, pode dispensar o controlo
formal, nomeadamente para fazer face aos comportamentos desviantes mais graves.
O desvio, consiste na adopção de modelos comportamento
situados nas margens, ou mesmo fora, dos socialmente aceitáveis.