Mal Epilético
Mal Epilético
Mal Epilético
Recomendations of Epilepsy Foudantion of American’s Working Group on Status Epilepticus, JAMA, 1993
Crise epilética: excessivas descargas EEG hipersíncronas de um grupo de neurônios
capazes de deflagar uma alteração voluntária da consciência, do comportamente, da
sensação, motora ou função anatômica do corpo
1981 : Liga Internacional de Epilepsia = “ crise que persiste por tempo prolongado ou
é repetida tão freqüentemente que não ocorre
recuperação entre as crises” .
Menor é a probabilidade de cessação espontânea
Mais difícil é de controlar
Maior é o risco de morbilidade e mortalidade
Lowenstein DH, Bleck T, Macdonald RL. It's time to revise the definition of status epilepticus.
Epilepsia 1999;40(1):120-2.
EUA: incidência anual EME varia de 120.000 a 200.000
casos (1)
Faixa etárea pediátrica: 10-58/100.000 cç/ano (31.300
casos/ano)
Canadá: estudo de 10 anos de duração
Fonte: adaptado de Bleck TP, Refractory status epilepticus. Curr Opin Crit care. 2005
TIPO DE CLÍNICA EEG
CRISE
Metabólico/Genético
Hipoglicemia Hipoglicemia
Hipoglicemia Hiper/hiponatremia Hiper/hiponatremia
Hiper/Hiponatremia
Hipocalcemia Hipocalcemia Hipocalcemia
Hiperbilirrubinemia Distúrbios lisossomais
Acidemia Acidemia Idiopática
Defeitos do ciclo de uréia Def. do ciclo da uréia
Deficiência de piridoxina fenilcetonúria
Acidose lática esclerose tuberosa
Outros
Abstinência de narcóticos Malformação SNC Convulsão febril
Intoxicação exógena
EIM que cursam com epilepsia de difícil controle:
1) Hiperglicemia não cetótica
2) Deficiência de sulfito oxidase
3) Deficiência de adenilsuccinato liase
4) Deficiência de ptn transportadora de glicose (dç de DeVivo)
5) Leucinose
6) Fenilcetonúria
7) Deficiência de biotinidase: tratamento empírico com biotina, VO, 5 a 20 mg,
quando alterações cutâneas(rash) e capilares (alopecia) estão presentes
8) Deficiência de piridoxina (cofator na síntese do ác. Gama-aminobutírico –
GABA): teste com piridoxina EV 100 a 200mg.
9) Crises epiléticas dependentes do ácido folínico: em pacientes em UTIped se não
houver resposta recomenda-se o uso de ácido folínico
Antibióticos Psicofármacos
Penicilinas
Antihistamínicos
Isoniazida
Antidepressivos
Metronidazol
Antipsicóticos
Fenciclidina
Anestésicos,
Antidepressivos tricíclicos
narcóticos
Halotano, enflurane
Cocaína, fentanil
Ketamina
ALTERAÇÕES OCORREM:
NÍVEL CELULAR
NÍVEL SISTÊMICO
NÍVEL CELULAR - NORMAL
Impulsos nervosos = potencial de ação da membrana
neuronal
Membrana neuronal: - 80mV ([Na] extracelular, [K] e [Cl]
ação
Impulsos inibitórios: regulam e evitam descargas excessivas
Duração da Convulsão
Fase I
- Durante os primeiros 20-30
minutos
- Aumento do fluxo
sanguíneo e consumo de
oxigênio cerebral
Fase II
- Após cerca de 30 minutos
- Falência dos mecanismos
compensatórios
< 30 MINUTOS > 30 MINUTOS HORAS (REFRATARIEDADE)
Alterações sistêmicas
0 min 60 min
• Hipoxia e hipercapnia
1. Ventilação
(rigidez torácica devido ao espasmo muscular)
2. Hipermetabolismo
(consumo O2, produção CO2)
3. Dificuldade de eliminar secreções
4. Edema pulmonar neurogênico?
HIPOXIA
• Hipoxia/anóxia aumentam marcadamente (triplo?) o risco de
mortalidade no EME
• Convulsões (sem hipoxia) são muito menos perigosas que
as convulsões que cursam com hipoxia
- Complicação rara nas
crianças com EME
- Normalmente ocorre
como uma
consequência de
aumento marcado da
pressão vascular
pulmonar durante o
EME
Johnston SC. Postictal pulmonary edema requires pulmonary vascular pressure increases. Epilepsia 1996;37(5):428-32
Fase hiperdinâmica
Fluxo sanguíneo
cerebral cobre as
Necessidades de O2 necessidades de
O2
Exaustão
Fluxo sanguíneo
cerebral diminui à
Fluxo medida que se
sanguíneo
instala hipotensão
Pressão
Exaustão dos
arterial
Hiperdinâmico Exaustão
mecanismos de
auto regulação
Duração da Inicio da lesão
convulsão
cerebral
Lothman E. Neurology 1990;40(5 Suppl 2):13-23.
Fase
hiperdinâmica
Hiperglicemia
Fase exaustão
Glicose
Desenvolvimento de
EME hipoglicemia
Hipoglicemia aparece
30 min precocemente na
EME + hipoxia
presença de hipoxia
Duração da convulsão
Inicio da lesão
cerebral
Considerando que as chances de uma cç tornar-se epilética após uma única crise não
provocada pode chegar a 37% e o risco de epilepsia após um EME não provocado
varia de 25 a 40%, pode-se concluir que o EME NÃO contribui de forma
significativa para a epileptogênese na infância.
↓ ↓
1ª Escolha: 2ª Escolha
DIAZEPAM MIDAZOLAM
0,3mg/Kg/dose EV, IO ou 0,05 a 0,2mg/Kg/dose EV
0,5mg/Kg/dose RETAL ou IM, RETAL ou IO
(máx. 10mg) (máx. 5mg)
Repetir até 3 vezes
Pouco lipossoluvel Diazepam
Inicio de ação de 2 minutos
Muito lipossolúvel
Efeito anticonvulsivante durante
Inicio de acção imediato
6-12 horas
Rápida redistribuição
Menor depressão respiratória que
Perda rápida da
o diazepam actividade anti
convulsivante
Midazolam: 0,2 mg/kg, IM
Efeitos colaterais
Bem hidrossolúvel persistentes:
Solução aquosa é rapidamente absorvida,
Hipotensão
início de efeito anticonvulsivante após 2 Depressão respiratória
minutos
1) Estudo com 24 cç com crises de pelo menos 10
minutos
Diazepam IV X midazolam IM
Fenitoína Fosfenitoína
Perfusão de Propofol 5 -10 mg/kg/hora depois de bólus de
2mg/kg
Perfusão de Midazolam 1-32 mcg/kg/min após bólus de
0,15mg/kg
Perfusão de Pentobarbital 1 - 3 mg/kg/h após bólus de
10mg/kg OU Tiopental 3 a 5 mg/Kg/dose, EV, iniciar
contínuo 10mcg/Kg/min e aumentar até controle da
convulsão
Paraldeído: o seu uso deixou de ser permitido no Homem.
Isoflurano
EFEITOS COLATERAIS:
1. Hipertrigliceridemia
2. Sd da infusão do propofol: rabdomiólise, acidose metabólica,
choque hemodinâmico, insuficiência renal, óbito
Dose: iniciar 2 mg/kg/dose (ataque). Dose de manutenção entre 2
e 10 mg/kg/hora em infusão contínua. Após o controle da crise,
reduzir para 1 a 3 mg/kg/hora. Utilizar EEG para titular dose. A
interrupção completa das descargas ou o surgimento de padrão de
surto-supressão (2 a 8 surtos por minuto) indica o momento para
iniciar a redução da dose do propofol
Limitar a dose abaixo 5 mg/Kg/h parece evitar ef. colaterais
Alternativas:
# Lidocaína: ataque 1 a 2 mg/Kg/dose e EV. Dose de manutenção de 6
mg/kg/hora (crianças) e 1,5 a 3,5 mg/kg/hora (adolescentes) em infusão
contínua.
Utilizar EEG para titular dose. A interrupção completa das descargas ou o
surgimento de padrão de surto-supressão (2 a 8 surtos por minuto) indica o
momento para iniciar a redução.
# Ketamina: utilizada nos casos de EME por intoxicação exógena; até 30 min
do início do quadro: 10mg/Kg/dose; após 2 horas dose de 60mg/Kg/dose,
podendo repetir por até 3 vezes
Antagonista do receptor NMDA
Topiramato: age tanto nos receptores GABA como nos canais de
Na e Ca;
apresentação em cápsula de 15 mg e comprimidos de 25, 50 e 100
mg): poucos estudos sobre sua eficácia no estado de mal
epiléptico refratário.
Dose inicial de 2 mg/kg/dia e dose máxima de 12 mg/kg/dia,
divididas em 3 tomadas. Não exceder 500 mg/dia. As doses
podem ser ajustadas entre 24 e 72 horas.
Administração: O medicamento deve ser amassado, diluído em
água e administrado via sonda nasogástrica.
Levetiracetam: age em vários sítios do SNC;
promissor mas sem evidências suficientes
VITAMINA B6
Acido valproico EV
Cirurgia: casos refratários, com um foco irritativo
VI) CONVULSÕES NO PERÍODO NEONATAL
1. Maior predisposição:
- Processo de amadurecimento cerebral: estrutura mais vulnerável
- Predomíneo de sistemas excitatórios-maior acúmulo de potássio no
intracelular
- Neurotransmissores com atividade inibitória no SNC maduro têm atividade
excitatória no imaturo
- Propagação da atividade ocorre com maior facilidade no SNC imaturo
- Estruturas subcorticais como a substância negra passa a funcionar como
amplificadores da atividade epileptogênica no SNC imaturo
Medidas iniciais:
- AFASTAR CAUSAS METABÓLICAS E INFECCIOSAS
-aspiração VAS, oxigenação e ventilação, acesso venoso, dextro,
eletrólitos e hemograma
B6 (50 a 100mg)
-Sd de abstinência associada ao uso de drogas materno:
clorpromazina(3mg/Kg/d) e fenobarbital(5mg/Kg/d)
Teste rápido de glicemia em todos os casos: se abaixo de 40 mg/dl,
infundir 2ml/kg/dose de glicose a 10% EV em bolus. Repetir o teste
rápido de glicemia e a administração de 2ml/kg/dose de glicose a 10%
EV em bolus até que o valor encontrado esteja acima de 40 mg/dl.
Droga de primeira linha:
115/min, TA 105/60mmHg.
Gasometria arterial :
E agora?
Após 20mg/kg de Fenobarbital, e metade da
infusão de NaCl a 3%, a atividade convulsiva
cessou.
Considerar fazer um TAC, planejar uma PL e
iniciar antibióticos
Suspeitar de convulsões elétricas (EME não
convulsivo) nesta criança
1. Fountain NB. Status epilepticus: risk factors and complications. Epilepsia
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2. Treatment of convulsive status epilepticus. Recommendations of the
Epilepsy Foundation of America's Working Group on Status Epilepticus.
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3. Bassin S, Smith TL, Bleck TP. Clinical review: status epilepticus. Crit
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4. Bleck TP. Management approaches to prolonged seizures and status
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5. DeLorenzo RJ, Towne AR, Pellock JM, et al. Status epilepticus in
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7. Lowenstein DH, Bleck T, Macdonald RL. It's time to revise the definition
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8. Orlowski JP, Rothner DA. Diagnosis and treatment of status epilepticus.
In: Fuhrman BP, Zimmerman JJ, editors. Pediatric Critical Care. St.
Louis: Mosby; 1998. p. 625-35.
OBRIGADA !!!