Convulsao Na Infancia
Convulsao Na Infancia
Convulsao Na Infancia
(Aula Medcel, apost medcurso 2016, tratado SBP 2017 e pauta imip)
OI: Para diferenciar de situações que simulam crises epilépticas, observa-se que crises
epilépticas não param com restrição passiva e não se alteram quando se chama a
atenção ou se movimenta a criança. O paciente que simula crise mantém seus reflexos de
autoproteção e localiza estímulo doloroso. Movimentos bilaterais sem perda de
consciência raramente correspondem à crise epiléptica.
Avaliacao após a convulsão:
◦ Avaliacao imediata (pronto socorro): descartar doenca grave como: meningite,
sepse, TCE, ingestao de drogas. Procurar sinais de infecção e de irritação
meníngea, sinais de hipertensão intracraniana (abaulamento de fontanela,
bradicardia, hipertensão, alterações do ritmo respiratório e edema de papilas à
fundoscopia), sinais externos de trauma e sinais de doenças sistêmicas
crônicas.
◦ Historia:
▪ Foi uma convulsao? O que a provocou? OI: Geralmente os pais mostram
melhor o quadro do que descrevem.
OI: Fatores precipitantes: doença sistêmica atual, febre ou infecção;
sintomas neurológicos, convulsões prévias; trauma; ingestão de
medicamentos ou tóxicos; vacinação recente; doenças crônicas.
▪ Teve estado pos ictal (sonolencia)
▪ Definir inicio: focal ou generalizado.
OI: Em convulsoes de inicio focal, em adulto → lesao localizada no SNC.
Em criancas → investigacao! Nas criancas é comum comecar focal, e
quando você investiga não ser nada localizado no SNC. Logo essa
associacao de convulsao focal e lesao localizada é mais comum no adulto.
Duracão (OI: estado de mal epileptico: crise >=30 min), Nivel de consciência
(na generalizada geralmente se perde a consciência; e na focal pode perder
ou nao), Aura (prenuncio.. ex: escotomas cintilantes, cheiros diferentes etc.
Em criancas a principal aura é dor abdominal e estar se sentindo estranha),
Perda do controle esfincteriano (principalmente vesical).
OI: a presenca de aura precedendo a crise indica inicio focal, portanto é
sugestiva de crise parcial simples que evoluiram para crises parciais
complexas!!!
▪ Questionar se teve historia familiar de convulsoes (sugere epilepsia).
◦ Exame fisico:
▪ Busca de uma causa organica: perimetro cefalico (macro, microcefalia),
peso e estatura (erro inato metabol...), exame neurologico (Qualquer
alteracao focal = exame de imagem. Fazer fundo de olho), dismorfismo
facial, hepatoesplenomegalia, lesoes de pele (desordem neurocutanea: a)
Esclerose tuberosa: calcificacoes cerebrais e lesoes hipocromicas em pele.
b) Neurofibromatose: no min 5 manchas café com leite, geralmente ha
historia familiar. É associada com neoplasias do SNC)
▪ Imediatamente após a crise, o exame neurológico mostra sonolência, ataxia,
confusão mental e irritabilidade. A presença de déficits neurológicos focais e
alteração prolongada da consciência são sinais de risco que devem ser
pesquisados. Em alguns casos, após uma crise focal, pode haver déficit
neurológico focal, acometendo o mesmo lado do corpo que a crise que o
antecedeu, que se resolve em até 24 horas após o final da crise. Esta é a
chamada paralisia de Todd e não se associa a lesões neurológicas
permanentes.
◦ Exames complementares:
▪ Dependendo do quadro podem ser indicados, glicemia capilar à beira do
leito (realizar imediatamente em pacientes em EME); eletrólitos e
gasometria arterial; hemograma e hemocultura (se suspeita de infecção);
triagem toxicológica (quando não houver causa aparente); amônia sérica e
pesquisa de erros inatos do metabolismo (por meio da dosagem de
aminoácidos na urina e de ácidos orgânicos no sangue; quando houver
sinais de doença sistêmica e não houver causa identificada); dosagem
sérica de drogas antiepilépticas (para todas as crianças que usarem
habitualmente essas drogas).
▪ Indicacoes de coleta de LCR: sinais de irritação meníngea; toxemia; período
pós-ictal prolongado ou alteração mantida da consciência; crises no período
neonatal.
▪ Indicacoes de TC de cranio: história ou sinais externos de trauma; doença
neurocutânea; pacientes portadores de derivação ventrículo-peritoneal;
sinais clínicos de hipertensão intracraniana; crises focais; déficits
neurológicos focais; estado pós-ictal prolongado; estados hipercoaguláveis
(p.ex., anemia falciforme e síndrome nefrótica); doenças hemorrágicas
(hemofilias ou outras deficiências de fatores de coagulação, plaquetopenia
ou disfunção plaquetária); estados de imunossupressão (aids, neoplasias).
Se a TC estiver indicada, fazer antes de realizar a coleta do LCR.
▪ Indicacao de EEG: suspeita de EME não convulsivo ou de atividade de crise
refratária; ou se a 1a crise não provocada.
◦ Tratamento: Evita lesao neuronal e complicacoes sistemicas relacionadas a
crises prolongadas.
▪ Manejo inicial: colocar paciente em local seguro, garantir via aerea pervia,
ventilacao e circulacao adequadas, oferecer oxigenio suplementar e obter
acesso venoso. Monitorizar!
▪ Crises que duram > 3-5 min devem ser medicadas. Quando o paciente
chega ao servico em crise e não é possível determinar há quanto tempo ela
vem ocorrendo, considerar crise prolongada ou EME.
▪ Realizar HGT (se hipoglicemia: correcao rapida com push endovenoso com
glicose 25% 2-4 ml/kg de peso). Piridoxina (50-100 mg/dose IV ou IM) está
indicada em RN e criancas com diagnostico de intoxicacao por isoniazida.
▪ Droga inicial: benzodiazepinico: lorazepam (inicio de acao rapido e meia
vida longa, IV ou IM), diazepam (IV ou VR), midazolam (IV, IM, intranal e
bucal). A dose pode ser repetida ate 3x para resolucao da crise. Se o
benzodiazepinico usado não for lorazepam devemos iniciar uma droga
antiepileptica de manutencao rapidamente. Quando o BZP não resolve a
crise → fenitoina (ataque; excelente droga no tto de urgencia da EME poi
não rebaixa nivel de consciência), caso se mantenha → fenobarbital ou
acido valproico em dose de ataque. Caso não resolva = EME refratario, e as
opções de tto serão: midazolam IV, tiopental, propofol, topiramato, em
ambiente de UTI.
1) CONVULSÕES FEBRIS
ESPASMOS INFANTIS
(Sd. de West ou espamos infantis ou hipsiarritmia)
Inicio: 4-8 meses de vida (lactente). Pode durar toda vida. É uma forma grave de
epilepsia.
Tipos: flexor (movimentos de saudacao: flexiona cabeca, tronco), extensor
(extende e abduz os bracinhos; como se fosse um reflexo de moro, mas este é
normal ate os 4 meses) e mistos*
Quadro clinico: espasmos infantis e atraso no desenvolvimento.
EEG: hipsiarritmia (EEG caotico): Desorganização marcante e constante da
atividade basal; Elevada amplitude dos potenciais; Ondas lentas delta irregulares
de voltagem muito elevada; Períodos, habitualmente breves, de poli ondas e
polipontas-onda; Períodos de atenuação da voltagem que, em alguns casos,
parece chegar ao "silêncio" elétrico
Classificacao: criptogenico ou sintomatico* (criancas que tiveram alguma
agressao: infeccao congenita, hipoxia neonatal…)
Prognostico: se tipo criptogenico (minoria): prognostico otimo. Se sintomatico:
pessimo.
Patogenese: lesao hipotalamico com derramamento de CRH (hormonio liberador
de corticotrofinas) no SNC. O CRH age na hipofise para liberar ACTH, que age na
suprarrenal para liberar corticosteroides.
TTO: Dar ACTH (faz feed back negativo, inibindo o CRH). Alternativa: corticoide.
Se refratario: acido valproico, vigabatrina.
OI: Caso clinico: crianca com linfoma, fez QT e teve convulsao tonico clonica
generalizada. Hipoteses: sepse em neutropenico / disturbio eletrolitico / reacao a drogas /
meningite carcinomatosa / sangramento em SNC. Se tem historia familiar positiva para
epilepsia, pode pensar nela tambem.
Definicao: 1 Crise que dura >30min ou varias crises sem recuperacao do nivel de
consciência entre elas, durante 30 min.
Tendem a se iniciar entre o 3o -7o dia de vida. O cerebro neonatal imaturo é mais excitavel
e pode não sustentar atividade epileptiforme prolongada. Assim, as crises no periodo
neonatal podem ser subitas e dificeis de reconhecer, com manifestacoes que incluem
movimentos anomalos dos olhos, labios ou língua, movimento de pedalar ou apneia. A
grande maioria é crise sintomatica aguda, e secundario a eventos hipoxicoisquemico,
infeccao. O RN com crise epileptica deve ser internado e receber estabilizacao inicial da
VA, respiracao e circulacao. A glicemia de jejum deve ser realizada imediatamente e
deve-se corrigir hipoglicemia com valores abaixo de 40 mg/dL. São necessários
realização de ultrassonografia transfontanela ou TC de crânio, coleta de eletrólitos,
gasometria arterial, hemograma e hemocultura, cálcio e magnésio séricos, análise de
urina tipo I e urocultura e triagem toxicológica. O LCR deve ser coletado e avaliado para
as possibilidades de meningite ou encefalite, principalmente pelo vírus herpes. Se não
houver causa identificada, fica indicada a pesquisa de erros inatos do metabolismo. Pelo
maior risco de depressão respiratória associado ao uso de benzodiazepínicos, a primeira
escolha terapêutica é o fenobarbital. O recém-nascido deve receber antibioticoterapia de
amplo espectro e pode-se considerar o uso de aciclovir, até que se tenha afastado a
hipótese de infecção do SNC.