Metabolismo de Ácidos Graxos

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METABOLISMO DE

ÁCIDOS GRAXOS
Prof. Felipe Parizoto
Biomédico
• Os triacilgliceróis constituem a principal reserva de energia para a geração de ATP
do organismo e a maior fonte endógena de combustível durante o jejum.

• Fornecem cerca de metade das necessidades energéticas do coração e músculos


esqueléticos em repouso ou em exercício moderado.

• Os triacilgliceróis são armazenados em glóbulos de gorduras no citoplasma de


células do tecido adiposo.

• As células adiposas são especializadas para síntese, armazenamento e hidrólise de


triacilglicerol.
• Grande parte das necessidades energéticas do organismo é suprida
pelos ácidos graxos mobilizados a partir dos triacilgliceróis
armazenados no tecido adiposo. Os ácidos graxos são oxidados a
acetil-CoA em mitocôndrias, com a produção de NADH e FADH2

• Os produtos formados são utilizados na mitocôndria para a geração


de energia via ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa.
• Na utilização de ácidos graxos para a geração de energia observa-se que:
• Durante jejum, triacilgliceróis do tecido adiposo são hidrolisados pela lipase
controlada por hormônios, produzindo ácidos graxos livres. A hidrólise de TAG
também libera glicerol, que é metabolizado separadamente.

• Ácidos graxos livres liberados do tecido adiposo são transportados associados de


modo reversível com a albumina plasmática.

• Ácidos graxos livres presentes no sangue são captados pelo fígado, músculos e
tecidos humanos em geral, exceto hemácias e cérebro. Também entram nas células
os ácidos graxos livres liberados pela ação da lipoproteína lipase sobre as VLDL
(lipoproteínas de densidade muito baixa) e quilomícrons.
• Para serem oxidados, os ácidos graxos são ativados para formar acil-CoA.

• Na mitocôndria e peroxissomos os carbonos são liberados, dois de cada


vez, para formar acetil-CoA por um ciclo de reações conhecido como β-
oxidação

• Nos músculos e tecidos humanos em geral, a acetil-CoA é metabolizada


pelo ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa para gerar ATP; no fígado,
a acetil-CoA sintetiza principalmente corpos cetônicos.
MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS A
PARTIR DE TRIACILGLICERÓIS NOS
ADIPÓCITOS
• No estado pós-prandial (absortivo), os ácidos graxos de fontes
alimentares e sintetizados no organismo são esterificados a
triacilgliceróis e armazenados em glóbulos de gordura no citoplasma
das células do tecido adiposo.

• Durante jejum, exercício vigoroso e em resposta ao estresse, os


triacilgliceróis armazenados nos adipócitos são hidrolisados a ácidos
graxos e glicerol pela ação da lipase controlada por hormônios
• Os hormônios adrenalina (epinefrina) e glucagon, secretados em
resposta a baixos teores de glicose no sangue, ativam a enzima
adenilato ciclase na membrana plasmática dos adipócitos para formar
AMP-cíclico (cAMP) a partir de ATP.

• Teores elevados de cAMP estimulam a proteína cinase A dependente


de cAMP (PKA), que ativa a lipase controlada por hormônios e a
pirilipina A, uma proteína que recobre as gotículas de gordura
• A hidrólise de triacilgliceróis no adipócito é um processo catalisado por três
lipases que atuam, consecutivamente, sobre o triacilglicerol, diacilglicerol e
monoacilglicerol, liberando um ácido graxo em cada estágio.

• Dessas lipases, a lipase controlada por hormônios catalisa a etapa limitante


e, consequentemente, sua atividade no processo de lipólise é no
suprimento de ácidos graxos para outros tecidos.
• O glicerol é conduzido ao fígado e fosforilado a glicerol-3-fosfato.

• O glicerol-3-fosfato é oxidado pela via glicolítica ou usado na


gliconeogênese.

• Os ácidos graxos de cadeia longa liberados dos adipócitos não são


solúveis no plasma sanguíneo e são transportados pelo sangue
ligados à ALBUMINA para serem distribuídos aos diferentes tecidos
para os quais servirão como combustíveis.
OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS
• A maioria dos ácidos graxos oxidados no organismo é liberada de
triacilgliceróis do tecido adiposo. Os ácidos graxos são degradados por β-
oxidação na matriz mitocondrial em uma sequencia repetitiva de reações
que produzem moléculas de dois carbonos de cada vez (acetil-CoA).

• A maioria dos ácidos graxos oxidados no organismo é liberada de


triacilgliceróis do tecido adiposo. Os ácidos graxos são degradados por β-
oxidação na matriz mitocondrial em uma sequência repetitiva de reações
que produzem moléculas de dois carbonos de cada vez (acetil-CoA).
• Os equivalentes redutores formados durante a oxidação são
capturados para formar FADH2 e NADH, utilizados para dirigir a
fosforilação oxidativa. Na maioria das vezes, as unidades de acetil-CoA
geradas na β-oxidação são posteriormente oxidadas no ciclo do ácido
cítrico, gerando FADH2 e NADH adicionais, que também serão usados
para a produção de ATP.
ATIVAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS

• No citoplasma celular, os ácidos graxos são ativados pela ligação com


a coenzima A para formar acil-CoA (forma ativada do ácido graxo).

• A reação é catalisada pela acil-CoA sintetase, que necessita de ATP


para sua ação. Essa reação ocorre na membrana mitocondrial
externa.
Transporte de ácidos graxos ativados para a
matriz mitocondrial
• A membrana interna da mitocôndria é impermeável a acetil-CoA, e somente os
radicais acila são introduzidos na mitocôndria, ligados à Carnitina

• Sistema utilizado para transporte de radicais acila:


1. Na face externa da membrana interna, a carnitina-acil transferase I transfere o radical acila
da coenzima A para a carnitina.
2. A acil-carnitina resultante é transportada através da membrana interna por uma
translocase específica.
3. Na face interna, a carnitina-acil transferase II doa o grupo acila da acil-carnitina para uma
coenzima A da matriz mitocondrial, liberando a carnitina.
4. A carnitina retorna ao citossol pela mesma translocase. É desta forma, portanto, que o
radical acila dos ácidos graxos atinge o interior da mitocôndria, onde ocorre a sua oxidação
β-Oxidação ou ciclo de Lynen
• No processo conhecido como β-oxidação ou Ciclo de Lynen, a acil-CoA
presente na matriz mitocondrial é oxidada a acetil-CoA, produzindo
NADH e FADH2 .

• Esta via metabólica é composta de uma série cíclica de quatro


reações, ao final das quais a acil-CoA é encurtada de dois carbonos,
que são liberados sob a forma de acetil-CoA.
• São as seguintes as reações:
• 1. Oxidação da acil-CoA a uma enoil-CoA à custa da conversão de FAD a FADH2
(única reação irreversível da via)

• 2. Hidratação da dupla ligação, formando uma 3-hidroxiacil-CoA

• 3. Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando uma β-cetoacil-CoA e NADH

• 4. Cisão da β-cetoacil-CoA por reação com uma molécula de CoA, com formação de
acetil-CoA e uma acil-CoA com dois carbonos a menos; esta acil-CoA refaz o ciclo
várias vezes, até ser totalmente convertida a acetil-CoA.
• A oxidação completa de um ácido graxo necessita não apenas do Ciclo de Lynen, mas também do
Ciclo de Krebs.

• No Ciclo de Lynen, ocorre a conversão do ácido graxo a acetil-CoA.

• No Ciclo de Krebs, ocorre a oxidação do radical acetil a CO2 .

• Em cada volta do Ciclo de Lynen, serão produzidos 1 FADH2, 1 NADH, 1acetil-CoA e 1 acil-CoA com
2 átomos de carbono a menos que o ácido graxo original.

• Sempre que o número de átomos de carbono do ácido graxo for par, a última volta do ciclo de
oxidação inicia-se com uma acil- -CoA de 4 carbonos, a butiril-CoA, e, nesse caso, são produzidas 2
acetil-CoA (além de FADH2 e NADH)
• Rendimento do ácido palmítico:
• Ác. Palmítico a Acil CoA = -2
• Beta Oxidação = 35
• Ciclo do Ácido Cítrico = 96

SALDO FINAL: 129 ATPs

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