Este documento discute dificuldades e transtornos de aprendizagem, abordando teorias de Vygotsky, Vigotski, Wallon e Freire. Apresenta conceitos como zona de desenvolvimento proximal, mediação social, importância do contexto cultural e integração entre desenvolvimento, aprendizagem e meio social.
Este documento discute dificuldades e transtornos de aprendizagem, abordando teorias de Vygotsky, Vigotski, Wallon e Freire. Apresenta conceitos como zona de desenvolvimento proximal, mediação social, importância do contexto cultural e integração entre desenvolvimento, aprendizagem e meio social.
Este documento discute dificuldades e transtornos de aprendizagem, abordando teorias de Vygotsky, Vigotski, Wallon e Freire. Apresenta conceitos como zona de desenvolvimento proximal, mediação social, importância do contexto cultural e integração entre desenvolvimento, aprendizagem e meio social.
Este documento discute dificuldades e transtornos de aprendizagem, abordando teorias de Vygotsky, Vigotski, Wallon e Freire. Apresenta conceitos como zona de desenvolvimento proximal, mediação social, importância do contexto cultural e integração entre desenvolvimento, aprendizagem e meio social.
• Possibilitar conhecimentos sobre dificuldade e transtornos
de aprendizagem, atrelando teoria e prática na avaliação e intervenção psicopedagógica, utilizando como instrumento de intervenções em vários ambientes de aprendizagem. Conteúdo programático
• Fatores psicossociais na aprendizagem.
• Transtornos de aprendizagem da leitura, escrita e
matemática • Dificuldades de aprendizagem: Perceptivos, psicomotores, linguagem, memoria, atenção. • Intervenções psicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem. A mediação
• É por meio da mediação que se explica e se compreende
como o homem, membro da espécie humana, só se torna humano nas relações sociais que mantém com seus semelhantes e com sua cultura. Aprendizagem
• Aprendizagem é o processo pelo qual o ser humano se
apropria do conhecimento produzido pela sociedade. Em qualquer ambiente, a aprendizagem é um processo ativo que conduz a transformações no homem.
• Paulo Freire (1985) que diz que o núcleo fundamental
que sustenta o processo de educação é a inclusão do homem que se educa, porque tem consciência que é um ser inacabado que se encontra numa busca constante de ser mais. Lev Vigotski • Nascido em 1896, na União Soviética, faleceu em 1934 (37 anos); • Formação em direito. Trabalhou como professor e pesquisador nas áreas de psicologia, pedagogia, filosofia, literatura e deficiências;
• Escreveu cerca de 200 trabalhos científicos. Temas:
neuropsicologia, linguagem, deficiência, psicologia e educação; • Vygotsky valoriza a escola, o professor, vê importância na intervenção pedagógica e papel do educador na formação do sujeito. A mediação • A mediação é entendida como “uma instância que relaciona objetos, processos ou situações entre si ou, ainda, como um conceito que designa um elemento que viabiliza a realização de outro e que, embora distinto dele, garante a sua efetivação, dando-lhe concretude” (Severino, 2001, p. 44).
• Adotar a categoria teórico-metodológica da mediação
implica não aceitar dicotomias e, sobretudo, tentar se aproximar das determinações que, dialeticamente, constituem o sujeito (Aguiar & Ozella, 2006). A mediação
• É por meio da mediação que se explica e se compreende
como o homem, membro da espécie humana, só se torna humano nas relações sociais que mantém com seus semelhantes e com sua cultura. Desenvolvimento e aprendizagem
• Uma segunda categoria importante a ser aqui discutida é
a relação desenvolvimento-aprendizagem. Tendo Piaget como interlocutor, Vygotski postula que o ensino, quando adequadamente organizado, leva à aprendizagem, e essa última, por sua vez, impulsiona ciclos de desenvolvimento que até então estavam em estado embrionário: novas funções psicológicas superiores passam assim a existir. Desenvolvimento e aprendizagem
• Nesse sentido, aprendizagem e desenvolvimento
constituem uma unidade, visto um ser constitutivo do outro, ou seja, um não é sem o outro. Nas palavras do autor:
[...] a característica essencial da aprendizagem é que engendra a área
de desenvolvimento proximal, ou seja, que faz nascer, estimula e ativa na criança um grupo de processos internos de desenvolvimento no âmbito das inter-relações com outros, que, na continuação, são absorvidos pelo curso interior de desenvolvimento e se convertem em aquisições internas da criança. (Vigotski, 1933/2006, p. 115) Nível de desenvolvimento real e proximal
• A partir dessa visão, Vygotski defende a presença de dois
níveis de desenvolvimento: o primeiro, denominado “nível de desenvolvimento real” (NDR), refere-se a tudo aquilo que o sujeito é capaz de realizar por si só, sozinho, sem contar com a ajuda de ninguém.
• Já o segundo, ou nível de desenvolvimento proximal
(NDP), explicita que há situações em que o sujeito só consegue fazer/ pensar/sentir algo se contar com o auxílio de alguém mais experiente. Nível de desenvolvimento real e proximal
• Entre o que o sujeito consegue fazer por si mesmo e o
que só o faz mediante a ajuda do Outro está a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), um conceito metafórico, que indica uma compreensão particular de ensino: ao se fornecer assistência na ZDP, leva-se o aluno a realizar sozinho aquilo que antes só o fazia com o amparo de alguém. Nível de desenvolvimento real e proximal
• Vygotski expõe assim seu pensamento:
• [...] a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento; mas
uma correta organização da aprendizagem da criança conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. (Vigotski, 1933/2006, p. 115) O meio em Vigotski
• Este caminhar contínuo não é determinado apenas por
processos de maturação biológicos ou genéticos. O meio (e por meio entenda-se algo muito amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações) é fator de máxima importância no desenvolvimento humano. O meio em Vigotski • Os seres humanos nascem “mergulhados em cultura”, e é claro que esta será uma das principais influências no desenvolvimento.
•O contexto cultural é o palco das principais
transformações e evoluções do bebê humano ao idoso. Pela interação social, aprendemos e nos desenvolvemos, criamos novas formas de agir no mundo, ampliando nossas ferramentas de atuação neste contexto cultural complexo que nos recebeu, durante todo o ciclo vital. A linguagem em Vigotski
• A linguagem é, antes de tudo, social. Portanto, sua
função inicial é a comunicação, expressão e compreensão. Essa função comunicativa está estreitamente combinada com o pensamento. A comunicação é uma espécie de função básica porque permite a interação social e, ao mesmo tempo, organiza o pensamento. A linguagem em Vigotski
• Para Vygotsky, a aquisição da linguagem passa por três
fases: a linguagem social, que seria esta que tem por função denominar e comunicar, e seria a primeira linguagem que surge. Depois teríamos a linguagem egocêntrica e a linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento. . Henri Wallon •A psicogenética walloniana procura compreender o psiquismo humano em sua formação e transformações. O processo de desenvolvimento para transformar o recém- nascido em adulto de sua espécie se dá no e pelo social.
• Wallon afirma que o meio tanto pode favorecer quanto
tolher o desenvolvimento: “a constituição biológica da criança ao nascer não será a única lei do seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui sua possibilidade de escolha pessoal” (Wallon 1954/1986, p. 169). Wallon •A psicogenética walloniana procura compreender o psiquismo humano em sua formação e transformações. O processo de desenvolvimento para transformar o recém- nascido em adulto de sua espécie se dá no e pelo social.
• Wallon afirma que o meio tanto pode favorecer quanto
tolher o desenvolvimento: “a constituição biológica da criança ao nascer não será a única lei do seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui sua possibilidade de escolha pessoal” (Wallon 1954/1986, p. 169). Integração organismo-meio • Para Wallon, o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do potencial genético, típico da espécie, e uma grande variedade de fatores ambientais. O foco de sua teoria é a interação da criança com o meio, uma relação complementar entre os fatores orgânicos e socioculturais.
• A realização do potencial herdado geneticamente por um
indivíduo vai depender das condições do meio, que podem modificar as manifestações das determinações genotípicas. Integração organismo-meio
• O que é meio nesta teoria? É o conjunto mais ou menos
durável das circunstâncias que envolvem as existências individuais, ou seja, o meio físico, o meio social e os instrumentos da cultura. Os meios são os campos nos quais o indivíduo age, com os recursos de que dispõe no momento. Meio: escola
• A escola, para Wallon, é um meio funcional, pois tem uma
função específica: trabalhar o conhecimento. Integração afetiva-cognitiva-motora
• Além da integração organismo-meio, outro nível de
integração é apresentado pelo autor: a cada momento, o psiquismo é uma unidade que resulta da integração de domínios ou conjuntos: o cognitivo, o afetivo e o motor. Domínios Funcionais • O conjunto AFETIVO oferece as funções responsáveis pelas emoções, pelos sentimentos e pela paixão
• O conjunto ATO MOTOR oferece a possibilidade de
deslocamento do corpo no tempo e no espaço, as reações posturais que garantem o equilíbrio corporal, bem como o apoio tônico para as emoções e os sentimentos se expressarem
• O conjunto COGNITIVO oferece funções que permitem a
aquisição e a manutenção do conhecimento por meio de imagens, noções, ideias e representações. É ele que permite registrar, fixar e analisar o presente e projetar futuros possível e imagináveis A afetividade
• Refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de
ser afetado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis
• Ser afetado é reagir com atividades internas/externas que
a situação desperta A afetividade • A afetividade evolui conforme as condições maturacionais de cada pessoa e com formas de expressões diferenciadas, que se configuram como um conjunto de significados que o indivíduo adquire nas relações com o meio, com a cultura, ao longo da vida.
• Os significados representam para cada pessoa as
diferentes situações e experiências vivenciadas num determinado momento e ambiente social. Por este motivo afetividade não permanece imutável ao longo da trajetória da pessoa. Conjunto cognitivo
• Numa descrição sucinta, o domínio cognitivo oferece as
funções responsáveis pela aquisição, manutenção e transformação do conhecimento, pela apreensão do tempo em sua identificação precisa: amanhã, hoje, ontem, pela elaboração de análises e sínteses. Conjunto motor
• Finalmente, o conjunto motor possibilita os
deslocamentos do corpo no espaço, tanto os que dependem das leis da gravidade (movimentos passivos, portanto) quanto os movimentos voluntários ou intencionais do corpo e de parte deles, possibilitando, ainda, as reações posturais e mímicas, expressões corporais e faciais nas diferentes situações vivenciadas. Quarto conjunto
• A pessoa é apresentada, na teoria walloniana, como o
quarto conjunto funcional, justamente para expressar a integração afetivo-cognitivo-motora em suas inúmeras possibilidades. • Wallon (1941/2007) alerta que tratar separadamente os conjuntos é um artifício para a descrição, pois eles estão imbricados de tal forma que, quando um é mobilizado, os outros também o são; quando ocorrem transformações, sejam avanços ou recuos no cognitivo, o afetivo e o motor são afetados; quando ocorrem com o afetivo, há interferências no cognitivo e no motor; e o mesmo acontece quando se trata do motor. Pode-se falar apenas em predominância, não em domínio. Portanto, o atendimento ao afetivo oferece um lastro para o cognitivo e o motor e vice-versa. • “O principal estímulo da atenção é o interesse. Suscitá-lo deve ser, evidentemente, o objetivo essencial do educador” (Wallon, 1937/1975, p. 370). Jean Piaget
• Apesar de ser muitas vezes identificado como um autor
que elaborou uma teoria do desenvolvimento cognitivo sem dar relevância aos processos de aprendizagem, Piaget concebe esses processos como intimamente relacionados, pois dialogam o tempo todo (Macedo, 2005; Becker, 2009; Montoya, 2009). Piaget
• Para ele, o desenvolvimento cognitivo não se reduz à
aprendizagem – entendida como ação dos estímulos ou dos acontecimentos sobre o ser humano –, mas também não é visto como a atualização de estruturas já presentes no indivíduo ao nascer. Piaget
• Ao contrário, ele entende que é por meio da interação
com o meio que o sujeito constrói suas estruturas mentais e seu conhecimento: no contato com eventos físicos e/ou sociais, o sujeito os transforma para poder apreendê-los – mecanismo de assimilação – e, simultaneamente, esses mesmos eventos exercem pressões sobre os instrumentos de assimilação do indivíduo, transformando- os. Piaget
• É por meio desse jogo de mecanismos, necessariamente
complementares e dissociados entre si (Ribeiro, 2005), que o indivíduo desenvolve continuamente seus esquemas e estruturas cognitivas. Essa construção contínua é explicada pela equilibração, processo interno que incita o sujeito a transformar suas estruturas mentais tendo em vista sua otimização (Montagero e Maurice- Naville, 1998), ou seja, tendo em vista patamares cada vez mais complexos de compreensão da realidade física, social e cultural que o rodeia.. Aprendizagem em Piaget
• Já a segunda engloba – em sentido amplo – as
aprendizagens em sentido estrito, assim como outros processos não derivados da experiência com os objetos, processos entendidos como mecanismos internos de reorganização das aquisições prévias (devidos à experiência ou não), que levam à evolução dos conhecimentos e, solidariamente, à evolução dos patamares de compreensão do indivíduo. A ideia de aprendizagem em sentido amplo confunde- -se, então, com a de desenvolvimento cognitivo (Piaget, 1959/1974). Como se constrói o conhecimento?
• Outro aspecto da teoria de Piaget contido na ideia de
autorregulação, mas que se faz importante destacar para efeitos da análise a que se procederá mais à frente, é a de que a construção dos conhecimentos é “automotivada”. Como se constrói o conhecimento? • Essa tese foi muito bem traduzida por De La Taille (1996), ao enunciar uma das principais teses piagetianas: a de que a inteligência é uma adaptação do indivíduo aos desafios colocados pelo meio físico e social. Esse autor esclarece que, diante da impossibilidade de resolver um problema, o sujeito é capaz de modificar seus pontos de vista, remanejar ou criar ideias, elaborar hipóteses e testá-las, de modo a superar o conflito gerado pela incapacidade de resolver tal problema. Como se constrói o conhecimento? • Essa tese foi muito bem traduzida por De La Taille (1996), ao enunciar uma das principais teses piagetianas: a de que a inteligência é uma adaptação do indivíduo aos desafios colocados pelo meio físico e social. Esse autor esclarece que, diante da impossibilidade de resolver um problema, o sujeito é capaz de modificar seus pontos de vista, remanejar ou criar ideias, elaborar hipóteses e testá-las, de modo a superar o conflito gerado pela incapacidade de resolver tal problema. Obrigado!