Aula 3
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Constituição Código
CPC CLT
Federal Civil
CDC ECA
Código Civil
Lei do
Lei de Bem
Locações
de
Família
Nosso Código Civil anterior era, assim, uma lei individualista, patrimonialista e
egoísta, não preocupada com os valores sociais e com os interesses da
coletividade. Eis a principal crítica que se pode fazer à codificação material
anterior.
De todo modo, em certa medida, as orientações individualistas que
permeavam o Código Civil de 1916 voltaram a ter uma valorização neste início de
século XXI, o que pode ser percebido, no Brasil, pela recente Lei 13.874/2019,
que institui a “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”.
Assim, foi concebida a estrutura básica do projeto que gerou a nova codificação, com uma
Parte Geral e cinco livros na Parte Especial, tendo sido convidado para cada uma delas um jurista
de renome e notório saber, todos com as mesmas ideias gerais sobre as diretrizes a serem
seguidas. Convocados foram para a empreitada:
• José Carlos Moreira Alves (SP) – relator da Parte Geral;
• Agostinho Alvim (SP) – relator do livro que trata do Direito das Obrigações;
• Silvio Marcondes (SP) – relator do livro de Direito de Empresa;
• Erbert Chamoun (RJ) – responsável pelo Direito das Coisas;
• Clóvis do Couto e Silva (RS) – responsável pelo livro de Direito de Família;
• Torquato Castro (PE) – relator do livro do Direito das Sucessões.
Prof. Fabiano Mariano
3. VISÃO GERAL DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. DIRETRIZES
BÁSICAS DA SUA ELABORAÇÃO
Os dois princípios, da função social dos contratos e da boa-fé objetiva, nesse dispositivo,
estão em relação de simbiose. Por isso Miguel Reale chegou a afirmar que o art. 113 do Código
Civil seria um artigo-chave do Código Civil.
Para ele, “desdobrando-se essa norma em seus elementos constitutivos, verifica-se que
ela consagra a eleição específica dos negócios jurídicos como disciplina preferida para
regulação genérica dos fatos jurídicos, sendo fixadas, desde logo, a eticidade de sua
hermenêutica, em função da boa-fé, bem como a sua socialidade, ao se fazer alusão aos
‘usos do lugar de sua celebração’” (Um artigo-chave..., 2005, v. 1, p. 240). Por certo, os
negócios jurídicos devem ser interpretados conforme as condutas dos envolvidos e as
diversidades regionais do nosso imenso Brasil.
Mesmo a posse recebe uma função social, uma vez que o atual Código Civil
estabelece a diminuição dos prazos de usucapião quando estiver configurada a
posse-trabalho, situação fática em que o possuidor despendeu tempo e labor na
ocupação de um determinado imóvel. A nova codificação valoriza aquele que
planta e colhe, o trabalho da pessoa natural, do cidadão comum. Tais regras
podem ser captadas pela leitura dos arts. 1.238, parágrafo único, e 1.242,
parágrafo único, do CC/2002, que reduzem os prazos da usucapião extraordinária
e ordinária, para dez e cinco anos, respectivamente.