10 - Propriedades Periódicas

Domínio - Elementos químicos e sua organização
Subdomínio – Tabela Periódica
Raio atómico, energia de

ionização, formação de iões,
raio iónico e partículas
isoeletrónicas
Propriedades periódicas
● Os elementos químicos apresentam diferentes propriedades, as quais
dependem mais dos eletrões situados no nível mais externo (eletrões
de valências) do que dos eletrões que se situam nos níveis mais
internos;
● Algumas das propriedades dos elementos chamam-se propriedades
periódicas por variarem de forma regular ao longo de grupos e

períodos da Tabela Periódica;
● Duas dessas propriedades são o raio atómico e a energia de ionização;
Raio atómico
● O átomo pode ser considerado esférico e é constituído por um núcleo e
uma nuvem eletrónica que não tem limites bem definidos;

● Assim, torna-se difícil medir o raio atómico pelo que a medição se
torna mais simples se dois átomos iguais estiverem ligados:
● Considera-se então que o raio atómico é igual a metade da distância
mínima entre os núcleos de dois átomos ligados;

● O raio atómico dos elementos representativos da Tabela Periódica varia do
seguinte modo:
● Da análise da tabela constata-se que:
o raio atómico aumenta ao longo de um grupo da Tabela Periódica: ao
longo de um grupo há um aumento do número de níveis de energia

preenchidos (aumento de n), os eletrões de valência ocupam um nível
de energia mais externo pelo que estão, em média, mais afastados
do núcleo, aumentando assim a nuvem eletrónica;
ÞO raio atómico diminui ao longo de um período da Tabela Periódica:
os elementos pertencentes ao mesmo período têm o mesmo
número de níveis de energia preenchidos, ou seja, os seus eletrões de

valência ocupam o mesmo nível. No entanto, como há um aumento da
carga nuclear (aumento do número atómico) há uma maior atração dos
eletrões pelo núcleo pelo que a nuvem eletrónica sofre uma
contração;
Energia de ionização
● A energia de ionização é a energia mínima necessária para remover
um eletrão a um átomo isolado, no estado gasoso e fundamental:
● A energia assim definida chama-se 1ª energia de ionização, é igual à
energia de remoção da orbital de maior energia e o seu valor é tanto

maior quanto mais difícil for a remoção de um eletrão;
● Nos átomos polieletrónicos pode haver remoção de mais do que um
eletrão – processo que ocorre por fases;

● A remoção de um primeiro eletrão requer o fornecimento da 1ª
energia de ionização; um segundo eletrão poderá ser removido se

for fornecida, ao ião formado, uma energia igual ou superior à 2ª
energia de ionização, e assim sucessivamente:
● Á medida que os eletrões são removidos, as repulsões entre os
eletrões diminuem (porque passam a ser menos) e, como a carga nuclear

permanece constante, esses eletrões passam a estar mais
fortemente atraídos pelo núcleo sendo por isso cada vez mais difícil
de removê-los;
● Assim, as energias de ionização vão sendo sucessivamente maiores
e existem tantas energias de ionização quanto os eletrões a ser
removidos:
● A energia de ionização dos elementos representativos da Tabela Periódica

varia do seguinte modo:
Da análise da tabela constata-se que:
ÞA energia de ionização diminui ao longo de um grupo da Tabela
Periódica: ao longo de um grupo há um aumento do número de níveis de
energia preenchidos (aumento de n), os eletrões de valência ocupam

um nível de energia mais externo pelo que estão, em média, mais
afastados do núcleo e por isso menos atraídos, sendo assim mais
fáceis de remover;
ÞA energia de ionização aumenta ao longo de um período da Tabela
Periódica: os elementos pertencentes ao mesmo período têm o mesmo
número de níveis de energia preenchidos, ou seja, os seus eletrões de

valência ocupam o mesmo nível de energia. No entanto, como há um
aumento da carga nuclear (aumento do número atómico) há uma maior
atração dos eletrões pelo núcleo pelo que são mais difíceis de
remover;
Comparação do raio atómico e da energia de
ionização de diferentes elementos
● A comparação do raio atómico ou da energia de ionização de
diferentes elementos pode ser feita com base na posição relativa desses
elementos na Tabela Periódica ou com base nas configurações

eletrónicas de valência;
● Quando se compara o raio atómico ou a energia de ionização de dois
elementos com base nas posições relativas na Tabela Periódica deve

referir-se:
Þse os elementos pertencem ao mesmo grupo ou ao mesmo
período da Tabela Periódica;

Þ qual o elemento que precede ou sucede o outro;
Þ o modo como a propriedade periódica varia ao longo do grupo
ou do período dependendo se os elementos pertencem ao mesmo grupo ou

ao mesmo período;
Þ a conclusão sobre qual dos elementos tem maior ou menor raio
atómico / maior ou menor energia de ionização;
Exemplo
Justifica a afirmação seguinte, com base nas posições relativas dos elementos
cálcio (Ca ) e manganês (Mn ), na Tabela Periódica.
O raio atómico do cálcio é superior ao raio atómico do manganês.
O cálcio e o manganês pertencem ao mesmo período da Tabela Periódica e o
cálcio precede o manganês no período. Como ao longo do período (da esquerda
para a direita) o raio atómico diminui, conclui-se que o raio atómico do cálcio é
superior ao do manganês.
● A comparação com base nas configurações eletrónicas é feita
recorrendo a diferentes critérios:
Exemplo
Justifica a afirmação seguinte, com base na configuração eletrónica de valência
dos átomos dos elementos considerados, no estado fundamental.
A energia de ionização do sódio (Na ) é superior à energia de ionização do
potássio ( K).
É necessário escrever as configurações eletrónicas dos dois elementos para saber
qual dos critérios, 1º ou 2º se pode aplicar.
Assim:
11 Na:1s22s22p63s1 19 K:1s22s22p63s23p64s1
O sódio e o potássio têm diferentes níveis de energia preenchidos pelo que na
comparação das energias de ionização se vai aplicar o 1º citério.
Assim:
Os eletrões de valência do sódio encontram-se num nível de energia inferior (n=3)
valência do sódio estão em média mais próximos do núcleo, sofrem maior
atração por parte do núcleo e por isso são mais difíceis de remover.
Logo, a energia de ionização do sódio é superior à energia de ionização do
potássio.
Gráfico que traduz o modo como varia o raio atómico
com o número atómico
Gráfico que traduz o modo como varia a energia de
ionização com o número atómico
Formação de iões
● Um dos aspetos mais importantes da Tabela Periódica é o facto dos
elementos de um mesmo grupo apresentarem propriedades

químicas semelhantes o que se deve ao facto de elementos do
mesmo grupo apresentarem a mesma configuração eletrónica na
camada de valência;
● Os átomos dos elementos químicos têm tendência a reagir
quimicamente, de modo a adquirirem a maior estabilidade, ou seja,

de modo a adquirirem configuração igual à dos gases nobres (8
eletrões na camada de valência);
● Para adquirir a maior estabilidade, os átomos podem partilhar ou
trocar eletrões (ganhar ou ceder eletrões), transformando-se

respetivamente em moléculas ou em iões;
● Os iões são, assim, unidades estruturais com carga elétrica, cuja
formação resulta da perda ou ganho de eletrões;

● De um modo geral, átomos de elementos metálicos têm tendência a
ceder eletrões, ou seja, tem tendência a formar iões positivos ou

catiões e átomos de elementos não metálicos têm tendência a
ganhar eletrões, ou seja, têm tendência a formar iões negativos ou
aniões;
● Assim:
Þ Elementos com 1, 2 ou 3 eletrões de valência: têm tendência a
perder eletrões transformando-se em iões monopositivos (carga 1+),

iões bipositivos (carga 2+) ou iões tripositivos (carga 3+), respetivamente;
ÞElementos com 6 ou 7 eletrões de valência: têm tendência a
ganhar eletrões transformando-se em iões binegativos (carga 2-) e em
iões mononegativos (carga 1-), respetivamente;
● Elementos do grupo 18, à exceção do hélio, têm oito eletrões de
valência, ou seja, têm o último nível de energia completamente

preenchido, pelo que não têm tendência a formar iões uma vez que a
sua estrutura eletrónica é muito estável; são assim muito pouco
reativos não tendo tendência nem para se combinarem com outros

elementos nem para se combinarem entre si, pelo que as suas
substância elementares são monoatómicas;
● É de notar que quando se forma um ião o número de protões não
se altera pois o ião resulta do ganho ou perda de eletrões pelo

respetivo átomo. Assim, o átomo e o ião correspondente têm sempre o
mesmo número de protões e diferente número de eletrões;

Resumindo …
Raio atómico e raio iónico
● Para um átomo se transformar num ião tem de ganhar ou ceder
eletrões pelo que o seu tamanho altera-se;

● Assim, o raio de um ião (raio iónico) é diferente do raio do respetivo
átomo (raio atómico):
Raio de catiões
ÞO raio dos catiões é sempre inferior ao do respetivo átomo porque
quando o átomo perde eletrões a carga nuclear não varia e as
repulsões entre os eletrões diminuem (porque são menos) o que provoca

a contração da nuvem eletrónica. Além disso o catião apresenta
sempre menos um nível de energia preenchido do que o respetivo

átomo como se verifica ao comparar as configurações eletrónicas;
Þ A relação entre o raio dos catiões e o raio dos respetivos átomos pode verificar-
se no seguinte gráfico:
Raio dos aniões
ÞO raio dos aniões é sempre superior ao do respetivo átomo porque
quando o átomo ganha eletrões a carga nuclear não varia e as
repulsões entre os eletrões aumentam (porque são mais) o que provoca a

expansão da nuvem eletrónica;
Þ A relação entre o raio dos aniões e o raio dos respetivos átomos
pode verificar-se no seguinte gráfico:
Partículas isoeletrónicas
● Espécies que possuem o mesmo número de eletrões e, portanto, a
mesma configuração eletrónica;

● Apesar de possuírem a mesma configuração eletrónica estas partículas
têm diferente raio porque têm diferente carga nuclear (diferente

número de protões no núcleo):
● Assim, na comparação do raio das partículas isoeletrónicas o efeito
predominante é o aumento da carga nuclear, uma vez que o número

de níveis de energia preenchidos é o mesmo, assim como o
número de eletrões: quanto maior a carga nuclear da espécie
isoeletrónica, maior a atração dos eletrões por parte do núcleo e
menor é o raio;
Exercício resolvido

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Subdomínio – Tabela Periódica

Raio atómico, energia de

dependem mais dos eletrões situados no nível mais externo (eletrões

de valências) do que dos eletrões que se situam nos níveis mais

periódicas por variarem de forma regular ao longo de grupos e

uma nuvem eletrónica que não tem limites bem definidos;

torna mais simples se dois átomos iguais estiverem ligados:

● Considera-se então que o raio atómico é igual a metade da distância

mínima entre os núcleos de dois átomos ligados;

● Da análise da tabela constata-se que:

o raio atómico aumenta ao longo de um grupo da Tabela Periódica: ao

longo de um grupo há um aumento do número de níveis de energia

os elementos pertencentes ao mesmo período têm o mesmo

número de níveis de energia preenchidos, ou seja, os seus eletrões de

um eletrão a um átomo isolado, no estado gasoso e fundamental:

● A energia assim definida chama-se 1ª energia de ionização, é igual à

energia de remoção da orbital de maior energia e o seu valor é tanto

eletrão – processo que ocorre por fases;

energia de ionização; um segundo eletrão poderá ser removido se

● Á medida que os eletrões são removidos, as repulsões entre os

eletrões diminuem (porque passam a ser menos) e, como a carga nuclear

e existem tantas energias de ionização quanto os eletrões a ser

● A energia de ionização dos elementos representativos da Tabela Periódica

ÞA energia de ionização diminui ao longo de um grupo da Tabela

Periódica: ao longo de um grupo há um aumento do número de níveis de

energia preenchidos (aumento de n), os eletrões de valência ocupam

Periódica: os elementos pertencentes ao mesmo período têm o mesmo

número de níveis de energia preenchidos, ou seja, os seus eletrões de

elementos na Tabela Periódica ou com base nas configurações

elementos com base nas posições relativas na Tabela Periódica deve

Þse os elementos pertencem ao mesmo grupo ou ao mesmo

período da Tabela Periódica;

ou do período dependendo se os elementos pertencem ao mesmo grupo ou

Þ a conclusão sobre qual dos elementos tem maior ou menor raio

atómico / maior ou menor energia de ionização;

elementos de um mesmo grupo apresentarem propriedades

quimicamente, de modo a adquirirem a maior estabilidade, ou seja,

● Para adquirir a maior estabilidade, os átomos podem partilhar ou

trocar eletrões (ganhar ou ceder eletrões), transformando-se

formação resulta da perda ou ganho de eletrões;

ceder eletrões, ou seja, tem tendência a formar iões positivos ou

Þ Elementos com 1, 2 ou 3 eletrões de valência: têm tendência a

perder eletrões transformando-se em iões monopositivos (carga 1+),

valência, ou seja, têm o último nível de energia completamente

reativos não tendo tendência nem para se combinarem com outros

se altera pois o ião resulta do ganho ou perda de eletrões pelo

mesmo número de protões e diferente número de eletrões;

eletrões pelo que o seu tamanho altera-se;

átomo (raio atómico):

quando o átomo perde eletrões a carga nuclear não varia e as

repulsões entre os eletrões diminuem (porque são menos) o que provoca

sempre menos um nível de energia preenchido do que o respetivo

ÞO raio dos aniões é sempre superior ao do respetivo átomo porque

quando o átomo ganha eletrões a carga nuclear não varia e as

repulsões entre os eletrões aumentam (porque são mais) o que provoca a

● Espécies que possuem o mesmo número de eletrões e, portanto, a

mesma configuração eletrónica;

têm diferente raio porque têm diferente carga nuclear (diferente