Conto Popular 6ºs Anos
Conto Popular 6ºs Anos
Conto Popular 6ºs Anos
conto popular
“Literatura não é fuga da
realidade, mas sim um guia
para a vida.”
Umberto Eco
Quem conta um conto aumenta
um ponto
Não sendo por acaso seu nome, o
conto teve início junto com a
civilização humana. As pessoas
sempre contaram histórias, reais ou
fabulosas, oralmente ou através da
escrita. Além de utilizar uma
linguagem simples, direta, acessível
e dinâmica o conto é a narração de
um fato inusitado, mas possível,
que pode ocorrer na vida das
pessoas embora não seja tão
comum.
Características do gênero
“
Luís da Câmara Cascudo
Exerceu várias funções públicas, entre as quais professor,
diretor de escola, secretário do Tribunal de Justiça e consultor
jurídico do Estado. Como jornalista, assinou uma crônica diária
no jornal "A República" e colaborou para vários outros órgãos
de imprensa do Recife e de outras capitais.
Três anos mais tarde, lançou a sua obra mais importante como
folclorista, o "Dicionário do Folclore Brasileiro", obra de
referência no mundo inteiro. Em 1965, Câmara Cascudo
escreveu uma obra definitiva, "História do Rio Grande do Norte",
coligindo pesquisa sobre sua terra natal, da qual jamais se
desligou. Sua obra completa, densa e vastíssima, engloba mais
de 150 volumes. O pesquisador trabalhou até seus últimos anos
e foi agraciado com dezenas de honrarias e prêmios. Morreu
aos 87 anos.
Queria sabera história de todas as cousas do campo e
da cidade. Convivência dos humildes, sábios,
analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das
Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações.
Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao
encantamento do passado. Pesquisas. Indagações.
Confidências que hoje não têm preço.
Câmara Cascudo
“
O macaco e a cutia
O macaco foi dançar na casa da cotia; a cotia, de
sabida, mandou o macaco tocar, dando-lhe uma
rabeca. A cotia começou a dançar, e, no virar à roda,
deu uma embigada na parede e partiu o rabo. Todos os
que tinham rabo ficaram vendo isto, com medo de
dançar. Então o preá disse: “Ora, vocês estão com
medo de dançar! Mandem tocar, e vão ver obra!”
O macaco ficou logo desconfiado, e trepou-se num
banco e pôs-se a tocar para o preá dançar. O preá deu
umas voltas e foi dar sua embigada no mestre macaco,
que não teve outro jeito senão entrar também na
dança das cotias e dos outros animais, e todos lhe
pisaram no rabo.
O sapo disse que não sabia nadar, mas os meninos o atiraram na lagoa e
deram risada.
O bicho então caiu na água e saiu nadando e dando risada. Os garotos
ficaram envergonhados e o sapo se salvou!
A ação narrativa
Situação inicial
Clímax
Composição do cenário da
Ponto alto da história - uso
narrativa e da
de verbos de ação,
apresentação de seus
discurso direto e indireto
personagens marcados
pelo uso de texto
Desfecho
descritivo e adjetivos
Complicação Resolução do conflito,
Focados na ação narrativa apresentação do
e marcados pelo pretérito mistério
perfeito do verbo
O humor
O padre disse ter sonhado com a escada de Jacob e descreveu-a brilhantemente. Por ela, ele subia triunfalmente para
o céu. O estudante, então, narrou que sonhara já dentro do céu à espera do padre que subia, O caboclo sorriu e falou:
— Eu sonhei que via seu padre subindo a escada e seu doutor lá dentro do céu, rodeado de amigos. Eu ficava na
terra e gritava:
— Seu doutor, seu padre, o queijo! Vosmincês esqueceram o queijo.
Então, vosmincês respondiam de longe, do céu:
— Come o queijo, caboclo! Come o queijo, caboclo! Nós estamos no céu, não queremos queijo.
O sonho foi tão forte que eu pensei que era verdade, levantei-me, enquanto vosmincês dormiam, e comi o queijo...
A festa no céu
Ia haver uma festa no céu e o amigo urubu convidou todos os bichos. Dona juriti, que era cantora afamada, foi
convocada para animar a festa. Nesse tempo, o sapo andava em pé, e era muito farrista.
Encontrou- se com a juriti, que estava polindo a garganta. Logo que viu o sapo, ela começou a zombar dele:
— É, amigo sapo, você não pode ir à festa do amigo urubu no céu, pois não tem asas! E vai ser uma festança
danada! Mas é só para os bichos que voam.
O sapo pediu:
— Oh, amiga juriti, me leva!
— Levo nada. Você é muito pesado. Quando voltar da festa, eu lhe conto como foi.
O sapo garantiu que não perderia a festa por nada, e a juriti riu pra danar dele. No dia da festa, ele arrumou um
jeito de se enfiar na viola do urubu, que era o tocador. O urubu sentiu que a viola estava pesada, mas não parou
para ver o que era, pois, sendo ele o tocador, não poderia chegar atrasado.
No céu, toda espécie de bicho de asas estava lá, se alegrando,
dançando e comendo muito. Nisso, para surpresa de todos, surge o
sapo. O danado comeu, bebeu e dançou até altas horas. Depois,
lembrou-se da volta e, sem que ninguém o visse, se meteu na viola do
urubu. A festa ainda estava animada e a juriti, maldosa, achou de
provocá-lo:
— Tá todo mundo aqui, só o sapo não! Tá todo mundo aqui, só o sapo
não!
O besta do sapo, em vez de ficar quieto, achou de colocar a cabeça
pra fora da viola e responder: — Ói eu aqui, óí eu aqui, aqui, aqui! O
urubu, brabo com o engano, pegou o sapo e disse que ia jogá-lo lá
embaixo.
Então o sapo pediu que o jogasse na água, mas não jogasse no lajedo (o lajedo era seu amigo). O urubu estava
com raiva e disse:
— Eu vou lhe jogar é no lajedo, seu miserável!
E jogou o sapo, que ia caindo e gritando:
— Lajedo, abre os braços! Abre os braços, lajedo!
O lajedo ouvia, mas não conseguia entender direito, pois o sapo estava muito alto. Quando foi entender já era
tarde, e o sapo se estatelou em cima dele - Pof!
Aí o sapo quebrou a coluna, e desse dia em diante não andou mais em pé.
Diret Indiret
Joana falou:
o Joana falou que voltava lá
o
– Eu volto aqui no dia seguinte.
amanhã.
Elisiário confessou
Elisário confessou: que estava com
sono.
- Estou com sono.