Trovadorismo Aluno 01-02-22 2

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AULA SOBRE TROVADORISMO 1º ANO

Professora: Daniele
01/02/2022
CRONOLOGIA
Período: séculos XII a XV
Início: 1189 (ou 1198?)
Primeira cantiga: Cantiga
da Ribeirinha, Paio Soares
de Taveirós
CRONOLOGIA
Período: séculos XII a XV
Término: 1418 - Nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da
Torre do Tombo

Fernão Lopes
CONTEXTO DO FEUDALISMO
As relações sociais estão
baseadas na submissão aos
senhores feudais. Estes eram os
detentores da posse da terra,
habitavam castelos e exerciam o
poder absoluto sobre seus
servos ou vassalos.
Há bastante distanciamento entre
as classes sociais, marcando bem
a superioridade de uma sobre a
outra
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Formado pelos sacerdotes, o
clero era a camada mais
importante.

Por que o clero tinha esse


status?

Porque acreditava-se que tinha o


poder de se comunicar com Deus
 Teocentrismo: poder espiritual
e cultural da Igreja
 Cristianismo

 Cruzadas rumo ao Oriente

 Monopólio clerical
• Constituída por indivíduos que
possuíam detenção de terras e
algum tipo de influência ou
poder político.
• O título nobiliárquico para cada
indivíduo era outorgado por reis
e senhores feudais segundo
uma hierarquia, que se dividia,
entre alta nobreza (príncipes,
arquiduques, duques,
marqueses e conde) e baixa
nobreza (viscondes, barões e
cavaleiros ).
Responsáveis pelo cultivo da
terra, os servos submetiam-se à
exploração de seu senhor em
troca de proteção em tempos
difíceis.
 Eram os nobres, os
aristocratas, os proprietários de
terras que combatiam os
árabes.
 Entre eles era comum a
vassalagem, que se repetiu nas
cantigas trovadorescas.
As primeiras produções artísticas
ligadas à Literatura e vindas do povo
foram as cantigas.

A importância das cantigas encontra-


se em dois aspectos:

1. Mudança da língua: utilização do


galego-português em vez do
latim.
2. Mudança do assunto: da liturgia
O termo galego-português designa a língua católica para o cotidiano das
românica falada durante a Idade Média nas pessoas.
regiões de Portugal e da Galiza 
Trobar, do provençal, quer dizer criar, inventar, achar.

Portanto trobador era o poeta que criava suas composições.


Trovadorismo
O trovadorismo é um movimento literário
que esteve marcado pela produção de
cantigas líricas (focadas em sentimentos e
emoções) e satíricas (com críticas diretas
ou indiretas).
Considerado o primeiro movimento
literário europeu, ele reuniu registros
escritos da primeira época da literatura
medieval entre os séculos XI e XIV.
Esse movimento, que ocorreu somente na
Europa, teve como principal característica
a aproximação da música e da poesia.
Nessa época, as poesias eram feitas para serem
cantadas ao som de instrumentos musicais.
Geralmente, eram acompanhadas por flauta, viola,
alaúde, e daí o nome “cantigas”
TROVADOR
Trovador, na lírica medieval, era
o artista de origem nobre do sul
da França que, geralmente
acompanhado de instrumentos
musicais, como o alaúde ou a
cistre, compunha e entoava
cantigas. Normalmente, os
trovadores eram homens, mas
houve trovadoras, também
nobres.

alaúde cistre
JOGRAL
Jogral é grupo que declama
poemas ou textos literários em
coro, isto é, um coral falado -
eventualmente alternando
canto e recitativo, partes
individuais e coletivas. Mesmo
quando é apenas falado, as falas
ocorrem dentro de uma ordem,
que confere uma musicalidade e
ritmo à declamação.
MENESTREL

Era o poeta cujo desempenho lírico referia-


se a histórias de lugares distantes ou sobre
eventos históricos reais ou imaginários.
Embora criassem seus próprios contos,
muitas vezes memorizavam e floreavam
obras de outros.

Encarregada de transmitir as
histórias, as lendas e os poemas de
forma oral, cantando a história de
seus povos em poemas recitados
SEGREL

Sua função aproxima-se a do


jogral, pois, além de ser
executante e cantor, sabia
compor cantigas, sendo
retribuído pelos seus serviços
poético-musicais.

Era uma classe intermediária


entre o trovador e o jogral.
Eram da pequena nobreza.
Organização das Cantigas

Cantigas Cantigas Sátiras


Líricas

De Amor De Escárnio De
De Amigo
Maldizer
Essas cantigas tratavam de
temas AMOROSOS e de
AVENTURAS DE CAVALEIROS
em busca da honra e do amor
de uma donzela

São divididas em:

- CANTIGAS DE AMOR

- CANTIGAS DE AMIGO
 Eu-lírico masculino;
 Origem provençal;
 Direta (conversa com a amada)
 Assunto: sofrimento por amor não
correspondido (coita);
 Mulher idealizada;
 Ambiente da corte;
 Amor cortês;
 Termo: Mia Senhor
 Linguagem: ousada,
conquistadora
 Amor infeliz.
 Gênero mais refinado
do trovadorismo provençal;
 Submissão absoluta à dama;
 Vassalagem humilde e paciente a
dama da alta linhagem.
 Promessa de honrar e servir
a
dama com fidelidade;
 Prudência para não abalar
a reputação da dama;
 A amada é vista como a
mais bela de todas as mulheres.
Quantos o amor faz padecer
Quantos an gran coita d’amor penas que tenho padecido
eno mundo, qual og’ eu ei, querem morrer e não duvido
querrian morrer, eu o sei, que alegremente queiram morrer.
o averrian én sabor. Porém enquanto vos puder ver,
Mais mentr’ eu vos vir’, mia senhor, vivendo assim eu quero estar
sempre m’eu querria viver, e esperar, e esperar.
e atender e atender! Sei que a sofrer estou condenado e
por vós cegam os olhos meus.
Pero já non posso guarir, Não me acudis; nem vós, nem Deus
ca ja cegan os olhos meus Mas, se sabendo-me abandonado,
por vos, e non me val i Deus nen ver-vos, senhora, me for dado.
vos; mais por vos non mentir, vivendo assim eu quero estar
enquant’ eu vos, mia senhor, vir’, e esperar, e esperar.
sempre m’eu querria viver,
e atender e atender!

E tenho que fazen ma-sen Esses que veem tristemente


quantos d’amor coitados son desamparada sua paixão querendo
de querer as morte, se non morrer, loucos estão.
ouveron nunca d’amor ben Minha fortuna não é diferente; porém
com’eu faç’. E, senhor, por eu digo constantemente: vivendo
én sempre m’eu querria viver, assim eu quero estar
e atender e atender! e esperar e esperar.
 Eu-lírico feminino;
 Indireta (fala com um confidente)
 Predomínio da musicalidade
Assunto: lamento da moça cujo
amado está longe (dúvida);
 Amor natural e espontâneo;
 Ambiente rural ou urbano;
 Linguagem: discreta, recatada.
 Presença de refrão, paralelismo
e de leixa-pren;
 Amigo = namorado.
VARIEDADES DE CANTIGAS DE AMIGO
CENÁRIO ONDE SE DARÁ O ENCONTRO AMOROSO

ALVAS ( QUANDO SE PASSAM AO AMANHECER):

Levantou – s’ a velida,
Levantou-s’ à alva;
E vai lavar camisas
E no alto:
Vai-las lavas à alva.

(D. Dinis)

A velida: a bela
À alva: de madrugada
E no alto: no rio
VARIEDADES DE CANTIGAS DE AMIGO
CENÁRIO ONDE SE DARÁ O ENCONTRO AMOROSO

BAILIAS ( QUANDO SEU CENÁRIO É


UMA FESTA ONDE SE DANÇA):

E no sagrado, em Vigo,
Bailava corpo velido: amor ei”

E no sagrado: local sagrado, possivelmente à


frente da igreja
Corpo velido: uma linda moça
Amor el: já tenho namorado
VARIEDADES DE CANTIGAS DE AMIGO
CENÁRIO ONDE SE DARÁ O ENCONTRO AMOROSO

ROMARIAS ( SOBRE VISITAS A SANTUÁRIOS,


ENQUANTO AS “MADRES QUEYMAN
CANDEAS”):

Pois nossas madres van a San Simon


De Val de Prados candeas queimar
Nós, as meninhas, punhemos d’andar

(Pero de Viviães)

Candeas queimar: pagar promessas


Punhemos d’andar: vamos passear
VARIEDADES DE CANTIGAS DE AMIGO
CENÁRIO ONDE SE DARÁ O ENCONTRO AMOROSO

BARCAROLAS (FALAM DO TEMOR DE


QUE O “AMIGO” VÁ ÀS EXPEDIÇÕES
MARÍTIMAS; DO PERIGO DE QUE ELE
NÃO VOLTE MAIS):

Vi eu, mia madr’, andar


As barcas e no mar,
E moiro-me d’amor!

(Nuno Fernandes Torneol)


VARIEDADES DE CANTIGAS DE AMIGO
CENÁRIO ONDE SE DARÁ O ENCONTRO AMOROSO

PASTORELAS (QUANDO SEU CENÁRIO É O CAMPO,


PRÓXIMO A REBANHOS):

Oí oj’ eu ua pastor cantar


Du cavalgada per ua ribeira
E o pastor estava i senlheira
E ascondi-me pola escuitar...

( Airas Nunes de Santiago)

Oí: ouvi
Du: de onde
Per ua ribeira: ao longo da margem
Senlheira: sozinha
 Cantigas com olhar crítico para a
conduta de nobres nas esferas
individuais e sociais.
 Circulavam por lugares públicos como
feiras, colheitas, tabernas, periferias,
caracterizando uma literatura marginal;
 Importância históricas: registro social –
revelam detalhes da vida íntima .

São divididas em:

- CANTIGAS DE ESCÁRNIO
- CANTIGAS DE MALDIZER
Temas: pessoas

Exemplo:
- A dona velha, fea e sandia (louca)
- O covarde; o desertor da guerra;
- Um rei boêmio;
- O burguês unha de fome;
- O velho que pinta o cabelo e que se
apaixona por uma cortesã;
- A mãe que ensina a filha
a saracotear e não a coser e a fiar;
- Um frade que se dizia
impotente
mas que era arreytado;
- O namorado de uma freira e
um tabelião.
 Crítica Indireta;
 Uso da ironia leve
 Intenção de brincadeira.
 Linguagem com trocadilhos e
ambiguidades;
 Normalmente a pessoa satirizada não
é identificada.
 Crítica Direta;
 Ofensivas.
 Linguagem agressiva, obscena
e de zombaria;
 Intenção difamatória.
 A pessoa criticada é identificada.
 Paio Soares de Taveirós
 Dom Dinis
 Duarte da Gama
 Martim Garcia de Guilhade
 Martim Codax
 João Zorro
 Afonso Sanches (filho de D.
Dinis)
 Rui Queimado
 Bernardo Bonaval
 Novelas de cavalaria

cavaleiro – honra/lealdade
Herói
ideais cristãos

 Ciclos de novelas
-Ciclo Clássico
-Ciclo arturiano ou bretão
-Ciclo carolíngeo
 A prosa medieval retrata
com mais detalhes o
ambiente histórico-social
desta época.
A temática das novelas
medievais está ligada à vida dos
cavaleiros medievais e também
à religião.

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