Tumores Cerebrais - Portal

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TUMORES CRANIANOS

Prof. Jean Charles


O QUE É?

Tumor cerebral é o crescimento anormal


de células dentro do crânio que leva à compressão
e lesão de células normais do cérebro. Podem ser
"benignos" ou malignos, sendo que apenas os
tumores malignos são denominados de câncer.
• No mundo há um aumento na quantidade de
indivíduos com tumores cerebrais;
• Afetam duas categorias distintas: 1. crianças
entre 0 e 15 anos; 2. adultos entre 50 e 70
anos;
INCIDÊNCIA E ETIOLOGIA
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer
(INCA), no Brasil, 4% das mortes por câncer no
Brasil estão relacionadas com os tumores
cerebrais.
Nos Estados Unidos, 1 em cada 5 mil pessoas
desenvolve um tumor cerebral ao longo da vida.
Além dos tumores próprios do cérebro, 25% dos
tumores de origem em outras regiões do corpo
dão metástases (se espalham) no cérebro.
TIPOS
• Existem quase 100 tipos de tumores cerebrais, que
geralmente recebem o nome do tipo da célula da qual
se desenvolve. A maioria dos tumores no cérebro
origina-se nas células gliais, que sustentam as células
nervosas do órgão. Um tumor de células gliais é
denominado glioma.
• Os tumores cerebrais são classificados em grupos e de
acordo com a rapidez com que se desenvolvem. Como
regra geral, o tumor de menor grau é considerado
menos agressivo, enquanto o de maior grau é o mais
agressivo.
AGRESSIVIDADE
O tumor menos agressivo, geralmente é:
De crescimento relativamente lento
Improvável que retorne, em caso de remoção completa
Improvável que tenha se espalhado para outras regiões
Pode apenas necessitar de cirurgia.

Um tumor agressivo, geralmente:


Cresce relativamente rápido
É provável que retorne após a cirurgia, mesmo que completamente removido
Pode apresentar metástase em outras regiões
Não podem ser tratados apenas cirurgicamente, são necessários os
tratamentos radioterápicos e quimioterápicos para evitar a recidiva.
CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES
• TUMORES PRIMARIOS: Têm origem no SNC.

• TUMORES SECUNDARIOS: Metastáticos ou


secundários, disseminam para o SNC a partir
de um câncer fora do SNC.
TUMORES CEREBRAIS
GLIOMAS
• Tumores primários;
• Formados a partir de tecido de sustentação do
cérebro;
• Localizam-se nos hemisférios cerebrais;
• Podem ainda ter inicio no tronco encéfalico, no
nervo optico e na medula espinhal;
• Em crianças o local mais comum é o cerebelo;
• Compreendem 04 categorias e são classificados
por seus componentes celulares predominantes.
CLASSIFICAÇÃO DOS GLIOMAS
1. ASTROCITOMAS: derivados dos astrócitos, que
são células gliais estreladas, são os tumores mais
comuns em adultos e crianças;
• Podem ser tumores difusos que invadem as
estruturas cerebrais circunjacentes ou tumores
circunscritos com menor probabilidade de
progressão.
• São encontrados no lobo frontal do cérebro em
adultos (30 a 50 anos) e no cerebelo, em crianças.
CONT.

• Os astrocitomas são divididos em 4 graus: A –


baixo grau (grau 1 e 2), B – Anaplastico, grau
médio (grau 3), C – Gliobastoma multiforme,
grau alto (grau 4).
• São tratados com cirurgia, radioterapia e
quimioterapia, dependendo do grau, da
localização e da idade;
• Sobrevida de 5 a 10 anos;
1.1 - GLIOBLASTOMA MULTIFORME
• Altamente maligno, astrocitomas grau 4;
• Crescimento rápido invadindo tecidos próximos;
• Localizam-se predominantemente na substância
branca profunda nos hemisférios cerebrais, mas
podem ser encontradas no tronco encefálico,
no cerebelo ou na medula;
• Cerca de 50% são bilaterais ou ocupam mais de
um lobo de um hemisfério.
CONTINUAÇÃO
• Inicia-se na média idade, com incidência maior em
homens (2:1);
• Prognóstico sombrio, menos de 20% sobrevivem
por mais de 1 ano, e apenas 2% por 5 anos após
detectada a doença;
• São tratados por cirurgias, radioterapia,
radiocirurgia e quimioterapia.
2 - OLIGODENDROGLIOMAS
• Crescimento lento, mas progressivo, que se
desenvolvem ao longo dos anos;
• 50% acometem vários lobos, sendo 50% ocorrem
no lobo frontal, 42% no lobo temporal e 32% no
lobo parietal;
• Muitos pacientes têm convulsões como única
manifestação clinica;
• Surgem entre os 40 e 60 anos, na proporção de 2
homens para 1 mulher;
CONTINUAÇÃO
• Prognósticos: 1.FAVORAVEIS: Idade de menos de
40 anos, grau de malignidade 1 ou 2;
2.DESFAVORAVEIS: Idade superior a 40 anos,
hemiparesia e alterações cognitivas;
• Nos favoráveis os indivíduos podem ter uma
sobrevida media de 10 a 5 anos;
• Nos desfavoráveis os indivíduos podem ter uma
sobrevida media de 5 anos;
• Tratamento depende dos sintomas, vai desde a
observação ate controle das convulsões,
radioterapia, cirurgias e quimio.
3 - EPENDINOMAS E EPENDIMOBLASTOMA
• Provenientes de células ependimais que revestem os
ventrículos;
• Crescem dentro dos ventrículos ou no tecido cerebral
adjacente;
• Os ependinoblastomas geralmente são encontrados em
crianças e tendem à disseminação metastáticas por meio do
LCS;
• Iniciam-se geralmente aos 10 anos e outros no decorrer da
vida;
• Tratamento com cirurgia, radioterapia e quimioterapia;
• Esses tumores recidivam com frequência e o prognóstico vai
depender do sucesso da cirurgia, a sobrevida é de 5 anos em
68% dos casos.
MEDULOBLASTOMAS
• Derivados de células primitivas da camada
granulosa do cerebelo;
• Localizam-se lateralmente nos hemisférios de
adultos jovens e no vermis em crianças;
• Crescem geralmente dentro do 4º ventrículo,
bloqueando o fluxo do LCS, causando hidrocefalia e
aumento da PIC;
• Ocorrem principalmente em crianças e a sobrevida
é de 5 anos;
• Crianças com menos de 4 anos o prognóstico é
sombrio devido as metástases
MENINGIOMAS
• Se formam a partir de células da Dura-máter ou da
Aracnóide;
• Crescimento lento;
• São encontrados por acaso;
• 25% são sintomáticos e a incidência aumenta com
a idade, mais em homens (2:1);
• Sobrevida de 5 anos;
• Podem ser benignos ou malignos.
ADENOMAS HIPOFISÁRIOS
A hipófise, localizada na base do crânio, controla grande
parte do sistema endócrino do corpo. Usualmente, os tumores da
hipófise são benignos e secretam quantidades excessivas de
hormônios: o aumento do hormônio do crescimento acarreta uma
estatura extrema (gigantismo) ou um crescimento desproporcional da
cabeça, rosto, mãos, pés e tórax (acromegalia), o aumento de
corticotropina resulta na Síndrome de Cushing.

Síndrome de Cushing é o aumento do hormônio estimulante da


tireoide acarreta o hipertireoidismo, o aumento de prolactina
interrompe os períodos menstruais (amenorreia), causa produção de
leite na mama de mulheres que não estão amamentando
(galactorreia) e causa crescimento das mamas em homens
(ginecomastia).
SCHWANNOMAS
• Tumores encapsulados, compostos por células
de schwann neoplásticas e que podem se
formar a partir de qualquer nervo craniano ou
espinal;
• Geralmente o nervo acometido é o VIII par
(vestibulococlear), e o tumor é chamado de
neuroma acústico;
• Prognóstico é bom, podendo deixar sequelas;
Neuroma Acústico

• Este tumor cresce no nervo auditivo que


controla a audição e o equilíbrio localizado
entre o cerebelo e a ponte. Geralmente é de
crescimento lento, não se espalha e é
encontrado com mais frequência em pessoas
de meia idade, duas vezes mais em mulheres
do que em homens. A perda de audição em
um dos ouvidos pode ser um sinal de neuroma
acústico.
Craniofaringioma
• Os craniofaringiomas são tumores que crescem na
base do cérebro, logo acima da hipófise e são
frequentemente diagnosticados em crianças,
adolescentes e adultos jovens.
• Eles não costumam se espalhar, mas estão perto de
estruturas importantes no cérebro e podem causar
problemas à medida que se desenvolvem.
• Os craniofaringiomas podem causar alterações na
visão e desequilíbrio hormonal. Crianças com
craniofaringioma podem ser obesas e apresentarem
problemas de crescimento.
Tumores da Região Pineal

• A glândula pineal ou epífise está no meio do


cérebro, logo atrás da parte superior do tronco
cerebral, e produz a melatonina. Estes tumores
são raros, apenas 1% dos tumores cerebrais
diagnosticados são tumores da glândula
pineal. Vários tipos diferentes de tumores
podem crescer na região pineal, incluindo
gliomas. Os tipos mais comuns são chamados
de tumores de células germinativas.
Linfomas

• Ocasionalmente, os linfomas se iniciam no


cérebro, e são chamados de linfoma cerebral.
Podem ser múltiplos. Os sintomas iniciais podem
ser alterações na personalidade e convulsões ou
alterações neurológicas. Os fatores de risco são a
AIDS ou a imunossupressão como a que ocorre
no câncer, transplante de órgãos ou tratamento
de desordens autoimunes. A incidência é de 3
pessoas em cada 1 milhão.
Tumores da Medula Espinhal

• São tumores raros do sistema nervoso central e


estão localizados na medula, são capazes de
comprometer varias funções dependendo da
localização podendo causar dor, dormência,
formigamento e fraqueza, espasmos, fraqueza,
má coordenação e diminuição ou alterações da
sensibilidade. O tumor também pode causar
dificuldade miccional, incontinência urinária ou
constipação intestinal. Muitos tumores podem
ser removidos cirurgicamente.
TUMORES CEREBRAIS METASTÁTICOS

• São secundários, disseminados para o cérebro


por meio da circulação arterial, a partir de um
câncer sistêmico primário de outro lugar do
corpo.
• O lobo frontal é o local mais atingido.
FATORES DE RISCO
• O câncer do sistema nervoso central (que inclui o cérebro e a medula
espinhal), assim como os cânceres de outros órgãos, é causado por
anormalidades (mutações) dos genes nesse tecido. Embora a grande maioria
dos casos ocorra ao acaso, há alguns fatores relacionados a um risco
aumentado para estas mutações, e consequentemente para o câncer do SNC.
• Gênero: o câncer do SNC é mais comum em homens do que em mulheres
• Idade: embora possa desenvolver-se em qualquer idade, é mais comum nos
idosos (acima de 65 anos)
• Radiação: maior frequência em pessoas que fizeram tratamento de
radioterapia na cabeça anteriormente
• É mais frequente em pessoas que tenham tido tratamento de leucemia
durante a infância
• Exposição ao cloreto de vinil (utilizado na produção de plástico)
• Pacientes com baixa imunidade ou Pacientes com infecções pelo HIV.
SINAIS E SINTOMAS GERAIS
• Maior lentidão de compreensão ou discreta alteração de personalidade;
• Hemiparesia progressiva ou convulsão;
• Cefaleia (na maioria dos casos no mesmo lado da localização do tumor), sinais neurológicos
focais;
• Alguns apresentam um sinal geral, um sintoma neurológico especifico ou combinação dos dois.
• Dor de cabeça, náuseas e vômitos persistentes
• Alterações visuais e auditivas
• Convulsão
• Agitação motora
• Fraqueza ou rigidez muscular
• Perda de sensibilidade em qualquer parte do corpo
• Falta de coordenação
• Dificuldade para falar ou entender o que é dito
• Esquecimento das palavras
• Problemas com leitura e escrita de modo inexplicável
• Movimentos involuntários.
DIAGNÓSTICO
• Anamnese criteriosa a seguir, deverá realizar um exame neurológico, que permite a avaliação
das funções nervosas e suas alterações.
• O médico suspeita de um tumor cerebral quando o paciente apresenta um conjunto de
sintomas característicos. Nesse caso ele deverá pedir exames complementares, tais como:
eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros.
Radiografias simples do crânio e do cérebro não ajudam muito no diagnóstico da grande
maioria de tumores cerebrais.
• O tumor cerebral pode ser identificado em uma tomografia computadorizada ou ressonância
magnética. Esses dois exames podem dimensionar o tumor e indicar a sua exata localização.
• A Tomografia Computadorizada utiliza raios X e um computador de varredura que reproduz
imagens realçadas do cérebro. A Ressonância Magnética combina um forte magnetismo e
ondas de rádio para reproduzir imagens realçadas do cérebro.
• Biópsia Estereotáxica: Durante a biópsia, uma amostra do tumor é retirada e examinada em
laboratório para determinar se é benigno ou maligno. A biópsia estereostática é normalmente
utilizada quando o tumor está em uma parte do cérebro difícil de ser alcançada. Geralmente
utiliza-se uma estrutura especial para ajudar a segurar a cabeça do paciente. Depois de aplicada
uma anestesia local, o cirurgião irá inserir uma agulha estreita através do crânio até chegar ao
tumor e remover células tumorais para exame em laboratório.
TRATAMENTO
• Nem todos os tumores cerebrais são câncer, mas como o
crânio é uma "caixa fechada", mesmo os tumores
benignos do SNC podem ser muito graves, pois
comprimem estruturas vitais do cérebro.
• O tratamento do tumor cerebral é feito de modo
multidisciplinar, com a decisão conjunta entre um
neurocirurgião, um radioterapêuta, um oncologista, e
frequentemente um neurologista.
• A combinação individualizada das diversas modalidades de
tratamento (cirurgia, radioterapia, tratamento sistêmico)
oferece as melhores possibilidades terapêuticas aos
pacientes.

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