Hérnias Da Parede Abdominal
Hérnias Da Parede Abdominal
Hérnias Da Parede Abdominal
Definição:
Protrusão de uma víscera, de um órgão ou parte deles para fora de sua cavidade através de uma abertura
natural ou de um defeito na parede que os contém. Este defeito pode ser consequência de anomalias
congênitas ou de fatores secundários
Classificação:
Superiores (diafragmáticas): Mais no diafragma esquerdo, devido ao lado direito ter o fígado, que
“protege” contra a formação de hérnias
o Hérnia do hiato esofagiano: Mais comum
o Hérnia diafragmática anterior (Morgagni): Normalmente secunfparia a um trauma
o Hérnia diafragmática posterior (Bochdalech): Ocorre ao não fechamento, durante a infância
Inferiores:
o Perineais
o Isquiáticas
Posteriores (lombares):
o Superior (Grynfeltt): Ocorre no triângulo de Grynfeltt – É limitado pela 12ª costela, músculos
paraespinais e músculo oblíquo interno
o Inferior (J. L. Petit): Muito rara. Ocorre no triângulo de Petit – É limitado pela crista ilíaca,
músculo latíssimo do dorso e oblíquo externo
Anteriores (ventrais): Mais comuns
o Epigástricas: Se formam na linha alba (onde todas as aponeuroses se juntam)
o Umbilicais
o Inguinais
o Femorais
o Linha semilunar (Spieghel): Falha na bainha lateral do músculo reto abdominal
o Incisionais
o Paraestomais: Complicação comum das ostomias
Hérnias inguinais:
Mais comum (75%)
Canal inguinal:
o Conteúdo no HOMEM – Anel inguinal externo/superficial: Onde passam os elementos do
cordão espermático (artéria e veia testicular e ducto deferente), indo até o testículo
o Conteúdo na MULHER – Ligamento redondo do útero: Passa pelo canal inguinal
o Teto: Aponeurose do obliquo externo
o Parte medial: Tendão conjunto (músculo obliquo interno + músculo transverso)
o Parte lateral: Ligamento inguinal
o Assoalho: Fáscia transversalis
Anel inguinal interno/profundo: Alargamento da parte interna do canal inguinal. Na hérnia inguinal
indireta, há passagem da hérnia através do canal
Saco herniário: Abaulamento do peritônio visceral
Quadro clínico:
Uma saliência na região inguinal ainda é o principal achado diagnóstico na maioria das hérnias
inguinais
As hérnias da virilha não são extremamente dolorosas, a menos que tenha ocorrido estrangulamento
Algumas vezes, os pacientes podem ter a sensação de parestesias relacionadas com compressão ou
irritação dos nervos inguinais
Exame físico:
Primeiramente em pé
Depois, pode-se pedir para aumentar a pressão intravesical
Ao deitar-se, normalmente o abaulamento desaparece
Pode-se introduzir a mão pelo escroto para sentir o anel inguinal superficial:
o Uma protuberância movendo-se de lateral para medial no canal inguinal sugere uma hérnia
indireta
o Se a protuberância progredir de profunda para superficial através do assoalho inguinal,
suspeita-se de uma hérnia direta
o Uma protuberância identificada abaixo do ligamento inguinal é compatível com uma hérnia
femoral
Diagnóstico diferencial:
Persistência do conduto peritônio-vaginal: Peritônio se espessa após passar o anel inguinal externo,
passando a ser chamado de canal vaginal, e reveste o testículo. Esse trajeto do peritônio normalmente se
fecha, mas, em algumas crianças cria essa hérnia congênita
Adenopatia inguinal: Aumento dos linfonodos da região inguinal
Hidrocele: Consiste na coleção de líquido ao redor do testículo. Faz-se transiluminação, mostrando a
presença de liquido
Aneurisma de artéria femoral: Tumoração pulsátil
Orquite: Inflamação do testículo, causando aumento do tamanho
Abscesso: Presença de pus, normalmente subcutâneo
Lipoma: Mais irregular
Hérnias incisionais:
Respondem por 20% de todas as hérnias abdominais, seguida das hérnias umbilicais e epigástricas
(10%)
Formam-se em alguma inserção feita na cavidade abdominal (apenas em operados)
Complicação de abertura da cavidade abdominal
Ocorrem como resultado de tensão excessiva e cicatrização inadequada de uma incisão prévia, que
em geral se associa a infecção do acesso cirúrgico
Mais frequente em mulheres, cirurgias de emergência, e em incisões medianas
40% surgem nas 4 primeiras semanas após a abertura do abdome
Fatores de risco:
Fatores locais:
o Fechamento inadequado
o Hematoma
o Infecção
o Idiosincrasia ao material cirúrgico (reação individual)
o Verticais mais propicias que as transversas
o Enfraquecimento dos planos de sutura pela presença de drenos, tubos ou alças de colostomia
ou ileostomia
Fatores sistêmicos:
o Má nutrição pré e pós operatória
o Hipoproteinemia
o Anemia crônica
o Deficiência de vitamina C
o Tosse, soluços ou espirros
o Distensão abdominal acentuada
o Ascite
o Câncer
o Diabetes
o Corticosteróides
o Idade avançada
Tipos de tela:
Para evitar futuras aberturas
Nailon: Reação alérgica
Dacron: Vulnerável a infecção
Marlex: Mais comum. Mais inerte a infecção, fácil manuseio, boa tolerância dos tecidos, flexibilidade,
fácil esterilização, não alérgica e porosidade adequada ao desenvolvimento dos fibroblastos