Geopolítica A Nova Ordem Do Capital-1
Geopolítica A Nova Ordem Do Capital-1
Geopolítica A Nova Ordem Do Capital-1
ordem do capital
Definindo a geopolítica
• Geopolítica é um ramo de estudo da Geografia
que busca interpretar os fatos atuais e o
desenvolvimento dos países, através das relações
e estratégias entre o poder político e os espaços
geográficos destas nações.
• A geopolítica é importante para entender até que
ponto as estratégias adotadas pelos Estados
podem interferir (ou não) na situação geográfica
do local. Ela também orienta a atuação dos
governos no cenário mundial.
• O termo geopolítica foi criado no
início do século XX pelo jurista sueco
Rudolf Kjellén (1864-1922) ao se
referir às preocupações do Estado
em relação a estratégias político-
militares necessárias à manutenção
da soberania territorial e à expansão
de sua área de influência econômica
e cultural nos planos regional e
mundial.
• Nesse sentido, a geopolítica envolve vários
temas, desde as ações de guerra entre os países
– como a ampliação da capacidade bélica, o
recrutamento de contingentes militares
(número de pessoas no serviço militar), as
disputas ideológicas entre defensores de
regimes econômicos diferentes (como ocorreu
entre os partidários do socialismo e os adeptos
do capitalismo ) - até a defesa de patrimônios e
recursos naturais (florestas, jazidas minerais,
aquíferos etc.), essenciais ao desenvolvimento
econômico de cada nação.
O sistema capitalista
• Desde sua origem, na Europa no século XV,
o capitalismo passou por diferentes etapas
ou fases, e constitui hoje o modo de
produção predominante no mundo.
• Em seu processo histórico de consolidação
o capitalismo caracterizou-se como
comercial, industrial e monopolista ou
financeiro. A Seguir estão descritas cada
uma dessas etapas.
• Estendeu-se do final do século
O capitalismo XV até meados do século XVIII.
• Foi marcado pela chamada
comercial expansão marítima, momento
histórico da época (Portugal,
Espanha, Inglaterra, Holanda
entre outras);
• Ampliariam suas relações
comerciais e conquistas
territoriais em diversas partes
do mundo, estabelecendo
colônias na América, na Ásia e
na África.
• Nesses territórios passaram a explorar as riquezas
naturais (como minerais, especiarias e produtos
agrícolas tropicais) e a força do trabalho dos povos
nativos;
• O que tornou possível a acumulação de capitais
para o desenvolvimento da manufatura e, mais
tarde, da atividade industrial na Europa;
• O capitalismo comercial estabeleceu as bases da
primeira Divisão Internacional do Trabalho (DIT),
caracterizada pelo fornecimento de matérias-
primas pelas colônias às metrópoles (nações
mercantes europeias) e de produtos manufaturados
produzidos nas metrópoles para as colônias.
• Teve início na segunda metade do
O século XVIII, com o advento da
capitalismo Revolução Industrial, e durou até
fins do século XIX.
industrial • Foi caracterizada pela
consolidação da indústria
moderna como principal
atividade econômica.
• Assim, a exploração colonial e o
comércio ultramarino deixaram
de ser o principal mecanismo de
acumulação de riquezas das
metrópoles europeias, para dar
lugar à produção de mercadorias
industrializadas em larga escala.
• Nessa fase, a economia das potências europeias
passou a ser regida pelo liberalismo, doutrina
econômica que destacava a livre concorrência como
mecanismo de regulação do mercado, baseado na;
• Lei da oferta e da procura: quando a oferta de um
produto é maior que a procura por ele, os preços
diminuem, mas quando a procura supera a oferta,
os preços tende a aumentar;
• Teoria proposta pelo filósofo e economista escocês
Adam Smith (1723-1790). O Estado não deveria
intervir na dinâmica do mercado, que por si só
encontraria o equilíbrio entre a escassez e a
abundância de produtos
• O capitalismo industrial consolidou a
primeira DTI – aquela estabelecida entre
metrópole e colônias -, mas com algumas
distinções:
• As colônias especializaram-se na produção
de matérias-primas baratas para as
industrias europeias;
• Com o avanço das áreas de mineração e de
monocultura de produtos (algodão, cana-de-
açúcar, borracha, café, entre outros.);
• As metrópoles, por sua vez vendiam
produtos industrializados para as colônias.
• A produção em larga escala permitiu
às metrópoles a ampliação das
vendas e dos lucros, que foram
reinvestidos no desenvolvimento de
tecnologias aplicáveis à produção
industrial.
• Consolidava-se, assim, uma situação
de subordinação econômica e
tecnológica das colônias às grandes
potências europeias.
O capitalismo • Consolidou-se nas
monopolista primeiras décadas do
ou financeiro século XX e estende-se
até os dias atuais;
• Tem como principal
característica o processo
de concentração de
capital reduzido de
empresas, os chamados
monopólios.
• O sistema de livre concorrência que
marcou a etapa do capitalismo industrial,
favoreceu as empresas de grande porte,
que passaram a controlar a oferta dos
produtos e, consequentemente, os preços
e os serviços no mercado em que atuam;
• Outra característica dessa etapa do
capitalismo é a importante participação
dos bancos na economia – essas
instituições financiavam a produção
industrial e agrícola, assim como os setores
comercias e de serviços.
• No capitalismo financeiro, a maior parte das
empresas abre seu capital, ou seja,
disponibiliza suas ações para serem
negociadas em bolsas de valores e, assim,
passa a ter, além dos acionistas majoritários,
milhares de outros pequenos acionistas;
• A capitalização viabilizada pela negociação
de ações possibilita às grandes empresas
expandir suas atividades para outros países,
sobretudo para os do Terceiro Mundo.
• Parte das empresas que se
consolidaram nessa fase do capitalismo
transformou-se em corporações
multinacionais ou transnacionais (que
tem sede no país de origem e filiais ou
subsidiárias em território estrangeiro);
• O que possibilita a diminuição dos
custos de produção, devido a utilização
da mão de obra barata e à proximidade
das fontes de matéria-prima.
• Na etapa do capitalismo monopolista ou
financeiro, a DTI tornou-se mais complexa,
pois posicionaram-se de um lado os países
desenvolvidos, criando novas tecnologias e
produzindo bens industrializados, e de outro
os países subdesenvolvidos independentes –
colônias e ex-colônias, divididas entre aquelas
que continuaram a produzir exclusivamente
recursos primários (agrícolas e minerais) e as
nações tardiamente industrializadas, que
passaram a produzir bens para o mercado
interno e para exportação.
Aspectos fundamentais do
capitalismo
Sociedade dividida em classes
O capitalismo envolve as seguintes classes sociais:
a dos empresários ou capitalistas, que são os
proprietários dos meios de produção; e a dos
empregados assalariados, que vendem sua
força de trabalho aos empresários em troca de
um salário.
A divisão de classes, sobretudo entre empresários
e empregados, resulta em uma desigualdade
social inerente a esse sistema econômico.
De maneira geral as desigualdades sociais são
mais profundas nos países subdesenvolvidos
e menos acentuadas, nos países
desenvolvidos.
Atualmente, a divisão social do trabalho é mais
complexa, em razão, por exemplo, da
emergência de novas atividades
profissionais, do aumento do setor informal
e do elevado número de profissionais
autônomos – daí uma parcela significativa
dos trabalhadores não mais se ajustar à
divisão histórica de classes sociais.
Predomínio da propriedade privada
No sistema capitalista, as pessoas são livres para
comprar imóveis, abrir empresas, investir em
aplicações financeiras etc., desde que possuam
capital.
Como esse sistema econômico desenvolve-se por
meio da exploração da força de trabalho
assalariada, os rendimentos obtidos por boa
parte dos trabalhadores não são suficientes para
que eles se tornem proprietários, de modo que
os meios de produção se concentram nas mãos
de uma parcela pequena da população: os
empresários.
Busca do lucro e acumulação de capital
A livre concorrência entre as empresas,
condição viabilizada pela economia de
mercado, permite aos empresários
(capitalista) buscar sempre a maior margem
de lucros possível para seus negócios.
Eles investem em novas tecnologias, visando
aumentar a produção e diminuir os custos de
produção.
Dessa forma, os lucros tendem a crescer, o que
permite a progressiva acumulação e capital
Economia de mercado
Na economia de mercado, os preços dos bens e
dos serviços são geralmente definidos pela livre
concorrência – ou seja, pela competição entre
as empresas, que disputam consumidores de
seus produtos e serviços.
A produção é dirigida ao comércio e os preços
regulados basicamente pela lei da oferta e da
procura.
Algumas empresas fixam os preços de produtos,
regulando a oferta das mercadorias e matérias-
primas, o que configura os chamados cartéis.
A formação de novos blocos econômicos:
regionalização e garantia de mercado
• Com a economia mundial globalizada, a
tendência comercial é a formação de
blocos econômicos. Estes são criados
com a finalidade de facilitar o comércio
entre os países membros. Adotam
redução ou isenção de impostos ou de
tarifas alfandegárias e buscam soluções
em comum para problemas comerciais.
• Em tese, o comércio entre os países
constituintes de um bloco econômico
aumenta e gera crescimento econômico
para os países. Geralmente estes blocos são
formados por países vizinhos ou que
possuam afinidades culturais ou
comerciais. Esta é a nova tendência
mundial, pois cada vez mais o comércio
entre blocos econômicos cresce.
Economistas afirmam que ficar de fora de
um bloco econômico é viver isolado do
mundo comercial.
União Europeia - UE
Quebec - Canadá
PIB DO BLOCO
9%
6%
EUA
México
Canadá
85%
• Empresários estadunidenses detêm
controle acionário das empresas
canadenses;
• No México ocorre a influência das
empresas maquiladoras.
• Uma empresa maquiladora é uma empresa
que importa materiais sem o pagamento de
taxas, sendo seu produto especifico e que
não será comercializada no país onde está
sendo produzido.
APEC
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico - Apec
• A Apec (Asia-Pacific Economic Cooperation) é o bloco
econômico regional que abarca o sudeste e o leste da
Ásia, a Oceania e parte da América banhada pelo
Oceano Pacífico.
• O bloco é formado por 21 países e por Hong Kong,
Região Administrativa Especial da China.
• Surgiu em 1989 para promover a abertura de
mercados entre seus membros.
• Fazem parte do bloco Estados Unidos, China e Japão,
grandes potências mundiais que lideram esse imenso
agrupamento internacional.
Objetivos
Criação de uma zona de livre-
comércio de mercadorias e capitais
entre os membros até 2020.
Terá que superar problemas como:
• Disparidades políticas.
• Desigualdades socioeconômicas.
• A formação da Apec possibilitou o crescimento
e o desenvolvimento da economia dos países-
membros, que expandiram seus mercados e
apresentam, juntos, um PIB superior à 30
trilhões de dólares (aproximadamente 57% do
PIB mundial).
• Além do grande potencial econômico do bloco,
sua população é de mais de 2,8 bilhões de
pessoas (cerca de 40% dos habitantes do
planeta), o que faz da Apec o maior bloco
econômico regional em contingente
populacional;
CEI
Comunidade dos Estados
Independentes - CEI
• A CEI é um bloco econômico regional que se
formou após o fim da União Soviética.
• No dia 21 de dezembro de 1991, os líderes de
12 das 15 repúblicas soviéticas reuniram-se em
Alma Ata, no Cazaquistão, para instituir o bloco
e decretar o fim da URSS.
• Entre os 15 países que se tornaram
independentes da União Soviética, três não
aderiram à CEI: Lituânia, Letônia e Estônia, as
chamadas Repúblicas Bálticas.
Principais objetivos
• Intensificar as relações econômicas
e políticas entre países-membros
que faziam parte da URSS.
• Passaram pela transição do
socialismo para capitalismo.
• Atualmente, ainda passam pela
consolidação efetiva.
• Com a desagregação da União Soviética, à
medida que o Estado deixou de ditar as
regras que controlavam o funcionamento da
economia, atribuindo funções a iniciativa
privada, houve uma crise generalizada;
• Que envolveu a diminuição na oferta de
empregos, o aumento excessivo dos índices
inflacionários, a queda da renda per capita,
o endividamento externo, o declínio da
produção e a consequente recessão da
economia.
• Esses problemas resultaram em um acentuado
aumento das desigualdades sociais, uma das
características da economia capitalista.
• Na maioria dos países da CEI, intesificou-se a
concentração de renda, associada ao
empobrecimento de uma parcela significativa da
população.
• Aumentaram a cada ano as divirgências quanto à
supremacia da Rússia nos assuntos que tem a ver
com a comunidade, o que levou alguns membros
a deixarem o bloco, caso da Geórgia, em 2008, e
da Ucrânia, em 2014.
Comunidade de Desenvolvimento
da África Austral - SADC
• A SADC (Southern African Development Community)
é o mais importante bloco econômico do continente
africano.
• A comunidade surgiu em 1922 para estimular as
relações comerciais entre 15 nações da região
meridional da África, objetivando a tornar-se, com o
passar do tempo, um mercado comum, a exemplo
de blocos como a EU e o Mercosul.
• Há ainda outros blocos econômicos regionais na
África, como a Comunidade Econômica e monetária
da África Central (Cernac) e a Comunidade
Econômica dos Estados da África Ocidental
(Economic Community of West African States-
Ecowas).
SADC - Objetivos
• Criação do mercado comum;
• Acordos comerciais entre países parceiros;
• Redução e unificação de tarifas alfandegárias;
Outros objetivos
• Diminuir a pobreza, melhorar condições de vida
da população, combater a AIDS, reafirmar legado
sociocultural africano, estabelecer a paz e a
cooperação política.
Comunidade Andina (CAN) ou
Pacto Andino
Comunidade Andina (CAN) ou
Pacto Andino
• O Pacto Andino é um bloco econômico oriundo
da América do Sul e formado por quatro grandes
nações latinas. Também conhecida como Comunidade
Andina de Nações, o bloco foi fundado em 26 de maio
de 1969.
• Com sede na cidade Lima, no Peru, o bloco é formado
por Bolívia, Peru, Colômbia e Equador. Além destes
quatro principais países, há também os associados,
formados por Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e
Uruguai. Também havendo os observadores do Pacto
Andino, como a dupla Panamá e México.
Objetivos
• Desenvolvimento da
economia, da política e da
integração social e cultural
entre os países membros,
associados e
observadores;
Características
• Presença de 120 milhões de habitantes
entre os membros, com um PIB de 400
bilhões de dólares;
• Presença de órgãos responsáveis pela
execução correta das ações do bloco;
• Organização com Corte Andina de Justiça,
Parlamento Andino, Conselho Andino de
Ministros de Relações Internacionais;
Comunidade do Caribe
(Caricom)
Comunidade do Caribe
(Caricom)
• A CARICOM (Caribbean Community, em
inglês) ou Comunidade do Caribe é um
bloco de cooperação econômica e política
entre diversos países da região caribenha.
• Foi criado em 04 de julho de 1973, após o
processo de independência desses
territórios, que anteriormente, eram
colônias europeias.
• A CARICOM tem início com a união de
quatro países da região caribenha: Jamaica,
Trinidad e Tobago, Guiana e Barbados.
• Anteriormente, o nome do bloco era
Comunidade do Caribe e Mercado Comum,
e mais tarde, com a adesão de outros
países, passa a se chamar de Comunidade
do Caribe. Ela foi formada por meio do
Tratado de Chaguaramas, assinado em 04
de julho de 1973.
Objetivos
• Desenvolvimento dos países envolvidos na
comunidade, através da ampliação das relações
econômicas e comerciais entre seus signatários.
• Em resumo, o bloco propõe a melhoria da qualidade de
vida de todos os cidadãos nas áreas da educação,
saúde, transportes e telecomunicações, a partir do
desenvolvimento social e cultural, o qual prevê a
ampliação das ofertas de trabalho bem como do
desenvolvimento da tecnologia
• Com isso, o bloco busca o aumento da produção e da
produtividade bem como da competitividade
internacional.
• Cerca de 15 milhões de habitantes
fazem parte dos territórios
contemplados pela Comunidade do
Caribe. A economia da CARICOM
apresenta um PIB de aproximadamente
30 bilhões de dólares, sendo que a
atividade econômica mais desenvolvida
é o turismo. Além dele, outra atividade
muito explorada entre os países
membros é a agricultura.
Associação das Nações do Sudeste
Asiático (Asean)
ASEAN
• A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático),
criada em 8 de agosto de 1967, é um bloco econômico
regional formado por países asiáticos. A sigla do bloco
foi definida pela língua inglesa: Association of
Southeast Asian Nations.
• Embora tenha sido implementado em meados da
década de 60, foi em 1976 com o “Tratado de Amizade
e Cooperação” que foi definida as diretrizes para sua
atuação. Basicamente ficou definida a cooperação e o
diálogo entre os estados, a paz entre eles bem como a
independência e soberania de cada Estado membro.
• O objetivo central da criação da ASEAN é o estreitamento
dos laços entre os países membros visando sobretudo, o
desenvolvimento econômico, social, cultural da região.
• De tal modo, a ASEAN promove a união entre os países,
estabilizando o campo político e econômico dos envolvidos,
a partir do fomento da competitividade e produção de
produtos dos países aderentes.
• Para tanto, o bloco focou no desenvolvimento do comércio
e na intensificação das trocas comerciais entre os países
integrantes, a partir da diminuição de tarifas alfandegárias e
a criação da zona de livre comércio, em 1992.
• A sede da ASEAN fica na capital da Indonésia, Jacarta, um
dos primeiros países a aderir ao bloco. O conjunto de países
que formam o bloco contam com aproximadamente 530
milhões de pessoas, e um PIB de 725,3 bilhões de dólares.