Aula 04 Estrutura Dos Solos

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 31

Mecânica dos Solos

ESTRUTURA DOS SOLOS

O solo é um conjunto de partículas dispostas de forma organizada,


seguindo leis fixas e segundo a ação de forças naturais.

Define-se como Estrutura, o arranjo das partículas que compõem o solo. A


estrutura do solo influencia o seu comportamento como material de
engenharia.

Nos solos grossos (areias e pedregulhos) a massa de cada partícula é


grande, não há forças elétricas entre elas, a gravidade é o principal fator agindo
na formação de sua estrutura. Há a deposição individual das partículas,
formando uma estrutura SIMPLES ou UNIGRANULAR.
Mecânica dos Solos

ESTRUTURA DOS SOLOS

Do ponto de vista da engenharia o comportamento mecânico e hidráulico de


um solo com estrutura simples, fica definido principalmente por duas
características: COMPACIDADE E ORIENTAÇÃO DAS PARTÍCULAS.

A orientação das partículas produz, como efeito principal, diferentes


permeabilidades do solo, conforme o fluxo seja normal ou paralelo à direção de
deposição do material.
Mecânica dos Solos

ESTRUTURA DOS SOLOS


Nos solos finos (siltes e argilas), a massa de cada partícula é muito
pequena, quando comparada com as forças intermoleculares existentes. A
existência dessas forças de atração faz com que nos solos finos, as partículas
não se depositem individualmente, mas sim em grupos, originando estruturas
dos tipos: Alveolar, Floculenta e Mista.

Estrutura Estrutura
Placas individuais floculada dispersa
Mecânica dos Solos

ESTRUTURA DOS SOLOS

FORMA DOS GRÃOS

Nos solos grossos a forma característica é a EQUIDIMENSIONAL, em função da ação


dos agentes mecânicos desintegradores. Raramente corresponde à partículas que
tenham sofrido ataque químico.

A forma equidimensional divide-se em ANGULAR e ARREDONDADA.

As formas angulares são típicas das areias residuais e areias vulcânicas. As formas
arredondadas são freqüentes nas areias de rios e algumas formações de praias (areias
eólicas).

Partículas
arredondadas Partículas
– menor atrito angulares –
maior atrito
Mecânica dos Solos

ESTRUTURA DOS SOLOS

TAMANHO DAS PARTÍCULAS

Os solos são formados por partículas de diferentes tamanhos, em proporções


variadas. O tamanho relativo dos grãos que formam a fase sólida dos solos é chamado
TEXTURA. A medida da textura é feita pela análise granulométrica.
De acordo com a textura os solos são classificados como GROSSOS E FINOS. São
solos grossos os Pedregulhos e as Areias, e são solos finos, os Siltes e as “Argilas”.

Escala Granulométrica:( ABNT 6502/95)

Argila silte areia pedregulho

0,002 mm 0,06 mm 2,0 mm 60 mm


Mecânica dos Solos

ALGUMAS RELAÇÕES DIMENSIONAIS ENTRE PARTÍCULAS

Areia Argila
F = 2 mm
F = 0,002 mm (argila)
A=4pR2=0,126 cm2
A=4pR2=1,26.10-7 cm2
V=4/3pR3=0,00419 cm3
V=4/3pR3=4,19.10-12 cm3
m=0,00419.2,65=0,0111 g
m=4,19.10-12.2,65=1,11.10-11 g
Mecânica dos Solos

ANÁLISE COMPARATIVA DOS TAMANHOS RELATIVOS DAS FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS


Mecânica dos Solos

IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁTIL DOS SOLOS

Muitas vezes em campo temos a necessidade de uma identificação prévia do solo, sem
que o uso do aparato de laboratório esteja disponível. Esta classificação primária é
extremamente importante na definição (ou escolha) de ensaios de laboratório mais
elaborados e pode ser obtida a partir de alguns testes feitos rapidamente em uma
amostra de solo.

No processo de identificação tátil visual de um solo utilizam-se freqüentemente os


seguintes procedimentos (vide NBR 7250):
Mecânica dos Solos

IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁTIL DOS SOLOS

• Tato: Esfrega-se uma porção do solo na mão. As areias são ásperas; as argilas
parecem com um pó quando secas e com sabão quando úmidas.

• Plasticidade: Moldar bolinhas ou cilindros de solo úmido. As argilas são moldáveis


enquanto as areias e siltes não são moldáveis.

• Resistência do solo seco: As argilas são resistentes a pressão dos dedos enquanto os
siltes e areias não são.

• Dispersão em água: Misturar uma porção de solo seco com água em uma proveta,
agitando-a. As areias depositam-se rapidamente, enquanto que as argilas turvam a
suspensão e demoram para sedimentar.

• Impregnação: Esfregar uma pequena quantidade de solo úmido na palma de uma das
mãos. Colocar a mão embaixo de uma torneira aberta e observar a facilidade com que a
palma da mão fica limpa. Solos finos se impregnam e não saem da mão com facilidade.
Mecânica dos Solos

DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

A distribuição granulométrica de um solo é representada pela curva que indica


para cada tamanho de partícula (diâmetro equivalente), a percentagem em peso do solo
que possui diâmetros maiores ou menores que esta partícula.

Diâmetro Equivalente: É o diâmetro da menor esfera que circunscreve a partícula.

A curva granulométrica permite distinguir tipos de textura diferentes, definindo


aquelas que predominam em cada tipo de material.
Mecânica dos Solos

 APLICAÇÕES NA ENGENHARIA

 Auxilia a “sentir” a textura do solo (que solo é esse) e também será empregada
na classificação de solos;
 Pode ser usada para definir a faixa granulométrica especificada para filtro de um
dreno;
 Pode ser um critério de seleção de materiais de enchimento e aterros de
barragens, materiais para sub-base e base de pavimentos e agregados para
concreto de CP e misturas asfálticas;
 O Diâmetro efetivo, D10, pode ser correlacionado com a condutividade hidráulica
(descrevendo a permeabilidade de solos). (Equação de Hazen)

A distribuição granulométrica é mais importante para os solos granulares.


Mecânica dos Solos

DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA
Análise granulométrica | Curva granulométrica | Ensaio de granulometria conjunta | Cálculos

100

90 Classificação: ABNT

Argila 7%
80
Porcentagem que Passa (% )

Silte 43 %
70
Areia 47 %

60 Pedregulho 43 %
%

50

40

30

20

10

0
0,0001 0,0010 0,0100 0,1000 Areia 1,0000 10,0000 100,0000
ABNT - NBR 6502 (1995) Argila Silte fina Pedregulho
média grossa

Diâmetro da Partícula (mm)


Mecânica dos Solos

DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

A distribuição granulométrica do solo é obtida através da análise do


material por dois processos:

 Método do Peneiramento - realizado para partículas com diâmetros equivalentes


superiores a 0,074mm (peneira nº200)

 Método da Sedimentação - procedimento válido para partículas com diâmetros


equivalentes inferiores a 0,2mm.

OBS: O ensaio de peneiramento não é realizado para partículas com diâmetros


inferiores a 0,074mm pela dificuldade em se confeccionar peneiras com aberturas
de malha desta ordem de grandeza. Embora existindo no mercado, a peneira 400
(com abertura de malha de 0,045mm) não é regularmente utilizada no ensaio de
peneiramento, por ser facilmente danificada e de custo elevado.
Mecânica dos Solos

DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

Método do Peneiramento

Procedimento feito com o auxílio de peneiras de malhas metálicas,


quadradas. É utilizado para solos com diâmetros de partículas maiores que 0,074 mm.
Esta limitação é física, função do material usado na fabricação da peneira.
Mecânica dos Solos

DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

Método do Peneiramento
Mecânica dos Solos

MÉTODO DA SEDIMENTAÇÃO

Ensaio realizado com o auxílio do densímetro baseado na lei de Stokes que


estabelece:

“Supondo uma esfera caindo através de uma massa líquida de extensão infinita, após
os primeiros instantes da queda, a esfera atinge uma velocidade constante, que é
função do quadrado do diâmetro da esfera”.

Pressupostos
•as partículas são esféricas
•as densidades das partículas são idênticas
•as partículas caem de forma independente, sem interação
• não há gradiente de temperatura dentro da proveta;
•não afeta a temperatura e a viscosidade.
Mecânica dos Solos

MÉTODO DA SEDIMENTAÇÃO

Relaciona o diâmetro equivalente das partículas (D) com a velocidade de


sedimentação (v) em meio líquido de viscosidade (μ) e peso específico ()
conhecidos.

s w 2
 .D
18.
0,990
1,000
1,010
v  D² 1,020
1,030
z 1,040
L
 D² 1,050
t

Lei de Stokes

z γs  γ w
 .D² L
t 1800 .η z z
Mecânica dos Solos

MÉTODO DA SEDIMENTAÇÃO

Como funciona o densímetro?

O instrumento mede a densidade dos líquidos, ou seja, a massa dividida pelo volume.
Trata-se de um tubo de vidro com uma certa quantidade de chumbo na base. Na parte de cima
do tubo há uma escala desenhada. Ao mergulhar o densímetro no líquido, ele afunda até
deslocar um volume de fluido cujo peso se iguale ao dele. A superfície do líquido indica
determinado ponta na escala, isto é, sua densidade".
Mecânica dos Solos
Mecânica dos Solos

Para auxiliar a identificação das características de uniformidade e graduação dos


solos, são definidos os seguintes índices, obtidos diretamente do gráfico:

DIÂMETRO EFETIVO (D10 ou De): É o diâmetro correspondente a 10% em peso total


de todas as partículas menores que ele.

O valor de D10 fornece uma das informações necessárias para o cálculo da


permeabilidade, utilizado no dimensionamento de filtros e drenos.

D30 e D60: diâmetros correspondentes a 30% e 60% em peso total das partículas
menores que eles.
d10 d30 d60
CURVA GRANULOMÉTRICA

Os solos se classificam segundo a curva granulométrica como se segue:

Cu < 5 - solo uniforme


5 < Cu < 15 - solo medianamente uniforme
Cu > 15 - solo não-uniforme

100
% que passa

Cu>15
5<Cu<15 Cu<5

0
Dimensão das partículas
CURVA GRANULOMÉTRICA

Coeficiente de curvatura - Cc
O coeficiente de curvatura da curva granulométrica e permite identificar eventuais
descontinuidades ou concentração muito elevada de grãos mais grossos no conjunto
2
D30
Cc 
D60 .D10

D30 é definido como o diâmetro tal que o 30% do peso seco do solo tenha partículas
com diâmetro menores ou igual a ele
CURVA GRANULOMÉTRICA

Coeficiente de curvatura - Cc
Considera-se que um material é bem graduado quando 1  Cc  3 (curva suave)
100

90

Porcentagem que Passa (%)


80

D60 = 0,1995 70

60

D30 = 0,1081 50

40

D10 = 0,0272 30

20

10

0
0,0001 0,0010 0,0100 0,1000 Areia 1,0000 10,0000 100,0000
ABNT - NBR 6502 (1995) Argila Silte Pedregulho
fina média grossa

Diâmetro da Partícula (mm) Cc 2,2 Cu 7,3


Areia média

2
D 0,1995 D30 0,10812
Cu  60   7,3 Cc    2,2
D10 0,0272 D60 .D10 0,1995 * 0,0272
CURVA GRANULOMÉTRICA

Coeficiente de curvatura - Cc
Quando o Cc é menor que 1, a curva tende a ser descontínua (há falta de grãos de
determinado diâmetro) 100

90

Porcentagem que Passa (%)


80

70
D60 = 0,1977 60

50
D30 = 0,0521 40

D10 = 0,0281 30

20

10

0
0,0001 0,0010 0,0100 0,1000 Areia 1,0000 10,0000 100,0000
Argila Silte Pedregulho
ABNT - NBR 6502 (1995) fina média grossa

Cc 0,5
Diâmetro da Partícula (mm) Cu 7,0

2
D 0,1977 D30 0,05212
Cu  60   7,0 Cc    0,5
D10 0,0281 D60 .D10 0,1977 * 0,0281
CURVA GRANULOMÉTRICA

Coeficiente de curvatura - Cc
Quando o Cc é maior que 3, a curva tende a ser muito uniforme na sua parte central.
100

90

Porcentagem que Passa (%)


80

D60 = 0,2382 70

60
D30 = 0,2004 50

40
D10 = 0,0339 30

20

10

0
0,0001 0,0010 0,0100 0,1000 Areia 1,0000 10,0000 100,0000
Argila Silte Pedregulho
ABNT - NBR 6502 (1995) fina média grossa

Cc 5,0
Diâmetro da Partícula (mm) Cu 7,0

2
D 0,2382 D30 0,2004 2
Cu  60   7,0 Cc    5,0
D10 0,0339 D60 .D10 0,2382 * 0,0339
Solo 1 – Argila Silto-arenosa com pouco pedregulho
Solo 2 – Areia Silto−Argilosa com Pedregulho
Solo 3 – Pedregulho Arenoso com vestígios de Silte e Pedra
Mecânica dos Solos

Você também pode gostar